cpii 2013 português

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  • 7/27/2019 CPII 2013 Portugus

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    EXAME DE SELEO E CLASSIFICAO DE CANDIDATOS MATRCULA NA 1 SRIE DO ENSINO MDIO REGULAR

    PROVA DE PORTUGUS2013

    CAMPUS_________________

    NOME DO(A)CANDIDATO(A):...............................................................................

    ...............................................................................................................................

    NMERO DA INSCRIO: .......................................................

    RIO DE JANEIRO,27 DE JANEIRO DE 2013

    DADOS A SEREM PREENCHIDOS PELA BANCA EXAMINADORA:

    GRAU OBTIDO

    RUBRICA DOS EXAMINADORES:

    ...................................................................

    ....................................................................

    ...................................................................

    MINISTRIO DA EDUCAOCOLGIO PEDRO IIREITORIAPR-REITORIA DE ENSINO

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    Co lgi o Ped ro II - MEC1Sri e do Ens in o Mdio Regu la r Po rt ug us 2013

    Texto I

    Sobre as memrias (fragmento)Rubem Alves

    1

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    Memria onde se guardam as coisas do passado.

    H dois tipos de memria: memrias sem vida prpria e memrias com vidaprpria.

    As memrias sem vida prpria so inertes. No tm vontade. Sua existncia semelhante das ferramentas guardadas numa caixa. No se mexem. Ficam imveisnos seus lugares, espera. espera de qu? espera de que as chamemos. Aochegar a um hotel, a recepcionista nos entrega uma ficha para ser preenchida. L estoos espaos em branco onde deverei escrever meu nome, endereo, nmero da carteirade identidade, do CPF, nmero do telefone, e-mail. Abro a minha caixa de memriassem vida prpria e encontro as informaes pedidas. Se desejo ir do meu apartamento casa de um amigo, eu pergunto: que ruas tomar para chegar l? Abro a caixa deferramentas e l encontro um mapa do itinerrio que devo seguir. da caixa das

    memrias sem vida prpria que se valem os alunos para responder s questespropostas pelo professor numa prova. Se a memria no estiver l, ele receber umanota m...

    So essas as memrias que os neurologistas testam para ver se uma pessoaest sofrendo do mal de Alzheimer. O mdico, como quem no quer nada, vaidiscretamente fazendo perguntas sobre a cidade onde nasceu, o nome dos pais, ondemoram os filhos. Se a pessoa no souber responder porque sua caixa de memriasest vazia. Essas memrias so muito importantes. Sem elas no poderamos nos virarna vida. Estaramos sempre perdidos.

    As memrias com vida prpria, ao contrrio, no ficam quietas dentro de umacaixa. So como pssaros em voo. Vo para onde querem. E podemos cham-las queelas no vm. S vm quando querem. Moram em ns, mas no nos pertencem. O seu

    aparecimento sempre uma surpresa. que nem suspeitvamos que estivessem vivas!A gente vai calmamente andando pela rua e, de repente, um cheiro de po. E noslembramos da me assando pes na cozinha.

    (http://tiatiz.wordpress.com/2009/11/06/sobre-as-memorias-rubem-alves/Acesso em 04/01/2013.)

    Vocabulrio:1 Mal de Alzheimer: A doena de Alzheimerprovoca deteriorao das funes cerebrais, como perda dememria, da linguagem, da razo e da habilidade de cuidar de si prprio.

    Texto IIO homem que queria eliminar a memria

    1

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    10

    Entrou no hospital, mandou chamar o melhor neurocirurgio.O mdico: Sim? Quero me operar. Quero que o senhor tire um pedao do meu crebro. Um pedao do crebro? Por que vou tirar um pedao do seu crebro? Quero eliminar a memria. Para qu?

    Gozado, as pessoas s sabem perguntar: o qu? Por qu? Para qu? Falei comdezenas de pessoas, e todos me perguntaram: por qu? No podem aceitar pura esimplesmente algum que deseja eliminar a memria.

    COLGIO PEDRO II MECExame de Seleo e Classificao 1Srie do Ensino Mdio Regular 2013Prova de Portugus

    http://tiatiz.wordpress.com/2009/11/06/sobre-as-memorias-rubem-alves/http://tiatiz.wordpress.com/2009/11/06/sobre-as-memorias-rubem-alves/http://tiatiz.wordpress.com/2009/11/06/sobre-as-memorias-rubem-alves/
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    J que o senhor veio a mim para fazer esta operao, tenho ao menos o direitodessa informao.

    No quero mais me lembrar de nada. S isso. As coisas passaram, passaram.Fim!

    No to simples assim. Na vida diria, o senhor precisa da memria. Paralembrar pequenas coisas. Ou grandes. Compromissos, encontros, coisas a pagar, etc.

    tudo que vou eliminar. Marco numa agenda, olho ali e pronto. No d pra fazer isso, de qualquer modo. A medicina no est to adiantada

    assim.(...)

    Seria muito melhor para os homens. O dia a dia. O dia de hoje para frente.Entende o que eu quero dizer? Nenhuma lembrana ruim ou boa, nenhuma neurose. Opassado fechado, encerrado. Definitivamente bloqueado. No seria engraado? No selembrar sequer do que se tomou no caf da manh? E pra que eu quero me lembrar doque tomei no caf da manh?

    Se todo mundo fizesse isso, acabaria a histria. E quem quer saber de histria? Imaginou o mundo? Feliz, tranquilo. S de futuro. O dia em vez de se transformar em passado de

    hoje, mudando-se em futuro. Cada instante projetado para frente. No seria bem assim. Teramos apenas uma soma de instantes perdidos. Nada

    mais. Cada segundo eliminado. A sua existncia comprovada atravs do qu? Quem quer comprovar a existncia? A gente precisa. Pra qu?O mdico pensou. No conseguiu responder. O homem tinha-o deixado totalmente

    confuso. Pediu ao homem que voltasse outro dia. Despediram-se. O mdico subiu para os

    brancos corredores do hospital, passou pela sala de operaes. Chamou um amigo. Estou pensando em tirar um pedao do meu crebro. Eliminar a memria. Oque voc acha?

    Muito boa ideia. Por que no pensamos nisso antes? Opero voc e depois vocme opera. Tambm quero.

    (Igncio de Loyola Brando. Cadeiras p roibidas: contos. Rio de Janeiro: Codecri, 1984, pp. 32-34.)

    Texto III

    (O mundo maravilhoso de Ado Iturrusgarai -http://adao.blog.uol.com.br/arch2012-07-01_2012-07-31.html. Acessoem 03/01/2013.)

    http://adao.blog.uol.com.br/arch2012-07-01_2012-07-31.htmlhttp://adao.blog.uol.com.br/arch2012-07-01_2012-07-31.htmlhttp://adao.blog.uol.com.br/arch2012-07-01_2012-07-31.htmlhttp://adao.blog.uol.com.br/arch2012-07-01_2012-07-31.html
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    QUESTO 1 (VALOR:0,5)

    Suaexistnciasemelhantedasferramentasguardadasnumacaixa. (texto I, linhas 5 e 6).

    No vocbulo destacado, no trecho acima, o autor substituiu uma palavra que pode serrecuperada por uma leitura mais atenta. Qual foi essa palavra?

    A palavra : existncia.

    QUESTO 2 (VALOR:0,5)

    Lestoosespaosembranco,ondedevereiescrevermeu nome (...) (texto I, linhas 7 e 8)

    A opo adequada para substituir o termo destacado :

    (A) o qual.

    (B) sob os quais.

    (C) nos quais.

    (D) no qual.

    QUESTO 3 (VALOR:0,5)

    A lembrana da me assando pes na cozinha, na linha 28 do texto I, faz parte de que tipo dememria?

    A lembrana da me assando pes na cozinha faz parte das memrias com vidaprpria.

    QUESTO 4 (VALOR:0,5)

    Segundo a fala do mdico, personagem do texto II, a memria importante para a histria.Transcreva desse texto uma frase da qual se depreende essa importncia.

    Uma das trs frases: A sua existncia comprovada atravs do qu? Teramos apenasuma soma de instantes perdidos. Se todo mundo fizesse, acabaria a histria.

    QUESTO 5 (VALOR:0,5)

    Considerando o texto II, pode-se afirmar que o mdico quer convencer o paciente a desistir daoperao e, para isso, usa alguns argumentos. Marque a opo que no contm um desses

    argumentos.(A) Na vida diria, o senhor precisa da memria. Para lembrar pequenas coisas. Ou grandes.(linhas 15 e 16)

    (B) A medicina no est to adiantada assim. (linhas 18 e 19)

    (C) Se todo mundo fizesse isso, acabaria a histria. (linha 25)

    (D) No d pra fazer isso, de qualquer modo. (linha 18)

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    QUESTO 6 (VALOR:1,00,5 CADA ITEM)

    Em cada uma das frases do texto I destacadas a seguir, foi empregada uma figura de linguagemcomo recurso estilstico. Quais so elas?

    a) As memrias com vida prpria, ao contrrio, no ficam quietas dentro de uma caixa.

    (linhas 22 e 23)

    Personificao

    b) So como pssaros em voo. (linha 23)

    Comparao

    QUESTO 7 (VALOR:0,5)

    Falei com dezenas de pessoas, e todos me perguntaram: por qu? (texto II, linhas 8-9)

    Qual o valor semntico da conjuno destacada?

    O valor semntico de adio.

    QUESTO 8 (VALOR:0,5)

    Quanto ao tipo de discurso empregado nos textos II e III, correto afirmar que:

    (A) nos dois textos, predomina o discurso direto.

    (B) nos dois textos, predomina o discurso indireto.

    (C) no texto II, predomina o discurso indireto e, no texto III, o direto.

    (D) no texto II, predomina o discurso direto e, no texto III, o indireto.

    QUESTO 9 (VALOR:0,5)

    Nos textos I e III, h exemplos de elementos que motivaram a memria com vida prpria dospersonagens. Qual o elemento motivador em cada um dos textos?

    O elemento motivador no texto I o cheiro de po; no texto II, o ato de comer peixe.

    REDAO (VALOR:5,0)

    Considerando a possibilidade de os mdicos conseguirem fazer a cirurgia citada no texto II,disserte sobre aspectos positivos e negativos de o homem ficar sem memria.

    Seu texto dever: conter obrigatoriamente argumentos que sustentem suas opinies;

    ter entre 20 e 25 linhas;

    apresentar letra legvel e no conter rasuras;

    ter, no mnimo, trs pargrafos; estar de acordo com a norma padro para a modalidade escrita;

    ser em prosa;

    ter um ttulo.

    Pontuao obtida

    Questes

    Redao

    Total

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    O candidato dever ter seguido atentamente o encaminhamento dado pela Banca,cujos passos esto detalhadamente expressos na proposta apresentada. Os critriospara atribuio da nota so: o tipo de texto solicitado (neste ano, um texto dissertativo-argumentativo); o desenvolvimento do tema de acordo com o roteiro apresentado; acoeso (articulao entre as partes do texto e entre as oraes); a coerncia (clareza dasideias, pertinncia da opinio/ argumento, grau de informatividade e no contradio

    entre as partes do texto); o domnio, esperado para o nvel de escolaridade exigido, davariedade padro para a modalidade escrita (concordncia, regncia, colocao,vocabulrio, ortografia, acentuao).

    R E D A O

    Esta folha, com seu texto definitivo, ser corrigida pela Banca Examinadora. Passe o texto a limpo com ateno.

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