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COZINHA AMAZÔNICA Quando você vir ao norte não pode deixar de saborear nossas iguarias: maniçoba, pato no tucupi, tacacá, peixe assado, frito ou cozido. Deu água na boca, então venha para cá !!!!! Introdução A cozinha amazônica é riquíssima. São pratos coloridos, exóticos e deliciosos.

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COZINHA AMAZÔNICA

 

 

 

Quando você vir ao norte não pode deixar de saborear nossas iguarias: maniçoba, pato no tucupi, tacacá, peixe assado, frito ou cozido. Deu água na boca, então venha para cá !!!!!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Introdução

A cozinha amazônica é riquíssima. São pratos coloridos, exóticos e deliciosos.   

Reúne pratos de tradições indígenas, européias, africanas e  também influência nordestina

 

 

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MANIÇOBA – É um prato de origem indígena, típico da culinária amazônica muito utilizada principalmente em épocas de grandes festas, como o Círio de Nazaré. Mas também pode ser saboreada nas praças de alimentação, feiras livres ou festas sociais.

A receita especial de maniçoba consta de maniva (folha extraída da mandioca) moída que deve ser fervida durante sete dias ou mais. O motivo de ficar tanto tempo no cozimento é porque a maniva possuí a capacidade de liberar o ácido cianídrico (que é venenoso) se ingerido in natura pode levar à morte por intoxicação. Ela é temperada com quase todos os ingredientes da feijoada.

 

COMO SE FAZ?

Demora aproximadamente uma semana, uma vez que a folha da maniva, precisa ser moída e cozinhada no mínimo quatro dias, em seguida é temperada com as seguintes iguarias conforme a receita abaixo, produzida com carinho pela Maria José Tedesco, moradora da cidade de Belém-PA. Para isso, dê uma paradinha na leitura... está bem?

 

Ingredientes:

05 Kg. de maniva moída

01 par de mocotó

02 Kg. de bucho

02 Kg. de charque

01 Kg. de lombo de porco

01 Kg. de chouriço

½ Kg. de toucinho defumado

01 Kg. de costela de porco, carne de porco (pernil), se preferir.

 

MODO DE FAZER

Colocar a maniva moída com bastante água e o toucinho defumado para cozer durante cinco dias aproximadamente, mexendo e acrescentando água, sempre que precisar.

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Lavar bem e colocar na véspera do dia em que será servida, o mocotó, que, depois de cozido, soltará os ossos que deverão ser retirados da panela.

Lavar o bucho, de preferência, o grosso, e escaldar bem, colocar na maniva ligeiramente refogado com alho e cebola.

Lavar e escaldar várias vezes o charque e depois acrescentá-lo à maniva, refogado com cebola, tomate, pimentão, cheiro verde, pimenta e cominho.

Lavar e escaldar o lombo e as costelas, colocando-os na panela quando os ingredientes postos anteriormente já estiverem um pouco macios, bem como o pernil que deverá ter sido assado com bastante condimento.

Quando tudo já estiver cozido e macio, cortar o chouriço em rodelas e acrescentá-lo com um bom refogado de temperos.

Provar e sentir se o sal contido nos ingredientes foi suficiente. Servir e se deliciar.

 

Obs.: porção para aproximadamente 25 pessoas, acompanhados de arroz branco e farinha d’água e pimenta-de-cheiro a gosto.

 

PATO NO TUCUPI – prato bastante típico do nortista, feito com tucupi, caldo extraído da mandioca, de cor amarelada. Quer saber como se faz? É simples: tempere o pato com todos os temperos: sal, alho, pimenta, cheiro verde, vinagre, vinho de urucum...(de preferência deixe nesses temperos de um dia para o outro), leve ao forno para assar bem. Depois é só cortá-lo em pedaços. Após essa etapa, coloca-se numa panela para ferver os pedaços de pato junto com o tucupi.  Depois é

acrescentado folhas de jambú (folha nativa) que é cozida até os talos ficarem moles. Pode ser acompanhado de arroz branco, farinha e pimenta-de-cheiro a gosto. É UMA DELÍCIA!!! 

 

AVIU, - espécie de camarão miúdo, encontrado nos rios de água doce. Seco ou fresco, é uma iguaria que não se pode deixar de provar. Do aviú pode-se fazer torta, bolinho ou mujica (um caldo engrossado com farinha de mandioca.

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PIRACUÍ – farinha de peixe seco. Faz-se bolinho, torta, farofa ou mujica (sopa de peixe)

 

CARANGUEJO - pode ser feito desfiado, unha de caranguejo ao vinagrete, pizza de caranguejo, sopa de caranguejo ou ainda  caranguejo no toc-toc ( quebra-se o caranguejo com a ajuda de um martelo de madeira sobre a tábua de cortar), podendo ser comido com feijão, arroz e farinha.

 

PEIXE FRITO, PEIXE ASSADO NA BRASA, MOQUEADO (assado na folha da bananeira) pode ser de gó, jatuarana, posta de filhote, gurijuba.... Depois das 11 horas da manhã nas feiras livres amazônicas é hora de feijão, arroz e posta de peixe-frito e acompanhado de açaí, há de todo jeito e espécie, desde o fifite de mapará, tostadinho ao gosto do freguês, às pratiqueiras, postas de pescada, filés de dourada e a mais famosa que é a posta de filhote  que serve como tira-gosto. Em toda parte, nas biroscas, botecos, feiras, trapiches e principalmente nas praias, é comida que não se pode deixar de saborear.

 

Obs: É bom lembrar que as comidas são feitas com vinho de urucum e à disposição de todos, muito limão e muita pimenta de todo tipo: cheirosa, amarela, verde, malaguêta, dedo de moça e outras.

O nortista usa muito a farinha em suas refeições. É complemento que não pode faltar à mesa, igual o açaí.

 

TAMUATÁ NO TUCUPI – tem carne amarelada e sabor indescritível. Come-se cozido, com tucupi, pimenta de cheiro e farinha.

 

MAPARÁ NO QUITIM, DE BARRIGA CHEIA coloca-se no bucho do peixe, alfavaca, chicória, cheiro verde, manjericão, e amarra com cipó, levando à brasa para assar.

 

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TUCUNARÉ – peixe de escama de cor dourada, saboroso, pode-se fazer caldeirada ou assado na brasa.

 

ARRAIA – cozida, frita ou assada na brasa.

 

MEXILHÃO - (molusco encontrado com facilidade na região de mangue), põe-se na panela, deixa ferver e depois retira-se da casca e faz-se o refogado com limão, cheiro-verde, pimenta cheirosa e outros ingredientes.

 

TURUS E URUÁS, são encontrados dentro dos troncos das árvores. Vendidos nas biroscas ou nos elegantes restaurantes de cozinha internacional. Podem ser comidos crus ou temperados com limão, sal e alho. Bebe-se também caldo de turu.

 

PIRAMUTABA - Pode-se fazer pratos saborosos , assado ou cozido com muito cheiro verde e pimenta cheirosa.

 

 

SURUBIM (peixe de pele) feito na telha acompanhado de pirão escaldado – A cozinha amazônica ensina que esse peixe,

também conhecido como pintado, pode ser feito ao forno dentro de uma telha de barro, cozido ou assado na brasa.  

TARTARUGA – Outrora prato internacionalmente conhecido, hoje, há um trabalho de conscientização no sentido de haver a preservação da espécie.

 

JABUTI NO LEITE DE COCO - Chegavam nas varas nas décadas de 50, 60 e 70 e quase são extintos. Comia-se em forma de guisado. Prato preferido das nações indígenas. Diz a lenda que os caboclos do Lago Grande deixam o jabuti cozinhando em tacho e vão para seus

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roçados. Mãe do Mato fica tomando conta, resultando em comida saborosa.

 

ARROZ COM JAMBU – Chegando à mesa, peça arroz com jambu e tucupi...Delícia!!

 

PIRARUCU – Pode ser fresco ou salgado – retirar os pedaços e trabalhar na receita à vontade, misturando com farofa de banana comprida e outros ingredientes.

 

MAIS PEIXES ?

Pajupirá, sarda, cação, peixe-pedra, sioba, bandeirado, jatoxi, pescada amarela, xaréu, serra, curimatã, jacundá, traíra, terçado(arauanã), uritinga, acará, mandubés, pratiqueira, sardinha, matrinchã, caratinga, acari-bodó, bagre, jaraquí, tambaquí... escolha a receita, junte os temperos e mãos a obra...

 

 

Obs: São iguarias que podem ser encontradas nas feiras livres das cidades como por exemplo, na feira do Ver-o-Peso, em Belém  e nos restaurantes simples, populares e sofisticados, de Manaus, Acre, Roraima, Macapá e tantas outras localidades,.

Optamos por informar estas comidas mais populares. Há, em todo informativo turístico das cidades amazônicas, os pratos típicos com variadas receitas e elaborados com muitos ingredientes  toda comida típica da Amazônia.

 

CARURÚ - Prato feito à base de camarão seco e quiabo, azeite de dendê e farinha de mandioca. Tem aparência “viscosa” e amarelada. 

 

CASQUINHOS DE MUÇUÃ E CARANGUEJO, são manjares da cozinha amazônica, prove esta delícia.

 

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A paçoca – feita de carne de sol e pilada com farinha de mandioca, pode ser acompanhada de banana, melancia ou mamão.

 

Damurida – feita com carne do boi, da caça e do peixe – suculento cozido típico, com carne moqueada e põe-se bastante verdura e pimenta a gosto. Pode ser servida com beiju ou farinha.

 

 

Há também outras delícias...

 

TAPIOCA – Segure-se nas paredes!!!!. Conhecida também como “tapioquinha”, é feita de goma (polvilho), uma pequena quantidade de goma é colocada na frigideira quente, que espalhada fica igual a uma panqueca, depois fica a critério do freguês: molhada com leite de coco ralado, tapioca na manteiga, com côco ralado, tapioca solteira, casada, no leite moça, fina, grossa... pronta para tomar com café.

 

Obs: da tapioca se faz a goma do tacacá, a farinha, o beiju, a palma de pão, a tapioca, o mingau de tapioca, a farinha de tapioca, seca, farinha d’água.

E do que se faz a tapioca?

Retira-se ralando a mandioca e espremendo no tipiti para tirar o suco e desse suco separa-se a borra que vira tapioca e a água que vira tucupi que é ingrediente para o tacacá, o cozido, a pimenta, o jambu  e carne de caça e peixe tamuatá e outros.

 

Chibé - Para o caboclo que está no meio da mata, à beira dum igarapé, não haverá prato mais gostoso e simples de fazer que o CHIBÉ, denominado de alimento dos pobres; não falta em nenhum casebre. Cada um faz o seu quando não tem peixe ou carne, pão ou fruta, nem mesmo o açaí. É só juntar água no prato com farinha de mandioca e se tiver açúcar, melhor ainda para espantar a fome. Há também quem acompanhe o chibé com peixe frito, carne assada, pirarucu ou qualquer outro alimento salgado.  

 

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TACACÁ - da comida do caboclo amazônico podemos citar o TACACÁ, um tipo de sopa preparada feito de goma de mandioca, tucupi bem amarelinho (fervido com alfavaca, chicória e alho), sal, pimenta de cheiro bem amarelinha, folhas de jambú cozidas e camarão seco. Essa famosa iguaria é bebida na cuia e servida bem quente. Ainda subsistem nas ruas dos municípios da Amazônia, as bancas das famosas tacacazeiras ( vendedoras de tacacá em algum lugar fixo, pode ser na porta de suas casas ou pontos comerciais, geralmente tem um público cativo)

 

 

OVA DE TAINHA, gurijuba e dourada que é um prato dos mais deliciosos. É costumeiro se ouvir nas casas: comprei uma fêmea ovada!!

 

 

F R U T AS

 

VINHOS AMAZÔNICOS – PROVE E COMPROVE

 

Os vinhos amazônicos, são:

Vinho de açaí - nas modalidades branco, preto e parau – fino, grosso ou papa ou chororó.

vinho de tucumã

Vinho de miriti

Vinho de cupu açu

Vinho de taperebá

vinho de muruci

vinho de cacau ou capilé

vinho de bacuri

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vinho de bacaba

vinho de limão azedo

vinho de jaca

vinho de laranja da terra

vinho de graviola

Vinho de uxi

 

 

São feitos de frutas colhidas na floresta e comercializadas nas feiras.

Vinho, na verdade, é como o nortista chama o que se poderia chamar de suco e pode ser tomado com farinha. Detalhe: aqui quase tudo é comido com farinha.

 

FRUTAS

 

AÇAÍ – Palmeira nativa da Amazônia. Esta sem dúvida, desempenha uma grande importância econômica, social e cultural para o povo da Amazônia. É encontrado principalmente ao longo dos rios, igarapés e áreas úmidas. Fruto de cor arroxeado, do qual se extrai o tão apreciado vinho ou suco de açaí. Da fruta do açaizeiro se extrai, amassado na mão com as peneiras e alguidares de barro ou batido nas máquinas. Costuma-se a “comer” com peixe assado ou frito, charque, pirarucu, camarão. Diz-se “comer”, porque  mistura-se farinha de mandioca ou de tapioca, fina ou grossa, para fazer uma espécie de pirão de açaí para saborear com o que tiver e esse pirão pode ser feito na cuia ou no prato, na tigela, do tipo fino ou grosso ou papa, chororó, açaí do tuíra (no ponto de maturação), parau ou verdoengo (não dão bom vinhos), contanto que não falta , nunca,  em nenhuma das refeições.

Em muitos lugares, tira-se na hora, da árvore e se amassa, tem que ser servido novo, espumando, na cuia, mas pode-se tomar gelado, com ou sem açúcar ou adoçante, com ou sem farinha. Tem gente que gosta azedo, que faz mingau ou congela para os períodos da entressafra.

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Para anunciar o açaí, existem placas que se colocam nas ruas que é o aviso de que há o vinho.. As placas são feitas de lata na cor vermelha. No mesmo local pode-se encontrar também o açaí do tipo branco e aí a placa será na cor branca que é também anunciado para vender bacaba. Verdadeira aula de semiologia popular.

O açaí é um alimento energético, rico em fibras, proteínas e nutrientes, como o potássio, vitaminas E e B e cálcio; possui valor energético duas vezes superior ao leite; suas fibras aceleram o transito intestinal,  portanto um alimento bastante completo.

Alem de servir como fruto, pode-se fazer geléia, mingau e corante; pode ser usado como adubo e, quando seco, para usar como colar; do tronco faz-se construções rurais como ripas e caibros; da palha pose-se fazer chapéu, tapete, abanador e cestos e outros.

 

Antes, em Belém, a mesma placa vermelha anunciava que se vendia carne de boi ou carne verde que era pesada e depois embrulhada nas folhas de jacitara, antes de se passar a usar saco de cimento, papel de jornal e agora, plástico.

 

Obs: Depois que se bebe o açaí, dá uma morrinha, uma moleza no corpo e é então a hora da sesta. Para quem não deseja ter a morrinha e não quer dormir, aconselha-se botar água na tigela do açaí à modo de lavar a vasilha e beber essa água. É um santo remédio para continuar em atividade.

 

A fruta é tão querida que é fonte de inspiração de músicas e poesias, dentre várias tem uma música, escrita por um compositor e cantor parasense, Nilson Chaves que revela essa majestosa palmeira amazônica. 

 

Sabor Açaí

 

E pra que tu foi plantadoE pra que tu foi plantadaPra invadir a nossa mesaE abastar a nossa casa

Teu destino foi traçado

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Pelas mãos da mãe do matoMãos prendadas de uma deusaMãos de toque abençoado

És a planta que alimentaA paixão do nosso povoMacho fêmea das touceirasOnde Oxossi faz seu posto

A mais magra das palmeirasMas mulher do sangue grossoE homem do sangue vastoTu te entrega até o caroço

E a tua fruta vai rolandoPara os nossos alguidaresE te entrega ao sacrifícioFruta santa fruta mártir

Tens o dom de seres muitoOnde muitos não têm nadaUns te chamam de açaizeiroOutros te chamam juçara

Põe tapioca, põe farinha d'águaPõe açúcar, não põe nada, ou me bebe como um sucoQue eu sou muito mais que um frutoSou sabor marajoaraSou sabor marajoaraSou sabor...

 

Nilson Chaves e João Gomes

 

 

PUPUNHA – Retire os cachos! Cuidado!!! A árvore é cheia de espinhos, ponha água na panela, ponha sal e depois coloque as pupunhas, deixe ferver e veja se amoleceram. Deixe esfriar, retire a casca e coma com café, ponha mel ou leite moça dentro. Viva de prazer! Fruta bastante vendida nas ruas por ambulantes. Contém proteínas, carboidratos, cálcio, ferro, fósforo e vitamina A.

 

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BACURI – fruta de cor amarela dourada, às vezes bastante ácida, dessa fruta pose-se fazer: suco, creme, doce, sorvete, geléia, iogurte e muito mais. Quem prova, não esquece o sabor!

 

CASTANHA DO PARÁ – fruto da castanheira, denominado de ouriço que constituí-se em uma resistente cápsula, abrigando em seu interior um número variado de sementes, denominadas castanhas. Fruta tão valiosa como comida; rica em proteína e calorias, considerada por muitos como carne vegetal. Fruta que tem mais ou menos a metade da proteína de um bife e 2 vezes mais calorias. Sua casca é bastante resistente. Da castanha pode-se fazer leite, sorvete e doce; do ouriço faz-se artesanato, carvão e remédio (hepatite, anemia e problemas intestinais).

 

UXI – fruta que apresenta polpa gordurosa. Pode ser consumida in natura (pronto consumo). Da fruta pode-se fazer sorvete, suco, licores, doces e óleo; da semente faz-se artesanato.

 

BACABA – é uma palmeira da Amazônia. Os frutos são pequenos e arredondados. Da fruta produz-se um vinho forte com o mesmo processo do açaí. Do fruto extrai-se o óleo utilizado para comida.

 

TUCUMÃ – Palmeira que produz cachos numerosos, o fruto tem cor alaranjada e polpa grudenta e fibrosa. Excelente fonte de vitamina A e energia; do caroço pode-se fazer pulseiras, colares, petecas e anéis.

 

Cupuaçu – é uma das frutas mais populares da Amazônia. A polpa é utilizada no preparo de sorvetes, doces, mousses, bombons, geléias, sucos, iogurtes e biscoitos. As sementes, depois de secas, são utilizada n fabricação de chocolates brancos.  

 

uxi, umari, pupunha, piquiá, mangaba, jenipapo, araçá, araçari, jinja, pitanga, grumixama, maçaranduba, caju, jambo, abio, sapotilha, buriti, ingá, maracujá, ajuru, cutitiribá, ata, tucumã, graviola, camapu, camutin, inajá, sorva, carambola, cubiu, taperebá, do melhor ananás do mundo e das mangas mais variadas, perfumadas, doces, ainda tem as castanhas, dita do Pará (Bertholeia excelsa), que

 

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AINDA SE PODE BEBER:

Gengibirra – faz-se misturando a cachaça com gengibre ralado, açúcar e cravinho. Serve-se gelado.  

Manicuera – bebida feita do tucupi da mandiocaba (tipo de mandioca). Deve-se ferver o tucupí da mandiocaba, depois deixar descansar por 2 horas; após esse descanso, leva-se ao fogo junto com o arroz e cubos cortados de macaxeira, até transforma-se em xarope. Importante detalhe dessa bebida  é que não pode ser ingerida após 12 horas preparada.

Tarubá – é feita de beijus de mandioca que são levados ao forno para torrar; depois são enroladas em folhas de bananeira, ficando depositadas em lugar apropriado por uns 3 ou 4 dias para afermentar; para amolecer adiciona-se água e depois é coada um líquido pronto para beber.   

Aluá – bebida preparada de milho cozido; adiciona-se cachaça, gengibre e açúcar, depois de afermentada , serve-se gelada.      

 

 

SORVETES

 

Imensidão de tipos de frutas... gostos estão à disposição de quem quer saborear  no clima quente da região amazônica um sorvete de: bacuri, cupuaçu, açaí, uxi, muruci, goiaba, caju, manga, tapioca, miriti, abacaxi, peroba, mucajá, tucumã, araçá, milho, taperebá. São centenas de sabores.

 

 

PLANTAS MEDICINAIS             

 

              A mata oferece uma infinidade de plantas medicinais, sementes e óleos que os amazônidas utilizam para curar doenças; esse conhecimento da medicina popular é bastante utilizado pelo povo, sendo repassado de geração em geração que vê a floresta com um manancial de recursos naturais para confecção de remédios caseiros, tornando os chás, pomadas, sumos de plantas, gorduras animais, cauda de cobra, chifre, ossos, fazendo assim sua “farmácia

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viva”. Pra tudo tem um remédio, as formulas terapêuticas são variadas.  

 

Açoita cavalo – auxilia na má circulação do sangue, colesterol, pressão alta, glicerídio, artrite, artrose, reumatismo, diarréia, hemorragia e tumores.

Alecrim – febres, dispepsia, debilidade cardíaca, histerismo e nervosismo

Aroeira – atonia muscular, distenção dos tendões, artrite, cicatrizante, erisipela e anti-

Arruda – para rouquidão. Mascar folhas com sal umas 3 vezes ao dia;

inflamatório;

Barbatimão – poderoso adstrigente, cicatrizante, blenorragia, diarréia, higiene intima feminina, leucorreia(corrimento)

Carqueja – anemia, anginas, azia, distúrbios estomacais, intestinais e hepáticos, gastrite, gota, rins, tônico vermes intestinais, afeccções urinárias;

Cedro – feridas, úlceras, orquites, hérnia, inchação dos testículos;

Copaíba (casca) – conhecida como antibiótico da mata; serve para inflamações em geral ,sífiles, bronquite, cistite, tosse, urticária e cicatrizante

Erva Cavalhinha – afecções urinárias, bexiga, diurético, menstruação excessivas, hemorragias internas, inflamações nos olhos, próstata;

Erva de São João – indicado para artrite, artrose, asma, bronquite, catarro, cólicas menstruais, diarréias, febre, gripe e resfriado;

Espeinheira Santa – Auxilia no tratamento da gastrite, gases intestinais, hiperacidez, ulceração do estômago, analgésico, cicatrizante, anti-sépticas;

Eucalipto – afecções das vias urinárias, febre, coqueluche, feridas, diabetes, gripes e sinusite;

Flor da Catingueira – infecções do ovário, corrimento, bronquite;

Folha de Pirarucu – usado no tratamento de asma e tose. Murchar a folha no calor do fogo, espremer e bater o liquido com mel de abelha;

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Jucá – para tratamento das pneumonias, anemia, diarréia, colites e baques.

Leite de Pão – usado no tratamento de sapinho; colocar uns quatro pingos em uma colher para curar a criança;

Quebra-pedra - indicada para afecções das vias renais e urinárias, bexiga, cistite, diurético, hidropisia, indisposições hepáticas;

Romã – é um adstrigente, afecções da pele, faringite, gengivite, inflamações internas como: amigdalite, garganta e laringite;

Sabugueiro – usado nas febres, resfriado, diarréia, anginas da garganta, hemorróida, retenção da urina e sarampo

Sucuba – serve para úlceras, gastrite, hemorragia, vermes intestinais como ameba;

Sucupira – serve para inflamação na grganta, reumatismo crônico, sífilis e amenorréia;

Unha-de-gato – é um anti-inflamatório, anti-oxidante, artrite, artrose, câncer, pneumonia e trombose(prevenção)

Verônica – ótimo cicatrizante, lavar feridas, velhas, asseio vaginal, icterícia, anemia, gota, cálculos da bexiga, diarréia e hemorragia.    

Vinagreira branca – serve para dor nos rins.

Ipê roxo – Casca. Usado para combater diabetes leucemia, câncer anemia, arteriosclerose

Jatobá – Casca é usada para o tratamento de gripe, infecções da bexiga, diarréia, vermes e câncer de próstata +

.

 

Óleo de Pupunha – serve para dor de ouvido.

 

 

 

 

 

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CHEIROS DA AMAZÔNIA

 

              Ah! um banho, um bom banho com muita água, água, água doce, dulcíssima,  dessa bacia amazônica,  água dos rios, igarapés, das fontes, dos furos, água dos braços e dos abraços dos cios dos rios,  água das biqueiras e o arremate com uma boa garrafada de cheiro cheiroso pra tirar o piché e afugentar o catingoso como dizem as erveiras das feiras amazônicas; mas também, das folhagens, garrafadas, preparados ae ervas  e essências da floresta, mata amazônica que se espalha por quase seis milhões de quilômetros quadrados e há de tudo.

 

              As erveiras preparam banhos e coquetéis do amor, fazem as misturas de um tudo com  e quem precisa e mesmo quem não precisa, vem adquirir, ver ou provar, os preparamentos que envolvem sementes, raspas, mil ingredientes,  até chifre de boi e outros. E Para qualquer ocasião e festejo, mandinga ou simpatia de todo tipo, para qualquer dia ou ocasião.

 

              Os famosos banhos de cheiro da noite de são João, sevem para tirar mau-olhado, para proteger e para sorte no amor e vida profissional. Esses banhos recebem variados nomes ou apelidos: afasta-te-de-mim e chega-te a mim, que levam entre outros ingredientes o croatá, cipó de alho, palmas de arruda e cali.

 

              As caboclas das barracas de cheiro, em qualquer tempo, mas, sobretudo, no mês junino, na véspera de são João, colocam vistosas coroas de são João na cabeça que é feito à base de erva chamada capela de são João, patchuli, catinga-de-mulata pra trazer sorte e saúde, sucesso financeiro, comercial, com o amado ou a amada, com quem for e desejar.

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              Nos mercados das cidades amazônicas, há, disponível, as ervas e plantas que curam qualquer problema de saúde. 

              É preciso chamar a atenção para uma festa do imaginário, para a festa da floresta, do encantamento.  Na véspera de são João, dia 23 de junho, como por exemplo no mercado do Ver-o-Peso se transforma numa grande floresta. Os tabuleiros ficam lotados, as barracas cheias e a beira da pista do Boulevard Castilhos França, vira uma caudalosa margem de rio repleto de folhagens num verde-amazônico-cheiroso-encantado cujo odor se impregna em toda a cidade se espalhando por todas as ruas, avenidas, bairros e num átimo todos passam a usar  na cabeça, nos carros, nas portas das casas, nas cercas e muros, em toda parte para trazer sorte e bons e fluídos. É a festa da festa, animação que circula como maretas de amor e paz, cheiro e fantasia na alma de cada habitante da floresta agora em plena cidade com seus becos e mastros repletos de frutas e plantas, é a magia da floresta sim, no seio de cada um que sabe que a vida pulsa feliz quando se está aberto às possibilidades de ser feliz !!!

 

IMAGINÁRIO POPULAR

 

              O Banho de cheiro é muito utilizado na noite de São João, o pessoal festeja o santo também com muita beberagem e comedoria: munguzás, pamonhas, canjicas, bolo de macaxeira, beijo de moça, arroz doce, aluás, gengibirras e faz fogueiras com sacaí na frente das casas, principalmente na periferia das cidades grandes  e no interior.

              A tradição de fazer e acender fogueiras, infelizmente, neste século 21, aos poucos vai se acabando nas grandes cidades da Amazônia, mas ainda se preserva em algumas periferias dessas cidades e nas comunidades ribeirinhas do interior.  Que passam a fogueira formando os compadres, mantendo assim a tradição dos afilhados de fogueira.

              Também a tradição de festa em terreiro junino se mantém. Quem faz festa para o  santo, além de contratar aparelhagem de som, se responsabiliza pelas brincadeiras para a criançada , como quebra-pote, corrida do saco, pau-de-sebo, muito foguetinho e pé-de-moleque e danças como: boi-bumbá, cordão de pássaros, grupos parafolclóricos e quadrilhas com seus quadrilheiros com vestimenta frenética  e muitas  outras atrações.

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              As ervas para se fazer o banho de cheiro, variam de lugar pra lugar, de mercado para mercado, de feira pra feira, seja em Manaus, em Boa Vista, Rio Branco, Porto Velho, Macapá, Palmas e Belém.

 

 

RECEITA DE BANHO DE CHEIRO – FAÇA E TOME O SEU !

 

              Para saciar a curiosidade, vamos dar aqui uma pequena mostra. É preciso consultar uma erveira para poder aviar uma boa receita para um banho de efeito certeiro.

              Numa bacia grande ou numa lata com água – dependendo para quantas pessoas será feito o banho colocar:  chama de cheiro aromático, é para atrair dinheiro; mangericão, também é aromático e é bom pra gripe, patchuli, é aromático; curimbó, estoraque, pataqueira, catinga-de-mulata, priprioca, canela, cipó-ira, alecrim-de-angola, trevo, mangerona, hortelã e outros e outros.

              Para um bom banho, é verdade, procure nas barracas das erveiras e cheiros de Manaus, Macapá, Rio Branco ou no mercado do Ver-o-Peso e mande fazer seu banho especial, suas garrafadas e as coroas ou  capelas de são João e cante:

              Capelinha de melão, é de são João, é de cravo é de rosa , é de manjericão... (Domínio Popular)

              Pode comprar também os maços dos ingredientes e os frascos de banhos. Mas, continuando o nosso, daqui só para saciar a curiosidade do leitor, vamos em frente. Para preparar o banho: corte todos os ingredientes em pedaços pequenos, coloques numa lata ou numa bacia com água (a gosto)  e esfregue as ervas, deixe ficar no sol, depois na sombra, depois no sereno, por diversos dias e adicione colônias ou outros aromas ao seu gosto.

              O banho de cheiro é tomado à meia-noite do dia 23 de junho e serve para trazer saúde, dinheiro, amores, sucesso, felicidade, sorte, todo tipo de atração e de coisas boas que fazem a felicidade.

              Damos a seguir uma lista de outros matos amazônicos ou plantas ou ervas ou cipós que podem ser adicionados aos banhos ou usados nas mais diversas necessidades como medicina caseira, etc, etc.

 

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Pode anotar:

Alfavaca, alfazema, alecrim, alho, aninga, angélica, andiroba, arnica, barbatimão,breu, caimbé, caju, cana, canela , capim-marinho caxinguba, chicórea, copaíba, gergelim, guaraná,  jambu, laranja da terra, malvarisco,  Maria-mole, mucuracaá, patichuli, arruda pariri, pião-roxo, quina, salsa, urucu, murumuru  e muitos, muitos outros.

 

Para muitas situações, as soluções são Raízes, paus, folhas, ervas, cipós, cascas, resinas, de tudo se compõe a farmácia popular, pois a floresta é na verdade a farmácia do povo:

 

              Pajés e benzedores, para fazer suas benzeções e passes, utilizam muitos outros e fazem oração e aplicam fórmulas para tirar: quebranto, mau olhado, rasgadura, terçol, catarata, inflamações, curar diabetes, câncer, coração, verme, febre, dor de dente, tosse, reumatismo, dord’olhos, inflamação nos pulmões...

 

Copaiba – usar nas feridas, como antibiótico natural;

andiroba – pode ser utilizado como repelente de insetos, para reumatismo;

cumaru – dores musculares, reumáticas;

jatobá – tônico, expectorante, nas gripes;

amapá – leite usado nas doenças respiratórias;

verônica – para higiene feminina;

folha de abacate –  fazer chá da folha madura para quem está com anemia;

pó de guaraná -  um excelente estimulante, combate a stress, o cansaço físico e mental, revigora todas as forças. Deve ser tomado pela manhã: uma colher de chá num copo d água ou suco de frutas.

 

 

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GLOSSÁRIOVisagem: Ser sobrenatural e de mau agouro. Palavra muito usada pelos caboclos

da Amazônia.

Igarapé: Rio pequeno, braço de rio. Na Amazônia são usados como via de transporte por onde trafegam canoas pequenas chamadas de "cascos". Mas existem também igarapés grandes (igarapés-açus) por onde passam barcos maiores.

Benzedeira: Mulher geralmente idosa e respeitada na região por ter poderes sobrenaturais de curar doenças, desfazer feitiços e encantos.

Mundia: Encanta, entorpece, atrai a atenção.

Horas mortas: Meia noite, meio dia e 6 da tarde. São horas em que as visagens estão à solta.

Mundiado: Encantado, abobalhado, desorientado

Cipó: Vegetação trepadeira que se assemelha a uma corda

Malinou: Atazanou. Palavra aqui empregada no sentido de encantar, fazer a pessoa ficar desorientada no meio da mataHoras mortas - Meia noite, meio dia e 6 da tarde. São horas em que as visagens estão à solta.

Igara: Canoa leve talhada num único tronco de árvore

Tarumã: Árvore comum nas margens de rios da Amazônia. Sua madeira é muito usada para fazer esteios de habitações na mata

Fado: Palavra aqui empregada no sentido de "destino", "sofrimento", "castigo"

Igapó: Áreas alagadas da mata.