cores e pinceis

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cores e pincéis criações de Manoel Correia do Nascimento

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Cores e pincéis : criações de Manoel Correia do Nascimento / pesquisa e texto de Maria Beatriz Porto.-- Rio de Janeiro : IPHAN, CNFCP, 2012. 36 p. : il. -- (Sala do Artista Popular ; n. 174). ISSN 1414-3755Catálogo etnográfico lançado durante a exposição realizada no período de 14 de junho a 22 de julho de 2012

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cores e pincéis criações de Manoel Correia do Nascimento

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Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular

Iphan / Ministério da Cultura

S A P

sala do artista popular 1742 

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MUSEU DE FOLCLORE EDISON CARNEIRO

cores e pincéis:

criações de Manoel Correia do Nascimento

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Presidência da RepúblicaPresidenta: Dilma Vana Rousseff

Ministério da CulturaMinistra: Ana de Hollanda

Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacion alPresidente: Luiz Fernando de Almeida

Departamento de Patrimônio ImaterialDiretora: Célia Corsino

Centro Nacional de Folclore eCultura PopularDiretora: Claudia Marcia Ferreira

 APOIO

Centro de Estudos e Ações Solidáriasda Maré (CEASM)Museu da MaréDiretor: Luís Antonio de Oliveira

apoio realização

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Setor de Pesquisa

PROGRAMA SALA DO ARTISTA POPULAR

COORDENADORAMaria Elisabeth Costa

PESQUISA E TEXTOMaria Beatriz Porto

FOTOGRAFIASFrancisco Moreira da Costa

EDIÇÃO E REVISÃO DE TEXTOSLucila Silva Telles

 Ana Cla ra das Ves tes

DIAGRAMAÇÃOLígia Melges

Luana Santos (estagiária)

 APOIO DE PRODUÇÃODirlene Regina Santos da Silva

Manuela Kemper

PROJETO DE MONTAGEM E PRODUÇÃO DA MOSTRALuiz Carlos Ferreira

 A Sala do A rtista Popular, do Centro Nacional de Folclore e

Cultura Popular/CNFCP, criada em maio de 1983, tem por objetivo

constituir-se como espaço para a difusão da arte popular, trazendo

ao público objetos que, por seu significado simbólico, tecnologia de

confecção ou matéria-prima empregada , são testemunho do viver e

fazer das camadas populares. Nela, os a rtistas expõem seus trabalhos,

estipulando livremente o preço e explicando as técnicas envolvidas

na confecção. Toda exposição é precedida de pesquisa que situa oartesão em seu meio sociocultural, mostrando as relações de sua

produção com o grupo no qual se insere.

Os artistas apresentam temáticas diversas, trabalhando maté-

rias-primas e técnicas distintas. A exposição propicia ao público não

apenas a oportunidade de adquirir objetos, mas, principalmente,

a de entrar em contato com realidades muitas vezes pouco familiares

ou desconhecidas.

Em decorrência dessa divulgação e do contato direto com

o público, criam-se oportunidades de expansão de mercado para

os artistas, participando estes mais efetivamente do processo de

valorização e comercialização de sua produção.

O CNFCP, além da realização da pesquisa etnográfica e de

documentação fotográfica, coloca à disposição dos interessados

o espaço da exposição e produz convites e catálogos, providenciando,

ainda, divulgação na imprensa e pró-labore aos artistas no caso de

demonstração de técnicas e atendimento ao público.

São realizadas entre oito e dez exposições por ano, cabendo

a cada mostra um período de cerca de um mês de duração.

 A SAP procura também alcançar abrangência nacional, recebendoartistas da s várias unidades da Federação. Nesse sentido, ciente do impor-

tante papel das entidades culturais estaduais, municipais e particulares,

o CNFCP busca com elas maior integração, partilhando, em cada

mostra, as tarefas necessárias a sua realização.

Uma comissão de técnicos, responsável pelo projeto, recebe e

seleciona as solicitações encaminhadas à Sala do Artista Popular,

por parte dos artesãos ou instituições interessadas em participar

das mostras.

C797 Cores e pincéis : criações de Manoel Correia do Nascimento

 / pesquisa e texto de Maria Beatriz Porto.-- Rio de

Janeiro : IPHAN, CNFCP, 2012.

  36 p. : il. -- (Sala do Artista Popular ; n. 174).

  ISSN 1414-3755

  Catálogo etnográfico lançado durante a exposição

realizada no período de 14 de junho a 22 de julho de 2012.

  1. Pintura popular. 2. Artista popular. I. Nascimento,

Manoel Correia do, 1941- . II. Porto, Maria Beatriz, org.

III. Série.

  CDU 75(81)

PRODUÇÃO DE TRILHA SONORA Alexandre Coelho

EQUIPE DE PROMOÇÃO E COMERCIALIZAÇÃOMarylia Dias, Magnum Moreira e Sandra Pires

174sala do artista popular

MUSEU DE FOLCLORE EDISON CARNEIROS A P

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Cores e pincéis: criações de Manoel Correia

do Nascimento

MARIA BEATRIZ PORTO

Manoel Correia do Nascimento nasceu em 23 de junhode 1941 (mas no seu registro, por um erro, consta a data de1940), em Campina Grande, Estado da Paraíba, onde seuspais trabalhavam na roça, e ele ajudava junto a seus quatro

irmãos. Lá permaneceu até os 17, 18 anos, quando veiopara o Rio de Janeiro à procura de trabalho. Era ainda “umgarotão” quando fez a viagem pela primeira vez:

Eu vim para cá no pau de arara, no ano de 59. Passei seis

meses aqui. Eu vim em cima de uma carga de fumo, como

contrabando. Para passar nos postos, a gente se cobria com

uma lona com medo de ser pego pela polícia e ser mandado

de volta.

 Assim que chegou, foi logo trabal hando em diversa sobras como ajudante de pedreiro, “dando um duro danado”. 

Nessa ocasião conheceu um ex-combatente que morava emManguinhos, bairro da Zona Norte da cidade, que lhe propôsparceria na venda de rapadura trazida de Minas Gerais. Ins-talou então uma banquinha como camelô na antiga avenidaSuburbana, atual Dom Hélder Câmara, no bairro da Penha.Os ganhos eram divididos entre os dois, porém a atividadepouco durou. Certo dia, toda a mercadoria foi apreendidapelo “rapa”, como é conhecida a repressão feita pela políciaaos trabalhadores informais como ambulantes e ca melôs.

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Segundo ele, “o estudo é pouco”, mas pode contarcom sua “memória para aprender as coisas”. Tudo que sabeaprendeu por força de vontade, curiosidade e perseverança.“Eu não tive, mas dei para elas” – assim expressa o orgulhode ter conseguido prover os estudos de suas três filhas,Marinalva, do primeiro casamento, e Marilene e Mariluce,de sua união de mais de 40 anos com Deusdete, paraibanaque conheceu no Rio de Janeiro. Manoel também criou umsobrinho, Rogério, após o falecimento do seu irmão e de suacunhada, sempre se referindo a ele como seu filho.

 ALAGADOS, TRENCHTOWN, FAVELA DA MARÉ A ESPERANÇA NÃO VEM DO MAR

NEM DAS ANTENAS DE TV 

O Complexo da Maré se formou à beira da Baía deGuanabara, com suas casas de palafitas, em manguezais ealagados, popularizados na letra de Herbert Viana e Bi Ri-beiro, sucesso d’Os Paralamas do Sucesso. O bairro, fundadooficialmente em 19 de janeiro de 1994 pelo Projeto de Leinº 2119, está localizado na Zona Norte do Rio de Janeiro,entre duas das principais vias de acesso à cidade, a avenidaBrasil e a Linha Vermelha, próximo ao Campus do Fundão,

 A consel ho de um de seu s irmãos , retornou a C ampinaGrande, onde permaneceu por mais três anos, voltandoa plantar e cuidar da criação com a família, a trabalharna agricultura, até se mudar de vez para o Rio de Janeiroem 1962.

 Aqui, muitas foram as ocupações de Manoel Correia doNascimento. Começou como servente de pedreiro e, como tempo, passou a “oficial pedreiro”, em diversas construçõesna Zona Sul. Contudo, muito o incomodava a instabilidadedessa atividade. Ao terminar uma obra, precisava buscaroutra, e sem garantia de continuidade. Conquistou a estabi-

lidade que desejava quando começou a trabalhar no JockeyClub Brasileiro, a princípio como terceirizado de diversasempresas que ali prestavam serviços até, por fim, ser efetivadocomo funcionário. Lá ficou por 33 anos.

O Jockey Club é composto pelo complexo onde ocorremas corridas de cavalos e se situa o clube para os associados,com áreas de la zer, piscinas e quadras de esportes, no bairroda Gávea. Entretanto, a sede funciona no centro da cidade, narua Almirante Barroso, englobando o setor administrativo,restaurantes, um salão nobre e u ma garagem privativa paraos associados. Por mais de três décadas, Manoel exerceu alidiferentes funções, desde reformas e obras tanto no Centro

quanto na Gávea, inclusive a impermeabilização das piscinas,até se encarregar da manutenção das tribunas, cargo no qualse aposentou em 1997.

Manoel do Nascimento morou no Humaitá, numapequena comunidade chamada Miguel Pereira, em ruade mesmo nome, bem próximo às construções onde tra-balhava, na Zona Sul dacidade, e ao trabalho no Jockey Clu b, que ass umiuposteriormente. Ali residiuaté se casar com Deusdete

da Cruz do Nascimento,no início da década de1970, quando foi obrigadoa se mudar, assim comoos demais moradores doMiguel Pereira e da comu-nidade vizinha, o MacedoSobrinho, numa ação deremoção do governo doEstado. Manoel foi, então,morar na Maré, onde per-manece até hoje.    R

  e  p  r  o   d  u  ç   ã  o .

   P  o  r   t  o   d  e   M  a  r   i  a   A  n  g   ú .   J  o   b  e  r   t  o ,   1   9   7   0 .   A  c  e  r  v  o   D  o  n  a   O  r   i  s   i  n  a   V   i  e   i  r  a   (   C   E   A   S   M   )

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Desde o final da década de 1980, os moradores da Marétem se envolvido no movimento político, social e cultural dereconhecimento e titulação da ocupação da região. O forta-lecimento da identidade do conjunto de comunidades queformam a Maré1 se consolida por intermédio de iniciativas

como a criação do Museu da Maré, inaugurado em 2006,após a organização do Centro de Estudos e Ações Solidáriasda Maré (Ceasm), com recursos do Programa Cultura Viva– Pontos de Cultura e apoio técnico do Departamento deMuseus do Iphan.

da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e da FundaçãoOswaldo Cruz.

Congrega o maior conjunto de comunidades do Brasil,contando, segundo o Censo da Maré 2000, com mais de 132mil moradores, espalhados por 16 comunidades distintas,o que, de acordo com André Luis Esteves Pinto, se tivesse setransformado em município, o teria feito ter uma populaçãosuperior à de Angra dos Reis e Cabo Frio, com direito a umaCâmara de Vereadores com 21 representantes (2004:37).

 A comu nidade Nova Hola nda, onde mora Manoel doNascimento, surgiu durante o governo de Carlos Lacerda

(1961-1965), concebida inicialmente como um Centro deHabitação Provisório.

Toda aquela região já foi formada somente de ilhas,praias, manguezais e mata atlântica. Loca l de concentraçãode pau-brasil, logo se transformou em foco da atividadeextrativista e da comercialização do produto, com a cons-trução do Porto de Inhaúma, por onde também escoavaa produção açucareira do estado.

O porto desapareceu, assim como as casas de palafitas, de -vido aos sucessivos aterros na região. Porém, desde a década de40, a população cresce em virtude dos trabalhadores migrantesatraídos pelo desenvolvimento industrial do Rio de Janeiro.

   R  e  p  r  o   d  u  ç   ã  o .

   V   i  s   t  a  g  e  r  a   l   d  a   M  a  r   é .   J  o

   ã  o   M  o  n   t  e  s ,   1   9   7   9 .   A  c  e  r  v  o   D  o  n  a   O  r   i  s   i  n  a   V   i  e   i  r  a   (   C   E   A   S   M   )

   R  e  p  r  o   d  u  ç   ã  o .

   P  o  n   t  e  s .

   A  n   t   h  o  n  y   L  e  e   d ,   1   9   6   9 .   A  c  e  r  v  o   D  o  n  a   O  r   i  s   i  n  a   V   i  e   i  r  a   (   C   E   A   S   M   )

   R  u  a   D  e  n   i   l  s  o  n   d  e   S  o  u  z  a ,   N  o  v  a   H  o   l  a  n   d  a ,   C  o  m  p   l  e  x  o   d  a   M  a  r   é ,   2   0   1   2

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cotidiana dos que vivemnaquela região. O espaçoexpositivo se organiza emtorno de 12 temporalidadescíclicas e temáticas, queressignificam o tempo dodia a dia e do ciclo anual:tempo da água, da casa, damigração, da resistência, dotrabalho, da festa, da feira,da fé, do cotidiano, da crian-

ça, do medo e do futuro. As mudanç as na região,assim como a instalação doMuseu no bairro, colabora-ram para a divulgação dastelas de Manoel. “Eles medescobriram aqui”, conta ele com orgulho. Um dos módulosdo Museu da Maré expõe atua lmente 14 telas de sua autoria,acompanhadas de um breve texto biográfico.

O diretor do Museu, Luiz Antônio de Oliveira, destacaque a proposta inicial não incluía a comercialização dastelas, apenas a exposição. Contudo, para atender a demanda

Dentre os projetos degrande impacto social naregião, destaca-se a açãodo Ceasm, criador doCenso Maré e do Museuda Maré, cuja propostabásica é a intervenção narealidade social e políticadas comunidades comcursos de pré-vestibularcomunitário, o Obser-

vatório de Favelas e aorganização de pesquisasocial, consultoria e ação,e a Redes de Desenvolvi-mento da Maré, que sededica a construir umarede de desenvolvimentosustentável voltada para

a transformação estrutural do Complexo.O Museu da Maré está localizado num galpão cedido em

comodato. Reúne objetos e fotografias, coletadas junto aosmoradores, que retratam parte da história do local e da vida

   V   i  s   t  a  g  e  r  a   l   d  o   i  n   t  e  r   i  o  r   d  o   M  u  s  e  u   d  a   M  a  r   é

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do público, o espaço constantemente se renova, compor-tando novas telas em substituição às que são compradaspelos visitantes.

 As pinturas de Ma noel marca m a presença da produç ãode moradores no espaço expositivo, que tem por objetivoabrigar não só sua história, como também os desafios queenfrentam e o cotidiano criativo.

"TUDO ISSO AQUI É OBRA MINHA"

Manoel pontua, orgulhoso, a construção paciente elaboriosa de sua casa, hoje também misto de ateliê e museu.“Quando cheguei aqui, isso era um barraco de madeira. Euque fiz isso tudinho: eu, Jesus, mais a luz e uns meninos quetrabalhavam comigo.” O barraco de madeira se transformouem uma casa de alvenaria detrês pavimentos.

 Ao cheg ar o vis itan teencontra quadros pendura-

dos nas paredes de todos oscômodos. Mas Manoel esta-belece fronteiras no espaço,fixando hierarquias: mora noprimeiro pavimento e reservao segundo para as telas pron-tas. “Museuzinho”, é comochama este espaço.

No terceiro andar, ondefoi instalada a lavanderiada família, alguns vasos deplantas adornam o ambiente.

   E  s  p  a  ç  o   d  e   d   i  c  a   d  o   à  s  o   b  r  a  s   d  e   M  a  n  o  e   l  n  o   M  u  s  e  u   d  a   M  a  r   é

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É ali onde Manoel trabalha, rodeado do material que usapara suas pinturas. Fez um arranjo, aproveitando umamesa de pingue-pongue, onde costuma preparar suas telase pintar.

Neste local, ficam as tintas de pva, os pigmentos demarca Xadrez, bem como os tecidos, os compensados e tra-vessões de madeira para confecção das telas. Há uma TV eo inseparável radinho para ouvir notícias da R ádio Tupi en-quanto trabalha, além de desenhos e pinturas pelas paredes.

Durante os meses do verão, diz Manoel: “Não façodireto, não. Dou um tempinho. Aqui faz u m calor danado”,pois o terceiro andar de sua casa fica muito quente devidoà cobertura de telha de amianto, não o permitindo ficarpintando horas a fio.

Segundo ele, as telas compradas não são firmes o su-ficiente, por isso a primeira etapa de seu trabalho consisteem prepará-las. Com uma folha de compensado ou eucatex,mais quatro travessões de madeira cortados de acordo com

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o tamanho da folha e fixados com pregos, um em cada lado,está pronto o formato da tela que deseja.

Em seguida, Manoel corta um pedaço de tecido dealgodão, comprado numa loja da vizinhança, um poucomaior que a extensão da tela, que ele estica bastante atégrampear na madeira. 

Sobre a tela montada, passa então a tinta da cor esco-lhida para o fundo – a marelo, rosa, azul ou até mesmo umacamada de branco, igual ao do tecido de algodão –, sem jamais se esquecer de anotaras dimensões atrás da tela. A tinta uti lizad a pode s er pvaou acrílica, também compradaperto de sua casa. A cor brancaserve de base, misturada aospoucos com o corante líquidoaté que se atinja o tom deseja-

do. Preparando os tons um aum, Manoel vai acomodando-os em um sem número depequenos potes que encontra-mos espalhados por todo o seu loca l de trabalho.

Em dias quentes e ensolarados, a tela pode secar logo.É hora então de começar a traçar as l inhas do desenho.

Primeiro, os rabiscos: faço tipo um rascunhozinho com

lápis. Se der algum problema, eu vejo o que posso fazer

com a tinta. Se você faz um rascunho, já entra com mais

certeza na coisa. (...) Passo um lápis devagarzinho, vou

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profusão de pássaros, papagaios, galinhas, patos, perus,aves mistas , como ele as chama, bem como alguns animais,notadamente as cabras e os bois, que povoaram a meniniceem Campina Grande, no trabalho agrícola e nas disputas devaquejadas. Não deixou de passar para a tela a s festas de São João e os fo rrós.  A policromia vibrante ta mbém asso ma nas

ajeitando o bichinho, depois

eu passo tinta.

Manoel faz, primeiro,os traços gerais a lápis, paradepois definir os contornosdo desenho com o pincel,acertando com tinta algumdetalhe que porventura nãotenha gostado.

Por fim, preenche a

tela inteira com pontos emdiferentes tonalidades depigmentos, recobrindo tan-to os motivos delineadosquanto os espaços entre eles.Sobre essa técnica, assina-la: “Comecei a pintar sempontinho, depois achei queficou melhor com pontinho.Mandei brasa.”

Em sua obra, prevale-cem as cores primárias na    C

  r   i  a  ç   õ  e  s   d  e  a  v  e  s  m   i  s   t  a  s  e  c  a   b  r  a  s ,   2   0   0   6 .   5   8  x   4   7  c  m

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cavalos, que remetem aos anostrabalhados no Jockey: cavalos, jóqueis, as corridas, a reta fina l,o  phot ocha rt   (a fotografia nalinha de chegada). Passou para atela o jogo de capoeira, que ocor-re no bairro onde vive. Devotode Nossa Senhora Aparecida, jáa representou diversas vezes.

Para um artista que se preo-cupa em confeccionar a própria

tela poderia parecer natural queconstruísse também as mol-duras. Mas Manoel não o faz:“esses quadros não pegam bemmoldura. Dá trabalho demais, vou perder um tempão fa-zendo uma, não tenho ferramenta suficiente.” 

Manoel Correia do Nascimento assina todos os seusquadros com as iniciais, MCN, nomeando-os e datando-os.Com uma memória excelente para datas, consegue lembrardia, mês e ano em que finalizou cada um deles. “Quemcompra mais é pessoal de fora”, assinala, mas não apreciamuito receber encomendas.

telas em que registra colheitas de árvores frutíferas, dandodestaque a jacas, cajus e abacates.

Manoel assim define o gosto pela espontaneidade em seutrabalho: “o que vem na cabeça, a gente vai chutando.” Comimaginação impregnada pela memória, as referências de suavida deslizam dos pincéis, sendo recorrentes as corridas de

   N  o  s  s  a   S  e  n   h  o  r  a   A  p  a  r  e  c   i   d  a ,   C

  a  p  e   l  a  m  a  r   í   t   i  m  a ,   2   0   1   0 .   3   9  x   3   7  c  m

   C  a  p  o  e   i  r  a ,   2   0   1   2 .   4   0  x   3   5  c  m

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 A pessoa diz: quero um igual a esse

aqui, [mas] às vezes não fica igual,

 fica sempre uma diferençazinha ...

só se a pessoa aceitar do jeito que eu

 fizer, que nem essa Noss a Senhora

 Aparecida qu e eu fiz .

Depois que um quadro desua autoria foi incorporado aoMuseu Internacional de ArteNaïf, a categoria passou a fazer

parte das que usa para falar deseu trabalho. Acrescentou otermo até mesmo em seu nomede usuário no correio eletrônico.Em 2010, a filha Mariluce eseu namorado, Leonardo Melo,criaram um blogger: manoelnaif.wordpress.com.

“No final do século XIX,o termo naïf   2 ingressa no voca-bulário artístico para designara espontaneidade, a liberdade

   G  a   l   i  n   h  a  s  -   d   ’  a  n  g  o   l  a  e  g  a   l   i  n   h

  a  s  -   d  a  -   í  n   d   i  a ,   2   0   0   6 .   5   7  x   3   4  c  m

    Á  r  v  o  r  e  s   f  r  u   t   í   fi  c  a  s ,  m  a  c  a  c  o  s  e   t   i  g  r  e  s ,   2   0   0   6 .   4   1  x   3   7  c  m

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no uso das cores, o universo plástico e simbólico dos quese aventuram nos pincéis sem passar por formação erudita”(Waldeck, 2010:14). O marco do reconhecimento de pintoresnaïfs foi Henri Rousseau (1844-1910), um funcionário daalfândega francesa que expôs pela primeira vez, em 1886,no Salão dos Independentes em Paris, onde apresentou umanova maneira de percepção da realidade mágica e objetivi-

dade em relação à natureza, totalmente desconhecidas naépoca (Bihalji-Merin, 1978:27). Rousseau morreria semter seu trabalho devidamente reconhecido, mas seu legadoinfluenciaria vanguardistas europeus como Paul Gauguin(1848-1903), Pablo Picasso (1881-1973), Robert Delaunay(1885-1941) e Camille Bombois (1883-1970).

Para Oto Bihalji-Merin (1972:9), os artistas naïfs creemno impulso do coração; nesse sentido, sugere que interprete-mos a multiplicidade de facetas dessa manifestação artísticaconsiderando uma série de variáveis, como o imagináriopopular, um amadorismo rústico e citadino, além de umapseudoingenuidade.

Na América, o naïf vai sofrer influência da coloniza-ção europeia e da escravidão indígena e africana, o que éevidenciado nas representações da vida cotidiana, nos ele-mentos folclóricos e rituais religiosos. Nos Estados Unidos,os expoentes da arte naïf seriam Anna Mary Robertson,a Grandma Moses (1860-1961) e J. Frost (1852-1929); noHaiti, podemos destacar Hector Hyppolite (1894-1948),Pierre-Joseph e Préfète Duffaut.

No Brasil, o reconhecimento de artistas ditos naïfsemerge em 1937, com a obra de Heitor dos Prazeres (1898-1966), além de grandes a rtistas como José Bernardo Junior,   P

  e  r  u  a  s  e   b  o  r   b  o   l  e   t  a  s ,   2   0   0   7 .   5   0  x   4   1  c  m

   V  a  q  u  e   j  a   d  a ,   2   0   0   5 .   6   0  x   3   8  c  m

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dade de temas e especificidades nas telas, sempre com muitaimaginação e cores.

Logo após se aposentar, aos 60 anos de idade, Manoeldo Nascimento aproveitou sua experiência com os canteirosde plantas do Jockey Club Brasileiro e a vontade de aprender

o Cardosinho (1861-1947), Maria Auxiliadora (1935-1974),Sílvia e Waldomiro de Deus, refletindo uma realidade na-cional extremamente rica e variada, sendo muitas das vezesconsiderada otimista e alegre (D’Ambrosio, 1999:166).

 Ao tratar de Cardosinho, no Pequeno dicionário da arte do

 povo brasileiro, a poeta, museóloga e historiadora de arte LéliaCoelho Frota sugere abolir tal classificação, insistindo que “oideal é deixá-lo[s] livre[s] e desetiquetá-lo[s]” (2005:95). E é elo-quente ao entrevistar, em 19843, o baiano de Itagibá Waldomirode Deus, um dos mais significativos pintores brasileiros. Ao sereferir ao seu trabalho, o pintor lança mão das categorias “pintorprimitivo, ingênuo ou autoditada”4, quando Lélia intervém:

Quando a gente se refere aos pintores eruditos, você fala

que o Volpi é um pintor erudito? Não! Quando você fala

da Tarsila, você fala: pintora erudita Tarsila? Não!”

Waldomiro conclui: “Não precisa.” E Lélia sugere: “Então,

no seu caso, no caso de Chico Silva, de Antonio Poteiro,

 falam pin tor pr imitivo? A meu ver, i sso é uma fo rma de

discriminação. (apud Waldeck, 2010).

Tal sugestão é fundamental ao tratarmos dos pintoresnaïfs, especialmente os brasileiros, tendo em vista a varie-

   D  e  s   fi   l  e  c  o  m  a   f  a  m   í   l   i  a  e   fl  a  m   i  n  g  o  s ,   2   0   0   8 .   8   0  x   4   0  c  m

   P   i  n   t  a   d  o   d  o   A  m  a  z  o  n  a  s ,   2   0   0   8 .   5   0  x   4   7  c  m

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setembro a 26 de outubro de 2008,e, depois, no III Salão de Artes Plás-ticas ABD & Petrópolis, em 2010,ambos no Centro Cultural RaulLeoni, em Petrópolis.

Manoel Correia do Nascimen-to se orgulha ao se referir aos seusquadros dizendo: “tudo isso aqui éobra minha”, pois ele não apenaspinta, mas também constrói a tela.Na verdade todo aquele espaço éfruto de sua construção: a casa detrês pavimentos onde mora, e láo Museuzinho e o andar de cima,seu ateliê.

Ele credita o que faz à constância da atividade. “A gentecomeça a fazer um pouco no começo e va i praticando mais,e aí vai criando, vai fa zendo cada vez mais.”

Sua principal fonte de renda é a aposentadoria comopedreiro, que complementa com a venda, mesmo que muitoirregular, dos quadros.

No exercício de tantas ocupações ao longo da vida, aoser perguntado como ele se definiria, não deixa de ser encan-

20 de outubro de 2004 com uma entrevista no Centro Cul-tural da UFRJ mostrando o artista pintando a tela “Pata comfilhote”, que até hoje guarda como recordação, e faz parte doacervo exposto nesta Sala do A rtista Popular.

Manoel tem participado de várias exposições, dentre asquais a “Caminhos”, de 2008, no Centro Cultural PaschoalCarlos Magno, em Niterói, sua primeira mostra individual. Além dis so, já foi premiado dua s vezes: primeiro, durante a15ª Mostra de Arte “Realizando Sonhos com Arte”, de 27 de

coisas novas e foi trabalhar como jardineiro voluntário noHospital Universitário Clementino Fraga Filho, da Universi-dade Federal do Rio de Janeiro, na Ilha do Fundão. “Nuncafui jardineiro na minha vida (...) mas tinha uma praticazinha.”

No ano de 2000, passou então a frequentar o CentroCultural que funcionava no Hospital e oferecia, no horáriode almoço, aulas de artes plásticas, violão e artesanato, entreoutras. Foi assim que começou a participar da oficina soborientação da professora Renata. “Comecei desenhando. Umdia, ela me deu uma telazinha de 32x22cm e pintei meusprimeiros peixes.” O quadro, sem nome, pertence ao acervopessoal do autor, um símbolo de sua iniciação que ele nãovende, guardando-o de recordação. Depois desse primeiropasso, o artista não parou mais.

Por incentivo da professora, Manoel apresentou sua obraao Museu Internacional de Arte Naïf (Mian), no bairro Cos-me Velho, na Zona Sul do Rio de Janeiro, e seu “Corrida decavalo com jockey” foi selecionado para fazer parte do acervo. A instituição, fu ndada pelo cole cionador Lucien Filken stein(1931-2008), em 1995, reúne em sua coleção mais de seis milobras de artistas de diferentes países.

 Além de ssa, se u traba lho ultra passou outras f ronteiras:o Jornal Nacional, da Rede Globo, encerrava sua edição de

   S  e  m  n  o  m  e  –  p  r   i  m  e   i  r  a  o   b  r  a ,   2   0   0   0 .   3   2  x   2   2  c  m

   P  a   t  a  c  o  m   fi   l   h  o   t  e ,   2   0   0   4 .   3   3  x   2   2  c  m

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 AMBROSIO, Oscar Alejandr o Fabian d’. Os pincéis de Deus:vida e obra do pintor naïf Waldomiro de Deus. São Paulo: UniversidadeEstadual Paulista, Imprensa Oficial, 1999

BIHALJI-MERIN, Oto. Les maîtres de l’art naïf . Bruxelles:La Connaissance, 1972.

_____. El arte naif . Traducción: María Luz Rovira Grau. Barcelona:Labor, 1978.

COSTA, Carla (Org.). Lirismo: pinturas de Barbara Deister.Rio de Janeiro: Funarte: CNFCP, 1999. (Sala do Artista Popular, 77).

FREIRE, Letícia de Luna. Favela, bairro ou comunidade? Quando umapolítica urbana torna-se uma política de significados. Dilemas: Revista

de Estudos de Conflito e Controle Social, Rio de Janeiro: UniversidadeFederal do Rio de Janeiro, Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, v. 1,n. 2, out./dez. 2008.

FROTA, Lélia Coelho. Mitopoética de nove artistas brasileiros:vida, verdade e obra. Rio de Janeiro: Funarte, 1978.

_____. Pequeno dicionário da a rte do povo brasileiro. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2005.

 JUNG, Tatiana Sa ntos. Considerações históricas da organização

espacial da Cidade do Rio de Janeiro: um enfoque no Complexo daMaré. Disponível em: <http://www.abep.nepo.unicamp.br/docs/anais/outros/4EncNacSobreMigracao/SCII-8.pdf>. Acesso em: 23 mar. 2012.

NÓBREGA JUNIOR, Edson Diniz. O Programa Criança Petrobras

na Maré em oito escolas públicas do maior conjunto de favelas

NOTAS

1 As primeiras regiões a serem ocupadasforam o Morro do Timbau, a Baixa doSapateiro, Parque da Maré. Com a conclusãoda construção da Avenida Brasil, em 1946,surgiram as comunidades de Parque União eRubens Vaz. Nos anos 80 e 90, as comunidadesda Vila do João, Vila do Pinheiro, ConjuntoPinheiro, Conjunto Esperança, Nova Maré eBento Ribeiro Dantas se instalam. Por fim,em 2000 foi inaugurada pela prefeitura acomunidade de Salsa e Merengue, tida comouma extensão da Vila do Pinheiro.

2 E m francês, esse termo significa ‘ingênuo’.

3 Pintura Primitiva. 1984. 2 fitas cassetes(90min. cada): sonoro, mono. Entrevistaconcedida a Lélia Coelho Frota por

 Waldomiro de Deus e sua e sposa Lurdes e m1º de dezembro, em Osasco, SP, com objetivode identificar o artista e sua obra paraa elaboração do catálogo de peças da coleçãoMario Schenberg doada ao Museu de FolcloreEdison Carneiro. Conjunto depositadona Biblioteca Amadeu Amaral/CNFCP, sobnº. FK0029.

4 Para muitos, a categoria naif   incluipintores originários das camadas populares,autodidatas, sem formação erudita ouacadêmica.

tador ouvi-lo, com sua proverbialmodéstia: “sou um quebra-galho”.O que certamente é contestadopelos cuidados com o jardim, a casaque construiu, as pinturas por todaparte da casa, o Museuzinho paraguarda das telas, e ainda o bloggeronde se destaca como artista naïf,assim como os circuitos por ondetransitam seus trabalhos, no bairroda Maré, onde vive, e em tantasoutras instituições.

   C  r   i  a  ç   õ  e  s   d  e  g  a   l   i  n   h  a  s  p  o  e   d  e   i  r  a ,   2   0   0   9 .   3   9  x   3   7  c  m    (  o   b  r  a  p  r  e  m   i  a   d  a   )

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5. Exposição CaminhosLocal: Sala Hilda Campofiorito – Centro Cultural PaschoalCarlos Magno – NiteróiPeríodo: 09 a 26 de outubro de 2008

6. 15ª Mostra de Arte “Realizando Sonhos com Arte”Local: Centro Cultural Raul LeoniPeríodo: 27 de setembro a 26 de outubro de 2008Premiação: Recebeu um troféu por sua obra de Pintura Naif 

7. Exposição “Arte e Saúde III”Local: Academia Nacional de MedicinaPeríodo: 19 de maio a 29 de junho de 2009

8. 16ª Mostra de Arte “Rotary em Tempo de Arte”Local: Centro Cultural Raul LeoniPeríodo: 02 a 25 de Julho de 2010

9. III Salão de Artes Plásticas ABD & PetrópolisLocal: Centro Cultural Raul LeoniPeríodo: 04 a 26 de setembro de 2010

10. Premiação: Recebeu um troféu por sua obra de Pintura NaifExposição “Arte e Saúde IV”Local: Varanda do Museu Inaldo de Lyra Neves MantaPeríodo: 08 a 29 de outubro de 2010

11. Exposição na portaria principal do Hospital UniversitárioClementino Fraga FilhoLocal: Portaria principal do HUCFF

do Brasil. Dissertação (Mestrado em Educação) – PontifíciaUniversidade Católica do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2007.

PINTO, André Luís Esteves. O Cidadão: um jornal comunitáriona era da globalização. Dissertação (Mestrado em Comunicação) –Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro,Rio de Janeiro, 2004.

 WALDECK, Guacira (Org.). Pinturas de Ermelinda . Rio Janeiro:Iphan, CNFCP, 2010. (Sala do Artista Popular, 160).

_____. Pintura : coleção Mario Schenberg. Rio de Janeiro: Iphan,CNFCP, 2010. Catálogo da exposição.

EXPOSIÇÕES MANOEL CORREIA DO NASCIMENTO

1. Concurso Banco Real Talentos da MaturidadeParticipação na categoria: Artes plásticasPeríodo: Ano de 2003

2. Exposição “Arte e Saúde – Humanizando o ambiente hospitalar”Local: Academia Nacional de MedicinaPeríodo: de 02 a 17 de outubro de 2003

3. Exposição: “O que Pinta na Maré – Arte Local”Local: Museu da MaréPeríodo: 13 de julho a 06 de setembro de 2007

4. Exposição “Arte e Saúde: Humanizando o Ambiente Hospitalar II”Museu: Inaldo de Lyra Neves Manta.Período: 18 de outubro a 01 de novembro de 2007

   C  o   l   h  e   i   t  a   d  e   j  a  c  a  e

  c  a   j  u ,   2   0   0   8 .   8   0  x   3   9  c  m

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CONTATOS PARA COMERCIALIZAÇÃO

SALA DO ARTISTA POPULAR | CNFCP

Rua do Catete, 179 (metrô Catete)

Rio de Janeiro – RJ cep 22220-0 00

tel (21) 2285.0441 | (21) 2285.0891

fax (21) 2205.0090

[email protected]

www.cnfcp.gov.br

MANOEL CORREIA DO NASCIMENTO

Rua Denilson de Souza, 38, Maré

Rio de Janeiro – RJ

tel (21) 2290.4283 | (21) 9287-9332

[email protected]

blogger: manoelnaif.wordpress.com

   [  c  a  p  a   ]   C  o  r  r   i   d  a   d  e  c  a  v  a   l  o  c  o  m    j  o

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   R   I    O   D   E   J   A   N   E   I   R    O    |   1   4   D   E   J   U   N

   H    O   A   2   2   D   E   J   U   L   H    O   D   E   2   0   1   2

   M   I   N   I    S   T    É   R   I    O   D   A    C   U

   L   T   U   R   A    |   I   P   H   A   N    |    C   E   N   T   R    O   N

   A    C   I    O   N   A   L   D   E   F    O   L    C   L    O   R   E   E    C   U   L   T   U   R   A   P    O   P   U   L   A   R

    M   U    S   E   U   D   E   F    O   L    C   L    O   R

   E   E   D   I    S    O   N    C   A   R   N   E   I   R    O