construção magazine 47
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© Engenho e Média, Lda.TRANSCRIPT
DOSSIERReabilitação Low Cost / High Value
CONVERSASAntónio Almeida Henriques
47
N ° 4 7 . j a n e i r o / f e v e r e i r o 2 0 1 2 . 6 . 5 0
1
sumário
ficha técnicadiretor
Eduardo Jú[email protected]
diretora executivaCarla Santos Silva
conselho científicoAbel Henriques (UP), Albano Neves e Sousa (UTL),
Álvaro Cunha (UP), Álvaro Seco (UC), Aníbal Costa (UA), António Pais Antunes (UC),
António Pinheiro (UTL), Carlos Borrego (UA), Conceição Cunha (UC), Daniel Dias da Costa (UC),
Diogo Mateus (UC), Elsa Caetano (UP), Emanuel Maranha das Neves (UTL)
Fernando Branco (UTL), Fernando Garrido Branco (UC),Fernando Sanchez Salvador (UTL),
Francisco Taveira Pinto (UP), Helder Araújo (UC), Helena Cruz (LNEC), Helena Gervásio (UC),
Helena Sousa (IPL), Hipólito de Sousa (UP), Humberto Varum (UA), João Mendes Ribeiro (UC),
João Pedroso de Lima (UC), Joaquim Figueiras (UP), Jorge Alfaiate (UTL), Jorge Almeida e Sousa (UC),
Jorge Coelho (UC), Jorge de Brito (UTL), Jorge Lourenço (IPC), José Aguiar (UTL),
José Amorim Faria (UP), José António Bandeirinha (UC), Júlio Appleton (UTL), Luis Calado (UTL),
Luís Canhoto Neves (UNL), Luís Godinho (UC), Luís Guerreiro (UTL) , Luís Juvandes (UP),
Luís Lemos (UC), Luís Oliveira Santos (LNEC), Luís Picado Santos (UTL), Luís Simões da Silva (UC),
Paulo Coelho (UC), Paulo Cruz (UM), Paulo Lourenço (UM), Paulo Maranha Tiago (IPC),
Paulo Providência (UC), Pedro Vellasco (UER, Brasil), Paulo Vila Real (UA), Raimundo Mendes da Silva (UC),
Rosário Veiga (LNEC), Rui Faria (UP), Said Jalali (UM), Valter Lúcio (UNL), Vasco Freitas (UP),
Vítor Abrantes (UP), Walter Rossa (UC)
redaçãoJoana Correia
gestora de produtoRita Ladeiro
marketing e publicidadeVera Oliveira
grafismo avawise
assinaturasTel. 22 589 96 25
redação e ediçãoEngenho e Média, Lda.
Grupo Publindústria
propriedade e impressãoPublindústria, Lda.
Praça da Corujeira, 38 - 4300-144 PORTOTel. 22 589 96 20, Fax 22 589 96 29
[email protected] | www.publindustria.pt
publicação periódicaRegisto n.o 123.765
tiragem6.500 exemplares
issn1645 – 1767
depósito legal164 778/01
capa Fotografia © Davide Guglielmo
Os artigos publicados são da exclusiva responsabilidade dos autores.
2editorial
4_24dossier | “reabilitação low-cost / high value“
4_8conversasAntónio Almeida Henriques
9_11Intervenção mínima reabilitação máxima – josé aguiar
12_14Reflexões sobre o futuro do urbanismo em Portugal – nuno norte pinto e antónio pais antunes
15_19Cidade (cada vez mais) antiga: expectativa ou desistência – josé ant. raimundo mendes da silva
20_24Reabilitação urbana de qualidade e a baixo custo – eduardo júlio, luís canhoto neves, antónio leça coelho e rita bento
26_27soluções construtivasSoluções de Reabilitação Urbana Low Cost
28_29soluções construtivasLight Steel Framing – otimização da estrutura, conforto e custo
30_31i&d empresarial
32_33publi-reportagemEmcephob Nanoperm P –Proteção de superfície de alto desempenho
34_35acústicaInfluência das transmissões marginais no isolamento a sons aéreos – Proposta de abordagem simplificada
36_37estruturas de madeiraAnomalias comuns na aplicação de revestimentos de piso de madeiraParte 2 – seleção da madeira, pormenores construtivos, acabamento e manutenção
38estruturas metálicasConstrução Metálica: o potencial exportador da investigação
39sísmicaA 15.ª Conferência Mundial de Engenharia Sísmica
40_46notícias
47_49mercado
50estante
51projeto pessoalFilipe Reis Azevedo
52eventos
Próxima edição > Dossier Sistemas de Informação na Construção
Recentemente, o País tomou consciência da crise económico-financeira em que mergulhou. Com um endividamento público e privado sem precedentes, o novo Executivo decidiu cancelar a esmagadora maioria das obras públicas previstas e em curso. Se muitos são os exemplos de despesismo dos ante-riores Governos no sector da Construção, a decisão política diametralmente oposta acarreta sérios riscos, devendo por isso ser seguido um caminho alternativo, exequível e de elevada eficiência, o qual só pode ser definido com o suporte técnico-científico de peritos. É neste contexto que surge o presente número da Construção Magazine, tendo sido endereçados convites a reputados especialistas de diferentes áreas – Urbanismo, Arquitectura, Análise de Risco, Engenharia Sísmica e Segurança contra Incêndio – para reflectirem sobre o problema e avançarem soluções, e ao Sr. Secretário de Estado Adjunto da Economia e Desenvolvimento Regional, para ser o entrevistado do dossier temático e apresentar as medidas que o Governo tem planeadas neste âmbito.
Eduardo Júlio
Director
editorial
estatuto editorialTítulo: Construção Magazine, Revista Técnico-Científica de Engenharia CivilCaracterização: Publicação periódica de informação científica e técnica.Objeto: Ciências e tecnologias no âmbito da engenharia civil.Enquadramento Ético: A Construção Magazine respeita os princípios deontológicos da imprensa e a ética profissional, de modo a não poder prosseguir apenas fins comerciais, nem abusar da boa fé dos leitores, encobrindo ou deturpando a informação.Objectivo: Ser uma revista de interface: propõe-se promover as relações universidade-indústria-sociedade, estabelecendo pontes de comunicação capazes de promover o diálogo e fomentar a cooperação entre as instituições.Estratégias: Divulgação de tecnologias, investigação, produtos, serviços e ainda difundir atividades relevan-tes junto da comunidade empresarial, profissional e académica.
Corpo editorial:Diretor: Professor UniversitárioDiretor Executivo: Oriundo do corpo de colaboradores da Engenho e Média, Lda.Colaboradores: Engenheiros e técnicos que exerçam a sua actividade no âmbito do objecto editorial da revista, nos meios universitário e industrial.Conteúdo Editorial: Estruturas, Construções, Hidráulica, Geotecnia, Vias de Comunicação, Urbanismo, Ambiente e Arquitectura.
seleção de Conteúdos:1. A seleção de conteúdos científicos será da exclusiva responsabilidade do Director e do Conselho Científico;2. O noticiário técnico/informativo será proposto pelo Diretor Executivo ao Diretor;3. A revista poderá publicar peças noticiosas com caráter publicitário, nas seguintes condições:3.1. Sob o título de Publi-reportagem;3.2. No formato de notícia com a aposição no texto do termo (publicidade).Organização Editorial: Sem prejuízo de novas áreas temáticas que venham a ser consideradas, a estrutura e base da organização editorial da Revista compreende: Sumário; Editorial; Seção Científica; Secção Tecnoló-gica; Feiras, Exposições, Congressos e Seminários; Bibliografia; Noticiário; Entrevista; Publi-reportagem; Publicidade.
espaço publiCitário: 1. A publicidade organiza-se por espaços de página e frações, encartes e publi-reportagem;2. A tabela de publicidade é válida para todo o território nacional;3. A percentagem de espaço publicitário não pode ultra-passar 1/3 da paginação;4. A Direção da Construção Magazine poderá recusar publicidade que não se coadune com o objecto editorial e os princípios deontológicos da revista.5. Não será aceite publicidade que não esteja em confor-midade com a lei geral do exercício da atividade.
*O Professor Eduardo Júlio escreve de acordo com a antiga ortografia.
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M
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Construção Magazine (CM) – Uma das primeiras medidas deste Governo consistiu em travar as
mega-obras públicas, e.g. linha ferroviária de alta velocidade, terceira travessia do Tejo, novo ae-
roporto de Lisboa, entre outras. Numa situação de forte endividamento nacional, esta medida faz
sentido. Contudo, parar o setor da Construção tem, por um lado, implicações graves na Economia
nacional e, por outro lado, ignorar a necessidade de manutenção das infraestruturas construídas
tem custos acrescidos a médio-longo prazo, podendo mesmo colocar em risco a segurança de
pessoas e bens. Qual é a sua posição sobre esta matéria?
António Almeida Henriques (AAH) – A realidade financeira de Portugal deve impor-se e as grandes
obras públicas deverão aguardar outra oportunidade. Não se trata, neste momento, de discutir o
mérito de cada projeto ou da globalidade dos projetos. Nesta matéria, algumas obras não apresen-
tam o devido retorno económico, outras têm melhores alternativas e outras são estratégicas mas
não podem avançar agora.
Creio que no momento em que as restrições ao crédito vão ser mais fortes do que nunca, o Governo
vai ter, com certeza, o realismo de perceber que não pode estar a ajudar a desviar recursos que são
tão necessários às empresas e à economia para outras obras que podem ser realizadas mais tarde
e, algumas mesmo, deverão ser reequacionadas.
O setor da construção é estratégico, mas não podemos nem devemos onerar gerações a fio, em pro-
jetos sem rentabilidade para o País. O setor da construção tem, por isso, que encontrar alternativas.
O Governo tem estado na linha da frente para conseguir encontrar essas alternativas.
CM – A que alternativas se refere?
AAH – Em particular, temos vindo a ajudar a promover a internacionalização destas empresas, com
um conjunto de missões empresarias e com ações concretas de Diplomacia Económica, com especial
enfoque na renegociação do Acordo Quadro com a Venezuela. Enquanto Secretário de Estado, nos
últimos seis meses, tive a oportunidade de acompanhar empresários dessa área aos mercados
Entrevista conduzida por Eduardo Júlio
Jornalismo por Joana Correia
Fotografia por Luís N. Filipe
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António Almeida Henriques ocupa, desde o ano passado, o cargo de Secretário de Estado Adjunto e da Economia e Desenvolvimento Regional do XIX Governo Constitucional. Com uma vasta experiência no mundo empresarial, António Ameida Henriques, sente-se perfeitamente à vontade com o setor da construção, da reabilitação e das grandes obras públicas. Em entrevista à CM, o Secretário de Estado, aponta a internacionalização do setor e a reabilitação como principais soluções para “reanimar” a construção nacional.
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da Colômbia, Brasil, Angola, Moçambique e
Venezuela.
De igual forma, estamos a permitir, facilitar e
potenciar a execução de projetos na área da
regeneração urbana, onde alocamos fundos
significativos do QREN e operacionalizamos
o Fundo JESSICA, de forma a permitir que o
setor da construção possa desenvolver uma
atividade com maior racionalidade económica
para o País, em que a percentagem de incor-
poração nacional é bastante mais elevada
do que se pode encontrar nas grandes obras
públicas.
CM – As cidades Portuguesas cresceram
consideravelmente nas últimas décadas e,
muitas vezes, de forma desregrada. Algumas
consequências negativas deste facto são, por
exemplo, o abandono dos centros históricos
e o surgimento de “dormitórios” na periferia
das cidades. Agora que é tempo de “parar” [a
obra pública], não será igualmente tempo de
“pensar” [as cidades]?
AAH – Certamente que sim e a reformulação
estratégica e técnica do QREN deu a devida
atenção às alterações que são necessárias
introduzir para se conseguir uma política de
cidades.
Contudo, é de salientar que desde a sua gé-
nese, o QREN deu atenção às cidades. Prova
disso, são dois regulamentos em vigor desde
o seu arranque, Parceria para a Regeneração
Urbana e Redes Urbanas para a Competitivi-
dade e Inovação nos Programas Operacionais
Regionais e um eixo prioritário “Desenvolvi-
mento do Sistema Urbano nacional” no POVT.
Agora e no curto prazo, será dado um novo
impulso à Política de Cidades e à “Regeneração
Urbana”, através da Implementação do novo
Regulamento específico “Reabilitação Urba-
na”. Em particular, através da implementação
das disposições transitórias, concluindo o
processo de aprovação das operações indivi-
duais incluídas nos anteriores regulamentos
e na implementação e monitorização da bolsa
de observação no caso dos projetos da política
de cidades.
Vamos ser mais seletivos e exigentes. Desde
logo, os projetos sem execução deverão dar
lugar a novas aprovações de projetos viáveis.
Mas vamos, igualmente, facilitar o acesso
de projetos, tornando as candidaturas mais
simples e menos burocráticas.
A nova política de cidades aposta no reforço da
convergência entre os apoios dos Programas
Operacionais Regionais do QREN e a política
de reabilitação urbana, nomeadamente as en-
quadráveis no Regime Jurídico da Reabilitação
Urbana em Áreas de Reabilitação Urbana e a
iniciativa JESSICA.
CM – O Governo anterior, para além das
iniciativas em termos de construção nova,
ficou igualmente marcado por uma grande
iniciativa em termos de reabilitação da
construção existente: a Parque Escolar. Esta
foi, sem dúvida, uma iniciativa pautada por
muitos aspetos negativos e qualificada por
alguns de “despesista”. O que é que, em sua
opinião, correu mal e, portanto, convém ter
bem presente para evitar que se repita em
iniciativas semelhantes do atual Executivo?
A AH – A filosofia por que sustentava esse
projeto estava correta e mereceu, desde
sempre, o apoio do PSD. Infelizmente essa
iniciativa ficou marcada por uma gestão muito
pouco transparente e, muitas vezes, lesiva
para o Estado. Mas apoiamos a filosofia e o
melhoramento das escolas continuará a ser
prioridade nos Planos Operacionais Regionais.
Contudo, existe a necessidade de regular cus-
tos, mediante a introdução de custos padrão
para todos os executores que operem em es-
colas, tal como ocorria até aqui na construção
de Centros Escolares e de Escolas EB 2/3, que
eram realizados pelos Municípios.
CM – No seguimento da questão anterior,
considera que, em matéria de obra pública,
os erros graves que reconhecidamente foram
cometidos no passado, devem-se essencial-
mente a decisões políticas mal fundamenta-
das tecnicamente?
A AH – Infelizmente, foi isso mesmo o que
aconteceu. Temos obras públicas muito mal
fundamentadas tecnicamente. Todos nos
lembramos ainda dos estudos anteriores
sobre a rentabilidade económica das SCUTs,
os quais afirmavam perentoriamente que as
SCUTs se pagavam por si só, por via do efeito
indutor destas infraestruturas no cresci-
mento económico. Hoje, uma década depois,
conversas
“o setor da construção tem (...) que encontrar alternativas.
o governo tem estado na linha da frente para conseguir encontrar
essas alternativas.“
as SCUTs foram um dos principais encargos do Estado
que levaram ao pedido de ajuda externa. De igual forma,
durante muitos anos vimos o lançamento de obras sem
os devidos estudos técnicos, as quais apresentavam
claramente motivos meramente eleitoralistas e de
ocasião.
Foi sobretudo esta forma de se gerir o Estado, displi-
cente e pouco responsável que nos trouxe hoje à situ-
ação atual. De tanto gastar onde não precisávamos,
não temos hoje os recursos para o que é necessário.
CM – Este número da Construção Magazine é,
como sabe, dedicado à Reabilitação Low-Cost /
High-Value. O anglicismo pode suscitar algumas
críticas mas, em contrapartida, torna claro o que
está em causa: reabilitar de forma a maximizar
o valor do edifício, minimizando o seu custo em
todo o seu ciclo de vida. Será esta, a solução de
futuro para o setor da construção, nomeadamente
para as PME?
AAH – Claramente. Até porque, enquanto atividade
económica, a reabilitação urbana gera emprego,
dinamiza a economia e é um elevado valor acres-
centado nacional. Existem, atualmente, cerca de
800.000 fogos a necessitar de obras, dos quais,
325.000 estão degradados e muito degradados.
Há mais 500 mil alojamentos não habitados, o
que representa um desperdício económico e
patrimonial.
Este é um grande potencial de mercado, que
cabe dinamizar.
No contexto da reprogramação estratégica do
QREN e dos programas operacionais, a Política
de Cidades e de Regeneração Urbana mere-
ceram uma atenção especial. Esta tipologia
não só será privilegiada em temos de ações a
cofinanciar, como poderá ter um tratamento
de natureza transversal na priorização de
outros projetos a financiar nos programas
operacionais, por exemplo, majorando ou
obrigando a que a componente “regenera-
ção urbana” faça parte.
CM – A anterior (recentemente alterada)
Lei do Arrendamento é apontada como
um dos principais entraves à reabilitação
urbana. A reforma é alavanca de dinami-
zação do setor?
AAH – Precisamos, de facto, de criar um
enquadramento legal “amigo” do inves-
tidor, que potencie o valor económico
da reabilitação e, assim, venha a atrair
conversas
6_cm
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e facilitar o acesso ao programa, pois é mais
simples e menos burocrático que o definido
anteriormente. Vem, ainda, reforçar a con-
vergência entre os Programas Operacionais
Regionais do QREN e a política de reabilitação
urbana.
Com efeito, as alterações, instrumentos e
regulamentos que já introduzimos e alterá-
mos, vêm inovar em diversos e importantes
aspetos. Procuramos, sobretudo, não onerar
o mercado com taxas, impostos e custos de
contexto. Pretendemos, antes, incentivar o
papel dos diversos atores, permitindo-se que
os projetos de reabilitação urbana possam
ser estruturados de diversas formas, em
parcerias com diferentes entidades, públicas
e/ou privadas.
As políticas avançadas procuram encontrar
um equilíbrio entre a necessária regulamen-
tação, o respeito pelo direito de propriedade,
a função social da estruturação do espaço
público e os efeitos que este introduz no bem-
estar económico e social. Só assim se poderá
entrar numa nova fase de criação de riqueza
e de modernização.
CM – É conhecida a dificuldade de muitas ins-
tituições em executar os projetos com fundos
estruturais (QREN), com grande expressão
no setor da construção. Que medidas pensa
poderem ser tomadas para minimizar o risco
de perda de fundos e de investimento?
AAH – Desde logo, com o aumento das taxas
de cof inanciamento, diminuindo assim o
esforço nacional. Em simultâneo, outro dos
elementos relevantes é o redireccionamento
das prioridades para setores em que a Con-
trapartida Nacional não seja pública, mas sim
privada, sempre em linha com as prioridades
nacionais, investindo por isso no emprego e
nas empresas, criando condições para a sua
recuperação e para o seu desenvolvimento e
internacionalização.
Também ao nível dos municípios este esforço
deve ser feito. Para além do aumento da taxa
de cofinanciamento, é necessário ser mais
criativo, valorizando projetos e ideias sempre
que esteja em causa a criação de valor nos ter-
ritórios. Por exemplo, uma obra que comporte
o acolhimento de investimento, a promoção do
empreendedorismo, do tipo criação de um ni-
projetos, investidores e parceiros. Chamo a
atenção para o facto de o atual Governo ter
já aprovado um novo diploma para a Requa-
lificação Urbana. É um Diploma que assenta
em duas vertentes essenciais: Simplificação
Administrativa e Simplificação Técnica.
A simplificação tem, no entanto, como con-
trapartida, a exigência de muita responsabi-
lidade. Mais liberdade, mais eficiência, mais
eficácia, mas um aumento significativo de
Responsabilidade.
Por exemplo, no âmbito deste novo enqua-
dramento, serão criados procedimentos
simplificados de controlo prévio de operações
urbanísticas em que, respeitadas certas con-
dições, as obras beneficiam de uma aprovação
tácita no caso de não haver rejeição num prazo
de 20 dias;
A ação combinada do projeto Lei da Reabilita-
ção com a alteração ao arrendamento urbano,
e a aplicação do programa JESSICA, terá uma
ação determinante na alteração do dia a dia
das cidades e dos seus centros urbanos. E
será um importante, diria mesmo, fundamen-
tal fator de reanimação da atividade econó-
mica local, em vetores como a recuperação
do património e a dinamização do comércio
tradicional.
CM – Existe um Programa de Reabilitação do
atual Executivo, integrante dos atuais Planos
Municipais?
AAH – Em matéria de municípios/ QREN, o Se-
gundo Memorando de Entendimento materia-
lizou-se num conjunto adicional de dezasseis
iniciativas tendentes a dar continuidade à
promoção da execução dos investimentos de
iniciativa municipal, de entre as quais releva
o objetivo de acelerar a execução das ações
no âmbito da Política de Cidades, bem como
reforçar a articulação dos instrumentos do
QREN com a política de reabilitação urbana.
CM – Deverá haver articulação entre o Estado
e o setor privado (proprietários, promotores
imobiliários, empresas de construção)? Que
regime económico-financeiro poderá estar
disponível? Existirá um modelo de regulação
da reabilitação urbana?
AAH – É preciso atuar de forma diferente. O
trabalho que temos vindo a realizar no meu
gabinete vai no sentido de se encontrar uma
maior articulação entre o Estado e o Setor
Privado. Permitam-me que fale, com um pouco
mais de pormenor, de dois pontos que consi-
dero estratégicos, pelo seu grau de inovação
e pela relevância que irão assumir nesta nova
fase de política de cidades: O Fundo JESSICA
e o novo Regulamento Específico da Reabili-
tação Urbana.
O JESSICA é um instrumento de apoio, com
uma dotação orçamental de 1.000 milhões de
euros, e que será um primeiro passo que, se
for bem-sucedido, poderá potenciar o apare-
cimento de outros fundos. É um instrumento
inovador em vários sentidos. Em termos de
participação no capital, por exemplo, este
fundo é constituído por 130 milhões de euros
provenientes do FEDER, cerca de 300 milhões
de euros da banca e o restante de fundos
privados. O Fundo conta já com três projetos
aprovados, cujos contratos operacionais
foram ontem assinados. Serão geridos, res-
petivamente, por um consórcio da Caixa Geral
de Depósitos e do Instituto da Habitação e da
Reabilitação Urbana IP (IHRU), no montante
aproximado de 51 milhões de euros; Banco
BPI, no montante aproximado de 64 milhões de
euros; e Turismo de Portugal IP, no montante
aproximado de 15 milhões de euros.
O JESSICA apoia-se numa filosofia nova, não
de fundo perdido, mas de financiamento aos
projetos que terão que apresentar retorno. É
um fundo que se autossustentará, ou seja,
o financiamento feito através do fundo, terá
que ter um retorno e animar esse fundo, que
ao longo dos anos financiará outros projetos.
É uma política não de subsídio, mas de apoio
e incentivo às boas iniciativas empresariais.
Quanto ao novo Regulamento específ ico
“Reabilitação Urbana”, que está em fase de
implementação, vai dinamizar os POR e sua
articulação com o apoio ao comércio local,
no âmbito do QREN. Trata-se, neste caso, de
uma ótica de cofinanciamento dos projetos,
com base em incentivo não reembolsável e
para operações tipificadas em regulamento
específico.
Conseguimos, com este novo regulamento,
ultrapassar as dificuldades que o anterior re-
gulamento colocava ao desenvolvimento dos
projetos. O novo regulamento veio estimular
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conversas
nho de empresas ou áreas empresariais, deve
ser priorizada. A reprogramação estratégica
do QREN promoverá este ajuste ao nível dos
instrumentos de programação, promovendo o
balanço possível entre execução dos fundos
comunitários e equilíbrio das contas públicas
nacionais.
Especificamente no setor da construção e
no contexto da reprogramação estratégica
do QREN e dos programas operacionais, é
muito impor tante o novo impulso que se
dará à Política de Cidades e de Regeneração
Ur bana, sobr etudo com um tr atamento
que se pretende que seja de natureza trans-
versal. Tratamento de natureza transversal
significa, por exemplo, a priorização de pro-
jetos a financiar nos programas operacionais,
que incluam a componente “regeneração
urbana” .
CM – À semelhança de Espanha, considera
que existe uma “bolha” no setor imobiliário?
AAH – Ao contrário de Espanha, o rebentamen-
to da “bolha” especulativa no setor imobiliário
não foi muito evidente em Portugal. Natural-
mente que o mercado imobiliário andou, nos
últimos anos, sobreaquecido e existiu, como
ainda existe, um excesso de oferta. Com a con-
tração económica, que se juntou ao excesso
de oferta, é natural que os preços tenham
corrigido em baixa.
Porém, o estudo mais recente sobre esta
matéria, “A Atualidade do Setor Imobiliário
Residencial: Ajustamentos e Desafios”, o
qual foi apresentado há poucas semanas e é
da responsabilidade da firma de consultoria
Augusto Mateus & Associados, afirma que
Portugal, tal como a Alemanha, não teve uma
“bolha” especulativa no setor imobiliário, ao
contrário de vários outros países europeus.
De facto, entre 1996 e 2006, a valorização
acumulada real dos preços da habitação ex-
cedeu os 80 por cento nos EUA, na Holanda e
na Grécia, os 110 por cento em Espanha, os
140 por cento no Reino Unido e os 180 por
cento na Irlanda. Pelo contrário, Portugal e
Alemanha tiveram crescimentos inferiores
a 10 por cento no mesmo período. Ou seja,
ao contrário de países como Irlanda, EUA ou
Espanha em que se verificaram correções
substanciais nos preços do imobiliário face
aos picos atingidos em 2006 ou 2007, em
Portugal os preços não foram pressionados
pelo rebentar da “bolha”.
No entanto, em Portugal, poderá ser a quebra
da procura a concretizar o risco de baixa dos
preços da habitação, tratando-se muito mais
de um abrandamento da atividade económica,
a par de outros setores, do que propriamente
uma correção baseada na especulação dos
preços do imobiliária.
“precisamos, de facto, de criar um
enquadramento legal “amigo” do investidor,
que potencie o valor económico
da reabilitação e, assim, venha a atrair
projetos, investidores e parceiros.”
Perfil
António Almeida Henriques nasceu em
Viseu, em 1961. Licenciou-se em Direito
na Faculdade de Direito da Universidade
de Coimbra em 1986. Dedicou os últimos
vinte e cinco anos à atividade empresarial
e associativa empresarial em diversos
setores.
Foi Deputado nas IX, X e XI legislaturas,
foi vice-presidente do Grupo Parlamentar
do PSD na XI Legislatura com a coordena-
ção da área económica, tendo também
exercido as funções de vice-presidente
da Comissão de Assuntos Económicos
da Assembleia da República e de vice-
presidente da Delegação da OSCE. Foi
vice-presidente da CIP – Confederação
da indústria Portuguesa, presidente do
CEC/CCIC – Conselho Empresarial do Cen-
tro – Câmara de Comércio e Indústria e
Presidente da AIRV – Associação Industrial
da Região de Viseu.
Desde julho de 2011 integra o XIX Governo
Constitucional como Secretário de Estado
Adjunto da Economia e do Desenvolvimen-
to Regional.
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dutivismo pósmoderno e excessivamente
formalista num momento em que rareavam
projetos e obras ex nuovo.
Surgiu depois uma nova engenharia, a que faz o
fato à medida, i.e. a que abandona os antigos e
sobredimensionados quocientes genéricos de
cálculo, propondo estruturas de reforço obesas
e omnipresentes, para uma nova praxis onde
primeiro se produz conhecimento, analisando
cuidadosamente o estado de conservação, as
anomalias e as capacidades das estruturas
concretas, e depois desenhando os reforços
necessários, com a precisão milimétrica dos no-
vos meios digitais, monitorizando antes durante
e depois. E tudo isso para que? Para permitir
que possa continuar a verdade tectónica das
edificações e das arquiteturas, que não são só
espaço , forma e função, mas são também e tão
plenamente construção e estrutura.
Não é a forma só, ou o espaço só que definem
o essencial do valor das antigas edificações,
reabilitação low cost / high valueintervenção mínima reabilitação máxima José Aguiar
Professor Associado da FAUTL
Demoramos décadas a concluir que a (boa
ideia) da reversibilidade não era um conceito
inteiramente honesto quando aplicado à
conservação arquitetónica (perante tantas
irreversibilidades práticas) o que nos propul-
sionou para aplicarmos outro conceito, ainda
hoje fora das cartas, o da “repetibilidade”, i.e.
a possibilidade de amanhã, sem danos, poder-
mos reaplicar as soluções de reparação e os
tratamentos que hoje fazemos.
Nesse quadro, das intensas discussões emi-
nentemente culturalistas do final do século
XX, sobre a teoria do restauro e sobre o seu
alargamento ao património urbano – que con-
duziu à objetiva necessidade de teorizarmos a
reabilitação, i.e. definir a objetiva necessidade
de salvar o que tem valor melhorando o desem-
penho das arquiteturas antigas para permitir
o seu uso contemporâneo – o maior avanço
disciplinar recente proveio de uma decisiva
contribuição do saber e das competências
da nova engenharia: a teorização prática do
conceito de intervenção mínima!
Refiro-me obviamente aos novos paradigmas
de intervenção construtiva e estrutural que
se sintetizaram na Carta ICOMOS que hoje
conhecemos com o título de Recomendações
para a Análise, Conservação e Restauro Estru-
tural do Património Arquitetónico (traduzida
para português por Paulo Lourenço e Daniel V.
Oliveira da Universidade do Minho).
No fim do século XX, a necessidade de rever-
ter a todo o custo (da reversibilidade como
conceito operativo) justificou aproximações
excessivas, de um estruturalismo formalmen-
te autojustificado que provocava cacofonia
no diálogo entre formas de tempos diversos,
prejudicando a leitura arquitetónica, ou antes,
definindo novos textos que pouco tinham a
ver com a objetiva necessidade de transmitir
os antigos significado a conservar. Reabilitar
tornou-se assim pretexto para um novo pro-
> Figura 1: Guimarães: Velhos moradores convivendo com novos operários!
> 1
10_cm
o modus faciendi, as tecnologias empregues,
os saberes construtivos e no uso dos mate-
riais, o milagre das resoluções para garantir
o equilíbrio estático, numa sábia economia de
decisões onde em cada época se maximizou
as relações custo benefício organizam um
realidade mais vasta, tão essencial à reabi-
litação como a sempre mais óbvia e simples
preservação de fachadas.
AtuAção mínimA
O conceito de inter venção mínima, i.e. se
puderes fazer menos não faças de mais,
orientando-nos para soluções pouco intrusi-
vas, modificou decisivamente as formas de
hoje intervirmos em património em múltiplas
escalas e dimensões.
Se atuarmos minimamente podemos manter
os moradores in situ evitando custosíssimos
realojamentos (como nos ensinou Guimarães),
evitamos inter venções pesadas e muito
exigentes economicamente (e onde está hoje
essa desmesurada capacidade financeira?),
evitando a injustiça dos processos de segre-
gação social que hoje explodem nos centros
históricos das nossas maiores cidades.
Lembro-me, quando se lançar am es tas
operações em Guimarães de apaixonadas
discussões. Alguns técnicos acusavam o
modelo proposto pelo GTL de Guimarães – de
atuar caso a caso, com cautela, caminhando
e medindo e projetando parcela a parcela –,
de ser ineficaz, de provocar consequências
sociais inesperadas na previsível reação dos
velhos moradores perante a presença dos
intrusivos operários-construtores, etc. etc.. Os
mesmos técnicos que criticavam o modelo que
tornou Guimarães um dos melhores exemplos
europeu de reabilitação urbana, defendiam
> Figura 2: Lx Factory em Lisboa.
> Figura 3: Intervenção artística na Cartuxa de Sevilha, dezembro de 2012.
reabilitação low cost / high value
massivas operações (mais eficazes, diziam),
quarteirão a quarteirão, em modelo similar
às que resultaram na disparatada falência
económica da ação de demasiadas Sociedades
de Reabilitação Urbana, onde na última década
despendemos tantos milhões de euros.
A prática demonstrou exatamente o oposto;
o modelo cauteloso de Guimarães foi muito
mais produtivo e socialmente muito mais
equilibrado ao evitar a “gentrification”: nessa
cidade pude assistir à forma cordial como
senhoras de provecta idade acolhiam os ope-
rários, por vezes oferecendo-lhes almoços
alternativos (bem mais apetitosos do que os
frugais farnéis que os operários Ucranianos
traziam) e depois pedirem-lhes embalagens
de Omo, quando dessem um saltinho à rua...
ou fiscalizarem atentamente (melhor do que
fiscais da Câmara) e depois correrem ao GTL
para relatar erros e atropelos.
Caso a caso, pouco intrusivamente, Guimarães
e o seu GTL reabilitaram melhor e muito mais,
com muito menos recursos, do que sucedeu
com tantas SRU s (modelo que deveria hoje e
urgentemente ser objetivamente reavaliado).
A salvaguarda da tipologia cadastral é um
objetivo claramente definido nas cartas pa-
trimoniais (por exemplo na Cartas das Cidades
Históricas do ICOMOS), reconhecendo-se como
fulcral, nos processos de conservação urbana,
conseguir a manutenção das parcelas. Não é só
o sistema de espaços públicos que permanece
duradoiramente no tempo, a sucessão de (re)
inscrições urbana tem por base um cadastro
que originou sucessivos palimpsestos, numa
pluralidade de tipologias arquitetónicas cuja
permanência e diversidade é, funcional e for-
malmente, fundamental para a manutenção
dos valores essenciais de qualquer cidade
que consideremos como património urbano. A
alteração cadastral - o reunir vários lotes para
demolir os interiores construindo novos edifí-
cios de muito maior dimensão escondidos na
estreiteza das antigas fachadas, i.e. o facha-
dsimo - acelera brutalmente os processos de
alteração e de redução de valor urbano, como
pioneiramente Gustavo Giovannonni estudou.
A disponibilidade de tipologias díspares,
das apertadas e de pequena dimensão, ou o
oposto, em palacetes com fogos de grande
dimensão, muito usuais nos tecidos urbanos
históricos, é objetivamente um problema mas
também uma grande oportunidade. A socie-
dade atual necessita deste tipo variável de
fogos, bem distintos daqueles que projetamos
e construímos massivamente em habitação
nova: existem cada vez mais pessoas a residir
sozinhas que não necessitam de fogos imen-
sos; precisamos de residências temporárias
que podem dar novos tipos de uso, em mode-
los de residência coletiva, e partilha dessas
tipologias de maior dimensão; precisamos
de novas soluções de habitação temporária,
de novos tipos de“hostels”. A pequenez ou a
partilha compensa-se pelas vantagens da cen-
tralidade, a desnecessidade de longos tempos
de translação no transporte, a proximidade de
tudo e de todos nos centros históricos.
Atuar caso a caso em vez de promover gigan-
tescos estaleiros que destroem sistematica-
mente quarteirões inteiros torna-se pouco a
pouco uma alternativa com interesse e viabi-
lidade económica: estude-se o extraordinário
caso da LX FACTORY e o sucesso de promotores
que queriam construir gigantescas torres e
que acabaram gerindo uma intensa teia criati-
va que anima os antigos espaços das fábricas
abandonadas de Alcântara!
Se intervirmos minimamente organizamos esta-
leiros compatíveis com a modicidade da escala
dos nossos tecidos históricos, dando sangue
novo às pequenas (mais ágeis e adaptáveis),
> 2 > 3
> Figura 2: Lx Factory em Lisboa.
> Figura 3: Intervenção artística na Cartuxa de Sevilha, dezembro de 2012.
empresas e firmas que encontram aqui objetos
à sua escala – regenerando o tecido produtivo
e evitando o dumping das super empresas que
não fazem fatos à medida. As demolições e ener-
gias são minimizadas, reutilizando-se também
ao máximo os elementos preexistentes nas
construções, o que torna cristalinos e óbvios os
reflexos ecológicos destas soluções.
Intervir minimamente é um passo numa série
de outros sucessivos passos; e o restauro
e a reabilitação não são o projeto final... são
um dos muitos restauros e das sucessivas
reabilitações de edifícios e apropriações de
cidades herdadas que vieram de muito antes
de nós e que gostaríamos que continuassem
muito para lá – e apesar – de nós!
É importante sublinhar estas conquistas da
engenharia contemporânea, onde Portugal,
diga-se, tem dado contribuições realmente
substantivas (na projeção mundial de inves-
tigadores como Paulo Lourenço ou Delgado
Rodrigues) e nos enormes avanços havidos
nas principais universidades, numa nova e
mais sensível pedagogia aos valores das pree-
xistências e na preparação de novas gerações
de projetistas e de empresas, muito mais aptos
para lidar com a reutilização (e ocorrem-me
num rompante os nomes como os de Aníbal
Costa, António Lamas, João Appletton, Vasco
Freitas e Victor Coias, mas também os das
seguintes gerações, figurando entre os mais
destacados alguns dos articulistas deste nú-
mero como Eduardo Júlio e Raimundo Mendes
da Silva, mas também Jorge de Brito e outra
mão bem cheia de grandes Engenheiros... com
“E” grande, evidentemente).
novA lei dA reAbilitAção
Relançar o tema da intervenção mínima é hoje
particularmente importante. Prepara-se uma
nova Lei da Reabilitação. Dos articulados que
têm saído a público percebemos que se pre-
veem nessa Lei avanços muito substantivos
na simplificação de procedimentos e de redu-
ção das burocracias. Percebem-se também
princípios positivos, como o estabelecer do
princípio da bondade na melhoria das condi-
ções de desempenho promovendo a melhoria
do conforto e da segurança, mais do que a
impossível satisfação das exigências regula-
mentares desenvolvidas para aplicação à nova
edificação. Novos e recente regulamentos
(como o das acessibilidade ou da “térrmica”)
eram objetivamente uma terrível ameaça para
a possibilidades de reabilitar, lembremo-nos
da estupidez de considerar um quadro de vãos
em pedra como uma “ponte térmica” ou a ne-
cessidade regulamentar que obriga à remoção
de antigos paramentos azulejares de enorme
valor para colocar ... ETIC s!
PUB
No entanto outros aspetos da nova Lei dita da
Reabilitação, causam enormes apreensões:
como pode Portugal cumprir os desígnios de
conservar cidades inscritas na Lista do Patri-
mónio mundial quando se libertam os edifícios
situados nessas áreas de todas as formas
de controlo prévio e de acompanhamento
cautelar, estará tudo bem se, em cidades de
extraordinário valor histórico e artístico, ape-
nas alterarmos o piso térreo e acrescentarmos
mais um piso habitável na cobertura de cada
edifício? Infelizmente a (re)anexação cadastral
com tratamento fachadista tem sido a praxis
mais usual na maioria dos nossos centros
históricos, mesmo em alguns inscritos na lista
do património mundial da UNESCO e pode ficar
institucionalizada em artigos fundamentais
desta nova Lei.
Relembrando o essencial desígnio social – de
que Reabilitar a cidade é restituí-la à estima
pública!, como sublinhava Maria da Luz Va-
lente Pereira do LNEC – importa relançar hoje
o debate sobre os conceitos e os métodos
da reabilitação, defendendo a procura de
soluções pouco intrusivas e estabelecer o
fundamental princípio da intervenção mínima
que nos permite aspirar à reabilitação máxima;
o oposto apenas pode resultar na perversão
fachadista do costume. Na conservação do
nosso património essencial I Hate [este tipo
de] Business!
12_ 14
– terão de realizar no sentido de estabelecer-
mos de forma suficientemente consensual
as orientações urbanísticas que devemos
prosseguir no futuro e as políticas urbanas
que permitirão concretizar essas orientações.
DESAFIOS ATUAIS
Na altura em que decidimos aderir à Comuni-
dade Económica Europeia (por volta de 1980),
o país caracterizava-se ainda por um intenso
movimento de urbanização e por problemas
sérios de habitação, com centenas de milha-
res de portugueses a viverem em barracas e
outras construções de génese ilegal, numa
situação que o regresso de muitos compatrio-
tas das ex-colónias tinha agravado substan-
cialmente. Assim, foi necessário proceder à
expansão das cidades, o que ocorreu primeiro
de uma forma pouco planeada e depois ten-
do por base os Planos Diretores Municipais
elaborados sob a vigência do Decreto-Lei
69/90, graças ao abundante financiamento
providenciado pelos fundos estruturais eu-
ropeus e, antes de eles estarem disponíveis,
pelas ajudas pré-adesão. Na sequência dos
investimentos realizados, a qualidade de
vida nas cidades e vilas portuguesas alcan-
çou um nível nunca antes experimentado
pelas populações, que na maioria dos casos
dispõem hoje de excelentes infraestruturas
técnicas e sociais, de uma oferta de comércio
INTRODUÇÃO
Os últimos 60 anos foram caracterizados em
Portugal pelo rápido processo de urbanização
ao longo do qual as áreas metropolitanas de
Lisboa e Porto se formaram e várias cidades do
litoral cresceram de forma muito significativa.
Este processo chegou agora ao fim – já pouca
população existe nos meios rurais – deixando
problemas urbanísticos diferentes daqueles
que marcaram o passado mais ou menos re-
cente. Com efeito, enquanto até agora esteve
sobretudo em causa responder às necessi-
dades de expansão das cidades, daqui para
a frente trata-se principalmente de melhorar
a qualidade do ambiente construído. Nas
respostas a desenvolver para os problemas
que hoje enfrentamos é necessário ter em
conta que, dado o contexto de dificuldades
financeiras em que o país se encontra, não é
mais possível recorrer a soluções – como por
exemplo o Programa POLIS – que antes foram
aplicadas com bastante sucesso, mas que
exigiriam a mobilização de recursos neste
momento indisponíveis.
Neste artigo apresentamos algumas reflexões
sobre aqueles que consideramos ser os prin-
cipais desafios que atualmente se colocam ao
urbanismo em Portugal, a título de contributo
para o debate aprofundado que os diversos
agentes envolvidos – proprietários e investido-
res, investigadores, técnicos e responsáveis
da indústria, e cidadãos e decisores políticos
12_cm
e serviços mais completa e diversif icada,
e de um espaço público mais agradável. A
aposta na expansão das cidades acabou por
ter como consequência o relativo abandono
das zonas mais consolidadas (a despeito de
alguns esforços feitos, por exemplo no âmbito
do PROCOM e do Programa POLIS), fazendo
com que tanto as áreas centrais de muitas
cidades como algumas periferias densamente
habitadas se tenham degradado significati-
vamente. A reabilitação de umas e outras é
um dos principais desafios urbanísticos que
Portugal hoje enfrenta. Para isso, é neces-
sário, que o sistema de planeamento seja
capaz de responder adequadamente e em
tempo útil – o que manifestamente não está
a acontecer. (Re)Pôr este sistema a funcionar
é outro desafio premente a que é preciso
atender. No contexto de escassez de recursos
públicos que atualmente caracteriza o país, é
necessário que o setor privado desempenhe
um papel mais ativo no processo, o que só
acontecerá se tiver confiança para realizar
os correspondentes investimentos. A criação
de uma nova dinâmica para a qual se deverão
mobilizar todos os agentes, entre proprietá-
rios, investidores e indústria da construção,
é um outro desafio que se coloca ao Estado.
Quanto à indústria da construção, ela também
enfrenta um desafio importante – o de se
reorganizar tanto em termos tecnológicos
como organizativos para abordar o mercado
específico da reabilitação urbana.
reabilitação low cost / high valuereflexões sobre o futuro do urbanismo em portugal
Nuno Norte Pinto, Departamento de Engenharia Civil, Universidade de Coimbra, [email protected]
António Pais Antunes, Departamento de Engenharia Civil, Universidade de Coimbra, [email protected]
cm_13
REABILITAÇÃO URBANA
Se nas últimas décadas as opções de planea-
mento focaram a expansão das áreas urbanas,
os próximos anos deverão ser dedicados à
reabilitação das áreas centrais das cidades e
das periferias degradadas. A maior parte dos
centros das cidades continuam a ser pouco
atrativos para o investimento imobiliário, uma
vez que não estão no topo das preferências do
mercado, tanto de habitação como de comércio
e serviços, que têm privilegiado as áreas de
expansão. No caso de Lisboa, do Porto, e mes-
mo de Aveiro, Coimbra, Faro ou Setúbal, esta
expansão acabou por realizar-se parcialmente
nos municípios vizinhos muito por culpa de
preços do solo mais reduzidos. Estas cidades
e vilas periféricas tiveram nos últimos anos
uma grande expansão da sua área urbanizada,
tendo-se gerado uma quantidade significativa
de espaços vazios no interior dos perímetros
tradicionais cuja colmatação deve também ser
um alvo prioritário dos planos futuros (em pé
de igualdade com os centros históricos das
cidades), sem prejuízo da utilização e ocupa-
ção do solo se manterem em níveis aceitáveis.
Os terrenos industriais abandonados nos
centros de muitas das nossas cidades (como
São João da Madeira ou o Barreiro) têm de ser
alvo de uma política dedicada que favoreça
a renovação urbana equilibrada, em que os
projetos a desenvolver tragam benefícios
para o espaço urbano envolvente. Os centros
tempo a rever e aprovar do que o estipulado na
lei e desejado pelos agentes. A incapacidade
de rever os PDM dentro dos prazos definidos
é um problema maior porque nos está a levar
de volta à falta de transparência das decisões
urbanísticas que caracterizava o país antes
dos anos 1990. Nesses tempos coexistiam uns
planos que estavam a ser elaborados e de que já
havia algumas peças com uns anteplanos que
vinham de trás mas que já não tinham validade
técnica ou legal, tendo-se em conta uns ou ou-
tros – ou nenhuns – ao sabor das mais diversas
circunstâncias. As razões que contribuem para
as dificuldades em aprovar os PDMs serão vá-
rias, mas há uma que tem a ver com o facto de
deles se esperar uma maior integração da base
física com a base económica, assim como uma
maior integração das decisões urbanísticas
com decisões sectoriais sobre, por exemplo,
os equipamentos escolares (cartas educati-
vas) e a proteção civil. À partida, os objetivos
de integração são sempre louváveis porque,
em teoria, levam a melhores soluções. Mas,
na prática, verifica-se que o incrementalismo
(e.g., fazer as cartas educativas tendo em conta
os planos urbanísticos e, mais tarde, rever os
planos urbanísticos tendo em conta as cartas
educativas) funciona muitas vezes melhor. A
preocupação neste domínio deve ser a de tornar
os processos de planeamento eficientes, de
maneira a que, nos prazos esperados, produ-
zam resultados simples de entender, e, como
tal, permitam uma gestão transparente do
comerciais começam também a necessitar de
atenção específica, com a primeira geração
destes equipamentos a apresentarem sinais
de abandono, constituindo novos problemas
para as zonas urbanas envolventes.
SISTEMA LEGAL
O sistema legal de planeamento atual apresen-
ta-se completo pela primeira vez na prática do
planeamento em Portugal. A última década
foi de uma atividade intensa em matéria de
implementação e melhoramento da legislação
existente, e marcou também o início de uma
nova orientação legal para a reabilitação urba-
na. Da referida atividade resultaram o primeiro
Programa Nacional da Política de Ordenamento
do Território – ignorado logo depois de ter sido
aprovado quando o Novo Aeroporto de Lisboa
foi mudado da Ota para Alcochete numa decisão
pouco feliz do ponto de vista do desenvolvi-
mento coerente de um sistema nacional de
transportes – e vários Planos Regionais de
Ordenamento do Território. Para além disso, foi
reforçado o âmbito e também o conteúdo dos
PDMs e dos outros planos municipais através
do Decreto-Lei 380/99, que agora passaram a
contar com instrumentos de operacionalização
que antes faltavam. Os resultados desta conso-
lidação estão ainda por observar, uma vez que a
dinâmica de planeamento é genericamente len-
ta, demorando a maioria dos planos muito mais
© IRUM ShAhID
© NUNO NORTE PINTO
reabilitação low cost / high value
14_cm
território, pois noutras condições dificilmente
o investimento em reabilitação urbana de que
necessitamos será realizado.
PAPEL DO ESTADO
O contexto de dificuldades financeiras que
atravessamos levará a uma diminuição do
papel do Estado (ao nível nacional mas tam-
bém local) no desenvolvimento urbano, dando
ao setor privado uma posição cada vez mais
importante nesta matéria, incluindo no que
respeita à definição de opções de planeamen-
to. Para permitir que tal aconteça, o Estado
deverá promover a simplificação processual
tanto ao nível dos planos como ao nível do
licenciamento. A fiscalidade do património
deverá ser assumida como uma ferramenta
real de planeamento e gestão, estimulando a
inclusão de edifícios desocupados e terrenos
livres no mercado. O reforço e alargamento
dos programas de cofinanciamento público
que, desde há alguns anos a esta parte, têm
servido para incentivar os proprietários a
reabilitar os edifícios é fundamental para
transmitir aos agentes envolvidos a ideia de
que a reabilitação é uma das linhas de força
da política urbana em Portugal. há por isso
necessidade de prosseguir com uma política
top-down de incentivo à reabilitação urbana
que está já explicitada no novo regime jurídico
da reabilitação e na atividade de entidades
como as Sociedades de Reabilitação Urbana,
as quais têm, com graus variáveis de sucesso,
conseguido garantir uma certa dinâmica de
transformação apesar da crise que já se sente
no setor desde 2008. Esta política acaba por
depender da mobilização dos agentes, proprie-
tários e inquilinos, investidores e indústria da
construção, de forma a congregar interesses
minimizando as tensões que continuam a
existir, quer por via do contexto socioeconómi-
co, quer por via da complexidade processual.
Nestas condições, cabe ao Estado o papel de
simplificar os procedimentos administrativos,
aliviando os correspondentes custos que são
muito valorizados pelos agentes privados (pro-
prietários e investidores), e de encontrar os
recursos financeiros suficientes para alavan-
car o processo de reabilitação, mesmo tendo
em conta os constrangimentos financeiros
atuais. Apesar de ser desejável que a iniciativa
privada tenha a liderança do processo, parece
muito difícil que o mesmo avance sem uma
intervenção decisiva do Estado como agente
catalisador, como aliás acontece na totalidade
dos casos de sucesso que se podem encontrar
em cidades europeias de várias dimensões.
INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO
A indústria da construção é um dos setores
económicos mais interessados na definição
das linhas orientadoras das políticas urbanas
a implementar nas próximas décadas. Se nos
últimos anos a indústria esteve voltada para a
edificação em massa e para grandes volumes
de investimento em obras públicas, terá agora
que se reestruturar para abordar um campo
novo de ação, tecnológica e economicamente
diferente, que é o da reabilitação urbana. Se,
por um lado, as pequenas e médias empresas
de construção estão já orientadas para esta
escala de negócio, as grandes empresas
terão de mudar para poderem entrar de forma
competitiva neste mercado de construção
desagregado, tanto na reabilitação do parque
edificado como também na reabilitação das
infraestruturas e dos espaços públicos. A in-
dústria, que viveu anos dourados com o forte
investimento em edificação e em infraestru-
turas feito em Portugal nas últimas décadas,
tem agora pela frente enormes desafios. A
internacionalização e a exportação do know-
how português em construção e obras públicas
parecem bem encaminhadas, com diversas
empresas a competirem de forma sólida em
mercados internacionais com resultados
muito positivos. No entanto, é também claro
que estas empresas necessitam de manter a
sua matriz de negócios em Portugal sob pena
de verem definhar a sua principal base de su-
porte, com graves consequências para a sua
sobrevivência enquanto grupos empresariais
de capitais portugueses. É por isso necessário
que a indústria da construção faça a devida
reflexão sobre esta área de negócio, para que,
das PMEs às grandes empresas, todas possam
competir de forma qualificada neste mercado,
garantindo um equilíbrio necessário do ponto
de vista socioeconómico para uma indústria
que representa uma parte significativa do
produto gerado pela economia nacional.
CONCLUSÃO
A evolução muito positiva experimentada
pelas cidades e vilas portuguesas nas últimas
três décadas é um facto incontornável e clara-
mente percebido pelas populações. O acesso
a infraestruturas e serviços básicos, como o
abastecimento e o saneamento de águas e as
redes de equipamentos de ensino e de saúde,
é uma conquista só possível graças ao grande
esforço de qualificação urbanística vivido neste
período. Ela resulta não apenas da oportunidade
criada pela utilização dos fundos europeus
mas também, e sobretudo, do esforço feito
para dotar o território com um sistema de pla-
neamento que, apesar de conter uma série de
problemas na sua execução e implementação,
foi capaz de providenciar uma estrutura de
desenvolvimento para um país que tinha um
grande atraso em comparação com os seus
parceiros da União Europeia. Mas o investimento
feito com o objetivo de dotar o país das infraes-
truturas necessárias para o desenvolvimento
económico é também uma das causas para a
situação difícil em termos financeiros que o
Estado português enfrenta, e que põe em causa
a satisfação das nossas necessidades atuais
em matéria de desenvolvimento urbano – as
quais, na fase do processo de urbanização em
que o país se encontra, se situam sobretudo nos
centros históricos e em periferias degradadas
das principais cidades. Os agentes privados são
também afetados por este contexto, uma vez
que por mais boa vontade que tenham em con-
tribuir para a reabilitação urbana, encontram-
se muitas vezes incapazes de mobilizar os
recursos necessários, por via da disponibilidade
limitada de crédito ao investimento. O contexto
económico é verdadeiramente difícil, não só do
ponto de vista do financiamento aos proprietá-
rios e investidores como também e sobretudo
do ponto de vista da indústria da construção,
fazendo com que só possa haver sucesso se
for possível obter um elevado valor (high value)
da reabilitação urbana através de operações de
baixo custo (low cost).
15_ 19
“lei das rendas” e sobre o novo enquadramento
do licenciamento de operações de reabilitação,
não podem ser alheios a estes planos.
Está (felizmente) longe o tempo da convicção
de que a reabilitação urbana era um assunto
meramente técnico e dizia respeito, apenas, à
arquitetura e à engenharia e à sua capacidade
de intervenção sobre os edifícios. As compo-
nentes culturais, sociais e económicas vieram
a impor a sua presença e não há, hoje, plano
estratégico que possa ignorá-las.
Todavia, é no contexto técnico de cada interven-
ção concreta que os seus atores (promotores,
projetistas, construtores, licenciadores, finan-
ciadores, habitantes) têm mais incertezas,
pela complexidade dos processos, pela falta de
uma cultura de reabilitação, pela arbitrariedade
que resulta da diversidade e complexidade do
património construído, do seu estado de con-
servação e do desempenho esperado.
ConheCimento
Os planos e as ações de reabilitação dos nú-
cleos urbanos antigos exigem que se conheça,
que se conheça bem, a cidade nas suas várias
perspetivas. Do ponto de vista físico, é neces-
sário conhecer as várias escalas (ao longe, na
escala da cidade ou do quarteirão; as grandes
praças; as ruas; as vielas, em que o próprio céu
parece ter encolhido), é necessário conhecer
os diversos níveis (o subsolo, o nível da rua e
das montras, os andares superiores, tantas
vezes devolutos ou habitados sem condições
mínimas de salubridade, conforto e segurança
e, com igual ou maior relevância, as cober-
reabilitação low cost / high valuecidade (cada vez mais) antiga: expectativa ou desistênciaJosé Ant. Raimundo mendes da Silva
Prof. Doutor, Dep. Engenharia Civil - Universidade de Coimbra
ConviCção
Discorrer sobre a cidade antiga, em particular
sobre o seu estado de degradação e sobre as
dificuldades da sua reabilitação, ou ficar enro-
lado num novelo de razões (ou meras intuições,
por vezes contraditórias) que justifiquem a
exigência de um desempenho exemplar ou, pelo
contrário, a sua dispensa, ou, ainda, afirmar que,
agora sim, é hora de intervir e que esta ou aquela
medida vão desencadear um almejado processo
irreversível de valorização destes núcleos urba-
nos antigos, começam a ser um “lugar-comum”
num meio técnico, cultural e político que sabe
não poder (nem querer) passar ao lado da cida-
de que já existe - quer a cidade já considerada
como “antiga”, quer a que progressivamente vai
ganhando esse “estatuto” ou essa “condena-
ção” – mas que tem poucos meios de atuação
e verifica que as estatísticas não indicam esta
inversão firme, rumo à reabilitação.
As afirmações que passam a “lugar-comum”
são arrastadas para uma espécie de limbo de
“inconsequência” mas não podem significar a
desistência dos valores que lhe estão asso-
ciados: é imperativo reabilitar, seja ou não um
“lugar-comum”.
Sem esta convicção, sem esta paixão, não se
pode responder com eficácia ao desafio de rea-
bilitação dos núcleos urbanos antigos, porque
a tarefa é penosa, não é linear nem facilmente
programável e não é concretizável nos ciclos
rápidos a que nos habituámos de dois, quatro
ou oito anos.
A cidade antiga é um lugar de contrastes, é um
lugar de complementaridades, é um lugar de
complexidade, é um lugar de riscos e, sobre-
tudo, é um lugar de (in)certezas:
− Háumfuturoparaacidadeantiga?
− Épossívelviver(bem)nestesnúcleosur-
banosantigos?Comsegurança?Conforto?
Comcustoscontrolados?
− Podemos recuperaresta “cidade”?Qual
éaalternativa?Deixá-lacair?Demoli-lae
construirumedifícioporquarteirão?
− Qualéanossaexpectativa?Comogostá-
vamosquefosseesta“cidade”?
− Oquepodemosesperar(eexigir)dacidade
antiga?Sabemosagirassertivamente?
− Seráareabilitação“lowcost”umasolução?
Umcontributorelevante?
Nesta breve reflexão, iniciada com a afirmação
das mais básicas convicções, estruturam-se
as ideias em torno de mais cinco palavras-cha-
ve: estratégia / conhecimento / assertividade
/ tecnologia / sustentabilidade.
eStRAtÉGiA
Em sociedade, as relações, deveres e direitos
devem reger-se por um quadro regulamentar
completo e articulado. Dos regimes jurídicos
aos planos e aos regulamentos todas as peças
são importantes.
Este quadro regulamentar, ainda que essen-
cial, não é suficiente para desencadear uma
atividade regular de reabilitação, nem a adoção
de boas práticas. Exige-se um Plano Estra-
tégico nacional, articulado com a legislação,
instrumentos e incentivos existentes ou a
criar, devidamente articulado com planos es-
tratégicos locais. A recente discussão dobre a
cm_15
16_cm
> Figura 1:Ilustraçãodeopçõesnãocompatíveiscomumafilosofia“lowcost”responsável.
reabilitação low cost / high value
turas dos edifícios, sua primeira proteção).
É, também,essencial conhecera tipologia
dos edifícios, a sua estrutura e organização,
a sua volumetria, a organização das fachadas
e a localização e características dos acessos
verticais.Éessencialdistinguirosgrandes
edifícios, não só como maior presença, mas
também, frequentemente, com maior poten-
cialidade para albergar equipamentos âncora
da atividade social e económica.
As Universidades podem e devem ter um papel
fundamental na procura deste conhecimento e
na sua disponibilização, com tratamento e lingua-
gens adequados, à cidade e aos seus agentes. A
cidade antiga é um objeto notável de investiga-
ção para a engenharia, a arquitetura, a história,
a sociologia e a arqueologia mas os resultados
dessa investigação são, muitas vezes, pouco
úteis porque o contexto académico em que são
feitos exige um posterior mecanismo de adap-
tação e transferência para outros públicos-alvo.
Em Coimbra, e socorrendo-nos do exemplo que
nos está mais próximo, são muitos os estudos
da cidade antiga em que a Universidade tem
participado. Refiram-se, a título de exemplo
dois: o Processo de Reabilitação Urbana e Social
da Baixa de Coimbra e o Projeto de Investigação
sobre “Bases para o Restauro dos Revestimen-
tosHistóricosdoCentroHistóricodeCoimbra”.
Na Baixa, o levantamento construtivo, es-
trutural, arquitetónico e sócio-demográfico,
com resultados posteriormente tratados, foi
devolvido à cidade sobre a forma de teses e
outros estudos nos domínios da sociologia,
da arquitetura, dos sistemas de informação
e da engenharia/construção (alvenarias,
pavimentos de madeira, vulnerabilidade sís-
mica, comportamento térmico e estratégias
de sustentabilidade na reabilitação).
No projeto dos revestimentos históricos, onde
se privilegiou a Alta, estudaram-se as fachadas
e os seus revestimentos mais antigos: o tipo
de rebocos, a sua degradação, os ornamentos
(fingidos, esgrafitos, etc.), os sistemas de
pintura, a presença e ação nefasta dos sais e
a cor (desde a sua identificação, à investigação
sobre os pigmentos, à criação de uma paleta
de cor e aos estudos para um futuro plano de
cor daquela zona da cidade).
ASSeRtividAde
Já afirmámos que é preciso reabilitar, que é
preciso conhecer a cidade antiga, que são pre-
cisos uma filosofia e um plano, que não deve
desprezar-se a força da paixão pelo processo
mas não falámos do custo de tais convicções e
dasuaconcretização.Épossívelreabilitarestes
núcleosurbanossegundouma filosofia “low
cost”?Oqueéanossainterpretação(deentreas
muitaspossíveis)deumareabilitação“lowcost”?
Aexpressão“lowcost” transformou-senum
slogan publicitário a que associa um custo
baixo compatível com uma procura das fun-
cionalidades essenciais, se possível com qua-
lidade média-alta, só possíveis pela eliminação
do que é acessório ou mesmo supérfluo. No
entanto,nãochegaaideiagenérica.Épreciso
> 1
1 2 3 4
5 6 7 8
9 10 11 12
concretizá-la para cada situação. Em reabilita-
ção de núcleos urbanos antigos, advoga-se que
aexpressão“lowcost”nuncapodevirsozinha
e recomenda-se que seja acompanhada por
outros dois estrangeirismos: “good value” e
“high respect”.
“LowCost”,ou“limitedoscustos”,oucustos
contidos ou custos controlados, como se
obtêm?Comosecontrolamoscustosimedia-
toseoscustosdiferidos?Comoseaumenta
a durabilidade das soluções construtivas,
como se diminuem os custos de manutenção
eexploração?
Um “valor adequado” (“good value”), isto é, um
bom desempenho, uma resposta válida (não
necessariamente excecional) às expectativas
dos destinatários e da sociedade, como se
atingem?Eaqui,maisdoqueosregulamentos,
é preciso ir revisitar as fontes e redescobrir o
que é importante na construção (e na cidade).
Por exemplo, ir revisitar a Diretiva Europeia dos
Produtos de Construção de 1988 que elege
como principais preocupações (exigências
de desempenho): a segurança, o conforto, a
economia, etc.
Um “inquestionável respeito” pelas pessoas,
pelos residentes antes de mais, pelos valores
culturais, mas também pelos edifícios, pela
sua “natureza”, pela sua coerência, pela sua
função primordial, pela sua capacidade de
mudança e adaptação. Também um grande res-
peito pelos promotores e pelos financiadores,
não distorcendo a realidade e as expectativas.
Quandoconseguirmosconciliarestesdiversos
conceitos, teremos uma verdadeira reabilita-
ção“lowcost”.
teCnoloGiA
A tecnologia, seja ela tradicional ou fruto das
recentes evoluções do setor, pode e deve ser
uma aliada determinante. Muitas das opções
mais assertivas (e, por isso, potencialmente
“lowcost”)oumenosassertivasdefendem-
se em pressupostos tecnológicos, mas na
verdade a opção está sempre do nosso lado e
temos que criar capacidade crítica para decidir
com base numa visão abrangente.
Énossaconvicçãoque,nodomínio técnico
da intervenção nestes edifícios de núcleos
urbanosantigos,nãoéumaopção“lowcost”:
1. Demolir como primeira opção, por parecer
mais “vantajoso”
2. “(Des)inventar “a cidade sem respeito
pelos materiais
3. Abandonar sistemas eficazes como os
beirados ventilados
4. Intervir de forma episódica e dissonante
5. Ignorar a “arqueologia” na fase de projeto
e levantamento
6. Manter infraestruturas aéreas (e excessi-
vas) após a obra
7. Vazar estruturalmente o r/c e abandonar
os pisos superiores
8. Descaracterizar revestimentos e envidra-
çados
9. Aplicar tintas e rebocos incompatíveis com
o sistema
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reabilitação low cost / high value
> Figura 2:Ilustraçãodeopçõescompatíveiscomumafilosofia“lowcost”responsável.
> 2
13 14 15
16 17 18
19 20 21
22 23 24
10. Invadir/destruir as fachadas com elemen-
tos intrusivos
11. Substituir coberturas de madeira por betão
armado
12. Conservar apenas as fachadas, mas sem
função estrutural
Comamesmaconvicção,afirmamosquepodeserumaopção“lowcost”(e“goodvalue”/”high
respect”):
13. Reabilitar antigos revestimentos ainda coesos
14. Reabilitar e reforçar corretamente os caixilhos de madeira
15. Usar tintas minerais e evitar descasques
16. Avaliar a capacidade estrutural independentemente do aspeto
cm_19
17. Assumir de forma clara o atirantamento dos paredes
18. Desempenar os telhados com calços e nova ripa
19. Mobilizar e especializar a pequena indústria local
20. Reforçar os pavimentos de madeira com tarugos cruzados
21. Manter a ventilação natural e “educar” os utentes
22. Manter a ventilação do desvão das coberturas
23. Usar subtelha e grampos metálicos com telha canudo
24. Recuperar fasquiados e outras soluções tradicionais
Ainda no domínio técnico, se fosse necessário resumir em meia dúzia de tópicos os princípios
gerais de intervenção, deixando ao projetista a capacidade de os utilizar da foram mais assertiva,
rumoaumareabilitação“low-cost”,comadensidadedoconceitojáamplamenteexplicitada,não
hesitaríamos em sugerir as seguintes opções:
a) Manutenção e reforço das paredes estruturais;
b) Manutenção da caixa de escadas, enquanto elemento “pivot” para a organização tipológica,
reforçando-a estruturalmente e corrigindo-a funcionalmente, se necessário;
c) Manutenção e reforço das estruturas de pavimentos;
d) Manutenção e reforço da estrutura de cobertura que poderá ser redesenhada para correção
de dissonâncias, mantendo o sistema e forma construtiva;
e) Preservação e reintrodução de materiais ou técnicas tradicionais em rebocos, caixilharias,
telhados;
f) Adoção de materiais leves em paredes interiores em substituição dos sistemas construtivos
ligeiros tradicionais;
g) Libertação do logradouro e correção geral de dissonâncias.
SuStentAbilidAde
Aquiloqueestamosatentardizeréqueumareabilitação“lowcost”,oumelhor“lowcost/good
value / high respect” tem que ser uma reabilitação “sustentável”.
E aqui estamos a falar sobretudo do “valor”, isto é de um valor adequado, de uma aproximação
clara entre as expectativas e o desempenho possível.
Recordem-se, por isso, de forma breve, os princípios básicos da “construção sustentável”, ou seja
a que contribui para um desenvolvimento sustentável entendido com aquele em que cada geração
usa da melhor forma os recursos sem pôr em causa a sua utilização pelas gerações vindouras.
Ao triângulo de decisão tradicional “custo, qualidade, prazo”, a filosofia da construção susten-
tável veio acrescentar novas preocupações e um novo paradigma, envolvendo preocupações
ambientais, culturais, sociais e macro-económicas.
Uma das maiores dificuldades é encontrar ferramentas de apoio a esta avaliação, sobretudo em
domínios tão específicos como os núcleos urbanos antigos.
Também aqui, as Universidades e os seus investigadores têm, ou devem ter, um papel determi-
nante. No âmbito do projeto de reabilitação da Baixa de Coimbra, já atrás referido, foi possível
a elaboração de uma tese de Doutoramento (da autoria de Ana Ramos) sobre os princípios
da sustentabilidade nas ações de reabilitação dos núcleos urbanos antigos. Partindo da
análise dos mais divulgados modelos internacionais e do conhecimento resultante do levan-
tamento e da análise dos 720 edifícios da zona em estudo, foi possível criar um modelo com
este propósito.
O modelo organiza-se em Áreas / Parâmetros / Critérios / Indicadores. As Áreas principais são:
− Sustentabilidade Local
− Sustentabilidade no Transporte
− Sustentabilidade na Gestão de Recursos –
Água
− Sustentabilidade na Gestão de Recursos –
Energia
− Sustentabilidade na Gestão de Recursos –
Materiais
− Sustentabilidade do Ambiente Exterior –
Emissões
− Sustentabilidade do Ambiente interior
− Sustentabilidade na Utilização
A título de exemplo, refiram-se os parâmetros
relativos à área de “Sustentabilidade na Gestão
de Recursos – Materiais”:
− Reutilização dos elementos principais
existentes
− Uso de materiais locais
− Uso de materiais com potencial de recicla-
gem nas operações de reabilitação e de
manutenção
− Disponibilidade de dispositivos de recolha
dos resíduos
− Redução dos resíduos resultantes das
operações de reabilitação e manutenção
− Reciclagem de resíduos domésticos
− Reciclagem dos resíduos provenientes das
operações de reabilitação e manutenção
− Gestão dos resíduos não recicláveis
notA FinAl
Quantocustaatodosnós:
a) umedifícioquecai?
b) uma cama de hospital por falta de condi-
ções primárias de salubridade e acompa-
nhamento?
c) umedifíciodevoluto?
Quantolucraríamostodosecadaumdenós:
a) comumahabitaçãomaispróximadocentro?
b) comumamaioratratividadeturística?
c) com mais movimento nos centros urbanos
antigos?
Quanto lucraríamostodoscomumareabilita-
ção...
low Cost / Good value / high Respect?
20_ 24
20_cm
coeficientes parciais ou análise de risco. O
primeiro método caiu em desuso, pois verifi-
ca-se que a sua utilização conduz a margens
de segurança muito variáveis de estrutura
para estrutura. O método dos coeficientes
parciais de segurança, base dos regula-
mentos em vigor em Portugal, baseia-se na
consideração de valores de dimensionamento
para todas as propriedades, calibrados em
função da incerteza associada. Este método
permite apenas garantir que a segurança é
suficiente, não resultando numa medida da
segurança. Mais ainda, os valores dos coe-
ficientes parciais de segurança apenas são
válidos quando a incerteza nos parâmetros e
o nível de segurança pretendido são aqueles
assumidos no processo de calibração. Assim,
os métodos de análise de risco, baseados na
análise probabilística da segurança, surgem
como uma alternativa fundamental para a
avaliação de estruturas existentes. Como
referido, a margem de segurança alvo, assim
como a incerteza nas propriedades dos ma-
teriais e das ações, variam de estrutura para
estrutura, obrigando a uma avaliação, caso
a caso, de todos os parâmetros. Embora seja
mais complexa que uma análise baseada em
coeficientes parciais de segurança, a análise
probabilística é hoje acessível. As principais
dificuldades de uma análise probabilística
prendem-se com a maior exigência computa-
cional, a necessidade de definir distribuições
de probabilidades para todas as grandezas e o
reabilitação low cost / high valuereabilitação urbana de qualidade e a baixo custoEduardo Júlio, ICIST, DECivil – Instituto Superior Técnico-UTL, [email protected]
Luís Canhoto Neves, DEC – FCT-Universidade Nova de Lisboa, [email protected]
António Leça Coelho, Laboratório Nacional de Engenharia Civil, [email protected]
Rita Bento, ICIST, DECivil – Instituto Superior Técnico-UTL, [email protected]
1. ENQUADRAMENTO
As intervenções realizadas nos últimos anos
consistiram em reabilitar o “velho” como
“novo”, ou seja, as estruturas existentes
de edifícios e pontes foram inspecionadas,
caracterizadas e o respetivo projeto de rea-
bilitação foi elaborado de forma a garantir a
sua segurança de acordo com os requisitos
regulamentares definidos para a construção
nova, incluindo o tempo de vida útil. Como
resultado, algumas intervenções tiveram um
custo da mesma ordem de grandeza da cons-
trução nova. A opção oposta de não intervir
tem implicações a diversos níveis. Inicialmen-
te, conduz a uma aceleração da degradação
da estrutura, resultando num aumento do
custo de intervenção, o qual cresce exponen-
cialmente com o tempo. Pode-se argumentar
que, não existindo hoje recursos financeiros,
tem de se protelar a intervenção, apesar de
se multiplicar várias vezes o custo associado,
esperando que um dia as condições sejam
mais favoráveis. Contudo, posteriormente, é
a segurança da estrutura que fica comprome-
tida, colocando-a em risco, assim como a vida
dos seus utilizadores. A alternativa a estas
duas abordagens, consiste em avaliar com
rigor a integridade estrutural, ajustar o tempo
de vida útil remanescente e restringir as soli-
citações a que a estrutura pode estar sujeita,
i.e., implica a realização de uma análise de
risco tendo por objetivo limitar a intervenção
necessária a um reforço cirúrgico, com custos
marginais, para assegurar a sua utilização
em segurança, incluindo a segurança contra
incêndio e a segurança sísmica.
2. ANÁLISE DE RISCO
A inexistência de regulamentos específicos
para a avaliação de estruturas existentes
conduz, frequentemente, à necessidade
de aplicação de ações de reforço de grande
extensão, com custos desproporcionados
aos reais benefícios obtidos. Com efeito, a
avaliação de segurança de uma estrutura
existente é um problema bastante diferente
do dimensionamento de uma estrutura nova
por três principais razões [1]. Em primeiro
lugar, a incerteza nas propriedades dos ma-
teriais, comportamento estrutural e efeito
das ações pode ser reduzida tirando partido
de ensaios de materiais (Figura 1), ensaios
de carga (Figura 2) ou medições de carga
permanente ou tráfego. Em segundo lugar, a
vida remanescente de uma estrutura é, em
geral, menor que o horizonte de projeto ini-
cial, conduzindo a menores valores máximos
das ações. Em terceiro lugar, o maior custo
inerente ao aumento de segurança permite,
para uma estrutura existente, a utilização de
margens de segurança menores.
A segurança estrutural pode ser avaliada
usando coeficientes globais de segurança,
cm_21
uso de metodologias de fiabilidade, como se-
jam a simulação de Monte-Carlo [2]. A primeira
das dificuldades foi ultrapassada pela evolu-
ção dos meios computacionais disponíveis
a baixo preço. Em termos de caracterização
de variáveis, o Joint Committe on Structural
Safety, responsável pelo desenvolvimento
de formatos baseados em coeficientes par-
ciais de segurança, desenvolveu um código
modelo para a caracterização de resistên-
cias e ações, que pode ser integrado com
informação proveniente da estrutura, como
sejam resultados de ensaios ou medições de
tráfego [3]. Por último, existem disponíveis
implementações comerciais de métodos
de fiabilidade que permitem uma avaliação
simples de probabilidades de falha a um
utilizador com conhecimentos básicos de
fiabilidade estrutural.
Estão assim reunidas as condições necessá-
rias para um passo em frente na avaliação da
segurança de estruturas, de modo a evoluir
para uma avaliação mais consistente e uma
alocação de meios mais equilibrada.
3. SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO
Qualquer intervenção de reabilitação num
edifício implica, em consequência de exigên-
cias existentes na legislação específica [4 e
5], a verificação da qualificação ao fogo da
sua estrutura.
Para que se torne possível alcançar, por um
lado, os objectivos enunciados nos números
anteriores e que se traduzem numa avalia-
ção mais rigorosa da integridade estrutural
que conduza a uma alocação de meios mais
equilibrada e, por outro, respeitar as atuais
exigências legislativas às quais o projetista
não se pode fur tar, é imprescindível que
essa avaliação seja feita recorrendo a uma
engenharia de segurança ao incêndio (ESI),
a qual envolve diversas fases das quais se
destacam as seguintes:
– Escolha das bases para o projeto.
– Escolha do método de cálculo.
– Escolha da técnica de reabilitação.
No que se refere às bases para o projeto
salienta-se a importância da determinação
das ações térmicas (AT) a que a estrutura
estará sujeita e dos métodos de verificação
(MV) usados pelo projectista.
As AT podem ser obtidas com base em curvas
de incêndio nominais (padrão, para elemen-
tos exteriores ou de hidrocarbonetos) ou em
modelos de incêndio natural (simplificados
ou avançados). De entre as várias hipóteses
possíveis os modelos de incêndio avançados
são os que apresentam um maior rigor, per-
mitindo alguns deles a consideração do efeito
de diversos meios de segurança ao incêndio.
> Figura 1: Ensaio de carotes e ensaio de provete metálico.
> Figura 2: Ensaio de carga.
> 1
> 2
22_cm
reabilitação low cost / high value
Contudo, a atual legislação [4 e 5] obriga à uti-
lização da curva ISO 834 [6], embora ela seja
demasiado conservativa e não traduza com
realismo os cenários de incêndio que ocorrem
na generalidade das situações.
No que concerne aos MV os projetistas pode-
rão considerar a estrutura global, uma parte
dessa estrutura ou os elementos estruturais
isolados desprezando as ligações entre eles.
Naturalmente que a opção do projetista por
uma análise da estrutura completa contri-
buíra para otimizar os resultados obtidos.
O método de cálculo utilizado deve ser um dos
previstos nos Eurocódigos [7 e 8], podendo
o projetista escolher entre os simplificados
e os avançados, para além do recurso a
tabelas. Os métodos avançados, concreti-
zados em programas de cálculo automático
baseados, geralmente, no método dos ele-
mentos finitos, são aqueles que permitem
uma análise mais rigorosa.
Das opções do projetista face às várias pos-
sibilidades de cálculo que tem ao seu dispor
resultará uma maior ou menor otimização dos
resultados obtidos e, consequentemente,
uma variação dos custos finais da reabilita-
ção, só sendo possível a minimização destes
sem comprometer a segurança se forem
escolhidas as bases para o projecto e os
métodos de cálculo mais rigorosos.
Se a verificação da resistência ao fogo da es-
trutura existente conduzir à conclusão de que
ela é igual ou superior à exigida pela legislação
[5] não há necessidade de sofrer qualquer in-
tervenção, caso contrário terá de ser protegida
da ação térmica devida a um eventual incêndio.
Essa proteção pode ser feita recorrendo a ma-
teriais diversos (argila, betão, gesso, pinturas
intumescentes, etc.) ou sistemas, devendo
o projetista optar pela solução que conduz
a um menor custo e assegure os objetivos
pretendidos, ilustrando-se nas Figuras 3 e 4
duas soluções para pavimentos de madeira.
Tendo presente a necessidade de otimizar
as soluções é necessário que a legislação
nacional [4 e 5] passe a permitir outros meios
de determinação das AT, incluindo o recurso
a modelos de incêndio avançados, de modo a
que não seja considerada uma ação térmica
muito superior à que a estrutura poderá ficar
sujeita numa situação de incêndio.
4. SEGURANÇA SÍSMICA
Em Portugal, há a possibilidade de voltarem
a ocorrer sismos com consequências seme-
lhantes ao de 1755, com efeitos devastado-
res, associados a significativos danos, tanto
humanos como nas construções. Atendendo
ao facto de, atualmente, a concentração de
pessoas em Lisboa e a sua capacidade de pro-
dução ser incomparavelmente superior à que
existia em 1755, verifica-se facilmente que o
número de pessoas a viver em construções
com uma resistência sísmica semelhante às
daquela época é de aproximadamente o triplo
[9]. Isto é, não seria necessário consumar-se
um sismo tão forte como o de 1755 para se
chegar ao mesmo número de vítimas huma-
nas e de danos muito severos no património
construído. Consequentemente, existe uma
necessidade urgente de proceder a uma rea-
bilitação urbana de qualidade, para garantir
a segurança das estruturas e proteger a vida
dos seus utilizadores.
O risco sísmico das estruturas resulta do
produto de três factores: perigosidade, ex-
posição e vulnerabilidade e é uma enorme
ameaça à segurança dos cidadãos (Figuras 5
e 6) e ao desenvolvimento sustentado do nos-
so país. Para que o risco seja baixo, basta que
um dos fatores referidos seja baixo. Em geral,
não é possível reduzir a perigosidade sísmica
(trata-se de um fenómeno natural que não é
possível controlar), nem há a capacidade de
atuar significativamente na exposição (não é
> Figura 3: Exemplo de solução de pavimento de madeira, incluindo isolamento térmico, com qualificação de resistência ao fogo.
> Figura 2: Exemplo de solução de pavimento de madeira, incluindo isolamento térmico e placas de gesso, com qualificação de resistência ao fogo.
> 3
1 Soalho de madeira não resinosa
(espessura ≥ 3 cm e ρ ≥ 6 kN/m3)
2 Isolamento térmico
(lã de rocha com espessura ≥ 5 cm)
3 Vigas de madeira
> 4
1 Placa de gesso com espessura ≥ 1 cm
2 Isolamento térmico
(lã de rocha com espessura ≥ 5 cm)
3 Vigas de madeira
4 Soalho de madeira não resinosa
(espessura ≥ 3 cm e ρ ≥ 6 kN/m3)
possível limitar a fixação de populações em
zonas de elevada perigosidade). Contudo, a
engenharia sísmica dispõe presentemente
de conhecimentos científ icos e técnicos
para reduzir a vulnerabilidade sísmica das
estruturas; i.e., os conhecimentos existentes
permitem avaliar e reforçar adequadamente
edifícios e outros tipos de construções,
permitindo assim que estas apresentem um
comportamento adequado se voltarem a ser
atuadas por sismos extremamente fortes.
No entanto, a nível nacional há, neste momen-
to, um vazio regulamentar no que respeita
a intervenções em edifícios existentes, em
especial para os edifícios de alvenaria, e à
resistência sísmica dos mesmos. Dentro dos
principais regulamentos existentes que abor-
dam o tema, destacam-se, a nível europeu, o
Eurocódigo 8 [10] que reserva a Parte 3 [11]
(EC8-3) para a “Avaliação e reforço de edifícios
existentes” e a regulamentação italiana, no-
meadamente a norma OPCM 3274 de Maio de
2003 [12] e algumas alterações introduzidas
nesta pela norma OPCM 3431 de Maio de 2005
[13]. Fora do panorama Europeu, refere-se a
regulamentação americana, que é composta
por diversos documentos que se complemen-
tam e abrangem a temática associada.
Mesmo com a entrada em vigor do EC8-3 em
Portugal, continua a existir uma lacuna da
regulamentação na parte da decisão da ne-
cessidade de avaliar o desempenho sísmico
de edifícios existentes e no que respeita ao
nível e tipo de reabilitação a levar a cabo. Para
além disso, no EC8-3 o processo de avaliação
sísmica de uma estrutura existente tem o
mesmo nível de exigência que o processo de
reabilitação, tanto em termos de metodologia
como em termos da definição da ação sísmica.
Pelo contrário, o regulamento italiano permite
reduzir o nível da ação sísmica na avaliação e
reabilitação até um valor mínimo de 65% da
utilizada em edifícios novos e os documentos
norte americanos permitem a redução de 25%
da ação somente para a fase de avaliação [14].
Desta forma, o EC8-3, no seu estado atual e
sem a definição adequada do correspondente
anexo nacional, pode conduzir a situações
em que as intervenções em estruturas exis-
tentes tenham um custo da mesma ordem
de grandeza da construção nova, desincen-
tivando signif icativamente a reabilitação
urbana. É pois importante reduzir custos de
intervenção, incorporando uma análise avan-
çada de risco que tenha em conta o facto de
se estar a intervir em estruturas existentes
e não a projetar estruturas novas.
Pode concluir-se que há ainda um caminho
extenso a percorrer até se obter um docu-
mento com aplicação nacional que regule a
intervenção em edifícios existentes, que seja
de aplicação prática e que permita a donos de
obra e projetistas a elaboração de projetos
“possíveis” de executar com relações de
custo-benefício adequadas. Só dessa forma
se poderá potenciar a reabilitação e garantir
PUB
reabilitação low cost / high value
24_cm
condições de segurança adequadas do nosso
património edificado para a atuação da ação
sísmica.
5. NOTAS FINAIS
A reabilitação urbana é a única via para in-
verter a degradação do espaço construído,
revitalizar os centros históricos e reestru-
turar as periferias. No entanto, o paradigma
da reabilitação não pode ser o adotado no
passado recente (reabilitações com custo su-
perior à construção nova; e instalações com
um custo de funcionamento acima dos orça-
mentos dos donos-de-obra). Pelo contrário, a
reabilitação deve ser low cost / high value, i.e.,
deve-se procurar maximizar o desempenho,
minimizando o custo da intervenção. Contu-
do, há uma série de fatores essenciais que
não podem ficar esquecidos neste processo,
como por exemplo, a segurança dos edifícios
à ação sísmica, a segurança contra incêndio,
ou a robustez estrutural. Acresce ainda que
a reabilitação urbana, além de conduzir a um
melhoramento do comportamento estrutural
dos edifícios, deve igualmente implicar um
aumento da sua eficiência energética e do
> Figura 5: Colapso total de uma construção de alvenaria de pedra em Vila do Bispo, Algarve, durante o sismo de 28 de Fevereiro de 1969.
> Figura 6: Danos na fachada de um edifício de dois pisos em Angra de Heroísmo (sismo de 1980).
BIBLIOGRAFIA
1. Diamantidis, D., Assessment of Existing Structures. Joint Committee of Structural Safety JCSS, Rilem Publications SARL, The publishing Company of Rilem, 2001. 159.2. Melchers, R.E., Structural reliability analysis and prediction. 1999: John Wiley Chichester.3. Vrouwenvelder, A., Developments towards full probabilistic design codes. Structural Safety, 2002. 24(2-4): p. 417-432.4. Decreto-Lei n.º 220/2008. D.R. 1.ª Série – N.º 220 – 12 de Novembro de 2008. Estabelece o regime jurídico da segurança contra incêndio.5. Portaria n.º 1532/2008. D.R. 1.ª Série – N.º 250 – 29 de Dezembro de 2008. Aprova o Regulamento Técnico de Segurança contra Incêndio em Edifícios.6. NP EN 1991-1-2. Eurocódigo 1 – Acções em estruturas. Parte 1-2: Acções gerais – Acções em estruturas expostas ao incêndio. Março 2010.7. NP EN 1992-1-2. Eurocódigo 2 – Projecto de estruturas de betão. Parte 1-2: Regras gerais. Verificação da resistência ao fogo. 2010.8. NP EN 1992-1-2. Eurocódigo 3 – Projecto de estruturas de aço. Parte 1-2: Regras gerais. Verificação da resistência ao fogo. 2010.9. Sousa Oliveira, C. 2008: “Efeitos naturais, impacte e mitigação”, Capítulo 3 no livro Sismos e Edifícios, Edições Orion, coordenador Mário Lopes, Lisboa, 51-140.10. EN 1998-1:2003. Eurocode 8 - Design of structures for earthquake resistance – Part 1: General rules, seismic actions and rules for buidings”, Ref. Nº, 2004.11. EN 1998-3, 2005. Eurocode 8: Design of structures for earthquake resistance, Part 3: Strengthening and repair of buildings”.12. OPCM n. 3274, “Primi elementi in materia di criteri generali per la classificazione sísmica del territorio nazionale e di normative tecniche per le costruzioni in zona
sísmica”, Suppl. ord. n.72 alla G.U. n. 105 del 8/5/2003, e successive modifiche ed integrazioni, 2003.13. OPCM. n. 3431. “Ulteriori modifiche ed integrazioni all’Ordinanza n.3274 del 20/3/2003, recante ‘Primi elementi in materia di criteri generali per la classificazione
sísmica del territorio nazionale e di normative tecniche per le costruzioni in zona sísmica’ ” Suppl. ord. n.85 alla G.U. n.107 del 10/5/2005, 2005.14. Casanova,S.,Bento,R.2008:“Regulamentação Internacional sobre a Avaliação e Reabilitação Sísmica de Edifícios Existentes”, Anexo4 no livro Sismos e Edifícios, Edições
Orion, coordenador Mário Lopes, Lisboa, 679-707.
seu conforto térmico e acústico.
Aumentar significativamente o desempenho
dos edifícios e, simultaneamente, reduzir os
custos de intervenção pode parecer irrealista
ou mesmo paradoxal. No entanto, este é um
objetivo possível, desde que seja feita a abor-
dagem técnica adequada, a qual deve incluir
a formação avançada dos intervenientes, a
elaboração de guidelines (e mais tarde legis-
lação adequada) a seguir ao nível da conceção
dos projetos de especialidade, sobretudo
Arquitetura e Estabilidade, e a definição de
cadernos de encargos detalhados a fornecer
às empresas construtoras.
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MOTIVAÇÃO
Os desafios que se colocam às coberturas de madeira são a procura de soluções inovadoras de sistemas estruturais, ligações, formas, materiais, acabamentos, indo ao encontro das atuais preocupações ambientais.Este seminário pretende constituir um fórum de discussão de ideias e soluções no domínio das coberturas de madeira, com a apresentação das tendências mais recentes, permitindo estabelecer a ponte com as soluções mais tradicionais e algumas reflexões sobre aspetos técnicos de desempenho e sustentabilidade na construção.
PROGRAMA
8:15 Receção dos participante
9:00 Abertura
9:15 Timber roofs – multifunctional structures – from design to fire safetyProf. Stefan Winter (TUMunique)
9:45 Metodologia para conservação de estruturas de madeira: Teoria e práticaProf. Paulo B. Lourenço (UMinho)
10:15 Telhados da cidade antiga: da expectativa ao desempenhoProf. Raimundo Mendes da Silva (FCTUC)
10:45 Café
11:15 Inspeção e monitorização de coberturas de madeiraDr.ª Helena Cruz (LNEC)
11:45 Análise e reforço de coberturas tradicionaisProf. Jorge M. Branco (UMinho)
12:15 Exemplos de intervenção em coberturas existentesEng.º Filipe Ferreira (AOF)
12:45 Almoço
14:00 Coberturas em madeira, diferentes sistemas estruturais e métodos de pré-fabricaçãoEng.ª Sílvia Fernandes (Carmo Estruturas)
14:30 Velódromo Nacional de SangalhosArq.º Rui Rosmaninho
15:00 Rethinking the roof structure. Strategies to obtain more energy efficient roofsArq. Manuel García Barbero
15:30 Estrutura de madeira revestida a telha cerâmica – Uma solução construtiva sustentávelEng.º Pedro Lourenço (Umbelino)
16:00 Café
16:30 El Metropol Parasol es algo más que una coberturaEng.º David Rifá (Finnforest)
17:00 Dome Structures. Saldome 2Eng.º Cristoph Häring (Häring)
17:30 Innovative timber roofs structuresProf. Yves Weinand (EPFL-IBOIS)
18:00 Debate
18:30 Encerramento
FORMATO
O seminário contará com a participação de diversos especialistas, nacionais e estrangeiros. As comunicações apresentarão os aspetos principais relativos às soluções tradicionais, ao seu reforço, à inspeção e monitorização, à inovação de novas soluções, à valorização arquitetónica e à eficiência energéticas. Serão apresentadas várias realizações nacionais e estrangeiras.Paralelamente decorrerá uma exposição técnica com os mais recentes desenvolvimentos em termos materiais e tecnológicos.
Coberturas de MadeiraSeminário
Guimarães 19 abril 2012
COMISSÃO ORGANIZADORA
Paulo B. Lourenço, Jorge M. Branco
ORGANIZAÇÃO APOIOS
INFORMAÇÕES
SEMINÁRIO COBERTURAS DE MADEIRAUniversidade do MinhoDepartamento de Engenharia CivilAzurém, P-4800-058 GuimarãesTel 253 510218 . Fax 253 510217Email [email protected]
www.civil.uminho.pt/coberturas/
soluções contrutivas
26_cm26_cm
disponibiliza soluções capazes de responder a
qualquer uma dessas necessidades aos donos
de obra, empreiteiros ou especificadores.
A impermeabilização é um fator fulcral na
reabilitação de edifícios, pois a maior parte
das anomalias que surgem são causadas por
infiltrações ou pelo contacto permanente
com água. Da impermeabilização depende a
durabilidade dos restantes materiais e, por
consequência, a durabilidade do edifício.
Desde a fundação da empresa, as soluções
para a reabilitação na vertente de imperme-
abilização foram sempre associadas à Sika.
O nosso primeiro produto, Sika-1, foi desen-
volvido em 1910 para a impermeabilização de
uma obra de referência internacional, na Suíça.
Soluções de Reabilitação Urbana Low CostSusana Quintal
Departamento Técnico e de Marketing
Sika Portugal S.A.
Depois de assumida a premência nacional na
reabilitação urbana, são exigidas às empresas
do setor da construção novas estratégias e
soluções que acompanhem esta necessidade.
A reabilitação “low cost” é uma solução atraen-
te nesta fase. Num período de recessão e de
grandes desafios a nível económico, torna-se
imperativo o incremento de mecanismos de
promoção e incentivo à reabilitação urbana
através de benefícios fiscais ou apoio finan-
ceiro aos proprietários de edifícios.
Na sua ausência ou carência, o fornecimento
de solução de reabilitação “low cost” traduz-
se no efetivo acompanhamento e resposta
às necessidades do mercado por parte das
empresas através da apresentação de so-
luções de qualidade e económicas sendo,
simultaneamente, soluções práticas e com
processos de aplicação agilizados.
É importante ainda que estas soluções asse-
gurem a sua durabilidade para que o tempo de
vida útil dos edifícios seja prolongado e os cus-
tos de manutenção reduzidos – é esta a mais
correta estratégia de reabilitação “low cost”.
As soluções mais duradouras são, à partida,
mais económicas a longo prazo, pelo que se a
análise for feita tendo em conta a vida/durabi-
lidade expectável do edifício, conseguir-se-á
poupar recursos que se refletem quer a nível
económico quer a nível ambiental.
Soluções mais duráveis reduzem à partida o
número de intervenções de manutenção ao
longo da vida útil dos edifícios, rentabilizando
o investimento inicial.
Os edifícios e infraestruturas construídos ao
longo dos últimos 100 anos revestem-se, na
atualidade, de elevado valor económico, cultu-
ral e social. Para garantir a manutenção desse
valor são necessárias intervenções periódicas
de reparação e reabilitação.
À semelhança do que sucede com a obra
nova, a Sika aporta um valioso contributo
aos projetos de reparação e reabilitação. As
nossas soluções nesta área cumprem os mais
elevados requisitos em termos de qualidade
e rentabilidade, contribuindo também para a
sustentabilidade das intervenções.
Na reabilitação de um edifício estão geralmen-
te em causa diversos tipos de intervenções de
raiz estrutural, funcional ou decorativa. A Sika
As soluções mais duradouras são, à partida, mais económicas a longo prazo, pelo que se a análise for feita tendo em conta a vida/durabilidade expectável do edifício, conseguir-se-á poupar recursos que se refletem quer a nível económico quer a nível ambiental.
cm_27
Sendo a impermeabilização um dos aspetos
mais importantes num projeto de reabilitação
e uma área onde a Sika assume um papel de
relevância no setor da construção, é um dos
vetores onde mais investimos em Investigação
& Desenvolvimento, o que nos permite uma
abordagem integrada e com diferentes tecno-
logias, cada uma ajustada às necessidades
distintas dos elementos que compõem uma
intervenção de reabilitação.
Sendo as fachadas o rosto de um edifício, a
cara e o traço cultural de cada cidade, é im-
portante que estas se mantenham saudáveis.
Elas são constituídas por uma grande varieda-
de de elementos construtivos: portas, janelas,
juntas de dilatação, ombreiras, soleiras, reves-
timentos, betão, etc. onde estão presentes
materiais distintos, cada um com comporta-
mento diferente na presença de água.
No que respeita à selagem de caixilhos,
se esta for feita adequadamente contribui
para diminuir as necessidades térmicas do
edifico. Uma correta selagem evita a entrada
de água por estas zonas e a consequente
degradação dos materiais adjacentes, assim
como o aparecimento de fungos. Para este
tipo de trabalhos recorre-se, normalmente,
a mastiques com boa aderência à base e de
grande resistência à exposição ambiental e
ao envelhecimento.
As juntas de dilatação são outro ponto im-
portante num edifício, pois muitas vezes a
selagem incorreta, degradada, ou até mesmo
inexistente deixa que a água entre em contacto
com a estrutura e leva ao aparecimento de
graves anomalias no interior do edifício.
Devido ao estado de degradação de muitos
edifícios ou habitações no que respeita a
fachadas, com maiores ou menores vãos e
expressão, a mais evidente anomalia nos
edifícios portugueses é a fissuração.
Qualquer que seja o revestimento da fachada, o
tratamento prévio da fissuração é imprescindí-
vel numa abordagem “low cost” da reabilitação.
É importante que o revestimento tenha carac-
terísticas que permitam acompanhar futuros
movimentos, impedindo que a água penetre na
estrutura, para além de ter boa resistência à in-
tempérie e capacidade de deixar a estrutura res-
pirar. Neste grupo, entre outros, enquadram-se
as membranas elásticas, aplicadas como pintura.
Mesmo quando o acabamento da fachada é
realizado em cerâmico ou pedra, há que imper-
meabilizar estes materiais, mantendo o aspeto
original dos mesmos, com uma impregnação
transparente, repelente de água. A adoção des-
ta solução de reabilitação e impermeabilização
previne simultaneamente o aparecimento de
fungos e musgos.
A fachada quando não integral, contém muitos
elementos construtivos em betão aparente,
onde é necessário complementar a sua im-
permeabilidade sem afetar a estética. Sendo
o betão um material permeável pela sua natu-
reza, e cuja durabilidade depende muito da pre-
venção de aparecimento de anomalias (como
a delaminação e corrosão de armaduras), a
utilização de impregnações hidrofóbicas per-
mite colmatar as necessidades em termos de
proteção e durabilidade.
Tendo em conta que a fachada é o espelho do
edifício, este artigo reflete as opções correntes
de reabilitação com soluções Sika para este
elemento.
No entanto, para além destas, a Sika responde a
muitas outras necessidades nomeadamente: re-
forço estrutural, impermeabilização de cobertu-
ras, terraços e varandas, reparação de betão, etc.
Todas estas soluções devem ser encaradas
não como soluções isoladas, mas como
complementares e integradas num projeto
comum de reabilitação, de forma a assegurar
a qualidade e sustentabilidade da Construção.
www.sika.pt
soluções contrutivas
28_cm28_cm
tos únicos, há uma redistribuição de esforços
ao longo de todas as paredes resistentes do
edifício, com a consequente maximização da
sua capacidade resistente.
Quando o edifício existente requer uma inter-
venção de reforço estrutural, seja devido ao
seu estado de degradação, seja por que a obra
em causa implica uma ampliação da volumetria
e, portanto, das cargas aplicadas, uma solução
mista, onde se pode incluir o betão armado ou
a estrutura metálica pesada, com a estrutura
ligeira em aço galvanizado, pode ser a melhor
combinação neste tipo de intervenções.
A criação de um lintel de coroamento sobre as
paredes exteriores, no topo do edifício, permiti-
rá em muitas situações aumentar a capacidade
resistente ou, no mínimo, consolidar a prevista
anteriormente. Este lintel redistribuirá sobre o
edifício as cargas aplicadas pela estrutura li-
geira ao longo de todas as paredes resistentes.
Na construção de lajes de piso, paredes exterio-
res, interiores e coberturas, das mais variadas
formas e acabamentos, muita liberdade se pode
Light Steel Framing – otimização da estrutura, conforto e custoFrancisco Vilhena
Engenheiro, Dosmontes Construções
Requere-se o conhecimento e avaliação de di-
versas soluções para que se possa determinar
qual ou quais as hipóteses mais convenientes,
de modo a otimizar a intervenção e, conse-
quentemente, o seu custo.
A hipótese do betão e alvenaria, embora
seja a solução mais enraizada na resolu-
ção de todas as questões, nem sempre se
configura como a solução mais eficiente ou
económica, já que o inerente acréscimo de
peso sobre a estrutura antiga nem sempre é
viável, obrigando frequentemente à criação
de reforços de dimensão apreciável, podendo
ir até às fundações, para que o edifício em
recuperação possa receber as novas cargas.
Os trabalhos resultantes em demolições,
materiais, mão de obra e tempo, levarão a
um custo obviamente elevado.
A minimização das cargas e a otimização dos
pontos onde as mesmas se irão aplicar é, na
reconstrução, a chave para que a intervenção
se possa dar a custos aceitáveis.
Um método altamente eficiente e em franca ex-
pansão na utilização em reconstrução, devido
à sua comprovada capacidade, versatilidade,
simplicidade e muito baixo peso, é o sistema
conhecido por estrutura metálica ligeira, em
perfis de aço galvanizado, na tradução de “Li-
ght Steel Framing” ou, mais simplesmente, LSF.
Utilizando perfis moldados a partir de chapa
de aço galvanizado, com espessuras variando
vulgarmente entre os 1,5 e 3mm, obtêm-se
secções de resistência muito significativa e
muito baixo peso.
Aplicando repetidamente estes perfis ligeiros
ao longo de toda uma superfície que se preten-
da criar, seja uma laje ou uma parede, teremos
cada perfil a suportar uma parte da carga
total, a qual é assim distribuída em pequenas
cargas, ao longo de toda a linha de apoio e
descarga, com as óbvias vantagens que daí se
advinham: menores cargas, menos reforços,
menores intervenções, menos custo.
Não havendo concentrações de cargas em pon-
Na reconstrução, quando é necessária a intervenção ao nível da estrutura, seja por haver degradação da existente, seja por uma necessidade de alteração da configuração, volumetria, ou alterações dos pontos de descarga de esforços, a solução escolhida é determinante quanto à dimensão da intervenção e, assim, quanto ao seu custo.
cm_29
dar aos arquitetos que se disponham a tirar
partido do muito que uma estrutura altamente
interligada como esta lhes poderá proporcionar.
Adotada pelos técnicos, rapidamente foi
reconhecido o seu desempenho superior
pelos habitantes, que usufruem de condições
de conforto inatingíveis para o habitante
das alvenarias. Se estruturalmente o seu
comportamento é já tecnicamente reconhe-
cido, no que se refere a conforto térmico e
salubridade os materiais que envolvem esta
estrutura metálica não serão menos reco-
nhecidos, já que as suas características e
desempenho são determinados para os fins
a que se destinam.
As placas de gesso laminado não serão uni-
camente puros revestimentos, mas atuam
como reguladores da humidade ambiente. O
espaço livre deixado entre os perfis, quando
não é utilizado pelas infraestruturas que aí se
distribuem, é preenchido por materiais como
a lã mineral, que atua como isolante térmico
e acústico.
Pelo exterior, ou sobre as lajes, o revestimento
estrutural é feito com placas de OSB, material
composto por lascas de madeira prensada,
com características de resistência mecânica
excelentes, fazendo uma interligação suple-
mentar às ligações do aço. Fechando integral-
mente a estrutura, é ainda o suporte para o
isolamento exterior suplementar.
Numa cobertura, ou em qualquer parede ex-
terior, o isolamento deve ser cuidado, não se
devendo poupar na espessura dos materiais
isolantes empregues, dado que o pouco custo
envolvido na sobre espessura terá retorno
garantido nos gastos energéticos e conforto
alcançados.
O baixo custo energético na obtenção da tem-
peratura de conforto é devido à baixa inércia
térmica destas paredes, sendo por tanto
rápida e fácil a modificação da temperatura
interior. A temperatura no interior de qualquer
casa resulta do balanço entre o fluxo de calor
produzido, potência do aquecedor e o fluxo
de calor dissipado, tanto maior quanto maior
a massa da parede e menor o isolamento. Há,
portanto, uma temperatura máxima alcan-
çável, dependente das características dos
equipamentos de produção e conservação do
calor. Numa parede em que, pelo lado interior,
se tem uma placa de gesso laminado de 15 a
25mm de espessura, seguida de lã mineral, a
massa de material a aquecer é diminuta e as
características de isolamento são excelentes.
Assim sendo, atinge se mais rapidamente uma
temperatura de equilíbrio e o seu valor, para o
mesmo equipamento de aquecimento, será
mais alto. Pode se, portanto, não só poupar
na energia consumida como, também, na
potência do equipamento de aquecimento/
arrefecimento.
Resumindo, quando avaliamos o valor de
uma obra de reconstrução, devemos ter em
conta uma grande variedade de resultados,
considerando-se desde a solução construtiva
adotada e especificações dos materiais, às
suas funções e desempenho, características
dos equipamentos instalados, não desprezan-
do nunca os custos energéticos necessários à
obtenção do tão desejado conforto. A economia
trazida por um bom projeto, refere-se não só
à avaliação da solução construtiva adotada e
ao inerente custo da obra mas, também, ao
desempenho da habitação e custos futuros na
sua exploração e manutenção. Em ambas as
perspetivas, a estrutura metálica ligeira tem
um desempenho excelente sendo, por isso,
crescente a sua utilização.
www.dosmontes.com
30_cm
34_35 i&d empresarial
A Derbipure é uma inovadora membrana desen-
volvida pela empresa Derbigum. Esta é a primeira
membrana 100% natural, isto é, os componentes
são à base de plantas, livres de betumes e sem
compostos sintéticos.
A membrana conta com uma cobertura composta
por uma mistura de resinas de madeira e resíduos de
óleo vegetal oriundos da indústria de papel e madeira,
entre outros. O revestimento é impregnado com um acrílico
altamente reflexivo branco que dá um coeficiente de reflexão
de 81%. Pode ser instalado sem ser necessário ar quente, bastando o adesivo orgânico que é
100% reciclável. Este material está certificado com o selo Cradle to Cradle.
A membrana pode ser utilizada como um escudo de calor para reduzir as cargas de ar condicio-
nado e / ou ventilação, economizando energia e reduzindo as emissões de CO2. Além disso, ao ter
“pH neutro”, a Derbipure também é adequada para a recuperação de água das chuvas.
Esta membrana impermeabilizante tem uma película protetora na parte superior que torna a insta-
lação rápida e limpa. No final da instalação, a película é facilmente removida. A face superior dispõe
também de uma faixa de 10 cm, sem a camada branca, para facilitar a soldadura da sobreposição.
www.derbigum.com
Membrana impermeabili-zante de origem vegetal
CaraCterístiCas téCniCas:
− Flexibilidadeabaixatemperatura:≤20º C
− Resistênciaàtração:1000/1000N/5cm
− Estabilidadedimensional:±0,3%
− Resistênciaàrutura:350N
− Resistênciaaoimpacto:20kg Apresentação infográfica em www.youtube.com/watch?v=XLGG-bRG2vE
cm_31
O Solar-vent-Plus é um novo tipo de sistema
solar que aproveita diretamente a energia
do sol e com rendimento elevado. Através
deste painel é possível manter um conforto
adequado e agradável nas casas, indústrias
ou outros locais que sejam beneficiados com
estes sistemas.
O Solar-vent-Plus capta e usa diretamente a energia
solar acumulada nele através do efeito estufa provocado
pelo sol ou de simples incidência luminosa (em dias encobertos
poderá também aquecer, embora com rendimento inferior). Em versões industriais, o ar interior
pode ser captado da nave, ser reaquecido e ser enviado de novo para o local.
O custo energético desta solução é zero (caso esteja instalado com a versão módulo fotovoltaico
para alimentação do ventilador) ou extremamente reduzido com a utilização de um ventilador
sem módulo solar fotovoltaico (cerca de 80 W). Melhora a eficiência energética do edifício e
reduz a fatura energética do edifício.
Permite filtrar e renovar o ar interior do edifício, mesmo sem abertura de janelas ou sem uso
de ventilação mecânica, contribuindo desta forma para evitar os maus cheiros, os excessos
de humidade, bolores, fungos e os demais poluentes que normalmente se desenvolvem em
espaços fechados e mal arejados. Além disso consegue pressurizar os espaços com ar quente
e seco, forçando o ar viciado que lá exista a sair para o exterior, levando consigo a humidade
em excesso.
www.chatron.pt
Novosistemasolar
VANTAGENS:
− Nãonecessitadelíquidosanticongelan-
tesououtros,dadoqueoúnicofluido
usadoéoar
− Possibilidade de interligação com
sistema de aquecimento ou de ar-
condicionadoexistente
− Possibilidadedefuncionamento100%
autónomodeenergiaelétricaatravés
daadiçãodemódulofotovoltaicopara
fornecimentodeenergiaelétricapara
o ventilador
O principal objetivo dos sistemas de proteção de
superfície é proteger as estruturas de influências
ambientais agressivas. Os requisitos de desem-
penho que recaem sobre tais sistemas estão
estipulados nos regulamentos internacionais.
Eles contêm especificações exatas em relação a
resistência aos UV, a absorção capilar de água, a
aderência ao substrato, a variadade de cores, bem
como a resistência ao vapor de água e dióxido de
carbono. Os valores daí resultantes são conside-
rados como o padrão para todos os sistemas de
proteção de superfície.
Desvantagens Dos sistemas comuns
A experiência tem demonstrado, contudo, que
estes requisitos são altamente insuficientes. As
tecnologias atuais ainda têm muitas insuficiên-
cias. Em primeiro lugar, e acima de tudo, trata-se
da sua tendência para se sujarem facilmente. Isto
acontece, nomeadamente, devido aos sistemas
convencionais de proteção de superfície consis-
tirem numa base de dispersão de polímero ligada
através de secagem física. A consequência é uma
estrutura de poros abertos, onde as partículas
podem facilmente assentar, proporcionando as
condições ideais para o crescimento de algas
ou musgo.
Outra desvantagem importante é o comporta-
mento de criação de pó (chalking), ou seja, perda
de espessura da camada como resultado das
condições atmosféricas. Os revestimentos à base
de dispersão polimérica perdem entre 3 a 5 µm
por ano, o que reduz progressivamente o seu
efeito protetor.
emcephob nanoperm pProteção de Superfície de Alto Desempenho
Os sistemas de proteção de superfície habi-
tuais atingem rapidamente os seus limites,
pois não podem fornecer uma proteção
abrangente e duradoura das superfícies
da estrutura do edifício. Neste contexto, a
MC-Bauchemie Research & Development
desenvolveu um sistema de proteção de
superfícies inovador que oferece uma pro-
teção realmente duradoura e cujo espectro
amplo de desempenho supera todas as
soluções existentes.
PUBLI-REPORTAGEM
A MC-Bauchemie apresenta um sistema de proteção superficial na categoria de alto desempenho, com base na nano tecnologia.
Danos causaDos pelos graffitis
Mas um outro inimigo ataca à noite: graffiters saem
à rua para “decorar” no escuro e quanto mais nova
e limpa fôr a superfície do edifício, maior é o “desejo
de adornar”. Os sistemas de proteção de superfície
comuns raramente permitem a remoção total de
tal “expressão artística”. Isto significa que, infeliz-
mente, um prédio novo ou pintado recentemente
perde parte do seu apelo estético de imediato.
sistema inovaDor De proteção
De superfícies
O objetivo da pesquisa da MC foi o de proporcionar
aos empreendedores, projetistas e aplicadores
um valor acrescentado real, ao fornecer um novo
sistema que permite uma proteção total, garan-
tindo a funcionalidade duradoura da estrutura de
construção, bem como da sua estética.
A solução é o Emcephob NanoPerm P, um sistema
de proteção superficial na categoria de alto desem-
penho. É um organo-silício acrilato de poliuretano
modificado, aquoso, pigmentado, com base na
nano tecnologia. O seu amplo espectro de caracte-
rísticas técnicas é único, tornando-o num produto
que oferece mais proteção do que qualquer outro
sistema de proteção de superfície no mercado.
Não só fornece uma proteção credível do betão e
da contaminação, como também é uma excelente
proteção dos edifícios em relação aos graffitis.
requisitos cumpriDos e até ultrapassaDos
Todos os requisitos base da regulamentação
em termos de resistência ao UV e à intempérie
são não só cumpridos como até alguns deles
são largamente ultrapassados. Por exemplo, a
resistência do Emcephob NanoPerm P contra a
difusão do dióxido de carbono é maior do que
3.600 m – sendo que apenas é necessário um
valor superior a 50 m. Com isto, o sistema reduz
de forma muito eficaz a taxa de carbonatação.
A resistência contra a difusão de vapor de água,
que deve ser menor que 4 m, também é significa-
tivamente melhor, sendo de apenas 1,2 m. Assim,
a capacidade de difusão que é necessária para as
estruturas permanece intacta após a aplicação do
Emcephob NanoPerm P.
Mas o Emcephob NanoPerm P oferece muito
mais: em contraste com os sistemas comuns
a interligação física não é alcançada por meio
de secagem física, mas através de uma reação
química à nanoescala. Assim, através da incor-
poração de compostos de organo-silício, é criado
um polímero de poliuretano altamente reticulado
e resistente, que se destaca pela sua superfície
totalmente impermeável e resistente aos riscos
com baixa tensão superficial. Esta nova estrutura
de superfície protege da contaminação da suji-
dade, musgo e algas com um efeito duradouro.
Com uma espessura de camada seca de 200 µm consegue alcançar-se uma cobertura equivalente de betão de 4,4 m
quando se usa Emcephob NanoPerm P!
Além disso, devido ao comportamento robusto
da superfície, o criação de pó (chalking) já não
representa um problema. Adicionalmente, os
graffiters ficam sem tela, dado a superfície ser
resistente a solventes, graffitis e outras desfigu-
rações que podem ser removidos sem qualquer
problema, usando o Emcephob Basic Cleaner
especialmente desenvolvido para combinar com
Emcephob NanoPerm P.
Emcephob NanoPerm P é hidrofóbico e, portanto,
altamente repelente de água e resistente, o que o
torna apto para ser utilizado em zonas de salpicos
e noutras áreas sujeitas a exposição severa à água.
Adicionalmente, também é resistente à geada, aos
sais de congelamento e descongelamento, pos-
suindo um certificado da categoria B1 de resistência
ao fogo em construções, de modo que o produto é
adequado para uso em projetos que também requei-
ram uma maior proteção ao fogo (por exemplo, um
túnel). Por tudo isto, a nova superfície de proteção da
MC tem um âmbito de aplicação muito mais amplo,
no setor da proteção das construções, do que os
sistemas comuns.
www.mc.bauchemie.pt
proprieDaDes
– Poliuretano bicomponente, base água
– Repelente à sujidade e à água
– Resistente às intempéries e aos raios UV
– Resistente à abrasão
– Resistente ao ataque de cloreto
– Resistente à carbonatação
– Permeável à difusão de vapor de água
– Aplicação por rolo ou pulverização
– Protege contra pichamento
O teste de comparação mostra claramente a vantagem da limpeza de Emcephob NanoPerm P: qualquer água
que escorra sobre esta superfície, tal como a água da chuva, atua como um eficaz processo de limpeza.
34_cm
34_35
A transmissão sonora entre dois compartimentos é um fenómeno complexo, que envolve
geralmente transmissões diretas (quando existe um elemento de separação comum aos dois
compartimentos) e transmissões secundárias (através dos elementos adjacentes ou de espa-
ços laterais). A Figura 1 esquematiza o processo de transmissão que pode ocorrer entre dois
compartimentos adjacentes. Em fase de projeto, a quantificação da transmissão por estas vias
pode ser efetuada através dos modelos indicados na norma EN 12354-1:2000.
Considerando como referência a ilustração apresentada na Figura 1, o índice de redução sonora
aparente R’w
, resultante da contribuição dos diferentes caminhos de transmissão, pode ser
determinado a partir da seguinte expressão:
Onde os parâmetros Dn,e,w
e Dn,s,w
correspondem respetivamente aos índices de isolamento através
de “pontos fracos” e por via indireta (não marginal), dificilmente quantificáveis para a generali-
dade das situações, e os parâmetros RDd,w
, RFf,w
, RFd,w
e RDf,w
correspondem a índices de redução
sonora respetivamente por via direta e pelos três caminhos de via marginal de cada elemento. S
corresponde à área de separação comum entre compartimentos adjacentes.
Para situações correntes de construção tradicional, com lajes em betão (maciças ou aligeiradas)
e paredes em alvenaria, e sem “defeitos” de construção, entre as várias vias indicadas as mais
relevantes correspondem habitualmente às transmissões por via direta e por via marginal,
existindo uma interdependência entre estas vias. No entanto, para valores de Rw
iguais ou infe-
riores a 40 dB, a influência das transmissões marginais é geralmente desprezável. Para valores
de Rw
entre 40 e 55 dB, as quebras de isolamento originadas pelas transmissões marginais
variam habitualmente entre 1 e 5 dB, conforme metodologia simplificada proposta na Tabela 1.
Para valores de Rw
superiores a 55 dB, e em especial para elementos de separação reforçados
INFluêNCIa das TraNsmIssões margINaIs NO IsOlameNTO a sONs aéreOs – PrOPOsTa de aBOrdagem sImPlIFICada
Diogo Mateus, Prof. auxiliar do deC/FCTuC, dir. Técnico do lab. CONTraruIdO
acústica
com elementos aligeirados (por exemplo em
gesso cartonado e caixa de ar com absorvente
sonoro), as quebras podem ser muito signi-
ficativas, recomendando-se a aplicação dos
métodos de cálculo preconizados pela norma
eN 12354-1:2000. refira-se que, os valores
apresentados na Tabela 1 (ver página seguin-
te) encontram-se tendencialmente do lado da
segurança, em especial quando os elementos
marginais possuem massas elevadas e/ou
menor grau de encastramento na junção com
o elemento direto.
O índice Rw
, que ocorre apenas por via direta,
pode ser obtido experimentalmente em labo-
ratório, nomeadamente através de resultados
divulgados pelo fabricante ou publicados em
documentação técnica (ver coluna de acústica
dos números 41 e 43 desta revista), ou esti-
mado, através de modelos de previsão. Com
base no índice Rw
, na quebra de isolamento
por transmissão marginal (K) e nas carate-
rísticas do local recetor (volume V), área de
separação direta (S) e tempo de reverberação
de referência (T0), que é igual ao requisito T ou
igual a 0,5, quando não se aplica requisito T, é
possível determinar o índice de isolamento
sonoro padronizado DnT,w
a partir da seguinte
expressão:
Considere-se, por exemplo, a separação entre
dois quartos adjacentes da mesma prumada
ver tical de um edifício multifamiliar, com
4,0x3,5 m2 de área de piso e 2,6 m de pé direito,
com duas paredes de fachada, em alvenaria
de tijolo de 15+11 cm, e duas interiores, em
alvenaria de tijolo de 11 cm, e uma laje de sepa-
ração em betão com blocos de aligeiramento,
com cerca de 450 kg/m2, incluindo enchimento
de piso. Nestas condições, se for considerado
um índice Rw
de 53 dB para o piso, o valor esti-
mado para R’w
, com base na abordagem simpli-
ficada anteriormente proposta, é próximo de
49 dB (considerando K = 4dB) resultando um
> Figura 1: Caminhos de transmissão possíveis entre duas salas adjacentes.
índice DnT,w
próximo de 48 dB [DnT,w
= 53 – 4 + 10Log(36,4/(6,25 x 0,5 x 14))]. Com a aplicação do
método da norma eN 12354-1:2000, admitindo Rw
= 52dB para as paredes de fachada, e Rw
= 41dB
para as divisórias interiores, obtém-se um valor de DnT,w
próximo de 49 dB (ou indiretamente um K
= 3dB). Caso se proceda ao reforço da laje com um teto falso, que garanta um índice DRw
= 10dB ,
o valor global de Rw
aumenta para 63 dB, mas, da aplicação da norma eN 12354-1:2000, o valor de
DnT,w
aumenta apenas para 53 dB (que indiretamente permite chegar a um K = 9dB). Nestes casos,
o aumento significativo de DnT,w
implica geralmente o reforço também dos elementos marginais.
apesar desta abordagem simplificada poder conduzir a resultados diferentes dos obtidos com
métodos mais detalhados, os desvios são geralmente muito menos relevantes que os que
podem resultar de um processo construtivo incorreto e/ou de más decisões tomadas em obra.
Tal como se tentou demonstrar nesta coluna de acústica, em edições anteriores, a obtenção de
Isolamento conferido pelo elemento de separação direto
Quebra de isolamento sonoro(K = R’
w – R
w)
Rw
≤ 40 dB ≈ 0 dB
40 < Rw
≤ 45 dB ≈ 1 dB
45 < Rw
≤ 50 dB ≈ 1 a 3 dB
50 < Rw
≤ 55 dB ≈ 3 a 5 dB
Rw > 55dB Cálculo detalhado através da norma
eN 12354-1:2000
> Tabela 1: Quebras de isolamento sonoro (K) entre compartimentos adjacentes, originadas por transmissões mar-ginais, para situações correntes de construção tradicional pesada (com lajes em betão, maciças ou aligeiradas, e paredes em alvenaria).
Cada vez mais e com maior intensidade, a sociedade exige aos Promotores e Empresas melhor controlo dos seus produtos e serviços, para assegurar ao cliente e utilizador a confiança da qualidade do imóvel. Neste âmbito, o Bureau Veritas presta serviços como Organismo de Controlo Técnico (OCT) e tem como objectivos garantir a qualidade da obra e informar as companhias seguradoras sobre os riscos presentes na cobertura do seguro decenal.
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O BUREAU VERITAS ATESTA A QUALIDADE NA REABILITAÇÃO
PuB
sucesso na construção exige um profundo
conhecimento dos materiais e das tecnologias
de construção empregues, sendo fundamental
uma adequada interligação entre a acústica e
as restantes especialidades envolvidas em
projeto. uma solução construtiva com um
previsível elevado desempenho acústico pode
resultar num fracasso completo, se forem co-
metidos alguns erros de execução, mesmo que
de pequeníssima dimensão, que muitas vezes
passam despercebidos em obra.
36_cm
36_37
INTRODUÇÃO
As anomalias verificadas em revestimentos
de piso de madeira, durante a sua aplicação
ou numa fase precoce de funcionamento,
têm normalmente origem numa associação
de erros básicos que poderiam facilmente ter
sido evitados.
No número CM43 foram referidos alguns
problemas de durabilidade e estabilidade
dimensional relacionados com a insuficiente
secagem da betonilha, o teor de água da ma-
deira desajustado e deficiências de colagem.
Neste número são abordados problemas
relacionados com a má seleção da madeira,
pormenores construtivos desfavoráveis, de-
feitos de acabamento e erros de manutenção.
Estes textos refletem a experiência do LNEC
em matéria de acompanhamento de obras e
diagnóstico de anomalias. Os exemplos aqui
apresentados ilustram anomalias correntes
mas não esgotam, naturalmente, a diversidade
de situações que podem ocorrer.
SeleÇÃO Da maDeIRa
A escolha da madeira deve ter em atenção,
não só as suas características visuais mas
igualmente a sua estabilidade dimensional,
durabilidade e resistência ao desgaste ou du-
reza. Estas características devem constar das
Fichas Técnicas do produto ou ser consultadas
em publicações técnicas especializadas, co-
ANOMALiAs COMuNs NA ApLiCAçãO dE rEvEsTiMENTOs dE pisO dE MAdEirAParte 2 – seleção da madeira, pormenores construtivos, acabamento e manutenção
Helena Cruz, investigadora principal do LNEC
estruturas de madeira
nhecida a espécie florestal (preferencialmente
a respetiva designação botânica).
uma boa estabilidade dimensional da madeira
(baixos coeficientes de retração e baixo fator
de anisotropia) limita as consequências das
variações do seu teor de água, quer no decurso
da aplicação quer ao longo da sua vida útil.
deve por isso ser uma característica priori-
tária, sobretudo quando se esperam grandes
variações higrotérmicas ambientais, e/ou
quando se pretende usar réguas de grandes
dimensões ou realizar panos de pavimento
com áreas generosas na direção transversal
ao fio da madeira (Figura 1).
deve ser tido em conta que o teor de água da
madeira varia normalmente ao longo do ano,
com diferenças entre o inverno e o verão geral-
mente da ordem de 2 a 4% em pisos interiores
correntes. Note-se que esta variação natural
é já razão frequente de conflitos, porque os
ciclos naturais de abertura e fecho das juntas
entre réguas nem sempre são bem aceites por
alguns utilizadores, que esperam um compor-
tamento “mais inerte” do que o material pode
apresentar. Consequências mais graves, com
prejuízos significativos, advêm naturalmente
quando se verificam empenos sensíveis ou as
juntas se tornam insuficientes para acomodar
as variações dimensionais da madeira, que se
destaca da base.
Na aplicação de réguas multicamada, o aspeto
ondulado da superfície pode também surgir
como resultado de uma composição mal
equilibrada, no que se refere à retração dos
materiais usados nas diversas camadas e/ou
permeabilidade da face e da contraface. Em
consequência, as réguas tendem a “mexer”
mais numa face do que na outra quando sujei-
tas a variações ambientais. O comportamento
do material pode ser previamente verificado
por meio de ensaios de estabilidade dimen-
sional, comparando por exemplo diversas
soluções alternativas.
A resistência à abrasão e ao punçoamento
devem ser adequadas ao tráfego, sendo parti-
cularmente importantes em espaços públicos.
No entanto, mesmo em utilizações pouco
exigentes, o emprego de madeiras brandas
(como por exemplo a Casquinha) torna difícil
evitar marcas de saltos de sapatos (Figura 2),
riscos da movimentação de móveis ou desgas-
te acentuado em degraus.
A anomalia mais comum relacionada com a
falta de durabilidade de madeira aplicada em
pavimentos, é o seu ataque por carunchos. Em
espécies Folhosas isto pode ser facilmente
evitado com a rejeição de peças com faixas de
borne (Figura 3), uma vez que apenas o borne
é suscetível de ataque por estes insetos. No
caso de espécies resinosas, que têm signifi-
cativa percentagem de borne, esta estratégia
não é viável, mas a aplicação de um produto
preservador inseticida, após o afagamento,
evitará futuras infestações.
Este cuidado deve estender-se aos sarrafos
usados para assentamento de soalho ou ou-
tros elementos ocultos, já que a utilização de
restos de madeira de menor durabilidade ou
> Figura 1: Comportamento diferenciado de duas madei-ras com diferente estabilidade dimensional.
> Figura 2: Marcas de saltos de sapatos. > Figura 3: Faixa de borne em madeira de Folhosas (a rejeitar).
cm_37
costaneiras com borne, infestados, ocasiona
muitas vezes o aparecimento de orifícios de
saída na face exposta do soalho, atravessado
pelos carunchos provenientes dos sarrafos.
PORmeNOReS CONSTRUTIvOS
É fundamental não esquecer que a madeira é
um material higroscópico, cujo teor de água
varia continuamente em função das condições
ambientais. Embora o eventual acabamento
com produtos impermeáveis retarde as trocas
de vapor de água, as réguas sofrerão sempre
variações dimensionais, que terão de ser ab-
sorvidas pelas juntas entre réguas.
Naturalmente que a folga normalmente deixa-
da ao nível dos rodapés ajuda a absorver parte
dessa variação, no entanto, o aperto excessivo
das réguas durante a aplicação é contrapro-
ducente. Note-se que em grandes panos de
pavimento o inchamento total da madeira na
direção perpendicular às fibras pode atingir
vários centímetros, sendo a capacidade de de-
formação da cola normalmente muito inferior
à requerida para que a deformação acumulada
da madeira possa transferir-se até ao rodapé
sem romper toda a junta colada pelo caminho.
são particularmente propícios a problemas
os revestimentos colados constituídos por
grandes réguas (e proporcionalmente poucas
juntas) e estendendo-se em panos contínuos
de grandes dimensões na direção perpendi-
cular às fibras da madeira (em que as suas
variações dimensionais são máximas).
devem também ser objeto de cuidado especial,
os pavimentos de madeira que possam ser su-
jeitos a humidificação acidental, caso falhem
por ex. as juntas ou vedantes que as separam
do exterior ou de zonas de lavagens, vedan-
tes esses cuja durabilidade é naturalmente
inferior à vida útil do pavimento (Figura 4).
Essas situações de risco devem tanto quanto
possível ser evitadas através do projeto. Caso
contrário, devem ser estudadas medidas de
proteção adicional da madeira que limitem os
danos em situação de acidente.
aCabameNTO
As anomalias associadas ao acabamento são
variadas e muitas vezes têm múltiplas causas.
incluem, entre outras, a falta de limpeza e má
preparação da superfície, a má aplicação e cura
dos produtos, a incompatibilidade com even-
tuais produtos de tratamento da madeira ou
outros produtos de revestimento anteriores,
a reação química dos produtos com a madeira
e ainda a exsudação de extrativos, naturais em
certas espécies florestais, que pode ser poten-
ciada ou apenas evidenciada pelo acabamento.
Estas anomalias traduzem-se geralmente em
manchas diversas, aspereza da superfície e
variações de cor e de brilho.
O diagnóstico da situação passa pelo conheci-
mento das características dos diversos produ-
tos envolvidos, a análise cuidada da situação
e eventuais ensaios laboratoriais.
Numa outra categoria de anomalias, inclui-se
as que resultam do emprego de produtos de
acabamento com resistência insuficiente
(Figura 5) face ao tipo de tráfego ou da sua
aplicação em camada demasiado fina, aspeto
que pode em geral ser despistado facilmente
por medições feitas em obra e/ou ensaios
complementares.
UTIlIzaÇÃO e maNUTeNÇÃO
A utilização e a manutenção inadequadas dos
pavimentos podem também ser causadoras
de anomalias. Hoje em dia, a facilidade de ma-
nutenção é geralmente um critério de escolha
incontornável, multiplicando-se o número de
soluções que permitem a limpeza com pano
húmido (seguida de secagem com pano seco).
um erro frequente consiste na limpeza das su-
perfícies com água abundante, o que permite a
infiltração de água nas juntas e a consequente
alteração de cor (mais visível em madeiras cla-
ras) (Figura 6), o inchamento dos bordos das
réguas e a degradação da camada de proteção
(película plástica ou verniz).
Também o desconhecimento dos métodos e
produtos de limpeza adequados a cada tipo de
pavimento, levam por vezes à utilização de pro-
cessos demasiado abrasivos, que podem des-
truir de forma irreversível não só o acabamento
mas a própria folha decorativa de madeira em
réguas constituídas por diversas camadas.
Estes aspetos devem ser considerados na
aplicação de revestimentos de madeira em
pavimentos de casas de banho e cozinhas, em
que a humidade, a molhagem frequente e os der-
rames e salpicos de matérias gordurosas, todos
eles inconvenientes, são, de facto, inevitáveis.
por estas razões é essencial escolher soluções
técnicas adequadas ao tipo de utilização e
disponibilizar aos utilizadores a informação
necessária.
> Figura 5: Baixa dureza e resistência ao desgaste. > Figura 6: Manchas devidas a absorção de água de limpezas.
> Figura 4: solução construtiva dependente da eficácia e durabilidade dos vedantes.
estruturas metálicas
Luís Simões da Silva, Professor Catedrático, DEC, UCoimbra
38
ConstrUção MEtáliCa: o PotEnCial ExPortaDor Da invEstigação
dos docentes da Universidade de Coimbra, é
responsável por 12%! dos projetos europeus
em curso na mesma universidade. Em termos
financeiros, mais uma vez exemplificando
com números da Universidade de Coimbra e
do grupo de Construção Metálica da unidade
de investigação isisE, os projetos de i&D re-
presentam um volume de negócios superior a
7 M€, correspondendo a um valor acrescentado
por trabalhador elevadíssimo.
Para finalizar, gostaríamos de assinalar que
cada vez mais, as empresas (nacionais e
estrangeiras) reconhecem as mais valias que
podem retirar da colaboração com as unidades
de investigação. Deixamos assim um novo
desafio para o setor do ensino superior portu-
guês e para os líderes académicos (reitores) e
políticos: potenciem o crescimento dos nichos
de excelência com políticas competentes e não
desperdicem recursos a alimentar exclusiva-
mente a máquina burocrática!
É universalmente reconhecido que a qualidade
do ensino universitário só é possível quando
acompanhada por excelência na investigação.
a investigação científica nacional no setor da
construção metálica atingiu progressivamente
ao longo dos últimos quinze anos um patamar
de qualidade internacional de assinalar, ocu-
pando um justo lugar de liderança no panorama
internacional. Muito deste reconhecimento
foi atingido através de salutar concorrência
internacional, nomeadamente em concursos
para projetos de investigação e desenvolvi-
mento tecnológico europeus, financiados pela
Comissão Europeia.
É interessante concretizar com números
estas afirmaçãoes: comparativamente com
as restantes áreas do conhecimento, de acor-
do com números da recente apresentação
pública do Plano Estratégico da Universidade
de Coimbra para 2011-2016, o grupo de Cons-
trução Metálica, que é constituído por 0.06%
Na última coluna sobre construção metálica abordámos o potencial exportador da formação avançada, tendo apresentado o exemplo do progra-
ma de formação avançada SUSCOS. Desde essa altura, em julho de 2011, foi-nos comunicado pela Comissão Europeia a aprovação do curso de
mestrado europeu Erasmus Mundus em Construção Metálica Sustentável (www.suscos.eu). Este reconhecimento da alta qualidade da formação
avançada neste setor, juntando o mesmo consórcio de universidades europeias líderes no setor da Construção Metálica (Universidade de Coimbra,
Universidade de Liège (Bélgica), Universidade técnica de Lulea (Suécia), Unversidade Técnica de Praga (Répública Checa), Universidade “Poli-
tehnica” de Timisoara (Roménia) e Universidade de Nápoles “Federico II” (Itália), complementado por uma rede de âmbito mundial de parceiros
associados (universidades e empresas) potencia ainda mais este êxito exportador. O curso terá início em setembro de 2012 na Universidade de
Coimbra (1º semestre), sendo o 2º semestre lecionado na Universidade Técnica de Praga e as dissertações de mestrado desenvolvidas numa
das 6 universidades parceiras, de acordo com a escolha individual de cada aluno.
COMPFIREFRAME-UP
HISTWIN
38_cm
cm_39
39
Do ponto de vista da economia, conferências
deste tipo estimulam e fortalecem o turismo.
Esta Conferência encherá muitos hotéis
da região de Lisboa durante uma semana e
atrairá visitantes a outras zonas de Portugal,
muitos dos quais voltarão se gostarem da sua
estadia. Na prática a Conferência fará entrar
em Portugal cerca de 10 milhões de euros na
altura da sua realização e provavelmente mais
ainda a médio e longo prazo.
No entanto a relevância da Conferência
ultrapassa muito o modesto contributo que
dá para a economia portuguesa, mas está
no significado da sua realização em Lisboa.
Em primeiro lugar deve realçar-se que a
escolha dos locais para realização destas
Conferências é feita por um comité interna-
cional onde estão representados dezenas
de países. A candidatura da SPES enfrentou a
candidatura da sua congénere francesa, uma
candidatura com mérito, bem organizada,
apoiada financeira e institucionalmente pelo
Governo francês e com recursos dezenas de
vezes superiores aos da candidatura por-
tuguesa. Por isto, a escolha de Lisboa só foi
possível graças a dois fatores: a organização
da candidatura propriamente dita, na qual
colaborou a Empresa CPL Events e, acima de
tudo, à credibilidade e prestígio internacional
da comunidade científica portuguesa da área
da engenharia sísmica. Este prestígio e credi-
bilidade resulta da contribuição portuguesa
A 15.ª CoNfErêNCiA MuNDiAL DE ENGENhAriA SíSMiCA
Mário Lopes, Professor Auxiliar – DECivil, instituto Superior Técnico
sísmica
para o progresso científico nesta área, que se
tem refletido na participação do Laboratório
Nacional de Engenharia Civil (LNEC) e das
universidades portuguesas em numerosos
projetos de investigação internacionais,
em par ticular europeus, e em numerosos
artigos técnicos e científicos publicados em
conferências e revistas internacionais da
especialidade. outro sintoma da capacidade
e prestígio da engenharia sísmica portuguesa
foi a escolha do LNEC pela Comissão Europeia
para durante mais de uma década secretariar
a elaboração no novo regulamento europeu
para as zonas sísmicas, o Eurocódigo 8. Assim,
neste momento em que o país está deprimido
pelas consequências da crise financeira e é
notícia internacionalmente quase sempre por
razões negativas, é bastante positivo poder-
mos mostrar ao nosso povo e ao mundo que
também somos um país capaz de se distinguir
por razões positivas, reconhecidas interna-
cionalmente, num domínio técnico exigente.
Do ponto de vista do setor da construção esta
Conferência e as razões subjacentes à sua
realização em Portugal são mais um contri-
buto para o capital de reconhecimento técnico
internacional da engenharia portuguesa que
o setor da construção deve aproveitar como
vantagem competitiva para promover a sua
internacionalização.
www.15wcee.org
Realizar-se-á de 23 a 29 de setembro em
Lisboa a 15.ª Conferência Mundial de Enge-
nharia Sísmica, organizada pela Sociedade
Portuguesa de Engenharia Sísmica (SPES)
que agrupa quase toda a comunidade cien-
tífica portuguesa desta área. Pelo número
de resumos de artigos recebidos (mais de
5800) será provavelmente a maior Confe-
rência internacional de sempre desta área
científica. Estas Conferências realizam-se
regularmente de 4 em 4 anos desde 1956 e
constituem o principal fórum de divulgação
e discussão do que de mais avançado se faz
e investiga no mundo inteiro na área da en-
genharia sísmica e da prevenção dos efeitos
de sismos e tsunamis.
40_cm
notícias40_46
Foi apresentada oficialmente no dia 23 de janeiro a Rede Científica para o Desenvolvimento
do Território (Instituto do Território). Trata-se uma ONG, que junta as mais importantes uni-
versidades e pólos tecnológicos portugueses em matéria de investigação e conhecimento
nos domínios do Território e do Desenvolvimento Territorial.
O Instituto do Território nasceu em outubro passado com o objetivo de reforçar a capacidade
do país no que diz respeito a informação sobre o território. Pretendem criar “soluções, instru-
mentos e doutrinas que permitam ao País defender melhor os seus recursos, aproveitá-los
com mais inteligência e sucesso e “navegar menos à vista” no que respeita à sua organização
territorial”.
O IT foi fundado pela Câmara Municipal do Fundão; Cesnova – Centro de Estudos de Sociologia
da Universidade Nova de Lisboa; Escola Treino de Mar; Instituto Politécnico de Leiria; Instituto
Politécnico de Lisboa; Instituto de Soldadura e Qualidade; Jornal dos Arquitetos; Laboratório
Nacional de Engenharia Civil; Universidade Atlântica; Universidade dos Açores; Universidade
do Algarve; Universidade de Aveiro; Universidade da Beira Interior; Universidade Lusófona;
Universidade Nova de Lisboa – Faculdade de Ciências e Tecnologia; Universidade de Trás-os-
Montes e Alto Douro; Urbe. Tem ainda parceiros por bono: Cap Gemini –Consultora multinacional
de Gestão; Deepstep – Agência de Comunicação; Sérvulo Correia e Associados – Sociedade de
Advogados. Esta Rede é aberta, podendo vir a integrar outras instituições e individualidades.
apresentação pública da rede científica para o desenvolvimento do território
A Boa Prática Ambiental apresentada pela
GYPTEC Ibérica – Gessos Técnicos, S.A. foi
considerada uma das melhores, estando no
“top ten” das melhores prática ambientais
selecionadas e distinguidas como Casos de
Excelência pelo júri do da AEP.
A Gyptec desempenha uma Boa Pr ática
Ambiental porque consegue otimizar o método
de transporte de gesso, mais propriamente, o
método de transporte intermodal (via férrea +
rodoviária). A operação consiste no transporte
de gesso da central termoelétrica da EDP em
Sines, para a GYPTEC Ibérica na Figueira da
Foz. No regresso é transportado calcário para
a central, que possui um ramal interno, de
cariz industrial, permitindo a entrada direta do
comboio. A viabilidade do método é assegurada
pelo transporte de gesso da Central de Sines
com retorno de calcário, produto necessário
à Central para o processo de dessulfurização.
“A concretização desta medida permite tornar o
transporte de matéria-prima ambientalmente
e economicamente sustentável e ao mesmo
tempo contribuir para a dinamização e
revitalização da linha férrea e das atividades
económicas associadas, promovendo a
sustentabilidade social e criação de postos
de trabalho. O sucesso desta medida só é
possível graças às sinergias existentes entre
as empresas Gyptec, EDP e Takargo Rail do
Grupo Mota-Engil e o Instituto Superior Técnico
da Universidade Técnica de Lisboa”, afirma a
Gyptec em comunicado.
Na pr ática, estas medidas tr aduzem-se
na redução de consumo de combustível
(diesel) e uma redução signif icativa na
emissão de CO2. De acordo com a empresa, o
transporte intermodal apresenta um consumo
de combustível menor do que o transporte
rodoviário, permitindo uma diminuição de 40%
das emissões de CO2.
reconhecimento pela aep
gyptec distinguida com prémio “caso de excelência de boas práticas ambientais”
www.gyptec.eu
A AEP – Associação Empresarial de Portugal tem vindo a desenvolver os projectos “Resíduos Menos” e
“Benchmark A + E”, apoiando as empresas portuguesas na utilização
das melhores práticas em matéria de gestão integrada de resíduos e na
gestão eficiente de energia, com vista ao aumento da sua competitividade
e sustentabilidade.
© J
OÃO
CUN
HA
Filipe Magalhães e Salomé Soares foram distin-
guidos pela Fundação Engº António de Almeida
no passado dia 13 de janeiro, por causa da
originalidade, mérito científico e interesse
socioeconómico das suas dissertações de
mestrado. Ambos são investigadores da Facul-
dade de Engenharia da Universidade do Porto.
Filipe Magalhães apresentou um trabalho que
permite avaliar a “saúde estrutural” das pon-
tes e barragens. O projeto “Operational Modal
Analysis for Testing and Monitoring of Bridges
and Special Structures” ganhou o prémio Prof.
Doutor Joaquim Sarmento.
“A análise modal operacional é uma técnica
experimental que permite identificar proprie-
dades dinâmicas importantes de uma dada
estrutura, que poderá ser uma ponte, a co-
bertura de um estádio ou uma barragem, sem
perturbar o seu normal funcionamento”, expli-
fundação eng. antónio de almeida premeia investigadores da feup
© F
EUP
C M Y CM MY CY CMY K
PUB
Já o Prémio Fundação Eng. António de Almeida
foi entregue a Salomé Soares, investigadora do
Departamento de Engenharia Química (DEQ) da
FEUP. A tese, intitulada “Remoção de nitratos
por redução catalítica com hidrogénio” teve
como objetivo o desenvolvimento de uma
nova tecnologia para a remoção de nitratos
em águas por redução catalítica na presença
de hidrogénio.
ca o investigador da FEUP. Acrescenta ainda
que esta técnica pode ser aplicada através da
realização de ensaios pontuais, normalmente
realizados em estruturas relevantes após a
sua construção ou após obras de reabilitação
ou no processamento de dados recolhidos por
sistemas de monitorização contínua.
Desenvolvidas no ViBest, as técnicas expe-
rimentais do trabalho agora premiado foram
aplicadas a várias estruturas relevantes, como
o Viaduto de Millau (França), Ponte Humber
(Reino Unido), Ponte Infante D. Henrique e a
cobertura do Estádio do Braga.
Filipe Magalhães refere que a aplicação no
contexto de sistemas de monitorização per-
mite avaliar de forma continuada a “saúde
estrutural” da infraestrutura instrumentada,
tendo sido criado um software, designado
DynaMo, para processamento online de dados.
notícias
42_cm
Já está pronta a nova lei do arrendamento
que entrará em vigor em 2012. A lei, que foi
aprovada no passado dia 29 de dezembro,
em conselho de ministros, traz mudanças
significativas ao atual regime.
Uma das alterações mais importantes é a
atualização das rendas congeladas, num
espaço de cinco anos. Os que beneficiem
de rendas antigas e não provarem a sua
incapacidade financeira, vão ter em breve a
sua renda atualizada.
nova lei do arrendamento
Os inquilinos que falharem o pagamento de cinco
rendas seguidas ou intervaladas no espaço de
um ano correm o risco de serem despejados.
Apesar de facilitar os despejos, este novo
regime continua a dificultar a resolução de
conflitos, permitindo que a solução para os
conflitos se arrastem em tribunal.
O Governo pretende ainda criar uma estrutura,
o Balcão Nacional de Despejos, que vai
permitir os despejos mais céleres e evitar
manobras dilatórias.
Este novo mecanismo de negociação vai
implicar que o inquilino com uma renda antiga
proponha um valor que considera ajustado ao
mercado atual pela casa onde habita, cabendo
ao senhorio decidir se o aceita ou recusa. Se
o senhorio o considerar injusto, terá de pagar
uma indemnização ao inquilino no valor de
60 rendas.
A prevista atualização das rendas antigas
vai ter em conta os recursos económicos dos
inquilinos e será gradual.
Durante a conferência “A Engenharia Civil – que futuro?”, promovida em janeiro
pela Ordem dos Engenheiros, em Lisboa, ficou acordado que é necessário apostar
fortemente no empreendedorismo e na internacionalização.
“Ao contrário do que acontece nos
dias de hoje, em que 90% dos alunos
de Engenharia Civil acabam por
exercer essa profissão em Portugal,
o futuro é de mobilidade geográfica
e igualmente de especialização em
diferentes áreas – como a gestão.
Também relevante é a componente
da formação contínua e a capacidade
empreendedora que conduza à
criação de empresas próprias e
à aposta na internacionalização”, afirmou Fernando Branco do Instituto Superior
Técnico. Além disto, foi também apontada, pelo Professor, a necessidade de mudanças
estruturais no ensino.
Numa visão mais “empresarial”, José Luís Machado do Vale, da Somague, partilha da
mesma opinião. O chairman da Somague referiu que “a Engenharia portuguesa está a
par do que se faz lá fora” e que os seus profissionais detêm níveis de desenvolvimento,
inovação e competitividade muito elevados. Contudo, admite que “a atividade
internacional não é fácil” e exige condições favoráveis e uma boa reputação. “Devemos
entrar onde temos oportunidade, mas sempre preservando as empresas-mãe em
Portugal”, diz.
Cristina Machado, presidente do Colégio de Engenharia Civil da Ordem dos Engenheiros,
referiu ainda a mudança no exercício da profissão que tem vindo a alterar-se, prevendo-
se que venham a ser ainda mais profundas.
www.ordemengenheiros.pt
empreendedorismo e internacionalização são o futuro da engenharia civil
Pela 4ª vez consecutiva que a Boca de Lobo,
empresa de azulejos nacional, é escolhida como
marca tendência pela prestigiada agência de
tendências Nelly Rodi.
Depois da apresentação e sucesso do primeiro
Heritage, um cabinet de edição limitada composto
por um painel de azulejos pintado à mão inspirado
na azulejaria nacional, surge agora o Heritage
Sideboard que veio consagrar esta homenagem
à azulejaria.
“Esta seleção como tendência para 2012 é mais
uma prova de que a nossa paixão pela recuperação
das artes manuais do nosso país faz todo o sentido
e há um mundo inteiro preparado para as admirar
se as soubermos transmitir e comunicar, os ar-
tesãos são ainda alguns pelo país espalhados e
temos que fazer com que estas artes não se aca-
bem,” refere Ana Gomes da Direção de Marketing
da Boca de Lobo.
“Não havia melhor forma para iniciar este ano de
2012. Para mim é um prazer trabalhar com estes
artesãos que ainda temos em Portugal são uma
inspiração todos os dias. O azulejo português vai
mesmo conquistar o mundo!”, afirma.
www.bocadolobo.com
marca de azulejos portuguesa distinguida a nível internacional
PUB
A torre TAIPEI 101, o edifício mais alto de
Taiwan e o segundo mais alto do mundo, foi
alvo de obras de reabilitação tendo em vista
a obtenção do cer tif icado LEED-EBOM de
Platina (Liderança em Energia e Design Am-
biental para Edifícios já Existentes: Operação
e Manutenção),que é o nível de certificação
mais elevado para edifícios “verdes”.
A Siemens trabalhou em parceria com a equi-
pa de gestão do TAIPEI 101, implementando
algumas soluções que tornam o edifício efi-
ciente. Foram implementadas soluções, desde
exaustores, lâmpadas economizadoras, a
centrais de refrigeração e de tratamento de
ar e acionamentos de velocidade variável,
que visavam a automação do edifício e a sua
eficiência energética. Foi possível alcançar
uma poupança de 10% em termos de consumo
reabilitação da torre taipei
de eletricidade e água e redução de resíduos.
Ao nível global do edifício, a eficiência energéti-
ca melhorou 30%, comparando com os valores
de um edifício médio, gerando uma economia
de mais de 500.000€ nos custos de energia.
A certificação LEED Platina significa que o com-
plexo economiza 2.995 toneladas métricas por
ano de emissões de CO2 de eletricidade, gás e
petróleo - o que corresponde à preservação,
em vez de corte, de mais de 9 hectares de
floresta – e alcança uma poupança de 28.000
toneladas de água, de 1.261 toneladas de lixo
e de 4,8 milhões de quilowatts de eletricidade
por ano.
Além da Siemens, a Steven Leach Associates
também teve intervenção no edifício, sendo
uma das principais empresas de design de
interiores na Ásia, e defensora de longa data
da arquitetura sustentável. Tal como a EcoTech
International, um dos principais especialistas
no mercado do movimento internacional
da construção de edifícios “verdes” de alta
performance.
www.siemens.pt
A ponte pedonal sobre o rio Douro, conhecida como
Ponte da Régua, já está aberta ao público, depois der
terem sido concluídas as obras de reabilitação.
A empreitada de reabilitação foi lançada pela Estradas
de Portugal, implicando um investimento de cerca de
1,7 milhões de euros. O objetivo era reabilitar e reforçar
os encontros, os pilares e toda a estrutura metálica,
bem como repôr as características originais da estru-
tura, nomeadamente colocar pavimento em madeira,
reconstruir o pavimento em granito nos seus acessos
e eletrificar com vista a dotar a ponte de iluminação
decorativa.
A Ponte metálica sobre o rio Douro será para uso ex-
clusivamente pedonal e de bicicleta.
www.estradasdeportugal.pt
concluída reabilitação da ponte metálica da régua
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POR
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notícias
44_cm
A Tintas Robbialac, SA vai estar presente no
4º Congresso Português de Argamassas e
ETICS, que vai decorrer em março de 2012, em
Coimbra. O evento é promovido pela APFAC e a
Robbialac vai apresentar uma das suas obras
de reabilitação.
Em Portugal assistimos a um crescimento
do peso da reabilitação versus obra nova,
e a Tintas Robbialac, SA acompanha esta
tendência através da aplicação do seu Sistema
de Isolamento Térmico pelo Exterior.
A Tintas Robbialac, S.A., através da marca Viero
e contando com uma experiência de mais de 22
anos, está presente no mercado do isolamento
a importância da reabilitação
térmico pelo exterior, com o Sistema Cappotto
que, aplicado em obra nova ou reabilitação,
c o n f e r e u m a e x c e l e n te p r e s t a ç ã o n a
obtenção de bons níveis de conforto térmico,
permitindo de forma simples o enquadramento
regulamentar, com inequívoco contributo
para a obtenção das condições de eficiência
energética dos edifícios.
São vários os trabalhos que a Tintas Robbialac,
S.A. tem vindo a desenvolver neste setor e
que demonstram o interesse dos municípios
no melhoramento dos bairros existentes e
que futuramente se reflectirá de forma muito
positiva nas condições de vida dos moradores.
www.viero.com.pt
A Viessmann e a Velux deram início a uma cooperação conjunta com o objetivo de alcançar um
número maior de clientes. O Grupo VELUX irá entregar à Viessmann a distribuição dos depósitos
de água e unidades de controlo em determinados mercados e a Viessmann irá co-distribuir
painéis solares integrados VELUX juntamente com os seus produtos.
“A nova parceria amplia a nossa vasta gama de produtos para todos os tipos de combustíveis
e de áreas de aplicação. Para além dos nossos coletores planos e de tubo de vácuo, podemos
agora também oferecer coletores integrados VELuX, que se integram no telhado de uma forma
estética. Acreditamos que esta ação irá fortalecer as vendas em ambas as empresas”, diz o
Thomas Schweisfurth, Diretor Comercial na Viessmann.
A partir de agora, a VELUX pode comercializar os seus coletores solares térmicos integrados
e respetivos acessórios através da rede de distribuição da Viessmann. Os depósitos de água
quente, unidades de controlo e componentes Viessmann continuarão a ser fornecidos e
suportados pela Viessmann através da sua rede de vendas já estabelecida.
“A força do Grupo VELUX é no telhado e não na casa das máquinas. Se queremos alcançar as
necessidades dos nossos clientes com uma vasta gama de depósitos de água quente, os
custos seriam desproporcionalmente altos. De forma a podermos manter a nossa capacidade
de oferecer ao cliente final a melhor solução em sistemas solares térmicos, optamos por formar
uma parceria com um principal fabricante internacional Acreditamos firmemente que a melhor
solução, em termos estéticos assim como funcionais, consiste em combinar coletores solares
integrados VELUX com os depósitos de água quente e unidades de controlo Viessmann”, diz
Jacob Schambye, Diretor de Marcados do Grupo VELUX.
Estão abrangidos por este acordo vários países, tais como, Áustria, Bélgica, Dinamarca,
Alemanha, Grã-Bretanha, Holanda, Irlanda, Itália, Noruega, Portugal, Espanha, Suécia e Suíça.
Como consequência da nova parceria, o Grupo VELUX deixará de comercializar depósitos de
água quente nestes mercados.
viessmann e grupo velux estabelecem parceria
www.velux.pt
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solicite mais informações em [email protected]
notícias
46_cm
esquemas cin certificados pela norma iso
Além disso, a empresa dispõe de vários certi-ficados de ensaio segundo a parte 6 da NP EN ISO 12944, que confirmam que os esquemas de pintura que a CIN propõe superam as exi-gências mínimas desta norma e respondem a situações que vão para além das previstas na parte 5 da referida norma.A norma ISO 12944 é composta por 8 partes: NP EN ISO 12944-1:1999 Introdução geral; NP EN ISO 12944-2:1999 Classificação de ambientes; NP EN ISO 12944-3:1999 Conceção e disposições construtivas; NP EN ISO 12944-4:1999 Tipos de superfície e de preparação de superfície; EN ISO 12944-5:2007 Protective Paint Systems; NP EN ISO 12944-6:1999 En-saios de desempenho em laboratório; NP EN ISO 12944-7:2000 Execução e supervisão dos trabalhos de pintura NP EN ISO 12944-8:2001 Desenvolvimento de especif icações para obras novas e manutenção. A CIN explica que os esquemas variam em função do grau de corrosividade ambiental a que os mesmos irão estar submetidos (C2, C3, C4, C5I, C5M, Im1, Im2 e Im3), da durabilidade do esquema (Baixa: 2-5 anos, Média: 5-15 anos e Alta: >15 anos) e, também, do grau
A Sotecnisol está a lançar um novo serviço de
Reabilitação Sustentável. Este serviço abrange
todas as áreas da empresa e está direcionado
para a melhoria dos edifícios existentes e
reduzir os consumos atuais.
Com esta nova oferta, a Sotecnisol pretende
apresentar ao mercado uma oferta inovadora
em duas áreas de negócio: reabilitação de edi-
fícios e sistemas de renovação sustentáveis.
A empresa tem várias obras de reabilitação
de edifícios no seu portfolio, passando agora
a associar também a componente energética.
Segundo a empresa, o resultado final, é um
edifício que consome menos energia mas com
maior conforto.
“Reabilitar não é resolver problemas tempo-
rariamente. Deve ser encarado como uma
solução adequada aos problemas detetados,
resolvendo-os a nível estético, mas também
económico e funcional”, explica José Luis
Castro, Presidente da Sotecnisol.
Este serviço está disponível através de diferen-
tes tipos de solução: New House que consiste
em soluções de reabilitação da envolvente
exterior do edifício, reabilitação de estruturas
e tratamento de todo o tipo de patologias; Con-
fort House que se trata de uma solução para
fachadas e coberturas, vãos envidraçados e
iluminação natural; Energy House que compre-
ende várias soluções de energias renováveis,
sistemas de climatização e de iluminação.
As intervenções poderão ser meras correções
de patologia e/ou soluções que visem a me-
lhoria do comportamento térmico e redução
do consumo de energia. Estes três packs
podem ser contratados de forma individual
ou integrada de acordo com as necessidades
de cada cliente.
www.sotecnisol.pt
sotecnisol aposta na reabilitação
de preparação da superfície. Por isso, refere que ao selecionar um esquema de pintura, é imprescindível saber quais as condições a que as estruturas vão estar expostas, desde humi-dade, temperatura, agressividade química e mecânica, radiação UV, entre outras. A preparação da super fície executada é determinante para o comportamento e dura-bilidade de qualquer revestimento de pintura. De acordo com a CIN, a seleção e execução do método de preparação de superfície assumem uma importância muito relevante em qualquer tratamento anticorrosivo. Os esquemas de pintura a proteção anticorrosiva de estruturas metálicas podem ser intermináveis.“O seu sucesso reside na facilidade em estabe-lecer um esquema de proteção anticorrosiva de acordo com a utilização a dar às estruturas, à sua localização e à durabilidade desejada, combinando diferentes tipos de revestimen-tos, espessuras e preparação de superfícies, ao mesmo tempo que indica como preparar uma especificação técnica e como realizar o acompanhamento e a inspeção dos trabalhos”, refere a CIN.www.cinprotective.com
A CIN adotou a norma ISO 12944 na elaboração e conceção dos seus esquemas de proteção anticorrosiva. Esta norma é considerada cada vez mais uma referência mundial na definição de esquemas de pintura para a proteção anticorrosiva de estruturas de aço.
ESTRuTuRA PARA AMBIENTE MARíTIMO APLICAçãO DE PROTEçãO EM TORRES EóLICAS
cm_47
47_49 mercado
pedestais reguláveis
Buzon Pedestal Internacional S.A. é o primeiro fabricante Europeu de suportes “Buzon” em poli-
propileno reguláveis milímetro por milímetro de 35 à 850mm. Os suportes podem suportar cargas
de mais de 1000Kg /suporte e são especialmente concebidos para a construção de terraços,
coberturas com caixa de ar para melhoria das condições térmicas e acústicas das edificações,
zonas para peões, caminhos, coberturas ajardinadas, plataformas, solos técnicos sobrelevados.
Os suportes Buzon podem resistir aos UV, de 30° C à 120° C. Com o corretor de pendente, os pe-
destais BUZON podem fazer as correções das pendentes de inclinação de 0 a 5%.
Buzon Pedestal Internacional introduz um sistema de terraço em madeira com um novo e único
sistema de clipes sem parafusos (matéria prima POM – acetato copolimero). O “COMPÓSITO CLIPS”
sistema é colocado sobre os novos suportes Buzon DPH® SYSTEMA.
A Buzon Pedestal Internacional é representada em Portugal pela empresa João Casanova – So-
luções Ecológicas, Lda.
www.buzoniberica.com
A Junkers tem lançado várias gamas de produtos que permitem tornar os edifícios mais efi-
cientes a nível energético. A empresa, afirma que cada projeto, novo ou de reabilitação é um
projeto único e irrepetível mas que têm que ter em conta um fator comum: a preocupação com
a Eficiência Energética.
gama de soluções eficientes
A climatização e a produção de água quente
sanitária são alguns dos fatores que mais con-
somem energia nas nossas habitações. Nesse
sentido, a Junkers tem procurado desenvolver
e testar novos produtos e novos sistemas para
a produção de água quente sanitária ou para a
climatização das habitações, energeticamente
mais eficientes e mais amigos do ambiente.
Gama Completa de Soluções de Sistemas
Solares Térmicos
Paralelamente, à instalação de um Sistema
Solar Térmico é necessária a instalação de um
sistema de apoio que garanta água quente à
temperatura de conforto, quando a radiação
solar não é suficiente, situação que normal-
mente ocorre em dias de céu encoberto. A utili-
zação como sistema de apoio a um sistema so-
lar de Esquentadores Termoestáticos, permite
uma redução nos custos energéticos, uma vez
que o esquentador só entra em funcionamento
quando a água proveniente do sistema solar
está abaixo da temperatura de conforto. Esta
gama é direcionada para o setor doméstico
uni e multifamiliar, setor terciário e industrial.
A instalação conjunta de painéis solares e
destes aparelhos maximiza o rendimento do
Sistema Solar reduzindo os custos energé-
ticos, ao reduzir significativamente a fatura
energética. “Corretamente dimensionado
um Sistema Solar Térmico permite poupar em
média anualmente, mais de 70% da energia que
se gasta habitualmente para aquecer a água
sanitária”, garante a Junkers.
A Junkers desenvolveu também uma gama de
esquentadores termostáticos, que permitem
escolher a temperatura de saída da água
quente, grau a grau, poupando água, energia
e aumentando significativamente o conforto.
Gama de ar condicionado
Os equipamentos de ar condicionado Junkers
com Classificação Energética Classe A, garan-
tem a temperatura perfeita, frio ou calor, com
poupança de energia.Todos os aparelhos de
ar condicionado possuem Tecnologia Inverter
DC, um baixo nível sonoro e dupla saída de ar
que permite uma melhor distribuição do ar pelo
espaço a climatizar.
Bombas de calor ar-água
A empresa comercializa também bombas de
calor reversíveis ar/água de alta eficiência
energética, as Supraeco. Os sistemas base-
ados em bombas de calor ar/água extraem
energia do ar exterior e transferem-na para
a habitação, permitindo a sua climatização
(frio-calor).
A grande novidade destas bombas de calor
é a possibilidade de, para além de climatizar
a habitação, produzir água quente sanitária.
O sistema Supraeco da Junkers, é composto
por 2 unidades, uma unidade exterior Inverter
DC, para absorver a energia do ar exterior e uma
unidade interior que tem um módulo hidráulico
com distintas variantes em função do benefício
requerido: climatização e/ou serviço de água
quente sanitária.
www.junkers.pt
48_cm
mercado
teto falso “slim floor”
A HORMIPRESA apresentou um novo tipo de teto pré-fabricado, comumente chamado de teto falso.
Com este sistema não é necessário levantar vigas e facilita a passagem das restantes instalações.
Além disso, permite reduzir a altura do edifício, obtendo-se um resultado final do ponto de vista
estético. Segundo a empresa, este tipo de teto permite incorporar o sistema de iluminação de
forma eficiente, sendo fácil de montar e reduzindo o tempo de execução.
O teto “slim foor” destina-se a edifícios de vários andares e, especialmente, para grandes espaços
abertos com vãos até 12 m. É autoportante e resiste a esforços horizontais depois de estarem
prontos os nós estruturais. É composto por pilares (metálicos, de betão prefabricado ou mistos),
vigas mistas “DeltaBeam” e placas alveolares, utilizando elementos de betão de alta qualidade
(de HA-35 a HP-50) e tem resistência ao fogo de até 180 min.
novo aerogerador para locais de baixo recurso eólico
O ECO122 é o novo aerogerador desenvolvido
pela Alstom, especialmente destinado a velo-
cidades de vento de 7.5 m/s. Este equipamento
permite um fator de capacidade do parque
eólico de 42%, equivalente a 3600 horas anuais
de operação à potência nominal. Conta com um
rotor de 122 metros de diâmetro e com uma
área de 11700 m2.
O ECO 122 é a última evolução da plataforma
de aerogeradores Alstom ECO 100. “Pás
maiores conseguem captar mais potência
de forma mais eficiente, e com esta área de
varrimento muito maior do que a das máqui-
nas atuais, a ECO 122 fixou um novo padrão a
nível mundial para locais com baixo recurso”,
afirma Alfonso Faubel, Vice Presidente Sénior
da área de negócio Wind da Alstom.
Face a outros aerogeradores, o ECO 122 produz
aproximadamente mais 25% de energia numa
determinada área de terreno, quando compa-
rada com os aerogeradores atuais de 1,5-2
MW. Ao mesmo tempo, com este equipamento
é necessário instalar menos máquinas.
De acordo com a Alstom, com o ECO122, notam-
se reduções significativas no investimento de
capital. Um parque eólico equipado com este
tipo de aerogeradores poderá ter os custos das
instalações complementares (BoP), reduzidos
em 10-15%, quando comparado com um parque
equipado com máquinas de 1,5-2 MW, devido
à necessidade de menos fundações, platafor-
mas e estradas, e menor rede de cabos.
A primeira ECO 122 será instalada em meados
de 2012 com as primeiras entregas ao merca-
do previstas para o início de 2013.
www.alstom.com · www.alstom.com/wind
tendências barbot
Neste novo ano a Barbot vai apostar em “Back to Basics”, ou seja, a essência das coisas, a na-
tureza e os elementos.Em 2012 a tendência nas cores passará, segundo a empresa de tintas,
por um “regresso às origens em que o essencial se sobrepõe ao acessório e onde o conforto
eleva a estética.” Tons crus, românticos e inspiradores ou cores-conforto ao estilo vintage é a
aposta da Barbot.
Em 2012 as novas cores da Barbot assumem mais do que uma missão decorativa, inspirando
uma mudança do “mood” de uma casa. “Pequenas mudanças que têm um efeito imediato no seu
dia a dia e que prometem mergulhá-la em emoções positivas e inspiradores”, afirma a Barbot.
Este ano estão disponíveis três grupos de cores: cores autênticas; cores vintage; cores pastel.
www.barbot.pt
www.hormipresa.com
cm_49
A Schneider Electric (SE) apresentou uma nova gama Unica Wireless que permite tornar a casa
mais eficiente, aumentando o conforto e reduzindo gastos. Esta gama dá a possibilidade de al-
terar as habitações, de forma a torná-las mais confortáveis e a possibilitar uma maior poupança
energética, sem recurso a obras.
Com estes equipamentos pode-se, por exemplo, controlar a iluminação e os estores com um
simples pressionar de botão, sem ser necessário deslocar-se do local onde se encontra. Esta
característica permite uma maior eficiência energética, uma vez que, ao mesmo tempo que o
emissor diminuiu a intensidade luminosa em 25%, torna possível uma poupança energética de
aproximadamente 20%.
A Unica Wireless possibilita a diminuição em 10% da tensão na linha de iluminação, duplicando,
desta forma, o tempo médio de vida das lâmpadas. “Num quadro tradicional, uma habitação,
nomeadamente, um quarto, inclui uma instalação elétrica no qual se inclui um interruptor para
a iluminação e um interruptor para os estores. Caso se pretenda colocar mais dois interruptores
na cabeceira da cama para possibilitar o controlo automático dos estores e regular a iluminação,
seria necessário passar por um processo que, muitas vezes, acaba por demover as pessoas de
melhorar o seu apartamento: a abertura de roços para passar cablagem, fechar os roços e pintar
o quarto. Com a nova solução da Schneider Electric, é apenas necessário alterar os interruptores
convencionais (da iluminação e dos estores) pelos recetores UNICA WIRELESS, colocar dois emis-
sores na cabeceira da cama podendo ainda complementar com um comando à distância sem ter
de fazer qualquer tipo de obras na divisão. A partir desse momento passa a ser possível comandar
os estores e a iluminação de uma forma simples e confortável”, explica Schneider Electric.
controlo do consumo de eletricidade
www.schneider-electric.com/pt
A Testo fez um upgrade ao seu software que
permitiu aumentar a resolução na qualidade de
imagem em todas as câmaras termográficas .
Com a Tecnologia de Super Resolução Testo,
a utilização de métodos e algoritmos fiáveis
aumenta consideravelmente a resolução das
imagens térmicas. Permite que as imagens
térmicas tenham quatro vezes mais pixels e o
dobro da resolução.
A Tecnologia de Super Resolução Testo utiliza
dois métodos. Em primeiro lugar, uma sequên-
cia de várias imagens é guardada cada vez que
tecnologia super resolução para aplicações termográficas
é tirada uma imagem. Os cálculos são feitos a
partir desta sequência de imagens e o resul-
tado é uma imagem de elevada resolução. Os
pequenos movimentos resultantes dos movi-
mentos naturais das mãos de qualquer pessoa,
enquanto a imagem térmica está a ser tirada,
são utilizados por este método. Isto cria uma
sequência de imagens com uma aproximação
mínima entre cada uma delas. O algoritmo
especial da Testo utiliza a informação e pixels
adicionais para criar uma imagem do objeto
medido com maior resolução.
Em segundo lugar, a qualidade da imagem
é melhor ada baseada no conhecimento
detalhado das características da lente por
infravermelhos. Isto é alcançado ao otimizar
as propriedades da imagem da lente através
do cálculo.
“A Tecnologia de Super Resolução Testo não é
um método de interpolação em que os valores
intermédios artificiais são criados sem neces-
sidade de informação adicional. Em vez disso,
as leituras corretas são calculadas, podendo
ser comparadas a uma resolução de deteção
superior”, destaca a Testo.
A Tecnologia de Super Resolução Testo está
disponível em todas as câmaras termográ-
ficas Testo lançadas a partir de 1.10.2011.
Para os modelos testo 875, testo 876, testo
881 e testo 882 já adquiridos, a Tecnologia de
Super Resolução pode ser ativada através da
atualização do software.
www.testo.pt
50 estantePUB
O presente livro foca-se num tipo específico de siste-
mas passivo de proteção sísmica, aquela que recorre a
amortecedores de líquido sintonizado. Os amortecedo-
res de líquido sintonizado incluem-se na categoria dos
amortecedores de vibrações passivos o que significa
que não é necessário qualquer tipo de instrumentação
sensível para o seu controlo, sendo como tal a sua
instalação e custos de manutenção muito reduzidos
quando comparados com outros dispositivos. “De facto,
os amortecedores de líquido sintonizado têm vindo a
apresentar um bom compromisso entre a mitigação
efetiva de vibrações para ações de caráter dinâmico e
o custo associado à sua implementação em estruturas
novas ou pré-existente”, pode ler-se no prefácio.
Esta trabalho pretende fazer uma investigação e o estudo
com mais detalhe do comportamento dinâmico amorte-
cedores de líquido sintonizado, bem como a avaliação
do seu desempenho quando isolados ou incluídos em
sistemas estruturais, que apresentem vulnerabilidade
significativa e que, de alguma forma, sejam representa-
tivas do parque habitacional português.
“Pretendeu-se com a presente investigação dar res-
posta a uma necessidade e interesse crescentes por
parte da comunidade científica de contextualizar os
denominados amortecedores de líquido sintonizado
nos sistemas passivos de proteção sísmica, tentando
apresentar soluções da sua implementação na realidade
portuguesa com base em um estudo cientifico com
vincadas bases analítico-experimentais”, é referido
pelos autores.
A u t o r A : Mar ia J oão Falc ão . E d i t o r A : L NE C . d A t A d E E d i ç ã o : 2 011
ISBN: 978-972-49-2223-2 . PáginAs: 566 . PrEço: 84,00 euros . à venda em
www.engebook.com
sistemas passivos de proteção sísmicauma abordagem baseada no desempenho de amortecedores de líquido sintonizado
Este livro foca-se em aspetos relevantes da área da Gestão
por Projetos, que se tornou no modelo de desenvolvimen-
to, crescimento e sucesso das organizações modernas.
Apresenta vários casos reais de implementação da Gestão
de Conhecimento em Projetos em empresas e instituições
internacionais, o livro demonstra que o conhecimento é
parte essencial do processo de crescimento dos negócios.
São também disponibilizados aos leitores os resultados de
um inquérito realizado a dezenas de gestores de projeto
certificados, sobre como evitar os desvios de um projeto.
Tem também informação detalhada sobre o modelo Project
Management Learning System (PMLS), que ajuda a tomar
a melhor decisão para recuperar o desempenho de um
projeto. A obra está dividida em vários capítulos: Gestão de
Conhecimento; Gestão de Projeto; Gestão de stakeholders
em projetos; Gestão de stakeholders em projetos; Earned
Value Management; Integração de Gestão de Conhecimento
e do modelo PMLS com o PMBOK® Guide; Centro de Compe-
tência de Gestão de Conhecimento.
O livro dirige-se a profissionais de todos os setores de
atividade, académicos, investigadores e estudantes.
Autor: Leandro Pereira . EditorA: FCA . dAtA dE Edição: 2011 . ISBN: 978-972-722-
697-9 . PáginAs: 256 . PrEço: 22,20 euros
gestão de conhecimento em projetos
cm_51
projeto pessoal
biNasceu na Maia no ano de 1969. Licenciou-se em Engenharia Civil e
começou a sua jornada pela empresa LUCIOS, da qual é administrador.
É casado, pai de três filhos, um com 10 anos, outro com 7 e o mais novo
ainda apenas com um mês e meio. Confessa a sua paixão pelo FCPorto,
sendo o sócio nº 14940.
sonho de criançaEscrever e viajar pelo mundo fora.
o seu maior desafioEducar e preparar os filhos para o futuro.
um arquiteto de referênciaMies Van Der Rohe (1886-1969)
uma obra de referênciaO estádio do Dragão. Pela obra e pelo que representa.
uma aposta no futuro A reabilitação urbana nos centros históricos.
hobby favoritoViajar, Squash e Futebol.
FILIPE REIS AzEVEDO Engenheiro
dos projetos mais desafiantes, seleciona
A Reabilitação do Quarteirão das Cardosas
e a internacionalização da empresa.
52_cm
PCF 2012 Fraturas de Materiais 2 e 3 fevereiro Coimbra SPM e FCTUC – 13ª Conferência Nacional 2012 Portugal www.dem.uc.pt/pcf2012/
CoberTUraS Seminário sobre Coberturas 19 abril Guimarães DeC-UMinhoDe MaDeira de Madeira 2012 Portugal www.civil.uminho.pt/coberturas/
PaiNT exPo Tecnologias industriais de 17 a 20 abril Karlsruhe Fair Fair revestimento 2012 alemanha www.paintexpo.de
TeKTÓNiCa 2012 Feira internacional de Construção 8 a 12 maio Lisboa aiP - FiL e obras Públicas 2012 Portugal www.tektonica.fil.pt
iCNMMCS “Mechanics of Nano, Micro 18 a 20 junho Turim UP e TP and Macro Composite Structures” 2012 itália http://paginas.fe.up.pt/~icnmmcs/
As informações constantes deste calendário poderão sofrer alterações. Para confirmação oficial, contactar a Organização.
eNCoNTro NaCioNaL betão estrutural 24 a 26 outubro Porto FeUPDe beTão eSTrUTUraL 2012 Portugal http://paginas.fe.up.pt/~be2012/
4º CoNGreSSo PorT. argamassas e eTiCS 29 e 20 março Coimbra aPFaCarGaMaSSaS e eTiCS 2012 Portugal www.congressosapfac.com
calendário de eventos
Vai decorrer de 24 a 26 de outubro de 2012, no Porto, o encontro
Nacional de betão estrutural. organizado em parceria pelo Grupo
Português de betão estrutural (GPbe) e pela FeUP, o be2012
pretende ser um ponto de encontro da indústria da Construção.
Num ambiente descontraído, estarão reunidos construtores, projetistas, investigadores e
empresas de materiais, onde se difundirão os conhecimentos mais atuais no domínio das
estruturas de betão. “Na presente conjuntura económica, em que a indústria da Construção e a
engenharia Civil portuguesas enfrentam inegáveis dificuldades, o be2012 constituir-se-á num
amplo fórum de discussão técnica e de contactos, com vista a transformar os atuais desafios
em novas oportunidades”, afirma a organização.
Serão aprofundados os temas mais recentes durante este encontro Nacional. Desde a conceção
e projeto, aos novos materiais, à construção de obras de betão e à reabilitação. a alteração da
normalização de execução de estruturas de betão, a implementação dos eurocódigos e as
novas tendências contidas no fib Model Code 2010 serão outros temas abordados. estará em
destaque a temática das barragens de betão, também introduzida no be2012 dado o atual
envolvimento do país na conceção, construção e reabilitação deste tipo de obras. No decorrer
do evento será atribuído o Prémio Jovens Mestres, que irá distinguir as melhores dissertações
de mestrado que forem apresentadas a concurso, centradas na temática do betão estrutural.
além disso, paralelamente ao encontro, estará a decorrer uma exposição Técnica, que propor-
cionará aos participantes o contacto com novos materiais, novas tecnologias e realizações
recentes e, aos expositores, oportunidade de exibir os seus produtos e serviços.
http://paginas.fe.up.pt/~be2012/
encontro nacional de betão estrutural
eventos
Coimbra vai acolher, de 29 a 30 de março, o 4º
Congresso Português de argamassas e eTiCS. o
evento acontece a cada dois anos e é organizado
pela associação Portuguesa dos Fabricantes de
argamassas e eTiCS com o apoio do instituto de
investigação e Desenvolvimento Tecnológico em
Ciências da Construção – iTeCons.
reúne fabricantes, utilizadores, investigadores,
projetistas, prescritores e outros atores do Setor
de argamassas e eTiCS, para debater as tendências
atuais e o desenvolvimento de novos produtos.
a organização tem como objetivo proporcionar à
investigação Portuguesa (escolas, instituições
e empresas) a possibilidade de divulgar os seus
trabalhos sobre argamassas e eTiCS.
este ano o tema principal é a inovação no setor.
o evento vai contar com a participação de outros
países, nomeadamente do brasil e países da União
europeia, com o objetivo de promover a troca de
conhecimentos e experiências.
www.congressosapfac.com
congresso português de argamassas e etics
PRINCIPAIS VANTAGENS
para mais informações vá a www.viero.com.pt
ISOLAMENTO TÉRMICO PELO EXTERIORSistema de isolamento de paredes e protecção dos edifícios pelo exterior, aplicável em projectos novos ou de renovação, conferindo uma atractiva economia nos custos de energiae acabamento do edifício com manutenção reduzida.
Economia de energiaEconomia acentuada nas necessidades de consumo energético para aquecimento e arrefecimento dos espaços habitados.
Melhoria do conforto térmico de Verão e de Inverno, devido ao aumento da inércia térmica interior Aumento da inércia térmica do interior dos edifícios, já que a totalidade da massa da parede da fachada se encontra disponível para acumular os ganhos internos de energia.
Redução das pontes térmicasRedução ou até mesmo eliminação das pontes térmicas lineares, permitindo um isolamento térmico sem interrupções nas zonas da estrutura.
Diminuição do risco de condensações no interior da parede
Diminuição da espessura das paredes exteriores, aumentando a área habitávelDiminuição da necessidade de ocupação de área útil no interior, já que a espessura necessária para o material de isolamento é transportada para o exterior.
Colocação em obra sem perturbar os ocupantes Facilidade de utilização em reabilitação térmica de fachadas, já que os trabalhos são realizados sem utilização dos espaços interiores.
*Em obras de eficiência energética (Isolamento Térmico pelo Exterior).Portaria 303/2010, de 8 de Junho, que determina benefícios fiscais na dedução à colecta para este ano.
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