consenso brasileiro de nutricao
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SBGG
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Copyright 2011 Editora Manole Ltda., por meio de coedio com a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) e a pedido da Nestl.
Minha Editora um selo editorial Manole.
Logotipos: Copyright Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (SBFa). Copyright Sociedade Brasileira de Nutrio Parenteral e Enteral (SBNPE). Copyright Nestl Nutrition. Copyright Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG).
Projeto grfico: Departamento Editorial da Editora Manole.Editorao eletrnica: JLG Editorao Grfica.Capa: Tugar Comunicao.Imagens do miolo: gentilmente cedidas pelos autores.
Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)(Cmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
I Consenso Brasileiro de Nutrio e Disfagia emIdosos Hospitalizados/ [coordenadora Myrian Najas]. --Barueri, SP : Minha Editora, 2011.
Vrios relatores.ISBN 978-85-7868-017-6
1. Deglutio - Distrbios 2. Envelhecimento3. Fonoaudiologia 4. Geriatria 5. Gerontologia6. Idosos - Doenas 7. Nutrio I. Najas, Myrian.
CDD-618.9710-06374 NLM-WT 100
ndices para catlogo sistemtico:1. Nutrio e disfagia em idosos : Geriatria e
gerontologia : Medicina 618.97
Todos os direitos reservados.Nenhuma parte deste livro poder ser reproduzida, por qualquer processo, sem a permisso expressa dos editores. proibida a reproduo por xerox.
A Editora Manole filiada ABDR Associao Brasileira de Direitos Reprogrficos.
1a edio 2011
Editora Manole Ltda.Av. Ceci, 672 Tambor06460-120 Barueri SP BrasilTel.: (11) 4196-6000 Fax: (11) [email protected]
Impresso no BrasilPrinted in Brazil
Este livro contempla as regras do Acordo Ortogrfico da Lngua Portuguesa de 1990, que entrou em vigor no Brasil em 2009.
So de responsabilidade dos autores as informaes contidas nesta obra.
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Vorganizao
Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG)
Diretoria SBGG Nacional Mandato 20082010
Presidente: Joo Carlos Barbosa Machado (MG)1 Vice-Presidente: Maria do Carmo Lencastre Lins (PE)2 Vice-Presidente (Presidente do dePartamento de GerontoloGia): Myrian Najas (SP)secretria-Geral: Silvia Regina Mendes Pereira (RJ)secretria adjunta: Mnica Rodrigues Perracini (SP)tesoureiro: Joo Senger (RS)diretora cientfica: Karla Cristina Giacomin (MG)diretora de defesa Profissional: Claudia Burl (RJ)
CoNselho CoNsultivo
membros elei tosMaira Tonidandel Barbosa (MG) Rodolfo Augusto Alves Pedro (PR) Laura Mello Machado (RJ)
membros natosAdriano Cesar Gordilho (BA) Antonio Jordo Neto (SP) Elisa Franco de Assis Costa (GO) Elizabete Viana de Freitas (RJ) Flavio Aluizio Xavier Canado (MG) Jussara Rauth da Costa (RS)
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VI
Laura Mello Machado (RJ)Margarida Santos (PE) Maria Auxiliadora Cursino Ferrari (SP) Marianela Flores de Hekman (RS) Paulo Cesar Affonso Ferreira (RJ) Renato Maia Guimares (DF) Sonia Maria Rocha (RJ) Tereza Bilton (SP) Zally Pinto Vasconcelos Queiroz (SP)
Comisso De formao profissioNal e CaDastro
geriatr iaPresidente: Carlos Paixo (RJ)Luciana Castro (MG)Maria Alice V. de Toledo (DF)
gerontologiaPresidente: Clarice Cavalero Nebuloni (SP)Andrea Greco (SP)
Comisso De ttulo De geriatriaPresidente: Siulmara Galera (CE)Elizabete Viana de Freitas (RJ)Rodolfo Pedro (PR)Roberto Miranda (SP)Lvia Devns (ES)Nezilour Lobato (PA)Elisa Franco de Assis Costa (GO)Adriano Cesar Gordilho (BA)Maira Tonidandel Barbosa (MG)
Comisso De ttulo De geroNtologiaPresidente: Tereza Bilton (SP)Claudia Fl (SP)Marisa Accioly (SP)Tulia Garcia (CE)Adriana Keller (MG)
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Organizao
VII
Comisso De Normas e CoNtrolePresidente: Marianela Flores de Hekman (RS)Laura Mello Machado (RJ)Jussara Rauth da Costa (RS)Maria do Carmo Lencastre Lins (PE)Elisa Franco de Assis Costa (GO)Silvia Pereira (RJ)Adriano Cesar Gordilho (BA) Elizabete Viana de Freitas (RJ)
Comisso De eDuCao CoNtiNuaDaPresidente: Leonardo Lopes (SP)Silvia Pereira (RJ)Mnica Rodrigues Perracini (SP)Lara Quirino (SP)Adriana Parentoni (MG)
Comisso De iNformtiCaPresidente: Daniel Azevedo (RJ)Rubens de Fraga Jnior (PR)Joo Elizirio de Paula (MG)
Comisso De puBliCaes revista g&gPresidente: Joo Macedo (CE)
Comisso De puBliCaes Boletim eletrNiCoPresidente: Sabri Lakhdari (DF)
Comisso Dos assoCiaDosPresidente: Maria do Carmo Lencastre Lins (PE)
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VIII
Cmara tCNiCa
associados da sBggJoo Carlos Barbosa Machado (MG)Claudia Burl (RJ)Elisa Franco de Assis Costa (GO)Jos Elias Soares Pinheiro (RJ)Omar Jaluul (SP)Maria do Carmo Lencastre Lins (PE)
No associados da sBggcoordenador: Gerson Zafalon Martins (PR) (2 secretrio do CFM) Roberto Luiz dAvila (SC)
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sumrio
relatoria XI
Nutricionistas e fonoaudilogos XVIII
lista de quadros XIX
lista de figuras XIX
apresentao XXI
introduo 1
triagem de risco nutricional e disfagia 7
Equipe para triagem 8
Equipe mnima 8
Instrumentos para triagem 9
Risco nutricional 9
Risco de disfagia 12
avaliao 15
Avaliao fonoaudiolgica 15
Protocolo de avaliao clnica 16
Protocolo de videofluoroscopia da deglutio 20
Protocolo de videoendoscopia da deglutio 23
Avaliao nutricional 24
Avaliao nutricional na assistncia hospitalar 25
MNA 26
Avaliao antropomtrica 29
Avaliao diettica 38
IX
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X
Avaliao bioqumica 39
tratamento 41
Interveno nutricional 41
Hbito alimentar e estado nutricional da populao idosa 41
Recomendaes nutricionais 42
Avaliao da porcentagem de aceitao alimentar e balano calrico 44
Definio e indicao dos tipos de TN 46
Terapia nutricional oral 46
Terapia nutricional enteral 51
Terapia nutricional parenteral 61
Critrios para reintroduo da alimentao via oral 62
Interveno fonoaudiolgica 63
Definio e indicao da terapia fonoaudiolgica 63
Procedimentos teraputicos fonoaudiolgicos 65
orientaes de alta hospitalar 75
Orientaes de alta hospitalar via oral 75
Orientaes de alta hospitalar via enteral 76
Consideraes finais 79
referncias bibliogrficas 81
anexos 97
ndice remissivo 105
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relatoria
fabiana simomuraNutricionista. Ttulo de Especialista em Nutrio Enteral e Parenteral pela SBNPE e em Nutrio Clnica pela Associao Brasileira de Nutrio (Asbran) e pelo Grupo de Apoio Nutrio Enteral e Parenteral (Ganep).
Ps-graduanda em Gerontologia da Sociedade Beneficente Israelita
Brasileira Albert Einstein (SBIBAE).
myrian NajasNutricionista. Ttulo de Gerontloga pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG). Docente da Universidade Federal de So Paulo (Unifesp). Presidente do Departamento de Gerontologia da SBGG.
patrcia amante de oliveira soaresMdica. Ttulo de Geriatra pela SBGG. Especialista em Nutrologia pela Associao Brasileira de Nutrologia (Abran) e em Nutrio Enteral e Parenteral pela Sociedade Brasileira de Nutrio Parenteral e Enteral (SBNPE). Presidente da Sociedade Paulista de Nutrio Parenteral e Enteral (Sopanpe). Membro da Cmara Tcnica de Nutrologia do Conselho Regional de Medicina de So
Paulo (Cremesp). Geriatra do Hospital do Corao de So Paulo (HCor-SP) e do Centro de Referncia do Idoso da Zona Norte (CRI-ZN). Responsvel pela
Equipe Multidisciplinar de Terapia Nutricional do Hospital Bandeirantes de So Paulo. Mdica do Instituto de Metabolismo e Nutrio (IMeN).
XI
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XII
talita hatsumi YamattoNutricionista. Ttulo de Gerontloga pela SBGG. Especialista em Geriatria e Gerontologia pela Unifesp.
tereza BiltonFonoaudiloga. Ttulo de Gerontloga pela SBGG. Docente da Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo (PUC-SP). Membro do Centro de Medicina Diagnstica Fleury.
participantes
alessandra m savinoNutricionista. Especialista em Nutrio Clnica pela Universidade So Camilo.
alexandre leopold BusseEspecialista em Geriatria pela SBGG. Doutor em Cincias pela Faculdade de Medicina da Universidade de So Paulo (FMUSP). Mdico-assistente do Servio de Geriatria do Hospital das Clnicas (HC) da FMUSP. Geriatra do Servio de Gerontologia do Hospital Srio-Libans.
ana laura g XavierEspecialista em Terapia Nutricional Enteral e Parenteral pela PUC-RS.
Hospital So Lucas da PUC-RS.
ana paula JenzuraNutricionista. Especialista em Gerncia de Unidades de Alimentao e Nutrio. Nutricionista do Hospital Universitrio Cajuru da PUC-PR.
andr JaimeMdico. Especialista em Clnica Mdica pela Sociedade Brasileira de Clnica Mdica (SBCM). Ttulo de Geriatra pela SBGG. Presidente do Departamento de Clnica Mdica da Associao Paulista de Medicina
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Relatoria
XIII
(APM). Chefe da Equipe de Clnica Mdica e Geriatria dos Hospitais So Luiz, Oswaldo Cruz e Israelita Albert Einstein.
Beatrice f s CarvalhoNutricionista pela Universidade Santa rsula, RJ. Ttulo de Gerontloga
pela SBGG. Nutricionista da Secretaria Estadual de Sade e Defesa Civil
Ncleo Hospitalar de Geriatria e Gerontologia.
Camila fussi (Coordenadora do Grupo de Triagem)Fonoaudiloga. Especialista em Motricidade Orofacial do Hospital So Luiz (Unidade Anlia Franco) e do Hospital do Servidor Pblico Estadual de So Paulo.
Camila passoldNutricionista pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Especialista em Nutrio Clnica pelo Ganep. Nutricionista Clnica do Hospital Santa Catarina de Blumenau, SC.
Carolina fontes guadagnoli (Coordenadora do Grupo de Tratamento)Fonoaudiloga. Especialista em Motricidade Oral e Oncologia pelo Hospital do Cncer A.C. Camargo (HCACC) e em Voz e Cncer de Cabea e Pescoo pelo Instituto do Cncer Arnaldo Vieira de Carvalho (ICAVC). Mestre em Lingustica Aplicada e Estudos da Linguagem pela PUC-SP. Especializanda em Reabilitao Neurolgica da Unifesp. Fonoaudiloga da Sociedade
Beneficente de Senhoras do Hospital Srio-Libans.
Christiane machado santanaMdica. Especialista em Geriatria e Gerontologia pela SBGG. Professora-auxiliar da Disciplina de Geriatria do Departamento de Sade da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS).Presidente da SBGG
Seo Bahia. Mdica do Hospital Aliana, Salvador, BA.
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XIV
Cludia satiko takemura matsubaEnfermeira. Especialista em Metodologia da Ao Docente pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), em Unidade de Terapia Intensiva pela Unifesp e em Terapia Nutricional Enteral e Parenteral pela SBNPE. Mestre em Enfermagem na rea de Sade do Adulto pela Unifesp. MBA Executivo em Sade pela Fundao Getulio Vargas (FGV). Coordenadora Tcnico-administrativa da Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional (EMTN) do
HCor-SP/Associao do Sanatrio Srio. Professora-colaboradora do IMeN.
Daniela Dalmaso galvo fidelisMdica-assistente e Preceptora da Residncia Mdica em Geriatria do
Servio de Medicina Geritrica do Hospital Mater Dei, do Aurus Instituto de Ensino e Pesquisa do Envelhecimento de Belo Horizonte e da Faculdade de Cincias Mdicas de Minas Gerais.
Daniela souza almeida DantasNutricionista pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Especialista em Nutrio Clnica e Fundamentos Metablicos e Nutricionais pela Universidade Gama Filho (UGF). Secretaria de Sade do Estado da Bahia (Sesab) Internao Domiciliar.
elaine ribeiro da silvaNutricionista pela PUC-Camp. Especialista em Nutrio Clnica Funcional pela VP Consultoria Nutricional e em Nutrio Enteral e Parenteral pela SBNPE. Ps-graduanda em Nutrio Clnica Humana do IMeN. Nutricionista da Home Doctor (Vale do Paraba).
fabiana simomura (Coordenadora do Grupo de Tratamento)Nutricionista. Ttulo de Especialista em Nutrio Enteral e Parenteral pela SBNPE e em Nutrio Clnica pela Asbran e pelo Ganep. Ps-graduanda em Gerontologia da SBIBAE.
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Relatoria
XV
ftima lago alviteFonoaudiloga. Ps-graduanda em Fonoaudiologia Hospitalar. Fonoaudiloga da 24 e 25 Enfermarias de Neurologia do Servio do Professor Srgio A. P. Novis da Santa Casa da Misericrdia do Estado do Rio
de Janeiro.
iara micheline pereira CorreaEnfermeira do Hospital So Luiz. Especialista em Gerenciamento da Assistncia de Enfermagem. Jos roberto oliveira sousaMdico. Especialista em Auditoria de Sistemas de Sade, em Clnica Mdica e em Geriatria pelo Hospital Santo Antnio. Mdico da Sesab e da Internao Domiciliar do Hospital Santo Antnio de Geriatria e do Vital Care.
lica arakawa-suguenoFonoaudiloga Clnica. Fonoaudiloga do Servio de Cirurgia de Cabea e Pescoo do HCFMUSP. Doutora em Cincias pela FMUSP. Coordenadora do Comit de Fononcologia da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (SBFa). lillian de Carla santanna macedoNutricionista pelo Centro Universitrio So Camilo. Especialista em Nutrio Humana Aplicada Prtica Clnica pelo IMeN e em Terapia
Nutricional pela SBNPE. Colaboradora da Disciplina de Terapia Nutricional do IMeN. Membro da EMTN do HCor-SP.
luisiana lins lamourNutricionista. Especialista em Alimentao Institucional pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Nutricionista do Hospital Baro de Lucena, do Instituto de Geriatria e Gerontologia de Pernambuco.
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XVI
maria Cristina Borges de oliveiraFonoaudiloga. Coordenadora de Fonoaudiologia em Unidade de Terapia Intensiva do Adulto do Hospital So Luiz. Naira Cristina malaquias guimaresFonoaudiloga pela Universidade Jos do Rosrio Vellano (Unifenas),
MG. Especialista em Disfagia Neonatal e em Lactentes com Enfoque Terico e Prtico pela Maternidade de Campinas, SP e em Motricidade Orofacial com Enfoque em Disfagia e no mbito Hospitalar pelo Centro de Especializao em Fonoaudiologia Clnica (Cefac-BH). Membro da Equipe de Fonoaudiologia (HMD FONO) do Centro de Terapia Intensiva Adulto/Geral do Hospital Mater Dei, Belo Horizonte, MG. Atendimento Home Care (domiciliar) com enfoque em Disfagia na cidade de Belo Horizonte, MG.
patrcia amante de oliveira soares (Coordenadora do Grupo de Avaliao)Mdica. Ttulo de Geriatra pela SBGG. Especialista em Nutrologia pela Abran e em Nutrio Enteral e Parenteral pela SBNPE. Presidente da Sopanpe. Membro da Cmara Tcnica de Nutrologia do Cremesp. Geriatra do HCor-SP e do CRI-ZN. Responsvel pela Equipe Multidisciplinar de
Terapia Nutricional do Hospital Bandeirantes de So Paulo. Mdica do IMeN.
rosa maria gaudioso CelanoMdica. Especialista em Nutrio Clnica pelo Ganep e pela USP, em Nutrologia pela Abran e em Nutrio Parenteral e Enteral pela SBNPE. Mestre em Medicina pela Faculdade de Cincias Mdicas da Santa Casa de Misericrdia de So Paulo. Coordenadora da EMTN do Hospital Regional do Vale do Paraba e
do Hospital So Lucas de Taubat.
rose anne gonalves linsNutricionista. Especialista em Nutrio Clnica pela UFPE e em Sade Pblica pela Escola Nacional de Sade Pblica Sergio Arouca da Fundao Oswaldo Cruz (ENSP-Fiocruz). Nutricionista do Hospital da Restaurao de
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Relatoria
XVII
Recife, PE, do Pronto-socorro Cardiolgico de Pernambuco (Procape) e do
Conviver Geritrico de Recife, PE.
talita hatsumi Yamatto (Coordenadora do Grupo de Triagem)Nutricionista. Ttulo de Gerontloga pela SBGG. Especialista em Geriatria e Gerontologia pela Unifesp.
Colaboradores
Jos mrio t machadoMdico. Especialista em Geriatria pela SBGG. Hospital Universitrio Cajuru da PUC-PR Servio de Geriatria.
maria do Carmo lencastre linsMdica. Ttulo de Geriatra pela SBGG. Mdica do Instituto de Geriatria e Gerontologia de Pernambuco e do Real Hospital Portugus de Beneficncia
em Pernambuco.
silmara rodrigues machadoMBA em Alimentao pelo Grupo Latino-americano Colgio Brasileiro
de Estudos Sistmicos (CBES). Hospital Srio-Libans Servio de
Gerontologia.
venceslau antnio CoelhoMdico. Especialista em Geriatria pela SBGG. Hospital Srio-Libans.
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XVIII
Nutricionistas e fonoaudilogos
E s p E c i a l i s ta s E m G E r o n t o l o G i a p E l a sBGG
Adriana Keller Coelho (Nutricionista)Adriane Ribeiro Teixeira (Fonoaudiloga)
Ana Paula de Oliveira Marques (Nutricionista)Andrea Greco (Fonoaudiloga)Andria Vide (Fonoaudiloga) Beatrice F. S. Carvalho (Nutricionista) Clarice Cavalero Nebuloni (Nutricionista) Elaine Palinkas Sanches (Fonoaudiloga)Elci Almeida Fernandes (Nutricionista)Erica de Arajo B. Couto (Fonoaudiloga)Evie Mandelbaum Garcia (Nutricionista)Heloisa Sawada Suzuki (Fonoaudiloga)Juliana Paula Venites (Fonoaudiloga)Luciane Teixeira Soares (Fonoaudiloga)Lucy Aintablian Tchakmakian (Nutricionista)Maria de Ftima Nunes Marucci (Nutricionista)Marlene M. A. Scheid (Nutricionista)Myrian Najas (Nutricionista)Sandra Regina Gomes (Fonoaudiloga)
Talita Hatsumi Yamatto (Nutricionista)Tereza Bilton (Fonoaudiloga) Tlia Fernanda Meira Garcia (Fonoaudiloga)Vera Silvia Frangella (Nutricionista)
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Relatoria
XIX
lista de quadros
Quadro 1. Atribuies dos profissionais recomendveis para triagem de idosos com risco nutricional e de disfagia.Quadro 2. Fatores de risco para disfagia a serem investigados na triagem.Quadro 3. Identificao de risco de disfagia em idosos.Quadro 4. Evidncias da triagem de risco nutricional e disfagia.Quadro 5. Situaes limitantes para a aplicao da MNA, questes relacionadas e sugestes de aplicabilidade.Quadro 6. Classificao da VPP.Quadro 7. Pontos de corte para o IMC adotados para idosos.Quadro 8. Anlise crtica descritiva dos padres de referncia para a interpretao de medidas antropomtricas em idosos.Quadro 9. Fora de preenso manual (mdia ponderada e desvio-padro) segundo dependncia ou no nas atividades bsicas da vida diria (ABVD), IMC e sexo.Quadro 10. Principais caractersticas a serem avaliadas na dieta do idoso.Quadro 11. Principais marcadores bioqumicos do estado nutricional avaliados em idosos hospitalizados.Quadro 12. Evidncias da avaliao do estado nutricional e da disfagia.Quadro 13. DRI para indivduos, segundo a Food and Nutrition Board e o Institute of Medicine da Academia Nacional de Cincias dos Estados Unidos.Quadro 14. Caractersticas da dieta e graus de disfagia.Quadro 15. Consistncias dos lquidos.Quadro 16. Recomendaes e graus de evidncia da TNO e TNE em idosos.Quadro 17. Evidncias da triagem de risco nutricional e disfagia.
lista de figuras
Figura 1. Algoritmo para triagem de risco nutricional e de disfagia em idosos e indicao de avaliao especfica com profissional.Figura 2. Miniavaliao nutricional (MNA).Figura 3. MNA resumida.Figura 4. Fluxograma de avaliao de TN dependendo do grau de disfagia.Figura 5. Critrios para reintroduo da alimentao via oral.
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1Introduo
EnvElhEcEr significa convivEr com alteraes prprias da idade. Em mui-tos casos, porm, somam-se a essas alteraes diferentes caractersticas liga-das a determinadas doenas, ao que se chama senilidade. Esta, por sua vez, tem se tornado cada vez mais frequente, em razo do aumento da sobre vida da populao, permitindo que se perceba o aumento da populao idosa mundial. Esses fatores esto muito relacionados aos avanos da medicina no tratamento das doenas infecciosas e no controle das doenas crnicas e aos fatores sociais, ambientais e econmicos. No Brasil, a realidade no dife-rente, e os dados populacionais demonstram taxas crescentes no percentual dessa populao, alm de um aumento ainda maior entre a populao mais idosa, ou seja, acima de 80 anos de idade.1,2
Assim, deve-se estar preparado para o atendimento dessa populao e habituado s doenas mais prevalentes e a seu controle. Os idosos adoecem mais, e aqueles com mais de 75 anos de idade tm de conviver, em mdia, com 3,5 doenas crnicas. Isso somado ao fato de mudanas fisiolgicas traduzirem menor reserva funcional e equilbrio instvel, tornando o idoso mais vulnervel ao descontrole dessas doenas diante do estresse e das de-mandas orgnicas facilmente transponveis em outras fases da vida.3
Muitas doenas crnicas tm sua prevalncia aumentada nessa faixa etria. Saber control-las ou mesmo as evitar faz parte da abordagem para elevar a qualidade de vida e atingir o envelhecimento saudvel. Para tanto, esto disponveis ferramentas que auxiliam e orientam o profissional de sa-de quanto s caractersticas dessa populao. Uma delas a avaliao geri-
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trica ampla (AGA), que promove a abordagem diagnstica multifacetada dos problemas fsicos, psicolgicos e funcionais, focalizando a preservao e/ou a recuperao funcional, e traz o conceito da promoo de vida saudvel para o idoso. usualmente interdisciplinar e facilita a comunicao entre os membros da equipe, bem como a comparao evolutiva.
Na avaliao clnica, existem peculiaridades da anamnese, como o inter-rogatrio sobre diversos aparelhos, nos quais possvel detectar alteraes pouco valorizadas pelo paciente e seus familiares, e sobre a histria medi-camentosa, tendo em vista que um efeito adverso pode ser a causa de um problema atual. Peculiaridades no exame fsico tambm trazem detalhes das alteraes fsicas decorrentes do envelhecimento normal, como alteraes da pele e das mucosas, da presso arterial, das funes cardacas, pulmo-nares e intestinais e da circulao. Referem-se avaliao funcional, tam-bm, as atividades bsicas da vida diria, fundamentais para a manuteno da independncia, e as atividades instrumentais da vida diria, nas quais se observam, alm da independncia, as atividades na comunidade. Outro ponto de avaliao a marcha e o equilbrio, sendo que, para todos esses aspectos, existem escalas que auxiliam na identificao de deficincias e na
comparao dos avanos teraputicos. Sade mental e fatores socioambien-tais tambm so importantes reas a serem avaliadas, podendo-se detectar doenas como depresso, dficits cognitivos e disfunes sociais, que podem
propiciar o aparecimento de alteraes temporrias e definitivas prejudiciais
sade do idoso.4
Estudos que usaram a AGA identificaram pacientes com maior risco de
desenvolver morbidades. Assim, sabe-se que, dentro dessa faixa etria, exis-tem fatores que aumentam o risco de adoecer, como idade (acima de 80 anos), residir sozinho (solteiros e vivos), isolar-se socialmente, apresentar
incapacidades moderadas ou graves ou viver com outro idoso com tais inca-pacidades, recursos econmicos limitados e at residir em casas de repouso.5 Com base na histria clnica, o paciente poder ser submetido avaliao mais acurada ou a exames complementares especficos.
Outros desafios permeiam a avaliao clnica do idoso, j que sintomas ou
dficits, como dor, fadiga, transtornos do sono e da marcha, tontura, dficits
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3Introduo
sensoriais, entre outros, podem estar presentes sem significar doenas, como
resultado do acmulo de fatores orgnicos, psicolgicos, ambientais e sociais.
O paciente ou mesmo seus familiares podem atribuir determinados sinais, como engasgos, quedas ou esquecimentos, ao processo normal de envelheci-mento, podendo no ser citados espontaneamente na anamnese. Por isso, a avaliao deve ser feita por um profissional experiente que pergunte sobre as
principais alteraes comuns a essa faixa etria. Envelhecimento ativo, confor-to e funcionalidade so as verdadeiras metas de sade para essa populao.4,5
Outro componente importante da avaliao geritrica a avaliao do estado nutricional. Idosos em comunidade apresentam maior ocorrncia de obesidade, enquanto os hospitalizados e institucionalizados tm maior des-nutrio, o que est fortemente relacionado s maiores taxas de mortalidade e ao retardo na reabilitao gerontolgica. A desnutrio proteico-calrica comum, mas tem varivel prevalncia de 1 a 15% em pacientes da comuni-dade, 25 a 65% em pacientes institucionalizados sem doenas agudas e 35 a 65% em pacientes internados.6
A prevalncia de idosos desnutridos ou em risco de desnutrio muito varivel nas diferentes publicaes, atrelada aos critrios adotados em cada estudo. Thomas et al. observaram prevalncia de 91,3% entre idosos desnutri-dos e com risco nutricional, com base na Miniavaliao Nutricional (MNA), em um grupo de 847 idosos hospitalizados nos Estados Unidos. No cenrio brasileiro, um estudo com mesmo desenho metodolgico detectou prevaln-cia de 90,6% e, no ambiente de instituio de longa permanncia para idosos (ILPI), 78,7%. Coelho encontrou proporo de 54,7% desnutridos, adotando o ndice de massa corprea (IMC) para avaliar 197 idosos hospitalizados na Unidade de Geriatria do Hospital dos Servidores de Minas Gerais.7-10
A frequncia de internao elevada. Cerca de 2/3 dos leitos de hospitais gerais so ocupados por idosos com 65 anos ou mais, sendo que aqueles com idade superior a 75 anos tm sua permanncia mais prolongada.11 Para a po-pulao idosa brasileira, 70% das indicaes de internao de idosos so para o tratamento de condio aguda ou da exacerbao de alguma afeco crni-ca, seguidas de 15% para avaliao diagnstica, 10% para cuidados paliativos e 5% para procedimentos cirrgicos eletivos. Dentre as condies agudas, as
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4
infeces de foco urinrio e pulmonar so as principais, responsveis por cer-ca de 55% dessas internaes. Quadros de delirium hipoativo, com rebaixa-mento do nvel de conscincia, so responsveis por 19% das internaes.12
Rypkema et al. demonstraram que a abordagem interdisciplinar e preco-ce pode ser efetiva na reduo da desnutrio e das infeces hospitalares relacionadas, alm de ser economicamente vivel, uma vez que a abordagem reduz o nmero de infeces.13
No Brasil, idosos hospitalizados representam custo maior e evoluo cl-nica mais complicada, alm de maiores taxas de mortalidade e comprome-timento funcional e cognitivo, agravando os problemas sociais no momento da alta e potencializando os riscos para o desenvolvimento da sndrome da fragilidade. Esses custos aumentam exponencialmente com a faixa etria (IBGE, 2000) e a presena de desnutrio, que est fortemente associada a maior tempo de internao, mais comorbidades, como as infeces e as lceras por presso, aumento do nmero de antibiticos e da mortalidade.
Nesses casos, os planos diagnsticos e teraputicos so norteados individual-mente, priorizando a manuteno ou o resgate da capacidade funcional.14
Sndromes geritricas como delirium, instabilidade ou quedas, lceras por presso, incontinncias e doenas neuropsiquitricas, por exemplo, aci-dentes vasculares cerebrais, demncias, depresso e doena de Parkinson, podem se sobrepor e piorar as incapacidades.15
Estudos epidemiolgicos mostram que, no Brasil, mais da metade das pessoas com idade superior a 60 anos possui dois ou mais fatores de risco para o desenvolvimento de comorbidades. Dentre as doenas mais prevalen-tes, esto as cardiovasculares que agravam a morbidade e a mortalidade.
A principal causa de morte no Brasil, o acidente vascular enceflico (AVE), tem como complicao mais frequente a disfagia, seja em sua fase aguda ou de recuperao.16-7 Outras doenas podem cursar com disfagia, como Parkin-son, diabetes e Alzheimer, em suas fases moderada e avanada, sendo, por-tanto, um sintoma importante a se considerar tanto na avaliao quanto no acompanhamento.18
Disfagia qualquer dificuldade na efetiva conduo do alimento da boca
at o estmago por meio das fases inter-relacionadas, comandadas por um
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5Introduo
complexo mecanismo neuromotor. um sintoma que deve ser abordado interdisciplinarmente por mdicos, fonoaudilogos, nutricionistas e enfer-meiros, uma vez que cada profissional contribui de forma interdependente
para a melhora do paciente. A disfagia pode levar desnutrio e desidra-tao por inadequao diettica e em razo da consistncia dos alimentos. Na tentativa de se adaptar ao sintoma, o paciente altera a consistncia dos alimentos e/ou das preparaes acrescentando maior quantidade de gua, reduzindo, assim, o valor calrico total. Com a dificuldade para deglutir l-quidos finos, inclusive saliva, que requerem coordenao e controle, ocorre
o aumento do risco de pneumonia aspirativa,19 sendo a avaliao precoce fundamental para minimizar ou mesmo evitar intercorrncias clnicas. O profissional nutricionista tem importante papel no acompanhamento desses
pacientes, uma vez que realiza a adequao das necessidades calricas in-gesto e consistncia adequada a cada caso.20
A prevalncia de disfagia tambm pode aumentar aps a internao, como observado por Garcia et al., que avaliaram 440 pacientes internados e encontraram prevalncia de disfagia menor no momento da internao com-parada a 1 ms de hospitalizao. Os fatores mais associados disfuno foram idade, demncia e AVE.21
A aspirao silente um achado frequente que pode ocasionar reduzido nmero de diagnsticos se forem utilizados apenas mtodos de baixa sen-sibilidade, sendo a videofluoroscopia fundamental no diagnstico.22 A inci-dncia de disfagia em estudo populacional de acompanhamento de 1 ano com pacientes internados por AVE foi de 76,5% quando avaliados clinica-mente. Todavia, esse percentual elevou-se para 91% quando a avaliao foi realizada por videofluoroscopia.17
importante salientar que nem sempre o paciente internado por uma doen a neurolgica, como o AVE, apresenta inicialmente desnutrio. Contu-do, em virtude da alta prevalncia de disfagia, que associada a esse quadro, a presena de desnutrio frequente, o que torna sua preveno importante.23
A perda de peso involuntria deve desencadear investigaes sobre a gran-de associao que ocorre entre elas. Assim, esse consenso tem como objeti-vo identificar precocemente os idosos hospitalizados com risco de disfagia e
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I Consenso Brasileiro de Nutrio e Disfagia em Idosos Hospitalizados
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desnutrio, sistematizar a avaliao fonoaudiolgica e nutricional e indicar o tratamento adequado, por meio da abordagem interdisciplinar, durante o perodo de internao e aps a alta hospitalar.
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7Triagem de Risco Nutricional e Disfagia
O idOsO cOm risco nutricional e de disfagia configura o perfil tipicamente encontrado no ambiente hospitalar, em instituies de longa permanncia
para idosos, ou nos casos de idosos cronicamente enfermos em assistncia
domiciliria.7,10,24-5
A desnutrio e a disfagia em idosos so frequente e erroneamente igno-
radas, sendo associadas ao processo da senescncia, postergando interven-
es. Dessa forma, as avaliaes nutricional e de disfagia so fundamentais
na avaliao geritrica.26-7
A identificao desse pblico de forma precoce, por meio de instrumen-
tos de fcil aplicabilidade e altas especificidade e sensibilidade, um grande
desafio, considerando-se a ausncia de diretrizes concretas para a populao
brasileira e o panorama atual dos servios de sade, muitas vezes limitado
em nmero de profissionais, recursos e formao especfica da equipe.
A triagem, diferentemente da avaliao, considerada um processo de
identificao das caractersticas associadas ao risco de desnutrio e disfagia,
diferenciando indivduos em risco daqueles com comprometimento estabeleci-
do. Assim, a triagem promove a determinao de prioridades de assistncia.28
A triagem para avaliao de risco nutricional e de disfagia visa a transpor
e otimizar o modelo da avaliao geritrica ampla (AGA) na determinao
desses riscos, porque a AGA consiste em ampla avaliao que geralmente
realizada pelo mdico, sob enfoque interdisciplinar, compreendendo um
processo diagnstico multidimensional e ramificando-se em domnios ava-
liados por meio de protocolos especficos.29
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I Consenso Brasileiro de Nutrio e Disfagia em Idosos Hospitalizados
8
Equipe para t r iagemConsiderando-se a assistncia aos idosos com risco nutricional e de dis-
fagia e partindo-se da premissa de que muitos necessitaro de terapia nutri-
cional enteral (TNE), terapia nutricional parenteral (TNP/NPT nutrition
parenteral therapy) ou terapia nutricional oral (TNO), considerou-se a RDC n.
63, de 6 de julho de 2000 (Regulamento Tcnico que fixa os requisitos mni-
mos para TNE) como base para a determinao da equipe assistencial.30
A equipe profissional recomendvel para aplicao da triagem deve ser
composta por nutricionista, mdico, enfermeiro e fonoaudilogo, como mos-
tra o Quadro 1.
Quadro 1. Atribuies dos profissionais recomendveis para triagem de idosos com risco
nutricional e de disfagia.
Profissionais Atribuies
Mdico(a) Realizar AGA e acompanhar clinicamente os idosos*
Nutricionista Aplicar triagem de risco nutricional*
Fonoaudilogo(a) Aplicar triagem de risco de disfagia*
Enfermeiro(a) Realizar triagem gerontolgica,** com avaliao de
riscos, focando risco nutricional e de disfagia** Adaptado de RDC n. 63, de 6 de julho de 2000.
** A triagem gerontolgica de enfermagem deve ser realizada avaliando os seguintes domnios: exames fsico
e clnico, risco para lcera por presso e quedas, hbitos de vida, vacinas, alergias, acuidade visual e auditiva,
padres de higiene e de eliminaes e condio nutricional.31
Equipe mnimaDiante da complexidade do processo de envelhecimento e das diferentes
realidades encontradas, em que limitaes de recursos indisponibilizam a
composio de equipes com todos os profissionais recomendveis, a defini-
o de uma equipe mnima torna-se essencial para a aplicabilidade das dire-
trizes deste consenso.
Sugere-se que essa equipe seja representada por enfermeiro e/ou mdico
na etapa de triagem de risco de disfagia e desnutrio, principalmente por
serem profissionais sempre integrantes das equipes de sade e que possuem,
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Triagem de Risco Nutricional e Disfagia
9
na maioria das vezes, uma rotina de maior contato com o idoso, facilitando a
aplicao dos instrumentos de triagem e a identificao de sinais de risco.32
Estudo conduzido por Weinhardt et al. evidenciou que a triagem de dis-
fagia realizada beira do leito por fonoaudilogos e enfermeiros apresentou
boa acurcia e concordncia, denotando a qualidade da triagem realizada
pelo enfermeiro.33 O enfermeiro e/ou o mdico, como profissionais referen-
ciais para triagem, atendem tambm a otimizao de custos relacionados
equipe assistencial e qualidade da comunicao da equipe.
Figura 1. Algoritmo para triagem de risco nutricional e de disfagia em idosos e indicao de
avaliao especfica com profissional.
Instrumentos para t r iagemA utilizao de instrumentos ou questes relacionadas avaliao de risco
nutricional e de disfagia torna-se necessria para a sistematizao da avalia-o de risco, uma vez que os idosos so assistidos por uma equipe multi e/ou
interdisciplinar, uniformizando os critrios.
A opo deve estar voltada para instrumentos validados, de fcil aplica-
o, sensveis e especficos para essa populao.
Risco nutricionalA triagem nutricional realizada de forma precoce (em at 48 horas da admis-
so), com o objetivo de identificar o risco nutricional, o primeiro passo para a
NutricionistaAVALIAO ESPECFICA
(ver item Avaliao nutricional)
FonoaudilogoAVALIAO ESPECFICA
(ver item Avaliao fonoaudiolgica)
Indicao para avaliao especfica conforme identificao de risco nutricional e de disfagia
Enfermeiro e/oumdico
TRIAGEM(ver item Instrumentos para triagem)
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I Consenso Brasileiro de Nutrio e Disfagia em Idosos Hospitalizados
10
assistncia nutricional e para a preveno de complicaes relacionadas de-
pleo das reservas corpreas, baseada no sistema de vigilncia nutricional.34-5
Diversos fatores so considerados sinais de risco para desnutrio, exigin-
do instrumentos com abordagem multifatorial representados pela aplicao
de vrios mtodos, o que resulta em instrumentos pouco prticos e viveis.36 Assim, para atender a necessidade da identificao de risco nutricional em
idosos e sua complexidade de forma simples e aplicvel, Guigoz et al. pu-
blicaram a Miniavaliao Nutricional (MNA), um questionrio composto
por 18 questes, subdividido em quatro domnios: antropometria, diettica,
avaliao global e autoavaliao (Figura 2). Cada questo possui um valor
numrico que varia de 0 a 3 e contribui para o escore final, que atinge pon-
tuao mxima de 30. A interpretao baseada no escore total e, quando a
MNA menor que 17, representa desnutrio; entre 17 e 23,5, risco nutri-
cional; e maior ou igual a 24, eutrofia.37
Figura 2. Miniavaliao Nutricional (MNA).
Miniavaliao Nutricional MNA
:ataD:oxeSNome:
Nmero de Identificao::)mc( arutlA Peso Atual (kg)::edadI
ControleA Ingesto de alimentos diminuiu nos ltimos 3 meses devido falta de apetite, problemas digestivos, dificuldade de mastigao ou deglutio?
0 = perda de apetite severa1 = perda de apetite moderada2 = nenhuma perda de apetite
B Perda de peso nos ltimos 3 meses0 = perda de peso superior a 3 kg (6,6 libras)1 = no sabe 2 = perda de peso entre 1 e 3 kg (2,2 e 6,6 libras)3 = nenhuma perda de peso
C Mobilidade0 = preso cama ou cadeira1 = pode sair da cama/cadeira, mas no sai2 = sai
D Sofreu estresse psicolgico ou doena aguda nos ltimos 3 meses
0 = sim 2 = no
E Problemas neuropsicolgicos0 = demncia severa ou depresso1 = demncia leve2 = sem problemas psicolgicos
F ndice de Massa Corporal (IMC) (peso em kg) (altura em m2)0 = IMC menor do que 191 = IMC 19 at menos do que 212 = IMC 21 at menos do que 233 = IMC 23 ou maior
J Quantas refeies completas o paciente faz diariamente?0 = 1 refeio1 = 2 refeies2 = 3 refeies
K Selecionar os marcadores de consumo para ingesto de protenas Pelo menos uma poro de produtos lcteos por dia
(leite, queijo, iogurte) sim no Duas ou mais pores de leguminosas
ou ovos por semana sim no Carne, peixe ou frango
onmistodo dia0,0 = se 0 ou 1 sim0,5 = se 2 sim1,0 = se 3 sim
L Consome duas ou mais pores de frutas, verduras ou legumespor dia?0 = no 1 = sim
M Qual a quantidade de lquido (gua, suco, caf, ch, leite)consumida por dia?0,0 = menos de 3 xcaras0,5 = 3 a 5 xcaras1,0 = mais de 5 xcaras
N Modo de se alimentao0 = no consegue se alimentar sem ajuda1 = alimenta-se com alguma dificuldade2 = alimenta-se sem problemas
O Ponto de vista pessoal da condio nutricional0 = v-se desnutrido1 = no tem certeza de sua condio nutricional2 = v-se sem problemas nutricionais
P Em comparao com outras pessoas da mesma idade,como o paciente avalia sua condio de sade?0,0 = no to boa0,5 = no sabe1,0 = to boa quanto2,0 = melhor
Q Circunferncia braquial (CB) em cm0,0 = CB menor do que 210,5 = CB 21 a 221,0 = CB 22 ou maior
R Circunferncia da panturrilha (CP) em cm0 = CP menor do que 31 1 = CP 31 ou maior
Ref.: Vellas B, Villars H, Abellan G, et al. Overview of the MNA - Its History and Challenges. J. Nut Health Aging 2006;10:456-465. Rubenstein LZ, Harker JO, Salva A, Guigoz Y, Vellas B. Screening for Undernutrition in Geriatric Practice Developing the Short Form Mini Nutritional Assessment (MNA-SF). J. Geront 2001; 56A: M366-377. Guigoz Y. The Mini-Nutritional Assessment (MNA) Review of the Literature - What does it tell us? J Nutri Health Aging 2006;10:466-487.
Nestl, 1994. Reviso 2006. N67200 12/99 10MPara mais informaes:www.mna-elderly.com
G Vive independentemente(no em uma clnica ou hospital)0 = no 1 = sim
H Toma mais de 3 medicamentos receitados por dia0 = sim 1 = no
I Escaras ou lceras cutneas0 = sim 1 = no
Escore de controle (subtotal mximo 14 pontos)
12 pontos ou mais Normal - fora de risco - no precisade avaliao completa
11 pontos ou menos Possvel desnutriocontinuar a avaliao
Avaliao
,
,
,
,
Avaliao (mximo 16 pontos)Escore do controleAvaliao total (mximo 30 pontos)
,
,
Escore do Indicador de Desnutriode 17 a 23,5 pontos Risco de desnutrio
Menos de 17 pontos Desnutrio
Completar a avaliao preenchendo as caixas com os nmeros apropriados.Somar os nmeros para a avaliao. Se o escore for 11 ou menos, continuar com a avaliao para obter um Escore do Indicador de Desnutrio.
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Triagem de Risco Nutricional e Disfagia
11
A MNA no exige uma equipe especializada para sua aplicao, podendo ser realizada por qualquer profissional treinado.38 um teste simples e no
invasivo, fcil de ser aplicado (cerca de 10 a 15 min), no oneroso, altamente
especfico (98%) e sensvel (96%) e com boa reprodutibilidade.24,35
A European Society of Parenteral and Enteral Nutrition (ESPEN) preconiza a
MNA como instrumento prefervel para triagem de idosos, principalmente idosos
frgeis, em razo da sensibilidade e da precocidade para deteco de risco nutricio-
nal, contemplando questes que afetam diretamente as reservas corpreas desse
pblico e so frequentemente observadas, como funcionalidade e cognio.39 Re-
comendao semelhante realizada pela Associao Internacional de Gerontolo-
gia (IAG) e pela Academia Internacional de Nutrio e Envelhecimento (IANA).40
Em comparao com outros instrumentos de triagem nutricional, a MNA mostra-se mais sensvel para triagem de idosos e usada amplamente em
todo o mundo, vinculada a centenas de trabalhos publicados, alm de estar
disponvel em mais de 20 idiomas.40
A simplificao do processo de triagem de risco nutricional pode acon-
tecer por meio da aplicao da forma resumida da MAN (MNA-SF short
form), composta por seis questes que correspondem parte inicial do ins-
trumento, sendo esses itens de maior sensibilidade para a deteco da condi-
o de risco nutricional em idosos (Figura 3).
A MNA foi revisada e validada, em 2009, por Kaiser et al., que propem
a utilizao da circunferncia da panturrilha em substituio ao IMC, quan-
do este no estiver disponvel, mantendo os mesmos resultados (MNA-SF
revised).41-2 A MNA resumida possui sua aplicabilidade em apenas 4 min,40
e a pontuao mxima a ser atingida 14. O escore de 12 pontos ou mais considera o idoso normal, sendo desnecessria a aplicao de todo o ques-
tionrio. Para aqueles que atingem 11 pontos ou menos, deve-se considerar
a possibilidade de desnutrio e, portanto, o questionrio deve ser continua-
do, j podendo caracterizar o processo de avaliao nutricional.43
Para triagem de risco nutricional, o consenso recomenda a aplicao,
pelo enfermeiro, da MNA resumida, garantindo a identificao dos idosos
em risco e a possibilidade de indicao quando o escore for menor ou igual a
12 para avaliao especfica com nutricionista.
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I Consenso Brasileiro de Nutrio e Disfagia em Idosos Hospitalizados
12
Risco de disfagiaA deteco do risco de disfagia multiprofissional e pode ter como pilar a
identificao de alguns componentes, como:
doena de base, antecedentes e comorbidades;
sinais clnicos de aspirao;
complicaes pulmonares;
funcionalidade da alimentao.
Vale ressaltar que a literatura no dispe de instrumentos especficos e
validados para a populao brasileira na triagem de risco de disfagia em ido-
sos, de modo que a utilizao dos critrios clnicos deve ser adotada como
referencial.
Figura 3. MNA resumida.
Miniavaliao Nutricional MNA Verso Reduzida
Completar a avaliao, preenchendo as caixas com os nmeros adequados. Some os nmeros para obter o escore final de triagem.
SE O CLCULO DO IMC NO FOR POSSVEL, SUBSTITUIR A QUESTO F1 PELA F2. NO PREENCHA A QUESTO F2 SE A QUESTO F1 J TIVER SIDO COMPLETADA.
F2 Circunferncia da Panturrilha (CP) em cm 0 = CP menor que 31 3 = CP maior ou igual a 31
Escore de Triagem (mximo. 14 pontos)
12-14 pontos: estado nutricional normal 8-11 pontos: sob risco de desnutrio 0-7 pontos: desnutrido
A Nos ltimos trs meses houve diminuio da ingesta alimentar devido a perda de apetite, problemas digestivos ou dificuldade para mastigar ou deglutir?
0 = diminuio severa da ingesta 1 = diminuio moderada da ingesta 2 = sem diminuio da ingesta
B Perda de peso nos ltimos 3 meses 0 = superior a trs quilos 1 = no sabe informar 2 = entre um e trs quilos 3 = sem perda de peso
C Mobilidade 0 = restrito ao leito ou cadeira de rodas 1 = deambula mas no capaz de sair de casa 2 = normal
D Passou por algum estresse psicololgico ou doena aguda nos ltimos trs meses? 0 = sim 2 = no
E Problemas neuropsicolgicos 0 = demncia ou depresso graves 1 = demncia leve 2 = sem problemas psicolgicos
F1 ndice de Massa Corporal (IMC = peso [kg] / estatura [m2]) 0 = IMC < 19 1 = 19 IMC < 21 2 = 21 IMC < 23 3 = IMC 23
Triagem
:emoN :emonerboS
Sexo: Idade: Peso, kg: Altura, cm: Data:
Para uma avaliao mais detalhada, preencha a verso completa no MAN, que est disponvel no www.mna-elderly.com Ref. Vellas B, Villars H, Abellan G, et al. Overview of the MNA - Its History and Challenges. J Nutr Health Aging 2006;10:456-465.
Rubenstein LZ, Harker JO, Salva A, Guigoz Y, Vellas B. Screening for Undernutrition in Geriatric Practice: Developing the Short-Form Mini Nutritional Assessment (MNA-SF). J. Geront 2001;56A: M366-377. Guigoz Y. The Mini-Nutritional Assessment (MNA) Review of the Literature - What does it tell us? J Nutr Health Aging 2006; 10:466-487. Socit des Produits Nestl, S.A., Vevey, Switzerland, Trademark Owners Nestl, 1994, Revision 2009. N67200 12/99 10M Para maiores informaes: www.mna-elderly.com
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Triagem de Risco Nutricional e Disfagia
13
Os profissionais da equipe mnima podem identificar situaes de risco
para disfagia por meio da checagem de critrios de risco, sem necessariamen-
te oferecer alimentos. No Quadro 2, encontram-se descritos esses critrios.
Quadro 2. Fatores de risco para disfagia a serem investigados na triagem.
Fatores de risco Relao com aumento de risco
Doenas de base, antecedentes e
comorbidades
Disfagia neurognica: AVE, TCE, doena de Parkinson,
demncias, ELA, EM, tumores do SNC, distrofias musculares,
miastenia grave, polineuropatia do doente crtico44-54
Disfagia mecnica: cirurgias e ferimento por arma de fogo em
regio de cabea e pescoo, cirurgias e ostefito cervical55
Demais condies clnicas: IOT, TQT, rebaixamento do nvel de
conscincia, delirium56
Comorbidades: DPOC, DRGE
Presena de sinais clnicos de
aspirao durante e aps as
refeies57
Tosse60-5
Engasgo59
Voz molhada47,54,58-61
Dispneia54
Ocorrncia de complicaes
pulmonares
Investigar a ocorrncia de episdios de pneumonia e a
relao com disfagia45-6,48,66,67,83-9
Funcionalidade da alimentao Dependncia motora para alimentao: utilizao de
utenslios modificados e ajuda para alimentao67
Tempo de refeio: maior ou igual a 30 a 40 min68-70
Mudana de consistncia alimentar: involuo da
consistncia71-81
Perda de peso Investigar se houve perda de peso no programada nos
ltimos 3 meses54-5,63,82
AVE: acidente vascular enceflico; TCE: traumatismo cranioenceflico; ELA: esclerose lateral amiotrfica;
EM: esclerose mltipla; SNC: sistema nervoso central; IOT: intubao orotraqueal; TQT: traqueostomia;
DPOC: doena pulmonar obstrutiva crnica; DRGE: doena do refluxo gastroesofgico.
A indicao da presena de risco de disfagia consolidada por meio da
identificao de um ou mais critrios maiores ou dois critrios menores,
como mostra o Quadro 3.
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I Consenso Brasileiro de Nutrio e Disfagia em Idosos Hospitalizados
14
Quadro 3. Identificao de risco de disfagia em idosos.
Critrios Sinais de risco para disfagia
Nmero de
critrios para
caracterizar
risco
Indicao
para avaliao
fonoaudiolgica
(nmero
de critrios
presentes)
Critrios
maiores
Doenas de base, antecedentes e
comorbidades Presena de sinais clnicos de aspirao Ocorrncias de complicaes pulmonares
Presena de 1
ou mais
Critrios
menores
Funcionalidade da alimentao Perda de peso
Presena de 2
ou mais
A identificao precoce do estado nutricional e a subsequente interveno
em idosos disfgicos podem amenizar os efeitos deletrios da desnutrio,
necessitando da atuao conjunta de mdicos, nutricionistas e fonoaudilo-
gos, para que as dificuldades presentes sejam sanadas, prevenindo o apareci-
mento de outras alteraes e garantindo um envelhecimento ativo.90
No Quadro 4, so destacadas as evidncias da triagem de risco nutricio-
nal e de disfagia recomendadas neste consenso.
Quadro 4. Evidncias da triagem de risco nutricional e disfagia.
Recomendaes Evidncia Localizao
Profissionais
Enfermeiro e/ou mdico so os profissionais
responsveis pela triagem nutricional e de disfagia
C Equipe para
triagem
Equipe mnima
Instrumento
de triagem
Nutricional: MNA-SF revised B Risco
nutricional
Disfagia: identificao de critrios de risco maiores
e menores
C Risco de
disfagia
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15
Avaliao
A sistemAtizAO da assistncia nutricional e fonoaudiolgica a idosos hos-
pitalizados, determinando critrios e tcnicas a serem utilizados, concretiza
a estruturao de protocolos de avaliao que objetivam padronizar e viabi-
lizar o processo, visando a diagnosticar o estado nutricional e a presena de
disfagia.
A seguir, sero descritas as avaliaes nutricional e fonoaudiolgica que devero ser realizadas conforme a deteco de riscos de desnutrio e disfa-
gia, por meio do processo de triagem executado pela equipe mnima.
Avaliao fonoaudiolgicaA avaliao clnica estrutural consiste no exame fsico da cavidade oral,
da faringe e da laringe e na verificao da mobilidade e da tonicidade das
estruturas envolvidas na deglutio. Na avaliao funcional, observa-se a in-
gesto de diferentes consistncias alimentares, em pequenas quantidades,
como lquidos finos, lquidos espessados, pastosos/purs, pastosos/pedaos
moles, slidos macios e secos.
Recursos instrumentais podem ser utilizados durante a abordagem clni-
ca, como ausculta cervical e oximetria de pulso. Na ausculta cervical, coloca-
se o estetoscpio em um dos lados da cartilagem tireoide e auscultam-se os
sons de passagem do ar e da deglutio. A oximetria de pulso mede a satu-
rao de oxignio na hemoglobina funcional e pode auxiliar no monitora-
mento de pacientes que dessaturam oxignio em consequncia da aspirao
laringotraqueal.
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I Consenso Brasileiro de Nutrio e Disfagia em Idosos Hospitalizados
16
Diante da dvida clnica, o fonoaudilogo pode lanar mo de exames de
imagem para concluir seu diagnstico. Os principais exames utilizados so a
endoscopia e a videofluoroscopia da deglutio. Ainda que utilizada em menor
escala, a endoscopia da deglutio permite a avaliao da contenso do alimen-
to na cavidade oral, a presena de escape nasal, o fechamento velofarngeo, o
tempo da deglutio, a presena de penetrao e/ou a aspirao larngea. Com
o paciente sentado, procede-se, inicialmente, a fibronasofaringolaringoscopia
e, com o aparelho em posio de modo a visualizar a faringe e a laringe, so
oferecidos alimentos (coloridos artificialmente) com vrias consistncias: sli-
dos, lquidos e pastosos. O exame pode ser gravado para anlise posterior.
A videofluoroscopia da deglutio tem sido apontada como o exame de maior utilidade na investigao diagnstica da disfagia. Tal mtodo, quando
precedido de anamnese clnica adequada, consegue caracterizar convenien-
temente o grau de disfuno e, frequentemente, identificar a causa da ano-
malia com grande preciso. considerado o mtodo objetivo padro-ouro
standard, utilizado com maior frequncia. Alm de englobar os objetivos citados na endoscopia, realiza importante investigao da anatomia e da fisiologia esofgica. Utiliza-se um aparelho de escopia, podendo acomodar
o paciente sentado ou em p, em vistas anterior e lateral, e so oferecidos
alimentos com contraste de brio nas consistncias lquida, pastosa e slida.
Esse exame tambm pode ser gravado para anlise posterior.
Protocolo de avaliao clnica91-5
AVALIAO CLNICA DA DEGLUTIO
DATA: ____________
1. Informaes prvias Nvel de ateno ( ) Alerta ( ) Alterado Sinais vitais FC: ____ bpm (60 a 100 bpm) FR: ____ rpm (12 a 20 rpm) SPO2: ____ % (> 90%) Via de alimentao ( ) VO ( ) SNG ( ) SNE ( ) SG ( ) S jejunal
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Avaliao
Respirao ( ) Nasal ( ) Traqueal ( ) Cnula plstica n___ ( ) Oral ( ) Cnula plstica com balonete ( ) Metlica n __ ( ) VMNI ( ) Longa ( ) Mdia ( ) Curta ( ) VMI Ausculta cervical ( ) Sem possibilidade de avaliao motivo ___________ ( ) Presena de rudo na respirao ( ) Presena de rudo na emisso vocal ( ) Ndn Triagem vocal ( ) Soprosidade ( ) Voz molhada ( ) Tenso ( ) Aspereza ( ) Rouquido ( ) Hiponasal ( ) Hipernasal
VO: via oral; SNG: sonda nasogstrica; SNE: sonda nasoentrica; SG: sonda gstrica; S jejunal: sonda jejunal; VMNI: ventilao mecnica no invasiva; VMI: ventilao mecnica invasiva; FC: frequncia cardaca; FR: frequncia respiratria; SPO
2: satu-rao de oxignio; Ndn: nada digno de nota.
2. Avaliao dos rgos fonoarticulatrios OFA Lbios ( ) Realiza selamento ( ) No realiza selamento Lngua Mobilidade ( ) Protruso ( ) Retrao ( ) Elevao ( ) Depresso ( ) Lateralizao direita ( ) Lateralizao esquerda Sensibilidade Sabor: ( ) Doce ( ) Salgado ( ) Amargo ( ) Azedo Temperatura: ( ) Quente ( ) Frio Ttil: Bochecha ( ) Suco ( ) Compresso ( ) Flacidez direita ( ) Flacidez esquerda ( ) Hipertonia direita ( ) Hipertonia esquerda Palato duro ( ) Ogival ( ) Prtese restauradora ( ) Ndn Palato mole Mobilidade: Queda ( ) Direita ( ) Esquerda Mobilidade: Desvio ( ) Direita ( ) Esquerda Mandbula Abertura de boca vertical ____ mm (entre ______ e _______) Lateralizao ( ) Direita ( ) Esquerda ( ) Rotao
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( ) Desvio em repouso ( ) Direita ( ) Esquerda ( ) Desvio na abertura mxima ( ) Direita ( ) Esquerda Arcada Arcada superior Arcada inferior dentria ( ) Ausente ( ) Ausente ( ) Completa ( ) Completa ( ) Incompleta presentes ( ) Incompleta presentes (D/E) incisivos (D/E) caninos (D/E) incisivos (D/E) caninos (D/E) molares (D/E) molares ( ) Prtese tempo de uso ( ) Prtese tempo de uso ( ) Mal adaptada ( ) Mal adaptada ( ) Bem adaptada ( ) Bem adaptada ( ) MEC ( ) MEC ( ) BEC ( ) BEC Laringe Excurso larngea ( ) Satisfatria ( ) Reduzida Salivao ( ) Boca seca ( ) Secreo espessa ( ) Ndn Higiene oral ( ) Boa ( ) Regular ( ) Ruim
MEC: mal estado de conservao; BEC: bom estado de conservao.
3. Contraindicaes para o teste de deglutio com dieta( ) Nvel de alerta ateno mantida por pelo menos 15 min( ) Nvel de conscincia Glasgow abaixo de 13/14( ) Em dilise( ) Menos de 30 min de colocao de sonda nasoenteral( ) Mnimo de 48 horas aps extubao (para IOT por perodo maior do que 24 horas)( ) Instabilidade clnica
IOT: intubao orotraqueal.
4. Teste de deglutio com dieta de consistncia de nctar e mel
Eventos presentes Saliva Nctar MelEscape oralExcurso larngea reduzidaRefluxo nasalEngasgoPigarroTosseClareamento ps-defesaResduo oralVoz molhada
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Avaliao
Ausculta cervical positivaBlue dye test positivoSPO2 (queda acima de 4%)Manobra de proteo +Manobra postural +Descrio de manobras utilizadas: Recuperao para saturao de base: ( ) Rpida ( ) LentaAlterao nos sinais vitais: FR: _______ FC: ________
5. Teste de deglutio com consistncias de pur, slido macio e lquido
Eventos presentes Pur Slido macio LquidoEscape oralExcurso larngea reduzidaRefluxo nasalEngasgoPigarroTosseClareamento ps-defesaResduo oralVoz molhadaAusculta cervical positivaBlue dye test positivoSPO2 (queda acima de 4%)
Manobra de proteo +Manobra postural +Descrio de manobras utilizadas: Recuperao para saturao de base: ( ) Rpida ( ) LentaAlterao nos sinais vitais: FR: _______ FC: ________
Observaes: ( ) Lacrimejamento( ) Fadiga( ) Suor( ) Sonolncia( ) Alterao nos batimentos cardacos( ) Alterao respiratria ( ) Ciclo ( ) Cianose ( ) Broncoespasmo
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I Consenso Brasileiro de Nutrio e Disfagia em Idosos Hospitalizados
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6. Diagnstico clnico( ) Deglutio normal( ) Deglutio funcional( ) Disfagia leve ( ) Disfagia moderada( ) Disfagia grave
7. Conduta imediataExames funcionais: Encaminhamentos:( ) Videoendoscopia da deglutio ( ) Terapia fonoaudiolgica( ) Videofluoroscopia da deglutio ( ) FisioterapiaOutros: ( ) Nutrio/nutrologia( ) Endoscopia digestiva alta ( ) Psicologia( ) Esofagograma ( ) Retorno ao mdico( ) Eletroneuromiografia de superfcie( ) Eletroneuromiografia profunda( ) Ressonncia magntica( ) ___________________
Protocolo de videofluoroscopia da deglutio96
DATA: ____________Momento do exame:Alimentao: ( ) VO ( ) SNG ( ) SNE ( ) SG ( ) S jejunal Respirao: ( ) Cnula traqueal (tipo e nmero ___________)
1. Viso lateral
Fase preparatriaLquido fino Lquido
espessoPastoso SlidoMedida Contnuo
Incontinncia oralAlterao na formao do boloPenetrao prviaAspirao prviaAspirao silente
Fase oralLquido fino Lquido
espessoPastoso SlidoMedida Contnuo
Atraso no incio da deglutioEstase em sulco anteriorEstase em sulco lateral
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Avaliao
Estase em soalhoEstase em palato duroEstase em lnguaReduo no contato de lngua e palatoReduo no movimento AP de lnguaPenetrao prviaAspirao prviaAspirao silenteTrnsito lento
Fase farngeaLquido fino Lquido
espessoPastoso SlidoMedida Contnuo
Incio da fase farngeaPenetrao prviaAspirao prviaRefluxo nasalReduo de contato da base da lngua com a faringeFechamento larngeo ineficientePenetraoAspiraoEstase em palato moleEstase em base da lnguaEstase em valculaReduo da elevao larngeaEstase em seio piriformeEstase em TFEPenetrao tardiaAspirao tardiaPenetrao e aspirao silente
Fase esofgicaLquido fino Lquido
espessoPastoso SlidoMedida Contnuo
Passagem alterada do bolo pela TFE Peristaltismo alteradoEstase na parede do esfagoRefluxo gastroesofgicoAP: anteroposterior; TFE: transio faringoesofgica.
2. Investigao do movimento de lngua
Solicitao de Pa-ta-ka e a-e-i-o-uObservaes: ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
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I Consenso Brasileiro de Nutrio e Disfagia em Idosos Hospitalizados
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3. Viso anteroposterior
Fase preparatria e oralLquido fino Lquido
espessoPastoso SlidoMedida Contnuo
Alterao na formao do boloEstase em sulco lateralEstase em soalhoEstase em valcula D/EEstase em seio piriforme D/EAlterao na mastigao D/E
4. Investigao da laringe
Solicitao de a-a-a e i agudo e s-z-s-zObservaes: ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
5. Diagnstico clnico
( ) Deglutio normal( ) Deglutio funcional( ) Disfagia leve ( ) Disfagia moderada( ) Disfagia grave
1
obs.: Disfagia leve: alimentao mais demorada e podem ocorrer episdios isolados de
engasgos. So orientadas refeies mais frequentes e em pores menores. Maior ateno de-
glutio, principalmente para lquidos, evitando escape precoce para a laringe.
Disfagia moderada: dificuldade em iniciar a deglutio, podendo ocorrer penetrao larngea e/
ou aspirao laringotraqueal. Presena de tosse, engasgos, pigarros e voz molhada. Utilizam-se
manobras facilitadoras e posturais associadas modificao da dieta e suplementao nutricional.
O lquido deve ser engrossado. A via oral preservada desde que a tosse seja eficaz.
Disfagia grave: necessidade de uma alimentao suplementar devido dificuldade em manter
uma ingesto hdrica e proteico-calrica adequada, associada insuficincia ventilatria e ao
pouco prazer alimentar. Indicao de gastrostomia e endoscopia percutnea. Pode ocorrer
aspirao laringotraqueal, inclusive de saliva, sendo necessria a sua remoo antes e aps a
alimentao.
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Avaliao
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nte.
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I Consenso Brasileiro de Nutrio e Disfagia em Idosos Hospitalizados
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Estratgias Saliva LquidoLquido espesso
Pastoso Slido
ApneiaEmisso de vogaisQueixo no peitoCabea virada D/ESupraglticaSupersupraglticaTosse e deglutioDegluties mltiplasDeglutio com esforoOutra
Escala: 1 = piorou; 0 = no mudou; +1 = melhorou; +2 = resolveu.
Avaliao nutr icionalSegundo a Associao Americana de Sade Pblica, o estado nutricional
definido como a condio de sade de um indivduo influenciada pelo consu-
mo e pela utilizao de nutrientes e identificada pela correlao de informa-
es obtidas por meio de estudos fsicos, bioqumicos, clnicos e dietticos.
Assim, o estado nutricional detectado com base em vrios parmetros, os
quais podem ser utilizados e avaliados de forma isolada ou associados.98
Para o idoso, a determinao do estado nutricional deve conside-
rar, dentre outros, uma complexa rede de fatores, sendo possvel relatar
o isolamento social, a solido, as doenas crnicas, as incapacidades e
as alteraes fisiolgicas prprias do processo de envelhecimento.99 de fundamental importncia conhecer as mudanas corpreas normais que
ocorrem durante o processo de envelhecimento, principalmente nos pa-
ses em desenvolvimento, onde as populaes idosas apresentam um enve-
lhecimento funcional precoce associado s alteraes biolgicas prprias
desse processo, como a progressiva diminuio da massa corprea magra
e de lquidos corpreos, o aumento da quantidade de tecido gorduroso, a
diminuio de vrios rgos (rins, fgado e pulmes) e, sobretudo, a gran-
de perda de msculos esquelticos, o que justifica a busca de condutas e diagnsticos nutricionais que visem melhora da qualidade de vida desse
grupo etrio.99-101
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25
Avaliao
Alguns mtodos que podem fazer estimativas ou mesmo determinar essas
alteraes so: peso, estatura, dobras cutneas, circunferncias corpreas,
densitometria de corpo total e bioimpedncia eltrica.102-3 A avaliao antro-pomtrica o mtodo mais utilizado para a avaliao do estado nutricional e
foi definida por Jelliffe como a medida das variaes das dimenses fsicas e
da composio total do corpo humano nas diferentes idades e nos diferentes
nveis de nutrio. Apresenta como vantagens o baixo custo, a utilizao de
tcnicas no invasivas e o fato de ser segura e possuir equipamento porttil, o
que facilita o trabalho beira do leito. Alm disso, esse tipo de avaliao pre-
cisa e tem boa exatido, possibilitando identificar os agravos sade, como
desnutrio e obesidade, e avaliar as mudanas do estado nutricional.104-6
Algumas das medidas antropomtricas recomendadas na avaliao nutri-
cional do idoso so: peso, estatura, circunferncia do brao (CB), dobra cut-
nea do trceps (DCT), dobra cutnea subescapular (DCSE) e circunferncia
da panturrilha (CP). Essas medidas permitem predizer, de forma operacio-
nal, a quantidade de tecido adiposo e muscular.101-7
Em geral, a literatura concordante com a hiptese de que o estado nutri-
cional responsvel pela perda de funo do msculo esqueltico e, por con-
sequncia, pela reduo na fora dos membros superiores (braos e mos),
afetando diretamente a medida da fora de preenso palmar.108-9 Desde 2000,
a medida da fora de preenso palmar vem sendo discutida como instrumen-
to adequado nas avaliaes clnicas como preditor de fora total do corpo.
Segundo vrios autores, um importante pr-requisito para a identificao
das condies de funcionalidade dos membros superiores110-2 e, na rea cl-
nica, sua perda pode indicar a desnutrio caracterizada por perda de massa
magra, principalmente em indivduos acamados, hospitalizados ou em insti-
tuies de longa permanncia.
Avaliao nutricional na assistncia hospitalarA hospitalizao, por si s, deve ser considerada uma situao de risco
nutricional para qualquer faixa etria. Contudo, deve-se dar ateno espe-
cial aos indivduos idosos, os quais apresentam diversas comorbidades que
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I Consenso Brasileiro de Nutrio e Disfagia em Idosos Hospitalizados
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impem restries alimentares, grande nmero de medicaes com efeitos
colaterais que afetam a ingesto alimentar, hbitos alimentares que, muitas
vezes, no so respeitados pelo padro de refeio hospitalar e mudanas no paladar e no olfato, na dentio, na salivao, na motilidade intestinal, alm
de lentificao do esvaziamento gstrico, que potencializam esse risco.24
MNA
A MNA indicada para avaliao do estado nutricional na sua aplicao
integral. Sua forma resumida est limitada ao processo de triagem, como
mencionado anteriormente.
A definio dos conceitos de triagem e avaliao nutricional torna-se ne-
cessria diante da discusso crescente sobre a MNA e sua capacidade de
rastrear e avaliar o estado nutricional.
A triagem nutricional considerada o processo de identificao das carac-tersticas associadas a problemas dietticos ou nutricionais, diferenciando in-
divduos em risco daqueles com comprometimento nutricional estabelecido,
promovendo, portanto, a determinao de prioridades de assistncia.28 J
a avaliao nutricional consiste na avaliao minuciosa, desencadeada pela
triagem nutricional e caracterizada pela medida dos indicadores relaciona-
dos dieta ou nutrio, identificando a presena, a origem e a extenso do
estado nutricional e direcionando a interveno, o planejamento e a melho-
ria do estado nutricional.28
Apesar de a MNA fazer deteco de risco nutricional, alguns autores a defi-
nem como capaz de avaliar o estado nutricional de idosos, considerando os par-
metros englobados no instrumento e os pilares para sua estruturao, baseados
no conceito da AGA.39,113 Dessa forma, a MNA pode ser utilizada no rastreio e/ou na avaliao do estado nutricional, podendo ser absorvida nos protocolos de as-
sistncia nutricional a idosos, conforme as particularidades de cada instituio.
Em unidades hospitalares de geriatria, ressalta-se a importncia de a MNA ter aplicao precoce (primeiras 48 horas) e ser utilizada como instrumento de
avaliao do estado nutricional ou de triagem, no isoladamente, mas como
parte de um protocolo de assistncia nutricional sistematizado e adaptado24:
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27
Avaliao
ao perfil do pblico: caracterizado por idosos desnutridos, com necessi-
dade de rastreio, vigilncia nutricional e interveno precoce; equipe: disponibilidade de equipe multidisciplinar atuando de forma
interdisciplinar, com presena de nutricionista;
aos recursos disponveis.
A aplicao da MNA encontra algumas dificuldades, uma vez que o pblico
avaliado gera um panorama peculiar de avaliao, sendo importante detectar
os pontos de dificuldade do instrumento e padronizar as alternativas de coleta
das informaes e as medidas necessrias, na tentativa de viabilizar a aplicao
e garantir que o escore obtido seja o mais fidedigno possvel (Quadro 5).
Quadro 5. Situaes limitantes para aplicao da MNA, questes relacionadas e su-
gestes de aplicabilidade.
Particulari-dade
Questes da MNA relacio-nadas
Dificuldades Sugesto de aplicabilidade
Alterao
cognitivaE
Definir o nvel de
demncia e depresso:
informaes muitas
vezes indisponveis no
pronturio
Padronizar com a equipe a aplicao de
instrumentos para objetivar a avaliao
de demncia e depresso, como
Meem114 e GDS115
Fidedignidade das
respostas quando
aplicada com o idoso
Opo 1: aplicar instrumento com
familiar, cuidador ou representante
legal, preferencialmente a pessoa mais
envolvida na rotina do idoso
Opo 2: na ausncia de pessoa
de referncia, o profissional deve
aplicar, por meio de observao de
execuo de atividades de vida diria
e instrumentais, de levantamento
de informaes do pronturio e de
discusso com equipe116
(continua)
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Peso B, F
Indisponibilidade de
equipamento
Opo 1: aplicar frmulas de estimativa
de peso117
Opo 2: buscar informao no
pronturio
Comprometimento da
mobilidade
Estatura F
Indisponibilidade de
equipamento
Opo 1: aplicar frmulas de estimativa
de estatura118
Opo 2: buscar informao no
pronturio
Comprometimento da
mobilidade
Alterao fsica
(reduo de discos
intervertebrais, cifose
dorsal, escoliose,
osteoporose etc.)
Circunferncia
da panturrilhaR
Flacidez da pele que
comprometa a coleta da
medidaTreinamento da equipe, padronizando
tcnica de coleta, evitando compresso
da pele e subestimativa da medidaCircunferncia
do braoQ
Ausncia de
treinamento sobre a
tcnica de coleta
Terapia
nutricional
A, J, K, L,
M, N
Responder as perguntas
referentes s questes
dietticas em idosos
com uso de terapia
nutricional enteral
exclusiva
Padronizar com a equipe a avaliao
das questes dietticas, realizando
uma analogia com o suporte nutricional
por meio da avaliao da formulao
enteral, verificando se ela atende s
necessidades nutricionais (calrica,
proteica, hdrica e de vitaminas,
minerais e fibras), e, assim, pontuar as
questesMeem: miniexame do estado mental; GDS: escala de depresso geritrica.
Com base nas sugestes de aplicabilidade, o treinamento dos profissio-
nais torna-se essencial, na forma de educao continuada, para alinhar a pa-
dronizao das tcnicas de aplicao do instrumento por todos os membros
da equipe.
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29
Avaliao
Avaliao antropomtricaAs medidas e os indicadores recomendados para a avaliao do estado
nutricional hospitalar so: peso, estatura, DCT, DCSE, circunferncia da pan-
turrilha (CP), fora de preenso palmar, velocidade de perda de peso (VPP)
e IMC.
PesoPara uma pesagem correta, os indivduos devero estar descalos, usando
o mnimo de roupa possvel e com os braos estendidos ao longo do corpo, e
a balana deve estar calibrada.119
Na impossibilidade da aplicao da tcnica para coleta do peso real, esti-
mativas podem ser realizadas por meio de frmulas de predio117:
Mulher:
(1,27 CP) + (0,87 comprimento da perna) + (0,98 CB) + (0,4
DCSE) 62,35
Homem:
(0,98 CP) + (1,16 comprimento da perna) + (1,73 CB) + (0,37
DCSE) 81,69
EstaturaPara a medida da estatura, deve-se utilizar preferencialmente uma fita
mtrica inextensvel, fixada em uma superfcie plana e verdadeiramente ver-
tical, ou o antropmetro da balana. O paciente dever manter-se o mais ere-
to possvel, com os ps paralelos e as mos ao longo do corpo, sem sapatos
ou objetos na cabea, com os joelhos unidos e olhando para o horizonte. Os
calcanhares, as ndegas, os ombros e a cabea devero tocar a parede ou a
superfcie vertical da fita mtrica. Caso esteja sendo utilizado antropmetro
da balana, este dever descer suavemente e apoiar-se no topo da cabea ao
mesmo tempo em que desliza sobre a escala graduada indicando a estatura.
A leitura dever ser feita em metros.120
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30
Para a estimativa da estatura, ser necessria a medida do comprimento
da perna, que deve ser realizada na perna esquerda formando um ngulo de
90 com o joelho. O instrumento utilizado para a realizao dessa medida
pode ser o antropmetro infantil ou um broad-blade caliper, desenvolvido
por Chumlea et al.101 A base da rgua deve ser posicionada embaixo do calca-
nhar do p esquerdo, e a haste deve pressionar a cabea da patela. A leitura
deve ser feita quando a rgua estiver exatamente paralela toda extenso do
pernio (fbula).
Homens:118
Estatura calculada = 46,93 + 2,24 comprimento da perna + 2,72 amarelo
+ 0,14 pardo + 4,44 nvel
Mulheres:118
Estatura calculada = 37,08 + 2,35 comprimento da perna + 1,61 branco +
5,84 amarelo + 3,75 nvel
Em que:
Amarelo: assume valor igual a 1, se os indivduos forem orientais, e 0 para
os de outra cor;
Pardo: assume valor igual a 1, se os indivduos forem de cor parda, e 0 para
os demais;
Branco: assume valor igual a 1, se os indivduos forem de cor branca, e 0 para
os demais;
Nvel de escolaridade: assume valor igual a 1 nos indivduos com mais de 8
anos estudados e 0 nos demais.
Velocidade de perda de peso Mesmo considerando que a medida de peso isolado no um bom indi-
cador do estado nutricional para a populao idosa, essa medida til por
permitir verificar a velocidade de perda de peso (VPP) no decorrer do trata-
mento. Ademais, h o fato de o peso ser uma medida envolvida no clculo do
IMC, que uma forma muito difundida e simples da avaliao nutricional.121
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31
Avaliao
A frmula a seguir mostra como o clculo para a VPP deve ser feito:
VPP (%) = peso habitual (kg) peso atual (kg) 100
peso habitual (kg)
O conhecimento da VPP fundamental, pois a alta velocidade de perda
pode estar associada perda preponderante de massa muscular, que um
importante marcador de desnutrio. Alguns pesquisadores consideram esse
critrio o mais importante na avaliao do risco de desnutrio em idosos.121
Perda de peso que exceda 10% do peso corpreo em 6 meses, 7% em 3
meses ou 5% em 1 ms classificada como severa/intensa. A perda signi-
ficativa pode indicar que a ingesto de alimentos est inadequada e que as
necessidades nutricionais do paciente no esto sendo atingidas, sendo ne-
cessrio, assim, identificar os condicionantes da perda para direcionar as in-
tervenes (Quadro 6).104,122
Quadro 6. Classificao da VPP.
Perodo Significativa (%) Severa (%)
1 semana 1 a 2 > 2
1 ms 5 > 5
3 meses 5 a 7 > 7
6 meses 10 > 10Fonte: Blackburn, 1977.104
IMC um indicador do estado nutricional do idoso que consiste na medida
secundria obtida por meio de duas medidas primrias: peso (kg) dividido
pela estatura (m) ao quadrado. Esse mtodo muito utilizado em razo da
facilidade de aplicao, das comparaes entre populaes e da boa correla-
o com a morbidade e a mortalidade (Quadro 7).105,118
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I Consenso Brasileiro de Nutrio e Disfagia em Idosos Hospitalizados
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Quadro 7. Pontos de corte para o IMC adotados para idosos.
IMC Diagnstico nutricional
< 22 kg/m2 Desnutrio
22 a 27 kg/m2 Eutrofia
> 27 kg/m2 Obesidade Fonte: NSI, 1992.123
Quando o IMC se apresenta com valores superiores s faixas de normali-dade, representa um aumento no risco de doenas cardiovasculares, cncer e
diabetes, enquanto valores inferiores a essas faixas se associam positivamen-
te a doenas infecciosas e anorexia.121
Circunferncia da panturrilha (CP)A CP uma medida sensvel da massa muscular nos idosos, indicando
alteraes que ocorrem com a idade e o decrscimo na atividade fsica. re-
comendada na avaliao nutricional de pacientes restritos ao leito e deve ser
realizada na perna esquerda, com uma fita mtrica inelstica, na sua parte
mais protuberante.
Deve-se considerar adequada a circunferncia igual ou superior a 31 cm
para homens e mulheres.43,118,120-1
Circunferncia do brao (CB)A CB coletada no brao esquerdo flexionado, de modo a formar um
ngulo reto. O ponto mdio entre as extremidades do processo acromial da
escpula e o olcrano da ulna determinado e, com o brao relaxado e es-
tendido ao longo do corpo, contorna-se com fita mtrica o ponto mdio, sem
pressionar os tecidos moles.
Dobra cutnea do trceps (DCT) uma medida utilizada como indicador de reserva calrica, devendo ser
realizada no brao esquerdo, sobre o msculo trceps, no ponto mdio entre
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Avaliao
o acrmio e o olcrano. O brao dever estar relaxado e paralelo ao tronco, com o indivduo em p ou deitado. O aparelho utilizado para a realizao
dessa medida um skinf