consenso brasileiro de nutricao

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I Consenso Brasileiro de NUTRIçãO E DISFAGIA EM IDOSOS HOSPITALIZADOS Consenso Brasileiro (0_cap 0).indd 1 15.07.10 16:27:19

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  • I Consenso Brasileiro de

    Nutrio e Disfagia em

    iDosos hospitalizaDos

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  • I Consenso Brasileiro de

    Nutrio e Disfagia em

    iDosos hospitalizaDos

    SBGG

    Apoio: Patrocnio:

    Consenso Brasileiro (0_cap 0).indd 3 15.07.10 16:27:29

  • Copyright 2011 Editora Manole Ltda., por meio de coedio com a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) e a pedido da Nestl.

    Minha Editora um selo editorial Manole.

    Logotipos: Copyright Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (SBFa). Copyright Sociedade Brasileira de Nutrio Parenteral e Enteral (SBNPE). Copyright Nestl Nutrition. Copyright Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG).

    Projeto grfico: Departamento Editorial da Editora Manole.Editorao eletrnica: JLG Editorao Grfica.Capa: Tugar Comunicao.Imagens do miolo: gentilmente cedidas pelos autores.

    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)(Cmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

    I Consenso Brasileiro de Nutrio e Disfagia emIdosos Hospitalizados/ [coordenadora Myrian Najas]. --Barueri, SP : Minha Editora, 2011.

    Vrios relatores.ISBN 978-85-7868-017-6

    1. Deglutio - Distrbios 2. Envelhecimento3. Fonoaudiologia 4. Geriatria 5. Gerontologia6. Idosos - Doenas 7. Nutrio I. Najas, Myrian.

    CDD-618.9710-06374 NLM-WT 100

    ndices para catlogo sistemtico:1. Nutrio e disfagia em idosos : Geriatria e

    gerontologia : Medicina 618.97

    Todos os direitos reservados.Nenhuma parte deste livro poder ser reproduzida, por qualquer processo, sem a permisso expressa dos editores. proibida a reproduo por xerox.

    A Editora Manole filiada ABDR Associao Brasileira de Direitos Reprogrficos.

    1a edio 2011

    Editora Manole Ltda.Av. Ceci, 672 Tambor06460-120 Barueri SP BrasilTel.: (11) 4196-6000 Fax: (11) [email protected]

    Impresso no BrasilPrinted in Brazil

    Este livro contempla as regras do Acordo Ortogrfico da Lngua Portuguesa de 1990, que entrou em vigor no Brasil em 2009.

    So de responsabilidade dos autores as informaes contidas nesta obra.

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  • Vorganizao

    Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG)

    Diretoria SBGG Nacional Mandato 20082010

    Presidente: Joo Carlos Barbosa Machado (MG)1 Vice-Presidente: Maria do Carmo Lencastre Lins (PE)2 Vice-Presidente (Presidente do dePartamento de GerontoloGia): Myrian Najas (SP)secretria-Geral: Silvia Regina Mendes Pereira (RJ)secretria adjunta: Mnica Rodrigues Perracini (SP)tesoureiro: Joo Senger (RS)diretora cientfica: Karla Cristina Giacomin (MG)diretora de defesa Profissional: Claudia Burl (RJ)

    CoNselho CoNsultivo

    membros elei tosMaira Tonidandel Barbosa (MG) Rodolfo Augusto Alves Pedro (PR) Laura Mello Machado (RJ)

    membros natosAdriano Cesar Gordilho (BA) Antonio Jordo Neto (SP) Elisa Franco de Assis Costa (GO) Elizabete Viana de Freitas (RJ) Flavio Aluizio Xavier Canado (MG) Jussara Rauth da Costa (RS)

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  • I Consenso Brasileiro de Nutrio e Disfagia em Idosos Hospitalizados

    VI

    Laura Mello Machado (RJ)Margarida Santos (PE) Maria Auxiliadora Cursino Ferrari (SP) Marianela Flores de Hekman (RS) Paulo Cesar Affonso Ferreira (RJ) Renato Maia Guimares (DF) Sonia Maria Rocha (RJ) Tereza Bilton (SP) Zally Pinto Vasconcelos Queiroz (SP)

    Comisso De formao profissioNal e CaDastro

    geriatr iaPresidente: Carlos Paixo (RJ)Luciana Castro (MG)Maria Alice V. de Toledo (DF)

    gerontologiaPresidente: Clarice Cavalero Nebuloni (SP)Andrea Greco (SP)

    Comisso De ttulo De geriatriaPresidente: Siulmara Galera (CE)Elizabete Viana de Freitas (RJ)Rodolfo Pedro (PR)Roberto Miranda (SP)Lvia Devns (ES)Nezilour Lobato (PA)Elisa Franco de Assis Costa (GO)Adriano Cesar Gordilho (BA)Maira Tonidandel Barbosa (MG)

    Comisso De ttulo De geroNtologiaPresidente: Tereza Bilton (SP)Claudia Fl (SP)Marisa Accioly (SP)Tulia Garcia (CE)Adriana Keller (MG)

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  • Organizao

    VII

    Comisso De Normas e CoNtrolePresidente: Marianela Flores de Hekman (RS)Laura Mello Machado (RJ)Jussara Rauth da Costa (RS)Maria do Carmo Lencastre Lins (PE)Elisa Franco de Assis Costa (GO)Silvia Pereira (RJ)Adriano Cesar Gordilho (BA) Elizabete Viana de Freitas (RJ)

    Comisso De eDuCao CoNtiNuaDaPresidente: Leonardo Lopes (SP)Silvia Pereira (RJ)Mnica Rodrigues Perracini (SP)Lara Quirino (SP)Adriana Parentoni (MG)

    Comisso De iNformtiCaPresidente: Daniel Azevedo (RJ)Rubens de Fraga Jnior (PR)Joo Elizirio de Paula (MG)

    Comisso De puBliCaes revista g&gPresidente: Joo Macedo (CE)

    Comisso De puBliCaes Boletim eletrNiCoPresidente: Sabri Lakhdari (DF)

    Comisso Dos assoCiaDosPresidente: Maria do Carmo Lencastre Lins (PE)

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  • I Consenso Brasileiro de Nutrio e Disfagia em Idosos Hospitalizados

    VIII

    Cmara tCNiCa

    associados da sBggJoo Carlos Barbosa Machado (MG)Claudia Burl (RJ)Elisa Franco de Assis Costa (GO)Jos Elias Soares Pinheiro (RJ)Omar Jaluul (SP)Maria do Carmo Lencastre Lins (PE)

    No associados da sBggcoordenador: Gerson Zafalon Martins (PR) (2 secretrio do CFM) Roberto Luiz dAvila (SC)

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  • sumrio

    relatoria XI

    Nutricionistas e fonoaudilogos XVIII

    lista de quadros XIX

    lista de figuras XIX

    apresentao XXI

    introduo 1

    triagem de risco nutricional e disfagia 7

    Equipe para triagem 8

    Equipe mnima 8

    Instrumentos para triagem 9

    Risco nutricional 9

    Risco de disfagia 12

    avaliao 15

    Avaliao fonoaudiolgica 15

    Protocolo de avaliao clnica 16

    Protocolo de videofluoroscopia da deglutio 20

    Protocolo de videoendoscopia da deglutio 23

    Avaliao nutricional 24

    Avaliao nutricional na assistncia hospitalar 25

    MNA 26

    Avaliao antropomtrica 29

    Avaliao diettica 38

    IX

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  • I Consenso Brasileiro de Nutrio e Disfagia em Idosos Hospitalizados

    X

    Avaliao bioqumica 39

    tratamento 41

    Interveno nutricional 41

    Hbito alimentar e estado nutricional da populao idosa 41

    Recomendaes nutricionais 42

    Avaliao da porcentagem de aceitao alimentar e balano calrico 44

    Definio e indicao dos tipos de TN 46

    Terapia nutricional oral 46

    Terapia nutricional enteral 51

    Terapia nutricional parenteral 61

    Critrios para reintroduo da alimentao via oral 62

    Interveno fonoaudiolgica 63

    Definio e indicao da terapia fonoaudiolgica 63

    Procedimentos teraputicos fonoaudiolgicos 65

    orientaes de alta hospitalar 75

    Orientaes de alta hospitalar via oral 75

    Orientaes de alta hospitalar via enteral 76

    Consideraes finais 79

    referncias bibliogrficas 81

    anexos 97

    ndice remissivo 105

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  • relatoria

    fabiana simomuraNutricionista. Ttulo de Especialista em Nutrio Enteral e Parenteral pela SBNPE e em Nutrio Clnica pela Associao Brasileira de Nutrio (Asbran) e pelo Grupo de Apoio Nutrio Enteral e Parenteral (Ganep).

    Ps-graduanda em Gerontologia da Sociedade Beneficente Israelita

    Brasileira Albert Einstein (SBIBAE).

    myrian NajasNutricionista. Ttulo de Gerontloga pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG). Docente da Universidade Federal de So Paulo (Unifesp). Presidente do Departamento de Gerontologia da SBGG.

    patrcia amante de oliveira soaresMdica. Ttulo de Geriatra pela SBGG. Especialista em Nutrologia pela Associao Brasileira de Nutrologia (Abran) e em Nutrio Enteral e Parenteral pela Sociedade Brasileira de Nutrio Parenteral e Enteral (SBNPE). Presidente da Sociedade Paulista de Nutrio Parenteral e Enteral (Sopanpe). Membro da Cmara Tcnica de Nutrologia do Conselho Regional de Medicina de So

    Paulo (Cremesp). Geriatra do Hospital do Corao de So Paulo (HCor-SP) e do Centro de Referncia do Idoso da Zona Norte (CRI-ZN). Responsvel pela

    Equipe Multidisciplinar de Terapia Nutricional do Hospital Bandeirantes de So Paulo. Mdica do Instituto de Metabolismo e Nutrio (IMeN).

    XI

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  • I Consenso Brasileiro de Nutrio e Disfagia em Idosos Hospitalizados

    XII

    talita hatsumi YamattoNutricionista. Ttulo de Gerontloga pela SBGG. Especialista em Geriatria e Gerontologia pela Unifesp.

    tereza BiltonFonoaudiloga. Ttulo de Gerontloga pela SBGG. Docente da Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo (PUC-SP). Membro do Centro de Medicina Diagnstica Fleury.

    participantes

    alessandra m savinoNutricionista. Especialista em Nutrio Clnica pela Universidade So Camilo.

    alexandre leopold BusseEspecialista em Geriatria pela SBGG. Doutor em Cincias pela Faculdade de Medicina da Universidade de So Paulo (FMUSP). Mdico-assistente do Servio de Geriatria do Hospital das Clnicas (HC) da FMUSP. Geriatra do Servio de Gerontologia do Hospital Srio-Libans.

    ana laura g XavierEspecialista em Terapia Nutricional Enteral e Parenteral pela PUC-RS.

    Hospital So Lucas da PUC-RS.

    ana paula JenzuraNutricionista. Especialista em Gerncia de Unidades de Alimentao e Nutrio. Nutricionista do Hospital Universitrio Cajuru da PUC-PR.

    andr JaimeMdico. Especialista em Clnica Mdica pela Sociedade Brasileira de Clnica Mdica (SBCM). Ttulo de Geriatra pela SBGG. Presidente do Departamento de Clnica Mdica da Associao Paulista de Medicina

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  • Relatoria

    XIII

    (APM). Chefe da Equipe de Clnica Mdica e Geriatria dos Hospitais So Luiz, Oswaldo Cruz e Israelita Albert Einstein.

    Beatrice f s CarvalhoNutricionista pela Universidade Santa rsula, RJ. Ttulo de Gerontloga

    pela SBGG. Nutricionista da Secretaria Estadual de Sade e Defesa Civil

    Ncleo Hospitalar de Geriatria e Gerontologia.

    Camila fussi (Coordenadora do Grupo de Triagem)Fonoaudiloga. Especialista em Motricidade Orofacial do Hospital So Luiz (Unidade Anlia Franco) e do Hospital do Servidor Pblico Estadual de So Paulo.

    Camila passoldNutricionista pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Especialista em Nutrio Clnica pelo Ganep. Nutricionista Clnica do Hospital Santa Catarina de Blumenau, SC.

    Carolina fontes guadagnoli (Coordenadora do Grupo de Tratamento)Fonoaudiloga. Especialista em Motricidade Oral e Oncologia pelo Hospital do Cncer A.C. Camargo (HCACC) e em Voz e Cncer de Cabea e Pescoo pelo Instituto do Cncer Arnaldo Vieira de Carvalho (ICAVC). Mestre em Lingustica Aplicada e Estudos da Linguagem pela PUC-SP. Especializanda em Reabilitao Neurolgica da Unifesp. Fonoaudiloga da Sociedade

    Beneficente de Senhoras do Hospital Srio-Libans.

    Christiane machado santanaMdica. Especialista em Geriatria e Gerontologia pela SBGG. Professora-auxiliar da Disciplina de Geriatria do Departamento de Sade da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS).Presidente da SBGG

    Seo Bahia. Mdica do Hospital Aliana, Salvador, BA.

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  • I Consenso Brasileiro de Nutrio e Disfagia em Idosos Hospitalizados

    XIV

    Cludia satiko takemura matsubaEnfermeira. Especialista em Metodologia da Ao Docente pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), em Unidade de Terapia Intensiva pela Unifesp e em Terapia Nutricional Enteral e Parenteral pela SBNPE. Mestre em Enfermagem na rea de Sade do Adulto pela Unifesp. MBA Executivo em Sade pela Fundao Getulio Vargas (FGV). Coordenadora Tcnico-administrativa da Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional (EMTN) do

    HCor-SP/Associao do Sanatrio Srio. Professora-colaboradora do IMeN.

    Daniela Dalmaso galvo fidelisMdica-assistente e Preceptora da Residncia Mdica em Geriatria do

    Servio de Medicina Geritrica do Hospital Mater Dei, do Aurus Instituto de Ensino e Pesquisa do Envelhecimento de Belo Horizonte e da Faculdade de Cincias Mdicas de Minas Gerais.

    Daniela souza almeida DantasNutricionista pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Especialista em Nutrio Clnica e Fundamentos Metablicos e Nutricionais pela Universidade Gama Filho (UGF). Secretaria de Sade do Estado da Bahia (Sesab) Internao Domiciliar.

    elaine ribeiro da silvaNutricionista pela PUC-Camp. Especialista em Nutrio Clnica Funcional pela VP Consultoria Nutricional e em Nutrio Enteral e Parenteral pela SBNPE. Ps-graduanda em Nutrio Clnica Humana do IMeN. Nutricionista da Home Doctor (Vale do Paraba).

    fabiana simomura (Coordenadora do Grupo de Tratamento)Nutricionista. Ttulo de Especialista em Nutrio Enteral e Parenteral pela SBNPE e em Nutrio Clnica pela Asbran e pelo Ganep. Ps-graduanda em Gerontologia da SBIBAE.

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  • Relatoria

    XV

    ftima lago alviteFonoaudiloga. Ps-graduanda em Fonoaudiologia Hospitalar. Fonoaudiloga da 24 e 25 Enfermarias de Neurologia do Servio do Professor Srgio A. P. Novis da Santa Casa da Misericrdia do Estado do Rio

    de Janeiro.

    iara micheline pereira CorreaEnfermeira do Hospital So Luiz. Especialista em Gerenciamento da Assistncia de Enfermagem. Jos roberto oliveira sousaMdico. Especialista em Auditoria de Sistemas de Sade, em Clnica Mdica e em Geriatria pelo Hospital Santo Antnio. Mdico da Sesab e da Internao Domiciliar do Hospital Santo Antnio de Geriatria e do Vital Care.

    lica arakawa-suguenoFonoaudiloga Clnica. Fonoaudiloga do Servio de Cirurgia de Cabea e Pescoo do HCFMUSP. Doutora em Cincias pela FMUSP. Coordenadora do Comit de Fononcologia da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (SBFa). lillian de Carla santanna macedoNutricionista pelo Centro Universitrio So Camilo. Especialista em Nutrio Humana Aplicada Prtica Clnica pelo IMeN e em Terapia

    Nutricional pela SBNPE. Colaboradora da Disciplina de Terapia Nutricional do IMeN. Membro da EMTN do HCor-SP.

    luisiana lins lamourNutricionista. Especialista em Alimentao Institucional pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Nutricionista do Hospital Baro de Lucena, do Instituto de Geriatria e Gerontologia de Pernambuco.

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  • I Consenso Brasileiro de Nutrio e Disfagia em Idosos Hospitalizados

    XVI

    maria Cristina Borges de oliveiraFonoaudiloga. Coordenadora de Fonoaudiologia em Unidade de Terapia Intensiva do Adulto do Hospital So Luiz. Naira Cristina malaquias guimaresFonoaudiloga pela Universidade Jos do Rosrio Vellano (Unifenas),

    MG. Especialista em Disfagia Neonatal e em Lactentes com Enfoque Terico e Prtico pela Maternidade de Campinas, SP e em Motricidade Orofacial com Enfoque em Disfagia e no mbito Hospitalar pelo Centro de Especializao em Fonoaudiologia Clnica (Cefac-BH). Membro da Equipe de Fonoaudiologia (HMD FONO) do Centro de Terapia Intensiva Adulto/Geral do Hospital Mater Dei, Belo Horizonte, MG. Atendimento Home Care (domiciliar) com enfoque em Disfagia na cidade de Belo Horizonte, MG.

    patrcia amante de oliveira soares (Coordenadora do Grupo de Avaliao)Mdica. Ttulo de Geriatra pela SBGG. Especialista em Nutrologia pela Abran e em Nutrio Enteral e Parenteral pela SBNPE. Presidente da Sopanpe. Membro da Cmara Tcnica de Nutrologia do Cremesp. Geriatra do HCor-SP e do CRI-ZN. Responsvel pela Equipe Multidisciplinar de

    Terapia Nutricional do Hospital Bandeirantes de So Paulo. Mdica do IMeN.

    rosa maria gaudioso CelanoMdica. Especialista em Nutrio Clnica pelo Ganep e pela USP, em Nutrologia pela Abran e em Nutrio Parenteral e Enteral pela SBNPE. Mestre em Medicina pela Faculdade de Cincias Mdicas da Santa Casa de Misericrdia de So Paulo. Coordenadora da EMTN do Hospital Regional do Vale do Paraba e

    do Hospital So Lucas de Taubat.

    rose anne gonalves linsNutricionista. Especialista em Nutrio Clnica pela UFPE e em Sade Pblica pela Escola Nacional de Sade Pblica Sergio Arouca da Fundao Oswaldo Cruz (ENSP-Fiocruz). Nutricionista do Hospital da Restaurao de

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  • Relatoria

    XVII

    Recife, PE, do Pronto-socorro Cardiolgico de Pernambuco (Procape) e do

    Conviver Geritrico de Recife, PE.

    talita hatsumi Yamatto (Coordenadora do Grupo de Triagem)Nutricionista. Ttulo de Gerontloga pela SBGG. Especialista em Geriatria e Gerontologia pela Unifesp.

    Colaboradores

    Jos mrio t machadoMdico. Especialista em Geriatria pela SBGG. Hospital Universitrio Cajuru da PUC-PR Servio de Geriatria.

    maria do Carmo lencastre linsMdica. Ttulo de Geriatra pela SBGG. Mdica do Instituto de Geriatria e Gerontologia de Pernambuco e do Real Hospital Portugus de Beneficncia

    em Pernambuco.

    silmara rodrigues machadoMBA em Alimentao pelo Grupo Latino-americano Colgio Brasileiro

    de Estudos Sistmicos (CBES). Hospital Srio-Libans Servio de

    Gerontologia.

    venceslau antnio CoelhoMdico. Especialista em Geriatria pela SBGG. Hospital Srio-Libans.

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  • I Consenso Brasileiro de Nutrio e Disfagia em Idosos Hospitalizados

    XVIII

    Nutricionistas e fonoaudilogos

    E s p E c i a l i s ta s E m G E r o n t o l o G i a p E l a sBGG

    Adriana Keller Coelho (Nutricionista)Adriane Ribeiro Teixeira (Fonoaudiloga)

    Ana Paula de Oliveira Marques (Nutricionista)Andrea Greco (Fonoaudiloga)Andria Vide (Fonoaudiloga) Beatrice F. S. Carvalho (Nutricionista) Clarice Cavalero Nebuloni (Nutricionista) Elaine Palinkas Sanches (Fonoaudiloga)Elci Almeida Fernandes (Nutricionista)Erica de Arajo B. Couto (Fonoaudiloga)Evie Mandelbaum Garcia (Nutricionista)Heloisa Sawada Suzuki (Fonoaudiloga)Juliana Paula Venites (Fonoaudiloga)Luciane Teixeira Soares (Fonoaudiloga)Lucy Aintablian Tchakmakian (Nutricionista)Maria de Ftima Nunes Marucci (Nutricionista)Marlene M. A. Scheid (Nutricionista)Myrian Najas (Nutricionista)Sandra Regina Gomes (Fonoaudiloga)

    Talita Hatsumi Yamatto (Nutricionista)Tereza Bilton (Fonoaudiloga) Tlia Fernanda Meira Garcia (Fonoaudiloga)Vera Silvia Frangella (Nutricionista)

    Consenso Brasileiro (0_cap 0).indd 18 15.07.10 16:27:33

  • Relatoria

    XIX

    lista de quadros

    Quadro 1. Atribuies dos profissionais recomendveis para triagem de idosos com risco nutricional e de disfagia.Quadro 2. Fatores de risco para disfagia a serem investigados na triagem.Quadro 3. Identificao de risco de disfagia em idosos.Quadro 4. Evidncias da triagem de risco nutricional e disfagia.Quadro 5. Situaes limitantes para a aplicao da MNA, questes relacionadas e sugestes de aplicabilidade.Quadro 6. Classificao da VPP.Quadro 7. Pontos de corte para o IMC adotados para idosos.Quadro 8. Anlise crtica descritiva dos padres de referncia para a interpretao de medidas antropomtricas em idosos.Quadro 9. Fora de preenso manual (mdia ponderada e desvio-padro) segundo dependncia ou no nas atividades bsicas da vida diria (ABVD), IMC e sexo.Quadro 10. Principais caractersticas a serem avaliadas na dieta do idoso.Quadro 11. Principais marcadores bioqumicos do estado nutricional avaliados em idosos hospitalizados.Quadro 12. Evidncias da avaliao do estado nutricional e da disfagia.Quadro 13. DRI para indivduos, segundo a Food and Nutrition Board e o Institute of Medicine da Academia Nacional de Cincias dos Estados Unidos.Quadro 14. Caractersticas da dieta e graus de disfagia.Quadro 15. Consistncias dos lquidos.Quadro 16. Recomendaes e graus de evidncia da TNO e TNE em idosos.Quadro 17. Evidncias da triagem de risco nutricional e disfagia.

    lista de figuras

    Figura 1. Algoritmo para triagem de risco nutricional e de disfagia em idosos e indicao de avaliao especfica com profissional.Figura 2. Miniavaliao nutricional (MNA).Figura 3. MNA resumida.Figura 4. Fluxograma de avaliao de TN dependendo do grau de disfagia.Figura 5. Critrios para reintroduo da alimentao via oral.

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  • Consenso Brasileiro (0_cap 0).indd 20 15.07.10 16:27:33

  • 1Introduo

    EnvElhEcEr significa convivEr com alteraes prprias da idade. Em mui-tos casos, porm, somam-se a essas alteraes diferentes caractersticas liga-das a determinadas doenas, ao que se chama senilidade. Esta, por sua vez, tem se tornado cada vez mais frequente, em razo do aumento da sobre vida da populao, permitindo que se perceba o aumento da populao idosa mundial. Esses fatores esto muito relacionados aos avanos da medicina no tratamento das doenas infecciosas e no controle das doenas crnicas e aos fatores sociais, ambientais e econmicos. No Brasil, a realidade no dife-rente, e os dados populacionais demonstram taxas crescentes no percentual dessa populao, alm de um aumento ainda maior entre a populao mais idosa, ou seja, acima de 80 anos de idade.1,2

    Assim, deve-se estar preparado para o atendimento dessa populao e habituado s doenas mais prevalentes e a seu controle. Os idosos adoecem mais, e aqueles com mais de 75 anos de idade tm de conviver, em mdia, com 3,5 doenas crnicas. Isso somado ao fato de mudanas fisiolgicas traduzirem menor reserva funcional e equilbrio instvel, tornando o idoso mais vulnervel ao descontrole dessas doenas diante do estresse e das de-mandas orgnicas facilmente transponveis em outras fases da vida.3

    Muitas doenas crnicas tm sua prevalncia aumentada nessa faixa etria. Saber control-las ou mesmo as evitar faz parte da abordagem para elevar a qualidade de vida e atingir o envelhecimento saudvel. Para tanto, esto disponveis ferramentas que auxiliam e orientam o profissional de sa-de quanto s caractersticas dessa populao. Uma delas a avaliao geri-

    Consenso Brasileiro (1_introducao).indd 1 15.07.10 16:28:18

  • I Consenso Brasileiro de Nutrio e Disfagia em Idosos Hospitalizados

    2

    trica ampla (AGA), que promove a abordagem diagnstica multifacetada dos problemas fsicos, psicolgicos e funcionais, focalizando a preservao e/ou a recuperao funcional, e traz o conceito da promoo de vida saudvel para o idoso. usualmente interdisciplinar e facilita a comunicao entre os membros da equipe, bem como a comparao evolutiva.

    Na avaliao clnica, existem peculiaridades da anamnese, como o inter-rogatrio sobre diversos aparelhos, nos quais possvel detectar alteraes pouco valorizadas pelo paciente e seus familiares, e sobre a histria medi-camentosa, tendo em vista que um efeito adverso pode ser a causa de um problema atual. Peculiaridades no exame fsico tambm trazem detalhes das alteraes fsicas decorrentes do envelhecimento normal, como alteraes da pele e das mucosas, da presso arterial, das funes cardacas, pulmo-nares e intestinais e da circulao. Referem-se avaliao funcional, tam-bm, as atividades bsicas da vida diria, fundamentais para a manuteno da independncia, e as atividades instrumentais da vida diria, nas quais se observam, alm da independncia, as atividades na comunidade. Outro ponto de avaliao a marcha e o equilbrio, sendo que, para todos esses aspectos, existem escalas que auxiliam na identificao de deficincias e na

    comparao dos avanos teraputicos. Sade mental e fatores socioambien-tais tambm so importantes reas a serem avaliadas, podendo-se detectar doenas como depresso, dficits cognitivos e disfunes sociais, que podem

    propiciar o aparecimento de alteraes temporrias e definitivas prejudiciais

    sade do idoso.4

    Estudos que usaram a AGA identificaram pacientes com maior risco de

    desenvolver morbidades. Assim, sabe-se que, dentro dessa faixa etria, exis-tem fatores que aumentam o risco de adoecer, como idade (acima de 80 anos), residir sozinho (solteiros e vivos), isolar-se socialmente, apresentar

    incapacidades moderadas ou graves ou viver com outro idoso com tais inca-pacidades, recursos econmicos limitados e at residir em casas de repouso.5 Com base na histria clnica, o paciente poder ser submetido avaliao mais acurada ou a exames complementares especficos.

    Outros desafios permeiam a avaliao clnica do idoso, j que sintomas ou

    dficits, como dor, fadiga, transtornos do sono e da marcha, tontura, dficits

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  • 3Introduo

    sensoriais, entre outros, podem estar presentes sem significar doenas, como

    resultado do acmulo de fatores orgnicos, psicolgicos, ambientais e sociais.

    O paciente ou mesmo seus familiares podem atribuir determinados sinais, como engasgos, quedas ou esquecimentos, ao processo normal de envelheci-mento, podendo no ser citados espontaneamente na anamnese. Por isso, a avaliao deve ser feita por um profissional experiente que pergunte sobre as

    principais alteraes comuns a essa faixa etria. Envelhecimento ativo, confor-to e funcionalidade so as verdadeiras metas de sade para essa populao.4,5

    Outro componente importante da avaliao geritrica a avaliao do estado nutricional. Idosos em comunidade apresentam maior ocorrncia de obesidade, enquanto os hospitalizados e institucionalizados tm maior des-nutrio, o que est fortemente relacionado s maiores taxas de mortalidade e ao retardo na reabilitao gerontolgica. A desnutrio proteico-calrica comum, mas tem varivel prevalncia de 1 a 15% em pacientes da comuni-dade, 25 a 65% em pacientes institucionalizados sem doenas agudas e 35 a 65% em pacientes internados.6

    A prevalncia de idosos desnutridos ou em risco de desnutrio muito varivel nas diferentes publicaes, atrelada aos critrios adotados em cada estudo. Thomas et al. observaram prevalncia de 91,3% entre idosos desnutri-dos e com risco nutricional, com base na Miniavaliao Nutricional (MNA), em um grupo de 847 idosos hospitalizados nos Estados Unidos. No cenrio brasileiro, um estudo com mesmo desenho metodolgico detectou prevaln-cia de 90,6% e, no ambiente de instituio de longa permanncia para idosos (ILPI), 78,7%. Coelho encontrou proporo de 54,7% desnutridos, adotando o ndice de massa corprea (IMC) para avaliar 197 idosos hospitalizados na Unidade de Geriatria do Hospital dos Servidores de Minas Gerais.7-10

    A frequncia de internao elevada. Cerca de 2/3 dos leitos de hospitais gerais so ocupados por idosos com 65 anos ou mais, sendo que aqueles com idade superior a 75 anos tm sua permanncia mais prolongada.11 Para a po-pulao idosa brasileira, 70% das indicaes de internao de idosos so para o tratamento de condio aguda ou da exacerbao de alguma afeco crni-ca, seguidas de 15% para avaliao diagnstica, 10% para cuidados paliativos e 5% para procedimentos cirrgicos eletivos. Dentre as condies agudas, as

    Consenso Brasileiro (1_introducao).indd 3 15.07.10 16:28:18

  • I Consenso Brasileiro de Nutrio e Disfagia em Idosos Hospitalizados

    4

    infeces de foco urinrio e pulmonar so as principais, responsveis por cer-ca de 55% dessas internaes. Quadros de delirium hipoativo, com rebaixa-mento do nvel de conscincia, so responsveis por 19% das internaes.12

    Rypkema et al. demonstraram que a abordagem interdisciplinar e preco-ce pode ser efetiva na reduo da desnutrio e das infeces hospitalares relacionadas, alm de ser economicamente vivel, uma vez que a abordagem reduz o nmero de infeces.13

    No Brasil, idosos hospitalizados representam custo maior e evoluo cl-nica mais complicada, alm de maiores taxas de mortalidade e comprome-timento funcional e cognitivo, agravando os problemas sociais no momento da alta e potencializando os riscos para o desenvolvimento da sndrome da fragilidade. Esses custos aumentam exponencialmente com a faixa etria (IBGE, 2000) e a presena de desnutrio, que est fortemente associada a maior tempo de internao, mais comorbidades, como as infeces e as lceras por presso, aumento do nmero de antibiticos e da mortalidade.

    Nesses casos, os planos diagnsticos e teraputicos so norteados individual-mente, priorizando a manuteno ou o resgate da capacidade funcional.14

    Sndromes geritricas como delirium, instabilidade ou quedas, lceras por presso, incontinncias e doenas neuropsiquitricas, por exemplo, aci-dentes vasculares cerebrais, demncias, depresso e doena de Parkinson, podem se sobrepor e piorar as incapacidades.15

    Estudos epidemiolgicos mostram que, no Brasil, mais da metade das pessoas com idade superior a 60 anos possui dois ou mais fatores de risco para o desenvolvimento de comorbidades. Dentre as doenas mais prevalen-tes, esto as cardiovasculares que agravam a morbidade e a mortalidade.

    A principal causa de morte no Brasil, o acidente vascular enceflico (AVE), tem como complicao mais frequente a disfagia, seja em sua fase aguda ou de recuperao.16-7 Outras doenas podem cursar com disfagia, como Parkin-son, diabetes e Alzheimer, em suas fases moderada e avanada, sendo, por-tanto, um sintoma importante a se considerar tanto na avaliao quanto no acompanhamento.18

    Disfagia qualquer dificuldade na efetiva conduo do alimento da boca

    at o estmago por meio das fases inter-relacionadas, comandadas por um

    Consenso Brasileiro (1_introducao).indd 4 15.07.10 16:28:18

  • 5Introduo

    complexo mecanismo neuromotor. um sintoma que deve ser abordado interdisciplinarmente por mdicos, fonoaudilogos, nutricionistas e enfer-meiros, uma vez que cada profissional contribui de forma interdependente

    para a melhora do paciente. A disfagia pode levar desnutrio e desidra-tao por inadequao diettica e em razo da consistncia dos alimentos. Na tentativa de se adaptar ao sintoma, o paciente altera a consistncia dos alimentos e/ou das preparaes acrescentando maior quantidade de gua, reduzindo, assim, o valor calrico total. Com a dificuldade para deglutir l-quidos finos, inclusive saliva, que requerem coordenao e controle, ocorre

    o aumento do risco de pneumonia aspirativa,19 sendo a avaliao precoce fundamental para minimizar ou mesmo evitar intercorrncias clnicas. O profissional nutricionista tem importante papel no acompanhamento desses

    pacientes, uma vez que realiza a adequao das necessidades calricas in-gesto e consistncia adequada a cada caso.20

    A prevalncia de disfagia tambm pode aumentar aps a internao, como observado por Garcia et al., que avaliaram 440 pacientes internados e encontraram prevalncia de disfagia menor no momento da internao com-parada a 1 ms de hospitalizao. Os fatores mais associados disfuno foram idade, demncia e AVE.21

    A aspirao silente um achado frequente que pode ocasionar reduzido nmero de diagnsticos se forem utilizados apenas mtodos de baixa sen-sibilidade, sendo a videofluoroscopia fundamental no diagnstico.22 A inci-dncia de disfagia em estudo populacional de acompanhamento de 1 ano com pacientes internados por AVE foi de 76,5% quando avaliados clinica-mente. Todavia, esse percentual elevou-se para 91% quando a avaliao foi realizada por videofluoroscopia.17

    importante salientar que nem sempre o paciente internado por uma doen a neurolgica, como o AVE, apresenta inicialmente desnutrio. Contu-do, em virtude da alta prevalncia de disfagia, que associada a esse quadro, a presena de desnutrio frequente, o que torna sua preveno importante.23

    A perda de peso involuntria deve desencadear investigaes sobre a gran-de associao que ocorre entre elas. Assim, esse consenso tem como objeti-vo identificar precocemente os idosos hospitalizados com risco de disfagia e

    Consenso Brasileiro (1_introducao).indd 5 15.07.10 16:28:18

  • I Consenso Brasileiro de Nutrio e Disfagia em Idosos Hospitalizados

    6

    desnutrio, sistematizar a avaliao fonoaudiolgica e nutricional e indicar o tratamento adequado, por meio da abordagem interdisciplinar, durante o perodo de internao e aps a alta hospitalar.

    Consenso Brasileiro (1_introducao).indd 6 15.07.10 16:28:18

  • 7Triagem de Risco Nutricional e Disfagia

    O idOsO cOm risco nutricional e de disfagia configura o perfil tipicamente encontrado no ambiente hospitalar, em instituies de longa permanncia

    para idosos, ou nos casos de idosos cronicamente enfermos em assistncia

    domiciliria.7,10,24-5

    A desnutrio e a disfagia em idosos so frequente e erroneamente igno-

    radas, sendo associadas ao processo da senescncia, postergando interven-

    es. Dessa forma, as avaliaes nutricional e de disfagia so fundamentais

    na avaliao geritrica.26-7

    A identificao desse pblico de forma precoce, por meio de instrumen-

    tos de fcil aplicabilidade e altas especificidade e sensibilidade, um grande

    desafio, considerando-se a ausncia de diretrizes concretas para a populao

    brasileira e o panorama atual dos servios de sade, muitas vezes limitado

    em nmero de profissionais, recursos e formao especfica da equipe.

    A triagem, diferentemente da avaliao, considerada um processo de

    identificao das caractersticas associadas ao risco de desnutrio e disfagia,

    diferenciando indivduos em risco daqueles com comprometimento estabeleci-

    do. Assim, a triagem promove a determinao de prioridades de assistncia.28

    A triagem para avaliao de risco nutricional e de disfagia visa a transpor

    e otimizar o modelo da avaliao geritrica ampla (AGA) na determinao

    desses riscos, porque a AGA consiste em ampla avaliao que geralmente

    realizada pelo mdico, sob enfoque interdisciplinar, compreendendo um

    processo diagnstico multidimensional e ramificando-se em domnios ava-

    liados por meio de protocolos especficos.29

    Consenso Brasileiro (2_miolo).indd 7 15.07.10 16:28:43

  • I Consenso Brasileiro de Nutrio e Disfagia em Idosos Hospitalizados

    8

    Equipe para t r iagemConsiderando-se a assistncia aos idosos com risco nutricional e de dis-

    fagia e partindo-se da premissa de que muitos necessitaro de terapia nutri-

    cional enteral (TNE), terapia nutricional parenteral (TNP/NPT nutrition

    parenteral therapy) ou terapia nutricional oral (TNO), considerou-se a RDC n.

    63, de 6 de julho de 2000 (Regulamento Tcnico que fixa os requisitos mni-

    mos para TNE) como base para a determinao da equipe assistencial.30

    A equipe profissional recomendvel para aplicao da triagem deve ser

    composta por nutricionista, mdico, enfermeiro e fonoaudilogo, como mos-

    tra o Quadro 1.

    Quadro 1. Atribuies dos profissionais recomendveis para triagem de idosos com risco

    nutricional e de disfagia.

    Profissionais Atribuies

    Mdico(a) Realizar AGA e acompanhar clinicamente os idosos*

    Nutricionista Aplicar triagem de risco nutricional*

    Fonoaudilogo(a) Aplicar triagem de risco de disfagia*

    Enfermeiro(a) Realizar triagem gerontolgica,** com avaliao de

    riscos, focando risco nutricional e de disfagia** Adaptado de RDC n. 63, de 6 de julho de 2000.

    ** A triagem gerontolgica de enfermagem deve ser realizada avaliando os seguintes domnios: exames fsico

    e clnico, risco para lcera por presso e quedas, hbitos de vida, vacinas, alergias, acuidade visual e auditiva,

    padres de higiene e de eliminaes e condio nutricional.31

    Equipe mnimaDiante da complexidade do processo de envelhecimento e das diferentes

    realidades encontradas, em que limitaes de recursos indisponibilizam a

    composio de equipes com todos os profissionais recomendveis, a defini-

    o de uma equipe mnima torna-se essencial para a aplicabilidade das dire-

    trizes deste consenso.

    Sugere-se que essa equipe seja representada por enfermeiro e/ou mdico

    na etapa de triagem de risco de disfagia e desnutrio, principalmente por

    serem profissionais sempre integrantes das equipes de sade e que possuem,

    Consenso Brasileiro (2_miolo).indd 8 15.07.10 16:28:43

  • Triagem de Risco Nutricional e Disfagia

    9

    na maioria das vezes, uma rotina de maior contato com o idoso, facilitando a

    aplicao dos instrumentos de triagem e a identificao de sinais de risco.32

    Estudo conduzido por Weinhardt et al. evidenciou que a triagem de dis-

    fagia realizada beira do leito por fonoaudilogos e enfermeiros apresentou

    boa acurcia e concordncia, denotando a qualidade da triagem realizada

    pelo enfermeiro.33 O enfermeiro e/ou o mdico, como profissionais referen-

    ciais para triagem, atendem tambm a otimizao de custos relacionados

    equipe assistencial e qualidade da comunicao da equipe.

    Figura 1. Algoritmo para triagem de risco nutricional e de disfagia em idosos e indicao de

    avaliao especfica com profissional.

    Instrumentos para t r iagemA utilizao de instrumentos ou questes relacionadas avaliao de risco

    nutricional e de disfagia torna-se necessria para a sistematizao da avalia-o de risco, uma vez que os idosos so assistidos por uma equipe multi e/ou

    interdisciplinar, uniformizando os critrios.

    A opo deve estar voltada para instrumentos validados, de fcil aplica-

    o, sensveis e especficos para essa populao.

    Risco nutricionalA triagem nutricional realizada de forma precoce (em at 48 horas da admis-

    so), com o objetivo de identificar o risco nutricional, o primeiro passo para a

    NutricionistaAVALIAO ESPECFICA

    (ver item Avaliao nutricional)

    FonoaudilogoAVALIAO ESPECFICA

    (ver item Avaliao fonoaudiolgica)

    Indicao para avaliao especfica conforme identificao de risco nutricional e de disfagia

    Enfermeiro e/oumdico

    TRIAGEM(ver item Instrumentos para triagem)

    Consenso Brasileiro (2_miolo).indd 9 15.07.10 16:28:43

  • I Consenso Brasileiro de Nutrio e Disfagia em Idosos Hospitalizados

    10

    assistncia nutricional e para a preveno de complicaes relacionadas de-

    pleo das reservas corpreas, baseada no sistema de vigilncia nutricional.34-5

    Diversos fatores so considerados sinais de risco para desnutrio, exigin-

    do instrumentos com abordagem multifatorial representados pela aplicao

    de vrios mtodos, o que resulta em instrumentos pouco prticos e viveis.36 Assim, para atender a necessidade da identificao de risco nutricional em

    idosos e sua complexidade de forma simples e aplicvel, Guigoz et al. pu-

    blicaram a Miniavaliao Nutricional (MNA), um questionrio composto

    por 18 questes, subdividido em quatro domnios: antropometria, diettica,

    avaliao global e autoavaliao (Figura 2). Cada questo possui um valor

    numrico que varia de 0 a 3 e contribui para o escore final, que atinge pon-

    tuao mxima de 30. A interpretao baseada no escore total e, quando a

    MNA menor que 17, representa desnutrio; entre 17 e 23,5, risco nutri-

    cional; e maior ou igual a 24, eutrofia.37

    Figura 2. Miniavaliao Nutricional (MNA).

    Miniavaliao Nutricional MNA

    :ataD:oxeSNome:

    Nmero de Identificao::)mc( arutlA Peso Atual (kg)::edadI

    ControleA Ingesto de alimentos diminuiu nos ltimos 3 meses devido falta de apetite, problemas digestivos, dificuldade de mastigao ou deglutio?

    0 = perda de apetite severa1 = perda de apetite moderada2 = nenhuma perda de apetite

    B Perda de peso nos ltimos 3 meses0 = perda de peso superior a 3 kg (6,6 libras)1 = no sabe 2 = perda de peso entre 1 e 3 kg (2,2 e 6,6 libras)3 = nenhuma perda de peso

    C Mobilidade0 = preso cama ou cadeira1 = pode sair da cama/cadeira, mas no sai2 = sai

    D Sofreu estresse psicolgico ou doena aguda nos ltimos 3 meses

    0 = sim 2 = no

    E Problemas neuropsicolgicos0 = demncia severa ou depresso1 = demncia leve2 = sem problemas psicolgicos

    F ndice de Massa Corporal (IMC) (peso em kg) (altura em m2)0 = IMC menor do que 191 = IMC 19 at menos do que 212 = IMC 21 at menos do que 233 = IMC 23 ou maior

    J Quantas refeies completas o paciente faz diariamente?0 = 1 refeio1 = 2 refeies2 = 3 refeies

    K Selecionar os marcadores de consumo para ingesto de protenas Pelo menos uma poro de produtos lcteos por dia

    (leite, queijo, iogurte) sim no Duas ou mais pores de leguminosas

    ou ovos por semana sim no Carne, peixe ou frango

    onmistodo dia0,0 = se 0 ou 1 sim0,5 = se 2 sim1,0 = se 3 sim

    L Consome duas ou mais pores de frutas, verduras ou legumespor dia?0 = no 1 = sim

    M Qual a quantidade de lquido (gua, suco, caf, ch, leite)consumida por dia?0,0 = menos de 3 xcaras0,5 = 3 a 5 xcaras1,0 = mais de 5 xcaras

    N Modo de se alimentao0 = no consegue se alimentar sem ajuda1 = alimenta-se com alguma dificuldade2 = alimenta-se sem problemas

    O Ponto de vista pessoal da condio nutricional0 = v-se desnutrido1 = no tem certeza de sua condio nutricional2 = v-se sem problemas nutricionais

    P Em comparao com outras pessoas da mesma idade,como o paciente avalia sua condio de sade?0,0 = no to boa0,5 = no sabe1,0 = to boa quanto2,0 = melhor

    Q Circunferncia braquial (CB) em cm0,0 = CB menor do que 210,5 = CB 21 a 221,0 = CB 22 ou maior

    R Circunferncia da panturrilha (CP) em cm0 = CP menor do que 31 1 = CP 31 ou maior

    Ref.: Vellas B, Villars H, Abellan G, et al. Overview of the MNA - Its History and Challenges. J. Nut Health Aging 2006;10:456-465. Rubenstein LZ, Harker JO, Salva A, Guigoz Y, Vellas B. Screening for Undernutrition in Geriatric Practice Developing the Short Form Mini Nutritional Assessment (MNA-SF). J. Geront 2001; 56A: M366-377. Guigoz Y. The Mini-Nutritional Assessment (MNA) Review of the Literature - What does it tell us? J Nutri Health Aging 2006;10:466-487.

    Nestl, 1994. Reviso 2006. N67200 12/99 10MPara mais informaes:www.mna-elderly.com

    G Vive independentemente(no em uma clnica ou hospital)0 = no 1 = sim

    H Toma mais de 3 medicamentos receitados por dia0 = sim 1 = no

    I Escaras ou lceras cutneas0 = sim 1 = no

    Escore de controle (subtotal mximo 14 pontos)

    12 pontos ou mais Normal - fora de risco - no precisade avaliao completa

    11 pontos ou menos Possvel desnutriocontinuar a avaliao

    Avaliao

    ,

    ,

    ,

    ,

    Avaliao (mximo 16 pontos)Escore do controleAvaliao total (mximo 30 pontos)

    ,

    ,

    Escore do Indicador de Desnutriode 17 a 23,5 pontos Risco de desnutrio

    Menos de 17 pontos Desnutrio

    Completar a avaliao preenchendo as caixas com os nmeros apropriados.Somar os nmeros para a avaliao. Se o escore for 11 ou menos, continuar com a avaliao para obter um Escore do Indicador de Desnutrio.

    Consenso Brasileiro (2_miolo).indd 10 15.07.10 16:28:44

  • Triagem de Risco Nutricional e Disfagia

    11

    A MNA no exige uma equipe especializada para sua aplicao, podendo ser realizada por qualquer profissional treinado.38 um teste simples e no

    invasivo, fcil de ser aplicado (cerca de 10 a 15 min), no oneroso, altamente

    especfico (98%) e sensvel (96%) e com boa reprodutibilidade.24,35

    A European Society of Parenteral and Enteral Nutrition (ESPEN) preconiza a

    MNA como instrumento prefervel para triagem de idosos, principalmente idosos

    frgeis, em razo da sensibilidade e da precocidade para deteco de risco nutricio-

    nal, contemplando questes que afetam diretamente as reservas corpreas desse

    pblico e so frequentemente observadas, como funcionalidade e cognio.39 Re-

    comendao semelhante realizada pela Associao Internacional de Gerontolo-

    gia (IAG) e pela Academia Internacional de Nutrio e Envelhecimento (IANA).40

    Em comparao com outros instrumentos de triagem nutricional, a MNA mostra-se mais sensvel para triagem de idosos e usada amplamente em

    todo o mundo, vinculada a centenas de trabalhos publicados, alm de estar

    disponvel em mais de 20 idiomas.40

    A simplificao do processo de triagem de risco nutricional pode acon-

    tecer por meio da aplicao da forma resumida da MAN (MNA-SF short

    form), composta por seis questes que correspondem parte inicial do ins-

    trumento, sendo esses itens de maior sensibilidade para a deteco da condi-

    o de risco nutricional em idosos (Figura 3).

    A MNA foi revisada e validada, em 2009, por Kaiser et al., que propem

    a utilizao da circunferncia da panturrilha em substituio ao IMC, quan-

    do este no estiver disponvel, mantendo os mesmos resultados (MNA-SF

    revised).41-2 A MNA resumida possui sua aplicabilidade em apenas 4 min,40

    e a pontuao mxima a ser atingida 14. O escore de 12 pontos ou mais considera o idoso normal, sendo desnecessria a aplicao de todo o ques-

    tionrio. Para aqueles que atingem 11 pontos ou menos, deve-se considerar

    a possibilidade de desnutrio e, portanto, o questionrio deve ser continua-

    do, j podendo caracterizar o processo de avaliao nutricional.43

    Para triagem de risco nutricional, o consenso recomenda a aplicao,

    pelo enfermeiro, da MNA resumida, garantindo a identificao dos idosos

    em risco e a possibilidade de indicao quando o escore for menor ou igual a

    12 para avaliao especfica com nutricionista.

    Consenso Brasileiro (2_miolo).indd 11 15.07.10 16:28:44

  • I Consenso Brasileiro de Nutrio e Disfagia em Idosos Hospitalizados

    12

    Risco de disfagiaA deteco do risco de disfagia multiprofissional e pode ter como pilar a

    identificao de alguns componentes, como:

    doena de base, antecedentes e comorbidades;

    sinais clnicos de aspirao;

    complicaes pulmonares;

    funcionalidade da alimentao.

    Vale ressaltar que a literatura no dispe de instrumentos especficos e

    validados para a populao brasileira na triagem de risco de disfagia em ido-

    sos, de modo que a utilizao dos critrios clnicos deve ser adotada como

    referencial.

    Figura 3. MNA resumida.

    Miniavaliao Nutricional MNA Verso Reduzida

    Completar a avaliao, preenchendo as caixas com os nmeros adequados. Some os nmeros para obter o escore final de triagem.

    SE O CLCULO DO IMC NO FOR POSSVEL, SUBSTITUIR A QUESTO F1 PELA F2. NO PREENCHA A QUESTO F2 SE A QUESTO F1 J TIVER SIDO COMPLETADA.

    F2 Circunferncia da Panturrilha (CP) em cm 0 = CP menor que 31 3 = CP maior ou igual a 31

    Escore de Triagem (mximo. 14 pontos)

    12-14 pontos: estado nutricional normal 8-11 pontos: sob risco de desnutrio 0-7 pontos: desnutrido

    A Nos ltimos trs meses houve diminuio da ingesta alimentar devido a perda de apetite, problemas digestivos ou dificuldade para mastigar ou deglutir?

    0 = diminuio severa da ingesta 1 = diminuio moderada da ingesta 2 = sem diminuio da ingesta

    B Perda de peso nos ltimos 3 meses 0 = superior a trs quilos 1 = no sabe informar 2 = entre um e trs quilos 3 = sem perda de peso

    C Mobilidade 0 = restrito ao leito ou cadeira de rodas 1 = deambula mas no capaz de sair de casa 2 = normal

    D Passou por algum estresse psicololgico ou doena aguda nos ltimos trs meses? 0 = sim 2 = no

    E Problemas neuropsicolgicos 0 = demncia ou depresso graves 1 = demncia leve 2 = sem problemas psicolgicos

    F1 ndice de Massa Corporal (IMC = peso [kg] / estatura [m2]) 0 = IMC < 19 1 = 19 IMC < 21 2 = 21 IMC < 23 3 = IMC 23

    Triagem

    :emoN :emonerboS

    Sexo: Idade: Peso, kg: Altura, cm: Data:

    Para uma avaliao mais detalhada, preencha a verso completa no MAN, que est disponvel no www.mna-elderly.com Ref. Vellas B, Villars H, Abellan G, et al. Overview of the MNA - Its History and Challenges. J Nutr Health Aging 2006;10:456-465.

    Rubenstein LZ, Harker JO, Salva A, Guigoz Y, Vellas B. Screening for Undernutrition in Geriatric Practice: Developing the Short-Form Mini Nutritional Assessment (MNA-SF). J. Geront 2001;56A: M366-377. Guigoz Y. The Mini-Nutritional Assessment (MNA) Review of the Literature - What does it tell us? J Nutr Health Aging 2006; 10:466-487. Socit des Produits Nestl, S.A., Vevey, Switzerland, Trademark Owners Nestl, 1994, Revision 2009. N67200 12/99 10M Para maiores informaes: www.mna-elderly.com

    Consenso Brasileiro (2_miolo).indd 12 15.07.10 16:28:45

  • Triagem de Risco Nutricional e Disfagia

    13

    Os profissionais da equipe mnima podem identificar situaes de risco

    para disfagia por meio da checagem de critrios de risco, sem necessariamen-

    te oferecer alimentos. No Quadro 2, encontram-se descritos esses critrios.

    Quadro 2. Fatores de risco para disfagia a serem investigados na triagem.

    Fatores de risco Relao com aumento de risco

    Doenas de base, antecedentes e

    comorbidades

    Disfagia neurognica: AVE, TCE, doena de Parkinson,

    demncias, ELA, EM, tumores do SNC, distrofias musculares,

    miastenia grave, polineuropatia do doente crtico44-54

    Disfagia mecnica: cirurgias e ferimento por arma de fogo em

    regio de cabea e pescoo, cirurgias e ostefito cervical55

    Demais condies clnicas: IOT, TQT, rebaixamento do nvel de

    conscincia, delirium56

    Comorbidades: DPOC, DRGE

    Presena de sinais clnicos de

    aspirao durante e aps as

    refeies57

    Tosse60-5

    Engasgo59

    Voz molhada47,54,58-61

    Dispneia54

    Ocorrncia de complicaes

    pulmonares

    Investigar a ocorrncia de episdios de pneumonia e a

    relao com disfagia45-6,48,66,67,83-9

    Funcionalidade da alimentao Dependncia motora para alimentao: utilizao de

    utenslios modificados e ajuda para alimentao67

    Tempo de refeio: maior ou igual a 30 a 40 min68-70

    Mudana de consistncia alimentar: involuo da

    consistncia71-81

    Perda de peso Investigar se houve perda de peso no programada nos

    ltimos 3 meses54-5,63,82

    AVE: acidente vascular enceflico; TCE: traumatismo cranioenceflico; ELA: esclerose lateral amiotrfica;

    EM: esclerose mltipla; SNC: sistema nervoso central; IOT: intubao orotraqueal; TQT: traqueostomia;

    DPOC: doena pulmonar obstrutiva crnica; DRGE: doena do refluxo gastroesofgico.

    A indicao da presena de risco de disfagia consolidada por meio da

    identificao de um ou mais critrios maiores ou dois critrios menores,

    como mostra o Quadro 3.

    Consenso Brasileiro (2_miolo).indd 13 15.07.10 16:28:45

  • I Consenso Brasileiro de Nutrio e Disfagia em Idosos Hospitalizados

    14

    Quadro 3. Identificao de risco de disfagia em idosos.

    Critrios Sinais de risco para disfagia

    Nmero de

    critrios para

    caracterizar

    risco

    Indicao

    para avaliao

    fonoaudiolgica

    (nmero

    de critrios

    presentes)

    Critrios

    maiores

    Doenas de base, antecedentes e

    comorbidades Presena de sinais clnicos de aspirao Ocorrncias de complicaes pulmonares

    Presena de 1

    ou mais

    Critrios

    menores

    Funcionalidade da alimentao Perda de peso

    Presena de 2

    ou mais

    A identificao precoce do estado nutricional e a subsequente interveno

    em idosos disfgicos podem amenizar os efeitos deletrios da desnutrio,

    necessitando da atuao conjunta de mdicos, nutricionistas e fonoaudilo-

    gos, para que as dificuldades presentes sejam sanadas, prevenindo o apareci-

    mento de outras alteraes e garantindo um envelhecimento ativo.90

    No Quadro 4, so destacadas as evidncias da triagem de risco nutricio-

    nal e de disfagia recomendadas neste consenso.

    Quadro 4. Evidncias da triagem de risco nutricional e disfagia.

    Recomendaes Evidncia Localizao

    Profissionais

    Enfermeiro e/ou mdico so os profissionais

    responsveis pela triagem nutricional e de disfagia

    C Equipe para

    triagem

    Equipe mnima

    Instrumento

    de triagem

    Nutricional: MNA-SF revised B Risco

    nutricional

    Disfagia: identificao de critrios de risco maiores

    e menores

    C Risco de

    disfagia

    Consenso Brasileiro (2_miolo).indd 14 15.07.10 16:28:45

  • 15

    Avaliao

    A sistemAtizAO da assistncia nutricional e fonoaudiolgica a idosos hos-

    pitalizados, determinando critrios e tcnicas a serem utilizados, concretiza

    a estruturao de protocolos de avaliao que objetivam padronizar e viabi-

    lizar o processo, visando a diagnosticar o estado nutricional e a presena de

    disfagia.

    A seguir, sero descritas as avaliaes nutricional e fonoaudiolgica que devero ser realizadas conforme a deteco de riscos de desnutrio e disfa-

    gia, por meio do processo de triagem executado pela equipe mnima.

    Avaliao fonoaudiolgicaA avaliao clnica estrutural consiste no exame fsico da cavidade oral,

    da faringe e da laringe e na verificao da mobilidade e da tonicidade das

    estruturas envolvidas na deglutio. Na avaliao funcional, observa-se a in-

    gesto de diferentes consistncias alimentares, em pequenas quantidades,

    como lquidos finos, lquidos espessados, pastosos/purs, pastosos/pedaos

    moles, slidos macios e secos.

    Recursos instrumentais podem ser utilizados durante a abordagem clni-

    ca, como ausculta cervical e oximetria de pulso. Na ausculta cervical, coloca-

    se o estetoscpio em um dos lados da cartilagem tireoide e auscultam-se os

    sons de passagem do ar e da deglutio. A oximetria de pulso mede a satu-

    rao de oxignio na hemoglobina funcional e pode auxiliar no monitora-

    mento de pacientes que dessaturam oxignio em consequncia da aspirao

    laringotraqueal.

    Consenso Brasileiro (2_miolo).indd 15 15.07.10 16:28:45

  • I Consenso Brasileiro de Nutrio e Disfagia em Idosos Hospitalizados

    16

    Diante da dvida clnica, o fonoaudilogo pode lanar mo de exames de

    imagem para concluir seu diagnstico. Os principais exames utilizados so a

    endoscopia e a videofluoroscopia da deglutio. Ainda que utilizada em menor

    escala, a endoscopia da deglutio permite a avaliao da contenso do alimen-

    to na cavidade oral, a presena de escape nasal, o fechamento velofarngeo, o

    tempo da deglutio, a presena de penetrao e/ou a aspirao larngea. Com

    o paciente sentado, procede-se, inicialmente, a fibronasofaringolaringoscopia

    e, com o aparelho em posio de modo a visualizar a faringe e a laringe, so

    oferecidos alimentos (coloridos artificialmente) com vrias consistncias: sli-

    dos, lquidos e pastosos. O exame pode ser gravado para anlise posterior.

    A videofluoroscopia da deglutio tem sido apontada como o exame de maior utilidade na investigao diagnstica da disfagia. Tal mtodo, quando

    precedido de anamnese clnica adequada, consegue caracterizar convenien-

    temente o grau de disfuno e, frequentemente, identificar a causa da ano-

    malia com grande preciso. considerado o mtodo objetivo padro-ouro

    standard, utilizado com maior frequncia. Alm de englobar os objetivos citados na endoscopia, realiza importante investigao da anatomia e da fisiologia esofgica. Utiliza-se um aparelho de escopia, podendo acomodar

    o paciente sentado ou em p, em vistas anterior e lateral, e so oferecidos

    alimentos com contraste de brio nas consistncias lquida, pastosa e slida.

    Esse exame tambm pode ser gravado para anlise posterior.

    Protocolo de avaliao clnica91-5

    AVALIAO CLNICA DA DEGLUTIO

    DATA: ____________

    1. Informaes prvias Nvel de ateno ( ) Alerta ( ) Alterado Sinais vitais FC: ____ bpm (60 a 100 bpm) FR: ____ rpm (12 a 20 rpm) SPO2: ____ % (> 90%) Via de alimentao ( ) VO ( ) SNG ( ) SNE ( ) SG ( ) S jejunal

    Consenso Brasileiro (2_miolo).indd 16 15.07.10 16:28:45

  • 17

    Avaliao

    Respirao ( ) Nasal ( ) Traqueal ( ) Cnula plstica n___ ( ) Oral ( ) Cnula plstica com balonete ( ) Metlica n __ ( ) VMNI ( ) Longa ( ) Mdia ( ) Curta ( ) VMI Ausculta cervical ( ) Sem possibilidade de avaliao motivo ___________ ( ) Presena de rudo na respirao ( ) Presena de rudo na emisso vocal ( ) Ndn Triagem vocal ( ) Soprosidade ( ) Voz molhada ( ) Tenso ( ) Aspereza ( ) Rouquido ( ) Hiponasal ( ) Hipernasal

    VO: via oral; SNG: sonda nasogstrica; SNE: sonda nasoentrica; SG: sonda gstrica; S jejunal: sonda jejunal; VMNI: ventilao mecnica no invasiva; VMI: ventilao mecnica invasiva; FC: frequncia cardaca; FR: frequncia respiratria; SPO

    2: satu-rao de oxignio; Ndn: nada digno de nota.

    2. Avaliao dos rgos fonoarticulatrios OFA Lbios ( ) Realiza selamento ( ) No realiza selamento Lngua Mobilidade ( ) Protruso ( ) Retrao ( ) Elevao ( ) Depresso ( ) Lateralizao direita ( ) Lateralizao esquerda Sensibilidade Sabor: ( ) Doce ( ) Salgado ( ) Amargo ( ) Azedo Temperatura: ( ) Quente ( ) Frio Ttil: Bochecha ( ) Suco ( ) Compresso ( ) Flacidez direita ( ) Flacidez esquerda ( ) Hipertonia direita ( ) Hipertonia esquerda Palato duro ( ) Ogival ( ) Prtese restauradora ( ) Ndn Palato mole Mobilidade: Queda ( ) Direita ( ) Esquerda Mobilidade: Desvio ( ) Direita ( ) Esquerda Mandbula Abertura de boca vertical ____ mm (entre ______ e _______) Lateralizao ( ) Direita ( ) Esquerda ( ) Rotao

    Consenso Brasileiro (2_miolo).indd 17 15.07.10 16:28:45

  • I Consenso Brasileiro de Nutrio e Disfagia em Idosos Hospitalizados

    18

    ( ) Desvio em repouso ( ) Direita ( ) Esquerda ( ) Desvio na abertura mxima ( ) Direita ( ) Esquerda Arcada Arcada superior Arcada inferior dentria ( ) Ausente ( ) Ausente ( ) Completa ( ) Completa ( ) Incompleta presentes ( ) Incompleta presentes (D/E) incisivos (D/E) caninos (D/E) incisivos (D/E) caninos (D/E) molares (D/E) molares ( ) Prtese tempo de uso ( ) Prtese tempo de uso ( ) Mal adaptada ( ) Mal adaptada ( ) Bem adaptada ( ) Bem adaptada ( ) MEC ( ) MEC ( ) BEC ( ) BEC Laringe Excurso larngea ( ) Satisfatria ( ) Reduzida Salivao ( ) Boca seca ( ) Secreo espessa ( ) Ndn Higiene oral ( ) Boa ( ) Regular ( ) Ruim

    MEC: mal estado de conservao; BEC: bom estado de conservao.

    3. Contraindicaes para o teste de deglutio com dieta( ) Nvel de alerta ateno mantida por pelo menos 15 min( ) Nvel de conscincia Glasgow abaixo de 13/14( ) Em dilise( ) Menos de 30 min de colocao de sonda nasoenteral( ) Mnimo de 48 horas aps extubao (para IOT por perodo maior do que 24 horas)( ) Instabilidade clnica

    IOT: intubao orotraqueal.

    4. Teste de deglutio com dieta de consistncia de nctar e mel

    Eventos presentes Saliva Nctar MelEscape oralExcurso larngea reduzidaRefluxo nasalEngasgoPigarroTosseClareamento ps-defesaResduo oralVoz molhada

    Consenso Brasileiro (2_miolo).indd 18 15.07.10 16:28:45

  • 19

    Avaliao

    Ausculta cervical positivaBlue dye test positivoSPO2 (queda acima de 4%)Manobra de proteo +Manobra postural +Descrio de manobras utilizadas: Recuperao para saturao de base: ( ) Rpida ( ) LentaAlterao nos sinais vitais: FR: _______ FC: ________

    5. Teste de deglutio com consistncias de pur, slido macio e lquido

    Eventos presentes Pur Slido macio LquidoEscape oralExcurso larngea reduzidaRefluxo nasalEngasgoPigarroTosseClareamento ps-defesaResduo oralVoz molhadaAusculta cervical positivaBlue dye test positivoSPO2 (queda acima de 4%)

    Manobra de proteo +Manobra postural +Descrio de manobras utilizadas: Recuperao para saturao de base: ( ) Rpida ( ) LentaAlterao nos sinais vitais: FR: _______ FC: ________

    Observaes: ( ) Lacrimejamento( ) Fadiga( ) Suor( ) Sonolncia( ) Alterao nos batimentos cardacos( ) Alterao respiratria ( ) Ciclo ( ) Cianose ( ) Broncoespasmo

    Consenso Brasileiro (2_miolo).indd 19 15.07.10 16:28:45

  • I Consenso Brasileiro de Nutrio e Disfagia em Idosos Hospitalizados

    20

    6. Diagnstico clnico( ) Deglutio normal( ) Deglutio funcional( ) Disfagia leve ( ) Disfagia moderada( ) Disfagia grave

    7. Conduta imediataExames funcionais: Encaminhamentos:( ) Videoendoscopia da deglutio ( ) Terapia fonoaudiolgica( ) Videofluoroscopia da deglutio ( ) FisioterapiaOutros: ( ) Nutrio/nutrologia( ) Endoscopia digestiva alta ( ) Psicologia( ) Esofagograma ( ) Retorno ao mdico( ) Eletroneuromiografia de superfcie( ) Eletroneuromiografia profunda( ) Ressonncia magntica( ) ___________________

    Protocolo de videofluoroscopia da deglutio96

    DATA: ____________Momento do exame:Alimentao: ( ) VO ( ) SNG ( ) SNE ( ) SG ( ) S jejunal Respirao: ( ) Cnula traqueal (tipo e nmero ___________)

    1. Viso lateral

    Fase preparatriaLquido fino Lquido

    espessoPastoso SlidoMedida Contnuo

    Incontinncia oralAlterao na formao do boloPenetrao prviaAspirao prviaAspirao silente

    Fase oralLquido fino Lquido

    espessoPastoso SlidoMedida Contnuo

    Atraso no incio da deglutioEstase em sulco anteriorEstase em sulco lateral

    Consenso Brasileiro (2_miolo).indd 20 15.07.10 16:28:45

  • 21

    Avaliao

    Estase em soalhoEstase em palato duroEstase em lnguaReduo no contato de lngua e palatoReduo no movimento AP de lnguaPenetrao prviaAspirao prviaAspirao silenteTrnsito lento

    Fase farngeaLquido fino Lquido

    espessoPastoso SlidoMedida Contnuo

    Incio da fase farngeaPenetrao prviaAspirao prviaRefluxo nasalReduo de contato da base da lngua com a faringeFechamento larngeo ineficientePenetraoAspiraoEstase em palato moleEstase em base da lnguaEstase em valculaReduo da elevao larngeaEstase em seio piriformeEstase em TFEPenetrao tardiaAspirao tardiaPenetrao e aspirao silente

    Fase esofgicaLquido fino Lquido

    espessoPastoso SlidoMedida Contnuo

    Passagem alterada do bolo pela TFE Peristaltismo alteradoEstase na parede do esfagoRefluxo gastroesofgicoAP: anteroposterior; TFE: transio faringoesofgica.

    2. Investigao do movimento de lngua

    Solicitao de Pa-ta-ka e a-e-i-o-uObservaes: ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    Consenso Brasileiro (2_miolo).indd 21 15.07.10 16:28:46

  • I Consenso Brasileiro de Nutrio e Disfagia em Idosos Hospitalizados

    22

    3. Viso anteroposterior

    Fase preparatria e oralLquido fino Lquido

    espessoPastoso SlidoMedida Contnuo

    Alterao na formao do boloEstase em sulco lateralEstase em soalhoEstase em valcula D/EEstase em seio piriforme D/EAlterao na mastigao D/E

    4. Investigao da laringe

    Solicitao de a-a-a e i agudo e s-z-s-zObservaes: ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    5. Diagnstico clnico

    ( ) Deglutio normal( ) Deglutio funcional( ) Disfagia leve ( ) Disfagia moderada( ) Disfagia grave

    1

    obs.: Disfagia leve: alimentao mais demorada e podem ocorrer episdios isolados de

    engasgos. So orientadas refeies mais frequentes e em pores menores. Maior ateno de-

    glutio, principalmente para lquidos, evitando escape precoce para a laringe.

    Disfagia moderada: dificuldade em iniciar a deglutio, podendo ocorrer penetrao larngea e/

    ou aspirao laringotraqueal. Presena de tosse, engasgos, pigarros e voz molhada. Utilizam-se

    manobras facilitadoras e posturais associadas modificao da dieta e suplementao nutricional.

    O lquido deve ser engrossado. A via oral preservada desde que a tosse seja eficaz.

    Disfagia grave: necessidade de uma alimentao suplementar devido dificuldade em manter

    uma ingesto hdrica e proteico-calrica adequada, associada insuficincia ventilatria e ao

    pouco prazer alimentar. Indicao de gastrostomia e endoscopia percutnea. Pode ocorrer

    aspirao laringotraqueal, inclusive de saliva, sendo necessria a sua remoo antes e aps a

    alimentao.

    Consenso Brasileiro (2_miolo).indd 22 15.07.10 16:28:46

  • 23

    Avaliao

    Pro

    toco

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    e vi

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    Consenso Brasileiro (2_miolo).indd 23 15.07.10 16:28:46

  • I Consenso Brasileiro de Nutrio e Disfagia em Idosos Hospitalizados

    24

    Estratgias Saliva LquidoLquido espesso

    Pastoso Slido

    ApneiaEmisso de vogaisQueixo no peitoCabea virada D/ESupraglticaSupersupraglticaTosse e deglutioDegluties mltiplasDeglutio com esforoOutra

    Escala: 1 = piorou; 0 = no mudou; +1 = melhorou; +2 = resolveu.

    Avaliao nutr icionalSegundo a Associao Americana de Sade Pblica, o estado nutricional

    definido como a condio de sade de um indivduo influenciada pelo consu-

    mo e pela utilizao de nutrientes e identificada pela correlao de informa-

    es obtidas por meio de estudos fsicos, bioqumicos, clnicos e dietticos.

    Assim, o estado nutricional detectado com base em vrios parmetros, os

    quais podem ser utilizados e avaliados de forma isolada ou associados.98

    Para o idoso, a determinao do estado nutricional deve conside-

    rar, dentre outros, uma complexa rede de fatores, sendo possvel relatar

    o isolamento social, a solido, as doenas crnicas, as incapacidades e

    as alteraes fisiolgicas prprias do processo de envelhecimento.99 de fundamental importncia conhecer as mudanas corpreas normais que

    ocorrem durante o processo de envelhecimento, principalmente nos pa-

    ses em desenvolvimento, onde as populaes idosas apresentam um enve-

    lhecimento funcional precoce associado s alteraes biolgicas prprias

    desse processo, como a progressiva diminuio da massa corprea magra

    e de lquidos corpreos, o aumento da quantidade de tecido gorduroso, a

    diminuio de vrios rgos (rins, fgado e pulmes) e, sobretudo, a gran-

    de perda de msculos esquelticos, o que justifica a busca de condutas e diagnsticos nutricionais que visem melhora da qualidade de vida desse

    grupo etrio.99-101

    Consenso Brasileiro (2_miolo).indd 24 15.07.10 16:28:46

  • 25

    Avaliao

    Alguns mtodos que podem fazer estimativas ou mesmo determinar essas

    alteraes so: peso, estatura, dobras cutneas, circunferncias corpreas,

    densitometria de corpo total e bioimpedncia eltrica.102-3 A avaliao antro-pomtrica o mtodo mais utilizado para a avaliao do estado nutricional e

    foi definida por Jelliffe como a medida das variaes das dimenses fsicas e

    da composio total do corpo humano nas diferentes idades e nos diferentes

    nveis de nutrio. Apresenta como vantagens o baixo custo, a utilizao de

    tcnicas no invasivas e o fato de ser segura e possuir equipamento porttil, o

    que facilita o trabalho beira do leito. Alm disso, esse tipo de avaliao pre-

    cisa e tem boa exatido, possibilitando identificar os agravos sade, como

    desnutrio e obesidade, e avaliar as mudanas do estado nutricional.104-6

    Algumas das medidas antropomtricas recomendadas na avaliao nutri-

    cional do idoso so: peso, estatura, circunferncia do brao (CB), dobra cut-

    nea do trceps (DCT), dobra cutnea subescapular (DCSE) e circunferncia

    da panturrilha (CP). Essas medidas permitem predizer, de forma operacio-

    nal, a quantidade de tecido adiposo e muscular.101-7

    Em geral, a literatura concordante com a hiptese de que o estado nutri-

    cional responsvel pela perda de funo do msculo esqueltico e, por con-

    sequncia, pela reduo na fora dos membros superiores (braos e mos),

    afetando diretamente a medida da fora de preenso palmar.108-9 Desde 2000,

    a medida da fora de preenso palmar vem sendo discutida como instrumen-

    to adequado nas avaliaes clnicas como preditor de fora total do corpo.

    Segundo vrios autores, um importante pr-requisito para a identificao

    das condies de funcionalidade dos membros superiores110-2 e, na rea cl-

    nica, sua perda pode indicar a desnutrio caracterizada por perda de massa

    magra, principalmente em indivduos acamados, hospitalizados ou em insti-

    tuies de longa permanncia.

    Avaliao nutricional na assistncia hospitalarA hospitalizao, por si s, deve ser considerada uma situao de risco

    nutricional para qualquer faixa etria. Contudo, deve-se dar ateno espe-

    cial aos indivduos idosos, os quais apresentam diversas comorbidades que

    Consenso Brasileiro (2_miolo).indd 25 15.07.10 16:28:46

  • I Consenso Brasileiro de Nutrio e Disfagia em Idosos Hospitalizados

    26

    impem restries alimentares, grande nmero de medicaes com efeitos

    colaterais que afetam a ingesto alimentar, hbitos alimentares que, muitas

    vezes, no so respeitados pelo padro de refeio hospitalar e mudanas no paladar e no olfato, na dentio, na salivao, na motilidade intestinal, alm

    de lentificao do esvaziamento gstrico, que potencializam esse risco.24

    MNA

    A MNA indicada para avaliao do estado nutricional na sua aplicao

    integral. Sua forma resumida est limitada ao processo de triagem, como

    mencionado anteriormente.

    A definio dos conceitos de triagem e avaliao nutricional torna-se ne-

    cessria diante da discusso crescente sobre a MNA e sua capacidade de

    rastrear e avaliar o estado nutricional.

    A triagem nutricional considerada o processo de identificao das carac-tersticas associadas a problemas dietticos ou nutricionais, diferenciando in-

    divduos em risco daqueles com comprometimento nutricional estabelecido,

    promovendo, portanto, a determinao de prioridades de assistncia.28 J

    a avaliao nutricional consiste na avaliao minuciosa, desencadeada pela

    triagem nutricional e caracterizada pela medida dos indicadores relaciona-

    dos dieta ou nutrio, identificando a presena, a origem e a extenso do

    estado nutricional e direcionando a interveno, o planejamento e a melho-

    ria do estado nutricional.28

    Apesar de a MNA fazer deteco de risco nutricional, alguns autores a defi-

    nem como capaz de avaliar o estado nutricional de idosos, considerando os par-

    metros englobados no instrumento e os pilares para sua estruturao, baseados

    no conceito da AGA.39,113 Dessa forma, a MNA pode ser utilizada no rastreio e/ou na avaliao do estado nutricional, podendo ser absorvida nos protocolos de as-

    sistncia nutricional a idosos, conforme as particularidades de cada instituio.

    Em unidades hospitalares de geriatria, ressalta-se a importncia de a MNA ter aplicao precoce (primeiras 48 horas) e ser utilizada como instrumento de

    avaliao do estado nutricional ou de triagem, no isoladamente, mas como

    parte de um protocolo de assistncia nutricional sistematizado e adaptado24:

    Consenso Brasileiro (2_miolo).indd 26 15.07.10 16:28:46

  • 27

    Avaliao

    ao perfil do pblico: caracterizado por idosos desnutridos, com necessi-

    dade de rastreio, vigilncia nutricional e interveno precoce; equipe: disponibilidade de equipe multidisciplinar atuando de forma

    interdisciplinar, com presena de nutricionista;

    aos recursos disponveis.

    A aplicao da MNA encontra algumas dificuldades, uma vez que o pblico

    avaliado gera um panorama peculiar de avaliao, sendo importante detectar

    os pontos de dificuldade do instrumento e padronizar as alternativas de coleta

    das informaes e as medidas necessrias, na tentativa de viabilizar a aplicao

    e garantir que o escore obtido seja o mais fidedigno possvel (Quadro 5).

    Quadro 5. Situaes limitantes para aplicao da MNA, questes relacionadas e su-

    gestes de aplicabilidade.

    Particulari-dade

    Questes da MNA relacio-nadas

    Dificuldades Sugesto de aplicabilidade

    Alterao

    cognitivaE

    Definir o nvel de

    demncia e depresso:

    informaes muitas

    vezes indisponveis no

    pronturio

    Padronizar com a equipe a aplicao de

    instrumentos para objetivar a avaliao

    de demncia e depresso, como

    Meem114 e GDS115

    Fidedignidade das

    respostas quando

    aplicada com o idoso

    Opo 1: aplicar instrumento com

    familiar, cuidador ou representante

    legal, preferencialmente a pessoa mais

    envolvida na rotina do idoso

    Opo 2: na ausncia de pessoa

    de referncia, o profissional deve

    aplicar, por meio de observao de

    execuo de atividades de vida diria

    e instrumentais, de levantamento

    de informaes do pronturio e de

    discusso com equipe116

    (continua)

    Consenso Brasileiro (2_miolo).indd 27 15.07.10 16:28:47

  • I Consenso Brasileiro de Nutrio e Disfagia em Idosos Hospitalizados

    28

    Peso B, F

    Indisponibilidade de

    equipamento

    Opo 1: aplicar frmulas de estimativa

    de peso117

    Opo 2: buscar informao no

    pronturio

    Comprometimento da

    mobilidade

    Estatura F

    Indisponibilidade de

    equipamento

    Opo 1: aplicar frmulas de estimativa

    de estatura118

    Opo 2: buscar informao no

    pronturio

    Comprometimento da

    mobilidade

    Alterao fsica

    (reduo de discos

    intervertebrais, cifose

    dorsal, escoliose,

    osteoporose etc.)

    Circunferncia

    da panturrilhaR

    Flacidez da pele que

    comprometa a coleta da

    medidaTreinamento da equipe, padronizando

    tcnica de coleta, evitando compresso

    da pele e subestimativa da medidaCircunferncia

    do braoQ

    Ausncia de

    treinamento sobre a

    tcnica de coleta

    Terapia

    nutricional

    A, J, K, L,

    M, N

    Responder as perguntas

    referentes s questes

    dietticas em idosos

    com uso de terapia

    nutricional enteral

    exclusiva

    Padronizar com a equipe a avaliao

    das questes dietticas, realizando

    uma analogia com o suporte nutricional

    por meio da avaliao da formulao

    enteral, verificando se ela atende s

    necessidades nutricionais (calrica,

    proteica, hdrica e de vitaminas,

    minerais e fibras), e, assim, pontuar as

    questesMeem: miniexame do estado mental; GDS: escala de depresso geritrica.

    Com base nas sugestes de aplicabilidade, o treinamento dos profissio-

    nais torna-se essencial, na forma de educao continuada, para alinhar a pa-

    dronizao das tcnicas de aplicao do instrumento por todos os membros

    da equipe.

    Consenso Brasileiro (2_miolo).indd 28 15.07.10 16:28:47

  • 29

    Avaliao

    Avaliao antropomtricaAs medidas e os indicadores recomendados para a avaliao do estado

    nutricional hospitalar so: peso, estatura, DCT, DCSE, circunferncia da pan-

    turrilha (CP), fora de preenso palmar, velocidade de perda de peso (VPP)

    e IMC.

    PesoPara uma pesagem correta, os indivduos devero estar descalos, usando

    o mnimo de roupa possvel e com os braos estendidos ao longo do corpo, e

    a balana deve estar calibrada.119

    Na impossibilidade da aplicao da tcnica para coleta do peso real, esti-

    mativas podem ser realizadas por meio de frmulas de predio117:

    Mulher:

    (1,27 CP) + (0,87 comprimento da perna) + (0,98 CB) + (0,4

    DCSE) 62,35

    Homem:

    (0,98 CP) + (1,16 comprimento da perna) + (1,73 CB) + (0,37

    DCSE) 81,69

    EstaturaPara a medida da estatura, deve-se utilizar preferencialmente uma fita

    mtrica inextensvel, fixada em uma superfcie plana e verdadeiramente ver-

    tical, ou o antropmetro da balana. O paciente dever manter-se o mais ere-

    to possvel, com os ps paralelos e as mos ao longo do corpo, sem sapatos

    ou objetos na cabea, com os joelhos unidos e olhando para o horizonte. Os

    calcanhares, as ndegas, os ombros e a cabea devero tocar a parede ou a

    superfcie vertical da fita mtrica. Caso esteja sendo utilizado antropmetro

    da balana, este dever descer suavemente e apoiar-se no topo da cabea ao

    mesmo tempo em que desliza sobre a escala graduada indicando a estatura.

    A leitura dever ser feita em metros.120

    Consenso Brasileiro (2_miolo).indd 29 15.07.10 16:28:47

  • I Consenso Brasileiro de Nutrio e Disfagia em Idosos Hospitalizados

    30

    Para a estimativa da estatura, ser necessria a medida do comprimento

    da perna, que deve ser realizada na perna esquerda formando um ngulo de

    90 com o joelho. O instrumento utilizado para a realizao dessa medida

    pode ser o antropmetro infantil ou um broad-blade caliper, desenvolvido

    por Chumlea et al.101 A base da rgua deve ser posicionada embaixo do calca-

    nhar do p esquerdo, e a haste deve pressionar a cabea da patela. A leitura

    deve ser feita quando a rgua estiver exatamente paralela toda extenso do

    pernio (fbula).

    Homens:118

    Estatura calculada = 46,93 + 2,24 comprimento da perna + 2,72 amarelo

    + 0,14 pardo + 4,44 nvel

    Mulheres:118

    Estatura calculada = 37,08 + 2,35 comprimento da perna + 1,61 branco +

    5,84 amarelo + 3,75 nvel

    Em que:

    Amarelo: assume valor igual a 1, se os indivduos forem orientais, e 0 para

    os de outra cor;

    Pardo: assume valor igual a 1, se os indivduos forem de cor parda, e 0 para

    os demais;

    Branco: assume valor igual a 1, se os indivduos forem de cor branca, e 0 para

    os demais;

    Nvel de escolaridade: assume valor igual a 1 nos indivduos com mais de 8

    anos estudados e 0 nos demais.

    Velocidade de perda de peso Mesmo considerando que a medida de peso isolado no um bom indi-

    cador do estado nutricional para a populao idosa, essa medida til por

    permitir verificar a velocidade de perda de peso (VPP) no decorrer do trata-

    mento. Ademais, h o fato de o peso ser uma medida envolvida no clculo do

    IMC, que uma forma muito difundida e simples da avaliao nutricional.121

    Consenso Brasileiro (2_miolo).indd 30 15.07.10 16:28:47

  • 31

    Avaliao

    A frmula a seguir mostra como o clculo para a VPP deve ser feito:

    VPP (%) = peso habitual (kg) peso atual (kg) 100

    peso habitual (kg)

    O conhecimento da VPP fundamental, pois a alta velocidade de perda

    pode estar associada perda preponderante de massa muscular, que um

    importante marcador de desnutrio. Alguns pesquisadores consideram esse

    critrio o mais importante na avaliao do risco de desnutrio em idosos.121

    Perda de peso que exceda 10% do peso corpreo em 6 meses, 7% em 3

    meses ou 5% em 1 ms classificada como severa/intensa. A perda signi-

    ficativa pode indicar que a ingesto de alimentos est inadequada e que as

    necessidades nutricionais do paciente no esto sendo atingidas, sendo ne-

    cessrio, assim, identificar os condicionantes da perda para direcionar as in-

    tervenes (Quadro 6).104,122

    Quadro 6. Classificao da VPP.

    Perodo Significativa (%) Severa (%)

    1 semana 1 a 2 > 2

    1 ms 5 > 5

    3 meses 5 a 7 > 7

    6 meses 10 > 10Fonte: Blackburn, 1977.104

    IMC um indicador do estado nutricional do idoso que consiste na medida

    secundria obtida por meio de duas medidas primrias: peso (kg) dividido

    pela estatura (m) ao quadrado. Esse mtodo muito utilizado em razo da

    facilidade de aplicao, das comparaes entre populaes e da boa correla-

    o com a morbidade e a mortalidade (Quadro 7).105,118

    Consenso Brasileiro (2_miolo).indd 31 15.07.10 16:28:47

  • I Consenso Brasileiro de Nutrio e Disfagia em Idosos Hospitalizados

    32

    Quadro 7. Pontos de corte para o IMC adotados para idosos.

    IMC Diagnstico nutricional

    < 22 kg/m2 Desnutrio

    22 a 27 kg/m2 Eutrofia

    > 27 kg/m2 Obesidade Fonte: NSI, 1992.123

    Quando o IMC se apresenta com valores superiores s faixas de normali-dade, representa um aumento no risco de doenas cardiovasculares, cncer e

    diabetes, enquanto valores inferiores a essas faixas se associam positivamen-

    te a doenas infecciosas e anorexia.121

    Circunferncia da panturrilha (CP)A CP uma medida sensvel da massa muscular nos idosos, indicando

    alteraes que ocorrem com a idade e o decrscimo na atividade fsica. re-

    comendada na avaliao nutricional de pacientes restritos ao leito e deve ser

    realizada na perna esquerda, com uma fita mtrica inelstica, na sua parte

    mais protuberante.

    Deve-se considerar adequada a circunferncia igual ou superior a 31 cm

    para homens e mulheres.43,118,120-1

    Circunferncia do brao (CB)A CB coletada no brao esquerdo flexionado, de modo a formar um

    ngulo reto. O ponto mdio entre as extremidades do processo acromial da

    escpula e o olcrano da ulna determinado e, com o brao relaxado e es-

    tendido ao longo do corpo, contorna-se com fita mtrica o ponto mdio, sem

    pressionar os tecidos moles.

    Dobra cutnea do trceps (DCT) uma medida utilizada como indicador de reserva calrica, devendo ser

    realizada no brao esquerdo, sobre o msculo trceps, no ponto mdio entre

    Consenso Brasileiro (2_miolo).indd 32 15.07.10 16:28:47

  • 33

    Avaliao

    o acrmio e o olcrano. O brao dever estar relaxado e paralelo ao tronco, com o indivduo em p ou deitado. O aparelho utilizado para a realizao

    dessa medida um skinf