compreendendo a física - vol 02

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  • Fsica ,

    2

  • compreendendo a

    Fsicaondas , p t i ca e t e rmod i nm i ca

    2ens inomd io

    al b e rto g asparLivre-docente em Didtica e Prtica de Ensino pela Unesp(Universidade Estadual Paulista)Doutor em Educao pela Universidade de So PauloMestre em Ensino de Fsica pela Universidade de So PauloLicenciado em Fsica pela Universidade de So PauloProfessor de Fsica da Unesp Campus de Guaratinguet

    Fsica2a edio

    So Paulo - 2013

    manual do p rof e ssor

  • Diretoria editorial: Anglica Pizzutto PozzaniGerncia de produo editorial: Hlia de Jesus Gonsaga

    Editoria de Matemtica, Cincias da Natureza e suas Tecnologias: Crmen Matricardi

    Editor assistente: Rodrigo Andrade da Silva, Letcia Mancini Martins e Luiz Paulo Gati de Cerqueira Cesar (estags.)Superviso de arte e produo: Srgio Yutaka

    Editor de arte: Andr Gomes VitaleDiagramador: Wander Camargo

    Superviso de criao: Didier Moraes Design grfico: Paula Astiz Design (capa e miolo)

    Reviso: Rosngela Muricy (coord.), Ana Carolina Nitto (prep.), Ana Paula Chabaribery Malfa, Arnaldo R. Arruda,

    Lus Maurcio Ba Nova e Gabriela Macedo de Andrade (estag.)Superviso de iconografia: Slvio Kligin

    Pesquisadora iconogrfica: Roberta Freire LacerdaCartografia: Juliana Medeiros de Albuquerque

    e Mrcio Santos de SouzaTratamento de imagem: Cesar Wolf e Fernanda Crevin

    Fotos da capa: John Rensten/Photographers Choice/Getty Images e Monica and Michael Sweet/Getty Images

    Ilustraes: Formato Comunicao, Paulo Manzi, Sidnei Moura e Wander Camargo

    Direitos desta edio cedidos Editora tica S.A.Av. Otaviano Alves de Lima, 4400

    6o andar e andar intermedirio ala AFreguesia do CEP 02909-900 So Paulo SP

    Tel.: 4003-3061www.atica.com.br/[email protected]

    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP) (Cmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

    Gaspar, Alberto

    Compreendendo a fsica / Alberto Gaspar. 2. ed. So Paulo : tica, 2013. Contedo: v. 1. Mecnica v. 2. Ondas, ptica, termodinmica v. 3. Eletromagnetismo e fsica moderna.

    Bibliografia

    1. Fsica (Ensino mdio) I. Ttulo.

    13-02430 CDD-530.07

    ndice para catlogo sistemtico:1. Fsica : Ensino mdio 530.07

    2013ISBN 978 8508 16365-6 (AL)ISBN 978 8508 16366-3 (PR)Cdigo da obra CL 712770

    Uma publicao

    2

    Verso digitalDiretoria de tecnologia de educao: Ana Teresa RalstonGerncia de desenvolvimento digital: Mrio Matsukura

    Gerncia de inovao: Guilherme MolinaCoordenadores de tecnologia de educao: Daniella Barreto e

    Luiz Fernando Caprioli PedrosoCoordenador de edio de contedo digital: Danilo Claro Zanardi

    Editores de tecnologia de educao: Cristiane Buranello e Juliano ReginatoEditores de contedo digital: Alterson Luiz Cao,

    Letcia Mancini Martins (estag.) e Marcela Pontes (estag.)Editores assistentes de tecnologia de educao: Aline Oliveira Bagdanavicius,

    Drielly Galvo Sales da Silva, Jos Victor de Abreu e Michelle Yara Urcci Gonalves

    Assistentes de produo de tecnologia de educao: Alexandre Marques, Gabriel Kujawski Japiassu, Joo Daniel Martins Bueno, Paula Pelisson Petri,

    Rodrigo Ferreira Silva e Saulo Andr Moura LadeiraDesenvolvimento dos objetos digitais: Agncia GR8, Atmica Studio,

    Cricket Design, Daccord e Mdias EducativasDesenvolvimento do livro digital: Digital Pages

    CompreendFsica_Fsica_vol2_PNLD2015_002_digital.indd 2 15/07/2013 16:41

  • 3

    ao

    aluno

    A Fsica, alm de buscar o conhecimento do Universo, est

    presente em todos os ramos da atividade humana. Por

    ser uma cincia abrangente e com implicaes importan

    tes na nossa vida, o livro de Fsica deve apresentar um

    contedo bsico, mas tambm permitir a constante atua

    lizao desse contedo, de suas implicaes tecnolgicas e da prpria

    compreenso de como os conhecimentos fsicos tm sido adquiridos.

    Esta coleo se prope a auxiliar voc a iniciar seus estudos nes

    sa cincia que tanto tem contribudo para o contnuo avano tecnolgi

    co do mundo que vivemos. Aqui voc entender alguns fenmenos

    fsicos, ao mesmo tempo que vai conhecer aspectos histricos de suas

    descobertas e dos cientistas que para elas contriburam, o que tornar

    seu estudo agradvel e desafiador, conduzindoo consolidao de

    seu entendimento.

    Esperamos que voc possa usufruir desta coleo de forma pra

    zerosa e proveitosa. Para que isso acontea, procure lembrarse sem

    pre de que voc s pode apreciar aquilo que conhece e de que conhe

    cimento s se adquire com estudo, esforo e persistncia.

    O autor

    CompreendFisica_Fisica_vol2_PNLD2015_003a009_Iniciais.indd 3 3/26/13 1:11 PM

  • 23

    Nic

    Bo

    thm

    a/E

    PA

    /Co

    rb

    is/L

    ati

    nsto

    ck

    O surfista desloca-se sobre

    a onda e levado por ela.

    captulo

    2Cordas vibrantes

    e ondas bidimensionais

    A caracterstica do movimento ondulatrio o transporte de energia sem o transporte de matria, mas o surfista se movimenta navegando nas ondas do mar. Ser que ele consegue contrariar as leis da Fsica? Na verdade, toda propagao ondulatria est sempre associada a

    um movimento peridico da fonte que o origina e, em ondas mecnicas, transmite-se s partcu-

    las do meio onde elas se propagam. Nesse caso, as partculas da gua executam um movimento

    quase circular enquanto a onda se propaga. O surfista consegue deslocar-se porque navega

    transversalmente ao sentido da propagao das ondas do mar que o empurram para a praia. As

    ondas bidimensionais, como as ondas que se propagam na gua, so um dos assuntos deste

    captulo, que d continuidade ao nosso estudo do movimento das ondas mecnicas.

    284 UNIDADE 3 TERMODINMICA

    3. O ciclo de Carnot

    Se o rendimento da mquina trmica sempre li-

    mitado, menor do que 1, deve haver um rendimento

    mximo a ser atingido. Essa foi a concluso do jovem

    engenheiro francs Sadi Carnot num trabalho publica-

    do em 1824.

    Carnot demonstrou teoricamente que existe uma

    sequncia especfica de transformaes um ciclo

    especial em que a mquina trmica obtm o mximo

    rendimento. Esse ciclo passou a denominar-se ciclo de

    Carnot. A mquina que desenvolve ou trabalha seguin-

    do esse ciclo a mquina ideal, tambm chamada de

    mquina de Carnot.

    sadi carnot

    J-L

    Ch

    arm

    et/

    SP

    L/L

    ati

    nsto

    ck

    Retrato de Sadi Carnot (1813). Obra do pintor francs Louis Leopold Boilly (1767-1845).

    Nicolas Lonard Sadi Carnot (1796-1832), fsi-

    co e engenheiro francs, formou-se engenheiro e

    publicou um nico e extraordinrio trabalho aos 28

    anos: Reflexes sobre a potncia motriz do fogo.

    Interessava-se pelo estudo das mquinas trmicas

    porque, na sua opinio, era essa a razo do pode-

    rio da Inglaterra na poca. Retirar hoje da Ingla-

    terra as suas mquinas a vapor seria retirar-lhe ao

    mesmo tempo o carvo e o ferro. Secariam todas

    as suas fontes de riqueza.

    Carnot lembrava ainda que, apesar da enorme

    importncia dessas mquinas, a sua teoria mui-

    to pouco compreendida. Baseou seu estudo numa

    mquina a vapor ideal, em que as transformaes

    deveriam ser todas reversveis.

    Carnot morreu ainda jovem, em 1832, vtima

    de uma epidemia de clera em Paris. Suas ideias

    s foram bem compreendidas anos depois de sua

    morte, a partir de 1849, quando os fsicos lorde Kelvin

    e Rudolf Clausius as conheceram e perceberam sua

    importncia.

    E X E R C C I O R E S O LV I D O

    1. Uma mquina trmica recebe 5 000 J de calor da

    fonte quente e cede 4 000 J para a fonte fria a cada

    ciclo. Determine o rendimento dessa mquina.

    resoluo

    Sendo Q1 5 5 000 J o calor fornecido mquina e

    |Q2| 5 4 000 J o calor cedido por ela em cada ciclo, da

    expresso 5 212

    Q

    Q1

    , temos:

    5 1 24000

    5000 5 1 2 0,80 5 5 0,20

    Porcentualmente o rendimento dessa mquina

    5 20%.

    E X E R C C I O S

    1. Um pndulo simples oscilando pode ser considera-

    do um fenmeno reversvel? Explique.

    2. A foto a seguir mostra um brinquedo chamado pn-

    dulo de Newton em movimento:

    Ali

    En

    de

    r B

    ire

    r/S

    hu

    tte

    rsto

    ck/

    Glo

    w I

    ma

    ge

    s

    Quando a esfera de uma das extremidades eleva-

    da e solta, ela atinge, ao cair, a fileira de esferas em

    repouso, na horizontal, fazendo com que a ltima

    esfera, da extremidade oposta, se eleve. Esta, ao

    cair, choca-se com a primeira esfera em repouso

    dessa extremidade, repetindo o processo no senti-

    do oposto. Esse brinquedo ilustra um fenmeno

    reversvel ou irreversvel? Explique.

    3. Vimos no captulo anterior que em uma transfor-

    mao isotrmica o trabalho realizado por uma

    mquina igual quantidade de calor por ela ab-

    sorvido. Isso no contraria a segunda lei da Ter-

    modinmica? Explique.

    4. Uma mquina trmica absorve 6 000 J de calor de

    uma fonte quente.

    a) Qual o seu rendimento se ela cede 4 000 J fonte

    fria a cada ciclo?

    b) Qual a quantidade de calor que ela cede fonte

    fria se o seu rendimento de 10%?

    4

    68 69

    ptica

    kesip

    un

    /Sh

    utt

    ers

    tock

    /Glo

    w Im

    ag

    es

    As sucessivas reflexes da luz do Sol

    nas ondas que se formam na superfcie

    do lago do origem a essa bela faixa de

    luz, que, a distncia, parece afundar-se

    na gua. As ondas luminosas e suas

    propriedades so o objeto de estudo dos

    captulos desta unidade.

    un idade

    2

    ABERTURA DE UNIDADE

    Cada unidade comea com

    uma pgina dupla, ilustrada

    por algum fenmeno natural

    ou construo humana que

    mostra a importncia do

    contedo a ser estudado.ABERTURA DE CAPTULO

    Os captulos se iniciam com uma

    imagem de abertura acompanhada

    de um breve texto, que funciona

    como ponto de partida para o

    estudo do contedo.

    Conhea seu livroEntenda como est organizado o seu livro de Fsica.

    TEXTO PRINCIPAL, EXERCCIOS RESOLVIDOS, EXERCCIOS PROPOSTOS

    E BOXES COMPLEMENTARES

    O texto bsico do contedo apresentado em linguagem simples e

    acessvel, sem prejuzo do rigor necessrio abordagem de uma disciplina

    cientfica. Nesse texto bsico foram intercalados exerccios detalhadamente

    resolvidos seguidos de exerccios propostos (chamados simplesmente de

    Exerccios) para que voc possa refletir sobre o que est estudando e avaliar

    sua compreenso do que l. Como complemento, apresentamos alguns

    boxes junto ao texto, com fundo colorido, relacionados a algum termo do

    texto principal (que tambm vem destacado com uma cor diferente).

    Aberturas de unidade instigantes

    ilustram os conceitos que sero

    estudados.

    Texto simples e acessvel

    acompanhado de exerccios e

    boxes.

    CompreendFisica_Fisica_vol2_PNLD2015_003a009_Iniciais.indd 4 3/26/13 1:11 PM

  • 5

    conexes

    66 UNIDADE 1 ONDAS MECNICAS

    biologia

    CAPTULO 4 MSICA 67

    As ondas no mundo animal: ecolocalizao

    Willy

    am

    Bra

    db

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    y/S

    hu

    tters

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    /Glo

    w Im

    ag

    es

    Pap

    ilio

    /Ala

    my/O

    ther

    Imag

    es

    Ambossomamferos,massobemdiferentesumaquticoeooutroumdospoucosmamferosquevoa.MasemrelaoFsica,ogolfinhoeomorcegotmcaractersticasmuitosemelhantesrelacionadasaumfenme-noespecialchamadoecolocalizao.

    Ecolocalizao nos morcegos

    Apesardeteremhbitosnoturnos,osmorcegosconseguemselocalizareencontraralimentosemmeioescurido.

    Nocaptulo3,vimosqueumadaspropriedadesdasondasme-cnicasa reflexo, perceptvelnocasodasondassonoraspormeio do eco. As ondas sonoras emitidas pelos morcegos (pelabocaoupelascavidadesnasais)refletem-seaoincidiremalgumobstculonocaminhoevoltamdeacordocoma lei da reflexo:ongulodereflexoigualaodeincidncia;seongulodeincidnciafornulo,asondassonorasserefletemnamesmadireoesentidoopostoaodafonteemissora,oprpriomorcego.Pelotempode-corridoentreaemissoearecepodosom,omorcegoavaliaaquedistnciaestdesseobstculo(rvore,paredeouocorpodeumapresa,porexemplo),comoestesquematizadonafiguraaolado.

    Aavaliaodasdimensesdocorpoquerefleteosomposs-velpelarelaoentrea intensidade sonora emitidaearecebida.

    Quantomaisintensooecoemrelaointensidadedosomemitido,maisprximodocorporefletoromorcegoest.Apercepodadireoemqueoinsetosemoveexplicadapeloefeito Doppler (vejacaptulo3,pgina47).

    Observeasfiguras:

    onda refletida

    onda emitida

    distncia

    morcego mariposa

    Esquema do princpio da ecolocalizao do morcego.

    Ilu

    str

    a

    es: P

    au

    lo M

    an

    zi/A

    rqu

    ivo

    da e

    dit

    ora

    Ema,ocomprimentodeondadaondasonoraincidente,i,igualaocomprimentodeondadosomrefletido(eco),

    r.Logo,asfrequnciasdosomemitidoerefletidosoiguais:ocorporefletorestparado.Emb,ocomprimentode

    ondadaondasonoraincidente,i,menordoqueocomprimentodeondadosomrefletido(eco),

    r.Logo,afrequn-

    ciadosomemitidomaiordoqueafrequnciadosomrefletido:ocorporefletorestseafastando.Emc,ocompri-mentodeondadaondasonoraincidente,

    i,maiordoqueocomprimentodeondadosomrefletido(eco),

    r.Logo,a

    frequnciadosomemitidomenordoqueafrequnciadosomrefletido:ocorporefletorestseaproximando.

    Ecolocalizao nas baleias e golfinhos

    Asbaleiaseosgolfinhossomamferosaquticosquepossuemrgosespeciaisparalocalizarobjetosnasprofundezasdosoceanos:ossacosna-sais(ouareos)eomelo,localizadosnoaltodacabea,eumtecidoadiposoespeciallocalizadoemsuamandbula.Ossonsemitidosporessesanimais,geradospeloarinspiradoeexpiradoatravsdossacosnasais,socontrola-dos,amplificadose,pormeiodomelo,soenviadosparaafrenteatravsdagua.

    Asbaleiaseosgolfinhossofavorecidosporessacapacidadeporqueosomsepropaganaguaquasecincovezesmaisrpidodoquenoar(cercade1400m/s).Quandoosomincideemumobjeto,partedasondassono-rasrefletidascaptadapelotecidoadiposo;da,elassotransmitidasparaasuaorelhainternaedepoisparaocrebro,queinterpretaessasinformaesacsticas.Vejaasfiguras.

    Esquema do princpio da

    ecolocalizao da baleia.

    melo

    ondas emitidas

    ondas refletidasmandbula

    Ilu

    str

    a

    es: P

    au

    lo M

    an

    zi/

    Arq

    uiv

    o d

    a e

    dit

    ora

    Atualmente,ofuncionamentodaecolocalizaodemorcegos,golfinhosebaleiasaindanobemconhecido,sobretudoomodocomoocrebrodessesanimais interpretaas informaestrazidaspeloeco.O interesseempesquisaressemecanismosedeveexpectativadequeissopossanosdarindicaesparaoaprimoramentodasaplicaestecnolgicasdoeco,comoosradares,sonareseultrassons,quepodemserconsideradasformasdeecolocalizaoartificial.

    Anatomia da ecolocalizao do golfinho.

    Adaptadode:HowStuffWorks.Disponvelem:.Acessoem:6jan.2013.

    Sons de alta

    frequncia

    emitidos

    pelo melo.

    sacos

    nasais

    O som refletido captado

    pelo tecido adiposo

    da mandbula.

    melo

    1. As ondas sonoras so tridimensionais e longitudinais. Assim, correto falar em direo e sentido para essas ondas?

    possvel um animal emitir um som e no ouvir o som refletido por um corpo frente dele? Justifique.

    2. A ecolocalizao vantajosa para os animais aquticos porque a velocidade do som na gua maior do que no ar.

    Mas isso vantajoso mesmo quando o som deve percorrer grandes distncias? Por qu?

    3. Explique a proporcionalidade inversa entre o comprimento de onda e a frequncia. Que grandeza fsica garante essa

    propriedade? Justifique.

    ampl iando o conhec imento

    i r

    Figura a Figura b Figura c

    i ri r

    As imagens das fotos no esto na

    mesma proporo.

    SEO CONEXES

    Cada unidade encerrada por um texto de carter interdisciplinar que aprofunda

    algum tpico abordado na unidade, relacionando-o com uma ou mais reas do

    conhecimento humano. O texto complementado por perguntas por meio das

    quais voc poder pesquisar e discutir com seus colegas os assuntos tratados.

    Esses textos podem contribuir tanto para ampliar sua viso da Fsica como de

    outras disciplinas, estabelecendo conexes entre contedos e auxiliando-o a

    perceber que o conhecimento est em constante e permanente dilogo, o que

    contribui para sua conduta consciente e cidad no mundo.

    CAPTULO 16 PR IMEIRA LE I DA TERMODINMICA 279

    Basta agora apoiar horizontalmente a caldeira na

    armao de arame, de maneira que a agulha fique na par-

    te mais alta. Abaixo da caldeira coloque as velas ou as

    lamparinas, que acesas sero a fornalha fonte de ener-

    gia trmica da caldeira; frente coloque a turbina.

    Veja a figura:

    Para fazer a mquina a vapor funcionar, siga as seguin-

    tes orientaes:

    coloque gua na caldeira, injetando-a com uma seringa

    e agulha descartveis comuns, por exemplo, atravs da

    agulha grossa. Para evitar que a gua, ao comear a fer-

    ver, saia junto com o vapor, no se deve encher a caldei-

    ra convm preencher no mximo um tero de sua

    capacidade;

    coloque as velas ou as lamparinas sob a caldeira que

    deve permanecer sobre uma mesa de material refrat-

    rio (frmica, cimento, ao, etc.) e as acenda;

    coloque e ajuste a turbina frente caldeira apenas quan-

    do o vapor comear a sair pela agulha. Isso necessrio

    principalmente quando a turbina de plstico ou papel,

    para evitar que o fogo a atinja; a partir da sada do vapor

    no h mais esse perigo, pois o prprio vapor, ao se con-

    densar, protege a turbina da ao do fogo.

    Se voc seguir corretamente essa orientao, vai obter

    a formao de um fluxo contnuo de vapor, que mantm a

    turbina girando durante um tempo adequado s suas

    apresentaes e explicaes.

    Voc pode enriquecer um pouco mais a sua montagem

    e torn-la mais prxima do que foi estudado neste captu-

    lo, procurando fazer com que essa turbina faa alguma

    coisa, ou seja, realize algum trabalho. Acoplar a ela uma

    ventoinha ou uma roldana que possa puxar ou elevar

    pequenos objetos, por exemplo. Nesse caso, procure com-

    parar o desempenho da sua mquina quando ela gira livre-

    mente com o desempenho dela quando se exige que ela

    realize trabalho. Certamente essa reflexo vai auxili-lo a

    entender melhor a primeira lei da Termodinmica.

    Mquina a vapor

    Nesta atividade vamos construir uma espcie de moi-

    nho, ou roda-dgua, movido a vapor, mas que no carac-

    teriza uma mquina trmica no sentido termodinmico

    dessa expresso. Como vamos ver no prximo captulo,

    mquina trmica, por definio, um dispositivo que fun-

    ciona em ciclos, absorve energia de uma fonte quente e

    cede parte dessa energia a uma fonte fria. Neste caso, ela

    deve ser entendida como um dispositivo movido por meio

    do fornecimento de calor.

    De incio, vamos construir a caldeira que vai gerar o

    fluxo de vapor. Voc vai precisar ainda improvisar um

    apoio para a caldeira, uma fonte de calor (pode ser a

    chama de 3 ou 4 velas ou de lamparinas pequenas a

    lcool) e uma turbina, isto , uma roda com ps que gire

    com facilidade quando impulsionada pelo vapor gerado

    por essa caldeira.

    Para construir a caldeira voc vai precisar de uma lata

    de refrigerante vazia, uma agulha grossa de injeo de

    uso veterinrio e cola tipo epxi, que resiste ao calor.

    Retire totalmente a tampinha da lata, destacando dela a

    ala de puxar; essa etapa deve ser feita com cuidado para

    no deformar a tampinha, que posteriormente ser reco-

    locada sem a ala. Elimine a parte plstica da base da

    agulha, o que pode ser feito com estilete ou com fogo.

    Faa um pequeno furo no meio da tampinha e encaixe

    nela a agulha de injeo, colando-a com epxi ou equiva-

    lente. Recoloque ento a tampinha no local de onde foi

    tirada, com a agulha voltada para fora na lata. Passe cola

    de epxi em torno da tampinha para vedar possveis

    frestas. Com isso est pronta a caldeira da mquina tr-

    mica. Veja a figura:

    Ilu

    str

    a

    es: P

    au

    lo M

    an

    zi/A

    rqu

    ivo

    da e

    dit

    ora

    Figura a Figura c

    Figura b

    Construindo a caldeira: (a) retira-se a tampinha da lata e destaca--se a ala; (b) fixa-se a agulha de injeo num buraquinho feito na tampinha; (c) recoloca-se a tampinha na lata.

    at iv i dade prt ica

    CAPTULO 4 MSICA 65

    5. (UEG-GO) Nos filmes de fico cientfica, tal como Guerra nas estrelas, pode-se ouvir, nas disputas espaciais dos rebeldes contra o Imprio, zunidos de naves, roncos de motores e exploses estrondosas no espao intereste-lar. Esse fenmeno constitui apenas efeitos da fico e, na realidade, no seria possvel ouvir o som no espao interestelar devido ao fato de que as ondas sonoras:a) possuem ndice de refrao dependentes do meio.b) se propagam apenas no ter, invisvel a olho nu.c) necessitam de um meio para se propagarem.d) tm amplitude de frequncia modulada.

    6. (UEM-PR) Com relao s ondas mecnicas peridicas, assinale o que for correto.

    01. Uma onda mecnica longitudinal, ao percorrer um meio apropriado, tal como um gs ideal rarefeito, faz as partculas do meio oscilarem na mesma direo de propagao da onda.

    02. Uma onda mecnica transversal, ao percorrer um meio apropriado, tal como uma corda ideal, faz as par-tculas do meio oscilarem perpendicularmente dire-o de propagao da onda.

    04. A velocidade de propagao de uma onda mecnica em um meio qualquer independe das caractersticas fsicas desse meio.

    08. O fenmeno do batimento pode ser entendido como a superposio de ondas sonoras de frequncias muito prximas.

    16. O efeito Doppler observado quando ocorre movi-mento relativo entre uma fonte e um observador de ondas sonoras.

    7. (Unicamp-SP) O radar um dos dispositivos mais usa-dos para coibir o excesso de velocidade nas vias de trnsito. O seu princpio de funcionamento baseado no efeito Doppler das ondas eletromagnticas refletidas pelo carro em movimento. Considere que a velocidade

    medida por um radar foi Vm 5 72 km/h para um carro

    que se aproximava do aparelho.

    Para se obter Vm o radar mede a diferena de frequncias

    f, dada por f 5 f 2 f0 5

    V

    c

    m f0 , sendo f a frequncia da

    onda refletida pelo carro, f0 5 2,4 ? 1010 Hz a frequncia

    da onda emitida pelo radar e c 5 3,0 ? 108 m/s a veloci-dade da onda eletromagntica.

    O sinal (1 ou 2) deve ser escolhido dependendo do senti-do do movimento do carro com relao ao radar, sendo que, quando o carro se aproxima, a frequncia da onda refletida maior que a emitida.

    Pode-se afirmar que a diferena de frequncia f medida pelo radar foi igual a:

    a) 1 600 Hz. c) 280 Hz.

    b) 80 Hz. d) 21 600 Hz.

    Testes

    1. (Uern) Em duas cordas A e B de materiais diferentes se propagam ondas peridicas, sendo que a velocidade das ondas na corda A igual a 0,5 m/s e na corda B igual a 0,4 m/s. Considerando-se que ambas so movimen-tadas pela mesma fonte e que o perodo de propagao da onda na corda B igual 0,25 s, ento o comprimen-to de onda da corda A :a) 7,5 cm. b) 9,6 cm. c) 16,8 cm. d) 12,5 cm.

    2. (PUC-RJ) Uma corda presa em suas extremidades pos-ta a vibrar. O movimento gera uma onda estacionria como mostra a figura.

    0 6,0 m

    Calcule, utilizando os parmetros da figura, o compri-mento de onda em metros da vibrao mecnica imposta corda.a) 1,0 b) 2,0 c) 3,0 d) 4,0 e) 6,0

    3. (Fuvest-SP) Um estudo de sons emitidos por instru-mentos musicais foi realizado usando um microfone liga-do a um computador. O grfico abaixo, reproduzido da tela do monitor, registra o movimento do ar captado pelo microfone, em funo do tempo, medido em milissegun-dos, quando se toca uma nota musical em um violino.

    50 t (ms)10

    Nota d r mi f sol l si

    Frequncia (Hz) 262 294 330 349 388 440 494

    Consultando a tabela acima, pode-se concluir que o som produzido pelo violino era o da nota (adote: 1 ms 5 102 s):a) d. b) mi. c) sol. d) l. e) si.

    4. (Uema) Tcnicos em acstica utilizam o carter ondulat-rio do som para eliminao, total ou parcial, de rudos indesejveis. Para isso, microfones captam o rudo do ambiente e o enviam a um computador, programado para analis-lo e para emitir um sinal ondulatrio que anule o rudo original indesejvel. Em qual fenmeno ondulatrio se fundamenta essa tecnologia?

    a) Interferncia. c) Difrao. e) Reflexo.

    b) Polarizao. d) Reverberao.

    questes do enem e de vest i bulares

    Este livro no consumvel.

    Faa todas as atividades no

    caderno.

    BOXE CONEXES

    Ao longo do texto principal, h

    vrios momentos que permitem

    estabelecer relaes com

    outras disciplinas do

    conhecimento. Alguns deles so

    destacados por meio de boxes

    que ressaltam com quais reas

    determinado contedo est

    dialogando.

    ATIVIDADES PRTICAS

    No fim de cada captulo,

    sugerimos atividades

    experimentais cujo objetivo

    levar voc a refletir sobre os

    fenmenos tratados. Realizados

    com a orientao do professor,

    esses experimentos vo auxiliar

    voc a compreender melhor os

    contedos apresentados.

    QUESTES DO ENEM E DE

    VESTIBULARES

    Ao final de cada unidade, voc

    vai encontrar um conjunto

    atualizado de questes

    extradas do Exame Nacional do

    Ensino Mdio (Enem) e dos

    principais vestibulares do pas,

    todas referentes ao contedo

    abordado.

    Contedos interdisciplinares

    que promovem a ampliao do conhecimento.

    Este cone

    indica Objetos

    Educacionais

    Digitais

    relacionados

    aos contedos

    do livro.

    52 UNIDADE 1 ONDAS MECNICAS

    1. Msica: Fsica e Arte

    Segundo o Dicionrio Aurlio eletrnico, msica arte e cincia de combinar os sons de modo agradvel ao

    ouvido. Como o conceito do que agradvel audio muito amplo e varivel, pode-se afirmar que falar em

    som falar em msica.

    Podemos dividir a atividade musical em duas reas: a tecnolgica, da produo de instrumentos e equipamen-

    tos sonoros, e a artstica, da composio e criao. difcil saber se a Fsica pode dar contribuies artsticas, mas

    certamente ela essencial para a tecnologia da produo e difuso sonora. Esse o aspecto que vamos abordar.

    2. Fontes sonoras

    Fonte sonora qualquer corpo capaz de fazer o ar oscilar com ondas de frequncia e amplitude detectveis

    pelas nossas orelhas. Alm da nossa principal fonte sonora o sistema fonador , h diversos tipos de fontes

    sonoras de frequncia nica ou varivel que podem ser associadas aos trs tipos bsicos de instrumento* so-

    noro: corda, sopro e percusso.

    Cordas vibrantes e instrumentos de corda. Veja as figuras abaixo. Em (a), o monocrdio, instrumento de uma cor-

    da s, usado em experincias de acstica, pode ser considerado o elemento bsico de todos os instrumentos de

    corda. Em (b), alguns instrumentos de corda.

    cavaletecavalete

    mvelfita

    mtricacorda

    pestana

    cravelha

    boca

    Pa

    ulo

    Ma

    nzi

    /Arq

    uiv

    o d

    a e

    dit

    ora

    Figura a

    violino

    Co

    msto

    ck I

    ma

    ge

    s/J

    up

    ite

    rim

    ag

    es/

    Ag

    en

    ce

    Fra

    nce

    -Pre

    sse

    ph

    oto

    ob

    jects

    .ne

    t/Ju

    pit

    eri

    ma

    ge

    s/A

    ge

    nce

    Fra

    nce

    -Pre

    sse

    violo

    Sto

    ckb

    yte

    /Ge

    tty

    Im

    ag

    es

    alade harpa

    ph

    oto

    ob

    jects

    .ne

    t/Ju

    pit

    eri

    ma

    ge

    s/A

    ge

    nce

    Fra

    nce

    -Pre

    sse

    Figura b

    conexes: biologia

    lngua

    cartilagem tireodea

    pregas vocais

    esfago

    laringe

    epiglote

    epiglote

    glotepregas

    vocais

    raiz da

    lngua cavidade

    farngea

    cavidade nasal

    traqueia

    cavidade bucal

    Sid

    ne

    i M

    ou

    ra/A

    rqu

    ivo

    da

    ed

    ito

    ra

    Sistema fonador. O ar proveniente dos pulmes, ao passar pela abertura da glote, faz vibrar as cordas vocais, que do origem aos sons.

    * Neste captulo s vamos tratar de instrumentos acsticos, ou seja, aqueles que no utilizam elementos eletrnicos para a produo ou ampliao do som.

    CompreendFisica_Fisica_vol2_PNLD2015_003a009_Iniciais.indd 5 3/26/13 1:11 PM

  • 6

    UN IDADE 1

    ONDAS MECNICAS 10

    cap tulo 1

    Movimento ondulatrio 12

    1. Introduo 13

    2. Caractersticas das ondas mecnicas 14

    3. Reflexo de pulsos 15

    4. Refrao de pulsos 16

    5. Ondas peridicas 18

    Atividades prticas 22

    cap tulo 2

    Cordas vibrantes e ondas bidimensionais 23

    1. Princpio da superposio: interferncia 24

    2. Ondas estacionrias 24

    3. Ondas estacionrias em cordas vibrantes: ressonncia 27

    4. Ondas bidimensionais e o princpio de Huygens 28

    5. Reflexo 29

    6. Refrao 30

    7. Difrao 32

    8. Interferncia 33

    Atividades prticas 35

    cap tulo 3

    Som 37

    1. Som: ondas mecnicas tridimensionais e longitudinais 38

    2. Propriedades da propagao do som 39

    3. Propriedades fsicas da propagao ondulatria 43

    4. Fontes sonoras em movimento e seus efeitos 47

    Atividades prticas 50

    cap tulo 4

    Msica 51

    1. Msica: Fsica e Arte 52

    2. Fontes sonoras 52

    3. Instrumentos de corda 54

    4. Instrumentos de sopro 56

    5. Instrumentos de percusso 62

    Atividades prticas 63

    Questes do Enem e de vestibulares 65

    Conexes 66

    Sumrio

    CompreendFisica_Fisica_vol2_PNLD2015_003a009_Iniciais.indd 6 3/26/13 1:11 PM

  • 7

    UN IDADE 2

    PTICA 68

    cap tulo 5

    Ondas luminosas 70

    1. Luz e radiao eletromagntica 71

    2. Princpios da ptica geomtrica 72

    3. Reflexo da luz 79

    4. Espelhos planos 80

    Atividades prticas 88

    cap tulo 6

    Espelhos esfricos 90

    1. Introduo 91

    2. Imagem e ponto objeto conjugados por um espelho esfrico 92

    3. Condies de estigmatismo para espelhos esfricos 93

    4. Focos de espelhos esfricos e refletores curvos 95

    5. Construo grfica de imagens de espelhos esfricos 97

    6. Equao de conjugao de espelhos esfricos 101

    7. Relao entre a altura do objeto e a da imagem 102

    Atividades prticas 105

    cap tulo 7

    Refrao da luz 107

    1. As leis da refrao 108

    2. ndice de refrao 109

    3. Reflexo total 112

    4. Dioptro plano 114

    Atividades prticas 116

    cap tulo 8

    Lminas, prismas e fibras pticas 118

    1. Corpos transparentes 119

    2. Lmina de faces paralelas 119

    3. Prismas 120

    4. Prismas de reflexo 122

    5. Prismas de disperso 124

    6. Fibras pticas 127

    Atividades prticas 129

    cap tulo 9

    Lentes esfricas 130

    1. Introduo 131

    2. A cincia das lentes 132

    3. Elementos das lentes esfricas 133

    4. Condies de estigmatismo 133

    5. Centro ptico e focos das lentes esfricas 134

    6. Construo grfica de imagens 136

    7. A equao dos fabricantes e a convergncia de uma lente 139

    8. Convergncia de uma lente 141

    9. Equao de conjugao das lentes esfricas delgadas 142

    10. Relao entre a altura do objeto e a da imagem 142

    Atividades prticas 146

    CompreendFisica_Fisica_vol2_PNLD2015_003a009_Iniciais.indd 7 3/26/13 1:11 PM

  • 8

    cap tulo 1 0

    Instrumentos pticos 148

    1. O olho humano 149

    2. Defeitos de viso e os culos 150

    3. Associao de lentes 153

    4. Instrumentos pticos 154

    Atividades prticas 165

    cap tulo 1 1

    ptica ondulatria 167

    1. Introduo 168

    2. Interferncia 169

    3. Difrao 173

    4. Polarizao 182

    5. Espalhamento 187

    Atividades prticas 190

    Questes do Enem e de vestibulares 193

    Conexes 196

    UN IDADE 3

    TERMODINMICA 198

    cap tulo 1 2

    Introduo Termodinmica 200

    1. Introduo 201

    2. Equilbrio trmico e temperatura 202

    3. Medida da temperatura 202

    4. Dilatao trmica 206

    Atividades prticas 216

    cap tulo 1 3

    Comportamento trmico dos gases 219

    1. Os gases e suas leis 220

    2. Teoria cintica dos gases 230

    Atividades prticas 232

    cap tulo 1 4

    Calor: conceito e medida 234

    1. Calor: breve histrico 235

    2. Calor: energia em trnsito 237

    3. Capacidade calorfica 238

    4. Calor especfico 239

    5. Trocas de calor 243

    Atividade prtica 245

    CompreendFisica_Fisica_vol2_PNLD2015_003a009_Iniciais.indd 8 3/26/13 1:11 PM

  • cap tulo 1 5

    Mudanas de fase e transmisso de calor 246

    1. Mudana de fase e calor latente 247

    2. Transmisso de calor 252

    Atividades prticas 256

    cap tulo 1 6

    Primeira lei da Termodinmica 258

    1. Introduo 259

    2. Breve histria das mquinas trmicas 260

    3. A primeira lei da Termodinmica 263

    4. Aplicaes da primeira lei da Termodinmica 265

    5. Motosperptuos, a primeira e a segunda lei da Termodinmica 277

    Atividade prtica 279

    cap tulo 1 7

    Segunda lei da Termodinmica e entropia 280

    1. Fenmenos reversveis e irreversveis 281

    2. A segunda lei da Termodinmica 282

    3. O ciclo de Carnot 284

    4. Mquinas trmicas reais 288

    5. Desordem e entropia 292

    6. Natureza e entropia 295

    Atividades prticas 300

    Questes do Enem e de vestibulares 303

    Conexes 306

    Glossrio 308

    Respostas 311

    Leituras complementares 315

    Significado das siglas 316

    Bibliografia 317

    ndice remissivo 318

    9

    CompreendFisica_Fisica_vol2_PNLD2015_003a009_Iniciais.indd 9 3/26/13 1:11 PM

  • 10

    Ondas

    mecnicas

    un idade

    1

    CompreendFisica_Fisica_vol2_PNLD2015_010a022_U1_C1.indd 10 3/26/13 1:13 PM

  • 11

    An

    dre

    w D

    uke

    /Ala

    my

    /Oth

    er

    Ima

    ge

    s

    Conta a Histria que, em 1581, ao observar a

    oscilao deste lustre da Catedral de Pisa, na Itlia,

    Galileu concluiu que o tempo de uma oscilao

    completa de um pndulo simples constante, no

    dependendo de sua amplitude ou peso, apenas de

    seu comprimento. Essa teria sido sua primeira

    descoberta, ponto de partida para a construo

    dos primeiros relgios mecnicos precisos e

    confiveis e para um notvel avano no estudo da

    Fsica: o conhecimento de um novo tipo de

    movimento, o movimento oscilatrio. Dele resultou

    a compreenso e a descrio matemtica da

    propagao de ondas mecnicas.

    Nesta unidade estudaremos as diferentes

    formas de propagao de ondas mecnicas e duas

    de suas aplicaes mais importantes em nossa

    vida: o som e a msica.

    CompreendFisica_Fisica_vol2_PNLD2015_010a022_U1_C1.indd 11 3/26/13 1:13 PM

  • 12

    Cu

    i Yin

    gy

    in/C

    hin

    afo

    top

    ress/Z

    um

    a P

    ress/K

    ey

    sto

    ne

    captulo

    1Movimento ondulatrio

    Descargaseltricasextraordinariamenteintensascomoessa,entreasnuvenseaterra,doorigemadoisfenmenossimultneos:orelmpagoeotrovo.Masenquantooprimeirovistopraticamentenomesmoinstanteemqueasdescargasocorrem,mesmoagrandesdis-

    tncias,osegundosouvidoalgumtempodepois.Issoaconteceporquealuzdorelmpagoe

    osomdotrovosomovimentosondulatriosquesepropagampeloespaodeformasevelo-

    cidadesdiferentes.

    Nestecaptuloiniciaremosoestudodeumadessasformasdepropagaoondulatria:as

    ondasmecnicas.

    A luz do relmpago e o som do trovo

    so movimentos ondulatrios que se

    propagam de formas e velocidades

    diferentes.

    CompreendFisica_Fisica_vol2_PNLD2015_010a022_U1_C1.indd 12 3/26/13 1:13 PM

  • captulo1 MovIMeNtooNdulatrIo 13

    Ja

    cq

    ue

    s D

    esclo

    itre

    s, M

    od

    is r

    ap

    id

    resp

    on

    se

    te

    am

    , N

    asa

    /GS

    FC

    Ondas propagando-se na gua.

    Ondas propagando-se em uma mola.

    Tia

    go

    Ra

    imu

    nd

    o d

    a S

    ilv

    a/A

    ce

    rvo

    do

    fo

    tg

    rafo

    Animais marinhos, como baleias e golfinhos, por

    exemplo,secomunicampormeiodesons(assobios)que

    se propagamna gua (veja a seoConexes, no final

    destaunidade,naspginas66e67).

    Naprimeirafoto,quandosefazoscilaraextremida

    dedamolaparacimaeparabaixo,comoestindicado

    pela dupla seta, a oscilaogera umaondamecnica

    quesepropagaporessamola(meioelstico).Nase

    gundafoto,omovimentodevaivmdasondasdomar

    porumagargantaentreasrochas(destaqueemama

    relo) d origema ondasmecnicas que se propagam

    pelagua(omeioelstico,nessecaso).

    Esses exemplosmostram propagaes ondulat

    riasque,porseremvisveis,tornammaisfciloestudo

    desse tipo demovimento. Por isso, pormeio delas

    queseroapresentadasassuasgrandezasfsicasfun

    damentaislogoaseguir.

    Mais adiante, vamos estender esse estudo tam

    bmsondassonoras,ondasmecnicasque,almde

    invisveis, tm caractersticas prprias que as distin

    guemdasondasdosexemplosacima,entreelasade

    sepropagartantonoarquantonagua.Essaproprie

    dadetornaessasondasextremamenterelevantespa

    raacomunicaodeanimaisterrestresouaquticos.

    1. Introduo

    NonossoestudodaFsica,ataqui,analisamos

    movimentosdepontosmateriaisoupartculasem

    trajetrias retilneas ou circulares e as causas que

    osproduzem.

    Emtodosessesmovimentos,noentanto,halgo

    emcomum:apartculadescreveefetivamenteasua

    trajetriaemrelaoadeterminadoreferencial.

    E,emrelaoaessereferencial,possveldefinir

    a posio dessa partcula e associar a ela vetores

    comovelocidade, fora, aceleraoequantidadede

    movimento.Mas, na natureza, nem todos osmovi

    mentostmessascaractersticas.

    Existem casos, como, por exemplo, o movimento

    dasondasdomar,dasuperfcieterrestresobainflun

    cia de um terremoto, ou mesmo um relmpago, que

    devemseranalisadossobopontodevistadeoutras

    propriedadesfsicas.Quandoorudodeumtrovoeo

    clarodorelmpagochegamatns,nenhumapart

    culadorelmpagonosatinge,pelomenosdopontode

    vistadaFsicaclssica.

    O que nossos rgos dos sentidos detectam

    umapequenaparceladaenormeenergiadadescarga

    eltrica,quesepropagapeloespaosoba formade

    some luz.Essasformasdeenergia,noentanto,no

    sepropagamdamesmamaneira.

    Ondas luminosas(objetodaprximaunidade) fa

    zempartedoamploespectrodasondas eletromag-

    nticas,quesepropagamsemnecessitardeummeio

    deapoioparaisso.

    Ondas sonoras so ondas mecnicas, que s se

    propagam atravs de meios elsticos, como os dos

    exemplosilustradosaseguir:

    conexes:lnguaportuguesa

    O verbo propagar tem vrios significados, como

    difundir,multiplicar,generalizar,transmitir,entreoutros,

    todosrelacionadosdealgumaformacommovimento.

    Mas nenhum deles aplicvel aomovimento de

    partculasoucorposmateriais.

    Nosepodedizerqueumautomvelsepropaga

    comvelocidadede100km/h,porexemplo.

    Essa distino muito importante, porquemostra

    a diferena entre o movimento ondulatrio e o movi

    mento de corpos ou partculas. Ondas no se mo

    vimentam como corpos,maspropagam-se,mais ou

    menoscomosepropagamboatoseideias.

    CompreendFisica_Fisica_vol2_PNLD2015_010a022_U1_C1.indd 13 3/26/13 1:14 PM

  • 14 uNIdade1 oNdasMecNIcas

    Nestesexemplos,ospulsoseasondassounidi-

    mensionais porquepossveldeterminaraposioda

    frentedaperturbao,chamadadefrente de onda,por

    meiodeumnicoeixodecoordenadas;nasondasuni

    dimensionaisafrentedeondaumponto material.

    Fo

    rma

    to C

    om

    un

    ica

    o/

    Arq

    uiv

    o d

    a e

    dit

    ora

    x

    P0

    A onda propagando-se na corda unidimensional a frente de

    onda o ponto material P, localizado no eixo x.

    As ondas na superfcie da gua sobidimensio-

    nais.Paraasuadescriomatemticasonecess

    rios dois eixos coordenados sua frente de onda

    umacurva plana.Nafiguraabaixo,afrentedeondao

    crculoCemqueaposiodecadapontomaterialde

    terminadapelascoordenadasmedidasnoseixosxey.

    Je

    an

    -Pa

    ul

    Na

    civ

    et/

    Ph

    oto

    gra

    ph

    er'

    s C

    ho

    ice

    /Ge

    tty

    Im

    ag

    es

    x

    c

    y

    Asondassonoraspropagamseportodooespa

    o.Soondastridimensionais,ouseja,asuadescri

    omatemticaexigeumsistemadetrscoordena

    das.Afrentedeondastridimensionaissempreuma

    superfcie. No caso das ondas sonoras, podem ser

    superfciesesfricas.Afiguraabaixorepresentaessa

    tridimensionalidadedaondasonora(estrepresenta

    dapor semiesferaspor razesdidticas).A frentede

    ondaasuperfcieesfricaE,decentroemF (fonte),

    descritapeloseixosx,yez.

    E

    F

    y

    x

    z

    2. Caractersticas das

    ondas mecnicas

    Suponhaquealgumfaaumnicomovimentode

    vaivm,vertical,naextremidadedeumamolaestendi

    dahorizontalmente.Observase,ento,umpulso pro

    pagandoseaolongodamola.

    Sid

    ne

    i M

    ou

    ra/A

    rqu

    ivo

    da

    ed

    ito

    ra

    sentido de

    propagao

    movimento oscilatrio

    Enquanto o pulso se propaga horizontalmente,

    cadapontodamolaexecutaummovimentooscilat

    riovertical.Aoscilaoquegeraopulso,produzidana

    extremidade damola, perpendicular (ou transver

    sal)direoemqueelasepropaga:tratasedeum

    pulso transversal.

    Seomovimentoforfeitonamesmadireoemque

    amolaestestendida,temosumpulso longitudinal.

    movimento oscilatrio

    sentido de

    propagao

    movimento de

    vaivm

    Sid

    ne

    i M

    ou

    ra/A

    rqu

    ivo

    da

    ed

    ito

    ra

    Umasequnciadepulsostransversaisoulongitudi

    naisdorigemaondas transversaisouondas longitu-

    dinais.Aoscilaogeradoradomovimentoondulatrio

    temtambmamesmadireodapropagao. ( im

    possvelapresentargraficamenteaspropriedadesdas

    ondasmecnicaspormeiodeondaslongitudinais;por

    isso,elassosempredescritaseexplicadaspormeio

    deondastransversais,mastodaselassoigualmente

    vlidasparaondaslongitudinais.)

    CompreendFisica_Fisica_vol2_PNLD2015_010a022_U1_C1.indd 14 3/26/13 1:14 PM

  • captulo1 MovIMeNtooNdulatrIo 15

    Ospulsosquesepropagamemcordasrefletemse

    mantendoamesma formadopulsooriginal, tambm

    chamado de pulso incidente, se essa corda tiver a

    extremidade livre. Dizemos que a reflexo ocorre

    sem inverso de fase.Nafiguraabaixo,opulsorefle

    tidotemamesmafasedopulsoincidente(aochegar

    eaovoltar,acristasemantmparacima).

    pulso incidente

    pulso refletido

    Quandoacordativeraextremidade fixa,opulsore

    fletidoserinvertido emrelaoaopulsoincidente.Na

    figura abaixo, a fasedopulso refletido invertidaem

    relaofasedopulsoincidente(aoatingiraextremi

    dadefixa,acristaestvoltadaparacima;aorefletirse,

    estvoltadaparabaixo).

    pulso incidente

    pulso refletido

    Noteque,enquantonareflexoemumaextremida

    defixaopulsotemdeestarpresopararefletirse,na

    extremidadelivreelepoderefletirsemesmoestando

    completamente solto.A haste e o anel em tornodos

    quaisaextremidadedacordaoscilanosonecess

    rios;elescostumamsercolocadosapenasparafacilitar

    arepresentaogrficadofenmeno.

    3. Reflexo de pulsos

    Observeasfigurasabaixo:

    Ilu

    str

    a

    es: Fo

    rma

    to C

    om

    un

    ica

    o/A

    rqu

    ivo

    da

    ed

    ito

    ra

    Oqueacontecequandoopulsoatingeaoutraex

    tremidadedacorda?

    medidaqueopulsosepropaga,acordasedeforma

    edepoisvoltaposio inicial.Tratasedeumadefor

    maoelstica,qualestassociadaumaenergiapo

    tencial.Apropagaodopulsoequivale,portanto,pro

    pagaodaenergiapotencialelsticafornecidacorda

    nopulsoinicial.

    Peloprincpiodaconservaodaenergiamecnica,

    essa energia potencial elstica no pode desaparecer

    quando o pulso atinge a outra extremidade da corda.

    Masacordaacaba.Oqueacontece?Senohmaiscor

    daparaopulsopercorrerparaafrente,elepassaaper

    corrlaparatrs.Opulsovolta,ele se reflete.

    O fenmeno da reflexo caracterstico de qual

    querpropagaoondulatriaqueencontraumaaltera

    onomeioemquesepropaga,olimitedessemeio,ou

    umobstculo.

    Assimcomoospulsosouasondasserefletemao

    atingiraextremidadedacorda,tambmasondasso

    norasouluminosasserefletemaoatingirqualqueran

    teparoouolimitedomeioemquesepropagam.Are

    flexo tem,entretanto, caractersticasespecficasem

    cadatipodepropagaoondulatria.

    CompreendFisica_Fisica_vol2_PNLD2015_010a022_U1_C1.indd 15 3/26/13 1:14 PM

  • 16 uNIdade1 oNdasMecNIcas

    4. Refrao de pulsos

    Suponhaagoraqueduascordasdiferentesestejam

    ligadas e estendidas horizontalmente. O que ocorre

    quandoopulsopassadeumacordaparaaoutra?H

    duas situaespossveis, dependendodadensidade

    lineardecadacorda.

    Paraentenderofenmeno,bastaexaminarassi

    tuaesrepresentadasnasfigurasaseguir.

    Quandoopulsopassadacordamenosdensaparaa

    maisdensa,partedopulsopassaparaacordamais

    densaopulsorefratadooutransmitidoenquanto

    outrapartedopulso,invertida,sereflete:

    Fo

    rma

    to C

    om

    un

    ica

    o/

    Arq

    uiv

    o d

    a e

    dit

    ora

    pulso incidente

    corda menos densa corda mais densa

    pulso refletido

    antes

    depois

    pulso transmitido

    Quandoopulsopassadacordamaisdensaparaa

    menosdensa,partedopulsopassaparaacordame

    nosdensaopulsorefratadooutransmitidoen

    quantooutrapartedopulsosereflete,seminverso

    defase.

    Fo

    rma

    to C

    om

    un

    ica

    o/

    Arq

    uiv

    o d

    a e

    dit

    ora

    pulso incidente

    pulso refletido

    antes

    depois

    pulso transmitido

    corda mais densa corda menos densa

    denSidade Linear

    A densidade linear de fios, cordas, barras, ou

    qualquer corpo slido em que a dimenso predomi-

    nante o comprimento, definida pela razo entre

    a massa do fio e o respectivo comprimento. Assim,

    se um fio de comprimento , tem massa m, a sua

    densidade linear definida pela razo 5 D

    D

    m

    ,.

    A unidade da densidade linear, no SI, kg/m.

    Fios homogneos tm densidade linear constante.

    E X E R C C I O R E S O LV I D O

    1. Suponhaquesejapossvelexistirnumacordaopul

    socomaformaapresentadanafigura:

    O

    Faaumesboodocorrespondentepulsorefletido

    quandoaextremidadeOfor:

    a) livre;

    b) fixa.

    RESOLUO

    a) Seaextremidadefor livre,opulsovoltasemin

    versodefase.

    Maselemantmasuaformaoriginal,ouseja,a

    dianteiraeatraseiranosealteram:

    O

    Pulso refletido sem inverso de fase.

    b) Seaextremidadeforfixa,elevoltacominverso

    defase,masnomudaasuaformaoriginal:

    O

    Pulso refletido com inverso de fase.

    Observao:Amelhorformaderepresentaropul

    sorefletidoporsimetria.

    Comoveremoscommaisprofundidadenoestudo

    daptica,asimetriaumacaractersticadarefle

    xoondulatria.

    Nesteexemplo,aformadopulsorefletido,ema,

    simtrica formadopulso incidente,seconside

    rarmosumeixodesimetriaperpendicularaosen

    tido de propagao; emb, h aindamais uma si

    metriaemrelaoaumeixoparaleloaosentidode

    propagao.

    Vejaasfiguras:

    eixo de simetria

    a)

    b)

    eixo

    de simetria

    CompreendFisica_Fisica_vol2_PNLD2015_010a022_U1_C1.indd 16 3/26/13 1:14 PM

  • captulo1 MovIMeNtooNdulatrIo 17

    E X E R C C I O S

    1. Quando a primeira pedra de uma fileira de pedras de

    domin cai, todas as demais caem sucessivamente.

    Esse fenmeno pode ser classificado como ondu-

    latrio? Discuta.

    Dw

    igh

    t Ly

    ma

    n/S

    hu

    tte

    rsto

    ck/G

    low

    Im

    ag

    es

    2. Um pulso hipottico, com a forma apresentada na

    figura, se propaga numa corda.

    O

    Faa um esboo do correspondente pulso refletido

    quando a extremidade O for:

    a) livre;

    b) fixa.

    3. Suponha que exista um pulso, com a forma apre-

    sentada na figura, propagando-se de uma corda

    para outra.

    O

    Faa um esboo dos pulsos refletidos e refratados

    quando o pulso incidente passar, no ponto O, para

    outra corda cuja densidade linear :

    a) menor;

    b) maior.

    Emambososcasos,aenergiadopulsosedistribui:

    parterefratada outransmitida paraaoutracordaepar

    terefletidaparaacordaondesepropagaopulsoinci

    dente,comouseminversodefase.Essaumacaracte

    rsticadarefraonosmovimentosondulatrios.Sempre

    que a onda passa de uma corda para outra, ou de um

    meioparaoutro,partedaenergiatransmitidaeparte

    refletida.Emalgunscasos,comovamosvermaisadiante,

    noestudodareflexodaluz,todaaenergiarefletida.

    E X E R C C I O R E S O LV I D O

    2. Suponha que o pulso representado na figura se

    propaguedeumacordaparaoutra,separadospelo

    pontoO.

    Ilu

    str

    a

    es: Fo

    rma

    to

    Co

    mu

    nic

    a

    o/A

    rqu

    ivo

    d

    a e

    dit

    ora

    O

    Faaumesboodospulsosrefratadoserefletidos

    quando esse pulso passa, no ponto O, para outra

    cordacujadensidadelinear:

    a) menor; b) maior.

    RESOLUO

    a) Se o pulso passa para outra corda de menor

    densidadelinear,partedopulsotransmitidae

    parte refletida, sem inversode fase.Ambos

    os pulsos mantm aproximadamente a forma

    original,mascomasdimensesreduzidas.

    O

    Pulso refratado e refletido sem inverso de fase.

    b) Seopulsopassaparaoutracordademaiorden

    sidadelinear,partedopulsotransmitidaeparte

    refletida, com inverso de fase. Tambm aqui

    ambos os pulsos mantm aproximadamente a

    formaoriginal,mascomasdimensesreduzidas.

    O

    Pulso refratado e refletido com inverso de fase.

    Observao: Aqui a simetria vlida s quanto

    forma,noemrelaosdimenses. Issosedeve

    conservao da energia: como um s pulso se

    divideemdois,asomadasenergiasdospulsosre

    sultantesnopodesermaiordoqueaenergiado

    pulsoincidente.

    CompreendFisica_Fisica_vol2_PNLD2015_010a022_U1_C1.indd 17 3/26/13 1:14 PM

  • 18 uNIdade1 oNdasMecNIcas

    Frequncia e perodo

    Observeagoraasequnciaaseguir:

    L

    I

    II

    III

    IV

    V

    L

    L

    L

    L

    F

    P

    F

    P

    F P

    F

    P

    F

    P

    vL&

    vL&

    &vP

    &vP

    Ela representa uma onda gerada por uma lmina

    vibrantepropagandoseemumamola,emcincoins

    tantessucessivos.EmI, IIIeV,ospontosLePesto

    momentaneamenteemrepouso;emIIeIV,suasvelo

    cidadessomximas.

    ConsideremosumpontoLnaextremidadedalmi

    na(supesequeasoscilaesnessepontosejamsu

    ficientemente pequenas para que ele se movimente

    emumpequenosegmentode reta)eumpontoP na

    molanamesmafasedeL(veremosoconceitodefase

    logo a seguir). A oscilao vertical da extremidade L

    vinculadaextremidadedamolageraaondaquenela

    se propaga e faz o pontoP da mola oscilar tambm

    verticalmente.

    Observaseento, na figura, queospontosL eP

    descrevemumaoscilaocompleta(deIaV)nomes

    mointervalodetempo.Assim,podemosconcluirqueo

    perodo(T)eafrequncia(f)daoscilaodaextremi

    dadeLdalmina(fontedaonda)soiguaisaoperodo

    efrequnciadaprpriaonda,sendo,paraambos,vli

    dasasrelaes:

    Tf

    51

    fT

    51

    5. Ondas peridicas

    Embora a propagao de pulsos seja de natureza

    ondulatria,oseuestudonopermiteaabordagemde

    todasascaractersticasdessemovimento.Paraisso,

    necessrioconsiderarumasriecontnuadepulsos.A

    figuraabaixorepresentaumafotoinstantneadeuma

    ondageradaemumamolaporumafonteoscilanteF.

    Ilu

    str

    a

    es: Fo

    rma

    to

    Co

    mu

    nic

    a

    o/A

    rqu

    ivo

    d

    a e

    dit

    ora

    F

    Se F produzir oscilaes regulares, de perodo

    constante,amolaserpercorridaporondas peridicas.

    Se as oscilaes forem harmnicas simples, ou seja,

    cadapontodamolaoscilarcommovimentoharmnico

    simples(MHS),vosepropagarpelamolaondas har-

    mnicas simples.

    ParaentenderoqueMHS,vejaafiguraaseguir:

    a b c

    y

    1A

    0

    2A

    Quandooblocopresomola (a)puxadoesolto

    (b), ele adquire um movimento oscilante, peridico,

    chamadodemovimento harmnico simples (MHS).Se

    associarmosaessemovimentoumreferencialvertical

    comorigem(O)nopontoderepouso,asposiesex

    tremassero1Ae2A(c)(amplitude (A)domovimen

    to).Ointervalodetempogastopeloblocoparadescrever

    umaoscilaocompletapassarduasvezessucessi

    vaspelamesmaposiooperodo (T)domovimen

    to.O inversodoperodocorresponde frequncia (f ):

    nmerodeoscilaescompletasdescritaspelobloco

    emumaunidadedetempo.

    H sistemas oscilan

    tes que executam um

    MHSaproximado.oca

    so do pndulo simples,

    quando oscila com pe

    quenaamplitude, limitada

    angulo,10.Vejaafi

    guraaolado. A +A

    ,10u

    CompreendFisica_Fisica_vol2_PNLD2015_010a022_U1_C1.indd 18 3/26/13 1:14 PM

  • captulo1 MovIMeNtooNdulatrIo 19

    Velocidade de propagao

    Paraapropagaoondulatria,stemsentidoutili

    zaroconceitodevelocidadeescalarmdia.Assim,da

    expressove

    tm

    5D

    D, obtemosavelocidade de pro-

    pagao,dividindooespaoqueaondapercorrepelo

    correspondente intervalo de tempo. A velocidade de

    propagaodeumaondanoamesmagrandezaque

    expressaavelocidadedeumapartcula.Agrandedife

    renaentreessesconceitosresidenocartervetorialda

    velocidadedapartcula,quenoexistenavelocidadede

    propagaodaonda.possveldecomporavelocidade

    deumprojtil,emumlanamentooblquo,paradetermi

    naroalcanceouaalturamximaqueeleatinge;poss

    velsomarvetorialmenteavelocidadedeumbarcocoma

    velocidade da correnteza, mas nada disso possvel

    commovimentosondulatrios.E, seduasondasatra

    vessam amesma regio do espao, suas velocidades

    nosesomamnemalgbricanemvetorialmente.Ason

    dassecruzamsemsofrernenhumaalterao.

    A razo fsica para essas diferenas simples: en

    quantoavelocidadedeumapartculaserelacionaaalgo

    queefetivamentesedeslocaapartcula,avelocidade

    depropagaonoserelacionaanenhumdeslocamento

    departculasemumaondaelasapenasoscilam,nose

    deslocam nem, a rigor, fazem parte da onda,mas do

    meioemqueelasepropaga.Oquesedeslocaaforma

    da onda. pormeio da forma que a onda transmite a

    energiaparaoambiente.Porissoavelocidadedepropa

    gaotambmchamadadevelocidade de fase,poisa

    faseumagrandezaestritamenteligadaformadaonda.

    Observeafiguraaseguir:

    P(I)

    (II)

    (III)

    (IV)

    (V)

    C

    P

    P

    P

    C

    C

    P

    C

    C

    l

    Dt = T

    Amplitude, fase e comprimento

    de onda

    Observeafiguraaseguir:

    y

    x

    A

    vC C

    0

    P1 P2P3 P4

    v2& v4&

    v3&v1&

    Enquanto a onda se propaga, os pontos materiais P1, P

    2, P

    3 e P

    4

    oscilam com velocidades v&1, v&2, v&3 e v&4.

    Estabelecido o referencial representado na figura

    acima, aamplitudeA deumaonda, pordefinio,o

    mdulodaordenadamximadeumpontodessaonda.

    Paradefinircomprimento de onda,precisoenten

    deraideiadefasedeumpontoemmovimentooscila

    trio.Observenovamenteafiguraacima.

    OspontosP1,P

    2,P

    3 eP

    4tmamesmaordenaday,

    masnotmvelocidadesdemesmosentido.Enquan

    toP1eP

    3sobem,P

    2eP

    4descem.Poressarazo,sos

    pares(P1,P

    3)e(P

    2,P

    4)estonamesmafase.Adistn

    ciaentreelesocomprimento de onda,representado

    pelaletragrega(lambda).Emqualquerondaexistem

    muitos pontosnamesma fase, comoos pontosC da

    crista(pontosdeordenadamxima).Assim,definese

    comprimento de onda ()comoamenordistnciaen

    tredoispontosnamesmafase.

    Comprimentodeonda

    A expresso comprimento de onda deve ser

    entendida como uma s palavra. Seria prefervel que

    ela pudesse ser escrita em uma s palavra, como um

    endereo de internet: comprimentodeonda. Dessa

    forma evitaramos a compreenso equivocada de que

    estamos nos referindo medida do comprimento

    de uma onda, algo que no faz sentido fsico, pois, a

    rigor, uma onda pode ter incio, mas nem sempre tem

    fim, ou seja, em geral no h um ponto definido no

    qual a onda efetivamente termina. Evitaramos ain-

    da a impresso de que h um pleonasmo ou redun-

    dncia em comprimento de onda de uma onda, que

    tambm prejudica o entendimento do conceito.

    Se fosse escrita como uma s palavra, ficaria

    claro que estamos nos referindo a coisas diferentes,

    onda e a uma grandeza que a caracteriza, o com-

    primentodeonda.

    CompreendFisica_Fisica_vol2_PNLD2015_010a022_U1_C1.indd 19 3/26/13 1:14 PM

  • 20 uNIdade1 oNdasMecNIcas

    E X E R C C I O S R E S O LV I D O S

    3. Afiguraabaixofoiobtidaapartirdeumafoto ins

    tantneadeondasquepercorremumacordacom

    velocidadedepropagaov0,16m/s.

    A+0,20

    0,400,20 0,60 0,80 1,0 1,2

    0,20

    y (m)

    x (m)

    B

    Apartirdaobservaodessafigura,determine:

    a) aamplitudeeocomprimentodessaonda;

    b) afrequnciaeoperododaonda.

    RESOLUO

    a) Asordenadasmximasdaondaemrelaoori

    gemsoy0,20m.

    ComoA|ymx.

    |,temos:

    A0,20m

    A eBsoduascristassucessivas;logo,dafigu

    ra,podemosconcluirqueadistnciaentreelas

    ocomprimentodeonda:

    0,80m

    b) Sendov0,16m/savelocidadedepropagao

    daondae0,80mocomprimentodeonda,

    daexpressovf,temos:

    0,160,80ff0,20Hz

    ComoTf

    1vem:

    T T 1

    0 2050

    ,, s

    Observao:Afotoinstantneaaqueoenunciado

    sereferenopermitesaberqualosentidodepro

    pagaodaonda,oque,nestecaso,irrelevante.

    Oenunciadosugerequeessesentidocoincidecom

    o sentido positivo do eixo, pois a velocidade de

    propagaopositiva.Mesmonosendoumve

    tor, correto associar velocidade de propaga

    oumsinalpositivoquandoapropagaotemo

    mesmosentidodoeixo;enegativo,quandoosen

    tidoforooposto.

    NasequnciadeIaV,enquantoacristaC percorrea

    distnciacorrespondenteaumcomprimentodeonda,o

    pontoPefetuaumaoscilaocompleta.Portanto,oin

    tervalo de tempo correspondente a esse percurso

    igualaoperodoT daonda.Assim,voltandoexpresso

    davelocidadeescalarmdia,enquantoacristaCdaon

    da percorre a distncia e , o intervalo de tempo

    transcorridotT.Portanto,avelocidadedepropa

    gaodaonda:

    vT

    ou,lembrandoqueTf

    1:

    vf

    Seafonteharmnicasimples,operodoeafre

    qunciasoconstantes.Ocomprimentodeondatam

    bmconstante,porqueavelocidadedepropagao

    da onda constante, pois depende apenas das pro

    priedadesdomeioemqueelasepropaga.Assim,po

    desedemonstrarqueavelocidadedepropagaode

    umaondanumacordadadapor:

    vF

    emqueF omdulodatensonacordaeasuaden

    sidadelinear.

    Se a velocidade de propagao da onda cons

    tante, a partir da expressovf, conclumos que

    frequncia ecomprimento de ondasosempregran

    dezas inversamente proporcionais. Assim, quando a

    frequnciadafontegeradoradeumaondadobra,tri

    plicaouquadruplica,ocomprimentodeondasereduz,

    respectivamente,metade,aumteroouaumquar

    to.Vejaafigura:

    f1

    1

    f2

    2

    Relao entre frequncia e comprimento de onda. Neste exemplo, para uma determinada corda, f

    1 o dobro de f

    2 e

    1 a metade de

    2.

    CompreendFisica_Fisica_vol2_PNLD2015_010a022_U1_C1.indd 20 3/26/13 1:14 PM

  • captulo1 MovIMeNtooNdulatrIo 21

    RESOLUO

    a) Dafigura,podeseconcluirqueamenordistn

    ciaentredoispontosnamesmafase:

    4?0,06050,24m,logo,50,24m

    Sendov50,12m/s,daexpressov5f,temos:

    0,1250,24ff50,50Hz

    b) Afrequnciadezvezesmaiorser:

    f 510f f 55,0Hz

    Se a corda for homognea, a densidade linear

    constante. Se a trao na corda tambm for

    constante,avelocidadenovaria.Logo,daex

    pressov5f,temos:

    0,125?5,050,024m

    Observao:Comoavelocidadeconstante,esse

    valorpoderia serobtidodiretamentepelapropor

    cionalidadeinversaentrefrequnciaecomprimen

    to de onda: se a frequncia tornouse dez vezes

    maior,ocomprimentodeondadevetornarsedez

    vezesmenor.

    E X E R C C I O S 4. Uma onda que se propaga em uma corda homog-

    nea e submetida trao constante pode ser

    acelerada? Explique.

    5. Na figura da onda em uma mola na coluna da es-

    querda da pgina 19, representamos as velocidades

    dos pontos materiais P1, P

    2, P

    3 e P

    4 com setas sobre

    seus smbolos (v &1, v &2, v &3 e v &4), mas no o fizemos com

    a indicao da velocidade de propagao v da onda.

    Como voc justifica esse nosso procedimento?

    6. A proporcionalidade inversa entre a frequncia e o

    comprimento de onda de uma onda sempre vli-

    da? Justifique.

    7. A figura a seguir foi obtida a partir de uma foto ins-

    tantnea de ondas que percorrem uma corda. A fre-

    quncia da fonte de 120 Hz.

    12

    12

    024 48 72

    x (cm)

    y (cm)

    Determine:

    a) a amplitude e o comprimento de onda dessa onda;

    b) a velocidade de propagao da onda.

    4. Umafonteoscilanteharmnicasimplesgeraum

    tremde ondas numa corda de densidade linear

    5 0,20kg/m, tracionadapela cargadepeso

    P55,0N.Afiguramostraadistnciaentredois

    pontossucessivosemqueessaondacortaoeixo

    x.Determine:

    a) avelocidadedepropagaodessaonda;

    b) afrequnciadeoscilaodafonte.

    Ilu

    str

    a

    es: Fo

    rma

    to C

    om

    un

    ica

    o/

    Arq

    uiv

    o d

    a e

    dit

    ora

    0,40 mP

    x

    RESOLUO

    a) Omdulodatraonacorda igualaomdulo

    dopesoP &nelapendurado,portantoF55,0N.

    Sendo50,20kg/m,daexpressovF

    5

    temos:

    v v5 550

    020

    ,

    , 5,0m/s

    b) Podeseconcluirdafiguraqueosegmentore

    presentadometadedocomprimentodeonda

    daonda.Logo,podemosescrever:

    520,40m50,80m

    Portanto,daexpressov5f,temos:

    5,050,80ff56,3Hz

    Essaafrequnciadaonda(expressacomdois

    algarismossignificativos), igual frequnciada

    fonte.

    5. Na figura est representado um trecho de uma

    onda que percorre, com velocidade de propaga

    ov50,12m/s,acordahomogneasubmetida

    traoconstante.

    0,060 m

    Determine:

    a) ocomprimentodeondaeafrequncia;

    b) ocomprimentodeondanessacordasea fre

    qunciadafontetornarsedezvezesmaior.

    CompreendFisica_Fisica_vol2_PNLD2015_010a022_U1_C1.indd 21 3/26/13 1:14 PM

  • 22 uNIdade1 oNdasMecNIcas

    Estas atividades prticas no se referem diretamente

    ao movimento ondulatrio, mas a sistemas oscilantes

    que, como vimos neste captulo, so a origem de toda

    propagao ondulatria. O princpio de funcionamento

    desses sistemas foi apresentado na pgina 18; as expres-

    ses matemticas envolvidas so apresentadas na des-

    crio das prticas.

    1. Oscilador harmnico simples

    Esta uma experincia simples que d resultados

    muito precisos. Basta dispor de cronmetro e molas de

    constante elstica k conhecida (reveja a Atividade Prtica

    Verificao da lei de Hooke e medida de fora na pgina

    129 do volume 1) e pendurar, em cada uma delas, corpos

    de massa m tambm conhecida.

    Para cada montagem, desloque o corpo verticalmente

    para baixo e solte: o conjunto passar a oscilar. Cronome-

    tre o tempo (t) de n oscilaes completas, obtendo a fre-

    quncia fnt

    5D

    ou o perodo T

    t

    n5

    D

    do oscilador, e,

    em seguida, compare com o valor obtido nas expresses

    fkm

    51

    2 e T

    m

    k5 2 . Providencie molas e corpos de

    massas bem diferentes para tornar a diferena de fre-

    quncias de oscilao bem marcante.

    Pau

    lo M

    an

    zi/A

    rqu

    ivo

    da e

    dit

    ora

    Oscilador harmnico simples.

    2. Pndulo simples

    Embora muito simples, esta atividade pode ser mui-

    to enriquecedora. Voc s vai precisar de um pedao de

    linha grossa e de alguns corpos para pendurar no fio

    (chumbinhos de pesca, por exemplo). Sugerimos dois

    objetivos:

    1. Redescobrir (parcialmente) a expresso do perodo de

    pndulo simples para oscilaes de pequena amplitude:

    Tg

    5 2, .

    Para isso, basta construir vrios pndulos de compri-

    mento e massa diferentes, procurando verificar se e

    como essas variveis influem no perodo.

    2. Verificar as expresses do perodo e da frequncia do

    pndulo simples: fg

    51

    2 , e T 5 2

    ,

    g.

    Nesse caso, basta construir vrios pndulos simples

    e medir o comprimento , e o tempo de n oscilaes com-

    pletas de cada um. Em seguida compare o valor medido

    com o valor terico. No preciso suporte, basta que um

    colega segure o fio em O, enquanto outro desloca ligeira-

    mente o pndulo para que oscile. Mea o perodo com

    oscilaes pequenas e grandes para verificar a maior

    adequao da expresso terica s oscilaes de peque-

    na amplitude.

    O

    ,

    Deslocado de sua posio de equilbrio, um corpo pendurado

    num fio de comprimento , passa a oscilar. Para ngulo , 5,

    o movimento pode ser considerado harmnico simples.

    AT IV I DADes PRT IcAs

    CompreendFisica_Fisica_vol2_PNLD2015_010a022_U1_C1.indd 22 3/26/13 1:14 PM

  • 23

    Nic

    Bo

    thm

    a/E

    PA

    /Co

    rb

    is/L

    ati

    nsto

    ck

    O surfista desloca-se sobre

    a onda e levado por ela.

    captulo

    2Cordas vibrantes

    e ondas bidimensionais

    A caracterstica do movimento ondulatrio o transporte de energia sem o transporte de matria, mas o surfista se movimenta navegando nas ondas do mar. Ser que ele consegue contrariar as leis da Fsica? Na verdade, toda propagao ondulatria est sempre associada a

    um movimento peridico da fonte que o origina e, em ondas mecnicas, transmite-se s partcu-

    las do meio onde elas se propagam. Nesse caso, as partculas da gua executam um movimento

    quase circular enquanto a onda se propaga. O surfista consegue deslocar-se porque navega

    transversalmente ao sentido da propagao das ondas do mar que o empurram para a praia. As

    ondas bidimensionais, como as ondas que se propagam na gua, so um dos assuntos deste

    captulo, que d continuidade ao nosso estudo do movimento das ondas mecnicas.

    CompreendFisica_Fisica_vol2_PNLD2015_023a036_U1_C2.indd 23 3/26/13 1:15 PM

  • 24 UNIDADE 1 ONDAS mEcNIcAS

    Quando a onda resultante tem sua amplitude au-

    mentada,ocorreumainterferncia construtiva;quan-

    doaamplitudesereduzouseanula,tem-seumainter-

    ferncia destrutiva.

    A interferncia eo princpio da superposiopo-

    demserentendidoscomoconsequnciadoprincpio

    daconservaodaenergia.Umaondaspoderiaal-

    teraraoutrasedelaabsorvesseouparaelaperdesse

    energia.Issonoaconteceporqueomeionesseca-

    so, a corda nico.Sehouverganhoouperdade

    energia, ela vai aparecer em todas as ondas que se

    propagamnessemeio.

    Masaconfiguraodeumaondaamanifesta-

    ovisveldaenergiapotencialelsticaquesepro-

    pagapelacorda.Seacordanoperdeaenergiapo-

    tencial elstica total para o meio externo, nada se

    altera;depoisdasuperposio,ondeocorrea inter-

    ferncia,cadaondacontinuaamanterasuaconfigu-

    raoanterior.

    A interferncia uma caracterstica tipicamente

    ondulatria, vlida tanto para ondasmecnicas como

    eletromagnticas.

    2. Ondas estacionrias

    Suponha agora que, na mesma corda, presa nas

    duas extremidades, em vez de dois pulsos, propa-

    guem-se duas ondas em sentidos opostos. Nesse

    caso,nopossvelobservaroqueocorreantesou

    depoisdocruzamento,poissexisteocruzamento.O

    nicoefeitovisveloresultadodainterfernciaentre

    essas ondas, que recebeu o nome, aparentemente

    contraditrio,deondas estacionrias.

    Ondas estaciOnrias?

    Onda uma palavra intimamente ligada a

    movimento, tanto em Fsica como na linguagem

    cotidiana. E estacionrio significa algo imvel,

    parado, sem movimento. Assim, onda estacion-

    ria soa to estranho como movimento parado ou

    beleza feia. Na verdade, essa contradio apa-

    rente o adjetivo estacionrio, neste caso, no se

    relaciona ao substantivo onda. Onda estacionria

    apenas um nome composto, baseado na expresso

    reduzida de algo como fenmeno ou configura-

    o estacionria gerada por ondas em propagao

    simultnea no mesmo meio.

    1. Princpio da superposio: interfernciaPornoseremcorposemmovimento,masdeforma-

    esquesepropagamemummeio,asondastmuma

    caractersticapeculiar:elaspodematravessaramesma

    regioaomesmotempoondasnosechocam,elasse

    compemou,nalinguagemdaFsica,sesuperpem.

    Paraentendercomoessasuperposioocorre,su-

    ponhaque,numamesmacorda,sejamproduzidosdois

    pulsosemextremidadesopostas.Oqueocorrequan-

    doessespulsossecruzam?Edepoisdocruzamento?

    Vejaafigura:

    Durante o cruzamento, a ordenada de cada ponto

    dopulsoresultanteasomaalgbricadasordenadas

    decadaumdospontosquesecruzamnesseinstante.

    Essaafirmaodenomina-seprincpio da superposi-

    o. Depois do cruzamento, no entanto, cada pulso

    continua com suas prprias caractersticas, como se

    nadahouvesseacontecido.Emoutraspalavras,oprin-

    cpiodasuperposioexpressaofatodequepulsosou

    ondas,sucessodepulsos,aocontrriodepartculas,

    noalteramsuascaractersticasquandointeragem.

    Aofenmenoeconfiguraoresultantedessaso-

    maalgbricadasordenadasdecadapontod-seono-

    medeinterferncia.Vejaafigura:

    y

    x

    interferncia

    construtiva

    y

    x

    interferncia destrutiva

    As ondas componentes so representadas em verde e azul;

    a interferncia, resultante da superposio, est representada

    em vermelho.

    CompreendFisica_Fisica_vol2_PNLD2015_023a036_U1_C2.indd 24 3/26/13 1:15 PM

  • cAptUlO 2 cOrDAS vIbrANtES E ONDAS b IDImENSIONAIS 25

    Veja a foto ao lado. Elamostra

    ondas estacionrias geradas por

    um dispositivo de demonstrao

    experimental.AletraV indicaasre-

    giesondeaoscilaomxima

    chamadaventreealetraN indica

    ospontosondeaoscilaomni-

    machamadan.

    Asfigurasaseguirpodemoferecerumaexplicaodessefenmeno.Elasmostramumacordadecomprimen-

    to,,presanasduasextremidades,ondeseformamondasdefrequnciafeperodoT.Vamosconsiderarcinco

    instantessucessivos,fraesdoperodo:t50;t5T

    4;t5

    T

    2;t5

    3T4

    et5T.

    t = 0

    ,

    l

    2

    l

    2

    l

    2

    t =T

    4

    ,

    t =T

    2

    ,

    ,

    t =3T

    4

    t = T

    ,

    l

    2

    l

    2

    l

    2

    Considere,nessacorda,ondasincidentes(emazul)propagando-sedadireitaparaaesquerdaeondasrefle-

    tidas(emvermelho)propagando-sedaesquerdaparaadireita.Deacordocomoprincpiodasuperposio,

    nessemovimentoasondasincidenteseasondasrefletidasorasereforam[instantest50;t5 T2et5T],

    oraseanulam[instantest5T4et5

    3T4

    ] .Comooperododeondasemcordasmuitopequeno,

    emgeraldemilsimosdesegundo,aconfiguraodaon-

    daresultante(verde)vistapornscomoumanicafigu-

    raemqueessasconfiguraesaparecemsuperpostas.

    Note que, para construir a figura, consideramos um

    trechodecomprimento, 53

    2

    ,oqueresultouemuma

    configuraodeondasestacionriasde trsventres,ou

    seja,umventreparacadameiocomprimentodeonda.

    Esseresultadopodesergeneralizado(vejaatabelanapginaseguinte)enospermiteobteraexpresso

    , 5 ?n n

    2e,apartirdela,aexpresso:

    n52?

    ,

    n

    quenosdocomprimentodeonda(n)dasondasquecompemumaconfiguraodeondasestacionriasem

    umacordafixanasextremidadesapartirdoseucomprimento,edonmerondeventresobservados.

    Ru

    i Vie

    ira

    e E

    me

    rso

    n Izi

    do

    ro/A

    ce

    rvo

    do

    s f

    ot

    gra

    fos

    V VN NN

    CompreendFisica_Fisica_vol2_PNLD2015_023a036_U1_C2.indd 25 3/26/13 1:15 PM

  • 26 UNIDADE 1 ONDAS mEcNIcAS

    E X E R C C I O R E S O LV I D O

    1. Afigurarepresentaumaconfiguraodeondases-

    tacionriasemumacorda,vibrandocomfrequncia

    de600Hz.Adistnciaentreasextremidadesde

    0,60m.

    Determine:

    a) ocomprimentodeondadasondascomponen-

    tesdessaconfigurao;

    b) avelocidadedepropagaonacordadasondas

    componentesdessaconfigurao.

    resoluo

    a) Observam-se quatro ventres na figura, ento

    n54.Sendo,50,60m,temos:

    5 ?2,

    n52?

    0,60

    450,30m

    b) Sendof5600Hzafrequnciacorresponden-

    teaessaconfigurao,temos:

    v5f v50,30?600v5180m/s

    E X E R C C I O S

    1. Embora seja muito difcil produzir ondas estacion-

    rias numa corda com uma das extremidades livre,

    fcil prever como seriam essas configuraes (voc

    pode fazer a experincia substituindo a corda por

    uma rgua ou vareta de plstico grande: segure-a

    verticalmente pela extremidade superior e faa

    com que ela oscile lateralmente). Faa um esboo

    das duas primeiras configuraes possveis. Justifi-

    que a forma escolhida.

    2. A figura representa uma configurao de ondas

    estacionrias numa corda de densidade linear

    0,015 kg/m, sob trao de mdulo igual a 1,5 N. A

    distncia entre as extremidades de 1,0 m.

    1,0 m

    Determine:

    a) o comprimento de onda das ondas que formam

    essa configurao de ondas estacionrias;

    b) a frequncia dessas ondas componentes;

    c) a velocidade de propagao na corda das ondas

    componentes dessa configurao.

    n

    (nmerode

    ventres)

    Configurao(limitada pelo

    comprimento , )

    Relao entre e

    1 , 5 ?12

    2 , 5 ?22

    3 , 5 ?32

    4 , 5 ?42

    A A A

    n

    1 2 3 ... n

    l

    2

    l

    2

    l

    2

    l

    2

    , 5 ?n2

    Daexpressodavelocidadedepropagaodeuma

    onda em funo de sua frequncia,v5f, vista no

    captuloanterior,podemosescrever,paracadavalorde

    n,vn5

    nf

    n.

    Assim,daexpressoacima,obtemosumaexpres-

    soparaafrequnciacorrespondenteacadavalorden:

    fn5

    n

    2,v

    n

    Osvaloresnsoconhecidostambmcomomodos

    de vibrao; o modo n5 1 conhecido como modo

    fundamentaleafrequnciaaeleassociadachama-se

    frequncia fundamental por causa do som que uma

    cordavibrandonessemodoproduz(oestudodosom

    objetodosdoisprximoscaptulos).

    CompreendFisica_Fisica_vol2_PNLD2015_023a036_U1_C2.indd 26 3/26/13 1:15 PM

  • cAptUlO 2 cOrDAS vIbrANtES E ONDAS b IDImENSIONAIS 27

    Substituindoovalordevnaexpressoacima,ob-

    temosafrequnciafndecadamododevibrao,n,por

    meiodaexpresso:

    fn F

    nff 5 ?

    2l

    Assim, quando o mdulo da fora exercida pelo

    agente externo F1, a frequncia da fonte coincide

    comafrequnciadoprimeiromododevibraodessa

    corda(n51),dandoorigemprimeiraressonnciaem

    queacordavibranomodocorrespondenteI;quandoa

    foraexercidatemmduloF2,ocorreasegundares-

    sonnciacomosegundomododevibraoII,eassim

    pordiante.

    Teoricamenteonmerodemodosdevibraoinfini-

    to,masnaprticaapenasalgunspodemserobtidosdevi-

    dolimitaodaenergiadafonte.

    Por essa razo, quantomaior o nmero de ventres,

    menoraamplitudedecadaum.Apartirdeumdetermina-

    do nmero, essa amplitude torna-se desprezvel e sua

    configuraoimperceptvel.

    O exerccio resolvido a seguir complementa essa

    explicao.

    E X E R C C I O R E S O LV I D O

    2. Nosistemarepresentadonafigura,ofiopodevibrar

    entreduasextremidadesseparadaspeladistncia

    ,50,50m.Sabe-sequeumrolodecomprimento

    ,510mdessefiotemmassam5120g.

    F F &,

    Determine:

    a) adensidadelineardessefioemkg/m;

    b) asfrequnciasnaturaisdeoscilaodessacor-

    daquandosubmetidaaumatraodemdulo

    30N;

    c) atraonacordaparaqueseproduzanelauma

    onda estacionria de trs ventres, sabendo

    queafrequnciadeoscilaodoalto-falante

    f0560Hz.

    3. Ondas estacionrias em

    cordas vibrantes: ressonncia

    Ondas estacionrias em cordas presas nas duas

    extremidadessogeradasdeduasmaneiras.

    A primeira, pormeio de ao externa isolada (em

    geral, toque, batida ou frico); nesse caso, a corda

    passaavibrarnasvriasfrequnciasdosseusmodos

    devibrao,asquaissesobrepem.

    A segunda, por meio da ao excitadora de uma

    fonteoscilanteexterna,ouseja,porressonncia.

    Nocasodascordasvibrantes,aressonnciaocorre

    quandoafrequnciadafonteexcitadoraigualouml-

    tiplainteiradafrequnciadecadamododevibraoda

    corda,aqualdadapelaexpresso

    fn

    vn n5 ?

    2l.

    Para entender como esse processo pode ocorrer,

    observeasfigurasabaixo:

    A

    ,

    F1&

    I

    A

    F2&

    II

    A

    F3&

    III

    Elas representam uma montagem experimental

    semelhantedafotodapgina25:Aumafontede

    frequncia constante (no caso, um alto-falante) que

    faz a corda (em azul), de densidade linear, oscilar

    entreduasextremidadesseparadaspeladistncia,.

    Umagenteexternotracionaacordacomforade

    mduloFvarivel,oqueresultanavariaodafrequn-

    cia dasondasestacionrias quepodemsergeradas

    nessacorda.Issoporque,comovimosnocaptuloan-

    terior,avelocidadedepropagaodaonda,v,emuma

    cordadependedatraosobreelaexercida,deacordo

    comaexpresso

    vF

    5

    .

    Ilu

    str

    a

    es:

    Fo

    rma

    to C

    om

    un

    ica

    o/

    Arq

    uiv

    a d

    a e

    dit

    ora

    CompreendFisica_Fisica_vol2_PNLD2015_023a036_U1_C2.indd 27 3/26/13 1:15 PM

  • 28 UNIDADE 1 ONDAS mEcNIcAS

    4. Ondas bidimensionais e o princpio de Huygens

    Almdetodasascaractersticasdasondasunidi-

    mensionais estudadas at aqui, as ondas bidimen-

    sionais tm caractersticas especficas decorrentes

    de sua bidimensionalidade, como frentes de ondas

    planase raiosdepropagao.Observeabaixo fotos

    deondasproduzidasemumtanquedeondas (veja

    AtividadePrtica2,napgina36).

    Naprimeirafoto,afonteoscilanteplanaF(segmento

    marrom)gerafrentesdeondasplanasquesepropagam

    nadireoesentidoindicadospelosraiosamarelos.

    Nasegundafoto,afontepontualFgerafrentesde

    ondascircularesquesepropagamnadireoesentido

    indicadospelosraiosradiaisamarelos.

    F

    F

    resoluo

    a) Sendo , 5 10 m o comprimento do fio e

    m5120g50,12kgasuamassa,adensidade

    linear:

    5

    m

    ,5

    0,12

    1050,012kg/m

    b) Asfrequnciasnaturaisdeoscilaodessacor-

    da,paraessatrao,sodadaspelaexpresso:

    fn F

    n5

    2,

    Paran51,temos:

    f15

    1

    2 0,50

    30

    0,012?f

    1550Hz

    Paran52,obtemosf25 100Hz;paran53,

    obtemosf35150Hz;eassimpordiante.

    c) Para que se produza uma onda estacionria

    com trs ventres, preciso que a frequncia

    naturaldacordaparan53(f3)sejaigualfre-

    qunciadafonteexcitadora,f0560Hz(frequn-

    ciadoalto-falante).Ento,temos:

    fn5f

    05 f

    3560Hz

    Daexpressodasfrequnciasnaturaisdeosci-

    laodeumacorda,temos:

    6053

    2 0,50 0,012?

    FF54,8N

    Observaes

    1) No item b, se quisermos obter nessa cor-

    da uma configurao estacionria de um s

    ventre, ser preciso fazer o alto-falante vi-

    brar com a frequncia f15 50 Hz, para que

    hajaressonncia;sequisermosumaconfigu-

    raocomdoisventres,oalto-falantedever

    vibrarcomafrequnciaf25 100Hz;eassim

    pordiante.

    2) Admitimosqueadensidadelinearconstan-

    te,oquerazovelparacordasrgidas.

    Nocasodeelsticos, issonomaisaceit-

    vel, pois, quando tracionados, eles esticam e

    suadensidadelineardiminui.

    Fo

    tos:

    Re

    pro

    du

    o/

    . A

    ce

    sso

    em

    : 13

    no

    v.

    2012

    .

    CompreendFisica_Fisica_vol2_PNLD2015_023a036_U1_C2.indd 28 3/26/13 1:15 PM

  • cAptUlO 2 cOrDAS vIbrANtES E ONDAS b IDImENSIONAIS 29

    ValeapenaconheceromodocomoHuygensapre-

    sentou seu princpio em 1678: H uma considerao

    adicional a fazer a propsito da emanao destas ondas:

    cada partcula do meio em que a onda se propaga no

    transmite necessariamente o seu movimento apenas

    partcula seguinte que se situa na linha reta que passa

    pela origem, mas comunica tambm parte dele a todas

    as partculas em que toca e que se opem ao seu movi-

    mento. Daqui resulta que, em torno de cada partcula, se

    produz uma onda de que a partcula o centro.(Fonte:

    PROJECTOFsicaUnidade3: o triunfodaMecnica.

    Lisboa:FundaoCalousteGulbenkian,1980.p.130.)

    5. Reflexo

    Asondasbidimensionais,assimcomoasondasuni-

    dimensionais em cordas, se refletem ao atingir qual-

    querobstculo,ouserefletemerefratam quandomu-

    damdemeiodepropagao.

    Masareflexoearefraoemondasbidimensio-

    naistmalgumascaractersticasespecficas.

    Vejaafigura:

    li

    i ll =

    u

    N

    E

    s s

    u

    As frentes de ondas planas, representadas pors,

    estoseparadaspelocomprimentodeonda;aoatin-

    giremumanteparoplanoE,serefletemedoorigema

    novasfrentesdeondas,representadaspors,separa-

    daspelomesmocomprimentodeonda.

    Numesquemagrfico,adistnciaentreasfrentes

    deondaspodeserqualqueruma,mas,emgeral,costu-

    maserrepresentadapeloprpriocomprimentodeon-

    daparasimplificardeduesedemonstraes.

    Oraioincidenteiperpendicularsfrentesdeondas

    incidenteseoraiorefletidoiperpendicularsfrentesde

    ondasrefletidas.Onguloformadoentreoraioincidentei

    eanormalNaoanteparoEongulodeincidncia.

    EntreanormalN eoraiorefletidoi,forma-seon-

    gulodereflexo.

    De acordo coma lei da reflexo, o ngulo de inci-

    dnciaigualaongulodereflexo:

    5

    Ascaractersticasepropriedadesondulatriasre-

    lacionadassondasbidimensionaispodemserdes-

    critas pormeio doprincpio de Huygens, nomedado

    em homenagem ao fsico e astrnomo holands

    ChristiaanHuygens(1629-1695).Esseprincpiopode

    serenunciadodaseguinteforma:

    Cadapontodeumafrentedeondapodeserconsi-

    deradoumanova fontedeondassecundriasque

    se propagam em todas as direes. Em cada ins-

    tante,acurvaousuperfciequeenvolveafronteira

    dessasondassecundriasanovafrentedeonda.

    OprincpiodeHuygensummodeloouidealizao

    geomtricaessasfontessecundriasnotmexis-

    tnciareal,masumaferramentaextremamentetil

    paraadescriodefenmenosondulatrios.Asfiguras

    aseguirmostramduasaplicaesdesseprincpio.Em

    (a), frentes de ondas planas AB do origem a novas

    frentesdeondasplanas.Em(b),frentesdeondascir-

    cularesdoorigemanovasfrentesdeondascirculares.

    frente da onda

    frente da onda

    nova frente da onda

    nova frente da onda

    fontessecundrias

    ondassecundrias

    Figura a

    Figura b

    ondassecundrias

    fontessecundrias

    CompreendFisica_Fisica_vol2_PNLD2015_023a036_U1_C2.indd 29 3/26/13 1:15 PM

  • 30 UNIDADE 1 ONDAS mEcNIcAS

    Assim, na refrao, se avelocidadedepropaga-

    o(v)variaquandoaondapassadeummeiopara

    outro,daexpressov5fconclui-sequeocompri-

    mentodeondadaonda()tambmvariaveso

    diretamenteproporcionais.

    Odesvionadireodatrajetriasocorrequan-

    do a incidncia oblqua. Se a onda incide normal-

    mente superfcie de separao dos doismeios, a

    direodepropagaonosofredesvio,emboraha-

    ja refrao, pois a velocidade de propagao e o

    comprimentodeondavariam:

    Odesviopodeserdeterminadomatematicamente

    pela lei da refrao.Elarelacionaosenodongulode

    incidncia(1)eavelocidadedepropagaodaondain-

    cidente(v1)nomeio1comosenodonguloderefrao

    (2)eavelocidadedepropagao(v

    2)nomeio2.

    Aexpressomatemticadaleidarefrao:

    sen

    sen

    1

    2

    1

    2

    5

    v

    v

    Podemos tambm apresent-la de outra forma.

    Comoafrequnciadasondasdeterminadapelafre-

    qunciafdafonte,quesesupeconstante,aplicandoa

    expressov5f,temosque:

    v15

    1fev

    25

    2f

    Substituindoosvaloresdavelocidadenaexpresso

    daleidarefrao,obtemos:

    sen

    sen

    1

    2

    1

    2

    5

    Apesardeseremconhecidascomo leis, tantoa lei

    dareflexocomoaleidarefraopodemserdeduzidas

    apartirdoprincpiodeHuygens.

    6. Refrao

    Afiguraaseguirmostraodesvionadireodepro-

    pagaodeumaondaplanadevidorefrao,natra-

    vessiadomeio1paraomeio2.

    Arefrao ocorresemprequeaondaatravessa

    asuperfciedeseparaodemeiosemqueaveloci-

    dadedepropagaodaondadiferente(nessecasoa

    reflexo tambmacontece, embora seja pouco per-

    ceptvel;noarepresentamosparanosobrecarregar

    afigura).

    i

    N

    r

    v1

    s1

    s2

    v2

    1

    2 u2

    l

    u1

    l

    A figura acima representa a refrao de ondas bidi-

    mensionais.

    Asfrentesdeondasplanass1,separadaspelocompri-

    mentodeonda1,propagam-senomeio1comvelocida-

    dev1.Nomeio2,aondamudasuadireodepropagao.

    Asfrentesdeondas2estoagoraseparadaspelocompri-

    mentodeonda2etmvelocidadev

    2.

    O raio incidente i e o raio refratado rmostram essa

    mudanadedireo.

    Ongulodeincidncia1,formadopelosraiosinciden-

    tescomanormal,diferentedonguloderefrao2,for-

    madopelosraiosrefratadoscomanormal.

    Afrequncia(f)deumaondaafrequnciadafon-

    tequeagerou,porisso,comoemtodapropagaoon-

    dulatria,elasemantmconstantenarefrao.

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  • cAptUlO 2 cOrDAS vIbrANtES E ONDAS b IDImENSIONAIS 31

    E X E R C C I O S

    3. Que relaes voc pode estabelecer entre a fre-

    quncia de uma onda em u