competências chave para melhorar a governança local

8/12/2019 Competncias Chave Para Melhorar a Governana Local

1/312


2/312


3/312

Srie Liderana Eleita Local

Competncias essenciaispara uma melhor

governana local

Volume 4:Ferramentas de Treinamento


4/312


5/312


6/312

VI

So muitas as pessoas a agradecer na concretizao deste projeto:

o apoio financeiro atravs do financiamento do governo da Holanda e do

Open Society Institute; o comit de especialistas que cedeu seu tempo para

compartilhar suas idias e sabedoria; as centenas de instrutores que con-

triburam para um melhor entendimento de como fortalecer a srie; a equi-

pe de profissionais da UN-Habitat que orientou o projeto e os produtos para

um resultado positivo; e os autores principais da srie, Dr. Fred Fisher eDavid Tees.

Anna Kajumulo Tibaijuka

Diretora Executiva, UN-Habitat


7/312

VII

Prlogo

Publicada pela primeira vez em 1994, a edio inicial da srie LideranaEleita Local (LEL) foi traduzida para 25 idiomas e usada em muitasregies do mundo. Centenas de instrutores foram treinados para facilitar

oficinas de liderana eleita e centenas de milhares de funcionrios locaiseleitos e nomeados participaram dos programas de liderana usando os

materiais. Alm disso, a srie LEL foi utilizada por centenas de organizaes

no-governamentais e comunitrias para fortalecer suas habilidades e com-

petncias de gesto e liderana.

Com base no sucesso da srie original e nas constantes mudanas na go-

vernana local, desafios urbanos e o conhecimento e compreenso crescentes

sobre questes como governana e sustentabilidade, a UN-Habitat decidiu re-

visar e atualizar a srie LEL, de modo a atender s necessidades de aprendiza-

gem de uma nova gerao de lderes eleitos locais. Foi conduzida uma pesqui-sa global com usurios, e uma equipe representativa de funcionrios eleitos,

instrutores e especialistas em governana reuniu-se na sede da UN-Habitat no

fim de 2002 para revisar os dados da pesquisa, refletir sobre suas experincias

como usurios da srie original, revisar os materiais em profundidade a fim de

determinar como aperfeio-los ao mximo e chegar a um consenso sobre uma

lista abrangente de medidas recomendadas, a serem tomadas para analisar os

materiais com base em tempos de mudana e crescente demanda.

Diversos fatores ditaram o desenvolvimento desta nova srie de materiais

sobre liderana eleita local.

Foi confirmado que os papis e responsabilidades cobertos pela

srie original eram, em boa parte, ainda vlidos. As competncias

bsicas exigidas de funcionrios eleitos para desempenhar funes

de liderana dentro de suas jurisdies no mudaram.

Embora as competncias bsicas no tenham mudado, a necessi-

dade de um conhecimento mais profundo sobre tais competncias e

as habilidades para aplic-las cresceu ao longo dos anos. O mundo

est muito mais complexo, e os desafios da liderana eleita local

exigem mais do que h uma dcada.

O reservatrio de experincias valiosas sobre governana e lide-

rana eleita, e os problemas que os lderes locais enfrentam nos

complexos ambientes urbanos de hoje vm crescendo ao longo da

ltima dcada. Era tempo de usar esse reservatrio e conhecimento

como recursos para aprendizagem e desenvolvimento significativos

das lideranas eleitas.

Finalmente, na ltima dcada houve uma profunda mudana no

entendimento do que sejam uma boa governana e uma eficiente

liderana eleita. Questes de


8/312

VIII

igualdade, incluso, subsidiariedade, engajamento cvico, respon-

sabilizao, transparncia e os antigos padres de eficcia e eficin-

cia ganharam novo significado, entendimento e importncia como

obrigaes da liderana eleita e critrios para medir o desempenho

da governana.

Com base nestes fatores e na sabedoria de todos aqueles que contribu-ram para a nova srie, existem diversas mudanas fundamentais que mar-

cam este trabalho.

A srie reconhece representao e liderana como os papis e res-

ponsabilidades centrais do funcionrio eleito. Eles devem repre-

sentar seus eleitores e demonstrar liderana nessa representao.

Ambos os papis so complexos e exigentes.

A fim de cumprir esses papis e responsabilidades centrais, o lder

eleito deve ter conhecimentos e habilidades nas seguintes compe-tncias: comunicao, facilitao, uso do poder, tomada de deciso,

formulao de polticas, habilitao, negociao, financiamento,

fiscalizao e desenvolvimento institucional.

Estas competncias devem ser exercidas dentro dos princpios da

boa governana, conforme definido por padres internacionais. Es-

ses princpios estabelecem o contexto dentro do qual cada habilida-

de de competncia deve ser aplicada.

As funes de instrutor e gerente de treinamento so consideradas

essenciais para o sucesso do desenvolvimento de lideranas eleitas.

Foi elaborado um Manual do usurio abrangente para dar apoios suas iniciativas. Alm disso, quase noventa ferramentas para

treinamento individual e de governana esto disponveis para aju-

d-lo a projetar experincias de aprendizagem relevantes, com base

nas necessidades de seus eleitores.

Esperamos que os usurios considerem esta nova srie muito enrique-

cedora.

Fred Fisher e David Tees

Autores principais


9/312

IX

Agradecimentos

Apresente edio revista da srie Liderana Eleita Local beneficiou-se dascontribuies de muitas pessoas e muitos parceiros.Antes e acima de tudo, gostaramos de agradecer aos participantes da

reunio do grupo de especialistas realizada em Nyeri, Qunia, em outubrode 2002, que promoveram animadas discusses sobre as muitas facetas des-

ta srie de treinamento, seu uso em vrios pases e sobre como melhor-la

com base em sua experincia coletiva e nos resultados da pesquisa com usu-

rios anteriormente conduzida. Eles tornaram possvel um consenso sobre

importantes acrscimos, excluses e mudanas no contedo, na estrutura

e no processo dos materiais de treinamento que vo assegurar seu uso e

servios continuados a um pblico internacional formado por funcionrios

de governos locais, instituies de capacitao e seu pessoal. Suas valiosas

observaes e recomendaes deram forma estrutura e substncia destasrie revista de Liderana Eleita. A esse respeito, gostaramos de mencionar,

particularmente, as contribuies da Sra. Habiba Eid, do Centro de Desen-

volvimento Sustentvel para Treinamento e Capacitao, Egito; Sr. Artashes

Gazaryan, da SPTC/VDM, Litunia; Sra. Anna Laczkowska, do Centro de

Treinamento FSDL, Polnia; Sr. Patrick Senelart, da Habitat e Participao,

Blgica; Srs. Kulwant Singh e K.K. Pandey, do Instituto de Gesto de Assenta-

mentos Humanos (HSMI), ndia; Sr. Mohamed Soumare, do Meio Ambiente e

Desenvolvimento do Terceiro Mundo (ENDA); Sra. Ana Vasilache, da Partners

Foundation for Local Development (FPDL), Romnia; Sra. Luba Vavrova, do

Centro de Assistncia ao Governo Local, Eslovquia; Sr. Nestor Vega Jimenez,da IULA-CELCADEL, Equador; e tambm os Srs. David Tees e Fred Fisher,

que, alm de consultores, so os principais autores da srie revista.

Alm disso, gostaramos de agradecer as contribuies de diversos par-

ceiros na Pesquisa com Usurios da primeira edio da srie Liderana Elei-

ta, conduzida antes da reunio do grupo de especialistas mencionada acima.

Os resultados da pesquisa foram providenciais para fornecer informaes

agenda da reunio e para revisar e aprimorar esta srie, de forma geral. Par-

ticularmente, agradecemos as contribuies do Centro de Treinamento FSDL,

Polnia; HSMI, ndia; Habitat e Participao, Blgica; e Centro de Assistncia

ao Governo Local, Eslovquia. O Instituto de Treinamento do Governo, do

Qunia, atravs de Nelson Mongoni, Samuel Githaiga e Absalom Ayodo; e

o Meio Ambiente e Desenvolvimento do Terceiro Mundo (ENDA), atravs de

seus funcionrios Mohamed Soumare, Bachir Kanoute e Fatou Ly Ndiaye,

que tambm colaboraram com a elaborao deste manual, inclusive na Pes-

quisa com Usurios.

Este exerccio nunca se teria tornado realidade sem a iniciativa, o apoio

direto e a orientao da UN-Habitat, por intermdio de muitos de seus funcio-

nrios-chave. Somos gratos pelo apoio vital, os conselhos e as contribuies

destas pessoas, chefiadas por Gulelat Kebede, Rafael Tuts,


10/312

X

Tomasz Sudra, John Hogan, Sarika Seki-Hussey, Hawa Diallo, Mohamed

El-sioufi e Liz Case. Agradecemos, ainda, o apoio oferecido na reviso interna

destes manuais por Winnehl Tubman e Bridget Oballa.

Nosso reconhecimento muito especial aos principais autores desta srie

Liderana Eleita revista, Fred Fisher e David Tees, que trabalharam incan-

savelmente para assegurar a alta qualidade em toda sua elaborao e finali-

zao.Todas estas contribuies deram forma presente edio que, acredita-

mos, oferecer muitas oportunidades para o desenvolvimento das capacida-

des de governos locais, seus lderes e interessados.

Rafael Tuts,

Chefe da Diviso de

Treinamento e Capacitao,UN-Habitat


11/312

XI

Sumrio

Captulo 1: Viso geral ..........................................................................1

Captulo 2: Papel e competncia de representao ...........................52.1 Dando partida/aquecimento ............................................. 6 Pontos a abordar... ...........................................................72.2 Formas de representao ..................................................82.3 Lidando com a reao poltica ........................................ 112.4 Incidentes crticos na representao ................................ 13

2.5 Equilbrio entre apoio e investigao ............................... 152.6 Dinmica de dramatizao/estudo de caso: a deciso sobreo anel rodovirio ............................................................19

2.7 Planejando a aplicao do aprendizado .......................... 23

Captulo 3: A competncia de comunicao .....................................273.1 Dando partida/aquecimento ........................................... 28 Pontos a abordar... .........................................................293.2 Quantos quadrados voc v? .......................................... 303.3 Reduzindo as barreiras da comunicao ......................... 323.4 Auto-avaliao do ouvinte ..............................................343.5 Comunicao com a comunidade ................................... 373.6 Subindo a escada da inferncia ...................................... 393.7 Sondagem sobre preconceito de gnero ......................... 453.8 Planejando a aplicao do aprendizado .......................... 47

Captulo 4: A competncia de facilitao ..........................................514.1 Dando partida/aquecimento ........................................... 52 Pontos a abordar... .........................................................534.2 O que fazer com cimento ...............................................554.3 Planejando e dirigindo reunies ...................................... 58

4.4 Avaliando a produtividade das reunies .......................... 624.5 Resolvendo conflitos atravs da mediao e da

comunicao .................................................................. 644.6 Rivalidade entre mercados na Cidade do Comrcio ........704.7 Refletindo sobre a eficcia da equipe .............................. 734.8 Planejando a aplicao do aprendizado .......................... 75

Captulo 5: A competncia de uso do poder .....................................795.1 Dando partida/aquecimento ........................................... 80 Pontos a abordar... .........................................................81

5.2 A administrao poderosa ..............................................82


12/312

XII

5.3 Mapeando as relaes de poder ..................................... 835.4 Avaliando o uso do poder pelos dirigentes e suas

administraes ...............................................................865.5 Compreendendo o abuso de poder ................................ 915.6 Desenvolvendo novas culturas de poder ........................935.7 Incidentes crticos no uso do poder ................................ 94

5.8 Construindo relaes de poder compartilhado ................985.9 Planejando a aplicao do aprendizado ........................ 102

Captulo 6: A competncia de tomada de deciso .........................1076.1 Dando partida/aquecimento ......................................... 108 Pontos a abordar... .......................................................1096.2 Checklistde preferncias para a tomada de decises ....1116.3 Decises boas e ms .....................................................1126.4 Conscientizao e viso ................................................1166.5 Descoberta e anlise de problemas ............................... 119

6.6 A deciso sobre alocao de recursos ........................... 1286.7 Decises sob presso: a crise da sade pblica .............1346.8 Planejando a aplicao do aprendizado ........................ 138

Captulo 7: A competncia de formulao de polticas .................1437.1 Dando partida/aquecimento ......................................... 144 Pontos a abordar... .......................................................1457.2 Desenhos como ferramentas de anlise de polticas ......1467.3 Lembrando a experincia de formulao de polticas ....1497.4 O teste do formulador de polticas ................................ 1507.5 Fundamentos para a elaborao de polticas .................1527.6 Iniciativas polticas para proteger os direitos das

crianas ........................................................................ 1547.7 Sensibilidade de gnero em polticas pblicas ..............1577.8 Planejando a aplicao do aprendizado ........................ 160

Captulo 8: A competncia de capacitao .....................................1658.1 Dando partida/aquecimento ......................................... 166 Pontos a abordar... .......................................................1678.2 O jogo de Nove Pontos.................................................1688.3 Opes para a prestao de servios ............................. 1708.4 Mapa dosstakeholders.................................................1738.5 Articulao com jovens do sexo masculino e feminino ..1758.6 O dirigente eleito enquanto criador de redes ................1778.7 Planejando a aplicao do aprendizado ........................ 179

Captulo 9: A competncia de negociao ......................................1859.1 Dando partida/aquecimento ......................................... 186 Pontos a abordar... .......................................................1879.2 Explorando o territrio da negociao .......................... 1889.3 O dilema da cooperao/desero ................................ 191

9.4 Negociando um futuro para Centerville ........................ 1949.5 gua a custos razoveis para os bairros de baixa renda 201


13/312

XIII

9.6 Gnero e a competncia de negociao .......................2079.7 Planejando a aplicao do aprendizado ........................209

Captulo 10: A competncia financeira ...........................................21310.1 Dando partida/aquecimento ......................................... 214 Pontos a abordar... .......................................................21510.2 Troca de idias .............................................................216

10.3 Poltica/poltica no-intencional de avaliao deimpostos ......................................................................218

10.4 Avaliando as condies financeiras ............................... 22110.5 Anlise de balanos ......................................................22410.6 Envolvendo os cidados na preparao de

oramentos ..................................................................22510.7 Planejando a aplicao do aprendizado ........................227

Captulo 11: A competncia de superviso .....................................23311.1 Dando partida/aquecimento ......................................... 234

Pontos a abordar... .......................................................23511.2 Superviso e boa governana ....................................... 23711.3 Checklistpara superviso ..............................................23811.4 O mercado que nunca decolou ................................. 24011.5 Auditoria de eficincia ..................................................24111.6 Lutando contra a corrupo tarefa de quem? ...........24511.7 Planejando a aplicao do aprendizado ........................247

Captulo 12: A competncia de desenvolvimento institucional .....25112.1 Dando partida/aquecimento ......................................... 252

Pontos a abordar... .......................................................25312.2 Qual o problema? ......................................................25412.3 Relatrio de boa governana ........................................ 25612.4 Planejando uma fora de trabalho diferenciada ............25812.5 Incidentes crticos no desenvolvimento institucional ......26012.6 Mudando a cultura .......................................................26212.7 Planejando a aplicao do aprendizado ........................265

Captulo 13: O papel e a competncia de liderana .......................26913.1 Dando partida/aquecimento ......................................... 270

Pontos a abordar... .......................................................27113.2 Um quadro de liderana ..............................................27313.3 Paradoxos da liderana eleita ........................................ 27413.4 Liderana e boa governana ......................................... 27513.5 Checklistda igualdade de gneros ................................ 27813.6 Liderana e gesto da corrupo .................................. 28013.7 Avaliando o desempenho do lder eleito ......................28613.8 Comemorao consciente do aprendizado ..................29013.9 Planejando a aplicao do aprendizado ........................292


14/312


15/312

CAPTULO 1 : VISO GERAL 1

Visogeral

Captulo 1:Viso geral

As Ferramentas de Treinamento que constam no Volume 4 da SrieLideranas Locais Eleitas do Programa UN-Habitat, so preparadaspara ajudar os treinadores e facilitadores a organizar eventos de treina-

mento com base nas idias e conceitos contidos no Volume 3 Conceitos

e Estratgias. Esses dois volumes so precedidos e complementados pelo

Volume 2 Guia do Usurio e pelo Volume 1 Guia Breve. A srie revisadado UN-Habitat composta por esses quatro volumes e apresenta dois papis

e dez competncias essenciais para cada autoridade pblica eleita servir sua

comunidade local. Os papis so a representao e a liderana. As dez com-

petncias incluem: comunicao, facilitao, formulao de polticas, tomada

de deciso, delegao, superviso, finanas, desenvolvimento institucional,

uso do poder e negociao.

No contexto desta srie, o termo ferramenta usado como uma metfo-

ra para as melhores formas de se chegar a um fim especfico, reconhecendo

a importncia das ferramentas corretas para a realizao bem sucedida de

qualquer tarefa. Da mesma maneira, a tarefa do treinador escolher a ferra-menta de aprendizado correta a fim de auxiliar os participantes do treinamen-

to a adquirir o conhecimento e as habilidades necessrias para desempenhar

as importantes exigncias de seu trabalho. Com isto em mente, o Volume 4

oferece aos treinadores uma srie de atividades para desenvolver habilidades

e conhecimento, que so ferramentas para ajudar os participantes a desen-

volverem suas habilidades em uma competncia ou papel especfico.

As ferramentas de treinamento foram selecionadas e organizadas com

muito cuidado e includas em cada caixa de ferramentas dos vrios captu-

los que representam os dois papis e as dez competncias. O conjunto inclui

ferramentas que oferecem aos participantes novos conceitos para reflexo,

gerando novas oportunidades de auto-descoberta que vo encoraj-los a ex-

perimentar outras maneiras de fazer as coisas e a escolher formas diferentes

de utilizar aquilo que aprenderam, quando voltarem para casa e para os seus

respectivos papis de liderana. Existem tambm ferramentas para ajudar

os participantes a se conhecerem e a se sentirem confortveis mais rapida-

mente em um ambiente de aprendizado desconhecido. Cada caixa de ferra-

mentas inclui atividades para aumentar os nveis de energia em um grupo de

participantes, bem como outras para inspirar o pensamento criativo ou uma

maior abertura s diferentes alternativas. Todas as ferramentas baseiam-seem princpios de aprendizado experimental e so formuladas para incentivar

uma vigorosa interao entre os participantes da oficina.


16/312

2 COMPETNCIAS CHAVE PARA MELHORAR A GOVERNANA LOCAL FERRAMENTAS DE TREINAMENTO

As ferramentas de cada captulo foram seqenciadas a fim de facilitar

um processo de aprendizado ordenado. Embora elas possam ser usadas como

esto para organizar uma oficina de liderana eleita, esta no foi a nossa in-

teno original. Ns vemos este agrupamento de ferramentas apenas como

uma alternativa de formulao. Cada treinador dever alterar o contedo das

ferramentas, bem como a ordem em que elas sero utilizadas. Outros mate-

riais podem e devem ser adicionados, para assegurar que a experincia deaprendizado oferecida seja relevante para as necessidades de aprendizado

dos participantes. J que foram includos mais de doze desenhos diferentes

de oficinas na srie LEL, o treinador criativo tem uma srie de oportunidades

de tirar proveito das ferramentas de outras caixas da srie, ou mesmo de fer-

ramentas de outras fontes, a fim de enriquecer o contedo de uma outra caixa

de ferramentas. Caso voc ainda no tenha observado, os exerccios Oportu-

nidade de Reflexo que constam dos vrios volumes da srie, particularmente

do Volume 3 Conceitos e Estratgias podem ser facilmente adaptados para

complementar as caixas de ferramentas.As ferramentas de abertura e fechamento so as mesmas em cada caixa

de ferramentas, com pequenas variaes ligadas aos diferentes assuntos de

seus respectivos captulos. Caso voc esteja planejando utilizar todos os ca-

ptulos com todos os dez papis e competncias - o que esperamos que voc

realmente faa - essas ferramentas de abertura e fechamento se tornaro

muito montonas. Pedimos desculpas pela repetio e incentivamos voc a

aplicar seus talentos criativos a esses importantes segmentos de cada evento

de aprendizado experimental, medida que for concludo o primeiro evento

de nossa srie.

A ferramenta de abertura para cada papel ou competncia contm orien-tao sobre como dinamizar um novo grupo de participantes, bem como co-

mentrios introdutrios e sugestes que ajudaro o treinador a ter sucesso

ao dar incio s oficinas. Caso voc deseje planejar mais do que uma oficina

para os lderes eleitos do poder pblico utilizando esta srie, a ferramenta de

abertura de cada captulo que representa um papel ou competncia, com cer-

teza, vai precisar ser adaptada. A ferramenta de fechamento de cada captulo

foi criada como uma ponte para facilitar que os participantes caminhem da

terra do aprendizado para a terra da prtica. Esta ferramenta ir lembrar

aos participantes que esto iniciando a caminhada um antigo provrbio rus-

so: Voc no pode comprar sabedoria em outras terras, se ela no existir em

sua ptria. Esta ferramenta pode ser repetida para dar continuidade ao de-

senvolvimento de um contrato de auto-gesto de aprendizado.

Finalmente, encorajamos voc a planejar programas que incluam todos

os Papis e Competncias apresentados nesta srie. Quando fizemos a revi-

so desta nova srie, ficamos impressionados ao verificar as vrias maneiras

como as competncias individuais complementam umas s outras. Obvia-

mente, todas as competncias so essenciais para os papis e responsabilida-

des fundamentais e cruciais das lideranas eleitas. Ser enorme o aprendiza-

do obtido atravs de um programa envolvendo todos os volumes. Desejamosa voc e aos participantes muitas experincias de aprendizado produtivas e

divertidas.


17/312

CAPTULO 1 : VISO GERAL 3

Visogeral

Observaes mais detalhadas sobre a Srie Lideranas Locais Eleitas po-dem ser encontradas no Captulo 1 do Volume 3 Conceitos e Estratgias.

Observao para os Usurios: Muitos dos exerccios includos neste e nos outros

volumes da srie LEL tm valor fora do prprio local da oficina, como ferramentas de

aprendizado on-the-job. O uso criativo dessas ferramentas, junto com a prtica diria

dos lderes eleitos, poder ajud-los a analisar mais profundamente, interpretar e

aprender em primeira mo, a partir de suas prprias experincias.


18/312


19/312

Rep

resentao

CAPTULO 2 : PAPEL E COMPETNCIA DE REPRESENTAO 5

Captulo 2Papel e competncia

de representao

Contedo

Uma breve descrio de cada atividade de aprendizado desta caixa de ferramentas apre-sentada abaixo, com uma aproximao do tempo necessrio. Voc tem liberdade paraalterar a ordem das atividades, omitir ou acrescentar alguma coisa, de acordo com o seuprprio estilo ou a situao vivenciada.

2.1 Dando partida/aquecimento

Estabelea um clima de aprendizado que encoraje o envolvimento proativo dos parti-cipantes com as idias e conceitos relativos competncia e com os seus parceiros deaprendizado. (60 minutos)

2.2 Formas de representao

Ajude os participantes a se inteirarem das diversas maneiras como os representantes p-blicos eleitos podem definir seus papis na representao dos interesses de seus eleitores.(60 minutos)

2.3 Lidando com a reao poltica

D aos participantes a oportunidade de analisar o custo poltico para que uma autoridadepblica eleita assuma uma posio sobre uma questo que parece violar uma promessade campanha. (60 minutos)

2.4 Incidentes crticos na representao

Ajude os participantes a ter uma viso dos dilemas tpicos que surgem no processo derepresentao e como eles podem ser geridos com sucesso (60 minutos).

2.5 Equilbrio entre apoio e investigao

Oferea aos participantes habilidades prticas no uso equilibrado de advocgar e investiga-o, quando esto envolvidos em conversas com seus eleitores. (60-75 minutos).

2.6 Dinmica / estudo de caso: a deciso sobre o anel rodovirio

D aos participantes uma oportunidade de tomar uma deciso que parece representar osmelhores interesses da comunidade como um todo, em meio a reivindicaes de interes-ses conflitantes dos poderosos e vises diferentes entre os prprios tomadores de decisosobre quais os interesses que devem ser representados. (120 minutos).

2.7 Planejando a aplicao do aprendizado

D aos participantes uma oportunidade de refletir sobre os insightse habilidades adqui-ridos a partir desta experincia de aprendizado e de planejar formas especficas de utilizar

o que aprenderam a fim de melhorar a maneira como eles desempenham seus papisrepresentativos. (30 minutos).


20/312



Objetivo

O objetivo desta atividade estabelecer um clima de aprendizado junto aos

participantes, buscando um envolvimento participativo com as idias e con-ceitos relativos competncia de representao, bem como uns com os ou-

tros, como parceiros de aprendizado.

Tempo requerido: 60 minutos

Processo

1. D incio dando as boas-vindas aos presentes ao programa sobre o papel

e a competncia de representao, que faz parte da Srie LEL (Lideranas

Locais Eleitas) do Programa UN-Habitat. Apresente-se e diga algumas

coisas sobre o seu backgrounde experincia. Continue com uma das se-

guintes atividades ou outra dinmica que voc preferir usar para que os

participantes possam conhecer uns aos outros.

Uma possibilidade simplesmente pedir que cada um se apresente,

dizendo o seu nome, local onde trabalha, quantos mandatos j teve

e qual a sua expectativa em relao participao no programa.

Uma outra possibilidade pedir que os participantes entrevistem

uns aos outros e ento apresentem os seus colegas aos demais par-

ticipantes.

Outra atividade que pode ser usada para substituir a anterior,

ou para complement-la, pedir aos participantes que se renam

no centro da sala e formem uma fila, colocando na frente os que

tiverem o maior nmero de anos de mandato e atrs da fila os

que tiverem servido menos anos, enfileirando os demais de acordocom o nmero de anos de servio. Isto pode ser seguido de auto-

apresentaes.

Observao: correto supor que os participantes de uma das oficinas de lideranas

eleitas, na maioria dos casos, sero desconhecidos uns dos outros. Entre as pergun-

tas que eles traro consigo esto: Quem mais vai participar? O que ns vamos fazer

juntos? O que se espera de mim? Sua funo responder a estas perguntas no

incio, logo que os participantes tiverem o primeiro contato com voc e uns com os

outros. Preparamos um texto cobrindo os principais pontos que julgamos necessrios

ao responder as perguntas sobre o programa (ver Sugesto para a frase de aberturana prxima pgina). Convidamos voc a alterar o texto vontade, de acordo com a

situao. Quanto s perguntas uns sobre os outros, voc pode escolher entre uma

variedade de atividades de aquecimento, cujo objetivo apresentar os participantes

entre si e coloc-los bem vontade no papel de aprendizes.


21/312

Rep

resentao


Uma terceira sugesto pedir que os participantes fiquem no cen-

tro da sala e criem um mapa, organizando o grupo dentro do es-

pao de acordo com a localizao geogrfica dentro de seus respec-

tivos pases. Esta atividade e a anterior podem servir de introduo

ou de quebra-gelo.

2. Quando achar que os participantes esto vontade uns com os outrose com o ambiente, utilize as falas seguintes como um esboo para uma

palavra introdutria de 5 a 10 minutos sobre o treinamento. Ns opta-

mos por sugerir alguns pontos, em vez de passar um script completo, a

fim de encorajar voc a adotar uma abordagem mais improvisada. Voc

pode melhorar esta lista de pontos, usando o material do Captulo 2 do

Volume 3, complementando com suas prprias idias.

Pontos a abordar...... sobre o papel e a competncia da representao

A representao o papel mais importante e desafiador de um diri-

gente eleito.

Voc representa interesses conflitantes das comunidades eco-

nmicos, sociais, religiosos, tnicos, de gnero e idade citando

apenas alguns.

Esses interesses conflitantes sempre encontram dificuldade em

compreender o quadro maior que deve ser a sua viso panormi-ca como autoridade eleita.

Nunca haver recursos suficientes para voc atender a todas as

necessidades e interesses de seus eleitores, sendo necessrio fazer

escolhas difceis e buscar solues conciliatrias entre as necessi-

dades de longo e curto-prazo.

O seu apoio a um projeto que envolve o comprometimento de ver-

bas municipais a longo prazo - por exemplo, para um sistema de

transporte coletivo - s custas de necessidades de curto-prazo por

exemplo, asfaltar as ruas do bairro poder custar-lhe alguns vo-

tos nas prximas eleies.

Esses dilemas da representao so inevitveis. Eles fazem parte

da trajetria dos que se aventuram no mundo da governana local.

Importantes estratgias de representao para o poltico bem suce-

dido envolvem a construo de parcerias duradouras com grupos

pblicos e privados que tm a capacidade de fazer as coisas acon-

tecer dentro da comunidade.

Outras estratgias para o sucesso no papel de representao en-

volvem incentivar a participao e a tomada de deciso entre a co-

munidade de base, envolvendo aqueles cidados mais intimamenteafetados pelas polticas e programas do governo local.

A tcnica de equilibrar apoio dizer o que voc pensa com fora e


22/312


convico com investigao questionar de forma crtica o seu

prprio raciocnio e pedirfeedbackdos eleitores envolvidos va-

liosa para se alcanar sucesso em dominar os difceis desafios da

representao.

...sobre a oficina

A sua participao nesta oficina deve ser informativa, envolvente e

agradvel.

O contedo est baseado nas melhores referncias que existem so-

bre liderana eleita e o papel e a competncia da representao.

A abordagem ao aprendizado interativa e diferente das aborda-

gens pedaggicas baseadas em aulas expositivas, to comuns nos

treinamentos.

Encorajamos voc a dizer o que pensa e a compartilhar suas ex-

perincias como representante com os demais participantes, queestaro fazendo o mesmo.

...sobre o papel da participao efetiva

Oua bem para compreender e mantenha a sua mente aberta sobre

as idias e conceitos introduzidos.

Diga o que voc realmente pensa e pea esclarecimentos quando

no entender algo que est sendo discutido.

Desafie os pontos de vistas e pressupostos diferentes dos seus e

pea explicaes e justificativas.Antes do final da oficina, comprometa-se a colocar em prtica o que

aprendeu de novo quando voltar s suas responsabilidades como

representante eleito.

2.2 Formas de representao

Objetivo

O objetivo deste exerccio ajudar os participantes a identificar e planejar mu-

danas em suas formas de representao mais caractersticas, como homens

e mulheres eleitos pelo pblico, e nos departamentos onde eles servem.


Processo

1. D a cada participante uma cpia da Apostila 2.2A, contendo duas pes-

quisas. Uma delas ser usada pelos participantes para identificar as


23/312

Rep

resentao


suas formas de representao mais caractersticas neste momento e as

formas que eles aspiram para o futuro. A outra pesquisa para ser usa-

da da mesma forma para os setores pblicos onde eles servem. Diga aos

participantes para responderem sozinhos s duas pesquisas, reservando

15 minutos para que eles completem a tarefa.

2. Quando os participantes tiverem completado a tarefa, divida-os em pe-

quenos grupos. Pea aos participantes de cada grupo para consolidaremos resultados em folhas de papel jornal, analise os resultados e discuta

as respostas s seguintes perguntas:

O que vocs observam sobre os resultados do seu levantamento

individual, comparados com os resultados de todas as entidades

eleitas, como vocs explicam a variao?

Onde se encontram as lacunas mais significativas entre as formas

de representao atuais e no futuro? Quais as implicaes disto?

3. Aps 30 minutos, rena novamente os participantes. Pea a cada grupo

para afixar na parede os seus resultados e dizer quais as respostas dogrupo s duas perguntas. Incentive o grupo a discutir as lacunas que

identificaram e suas implicaes para uma representao mais eficaz dos

grupos eleitos.

Apostila 2.2.A: Pesquisa sobre representao

Tarefa da Pesquisa

Reserve alguns minutos para completar as pesquisas sobre prticas atuais efuturas no papel de representao. Ambas as pesquisas incluem oito manei-

ras diferentes como os dirigentes eleitos desempenham seu papel de repre-

sentao. A Pesquisa No. 1 Representao Eu Prprio(a), deve ser usada

para voc avaliar seu prprio desempenho, indicando ao lado de cada um dos

oito papis de representao tpicos de como voc enxerga aquele papel:

(1) no aplicvel a voc como representante

(2) aplicvel de um certo modo, ou

(3) muito aplicvel

Classifique primeiro o seu desempenho nas trs colunas esquerda, que

refletem como voc se v agora. Em seguida, classifique o seu desempenho

nas trs colunas da direita, marcando como voc gostaria de se ver no fu-

turo. Termine desenhando uma linha vertical ligando a pontuao agora e

outra linha vertical ligando a pontuao futuro. Observe os papis nos quais

existe uma distncia maior entre a situao como voc se v hoje e no futuro.

Estas so reas onde existe necessidade de mais mudanas em seu desempe-

nho como representante.

Quando tiver completado a primeira pesquisa, v para a Pesquisa No. 2

Representao O Governo Eleito. Complete esta pesquisa da mesma ma-neira com relao ao governo qual voc faz parte. Novamente, use as linhas


24/312


verticais para identificar as formas de representao que precisam ser mais

trabalhadas pelos seus colegas eleitos.

Pesquisa No. 1: Representao Eu Prprio(a)

Escala:

Onde eu me vejo agora:

1 = de forma nenhuma2 = de uma certa forma3 = muito

Onde eu gostaria de me ver no futuro:


Forma de Representao: Agora Futuro

Representante: Eu expresso da forma mais clarapossvel as opinies dos cidados que represento ebusco a orientao deles para tomar decises

Administrador: Eu levo em considerao o queparece ser o melhor para a comunidade como

um todo e ento ajo com base no meu melhorjulgamento

Elitista: Eu ignoro as reivindicaes da maioria doseleitores e ajo de forma a direcionar os recursospara o benefcio dos grupos de renda mais elevadae da comunidade empresarial

Universalista: Eu atendo s necessidades de todosos cidados usando critrios de necessidade relati-va, a fim de decidir como distribuir os recursos

Protetor: Eu obtenho o mximo possvel de recursospara os meus eleitores e busco dar-lhes um trata-mento especial

Padrinho: Eu desejo ser reconhecido por dar umtratamento ou prestar um servio especial aoseleitores que me apoiaram no passado

Ombudsman: Meu negcio intervir sempre quenecessrio para resolver problemas entre eleitorese agncias.

Solucionador: Eu tento resolver os problemas, tra-tando diretamente deles, buscando a intervenode funcionrios ou supervisionando a soluo.

Pesquisa No. 2: Representao O Governo Eleito

Escala:

Onde eu nos vejo agora:


Onde eu gostaria de nos ver no futuro:


Forma de Representao: Agora Futuro

Representante: Ns expressamos da forma maisclara possvel as opinies dos cidados querepresentamos e buscamos a orientao deles para

tomar decises


25/312

Rep

resentao


Conselheiro: Ns levamos em considerao o queparece ser o melhor para a comunidade como umtodo e ento agimos com base em nosso melhorjulgamento

Elitista: Ns ignoramos as reivindicaes da maioriados eleitores e agimos de forma a direcionar osrecursos para o benefcio dos grupos de renda maiselevada e da comunidade empresarial

Universalista: Ns atendemos s necessidades detodos os cidados usando critrios de necessidaderelativa, a fim de decidir como distribuir os recursos

Protetor: Ns obtemos o mximo possvel de recur-sos para os nossos eleitores e buscamos dar-lhesum tratamento especial

Padrinho: Ns desejamos ser reconhecidos por darum tratamento ou prestar um servio especial aoseleitores que nos apoiaram no passado

Ombudsman: O nosso negcio intervir sempreque necessrio para resolver problemas entre

eleitores e agncias.

Solucionador: Ns tentamos resolver os problemas,tratando diretamente deles, buscando a interven-o de funcionrios ou supervisionando a soluo.

2.3 Lidando com a reao poltica

Objetivo

Este estudo de caso dar aos participantes uma oportunidade de analisar os

custos polticos para as autoridades eleitas de assumir uma posio sobre

uma questo que parece violar uma promessa de campanha.


Processo

1. Distribuir cpias da Apostila 2.3 A e pedir que os participantes leiam o

caso. Aps a leitura, dividir os participantes em pequenos grupos de cinco

a sete pessoas. Dar a cada grupo pequeno a tarefa de responder as trs

perguntas que aparecem ao final do caso.2. Depois de uns 20 minutos de discusso nos pequenos grupos, reunir

os participantes novamente e pedir que relatem as discusses em cada

Nota:O caso pode ser usado da melhor forma possvel junto com a Ferramenta 2.2,

que envolve os participantes em uma discusso sobre vrias formas de representao.


26/312


grupo. Encorajar uma discusso geral sobre o tema administrao res-

ponsvel, um exerccio de julgamento independente sobre o que melhor

para os eleitores e que pode ser visto como um desvio dos desejos da

maioria.

Apostila 2.3 A: O parecer da minoria (minority report)

Dentro de poucas semanas, os eleitores de uma cidade de mdio porte vo

analisar os mritos da emisso de bnus para financiar o primeiro sistema

de transporte pblico da cidade. Duas iniciativas anteriores de bnus para

um sistema de transporte pblico no tiveram xito nas pesquisas. O prefeito

e a maioria dos representantes da administrao pblica local chegaram

concluso de que os fracassos no passado se deviam tentativa de incluso

do servio integrado de transporte ferrovirio no pacote. Eles so a favor da

remoo do servio de trens urbanos desta vez, substitudo por uma frota demicro-nibus como alternativa de escolha para o transporte de passageiros

de casa para o trabalho em uma cidade vizinha. Eles acreditam que essa

abordagem seja a melhor para lidar com aquilo que eles vem como uma forte

oposio da comunidade aos trens.

Uma dirigente eleita tem outra opinio. Em seu segundo mandato na ad-

ministrao local, ela apia fortemente um sistema de transporte pblico para

a comunidade, posio que ela compartilha com a maioria dos moradores do

bairro que ela representa. A remoo do transporte ferrovirio integrado do

pacote um erro grave, segundo o seu ponto de vista. Se no comearem a

construir um sistema integrado ao transporte ferrovirio dentro dos prximoscinco anos, ficar seriamente prejudicada a participao da cidade em uma

rede de transporte regional que est sendo desenvolvida com financiamento

do governo central. Apesar do seu apoio ao transporte pblico, ela se ope

abordagem light apoiada pelos seus colegas de governo. Aps uma profunda

anlise da questo, a representante pblica vota contra a resoluo de colocar

a questo do transporte na cdula de eleies sem a incluso de financiamen-

to para um sistema integrado ao transporte ferrovirio.

Seis meses aps, a proposta autorizada pela administrao local aparece

na cdula para a anlise dos eleitores. A proposta derrotada por uma vasta

maioria.

Perguntas

1. Qual a obrigao dos administradores pblicos eleitos de tornar pblica

a sua posio aos seus eleitores antes de declarar uma posio sobre a

questo dos transportes?

2. Que risco uma autoridade eleita corre ao declarar aos eleitores do bairro

uma posio sobre a questo que no parece estar de acordo com suas

promessas de campanha?3. Que tipo de controle de danos voc recomendaria quela governante

eleita para justificar sua posio junto aos seus eleitores?


27/312

Rep

resentao


2.4 Incidentes crticos na representao

Objetivo

Este exerccio vai ajudar os participantes a terem uma viso mais ampla so-

bre os tpicos dilemas que ocorrem no processo de representao, mostrandocomo eles podem ser administrados com xito.


Processo

1. D a cada participante uma cpia da Apostila 2.4 A, que se encontra na

prxima pgina. Diga que eles tm 20 minutos para completar o exerc-

cio, seguindo as instrues.

2. Aps os 20 minutos, divida os participantes em pequenos grupos e separeum canto para cada grupo trabalhar separadamente, fornecendo papel e

pincis atmicos. Cada grupo ter 40 minutos para completar as seguin-

tes tarefas:

Cada membro do grupo ter 3 minutos para descrever seus inci-

dentes crticos.

Na folha de papel jornal, faa uma lista dos fracassos mais comuns

dos governantes eleitos em relao a esses incidentes, ao represen-

tar adequadamente os interesses de seus eleitores.

Escolher pelo menos 4 coisas que podero ser feitas pelos lderes

em situaes como estas, a fim de representar de forma mais eficaz

os interesses de seus eleitores e escreva essas aes na folha de

papel.

3. Quando os participantes se reunirem novamente, pedir que cada grupo

relate a sua experincia. Discutir as semelhanas e diferenas entre os

grupos. Encorajar os homens e as mulheres a servirem de porta-voz para

os seus respectivos grupos.

Observao: Os incidentes crticos so dilemas que acontecem a partir do conheci-

mento ou da experincia real dos participantes. Eles foram criados para ser possveis

de acontecer e comuns experincia de cada participante. Geralmente os incidentes

crticos no sugerem uma resposta correta ou uma soluo, podendo provocar

confuso e incerteza nos participantes sobre o que deve ser feito. E eles devem fazer

exatamente isto. Trabalhar com cada incidente levar os participantes a se envolv-

erem ativamente na anlise e discusso.


28/312


Apostila 2.4 A Quando os representantes no representam

Reserve alguns minutos para lembrar uma situao que aconteceu durante

o seu mandato e onde houve uma falha do governo como um todo, ou dos

membros individualmente, em representar de forma adequada os interesses

dos eleitores. A situao pode envolver pessoas influentes na comunidade, ou

um grupo amotinado, que acusou o governo de fazer alguma coisa ou de seomitir e no dar aos cidados uma justificativa ou uma oportunidade de se

manifestar ou dar suas opinies. Quando voc se lembrar de uma situao

como esta, tome nota no espao reservado abaixo.

Qual foi a situao?

..................................................................................................................

..................................................................................................................

..................................................................................................................

..................................................................................................................

O que os governantes fizeram ou deixaram de fazer?

..................................................................................................................

..................................................................................................................

..................................................................................................................

..................................................................................................................

Quem eram os principais stakeholders?

..................................................................................................................

..................................................................................................................

..................................................................................................................

..................................................................................................................


29/312

Rep

resentao


Como os seus interesses foram violados ou ignorados?

..................................................................................................................

..................................................................................................................

..................................................................................................................

..................................................................................................................

Quais foram as conseqncias da ao ou da omisso do governo?

..................................................................................................................

..................................................................................................................

..................................................................................................................

..................................................................................................................

O que voc e seus colegas fariam diferente se pudessem revisitar a situao?

..................................................................................................................

..................................................................................................................

..................................................................................................................

..................................................................................................................

2.5 Equilbrio entre apoio e investigao

Objetivo

Este exerccio dar aos participantes uma oportunidade prtica para o

uso equilibrado de apoio e investigao, quando estiverem envolvidos em con-

versas com seus eleitores.

O valor deste exerccio aumentar significativamente se ele for prece-

dido de uma explicao sobre o equilbrio adequado entre apoio apresentar

o seu ponto de vista de forma convincente e investigao perguntar o que

os outros cidados pensam e porque eles pensam assim. As informaes so-

bre como essas tcnicas podem ser combinadas de maneira eficaz no dilogo

com os constituintes encontra-se no Volume 3 Captulo 3 Competncia deComunicao.


30/312


Tempo requerido: 60-75 minutos

Processo

1. D a cada participante uma cpia da Apostila 2.5 A, que se encontra na

pgina seguinte e que contm uma descrio dos comportamentos utili-

zados pelas pessoas que fazem um uso equilibrado e eficaz das tcnicasde apoio e investigao quando esto engajados em dilogo com seus

constituintes. Se possvel, distribuir as cpias aos participantes com an-

tecedncia, dando instrues para que eles leiam antes de participar do

exerccio.

2. Quando os participantes tiverem lido o texto, pea a eles que se dividam

em grupos de trs. Cada grupo vai combinar um tpico controvertido

que servir de base para o incio de uma conversa, por exemplo, o inves-

timento de fundos pblicos na preveno da AIDS. Dois participantes,

cada um assumindo uma posio diferente sobre a questo, iniciam umdilogo de uns 10 minutos sobre o tpico escolhido, cada um deles ado-

tando uma opinio contrria sobre a questo. Para que a situao fique

mais realista, um deles deve assumir o papel de um governante bem

conservador, e o outro, o de um cidado bem informado, quem sabe, no

papel de pai ou me de uma vtima de AIDS.

3. Para a primeira rodada, dois membros do grupo vo conversar utilizan-

do as tcnicas de apoio e investigao descritas na apostila. O terceiro

membro observa a conversa e toma nota sobre o desempenho dos outros

dois, usando uma folha do observador (ver Apostila 2.5 B). Ao final da

conversa, o observador relata as reaes, com base em sua observao.Depois desta etapa, os membros trocam seus papis e completam mais

duas rodadas, seguindo as mesmas instrues.

4. Ao final da terceira rodada, os participantes se renem novamente no

grupo maior, para discutir suas reaes s tcnicas de apoio e investiga-

o, como uma forma de estabelecer melhores relacionamentos com os

constituintes e fortalecer reputaes com integridade.

Apostila 2.5 A Equilbrio entre Apoio e Investigao

Uma reclamao comum dos cidados sobre seus representantes eleitos

: Eles no nos ouvem. Se forem honestos consigo mesmos, grande parte

dos representantes eleitos vo concordar com esta crtica. A boa conversa

uma arte. O domnio desta arte pode ser um dos melhores amigos que um

governante pode ter. Uma importante ferramenta para o representante eleito

que deseja ser um mestre na arte da conversa conseguir equilibrar apoio

apresentar e argir de forma convincente sobre um ponto de vista e in-

vestigao encorajar outras pessoas a questionar o ponto de vista que est

sendo defendido e ouvir cuidadosamente o que est sendo dito. Em outraspalavras, equilibrar apoio e investigao envolve tornar mais visvel tanto o


31/312

Rep

resentao


seu processo de raciocnio, como o dos seus constituintes, quando esto en-

volvidos em um dilogo.

Grande parte dos governantes eleitos aprendeu a ser bons defenso-

res de seus pontos de vistas s custas de serem bons investigadores. Esta

apostila contm instrues para a utilizao de ambas as tcnicas, com al-

guns exemplos de frases que podem ser usadas em conversa com um ou mais

cidados.

O que dizer quando se est defendendo um ponto de vista?

Deixe claras as suposies que subjazem sua posio e use fatos

para descrever como voc chegou a esta posio. O que eu penso

... e estes so os motivos....

Explique os argumentos que servem de base sua posio: Eu

supus que...

Seja explcito quanto maneira como voc chegou a adotar esteponto de vista: Eu cheguei a esta concluso porque...

Explique melhor o seu ponto de vista, explicitando quem ser afe-

tado, como eles sero afetados e porque: Se eu fizer isto, sabemos

que... ser beneficiado... porque...

D exemplos concretos que apiem a sua posio ou exemplos hi-

potticos, se estiver atuando em territrio novo: Para voc ter uma

viso clara do que eu estou dizendo, imagine que voc seja... e que

acabe sendo afetado por...

Tente imaginar o ponto de vista de seus constituintes sobre aquilo

que voc est dizendo.

Como testar a sua posio junto aos seus constituintes...

Encoraje os seus constituintes a analisarem os seus fatos e suposi-

es: O que voc acha do que estou dizendo? Voc est vendo algo

errado? O que voc pode acrescentar ao que foi dito?

Evite ficar na defensiva, particularmente se um oponente poltico

estiver presente.

Encoraje a participao dos constituintes, indicando pontos sobre

os quais voc ainda tem dvidas em relao posio que est de-

fendendo: Ser que voc poderia me ajudar com este ponto?

Oua atentamente, permanea aberto e encoraje as outras pessoas

a expressarem seus pontos de vista: Voc tem um ponto de vista

diferente?

Como testar a sua posio junto aos seus constituintes...

Encoraje os seus constituintes a analisarem os seus fatos e suposi-

es: O que voc acha do que estou dizendo? Voc est vendo algoerrado? O que voc pode acrescentar ao que foi dito?


32/312


Evite ficar na defensiva, particularmente se um oponente poltico

estiver presente.

Encoraje a participao dos constituintes, indicando pontos sobre

os quais voc ainda tem dvidas em relao posio que est de-

fendendo: Ser que voc poderia me ajudar com este ponto?

Oua atentamente, permanea aberto e encoraje as outras pessoas

a expressarem seus pontos de vista: Voc tem um ponto de vistadiferente?

Ajude os seus constituintes a explorar seu prprio ponto de vista

sobre o tpico: Qual a importncia disto? Como isto se conecta

com o que acabamos de dizer?

Explique porque voc est interessado no ponto de vista dos de-

mais: Eu quero saber mais sobre o assunto porque...

Questione o que eles esto dizendo, fazendo perguntas que no po-

dem ser respondidas com um simples sim ou no: Como a sua

proposta afetaria...? Poderia dar um exemplo para que eu possacompreender melhor...?

Confirme se est entendendo realmente o que eles esto dizendo:

Em outras palavras, o que esto dizendo ...

Oua buscando uma forma de compreenso diferente que conduza

voc e a outra pessoa a um nvel mais elevado de entendimento e

apreciao do ponto de vista um do outro.

Apostila 2.5 B: Esboo do observador

Instrues: Durante o dilogo entre os seus parceiros, preste bastante aten-

o ao fluxo da conversa. Utilize esta folha para fazer algumas observaes

sobre a forma como cada um deles esto usando apoio e investigao. Esteja

preparado para discutir suas observaes com eles antes de trocar de pa-

pis.

Parceiro no. 1 Parceiro no. 2Ao defender um ponto de vista, com que freqnciaeste parceiro:

Afirmou suas idias ou opinies sobre o assunto de forma

clara para que o parceiro pudesse enxerg-las com clareza?

Deixou claros os pressupostos sobre os quais suas opinies eidias se baseiam?

Apresentou fatos, e no opinies ou casos, para apoiar eesclarecer sua linha de raciocnio?

Convidou o parceiro a contribuir com suas prprias idias?

Evitou uma atitude defensiva quando questionado?


33/312

Rep

resentao


Parceiro no. 1 Parceiro no. 2 Ao investigar, com que freqncia este parceiro:

Fez perguntas sobre as suposies do outro?

Fez perguntas que contriburam para um maior entendimen-to do seu ponto de vista?

Ouviu sem julgamento, com ateno e sem interromper afala do outro?

2.6 Dinmica / estudo de caso: a deciso sobre o anelrodovirio

Objetivo

Este exerccio dar aos participantes uma oportunidade de tomar uma deciso

que parece representar os melhores interesses da comunidade como um todo,em meio a exigncias contraditrias de interesses dos poderosos e pontos de

vista diferentes entre os prprios tomadores de deciso sobre quais os interes-

ses que devem ser representados.


Processo

1. Diga aos participantes que eles vo participar de uma dinmica de dra-matizao em que vo se envolver numa situao relativa compra de

terra por um governo local para completar a aquisio de direito de pas-

sagem para um anel rodovirio. Pea a participao de 11 voluntrios,

tentando envolver homens e mulheres a fim de assegurar um bom mix

de papis e evitar esteretipos. Explique que cinco voluntrios assumi-

ro o papel de dirigentes eleitos para um poder pblico local. Trs dos

cinco faro os papis de representante, elitista e defensor de uma causa,

respectivamente. Dois deles vo assumir papis de administradores. Os

outros seis assumiro papis de naturalista, professor, porta-voz do bair-

ro, agente imobilirio, representante de associao dos contribuintes e

engenheiro de trfego da cidade. Pea aos que no esto participando da

dinmica para serem os cidados interessados durante uma audincia

pblica sobre a proposta de compra do terreno.

2. D a cada participante uma tira de papel da Apostila 2.6 A, correspon-

dendo ao papel que cada um vai desempenhar.

Obs.: voc pode copiar da Apostila 2.2 A uma descrio dos papis de representao

das autoridades pblicas como lembrete aos cinco participantes que esto desem-

penhando esses papis.


34/312


3. D uma cpia da Apostila 2.6 B para todos os participantes, inclusive

os cidados que esto observando. Cada pessoa designada para desem-

penhar um papel recebe uma descrio e todos os participantes tm 15

minutos para ler sobre a situao e se familiarizar com seus respectivos

papis. Explicar que o objetivo dos dirigentes chegar a uma deciso que

seja a melhor para a comunidade em longo prazo, minimizando o custo

poltico do grupo atravs da reconciliao ou silenciando os interessesrivais. Durante esse tempo, pea aos participantes que no esto partici-

pando diretamente da dinmica para conseguir mesas e cadeiras para a

audincia pblica, como demonstrado no layout da pgina seguinte.

4. A ao comea com os lderes do governo iniciando a audincia pblica.

Representantes dos vrios grupos e o engenheiro de trfego vo frente

apresentar sua posio a respeito da compra. Cada um tem trs minutos

para falar. Em seguida, encerrada a audincia pblica e os participan-

tes que desempenham os papis das autoridades levam as suas cadeiras

para os dois extremos da mesa a fim de tomarem suas decises face aface.

Em aproximadamente 20 minutos, pedir aos participantes que esto re-

presentando as autoridades eleitas para conclurem sua deliberao. Os

participantes voltam para o formato da audincia pblica e se preparam

para anunciar sua deciso sobre a compra do terreno e oferecer uma jus-tificativa para a deciso tomada (10 minutos). Isto finaliza a dinmica.

Obs.: normalmente, aps a audincia pblica, os governantes se retiram para tomar

suas decises. No entanto, nesta dinmica, osstakeholderspermanecem na sala a

fim de observar o processo de deliberao.


35/312

Rep

resentao


5. Concluindo a dinmica, pedir aos participantes para separar alguns mi-

nutos para retornar a sala de treinamento sua configurao original.

Quando isto estiver pronto e os participantes estiverem novamente sen-

tados, iniciar a discusso sobre o exerccio com base nas seguintes per-

guntas:

Que fatores foram levados em conta pelos membros da administra-

o local para chegar a esta deciso?A administrao teve sucesso em manter o foco no quadro maior,

ao considerar os prs e contras da deciso de compra?

Que tipos de representao foram praticados durante o processo de

tomada de deciso e que efeitos ele teve sobre a deciso final?

Qual a lio deste exerccio sobre a administrao local no papel de

administradora do bem maior da comunidade?

Apostila 2.6 A - As autoridades eleitas e seus papis

Oficiais eleitos e papis da equipe

Prefeito:Sua funo explicar a proposta durante a audincia, convidar os

cidados a falar (comeando com o engenheiro de trfego) e relatar os resul-

tados das decises das autoridades.

Conselheiro: Sua tarefa defender que a sua opinio a melhor para a cida-

de em longo-prazo, mesmo que os que apiam voc o julguem mal.

Representante Comunitrio:Seu papel defender o que o seu bairro deseja:

ou seja, preservar a natureza e encontrar outra maneira de resolver o proble-

ma do congestionamento de trfego.

Elitista: Sua funo ignorar as reivindicaes do bairro e defender a cons-

truo do anel rodovirio como um estmulo ao desenvolvimento comercial e

para a melhoria da receita local.

Defensor de uma causa: Sua funo vender seu voto para o anel rodovi-

rio em troca de apoio da administrao local para a compra de terras para

um parque em seu bairro.

Engenheiro de trfego: Sua funo argumentar que os clculos que voc

fez sugerem que o congestionamento vai piorar a cada ms e que desviar o

trnsito exige a maior prioridade, especialmente quando o governo central

est interessado em cobrir parte dos custos.


36/312


Papis dosstakeholders

Naturalista:Sua funo argumentar que o habitat dos animais selvagens

precisa ser preservado. No existe fauna igual na regio e, quem sabe, em

todo o pas. Sua destruio ser uma perda enorme para a comunidade e

para a reputao da administrao local para sempre.

Professor:Sua funo argumentar que o habitat d s crianas da cidade

uma oportunidade nica de aprender sobre os animais selvagens. Priv-los

disto vai destruir uma das coisas especiais e nicas sobre a comunidade.

Porta-voz do bairro: Sua funo argumentar que o bairro j vem aprovei-

tando esta rea durante vrios anos. Voc observou as crianas crescendo e

brincando ali. Essa perda seria irreparvel para a comunidade.

Agente imobilirio: Sua funo argumentar que o local ideal para umcentro comercial. J existem vrias lojas interessadas em mudar para l.

Um centro comercial significa receita e empregos e precisamos permanecer

competitivos.

Representante da Associao de Contribuintes: Sua funo argumentar

que preciso fazer uma expanso comercial para diversificar a base fiscal

local e manter os impostos baixos para os donos de propriedades. Como con-

tribuintes, simplesmente no podemos deixar passar uma oportunidade des-

tas.

Apostila 2.6 B: A situao

Campo Lindo uma comunidade sossegada que vive sombra de um cen-

tro comercial e financeiro da regio. Com o passar dos anos, Campo Lindo e

outras cidades vizinhas tornaram-se o lar de uma grande fora-de-trabalho

urbana composta de pessoas que viajam diariamente para trabalhar no cen-

tro urbano. A principal artria de trfego da regio atravessa a rea central de

Campo Lindo e o trfego de caminhes nessa artria quase dobrou na ltima

dcada. Alm dos caminhes, h tambm o crescente volume de carros de

Campo Lindo e de outras cidades mais distantes, causando congestionamen-

to durante longos perodos pelo menos duas vezes por dia.

O governo central, ciente do problema, ofereceu cobrir parte dos custos

de construo do anel rodovirio, para desviar os caminhes e a maioria do

trfego das ruas de Campo Lindo, se o municpio assumir o custo restante der

a autorizao necessria. Grande parte do terreno necessrio para a cons-

truo pertence ao municpio. Entretanto, uma parte importante do terreno

envolve uma rea de preservao ambiental que o habitat de alguns animais

silvestres. Os moradores de um bairro antigo e bem estabelecido apreciamessa reserva como um local tranqilo para caminhadas e relaxamento. Rica


37/312

Rep

resentao


em sua fauna, a rea utilizada pelas escolas como um local onde as crianas

aprendem sobre a natureza.

A possibilidade da construo do anel rodovirio no passou desaper-

cebida pelos outros interesses da comunidade. Um agente imobilirio est

se oferecendo para comprar terrenos do municpio, que seriam usados para

a construo de um shopping center que, segundo ele, trar uma excelente

receita para o municpio. Sua idia tem o apoio de uma associao local decontribuintes.

A administrao municipal vem estudando os prs e contras da compra

do terreno para a construo do anel. Existem pontos de vista diferentes en-

tre os governantes sobre a melhor coisa a ser feita. Uma audincia pblica foi

marcada para dar aos cidados uma oportunidade de ter mais informaes

sobre a proposta e dizerem o que eles pensam sobre o assunto.


Objetivo

Este exerccio dar aos participantes uma oportunidade de refletir sobre o

aprendizado e as habilidades adquiridas a partir desta experincia pedaggi-

ca e de planejar maneiras especficas de utilizar o que aprenderam a fim de

melhorar seu desempenho nos seus papis de representao.


Processo

1. Reserve alguns minutos para lembrar aos participantes que o valor de

sua participao numa experincia pedaggica como esta no pode ser

avaliado plenamente a no ser que eles se dediquem a utilizar o que

aprenderam. Mostre que vrios fatores podem interferir com a aplica-

o de um novo conhecimento e habilidade, quando se est engajado no

trabalho de representar um grupo de pessoas. s vezes a interferncia

vem de fora, como quando um colega o ridiculariza sobre o seu interesse

em buscar novas formas de fazer as coisas. s vezes a resistncia vem

de dentro. Antigos hbitos so difceis de abandonar. Fazer as coisas de

maneira diferente, mesmo aquelas que so claramente importantes e que

valem a pena fazer, exige tempo, pacincia e auto-confiana.

2. Explique que um dos melhores mtodos conhecidos para vencer a resis-

tncia aplicao de um novo conhecimento e habilidade um plano

de aplicao do aprendizado. O objetivo do plano envolver pessoas que

acabam de concluir um programa de treinamento.Pense sobre o valor do que voc aprendeu e como isto ser usado

para melhorar seu desempenho;


38/312


Considere as barreiras aplicao do aprendizado que podero

surgir e quem pode ajud-los a vencer essas barreiras;

Pense em como eles vo determinar seu prprio sucesso em colocar

em prtica essas lies aps a concluso do programa.

3. D aos participantes uma cpia da Apostila 2.7 A e pea a eles para

complet-la como um passo importante para colocar em prtica o que

aprenderam sobre si mesmos e sobre a competncia de representaonos meses que viro.

Apostila 2.7 A: Plano de aplicao do aprendizado

Separe alguns minutos para refletir sobre o papel e a competncia de repre-

sentao e o valor desta experincia de aprendizado para o seu desempenho

futuro. Em seguida, complete cada uma das afirmaes abaixo da maneira

mais abrangente possvel.

1. Com base no que aprendi sobre o papel e a competncia de representao,

no espao abaixo h duas ou trs coisas especficas que eu planejo fazer

a fim de melhorar meu desempenho na representao dos interesses de

meus eleitores:

...........................................................................................................

...........................................................................................................

...........................................................................................................

...........................................................................................................

...........................................................................................................

...........................................................................................................

...........................................................................................................

2. Qual o apoio que eu preciso para alcanar essas melhorias no meu

desempenho, como eu espero consegui-lo e de onde:

...........................................................................................................

...........................................................................................................

...........................................................................................................

...........................................................................................................


39/312

Rep

resentao


3. Trs dos principais desafios esperados quando eu estiver desempenhan-

do o meu papel e competncia de representao e as minhas estratgias

para lidar com eles:

4. Os seguintes resultados vo demonstrar que eu estou tendo sucesso em

melhorar meu desempenho no papel e na competncia de representa-

o:

...........................................................................................................

...........................................................................................................

Desafio No. 2 .........................................................................................................

.................................................................................................................................

.................................................................................................................................

Minha Estratgia: ..................................................................................................

.................................................................................................................................

.................................................................................................................................

.................................................................................................................................

Desafio No. 3 .........................................................................................................

.................................................................................................................................

.................................................................................................................................

Minha Estratgia: ..................................................................................................

.................................................................................................................................

.................................................................................................................................

.................................................................................................................................

Desafio No. 1 .........................................................................................................

.................................................................................................................................

.................................................................................................................................

Minha Estratgia: ..................................................................................................

.................................................................................................................................

.................................................................................................................................

.................................................................................................................................


40/312


...........................................................................................................

...........................................................................................................

...........................................................................................................

...........................................................................................................

...........................................................................................................

...........................................................................................................

5. Eu pretendo fazer o seguinte a fim de avaliar meu sucesso aps os 6 pri-

meiros meses para atingir os resultados especificados acima:

...........................................................................................................

...........................................................................................................

...........................................................................................................

...........................................................................................................

...........................................................................................................

...........................................................................................................

...........................................................................................................

...........................................................................................................


41/312

CAPTULO 3 : COMPETNCIA DE COMUNICAO

Comunicao

27

Captulo 3A competncia

de comunicao

Contedo

Uma breve descrio de cada atividade de aprendizado desta caixa de ferramentas apresentadaabaixo, com uma aproximao do tempo necessrio. Voc tem liberdade para alterar a ordem dasatividades, omitir ou acrescentar alguma coisa, de acordo com o seu prprio estilo ou a situaovivenciada.


Estabelea um clima de aprendizado que encoraje o envolvimento proativo dos participantescom as idias e conceitos relativos competncia e com os seus parceiros de aprendizado.(60 minutos))

3.2 Quantos quadrados voc v?

Mostre que homens e mulheres em um grupo podem interpretar a mesma experincia deformas diferentes. O exerccio pode tambm ser usado para demonstrar o aprendizado e o

crescimento que se obtm quando as pessoas que vem as coisas de maneiras diferentespodem se expressar abertamente e discutir suas diferenas. (30 minutos)

3.3 Reduzindo as barreiras da comunicao

O exerccio vai identificar as barreiras da comunicao entre os lderes eleitos, servidores egrupos comunitrios e como essas barreiras podem ser removidas e seu potencial reduzido.(60-90 minutos)

3.4 Auto-avaliao do ouvinte

D aos participantes a oportunidade de auto-avaliar seus pontos fortes e fracos como ouvin-tes (75 minutos).

3.5 Comunicao com a comunidadeOferea aos participantes conhecimento sobre formas criativas de dar e obter informaesquando esto se comunicando com o seu pblico. (120 minutos)

3.6 Subindo a escada da inferncia

Ajude os participantes a reconhecer como as diferenas na maneira como homens e mu-lheres vivenciam as coisas do um colorido diferente s suas percepes uns dos outros eacabam conduzindo a falsas suposies, concluses erradas e aes mal orientadas. (90-120minutos).

Um segundo objetivo mostrar aos participantes como se comunicar de maneira mais eficaz,

atravs da conscientizao sobre o seu modo de pensar, tornando os seus pensamentos maisvisveis para os outros e perguntando porque elas chegaram a concluses diferentes.


42/312


3.7 Sondagem sobre preconceito de gnero

Ajude os participantes a utilizar vrias ferramentas de coleta de dados a fim de descobrirse existe evidncia de preconceito de gnero nas polticas, planos e programas do governolocal. (60 minutos)


D aos participantes uma oportunidade de refletir sobre os insightse habilidades adquiridos

a partir desta experincia de aprendizado e de planejar formas especficas de utilizar o queaprenderam sobre a competncia da comunicao. (30 minutos).


Objetivo

O objetivo desta atividade estabelecer um clima de aprendizado junto aos

participantes, encorajando um envolvimento mais ativo com as idias e con-ceitos ligados competncia da comunicao, e tambm uns com os outros,

como parceiros da experincia de aprendizado.


Processo

D incio dando as boas-vindas aos participantes do programa sobre o papel

e a competncia de representao, que faz parte da Srie Lideranas Locais

Eleitas do Programa UN-Habitat. Apresente-se e diga algumas coisas sobre o

seu backgrounde experincia. Continue com uma das seguintes atividades

ou outra dinmica que voc preferir usar para que os participantes possam

conhecer uns aos outros.

1. Uma possibilidade simplesmente pedir que cada um se apresente, di-

zendo o seu nome, local onde trabalha, quantos mandatos j teve e qual

a sua expectativa em relao participao no programa. Uma outra pos-sibilidade pedir que os participantes entrevistem uns aos outros e ento

apresentem os seus colegas aos demais participantes.

Observao: correto supor que os participantes de uma oficina de lideranas

eleitas, na maioria dos casos, sero desconhecidos uns dos outros. Entre as pergun-

tas que eles traro consigo esto: Quem mais vai participar? O que ns vamos fazer

juntos? O que se espera de mim? Sua funo responder a estas perguntas no

incio, logo que os participantes tiverem o primeiro contato com voc e uns com os

outros. Preparamos um texto cobrindo os principais pontos que julgamos necessrios

ao responder as perguntas sobre o programa (ver Sugesto para a frase de aberturana prxima pgina). Convidamos voc a alterar o texto vontade, de acordo com a

situao. Quanto s perguntas uns sobre os outros, voc pode escolher entre uma

variedade de atividades de aquecimento, cujo objetivo apresentar os participantes

entre si e coloc-los bem vontade no papel de aprendizes.


43/312

CAPTULO 3 : COMPETNCIA DE COMUNICAO

Comunicao

29

2. Outra atividade que pode ser usada para substituir a anterior, ou para

complement-la, pedir aos participantes que se renam no centro da sala

e formem uma fila, colocando na frente os que tiverem o maior nmero de

anos de mandato e atrs da fila os que tiverem servido menos anos, enfilei-

rando os demais de acordo com o nmero de anos de servio. Isto pode ser

seguido de auto-apresentaes.

3. Uma terceira sugesto pedir que os participantes fiquem no centro dasala e criem um mapa, organizando o grupo dentro do espao de acordo

com a localizao geogrfica dentro de seus respectivos pases. Esta ativi-

dade e a anterior podem servir de introduo ou de quebra-gelo.

Quando achar que os participantes esto vontade uns com os outros e

com o ambiente, utilize as falas seguintes como um esboo para uma palavra

introdutria de 5 a 10 minutos sobre o treinamento. Ns optamos por sugerir

alguns pontos, em vez de passar um script completo, a fim de encorajar voc

a adotar uma abordagem mais improvisada. Voc pode melhorar esta lista depontos, usando o material do Captulo 3 do Volume 3, complementando com

suas prprias idias.

Pontos a abordar...

... sobre a competncia da comunicao

A comunicao uma habilidade importante para os homens emulheres eleitos.

A comunicao uma habilidade difcil de se dominar.

O que voc diz influenciado por uma srie de experincias pas-

sadas - ou seja, percepes, relacionamentos, diferenas de status

- sobre as quais voc pode no ter conscincia.

O que a outra pessoa diz e a forma como responde ao que voc diz

pode ser influenciado por percepes e sentimentos inconscientes.

complicado, mas necessrio estar mais consciente de suas pr-

prias motivaes e das motivaes das outras pessoas para se ter

uma comunicao genuna.

Esta oficina foi elaborada a fim de melhorar a sua competncia de

comunicao junto aos seus eleitores, funcionrios municipais e

colegas de governo.

O objetivo responder s difceis perguntas que voc pode ter sobre

a comunicao com os cidados locais e como ser um bom ouvinte

quando eles esto expressando as suas preocupaes.

A sua participao nesta oficina deve ser informativa, envolvente e

agradvel.

O contedo baseia-se no melhor material disponvel sobre a lide-rana eleita e a comunicao eficaz.

A abordagem ao aprendizado interativa e diferente das aborda-


44/312


gens de aulas expositivas to comuns nos cursos de treinamento.

Voc ser estimulado a dizer o

competências chave para melhorar a governança local

Documents