com stalin - recordações - enver hoxha

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    ENVER HOXHA

    ComStline

    (Recordaes)

    LISBOA FEVEREIRO DE 1980 ----

    buqu i n a r '^ 1 712 A N O S um l i r r o abe rt o

    L I V R O S N O V O S E U S A D O S COtUOdllai3535. . .RARIDADES BIBLIOGRFICAS

    L i t e r a t u r a e m G e r a lRua Paraba ,1 354 -(31 ) 3287-5166

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    Por ocasio do centenrio

    do nascimentodo grande marxista-leninista

    Jos Stline

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    JOS STLINE

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    NO CENTENRIO, DO NASCIMENTODE JOS STLINE

    No dia 21 de Dezembro do ano em curso completar-se-o cem anos sobre o nascimento de Jos Stline, ohomem to querido e eminente dirigente do proletariadorusso e internacional, amigo fiel do povo albans, amigoquerido dos povos oprimidos de todo o mundo que lutampela liberdade, pela independncia, pela democracia e pelosocialismo.

    Toda a vida de Stline foi marcada por uma luta cer

    rada e incessante contra o capitalismo russo, contra o capitalismo mundial, contra o imperialismo, contra ascorrentes antimarxistas e antileninistas que se colocaramao servio do capital e da reaco mundial. Sob a direcode Lnine e a seu lado ele foi um dos inspiradores e dirigentes da Grande Revoluo Socialista de Outubro, um militante inflexvel do Partido bolchevique.

    Depois da morte de Lnine, Stline dirigiu durante

    trinta anos a luta pela vitria e a defesa do socialismo naUnio Sovitica. O amor, o respeito e a fidelidade paracom a sua obra e a sua pessoa tm hoje um grande lugar nocorao do proletariado mundial e dos povos do mundo. isto que explica a hostilidade sem limites da burguesia

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    capitalista e da reaco mundial para com este eminente eresoluto discpulo e companheiro de armas de Vladimir1litch Lnine.

    Pela sua luta severa e de princpios em defesa da aplicao conseqente e pelo desenvolvimento das ideias deMarx, Engels e Lnine, Stline coloca-se entre os grandesclssicos do marxismo-leninismo. Graas sua clarividncia e capacidade notveis soube sempre orientar-se correctamente mesmo nos tempos mais difceis, quando aburguesia e a reaco tudo tentavam para impedir a vitriada Grande Revoluo Socialista de Outubro.

    Foram considerveis as dificuldades que o proletariado russo teve de enfrentar para realizar as suas aspiraes, pois nessa altura o capitalismo reinava na Rssia eem todo o mundo. Mas j ento o capitalismo tinha criadoo seu prprio coveiro, o proletariado, a classe mais revolucionria, destinada a dirigira revoluo. Esta classe devercumprir com sucesso a sua misso histrica combatendo

    implacavelmente os seus inimigos pra, atravs desta luta,conquistar os direitos e as liberdades desejadas e apoderar-se do poder poltico. Ser assim que o proletariado, arrancando o poder poltico e econmico burguesiacapitalista, opressora e exploradora, construir um mundonovo.

    Marx e Engels criaram a cincia proletria da revoluo e do socialismo cientfico. Fundaram a Associao

    Internacional dos Trabalhadores conhecida por I Internacional. Os princpios fundamentais desta primeira organizao internacional dos trabalhadores foram proclamadosno seu Manifesto constitutivo, que apontou ao proletariado o caminho da abolio da propriedade privada dosmeios de produo, consagrou a fundao do partido do

    proletariado para o assalto ao poder por via revolucionriae definiu a luta que o proletariado devia levar a cabo contrao capitalismo e o oportunismo, que se manifestava sobdiversas variantes tericas em diferentes pases.

    Baseando-se nas obras mais importantes de KarlMarx e Friedrich Engels, e defendendo-as com rara mes-tria, Vladimir Ilitch Lnine, o genial continuador desta

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    obra, desenvolveu a luta contra as ideias dos revisionistas,dos oportunistas e de outros renegados. Os traidores baixaram a grande bandeira da I Internacional e violaram deforma flagrante a palavra de ordem do Manifesto do Partido Comunista Proletrios de todos os pases, uni-vos!Em vez de se lhes oporemr estes renegados do marxismovotaram os crditos da guerra imperialista.

    Lnine escreveu obras capitais para a defesa e desenvolvimento do marxismo. Em particular, enriqueceu asideias de Marx e Engels sobre a construo da sociedade

    socialista e comunista. Sempre com base no desenvolvimento materialista da histria e nas condies concretasdo pais e da poca em que viveu, Lnine lutou pela criaoe consolidao do Partido bolchevique. Quando o cza-rismo e o seu exrcito entraram em desagregao, VladimirIitch e os bolcheviques prepararam e desencadearam,atravs duma intensa lta revolucionria na Rssia e noestrangeiro, a Grande Revoluo proletria socialista.

    O genial plano de Lnine para a vitria da revoluofoi cumprido. Aps o xito da Grande Revoluo que abalou o velho mundo e inaugurou uma nova poca da histria da humanidade, a poca da abolio da explorao e daopresso, Lnine prosseguiu a luta pela edificao do primeiro Estado socialista. A seu lado lutou e trabalhou o seudedicado colaborador, Jos Vissarionovitch Stline.

    claro que a burguesia no podia deixar de se levantar contra as ideias de Marx, Engels e Lnine, contra assuas prticas justas, decididas e inflexveis em favor daclasse operria e dos povos; com efeito, desde logo apontou contra elas, sem hesitao e com ferocidade, todas assuas armas.

    Mas a grande fora organizada e invencvel da unio

    do proletariado russo e internacional logo se ergueu contraos ferozes ataques do capitalismo e da burguesia reaccio-nria mundial. Este confronto era a expresso duma violenta luta de classes, tanto no interior da Rssia como fora,que se materializou durante todo este perodo em choquescom as foras dos intervencionistas, dos restos dos czaris-

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    tas e da rcace russa. Estes inimigos tinham de ser combatidos impiedosamente.

    Era no processo desta luta de classe que se tinha deforjar o Partido bolchevique, erguer o Estado de ditadurado proletariado, questo decisiva da revoluo, e criar asbases da economia socialista. Era necessrio levar a caboreformas radicais em todos os sectores da vida, mas comum esprito novo, por uma nova estrada e em direco aum novo objectivo; era preciso aplicar de maneira criadorae nas condies concretas da Rssia czarista a teoria de

    Marx no tocante filosofia e economia poltica, a teoriado socialismo cientfico.Todos estes objectivos tinham de ser alcanados sob a

    direco do proletariado a classe mais avanada e maisrevolucionria, e com base na sua aliana com o campesinato pobre e mdio. Aps a instaurao do novo poder eranecessrio levar a cabo uma grande e herica luta paramelhorar a situao econmica e cultujal dos povos liber

    tados do jugo do czarismo e dos capitais estrangeiros daEuropa. Nesta luta de gigantes Stline conservou-se sem

    pre firme ao lado de Lnine, combatendo na primeiralinha.

    medida que o novo poder sovitico se consolidvapoliticamente, que a indstria se desenvolvia em todos osramos, que a agricultura kolkhosiana florescia e a novacultura socialista se desenvolvia na Unio Sovitica,tornou-se mais feroz a resistncia dos inimigos externos eda reaco interna. Estes intensificaram os seus ataquesparticularmente aps a morte de Vladimir llitch Lnine.

    Diante dos restos mortais de Lnine, Stline fez ojuramento de se manter sempre fiel aos seus ensinamentos,de executar as suas recomendaes para manter sem mancha o honroso ttulo de comunista, salvaguardar e reforar

    a unidade do Partido bolchevique, defender e fortalecerininterruptamente a ditadura do proletariado, reforarconstantemente a aliana da classe operria com o campesinato, permanecer fiel at ao fim aos princpios do inter-nacionalismo proletrio, defender o primeiro Estadosocialista contra o trabalho de sapa dos inimigos internos

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    burgueses e latifundirios e dos inimigos externos imperialistas e levar at ao fim a edificao do socialismo numsexto do mundo.

    Jos Stline cumpriu a sua palavra. Dirigindo o Partido bolchevique soube orientar a construo do socialismo na Unio Sovitica e tramsformar a grande ptria do

    proletariado russo e de todos os povos da Unio Soviticanuma colossal base da revoluo mundial. M ostrou-se umdigno continuador da obra de Marx, Engels e Lnine e deuprovas claras de ser um eminente marxista-Ieninista, clari-

    vidente e decidido.Os inimigos internos da Unio Sovitica, os trotskis-tas, zinovievistas e outros estavam estreitamente ligadosaos capitalistas estrangeiros, de quem se tinham tomadoinstrumentos. Alguns permaneceram nas fileiras do Partido bolchevique para assaltar a cidadela por dentro e desagregar a justa linha marxista-Ieninista deste partidoconduzido por Stline, enquanto outros ficaram fora das

    fileiras do partido mas no interior do Estado, conspirandoe sabotando aberta ou disfaradamente a construo dosocialismo. Nestas circunstncias Stline aplicou com firmeza uma das principais recomendaes de Lnine, depurando sem hesitaes o partido de todos os elementosoportunistas, capitulacionistas face presso da burguesia, do imperialismo e dos pontos de vista estranhos aomarxismo-leninismo. A luta que Stline levou a cabo frente do Partido bolchevique contra os trotskistas e osboukharinistas era o prolongamento directo da luta deLnine, uma luta totalmente de acordo com os princpios esem a qual no teria sido possvel construir ou defender osocialismo.

    Jos Stline sabia que as vitrias no poderiam seralcanadas nem defendidas seno custa de esforos, de

    penosos sacrifcios e com grande luta. Nunca manifestouum optimismo infundado depois das vitrias conseguidas;tambm nunca caiu no pessimismo face s dificuldades aultrapassar. Pelo contrrio, Stline revelou-se uma personalidade extremamente ponderada e comedida nos seus

    juzos, decises e actos. Como grande homem que era, con-

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    quistou o corao do Partido e do povo, mobi/ou as suasenergias, foijou os militantes na aco, elevou-os poltica eideologicamente para realizar uma grande obra, uma obra

    sem precedentes.Os planos qinqenais estalinistas para o d e s e n v o l v i mento da economia e da cultura transfor maram o primeiro

    pas socialista do mundo numa grande po tn cia socialista.Baseado no preceito de Lnine sobre o primado da i n d stria pesada na industrializao socialista, o Partido bol-chevique, com Stline cabea, dotou o pas de umapoderosssima indstria de fabrico de meios de produo e

    de uma gigantesca indstria de construes mecnicas,capazes de assegurarem um rpido desenvolvimento daeconomia nacional no seu conjunto, todos os meios necessrios a este fim e de garantirem tambm uma defesa invencvel. A indstria pesada socialista foi erguida, como diziaStline, pelas foras internas sem crditos ou emprstimos escravizantes vindos do exterior. Stline tinha afirmado claramente que o Estado sovitico, no lanamentoda sua indstria pesada, no podia seguir a via dos pasescapitalistas cntraindo emprstimos ou pilhando outrospases.

    Aps a colectivizao da agricultura, foi organizadana Unio Sovitica uma agricultura socialista modernafortemente mecanizada, produto da indstria pesadasocialista, que permitiu resolver o problema dos cereais,

    dos restantes produtos agrcolas e da criao de gado. FoiStline que aprofundou o plano de colectivizao deLnine, que dirigiu a execuo deste plano lutando tenazmente contra os inimigos do socialismo, contra os kulaks,contra os boukharinistas, contra as dificuldades e inmeros obstculos que derivavam, no s das actividades hostis, mas tambm da falta de experincia dos camponeses edo seu apego profundamente enraizado propriedade

    privada.Este desenvolvimento econmico e cultural contribuiu para a consolidao do Estado de ditadura do proletariado na Unio Sovitica. cabea d Partido

    bolchevique Stline soube organizar e dirigir com mestria

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    o Estado sovitico, aperfeioando e desenvolvendo constantemente a estrutura e a superstrutura da sociedade com

    base no marxismo-Ieninismo, em ligao situao poltica e econmica interna e sem esquecer a situao externa,isto , os objectivos de rapina e as intrigas abjectas dosEstados burgueses capitalistas para sabotarem a edificaodo novo Estado dos proletrios.

    O capitalismo mundial via na Unio Sovitica o seuinimigo mais perigoso e por isso esforou-se por a isolar doexterior enquanto internamente encorajava e organizavaas conspiraes dos renegados, dos espies, dos traidores edos direitistas. A ditadura do proletariado esmagou sempiedade todos.estes perigosos inimigos. Todos os traidoresforam julgados publicamente, tendo a sua culpabilidadeficado demonstrada com provas irrefutveis e da maneiramais convincente. Os julgamentos que se desenrolaram naUnio Sovitica, baseados na legislao revolucionria,

    contra os trotskistas, os boukharinistas, os Radek, Zino-viev, Kamenev, Piatakov e Toukhatchevski foram pretexto para que a propaganda burguesa fizesse grandealarido contra ajusta luta do poder sovitico, do Partido

    bolchevque e de Stline, que defendiam a vida dos seuspovos e o novo regime socialista erguido com o suor e osangue dos operrios e camponeses, que defendiam aGrande Revoluo de Outubro e a pureza do marxismo-

    Ieninismo, alarido esse que foi aum entando de intensidadee acabou sendo erigido em sistema.Que calnias no lanaram os inimigos externos!

    Lanaram-nas principalmente sobre Jos Stline, o conti-nuador da obra de Marx e Lnine, o talentoso dirigente da(Jnio Sovitica, por eles apelidado de tirano, assassino e sanguinrio". Todas estas calnias se caracterizavam pelo seu cinismo. No, Stline no foi um tirano, no

    foi um dspota. Foi um homem de princpios, justo, simples, afvel e atento aos problemas dos homens dos quadros e dos seus colaboradores. Era por isso que o seuPartido, os povos da Unio Sovitica e o proletariadomundial o amavam tanto. Era assim que o viam os milhesde comunistas e eminentes personalidades revolucionrias

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    c progressistas dc todo o mundo. Hnri Barbusse, numlivro sobre Stline e evocando a sua figura prestigiosa,

    afirma entre outras coisas: Ele soube pr-se e manter-seem contacto com o povo operrio, campons e intelectualda URSS, com os revolucionrios de todo o mundo, quetrazem a sua ptria no corao, ou seja, muito mais deduzentos milhes de pessoas. E acrescentava: Estehomem franco e radiante um homem simples... Ri-secomo uma criana... Em muitos aspectos Stlineassemelha-se ao extraordinrio V. Ilitch; a mesma cincia

    terica, o mesmo senso prtico, a mesma firmeza... emStline, mais do que em qualquer outro, que se encontramo pensamento e a palavra de Lnine. o Lnine dos nossosdias.

    Todas as ideias e escritos enunciados e postos em prtica por Stline esto como que ligados de modo conseqente por um fio vermelho, o pensamento revolucionriomarxista-leninista. Nas obras dest notvel marxista leni-nista no possvel encontrar qualquer erro de princpios.A sua aco era planeada em funo dos interesses da revoluo, do socialismo e do comunismo, dos interesses daslutas de libertao nacional e anti-imperialistas. As suasideias tericas e polticas no tm qualquer trao de elec-tismo, nem na sua actividade prtica se manifesta qualquerhesitao. Quem se apoiava na amizade sincera de Jos

    Stline podia estar certo de ver o seu povo seguir em frentepara um futuro radioso. Quem oscilava no escapava vigilncia e ao julgamento incisivo de Jos Stline. Este julgamento emanava das grandes ideias do marxismo-leninismo, cristalizadas no seu esprito gil e no seucorao puro. Durante a sua vida soube sempre empunhare orientar no caminho justo o leme do socialismo, mesmoatravs das torrentes e tempestades provocadas pelos

    inimigos.Stline sabia quando e em que medida era conveniente efectuar acordos, sempre condicionados ao princ

    pio de no contrariarem a ideologia marxista-leninista e debeneficiarem a revoluo, o socialismo, a Unio Soviticac os amigos da URSS.

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    O proletariado, os partidos marxistas-leninistas, osverdadeiros comunistas e todos os homens progressistasdo mundo consideraram justas, sensatas e necessrias asedificantes aces do Partido bolchevique e de Stline emdefesa do Estado e do novo regime econmico e social, osocialismo. A obra de Stline foi apoiada pelo proletariadoe pelos povos do mundo porque estes o viam lutar contra aopresso e a explorao que sobre eles pesavam. Era unicamente da boca dos monstros que organizavam as torturas eos massacres em massa na sociedade capitalista, daqueles

    que eram os causadores da fome, da misria, do desemprego e de tantas outras chagas, que os povos ouviam ascalnias a Stline e nas quais, por isso mesmo, noacreditavam..

    Os milhes de proletrios de todo o mundolevantavam-se contra estes inimigos em greves e poderosasmanifestaes nas ruas das cidades, atacando as fbricasdos capitalistas. Os povos erguiam-se contra os colonialis

    tas para conquistarem os direitos e as liberdades democrticas. Todas estas aces faziam parte do generalizadoapoio internacional Unio Sovitica e a Stline, apoioesse que contribuiu para reforar o jovem Estado dosSovietes e para alargar a sua j grande autoridade a nvelmundial.

    Aos comunistas, que lutavam contra o capitalismomundial nos quatro cantos da terra, chamou-lhes a bur

    guesia e os renegados do marxismo agentes da UnioSovitica e de Stline. Mas os comunistas so homenshonestos, no so agentes de ningum apesar de defenderem com firmeza a doutrina de Marx, Engels, I.nine e Stline. Eles apoiavam a Unio Sovitica porque viam na sua

    poltica um grande suporte para o triunfo das ideias comunistas, o exemplo luminoso a seguir na luta e o sentido no

    qual era necessrio orientar os esforos para vencer todasas batalhas, derro tar os inimigos, sacudir o jugo do capitale estabelecer o novo regime social, o socialismo.

    Enquanto enfraquecia o capitalismo mundial, velhoregime em decomposio, na Unio Sovitica triunfada osocialismo, a sociedade do futuro, tornando-se num a base

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    J____________

    cada itfez mais poderosa da revoluo mundial. Nestas circunstancias o capitalismo tinha necessariamente de utilizartodos^os meios ao seu alcance para tentar destruir o grande

    Estad socialista dos proletrios, que apontava ao mundoo canjnho para escapar . explorao; foi com esse objec-tivo djue os capitalistas prepararam e desencadearam aSegurda G uerra Mundial. Eles ergueram, apoiaram, enco-rajaraljm e armaram os hitlerianos para fazerem a guerracontri o bolchevismo, contra a Unio Sovitica, e paraconcretizarem no leste o seu sonho do espao vital. AUnii. Sovitica compreendeu o perigo que a ameaava.Strijb estava vigilante, conhecia bem as calnias contraele montadas pela burguesia capitalista internacional esegundo as quais ele no combatia o nazismo e o fascismoem asjcenso; sabia que isto no passava de propagandadesta burguesia e da quinta coluna hitleriana para enganara opinio pblica e facilitar os planos de agresso contra aUnioi Sovitica.

    O fascismo foi justamente qualificado em 1935, peloVII djbngresso do Komintern, como o maior inimigo dospovos nas circunstncias concretas da poca. Este Congresso: sob a iniciativa directa de Stline, lanou a palavrade orqem da frente popular antifascista que era precisocriar ejn cada pas, para desmascarar os planos e as investidas dos Estados fascistas e levantar contra eles os povos afim de conjurar a nova guerra imperialista que ameaava o

    mundo.Nunca Stline esqueceu, por um instante que fosse, operigoique ameaava a Unio Sovitica. Sempre lutou comfirmeza e deu directivas bem claras para que o Partido seforjasse com vista s futuras lutas, para que os povos soviticos sle fundissem numa unidade marxista-leninista deao, para que a economia sovitica se consolidasse nocaminho socialista, para que a defesa da Unio Sovitica

    reforasse o seu material e os seus quadros e que se dotassede uma estratgia e tctica revolucionrias. Stline indicava e demonstrava, com factos tirados da prpria vida,que os^imperialistas so fautores de guerra e que o imperialismo gera guerras de rapina; aconselhava tambm os

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    homens a no abandonarem a sua vigilncia e a estaremconstantemente preparados contra qualquer aco dosnazis hitlerianos, dos fascistas italianos, dos militaristas

    japoneses e das outras potncias capitalistas mundiais. Apalavra de Stline era valiosa, por ela se iriam guiar, deento em diante, os proletrios e os povos do mundo.

    Stline props aos governos dos grandes pases capitalistas a concluso de uma aliana contra o flagelo hitle-riano mas estes governos rejeitaram esta proposta, indomesmo ao ponto de violar as alianas que j tinham com aUnio Sovitica na esperana de que os hitlerianos extir

    passem o germe do bolchevismo e tirassem as castanhasdo lume por eles.Face a esta grave situao cheia de perigos e na

    impossibilidade de convencer os governantes das pretensasdemocracias ocidentais a concluir uma aliana antifascistacomum, Stline julgou oportuno procurar retardar aguerra contia a Unio Sovitica para ganhar o temponecessrio ao reforo da sua defesa. Foi por isso que ele

    assinou o pacto de no agresso com a Alemanha. Estepacto devia servir de modus viverjdi para afastar provi-soariamente o perigo; mas Stline conhecia bem os desgnios agressivos dos hitlerianos e continuou a preparar-separa os combater.

    Numerosos polticos e historiadores burgueses e revisionistas afirmam que a agresso hitieriana encontrou aUnio Sovitica desprevenida e responsabilizam Stlinepor tal facto. Mas a vida refuta esta calnia. A Alemanhahitieriana, como Estado agressor que era, violou cobarde-mente o pacto de no agresso e aproveitou-sedo efeitoestratgico da surpresa e da considervel superioridadenumrica das suas foras (cerca de 200 divises, suas e dos

    f seus aliados), para se lanar numa guerra-relmpago que| deveria permitir, de acordo com os planos de Hitler, vencer

    a Unio Sovitica e submet-la em menos de dois meses!Sabemos bem o que aconteceu na realidade. Aguerra-relmpago, vitoriosa em toda a Europa ocidental, fracassou a leste. O Exrcito Vermelho, dispondo deuma slida retaguarda graas ao apoio dos povos soviti-

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    cos, conseguiu ir esgotando as foras do inimigo durante aretirada, para depois as encurralar e passar ao contra-ataque, esmagando-as com golpes sucessivos at obrigar a

    Alemanha hitleriana a capitular sem condies. O papeldecisivo da Unio Sovitica no esmagamento da Alemanha nazi e no aniquilamento do fascismo em geral naSegunda Guerra Mundial ficar para sempre gravado nahistria.

    Como teria sido possvel que o plano de Hitler daguerra-relmpago" contra a Unio Sovitica fracassasse ecomo poderia esta ter um to grande papel na salvao dahumanidade da servido fascista, se a URSS no estivessetotalmente preparada para assegurar a sua defesa, se oregime socialista; que suportou o maior peso da 2a GuerraMundial, no tivesse dado provas duma fora e dum a vitalidade de ao? Como que estas vitrias podem ser dissociadas do papel extraordinrio ^ e Stline, tanto na

    preparao do pas para fazer face agresso imperialista,

    como na destruio da Alemanha Hitleriana e na histricavitria sobre o fascismo? Face realidade histrica queningum pode contrariar, distorcer e apagar, ficam reduzidas a p todas as tentativas diablicas dos revisionistaskruchovianos para dissociar Stline do Partido e do povosovitico quanto ao papel decisivo do Estado socialistanesta vitria.

    A guerra dos povos soviticos dirigida por Stline

    conduziu libertao de toda uma srie de pases e povosda servido nazi; teve como conseqncia a instaurao dademocracia popular em vrios pases da Europa de Leste,deu um poderoso impulso s guerras de libertao nacional, anti-imperialistas e anticolonialistas, acelerou a desagregao do sistema colonial e criou uma nova correlaode foras a nvel mundial em favor do socialismo e darevoluo.

    Kruchov acusou Stline de ter sido um homem rstico", que no conhecia a situao na Unio Sovitica e nomundo, que ignorava onde se encontravam as unidades doexrcito vermelho e que o tinha dirigido guiando-se por umglobo terrestre escolar!

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    Os incontestveis mritos de Stline obrigaram osprprios chefes de fila do capitalismo mundial como Chur-thill, Roosevelt, Trumam, Eden, Montgomery, Hopkins e

    outros a prestar-lhe homenagem apesar de no esconderem a sua hostilidade poltica e ideologia marxista-leninista e ao prprio Stline. Li as memrias destes chefesdeilla do capitalismo e vi que eles falam de Stline com respeito, como um homem de Estado e um estratega militar;qualificam-no de grande homem dotado de um sentidoestratgico notvel, duma inteligncia sem par na rpidacompreenso dos problemas. ChurchilI disse de Stline ..Respeito esse grande e excelente homem... poucas pessoas no mundo poderiam compreender assim, em to poucos minutos, as questes com que nos debatamos h!ongos meses. Ele assimilou tudo num instante.

    Os kruchovistas quiseram fazer crer que foram eles, eno Stline, que dirigiram a grande guerra patritica daUnio Sovitica contra o nazismo! Mas toda a gente sabe

    que nessa altura eles se escondiam sombra de Stline, aquem cantavam loas hipcritas dizendo: ao grande Stline que devemos todas as nossas vitrias e sucessos etc.,enquanto se preparavam para liquidar estas vitrias. Osverdadeiros hinos, aqueles que saam dos coraes, eramcantados pelos soldados soviticos que, com o nome deStline na boca, suportavam todo o peso das batalhas.

    Os comunistas e o povo albans sentiram intensa

    mente e de muito perto (embora estivessem muito longe daUnio Sovitica), o grande papel de Stline nos momentosmais difceis que o nosso pas atravessou durante a ocupao fascista italiana e alem, quando estava em jogo a sortedo nosso pas, a sua permanncia na servido ou a conquista da liberdade. Nos momentos mais penosos daguerra, Stline esteve sempre connosco. Reforava as nossas esperanas, aclarava as nossas perspectivas, temperava

    os nossos coraes e as nossas vontades, fortalecia a nossacerteza na vitria. As ltimas palavras de comunistas,patriotas e camponeses albaneses que davam a sua vida nocampo de batalha, diante da forca ou do peloto de fusilamento do inimigo eram muitas vezes Viva o Partido

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    Comunista!,*Viva Stline!. Mais do que uma vez asbalas do inimigo, ao trespassarem os coraes dos filhos efilhas do nosso povo, trespassavam tambm as obras de

    Stline que eles guardavam no seio como um tesouroprecioso.A despeito dos esforos abertos ou camuflados dos

    inimigos internos ou externos da Unio Sovitica parasabotar o socialismo depois da 2a Guerra Mundial, era a

    justa poltica de Stline que dava o tom aos grandes problemas internacionais, O pas dos Sovietes, devastado pelaguerra e que tinha deixado nos campos de batalha milhesde homens, foi reconstrudo com uma rapidez incrvel.Este imenso trabalho foi executado pelo povo sovitico,

    pela classe operria e pelo campesinato dos kolkhozes soba direco do Partido bolchevique e do grande Stline.

    O revisionismo surgiu durante a 2a Guerra Mundialcom a traio de Browder, antigo secretrio-geral do PCdos Estados Unidos, que, juntamente-com os seus compa

    nheiros revisionistas, liquidou o partido e se colocou aoservio do imperialismo americano. Browder defendia ano separao entre a burguesia e o proletariado, entre ocapitalismo e o socialismo, apoiava a sua fuso nuiji smundo; era contra a revoluo e a guerra civil e defendia acoexistncia pacfica das classes na sociedade. Defendendoesta linha branca e capitulacionista, Browder foi o an tecessor de Tito, o qual, devido aos seus pontos de vista e s

    suas posies antimarxistas e antileninistas, j tinhaentrado em conflito ideolgico com a Unio Soviticaainda durante a guerra, embora este conflito s tivesse aparecido luz do dia aps a concluso desta. Depois de mlti

    plos e pacientes esforos para trazer o renegado Tito para alinha justa, Stline, o Partido bolchevique e os verdadeiros

    partidos comunistas de todo o mundo convenceram-se deque este era incorrigvel e condenaram-no unanimemente.Ficou claro que a aco de Tito servia o imperialismo mu n-dial, razo pela qual foi apoiado e sustentado pelo imperialismo americano e por outros Estados capitalistas.Fazendo coro com a propaganda burguesa e desejoso demerecer os crditos que reeebia dos imperialistas, Tito

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    caluniou Stline afirmando, entre outras coisas, que estepreparava um ataque contra a Jugoslvia. O tempo provouque isto no passava de uma mentira.

    Nos vrios encontros que tive a honra de ter com Stline, este disse-me que nunc um ataque da Unio Sovitica contra a Jugoslvia tinha sido encarado, nem nunca opoderia ser. Somos comunistas, dizia Stline, e jamais atacaremos qualquer pas estrangeiro; por isso no atacaremos a Jugoslvia, mas desmacararemos Tito e os titistaspois esse o nosso dever de marxistas, Que os povos daJugoslvia conservem Tito no poder ou que o derrubem,trata-se, dizia ele, de uma questo interna e s a eles caberesolv-la; no temos de nos intrometer nesse assunto.

    O bando de Nikita Kruchov foi encorajado e apoiadonas suas calnias contra Stline pelo renegado Jpsif BrozTito, que j anteriormente tinha tomado essas posies, emais tarde por Mao Tsetung e por outros revisionistas dediversos matizes. Na realidade estavam todos ao servio do

    capitalismo para destruir, de dentro, o socialismo naUnio Sovitica, para entravar a construo do socialismona Jugoslvia e criar obstculos edificao do socialismona China e no mundo inteiro; foi por isso que se opuserama Stline, o homem forte a quem no conseguiram desau-itorizar enquanto foi vivo.

    Estes traidores eram os sucessores dos renegadossocidi-democratas revisionistas e oportunistas da II Inter

    nacional, os continuadores, em circunstncias e condiesdiferentes, da sua obra inglria. Els pretendiam aplicarformas de organizao e de luta apropriadas s situaese elaborar, em conseqncia, ideias novas para corrigir ecompletar o marxismo-leninismo, segundo o esprito-'os tempos, etc,

    Todos estes pontos, parte algumas diferenas depura forma que se manifestavam nas suas opinies e nas

    suas atitudes, visavam o mesmo fim: combater omarxismo-leninismo, negar a inevitabilidade da revoluoproletria, minar o socialismo, asfixiar a luta de classes eimpedir a completa destruio da velha sociedadecapitalista.

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    Stline era um verdadeiro internacionalista. Tinhabem prsente no esprito a particularidade do Estadosovitico ter sido criado pela unio de vrias repblicas,compostas, tambm elas, por vrios povos, por vriasnacionalidades; assim, aperfeioou a organizao estataldestas repblicas, respeitando a igualdade de direitos entreelas. Graas justa poltica marxista-leninista que seguiusobre a questo nacional, Stline conseguiu consolidar etemperar a unidade combatente dos diversos povos daUnio das Repblicas Socialistas Soviticas. cabea doPartido e do Estado sovitico, contribuiu para que o

    campo de concentrao que a velha Rssia czarista fora, setransformasse num pas livre, independente e soberano,onde os povos e as repblicas viviam em harmonia, amizade, unidade e igualdade de direitos.

    Stline conhecia as naes e a sua formao histrica,conhecia as caractersticas da cultura e da psicologia decada povo e tratava-as como marxista-leninista.

    O intemacionalismo de Jos Stline manifestou-se

    tambm claramente nas relaes ento estabelecidas entreos pases de democracia popular, que ele considerava comoEstados livres, independentes, soberanos, como aliados

    prximos da Unio Sovitica, Nunca concebeu que essesEstados fossem dominados pela Unio Sovitica, quer

    poltica quer economicamente. Esta poltica seguida porStline foi uma justa poltica marxista-leninista.

    Nas minhas memrias evoco um pedido que fiz a Stline em 1947, com vista criao de sociedades mistasalbano-soviticas para explorar as riquezas do nosso subsolo. Ele respondeu-me que no formavam sociedades mistas com os pases irmos de democracia popular,explicando-me que os passos dados nesse sentido com certos pases de democracia popular tinham sido um erro,tendo por isso sido anulados. Mas temos por dever, conti

    nuou, fornecer aos pases de democracia popular a tecnologia de que dispomos e a ajuda~econmica que nos possvel conceder e estaremos sempre prontos a apoi-los.Eis como Stline julgava e agia.

    Os kruchovistas, pelo contrrio, no agiram assim e

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    enveredaram pelo caminho da criminosa colaboraocapitalista, criando com os antigos pases de democraciapopular uma unidade militar, poltica e econmica em

    seu prprio interesse e a expensas dos outros.Eles transformaram o Pacto de Varsvia num instrumento para manterem sob domnio as suas novas colnias,segundo formas e mtodos pretensamente socialistas. Converteram o Comecon, de organizao d entreajuda econmica que era na poca de Stline, num meio de controlo eexplorao dos pases membros.

    A poltica de Jos Stline era, pois, diferente daquela

    seguem os revisionistas modernos kruchovistas e outrosem todos os grandes problemas polticos, ideolgicos eeconmicos. A poltica de Stline era uma poltica de princpios, internacionalista, enquanto que a poltica dos revisionistas soviticos uma poltica capitalista, de domniodos povos que caem nas suas armadilhas.

    Stline foi acusado pelos imperialistas, por Tito,pelos kruchovistas e por todos os outros inimigos, de ter,

    por assim dizer, procedido partilha das zonas de influncia, fazendo acordos com os antigos aliados antifascistas,os Estados Unidos e a Gr-Bretanha aps a 2a GuerraMundial. O tempo atirou esta acusao para o caixote dolixo, tal como atirara as outras. Depois da 2a Guerra Mundial, Stline, com um esprito de justia exemplar,.defendeu os povos, a sua luta de libertao nacional e os seusdireitos nacionais e sociais contra os conluios dos seus antigos aliados da guerra antifascista.

    Os inimigos do comunismo, desde a reac burguesainternacional at aos kruchovistas passando por todos osoutros revisionistas, fizeram todos os esforos para denegrir e caluniar as virtudes deste grande marxista-leninista,as suas ideias claras e as suas aces justas, para desacreditar o primeiro Estado socialista criado por Lnine e pelo

    prprio Stline.Os kruchovistas, esses novos trotskistas, boukhari-nistas, zinovievistas e toukhatchevskistas atiaram perfi-damente nos homens que tinham feito a guerrasentimentos de presuno e superioridade. Promoveram

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    os privijgios em favor da lite, franquearam largamente ocaminho para o burocratismo e o liberalismo no partido eno Estado, violaram as verdadeiras normas revolucion

    rias, e, pouco a pouco, conseguiram difundir no povo umesprito derrotista. Fizeram crer que todos os defeitos dasua aco eram devidos atitude brutal e sectria, aosmtodos e ao estilo de trabalho de Stline. Com estamaneira diablica de atirar a pedra e esconder a mo, elestinham em vista enganar a classe operria, o campesinatodos kolkhozes e os intelectuais, e pr em movimento todosos elementos dissidentes at ento escondidos. Dizia-se aoselementos dissidentes, carreiristas e degenerados que tinhavindo a verdadeira liberdade e que esta liberdade lhestinha sido trazida por Nikita Kruchov e o seu grupo. Erauma maneira de preparar o terreno para a liquidao dosocialismo na Unio Sovitica, para a abolio da ditadurado proletariado e a instaurao dum Estado de todo opovo, que acabaria de facto .por se transformar num

    Estado ditatorial de tipo fascista, como hoje em dia efecti-vamente .Estas infmias no tardaram a aparecer depois da

    morte, ou melhor, depois do assassinato de Stline. Digodepois do assassinato, porque o prprio Mikoyan nosdisse, a mim e ao camarada Mehmet Shehu que ele,Kruchov e seus aclitos tinham decidido montar umpokoucheni, urdir um atentado para m atar Stline, mas

    que depois, como disse Mikoyan, tinham renunciado a esteplano. notrio que os kruchovistas esperavam impacientemente a morte de Stline. As circunstncias da sua morteno esto ainda, de resto, totalmente clarificadas.

    Com efeito, o caso dos Mbatas brancas, o processocontra os mdicos do Kremlim que, em vida de Stline,tinham sido acusados de tentar matar vrios dirigentes daUnio Sovitica, um enigma ainda no esclarecido.Depois da morte de Stline estes mdicos foram reabilitados e o caso arquivado! Mas porque se encerrou este caso?Os actos criminosos destes mdicos ficaram ou no provados na altura em que foram julgados? O processo dos mdicos foi encerrado, porque, se se continuasse o inqurito, se

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    se tivesse investigado mais profundamente, ter-se-iam descoberto muitas irregularidades, muitos crimes e conjurasperpretados pelos revisionistas encapotados, com

    Kruchov e Mikoyan cabea. Estas prticas explicariamtalvez as mortes sbitas e num lapso de tempo relativamente curto de Gottwald, Bierut, Foster, Dimitrov eoutros, que sofriam de doenas curveis e que eu evoco nasminhas memrias no publicadas Ns e os kruchovistas .Isso talvez explicasse tambm a verdadeira razo da mortesbita de Stline.

    Para realizar os seus vis ensejos e os seus planos de

    luta contra o marxismo-leninismo e o socialismo, Kruchove o seu grupo liquidaram um a um, sem barulho e misteriosamente, um bom nmero dos principais dirigentes doKomintern. assim que, entre outros, atacam, desacreditam e destituem Rakosi e o deportam para as longnquasestepes da Rssia.

    No relatrio secreto que apresentaram no seu XXCongresso, Nikita Kruchov e seus aclitos lanaram toda alama que puderam sobre Jos Vissarionovitch Stline eesforaram-se por o rebaixar da maneira mais abjecta,segundo os mtodos trotskistas mais cnicos. Depois deterem comprometido um certo nmero de quadros dirigentes do Partido Comunista da Unio Sovitica, os kruchovistas exploraram-nos a fundo, depois afastaram-nos eliquidaram-nos como se fossem elementos anti-partido.Condenando o culto de Stline para encobrir os seus crimes posteriores contra a Unio Sovitica e o socialismo, oskruchovistas, com Kruchov cabea, levaram aos pncaros o culto deste ltimo.

    Estes altos dirigentes do partido e do Estado soviticoatriburam a Stline a ferocidade, a manha, a perfdia e abaixeza de carcter que lhes eram prprios, assim como asprises e assassinatos que eles prprios praticavam. Na

    vida de Stline eram precisamente eles que, para dissimular o seu carreirismo, os seus intentos e as suas aces infames, lhe cantavam os mais altos elogios. Em 1949,Kruchov qualificava Stline de guia e educador genial,declarava que o nome de Stline a bandeira de todas as

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    vitrias do povo sovitico, a bandeira da luta dos trabalhadores do mundo inteiro. Mikoyan apreciava as obras deStline como um novo grau histrico, superior, do leni-

    nismo. K ossiguine dizia que ns devemos todas as nossasvitrias e os nossos sucessos ao grande Stline, etc.Depois da sua morte mudaram de atitude. Foram oskruchovistas que abafaram a voz do partido, abafaram avoz da classe operria e encheram os campos de concentrao de patriotas; foram eles que libertaram da priso ostraidores, os trotskistas e todos os inimigos, de quem otempo e os factos tinham provado, assim como a sua lutaactual como dissidentes o comprovou, a hostilidade aosocialismo e o papel de agentes ao servio dos inimigoscapitalistas estrangeiros.

    Foram os kruchovistas que, secreta e misteriosamente, julgaram e condenaram, no somente os revolucionrios soviticos mas tambm numerosas pessoasdoutros pases. Nas minhas notas,, evoco uma reunio com

    os dirigentes soviticos Kruchov, Mikoyan e Molotov,entre outros. Como M ikoyan ia para a ustria, Molotov,brincando, disse-lhe: toma ateno, no faas umasalada* na ustria como fizeste na Hungria.Perguntei imediatamente a Molotov: porqu? foiMikoyan que fez a salada* na Hungria?. Ele respondeuafirmativamente e acrescentou que se Mikoyan l fosse oenforcariam. Mikoyan, esse cosmopolista antimarxista

    camuflado, respondeu: se me enforcarem, tambm enforcaro Kadar. Mas mesmo que os dois fossem enforcados,as suas intrigas e baixezas continuariam contrrias a toda amoral.

    Kruchov, Mikoyan e Suslov apoiaram de incio, oconspirador Imre Nagy; depois condenaram-no e fizeram-no executar em segredo algures na Romnia! Com quedireito agiram eles assim com um estrangeiro? Mesmo

    sendo um conspirador, era ao julgamento do seu Estadoque devia ser submetido e nunca lei ou ao julgamentodum tribunal estrangeiro. Nunca Stline se rebaixou comprticas destas.

    No, Stline no agia assim. No seu tempo, os proces-

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    ss contra os traidores ao partido e ao Estado soviticoeram pblicos. Davam-se a conhecer ao partido e ao povosovitico os crimes que os traidores tinham perpretrado,

    No encontramos tais prticas mafiosas em nenhumaaco de Stline, encontramo-las sim nas aces dos chefesde fila revisionistas soviticos.

    Os revisionistas soviticos usaram e continuam a usaros mesmos mtodos na luta que travam entre si pelo poder, imagem do que se faz em todos os pases capitalistas.Kruchov apoderou-se do poder com um golpe de Estado efoi tambm com um golpe de Estado que Brejnev odestronou.

    Brejnev e os seus companheiros desembaraaram-sede Kruchov para defenderem a poltica e a ideologia revisionistas contra o descrdito e a denncia que lhe granjea-ram os comportamentos, as aces insensatas, asextravagncias e os gestos deslocados de Kruchov. Brejnevnunca renegou o kruchovismo, as alianas e as decises dos

    XX e XXII Congressos, que definem esta corrente. MasBrejnev mostrou-se to ingrato com Kruchov, que antestanto elogiava, que fez constar quando ele morreu que noencontrava um canto sob os muros do Kremlin para acolocar as suas cinzas! Por outro lado, nem os povos soviticos, nem a opinio mundial foram jamais informados dasverdadeiras razes do afastamento de Kruchov. Aindahoje a causa principal apresentada nos documentos ofi

    ciais a sua idade avanada e o agravamento do seuestado de sade!!Stline no era de forma alguma o homem que os ini

    migos do comunismo acusaram e acusam de ter sido. Pelocontrrio, ele guiava-se pelos princpios e pela justia e,se-gundo os casos, sabia ajudar ou combater aqueles quecometiam erros, sabia apoiar e encorajar aqueles que serviam fielmente o marxismo-leninismo realando os seus

    mritos. Conhece-se o caso de Rokossovski e de Jukov.Quando Rokossovski e Jukov caram em erro, foram criticados e destitudos mas no rejeitados como incorrigveis;pelo contrrio, foram ajudados fraternalm ente e, logo quese verificou que se tinham corrigido, Stline promoveu-os,

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    nomeou-os marechais, e, quando da grande guerra patritica, confiou-lhes tarefas extremamente importantes nasprincipais frentes de guerra contra os invasores hitlerianos.

    S poderia agir assim, como agiu Stline, um dirigente quetivesse uma clara concepo marxista-leninista da apreciao do trabalho dos homens, com os seus mritos e os seusdefeitos, e que aplicasse esta justa concepo na prtica.

    Com a morte de Stline, o marechal Jukov tornou-seum instrumento de Nikita Kruchov e do seu grupo, apoiouas aces de traio deste ltimo contra a Unio Sovitica,

    contra o partido bolchevique e Stline. Por fim, NikitaKruchov rejeitou Jukov, depois de o ter espremido comoum limo. Agiu da mesma maneira em relao a Rokos-sovski e a numerosos outros quadros importantes.

    Muitos comunistas soviticos foram enganados pelademagogia do grupo revisionista kruchovista e acreditaram que, depois da morte de Stline, a Unio Sovitica se

    iria tornar realmente um paraso, cmo lhes tinham dito ostraidores revisionistas. Eles declararam pomposamenteque o comunismo seria instaurado na Unio Sovitica em1980! Mas que se passou de facto? Aconteceu exactamenteo contrrio, como era inevitvel. Os revisionistas tomaramo poder, no para fazer prosperar a Unio Sovitica, mas,como de facto fizeram, para a reconverter num pas capitalista, para a submeter economicamente ao capital mundial,

    para celebrar acordos, secretos ou no, com o imperialismo americano, para submeter os povos dos pases dedemocracia popular a coberto de tratados militares e econmicos, para manter estes Estados sob o seu jugo e paracriar mercados e zonas de influncia no mundo. Eis a verdadeira face dos kruchovistas, que se aproveitaram da felizedificao do socialismo na Unio Sovitica e conduziramos seus sucessos por um caminho to nefasto que criaramuma nova burguesia social-imperialista para fazer dessepas uma potncia imperialista mundial, que dominaria omundo conjuntamente com os Estados Unidos. Stlinelinha posto em guarda o Partido contra um tal perigo. Oprprio Kruchov nos confiou que Stline tinha predito que

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    eles venderiam a Unio Sovitica ao imperialismo. E, defacto, as suas previses confirmaram-se.

    Os povos do mundo, o proletariado mundial, os

    homens sensatos e justos podem julgar eles mesmos, facerealidade, a justeza das posies de Stline. S se pode avaliar da justeza da linha marxista-leninista seguida por Stline encarando-a numa larga ptica poltica, ideolgica,

    . _ .econmica e militar.A burguesia e os revisionistas iludiram, com a sua

    propaganda e falsificando a histria, as pessoas no quetoca actividade de Stline; mas agora que as pessoas

    aprenderam a conhecer os kruchovistas, os titistas, osmaostas, os eurocomunistas e outrqs revisionistas,agora que sabem o que foram os hitlerianos e o que so osimperialistas americanos e o capitalismo mundial, compreenderam porque se batia Stline, porque se batiam osbolcheviques, porque se batem os proletrios e os autnticos marxistas-ieninistas e compreenderam tambm porque

    lutam os seus inimigos, as correntes ao servio do capitalismo, porque lutam os revisionistas. Enganam-se eenganar-se-o sempre todos aqueles que pensam que ocomunismo um fiasco'. A vida mostra diariamente quea nossa doutrina continua viva e imbatvel.

    Ao apreciarem a obra de Stline no seu conjunto,todos se podem persuadir da genialidade e do espritocomunista desta personalidade notvel, de uma enverga

    dura que o mundo moderno raramente teve oportunidadede conhecer.A grande causa de Marx, Engels, Lnine e Stline, a

    causa do socialismo c do comunismo, o futuro do mundo.Ns, comunistas albaneses, aplicmos com sucesso os

    ensinamentos de Stline, em primeiro lugar para edificarum Partido poderoso, um Partido de ao, sempre fiel aomarxismo-lemnismo e severo para os inimigos de classe,

    lutmos por preservar a unidade de pensamento e aco noPartido e reforar a unidade do Partido com o povo.Seguimos os ensinamentos de Stline sobre a edificao daindstria socialista, sobre a colectivizao da agricultura econseguimos grandes sucessos. O nosso Partido e o nosso

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    povo continuaro a lu tar pelo reforo incessante daestreita aliana entre a classe operria e o campesinato, soba direco da classe operria. Jamais nos deixaremos enga

    nar pelas lisonjas e artimanhas dos inimigos, de dentro oude fora, mas continuaremos a luta de classe tanto internacomo externamente, e estaremos sempre vigilantes face sinvestidas dos inimigos. E, com efeito, se no nos tivssemos mostrado vigilantes, se no tivssemos aplicado fielmente os ensinamentos de Marx, Engels, Lnine e Stline,a Albnia teria cado napn tano do revisionismo modernoe no seria independente e socialista, a ditadura do pro letariado no existiria, e o pas estaria submetido s potnciasimperialistas-revisionistas.

    O nosso Partido e o nosso povo continuaro no caminho de Karl M arx, de Friedrich Engels, de Vladimir Ulia-nov Lnine e de Jos Stline. As geraes futuras daAlbnia socialista seguiro fielmente a linha do seu Partido bem-amado.

    Os albaneses, comunistas patriotas sem partido,prestam respeitosa homenagem memria do seu grandeeducador, Jos Stline. Na ocasio do centenrio do seunascimento, evocamos com devoo o homem que nos ajudou, que nos permitiu multiplicar as foras do nosso povo,a quem o Partido tornou incontestvel senhor d o'seu destino. A obra da libertao e da edificao do socialismo nor osso pas pode atribuir-se tambm ao apoio internaciona

    lista de Stline. A sua rica e preciosa experincia guiou onosso caminho e a nossa aco.Neste ano comemorativo, o nosso Partido desenvolve

    uma actividade vasta e incessante para tornar mais conhecida a vida e obra de Stline, esse glorioso e grandemarxista-leninista. Toda a actividade do nosso Partido,depois da sua fundao at aos nossos dias, testemunha oseu amor, respeito e fidelidade doutrina imortal dos nossos grandes clssicos, s ideias de Jos Stline. E assimfaremos de gerao em gerao.

    Como militante do nosso Partido, como seu dirigente, tive a honra de ser vrias vezes m andatado pelo Partido para me encontrar com o camarada Stline, conversar

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    com ele sobre os nossos problemas e a nossa situao e solicitar os seus conselhos e a sua ajuda. Esforcei-me por escrever as minhas recordaes destes encontros reportando-me

    prpria poca, segundo as minhas impresses domomento e a atitude de Stline para com o representantede um pequeno partido e de um pequeno povo. Ao mandarpublicar, na sua simplicidade, estas memrias, moveu-meo desejo de ajudar, mesmo que pouco, os nossos comunistas, os nossos trabalhadores e a nossa juventude a conhecera figura deste homem imortal.

    Neste glorioso aniversrio, inclino-me com devoo e

    fidelidade perante o Partido e o povo que me fizeram nascer, que me criaram e me forjaram, perante a memria deStline, que me deu conselhos to preciosos para assegurara felicidade do meu povo e me deixou no corao e no esprito lembranas inesquecveis.

    Para ns, marxistas-leninistas, e para os inmerossimpatizantes dos nobres ideais da classe operria em todo o mundo, este centenrio deve servir para reforar a uni

    dade combatente das nossas fileiras. ~~

    Hoje, na comemorao deste grande jubileu do nascimento de Stline, o momento oportuno para as pessoashonestas de todo o mundo reflectirem, encontrarem ocaminho justo, dissiparem a confuso criada nos espritospela burguesia capitalista e revisionista, com vista a incre

    mentar o impulso revolucionrio, as ideias revolucionriasdas massas. O pensamento e a aco revolucionrios guiaro os homens de boa vontade, as pessoas justas, as pessoasdo povo, no caminho da sua libertao do jugo do capital.

    Ao celebrar a memria de Stline e a sua obra no centenrio do seu nascimento, ns, marxistas-leninistas, nopodemos deixar de nos dirigir directamente aos povos daUnio Sovitica para lhes dizer com toda a sinceridade efranqueza:

    V s que, com o nome de Stline nos lbios, enfrentas-tes e vencestes os inimigos mais perigosos da humanidade,que fareis por ocasio deste grande jubileu, calar-vos-eis?

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    Os revisionistas kruchovistas, que disseram de Stlineas piores baixezas, como no podem deixar totalmente

    sombra o seu nome e a sua obra notvel escrevero possivelmente a seu respeito algumas palavras vazias. Mas vs,que fizestes a Grande Revoluo de Outubro, tendes odever de evocar com profundo respeito o vosso gum esclarecido. Deveis abater o regime ditatorial fascista, camuflado sob slogans enganadores. Deveis saber que aquelesque vos governam sao fascistas, chauvinistas e imperialistas. Eles preparam-vos para uma guerra imperialista

    encarniada, para massacrar os povos e pr a ferro e fogoos pases que tantas esperanas depositaram na ptria deLnine e Stline, como se vs fosseis carne para canho. Os

    povos do mundo no vos querem ver nesse papel. Se conti-nuardes a comportar-vos assim, eles deixaro de vos respeitar e odiar-vos-So.

    Os povos do mundo tm horror aos vossos actuaisgovernantes contra-revolucionrios* porque as armas atmicas que produzem, os desfiles na Praa Vermelha e asmanobras militares que organizam se tornaram umaameaa para os povos e para a sua liberdade, em tudo idntica do imperialismo americano e do capitalismo mundial. Na Unio Sovitica as armas e o exrcito j no estonas mos dos povos soviticos, no servem libertao do

    proletariado mundial, so sim destinados a oprimir os

    povos soviticos e os outros povos.Deveis compreender e dar-vos conta de que h muitotempo que os inimigos vos desviaram do caminho da revoluo. Os revisionistas kruchovistas esforam-se por des

    pertar em vs o sentimento de arrogncia e superioridadeem relao aos outros. Dizem utilizar a vossa grande forapara combater o imperialismo americano e o capitalismomundial, mas isso falso. Os vossos governantes esto em

    oposio e ao mesmo tempo em aliana com o imperialismo americano e com o capitalismo mundial; no o fazempara defender os interesses da revoluo, mas porque a issoso levados pelas suas ambies e interesses imperialistasde partilha das esferas de influncia e de domnio dospovos.

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    Os povos do mundo inquietam-se por no saberem sevs, filhos, netos e descendentes dos gloriosos com batentesque fizeram a Grande Revoluo Socialista de Outubro,vs, proletrios, kolkhozianos, soldados e intelectuaissoviticos, prosseguireis neste caminho hostil aos povosonde vos colocaram os vossos opressores, ou se, com osnomes de Lnine e Stline na boca, vos levantareis e passa-reis ao ataque no caminho da revoluo. O mundo deseja eespera que marcheis na via da revoluo e que avanceispara o verdadeiro socialismo e contra o imperialismo, o

    social-imperialismo e o-revisionismo, gritando como vossos pais Za Lnina!, Za Stalina!*.A vossa direco de traidores no vos diz a verdade

    sobre os sofrimentos dos outros povos, cujos filhos morrem nas ruas em luta contra os imperialistas e capitalistassanguinrios. Ela no vos diz as verdadeiras razes porque, no Iro, o povo sedento de liberdade e independnciase levantou e derrubou o X tirano,-instrumento dos impe

    rialistas americanos. A clique revisionista kruchovistamantm-vos na ignorncia do sofrimento dos povos rabes, dos povos do continente americano e de todos osoutros continentes, gorque estes sofrimentos lhes so causados pelo imperialismo e pelos vossos dirigentes traidores. Eles no vos dizem nada sobre a maneira como os

    povos de frica so oprimidos pelos vossos homens e seusvassalos, vs nada sabeis das intrigas que no mundo tramam os novos czares do Kremlin; eles no vos dizem queos amigos dos kruchovistas, os amigos da vossa direco aquem Kruchov e os seus seguidores com Brejnev cabeaabriram o caminh da traio, fazem causa comum com oscapitalistas a expensas da classe operria e dos interessesdos seus povos. Vs ignorais tambm muitas coisas sobre o'modo como sofrem e so silenciadas as pessoas honestas

    no vosso pas, porque sobre isso o bando que vos oprimenada diz.Vs precisais saber que os povos se levantam pela

    revoluo e que lutam heroicamente, enquanto vs, que

    * Em niss: Viva l .nine!" Viva Stline!".

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    pertenccis a uma grande potncia, sois oprimidos, enganados e adormecidos.

    Um bando de opressores converteu o vosso pa s num apotncia social-imperia lista . O caminho da salvao aquele que nos ensinaram Marx, Engels, Ln ine e Stl ine, o caminho da revoluo. O s Brejnev, Kossi^uine, Ust i -nov e Yakoubovsky, assim com o os Sol jeni tsyne e os S ak a-rov, so contra-revolucionrios e, como tal , devem sercombatidos e liquidados.

    Vs sois uma grande potncia, mas deveis reconquis

    tar a confiana do proletariado mundial, a conf iana dospovos do mundo, essa grande confiana que Lnine e St -line mereceram pelo seu trabalho e pela sua luta. Deveis,serp tardar, reflectir profundamente no vosso futuro e noda humanidade. Chegou a hora de vos tornardes naquiloque fostes em vida de Lnine e Stline gloriosos participantes na revoluo proletria; no deveis pois continuar asuportar o jugo dos inimigos da revoluo e dos povos , inimigos da liberdade e da independncia dos Estados . Novos deveis tornar instrumentos de um imper ia l i smo, que

    procura escravizar os po vos mascarando-se de ieninista.Se seguirdes o cam inho da revo luo e do m arx i sm o-

    leninismo, se vos ligardes estreitamente ao p ro le t a r i adomundial, ento o imperalismo americano e, em geral, ocapitalismo em putrefaco sero abalados nos seus al icer

    ces, o mundo mudar de feio, o socialismo t r iunfar .A vs, povos soviticos, operrios, ko lkhoz ianos , soldados soviticos, cabem grandes responsabilidades e gran des tarefas face humanidade. S podereis cumprirhonrosam ente estas tarefas se sacudirdes a clique brbara eo jugo que ela faz pesar sobre o velho e glorioso Partidobolchevique de Lnine e Stline e"Sobre vs p rprios .

    O vosso Partido j no um partido marxista-

    leninista. Deveis edificar, lutando, um novo partido dotipo do de Lnine e Stline. Deveis compreender que aUnio Sovitica j no constitui um conjunto de povosunidos na liberdade, vivendo em plena harmonia entre si.Foi o bolchevismo que conseguiu criar a unio fraterna dos

    povos da Unio Sovitica. O revisionismo fez o contrrio,

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    dividiu os povos do vosso pas, suscitou o chauvinismo emcad repblica, atiou a hostilidade entre elas, semeouentre os outros povos o dio pelo povo russo que os guiarna revoluo sob a direco de Lnine e Stline.

    Continuareis a permitir que vos calem? Continuareisa permitir que no vosso pas se aprofunde o processo deaburguesamento em todos os campos, como querem osrevisionistas? Aceitareis o jugo dum novo capitalismo,camuflado de socialismo?

    Ns, os comunistas e o povo albans, assim como

    todos os comunistas e povos do mundo amantes da liberdade, ammos a verdadeira Unio SoVitica da poca deLnine e Stline. Prosseguimos perseverantemente nocaminho de Lnine e Stline e temos confiana nas grandesforas revolucionrias dos povos soviticos, do proletariado sovitico e estamos tambm convencidos de que estafora se manifestar gradualmente e que, pela luta, aopreo de sacrifcios, ela se elevar altura das exigncias da

    poca e destruir nos seus prprios alicerces o social-imperialismo sovitico.A revoluo e os sacrifcios que fareis no enfraquece

    ro o vosso pas, faro renascer a verdadeira Unio Sovitica socialista. A ditadura social-imperialista serderrubada e a Unio Sovitica ficar mais forte que nunca.Nesta obra gloriosa beneficiareis do apoio de todos ospovos do mundo, do proletariado mundial. No nas frases ocas e aces nefastas da clique que vos oprime masnesta grande convulso revolucionria que as ideias dosocialismo e do comunismo mostram a sua fora. S assim,avanando por este caminho, os verdadeiros comunistas,os marxistas-leninistas de todo o mundo, estaro em condies de vencer o' imperialismo e o capitalismo mundial.Eles ajudaro os povos do mundo a libertarem-se um a um,

    ajudaro a grande China a retomar o caminho do verda*-deiro socialismo para que se no torne uma superpotnciaopressora e uma terceira parceira nas guerras de rapinapreparadas pelo imperialismo, o social-imperialismosovitico e a clique de Hua Kuofeng e Teng Siaopingactualmente no poder na China. '

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    Ns, comunistas albaneses, discpulos fiis de Lninee Stline, soldados da revoluo, porque somos vossosirmos, y o s s o s camaradas de luta pela causa da revoMit.oproletria e da libertao dos povos lanamos-vos c apelopara que reflictais, neste glorioso jubileu, sobre este:, problemas decisivos para vs e para o mundo inteiro. Seseguirdes o caminho da guerra de rapina, imperialista,onde vos conduzem os vossos dirigentes renegados, ficaremos certamente inimigos do vosso sistema e das vos; asaces contra-revolucionrias. Isto claro como a gua. E

    nem poderia ser de outro modo.Nenhuma tempestade, por mais furiosa que seja, nospode deter, a ns comunistas albaneses ligados que estamos ao nosso povo como a carne ao osso, quando estamosconvencidos da justeza da nossa aco. E estamos certos devencer as tempestades como as venceram o Partido dosbolcheviques e o poder dos Sovietes, como as venceramLnine e Stline, os grandes capites da revoluo.

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    RECORDAESDOS MEUS ENCONTROS

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    PRIMEIRO ENCONTRO

    Julho 1947

    A situao externa da RPA. As relaes com os Esta*dos vizinhos e com os anglo-americanos. O incidente deCorfu No Tribunal de Haia, A situao poltica, econm i c a , social e d e classe na Albnia. Stline interessa-semuito pelo nosso pas, pelo nosso povo e pelo nosso Partido, que tem e m grande estima. No lgico que um par

    tido no poder se mantenha na clandestinidade. O vossoPartido Comunista poderia chamar-se Partido do Trabalho.

    Cheguei a Moscovo a 14 de Julho de 1947 dirigindo aprimeira delegao oficial do Governo da Repblica

    Popular e do Partido Comunista da Albnia para umavisita de amizade Unio Sovitica.Os meus camaradas e eu, que tnhamos sido designa

    dos pelo Comit Central do Partido para esta visita a Moscovo, sentimos uma alegria indescritvel ao encontraf ogrande Stline. Desde os nossos primeiros contactos com a

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    teoria marxista-leninista que sonhvamos dia e noite emencontrar Stline. Durante a nossa luta antifascista de

    libertao nacional este desejo acentuou-se ainda mais.Depois das eminentes figuras de Marx, Engels e Lnine o.camarada Stline era-nos extremamente querido e tnhamos por ele um imenso respeito, pois os seus ensinamentosguiaram-nos na fundao do Partido Comunista da Albnia enquanto Partido leninista, inspiraram-nos durante anossa luta de libertao nacional e so-nos sempre preciosos na construo do socialismo.

    Os nossos encontros com Stline e os seus conselhosiriam servir-nos de guia no vasto e rduo trabalho de consolidao das vitrias alcanadas.

    Por isso, a nossa primeira visita Unio Soviticadespertava uma alegria indescritvel e uma imensa satisfao, no s nos comunistas e em ns prprios, membros dadelegao, mas tambm em todo o povo albans que a

    aguardava com impacincia e a aplaudia com grandeentusiasmo.Vimos e sentimos no corao a grande cordialidade,

    calor e afeio com que Stline e o Governo Sovitico receberam a nossa delegao. Durante os doze dias que passmos em Moscovo encontrmo-nos vrias vezes comStline e as conversaes que com ele tivemos, tal como assuas recomendaes e conselhos sinceros, foram e

    mantm-se preciosos para sempre.

    Guardarei uma recordao inesquecvel do dia domeu primeiro encontro com Jos Vissarionovitch Stline.Foi a 16 de Julho de 1947 e estvamos em Moscovo h trsdias. Foi, desde o incio, um dia extraordinrio. De manhfomos ao Mausolu do grande Lnine onde nos inclinmosem profunda homenagem ao grande e genial dirigente daRevoluo, homem cujo nome e obra colossal estavam

    profundamente gravados nos nossos espritos e coraes enos tinham desde sempre guiado no caminho glorioso daluta pela liberdade, pela revoluo e pelo socialismo. Emnome do povo albans, do nosso Partido Comunista e emmeu nome pessoal coloquei uma coroa de flores junto do

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    Mausolu do imortal Lnine. Depois de termos visitado ostmulos dos valorosos combatentes da Revoluo Socia

    lista de Outubro, dos destacados militantes do PartidoBolchevique e do Estado Sovitico, junto ao Kremlin,drigimo-nos ao Museu Central de Vladimir Ilitch Lnine.1)edicmos mais de duas horas a percorrer todas as salas, aexaminar os documentos e objectos expostos que ilustravam em detalhe a vida e a obr insignes do grande Lnine.Antes de sair escrevi no Livro dos Visitantes, entre outras,as seguintes palavras: A causa de Lnine perdurar imor

    tal nas geraes futuras. A sua memria viver para sempre no corao do povo albans.Foi precisamente neste dia repleto de inesquecveis

    impresses e* emoes, que nos recebeu o discpulo e fielcontinuador da obra de Lnine, Jos Vissarionovich Stline, com quem tivemos uma longa entrevista.

    Logo desde o incio ele criou um ambiente to fraterno que rapidamente nos libertmos da natural emooque sentramos ao en trar no seu gabinete, uma grande salacom uma comprida mesa de reunies encostada secretria. Alguns minutos depois de trocadas as primeiras palavras, j estvamos to descontrados que tnhamos asensao de no estar a falar com o grande Stline, mas aum velho amigo com quem j tivssemos estado imensasvezes. Nesse tempo eu era ainda relativamente jovem e

    representava um pequeno partido e um pequeno povo,pelo que Stline, para criar um ambiente to caloroso eamigvel qu an to possvel, recheou as suas palavras de gentilezas e falou com grande amor e profundo respeito donosso povo, das suas antigas tradies combativas e do seuherosmo na luta de libertao nacional. Falou calma epausadam ente, com um ca lo r p articu la rm en tecomunicativo.

    O camarada Stline confiou-me, entre outras coisas,que sentia uma profunda simpatia pelo nosso povo, essevelho povo dos Balcs possuidor de uma longa e hericahistria.

    Conheo especialmente, disse ele, o herosmo de queo povo albans deu provas durante a sua luta antifascista

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    de libertao nacional, mas os conhecimentos que possuono so suficientemente vastos e profundos pelo que dese

    java que me falasse um pouco do seu pas, do seu povo e

    dos problemas que actualmente vos preocupam.Tomei ento a palavra descrevi ao cam arad a Stlineo longo e glorioso caminho percorrido pelo nosso povo nasua histria, as suas lutas incessantes pela liberdade e pelaindependncia. Detive-me particularmente no psrod o danossa luta de libertao nacional, falei-lhe da fundao donosso Partido Comunista enquanto partido de tipo leni-nista, do papel decisivo que ele tem desempenhado

    enquantonica fora dirigente da luta e dos esforos dopovo albans"paa conquistar a liberdade e a independncia da sua ptria, derrubar o antigo poder feudal-burgus,instaurar o novo poder popular e encaminhar com xito o

    pas para profundas transformaes socialistas. Nestaaltura agradeci uma vez mais ao camarada Stline eexprimi-lhe o profundo reconhecimento dos comunistas ede todo o povo albans pelo caloroso apo io que o PartidoComunista da Unio Sovitica, o Governo sovitico e eleprprio tinham dado ao nosso povo e ao nosso Partidodurante a guerra e aps a libertao da p tr ia .

    Falei em seguida ao cam arada Stline jdasjjrofu nd astransformaes polticas, econmicar^ sociais gradualmente realizadas, ou effiVis de o serem, dura nte c sprim eiros aiVSTifpoder popular na Albnia. A situao interna

    da Albnia nos planos poltico e econmico, disse-lhe entreoutras coisas, apresenta ntidas melhorias. Estas so devidas justa compreenso da necessidade de ultrapassar as !dificuldades e aos grandes esforos do povo e do Partidopara as suprar com o seu trabalho incansvel. O nossopovo est decidido a seguir o seu caminho e tem u m a confiana inabalvel no nosso Partido Comunista, noGoverno da nossa Repblica Popular, nas suas foras pro

    dutivas e nos seus amigos sinceros; animado dum elevadoesprito de mobilizao, abnegao e entusiasmo realizaem cada dia as tarefas que lhe cabem.

    O camarada Stline regozijou-se com os sucessos donosso povo e do nosso Partido na sua obra de construo e,

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    era seguida, pediu mais informaes sobre a situao dasclasses no nosso pas. Interessou-se sobretudo pela nossaclasse operria e pelos camponeses. Fez-me uma srie de

    perguntas acerca destas duas classes da nossa sociedade etrocmos a esse propsito numerosas ideias que no futuroviriam a revelar-se teis pra edificarmos um trabalhoslido no seio da classe operria e dos camponeses pobres etambm para definirmos as atitudes a tomar face aos elementos de situao econmica desafogada das cidades eaos kulaks dos campos.

    A esmagadora maioria da nossa populao, respondi, entre outras coisas, ao camarada Stline, consti-iuda por camponeses pobres e alguns camponeses mdios.A nossa classe operria num ericam ente reduzida; temostambm um certo nmero de pequenos artesos, comerciantes de retalho e urna minoria de intelectuais. Toda estamassa de trabalhadores respondeu ao apelo do nosso Partido Comunista, mobilizou-se na luta pela libertao da

    Ptria e est hoje estreitamente ligada ao Partido e aopoder popular. A classe operria albanesa tem tradies na luta de

    classes? perguntou-me o camarada Stline. Antes da libertao do pas, respondi, essa classe

    era numericamente restrita, tinha-se acabado de criar ecompunha-se de um certo nm eros de operrios assalariados, aprendizes e artesos dispersos po r pequenas oficinase empresas, No entanto, nalgumas cidades do pas os operrios faziam greves, mas eram movimentos pouco importantes e isolados, devido ao pequeno nmero de operriose falta de organizao sindical. Apesar de tudo isto, expliquei ao camarada Stline, o nosso Partido Com unista foifundado enquanto partido da classe operria guiado pelaideologia marxista-Ieninista, que traduzia e defendia os

    interesses do proletariado e das largas massas trabalhadoras, em primeiro lugar os dos camponeses que representavam a maioria da nossa populao.

    O camarada Stline quis saber pormenores da situao dos camponeses pobres e mdios no nosso pas.

    Ao responder s suas perguntas falei-lhe da poltica

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    seguida pelo nosso Partido desde a sua fundao e doimportante trabalho que sob todos os aspectos levou a

    cabo para se apoiar no campesinato e ganhar a suasimpatia.Se assim actumos, disse eu, foi porque partimos do

    princpio marxista-leninista de que o campesinato oaliado mais prximo e natural do proletariado na revoluo e tambm porque na Albnia o campesinato representava a esmagadora maioria da populao e sempre secaracterizara atravs dos sculos por grandes tradies

    patriticas e revolucionrias. No seguimento da nossaconversa esforcei-me por caracterizar a situao econmica dos camponeses antes da libertao, bem como o seunvel cultural e tcnico. Reafirmando sempre as grandesvirtudes do nosso campesinato, patriota, trabalhador,estreitamente ligado terra e ptria, sedento de liberdadee progresso, referi-lhe tambm as acentuadas sobrevivn-cias do passado e o atraso econmico e cultural dos nossoscamponeses, assim como a m entalidade pequeno-burguesaenraizada na sua conscincia. O nosso Partido, referi eu,tem lutado com todas as suas foras contra esta situao etemos obtido sucessos neste sentido; mas sabemos que pre>cisamos de lutar mais e melhor para levar o campesinato atom ar conscincia, a abraar a linha do Partido e a aplic-la em todas as circunstncias.

    Tomando a palavra o camarada Stline disse quegeralmente, de incio, os camponeses receiam o comunismo, imaginam que os comunistas lhes querem tirar assuas terras e haveres. Os inimigos, prosseguiu, levam acabo jun to dos camponeses um grande trabalho de persuaso nesse sentido com o fim de os desviar da aliana com aclasse operria, de os afastar da poltica do Partido e docaminho do socialismo. Da a enorme importncia de que

    se reveste um trabalho atento e clarividente do Partidopara que, como o camarada ressaltou, o campesinato seligue indissoluvelmente ao Partido e classe operria.

    Nesta altura descrevi ao camarada Stline, em traosgerais, a estrutura social de classe do nosso Partido eexpliquei-lhe que essa estrutura correspondia fielmente

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    estrutura social do nosso povo. esta a razo pela qual,de momento, os comunistas provenientes das camadas do

    campesinato constituem a maioria nas fileiras do nossoPartido. A poltica do nosso Partido neste campo consisteem fazer crescer, passo a pagso e paralelamente ao crescimento da classe operria, o nmero dos seus membros deorigem operria.

    Apreciando a justa poltica seguida pelo nosso Partido em relao s massas, em geral e ao campesinato, emparticular, o camarada Stline deu-nos amigavelmente

    uma srie de conselhos teis para o nosso trabalho futuro.Sugeriu, entre outras coisas, que o nosso Partido Comunista se passasse a chamar Partido do Trabalho da Albnia, dado que maioria dos seus membros eram deorigem camponesa. De qualquer modo, observou, umaideia pessoal e, naturalmente, sereis vs, o vosso Partido, adecidir.

    Aps ter agradecido ao camarada Stline esta preciosa sugesto, disse-lhe:

    Vamos submeter a sua proposta ao I Congresso doPartido que estamos a preparar e estou convencido quetanto a base do Partido como a sua direco a consideraro oportuna e a aprovaro. Depois expus ao camaradaStline o nosso ponto de vista acerca da completa legalizao do nosso Partido no seu I Congresso.

    Na realidade, disse-lhe entre outras coisas, o nossoPartido Comunista foi e continuar a ser a nica fora dirigente de toda a vida do pas, mas, do ponto de vista formal,mantm-se numa situao de semi-clandestinidade. Nonos parece correcto que esta situao se prolongue.(i)

    verdade, respondeu o camarada Stline. No

    ( I) O 110 Plenrio do C C d o PC A , reunido de 13 a 24 de Setem bro de 1948, e o I Co ngresso do PCA d ecidi ram a com ple ta e imedia ta lega lizao do PC A . Ta m o o Plenr iocomo o C ongresso consideraram qu e a m anuteno do P ar t ido n um es tado de semiclan-dest inidade t inh a sido um erro derivado das pressSes e da influncia da direco t rots-kista jugoslava que, com objectivos bem determ inado s e con siderand o a Fren te com o aprin cip al for a d ir ig ente d o pais , te n ta va dis solv er o P a r tid o na F ren te , subestim ando ep o rtan to renegando o p rp rio P a rti d o C om un is ta e o se u papel d ir ig en te , ta n to naFren te como em toda a v ida do p a i s . .

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    lgico que um partido no poder permanea na clandestinidade e que se considere ilegal.

    Passando a outros assuntos relacionados com as nossas foras armadas, expliquei ao camarada Stline que onosso exrcito, nascido da luta, se com punha maioritaria-mente de camponeses pobres, jovens operrios e intelectuais das cidades. Quanto aos quadros do exrcito,tambm os oficiais que comandam nasceram da luta e foina luta que adquiriram a sua experincia.

    Falei-lhe igualmente dos instrutores soviticos quetrabalham no nosso pas e pedi-lhe que nos enviasse maisalguns. Como temos falta de experincia, disse-lhe, onvel do nosso trabalho poltico no exrcito insuficiente

    pelo que lhe peo para considerar este assunto e para nosajudar a elevar o nvel do trabalho no exrcito. verdadeque tambm temos instrutores jugoslavos, acrescentei, eno se pode dizer que no tenham experincia, mas o que

    certo que uma experinci limitada. Nascidos tambmde uma grande luta de libertao nacional, no tm noentanto o nvel dos oficiais soviticos.

    Depois de lhe ter falado acerca do elevado m oral donosso exrcito, da disciplina e de um a srie de outros pro

    blemas, pedi ao camarada Stline para nom ear um cam arada sovitico com quem pudesse discutir com maior

    profundidade e pormenor os problemas do nosso exrcito

    e as suas necessidades futuras.Abordei em seguida o problema do reforo do nosso

    litoral.Concretamente, precisamos reforar a ilha de Sazan,

    o litoral de Vlora e de Durres pois so posies muito delicadas. Foi por a que o inimigo nos atacou duas vezes. aque poderemos vir a ter de enfrentar um eventual ataque

    dos anglo-americnos ou dos italianos. A respeito do reforo do vosso litoral, disse entreoutras coisas o camarada Stline, partilho a vossa opinio.Pela nossa parte ajudar-vos-emos, mas devem ser os alba-neses^e no os soviticos a usar as armas e os outros meiosde defesa que vos fornecermos. verdade que o mecanismo de algumas armas complicado mas preciso que

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    mandem a vossa gente para c para aprender a manej-las.

    Com respeito ao meu pedido de envio de instrutorespolticos para o nosso exrcito, o camarada Stlineexplicou-me que no podiam enviar-nos mais porque essesinstrutores, para fazerem um trabalho produtivo, tinhamde, antes de mais, conhecer bem a lngua, a situao internae a vida do povo albans. Assim prefervel, disse, quesejais vs a enviar p a ra a Unio Sovitica camaradas quea p r e e n d a m a exper incia sovitica para em seguida a aplica rem n as fileiras do exrc i to popular albans.

    D ep o i s o cam arad a S t li n e in t e r ro g o u -m e ace rca d a s*onspiraes da reaco in te rna na A lbn ia e da nossa atitude em relao a e las .

    Temos g o l p ead o d u ramen t e a r eaco i n t e rn a , respondi. Temos obtido x i tos na lu ta pa ra a desmascarar eesmagar. Quanto liquidao fsica dos inimigos, ela tem-se dado tanto durante os choques directos das nossas foras com os bandos armados de criminosos como atravs daexecuo das sentenas dos tribunais populares na seqncia de processos contra os traidores e os colaboracionistas.Apesar dos sucessos alcanados neste campo nem por issopodemos afirmar que a reaco in terna esteja inactiva.Apesar de no conseguir organizar-se para nos desferirataques perigosos, nem por isso deixa de fazer propagandacontra ns.

    O inimigo externo apoia o inimigo interno paraalcanar os seus prprios objectivos. A reaco externaesfora-se por ajudar, encorajar e organizar os nossos inimigos internos atravs dos agentes que tem infiltrado nopas por terra e ar. Face s tentativas do inimigo temosmantido a vigilncia revolucionria das massas trabalha

    doras. O povo tem capturado agentes que foram entregues justia num a srie de processos. Os julgamentos e as condenaes pblicas tiveram um grande efeito educativosobre a populao e reforaram a sua confiana na fora eno sentido de justia do nosso poder popular e, simultaneamente, o respeito do povo por este. Ao mesmo tempo estes

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    julgamentos desmascararam e desmoralizaram as forasreaccionrias internas e externas.

    Na seqncia deste encontro com o camarada Stline,discutimos longamente os problemas da situao externa eem particular as relaes do nosso Estado com os pasesvizinhos. Comecei por expor a situao nas nossas fronteiras e falei-lhe das boas relaes que tnhamos coim a R ep

    blica Federativa Popular da Jugoslvia, detendo-me emparticular nas nossas relaes com a Grcia para lhe explicar a situao na fronteira sul. Disse-lhe que os monarco-

    fascistas gregos, no tendo conseguido realizar o seu sonhoda megale idea, ou seja, a anexao do Sul da Albnia,persistem no entanto nas provocaes nas nossas fronteiras. O seu objectivo, afirmei ao camarada Stline, provocar uma conflagrao na nossa fronteira e criar umasituao tensa nas relaes entre ns e a Grcia mesmoantes da guerra terminar totalmente. Expliquei-lhe quenos esforvamos para, na medida do possvel, evitar asprovocaes dos monarco-fascistas gregos e no lhes responder. S quando levam as coisas ao extremo e m atamos nossos homens, que ns lhes ripostamos para que com

    preendam que a Albnia e as suas fronteiras so inviolveis. Se tencionam levar a cabo aces que ponham emperigo a independncia da Albnia, preciso que saibamque estamos em condies de defender a nossa ptria .

    Os monarco-fascistas so encorajos e apoiados pelaspotncias imperialistas nos seus intentoas e nas suas conspiraes para fazer cair sobre a Albnia a responsabilidadeda guerra civil que se desencadeou na Grcia e desacreditaro nosso poder popular nas reunies do Conselho de Segurana e noutras conferncias internacionais. Aps terexposto amplamente a Stline estas questes, informei-ona generalidade acerca das atitudes que adoptvamos na

    comisso de inqurito e nas sub-comisses que tinham sidocriadas para examinar a tenso nas relaes entre a Albnia e a Grcia.

    Disse ao camarada Stline tudo o que sabamosacerca da situao dos democratas gregos e falei-lhe tambm do apoio que dvamos sua justa luta. No me escusei

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    a mostrar-lhe'abertamente a nossa posio em relao auma srie de pontos de vista dos camaradas do Partido

    Comunista da Grcia que nos pareciam errados.Expressei-lhe tambm a minha opinio a propsito dasperspectivas da luta dos democratas gregos.

    Embora o camarada Stline tivesse certamente sidoinformado pelos camaradas Molotov, Vychinski, etc.,acerca das atitudes brutais einfames dos imperialistasingleses e americanos em relao A lbnia, no hesitei emretomar o assunto colocando a tnica nas suas tomadas de

    posio hostis, simultaneamente brutais e dissimuladas,m relao a ns, na Conferncia de Paris. Fiz-lhe notar

    igualmente que a situao das nossas relaes com osanglo-americanos em n a d a tinha mudado e que con tinuvamos a considerar a atitude deles como am eaadora. Noconten tes em prosseguir uma propaganda muito hostilcontra a Albnia na arena internacional, os angl-

    americanos dedicavam-se a fazer provocaes terrestres eareas a partir da Grcia e da Itlia e a ajudar elementossubversivos albaneses, zoguistas, ballistas e fascistas emigrados, que tinham reunido, organizado e treinado emantigos campos de concentrao para esse fim remodelados em Itlia e noutros stios.

    Evoquei igualmente o problema do suposto incidentede Corfu, que os imperialistas ingleses levaram ao Conse

    lho de Segurana da ONU e o exame deste caso pelo Tribu-nal Internacional de Justia de Haia. O incidente deCorfu,acrescentei, foi montado pelos ingleses da primeira ltima pea, com vista a provocar o nosso pas e a procurar um pretexto para um a eventual interveno militar nacidade de Saranda. Ns no colocmos minas no marJnio. Com respeito s qu^ explodiram, ou foram os alemes que as colocaram durante a guerra, ou ento foramos prprios ingleses que l as puseram intencionalmente

    para as fazerem explodir no momento em que alguns dosseus navios atravessassem as nossas guas territoriais aolargo de Saranda. No havia nenhuma razo para essesnavios passarem junto das nossas costas e nem disso fomosavisados. Aps o rebentam ento das minas os ingleses afir

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    maram ter sofrido danos materiais e perdas h u m a n a s . T e n tavam portanto empolar o incidente. N o sa b em o s se os

    ingleses realmente sofreram os danos de que fa l am e noacreditamos no que dizem. Mas, mesmo que fosse verdade,,no seriamos ns os responsveis.

    Estamos a defender a nossa posio n o Tr i b u n a lInternacional de Justia de Haia, mas a ve rda de que estetribunal manipulado pelos i m p e r i a l i s t a s a n g l o -americanos, que forjam as mais d iversas acusaes pa raencobrir as suas prprias provocaes e obr iga rem-nos a

    indemnizar os ingleses.Tambm falei ao camarada St l ine da Conferncia deMoscovoo), e expus-lhe, com base em a rg u m en t o s d e v r iaordem, o nosso ponto de vista sobre a d o u t r i n a de Trumana propsito da Grcia e das ingerncias dos anglo-americanos nos assuntos internos da Repblica Popular4a Albnia; esclareci a nossa posio quanto zo plano Marshall , sublinhando que no aceitaramos qualquer ajuda no quadro desse plano infame.

    Tambm discuti c o m ele o p ro b le m a d a ex t ra d i odos criminosos de guerra que se t in h am ev ad i d o d o n o ssopas. Exigamos, com pleno direito, aos governos dos pa ses que nos entregassem os c r i mi n o so s a q u em t i n h amdado asilo, para prestarem contas dos seus cr imes ao povo,embora estivssemos conscientes de que no o far iam , po is

    esses criminosos constituem reservas d o s a n g l o -americanos e do fascismo em geral.Expus tambm ao cam arada Stline o p o n to de vista

    do nosso Partido acerca das relaes com a Itlia.Este pas, disse eu, atacou-nos por du as vezes. P s-no s aferro e fogo mas ns somos marxistas, in ernac ional i s tas e,enquanto tal, desejamos manter relaes d e ami zad e com o

    (1) De 10 de M aro a 24 de A bril de 1947 reuniu-se em M osco vo a Con ferncia do s ministros dos Estrangeiros da Unio Sovit ica, Estados Unidos, Gr-Breanha e Frana.Esta Conferncia discut iu questes relacionadas com o Tratado de Paz com a Alemanha. Os representantes da Unio Sovit ica, Molotov e Vyshinski , defenderam o direi to part icipao da Albnia na Conferncia de paz com a Alemanha. O representante francs defendeu igualmente esta posio, mas os representantes da G r-Bretanh ae dos Estados Unidos opuseram-se a ela .

  • 8/13/2019 Com Stalin - Recordaes - ENVER HOXHA

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    povo italiano. O actual governo italiano, sublinhei, mantm em relao a ns atitudes reaccionrias; os seus desgnios para com o nosso pas no diferem dos dos anterioresgovernos italianos. Encontrando-se sob a influncia dosanglo-americanos, este governo desejaria que a Albnia,de um modo ou de outro* se lhe submetesse, o que nuncaacontecer. com este fim, prossegui eu, que os anglo-americanos, conluiados com o governo d e Roma, equipame treinam em territrio italiano efectivos de emigrados que,em seguida, lanam c o m o agentes subversivos na Albnia.

    S e m p r e te n t a n d o camuflar -se, multiplicam as suas investidas contra o nosso pas, m as ns conhecemos bem todos osseus objectivos. D ese j amo s manter relaes diplomticasi o m e se pas, mas , q u a n t o a esta ques to , os governos italianos encaram as coisas d e u m modo negativo,

    Stline escutou-me atentamente e, no fim, disse-me,{ue os americanos e ingleses, apesar das dificuldades e dosobstculos que nos levantam, no podem atacar-nos nas

    condies actuais. Face vossa atitude resoluta, disse,eles no ousaro desembarcar no vosso territrio pelo queno deveis inquietar-vos; mas nem por isso deveis deixar dedefender a vossa p tr ia ; deveis tomar todas as medidaspara reforar o vosso exrc i to e fronteiras, pois o perigo deguerra da parte dos imperial is tas uma realidade.

    Os monarco-fascistas giegos, prosseguiu, empurrados e encorajados pelos imperialistas americanos e ingleses, continuaro a provocar-vos s para vos causaremproblemas e no vos deixarem tranqilos. Os actuaisgovernantes de Atenas tm mais em que pensar pois aguerra civil que l se desencadeou dirigida contra eles e osseus patres ingleses e americanos.

    No que respeita Itlia, acrescentou o camaradaStline, as coisas passam-se como pensais. A os anglo-

    americanos esforar-se-o por instalar bases, organizar areaco e fortalecer o governo de De Gasperi. Deveismostrar-vos vigilantes e manter-vos informados do quepor l fazem os emigrados albaneses. Enquanto os tratadosno forem concludos a situao no se pode considerarnormalizada. Sou de opinio que, para j, no pod