cole tivo mandala

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8/19/2019 Cole Tivo Mandala http://slidepdf.com/reader/full/cole-tivo-mandala 1/5 Coletivo Mandala O que é: é um coletivo de pessoas que questionam a realidade compulsória da heterormatividade e que se propõem a debater coletivamente questões ligadas a orientação sexual e identidade de gênero. Acolhendo as pessoas com o ideal de “você não está só! nos propomos em ser um espaço de aceitação! de a"eto! de construção de laços e nós de ami#ade. $ormado principalmente por pessoas pertencentes a comunidade %&'()*A +mas não somente,! acreditamos na necessidade da organi#ação enquanto uma "erramenta para a construição coletiva de uma sociedade mais -usta! igualitária e que aceite as di"erenças.  Assim! somos um coletivo de a"eto e de poltica. /om base nos ideais e posicionamento "eministas e da esquerda! nossas ações são norteadas pelos debates reali#ados de maneira hori#ontal dentro do próprio coletivo. 0omos suprapartidários! uma ve# que organi#ações como partidos polticos ou outros coletivos são bem vindos para compor na luta! porém desde que tenham no 1andala o ob-etivo em si. Nossos principios norteadores são: Você não está só: 1uitas ve#es o sentimento de solidão abate parte da população %&'()*A porque não é "ácil en"rentar os preconceitos presentes na sociedade. /rescer em um mundo que dita a normalidade com base nas relações heteronormativas acaba nos levando para a depressão! isolamento e negação de si mesma+o,. 2or isso o coletivo 1andala nega a negação da nossa existência. +3,existimos e estamos -untas+os, criando espaços de diálogo e contruções a"etivas. O pessoal é político: %ema "eminista da década de 4567! o pessoal é poltico visa problemati#ar que as questões que tange a sexualidade! ao pra#er! a per"ormatividade! as relações pessoais! que muitas ve#es eram tidas como elementos da vida privada! que na verdade não eram questões para serem debatidas na es"era p8blica! no entanto constituindo9se sim questões polticas! pois estão na inplicação das relações humanas. 0endo assim! discutir as "ormas de relacionamento! a sexualidade e o pra#er é debater poltica e de"inir os elementos constitutivos da relação social. )uando colocamos que o pessoal é poltico queremos di#er que o so"rimento individual ocasionado pela %&'("obia é um problema social. )uando nossa mãe ou pai não nos aceitam porque nossa sexualdiade é vista como algo errado! isso não é um problema da pessoa! mas uma questão que deve ser debatida socialmente. :i#er que o que acontece na es"era do privado é problema da pessoa é contribuir com a violência! com o individualismo e a manutenção das opressões de gênero. Descontrução dos privilégios:  A milit;ncia não se constitui só na busca pelo direitos! mas também na descontrução de privilégios. :entro da nossa sociedade existe um con-unto de privilégios designado ao grupo

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Coletivo Mandala

O que é: é um coletivo de pessoas que questionam a realidade compulsória daheterormatividade e que se propõem a debater coletivamente questões ligadas a orientaçãosexual e identidade de gênero. Acolhendo as pessoas com o ideal de “você não está só! nos

propomos em ser um espaço de aceitação! de a"eto! de construção de laços e nós deami#ade.$ormado principalmente por pessoas pertencentes a comunidade %&'()*A +mas nãosomente,! acreditamos na necessidade da organi#ação enquanto uma "erramenta para aconstruição coletiva de uma sociedade mais -usta! igualitária e que aceite as di"erenças.

 Assim! somos um coletivo de a"eto e de poltica./om base nos ideais e posicionamento "eministas e da esquerda! nossas ações são norteadaspelos debates reali#ados de maneira hori#ontal dentro do próprio coletivo. 0omossuprapartidários! uma ve# que organi#ações como partidos polticos ou outros coletivos sãobem vindos para compor na luta! porém desde que tenham no 1andala o ob-etivo em si.

Nossos principios norteadores são:

Você não está só:

1uitas ve#es o sentimento de solidão abate parte da população %&'()*A porque não é "ácilen"rentar os preconceitos presentes na sociedade. /rescer em um mundo que dita anormalidade com base nas relações heteronormativas acaba nos levando para a depressão!isolamento e negação de si mesma+o,. 2or isso o coletivo 1andala nega a negação da nossaexistência. +3,existimos e estamos -untas+os, criando espaços de diálogo e contruçõesa"etivas.

O pessoal é político:%ema "eminista da década de 4567! o pessoal é poltico visa problemati#ar que as questõesque tange a sexualidade! ao pra#er! a per"ormatividade! as relações pessoais! que muitasve#es eram tidas como elementos da vida privada! que na verdade não eram questões paraserem debatidas na es"era p8blica! no entanto constituindo9se sim questões polticas! poisestão na inplicação das relações humanas. 0endo assim! discutir as "ormas de relacionamento!a sexualidade e o pra#er é debater poltica e de"inir os elementos constitutivos da relaçãosocial.)uando colocamos que o pessoal é poltico queremos di#er que o so"rimento individualocasionado pela %&'("obia é um problema social. )uando nossa mãe ou pai não nos aceitam

porque nossa sexualdiade é vista como algo errado! isso não é um problema da pessoa! masuma questão que deve ser debatida socialmente. :i#er que o que acontece na es"era doprivado é problema da pessoa é contribuir com a violência! com o individualismo e amanutenção das opressões de gênero.

Descontrução dos privilégios:

 A milit;ncia não se constitui só na busca pelo direitos! mas também na descontrução deprivilégios. :entro da nossa sociedade existe um con-unto de privilégios designado ao grupo

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identitário! como por exemplo a questão da hierarquia existente entre o masculino e o "eminino.< 1andala problemati#a os privilégios que certo grupos sociais tem! buscando "a#er adescontrução deles! como a questão da vo# em espaços publicos! problemati#ando que ohomem é tido como ser de direito ao p8blico enquanto a mulher do privado! deste modo! paraque se garanta o direito da vo# da mulher! se "a# necessária a perda da hegemonia da vo# do

homem. :o mesmo modo problemati#amos a construção histórico social que "e# com que aspessoas negras "ossem marginali#adas! sendo lançadas na peri"eria e so"rendo violênciapolicial! tendo seus corpos ob-eti"icado! se-a o da mulher na visão da mulata que é exploradano carnaval! se-a o do homem no "etishe "eita pelo homossexual branco. %&'()*A que sãonegros so"rem uma intersecção de opressões! não só sexual e de gênero! como racial. Agarantia da entrada de um grupo dentro do seio social implica que o grupo hegem=nico tenhasua participação redu#ida.

u!eito posicionado e a saída do ar"ário enquanto #erra"enta política:

>enhuma letra ou identidade "ixa nos de"ine! enquanto su-eitos 8nicos cada um é umasomatória de caractersticas que vão muito além de qualquer de"inição. >o entanto! asociedade tal como vem se con"igurando e ainda se con"igura! exige de nossas existências umposicionamento estratégico. )uando nossas a"etividades e sexualidade são negadas e taxadasde “anormais é! principalmente nesses momentos que nos assumimos? 0<1<0 %@0'*/A0!&A0! '*00BCDA*0! (3AEB0(*0! (3A>00BCDA*0! )DBB30! *>(B300BCDA*0 B

 A00BCDA*0. )uando nossos direitos são negados! quando di#em que não existimos! quenossos atos são aberrações! nós gritamos? 0<1<0 %@0'*/A0! &A0! '*00BCDA*0!(3AEB0(*0! (3A>00BCDA*0! )DBB30! *>(B300BCDA*0 B A00BCDA*0.>ossa identidade embora sob rasura +porque nunca está completa e de"inida, é também

locali#ada e histórica. 0abemos que enquanto houver opressão haverá a necessidade denosso posicionamento e não deixaremos que a normatividade dite o que é di"erente! o que éaceitável ou o que deve ou não existir.2ara nós do coletivo 1andala o ato de sair do armário não deve ser visto como uma con"issãode um crime ou pecado e sim como um ato polco de rexistência. 0abemos a dimensão pessoalque esse ato con"igura e não indicamos que ninguém "ale sobre sua sexualidade se não estiver seguro disso! mas quando o "i#er saiba que não está só e que quebrar tabus e a"irmar nossaexistência é parte "undamental da nossa luta diária.

O$!etivos?

(endo como base a nossa perspectiva de ação! temos como ob-etivo receber e acolher pessoas pertencentes a comunidade %&'()*A na D$0/ar 0orocaba! que muitas ve#es vemde outra cidade! o que por si só -á é um processo complicado! mas que possuem asingularidade de terem uma sexualidade ou identidade de gênero não bem aceita socialmente.:este modo! procuramos "a#er o acolhimento desse -ovens que muitas ve#es precisambásicamente de alguem que os escute.

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0endo assim! buscamos proporcionar um espaço de troca de relatos e a-uda m8tua paramembros e suas experiências enquanto pessoas %&'()*A! o que auxilia do processo deaceitação de si e compreensão de que não está so#inha+o,. Alguns desses -ovens estão noprocesso de reconhecimento de sua sexualidade e identidade de gênero! algumas ve#es nãotendo compreendido com clare#a o que sente! sendo assim! o espaço de troca de experiências

serve como meio de contrução de representatividade! o que irá auxiliar ao auto entendimento.>a questão poltica! temos como ob-etivo plane-ar e mobili#ar ações de conscienti#ação paraquestões %&'()*A dentro do campus! pois a universidade é um microcosmo social! tendodentro delas os mesmos problemas de preconceito que no seu exterior! deste modo! buscamosreali#ar ações de conscienti#ação sobre a questões de sexualidade e identidade de gênero!assim como semanas e atividades culturais! buscando a descontrução dos esteriótipos e dospreconceitos existente contra a comunidade. 1as também buscamos reali#ar ações "ora docampus! em parcerias com escolas! coletivos e outras organi#ações.:ese-amos também expandir para além da Dniversidade! integrando também pessoas%&'()*A de "ora do campus na construção do coletivo! na busca pela "ormação de ummovimento em nivel municipal! que possa ter "orça para ser combativo dentro da es"era poltica

local e interagir com outros agentes polticos do municipio e da região! construindo uma polticade coalisão.

Co"o #unciona:

Bstudantes de diversos cursos da D$0/ar 0orocaba e pessoas de outros espaços da cidadese re8nem semanalmente +todas as quintas9"eiras Fs 4Gh, dentro do local que a Dniversidadedisponibili#a! que atualmente é a sala do :/B na área de vivência.

 Hs ve#es as pautas são pre9estabelecidas! quando o coletivo está organi#ando uma ação! por exemplo! e compartilhada com os membros por grupo no "acebooI e no Jhatsapp. Bntretanto!a temática também pode ser um assunto %&'( que tenha tido repercussão na mdia durante a

semana! uma questão que desperta d8vida ou insegurança na maioria dos membros ou umassunto que algum membro coloque em questão naquele encontro.(odos os encontros são abertos para que as pessoas presentes solicitem espaço para "a#er umdesaba"o! que parte sempre de uma experiência de opressão! d8vida ou insegurança vivida por aquela pessoa pelo "ato de ela ser %&'(.)ualquer pessoa 9 da D$0/ar ou não 9 pode participar das reuniões do 1andala! bastacomparecer a uma de nossas reuniões e continuar participando. )uem não sabe como chegar F D$0/ar ou se locali#ar lá dentro para os encontros! pode entrar em contato com um dosmembros pelo "acebooI da página e receberá a-uda.

Orige":

 A história do /oletivo 1andala "unde9se com a própria criação do movimento %&'( dentro daD$0/ar90orocaba. *niciado em K77G e "ormado inicialmente por um grupo de alunos! quedevido as vivências e pesquisas! se viram provocados na construção de um espaço no qual sepudesse trocar experiências e auxiliar no processo de aceitação. < nome inicial era “&rupo deestudos homoeróticos da D$0/ar campus 0orocaba! baseado no coletivo da D02! porem! osmembros perceberam que o nome causava estranhe#a e resolveram mudar. 1andala tem

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como signi"icado possuir um olhar para totalidade do ser humano! constituindo uma interaçãodo interno com o externo! a pintura das mandalas! auxilia no equilibrio do ser e expressa atotalidade da vida.< nome tra#ia então a vontade do grupo! o auxilio da compreensão dos a"etos! tendo o ser humano como um ser completo! -unto a isso a expansão da discussão sobre orientação sexual

e diversidade de gênero dentro da academia. 0endo que o "oco na troca de vivencias "oi umponto central na atividade inicial do grupo.2orém! com a saida de alguns membro do grupo! como $abio <rtolano! pois havia terminadosua graduação e seguiu em carreira academica! o coletivo para com suas atividades no "inal deK744! "icando um va#io dentro do espaço da universidade para a comunidade %&'(.

%&e'nasci"ento ( pois so"os #eni)* :

Dma das maneiras de suprir o espaço deixado pela não existência do 1andala "oi a criação deum grupo na internet! o “D$0/<%<3. /riado por pessoas %&'(s 9 assumidas e nãoassumidas 9 da D$0/ar! a ideia do grupo era a interação +inclusive para a paquera, e propiciar 

o debate sobre questões de gênero e sexualidade! -á que em outros lugares isso era bastantedi"icil.< grupo no "acebooI era +e é , bastante legal e gerava diversas e longas conversas! porémnão supriam a necessidade de contato e a"eto. < virtual era pouco para nós. B "oi assim queum grupo de quatro pessoas +(hais 3odrigues! AndreL /arneiro! %ui# 3entato e (hiago/apergiani, sabendo que antigamente havia um coletivo que criava um espaço real para ainteração das pessoas proporam a reabertura do 1andala.0eguindo a mesma ideia do grupo anterior! nós nos reuniamos para trocar experiências!conversar sobre nossas sadas 9 ou não 9 do armário e também para organi#ar algumas ações!tais como! a 0emana do <rgulho %&'(! a 0emana do <rgulho %ésbico e até mesmo a-udar no *

0impósio de Bstudos de &ênero e :iversidade 0exual.2or algum tempo somente "omos apenas quatro pessoas! mas com muita vontade de aumentar o grupo começamos uma campanha massiva para que as pessoas do grupo da internetparticipassem das reuniões presenciais do 1andala. Aparentemente havia um certo receio daspessoas em sair daquela es"era virtual! era quase como se participar do coletivoautomaticamente você estava "ora do armário +o que não é uma verdade considerando quemuitas pessoas heterossexuais participam do coletivo.>o "inal de K74M terminamos o coletivo com G pessoas! entraram para somar -unto com a gentea (atieli Bscarllet! a %orrainne 3ussel! o :aniel /ardoso e a /aliope /arcovia. $ora as pessoasque participam uma duas ve#es! ou que mani"estavam apoio e interesse em participar mas quenunca "oram.

)uando começamos o ano em K74N tinhamos uma missão? ampliar o 1andala. B logo nacalourada -á começamos nossas atividades para que as pessoas participassem. B deu muitocertoO Po-e nossas reuniões contam mais de Q7 pessoas toda semana +nem sempre asmesmas,! temos contato com pelo menos R7 pessoas que -á "oram alguma ve# na reuniões enão puderam voltar! ou que não podem ir sempre. < coletivo 1andala tem ganhado "orça erepresentatividade dentro e "ora da D$0/ar! mais do qualquer insituição nós somos uma redede a"etos em expansão. < amor vencerá.

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