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Cluny, A Cidadela Celeste Prof. Especialista Ricard Laub AULA DIA 07 DE NOVEMBRO 201 PROFESSORA MSc. CLAUDIA BOVO TEXTO DE DOMINIQUE IOGNA PRAT

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Page 1: Cluny

Cluny, A Cidadela Celeste

Prof. Especialista Ricardo Laub

AULA DIA 07 DE NOVEMBRO 2011

PROFESSORA MSc. CLAUDIA BOVO

TEXTO DE DOMINIQUE IOGNA PRAT

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Cluny, A Cidadela Celeste

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Cluny, A Cidadela Celeste

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A Ordem de Cluny é uma ordem religiosa monástica católica. é considerada como a sucessora da Ordem de São Bento no chamado movimento monacal.

A partir do século X e até ao século XII, o mosteiro de Cluny celebrizou-se pela influência moralizadora de seus membros no seio da Igreja Católica, movimento que ficou conhecido como reforma de Cluny.

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A Ordem de Cluny 

Juntamente com os movimentos reformistas liderados por são Bento de Anani, pela Ordem dos Cartuxos e pelos monges da Ordem de Cister, conseguiram conter parte do relaxamento de costumes que havia invadido a vida monástica e eclesiástica, na Europa, à época, reflexo da intromissão da política e suas manipulações no seio da fé.

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Ordem de São Bento

A Ordem de São Bento ou Ordem Benedita (em Latim: Ordo Sancti Benedicti, sigla OSB) é uma ordem religiosa monástica católica que se baseia na observância dos preceitos destinados a regular a convivência comunitária. É considerada como a iniciadora do chamado movimento monacal.

A Regula Benedicti foi composta em 529 para a abadia de Montecassino, na Itália, por Bento de Núrsia (480-543). Ela preceituava a pobreza, a castidade, a obediência, a oração e o trabalho, bem como a obrigação de hospedar peregrinos e viajantes em seus mosteiros, dar assistência aos pobres e promover o ensino. Por este último motivo, ao lado dos seus mosteiros, havia sempre uma escola, razão pela qual ainda, a ordem tornou-se em um dos centros culturais da idade Média, com as suas bibliotecas reunindo o que restara das obras e ensinamentos da Antiguidade.

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

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Ordem dos Cartuxos

A Ordem dos Cartuxos é  uma  ordem  religiosa 

contemplativa  em Votos  Solenes,  uma  Ordem 

semi-eremítica,  seguindo  um  pouco  da Regra  de 

São  Bento,na  qual  baseia  a  fundação  da  ordem, 

fundada  em 1084 por São  Bruno e  seis 

companheiros (quatro clérigos e dois leigos).

A origem de seu nome, é das montanhas ao norte 

de Grenoble  Chartreuse,  na  comuna  de Saint-

Pierre-de-Chartreuse em Isère, onde se  instalaram 

perto do mosteiro presente da "Grand Chartreuse" 

("Grande Cartuxa").Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre

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Ordem de Cister

A sua origem remonta à fundação da Abadia de Cister (em latim, Cistercium; em francês, Cîteaux), na comuna de Saint-Nicolas-lès-Cîteaux, Borgonha, em 1098, por Roberto de Champagne, abade de Molesme. Este, juntamente com alguns companheiros monges, deixara a congregação monástica de Cluny para retomar a observância da antiga regra beneditina, como reação ao relaxamento da Ordem de Cluny.

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre

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Papa Início Termino Período de Pontificado

Beato Eugênio III 15 de Fevereiro de 1145

8 de Julho de 1153

08anos 04meses 24dias

Papa Lúcio III 1 de Setembro de 1181

25 de Novembro de 1185

04anos 02meses 24dias

Papa Celestino IV 24 de Outubro de 1241

11 de Novembro de 1241 17dias

Beato Gregório X 1 de Setembro de 1271

10 de Janeiro de 1276

04anos 04meses 09dias

Papa Bento XII 22 de Dezembro de 1334

25 de Abril de 1342

07anos 04meses 03dia

Papas Cistercienses

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A Ordem de Cluny 

Em 910 é criada no sul da França (Borgonha) a Ordem de Cluny cedida por Guilherme, Duque da Aquitânia, que funda o mosteiro de Cluny I, com tradição Senobítica e orientação Beneditina, mas que tem como característica impar não estar submetido ao Duque da Aquitânia e sim ao Papa diretamente.

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A carta de fundação da abadia, assinada em setembro de 910 pelo poderoso duque da Aquitânia Guilherme I, cedia a Bernon, abade de Baume-les-Messieurs, uma terra chamada Cluny, na diocese de Mâcon, a cerca de vinte quilômetros desta cidade, bem no centro da França. Esta carta de fundação explicitava com precisão a criação de uma abadia que seguisse a Regra de S. Bento.

Bernon, abade de Baume-les-Messieurs

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Os protetores do mosteiro serão os apóstolos Pedro e Paulo, ou seja o Papa.

É a primeira vez que um laico abre mão da prerrogativa de patrocínio próprio, em nome de um patrocino espiritual de Pedro e Paulo, o Papa, ou seja, o Abade Bernon vai responder somente ao Papa, prerrogativa fora da regra comum no período em termos de fundação monástica. Visto pelo próprio papado como modelo promissor.

Bernon (910-927),

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OsBernon (910-

927)

Odon (927-942)

Aimand (942 952)

Maïeul (954-994)

Odilon (994-1049)

Odilon (994-1049)

Hugo (1049-1109)

Pons de Melgueil (1109-1122),

Pedro de Montboisier (112-1156),

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Os abades de Cluny entre os séculos X e XII foram personagens importantes no seu tempo: Bernon (910-927),Odon (927-942),Aimand (942 952)Maïeul (954-994),Odilon (994-1049)Hugo (1049-1109). Pons de Melgueil (1109-1122),Pedro de Montboisier (112-1156),

Dito o Venerável, homem de grande cultura e figura de proa da Cristandade medieval. Era a época do apogeu de Cluny, com mais de 1180 mosteiros dependentes na Europa, dos quais mais de 800 só na França.

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Durante o abaciado de Odon (927-942), em 931 o papa João XI da direito a Cluny se reformar estabelecendo vinculo com outras casas, e integrar qualquer mosteiro que queira seguir a regra de Cluny. E se submeterem ao abade, eles poderão a partir de um documento vir a vincular-se a o abaciado de Cluny, através de um contrato político.

Odon (927-942

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É como se papa João XI desse a Cluny o direito a uma notoriedade. Cluny desenvolve através de uma exigência inicial de Bernon (910-927), aos costumes, orientados pela figura do abade, uma atribuição de oração que nenhuma casa monástica tinha, uma oração de mais de 12 horas por dia, com três horas dedicadas a oração aos mortos, ou seja eles recebem de uma liderança laica, que vai pedir uma oração especial nomeando os mortos da região, com uma diferença da missa.

Papa João XI

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Durante o abaciado de Odon (927-942), Essa particularidade da casa de Cluny a coloca muito requerida pelos laicos que a procuram, e por isso Cluny recebe uma série de bens e consequentemente enriquece muito rápido, por orar pelos mortos.

Ganha projeção por cria uma liturgia aos mortos, ou seja, diferente de todas, ou melhor ainda, específica para os mortos. Essa missão nasce em meio ao cotidiano de reforma da igreja e de concílios para o processo de pacificação, entre o século X e XI, onde essa função de orar aos mortos, acaba a elevando Cluny a desenvolver uma prerrogativa de um senhorio monástico.

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Durante o abaciado de Maïeul (954-994). Em 981, Cluny recebe as relíquias de Pedro e Paulo, se acreditava que o santo pudesse se materializar através dos restos mortais de Pedro e Paulo, tornando-se Cluny um local de peregrinação de peregrinos laicos e eclesiásticos, que vão busca do contato com a graça e o contato com a relíquia. Cluny esta em contato imediato com o Papado, sempre vista como um braço direito do papa na região da frança.

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Em 963-981 (Abade S. Bernou) funda nova abadia, a Cluny II que vai influenciar todas as outras e revelar-se a mais importante.

Durante o abaciado de Odilon (994-1049), em 998 Cluny recebe o segundo Privilégio, a Isenção que garante a Cluny a capacidade de ser independente em todos os sentidos, só se reporta diretamente a Roma, confirma a auto-suficiência de Odilon, reafirmada em 1024. reprodução de seu poder em outras casas, a condição de adensar outras casas a sua rede de casas. Transformando-se me um importante centro religioso.

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Cluny I

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Cluny I

Cluny II

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Cluny I

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Cluny ICluny II

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Arte de Cluny: Traduz-se pela imagem, pois representa através de imagens o que é a verdade do cristianismo, o que se revelava, ou seja, pelo fato da missa ser feitas em latim, ela se apresenta através do exercício imagético.

Por isso a arte faz parte da dimensão de representação do cristianismo. As Catedrais românicas, é escura, as gravuras são grotescas, sente-se oprimido pelo ambiente. A catedral gótica tem uma representação com outros estilos de representação diferentes, altura do teto e outra condição de luminosidade. Em Cluny, por ser uma catedral românica tinha todas características das igrejas romanas, mas com uma altura diferente e a espessura das paredes notoriamente mais grossas, mas mantinha as características principais da igreja romana.

Em 1050 é fundada a Cluny III pelo Abade Hugo de Semur. No século VIII vai alterar mentalidades, encabeçado pelo papa e por Carlos Magno que engendra um sistema de inter-dependência em pirâmide, desde o simples cidadão até ao papa (representante de Deus).

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A influência cluniacense manifestou-se na arte românica de muitas igrejas do Norte, especialmente na Sé de Braga; nota-se na decoração, já que a humildade das igrejas monásticas impedia a adopção de estruturas grandiosas.

A influência de Cluny acaba cedo devido à sua interpretação da Regra de S. Bento, por causa da decadência da Casa-Mãe: Santa Justa e a sua história está semeada de questões com a autoridade eclesiástica e por causa da cobrança dos dízimos que se podem seguir através das visitas e capítulos gerais de Cluny.

A história de Cluny acaba, em Portugal, em 1515, com a redução de São Pedro de Rates a igreja paroquial.

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Com Bernon, vieram alguns monges, os primeiros religiosos da nova abadia, que se enquadrava no projeto de reforma promovida por Bento de Aniane (c-750-821), o qual pretendia unir todos os mosteiros da Europa Ocidental sob a observância da Regra Beneditina.

Por esta filiação, se poderá constatar o papel que Cluny desempenhará na difusão da reforma da Igreja mais tarde lançada de forma empenhada pelo papa Gregório VII (1073-1085), a denominada "reforma gregoriana". Cluny, conforme se pode depreender a partir do vocativo (S. Pedro) da abadia, estava diretamente sujeita à Santa Sé, por isso subtraída à jurisdição do bispo de Mâcon.

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Prof. Especialista Ricardo Laub Maïeul (948-994)

Odon (927-942)Hugo (1049-1109).

Odilon (994-1049

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AULA: 07 DE NOVEMBRO DE 2011:

Cluny talvez seja a mais importante casa monástica do território Frances. É um mosteiro de tradição Beneditina, (casa regida com as regras de São Bento; Século V). Regulação da vida monástica.

1º regra que orienta a vida monástica é do século V escrita por Bento da Murcia (São Bento) e se transforma no principal referencial para a vida cotidiana de uma vida monástica, estabelecida no século VIII, no período do reinado de Luis o Pio, filho de Carlos Magno.

A regra de São Bento tem várias traduções em português no Google. O 1º capítulo descreve os tipos de monge e seus estilos de vida, que são divididos em: Senobita, Anacoreta, Saraibita e o Girovago.

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AULA: 07 DE NOVEMBRO DE 2011:

A regra de São Bento tem várias traduções em português no Google. O 1º capítulo descreve os tipos de monge e seus estilos de vida, que são divididos em:

SENOBITA

ANACORETA

GIROVAGO

SARAIBITA

TIPOS DEMONGES

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AULA: 07 DE NOVEMBRO DE 2011:

Senobita: É o tipo monástico mais importante, o qual São Bento foca seu trabalho, “A Regra de São Bento”, que orienta o estilo de vida que deve ser seguido por esses homens que escolhessem essa vida, o faziam por um plano divino que os indicava a seguir uma vida de orientação clerical.

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AULA: 07 DE NOVEMBRO DE 2011:

Senobita: Deveriam seguir, decide entrar na vida monástica (ter uma vida de privação e se entregar a oração ara aperfeiçoamento individual, indicada por Luis o Pio como a vida monástica a ser seguida). Cotidiano de uma vida que vai lhe prover uma vida de provação e oração e o exercício da obediência que o levaria a humildade, sob a tutela de um abade.

Oração Trabalho jejum

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AULA: 07 DE NOVEMBRO DE 2011:

Anacoreta (Século XI): Segundo Bento da Murcia, é o eremita, que após uma vida Senobita, (vida de comunidade onde aprendeu a ser humilde), não mais fica sob a tutela de um abade e experimenta uma prática de acesse, se auto flagela, tentando reproduzir a vida de cristo e vive isolado do mundo. É o estagio final da vida Senobita.

Oração Trabalho JejumAuto-

fragelo

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AULA: 07 DE NOVEMBRO DE 2011:

No século XI ocorre um desenvolvimento de um outro tipo monástico que é o Anacoretismo, Cluny teve concorrências em termos de experiências monásticas, que concorreram com o nascimentos das casa anacoréticas. São casas que não vieram exatamente das casas Senobitas, observando novas experiências monástica não advindas das Regras de São Bento.

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AULA: 07 DE NOVEMBRO DE 2011: DECLINIO

Depois da segunda metade do século XII, a abadia e a ordem cluniacenses entram em declínio, causado principalmente pelo aparecimento de outras ordens monásticas, como os Cistercienses (em fulgurante expansão), ou mendicantes (franciscanos (cuidado com doentes), os dominicanos que atuam na área do saber e são os gerenciadores das primeiras universidades, e também perdem espaço para além de cônegos regulares (como os de Santa Cruz, em Portugal).

Também Cluny perde espaço, enquanto ordem monástica, pelo apelo que uma imagem de riqueza, e por deixar de ser, devido a disseminação da liturgia dos mortos para outras casas,  Cluny perde espaço e deixa de ser especial.

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Os abades de Cluny entre os séculos X e XII foram personagens importantes no seu tempo: Bernon (910-927), Odon (927-942), e principalmente os três mais famosos, Maïeul (948-994), Odilon (994-1049) e Hugo (1049-1109).

Depois deste tio-avô de D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal, a abadia conheceu tempos menos brilhantes, devido ao abaciado de Pons de Melgueil (1109-1122), figura instável.

Todavia, o seu sucessor conseguiu recuperar e sublimar até o prestígio de Cluny: Pedro de Montboisier (112-1156), dito o Venerável, homem de grande cultura e figura de proa da Cristandade medieval. Era a época do apogeu de Cluny, com mais de 1180 mosteiros dependentes na Europa, dos quais mais de 800 só na França.

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Isenta face ao poder secular dos senhores laicos e à jurisdição dos bispos, a abadia de Cluny conseguirá escapar ao controlo do poder régio até ao século XVI, ao contrário de muitas outras congéneres.

Naquela centúria, no entanto, os seus abades passaram a ser nomeados pelo rei de França, ao abrigo da Concordata de Bolonha de 1512. Com o Concílio de Trento, Cluny organiza-se em torno de uma congregação. Um dos priores mais famosos de Cluny, o cardeal de Richelieu (entre 1629 e 1642) tentou unir a congregação à dos Mauristas (de St. Maur), conhecidos pela sua erudição e labor científico profundos. Esta união não sobreviveu à morte de Richelieu (1644).

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Também um intento de união com outra congregação beneditina francesa, a de St. Vanne, levado a efeito por Mazarin, também cardeal e ministro de França como Richelieu, gorou-se em 1654. As Luzes e o século XVIII revelaram-se ainda mais nefastos para Cluny, acelerando a sua decadência. Assim, em 1744, o bispo de Mâcon acabou por impor a sua jurisdição sobre esta velha abadia. Reconstruiu-se então o edifício monástico ao gosto da época, embora a ocupação monástica fosse cada vez mais reduzida: em 1790, a comunidade não tinha mais de 35 monges. Nesse mesmo ano, na sequência da Revolução Francesa iniciada em 1789, a abadia foi suprimida por decreto revolucionário, ficando à mercê da pilhagem, que ocorreu em 1793. Depois foi posta à adjudicação em 1798, tendo sido comprada em hasta pública por um privado, que logo desmantelou a abadia. Como ordem religiosa, esta grande abadia era a cabeça de um dos ramos mais importantes do monaquismo beneditino: a ordem de Cluny.

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O abade do mosteiro era o superior da família cluniacense, com todos os abades e priores das centenas de casas da ordem a prestarem-lhe homenagem feudal de vassalagem, numa sujeição variável. Era também este abade de Cluny quem nomeava os superiores dessas comunidades dependentes. Nesta perspetiva, pode falar-se de um "monaquismo cluniacense", ainda que a autonomia que a Regra Beneditina conferia aos mosteiros atenuasse essa sujeição, ao contrário da forte centralidade cisterciense. Existiam as casas ditas "dependentes", com superior nomeado e controlado pelo abade de Cluny, e as "subordinadas", com o abade a ser eleito pela comunidade. Deste último grupo faziam parte as cinco "filhas" de Cluny: Souvigny, Sauxillange, La-Charité-sur-Loire, St. Martin-des-Champs (Paris) e Lewes (Inglaterra). Todavia existia uma uniformidade de observância e de costumes monásticos entre todas as casas cluniacenses. 

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A originalidade de Cluny traduzia-se essencialmente na liturgia, nutrida e apoiada pela frequência e grande duração dos ofícios. Era de uma riqueza excecional, ímpar até aos dias de hoje, ilustrando a vitalidade de uma espiritualidade completamente direcionada para Deus. Tudo era pouco para honrar e dignificar a Deus, diziam os cluniacenses, como forma de justificar a pompa, magnificência artística e estética e grande elaboração da sua liturgia e da arte dos seus belos mosteiros. De facto, a arte cluniacense inscrevia-se nesta perspetiva grandiosa, de grande qualidade e apuro estéticos, com uma riqueza de simbolismo patentes nas artes plásticas e na arquitetura.

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Os monges de Cluny, na sua expansão pela Europa, desempenharam um importante papel na vida e política da Igreja, mesmo na organização política, económica e territorial de vastas regiões, assumindo-se quase como um senhor temporal e fundiário igual a tantos outros. Mas a sua importância, superlativada pelos seus abades notáveis em torno do Ano Mil, foi maior em termos espirituais e na "alta" política europeia, como sucedeu quando o imperador germânico Henrique IV apelou a Cluny para mediar a Querela das Investiduras. Também as peregrinações medievais muito devem a Cluny e à sua rede de mosteiros, principalmente ao longo dos chamados "caminhos franceses" em direção a Santiago e mesmo dentro das Espanhas, no "caminho francês". A tradição da hospedagem e apoio aos peregrinos eram apanágio da Regras Beneditinas e uma forma de enfatizar a importância social dos mosteiros que Cluny muito bem soube aproveitar.

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Em Portugal, Cluny teve uma importância política menor em relação a outras ordens, como Cister ou os Mendicantes, por exemplo. Em Portugal, depois do concílio de Coiança (1050-55, cânon 2) ter introduzido a Regra Beneditina em Portugal, vários foram os mosteiros que a seguiram. No entanto, apenas três estavam "subordinados" a Cluny. Esses três mosteiros ditos cluniacenses foram S. Pedro de Rates, Santa Maria de Vimeiro e Santa Justa de Coimbra.

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Como referenciar este artigo: Ordem de Cluny. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2011. [Consult. 2011-11-07]. Disponível na www: <URL: http://www.infopedia.pt/$ordem-de-cluny>.

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Igreja Abacial de Cluny, no fim do século XVIII (litoragrafia feita antes de sua destruição).
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O que resta de Cluny medieval: uma parte do transepto da Igreja .
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O que resta de Cluny medieval: uma parte do transepto da Igreja .
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O que resta de Cluny medieval: uma parte do transepto da Igreja .
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