chamado à excelencia

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O Caminho Para o Sucesso Construído com Excelência! Nestas páginas, Heeth Varnadoe compartilha visões e princípios que poderão transformar um modesto negócio em um ponto de partida para o sucesso, tanto no sentido comercial quanto no espiritual. Para os que estão iniciando sua posição de liderança e direção nesta área, Chamado À Excelência será certamente uma leitura bem-vinda e proveitosa.

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“Eu apreciei bastante a leitura sobre a sua história de vida. O desafio de estar no mundo, mas não ser do mun-do, está em todos os lugares da vida cotidiana dos cris-tãos. Eu quero que você saiba que este livro tem sido uma ajuda e uma bênção para mim.”—Norman Trapp, Chefe Executivo de Operações, Qua-lity Bakers of America Cooperative, Inc.

“Eu gostaria que você soubesse o quanto estou desfru-tando do seu livro. Eu não consigo parar de lê-lo. Eu realmente aprecio a forma como você compartilha a sua sabedoria comigo.”—Will Palmer, Corretor de Imóveis.

“Eu terminei a leitura do seu livro com muito mais do que simplesmente respeito pelo que você e sua esposa alcançaram, pois também estou maravilhado pela maneira como gerenciaram tudo. O conhecimento que lhes foi concedido após aqueles primeiros onze anos de carreira nos negócios, corresponde a um verdadeiro milagre. Gra-ças a isso, pudemos nos ver através de uma lente sincera e, depois, dar os próximos passos que transformam a revelação em realidade. Seu livro chega em um momento muito oportuno para mim, trazendo sua inspiração. Meus cumprimentos pela clareza e estilo também!”—Charles Edwards Moore, Diretor.

“Um livro muito bom. Durante toda a leitura, eu sim-plesmente fiquei pensando: isto é santidade. E isto é di-fícil! Infelizmente, ela está em falta no mundo, inclusive na Igreja.”—Blake Brookard, Farmacêutico.

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“Os pontos altos de sabedoria que você abordou e ilustrou com suas próprias e merecidas vitórias foram encorajado-res para mim.”—John Ricketts

“Ao longo do livro, você deixou claro que não se impres-sionava consigo mesmo, em vez disto, impressionava-se com Deus. Obrigado pela sua humildade e por nos direcionar a Deus. Eu terminei de ler o livro com gratidão a Deus acima de tudo. Você foi o primeiro cristão verda-deiro com o qual eu tive contato. A obra de Deus em você impressionou-me de tal maneira que me levou a procu-rar Deus também. Sua sabedoria e discernimento foram vitais, uma vez que levaram Adrea e eu a tomar decisões cruciais para nossas vidas.”—Pastor Kellet Thomas

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ChamadoÀ

Excelência

Heeth Varnedoe III

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Todos os direitos em língua portuguesa reservados por© 2009, BV Films Editora Ltdae-mail: [email protected] Visconde de Itaboraí, 311 – Centro – Niterói – RJ CEP: 24.030-090 – Tel.: 21-2127-2600www.bvfilms.com.br / www.bvmusic.com.br

É expressamente proibida a reprodução deste livro, no seu todo ou em parte, por quaisquer meios, sem o devido consentimento por escrito.

Originalmente publicado em inglês com o título:Called to ExcellenceCopyright © 2007 Heeth VarnedoeAll Rights Reserved

This edition is published by special arrangement with EVERGREEN PRESSP.O. Box 191540Mobile, AL 36619800-367-8203

Classificação: Moral Cristã e Teologia Devocional, Finanças, Negócios, Liderança.Editor Responsável: Claudio RodriguesCoeditor: Thiago RodriguesCapa: Josnei FormagioEditoração: Josnei FormagioTradução: Roseli Ferreira da Silva de LimaRevisão de texto: Kelly Cristina Gonçalves Barros Daiane Rosa Ribeiro de Oliveira Ariana Fátima C. Baptista Stella Rodrigues Rosemberg ISBN 978-85-61411-50-31a edição - Novembro 2010Impressão: Imprensa da FéImpresso no Brasil

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SUMÁRIO

Prefácio viii

1 Em Busca do Sucesso 01

2 O Compasso Errado 15

3 Aprendendo a Confiar 31

4 Negócios - À Maneira de Deus 43

5 Lidando com as Tentações 55

6 Negócios como Ministério 75

7 Servindo aos Outros 87

8 As Finanças e o Cristão 101

9 O Desafio da Excelência 113

10 Um Chamado para a Cruz 127

Posfácio 139

Guia de Estudos 141

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AGRADECIMENTOS

Creston Nelson Morrill – No princípio do manuscri-to original, ele ajudou-me tremendamente na organi-zação do material.

Chip e Kim Mitchell- A coragem de Kim e o seu amor pelo Senhor foram um testemunho tremendo para a mi nha esposa e para mim.

Brian e Kathy Banashak – Eu apreciei muito a mão di recionadora de Brian durante o processo de publica-ção desse livro, e Kathy com sua maravilhosa habilida-de de incorporar as histórias ao mesmo.

Meus familiares próximos – eu quero direcionar um agradecimento especial à Jacqueline e Robert, Elizabeth e Rand, Heeth e Susan, e Howard e Dawn por todo o en corajamento durante a elaboração deste livro.

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DEDICATÓRIA

À Jacqueline,

Minha esposa há 46 anos - uma verdadeira

guerreira de oração

e fonte de encorajamento.

Você verdadeiramente tem sido

uma luz para mim.

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PREFÁCIO

Finalmente um livro foi escrito sobre como ser bem -sucedido de acordo com o coração de Deus, ob-servando o trabalho da humanidade na terra em con-sonância com o padrão de excelência de Deus. As verdades vitais que Heeth apresenta neste livro não derivam apenas de teo rias de aprendizagem, mas de experiências de vida. Elas estão em harmonia com to-dos os grandes livros sobre sucesso e liderança, porém o mais importante é que elas estão em consonância com a grande autoridade - o Deus que criou o homem e o colocou sobre a terra para tra balhar. No Jardim do Éden, Deus comissionou o homem a fazer o trabalho físico ao cuidar do Jardim e a fazer o trabalho mental ao nomear todas as criaturas que Deus criara para o homem. A humanidade foi comissionada a ser produ-tiva (frutífera) e a povoar a terra com pessoas fazendo seu trabalho específico.

Heeth Varnedoe fez um excelente trabalho ao apre sentar os princípios a serem praticados e as questões a serem evitadas para que cumpramos o nosso chamado à excelência. Posso me certificar de que ele tem praticado esses princípios de excelência em todas as áreas de sua vida. Após Heeth ter se apo-sentado de sua posição como presidente da Flowers Food, ele serviu como presidente da Rede Cristã de

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Negócios Internacionais. Ele nos aju dou a estabele-cer excelência em nosso ministério e a alcançar uma ótima fundação para o seu funcionamento com a aju-da de Deus. Quando Heeth ensinava em nos sas con-ferências e seminários, sua mensagem sempre incluía a sua paixão: que nós fizéssemos nosso trabalho para Deus com excelência. Ele desenvolveu uma forte con-vicção e um caráter íntegro, imbuídos de honestida de e lealdade, com um alto nível de fidedignidade.

As verdades se fazem conhecer através das muitas experiências de vida interessantes e iluminadoras. Será difícil deixar este livro antes que ele seja consu-mido. Estou muito orgulhoso do excelente livro que ele nos disponibilizou. Este livro deve ser lido por todos os tra balhadores, independentemente de suas profissões. Eu me certificarei de que toda a minha equipe receba um exemplar para ler. Isto definitivamente os torna-rá traba lhadores bem-sucedidos, os quais receberão o favor de Deus e do homem. A Bíblia nos diz que é um louvor e uma honra para Deus quando fazemos o nosso trabalho com excelência. Todos nós somos chamados à excelên cia. Que Deus o abençoe, Heeth, pelo tempo gasto para nos mostrar como cumprir este chamado.

—Dr. Bill HamonFundador da Rede Cristã de Negócios Internacionais; autor de The Day of the Saints [O dia dos santos] e de mais oito gran des livros.

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INTRODUÇÃO

Para todo mundo, eu era um homem bem-sucedido aos trinta e quatro anos. Como gerente intermediário da Flowers Foods, eu estava subindo a escada corporativa da empresa muito rapidamente e estava direcionado ao topo. Eu era um provedor perfeito para a minha família, tinha um ótimo lar, uma linda esposa e quatro filhos saudáveis. Eu até tinha uma posição mais elevada na igreja.

Porém, nem tudo estava bem por detrás da fachada. No trabalho, eu tinha ganhado a reputação de ser um superintendente rigoroso. Muitos dos meus subordinados respondiam-me com temor, em vez de lealdade ou respeito. Em casa, meus filhos almejavam a minha afeição, mas eles se decepcionavam com frequência. Eu não os enganava. Eles sabiam que o trabalho era minha maior prioridade. Quanto ao meu relacionamento com Jacqueline, minha namoradinha dos tempos de escola e esposa há onze anos, eu já havia me convencido de que as coisas tomariam o seu próprio rumo. É desnecessário dizer que cuidado não fazia parte do meu vocabulário. O cansaço estava começando a aparecer. Eu cheguei a um lugar onde me dei conta de que a forma como eu estava vivendo simplesmente não estava funcionando.

Vinte e seis anos mais tarde, chegou o tempo de abraçar outro empreendimento. A jornada para a mudança que eu experimentei (ou seja, a transição de

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um homem “bem-sucedido”, porém miserável, para um homem que experimentou uma vida verdadeiramente feliz e bem-sucedida) não é nada miraculosa. Aos trinta e quatro anos, eu fui chamado à excelência de uma forma totalmente estranha a tudo o que eu acreditava enquanto um trabalhador ambicioso, aspirante ao degrau principal da escada corporativa.

Você deve estar se perguntando se a minha empresa foi afetada porque eu (e outros na organização) tinha comprometido a minha vida profissional a princípios cristãos. Eu acho que o departamento de finanças pode falar por si só. Com a ajuda de milhares de membros de equipes leais e dedicados, nós vimos a Flowers Foods crescer e se tornar uma empresa constante da lista Fortune 500. Mas se você só está olhando para o resultado final, você não está acompanhando o raciocínio. Minha família também foi transformada ao longo do caminho.

Durante minha caminhada, Deus ensinou-me muitas coisas, inclusive uma forma revolucionária de buscar o sucesso, e ajudou-me a cumprir o seu chamado para a excelência em todos os aspectos da minha vida. Eu estou verdadeiramente agradecido.

—Heeth Varnedoe

Senhor, quem habitará no teu tabernáculo?

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Quem morará no teu santo monte?

Aquele que anda sinceramente, e pratica a justiça,

e fala a verdade no seu coração e não difama

com a sua língua,

nem faz mal ao seu próximo, nem aceita nenhum opróbrio contra o seu próximo;

A cujos olhos o réprobo é desprezado; mas honra

os que temem ao Senhor;

aquele que jura com dano seu, e, contudo não muda.

Aquele que não dá o seu dinheiro com usura,

nem recebe peitas contra o inocente.

Quem faz isto nunca será abalado.

—Salmos 15:1-5

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EM BUSCA DO SUCESSO

O sucesso – posição que queremos alcançar, tan-to privada quanto publicamente – pode ser um fardo inatingível que carregamos conosco por toda a nossa vida ou uma experiência maravilhosa que apenas me-lhora com o tempo, à medida que crescemos. A dife-rença é determinada pelo nosso entendimento do que é o verdadeiro sucesso e pela nossa determinação em persegui-lo.

Muitos de nós aspiramos ser diferentes quando nos tornamos adultos. Nós olhamos para as imperfeições do mundo e juramos que iremos consertá-las. Porém,

1Capítulo

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Chamado À Excelência

alguns anos mais tarde, tendemos a nos igualar aos outros que estão à nossa frente, àqueles que ficaram entorpecidos com a ideia de que há um jeito melhor de viver. Pouquíssimas pessoas evitam a armadilha da mediocridade, mas eu sinto, com o passar dos dias, que um número cada vez maior de nós está à procura de um caminho que nos liberte disso tudo e busca o su-cesso que Deus tem em mente para nós o tempo todo.

O sucesso não é determinado por quanto dinheiro nós ganhamos, apesar de sermos geralmente recom-pensados financeiramente por nosso sucesso. O suces-so não é determinado por nossos talentos inatos, ape-sar de os mesmos serem dons que Deus nos deu para que os usemos como ferramentas ao longo do caminho. O sucesso não pode ser definido por nossa posição so-cial ou nossa posição no mundo corporativo, apesar de muitos tentarem defini-lo desta forma. Um zelador pode ser tão bem-sucedido quanto um alto executivo; um empreendedor pode ser tão bem-sucedido quan-to um gigante no mundo corporativo; uma jovem mãe pode ser tão bem-sucedida quanto uma avó madura.

Então, o que é sucesso? Sucesso é, a meu ver, a bus-ca total e de coração pelo chamado de Deus para a ex-celência em qualquer que seja a situação em que Ele nos tenha colocado, usando qualquer um dos meios e talentos que Ele nos concedeu. O sucesso está em se-guir a vontade e os caminhos de Deus em nossa vida - tanto profissional quanto pessoal.

Neste livro, lidaremos primordialmente com o nos-so chamado para a excelência no mundo dos negócios e em nossa família. Estas duas facetas da vida realmen-te não podem ser separadas uma da outra, apesar de as pessoas quase sempre, erroneamente, tentarem igno-

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Em Busca do Sucesso

rar uma em função de serem bem-sucedidas na outra. Ambas são partes intrínsecas de nossa vida, contudo, e desta forma, estão interligadas ao cumprirem o papel de trazer a excelência de Deus para nosso mundo.

Um Fator TranscendenteUm fator de suma importância que irá determinar

o quão bem-sucedido nós nos tornaremos é a nossa caminhada pela fé. “Fé nos negócios - você deve estar brincando”, alguns diriam. “Eu lido diretamente com números; o resultado final é o meu guia”. Outros tal-vez não vejam como a sua fé pode fazer a diferença na vida familiar. “Quando os filhos são adolescentes, você apenas tem que esperar”, eles continuam a dizer. A fé é o fator que fará a diferença definitiva entre sucesso e fracasso na vida. (Deve-se acrescentar neste ponto que há muitas pessoas que não são cristãs, mas têm se tornado pessoas poderosas e ricas. Em que medida elas são realmente realizadas ninguém pode saber. O quão bem-sucedidas suas famílias são é outra questão, de modo geral).

Andar pela fé permite que uma pessoa coloque tudo em perspectiva. Você começa a perceber que a vida não se resume a você. Nos negócios, você passa a en-tender quantas pessoas estão envolvidas nas decisões que você toma - aquelas envolvidas com a produção, distribuição e consumo dos bens e serviços. Em outras palavras, você começa a ter uma imagem mais ampla de que as coisas não se resumem em seu mundinho, o qual você pode manusear com as devidas viseiras, não vendo nada além do que está à sua frente.

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Você começa ver que o seu trabalho, ou sua em-presa, ou sua corporação é importante, porque afeta a vida de muitas pessoas que você talvez nem conhe-ça. Você poderá vislumbrar esta imagem mais ampla através da perspectiva de Deus ao desenvolver um re-lacionamento com Ele e ao ler a Sua Palavra. Quando você caminha pela fé, mantendo o seu foco em Deus e conectando-se ao Seu sistema de valores, você está equipado para tomar decisões no mundo dos negócios de uma maneira perfeita, que levará ao seu sucesso e ao sucesso daqueles que o rodeiam.

Na vida familiar, o mesmo acontece. Após ter me tornado um cristão, eu comecei a trabalhar as mudan-ças no meu relacionamento com os meus quatro filhos. Percebi que precisava ajudá-los a crescer buscando a direção de Deus para a vida deles. É fácil acabar desen-volvendo um complexo de culpa nas crianças quando você acha que os está disciplinando. Nós precisamos ajudá-los a crescer, estar ao seu lado à medida que eles passam por várias experiências de aprendizagem, e manter o nosso foco em Deus para conceder-lhes aqui-lo de que precisam. Cada um dos meus quatro filhos é diferente, e eu tive que aprender a desenvolver os seus sistemas de valores para que suas perspectivas fossem ampliadas para além deles próprios. Eu tive que ajudá-los a achar a própria visão daquilo para o qual Deus os tinha criado.

É fácil impor exigências impossíveis aos nossos fi-lhos. Por exemplo, meus quatro filhos têm habilidades cognitivas diferentes. Eu poderia ter dito a um deles que ele precisava ter tirado as mesmas notas que sua irmã, mas isso o teria escravizado. Não teria sido im-possível para ele alcançar isso, mas teria sido uma pressão desnecessária sobre ele. Como resultado de

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Em Busca do Sucesso

ter-lhe dado a liberdade para que ele fosse ele mesmo, por iniciativa própria, ele abandonou a ideia de jogar futebol após o término do Ensino Médio, porque isso não combinava com os objetivos que ele visualizava para a sua vida.

Nenhuma dessas mudanças na forma de pensar acontece da noite para o dia. A estrada para o sucesso e para a excelência é sinuosa e nos leva a muitos lu-gares rochosos, muitos rios furiosos e a muitos tempo-rais. Contudo, se perseverarmos com vistas ao objetivo e buscarmos aprender com os outros e a ouvir a voz de Deus, sempre descobriremos, com alegria, que o pró-ximo destino é exatamente aquele que nós queríamos.

O AlvoComo vimos, o sucesso é definido pela forma como

nós usamos os dons e talentos dados por Deus e a nos-sa boa vontade em responder ao chamado de Deus em nossas vidas. Relaciona-se a tudo que nós somos como homem ou mulher e em todos os aspectos da nossa vida.

Um ótimo exemplo de um homem bem-sucedido que fez toda a diferença na vida de muitas pessoas na sua busca pela excelência é George Washington Carver. Ele foi um homem brilhante. Seu trabalho com amen-doins tornou-se tão bem conhecido nacionalmente que o gigante da indústria automotiva Henry Ford ten-tou contratá-lo. Ele ofereceu a Carver muito dinheiro para abandonar a indústria de amendoins e ajudá-lo na emergente indústria automobilística. Porém, Carver sentia que tinha um chamado e então recusou a oferta. Ao longo de sua carreira, ele implementou inúmeras

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formas de usar o amendoim e sua pesquisa ajudou a revolucionar as práticas agricultoras no sul.

Quando Deus nos chama, pode ser no estágio do amendoim - para lidar com algo que, em um primeiro vislumbre, pareça sem importância – o resultado final se mostra muito mais significativo. Precisamos ser cau-telosos para não ignorarmos o Seu chamado só porque, na superfície, ele parece insignificante.

O sucesso ou o fracasso de uma pessoa não pode ser mensurado em um momento ou em um dia. Ele é mensurado ao longo da vida. No grande plano das coisas, nós estamos aqui na terra apenas por um se-gundo, mas o que fazemos enquanto estamos aqui é crucialmente importante. O fato é que não podemos ser bem-sucedidos enquanto não dispensarmos tem-po para refletirmos sobre onde estão os nossos dons. Poderemos ganhar rios de dinheiro e ainda assim não sermos bem-sucedidos, se falharmos ao usar as habili-dades que recebemos de Deus e se não cumprirmos a Sua vontade para a nossa vida.

Os TalentosHá histórias conhecidas no Novo Testamento inti-

tuladas parábolas, um dos métodos que Cristo esco-lheu para comunicar a Sua mensagem. Essas histórias compartilham cenas familiares com pessoas de Seus dias; o semeador semeando a semente; o negociante de pérolas que estava sempre à espreita por novas péro-las; o pastor que perdeu uma de suas cem ovelhas; os trabalhadores da vinha que receberam os seus salários por um dia de trabalho, independente das horas traba-lhadas. Na época de Jesus, as pessoas tinham enten-

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Em Busca do Sucesso

dimento de cultivo, pesca, pastoreio e de trabalho em vinhas. Eles celebravam bodas e podiam facilmente se identificar com a história do filho pródigo ou do servo fiel.

Na parábola dos talentos, encontrada em Mateus 25:14-30, um homem rico que estava de viagem cha-mou seus servos fiéis e deu-lhes dinheiro para que o investissem enquanto ele estivesse ausente. Ele deu cinco talentos para um, dois talentos para o outro e um talento para o último. O ponto chave aqui é que ele distribuiu os talentos de acordo com as habilidades de cada um. O servo que recebeu cinco talentos de ouro realmente foi para o campo e logo o dobrou. Ele deve ter travado muitas lutas. Eu adoraria saber como ele fez isso. O segundo servo também foi para o campo e dobrou o seu dinheiro. Mas o servo com um talento de ouro cavou um buraco no chão e o enterrou para que ficasse a salvo.

Quando o seu senhor voltou, ele chamou os ser-vos para prestarem conta. Os dois primeiros recebe-ram suas recompensas e foram promovidos. Mas ele não ficou satisfeito com o terceiro. “Você poderia ao menos ter colocado o dinheiro no banco para que ti-vesse rendido algum juro”, o senhor disse de maneira irritada. Ele ordenou que o talento de ouro fosse dado ao servo que tinha acumulado mais tesouro. “Porque a qualquer que tiver será dado, e terá em abundância” (Mateus 25:29).

Esta parábola coloca todos na mesma condição. Não importa o quão sábio alguém seja, o fato de um ultra-passar o outro, ou até mesmo o fato de alguém ganhar mais do que o outro. Tudo o que importa, como a pará-bola diz, é que você e eu façamos o nosso melhor para

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melhor usufruirmos dos dons e talentos que Deus nos deu.

Que desafio - “dar tudo o que temos” todos os dias e de todas as maneiras que pudermos! E isso não se resume ao nosso desempenho no mundo corporativo. Não importa o quão pomposa seja a nossa titulação ou o quão importante as pessoas achem que somos, não seremos bem-sucedidos se nossa família estiver des-moronando. (Falaremos sobre isso com mais detalhes posteriormente).

Deus não nos designou para sentarmos à margem da vida, passando as mãos sobre tudo o que ela nos deu. E muito menos deseja que estejamos tão atarefados com nossas responsabilidades a ponto de não deixarmos es-paço para a nossa fé crescer e para que o nosso rela-cionamento com Ele prospere. Não, Ele tem um traba-lho e um propósito específico para que alcancemos - e possivelmente mais de um, ao longo de nossa vida - de maneira que ela reflita a Sua glória e não a nossa.

Após quarenta anos na vida empresarial, eu posso ver essas verdades concretizadas situação após situa-ção, tempo após tempo em uma carreira que começou de maneira desafortunada.

Começando de BaixoComecei a minha jornada no mundo dos negócios

trabalhando no verão, na Flowers Foods, varrendo o chão, trocando o óleo em caminhões de entrega e fa-zendo um pouco de tudo o que me pediam para fazer. Minha ideia limitada de sucesso, naquela época, era a de ganhar o dinheiro que eu precisava. Eu nem imagi-

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nava que um dia eu faria parte do quadro de gerência que teria a responsabilidade de liderar uma empresa constante da lista das 500 empresas mais bem-sucedi-das da revista Fortune. Quando comecei minha carrei-ra na Flowers, ela consistia de apenas duas padarias, uma em Thomasville, Georgia, e outra em Jacksonvil-le, Flórida. Era basicamente uma empresa de pequeno porte.

Durante o verão que antecedeu o meu primeiro ano na faculdade, ofereceram-me uma oportunidade real de trabalho: substituir os vendedores externos de pão, que estavam de férias. Eu tive um treinamento de uma semana com um vendedor experiente e então fiquei por minha conta. Jamais irei me esquecer de minha euforia na noite anterior à minha primeira aventura solo.

Aquele primeiro dia foi um dos piores dias da minha vida. Eu passei boa parte do tempo perdido, e quando finalmente chegava a algum dos meus destinos, pare-cia sempre haver algum tipo de confusão sobre o que eu tinha que estar realmente entregando. Eu pensei que o dia jamais iria terminar. Quando repousei minha cabeça no travesseiro naquela noite, a única coisa de que eu tinha certeza era de que não teria como estar de pé às 2h da manhã para prestar contas do trabalho no dia seguinte, mas mesmo assim eu o fiz.

E aprendi várias coisas naquele verão. Ainda não havia me dado conta disso, mas ao programar a mi-nha venda, estava gerenciando o meu próprio peque-no negócio. A autodisciplina que adquiri ao aprender a administrar o meu tempo para dar conta de todas as minhas tarefas foi o primeiro grande passo que eu dei em direção ao sucesso. Isso se tornaria um verdadeiro

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Chamado À Excelência

tesouro mais tarde, à medida que eu progredia nas eta-pas de gerenciamento.

Gerenciar aquelas vendas externas de pães no verão levou-me por toda a área do sul da Geórgia. Enquanto vendedor, eu era responsável por tudo que colocava no caminhão. Eu tinha que escrever tickets de venda e tomar nota dos pedidos para a semana seguinte, jun-tamente com vários outros tipos de trabalhos burocrá-ticos.

Pouco antes da minha formatura na faculdade, fui convidado a ser efetivado na Flowers Foods. Apesar de a minha mãe ter algum grau de parentesco com os Flo-wers, foi deixado bem claro pra mim que eu começaria por baixo. (Minha mãe não era nenhuma acionista, e nem tinha posição na empresa.) Anos mais tarde, em minha festa de aposentadoria, o senhor Flowers relem-brou a conversa que ele havia tido comigo quando me disse que, a fim de ser respeitado na empresa, eu teria que produzir de 25-30% a mais do que os meus cole-gas. Então eu acrescentei “ganhar respeito” ao concei-to que eu tinha do que seria sucesso.

Eu não fazia ideia de que quando aceitei a oferta de trabalho, eu me tornaria um “homem de negócios”, ou seja, uma pessoa para quem a prioridade é o trabalho. Enquanto eu apenas desejava passar para o nível mais alto e deixar de ser vendedor externo de pães, eu ainda era um homem com uma imagem distorcida a respeito da visão geral a respeito da carreira e da família.

Eu aceitei uma venda de pães em Bainbridge, Geor-gia, logo após o Natal naquele ano. Em março do ano seguinte, Jacqueline e eu nos casamos e passamos uma semana maravilhosa de lua de mel no Hilton Head, um presente de casamento generoso que muito apre-

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Em Busca do Sucesso

ciamos. Após a lua de mel, fomos para Jacksonville, onde seria o nosso novo lar e o local da minha próxima venda. Quando eu telefonei para o meu patrão, Jerry Bussel, para saber dos detalhes do meu novo trabalho, ele me disse que eu deveria estar na plataforma de car-regamento em Jacksonville às 2h da manhã do dia se-guinte. Eu presumi que este início tão cedo seria para que discutíssemos os detalhes da minha tarefa durante o café da manhã. Mas quando eu apareci naquela ma-nhã, não havia discussão ou café da manhã. Eu apenas fui ordenado a começar a trabalhar. Eu me dei conta de que meu novo patrão havia sido um marinheiro vete-rano que havia lutado em Iwo Jima! Apesar de aquela apresentação ter me mostrado o seu lado mais sensato, logo aprendi que ele jamais pedia algo a alguém que ele próprio não sentisse vontade de fazer. Com o passar dos anos, Jerry desempenhou um papel fundamental no crescimento da empresa no mercado da Flórida.

O trabalho de vendedor externo é extremamente desgastante. Eu trabalhava seis, às vezes sete dias na semana, carregando e descarregando o caminhão, ras-treando vendas e dirigindo de um ponto para o outro na minha rota. Seis meses mais tarde, fui transferido para uma rota em Albany, Georgia. Após outros seis meses fui transferido novamente, e então nós nos mudamos para Dothan, Alabama, onde mais tarde descobri que era um dos mercados mais difíceis que a Flowers tinha na época.

Apesar de os vários cursos exigidos para a minha habilitação nos negócios terem sido a base para que eu entendesse o mundo corporativo, eles não me prepa-raram por completo para os desafios do dia a dia mo-derno do mundo dos negócios. Eu tive que aprender muitas coisas através da observação e da experiência.

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Eu aprendi que, se você for responsável com aquilo que lhe dão, você prosperará e terá mais responsabili-dades. Quando você aprende a ter disciplina em uma área, isso respinga ou fortalece outras áreas que tam-bém precisam de disciplina. Por exemplo, eu tive que ter muita disciplina para me levantar às 2:30h e 3h da manhã quando eu tinha dezoito anos de idade, para gerenciar as vendas de pão, apesar de não ter sido um negócio tão atraente. Eu tenho visto pessoas jovens se levantarem ainda mais cedo e bem dispostas para irem caçar, mas levantar cedo para ir para o trabalho pode ser um desafio nesta idade. Eu estava aprendendo a ter a disciplina necessária para que os produtos estives-sem nas mercearias.

Houve um mercado específico que exigiu uma enor-me quantidade de energia e planejamento para que as vendas fossem cumpridas de forma bem-sucedida. Eu estava, na prática, gerenciando uma rota que tinha a reputação de ser a maior e mais difícil da Flowers Foo-ds. Se eu tivesse ido para esta rota logo no início da mi-nha carreira, ela provavelmente teria me deixado que-brado. Nossa empresa entendia o princípio que diz que não devemos empurrar as pessoas muito rapidamente nem para muito longe, caso contrário, elas param de funcionar. Graças a Deus, alguém teve o bom senso de me deixar começar nas rotas mais fáceis e sob o meu controle, antes de enviar-me para as mais desafiadoras.

Ser ResponsávelUm dos princípios mais significativos que aprendi

sobre o sucesso ao longo desses anos iniciais foi assu-mir a responsabilidade pelos meus atos, tanto em as-suntos grandes quanto em pequenos. Por exemplo, nos

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Em Busca do Sucesso

anos iniciais de minha ocupação como vendedor exter-no, eu me esqueci de fazer uma entrega. Quando des-cobri o meu erro, ao final da rota, eu não resolvi sair da empresa (um restaurante), mas apenas me desculpar no dia seguinte. Eu presumi que o cliente entenderia e não faria muito caso. Eu estava redondamente enga-nado! Quando cheguei no dia seguinte, descobri que a empresa já havia me substituído por outro fornecedor.

Vendedores externos são responsáveis por tudo que põem no caminhão. Quando retornam à noite, se não tiverem ou o dinheiro da mercadoria ou os produtos que não foram entregues, eles precisam tirar do pró-prio bolso para compensar qualquer prejuízo. Meus clientes dependiam de mim no horário certo para que tivessem o que precisavam.

Experiências como essa me ajudaram a ter mais dis-ciplina e responsabilidade, duas qualidades que foram muito importantes, à medida que eu passava para po-sições mais altas no gerenciamento, movendo-me em direção ao sucesso.

Após três anos incrivelmente difíceis, durante os quais eu supervisionei uma meia dúzia de mercados de vendas, fui indicado para ser gerente de vendas na fábrica de bolos, em Thomasville, e três anos mais tar-de, nomeado diretor de vendas. Eu estava no caminho certo para uma vida melhor! Agora, eu era um homem respeitado, porém coagido e triste.