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URBANISMO:fim de ciclo – início de ciclo
Manuel da Costa Lobo(Prof. Catedrático Jubilado do IST e Investigador do CESUR)
VIII Congresso Ibérico de Urbanismo ◄ Faculdade de Engenharia – UBI Covilhã ► 27-29 de Outubro de 2011
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Fim de Ciclo
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Porque se está no fim de um ciclo?
De facto, há novas circunstâncias,
novos conhecimentos e novas
necessidades, para além de que a
sociedade está à procura de uma nova
organização no Mundo.
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1º Uma alternativa às guerras com uma
concorrência civilizada, princípios de
comportamento, blocos de
interesses dialogantes, objectivos a
fundamentar numa luz inspirada.
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2º Uma alternativa às crises
económicas periódicas, procurando
soluções através do modelo de
“Desenvolvimento Cintilante”
(“Método Controlado da Cintilação”).
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3º Maior participação dos cidadãos,
com alteração dos processos
educativos e sua generalização,
com uma atitude mais consciente
e com redução dos fenómenos de
manipulação de massas.
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4º Uma política de Paz, implicando
explorar o princípio do “Diafragma
do Mundo” e o estabelecimento
de acordos e alianças.
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5º Aprofundamento do sentido de DIREITO
na prática urbanística e procura de uma
nova estrutura logística com maior poder
discricionário dos órgãos com
competência no controlo de
desenvolvimento e com capacidade
concreta de resolver os problemas reais,
muitas vezes de ANTECIPAÇÃO.
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6º Grandes Áreas Metropolitanas e
regiões de enquadramento de grande
densidade e por vezes fragmentação,
à procura de uma estrutura
económica e humanizada.
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7º Áreas com grandes reservas de vida
selvagem em risco crescente de
extinção ou degradação e
incapacidade de enfrentar a situação
de forma positiva.
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8º Disputas profissionais à busca de
trabalho no domínio do urbanismo.
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9º A necessidade de superar a
proliferação de especialistas no
processo de decisão relativo ao
desenvolvimento urbanístico e a
errada política de predominância
sectorial, com a definição de novas
metodologias de SÍNTESE.
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10º O grande problema de migrações
maciças onde o local receptor não tem
capacidade para alojar e dar trabalho
em tempo útil a essas populações,
devendo procurar-se uma via eficaz de
encarar os problemas envolvidos nesse
processo – .OUC
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11º A perda de equilíbrio entre espaço
urbano e espaço florestal, agro-
pecuário, reservas ecológicas e
instalações especiais, a solicitar
novos modelos integrados, como o
Modelo MM (da Renda).
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12º O envelhecimento de tecidos
urbanos, de vias de circulação e de
zonas industriais e de extracção, que
poderão implicar reciclagem,
renovação, conservação/vitalização,
mas frequentemente se tornam uma
espécie de lixo da civilização, a
solicitar 3as soluções.
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13º A necessidade de qualificar os
tecidos urbanos e a metodologia
MQ relativa às estruturas lineares e
redes de equipamento.
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Nestas circunstâncias, há que inventar
novas formas de encarar os problemas,
de os planear e de os ir resolvendo
nomeadamente o panorama sombrio que
afecta o planeamento a partir de aspectos
sectoriais, onde urbanistas e técnicos
especialistas deverão aprender a dialogar e
a convergir:
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Início de Ciclo
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A. Engenharia Civil baseada em
construções artificiais e novas grandes
estruturas versus uma engenharia
natural procurando soluções sugeridas
pela própria natureza e aproveitando os
materiais locais, para além de preferir um
conjunto mais pequeno de obras em vez
de obras megalómanas.
CESURB. Saneamento dos espaços urbanos e das
grandes indústrias em particular, com uma prudente utilização e protecção de mananciais e da sua recarga por infiltração, a utilização de albufeiras multiuso, o tratamento das águas e dos esgotos domésticos e industriais, quando possível por processos biológicos e equilíbrios sustentáveis, a recolha de lixos e afluentes com processos de compostagem e aproveitamento energético. Visar a reciclagem total dos efluentes e dos dejectos.
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C. Soluções de desenho urbano visando a
economia de transportes e de energia
para iluminação, climatização e produção
industrial, aprofundamento da
investigação de fontes alternativas de
energia (marés, ondas, geotecnia, eólica,
solar, termoeléctricas, hidroeléctricas,
orgânica, gás natural, petróleo).
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D. Desenho arquitectónico de edifícios
poupando energia e garantindo maior
segurança, funcionalidade e facilidade
de conservação e adaptação.
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Deste emaranhado de novas vias
para resolver problemas do espaço
humanizado a partir dos especialistas
sectoriais algo terá que influenciar as
metodologias de planeamento próprias
dos urbanistas profissionais e suas
equipas.
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E como
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a) Os Urbanistas deverão assumir a sua
quota-parte de responsabilidade no
desenho dos planos, incluindo um
seguro que os proteja de situações
menos felizes e eventuais erros de
cálculo (obviamente a evitar).
seguro
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b) Em seguimento de 1., o Urbanista
Coordenador da Equipa deve dar a
cara, garantir a sua visibilidade no
processo, dialogando com os
políticos, a quem cabe decidir, e com
os projectistas, a quem cabe fazer os
projectos das construções – edifícios,
redes e instalações.
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c) O processo de trabalho deverá incluir a
definição de área ou áreas de estudo e
seu enquadramento – os Espaços-
Plano, monitorizando e eventualmente
ajustando o seu contorno, de modo a
permitir encontrar soluções para os
problemas.
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d) A fase inicial de inquérito e análise
deve coexistir com as fases de
desenho de soluções , sua
avaliação, mediação activa em caso
de conflito e a monitorização, já que
se trata de um PROCESSO
CONTÍNUO E MÚLTIPLO.
desenho de soluções
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e) Para fazer os diagnósticos há que
usar modelos e esquemas, com
focagens alternando com modelos
mais abstractos, não descurando a
inteligência sensorial e intuitiva ao
lado de todo o estudo científico e sua
métrica rigorosa.
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f) Na sequência de 5 convirá dar um
lugar de destaque aos processos de
Inteligência Visual, conduzindo a
modelos criativos e de notável valor
de comunicação dentro da equipa,
para encontrar novas alternativas
(até ao “Método Caleidoscópico”).
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g) Toda a acção criativa e modelística
deverá ser acompanhada por um
processo de contínua avaliação
multi-critério das propostas, de
forma a constituir-se uma via de
monitorização interna para a equipa.
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h) No caso de surgirem conflitos dentro
ou fora da equipa há que passar aos
processos de mediação activa,
alternando tertúlias de ideias com
avaliação das alternativas e a
eventual procura de uma 3ª solução.
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i) Em relação ao Horizonte do Plano é
bom que seja múltiplo, por exemplo:
5 anos10 anos20 anos40 anos e mais
curto prazomédio prazolongo prazo
muito longo prazo
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O plano, na sua programação, deverá
prever os cenários principais ao fim
de cada um destes horizontes,
justificadamente.
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j) O urbanista actual deve perceber que já não pode contar com o que aprendeu na sua formação de há 10, 15 ou mais anos, sendo de recomendar um processo de educação permanente, feita, de preferência, com regularidade, nas universidades ou, em alternativas, pela participação em seminários, congressos e sessões de estudo devidamente articuladas.
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Estas considerações mostram quão
grande é a alteração do Urbanismo
que se está a processar e para a qual
o urbanista se deverá preparar.
Curso Avançado de Actualização.
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Em alternativa a este Curso considero
que as Universidades deveriam
ponderar seriamente um sistema de
Educação Permanente, para o qual
proponho o seguinte, em termos
esquemáticos:
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• 7 anos – Ensino sobre a cidade, seus riscos – benefícios, processo de andar, atravessar ruas, transportes públicos, como ajudar outros ou pedir ajuda.
• 14 anos – Ensino sobre a cidade – construção, vivência. Os equipamentos, o acesso pedonal e outros. As instalações de abastecimento de água e o esgoto, noções simples de higiene. Leitura de cartas e procura de caminhos.
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• 21 anos – Ensino preliminar de urbanismo
– bases e técnicas, introdução. Preparar
estagiários profissionais.
• 28 anos – Mestrado
• 35 anos – Doutorado ou especialização.
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• 42 anos – Nova especialização,
actualização.
• 56 anos – Pós-Doc, com ensino
participado envolvendo professores
estrangeiros.
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• 70 anos – Aperfeiçoamento, actualização
visando o ensino, a direcção de trabalhos
e a participação em seminários, estudos,
supervisão de jovens profissionais.
• 84 anos – Novo alento ou reciclagem
visando um novo ramo de actividade.
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No ensino dos 21 anos criar-se-ia a
possibilidade de bifurcação para outro
curso, como Geografia, Engenharia
Civil, Arquitectura…
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Obrigado pela vossa atenção.