certificaÇÃo em administraÇÃo de...
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CERTIFICAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS – um relato de experiência
Adriana Martins da SilvaConsultor de Treinamento – IIEP – Treinamento em Saúde
Introdução
• A administração de medicamentos é uma atividade bastante freqüente, porém muitos erros têm acontecido.
• A administração de medicamentos corresponde à
última oportunidade de prevenir um erro que pode ter surgido já
na
prescrição ou na dispensação dos medicamentos.
• Os profissionais de saúde devem estar cientes e alertas para este fato e buscar, permanentemente, medidas de prevenção de erros através de novos conhecimentos, condutas ou de estratégias que visem proteger todos os envolvidos, principalmente o paciente.
• A certificação de situação clinica
ou procedimento por meio da metodologia da
simulação realística é uma estratégia de avaliação de aprendizagem e habilidade prática considerando o ambiente e as
interferências no qual é
realizada.
• Permite a avaliação do raciocínio clinico e a tomada de decisão.
• O instrutor/avaliador, avalia e pontua o desempenho do profissional por meio de um
check list
previamente definido.
Certificação em Administração de Medicamentos ‐ Objetivos
• Permitir a avaliação das habilidades técnicas e competências comportamentais da equipe de enfermagem, com foco na segurança do Processo de
Administração de Medicamentos.
• Sensibilizar a equipe de enfermagem quanto á importância da administração de medicamentos como
um processo de Segurança do Paciente.
Público alvo
• Equipe de enfermagem da CMC– 246 enfermeiros– 396 técnicos de enfermagem
• Equipe de enfermagem da Maternidade e Centro Obstétrico
– 32 enfermeiros– 68 técnicos de enfermagem
• Equipe de enfermagem da pediatria– 21 enfermeiros– 43 técnicos de enfermagem
806 profissionais
Instrutores:
• Os instrutores são enfermeiros plenos ou seniores, previamente preparados na
metodologia de simulação realística.
Metodologia
• A certificação de procedimento
por meio da metodologia da simulação realística é
dividida em
três etapas: – Preparação dos cenários– Simulação– Avaliação– Feedback.
1ª. Etapa: Preparação dos cenários
• Os cenários são baseados em casos definidos de acordo com as habilidades a serem avaliadas.
• Esses casos são elaborados de forma a simular uma situação real onde o profissional deve agir.
1ª. Etapa: Preparação dos cenários
• Os cenários são baseados em casos definidos de acordo com as habilidades a
serem avaliadas.
• Esses casos são elaborados de forma a simular uma situação real onde o
profissional deve agir.
• Para o enfermeiro, foi elaborado um case que estimulasse e favorecesse o
raciocínio clínico, enquanto que para o técnico, o foco foi no desempenho do
procedimento visando a segurança do paciente.
• Nesta fase, foi realizado um piloto, onde os atores e instrutores receberam
orientação sobre os casos e o que deve ser avaliado em cada item do check list.
2ª. Etapa: Simulação
• Nessa etapa o profissional de enfermagem realiza
o procedimento, levando em consideração os
aspectos importantes para a administração da
medicação de forma segura.
• Em cada cenário, são fornecidas informações
iniciais sobre o caso do paciente e sobre o seu
propósito naquele contexto: administrar uma
medicação via oral (VO); realizar o aprazamento
da prescrição médica.
• As demais informações serão fornecidas se forem
questionadas ou investigadas, com o intuito de
estimular o profissional de enfermagem na
condução adequada do atendimento ao paciente:
alergia
2ª. Etapa: Simulação
• O cenário teve duração pré‐ estabelecida: 15 minutos
• O instrutor permanece fora do ambiente de simulação, intervindo
apenas em situações pontuais.
• É
utilizado um check‐list
com os objetivos específicos a serem
alcançados.
3ª. Etapa: Avaliação e Feedback
• Após a realização do cenário, o avaliador
realiza o feedback
do desempenho.
• Essa etapa é
realizada de forma
individualizada seguindo um roteiro de
avaliação;
• Aponta para o profissional os momentos
de atendimento adequado, reforçando os
pontos positivos, e em seguida mostra os
pontos de melhoria e reforça as condutas
mais corretas;
3ª. Etapa: Avaliação e Feedback
• A nota é
fechada junto com o profissional de enfermagem.
• Assinatura do “Termo de compromisso”.
• Se reprovado é orientado quanto a importância da re‐
certificação.
CASE ENFERMEIRODescrição do caso:Marcelo Santos, 56 anos, admitido na CMC para tratamento de
broncopneumonia. Com antecedentes de DM tipo 2 em uso de insulina, HAS e cardiopatia. O médico fez a 1ª
prescrição na internação (manhã
08h00). O técnico realizou a glicemia capilar e se encontra em 287 mg/dL.
Orientação ao participante:“Você é o enfermeiro responsável pelo Sr. Marcelo e deverá
realizar o
aprazamento da prescrição médica. Após o aprazamento discutirá
a prescrição médica com o técnico responsável.”
– Aprazamento adequado da prescrição médica;– Orientações adequadas ao técnico de enfermagem baseadas em
fundamentação científica
• Unidade:
Posto de enfermagem
• Ator: Técnico de Enfermagem– Questionar os principais aspectos quanto aos cuidados dos
medicamentos prescritos.
• Agenda do cenário para certificação:
• Tempo para apresentar metodologia e cenário: 03 minutos• Tempo do cenário: 15 minutos (O candidato teve 5 minutos para
avaliar a prescrição e realizar o aprazamento da prescrição médica)• Tempo do feedback
com o avaliador: 5 minutos
•Qual o tempo de infusão?•Qual a diluição recomendada? •Qual a Velocidade de infusão recomendada? •Precisa de Bomba de infusão?
•Qual o tempo de infusão?•Qual a diluição recomendada? •Qual a Velocidade de infusão recomendada? •Precisa de Bomba de infusão?
“Amanhã ele tem jejum para USG, como
faremos com a medicação via oral?”
“Amanhã ele tem jejum para USG, como
faremos com a medicação via oral?”
O Enfermeiro deverá
questionar o
médico quanto à
necessidade de
inalação durante a madrugada uma vez
que o paciente receberá
indutor do
sono (Lorax 1mg – item 08)
O Enfermeiro deverá
questionar o
médico quanto à
necessidade de
inalação durante a madrugada uma vez
que o paciente receberá
indutor do
sono (Lorax 1mg – item 08)
O paciente é alérgico a novalgina e não
deve receber essa medicação, pois
Lisador/neosaldina contém Dipirona,
mesmo princípio ativo da Novalgina
O paciente é alérgico a novalgina e não
deve receber essa medicação, pois
Lisador/neosaldina contém Dipirona,
mesmo princípio ativo da Novalgina
O Enfermeiro deverá
atentar‐se ao
aprazamento deste medicamento
uma vez que o paciente não deverá
receber nenhuma medicação via
oral, subcutânea ou inalação após
este medicamento.
O Enfermeiro deverá
atentar‐se ao
aprazamento deste medicamento
uma vez que o paciente não deverá
receber nenhuma medicação via
oral, subcutânea ou inalação após
este medicamento.
•“Acabei de fazer a glicemia e deu
287, quanto preciso administrar?”
•“Posso bolar a do café
da manhã, já
que vou fazer as unidades de
correção?”
•“Posso misturar a Lantus
com a
Humalog?”.
•Amanhã ele estará
em jejum posso
administrar a Lantus?
•“Acabei de fazer a glicemia e deu
287, quanto preciso administrar?”•“Posso bolar a do café
da manhã, já
que vou fazer as unidades de
correção?”•“Posso misturar a Lantus
com a
Humalog?”.•Amanhã ele estará
em jejum posso
administrar a Lantus?
CASE TÉCNICO (exemplo CMC)
Descrição do caso:Eduardo (a) Santos, xx anos, internado (a) na CMC para tratamento de
pneumonia. Com antecedentes de HAS. Internou na noite anterior. (20:00h)
Orientação ao participante:“Você é o técnico responsável por Eduardo (a), está
no início do
seu plantão e administrará
os medicamentos das 08:00 horas.”
– Avaliar a condução técnica da administração de medicamento e os aspectos relacionados à segurança do paciente.
• Unidade:
Quarto do Paciente
• Ator: Paciente– Questionar os principais aspectos quanto aos cuidados dos
medicamentos prescritos
• Agenda do cenário para certificação:
• Tempo para apresentar metodologia e cenário: 03 minutos• Tempo do cenário: 15 minutos• Tempo do feedback
com o avaliador: 5 minutos
Resultados
Em 2008, a redução de 41% de de erros por prescrição: 1,73‐1,02.
Em 2011 ‐
51% de redução. 51%
(2011)
Conclusão
O processo de certificação através da metodologia de simulação realista é uma estratégia de avaliação de aprendizagem e habilidades práticas,
com um grande impacto nos resultados de saúde nos cuidados á beira‐ leito, permitindo ao participante desenvolver o raciocínio clínico e
tomada de decisão por meio de simulação de situações encontradas no dia ‐a‐dia
da prática.