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CASA DA MÃE JOANA CORES VIVÍSSIMAS EM TODOS OS CÔMODOS Apartamento com pitadas retrô é a cara dos donos 12,5 M² MUITO BEM DESENHADOS: Residência estudantil se inspira em trens e navios + 12,5 M² MUITO BEM DESENHADOS: Residência estudantil se inspira em trens e navios EDIÇÃO 1 - DEZ/2013

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Revista sobre decoração para disciplina de Gráfica II, UFES.

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CASA DA MÃE JOANA

CORES VIVÍSSIMAS EM TODOS OS CÔMODOSApartamento com pitadas retrô é a cara dos donos

12,5 M² MUITO BEM DESENHADOS: Residência estudantil se inspira em trens e navios+12,5 M² MUITO BEM DESENHADOS:

Residência estudantil se inspira em trens e naviosEDIÇÃO 1 - DEZ/2013

CARTA AO LEITORPrezados leitores, é com muito orgulho que lançamos nossa primeira edição da revista Casa da Mãe Joana. Uma revista de decoração de ambientes, trazendo estilo, charme, junto com o bom gosto e conforto. O nome Casa da Mãe Joana, foi pensado para atrair o leitor, sendo diferente e descontraido. Nessa edição tentamos trazer modernidade e sofisticação no design de decoração, com ambientes praticos e aces-siveis e que atendam o bem estar e a harmonia no ambiente. Acredita-mos no bem que faz uma casa harmoniosa. E é isso que queremos para nossos leitores. Casas são como pessoas. Tem personalidade.E isso é coisa que se sente na primeira olhada. Algumas são descontra-ídas, alegres, receptivas, daquelas que te convidam a tirar o sapato e a se jogar no sofá (e ninguém vai achar esquisito se você o fizer). Outras são românticas, modernas ou ainda rústicas. Todas as personalidades tem uma decoração equivalente. O contrário também acontece, casas sérias, em tons de bege, com donos super divertidos e alto-astral. Por que isso acontece? Porque o que se encaixa para um nem sempre ser-ve para o outro.Queremos ajudar nossos leitores à achar seu lar ideal, mostrando tendências, referências e diferentes opiniões.

Queremos, acima de tudo, que a Casa da Mãe Joana seja sua casa também.

Arthur BorgognoniCecília Duarte FialhoLaíssa Gasperazzo

COLABORADORES

Cecília Duarte Fialho, mineira, 20 anos, estudante de design gráfico. Atualmente mora no ES. Adora moda, música e cinema.

Laíssa Gasperazzo, nasceu no ES, em 1992. Estudante de design grá-fico. Seu maior lazer é estar com amigos e assistir filmes.

Arthur Borgognoni, capixaba com sotaque de paulista. nasceu em 92. Estuda design gráfico. Adora musica, games e concept art e nas horas vagas toca guitarra e violão.

SUMÁRIO

DECORAÇÃO DE QUARTO

S

CADEIRAS EM MINIATURA: Pregadas na parede, sobre a ca-

beceira ou a prateleiras, as miniaturas são o destaque deste

quarto

4 QUARTOS DE CASAL ONDE NÃO FALTA CHARME; Alguns

projetos focam toda sua energia nos ambientes de convivência

social,

APARTAMENTOS

DECORAÇÃO PERSONALIZADA: In

spirador apartamento, aposta

na combinação de móveis com estilos diferentes

SUPERATUAL E VERSÁTIL: O apê alugado ganhou personalida-

de com móveis descolados e muita cor

CORES VIVÍSSIMAS EM TODOS OS CÔMODOS: Apartamento

com pitadas retrô é a cara dos donos

O PRIMEIRO LAR DO JOVEM ADVOGADO: Um belo apartamento

de 130 m² em Ipanema

AMBIENTES COMPAC

TOS

12,5 M² MUITO BEM DESENHADOS: Residência estudantil s

e

inspira em trens e navios

QUEM SEPARA QUER CASA: Décor despojado expõe atual espí-

rito do morador

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Colecionadora de longa data, Sueli Gonçalves, paulista radicada em Maringá, PR,

já reuniu selos, xícaras, perfumes... Hoje, derrete-se por cadeiras em miniatura: “Do tempo em que trabalhei com patrimônio histórico, veio o interesse pelos modelos de estilo clássico. Ao me tornar deco-radora, as peças ícones do design passaram a me encantar”. Em seu quarto, assinado pela arqui-

teta paranaense Simone Kay, as cadeirinhas ganharam posto pri-vilegiado – pregadas na parede! “Apenas as que não tinham encai-xe para a fixação foram apoia-das, algumas sobre a prateleira, outras sobre a cabeceira”, conta a autora. O conjunto de teca, com bancada (Antônio Andreatta Marcenaria, R$ 2900), é realçado pelo fundo pastel (Profundo Lilás, ref. 70RB 23/203, da Coral).

Pregadas na parede, sobre a cabeceira ou a prateleiras, as miniaturas são o destaque deste quarto

CADEIRAS EM MINIATURA

DECORAÇÃO DE QUARTOS

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4QUARTOS DE

CASALONDE NÃO FALTA

CHARME

Alguns projetos focam toda sua energia nos ambien-tes de convivência social,

deixando pouca criatividade e atenção para os aposentos. Mas, se pensarmos bem, não é o quarto o ambiente da casa no qual boa parte das pessoas pas-sa a maior parte do seu tempo? Sendo assim, nada mais justo do que decorá-lo com elementos charmosos e pessoais. Afinal, dormimos e acordamos inevita-velmente observando os objetos em nosso entorno. Veja abaixo dez dormitórios de casal que ca-pricharam no look e assumiram personalidades bem diversas!

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DECORAÇÃO DE QUARTOS

O designer de interiores belga Lionel Jadot repagi-nou uma casa de 1870 perto de Megéve, nos Alpes franceses. O resultado faz forte referência à essên-cia rudimentar do chalé. No quarto do casal, como

no resto da morada, a madeira impera. Para atribuir um pouco de aconchego contemporâneo, uma col-

cha de aspecto extremamente confortável reveste a cama. O charme fica por conta das almofadas

coloridas, dos tapetes estampados, e das telas com pinturas orientais.

Ao observar o quarto de casal deste apartamento de decoração estilo império, no bairro dos Jardins, em São Paulo, fica claro o apreço dos moradores por tudo o que é antigo. Desde a cama ao espe-lho e as luminárias, praticamente todos os objetos escolhidos pelo arquiteto Jorge Elias são de ar vin-tage. As paredes foram cobertas com papier peint e tecidos Miranda Green.

Quando os filhos saíram de casa para estudar em Nova York, os canadenses Paul Gross e Martha

Burns decidiram realizar um velho sonho – o de se mudar para a Big Apple. Para tornar mais

confortável o antigo apartamento contrataram a designer Suchi Reddy. Dentre as diversas excentri-cidades do lar está o quarto de casal, separado do resto do apartamento por uma cortina que circun-

da a cama. Diretamente ao lado figura, imponente, um enorme cavalo.

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DECORAÇÃO PERSONALIZADA

A busca por um lugar definitivo para cha-mar de seu não é fácil. Imóveis deto-nados, preços estratosféricos e lugares

sem personalidade são algumas das barreiras. É preciso ter tempo e paciência para comprar a casa dos sonhos. E, no caso da stylist Renata Corrêa, o grande problema era justamente o tempo: apenas dois meses. "No ano passado, eu me separei e, na mesma época, a proprietária do apartamento em que a gente morava pediu o imóvel", conta a mineira, que estudou publicida-de e se mudou para São Paulo há dez anos para trabalhar com moda.

O jeito foi correr atrás de um novo lar sozinha. "Os corretores me levavam para conhecer vários lugares, mas eu ia ficando cada vez mais desani-mada com o que via", lembra. Até que, um mês e meio depois, esbarrou com o imponente edifício

Cazuhe, na Bela Vista. "Nem acreditei quando entrei no único apartamento que estava à venda! Era exatamente o que eu procurava: amplo, com pé-direito alto, varandas, na região em que eu es-tava acostumada a morar e em um prédio antigo, cheio de personalidade." Negócio fechado.

A fase dois foi a reforma, que tinha de ser a jato. O projeto foi realizado com o arquiteto Dan Zabuski, apresentado por um amigo. "Desde o primeiro encontro, percebi que tínhamos afinida-de. Minha intuição não falhou e nossa parceria foi ótima." Do layout original do imóvel, foi derrubada uma parede que dividia as salas de jantar e estar e o banheiro de empregada virou lavabo. A dupla investiu também em novos revestimentos, como o cobogó no lavabo, o ladrilho hidráulico na cozi-nha e as placas feitas originalmente para área externa colocadas no banheiro principal da casa.

O mobiliário que compõe o décor é resultado de um mix de peças vintage, garimpadas em anti-quários e feiras, objetos trazidos de suas viagens, móveis de design contemporâneo e outros que são novos, mas têm roupagem retrô. Algumas pe-ças foram compradas especialmente para a nova casa, como a mesa de jantar da Mixtape Design, que ela combinou com cadeiras da Desmobilia, o tapete da sala, da By Kamy, e a poltrona e a mesa da varanda do quarto, da Loja Teo.

"Apesar de trabalhar com moda, quando volto de viagem acabo trazendo mais coisas para a casa do que roupas", diz Renata, que já chegou a

APARTAMENTOS

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carregar uma pedra de Berlim e um candelabro de madeira de Paris. "Quem trabalha com esté-tica tem o desafio de sempre se reinventar, mas, ao mesmo tempo, não perder o que tem de mais autêntico, que é o seu estilo. Isso vale também para a decoração. Uma casa não pode ser está-tica, definitiva. O legal é estar em constante mu-dança, mas preservando a assinatura pessoal."

Apaixonada por art déco, ela acredita que bas-ta um olhar atento para encontrar achados, como aconteceu com suas luminárias e as almofadas estampadas que trouxe da África e custaram uma pechincha. "Não é preciso gastar muito para ter uma casa bem decorada." Outros achados? As cabeças de metal que seguram livros e a fruteira de baquelite da década de 1940, barganhadas na feirinha de antiguidades da Lapa, no Rio. "É claro que em alguns momentos não dá para escapar das grifes. Se valer muito a pena, invisto, como no caso de uma poltrona do designer escandina-vo Hans Wegner e no criado-mudo da marca de design mineira Alva." É fato: o apartamento dela segue justamente o princípio hi-lo.

APARTAMENTOS

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O apê confortável, em Copacabana, encantou à primeira vista a en-

genheira de sistemas Raquel Souza, em busca de um imóvel para alugar. “Achei o espaço ótimo, claro, e cheio de boas possibilidades”, revela ela. Seu acervo de móveis era pequeno, por isso, achou melhor convo-car uma arquiteta para ajudá-la a adquirir peças-curinga que combinassem entre si e crias-sem um ambiente aconchegan-te. “A verdade é que eu poderia comprar tudo sozinha, mas sem dúvida acabaria gastando mais e conseguindo um resultado menos satisfatório”, diz ela. A “eleita” foi Cristiane Passos, que Raquel encontrou por meio de uma matéria em uma revista especializada. “Ela explicava, no texto, que é perfeitamente

SUPERATUAL E VERSÁTIL

APARTAMENTOS

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possível montar uma casa com estilo sem gas-tar fortunas. Entrei no seu site, vi vários dos seus projetos, gostei e resolvi pedir uma proposta. Foi um acerto e tanto”, afi rma Raquel, acrescentando: “Ela sabe exatamente como dosar as cores fortes com tons neutros e tem total senso de proporção. Me passou a maior segurança.” Cristiane, por sua vez, conta que, no início, foi difícil convencê-la a comprar poltronas estampadas e tingir a parede de cinza-escuro. “Havia uma certa desconfiança com as minhas ideias mais ousadas. Mas, depois, ficou fácil perceber como a cor e objetos descolados im-primiriam personalidade no apartamento”, lembra.

Paredes brancas e cinza, piso de tacos de madeira e muita luz natural. Com essa base neu-tra, foi fácil salpicar de cor o ambiente. Cristiane sugeriu almofadas com estampas descombinadas (Fernando Jaeger), poltronas coloridíssimas e até a “escultura” de um cachorro divertido, montada com papelão rígido, para guardar os controles remotos (I-Stick) ao lado do sofá.

Uma forma de tornar a decoração mais harmo-niosa é definir uma cor predominante nos estofa-dos e objetos. No caso da sala de jantar, Cristiane sugeriu o azul-esverdeado para os complementos, tom que Raquel aprovou e adorou. É ele que está no tecido das poltronas, nos vasos em cima do aparador e nos bowls que pontuam os móveis. “Assim o ambiente não corre risco de ficar exces-sivo”, ensina a arquiteta.

APARTAMENTOS

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CORES VIVÍSSIMAS EM TODOS OS CÔMODOS

A visão torna-se o sentido su-premo neste apartamento paulistano, que se destaca

pelo uso da cor de forma extraor-dinária. Violetas tingem o hall de entrada e as divisórias entre living e home theater. O cinza cobre a sala de jantar. Verdes dominam a cozinha. O berinjela marca um dos banheiros, com o azul-mari-nho. Roxo, turquesa e vermelho vibram nas portas laqueadas, cada qual com um desenho em relevo diferente.

Assinada pelo estúdio Super-limão, comandado por Sergio Cabral, Thiago Rodrigues, Lula Gouveia e Antonio Carlos Figueira de Mello, a reforma do imóvel de 225 m² durou cinco meses. Em paralelo, o jovem casal de pro-

prietários pesquisou tonalidades de tintas, tecidos, revestimentos. “Queríamos personalizar uma pa-leta equilibrada”, explica a dona da casa. A miríade de cores resultou de intuição, preferências particu-lares, sugestões do escritório e de uma amiga especialista em tendências cromáticas, além de influências fashion.

Matizes à parte, os moradores anotaram propostas para revolu-cionar o layout do imóvel de três quartos em uma caderneta com capa amarela. O principal apon-tamento? “Todo lugar será de convívio.” Hoje com duas suítes, o apartamento tem ambientes amplos e abertos o bastante para favorecer a interação do casal e de eventuais convidados.

APARTAMENTOS

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À esquerda do hall de entrada, a cozinha superequipada é o xodó da casa, e a lavanderia, quase amarelo flúor, com plantas, trans-forma-se em sua extensão. Até mesmo dali avista-se o conjunto integrado de salas de estar e jan-tar, escritório e home theater, que pode se reverter em quarto.

O setor social emprega poucas peças do endereço anterior e outras tantas arrematadas recen-temente. É esse o caso do sofá reto e cinza do living, assinado por Marcus Ferreira, e da mesa de jan-tar, criação do mesmo designer. O móvel explora a beleza dos tons de madeira e das cadeiras atuais, mas com desenho dos anos 1950. Tecidos da estilista Adriana Barra, craque em combinar estampado

e colorido, revestem os assen-tos. “Seu trabalho foi inspirador”, comenta a proprietária. O espaço conta ainda com prateleiras para livros e objetos e um aparador azul-claro executado sob medida.

As novas aquisições para o living vêm sendo feitas sem pres-sa, assim como as dos quartos, voltados a um terraço interno envidraçado. Ali, o piso de ladri-lhos hidráulicos em preto e branco interage com as paredes pintadas pelo artista João Paulo Cobra, o Nove. “A obra sintetiza nossas cores”, considera o morador. Seu closet, no segundo dormitório, tem porta amarela com escotilha evo-cando o filme de animação Yellow Submarine (1968), estrelado pelos Beatles, de que o casal é fã.

Brincadeiras como essa lidam com a memória dos dois tanto quanto o imóvel mante-ve suas próprias lembranças depois da reforma. É que se manteve, por exemplo, a varia-ção dos pisos de madeira, entre os quais um raro, de jacarandá. “Optamos pelo não desperdício”, explica Sergio.

“A participação efetiva dos proprietários, em simbiose com o escritório, foi uma experiên-cia única”, opina o profissional. Diferente do que pode ocorrer com outros clientes, segundo o designer, ambos cuidaram de cada detalhe porque tiveram a consciência de que os morado-res seriam eles mesmos, e mais ninguém. Tanto melhor.

APARTAMENTOS

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APARTAMENTOS

AAo sair da casa dos pais, o jovem advogado o fez em grande estilo. Contratou os serviços de Anna Backheuser, do escritório Ateliê de Arquitetura, para reformar o apartamento de 130 m² no qual se instalaria. Seguiram-se então quatro meses de prancheta e oito de reforma. “Nós tivemos bastante liberdade no desenho da nova planta e na escolha dos acabamentos”, relembra a arqui-teta. “Era o primeiro apartamento, assim, se por um lado havia muita expectativa, por outro não havia bagagens ou manias”, conclui.

Os pedidos do cliente eram simples. Ele fazia questão de modernidade, funcionalidade, integração e destaque para suas obras de arte. Ou seja, tratava-se de conceitos abstratos, o que garantiu amplitude criativa à equipe de Anna. Talvez por isso o apartamento em Ipanema acabou sendo intensamente alterado. Um dormitório e um banheiro foram desfeitos para que a área social ganhasse espaço. Outras paredes vieram abaixo para garantir a relação sem barreiras entre as salas de estar e jantar, e a cozinha.

“Optamos pelo uso de por-tas de correr de madeira que podem abrir a cozinha total-mente para as salas ou separar completamente os ambientes”, explicou Anna. “Esse é um re-curso que funciona muito bem visualmente”. A madeira neste lar está presente em diversos

pontos, além das portas. O piso é também de madeira clara, bem como a estante de peroba mica que recosta sobre a pare-de de tijolos em uma das faces do living. Por ali, a cadeira de Sérgio Rodrigues – de madeira! – completa a composição.

No resto da morada, acumu-lam-se as paredes brancas, que servem de expositores neutros para as obras de arte do mora-dor. A neutralidade dos materiais e mobiliário é proposital, eleita em função da variedade gráfica da arte. No estar, ainda assim, há peças que chamam a aten-ção. A poltrona da Lattoog, de um design contemporâneo, e o tapete listrado de sizal dão cor ao ambiente. Próximo dali, na cozinha, encontram-se acaba-mentos práticos e elegantes. Novamente, as linhas retas e o branco predominam.

Outras alterações relevantes foram a realocação da porta prin-cipal, que mudou de lugar para propiciar uma melhor circulação na área comum, e a abertura parcial do banheiro da suíte, in-tegrando-o ao quarto, ainda que superfícies de vidro fosco mante-nham alguma privacidade por ali. Ao final, o aconchegante apar-tamento do solteiro ficou com dois dormitórios, além da área comum interna e da varanda. “O cliente, quando viu o resultado, confessou que não imaginava quanto espaço havia ganhado”, finalizou Anna, contente.

O PRIMEIRO LAR DO JOVEM ADVOGADO

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APARTAMENTOS

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12,5 M² MUITO BEM

DESENHADOS

Com uma temática bastante atual, o arquiteto Ernesto Bartolini, do DA Studios,

em parceria com os designers do estúdio Ab Rogers, desenvolveu em Londres um complexo-dor-mitório para estudantes univer-sitários com as medidas mais enxutas possíveis. O projeto do alojamento Scape se baseou no aproveitamento máximo do es-paço que se vê em trens, subma-rinos, navios e outros transportes que levam passageiros por perío-dos longos. Assim, cada uma das 600 suítes tem apenas 12,5 m². Para os designers do Ab Rogers, trata-se de um novo modelo de habitação urbana compacta.

AMBIENTES COMPACTOS

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“Começamos o desenho pelo projeto dos quartos, que são peças de alta engenharia”, disse Rogers. Cada célula de morar foi gerada industrial e individualmen-te e depois transportada para o endereço em que hoje o edifí-cio-dormitório reside. No design destas cápsulas, há nichos e móveis com mais de uma fun-ção que visam ao uso eficiente do espaço. Cada quarto tem um pequeno banheiro e uma minico-zinha embutida. De modo geral, as superfícies são brancas, mas alguns detalhes recebem cor. São seis possíveis: amarelo, turquesa, vermelho, violeta, azul-elétrico e verde – uma por pavimento.

A grande escada metálica vermelha faz a distribuição do fluxo, do térreo ao último andar. “As áreas comuns comportam uma infraestrutura que promete incentivar tanto a socialização quanto o estudo”, acrescentou Rogers. Enquanto no térreo os restaurantes fervilham, nos apar-tamentos, vigora o silêncio. Na decoração, o Box Noodle, que oferece comida asiática, aposta no minimalismo, com mesas longas, bancos de madeira e luminárias pendentes vermelhas – tudo muito sóbrio. Já o The Kit-chen, uma delicatéssen 24 horas, tem um estilo mais descolado, com cadeiras de assento de

madeira e estrutura verde-limão e uma iluminação com visual bagunçado, amarela.

Para projetar a ala comunal, os designers estudaram as ambien-tações multiúso de museus e ga-lerias. O plano foi criar ambientes flexíveis que pudessem ser modifi-cados, seguindo a grelha estrutu-ral. Embora o complexo já esteja em pleno uso desde setembro de 2012, há planos de modificações. Será adicionado ao edifício um espaço fitness com equipamentos de última tecnologia. Mas, do jeito que está, o projeto já pode ser considerado inovador, além de visualmente atraente. Sorte dos estudantes londrinos!

AMBIENTES COMPACTOS

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QUEM SEPARA QUER CASA

Após uma separação, a reação natural de muitas pessoas é se mudar para um espaço menor, levando apenas o essencial, com o

intuito de reorganizar os pertences restantes (e a própria vida). A história deste lar em São Paulo não é exceção. Com área de 36 m² e projeto do arquite-to Alan Chu, o apartamento é a residência provisó-ria de um empresário recém-desquitado.

Uma aura de renovação paira sobre a residên-cia, e o símbolo máximo disso talvez seja o mo-biliário em forma de caixotes de madeira, repon-sável por dar ao piso inferior um ar jovem, além de servir uma pluralidade de funções. Alguns dos caixotes integram a sala de estar, outros organi-zam a cozinha, e outros ainda desempenham o papel de despensa. O maior de todos se encon-tra na transição entre os dois pisos, camuflando a estrutura do mezanino e acolhendo a escada preta cilíndrica. No conjunto, a disposição apa-rentemente aleatória das caixas confere estética informal e descolada ao lar.

A decoração é simples, porém bem resolvida. Os poucos itens que ornam o apartamento con-versam claramente entre si. Um bom exemplo é a presença da cor vermelha no piso de baixo. Sua intensidade pinta peças marcantes, como a gela-deira e o tapete, além de colorir uma cadeira, uma panela e um telefone de estilo antigo ao lado do espaçoso sofá. A base neutra do restante do espa-ço, composta pela madeira dos armários e do teto, pelo branco das paredes e pelo cinza do cimento, confirma a soberania do tom, além de atribuir um toque de organicidade que contrasta com a quali-dade moderna do vermelho.

O teto do andar inferior é o piso do mezanino, área que abriga o quarto. Aqui, o esquema de cores é a clássica combinação preta e branca. No mesmo ambiente, o vidro é uma contraposição contemporânea à madeira circundante, efeito repe-tido com o encaixe da televisão entre os armários no andar de baixo.

Com cores incisivas e objetos ousados, como o telefone, a sinalização em neon a luminária vinta-ge (todos próximos ao sofá), a decoração expõe a fase do morador: uma espécie de improviso reno-vador, de autoconhecimento e determinação.

AMBIENTES COMPACTOS

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