carlos eduardo domingues nazario - teses.usp.br

225
Carlos Eduardo Domingues Nazario Desenvolvimento e caracterização de materiais baseados em sílica com aplicabilidade em extração em fase sólida e cromatografia líquida de ultra alta eficiência Tese apresentada ao Instituto de Química de São Carlos da Universidade de São Paulo, como parte dos requisitos para a obtenção do título de doutor em Química. Área de concentração: Química Analítica e Inorgânica Orientador: Prof. Dr. Fernando Mauro Lanças São Carlos 2013

Upload: others

Post on 03-Oct-2021

5 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Carlos Eduardo Domingues Nazario

Desenvolvimento e caracterização de materiais baseados em sílica com aplicabilidade em

extração em fase sólida e cromatografia líquida de ultra alta eficiência

Tese apresentada ao Instituto de Química de São Carlos da

Universidade de São Paulo, como parte dos requisitos para a

obtenção do título de doutor em Química.

Área de concentração: Química Analítica e Inorgânica

Orientador: Prof. Dr. Fernando Mauro Lanças

São Carlos

2013

Page 2: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br
Page 3: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Dedicatória

A Deus por nunca deixar faltar

tranquilidade e confiança.

Dedico esta tese aos meus pais, Francisco e Cleide

Aparecida, e também à minha irmã, Luciana, pelo apoio

incondicional, incentivo, compreensão e ajuda durante

toda minha vida para que eu pudesse alcançar meus

objetivos. Além disso, dedico à minha namorada, Carla,

pelo companheirismo, amor e companhia em todos os

momentos. Dedico a vocês por compreender minha

ausência durante esse período para que eu pudesse

finalizar este trabalho.

Page 4: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Agradecimentos

Ao Prof. Dr. Fernando Mauro Lanças por ter me recebido no grupo de Cromatografia,

por confiar no meu potencial e também pela orientação, incentivo e apoio durante a realização

desta tese;

Ao Prof. Dr. Álvaro José dos Santos Neto pelas sugestões fornecidas no decorrer dos

trabalhos;

Aos amigos do CROMA que passaram pelo grupo entre o ano de 2008 até 2012,

Lincoln, Alessandra, Ariane, Christian, Paula, Wendell, Gabriela, Flávia, Tiago, Renato,

Juliana, Natália, Diana, Paulo, Danielle, Camila Centurion, Bruna, Robson, Rogério e Camila.

Gostaria de agradecer também aos amigos do atual grupo, Maraíssa, Meire, Maura, Scarlet,

Leidimara, Raquel, Andréia, Tanare, Felipe, Lucas, Rodrigo, Luis Felipe, Diego, Letícia,

Leonardo, Daiane, Elaine, Guilherme, Alcimar, Bruno, Patrícia e Odete. Agradeço a todos

pelos momentos de discussão de trabalhos científicos, aprendizados e descontração nos bares,

churrascos e até na cozinha do laboratório. Foi uma ótima oportunidade para crescimento

pessoal e profissional trabalhar e conviver no grupo de pesquisa;

Aos amigos do IIC, Protheus e NST, Elton, Adriana, Luciana, Gustavo, Priscila,

Karen, José, Tiago Guerreiro, Tiago Lanças, Maria Inês, e também ao Luis, Esmeraldo e

Maria Ângela que já passaram por lá;

Aos meus amigos da república Camilo, Isac e Tiago pelos assuntos extrovertidos,

alegres e companheirismo durante esse período;

A todos os meus amigos que conheci em Aparecida D’Oeste/SP, Campo Grande/MS e

São Carlos/SP durante a época do colégio, graduação e pós-graduação. Apesar da distância

geográfica com alguns, isto não impediu que deixassem de me apoiar e torcer pelo meu

sucesso;

Ao Alexandre Cruz da SINC do Brasil e Carlos Cavalheiro da Nova Analítica pela

amizade, conselhos e ensinamentos sobre a instrumentação em cromatografia;

Aos meus familiares pelo apoio e força. Agradeço também à família da Carla, seus

pais e seu irmão, pela ótima recepção proporcionada;

Aos docentes do IQSC, funcionários da pós-graduação, biblioteca, oficina mecânica,

vidraria e central de análises químicas (CAQI) pelo auxílio fornecido em todos os momentos;

Page 5: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Ao Instituto Internacional de Cromatografia (IIC) pela oportunidade de aprendizado;

À Universidade de São Paulo (USP) e ao Instituto de Química de São Carlos (IQSC)

pela infraestrutura e auxílios fornecidos;

Ao professor Tiago Venâncio da UFSCar pelas análises de RMN;

Ao grupo da professora Elisabete Moreira Assaf do IQSC/USP pelas análises de BET;

À CAPES pela bolsa concedida e à FAPESP e ao CNPq pelo apoio financeiro em

projetos desenvolvidos no grupo;

A todos que de alguma forma contribuíram para que esta tese tenha sido concluída.

Page 6: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

“Challenges are what make life interesting;

overcoming them is what makes life meaningful.”

-Joshua J. Marine

Page 7: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Resumo

Atualmente, a demanda e a necessidade de metodologias analíticas e bioanalíticas que

promovam análise rápida e seletiva tem impulsionado o constante desenvolvimento de

sorventes para preparo de amostra e fases estacionárias para cromatografia líquida de alta

eficiência (HPLC). Desta maneira, esta tese tem por objetivo desenvolver materiais utilizando

precursores de sílica com aplicação em preparo de amostra e suportes cromatográficos para

cromatografia líquida de ultra alta eficiência (UHPLC). Foram sintetizadas e caracterizadas

duas fases extratoras as quais tiveram sua aplicabilidade demonstrada na extração de fármacos

em fluidos biológicos empregando a técnica de extração em fase sólida (SPE). A primeira

metodologia desenvolvida foi a síntese de partículas de sílica empregando precursores de

baixo custo (silicato de sódio) pelo método sil-gel. Após a funcionalização com grupamento

C18, e caracterização da fase extratora, o material sintetizado foi aplicado em SPE off-line

para a determinação de fluoxetina e seu metabólito, norfluoxetina, em plasma humano por

HPLC-UV. O método desenvolvido foi validado e aplicado em amostra de plasma de

pacientes sob tratamento de fluoxetina. Além disso, o sorvente desenvolvido apresentou

resultados similares quando comparado com fases extratoras comerciais. O segundo método

desenvolvido utilizou a técnica de impressão molecular (MIP) a qual tem se tornado uma fase

extratora atrativa devido a sua maior seletividade em relação as fases típicas empregadas em

SPE. Ao mesmo tempo, o uso de SPE online com MIP (MISPE) é uma alternativa atraente no

preparo de amostra, pois é simples, diminui o tempo total da análise, necessita de pequena

quantidade de amostra, e pode ser automatizado. Assim, MIP amino-funcionalizado pelo

processo sol-gel utilizando ibuprofeno como template foi sintetizado. Para comparação, o

polímero não impresso (NIP) foi preparado nas mesmas condições, sem a presença do

template. As análises por cromatografia líquida foram realizadas utilizando uma coluna de

extração MIP e uma coluna analítica em fase reversa configuradas para operar no modo SPE

online por column switching. O método desenvolvido, MISPE-HPLC-UV, foi validado e

aplicado na extração seletiva de cinco anti-inflamatórios não esteroidais (NSAIDs) em urina

humana com um tempo total de análise de 22 minutos. Além dos materiais voltados para

preparo de amostra, foi avaliado a síntese e caracterização de suporte cromatográfico baseado

em sílica com diâmetro de partícula abaixo de 2 µm com aplicabilidade em análises rápidas

em cromatografia (UHPLC). Nesta vertente, partículas de sílica esférica não porosa (0,9 µm)

foram sintetizadas pelo método sol-gel com DPR abaixo de 10 %. As partículas foram

funcionalizadas com o grupamento C18 (ODS) e submetidas posteriormente ao processo de

endcapping (TMS) para operar em modo reverso. Métodos físico-químicos de caracterização

foram utilizados para determinar a morfologia, área superficial e quantidade de carbono na

superfície do material. Adicionalmente, as técnicas de infravermelho e ressonância magnética

nuclear forneceram informações sobre a estrutura da sílica e das ligações após a

funcionalização. A fase estacionária foi empacotada em uma coluna (40 mm x 0,25 mm) e a

sua aplicabilidade foi avaliada em cromatografia líquida capilar (cLC). Apesar de não

alcançar a eficiência ótima da separação cromatográfica devido a limitação instrumental, a

fase estacionária sub 1 µm apresenta potencial para separações rápidas sem perda de

eficiência.

Page 8: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Abstract

Currently, the demand and need for bioanalytical and analytical methodologies that promotes

rapid and selective analysis has stimulated the development of sorbents for sample

preparation and stationary phases for high performance liquid chromatography (HPLC).

Therefore, this thesis aims to develop materials using silica precursors with application in

sample preparation and chromatographic supports for ultra high performance liquid

chromatography (UHPLC). Thus, in this study two sorbents were synthesized and

characterized and their applicability was demonstrated in the extraction of drugs in biological

fluids employing the solid phase extraction technique (SPE). The first method developed was

the synthesis of silica particles employing low cost precursors (sodium silicate) using the sil-

gel method. After functionalization with C18 group and characterization of the extraction

phase, the synthesized material was applied to SPE off-line for the determination of fluoxetine

and its metabolite, norfluoxetine, in human plasma by HPLC-UV. The method was validated

and applied to plasma samples from patients treated with fluoxetine. Furthermore, the

labmade sorbent presented similar results when compared with commercial ones. The second

method developed used the molecular imprinting technique (MIP) that has become an

attractive sorbent due to its greater selectivity over the typical phases employed in SPE. At the

same time, the use of online SPE with MIP (MISPE) is an attractive alternative in sample

preparation because it is simple, reduces the total time of analysis, needs little amount of

sample and can be automated. Thus, MIP amino-functionalized by the sol-gel method using

ibuprofen as template was synthesized. For comparison, the non-imprinted polymer (NIP)

was prepared under the same conditions without the presence of template. LC analysis was

performed using a MIP extraction column and a reverse phase analytical column in order to

perform column switching on-line sample separation. The developed method, MISPE-HPLC-

UV, was validated and applied to the selective extraction of five anti-inflammatory drugs

(NSAIDs) in human urine with a total analysis time of 22 minutes. Moreover it was evaluated

the synthesis and characterization of chromatographic support based on silica with particle

diameter under 2 µm with applicability in fast LC analysis (UHPLC). In this instance,

spherical particles of non-porous silica (0.9 µm) were synthesized by sol-gel method with

RSD below 10 %. The particles were functionalized with the C18 group and submitted to the

endcapping process with TMS to operate in reverse phase mode. Physico-chemical methods

were used to determine the morphology, surface area and amount of carbon in the silica

surface. Additionally, the infrared and nuclear magnetic resonance techniques provided

information about the structure of silica and bonds after the functionalization step. The

stationary phase was packed into a column (40 mm x 0.25 mm), and its applicability was

evaluated in capillary liquid chromatography (cLC). Although optimum chromatographic

efficiency was not achieved separation due to instrumental limitations, the sub 1 µm

stationary phase has potential for rapid separations without loss of efficiency.

Page 9: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Lista de Figuras

Figura 1.1 - Etapas envolvidas no desenvolvimento de metodologia analítica. ....................... 27

Figura 2.1 – Formatos tipicamente empregados em SPE. ........................................................ 35

Figura 2.2 – Modos de integração entre o preparo de amostra e o sistema de separação e

detecção. ................................................................................................................................... 36

Figura 2.3 - Etapas envolvidas no processo SPE off-line. (1) Condicionamento do cartucho de

extração, (2) Aplicação da amostra, (3) Remoção dos interferentes (clean up) e (4) eluição dos

analitos. ..................................................................................................................................... 37

Figura 2.4 – Representação esquemática da técnica bidimensional por column switching

aplicada em LC. Posição de carregamento da amostra (A) e posição de eluição da amostra (B)

.................................................................................................................................................. 38

Figura 2.5 – Estrutura de sorventes baseados em sílica. .......................................................... 39

Figura 2.6 – Fase extratora polimérica apolar PS-DVB. .......................................................... 40

Figura 2.7 – Esquema geral de modificação da fase polimérica PS-DVB. .............................. 41

Figura 2.8 – Estrutura polimérica da fase extratora Oasis HLB comercializada pela Waters. 42

Figura 2.9 – Estrutura de fases baseadas em carbono. (A) carbono poroso grafitado, (B)

nanotubos de carbono de parede simples (single-walled carbon nanotube – SWCNT) e (C)

nanotubos de carbono de paredes múltiplas (multi-walled carbon nanotube – MWCNT). ..... 42

Figura 2.10 – Representação da fase extratora RAM. .............................................................. 43

Figura 2.11 – Representação de fase extratora baseada em imunoafinidade. .......................... 44

Figura 2.12 - Ilustração esquemática de preparo do MIP. ........................................................ 44

Figura 2.13 – Esquema geral de um equipamento de HPLC. (A) bomba, (B) sistema de

introdução de amostra, (C) forno cromatográfico, (D) coluna, (E) sistema de detecção, (F)

descarte/coleta da amostra e (G) sistema de aquisição de dados. ............................................. 47

Figura 2.14 – Representação cromatográfica que ilustra a evolução da HPLC ao longo dos

anos. .......................................................................................................................................... 48

Figura 2.15 – Formato dos suportes cromatográficos. (A) partículas porosas e irregulares, (B)

partícula pelicular esférica, (C) partícula esférica porosa, (D) partícula esférica não porosa,

(E) partícula superficialmente porosa e (F) monolíto. .............................................................. 51

Figura 2.16 – Característica estrutural de uma coluna particulada (A) e monolítica (B). ........ 53

Figura 2.17 – Etapas do processo sil-gel: hidrólise e condensação. ......................................... 56

Figura 2.18 – Representação da formação da sílica gel. (A) formação das partículas primárias,

(B) aumento de tamanho das partículas primárias e (C) formação do hidrogel. ...................... 56

Figura 2.19 – Influência do pH no tempo de gelificação no processo sil-gel. ......................... 57

Page 10: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Figura 2.20 – Processo de maturação de Otswald. ................................................................... 58

Figura 2.21 – Etapa de hidrólise e condensação no processo sol-gel. ...................................... 59

Figura 2.22 – Representação da dispersão das partículas no experimento de aumento do

diâmetro. (A) crescimento monodisperso e (B) crescimento com formação de partículas

secundárias................................................................................................................................ 60

Figura 2.23 – Esquema da geração e consumo do intermediário sintético no processo de

crescimento de partícula. .......................................................................................................... 60

Figura 2.24 – Microscopia de partículas de sílica obtidas pelo método de microencapsulação.

.................................................................................................................................................. 62

Figura 2.25 – Método de secagem por nebulização. (A) representação esquemática do

equipamento de spray drying e (B) processo de nebulização e secagem da suspensão coloidal.

.................................................................................................................................................. 62

Figura 2.26 – Representação do preparo de sílica híbrida. (A) sílica híbrida com grupamento

hidreto na superfície, (B) sílica híbrida com ligações silício-metil, (C) sílica híbrida com

ligações de etano e (D) sílica híbrida com um organossilano na superfície. ............................ 64

Figura 2.27 – Grupos silanois presente na superfície da sílica. ................................................ 67

Figura 2.28 – Obtenção de fase estacionária quimicamente ligada. (A) reação de esterificação,

(B) reação com SOCl2, (C) reação de organossilanização com reagente monofuncional, (D)

reação de organossilanização com reagente difuncional e (E) reação do hidreto com grupo

alquílico. ................................................................................................................................... 68

Figura 2.29 – Representação de algumas fases estacionárias quimicamente ligadas no suporte

cromatográfica baseado em sílica. ............................................................................................ 69

Figura 2.30 - Representação de fases estacionárias utilizadas em HPLC ................................ 71

Figura 2.31 - Cromatograma ilustrativo de parâmetros cromatográficos de uma análise. ....... 71

Figura 2.32 - Gráfico representativo da curva de van Deemter. ............................................... 74

Figura 2.33 – Influência do fator de retenção, fator de separação e número de pratos sobre a

resolução cromatográfica. ......................................................................................................... 75

Figura 2.34 - Representação esquemática da determinação do fator de assimetria e

alargamento do pico cromatográfico. ....................................................................................... 76

Figura 2.35 – Relação sinal-ruído (S/R). .................................................................................. 77

Figura 3.1 - Estrutura química da fluoxetina (1), norfluoxetina (2) e clomipramina (3) - padrão

interno. ...................................................................................................................................... 86

Figura 3.2 – Esquema geral da síntese da sílica C18. ............................................................... 92

Figura 3.3 – MEV das partículas de sílica obtidas para SPE na faixa de 38 - 72 µm .............. 93

Figura 3.4 – MEV das partículas de sílica obtidas abaixo de 38 µm ....................................... 94

Figura 3.5 – MEV das partículas de sílica obtidas sem a remoção dos metais. ....................... 94

Page 11: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Figura 3.6 – EDS das partículas de sílica obtidas para SPE na faixa de 38 - 72 µm................ 95

Figura 3.7 - Espectro de infravermelho da sílica pura e sílica C18. Bandas: (1) O-H, (2) C-H,

(3) O-H, (4) Si-O-Si, (5) Si-OH, (6) Si-O e (7) Si-O. .............................................................. 96

Figura 3.8 – Nomenclatura das espécies de sílica. Silício ligado ao carbono (M); silanol

geminal (Q2); silanol isolado (Q

3) e siloxano (Q

4). .................................................................. 97

Figura 3.9 – Espectro de 29

Si RMN/CP/MAS da sílica sintetizada antes da funcionalização

(A) e após a funcionalização (B). ............................................................................................. 97

Figura 3.10 – Espectro de 13

C RMN/CP/MAS/TOSS da sílica C18 sintetizada. ..................... 98

Figura 3.11 – Estrutura química dos PAHs. (1) fenantreno, (2) antraceno e (3) criseno. ........ 99

Figura 3.12 – Perfil cromatográfico da separação dos PAHs em solvente (vermelho) e após a

extração em água (preto). Ordem de eluição: fenantreno (1), antraceno (2) e criseno (3). .... 100

Figura 3.13 – Cromatograma da separação cromatográfica da norfluoxetina (1), fluoxetina (2)

e clomipramina (3) na concentração de 1 µg mL-1

. ................................................................ 101

Figura 3.14 – Cromatograma da separação cromatográfica de amostras de plasma com 250 ng

mL-1

de norfluoxetina (1) e fluoxetina (2) utilizando a clomipramina (3) como padrão interno

(500 ng mL-1

). ......................................................................................................................... 102

Figura 3.15 – Cromatograma do branco do plasma extraído. ................................................ 103

Figura 3.16 - Curva analítica e gráfico de resíduos obtidos na análise de FLX em plasma. .. 104

Figura 3.17 - Curva analítica e gráfico de resíduos obtido na análise de NFLX em plasma. 105

Figura 3.18 - Cromatograma do plasma fortificado com 250 µg L-1

de FLX e NFLX e amostra

real com FLX (129,66 ng mL-1

) e NFLX (181,97 ng mL-1

) contendo 500 ng mL-1

de CLO. 109

Figura 3.19 – Comparação da extração de plasma fortificado com diferentes sorventes. ..... 110

Figura 4.1 - Número de publicações relacionadas com MIP a partir de 1980. ...................... 116

Figura 4.2 - Distribuição das publicações relacionadas com MIP. ........................................ 116

Figura 4.3 - Representação das estratégias de impressão covalente e não- covalente. .......... 117

Figura 4.4 – Representação de sítios seletivos de MIP baseado em ligação covalente

reversível com derivado do ácido borônico (A), aldeídos (B) e alcoóis (C). ......................... 117

Figura 4.5 – Reagentes tipicamente usados na síntese dos MIPs baseados por interações não-

covalente utilizando precursores orgânicos. ........................................................................... 119

Figura 4.6 – Representação esquemática da síntese do MIP pelo processo sol-gel. .............. 120

Figura 4.7 - Esquema da hidrólise e condensação no processo sol-gel. ................................. 121

Figura 4.8 - Precursores trialcoxissilanos frequentemente usados no processo sol-gel. ........ 121

Figura 4.9 - Monômeros orgânicos aplicados na formação de materiais híbridos sol-

gel/orgânico. ........................................................................................................................... 122

Figura 4.10 – Representação esquemática da síntese de MIP amino funcionalizado. ........... 122

Page 12: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Figura 4.11 – Representação esquemática da síntese de MIP híbrido (orgânico-inorgânico).

................................................................................................................................................ 123

Figura 4.12 - Estrutura química dos NSAIDs estudados. ....................................................... 125

Figura 4.13 - Fotografia do sistema online. A) Vista completa do arranjo online dentro do

forno cromatográfico e B) ampliação da válvula de seis vias e da coluna de extração. ......... 135

Figura 4.14 - Configuração do sistema online para eluição no modo foreflush. .................... 135

Figura 4.15 - Configuração do sistema online para eluição no modo backflush. ................... 136

Figura 4.16 - Esquema sugerido para a preparação do MIP. .................................................. 141

Figura 4.17 - Imagem de MEV da superfície da sílica ativada (A) e do MIP sintetizado (B).

................................................................................................................................................ 141

Figura 4.18 - Espectro de Infravermelho da sílica gel, MIP e NIP. Bandas: (1) O-H, (2) N-H,

(3) C-H, (4) O-H, (5) N-H, (6) Si-O-Si, (7) Si-OH, (8) Si-O e (9) Si-O. ............................... 143

Figura 4.19 - Cromatograma da separação dos fármacos utilizando acetonitrila e metanol

como fase móvel. Ordem de eluição: cetoprofeno (1), naproxeno (2), fenoprofeno (3),

flurbiprofeno (4) e ibuprofeno (5). ......................................................................................... 144

Figura 4.20 - Cromatograma da injeção direta da urina na coluna MIP no arranjo

unidimensional........................................................................................................................ 145

Figura 4.21 - Cromatograma da urina fortificada com os fármacos no modo de injeção

foreflush e backflush. Ordem de eluição: Cetoprofeno (1), Naproxeno (2), Fenoprofeno (3),

Flurbiprofeno (4) e Ibuprofeno (5). ........................................................................................ 146

Figura 4.22 - Cromatograma do branco da urina e da urina fortificada com os fármacos no

nível médio. Ordem de eluição: cetoprofeno (1), naproxeno (2), fenoprofeno (3),

flurbiprofeno (4) e ibuprofeno (5). ......................................................................................... 148

Figura 4.23 - Curva analítica e gráfico de resíduos obtidos para o cetoprofeno. ................... 149

Figura 4.24 - Curva analítica e gráfico de resíduos obtidos para o naproxeno. ..................... 150

Figura 4.25 - Curva analítica e gráfico de resíduos obtidos para o flurbiprofeno. ................. 151

Figura 4.26 - Curva analítica e gráfico de resíduos obtidos para o ibuprofeno. ..................... 152

Figura 4.27 - Efeito dos parâmetros avaliados na robustez na concentração dos fármacos. .. 159

Figura 4.28 - Efeito dos parâmetros avaliados na robustez na área absoluta dos fármacos. .. 160

Figura 4.29 - Cromatograma do branco da urina fortificada com os interferentes e

monitorados nos comprimentos de onda de 220 e 254 nm..................................................... 162

Figura 4.30 – Cromatograma do íon extratido no modo MS da extração online dos NSAIDs

(500 ng mL-1

) fortificados em água (sinal mais intenso) e urina humana diluída em água (sinal

menos intenso). ....................................................................................................................... 167

Figura 5.1 – Representação hipotética da curva de van Deemter com diferentes diâmetros de

partícula. ................................................................................................................................. 173

Page 13: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Figura 5.2 - Pressão requerida (eixo esquerdo) e tempo de análise (eixo direito) em função do

tamanho da partícula. .............................................................................................................. 174

Figura 5.3 – Separação de alquilbenzenos utilizando colunas com diferentes tamanho de

partículas sob condições isocráticas. ...................................................................................... 175

Figura 5.4 – Separação de compostos barbituricos em coluna capilar (150 mm x 50 µm x 1,0

µm, C18 não poroso) com temperatura de 80°C. ................................................................... 177

Figura 5.5 – Separação cromatográfica em diferentes pressões. Coluna (150 mm x 1,0 mm x

1,5 µm, C18). .......................................................................................................................... 177

Figura 5.6 - MEV das partículas de sílica obtidas após adaptações no procedimento

experimental. .......................................................................................................................... 183

Figura 5.7 – Microscopia das partículas de sílica obtidas pelo método de Stober com a razão

molar TEOS:NH4OH de (A) 1:0,5, (B) 1:1, (C) 1:1,5 e (D) 1:2. ........................................... 184

Figura 5.8 – Microscopia da partícula de sílica sintetizada com razão molar TEOS:NH4OH de

1:20. ........................................................................................................................................ 185

Figura 5.9 – Microscopia das partículas de sílica sintetizadas de acordo com as condições

especificadas na Tabela 5.3. ................................................................................................... 186

Figura 5.10 – MEV das partículas de sílica submetidas ao processo de crescimento da

partícula semente. ................................................................................................................... 188

Figura 5.11 – MEV e distribuição das partículas obtidas no processo de crescimento de

partícula semente. (A) partícula semente, (B) após 4 adições de 2,2 mmol de TEOS, (C) após

8 adições de 2,2 mmol de TEOS e (D) após 12 adições de 2,2 mmol de TEOS. ................... 190

Figura 5.12 – MEV das partículas sintetizadas com a alimentação realizada com bomba

peristáltica. (A) imersão direta na suspensão e (B) sistema de gotejamento na suspensão. ... 191

Figura 5.13 – (A) MEV das partículas de sílica sintetizadas, (B) Histograma da distribuição

das partículas e (C) Gráfico da percentagem acumulada das partículas. ................................ 192

Figura 5.14 - Espectro de Infravermelho da sílica pura e sílica C18. Bandas: (1) O-H, (2) C-H,

(3) O-H, (4) Si-O-Si, (5) Si-OH, (6) Si-O e (7) Si-O. ............................................................ 193

Figura 5.15 – Espectro da sílica C18 não porosa sintetizada. (A) 29

Si RMN/CP/MAS e (B) 13

C

RMN/CP/MAS/TOSS. ........................................................................................................... 195

Figura 5.16 – Esquema de um tubo preparado para a confecção de coluna capilar empacotada.

................................................................................................................................................ 196

Figura 5.17 – Imagem da coluna capilar desenvolvida (40 mm x 250 µm x 0,9 µm, C18). .. 196

Figura 5.18 – Cromatograma obtido na separação da solução teste utilizando a coluna capilar

com a fase estacionária C18 sub-1 µm. Ordem de eluição: uracila (1), fenol (2), difenilamina

(3), naftaleno (4) e acenaftileno (5). ....................................................................................... 197

Page 14: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Figura 5.19 – Cromatograma obtido na separação dos NSAIDs na concentração de 100 mg L-1

utilizando a coluna capilar com a fase estacionária C18 sub-1 µm. Ordem de eluição:

cetoprofeno (1), naproxeno (2), fenoprofeno (3), flurbiprofeno (4) e ibuprofeno (5). ........... 199

Page 15: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Lista de Tabelas

Tabela 2.1 - Classificação da cromatografia líquida de acordo com o diâmetro interno das

colunas e o intervalo de vazão da fase móvel. .......................................................................... 49

Tabela 2.2 –Diminuição do tamanho das partículas em LC. .................................................... 54

Tabela 2.3 – Efeitos e variações na robustez avaliada pelo método de Youden. ..................... 79

Tabela 2.4 - Matriz de Youden. ................................................................................................ 80

Tabela 2.5 - Parâmetros cromatográficos recomendados durante a validação. ........................ 81

Tabela 3.1 – Custo estimado dos precursores de sílica. ........................................................... 85

Tabela 3.2 – Análise elementar das partículas de SPE labmade. ............................................. 95

Tabela 3.3 - Dados da curva analítica..................................................................................... 103

Tabela 3.4 - Precisões obtidas para o método desenvolvido (n = 3). ..................................... 106

Tabela 3.5 - Exatidões obtidas para o método desenvolvido (n = 3)...................................... 106

Tabela 3.6 – Recuperação e efeito matriz para o método desenvolvido (n = 3). ................... 107

Tabela 3.7 - Resultados da avaliação da robustez (n = 3). ..................................................... 107

Tabela 3.8 – Concentração de fluoxetina e norfluoxetina em plasma de pacientes sobre

tratamento. .............................................................................................................................. 108

Tabela 3.9 – Característica dos sorventes avaliados............................................................... 109

Tabela 3.10 – Comparativo de recuperação utilizando a fase extratora desenvolvida no

trabalho e duas comerciais (n = 3). ......................................................................................... 110

Tabela 4.1 – Métodos de MISPE-LC online. ......................................................................... 126

Tabela 4.2 - Eventos realizados durante as etapas de preparo de amostra e separação

cromatográfica. ....................................................................................................................... 137

Tabela 4.3 - Fatores avaliados na robustez do método. .......................................................... 139

Tabela 4.4 - Matriz de Youden. .............................................................................................. 139

Tabela 4.5 - Parâmetros cromatográficos da separação. ........................................................ 146

Tabela 4.6 - Parâmetros da curva analítica para os anti-inflamatórios não esteroidais

(NSAIDs) - cetoprofeno (CET), ibuprofeno (IBU), fenoprofeno (FEN), flurbiprofeno (FLU) e

o naproxeno (NAP) (n = 30). .................................................................................................. 147

Tabela 4.7 - Precisão para o método de análise de NSAIDs em urina (n = 5). ...................... 153

Tabela 4.8 - Exatidão para o método de análise de NSAIDs em urina (n = 5). ..................... 154

Tabela 4.9 - Recuperações obtidas para os NSAIDs (n = 5). ................................................. 155

Tabela 4.10 - Avaliação do efeito matriz (n = 6).................................................................... 156

Tabela 4.11 - Resultados da reprodutibilidade intralaboratorial (n = 6). ............................... 157

Tabela 4.12 - Avaliação da injeção direta e diluição da urina (n = 5). ................................... 157

Tabela 4.13 - Resultados da avaliação da robustez (n = 3). ................................................... 158

Page 16: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Tabela 4.14 - Avaliação de interferentes na análise dos NSAIDs. ......................................... 161

Tabela 4.15 - Estabilidade de curta duração da amostra fortificada (n = 3). .......................... 162

Tabela 4.16 - Estabilidade pós-processamento da amostra fortificada (n = 3)....................... 163

Tabela 4.17 - Estabilidade da amostra após ciclos de congelamento/descongelamento (n = 3).

................................................................................................................................................ 163

Tabela 4.18 - Estabilidade de longa duração da amostra fortificada (n = 3). ......................... 164

Tabela 4.19 - Concentrações dos NSAIDs em urina após administração de comprimidos. .. 165

Tabela 4.20 - Amostras de controle de qualidade. ................................................................. 166

Tabela 5.1 – Correlação entre os parâmetros dependentes e independentes. ......................... 171

Tabela 5.2 – Proporções dos reagentes utilizados no processo sintético................................ 180

Tabela 5.3 – Diâmetro de partícula e desvio padrão relativo dos experimentos de acordo com

a condição experimental utilizada. ......................................................................................... 185

Tabela 5.4 - Avaliação da repetibilidade do preparo da partícula. ......................................... 187

Tabela 5.5 – Comparação da distribuição das partículas de sílica antes e depois da reação de

crescimento de partícula semente. .......................................................................................... 191

Tabela 5.6 – Parâmetros cromatográficos para a coluna sintetizada. ..................................... 198

Page 17: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Lista de abreviaturas, siglas e símbolos

4-VP – 4-vinilpiridina

ACN – acetonitrina

AIBN – 2,2’-azobisisobutironitrila

ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária

APTES – aminopropiltrietoxissilano

As – assimetria do pico

ASE – extração acelerada com solvente

BET – Brunauer-Emmett-Teller

CET – cetoprofeno

cLC – cromatografia líquida capilar

CLO – clomipramina

Cox – cicloxigenase

CP – polarização cruzada

CQ – amostra de controle de qualidade

CQA – amostra de controle de qualidade de alta concentração

CQB – amostra de controle de qualidade de baixa concentração

CQ-LIQ – amostra de controle de qualidade do limite inferior de quantificação

CQM – amostra de controle de qualidade de média concentração

Cs – concentração de saturação

Cs* – concentração limite de saturação

CTAC – cloreto de hexadeciltrimetilamônio

CyD - β-ciclodextrina

DAD – detector de arranjo de diodos

Dm – difusão do analito na fase móvel

DP – desvio padrão

dp – diâmetro da partícula

DPR – desvio padrão relativo

Ds – difusão do analito na fase estacionária

DVB – divinilbenzeno

ECD – detector eletroquímico

EDMA – etilenoglicol dimetacrilato

Page 18: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

EDS/EDX – espectroscopia de energia dispersiva

EMEA – European Medicine Agency

ETEOS – etiltrietoxissilano

exp – experimento

Fc – vazão da fase móvel

FDA – Food and Drug Administration

FEN – fenoprofeno

FEQL –Fase estacionária quimicamente ligada

FLD – Detector de fluorescência

FLU – flurbiprofeno

FLX – Fluoxetina

FT-IR – espectrofotômetro infravermelho com transformada de Fourier

g – força gravitacional

GC – cromatografia gasosa

H – altura equivalente a um prato

h – altura reduzida do prato

HEMA – 2-hidroxietil metacrilato

HILIC – cromatografia de interação hidrofílica

HLB – hydrophilic-lipophilic balanced

HPLC – cromatografia líquida de alta eficiência

HRGC - cromatografia gasosa de alta resolução

IBU – ibuprofeno

IBU-d3 – ibuprofeno deuterado

INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia

k – fator de retenção

L – comprimento da coluna

LC – cromatografia líquida

LD – limite de detecção

LIQ – limite inferior de quantificação

LLE – extração líquido-líquido

LPME – microextração em fase líquida

LQ – limite de quantificação

LSQ – limite superior de quantificação

MAA – Ácido metacrílico

Page 19: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

MAE – extração assistida por micro-ondas

MAS – rotação no ângulo mágico

MBAA – n,n-metileno-bis-acrilamida

MeOH – metanol

MEPS – microextração por sorbente empacotado

MEV – microscopia eletrônica de varredura

min – minuto

MIP – polímero molecularmente impresso

MISGMs - materiais sol-gel molecularmente impressos

MISPE – extração em fase sólida com polímero impresso

MS – espectrometria de massas

MSPD – dispersão da matriz em fase sólida

MWCNT – nanotubos de carbono de parede múltiplas

N – número de pratos

NAP – naproxeno

NCT – nanotubo de carbono

NFLX – norfluoxetina

NIP – polímero não impresso

NP – fase normal

NR – não reportado

NSAID – anti-inflamatório não esteroidal

ODS – clorodimetiloctadecilssilano

PAH/HPA – hidrocarboneto policíclico aromático

PG – prostaglandina

PGC – carbono grafitado poroso

PI – padrão interno

ppm – deslocamento químico

PS-DVB – poliestireno-divinilbenzeno

RAM – meio de acesso restrito

RMN – ressonância magnética nuclear

RP – fase reversa

Rs – resolução cromatográfica

SAX – trocador aniônico forte

SBSE – extração por sorção em barra de agitação

Page 20: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

SCX – trocador catiônico forte

SFC – cromatografia com fluido supercrítico

SFE – extração com fluido supercrítico

SPE – extração em fase sólida

SPME – microextração em fase sólida

SWCNT – nanotubos de carbono de parede simples

SWE – extração com água sub-crítica

T – temperatura

TEA – trietilamina

TEOS – tetraetilortosilicato

TES – trietoxissilano

TF – fator de alargamento

TFMAA – ácido trifluorometacrilato

THF – tetrahidrofurano

tm – tempo morto

TMOS – tetrametilortosilicato

TMS – trimetilclorossilano

TOF – analisador tempo de voo

TOSS – supressão das bandas laterais

tR – tempo de retenção

TRIM – trimetilopropano trimetacrilato

u – velocidade linear

UHPLC – cromatografia líquida de ultra alta eficiência

UV – ultravioleta

ʋ – velocidade linear reduzida

– concentração média calculada

WAX – trocador aniônico fraco

wb – largura da base

WCX – trocador catiônico fraco

α – fator de separação

η – viscosidade da fase móvel

– constante relacionada ao empacotamento da coluna

– proporcional

Page 21: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Sumário

Capítulo 1 ................................................................................................................................. 25

Introdução ............................................................................................................................. 25

1.1 Introdução e justificativa................................................................................................. 27

1.2 Objetivo geral do projeto ................................................................................................ 28

1.2.1 Objetivos específicos ................................................................................................... 29

Capítulo 2 ................................................................................................................................. 31

Revisão bibliográfica ............................................................................................................ 31

2.1 Preparo de amostra .......................................................................................................... 33

2.1.1 Extração em fase sólida ............................................................................................... 33

2.1.1.1 Mecanismos de separação ......................................................................................... 34

2.1.1.2 Formato ..................................................................................................................... 34

2.1.1.3 Modo de integração da extração em fase sólida ....................................................... 36

2.1.1.4 Fases extratoras ......................................................................................................... 39

2.2 Técnicas de separação ..................................................................................................... 45

2.2.1 Desenvolvimento e evolução da cromatografia líquida ............................................... 45

2.2.2 Evolução dos suportes cromatográficos em LC........................................................... 51

2.2.3 Suporte cromatográfico em LC .................................................................................... 54

2.2.4 Fases estacionárias ....................................................................................................... 66

2.3 Parâmetros cromatográficos em HPLC .......................................................................... 70

2.4 Validação de metodologia............................................................................................... 76

Capítulo 3 ................................................................................................................................. 83

Determinação de fluoxetina e norfluoxetina em plasma humano por HPLC-UV utilizando a

técnica de SPE com sorvente C18 sintetizado com precursores de sílica de baixo custo .... 83

3.1 Introdução ....................................................................................................................... 85

3.2 Fármacos antidepressivos ............................................................................................... 85

3.3 Objetivos ......................................................................................................................... 87

3.4 Parte experimental .......................................................................................................... 87

3.4.1 Materiais e reagentes.................................................................................................... 87

3.4.2 Síntese e caracterização das partículas C18 ................................................................. 87

3.4.2.1 Preparação de partículas de sílica ............................................................................. 87

3.4.2.2 Funcionalização das partículas de sílica ................................................................... 88

Page 22: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

3.4.2.3 Caracterização físico-química ................................................................................... 88

3.4.3 Aplicabilidade das partículas de sílica C18 labmade em extração em fase sólida ...... 89

3.4.3.1 Preparo das soluções ................................................................................................. 89

3.4.3.2 Tratamento das amostras de plasma ......................................................................... 89

3.4.3.3 Método cromatográfico ............................................................................................. 90

3.4.3.4 Validação do método ................................................................................................ 91

3.4.3.5 Determinação do fármaco em amostras de plasma humano ..................................... 92

3.5 Resultados e discussão .................................................................................................... 92

3.5.1 Síntese e caracterização da sílica C18 ......................................................................... 92

3.5.2 Avaliação da fase extratora .......................................................................................... 99

3.5.3 Aplicação das partículas labmade na análise de antidepressivo ................................ 100

3.5.3.1 Desenvolvimento do método de análise ................................................................. 100

3.5.3.2 Validação do método .............................................................................................. 103

3.5.3.3 Determinação do fármaco em amostras de plasma humano ................................... 108

3.5.3.3 Estudo comparativo com fases comerciais baseadas em sílica ............................... 108

3.6 Conclusão ...................................................................................................................... 111

Capítulo 4 ............................................................................................................................... 113

Emprego de MISPE-HPLC-UV na determinação online de anti-inflamatórios não

esteroidais em urina humana ............................................................................................... 113

4.1 Introdução ..................................................................................................................... 115

4.1.1 Polímero molecularmente impresso ........................................................................... 115

4.1.2 Aplicações dos polímeros molecularmente impressos em preparo de amostra ......... 124

4.1.3 Anti-inflamatórios não esteroidais ............................................................................. 125

4.2 Objetivos ....................................................................................................................... 132

4.3 Experimental ................................................................................................................. 132

4.3.1 Reagentes ................................................................................................................... 132

4.3.2 Síntese do MIP ........................................................................................................... 133

4.3.3 Caracterização do MIP ............................................................................................... 133

4.3.4 Preparo da coluna MIP............................................................................................... 134

4.3.5 Método cromatográfico .............................................................................................. 134

4.3.6 Preparo das soluções padrões para a validação.......................................................... 136

4.3.7 Validação do método ................................................................................................. 137

4.3.8 Determinação dos fármacos em amostras de urina .................................................... 140

4.4 Resultados e discussão .................................................................................................. 140

Page 23: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

4.4.1 Preparo e caracterização do MIP ............................................................................... 140

4.4.2 Separação cromatográfica .......................................................................................... 142

4.4.3 Validação do método ................................................................................................. 147

4.4.4 Determinação dos fármacos em amostras de urina .................................................... 164

4.5 Aplicação do método MISPE-LC-MS/TOF ................................................................. 166

4.6 Conclusão ...................................................................................................................... 168

Capítulo 5 ............................................................................................................................... 169

Preparo e avaliação de partículas de sílica sub 1 µm com aplicabilidade em cromatografia

líquida de ultra alta eficiência ............................................................................................. 169

5.1 Introdução ..................................................................................................................... 171

5.2 Objetivos ....................................................................................................................... 179

5.3 Experimental ................................................................................................................. 179

5.3.1 Materiais e reagentes.................................................................................................. 179

5.3.2 Síntese da partícula de sílica ...................................................................................... 179

5.3.3 Funcionalização das partículas de sílica .................................................................... 181

5.3.4 Caracterização físico-química .................................................................................... 181

5.3.5 Método cromatográfico .............................................................................................. 182

5.4 Resultados e discussões ................................................................................................ 182

5.4.1 Síntese da partícula de sílica ...................................................................................... 182

5.4.2 Caracterização das partículas ..................................................................................... 193

5.4.3 Avaliação cromatográfica das partículas de sílica ..................................................... 195

5.5 Conclusão ...................................................................................................................... 199

Capítulo 6 ............................................................................................................................... 201

Conclusão geral e perspectivas futuras ............................................................................... 201

6.1 Conclusão geral ............................................................................................................. 203

6.2 Perspectivas futuras ...................................................................................................... 203

Referências .......................................................................................................................... 205

Page 24: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br
Page 25: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 1

Introdução

Page 26: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br
Page 27: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 1 27

1.1 Introdução e justificativa

Um método analítico utilizando técnicas cromatográficas pode ser subdivido em

etapas como apresentado na Figura 1.1. Assim, entre a informação inicial necessária para

realizar o trabalho (analito alvo, matriz, técnica de preparo de amostra e análise) e o resultado

encontram-se as etapas de amostragem, preparo de amostra, análise cromatográfica e

processamento dos dados.

Atualmente, mais de 80 % dos trabalhos publicados na literatura abordando o preparo

de amostras e análise cromatográfica estão voltadas para a aplicação da metodologia analítica

em análises ambiental, biológica, industrial, farmacêutica, entre outras.

Apesar de minoritários, estudos de desenvolvimento de equipamentos analíticos,

dispositivos e sorventes para preparo de amostra, suportes cromatográficos e fases

estacionárias para cromatografia líquida vêm sendo conduzidos por pesquisadores da área

acadêmica e industrial, sempre objetivando aprimorar o desempenho analítico.

Neste contexto, o grupo de cromatografia do Instituto de Química de São Carlos já

desenvolveu diversos trabalhos aplicando esse conceito de pesquisa, além de realizar estudos

comparativos e de aplicabilidade das técnicas comumente empregadas no preparo de amostra

e separações cromatográficas. (1-13) Assim, esta tese de doutorado possui o enfoque no

desenvolvimento de materiais objetivando o aprimoramento da etapa de preparo de amostra e

análise cromatográfica (especificamente, a HPLC), através da síntese de materiais à base de

sílica.

Para fins didáticos, esta tese foi dividida em capítulos para a melhor compreensão das

estratégias e metodologias utilizadas.

O Capítulo 1 aborda de forma geral, a contextualização desta tese e também a

justificativa e o objetivo geral do trabalho.

Figura 1.1 - Etapas envolvidas no desenvolvimento de metodologia analítica.

Page 28: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 1 28

O Capítulo 2 apresenta uma revisão da literatura no qual compreende informações

sobre os temas abordados nesta tese. Assim, neste capítulo, são discutidas as técnicas de

preparo de amostra, princípios teóricos da cromatografia, desenvolvimento e evolução da

cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC), estratégias de integração entre o preparo de

amostra e a análise cromatográfica, e aspectos sobre validação de metodologias analíticas.

Adicionalmente, são discutidos métodos de síntese de materiais baseados em sílica e as

estratégias de funcionalização dos suportes cromatográficos na obtenção de fases

estacionárias.

O Capítulo 3 aborda a síntese e caracterização de sorvente baseado em sílica

empregando precursores de baixo custo (silicato de sódio) para uso como fase extratora em

SPE. A aplicabilidade do suporte cromatográfico após sua funcionalização operando em fase

reversa com o grupamento C18 foi demonstrada na extração do fármaco fluoxetina e seu

principal metabólito, norfluoxetina, em plasma humano.

O Capítulo 4 descreve a síntese e caracterização de fases extratoras baseadas na

tecnologia de impressão molecular utilizando a rota sintética sol-gel com enfoque no aumento

da seletividade na etapa de extração. Nesse capítulo, descreve-se um método de análise dos

fármacos anti-inflamatórios não esteroidais em urina humana usando sistema online por

column switching (MISPE-HPLC-UV). Além disso, também é avaliada a hifenação do

sistema automatizado com a espectrometria de massas em tandem (MISPE-HPLC-MS/TOF).

O Capítulo 5 relata as estratégias cromatográficas empregadas para a diminuição do

tempo de análise sem comprometimento da resolução cromatográfica. Nesse capítulo é

abordada a síntese e caracterização (físico-química e cromatográfica) de materiais baseados

em sílica com aplicação em cromatografia líquida de ultra alta eficiência (UHPLC).

O Capítulo 6 possui as conclusões gerais desta tese e as possibilidades de continuidade

do trabalho desenvolvido.

1.2 Objetivo geral do projeto

Esta tese tem por objetivo geral desenvolver materiais baseados em sílica com

aplicabilidade na etapa de preparo de amostra e também na análise cromatográfica (HPLC).

Page 29: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 1 29

1.2.1 Objetivos específicos

Desenvolver e caracterizar (quimicamente e morfologicamente) suportes

cromatográficos baseados em sílica com aplicação em métodos de preparo de

amostra (SPE), utilizando precursores de baixo custo. Adicionalmente, sintetizar

materiais baseados em sílica com a tecnologia de impressão molecular (MIP)

buscando elevar a seletividade da extração;

Desenvolver e caracterizar partículas de sílica sub 2 µm com aplicabilidade em

cromatografia líquida de ultra alta eficiência (UHPLC) visando análises rápidas

sem perder eficiência de separação;

Utilizar os suportes cromatográficos desenvolvidos para preparar e caracterizar

fases estacionárias quimicamente ligadas;

Demonstrar a aplicabilidade dos materiais desenvolvidos.

Page 30: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br
Page 31: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 2

Revisão bibliográfica

Page 32: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br
Page 33: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 2 33

2.1 Preparo de amostra

Nos últimos anos, houve um grande desenvolvimento da cromatográfica com o

objetivo de melhorar a resolução cromatográfica e diminuir o tempo de análise. Um exemplo

disso são os equipamentos de cromatografia gasosa rápida (fast GC) e ultrarrápida (ultra fast

GC). (14, 15) Em cromatografia líquida temos as colunas monolíticas, colunas com

tecnologia core-shell e colunas com partículas sub-2 µm utilizadas em cromatografia líquida

de ultra alta eficiência (UHPLC). (16, 17)

Já a etapa do preparo de amostra, a qual antecede a análise cromatográfica, também

evoluiu ao longo dos anos; contudo, não no mesmo ritmo que a análise cromatográfica. (17)

Assim, o tempo gasto na etapa do preparo de amostra pode representar até 60 % do tempo

total de uma análise e é a principal fonte de erros devido a muitas etapas de manipulação da

amostra. (18)

Os métodos de preparo de amostra são etapas fundamentais no desenvolvimento dos

métodos analíticos e bioanalíticos, pois é através deles que os compostos de interesse são

separados dos interferentes provenientes da matriz.

Atualmente existem diversas técnicas que podem ser empregadas no preparo de

amostras. Podemos citar a extração líquido-líquido (LLE), extração por soxhlet, extração em

fase sólida (SPE), dispersão da matriz em fase sólida (MSDP) extração com fluido

supercrítico (SFE), extração acelerada com solvente (ASE), extração com água sub-crítica

(SWE) e extração assistida por microondas (MAE). Temos ainda as técnicas miniaturizadas

como, por exemplo, a microextração em fase sólida (SPME), extração por sorção em barra de

agitação (SBSE), microextração por sorbente empacotado (MEPS) e microextração em fase

líquida (LPME).

Nesse escopo de métodos de preparo de amostra, podemos destacar a SPE, a qual é

uma técnica versátil, bem estabelecida, e que tem sido muito utilizada em métodos analíticos

e bioanalíticos. (19)

2.1.1 Extração em fase sólida

No mercado atual, inúmeras empresas desenvolvem e comercializam produtos para

SPE. Entre as décadas de 1960 e 1980 houve intensas pesquisas na busca de novos materiais

sortivos. O uso desses materiais em procedimentos analíticos estimulou o desenvolvimento da

SPE que vem ocorrendo por mais de 30 anos. O início da SPE aconteceu no ano de 1977 no

Page 34: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 2 34

qual a empresa Waters disponibilizou comercialmente cartuchos de SPE contendo sorventes

baseados em sílica. Dois anos mais tarde (1979) foi colocado no mercado o formato tipo

seringa e nos primeiros anos da década de 1980 foram realizadas as primeiras aplicações de

pré-colunas para a extração online integrada com a LC. O termo “e tração em fase sólida”

(solid phase extraction) foi criada em 1982 com os funcionários da empresa J.T. Baker. (20-

22)

Os benefícios e vantagens da SPE que alavancou sua utilização em procedimentos

analíticos, em substituição a LLE e a extração por soxhlet, foram o menor tempo de análise,

redução do custo e do consumo de solventes orgânicos, diminuição da exposição do analista a

solventes tóxicos e também o fato de não gerar emulsão e promover altos fatores de

concentração. Adicionalmente, diferente de microtécnicas modernas de preparo de amostra

(SPME e SBSE) no qual promovem a extração baseada por equilíbrio, a SPE promove a

extração exaustiva dos analitos na amostra. Dependendo das características da matriz e da

concentração dos analitos, a SPE pode ser utilizada para concentrar os compostos de interesse,

isolar os analitos (clean up), isolar a matriz ou ainda, ser utilizada com estocagem dos analitos

do campo de coleta até o laboratório de análise. (20)

2.1.1.1 Mecanismos de separação

Os mecanismos de separação utilizados em SPE são os mesmos utilizados na

cromatografia líquida clássica, sendo que a escolha da fase extratora vai depender da natureza

do analito de interesse e da matriz. Os mecanismos de separação mais empregados em SPE

são adsorção, partição, troca iônica e exclusão por tamanho. Neste contexto, as interações

entre os analitos e a fase extratora ocorrem por interações intermoleculares tais como as

interações tipo London, eletrostática, dipolo-dipolo, dipolo-dipolo induzido, íon-dipolo, íon-

íon e ligação de hidrogênio. (22)

2.1.1.2 Formato

O formato mais popular e utilizado em SPE é a fase extratora empacotada em

cartuchos ou seringas (Figura 2.1). Nesses dispositivos, polipropileno e polietileno são os

materiais empregados como corpo e disco poroso (frit) dos cartuchos. Entretanto, o formato

disgni

Page 35: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 2 35

Figura 2.1 – Formatos tipicamente empregados em SPE.

Fonte: Adaptado de (23).

(design) pode variar para promover a compatibilidade com sistemas automatizados. Além

disso, o formato desses cartuchos apresenta variações de acordo com o fabricante.

Tipicamente, o tamanho das partículas empregadas neste processo varia entre 40 – 60 µm e, a

quantidade de fase extratora depende da aplicabilidade do método. A limitação deste formato

esta relacionada com a vazão restrita e, consequentemente, a aplicação de grande volume de

amostra. Entretanto o uso de um dispositivo de múltipla extração possibilita preparar diversas

amostras simultaneamente. (20, 21)

O disco é o segundo formato mais empregado em SPE. Neste formato, o sorvente é

imobilizado numa rede de microfibras de membranas de vidro ou politetrafluoretileno (PTFE

ou teflon) no qual possuem aproximadamente 0,5 µm de espessura. Discos de fibra de vidro

são mais espessos e rígidos, proporcionando vazões mais elevadas durante a aplicação da

amostra quando comparadas com discos baseados em PTFE. As partículas imobilizadas nas

membranas são menores que as utilizadas em SPE com cartucho, variando entre 8 – 12 µm. O

tempo gasto na percolação de grande volume de amostra em discos é menor quando

comparada com cartuchos. Entretanto, o volume de breakthrough (volume de amostra que

atravessa o sorvente até o momento em que os compostos absorvidos são liberados na

extremidade oposta) é diminuído e os discos têm sido empregados em extrações no qual a

interação entre a sorvente e o analito seja suficiente para promover sua retenção no disco. (20,

21)

Outro formato empregado é a bandeja ou placa de 96 poços (96-well SPE plates). Este

formato permite o processamento de 96 amostras simultaneamente e, portanto, diminuindo o

tempo gasto no preparo de amostra. Cada um dos 96 poços possui um cartucho contendo a

Page 36: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 2 36

fase extratora particulada (3 – 10 mg) ou discos. Além disso, outros formatos têm sido

empregados no processo de extração. Podemos destacar também a extração em ponteiras

(pipette tips), e miniaturização da SPE, no qual podemos citar a SPME, SBSE e, mais

recentemente, MEPS.

2.1.1.3 Modo de integração da extração em fase sólida

Em SPE, quatro diferentes modos de operação podem ser utilizados para integrar o

preparo de amostra com o método de separação e detecção (Figura 2.2). (24, 25)

O modo mais empregado é o off-line (fora da linha) na qual todas as etapas são

realizadas manualmente pelo analista. De maneira geral, a Figura 2.3 ilustra as etapas

envolvidas na SPE off-line. O cartucho/seringa de extração é condicionado para a ativação do

material extrator para que haja interação efetiva com os analitos de interesse através de

pressão positiva ou negativa. Depois ocorre a aplicação da amostra pelo cartucho de extração.

Nesta etapa é importante um controle da vazão para obter métodos reprodutíveis e também

promover interação suficiente entre fase extratora e os analitos. Posteriormente, é realizada a

etapa de remoção dos interferentes (clean up da amostra). Por fim, a eluição dos analitos do

cartucho utilizando o menor volume possível de solvente, seguida da secagem do eluato

empregando

Figura 2.2 – Modos de integração entre o preparo de amostra e o sistema de separação e

detecção.

Fonte: Adaptado de (25).

Page 37: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 2 37

Figura 2.3 - Etapas envolvidas no processo SPE off-line. (1) Condicionamento do cartucho

de extração, (2) Aplicação da amostra, (3) Remoção dos interferentes (clean up) e (4) eluição

dos analitos.

empregando vazão de gás (nitrogênio, por exemplo) e a ressuspensão em solvente adequado

seguida da análise cromatográfica. (19, 20)

Outro modo de operação é o at-line (na linha) na qual todas as etapas de tratamento da

amostra do processo off-line são robotizadas e o extrato final dos analitos é injetado no LC.

(26). Algumas opções no mercado de equipamentos operando neste modo são o ASPEC

(Gilson), Microlab (Hamilton) e Rapid Trace (Zymark). (20)

O modo in-line (em linha diretamente) possui a coluna de extração em linha com a

coluna analítica sem a presença de válvulas ou dispositivos entre as colunas. (27) As

vantagens desse sistema é a automação do processo e a análise direta dos analitos sem gerar

extratos. Em contrapartida, a análise de amostras complexas é dificultada devido ao

entupimento da coluna ou adsorção de interferentes da matriz. Adicionalmente, devido a

injeção direta da amostra na coluna, a eficiência na separação cromatográfica está fortemente

relacionada com o volume da amostra e a natureza do solvente de eluição.

Já o modo online (em linha indiretamente) pode ser realizado de duas maneiras. A

primeira é através de equipamentos automatizados que são capazes de realizar todas as

operações do modo off-line, porém, diferentemente do modo at-line, não é gerado um extrato

contendo os analitos, pois todo eluato do cartucho é transferido em linha para o sistema

cromatográfico. Neste modo, assim como no off-line e at-line, costuma ser necessário um

cartucho de extração para cada amostra a ser extraída. Prospekt da SparkHolland, OSP-2 da

Page 38: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 2 38

Merck e ASPEC XL da Gilson são exemplos de equipamentos que realizam a integração

online entre SPE-LC. Um aumento na produtividade é alcançado com esses equipamentos,

pois enquanto a próxima amostra é automaticamente preparada, os analitos da extração

anterior são analisados no sistema de separação/detecção. (20)

Outro modo de operação online utiliza o próprio cromatógrafo em um arranjo

bidimensional (column switching), no qual a pré-coluna de extração está interligada à coluna

analítica através de uma válvula de comutação. A vantagem do modo online de SPE por

column switching é a automação do processo de extração sem a necessidade de equipamentos

dedicados ao processo de extração. Nesse arranjo instrumental, a amostra é injetada

diretamente pelo amostrador automático do LC, os interferentes são removidos, os analitos

são eluídos após o giro da válvula de comutação, separados na coluna analítica, e

posteriormente, detectados (Figura 2.4). Outro fator positivo é o enriquecimento da amostra,

pois não há perda de analito durante a extração. Além disso, não há contaminação externa da

amostra, ocorre a redução do tempo de análise, os resultados são mais reprodutíveis e a

mesma coluna de extração pode ser utilizada diversas vezes. Como desvantagem, nesse

sistema não há como repetir a injeção do mesmo extrato e a seleção do solvente de clean up e

de eluição dos analitos se torna um pouco mais restrita. (28-30)

Figura 2.4 – Representação esquemática da técnica bidimensional por column switching

aplicada em LC. Posição de carregamento da amostra (A) e posição de eluição da amostra (B)

Fonte: Adaptado de (31).

Page 39: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 2 39

2.1.1.4 Fases extratoras

A seleção da fase extratora em SPE é um dos parâmetros mais importantes quando se

trabalha com essa técnica, e a escolha deve ser feita com base na polaridade dos analitos e da

amostra. Atualmente diversas fases extratoras têm sido utilizadas em SPE. Entre os sorventes

clássicos, podemos destacar os materiais baseados em sílica (Figura 2.5). Sílica gel (SiO2)

pode ser utilizada como fase adsorvente sem modificação adicional. A superfície das

partículas de sílica possuem grupos silanois que interagem com os analitos no processo de

extração. Adicionalmente, alumina (Al2O3) e florisil (silicato de magnésio (Mg2SiO3))

também são fases extratoras muito empregadas na etapa de clean up no preparo de amostra

em algumas aplicações tais como ácidos graxos e pesticidas clorados. Para aumentar o escopo

de compostos a serem extraídos, foram desenvolvidas fases extratoras nas quais a superfície

da partículas.

Figura 2.5 – Estrutura de sorventes baseados em sílica.

NH2 CN OOH

OH

OH

SO3-

CO2-

NH+ NH2 N

+

Fase Reversa

Fase Normal

Troca Iônica

Catiônicos Aniônicos

C18 C8

C4 C2 Ciclohexil Fenil

Amino Ciano Diol Silica gel

Ácido carboxílico

(CO2H)

Ácido propil sulfônico

(SO3H)

Amina 1° e 2°

(NH/NH2)Amina quaternária

(N+)

Page 40: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 2 40

da sílica é modificada quimicamente com uma grande variedade de grupamentos orgânicos. A

funcionalidade desses materiais pode ser classificada como sendo fase reversa, no qual se

utiliza grupamentos não polares (C18, C8, C4, C2, ciclohexil, fenil); fase normal, no qual

emprega grupamentos polares (amino, ciano, diol); troca iônica (SCX e SAX) e modo misto

(não polar e trocador iônico). (19, 32)

Dentre as fases citadas, as mais utilizadas no processo de extração contem o

grupamento C18 ou C8. Materiais baseados em sílica são estáveis em valores de pH entre 2 e

8. Abaixo do pH 2 ocorre a quebra da ligação com o grupo funcional e pH acima de 8

favorece a solubilização da sílica. Na tentativa de ampliar a faixa de pH no processo de

extração utilizando esses materiais, algumas estratégias tem sido desenvolvidas. Materiais que

passaram pelo processo de endcapping (segunda funcionalização com grupos menores que o

C18) ou o uso de fases trifuncionais em substituição aos grupamentos monofuncionais são

exemplos de fase extratora que possuem estabilidade com uma maior faixa de pH. Esse tipo

de material apresenta bons resultados na extração de compostos apolares e com polaridades

intermediárias, contudo, possuem baixa eficiência na extração de compostos com polaridade

elevada. Para minimizar essa problemática, fases extratoras contendo C18 monofuncional e

sem o processo de endcapping tem sido utilizadas para promover interações secundárias entre

o analito e o silanol residual na superfície da sílica, contudo, a faixa de pH aplicável é restrita.

(33)

A introdução de fases extratoras poliméricas possibilitou estender a faixa de pH (1 -

13) utilizada nos processos de extração. O polímero poliestireno-divinilbenzeno (PS-DVB) é

um exemplo de fase extratora polimérica (Figura 2.6). A extração de compostos polares foi

parcialmente solucionada com o uso de PS-DVB pois a superfície do polímero possui grupos

aromáticos que permite interações - com os analitos. (19)

Mais recentemente, foram desenvolvidas fases extratoras poliméricas funcionalizadas,

no qual diferentes grupos funcionais hidrofílicos (acetil, benzoil, o-carboxibenxoil,

hidroximeti

Figura 2.6 – Fase extratora polimérica apolar PS-DVB.

n

n

Page 41: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 2 41

hidroximetil, sulfonato e trimetilamônio) foram inseridos na estrutura do polímero PS-DVB

(Figura 2.7). (34, 35)

Adicionalmente, a preparação de materiais extratores por polimerização do

divinilbenzeno (lipofílico) com n-vinilpirrolidona (hidrofílico) possibilitou o desenvolvimento

de sorventes que tivessem características hidrofílica e lipofílica (hydrophilic-lipophilic

balanced, HLB) em sua superfície (Figura 2.8). Esses materiais têm demonstrado bons

resultados na extração de compostos polares e apolares. (20, 21)

Figura 2.7 – Esquema geral de modificação da fase polimérica PS-DVB.

Fonte: Retirado de (35).

Page 42: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 2 42

Figura 2.8 – Estrutura polimérica da fase extratora Oasis HLB comercializada pela Waters.

NO

Fases baseadas em carbono, tais como o carbono poroso grafitado (porous graphitized

carbon - PGC) e os nanotubos de carbono (carbon nanotube – CNTs) também vêm sendo

exploradas como fase extratora em SPE (Figura 2.9). (36, 37) PGC consiste em fitas

entrelaçadas de carbono, em que cada fita é constituída por cerca de 30 camadas de folhas. Já

fsdf

Figura 2.9 – Estrutura de fases baseadas em carbono. (A) carbono poroso grafitado, (B)

nanotubos de carbono de parede simples (single-walled carbon nanotube – SWCNT) e (C)

nanotubos de carbono de paredes múltiplas (multi-walled carbon nanotube – MWCNT).

Fonte: Adaptado de (38, 39).

Page 43: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 2 43

os CNTs são estruturas finitas de carbono com morfologia tubular em dimensões

nanométricas e tem apresentado desempenho similar ou superior na extração de compostos

quando comparada com fases extratoras baseadas em sílica e poliméricas.

Sorventes seletivos também tem sido desenvolvido para aumentar a qualidade do

processo de extração dos analitos. Uma estratégia seletiva para promover a extração dos

analitos e a eliminação das macromoléculas é o uso de fases extratoras modificadas

superficialmente com meio de acesso restrito (RAM). Nesse modo de operação, os materiais

apresentam características mistas no qual ocorre a combinação da cromatografia por exclusão

e da cromatografia em fase reversa (Figural 2.10). (29, 40)

Em técnicas de imunoextração, a fase extratora possui anticorpos específicos para um

grupo de compostos ligados quimicamente na superfície do sorvente (Figura 2.11). Assim, em

uma única etapa, os analitos são seletivamente concentrados na coluna extratora. (41)

Outra abordagem de extração seletiva e baseada no reconhecimento molecular é o uso

de polímeros molecularmente impressos (MIP). Esses materiais tem se destacado pela

vantagem de serem mais seletivos para um composto ou uma classe de compostos em relação

às fases tradicionais de SPE. (42-44) A Figura 2.12 apresenta o esquema geral sintético do

preparo MIP. Na primeira etapa, há uma interação das moléculas precursoras do polímero

com a molécula alvo (template) formando um complexo monômero-template. Essa interação

leva a posições específicas das extremidades dos monômeros ao redor do template. A próxima

etapa

Figura 2.10 – Representação da fase extratora RAM.

Fonte: Adaptado de (22).

Page 44: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 2 44

Figura 2.11 – Representação de fase extratora baseada em imunoafinidade.

Fonte: Adaptado de (22).

Figura 2.12 - Ilustração esquemática de preparo do MIP.

etapa é a reação de polimerização, na qual ocorre a formação do polímero ao redor do

template. Nesta etapa ocorre a fixação dos grupamentos dos monômeros no material

polimérico. Por fim, após a remoção do template, temos o MIP com cavidades e sítios

Page 45: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 2 45

seletivos para a extração do template ou de estruturas análogas a ele. (45) Detalhes e maiores

informações sobre este material encontram-se no Capítulo 4 da tese.

2.2 Técnicas de separação

Atualmente diversas técnicas têm sido utilizadas nas determinações analíticas.

Podemos citar como exemplo as técnicas eletroanalíticas, a eletroforese capilar e a

cromatografia. (46) Entre essas técnicas, a cromatografia vem se destacando nas análises

qualitativa e quantitativa.

Cromatografia é o termo empregado para descrever a separação físico-química de

componentes de uma amostra através das diferentes interações entre duas fases imiscíveis: a

fase estacionária e a fase móvel. (47)

Existem diversas classificações da cromatografia, contudo, de maneira geral, pode ser

dividida, de acordo com a fase móvel utilizada, em cromatografia gasosa de alta resolução

(HRGC), cromatografia com fluido supercrítico (SFC) e cromatografia líquida de alta

eficiência (HPLC). (32)

A HRGC apresenta bons resultados de tempo de análise e eficiência cromatográfica

contudo, como inconveniente, as amostras precisam ser voláteis e estáveis termicamente nas

temperaturas de análise. Outro fator importante é a necessidade de derivatização dos fármacos

quando os compostos possuem grupos –OH, –NH2 ou –COOH em suas estruturas.

A SFC é uma técnica que apresenta características da cromatografia líquida e gasosa.

Apesar de ser uma técnica promissora, ela não foi muito empregada ao longo dos anos porém,

atualmente, tem recebido uma atenção especial.

Já em HPLC, a restrição da técnica está relacionada com solubilidade dos analitos na

fase móvel. Outra vantagem é a possibilidade de coleta da amostra após a análise quando não

se utilizam detectores destrutivos. Assim, a HPLC, principalmente operando em fase reversa,

é a técnica mais utilizada atualmente nas análises.

2.2.1 Desenvolvimento e evolução da cromatografia líquida

Carl Runge, um químico alemão nascido em 1856, relatou pela primeira vez a

separação de corantes empregando uma técnica similar a cromatografia em papel. Entretanto

o grupo de pesquisa não deu continuidade aos experimentos e as possíveis explicações dos

Page 46: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 2 46

fenômenos envolvidos no processo. (33) No ano de 1897 David Talbot Day observou o

fracionamento e alterações na composição do petróleo após a passagem por terra Fuller.

Entretanto Day não conseguiu definir os processos envolvidos. (48) Em 1903, o botânico

polonês Mikhael Semenovich Tsweet apresentou trabalhos descrevendo a separação de

pigmentos de folhas de plantas através da adsorção dos analitos em colunas de vidro

preenchidas com diversos suportes sólidos e diferentes eluentes, sendo um dos seus

experimentos, o carbonato de cálcio empregado como fase estacionária e éter de petróleo

como a fase móvel. (49) Assim, historicamente, esse trabalho é relatado como sendo o marco

inicial do desenvolvimento da técnica cromatográfica. O nome cromatografia intitulada por

Tswett vem do grego no qual chroma e graphe significam cor e escrita, respectivamente.

A técnica cromatográfica foi pouco estudada até 1931 voltando a ganhar destaque

quando Edgar Lederer apresentou experimentos identificando várias xantofilas presentes na

gema do ovo. (50) Em 1941, Martin e Synge apresentaram um trabalho no qual descreveram o

uso de cromatografia líquida por partição na separação de aminoácidos. Os autores aplicaram

teorias cromatográficas e descreveram a possível aplicação de vapor como fase móvel,

podendo ser considerado o início da cromatografia gasosa (GC). Além disso, sugeriram que a

utilização de partículas menores operadas em altas pressões aumenta a eficiência de separação

(primeiras citações de HPLC). (51) Esse, e outros trabalhos levaram ao reconhecimento da

importante contribuição de ambos no desenvolvimento da cromatografia no qual em 1952

receberam o prêmio Nobel de Química.

A cromatografia gasosa desenvolveu-se mais rapidamente em relação a cromatografia

líquida (LC) pois a instrumentação era mais simples e as teorias existentes não explicavam

claramente o papel da fase móvel e estacionária em LC.(52) Isso conduziu ao grande avanço

na cromatografia gasosa, visto que, em 1957 já havia colunas capilares (desenvolvidas por

Golay) e equipamentos para GC, enquanto a cromatografia líquida ainda era conduzida quase

que exclusivamente de acordo com os experimentos de Tswett, ou seja, em colunas de vidro

(1 – 5 cm de diâmetro e 50 – 500 cm de comprimento) contendo fase estacionária (120 -200

µm) no qual a fase móvel era eluida apenas por gravidade ou com pequenas pressões de um

gás inerte sobre o solvente. Esse procedimento era demorado, podendo levar dias para

completar uma análise. No decorrer dos anos alguns trabalhos efetuando separações rápidas e

eficientes utilizando cromatografia líquida foram realizados empregando moderadas pressões.

(53)

Durante o aperfeiçoamento da cromatografia líquida percebeu-se que seria necessário

desenvolver uma sofisticada instrumentação para operar em pressões elevadas com o objetivo

Page 47: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 2 47

de aumentar a eficiência da separação (utilização de partículas menores). Assim, no decorrer

da década de 1960 dois grupos de pesquisa (Csaba Horváth nos Estados Unidos e Josef Huber

na Europa) conduziram estudos voltados para o desenvolvimento do sistema HPLC. (33)

Juntamente com esse processo, ocorreu aprimoramento das técnicas de empacotamento de

partículas. Assim, tecnologias para o empacotamento de colunas reprodutíveis com partículas

abaixo de 30 µm foram desenvolvidas (fato que não havia sido obtido anteriormente). (54)

No final da década de 1960 as empresas Waters e DuPont colocaram no mercado os primeiros

equipamentos de HPLC. Alguns anos mais tarde, outras empresas entraram no ramo com

equipamentos similares e como consequência, houve um grande avanço em pesquisas

voltadas para HPLC. A Figura 2.13 ilustra o esquema geral de um equipamento de HPLC. As

bombas dos equipamentos operavam em pressões de 200 – 340 bar (3000 – 5000 psi). Os

sistemas de introdução de amostra eram por válvulas ou seringas e septos. A coluna era um

tubo com parede grossa de vidro ou metal com diâmetro interno de 2 a 5 mm e 0,1 a 2 m de

comprimento. Na saída da coluna cromatográfica, um detector capaz de gerar sinal analítico

era empregado para monitorar a concentração dos analitos ao saírem da coluna. (33, 48)

No início da década de 1970, o primeiro livro voltado para a temática HPLC foi

publicado pelos autores Snyder e Kirkland. Nesta publicação foi introduzido e discutido o

tema “cromatografia líquida moderna”. (32)

Nesta época, diversas discussões e publicações consolidaram as fundamentações da

LC e expandiram a aplicação em diferentes áreas. Nesse período, surgiram os nomes

comprimento.

Figura 2.13 – Esquema geral de um equipamento de HPLC. (A) bomba, (B) sistema de

introdução de amostra, (C) forno cromatográfico, (D) coluna, (E) sistema de detecção, (F)

descarte/coleta da amostra e (G) sistema de aquisição de dados.

Page 48: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 2 48

“Cromatografia Líquida de Velocidade Rápida” (High Speed Liquid Chromatography, HSLC)

e também “Cromatografia Líquida de Alta Pressão” (High Pressure Liquid Chromatography,

HPLC), sendo este último o termo mais empregado. Contudo, posteriormente, a sigla

permaneceu a mesma e o nome foi alterado para a forma como conhecemos atualmente

“Cromatografia Líquida de Alta Eficiência” (High Performance Liquid Chromatography).

A alta resolução, eficiência, automação e menor tempo de análise, reprodutibilidade e

reutilização da coluna são algumas das vantagens da cromatografia líquida de alta eficiência

(HPLC) em relação a cromatografia líquida clássica. (48) Assim, de 1970 até os dias atuais, a

HPLC foi sendo desenvolvida sempre buscando melhoria na eficiência cromatográfica aliada

ao menor tempo de análise. A Figura 2.14 ilustra a evolução da análise por HPLC ao longo

dos anos.

Figura 2.14 – Representação cromatográfica que ilustra a evolução da HPLC ao longo dos

anos.

Fonte: Adaptado de (33).

Page 49: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 2 49

dos anos. O bom desempenho da HPLC está relacionado principalmente com a evolução do

design dos sistemas cromatográficos aliado juntamente com o desenvolvimento de novas

tecnologias colunas no qual são preenchidas com partículas cada vez menores permitindo a

diminuição do comprimento da coluna. (55)

Os sistemas cromatográficos convencionais operam com pressões de até 400 bar.

Nesses sistemas, colunas preenchidas com partículas na faixa de 3 – 10 µm têm sido

utilizadas nas análises. A partir de 2004 foi introduzido no mercado equipamentos capazes de

operar em pressões de até 1000 bar. O desenvolvimento de cromatógrafos de alta pressão

possibilitou a utilização de colunas contendo partículas sub 2 µm. Assim, vazões mais

elevadas são utilizados sem perder a eficiência da separação. Para análises empregando essas

colunas, a denominação cromatografia líquida de ultra-alta eficiência (ultra high performance

liquid chromatography, UHPLC), tem sido utilizada. Entretanto, a única mudança no

equipamento não ficou restrita apenas a alta pressão suportada. Os equipamentos tiveram que

reduzir o volume do sistema. Neste sentido, coluna, tubulações, sistema de introdução de

amostra e de detecção tiveram que passar por adaptações. Assim, os sistemas de injeção tem

que possuir um ciclo rápido de injeção; os detectores uma alta taxa de aquisição de dados e o

gradiente da fase móvel deve ser efetivo para não prejudicar a separação cromatográfica. (56)

As colunas empregadas em HPLC possuem uma ampla faixa de diâmetro interno.

Assim, pode-se classificar as colunas cromatográficas de acordo com o diâmetro interno e a

vazão da fase móvel empregada (Tabela 2.1).

promissor,

Tabela 2.1 - Classificação da cromatografia líquida de acordo com o diâmetro interno das

colunas e o intervalo de vazão da fase móvel.

Denominação da coluna Diâmetro interno Vazão típica

Preparativas > 10 mm > 20 mL min-1

Semipreparativas 4,6 – 10 mm 5 – 20 mL min-1

Convencional/padrão 4,0 – 4,6 mm 1 – 5 mL min-1

Narrowbore 2,0 – 4,0 mm 0,2 – 2 mL min-1

Microbore 1,0 – 2,0 mm 50 – 1000 µL min-1

Capilar 100 µm – 1 mm 0,5 – 200 µL min-1

Nanobore 25 - 100 µm 25 – 4000 nL min-1

Tubulares abertas < 25 µm < 25 nL min-1

Fonte: Retirado de (32).

Page 50: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 2 50

Pode-se observar que a diminuição do diâmetro interno da coluna cromatográfica

promove a redução da vazão da mesma. Esta redução de escala vem de acordo com o termo

“Química Verde” no qual foi introduzido por Anastas (57, 58), e, nesse âmbito,

posteriormente evoluiu a ideia da “Química Analítica Verde”. (59, 60)

A miniaturização da LC surgiu 10 anos após a introdução de colunas capilares para

GC, com os trabalhos pioneiros de Horvàth et al. Em 1967 (61, 62) Apesar do início

promissor, a miniaturização da LC foi lenta ao longo dos anos devido à restrição de

instrumentação adequada. Em LC capilar, as bombas devem produzir vazões baixas

(µL min-1

) com pulsação minimizada; as tubulações do sistema cromatográfico devem

contribuir pouco ao volume extra-coluna; e os sistemas de introdução de amostra e os

detectores devem apresentar volumes compatíveis com as colunas capilares para evitar a

dispersão da banda cromatográfica.

As principais vantagens do uso da cromatografia líquida miniaturizada estão

relacionadas com a redução no diâmetro interno da coluna e, consequentemente, a diminuição

do consumo de fase móvel e da quantidade de fase estacionária empregada. Essa situação é

ambientalmente amigável e possibilita o uso de aditivos ou de fase móvel ou estacionária

exótica possibilitando novas interações na busca de melhores resultados de seletividade.

Outras vantagens são o menor consumo de amostra, principalmente quando a quantidade

disponível é restrita; hifenação direta com diversos sistemas de detecção; e o aumento na

sensibilidade com detectores sensíveis à concentração, devido à diminuição da diluição

cromatográfica. (63, 64) Ainda pode-se destacar a melhor eficiência de ionização e a menor

contaminação de fontes de ionização baseadas em electrospray (eletrovaporização), no

acoplamento à espectrometria de massas, fato esse importante no caso de amostras complexas

e que tendem, inclusive, a um maior efeito de matriz.

Nos últimos anos, equipamentos comerciais vêm sendo colocado no mercado com

aplicabilidade em escala micro, capilar e nano com limites de pressões dos equipamentos

convencionais (400 bar) e pressões elevadas (1000 bar). Contudo, alguns equipamentos

utilizam a divisão de vazão para atingir as vazões exigidas na escala miniaturizada e,

consequentemente, não apresentam a vantagem da redução do consumo da fase móvel.

Page 51: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 2 51

2.2.2 Evolução dos suportes cromatográficos em LC

Na década de 1950 as partículas para LC eram de materiais porosos e com formato irregular

com 100 - 200 µm de diâmetro (Figura 2.15A). Entretanto esses materiais ocasionavam

alargamento das bandas cromatográficas e, consequentemente, uma diminuição da eficiência

cromatográfica. Outro problema encontrado na época está relacionado com a dificuldade de

empacotar as colunas. Assim, problemas de reprodutibilidade de análise era um desafio a ser

superado. Esse problema foi solucionado na década de 1960 no qual Horváth desenvolveu

partículas de sílica peliculares (30 – 50 µm) (Figura 2.15B). Esse material apresentou bons

resultados utilizando o empacotamento a seco. O suporte cromatográfico era composto por

um núcleo sólido, rígido e não poroso (contas de vidro), revestido com uma película de

aproximadamente 1 µm de sílica porosa. A fina camada pelicular permitiu uma rápida

transferência do analito na camada porosa do suporte cromatográfico e, assim, promoveu um

melhoramento da eficiência cromatográfica comparada com as partículas porosas empregadas

na época. Em contrapartida, os suportes peliculares possuem baixa área superficial e,

consequentemente, uma diminuição na capacidade de amostra e também na retenção dos

analitos. (33, 65)

Figura 2.15 – Formato dos suportes cromatográficos. (A) partículas porosas e irregulares, (B)

partícula pelicular esférica, (C) partícula esférica porosa, (D) partícula esférica não porosa,

(E) partícula superficialmente porosa e (F) monolíto.

Fonte: Adaptado de (33)

Page 52: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 2 52

A transição de partículas peliculares para partículas porosas menores iniciou na década

de 1970 com o desenvolvimento da técnica de empacotamento por suspensão (slurry packing

method) no qual permitiu obter colunas com micropartículas de sílica irregular e porosa com

diâmetro médio de 10 µm. Com o passar do tempo, e o melhor entendimento/aperfeiçoamento

dos métodos sintéticos, partículas esféricas porosas foram desenvolvidas (Figura 2.15C). A

uniformidade das partículas forneciam melhores empacotamentos da coluna cromatográfica e

consequentemente, colunas mais eficientes.

Na década de 1980 foram desenvolvidas partículas de 5 µm os quais apresentaram

melhor desempenho que as partículas anteriores. Em seguida, no início da década de 1990

partículas de 3,5 e 3 µm possibilitaram diminuir em entre 30 - 50 % o tempo de análise sem

perder a resolução na separação cromatográfica quando comparadas com partículas de 5 µm.

(33, 56)

Partículas não porosas foram introduzidas em 1996 com diâmetro de

aproximadamente 1,5 µm (Figura 2.15D). Esse suporte minimiza o efeito de difusão no poro

e, portanto, podem ser aplicadas vazões elevadas sem perder a eficiência cromatográfica.

Sílica não porosa também possui maior resistência mecânica e térmica. Entretanto, suporte

não poroso possui baixa área superficial, menor retenção dos analitos e menor capacidade de

amostra.

Em 2004, sílica porosa sub 2 µm foi disponibilizada comercialmente, apresentando

melhor eficiência quando comparada com colunas de 3 µm. A grande vantagem desses

materiais é utilizar vazão acima do valor considerado ótimo para a separação sem perder a

resolução na separação cromatográfica. Outra vantagem é a possibilidade de redução do

comprimento da coluna sem perder a eficiência da separação. Como resultado, colunas com

partículas sub 2 µm possibilitaram alcançar análises cromatográficas em menos de 1 minuto.

Como desvantagem, as pressões geradas pelo tamanho das partículas impossibilitam seu uso

em equipamentos convencionais (400 bar). Assim, essas colunas necessitam de um

equipamento com arranjo dedicado para operar em altas pressões (UHPLC). (33, 66)

Para evitar as altas pressões geradas utilizando partículas porosas sub 2 µm, em 2007

foram introduzidas no mercado as colunas com partículas superficialmente porosas (core shell

particles) os quais podem ser utilizadas em sistemas convencionais e, adicionalmente,

fornecerem análises rápidas (Figura 2.15E). As partículas possuem um núcleo sólido e não

poroso, de aproximadamente 1,7 µm de diâmetro, e uma camada porosa revestida

externamente de 0,5 µm de espessura. Esse material possui uma faixa estreita de distribuição

Page 53: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 2 53

de partícula, apresenta eficiência cromatográfica elevada e uma rápida cinética de

transferência de massa. (66)

Além dos materiais particulados, outra possibilidade de suportes cromatográficos

envolve o uso de materiais monolíticos (Figura 2.15F). (67) Um material monolítico possui

estrutura sólida e altamente porosa que fornece alta permeabilidade da fase móvel através dos

canais porosos. Esses podem ser classificados como microporos (não excedem 2 nm),

mesoporos (entre 2 e 50 nm) e macroporos (acima de 50 nm), dependendo do molde utilizado

na síntese do monolito.(68) A principal vantagem das colunas monolíticas em relação a

colunas com preenchimentos de materiais particulados é a redução do tempo de análise pois

vazão elevada pode ser empregado sem um grande aumento na pressão do sistema. As

primeiras colunas monolíticas disponíveis comercialmente (2000) não apresentavam alta

eficiência na separação quando comparadas com colunas particuladas. Entretanto,

recentemente (2012) foram desenvolvidas colunas monolíticas de segunda geração chamadas

de colunas monolíticas de alta resolução os quais possuem um maior número de pratos por

metro sem comprometer a vantagem da vazão elevada e pressões compatíveis com os

sistemas convencionais de LC. (66) A Figura 2.16 ilustra a comparação de coluna particulada

e monolítica.

De forma resumida, a Tabela 2.2 apresenta a evolução dos suportes cromatográficos, a

redução no tamanho das partículas e o aumento na eficiência das colunas.

Figura 2.16 – Característica estrutural de uma coluna particulada (A) e monolítica (B).

Fonte: Adaptado de (69).

Page 54: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 2 54

Tabela 2.2 –Diminuição do tamanho das partículas em LC.

Ano Tamanho da

partícula Morfologia Pratos/15 cm

1950s 100 - 200 µm Irregular porosa 200

1967 50 µm Pelicular esférica 1000

1970s 10 µm Irregular porosa

Esférica porosa 6000

1985 5 µm Esférica porosa 12000

1992 3 µm e 3,5 µm Esférica porosa 22000

1996 1,5 µm Esférica não porosa 30000

2000 - Monolítica 15000

2000 2,5 µm Esférica porosa 25000

2004 1,7 µm Esférica porosa 35000

2007 1,6 e 2,6 µm Superficialmente porosa 30000

2012 - Monolítica 22500

Fonte: Adaptado de (56, 66).

2.2.3 Suporte cromatográfico em LC

Um bom suporte cromatográfico em cromatografia liquida de alta eficiência deve

possuir algumas características fundamentais: (70)

Ser mecanicamente estável, ou seja, suportar altas pressões exigidas na HPLC;

Possuir grande concentração de grupos ativos na superfície a fim de promover melhor

desempenho cromatográfico;

Ser inerte em relação aos compostos a serem analisados.

Em cromatografia líquida os suportes cromatográficos podem ser baseados em

polímeros inorgânicos ou orgânicos. (71) Entre os polímeros inorgânicos, podemos citar os

óxidos de silício (sílica) que são os mais utilizados nas separações cromatográficas atuais.

(72) A sílica apresenta-se em unidades tetraédricas (SiO4) aleatórias unidas por grupos

siloxanos e sua superfície apresenta grupos silanois. (65, 73)

As características do suporte cromatográfico baseado em sílica são extremamente

dependentes da estratégia utilizada para o seu preparo. Entre as metodologias de síntese de

sílica podemos destacar o método de gelificação das soluções de sal de silicato (sil-gel), o

Page 55: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 2 55

método de hidrólise de organossilanos (sol-gel) e o método de agregação controlada de sílica

coloidal estável. O termo sol é utilizado para definir uma dispersão de partículas coloidais

(diâmetro entre 1 – 100 nm) enquanto o termo gel é caracterizado como um sistema formado

por estruturas rígidas das partículas coloidais ou de cadeias poliméricas que imobiliza a fase

líquida nos seus interstícios. (74)

Pela rota sílica gel (também chamada de sil-gel) utiliza-se o silicato de sódio como

material de partida. A descoberta da sílica gel foi realizada por Thomas Graham (1981) o qual

preparou a sílica a partir de uma mistura de uma solução aquosa de silicato de sódio com

ácido clorídrico. Já o preparo do silicato de sódio normalmente é realizado através do

aquecimento de areia e soda cáustica em temperatura elevada. (65)

Inicialmente a solução contendo o silicato de sódio sofre um processo de hidrólise

com a adição do acido clorídrico formando o ácido silícico. Posteriormente, ocorre a reação

de condensação do ácido silícico formando dímeros, trímeros e consequentemente uma rede

polimérica de ácido silícico (Figura 2.17).

A rede polimérica continua crescendo, e formando partículas esféricas primárias de

alguns Angstrons de diâmetro (Figura 2.18A). As partículas primarias continuam a aumentar

de tamanho (Figura 2.18B) e, posteriormente, sofrem condensação através dos grupos silanois

presentes em sua superfície. Como resultado, as partículas primárias ficam aderidas umas as

outras (aglomeração) e a solução começa o processo de gelificação para formar o hidrogel

(Figura 2.18C).

Após a formação do hidrogel, o material sintetizado é submetido a um período de

envelhecimento no qual as partículas primárias de sílica continuam o processo de

polimerização. Esta etapa é importante, pois confere resistência mecânica ao material final.

Em seguida o hidrogel passa pela etapa de desidratação (secagem) na qual é transformado em

xerogel. (65)

A característica final da sílica sintetizada é extremamente dependente das condições

reacionais (concentração dos reagentes, temperatura da reação, pH da solução, tempo e

condições de envelhecimento e processo de secagem) e muitas vezes difícil de controlar e

reproduzir. A influência do pH no tempo de gelificação está representada na Figura 2.19.

Pode-se observar que em baixos valores de pH, o tempo de gelificação aumenta rapidamente

com o aumento do pH (próximo a 2). Na faixa de pH entre 2 e 4, a solução é estável e muitas

horas são necessárias para promover a formação do hidrogel. Em contrapartida, se o pH da

solução é ajustado entre 4 e 8, a solução se torna instável e a formação do hidrogel ocorre em

Page 56: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 2 56

Figura 2.17 – Etapas do processo sil-gel: hidrólise e condensação.

Na2SiO3 (aq) 2 HCl Si OH

OH

HO

OH

2 NaCl

Hidrólise

ácido silícico

Condensação

Si OH

OH

HO

OH

Si OH

OH

HO

OH

Si O

OH

HO

OH

Si OH

OH

OH

H2O

Si O

OH

HO

OH

Si OH

OH

OH

Si OH

O

HO

OH

Si O

OH

HO

OH

Si O

O

Si OH

OH

OH

Si OH

OH

HO

Figura 2.18 – Representação da formação da sílica gel. (A) formação das partículas

primárias, (B) aumento de tamanho das partículas primárias e (C) formação do hidrogel.

Fonte: Adaptado de (65).

Page 57: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 2 57

Figura 2.19 – Influência do pH no tempo de gelificação no processo sil-gel.

Fonte: Adaptado de (65).

poucos minutos. Acima de pH 8 o tempo de gelificação começa a aumentar novamente e

ocorre a competição com a quebra da rede polimérica da sílica devido sua solubilização. (65)

Partículas de sílica formadas na faixa de pH entre 1 – 4 apresentam grande área

superficial (aproximadamente 800 m2 g

-1). Em contrapartida, a medida que o pH é aumentado

de 4 para 8 ocorre uma diminuição dos valores de área superficial (800 m2 g

-1 para 200 m

2 g

-

1). De forma geral, a área superficial das partículas de sílica é inversamente proporcional as

dimensões das partículas primárias provenientes da polimerização do ácido silícico. Como

resultado, as partículas primárias são relativamente menores quando preparadas em pH entre 1

– 4 quando comparadas com a faixa de 4 - 8.

Quando a solução de silicato de sódio com o pH ajustado é submetida a agitação

magnética ocorre o fenômeno chamado maturação de Otswald (também conhecido como

envelhecimento de Otswald). Esse processo consiste no aumento do diâmetro de partículas

primárias a custa de partículas primárias com diâmetro menor (Figura 2.20). Adicionalmente

o processo de maturação/envelhecimento do gel formado leva ao aumento do tamanho das

partículas primárias. Além disso, logo após a formação do gel, o mesmo não apresenta rigidez

e durante o processo de maturação por alguns dias, reações de condensação das partículas

primárias continuam ocorrendo e o hidrogel se torna firme e com resistência mecânica. (65)

O processo de lavagem do hidrogel após o envelhecimento também altera as

características finais da sílica. Estudos demonstram que a lavagem do hidrogel com solução

ácida (pH =3) promove uma diminuição da área superficial do polímero quando comparada

com

Page 58: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 2 58

Figura 2.20 – Processo de maturação de Otswald.

com a lavagem com água em pH = 6,5. Além disso, a imersão do hidrogel em diferentes

solventes também promove alterações no material sintetizado. Após todas essas etapas, o

hidrogel é submetido ao aquecimento para se transformar em xerogel. Para serem utilizadas

como suporte cromatográfico em LC, as partículas do xerogel são trituradas e separadas em

faixas de diâmetros de partículas com aplicabilidade em LC. Ajustes nas condições sintéticas

devem ser realizadas de acordo com os parâmetros desejados para o polímero final.

Esse método permite obter-se partículas irregulares sendo classificadas como sílica gel

tipo A por utilizar precursor de baixa pureza e, portanto, apresentar maior quantidade de

metais. (75, 76)

O processo sol-gel é uma segunda abordagem empregada para preparar partículas de

sílica. Nesta rota sintética geralmente utiliza-se precursores alcoxissilano (tetrametoxisilano

(MTOS) ou tetraetoxissilano (TEOS)) dissolvidos em álcool. Posteriormente, com a adição de

água e catalisador (ácido ou básico) ocorre a reação de hidrólise e condensação. É importante

ressaltar que a hidrólise dos alcoxissilanos ocorre com maior eficiência e rapidez quando

catalisadores são utilizados no processo. Geralmente as reações de hidrólise e condensação

ocorrem simultaneamente, assim que os reagentes são misturados. A reação de hidrólise leva

a formação de grupos silanois e as reações de condensação levam a formação de ligações

siloxano. A Figura 2.21 ilustra as reações químicas que ocorrem durante a transformação sol-

gel. A reação de condensação possui um mecanismo complexo, pois se inicia antes do

término da reação de hidrólise.

No processo sol-gel a sílica obtida é classificada com sendo do tipo B por apresentar

maior pureza em relação à sílica tipo A. As características finais da sílica são dependentes das

condições experimentais de síntese (concentração dos precursores, a agitação, temperatura

reacional, natureza do catalisador). Um método amplamente conhecido para a obtenção de

partículas

Page 59: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 2 59

Figura 2.21 – Etapa de hidrólise e condensação no processo sol-gel.

Fonte: Adaptado de (77).

partículas esféricas e monodispersas de sílica é o método de Stober no qual se baseia na

hidrólise e condensação de alcoxissilano em uma solução contendo água, álcool e amônia

formando partículas de hidrogel que posteriormente são calcinadas para aumentar a

estabilidade do material. (78) Normalmente as partículas obtidas neste processo são

consideradas não porosas e possuem diâmetros em escala nanométrica. O aumento no

diâmetro das partículas pode ser obtido através do método conhecido como crescimento de

partícula semente o qual consiste em adições do precursor da sílica na suspensão coloidal das

partículas.

Page 60: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 2 60

Segundo Chang as partículas de sílica começam a aumentar de tamanho quando a

concentração de TEOS no sistema alcança o nível saturado (CS). Entretanto, se a concentração

de TEOS ultrapassar um valor limite de saturação (CS*) ocorrem novas nucleações

comprometendo a monodispersão das partículas (Figura 2.22). (79)

Já Chou avaliou o crescimento de partícula em relação a velocidade de geração de

novas partículas e a velocidade de consumo do TEOS no crescimento de partículas. Se a

velocidade de consumo do TEOS for maior que a de formação de novas partículas ocorrerá o

crescimento da partícula sem o surgimento de partículas secundárias. Contudo, se o inverso

ocorrer, aparecerão novas nucleações (Figura 2.23). (80)

Figura 2.22 – Representação da dispersão das partículas no experimento de aumento do

diâmetro. (A) crescimento monodisperso e (B) crescimento com formação de partículas

secundárias.

Fonte: Adaptado de (79).

Figura 2.23 – Esquema da geração e consumo do intermediário sintético no processo de

crescimento de partícula.

Fonte: Adaptado de (80).

Page 61: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 2 61

Uma forma de obter partículas porosas através do método de Stober é incorporando no

processo sintético compostos formadores de poros. Nesse procedimento, moléculas

volumosas são utilizadas como template de poros e incorporadas na rede polimérica de sílica.

Assim, após sua remoção por calcinação, a partícula de sílica apresenta maior porosidade.

Unger et al realizou trabalhos empregando alquilaminas (dodecilamina e hexadecilamina)

para produzir poros nas partículas de sílica sintetizadas pelo método de Stober modificado.

(81) Similarmente, outros trabalhos têm demonstrado bons resultados ao utilizar cloreto de

hexadeciltrimetilamônio (CTAC) como surfactante porogênico. (82) Após a síntese do

material, o mesmo é submetido a calcinação (500 – 600°C) para remoção da cadeia orgânica e

geração dos poros na partícula de sílica. Com esse procedimento, materiais com mesoporos

são tipicamente sintetizados. Adicionalmente, trabalhos têm relatado que o tamanho dos poros

pode ser expandido para a faixa de meso e macroporos através do tratamento das partículas de

sílica com hidróxido de sódio, carbonato de sódio ou agentes complexantes orgânicos em

temperatura elevada. Pode-se considerar que este processo de adequação dos poros está

relacionada e fundamentada no processo de maturação de Ostwald. (83, 84)

Uma terceira abordagem para a preparação de partículas de sílica porosa para LC é o

método de agregação controlada. Nesta rota sintética, pode ser utilizada a agregação reativa

ou agregação de gotículas (gotas) dispersas. A primeira foi desenvolvida por Iler e

McQueston em 1977, os quais deram ao processo o nome de coacervação (coacervation).

Nesse procedimento, uma solução aquosa e estável de partículas de sílica coloidal (centenas

de Angstrons) é misturada com monômeros orgânicos miscíveis na solução. Após o processo

de polimerização dos monômeros, as partículas coloidais de sílica são microencapsuladas em

agregados esféricos na matriz polimérica orgânica. Por exemplo, ureia e formaldeído podem

ser adicionados a uma solução coloidal em que, após ajuste do pH em faixas ácidas, ocorre o

encapsulamento das partículas de sílica na escala nanométrica para a formação de partículas

na escala micrométrica com polímero orgânico. Posteriormente, o polímero formado é tratado

termicamente à temperatura de 500°C para remoção do polímero orgânico. Adicionalmente, a

temperatura é elevada até 1000°C para a sinterização das micropartículas e aumento da

resistência mecânica. (83) A Figura 2.24 ilustra partículas de sílica esféricas obtidas através

deste procedimento experimental.

O método de agregação de gotículas (gotas) dispersas inclui o método de secagem por

nebulização (spray drying) e o método de emulsão. O spray drying consiste na dispersão de

uma suspensão coloidal de sílica através de um bocal formando pequenas gotículas do líquido

líqudo

Page 62: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 2 62

Figura 2.24 – Microscopia de partículas de sílica obtidas pelo método de microencapsulação.

Fonte: Adaptado de (85).

(Figura 2.25). A pulverização da suspensão ocorre dentro de um forno com temperatura em

torno de 400°C. Essa etapa resulta na evaporação da água das gotículas empregando um gás

de secagem

Figura 2.25 – Método de secagem por nebulização. (A) representação esquemática do

equipamento de spray drying e (B) processo de nebulização e secagem da suspensão coloidal.

Fonte: Adaptado de (86, 87).

Page 63: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 2 63

de secagem quente e na policondensação simultânea dentro das gotículas. As partículas

obtidas após esse processo podem ser submetidas a um tratamento hidrotérmico para ajuste de

porosidade. Tipicamente, a maioria das partículas sintetizadas por este procedimento é

esférica, contudo há uma dependência da morfologia com as condições experimentais

ajustadas. O tamanho das partículas produzidas varia de acordo com a concentração dos

reagentes, temperatura do forno de secagem, abertura do bocal de pulverização, tamanho das

gotículas e outros parâmetros. Os materiais obtidos por essa metodologia geralmente

apresentam grande faixa de distribuição de partículas e necessitam de classificação para obter

faixas estreitas de diâmetro de partícula para uso em LC. (71, 83)

Partículas esféricas porosas também podem ser obtidas através do método de

emulsificação de uma suspensão coloidal, organossilano ou solução de silicato em solvente

apolar no qual gotículas são formadas e em seguida são solidificadas formando as partículas

esféricas que são separadas do meio reacional e submetidas a um tratamento térmico. É

importante ressaltar, no entanto, que a distribuição do tamanho de partícula pode ser bastante

ampla dependendo das condições de emulsificação utilizada para regular o tamanho das gotas.

(71, 83)

Os suportes baseados em sílica apresentam faixa de pH aplicável limitado (2 - 8) e

análise em temperatura superior a 60°C favorecem a solubilização da sílica. Assim, outros

materiais foram desenvolvidos com o objetivo de ampliar a faixa de pH e temperatura nas

aplicações. Desta forma, foi desenvolvido um suporte cromatográfico no qual a superfície da

sílica foi recoberta com uma camada de grupamentos hidreto (-Si-H). Esse grupos foram

formados pela reação dos silanois na superfície da sílica com o produto de hidrólise do

precursor trietoxissilano (TES). Assim, os grupos polares presentes na superfície da sílica

reagem formando uma superfície não polar, e, as interações indesejáveis dos analitos com os

silanois residuais são minimizadas. Esses novos materiais são chamados de sílica tipo C,

caracterizados por serem materiais híbridos e com alta pureza e com maior estabilidade

química (Figura 2.26A). Nesta mesma linha, outros materiais híbridos foram desenvolvidos

utilizando precursores que continham a ligação silício-carbono (Si-C). Assim, essa ligação faz

parte do suporte cromatográfico e melhora a estabilidade dos materiais em uma faixa mais

ampla de pH. A reação de TEOS com metiltrietoxissilano leva a incorporação do grupo metil

na rede polimérica da sílica (Figura 2.26B). Um segundo exemplo de materiais híbridos é a

reação de TEOS com bis(trietoxissiletano) formando suportes que contem ligações de etano

na estrutura do polímero (Figura 2.26C). Adicionalmente, outra metodologia utiliza a

modificação

Page 64: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 2 64

Figura 2.26 – Representação do preparo de sílica híbrida. (A) sílica híbrida com grupamento

hidreto na superfície, (B) sílica híbrida com ligações silício-metil, (C) sílica híbrida com

ligações de etano e (D) sílica híbrida com um organossilano na superfície.

CH3O

SiO

SiO

SiO

SiO

Si

OO

CH3O

SiO

SiO

SiO

SiO

Si

CH3OHOHO

CH3 CH3

OH OH

CH3

OCH3

OCH3

CH3

O

O

CH3

CH3

OHOH

CH3

CH3O

SiO

SiO

SiO

SiO

Si

OO

CH3O

SiO

SiO

SiO

SiO

Si

CH2OHOHO

CH2 CH2OH OH

CH2

OCH3

OCH3

CH2

O

O

CH3

CH3

OHOH

CH2

Si OEt

OEt

OEt

EtO

Si OEt

OEt

OEt

EtO

+

+

Si OEt

CH3

OEt

EtO

SiOEt

EtO

OEtSiCH2

EtO

OEtEtO

CH2

Si OEt

R

OEt

EtO

Si

O

Si

O

Si

O

Si

O

Si

O

O

OH

OH

OH

OH

OH

O

O

O

O

O

HH

H

H

H

H

H

+ Si OEt

H

OEt

EtO

Si

O

Si

O

Si

O

Si

O

Si

O

O

O

O

O

O

O

O

O

O

O

O

HH

H

H

H

H

H

Si

O

Si

O

Si

O

Si

O

Si

O

O

H

H

H

H

H

H

H

Si

O

Si

O

Si

O

Si

O

Si

O

O

OH

OH

OH

OH

OH

O

O

O

O

O

HH

H

H

H

H

H

+

O

O

O

Si

O

Si

O

Si

O

Si

O

Si

O

OH

R

R

R

OH

OH

R

Si

O

Si

O

Si

O

Si

O

Si

O

O

O

O

O

O

O

O

O

O

O

O

HH

H

H

H

H

H

Si

O

Si

O

Si

O

Si

O

Si

O

O

H

R

R

OH

OH

R

Si OEt

OEt

OEt

EtO

A

B

C

D

Page 65: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 2 65

modificação da superfície da partícula de sílica com um organossilano para ampliar a faixa de

pH utilizado sem perder a estabilidade mecânica do material (Figura 2.26D). (33, 88, 89)

Além disso, a inserção de um grupo organossilano (aminopropiltrietoxissilano ou

viniltrimetoxissilano) é interessante ao considerar que a presença desses grupos funcionais

facilita a reação química com outros grupamentos orgânicos. Este fator torna possível o

desenvolvimento de novas fases estacionárias.

Em LC os suportes cromatográficos também podem ser obtidos a partir de óxidos

metálicos, destacados pela estabilidade química e térmica. Os materiais baseados em óxido de

alumínio (alumina - Al2O3) apresentam uma boa estabilidade em uma faixa mais ampla de pH

(1 – 13). Entretanto, esse suporte cromatográfico apresenta uma eficiência cromatográfica

inferior aos materiais baseados em sílica e, consequentemente, esse fator contribuiu para a

utilização moderada desse suporte. (90, 91) Suportes cromatográficos baseados em óxido de

zircônio (zircônia, ZrO2) (92) e óxido de titânio (titânia, TiO2) (93, 94) apresentam boa

estabilidade em pH entre 1 e 14, e em temperaturas de até 200°C. A superfície desses

materiais apresentam sítios ácidos de Lewis. Consequentemente, fases estacionárias baseadas

nesses óxidos tem demonstrado modo misto de retenção (fase reversa e troca iônica, por

exemplo). Além disso, analitos com características básicas podem interagir fortemente com

esses sítios ácidos provocando caudas cromatográficas. (83) Outros óxidos metálicos também

vêm sendo explorados como suportes cromatográficos. Podemos destacar os materiais

baseados em óxido de cério (céria, CeO2) (95) e óxido de tório (tória, ThO2). Apesar das

vantagens de estabilidade química e térmica, os suportes cromatográficos baseados em óxidos

metálicos apresentam como desvantagem a dificuldade de síntese e funcionalização de

partículas com propriedades adequadas para LC quando comparadas com materiais baseados

em sílica. (88, 96, 97) Assim, trabalhos foram conduzidos na preparação de óxidos mistos no

qual combinam as propriedades da sílica e dos óxidos metálicos. Neste conceito, os materiais

mistos apresentam área superficial e diâmetro de poros adequados, melhores desempenhos em

temperaturas elevadas e operação em uma faixa mais ampla de pH. (98)

Partículas esféricas porosas baseadas em polímeros orgânicos também são utilizadas

como suporte cromatográfico em LC. Podemos citar o uso de poliestireno-divinilbenzeno

(PS-DVB) em cromatografia líquida em fase reversa, troca iônica e exclusão por tamanho.

Outros polímeros como metacrilato substituídos, alcoóis polivinílicos e poliacrilamida

também tem sido usados. Apesar de possuírem uma ampla faixa de pH aplicável, esses

materiais possuem baixa eficiência cromatográfica. (99) Adicionalmente, a facilidade de

Page 66: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 2 66

encolhimento e expansão do polímero diminuem sua resistência mecânica e, como

consequência, ocorre uma limitação na pressão máxima de análise. (32)

Suportes baseados em carbono grafitado poroso (PGC) consistem em partículas

esféricas de carbono totalmente poroso formadas a partir de folhas planas de átomos de

carbono dispostos em forma hexagonal. PGC são estáveis a um pH entre 1 – 14 e em

temperaturas de até 200°C. No entanto, as partículas desse material não possuem resistência

mecânica elevada e, consequentemente, apresentam uma limitação em termos de pressão

máxima. (33)

Como já citado anteriormente, colunas monolíticas são utilizadas como suporte

cromatográfico em LC. De acordo com a metodologia utilizada no preparo de colunas

monolíticas, pode-se classificá-las em colunas monolíticas baseadas em polímeros orgânicos

(100, 101) e colunas monolíticas baseada em sílica (obtida pelo processo sol-gel). (102, 103)

2.2.4 Fases estacionárias

A fase estacionária é que determina a retenção e a seletividade dos analitos na análise

cromatográfica. Os grupos silanois na superfície da sílica apresentam polaridade e suas

ligações de hidrogênio têm a capacidade de interagir com diversas moléculas, tornando

possível a separação de substâncias (Figura 2.27).

Devido as primeiras separações cromatográficas terem sido realizadas utilizando a

sílica (que possui superfície polar) como suporte cromatográfico, a cromatografia líquida em

fase normal (normal phase, NP) é caracterizada por apresentar fase estacionária mais polar

em relação à fase móvel; quando a fase estacionária for menos polar do que a fase móvel é

denominada de cromatografia líquida em fase reversa (reverse phase, RP).(47)

Em HPLC as fases estacionárias podem ser classificadas em sorvidas, imobilizadas ou

quimicamente ligadas. A primeira caracteriza-se por ser um líquido de baixa massa molar

apenas sorvido na superfície do suporte cromatográfico, porém, essas fases estacionárias são

difíceis de serem mantidas quando submetidas às pressões utilizadas na HPLC. Assim, é

necessário empregar fases móveis saturadas com a fase estacionária e fazer um controle de

temperatura e vazão para diminuir a remoção da fase estacionária e garantir um resultado

confiável nas análises. (104)

Page 67: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 2 67

Figura 2.27 – Grupos silanois presente na superfície da sílica.

Fonte: Adaptado de (33).

Outra metodologia utilizada para modificar a superfície de um suporte cromatográfico

é o recobrimento com polímeros orgânicos. (105) Primeiramente o polímero é sorvido no

suporte cromatográfico e, posteriormente, é imobilizado por reações de entrecruzamento

catalisadas por agente químico (106) ou por processos físicos (radiação térmica, gama ou

micro-ondas). (107) Essa técnica tem a vantagem de preparar fases estacionárias estáveis,

além de isolar os sítios ativos residuais dos suportes cromatográficos. Entre os polímeros

utilizados como fases estacionárias destacam-se o polietileno, poliestireno e os polissiloxanos.

A maior dificuldade nessa técnica é a obtenção de um filme fino e homogêneo. (108)

A grande concentração de grupos silanois na superfície da sílica possibilita a

modificação química obtendo as chamadas fases estacionárias quimicamente ligadas (FEQL)

que possuem propriedades específicas relacionadas aos grupos ligados na superfície da sílica.

(Figura 2.28). A síntese dessas fases teve início na década de 1960 através da reação de

esterificação dos grupos silanois com um álcool alifático de cadeia longa (Figura 2.28A).

Contudo a ligação Si-O-C é relativamente fraca em soluções aquosas, sendo hidrolisada

rapidamente regenerando os grupos silanois na sílica. (54, 65, 109)

Page 68: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 2 68

Figura 2.28 – Obtenção de fase estacionária quimicamente ligada. (A) reação de

esterificação, (B) reação com SOCl2, (C) reação de organossilanização com reagente

monofuncional, (D) reação de organossilanização com reagente difuncional e (E) reação do

hidreto com grupo alquílico.

Si OH Si ClSOCl2

R MgBrSi R

Si NH

NH2

NH2

NH2

ROH

Si ORSi OH

Si OH Si O Si R

R'

R'XSi(R')R

A

B

C

R = alquil de cadeia longa

R = alquil ou fenil

X = Cl, OMe, OEt

R' = alquil de cadeia curta

R = fase estacionária

X = Cl, OMe, OEt

R = fase estacionáriaD

X3SiRSi OH

Si OH Si O

Si O

Si(X) R

R = fase estacionáriaE

H2C=CH-R

Si CH2 CH2 RSi Hcatalisador

Na tentativa de obter FEQL estáveis foram preparados materiais a partir da reação da

sílica com cloreto de tionila (SOCl2) e posteriormente com reagente de Grignard gerando

ligações Si-C, ou com aminas gerando ligações Si-N (Figura 2.28B). Apesar de serem

ligações mais estáveis, comparando com a ligação Si-O-C, a ligação Si-N ainda apresenta

faixa de pH restrita (4 a 8) e as fases obtidas por Grignard apresentam interferentes

proveniente da rota sintética. A metodologia mais empregada atualmente no preparo de FEQL

é a reação de organossilanização que utiliza modificadores do tipo cloro (Cl) ou alcoxissilano

podendo ser mono, di ou trifuncional (Figura 2.28C e D). (65) Adicionalmente temos também

a sílica tipo C na qual um grupamento alquílico pode ser ligado quimicamente na superfície

do suporte cromatográfico através da reação dos grupamentos hidretos (Si-H) com

Page 69: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 2 69

grupamentos alquílicos terminalmente insaturados, em presença de um catalisador (Figura

2.28E).

Quando um reagente funcionalizante silano monofuncional

(clorodimetiloctadecilssilano (ODS) por exemplo) reage com o grupo silanol na superfície da

sílica ocorre a formação da fase estacionária C18 monomérica (Figura 2.29). Fases obtidas

por este procedimento são reprodutíveis e apresentam boa eficiência cromatográfica devido a

rápida difusão do analito na camada da fase monomérica. Entretanto as fases monoméricas

apresentam grande quantidade de silanol residual após o processo de funcionalização. Esses

grupos silanois podem promover interações secundárias com os analitos e provocar

alargamento da banda cromatográfica. Além disso, o uso dessa fase em pH baixo leva a

hidrólise do grupo funcionalizador e consequentemente a perda de seletividade da coluna

cromatográfica. Uma maneira de minimizar esses efeitos é promover uma segunda etapa de

funcionalização com um reagente silano de volume menor (trimetilclorossilano (TMS)). Este

procedimento diminui 20 – 30 % dos silanois residuais nas partículas de sílica. Assim, é

importante ressaltar que a interação silanol-analito é minimizada e não completamente

eliminada. (33)

Figura 2.29 – Representação de algumas fases estacionárias quimicamente ligadas no suporte

cromatográfica baseado em sílica.

Fonte: Adaptado de (33).

Page 70: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 2 70

Outra estratégia para bloquear os grupos silanois da sílica é utilizar reagentes

funcionalizantes com proteção estérica. Esses precursores são uma variação das fases

monoméricas pois os grupos metila ligados ao átomo de silício são substituídos por grupos

volumosos (i-propil ou i-butil). Esses grupamentos dificultam o processo de hidrólise da fase

estacionária e, portanto, são mais apropriados para análise em pH baixo. Entretanto, as fases

com proteção estérica possuem menor concentração dos ligantes na superfície do suporte

cromatográfico e consequentemente apresentam menor retenção quando comparadas com

fases estacionárias monoméricas contendo o grupamento dimetil. Fases estacionárias

bidentadas apresentam maior estabilidade em meio básico e, portanto são utilizadas para

aplicações no qual é necessário um pH acima de 8.

Se um reagente silano bi ou trifuncional é empregado, dependendo das condições

utilizadas, pode-se obter fases estacionárias com polimerização vertical ou horizontal. Essas

fases tendem a ser mais estáveis do que fases monoméricas em pH baixo e alto. Entretanto,

esses materiais possuem menor reprodutibilidade de retenção e seletividade devido a

dificuldade de controlar o processo de polimerização do organossilano. Adicionalmente, as

colunas contendo as fases poliméricas possuem uma menor eficiência na separação,

principalmente quando vazão elevada é empregada. (33)

Atualmente diversas colunas com diferentes fases estacionárias estão disponíveis para

HPLC (Figura 2.30) atuando no modo normal (diol, ciano, amino, SiO2), reverso (C30, C18,

C8, C4, C2, fenil, ciclohexil, fluoradas, grupos polares embutidos), iônico (SAX, SCX, WAX,

WCX) ou seletivo (quiral, bioafinidade) e HILIC (cromatografia de interação hidrofílica). (54,

110)

2.3 Parâmetros cromatográficos em HPLC

Os parâmetros cromatográficos são uma ferramenta importante para avaliar e

caracterizar cromatograficamente uma coluna de HPLC. Adicionalmente, antes de realizar a

validação da metodologia, é fundamental averiguar se as condições estabelecidas na análise

cromatográfica são capazes de gerar dados confiáveis. Assim, é importante verificar se os

parâmetros cromatográficos estão de acordo com os limites recomendados e aceitos.

Os parâmetros cromatográficos são obtidos através de dados do cromatograma

conforme apresentado na Figura 2.31. O tempo morto (tm) é o tempo gasto para o analito

percorrer toda a tubulação e chegar ao detector sem interagir com a coluna cromatográfica. Já

o

Page 71: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 2 71

Figura 2.30 - Representação de fases estacionárias utilizadas em HPLC

Fonte: Adaptado de (33).

Figura 2.31 - Cromatograma ilustrativo de parâmetros cromatográficos de uma análise.

Fonte: Adaptado de (32).

Page 72: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 2 72

o tempo de retenção (tR) é o tempo decorrido desde a injeção cromatográfica até o máximo de

altura do sinal. (32)

A velocidade linear da fase móvel (u) é comumente expressada em mm s-1

ou cm s-1

e

pode ser calculada a partir do quociente entre o comprimento da coluna com o tempo de

eluição de um composto não retido (tm) como representado na Equação 1.

mt

Lu (1)

O fator de retenção (k) estabelece a relação entre o tempo em que um composto passa

na fase estacionária e na fase móvel (Equação 2).

m

mR

t

ttk

Equação 2

O número de pratos (N) expressa a eficiência de uma coluna cromatográfica e é

calculado de acordo com a Equação 3.

2

16

b

R

w

tN Equação 3

Uma das formas de comparar a eficiência de colunas com diferentes comprimentos (L)

e diâmetros de partículas (dp) é através do cálculo da altura equivalente a um prato (H) e

altura reduzida do prato (h) (Equações 4 e 5).

N

LH Equação 4

dp

Hh Equação 5

A eficiência cromatográfica pode ser expressa numericamente através da determinação

do numero de pratos (N) ou da altura do prato (H). Sua relação com a velocidade linear média

(u) da fase móvel é dada através da equação de van Deemter (Equação 6).

Page 73: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 2 73

Cuu

BAH

Equação 6

onde A é o termo para a difusão turbulenta (múltiplos caminhos), B é o termo para a difusão

molecular, C é o termo de transferência de massa e u é a velocidade linear média da fase

móvel.

A equação de van Deemter foi inicialmente desenvolvida para GC no qual a

transferência de massa em gases é relativamente rápida. Em LC, os termos que envolvem a

difusão na fase móvel e transferência de massa são mais pronunciados. Como consequência,

ajustes na equação de van Deemter são necessários. Vários estudos foram conduzidos e

publicados promovendo as modificações na equação de van Deemter, podem-se destacar as

equações de Giddings, Huber e Knox. (32, 54) Como resultado desses estudos, o termo C,

relacionado a transferência de massa, é melhor representado realizando a subdivisão em duas

contribuições como representado na Equação 7.

uCCu

BAH ms

dpA 2 mDB 2 Equação 7

s

fs

sD

dkfC

2

m

m

mD

dpkfC

2

O termo A é relacionado ao efeito dos múltiplos caminhos que o analito pode

percorrer através do leito cromatográfico. Conforme mostrado na Equação 7, este termo é

diretamente proporcional à qualidade do empacotamento () e ao tamanho das partículas (dp).

Este termo pode ser minimizado ao se preparar colunas com bom empacotamento e com

partículas uniformes. O termo B da equação está relacionado à difusão longitudinal do analito

na fase móvel. é uma constante relacionada ao empacotamento da coluna e Dm o coeficiente

de difusão do analito na fase móvel. Ao se utilizar vazões elevadas esse termo é minimizado.

Os termos Cs e Cm são relacionados a transferência de massa do analito na fase móvel e na

fase estacionária respectivamente sendo fs(k) e fm(k) funções complexas do fator de retenção k;

df a espessura da fase estacionária; dp o diâmetro da partícula; e Ds e Dm o coeficiente de

Page 74: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 2 74

difusão do analito na fase estacionária e na fase móvel.

A Figura 2.32 ilustra o gráfico da variação de H em função da velocidade linear

média. Adicionalmente, estão representadas de forma genérica as contribuições de cada termo

no valor de H. De maneira geral, o vazão ótima para a coluna cromatográfica é obtida pela

curva deste gráfico no qual é gerado o menor H e, consequentemente, uma melhor eficiência

cromatográfica.

O fator de separação (α) expressa a separação entre dois analitos e é calculada pela

relação existente entre o fator de retenção de acordo com a Equação 8.

1

2

k

k Equação 8

A resolução (Rs) é a medida da separação entre dois compostos e é obtida através da

distancia entre os dois picos cromatográficos e suas respectivas larguras de base (Equação 9).

21

2,12

bb

R

ww

tRs

Equação 9

(N),

Figura 2.32 - Gráfico representativo da curva de van Deemter.

Page 75: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 2 75

Outro modo de se avaliar a resolução é utilizando a equação mestra da resolução. Esta

equação leva em consideração diversos parâmetros tais como, o número de pratos, fator de

retenção e fator de separação, e é expressa pela Equação 10.

1

14

k

kNRs

Equação 10

A representação gráfica da contribuição de cada um desses parâmetros na resolução é

exemplificada na Figura 2.33. Pode-se observar que o fator de separação é o parâmetro que

possui maior influência na resolução cromatográfica.

Distorções frontais e caudas nos picos cromatográficos podem ser avaliados através do

fator de assimetria (As) calculado a 10% da altura do pico ou pelo fator de alargamento (TF)

geralmente calculado a 5% da altura do mesmo. As Equações 11 e 12 e a Figura 2.34

apresentam a forma esquemática do cálculo desses parâmetros.

A

BsA Equação 11

A

BA

2TF

Equação 12

Figura 2.33 – Influência do fator de retenção, fator de separação e número de pratos sobre a

resolução cromatográfica.

Fonte: Adaptado de (111).

Page 76: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 2 76

Figura 2.34 - Representação esquemática da determinação do fator de assimetria e

alargamento do pico cromatográfico.

Fonte: Adaptado de (33).

2.4 Validação de metodologia

O processo de validação tem por objetivo garantir se os dados gerados no método

desenvolvido são confiáveis e se podem ser aplicados em análise de rotina. Vários artigos e

livros dedicados ao processo de validação têm sido publicados. (112-115) No Brasil a

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) através da RE n° 899 possui

recomendações para validação em métodos bioanalíticos. (116) Além disso, o Instituto

Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO) fornece guias de

validação analítico através do documento DOQ-CGCRE- 008. Essas recomendações também

podem ser encontradas em órgãos internacionais tais como a European Medicine Agency

(EMEA) e a Food and Drug Administration (FDA). (117, 118)

Os parâmetros analíticos normalmente utilizados para validação de métodos de

separação são a seletividade, linearidade, faixa de trabalho ou aplicação, precisão, exatidão,

limite de detecção, limite de quantificação, recuperação, efeito matriz, robustez e estabilidade.

A seguir, uma breve descrição dos principais parâmetros avaliados.

A linearidade é a capacidade de uma metodologia analítica de demonstrar que os

resultados obtidos são diretamente proporcionais à concentração do analito na amostra, dentro

de um intervalo especificado. Os guias de validação recomendam utilizar de cinco a seis

concentrações diferentes para avaliar a linearidade do método. Após a construção da curva

analítica através do gráfico de resposta do equipamento (normalmente área) em função da

Page 77: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 2 77

concentração do analito avalia-se matematicamente a correlação entre os dados obtidos

através do método de mínimos quadrados para obter uma função do primeiro grau:

Equação 13

onde y é a resposta analítica do equipamento, x é a concentração do analito, a é o coeficiente

angular e b é o coeficiente linear.

A curva analítica pode ser obtida através da padronização externa, padronização

interna ou padronização por adição de padrão.

A faixa de trabalho compreende os limites de quantificação superior e inferior de um

método analítico. Normalmente é derivado do estudo de linearidade e é estabelecido pela

confirmação de que o método apresenta exatidão, precisão e linearidade adequados.

A seletividade do método é a capacidade que o método possui de medir exatamente

um composto em presença de outros componentes tais como impurezas, produtos de

degradação e componentes da matriz.

A sensibilidade do método avalia a capacidade de discriminar concentrações próximas

de um analito. Esse termo não deve ser confundido com detectabilidade no qual avalia os

limites de detecção e quantificação. O limite de detecção (LD) é a menor quantidade do

analito detectado na amostra que pode ser diferenciada do ruído da linha de base. O LD pode

ser estabelecido como sendo três vezes o valor do ruído da linha de base. O limite de

quantificação (LQ) é a menor quantidade que pode ser determinada na amostra com precisão

e exatidão adequada e pode ser estabelecido como sendo dez vezes o valor do ruído da linha

de base (Figura 2.35).

Figura 2.35 – Relação sinal-ruído (S/R).

Page 78: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 2 78

A precisão (repetibilidade) é a avaliação da proximidade dos resultados obtidos em

uma série de medidas de uma amostragem múltipla de uma mesma amostra. A precisão pode

ser expressa em desvio padrão relativo (DPR) a partir da Equação 14.

Precisão DPR DP

Equação 14

onde DP é o desvio padrão das concentrações e é a concentração média calculada.

A precisão intra-dia, também conhecida como precisão intra-corrida, analisa a

concordância entre os resultados dentro de um curto período de tempo com o mesmo analista,

amostra e instrumentação. Já a precisão inter-dia (inter-corrida) é a concordância entre os

resultados do mesmo laboratório, mas obtidos em dias diferentes.

A exatidão do método analítico é a proximidade dos resultados obtidos

experimentalmente em relação ao valor verdadeiro e pode ser obtida pela Equação 15.

atidão concentração e perimental - concentração teórica

concentração teórica Equação 15

De forma análoga aos ensaios de precisão, também é avaliada a exatidão intra-dia e

inter-dia.

A reprodutibilidade avalia a concordância dos resultados utilizando o mesmo método,

mesma amostra com diferentes equipamentos, analistas e laboratórios. O desvio padrão dos

ensaios de reprodutibilidade é cerca de duas vezes maior que os ensaios de repetibilidade.

Quando não há possibilidade de realizar os ensaios em condições de reprodutibilidade

interlaboratorial pode-se avaliar a reprodutibilidade intralaboratorial no qual os experimentos

são conduzidos no mesmo laboratório, equipamento e amostra, e variando analista e

temperatura da sala por exemplo. Os resultados são expressos em termos de precisão e

exatidão.

A recuperação avalia a eficiência de extração do método analítico. O método mais

comum de avaliar a recuperação é através de recuperação absoluta que é expressa em

percentagem do analito extraído de um branco fortificado em relação a uma amostra solução

que não foi submetida ao processo de extração (Equação 16). Já a recuperação relativa é a

razão da quantidade do analito extraído na matriz com a quantidade do analito extraído em

uma solução que não contenha a matriz.

Page 79: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 2 79

Recuperação concentração do analito e traído

concentração da solução padrão Equação 16

A avaliação do efeito matriz tem por objetivo verificar a influência das substâncias

presentes na matriz no sinal correspondente aos analitos de interesse. O efeito matriz pode

causar alterações nos resultados analíticos tais como aumento no sinal analítico do detector

levando a superestimação do resultado ou supressão do sinal analítico levando a subestimação

do resultado (Equação 17).

feito matri área do analito fortificado após e tração da matri

área do analito em solvente Equação 17

A robustez de um método analítico é a medida de sua capacidade em resistir a

pequenas variações dos parâmetros analíticos (extração e análise) e indica sua confiança

durante o uso do método. Durante o desenvolvimento da metodologia, deve-se considerar a

avaliação da robustez. Constatando-se a susceptibilidade do método à variações nas condições

analíticas, estas deverão ser controladas e precauções devem ser incluídas no procedimento.

A robustez pode ser avaliada de forma univariada no qual a influência dos parâmetros

é avaliada separadamente. O teste de Youden é outra maneira de avaliar a robustez do

método. Esse teste possui um projeto fatorial fracionário no qual avalia a influência de sete

variáveis em dois níveis diferentes (Tabela 2.3). (119) As letras maiúsculas representam os

valores nominais ou padrão do método desenvolvido e as letras minúsculas as variações a

serem estudadas. Assim, neste teste são realizados oito experimentos de forma aleatória com a

combinação fatorial dos parâmetros avaliados e verifica-se qual o efeito ou combinações de

efeitos que influenciam no resultado final (Tabela 2.4). Para cada experimento realizado a

resposta

Tabela 2.3 – Efeitos e variações na robustez avaliada pelo método de Youden.

Efeito Condição Nominal Variação

A/a A a

B/b B b

C/c C c

D/d D d

E/e E e

F/f F f

G/g G g

Page 80: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 2 80

Tabela 2.4 - Matriz de Youden.

Efeito Combinação dos parâmetros

Exp. 1 Exp. 2 Exp. 3 Exp. 4 Exp. 5 Exp. 6 Exp. 7 Exp. 8

A/a A A A A a a a a

B/b B B b b B B b b

C/c C c C c C c C c

D/d D D d d d d D D

E/e E e E e e E e E

F/f F f f F F f f F

G/g G g g G g G G g

RESULTADO s t u v w x y z

resposta obtida é representada pelas letras de s a z. Para comparar a influência da variação de

cada parâmetro, deve-se calcular a diferença da média (Di) dos valores correspondentes às

letras maiúsculas com a média dos valores referente às letras minúsculas como representado

pela Equação 18.

44DA/a Efeito a

zyxwvuts

Equação 18

44DB/b Efeito b

zyvuxwts

Para avaliar se as modificações tem influência na robustez é necessário calcular o

desvio padrão das diferenças (SDi) através da Equação 19.

Equação 19

O estudo de estabilidade visa determinar se um analito mantém-se quimicamente

inalterado numa dada matriz sob condições específicas, em determinados intervalos de tempo.

Page 81: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 2 81

Assim, é fundamental avaliar a estabilidade das soluções padrões, estabilidade da amostra

após ciclos de congelamento/descongelamento, em temperatura ambiente e também nas

condições de análise.

Antes de realizar experimentos de validação ou mesmo análises de amostras, deve-se

avaliar se o sistema utilizado para a análise é capaz de fornecer dados de qualidade aceitável.

Assim, algumas recomendações sobre os parâmetros avaliados estão representados na Tabela

2.5.

Tabela 2.5 - Parâmetros cromatográficos recomendados durante a validação.

Parâmetro Recomendação

Fator de retenção (k) k > 2, o sinal referente ao analito dever estar

separado do sinal referente ao tempo morto e

possíveis interferentes.

Número de pratos (N) Em HPLC recomenda-se um valor maior que

2000 pratos na coluna analítica.

Fator de separação (α) α > 1

Fator de alargamento (TF) TF < 2

Assimetria (As10 %) As10 % < 2

Resolução cromatográfica (Rs) Rs > 1,50 para picos com intensidade similar

e com assimetria próxima de 1,00.

Rs > 2,00 para os demais casos.

Page 82: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br
Page 83: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 3

Determinação de fluoxetina e norfluoxetina em

plasma humano por HPLC-UV utilizando a técnica

de SPE com sorvente C18 sintetizado com

precursores de sílica de baixo custo

Page 84: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br
Page 85: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 3 85

3.1 Introdução

Como já discutido no Capítulo 2, materiais baseados em sílica podem ser obtidos por

diferentes metodologias. Neste sentido, de acordo com o método utilizado a sílica pode ser

classificada com do tipo A, no qual possui uma baixa pureza em relação a presença de metais;

sílica tipo B que possui uma pureza elevada e usa principalmente precursores alcoxissilanos; e

sílica tipo C que possuem a alta pureza da sílica tipo B, porém são polímeros híbridos.

Atualmente, há uma crescente vertente na qual sílica de alta pureza (sílica tipo B) tem sido

empregada em métodos de preparo de amostra, principalmente em SPE. Entretanto o custo

dos reagentes alcoxissilanos comparados com os precursores da sílica tipo A (silicato de

sódio) são muito elevados. Assim, dependendo da aplicação, é economicamente vantajoso

empregar suportes baseados em sílica tipo A, mesmo que seja necessária uma purificação

prévia dos reagentes. A Tabela 3.1 apresenta a comparação de preços e pureza entre os

precursores de sílica obtidos através de catálogo online da empresa Sigma-Aldrich. (120)

3.2 Fármacos antidepressivos

Fluoxetina (FLX) é uma fenoxi-fenil-propalamina que pertence à classe dos inibidores

seletivos de recaptação da serotonina (5-hidroxitriptamina, 5-HT) e tem se destacado

mundialmente no tratamento de transtornos psiquiátricos (depressão) e também de outras

síndromes, tais como a bolimia nervosa, ansiedade, distúrbios alimentares, síndrome do

pânico e desordem obsessiva-compusiva. (121)

Tabela 3.1 – Custo estimado dos precursores de sílica.

Reagente Quantidade Preço estimado (R$)a

TEOS 99,999 % 1 L 7020,00

TEOS 99,0 % 1 L 410,00

TEOS 98,0 % 1 L 297,00

TMOS 98,0 % 1 L 1630,00

Silicato de sódio em solução - grau reagente 1 L 114,00

Silicato de sódio sólido - grau reagente 1 kg 106,00

a Valor obtido no dia 12/11/2012

Page 86: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 3 86

A FLX é administrada pela via oral e, posteriormente, metabolizada no fígado

formando o metabólito ativo norfluoxetina (NFLX), também conhecido como

desmetilfluoxetina, a qual é a molécula da FLX que sofreu o processo de desmetilação

(desmetilfluoxetina).

A dose utilizada de FLX para o tratamento da depressão varia de 20 - 40 mg por dia e

seus níveis terapêuticos abrangem a faixa de 50 a 300 ng mL-1

. Esses fármacos apresentam

uma eliminação lenta no organismo, pois a meia-vida da FLX é de 1 a 3 dias quando utilizada

em administração aguda e de 4 a 6 dias em usos crônicos. Já a NFLX apresenta uma meia-

vida de 9 a 16 dias tanto no uso agudo quanto no crônico. Assim, o uso crônico da FLX leva a

significante acumulação de espécies ativas. Estudos tem revelado que a administração de 40

mg por dia de FLX num período de 30 dias fornece uma concentração plasmática de FLX e

NFLX na faixa de 91 – 302 ng mL-1

e 72 – 258 ng mL-1

respectivamente.

Como característica química, a FLX apresenta um log P de 4,05, pKa de 8,7. Já a

NFLX apresenta um pKa no valor de 9,37. A Figura 3.1 apresenta a estrutura química da FLX,

NFLX e CLO (padrão interno).

Diferentes métodos analíticos estão disponíveis na literatura para análise de fluoxetina

em plasma. A maioria dos métodos utiliza a técnica de HPLC empregando a detecção por

ultravioleta (UV), arranjo de diodos (DAD), fluorescência (FLD) ou espectrometria de massas

(MS). Entre as técnicas de preparo de amostra, os trabalhos tem relatado o uso de LLE, SPE,

SPME, SBSE, LPME, in-tube SPME em diferentes modos de operação (off-line e online por

exemplo). (5, 122-131)

Figura 3.1 - Estrutura química da fluoxetina (1), norfluoxetina (2) e clomipramina (3) -

padrão interno.

O NCH3

F3C

HO NH2

F3C

N

N

CH3

CH3

1 2 3

Page 87: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 3 87

3.3 Objetivos

O objetivo desta parte da tese foi sintetizar um suporte cromatográfico baseado em

sílica pelo método sil-gel empregando precursores de sílica de baixo custo (silicato de sódio).

Posteriormente, após a funcionalização com grupamento C18 monofuncional e caracterização

química, a fase extratora foi utilizada no desenvolvimento do método de extração em fase

sólida (SPE) para a análise de fluoxetina e seu metabólito, norfluoxetina, em plasma humano

utilizando o sistema HPLC-UV. Finalmente, o método foi validado e aplicado em amostras

reais de plasma. Além disso, uma comparação do desempenho da extração da fase

desenvolvida foi realizada com fases disponíveis comercialmente.

3.4 Parte experimental

3.4.1 Materiais e reagentes

Silicato de sódio em solução (28 % SiO2) (Sigma-Aldrich, Alemanha) foi utilizado

com fonte de silica. Ácido clorídrico (Fluka, Suíça), ácido fórmico (Synth, Brasil), hidróxido

de amônio (Fluka, EUA) e etanol (Tedia, EUA), todos grau reagente foram utilizados sem

purificação adicional. Acetonitrila e metanol, ambos da Tedia (EUA) e grau HPLC foram

usados no trabalho. A água ultrapura foi fornecida pelo sistema Elga Purelab Ultra

(Inglaterra). Resina de troca catiônica Amberlite IR-120 na forma H+ foi adquirida da Synth

(Brasil). A separação granulométrica foi realizada com peneiras da marca Granutest (Brasil).

Para funcionalização das partículas de sílica foram usados tolueno (Mallinckrodt, Mexico),

imidazol (Mallinckrodt, EUA), piridina (Merck, Alemanha), dimetilamina (Merck,

Alemanha) e octadecildimetilclorosilano (ODS) (Aldrich, EUA).

Os padrões analíticos de fenantreno, antraceno e criseno foram adquiridos da Supelco

(Alemanha) e os padrões de fluoxetina (FLX), norfluoxetina (NFLX) e clomipramina (CLO)

foram adquiridos da Sigma (Alemanha).

3.4.2 Síntese e caracterização das partículas C18

3.4.2.1 Preparação de partículas de sílica

Page 88: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 3 88

Em um béquer de 100 mL foi adicionado 40 mL de silicato de sódio em solução (SiO2

28 %) e completado com água ultrapura para volume final de 150 mL. Essa solução foi

percolada em uma coluna cromatográfica aberta (50 cm x 2 cm) preenchida com resina de

troca catiônica Amberlite IR-120 na forma H+ com o uso da gravidade. O eluato foi recolhido

e apresentou um pH igual a 2,6. Utilizando solução de NH4OH 1,0 M, o pH da solução foi

ajustado para 4,5. A solução foi transferida para uma vasilha de plástico com tampa na qual se

iniciou a formação do polímero. Após a gelificação, o hidrogel ficou 3 dias em repouso. Após

esse período, o hidrogel foi lavado com água ultrapura e posteriormente com EtOH. O

hidrogel foi inserido na estufa com temperatura de 40ºC por 24 horas. Em seguida, a

temperatura foi aumentada gradativamente num período de 24 h até atingir a temperatura de

100°C e permaneceu nesta temperatura durante 24 h.

Após esse processo as partículas de sílica sintetizadas foram classificadas de acordo

com seu diâmetro em peneiras com aberturas de malhas específicas. As partículas com

diâmetro entre 38 e 72 µm foram recolhidas e utilizadas nos experimentos seguintes.

3.4.2.2 Funcionalização das partículas de sílica

Em um balão de duas bocas acoplado ao condensador Friedrich sob atmosfera de

nitrogênio foi adicionado 10 g da sílica com tamanho de partículas entre 38 – 72 µm em 50

mL de tolueno. Em seguida foi adicionado 1,7 g de imidazol dissolvido em 3 mL de tolueno e

posteriormente 5,4 g de ODS em 10 mL de tolueno. O sistema ficou em refluxo por 5 horas

com aquecimento por banho de óleo. As partículas de sílica funcionalizadas foram filtradas e

lavadas com 20 mL de tolueno, metanol, metanol:água (1:1) e metanol. A sílica foi seca em

estufa a temperatura de 120ºC.

3.4.2.3 Caracterização físico-química

A morfologia das partículas foi analisada por microscopia eletrônica de varredura

(MEV) (Zeiss-Leica/440) operando a 20 kV e as amostras foram recobertas com uma fina

camada de ouro. A área superficial e o diâmetro do poro foram medidos pela isoterma de

adsorção/dessorção de nitrogênio a 77K (Quantachrome Instruments) pelo método Braunaer-

Emmett-Teller (BET). Análise elementar foi realizada em um analisador CHNS-O, modelo

EA 1110 da CE Intruments. Os espectros de infravermelho (FT-IR) foram obtidos de 4000 a

Page 89: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 3 89

400 cm-1

no equipamento Bomem MB-102 empregando disco de KBr para preparar as

amostras.

Espectros de ressonância magnética nuclear (RMN) no estado sólido foram obtidos em

espectrômetro Bruker, modelo Avance III (400 MHz) com rotores de óxido de zircônio de 4

mm, velocidade de rotação de 5 kHz e campo magnético de 9,4 T. Analise de 29

Si RMN

foram adquiridas a 79,46 MHz empregando a técnica de polarização cruzada e rotação no

ângulo mágico (CP/MAS) com largura de pulso (/2) de 5 µs, tempo de contato de 5 ms e

intervalo entre os pulsos de 5 s. A temperatura da análise foi de 20,76°C, o número de scans

foi de 3600 e ácido 4,4-dimetil-4-silapentano-1-sulfônico (= 0 ppm) foi utilizado como

padrão externo dos deslocamentos químicos. Os espectros de RMN 13

C foram adquidos a

100,56 MHz empregando a técnica de polarização cruzada, rotação no ângulo mágico e

supressão das bandas laterais (CP/MAS/TOSS) com largura de pulso (/2) de 5 µs, tempo de

contato de 2 ms e intervalo entre os pulsos de 5 s. A temperatura da análise foi de 21,80°C, o

número de scans foi de 2048 e o adamantano (= 38.48 ppm para o sinal mais intenso) foi

utilizado como padrão externo dos deslocamentos químicos.

3.4.3 Aplicabilidade das partículas de sílica C18 labmade em extração em fase

sólida

3.4.3.1 Preparo das soluções

Soluções estoque de FLX e CLO (padrão interno) foram preparadas em metanol na

concentração de 1000 µg mL-1

e NFLX na concentração de 2 μg mL-1

as quais foram

mantidas em freezer para conservação. Essas soluções foram diluídas para soluções

intermediárias de FLX, NFLX e CLO a , μg mL-1

.

Soluções trabalho de FLX e NFLX a 5,0, 1,0 e 0,3 µg mL-1

foram preparadas a partir

das soluções intermediárias. Essas soluções foram usadas para fortificar as amostras de

plasma usadas no processo de validação.

3.4.3.2 Tratamento das amostras de plasma

As amostras de plasma humano foram centrifugadas a 11178 g por 5 minutos e

filtradas através de membrana hidrofílica de policarbonato ( ,2 μm 13 mm). Para atingir as

Page 90: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 3 90

concentrações desejadas dos fármacos, alíquotas da solução trabalho de FLX, NFLX e CLO

foram transferidas para frascos do tipo eppendorf, secas sob fluxo de nitrogênio e

ressuspensas em 500 µL de plasma isento dos analitos estudados. As amostras foram

homogenizadas no ultrassom por 5 minutos e diluídas com água ultrapura para volume final

de 1 mL.

A extração da FLX, NFLX e CLO foi realizada utilizando seringas plásticas de SPE

com capacidade de 1 mL contendo 100 mg da sílica C18 sintetizada (labmade) entre os frits

de polipropileno com 20 µm de abertura da malha . Os cartuchos preparados no laboratório

foram condicionados com 3 mL de metanol e 3 mL de água ultrapura. Após esta etapa, 1 mL

da amostra diluída foi percolada pelo cartucho de extração. O clean up foi realizado com 3

mL de água e 3 mL de uma mistura H2O:ACN (80:20). Posteriormente os cartuchos foram

secos sob pressão reduzida por 3 minutos. Os analitos foram eluídos utilizando 3 mL de uma

solução de metanol contendo 0,2 % de ácido fórmico. O eluato foi evaporado a secura com

fluxo de nitrogênio e temperatura do banho à 40°C. Por fim, os analitos foram reconstituídos

em 500 µL da fase móvel, as amostras foram homogenizadas em vórtex por 20 s, transferidas

para vials e colocadas no amostrador automático do HPLC no qual 10 µL da amostra foram

injetadas no equipamento.

3.4.3.3 Método cromatográfico

O sistema de cromatografia líquida consistiu de um HPLC série Prominence 20A da

Shimadzu (Kyoto, Japão). O sistema consistiu de duas bombas LC-20AD, um amostrador

automático SIL-20A, um forno cromatográfico CTO-20A, um detector UV SPD-20A e uma

controladora CBM-20A. O software LC-Solution (Shimadzu) controlou os módulos do

sistema cromatográfico.

Os fármacos foram separados em uma coluna analítica NST C18 (2,1 mm x 150 mm x

5 µm) com vazão de 0,2 mL min-1

em modo isocrático. A fase móvel de separação foi

composta de uma mistura 50:50, v/v de ACN:H2O. A fase aquosa era composta por acetato de

amônio (10 mM) e TEA (3,6 mM) tamponados em pH 5,40 com ácido acético. A temperatura

da coluna foi mantida a 35°C e o detector foi ajustado a 226 nm.

Page 91: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 3 91

3.4.3.4 Validação do método

O método para análise de FLX e NFLX em plasma humano através de SPE off-line e

HPLC-UV foi validado segundo critérios aceitos pela comunidade científica. Os parâmetros

de validação selecionados foram: especificidade, linearidade, limite de detecção e

quantificação, precisão e exatidão intra e inter-dias, recuperação absoluta, efeito matriz e

robustez do método.

A seletividade do método foi avaliada através da análise de amostra de plasma livre

dos fármacos estudados (branco) em três réplicas e observando a presença ou não de

interferentes no tempo de retenção dos fármacos.

A linearidade foi avaliada através das curvas analíticas construídas por calibração

externa e padronização interna, realizando a fortificação do plasma e submetendo as amostras

ao processo de extração e análise cromatográfica. Cinco níveis de concentração (15, 50, 100,

250 e 500 ng mL-1

) em quintuplicatas foram utilizados na construção da curva analítica

totalizando um n = 25 para cada fármaco analisado. Em todos os ensaios utilizou-se CLO na

concentração de 500 ng mL-1

como padrão interno. O coeficiente de determinação (r2) e a

equação linear de regressão (y = ax + b) foram calculados pelo método dos mínimos

quadrados. O limite de detecção (LD) foi estabelecido como sendo três vezes a amplitude do

ruído da linha de base e o limite de quantificação (LQ) como sendo no mínimo dez vezes a

amplitude do ruído da linha de base.

A precisão intra-dia foi avaliada em triplicata em três níveis diferentes 15 ng mL-1

(baixo), 100 ng mL-1

(médio) e 500 ng mL-1

(alto) em dois dias diferentes, e a precisão inter-

dia foi avaliada com os resultados dos dois dias de coleta dos dados. Os resultados destes

ensaios foram expressos em desvio padrão relativo (DPR). Analogamente ao ensaio de

precisão, foi calculada a exatidão intra e inter-dia, nos mesmos níveis e os resultados foram

apresentados em percentagem de desvio.

A recuperação foi determinada por meio de análises de amostras de plasma fortificado

com FLX e NFLX (baixo, médio e alto) em triplicata. Os valores obtidos foram expressos

como percentagem da quantidade extraída.

O efeito matriz do método foi avaliado realizando a comparação das áreas relativas

dos fármacos no extrato obtido da matriz e em solvente.

A robustez do método foi avaliada no modo univariado no qual quatro parâmetros

(vazão da fase móvel, temperatura do forno, percentagem de solvente orgânico na fase móvel

e comprimento de onda) foram verificados em dois níveis de variação.

Page 92: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 3 92

3.4.3.5 Determinação do fármaco em amostras de plasma humano

A aplicabilidade do método foi demonstrada na determinação de FLX e NFLX em

amostras de plasma de pacientes sob tratamento de FLX. As amostras doadas foram mantidas

congeladas antes de sua análise.

3.5 Resultados e discussão

3.5.1 Síntese e caracterização da sílica C18

A Figura 3.2 exemplifica o esquema geral utilizado na síntese da fase extratora sílica

C18 empregando precursor de baixo custo. O silicato de sódio em solução apresenta um

grande número de átomos de sódio e também de outros metais devido sua baixa pureza. A

utilização de resina hidrogeniônica para eliminação de metais do silicato de sódio é necessária

para promover uma maior homogeneidade na superfície da sílica, além de evitar o aumento da

acidez dos silanois devido a presença de metais incorporados na rede polimérica da sílica.

Assim, foi realizada a remoção dos metais percolando a solução de silicato de sódio em uma

coluna aberta contendo resina hidrogênionica. Um ponto importante nesta etapa da síntese é o

controle do pH no experimento. A solução de silicato de sódio apresenta pH próximo de 12 e,

a medida que ocorre a troca dos átomos metálicos desta solução com o hidrogênio da resina

catiônica, há uma diminuição do pH. O processo de polimerização do ácido silícico para a

formação do hidrogel ocorre rapidamente com pH entre 5 e 7. Se durante a remoção de metais

mportante

Figura 3.2 – Esquema geral da síntese da sílica C18.

Page 93: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 3 93

da solução o pH atingir essa faixa crítica, ocorre a polimerização do ácido silícico dentro da

coluna e, portanto, seu entupimento. Assim, é importante manter o pH do eluente próximo a 2

no qual a solução aquosa de ácido silícico apresenta uma maior estabilidade e, portanto,

demanda de um maior tempo para polimerização.

O eluente da coluna cromatográfica contendo o ácido silícico (Si(OH)4) apresentou pH

2,6 e esta solução foi ajustada ao pH 4,5 para promover a formação da rede polimérica da

sílica. Após a formação do hidrogel, o mesmo ficou em repouso por três dias para reforçar a

ligação dos siloxanos (SiO2) e, também, a resistência mecânica do material.

Após a secagem do material as partículas de sílica apresentaram distribuição

granulométrica na faixa de 0,5 – 110 µm. Assim, para a utilização dessas partículas com fase

extratora, foi necessário separar as partículas por faixas de diâmetro empregando peneiras

com abertura de malhas específicas. Partindo de 120 mL de silicato de sódio foi possível

sintetizar aproximadamente 25 g de sílica na faixa de 38 - 72 µm para serem utilizadas como

fase extratora em SPE (Figura 3.3). Aproximadamente 10 g da sílica passaram pela peneira

com a malha de 38 µm (Figura 3.4), entretanto não foi utilizada esta fração de material para os

demais experimentos.

Para fins comparativos, foi sintetizado partículas de sílica sem a remoção dos metais.

Assim, a solução silicato de sódio teve seu pH ajustado para 2 utilizando HCl para a formação

do ácido silícico. Posteriormente, o pH foi elevado para 4,5 com hidróxido de amônio e,

consequentemente, o hidrogel foi formado e todas as etapas seguintes foram realizadas

conforme citado anteriormente.

Figura 3.3 – MEV das partículas de sílica obtidas para SPE na faixa de 38 - 72 µm

Page 94: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 3 94

Figura 3.4 – MEV das partículas de sílica obtidas abaixo de 38 µm

conforme citado anteriormente. Como resultado, as partículas obtidas não apresentaram a

mesma homogeneidade que as partículas sintetizadas através da remoção dos metais (Figura

3.5).

Pela análise de EDS da partícula de sílica podemos observar a presença de átomos de

silício e oxigênio no material (Figura 3.6). A ausência do sinal de sódio vem em concordância

com o processo de troca catiônica realizado com o precursor silicato de sódio em solução. O

preparo do suporte foi realizado 4 vezes e o material final apresentou características similares.

Assim, o método de preparo possui repetibilidade.

Após o preparo do suporte cromatográfico, as partículas foram submetidas a

funcionalização com o grupamento C18 monofuncional. Antes da reação, as partículas foram

ativadas em estufa a 120°C por 24 h para remoção de moléculas de água da superfície da

sílica para aumentar a eficiência da etapa de funcionalização.

Figura 3.5 – MEV das partículas de sílica obtidas sem a remoção dos metais.

Page 95: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 3 95

Figura 3.6 – EDS das partículas de sílica obtidas para SPE na faixa de 38 - 72 µm.

Foi avaliada a funcionalização empregando três aminas diferentes (imidazol, piridina e

dietilamina) como catalisadores da reação. A quantidade de carbono adicionada quimicamente

a superfície das partículas de sílica foi mensurada através de análise elementar e os resultados

encontram-se na Tabela 3.2. Podemos observar que as partículas de sílica sem a

funcionalização apresentam quantidades de carbono em sua estrutura praticamente nula e após

a funcionalização as quantidades inseridas variaram de 19 a 24 % de carbono confirmando a

eficiência no processo de funcionalização.

Para a funcionalização de uma maior quantidade de sílica, foi utilizado como

catalisador o imidazol. Como resultado, o material obtido apresentou 22,3 % de carbono em

sua estrutura.

A fase extratora foi caracterizada por espectroscopia de infravermelho (Figura 3.7). A

banda larga e intensa na região de 1300 a 1000 cm-1

é atribuída ao estiramento assimétrico Si-

O-Si, o pico na região de 950 cm-1

ao estiramento assimétrico Si-OH e aquele em 790 cm-1

dsafds

Tabela 3.2 – Análise elementar das partículas de SPE labmade.

SPE labmade - 38-72 µm

Linha

%C %H %N

1 Sem funcionalização 0,06 2,46 -

2 C18 - imidazol 23,92 5,15 -

3 C18 - piridina 20,18 4,65 -

4 C18 - dietilamina 19,38 4,36 -

0 2 4 6 8 1 0E n e r g y ( k e V )

0

1 0 0 0

2 0 0 0

3 0 0 0

4 0 0 0

C o u n t s

O

S i

Page 96: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 3 96

Figura 3.7 - Espectro de infravermelho da sílica pura e sílica C18. Bandas: (1) O-H, (2) C-H,

(3) O-H, (4) Si-O-Si, (5) Si-OH, (6) Si-O e (7) Si-O.

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 50040

50

60

70

80

90

7

% T

ran

smit

ân

cia

Número de onda (cm-1)

Silica C18

Silica

1

23

4

5 6

e 470 cm-1

ao estiramento simétrico Si-O. A banda larga na região 3500 cm-1

, é atribuída aos

estiramentos do grupo silanol. Observa-se também em torno de 1644 cm-1

a deformação O-H.

Após a reação de funcionalização com ODS, podemos observar o aparecimento de banda na

região de 2940 cm-1

referente aos estiramentos de carbono alifático (C-H). Adicionalmente, a

formação da ligação química entre os grupos silanol e ODS promoveu uma redução da banda

atribuída ao estiramento O-H.

A espectroscopia de RMN assim como o FT-IR é uma ferramenta utilizada para

verificar a estrutura da sílica e os grupos presentes na fase estacionária. A investigação por

esta técnica auxilia na caracterização das espécies presentes na sílica, visto que, por

infravermelho essa diferenciação é dificultosa. A sílica pura apresenta-se em unidades

tetraédricas unidas por grupos siloxano (Q4) e sua superfície pode apresenta silanois geminais

(Q2), que são dois grupos OH ligados em um átomo de silício, e também silanois isolados e

vicinais (Q3) que são um grupo OH ligado em um átomo de silício (Figura 3.8).

No espectro de RMN/CP/MAS 29

Si da sílica antes do processo de funcionalização

(Figura 3.9A) podemos observar que o sinal em -111,99 ppm é atribuído a espécie Q4,

característica para todo material baseado em sílica. O sinal em -103,09 ppm e 93,59 são

referentes a espécie Q3 e Q

2, respectivamente. A Figura 3.9B representa o espectro de

29Si

após a funcionalização da sílica com ODS. Podemos observar a presença das espécies Q2, Q

3

ddsf

Page 97: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 3 97

Figura 3.8 – Nomenclatura das espécies de sílica. Silício ligado ao carbono (M); silanol

geminal (Q2); silanol isolado (Q

3) e siloxano (Q

4).

Si

Si

OH

OH

O Si

CH3

CH3

CH2 RSi

OH

OHSiO

O

O

O

M Q2 Q4Q3

Figura 3.9 – Espectro de 29

Si RMN/CP/MAS da sílica sintetizada antes da funcionalização

(A) e após a funcionalização (B).

SPE 1.esp

40 20 0 -20 -40 -60 -80 -100 -120 -140 -160

Chemical Shift (ppm)

-11

1.9

9

-10

3.0

9

-93

.59

SPE 2.esp

40 20 0 -20 -40 -60 -80 -100 -120 -140 -160

Chemical Shift (ppm)

-11

2.1

9

-10

3.0

9

-93

.39

12

.13

M

Q2

Q4

Q3

Q2Q4

Deslocamento químico (ppm)

Deslocamento químico (ppm)

A)

B)

Q3

Page 98: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 3 98

e Q4 e também o surgimento de um sinal em 12,13 ppm, atribuído ao átomo de silício ligado

ao grupamento C18 monofuncional (M).

O espectro de 13

C RMN/CP/MAS/TOSS foi utilizado para confirmar a estrutura

química da sílica C18 monofuncional (Figural 3.10). O carbono C ’ apresenta deslocamento

químico no campo alto do espectro (0,00 ppm) devido a blindagem contra o campo

magnético. Os sinais em 18,50 e 23,99 ppm são atribuídos aos carbonos C1 e C2/C17

respectivamente. O carbonos C3 e C16 aparecem em campo mais baixo do espectro, com sinais

em 34,68 ppm e 32,95 ppm. O sinal mais intenso em 30,92 ppm é referente aos carbonos

centrais (C4-15) ao longo da cadeia octadecil. Esse deslocamento químico dos carbonos

centrais indica que a cadeia carbônica encontra-se na posição desordenada, na qual ocorre

uma rápida troca desses carbonos entre as conformações trans e gauche. (132) Quando a

cadeia carbônica possui a conformação trans predominante, um deslocamento químico em

torno de 33 ppm é esperado para os carbonos centrais. Contudo, quando os carbonos estão em

conformação desordenada ocorre uma mudança na blindagem eletrônica dos átomos de

químico

Figura 3.10 – Espectro de 13

C RMN/CP/MAS/TOSS da sílica C18 sintetizada.

SPE 3.esp

50 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 -5 -10 -15 -20

Chemical Shift (ppm)

0.0

0

18

.50

23

.99

30

.92

32

.95

34

.68

SiO

CH3

CH3

CH2 CH2 CH2 (CH2)12 CH2 CH2 CH3

C3

C16

C2 C17

C1C1'

C1' C2C1 C3

C4-15 C16C17

C4-15

C18

Deslocamento químico (ppm)

Page 99: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 3 99

carbono e um deslocamento químico de 2 – 3 ppm é esperado para a região de campo alto do

espectro (aproximadamente 30,5 ppm).

3.5.2 Avaliação da fase extratora

A avaliação da extração da fase C18 sintetizada foi realizada com hidrocarbonetos

policíclicos aromáticos (HPAs ou PAHs, sigla em inglês (polycyclic aromatic hydrocarbon))

para avaliar a capacidade de extração de compostos não polares. Os PAHs são compostos

orgânicos semivoláteis formados em processos de combustão a alta temperatura. (133) O

processo de queima incompleta de materiais orgânicos, que contém cadeias carbônicas em sua

estrutura, é a principal fonte de emissão de PAHs. As principais fontes são a queima de

combustível fóssil em processos industriais, motores de automóveis, sistemas de aquecimento

domésticos (com carvão mineral ou gás butano), incineração de resíduos domésticos e

industriais, fumaça de cigarros e refinarias de petróleo. Ainda várias fontes naturais, incluindo

a queima de biomassa em florestas e erupções vulcânicas são consideradas emissoras de

PAHs.

Os PAHs constituem uma família de compostos caracterizada por possuírem dois ou

mais anéis aromáticos condensados, e tem recebido muita atenção nos últimos anos devido ao

fato de que muitos compostos desse grupo são potentes carcinógenos. A Figural 3.11

apresenta a estrutura dos três PAHs empregados no processo de extração.

Para o processo de extração, 100 mg da fase extratora foi inserida no cartucho de

extração. Posteriormente, a fase foi condicionada com metanol (3 mL) e água ultrapura (3

mL). Em seguida, 10 mL de água ultrapura fortificada com PAHs (50 ng mL-1

) foram

percoladas pelo cartucho e, posteriormente, os analitos foram eluidos com 2 mL da

acetonitrila. Após a evaporação com fluxo de nitrogênio em banho de gelo para minimizar a

analitos

Figura 3.11 – Estrutura química dos PAHs. (1) fenantreno, (2) antraceno e (3) criseno.

1 2 3

Page 100: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 3 100

perda dos PAHs, os analitos foram reconstituídos em 1 mL da fase móvel (ACN:H2O, 65:35,

v/v) e um volume de 10 µL foi injetado no HPLC 20A da Shimadzu. Assim, o processo de

extração forneceu um fator de concentração de 10 vezes para os analitos. A coluna

cromatográfica utilizada foi a uma NST C18 (150 mm x 2,1 mm, 5 µm) com vazão de 0,2 mL

min-1

com eluição isocrática. O forno cromatográfico operou a 30°C e o comprimento de onda

monitorado foi o 254 nm.

Para efeito comparativo, os padrões de PAHs na concentração de 500 ng mL-1

foram

analisados no sistema cromatográfico. A Figura 3.12 apresenta os cromatogramas da injeção

do padrão dos PAHs com a amostra de água fortificada. O experimento foi realizado em

triplicata e a comparação entre as áreas dos dois cromatogramas mostra que a recuperação dos

PAHs variou entre 71 e 85 %.

3.5.3 Aplicação das partículas labmade na análise de antidepressivo

3.5.3.1 Desenvolvimento do método de análise

Fase extratora baseada em sílica C18 é interessante para a extração de compostos

secundárias

Figura 3.12 – Perfil cromatográfico da separação dos PAHs em solvente (vermelho) e após a

extração em água (preto). Ordem de eluição: fenantreno (1), antraceno (2) e criseno (3).

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20

0

2

4

6

8

10

Ab

sorb

ân

cia

(m

V)

Tempo (min)

Água fortificada

Padrão

1

2

3

Page 101: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 3 101

apolares em matriz polar, tais como o plasma. Adicionalmente, além da interação hidrofóbica

com o C18, a presença de silanois residuais na superfície da sílica favorece interações

secundárias de característica iônica. Assim, compostos contendo grupamento amino podem

interagir com os silanois através de ligações de hidrogênio. Desta forma, os analitos podem

ter sua retenção no cartucho de extração aumentada e, consequentemente, melhores resultados

de recuperação.

Inicialmente, a etapa de extração foi avaliada utilizando água fortificada com FLX,

NFLX e CLO na concentração de 1,0 mg L-1

. Após o condicionamento do cartucho de

extração contendo 100 mg da fase extratora labmade, 1 mL da solução fortificada foi aplicada

e, em seguida os analitos foram eluídos com 3 mL de metanol puro ou metanol contendo 0,2

% de ácido fórmico. O eluato foi evaporado com fluxo de nitrogênio a temperatura de 40°C e

redissolvido em 1 mL da fase móvel (mistura 50:50 de ACN:acetato de amônio (10 mM) +

TEA (3,6 mM) tamponados em pH 5,4 com ácido acético). Uma alíquota de 10 µL foi

injetada no sistema cromatográfico contendo coluna em fase reversa e monitoramento do

comprimento de onda de 226 nm. A Figura 3.13 apresenta o cromatograma da separação dos

fármacos e pode-se perceber que os picos estão bem resolvidos e simétricos. O fator de

retenção dos fármacos obtidos foi adequado (entre 2,8 e 7,5). Assim, o primeiro composto

(NFLX) não eluiu próximo ao tempo morto e o último composto não ficou muito retido na

coluna provocando longo tempo de análise.

Figura 3.13 – Cromatograma da separação cromatográfica da norfluoxetina (1), fluoxetina (2)

e clomipramina (3) na concentração de 1 µg mL-1

.

0 3 6 9 12 15-5

0

5

10

15

Ab

sorb

ân

cia

(m

V)

Tempo (min)

1

2 3

Page 102: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 3 102

A recuperação dos fármacos foi abaixo de 50 % quando se utilizou metanol puro na

etapa de eluição do cartucho de extração. Desta forma, metanol acidificado com ácido

fórmico (0,2 %) foi necessário para promover a diminuição das interações iônicas

secundárias, pois sob condições ácidas, os silanois não se apresentam ionizados facilitando a

remoção dos analitos da fase extratora.

Após a otimização do método de separação, o método de extração foi avaliado

utilizando a matriz plasma fortificada com os fármacos. A influência dos interferentes,

principalmente as proteínas, foi minimizada por meio da diluição da amostra de plasma em

água (50 %). Adicionalmente, a etapa da diluição favoreceu a interação dos fármacos de

interesse (FLX, NFLX e CLO) com a fase extratora C18. Além disso, houve uma redução da

viscosidade da matriz, facilitando a percolação da amostra através do cartucho de extração.

O cromatograma da extração da amostra de plasma apresentou um grande número de

interferentes e, portanto, o desenvolvimento da etapa de clean up se fez necessário. Foram

avaliados metanol:água e acetonitrila:água nas proporções de 10:90, 20:80 e 30:70, v/v como

solventes de lavagem do cartucho. A melhor condição encontrada para conciliar a remoção

dos interferentes sem comprometer a eficiência da extração foi empregando metanol:água na

proporção 20:80, v/v. A Figura 3.14 apresenta o cromatograma referente a extração do branco

de plasma fortificado com os fármacos de interesse. Durante os experimento foi verificado

que a seringa de extração poderia ser utilizada no máximo duas vezes sem comprometer o

processo de extração.

Figura 3.14 – Cromatograma da separação cromatográfica de amostras de plasma com 250

ng mL-1

de norfluoxetina (1) e fluoxetina (2) utilizando a clomipramina (3) como padrão

interno (500 ng mL-1

).

0 2 4 6 8 10 12 14 16

0.0

0.5

1.0

1.5

2.0

2.5

3.0

3.5

4.0

Ab

sorb

ânci

a (m

V)

Tempo (min)

1

2

3

Page 103: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 3 103

3.5.3.2 Validação do método

Após o desenvolvimento da extração por SPE off-line seguida de análise por HPLC-

UV, o método foi validado. A seletividade do método foi avaliada através da análise de

amostras de plasma humano isento dos fármacos estudados. Foi avaliada a presença de

interferentes eluindo no mesmo tempo de retenção da FLX, NFLX ou CLO. A Figura 3.15

apresenta a extração do branco do plasma. Pode-se observar a ausência de interferentes no

tempo de retenção da CLO, contudo, no tempo de retenção da FLX e NFLX houve um

pequeno sinal analítico da matriz. Entretanto, os valores em área desses interferentes são

inferiores a 10 % da área dos fármacos no nível baixo (LQ) e não apresentaram variação entre

diferentes extrações. Assim, a presença desses compostos não influenciou no processo de

validação do método desenvolvido. A linearidade e a faixa de trabalho na análise da FLX e

ldkfjlds

Figura 3.15 – Cromatograma do branco do plasma extraído.

0 2 4 6 8 10 12 14 16

0

1

2

3

4

Ab

sorb

ân

cia

(m

V)

Tempo (min)

Tabela 3.3 - Dados da curva analítica.

Fármaco

Faixa

linear

(ng mL-1

)

Dados da

equação (a, b)

Coeficiente de

determinação

(r2)

LD

(ng mL-1

)

LQ

(ng mL-1

)

FLX 15 - 500 1,01 x 10

-3

8,79 x 10-3

0,98937 4,3 15

NFLX 15 - 500 1,63 x 10

-3

0,0222 0,98861 4,2 15

Page 104: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 3 104

NFLX foi avaliada de 15 a 500 ng mL-1

(Tabela 3.3). Os coeficientes de determinação (r2)

foram maiores que 0,98 para FLX e NFLX, demonstrando haver uma correlação entre

concentração e resposta obtida (Figuras 3.16 e 3.17). Adicionalmente, a linearidade foi

avaliada pela análise do gráfico de resíduos no qual podemos observar que o modelo segue

uma distribuição normal. O LQ foi estabelecido como sendo 15 ng mL-1

com DPR abaixo de

20,0%. O LD para a FLX e NFLX foram estabelecidos como a concentração de 4,3 ng mL-1

e

4,2 ng mL-1

, respectivamente.

Figura 3.16 - Curva analítica e gráfico de resíduos obtidos na análise de FLX em plasma.

0 100 200 300 400 5000.0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

Áre

a r

ela

tiv

a

Concentração (ng mL-1)

0 100 200 300 400 500-0.04

-0.02

0.00

0.02

0.04

0.06

Resí

du

os

Concetração (ng mL-1)

Page 105: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 3 105

Figura 3.17 - Curva analítica e gráfico de resíduos obtido na análise de NFLX em plasma.

Os estudos de precisão e exatidão intra e inter-dia foram realizados nos níveis baixo,

médio e alto da curva analítica. Os resultados destes ensaios estão representados na Tabela 3.4

e 3.5. Foi considerado como limite máximo o valor de 15 % para os experimentos de precisão

e exatidão, exceto para o limite inferior de quantificação (15 ng mL-1

), o qual se admitiu um

valor de até 20%. Analisando esses resultados podemos concluir que o método desenvolvido

apresentou precisão e exatidão adequada.

0 100 200 300 400 5000.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

Áre

a r

ela

tiv

a

Concentração (ng mL-1)

0 100 200 300 400 500

-0.06

-0.03

0.00

0.03

0.06

0.09

0.12

Resí

du

os

Concentração (ng L-1)

Page 106: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 3 106

Tabela 3.4 - Precisões obtidas para o método desenvolvido (n = 3).

Fármacos Níveis

Precisão

intra-dia 1

(DPR %)

Precisão

intra-dia 2

(DPR %)

Precisão

inter-dia

(DPR %)

FLX

Baixo

Médio

Alto

7,85

7,12

8,73

15,05

10,81

7,60

10,75

9,84

10,53

NFLX

Baixo

Médio

Alto

5,12

10,52

11,57

10,47

12,11

10,24

7,60

13,38

10,57

Baixo = 15 ng mL-1

, Médio = 100 ng mL-1

, Alto = 500 ng mL-1

Tabela 3.5 - Exatidões obtidas para o método desenvolvido (n = 3).

Fármacos Níveis

Exatidão

intra-dia 1

(%)

Exatidão

intra-dia 2

(%)

Exatidão

inter-dia

(%)

FLX

Baixo

Médio

Alto

16,83

13,15

13,21

12,99

8,50

1,61

14,91

10,82

7,43

NFLX

Baixo

Médio

Alto

10,45

5,49

4,26

15,06

12,63

3,47

12,75

9,07

3,86

Baixo = 15 ng mL-1

, Médio = 100 ng mL-1

, Alto = 500 ng mL-1

A recuperação do método foi calculada por meio da razão das áreas relativas dos

fármacos que foram fortificados antes do processo de extração e dos padrões fortificados após

a extração de amostras branco. Os resultados deste experimento encontram-se na Tabela 3.6;

os valores de recuperação ficaram entre 86,78 e 105,82 %, sendo considerado um nível

aceitável entre 70 e 120 %.

O efeito matriz se mostra mais evidente quando se utiliza espectrômetros de massas

para a detecção dos analitos de interesse. Entretanto, é importante avaliar este parâmetro

quando se utiliza outros sistemas de detecção como, por exemplo, o UV-vis. Assim, o efeito

matriz foi avaliado realizando a comparação da área relativa dos analitos na presença e na

Page 107: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 3 107

ausência da matriz (Tabela 3.6). Os valores obtidos ficaram próximos de 100 % e, portanto, o

método não apresentou efeito matriz significativo. Desta forma, a curva analítica para este

método poderia ser construída em água.

A robustez do método foi avaliada de forma univariada, ou seja, um parâmetro de cada

vez foi avaliado. A Tabela 3.7 apresenta o resultado da variação de cinco parâmetros (vazão

da fase móvel, temperatura do forno, percentagem de solvente orgânico na fase móvel e

comprimento de onda do detector UV). Os experimentos foram conduzidos no nível médio de

fortificação (100 ng mL-1

),

Tabela 3.6 – Recuperação e efeito matriz para o método desenvolvido (n = 3).

Fármacos Níveis Recuperação

(%)

Efeito matriz

(%)

FLX

Baixo

Médio

Alto

92,84

105,82

101,55

3,98

4,47

1,67

NFLX

Baixo

Médio

Alto

86,78

90,91

92,69

5,19

7,83

4,33

CLO (PI) - 94,53 1,69

Baixo = 15 ng mL-1

, Médio = 100 ng mL-1

, Alto = 500 ng mL-1

Tabela 3.7 - Resultados da avaliação da robustez (n = 3).

Parâmetro avaliado Nível da

variação Variação

Exatidão (%)

FLX NFLX

Vazão da fase móvel

-

0

+

0,18 mL min-1

0,20 mL min-1

0,22 mL min-1

3,15

1,79

1,45

6,84

2,30

4,78

Temperatura do forno

-

0 +

33°C

35°C 37°C

3,56

1,79 2,58

4,82

2,30 3,38

Proporção fase móvel

(ACN:H2O tamponada)

-

0

+

47:53

50:50

53:47

3,51

1,79

12,75

2,98

2,30

7,32

Comprimento de onda

-

0

+

224 nm

226 nm

228 nm

12,54

1,79

9,65

10,78

2,30

11,48

Page 108: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 3 108

fortificação (100 ng mL-1

),sendo a variação de cada parâmetro realizada em um nível abaixo e

um acima do estabelecido no método desenvolvido. Os resultados foram expressos em

percentagem de desvio do valor real (exatidão) e podemos observar que a variação nos

parâmetros avaliados não alteraram os valores de concentração da FLX e NFLX de forma

significativa.

3.5.3.3 Determinação do fármaco em amostras de plasma humano

Após a validação do método, sua aplicabilidade foi demonstrada pelo monitoramento

em nível plasmático de FLX e seu metabólito, NFLX, de pacientes sob tratamento com este

medicamento (20 mg/dia). A Tabela 3.8 apresenta os resultados da análise de seis amostras de

plasma. A Figura 3.18 mostra a comparação dos cromatogramas da amostra número 6 com o

plasma fortificado (250 µg L-1

de FLX e NFLX). As concentrações de FLX e NFLX

encontradas neste trabalho estão em concordância com outros trabalhos relatados na literatura

científica. (5, 131, 134, 135)

3.5.3.3 Estudo comparativo com fases comerciais baseadas em sílica

O desempenho do processo de extração empregando as partículas de sílica C18

labmade foi comparado com duas fases extratoras comerciais baseadas em sílica C18. A

primeira é um sorvente da empresa Alltech o qual possui endcapping e 6 % de carbono na sua

estrutura. O segundo sorvente avaliado foi o Strata C18 da Phenomenex que possui 18 % de

Tabela 3.8 – Concentração de fluoxetina e norfluoxetina em plasma de pacientes sobre

tratamento.

Amostra FLX (ng mL-1

) NFLX (ng mL-1

)

1 48,18 69,47

2 109,36 81,56

3 46,81 48,01

4 61,31 64,15

5 215,51 167,94

6 129,66 181,97

Page 109: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 3 109

Figura 3.18 - Cromatograma do plasma fortificado com 250 µg L-1

de FLX e NFLX e

amostra real com FLX (129,66 ng mL-1

) e NFLX (181,97 ng mL-1

) contendo 500 ng mL-1

de

CLO.

4 6 8 10 12 14 16

0

1

2

3

4

5A

bso

rbân

cia

(mV

)

Tempo (min)

Amostra real

Plasma fortificado

1

2

3

carbono na sua estrutura. As características dos três sorventes avaliados encontram-se na

Tabela 3.9.

As extrações utilizadas para comparação foram feitas em plasma fortificado. A mesma

quantidade de sorvente (100 mg) foi empacotada em tubos de polipropileno e a extração e

análise cromatográfica dos fármacos ocorreu conforme procedimento desenvolvido e

validado. A Tabela 3.10 apresenta os valores de recuperações obtidas com as três fases

extratoras em triplicata. Podemos observar que a fase extratora labmade apresentou valores de

recuperação entre 86,78 e 105,86 %. O intervalo das recuperações obtidas com a fase da

Alltech, quando comparados com a fase labmade, foi maior uma vez que os valores variaram

dfds.

Tabela 3.9 – Característica dos sorventes avaliados.

Sorvente Suporte Carbono

(%) Endcapping

Tamanho

da partícula

(µm)

Área

superficial

(m2 g

-1)

Diâmetro

do poro

(nm)

Labmade C18 Sílica 22 Não 38 - 72 607 4,6

Alltech C18 Sílica 6 Sim 50*

518 6

Strata C18 Sílica 18 Não 55*

500 7

* tamanho médio das partículas.

Page 110: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 3 110

Tabela 3.10 – Comparativo de recuperação utilizando a fase extratora desenvolvida no

trabalho e duas comerciais (n = 3).

Fármacos Níveis Recuperação

labmade C18 (%)

Recuperação

Alltech C18 (%)

Recuperação

Strata C18 (%)

FLX

Baixo

Médio

Alto

92,84

105,82

101,55

125,26

85,65

119,06

83,60

89,91

86,28

NFLX

Baixo

Médio

Alto

86,78

90,91

92,69

116,30

75,02

110,98

89,67

76,99

79,28

CLO (PI) - 94,53 96,47 87,12

Baixo = 15 ng mL-1

, Médio = 100 ng mL-1

, Alto = 500 ng mL-1

entre 75,02 e 125,26 %. Já a fase Strata C18, a qual possui percentual de carbono próxima ao

do sorvente desenvolvido, apresentou um percentual de recuperação inferior (76,99 – 89,91

%).

A Figura 3.19 ilustra a comparação das extrações com as três fases extratoras. Os

picos cromatográficos 1, 2 e 3 representam FLX, NFLX e CLO respectivamente. Podemos

observar.

Figura 3.19 – Comparação da extração de plasma fortificado com diferentes sorventes.

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20

0

1

2

3

4

5

Ab

sorb

ân

cia

(m

V)

Tempo (min)

Labmade C18

Strata C18

Alltech C18

1

2

3

Page 111: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 3 111

observar que nas mesmas condições de extração, o cromatograma referente ao processo de

extração com a fase desenvolvida no laboratório apresentou menos interferentes.

3.6 Conclusão

Suporte cromatográfico baseado em sílica foi obtido utilizando precursores de baixo

custo em conjunto com a reação sil-gel. A purificação com resina catiônica promoveu a

redução de possíveis contaminantes metálicos presentes no precursor silicato de sódio.

Após a funcionalização com grupamento C18, e caracterização físico-química, o

sorvente apresentou bons resultados na extração dos fármacos fluoxetina e norfluoxetina.

A comparação do sorvente desenvolvido com sorventes disponíveis comercialmente

demonstrou resultados similares em termo de recuperação. Entretanto, a extração realizada

com a fase desenvolvida apresentou menor intensidade de picos atribuídos a interferentes.

O método desenvolvido para análise dos fármacos em plasma utilizando preparo de

amostra por SPE off-line com o sorvente sintetizado seguida da análise cromatográfica por

HPLC-UV apresentou resultados adequados para os parâmetros validados.

O método analítico foi aplicado com sucesso em amostras de plasma de pacientes sob

tratamento com fluoxetina.

Page 112: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br
Page 113: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 4

Emprego de MISPE-HPLC-UV na determinação

online de anti-inflamatórios não esteroidais em urina

humana

Page 114: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br
Page 115: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 4 115

4.1 Introdução

4.1.1 Polímero molecularmente impresso

A alta seletividade do reconhecimento biomolecular das interações antígeno-anticorpo,

fármaco-receptor e enzima-substrato, levaram os pesquisadores a desenvolverem linhas de

pesquisa voltadas para o preparo de materiais que atuam como receptores sintéticos com

seletividade para o composto de interesse. Linus Pauling foi um dos grandes pesquisadores a

contribuir com estudos nesta área. (136, 137)

O primeiro trabalho relacionado com a síntese do MIP foi publicado por Polyakov em

1931 relacionando uma mudança na porosidade da sílica gel com a presença de benzeno,

tolueno e xileno como aditivos sintéticos. (138) Já em 1949 Dickey publicou a extração

seletiva do alaranjado de metila, etila, propila e butila usando matriz polimérica de sílica.

(139) De 1930 até 1972 cerca de 40 publicações foram realizadas abordando a impressão

molecular. (140) Entretanto, foi em 1972 com as pesquisas realizadas por Sarhan e Wulff e

também por Takagishi e Klotz que a técnica ganhou destaque. (141, 142) Diferentemente dos

trabalhos anteriores, nos quais a impressão ocorria com precursores inorgânicos, os polímeros

sintetizados nestes dois grupos usaram precursores orgânicos. Contudo, a técnica ganhou

visibilidade e popularidade como material para uso em preparo de amostra após os trabalhos

publicados por Vlatakis e Morbach (143) em 1993 e Sellergren (144) em 1994. O primeiro

demonstrou a aplicabilidade na extração da teofilina e diazepam em soro fortificado, com

resultados comparáveis a técnica de imunoensaio. Já o segundo reportou o uso de

pentamidina-MIP como fase extratora em SPE para a extração e pré-concentração dos analitos

em amostras de urina seguida da dessorção online para o detector de UV. A partir destas

pesquisas, o número de publicações relacionadas com a impressão molecular vem crescendo

ao longo dos anos (Figura 4.1), e a técnica tem se tornando atrativa devido a geração de sítios

de reconhecimento seletivo nos quais uma molécula alvo pode ser facilmente moldada na rede

polimérica durante a síntese.

Podemos também analisar a distribuição das publicações relacionadas com MIP entre

os países onde o pesquisador possui vínculo (Figura 4.2). Em primeiro lugar temos a China

que representa 27 % das publicações nesta área, seguida pelos EUA (15 %) e Japão (10 %) O

Brasil ocupa a 20ª posição com 52 publicações que representa apenas 1 % do total das

publicações nesta área.

Page 116: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 4 116

Figura 4.1 - Número de publicações relacionadas com MIP a partir de 1980.

Fonte: Web of Science. Dia da pesquisa: 19/10/2012 às 11 h. Busca por tópicos utilizando

molecular*, imprint* e polymer* como palavras-chave.

Figura 4.2 - Distribuição das publicações relacionadas com MIP.

Fonte: Web of Science. Dia da pesquisa: 19/10/2012 às 11 h. Busca por tópicos utilizando

molecular*, imprint* e polymer* como palavras-chave.

China

27%

EUA

15%

Japão

10% Suécia

6%

Alemanha

6%

Inglaterra

6%

Espanha

6%

França

3%

Itália

3%

Índia

2%

Brasil

1%

Outros países

15%

Page 117: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 4 117

Na preparação dos MIPs duas estratégias de síntese podem ser empregadas para gerar

interação dos grupos funcionais com as moléculas do template. A primeira envolve a

formação de ligações covalentes reversíveis entre os monômeros do polímero e o template

(Figura 4.3). Essa abordagem tem uma maior seletividade, pois diminui o número de sítios

não seletivos nos materiais poliméricos. Contudo, para a remoção do template do MIP é

necessário uma clivagem das ligações covalentes. Neste tipo de material, a aplicação se torna

restrita, já que não há muitos monômeros funcionais que podem ser utilizados nas sínteses.

(145) Neste método, o template pode ser impresso através de ligações covalentes reversíveis

com derivados de ácido borônico formando ésteres de ácido borônico (Figura 4.4A), ligações

com aldeídos formando bases de Schiff (Figura 4.4B), ou ligações de álcool com

cetonas/aldeídos formando cetais/acetais (Figura 4.4C). (141, 146-148)

Figura 4.3 - Representação das estratégias de impressão covalente e não- covalente.

Fonte: Adaptado de (149).

Figura 4.4 – Representação de sítios seletivos de MIP baseado em ligação covalente

reversível com derivado do ácido borônico (A), aldeídos (B) e alcoóis (C).

B

OH

OH

OH

O

OH

OH

A B C

Fonte: Adaptado de (141, 147, 148).

Page 118: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 4 118

A segunda estratégia de preparo envolve as interações não-covalentes entre os

monômeros e o template. Essas interações podem ser do tipo iônica, hidrofóbica ou ligações

de hidrogênio. Este método de preparo do MIP tem sido o mais utilizado devido a

incorporação e a remoção do template do polímero não envolver a formação e quebra de

ligação química, além de haver uma grande variedade de monômeros funcionais que podem

ser utilizados como sítios seletivos na interação com as moléculas de interesse. Entretanto,

esse método possui menor seletividade, pois ocorre um equilíbrio durante a interação do

monômero com o template no processo de síntese. Assim, é necessário utilizar um excesso de

monômero para garantir a formação do complexo e este fator leva a formação de sítios não

seletivos no MIP causado pela presença de monômeros funcionais livres. (145)

No método de impressão com interações não-covalentes, as matrizes poliméricas

podem ser classificadas em orgânicas, inorgânicas ou híbridas. Grande parte dos trabalhos

relacionados com MIP utilizam matrizes orgânicas. Nesta rota sintética, normalmente são

utilizados monômeros ácidos (ácido acrílico, ácido metacrílico e ácido p-vinilbenzóico) ou

monômeros básicos (vinilpiridina, vinilmidazol e acrilamida) para interagir com a molécula

do template, monômeros de agentes de ligação cruzada (etilenoglicol dimetacrilato, p-

divinilbenzeno, n,n-metileno bisacrilamida) para dar rigidez a estrutura do polímero, um

solvente (ACN, THF, tolueno, clorofórmio) para dissolver o template e os precursores do

polímero, e também um iniciador radicalar de polimeri ação (2,2’-azobisisobutironitrila

(AIBN)) que é ativado por radiação UV ou aquecimento (Figura 4.5). (45, 145)

A propriedade de reconhecimento molecular do MIP é diretamente influenciada pelo

solvente utilizado no processo sintético. Assim, para o bom desempenho do MIP, é necessário

utilizar solventes similares ao empregado na síntese. Portanto, MIPs preparados em meio não

aquoso podem possuir reconhecimento molecular fraco quando aplicado em matrizes aquosas

como, por exemplo, amostras ambientais ou fluídos biológicos. (150)

Uma alternativa para esta problemática é a utilização da tecnologia sol-gel na

preparação do MIP. (151, 152) Neste processo, os materiais sol-gel molecularmente

impressos (molecular imprinted sol-gel materials, MISGMs) incorporam a molécula do

template na estrutura rígida inorgânica ou híbrida (inorgânica-orgânica) do polímero. Os

materiais inorgânicos normalmente são baseados em sílica, zircônia, titânia ou alumina. (153)

Os precursores mais utilizados nesse processo sol-gel são baseados em sílica, utilizando como

material de partida alcóxidos de silício como, por exemplo, o tetrametilortosilicato (TMOS)

ou tetraetilortosilicato (TEOS). No preparo do MIP, a primeira etapa é a hidrólise do

precursor

Page 119: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 4 119

Figura 4.5 – Reagentes tipicamente usados na síntese dos MIPs baseados por interações não-

covalente utilizando precursores orgânicos.

O

OH

O

OH

Ácido acrílico Ácido metacrílico

Monômero funcional

O

O

Ácido p-vinilbenzóico

N

N

4-vinilpiridina 2-vinilpiridina

NNH

4-vinilimidazol

O

NH2

Acrilamida

Agente de ligação cruzada

OO

O

O

NH NH

O O

Etilenoglicol dimetacrilato p-divinilbenzeno n,n- metileno bisacrilamida

Iniciador radicalar

N N

N

N

O

OO

O

2,2'-azobisisobutironitrila Peróxido de benzoíla

N N

N

N

Azobisdimetilvaleronitrila

precursor levando a formação de moléculas com grupos silanois. Em seguida, inicia a reação

de condensação dos grupos silanois e a formação da rede polimérica de sílica. A reação de

hidrólise é catalisada por ácido ou base, e a reação de condensação ocorre simultaneamente

com a hidrólise (Figura 4.6). (154)

Nos polímeros híbridos, o material é formado por uma estrutura orgânica-inorgânica.

as propriedades estruturais dos polímeros podem ser usadas para distinguir e classificar os

mate

Page 120: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 4 120

Figura 4.6 – Representação esquemática da síntese do MIP pelo processo sol-gel.

Fonte: Adaptado de (155).

materiais híbridos. Quando a estrutura final da rede inorgânica é modificada com um grupo

orgânico sem fornecer grupos funcionais capazes de sofrer reações químicas adicionais, o

precursor é classificado como modificador de rede polimérica (Figura 4.7A). Entretanto, se

um grupo funcional reativo é incorporado na rede polimérica, o precursor se torna

funcionalizador de rede (Figura 4.7C). A situação é diferente quando grupos orgânicos são

ancorados na rede polimérica (precursor construtor de rede). Neste caso, a parte orgânica

integra e se torna parte da rede híbrida do material (Figura 4.7B). (77)

No preparo de materiais híbridos pode ser utilizada a rota sol-gel no qual precursor

trialcoxissilano contendo o grupamento orgânico é incorporado na rede polimérica. Os

principais precursores neste processo estão representados na Figura 4.8. Outra estratégia

também utilizada no preparo de materiais híbridos é a combinação de monômeros orgânicos

com os precursores do processo sol-gel (Figura 4.9). (77, 154)

Page 121: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 4 121

Figura 4.7 - Esquema da hidrólise e condensação no processo sol-gel.

Fonte: Adaptado de (77).

Figura 4.8 - Precursores trialcoxissilanos frequentemente usados no processo sol-gel.

Si(OR)3

CH3 Si(OR)3

NH2 Si(OR) 3H Si(OR) 3

CH2

Si(OR)3

N Si(OR) 3CO

O Si(OR) 3CH3

CH2

O

Si(OR) 3O

O

Si(OR) 3(RO)3Si

Page 122: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 4 122

Figura 4.9 - Monômeros orgânicos aplicados na formação de materiais híbridos sol-

gel/orgânico.

O Si(OR) 3CH3

CH2

O

Si(OR)3O

O

OOH

CH3

O

CH2

N

CH2 CH2

NH2CH2 O

As Figuras 4.10 e 4.11 ilustram o esquema geral de síntese de MIP híbrido baseado em

precursor trialcoxisilano (aminofuncionalizado) e a combinação do processo sol-gel com

monômeros orgânicos.

Figura 4.10 – Representação esquemática da síntese de MIP amino funcionalizado.

Fonte: Adaptado de (156).

Page 123: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 4 123

Figura 4.11 – Representação esquemática da síntese de MIP híbrido (orgânico-inorgânico).

Fonte: Adaptado de (157).

Os materiais híbridos tem a vantagem de acumular características tanto dos polímeros

orgânicos como dos polímeros inorgânicos, além de possuir maior compatibilidade com uma

ampla faixa de solventes. (77)

Apesar dos MIPs serem fáceis de preparar, uma das desvantagens desse material está

relacionada com a remoção do template da matriz polimérica após a síntese. Na literatura,

diversas metodologias de extração do template têm sido empregadas; contudo, em alguns

casos, não se consegue a total remoção desses compostos do polímero. Assim, para superar

este problema, muitos trabalhos utilizam estruturas análogas às moléculas de interesse para

ser utilizada como template no preparo do MIP. (158)

Page 124: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 4 124

MIP pode ser sintetizado por diversas metodologias. Os principais métodos sintéticos

são a polimerização em massa (bulk polimerization), polimerização por suspensão

(suspension polimerization), polimerização por enxerto (seed polimerization) e polimerização

por precipitação (precipitation polimerization). (45, 158) Partículas esféricas ou irregulares

são obtidas de acordo com o método escolhido no preparo do MIP. Pelos métodos tradicionais

de preparação dos MIPs (polimerização em massa), os materiais possuem alta seletividade e

afinidade com o template, entretanto possuem baixa acessibilidade das cavidades contendo os

sítios seletivos. Assim, a cinética do processo de adsorção/dessorção é desfavorecida e a

transferência de massa torna-se lenta. Uma solução promissora é a utilização da impressão

molecular na superfície de um suporte. Desta maneira, o MIP com sítios seletivos na

superfície do material melhora a cinética do processo de adsorção/dessorção e a transferência

de massas sem perder a seletividade do processo de extração. (156, 159-161)

4.1.2 Aplicações dos polímeros molecularmente impressos em preparo de amostra

Os MIPs vêm sendo utilizados como fase extratora seletiva de diversas técnicas de

preparo de amostra (SPE, SPME, SBSE, MEPS) em diferentes campos de aplicação

(ambiental, biológica, alimentos, farmacêutica e herbal). (42, 158, 162, 163)

Entre os métodos de preparo de amostra, a aplicação de MIP em SPE, denominada

extração em fase sólida com polímero impresso (molecularly imprinted solid phase extraction

- MISPE), tem sido amplamente utilizada como meio de separação, clean up e pré-

concentração seletiva de analitos em diferentes amostras. MISPE tem demonstrado extrações

mais seletivas quando comparada com fases extratoras convencionais (baseadas em sílica e

poliméricas). (164, 165) Além disso, a facilidade de preparo, baixo custo, robustez química e

física, resistência a alta pressão e temperatura são algumas vantagens que tornam o MIP um

sorvente mais atrativo que os sorventes baseados em imunoafinidade - no qual é difícil a

obtenção de anticorpos, demanda de longo tempo de preparo, é um processo caro e ainda

possui problemas de estabilidade.

MISPE no modo off-line é o método mais comum e empregado para a extração

seletiva dos analitos. Entretanto, como já discutido no capítulo 1, o protocolo online promove

a automação do processo de extração, separação e detecção apenas conectando a coluna de

extração e separação com válvulas de comutação (sistema bidimensional). Aplicações de

MISPE-LC online têm sido demonstradas em matrizes ambientais (água de rio, lago,

subterrânea, residuária e solo) (43, 165-170), biológicas (urina, plasma, e cultura de células)

Page 125: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 4 125

(171-175) e alimentícia (frutas, bebidas e carnes) (176-182). A Tabela 4.1 relata os trabalhos

publicados abordando o acoplamento online entre o MISPE e a LC. O primeiro trabalho

empregando esta característica foi publicado em 1999 (164) e até agosto de 2012,

aproximadamente 54 artigos foram publicados.

4.1.3 Anti-inflamatórios não esteroidais

Os anti-inflamatórios não esteroidais (NSAIDs) são um grupo de compostos muito

usados para o tratamento da dor, inflamação, febre e doenças reumáticas. (183) Além disso,

estudos recentes vêm sendo conduzidos com esses compostos na quimioprevenção do câncer.

(184)

Os NSAIDs estudados neste trabalho foram o cetoprofeno (CET), ibuprofeno (IBU),

fenoprofeno (FEN), flurbiprofeno (FLU) e o naproxeno (NAP) que são fármacos derivados do

ácido arilpropiônico (Figura 4.12).

A ação desses fármacos ocorre através do bloqueio da enzima cicloxigenase (Cox-1 e

Cox-2) que são responsáveis pela produção das prostaglandinas (PGs). (185) As PGs possuem

diversas funções no organismo e uma delas está relacionada com a sensibilidade das vias de

transmissão de dor. Entretanto, as PGs também são responsáveis no processo de proteção do

estômago e coagulação do sangue. Assim, o uso dos NSAIDs pode provocar úlceras no

estômago, e até promover sangramento prolongado após ferimento ou cirurgia devido a

demora na coagulação sanguínea. Além disso, em alguns casos eles estão associados com

insufi

Figura 4.12 - Estrutura química dos NSAIDs estudados.

OH

O

CH3 O

OH

O

CH3

OH

OO

H3C

CH3

F

OH

O

CH3

OH

O

CH3

O

ibuprofeno cetoprofeno

naproxeno flurbiprofeno fenoprofeno (PI)

Page 126: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 4 126

Tabela 4.1 – Métodos de MISPE-LC online.

Template Extração Matriz Online MISPE Método de

separação Detecção Observações Ano Ref

Análise Ambiental

Simazina Triazinas Água com

ácido húmico

55 mm x 2,0 mm

C18

150 mm 4,6 mm

MIP

250 mm x 4,6 mm

5 µm C18 LC-UV MAA/EDMA 1999 (164)

4-nitrofenol 4-nitrofenol Água de rio 10 mm x 3,0 mm 250 mm 4,0 mm

5 µm C18 LC-UV 4-PV/EDMA 2000 (186)

Terbutilazina Triazinas Água de rio

25 mm x 4,0 mm

RAM

25 mm x 4,6 mm

MIP

5,0 mm x 250 mm

5µm C18 LC-MS

MAA/EDMA

LD = 20 – 50 ngL-1 2001 (187)

4-nitrofenol 4-nitrofenol Água de rio 10 mm x 3,0 mm 250 mm x 4,0 mm

5 µm C18 LC-UV 4-PV/EDMA 2002 (188)

4-clorofenol 4-clorofenóis,

4-nitrofenol Água de rio 10 mm x 3,0 mm

250 mm x 4,0 mm

5µm C18 LC-UV

4-PV/EDMA

MAA/EDMA 2003 (189)

p-t-butilfenol

ou

bisfenol A

Bisfenol A Água de rio 10 mm x 4,0 mm 150 mm x 4,6 mm

C18 LC-FLD

4-PV/EDMA

LD = 25 ng L-1

2003 (190)

p-t-butilfenol Bisfenol A Água de lago 30 mm x 4,0 mm 150 mm x 4,6 mm

C18 LC-ECD

4-PV/EDMA

LD = 0,36 ng L-1

2004 (191)

p-t-butilfenol Bisfenol A Água de rio 50 mm x 4,0 mm 4,6mm x 150mm

C18

LC-ECD

LC-UV

4-PV/EDMA

LD = 0,36 ng L-1

2004 (192)

4,4’-

metilenobisfenol Bisfenol A Água de rio NR

150 mm x 4,6 mm

C18 LC-UV

4-PV/EDMA

RAM-MIP 2004 (193)

Pentaclorofenol Pentaclorofenol Esgoto, água

de rio e lago 15 mm x 4,0 mm

250 mm x 4,6 mm

5µm C18 LC-UV

APTES/TEOS

LD = 6 ng L-1

2005 (159)

Page 127: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 4 127

Template Extração Matriz Online MISPE Método de

separação Detecção Observações Ano Ref.

4,4’-

metilenobisfenol Bisfenol A Água de rio 30 mm x 4,6 mm

150 mm x 2,1 mm

C18

LC-MS

LC-DAD

4-PV/EDMA

RAM-MIP

LD = 0,45 ng L-1

2005 (194)

4,4’-

metilenobisfenol e

p-t-butilfenol

Bisfenol A Água de rio 30 mm x 4,6 mm 150 mm x 4,6 mm

C18

LC-ECD

LC-UV

4-PV/EDMA

RAM-MIP

LD = 0,36 ng L-1

2005 (195)

4,4’-

metilenobisfenol Bisfenol A Água de rio 30 mm x 4,6 mm

150 mm x 4,6 mm

C18 LC-UV

4-PV/EDMA

RAM-MIP 2005 (196)

Bisfenol A Compostos

fenólicos Água de rio 50 mm x 4,0 mm

200 mm x 4,6 mm

5µm C18

50 mm x 4,6 mm

C18 monolítica

LC-UV

4-PV/EDMA

MIP monolítico

LD = 60 ng L-1

2006 (197)

6-Cetoecradiol 7β-estradiol Água de rio 30 mm x 4,6 mm 150 mm x 2,1 mm

C18 LC-MS

4-PV/EDMA

RAM-MIP

LD = 1,8 ng L-1

2006 (44)

Irgarol Metiltiotriazina Água de rio 10 mm x 4,0 mm 150 mm x 4,0 mm

C18 LC-MS

TFMAA/EDMA

RAM-MIP

LD = 25 ng L-1

2007 (198)

Tiabendazol Benzimidazóis Água de rio e

torneira 50 mm x 4,0 mm

250 mm x 4,6 mm

5 µm C18 LC-UV

MAA/EDMA

MAA/DVB

LD = 30 – 90 ng L-1

2009 (166)

Ciclobarbital Antiepileticos Água de rio 10 mm x 4,0 mm 150 mm x 2,0 mm

C18 LC-MS

4-PV/EDMA

RAM-MIP

LD = 0,5 – 5 ng L-1

2009 (167)

Estrona Estrona Água de lago 15 mm x 4,0 mm 250 mm x 4,6 mm

C18 LC-UV

APTES/TEOS

LD = 5,7 ng L-1

2009 (43)

Tiabendazol Benzimidazóis Água de rio e

torneira 50 mm x 4,6 mm C18 LC-UV

MAA/DVB

LD = 2,3 – 5,7 ng L-1

2009 (199)

Metribuzina Metribuzina

Solo de

plantação de

milho

15 mm x 4,6 mm 250 mm x 4,6 mm

C18 LC-UV

MAA/EDMA

MIP monolítico

LD = 0,83 µg kg-1

2009 (168)

Page 128: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 4 128

Template Extração Matriz Online MISPE Método de

separação Detecção Observações Ano Ref

MIP comercial Triazinas Solo e água de

torneira

Sorvente

polimérico + MIP

150 mm x 4,6 mm

3,5 µm C18 LC-UV micro-SPE multimodal 2010 (165)

Sudan I Sudan I - IV Água de rio NR 250 mm x 4,6 mm

C18 LC-UV

2-VP/EDMA

LD = 10 – 50 ng L-1

2010 (176)

Clorsulfuron Clorsulfuron Água de

superfície 15 mm x 4,0 mm

250 mm x 4,6 mm

C18 LC-UV

Liquido iônico

vinilimidazol/EDMA

LD = 1 ng L-1

2011 (169)

Bisfenol A Bisfenol A Água de rio 30 mm x 4,6 mm 150 mm x 4,6 mm

C18 LC-FLD

EDMA

RAM-MIP

LD = 90 µg L-1

2011 (170)

Análise de fluidos biológicos

Simazina Triazinas Urina

55 mm x 2,0 mm

C18

150 mm 4,6 mm

MIP

250 mm x 4,6 mm

5 µm C18 LC-UV MAA/EDMA 1999 (164)

Naproxeno Ibuprofeno Plasma de rato 10 mm x 4,0 mm 150 mm x 4,6 mm

C18 LC-UV

4-VP/EDMA

RAM-MIP

LD = 50 µg L-1

2000 (200)

Tramadol Tramadol Plasma

humano

25 mm x 4,0 mm

RAM

25 mm x 4,6 mm

MIP

125 mm x 4,0 mm

5 µm CN LC-FLD MAA/EDMA 2001 (201)

Propranolol β-bloqueadores Plasma de rato 10 mm x 4,0 mm 150 mm x 6,0 mm

5 µm ES-PhCD LC-FLD

MAA/EDMA

RAM-MIP

LD = 12,5 µg L-1

2003 (202)

Verapamil Verapamil e

metabólitos

Cultura de

células, urina e

plasma

25 mm x 4,0 mm

RAM

40 mm x 4,0 mm

MIP

125 mm 4,0 mm

5 µm C18 LC-MS

MAA/EDMA

LD = 5 µg mL-1

2004 (171)

Page 129: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 4 129

Template Extração Matriz Online MISPE Método de

separação Detecção Observações Ano Ref

Cafeína Cafeína Urina Cartucho de

polipropileno 250 mm x 4,6 mm LC-UV MAA/EDMA 2004 (177)

Carbaril Carbaril e

1-naftol Plasma de rato 50 mm x 4,6 mm

50 mm x 4,6 mm

5µm C18 LC-UV

MAA/EDMA

LD = 1 µg L-1

2006 (203)

Bupivacaína Ropivacaína,

bupivacaína

Plasma

humano 20 mm x 2,0 mm

50 mm x 4,6 mm

5 µm C18 LC-UV

MAA/EDMA/HEMA

LD = 2,5 – 5 µmol L-1

2007 (204)

Alfuzosina Alfuzosina Plasma 20 mm x 2,0 mm 150 mm x 4,6 mm

5µm C18 LC-UV

MAA/EDMA

LQ = 15 µg L-1

2008 (205)

Norfloxacina Enrofloxacina,

ciprofloxacina Urina 15 mm x 3,2 mm

4,6mm x 250mm

5µm C18 LC-UV

HEMA/EDMA

MIP monolítico

LD = 10 – 12 µg L-1

2009 (173)

Dextrometorfano Dextrometorfa

no

Plasma

humano

Cartucho

polipropileno

250 mm x 4,6 mm

5 µm C18 LC-DAD

MAA/EDMA

LD = 0,12 µg L-1

2011 (174)

MIP comercial NNAL Urina 19 mm x 0,5 mm 100 mm x 2 mm

5 µm C18 LC-MS LQ = 20 ng L

-1 2011 (175)

Análise de alimentos

Simazina Triazinas Maça

55 mm x 2,0 mm

C18

150 mm 4,6 mm

MIP

250 mm x 4,6 mm

5 µm C18 LC-UV MAA/EDMA 1999 (164)

Cafeína Cafeína Café e bebidas Cartucho

polipropileno 250 mm x 4,6 mm LC-UV MAA/EDMA 2004 (177)

Carbaril Carbaril e

1-naftol Maça 50 mm x 4,6 mm

50 mm x 4,6 mm

5µm C18 LC-UV

MAA/EDMA

LD = 1 µg L-1

2006 (206)

Page 130: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 4 130

Template Extração Matriz Online MISPE Método de

separação Detecção Observações Ano Ref

Ocratoxina A Ocratoxin A Vinho tinto

Frit 0,5 µm

, 94” i..d.

,25 ” o.d.

, 62”

comprimento

250 mm x 4,6 mm

5 µm C18 LC-FLD

Pirrol/nanotubos de

carbono

LD = 12 ng L-1

2006 (178)

Sudan I Sudan I Pimenta 15 mm x 4,0 mm 150 mm x 4,6 mm

C18 LC-UV

APTES/TEOS

LD = 1,2 ng L-1

2007 (207)

Sulfametazina Sulfonamidas Músculo de

porco e frango 15 mm x 4,0 mm

250 mm x 4,6 mm

5 µm C18 LC-UV

APTES/TEOS

LD = 4,6 - 7,3 ng L-1

2008 (208)

Ractopamina Ractopamina Carne de

porco 15 mm x 4,0 mm

250 mm x 4,6 mm

C18 LC-FLD

APTES/TEOS

LD = 4,5 ng L-1

2009 (209)

Enrofloxacina Enrofloxacina Carne de peixe

e frango 15 mm x 4,0 mm

250 mm 4,6 mm

C18 LC-FLD

APTES/TEOS

LD = 8 ng L-1

2009 (179)

Tetraciclina Tetraciclinas Leite e mel 100 mm x 4,6 mm 150 mm x 4,6 mm

5 µm C18 LC-UV

MAA/EDMA

MIP monolítico

LD = 10,2 – 18,8 µg L-

1

2009 (210)

Oxitetraciclina e

clortetraciclina Tetraciclinas

Lagosta, leite e

mel 10 mm x 4,6 mm

150 mm x 2,1 mm

5 µm C18 LC-UV MAA/TRIM 2010 (181)

Sulfametazina Sulfonamidas Leite bovino 40 mm x 4,6 mm 250 mm x 4,6 mm

5µm C18 LC-UV

MAA/EDMA

RAM-MIP

LD = 0,2 – 0,8 µg L-1

2010 (211)

Para-red Para-red Molho de

tomate 15 mm x 4,0 mm

250 mm x 4,6 mm

C18 LC-UV

APTES/TEOS

LD = 6,6 ng L-1

2010 (212)

Sudan I Sudan I - IV

Tomate,

molho de

tomate e

salsicha

NR 250 mm x 4,6 mm

C18 LC-UV

2-VP/EDMA

LD = 10 – 50 ng L-1

2010 (176)

Page 131: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 4 131

Template Extração Matriz Online MISPE Método de

separação Detecção Observações Ano Ref

Sudan IV Sudan IV Pimenta 15 mm x 4,0 mm 150 mm x 4,6 mm

C18 LC-UV

APTES/TEOS

LD = 2,3 ng L-1

2010 (213)

Ácido 3-metil-

quinoxalina-2-

carboxílico

1,4-dioxido-

quinoxalina-

Músculo de

porco 15 mm x 4,0 mm

250mm x 4,6 mm

C18 LC-UV

APTES/TEOS

LD = 20 – 40 ng kg-1

2011 (214)

Oxitetraciclina e

clortetraciclina Tetraciclinas Ovo 10 mm x 4,6 mm

150 mm x 2,1 mm

5 µm C18 LC-DAD

MAA/TRIM

LD = 0,8 – 1,3 µg kg-1

2011 (180)

2,4-diamino-6-

undecil-

1,3,5-triazina

Ciromazina e

melamina Leite 50 mm x 4,6 mm

150 mm x 4,6 mm

5µm C18 LC-UV

MAA/EDMA

MIP monolítico

LD = 50 – 120 µg L-1

2011 (215)

β-naftol Estrogênios Leite NR 250 mm x 4,6 mm

C18 LC-UV

CyD/MBAA

LD = 1 – 8 µg kg-1

2012 (182)

Análise farmacêutica e herbal

Atropina Atropina e

escopolamina

Medicamento

gastrointestina

l

10 mm x 4,0 mm 150 mm x 4,6 mm

SCX LC-UV

TFMAA/EDMA

LD = 1 – 8 µg L-1

2005 (172)

l-tetraidropalmatina dl-tetraidropal

matina

Raiz da

Corydalis

yanhusuo

50 mm x 4 mm 200 mm x 4,6 mm

5 µm C18 LC-UV

MAA/EDMA

MIP monolítico 2006 (216)

trans-resveratrol

trans-

resveratrol e

emodina

Raiz da

Polygonum

cuspidatum

150 mm x 4,6 mm 150 mm x 4,6 mm

5 µm C18 LC-UV

4-VP/EDMA

LD = 10 µg L-1

2008 (217)

Propil galato Ácido

protocatecuico

Extrato da

Radix Salviae

Miltiorrhizae

50 mm x 4,6 mm 250 mm x 4,6 mm

5 µm C18 LC-MS 4-VP/EDMA 2012 (218)

Page 132: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 4 132

insuficiência renal, sonolência, tontura, náusea, diarreia e falta de apetite. Esses compostos

também diminuem a ação de compostos diuréticos e atuam na inibição de fármacos utilizados

no tratamento da hipertensão. (219, 220) Assim, é importante o desenvolvimento de métodos

de monitoramento desses compostos em fluidos biológicos.

A determinação desses compostos em fluidos biológicos pode ser realizada pela coleta

de sangue ou de urina. A escolha pela via urinária para a determinação desses fármacos na

rotina laboratorial é vantajosa, visto que é um método de coleta não invasivo quando

comparada com a via sanguínea. Na urina, os NSAIDs são excretados na forma inalterada,

metabolizada (oxidada) e conjugada com o ácido glucorônico. Na literatura, existem diversos

métodos propostos para a determinação dos NSAIDs em matriz biológica com fases

extratoras tradicionais. (219, 221-223) Alguns trabalhos também foram publicados utilizando

a tecnologia de impressão molecular nessas determinações; entretanto, grande parte dos

artigos realiza a determinação de apenas um composto de interesse. (200, 224-228) Além

disso, a maioria dos métodos bioanalíticos desenvolvidos utilizam muitas etapas de extração,

e isto torna o método muito trabalhoso, com diversas fontes de erro e contaminação, além de

prolongar o tempo total de análise. Assim, os métodos online são uma opção vantajosa por

minimizar essas desvantagens. Uma busca na literatura revelou que apenas um trabalho foi

publicado utilizando MISPE-LC online na determinação de NSAIDs. Adicionalmente, o

trabalho relata a síntese do MIP empregando monômeros orgânicos e utilizando o naproxeno

como template para a análise de ibuprofeno em plasma de rato. (200)

4.2 Objetivos

Primeiramente o objetivo deste trabalho foi sintetizar um polímero amino-

funcionalizado seletivo para a extração de cinco NSAIDs. Em seguida o objetivo foi

desenvolver um método de análise automatizado, simples e rápido através do sistema online

utilizando column switching para analisar amostras de urina com o mínimo de preparo de

amostra. Por fim, o método foi validado e aplicado em amostras reais de urina.

4.3 Experimental

4.3.1 Reagentes

Page 133: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 4 133

Silica gel 60 (Merck, Darmstadt, Alemanha) com 63-200 µm foi utilizada como

suporte de polimerização do MIP. Para a síntese do polímero foram utilizados trietoxissilano

(TEOS), aminopropiltrietoxissilano (APTES) da Aldrich (Steinheim, Alemanha) e

etiltrietoxissilano (ETEOS) da Gelest (Morrisville, EUA). Ácido acético glacial

(Mallinckrodt, Xalostoc, México), acetonitrila e metanol, ambos da Tedia (Fairfield, EUA)

foram usados no trabalho. A água ultrapura foi fornecida pelo sistema Milli-Q da Millipore

(Bedford, EUA).

Os padrões analíticos de ibuprofeno (IBU), fenoprofeno (FEN), naproxeno (NAP),

cetoprofeno (CET), flurbiprofeno (FLU), fluoxetina e norfluoxetina foram adquiridos da

Sigma (Steinheim, Alemanha). A cafeína proveniente da Alfa Aesar (Heysham, Reino Unido)

e o ácido acetilsalicílico da Synth (Diadema, Brasil).

4.3.2 Síntese do MIP

Primeiramente, 5 g de sílica gel foram ativadas por refluxo com 60 mL de HCl 5 mol

L-1

por 12 h; posteriormente, a sílica ativada foi filtrada, lavada com água ultrapura e secada

em estufa a 120°C por 24 h.

Para preparar o MIP de ibuprofeno, 300 mg de ibuprofeno foram dissolvidos em 5 mL

de metanol, sendo adicionados 2 mL de APTES e 30 µL de ETEOS a mistura. A solução foi

agitada magneticamente e refluxada por 20 minutos. Depois, 4 mL de TEOS foram

adicionados, permanecendo a agitação por 10 minutos. Por fim, 1 g de sílica ativada e 1 mL

de ácido acético 1 mol L-1

foram adicionados a mistura. A reação permaneceu a temperatura

ambiente por 24 h.

O produto foi lavado com metanol para remover resíduos dos reagentes e secado em

estufa a 100°C por 12 h. O MIP foi triturado e o template removido por refluxo em soxhlet

utilizando metanol contendo 5 % de ácido acético por aproximadamente 200 ciclos de

extração. O polímero controle (NIP) foi sintetizado conforme procedimento anterior, porém

sem a adição do ibuprofeno.

4.3.3 Caracterização do MIP

A morfologia das partículas do MIP foi analisada por microscopia eletrônica de

varredura (MEV) (Zeiss-Leica/440) operando a 20 kV e as amostras foram recobertas com

Page 134: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 4 134

uma fina camada de ouro. A área superficial e o diâmetro do poro foram medidos pela

isoterma de adsorção/dessorção de nitrogênio a 77K (Quantachrome Instruments) pelo

método Braunaer-Emmett-Teller (BET). Os espectros de infravermelho (FT-IR) foram

obtidos de 4000 a 400 cm-1

no equipamento Bomem MB-102 empregando disco de KBr para

preparar as amostras.

4.3.4 Preparo da coluna MIP

As partículas do MIP foram empacotadas em tudo de aço inoxidável com 4,6 mm de

diâmetro interno e 20 mm de comprimento utilizando frit de 2 µm. O empacotamento foi

realizado empregando uma bomba LC-20AD e metanol como solvente propulsor.

4.3.5 Método cromatográfico

O sistema de cromatografia líquida online com column switching consistiu de um

HPLC série Prominence 20A da Shimadzu (Kyoto, Japão). O sistema consistiu de três

bombas LC-20AD, um amostrador automático SIL-20A, um forno cromatográfico CTO-20A,

um detector UV SPD-20A e uma controladora CBM-20A. As bombas, o amostrador e o

detector foram acoplados a uma válvula seletora de seis vias e duas posições. O software LC-

Solution (Shimadzu) controlou os módulos do sistema cromatográfico e também a válvula

seletora.

Neste trabalho foi empregada uma coluna MIP para extração (4,6 mm x 20 mm) e uma

coluna analítica NST C18 (2,1 mm x 150 mm x 5 µm) para realizar a análise online dos

analitos. A Figura 4.13 detalha as colunas cromatográficas conectadas a válvula seletora

dentro do forno cromatográfico. A extração online foi avaliada no modo de injeção foreflush e

backflush. No modo foreflush a eluição dos analitos acontece no mesmo sentido da vazão de

extração (Figura 4.14). Já no modo blackflush a eluição acontece em sentido contrário à vazão

de extração (Figura 4.15). A bomba A operou como bomba analítica com vazão de 0,2 mL

min-1

utilizando MeOH: H2O (70:30) 0,2 % de ácido acético como fase móvel em modo

isocrático. A temperatura do forno foi mantida a 35°C e o comprimento de onda monitorado

durante os experimentos pelo detector de UV foi de 220 nm. Já as bombas B e C operaram

como bombas do processo de extração. A bomba B possuía H2O 0,05 % de ácido acético e a

bomba

Page 135: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 4 135

Figura 4.13 - Fotografia do sistema online. A) Vista completa do arranjo online dentro do

forno cromatográfico e B) ampliação da válvula de seis vias e da coluna de extração.

A B

Figura 4.14 - Configuração do sistema online para eluição no modo foreflush.

Coluna

analítica (C18)

((C18)

Coluna de

extração (MIP)

Page 136: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 4 136

Figura 4.15 - Configuração do sistema online para eluição no modo backflush.

bomba C, MeOH 0,5 % de ácido acético. O volume injetado pelo amostrador automático foi

de 5 µL. A Tabela 4.2 apresenta a sequencia de eventos otimizados na análise online.

4.3.6 Preparo das soluções padrões para a validação

Soluções estoque de CET, NAP, FLU, IBU e FEN (PI) foram preparadas em MeOH

na concentração de 1000 µg mL-1

. Soluções de trabalho de CET, NAP, FLU e IBU a 250 e 25

µg mL-1

, e FEN a 400 µg mL-1

foram preparadas a partir das soluções estoque. Essas soluções

foram usadas para fortificar as amostras de urina usadas no processo de validação. As

soluções estoque foram mantidas em freezer, e as soluções de trabalho sob refrigeração a 4°C.

Para atingir as concentrações desejadas, alíquotas da solução trabalho foram

transferidas para frascos do tipo eppendorf, secas sob fluxo de nitrogênio e ressuspensas em 1

mL de urina branco. As amostras foram homogenizadas no ultrassom por 5 minutos, diluídas

com água ultrapura em igual volume (50:50, v/v), centrifugadas a 10955 g por 5 minutos e

transferidas para frascos (vials) apropriados que foram levados ao amostrador automático do

HPLC.

Page 137: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 4 137

Tabela 4.2 - Eventos realizados durante as etapas de preparo de amostra e separação

cromatográfica.

Tempo (min) Evento

0,00 Válvula seletora na posição 1

0,00 Amostrador faz a injeção da amostra

0,00 – 23,00 Vazão Bomba A em 0,2 mL min-1

0,00 – 7,00 Vazão total das bombas B/C em 0,2 mL min

-1

Solvente da bomba B = 100 %

5,00 Válvula seletora na posição 2

7,00 Válvula seletora na posição 1

8,00 – 17,00 Vazão total das bombas B/C em 1 mL min-1

9,00 – 12,00 Solvente da bomba C = 100 %

14,00 – 22,00 Solvente da bomba B = 100 %

18,00 Vazão total das bombas B/C em 0,2 mL min-1

22,00 Sistema finaliza a corrida cromatográfica

4.3.7 Validação do método

Os seguintes parâmetros foram avaliados na validação do método: seletividade,

sensibilidade, linearidade, precisão e exatidão intra e inter-dias, recuperação, limite de

detecção e quantificação, reprodutibilidade intralaboratorial, efeito matriz, interferentes, efeito

da diluição da amostra e robustez. Na validação foram seguidas as recomendações da RE n°

899 da ANVISA. (116) Entretanto, alguns parâmetros não abordados mais profundamente

nesta resolução, foram avaliados seguindo recomendações de outras agências. (117, 119)

Amostra de branco de urina foram coletadas de 7 indivíduos sadios, sendo então

preparado um pool de urina o qual foi utilizado na validação da metodologia. A seletividade

do método foi avaliada realizando a injeção em quintuplicada da urina sem adição do

fármaco.

A linearidade foi avaliada através das curvas analíticas construídas em quintuplicatas

em seis níveis de concentração (0,5, 3, 6, 9, 12 e 15 µg mL-1

) totalizando um n = 30 para cada

Page 138: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 4 138

fármaco analisado. O limite de detecção (LD) foi estabelecido como sendo três vezes a

amplitude do ruído da linha de base e o limite de quantificação (LQ) como sendo no mínimo

dez vezes a amplitude do ruído da linha de base.

A precisão intra-dia foi avaliada em quintuplicata em três níveis diferentes (baixo (0,5

µg mL-1

), médio (9 µg mL-1

) e alto (15 µg mL-1

)) em dois dias consecutivos, e a precisão

inter-dia foi avaliada com os resultados dos dois dias de coleta dos dados. Os resultados

destes ensaios foram expressos em desvio padrão relativo (DPR).

Similarmente ao ensaio de precisão, foi calculada a exatidão intra e inter-dia, nos

mesmos níveis e os resultados foram apresentados em percentagem de desvio.

A reprodutibilidade intralaboratorial foi realizada em três níveis diferentes (baixo,

médio e alto), sendo realizadas seis injeções para cada nível. O primeiro conjunto de amostras

fortificadas foi realizado nas condições padrões do método. O segundo conjunto foi realizado

por outro analista, e o terceiro conjunto alterando a temperatura da sala do equipamento. A

seguir foram calculados os valores de precisão e exatidão do ensaio.

A eficiência da extração foi avaliada através da recuperação absoluta (níveis médio e

alto) e da recuperação relativa (níveis baixo, médio e alto).

O efeito matriz do método foi avaliado realizando a injeção de seis amostras branca de

urina fortificada no nível baixo e alto da curva analítica em sextuplicata de doadores

individuais. Nesta etapa não se utilizou o pool de amostra branco de urina. Os resultados

foram expressos em DPR e percentagem de desvio do valor real.

O efeito de memória (carry over) foi avaliado realizando a injeção do nível mais alto

da curva cromatográfica (15 µg mL-1

), e em seguida, a injeção do branco da urina.

A robustez foi avaliada pelo teste de Youden usando um planejamento fatorial

fracionário no qual é avaliada a influência de sete variáveis em dois níveis diferentes (Tabela

4.3). As letras maiúsculas representam os valores nominais ou padrão do método

desenvolvido, e as letras minúsculas as variações a serem estudadas. Assim, neste teste são

realizados oito experimentos de forma aleatória com a combinação fatorial dos parâmetros

avaliados e verifica-se qual o efeito ou combinações de efeitos que influenciam no resultado

final (Tabela 4.4).

Assim, foi avaliada a influência dos sete parâmetros em relação à concentração dos

analitos, tempo de retenção, fator de retenção e fator de retenção relativo.

O ensaio para avaliar a influência de interferentes na análise foi realizado fortificando

urina com cafeína (30 µg mL-1

), nicotina (15 µg mL-1

), ácido acetilsalicílico (15 µg mL-1

),

fluoxetina (1 µg mL-1

) e norfluoxetina (1 µg mL-1

).

Page 139: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 4 139

Tabela 4.3 - Fatores avaliados na robustez do método.

Efeito Condição Nominal Variação

Temperatura do forno (°C) 35 A 37 a

Vazão da bomba analítica (mL min-1

) 0,20 B 0,18 b

Proporção de MeOH na fase móvel (%) 70 C 67 c

Ácido acético na fase móvel (%) 0,20 D 0,25 d

Vazão da bomba de extração (mL min-1

) 0,20 E 0,15 e

Comprimento de onda do detector (nm) 220 F 222 f

Ácido acético na água de carregamento (%) 0,05 G 0,10 g

Tabela 4.4 - Matriz de Youden.

Efeito Combinação dos parâmetros

Exp. 1 Exp. 2 Exp. 3 Exp. 4 Exp. 5 Exp. 6 Exp. 7 Exp. 8

A/a 35 35 35 35 37 37 37 37

B/b 0,20 0,20 0,18 0,18 0,20 0,20 0,18 0,18

C/c 70 67 70 67 70 67 70 67

D/d 0,20 0,20 0,25 0,25 0,25 0,25 0,20 0,20

E/e 0,20 0,15 0,20 0,15 0,15 0,20 0,15 0,20

F/f 220 222 222 220 220 222 222 220

G/g 0,05 0,10 0,10 0,05 0,10 0,05 0,05 0,10

RESULTADO s t u v w x y z

O estudo da estabilidade dos fármacos reproduziu as condições reais de manuseio e

análise das amostras. Foi avaliada a estabilidade dos analitos nas soluções estoque e

intermediária, após ciclos de congelamento e descongelamento, em armazenagem de curta

duração (temperatura ambiente) e longa duração (congelamento), e também no pós-

processamento das amostras. As determinações foram realizadas fortificando a urina isenta

dos analitos nos níveis baixo e alto da curva analítica. Foram utilizadas três amostras para

cada nível e as análises foram feitas em duplicatas.

Page 140: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 4 140

4.3.8 Determinação dos fármacos em amostras de urina

Após o método ter sido validado, foi aplicado em amostras de urina de voluntários

saudáveis que administraram uma única dose oral de comprimidos contendo cetoprofeno 100

mg, naproxeno 250 mg e ibuprofeno 200 mg. As amostras de urina dos voluntários foram

coletadas em três períodos de tempo (2-4 h, 6-8h e 10-12h) e, posteriormente, armazenadas

em geladeira a 4°C. Para a quantificação dos fármacos na forma livre em urina, foi realizada a

adição do padrão interno seguida da análise pelo método desenvolvido e validado.

A determinação dos NSAIDs na forma desconjugada (acil-glucoronídeo) foi realizada

pela adição 100 µL de NaOH 1,0 M em 500 µL de urina contendo o padrão interno em tubo

de 1,5 mL. A solução ficou em temperatura ambiente por 1,5 h para a hidrólise dos fármacos.

Posteriormente, a urina hidrolisada foi neutralizada com 100 µL de HCl 1,0 M e o volume foi

completado para 1 mL seguida da análise pelo método desenvolvido e validado.

Amostras de controle de qualidade (CQ) foram preparadas para avaliar o desempenho

do método e a validade dos resultados das amostras desconhecidas analisadas. Foram

preparadas quatro amostras de CQ: CQ do limite inferior (CQ-LIQ (0,5 µg mL-1

)), CQ de

baixa concentração (CQB (1,5 µg mL-1

)), CQ de média concentração (CQM (6 µg mL-1

)) e

CQ de alta concentração (CQA (12 µg mL-1

)). Os CQs foram intercalados com a análise de

amostras.

4.4 Resultados e discussão

4.4.1 Preparo e caracterização do MIP

A Figura 4.16 representa o esquema reacional sugerido para o preparo do MIP. Após a

mistura dos precursores poliméricos com o template (ibuprofeno) ocorre a formação de um

complexo polímero-template. Após a reação de hidrólise e condensação catalisada por ácido

há a formação da rede polimérica de sílica amino-funcionalizada na superfície das partículas

de sílica gel. Os grupamentos amino e silanol estão fixados na estrutura do polímero e

interagem com o template. Após a remoção do template por soxhlet, há a formação de uma

cavidade que possui sítios seletivos para o ibuprofeno e estruturas análogas a ele.

Na Figura 4.17 temos imagens da MEV das partículas de sílica gel e do MIP

sintetizado. Podemos observar que antes do preparo do MIP as partículas de sílica apresentam

Page 141: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 4 141

superfície lisa e, após o recobrimento destas partículas com o MIP, elas se apresentaram

rugosas. Pelo método BET, as partículas do MIP apresentaram área superficial de 64 m2 g

-1 e

um diâmetro médio dos poros de 2,6 nm, enquanto o material usado como suporte

cromatográfico apresentou área superficial de 550 m2 g

-1 e diâmetro médio dos poros de 6 nm

de acordo com especificações do fabricante.

Figura 4.16 - Esquema sugerido para a preparação do MIP.

CH3

CH3

CH3

O

OH

Si

O

O

O

Et

Et

Et

N H

H

Si

CH3

O

O

O

Et

Et

Et

+

MeOH,

CH3

CH3

CH3

O

OH

Si

O

O

O

Et

Et

Et

N

H

H

Si

O

O

O

Et

Et

Et

N

H

H

Si

CH3

O

O

O

Et

Et

Et

TEOS,

HAc,

silica

CH3

CH3

CH3

O

OH

CH3

CH3

CH3

O

OH

Si

O

O

ON

H

H

Si

O

O

O

Si

N

H

HOSi

O

Si

OSi

O Si

CH3

SiH3

CH3

CH3

OSi

O

OSi

CH3

CH3CH3

Si

CH3

CH3

CH3

O

O

O

Si

CH3

CH3 Si

CH3

CH3CH3

CH3

CH3

Si

CH3

O

O

O

Si

Si

Si

OSi

O

O

Si

H H

H

H

Si

O

O

Si

H

CH3 CH3

CH3

O

O

Si

CH3 CH3

O

SiO

O

O

SiCH3

O

Si

CH3CH3

OCH3

CH3

CH3

CH3

CH3

CH3

CH3Si

O

O

ON

H

H

Si

O

O

O

Si

N

H

HOSi

O

Si

OSi

O Si

CH3

SiH3

CH3

CH3

OSi

O

OSi

CH3

CH3CH3

Si

CH3

CH3

CH3

O

O

O

Si

CH3

CH3 Si

CH3

CH3CH3

CH3

CH3

Si

CH3

O

O

O

Si

Si

Si

OSi

O

O

Si

H H

H

H

Si

O

O

Si

H

CH3 CH3

CH3

O

O

Si

CH3 CH3

O

SiO

O

O

SiCH3

O

Si

CH3CH3

OCH3

CH3

CH3

CH3

CH3

CH3

CH3

ETEOS APTES

Figura 4.17 - Imagem de MEV da superfície da sílica ativada (A) e do MIP sintetizado (B).

Page 142: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 4 142

Os polímeros sintetizados também foram caracterizados por análise na região do

infravermelho. Para confirmar a presença dos modificadores na superfície da sílica, os

espectros da sílica ativada, MIP e NIP estão na Figura 4.18. Podemos observar que as bandas

em 1103 cm-1

e 935 cm-1

são atribuídas às vibrações Si-O-Si e Si-O-H, respectivamente. Já as

bandas presentes em 796 cm-1

e 470 cm-1

são referentes às vibrações Si-O. As vibrações das

hidroxilas presentes na estrutura da sílica (O-H) apresentam bandas na região de 3433 cm-1

e

1627 cm-1

. Todas essas bandas apresentadas são características da estrutura polimérica da

sílica e estão presentes na sílica gel, MIP e NIP.

A confirmação da polimerização do APTES e ETEOS na superfície da sílica gel é a

presença de bandas atribuídas às vibrações da ligação N-H em 3357 cm-1

e 1598 cm-1

e

também a presença de ligações C-H com bandas em 2933 cm-1

nos sorbentes MIP e NIP. As

bandas dessas vibrações nos dois materiais apresentaram localização e intensidades similares.

Assim, estes resultados sugerem que os grupos modificadores da sílica foram

polimerizados e ancorados na superfície da sílica ativada após a síntese do MIP do

ibuprofeno.

4.4.2 Separação cromatográfica

Primeiramente foi realizada a otimização da separação cromatográfica dos cinco

NSAIDs. Nesta etapa utilizou-se LC-UV no modo unidimensional, com a coluna em fase

reversa C18, sendo a temperatura do forno mantida a 35°C, o volume injetado do padrão (1,0

µg mL-1

) foi de 10 µL, a vazão da fase móvel foi de 0,2 mL min-1

e o comprimento de onda

monitorado foi de 220 nm. Nestas condições foi avaliado qual o solvente orgânico a ser

utilizado na fase móvel. Na Figura 4.19 temos os cromatogramas da separação dos compostos

utilizando ACN e MeOH na fase móvel. Ao utilizar ACN, observamos que o cetoprofeno e o

naproxeno coeluem, ou seja, nesta condição de análise não há seletividade entre esses dois

compostos e o fator de separação (α) é igual a , . Provavelmente o uso de uma percentagem

baixa de ACN na fase móvel na condição inicial e, posteriormente, um gradiente de solvente,

promoveria uma melhor resolução entre esses dois compostos. Entretanto, isso aumentaria o

custo de uma bomba adicional no sistema online. Além disso, a fase móvel inicial seria o

solvente de eluição dos analitos da coluna de extração (MIP) e uma baixa percentagem do

solvente orgânico poderia não eluir completamente os compostos, prejudicando o método.

Page 143: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 4 143

Figura 4.18 - Espectro de Infravermelho da sílica gel, MIP e NIP. Bandas: (1) O-H, (2) N-H,

(3) C-H, (4) O-H, (5) N-H, (6) Si-O-Si, (7) Si-OH, (8) Si-O e (9) Si-O.

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500

10

20

30

40

50

60

70

80

90

9

6

% T

ran

smit

ân

cia

Número de onda (cm-1)

Silica gel

1

4

7

8

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 50010

15

20

25

30

35

40

45

9

% T

ran

smit

ân

cia

Número de onda (cm-1)

MIP

2

3

1

4 5

6

7

8

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 50010

15

20

25

30

35

40

45

50

95

% T

ran

smit

ân

cia

Número de onda (cm-1)

NIP

2 3

1

4

6

7

8

Page 144: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 4 144

Figura 4.19 - Cromatograma da separação dos fármacos utilizando acetonitrila e metanol

como fase móvel. Ordem de eluição: cetoprofeno (1), naproxeno (2), fenoprofeno (3),

flurbiprofeno (4) e ibuprofeno (5).

0 2 4 6 8 10 12

0

10

20

30

ACN:H2O (60:40) 0,2 % ácido acético

Ab

sorb

ân

cia

(m

V)

Tempo (min)

1+2

34 5

0 2 4 6 8 10 12 14 16

0

10

20

30

MeOH:H2O (70:30) 0,2 % ácido acético

Ab

sorb

ân

cia

(m

V)

Tempo (min)

1

2

34 5

Assim, uma das maneiras de alterar o fator de separação para o cetoprofeno e o

naproxeno foi trocando a ACN por MeOH na fase móvel. Utilizando MeOH:H2O (70:30 v/v)

com 0,2 % de ácido acético com fase móvel no modo isocrático, realizou-se a separação

cromatográfica dos cinco compostos de interesse, podendo assim, realizar a quantificação de

todos os analitos utilizando o detector UV.

Page 145: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 4 145

Após a otimização da fase móvel, ainda no arranjo unidimensional, foi avaliado o

tempo na qual a válvula seletora ficaria na posição de carregamento para que os interferentes

presentes na urina fossem eliminados. A Figura 4.20 apresenta o cromatograma da injeção de

5 µL de urina na coluna MIP. Podemos observar que o tempo de cinco minutos foi suficiente

para garantir a extração dos analitos e promover um clean up da amostra.

Após essa etapa, o HPLC foi rearranjado para o modo online por column switching e

as condições de análise foram otimizadas conforme apresentado na Tabela 4.2. Como

solvente de extração e clean up foi utilizado água ultrapura com 0,05 % de ácido acético, e

para evitar efeito de memória, após a eluição dos analitos para a coluna analítica, foi realizada

uma limpeza da coluna MIP com metanol 0,5 % de ácido acético.

Neste trabalho foi avaliada a possibilidade de realizar o modo foreflush e backflush de

eluição. A Figura 4.21 mostra a comparação dos cromatogramas nos dois modos de eluição.

Os dois modos apresentaram separação cromatográfica adequada para análise. No modo

foreflush, os picos cromatográficos foram ligeiramente mais estreitos em relação ao modo

backflush, contudo, o sinal cromatográfico foi maior no modo backflush.

Na continuidade do trabalho, o modo backflush foi escolhido para realizar as análises;

a Tabela 4.5 apresenta os parâmetros cromatográficos para os NSAIDs nas condições

otimizada de análise.

Figura 4.20 - Cromatograma da injeção direta da urina na coluna MIP no arranjo

unidimensional.

0 1 2 3 4 5 6

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

1 2 3 4 5 6

0

10

20

30

40

50

Ab

sorb

ân

cia

(m

V)

Tempo (min)

Page 146: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 4 146

Figura 4.21 - Cromatograma da urina fortificada com os fármacos no modo de injeção

foreflush e backflush. Ordem de eluição: Cetoprofeno (1), Naproxeno (2), Fenoprofeno (3),

Flurbiprofeno (4) e Ibuprofeno (5).

0 5 10 15 20

0

25

50

75

Ab

sorb

ân

cia

(m

V)

Tempo (min)

Backflush

Foreflush

1

2

3 45

Tabela 4.5 - Parâmetros cromatográficos da separação.

Fármaco tR

(min.) k

k

relativo*

Rs α TF N/m H

(µm) h

CET 10,81 2,63 0,54 - - 1,54 44880 22,28 4,46

NAP 11,61 3,13 0,64 2,51 1,19 1,64 46320 21,59 4,32

FEN 14,41 4,88 1,00 6,99 1,55 1,42 54000 18,52 3,70

FLU 15,76 5,72 1,17 2,78 1,17 1,30 56613 17,66 3,53

IBU 19,87 8,29 1,70 6,89 1,44 1,23 59967 16,68 3,34

Tempo morto (tm) = 1,6 minutos; * krelativo = kfármaco/kpadrão interno; k = fator de retenção; Rs = resolução; α = fator de

separação; TF = fator de alargamento; N/m = número de pratos por metro; H = altura equivalente ao prato; h

=altura reduzida do prato.

Em geral recomenda-se que em um método cromatográfico otimizado o fator de

retenção (k) dos compostos esteja na faixa de 2 – 10. Valores de k < 2 prejudicam a pureza do

sinal cromatográfico devido os possíveis interferentes da matriz, já valores de k > 10 promove

tempo de análise longo, maior largura da base e picos menos intensos. Podemos observar que

os valores de k para os cinco fármacos analisados ficaram dentro dos valores recomendados.

Todos os fármacos apresentaram fator de separação (α) maior que 1,00 e número de

pratos (N) suficientes para promover a separação cromatográfica. Outro parâmetro a ser

analisado é a simetria da banda cromatográfica. Este parâmetro pode ser avaliado pelo fator

Page 147: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 4 147

de alargamento (TF). Para fins de quantificação, recomenda-se que TF < 2,00, pois valores

superiores a esse prejudicam a separação cromatográfica e a integração dos sinais devido a

presença de cauda nos picos. Para picos com mesma intensidade e com valores de simetria

próximos de 1,00 recomenda-se uma resolução (Rs) mínima de 1,50. Contudo neste trabalho,

para fins de margem de segurança, a resolução para os pares críticos CET/NAP e FEN/FLU a

resolução foi superior a 2,50.

4.4.3 Validação do método

Na validação, e também na aplicação do método, nenhuma etapa adicional a

centrifugação e diluição da amostra foi realizada na urina antes da análise, exceto na

determinação da forma hidrolisada. A seletividade do método foi avaliada com a injeção de

seis amostras de urina sem a presença dos fármacos (branco) e nenhum interferente eluiu no

tempo de retenção dos analitos de interesse (Figura 4.22).A linearidade foi avaliada através da

curva analítica construída em amostras de urina fortificada em seis níveis diferentes. A Tabela

4.6 apresenta os valores da faixa de quantificação analítica, as equações da regressão linear e

os coeficientes

Tabela 4.6 - Parâmetros da curva analítica para os anti-inflamatórios não esteroidais

(NSAIDs) - cetoprofeno (CET), ibuprofeno (IBU), fenoprofeno (FEN), flurbiprofeno (FLU) e

o naproxeno (NAP) (n = 30).

Fármaco

Faixa

linear

(µg mL-1

)

Dados da

equação

(a, b)

Coeficiente

correlação

(r2)

LD

(µg mL-1

)

LQ

(µg mL-1

)

CET 0,5 – 15 0,07704

-0,1123 0,9992 0,025 0,080

NAP 0,5 – 15 0,41763

0,06537 0,9996 0,010 0,025

FLU 0,5 – 15 0,6139

-0,01005 0,9974 0,070 0,200

IBU 0,5 – 15 0,06877

-0,01374 0,9994 0,50 0,150

a – coeficiente angular; b = coeficiente linear; LD = limite de detecção; LQ = limite de quantificação.

Page 148: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 4 148

Figura 4.22 - Cromatograma do branco da urina e da urina fortificada com os fármacos no

nível médio. Ordem de eluição: cetoprofeno (1), naproxeno (2), fenoprofeno (3),

flurbiprofeno (4) e ibuprofeno (5).

0 5 10 15 20-25

0

25

50

75

100 Branco

Ab

sorb

ân

cia

(m

V)

Tempo de retenção (min)

0 5 10 15 20-25

0

25

50

75

100 Urina fortificada

Ab

sorb

ânci

a (m

V)

Tempo de retenção (min)

1

2

34 5

os coeficientes de correlação (r2) para cada fármaco. Para métodos bionalíticos recomenda-se

um r2 superior a 0,98 e os quatro fármacos analisados atenderam esse critério. Além dos

coeficientes de correlação, uma ferramenta complementar de avaliar a linearidade da curva

analítica é a construção do gráfico de resíduos. As Figuras 4.23 – 4.26 apresentam as curvas

analíticas e os gráficos de resíduos para os fármacos avaliados. Podemos observar que não

houve falta de ajuste para o modelo proposto.

Page 149: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 4 149

Figura 4.23 - Curva analítica e gráfico de resíduos obtidos para o cetoprofeno.

curva analítica

intervalo de confiança a 95%

intervalo de previsão a 95%

0 3 6 9 12 150.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

1.2

Áre

a r

ela

tiv

a

Concentração (g mL-1)

0 3 6 9 12 15

-0.02

-0.01

0.00

0.01

0.02

Resí

du

os

Concentração (g mL-1)

Page 150: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 4 150

Figura 4.24 - Curva analítica e gráfico de resíduos obtidos para o naproxeno.

curva analítica

intervalo de confiança a 95%

intervalo de previsão a 95%

0 3 6 9 12 150

1

2

3

4

5

rea r

ela

tiv

a

Concentração (g mL-1)

0 3 6 9 12 15

-0.12

-0.08

-0.04

0.00

0.04

0.08

Resí

du

os

Concentração (g mL-1)

Page 151: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 4 151

Figura 4.25 - Curva analítica e gráfico de resíduos obtidos para o flurbiprofeno.

curva analítica

intervalo de confiança a 95%

intervalo de previsão a 95%

0 3 6 9 12 150.00

0.25

0.50

0.75

1.00Á

rea r

ela

tiv

a

Concentração (g mL-1)

0 3 6 9 12 15

-0.030

-0.015

0.000

0.015

0.030

Resí

du

os

Concentração (g mL-1)

Page 152: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 4 152

Figura 4.26 - Curva analítica e gráfico de resíduos obtidos para o ibuprofeno.

A sensibilidade do método é o aumento da resposta gerada pelo detector em função do

aumento da concentração do analito. Ela pode ser expressa pela inclinação da curva analítica

na qual quanto maior o valor da inclinação maior será a sensibilidade do método. Podemos

curva analítica

intervalo de confiança a 95%

intervalo de previsão a 95%

0 3 6 9 12 150.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

Áre

a r

ela

tiv

a

Concentração (g mL-1)

0 3 6 9 12 15-0.02

-0.01

0.00

0.01

0.02

Resí

du

os

Concentração (g mL-1)

Page 153: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 4 153

observar que o flurbiprofeno foi o que apresentou maior sensibilidade enquanto que o

naproxeno foi o que atingiu os menores níveis de detectabilidade com um limite de detecção

(LD) de 10 ng mL-1

e um limite de quantificação de 25 ng mL-1

. Em todas as curvas

analíticas, o limite inferior de quantificação (LIQ) foi estabelecido em 0,50 µg mL-1

e o limite

superior de quantificação (LSQ) em 15,0 µg mL-1

.

Os estudos de precisão intra-dia e inter-dia foram expressas em desvio padrão relativo

(DPR, %), onde os valores aceitáveis são abaixo de 20 % para o nível baixo (LIQ) e 15 %

para os demais níveis (Tabela 4.7).

Os estudos de exatidão intra-dia e inter-dia foram expressos em percentagem de desvio

na qual os valores aceitáveis também são abaixo de 20 % para o nível baixo (LIQ) e 15 %

para os demais níveis (Tabela 4.8).

No ensaio da recuperação absoluta, o qual possui uma abordagem de recuperação real

do processo, amostras de urina foram extraídas no modo online, contudo durante a etapa de

eluição dos analitos da coluna MIP, a tubulação foi desconectada da coluna analítica e os

analitos

Tabela 4.7 - Precisão para o método de análise de NSAIDs em urina (n = 5).

Fármacos Níveis

Precisão

intra-dia 1

(DPR %)

Precisão

intra-dia 2

(DPR %)

Precisão

inter-dia

(DPR %)

CET

Baixo

Médio

Alto

1,50

0,64

1,69

2,82

0,91

1,08

7,06

1,79

2,21

NAP

Baixo

Médio

Alto

1,92

0,13

0,80

1,39

0,76

0,83

1,60

2,37

1,09

FLU

Baixo

Médio

Alto

1,35

0,46

1,79

1,11

1,16

2,78

3,54

4,21

2,82

IBU

Baixo

Médio

Alto

5,16

0,78

0,33

6,28

1,11

2,28

5,45

0,92

1,61

Baixo = 0,5 µg mL-1

, Médio = 9,0 µg mL-1

, Alto = 15,0 µg mL-1

Page 154: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 4 154

Tabela 4.8 - Exatidão para o método de análise de NSAIDs em urina (n = 5).

Fármacos Níveis

Exatidão

intra-dia 1

(%)

Exatidão

intra-dia 2

(%)

Exatidão

inter-dias

(%)

CET

Baixo

Médio

Alto

13,24

1,99

1,16

0,39

1,08

4,60

6,42

0,45

2,88

NAP

Baixo

Médio

Alto

8,64

0,18

0,69

9,19

4,13

2,13

8,92

1,88

1,41

FLU

Baixo

Médio

Alto

8,60

3,66

1,59

15,72

4,18

5,00

12,16

0,26

3,30

IBU

Baixo

Médio

Alto

3,59

1,32

0,60

4,67

1,68

1,54

4,13

1,50

1,08

Baixo = 0,5 µg mL-1

, Médio = 9,0 µg mL-1

, Alto = 15,0 µg mL-1

analitos recolhidos em um tubo do tipo eppendorf. O equipamento foi configurado no modo

unidimensional, e as alíquotas foram analisadas. Esses resultados foram comparados com

injeções de padrões nos mesmos níveis de fortificação (Tabela 4.9). Esta não é a forma mais

adequada para realizar a recuperação do método, pois as etapas de coleta do eluente

promovem uma grande diluição da amostra e manuseio do analista. Assim, esses fatores

podem levar a erros aleatórios no experimento. Devido às diluições da amostra, apenas os

níveis médio e alto puderam ser avaliados pela recuperação absoluta, e os resultados ficaram

dentro dos padrões aceitáveis (70 a 120 %).

Outra forma de avaliar a recuperação em sistemas online é através da recuperação

relativa na qual se compara amostras fortificadas da urina com amostras fortificadas de

padrões preparados em água na mesma concentração que a urina e submetidos ao processo de

extração online. Por esse método, a recuperação relativa apresentou os valores de em torno de

100 % para todos os fármacos analisados. A comparação da extração realizada com a coluna

MIP com o NIP foi avaliada, podendo-se observar que o polímero impresso sintetizado possui

uma maior capacidade adsortiva para os NSAIDs em relação ao polímero controle.

Page 155: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 4 155

Tabela 4.9 - Recuperações obtidas para os NSAIDs (n = 5).

Baixo = 0,5 µg mL-1

, Médio = 9,0 µg mL-1

, Alto = 15,0 µg mL-1

Em extrações off-line, normalmente o efeito matriz é calculado da mesma forma que

apresentado como recuperação relativa, ou seja, comparando a área dos analitos na presença

da matriz com a área na ausência da matriz. Nos sistemas online, uma maneira de avaliar o

efeito matriz é realizar a injeção de seis lotes diferentes de urina de doadores individuais

fortificadas nos níveis baixo e alto. Esta é uma recomendação da EMEA e após a análise em

sextuplicata em cada nível, o DPR dos seis lotes não deve ser superior a 15 %. (117) Na

Tabela 4.10 temos os dados de precisão e exatidão do ensaio de efeito matriz, e todos os

valores obtidos estão de acordo com os níveis aceitáveis.

O efeito de memória é o resultado da presença dos analitos no sistema cromatográfico

após o término da corrida cromatográfica. Normalmente é apresentado como pequenos picos

cromatográficos no branco da matriz após a injeção dos analitos. Durante a validação foi feita

a injeção do nível alto da curva analítica (15 µg mL-1

) e, posteriormente, o branco da urina.

No

Fármacos Níveis

Recuperação

absoluta (%)

Recuperação

relativa (%)

Recuperação

(%)

MIP MIP NIP

CET

Baixo

Médio

Alto

-

98.81

107,27

99,32

107,14

101,32

57,82

45,63

38,18

NAP

Baixo

Médio

Alto

-

97,62

87,49

96,68

102,03

99,63

63,17

41,79

47,08

FLU

Baixo

Médio

Alto

-

106,37

103,76

102,23

107,14

101,32

64,65

56,50

51,18

IBU

Baixo

Médio

Alto

-

108,64

94,07

96,68

102,03

99,63

58,15

49,98

55,76

FEN (PI) - 90,91 103,94 49,36

Page 156: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 4 156

Tabela 4.10 - Avaliação do efeito matriz (n = 6).

Fármacos Nível

Precisão (DPR %) Exatidão (%)

CET Baixo

Alto

8,47

2,88

1,54

1,50

NAP Baixo

Alto

4,38

2,25

6,55

1,92

FLU Baixo

Alto

5,44

3,13

10,86

2,35

IBU Baixo

Alto

4,30

6,73

5,70

4,15

Baixo = 0,5 µg mL-1

, Alto = 15,0 µg mL-1

No cromatograma do branco analisado não houve sinal cromatográfico no tempo de retenção

dos NSAIDs e, portanto o método de limpeza da coluna de extração foi efetivo para a

eliminação do efeito de memória.

A reprodutibilidade intralaboratorial foi avaliada em três níveis de fortificação (baixo,

médio e alto) em sextuplicata de acordo com a decisão da comunidade europeia 2002/657/EC.

(119) O primeiro conjunto de experimentos foi realizado em condições padrões de análise; o

segundo conjunto foi feito com variação da temperatura da sala do equipamento de 22°C para

25°C e no terceiro conjunto as amostras foram preparadas por outro analista. Os valores de

precisão e exatidão deste experimento estão apresentados na Tabela 4.11, ficando abaixo de

20 % para o nível baixo e 15 % para os demais níveis.

Esses NSAIDs possuem uma ampla faixa de dosagem que varia de 150 a 3200 mg por

dia. A faixa de trabalho da curva analítica foi de 0,5 a 15 µg mL-1

que, aplicando o fator de

diluição de 50 %, corresponde à quantificação dos fármacos na urina entre 1,0 a 30 µg mL-1

.

Neste trabalho não foi aplicada uma maior faixa de trabalho devido a coluna analítica possuir

2,1 mm de diâmetro interno e, altas concentrações dos fármacos levariam ao alargamento de

bandas cromatográficas, o que prejudicaria na quantificação dos analitos. Assim, foi

necessário avaliar a influência da injeção direta e da diluição das amostras de urina (Tabela

4.12). Foi realizada a variação em um nível abaixo (sem diluição) e um acima (diluição

urina:água (25:75, v/v)) em relação ao valor utilizado na validação (diluição urina:água

(50:50, v/v)). As análises foram realizadas com a urina fortificada com 10 µg mL-1

em

quintuplicatas,

Page 157: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 4 157

Tabela 4.11 - Resultados da reprodutibilidade intralaboratorial (n = 6).

Fármacos Nível

Concentração média

(µg mL-1

)

Precisão

(DPR %)

Exatidão

(%)

CET

Baixo

Médio

Alto

0,60

8,55

13,75

17,94

10,24

12,97

19,14

5,64

8,31

NAP

Baixo

Médio

Alto

0,54

8,61

14,26

5,64

5,12

7,03

7,05

4,33

4,95

FLU

Baixo

Médio

Alto

0,57

10,21

16,34

4,42

7,58

5,26

15,17

13,47

8,97

IBU

Baixo

Médio

Alto

0,54

7,90

13,46

5,93

2,54

1,54

7,82

12,22

10,26

Baixo = 0,5 µg mL-1

, Médio = 9,0 µg mL-1

, Alto = 15,0 µg mL-1

Tabela 4.12 - Avaliação da injeção direta e diluição da urina (n = 5).

*Diluição (urina:água, v/v).

Fármacos Nível Diluição

amostra*

Concentração média

(µg mL-1

)

Precisão

(DPR %)

Exatidão

(%)

CET

0

+

-

50:50

25:75

8,53

9,33

10,75

0,15

0,68

0,09

14,70

6,66

7,45

NAP

0

+

-

50:50

25:75

9,09

9,27

10,21

0,36

2,15

3,40

9,11

7,32

2,11

FLU

0

+

-

50:50

25:75

8,65

8,62

8,96

0,37

0,99

0,08

13,54

13,84

10,45

IBU

0

+

-

50:50

25:75

8,52

8,76

10,06

0,17

0,74

2,08

14,82

12,38

0,60

Page 158: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 4 158

quintuplicatas, e os valores de precisão e exatidão ficaram abaixo de 15 %. Entre os níveis

avaliados, a injeção direta da urina apresentou a maior variação nos resultados. Assim, para

realizar a quantificação de amostras de urina com concentrações inferiores a 1,0 µg mL-1

poderia realizar a injeção direta da amostra de urina no HPLC. Similarmente, para amostras

nas quais a dosagem do fármaco fosse elevada, seria necessário um maior fator de diluição na

urina para que as concentrações se enquadrassem dentro da faixa analítica.

Os ensaios de robustez foram realizados no nível médio de fortificação (9,0 µg mL-1

) e

a influência dos sete parâmetros analíticos foram calculados em função da concentração dos

fármacos, tempo de retenção, fator de retenção e fator de retenção relativo. A comparação e a

avaliação dos resultados da robustez estão apresentadas na Tabela 4.13.

Tabela 4.13 - Resultados da avaliação da robustez (n = 3).

Parâmetro avaliado Fármacos

Desvio padrão (DP)

Robustez Reprodutibilidade

intralaboratorial

Concentração

(µg mL-1

)

CET

NAP

FLU

IBU

0,35

1,38

0,85

0,06

0,77

0,34

0,81

0,20

Tempo de retenção

(min)

CET

NAP

FEN

FLU

IBU

0,744

0,925

1,823

2,283

3,544

0,040

0,040

0,038

0,037

0,038

Fator de retenção (k)

CET

NAP

FEN

FLU

IBU

0,390

0,492

1,013

1,279

2,001

0,025

0,025

0,024

0,023

0,024

Fator de retenção

relativo

CET

NAP

FLU

IBU

0,0246

0,0244

0,0141

0,0435

0,0026

0,0022

0,0011

0,0033

Page 159: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 4 159

Segundo a abordagem do teste de Youden, sempre que o desvio padrão do ensaio da

robustez for significativamente maior que o desvio padrão, no mesmo nível, nas condições de

reprodutibilidade intralaboratorial pode-se deduzir que o conjunto de fatores escolhidos tem

influência no resultado, mesmo que isoladamente cada fator não influencie

significativamente. (119)

De acordo com os resultados apresentados na Tabela 4.13, observa-se que para o

cetoprofeno e ibuprofeno os mesmos se mostraram robustos frente à concentração dos

fármacos. Já o desvio padrão das diferenças para o naproxeno e flurbiprofeno foram

superiores ao da reprodutibilidade intralaboratorial e, portanto, não são robustos. A Figura

4.27 apresenta graficamente quais são os fatores que possuem maior influência na

concentração dos fármacos. Podemos observar que o comprimento de onda (efeito F/f)

apresenta maior influência, principalmente para o naproxeno e o flurbiprofeno. Assim,

resolvemos investigar a origem desse grande efeito nos resultados desses dois fármacos.

A Figura 4.28 apresenta os gráficos das diferenças em relação a áreas absolutas

coletadas na integração dos cromatogramas. Podemos observar que o efeito do comprimento

de

Figura 4.27 - Efeito dos parâmetros avaliados na robustez na concentração dos fármacos.

-0,4

-0,2

0

0,2

0,4

0,6

A/a B/b C/c D/d E/e F/f G/g

Cetoprofeno

-3

-2,5

-2

-1,5

-1

-0,5

0

0,5

A/a B/b C/c D/d E/e F/f G/g

Naproxeno

-2

-1,5

-1

-0,5

0

0,5

A/a B/b C/c D/d E/e F/f G/g

Flurbiprofeno

-0,02

0

0,02

0,04

0,06

0,08

0,1

A/a B/b C/c D/d E/e F/f G/g

Ibuprofeno

Page 160: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 4 160

Figura 4.28 - Efeito dos parâmetros avaliados na robustez na área absoluta dos fármacos.

de onda para o cetoprofeno, ibuprofeno, e o fenoprofeno (PI) apresentam valores positivos, e

que para o naproxeno e o flurbiprofeno apresentam efeito com valores negativos. Assim,

podemos concluir que ao realizar o quociente da área do fármaco com a área do padrão

interno para a obtenção da área relativa, haverá uma correção do efeito para os fármacos que

tiverem valores de diferença no mesmo sentido que o PI, e o efeito aumentará para os

compostos que vão em direção contraria ao PI.

-20000

-10000

0

10000

20000

30000

40000

A/a B/b C/c D/d E/e F/f G/g

Dif

eren

ça

Cetoprofeno

-150000

-100000

-50000

0

50000

A/a B/b C/c D/d E/e F/f G/g

Naproxeno

-10000

-8000

-6000

-4000

-2000

0

2000

4000

A/a B/b C/c D/d E/e F/f G/g

Flurbiprofeno

-20000

-10000

0

10000

20000

30000

A/a B/b C/c D/d E/e F/f G/g

Ibuprofeno

-30000

-20000

-10000

0

10000

20000

30000

40000

A/a B/b C/c D/d E/e F/f G/g

Fenoprofeno

Page 161: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 4 161

Outro ponto interessante observado na Figura 4.28 é que a vazão da coluna de

extração (Efeito E/e) também apresenta influência nos resultados, porém nos gráficos

referentes aos efeitos na concentração (Figura 4.27) esse efeito é corrigido e minimizado.

Concluindo, podemos dizer que na determinação dos NSAIDs deve-se realizar um

controle rígido dos parâmetros avaliados na robustez, principalmente em relação ao

comprimento de onda, pois foi o parâmetro que mais apresentou influência na variação da

concentração dos analitos.

No ensaio da robustez em relação ao tempo de retenção dos fármacos, o efeito da

variação da proporção de metanol na fase móvel (efeito C/c) e da diminuição da vazão da

bomba analítica (efeito B/b) foram os fatores que mais influenciaram. Já em relação ao fator

de retenção, houve uma correção do efeito da vazão da bomba analítica; contudo o efeito C/c

ainda influenciava nos deslocamentos dos picos cromatográficos. Podemos observar que

quanto maior o tempo de retenção do fármaco na coluna analítica, maior é o desvio padrão

das diferenças. Calculando o fator de retenção relativo, no qual se faz a correção do tempo de

retenção em relação ao PI, podemos observar que o efeito crescente no desvio padrão das

diferenças deixou de ser pronunciado, porém tanto no tempo de retenção, fator de retenção e

fator de retenção relativo, os desvios padrões na robustez foram maiores que os do ensaio de

reprodutibilidade intralaboratorial.

A Tabela 4.14 apresenta os tempos de retenção dos compostos avaliados como

possíveis interferentes na determinação dos NSAIDs no arranjo online. Esses valores são uma

estimativa através da comparação dos tempos de retenção dos interferentes no arranjo

unidimensional, pois no sistema online não foi observado sinal cromatográfico referente aos

interferentes fazendo o monitoramento dos comprimentos de onda de 220 e 254 nm (Figura

4.29). Assim, podemos concluir que a coluna MIP foi seletiva na retenção dos NSAIDs e na

eliminação dos possíveis interferentes da análise.

Tabela 4.14 - Avaliação de interferentes na análise dos NSAIDs.

Composto tR (min)

Cafeína 8,12

Ácido acetilsalicílico 8,27

Norfluoxetina 8,96

Nicotina 11,37

Fluoxetina 26,15

Page 162: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 4 162

Figura 4.29 - Cromatograma do branco da urina fortificada com os interferentes e

monitorados nos comprimentos de onda de 220 e 254 nm.

0 5 10 15 20 25 30

0

2

4

6

8

10

Ab

sorb

ânci

a (m

V)

Tempo de retenção (min)

220 nm

254 nm

A estabilidade dos fármacos foi avaliada durante todo o processo de validação

analítica. Para cada ensaio foram preparadas três amostras de urina em dois níveis de

fortificação (baixo e alto) com injeção em duplicata. A Tabela 4.15 mostra o estudo de

estabilidade de curta duração na qual compara a percentagem de desvio de uma amostra de

urina recém-fortificada e analisada com uma amostra fortificada e deixada em temperatura

ambiente da sala de preparo de amostra durante 6 h e posteriormente analisada.

Tabela 4.15 - Estabilidade de curta duração da amostra fortificada (n = 3).

Fármacos Nível

Desvio (%)

CET Baixo

Alto

12,27

8,54

NAP Baixo

Alto

9,65

5,09

FLU Baixo

Alto

13,75

4,98

IBU Baixo

Alto

7,13

6,46

Baixo = 0,5 µg mL-1

, Alto = 15,0 µg mL-1

Page 163: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 4 163

A Tabela 4.16 mostra a estabilidade pós-processamento das amostras de urina. A

Análise 1 refere-se a urina fortificada e diluída deixada a temperatura do laboratório de

preparo de amostras por 6 h. Na Análise 2, as amostras ficaram por 24 h no amostrador

automático do HPLC à temperatura de 15°C antes de serem analisadas.

A estabilidade dos fármacos após ciclos de congelamento e descongelamento da

amostra também foram avaliados. Primeiramente a amostra recém-preparada foi analisada,

depois a urina foi congelada por 24 h, descongelada a temperatura ambiente e analisada

novamente. Este ciclo se repetiu mais duas vezes e está presente na Tabela 4.17.

Tabela 4.16 - Estabilidade pós-processamento da amostra fortificada (n = 3).

Fármacos Nível

Desvio (%)

Análise 1

Desvio (%)

Análise 2

CET Baixo

Alto

8,11

4,46

13,44

7,54

NAP Baixo

Alto

1,08

5,25

6,59

7,33

FLU Baixo

Alto

11,92

3,06

14,01

8,97

IBU Baixo

Alto

9,26

0,92

17,06

4,00

Baixo = 0,5 µg mL-1

, Alto = 15,0 µg mL-1

. Analise 1: amostra a temperatura ambiente por 6

h. Análise 2: amostra no amostrador automático a 15°C por 20 h.

Tabela 4.17 - Estabilidade da amostra após ciclos de congelamento/descongelamento (n = 3).

Fármacos Nível

Desvio (%)

Ciclo 1

Desvio (%)

Ciclo 2

Desvio (%)

Ciclo 3

CET Baixo

Alto

6,30

8,90

4,15

4,46

14,01

4,71

NAP Baixo

Alto

11,02

12,16

3,90

1,08

6,00

2,41

FLU Baixo

Alto

12,77

10,82

10,66

3,06

10,52

0,75

IBU Baixo

Alto

5,39

3,57

8,92

0,94

5,60

0,81

Baixo = 0,5 µg mL-1

, Alto = 15,0 µg mL-1

Page 164: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 4 164

A estabilidade de longa duração visa assegurar que as amostras permaneçam estáveis

durante o inicio da validação até a última amostra ser analisada durante o processo. Assim, foi

calculada a percentagem de desvio após a amostra de urina fortificada permanecer congelada

por 60 dias (Tabela 4.18).

As soluções padrões intermediárias dos fármacos e do padrão interno armazenadas na

geladeira apresentaram estabilidade com desvio abaixo de 14,56 % por um período de 20 dias

e as soluções estoque armazenadas em congelador apresentaram estabilidade abaixo de 12,87

% no período de 60 dias.

Em todos os experimentos de estabilidade os DPR de cada ensaio ficaram abaixo de

16,13 %.

4.4.4 Determinação dos fármacos em amostras de urina

Os resultados das amostras de urina coletadas de seis voluntários que administraram

uma dose de cetoprofeno, naproxeno ou ibuprofeno estão apresentados na Tabela 4.19. Foram

analisadas amostras na forma livre e também na forma desconjugada após procedimento com

hidrólise básica para promover a quebra de ligação dos fármacos com o ácido glucorônico.

Podemos observar que após o processo de hidrólise, uma maior quantidade de fármaco é

quantificada. Além disso, um decaimento da concentração dos fármacos ao longo do tempo

também foi observado. Os resultados obtidos com as amostras reais estão em concordância

com outros trabalhos relatados na literatura. (219, 221, 223)

Tabela 4.18 - Estabilidade de longa duração da amostra fortificada (n = 3).

Fármacos Nível

Desvio (%)

CET Baixo

Alto

9,01

4,77

NAP Baixo

Alto

6,81

3,34

FLU Baixo

Alto

6,07

4,12

IBU Baixo

Alto

2,84

0,64

Baixo = 0,5 µg mL-1

, Alto = 15,0 µg mL-1

Page 165: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 4 165

Tabela 4.19 - Concentrações dos NSAIDs em urina após administração de comprimidos.

Voluntário Coleta da

amostra (h)

Concentração na urina (µg mL-1

)

Forma livre Forma desconjugada

Cetoprofeno 100 mg

C1

2 – 4

6 – 8

10 – 12

20,75

8,25

1,13

61,87

35,52

5,43

C2

2 – 4

6 – 8

10 – 12

28,61

10,32

4,14

85,73

27,31

17,09

Naproxeno 250 mg

N1

2 – 4

6 – 8

10 – 12

8,66

4,05

2,15

85,35

64,79

22,62

N2

2 – 4

6 – 8

10 – 12

10,43

6,22

3,41

93,98

47,52

16,23

Ibuprofeno 200 mg

I1

2 – 4

6 – 8

10 – 12

7,36

3,87

1,70

50,40

28,26

10,06

I2

2 – 4

6 – 8

10 – 12

12,17

5,85

1,12

54,36

37,18

24,27

A integridade e a validade dos resultados da aplicação foram avaliadas pelo

monitoramento de amostras de controle de qualidade. A Tabela 4.20 mostra a variação das

amostras preparadas em quatro níveis diferentes. Segundo a RE 899, 67 % das amostras de

CQ devem estar com valores de desvio abaixo de 15 %. Podemos observar que apenas o nível

CQLIQ para o naproxeno apresentou valor acima do permitido, mas mesmo assim, o conjunto

de amostras deste fármaco ficou com 75 % dos valores dentro do permitido.

Page 166: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 4 166

Tabela 4.20 - Amostras de controle de qualidade.

Fármacos CQ

Concentração

nominal

(µg mL-1

)

Concentração

média

(µg mL-1

)

Variação

(%)

CET

CQLIQ

CQB

CQM

CQA

0,50

1,50

6,00

12,00

0,56

1,53

6,26

11,73

2,73

1,68

4,32

2,25

NAP

CQLIQ

CQB

CQM

CQA

0,50

1,50

6,00

12,00

0,58

1,51

6,26

11,93

15,35

0,99

4,36

0,62

FLU

CQLIQ

CQB

CQM

CQA

0,50

1,50

6,00

12,00

0,55

1,52

6,30

12,11

9,56

1,41

4,92

0,95

IBU

CQLIQ

CQB

CQM

CQA

0,50

1,50

6,00

12,00

0,56

1,41

5,80

11,69

11,90

6,24

3,37

2,57

4.5 Aplicação do método MISPE-LC-MS/TOF

Nos dias atuais, a hifenação entre a HPLC e a espectrometria de massas (MS) é uma

poderosa ferramenta analítica empregada em diversos métodos de análise, pois concilia as

vantagens da cromatografia líquida (seletividade e eficiência de separação) e espectrometria

de massas (seletividade e detectabilidade). Neste sentido, resolvemos avaliar a potencialidade

da utilização do sistema bidimensional para extração e separação com monitoramento por

espectrometria de massas. O sistema online MISPE-LC-MS/TOF consistiu de um HPLC série

Prominence 20A da Shimadzu (Kyoto, Japão). O sistema possui três bombas LC-20AD, um

amostrador automático SIL-20A, um forno cromatográfico CTO-20A, um detector UV SPD-

20A e uma controladora CBM-20A. As bombas, o amostrador e o detector foram acoplados a

uma válvula seletora de seis vias e duas posições. O software LC-Solution (Shimadzu)

controlou os módulos do sistema cromatográfico e também a válvula seletora.

Page 167: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 4 167

A análise no MS foi realizada utilizando o analisador de massa quadrupolo/tempo de

voo (QqTOF) da Bruker Daltonics operando no modo MS, e equipado com uma interface de

electrospray (ESI) no modo de íon negativo. Os parâmetros otimizados no MS foram 4 kV de

tensão capilar, 8 L h-1

de gás dessolvatação, temperatura de solvatação de 200°C e 4 bar de

pressão de nebulização. O MS foi operado no intervalo de 50 a 1550 m/z e o tempo de

transferência de íons a partir de quadrupolo para TOF foi de 50 µs. Neste trabalho foi

empregada a coluna MISPE (20 mm x 4,6 mm) seletiva para a extração dos profenos e a

coluna analítica NST C 8 ( 5 mm 2, mm 5 μm). As condições de vazão das bombas,

programação das válvulas foram as mesmas desenvolvidas e otimizadas para o sistema

MISPE-LC-UV. A proporção da fase móvel empregada foi de MeOH:H2O (65:35, v/v)

contendo 0,1 % de ácido acético.

A Figura 4.30 ilustra o cromatograma do íon extraído da extração dos NSAIDs em

água.(

Figura 4.30 – Cromatograma do íon extratido no modo MS da extração online dos NSAIDs

(500 ng mL-1

) fortificados em água (sinal mais intenso) e urina humana diluída em água (sinal

menos intenso).

Page 168: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 4 168

água e em urina humana diluída 50 % em água conforme o método desenvolvido e validado.

Pode-se observar que houve um grande efeito matriz no experimento, no qual uma supressão

de até 70 % do sinal analítico foi observada. Assim, estudos mais aprofundados necessitam

ser realizados nesta nova configuração do equipamento para avaliar métodos de minimizar o

efeito matriz e também se o mesmo apresenta grande variação em lotes diferentes de amostra.

4.6 Conclusão

O MIP amino-funcionalizado foi sintetizado através da impressão do ibuprofeno

utilizando o método sol-gel. O método de remoção do template das cavidades seletivas foi

efetivo e o polímero sintetizado pode ser aplicado na extração seletiva do ibuprofeno e de

mais quatro fármacos análogos pertencente a classe dos NSAIDs (cetoprofeno, naproxeno,

fenoprofeno e flurbiprofeno).

O material sintetizado apresentou bons resultados de seletividade quando comparado

com o NIP, e também na retenção dos fármacos de interesse com eliminação dos interferentes

presentes na urina quando aplicados como fase extratora em SPE.

O método desenvolvido (MISPE-LC-UV) segue a tendência de análises simples,

rápidas, reprodutíveis e seletivas. Neste trabalho a quantidade de amostra de urina utilizada

foi pequena comparada com outros métodos de extração. Para cada amostra foram recolhidas

alíquotas de 500 µL de urina e apenas 5 µL da amostra diluída foram injetadas no sistema de

column switching. Além disso, a automação do sistema online minimizou o número de etapas

comumente realizadas nos procedimentos da SPE fornecendo um tempo total de análise

(extração e separação) de apenas 22 minutos.

O método desenvolvido apresentou resultados adequados para os parâmetros

validados. Durante as análises, deve-se garantir que os parâmetros do método (principalmente

o comprimento de onda monitorado) estejam em conformidade com os valores pré-

determinados para não prejudicar a quantificação dos fármacos.

A aplicabilidade do método foi demonstrada através da análise de amostras reais de

urina, coletadas de voluntários que fizeram a ingestão oral dos fármacos e analisadas na forma

livre e conjugada.

Também foi realizada a demonstração da potencialidade de aplicar o método de

extração e separação juntamente com as vantagens da espectrometria de massas (MISPE-LC-

MS/TOF).

Page 169: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 5

Preparo e avaliação de partículas de sílica sub 1 µm

com aplicabilidade em cromatografia líquida de

ultra alta eficiência

Page 170: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br
Page 171: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 5 171

5.1 Introdução

Atualmente, independente do campo de atuação, o número de amostras que necessitam

ser processadas e analisadas vem crescendo, continuamente. Adicionalmente, as cobranças

por redução no tempo das análises também vem sendo discutidas com o intuito de

desenvolver procedimentos rápidos e eficazes para análise qualitativa e quantitativa. Nesse

contexto, a HPLC tem se destacado por ser uma técnica de análise na qual se conseguem

determinar compostos polares e apolares, de baixa e alta massa molecular, devido as diversas

combinações possíveis entre fase móvel e estacionária. No entanto, o tempo da corrida

cromatográfica em análises convencionais geralmente é acima de 10 minutos e pode chegar

próximo de 40 – 50 minutos dependendo da complexidade da separação. Assim, é importante

desenvolver métodos rápidos ou ultra rápidos que forneçam tempo de análise inferior a 5

minutos, por exemplo. (56)

As abordagens e estratégias para diminuir o tempo de análise em HPLC incluem

aumento da vazão da fase móvel, colunas analíticas mais curtas, partículas com diâmetro

reduzido e elevação da temperatura de análise. Cada um destes parâmetros independentes está

inter-relacionado com os parâmetros dependentes (tempo de análise, pressão no sistema e

eficiência da coluna). (229) A Tabela 5.1 apresenta as relações entre os seis parâmetros, o

qual é seguida por uma breve descrição de cada um dos parâmetros e o seu papel em análise

rápida em HPLC.

Talvez a maneira mais óbvia de alcançar análises rápidas em HPLC é aumentar a

vazão da fase móvel. Pela Tabela 5.1, a vazão é inversamente proporcional ao tempo de

análise; assim, dobrar a vazão na coluna resultará em reduzir para a metade o tempo de

análise. Infelizmente, a vazão também é proporcional à queda de pressão através da coluna e,

como

Tabela 5.1 – Correlação entre os parâmetros dependentes e independentes.

Comprimento

da coluna (L) Vazão (Fc)

Tamanho da

partícula (dp)

Temperatura

da coluna (T)

Tempo de

análise L 1/ Fc Não relatado 1/T

x

Pressão L Fc 1/(dp)2

1/T

Eficiência (N) L Curva de

van Deemter 1/dp T

Fonte: Adaptado de (33, 229).

Page 172: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 5 172

como resultado, a pressão no sistema aumenta. Muitos métodos de HPLC operam acima da

vazão ótima para conseguir análises rápidas; entretanto, deve-se tomar cuidado para que esse

aumento não prejudique a resolução cromatográfica e, também, esteja dentro dos parâmetros

permitidos da coluna e do sistema.

O aumento da temperatura de análise da coluna cromatográfica promove a redução da

viscosidade da fase móvel e, consequentemente, uma diminuição na pressão do sistema.

Assim, vazões mais elevadas podem ser empregadas dentro das condições permitidas pelo

sistema. Outro fator importante é o melhoramento da transferência de massa do analito (termo

C da equação de van Deemter). Como resultado, há um aumento na eficiência da coluna

permitindo utilizar vazões mais altas. Adicionalmente, o aumento da temperatura promove

uma menor retenção dos analitos e, consequentemente, análises mais rápidas. O uso da

temperatura em LC possui a limitação da estabilidade das fases estacionárias. Fases baseadas

em sílica apresentam problemas de dissolução em temperaturas acima de 60 – 70°C. Além

disso, a maioria dos sistemas cromatográficos possui a temperatura máxima de uso entre 80 –

85°C. Como já discutido anteriormente, outros suporte cromatográficos tem sido

desenvolvidos para utilizar altas temperaturas em sistemas de cromatografia líquida de alta

temperatura (high temperature liquid chromatography, HTLC). (230, 231)

O tempo de retenção dos analitos e a eficiência cromatográfica são diretamente

relacionados com o comprimento da coluna. A diminuição do tamanho da coluna para

conseguir análises rápidas é aceitável desde que haja eficiência suficiente para promover a

separação cromatográfica numa dada aplicação. Além disso, a diminuição no comprimento da

coluna fornece menor pressão no sistema.

O termo C da curva de van Deemter referente à transferência de massa é o efeito

dominante na eficiência da coluna quando se utiliza vazões elevadas. A diminuição do

diâmetro da partícula fornece uma melhoria na transferência de massa. Como resultado, o

termo C é minimizado levando a um aumento na eficiência da coluna (maior N) e,

consequentemente, um menor valor de H conforme apresentado na Equação 20 e Figura 5.1.

dp

L

H

LN

h (20)

Page 173: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 5 173

Figura 5.1 – Representação hipotética da curva de van Deemter com diferentes diâmetros de

partícula.

Fonte: Adaptado de (232).

De acordo com a Equação 21, o diâmetro da partícula é inversamente proporcional a

velocidade linear ótima (uótima) na separação cromatográfica. Assim, partículas pequenas

fornecem uma uótima maior e, como resultado, vazões elevadas podem ser empregados sem

perder eficiência.

dp

mDu

(21)

onde ʋ é a velocidade reduzida da fase móvel e Dm é o coeficiente de difusão do soluto na fase

móvel.

O tempo de análise pode ser definido como o tempo de retenção do analito mais retido

na coluna. Assim, o tempo de análise sob condição isocrática pode ser representado pela

Equação 22:

dpD

Lkt

mR

)1( (22)

onde k é o fator de retenção do analito e L é o comprimento da coluna.

Page 174: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 5 174

Observa-se a relação direta entre o tempo de análise e o tamanho da partícula. Uma

diminuição no tamanho da partícula conduz a uma redução do tempo de análise nas condições

ótimas.

A desvantagem de usar partículas pequenas é a pressão requerida para atingir a vazão

ótima de separação. A queda de pressão através de uma coluna, P, necessário para se obter

uma velocidade linear de fase móvel ótima, uótima, é dada pela Equação 23:

dpdp

)dp(

dpP

22ótimaótimam

ótima

DNhu

L (23)

onde η é a viscosidade da fase móvel e é a resistência a vazão.

Observa-se que a queda de pressão na coluna é inversamente proporcional ao

quadrado do diâmetro da partícula. Assim, uma pequena diminuição no tamanho do suporte

cromatográfico gera um grande aumento na pressão do sistema.

Anspach utilizou as Equações 22 e 23 para estimar a influência da diminuição no

tamanho da partícula na pressão requerida e no tempo de análise. (233) O gráfico apresentado

na Figura 5.2 mostra o resultado da pressão e tempo de análise em função do diâmetro da

partícula assumindo L = 15 cm, = 1000, η = 1 cP, Dm = 6,6 10-6

cm2 s

-1, ʋ = 2,5, h = 2,3 e

balbla

Figura 5.2 - Pressão requerida (eixo esquerdo) e tempo de análise (eixo direito) em função do

tamanho da partícula.

Fonte: Adaptado de (233).

Page 175: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 5 175

k = 10 ou 20. Pelo gráfico nota-se que quando o tamanho da partícula é reduzido abaixo de

1 µm, a pressão na coluna aumenta rapidamente enquanto que a redução no tempo de análise

é pequena.

Devido a maior eficiência com o uso de partículas com diâmetro menor, pode-se

diminuir o comprimento da coluna (diminuindo a pressão no sistema) sem comprometer a

separação cromatográfica. A Figura 5.3 ilustra a separação de cinco alquilbenzenos com

colunas de diferente tamanho de partículas e diâmetro interno de 2,1 mm. Observa-se que a

resolução média não apresentou grande variação entre as três colunas; entretanto, o tempo de

colunas.

Figura 5.3 – Separação de alquilbenzenos utilizando colunas com diferentes tamanho de

partículas sob condições isocráticas.

Fonte: Adaptado de (234).

Page 176: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 5 176

análise foi reduzido de 15 minutos (partícula de 5 µm) para abaixo de 2 minutos (partícula de

1,7 µm).

Outro exemplo da vantagem de colunas curtas com partículas pequenas é ao comparar

a redução de coluna contendo partículas de 5 µm e 1 µm. Assumindo o fato que uma coluna

de 250 mm contendo partículas de 5 µm gera 20000 pratos sob condições de vazão ótima, ao

reduzir o tamanho da partícula para 1 µm e sob condições ótimas, a coluna necessitaria de 50

mm de comprimento para gerar os mesmos 20000 pratos. Como resultado, o tempo de análise

cromatográfica utilizando coluna de 1 µm seria cerca de 25 vezes menor que a coluna

contendo partículas de 5 µm. Entretanto, um aumento na pressão em torno de 25 vezes

também é esperado. (234) Atualmente, os métodos de análise rápida em LC utilizam a

estratégia de colunas curtas (L = 20 – 50 mm) contendo partículas pequenas (sub 2 µm)

empregando vazões elevadas sem perder a eficiência e resolução cromatográfica.

Por outro lado, se o objetivo da análise é aumentar a eficiência e resolução de um

método, colunas com tamanho tradicional (L = 150 – 300 mm) com as partículas pequenas

tem demonstrado ser um a boa opção, apesar da limitação instrumental devido a pressão.

Genômica, proteômica e metabolômica são algumas áreas de aplicação nos quais é importante

utilizar método com grande capacidade de pico. (56)

O primeiro trabalho reportando o uso de partículas sub 2 µm foi conduzida por

Bidlingmeyer em 1967. (235, 236) Entretanto, resultados irreprodutíveis foram obtidos

devido a carência de desenvolvimento de métodos efetivos de empacotamento de colunas com

partícula pequena. A primeira separação bem sucedida empregando ultra alta eficiência foi

realizada pelo grupo de Jorgenson em 1997, o qual empregou uma coluna capilar ( 520 mm x

30 µm i.d.) contendo partículas de sílica não porosa de 1,5 µm. (237) A coluna gerou pratos

na faixa de 140000 – 190000 na separação de moléculas pequenas com tempo de análise

abaixo de 10 minutos e pressão no sistema de 4100 bar (60000 psi) com a vazão próxima do

valor ótimo. Alguns anos mais tarde (2003), a pressão máxima do sistema foi aumentada

permitindo realizar a separação com uma pressão de 7000 bar (103000 psi) e tempo de análise

inferior a 4 minutos com um N de aproximadamente 300000 empregando uma coluna 430

mm x 30 µm x 1,0 µm, C18 não poroso. (232, 238)

O grupo de pesquisa de Milton Lee realizou diversos trabalhos empregando colunas de

alta eficiência. Em seus trabalhos normalmente colunas com partículas não porosas e com

comprimento inferiores a 150 mm eram empregadas para fornecer análises rápidas (menor

que 1 minuto). (239, 240) Adicionalmente, o grupo também avaliou o uso de temperaturas

Page 177: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 5 177

superiores a 60°C nas separações cromatográficas com alta eficiência. A Figura 5.4

exemplifica uma aplicação de uma coluna capilar com partículas C18 não porosa (150 mm x

50 µm x 1,0 µm) realizada na temperatura de 80°C e pressão de 2413 bar com tempo de

análise de 36 segundos. (241)

Anspach avaliou a separação cromatográfica de uma mistura teste em diferentes

pressões empregando uma coluna (150 mm x 1 mm i.d.) contendo partículas de sílica porosa

de 1,5 µm de diâmetro (Figura 5.5). (233) A separação cromatográfica realizada a 345 bar

(5000 psi), limite máximo dos sistemas cromatográficos convencionais, forneceu a separação

cromatográfica em 10 minutos gerando uma eficiência de aproximadamente 25000

bafdfdsflbal.

Figura 5.4 – Separação de compostos barbituricos em coluna capilar (150 mm x 50 µm x 1,0

µm, C18 não poroso) com temperatura de 80°C.

Fonte: Adaptado de (241).

Figura 5.5 – Separação cromatográfica em diferentes pressões. Coluna (150 mm x 1,0 mm x

1,5 µm, C18).

Fonte: Adaptado de (233).

Page 178: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 5 178

pratos/coluna com uma velocidade linear de 1,2 mm s-1

. Ao elevar a velocidade linear para

2,0 mm s-1

a pressão foi aumentada para 621 bar (9000 psi) gerando uma eficiência de 30000

pratos/coluna. A velocidade linear ótima para a coluna foi atingida com 2,7 mm s-1

, com N =

37000, pressão de 966 bar (14000 psi) e tempo de análise inferior a 4 minutos. Ao empregar

velocidade linear de 4 mm s-1

, acima do valor ótimo, o tempo de análise foi reduzido para 3

minutos e não foi observado perda da eficiência cromatográfica. Em contrapartida, a pressão

do sistema foi elevada para 1380 bar (20000 psi).

Wu comparou a eficiência de colunas contendo partículas de sílica C18 porosa e não

porosa com diâmetros de 3,0 e 1,5 µm. (242) Como resultado, foi observado que as partículas

não porosas; apresentam melhor desempenho em vazões elevadas em relação as partículas

porosas, no entanto, essa diferença é diminuída quando o tamanho de partícula é de 1,5 µm.

Como já discutido, essa melhor eficiência é alcançada devido a rápida transferência de massa

nas colunas contendo partículas não porosas. Em contrapartida, a capacidade de amostra

injetada na coluna é cerca de 15 vezes maior quando utilizadas partículas porosas.

Adicionalmente, os analitos apresentam maior retenção em partículas porosas do que em

partículas não porosas. Assim, colunas com partículas de sílica não porosa necessitam de

maior percentagem de fase aquosa para promover uma melhor retenção dos analitos. Além

disso, partículas não porosas geram uma maior pressão quando comparadas com as partículas

de sílica porosa. (234)

Mellors realizou a comparação de colunas contendo partículas de sílica não porosa de

1 µm com partículas de sílica híbrida porosa de 1,5 µm. Foi observado que ambas as colunas

apresentaram resultados similares para altura reduzida do prato e resistência mecânica em

pressão de 4500 bar. (243)

Shen utilizou uma coluna (100 mm x 50 µm x 0,8 µm) de sílica C18 porosa na área de

proteômica. Uma grande capacidade de pico foi observada nesta aplicação. (244) Cintron

realizou a síntese de partículas não porosas de sílica com diâmetro médio de 0,67 µm; após a

funcionalização com C18, preparou uma coluna 90 mm x 50 µm contendo as partículas sub 1

µm. Empregando um sistema de UHPLC capaz de chegar em 3500 bar (50000 psi) foi

possível promover a separação cromatográfica em 3,2 minutos com uma eficiência de 500000

pratos por metro. Apesar da alta pressão utilizada, a velocidade linear empregada na análise

(1,3 mm s-1

) foi inferior a velocidade linear ótima para a coluna (3,0 mm s-1

). (245)

Atualmente, os sistemas comercialmente disponíveis para utilizar colunas de ultra alta

eficiência possuem a pressão máxima de 1000 a 1350 bar. Nesse contexto apresentado, a

Page 179: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 5 179

UHPLC, juntamente com as pesquisas em novos materiais, fornece grandes possibilidades de

evolução nas diversas áreas de aplicação (ambiental, biológica, farmacêutica, proteômica,

metabolômica, genômica).

5.2 Objetivos

Nesta parte do trabalho o objetivo foi desenvolver materiais baseados em sílica (sub 2

µm) pelo método sol-gel para atuar como suporte cromatográfico em cromatografia líquida de

alta eficiência visando obter colunas com alta eficiência e tempo de análise rápido.

Adicionalmente, a caracterização físico-química e cromatográfica da coluna funcionalizada

em fase reversa foi avaliada.

5.3 Experimental

5.3.1 Materiais e reagentes

Tetraetilortosilicato 95 % (TEOS) (Aldrich, Alemanha), hidróxido de amônio 28%

(Fluka, EUA), etanol (Tedia, EUA), todos grau reagente foram utilizados sem purificação

adicional. Na reação de funcionalização foram usados tolueno (Mallinckrodt, Mexico),

imidazol (Mallinckrodt, Mexico), clorodimetiloctadecilsilano (ODS) e clorotrimetilsilano

(TMS), ambos da Aldrich (EUA). Acetonitrila e metanol, ambos da Tedia (EUA) e grau

HPLC foram usados no trabalho. A água ultrapura foi fornecida pelo sistema Elga Purelab

Ultra (Inglaterra). Capilares de sílica fundida com diâmetro interno de 50 e 250 µm foram

adquiridos da Polymicro Technologies Inc. (EUA). Padrões analíticos de uracila, fenol,

difenilamina, fenoprofeno, flurbiprofeno, ibuprofeno, cetoprofeno e naproxeno forma

adquiridos pela Sigma-Aldrich (Alemanha) e os padrões de naftaleno e acenaftileno da

Supelco (EUA).

5.3.2 Síntese da partícula de sílica

Para a síntese das partículas de sílica, foram avaliadas diferentes proporções de H2O,

EtOH e NH4OH em relação ao TEOS conforme a Tabela 5.2.

Page 180: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 5 180

Em um balão de fundo redondo foram adicionados H2O, EtOH e NH4OH. A solução

foi homogeneizada por 10 minutos com agitação magnética a temperatura de 30°C com banho

de óleo. Posteriormente, TEOS foi adicionado na solução e permaneceu sob agitação por 4 h.

As partículas de sílica foram separadas da solução por centrifugação (1509 g) e lavadas com

água ultrapura até atingir pH próximo de 7. Por fim, as partículas de sílica foram secadas em

estufa à 60°C por 12 h e a 100°C por 24 h.

Nos experimentos de crescimento de partícula, foram adicionadas partículas de sílica

sintetizadas no experimento anterior a uma solução contendo H2O (4,5 mol L-1

) e NH4OH (60

mol L-1

) em EtOH em um balão de fundo redondo. Esta mistura foi levada ao ultrassom por 5

minutos para evitar a aglomeração das partículas. Posteriormente, sob temperatura de 30°C

controlada por banho de óleo e agitação magnética (700 rpm), foram adicionados na

suspensão 2,2 mmol de TEOS, gota a gota, para promover o crescimento da partícula. Essas

adições de TEOS ocorreram a cada 4 horas e variaram de 4 a 12 adições de TEOS. Para

encerrar a reação, as partículas de sílica foram centrifugadas, lavadas com água e metanol e,

posteriormente, secadas em estufa a 70°C por 12 h e 160°C por 24 h. As partículas foram

calcinadas a 400°C por 5 h e 850°C por 5 h, rehidroxiladas com HCl 5 mol L-1

sob refluxo por

10 h, lavadas com água e metanol para remoção do ácido e secada por 48 h a 100°C em estufa

a pressão reduzida.

Tabela 5.2 – Proporções dos reagentes utilizados no processo sintético.

Linha Razão molar

TEOS:EtOH:H2O:NH4OH

1 1:30:100:40

2 1:30:60:20

3 1:60:100:40

4 1:60:200:80

5 1:30:85:40

6 1:30:80:40

7 1:30:40:20

8 1:15:20:10

9 1:30:8:4

Page 181: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 5 181

5.3.3 Funcionalização das partículas de sílica

Em um balão de duas bocas acoplado ao condensador Friedrich sob atmosfera de

nitrogênio foram adicionadas 2 g da sílica em 10 mL de tolueno. Em seguida foram

adicionadas 25 mg de imidazol dissolvido em 1 mL de tolueno e, posteriormente, 120 mg de

ODS em 3 mL de tolueno. . O sistema ficou em refluxo por 5 horas com aquecimento por

banho de óleo e as partículas de sílica funcionalizadas foram filtradas e lavadas com tolueno,

metanol, metanol:água (1:1) e metanol. A sílica foi seca em estufa a pressão reduzida na

temperatura de 70ºC por 24 h. Finalmente a sílica funcionalizada foi submetida ao processo

de endcapping empregando 45 µL of TMS nas mesmas condições descritas acima.

5.3.4 Caracterização físico-química

A morfologia das partículas do MIP foi analisada por microscopia eletrônica de

varredura (MEV) (Zeiss-Leica/440) operando a 20 kV e as amostras foram recobertas com

uma fina camada de ouro. A área superficial e o diâmetro do poro foram medidos pela

isoterma de adsorção/dessorção de nitrogênio a 77K (Quantachrome Instruments) pelo

método Braunaer-Emmett-Teller (BET). Analise elementar foi realizado no CHNS-O, modelo

EA 1110 da CE Intruments. Os espectros de infravermelho (FT-IR) foram obtidos de 4000 a

400 cm-1

no equipamento Bomem MB-102 empregando disco de KBr para preparar as

amostras.

Espectros de ressonância magnética nuclear (RMN) no estado sólido foram obtidos no

espectrômetro Bruker, modelo Avance III (400 MHz) com rotores de óxido de zircônio de 4

mm, velocidade de rotação de 5 kHz e campo magnético de 9,4 T. Analise de 29

Si RMN

foram adquiridas a 79,46 MHz empregando a técnica de polarização cruzada e rotação no

ângulo mágico (CP/MAS) com largura de pulso (/2) de 5 µs, tempo de contato de 5 ms e

intervalo entre os pulsos de 5 s. A temperatura da análise foi de 20,76°C, o número de scans

foi de 3600 e ácido 4,4-dimetil-4-silapentano-1-sulfônico (= 0 ppm) foi utilizado como

padrão externo dos deslocamentos químicos. Os espectros de RMN 13

C foram adquidos a

100,56 MHz empregando a técnica de polarização cruzada, rotação no ângulo mágico e

supressão das bandas laterais (CP/MAS/TOSS) com largura de pulso (/2) de 5 µs, tempo de

contato de 2 ms e intervalo entre os pulsos de 5 s. A temperatura da análise foi de 21,80°C, o

Page 182: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 5 182

número de scans foi de 2048 e o adamantano (= 38.48 ppm para o sinal mais intenso) foi

utilizado como padrão externo dos deslocamentos químicos.

5.3.5 Método cromatográfico

Para avaliação da fase estacionária sintetizada, uma coluna capilar (40 mm x 250 μm)

foi preparada no laboratório empregando a técnica de empacotamento por suspensão (slurry

packing technique). (246) Aproximadamente 6 mg da fase estacionária foram sonicadas com

1 mL de THF:isopropanol (90:10) por 5 minutos. Posteriormente, a suspensão foi transferida

para um reservatório e empacotada utilizando uma bomba Haskel com pressão inicial e 200

bar e pressão final de 500 bar, empregando metanol como solvente.

O sistema cromatográfico foi composto por uma bomba LC-20AD, um detector SPD-

M10AVP DAD, uma controladora CBM-20AD, e software LC solution, todos da Shimadzu.

Uma válvula modelo EPCI4W.06 da Valco (EUA) com alça de amostragem (loop) interno de

60 nL conectada a um atuador elétrico foi utilizado como sistema de introdução de amostra.

Uma cela de detecção labmade no formato em “U” com 7,92 mm de caminho ótico e volume

de 35 nL foi utilizada no experimento. (247)

5.4 Resultados e discussões

5.4.1 Síntese da partícula de sílica

Inicialmente foi utilizada uma adaptação da metodologia desenvolvida por Tani no

preparo das partículas de sílica (3 – 4 µm) pelo método sol-gel. (248) Assim, foi preparada

uma solução (solução A) contendo 11 mL de H2O, 0,1 mL de hidróxido de amônio e 7 mL de

etanol. Na síntese das partículas, 4 mL da solução A foi transferida para um balão reacional e

2 mL de TEOS foi adicionado na solução. O sistema ficou mantido a 60°C sob agitação

magnética em sistema fechado. Após 24 h de reação verificou-se a formação de um gel no

balão reacional. O gel foi lavado com etanol e, posteriormente, secado em estufa com

temperatura inicial de 40ºC por 5 h e depois a 100°C por 24 h. A Figura 5.6A ilustra as

partículas obtidas por esse processo sintético. Pode-se observar que as partículas apresentaram

formato totalmente irregular. Uma tentativa de aprimorar a metodologia na obtenção de

presentaram

Page 183: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 5 183

Figura 5.6 - MEV das partículas de sílica obtidas após adaptações no procedimento

experimental.

partículas esféricas foi promover a diluição do TEOS. Assim, foi repetida o processo de

síntese empregando 8 mL da solução A e 500 µL de TEOS. As partículas desse experimento

apresentaram formato esférico (Figura 5.6B). Entretanto, observa-se que o material encontra-

se aglomerado e com grande distribuição de tamanho das partículas.

Outras variações no procedimento experimental foram aplicadas na tentativa de

conseguir sintetizar partículas esféricas, não aglomeradas e monodispersas. Contudo, sem

sucesso.

Assim, resolvemos avaliar o procedimento experimental desenvolvido por Stober para

a síntese das partículas. (78) Em um balão foram adicionados TEOS, H2O, EtOH na seguinte

razão molar 1:4:10. O sistema ficou sob agitação magnética durante 5 minutos para

homogeneização da solução. Posteriormente, foi adicionado NH4OH que permaneceu em

reação por 4 horas. Após esse período, a solução apresentou aparência leitosa. As partículas

foram removidas por centrifugação, lavadas com água e etanol e, posteriormente, secadas a

temperatura de 40ºC por 12 h e a 100ºC durante 1 hora. Para avaliar a influência da

quantidade de NH4OH na reação, foram realizados quatro experimentos com a razão molar

TEOS:NH4OH de 1:0,5, 1:1, 1:1,5 e 1:2. A Figura 5.7 ilustra a morfologia das partículas

obtidas nesses experimentos. Observa-se que a medida que a quantidade de NH4OH é

aumentada ocorre uma melhor formação de partículas esféricas. Entretanto, em todos os

experimentos realizados houve a aglomeração entre as partículas esféricas de sílica.

Page 184: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 5 184

Figura 5.7 – Microscopia das partículas de sílica obtidas pelo método de Stober com a razão

molar TEOS:NH4OH de (A) 1:0,5, (B) 1:1, (C) 1:1,5 e (D) 1:2.

Jia promoveu uma modificação no procedimento experimental de Stober no qual

empregou maiores quantidade de hidróxido de amônio para o preparo das partículas de sílica.

(249) No procedimento de preparo das partículas foram adicionados no balão reacional 2 mL

de água ultrapura, 8 mL de etanol e 10 mL de hidróxido de amônio. A solução foi

homogeneizada por 5 minutos utilizando agitação magnética. Em seguida, foi adicionado à

solução 1 mL de TEOS, em uma única etapa. Após alguns minutos a solução ficou

esbranquiçada e permaneceu sob agitação por 4 h. As partículas formadas foram separadas

através de centrifugação, lavadas com água e etanol e, posteriormente, secadas em estufa a

40°C e posteriormente a 120°C. A Figura 5.8 ilustra as partículas de sílica obtidas nesse

procedimento experimental. Pode-se observar que as partículas encontram-se esféricas (com

diâmetro médio em torno de 400 nm), monodispersas e não estão aglomeradas.

Experimentos adicionais foram realizados fazendo variações nas razões molares entre

os reagentes na tentativa de obter partículas de sílica com diâmetro maior. A Tabela 5.3

contem o diâmetro médio das partículas e o desvio padrão relativo (DPR %) para os nove

experimentos realizados com diferentes proporções dos reagentes.

Page 185: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 5 185

Figura 5.8 – Microscopia da partícula de sílica sintetizada com razão molar TEOS:NH4OH

de 1:20.

Tabela 5.3 – Diâmetro de partícula e desvio padrão relativo dos experimentos de acordo com

a condição experimental utilizada.

Linha Razão molar

TEOS:EtOH:H2O:NH4OH

Diâmetro médio da

partícula (nm) DPR (%)

1 1:30:100:40 407,80 2,8

2 1:30:60:20 457,77 3,8

3 1:60:100:40 436,32 4,3

4 1:60:200:80 354,93 5,3

5 1:30:85:40 525,90 5,6

6 1:20:80:40 501,85 4,4

7 1:30:40:20 697,82 4,8

8 1:15:20:10 - -

9 1:30:08:04 253,40 26,5

O diâmetro médio das partículas foi obtido através da contagem de uma população de

100 partículas nas imagens de microscopia. Adicionalmente, a morfologia das partículas

sintetizadas está ilustrada na Figura 5.9. As partículas dos experimentos das linhas 1 - 5

apresentaram morfologia esférica e, devido ao baixo DPR, podem ser consideradas

monodispersas. Entretanto no experimento da linha 6 surgiram algumas partículas com a

morfologia em dubletos (duas partículas de sílica) juntamente com outras partículas esféricas.

Page 186: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 5 186

Figura 5.9 – Microscopia das partículas de sílica sintetizadas de acordo com as condições

especificadas na Tabela 5.3.

Já no experimento da linha 7, estes dubletos aparecem em maior proporção e surgem

os tripletos e quadrupletos. O aparecimento destas partículas deformadas indica que o sistema

reacional não está diluído o suficiente e ocorre o choque entre as partículas primárias durante

o processo sintético levando a formação de dubletos. O experimento da linha 8 foi a condição

reacional que apresentou maior concentração de TEOS e, como resultado, houve grande

aglomeração das partículas que apresentou formato irregular. A quantidade de amônia no

meio reacional é importante para que as partículas tenham morfologia esférica e

monodispersa. No experimento da linha 9 podemos observar que a quantidade de hidróxido

de amônio utilizado foi inferior aos outros experimentos e como resultado as partículas

apresentaram tamanhos variados e portanto não eram monodispersas (DPR = 26,5 %).

Para a continuidade dos experimentos, a condição da linha 2 da Tabela 5.3 foi

escolhida. Foram realizados três experimentos em dias diferentes, na mesma condição

reacional, para avaliar a repetitividade da síntese (Tabela 5.4).

Page 187: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 5 187

Como resultado, as partículas nos três experimentos apresentaram diâmetro na faixa de

380 – 530 nm. O diâmetro médio e o DPR para o ensaio inter-dia foram de 448 nm e 5,4 %,

respectivamente. O baixo valor de DPR obtido indica que o processo possui repetititvidade e

que as partículas de sílica possuem uma estreita faixa de distribuição.

Bogush desenvolveu em 1988 uma equação para estimar o diâmetro da partícula em

função da concentração de TEOS, água e amônia no meio reacional com erro de predição de

até 28 %. (250) Em 2007, Razink realizou pequenas correções na equação de Bogush no qual

diminuiu o erro de predição para 20 % (Equação 24). (251)

2/12

22 ]OH[exp]OH[dp BA , (24)

onde,

33

233

2/1 ]NH[366]NH[1200]NH[15182]TEOS[ A

233 ]NH[128,0]NH[523,005,1 B

A Equação 24 foi aplicada nas concentrações experimentais da Tabela 5.4 e o valor de

diâmetro médio calculado para partículas (dpcalc) foi de 435 nm. Como resultado, os valores

obtidos experimentalmente (dpexp) foram próximos aos valores. A aplicação desse material

como suporte cromatográfico em HPLC é dificultoso, pois o diâmetro reduzido das partículas

(abaixo de 0,5 µm) promoveria um grande aumento na pressão do sistema cromatográfico.

Assim, estudos foram conduzidos na tentativa de aumentar o tamanho médio das partículas de

sílica.

Para aumentar o tamanho das partículas de 400 nm foi avaliado o método denominado

crescimento de partícula, o qual consiste em adições de TEOS no meio reacional contendo

uma suspensão das partículas sintetizadas anteriormente em água, etanol e amônia. O TEOS

adicionado

Tabela 5.4 - Avaliação da repetibilidade do preparo da partícula.

Experimento Razão molar

TEOS:EtOH:H2O:NH4OH

dpexp

(nm)a

DPR

(%)

dpcalc

(nm)

dpexp/dpcalc

(%)

1

424 3,6

435

97,5

2 1:30:60:20 457 3,8 105,2

3

462 3,2 106,3 a diâmetro médio das partículas de sílica; dpexp = diâmetro médio experimental; dpcalc =

diâmetro médio calculado.

Page 188: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 5 188

adicionado na suspensão sofrerá o processo de hidrólise e, posteriormente, o processo de

condensação na superfície da partícula em suspensão e, por fim, o aumento no diâmetro da

partícula.

A primeira condição experimental avaliada foi baseada no trabalho publicado por

Chou (80), no qual 500 mg das partículas de sílica preparadas pelo método de Stober foram

suspensas em 25 mL solução etanólica contendo hidróxido de amônio (0,4 mol L-1

) e água (10

mol L-1

) em ultrassom por 5 minutos. Posteriormente, sob agitação magnética, foram

adicionados, em única etapa, TEOS no balão reacional para que a concentração na suspensão

fosse de 0,09 mol L-1

. A suspensão ficou em agitação magnética em balão fechado por 3 h e

posteriormente as partículas foram separadas por centrifugação, lavadas com água e secadas

em estufa. A Figura 5.10 ilustra a microscopia das partículas obtidas neste experimento.

Podemos observar que ao invés de promover o crescimento das partículas, o TEOS

adicionado promoveu a aglomeração das partículas existentes na suspensão.

Na tentativa de promover o aumento do tamanho da partícula sem promover a

aglomeração, foram conduzidos experimentos baseados no estudo realizado por Chang (79)

com uma maior dispersão das partículas para evitar colisões na suspensão. Adicionalmente, a

quantidade de TEOS adicionada na solução foi feita lentamente (e diluída em 50 % em etanol

para minimizar a formação de partículas secundárias). Assim, em um balão de fundo redondo,

100 mg da partícula semente foram suspensas em 70 mL de uma solução etanólica contendo

amônia (4,5 mol L-1

) e água (60 mol L-1

). A suspensão ficou sob agitação magnética a 600

rpm e temperatura de 30°C controlada por banho de óleo. Posteriormente, foram feitas

adições de TEOS (0,5 mL, 2,2 mmol) diluído em etanol (50:50, v/v).

Figura 5.10 – MEV das partículas de sílica submetidas ao processo de crescimento da

partícula semente.

Page 189: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 5 189

Diferentemente do experimento anterior, a velocidade de adição da solução de TEOS

no sistema reacional foi de 1 gota a cada 10 segundos e sua concentração na suspensão não

ultrapassou o valor de 0,03 mol L-1

. O balão reacional foi fechado e o sistema permaneceu sob

agitação por 2 h. Posteriormente, outra alíquota de 2,2 mmol de TEOS diluído foi adicionado

lentamente no sistema reacional. No total foram realizadas 12 adições de TEOS a cada 2 h. A

Figura 5.11 ilustra a comparação das imagens de MEV e distribuição das partículas nesse

experimento através da contagem de uma população de 100 partículas obtidas pelas imagens

de microscopia.

A Figura 5.11A representa a partícula semente empregada como base no experimento.

Após quatro adições de TEOS no sistema reacional percebe-se que o tamanho médio das

partículas foi aumentado (Figura 5.11B) de 400 nm para a faixa de 700 – 900 nm sem a

formação de aglomerados. Entretanto foi observado o surgimento de novas nucleações

(partículas secundárias), pois algumas partículas na faixa de 200 – 400 nm foram encontradas.

Após 8 adições de TEOS (Figural 5.11C), houve o aumento de tamanho das partículas de 700

-900 nm para a faixa de 1100 – 1300 nm. Contudo, houve um aumento de novas nucleações

(mais de 40 % da partículas estavam na faixa de 400 -500 nm) que começaram a competir

com as partículas maiores no processo de crescimento. Assim, também foram encontradas

partículas com 600 - 800 nm. A Figura 5.11D ilustra as partículas obtidas após 12 adições de

TEOS no sistema reacional. Pode-se observar que as partículas encontram-se em uma ampla

faixa de distribuição (300 – 1800 nm) no qual cerca de 60 % são resultado de novas

nucleações (400 – 500 nm).

Na tentativa de promover um processo de alimentação continuo de TEOS no sistema

reacional, foram conduzidos testes empregando uma bomba peristáltica. Assim, em um balão

de fundo redondo, 100 mg da partícula semente foram suspensas em 70 mL de uma solução

etanólica contendo amônia (4,5 mol L-1

) e água (60 mol L-1

) conforme condições do

experimento anterior. Entretanto, 4 mL de TEOS foi diluído para volume final de 10 mL com

etanol e esta solução foi adicionada ao sistema reacional através da bomba peristáltica com

vazão de aproximadamente 30 µL min-1

num tempo aproximado de 5,5 h. A Figura 5.12A

representa as partículas obtidas neste processo, no qual o tubo de alimentação estava imerso

na solução. A Figura 5.12B representa uma modificação no sistema no qual o tubo de

alimentação estava suspenso dentro do balão reacional e a solução de TEOS foi adicionada

por gotejamento. Pode-se observar que ambos os processos não foram satisfatórios no preparo

de partículas monodispersas próximas de 1000 nm, pois houve o processo de aglomeração das

partículas sementes ou o surgimento de novas nucleações.

Page 190: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 5 190

Figura 5.11 – MEV e distribuição das partículas obtidas no processo de crescimento de

partícula semente. (A) partícula semente, (B) após 4 adições de 2,2 mmol de TEOS, (C) após

8 adições de 2,2 mmol de TEOS e (D) após 12 adições de 2,2 mmol de TEOS.

Page 191: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 5 191

Figura 5.12 – MEV das partículas sintetizadas com a alimentação realizada com bomba

peristáltica. (A) imersão direta na suspensão e (B) sistema de gotejamento na suspensão.

Para a continuidade do trabalho, optou-se por utilizar o procedimento no qual

fornecesse partículas de sílica próximas de 1000 nm para caracterização e avaliação de seu

desempenho como fase estacionária em HPLC. A imagem do MEV na Figura 5.13A ilustra as

partículas de sílica obtidas através do crescimento da partícula utilizando apenas 4 adições de

TEOS no sistema reacional. Pela imagem do MEV e do histograma (Figura 5.13B) observa-se

que houve a formação de algumas partículas secundárias. Entretanto, podemos observar pelo

gráfico de percentagem acumulada das partículas (Figura 5.13C) que uma quantidade inferior

a 5 % das partículas são resultados de novas nucleações e estão na faixa de 450-550 nm. Já o

restante das partículas, 95 %, estendem na faixa de 850 - 1000 nm. A Tabela 5.5 apresenta os

valores obtidos de diâmetro médio das partículas e DPR para as partículas antes e após o

processo

Tabela 5.5 – Comparação da distribuição das partículas de sílica antes e depois da reação de

crescimento de partícula semente.

Parâmetro Partícula base Partícula após reação de

crescimento

dp médio (nm) 424 895

DPR (%) 3,6 9,2

d10 (nm) 398 839

d50 (nm) 419 892

d90 (nm) 440 930

d90/d10 1,105 1,108

Page 192: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 5 192

Figura 5.13 – (A) MEV das partículas de sílica sintetizadas, (B) Histograma da distribuição

das partículas e (C) Gráfico da percentagem acumulada das partículas.

processo de aumento de tamanho e informações sobre d10, d50, d90 e d90/d10. Pode-se observar

que os valores próximos de 1,0 para d90/d10 indica que as partículas sintetizadas possuem

uniformidade.

As partículas de sílica foram submetidas ao tratamento térmico para elevar sua

resistência mecânica e destruir matéria orgânica residual do processo de síntese. Durante o

tratamento térmico há uma diminuição do numero de silanois na superfície da sílica. Assim,

Page 193: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 5 193

foi necessário realizar uma rehidroxilação da sílica com ácido antes da reação de

funcionalização com o grupamento monofuncional C18 e endcapping com TMS.

5.4.2 Caracterização das partículas

A análise de BET das partículas de sílica sem a funcionalização forneceu um área

superficial de 54 m2 g

-1 e um diâmetro médio dos poros de 0,95 nm. Os baixos valores para a

área superficial e diâmetro do poro caracterizam o material como não poroso. Os valores de

microporos (abaixo de 2 nm) dificulta a penetração de moléculas maiores que a da água.

Assim, os grupos silanois presentes nos microporos não são classificados como silanois na

superfície das partículas de sílica. Análise elementar do material após a reação de

funcionalização e endcapping indica a presença de 8,7 % de carbono ligado em sua estrutura.

O material sintetizado também foi caracterizado por infravermelho. O espectro de

infravermelho da sílica antes da funcionalização possui bandas características de polímeros

baseados em sílica (bandas 4-7 na Figura 5.14). (252) Em 3480 cm-1

, a banda larga é referente

referente

Figura 5.14 - Espectro de Infravermelho da sílica pura e sílica C18. Bandas: (1) O-H, (2) C-

H, (3) O-H, (4) Si-O-Si, (5) Si-OH, (6) Si-O e (7) Si-O.

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500

50

60

70

80

90

% T

ran

smit

ân

cia

Número de ondas (cm-1)

Sílica C18

Sílica pura

1

23

4

56

7

Page 194: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 5 194

ao estiramento da ligação O-H atribuída aos grupos silanois na partícula de sílica. A ausência

de bandas na região de 3000-2800 cm-1

confirma que não há resíduo de TEOS no esqueleto

polimérico da sílica preparada. (253, 254) Após a reação de funcionalização e endcapping,

podemos observar o aparecimento de banda na região em 2950-2800 cm-1

atribuídas aos

estiramentos de carbono alifático (C-H). Adicionalmente, o processo de funcionalização e

endcapping promoveu uma redução da banda atribuída ao estiramento O-H. O sinal

remanescente relacionado aos grupos OH é atribuído aos silanois localizados no interior da

partícula (microporos) no qual não estão disponíveis para reação de funcionalização.

No espectro de RMN/CP/MAS 29

Si da sílica após, a funcionalização e endcapping,

podemos observar o sinal em -111 ppm atribuído a espécie Q4 (ligação siloxano) que está

presente em todo material baseado em sílica (Figura 5.15A). O sinal em -102 ppm é referente

a espécie Q3 (silanol isolado) e, assim como no FT-IR, indica que há grupos silanois no

material sintetizado. A ausência do sinal em -92 ppm confirma que nesta estrutura do material

não há a presença das espécies Q2 (silanol geminal). O sinal em 12 ppm no espectro de 29

Si

aparece somente após a reação de modificação da superfície da sílica e é atribuído a

sobreposição dos núcleos do átomo de silício tanto do grupamento C18 monofuncional quanto

do átomo de silício do TMS (M). (255)

A morfologia da cadeia carbônica do grupamento C18 foi avaliada por 13

C

RMN/CP/MAS/TOSS (Figura 5.15B). Trabalhos na literatura relatam que partículas de sílica

funcionalizadas com grupos C18 monofuncionais apresentam sinais mais intensos no espectro

de carbono em relação aos grupos C18 di e trifuncionais, pois a cadeia carbônica tem maior

mobilidade. (256) O sinal em 0,45 ppm é atribuído carbono C ’ do grupo C18 e aos carbonos

do grupamento TMS. Devido as densidades eletrônicas relativamente altas em torno desses

núcleos de carbono, forma-se uma blindagem contra o campo magnético provocando o

aparecimento dos sinais em campo alto do espectro. (257) Os sinais em 12,30 ppm e 18,08

ppm são atribuídos as carbonos C18 e C1, respectivamente. Já os sinais em 22,41 e 23,57 são

referentes aos metilenos C17 e C2. O carbonos C3 e C16 aparecem em campo mais baixo no

espectro, com sinais em 33,98 ppm e 31,95 ppm. O sinal mais intenso no espectro (30,51

ppm) é referente aos carbonos centrais (C4-15) ao longo da cadeia octadecil. A presença desses

carbonos centrais nesta região do espectro indica que a cadeia C18 encontra-se na

conformação desordenada, ou seja, seus carbonos apresentam grande mobilidade e há uma

rápida troca entre as conformações gauche e trans. (132) Adicionalmente, Jinno observou que

fases

Page 195: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 5 195

Figura 5.15 – Espectro da sílica C18 não porosa sintetizada. (A) 29

Si RMN/CP/MAS e (B) 13

C RMN/CP/MAS/TOSS.

Carlos_silicaC18_P10_Si29.001.esp

100 50 0 -50 -100 -150

Chemical Shift (ppm)

C3

C16

C4-15

C2 C

17 C1

C1'

SiO

CH3

CH3

CH2 CH2 CH2 (CH2)12 CH2 CH2 CH3

C1' C

2C

1 C3

C4-15 C

16C

17

C18

C18

Si

Si

O H

O H SiO

O

O

O

M

Q3

Q4

(a)

(b)

SiCH2

CH3

CH3

OR

R = (CH2)16CH3, H

Carlos_silicaC18_P10.001.esp

56 48 40 32 24 16 8 0 -8

Chemical Shift (ppm)

Deslocamento químico (ppm)

Deslocamento químico (ppm)

fases estacionárias que passaram pela etapa de endcapping possuem uma maior mobilidade no

final da cadeia carbônica, provocando um aumento na intensidade dos sinais referente ao

carbono C16 e C18. (256)

5.4.3 Avaliação cromatográfica das partículas de sílica

Após o preparo, funcionalização e caracterização das partículas de sílica, foi realizado

o processo de empacotamento das partículas de sílica (conforme procedimento descrito na

Page 196: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 5 196

etapa 5.3.5) para sua avaliação na separação cromatográfica. A Figura 5.16 ilustra o esquema

utilizado no preparo do corpo da coluna capilar de sílica fundida. Adicionalmente, a Figura

5.17 apresenta a imagem da coluna capilar com as partículas de sílica não porosa

desenvolvida. Após o processo de preparo da coluna cromatográfica, o seu desempenho foi

avaliado com uma solução teste contendo diferentes compostos: uracila (25 mg L-1

), fenol

(200 mg L-1

), difenilamina (300 mg L-1

), naftaleno (30 mg L-1

) e acenaftileno (200 mg L-1

).

Figura 5.16 – Esquema de um tubo preparado para a confecção de coluna capilar

empacotada.

Fonte: Retirado de (247).

Figura 5.17 – Imagem da coluna capilar desenvolvida (40 mm x 250 µm x 0,9 µm, C18).

Page 197: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 5 197

A Figura 5.18 apresenta o cromatograma obtido na separação dessa solução teste

utilizando MeOH:H2O (30:70, v/v) como fase móvel no modo isocrático. A temperatura de

análise foi mantida a 22°C e o comprimento de onda do DAD fixado em 220 nm. O volume

de injeção foi de 60 nL. A vazão empregada na análise foi de 1,5 µL min-1

, no qual não é o

valor ótimo para trabalhar com essas partículas. Entretanto, devido a alta pressão gerada pela

partícula desenvolvida, não foi possível elevar a vazão da fase móvel. A partir do

cromatograma gerado foram calculados os valores de fator de retenção (k), número de pratos

por metro (N/m), assimetria medida em 10 % da altura do sinal do pico (As10), altura

equivalente ao prato (H), altura reduzida do prato (h), resolução (Rs) e fator de separação (α).

Os parâmetros avaliados estão resumidos na Tabela 5.6.

A uracila foi utilizada como marcador do tempo morto. A ordem de eluição seguiu a

hidrofobicidade dos analitos, ou seja, o menos hidrofóbico eluiu primeiro (fenol) e o mais

hidrofóbico eluiu por ultimo (acenaftileno). O par de compostos neutros (naftaleno e

acenaftileno) foi utilizado para avaliar a hidrofobicidade da fase estacionária. Podemos

observar que a resolução (Rs4,5) e a seletividade (α4,5) entre esse par de compostos foi de 3,2 e

1,31 respectivamente.

Figura 5.18 – Cromatograma obtido na separação da solução teste utilizando a coluna capilar

com a fase estacionária C18 sub-1 µm. Ordem de eluição: uracila (1), fenol (2), difenilamina

(3), naftaleno (4) e acenaftileno (5).

0 2 4 6 8 10

0

10

20

30

Ab

sorb

ân

cia

(m

V)

Tempo de retenção (min)

1

2

3 45

Page 198: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 5 198

Tabela 5.6 – Parâmetros cromatográficos para a coluna sintetizada.

Composto k N/m H (µm) h As10 α Rs

Uracila 0,00 - 48,61 54,01 1,21 - -

Fenol 0,24 26951 37,10 41,23 1,60 - -

Difenilamina 2,48 91306 10,95 12,17 1,40 - -

Naftaleno 3,34 102506 9,75 10,84 1,25 1,31 3,20

Acenaftileno 4,52 108982 9,17 10,20 1,27

Os picos cromatográficos apresentaram formato simétrico e o acenaftileno gerou uma

eficiência de 108982 pratos/metros e, consequentemente, um H no valor de 9,17. Os valores

obtidos para H e h não são satisfatórios, entretanto, esse valor pode estar relacionado com

uma somatória de fatores que tornam o sistema (HPLC e coluna) inadequado. Um primeiro

ponto a ser discutido está relacionado com a presença dos microporos na sílica sintetizada.

Moléculas pequenas podem ficar aprisionadas nos microporos e sua lenta difusão no interior

da partícula causa um aumento perceptível na banda cromatográfica e consequentemente

diminui a eficiência da separação. Assim, esse tipo de material com microporos abaixo de 2

nm apresenta melhor desempenho em separações de macromoléculas.

Outro ponto que pode estar relacionado com a diminuição da eficiência da coluna

cromatográfica é a restrição ao aumento da vazão da fase móvel devido à pressão gerada pelas

partículas sub-1 µm. A velocidade linear média empregada na análise foi de 0,43 mm s-1

no

qual é um valor abaixo da velocidade linear adequada para esse tipo de partícula. Assim, a

separação cromatográfica foi realizada na região da curva de Van Deemter no qual o termo B

(difusão longitudinal) apresenta grande contribuição para o valor elevado de H. Além disso,

na Tabela 5.6 observa-se que ocorre um aumento no número de pratos com o aumento do

fator de retenção dos compostos analisados. Esta situação é um indicativo de que há uma

dispersão extra coluna no sistema cromatográfico.

Para demonstrar o potencial de aplicabilidade das partículas sub-1 µm, a coluna

preparada foi utilizada para a separação de anti-inflamatórios não esteroidais (NSAIDs)

conforme discutido no Capítulo 4. A Figura 5.19 ilustra o cromatograma da separação de 5

NSAIDs empregando a coluna C18 sub 1 µm desenvolvida. O método cromatográfico

consistiu na separação isocrática empregando MeOH:H2O (35:65, v/v) contendo 0,1 % de

resolução

Page 199: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 5 199

Figura 5.19 – Cromatograma obtido na separação dos NSAIDs na concentração de 100 mg L-

1 utilizando a coluna capilar com a fase estacionária C18 sub-1 µm. Ordem de eluição:

cetoprofeno (1), naproxeno (2), fenoprofeno (3), flurbiprofeno (4) e ibuprofeno (5).

0 2 4 6 8 10

0

50

100

150

200A

bso

rbân

cia

(m

V)

Tempo de retenção (min)

1

2

3

45

ácido acético. A vazão foi de 1,5 µL min-1

, a temperatura foi de 22°C e o comprimento de

onda foi fixado em 220 nm. Os picos cromatográficos demonstraram boa simetria e os pares

cetoprofeno/naproxeno e fenoprofeno/flurbiprofeno apresentaram resolução de 1,82 e 1,84

respectivamente com um tempo total de análise foi de apenas 9 minutos.

5.5 Conclusão

O método sol-gel empregando precursores alcoxissilanos forneceu partículas esféricas

com um DPR abaixo de 4 %. Após os experimentos de aumento do tamanho de partícula, o

DPR ficou abaixo de 10 % devido novas nucleações aparecerem nestes ensaios. A

caracterização físico-química revelou que o suporte cromatográfico é considerado não poroso

pois apresentam microporos em sua estrutura.

Devido a limitação instrumental (pressão máxima do sistema) durante a avaliação

cromatográfica do trabalho, a velocidade linear utilizada estava cerca de seis vezes abaixo do

valor mínimo considerado ótimo para partículas com este diâmetro. Desta forma, a eficiência

e o tempo de análise foram prejudicados.

Page 200: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br
Page 201: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 6

Conclusão geral e perspectivas futuras

Page 202: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br
Page 203: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 6 203

6.1 Conclusão geral

O desenvolvimento de fase extratora utilizando silicato de sódio como precursor de

baixo custo no processo sintético apresentou resultados adequados quando aplicada no

método desenvolvido para análise de antidepressivos e quando comparada com fases

extratoras comerciais conforme discutido nesta tese. Adicionalmente, a síntese do MIP para a

extração seletiva dos fármacos mostrou-se efetiva. Além disso, a migração da SPE no modo

off-line para o online forneceu um método simples e seletivo para a análise direta de NSAIDs

em urina humana com o mínimo de pré-tratamento da amostra.

O desenvolvimento das colunas curtas empacotadas com partículas abaixo de 1 µm

com sílica não porosa facilita a transferência de massa e aprimora a eficiência cromatográfica.

Em outras palavras, a vazão da fase móvel pode ser aumentado sem comprometimento da

separação dos analitos. Entretanto, materiais com essa característica necessitam de

equipamentos capazes de operar em pressões elevadas no qual dependendo das dimensões da

coluna é necessário trabalhar com pressões acima de 1000 bar para atingir a velocidade linear

ótima para a coluna analítica.

6.2 Perspectivas futuras

O desenvolvimento desse trabalho fornece condições e possibilidade de desenvolver

fases extratoras (preparo de amostra) e fases estacionárias (HPLC) com grupamentos

diferentes dos encontrados atualmente no mercado. Nesta estratégia, seletividade diferenciada

pode ser obtida e assim, extrações mais seletivas gerando extratos mais limpos ou

aprimoramento de separações cromatográficas podem ser alcançadas.

Desta forma, no âmbito do preparo de amostra há a possibilidade de modificar o

suporte cromatográfico com modificadores diferenciados. As fases desenvolvidas podem ser

aplicadas em extrações de diferentes matrizes empregando SPE off-line ou online conforme

descrito nesta tese. Além disso, há a possibilidade de aplicar em sistemas de extração

miniaturizados, tais como o MEPS. Adicionalmente, as fases extratoras podem ser

modificadas superficialmente com meio de acesso restrito (RAM) no qual os materiais

apresentam características mistas no qual ocorre a combinação da cromatografia por exclusão

e da cromatografia em fase reversa. (29, 40) Além disso, o método MISPE-HPLC-UV pode

ser utilizado para extração seletiva dos NSAIDs em outras matrizes, tais como a ambiental.

Page 204: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Capítulo 6 204

A avaliação da coluna com partículas sub 1 µm em equipamentos de UHPLC (1000

bar) forneceria a possibilidade de trabalhar em vazões mais elevadas e melhorar a eficiência e

tempo de análise.

Em relação às fases estacionárias para colunas cromatográficas, pode-se destacar a

possibilidade de sintetizar fases suportadas na superfície da sílica com seletividade

diferenciada. Como exemplo prático, pode-se citar o preparo de fases estacionárias contendo

líquidos iônicos (ILs). Uma das principais vantagens da superfície imobilizada com fases

estacionárias contendo IL é a possibilidade de alterar os cátions, ânions e a cadeia alquílica do

líquido iônico. Esta vantagem fornece a capacidade de manipular a estrutura de IL na sílica e,

consequentemente, as propriedades da fase estacionária. (258) Outro exemplo é a síntese de

fases zwitêrionicas no qual possui grupos com carga positiva e negativa que permite mudar a

seletividade da separação cromatográfica. Além disso, fases quirais podem ser desenvolvidas

com aplicabilidade na separação enantiomérica.

Page 205: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Referências 205

Referências

1. DE LIMA GOMES, P. C. F.; BARLETTA, J. Y.; NAZARIO, C. E. D.; SANTOS-NETO,

Á. J.; VON WOLFF, M. A.; CONEGLIAN, C. M. R.; UMBUZEIRO, G. A.; LANCAS, F. M.

Optimization of in situ derivatization SPME by experimental design for GC-MS multi-residue

analysis of pharmaceutical drugs in wastewater. Journal of Separation Science, v. 34, n. 4,

p. 436-445, 2011.

2. BARLETTA, J. Y.; DE LIMA GOMES, P. C. F.; DOS SANTOS-NETO, Á. J.; LANCAS,

F. M. Development of a new stir bar sorptive extraction coating and its application for the

determination of six pesticides in sugarcane juice. Journal of Separation Science, v. 34, n.

11, p. 1317-1325, 2011.

3. GROSSI, P.; OLIVARES, I. R. B.; DE FREITAS, D. R.; LANCAS, F. M. A novel HS-

SBSE system coupled with gas chromatography and mass spectrometry for the analysis of

organochlorine pesticides in water samples. Journal of Separation Science, v. 31, n. 20, p.

3630-3637, 2008.

4. CARMI, J. D.; OLIVARES, I.; GROSSI, P.; LANCAS, F. M. Refrigerated sorptive

extraction: determination of BTEX in water samples. Journal of Chromatographic Science,

v. 47, n. 9, p. 812-816, 2009.

5. SANTOS-NETO, A. J.; FERNANDES, C.; RODRIGUES, J. C.; LANCAS, F. M.

Fluoxetine and norfluoxetine analysis by direct injection of human plasma in a column

switching liquid chromatographic system. Journal of Separation Science, v. 31, n. 1, p. 78-

85, 2008.

6. PINTO, J. S. S.; CAPPELARO, E. A.; LANÇAS, F. M. Design and construction of an on-

line SPE-SFE-CGC system. Journal of the Brazilian Chemical Society, v. 12, n. 2, p. 192-

195, 2001.

7. PINTO, J. S. D. S.; LANÇAS, F. M. Hidrólise do óleo de Azadirachta indica em água

subcrítica e determinação da composição dos triacilglicerídeos e ácidos graxos por

cromatografia gasosa de alta resolução a alta temperatura e cromatografia gasosa de alta

resolução acoplada à espectrometria de massas. Química Nova, v. 33, n. 2, p. 394-397, 2010.

8. RODRIGUES, J. C.; NETO, A. J. S.; FERNANDES, C.; ALVES, C.; CONTADORI, A.

S.; LANÇAS, F. M. Development of an improved heated interface for coupling solid-phase

microextraction to high-performance liquid chromatography. Journal of Chromatography

A, v. 1105, n. 1-2, p. 208-212, 2006.

9. RODRIGUES, R.; LACERDA, C. A.; LANCAS, F. M. Coating of solid-phase

microextraction fibers with chemically bonded silica particles: Selective extraction of

polycyclic aromatic hydrocarbons from drinking water samples. Journal of

Chromatographic Science, v. 40, n. 9, p. 489-494, 2002.

10. LANCAS, F. M.; BARBIRATO, M. A. Chromatographic isolation of nitrogen-containing

compounds in liquid fuels .1. Ti (IV) oxide grafted onto silica as stationary-phase. Fuel

Science & Technology International, v. 12, n. 3, p. 493-506, 1994.

Page 206: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Referências 206

11. SARGENTI, S. R.; LANCAS, F. M. Design and construction of a simple supercritical-

fluid extraction system with semipreparative and preparative capabilities for application to

natural-products. Journal of Chromatography A, v. 667, n. 1-2, p. 213-218, 1994.

12. QUEIROZ, M. E. C.; LANCAS, F. M. Analysis of drugs in biological samples: automated

"in-tube" solid-phase microextraction and high performance liquid chromatography. Quimica

Nova, v. 28, n. 5, p. 880-886, 2005.

13. ARAUJO, W. A.; LACERDA, C. A.; CAPPELARO, E. A.; LANCAS, F. M. Modified

headspace-SPME-GC device for sampling volatile compounds in acidic medium. Journal of

Separation Science, v. 26, n. 6-7, p. 624-628, 2003.

14. MASTOVSKA, K.; LEHOTAY, S. J. Practical approaches to fast gas chromatography-

mass spectrometry. Journal of Chromatography A, v. 1000, n. 1-2, p. 153-180, 2003.

15. SEQUINEL, R.; HATANAKA, R. R.; GUALTIERI, C. E.; FLUMIGNAN, D. L.;

OLIVEIRA, J. E. D.; PASSARETTI FILHO, J. Cromatografia gasosa ultrarrápida: uma visão

geral sobre parâmetros, instrumentação e aplicações. Química Nova, v. 33, n. 10, p. 2226-

2232, 2010.

16. GUILLARME, D.; RUTA, J.; RUDAZ, S.; VEUTHEY, J. L. New trends in fast and high-

resolution liquid chromatography: a critical comparison of existing approaches. Analytical

and Bioanalytical Chemistry, v. 397, n. 3, p. 1069-1082,

17. NOVAKOVA, L.; VLCKOVA, H. A review of current trends and advances in modern

bio-analytical methods: Chromatography and sample preparation. Analytica Chimica Acta,

v. 656, n. 1-2, p. 8-35, 2009.

18. MAJORS, R. E. An overview of sample preparation. LC-GC, v. 9, n. 1, p. 16-20, 1991.

19. LANÇAS, F. M. Extração em fase sólida (SPE). São Carlos: RiMa, 2004. 96 p.

20. HENNION, M.-C. Solid-phase extraction: method development, sorbents, and coupling

with liquid chromatography. Journal of Chromatography A, v. 856, n. 1-2, p. 3-54, 1999.

21. ZWIR-FERENC, A.; BIZIUK, M. Solid phase extraction technique - Trends,

opportunities and applications. Polish Journal of Environmental Studies, v. 15, n. 5, p. 677-

690, 2006.

22. WINEFORDNER, J. D. Sample preparation techniques in analytical chemistry.

Hoboken: Wiley-Interscience, 2003. 488 p.

23. THURMAN, E. M.; SNAVELY, K. Advances in solid-phase extraction disks for

environmental chemistry. TrAC Trends in Analytical Chemistry, v. 19, n. 1, p. 18-26,

2000.

24. VERAART, J. R.; LINGEMAN, H.; BRINKMAN, U. A. T. Coupling of biological

sample handling and capillary electrophoresis. Journal of Chromatography A, v. 856, n. 1-

2, p. 483-514, 1999.

Page 207: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Referências 207

25. PUIG, P.; BORRULL, F.; CALULL, M.; AGUILAR, C. Recent advances in coupling

solid-phase extraction and capillary electrophoresis (SPE-CE). TrAC - Trends in Analytical

Chemistry, v. 26, n. 7, p. 664-678, 2007.

26. HANKEMEIER, T.; STEKETEE, P. C.; VREULS, J. J.; BRINKMAN, U. A. T.

Automated at-line solid-phase extraction gas chromatographic analysis of micropollutants in

water using the PrepStation. Journal of Chromatography A, v. 750, n. 1-2, p. 161-174,

1996.

27. SCHALLER, D.; HILDER, E. F.; HADDAD, P. R. Separation of antidepressants by

capillary electrophoresis with in-line solid-phase extraction using a novel monolithic

adsorbent. Analytica Chimica Acta, v. 556, n. 1, p. 104-111, 2006.

28. BOOS, K. S.; GRIMM, C. H. High-performance liquid chromatography integrated solid-

phase extraction in bioanalysis using restricted access precolumn packings. TrAC-Trends in

Analytical Chemistry, v. 18, n. 3, p. 175-180, 1999.

29. RODRIGUEZ-MOZAZ, S.; DE ALDA, M. J. L.; BARCELO, D. Advantages and

limitations of on-line solid phase extraction coupled to liquid chromatography-mass

spectrometry technologies versus biosensors for monitoring of emerging contaminants in

water. Journal of Chromatography A, v. 1152, n. 1-2, p. 97-115, 2007.

30. KATAOKA, H.; SAITO, K. Recent advances in column switching sample preparation in

bioanalysis. Bioanalysis, v. 4, n. 7, p. 809-832, 2012.

31. SEGER, C.; GRIESMACHER, A. Some important aspects of implementing tandem mass

spectrometry in a routine clinical laboratory environment. Biochemia Medica v. 17, n. 1, p.

29-51, 2007.

32. LANÇAS, F. M. Cromatografia líquida moderna: HPLC/CLAE. Campinas: Átomo,

2009. 382 p.

33. SNYDER, L. R.; KIRKLAND, J. J.; DOLAN, J. W. Introduction to modern liquid

chromatography. Hoboken: Wiley, 2010. 912 p.

34. MASQUE, N.; MARCE, R. M.; BORRULL, F. New polymeric and other types of

sorbents for solid-phase extraction of polar organic micropollutants from environmental

water. TrAC Trends in Analytical Chemistry, v. 17, n. 6, p. 384-394, 1998.

35. LEON-GONZALEZ, M. E.; PEREZ-ARRIBAS, L. V. Chemically modified polymeric

sorbents for sample preconcentration. Journal of Chromatography A, v. 902, n. 1, p. 3-16,

2000.

36. PEREIRA, L. Porous graphitic carbon as a stationary phase in HPLC: theory and

applications. Journal of Liquid Chromatography & Related Technologies, v. 31, n. 11-12,

p. 1687-1731, 2008.

37. RAVELO-PEREZ, L. M.; HERRERA-HERRERA, A. V.; HERNANDEZ-BORGES, J.;

RODRIGUEZ-DELGADO, M. T. Carbon nanotubes: Solid-phase extraction. Journal of

Chromatography A, v. 1217, n. 16, p. 2618-2641, 2010.

Page 208: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Referências 208

38. PHENOMENEX. Catálogo. 2012. Disponível em:

<http://www.phenomenex.com/Products/HPLCDetail/Hypercarb>. Acesso em: 19 out. 2012.

39. ZODOI, L. Avaliação do desempenho de diferentes tipos de nanotubos de carbono na

determinação de íons metálicos e ácido mefenâmico. 2008. 91 f. Dissertação (Mestrado) -

Departamento de Química Universidade Federal de São Carlos, 2008.

40. CASSIANO, N. M.; BARREIRO, J. C.; MORAES, M. C.; OLIVEIRA, R. V.; CASS, Q.

B. Restricted-access media supports for direct high-throughput analysis of biological fluid

samples: review of recent applications. Bioanalysis, v. 1, n. 3, p. 577-594, 2009.

41. HOLTZAPPLE, C. K.; STANKER, L. H. Affinity selection of compounds in a

fluoroquinolone chemical library by on-line immunoaffinity deletion coupled to column

HPLC. Analytical Chemistry, v. 70, n. 22, p. 4817-4821, 1998.

42. TURIEL, E.; MARTÍN-ESTEBAN, A. Molecularly imprinted polymers for sample

preparation: A review. Analytica Chimica Acta, v. 668, n. 2, p. 87-99, 2010.

43. XU, Z.; CHEN, S.; HUANG, W.; FANG, G.; PINGZHU, H.; WANG, S. Study on an on-

line molecularly imprinted solid-phase extraction coupled to high-performance liquid

chromatography for separation and determination of trace estrone in environment. Analytical

and Bioanalytical Chemistry, v. 393, n. 4, p. 1273-1279, 2009.

44. WATABE, Y.; KUBO, T.; NISHIKAWA, T.; FUJITA, T.; KAYA, K.; HOSOYA, K.

Fully automated liquid chromatography-mass spectrometry determination of 17 beta-estradiol

in river water. Journal of Chromatography A, v. 1120, n. 1-2, p. 252-259, 2006.

45. FIGUEIREDO, E. C.; DIAS, A. C. B.; ARRUDA, M. A. Z. Impressão molecular: uma

estratégia promissora na elaboração de matrizes para a liberação controlada de fármacos.

Brasilian Journal of Pharmaceutical Sciences, v. 44, n. 3, p. 361-375, 2008.

46. HILL, H. Development of bioanalysis: a short history. Bioanalysis, v. 1, n. 1, p. 3-7,

2009.

47. COLLINS, C. H.; BRAGA, G. L.; BONATO, P. S. Introdução a métodos

cromatográficos. Campinas: UNICAMP, 1997. 279 p.

48. CIOLA, R. Fundamentos da cromatografia a líquido de alto desempenho. São Paulo:

Edgard Blucher, 1998. 179 p.

49. NOGUEIRA, J. M. F. Mikhail S. Tswett: Um legado para a cromatografia moderna.

Boletim da Sociedade Portuguesa de Química, v. n. 100, p. 51-56, 2006.

50. LEDERER, E. La renaissance de la méthode chromatographique de M. Tswett en 1931.

Journal of Chromatography A, v. 73, n. 2, p. 361-366, 1972.

51. MARTIN, A. J.; SYNGE, R. L. A new form of chromatogram employing two liquid

phases: A theory of chromatography. 2. Application to the micro-determination of the higher

monoamino-acids in proteins. Biochemical Journal, v. 35, n. 12, p. 1358-1368, 1941.

52. SMITH, R. M. Gas and liquid chromatography in analytical chemistry. Chichester:

Wiley, 1988. 402 p.

Page 209: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Referências 209

53. PIEL, E. V. Accelerated microparticulate bed liquid chromatography. Analytical

Chemistry, v. 38, n. 4, p. 670-672, 1966.

54. NEUE, U. D. HPLC columns: theory, technology, and practice. New York: Wiley-VCH,

1997. 393 p.

55. COLLINS, C. H.; FARIA, A. M.; BOTOLLI, C. B. G.; JARDIM, I. C. S. F. Fases

estacionárias monolíticas para separações cromatográficas. Química Nova, v. 29, n. 2, p. 300-

309, 2006.

56. NGUYEN, D. T. T.; GUILLARME, D.; RUDAZ, S.; VEUTHEY, J.-L. Fast analysis in

liquid chromatography using small particle size and high pressure. Journal of Separation

Science, v. 29, n. 12, p. 1836-1848, 2006.

57. ANASTAS, P. T. Green chemistry and the role of analytical methodology development.

Critical Reviews in Analytical Chemistry, v. 29, n. 3, p. 167-175, 1999.

58. ANASTAS, P. T.; KIRCHHOFF, M. M. Origins, current status, and future challenges of

green chemistry. Accounts of Chemical Research, v. 35, n. 9, p. 686-694, 2002.

59. FARRE, M.; PEREZ, S.; GONCALVES, C.; ALPENDURADA, M. F.; BARCELO, D.

Green analytical chemistry in the determination of organic pollutants in the aquatic

environment. TrAC - Trends in Analytical Chemistry, v. 29, n. 11, p. 1347-1362, 2010.

60. ARMENTA, S.; GARRIGUES, S.; DE LA GUARDIA, M. Green analytical chemistry.

TrAC - Trends in Analytical Chemistry, v. 27, n. 6, p. 497-511, 2008.

61. HORVATH, C.; LIPSKY, S. R. Rapid analysis of ribonucleosides and bases at the

picomole level using pellicular cation exchange resin in narrow bore columns. Analytical

Chemistry, v. 41, n. 10, p. 1227-1234, 1969.

62. HORVATH, C. G. Fast liquid chromatography: an investigation of operating parameters

and the separation of nucleotides on pellicular ion exchangers. Analytical Chemistry, v. 39,

n. 12, p. 1422-1428, 1967.

63. TAKEUCHI, T. Capillary columns in liquid chromatography. Analytical and

Bioanalytical Chemistry, v. 375, n. 1, p. 26-27, 2003.

64. TAKEUCHI, T. Development of capillary liquid chromatography. Chromatography, v.

26, n. 1, p. 7-10, 2005.

65. SCOTT, R. P. W. Silica gel and bonded phases: their production, properties and use in

LC. Chichester: Wiley, 1993. 261 p.

66. UNGER, K. K.; LIAPIS, A. I. Adsorbents and columns in analytical high-performance

liquid chromatography: a perspective with regard to development and understanding. Journal

of Separation Science, v. 35, n. 10-11, p. 1201-1212, 2012.

67. SVEC, F.; PETERS, E. C.; SÝKORA, D.; FRÉCHET, J. M. J. Design of the monolithic

polymers used in capillary electrochromatography columns. Journal of Chromatography A,

v. 887, n. 1-2, p. 3-29, 2000.

Page 210: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Referências 210

68. ROUQUEROL, J.; AVNIR, D.; FAIRBRIGDE, C. W.; EVERETT, D. H.; HAYNES, J.

H.; PERNICONE, N.; RAMSAY, J. D. F.; SING, K. S. W.; UNGER, K. K.

Recommendations for the characterizations of porous solids. Pure and Applied Chemistry,

v. 66, n. 8, p. 1739-1758, 1994.

69. OBERACHER, H.; HUBER, C. G. Capillary monoliths for the analysis of nucleic acids

by high-performance liquid chromatography-electrospray ionization mass spectrometry.

TrAC Trends in Analytical Chemistry, v. 21, n. 3, p. 166-174, 2002.

70. SNYDER, S. R.; KIRKILAND, J. J.; GLAJCH, J. L. Practical HPLC method

development. New York: Wiley, 1997. 765 p.

71. ARSHADY, R. Beaded polymer supports and gels: I. Manufacturing techniques. Journal

of Chromatography A, v. 586, n. 2, p. 181-197, 1991.

72. BERTHOD, A. Silica: backbone material of liquid chromatographic column packing.

Journal of Chromatography A, v. 549, n. p. 1-28, 1991.

73. PRADO, A. G. S.; FARIA, E. A.; PADILHA, P. M. Aplicação e modificação química da

sílica gel obtida de areia. Química Nova, v. 28, n. 3, p. 544-547, 2005.

74. HIRATSUKA, R. S.; SANTILLI, C. V.; PULCINELLI, S. H. O processo sol-gel: uma

visão físico-química. Química Nova, v. 18, n. 2, p. 171-180, 1995.

75. UNGER, K. K. Porous silica: its properties and use as support in column liquid

chromatography. Amsterdam: Elsevier, 1979. 336 p.

76. ILER, R. K. The chemistry of silica: solubility, polymerization, colloid and surface

properties, and biochemistry. New York: Wiley, 1979. 866 p.

77. KICKELBICK, G. Hybrid materials. Wenham: Wiley-VCH, 2006. 498 p.

78. STÖBER, W.; FINK, A.; BOHN, E. Controlled growth of monodisperse silica spheres in

the micron size range. Journal of Colloid and Interface Science, v. 26, n. 1, p. 62-69, 1968.

79. CHANG, S. M.; LEE, M.; KIM, W.-S. Preparation of large monodispersed spherical silica

particles using seed particle growth. Journal of Colloid and Interface Science, v. 286, n. 2,

p. 536-542, 2005.

80. CHOU, K.-S.; CHEN, C.-C. The critical conditions for secondary nucleation of silica

colloids in a batch Stöber growth process. Ceramics International, v. 34, n. 7, p. 1623-1627,

2008.

81. UNGER, K. K.; KUMAR, D.; GRÜN, M.; BÜCHEL, G.; LÜDTKE, S.; ADAM, T.;

SCHUMACHER, K.; RENKER, S. Synthesis of spherical porous silica in the micron and

submicron size range: challenges and opportunities for miniaturized high-resolution

chromatographic and electrokinetic separations. Journal of Chromatography A, v. 892, n.

1-2, p. 47-55, 2000.

82. SHIMURA, N.; OGAWA, M. Growth of nanoporous silica spherical particles by the

Stöber method combined with supramolecular templating approach. Bulletin of the

Chemical Society of Japan, v. 78, n. 6, p. 1154-1159, 2005.

Page 211: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Referências 211

83. NAWROCKI, J.; DUNLAP, C.; MCCORMICK, A.; CARR, P. W. Part I.

Chromatography using ultra-stable metal oxide-based stationary phases for HPLC. Journal of

Chromatography A, v. 1028, n. 1, p. 1-30, 2004.

84. KEANE, D. A.; HANRAHAN, J. P.; COPLEY, M. P.; HOLMES, J. D.; MORRIS, M. A.

A modified Stober process for the production of mesoporous sub 2 micron silica

microspheres; applications in HPLC. Journal of Porous Materials, v. 17, n. 2, p. 145-152,

2010.

85. DANIELSON, N. D.; KIRKLAND, J. J. Synthesis and characterization of 2-um wide-

pore silica microspheres as column packings for the reversed-phase liquid chromatography of

peptides and proteins. Analytical Chemistry, v. 59, n. 20, p. 2501-2506, 1987.

86. CHANG, H.; OKUYAMA, K. Optical properties of dense and porous spheroids

consisting of primary silica nanoparticles. Journal of Aerosol Science, v. 33, n. 12, p. 1701-

1720, 2002.

87. DEPARTMENT OF CHEMICAL ENGINEERING. Combustion and harmful emission

control research center. Disponível em: <http://www.chec.kt.dtu.dk/>. Acesso em: 01 nov.

2012.

88. MALDANER, L.; COLLINS, C. H.; JARDIM, I. C. S. F. Fases estacionárias modernas

para cromatografia líquida de alta eficiência em fase reversa. Química Nova, v. 33, n. 7, p.

1559-1568, 2010.

89. TONHI, E.; COLLINS, K. E.; JARDIM, I. C. S. F.; COLLINS, C. H. Fases estacionárias

para cromatografia líquida de alta eficiência em fase reversa (CLAE-FR) baseadas em

superficies de óxidos inorgânicos funcionalizados. Química Nova, v. 25, n. 4, p. 616-623,

2002.

90. PESEK, J. J.; MATYSKA, M. T. Modified aluminas as chromatographic supports for

high-performance liquid chromatography. Journal of Chromatography A, v. 952, n. 1-2, p.

1-11, 2002.

91. BUCHMEISER, M. R. New synthetic ways for the preparation of high-performance

liquid chromatography supports. Journal of Chromatography A, v. 918, n. 2, p. 233-266,

2001.

92. NAWROCKI, J.; RIGNEY, M.; MCCORMICK, A.; CARR, P. W. Chemistry of zirconia

and its use in chromatography. Journal of Chromatography A, v. 657, n. 2, p. 229-282,

1993.

93. PESEK, J.; MATYSKA, M.; RAMAKRISHNAN, J. Synthesis and characterization of

titania based stationary phases using the silanization/hydrosilation method.

Chromatographia, v. 44, n. 9, p. 538-544, 1997.

94. WINKLER, J.; MARMÉ, S. Titania as a sorbent in normal-phase liquid chromatography.

Journal of Chromatography A, v. 888, n. 1-2, p. 51-62, 2000.

95. AKAMA, Y.; KANNO, H. Liquid chromatographic separation of polycyclic aromatic

hydrocarbons with cerium (IV) oxide as packing material. Analytica Chimica Acta, v. 309,

n. 1, p. 153-156, 1995.

Page 212: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Referências 212

96. SILVA, C. R.; AIROLDI, C.; COLLINS, K. E.; COLLINS, C. H. Preparation and

characterization of a new C18 urea phase based on titanized silica. Journal of

Chromatography A, v. 1087, n. 1-2, p. 29-37, 2005.

97. SILVA, C. R.; AIROLDI, C.; COLLINS, K. E.; COLLINS, C. H. A new generation of

more pH stable reversed phases prepared by silanization of zirconized silica. Journal of

Chromatography A, v. 1191, n. 1-2, p. 90-98, 2008.

98. KANEKO, S.; MITSUZAWA, T.; OHMORI, S.; NAKAMURA, M.; NOBUHARA, K.;

MASATANI, M. Separation behaviour of silica-containing mixed oxides as column packing

materials for liquid chromatography. Journal of Chromatography A, v. 669, n. 1-2, p. 1-7,

1994.

99. DAWKINS, J. V.; L. LLOYD, L.; P. WARNER, F. Chromatographic characteristics of

polymer-based high-performance liquid chromatography packings. Journal of

Chromatography A, v. 352, n. p. 157-167, 1986.

100. SVEC, F.; FRECHET, J. M. J. Continuous rods of macroporous polymer as high-

performance liquid chromatography separation media. Analytical chemistry v. 64, n. 7, p.

820-822, 1992.

101. SÝKORA, D.; SVEC, F.; FRÉCHET, J. M. J. Separation of oligonucleotides on novel

monolithic columns with ion-exchange functional surfaces. Journal of Chromatography A,

v. 852, n. 1, p. 297-304, 1999.

102. MIYABE, K.; CAVAZZINI, A.; GRITTI, F.; KELE, M.; GUIOCHON, G. Moment

analysis of mass-transfer kinetics in C18-silica monolithic columns. Analytical Chemistry,

v. 75, n. 24, p. 6975-6986, 2003.

103. MINAKUCHI, H.; NAKANISHI, K.; SOGA, N.; ISHIZUKA, N.; TANAKA, N.

Octadecylsilylated porous silica rods as separation media for reversed-phase liquid

chromatography. Analytical Chemistry, v. 68, n. 19, p. 3498-3501, 1996.

104. OHMACHT, R.; KELE, M.; MATUS, Z. Polymer coated stationary phases for liquid

chromatography. Chromatographia, v. 28, n. 1, p. 19-23, 1989.

105. PETRO, M.; BEREK, D. Polymers immobilized on silica gels as stationary phases for

liquid chromatography. Chromatographia, v. 37, n. 9-10, p. 549-561, 1993.

106. BIEN-VOGELSANG, U.; DEEGE, A.; FIGGE, H.; KÖHLER, J.; SCHOMBURG, G.

Syntheses of stationary phases for reversed-phase LC using silanization and polymer coating.

Chromatographia, v. 19, n. 1, p. 170-179, 1984.

107. TONHI, E.; COLLINS, K. E.; COLLINS, C. H. High-performance liquid

chromatographic stationary phases based on poly(methyloctylsiloxane) immobilized on silica:

II. Chromatographic evaluation. Journal of Chromatography A, v. 948, n. 1-2, p. 109-119,

2002.

108. HANSON, M.; UNGER, K. K. Polymer coatings as stationary phases in high-

performance liquid chromatography. Trends in Analytical Chemistry, v. 11, n. 10, p. 368-

373, 1992.

Page 213: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Referências 213

109. STELLA, C.; RUDAZ, S.; VEUTHEY, J.; TCHAPLA, A. Silica and other materials as

supports in liquid chromatography. Chromatographic tests and their importance for evaluating

these supports. Part I. Chromatographia, v. 53, n. 1, p. S113-S131, 2001.

110. BRAITHWAITE, A.; SMITH, F. J. Chromatographic methods. London: Blackie

Academic & Professional, 1996. 559 p.

111. SIGMA-ALDRICH. Learning Center. Disponível em:

<http://www.sigmaaldrich.com/analytical-chromatography/hplc/learning-

center/chromatographic-selectivity.html>. Acesso em: 08 nov. 2012.

112. WHITMIRE, M.; AMMERMAN, J.; LISIO, P. D.; KILLMER, J.; KYLE, D.;

MAINSTONE, E.; PORTER, L.; ZHANG, T. LC-MS/MS bioanalysis method development,

validation, and sample analysis: points to consider when conducting nonclinical and clinical

studies in accordance with current regulatory guidances. Jornal of Analytical &

Bioanalytical Techniques, v. S4, n. p. 001, 2011.

113. RIBANI, M.; BOTTOLI, C. B. G.; COLLINS, C. H.; JARDIM, I. C. S. F.; MELO, L. F.

C. Validação em métodos cromatográficos e eletroforéticos. Química Nova, v. 27, n. 5, p.

771-780, 2004.

114. ROZET, E.; MARINI, R. D.; ZIEMONS, E.; BOULANGER, B.; HUBERT, P.

Advances in validation, risk and uncertainty assessment of bioanalytical methods. Journal of

Pharmaceutical and Biomedical Analysis, v. 55, n. 4, p. 848-858, 2011.

115. LANÇAS, F. M. Validação de métodos cromatográficos de análise. São Carlos:

RiMa, 2004. 62 p.

116. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. ANVISA. Resolução - RE n° 899

de 29 de maio de 2003. Diário Oficial da União, Brasília, 02 de junho de 2003. Seção 1, p.

56-59.

117. EUROPEAN MEDICINE AGENCY. Guidance on validation of bioanalytical

methods. London: 2009. 22 p.

118. U.S. FOOD AND DRUG ADMINISTRATION. Guidance for industry: bionanalitical

method validation. Rockville: 2001. 22 p.

119. EUROPEAN COMMISSION. Commission Decision 2002/657/EC de 12 de agosto de

2002. Official Journal of the European Communities. Seção L 221, p. 8-36.

120. SIGMA-ALDRICH. Catálogo. 2012. Disponível em:

<http://www.sigmaaldrich.com/brazil.html>. Acesso em: 11 nov. 2012.

121. SABER, A. L. On-line solid phase extraction coupled to capillary LC-ESI-MS for

determination of fluoxetine in human blood plasma. Talanta, v. 78, n. 1, p. 295-299, 2009.

122. GOPINATH, S.; KUMAR, R. S.; ALEXANDER, S.; DANABAL, P. Development of a

rapid and sensitive SPE-LC-MS/MS method for the simultaneous estimation of fluoxetine and

olanzapine in human plasma. Biomedical Chromatography, v. 26, n. 9, p. 1077-1082, 2012.

Page 214: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Referências 214

123. PORTO, C. E. D.; MAIA, P. P.; DE FREITAS, D. F.; ARAUJO, R. C. C.; DE

SIQUEIRA, M. E. P. B.; MARTINS, I.; DOS SANTOS-NETO, A. J. Liquid-phase

microextraction for simultaneous chromatographic analysis of three antidepressant drugs in

plasma. Quimica Nova, v. 35, n. 1, p. 72-76, 2012.

124. LI, Y.; EMM, T.; YELESWARAM, S. Simultaneous determination of fluoxetine and its

major active metabolite norfluoxetine in human plasma by LC-MS/MS using supported liquid

extraction. Biomedical Chromatography, v. 25, n. 11, p. 1245-1251, 2011.

125. EBRAHIMZADEH, H.; SAHARKHIZ, Z.; TAVASSOLI, M.; KAMAREI, F.;

ASGHARINEZHAD, A. A. Ultrasound-assisted emulsification microextraction based on

solidification of floating organic droplet combined with HPLC-UV for the analysis of

antidepressant drugs in biological samples. Journal of Separation Science, v. 34, n. 11, p.

1275-1282, 2011.

126. ZHENG, M. M.; WANG, S. T.; HU, W. K.; FENG, Y. Q. In-tube solid-phase

microextraction based on hybrid silica monolith coupled to liquid chromatography-mass

spectrometry for automated analysis of ten antidepressants in human urine and plasma.

Journal of Chromatography A, v. 1217, n. 48, p. 7493-7501, 2010.

127. CHAVES, A. R.; LEANDRO, F. Z.; CARRIS, J. A.; QUEIROZ, M. E. C.

Microextraction in packed sorbent for analysis of antidepressants in human plasma by liquid

chromatography and spectrophotometric detection. Journal of Chromatography B:

Analytical Technologies in the Biomedical and Life Sciences, v. 878, n. 23, p. 2123-2129,

2010.

128. CHAVES, A. R.; SILVA, S. M.; QUEIROZ, R. H. C.; LANÇAS, F. M.; QUEIROZ, M.

E. C. Stir bar sorptive extraction and liquid chromatography with UV detection for

determination of antidepressants in plasma samples. Journal of Chromatography B:

Analytical Technologies in the Biomedical and Life Sciences, v. 850, n. 1-2, p. 295-302,

2007.

129. UNCETA, N.; UGARTE, A.; SÁNCHEZ, A.; GÓMEZ-CABALLERO, A.;

GOICOLEA, M. A.; BARRIO, R. J. Development of a stir bar sorptive extraction based

HPLC-FLD method for the quantification of serotonin reuptake inhibitors in plasma, urine

and brain tissue samples. Journal of Pharmaceutical and Biomedical Analysis, v. 51, n. 1,

p. 178-185, 2010.

130. SUENAGA, E. M.; IFA, D. R.; CRUZ, A. C.; PEREIRA, R.; ABIB JR, E.; TOMINGA,

M.; NAKAIE, C. R. Automated determination of venlafaxine in human plasma by on-line

SPE-LC-MS/MS. Application to a bioequivalence study. Journal of Separation Science, v.

32, n. 4, p. 637-643, 2009.

131. FERNANDES, C.; VAN HOECK, E.; SANDRA, P.; LANCAS, F. M. Determination of

fluoxetine in plasma by gas chromatography-mass spectrometry using stir bar sorptive

extraction. Analytica Chimica Acta, v. 614, n. 2, p. 201-207, 2008.

132. CHENG, J.; FONE, M.; ELLSWORTH, M. W. Solid state NMR study on the

conformation and mobility of n-octadecyl chains in a silane coupling agent attached to the

surface of colloidal silica. Solid State Nuclear Magnetic Resonance, v. 7, n. 2, p. 135-140,

1996.

Page 215: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Referências 215

133. TITATO, G. M.; LANCAS, F. M. Comparison between different extraction (LLE and

SPE) and determination (HPLC and capillary-LC) techniques in the analysis of selected PAHs

in water samples. Journal of Liquid Chromatography & Related Technologies, v. 28, n.

19, p. 3045-3056, 2005.

134. MELO, L. R.; NOGUEIRA, A. M.; LANCAS, F. M.; QUEIROZ, M. E. C.

Polydimethylsiloxane/polypyrrole stir bar sorptive extraction and liquid chromatography

(SBSE/LC-UV) analysis of antidepressants in plasma samples. Analytica Chimica Acta, v.

633, n. 1, p. 57-64, 2009.

135. FRANCESCHI, L.; FAGGIANI, A.; FURLANUT, M. A simple method to monitor

serum concentrations of fluoxetine and its major metabolite for pharmacokinetic studies.

Journal of Pharmaceutical and Biomedical Analysis, v. 49, n. 2, p. 554-557, 2009.

136. PAULING, L.; CAMPBELL, D. H. The production of antibodies in vitro. Science, v. 95,

n. 2469, p. 440-441, 1942.

137. PAULING, L. A theory of the structure and process of formation of antibodies. Journal

of the American Chemical Society, v. 62, n. 10, p. 2643-2657, 1940.

138. POLYAKOV, M. V. Adsorption properties and structure of silica gel. Zhurnal

Fizicheskoi Khimii, v. 2, n. p. 799-805, 1931.

139. DICKEY, F. H. The preparation of specific adsorbents. Proceedings of the National

Academy of Sciences, v. 35, n. 5, p. 227-229, 1949.

140. ANDERSSON, H. S.; NICHOLLS, I. A. A historical perspective of the development of

molecular imprinting. In: MOLECULARLY imprinted polymer: man made mimic of

antibodies and their application in analytical chemistry. Amsterdam: Elsevier, 2000. v. 23, p.

1-19.

141. WULFF, G.; SARHAN, A. Uber die Anwendung von enzymanalog gebauten Polymeren

zur Racemattrennung. Angewandte Chemie, v. 84, n. 8, p. 364-364, 1972.

142. TAKAGISHI, T.; KLOTZ, I. M. Macromolecule-small molecule interactions;

introduction of additional binding sites in polyethyleneimine by disulfide cross-linkages.

Biopolymers - Peptide Science Section, v. 11, n. 2, p. 483-491, 1972.

143. VLATAKIS, G.; ANDERSSON, L. I.; MULLER, R.; MOSBACH, K. Drug assay using

antibody mimics made by molecular imprinting. Nature, v. 361, n. 6413, p. 645-647, 1993.

144. SELLERGREN, B. Direct drug determination by selective sample enrichment on an

imprinted polymer. Analytical Chemistry, v. 66, n. 9, p. 1578-1582, 1994.

145. YAN, H.; ROW, K. H. Characteristic and synthetic approach of molecularly imprinted

polymer. International Journal of Molecular Sciences, v. 7, n. 5, p. 155-178, 2006.

146. WULFF, G.; SCHAUHOFF, S. Racemic resolution of free sugars with macroporous

polymers prepared by molecular imprinting. Selectivity dependence on the arrangement of

functional groups versus spatial requirements. Journal of Organic Chemistry, v. 56, n. 1, p.

395-400, 1991.

Page 216: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Referências 216

147. SHEA, K. J.; SASAKI, D. Y. On the control of microenvironment shape of

functionalized network polymers prepared by template polymerization. Journal of the

American Chemical Society, v. 111, n. 9, p. 3442-3444, 1989.

148. WULFF, G.; VIETMEIER, J. Enzyme-analogue built polymers, 26. Enantioselective

synthesis of amino acids using polymers possessing chiral cavities obtained by an imprinting

procedure with template molecules. Die Makromolekulare Chemie, v. 190, n. 7, p. 1727-

1735, 1989.

149. SILVA, R. G. D. C. Materiais sorventes impressos molecularmente preparados por

processos sol-gel. 2009. 137 f. Tese (Doutorado) - Instituto de Química, Unicamp, 2009.

150. BAGGIANI, C.; ANFOSSI, L.; GIOVANNOLI, C. Molecular imprinted polymers:

useful tools for pharmaceutical analysis. Current Pharmaceutical Analysis, v. 2, n. 3, p.

219-247, 2006.

151. HENCH, L. L.; WEST, J. K. The sol-gel process. Chemical Reviews, v. 90, n. 1, p. 33-

72, 1990.

152. KATZ, A.; DAVIS, M. E. Molecular imprinting of bulk, microporous silica. Nature, v.

403, n. 6767, p. 286-289, 2000.

153. AIROLDI, C.; FARIA, R. F. D. Alcóxidos como precursores na síntese de novos

materiais através do processo sol-gel. Química Nova, v. 27, n. 1, p. 84-88, 2004.

154. DÍAZ-GARCÍA, M. E.; LAÍNÑO, R. B. Molecular imprinting in sol-gel materials:

recent developments and applications. Microchimica Acta, v. 149, n. 1, p. 19-36, 2005.

155. LEE, S. C.; CHUANG, F. L.; TSAI, Y. L.; CHEN, H. Studies on the preparation and

properties of sol-gel molecularly imprinted polymer based on tetraethoxysilane for

recognizing sulfonamides. Journal of Polymer Research, v. 17, n. 5, p. 737-744, 2010.

156. JIANG, X.; TIAN, W.; ZHAO, C.; ZHANG, H.; LIU, M. A novel sol-gel-material

prepared by a surface imprinting technique for the selective solid-phase extraction of

bisphenol A. Talanta, v. 72, n. 1, p. 119-125, 2007.

157. LIN, C. I.; JOSEPH, A. K.; CHANG, C. K.; WANG, Y. C.; LEE, Y. D. Synthesis of

molecular imprinted organic-inorganic hybrid polymer binding caffeine. Analytica Chimica

Acta, v. 481, n. 2, p. 175-180, 2003.

158. HAGINAKA, J. Molecularly imprinted polymers as affinity-based separation media for

sample preparation. Journal of Separation Science, v. 32, n. 10, p. 1548-1565, 2009.

159. HAN, D.-M.; FANG, G.-Z.; YAN, X.-P. Preparation and evaluation of a molecularly

imprinted sol-gel material for on-line solid-phase extraction coupled with high performance

liquid chromatography for the determination of trace pentachlorophenol in water samples.

Journal of Chromatography A, v. 1100, n. 2, p. 131-136, 2005.

160. YANG, H.-H.; ZHANG, S.-Q.; TAN, F.; ZHUANG, Z.-X.; WANG, X.-R. Surface

molecularly imprinted nanowires for biorecognition. Journal of the American Chemical

Society, v. 127, n. 5, p. 1378-1379, 2005.

Page 217: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Referências 217

161. FANG, G.-Z.; TAN, J.; YAN, X.-P. An ion-imprinted functionalized silica gel sorbent

prepared by a surface imprinting technique combined with a sol-gel process for selective

solid-phase extraction of cadmium (II). Analytical Chemistry, v. 77, n. 6, p. 1734-1739,

2005.

162. SUN, Q.; XU, Z. X.; ZHANG, L. M.; XU, L.; ZHOU, J. The recent advance of

molecularly imprinted on-line solid phase extraction and its application in sample

pretreatment - A mini review. Advanced Materials Research, v. 415-417, n. p. 1799-1805,

2012.

163. DIAS, A. C. B.; FIGUEIREDO, E. C.; GRASSI, V.; ZAGATTO, E. A. G.; ARRUDA,

M. A. Z. Molecularly imprinted polymer as a solid phase extractor in flow analysis. Talanta,

v. 76, n. 5, p. 988-996, 2008.

164. BJARNASON, B.; CHIMUKA, L.; RAMSTRÃM, O. On-Line Solid-Phase Extraction

of Triazine Herbicides Using a Molecularly Imprinted Polymer for Selective Sample

Enrichment. Analytical Chemistry, v. 71, n. 11, p. 2152-2156, 1999.

165. BOONJOB, W.; YU, Y. L.; MIRO, M.; SEGUNDO, M. A.; WANG, J. H.; CERDA, V.

Online Hyphenation of Multimodal Microsolid Phase Extraction Involving Renewable

Molecularly Imprinted and Reversed-Phase Sorbents to Liquid Chromatography for

Automatic Multiresidue Assays. Analytical Chemistry, v. 82, n. 7, p. 3052-3060, 2010.

166. CACHO, C.; TURIEL, E.; PEREZ-CONDE, C. Molecularly imprinted polymers: An

analytical tool for the determination of benzimidazole compounds in water samples. Talanta,

v. 78, n. 3, p. 1029-1035, 2009.

167. HOSHINA, K.; HORIYAMA, S.; MATSUNAGA, H.; HAGINAKA, J. Molecularly

imprinted polymers for simultaneous determination of antiepileptics in river water samples by

liquid chromatography-tandem mass spectrometry. Journal of Chromatography A, v. 1216,

n. 25, p. 4957-4962, 2009.

168. ZHANG, S.; YANG, G.; ZHENG, Z.; CHEN, Y. On-Line Preconcentration and

Analysis of Metribuzin Residues in Corn Fields by Use of a Molecularly Imprinted Polymer.

Chromatographia, v. 69, n. 7, p. 615-619, 2009.

169. GUO, L.; DENG, Q.; FANG, G.; GAO, W.; WANG, S. Preparation and evaluation of

molecularly imprinted ionic liquids polymer as sorbent for on-line solid-phase extraction of

chlorsulfuron in environmental water samples. Journal of Chromatography A, v. 1218, n.

37, p. 6271-6277, 2011.

170. TANIGAWA, T.; WATABE, Y.; KUBO, T.; HOSOYA, K. Determination of bisphenol

A with effective pretreatment medium using automated column-switching HPLC with

fluorescence detection. Journal of Separation Science, v. 34, n. 20, p. 2840-2846, 2011.

171. MULLETT, W. M.; WALLES, M.; LEVSEN, K.; BORLAK, J. R.; PAWLISZYN, J.

Multidimensional on-line sample preparation of verapamil and its metabolites by a

molecularly imprinted polymer coupled to liquid chromatography-mass spectrometry.

Journal of Chromatography B, v. 801, n. 2, p. 297-306, 2004.

Page 218: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Referências 218

172. NAKAMURA, M.; ONO, M.; NAKAJIMA, T.; ITO, Y.; AKETO, T.; HAGINAKA, J.

Uniformly sized molecularly imprinted polymer for atropine and its application to the

determination of atropine and scopolamine in pharmaceutical preparations containing scopolia

extract. Journal of Pharmaceutical and Biomedical Analysis, v. 37, n. 2, p. 231-237, 2005.

173. YAN, H.; QIAO, F.; ROW, K. Molecularly Imprinted Monolithic Column for Selective

On-Line Extraction of Enrofloxacin and Ciprofloxacin from Urine. Chromatographia, v. 70,

n. 7, p. 1087-1093, 2009.

174. MOEIN, M. M.; JAVANBAKHT, M.; AKBARI-ADERGANI, B. Molecularly

imprinted polymer cartridges coupled on-line with high performance liquid chromatography

for simple and rapid analysis of dextromethorphan in human plasma samples. Journal of

Chromatography B: Analytical Technologies in the Biomedical and Life Sciences, v. 879,

n. 11-12, p. 777-782, 2011.

175. SHAH, K. A.; PEOPLES, M. C.; HALQUIST, M. S.; RUTAN, S. C.; KARNES, H. T.

Microfluidic direct injection method for analysis of urinary 4-(methylnitrosamino)-1-(3-

pyridyl)-1-butanol (NNAL) using molecularly imprinted polymers coupled on-line with LC-

MS/MS. Journal of Pharmaceutical and Biomedical Analysis, v. 54, n. 2, p. 368-378,

2011.

176. ZHAO, C.; ZHAO, T.; LIU, X.; ZHANG, H. A novel molecularly imprinted polymer for

simultaneous extraction and determination of sudan dyes by on-line solid phase extraction and

high performance liquid chromatography. Journal of Chromatography A, v. 1217, n. 45, p.

6995-7002, 2010.

177. THEODORIDIS, G.; ZACHARIS, C. K.; TZANAVARAS, P. D.; THEMELIS, D. G.;

ECONOMOU, A. Automated sample preparation based on the sequential injection principle:

Solid-phase extraction on a molecularly imprinted polymer coupled on-line to high-

performance liquid chromatography. Journal of Chromatography A, v. 1030, n. 1-2, p. 69-

76, 2004.

178. YU, J. C. C.; LAI, E. P. C. Molecularly imprinted polypyrrole modified carbon

nanotubes on stainless steel frit for selective micro solid phase pre-concentration of

ochratoxin A. Reactive and Functional Polymers, v. 66, n. 7, p. 702-711, 2006.

179. JUNPING, W.; MINGFEI, P.; GUOZHEN, F.; SHUO, W. Preparation of a novel

molecularly imprinted polymer by a sol-gel process for on-line solid-phase extraction coupled

with high performance liquid chromatography to detect trace enrofloxacin in fish and chicken

samples. Microchimica Acta, v. 166, n. 3, p. 295-302, 2009.

180. JING, T.; NIU, J. W.; XIA, H.; DAI, Q.; ZHENG, H. Y.; HAO, Q. L.; MEI, S. R.;

ZHOU, Y. K. Online coupling of molecularly imprinted solid-phase extraction to HPLC for

determination of trace tetracycline antibiotic residues in egg samples. Journal of Separation

Science, v. 34, n. 12, p. 1469-1476, 2011.

181. JING, T.; WANG, Y.; DAI, Q.; XIA, H.; NIU, J.; HAO, Q.; MEI, S.; ZHOU, Y.

Preparation of mixed-templates molecularly imprinted polymers and investigation of the

recognition ability for tetracycline antibiotics. Biosensors and Bioelectronics, v. 25, n. 10, p.

2218-2224, 2010.

Page 219: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Referências 219

182. ZHAO, C.; GUAN, X.; LIU, X.; ZHANG, H. Synthesis of molecularly imprinted

polymer using attapulgite as matrix by ultrasonic irradiation for simultaneous on-line solid

phase extraction and high performance liquid chromatography determination of four

estrogens. Journal of Chromatography A, v. 1229, n. 0, p. 72-78, 2012.

183. CALDWELL, J.; HUTT, A. J.; FOURNEL-GIGLEUX, S. The metabolic chiral

inversion and dispositional enantioselectivity of the 2-arylpropionic acids and their biological

consequences. Biochemical Pharmacology, v. 37, n. 1, p. 105-114, 1988.

184. HUSSAIN, M.; JAVEED, A.; ASHRAF, M.; AL-ZAUBAI, N.; STEWART, A.;

MUKHTAR, M. M. Non-steroidal anti-inflammatory drugs, tumour immunity and

immunotherapy. Pharmacological Research, v. 66, n. 1, p. 7-18, 2012.

185. OSIRI, M.; MORELAND, L. W. Specific cyclooxygenase 2 inhibitors: a new choice of

nonsteroidal anti-inflammatory drug therapy. Arthritis Care & Research, v. 12, n. 5, p. 351-

362, 1999.

186. MASQUÉ, N.; MARCÉ, R. M.; BORRULL, F.; CORMACK, P. A. G.;

SHERRINGTON, D. C. Synthesis and Evaluation of a Molecularly Imprinted Polymer for

Selective On-Line Solid-Phase Extraction of 4-Nitrophenol from Environmental Water.

Analytical Chemistry, v. 72, n. 17, p. 4122-4126, 2000.

187. KOEBER, R.; FLEISCHER, C.; LANZA, F.; BOOS, K. S.; SELLERGREN, B.;

BARCELO, D. Evaluation of a multidimensional solid-phase extraction platform for highly

selective on-line cleanup and high-throughput LC-MS analysis of triazines in river water

samples using molecularly imprinted polymers. Analytical Chemistry, v. 73, n. 11, p. 2437-

2444, 2001.

188. CARO, E.; MASQUÉ, N.; MARCÉ, R. M.; BORRULL, F.; CORMACK, P. A. G.;

SHERRINGTON, D. C. Non-covalent and semi-covalent molecularly imprinted polymers for

selective on-line solid-phase extraction of 4-nitrophenol from water samples. Journal of

Chromatography A, v. 963, n. 1-2, p. 169-178, 2002.

189. CARO, E.; MARCÉ, R. M.; CORMACK, P. A. G.; SHERRINGTON, D. C.;

BORRULL, F. On-line solid-phase extraction with molecularly imprinted polymers to

selectively extract substituted 4-chlorophenols and 4-nitrophenol from water. Journal of

Chromatography A, v. 995, n. 1-2, p. 233-238, 2003.

190. SANBE, H.; HOSOYA, K.; HAGINAKA, J. Preparation of uniformly sized molecularly

imprinted polymers for phenolic compounds and their application to the assay of bisphenol A

in river water. Analytical Sciences, v. 19, n. 5, p. 715-719, 2003.

191. WATABE, Y.; KONDO, T.; IMAI, H.; MORITA, M.; TANAKA, N.; HAGINAKA, J.;

HOSOYA, K. Improved detectability with a polymer-based trapping device in rapid HPLC

analysis for ultra-low levels of bisphenol A (BPA) in environmental samples. Analytical

Sciences, v. 20, n. 1, p. 133-137, 2004.

192. WATABE, Y.; KONDO, T.; MORITA, M.; TANAKA, N.; HAGINAKA, J.; HOSOYA,

K. Determination of bisphenol A in environmental water at ultra-low level by high-

performance liquid chromatography with an effective on-line pretreatment device. Journal of

Chromatography A, v. 1032, n. 1-2, p. 45-49, 2004.

Page 220: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Referências 220

193. WATABE, Y.; HOSOYA, K.; TANAKA, N.; KUBO, T.; KONDO, T.; MORITA, M.

Novel surface-modified molecularly imprinted polymer focused on the removal of

interference in environmental water samples. Chemistry Letters, v. 33, n. 7, p. 806-807,

2004.

194. WATABE, Y.; HOSOYA, K.; TANAKA, N.; KONDO, T.; MORITA, M.; KUBO, T.

LC/MS determination of bisphenol A in river water using a surface-modified molecularly-

imprinted polymer as an on-line pretreatment device. Analytical and Bioanalytical

Chemistry, v. 381, n. 6, p. 1193-1198, 2005.

195. WATABE, Y.; HOSOYA, K.; TANAKA, N.; KUBO, T.; KONDO, T.; MORITA, M.

Novel surface modified molecularly imprinted polymer focused on the removal of

interference in environmental water samples for chromatographic determination. Journal of

Chromatography A, v. 1073, n. 1-2, p. 363-370, 2005.

196. WATABE, Y.; HOSOYA, K.; TANAKA, N.; KUBO, T.; KONDO, T.; MORITA, M.

Shielded molecularly imprinted polymers prepared with a selective surface modification.

Journal of Polymer Science Part a-Polymer Chemistry, v. 43, n. 10, p. 2048-2060, 2005.

197. OU, J. J.; HU, L. H.; HU, L. G.; LI, X.; ZOU, H. F. Determination of phenolic

compounds in river water with on-line coupling bisphenol A imprinted monolithic precolumn

with high performance liquid chromatography. Talanta, v. 69, n. 4, p. 1001-1006, 2006.

198. SAMBE, H.; HOSHINA, K.; HAGINAKA, J. Molecularly imprinted polymers for

triazine herbicides prepared by multi-step swelling and polymerization method - Their

application to the determination of methylthiotriazine herbicides in river water. Journal of

Chromatography A, v. 1152, n. 1-2, p. 130-137, 2007.

199. ZAMORA, O.; PANIAGUA, E. E.; CACHO, C.; VERA-AVILA, L. E.; PEREZ-

CONDE, C. Determination of benzimidazole fungicides in water samples by on-line MISPE-

HPLC. Analytical and Bioanalytical Chemistry, v. 393, n. 6-7, p. 1745-1753, 2009.

200. HAGINAKA, J.; SANBE, H. Uniform-sized molecularly imprinted polymers for 2-

arylpropionic acid derivatives selectively modified with hydrophilic external layer and their

applications to direct serum injection analysis. Analytical Chemistry, v. 72, n. 21, p. 5206-

5210, 2000.

201. BOOS, K. S.; FLEISCHER, C. T. Multidimensional on-line solid-phase extraction (SPE)

using restricted access materials (RAM) in combination with molecular imprinted polymers

(MIP). Fresenius Journal of Analytical Chemistry, v. 371, n. 1, p. 16-20, 2001.

202. SANBE, H.; HAGINAKA, J. Restricted access media-molecularly imprinted polymer

for propranolol and its application to direct injection analysis of -blockers in biological

fluids. Analyst, v. 128, n. 6, p. 593-597, 2003.

203. HANTASH, J.; BARTLETT, A.; OLDFIELD, P.; DENE, G.; O'RIELLY, R.;

ROUDIERE, D.; MENDUNI, S. Use of an on-line imprinted polymer pre-column, for the

liquid chromatographic-UV absorbance determination of carbaryl and its metabolite in

complex matrices. Journal of Chromatography A, v. 1125, n. 1, p. 104-111, 2006.

Page 221: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Referências 221

204. COBB, Z.; SELLERGREN, B.; ANDERSSON, L. I. Water-compatible molecularly

imprinted polymers for efficient direct injection on-line solid-phase extraction of ropivacaine

and bupivacaine from human plasma. Analyst, v. 132, n. 12, p. 1262-1271, 2007.

205. HUGON-CHAPUIS, F.; MULLOT, J. U.; TUFFAL, G.; HENNION, M. C.; PICHON,

V. Selective and automated sample pretreatment by molecularly imprinted polymer for the

analysis of the basic drug alfuzosin from plasma. Journal of Chromatography A, v. 1196-

1197, n. 0, p. 73-80, 2008.

206. HANTASH, J.; BARTLETT, A.; OLDFIELD, P.; DENES, G.; O'RIELLY, R.;

ROUDIERE, D.; MENDUNI, S. Use of an on-line imprinted polymer pre-column, for the

liquid chromatographic-UV absorbance determination of carbaryl and its metabolite in

complex matrices. Journal of Chromatography A, v. 1125, n. 1, p. 104-111, 2006.

207. WANG, S.; XU, Z.; FANG, G.; DUAN, Z.; ZHANG, Y.; CHEN, S. Synthesis and

Characterization of a Molecularly Imprinted Silica Gel Sorbent for the On-Line

Determination of Trace Sudan I in Chilli Powder through High-Performance Liquid

Chromatography. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 55, n. 10, p. 3869-3876,

2007.

208. HE, J.; WANG, S.; FANG, G.; ZHU, H.; ZHANG, Y. Molecularly Imprinted Polymer

Online Solid-Phase Extraction Coupled with High-Performance Liquid Chromatography-UV

for the Determination of Three Sulfonamides in Pork and Chicken. Journal of Agricultural

and Food Chemistry, v. 56, n. p. 2919–2925, 2008.

209. WANG, S.; LIU, L.; FANG, G.; ZHANG, C.; HE, J. Molecularly imprinted polymer for

the determination of trace ractopamine in pork using SPE followed by HPLC with

fluorescence detection. Journal of Separation Science, v. 32, n. 9, p. 1333-1339, 2009.

210. SUN, X.; HE, X.; ZHANG, Y.; CHEN, L. Determination of tetracyclines in food

samples by molecularly imprinted monolithic column coupling with high performance liquid

chromatography. Talanta, v. 79, n. 3, p. 926-934, 2009.

211. XU, W. J.; SU, S. F.; JIANG, P.; WANG, H. S.; DONG, X. C.; ZHANG, M.

Determination of sulfonamides in bovine milk with column-switching high performance

liquid chromatography using surface imprinted silica with hydrophilic external layer as

restricted access and selective extraction material. Journal of Chromatography A, v. 1217,

n. 46, p. 7198-7207, 2010.

212. XU, Z. X.; ZHOU, J.; ZHAO, D. Y.; QIAO, X. G.; YANG, J. M. Determination of Trace

Para Red Residues in Foods through On-Line Molecularly Imprinted Solid Phase Extraction

Coupled with High-Performance Liquid Chromatography. Journal of Food Science, v. 75, n.

1, p. C49-C54, 2010.

213. ZHANG, Z.; ZHANG, H.; HU, Y.; YAO, S. Synthesis and application of multi-walled

carbon nanotubes-molecularly imprinted sol-gel composite material for on-line solid-phase

extraction and high-performance liquid chromatography determination of trace Sudan IV.

Analytica Chimica Acta, v. 661, n. 2, p. 173-180, 2010.

Page 222: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Referências 222

214. DUAN, Z. J.; FAN, L. P.; FANG, G. Z.; YI, J. H.; WANG, S. Novel surface molecularly

imprinted sol-gel polymer applied to the online solid phase extraction of methyl-3-

quinoxaline-2-carboxylic acid and quinoxaline-2-carboxylic acid from pork muscle.

Analytical and Bioanalytical Chemistry, v. 401, n. 7, p. 2291-2299, 2011.

215. WANG, S.; LI, D.; HUA, Z.; ZHAO, M. Molecularly imprinted monolith coupled on-

line with high performance liquid chromatography for simultaneous quantitative

determination of cyromazine and melamine. Analyst, v. 136, n. 18, p. 3672-3679, 2011.

216. OU, J.; KONG, L.; PAN, C.; SU, X.; LEI, X.; ZOU, H. Determination of dl-

tetrahydropalmatine in Corydalis yanhusuo by l-tetrahydropalmatine imprinted monolithic

column coupling with reversed-phase high performance liquid chromatography. Journal of

Chromatography A, v. 1117, n. 2, p. 163-169, 2006.

217. ZHUANG, X.; DONG, X.; MA, S.; ZHANG, T. Selective On-Line Extraction of Trans-

Resveratrol and Emodin from Polygonum cuspidatum Using Molecularly Imprinted Polymer.

Journal of Chromatographic Science, v. 46, n. 8, p. 739-742, 2008.

218. HUANG, M. X.; PANG, W. S.; ZHANG, J.; LIN, S. D.; HU, J. A target analogue

imprinted polymer for the recognition of antiplatelet active ingredients in Radix Salviae

Miltiorrhizae by LC/MS/MS. Journal of Pharmaceutical and Biomedical Analysis, v. 58,

n. p. 12-18, 2012.

219. ARESTA, A.; PALMISANO, F.; ZAMBONIN, C. G. Determination of naproxen in

human urine by solid-phase microextraction coupled to liquid chromatography. Journal of

Pharmaceutical and Biomedical Analysis, v. 39, n. 3-4, p. 643-647, 2005.

220. KAWANO, S.; TSUJI, S.; SATO, N.; KAMADA, T. NSAIDs and the microcirculation

of the stomach. Gastroenterology Clinics of North America, v. 25, n. 2, p. 299-315, 1996.

221. NEVADO, J.; FLORES, J.; PEÑALVO, G.; DORADO, R. Determination of ibuprofen

and tetrazepam in human urine by micellar electrokinetic capillary chromatography.

Analytical and Bioanalytical Chemistry, v. 384, n. 1, p. 208-214, 2006.

222. PATEL, B.; VALENTOVA, J.; HUTT, A. Stereospecific analysis of flurbiprofen and its

major metabolites in plasma and urine by chiral-phase liquid chromatography.

Chromatographia, v. 57, n. 1, p. 7-18, 2003.

223. DE OLIVEIRA, A. R. M.; CESARINO, E. J.; BONATO, P. S. Solid-phase

microextraction and chiral HPLC analysis of ibuprofen in urine. Journal of

Chromatography B, v. 818, n. 2, p. 285-291, 2005.

224. CARO, E.; MARCE, R. M.; CORMACK, P. A. G.; SHERRINGTON, D. C.;

BORRULL, F. A new molecularly imprinted polymer for the selective extraction of naproxen

from urine samples by solid-phase extraction. Journal of Chromatography B-Analytical

Technologies in the Biomedical and Life Sciences, v. 813, n. 1-2, p. 137-143, 2004.

225. HAGINAKA, J.; TAKEKIRA, H.; HOSOYA, K.; TANAKA, N. Uniform-sized

molecularly imprinted polymer for (S)-naproxen selectively modified with hydrophilic

external layer. Journal of Chromatography A, v. 849, n. 2, p. 331-339, 1999.

Page 223: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Referências 223

226. HUNG, C. Y.; HWANG, C. C. Analysis of ketoprofen and mefenamic acid by high-

performance liquid chromatography with molecularly imprinted polymer as the stationary

phase. Journal of Chromatographic Science, v. 46, n. 9, p. 813-818, 2008.

227. FARRINGTON, K.; REGAN, F. Molecularly imprinted sol gel for ibuprofen: An

analytical study of the factors influencing selectivity. Talanta, v. 78, n. 3, p. 653-659, 2009.

228. FAN, Y.; ZHANG, M.; FENG, Y. Q. Poly(acrylamide-vinylpyridine-N,N '-methylene

bisacrylamide) monolithic capillary for in-tube solid-phase microextraction coupled to high

performance liquid chromatography. Journal of Chromatography A, v. 1099, n. 1-2, p. 84-

91, 2005.

229. SMITH, J. H. Chromatographic properties of silica-based monolithic columns. 2002.

130 f. Tese (Doutorado em Química) - Virginia Tech Chemistry Department, Faculty of the

Virginia Polytechnic Institute and State University, 2002.

230. HEINISCH, S.; ROCCA, J.-L. Sense and nonsense of high-temperature liquid

chromatography. Journal of Chromatography A, v. 1216, n. 4, p. 642-658, 2009.

231. VANHOENACKER, G.; SANDRA, P. High temperature and temperature programmed

HPLC: possibilities and limitations. Analytical and Bioanalytical Chemistry, v. 390, n. 1, p.

245-248, 2008.

232. JORGENSON, J. W. Capillary liquid chromatography at ultrahigh pressures. Annual

Review of Analytical Chemistry, v. 3, n. 1, p. 129-150, 2010.

233. ANSPACH, J. A.; MALONEY, T. D.; COLÓN, L. A. Ultrahigh-pressure liquid

chromatography using a 1-mm id column packed with 1.5-μm porous particles. Journal of

Separation Science, v. 30, n. 8, p. 1207-1213, 2007.

234. WU, N.; CLAUSEN, A. M. Fundamental and practical aspects of ultrahigh pressure

liquid chromatography for fast separations. Journal of Separation Science, v. 30, n. 8, p.

1167-1182, 2007.

235. BIDLINGMEYER, B. A.; HOOKER, R. P.; LOCHMULLER, C. H.; ROGERS, L. B.

Improved chromatographic resolution from pressure-induced changes in liquid-solid

distribution ratios. Separation Science, v. 4, n. 6, p. 439-446, 1969.

236. BIDLINGMEYER, B. A.; ROGERS, L. B. Investigation of pressure-induced changes in

the chromatographic selectivity of methyl and ethyl orange on silica gel. Separation Science,

v. 7, n. 2, p. 131-158, 1972.

237. MACNAIR, J. E.; LEWIS, K. C.; JORGENSON, J. W. Ultrahigh-pressure reversed-

phase liquid chromatography in packed capillary columns. Analytical Chemistry, v. 69, n. 6,

p. 983-989, 1997.

238. JERKOVICH, A. D.; MELLORS, J. S.; JORGENSON, J. W. The use of micron-sized

particles in ultrahigh-pressure liquid chromatography. LC-GC Europe, v. 16, n. 6A, p. 20-23,

2003.

Page 224: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Referências 224

239. LIPPERT, J. A.; XIN, B.; WU, N.; LEE, M. L. Fast ultrahigh-pressure liquid

chromatography: On-column UV and time-of-flight mass spectrometric detection. Journal of

Microcolumn Separations, v. 11, n. 9, p. 631-643, 1999.

240. WU, N.; LIPPERT, J. A.; LEE, M. L. Practical aspects of ultrahigh pressure capillary

liquid chromatography. Journal of Chromatography A, v. 911, n. 1, p. 1-12, 2001.

241. XIANG, Y.; LIU, Y.; LEE, M. L. Ultrahigh pressure liquid chromatography using

elevated temperature. Journal of Chromatography A, v. 1104, n. 1-2, p. 198-202, 2006.

242. WU, N.; LIU, Y.; LEE, M. L. Sub-2 um porous and nonporous particles for fast

separation in reversed-phase high performance liquid chromatography. Journal of

Chromatography A, v. 1131, n. 1-2, p. 142-150, 2006.

243. MELLORS, J. S.; JORGENSON, J. W. Use of 1.5 um porous ethyl-bridged hybrid

particles as a stationary-phase support for reversed-phase ultrahigh-pressure liquid

chromatography. Analytical Chemistry, v. 76, n. 18, p. 5441-5450, 2004.

244. SHEN, Y.; STRITTMATTER, E. F.; ZHANG, R.; METZ, T. O.; MOORE, R. J.; LI, F.;

UDSETH, H. R.; SMITH, R. D.; UNGER, K. K.; KUMAR, D.; LUBDA, D. Making broad

proteome protein measurements in 1-5 min using high-speed RPLC separations and high-

accuracy mass measurements. Analytical Chemistry, v. 77, n. 23, p. 7763-7773, 2005.

245. CINTRON, J. M.; COLON, L. A. Organo-silica nano-particles used in ultrahigh-pressure

liquid chromatography. Analyst, v. 127, n. 6, p. 701-704, 2002.

246. LANÇAS, F. M.; RODRIGUES, J. C.; FREITAS, S. S. Preparation and use of packed

capillary columns in chromatographic and related techniques. Journal of Separation

Science, v. 27, n. 17-18, p. 1475-1482, 2004.

247. MONTEIRO, A. M. Cromatografia líquida capilar: desenvolvimento de colunas

empacotadas e monolíticas, celas de detecção UV e aplicação da programação de

temperatura. 2010. 188 f. Tese (Doutorado em Ciências) - Instituto de Química de São

Carlos, Universidade de São Paulo, 2010.

248. TANI, K.; SUZUKI, Y. Syntheses of spherical silica and titania from alkoxides on a

laboratory scale. Chromatographia, v. 38, n. 5-6, p. 291-294, 1994.

249. JIA, P.; LIU, X.; LUO, Y.; YU, M.; LIN, J. Sol-gel synthesis and characterization of

SiO2@NaGd(WO4)2:Eu3+

core-shell-structured spherical phosphor particles. Journal of The

Electrochemical Society, v. 154, n. 1, p. J39-J43, 2007.

250. BOGUSH, G. H.; TRACY, M. A.; ZUKOSKI IV, C. F. Preparation of monodisperse

silica particles: Control of size and mass fraction. Journal of Non-Crystalline Solids, v. 104,

n. 1, p. 95-106, 1988.

251. RAZINK, J. J.; SCHLOTTER, N. E. Correction to "Preparation of monodisperse silica

particles: Control of size and mass fraction" by G.H. Bogush, M.A. Tracy and C.F. Zukoski

IV, Journal of Non-Crystalline Solids 104 (1988) 95-106. Journal of Non-Crystalline

Solids, v. 353, n. 30-31, p. 2932-2933, 2007.

Page 225: Carlos Eduardo Domingues Nazario - teses.usp.br

Referências 225

252. FIDALGO, A.; ILHARCO, L. M. Correlation between physical properties and structure

of silica xerogels. Journal of Non-Crystalline Solids, v. 347, n. 1-3, p. 128-137, 2004.

253. ALMEIDA, R. M.; PANTANO, C. G. Structural investigation of silica gel films by

infrared spectroscopy. Journal of Applied Physics, v. 68, n. 8, p. 4225-4232, 1990.

254. MUSGO, J.; ECHEVERRÍA, J. C.; ESTELLA, J.; LAGUNA, M.; GARRIDO, J. J.

Ammonia-catalyzed silica xerogels: Simultaneous effects of pH, synthesis temperature, and

ethanol:TEOS and water:TEOS molar ratios on textural and structural properties.

Microporous and Mesoporous Materials, v. 118, n. 1-3, p. 280-287, 2009.

255. KAILASAM, K.; MÜLLER, K. Physico-chemical characterization of MCM-41 silica

spheres made by the pseudomorphic route and grafted with octadecyl chains. Journal of

Chromatography A, v. 1191, n. 1-2, p. 125-135, 2008.

256. JINNO, K. CP-MAS 13

C nuclear magnetic resonance spectra for identification of

functionality of octadecylsilica bonded phases. Journal of Chromatographic Science, v. 27,

n. p. 729-734, 1989.

257. ALBERT, K. NMR investigations of stationary phases. Journal of Separation Science,

v. 26, n. 3-4, p. 215-224, 2003.

258. QIU, H.; LIANG, X.; SUN, M.; JIANG, S. Development of silica-based stationary

phases for high-performance liquid chromatography. Analytical and Bioanalytical

Chemistry, v. 399, n. 10, p. 3307-3322, 2011.