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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS CURSO DE GEOLOGIA LEONARDO AQUINO PIRES NÁPRAVNÍK CARACTERÍSTICAS GEOQUÍMICAS, PETROGRÁFICAS E METALOGENÉTICAS DOS FLOGOPITITOS DE CARNAÍBA E SOCOTÓ, BAHIA Salvador 2011

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Page 1: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS CURSO DE GEOLOGIA

LEONARDO AQUINO PIRES NÁPRAVNÍK

CARACTERÍSTICAS GEOQUÍMICAS, PETROGRÁFICAS E METALOGENÉTICAS DOS FLOGOPITITOS DE CARNAÍBA E

SOCOTÓ, BAHIA

Salvador 2011

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LEONARDO AQUINO PIRES NÁPRAVNÍK

CARACTERÍSTICAS GEOQUÍMICAS, PETROGRÁFICAS E METALOGENÉTICAS DOS FLOGOPITITOS DE

CARNAÍBA E SOCOTÓ, BAHIA

Monografia apresentada ao Curso de Geologia, Instituto de Geociências, Universidade Federal da Bahia, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Geologia. Orientador: Prof. José Haroldo da Silva Sá

Salvador 2011

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TERMO DE APROVAÇÃO

LEONARDO AQUINO PIRES NÁPRAVNÍK

Salvador, 8 de julho de 2011

CARACTERÍSTICAS GEOQUÍMICAS, PETROGRÁFICAS E METALOGENÉTICAS DOS FLOGOPITITOS DE

CARNAÍBA E SOCOTÓ, BAHIA

Monografia aprovada como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora:

José Haroldo da Silva Sá - Orientador Livre Docente e Doutor em Geologia pela USP UFBA Ermesto Alves da Silva Bacharel em Geologia pela UFPE Companhia Baiana de Pesquisa Mineral - CBPM Olga Maria Fragueiro Otero Doutora em Geologia pela UFBA UFBA

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AGRADECIMENTOS

Agradeço, especialmente, a vovô Nelson (in memoriam), vovó Célia e minha mãe

Virgínia, pelo apoio incondicional em todos os momentos e por sempre acreditarem e

investirem em meu potencial, a meus tios Fernando, Júnior, Ilma, Sílvia, Mariana,

Maria Clara, Olga e Abdias por todo incentivo e confiança. A meus primos Matheus,

Fernanda e Maurício. A Liliana Coelho (Lily), uma pessoa muito especial que apareceu

em minha vida.

Ao meu orientador e amigo, professor Haroldo Sá, uma pessoa e profissional que desde

sempre admirei, muito obrigado pela sua inestimável paciência e incentivo, os quais

foram fundamentais para que eu pudesse chegar à conclusão desse trabalho.

A CBPM – Companhia Baiana de Pesquisa Mineral, por todo suporte oferecido para a

realização deste trabalho, desde a disponibilização de veículo para a etapa de campo, as

confecções das lâminas petrográficas e os subsídios para a realização das análises

químicas. Em especial ao geólogo Ernesto Alves, que ao longo desses anos vêm

proporcionando esse tipo de apoio aos estudantes formandos do IGeo-UFBA. Ao

motorista, Sr. Joel, pelo companheirismo na etapa de campo. Aos funcionários Rosa

Amélia, Teresa Cristina e Val, pela atenção concedida.

Aos amigos e colegas do Instituto de Geociências: André Souza, Lucas Nery, Tiago

Ximenes, Thiago Novaes, Cristiano Muller, Marcos (Bento), Luciano (Careca), Eder

Medeiros, Zilda Gomes, Lucas Phidalelpho, Eduardo, Guilherme Gonçalves (Guiga),

Davidson Queiroz, Mileno Loula, Alice (Felícia), Talita Fernandes, Naedja, Alex

Moura e todos aqueles que sempre acreditaram em mim. Aos funcionários Deraldo,

Alberto, André, Dona Lala, Mércia, Lídia, Dona Naná, Carlos Bossal, Jairo e

Marcelinho. Aos professores Aroldo Misi, Osmário Leite, Paulo Avanzo, Geraldo

Leahy, Facelúcia, Lamarck (in memoriam), Olga Otero (pela paciência nas correções

desse trabalho), Iracema Reimão, Heraldo Peixoto, Tânia, Reginaldo Alves, Augusto

Pedreira, Vilson Marques, Vilton, Hernani (pelo apoio na Difratometria de Raio-X),

Telésforo Martinez e todos aqueles que tiveram papel fundamental na construção do

meu conhecimento geológico.

Page 5: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

“Todos estes que aí estão

Atravancando o meu caminho,

Eles passarão.

Eu passarinho!”

Mário Quintana

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RESUMO

Este trabalho apresenta os resultados obtidos na caracterização petrográfica, geoquímica

e metalogenética realizada para os flogopititos dos distritos garimpeiros de Carnaíba-

Pindobaçu e Socotó-Campo Formoso, localizados na porção centro-norte da Serra de

Jacobina, no estado da Bahia. Os flogopititos são rochas derivadas dos serpentinitos, em

decorrência da ação hidrotermal promovida pelos fluidos finais de corpos graníticos que

se colocaram no final do Paleoproterozóico.

A petrografia apontou que os flogopititos são constituídos, predominantemente, pela

mica flogopita, acompanhada, em quantidades variáveis, de anfibólio, quartzo,

dolomita, fluorita, turmalina e berilo, ocorrendo como acessórios a titanita, o espinélio e

o zircão, além de minerais opacos. Os serpentinitos encaixantes apresentaram, além da

serpentinita que o caracteriza, grande quantidade de talco e, subordinadamente, fluorita,

quartzo, plagioclásio, flogopita/clorita, dolomita e opacos.

A caracterização geoquímica permitiu verificar que houve o aporte dos elementos traço

Ba, Be, Li, Sc, Sr, F, Cs e Rb nos flogopititos de ambas as áreas estudadas, e uma

depleção para os elementos Co, Cr, Ni e V. Em relação aos elementos maiores, foi

notado o acréscimo nos teores de Al2O3, Fe2O3, FeO, K2O, TiO2 e P2O5 e uma

defasagem nos teores de MgO, CaO e Na2O. Quanto aos elementos escassos, somente

três amostras do distrito de Carnaíba apresentaram teores acima do background para o

elemento Au, contudo não configurando anomalias de grande expressão.

Os elevados teores de potássio sugerem que os flogopititos sejam uma potencial fonte

deste elemento, o qual é indispensável na agroindústria, contudo a estrutura do mineral

que o comporta é bastante fechada, não permitindo a sua rápida liberação e

comprometendo a sua utilização em culturas de curto ciclo.

Palavras-Chave: Flogopititos; Hidrotermalismo; Fontes Alternativas de Potássio

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SUMÁRIO

1 – INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 1

1.1 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 2

1.2 MÉTODOS DE TRABALHO ............................................................................................ 3

2- ASPECTOS FISIOGRÁFICOS ........................................................................................... 4

2.1 LOCALIZAÇÃO E VIAS DE ACESSO ........................................................................... 4

2.2 GEOMORFOLOGIA ......................................................................................................... 5

2.3 CLIMA ................................................................................................................................ 6

2.4 HIDROGRAFIA ................................................................................................................ 6

2.5 VEGETAÇÃO .................................................................................................................... 8

3-GEOLOGIA ............................................................................................................................. 9

3.1 GEOLOGIA REGIONAL ................................................................................................... 9

3.1.1 Complexo Mairi .................................................................................................... 11

3.1.2 Complexo Máfico-Ultramáfico de Campo Formoso ............................................. 11

3.1.3 Greenstone Belt de Mundo Novo .......................................................................... 11

3.1.4 Grupo Jacobina ...................................................................................................... 12

3.1.5 Granitos Intrusivos ................................................................................................ 13

3.1.6 Grupo Una ............................................................................................................. 13

3.1.7 Coberturas Cenozóicas .......................................................................................... 14

3.2 GEOLOGIA LOCAL ........................................................................................................ 15

3.2.1 Geologia da Região de Carnaíba ........................................................................... 16

3.2.1.1 Complexo Gnáissico Migmatítitico ............................................................... 17

3.2.1.2 Greenstone Belt de Mundo Novo .................................................................. 17

3.2.1.3 Grupo Jacobina .............................................................................................. 17

3.2.1.4 Granitos Intrusivos ........................................................................................ 18

3.2.1.5 Sedimentos Terciários-Quaternários ............................................................. 18

3.2.2 Geologia da Região de Socotó .............................................................................. 19

3.2.2.1 Complexo Gnáissico Migmatítitco ................................................................ 20

Page 8: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

3.2.2.2 Complexo Máfico-Ultramáfico de Campo Formoso ..................................... 20

3.2.2.3 Grupo Jacobina .............................................................................................. 20

3.2.2.4 Granito de Campo Formoso .......................................................................... 20

3.2.2.5 Grupo Una Indiferenciado ............................................................................. 21

4-CARACTERIZAÇÃO GEOQUÍMICA .............................................................................. 22

4.1 CARACTERIZAÇÃO GEOQUÍMICA DA REGIÃO DE CARNAÍBA-PINDOBAÇU 25

4.1.1 Geoquímica dos Flogopititos ................................................................................. 25

4.1.2 Geoquímica dos Serpentinitos ............................................................................... 41

4.2 CARACTERIZAÇÃO GEOQUÍMICA DA REGIÃO DE SOCOTÓ-C.FORMOSO ..... 55

4.2.1 Geoquímica dos Flogopititos ................................................................................. 56

4.2.2 Geoquímica dos Serpentinitos ............................................................................... 69

4.3 RESULTADOS OBTIDOS E DISCUSSÕES .................................................................. 82

5-CARACTERÍSTICAS PETROGRÁFICAS ....................................................................... 89

5.1 FLOGOPITITOS DE CARNAÍBA E DE SOCOTÓ ........................................................ 89

5.2 SERPENTINITOS DE CARNAÍBA E DE SOCOTÓ ...................................................... 97

6-FLOGOPITITOS E O SEU POTENCIAL COMO FONTE DE POTÁSSIO ............... 101

7-CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 106

8-REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 109

9-ANEXOS .............................................................................................................................. 113

Page 9: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

  LISTA DE FIGURAS

FIGURA 01 – Mapa de Localização da cidade de Pindobaçu ..................................................... 4

FIGURA 02 – Mapa de Localização da cidade de Campo Formoso ........................................... 4

FIGURA 03 – Principais vias de acesso ligando a capital Salvador à cidade de Campo Formoso

....................................................................................................................................................... 5

FIGURA 04 – Mapa de localização da Bacia do Itapicuru no estado da Bahia ........................... 7

FIGURA 05 – Esboço do Craton do São Francisco e suas Faixas Marginais .............................. 9

FIGURA 06 – Mapa geológico simplificado da região de Carnaíba e Campo Formoso ........... 10

FIGURA 07 – Mapa geológico simplificado da região de Carnaíba e Campo Formoso ........... 15

FIGURA 08 – Mapa geológico simplificado da região de Carnaíba ......................................... 16

FIGURA 09 – Mapa geológico simplificado da região de Socotó ............................................. 19

FIGURA 10 – Mapa geológico simplificado do perímetro da Reserva Legal de Garimpo –

Carnaíba, constando os pontos de coleta ..................................................................................... 22

FIGURA 11 – Mapa geológico simplificado da região de Campo Formoso, constando os pontos

de coleta realizados no Garimpo de Socotó ................................................................................ 23

FIGURA 12 – Gráfico de distribuição dos Elementos Terras Raras nos flogopititos (em azul) e

nos serpentinitos (em vermelho), tanto em Carnaíba quanto em Socotó. ................................... 88

FIGURA 13 – Difratometria de Raios-X da amostra LN-001C, demonstrando a predominância

da flogopita e alguns vestígios de anfibólios............................................................................... 96

FIGURA 14 – Difratometria de Raios-X da amostra LN-023A, demonstrando a presença da

flogopita ...................................................................................................................................... 96

Page 10: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

LISTA DE FOTOS

FOTO 01 - Fotomosaico tirada numa visada de norte para sul, a partir de Carnaíba de Cima,

mostrando, ao fundo, o Povoado de Carnaíba de Baixo ............................................................. 25

FOTO 02 - Fotomosaico tirada numa visada de oeste para leste, mostrando os rejeitos de uma

frente de serviço no Garimpo de Socotó ..................................................................................... 56

FOTO 03 - Pilha de rejeito (flogopititos) decorrente da extração de esmeralda nos

garimpos de Carnaíba-Pindobaçu .................................................................................. 104

FOTO 04 - Pilha de rejeito (flogopititos) decorrente da extração de esmeralda nos

garimpos de Socotó-Campo Formoso ........................................................................... 104

LISTA DE FOTOMICROGRAFIAS

FOTOMICROGRAFIA 01 - Textura lepidoblástica impressa pela orientação das flogopitas, as

quais perfazem mais de 90% da rocha. Amostra LN-020B ...................................................... 89

FOTOMICROGRAFIA 02 - Textura lepidoblástica impressa pela orientação das flogopitas.

Amostra LN-026A, coletada no distrito de Socotó ..................................................................... 90

FOTOMICROGRAFIA 03 - Textura nematolepidoblástica marcada pela presença do

anfibólio em meio às flogopitas. Amostra LN-003B, coletada no distrito de Carnaíba. ............. 90

FOTOMICROGRAFIA 04 - Textura nematolepidoblástica marcada pela presença do

anfibólio em meio às flogopitas. Amostra LN-027B, coletada no distrito de Socotó ................. 90

FOTOMICROGRAFIA 05 - Presença do anfibólio antofilita, o qual, por vezes, apresenta-se

talcificado. Amostra LN-003B, coletada no distrito de Carnaíba. ............................................. 91

FOTOMICROGRAFIA 06 - Presença de piroxênio (augita) ao lado de cristal de fluorita,

truncando a orientação impressa pelas flogopitas. Amostra LN-014A, coletada no distrito de

Carnaíba ...................................................................................................................................... 92

FOTOMICROGRAFIA 07 - Presença de cristais de dolomita em meio às flogopitas e o

quartzo. Amostra LN-019A, coletada no distrito de Carnaíba .................................................... 92

FOTOMICROGRAFIA 08 - Corte basal de cristal de turmalina, truncando a orientação

estabelecida pelas flogopitas. Amostra LN-019A, coletada no distrito de Carnaíba ................. 93

FOTOMICROGRAFIA 09 - Aglomerado de turmalinas em meio às flogopitas. Amostra LN-

026A, coletada no distrito de Socotó. ........................................................................................ 93

Page 11: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

FOTOMICROGRAFIA 10 - Veio de quartzo disposto concordantemente com a orientação

estabelecida pelas flogopitas. Amostra LN-026A, coletada no distrito de Socotó .................... 94

FOTOMICROGRAFIA 11 - Presença da fluorita em meio às flogopitas. Amostra LN-014A,

coletada no distrito de Carnaíba .................................................................................................. 94

FOTOMICROGRAFIA 12 - Cristais anédricos de berilo em meio às flogopitas. Amostra LN-

026A, coletada no distrito de Socotó .......................................................................................... 95

FOTOMICROGRAFIA 13 - Textura nematoblástica impressa pela presença de cristais de

anfibólio e serpentinita. Amostra LN-001B, coletada no distrito de Carnaíba ........................... 97

FOTOMICROGRAFIA 14 - Textura nematolepidoblástica ocasionada pela presença de

flogopita em meio a serpentinita ................................................................................................ 97

FOTOMICROGRAFIA 15 - Cristais aciculares e radiais de antigorita. Amostra LN-004C,

coletada no distrito de Carnaíba .................................................................................................. 98

FOTOMICROGRAFIA 16 - Porfiroblasto de dolomita mantendo contato irregular com as

serpentinitas circundantes. Amostra LN-010A, coletada no distrito de Carnaíba ...................... 99

FOTOMICROGRAFIA 17 - Porfiroblasto de fluorita mantendo contato reto a irregular com

as serpentinitas e talco circundantes. Amostra LN-021B, coletada no distrito de Carnaíba ...... 99

FOTOMICROGRAFIA 18 - Presença de minerais opacos submilimétricos,

predominantemente, anédricos. Amostra LN-026C, coletada no distrito de Socotó ............... 100

FOTOMICROGRAFIA 19 - Lâmina da amostra LN-015C, a qual demonstra características

petrográficas totalmente diferente das demais amostras de serpentinitos, se tratando de um

anfibolito .................................................................................................................................. 100

Page 12: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

LISTA DE TABELAS TABELA 4.1 – Resultados analíticos dos elementos maiores – Flogopititos - Carnaíba/Pindobaçu ................................................................................................................... 38

TABELA 4.2 – Resultados analíticos dos elementos escassos – Flogopititos – Carnaíba/Pindobaçu ................................................................................................................... 40

TABELA 4.3 – Resultados analíticos dos elementos maiores – Serpentinitos – Carnaíba / Pindobaçu ................................................................................................................................... 54

TABELA 4.4 – Resultados analíticos dos elementos escassos – Serpentinitos – Carnaíba / Pindobaçu ................................................................................................................................... 55

TABELA 4.5 – Resultados analíticos dos elementos maiores – Flogopititos – Socotó / Campo Formoso...................................................................................................................................... 68

TABELA 4.6 – Resultados analíticos dos elementos escassos – Flogopititos – Socotó / Campo Formoso...................................................................................................................................... 69

TABELA 4.7 – Resultados analíticos dos elementos maiores – Serpentinitos – Socotó / Campo Formoso...................................................................................................................................... 81

TABELA 4.8 – Resultados analíticos dos elementos escassos – Serpentinitos – Socotó / Campo Formoso...................................................................................................................................... 82

TABELA 4.9 – Valores médios dos elementos traço - Flogopititos – Carnaíba / Pindobaçu & Socotó / Campo Formoso ........................................................................................................... 83

TABELA 4.10 – Valores médios dos elementos traço – Serpentinitos - Carnaíba / Pindobaçu & Socotó / Campo Formoso ........................................................................................................... 83

TABELA 4.11 – Valores médios dos elementos maiores - Flogopititos – Carnaíba / Pindobaçu & Socotó / Campo Formoso ....................................................................................................... 85

TABELA 4.12 - Valores médios dos elementos maiores - Serpentinitos – Carnaíba / Pindobaçu & Socotó / Campo Formoso ....................................................................................................... 85

TABELA 4.13 – Valores médios dos elementos Flúor, Césio e Rubídio – Flogopititos & Serpentinitos - Carnaíba / Pindobaçu & Socotó / Campo Formoso ............................................ 86

TABELA 6.1 – Resultados analíticos para os elementos maiores nos Flogopititos de Carnaíba & Socotó................................................................................................................................... 102

Page 13: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

1

1 INTRODUÇÃO

A serra de Jacobina constitui uma importante província metalogenética do Estado da

Bahia, encerrando uma série de depósitos minerais, dentre estes o ouro associado às

rochas metassedimentares do Grupo Jacobina, o cromo atrelado ao Complexo Máfico-

Ultramáfico de Campo Formoso, o manganês que ocorre nas sequências

metavulcanossedimentares do Complexo Itapicuru, a barita encaixada nos

metassedimentos da Unidade Itapura, além da esmeralda que vem sendo lavrada em

caráter de garimpo nas regiões de Pindobaçu-Carnaíba e Campo Formoso-Socotó.

Somados aos depósitos supracitados pode-se apontar, também, uma série de ocorrências

minerais de menor expressão, como, por exemplo, cristal de rocha, ametista, apatita,

caulim, dentre outras.

As referidas ocorrências de esmeralda na porção norte da serra de Jacobina, em especial

no povoado de Carnaíba, município de Pindobaçu, foram descobertas no ano de 1963

(Santana & Moreira, 1980), promovendo, então, um grande adensamento populacional

na região, que no auge de sua exploração, ao final da década de 1970, chegou a abrigar

cerca de 15 mil habitantes que se espalharam nas circunvizinhanças, formando os outros

núcleos de produção da gema, conhecidos como Carnaíba de Cima, Bode-Lagarto-

Gavião, Arrozal, Bráulia e Marota, os quais, em 1978, foram englobados pelo

Departamento Nacional de Produção Mineral-DNPM numa área legal de garimpo, com

3.692 hectares (Moreira & Silva, 2006). Naquela época, a produção anual da gema na

região era de, aproximadamente, 31.000 quilogramas, representando 25% do valor total

das exportações brasileiras de pedras preciosas brutas e lapidadas, excluindo-se o

diamante, movimentando o montante de 5 milhões de dólares anuais, garantindo à

Bahia o status de maior produtor de esmeraldas no país (Moreira & Silva, op.cit.). Na

década de 1980 foram descobertas novas ocorrências de esmeraldas em Socotó,

município de Campo Formoso, culminando numa evasão da região de Carnaíba e,

consequentemente, uma forte queda na sua produção. Ainda na década de 1980, outras

ocorrências descobertas, desta vez nos estados de Goiás e Minas Gerais, decretaram de

vez a decadência da produção de esmeralda na região de Carnaíba. Contudo, a partir de

1991, houve uma retomada das atividades, com um número reduzido de frentes de

serviços e um maior aporte financeiro e técnico, resultando numa otimização da

Page 14: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

2

produção e o aprofundamento das cavas, que antes não passavam dos 60 metros de

profundidade, agora chegando a atingir os 120 metros.

Apesar das transações em torno da gema terem gerado uma receita considerável para os

envolvidos no negócio, muito pouco ou quase nada foi investido no sentido de buscar

um melhor entendimento do modo de ocorrência da gema, da sua gênese e perspectivas

de aumento da produção, assim como da melhoria nas condições de trabalho. Os

esforços nesse sentido partiram através de ações governamentais, principalmente por

meio da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral-CBPM, a qual desde a década de 1970

desenvolve trabalhos de investigação geológica na região, resultando na elaboração de

mapas e perfis geológicos, além de relatórios técnicos descrevendo a situação das áreas

em exploração e apontando novas áreas com potencial produtivo. Vale ressaltar,

também, os trabalhos acadêmicos que foram desenvolvidos, sobretudo os de Griffon et

al. (1967) e Rudowiski (1989).

Com o intuito de contribuir para o conhecimento geológico da região de Carnaíba e

Socotó, o presente trabalho, que representa uma parceria entre a Universidade Federal

da Bahia e a Companhia Baiana de Pesquisa Mineral, apresentará os resultados do

levantamento geoquímico e petrográfico realizado com as rochas portadoras de

esmeralda, assim como das rochas encaixantes.

1.1 Objetivos

Tendo em vista as bibliografias que abordam a área em apreço, apontando como

responsável pela mineralização da esmeralda, a interação entre os granitoides

paleoproterozóicos e as rochas máficas-ultramáficas, processo este que promoveu um

intenso hidrotermalismo, com a geração dos flogopititos portadores da gema, neste

trabalho buscar-se-á verificar o grau de interação geoquímico entre as rochas envolvidas

no referido processo, através da análise do hidrotermalito. Ou seja, de posse dos

resultados analíticos dos flogopititos, verificar-se-á qual foi o aporte geoquímico de

elementos tipicamente provenientes dos granitos, assim como quais os elementos

inerentes às rochas máficas-ultramáficas que permaneceram com as concentrações

originais, tendo como background os resultados analíticos dos serpentinitos

(encaixantes) poupados do processo hidrotermal em tela. Complementarmente, a análise

Page 15: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

3

petrográfica permitirá a constatação das possíveis transformações mineralógicas

decorrentes das alterações químicas. Por fim, será abordada de maneira preliminar a

possibilidade do aproveitamento do flogopitito como potencial fonte de potássio para a

agroindústria.

1.2 Métodos de Trabalho

O trabalho foi desenvolvido, basicamente, em quatro etapas, a saber: i) levantamento

do acervo bibliográfico, momento em que foram reunidos e confrontados todos os

dados tocantes à área de trabalho, principalmente os relatórios técnicos elaborados pela

Companhia Baiana de Pesquisa Mineral-CBPM, especialmente as publicações

referentes à Série Arquivos Abertos números 9 e 25 (Santana et.al., 1995 e Moreira &

Silva, op.cit., respectivamente), o Projeto Esmeralda (Santana & Moreira, op.cit.), o

Projeto Carnaíba, 1ª e 2ª etapas, (Santana, 1981), o Projeto Avaliação das

Mineralizações de Esmeralda de Carnaíba (Moreira & Silva, op.cit.), além de trabalhos

acadêmicos, sobretudo a Tese de Doutoramento de Rudowiski, defendida em 1989; ii)

levantamento de campo, o qual teve a duração de 10 dias, envolvendo visitas às

frentes de serviço dos garimpos enquadrados na Reserva Legal de Carnaíba, além dos

serviços do Garimpo de Socotó, com a coleta de amostras de rochas portadoras de

esmeralda e, também, das suas encaixantes (estéreis), com o devido controle da

profundidade em que foram extraídas, georreferenciamento dos pontos de coleta,

registros fotográficos e entrevistas com os garimpeiros; iii) caracterização geoquímica

e petrográfica, quando, em posse dos resultados analíticos e das lâminas delgadas,

foram gerados gráficos da distribuição dos elementos químicos e a sua espacialização

em planta, através de mapas, assim como a análise petrográfica em microscópio

eletrônico, verificando-se, deste modo, a trama mineralógica das rochas mineralizadas e

das suas encaixantes, e, por fim; iv) elaboração do relatório final, contemplando os

resultados obtidos e as considerações acerca do objetivo proposto.

Page 16: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

4

2 ASPECTOS FISIOGRÁFICOS

Para levar em efeito os objetivos propostos, foram selecionadas duas áreas distintas

(Carnaíba-Pindobaçu e Socotó-Campo Formoso), distantes entre si cerca de 50 km na

direção norte-sul, localizadas na porção norte da serra de Jacobina, ambas produtoras de

esmeralda.

2.1 Localização e Vias de Acesso

As duas áreas em tela estão localizadas na porção centro-norte do Estado da Bahia

(Figuras 01 e 02).

As principais vias de acesso, partindo da capital Salvador, se faz através da BR-324,

percorrendo cerca de 112 km até a cidade de Feira de Santana, a partir de onde é

adotada a BR-116, num pequeno trecho de, aproximadamente, 20 km, onde volta a ser

adotada a BR-324 até a cidade de Capim Grosso, num percurso de 102 km, por onde se

segue no sentido norte, através da BR-407 até a cidade de Senhor do Bonfim,

percorrendo-se 106 km, e, por fim, adota-se a BA-131 até a cidade de Campo Formoso,

totalizando um percurso de 412 km (Figura 03). A partir de Campo Formoso, são

adotados dois caminhos diferentes até as áreas de trabalho: i) para Socotó, segue-se

através de estrada não pavimentada, num percurso de 10 km para norte de Campo

Figura 01: Mapa de localização da cidade de Pindobaçu.

Fonte: Wikipédia, 2010. Figura 02: Mapa de localização da cidade de Campo Formoso.

Fonte: Wikipédia, 2010.

Page 17: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

5

Formoso, e; ii) para Carnaíba, adotando-se a BA-131 até a cidade de Pindobaçu, de

onde é tomada estrada não pavimentada até o povoado de Carnaíba, num percurso de 32

km para sul de Campo Formoso.

2.2 Geomorfologia

A região que comporta a Serra de Jacobina é composta por cinco domínios

geomorfológicos distintos, os quais foram definidos através de trabalhos de

fotointerpretação, sustentados pelas atividades de campo, realizados pelos estudantes da

Universidade Federal da Bahia, sob a orientação dos professores Antônio Marcos e

Flávio Sampaio, sendo sumarizados em: i) Relevo Montanhoso, o qual possui um

controle litológico e estrutural bem evidente, com os topos em torno de 1.100 metros de

altitude, sustentados por quartzitos, e os vales bastante profundos e estreitos, devido à

presença de rochas de baixa resistência intempérica/erosiva, proporcionando desníveis

de até 500 metros; ii) Cristas Residuais, apresentando um alinhamento N-S e E-W

impresso pela presença de veios de quartzo de grande magnitude; iii) Relevo

Ondulado, cujos topos são arredondados, às vezes com formato “meia laranja”, com

cotas variando entre 400 e 900 metros, predominando nos domínios onde afloram os

granitóides; iv) Depósitos de Tálus, caracterizado pela presença de um material

totalmente imaturo, composto por uma mistura de detritos de dimensões e composições

Figura 03: Principais vias de acesso ligando a capital Salvador à cidade de Campo Formoso.

Fonte: Google Maps, 2010.

Page 18: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

6

variadas, angulosos, provenientes das regiões serranas, logo ocorrendo nas margens dos

dois primeiros domínios supracitados, e; v) Planícies Aluvionares, na qual predomina o

modelado de acumulação, sendo desenvolvidas nas várzeas susceptíveis à inundações

em épocas de chuva e ao longo das drenagens perenes, quando estas atingem um nível

de energia mais baixo.

2.3 Clima

O clima da região é profundamente afetado pela disparidade geomorfológica ali

presente, de modo que a existência de cotas em torno de 1.400 metros nas porções

serranas em contraste com cotas de 350 metros nas planícies aluviais, condicionou a

predominância de dois domínios climáticos que, de acordo com a classificação climática

de Koppen & Geiger (1928), são: i) Cfa, temperado e úmido, predominando na serra de

Jacobina, entre as cidades de Jacobina e Jaguarari, além da sua porção ocidental,

caracterizado por temperaturas oscilando entre os 18° e 34° C, com verões quentes e

sem estação seca, cujos meses mais quentes são dezembro e janeiro e os mais frios entre

junho e agosto, e a pluviosidade variando entre 600 e 900 mm, distribuídas em todo

ano, com uma maior intensidade entre novembro/janeiro e março/abril, e; ii)Bsh, semi-

árido quente, típicos de região de caatinga e do agreste, com uma estação chuvosa

irregular entre os meses de outubro e abril, com temperaturas médias em torno dos 27°

C, cujo mês mais quente (dezembro ou janeiro) atinge os 34° C e o mais frio (julho) 22°

C e pluviosidade oscilando entre 400 e 500 mm anuais, distribuídas entre os meses de

novembro a março.

2.4 Hidrografia

A área de estudo faz parte da bacia do rio Itapicuru (Figura 04), mais precisamente na

região do Alto do Itapicuru, o qual drena uma área de, aproximadamente, 36.440 km2,

cujas nascentes ocorrem na região de Campo Formoso, Antônio Gonçalves e Jacobina

apresentando importantes drenagens, dentre estas, o rio Itapicuru-Açu, o rio Aipim e o

rio da Fumaça (SEI, 1994f). O rio Itapicuru-Açu faz divisa a sul com os municípios de

Saúde e Ponto Novo e a oeste com os municípios de Mirangaba e Antônio Gonçalves,

sendo que no extremo noroeste do município de Pindobaçu este rio é denominado de

riacho da Madalena, possuindo um caráter intermitente, fluindo inicialmente de nordeste

Page 19: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

7

para sudoeste e, após receber contribuições de drenagens provenientes do município de

Antônio Gonçalves, passa a fluir no sentido norte-sul até a foz do rio Sambaíba, este

último proveniente do município de Mirangaba, passando, então, a fluir na direção leste

com um caráter perene. Já o rio Aipim ocorre no limite entre os municípios de

Pindobaçu e Antônio Gonçalves, fluindo inicialmente para leste, com caráter

intermitente, passando, posteriormente, a fluir no sentido sudeste, até a divisa com

Filadélfia, onde assume o caráter perene até desembocar no rio Itapicuru-Açu. O rio da

Fumaça corre de noroeste para sudeste e é um dos principais afluentes da margem

esquerda do rio Itapicuru-Açu no município de Pindobaçu, o qual percorre cerca de 350

km até alcançar o litoral ao norte de Salvador, onde apresenta vazão de 14 m3/s.

Figura 04: Mapa de localização da Bacia do Itapicuru no Estado da Bahia.

Fonte: SRH, 2002.

Page 20: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

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2.5 Vegetação

A região em tela pode ser dividida em cinco unidades de vegetação, segundo o

levantamento realizado pelos alunos da Universidade Federal da Bahia, durante o

mapeamento multitemático orientado pelos professores Antônio Marcos e Flávio

Sampaio, as quais serão sumarizadas a seguir: i) Floresta Estacional Decidual,

caracterizada principalmente por apresentar uma vegetação arbórea fechada com altura

média de 15 a 25 metros e arbustiva, estando assentada nos litotipos – quartzitos, filitos

e formações ferríferas - do Complexo Itapicuru e sobre os sedimentos de leques

coluvionares, ambos apresentando solo areno-argiloso e cotas que variam de 500 a

850m, sendo a mais densa vegetação da área, de extrema importância, pelo fato de

conter os deslizamentos de terra nas encostas, além de ajudar a proliferar a biota local;

ii) Mata de Galeria, apresenta características fisionômicas similares às encontradas na

Floresta Estacional Decidual, entretanto de ocorrência restrita, limitada aos vales

longitudinais e em alguns vales transversais, condicionadas pela presença dos solos

argilosos provenientes do intemperismo/pedogênese das rochas máficas-ultramáficas;

iii) Mata Ciliar, fortemente controlada pela presença das drenagens, ocupando as suas

margens, em cotas em torno de 550 metros, caracterizada por apresentar vegetação

arbustiva arbórea de pequenas arvoretas que chegam, no máximo, a 5 metros; iv)

Cerrado/Caatinga, ocorrendo em cotas que variam de 580 a 660 metros, é

caracterizada principalmente por apresentar uma vegetação arbustiva arbórea, com

altura que varia de 4 a 12 metros, restritas aos solos areno-argilosos provenientes das

rochas graníticas, e, por fim; v) Caatinga, tratando-se de uma variedade de Cerrado

gramíneo-lenhoso, também conhecida como gerais, geralmente associada aos quartzitos

do Grupo Jacobina, dando origem a um solo areno-quartzoso e caracterizada por

apresentar uma vegetação de gramíneas pouco expressivas intercalada por locais

desprovidos de vegetação.

Page 21: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

9

3 GEOLOGIA

3.1 Geologia Regional

A geologia da região em tela está inserida no contexto do Cráton do São Francisco, o

qual foi pioneiramente descrito por Almeida (1977), tratando-se de uma entidade

geotectônica estabilizada durante o Paleoproterozóico, após o evento orogenético

responsável pela amalgamação de quatro peleocontinentes que o integram - Bloco

Gavião, Bloco Jequié, Bloco Serrinha, encerrando o paleooceano Itabuna-Salvador-

Curaçá – (Barbosa & Sabaté, 2003), e que teve os seus limites redefinidos pela

orogênese Brasiliana, cujas faixas móveis apresentam-se contornando-o (Figura 05). A

colisão de placas supracitada promoveu a estruturação de um grande lineamento,

denominado Lineamento Contendas-Jacobina, o qual se estende por mais de 600 km,

aproximadamente N-S, sendo interpretados como uma geossutura que limita os blocos

arqueanos envolvidos no evento.

Figura 05: Esboço do Cráton do São Francisco e suas Faixas Marginais. Modificado de Alkimin et al. (1996).

Page 22: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

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Deste modo, as unidades litológicas presentes na região em foco compõem o Bloco

Gavião, sendo representadas por gnaisses, granitos indivisos, anfibolitos,

metaultramáficas e metassedimentares do Complexo Mairi, uma associação de rochas

máficas-ultramáficas, referentes ao Complexo Máfico-Ultramáfico de Campo Formoso,

uma sequência vulcanossedimentar do tipo greenstone belt, denominada de Greenstone

Belt de Mundo Novo, a sequência metassedimentar do Grupo Jacobina e os granitóides

decorrentes da fase final da colisão Paleoproterozóica, ou seja, da fase de colapso

orogenético. Além das unidades supracitadas, as quais compõem o embasamento

Arqueano-Paleoproterozóico, é possível apontar a cobertura plataformal

Neoproterozóica, representada pelo Grupo Una e a cobertura Cenozóica, representada

pela Formação Caatinga e as coberturas detríticas indiferenciadas (Figura 06).

Figura 06: Mapa geológico simplificado da região de Carnaíba e Campo Formoso (adaptado de CPRM-CBPM, 2000).

Page 23: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

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A seguir será feita uma descrição sumarizada das principais Unidades Litológicas que

integram a geologia da região e que estão representadas no mapa da Figura 06.

3.1.1 Complexo Mairi

Compreende terrenos TGG’s (tonalito-granodiorito-granitos) migmatizados e

gnaissificados, remanescentes isolados de seqüências supracrustais representadas por

quartzitos e formações ferríferas, além de estreitos corpos de rochas máfica-

ultramáficas, sendo todo o pacote polideformado e metamorfisado em fácies anfibolito.

Datações através do método Rb-Sr forneceram idades em torno de 2,66 Ga (Sato, 1986

apud Mascarenhas et al., 1998).

3.1.2 Complexo Máfico-Ultramáfico de Campo Formoso

Este complexo foi inicialmente definido por Couto et. al. (1978) e consiste numa grande

intrusão diferenciada, com aproximadamente 40 quilômetros de comprimento e 1,2

quilômetro de espessura, composta por uma associação de serpentinitos, talco-

cloritaxistos, talco-tremolitaxistos e anfibolitos, provenientes de alterações hidrotermais

resultantes da interação entre seus protólitos peridotíticos e piroxeníticos com os

granitóides paleoproterozóicos. Toda a sequência apresenta-se intensamente deformada

pelas falhas de empurrão, cujo transporte tectônico aponta, a grosso modo, para o

sentido W, colocando-a sobre o embasamento arqueano e desmembrando-a em fatias,

dificultando, deste modo, a sua reconstituição estratigráfica e sua variação lateral.

Contudo, Thayer (1970 apud Couto et al. 1978), com base em parâmetros fornecidos

pelo padrão das camadas de cromitito estratiforme presentes neste complexo, inferiu

que as porções mediana e superior desta sequência foram erodidas e que sua espessura

original era de 4 quilômetros. Topitsch (1993) estimou sua idade, com base em

comparações com intrusões máficas-ultramáficas de mesma natureza que ocorrem em

outros crátons (Austrália Ocidental e Zimbabwe), como arqueana (~ 2,5-2,7 Ga).

3.1.3 Greenstone Belt de Mundo Novo

Trata-se de uma sequência vulcanossedimentar orientada, aproximadamente, na direção

N-S, ocorrendo entre as cidades de Rui Barbosa e Juazeiro, inicialmente definida nas

Page 24: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

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cidades de Mundo Novo e Piritiba por Mascarenhas & Silva (1994), os quais

estabeleceram a sua estratigrafia como composta, da base para o topo, por: i)

anfibolitos, cuja geoquímica apontou uma filiação toleítica tipo MORB; ii) tremolititos

e metaultramafitos com prováveis protólitos komatiíticos (Topitsch, 1993); (iii)

metavulcânicas máficas compostas por metabasaltos, por vezes, apresentando estruturas

tipo pillow lava (Roig et al., 1992), cujos padrões de ETR apontam semelhanças aos

toleítos de back-arc; (iv) metavulcânica félsica de filiação calcialcalina; (v) rochas

metassedimentares representadas por pelitos, arcóseos e grauvacas equilibradas em

condições de metamorfismo de fácies xisto verde a anfibolito. Estudos geocronológicos

realizados por Peucat et al. (2002 apud Leite, 2002), utilizando o método U-Pb

SHRIMP em zircões obtidos em rochas metavulcânicas félsicas, atestam idade de 3,3

Ga. Posteriormente, Mascarenhas et al. (1998) incluiu nesta sequência as rochas

metassedimentares correspondentes as formações Bananeiras e Cruz das Almas (Leo et

al., 1964) e o Complexo Saúde (Couto et al., 1978; Melo et al., 1995).

3.1.4 Grupo Jacobina

Esta unidade representa parte do registro de uma bacia sedimentar, metamorfisada e

deformada, cujas dimensões aproximadas são de 300 km de extensão e uma largura

variável, atingindo, no máximo, 20 km. Encontra-se orientada segundo a direção N-S e

exibe forte mergulho para E. Zonas de cisalhamento dúcteis de transpressão e

transcorrência foram responsáveis pelo imbricamento tectônico, que, por vezes,

colocam esta sequência empilhada sobre os ortognaisses a oeste e sob os paragnaisses a

leste. Em decorrência das inúmeras controvérsias acerca do empilhamento estratigráfico

desta unidade, será, aqui, admitida a estratigrafia proposta por Mascarenhas et.al.

(1992), que comporta, da base para o topo, cinco unidades litoestratigráficas, a saber: i)

Formação Serra do Córrego, a qual é composta por intercalações de quartzitos e

metaconglomerados, estes últimos portadores de mineralizações auríferas, oligomíticos,

embora se apresentem texturalmente imaturos, arredondados a subangulosos, por vezes

estirados; ii) Formação Rio do Ouro, mantendo um contato gradacional com a unidade

sotoposta, composto por quartzitos finos a médios, de coloração variando entre verde

(quando em presença da fucsita) e branco, apresentando níveis delgados e descontínuos

de metaconglomerado em sua base e com estruturas primárias preservadas

(estratificações cruzadas e marcas onduladas assimétricas) indicando que o sentido das

Page 25: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

13

paleocorrentes foram de E para W; iii) Formação Cruz das Almas, composta por uma

associação ritmicamente intercalada de clorita xistos, quartzo-sericita xistos, filonitos,

filitos e metarenitos, muito bem representada na porção noroeste de Pindobaçu; iv)

Formação Serra do Meio, com ocorrências na borda leste do Grupo Jacobina,

principalmente nas cidades de Jacobina, Pindobaçu e Jaguarari, sendo composta por

alternâncias de quartzitos/metarenitos brancos com níveis decimétricos de andaluzita

xistos, normalmente exibindo estruturas primárias, tais quais estratificações plano-

paralelas, cruzadas de pequeno a médio porte do tipo espinha-de-peixe, gradando, em

direção ao topo, para estratificações cruzadas do tipo hummocky, e, completando a

sequência; v) Formação Serra da Paciência, também constituída por metarenitos e

quartzitos, restrita a porção centro-norte da Serra de Jacobina e nas imediações de

Pindobaçu.

3.1.5 Granitos Intrusivos

Tratam-se de maciços das mais variadas dimensões, em geral, leucocráticos, compostos

predominantemente por quartzo, feldspato, biotita, moscovita e, por vezes, granada, de

textura porfirítica a homogênea, por vezes apresentando orientação impressa pelo fluxo

magmático e/ou milonitização. Dentre esses granitos, os mais importantes na área de

trabalho são o de Campo Formoso e o de Carnaíba, os quais serão detalhados mais

adiante, no capítulo referente à Geologia Local. Contudo também é possível apontar a

ocorrência dos granitos associados ao Complexo Saúde e ao Grupo Jacobina, exibindo

fácies mais aluminosas, contendo fases com moscovita e silimanita (Rudowiski 1989;

Leite, 2002) e outros granitos peraluminosos, que ocorrem na região, conhecidos como:

Flamengo, Jaguarari, Brejão das Grotas e Mirangaba. Esses granitos foram gerados ao

final do Ciclo Paleoproterozóico, (~2.0-1.9 Ga, idade obtida por Sabaté et al., op.cit.),

segundo Rudowiski (op.cit.).

3.1.6 Grupo Una

Esta unidade representa as coberturas plataformais neoproterozóicas, as quais

recobriram uma grande extensão areal, abrangendo os estados da Bahia e Minas Gerais,

interpretadas como um mar de águas rasas e quentes decorrentes de um período de

deglaciação. Deste modo, na base, é composto pela Formação Bebedouro, de possível

Page 26: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

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origem glacial, constituído por diamictitos com seixos de gnaisses, granitos, quartzitos,

siltitos e calcários, por vezes apresentando formato de “ferro de engomar”, imersos em

matriz fina, as quais gradam para arenitos e grauvacas no topo. Também é possível

verificar a presença de ardósias contendo seixos pingados. A Formação Salitre ocorre

no topo deste grupo e consiste em rochas carbonáticas e pelíticas, dentre estas

calcilutitos e calcarenitos finos com intercalações dolomíticas e finas lâminas pelitico-

carbonática. Subordinadamente ocorrem metadolomitos, metargilitos calcíferos, margas

e metarenitos, sendo esse pacote interpretado como de origem marinha rasa, decorrente

de uma elevação eustática a nível global.

3.1.7 Coberturas Cenozoicas

As coberturas mais representativas na área de trabalho são representadas pelas

formações Caatinga e Capim Grosso. A primeira é composta por brechas calcíferas com

seixos de calcário cinza e calcrete/travertinocalcários, interpretados como resultado do

retrabalhamento (dissolução e reprecipitação) das rochas da Formação Salitre, em

consequência dos processos da dinâmica superficial, ocorrendo, geralmente, nas

depressões topográficas e ao longo de estruturas como falhas e fraturas, apresentando-se

horizontalizadas a subhorizontalidas. A segunda, eminentemente detrítica, é constituída

predominantemente por sedimentos areno-argilosos, embora ocorram níveis

conglomeráticos em sua base, com granodecrescência ascendente, apresentando

coloração creme a marrom avermelhada, também restrita às porções topograficamente

planas e com cotas baixas, por vezes desenvolvendo morrotes de topo aplainado,

interpretadas como depósitos de fluxo fluvial sob um clima árido.

Page 27: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

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3.2 Geologia Local

Uma vez apresentadas as características geológicas comuns às duas áreas de trabalho –

Carnaíba-Pindobaçu e Socotó-Campo Formoso – neste item serão expostas as

peculiaridades de cada uma destas, de forma sucinta, buscando-se demonstrar as

principais unidades litoestratigráficas destes dois sítios. A Figura 07, abaixo, mostra as

áreas supracitadas que serão descritas neste item.

Figura 07: Mapa geológico simplificado da região de Carnaíba e Socotó (Rudowiski, 1989).

Socotó

Carnaíba

Page 28: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

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3.2.1 Geologia da Região de Carnaíba-Pindobaçu

Tendo em vista que a maior parte do trabalho se desenvolveu na região de Carnaíba,

onde foi feito um maior número de coletas de amostras para análise química e

petrográfica, esta área será a primeira a ser abordada e a Figura 08, abaixo, representa

um detalhamento da sua geologia.

A região de Carnaíba é caracterizada pela presença de rochas arqueanas a

paleoproterozóicas do Complexo Gnáissico-Migmatítico, do Greenstone Belt de Mundo

Figura 08: Mapa geológico simplificado da região de Carnaíba (Moreira et al., 2006).

Granito de Mirangaba

Granito de Angico

Granito de Carnaíba

Page 29: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

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Novo, do Grupo Jacobina e Granitos Intrusivos, formando uma estrutura antiforme, cujo

núcleo é ocupado pelo granito de Carnaíba e rochas do Complexo Gnáissico-

Migmatítico. A seguir será feita uma breve descrição das Unidades supracitadas, pois

algumas destas já foram mencionadas no item referente à Geologia Regional.

3.2.1.1 Complexo Gnáissico-Migmatítico

Como pode ser observada no mapa apresentado na Figura 08, esta unidade ocupa a

porção NW e parte da porção central e centro-sul da área, sendo representada por rochas

tonalito-trondhjemito-granodiorito (TTG), de idade em torno de 3.3 Ga (U-Pb SHRIMP

em zircões) as quais são interpretadas como resultado de fusão de basaltos toleíticos,

formando, então, uma das crostas continentais mais precoces da Bahia (Barbosa &

Sabaté, 2003). Estas rochas estão equilibradas em fácies anfibolito, apresentando-se ora

foliada, ora isotrópica, por vezes migmatizadas.

3.2.1.2 Greenstone Belt de Mundo Novo

Esta sequência vulcanossedimentar, de idade arqueana, congrega, segundo Mascarenhas

& Silva (op.cit.), uma série de rochas, tais quais formações ferríferas e manganesíferas,

quartzitos, filitos, metagrauvacas, metacherts, calcissilicáticas, afibolitos, dentre outras.

Contudo, na região de Carnaíba, conforme mapa da Figura 08, esta unidade é

representada por fatias tectônicas de rochas máficas-ultramáficas, dispostas em faixas

alongadas, com largura máxima em torno de 200 metros, encaixadas ao longo dos

planos de acamadamento dos quartzitos pertencentes ao Grupo Jacobina e, também, no

embasamento, além de ocorrerem como enclaves, a exemplo do corpo ameboide do

garimpo do Bode, em meio ao granito de Carnaíba (Moreira & Silva, op cit.).

3.2.1.3 Grupo Jacobina

Na região de Carnaíba, Moreira & Silva (op cit.) descreveram o Grupo Jacobina, de

idade paleoproterozóica, subdividindo-o em duas seqüências, a saber: i) Formação Rio

do Ouro, ocorrendo tanto na zona de charneira, como no flanco leste da estrutura

antiformal, sendo constituída por um metaconglomerado basal e quartzitos de coloração

branca ou verde (presença de fucsita), os quais são as principais encaixantes dos corpos

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máficos-ultramáficos portadores de mineralizações, e; ii) Grupo Jacobina Indiviso, o

qual tangencia a periferia do antiforme de Carnaíba, composto por quartzitos, xistos,

filitos, filonitos e cloritaxistos.

3.2.1.4 Granitos Intrusivos

Conforme o mapa exposto na Figura 08, é possível verificar a presença de três corpos

graníticos. O primeiro, ocorrendo na porção SW do mapa, denominado de Granito de

Mirangaba, o segundo, localizado a NNW do mapa, é conhecido como o Granito de

Angico e o terceiro e principal corpo é o Granito de Carnaíba, o qual ocupa a porção

central da estrutura antiformal. Este último corpo, segundo Rudowski (op.cit.), constitui

uma série magmática que evoluiu de granito a duas micas para granito com moscovita e

granada e cuja existência de saltos nos teores de Be, Rb, Si e K na transição entre estes

granitos, significa que houve desmistura de uma fase fluida de magma, o que permitiu a

extração dos referidos elementos do banho silicático e a abertura de fraturas nas

encaixantes.

3.2.1.5 Sedimentos Terciário-Quaternários

Restritos a uma pequena porção localizada no extremo NW da área do mapa, tratam-se

de sedimentos inconsolidados, compostos por argilas, areias e cascalhos relacionados à

superfície de erosão Velhas.

Page 31: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

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3.2.2 Geologia da Região de Socotó-Campo Formoso

Localizada cerca de 50 km a norte de Carnaíba, a região de Socotó, município de

Campo Formoso, também foi objeto de estudo do presente trabalho e a sua geologia

será descrita seguindo o mapa geológico abaixo (Figura 09).

A região de Socotó é composta por rochas arqueanas, paleoproterozóicas e

neoproterozóicas, representadas pelo Complexo Gnáissico-Migmatítico, o Complexo

Máfico-Ultramáfico de Campo Formoso, o Grupo Jacobina, o Granito de Campo

Formoso e o Grupo Una, o quais serão detalhados a seguir.

Figura 09: Mapa geológico simplificado da região de Socotó (adaptado de Rudowiski, 1989).

Page 32: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

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3.2.2.1 Complexo Gnáissico-Migmatítico

Ocupa uma grande extensão no mapa apresentado na Figura 09, ocorrendo em sua

porção central e centro-norte, além de uma pequena porção no extremo sudoeste. Trata-

se dos mesmos tonalito-trondhjemito-granodioritos (TTG) que ocorrem na região de

Carnaíba, de idade arqueana, foliados ou isotrópicos e por vezes migmatizado.

3.2.2.2 Complexo Máfico-Ultramáfico de Campo Formoso

As rochas deste complexo ocorrem na porção norte do mapa, no contato entre os

gnaisses migmatíticos e o Grupo Jacobina e na porção sul, no contato entre o Granito de

Campo Formoso e o Grupo Jacobina. São as rochas portadoras de mineralização de

cromo. Segundo Topitsch (op.cit.) são de idade Arqueana, entre 2.5 e 2.7 Ga, pois

ocorrem como xenólitos no Granito de Campo Formoso, além da presença de cromita

detrítica nos quartzitos basais do Complexo Itapicuru.

3.2.2.3 Grupo Jacobina

Com grande expressão no mapa geológico apresentado na Figura 08, se alonga desde a

porção nordeste até o sudeste, acompanhando o contorno do Granito de Campo

Formoso. É composta pela Formação Rio do Ouro, a qual exibe um metaconglomerado

basal sobreposto por quartzitos e o Grupo Jacobina Indiferenciado, composto por uma

associação de quartzitos, xistos, filitos, filonitos e cloritaxistos.

3.2.2.4 Granito de Campo Formoso

Trata-se de um batólito com dimensões aproximadas de 25 km na direção N-S e 20 km

na E-W, de forma elíptica, que, segundo Rudowski (op.cit.), foi originado a partir de

intrusões polifásicas constituídas de granitos a duas micas (biotita e moscovita),

granitos a moscovita-granada e aplopegmatitos. O mesmo autor admite duas séries não

comagmáticas, evoluindo de granito a duas micas a granito a moscovita-granada, com

uma série precoce (a qual sofreu um processo de contaminação de Mg, Ni, Co, Cr e V),

em posição periférica, e uma série tardia, formando o núcleo do maciço, sendo que, em

cada série, a evolução da composição química das rochas e dos minerais (em particular

Page 33: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

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biotita e granada) pode ser descrita como resultado de um processo de cristalização

fracionada e de processo de mistura entre um líquido silicático e um cumulático,

próximo de um cumulato total, na maioria dos casos.

Seus contatos com as rochas encaixantes se dão de forma intrusiva, com exceção da sua

porção oeste, onde este é mascarado pela cobertura neoproterozóica, cujo contato é de

caráter erosivo. O contato deste corpo granítico, ao longo do limite sul, com o

Complexo Máfico-Ultramáfico de Campo Formoso, é caracterizado por um nível de

anfibolito a hornblenda-quartzo-plagioclásio-esfênio e epídoto, sobre o qual se

desenvolve uma biotita castanha, interpretada como resultante de um metamorfismo

potássico de contato. É possível observar, no setor nordeste do maciço, a presença de

mega-xenólitos de quartzito verde (com presença de fucsita), interpretados como “roof

pendents” no granito (Rudowski, op.cit.).

Rudowski (op.cit.) conseguiu individualizar duas unidades principais nesse corpo

granítico, o que lhe confere um caráter concêntrico, sendo que na porção mais externa

(periférica) ocorrem as fácies g1 e g1’’ e, na porção interna, a principal, ocorre a fácies

g2. Os contatos intrusivos entre estas fácies são de difícil detecção em campo, contudo,

ao analisar alguns afloramentos-chave, além de enclaves e filões graníticos, o autor

supracitado conseguiu recompor a história evolutiva deste corpo, reconstituindo a

cronologia relativa das diferentes intrusões em duas gerações, que são: i) uma primeira

geração de granito a duas micas g1, g1’ e g1’’ e uma primeira geração de granito a

granada g1G, g1G’ e aplopegmatitos, e; ii) uma segunda geração de granito a duas

micas g2 seguido de uma segunda geração de granito a granada g2G e aplopegmatitos.

3.2.2.5 Grupo Una Indiferenciado

Abrange a porção oeste do mapa da Figura 09, se estendendo até o extremo noroeste, e

trata-se de uma cobertura plataformal neoproterozóica, representada pela Formação

Bebedouro na base, a qual é interpretada como deposição em ambiente glacial, e a

Formação Salitre no topo, esta decorrente de deposição em ambiente marinho raso. Esta

Unidade está indiferenciada no referido mapa.

Page 34: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

22

4 CARACTERIZAÇÃO GEOQUÍMICA

Para levar em efeito o objetivo proposto, foram coletadas em campo 81 amostras de

rocha, de 29 pontos distintos, sendo 25 pontos inseridos na Reserva Legal de Garimpo,

na região de Carnaíba-Pindobaçu (Figura 10) e 4 pontos no Garimpo de Socotó-Campo

Formoso (Figura 11). Do total das 81 amostras, 67 foram coletadas no perímetro da

Reserva Legal de Garimpo, em Carnaíba-Pindobaçu e 14 amostras foram adquiridas no

Garimpo de Socotó, em Campo Formoso. As referidas amostras foram encaminhadas

para o Laboratório da Geosol, empresa que realizou as análises químicas das mesmas.

Figura 10: Mapa geológico simplificado do perímetro da Reserva Legal de Garimpo-Carnaíba, constando os pontos de

amostragem. Modificado de Moreira & Silva (2006).

Page 35: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

23

Todas as amostras foram analisadas através do método Plasma ICP / Digestão

Multiácida, donde foi feita uma varredura para os seguintes elementos: Ag, Al, As, Ba,

Be, Bi, Ca, Cd, Co, Cr, Cu, Fe, K, La, Li, Mg, Mn, Mo, Na, Ni, P, Pb, Sb, Sc, Sn, Sr, Ti,

V, W, Y, Zn e Zr. Deste universo de amostras, foram selecionadas 32 da região de

Carnaíba-Pindobaçu e 6 amostras do Garimpo de Socotó-Campo Formoso, para serem

LN-026

LN-027

LN-028

LN-029

Figura 11: Mapa geológico simplificado da região de Campo Formoso, constando os pontos de amostragem realizados

no garimpo de Socotó. Modificado de Rudowiski (1989).

Garimpo de Socotó

Page 36: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

24

analisadas através do método de Fluorescência de Raios-X os seguintes elementos:

SiO2, Al2O3, Fe2O3, MgO, CaO, TiO2, P2O5, MnO, K2O, Ba, Cl, Cs, Ga, Hf, Nb, Rb, S,

Sc, Sn, Sr, Ta, Th, U, V, Y, ZR e W. Também, essas mesmas 38 amostras, foram

analisadas através do método de Absorção Atômica / Solubilização Total para os

elementos Na2O e K2O, através do Método Clássico (Titulação) o óxido FeO, através do

método Eletrodo de Ion Específico o elemento F e, através do método Plasma ICP /

Troca Iônica os elementos La, Ce, Nd, Sm, Eu, Gd, Dy, Hb, Er, Yb e Lu. Por fim, do

total das amostras coletadas, foram selecionadas 17 amostras provenientes da região de

Carnaíba-Pindobaçu e 4 amostras do Garimpo de Socotó-Campo Formoso para serem

analisadas através do método Absorção Atômica / Fire Assay os elementos Au, Pd e Pt.

Em posse dos resultados analíticos, neste item serão discutidos os valores obtidos e a

sua distribuição em planta, buscando um maior entendimento da área em apreço, de

modo a verificar o grau de interação geoquímico entre as rochas envolvidas no processo

de metassomatismo. Ou seja, conforme já mencionado no item que expôs os objetivos

do presente trabalho, verificar-se-á qual foi o aporte geoquímico dos elementos

provenientes dos granitóides paleoproterozóicos que intrudiram as rochas máficas-

ultramáficas em ambas as áreas de trabalho (Carnaíba-Pindobaçu e Socotó-Campo

Formoso), assim como quais elementos pertinentes às referidas rochas máficas-

ultramáficas permaneceram com as concentrações originais, através do estudo dos

flogopititos gerados em tal processo, tendo como background os valores obtidos para os

serpentinitos poupados do processo supracitado.

Com o intuito de facilitar a exposição dos dados, os mesmos serão apresentados

separadamente, primeiro abordando a região de Carnaíba-Pindobaçu, pela maior

expressividade de amostras coletadas e, posteriormente, a região de Socotó-Campo

Formoso. Por fim, os dados serão confrontados, buscando averiguar as diferenças e

similaridades da ação do processo hidrotermal em ambas as áreas contempladas neste

trabalho.

Page 37: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

25

4.1 Caracterização Geoquímica da região de Carnaíba-Pindobaçu

Os trabalhos de amostragem se concentraram na área da Reserva Legal de Garimpo, a

qual abarca os garimpos Laranjeiras, Arrozal, Bráulia, Marota, Bode-Lagarto-Gavião,

Mundé, Carnaíba de Baixo e Carnaíba de Cima, este último reunindo o Trecho Velho e

o Trecho Novo (Bica e Cabra).

Do total das 67 amostras coletadas na região supracitada, 49 foram de flogopititos, 15

dos serpentinitos e 3 do granitóide. Para mostrar os resultados analíticos, será feita uma

abordagem separada por litologia.

4.1.1 Geoquímica dos Flogopititos

Foi realizada uma varredura para 32 elementos nas 49 amostras coletadas, através do

método de Plasma ICP – Digestão Multiácida, e os resultados obtidos se encontram na

Tabela 01, em anexo. Conforme pode ser observado na referida tabela, os valores mais

significativos foram para os elementos Ba, Be, Co, Cr, Li, Mo, Ni, Sc, Sr, V, Zn e Zr.

Deste modo, estes resultados analíticos serão enfatizados nos subitens seguintes, de

modo sucinto, para posteriormente serem discutidos em maiores detalhes. Os valores

obtidos para os flogopititos são cotejados com os teores médios admitidos para as

rochas graníticas, para as rochas ultramáficas e, também, para a crosta terrestre (Fonte:

Levinson, 1980 apud Licht et al., 2007), visto que esses flogopititos são considerados

como produtos da interação de frações pegmatíticas com os serpentinitos.

Foto 01 – Fotomosaico tirada numa visada de norte para sul, a partir de Carnaíba de Cima, mostrando, ao fundo, o Povoado de

Carnaíba de Baixo. A linha vermelha tracejada delimita, grosso modo, as litologias referentes aos quartzitos do Grupo

Jacobina, o qual impõe um relevo positivo, e o Granito de Carnaíba, ocupando a baixada topográfica.

Carnaíba de Baixo

Quartzitos do Gr. Jacobina

Granito de Carnaíba

Page 38: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

26

Distribuição do Bário nos Flogopititos de Carnaíba

O bário é um elemento litófilo, cuja concentração média na crosta terrestre é de 425

ppm, sendo que nas rochas ultramáficas a sua média é em torno de 2 ppm e nas rochas

graníticas 600 ppm. Os teores obtidos, quando comparados com os valores de

background da crosta terrestre e das rochas graníticas, não se mostram tão expressivos,

contudo praticamente todas as amostras, exceto a LN-020C, apresentaram teores bem

mais elevados do que o teor médio admitido para as rochas ultramáficas.

Page 39: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

27

Distribuição do Berílio nos Flogopititos de Carnaíba

O berílio também é um elemento litófilo, cuja concentração média na crosta terrestre é

de 2,8 ppm, não possuindo valores de referência para as rochas ultramáficas e com teor

em torno de 5 ppm nos granitos (Levinson, op.cit.). Todos os resultados obtidos

mostraram valores bem acima do background estabelecido tanto para a crosta terrestre,

como para os granitos. Algumas amostras chegaram a apresentar valores cerca de

cinquenta vezes maior do que os valores de referência supracitados, o que ratifica a sua

mineralização na região amostrada.

Page 40: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

28

Distribuição do Cobalto nos Flogopititos de Carnaíba

O cobalto é um elemento siderófilo, cuja concentração média na crosta terrestre é de 25

ppm, sendo que nas rochas ultramáficas o seu valor médio é de 150 ppm e nas rochas

graníticas 1 ppm. Os resultados analíticos mostram que os valores encontram-se bem

acima dos teores admitidos tanto para a crosta terrestre, quanto para as rochas

graníticas, porém abaixo dos valores de background estabelecidos para as rochas

ultramáficas.

Page 41: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

29

Distribuição do Cromo nos Flogopititos de Carnaíba

O cromo é um elemento litófilo e a sua concentração média na crosta terrestre é de 100

ppm, com as rochas ultramáficas tendo, em média, 2.000 ppm e os granitos 4 ppm.

Deste modo, os valores obtidos para todas as amostras, exceto a amostra LN-025B,

encontram-se bem acima dos valores médios encontrados nos granitos e na crosta

terrestre, contudo, abaixo do valor médio admitido para as rochas ultramáficas. Somente

a amostra LN-022D obteve uma concentração condizente com o teor médio das rochas

ultramáficas.

Page 42: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

30

Distribuição do Lítio nos Flogopititos de Carnaíba

O lítio é um elemento litófilo, cuja concentração média na crosta terrestre é de 20 ppm,

não possuindo valores de referência para as rochas ultramáficas e com teores em torno

de 30 ppm nas rochas graníticas. As amostras analisadas revelaram teores bem acima do

background tanto da crosta terrestre, quanto das rochas graníticas, sendo que todos os

resultados apontaram que os teores estão, no mínimo, dez vezes acima dos referidos

valores de referência, podendo atingir, como no caso da amostra LN-011B, com 4025

ppm, mais de mil vezes estes valores de background.

Page 43: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

31

Distribuição do Molibdênio nos Flogopititos de Carnaíba

O molibdênio é um elemento siderófilo e a sua concentração média na crosta terrestre é

de 1,5 ppm, enquanto que nas rochas ultramáficas é de 0,3 ppm e nas rochas graníticas 2

ppm. Ao observar o gráfico de distribuição deste elemento na área, é possível verificar

que muitas destas amostras apresentaram valores bem acima dos backgrounds

estabelecidos, notadamente a amostra LN-010B, com concentração acima de 700 ppm.

Page 44: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

32

Distribuição do Níquel nos Flogopititos de Carnaíba

O níquel é um elemento siderófilo e sua concentração na crosta terrestre é de 75 ppm,

enquanto que nas rochas ultramáficas é de 2000 ppm e nas rochas graníticas é de 0,5

ppm. Os resultados analíticos demonstram que as concentrações deste elemento, para

todas as amostras, estão bem acima dos valores médios estabelecidos para a crosta

terrestre, assim como para as rochas graníticas, contudo estes valores estão abaixo dos

teores propostos para as rochas ultramáficas.

Page 45: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

33

Distribuição do Escândio nos Flogopititos de Carnaíba

O escândio é um elemento litófilo e sua concentração média na crosta terrestre é de 16

ppm, sendo que nas rochas ultramáficas os valores médios encontrados são da ordem de

10 ppm e nas rochas graníticas 5 ppm. Os resultados analíticos mostram que existem,

grosso modo, duas populações presentes na área de trabalho, uma em que os valores

obtidos encontram-se entre 5 e 10 ppm, logo variando entre os teores médios

estabelecidos para as rochas graníticas e ultramáficas, respectivamente, e outra

população em que os teores giram acima dos 15 ppm, valor médio da crosta terrestre.

Vale ressaltar a concentração deste elemento para a amostra LN-016B, a qual

apresentou um teor de 36 ppm, que equivale a mais de duas vezes o valor de

background estabelecido para a crosta terrestre.

Page 46: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

34

Distribuição do Estrôncio nos Flogopititos de Carnaíba

O estrôncio, assim como o escândio, é um elemento litófilo, cuja concentração média na

crosta terrestre é de 375 ppm, nas rochas ultramáficas é de 1 ppm e nos granitos 285

ppm. Apesar dos valores obtidos estarem bem abaixo das concentrações médias

estabelecidas para a crosta terrestre e para as rochas graníticas, os mesmos se mostram

bem superiores à concentração média das rochas ultramáficas. Todas as amostras

apresentaram teores, pelo menos dez vezes maiores do que o valor de background

admitido para as rochas ultramáficas, com destaque para a amostra LN-023B, a qual

apresentou um teor de 101 ppm, cerca de cem vezes maior do que o referido valor

padrão.

Page 47: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

35

Distribuição do Vanádio nos Flogopititos de Carnaíba

O vanádio é mais um representante litófilo e sua concentração média na crosta terrestre

é de 135 ppm, nas rochas ultramáficas o valor médio é de 50 ppm e nas rochas

graníticas é de 20 ppm. Todas as amostras analisadas demonstraram valores bem acima

do background estabelecido para as rochas graníticas, a maioria com valores acima da

concentração média nas rochas ultramáficas e doze amostras com valores maiores do

que os admitidos como teor médio para a crosta terrestre.

Page 48: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

36

Distribuição do Zinco nos Flogopititos de Carnaíba

O zinco é um elemento litófilo, cuja concentração média na crosta terrestre é de 70 ppm,

nas rochas ultramáficas os teores são de 50 ppm e nas rochas graníticas 40 ppm. Todas

as amostras apresentaram valores bem acima dos teores médios estabelecidos tanto para

as rochas ultramáficas, quanto para as rochas graníticas, assim como do valor médio

admitido para a crosta terrestre. Vale ressaltar que as amostras LN-011B, LN-022B e

LN-022D apresentaram teores mais de dez vezes maiores que os valores de background

estabelecidos para a crosta terrestre.

Page 49: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

37

Distribuição do Zircônio nos Flogopititos de Carnaíba

O zircônio é um elemento litófilo, sendo a sua concentração média na crosta terrestre

em torno de 165 ppm, nas rochas ultramáficas com valores de 50 ppm e nos granitos

180 ppm. Todos os valores obtidos estão bem abaixo dos teores médios tanto para as

rochas graníticas, quanto para a crosta terrestre. Dentre estes valores, a maioria

apresentou valor abaixo, também, dos teores médios admitidos para as rochas

ultramáficas, contudo pode-se observar que as amostras LN-016A, LN-018A, LN-020A

e a LN-020C superaram o referido valor de background.

Page 50: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

38

Conforme já citado anteriormente, além da varredura de 32 elementos, realizada através

do método Plasma ICP – Digestão Multiácida para todas as amostras de flogopititos,

foram selecionadas 25 destas para serem analisadas, também, através dos métodos que

constam na Tabela 02, em anexo. Contudo, foram separados os dados referentes aos

resultados analíticos dos elementos maiores, expressos na forma de óxidos, os quais

estão expostos na Tabela 4.1 e serão comparados com os teores médios obtidos nos

peridotitos (Fonte: Nockolds, 1964 apud Wedepohl, 1969) e nos granitos (Fonte: Ronov

& Yaroshevskii, 1967 apud Licht et al, 2007), para serem discutidos em seguida.

Os resultados analíticos expostos na tabela acima mostram que alguns elementos

merecem ser relevados, seja por seus teores estarem bem acima dos valores de

referência (Al2O3, Fe203 e K2O), ou por estarem bem abaixo destes (SiO2, Na2O, TiO2 e

CaO). Sendo assim, todas as amostras analisadas apresentaram teores de Fe2O3 bem

superiores aos valores de referência, chegando a ter amostras em que esses teores

superaram o background em mais cinco vezes, a exemplo da amostra LN-016B, com

um teor de 14,2%, enquanto a amostra que apresentou a menor concentração foi a LN-

003A, com 5,53%, o que representa mais que o dobro dos valores de background. Para

o K2O, todas as amostras analisadas obtiveram teores superiores aos valores de

referência, com destaque para as amostras LN-011A, LN-011B e LN-022B, nas quais

foram verificados os maiores teores dentre o universo de amostras, todas com 10,2%, o

que representa mais que o triplo do background do granito. O elemento Al2O3

apresentou dez amostras que obtiveram teores acima dos valores de referência e 15

Peridotito Granito LN-001A LN-002A LN-003A LN-004A LN-005B LN-006B LN-008B LN-009C LN-010B LN-011A LN-011B LN-012ASiO2 % 43,54 66,1 43 49,3 63,6 41,4 42,1 42 42,4 42 42,3 42,9 43,1 40Al2O3 % 3,99 15,2 12,1 8,04 5,95 14,9 14,5 14 14,5 14,7 16,2 23,8 16,7 17,5Fe2O3 % 2,51 2 6,63 6,93 5,56 7,95 6,97 8,16 7,95 8,72 9,37 7,75 7,21 9,59FeO % 9,84 2,7 1,42 0,71 2,19 2,64 1,58 2,78 2,57 3 3,12 1,85 1,44 1,7MgO % 34,02 2 25,7 26 17,3 22,6 23,2 22,6 21,8 22 19 12,1 19,9 18,3MnO % 0,21 0,1 0,14 0,11 0,09 0,18 0,1 0,12 0,21 0,14 0,31 0,35 0,41 0,37CaO % 3,46 3,5 0,1 0,4 0,69 0,18 0,33 0,29 0,11 0,07 0,31 0,12 0,13 1,08Na2O % 0,56 3,12 0,211 0,193 0,124 0,169 0,215 0,276 0,205 0,243 0,192 0,361 0,244 0,182K2O % 0,25 3,24 9,03 5,61 3,57 10 9,86 9,52 9,7 9,66 9,83 10,2 10,2 10,1TiO2 % 0,81 0,6 0,13 0,08 0,18 0,16 0,14 0,28 0,15 0,14 0,52 0,19 0,09 0,35P2O5 % 0,05 0,28 0,057 <0,01 0,013 0,13 0,175 0,031 0,073 0,055 0,159 0,093 0,103 0,735

Peridotito LN-014B LN-015A LN-016B LN-017B LN-018B LN-019A LN-019B LN-020B LN-020C LN-021A LN-022B LN-023A LN-024BSiO2 % 43,54 41 40,9 41,3 45,8 45,7 49,1 48,9 41 41,9 39,8 42 39,5 42,8Al2O3 % 3,99 15,3 16 17 12,3 11,7 9,87 8,6 15 12,6 16,8 16,9 17 14Fe2O3 % 2,51 10 10 14,2 9,15 10,8 9,66 10,2 14,5 13,9 12,3 8,07 13,6 6,94FeO % 9,84 4,21 3,57 7,3 4,09 5,96 4,22 4,11 10,59 9,25 5,58 1,56 6,35 1,56MgO % 34,02 20,2 20 14,6 21,6 17,8 18,2 19 16,6 17,4 19,3 18,7 16,7 23,8MnO % 0,21 0,26 0,19 0,35 0,13 0,13 0,18 0,24 0,12 0,16 0,19 0,37 0,16 0,14CaO % 3,46 0,51 2,45 0,94 1,34 2,26 3,97 4,85 0,48 2,61 0,03 0,92 <0,01 0,08Na2O % 0,56 0,316 0,42 0,646 0,109 0,667 0,167 0,329 0,296 0,201 0,098 0,194 0,099 0,31K2O % 0,25 9,51 9,36 9,19 8,14 5,31 6,02 4,44 8,38 7,11 9,44 10,2 9,51 9,94TiO2 % 0,81 0,46 0,33 0,73 0,24 0,36 0,31 0,28 0,45 0,37 0,43 0,19 0,9 0,11P2O5 % 0,05 0,357 0,481 0,463 0,049 0,06 0,021 0,054 0,098 0,055 0,014 0,685 0,037 0,024

Tabela 4.1 - Resultados analíticos dos elementos maiores - Flogopititos - Canaíba / Pindobaçu

Page 51: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

39

amostras cujos teores são maiores que o background estabelecido para os peridotitos e

menores que a dos granitos, podendo-se destacar a amostra LN-011A, que apresentou o

maior teor de todos para este elemento, com 23,8%. Dentre os elementos que

expressaram teores abaixo dos valores de referência, a SiO2 teve 19 amostras em que os

teores ficaram abaixo tanto do background dos peridotitos quanto dos granitos,

enquanto nas outras 6 amostras analisadas esses teores giraram acima do background

dos peridotitos e abaixo dos granitos, com destaque para amostra LN-003A, com um

teor de 63,6%, o maior valor registrado. A análise para o CaO mostrou que quase todas

as amostras estão com teores abaixo dos valores de referência, exceto as amostras LN-

019A e LN-019B, as quais demonstraram teores acima dos backgrounds tanto dos

peridotitos quanto dos granitos, com 3,97 e 4,85%, respectivamente. Para os elementos

Na2O e TiO2, quase todas as amostras aduziram teores abaixo dos valores de referência,

contudo, para o sódio, as amostras LN-016B e LN-018B revelaram teores acima do

background dos peridotitos e abaixo dos granitos, com 0,646 e 0,667%, respectivamente

e, para o titânio, a amostra LN-016B exprimiu um teor acima do background do granito

e abaixo do peridotitos, com 0,73%. Os demais elementos constantes na Tabela 4.1

obtiveram teores dentro dos limites dos valores de referência. O FeO teve 11 amostras

em que os teores ficaram abaixo dos valores de referência, 13 amostras onde os teores

foram superiores ao background dos granitos e abaixo dos peridotitos e apenas uma

amostra, a LN-020B, onde o teor obtido foi superior aos valores de referência, com

10,59%. O MnO foi um dos elementos que apresentaram as maiores flutuações de

teores, com 2 amostras abaixo dos valores de referência, 13 amostras cujos teores

ficaram acima do background dos granitos e abaixo dos peridotitos e 10 amostras acima

dos valores de referência. O P2O5 também apresentou grandes oscilações quanto aos

teores, onde 8 amostras exprimiram teores abaixo dos valores de referência, 12 amostras

obtiveram teores acima do background dos peridotitos e abaixo dos granitos e 5

amostras com teores superiores aos referidos valores de referência. Já o MgO, todas as

amostras analisadas apresentaram teores mais elevados que o background dos granitos e

inferiores aos peridotitos.

Ainda na Tabela 02, em anexo, além dos elementos maiores, pode-se apontar os

relevantes resultados analíticos referentes aos elementos F, Cs e Rb, que serão ora

apresentados. O flúor, que é um elemento litófilo, cuja concentração média na crosta

terrestre é de 625 ppm, nas rochas ultramáficas de 100 ppm e nas rochas graníticas de

Page 52: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

40

735 ppm, foi analisado através do método Eletrodo de Ion Específico, e os resultados

analíticos para todas as amostras apresentaram teores muito acima dos valores de

referência supracitados, cujo valor mínimo obtido foi de 4618 ppm e o valor máximo de

49128 ppm, e a média dos valores em torno de 26799 ppm, o que representa mais que

trinta e seis vezes o valor de background admitido para os granitos. O césio, elemento

litófilo, o qual apresenta uma concentração média na crosta terrestre em torno de 3 ppm,

não obtendo valores de referência para as rochas ultramáficas e com concentrações em

torno de 5 ppm nos granitos, para todas as amostras analisadas apresentou teores acima

do limite de detecção do método, que foi o de Fluorescência de Raios-X, atingindo

valores acima dos 200 ppm. Já o rubídio, elemento litófilo, também analisado através do

método de Fluorescência de Raios-X, cuja concentração média na crosta terrestre 990

ppm, não possuindo valores de referência para as rochas ultramáficas e com teores de

150 ppm nos granitos, apresentou um valor mínimo de 257 ppm e um valor máximo de

2941 ppm, obtendo um valor médio de 1404 ppm, teor este bem acima dos valores de

referência estimados para a crosta terrestre e para os granitos.

Para concluir a caracterização geoquímica dos flogopititos de Carnaíba, foram

selecionadas 12 amostras para serem analisadas, através do método Absorção Atômica –

Fire Assay, para os elementos Au, Pd e Pt, cujos resultados estão expressos na Tabela

4.2.

Au Pd Ptppb ppb ppb

LN-002A f lo g o p it i t o <5 <5 <5

LN-004A f lo g o p it i t o <5 <5 <5

LN-004B f lo g o p it i t o t alcif icad o <5 <5 <5

LN-006B f lo g o p it i t o <5 <5 <5

LN-009C f lo g o p it i t o 9 <5 <5

LN-011B f lo g o p it i t o t alcif icad o <5 <5 <5

LN-012A f lo g o p it i t o <5 <5 <5

LN-014B f lo g o p it i t o <5 <5 <5

LN-015A f lo g o p it i t o 35 <5 <5

LN-020B f lo g o p it i t o <5 <5 <5

LN-020C f lo g o p it i t o t alcif icad o 8 <5 6LN-022B f lo g o p it i t o <5 <5 <5

LN-024B f lo g o p it i t o <5 <5 11

Tabela 4.2 - Resultados Analíticos dos elementos ultra-traço - Flogopititos - Carnaíba / Pindobaçu

Sample ID Tipo de RochaAbsorção Atômica / Fire Assay

Page 53: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

41

Como pode ser observado, os resultados mostraram que somente quatro amostras

obtiveram teores acima dos valores mínimos de detecção. A amostra LN-009C

apresentou o teor de 9 ppb e a amostra LN-015A um valor de 35 ppb para o Au, a LN-

024B, um teor de 11 ppb para a Pt e, por fim, a amostra LN-020C, apresentou valores

em torno de 8 ppb para o Au e 6 ppb para a Pt.

4.1.2 Geoquímica dos Serpentinitos

Com o intuito de verificar o comportamento geoquímico das rochas que representam o

protólito dos flogopititos, ou seja, das rochas que foram poupadas do processo

metassomático decorrente da colocação do granito de Carnaíba, processo este que

resultou na geração dos flogopititos, foi realizada uma varredura para 32 elementos nas

15 amostras de serpentinitos coletadas, através do método de Plasma ICP – Digestão

Multiácida, e os resultados obtidos se encontram na Tabela 03, em anexo.

A tabela supracitada demonstra que os valores mais relevantes foram para os elementos

Ba, Be, Co, Cr, Cu, Li, Ni, Sc, Sr, V, Zn e Zr. Assim, nos subitens seguintes estes

resultados analíticos serão abordados, de forma descritiva, para posteriormente serem

discutidos em maiores detalhes. Do mesmo modo que foi feito na exposição dos dados

analíticos obtidos para os flogopititos, os dados referentes aos serpentinitos serão

cotejados com os teores médios estabelecidos para as rochas graníticas, para as rochas

ultramáficas e para a crosta terrestre (Fonte: Levinson, op.cit.).

Page 54: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

42

Distribuição do Bário nos Serpentinitos de Carnaíba

Todos os resultados apontam que as concentrações deste elemento estão bem abaixo dos

valores médios estabelecidos para a crosta terrestre, assim como para as rochas

graníticas, contudo, quando comparados com o background das rochas ultramáficas, os

valores apresentam-se acima do padrão admitido. Dentre os resultados obtidos, é

possível verificar que a amostra LN-015C se destacou bastante com relação às demais,

atingindo teores cerca de vinte e cinco vezes o valor admitido como background para as

rochas ultramáficas.

Page 55: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

43

Distribuição do Berílio nos Serpentinitos de Carnaíba

A maioria dos resultados apresentou valores bem próximos aos admitidos para as rochas

graníticas, exceto as amostras LN-004C, LN-006A e LN-010A, as quais não mostraram

concentrações deste elemento e a amostra LN-015C, a qual apontou um valor mais de

dez vezes maior do que o admitido para as rochas graníticas.

Page 56: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

44

Distribuição do Cobalto nos Serpentinitos de Carnaíba

Todas as amostras analisadas apresentaram valores bem maiores do que os admitidos

como padrão tanto para a crosta terrestre, quanto o valor médio estabelecido para as

rochas graníticas. Entretanto, estes valores encontram-se um pouco abaixo do que o

background firmado para as rochas ultramáficas.

Page 57: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

45

Distribuição do Cromo nos Serpentinitos de Carnaíba

Os resultados obtidos demonstram que todas as amostram apresentaram teores muito

superiores ao estabelecido como background das rochas graníticas, sendo a maioria

delas, exceto a LN-015C, também com valores bem maiores do que o valor médio

admitido para a crosta terrestre. Por outro lado, quase todas as amostras, exceto a LN-

001B, obtiveram teores um pouco abaixo dos admitidos como background para as

rochas ultramáficas.

Page 58: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

46

Distribuição do Cobre nos Serpentinitos de Carnaíba

A distribuição deste elemento se mostra bem irregular, de modo que as amostras LN-

004B, LN-021B e LN-024C não apresentaram teores relevantes do mesmo, nas

amostras LN-004C, LN006A, LN-009B e LN016C as concentrações ficaram

enquadradas no padrão de ocorrência deste elemento para as rochas ultramáficas e

graníticas, e o restante das amostras com teores mais próximos ao teor médio

estabelecido para a crosta terrestre. Vale ressaltar que as amostras LN-015C e LN-022C

foram as que apresentaram os teores mais discrepantes, corroborando com a

constatação, em campo, da possível ocorrência de sulfeto observado

macroscopicamente.

Page 59: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

47

Distribuição do Lítio nos Serpentinitos de Carnaíba

A sua distribuição também se encontra bastante irregular, de forma que na amostra LN-

004C ficou abaixo do limite de detecção, nas amostras LN-001B, LN-006A, LN-009B,

LN-014C e LN-016C os teores ficaram bem próximos dos valores médios estabelecidos

para a crosta terrestre e para as rochas graníticas, enquanto que nas amostras restantes

estes teores foram superados com valores bem acima dos estabelecidos, com destaque

para a amostra LN-015C, cujo teor superou cerca de dez vezes o valor de background

estabelecido para as rochas graníticas.

Page 60: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

48

Distribuição do Níquel nos Serpentinitos de Carnaíba

Os resultados analíticos demonstram que todas as amostras, exceto a LN-015C,

apresentam teores bem mais elevados do que os estabelecidos para a crosta terrestre,

assim como para as rochas graníticas, com valores que muito se aproximam ao valor de

background para as rochas ultramáficas.

Page 61: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

49

Distribuição do Escândio nos Serpentinitos de Carnaíba

A maioria das amostras apresentou teor dentro dos valores estabelecidos como

background para as rochas ultramáficas e graníticas, assim como para a crosta terrestre,

excetuando-se a amostra LN-015C, a qual apresentou teor bastante discrepante das

demais amostras, atingindo quase três vezes o valor médio admitido para a crosta

terrestre.

Page 62: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

50

Distribuição do Estrôncio nos Serpentinitos de Carnaíba

Deste modo, ao observar os resultados obtidos, é possível verificar que todas as

amostras apresentaram teores acima do background estabelecido para as rochas

ultramáficas, contudo bem menores do que os teores médios admitidos para a crosta

terrestre e para as rochas graníticas. Mais uma vez a amostra LN-015C apresentou um

teor bem discrepante das demais amostras em tela, atingindo cerca de cento e vinte

vezes o valor de background admitido para as rochas ultramáficas.

Page 63: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

51

Distribuição do Vanádio nos Serpentinitos de Carnaíba

Os resultados analíticos mostram que a maioria das amostras apresentou concentrações

entre 50 e 100 ppm, ou seja, bem acima do teor médio estabelecido para as rochas

graníticas, com valores próximos ou um pouco maior que o valor de background

admitido para as rochas ultramáficas e menores do que o teor médio deste elemento na

crosta terrestre. Contudo, mais uma vez, a amostra LN-015C apresentou um teor bem

superior ao encontrado para as demais amostras.

Page 64: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

52

Distribuição do Zinco nos Serpentinitos de Carnaíba

A maioria das amostras apresentou teores entre os valores padrões estabelecidos para a

crosta terrestre, as rochas ultramáficas e graníticas. Mas as amostras LN-002B, LN-

007A, LN-014D, LN-016C, LN-021B, LN-022C e LN-024C obtiveram valores de

concentração em zinco bem maiores do que os valores de background supracitados,

especialmente as amostras LN-007A e LN-021B, as quais apresentaram valores cerca de

três vezes maiores do que o valor médio estabelecido para a crosta terrestre.

Page 65: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

53

Distribuição do Zircônio nos Serpentinitos de Carnaíba

Os resultados analíticos demonstram que a maioria das amostras não apresentou teores

acima do limite de detecção e as que apresentaram, os valores estão bem abaixo dos

valores médios estabelecidos para a crosta terrestre, assim como para as rochas

ultramáficas e graníticas. Porém a amostra LN-015C demonstrou um valor muito

discrepante das demais, contudo, ainda assim, abaixo dos valores de background

supracitados.

A caracterização geoquímica dos serpentinitos levou em conta não só a varredura para

os 32 elementos, através do método Plasma ICP – Digestão Multiácida, como também,

para 7 amostras, foi realizada uma análise através de diferentes métodos, cujos

resultados estão expostos na Tabela 04, em anexo. Dos resultados constantes nessa

referida tabela, foram selecionados os dados referentes aos elementos maiores,

expressos na forma de óxidos, para serem agora expostos e, posteriormente, discutidos.

Os valores obtidos para esses elementos maiores estão representados na Tabela 4.3,

abaixo.

Page 66: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

54

Os resultados analíticos dos elementos maiores demonstram que a maioria destes

encontra-se com valores abaixo dos teores médios estabelecidos tanto para as rochas

peridotíticas, quanto para as rochas graníticas. Esses elementos são: SiO2, Al2O3, CaO,

Na2O, K2O, TiO2 e P2O5. Para o silício, quase todas as amostras apresentaram teores

abaixo dos valores de referência, exceto as amostras LN-004B, LN-015C e LN-024C, as

quais obtiveram teores acima do background dos peridotitos e abaixo dos granitos, com

52,9%, 46,7% e 46,2%, respectivamente. Para a alumina, também foram encontrados

teores abaixo dos valores de referência para grande parte das amostras analisadas,

contudo as amostras LN-009B e LN-015C apresentaram teores acima do background

dos peridotitos e abaixo dos granitos, com 4,37% e 14,8%, respectivamente. Para os

elementos CaO, Na2O, TiO2 e P2O5, todas as amostras exprimiram teores abaixo dos

valores de referência, exceto a amostra LN-015C, a qual obteve teores mais elevados,

configurando-se numa discrepância com relação às demais. O potássio obteve um

comportamento muito similar ao da sílica, cuja maioria das amostras apresentou teores

abaixo dos valores de referência, exceto, também, as amostras LN-004B, LN-015C e

LN-024C, que aduziram teores acima do background dos peridotitos e abaixo dos

granitos, com 1,6%, 0,81% e maior que 1%, respectivamente. O Fe2O3 foi o único

elemento que todas as amostras apresentaram teores acima dos limites de referência. O

FeO, o MgO e o MnO foram elementos em que os teores encontrados, para a maioria

das amostras, encontram-se no intervalo dos valores de referência, ou seja, acima do

background dos granitos e abaixo dos peridotitos.

Na Tabela 04, em anexo, além de constar os elementos maiores, também é possível

apontar resultados relevantes para os elementos F, Cs e Rb. O flúor apresentou como

menor valor a concentração de 472 ppm e o maior valor 24143 ppm, obtendo, então um

Peridotito Granito LN-001B LN-004B LN-004C LN-009B LN-014C LN-015C LN-024CSiO2 % 43,54 66,1 41 52,9 39,5 40,7 40,4 46,7 46,2Al2O3 % 3,99 15,2 3,42 2,18 2,24 4,37 3,05 14,8 3,34Fe2O3 % 2,51 2 10,6 7,17 10,2 9,87 8,96 14,8 7,85FeO % 9,84 2,7 5,74 1,86 2,37 3,56 4,46 5,57 2,99MgO % 34,02 2 35,3 28,3 35,1 32,9 32,9 8,36 30,7MnO % 0,21 0,1 0,17 0,07 0,15 0,13 0,13 0,2 0,2CaO % 3,46 3,5 0,92 1,36 0,73 2,2 2,45 8,25 1,78Na2O % 0,56 3,12 0,025 0,069 <0,013 0,022 0,015 >1 0,101K2O % 0,25 3,24 0,025 1,6 <0,012 0,032 0,053 0,81 >1TiO2 % 0,81 0,6 0,11 0,07 0,09 0,17 0,09 1,4 0,11P2O5 % 0,05 0,28 0,011 0,01 0,013 0,019 0,015 0,146 0,015

Tabela 4.3 - Resultados analíticos dos elementos maiores - Serpentinitos - Carnaíba/Pindobaçu

Page 67: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

55

teor médio de 8404 ppm, valor este que supera o background estabelecido para os

granitos em mais de onze vezes. O césio expressou quatro amostras com valores abaixo

do limite de detecção do método empregado, que é de 50 ppm, e o maior valor obtido

foi acima do limite máximo de detecção, que é de 200 ppm, conferindo um valor médio

de 99 ppm, que representa quase vinte vezes o valor de background estabelecido para as

rochas graníticas. Já o rubídio, apresentou como menor o teor o valor de 13 ppm e como

maior teor o valor de 407 ppm, consolidando um valor médio de 129 ppm, que é abaixo

dos valores de referência admitidos tanto para a crosta terrestre, quanto para as rochas

graníticas.

Para concluir o levantamento geoquímico dos serpentinitos da região de Carnaíba,

foram selecionadas 4 amostras desta rocha para serem analisadas quanto aos elementos

Au, Pd e Pt. Os resultados obtidos encontram-se na Tabela 4.4, abaixo.

Conforme mostra a tabela, o único resultado relevante foi para a amostra LN-015C, a

qual demonstrou teor de 6 ppb para a Pt, o que não pode ser considerado como anomalia

geoquímica, tendo em vista que o background desse elemento para as rochas

ultramáficas é de 20 ppb.

4.2 Caracterização Geoquímica da região de Socotó-Campo Formoso

A realização da amostragem no âmbito do Garimpo de Socotó (Foto 02) foi bastante

prejudicada pelo fato do abandono das frentes de serviços no local. Somente alguns

poucos garimpeiros permaneceram na região e as informações acerca das outras grunas

desativadas, como profundidade e tempo de serviço, por exemplo, não eram possíveis

de serem obtidas. As vias de acesso locais se encontram em estado bastante degradado e

o comércio local também sofre com a evasão.

Au Pd Ptppb ppb ppb

LN-001B serp ent init o <5 <5 <5

LN-009B serp ent init o <5 <5 <5

LN-014C serp ent init o <5 <5 <5

LN-015C serp ent init o <5 <5 6

Tabela 4.4 - Resultados Analíticos dos elementos ultra-traço - Serpentinitos - Carnaíba / Pindobaçu

Sample ID Tipo de RochaAbsorção Atômica / Fire Assay

Page 68: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

56

Deste modo, foram selecionados quatro pontos de coleta na área (Figura 11), onde se

obteve 14 amostras para o encaminhamento das análises químicas. Os resultados

analíticos serão apresentados separadamente, de acordo com a diferente litologia

abordada, para posteriormente serem confrontados e discutidos.

4.2.1 Geoquímica dos Flogopititos Do mesmo modo que para as demais amostras, foi realizada uma varredura de 32

elementos, através do método de Pasma ICP – Digestão Multiácida, das 9 amostras de

flogopititos coletadas nas frentes de serviço do Garimpo de Socotó. Os resultados

analíticos obtidos se encontram na Tabela 05, em anexo. Somente os resultados mais

significativos serão abordados nos subitens seguintes, com ênfase para os seguintes

elementos: Ba, Be, Co, Cr, Li, Ni, Sc, Sr, V, Zn e Zr. Assim como foi feito para as

amostras do distrito de Carnaíba, os teores obtidos para o distrito de Socotó serão

cotejados com os valores de referência das rochas ultramáficas, das rochas graníticas e

da crosta terrestre, cujos backgrounds para cada elemento estão expostos na descrição

dos resultados analíticos dos flogopititos de Carnaíba.

Quartzitos Gr. Jacobina

Gnaisses/Migmatitos do embasamento com enclaves

máficos-ultramáficos

Foto 02: Fotomosaico tirada numa visada de oeste para leste, mostrando os rejeitos de uma frente de serviço no

Garimpo de Socotó. A linha tracejada vermelha ao fundo, ilustra a delimitação dos quartzitos do Grupo Jacobina,

ocupando o alto topográfico e os gnaisses e migmatitos, que abrigam enclaves máficos-ultramáficos, ocupando a

porção mais arrasada topograficamente.

Page 69: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

57

Distribuição do Bário nos Flogopititos de Socotó

Os resultados obtidos demonstram que todas as amostras apresentaram valores bem

acima do teor médio deste elemento para as rochas ultramáficas. Contudo estas

amostras apresentaram valores abaixo dos teores médios do bário para a crosta terrestre,

exceto a amostra LN-029D, a qual superou esse background, quase chegando a atingir o

valor médio deste elemento para os granitos.

Page 70: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

58

Distribuição do Berílio nos Flogopititos de Socotó

Os resultados analíticos demonstram que todas as amostras se encontram com valores

bem acima dos teores médios da crosta terrestre, assim como das rochas graníticas.

Dentre as amostras, destaca-se a LN-028A, a qual demonstrou um teor vinte vezes

maior do que o estabelecido como background para as rochas graníticas.

Page 71: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

59

Distribuição do Cobalto nos Flogopititos de Socotó

Todas as amostras analisadas apresentaram teores bem maiores do que os valores de

background estabelecidos para a crosta terrestre e para as rochas graníticas. Contudo

estes valores ainda se encontram mais baixos do que o valor médio estimado para as

rochas ultramáficas.

Page 72: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

60

Distribuição do Cromo nos Flogopititos de Socotó

Do mesmo modo que se comportou a concentração do elemento cobalto, o cromo

também apresentou teores bem mais elevados do que os teores médios estabelecidos

tanto para a crosta terrestre, quanto para as rochas graníticas, entretanto abaixo do valor

de background firmado para as rochas ultramáficas.

Page 73: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

61

Distribuição do Lítio nos Flogopititos de Socotó

Os resultados analíticos demonstram que todas as amostras apresentaram teores

disparadamente mais altos do que os valores de background estabelecidos para a crosta

terrestre, assim como para as rochas graníticas. A discrepância entre os valores obtidos

e os valores de referência é tal, que, na amostra LN-029C, o teor atingido chega a ser

mais de cinquenta vezes maior do que o background estabelecido para os granitos.

Page 74: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

62

Distribuição do Níquel nos Flogopititos de Socotó

Os resultados analíticos obtidos para o elemento níquel, seguiram o mesmo

comportamento dos elementos cromo e cobalto, ou seja, todas as amostram

apresentaram valores de concentração muito superiores aos admitidos como background

para a crosta terrestre e para as rochas graníticas. Mas esses valores ficaram abaixo da

metade do valor médio estabelecido para as rochas ultramáficas.

Page 75: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

63

Distribuição do Escândio nos Flogopititos de Socotó

Os resultados obtidos demonstram que todas as amostras apresentaram valores maiores

do que os valores médios admitidos para as rochas ultramáficas e graníticas, contudo

somente as amostras LN-026A, LN-027C, LN-029C e LN-029D também apresentaram

teores maiores do que o background estabelecido para a crosta terrestre.

Page 76: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

64

Distribuição do Estrôncio nos Flogopititos de Socotó

A distribuição deste elemento mostra que todas as amostras obtiveram valores bem

abaixo dos teores médios estabelecidos tanto para a crosta terrestre quanto para as

rochas graníticas. Mas, quando esses valores são comparados com o background

admitido para as rochas ultramáficas, verifica-se que os mesmos o superam em todas as

amostras, com destaque para a amostra LN-029D, a qual apresentou um valor de

concentração quase que cinquenta vezes maior do que o teor médio das ultramáficas.

Page 77: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

65

Distribuição do Vanádio nos Flogopititos de Socotó

Todas as amostras apresentaram valores acima dos teores médios para as rochas

ultramáficas e graníticas, mas somente a amostra LN-029D apresentou teores acima do

background estabelecido para a crosta terrestre.

Page 78: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

66

Distribuição do Zinco nos Flogopititos de Socotó

Todas as amostras apresentaram teores bem maiores do que os valores médios

estabelecidos para as rochas ultramáficas e graníticas e somente as amostras LN-027A e

LN-027D apresentaram teores abaixo do background admitido para a crosta terrestre.

Vale ressaltar que a amostra LN-029C apresentou um teor cerca de duas vezes superior

ao teor médio estimado para a crosta terrestre.

Page 79: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

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Distribuição do Zircônio nos Flogopititos de Socotó

Todos os resultados analíticos apontam que os teores para todas as amostras estão bem

abaixo do que os valores de referência utilizados para a crosta terrestre, assim como

para as rochas ultramáficas e graníticas.

Das nove amostras verificadas através da varredura para 32 elementos, foram

selecionadas quatro, para serem analisadas através de diferentes métodos cujos

resultados encontram-se na Tabela 07, em anexo. Dos valores obtidos na referida tabela,

separou-se os dados dos elementos maiores, expressos na forma de óxidos, os quais

estão expostos na Tabela 4.5 abaixo, e comentados em seguida.

Page 80: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

68

Conforme pode ser observado nos resultados analíticos obtidos, os elementos CaO e

Na2O apresentaram, para todas as amostras, teores abaixo dos valores de referência. O

elemento TiO2 só demonstrou uma amostra que superou os teores médios estabelecidos

para os granitos e peridotitos, se tratando da amostra LN-029D, com 0,85%. Por outro

lado, para os elementos K2O e o Fe2O3, foram verificados teores acima dos valores de

referência em todas as amostras analisadas. Os elementos SiO2, Al2O3, FeO, MgO,

MnO e P2O5 exibiram concentrações, de certo modo, dentro do intervalo dos valores de

referência, contudo com algumas amostras, isoladamente, revelando teores um pouco

acima ou um pouco abaixo dos backgrounds. Vale ressaltar que a amostra LN-029D se

destaca das demais, pois para o elemento Al2O3 foi a única que obteve um teor acima

dos valores médios dos peridotitos e dos granitos, para o FeO aduziu o maior teor dentre

as amostras verificadas, com 7,19%, assim como para o MnO, onde também apresentou

a maior concentração, contudo não tão discrepante das demais amostras, com um valor

de 0,18%.

Na Tabela 07, em anexo, também constam os resultados analíticos dos elementos F, Cs

e Rb, os quais apresentaram valores bastante significativos e que serão, agora,

abordados. O flúor apresentou um teor mínimo de 20576 ppm e um teor máximo de

25989 ppm, resultando num teor médio de 23970 ppm, o que representa cerca de trinta e

duas vezes o valor de background estabelecido para os granitos. O césio, para todas as

amostras analisadas, apresentou concentrações acima do limite máximo de detecção do

referido método, que é de 200 ppm. Já o rubídio obteve um teor mínimo de 557 ppm,

um teor máximo de 640 ppm, configurando um teor médio de 600 ppm, valor que se

Peridotito Granitos LN-027B LN-028B LN-029B LN-029DSiO2 % 43,54 66,1 45,9 41 46 40Al2O3 % 3,99 15,2 10,6 15 13,9 16,9Fe2O3 % 2,51 2 8,23 9,48 8,2 13FeO % 9,84 2,7 2,29 1,79 3 7,19MgO % 34,02 2 22 20,5 19,8 16,7MnO % 0,21 0,1 0,15 0,11 0,08 0,18CaO % 3,46 3,5 3,58 1,15 0,16 0,67Na2O % 0,56 3,12 0,2 0,101 0,212 0,413K2O % 0,25 3,24 7,43 9,57 9,17 9,13TiO2 % 0,81 0,6 0,2 0,43 0,24 0,85P2O5 % 0,05 0,28 0,018 0,655 0,1 0,213

Tabela 4.5 - Resultados analíticos dos elementos maiores - Flogopititos - Socotó / C. Formoso

Page 81: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

69

encontra bem abaixo do background estabelecido para a crosta terrestre, contudo cerca

de quatro vezes maior que o valor de referência dos granitos.

Para finalizar a caracterização geoquímica dos flogopititos de Socotó, foram

selecionadas três amostras para serem analisadas quanto aos elementos Au, Pd e Pt. Os

resultados se encontram na Tabela 4.6, abaixo e somente a amostra LN-027B

apresentou valor acima do limite de detecção, para a Pt, com o teor de 6 ppb,

considerado irrelevante quando comparado ao background das rochas ultramáficas, que

é de 20 ppb.

4.2.2 Geoquímica dos Serpentinitos

Foram coletadas quatro amostras de serpentinitos nas frentes de serviço do Garimpo de

Socotó, as quais foram encaminhadas para a realização de uma varredura para 32

elementos, através do método de Plasma ICP – Digestão Multiácida, e cujos resultados

analíticos se encontram na Tabela 08, em anexo. Dos resultados analíticos obtidos,

foram separados os elementos que apresentaram os valores mais relevantes para serem

abordados nos subitens seguintes. Tais elementos são: Ba, Be, Co, Cr, Li, Ni, Sc, Sr, V,

Zn e Zr.

Au Pd Ptppb ppb ppb

LN-027B f lo g o p it it o <5 <5 6LN-028B f lo g o p it it o <5 <5 <5

LN-029D f lo g o p it it o <5 <5 <5

Tabela 4.6 - Resultados analíticos dos elementos ultra-traço - Flogopititos - Socotó / C. Formoso

Sample ID

Absorção Atômica / Fire AssayTipo de Rocha

Page 82: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

70

Distribuição do Bário nos Serpentinitos de Socotó

Os resultados analíticos mostram que todas as quatro amostras apresentaram teores bem

abaixo dos valores médios estabelecidos para a crosta terrestre e para os granitos.

Contudo, as amostras LN-026B e LN-027D apresentaram teores bem superiores ao

background admitido para as rochas ultramáficas, enquanto que as amostras LN-026C e

LN-029A obtiveram valores próximos ou um pouco acima deste.

Page 83: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

71

Distribuição do Berílio nos Serpentinitos de Socotó

Observando o gráfico, verifica-se que as amostras LN-026B e LN-029C, apresentaram

teores bem acima dos valores médios da crosta terrestre e das rochas graníticas,

superando esses valores em quatro vezes e três vezes, respectivamente. Já a amostra

LN-026C apresentou valor entre o background da crosta terrestre e o das rochas

graníticas, enquanto a amostra LN-029A não apresentou teor acima do limite de

detecção.

Page 84: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

72

Distribuição do Cobalto nos Serpentinitos de Socotó

As quatro amostras analisadas apresentaram teores bem acima dos teores médios

estabelecidos para a crosta terrestre e para as rochas graníticas. Contudo, os valores

obtidos se encontram bem abaixo do background admitido para as rochas ultramáficas,

inclusive a amostra LN-026C, a qual apresentou a maior concentração, ainda ficou com

um valor que representa a metade do valor médio estimado para as ultramáficas.

Page 85: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

73

Distribuição do Cromo nos Serpentinitos de Socotó

Os resultados analíticos mostram que todas as amostras analisadas apresentaram teores

acima dos valores médios estabelecidos para a crosta terrestre e para as rochas

graníticas. Porém estes valores ficaram abaixo do background admitido para as rochas

ultramáficas.

Page 86: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

74

Distribuição do Lítio nos Serpentinitos de Socotó

Ao observar a distribuição dos valores no gráfico, é possível verificar que as amostras

LN-026B e LN-027D apresentaram teores expressivamente mais altos do que os valores

de referência admitidos para a crosta terrestre e para as rochas graníticas. Já as amostras

LN-026C e LN-029A estão dentro dos padrões estabelecidos.

Page 87: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

75

Distribuição do Níquel nos Serpentinitos de Socotó

Todas as amostras apresentaram teores bem mais elevados do que os valores de

background admitidos para a crosta terrestre, assim como para as rochas graníticas.

Entretanto, os resultados obtidos encontram-se abaixo do valor médio estabelecido para

as rochas ultramáficas.

Page 88: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

76

Distribuição do Escândio nos Serpentinitos de Socotó

Os resultados analíticos mostram que todas as amostras apresentaram teores acima dos

valores médios admitidos para as rochas ultramáficas e para as rochas graníticas.

Contudo, somente a amostra LN-029A expressou valor acima do background

estabelecido para a crosta terrestre.

Page 89: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

77

Distribuição do Estrôncio nos Serpentinitos de Socotó

Todas as amostras apresentaram teores acima do background admitido para as rochas

ultramáficas, porém esses resultados são irrelevantes quando tomado como parâmetro

os valores médios estabelecidos para a crosta terrestre e para as rochas graníticas.

Page 90: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

78

Distribuição do Vanádio nos Serpentinitos de Socotó

Todas as amostram apresentaram valores acima dos teores médios estabelecidos para as

rochas ultramáficas e para as rochas graníticas, contudo abaixo do valor de background

admitido para a crosta terrestre.

Page 91: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

79

Distribuição do Zinco nos Serpentinitos de Socotó

Ao observar a distribuição dos teores no gráfico acima, é possível verificar que todas as

amostras apresentaram valores acima do teor médio admitido para as rochas

ultramáficas e para as rochas graníticas. Com relação ao valor de background para a

crosta terrestre, somente a amostra LN-026B apresentou teor acima do mesmo.

Page 92: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

80

Distribuição do Zircônio nos Serpentinitos de Socotó

Os resultados analíticos demonstram que todas as amostras apresentaram teores abaixo

dos valores de background supracitados.

Dentre as quatro amostras de serpentinitos analisadas para os elementos traço,

selecionou-se duas destas para serem verificadas, também, através dos métodos que

constam na Tabela 09, em anexo. Dos resultados obtidos na referida tabela, separou-se

os dados referentes aos elementos maiores, expressos na forma de óxidos, os quais estão

expostos na Tabela 4.7.

Page 93: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

81

Os resultados analíticos para os elementos maiores demonstraram que as duas amostras

obtiveram teores abaixo dos valores de referência para os elementos TiO2 e Na2O e mais

elevados para o elemento Fe2O3. Para o SiO2 e MgO, as duas amostras aduziram teores

maiores que o background dos granitos e menores que a dos peridotitos. Com relação

aos elementos Al2O3 e P2O5, a amostra LN-026B obteve um teor maior que o

background dos peridotitos e menor que a dos granitos e a amostra LN-027D

apresentou uma concentração menor que esses valores de referência. A amostra LN-

027D mostrou um teor abaixo dos valores de referência para o elemento FeO e a

amostra LN-026B exprimiu um teor acima do background dos granitos e abaixo dos

peridotitos. Para o MnO, a amostra LN-027D revelou uma concentração superior aos

valores de referência, enquanto a LN-026B obteve um teor maior que o background dos

granitos e menor que a dos peridotitos. A amostra LN-027D aduziu um teor mais que

três vezes maior que os valores de backgrounds dos peridotitos e dos granitos para o

elemento CaO e a amostra LN-026C apresentou teor menor que os referidos valores de

referência. Para o K2O, a amostra LN-026B obteve uma concentração acima dos valores

de referência, enquanto que a amostra LN-027D demonstrou teores abaixo do

background dos granitos e acima dos peridotitos.

Na Tabela 09, em anexo, foram detectados valores expressivos para os elementos F, Cs

e Rb. O flúor expressou um valor mínimo de 8645 ppm e um valor máximo de 28112

ppm, resultando em um teor médio de 21397 ppm, valor este que representa mais de

vinte e nove vezes o valor de background estabelecido para as rochas graníticas. Para o

césio, a amostra LN-027D o teor foi de 117 ppm, enquanto para a amostra LN-026B o

teor foi acima do limite máximo de detecção do método adotado, que é de 200 ppm, o

Peridotito Granitos LN-026B LN-027DSiO2 % 43,54 66,1 44,3 54,3Al2O3 % 3,99 15,2 12,1 2,96Fe2O3 % 2,51 2 8,62 8,31FeO % 9,84 2,7 3,72 1MgO % 34,02 2 21,2 20,6MnO % 0,21 0,1 0,15 0,31CaO % 3,46 3,5 3,12 11,2Na2O % 0,56 3,12 0,192 0,449K2O % 0,25 3,24 7,83 1,09TiO2 % 0,81 0,6 0,27 0,03P2O5 % 0,05 0,28 0,233 <0,01

Tabela 4.7 - Resultados analíticos dos elementos maiores -Serpentinitos - Soccotó / C. Formoso

Page 94: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

82

que representa mais de quarenta vezes o valor de background estabelecido para as

rochas graníticas. Já para o rubídio, foi obtido um teor mínimo de 84 ppm, um teor

máximo de 607 ppm, resultando num teor médio de 383 ppm, valor este que se encontra

bem abaixo dos valores de background estabelecidos para a crosta terrestre, contudo

cerca de mais de duas vezes maior que o valor de background estabelecido para os

granitos.

Finalizando o levantamento geoquímico dos serpentinitos da região de Socotó, foi

selecionada 1 amostra desta rocha para serem analisados os elementos Au, Pd e Pt. Os

resultados obtidos encontram-se na Tabela 4.8.

Conforme pode ser observado na tabela acima, a amostra analisada não apresentou valor

acima do limite de detecção do método, para nenhum dos elementos verificados.

4.3 Resultados Obtidos e Discussões

A varredura para 32 elementos realizada através do método Plasma ICP- Digestão

Multiácida, permitiu a verificação da ocorrência de alguns elementos traço,

principalmente nos flogopititos, foco do presente trabalho, que refletem a interação

geoquímica decorrente do hidrotermalismo promovido pela colocação de corpos

pegmatíticos em meio às rochas máficas-ultramáficas no final do Paleoproterozóico. Os

valores obtidos, durante a varredura supracitada, para os serpentinitos, rochas protólito

dos flogopititos, servem como referência, assim como os valores de background,

encontrados na bibliografia, para a crosta terrestre, as rochas ultramáficas e para as

rochas graníticas. Vale ressaltar que a amostra LN-015C, classificada em campo como

um serpentinito, apresentou características geoquímicas bastante destoante das demais

amostras de serpentinito e, com o auxílio da petrografia, foi verificado que se trata de

Au Pd Ptppb ppb ppb

LN-026B serp ent init o <5 <5 <5

Tabela 4.8 - Resultados analíticos dos elementos ultra-traço - Serpentinitos - Socotó / C. Formoso

Sample ID Tipo de Rocha

Absorção Atômica / Fire Assay

Page 95: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

83

um anfibolito, sendo, assim, excluída da estatística dos valores médios para estas rochas

que será feita neste item.

Deste modo, na Tabela 4.9 estão os valores médios obtidos para os elementos traços que

revelaram teores relevantes na análise dos flogopititos. E, na Tabela 4.10, para efeito de

comparação, estão os valores médios dos referidos elementos medidos nos

serpentinitos.

Analisando as tabelas acima, as quais sintetizam os valores médios e variações na

distribuição dos elementos traço, é possível verificar que houve um aporte significativo

dos elementos Ba, Be, Li, Zn e Zr nos flogopititos, tanto de Carnaíba, quanto de Socotó.

Tais elementos, apesar de estarem, por vezes, dentro da faixa dos valores de referência

estimados para a crosta terrestre e para as rochas graníticas, ou até mesmo abaixo

destes, quando comparados com os valores de background das rochas ultramáficas, fica

caracterizado o seu enriquecimento, o que deve ser atribuído à contribuição dos fluidos

pegmatíticos que percolaram as rochas máficas-ultramáficas durante o processo

intrusivo. Apesar dos serpentinitos representarem, teoricamente, as rochas poupadas do

referido processo hidrotermal, algumas amostras apresentaram teores de Ba, Be, Li e Zn

bem acima dos valores admitidos como background para as rochas ultramáficas, o que

Ba Be Co Cr Cu Li Mo Ni Sc Sr V Zn Zr

ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm425 2,8 25 100 55 20 1,5 75 16 375 135 70 165

2 - 150 2000 10 - 0,3 2000 10 1 50 50 50

600 5 1 4 10 30 2 0,5 5 285 20 40 180

221 21 60 989 22 1495 77 694 13 27 91 352 20820 100 101 2025 213 4025 722 1144 36 101 198 883 102

23 <3 34 99 <3 269 <3 275 5 6 36 94 3

268 31 63 1312 - 1070 - 724 16 21 94 102 22546 100 79 1683 - 1579 - 878 21 48 162 153 33

115 10 57 434 - 505 - 487 11 11 67 65 16

Tabela 4.9 - Valores médios dos elementos traço - Flogopititos - Carnaíba / Pindobaçu & Socotó / C. Formoso

Valores de Referência

Valores Médios

Valores Máximos

Valores Mínimos

Carnaíba

Socotó

Valores Mínimos

Valores Médios

Valores Máximos

Crosta Terrestre

Granitos

Ultramáficas

Ba Be Co Cr Cu Li Mo Ni Sc Sr V Zn Zr

ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm425 2,8 25 100 55 20 1,5 75 16 375 135 70 165

2 - 150 2000 10 - 0,3 2000 10 1 50 50 50

600 5 1 4 10 30 2 0,5 5 285 20 40 180

14 11 87 1148 29 113 - 1223 11 18 81 108 853 62 117 2079 68 310 - 1494 39 125 290 216 24

4 <3 47 131 <3 <3 - 78 5 4 43 46 <3

66 13 61 1246 - 339 - 803 16 18 92 68 15210 21 76 1813 - 1192 - 1198 20 32 123 83 27

4 <3 39 485 - 15 - 334 13 7 76 58 7

Tabela 4.10 - Valores médios dos elementos traço - Serpentinitos - Carnaíba / Pindobaçu & Socotó / C. Formoso

SocotóValores Médios

Valores Máximos

Valores Mínimos

Valores de Referência

Crosta Terrestre

Ultramáficas

Granitos

CarnaíbaValores Médios

Valores Máximos

Valores Mínimos

Page 96: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

84

pode denotar uma gradação geoquímica partindo dos flogopititos, na zona de interação

granito-serpentinito, em direção às encaixantes serpentínicas sem interação com os

fluidos pegmatíticos.

O molibdênio foi um elemento que apresentou teores anômalos nos flogopititos de

Carnaíba, não sendo detectados nos flogopititos de Socotó, nem nos serpentinitos de

ambas as áreas. O valor médio obtido para este elemento nos flogopititos de Carnaíba,

supera em mais de trinta vezes o valor de background admitido para as rochas

graníticas, caracterizando um importante depósito mineral que, inclusive, é lavrado

junto com as esmeraldas da região, configurando-se em um importante subproduto que,

muitas vezes, sustenta economicamente o garimpo em épocas que não estão sendo

recuperadas as gemas de qualidade. Vale ressaltar que, curiosamente, este elemento, na

forma do mineral molibdenita, é comercializado na região sob a denominação de

“estanho”.

O cobre foi detectado somente nos flogopititos e serpentinitos de Carnaíba, sendo que

seus teores médios foram mais que o dobro dos valores de referência assumidos para as

rochas graníticas e ultramáficas. Já os elementos Sc e Sr, também apresentaram, embora

de forma modesta, teores acima dos valores de background estabelecidos para as rochas

ultramáficas, para os flogopititos e serpentinitos de ambas as áreas, o que também pode

representar o reflexo da contribuição granítica no aporte de tais elementos.

Em contrapartida aos aportes geoquímicos supracitados, a análise dos serpentinitos das

duas regiões permitiu verificar que os elementos Co, Cr, Ni e V sofreram grande

depleção, quando comparadas com os teores de referência destes elementos para as

rochas ultramáficas. Contudo, vale destacar que os serpentinitos são rochas derivadas de

alterações hidrotermais sobre rochas ultramáficas e, assim, devem exibir algumas

diferenças geoquímicas em relação às rochas originais. De um modo geral, nos

flogopititos a depleção dos referidos elementos foi ainda mais substancial, podendo

denotar que nas áreas mais afetadas pelos fluidos hidrotermais, tais elementos foram

diluídos com maior intensidade, consolidando, assim, uma gradação geoquímica

partindo dos flogopititos em direção aos serpentinitos encaixantes.

Page 97: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

85

Os elementos maiores foram analisados através do método de Fluorescência de Raios-

X, exceto o Na2O e o FeO, os quais foram verificados através dos métodos de Absorção

Atômica-Solubilização Total e Método Clássico-Titulação, respectivamente. Do mesmo

modo que ocorreu na análise dos elementos traço, foi possível verificar aportes e

depleções geoquímicas para os elementos maiores. A Tabela 4.11 expressa os valores

médios obtidos para os flogopititos e a Tabela 4.12 apresenta os valores médios

encontrados para os serpentinitos.

Conforme pode ser observado nas tabelas acima, os elementos SiO2 e MnO

apresentaram um comportamento bastante peculiar, pois no distrito de Carnaíba

apontaram um aporte dos seus teores médios, tendo em vista que os flogopititos

apontaram concentrações mais elevadas que os serpentinitos, enquanto que no distrito

de Socotó ficou caracterizada uma depleção dos teores, uma vez que os flogopititos

demonstraram concentrações menores do que a dos serpentinitos. Em ambas áreas

analisadas os teores médios para os elementos SiO2 e MnO ficaram no intervalo dos

valores de referência para os granitos e peridotitos. Os elementos Al2O3, Fe2O3, FeO,

K2O, TiO2 e P2O5 aduziram, em diferentes proporções, aporte dos seus teores médios

SiO2 Al2O3 Fe2O3 FeO MgO MnO CaO Na2O K2O TiO2 P2O5

% % % % % % % % % % %43,54 3,99 2,51 9,84 34,02 0,21 3,46 0,56 0,25 0,81 0,05

66,1 15,2 2 2,7 2 0,1 3,5 3,12 3,24 0,6 0,28

43,75 14,24 9,44 3,73 19,78 0,21 1,01 0,26 8,55 0,30 0,1763,6 23,8 14,5 10,59 26 0,41 4,85 0,667 10,2 0,9 0,735

39,5 5,95 5,56 0,71 12,1 0,09 <0,01 0,099 3,57 0,08 <0,01

43,23 14,10 9,73 3,57 19,75 0,12 1,39 0,23 8,83 0,43 0,2546 16,9 13 7,19 22 0,18 3,58 0,413 9,57 0,85 0,655

40 10,6 8,2 1,79 16,7 0,08 0,16 0,101 7,43 0,24 0,018

Tabela 4.11 - Valores médios dos elementos maiores - Flogopititos - Carnaíba / Pindobaçu & Socotó / C. Formoso

SocotóValores Médios

Valores Máximos

Valores Mínimos

Peridotito

Granitos

CarnaíbaValores Médios

Valores Máximos

Valores Mínimos

SiO2 Al2O3 Fe2O3 FeO MgO MnO CaO Na2O K2O TiO2 P2O5

% % % % % % % % % % %43,54 3,99 2,51 9,84 34,02 0,21 3,46 0,56 0,25 0,81 0,05

66,1 15,2 2 2,7 2 0,1 3,5 3,12 3,24 0,6 0,28

43,45 3,10 9,11 3,50 32,53 0,14 1,57 0,46 - 0,11 0,01452,9 4,37 10,6 5,74 35,3 0,2 2,45 >1 - 0,17 0,019

39,5 2,18 7,17 1,86 28,3 0,07 0,73 <0,013 - 0,09 0,01

49,30 7,53 8,47 2,36 20,90 0,23 7,16 0,32 - 0,15 -54,3 12,1 8,62 3,72 21,2 0,31 11,2 0,449 7,83 0,27 0,233

44,3 2,96 8,31 1 20,6 0,15 3,12 0,192 1,09 0,03 <0,01

Tabela 4.12 - Valores médios dos elementos maiores - Serpentinitos - Carnaíba / Pindobaçu & Socotó / C. Formoso

SocotóValores Médios

Valores Máximos

Valores Mínimos

Peridotito

Granitos

CarnaíbaValores Médios

Valores Máximos

Valores Mínimos

Page 98: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

86

para os dois distritos verificados, pois as concentrações obtidas para os flogopititos

foram maiores do que as encontradas para os serpentinitos. Apesar de caracterizado o

aporte supracitado, os elementos Al2O3, FeO e P2O5 mantiveram os seus valores médios

no intervalo dos teores de background estimados para os granitos e peridotitos. Já os

elementos Fe2O3 e K2O obtiveram valores médios acima dos referidos teores de

background, enquanto o elemento TiO2 apresentou valores médios abaixo destes. Por

outro lado os elementos MgO, CaO e Na2O apresentaram uma expressiva depleção

quanto aos seus teores, pois as concentrações destes nos flogopititos foram bem

menores do que nos serpentinitos, configurando que, durante o processo hidrotermal

que alterou as rochas serpentiníticas para gerar os flogopititos, tais elementos sofreram,

de certo modo, uma diluição.

Dentre os resultados analíticos mais expressivos, pode-se apontar os teores obtidos para

os elementos F, Cs e Rb. A Tabela 4.13 mostra os valores médios apresentados pelos

elementos supracitados.

Conforme pode ser observado na tabela acima, o aporte de elemento flúor foi bastante

significativo, principalmente no distrito de Carnaíba, onde o teor médio para os

F Cs Rb

ppm ppm ppm625 3 990

100 - -

735 5 150

26799 >200 140449128 >200 2941

4618 >200 257

23971 >200 60025989 >200 640

20576 >200 577

8404 - 12924143 >200 407

472 <50 13

21397 - 38328112 >200 607

8645 117 84

Crosta Terrestre

Ultramáficas

Granitos

CarnaíbaValores Médios

Valores Máximos

Valores Mínimos

Valores de Referência

Tabela 4.13 - Valores médios dos elementos Flúor, Césio e Rubídio - Flogopititos & Serpentinitos - Carnaíba / Pindobaço & Socotó / C. Formoso

SocotóValores Médios

Valores Máximos

Valores Mínimos

Flog

opiti

tos

Serp

entin

itos

SocotóValores Médios

Valores Máximos

Valores Mínimos

CarnaíbaValores Médios

Valores Máximos

Valores Mínimos

Page 99: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

87

flogopititos chegou a superar em três vezes o teor médio obtido para os serpentinitos.

No distrito de Socotó, o teor médio de flúor verificado nos flogopititos também

apresentou certo incremento com relação ao teor médio dos serpentinitos, contudo

muito mais discreto do que em Carnaíba. É importante ressaltar que em ambos os sítios

analisados, todas as amostras apresentaram teores muito superiores aos valores de

referência utilizados, o que significa que durante o evento hidrotermal que alterou as

rochas serpentiníticas, gerando, então, os flogopititos, houve uma potencialização da

concentração deste elemento químico. O césio foi outro elemento que apresentou

valores médios bem acima dos teores de background estabelecidos para a crosta

terrestre e para as rochas graníticas, não existindo valores de referência para as rochas

ultramáficas. Contudo, ficou bastante difícil mensurar valores para o aporte do césio,

uma vez que os teores encontrados para os flogopititos, tanto de Carnaíba, quanto de

Socotó, foram superiores ao limite máximo de detecção do método empregado,

enquanto que na análise dos serpentinitos, ficou constatado que muitas amostras

apresentaram valores abaixo do limite mínimo de detecção do método. O rubídio, assim

como o flúor e o césio, também apresentou um aporte nos seus teores bastante

expressivo, fato este verificado através da comparação entre os valores obtidos para os

flogopititos em relação aos serpentinitos, de modo que, também é possível afirmar que

durante o hidrotermalismo que gerou os flogopititos, houve um acréscimo substancial

deste elemento, que é muito escasso nas rochas ultramáficas, inclusive não existindo

valores de referência deste elemento para estas rochas.

Na análise realizada para os elementos Au, Pd e Pt, através do método Absorção

Atômica – Fire Assay, não foram obtidos resultados relevantes para a maioria das

amostras analisadas. As amostras LN-009C, LN-015A e LN-020C, que são flogopititos

do distrito de Carnaíba, apresentaram os teores de 9, 35 e 8 ppb, respectivamente, para o

elemento Au, o qual possui o background de 5 ppb para as rochas ultramáficas, o que

entretanto, não chega a se confirmar como anomalias de grande expressão.

A Figura 12 apresenta o gráfico de distribuição para os Elementos Terras Raras nos

flogopititos e os serpentinitos, tanto de Carnaíba quanto de Socotó.

Page 100: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

88

Ao observar o gráfico da Figura 12, é possível verificar que, praticamente, não há

variações na distribuição dos Elementos Terras Raras nas duas rochas, exceto uma

maior amplitude na variação e na concentração de La, Ce e Nd em algumas amostras de

flogopitito.

0,1

1

10

100

1000

10000

LaCe

PrNd Sm

EuGd

TbDy

HoEr

TmYb

Lu

Sam

ple/

Cho

ndri

te

Figura 12: Gráfico de distribuição dos Elementos Terras Raras nos flogopititos (em azul) e nos serpentinitos (em

vermelho), tanto em Carnaíba quanto em Socotó.

Page 101: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

89

5 CARACTERISTICAS PETROGRÁFICAS

Com o intuito de verificar a trama mineralógica dos flogopititos e serpentinitos dos

distritos de Carnaíba e de Socotó, foram selecionadas 21 amostras para a confecção de

lâminas delgadas, as quais foram realizadas no Laboratório da Companhia Baiana de

Pesquisa Mineral-CBPM. Dentre estas 21 amostras, 8 foram dos flogopititos e 8 dos

serpentinitos de Carnaíba, além de 3 lâminas dos flogopititos e 2 dos serpentinitos de

Socotó. A seguir, serão descritas as principais características dessas litologias,

verificadas através do auxílio do microscópio eletrônico.

5.1 Flogopititos de Carnaíba e de Socotó

Os flogopititos, tanto de Carnaíba, quanto de Socotó, apresentam, predominantemente,

uma textura lepidoblástica (Fotomicrografias 01 e 02) marcada pela orientação das

flogopitas, as quais, por vezes, apresentam-se cloritizadas. Em algumas amostras, a

presença dos anfibólios reliquiares (antofilita e/ou hornblenda) impõe uma textura

nematolepidoblástica a essas rochas (Fotomicrografias 03 e 04).

Fotomicrografia 01: Textura lepidoblástica impressa pela orientação das flogopitas, as quais perfazem mais de 90% da rocha.

Amostra LN-020B. Nicóis cruzados. Aumento de 100X.

0,2 mm

Page 102: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

90

Fotomicrografia 02: Textura lepidoblástica impressa pela orientação das flogopitas. Amostra LN-026A, coletada no distrito de

Socotó. Nicóis cruzados. Aumento de 100X.

Fotomicrografia 03: Textura nematolepidoblástica marcada pela presença do anfibólio em meio às flogopitas. Amostra LN-003B,

coletada no distrito de Carnaíba. Nicóis cruzados. Aumento de 100X. Anf = anfibólio e Flo = flogopita.

Fotomicrografia 04: Textura nematolepidoblástica marcada pela presença do anfibólio em meio às flogopitas. Amostra LN-027B,

coletada no distrito de Socotó. Nicóis cruzados. Aumento de 100X. Anf = anfibólio e Flo = flogopitas.

Anf

Anf

Anf

Flo

Flo

Anf

Anf Flo

Flo

0,2 mm

0,2 mm

0,2 mm

Page 103: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

91

Os flogopititos são rochas xistosas, localmente crenuladas, com foliação marcante,

constituídos por 70 a mais de 90% de flogopita, exibindo cristais milimétricos a

submilimétricos, os quais imprimem a orientação da rocha e que, por vezes, encontram-

se cloritizados. Em algumas amostras é possível notar uma segunda foliação que trunca

a primeira, supracitada, impressa por cristais quase que tabulares, de maiores dimensões

que os que compõem a primeira foliação. Subordinadamente, em algumas amostras, é

possível verificar, em maiores ou menores quantidades, anfibólio (antofilita e/ou

hornblenda), talco, serpentinita, piroxênio (augita), quartzo, plagioclásio, clorita,

fluorita, dolomita, apatita, turmalina e berilo. Como acessórios foram notadas as

presenças de titanita, zircão e espinélio. Os opacos também se fazem presentes em

grande parte das amostras.

Ocorrem dois tipos de anfibólios, a antofilita (predominante) e a hornblenda. Estes estão

dispostos como cristais subédricos a euédricos (Fotomicrografia 05), milimétricos, não

apresentando orientação preferencial e, muitas vezes truncando a foliação imposta pela

orientação das flogopitas.

Fotomicrografia 05: Presença do anfibólio antofilita, o qual, por vezes, apresenta-se talcificado. Amostra LN-003B, coletada no

distrito de Carnaíba. Nicóis cruzados. Aumento de 100X.

Na amostra LN-014A, foi notada a presença de cristais de piroxênio (augita), de

coloração verde, relevo alto, anédricos a subédricos, milimétricos a decamilimétricos,

truncando a orientação imposta pelas micas, com contatos lobados com as flogopitas

circundantes (Fotomicrografia 06).

Anf

Anf

Anf

0,2 mm

Page 104: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

92

Fotomicrografia 06: Presença de piroxênio (augita) ao lado de cristal de fluorita, truncando a orientação impressa pelas flogopitas.

Amostra LN-014A, coletada no distrito de Carnaíba. Nicóis cruzados. Aumento de 100X.

A dolomita foi encontrada na amostra LN-019A, em cristais milimétricos, subédricos a

anédricos, variando de incolor a cinza, truncando a orientação impressa pelas flogopitas

circundantes e com contatos irregulares com essa mica. A sua presença confere a esta

amostra uma textura nematolepidoblástica (Fotomicrografia 07).

Fotomicrografia 07: Presença de cristais de dolomita em meio às flogopitas e o quartzo. Amostra LN-019A, coletada no distrito de

Carnaíba. Nicóis cruzados. Aumento de 100X. Dol = dolomita, Flo = flogopita e Qtz = quartzo.

Nas amostras LN-019A e LN-026A, foram notadas a presença de cristais de turmalina

(Fotomicrografias 08 e 09), os quais são muito mais abundantes no distrito de Socotó.

Estes cristais apresentam coloração verde oliva, prismáticos, milimétricos e com um

relevo alto.

Pir

Dol

Dol

Dol Flo

Flo

Qtz

Qtz

Flu

0,2 mm

0,2 mm

Page 105: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

93

Fotomicrografia 08: Corte basal de cristal de turmalina, truncando a orientação estabelecida pelas flogopitas. Amostra LN-019A,

coletada no distrito de Carnaíba. Nicóis cruzados. Aumento de 100X. Trm = turmalina e Flo = flogopita.

Fotomicrografia 09: Aglomerado de turmalinas em meio às flogopitas. Amostra LN-026A, coletada no distrito de Socotó. Luz

plana. Aumento de 100X. Trm = turmalina e Flo = flogopita.

O quartzo, quando presente nos flogopititos, perfazem, no máximo, 15% da rocha,

ocorrendo como grãos anédricos, submilimétricos, por vezes, na forma de veios

concordantes com a foliação imposta pelas micas (Fotomicrografia 10).

Trm

Flo

Flo

Flo

Trm

Trm

Trm

Flo

Flo

Flo

0,2 mm

0,2 mm

Page 106: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

94

Fotomicrografia 10: Veio de quartzo disposto concordantemente com a orientação estabelecida pelas flogopitas. Amostra LN-

026A, coletada no distrito de Socotó. Nicóis cruzados. Aumento de 100X. Qtz = quartzo e Flo = flogopita.

A fluorita ocorre como cristais milimétricos, com contato reto a irregular com as

flogopitas circundantes, distribuídas aleatoriamente nas amostras em que são

constatadas (Fotomicrografia 11).

Fotomicrografia 11: Presença da fluorita em meio às flogopitas. Amostra LN-014A, coletada no distrito de Carnaíba. Nicóis

cruzados. Aumento de 100X. Flu = fluorita e Flo = flogopita.

O berilo apresenta-se incolor, milimétricos quando em cristais prismáticos a

submilimétricos quando maciços, relevo moderado, truncando foliação imposta pela

orientação das flogopitas (Fotomicrografia 12).

Flu

Flo

Flo

Flo

Qtz

FloFlo

Flo

0,2 mm

0,2 mm

Page 107: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

95

Fotomicrografia 12: Cristais anédricos de berilo em meio às flogopitas. Amostra LN-026A, coletada no distrito de Socotó. Nicóis

cruzados. Aumento de 100X. Ber = berilo e Flo = flogopita.

Com o intuito de identificar as fases mineralógicas contidas nas amostras de

flogopititos, foram selecionadas duas amostras do distrito de Carnaíba, a LN-001C e a

LN-023A, para serem analisadas através da Difratometria de Raios-X, o que apontou a

predominância da mica flogopita (KMg3(Al,Si3)O10(OH,F)2, além de vestígios de

anfibólio (Ca,Na)(MgAlSiO...). Os gráficos obtidos estão apresentados nas Figuras 12 e

13.

Ber

Ber

Flo

Flo

Flo

0,2 mm

Page 108: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

96

Figura 13: Difratometria de Raios-X da amostra LN-001C, demonstrando a predominância da flogopita e alguns vestígios

de anfibólio.

Figura 14: Difratometria de Raios-X da amostra LN-023A, demonstrando a presença da flogopita.

Flogopita Flogopita

Flogopita Flogopita

Flogopita

Anfibólio Anfibólio

Flogopita

Flogopita

Flogopita

Flogopita Flogopita Flogopita

Page 109: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

97

5.2 Serpentinitos de Carnaíba e Socotó

Os serpentinitos apresentam textura nematoblástica (Fotomicrografia 13) a

nematolepidoblástica (Fotomicrografia 14), esta última nas porções em que as

flogopitas são mais abundantes, são relativamente homogêneos, coloração esverdeada,

ocorrendo, localmente, certa foliação impressa pela orientação das micas.

Fotomicrografia 13: Textura nematoblástica impressa pela presença de cristais de anfibólio e serpentinita. Amostra LN-001B,

coletada no distrito de Carnaíba. Nicóis cruzados. Aumento de 100X.

São constituídos, predominantemente, por serpentinita, a qual perfaz cerca de 60 a 85%

da rocha, apresentando quantidades variáveis de talco, anfibólio, quartzo, plagioclásio,

Fotomicrografia 14: Textura nematolepidoblástica ocasionada pela presença de flogopita em meio a

serpentinita. Amostra LN-026C, coletada no distrito de Socotó. Nicóis cruzados. Aumento de 100X.

0,2 mm

0,2 mm

Page 110: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

98

flogopita/clorita e dolomita, além de minerais opacos, fluorita, espinélio e titanita. A

serpentinita encontra-se disposta de forma caótica ou preenchendo interstícios/clivagens

de minerais pretéritos, representada por cristais aciculares ou radiais de antigorita

(Fotomicrografias 15), sendo milimétrica a submilimétrica.

O talco ocorre perfazendo entre 10 e 30% da rocha, intercrescidos com as serpentinitas

ou, mais comumente, dispersos na rocha. Os anfibólios representam cerca de 5 a 10%

da rocha, restritos a algumas amostras onde estes permaneceram como relíquias do

protólito, dispostos de forma dispersa, em cristais subédricos. A dolomita também está

restrita a algumas, ocorrendo na forma de porfiroblastos (Fotomicrografia 16).

Fotomicrografia 15: Cristais aciculares e radiais de antigorita. Amostra LN-004C, coletada no distrito de

Carnaíba. Nicóis cruzados. Aumento de 100X.

0,2 mm

Page 111: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

99

Fotomicrografia 16: Porfiroblasto de dolomita mantendo contato irregular com as serpentinitas circundantes. Amostra LN-010A,

coletada no distrito de Carnaíba. Nicóis cruzados. Aumento de 100X.

O quartzo está restrito às porções do serpentinito que demonstraram um início de

processo de flogopitização, ou seja, provavelmente próximo ao contato

serpentinito/flogopititos, não ultrapassando 5% da rocha. As flogopitas, do mesmo

modo que o quartzo, estão restritas às zonas mais próximas do contato

serpentinito/flogopitito, as quais, por vezes, apresentam-se cloritizadas e exibem um

orientação que imprime, localmente, uma textura lepidoblástica à rocha, sendo que este

mineral não ultrapassa os 15% da composição mineralógica do serpentinito em que se

faz presente. A fluorita, assim como a dolomita, é encontrada somente em algumas

amostras, na forma de porfiroblastos (Fotomicrografia 17).

Fotomicrografia 17: Porfiroblasto de fluorita mantendo contato reto a irregular com as serpentinitas e talco circundantes. Amostra

LN-021B, coletada no distrito de Carnaíba. Nicóis cruzados. Aumento de 100X.

0,2 mm

0,2 mm

Page 112: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

100

Os plagioclásios compreendem no máximo 8% da rocha, ocorrendo disperso na mesma.

O espinélio e a titanita ocorrem como traço. Os opacos variam de traços a 10%, em

cristais milimétricos a submilimétricos, anédricos ou apresentando formatos cúbicos

(Fotomicrografia 18).

Fotomicrografia 18: Presença de minerais opacos submilimétricos, predominantemente, anédricos. Amostra LN-026C, coletada no

distrito de Socotó. Luz plana. Aumento de 100X.

A amostra LN-015C, classificada em campo como um serpentinito, quando analisada

em lâmina, foi verificada que era petrograficamente diferente das demais amostras de

serpentinitos, quanto à textura e a composição mineralógica (Fotomicrografia 19).

Fotomicrografia 19: Lâmina da amostra LN-015C, a qual demonstra características petrográficas totalmente diferente das demais

amostras de serpentinitos, se tratando de um anfibolito. Luz plana. Aumento de 100X.

0,2 mm

0,2 mm

Page 113: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

101

6 OS FLOGOPITITOS E O SEU POTENCIAL COMO FONTE DE POTÁSSIO

O Brasil figura no cenário mundial como um dos maiores produtores agrícolas, sendo

este o setor mais importante para a economia do país, uma vez que foi responsável por

cerca de 30% do produto interno bruto no período compreendido entre 1994 e 2004

(Lopes-Assad & Almeida, 2004 apud Lopes-Assad et al.,2006). As condições

climáticas predominantes fazem com que os solos brasileiros sejam tipicamente

intemperizados, com baixos pH e teores de nutrientes, necessitando, assim, da

suplementação através da utilização de fertilizantes para se obter um melhor

desenvolvimento das culturas.

Contudo a produção brasileira de fertilizantes não satisfaz a demanda interna e cerca de

90% do potássio, nutriente de fundamental importância para o desenvolvimento dos

frutos, translocação de metais, balanço iônico e ativação enzimática, os quais são

responsáveis pela boa qualidade dos produtos e alta produtividade, são importados na

forma de KCl, sobretudo de países como Canadá e Rússia. Esta dependência de

importações é indesejável do ponto de vista estratégico, pois desfavorece a balança

comercial brasileira, além de contribuir para reduzir a competitividade da exploração

agropecuária do país.

Grande parte dos minerais que possuem o K em sua composição é insolúvel em água, a

exemplo dos silicatos, o que dificulta a liberação deste elemento para o solo. Os

feldspatos alcalinos, os feldspatóides e algumas micas são tidos como potenciais fontes

alternativas de K na fabricação de fertilizantes na forma de sais, de termofosfatos ou, até

mesmo, na aplicação direta no solo. Uma série de estudos realizados, com o intuito de

verificar a melhor forma de quebrar as estruturas dos minerais portadores do referido

elemento, abarcando processos físicos e químicos de tratamento de rochas com altos

teores de K, apontam uma inviabilidade econômica, devido aos custos envolvidos em

tais processos, seja pela demora na disponibilização deste nutriente para as plantas, seja

pelo elevado gasto energético envolvido no processamento das rochas ou, ainda, pela

baixa competitividade em relação ao KCl. Weed et.al.(1969 apud Lopes-Assad, op.cit.)

aponta que diversos grupos de organismos, como as bactérias, fungos e actinomicetos,

possuem a capacidade de solubilizar o potássio contido nos minerais silicatados, por

meio de sua decomposição, onde, nesse processo de biodissolução, estão envolvidos

Page 114: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

102

dois tipos de mecanismos, o primeiro contando com a produção de ácidos orgânicos e

inorgânicos, e o segundo com as relações de quelação e trocas iônicas (Nahas et

al.,1990 apud Lopes-Assad, op.cit.).

Os flogopititos produzidos nas regiões de Carnaíba-Pindobaçu e Socotó-Campo

Formoso, nas áreas de garimpo, se apresentam como rochas com grande potencial para

fornecimento de K para agroindústria, devido aos altos teores desse elemento em sua

composição. Este fato ficou comprovado na caracterização geoquímica realizada no

presente trabalho e é corroborada por levantamentos feitos em estudos pretéritos. A

Tabela 6.1 mostra os resultados analíticos obtidos para alguns dos elementos maiores

nos flogopititos das regiões supracitadas.

SiO2 Al2O3 MgO P2O5 K2O Na2O

% % % % % %

LN-001A 43 12,1 25,7 0,057 9,03 0,211

LN-002A 49,3 8,04 26 <0,01 5,61 0,193

LN-004A 41,4 14,9 22,6 0,13 10 0,169

LN-005B 42,1 14,5 23,2 0,175 9,86 0,215

LN-006B 42 14 22,6 0,031 9,52 0,276

LN-008B 42,4 14,5 21,8 0,073 9,7 0,205

LN-009C 42 14,7 22 0,055 9,66 0,243

LN-010B 42,3 16,2 19 0,159 9,83 0,192

LN-011A 42,9 23,8 12,1 0,093 10,2 0,361

LN-011B 43,1 16,7 19,9 0,103 10,2 0,244

LN-012A 40 17,5 18,3 0,735 10,1 0,182

LN-014B 41 15,3 20,2 0,357 9,51 0,316

LN-015A 40,9 16 20 0,481 9,36 0,42

LN-016B 41,3 17 14,6 0,463 9,19 0,646

LN-017B 45,8 12,3 21,6 0,049 8,14 0,109

LN-018B 45,7 11,7 17,8 0,06 5,31 0,667

LN-019A 49,1 9,87 18,2 0,021 6,02 0,167

LN-019B 48,9 8,6 19 0,054 4,44 0,329

LN-020B 41 15 16,6 0,098 8,38 0,296

LN-020C 41,9 12,6 17,4 0,055 7,11 0,201

LN-021A 39,8 16,8 19,3 0,014 9,44 0,098

LN-022B 42 16,9 18,7 0,685 10,2 0,194

LN-023A 39,5 17 16,7 0,037 9,51 0,099

LN-024B 42,8 14 23,8 0,024 9,94 0,3142,93 14,58 19,88 0,17 8,76 0,26

CARN

AÍBA

TEOR MÉDIO

Tabela 6.1 - Resultados Analíticos para os elementos maiores nos flogopititos de Carnaíba e Socotó

SOCO

Local Amostra

LN-027B 45,9 10,6 22 0,018 7,43 0,2

LN-028B 41 15 20,5 0,655 9,57 0,101

LN-029B 46 13,9 19,8 0,1 9,17 0,212

LN-029D 40 16,9 16,7 0,213 9,13 0,413

43,23 14,10 19,75 0,25 8,83 0,23TEOR MÉDIO

SOCO

Page 115: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

103

Os resultados obtidos revelam que as variações de potássio estão entre 4,44 e 10,2%,

com uma média de 8,76% para os flogopititos de Carnaíba e entre 7,43 e 9,57%, com

uma média de 8,83% para os de Socotó, valores muito consistentes, visto a amplitude da

amostragem e a semelhança com os teores de 8% de K2O obtido por Silva (2009), que

estudou o aproveitamento do flogopitito, baseado em uma amostra coletada no garimpo

do Paulo, em Carnaíba e o teor de 6,5% adquirido por Da Silva et al. (2006) para os

flogopititos de Campo Formoso. Vale também destacar os valores de magnésio, os

quais apresentaram variações entre 12,1 e 26% e uma média de 19,88% para os

flogopititos de Carnaíba e oscilações de 16,7 a 22%, com uma média de 19,75% em

Socotó.

No trabalho de Silva (op.cit.), ela estudou a cinética de liberação do potássio,

empregando soluções ácidas (ácido nítrico, cítrico, oxálico, sulfúrico e solução

Mehlich-1) e salinas (cloretos de sódio, de amônio, de cálcio, de ferro, de magnésio e

tetrafenilborato de sódio). Foi verificado que o ácido sulfúrico, por apresentar uma alta

constante de dissociação, foi o melhor agente extrator de K+ na flogopita. Já com

relação às soluções salinas, constatou que o tetrafenilborato de sódio foi o mais

eficiente. Para os ácidos nítrico, cítrico e oxálico, num tempo máximo de 168 horas em

que estas reações de troca iônica foram submetidas, obteve-se um teor de extração de

1%, enquanto que na literatura, a referida autora informa que, num tempo reacional de

3.409 horas, a extração máxima de K+ chega a 2,1%. Tendo em vista que a flogopita é

um mineral estruturalmente pouco flexível, a autora supracitada buscou modificar a sua

estrutura por meio de calcinação seguida de quenching, e os resultados de troca iônica

evidenciaram que houve algum tipo de modificação estrutural, pois os íons de K+

tornaram-se mais acessíveis aos extratores aplicados no seu estudo, donde, após o

quenching, foi possível a extração de um teor máximo de 5% de íons de potássio,

quando aplicada a solução de H2SO4 3,5mol/L. Este mesmo teor de 5% também foi

obtido na aplicação do Na[B(C6H5)4]. Com isto, Silva (op.cit.) concluiu que o

flogopitito não deve ser utilizado como fertilizante em culturas de curto ciclo, somente

em culturas que demandem o K+ em longo prazo, como, por exemplo, em culturas

perenes.

Da Silva (op.cit.) realizou seus estudos utilizando amostras do flogopitito de Socotó,

verificando a eficácia dessa rocha moída (<0,3mm) no cultivo do feijão. O autor

Page 116: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

104

realizou o experimento utilizando vasos plásticos com 6 litros de capacidade, onde

aplicou uma camada de 0-20 cm de Latossolo Vermelho Amarelo distrófico, de textura

arenosa, proveniente de cerrado natural, com o devido controle de suas características

químicas, corrigido com calcário calcítico, umedecido e deixado em repouso por 30

dias. O experimento foi casualizado com sete tratamentos e quatro repetições, utilizando

como fontes de potássio o KCl e o pó de flogopitito. A dose de potássio aplicada em

semeadura foi de 80 kg.ha-1, sendo fracionada no seguinte esquema: T1 (0% KCl, 0%

flogopitito), T2 (0% KCl, 100% flogopitito), T3 (20% KCl, 80% flogopitito), T4 (40%

KCl, 60% flogopitito), T5 (60% KCl, 40% flogopitito), T6 (80% KCl, 20% flogopitito)

e T7 (100% KCl, 0% flogopitito). Em todos os tratamentos foi realizada a aplicação na

semeadura de 200 kg.ha-1 de fósforo, mais 60 kg.ha-1 de nitrogênio, sendo 30 kg.ha-1 na

semeadura e o restante vinte dias após a emergência. As variáveis analisadas foram:

biomassa fresca da parte aérea, biomassa seca da parte aérea, biomassa fresca do

sistema radicular, biomassa seca do sistema radicular, comprimento do sistema

radicular, altura de planta, área foliar e diâmetro do caule. Ao fim do experimento, o

referido autor concluiu que os tratamentos da relação KCl/flogopitito nos T5, T6 e T7

demonstraram indicadores de produção semelhantes e que o uso dos flogopititos na

proporção de 40 e 20% associado ao KCl demonstrou ser eficiente.

Alternativamente, Lopes-Assad (op.cit.) avaliou a eficiência da ação do fungo

Aspergillus niger na solubilização de duas rochas (ultramáficas alcalina-Lages/SC e

flogopititos-Carnaíba/BA) para a liberação do potássio, via processo biotecnológico. O

experimento in vitro foi conduzido em Erlenmeyers de 250 ml, com 50 ml de meio de

cultura, em três tratamentos, com três repetições, envolvendo fungo + meio de cultura,

pó de rocha + meio de cultura, fungo + pó de rocha + meio de cultura. Os resultados

obtidos levaram-na a conclusão de que a acidificação promovida pelo Aspergillus niger

aumentou a taxa de solubilização de K contido em minerais das rochas estudadas e que

ao final de 21 dias o total de potássio solubilizado foi maior no tratamento do fungo

com a rocha ultramáficas alcalina (1,52 cmolc/dm3) do que com o flogopitito (0,52

cmolc/dm3). Houve oscilação do pH ao longo do tempo com aumento de acidez e

consequente aumento da taxa de solubilização de K no tratamento com o flogopitito e

A.niger, enquanto que no tratamento de ultramáficas alcalina com A. niger a tendência

foi de diminuição da velocidade de solubilização de K. Assim, o processo de

Page 117: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

105

solubilização de minerais a partir da ação de microrganismos, especialmente A.niger,

tem grande potencial, pois é de baixo custo e de alta eficiência.

Diante do exposto, os flogopititos apresentam-se como um material desfavorável para

utilização em culturas de curto ciclo que necessitam da rápida e elevada liberação de

potássio para o seu aproveitamento como nutriente. Entretanto, em se tratando de

culturas agrícolas de longo ciclo, a utilização das referidas rochas tornam-se potenciais

fontes de potássio, uma vez que a sua lenta liberação do K favorece a absorção para esse

tipo de cultura. Somado a isso, tem-se como grande vantagem o fato do material

rochoso já se encontrar extraído e disponível em grande quantidade (Fotos 03 e 04),

pois se tratam de rejeitos de garimpos que estão em atividades a mais de quarenta anos,

reduzindo assim os custos que teriam com a lavra e mitigando o impacto ambiental

decorrente do empilhamento de “estéril” nas imediações das áreas de garimpo.

Foto 03: Pilha de rejeito (flogopititos) decorrente da extração

de esmeralda nos garimpos de Carnaíba-Pindobaçu.

Foto 04: Pilha de rejeito (flogopititos) decorrente da extração

de esmeralda nos garimpos de Socotó-Campo Formoso.

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106

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O levantamento das características petrográficas, geoquímicas e metalogenéticas

realizado neste trabalho, permite fazer as seguintes afirmativas sobre os flogopititos das

regiões de Carnaíba e Socotó:

Quanto à Petrografia:

Os flogopititos são rochas constituídas por 70 a mais de 90% de

flogopita, apresentam textura lepidoblástica (marcada pela orientação das

micas) à nematolepidoblástica (quando presente os anfibólios), contendo

quantidades variáveis de anfibólio (antofilita e/ou hornblenda), talco,

serpentinita (antigorita), piroxênio (augita), quartzo, plagioclásio, clorita,

dolomita, fluorita, apatita, turmalina e berilo, ocorrendo como acessórios

a titanita, o espinélio e o zircão, além de minerais opacos;

A Difratometria de Raios-X realizada para as amostras de flogopitito

LN-001C e LN-023A, confirmou a predominância da mica flogopita

(KMg3(Al,Si3)O10(OH,F)2 e apontou vestígios de anfibólio;

Os serpentinitos, encaixantes dos flogopititos, são rochas constituídas

por 60 a 85% de serpentinita (antigorita), contendo, subordinadamente,

talco, quartzo, plagioclásio, flogopita/clorita e dolomita, além de opacos,

fluorita, espinélio e titanita, ocorrendo como acessórios. A amostra LN-

015C, classificada em campo como um serpentinito, em lâmina

demonstrou se tratar, na verdade, de um anfibolito, apresentando

características petrográficas totalmente diferente das demais amostras.

Quanto à Geoquímica:

Na análise para os elementos traço, ficou caracterizado o aporte dos

elementos Ba, Be, Li, Sc, Sr em ambas as áreas contempladas e uma

depleção para os elementos Co, Cr, Ni e V;

Page 119: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

107

Houve um aporte significativo, ao ponto de configurar depósitos

minerais de interesse econômico, do elemento Mo, o qual se apresentou

restrito ao distrito de Carnaíba, não ocorrendo no distrito de Socotó;

Ainda para os elementos traço, foi notado um aporte de grande

magnitude para os elementos F, Cs e Rb, em ambas as áreas de trabalho,

porém com uma maior expressividade no distrito de Carnaíba;

Na análise dos elementos maiores, constatou-se um aporte para os

elementos Al2O3, Fe2O3, FeO, K2O, TiO2 e P205 e uma depleção dos

elementos MgO, CaO e Na2O, tanto em Carnaíba quanto em Socotó;

Para a análise dos elementos escassos Au, Pd e Pt, a maioria das

amostras apresentou teores abaixo do limite de detecção do método

empregado, contudo as amostras LN-009C, LN-015A e LN-020C

apresentaram teores de Au acima do valor de background deste elemento

para as rochas ultramáficas, mas não chegou a configurar anomalias de

grande expressão;

A amostra LN-015C, classificada em campo como um serpentinito,

apresentou características geoquímicas bastante destoantes das demais

amostras e, com o auxílio da petrografia, foi reclassificada como um

anfibolito e excluída das estatísticas dos valores médios apresentadas no

final do capítulo referente à Geoquímica.

Quanto à Metalogênese:

Foi verificado que a interação entre os fluidos pegmatíticos e as rochas

ultramáficas, em ambas as áreas de estudo, foi de fundamental

importância para as mineralizações;

Page 120: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

108

No caso da esmeralda, o aporte de berílio foi potencializado pelas rochas

encaixantes, de modo que os flogopititos se demonstraram ótimas

armadilhas geoquímicas;

Do mesmo modo, porém restrito ao distrito de Carnaíba, o molibdênio

também apresentou mineralizações decorrentes da eficácia dessas rochas

no “trapeamento” deste elemento;

A análise preliminar da possibilidade do aproveitamento dos flogopititos

como fonte de potássio para agroindústria apontou que, apesar dos teores

de K serem bastante expressivos nessas rochas, a estrutura do mineral

não permite a sua liberação em tempo hábil para a assimilação em

culturas de curto ciclo, entretanto esse material se apresenta como uma

boa alternativa para as culturas de longo ciclo, uma vez que a sua lenta

liberação do referido nutriente pode ser favorável nesse tipo de cultivo,

somado ao fato de que o material rochoso já se encontra extraído,

abrandando, assim, o ônus de sua extração e ajudando a mitigar o

problema ambiental decorrente do empilhamento dos flogopititos, tidos

como rejeito nas vias de garimpo.

Page 121: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

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Page 125: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

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9 ANEXOS

Page 126: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

Ag Al As Ba Be Bi Ca Cd Co Cr Cu Fe K La Li Mg Mn Mo Na Ni P Pb Sb Sc Sn Sr Ti Tl V W Y Zn Zrppm % ppm ppm ppm ppm % ppm ppm ppm ppm % % ppm ppm % % ppm % ppm % ppm ppm ppm ppm ppm % ppm ppm ppm ppm ppm ppm

LN-001A flogopitito <3 5,68 <10 80 82 <20 0,08 <3 56 1229 <3 4 4,63 <20 1508 14,42 0,1 133 0,17 828 0,02 <8 <10 7 <20 29 0,07 <20 51 <20 <3 310 5LN-001C flogopitito <3 5,07 <10 45 19 <20 1,41 <3 67 1555 <3 5,12 3,77 <20 1158 14,24 0,09 148 0,29 880 <0,01 8 <10 12 <20 22 0,09 <20 70 <20 3 186 9LN-002A flogopitito <3 4,1 <10 47 12 21 0,26 <3 78 1116 5 4,56 3 <20 703 >15 0,09 52 0,2 1144 <0,01 <8 <10 5 <20 18 0,06 <20 63 <20 <3 135 5LN-002C flogopitito <3 6,64 <10 83 10 <20 0,06 <3 63 1000 <3 4,66 6,73 <20 1912 14,1 0,11 16 0,26 942 0,01 <8 <10 7 <20 28 0,07 <20 66 <20 <3 357 8LN-003A flogopitito talcificado <3 3,02 <10 94 16 87 0,45 <3 44 710 4 3,6 2,96 <20 730 10,44 0,07 4 0,09 468 <0,01 8 <10 16 <20 10 0,1 <20 78 <20 5 241 12LN-003B flogopitito talcificado <3 4,93 <10 166 20 71 0,07 <3 47 909 <3 4,64 5,16 <20 1108 14,46 0,07 <3 0,18 393 0,03 <8 <10 24 <20 16 0,19 <20 127 <20 <3 243 31LN-003C flogopitito talcificado <3 3,32 <10 111 7 <20 0,01 <3 34 723 <3 3,9 3,04 <20 689 >15 0,04 10 0,11 310 <0,01 <8 <10 20 <20 10 0,15 <20 102 <20 <3 171 20LN-003D flogopitito <3 2,94 <10 46 4 <20 0,36 <3 60 812 33 4,2 1,47 <20 269 >15 0,05 <3 0,05 781 <0,01 <8 <10 16 <20 6 0,11 <20 84 <20 <3 106 9LN-004A flogopitito <3 7,28 <10 131 13 <20 0,13 <3 57 899 <3 5,07 5,57 <20 1172 13,24 0,13 18 0,16 617 0,05 <8 <10 12 <20 20 0,1 <20 64 <20 <3 295 7LN-005A flogopitito <3 6,46 <10 33 7 <20 0,13 <3 69 975 <3 4,44 7,31 <20 844 14,31 0,06 225 0,2 994 0,02 <8 <10 9 <20 24 0,08 <20 44 <20 <3 171 8LN-005B flogopitito <3 6,97 <10 80 9 <20 0,21 <3 58 808 <3 4,41 6,76 <20 1268 13,45 0,08 35 0,19 1001 0,08 <8 <10 7 <20 19 0,09 <20 54 <20 <3 162 6LN-006B flogopitito <3 6,66 <10 86 15 <20 0,2 <3 66 1179 <3 5,16 6,04 <20 2083 12,95 0,09 <3 0,24 887 0,02 <8 <10 8 <20 29 0,17 <20 86 <20 <3 302 4LN-007B flogopitito <3 7,26 <10 76 25 <20 0,1 <3 64 1041 <3 5,18 7,13 <20 2179 12,59 0,17 154 0,22 907 0,04 <8 <10 9 <20 35 0,15 <20 73 <20 <3 380 10LN-008A flogopitito talcificado <3 1,64 <10 34 12 <20 0,15 <3 70 1631 <3 3,78 2,03 <20 632 >15 0,08 26 0,1 1021 <0,01 <8 <10 6 <20 8 0,05 <20 36 <20 <3 244 3LN-008B flogopitito <3 7,07 <10 137 13 <20 0,08 <3 71 1137 <3 5,12 7 <20 1755 12,75 0,16 49 0,21 930 0,03 <8 <10 8 <20 28 0,09 <20 62 <20 <3 517 13LN-009A flogopitito <3 6,59 <10 516 10 <20 0,08 <3 101 1030 <3 6,22 5,76 <20 1789 11,87 0,07 <3 0,18 715 0,03 <8 <10 13 <20 27 0,23 <20 120 <20 5 287 28LN-009C flogopitito <3 6,76 <10 350 100 <20 0,06 <3 64 1095 <3 5,45 6,64 <20 2257 12,58 0,1 <3 0,18 848 0,02 <8 <10 7 <20 31 0,09 <20 68 <20 <3 424 7LN-010B flogopitito <3 7,71 <10 157 12 <20 0,16 <3 64 915 <3 5,86 6,75 <20 2421 10,95 0,23 722 0,16 648 0,07 <8 <10 9 <20 32 0,29 <20 75 <20 <3 670 23LN-011A flogopitito <3 >10 <10 56 17 <20 0,09 <3 41 585 3 4,86 6,52 <20 3048 7,02 0,26 <3 0,31 457 0,04 14 <10 7 <20 36 0,11 <20 73 <20 <3 650 7LN-011B flogopitito talcificado <3 7,61 <10 23 5 <20 0,1 <3 61 1016 8 4,44 5,5 <20 4025 11,25 0,3 <3 0,21 846 0,05 38 <10 6 <20 38 0,06 <20 45 <20 <3 867 4LN-012A flogopitito <3 8,25 <10 264 19 <20 0,7 <3 48 929 3 6,04 5,15 <20 1445 10,51 0,27 3 0,17 719 0,29 8 <10 9 <20 23 0,21 <20 72 <20 7 577 10LN-013A flogopitito <3 7,34 <10 126 11 <20 0,28 <3 39 580 <3 4,73 4,78 <20 1316 11,54 0,2 15 0,22 701 0,1 <8 <10 6 <20 27 0,11 <20 38 <20 <3 552 7LN-013B flogopitito <3 8,03 <10 176 14 <20 0,37 <3 59 1112 <3 5,97 6,05 <20 1429 11,36 0,22 <3 0,17 720 0,17 <8 <10 14 <20 21 0,22 <20 70 <20 5 541 14LN-014A flogopitito <3 6,93 <10 282 16 <20 0,14 <3 57 1163 <3 5,78 6,22 <20 1766 11,84 0,17 30 0,27 862 0,04 <8 <10 9 <20 24 0,2 <20 79 <20 <3 405 5LN-014B flogopitito <3 6,93 <10 295 10 <20 0,33 <3 57 916 <3 5,96 6,59 <20 1641 11,11 0,18 <3 0,2 787 0,15 <8 <10 10 <20 23 0,25 <20 95 <20 4 419 8LN-015A flogopitito <3 7,8 <10 510 14 42 0,48 <3 59 1053 <3 6,63 5,53 <20 2016 11,99 0,15 18 0,36 703 0,2 <8 <10 9 <20 37 0,21 <20 93 <20 5 346 8LN-015B flogopitito <3 7,94 <10 432 20 <20 0,41 <3 54 572 <3 5,55 5,08 <20 1823 11,22 0,18 38 0,7 672 0,08 <8 <10 7 <20 80 0,12 <20 78 <20 <3 405 22LN-016A flogopitito <3 8,23 <10 376 26 <20 0,62 <3 67 473 5 8,23 6,49 <20 1646 7,75 0,34 <3 0,67 275 0,14 10 <10 24 <20 52 0,39 <20 115 <20 8 585 56LN-016B flogopitito <3 8,02 <10 411 18 <20 0,84 <3 71 456 213 8,93 6,76 <20 1953 8,42 0,26 <3 0,5 317 0,19 <8 <10 36 <20 54 0,43 <20 167 <20 12 370 44LN-017A flogopitito <3 6,72 <10 193 9 <20 1,27 <3 58 994 <3 5,65 6,05 <20 1441 11,63 0,12 <3 0,14 653 0,1 <8 <10 14 <20 15 0,18 <20 88 <20 8 320 22LN-017B flogopitito <3 6,06 <10 169 16 <20 0,89 <3 61 1238 <3 5,99 5,53 <20 939 12,77 0,1 57 0,15 713 0,02 <8 <10 16 <20 13 0,15 <20 89 <20 4 190 23LN-018A flogopitito <3 7,79 <10 577 13 <20 0,66 <3 73 985 <3 8,4 5,88 32 1197 11,03 0,09 136 0,41 402 0,17 <8 <10 22 <20 34 0,58 <20 198 <20 6 183 67LN-018B flogopitito talcificado <3 6,58 <10 299 7 <20 1,61 <3 60 1077 <3 7,33 4,28 <20 729 11,16 0,11 30 0,61 387 0,03 <8 <10 23 <20 46 0,23 <20 153 <20 8 111 33LN-018C flogopitito <3 3,71 <10 132 9 <20 3,06 <3 61 1090 <3 6,18 2,7 <20 525 12,27 0,15 6 0,18 468 <0,01 <8 <10 24 <20 11 0,16 <20 127 <20 7 94 18LN-019A flogopitito talcificado <3 4,82 <10 220 18 <20 2,59 <3 60 859 10 6,18 4,34 <20 1015 10,5 0,13 11 0,21 396 0,02 <8 <10 29 <20 21 0,19 <20 153 <20 10 146 27LN-019B flogopitito <3 4,82 <10 204 12 <20 3,23 <3 60 837 <3 6,85 3,62 <20 699 11,7 0,19 52 0,31 409 0,03 9 <10 23 <20 14 0,17 <20 152 <20 8 181 25LN-020A flogopitito <3 7,77 <10 347 7 <20 0,12 <3 68 755 <3 8,24 6,08 <20 782 11,41 0,09 <3 0,17 638 0,05 <8 <10 14 <20 13 0,31 <20 139 <20 4 115 102LN-020B flogopitito <3 7,4 <10 495 5 <20 0,31 <3 64 985 <3 8,71 4,97 <20 770 9,27 0,09 <3 0,28 585 0,04 <8 <10 13 <20 13 0,27 <20 144 <20 6 105 47LN-020C flogopitito talcificado <3 6,82 <10 438 <3 <20 1,76 <3 62 1329 <3 9,18 5,46 <20 679 10,46 0,13 <3 0,24 600 0,03 <8 <10 20 <20 13 0,23 <20 130 <20 8 107 54LN-021A flogopitito <3 8,04 <10 369 20 <20 0,03 <3 60 1476 4 7,93 5,73 <20 798 11,19 0,14 <3 0,16 732 0,01 13 <10 7 <20 16 0,26 <20 138 <20 <3 359 6LN-022A flogopitito <3 7,75 <10 59 33 <20 0,57 <3 50 658 4 4,35 6,78 <20 1613 13,68 0,15 <3 0,06 859 0,25 <8 <10 7 <20 29 0,06 <20 43 <20 5 460 5LN-022B flogopitito <3 8,05 <10 104 79 <20 0,6 <3 43 1194 9 5,18 6,92 <20 2695 10,96 0,28 <3 0,21 672 0,27 <8 <10 8 <20 24 0,12 <20 46 <20 7 832 21LN-022D flogopitito <3 7,66 <10 49 10 <20 0,08 <3 54 2025 <3 4,58 6,45 <20 2660 12,92 0,18 6 0,15 988 0,03 <8 <10 6 <20 24 0,06 <20 45 <20 <3 883 7LN-023A flogopitito <3 8,77 <10 675 10 <20 0,02 <3 58 1006 <3 8,73 5,74 55 1321 9,82 0,13 <3 0,16 384 0,01 <8 <10 20 <20 20 0,55 <20 170 <20 7 176 20LN-023B flogopitito <3 8,44 <10 50 24 <20 1,28 <3 50 974 3 4,86 4,84 <20 2159 11,27 0,18 14 0,65 757 0,45 10 <10 6 <20 101 0,07 <20 41 <20 5 529 9LN-024A flogopitito <3 5,34 <10 54 32 199 0,54 <3 49 513 <3 3,6 6,53 <20 1386 11,82 0,14 <3 0,06 831 0,25 <8 <10 5 <20 24 0,05 <20 40 <20 4 457 6LN-024B flogopitito <3 6,73 <10 200 99 <20 0,07 <3 65 1303 <3 4,46 6,8 <20 1675 13,86 0,1 <3 0,28 1002 0,02 <8 <10 8 <20 23 0,08 <20 47 <20 <3 340 25LN-025A flogopitito <3 7,64 <10 168 25 <20 0,29 <3 61 1445 5 5,77 6,24 <20 1551 12,49 0,21 <3 0,17 776 0,13 <8 <10 8 <20 24 0,12 <20 53 <20 4 503 14LN-025B flogopitito <3 7,96 <10 820 33 <20 0,37 <3 84 99 <3 9,63 6,4 31 2045 8,39 0,14 <3 0,33 364 0,06 <8 <10 24 <20 39 0,61 <20 197 <20 10 215 34

Tabela 01 - Resultados Analíticos dos Flogopititos de Carnaíba - Pindobaçu

Sample ID Tipo de RochaPlasma ICP - Digestão Multiácida

Page 127: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

SiO2 Al2O3 Fe2O3 MgO CaO TiO2 P2O5 MnO K2O Na2O K2O FeO F Ba Cl Cs Ga Hf Nb Rb S Sc Sn Sr Ta Th U V Y Zr W La Ce Nd Sm Eu Gd Dy Ho Er Yb Lu% % % % % % % % % % % % ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm

LN-001A flogopitito 43 12,1 6,63 25,7 0,1 0,13 0,057 0,14 9,03 0,211 >1 1,42 46371 41 104 >200 30 <50 <10 2101 258 <10 40 <10 14 <10 <10 54 19 <10 10 2,7 4 1,5 0,3 <0,05 <0,05 0,08 <0,05 0,12 0,1 0,21LN-002A flogopitito 49,3 8,04 6,93 26 0,4 0,08 <0,01 0,11 5,61 0,193 >1 0,71 22326 <10 <20 >200 23 <50 19 1481 236 <10 <10 <10 37 <10 <10 63 <10 <10 <10 <0,1 1,5 <0,1 <0,1 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,1 0,13LN-003A flogopitito talcificado 63,6 5,95 5,56 17,3 0,69 0,18 0,013 0,09 3,57 0,124 >1 2,19 16189 38 37 >200 17 <50 <10 957 83 15 <10 <10 <10 <10 <10 94 <10 <10 <10 0,6 2,1 0,4 <0,1 <0,05 0,19 0,48 <0,05 0,18 0,5 0,13LN-004A flogopitito 41,4 14,9 7,95 22,6 0,18 0,16 0,13 0,18 10 0,169 >1 2,64 34749 98 84 >200 29 <50 51 1715 <50 11 38 <10 38 <10 <10 72 <10 <10 <10 4,3 3,9 3,4 0,4 0,08 0,36 0,38 0,12 0,13 <0,1 0,08LN-005B flogopitito 42,1 14,5 6,97 23,2 0,33 0,14 0,175 0,1 9,86 0,215 >1 1,58 37621 35 97 >200 33 <50 40 1489 <50 10 <10 <10 30 <10 <10 62 18 <10 <10 2,4 2,2 0,8 0,5 <0,05 0,28 0,39 0,14 0,29 0,2 0,1LN-006B flogopitito 42 14 8,16 22,6 0,29 0,28 0,031 0,12 9,52 0,276 >1 2,78 32508 48 140 >200 29 <50 11 2006 <50 <10 <10 <10 16 <10 <10 101 <10 <10 <10 1,7 2,6 1,6 0,5 0,06 0,36 0,29 0,17 0,25 0,2 0,12LN-008B flogopitito 42,4 14,5 7,95 21,8 0,11 0,15 0,073 0,21 9,7 0,205 >1 2,57 32563 106 73 >200 32 <50 23 2098 <50 11 <10 <10 46 <10 <10 72 12 <10 <10 0,5 1,4 2 0,5 <0,05 0,4 0,38 0,16 0,31 0,2 0,09LN-009C flogopitito 42 14,7 8,72 22 0,07 0,17 0,055 0,14 9,66 0,243 >1 3 42090 363 91 >200 29 <50 28 1886 <50 15 <10 <10 32 <10 <10 76 <10 <10 <10 5,1 3,1 3 0,3 <0,05 0,29 0,24 0,07 0,1 0,1 <0,05LN-010B flogopitito 42,3 16,2 9,37 19 0,31 0,17 0,159 0,31 9,83 0,192 >1 3,12 41248 110 <20 >200 39 <50 80 2285 530 <10 <10 <10 60 <10 <10 93 <10 <10 <10 4,9 5,2 3,6 0,6 0,19 0,48 0,63 0,16 0,31 0,3 0,2LN-011A flogopitito 42,9 23,8 7,75 12,1 0,12 0,17 0,093 0,35 10,2 0,361 >1 1,85 35854 34 50 >200 61 <50 202 2368 <50 <10 18 <10 145 <10 <10 77 <10 <10 <10 0,9 1,6 54,5 0,2 <0,05 0,13 0,95 0,07 0,18 0,1 0,08LN-011B flogopitito talcificado 43,1 16,7 7,21 19,9 0,13 0,17 0,103 0,41 10,2 0,244 >1 1,44 52493 <10 58 >200 36 <50 81 2941 <50 14 54 <10 80 <10 <10 54 10 <10 <10 2 2,5 9,4 0,3 <0,05 0,23 0,24 0,07 0,14 <0,1 0,07LN-012A flogopitito 40 17,5 9,59 18,3 1,08 0,17 0,735 0,37 10,1 0,182 >1 1,7 31579 192 91 >200 39 <50 134 1334 <50 10 32 <10 132 <10 <10 94 28 <10 <10 2,7 3,9 5,1 0,6 0,05 0,79 0,94 0,22 0,61 0,6 0,09LN-014B flogopitito 41 15,3 10 20,2 0,51 0,17 0,357 0,26 9,51 0,316 >1 4,21 33627 269 198 >200 32 <50 93 1495 <50 14 <10 <10 99 <10 <10 110 <10 <10 <10 1,9 2,1 2 0,2 <0,05 0,31 0,38 0,07 0,26 0,2 <0,05LN-015A flogopitito 40,9 16 10 20 2,45 0,17 0,481 0,19 9,36 0,42 >1 3,57 31276 455 173 >200 32 <50 125 1391 <50 <10 <10 <10 104 <10 <10 118 25 <10 <10 1,8 2,4 1,4 0,4 <0,05 0,35 0,41 0,14 0,32 0,3 0,11LN-016B flogopitito 41,3 17 14,2 14,6 0,94 0,17 0,463 0,35 9,19 0,646 >1 7,3 31035 405 124 >200 29 <50 21 1293 293 36 <10 <10 <10 <10 <10 194 27 25 <10 8,6 16,2 8,2 2 0,34 2,43 2,07 0,49 1,22 1,2 0,31LN-017B flogopitito 45,8 12,3 9,15 21,6 1,34 0,17 0,049 0,13 8,14 0,109 >1 4,09 20559 139 71 >200 24 <50 17 975 50 18 <10 <10 28 <10 <10 108 11 <10 <10 9 4,2 1,6 0,5 <0,05 0,65 0,62 0,23 0,5 0,5 0,21LN-018B flogopitito talcificado 45,7 11,7 10,8 17,8 2,26 0,17 0,06 0,13 5,31 0,667 >1 5,96 4618 247 90 >200 22 <50 23 448 <50 24 <10 33 31 <10 <10 170 <10 30 <10 7,1 7,9 4,5 2,1 1,25 2,17 2,24 1,16 1,33 1,5 0,9LN-019A flogopitito talcificado 49,1 9,87 9,66 18,2 3,97 0,17 0,021 0,18 6,02 0,167 >1 4,22 16889 197 63 >200 23 <50 <10 818 267 29 <10 <10 <10 <10 <10 172 <10 15 13 6,8 8,8 4,6 1 0,49 1,45 1,76 0,61 1,39 1,3 0,38LN-019B flogopitito 48,9 8,6 10,2 19 4,85 0,17 0,054 0,24 4,44 0,329 >1 4,11 9849 174 <20 >200 21 <50 16 560 <50 20 <10 <10 <10 <10 <10 151 <10 18 <10 4,2 5,2 2,4 0,8 0,21 0,91 1,19 0,28 0,64 0,7 0,14LN-020B flogopitito 41 15 14,5 16,6 0,48 0,17 0,098 0,12 8,38 0,296 >1 10,59 2022 500 167 >200 26 <50 23 364 62 20 <10 <10 <10 <10 <10 175 14 80 15 13,9 26 37,5 1,7 0,19 1,66 1,37 0,3 0,68 0,9 0,28LN-020C flogopitito talcificado 41,9 12,6 13,9 17,4 2,61 0,17 0,055 0,16 7,11 0,201 >1 9,25 891 410 178 >200 24 <50 <10 257 <50 23 <10 <10 13 <10 <10 135 <10 47 <10 1,8 2,8 7,7 0,5 <0,05 0,54 0,77 0,33 0,92 1,2 0,41LN-021A flogopitito 39,8 16,8 12,3 19,3 0,03 0,17 0,014 0,19 9,44 0,098 >1 5,58 9275 366 325 >200 38 <50 223 1116 <50 <10 <10 <10 173 <10 <10 163 12 <10 <10 0,6 1,1 3,6 0,2 <0,05 0,13 0,13 0,08 0,11 0,1 0,16LN-022B flogopitito 42 16,9 8,07 18,7 0,92 0,17 0,685 0,37 10,2 0,194 >1 1,56 24496 45 65 >200 37 <50 148 1656 <50 15 34 <10 70 <10 <10 50 15 <10 <10 4 5 3,1 0,6 0,08 0,81 0,84 0,24 0,6 0,7 0,21LN-023A flogopitito 39,5 17 13,6 16,7 <0,01 0,17 0,037 0,16 9,51 0,099 >1 6,35 10726 723 88 >200 27 <50 12 655 <50 22 <10 <10 10 <10 <10 209 10 <10 <10 43,7 54,6 17,3 2,3 0,21 1,87 1,45 0,33 0,7 0,5 0,17LN-024B flogopitito 42,8 14 6,94 23,8 0,08 0,17 0,024 0,14 9,94 0,31 >1 1,56 49128 149 <20 >200 27 <50 25 1414 <50 <10 <10 <10 19 <10 <10 55 <10 <10 <10 9,5 15 5,2 1 0,15 0,65 0,43 0,12 0,24 0,2 0,13

Tabela 02 - Resultados Analíticos dos Flogopititos de Carnaíba - Pindobaçu

Sample ID Tipo de RochaFluorescência de Raios-X Absorção Atômica

Solubilização Total

Método Clássico Titulação

Eletrodo de Ion

EspecificoFluorescência de Raios-X Plasma ICP / Troca Iônica

Page 128: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

Ag Al As Ba Be Bi Ca Cd Co Cr Cu Fe K La Li Mg Mn Mo Na Ni P Pb Sb Sc Sn Sr Ti Tl V W Y Zn Zrppm % ppm ppm ppm ppm % ppm ppm ppm ppm % % ppm ppm % % ppm % ppm % ppm ppm ppm ppm ppm % ppm ppm ppm ppm ppm ppm

LN-001B serpentinito <3 1,78 <10 5 5 <20 0,61 <3 117 2079 52 7,04 0,04 <20 16 >15 0,13 <3 0,07 1478 <0,01 <8 <10 10 <20 6 0,08 <20 67 <20 <3 84 3LN-002B serpentinito <3 1,36 <10 13 7 <20 0,05 <3 72 936 24 4,07 1,82 <20 275 >15 0,05 <3 0,11 1267 <0,01 <8 <10 5 <20 7 0,05 <20 48 <20 <3 131 <3LN-004B serpentinito talcificado <3 1,13 <10 11 7 <20 0,87 <3 83 863 <3 4,63 1,42 <20 154 >15 0,05 <3 0,06 1174 <0,01 <8 <10 7 <20 8 0,05 <20 61 <20 <3 71 <3LN-004C serpentinito talcificado <3 1,31 <10 6 <3 <20 0,5 <3 103 1041 9 6,63 0,01 <20 <3 >15 0,11 <3 0,01 1373 <0,01 <8 <10 9 <20 4 0,06 <20 68 <20 <3 76 <3LN-006A serpentinito <3 2,47 <10 17 <3 <20 1,49 <3 91 1133 9 6,67 0,02 <20 9 >15 0,11 <3 0,03 1195 <0,01 <8 <10 13 <20 22 0,11 <20 85 <20 4 46 <3LN-007A serpentinito talcificado <3 2,08 <10 10 7 <20 1,26 <3 71 982 34 5,2 1,01 <20 120 >15 0,13 47 0,06 1169 <0,01 13 <10 9 <20 16 0,09 <20 76 <20 3 216 7LN-009B serpentinito <3 2,35 <10 8 3 <20 1,38 <3 91 1181 10 6,11 0,3 <20 13 >15 0,09 <3 0,03 1347 <0,01 <8 <10 12 <20 21 0,1 <20 76 <20 4 53 4LN-010A serpentinito talcificado <3 3,07 <10 5 <3 <20 1,9 <3 70 1057 33 6,7 0,16 <20 106 >15 0,09 12 0,03 994 0,01 <8 <10 14 <20 10 0,13 <20 96 <20 4 82 5LN-014C serpentinito <3 1,56 <10 4 3 <20 1,61 <3 107 1193 15 5,84 0,06 <20 26 >15 0,1 <3 0,02 1463 0,01 <8 <10 9 <20 14 0,06 <20 57 <20 <3 66 <3LN-014D serpentinito talcificado <3 1,32 <10 24 6 <20 1,22 <3 76 1014 19 3,87 0,65 <20 88 >15 0,07 <3 0,05 1294 0,01 <8 <10 7 <20 11 0,05 <20 55 <20 <3 118 <3LN-015C serpentinito <3 7,62 <10 53 62 <20 5,17 <3 47 131 68 9,43 0,69 <20 310 4,87 0,14 28 1,98 78 0,06 <8 <10 39 <20 125 0,8 <20 290 <20 27 85 24LN-016C serpentinito <3 1,85 <10 4 3 <20 1,19 <3 99 1367 7 5,67 0,03 <20 14 >15 0,12 <3 0,05 1494 <0,01 <8 <10 11 <20 8 0,08 <20 62 <20 3 109 3LN-021B serpentinito talcificado <3 1,41 <10 43 5 <20 0,38 <3 81 1295 <3 4,06 1,43 <20 138 >15 0,11 8 0,05 1252 <0,01 <8 <10 5 <20 5 0,03 <20 43 <20 <3 210 <3LN-022C serpentinito <3 1,25 <10 7 6 <20 0,94 <3 109 1661 67 5,49 0,68 <20 60 >15 0,11 11 0,03 1463 <0,01 <8 <10 7 <20 5 0,06 <20 70 <20 <3 107 <3LN-024C serpentinito <3 1,57 <10 7 23 <20 1,16 <3 82 1291 <3 5,05 1,55 <20 253 >15 0,15 8 0,07 1300 <0,01 <8 <10 9 <20 8 0,07 <20 63 <20 <3 168 <3

Tabela 03 - Resultados Analíticos dos Serpentinitos de Carnaíba - Pindobaçu

Sample ID Tipo de RochaPlasma ICP - Digestão Multiácida

Page 129: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

SiO2 Al2O3 Fe2O3 MgO CaO TiO2 P2O5 MnO K2O Na2O K2O FeO F Ba Cl Cs Ga Hf Nb Rb S Sc Sn Sr Ta Th U V Y Zr W La Ce Nd Sm Eu Gd Dy Ho Er Yb Lu% % % % % % % % % % % % ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm

LN-001B serpentinito 41 3,42 10,6 35,3 0,92 0,11 0,011 0,17 - 0,025 0,025 5,74 7302 <10 162 <50 16 <50 11 20 1841 19 <10 <10 21 <10 <10 87 <10 21 <10 2,8 3,6 1,3 <0,1 <0,05 <0,05 0,17 <0,05 <0,05 0,1 0,12LN-004B serpentinito talcificado 52,9 2,18 7,17 28,3 1,36 0,07 0,01 0,07 1,6 0,069 >1 1,86 17105 <10 <20 143 13 <50 14 344 494 10 <10 <10 13 <10 <10 66 <10 <10 <10 4,6 4,4 2,3 2,2 1,73 2,24 1,49 1,29 1,32 1,1 0,95LN-004C serpentinito talcificado 39,5 2,24 10,2 35,1 0,73 0,09 0,013 0,15 <0,012 <0,013 <0,012 2,37 472 <10 118 <50 12 <50 <10 13 318 <10 <10 <10 31 <10 <10 83 <10 <10 <10 2,6 4,4 2 0,2 <0,05 0,26 0,36 <0,05 0,09 0,2 0,11LN-009B serpentinito 40,7 4,37 9,87 32,9 2,2 0,17 0,019 0,13 - 0,022 0,032 3,56 783 34 51 <50 15 <50 <10 35 573 26 <10 <10 21 <10 <10 105 <10 33 <10 4,2 5,8 3,4 0,7 0,15 0,61 0,69 0,2 0,46 0,4 0,14LN-014C serpentinito 40,4 3,05 8,96 32,9 2,45 0,09 0,015 0,13 - 0,015 0,053 4,46 3300 <10 125 <50 16 <50 10 30 792 14 10 <10 <10 <10 <10 77 <10 17 <10 2,8 3,1 1,8 0,3 <0,05 0,29 0,41 0,1 0,3 0,3 0,19LN-015C serpentinito 46,7 14,8 14,8 8,36 8,25 1,4 0,146 0,2 - >1 0,81 5,57 5724 64 78 55 21 <50 12 57 359 54 <10 93 <10 <10 <10 341 31 81 <10 5,3 8,7 6,5 2,1 0,64 3,06 3,19 0,72 2,55 2,4 0,48LN-024C serpentinito 46,2 3,34 7,85 30,7 1,78 0,11 0,015 0,2 2,09 0,101 >1 2,99 24143 <10 134 >200 16 <50 11 407 613 <10 <10 <10 <10 <10 <10 75 <10 13 <10 1,5 2,2 0,9 0,2 <0,05 0,18 0,11 0,06 0,13 0,2 0,5

Tabela 04 - Resultados Analíticos dos Serpentinitos de Carnaíba - Pindobaçu

Sample ID Tipo de RochaFluorescência de Raios-X Absorção Atômica

Solubilização Total

Método Clássico Titulação

Eletrodo de Ion

EspecificoFluorescência de Raios-X Plasma ICP / Troca Iônica

Page 130: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

Ag Al As Ba Be Bi Ca Cd Co Cr Cu Fe K La Li Mg Mn Mo Na Ni P Pb Sb Sc Sn Sr Ti Tl V W Y Zn Zrppm % ppm ppm ppm ppm % ppm ppm ppm ppm % % ppm ppm % % ppm % ppm % ppm ppm ppm ppm ppm % ppm ppm ppm ppm ppm ppm

LN-026A flogopitito <3 6,35 <10 234 22 <20 1,9 <3 58 1336 <3 5,96 4,75 <20 1250 12,54 0,11 <3 0,31 641 0,21 <8 <10 19 <20 29 0,2 <20 80 <20 9 80 25LN-027A flogopitito <3 4,67 <10 195 15 <20 2,44 <3 63 1215 <3 5,56 4,16 <20 509 13,25 0,11 <3 0,15 822 <0,01 <8 <10 15 <20 13 0,13 <20 72 <20 5 69 18LN-027B flogopitito <3 5,23 <10 175 13 <20 2,26 <3 61 1301 <3 5,3 4,73 <20 925 12,83 0,12 <3 0,22 797 0,01 <8 <10 11 <20 12 0,12 <20 67 <20 5 72 17LN-027C flogopitito <3 3,67 <10 115 17 <20 4,15 <3 57 1285 <3 5,34 3,27 <20 505 12,59 0,15 <3 0,26 695 <0,01 9 <10 17 <20 13 0,09 <20 81 <20 8 65 16LN-028A flogopitito <3 7,03 <10 342 100 <20 0,43 <3 57 1566 <3 5,56 6,78 <20 1145 12,79 0,09 <3 0,26 878 0,07 <8 <10 11 <20 25 0,2 <20 76 <20 5 115 23LN-028B flogopitito <3 7,05 <10 362 59 <20 0,75 <3 58 1396 <3 6,03 6,6 <20 1192 11,79 0,09 <3 0,2 684 0,25 <8 <10 14 <20 20 0,26 <20 94 <20 11 126 26LN-029B flogopitito <3 6,58 <10 212 14 <20 0,13 <3 59 1589 <3 5,27 5,78 <20 1439 11,49 0,06 <3 0,24 758 0,04 <8 <10 15 <20 15 0,15 <20 91 <20 4 113 17LN-029C flogopitito <3 7,15 <10 230 10 <20 0,07 <3 74 1683 <3 6,48 6,45 <20 1579 10,42 0,12 <3 0,18 755 0,03 <8 <10 19 <20 11 0,21 <20 123 <20 6 153 23LN-029D flogopitito <3 7,82 <10 546 28 <20 0,43 <3 79 434 7 8,1 6,27 <20 1088 9,5 0,13 <3 0,44 487 0,08 <8 <10 21 <20 48 0,49 <20 162 <20 6 128 33

Tabela 05 - Resultados Analíticos dos Flogopititos de Socotó - Campo Formoso

Sample ID Tipo de RochaPlasma ICP - Digestão Multiácida

Page 131: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

Ag Al As Ba Be Bi Ca Cd Co Cr Cu Fe K La Li Mg Mn Mo Na Ni P Pb Sb Sc Sn Sr Ti Tl V W Y Zn Zrppm % ppm ppm ppm ppm % ppm ppm ppm ppm % % ppm ppm % % ppm % ppm % ppm ppm ppm ppm ppm % ppm ppm ppm ppm ppm ppm

LN-026A flogopitito <3 6,35 <10 234 22 <20 1,9 <3 58 1336 <3 5,96 4,75 <20 1250 12,54 0,11 <3 0,31 641 0,21 <8 <10 19 <20 29 0,2 <20 80 <20 9 80 25LN-027A flogopitito <3 4,67 <10 195 15 <20 2,44 <3 63 1215 <3 5,56 4,16 <20 509 13,25 0,11 <3 0,15 822 <0,01 <8 <10 15 <20 13 0,13 <20 72 <20 5 69 18LN-027B flogopitito <3 5,23 <10 175 13 <20 2,26 <3 61 1301 <3 5,3 4,73 <20 925 12,83 0,12 <3 0,22 797 0,01 <8 <10 11 <20 12 0,12 <20 67 <20 5 72 17LN-027C flogopitito <3 3,67 <10 115 17 <20 4,15 <3 57 1285 <3 5,34 3,27 <20 505 12,59 0,15 <3 0,26 695 <0,01 9 <10 17 <20 13 0,09 <20 81 <20 8 65 16LN-028A flogopitito <3 7,03 <10 342 100 <20 0,43 <3 57 1566 <3 5,56 6,78 <20 1145 12,79 0,09 <3 0,26 878 0,07 <8 <10 11 <20 25 0,2 <20 76 <20 5 115 23LN-028B flogopitito <3 7,05 <10 362 59 <20 0,75 <3 58 1396 <3 6,03 6,6 <20 1192 11,79 0,09 <3 0,2 684 0,25 <8 <10 14 <20 20 0,26 <20 94 <20 11 126 26LN-029B flogopitito <3 6,58 <10 212 14 <20 0,13 <3 59 1589 <3 5,27 5,78 <20 1439 11,49 0,06 <3 0,24 758 0,04 <8 <10 15 <20 15 0,15 <20 91 <20 4 113 17LN-029C flogopitito <3 7,15 <10 230 10 <20 0,07 <3 74 1683 <3 6,48 6,45 <20 1579 10,42 0,12 <3 0,18 755 0,03 <8 <10 19 <20 11 0,21 <20 123 <20 6 153 23LN-029D flogopitito <3 7,82 <10 546 28 <20 0,43 <3 79 434 7 8,1 6,27 <20 1088 9,5 0,13 <3 0,44 487 0,08 <8 <10 21 <20 48 0,49 <20 162 <20 6 128 33

Tabela 06 - Resultados analíticos do Flogopititos de Socotó - Campo Formoso

Sample ID Tipo de RochaPlasma ICP - Digestão Multiácida

Page 132: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

SiO2 Al2O3 Fe2O3 MgO CaO TiO2 P2O5 MnO K2O Na2O K2O FeO F Ba Cl Cs Ga Hf Nb Rb S Sc Sn Sr Ta Th U V Y Zr W La Ce Nd Sm Eu Gd Dy Ho Er Yb Lu% % % % % % % % % % % % ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm

LN-027B flogopitito 45,9 10,6 8,23 22 3,58 0,2 0,018 0,15 7,43 0,2 >1 2,29 27433 149 <20 >200 22 <50 <10 457 <50 16 <10 <10 15 <10 <10 69 <10 <10 <10 1,6 3,1 1,3 0,3 <0,05 0,34 0,33 0,08 0,39 0,3 <0,05LN-028B flogopitito 41 15 9,48 20,5 1,15 0,43 0,655 0,11 9,57 0,101 >1 1,79 25989 298 67 >200 24 <50 17 577 <50 27 <10 <10 <10 <10 <10 115 16 <10 <10 1,6 3,3 1,5 0,6 <0,05 0,9 1,12 0,37 0,94 0,9 0,32LN-029B flogopitito 46 13,9 8,2 19,8 0,16 0,24 0,1 0,08 9,17 0,212 >1 3 25347 181 48 >200 31 <50 17 584 <50 15 <10 <10 <10 <10 <10 105 <10 12 <10 0,5 1 0,4 0,1 <0,05 <0,05 0,24 0,07 0,3 0,5 <0,05LN-029D flogopitito 40 16,9 13 16,7 0,67 0,85 0,213 0,18 9,13 0,413 >1 7,19 20576 546 90 >200 21 <50 18 640 <50 19 <10 21 <10 <10 <10 207 <10 26 <10 3,4 7,1 3,3 0,8 <0,05 0,95 0,96 0,18 0,53 0,6 0,11

Tabela 07 - Resultados Analíticos dos Flogopititos de Socotó - Campo Formoso

Sample ID Tipo de RochaFluorescência de Raios-X Absorção Atômica

Solubilização Total

Método Clássico Titulação

Eletrodo de Ion

EspecificFluorescência de Raios-X Plasma ICP / Troca Iônica

Page 133: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

Ag Al As Ba Be Bi Ca Cd Co Cr Cu Fe K La Li Mg Mn Mo Na Ni P Pb Sb Sc Sn Sr Ti Tl V W Y Zn Zrppm % ppm ppm ppm ppm % ppm ppm ppm ppm % % ppm ppm % % ppm % ppm % ppm ppm ppm ppm ppm % ppm ppm ppm ppm ppm ppm

LN-026B serpentinito <3 5,89 <10 210 21 <20 1,98 <3 56 1311 <3 5,64 4,07 <20 1192 12,44 0,11 <3 0,26 598 0,09 <8 <10 14 <20 32 0,17 <20 76 <20 5 83 17LN-026C serpentinito <3 2,54 <10 5 3 <20 1,82 <3 76 1376 19 6,11 0,1 <20 25 >15 0,09 <3 0,06 1198 0,01 <8 <10 13 <20 15 0,11 <20 86 <20 4 66 7LN-027D serpentinito <3 1,64 <10 45 16 <20 7,18 <3 39 485 <3 5,35 1,01 <20 125 12,02 0,23 <3 0,35 334 <0,01 <8 <10 15 <20 19 0,02 <20 83 <20 21 65 7LN-029A serpentinito <3 3,83 <10 4 <3 <20 2,44 <3 71 1813 <3 6,17 0,03 <20 15 >15 0,14 <3 0,17 1082 0,02 <8 <10 20 <20 7 0,17 <20 123 <20 7 58 27

Tabela 08 - Tabela Resultados Analíticos das Rochas de Socotó - Campo Formoso

Sample ID Tipo de RochaPlasma ICP - Digestão Multiácida

Page 134: Características geoquímicas, petrográficas e metalogenéticas dos flogopititos de carnaíba e socotó, bahia

SiO2 Al2O3 Fe2O3 MgO CaO TiO2 P2O5 MnO K2O Na2O K2O FeO F Ba Cl Cs Ga Hf Nb Rb S Sc Sn Sr Ta Th U V Y Zr W La Ce Nd Sm Eu Gd Dy Ho Er Yb Lu% % % % % % % % % % % % ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm

LN-026B serpentinito 44,3 12,1 8,62 21,2 3,12 0,27 0,233 0,15 7,83 0,192 >1 3,72 28112 160 44 >200 24 <50 11 607 <50 17 <10 19 <10 <10 <10 89 <10 <10 <10 1,6 2,9 1,8 0,5 <0,05 0,59 0,7 0,2 0,53 0,6 0,15LN-027D serpentinito 54,3 2,96 8,31 20,6 11,2 0,03 <0,01 0,31 1,09 0,449 >1 1 8645 <10 <20 117 15 <50 12 84 <50 14 <10 <10 <10 <10 32 76 25 <10 <10 6,8 13,8 5 1,2 0,23 1,54 2,05 0,56 1,72 1,8 0,37

Tabela 09 - Tabela Resultados Analíticos dos Serpentinitos de Socotó - Campo Formoso

Sample ID Tipo de RochaFluorescência de Raios-X Absorção Atômica

Solubilização Total

Método Clássico Titulação

Eletrodo de Ion

EspecificFluorescência de Raios-X Plasma ICP / Troca Iônica