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CAPÍTULO 1 – O QUE É SER PESQUISADOR
1.1- O QUE É SER PESQUISADOR?
Ser pesquisador é procurar respostas, é tornar visível o que não se vê, é
conhecer a intencionalidade das coisas que existem e dos fenômenos que
acontecem. O ditado popular diz que “quem procura, acha”, mas há que
acrescentar, só encontra o que procura quem está consciente da busca. Em
termos de pesquisa científica, o sucesso da procura é determinado pela
adequação entre os dados empíricos e a hipótese formulada para explica-los.
Na nossa sociedade o professor é visto como aquele que coloca em prática o
que diz os pesquisadores que seguem modelos clássicos, desconhecendo a
prática da sala de aula.
Quando um professor é também um pesquisador (vice – versa) ele agrega ao
seu currículo um forte ponto positivo, pois consegue aliar prática e teoria. São
vários dentre os estudiosos que defendem a interação da prática (do professor)
com a teoria (do pesquisador)
Em resumo: a pesquisa é procurar conhecimentos e conhecer é criar, pois o
pesquisador é quem da organização aos dados e resultados da investigação,
contribuindo assim para o avanço da ciência e para o desenvolvimento social.
A pesquisa é um trabalho criativo, que produz conhecimentos novos.
Que se entende por conhecer? Que é conhecimento e de onde vem?
As opiniões que cultivamos, as preferências, intuições e emoções que
sentimos; as convicções, pré-conceitos e dúvidas que alimentamos; as
certezas e julgamentos que acumulamos ao longo dos anos, tudo isto faz parte
do conhecimento humano e é onde tudo começa, inclusive o conhecimento
científico. Neste plano de experiência todas as pessoas agem e reagem
através de comportamentos que são semelhantes para os membros de uma
determinada sociedade ou de uma mesma cultura, isto se chama
conhecimento à nível de senso comum.
Quando uma criança nasce, vamos ensinando desde muito cedo coisas
diversas para que ela cresça e saiba viver tranquilamente. Muitas destas
informações que são passadas de gerações para gerações chamamos de
senso comum, porque são informações que aprendemos sem nos dar conta e
sem querermos e sem nenhuma comprovação científica a respeito. Senso
Comum é um saber que se adquiri com a vivência e não precisa de conclusões
científicas, mas é muito útil para guiar o homem na sua vida. O senso comum é
a forma como compreendemos todas as coisas por meio do nosso convívio
social, ou seja, é o saber que se adquire através de experiências vividas ou
ouvidas no decorrer das nossas vidas.
Portanto, conhecer é dar sentido as nossas ações e reações, e criar
interpretações e é elaborar explicações que satisfaçam os dados de
observação empírica que temos. Trata-se de um conhecimento elementar,
primário, por ser muito abrangente e não classificado; o que lhe falta é
organização, estrutura, um sistema de fichamento e filtragem.
O conhecimento do senso comum é útil, necessário, indispensável mesmo para
a sobrevivência humana, mas ele é também perigoso, o perigo vem da falta de
um critério para distinguir o certo do errado, o real do ilusório, o bom do pior e
do mau, o bonito do deselegante.
Quais as formas de conhecimento ou maneiras de conhecer que
constituem a experiência humana?
Ciência: Tipo de conhecimento justificado pela observação empírica com
experimentação das variáveis que influenciam o fenômeno em estudo,
utilizando-se dos processos indutivos e dedutivos do pensamento lógico para
explicar os dados de observação em termos de causa e efeito. A
instrumentação própria da pesquisa científica é o método experimental
acompanhado da sequência de passos chamado método científico. A atitude
do pesquisador é parte dessa instrumentação: imparcial e objetivo nas
observações que registra, distanciando do fenômeno que estuda. Seu
comportamento se justifica pela natureza do fenômeno físico ou natural que
ocorre sem a sua participação, pois não depende da vontade e da imaginação
criadora do observador. Os objetivos da pesquisa científica são três: explicar,
predizer e controlar os fenômenos do mundo físico e natural.
Em resumo: a ciência nos dá uma percepção linear, de causa e efeito, a
respeito de um mundo engajado em um processo evolutivo.
Filosofia: assim como a ciência, também a filosofia nos oferece uma visão do
mundo e da vida (idealismo, realismo, tomismo, pragmatismo, existencialismo o
fenomenologia existencial).
Religião: a religião oferece a visão de um mundo espiritual, eterno, que é onde
tudo começa e onde tudo termina.
Arte: a expressão artística pode ser vista como aspectos da própria vida
encarnados no ser humano.
1.2- O PAPEL DO CIENTISTA COMO AGENTE TRANSFORMADOR DA
SOCIEDADE
A ciência objetiva a compreensão da sociedade dinâmica e mutável através
das próprias experiências, e ao cientista incube-se a tarefa de contribuir para a
compreensão dessa realidade, através de experiências que reproduzam esse
fenômeno, de forma sistêmica, organizada e testável que possa ser usufruída
pela sociedade como um todo. Portanto, o papel social do cientista inclui
divulgar seu trabalho. Esse processo de transformação desenvolvido de forma
planejada e conforme normas estabelecidas é conhecida como metodologia
científica.
A pesquisa cientifica é de elevada importância para a formação intelectual de
qualquer acadêmico, especialmente para o estudante da licenciatura que,
consciente do seu papel de transformação social e nas mudanças das relações
educacionais, irá contribuir para o crescimento de sua ciências adquirindo
capacidade de descobrir o resultado de sua pesquisa como também de
habilitar-se a reconstruir todas as etapas percorridas pelos cientistas, e acima
de tudo, convertendo-se em agente transformador da sociedade na qual está
inserido.
Os cientistas entendem que a ciência é universal e deve ser difundida sem
preocupação de fronteiras, de vantagens pessoais ou das instituições que a
promovem. Os resultados das pesquisas científicas são publicados em revistas
especializadas de livre circulação ou difundidos em congressos,
frequentemente de âmbito internacional, sobretudo na era moderna. Este
caráter universal da ciência, os cientistas vêm, ao longo da história,
esforçando-se zelosamente por preservar através de colaboração e
intercâmbio internacional e da livre troca de informação científica.
Historicamente, as universidades, como centros de transmissão de
conhecimentos, livre discussão e circulação de ideias e propagação da cultura,
tornaram-se veículos por excelência das atividades científicas, proporcionando
o ambiente e mentalidade necessários para o florescimento das ciências.
Um dos maiores desafios da divulgação científica é escolher corretamente a
linguagem com que você vai se dirigir à sua audiência. É fácil cair no jargão,
usar imagens impossíveis de serem compreendidas pelo público. Outra coisa
essencial é relacionar ciência à vida das pessoas. Mostrar como o cotidiano
depende das descobertas científicas, como o futuro será forjado por elas,
desde aplicações tecnológicas até questões mais fundamentais, como a origem
do universo e da vida ou o de como o cérebro cria a consciência.
Na medida em que mostramos aos jovens de todas as classes sociais a
importância da educação num mundo onde informação é o bem mais
valorizado, quando mostramos que a ciência tem a capacidade de mudar a
sociedade de forma profunda, quando educamos de modo a construir uma
sociedade capaz de decidir seu próprio futuro e não de ser manipulada por
políticos ou potências externas, fazemos nossa parte. Mesmo que nem todo
cientista deva fazer divulgação científica, já é hora de sairmos de nossas salas
e participar de forma mais ativa na educação da população como um todo. Dar
uma palestra numa escola pública, explicar para as crianças o que faz um
químico, um biólogo ou astrônomo, não custa mais do que uma tarde e pode
fazer uma enorme diferença. E vale a pena, só para ver aqueles olhares
curiosos querendo aprender mais.
Ciência e Tecnologia
Além de sua contribuição à cultura, o desenvolvimento científico propiciou
importantes avanços tecnológicos, que tiveram profundas consequências e
repercussões sociais e também um grande impacto na relação do homem com
o meio ambiente.
Por tecnologia entendo, aqui, a atividade de criação dos meios de utilização de
recursos naturais em proveito do homem e da sociedade.
Alguns importantes avanços tecnológicos resultaram de inventos e descobertas
individuais isoladas, extremamente inteligentes e engenhosas, não-
relacionadas, diretamente, a um desenvolvimento científico. Entretanto, mais
sistematicamente, os progressos da tecnologia são fruto da aplicação de
conhecimentos científicos.
Embora distintas, principalmente quanto a seus objetivos, ciência e tecnologia
estão estreitamente correlacionadas e cada vez mais interdependentes.
Este entrelaçamento entre ciência e tecnologia, não creio que seja meramente
ocasional e acidental. A ciência, por sua natureza experimental, necessita de
aparelhos e instrumentos de medida cada vez mais sofisticados e precisos.
No passado, estes aparelhos e instrumentos eram frequentemente inventados
pelos próprios cientistas, cujo trabalho era predominantemente individual.
Avanços e novas descobertas, na área experimental, frequentemente
resultaram da introdução de novas técnicas de instrumentação e de medida.
Estas técnicas, produzidas e testadas nos laboratórios de pesquisas científicas,
são posteriormente utilizadas no desenvolvimento tecnológico. Por outro lado,
avanços na tecnologia permitem a construção de aparelhagens científicas mais
sofisticadas, com as quais novas fronteiras da ciência vão sendo abertas.
Segue alguns exemplos através da história, que ilustram esta relação. A
descoberta da máquina a vapor (Watts, 1779) teve como fundamento teórico a
lei de Boyle-Mariotte de expansão dos gases. Ela precedeu o aparecimento da
termodinâmica no início do século XIX, cujos princípios gerais foram
formulados a partir da contribuição pioneira de Sadi Carnot, um engenheiro, e
das pesquisas de Joule, demonstrando a equivalência entre quantidade de
calor e trabalho mecânico. O advento desta ciência serviu de base para
inúmeras aplicações da máquina a vapor, que se tornou instrumento decisivo
no desencadeamento da Revolução Industrial.
Os progressos na compreensão dos fenômenos eletromagnéticos, sobretudo
devido à contribuição de Faraday (mas também de muitos outros como
Coulomb, Volta, Ampère, Biot e Savart, Gauss etc.), e que culminaram com a
completa formulação da teoria por James Clerk Maxwell, foram responsáveis
pelo enorme avanço tecnológico que resultou da utilização da corrente elétrica
e de campos magnéticos em geradores e motores elétricos, dínamos,
alternadores, transformadores e pela emergência da energia elétrica com a
construção das centrais elétricas e das linhas de transmissão.
Posteriormente, a descoberta das ondas hertzianas vinha confirmar a previsão
da teoria de Maxwell e permitiu um novo meio de comunicação através da
telegrafia e, com a invenção do diodo, da radiodifusão.
No início do século XX, ocorrem na física duas grandes revoluções que vão
dominar a evolução desta ciência durante todo o século." A primeira, a Teoria
da Relatividade, de Einstein, a Relatividade Especial (1905), que modifica os
fundamentos da Mecânica Newtoniana e a própria noção de espaço e tempo, e
a Relatividade Geral (1915), que reformula a Teoria da Gravitação, atribuindo-a
a propriedades geométricas do espaço, adquiridas pela presença de matéria ou
energia. A segunda, a Mecânica Quântica, de Heisemberg e Schrodinger
(1910), que reinterprete a mecânica em termos probabilísticos em
contraposição ao determinismo da Mecânica Newtoniana (Princípio de
incerteza, de Heisemberg). Em 1925, Dirac formula a Teoria Quântica do
Elétron, prevendo a existência das antipartículas. Desenvolvem-se a física
atômica e molecular, a mecânica estatística e a física do estado sólido e, a
partir da Segunda Guerra Mundial, a eletrônica, a física nuclear, a ótica
quântica, e a física das partículas elementares.
Algumas descobertas importantes tiveram enormes consequências para o
progresso tecnológico: supercondutividade, semicondutores, transistores,
microondas, cavidades ressonantes, guias de ondas, lasers, ressonância
nuclear magnética, fissão nuclear e fusão nuclear.
Uma nova ciência, a ciência da informática, é criada como fruto do avanço
tecnológico na acumulação e processamento de informação em pastilhas
semicondutoras de silício e na eletrônica dos circuitos integrados.
A física de partículas elementares segue uma direção que se distancia
bastante da física experimental praticada nos laboratórios das universidades.
Para investigar o substrato mais primitivo da matéria em domínios de dimensão
cada vez menores torna-se necessário construir grandes aceleradores com
diâmetro de vários quilômetros e capazes de acelerar partículas até energias
cada vez mais altas, da ordem de bilhões e até um trilhão de Electron-Volts.
Estes laboratórios não são mais construídos e manejados por um pequeno
grupo de cientistas. Eles requerem um esforço nacional, com um orçamento
enorme, de muitos milhões de dólares, e até mesmo de grandes colaborações
internacionais.
Sua construção é projetada por desenhistas e engenheiros especializados, e
um corpo permanente de engenheiros e técnicos é utilizado no seu
funcionamento. O Centre Européen pour la Recherche Nucleaire (CERN), que
é hoje o maior laboratório de pesquisas em física de partículas elementares,
mantém um corpo de técnicos e engenheiros de mais de 2 mil pessoas, o que
é numericamente superior ao seu corpo científico. Uma experiência, cujo
projeto e execução duram vários anos, envolve a colaboração de um número
enorme de pesquisadores, mais de uma centena, provenientes de um grande
número de laboratórios e centros de pesquisa de vários países.
Os objetivos primários desses grandes laboratórios permanecem orientados
para a ciência pura e para a descoberta de novos fenômenos elementares na
fronteira da física. Entretanto, não só a interdependência entre ciência e
tecnologia torna-se cada vez mais estreita, mas também a canalização de
recursos públicos para financiamento de tais projetos atinge proporções muito
mais elevadas.
1.3 – BIOGRAFIA DE GRANDES CIENTISTAS
Aristóteles
384 a.C., Estagira, Macedônia
322 a.C., Cálcis, Grécia
Um dos pensadores com maior influência na cultura ocidental. Foi aluno
e discípulo do filósofo Platão. Elaborou um sistema filosófico no qual
abordou e pensou sobre praticamente todos os assuntos existentes,
como a geometria, física, metafísica, botânica, zoologia, astronomia,
medicina, psicologia, ética, drama, poesia, retórica, matemática, e
sobretudo lógica.
Dos seus numerosos escritos, apenas 47 sobreviveram ao tempo,
muitos, porém incompletos.
Em 335 a.C., Aristóteles fundou, em Atenas, sua própria escola,
chamada Liceu, por estar situada nos edifícios dedicados ao deus Apolo
Lício, onde além de cursos técnicos, ministrava aulas públicas para o
povo em geral.
Com a morte de Alexandre, em 323 a.C., o imenso império por ele
erguido esfacelou-se. Malvisto pelos atenienses por sua origem
macedônica, foi acusado de "ateísmo" ou "impiedade", exilou-se
voluntariamente em Cálcida, na ilha da Eubéia, onde morreu um ano
depois.
Em seus escritos sobre ética, Aristóteles define que as virtudes devem
estar sempre no meio termo, ou seja, devemos nos afastar dos extremos
para não sucumbirmos nos vícios e excessos. Na astronomia, concebeu
o sistema geocêntrico, que foi referência durante milênios. Na
psicologia, criou a divisão entre alma e intelecto.
Obras-chave:
Órganon
Física do céu, da geração e da concepção
Metafísica
Galileu Galilei
15 de fevereiro de 1564, Pisa (Itália)
08 de janeiro de 1642, Arcetri (Itália)
Em 1581 se matriculou na Universidade de Pisa para estudar medicina, depois
mudou para matemática e filosofia natural. Investigou muitas áreas da ciência e
talvez seja mais famoso por sua descoberta das quatro maiores luas de Júpiter
(ainda chamadas luas galileanas). As observações de Galileu o levaram a
apoiar o Sistema Solar centrado no Sol, que, à época, era oposto aos
ensinamentos da Igreja Católica Romana.
Em 1633, foi julgado e obrigado a desdizer essa e outras ideias. Foi condenado
à prisão domiciliar, que durou o resto de sua vida. Durante seu confinamento,
escreveu um livro resumindo seu trabalho sobre cinemática (a ciência do
movimento).
Obras-chave:
1623 – O ensaiador
1632 – Diálogos sobre os dois principais sistemas do mundo
1638 – Discursos e demonstrações matemáticas acerca de duas novas
ciências
Isaac Newton
25 de dezembro de 1642, Wolsthorpe (Inglaterra)
20 de março de 1727, Kensington (Inglaterra)
Frequentou a escola em Grantham, antes de estudar na Trinity College,
Cambrige, onde se formou em 1665. Durante sua vida, Newton foi professor de
matemática em Cambrige, mestre da Royal Society. Além de sua disputa com
Hooke, Newton se envolveu em uma discussão com o matemático alemão
Gottfried Leibniz sobre a prioridade no desenvolvimento de cálculo.
Concomitante ao seu trabalho científico, Newton passou um bom tempo
fazendo investigações de alquimia e interpretações bíblicas. Cristão devoto,
mas não ortodoxo, ele conseguiu evitar ser ordenado no sacerdócio, algo
geralmente exigido para alguns cargos que exerceu.
Obras-chave:
1684 – Sobre o movimento dos corpos em órbita
1687 – Philosophie Naturalis Principia Mathematica
1704 – Opticks
Charles Darwin
12 de fevereiro de 1809, Shrewsburv (Inglaterra)
19 de abril de 1882, Kent (Inglaterra)
Filho de médico, Darwin era destinado a seguir os passos de seu pai,
mas sua infância foi repleta de atividades como colecionar besouros, e
com pouca inclinação a se tornar médico, ele passou a estudar o
sacerdócio. Uma indicação casual, em 1831, o colocou com cientista da
expedição do HMS Beagle, em viagem ao redor do mundo.
Em seguida à viagem, Darwin ganhou notoriedade científica e fama
como observador perceptivo, experimentador confiável e escritor
talentoso. Escreveu sobre arrecifes de corais e invertebrados marinhos,
principalmente as cracas, que estudou por quase 10 anos. Também
escreveu trabalhos sobre fertilização, orquídeas, plantas comedoras de
insetos e a variação entre animais domesticados e plantas. Mais
adiante, na vida, ele lidou com a origem dos humanos.
Obras-chave:
1839 – A vida do Beagle
1859 – A origem das espécies por meio da seleção natural
1871 – A descendência do homem e seleção em relação ao sexo
Gregor Mendel
22 de junho de 1822, Heinzendorf (atual República Checa)
6 de janeiro de 1884, Brno (atual República Checa)
Nascido Johan Mendel ele inicialmente estudou matemática e filosofia antes de
ingressar no sacerdócio como forma de ampliar sua formação – mudando seu
nome para Gregor e se tornando um monge agostiniano. Ele completou seus
estudos na Universidade de Viena e voltou para lecionar no mosteiro de Brno
(hoje República Checa). Ali, Mendel desenvolveu seu interesse pela
hereditariedade – e, em vários momentos estudou ratos, abelhas e ervilhas.
Sob pressão do bispo ele abandonou o trabalho com animais e se concentrou
no cruzamento de ervilhas. Foi esse trabalho que o levou a elaborar suas leis
de hereditariedade e desenvolver a ideia crucial de que as características
herdadas são controladas por partículas discretas, mais tarde chamadas de
genes. Ele se tornou abade no mosteiro, em 1868, e parou com seu trabalho
científico. Ao morrer, seus estudos científicos foram queimados por seu
sucessor.
Obras-chave:
1866 – Experiments in Plant Hybridization
Louis Pasteur
27 de dezembro de 1822, Dôle (França)
28 de setembro de 1895, Villeneuve l'Étang (França)
Nascido em uma família francesa pobre em 1822, Louis Pasteur se tornou uma
figura tão magnânima no mundo cientifico que, ao morrer, recebeu um funeral
de chefe de Estado. Depois de estudar química e medicina, sua carreira
profissional incluiu cargos acadêmicos nas universidades francesas de
Estrasburgo e Lille.
Sua primeira pesquisa foi sobre cristais químicos, mas ele é mais conhecido no
campo da microbiologia. Pasteur mostrou que os micróbios transformam vinho
em vinagre e azedam o leite, e desenvolveu um processo de tratamento
aquecido que os eliminava – conhecido como pasteurização. Seu trabalho com
micróbios ajudou a desenvolver a teoria moderna dos germes: a ideia de que
alguns micróbios causam doenças infecciosas. Mais adiante, na carreira, ele
desenvolveu várias vacinas e fundou o Instituto Pasteur, dedicado ao estudo da
microbiologia, que atua com sucesso até hoje.
Obras-chave:
1866 – Estudos do vinho
1868 – Estudos do vinagre
1878 – Micróbios: seu papel em fermentação, putrefação e contágio.
Dmitri Mendeleev
8 de fevereiro de 1834 em Tobolsk (Rússia)
2 de fevereiro de 1907, em São Petersburgo (Rússia)
Quando seu pai ficou cego e perdeu seu cargo de professor, a mãe de
Mendeleev passou a sustentar a família com uma fábrica de vidro. Com a
falência do negócio, ela atravessou a Rússia com seu filho de 15 anos até São
Petersburgo, para que ele tivesse educação superior.
Em 1862, Mendeleev se casou com Feozva Nikitichna Leshcheva, mas, em
1876, ele ficou obcecado por Anna Ivanova Popova e se casou com ela antes
de finalizar o divórcio com sua primeira esposa.
Nos anos 1890, Mendeleev organizou novos padrões para a produção de
vodca. Ele investigou a química do óleo e ajudou a estabelecer a primeira
refinaria russa de petróleo. Em 1905 foi eleito membro da Royal Swedish
Academy of Science, que o indicou a um Prêmio Nobel, mas sua candidatura
foi barrada, provavelmente por causa de sua bigamia. O elemento radioativo
101, o mendelévio, foi batizado em sua homenagem.
Obra-chave:
1870 – Princípios da Química
Marie Curie
7 de novembro 1867, Varsóvia (Polônia)
4 de julho de 1934, Passy (França)
Maria Salomea Sklodowska nasceu em uma época em que a Polônia
estava sob o regime russo, e as mulheres não tinham direito à educação
superior. Ela trabalhava para ajudar a pagar a faculdade de Medicina de
sua irmã, em Paris, França, e em 1891 se mudou para lá, para estudar
matemática, física e química. Lá se casou com seu colega, Pierre Curie,
em 1895. Quando sua filha nasceu, em 1897, ela começou a lecionar
para ajudar a manter a família, mas continuou a pesquisar com Pierre,
numa choupana adaptada. Após a morte de Pierre, ela aceitou a cadeira
que ele ocupava na Universidade de Paris e foi a primeira mulher a ter
esse cargo. Também foi a primeira mulher a receber o Prêmio Nobel e a
primeira pessoa a ganhar um segundo Nobel. Durante a Primeira
Guerra, ajudou a estabelecer os centros radiológicos. Morreu em 1943,
de anemia, provavelmente pelas longas exposições à radiação.
Obras-chave:
1898 – Emissões de raios por compostos de urânio e tório
1935 – Radioatividade
Albert Einstein
14 de março 1879, Ulm, Württemberg (Alemanha)
18 de abril de 1955, Princeton, Nova Jersey (EUA)
Einstein teve uma formação de ensino médio um tanto
conturbada, e acabou indo estudar em Zurich Polytechnic para se
tornar professor de matemática. Sem conseguir encontrar trabalho
como professor, aceitou um emprego no Escritório de Patentes
suíço, em Berna, onde tinha tempo de sobra para desenvolver os
estudos que publicou em 1905. Ele atribuiu o sucesso desse
trabalho ao fato de jamais ter perdido sua curiosidade infantil.
Em seguida à demonstração da relatividade geral, Einstein foi
lançado ao estrelato. Continuou a pesquisar as implicações de
seu trabalho anterior, contribuindo para inovações da teoria
quântica. Em 1933, temendo a ascensão do Partido Nazista,
Einstein preferiu não regressar à Alemanha de uma viagem ao
exterior e acabou se estabelecendo na Universidade de Princeton,
nos EUA.
Obras-chave:
1905 – Sobre um ponto de vista heurístico a respeito da produção
e transformação da luz
1915 – Teoria da gravitação generalizada
Stephen Hawking
8 de janeiro de 1942, Oxford (Inglaterra)
Stephen Hawking, responsável por contribuições fundamentais ao estudo dos
buracos negros, ocupa a cadeira de Isaac Newton como professor de
matemática na Universidade de Cambridge, e é considerado o mais brilhante
físico teórico desde Albert Einstein.
Sua história é marcada pela superação de limites. Em 1959, com 17 anos de
idade, entrou para a University College, em Oxford, onde estudou física,
concluindo o curso em 1962. No mesmo ano, Hawking descobriu que possuía
esclerose lateral amiotrófica, uma doença degenerativa que enfraquece os
músculos do corpo. Mesmo doente, continuou estudando até se tornar Ph.D.
em cosmologia pelo Trinity Hall, em Cambridge, Inglaterra (1966).
Em 1970, Hawking iniciou o trabalho sobre as características dos buracos
negros. Como resultado de sua pesquisa, descobriu que buracos negros
emitem radiação. Enquanto procura juntar as pontas entre as teorias da
relatividade e da mecânica quântica, o físico inglês afirma que a simbiose entre
o orgânico e a máquina acontecerá em breve.
Obras-chave:
1988 – Breve história do tempo
1993 – Buracos negros, universos bebês e outros ensaios