caminho para o futuro

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37 Os caminhos para o futuro Vale do Rio Pardo e Centro-Serra

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As demandas do Vale do Rio Pardo e do Centro-Serra (RS) para resolver necessidades básicas e assegurar o desenvolvimento sustentável.

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Os caminhos para o futuroVale do Rio Pardo e Centro-Serra

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Maquete do Pronto-Socorro Regional

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Os caminhos para o futuroVale do Rio Pardo e Centro-Serra

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Gazeta Grupo de ComunicaçõesRua Ramiro Barcelos, 1206, Cx. Postal 118CEP: 96.810-900, Centro, Santa Cruz do Sul, RSFone: (51) 3715 7800Fax: (51) 3715 7863Site: www.gaz.com.br

Edição: Romar Rudolfo BelingCoordenação-geral: Romeu Inácio NeumannTextos: Benno Bernardo Kist e Romar Rudolfo BelingApoio de pesquisa: Otto TescheBase de consulta: Guia socioeconômico do Vale do Rio Pardo e Centro-Serra 2011, elaborado pela Gazeta do Sul e documentos ou dossiês fornecidos pelas entidades apoiadorasRevisão: Angela Zamberlan VencatoFotografia: Banco de imagens do jornal Gazeta do Sul, banco de imagens da Editora Gazeta Santa Cruz e divulgação de empresas e entidadesProjeto gráfico, diagramação e arte-final: Márcio Oliveira MachadoArte dos mapas: Fernando BarrosImpressão: Coan Gráfica e Editora, Tubarão (SC)Junho de 2011

Permitida a reprodução de conteúdos e informações

deste livro desde que mencionada a fonte.

exPediente

Realização: Apoio:

Gazeta Grupo de ComunicaçõesUniversidade de Santa Cruz do Sul (UNISC)Associação Santa Cruz Novos Rumos

Gostaríamos de convidar Vossa Senhoria para ser um dos painelistas desse dia. O painel implicaria numa fala de 25 a 30 minutos, dentro do tema infraestrutura/logística, em que se analise a realida-de atual do Estado e do Brasil e as perspectivas de competitividade a curto e médio prazos. Cada um dos painelistas será previamente municiado com dados gerais da região sobre o tema especí�co, permitindo, se for o caso e a intenção, fazer uma leitura comparativa. O evento se estenderá até o meio-dia, concluindo-se com almoço de confraternização. A imprensa local e regional dará ampla cobertura a esse evento. Ficamos, portanto, na expectativa de que a agenda de Vossa Senhoria permita a sua participação nessa atividade em Santa Cruz do Sul. Como certamente é de conhecimento de Vossa Senhoria, a região de Santa Cruz sempre sediou uma indústria muito competitiva, que desde seus primórdios alimentou constante diálogo com o mundo todo. O esforço que a região agora faz a �m de sintoni-zar mais e melhor com a nova economia mundial poderá se traduzir, no futuro, em retorno socioe-conômico positivo para todo o Rio Grande do Sul. Por isso, este momento e este movimento são considerados estratégicos, implicando em união de forças. Para maiores informações ou orientações sobre essa demanda, consultas podem ser realizadas pelo fone 51 3715 7800, com Jones Alei da Silva. Agradecemos antecipadamente pela atenção dispensada e, naturalmente, �camos na expectativa de que Vossa Senhoria possa participar desta atividade. Atenciosamente,

Gazeta Grupo de ComunicaçõesUniversidade de Santa Cruz do Sul (UNISC)Associação Santa Cruz Novos Rumos

Gostaríamos de convidar Vossa Senhoria para ser um dos painelistas desse dia. O painel implicaria numa fala de 25 a 30 minutos, dentro do tema infraestrutura/logística, em que se analise a realida-de atual do Estado e do Brasil e as perspectivas de competitividade a curto e médio prazos. Cada um dos painelistas será previamente municiado com dados gerais da região sobre o tema especí�co, permitindo, se for o caso e a intenção, fazer uma leitura comparativa. O evento se estenderá até o meio-dia, concluindo-se com almoço de confraternização. A imprensa local e regional dará ampla cobertura a esse evento. Ficamos, portanto, na expectativa de que a agenda de Vossa Senhoria permita a sua participação nessa atividade em Santa Cruz do Sul. Como certamente é de conhecimento de Vossa Senhoria, a região de Santa Cruz sempre sediou uma indústria muito competitiva, que desde seus primórdios alimentou constante diálogo com o mundo todo. O esforço que a região agora faz a �m de sintoni-zar mais e melhor com a nova economia mundial poderá se traduzir, no futuro, em retorno socioe-conômico positivo para todo o Rio Grande do Sul. Por isso, este momento e este movimento são considerados estratégicos, implicando em união de forças. Para maiores informações ou orientações sobre essa demanda, consultas podem ser realizadas pelo fone 51 3715 7800, com Jones Alei da Silva. Agradecemos antecipadamente pela atenção dispensada e, naturalmente, �camos na expectativa de que Vossa Senhoria possa participar desta atividade. Atenciosamente,

Gazeta Grupo de ComunicaçõesUniversidade de Santa Cruz do Sul (UNISC)Associação Santa Cruz Novos Rumos

Gostaríamos de convidar Vossa Senhoria para ser um dos painelistas desse dia. O painel implicaria numa fala de 25 a 30 minutos, dentro do tema infraestrutura/logística, em que se analise a realida-de atual do Estado e do Brasil e as perspectivas de competitividade a curto e médio prazos. Cada um dos painelistas será previamente municiado com dados gerais da região sobre o tema especí�co, permitindo, se for o caso e a intenção, fazer uma leitura comparativa. O evento se estenderá até o meio-dia, concluindo-se com almoço de confraternização. A imprensa local e regional dará ampla cobertura a esse evento. Ficamos, portanto, na expectativa de que a agenda de Vossa Senhoria permita a sua participação nessa atividade em Santa Cruz do Sul. Como certamente é de conhecimento de Vossa Senhoria, a região de Santa Cruz sempre sediou uma indústria muito competitiva, que desde seus primórdios alimentou constante diálogo com o mundo todo. O esforço que a região agora faz a �m de sintoni-zar mais e melhor com a nova economia mundial poderá se traduzir, no futuro, em retorno socioe-conômico positivo para todo o Rio Grande do Sul. Por isso, este momento e este movimento são considerados estratégicos, implicando em união de forças. Para maiores informações ou orientações sobre essa demanda, consultas podem ser realizadas pelo fone 51 3715 7800, com Jones Alei da Silva. Agradecemos antecipadamente pela atenção dispensada e, naturalmente, �camos na expectativa de que Vossa Senhoria possa participar desta atividade. Atenciosamente,

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Na região do Vale do Rio Pardo e pelo Centro-Serra, na área central

do Rio Grande do Sul, que por sua localização configura o coração

geográfico do Estado, residem cerca de 910

mil pessoas, população que dentro de poucos anos compreenderá 1 milhão de habitantes. Elas

geram um Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 9,157 bilhões e respondem por US$ 3,150 bilhões

(FOB) na pauta das exportações brasileiras. Esse contingente populacional movimenta uma economia sólida e que desfruta de importantes

diferenciais econômicos e sociais, que se mobiliza a fim de ver atendidas algumas de suas demandas básicas, cujas soluções são entendidas

como indispensáveis para a continuidade ao seu ciclo de desenvolvimento.

Neste documento, estão elencados os principais pontos que, na avaliação das entidades representativas das duas

regiões, constituem a chave que assegurará a consolidação do progresso, traduzindo-se em qualidade de vida, em

novas fontes de renda e em investimentos que aquecerão não apenas a economia regional como estenderão seus

benefícios para o Estado e o País.As duas regiões que se unem na apresentação de suas

APReSentAÇÃO

O coração do

As demandas do Vale do Rio Pardoe do Centro-Serra para resolver necessidades básicas e assegurar o

desenvolvimento sustentável

Rio Grandedemandas, em busca de soluções para problemas comuns

e que reverterão em benefícios igualmente comuns, são fortemente identificadas com o agronegócio. Nesse cenário econômico, sobressai-se a atividade produtiva e industrial

do tabaco, há quase um século presente nas pequenas propriedades tão características do centro do

Rio Grande do Sul. Nos últimos anos, tem-se verificado, nas esferas local,

regional, estadual e federal, discussões e debates no entorno da definição de uma nova matriz produtiva, calcada na diversificação. Se este processo ainda não avançou a pleno vapor, não é por falta de iniciativas,

que a região hoje já testemunha, com o envolvimento de entidades e instituições, caso da Associação dos

Fumicultores do Brasil (Afubra), da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e do Ministério do Desenvolvimento

Agrário (MDA), entre outras.Mesmo a fim de consolidar um perfil de diversificação,

tida como decisiva na manutenção e na criação de empregos, além da geração de renda, a união de forças

entre os diversos poderes e a efetivação de investimentos públicos são indispensáveis.

É para assegurar tratamento justo às suas reivindicações que a região se mobiliza. As diretrizes aqui apresentadas, e que perpassam as áreas de infraestrutura, agronegócio, edu-cação, saúde e turismo, entre outras, sistematizam prioridades fixadas por várias entidades. A Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo (Amvarp) e a Associação dos Municípios do Centro-Serra (Amcserra) concentram as demandas.

Elas foram levantadas ainda no âmbito do Conselho de De-senvolvimento Regional (Corede) Vale do Rio Pardo e constam, em sua maioria, no Plano Plurianual Participativo (PPA). Verifica-se o engajamento de movimentos como a Associação Santa Cruz Novos Rumos (Ascnor) e a mobilização de poderes públi-cos, de instituições e da sociedade civil organizada. Que este pai-nel de demandas possa constituir direcionamento de reflexões para que, enfim, o Vale do Rio Pardo e o Centro-Serra tenham definitivamente abertos os caminhos para seu futuro.

todos pela região

Localize-se: O mapa com os municípios que fazem parte do Vale do Rio Pardo e Centro-Serra

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A Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo (Amvarp), fundada em 13 de maio de 1961, foi a primeira associação de municípios formada no Rio Grande do Sul e seu idealizador foi o ex-prefeito de Vera Cruz Nestor Frederico Henn. Atualmente, congrega 15 localidades da Depressão Central gaúcha, cuja economia é fortemente apoiada na agricultura, além da industrialização igualmente identificada com o agronegócio, mas já tendente à diversificação.Além de promover a aproximação dos prefeitos e das equipes dos executivos dos municípios congregados, assegurando a união de esforços na defesa dos seus interesses específicos no cenário estadual, a Amvarp participa ativamente junto à Confederação Nacional dos Municípios (CNM) na luta por conquistas para todos os municípios gaúchos. Dessa forma, pode agir junto às outras esferas de governo e perante os demais poderes, fortalecendo as relações federativas de maneira que os municípios não fiquem à margem das decisões tomadas no centro do poder e que tenham à sua disposição o volume de recursos correspondentes e compatíveis ao nível de responsabilidade que lhes cabe constitucionalmente. Tendo em vista que a socioeconomia regional ao longo de praticamente um século se constituiu no entorno do agronegócio exportador de tabaco, a principal cultura implantada nas pequenas propriedades, a Amvarp mais recentemente tem

ORGAniZAÇÃO

MunicípiosAssociação dos

do Vale do Rio Pardo (Amvarp)

Fundada em 1961, entidade congrega 15 municípios localizados na depressão Central do Rio Grande do Sul

VISTA AÉREA do Vale do Rio Pardo, dominado por pequenas propriedades fortemente identificadas com o cultivo do tabaco

se empenhado em discutir e em prospectar novas alternativas, que promovam uma diversificação das oportunidades de emprego e de renda. Dentro desse esforço de estabelecimento de bases mais sólidas para assegurar desenvolvimento regular e continuado, a entidade elencou, em conjunto com outras entidades e agremiações da sociedade regional, uma série de demandas que, na avaliação dos municípios, requerem investimentos imediatos a fim de garantir qualidade de vida para a população, de explorar devidamente os recursos disponíveis em toda a região e, naturalmente, contribuir para o progresso regional, estadual e nacional.

Os 15 municípios da Amvarp

* Boqueirão do Leão* Candelária* Encruzilhada do Sul* Gramado Xavier* Herveiras* Mato Leitão* Pantano Grande* Passo do Sobrado* Rio Pardo* Santa Cruz do Sul* Sinimbu* Vale do Sol* Vale Verde* Venâncio Aires* Vera Cruz

5ORGAniZAÇÃO

Fundada em 8 de fevereiro de 2001, a Associação dos Municípios do Centro-Serra (Amcserra) atualmente

congrega os prefeitos - ou o Poder Público – de 11 localidades da região serrana da Depressão Central do

Rio Grande do Sul. Originalmente, a maioria desses municípios estão de alguma forma vinculados ao Vale

do Rio Pardo, tanto que ainda são incluídos no Conselho de Desenvolvimento Regional (Corede) desta área.

No entanto, peculiaridades diversas, lutas e interesses comuns motivaram a criação de uma entidade específica,

que pudesse facilitar e agilizar a conquista de melhorias indispensáveis em sua infraestrutura.

A Amcserra procura liderar a tomada de decisões e a definição de metas dentro do processo de auto-organização das necessidades mais imediatas dos

municípios. A entidade presta assistência e acompanha de perto os problemas e os anseios de cada um dos

associados, na área jurídica e nos setores que são decisivos para o bom andamento dos trabalhos do poder público.

Dessa forma, a Amcserra está representada e colabora na tomada de decisões junto aos diversos organismos

públicos estaduais que abrangem a região, e encaminha suas propostas e seus projetos de melhorias em âmbitos

regional, estadual e até nacional.A sede da associação fica junto ao prédio da Prefeitura de Sobradinho, que na verdade constitui o município

polo do Centro-Serra. Várias das demais localidades que

Municípios localizados na região serrana do Vale, identificados com a agricultura, uniram-se na defesa de

seus interesses específicos

Um produto da região: Cultivo do tabaco garante a geração de empregos e de renda na Serra, com destaque para a variedade Burley

hoje compõem a Amcserra, por sinal, são emancipadas de Sobradinho, em torno do qual ainda gravita boa parte

da economia regional. No conjunto, os municípios têm no agronegócio a sua principal atividade, apostando nas

plantações de tabaco (é uma das principais regiões de cultivo de Burley do Estado), feijão, soja, milho e frutas (especialmente vitivinicultura). Em paralelo, a pecuária

leiteira também é expressiva. Justamente por essa característica agrícola, as condições

do escoamento da produção costumam estar entre as demandas urgentes da associação, tanto na conservação

de estradas quanto na efetivação da ligação asfáltica, que se traduziria em qualidade de vida e maior progresso

conjunto da área serrana. Assim como a garantia de bom acesso rodoviário, as melhorias em infraestrutura básica, saúde e educação igualmente costumam constar na lista

de solicitações junto aos governos estadual e federal.

Municípiosdo Centro-Serra (Amcserra)

Associação dos* Arroio do Tigre

* Ibarama

* Segredo

* Estrela Velha

* Tunas

* Lagoa Bonita do Sul

* Passa Sete

* Lagoão

* Jacuizinho

* Sobradinho

* Cerro Branco

Os 11 municípios da Amcserra

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O Vale do Rio Pardo elenca uma série de demandas nas mais diversas áreas, que se traduziriam em melhorias gerais na qualidade de vida de sua população, em oportunidades de emprego e de renda e, finalmente, em boas condições de competitividade econômica, a fim de impulsionar o seu desenvolvimento. Mas nenhuma delas talvez seja tão urgente e tão estratégica, inclusive para a comunidade estadual, quanto a duplicação da RSC-287, a rodovia que corta a região, interligando o Centro do Rio Grande do Sul com a capital, Porto Alegre. O esgotamento das condições de tráfego seguro e que não atravanque negócios e investimentos é sentido há vários anos, agravando-se cada vez mais nesta primeira década do século XXI. Essa saturação se traduz em elevação de custos e retardos para quem precisa escoar seus produtos a partir da região e ainda em entrave para quem esteja analisando possíveis investimentos na região central do Estado, de localização tão estratégica e cujo argumento pode favorecer toda a economia gaúcha.Há muitos anos, essa obra constitui um anseio regional. Mas, especialmente na última década, a intensificação no tráfego de veículos de diferentes portes tornou essa medida indispensável. Em alguns horários do dia e em alguns dias da semana, transitar por esta estrada, além de extremamente perigoso, tornou-se estafante. A quantidade de caminhões, ônibus e carros que se

inFRAeStRUtURA

A 287dita oritmoduplicação da principal rodovia que corta o Vale do Rio Pardo é inadiável e decisiva para dar fluxo ao desenvolvimento regional

Para sair do lugar: RSC-287 é a via pela qual os produtos são transportados e os investimentos chegam ao centro do Rio Grande do Sul

deslocam entre as próprias cidades do Vale do Rio Pardo, por exemplo, entre Santa Cruz do Sul e Venâncio Aires, dois polos da indústria do tabaco, faz com que o trânsito flua em ritmo muito lento. Ao movimento rotineiro entre as cidades vizinhas agrega-se o grande número de veículos que se deslocam, por exemplo, a partir de Santa Maria ou de outras cidades do centro do Estado com destino a Porto Alegre.A duplicação da RSC-287, que vem sendo defendida com ênfase desde 2007, quando o governo do Estado lançou o

programa Duplica RS, formaria, juntamente com a BR/RSC-471, o principal corredor de transportes da região. Essa obra, aliás, é entendida como decisiva, fundamental, dentro dos propósitos da região de constituir um polo logístico, emperrando, hoje, qualquer outro planejamento que a região venha a querer fazer em sua infraestrutura. A percepção das lideranças do Vale do Rio Pardo é de que a rodovia não suporta e nem admite mais ajustes, requerendo um tratamento à altura da importância que ela tem no desenvolvimento regional.

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Dentro dos planos alimentados pelo Vale do Rio Pardo para se constituir em um polo logístico do Sul do Brasil,

aproveitando, entre outros méritos, sua localização geográfica privilegiada, a construção de um novo

aeroporto regional vem ganhando adesões cada vez mais entusiásticas. Para viabilizar esse empreendimento, que, se é um anseio arrojado, traria imediatos e inegáveis reflexos à socioeconomia de todo o Centro do Estado, lideranças e entidades já fizeram os primeiros contatos, manifestando

sua determinação em concretizar essa obra.Defendida por um grupo de empresários e de líderes

do Vale do Rio Pardo, essa proposta conta inclusive com uma maquete. A intenção inicial do grupo é sediar

esse empreendimento em área situada entre o Distrito Industrial de Santa Cruz do Sul e a divisa com o município

de Rio Pardo. Entre os argumentos, além de facilitar e de agilizar o transporte de pessoas e de produtos a partir

da região, está o fato de que um novo complexo poderia ajudar a descongestionar o Aeroporto Internacional

Salgado Filho, de Porto Alegre.Por outro lado, a maior proximidade de Santa Cruz do Sul com diversas outras cidades referenciais na região central do Rio Grande do Sul proporcionaria a esse público uma opção mais prática e econômica de viajar por este modal.

O próprio Vale do Rio Pardo, pela característica de suas

inFRAeStRUtURA

Uma pistapara voar

mais altoA construção de um novo aeroporto

regional é uma das propostas que fariam o Centro do estado decolar de

vez em sua relação com o mundo

Um projeto para acelerar: Aeroporto seria construído em área entre o Distrito Industrial de Santa Cruz do Sul e a divisa com Rio Pardo

indústrias exportadoras, interage constantemente com o País e o mundo, tanto ao receber visitantes dos diversos

continentes quanto no encaminhamento de cargas. A possibilidade da existência de um aeroporto regional

no ambiente deste complexo produtivo e industrial representaria redução de custos, agilidade logística e,

por extensão, maior fôlego para a atração de novos investimentos, inclusive no viés turístico.

Em outra frente de ação, o município de Venâncio Aires também apresentou a proposta de construção de um

aeroporto, que igualmente teria perfil regional. A maquete divulgada junto à sociedade regional evidencia tratar-se

de um projeto arrojado, que colocaria a cidade em ligação aérea com os principais centros do sul do Brasil.

Se em uma das frentes lideranças se mobilizam para via-bilizar a construção de um novo aeroporto regional, em outra há esforço a fim de vitalizar o Aeroporto Luiz Beck da Silva, de Santa Cruz do Sul. A confirmação de voo diário na linha Santa Cruz-Porto Alegre, a ser operada pela NHT Linhas Aéreas, deu novo ânimo à comunidade. Confirmando-se a demanda, a NHT pretende investir cerca de R$ 200 mil na adequação das instalações do aeroporto, melhorando a estrutura para rece-ber passageiros. Outros investimentos gerais em infraestrutu-ra do local, por isso, se afiguram urgentes.

Voo para Porto Alegre

8 inFRAeStRUtURA

A escolha do traçado definitivo da Ferrovia Norte-Sul está prevista para a segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), do governo federal. A expectativa é de que o projeto venha a ser elaborado até 2011. Caso venham a ser contemplados com essa obra, vital para a interligação dos mo-dais logísticos no Rio Grande do Sul, turbinando o escoamento e a movimentação de produtos e mercadorias, os vales saltarão para uma nova realidade em seus planos de desenvolvimento. Estudos prévios indicam que o trem poderia retirar até 368 mil caminhões das estradas do Estado e assim permitir que se redu-zissem 318 de quilômetros rodados, desafogando um trânsito rodoviário muito congestionado. Atualmente, na região, Rio Par-do é um dos municípios que melhor testemunha a importância da ferrovia como via de inserção logística.

Um novo ritmo

A situação geral dos acessos rodoviários costuma alimentar as principais preocupações junto as lideranças dos municípios do Vale do Rio Pardo e do Centro-Serra. Mas nem por isso os demais modais passam despercebidos dentro das demandas em logística, que poderiam inserir o centro do Rio Grande do Sul definitivamente num cenário de maior facilidade e de flexibilidade para escoar sua produção e para fazer circular mercadorias. E a localização estratégica dos Vales em relação aos demais caminhos que cruzam o Estado é um dos argumentos fortes dos municípios para garantir, entre outras melhorias, a passagem do traçado da Ferrovia Norte-Sul pela região.Um movimento constituído por entidades, organizações e instituições tem se empenhado no sentido de sensibilizar o governo federal em torno da importância desta obra para o desenvolvimento regional. O esforço une inclusive as lideranças dos vales do Rio Pardo e do Taquari, que representam um total de 68 municípios, tendo em vista que os investimentos ajudariam a firmar essas duas realidades nos trilhos do progresso. Ambas são fortemente identificadas com a produção agropecuária e com a industrialização no Estado, sendo ao mesmo tempo expressivas nas exportações e demandantes de mercadorias importadas de outras regiões. Assim, a ferrovia contemplaria diretamente empresas e

O progresso

nos trilhosvai entrar

Garantir a passagem do traçado da Ferrovia norte-Sul pela região é uma das principais demandas dentro da meta de implantação do polo logístico

O trem do futuro: A Ferrovia Norte-Sul, no traçado acima, interligará Panorama (SP) a Rio Grande, e seus trilhos podem aquecer a economia regional

empreendimentos estratégicos também para todo o Rio Grande do Sul.Conforme informações obtidas pelas lideranças regionais junto aos organismos de transporte do governo federal, três diferentes possibilidades de rotas estariam em estudo para essa ferrovia. Numa delas, o roteiro parte de Panorama (SP), seguindo em linha reta até Chapecó (SC) e depois até Rio Grande, passando pelos Vales. Os outros dois trajetos não contemplariam a região. Mesmo que houvesse definição por alguma destas alternativas, ainda assim as comunidades do centro do Estado entendem que não podem deixar de ser contempladas com uma facilitação de acesso por ferrovia, tendo em vista que a diminuição dos custos de logística na exportação de seus principais produtos, caso de tabaco, carnes e metais, asseguraria competividade interna e externa. E este benefício, que repercutiria diretamente na geração de empregos e de renda, traduzida em divisas para o Estado e para o País, jamais poderia ser ignorado ou desprezado.

9inFRAeStRUtURA

Poucas obras parecem fazer tanta falta a uma região como é o caso do asfaltamento da RSC-481, que liga

Sobradinho, no Centro-Serra, a Cerro Branco e à RSC-287, junto à sede de Novo Cabrais, via de acesso à principal rodovia que cruza o Centro do Estado no

sentido leste-oeste. Nas décadas de 1970 e 1980, a 481 chegou a constituir um dos corredores rodoviários

mais importantes do Rio Grande do Sul, escoando a produção agrícola das propriedades de cima da serra. Agora, depois de décadas sem merecer a atenção dos

poderes públicos estadual e nacional em seus projetos, a comunidade se mobiliza com a expectativa de,

finalmente, ver essa obra concretizada.A primeira medida efetiva tomada pelas lideranças é um abaixo-assinado de moradores das 11 localidades

que integram a Associação dos Municípios do Centro-Serra (Amcserra). Esse gesto tem por meta sensibilizar o governo estadual para que venha a

elaborar um projeto de asfaltamento e de execução das obras nesta estrada. Lideranças de outras cidades

da região, como Novo Cabrais, Agudo e Paraíso do Sul, avalizam o documento, conscientes dos benefícios

que a pavimentação traria às populações. Além da forte projeção na produção de tabaco e de grãos, esses

municípios teriam muito a ganhar com um possível polo turístico caso o acesso à região fosse facilitado.

A expectativa das lideranças é de que o Departamento Parou no tempo: RSC-481 levaria o progresso a uma região forte na produção agrícola e que teria muito a lucrar com o turismo

A estrada que quer sairdo esquecimentoA esperança de ver pavimentada a

RSC-481, que já foi um dos corredores rodoviários mais importantes do

estado, une o Centro-Serra

Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) venha a ser demandado em breve para a elaboração do

projeto. Ansiosos por ver esta importante conquista finalmente se tornar uma realidade, os responsáveis

pela mobilização junto à Amcserra chegaram a propor a construção com asfalto de baixo custo, e no leito

original da rodovia, a exemplo do que ocorreu na ERS-400, entre Candelária e Sobradinho. A esperança era de que o Estado fizesse a dotação de recursos para a

realização da obra já em 2012.

A rodovia RSC-481 chegou a registrar fluxo de 16 linhas de ônibus por dia. Em sua totalidade, tem extensão de 43,53 quilô-metros. Era, na época, o principal corredor de interligação com as cidades da região baixa do centro do Estado, como Santa Cruz do Sul, Cachoeira do Sul e Santa Maria. Ainda hoje é, para boa parcela da população da região de cima da serra, a única via a permitir o acesso aos principais centros da região.

Sem sair do lugar

10 eStRAdAS

Para muitos municípios do Vale do Rio Pardo e do Centro-Serra, podem até haver outras prioridades e demandas. Mas nenhuma é tão urgente e tão aguardada quanto a concretização do asfalto nas vias de acesso às cidades. As dificuldades de deslocamento por estradas quase sempre em péssimas condições de conservação emperram o desenvolvimento. Começa por diminuir a autoestima da população, que assim não se sente bafejada pelo progresso, e acaba por encarecer a vida, seja com a própria conservação de veículos, seja no escoamento de produtos ou no abastecimento de suas necessidades.Essa realidade deprimente é compartilhada por diversos municípios, tanto na região baixa quanto na área alta do vale. Por essa razão, nas demandas elencadas no âmbito da Amvarp e da Amcserra, a melhoria na qualidade das estradas municipais e de outras vias de acesso intermunicipal em toda a região costumam ser uma constante. A pavimentação é um pedido especialmente das seguintes origens: Boqueirão do Leão, Herveiras, Lagoa Bonita do Sul (que está a apenas 6,84 km da ERS-400, e aguarda pela pavimentação do trecho denominado AM 910), Vale do Sol, Sinimbu (ambos solicitam o acesso à nova RSC-153), Jacuizinho, Tunas e Lagoão. Este último aguarda ansiosamente pelo asfaltamento da rodovia ERS-347, que interliga a cidade com Segredo.

O asfalto,este é ogrande sonhoUm dos principais anseios da maioria das cidades da região ainda é finalmente serem contempladas com rodovia pavimentada

Tão perto, tão longe: O fato de muitas cidades ainda não contarem com acesso asfaltado atrapalha (e muito) a integração regional e estadual

Obras aguardadas

O Vale do Rio Pardo e o Centro-Serra ainda elencam diversas outras obras em suas necessidades de infraestrutura envolvendo a ligação rodoviária. Entre as principais medidas estão:* Ligação da BR-386 com a BR-153 (471) entre Progresso, Boqueirão do Leão e Gramado Xavier, através da ERS-423;* Ligação asfáltica da ERS-244 até o entroncamento da RSC-287, do trevo de Venâncio Aires até Vale Verde;* Ligação asfáltica da ERS-405 até o Distrito Industrial de Santa Cruz do Sul, na BR-471, passando pelo município de Passo do Sobrado;* Ligação asfáltica de Linha Cinco até Sinimbu na ERS-416, que já existe em rubrica;* Ligação asfáltica da ERS-422, no trecho entre Venâncio Aires e Boqueirão do Leão;* Conclusão da ERS-410, ligando Candelária à ERS-403;* Conclusão da ERS-403, que liga Rio Pardo a Cachoeira do Sul;* Conclusão do acesso asfáltico de Vale do Sol até a RSC-153, que já está realizado em mais de 50% do trecho; * Asfaltamento do acesso de Santo Amaro do Sul à ERS-244, no município de General Câmara, no trecho de 4.217,11 metros;* Repasse de recursos aos municípios para que possam realizar a manutenção e a conservação de rodovias estaduais não asfaltadas;* Melhoria de sinalização e segurança na BR-471, e no trevo de acesso a Vera Cruz, no contato da ERS-409 com a BR-471, com a colo-cação de alças de entrada no trevo;* Instalação de Posto da Polícia Rodoviária na BR-471.

11inFRAeStRUtURA

A expectativa da concretização de um polo logístico de projeção estadual na região está profundamente

identificada com Rio Pardo. Trata-se do único município do Vale do Rio Pardo que desfruta de

ligação por vias rodo, hidro e ferroviária. Historicamente, aliás, a sua localização estratégica às

margens do Rio Jacuí fez desta cidade um ponto de passagem obrigatória para quem chegava à região, a começar pelos imigrantes que se dirigiram às novas

colônias no interior gaúcho. Em outro sentido, por este pujante ambiente urbano eram escoadas as

riquezas do centro do Rio Grande do Sul.Recentemente, a Secretaria Municipal de

Desenvolvimento apresentou para inclusão no Plano Plurianual Participativo (PPA), do governo do Estado, a proposta de integração de modais de

transporte, que constitui um anseio regional. O licenciamento e a implantação de um porto fluvial

no Rio Jacuí está entre as principais propostas. A empresa Celulose Riograndense é uma das

entusiastas dessa ideia: ela trabalha com perspectiva de colocar terminal em operação na cidade até 2015,

ao lado da ponte sobre o Jacuí. O Ministério dos Transportes também vem

realizando levantamento de cargas de empresas da

Por riosnunca dantes

navegadosProjeto para efetivação de um

porto fluvial em Rio Pardo, além de investimentos em outros terminais na

região, revolucionaria o transporte

Águas tranquilas: Terminal fluvial no Rio Jacuí, em Rio Pardo, facilitaria o escoamento da produção regional e também o abastecimento

região com a finalidade de estimar o possível fluxo de escoamento pelo Rio Jacuí, que faz parte do projeto

da Hidrovia do Mercosul. Diante desta clara convergência de interesses, há expectativa de que a obra efetivamente possa se

concretizar em breve, com reflexos extremamente positivos sobre a socioeconomia regional e estadual.

Rio Pardo poderia inclusive constituir uma boa alternativa para os Vales em relação ao porto de Rio

Grande, bem mais distante, facilitando, ao mesmo tempo, o movimento de cargas diversas para a região.

Não é apenas o porto de Rio Pardo que está entre os anseios da população regional. As lideranças dos Vales elencam como prioridade a implantação de estrutura portuária em Estrela e Mariante, propondo ação conjunta do governo com iniciativa privada. O primeiro já conta com infraestrutura nesse modal, mas novos investimentos poderiam ampliar as perspectivas de aproveitamento da via fluvial no escoamento da produção agrícola e industrial dos Vales.

navegar é preciso

12 inFRAeStRUtURA

O Vale do Rio Pardo é importador e exportador por excelência. Daqui saem riquezas agrícolas e industriais que alavancam as finanças gaúchas e pesam significativamente sobre os resultados positivos da receita cambial brasileira. Para uma região historicamente identificada com o comércio global, nada mais justo que ela disponha dos meios mais eficientes, práticos e econômicos para garantir competitividade e crescimento sustentável.É este o pensamento de um grupo de lideranças, congregadas no entorno da Associação Santa Cruz Novos Rumos (Ascnor) e da Prefeitura, que alimenta a expectativa de assegurar a implantação, no município, de uma Estação Aduaneira Interior (Eadi). Na avaliação dos defensores desta proposta, este empreendimento contribuiria no desenvolvimento de novas atividades econômicas, hoje dependentes deste ambiente de fluxo rápido de produtos, e impulsionaria a tão almejada diversificação econômica.A Eadi configura uma área demarcada, autorizada para operações de comércio exterior. As empresas que estão próximas a este recinto alfandegário têm custo reduzido e menores taxas de armazenamento de produtos. Ao invés de acomodar os artigos

O progressovai passarpor aquiinstalação de uma estação Aduaneira interior (eadi) em Santa Cruz do Sul minimizaria os custos com o fluxo de produtos das empresas da região

No meio de tudo: A Eadi de Santa Cruz do Sul está entre as principais medidas para transformar a região no maior polo logístico do Estado

importados no Eadi de Rio Grande, de Canoas, de Novo Hamburgo ou de Uruguaiana, como tem acontecido até o momento, as empresas de toda a região central do Estado teriam uma opção bem mais próxima. O argumento é de que a região já registra movimentação de mercadorias suficiente para pleitear uma estação aduaneira.A instalação da Eadi em Santa Cruz do Sul já se encontra em fase de análise junto à superintendência regional da Receita Federal. Este organismo precisa declarar a cidade hábil em termos técnicos para que então seja autorizado o processo licitatório da empresa que será responsável por construir e administrar a estrutura. Esta, por sua vez, é explorada pela iniciativa privada, através de concessão do governo. Resta, agora, aguardar para que o sinal verde seja dado e este empreendimento vital se concretize.

Turbinar a economia ao desembaraçar ao máximo o mo-vimento dos produtos, seja nas exportações seja nas impor-tações, é de fato uma das demandas do Vale do Rio Pardo. A constatação de que a logística está no centro da realização de bons negócios, proporcionando desenvoltura a empre-sas e indústrias em seu comércio, levou a região a propor um projeto que busca aproveitar todas as modalidades viáveis, diante da localização estratégica no interior do Rio Grande do Sul. Ao lado da Eadi, as lideranças pleiteiam ainda um por-to seco, cujas vantagens estão na diminuição de custos com o pagamento de impostos, facilitando a importação e atrain-do novas empresas. Em paralelo, almejam a construção de um condomínio logístico, a ser erguido próximo ao entron-camento logístico desenhado pela integração dos diversos modais de transporte.

Sem obstruções

13MOdeRniZAÇÃO

A Prefeitura de Santa Cruz do Sul também negocia com o governo do Estado a cedência de área de 33 hectares da ex-tinta Escola Estadual Murilo Braga, muito próximo do entron-camento da BR-471 com a RSC-287. Ali seria montada uma infraestrutura, em formato de parque tecnológico, capaz de atrair e de fixar empresas que requerem maior espaço físico para suas estruturas produtivas. O mesmo ambiente ainda po-deria ser utilizado como campo experimental de outras áreas da universidade, além de reunir a Incubadora Tecnológica da Unisc (Itunisc), hoje localizada no centro de Santa Cruz do Sul; o Núcleo de Inovação e Transferência de Tecnologia (NITT) e o Polo de Modernização Tecnológica do Vale do Rio Pardo.

Mais fôlego

A comunidade regional se mobiliza não só para cuidar bem do presente. Quer planejar, prospectar e

programar nos mínimos detalhes o seu futuro. Para isto, a modernização tecnológica e o ímpeto inovador devem estar na ordem do dia. E isto de fato é o que ocorre. Um

projeto em desenvolvimento junto à Universidade de Santa Cruz do Sul vai proporcionar o ambiente ideal

para promover as inovações que os empreendimentos regionais demandarem. É o Parque Científico e

Tecnológico Regional (TecnoUnisc), que buscará estabelecer a relação integrada entre três agentes:

universidade, poder público e empresas.O espaço criará a oportunidade de relacionamento

e de aproximação entre alunos da universidade, professores e pesquisadores com os empresários

que buscam oferecer produtos diferenciados para o mercado. Assim, as empresas apresentarão ao parque as suas necessidades em termos de novas tecnologias;

a universidade participará com sua capacidade de pesquisa e o poder público será o provedor de

incentivos para o desenvolvimento de inovações e a disponibilização da infraestrutura necessária para as

atividades.O parque encontra-se na fase de constituição da área

física para que as empresas possam compartilhar o

Um espaçopara pensar

o novoParque Científico e tecnológico

Regional da Universidade de Santa Cruz do Sul (tecnoUnisc) será o

centro por excelência da inovação

Ganhando forma: Projeto a ser viabilizado junto à Unisc proporcionará espaço para atender às demandas regionais em inovação tecnológica

ambiente de pesquisa. Um projeto buscará a liberação de recursos destinados à construção do prédio e

das salas onde funcionará a TecnoUnisc. As ações se voltarão, num primeiro momento, às áreas de

Tecnologia da Informação e Comunicação, Tecnologia Ambiental e Tecnologia de Processos Oleoquímicos e Biotecnológicos, em sintonia com a capacidade de

pesquisa já instalada na universidade. Nestes segmentos, há trabalhos em andamento, com produção e transferência de tecnologias a empresas.

Em Tecnologia da Informação e Comunicação, há empreendimentos que atuam na Incubadora

Tecnológica (Itunisc), e que futuramente terão área específica para sua expansão.

14 eCOnOMiA

O Vale do Rio Pardo e o Centro-Serra, direta e historicamente identificados com o cultivo, com o beneficiamento e com o comércio de tabaco, têm colocado a necessidade e a importância da diversificação de rendas no agronegócio como uma de suas grandes demandas. A incerteza quanto ao futuro dessa atividade, controvertida em nível mundial, se estende para as comunidades, que anseiam pela prospecção e pela efetivação de alternativas. Mas os projetos, ao que tudo indica, dificilmente poderiam convencer em larga escala as localidades a curto e médio prazos, exigindo investimentos continuados e prolongados na implantação de uma nova matriz produtiva.Em meio a esse cenário, as lideranças regionais se esmeram por não descuidar em nenhum momento do setor que, no final das contas, permanece sendo o grande motor de sua economia. Não importa em que circunstâncias, o carro-chefe na injeção de riquezas, graças à sua liquidez e à sua demanda internacional, ainda é o tabaco. Pode não estar rendendo, nas safras mais recentes, o mesmo dinheiro de anos anteriores, mas continua sendo, de forma disparada, o principal produto agrícola na geração de receitas na região.

O que movea região

ainda é o tabacoincertezas quanto às reais perspectivas de cultivo e de mercados não comprometem os méritos do principal produto na economia regional

Conhece? Apesar de todos os esforços para diversificar a economia, é das lavouras de tabaco que ainda vêm a maior garantia de emprego e de renda

Em alguns municípios, como é o caso de Lagoa Bonita do Sul, no Centro-Serra, o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) gerado pelo tabaco representa cerca de 64% das finanças locais. Apesar de o volume embarcado ao exterior ter caído em 2010 e de a receita cambial ter recuado da mesma forma, em grande parte em virtude da desvalorização do dólar em relação ao real, ainda assim, para a maioria dos municípios que têm no tabaco a sua principal atividade, são essas folhas que aquecem a economia.

Justamente pela importância dos recursos advindos da fu-micultura no desenvolvimento regional, a luta das localidades para resolver demandas antigas e cruciais relacionadas ao se-tor segue na ordem do dia: é o caso da liberação de créditos de ICMS retidos junto ao governo do Rio Grande do Sul e os con-flitos gerados pela guerra fiscal entre estados. Em outra frente, a reivindicação de medidas que inibam o mercado ilegal, es-pecialmente o contrabando, é mais uma questão em pauta.

Questões cruciais

15

Se o panorama geral não vinha sendo de grande entusiasmo no entorno da atividade produtiva, de

comercialização e de processamento do tabaco, o anúncio recente de novos investimentos na expansão ou na

modernização de estruturas industriais, naquele que já é o maior polo de beneficiamento dessas folhas no mundo,

devolve algum ânimo. Mais do que isso: faz ver que essa atividade não apenas foi mas continua sendo e tende a ser nos próximos anos uma geradora de empregos e de renda. Se a região, o Estado e o País colhem os méritos, em forma de receita, do arrojo

deste segmento, é mais do que evidente que o poder público também está comprometido a prestar atenção a

suas demandas.A Philip Morris Brasil, por exemplo, está construindo uma nova fábrica em Santa Cruz do Sul, cujo investimento deve

totalizar R$ 113,5 milhões, com o propósito de otimizar e de concentrar as suas operações no distrito industrial do município. Assim, esta que é a segunda maior fabricante

de cigarros do País e é vinculada à líder do mercado em escala global, demonstra ter plena confiança na boa

continuidade dos seus negócios na região. A obra deverá estar concluída até o final de 2011.

Recentemente, outra empresa, a Japan Tobacco International (JTI), que iniciou as suas operações

As lideranças regionais demonstram preocupação com a forte dependência em relação à monocultura do tabaco. Com suas atividades produtivas no campo ou com sua estrutura industrial atrelada ao segmento, é muito provável que a eco-nomia seja afetada com eventuais oscilações de mercado, di-tadas pela lei da oferta e da procura e pela conjuntura de cada safra. Por isso, junto aos governos estadual e federal, a luta tem sido em favor da diversificação de renda, de maneira a propor-cionar alternativas que, a curto, médio ou longo prazos, pos-sam oferecer aos produtores e à população urbana meios de gerar renda - e, naturalmente, assegurar empregos - também em outros setores da economia, que não apenas no tabaco.

Hora de conciliar

eCOnOMiA

Apoio para

um setorque cresce

Não para: Vista aérea do distrito industrial de Santa Cruz do Sul, onde está implantado o maior polo de beneficiamento de tabaco do mundo

investimentos significativos na expansão da estrutura física no parque

industrial do tabaco mostram que o setor é dinâmico e merece atenção

industriais no Vale do Rio Pardo em 2009, anunciou que vai implantar, igualmente em Santa Cruz do Sul,

um Centro Mundial de Desenvolvimento Agronômico, Extensão e Treinamento. A unidade será destinada a

pesquisar tecnologias relacionadas ao cultivo do tabaco que poderão ser aplicadas no campo. O complexo

ocupará 320 hectares na localidade de Cerro Alegre. Em simultâneo, diversas empresas do setor também

seguem realizando investimentos em melhorias e modernização. Em tempos onde o horizonte parecia

nebuloso, decisões de tal ordem sinalizam que o complexo produtivo e industrial do tabaco pode até estar atravessando um período de transição, talvez normal e natural. Mas jamais deixou de ser o que é:

apenas um gigante.

16

Qualquer empreendimento e qualquer atividade econômica deve ter inerentes a seus processos os conceitos de sustentabilidade. Sem a atenção devida à conservação e à preservação dos recursos naturais, ou sem um esforço para a recuperação de ambientes degradados, todo o ecossistema fica comprometido e, por extensão, uma comunidade não apenas não se desenvolve como regride.Tendo por norte essas premissas, as lideranças regionais do Vale do Rio Pardo e do Centro-Serra estão defendendo a implantação, com a integração de esforços das iniciativas pública e privada, de um zoneamento econômico ecológico nos municípios do centro do Rio Grande do Sul. A medida estabelece como objetivos a identificação e o mapeamento de áreas de Preservação Ambiental (APA’s), de Áreas de Preservação Permanente (APP’s) e de Áreas de Produção Econômica; além da identificação simultânea das formas corretas de manejo.Em sentido macro, a proposta é que seja efetivado um programa de proteção das nascentes, de matas ciliares, de topos de morros e de encostas em todas as localidades, a fim de assegurar o equilíbrio no tratamento dos recursos ambientais. Em paralelo, a expectativa é de que a região consiga apoio na recuperação do leito dos rios, especialmente da Bacia do Rio Pardo, da Bacia do Rio Pardinho, da Bacia do Rio Taquari-Antas e dos Arroios Castelhano e Taquari-Mirim. Em todos os casos, a finalidade seria promover o desassoreamento e a recuperação da mata ciliar.

AMbiente

tudo dependedos recursosnaturaisA proposta de implantação de um zoneamento econômico ecológico para a região constitui a principal demanda de gestão estrutural

Ambiente inteiro: A preocupação com a preservação dos recursos naturais na região está diretamente relacionada à sustentabilidade

instinto de proteção

O zoneamento econômico ecológico pretendido pelo Vale do Rio Pardo e pelo Centro-Serra vislumbra, especialmente, a pro-teção e a preservação das áreas de Preservação Permanente (APP’s) e das Áreas de Preservação Ambiental (APA’s), de maneira a mantê-las a salvo do avanço indiscriminado de empreendimentos e de interesses de toda ordem, seja em ambiente rural, seja na proximidade de ambientes urbanos. As lideranças alimentam a ideia da criação de créditos para desapropriação de APA’s e solici-tam apoio à implantação de um Plano Nacional de Resíduos Sólidos.

17SAneAMentO

A tomada de medidas imediatas e continuadas que promovam a melhoria das condições de conservação

e de preservação ambiental é apontada por lideranças do Vale do Rio Pardo e do Centro-Serra como ação

fundamental para o desenvolvimento e para a sustentabilidade. Dentre as demandas elencadas

pelas entidades representativas, a concretização de um programa de saneamento básico regional consta

como uma prioridade máxima.A preocupação com a qualidade dos recursos

hídricos, nos ambientes rurais e urbanos, e com o destino de resíduos sólidos fica evidente na lista de

reivindicações. Por esta razão, através da Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo (Amvarp)

e da Associação dos Municípios do Centro-Serra (Amcserra), as comunidades solicitam junto aos

poderes públicos estadual e nacional a elaboração de projetos para a captação e para o armazenamento

de água nas diversas localidades, defendendo a criação de programas ou de financiamentos para

a construção de cisternas e para saneamento rural, articulado com a proteção de nascentes e de outros

recursos hídricos. A intenção é viabilizar a instituição de Planos Municipais de Saneamento Básico.

Dentro dos propósitos, mencionam a pesquisa de tecnologias alternativas para reuso da água,

saneamento básico descentralizado e reciclagem

essas melhoriasvida passa porA qualidade de

instituições, entidades representativas e organismos defendem a implantação

urgente de um programa de saneamento básico regional

O ambiente agradece: A comunidade regional sugere a viabilização de tecnologias alternativas para reuso da água e reciclagem de resíduos

de resíduos. O desenvolvimento de projetos de composteiras e o estudo de viabilidade de aterro

sanitário regional, assim como o estudo de gestão integrada de resíduos urbanos, igualmente constam

entre as sugestões. Diante da estrutura atualmente existe nas localidades, defendem a instituição de um financiamento para viabilizar a triagem de resíduos

sólidos e construção de galpão de triagem.

Entre as reivindicações constam investimentos na Com-panhia Riograndense de Saneamento (Corsan), em ampliação de redes de abastecimento de água, projeto e implantação de redes coletoras e sistemas de tratamento de esgoto. Solicita-se a disponibilização de perfuratrizes para a abertura de poços artesianos e recursos para construir redes de abastecimento de água potável para a zona rural. Propõe-se incluir municípios como área prioritária na disponibilização de recursos para cons-trução de cisternas nas propriedades rurais isoladas ou distan-tes de outras redes de abastecimento coletivo de água.

Água em primeiro lugar

18

A tradicional cultura da região, o tabaco, passa por um período de dificuldades, onde às medidas de controle e combate do produto se associam problemas de competitividade internacional com o câmbio desfavorável e aumento da produção em países concorrentes, como os africanos. Neste momento, lembra-se o grau de dependência existente na economia, explicitada na receita do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Pesquisa da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) e Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) mostra índices superiores a 50% em várias unidades (Lagoa Bonita do Sul, Herveiras, Vale do Sol, Gramado Xavier, Passo do Sobrado), ou próximo disso em várias localidades, sem considerar a forte representatividade nas cidades com industrialização do tabaco (especialmente Santa Cruz do Sul, Venâncio Aires e Vera Cruz). Diante dessa realidade, de um lado se manifesta confiança industrial na manutenção da atividade com investimentos e defesa reforçada do setor com comissão de prefeitos e outras mobilizações, ao mesmo tempo em que entidades ligadas diretamente ao setor (Afubra e federações) e outras (Associação de Municípios e Comissão de Desenvolvimento do Vale - Amvarp e Corede) reafirmam a importância de atividades alternativas e complementares na produção, para reduzir a dependência e gerar mais renda aos produtores. Propõem-se estudos de viabilidade de cadeias produtivas de alimentos, em que já se menciona

HORtiFRUtiGRAnJeiROS

Região buscaopções seguraspara o tabacoVenda garantida para a alimentação escolar é uma das alternativas que ganhou espaço nos municípios

a produção leiteira, de suínos, aves e peixes, na área animal, assim como os hortifrutigranjeiros.Na parte vegetal, especialmente, uma das opções que tem ido ao encontro da segurança na venda buscada pelos produtores é a colocação de produtos na alimentação escolar, incrementada com previsão legal de 2009 de que no mínimo 30% dos recursos federais nesta área se destinem a tal finalidade. Em vários municípios da região já se verifica este comércio, a partir da organização dos agricultores, apresentando potencial para crescer, incluindo ítens agroindustriais. A Cooperativa de Alimentos Santa Cruz (Coopersanta), surgida a partir dos integrantes da Ceasa Regional e atuando no local, tem se desenvolvido nesta direção, como uma forma de aproveitamento do espaço, entregando já 8 toneladas de produtos por semana e envolvendo a região. Em Venâncio Aires, a Cooperativa de Produtores (Cooprova) também trabalha nesta área e com projeto de Centro de Comercialização, para qual ainda busca a maior parte dos recursos, visando inclusive comercialização além do contexto escolar.

Com a proposta da diversificação produtiva, municípios da região Centro-Serra, liderados por Sobradinho, têm atuado em Câmaras Setoriais Agropecuárias, que abrangem cinco áreas: carne (pecuária de corte, bovinos, ovinos, caprinos de corte e piscicultura), leite, fruticultura, grãos, bioenergia e alimentos. Uma das alternativas que se consolidam é a fruticultura, com a expansão de parreirais e cantinas. São incentivadas atividades geradoras de dinheiro o ano todo, como produção de leite, sui-nocultura e avicultura. Encontros de campo regionais são rea-lizados e tem sido destacado o trabalho associativo, como na caprinocultura e na ovinocultura. Dessa forma, procura-se obter melhores resultados com incremento do poder de barganha, escala na produção, troca de experiências e apoio técnico.

Câmaras setoriais

Em praticamente todos os municípios da região, já se verificam movimentos neste sentido. As feiras rurais, por sua vez, continuam como importantes espaços de venda da produção, assim como eventos que divulgam o setor, onde a Expoagro Afubra tem espaço para agroindústrias.

De olho na horta: a produção de hortigranjeiros é uma das atividades que se adaptam ao perfil familiar das pequenas propriedades regionais

19

A Ceasa Regional, implantada em 2006 em Santa Cruz do Sul, com recursos federais e municipais, após mais

de uma década de discussão em nível de Conselho Regional de Desenvolvimento (Corede) e municípios,

como uma importante alternativa de diversificação produtiva na região, merece atenção quanto ao seu

adequado aproveitamento. A ideia defendida há mais tempo, de ser o espaço para comercialização atacadista de produtos hortifrutigranjeiros produzidos na região para o comércio, enfrentou problemas diversos, como

produtores não devidamente preparados em estrutura e venda, dependência do fumo, demanda prejudicada por

comércio paralelo e direto, entre outras. Assim ficaram, principalmente, representantes santa-cruzenses (em torno

de 20) e sobraram espaços no local oferecido no trevo da BR-471 com RSC 287, que se propõe a preencher.

Em nível de Associação Santa Cruz Novos Rumos (Ascnor), coloca-se a importância de resgatar a proposta

regional e concretizar oportunidades a produtores da região diante da estrutura existente e de lacunas

existentes em produção que vem de fora. Na fase inicial, levantamentos indicavam vácuos em várias culturas, o que necessita ser atualizado, dispondo-se para isso

inclusive técnicos da Companhia Nacional de Alimentos (Conab) que visitaram recentemente o local. Com as

dificuldades enfrentadas na área do tabaco, possivelmente manifeste-se maior interesse do produtor e requer-se o seu

devido preparo com apoio técnico e estrutural.

diVeRSiFiCAÇÃO

Nas demandas da Ascnor, Corede e Associação dos Mu-nicípios do Vale do Rio Pardo (Amvarp), destaca-se o apoio à comercialização de produtos regionais, objetivo que se inte-gra a outra proposta, referente a à formação de uma Agência Regional de Desenvolvimento.

A agência pretendida, ou instrumento similar, deverá ter pelo menos um segmento importante vinculado à Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Agronegócio. Ficaria sob sua incumbência centralizar estudos, pesquisas, projetos e busca de financiamentos que tenham como foco a reconver-são das áreas ocupadas pelo cultivo de tabaco, apresentando novas opções e alternativas de cultivo.

Em relação à valorização dos produtos agrícolas regionais, prevê-se inclusive a busca de certificação, assessoria na busca de novos mercados e incentivo à produção de itens consumi-dos, mas ainda não cultivados na região.

Agência regional

Resgate da proposta inicial é levantada, ao mesmo tempo em que outras

possibilidades se agregam

Potencial daCeasa Regional

em questão

Na administração do local, feita por associação de produtores, reforçada recentemente por cooperativa e respaldada em nível municipal, apresentam-se novas

possibilidades. A cooperativa regional constituídavem intermediando a compra e a colocação de produção

da agricultura familiar, de programas federais da área na alimentação escolar e em entidades filantrópicas,

inserindo municípios da região e aumentando o número de associados, que se aproximam de 50 produtores. Em paralelo, a entidade mira outro empreendimento: uma

agroindústria de hortifrutigranjeiros minimamente processados e de produção de sucos e polpa de fruta,

dentro do Programa Bolsa de Alimentos do Ministério do Desenvolvimento Social, que estaria bem encaminhado.Além disso, está em vias de ser ativado na área da Ceasa

o chamado Packing House, concebido inicialmente e que tem recursos da Consulta Popular do Estado e do

Município.

Ceasa Regional: espaço foi estruturado em 2006 com a expectativa de impulsionar a produção e o comécio de hortifrutigranjeiros

20

O estímulo à formação de novas cadeias produtivas para fortalecimento da economia regional e diminuição da dependência do tabaco tem na produção animal e, particularmente, de leite, uma das principais alternativas. Programas e ações direcionam-se a este objetivo, aliado a outras culturas ou animais, buscando obter novas opções de renda para a propriedade rural.Vitamina foi a denominação dada a Projeto de Fortalecimento das Redes de Referência na Agricultura Familiar, que atende a sete municípios do Vale do Rio Pardo integrantes da Metade Sul e tem como meta a expansão da bacia leiteira, além da fruticultura. Realizado em parceria entre administrações públicas, Conselho Regional de Desenvolvimento do Vale do Rio Pardo (Corede) e Universidade de Santa Cruz do Sul, abrange Candelária, Vale Verde, Passo do Sobrado, Pantano Grande, Rio Pardo, Encruzilhada do Sul e General Câmara. O agricultor participante recebe conhecimento técnico, equipamentos, insumos e acompanhamento de profissionais da área.Projetos-piloto deste trabalho já vem chamando atenção e apresentando resultados. Em Vale Verde, na localidade de Alto Vila Melos, novo investidor na área apresenta crescimento na produção de leite e recebe visitas de outros agricultores para conhecer seu desempenho. No município de Candelária, produtor de Picada Escura participante do programa confirma melhorias na propriedade e na produtividade. Implantou ainda pomares de figo, com

CAdeiAS PROdUtiVAS

Alternativa deinvestir em leiteé uma das apostasRegião mostra interesse em ampliar atividades na produção animal como uma das formas de gerar mais renda

outros dois proprietários rurais, utilizando resíduos orgânicos do gado leiteiro na adubação. Integra também a Associação Pró-Desenvolvimento da Bacia Leiteira de Candelária, criada em 2008, que tem 22 associados, de diversas localidades, a maioria ligada à produção de tabaco. A aposta na produção de leite, da mesma forma, está presente nos demais municípios da região, tanto no vale, como na serra. Em Santa Cruz do Sul, um importante foco da diversificação está direcionado a esta atividade, que tem tradição no interior. Pretende-se, inclusive, trazer unidade de indústria para recebimento do produto, enquanto fábrica de queijo já existente no distrito de Monte Alverne espera mais produção para atender à sua capacidade. Sinimbu também dá incentivo a quem produz leite, ao lado de programa destacado de fruticultura. Vera Cruz vê potencial em leite e suínos, o mesmo ocorrendo em Herveiras, que agora, mais próximo do asfalto, viu aumentadas as possibilidades de atrair empresas integradoras.

A piscicultura é outra atividade de diversificação da pro-priedade que mostra condições de assegurar boa rentabilida-de ao produtor, uma vez conduzida profissionalmente, obser-va a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater). A instituição tem verificado aumento de comercialização de peixes criados em açudes.

Vários municípios dos vales possuem programas de açu-des, que, além de auxiliarem na irrigação de lavouras, podem garantir boa produção de peixes. Santa Cruz do Sul e Candelá-ria, por exemplo, estão ampliando a abertura de tanques para essa finalidade. Neste município, um novo projeto está con-templando 10 agricultores, a serem escolhidos, após análise de condições ambientais e técnicas para receberem os subsídios e produzirem 5 mil quilos de peixes. A comercialização deverá ser feita em feiras periódicas, como ocorre em outras cidades. Sobradinho e Venâncio Aires, por sua vez, inclusive possuem agroindústrias de processamento de peixes, ampliando as possibilidades de aproveitamento da produção.

esta água dá peixe

Uma aposta viável: o incentivo às agroindústrias, como as de conservas de hortaliças, permitiu que esta área se expandisse em vários municípios

21

O polo madeireiro da serra, sediado em Boqueirão do Leão e municípios vizinhos, onde se iniciaram tratativas

a respeito há cerca de 15 anos, hoje já é uma alternativa econômica consolidada na região e pode ser incrementada

com industrialização mais avançada, além do incentivo à manutenção do fornecimento da matéria prima. Na

Metade Sul (Mesosul), outro projeto em desenvolvimento ainda está distante de seu potencial e tem condições de

beneficiar mais aquela área.Nos anos 1995/96, um grupo de agricultores de Boqueirão

do Leão e municípios próximos buscou opção para a cultura do fumo que pudesse combinar com esta cultura.

A solução que se apresentou mais interessante foi a do plantio de eucalipto, que ocorreu com algum incentivo

municipal e, assim, foi incentivada a criação de serrarias. Atualmente, apenas o município de Boqueirão possui 10

unidades nesta área.O que poderia agregar ainda mais recursos seria a introdução de novos investimentos ligados à área,

particularmente no ramo moveleiro, para o que se espera incentivos, apoiados pelos órgãos de desenvolvimento.

Também é considerado fundamental que se mantenha o plantio de árvores, a fim de assegurar sua disponibilidade

para o beneficiamento. Neste sentido, Associação Agroflorestal aguarda liberação de financiamento de

R$ 118 mil do Banco Nacional de Desenvolvimento

ÁRVOReS

Entre as propostas colocadas pelo Conselho Regional de Desenvolvimento (Corede) e associações municipais para o desenvolvimento rural, destaca-se também a instalação de agências bancárias de instituições oficiais em todos os muni-cípios. Defende-se a importância de ter organismos oficiais de crédito para impulsionar os projetos de investimentos e crédi-to rural e a movimentação da economia nas localidades.

No âmbito da Associação dos Municípios da Região Centro-Serra (Amcserra), reivindica-se especificamente a co-locação de agências ou postos de atendimento do Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) nos municípios de Lagoa Bonita do Sul, Jacuizinho e Estrela Velha. No que tange à Associação do Vale do Rio Pardo (Amvarp), a solicitação se repete em relação a Herveiras e Gramado Xavier.

Agências bancáriasApoio a polosmadeireiros

pode rendertanto na serra, como no sul,

reflorestamento é uma alternativa interessante na geração

de mais recursos

Econômico e Social (BNDES), pelo Programa Proflora, para plantio de 74,5 hectares de acácia, pinus e eucaliptos

por cinco médios e grandes produtores. E ainda pequenos agricultores de Boqueirão e Gramado Xavier aguardam R$

83 mil do governo do Estado para reflorestamento.Já ao sul, desenvolve-se há cerca de seis anos projeto

de fomento florestal, com R$ 80 mil viabilizados pelo Ministério da Integração Nacional, por meio do Conselho Regional de Desenvolvimento do Vale do Rio Pardo (Corede), para a instalação de viveiros no

Mesosul. Aportando outros R$ 35 mil, a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) ampliou a infraestrutura

e a tecnologia do viveiro que já mantinha no Parque da Expoagro, em Rio Pardo, preparando-o para produzir

anualmente 300 mil mudas de espécies de rápido crescimento e 30 mil nativas.

Plantando esta ideia: a aposta no reflorestamento com eucalipto pode assegurar renda significativa para o produtor

22

A industrialização é tema marcante na discussão do desenvolvimento regional. De um lado, várias cidades, especialmente as que contam com boa estrutura viária, buscam atrair empreendimentos maiores e diversos com a oferta de áreas em distritos específicos e outros incentivos. No mesmo embalo, em todos os municípios são reforçadas iniciativas de agroindustrialização familiar, com o beneficiamento de vários itens da produção agropecuária, de forma a agregar renda à pequena propriedade rural dominante na região e representar alternativa ou complementação importante à fumicultura. Pequenos empreendimentos familiares, ganham fôlego em cidades mais industrializadas, como Santa Cruz do Sul e Venâncio Aires, e são vistos com muito interesse em todas as unidades municipais, onde se busca o seu incremento. Além de projetos individuais que foram concretizados, apresentam-se exemplos de organização em grupo, como forma de viabilizar os investimentos necessários.Entre os projetos associativos recentes está o da Cooperativa Leoboqueirense de Agricultores Familiares (Cooperlaf), de Boqueirão do Leão, que conta com 34 sócios e 45 produtos, no qual se destacam os agroindustrializados. Antes informais, agora têm comércio organizado e formal. Passo do Sobrado também possui trabalho cooperativo em agroindústrias, como o do Grupo das Mulheres Guerreiras, na área de conservas. Há agricultores se organizando em Vale do Sol e Lagoa

AGROindÚStRiA

A boa opção de beneficiaros produtosA agregação de renda com o processamento de produtos agropecuários é incentivada

Bonita do Sul com vista à produção de derivados de cana, inclusive etanol, com microusinas, destinado à estrutura da Cooperativa Mista dos Fumicultores do Brasil (Cooperfumos) em Santa Cruz do Sul.Várias cidades da região, como Vera Cruz, Candelária, Pantano Grande e Encruzilhada do Sul, buscam indústrias de qualquer tipo e porte, porém sempre mirando em agroindústrias. O mesmo ocorre em Vale Verde, Passo do Sobrado, Passa Sete e Barros Cassal, enquanto as que não têm acesso asfáltico dependem dessa melhoria para atrair empresas. Outros estão atrás de novos e maiores investimentos que aproveitem matéria-prima do campo, como o já considerado polo de alimentos de Rio Pardo, que vislumbra mais indústrias de massas e de rações animais, enquanto Estrela Velha quer beneficiar no município a sua produção de soja. Salto do Jacuí luta para retomar a atividade mineradora de ágatas, interditada ambientalmente. Outros, como Ibarama e Lagoa Bonita, voltam a tradições passadas, com projetos de moinhos coloniais. Todos miram a verticalização da atividade primária, com maior retorno ao produtor e à comunidade.

O estímulo dos pequenos empreendimentos da agricultura familiar para industrializar sua produção passa pela legalização da atividade, área que muitos encontram dificuldades. Apresen-tam-se avanços, como em 13 unidades abrangidas em Santa Cruz do Sul pelo Serviço de Inspeção Municipal (SIM), duas das quais (Frigorífico Gassen e Panke Aves Especiais) já se adapta-ram ao Sistema Brasileiro de Inspeção Animal (Sisbi), com possi-bilidade de venda para todo o País. Venâncio Aires também tem um grande número de agroindústrias monitoradas, nas áreas de embutidos, mel, peixes e frangos coloniais.

Considerando-se só unidades familiares de pequeno por-te e incluindo as da área vegetal, citam-se 12 formalizadas em Santa Cruz do Sul e oito em busca da adaptação legal. Espera-se ainda agilizar o processo, com o oferecimento de meios adequados. É preocupação também manifestada em outros municípios, como Encruzilhada do Sul, que vê grande poten-cial agroindustrial na sua grande produção frutífera que vai para outras regiões. Paralelamente, o incentivo à capacitação e qualificação na área é defendido pelas entidades da região.

Legalização e capacitação

Tempo de vacas gordas: pecuária leiteira constitui alternativa viável como fonte de renda em propriedades que aproveitam mão-de-obra familiar

23

Uma das preocupações manifestadas pelas lideranças que pensam o desenvolvimento da região, especialmente do meio rural, é de que seria necessário contar com mais técnicos e extensionistas para assistir aos produtores nos

projetos produtivos. Os esforços para implementar novas opções econômicas carecem desse apoio.

Fora profissionais de outras empresas ou instituições, esse espaço tem sido ocupado pelo órgão oficial de

extensão rural, no caso do Rio Grande do Sul a Empresa de Assistência e Extensão Rural (Emater/Ascar), em

convênios com prefeituras. Mas suas equipes, já não tão expressivas, apresentaram reduções, o que ampliou as

dificuldades e gerou apelos que contemplem pelo menos reposições, motivando inclusive novas nomeações.

Na organização desse sistema, a microrregião Santa Cruz do Sul, que é integrada à região de Lajeado, foi uma das

que mais sentiu a diminuição de profissionais. Nesta área, com oito municípios (Santa Cruz do Sul, Vera Cruz,

Venâncio Aires, Vale do Sol, Sinimbu, Herveiras, Passo do Sobrado e Vale Verde) e 15.284 famílias, contava-se,

antes das novas contratações, com 15 técnicos, ou seja, um para cada mil unidades familiares. Nas últimas quatro

comunidades, há um técnico para todo município.Documento feito por ocasião de recente Seminário Regional de Diversificação, realizado em Venâncio

Aires, deixou expresso apelo de que pelo menos fosse assegurado um extensionista para cada 500 famílias na região. O Programa de Erradicação da Miséria, lançado

extenSÃO

Produção requermais técnicos

para assistêncianúmero de profissionais que atuam

no setor fica bem abaixo das necessidades da área rural

há pouco pelo governo federal, aponta que a necessidade oficialmente reconhecida é de um profissional para cada 150 famílias, o que justifica a preocupação regional. Por outro lado, como o projeto nacional prevê recursos para

essa finalidade, acendem-se esperanças de que a situação possa melhorar e o anseio regional venha a ser atendido.

Há solicitações de todos os municípios do Vale do Rio Pardo e Centro-Serra. Vera Cruz foi um

dos que reforçou recentemente o pedido de maior assessoramento técnico para diversificação e Segredo mostrou a mesma urgência com vistas à instalação de

agroindústrias e profissionalização de agricultores. Também há reivindicação de provimento de técnico,

junto com implantação de laboratório, para atender aos vitivinicultores da região, entre outras solicitações.

Iniciar novas atividades e programas exige a devida prepa-ração, para que possam ter efetivas chances de êxito. Por esta razão, as propostas alinhadas pelas entidades regionais indi-cam para a imperiosidade desse apoio à agricultura familiar.

Documentos do Conselho Regional de Desenvolvimento (Corede) e da Associação dos Municípios do Vale do Rio Par-do (Amvarp) realçam o desenvolvimento de projetos neste sentido. Preveem cursos e oficinas para discussão acerca de experiências práticas e téoricas adquiridas pelos agricultores da região.

Os organismos acentuam que o incentivo à bacia leiteira, olericultura, fruticultura, piscicultura e agroindústria familiar, como se recomenda, precisa passar pela qualificação.

Qualificação e treinamento

Ensinamento valioso: atividades de extensão rural desenvolvidas pela Emater são fundamentais para a difusão de tecnologias na agricultura

24 edUCAÇÃO

A formação e a qualificação de jovens, mas também de pessoas das mais diversas idades, em áreas que apresentem carências de profissionais é uma das principais demandas regionais em seu sistema educacional. Por isso, na pauta de reivindicações das lideranças do Vale do Rio Pardo e do Centro-Serra consta como prioridade máxima o incentivo à atuação das escolas técnicas regionais em diferentes cidades. Os ambientes que já oferecem ensino com esse perfil demonstram que a medida é plenamente acertada, diante do bom encaminhamento do público formado nessas instituições ao mercado de trabalho.Na interpretação das entidades representativas dos municípios, a oferta de cursos técnicos é uma maneira de direcionar a formação e a qualificação de mão-de-obra para setores da economia em que haja carência de profissionais, ou que se apresentem promissores. Ao mesmo tempo, configura a possibilidade de alternativas para todos aqueles alunos que não estarão ingressando diretamente em curso superior nas faculdades e universidades, oferecendo-lhes a chance de prosseguirem em sua formação em nível de Ensino Médio ou até após este.As reivindicações regionais direcionam-se tanto à criação de novas escolas técnicas quanto à implantação de cursos que constituem lacuna no ensino e ainda à melhoria das instalações e da infraestrutura nos centros educacionais do gênero já existentes.

escolas técnicassão a liçãoa fazerO investimento na implantação e na qualificação de escolas técnicas regionais em localidades estratégicas é um dos anseios na educação

Em sintonia com a realidade: Estimular junto aos jovens o conhecimento em áreas que demandam profissionais é garantia de futuro

no caderno de chamada

No que diz respeito às escolas técnicas regionais, as lideranças elencam uma série de medidas que consideram emer-genciais na área: é o caso do oferecimento de bolsas e/ou cursos técnicos gratuitos, a fim de contemplar alunos oriundos de comunidades menos desenvolvidas (e justamente para contribuir em suas potencialidades); a capacitação dos profis-sionais que já atuam nas escolas técnicas; o fortalecimento da Escola Família Agrícola (EFA), através da Associação Gaúcha Pró-Escolas Famílias Agrícolas (Agefa), a viabilização da Escola Ativa; e a implantação de escolas técnicas nos municípios de Santa Cruz do Sul, Candelária, Arroio do Tigre e Vera Cruz. Junto com a EFA, uma das mais importantes iniciativas re-gionais na qualificação voltada ao campo, o Centro de Desenvolvimento do Jovem Rural (Cedejor), mantido em Albardão, no interior de Rio Pardo, tem dado contribuição decisiva no ensino técnico.

25edUCAÇÃO

A cidade de Santa Cruz do Sul constitui um dos principais polos do ensino superior no Rio Grande

do Sul, atraindo alunos do Estado e do País para os mais diversos cursos da Universidade de Santa

Cruz do Sul (Unisc), da Faculdade Dom Alberto e da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs).

Diante da afluência em número a cada ano maior de pessoas das mais diversas idades que se deslocam

para o município a fim de frequentar aulas, e diante das limitações nas alternativas de moradia a custos

compatíveis com as necessidades e em ambiente que proporcione um mínimo de praticidade no

deslocamento, tornou-se urgente a implantação de uma Casa do Estudante Universitário.

Esta reivindicação vem sendo apresentada especialmente por representantes da Associação Pró-

Moradia Estudantil (Aprome), constituída justamente para defender os interesses dos alunos. E no processo

para efetivar essa conquista, a entidade tem se mobilizado a fim de obter a cedência do espaço físico

do antigo alojamento da Escola Estadual Murilo Braga de Carvalho, que foi desativada e que se localiza no

Bairro Independência. Representantes da Aprome inclusive já estiveram na 6ª Coordenadoria Regional

de Educação (6ª CRE), entregando um documento

Quem estudaquer se sentir

em casaCasa do estudante Universitário de Santa Cruz do Sul é uma das demandas mais significativas no

ambiente da educação regional

Para chamar de lar: Instalações da antiga Escola Estadual Murilo Braga de Carvalho são pretendidas para a criação da Casa do Estudante

através do qual oficializaram essa intenção. O pleito dos estudantes acabou merecendo a atenção e o apoio de diversas outras entidades da sociedade

civil de Santa Cruz do Sul, que se sensibilizaram com essa luta e confirmam a sua legitimidade.

Levantamentos realizados por entidades estudantis dão conta de que a demanda de pessoas que buscam

local de moradia no município seria superior a mil acadêmicos. Ainda assim, a capacidade disponível na Murilo Braga seria para 100 pessoas, de maneira que

os interessados deveriam enfrentar um processo de seleção para ingressar na Casa.

A expectativa é que o local venha a abrigar estudantes da Unisc, do Dom Alberto e da Uergs (que funciona em depen-dêcias na mesma área). As próprias faculdades e as prefeituras que integram a Amvarp estão manifestando seu aval ao mo-vimento liderado pela Aprome. Para que a Casa do Estudante se concretize, o local precisaria de reforma e adequação. A as-sociação já teria encaminhado, previamente, pedido de verba pública a fim de viabilizar esse investimento, se o local de fato vir a ter a cedência confirmada pelo Estado.

Os trâmites

26 edUCAÇÃO

Se, como reza a máxima, tudo começa pela educação, as escolas estaduais da área de abrangência da 6ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) já precisam enfrentar a recuperação quando o assunto é estar em dia com as suas estruturas. As demandas por reformas e construções de novas áreas superam, e muito, o próprio número de educandários em funcionamento. É essa realidade que as lideranças da Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo (Amvarp) e da Associação dos Municípios do Centro-Serra (Amcserra), em conjunto com outras organizações da sociedade civil, e no âmbito de atendimento da 6ª CRE, estão buscando reverter.A maioria das escolas estaduais na região está com o espaço físico em precárias condições e com necessidade de ampliação, além da dotação de recursos de apoio essenciais ao bom encaminhamento de conteúdos em algumas disciplinas. Na verdade, ao final de maio de 2011 a 6ª CRE possuía 168 pedidos de obras para as 109 escolas de sua jurisdição. Alguns desses estabelecimentos estavam com duas solicitações de demandas reprimidas.A prioridade na execução das obras, segundo o governo estadual, levaria em consideração dois critérios básicos: a necessidade de salas de aulas e problemas elétricos nos prédios. Os valores requeridos pelos serviços em alguns estabelecimentos de ensino chegam a R$ 300 mil, mas para outros ainda não existe sequer orçamento elaborado, o que dificulta ou inviabiliza o cálculo do total necessário para atender a todas as demandas na região.

Uma provaque precisa serenfrentadaA região lida com um sério problema: o número de obras de melhoria que precisam ser realizadas é bem maior que o número de escolas

Plantando o futuro: O comprometimento da estrutura disponível em vários educandários se reflete diretamente na satisfação do alunado

Reverter o quadro

A comunidade regional ainda tem outro desafio a enfrentar em sua realidade educacional. A unidade da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs) em Santa Cruz do Sul está enfrentando o agravamento de um problema que já se inicia no processo seletivo de alunos: a evasão. Com a implantação do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), e com a projeção nacional que a Uergs vem alcançando, muitos estudantes de outros estados foram aprovados. No entanto, em virtude das carências na infraestrutura da instituição e das alternativas de moradia disponíveis, optaram por deixar a ci-dade. Por esta razão, o educandário está diretamente envolvido na campanha para a concretização da Casa do Estudante Universitário, como forma de fazer frente a essa tendência.

27SAÚde

As áreas de saúde e educação tem um projeto em comum, que encerra grande importância e interessa sobremaneira

ao desenvolvimento da região. É o credenciamento da casa de saúde regional (HSC) em hospital de ensino. Uma forte mobilização está sendo desenvolvida pela

Associação Pró-Ensino em Santa Cruz do Sul (Apesc), mantenedora do Hospital Santa Cruz e da Universidade

de Santa Cruz do Sul, para atingir essa meta. A sua concretização, além de transformar o local em centro

de formação, deverá assegurar uma ampliação da assistência médico-hospitalar à comunidade.

Todos os municípios da região, destaca a Apesc, deverão beneficiar-se deste intento, que irá também reforçar a

condição de polo de saúde que Santa Cruz do Sul está construindo e para a qual a entidade procura contribuir.

A partir do reconhecimento da condição almejada, o hospital poderá ter acesso a mais recursos federais,

estando então também habilitado a concorrer a editais de pesquisa e desenvolvimento.

A 13ª Coordenadoria Regional de Saúde, sediada em Santa Cruz do Sul, igualmente manifesta boas

expectativas em relação a este credenciamento, apontando que terá como base os eixos de assistência-

prevenção-reabilitação. Observa que, ao incrementar estrutura e pesquisa, o hospital de ensino poderá oferecer

O empenhopara ter um

hospital de ensinoHospital Santa Cruz está se preparando

para conquistar este avanço na assistência e formação, que beneficiará

toda a região centro do estado

Um novo passo: Além de transformar o HSC em centro de formação, medida deverá ampliar a assistência médico-hospitalar à comunidade

e ser referência em mais especialidades médicas para a comunidade regional e macrorregional.

O processo para a conquista deste título está em andamento e espera-se avanços em breve. O hospital está comprando equipamentos, executando diversas

reformas e outras estão previstas para adequar o prédio às exigências. As adequações na área de pessoal também

estão encaminhadas. No segundo semestre, deverá ocorrer visitação de representantes dos ministérios

vinculados ao tema para proceder as avaliações necessárias em relação às condições e requisitos

estabelecidos para alcançar o objetivo.

Entre os requisitos exigidos para obtenção do titulo estão:- No mínimo 60% dos atendimentos do HSC devem estar

voltados ao Sistema Único de Saúde (SUS). - Todos os alunos do curso de Medicina devem passar por

um estágio em pelo menos uma área básica. - Pelo menos duas áreas, das cinco mencionadas, devem

oferecer residência médica. O HSC tem residência nas cinco áre-as básicas. Conforme o percentual de leitos, o HSC dispõe de 10 vagas, das quais seis estão preenchidas.

Condições para o título

28

A construção de um Hospital de Pronto Socorro Regional em Santa Cruz do Sul é o grande e ousado pleito que está na linha de frente das prioridades no âmbito da saúde de uma expressiva população localizada em uma ampla área. Lidera as reivindicações da Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo (Amvarp), é grande expectativa da representação das comunidades do Centro-Serra (Amcserra) e alcança também as regiões dos Vales dos Rios Taquari e Jacuí. À frente do empreendimento, está o Consórcio Intermunicipal de Serviços (Cisvale), com a integração das associações municipais e prefeitos.O grande propósito é de enfrentar decisivamente o sério drama da peregrinação diária de ambulâncias destas regiões a Porto Alegre ou então a outras cidades do Estado, para obter a atenção especializada exigida. Pretende-se concentrar este atendimento em Santa Cruz do Sul, um ponto central que assim se consolidaria como um dos principais polos de saúde no Rio Grande do Sul. É intenso o deslocamento de pacientes, principalmente à Capital do Estado, com saídas sempre nas madrugadas e retornos novamente à noite. De acordo com o Cisvale, antes da sua existência, esse movimento chegava a até 5 mil pessoas por mês, mas ainda permanece em torno de 2 mil transportados mensalmente nesas viagens. Os municípios esperam

SAÚde

O foco está noPronto SocorroRegionalÉ o grande sonho de uma vasta região que hoje vive drama na busca de atendimento especializado

ansiosamente por uma alternativa regional para resolver esta situação.Já existe um projeto elaborado para o Pronto Socorro Regional e uma área destinada ao complexo, nas margens da RSC-287, em Linha Santa Cruz. Conforme se projetou, deverá ser proporcionado o atendimento nas áreas de média e alta complexidade de aproximadamente 420 mil usuários no Sistema Único de Saúde (SUS), pertencentes a 68 municípios das quatro regiões abrangidas. Está prevista uma atenção especial à grande demanda nas áreas de traumatologia e neurologia cirúrgica, mas também está inserida uma central de especialidades médicas.

O projeto do Pronto Socorro Regional tem um custo apro-ximado de R$ 25 milhões. Do total, R$ 18 milhões estão previs-tos para obras e o restante, para equipamentos. Para viabilizar a obtenção dos vultosos recursos, está sendo feita mobiliza-ção com o envolvimento das lideranças regionais.

Por meio do Consórcio Intermunicipal de Serviços (Cisva-le), coordenador do projeto, vem sendo solicitados apoios e realizados encaminhamentos nas esferas estadual e federal. Aguarda-se inicialmente do governo do Estado o aval oficial, que venha a fortalecer a reivindicação dirigida especialmen-te à União. Uma comitiva de prefeitos e deputados gaúchos deverá deslocar-se a Brasília para, em tratativas particular-mente no Ministério da Saúde, buscar o respaldo financeiro necessário à obra.

Mobilização por recursos

29

As ações de desenvolvimento regional, na gestão social, passam por uma atenção especial à prevenção

na saúde. Esse é o entendimento manifestado pelas lideranças e agentes que atuam nos organismos

públicos, de educação e de fomento na região, que lembram com ênfase a imperiosidade de manter,

consolidar e reforçar programas nesta área. Ressalta-se a importância de tratar o problema

antes de se manifestar, evitando o desenvolvimento de doenças, a lotação dos hospitais e os enormes

gastos exigidos pelos tratamentos. Recomenda-se um processo contínuo e dinâmico para melhorar as condições de saúde, por ações diversas, desde

palestras e divulgação de conhecimentos, campanhas, conscientização sobre mudanças de estilo de vida,

estratégias para controle de fatores de riscos, ações para detecção precoce de enfermidades e vacinação

de imunização contra doenças contagiosas. Vários programas já acontecem em nível de

prefeituras e outros organismos. Em Santa Cruz do Sul, por exemplo, há trabalhos como os Programas

Bem Me Quer e Primeira Infância Melhor. O primeiro atende a mulheres com risco clínico, nutricional e social durante e após a gravidez e aos recém-

nascidos até completar um ano de idade. O outro alcança famílias da zona sul da cidade com crianças

PReVenÇÃO

O Conselho Regional de Desenvolvimento do Vale do Rio Pardo (Corede) e a Associação dos Municípios da Região (Amvarp), junto à Associação Santa Cruz Novos Rumos (Asc-nor) acentuam, na área preventiva, o fortalecimento da atenção básica à saúde e a capacitação de profissionais. O propósito é implantar macrorredes de atuação. Ainda na área, o projeto para construção de Unidade de Pronto Atendimento (UPA) foi incluído no Programa de Aceleração de Crescimento (PAC 2), do governo federal, em Venâncio Aires, e aguarda licitação.

Atenção básicaA preocupaçãoem evitar

as doençasProgramas de saúde preventiva

devem ser consolidados e reforçados em toda a região

de zero a seis anos, procurando melhor base para seu desenvolvimento integral, com reflexos no

desempenho escolar e geral.A Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc)

atua na área com o Sistema Integrado de Saúde (SIS), inserindo os cursos de enfermagem,

nutrição, psicologia e medicina. A comunidade é atendida em termos de prevenção de câncer

ginecológico, psicologia, nutrição e enfermagem, formando-se também grupos específicos, como

os de hipertensos, diabéticos, pessoas idosas, adolescentes e gestantes.

Para não precisar remediar: programas de saúde preventiva são adotados em vários municípios da região, com bons resultados junto às famílias

30

Os órgãos que atuam no desenvolvimento regional, ao lado da idéia do pronto socorro, propugnam por uma atenção especial aos hospitais que atuam no atendimento à população dos vales no âmbito da média e alta complexidade da saúde pública, para superação das dificuldades da complicada área em que atuam e ampliação da assistência. Neste contexto, de modo especial os municípios buscam redefinições e melhorias nas chamadas referências, diante de problemas enfrentados.No campo das referências, os hospitais regionais de Santa Cruz do Sul indicados para essa finalidade nos municípios de abrangência das coordenadorias de saúde centralizadas nesta cidade (13ª) e em Cachoeira do Sul (8ª), estão anunciando ampliações de estruturas para buscar avanços. O Hospital Santa Cruz, que tem esta indicação para traumatologia, ortopedia, partos de alto risco e, restrito ao município, para urgências e emergências, busca a qualificação de alta complexidade na área cardíaca. Para tanto já investiu R$ 1,5 milhão em equipamentos, material e capacitação da equipe. Paralelamente, por meio da sua mantenedora e da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), a Associação Pró-Ensino Santa Cruz (Apesc), está se preparando e mobilizando para se credenciar como hospital de ensino, o que ampliará as condições de acesso a recursos federais e de assistência médica.

HOSPitAiS

Reforça-se apoioa atendimentoem nível regionalÉ buscada melhoria e ampliação nas referências de média e alta complexidade da saúde pública

Já o Hospital Ana Nery, referência regional de alta complexidade em oncologia, com tratamento integral de câncer, realiza obra com vistas a aumentar os atendimentos do setor, especialmente em radioterapia.De modo geral, os diversos estabelecimentos que prestam serviços de saúde na região, incluindo os de menor escala, lutam arduamente pela sua manutenção e pleiteiam apoio. Também em nível da 13ª Coordenadoria Regional ressalta-se a importância do aporte de recursos para sua sustentabilidade financeira e menciona-se interesse do Estado em auxiliar, com um gradativo aumento do percentual orçamentário destinado ao setor, de acordo com o planejamento governamental.

Uma reivindicação na área da saúde está se encaminhando para solução. Por meio do Consórcio Intermunicipal de Saúde da Região do Vale do Jacuí, é preparada licitação de uma uni-dade em Sobradinho para disponibilizar pronto atendimento a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Deverá ser ofere-cida estrutura para urgências/emergências e prestação de ser-viços entre 19h e 7h durante a semana e em todo período nos fins de semana e feriados. O sistema previsto deverá atender ainda a Ibarama, Passa Sete e Lagoa Bonita do Sul, objetivando racionalizar e eficientizar o atendimento, com ganho na escala de trabalho dos profissionais e redução de custos.

Urgência na serra

Referência regional: o Hospital Santa Cruz (HSC) vem atendendo a comunidade em diversos serviços de média e alta complexidade

31

O problema das drogas, particularmente do crack, está avançando aceleradamente nas comunidades

e seu enfrentamento não consegue acompanhar esse ritmo, especialmente em termos de estrutura.

Preocupados com a situação, a Associação Santa Cruz Novos Rumos (Ascnor) e a Universidade de

Santa Cruz do Sul (Unisc) estão realizando uma pesquisa que pretende auxiliar no desenvolvimento

de políticas públicas, tanto no que tange à prevenção, quanto ao tratamento.

Avaliação já feita no setor é de que a rede de serviços ora existente não chega a funcionar de

forma integrada e o número de profissionais fica aquém da demanda, além de estar mais voltada a

tratar do que a prevenir o vício. Além disso, Santa Cruz do Sul possui apenas uma clínica de internação

e tratamento e vê-se na contingência de precisar levar usuários para outras cidades para receberem

essa atenção.O levantamento que está sendo feito pretende focar

mais profundamente a realidade da dependência química, com mapas, rotinas e histórico de

dROGAS

Ascnor, Conselho Regional de Desenvolvimento (Corede) e associações de municípios têm em foco o Programa Regional de Prevenção e Recuperação de Dependentes Químicos com a criação de unidades de tratamento e recuperação. Dados de 2009 do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome indicam que 20.801 famílias defrontam-se com esta rea-lidade em nível regional. Defende-se ainda a instalação de cen-tros educacionais comunitários para combate à drogadição.

Ações regionaisO desafio de enfrentar

dependência química

em crescimentoPesquisa em Santa Cruz do Sul

vai embasar a ampliação de políticas públicas para

enfrentamento do problema

utilização de drogas e dos usuários, para embasar novas ações. O trabalho iniciou em maio deste ano e

deverá ser concluído no próximo mês de setembro, quando será encaminhando aos organismos

competentes como subsídio para o combate do problema.

Já se enfatiza desde logo a necessidade de capacitar mais pessoas para atuar na área e de levar maiores

conhecimentos às famílias, de modo especial quanto à seriedade da dependência e de encarar o vício

como doença a ser tratada.

A ordem é ajudar: pesquisa que está sendo realizada por equipe na região quer diagnosticar a real situação e apontar para possíveis medidas

32 inFRAeStRUtURA

A localização estratégica de Santa Cruz do Sul e do Vale do Rio Pardo no mapa do Rio Grande do Sul não poderia mesmo passar despercebida. A menos de duas horas de distância por via rodoviária a partir de Porto Alegre, a cidade ainda desfruta de boa infraestrutura urbana, em condições de atrair visitantes dos mais variados recantos do País e do exterior. Ao mesmo tempo, sua rede de hotelaria e de restaurantes, assim como os mais diversos serviços básicos, a habilitam a bem receber e a bem acolher os mais variados públicos.Tudo isto Santa Cruz do Sul já tem. Para sintonizar de vez com as grandes feiras de negócios, uma das modalidades do turismo que mais cresce em todo o planeta, falta apenas um elemento: um centro de eventos que proporcione a estrutura requerida por este tipo de empreendimento. Agora, o pontapé a fim de concretizar esta obra foi dado. Em maio de 2011, foi apresentado ao governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, o projeto que prevê a construção de um prédio moderno e completo para atender aos mais variados objetivos na área de 1,7 hectare hoje ocupada pelo Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), na região central da cidade, próximo ao Parque da Oktoberfest. Justamente por sua localização no ambiente urbano,

O lugar certopara eventosde grande porteA implantação de um centro de eventos de perfil internacional é a meta para inserir Santa Cruz do Sul no turismo de negócios

o ponto foi escolhido por lideranças locais para servir de referência a eventos de grande e médio portes. A versão preliminar do projeto consta de uma estrutura de 16 mil metros quadrados, distribuídos em 16 andares. Os dois primeiros seriam reservados para garagem e nos outros ficariam os espaços destinados a associações, movimentos e sindicatos, para que possam organizar ali seus escritórios. O auditório está projetado para acomodar 2 mil pessoas, enquanto o estacionamento teria vagas para mil veículos.

As estimativas iniciais são de que a obra do centro de eventos de Santa Cruz do Sul, conforme o projeto apresenta-do, teria custo de aproximadamente R$ 20 milhões. A meta é que o valor seja arcado pelas próprias entidades envolvidas, mas há planos, igualmente, de estudar a captação de verbas destinadas a este tipo de investimento junto ao Ministério do Turismo. Ainda não está definido o formato da parceria entre o poder público e a iniciativa privada, mas a tendência é de que, com o acordo, o Estado viesse a passar a área para o município. Este, posteriormente, faria o alinhamento com as entidades.

Para viabilizar

33tURiSMO

Em fevereiro de 2008, a Corsan autorizou que a gestão da área do entorno do Lago Dourado fosse cedida, por período de 20 anos, à Prefeitura, que deveria se encarregar da exploração turística. Na época, o poder público municipal apresentou uma série de iniciativas que pretendia empreender no local, mas elas não saíram do papel. A intenção do governo tem sido tornar o lago um cartão-postal e um ponto de encontro, aproveitando especialmente o fato de não haver vizinhança que pudesse ge-rar polêmica por conta de um eventual barulho. Com área total de 200 hectares, dos quais quase metade debaixo de água, o complexo tenderia a atrair visitantes não apenas pela estrutura, mas também por suas riquezas naturais.

A gestão do entorno

Inaugurado em setembro de 2000, o Lago Dourado configurou um dos mais arrojados projetos

regionais a fim de garantir o abastecimento de água para a população urbana de Santa Cruz do Sul. O reservatório, com capacidade para cerca de 4

milhões de metros cúbicos, poderia saciar a sede dos santa-cruzenses durante quatro meses de estiagem

severa. Mas a par de sua importância estratégica no suprimento, a comunidade tem alimentado desde o

princípio o sonho de ver esse imenso espelho d’água refletido em um projeto de exploração turística.

Em vários momentos, lideranças políticas se determinaram a viabilizar obras para adaptar o

entorno deste manancial a atividades esportivas ou de lazer. Por sinal, já em 1997, quando o então governador Antonio Brito esteve na cidade para

apresentar a maquete do futuro lago, a sua proposta já previa a construção de quadras poliesportivas, bares e marina para esportes náuticos ou pesca esportiva.

Mais de uma década após a inauguração da obra, nada disto foi efetivamente realizado.

No complexo, localizado na ala oeste da cidade, entre a BR-471 e o Rio Pardinho, do qual, aliás, capta a sua

água, já existe (também no lado oeste) uma rampa submersa de 800 metros de extensão e que avança 50

metros água adentro, formando um piscinão. Já em 2006, a Companhia Riograndense de Saneamento O brilho que falta: Vital para garantir o abastecimento de água da população urbana, o Lago Dourado também poderia fomentar o lazer

O lago dossonhos espera

para ser realProjeto de exploração turística do Lago

dourado ainda aguarda por sair do papel e se tornar real

(Corsan) aplicou R$ 1,5 milhão na pavimentação dos 6,5 quilômetros de taipa, na construção de guaritas,

banheiros e do pórtico, além da realização de melhorias no ponto de captação junto ao Pardinho.

Mais recentemente, no início de 2001, o projeto de aproveitamento turístico do Lago Dourado voltou à

pauta diante da abertura de licitação para definir a empresa responsável pelos serviços de água e esgoto

na cidade. Com parte dos recursos a serem pagos pela concessionária à Prefeitura, em virtude da outorga,

a expectativa é que finalmente o aproveitamento do local para a prática de esportes e para o lazer se

efetive. Só assim Santa Cruz do Sul, com a mobilização do poder público e da iniciativa privada, poderá

desfrutar plenamente de um de seus cartões-postais.

34 tURiSMO

Ações são desenvolvidas no Vale do Rio Pardo para aproveitar a força que o turismo pode representar. Nesse sentido, Santa Cruz do Sul também quer se transformar em polo turístico no Estado, com a exploração das qualidades do município e de sua gente e a profissionalização dos serviços. A Prefeitura, a Associação Santa Cruz Novos Rumos (Ascnor) e a Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) estudam estratégias e seminário debateu o setor. A divulgação da identidade germânica do município é um dos caminhos indicados, assim como qualificar atrativos existentes, como o calçadão da Marechal Floriano, o Lago Dourado e o Parque da Cruz, além de ampliar estruturas em termos de Centro de Eventos, Vila Típica e Aeroporto, unir agentes do setor e planejar constantemente. O turismo de eventos, como a Oktoberfest, permanece forte e foi incluído o Brique da Praça, realizado em frente à Catedral.A Associação de Turismo do Vale do Rio Pardo (Aturvarp) destaca vocação para desenvolver o turismo rural, gastronômico, cultural, de negócios e esportivo na região. Defende maior apoio aos empreendedores e conscientização sobre a importância na geração de renda e diversificação de atividades rurais.Na região, existem várias rotas turísticas constituídas, começando pela Rota Germânica Santa Cruz do Sul-Sinimbu, que passa por Rio Pardinho, com boa estrutura e que impressiona pela belezas naturais e culturais. Vera Cruz divulga o Caminho das Águas, com cachoeiras e fontes, além do espírito da colônia, com seus costumes

Um convite parao belo e o bomem toda a regiãoVale do Rio Pardo busca formas de explorar seu potencial turístico com a valorização de suas características

e gastronomia típica e o charme campestre dos casarões, cavalgadas e trilhas ecológicas. Candelária tem a Rota Aventuras, com padel, rafting, tirolesa e caminhadas, como também a Rota Caminho dos Tropeiros, com atrações históricas como o Aqueduto e a Ponte do Império. Venâncio Aires ressalta seu produto típico, com a Rota do Chimarrão, colocando o turista em contato com a cultura, desde a rotina dos produtores até as diferentes formas de preparo da bebida e seus benefícios à saúde, além de outros aspectos culturais da região.O turismo histórico destaca-se em Rio Pardo, com seu vasto patrimônio arquitetônico e cultural, além da gastronomia diferenciada, centenárias fazendas, eventos e balneários, buscando ampliar a renda gerada. E em Santo Amaro do Sul, interior de General Câmara, uma das mais antigas vilas do Estado, com 15 prédios históricos tombados.

Em nível de Conselho Regional de Desenvolvimento do Vale do Rio Pardo (Corede) e outras entidades preocupadas em desenvolver a atividade, o enfoque tem se voltado ao ecoturismo sustentável. É o que tem proposto as várias rotas turísticas já definidas na região, aproveitando os recursos na-turais e produtivos, ao lado de aspectos culturais, para atrair visitantes e agregar renda em seu meio. Outro projeto neste sentido tem o município de Encruzilhada do Sul, que vê po-tencial turístico ecológico com seus parreirais e outros cultívos frutíferos, como maçã e pêssego, para incrementar renda. O conselho aponta, entre as ações estratégicas, os cuidados com a estruturas nas rotas, a realização de inventário no segmento e a criação de guias turísticos da região, com a devida capaci-tação, particularmente para o ecoturismo.

ecoturismo sustentável

Paisagens que ficam na memória: o Parque da Gruta, em Santa Cruz do Sul, é um dos espaços que costumam arrancar elogios dos visitantes

35tURiSMO

As belas paisagens, com seus horizontes a perder de vista; a identificação com a cultura italiana,

que remete aos imigrantes; e a tradição no cultivo de uvas e na elaboração de vinhos coloniais são

alguns dos aspectos imediatamente associados com as localidades do Centro-Serra. E estes atrativos

jamais poderiam ser desperdiçados. Vários empreendimentos hoje já exploram esse filão da

economia, dedicado a atrair a visitação de pessoas de outras regiões e a, naturalmente, estreitar laços,

fortalecendo a integração dentro e fora do País.A boa gastronomia, revelada inclusive em festas e

feiras tradicionais nos municípios do Centro-Serra; o ambiente aprazível e bucólico e a disponibilidade

de recursos naturais privilegiados têm motivado iniciativas. Nos meses do verão, os balneários e as áreas de camping atraem grande número de frequentadores dos mais variados recantos no

Estado. No inverno, o clima típico das altitudes (não por acaso toda essa região é chamada de Serra),

que convida a saborear a boa comida italiana e a degustar os vinhos elaborados por cantinas locais, é

outro chamariz.Em meio a todo este esforço para divulgação de suas belezas e de seus ambientes sociais e

culturais, em 2010 oito propriedades do interior Buona vita: Belas paisagens, vestígios da colonização italiana na região e uvas e vinhos são atrativos indiscutíveis no Centro-Serra

No recentemente criado Roteiro Caminhos da Serra Geral, coordenado pela Associação de Turismo Caminhos da Serra Geral, destacam-se como atrações: Vinícola Ganja do Silêncio, Ecologia Fritz, Vinhedos Redin, Cabanha Costa-neira, Granja Wiedenhoft, Roseiral, Balneário Curva do Rio e Recanto do Peixe. Nos locais de visitação, os turistas podem apreciar a culinária, os aspectos culturais e históricos do município e curtir a tranquilidade da vida junto às belezas naturais do Centro-Serra.

Para ver e provarPara respiraros bons ares

da serrainvestimento na implantação e na ampliação de empreendimentos

turísticos no Centro-Serra promete firmar nova rota nos próximos anos

de Sobradinho lançaram o Roteiro Caminhos da Serra Geral. Até então, o município já contava

com a tradicional Rota dos Casarões e efetivava, assim, uma nova opção para alavancar o turismo

rural no Centro-Serra. Nos dois casos, a atividade oferece alternativa a mais para incrementar a renda

nas pequenas propriedades envolvidas. Para estes empreendedores, a disponibilização de vias de

incentivo diverso, de qualificação de suas estruturas e de fortalecimento dos atrativos, com a integração

em roteiros maiores para atrair visitantes, são demandas latentes.

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Girassol é alternativa para a produção de biodiesel

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