boal, augusto. teatro do oprimido e outras poéticas políticas

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    o

    EOUTRAS PO(TICASPOliCAS 5~ ~ ~ ~ ~ ~ ~

    AUGUSTOBOAL11IV ILIZAO BF ASILURA

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    TEATRO D O O PR IMID OE O UTRA S POtTICASPOUTICAS

    Augusto Boa! - sa bem-no to -dos - pe rsonalidade marcanteco mo autor e diretor teatral, tendo se empenhado, ao long o desua carreira, na re novao da cenabrasileira, buscando reformula r-lhe o contedo e transform ar oespetculo num ato

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    ColeoTEATRO HOJE Volum e 27

    Augusto Boal

    Teatro do Oprimidoe Outras Poticas Polticas

    ..,;.

    EDIO

    civilizaobrasile ira

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    Desenho de capa:D O U N ~

    Diagramao:LA CAULLIRAUX

    Direitos de sta edio reservados ED ITOR A CIV ILIZAO BRASILEIRA S.A.Rua Muniz B arreto , 91 / 93RlO DE JAN E IR O - RJ

    1 9 8 oImpresso no BrasilPrinted in Brazi l

    Para meu filh o FABIAN

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    fI

    I,

    O A utor man ifesta o seu pro fundo agradec imentoa l:.nio Silveira que, atravs da edio deste livro,concre tizou o seu retorno ao Pas, depois detantos anos.

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    -;

    Sumrio

    Explicao 11. O Sistema Trgico Coercitivo de A ristteles 3

    Introduo 5A arte imita a natureza 7--Pequeno dicionriode palavras simples 36Como funciona o sistema trgico coercitivo deAristteles 38Distintos tipos de conflito: harmatia x ethos social 42Concluso 50Notas 53

    2. Maquiavel e a Potica da Virtu 51I - A abstrao medieval 59II - A concreo burguesa 66

    111 - Maquiavel e A Mandrgora 14IV ..:_ Modernas redues da virtu 82

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    3. Hegel e Brecht: Personagem-Sujeito ouPersonagem-Objeto? 91

    4. Potica do Oprimido 121- A - Uma experincia de teatro popular no Peru 124Concluso: "espectador", que palavra feia! 168- B - O sistema coringa 173

    l - Etapas do Teatro de Arena deSo Paulo 173l i - A necessidade do coringa 186

    IH - As metas do coringa 193IV - As estruturas do coringa 201V - Tiradentes: questes preliminares 209VI - Quixotes e heris 218

    I

    Explicao

    ESTE LIVRO(*) procura mostrar que todo teatro necessariamente poltico, porque polticas so todas as ativida- 6des do h o m e m ~ e o teatro uma

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    v

    Introduo

    ADiscu sso sobre as re la es entre o te atro e a pol tica to velha com o o teatr o . . . ou com o a polt ica. DesdeAris tte les e desde m uito an te s, j se co lo cavam os mesm ostemas e arg um ento s que ainda hoje se di sc utem . ~ um ladose afir ma que a arte pu ra conte m pla o e de outro que , ~ contr?io , a arte apresenta s " e m p ~ um a viso J!o_m undo emtranSf mi o e, porta nto, inev itavelmente pol tica, ao apre senta ros meios de realizar essa tr ansform ao, ou 'de dem r- la . Deve a arte educar, l.nfo rm nr, organizar,in citar, atuar, ou deve ser sim plesm ente objeto -de prazer egozo? O ~ cmico Aris tfa nes pensava que "o comedi grf s o f e ~ ~ pJazer com o_j_eve ta m bm ser um profes so r qem oral e um conselheiro polt ico", Erast6 st enes pensava o contr rio,- afirm ando que"a fun o do poeta encantar os espr it os dos se us ouvin te s, nunca inst ru- los". STRABOargum enta va: "Apoesia a pri m eir a lio que o Esta do deve ensinar , criana ; a poesia superior filosofia porque estase dir ig e a um a m in oria enquanto que aqula se dir ig e s~ a ' S : Plato , pelo contr ri o, pensava qiDL_os poetas deVIam ser expulsos de uma Repblic a perfe it a, porque, "apoe;

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    tarse". Q uer dizer : a pu rifica o da harmatia , atrav s de trset apas bem dete rm inada s e clara s:PRIMEIRA ETAPA- Est mulo daharmatia; o person ag em segue 0 caminho ascend ente p ara a felicidade, aco mpanh ad oem paticamente pelo esp ectador.Surge um ponto de o e o especta dor iniciam o cam in ho mverso da fehc1dade desgraa.Queda do heri.SEGUNDA ETAPA- O pe rsonag em reco nh ece seu err o: ANAG-NORISIS. Atravs da relao emptica o.especta dor reconh ece seu pr pr io err o, sua propna harmatza, suaprpri'a 1fa lh a an ticon stitucion al.TERCEIRA ETAPA - CATSTROFE: 0 personage m sofre asco nseq n cias do seu erro , de form a violenta , com sua prpria mort e ou co m a m orte de seres que lhe so queridos.

    CATARSE - o es pec tador , aterr ori zado pelo espetcu loda catstrofe, se pur ifica de sua harmatia .O sistem a coercitivo pode ser most ra do gra -ficamente assim :

    DIANI.t.

    EMPAT IA

    HARMATIA

    t. ETAPA ETAPAANAGNR ISIS

    ET HOSDASOC IEDADE

    IBOAS 1. - - - - .1 _,.--........ .,:....__TERRORPIED AD E

    ~ ' \ ""M ~ RA ZO --

    40

    ET AP A ETAPAPER RECEBE A

    MENSAGEMMORAl

    ETAPACATARSElp u r if .- )

    Atribu i-se a Aristteles a seguinte frase: Am icus Plato,Sed Magis Am icus Veri tas (" Sou amigo de Plat o, mas maisamigo da verdade"). Nisto es tamos to ta lmente de acordo comAristte les : somos seus am igo s, mas muito mais amigos dave rd ade . E le no s diz que a poe sia, a tragdia, o te atro, notm n ad a qu e ver com a Poltica . Mas a realid adeno s diz outracoisa. Sua pr pria Potica no s diz outr a co isa. Tem os qu e sermuito m ais am igos daver da de: to das as at iv idades do ho mem,inclu ind o-se ev identemen te to das as ar tes , especialm ente otea tro, so polticas. E o teatr o a form a ar tstica mais pe rfeita de coero. Que o diga Aris tteles.

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    Que no re st e nenhum a dvida: Aristtele s fo rm ulo u um

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    p o d e s s s i ~ i s t e purg atrio , cujfiilidade eliminartudo que n o _ s ~ e n t e ac eito, legalment aceito, inclusive a re voluo , antes de que acontea. . . O seu Sis te maaparece di ss imulado na TV, no cine , nos circos e no s teatros.A parece em fo rmas .e meios mltip los e variados. M as a suaess ncia no se modifica. Trata-se de frear o in divduo, deadapt-lo ao que pr-exis te. Se isto o que queremos, est esistema serve melhor que nenhum outro. Se , pe lo contrrio,querem os estim ula r o especta dor a que tr ansforme sua so ciedade , se qu eremos estimul-lo a fazer a revolu o, ne sse casoterem os que buscar outra Potica.

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    Notas

    1. As caracter sticas do pers onagem se re lacionam com odesenlace. Um pers onagem tota lm ente bom que term ina emum final feliz n o inspira nem terro r nem piedade, no criaum a din m ica: o especta dor o observa e o seu destino ilustrado pelas suas a es, m as no se cria nenhum a te atralidade.

    . Um per sonagem totalm ente m au que te rm in a em catstrofe tam pouco inspira piedade, qu e parte necess ria ao mecanism o da empatia.

    Um personagem to talmente b om que termina em cat str of e ta m pouco exempla r, e, pe lo n t r r i o , viola o se ntidodeju stia. ~ o caso de Don Quixote que, do ponto de vistada ti ca da Cavala ria , to talm ente bom e, no obstante , sofr e um acatstr ofe que funcio na 'e xem pla rm ente '. . . Pode-se diz er queele to talm ente bom , m as que possui um a m oral anacrnicaque , em si mesma, um a fa lh a trgica. Esta a sua harmatia.

    Um personagem tota lm ente m au, que term ina em finalfeliz, seria ju sta m ente o oposto do que pe rsegue a tr agd iagr ega , e estimul aria o mau , e n o o seu aperfei oamento .

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    2Maquiavel e a Potica. da Virtu

    Este ensaio foi escrito em 1962. Destinava-sea apresentar o espetculo de A Mandrgora, comdia de Maquiavel, montada pelo Teatro de Arenade So Paulo, em 1962-63, e dirigida por mim.Para este livro, pensei inicialmente em suprimir o Captulo IH, que trata mais especificamenteda pea e de seus personagens. Pareceu-me, noentanto, que essa supresso 'faria perder-se o fioda meada. Pretendi tambm acrescentar alguns captulos novos, especialmente sobre as Metamorfo-ses do Diabo, mas temi a hipertrofia de alguns

    . . . . : ~ p e c t o s sobre o esquema geral, como um todo.Devo esclarecer que este ensaio no pretende estudar exaustivamente as profundas transformaespor que passou o teatro sob o comando burgus.Pretende apenas tentar a esquematizao dessastransformaes. Todo esquema insuficiente -conheci esse perigo antes e depois de empreendera tarefa.So Paulo, maro de 1966.

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    I - A abstrao medieval

    SEGUNDOAri stteles, Hegel ou Marx, a ar te , em qualq uer dassuas modalidads , gneros ou estilos, cons titui-se sem prenuma fo rm a senso rial de transm it ir detenninados conhe cimentos , sub jetivos ou objetivo s, individua is ou soc iai s, part icu la res ou ge rais, abst ra tos ou concre tos , super ou in fra -e strutu rais. Esses conhec imen tos , acr escenta Marx, so reve lados deacord o cem a per spectiva do artista e do seto r social aoqua l est radic ado, e que o patrocina, pag a e consome a sua obra . Sobre tudo, daquele setor da sociedade que detm o poder econmico , e com ele contro la os dem ais pode res, es tabelecendo as diretrize s de to da criao, se ja artstica, cientfica, filo s fica, ou outra. A este setor, eviden temente, in teressatransmit ir aquele con hecimento que o ajud e a manter o pode r,se quej o detm de forma absolu ta , ou que o ajude a conquist-lo , caso contrrio. Isso no impede, porm, que out ros setores ou classes patrocin em tambm a sua pr pria arte , que venha a traduzi r os conhecimentos que lh e so neces srios eque ao faz-lo util ize a sua prpri a perspect iva . A arte dominante, no entanto , ser sem pre a daclasse dominante , eis que

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    Hegel e Brecht: Pe.rsonagem-Sujeitoou Personagem-Objeto?

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    Conceito do "pico"

    A MAIOR dificuldade para compreender as extraordinriastransformaes que sofre o teatro, com a contribuio dopensamento marxista, consiste na deficiente utilizao de certos termos. Justamente porque essas gigantescas transformaes no foram imediatamente percebidas, as novas teoriasforam explicadas com o velho vocabulrio: para designar novas realidades se utilizaram velhas palavras, tentou-se utilizar novas conotaes para palavra s j cansadas e exaustas porsuas velhas denotaes.Tomem os um exem plo: que quer dizer "pico"? No co meo , B er to lt Brecht ch amou seu novo teatro com essa velhapalavra . Aristteles, verdade, no fala de teatro pico, massim de poesia pica, de tragdia e de comdia. Estabelece diferenas entre poesia pica e tragdia que se referem ao verso,para ele necessariamente presente na s duas formas, a dura oda ao e finalmente ao que mais im portante, ao fato de quea poesia pica formalmente narrativa, ao contrrio do queacontece com a tragdia. Nesta, a ao ocorre no presente ; naquela, a ao, ocorrida no passado, agora recordada. Aristteles ac rescenta que todos os elementos da poesia pica seencontram na tragdia, mas nem todos os elementos da trag-

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    Potica do Oprimido

    A - U m a Experincia de Teatro Popular no PeruB - O Sistema Coringa

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    N o PRIN CPIO , o teat ro era o can to ditirmbico: o povo livrecanta ndo ao ar livre. O carnaval. A festa.Depois, as classes dom inantes se ap ro pr iaram do teatro eonst ru ram muros divisrios. Primeiro, dividiram o povo, se

    parando atores de espectadores: gen te que faz e gente que

    \ ob serva. Terminou -se afesta! Segundo, en tre os atores, sepa

    rou os protagonistas das massas: comeou o dou trinam entocoercitivo!l O povo oprim ido se liberta. E outr a vez conquista o tea-tro . necessrio derrubar muro s! Primeiro, o esp ec tador vo ltaa represen tar, a atu ar: tea tro inv isvel, tea tro foro, tea tro im a

    gem, etc. Segundo, necessrio eliminar a proeried ad edos erson a ens elos atores individuais: Sistem a Coringa.Com estes dois ensaios procuro fechar o cic lo deste lvro.

    Neles se mostram alguns dos caminhos pelos quais o povo reassum e sua funo protag nica no teatro e na sociedade.

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    Q U A D R O D E D IV ER SA S LIN G U A G EN S

    CO M UNICAODA REALID AD E

    CO NSTATAODA RE ALIDAD E

    TRANFORMA ODA REALIDA DE

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    Linguagem

    Idioma

    Msica

    Pintura

    Cinema

    TEA TR O

    Uxico (vocabul rio )

    Palavras

    Ins trumentos musicais,e seus sons (timbre,tonalidade, etc.) notasCores e formas

    I m a g e ~ (secundaria-mente, a msica e apalavra)

    Sintaxe

    Orao (sujeito, ob-jeto, predicado ver-bal, etc. )Fra se musical, me-lodia e ritm oCada estilo possuisua prpria sintaxeMontagem: corte,fuso, superpo sio,faden-in, fade-out,travel/ing, etc.

    SO MA DE TODAS AS AO DRAMTICALINGUAG ENS POSSVEIS:palavras, cores, formas,movimentos, sons, etc.

    171

    B - O sistema "coringa"

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    I - Etapas do Teatrode A ~ e n a de SoPauloINTRODUO

    O SNT desejou publicr um a espcie de inv entrio do tea tr o brasileironestes ltimos quinze an os. Geralmen te, os invent rios s o pu blicados depois da morte definitiva do falecente.Neste caso , pub lica-se com pequen a anteced ncia: o teatro, noBrasil, vive seus momentos agnicos.Paraeste panegrico polnico muitos artistas fo ram convidados. O que dissemos em nossa declarao , pretendemosneste artigo resumir. Deve-se notar qu e falamos sempre segundo a perspectiva muito especial do Teatro de Are na - isto

    no p or hipertrofia da par ticipao deste elenco no te atro paulista, m as sim po r terem sido estes os lim ites impostos a estedepoimento.Pensando noTeatro em So Paulo, devemos constata r que,ep1verdade, classe teatral no cab e nenhuma culpadesta mor__ e juvenil. No foram os elencos que subitamen te passaram a

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    Assim, todas as vezes que for necessrio mostrar o "lado (de dentro" do personagem, o Coringa paralisar a ao, momentaneamente, a fim de que ele declare suas razes. Nestescasos, o personagem entrevistado dever manter a conscinciade personagem, no devendo o ator assumir sua prpria conscincia de hoje e aqui. Em Tiradentes, toda a jogada polticado Visconde de Barbacena, com relao ao lanamento daDerrama, seria fatalmente atribuda ao seu "bom corao" eno frieza do seu pensamento, se este fosse revelado intimamente aos espectadores. V- Tiradentes: questes preliminares

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    Finalmente, a ltima "poro" daestrutura do espetculoconsiste na Exortao final, em que o Coringa estimula a platia segundo o tem a tratado em cada pea. Pode ser em form ade prosa declamada ou em cano coletiva, ou uma combinao de ambas.Estas, as duas estruturas bsicas do sistema. E o que jficou dito, aqui se ~ e i t e r a o sistema permanente apenas dentro da transitoriedade das tcnicas teatrais. Com ele no sepretendem solues definitivas de problemas estticos: e t ~ tde-se apenas tornar o teatro outra vez exequvel em nosso pas.E pretende-se continuar a pens-lo til.

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    U MA PEA deve ser analisada segundo os critrios que prope, e no segundo uma teoria geral do teatro. Sempreque se discute um texto, comum prover-se o discutidor detodas suas teses pessoais sobre .o teatro em geral e nelas en quadrar uma pea em particular, ainda que os critrios quepresidiram a elaborao desta tenham sido diametralmenteopostos. No se pode entender lonesco munido do instrumental esttico de Racine, nem este com o de Bertolt c h t .

    Porm, se critrios "universais" no so estabelecidos, sobrevm o caos de valores: um texto medocre ser perfeito,se perfeitamente responder aos medocres critrios de sua elaborao. :S muito freqente ouvir-se autores que, diante de restries possveis, exclamam: "Mas foi exatamente isso que euquis fazer". Ora, pode suceder que no se reconhea validadeexatamente a "isso". A mediocridade daobra acabada no justifica n e ~ s e justifica por propostas medocres.Portanto, h que inserir os critrios particulares de cadatexto dentr& dos critrios mais gerais, que no necessitam se rapenas artsticos.

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    fa to essencial, promovendo, por outro lado, caractersticas circun stancia is condio de essncia. Assim foi com Tir adentes . Nele, a impo rtncia maiordo s atos que praticou reside no seu contedo revo lucionrio . Episodicamente, fo i ele tambmum estico. Tirade ntes foi revoluc ionrio no seu momento como o ser ia em outro s momen tos, inclusive no nosso. Pretend ia , ainda que romanticamente, a derr ubada de um regimede opresso e dese java substitu-lo por outro , mais capaz .depromover a felicidade do seu povo. Isto ele pre ten deu emnosso pas, como certamente teria pretendido em qu alqueroutro. No entanto, este compo rtamento essencial ao he ri esba

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    tido e, em seu lugar, prio ritariamente , surge o so frimentona forca , a aceitao da culpa, a singeleza com qu e beijavao crucifixo na caminhada pelas ruas com bara o e preg ao.Hoje , costuma-se pensar em Tiradentes eomo o Mrtir daIndependn cia, e esquece-se de pens-lo como her i revolucionrio, transformador da sua rea lidade. O mito est mistificado. No o mito que deve ser destrudo , a mistificaa.No o heri que deve ser empequen ec ido; a sua luta quedeve ser magnificada .Brecht cantou: "Feliz o povo que no tem heris". Concordo. Porm ns no somos um pov o feliz. Por isso precisa mos de heris. Precisamos de Tiradentes .

    So Paulo, jane iro de 1967

    DEDALUS - AceNo-ECA222 lll\llllllll llllllllll lllll l\lll lllll llllllllll llllllllllllllll\1

    20100001 256

    Im presso nos Estab. Gr-fi eos Borso i S.A. lndust ria e Comr cio , Rua Francis-co Manuel, 55 - ZC-15,Benfic a , Rio de JaneiroExemplar

    3229

    ....I . .

    AUTORTTULO

    Assin. Data

    Os escritos de Augusto Boa \no so fruto apenas de leituras,resultados eruditos de um a vidacom promissada com o estudo, ameditao e a pesquisa . So, an tes, pro dutos de uma vivncia,permanente e incansve l, de um contnuo traQal ho com a m atriaviva dos textos, dos palcos, dasarenas, dos picadeiro s e de outros

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    U N V E f t S I D ~ E DE SO PAUL,OESCOLA D E C O M U N I C ~ E S E ARTESBIBLIOTECA

    Boa!, A ~ u e t o 'l earo,do opr imido e

    o u ~ r a a poetieae pol{icas

    Fornecf!dor 1!?::.. ! / : . i t ~ . . ! ! . .. i ~ ~ j Da ta de

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    e outras poticas polticascondensa a longa e vivida experin cia,como autor e diretor te atral, de

    Augusto Boal- uma das principais personalidadesda renovao dacena brasi leira .So ensaios polmicos e crticos,em que o auto r, no s anal is a ediscute teori as pot icas , comopropenovos rumos para o trabalh o teatral - rumos que dem comoconseqncia o reencontro doteatro com o clima de lib erdadeque lhe 6 vital.

    Mais um lanamento de categoria da C IV ILIZAO BRASILE IRA