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ISSN: 0000-0000
BIOMECÂNICA DA COLUNA VERTEBRAL E
OS PROBLEMAS POSTURAIS NA ESCOLA
Janice Maria Ileck Fernandes1
Paola Santos de Medeiros2
Carolina Mendes Rodrigues3
Zilá Gomes de Moraes Flores4
RESUMO
OBJETIVO: O objetivo dessa pesquisa foi analisar os problemas posturais mais comuns na
fase escolar, relacionados à forma de sentar-se, peso carregado nas mochilas, tipo de
mochila e forma de carregá-las. MÉTODO: O estudo foi feito com 18 crianças de 3° e 4° ano
do ensino fundamental entre 8 e 10 anos numa escola particular de Porto Belo-SC, na
avaliação foi medido o peso dos alunos e de suas mochilas, foi usado o questionário de
POSPER (RITTER; SOUZA, 2006) com perguntas sobre que tipo de mochilas os alunos
usam, a forma de carregá-las e a forma de sentar para ler ou escrever, usado também um
questionário sobre dor (SILVA, et al, 2004) relacionado à intensidade e o local da dor, foram
tiradas fotos nos planos lateral esquerdo, lateral direito, frontal e posterior. Os dados foram
analisados e calculados para chegar no percentual certo RESULTADO: Os principais
desvios posturais encontrados nas analises foi a hiperlordose cervical, hipercifose torácica,
hiperlordose lombar e a escoliose, O principal desvio encontrado tanto no gênero masculino,
como no gênero feminino foi a hiperlodose lombar, o local de maior incidência de dor foi na
região torácica. CONCLUSÃO: A maioria das crianças em fase escolar tem ou terão algum
tipo de desvio postural da coluna vertebral ou patologia, se não houver uma prevenção desde
cedo na escola com os profissionais da educação juntamente em casa com o auxilio dos pais.
Palavras-chave: Desvios Posturais. Avaliação postural. Prevenção.
ABSTRACT
GOAL: The goal this research was analyzed the postural problems most common in
school-age posture related to shape of sit down, weight loaded at the backpacks, kind of
backpack and shape of carries them. METHOD: The study been done with 18 children of 3rd
the 4th
year of teaching fundamental among 8 and 10 years in a school particular of Port
belo/SC, the evaluation been measured the weight of students and of its backpacks, been
second hand the questionnaire of POSPER (RITTER:SOUZA,2006) with questions about that
kind of backpacks the students wear, the shape of carries them and the shape of sit for read
or white, second hand also one questionnaire about pain (SILVA, et al,2004) related the
1 Acadêmica do curso de Licenciatura em Educação Física da Faculdade Porto das Águas - FAPAG, Porto
Belo/SC.Contato:[email protected] 2 Acadêmica do curso de Licenciatura em Educação Física da Faculdade Porto das Águas - FAPAG, Porto
Belo/SC. Contato: [email protected] 3 Co-orientadora. Graduada em Fisioterapia, mestranda pela UNIVALI ,docente da Faculdade Porto das Águas
Contato: [email protected] 4Orientadora. Graduada em Educação Física, Mestre em Educação nas Ciências, Coordenadora de Estágio e
docente da Faculdade Porto das Águas. Docente do Centro Universitário de Brusque- UNIFEBE, docente da
Faculdade AVANTIS. Email: [email protected]
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intensity and the local of pain, been tirade photo us plans lateral left, lateral right, front and
back. RESULT: The data been analyzed and calculated to get the right percentage.
CONCLUSION: The majority of children has or will have some sort posture of the vertebral
column or condition, if there is no prevention early in school with professionals education
along at home with the help of parents.
Key words: Postural deviations. Postural assessment. Prevention.
1 INTRODUÇÃO
As alterações posturais estão cada vez mais frequentes no âmbito escolar, tem sua
origem no período de crescimento e desenvolvimento corporal, ou seja, na infância e na
adolescência, o desequilíbrio da postura corporal pode ser prejudicado pela permanência
prolongada na sala de aula, adotando muitas vezes, posições inadequadas, por longos períodos
no decorrer do dia, de semanas, meses e anos, tornando-se pré-dispostos a desenvolver
padrões e hábitos posturais não saudáveis. Esses problemas podem estar relacionados a
diferentes aspectos, equipamentos (mochilas pesadas, com uma alça), problemas ortopédicos,
hábitos equivocados (postura errada), indumentária inadequada (roupas e calçados
inadequadas), emocionais entre outras, quando estes problemas não são observadas e tratadas
tem grandes chances de se propagarem para vida adulta.
O corpo tem a capacidade de se adaptar aos estímulos externos que são recebidos, em
especial o sistema músculo esquelético. Portanto se um estímulo for recebido de forma
inadequada por longos períodos, o corpo se adaptará e manterá o mesmo estímulo. Assim, se
um indivíduo mantém uma postura inadequada enquanto estuda, assiste televisão, utiliza o
computador ele poderá desenvolver uma tendência a manter esta postura inadequada, podendo
se estender para outras atividades diárias, desencadeando novos hábitos posturais
inadequados, ocasionando desequilíbrio na postura, estes são considerados comportamentos
de riscos para a coluna, tais comportamentos de forma errada podem acarretar alterações
posturais tanto laterais como antero-posterior. (DETSCH et al, 2007).
Na contemporaneidade é observado em estudos um aumento significativo na
incidência de problemas relacionados à postura corporal em crianças e adolescentes em todo o
mundo, já se tratando de problema de saúde pública. (CARAFFA et al, 2010.)
Para tanto esta pesquisa teve como tema a biomecânica da coluna vertebral e os
problemas posturais na escola, justificou-se esta pesquisa pois acredita-se que a prevenção
para possível problemas posturais da coluna vertebral pode acontecer na escola possibilitando
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uma melhor qualidade de vida para os alunos. A pergunta problema que norteou a pesquisa
foi: Quais as principais alterações posturais da coluna vertebral que os alunos apresentam?
O objetivo geral da pesquisa foi verificar, através de uma análise postural, se os alunos
de uma escola particular de Porto Belo/SC apresentam alterações posturais significativas. Para
tanto foram organizados os seguintes objetivos específicos: identificar as principais alterações
posturais presentes nos escolares avaliados e suas possíveis relações com a forma de sentar e
o peso que os alunos carregam em suas mochilas; apontar a relevância das aulas de Educação
Física na prevenção e correção de problemas posturais.
2 A COLUNA VERTEBRAL E SUAS ESTRUTURAS E FUNÇÕES
A coluna vertebral tem como função a rigidez e mobilidade do corpo humano, tendo
um significado funcional importante, pois liga a mecânica entre as extremidades inferiores e
superiores além de ter a responsabilidade de proteção da medula espinhal que se constitui de
um tecido de alta fragilidade e especialização, no qual transitam ordens motoras sensitivas
recebidas da periferia e transferido para o cérebro, portanto é uma estrutura importante e
precisa ser bem protegida (HALL, 2009).
É composta por 33 vértebras que são divididas em quatro regiões: cervical (sete
vértebras), torácica ou dorsal (dose vértebras), lombar (cinco vértebras), sacro (cinco
vértebras) e cóccix (três a quatro vértebras). Essas quatro curvaturas são denominadas
lordoses na região cervical e lombar e cifose na região torácica e sacral, o conjuntos dessas
curvas exercem entre si um fenômeno compensatório, lordoses se compensam com as cifoses
e vice-versa, este fenômeno auxilia na descarga do peso corporal. Segundo Hall (2000)
quando aumentadas ou eliminadas as curvaturas fisiológicas da coluna ficam pré-dispostas a
riscos. Dentre as vértebras da coluna vertebral 24 delas são móveis e contribuem para o
movimento do tronco, as regiões cervical e lombar da coluna vertebral são as mais móveis por
serem livres de fixação óssea, tendo a sua estabilidade apenas pelas inserções das estruturas
ligamentares e musculares enquanto as regiões torácica e pélvica são as mais rígidas, para
todo segmento da coluna ser rígido é preciso de treinamento muscular principalmente da
região abdominal, para ser mantida a boa estabilidade e higidez da coluna vertebral. As
vértebras têm diferentes formas conforme cada região, as vértebras da região cervical são
menores que as da região lombar, mas de maneira geral são semelhantes (VALENÇA, 2004) .
É considerada adequada à postura da coluna vertebral quando esta envolve a presença
de quatro curvaturas harmônicas permitindo um melhor equilíbrio e boa postura, identificadas
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na vista lateral, duas convexas (torácica e sacral), chamadas cifoses, e duas côncavas (cervical
e lombar), chamadas de lordoses (SIQUEIRA; SILVA 2011).
Para Back e Lima (2009, p.01) a postura é definida como "[...] o estado de equilíbrio
dos músculos e ossos, para proteção das demais estruturas do corpo humano de traumatismos,
seja na posição em pé, sentada ou deitada. Um bom controle, com a solicitação de poucos
músculos e baixo gasto de energia leva a boa postura".
Assim na postura padrão, a coluna vertebral apresenta curvaturas normais e os ossos
dos membros inferiores ficam em alinhamento ideal para sustentação de peso. A posição
neutra da pelve conduz ao bom alinhamento do abdome, do tronco e dos membros inferiores.
O tórax e a coluna superior se posicionam de forma que a função ideal dos órgãos
respiratórios seja favorecida. A cabeça fica ereta, bem equilibrada, minimizando a sobrecarga
sobre a musculatura cervical (KENDALL, MCCREARY, 1995 apud SANTOS et al, 2009)
Entre uma vértebra e outra existe um disco cartilaginoso, que é formado por um
núcleo pulposo sendo este um material gelatinoso composto por alto índice de água e
colágeno. A coluna vertebral possui 23 discos intervertebrais, os quais representam 25% do
comprimento total da coluna, sendo observado um aumento na altura e diâmetro dos discos
intervertebrais no sentido crânio-caudal (GRABINER, 1991 apud DEZAN 2005).
Os discos intervertebrais têm função de ligar as vértebras, e gerar amortecimento entre
elas, absorver choques, proporcionar flexibilidade, mobilidade, união e alinhamentos das
vértebras (MIRANDA, 2008). Hall (2009) complementa quando afirma que os discos são
essenciais para toda vida do ser humano, sendo muito importante a sua manutenção, para que
se evite futuras degenerações.
3 A BIOMECÂNICA DA COLUNA VERTEBRAL
A coluna vertebral apresenta uma curvatura durante a vida embrionária em forma de
“C”. As curvaturas torácica e sacral, com concavidade anterior (forma de “C”) estão presentes
na criança desde o nascimento e pode ser chamado de curvatura primária. Quando a criança
começa a ter estabilidade sentada acentua-se a lordose cervical, pois os músculos eretores
cervicais estarão mais fortes podendo levantar a cabeça e manter o olhar a frente, a curvatura
lombar inferior desenvolve-se quando a criança começa a sustentar o peso do corpo em
posição ereta quando começa a se levantar, a lordose cervical e lordose lombar são curvaturas
secundárias, pois se desenvolvem depois de certo tempo.(HALL, 2009).
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A partir dos3 anos de idade quando a criança já esta caminhando observa-se uma
discreta lordose lombar, que se acentua aos 8 anos de idade. A curvatura definitiva da coluna
vertebral é atingida aproximadamente aos 17 anos, possuindo as curvas cervicais, torácica e
lombar a função de auxiliar a coluna vertebral no sentido de aumentar a capacidade desta para
suportar a compressão axial(SETTINERI, 1988, apud PARAIZO; MORAES; GOMES,
2010).
Segundo Natour (2004) ocorrem movimentos nos três planos por meio do inicio e
controle muscular ativo, o plano sagital executa os movimentos de flexão e extensão do
tronco, o plano frontal executa os movimentos de lateralização direita e esquerda, e o plano
transversal à rotação ou circundução, sendo que os movimentos com maiores amplitudes
acontecem nas regiões cervical e lombar, pois são livres de fixação óssea.
Miranda (2008) afirma que a coluna vertebral é o eixo que sustenta o corpo, ela
executa duas funções opostas, a de rigidez, pois é uma estrutura forte e deve ser mantida
rígida quando necessário, e a elasticidade para exercer movimentos simples do dia a dia,
movimentos que exigem alto índice de elasticidade como ginastas, entre outras, para tanto se
faz necessário à manutenção de uma boa postura para realizar os movimentos.
Para Hall (2000) apud Moura, Fonseca e Paixão (2009), coluna vertebral tem como
principal função a estabilização da posição ereta (ortostática), coordenar os movimentos do
corpo humano e assegurar as exigências de mobilidade das diferentes partes do tronco e,
particularmente, da transição lombosacral, com o objetivo de propiciar o máximo de
estabilidade e flexibilidade.
Hall (2009) afirma que se formos mecanicamente ativos vamos prolongar a saúde da
coluna vertebral e os discos intervertebrais, quando sentamos por longos períodos mesmo em
posição confortável restringimos a ação dos discos intervertebrais se nutrirem, sendo assim
prejudicando o funcionamento do transporte de nutrientes, portanto a postura sentada deve ser
correta e não muito prolongada.
3.1 A POSTURA IDEAL
Devemos entender que é muito importante à postura correta, para mantê-la
dependemos de vários músculos que interajam mecanicamente e harmoniosamente para evitar
dor, sobrecargas, lesões entre outras, nosso corpo se adapta a estímulos contínuos, que gera
grande influencia para a vida adulta. A postura correta deve ser mantida em variadas situações
do dia-a-dia, para dormir, sentar-se para comer, ir à escola, ao trabalho, atividades de lazer
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entre outras, muitas vezes a postura reflete na maneira da pessoa ser, agir e sentir sendo esta a
forma que a pessoa se expressa corporalmente no mundo. Vieira e Vieira (2010, p. 02)
consideram boa postura "O estado de equilíbrios entre músculos e ossos com capacidade para
proteger as demais estruturas do corpo humano de traumatismo seja na posição em pé, sentada
ou deitado".
Ou seja uma boa postura implica em um equilíbrio adequado nos movimentos
realizados pelos sujeitos, sempre observando o que Kendall (1995, apud ROSÁRIO, 2003) já
descrevia que
A postura ideal tem como padrão um fio de prumo que, dividindo o corpo
sagitalmente em dois hemisférios simétricos em vista anterior ou posterior e na vista
lateral levemente anterior ao maléolo lateral, levemente anterior ao eixo da
articulação do joelho, levemente posterior ao eixo da articulação do quadril, corpos
das vértebras lombares, articulação do ombro, corpos da maioria das vértebras
cervicais, meato auditivo externo e levemente posterior ao ápice da sutura coronal.
Já segundo Rosário (2003) coma manutenção de um bom equilíbrio postural, o
estresse articular será gerado menor quantidade, consequentemente a ação muscular será
menor para manter o equilíbrio, sendo a posição de máxima eficiência. Já o desequilíbrio da
postura gera maior quantidade de estresse articular.
Nalasco (2010) diz que para considerarmos como boa uma posição sentada devemos
manter a cabeça e pescoço alinhado aos ombros, mantendo o equilíbrio das estruturas da
coluna cervical, os braços apoiados sobre a carteira, a região dorsal deve ficar apoiada na
cadeira, manter a coluna ereta e encostada no encosto, joelhos 90° e pés apoiados no chão ou
em um banquinho, sendo assim além de mantemos a boa postura sentada, todos os
segmentos estarão apoiados e harmoniosamente estabelecidos.
Um dos grandes problemas que também afetam a postura dos alunos é o peso das
mochilas, bem como seus formatos: com uma alça, com duas, rodinha, maleta, pasta entre
outras. Lemos et al (2005) afirmam que melhor maneira de carregar a sobrecarga é a
mochila de duas alças com estofado, bem presa a região posterior do tronco, e acima do
quadril para melhor distribuição do peso, ocorrendo ajuste biomecânico do sistema
locomotor. Quando existe sobrecarga da mochila, e a mesma é usada de forma errada o
corpo tenta manter o equilíbrio, realizando vários ajustes, mudando a posição da cabeça, do
tronco e membros superiores e inferiores para compensar o desequilíbrio. O carregamento
continuo de sobrepeso pode influenciar no crescimento e no desenvolvimento da criança ou
adolescente, alterando também o centro de gravidade anteriormente, deixando mais
susceptíveis a lesões.
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Todas as regiões da coluna (cervical, torácica e lombar)são prejudicadas quando a
sobrecarga esta sendo carregada de forma incorreta, em que os alunos tendem a curvar o
dorso para compensar a região lombar, e projetando o pescoço e ombros a frente, já a região
lombar sofre grande pressão por carregar tudo em cima dela, podendo causar dores cervicais,
nos ombros e região dorsal.
3. 2 AS ALTERAÇÕES POSTURAIS MAIS COMUNS OBSERVADAS NOS ALUNOS
Os autores têm apontado que observância do grande aumento na incidência de desvios
posturais em crianças e adolescentes principalmente na fase escolar, por estarem em fase de
crescimento e desenvolvimento, gerando adaptações, mudanças corporais e psicossociais que
marcam esta fase. (SANTOS et. al., 2009).
O aumento das curvaturas fica caracterizado situação patológica, podendo levar a
criança a ter desconfortos, dores e incapacidade comprometendo a sua postura. A má postura
pode ser detectada em boa parte dos alunos, por variadas causas, esses alunos devem ser
orientados sempre que possível precocemente sobre a postura correta ou adequada para seus
posicionamentos e movimentos. Neste artigo optamos por apresentar os desvios em situação
patológica que são mais comuns entre estudantes, já que este é o tema da pesquisa
apresentada.
Segundo Hall (2009) a hipercifose torácica é uma concavidade posterior aumentada na
região torácica ou dorsal, por muitas vezes a hipercifose acaba gerando uma projeção da
cabeça e/ou ombros à frente. Este desvio é conhecido como “indivíduo corcunda”.
O aumento da curvatura torácica é considerado uma das alterações posturais mais
frequentes em crianças e adolescente, podendo mudar o centro de gravidade anteriormente,
oscilando a postura gerando desequilíbrio. A cifose torácica é considerada normal quando esta
entre 10° a 40º, acima disto já pode ser considerada hipercifose. (MOREIRA, FUENTES,
CORREA, 2010)
Bexiga (2006) diz que crianças e adolescentes com sobrepeso ou obesidade
compensam a hipercifose torácica com a hiperlordose lombar, gerando também uma
acentuada lordose cervical ou protusão da cabeça à frente, os ombros se encurtam e se curvam
a frente e o tórax se achada e se curva também.
Hall (2009) relata que algumas crianças e adolescentes que tem a hipercifose torácica
pode ter advindo da doença de Scheuermann que é uma falha no desenvolvimento da coluna
vertebral, provocando um arqueamento anormal da coluna na região dorsal, esta doença causa
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fortes dores e gera má postura. Crianças com a doença de Scheuermann ou com hipercifose
torácica tem encurtamento da musculatura do peitoral, isquiotibiais e flexora do quadril, que
juntos geram grande tensão.
Sujeitos que permanecem várias horas do dia sentados em frente ao computador,
televisão, ao estudar ou ler sem os cuidados ergonômicos adequados tendem a permanecer em
posição cifótica laboral agravando uma possível hipercifose ou podendo vir a gerar desvios.
Os cuidados ergonômicos de altura do monitor, regulagem da altura da cadeira e postos de
apoio do antebraço, são fundamentais no sentido de evitar o desenvolvimento de uma postura
hipercifótica. (MOURA; SILVA, 2012).
A hiperlordose cervical é o aumento da curva na região cervical, quando a curva esta
acentuada anteriormente no plano sagital. (HAMILL, KNUTZEN, 2012).
Na região cervical a carga tensiva muscular é menor, pois suporta apenas o peso da
cabeça, bem diferentemente da região lombar que suporta a tensões musculares vindas de
todo o corpo humano. A estrutura óssea e os demais tecidos moles da cabeça, devido ao seu
peso, apresentam menor resistência aos movimentos cervicais exigindo uma menor tensão da
musculatura para movimentar a cabeça. O conjunto da biomecânica cervical projeta menor
carga tensiva na região, em função disto gerando menor sobrecarga estrutural sobre os discos,
ligamentos e vértebras em comparação a região lombar. Sendo que Moura e Silva (2012 p.
85) afirmam que as más posturas
[...] levem ao demasiado enrijecimento e encurtamento da musculatura da região
cérvico-posterior (esplênicos, eretores da espinha cervicais, trapézio superior,
elevador da escapula, etc.) tendem a acentuar a concavidade posterior da lordose
cervical e, como consequência desenvolver a hiperlordose cervical.
A hiperlordose lombar é um desvio da coluna criado pelo posicionamento anterior da
pelve (anteverão) abdome protuso ou por abdômen enfraquecido, podendo ser bem observada
no plano sagital. (BARBOSA, FILIPE, MARRQUES, SANCHO, 2011).
Ela é mais frequente na faixa etária dos 8 aos 12 anos, a partir dos 9 anos de idade ela
deixa de ser considerada “normal” devido ao desenvolvimento e passa a ser uma alteração
postural patológica, devendo ser tratada cedo para evitar agravamento ou problemas
associados. (DETSCH, CANDOTTI 2001 apud BUENO et al 2011).
As causas mais frequentes de hiperlordose lombar nas escolas é a fraqueza abdominal
dos alunos, por estarem em fase de crescimento gerando o abdomem à frente, é também
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caracterizado como forma de equilíbrio, hábitos posturais incorretos enquanto sentados para
ler e escrever. (HALL, 2009).
A região lombar é a que recebe maior carga pressórica gravitacional que age
longitudinalmente sobre a coluna. Esta região sustenta o peso conjunto da cabeça, cintura
escapular, membros superiores do tronco, tais estruturas geram uma carga gravitacional
significativa sobre os discos. Indivíduos com curvaturas anatômicas fisiológicas preservadas
distribuem adequadamente carga gravitacional equilibrada em cada disco intervertebral.
(MOURA, SILVA, 2012).
Segundo Carneiro, Souza e Munaro (2005) definem a escoliose como uma curvatura
lateral da coluna. A coluna vertebral possui curvatura retilínea no sentido anterior e posterior,
quando a curvatura não é retilínea é considerada anormal, havendo a presença da escoliose. A
escoliose envolve a flexão lateral da coluna e em alguns casos rotação, podendo ser em “S” ou
em “C”, em “S” quando haverá mais de uma curvatura da coluna no plano frontal ou
posterior, e em “C” quando haverá uma curvatura.
Martínez e Zácaro(2007), em seu trabalho com 97 crianças tendo objetivo de analisar
os desvios posturais mais agravantes, obteve como parâmetro de detecção da escoliose,
pescoço inclinado ou rodado, ombros assimétricos, cintura, pelve inclinada, teve como as
principais situações posturais evidenciadas no estudo.
Estes desvios são característicos da escoliose devendo ser analisado precocemente
para futuramente os desvios são se agravem e aumentem as consequências.
A escoliose não estrutural pode ser causada pela diferença de membros inferiores,
espasmos, dor nos músculos da coluna por compressão de nervos, lesões e mal
posicionamento do tronco, sendo mais frequentes na pré adolescência e adolescência, não
compromete tanto a coluna como a idiopática, a não estrutural as curvas são caracterizadas
leves e desaparecem quando realizada a flexão lateral da coluna do lado contrario da
escoliose. (MOLINA, CAMARGO, 2003, apud MIRANDA, 2010)
A escoliose idiopática ou estrutural (desconhecida) pode ser originada de doenças
genéticas ou hereditárias, paralisia, ela é bem acentuada e abrange deformidade no tronco,
costelas e órgãos internos, reduzindo a estabilidade e aumentando a oscilação corporal para
haver equilíbrio. (MIRANDA, 2010)
Ricard (1999, apud MIRANDA, 2010) fez a classificação da escoliose em quatro
graus: grau 1- angulação inferior a 20°; grau 2- angulação de 20° a 30°; grau 3- angulação de
31° a 50°; grau 4- angulação acima de 51°. Sendo 30° e 45° de angulação escoliota o
individuo deve utilizar o colete, quando passado de 45° o tratamento é cirúrgico. Na maioria
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dos casos que os tratamentos são bem sucedidos e precocemente ameniza 70% dos casos,
evitando o tratamento cirúrgico. (MIRANDA, 2010).
Sabe-se que a postura corporal correta na infância é de fundamental importância,
principalmente quando continuada na vida adulta, podendo ser evitado alterações posturais
tanto laterais como antero-posterior. Posturas incorretas por longos períodos se tornam
viciosas (hábitos), são prejudiciais a saúde e devem ser evitadas.
3.3 A EDUCAÇÃO FÍSICA E A PREVENÇÃO DE PROBLEMAS POSTURAIS
A Educação Física é uma profissão muito ampla nos tempo atuais, quando o
profissional exerce seu trabalho na escola tem o objetivo de conscientizar seus alunos sobre os
hábitos saudáveis para uma melhor qualidade e estilo de vida, auxiliando na prevenção de
possíveis problemas posturais, sendo de fundamental importância iniciar o trabalho
preventivo nas escolas, para diminuir a incidência dos problemas posturais na idade adulta.
O período escolar é favorável para os Professores de Educação Física perceberem
precocemente as alterações posturais e então intervi-las, pois mantém contato diário com os
alunos, facilitando a identificação e correção dos hábitos posturais inadequados no contexto
escolar.
As prevenções em geral (como deve carregar a mochila, sentar para ler/escrever, peso
adequado a ser carregado, entre outras) de percepção e conscientização devem ser
informadas/iniciadas ainda na fase da infância, pois esta fase os alunos estão em formação dos
seus conceitos iniciais como criança, que acompanharam durante toda vida e possibilitando a
consciência corporal da própria postura. A educação/reeducação postural dos alunos devem
ser continuada e gerar inter-relação com os pais e demais professores. (KRANN et al, 2011).
4 MATERIAL E MÉTODOS
Esta pesquisa apresentou uma abordagem quanti qualitativa de natureza descritiva
exploratória, tendo como características as observações e a avaliação e interpretação dos
dados obtidos. (MATTOS; JUNIOR; BLECHER, 2008).
Para a coleta de dados foi encaminhado para todos os alunos do 3° e 4° ano um termo
de consentimento livre e esclarecido (TCLE) para os pais ou responsáveis, para que
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autorizassem a participação de seus filhos na pesquisa, sendo limitada a participação no
estudo dos alunos que trouxeram os termos assinados.
Os meios de coleta foram: um questionário com perguntas de fáceis respostas sobre
alguns hábitos e costumes dos alunos - questionário POSPER (RITTER; SOUZA, 2006), que
visa avaliar a percepção dos escolares sobre a sua postura quando realizam ações como ficar
simplesmente sentado, como ficam sentados para escrever, como transportam seu material
escolar e como pegam objetos do chão tanto leves quanto pesados. Segundo Ritter e Souza
(2006, p.254)
O POSPER é composto por seis perguntas, tendo cada uma cinco possibilidades de
resposta: quatro alternativas pré estabelecidas e uma que permite a expressão livre
do respondente. Das seis perguntas, cinco apresentam alternativas ilustradas com
fotografias e uma, com alternativas em forma descritiva.
O questionário de Informações sobre dor nas costas (SILVA , et al, 2004) é constituído
por um diagrama corporal onde o avaliado marca a localização de sua dor ou seja em qual
região da coluna vertebral concentra sua dor, e uma escala visual analógica que nada mais é
que uma linha horizontal que apresenta em suas extremidades duas palavras "sem dor" e
"muita dor" acompanhadas de dois desenhos que registram a fisionomia de uma pessoa sem
dor (feliz) e uma pessoa com dor (triste), para que o avaliado marcasse o local nesta linha
contínua que representa a quantidade/intensidade de dor que sente.
Para o registro das fotos dos alunos, o avaliado é posicionado em pé em sua posição
natural, olhando para o horizonte e mantendo os braços ao longo do corpo, tendo no fundo
uma paredes claras com boa visualização, os registros fotográficos foram realizados por uma
câmera digital (Canon, semi-profissional Power shot SX160 IS) que foi posicionada a uma
determinada distância do aluno, mantendo a mesma distância para todos os registros, para
cada aluno foram quatro registros fotográficos, sendo um em cada perfil: anterior, lateral
direito, lateral esquerdo e posterior.
Foram também pesados os alunos e suas mochilas, sendo utilizada uma Balança
Welmy cujo resultado foi registrado até a ultima grama de peso. Após feitos os registros, este
foram inseridos para o programa Paint no sistema operacional Windows da Microsoft®
utilizando a opção linhas e grades para serem observados e avaliados. A coleta de dados
ocorreu no período de setembro de 2014.
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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nesta pesquisa foram avaliados 18 alunos de uma escola particular em Porto Belo/SC,
sendo 11 meninos e 7 meninas, de 3ª e 4ª séries do ensino fundamental, tendo uma média de
idade 9,45 para o masculino e 9 para o feminino. Os avaliados foram nomeados pela letra A
(avaliado) seguidos pela letra do gênero (F ou M) e de um número, para assim serem
analisados individualmente sempre que necessário, sem serem identificados nominalmente,
protegendo suas identidades. A partir dos dados obtidos nos possibilitou a identificação de
todas as respostas.
A tabela 1 mostra os resultados sobre os desvios posturais dos alunos, que foram
fotografados em quatro perfis: anterior, lateral direito, lateral esquerdo e posterior:
Tabela 1- Diagnósticos posturais
Desvios
posturais
Hiperlordose
cervical
Hipercifose
Torácica
Hiperlordose
Lombar
Total
Masculino n % n % n % n %
5 45,45 6 54,54 8 72,72 11 100
Feminino n % n % n % n %
3 42,85 1 14,28 5 71,42 7 100
Onde: n é o número da incidência em números de alunos do desvio e % percentual apresentado
O resultado da tabela 1 relacionada aos desvios posturais dos alunos mostra que tanto
no gênero masculino com (8) 72,72% quanto no gênero feminino com (5) 71,42% apresentam
hiperlordose lombar, que conforme Barbosa et al (2011) é um desvio da coluna criado pelo
posicionamento anterior da pelve, abdome protuso ou por abdômen enfraquecido, podendo ser
bem observada no plano sagital.
Já a hipercifose torácica que acometeu grande parte do gênero masculino com (6)
54,54% no gênero feminino com (1) 14,28%, segundo Siqueira e Silva (2011) quando o
indivíduo tem hiperlordose lombar pode desencadear a hipercifose torácica como forma de
compensação para manter o equilíbrio postural e para enganar a dor. Costa et al (2012) afirma
em seu artigo, que realizou com 60 alunos do ensino fundamental II entre 10 e 14, dos
avaliados 87% apresentava algum tipo de desvio postural, sendo 35% hipercifose torácica,
que tem como padrão os ombros protusos e as escapulas aladas, sendo também visualizado
em nosso trabalho.
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A hipercifose cervical com 45,45% (5) no gênero masculino e com 42,85% (3) no
gênero feminino sendo o segundo desvio postural mais acometido neste estudo, sendo
possivelmente causadas por carregar mochilas pesadas (duas alças, nos ombros) influenciando
a protusão de ombros e consequentemente o pescoço à frente e hábitos posturais equivocados.
(CHANSIRINUKOR et al 2001, MACKIE et al 2003, apud FERNANDES, 2007).
Nesta pesquisa apenas duas avaliadas do sexo feminino não possuíam nenhum desvio
postural correspondendo ha 28,57%, e apenas um avaliado do sexo masculino não possuía
nenhum desvio postural correspondendo há 9% do total.
Podemos perceber que os desvios posturais são subsequentes podendo agravar outros
desvios quando não tratados, por exemplo, quando uma criança carrega uma mochila de duas
alças apoiadas nos ombros e nas costas com o peso superior ao indicado, ela pode vir a
desenvolver hábitos posturais incorretos que podem se agravar para desvios posturais, já que a
mochila esta pesada à criança irá inclinar o tronco a frente como forma de compensação, os
ombros vão se rodar internamente em consequência as escapulas ficaram aladas, o pescoço
também irá para frente fazendo uma hiperlordose cervical para manter o olhar a frente, e para
compensar todo o peso da mochila a criança fará uma hiperlordose lombar, portanto há um
desequilíbrio em toda musculatura da criança, favorecendo a aquisição de deformidades.
Siqueira e Silva (2011) Fernandes (2007) entre outros autores, afirmam que é muito
importante manter a postura corporal harmoniosamente em bom estado com as extremidades
do corpo em vertical e horizontal, visando à simetria de todas as partes, sendo assim evitando
possíveis alterações na musculatura que são prejudiciais a saúde.
Para facilitar a analise dos avaliados foi feita a tabela 2 para mostrar os desvios
posturais complementares que a maioria dos avaliados apresentaram:
Tabela 2: Desvios Posturais Complementares Desvios
Posturais
Complem
entares
Cabeça
anteriorizada
Cabeça
inclinada
Desnível
de Ombro
Ombros
Protusos
Escapula
Alada
Pelve
anteversão
Abdome
Protuso
AF1 X X X X
AF2 X X X X
AF3 X X X X X X
AF4 X X X X
AF5
X X X X X
AF6 X X X X X
AF7 X X X X
AM1 X X X X
AM2 X X X
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AM3 X X X X X
AM4 X X X X
AM5 X X X X
AM6 X X X X X
AM7 X X X X X
AM8 X X X X X X X
AM9 X X X X X X
AM10 X X X X X X X
AM11 X X X X
A tabela 2 mostra as alterações posturais complementares dos avaliados, com intuito
de relacionar com a Escoliose que foi um desvio apontado em nossa pesquisa, Carneiro,
Souza e Munaro (2005) conforme já mencionada definem a escoliose como uma curvatura
lateral da coluna. A escoliose não estrutural é um desvio que deve ser
visualizado/diagnosticado por exame de RAIO-X que registra a imagem de ossos, órgãos ou
formações internas do corpo. Já a escoliose estrutural ou idiopática consegue ser visualizada a
olho nu já que se trata de desvio(s) grave(s) e danoso(s) com angulação muito acentuada.
Portanto não podemos afirmar em nossa pesquisa que o avaliado apresenta escoliose,
mas podemos sugerir através dos desvios posturais complementares que são propensos a
desenvolvê-las caso não tenha intervenção.
Martínez e Zácaro (2007) corroboram com Molina e Camargo (2003) apud Miranda
(2010) que as possíveis causas da escoliose são pescoço inclinado, anteriorizado, rodado,
diferença de membros superiores, ombros assimétricos, ombros anteriorizados, cintura em
desnível, quadril inclinado e/ou diferença de membros inferiores, afirmando também que a
presença de dores nos músculos da coluna e mal posicionamento do tronco são características
para a instalação da escoliose.
Podemos então fazer uma relação da tabela 2 com as afirmações de Martínez e Zácaro
(2007), com Molina e Camargo (2003) apud Miranda (2010) que para a detecção da escoliose
fatores posturais são necessários, podemos visualizar na tabela 2 que 100% dos avaliados
apresentam desnível de ombros e ombros protusos, 66,66% apresentam escapula alada,
61,11% apresentam abdômen protuso, 55,55% apresentam cabeça inclinada, 50% apresentam
pelve anteriorizada e 44,44% apresentam cabeça anteriorizada, podemos considerar que são
desvios agravantes para uma futura escoliose, onde devemos intervir preventivamente em prol
da saúde dos avaliados.
A tabela 3 do questionário de POSPER (RITTER; SOUZA, 2006) apresenta a forma
que o aluno sentar para escrever:
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Tabela 3- Forma de sentar para escrever (questionário de POSPER, RITTER; SOUZA, 2006) Forma de sentar Alternativa A
Boa posição
de escrita
Alternativa B
Tronco
levemente
inclinado à
frente
Alternativa C
Tronco muito
inclinado a
frente
Alternativa D
Região lombar
não encostada
no encosto
Total
Masculino n % n % n % N % n %
2 18,18 7 63,63 1 9 1 9% 11 100
Feminino n % n % n % N %
n %
5 71,42 3 42,85 1 14,28 - 0 7 100
Obs.: No feminino algumas avaliadas marcaram mais de uma forma de sentar. Onde: n é o número da incidência em
números de alunos do desvio e % percentual apresentado
Esta atividade foi avaliada através da resposta da questão de número 1 do questionário
para conhecimento dos hábitos posturais da forma de escrever, onde a alternativa A com (2)
18,18% dos meninos e (5) 71,42% das meninas representa uma figura em boa posição de
escrita.
Observou-se que por parte dos escolares do sexo masculino teve maior porcentagem a
alternativa B com (7) 63,63% do gênero masculino e com (3) 42,85% do gênero feminino que
representa o tronco à frente e a cabeça em flexão com ângulo não muito favorável podendo
originar dores nas costas, conforme afirma Moreira (2008), a associação entre flexão do
tronco e da cabeça geram dores nas costas, principalmente quando as aulas são de longa
duração.
A alternativa C com (1) 9% do gênero masculino e com (1) 14,28% do gênero
feminino representa o tronco bem à frente, cabeça muito próxima a carteira, os membros
superiores totalmente apoiados em cima da carteira escolar, posição inadequada para ler ou
escrever. Já na alternativa D com apenas (1) 9% do gênero masculino assinalou a alternativa,
que representa a região torácica como apoio na cadeira, a região lombar não encostada no
encosto, pescoço em flexão e olhar para baixo, que também é uma posição inadequada para
ler ou escrever, podendo originar dores e pressões discais. (MOREIRA, 2008).
Costa et al (2012) afirma em seu artigo que quando os escolares permanecem sentados
por longos períodos e de forma incorreta prejudicam toda a estrutura corporal principalmente
os discos intervertebrais por exercer grosseiras pressões podendo gerar futuras degenerações
discais. Marques, Hallal e Gonçalves (2010) corroboram que a posição sentada com flexão do
tronco por longos períodos sobrecarrega estaticamente os tecidos osteomiarticulares da
coluna, fatores ligados diretamente com a dor na região lombar, ocorrendo também, a
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inversão da coluna lombar gerando uma cifose nesta região, provocando pressões nos discos e
aumentando a angulação para a hipercifose torácica.
Além da postura temos que analisar também o tempo em que a criança fica sentada.
São recomendáveis varias mudanças na postura para não gerar desconforto e fadiga, o tempo
médio de intervalo entre as trocas são de 5 minutos. A posição sentada é considerada a mais
danosa pra coluna, portanto permanência na mesma posição por mais de quatro horas
representa um risco para o desenvolvimento de dor na região lombar. (MARQUES;
HALLAL; GONÇALVES, 2010).
Portanto é importante a manutenção da postura correta quando sentado para
escrever/ler mantendo a coluna vertebral em harmonia com os membros, evitando tensões que
podem originar dores musculares, lesões e possíveis problemas relacionados à postura
corporal.
Para o questionário de POSPER foram analisadas apenas as questões 2 e 2c que foram
marcadas pelos alunos, considerando que existe uma falha no questionário por não apresentar
a possibilidade de formas de carregar/puxar a mochila de rodinhas, portanto foi acrescentado
na tabela 2 este tipo de mochila, sendo que foi solicitado aos alunos que acrescentasse de
forma escrita como carregavam/puxavam a mesma.
Tabela 4- Questionário de POSPER (RITTER;SOUZA, 2006) - Forma de carregar a Mochila
Tipo de Mochila Mochila de 2 alças Mochila de rodinhas Total
Masculino n % n % n %
8 72,72 3 27,28 11 100
Feminino n % n % n %
5 71,42% 2 28,58% 7 100
Onde: n é o número da incidência do modelo/tipo de mochila e % percentual apresentado
Os resultados do questionário POSPER (RITTER; SOUZA, 2006), mostram que a
mochila com duas alças é utilizado por (8) 72,72% dos meninos enquanto a mochila de
rodinhas teve (3) 27,28%, e as meninas (5) 71,42% usam as mochilas de duas alças e (2)
28,58% usam mochilas de rodinhas. As respostas obtidas demonstram que (7) 63,63% dos
meninos e (4) 57,14% das meninas, transportam as mochilas com as duas alças nas costas
utilizando apoio bilateral nos ombros, o restante sendo (5) 71,42% no gênero feminino e (5)
45,45% do gênero masculino carregam a mochila em um ombro apenas ou puxando a mochila
de rodinhas com a mão, sendo variada essa puxada hora com a direita hora com a mão
esquerda, foi contado os alunos que marcarão duas alternativas nesta questão, usando a
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mochila com duas alças presas nos dois ombros, carregada em um ombro apenas e ainda
carregada em uma mão.
Conforme já foi mencionado por Lemos et al (2005) a melhor forma de carregar o
material escolar é com a mochila de duas alças, com as alças estofadas, nos dois ombros bem
pressa nas costas acima do quadril, para melhor distribuição do peso e não haver sobrecarga
na coluna, assim mantendo o equilíbrio biomecânico do sistema locomotor.
Moreira (2008) em seu artigo com 430 escolares do ensino fundamental de Rede
Municipal de Ensino em Porto Alegre, com idade entre 6 e 18 anos também analisou a postura
dos alunos, obtendo também o questionário de POSPER (RITTER; SOUZA, (2006) e o
questionário da dor e o local da incidência da dor (SILVA, et al, 2004), tendo como resultado
da questão 2 e 2c sobre o modelo e tipo de mochila utilizada para o transporte do material
escolar, tendo os resultados segundo Moreira (2008) 69,2% dos escolares utilizavam
mochilas, sendo que 94,9% carregavam nas costas com o apoio bilateral nos ombros.
Sendo assim os resultados obtidos pelas respostas da questão 2 e 2c do questionário de
POSPER (RITTER;SOUZA, 2006) corroboram com este autor quando se obteve que a
mochila de duas alças foi a mais usada para o transporte do material escolar ocorrendo
predominância no uso bilateral nos ombros e nas costas, reforçado por Moreira (2008) que
afirma que a mochila de duas alças é o meio de transporte mais utilizado por alunos no mundo
todo.
Nas tabelas 5 e 6 foram apresentados os dados sobre o peso das mochilas
correlacionado com a massa corporal total (MCT) dos alunos avaliados do gênero masculino e
do gênero feminino respectivamente, considerando o dia da avaliação:
Tabela 5- Peso das Mochilas X Peso do aluno - Gênero Masculino
Alunos MCT do aluno Peso da
Mochila/rodinha
Porcentagem do peso da
mochila em relação a
MCT
AM 1 30,000 kg 4,900 kg 16,33%
AM 2 65,800 kg 7,100 kg 10,79%
AM 3 46,100 kg 6,500 kg 14,09%
AM 4 31,000 kg 5,300 kg 17,09%
AM 5 32,500 kg 5,500 kg 16,92%
AM 6 38,500 kg 5,700 kg 14,80%
AM 7 30,000 kg 5,100 kg 17,00%
AM 8 31,000 kg 4,900 kg 15,80%
AM 9 28,200 kg 7,800 kg 27,65%
AM 10 34,500 kg 5,800 kg 16,81%
AM 11 43,500 kg 5,000 kg 11,49%
Onde: MCT é o peso total do aluno
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Tabela 6- Peso das Mochilas X Peso do aluno - Gênero Feminino
Onde: MCT é o peso total do aluno
A tabela 5 e 6 relacionadas ao peso das mochilas e o peso corporal dos alunos mostra
que (7) 63,63% dos meninos e (6) 85,71% das meninas carregam suas mochilas com o peso
superior ao indicado pela Organização Mundial da Saúde,(OMS (2006) apud Martínez,
Zácaro (2007) que preconiza que o peso considerado adequado é de 10% do peso corporal do
aluno.
Segundo Fernandes (2007) e colaboradores em sua pesquisa na qual avaliou 99 alunos
entre 7 e 11 anos de uma escola particular de São Paulo do ensino fundamental, concordam
com a Organização Mundial da Saúde,(OMS (2006) apud Martínez, Zácaro (2007) afirmando
que o peso do material escolar não deve exceder a 10% do peso corporal, evitando possíveis
problemas posturais e futuras patologias que podem surgir devido a sobrecarga e o meio
errado de transportar as mochilas. Embora Fernandes (2007) e colaboradores afirmem acima
sobre o peso máximo das mochilas, já Moura, Fonseca e Paixão (2009) em pesquisa realizada
com 40 estudantes do sexo feminino e masculino entre 9 e 11 anos, com os dados da pesquisa
pode-se afirmar que carregar a mochila de duas alças nos ombros e acima do quadril com o
peso de até 15% do peso corporal do aluno é um peso aceitável, desde que não danifique a
biomecânica da marcha de locomoção, fatores fisiológicos e epidemiológicos, Moreira (2008)
afirma e complementa que 7,5% até 15% do peso corporal do aluno podem ser carregadas
desde que não aumentem o gasto metabólico acima do necessário para mover o corpo
(sobrecarga), podendo gerar dores, lesões e desvios posturais.
Devido à fase de crescimento, das mudanças fisiológicas e maturação, o cuidado com
o peso excessivo sobre a coluna vertebral é extremamente importante, merecendo muita
atenção e orientação, tanto dos pais quanto dos professores em geral, para que a criança tenha
suas curvaturas fisiológicas preservadas, evitando dores e má formação da coluna vertebral.
A tabela 7 que apresenta a dor e sua localização pelo avaliado, do questionário de (SILVA,
et al, 2004):
Alunas MCT do aluno Peso da Mochila/rodinha Porcentagem do peso da
mochila em relação a
MCT
A F 1 33,500kg 5,500kg 16,41%
A F 2 27,500kg 6,400kg 23,27%
A F 3 28,800kg 6,800 kg 23,61%
A F 4 42,800kg 6,600kg 15,42%
A F 5 39,200kg 6,000kg 15,30%
A F 6 29,200kg 5,400kg 18,49%
A F 7 45,500kg 6,700kg 14,72%
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Tabela 7- Local da incidência da dor Questionário da Dor (SILVA, et al, 2004)
Localização da
dor
Região
Cervical
Região
Torácica
Região
Lombar
Total
Masculino n % n % n % n %
2 33,33 3 50 1 16,66 6 100
Feminino n % n % n % n %
1 14,28 4 57,14 - 0 5 100 Onde: n é o número da incidência em números de alunos do desvio e % percentual apresentado
Percebe-se pelos dados apresentados que (6) 54,54% do gênero masculino e (5)
71,42% do gênero feminino apresentaram dor em alguma região da coluna (cervical, torácica
ou lombar, foram somados as três regiões que se obteve dores e colocado seu resultado total
de cada gênero). No gênero feminino teve maior resultado (4) à dor na região torácica com
57,14% e com (1) 14,28% a região cervical, também no gênero masculino obteve-se o mesmo
local de dor com o a mesma colocação, (3) 50% região torácica e com (2) 33,33% região
cervical, conforme já mencionado por Hall (2009) a hipercifose torácica é uma concavidade
posterior aumentada na região torácica ou dorsal, por muitas vezes a hipercifose acaba
gerando uma projeção da cabeça e/ou ombros à frente, ocasionando dor no local,
concordamos com Hall em nosso artigo. Já na região lombar com apenas (1) 16,66% no
gênero masculino, pode-se perceber conforme Moura e Silva (2012) que a região lombar é a
que mais recebe carga pressória gravitacional e que age longitudinalmente sobre a coluna
vertebral, podendo originar dor quando não prevenida.
Moreira (2008) afirma que a dor no período escolar está cada vez mais frequente, as
causas podem estar relacionadas com a forma de sentar para escrever, ler, assistir televisão,
realização incorreta de atividades de lazer (baixar de forma errada, ao invés de agachar),
carregar mochilas pesadas, ficar longos períodos sentados impossibilitando a nutrição dos
discos intervertebrais, falta de exercícios físicos, de fortalecimento da musculatura em geral e
sobrepeso na coluna vertebral.
Fernandes (2007) afirma em seu artigo que as crianças têm como meta brincar, quando
uma dor a impossibilita de se divertir isso se torna preocupante, devendo ser encaminhada
urgentemente a um profissional adequado para o seu tratamento.
Portanto esta autora afirma que dor é um sinal de alerta que ajuda a proteger o corpo,
podendo ser trauma, desequilíbrio muscular, tensão emocional e má postura, é comum nesta
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fase de crescimento, principalmente na adolescência podendo se agravar para a vida adulta se
não tratada devidamente a tempo.
Os dois questionários o de POSPER (RITTER; SOUZA, 2006) e (SILVA, et al, 2004)
se complementam, podendo ser analisados questões importantes de hábitos posturais
inadequados desde forma que os alunos sentam para ler ou escrever, como transporta o
material escolar até a escola, como carrega sua mochila, a falha do questionário de POSPER é
a falta da opção de mochilas de rodinhas que é muito comum nos tempos atuais, podendo
então ser uma questão a ser colocada e validada no questionário em futuros estudos.
A educação preventiva deve ser apresentada nas escolas como forma de
conscientização e orientação para os alunos, pais e professores para conhecimento e
orientação de todos, a aula de educação física pode auxiliar nesta prevenção educativa com
atividades de alongamentos, fortalecimentos e relaxamentos sendo aulas prazerosas e
divertidas, proporcionando também o conhecimento dos hábitos saudáveis para uma melhor
qualidade do aluno.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS OU CONCLUSÃO
Os alunos da escolar particular de Porto Belo/SC apresentaram alterações posturais
significativas, os alunos foram avaliadas através de fotografias e observado que a maioria dos
alunos apresentaram pelo menos algum desvio postural, os principais desvios foram
hiperlordose lombar, seguidas de hipercifose torácica e hiperlodose cervical, foram também
analisados desvios posturais complementares que poderão futuramente danificar a postura,
sendo observados, cabeça anteriozada, cabeça inclinada, desnível de ombro, ombros protusos,
escapula alada, pelve anteroversão e abdômen protuso. Essas alterações podem estar
relacionadas a erros comuns muito encontrados em escolares do mundo inteiro, como o peso
demasiado das mochilas, a forma errônea de carregá-las, o modo de sentar para escrever/ler,
atividades diárias com postura errada.
A prevenção na fase escolar é o período mais favorável para se perceber e tratar
precocemente os desvio posturais, o professor deve ficar atento apara intervir
preventivamente orientando e informando as variadas situações e formas corretas de se
manter a postura corporal evitando desvios posturais futuros, para então proporcionar ao
aluno hábitos saudáveis e qualidade de vida.
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