biblioteca especializada
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1 INTRODUÇÃO O século XVIII foi um século de grandes revoluções que provocaram profundas transformações na sociedade européia afirmando o sistema capitalista, como sistema de produção dominante. Com a explosão informacional ocorrida em meados do século XX a sociedade industrial passa a dar lugar à sociedade da informação trazendo à tona a importância da organizar a informação para facilitar a sua recuperação. No início do século XX nos deparamos com transformações na sociedade nos diversos aspecTRANSCRIPT
1 INTRODUÇÃO
O século XVIII foi um século de grandes revoluções que provocaram
profundas transformações na sociedade européia afirmando o sistema capitalista,
como sistema de produção dominante. Com a explosão informacional ocorrida em
meados do século XX a sociedade industrial passa a dar lugar à sociedade da
informação trazendo à tona a importância da organizar a informação para facilitar a
sua recuperação.
No início do século XX nos deparamos com transformações na sociedade
nos diversos aspectos sociais, políticos, econômicos e culturais. E as bibliotecas não
ficaram de fora dessas transformações, pois a véspera da segunda guerra mundial
falava-se de uma economia globalizada, onde as descobertas científicas sucedem-se
revolucionando todos os conceitos de tempo e espaço. É também o momento da
industrialização maciça, da formação de grandes metrópoles e de um proletariado
condicionado pelo ritmo de trabalho das máquinas.
Com a chegada do século XXI verifica-se a necessidade de possuir
informações e conhecimento, as instituições precisam de informações organizadas
que possam ser disponibilizadas de modo rápido e eficaz, trazendo um modo
diferente na forma de avaliar processos, desenvolver metodologias, implementar
gestão documental, gerenciar informações, trabalhar em redes e implantar serviços
cooperativos, onde todo o sucesso das instituições está pautada na qualidade total,
isto é, no atendimento das necessidades dos clientes.
Com a especialização do conhecimento sentiu-se a necessidade de
formar bibliotecas que pudessem satisfazer as necessidades dos clientes. As
bibliotecas especializadas se caracterizam por possuir uma organização voltada para
um determinado assunto, estando direcionada aos objetivos da instituição a qual
estar vinculada, disponibilizando recursos informacionais para diversificar seus
serviços e produtos. Porém, com as diversas transformações as bibliotecas
especializadas tiveram que aplicar as tecnologias de informação e comunicação para
agilizar suas atividades, fazendo com que seus usuários sintam-se satisfeitos com a
organização.
Este trabalho tem como objetivo analisar a atuação das bibliotecas
especializadas na sociedade da informação, contextualizando historicamente a
trajetória das bibliotecas, e identificando a estrutura e o funcionamento, fornecendo
informações sob os serviços e produtos oferecidos por estas instituições. Tendo
como foco as Unidades de Informações especializadas através de um estudo
comparativo a nível local, nacional e internacional. Dentre as diversas bibliotecas
especializadas foram escolhidas a Biblioteca da Fundação Oswaldo Cruz (nível
nacional), a Biblioteca do Instituto Canadense para Cegos (nível internacional) e a
Biblioteca da procuradoria Geral de Justiça do Estado do Maranhão (nível local).
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2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 BIBLIOTECA COMO ORGANIZAÇÃO
As organizações institucionais constituem-se em importantes fontes de
informação, não só pelos produtos que geram como também pelas possibilidades
que oferecem no contato com o cliente e o seu quadro de pessoal, onde um grande
número de informação é extraído delas. Temos organizações de cunho educacional
que englobam o desenvolvimento de atividades voltadas ao ensino, as quais atingem
diretamente entidades como: faculdades, universidades, bibliotecas, museus, etc.,
que focalizam a educação de crianças, jovens e adultos.
As organizações ditas profissionais são instituídas para instigar o
aperfeiçoamento das diferentes classes profissionais, porém temos também as
organizações oficiais, as quais são ligadas ao governo com o dever de informar ao
cliente atos dos órgãos públicos.
O termo organização é empregado no sentido de capacidade de criar organismos, estruturas e sistemas bem interligados e constituídos, como base para atividades operacionais e administrativas de uma empresa qualquer, com o menor dispêndio e risco. (MACIEL; MENDONÇA, 2000, p. 10)
As organizações são instituições pautadas em atingir objetivos específicos
onde as mesmas são organismos que envolvem um composto com vários
subsistemas (grupos, departamentos, etc.), os quais interagindo com outros sistemas
sociais conectados com a realidade de comunidades e sociedades são interligadas
mutuamente com a sociedade atual.
De acordo com Simon apud Volpato (1999, p. 9):
A organização é um complexo sistema de comunicações e interrelações existentes num agrupamento humano. esse sistema proporciona a cada membro dos grupos parte substancial das informações, pressupostos, objetivos e atitudes que entram nas suas decisões, propiciando-lhes, igualmente, um conjunto de expectativas estáveis e abrangentes quanto ao que os outros membros do grupo estão fazendo e de que maneira reagirão ao que ele diz e faz.
As organizações são compostas por sistemas que proporcionam a
participação de pessoas que escolhem e decidem formando um sistema de decisões
em prol da análise limitada do meio circundante, que envolve um grande número de
informações entre a análise e avaliação do todo ou da parte da situação em voga.
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As organizações modernas envolvem-se com o acúmulo de informações e
conhecimento onde o mercado é altamente competitivo a qual enfatiza a
descentralização dos seus serviços e produtos utilizando a terceirização como meio
de ampliar o leque de opções que visam a qualidade e modernização da
organização, visando a interação interna com parcerias de todos os tipos, a fim de
investir na capacitação de seus recursos humanos.
Um processo administrativo envolve a identificação e agrupamento das
atividades de uma instituição, na qual planeja e coloca em hierarquia as autoridades
com suas respectivas responsabilidade, estabelecendo as relações de trabalho, de
modo que os recursos disponíveis sejam aplicados de maneira eficiente, a fim de que
esta instituição e seus colaboradores realizem e atinjam seus objetivos buscando a
qualidade total nos seus serviços e produtos.
Para Volpato (1999, p.10):
As organizações caracterizam-se por: 1) divisões de trabalho, poder e responsabilidade de comunicação, que não são causais ou estabelecidas pela tradição, mas planejadas intencionalmente a fim de intensificar a realização de objetivos específicos; 2) a presença de um ou mais centros de poder que controlam os esforços combinados da organização e as dirigem para seus objetivos; esses centros de poder precisam, também, reexaminar continuadamente a realização da organização e, quando necessário, reordenar sua estrutura, a fim de aumentar sua eficiência e; 3) substituições do pessoal, isto é, as pessoas pouco satisfatórias podem ser demitidas e designadas outras pessoas para suas tarefas.
Os meios utilizados para a organização de uma Biblioteca ou Unidade de
Informação, estão relacionados com a simplificação ou eliminação das atividades
desnecessárias, envolvendo a padronização ou uniformização dos seus serviços e
produtos com o intuído de situar as bibliotecas na adequação das necessidades de
informação dos organismos envolvidos com os aspectos fundamentais que
determinam o processo de tomada de decisão que afetam meio interno e externo,
especificando a sobrevivência dessa instituição disseminadora de informação e
conhecimento (biblioteca).
2.2 BREVE HISTÓRICO DA BIBLIOTECA
A palavra biblioteca e originária do grego bibliotheke, onde biblion (livro) e
Theke (depósito) que significa “[...] o móvel ou lugar onde se guarda livros.”
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(FRAGOSO, 1998, p. 90), este termo tornou-se dominante na língua portuguesa a
partir do século XIX, pois até então o termo utilizado era livraria.
Segundo Pereira (2003, p.85):
A biblioteca é uma instituição que agrupa e proporcionam o acesso aos registros do conhecimento e das idéias do ser humano através de suas expressões criadoras. Como registro entende-se todo tipo de material, em suporte de papel, digital ou eletrônico que organizados de modo a serem identificados compõe seu acervo.
As bibliotecas da antiguidade e da Idade Média eram consideradas um
mero depósito de livros, onde se procurava guardar e preservar, sem haver
circulação e perpetuação da informação. Estavam localizadas no interior dos
conventos, tornando-se locais sagrados e “[...] acessíveis a uma elite de sábios e
homens de letras” (JACOB, 2000, p. 45). As principais bibliotecas da antiguidade são
a do Rei Assurbanipal e a de Alexandria.
Durante o período do Renascimento duas forças impulsionaram o
desenvolvimento bibliotecas, de um lado as universidades criando as primeiras
bibliotecas públicas e de outro os nobres, colecionadores e sábios estimularam a
criação das bibliotecas privadas. Com a vulgarização da imprensa no século XVI,
veio a explosão bibliográfica, acelerando o processo de universalização da biblioteca
passando esta a atender as diversas camadas da sociedade.
A partir do século XII começa a surgir as primeiras bibliotecas
universitárias e estas têm seu desenvolvimento no decorrer do século XV com o
aprimoramento das universidades. As bibliotecas universitárias são destinadas a
suprir as necessidades informacionais da comunidade acadêmica e tem como
objetivo promover o acesso e uso dos recursos informacionais que servem de apoio
ao ensina, a pesquisa e a extensão.
De acordo com Pinto (1993, p.85):
[...] as bibliotecas universitárias são instituições e, como tal, constituída por um conjunto de funções responsáveis, que vão desde a localização e organização até a recuperação a informação. A sua estrutura organizacional esta formada por departamentos denominados por divisões e seções que, em muitos casos são designados com outros nomes. A cada departamento cabe a responsabilidade pelo desenvolvimento de algum produto e/ou serviço formando uma cadeia até a execução final.
A mais antiga biblioteca universitária que se tem notícia é a “Biblioteca da
Universidade de Oxford” (1327). Posteriormente apareceram as Bibliotecas
Nacionais na França e Inglaterra e em 1802 cria se a Biblioteca do Congresso, nos
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Estados Unidos. As primeiras bibliotecas brasileiras eram privilégios de conventos e
colégios religiosos, foram fundadas no século XV pelos jesuítas, beneditinos e
franciscanos que aqui chegaram. Seu acervo era particular, de acesso restrito aos
membros dessas instituições, ou seja, eram bibliotecas que pouco atingia a principal
meta que é disponibilizar seu acervo a um grande número de leitores para que o
conhecimento que ela contém seja disseminado.
Com a vinda de D. João VI surge às primeiras Faculdades: Faculdade de
Medicina da Bahia (1808); Faculdade de Direito de São Paulo e de Recife e a Escola
de Engenharia de Minas Gerais.
Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro é a primeira Biblioteca Pública
brasileira. Atualmente conta com um acervo de mais de oito milhões de peças (livros,
manuscritos, mapas e estampas). Compreendem em sua estrutura administrativa,
seções de obras raras, divulgação, circulação, aquisição, catalogação, além de editar
publicações próprias e realizar freqüentes exposições.
O século XVIII marca o início da revolução do conhecimento a partir das
novas descobertas científicas. O novo saber não era mais apoiado na fé, mas
baseado no uso da razão e no comprometimento com a solução dos problemas. O
saber científico se apresentava de maneira compartimentada e passível, isto é,
dinâmico e ilimitado.
A implantação de novas técnicas para o registro e recuperação da
informação trouxe mudanças radicais no conceito de biblioteca, uma vez que esta
não passava de armazém ou depósito de livros e atualmente é reconhecida como um
local de grande efervescência informacional, cultural, social e tecnológica, sendo
uma instituição viva e atuante, com funções educativas e beneficiando todas as
pessoas sem distinção de sexo, idade, cor, raça ou religião. Segundo Martins (2002,
p. 323) a Biblioteca “[...] passa a gozar nos tempos modernos, do estatuto de
instituição leiga e civil, pública e aberta [...]” tornando-se um organismo democrático.
Nesse processo evolutivo as bibliotecas perceberam a necessidade de
organizar suas informações, proporcionando satisfazer as necessidades de seus
diferentes clientes fazendo com que suas coleções também passassem por diversos
tipos de especializações, criando ramificações do conhecimento.
Atualmente existem vários tipos de bibliotecas, de acordo com as funções
que desempenham, com a especialização dos assuntos a que se dedicam e do tipo
de leitor que atendem.
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De acordo com Fragoso (1998) podemos citar:
a) A Biblioteca Pública - como o próprio nome indica, é de todos, isto quer
dizer que qualquer pessoa que viva ou trabalhe na localidade onde está a
biblioteca pode ir, consultar ou ler documentos ou levá-los emprestados
para casa. Estas bibliotecas têm como papel principal servirem à
comunidade onde estão inseridas. Procura contribuir para o
desenvolvimento cultural, educacional e artístico da população, e
proporcionar espaços e atividades para ocupação dos tempos livres de
uma forma lúdica. As coleções de documentos e informação que
disponibilizam são diversificadas e abarcam todo o conhecimento humano.
Pode-se encontrar numa biblioteca pública um pouco de tudo. Possuem
livros, revistas, jornais, diapositivos, vídeos, jogos, brinquedos, CD-ROM,
bases de dados, computadores, internet. Além de todo este tipo de
documentos e de uma grande variedade de assuntos, a biblioteca pública
organiza também atividades para adultos e crianças: exposições, debates,
conferências, encontros com escritores, teatro e animação de contos;
b) A Biblioteca Nacional - são bibliotecas que possuem grandes coleções
de documentos porque têm como função armazenar e conservar toda a
documentação publicada ao longo dos anos num país. São sempre
grandes edifícios com amplas salas de leitura onde as pessoas podem
consultar os documentos. Estas bibliotecas não emprestam livros e são
principalmente utilizadas por investigadores. Apresentam com
regularidade exposições de obras raras e valiosas. É encarregada de
editar a Bibliografia Nacional e fazer cumprir o depósito legal;
c) A Biblioteca Escolar - pertence a um estabelecimento de ensino não
superior. A sua dimensão e a variedade de documentos e assuntos que
possui depende do tipo de escola e do número de alunos que a
freqüentam. O principal objetivo desta biblioteca é recolher, tratar e
difundir materiais para apoio aos alunos e professores da escola de
acordo com as disciplinas lecionadas nos vários cursos;
d) Biblioteca Universitária - Tal como as bibliotecas escolares, pertence às
universidades e procuram dar resposta às necessidades de estudo e
investigação de professores e alunos universitários.
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e) Biblioteca Especializada - pertencem normalmente a empresas,
associações ou organismos públicos. São especializadas porque os
documentos que possuem e a sua organização correspondem aos
interesses e necessidades de um público específico.
f) Biblioteca Infantil - tem como objetivo familiarizar as crianças com os
diversos materiais para enriquecimento das horas de lazer, visando
despertá-los para os livros e as leituras.
g) Biblioteca Especial - se dedica ao atendimento de um tipo especial de
usuário. Ex. biblioteca de um estabelecimento carcerário destinados a
presos e a biblioteca de textos em braile destinados a deficientes visuais.
2.3 AS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E O ACESSO AO CONHECIMENTO NA
SOCIEDADE GLOBALIZADA.
O advento das tecnologias representa um grande avanço possibilitando
uma a maior disponibilização de informações nos diversos suportes. Portanto pode–
se afirmar que as tecnologias implantaram um novo sistema de uso da informação,
modificando a rotina do mundo a cada momento.
Neste aspecto os serviços bibliotecários também sofreram modificações,
no modo de apresentar–se. Essas mudanças causaram um grande impacto em seu
período incipiente, mas que no momento atual já se convive com eles, visando
atender as reais necessidades dos clientes.
O aspecto característico das tecnologias de informação e comunicação –
TICs – contribuiu para que a sociedade contemporânea seja denominada “Sociedade
do Conhecimento e da Informação”. Percebe-se que as evoluções das tecnologias
são também responsáveis por tudo isto, pois possibilitam um acesso maior ao
conhecimento produzido e disponibilizado em meios eletrônicos.
As tecnologias têm impregnado algumas dificuldades, no entanto é
inquestionável a sua atual onipresença nos meios dos diversos setores, promovendo
a solução de alguns problemas informacionais que seriam inimagináveis.
De acordo com Castell (1999, p.97) as tecnologias são [...] “o conjunto
convergente de tecnologias em microeletrônica, computação (software e hardware),
telecomunicações, radiodifusão e optoeletrônica”. Percebe–se que as TICs possuem
uma grande capacidade de produção quantitativa e diversificada da informação em
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vista de sua maior capacidade de armazenamento de dados nos diversos suportes
de memórias, quando comparados a outros suportes de informação. Desta forma a
busca da recuperação da informação tem o seu significado alterado, considerando–
se que a rapidez com que estas informações emergem exige um maior cuidado nos
serviços das empresas que lidam diretamente com informação.
O processamento e uso da informação atualmente exigem novos suportes
que modificam a forma de relacionamento entre os clientes e o sistema, oferecendo
maior agilidade e interação para que os mesmos possam valer-se de tais serviços.
Nos quais podemos citar: as bases de dados, CD-ROM, hipertexto, redes locais e
internet.
2.3.1 Bases de dados e serviços de recuperação da informação
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A explosão informacional ocorrida em meados do século XX trouxe à tona
a importância de organizar essa informação para facilitar a sua recuperação, uma
vez que o grande volume era inacessível a todos os pesquisadores. A relevância da
evolução dos computadores é imprescindível no processo de organização da
informação, facilita a utilização e essas informações são registradas em bases de
dados. Nos anos 50, as poucas bibliotecas que usavam o computador era apenas
para acelerar as rotinas do processamento técnico tais como: aquisição, seleção,
circulação dentre outros. No entanto Cunha (1984, p. 23) afirma que ”[...] é na
década de 60 que se marca mais uma fase para o uso do computador na biblioteca,
pois este passa a ser aplicado no processamento da informação bibliográfica para
gerar índices.” É neste contexto que a biblioteca passa a se preocupar com o
rompimento de seus muros.
Segundo Williams citado por Cunha (1984, p. 22) “[...] o número de base
de dados, registros e buscas em linha têm crescido consideravelmente desde
1975[...]”. Esses dados estarão situados em um ambiente conhecido como base.
Mas não basta apenas que haja esses dados todos classificados e organizados, é
preciso que estejam em linha para que possam ser acessados em diversos locais,
por diversas pessoas ao mesmo tempo.
O primeiro sistema bibliográfico em linha foi o MEDLINE (Medical Analysis
and Retrieval Online) originado do MEDLARS. Desenvolvido na U.S. National Library
of Medicine em 1967, e disponível em linha na década de 70. Desde então houve o
crescimento gradual do uso do computador passando ser sentido pelo mundo da
informação. Deu-se início também a vários estudos sobre as bases de dados e o seu
desempenho nas áreas de Biblioteconomia e Ciência da Informação. Surgiram vários
eventos em torno do assunto:“[...] tais como o de Pittsburgh em 1977, Online-79,
realizado em Atlanta, e Online-80, realizado em São Francisco; o Encontro Nacional
de Online realizado em Nova Iorque em 1980 e 1981, encontros realizados na
Inglaterra (1977, 1978, 1979, 1980) e na Alemanha (1979, 1980)”. (CUNHA, 1984, p.
23).
Christian citado por Cunha (1984, p. 23) classificou o sistema de bases de
dados como um grupo de três componentes: “[...] os produtores das bases de dados,
seus vendedores ou distribuidores e seus usuários representados [...]” conforme nos
mostra a figura abaixo:
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Os produtores de bases de dados em sua maioria estão vinculados a
organizações governamentais (MEDLARS, ERIC, MARC II), outros estão vinculados
a sociedades profissionais e técnicas tais como o SPIN, a PATELL.
A importância da utilização de base de dados é destacada por possibilitar
a busca da informação em modo interativo. Através do uso do computador e de um
sistema de telecomunicações o usuário pode estar em contato direto com bases de
dados. E isto só é possível com o surgimento da web.
Atualmente, o surgimento da Internet como fonte de informação, disponibilizando os seus diversos serviços, possibilitou o acesso a uma enorme quantidade de bases de dados (STN International, Dedalus), e também aos acervos das grandes bibliotecas como: Library of Congress, Biblioteca Nacional, Public Library etc., de maneira rápida e eficiente. (TEIXEIRA, 1997).
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Produtor da base de dados
Distribuidor ou vendedor
Agente da Informação
Sistema de Informação
Usuários (indivíduos ou organizações)
Ressalta-se que quando se fala em bibliografia não se destaca apenas
informações que existe no suporte de papel, destaca-se também a informação em
formato eletrônico.
Os serviços das bibliotecas através das bases de dados que podem ser
acessados por meio das telecomunicações são vários. Desse modo, se destacam
alguns dos servidores em linha nacionais e internacionais, resultados da pesquisa de
(TEIXEIRA, 1997), são eles:
a) AMERICA ONLINE (Estados Unidos)- com bases de dados sobre jogos,
correio eletrônico, teleconferência, anúncios, finanças, noticiário (TV,
teatro etc.);
b) ARUANDA/SERPRO (Brasil)- com mais 11 de bases de dados sobre
cadastros industriais, marcas e patentes;
c) BIREME (Brasil)- com mais de quatro bases de dados área médica;
d) BRS Information Techologies (Nova Iorque)- com mais de 100 bases de
dados sobre medicina, química, comércio, ciêcnias sociais e
humanidades;
e) CENAGRI (Brasil)- com mais de cinco bases de dados sobre ciências
agrícolas;
f) CIN/CNEN (Brasil) – com mais de oito bases de dados sobre energia
nuclear, física, eletrônica e energia elétrica;
g) COMPUSERVE (Estados Unidos)- com 80 bases de dados sobre
finanças, telecompras, jogos, ciência e medicina;
h) DATA-STAR (Suiça)- com mais de 250 bases de dados sobre
comércio, ciências biomédicas, química, engenharia e notícias;
i) DIALOG Information Retrieval Services Palo Alto, Califórnia)- com 380
bases de dados, praticamente sobre todas as áreas;
j) DIMDI (Alemanha)- com mais de 250 bases de dados sobre comércio,
ciências biomédicas;
k) Dow-Jones (Estados Unidos)- com mais de cinco bases de dados sobre
comércio e apoio a investimentos;
l) ECHO (comunidade Europeía)- com 30 bases de dados, praticamente
sobre todas as áreas;
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m) European Space Agency´s Information Retrieval Service (Frascati,
Itália)- com mais de 130 bases de dados sobre dados econômicos-
estatísticos, catálogo de livros e dados;
n) IBICT (Brasil) – com seis bases de dados em ciência da informação,
catálogo coletivode periódicos, teses;
o) JOIS (Japão )- com mais de 10 bases sobre diversas áreas temáticas;
p) ORBIT Search Service (Londres)- com mais 30 bases de dados sobre
informações científicas, técnicas e sobre patentes;
q) Pergamon Fiancial Data Service (Londres)- com mais de 100 bases de
dados sobre serviços destionados à comunidade comercial européia,
incluindo marketing e prospecção de vendas, finanças e proteção ao
crédito e informações sobre empresas;
r) PRODASEN (Brasil)- com mais de 12 bases de dados nas áreas de
direito e jurisprudência;
s) QUESTEL (França)_ com mais de 60 bases de dados nas áreas de
direito e jurisprudência e
t) STN International (Alemanha) – com 132 bases de dados em ciência e
tecnologia.
Como são muitos os números das bases de dados existentes, o
bibliotecário tem como aliado a utilização da internet para propiciar o uso dessas
informações aos usuários. O bibliotecário deve vê na evolução das tecnologias que
elas podem somar ao seu serviço detectando as desvantagens e sabendo fazer bom
uso das suas vantagens. Assim o bibliotecário conseguirá satisfazer as necessidades
informacionais de sua clientela.
2.3.2 Cd-Rom
A sigla Cd-Rom, significa Compact Disc/Read Only Memory, “[...] onde os
dados são armazenados sob a forma digital em disco de 43/4 polegadas de
diâmetro” (Cunha,1994,p.108,Anais). Tais discos podem armazenar informações sob
a forma digital tanto de áudio como de texto e imagem, o que proporciona uma maior
diversidade de interação com o cliente. No entanto, como se pode perceber em seu
termo original read only memory, que significa “apenas para leitura” não pode sofrer
alterações.
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No Brasil os primeiros Cd Roms lançados foram: o LILACS da BIREME, a
legislação federal do Senado Federal/PRODASEN, o do IBICT (com o catálogo
coletivo de periódicos e teses brasileiras) (CUNHA,1994).
Verifica-se que este suporte é de grande relevância, visto que aborda
vantagens tais como: o armazenamento amplo de dados e a possibilidade da
combinação de diversos tipos de formatos que podem ser gráficos de som e texto.
2.3.3 Hipertexto
O hipertexto opõe-se á linearidade da leitura de livros em razão de sua
forma não linear, considerando-se que envolve a idéia de organização e recuperação
de informação textual em virtude de ligações entre as palavras, as frases, pedaços
de um documento ou ainda, documentos completos com informações de parte do
mesmo documento ou de outros documentos, permitindo ao usuário fazer várias
interconexões e assim oferecendo uma amplitude de informações no que seria
impossível para apenas um documento que não estaria associado às idéias que o
hipertexto representa através de seus diversos pontos de informação global.
2.3.4 Redes Locais
Algumas especificações sobre redes locais são elucidadas por Cunha
(1994, p. 114) que afirma:
Uma rede local (“local área network, LAN”) é um método de conectar computadores e seus periféricos, transmitindo dados em altas velocidades, dentro de uma área ou localidade restrita. O desenvolvimento redes locais remonta ao final dos anos sessenta e início dos setenta quando projetos foram feitos para interligar computadores de grande porte e minicomputadores.
Este recurso tem como vantagens à economia, a expansão programável e
o controle local, isto é, o usuário pode ter um controle completo das operações
realizadas. Portanto, distingui-se que as redes locais são formas ideais para
aplicações ligadas à automação de bibliotecas, dando ênfase ao processamento de
texto, planilha eletrônica, gerenciamento de bases de dados e correio eletrônico.
2.3.5 Internet e Rede Nacional de Pesquisa-RNP
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A Internet, criada em 1983, expandiu-se de tal forma que hoje há um
mundo de informações nesta grande rede e um considerável número de pessoas a
aclama e nem mesmo conseguem imaginar sua vida sem ela.
A introdução da Internet no Brasil se deu através da Rede Nacional de
Pesquisa (RNP), que possibilitou o acesso a dezenas de catálogos em linha, o
acesso a grupos de discussão entre especialistas de uma ampla gama de tópicos, e
também a bases de dados que, possivelmente não seriam de interesse comercial e
que não possuem documentação tão detalhada e didática como a do DIALOG, do
QUESTEL, ou outra empresa, motivado pelo possível lucro advindo de sua futura
comercialização.
Dentre muitos serviços que esta rede mundial pode oferecer, destaca-se
os seguintes: “(a) correio eletrônico [...]; b) acesso remoto [...]; c) protocolo de
transferência de arquivo (FTP)[...] (CUNHA 1994, p.117)”. Todos estes serviços
possibilitam que pessoas em lugares remotos se comuniquem de forma mais rápida,
proporcionando a troca de informações. Como podemos notar todas estas
tecnologias de informação provocam mudanças relevantes no que se refere à
rapidez com que as informações são processadas estabelecendo um contato mais
amplo entre os interessados em acessar e trocar informações.
As TICs se fazem presentes neste momento em vista de sua utilização em
todos os âmbitos que lidam com o tratamento da informação. Entende-se que a estas
tecnologias é relegado o papel de auxiliares principais neste novo contexto mundial,
onde o desenvolvimento da Ciência e da Tecnologia é proporcionado com maior
rapidez em virtude desta sociedade em rede.
Castells apud Morigi e Pavan (2005) enfatiza que:
A revolução da tecnologia da informação e a reestruturação do capitalismo introduziram uma nova forma de sociedade, a sociedade em rede. Essa sociedade é caracterizada pela globalização das atividades econômicas decisivas do ponto de vista estratégico, por sua forma de organização em redes; pela flexibilidade e instabilidade do emprego e pela individualização da mão de obra. Por uma cultura de virtualidade real construída a partir de um sistema de mídia onipresente, interligado e altamente diversificado.
Como não poderia deixar de ser, as TICs impuseram nos serviços
biblioteconômicos, auxiliando no tratamento e disponibilização da informação,
tornando tais serviços mais eficazes, evitando serviços repetitivos.
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A informação tecnológica está armazenada em qualquer suporte
informacional, desde o tradicional livro até as redes eletrônicas. As tecnologias de
informação devem ser utilizadas como ferramentas essenciais visando melhor
performance dos serviços de informação no ambiente organizacional.
A modernização das bibliotecas está diretamente ligada à automação de rotinas e serviços, com o objetivo de implantar infra-estrutura de comunicação para agilizar e ampliar o acesso à informação pelo usuário, sendo necessário uma visão ampla da tecnologia da informação e sua aplicação nas organizações. (CORTE et al., 1999, p.242).
Partindo deste pressuposto, definir um sistema para automatizar a
biblioteca não é fácil, pois nos últimos anos, houve avanços na área de
desenvolvimento dos softwares. Portanto, antes de tomar qualquer decisão para
automatizar a biblioteca, é imprescindível que o bibliotecário defina, conjuntamente
com o analista de sistema a real necessidade da biblioteca.
Os impactos das novas tecnologias são constantes e sem dúvida vivemos
na era da informação, mesmo que de uma forma ainda não presencial para todos os
cidadãos, que por algum motivo ainda encontram-se excluídos do acesso à esta
tecnologia. As novas tecnologias devem auxiliar para melhoria na qualidade da
educação e no bem estar social. Em virtude disto deve-se perceber que o papel do
bibliotecário é auxiliar nessa tarefa, planejando serviços e produtos adequados a
todos os tipos de clientes, os que dominam e os que ainda encontram dificuldades no
manuseio das novas tecnologias.
2.4 BIBLIOTECAS ESPECIALIZADAS
Surgiram no inicio do século XX, conforme Figueiredo (1979, p.10) “[...] em
resposta ao avanço crescente nas áreas de ciências e tecnologia. O período de
maior expansão deste tipo de biblioteca teve início após a segunda grande guerra
[...]”. Diferenciam-se por suas estruturas orientadas ao assunto aos tipos de pessoas
que utilizam seus serviços e produtos, os usuários associados, as organizações
mantenedoras com interesse e habilidade especiais.
A biblioteca especializada no seu papel disseminador como fonte
informacional do suporte ao desenvolvimento tecnológico, científico e social, deve
estar preparada para atender a uma clientela especializada em uma determinada
área do conhecimento.
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E durante o surgimento das destas instituições, foram confundidas com os
centros de documentação e os centro de análise da informação. De acordo com o
que afirma Cesarino (1978, p.231):
[...] as bibliotecas especializadas e os centros de documentação são unidades pertencentes a instituições governamentais, particulares ou associações formalmente organizadas com o objetivo de fornecer ao usuário a informação relevante de que ele necessita, em um campo específico de conhecimento [...] os centros de análise de informação foi criado para enfatizar a função avaliativa, que é a de apresentar ao usuário não o documento que contém a informação, mas a própria informação, já analisada, avaliada como relevante e sintetizada.
As Unidades de Informações Especializadas atuam como importantes
agentes disseminadores dos conhecimentos, necessários nos estudos e nas
tomadas de decisões das instituições das quais fazem parte. Devem as mesmas
desenvolver um bom planejamento na formação de suas coleções, a fim de
satisfazerem seu público alvo Na maioria das bibliotecas especializadas, as
publicações periódicas são de primordial importância, mas constatamos também a
existência de relatórios, folhetos, normas, monografias, teses, obras de referências
especializadas, bases de dados, especificações e outros materiais publicados em
separata que são armazenados em quantidade significativa, exigindo dos
bibliotecários um enorme esforço para localização e obtenção dos itens desejados.
Segundo Santos (2003, p. 31) “[...] as bibliotecas especializadas, são
bibliotecas com o acervo restrito a um ramo de conhecimento, ou seja, são
associadas às empresas, indústrias, órgãos governamentais, instituto de pesquisa,
associações comerciais e escolas técnicas”. A mesma tem como objetivo: adquirir,
organizar, manter, utilizar e disseminar os materiais informativos das instituições em
que está inserida e suas respectivas atividades.
Dentre as funções das bibliotecas especializadas destacamos as
seguintes:
a) fornecer informação de forma rápida e eficaz, centrada em uma área do
conhecimento, buscando atender as necessidades dos usuários;
b) realizar um tratamento exaustivo nos documentos, ampliando os
recursos de recuperação da informação;
c) disseminar seletivamente a informação;
d) proporcionar o acesso a bases de dados especializada na área de
interesse da coleção da biblioteca;
24
e) permitir a recuperação aprofundada de informações sobre assuntos
específicos da área.
As bibliotecas especializadas possuem características específicas,
principalmente em relação ao acervo distinto se for comparado aos modelos de
bibliotecas tradicionais, com as públicas, escolares e universitárias. Estas bibliotecas
apresentam as seguintes características:
a) possuir uma coleção especializada e restrita a um campo especifico do
conhecimento;
b) servir de suporte básico ao sistema da organização;
c) oferecer serviços personalizados aos seus usuários;
d) usuários com elevado nível de formação e exigentes nas suas
pesquisas;
e) bibliotecários responsáveis pela biblioteca devem possuir conhecimento
na área a que se destina a coleção;
f) acervo composto por uma diversidade de suportes informacionais;
g) interação e dependência contínua com outras bibliotecas e centros de
informação da mesma especialidade e,
h) alto nível de automação dos serviços, a fim de possibilitar uma melhor
recuperação da informação.
Estas organizações oferecem seus serviços e produtos para um público
mais exigente, necessitando fazer um estudo de usuários para que a seleção do
material venha atender a demanda de sua clientela. No qual podem ser citados:
a) Levantamento bibliográfico;
b) Elaboração de guias;
c) Disseminação Seletiva da Informação- DSI;
d) Normalização de trabalhos técnicos e científicos;
e) Acesso à base de dados e a Internet;
f) Elaboração de boletins informativos;
g) Elaboração do perfil do usuário.
Assim, uma biblioteca especializada em Direito, normalmente, terá em sua
coleção, a Constituição Federal e os códigos com a legislação nacional, livros de
doutrina, revistas de jurisprudência etc. Do mesmo modo, uma biblioteca dedicada à
comunidade interessada em Ciências Econômicas, geralmente, será composta por
obras de macroeconomia, microeconomia e uma biblioteca especializada de um
25
hospital possui documentação de interesse para médicos, enfermeiros de modo que
possam exercer melhor o seu trabalho, a sua profissão. Existe vários tipos de
bibliotecas especializadas como pode ser observado nos Anexos.
As bibliotecas das empresas são também especializadas, pois procuram
dar respostas às necessidades de informação dos trabalhadores. Para além destas
podem ser encontradas bibliotecas especializadas em muitos organismos públicos e
de investigação e em muitas associações locais, as quais muitas vezes têm
documentos preciosos sobre a História Local de uma comunidade.
Os clientes das bibliotecas especializadas são pertencentes à própria
instituição a que a biblioteca encontra-se subordinada, com necessidades e
exigências complexas, daí a importância de se elaborar uma política eficaz de
desenvolvimento de coleções.
Devido a grande quantidade de informações existente na atualidade, as
Unidades de Informação Especializadas para sobreviver no mercado competitivo e
globalizado devem trabalhar com serviços cooperativos, com o objetivo de satisfazer
as necessidades informacionais de seus clientes. Os serviços cooperativos mais
utilizados são as bases de dados, Comut, consórcios e redes.
Serviços, pesquisa e desenvolvimento, um excelente atendimento, tudo
isso passa a ser o diferencial das bibliotecas especializadas entre seus concorrentes
numa época em que há equivalência de preço e qualidade entre os serviços e
produtos oferecidos. As atenções do mundo globalizado estão direcionadas para a
importância e a necessidade da informação sendo pertinentes questões a cerca de
seu uso, armazenamento e recuperação. A informação passa a ser o principal fator
de produção capaz de interferir em qualquer contexto social.
Segundo Araújo, (1991, p.37):
A informação é a mais poderosa força de transformação do homem. O poder da informação [...] tem capacidade ilimitada de transformar culturalmente o homem, a sociedade e a própria humanidade como um todo. Resta-nos, tão somente, saber utiliza-las sabiamente como o instrumento de desenvolvimento que é, e não, continuarmos a privilegiar a regra estabelecida de vê-la com instrumento de dominação e, conseqüentemente, de submissão.
As bibliotecas especializadas, atualmente, enfrentam sérios problemas
relacionados com o crescimento da literatura nas diversas áreas do conhecimento. O
tratamento da informação, o atendimento às necessidades dos clientes e a adoção
de novas técnicas de armazenamento, recuperação e disseminação da informação
26
trazem modificações que devem ser introduzidas nestas bibliotecas, buscando uma
maior cooperação e divisão de tarefas, o que exigirá compatibilidade nos processos
de trabalho e um maior aproveitamento das tecnologias, a fim de melhorar o
atendimento aos clientes através de grandes bancos de dados com o fácil acesso,
além de uma excelente recuperação da informação, garantindo a qualidade total nos
seus serviços e produtos que são disponibilizados.
27
3 METODOLOGIA
O presente trabalho caracteriza-se por ser de natureza descritiva para
identificar a situação das bibliotecas especializadas no contexto global. A pesquisa é
de natureza empírica, pois se baseia em fundamentação teórica cuja aplicação
verifica-se numa realidade. Quanto aos fins, a pesquisa é do tipo descritiva, visando
descrever as características das bibliotecas especializadas. Em relação aos meios
utilizados pode-se citar:
Pesquisa bibliográfica, para a fundamentação torica-metodologica do
trabalho, realizando uma investigação sobre as unidades de informações
especializadas;
a) Pesquisa documental, porque utilizou-se documentos que dizem
respeitos ao objeto de estudo;
b) Pesquisa de campo porque coletou dados sobre as bibliotecas
especializadas: Rede de Bibliotecas da Fiocruz (nível nacional); Instituto
Nacional Canadense para o Cego (nível internacional); Biblioteca da
Procuradoria Geral de Justiça do Estado do Maranhão (nível local).
A pesquisa foi realizada nos seguintes momentos: primeiro uma coleta de
informações, através da revisão de literatura em livros, periódicos, internet, anais de
congresso e outras fontes; e o outro foi a pesquisa em busca das bibliotecas
especializadas para conhecer sua estrutura e funcionamento como os serviços e os
produtos. Tornando-se impossível abranger todas as bibliotecas especializada foram
escolhidas apenas as três citadas acima.
28
4 VISÃO DAS BIBLIOTECAS ESPECIALIZADAS A NÍVEL INTERNACIONAL,
NACIONAL E LOCAL
Conforme Guzmán (2000), por muitos anos, as bibliotecas especializadas
pertenceram exclusivamente a instituições de investigação científica; com o passar
do tempo foram criadas também no setor público e privado, orientadas a atividades
tecnológicas, de investigação e de serviços. Um bom número de bibliotecas
especializadas, sobretudo aquelas voltadas a instituições acadêmicas, apóiam tanto
programas de investigação, como de docência que é um objetivo prioritário de toda
instituição de educação superior.
Vários elementos comuns são identificados nas bibliotecas especializadas,
Guzmán (2000) destaca alguns fundamentais: coleções ricas sobre uma área
específica, comparadas com outras que possuem maior variedade e número de
documentos de acordo com sua especialidade; conta com pessoal melhor
capacitado, bibliotecários e especialistas em informação; suas coleções estão
formadas por documentos de diferente natureza e de alto valor e difusão restrita, e
que por ser geral não se obtém por canais comerciais; também conta com
publicações periódicas; trabalhos apresentados em congressos; além de oferecer a
facilidade de acesso a bases de dados on line nacionais e estrangeiras.
Garciá (1997) analisa o papel das bibliotecas especializadas no contexto
social e econômico da América Latina. O autor enfatiza os sistemas de pesquisa
científica, social e humanística realizando um estudo de caso da Universidade
Autônoma do México e suas Bibliotecas Especializadas.
Portanto, através dos fundamentos aqui expostos por Guzmán e Garciá,
analisar-se-á neste tópico algumas Unidades de Informação Especializadas,
destacando serviços, produtos e estrutura destas dando uma visão geral das
bibliotecas especializadas a nível internacional, nacional e local.
Os principais elementos destacados referentes as U.I especializadas são:
a) tratamento técnico documental das novas aquisições;
b) funcionamento dos serviços de leitura de presença e de
empréstimo domiciliário;
c) promoção e o controle de novas aquisições;
d) elaboração e a manutenção dos instrumentos de pesquisa
necessários a um desempenho eficiente do Serviço;
29
e) apoio ao serviço de pesquisa, consulta e difusão de informação
especializada de apoio à investigação;
f) uso de recursos em rede;
g) centralização e descentralização;
h) acervo;
i) serviços e produtos;
j) periódicos e bases de dados;
k) disponibilidade em rede;
l) missão e objetivos da instituição.
4.1 REDE DE BIBLIOTECAS DA FIOCRUZ
No campo das ciências da saúde, a Fundação Oswaldo Cruz é uma
instituição de excelência em pesquisa, desenvolvimento e assistência. A produção
científica da instituição é sustentada por um sistema de informação especializada
que envolve a prática científica e redes de bibliotecas. A rede de Bibliotecas da
Fundação Oswaldo Cruz foi criada com o objetivo de agilizar o acesso aos serviços e
produtos bibliográficos disponíveis na Instituição, procura garantir maior visibilidade
aos recursos informacionais existentes em suas bibliotecas.
A Rede funciona através do desenvolvimento de programas e projetos
planejados pelas Bibliotecas integrantes e implementados pelos Comitês Técnicos. A
rede é composta pelas seguintes bibliotecas: Biblioteca da Casa de Oswaldo Cruz,
Biblioteca do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, Biblioteca do Centro de
Pesquisas Gonçalo Muniz, Biblioteca do Centro de Pesquisas Leônidas e Maria
Deane, Biblioteca do Centro de Pesquisa René Rachou, Biblioteca da Escola
Nacional de Saúde Pública, Biblioteca da Escola Politécnica de Saúde Joaquim
Venâncio, Biblioteca do Instituto Fernandes Figueira e Biblioteca do Instituto Nacional
de Controle de Qualidade em Saúde.
4.1.1 Biblioteca da Casa de Oswaldo Cruz
Criada em 1991, constituía-se inicialmente de uma coleção bibliográfica a
ela encaminhada pela Biblioteca de Manguinhos, composta de material bibliográfico,
considerado de caráter histórico e que não se adequava mais ao acervo desta
30
Biblioteca. Reúne obras clássicas no campo das Ciências Biomédicas e da Saúde
Pública, além de material pertencente a coleções de médicos e outros profissionais
da área da saúde. Inclui, ainda, a produção acadêmica e editorial da Casa de
Oswaldo Cruz, bem como material bibliográfico recente de suas áreas de atuação. É
especializada em História da Medicina, História da Saúde Pública, Filosofia, História
e Sociologia da Ciência e das Doenças.
4.1.2 Biblioteca do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães-CPqAM
O CPqAM foi inaugurado em 02 de setembro de 1950, durante o VIII
Congresso Brasileiro de Higiêne com a finalidade de estudar as helmintoses
endêmicas do Nordeste brasileiro. A biblioteca teve seus primeiros registros em 1952
e o acervo seguia as linhas de pesquisas da época centradas nas principais doenças
da região. A partir de 1979, com a introdução dos cursos de saúde pública que
funcionavam em outro prédio, foi criada uma biblioteca com acervo especializado
nessa área. Em 2001, com a construção do Pavilhão Josué de Castro um andar foi
destinado à biblioteca que se formou com a junção dos dois acervos.
Áreas de Especialização: Saúde Pública, Doenças Infecciosas e
Parasitárias, Ciências Biológicas, Ciências Sociais.
4.1.3 Biblioteca do Centro de Pesquisas Gonçalo Muniz
A Biblioteca da Fundação Gonçalo Muniz- FGM, foi criada em 1950,
situada à rua Pedro Lessa no Canela, sendo transferida em 1969 para a rua
Waldemar Falcão, 121, Candeal. Em 1980, passou a chamar-se Biblioteca do Centro
de Pesquisas Gonçalo Muniz - CPqGM, reunindo as instituições
CPqGM/SESAB/UFBA. Em setembro de 2001 passou a chamar-se Biblioteca
Eurydice Pires de Sant'Anna do Centro de Pesquisas Gonçalo Muniz.
Em janeiro de 2005 passou a chamar-se Biblioteca Interisntitucional
Eurydice Pires de Sant’Anna – BIEPS, através de convênios entre Fiocruz /
Secretaria de Saúde do Estado da Bahia / Escola Baiana de Medicina e Saúde
Pública, aumentando seu atendimento para segunda a sexta das 7:00 às 20:00 e
aos sábados das 8:00 às 12:00.
31
4.1.4 Biblioteca do Centro de Pesquisas Leônidas e Maria Deane- CPqL&MD
Inaugurada em 2002, e ainda em fase de implantação, atua como apoio
documental ao CPqL&MD, cuja missão é garantir o desenvolvimento científico,
tecnológico e da inovação em saúde na Amazônia, através de ações integradas de
ensino e pesquisa nas áreas de bio e sociodiversidade, contribuindo para o
desenvolvimento regional socialmente mais justo.
Áreas de especialização: Especializada em Biodiversidade (Entomologia,
Micologia, Virologia) e Sóciodiversidade (Saúde Pública na Amazônia,
Epidemiologia).
4.1.5 Biblioteca do Centro de Pesquisa René Rachou
Fundada em 1955, a Biblioteca do Centro de Pesquisa René Rachou
oferece suporte informacional para seus servidores, pesquisadores, estudantes,
estagiários, bolsistas, terceirizados e comunidade externa.
Áreas de especialização: Educação em Saúde, Doença de Chagas,
Helmintoses Intestinais, Imunopatologia, Leishmanioses, Malária, Triatomíneos e
Epidemiologia da Doença de Chagas, Epidemiologia e Antropologia Médica,
Entomologia Médica, Esquistossomose, Imunologia Celular e Molecular, Pesquisas
Clínicas, Parasitologia Celular e Molecular e Química de Produtos Naturais.
4.1.6 Biblioteca da Escola Nacional de Saúde Pública
Fundada em 1954, atende ao corpo de docentes, pesquisadores e alunos
de pós-graduação da Escola Nacional de Saúde Pública, e é aberta também à
comunidade em geral. Atua como Centro de Referência a todos os Cursos
Descentralizados de Saúde Pública desenvolvidos no País e à Rede Pública de
Serviços de Saúde no Estado do Rio de Janeiro.
Áreas de Especialização: Administração e Planejamento em Saúde,
Ciências Sociais em Saúde, Ecologia, Epidemiologia, Medicina Preventiva, Medicina
Social, Saneamento e Saúde Ambiental, Saúde Mental, Saúde Pública, Saúde do
Trabalhador. Destaca-se a coleção de teses em saúde publica com mais 2.000
títulos.
32
4.1.7 Biblioteca da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio
A história da Biblioteca começa em outubro de 1986, quando foi fundada
no Pavilhão 26 (atualmente IPEC), onde funcionava provisoriamente a Escola
Politécnica. Com a mudança da EPSJV para um novo prédio, em maio de 1988, a
Biblioteca ganha também espaço próprio, sendo inaugurada oficialmente pelo então
Presidente da Fiocruz Sérgio Arouca, em 24 de outubro do mesmo ano. Ao longo de
sua história, a missão da Biblioteca foi consolidando-se com a formação de uma
equipe especializada e a ampliação de seu acervo, que passou de 1.000 livros
iniciais para os 10.000 títulos atualmente à disposição de seus usuários.
4.1.8 Biblioteca do Instituto Fernandes Figueira
A Biblioteca do Instituto Fernandes Figueira (IFF) foi constituída logo após
a criação do Instituto, através de doação do acervo pessoal dos profissionais que
nele trabalhavam. Seus primeiros registros datam da década de 40. Logo após
passou a integra-se ao Sistema de Bibliotecas (SIBI) do Centro de Informação
Científica e Tecnológica(CICT) da Fiocruz. Ao longo dos anos, desenvolveu um
acervo para atender as demandas na área de Informação Científica, afinada com as
atividades de ensino, pesquisa e assistência desenvolvidas no Instituto.
4.1.9 Biblioteca do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde
O Centro de Apoio Documental teve sua origem em 1981, ocasião em que
o LCCDMA mudou de nome e de localização na estrutura do Ministério da Saúde
passando de Laboratório para Instituto de Controle de Qualidade em Saúde - INCQS,
sendo integrado à Fiocruz. Em 1999 com a criação da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária ( ANVISA) o INCQS passou a ter um papel mais efetivo como
referência nacional nas áreas científicas e tecnológicas relativas ao controle de
qualidade de produtos sujeitos à vigilância sanitária. Em 2002 passou a chamar-se
Biblioteca do INCQS.
Áreas de Especialização: Farmacologia, Microbiologia, Toxicologia,
Imunologia, Química Analítica e Controle de Qualidade de Produtos sujeitos a
Vigilância Sanitária.
33
4.1.10 Biblioteca de Manguinhos
Criada em 1900, quando da fundação do Instituto Soroterápico Federal.
Em 1913, a Biblioteca ocupou parte do 3º pavimento do Pavilhão Mourisco, onde
hoje se encontra a Seção de Obras Raras. Em 1981, devido à expansão do acervo, a
coleção de periódicos e as obras de referência foram transferidas para uma das alas
do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde - INCQS. Em 2 de agosto
de 1995 foram inauguradas as novas instalações da Biblioteca de Manguinhos, com
5.600m2 de área útil.
Áreas temáticas: Bacteriologia, Biologia, Biologia Molecular, Bioquímica,
Biotecnologia, Entomologia, Farmacologia, Genética, História Natural, Imunologia,
Medicina Tropical, Micologia, Microbiologia, Microscopia, Parasitologia, Patologia,
Virologia, Zoologia.
Segundo a própria instituição, a Rede de Bibliotecas da Fiocruz atua de
forma a aglutinar esforços, atividades e recursos de todas as bibliotecas, tendo como
objetivo agilizar, maximizar e desenvolver novos produtos e serviços bibliográficos na
Instituição e fora dela.
Tendo como principal finalidade reunir, articular e integrar as bibliotecas
da Fiocruz, visando potencializar e agilizar o intercâmbio e o uso de informação e
expandir o seu acesso e disponibilidade, para atender às necessidades e demandas
de informação da comunidade científica e tecnológica em Saúde, assim como a
sociedade em geral.
A Rede de Bibliotecas da Fiocruz funciona através do desenvolvimento de
programas e projetos planejados por um Comitê Gestor e implementados por
Comitês Técnicos e de Usuários, garantindo um nível de participação democrático de
todas as bibliotecas e unidades envolvidas.
Os serviços disponibilizados pelas redes de biblioteca Fiocruz são:
a) Disseminação seletiva da informação;
b) Busca bibliográfica;
c) Catalogação na fonte;
d) Comutação bibliográfica;
e) Consulta local e remota;
f) Empréstimo domiciliar;
34
g) Empréstimo entre bibliotecas;
h) Normalização de documentos;
i) Permuta;
j) Reprografia e
k) Treinamento de usuários.
Os produtos oferecidos são:
a) Séries: Série Bibliografias, 2000; Série Doenças, 2000.
b) Tesauros: Tesauro de Manguinhos, 1996.
c) Catálogos:
d) Índice dos Cadernos de Saúde Pública, v.1-10, 1985-1994; Fiocruz CD-
ROM;
e) Periódicos Correntes;
f) Obras Raras e Especiais da Biblioteca de Manguinhos, 1992;
g) Teses e Dissertações da ENSP, 1980-1994;
h) Teses da Fiocruz 1980-1995 ; 1996-2001;
i) CD-ROM Teses da Fiocruz 1980-2001;
j) Coletânea com Normas de Publicações de Revistas
k) Projeto Overmeer, 2002.CD-ROM de obras raras da Biblioteca de
Manguinhos, 2005
l) Boletins: Boletim bibliográfico da Biblioteca da Casa de Oswaldo Cruz;
Produção bibliográfica do CPqAM; Boletim de Alerta da Biblioteca do
INCQS; InfoSaúde.
As Bibliotecas da Fiocruz também estão disponibilizadas em rede e
distribuídas de acordo com as áreas de especialização: Bibliotecas Virtuais em
Saúde – (História da Saúde e da Medicina ; Aleitamento Materno. Doenças
Infecciosas e Parasitárias; Educação Profissional em Saúde; Adolpho Lutz).
A instituição Fiocruz trabalham em parceria com as seguintes instituições :
a) Centro Latino Americano e do Caribe de Informações em Ciências
da Saúde (BIREME);
b) Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT);
c) Associação dos Profissionais de Informação e Documentação em
Ciências da Saúde (APCIS);
d) Ministério da Saúde;
e) Programa de Formação de Auxiliares de Enfermagem (PROFAE);
35
f) Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde;
g) Fundação Baiana para o Desenvolvimento das Ciências (FBDC);
h) Fundação Nacional de Saúde (FUNASA);
i) Universidades Federais e Estaduais.
4.2 INSTITUTO NACIONAL CANADENSE PARA O CEGO
O Instituto Nacional Canadense para o Cego, (The Canadian National
Institute for the Blind – CNIB) tem uma longa história pautada na habilidade de
adaptar e tornar novas soluções para os portadores de deficiência visual. O Instituto
é uma agência nacional de voluntários dedicada a ajudar cegos e deficientes visuais
a encontrar meios que os façam viver de maneira satisfatória e possam exercer sua
cidadania. Desde 1918, o CNIB tem sido um modelo de voluntariado no Canadá. No
início era apenas um grupo de voluntários e pessoas cegas, instrumental para
criação e desenvolvimento do CNIB. De acordo com a história do Instituto, em 1898,
o senhor William Mulock, diretor do serviço postal do Canadá, concede privilégios de
postais livres para todo o material em braile no Canadá.
Em 1906, Edgar Robinson, um estudante universitário, estabelece a
biblioteca livre canadense para os cegos em sua casa em Markham, Ontario e
compartilha de sua coleção de livros de braile com outros canadenses que são
cegos. 1908, após sua morte de Robinson, a sua esposa deu continuidade ao seu
trabalho. Com o auxílio financeiro da Associação Musical das Mulheres de Toronto
em 1917, a biblioteca é movida para um edifício próprio na universidade do campus
de Toronto e muda o nome para Biblioteca Nacional canadense para cegos. Uma
placa de diretores é estabelecida para ajudar com operações, e um quarto é
reservado para o treinamento ocupacional. Os veteranos cegos que retornaram da
guerra mundial atentaram para a biblioteca e para os seus serviços, assim como
para seus livros, alguns deles concentraram seus esforços à instituição tornando-se
membro. Entre estes membros era o capitão Edwin Albert Baker (Tenente-Coronel)
juntamente com o Dr. Sherman C. Swift, e cinco outros, fundaram o Instituto Nacional
Canadense para os Cegos (CNIB).
Atualmente, através de atividades referentes à leitura, acesso ao
conhecimento e assistência, o Instituto promove ações sólidas de inclusão de
indivíduos cegos e com problemas visuais. A biblioteca funciona como mecanismo
36
fundamental para que a instituição atinja seus objetivos e consolide seu
compromisso social.
A biblioteca do CNIB oferece serviços básicos de informação e
documentação, além de recursos tecnológicos como Biblioteca Digital, Catálogo
Online, Enciclopédias Online e Grupos de Discussão. A U.I conta com o Information
Resource Centre (IRC), Centro de Recursos de Informação que provê serviços de
referência em alguns tópicos para os clientes CNIB, funcionários e voluntários no
Canadá. A coleção da biblioteca é similar a biblioteca pública, que inclui obras de
lazer e aprendizado para adultos e crianças nos idiomas francês e inglês. O acervo
referente à coleção de circulação consiste em 60,000 títulos no total. Abaixo segue
os números detalhados de títulos disponíveis no acervo:
a) 4.000 DAISY CDs (O número de DAISY CDs está sempre mudando
devido a conversão de 23.000 livros em cassette para o formato DAISY);
b) 13.000 títulos em braile;
c) 18.000 músicas em braile e livros de música;
d) 2.500 Títulos de Documentos em Braile para impressão;
e) 630 vídeos descritivos;
f) 9 revistas DAISY;
g) 28 revistas em Braile;
A biblioteca do CNIB também é composta por recursos eletrônicos como
e-books, áudio e vídeo. Existem ainda os livros DAISY, que consiste em um recurso
destinado aos portadores de necessidades visuais e que podem ser utilizados para
exercitar a leitura através de um aparelho tocador de livros digitais, chamado de DBT
(Digital Talking Books). Tecnicamente, um livro Daisy pode ser explicado como um
conjunto de arquivos digitais que incluem, um ou mais arquivos áudio marcados,
contendo uma narração humana de um texto. Pode ser um arquivo marcado
contendo o texto escrito (opcional) ou ainda um arquivo de sincronismo para
relacionar o arquivo de áudio com o arquivo de texto escrito. Um arquivo de controle
da navegação que permite ao utilizador mudar de frase, parágrafo, secção, capítulo,
para frente ou para trás de forma suave e mantendo o sincronismo entre a voz e o
texto escrito.
A idéia base foi usar a gravação digital (com todas as facilidades de
produção, cópia, transporte e reprodução associadas à qualidade das gravações
digitais) e introduzir marcas estruturais no documento, que auxiliassem a navegação
37
do leitor cego. O sistema Daisy já evoluiu bastante e hoje já oferece uma leitura
extraordinariamente agradável e flexível às pessoas que são cegas, surdas, com
problemas ao nível do tacto, ou outros problemas ao nível de acesso a impressões.
Em Maio de 1996 criou-se o consórcio Daisy, que desde logo, adaptou regras base
de construção dos arquivos, para desenvolver as gravações a pensar na Internet. A
norma Daisy 2.0 foi publicada em 1998, e a recomendação 2.02 foi aprovada em
Fevereiro de 2001. A publicação na norma ANSI/NISO Z39.86 2002 foi oficializada
em Março de 2002 (Leventhal; Janina Sajka, 2006).
Esta norma é seguida nos centros de produção braile, da maioria das
Bibliotecas e Organismos Públicos, já em vários países, com grandes tradições na
acessibilidade da informação aos deficientes visuais, como por exemplo, Alemanha,
Áustria, Bélgica, Canadá, Coréia do Sul, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França,
Grécia, Holanda, Itália, Japão, Noruega, Nova Zelândia, Reino Unido, USA, Suécia,
Suíça, Tailândia.
A digitalização de livros para pessoas com deficiências tem proporcionado
aumentar a qualidade e a quantidade de informação disponível. Os deficientes
visuais têm as mesmas necessidades de todas as outras pessoas de aceder a todos
os tipos de informação, em tempo útil. A informação não deve ser limitada à língua
de origem ou ao dialeto em que o deficiente se insere.
O acervo do CNIB inclui assuntos de nas mais diversas áreas e inclui
publicações recentes, livros e bestesellers. Jardinagem, Cozinha, História, Saúde e
coleções de não-ficção compõe o acervo, além de acondicionar diversos títulos
antigos em francês. A coleção de livros DAISY books pode ser acessada pela página
web da Biblioteca do CNIB.
Muitas revistas também estão disponíveis no âmbito da Biblioteca do
CNIB e todas as revistas em áudio estão disponíveis no formato DAISY, como os
seguintes títulos de revistas comerciais:
a) Maclean’s;
b) Readers’ Digest;
c) Chatelaine;
d) Good Times;
e) Saturday Night;
f) Canadian Geographic;
g) Selection de Reader’s Digest;
38
h) Le Bel Age;
i) L’actualité
A biblioteca do CNIB produz também a revista: “Wordsworthy,
Kidsworthy”, and Noteworthy. O acervo online também prove diversos recursos como
acesso a base de dados, portais, bibliotecas digitais e serviços de Internet.
a) Acesso a Biblioteca Digital CNIB (Digital Library - CDL) & Children’s
Discovery Portal (CDP):
b) 2. 000 títulos de áudio digital online;
c) 10.000 títulos de e-text;
d) 2. 000 títulos de e-braile;
e) 3. 100 Web sites;
f) 700 títulos em francê (formatos incluem ODA, e-text, e-braile, Web
sites, jornais, e revistas);
g) 40 jornais, incluindo local, regional, nacional, e publicações
internacionais;
h) Acesso a extensas bases; de dados como a Britannica Online e a
Oxford English Dictionary.o total de coleção online é de 17,000 títulos;
i) includes the following components;
j) Catálogo online da Biblioteca CNIB;a service that will provide
Internet and telephone access to daily French and English Canadian
newspapers;
k) serviço que provê acesso a textos e materials multimídias para
download.
Os serviços disponibilizados para os clientes são:
a) Cursos de Capacitação e uso da biblioteca;
b) Ensino de Reabilitação;
c) Orientação e Mobilidade;
d) Acervo de Música;
e) Aviso a Leitores;
f) Tutoriais e Serviços online;
g) Biblioteca Digital;
h) Serviços a crianças;
i) Grupos de Discussão na Internet;
j) Centro de Recursos de Informação (referência)
39
Em relação aos produtos podemos citar
a) Catálogo Online;
b) Publicações internas;
c) Revista Wordsworthy, Kidsworthy, and Noteworthy
4.3 BIBLIOTECA DA PROCURADORIA GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO
MARANHÃO.
A biblioteca esta localizada na Rua Osvaldo Cruz, em São Luis, Ma, seu
funcionamento de segunda a sexta das 8:00h as !8:00h. Tendo como público alvo:
promotores, procuradores de justiça, assessores e servidores do ministério público,
além de estudantes de direito e clientes de outras unidades de informação.
De acordo com o regimento compete a Biblioteca as seguintes funções:
a) Selecionar, adquirir, registrar, catalogar, indexar, classificar e
organizar as publicações que integram o Sistema de Bibliotecas, visando à
recuperação e disseminação da informação em âmbito interno e externo;
b) Acompanhar os lançamentos de documentos jurídicos, para fins de
aquisição;
c) Analisar e manter atualizada as bases de dados da coleção interna;
d) Divulgar os serviços prestados e os produtos disponíveis para os
clientes;
e) Organizar, divulgar e manter atualizados os ementários de
legislação federal, estadual, municipal e atos;
f) Tender as solicitações de consultas e pesquisas de legislação,
doutrina e jurisprudência.
Seu acervo é composto por documentos jurídicos como: ementário,
legislação, doutrina, jurisprudência, periódicos, obras raras, jornais, códigos,
constituições e publicações editadas em CD-ROM;
Os serviços que a Biblioteca da Procuradoria Geral de Justiça do
Maranhão presta para a sua clientela são:
a) Empréstimo;
b) Intercambio de cooperação com outras unidades de informação;
c) A reserva de documentos;
d) Notificação por via telefônica;
40
e) Seção de arquivo;
f) Preservação e conservação de documentos institucional;
g) Sistemas de bibliotecas.
Em relação aos produtos disponibilizados temos:
a) As bases de dados;
b) Catálogos de novas aquisições;
c) Publicação da Revista do Ministério Público do Estado do
Maranhão- Júris Intinera, o qual é um periódico anual, editado pela
procuradoria Geral de Justiça, destinado à publicação de trabalhos
produzidos pelos membros do ministério publico e outro operadores do
direito;
d) Link da biblioteca na pagina da PGJ, na internet e intranet;
41
5 CONCLUSÃO
A biblioteca especializada no momento de adotar uma política deve levar
em consideração a sua historia, e o cliente para que trabalhe considerando as
ameaças e as oportunidades. Com o mundo em constante transformação o que é
necessário hoje pode não ser amanhã. Por isso, as bibliotecas especializadas devem
estar atentas às tendências mundiais.
Melhorar a qualidade dos serviços e produtos em uma Unidade de
Informação, tem sido o foco maior de profissionais e gestores que procuram
aprimorar a disponibilização destes, através da utilização das TICs, para suprir as
necessidades da sociedade globalizada, as quais podem influenciar na qualidade, no
planejamento e na administração de uma Unidade de Informação especializada.
Cada biblioteca tem suas especificidades, mesmo que trabalhando na
mesma área do conhecimento, por isso as bibliotecas especializadas estão
procurando trabalhar com serviços cooperativos com o intuito de sobreviver no
mercado competitivo, organizando e disseminando o maior numero de informações
possíveis, pois com a explosão informacional torna-se difícil localizá-las por causa do
excesso de informação existente, uma vez que os documentos estavam por todos os
lados e desorganizados.
Uma das principais características do atual ambiente informacional é a
necessidade das bibliotecas especializadas trabalharem de forma conjunta e
associadas. Desta forma, surgem como possibilidade para o desenvolvimento das
mesmas os modelos organizacionais baseados na associação, cooperação e redes.
Assim trabalhar em redes representa uma forma inovadora para sobreviver no
mundo globalizado.
De acordo com as pesquisas realizadas observou-se que as instituições
especializadas tanto a nível internacional, nacional e local possuem serviços e
produtos parecidos e tendo como objetivo primordial satisfazer as necessidades dos
clientes. Conforme a revisão de literatura, os Serviços de Documentação e
Informação existentes nas Instituições devem integrar um conjunto de núcleos
documentais especializados dando suporte técnico e orientações referentes às
necessidades informacionais de Departamentos e de Institutos.
As unidades de informação especializadas possuem um esquema de
funcionamento que coopera com as demais instituições, fornecendo serviços de
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informação e documentação, como no caso da Rede de Bibliotecas da Fiocruz que é
integrada a outras instituições da área, como por exemplo, a FUNASA.
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REFERÊNCIAS
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ANEXOS
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F: http://www.upf.tche.br/biblioteca
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ANEXO A- Site De Bibliotecas Especializadas
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ANEXO B- Site de Bibliotecas Especializadas
Fonte:http://www.cgi.br/gt/gtbv.htm
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ANEXO C- Site De Bibliotecas Especializadas
Fonte: http://www.univesia.pt
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ANEXO D- Site de Bibliotecas Especializadas Internacionais
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ANEXO E- Organograma da Biblioteca da Procuradoria Geral de Justiça