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Avaliação de variedades de Trigo Mole e Trigo Duro no Alto Alentejo Resultados dos ensaios realizados na campanha 2010/2011 Neste artigo apresentam-se os resultados dos ensaios de avaliação de variedades de trigo mole e trigo duro obtidos no âm- bito de um projeto Proder da medida 4.1, intitulado "Produção de trigo de quali- dade em regadio" realizado em parceria entre o ÍNRB/INIA-Elvas, a ANPOC, agrupamentos de produtores (Cersul, Cooperativa Agrícola de Beja e Brinches, Cooperativa Agrícola de Beringel e Agro- camprest) ea indústria (Gérmen, Ceres e Cerealis). O ensaio foi semeado na Herdade da Tor- re do Frade, em Santo Aleixo (Monforte, Alto Alentejo) no dia 28 de Novembro de 2010. Incluiu 20 trigos moles e 9 trigos duros com 4 repetições. As variedades foram semeadas com duas densidades de sementeira - 200 grãos/m 2 e 350 grãos/m 2 . Foram aplicadas 4 regas por pivot duran- te o ciclo de desenvolvimento dos trigos (701/m 2 no total). Realizaram-se 3 trata- mentos antifúngicos: no final do afilha- mento (i s visível), 3 semanas depois e, por último, 3 semanas após o 2 S tratamen- to. Antes da sementeira, efetuou-se uma monda com Glifosato e posteriormente o ensaio foi novamente mondado em pré- -emergência e em pós-emergência. Na Figura 1- Aspecto geral das parcelas do campo de ensaio na Herdade da Torre do Frade, Santo Aleixo. (Foto INRB. IMA-Elvss) Ana Sofia Almeida, Benvindo Maçãs, José Coutinho, Rita Costa, Nuno Pinheiro, Anuindo Costa, Conceição Gomes, João Coco . INRB, INIA-Elvas

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Page 1: Avaliação de variedades de Trigo Mole e Trigo Duro no Alto ... · Alto Alentejo) no dia 28 de Novembro de 2010. Incluiu 20 trigos moles e 9 trigos duros com 4 repetições. As variedades

Avaliação de variedades de Trigo Molee Trigo Duro no Alto AlentejoResultados dos ensaios realizados na campanha 2010/2011

Neste artigo apresentam-se os resultadosdos ensaios de avaliação de variedadesde trigo mole e trigo duro obtidos no âm-bito de um projeto Proder da medida 4.1,intitulado "Produção de trigo de quali-dade em regadio" realizado em parceriaentre o ÍNRB/INIA-Elvas, a ANPOC,agrupamentos de produtores (Cersul,Cooperativa Agrícola de Beja e Brinches,

Cooperativa Agrícola de Beringel e Agro-camprest) e a indústria (Gérmen, Ceres e

Cerealis).O ensaio foi semeado na Herdade da Tor-re do Frade, em Santo Aleixo (Monforte,Alto Alentejo) no dia 28 de Novembro de

2010. Incluiu 20 trigos moles e 9 trigosduros com 4 repetições. As variedadesforam semeadas com duas densidades de

sementeira - 200 grãos/m 2 e 350 grãos/m 2.

Foram aplicadas 4 regas por pivot duran-te o ciclo de desenvolvimento dos trigos(701/m 2 no total). Realizaram-se 3 trata-mentos antifúngicos: no final do afilha-mento (i s nó visível), 3 semanas depois e,

por último, 3 semanas após o 2 S tratamen-to. Antes da sementeira, efetuou-se umamonda com Glifosato e posteriormente o

ensaio foi novamente mondado em pré--emergência e em pós-emergência. Na

Figura 1- Aspecto geral das parcelas do campo de ensaio na Herdade da Torre do Frade, Santo Aleixo. (Foto INRB. IMA-Elvss)

Ana Sofia Almeida, Benvindo Maçãs, José

Coutinho, Rita Costa, Nuno Pinheiro, AnuindoCosta, Conceição Gomes, João Coco .

INRB, INIA-Elvas

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adubação de fundo, aplicaram-se 2ookg/ha de 14-36-12. Realizaram-se 2 adubaçõesde cobertura, a i ã com isokg de Ureia a

46% e a 2 a com 150 kg de Nitrolusal a 27%.No Quadro 1 podem observar-se as varie-dades e linhas avançadas (Programa de

Melhoramento de Trigo do INIA-Elvas)de trigo mole (Triticum aestivum L.) e

trigo duro (Triticum durum Desf.) quefizeram parte do ensaio na campanha2010/2011.

Trigo moleCiclo - espigamentoNa figura 2 são apresentadas as datas de

espigamento das variedades em ensaio.Constata-se que são várias as varieda-des que apresentam um ciclo desajustadopara o clima mediterrânico que ocorreno Sul de Portugal, sendo este desajus-tamento marcante nas linhas 1, 2 e 3 queespigaram consideravelmente mais tardedo que as restantes (Figura 2). Resulta-

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dos de vários ensaios desenvolvidos pe-lo INIA em Eivas mostraram evidênciasde que o espigamento deve acontecer no

período que se situa nos 10 dias à voltado dia i de Abril (entre 20 de Março e 10

de Abril). Deve evitar-se o uso de varie-dades com espigamento muito precoce(risco de geada no início da Primavera)e de variedades com espigamento queultrapasse a is/2 â semana de Abril, poisestarão sujeitas a temperaturas eleva-das durante o período de enchimento do

grão, e consequentemente sujeitas a re-dução do peso do grão, com consequenteredução do índice de Colheita (produçãode grão/produção de biomassa total).

Produção de grãoA maioria das variedades que obtiveramproduções acima da média no ensaiocom maior densidade mantiveram estatendência no ensaio com 200 grãos/m

2

(Quadro 2). A linha avançada TE0205 e o

Nabão foram as mais produtivas em am-bas as densidades.Na Figura 3 é possível observar-se que a

data de espigamento da maioria das va-riedades que obtiveram produções aci-ma da média do ensaio, salvo o Ingenio e

Inoui, não ultrapassou os 10/15 dias apóso dia 1 de Abril.

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Parâmetros agronómicos e de

qualidadeA utilização de menor quantidade de se-

mente (menor densidade de sementeira)não afectou em média a massa do hecto-litro e o peso do grão das variedades emestudo (Quadro 3).

Trigo duroProdução de grãoNa figura 4 apresentam-se as produçõesdas variedades de trigo duro. O coefi-ciente de variação para a produção quan-do se utilizou a densidade de 350 grãos/m.2 foi de 20,1% e para a densidade de 200grãos/m 2foi de 26,8%. A diferença en-tre a produção de grão das variedades/linhas avançadas de trigo duro foi es-tatisticamente significativa para as du-

as densidades de sementeira em estudo

(p=0,025i para 350 grãos/m 2 e p=0,030para 200 grãos/m 2 ). Considerando quea linha verde marca a média da produ-ção com densidade de 350 grãos/m 2 (5733

kg/ha) e as barras verdes correspondemàs variedades com produções acima damédia nesta densidade e a linha laranjamarca a média da produção com densi-dade de 200 grãos/m 2 (5030 kg/ha) e as

barras laranja correspondem às varie-dades com produções acima da médiacom a mesma densidade de sementeira,verifica-se que as variedades mais pro-dutivas coincidem nas duas densidadesde sementeira ensaiadas, com exceçãodo Marialva que com a menor densidadeobteve uma produção abaixo da média do

ensaio (Figura 4).

Parâmetros agronómicos e dequalidadeNo que respeita aos parâmetros de qua-lidade, de referir os valores acima de

12,00% para a proteína na maioria dasvariedades/linhas avançadas em es-tudo (Quadro 6). Também o I.Q. apre-senta quase sempre valores acima de

300, indicando uma menor atividade darz-amilase e consequentemente, menor

degradação de amido. Quanto à cor ob-serva-se que Celta, Donduro, Saragolla,Marialva e Severo apresentam valoresacima de 16,00 (Quadro 6), sendo umbom indicador do potencial para a pro-dução de massas alimentícias com umacor amarela, característica importantepara a valorização final deste produtoalimentar, ti