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1 AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM EM PROCESSO Caderno do Professor 6º ano do Ensino Fundamental Língua Portuguesa São Paulo 3º Bimestre de 2016 13ª Edição

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1

AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM EM PROCESSO

Caderno do Professor

6º ano do Ensino Fundamental

Língua Portuguesa

São Paulo

3º Bimestre de 2016

13ª Edição

2

AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM EM PROCESSO

6º ano EF – 3º bimestre 2016

Língua Portuguesa – Caderno do Professor

Questão Gabarito Habilidade

01 D MP26 - Estabelecer relações de causa e consequência, entre

partes e/ou elementos de um texto (conto, crônica, trecho de

romance, notícia).

02 A SARESP H06 7º ano EF- Localizar itens de informação explícita,

distribuídos ao longo do texto.

03 B MP29 - Identificar aspectos linguísticos (substantivo, adjetivo, artigo)

em funcionamento em um texto (trechos de romance, conto, crônica,

notícia).

04 D MP22 - Reconhecer os elementos da narrativa (personagem, enredo,

tempo, espaço ou foco narrativo) em um texto (crônica, conto, trecho

de romance).

05 B MP30 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente do uso da

pontuação, (travessão, aspas, dois-pontos, exclamação ou

interrogação) em um texto (trechos de romance, conto, crônica,

notícia).

06 C MP26 - Estabelecer relações de causa e consequência, entre partes

e/ou elementos de um texto (conto, crônica, trecho de romance,

notícia).

07 A MP30 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente do uso da

pontuação, (travessão, aspas, dois-pontos, exclamação ou

interrogação) em um texto (trechos de romance, conto, crônica,

notícia).

3

08 D SARESP H06 7º ano EF- Localizar itens de informação explícita,

distribuídos ao longo do texto.

09 C MP25 - Inferir informação implícita (opinião ou tema/assunto

principal) em um texto (conto, crônica, trecho de romance, notícia).

10 C MP29 - Identificar aspectos linguísticos (substantivo, adjetivo, artigo)

em funcionamento em um texto (trechos de romance, conto, crônica,

notícia).

11 B MP22 - Reconhecer os elementos da narrativa (personagem, enredo,

tempo, espaço ou foco narrativo) em um texto (crônica, conto, trecho

de romance).

12 A MP25 - Inferir informação implícita (opinião ou tema/assunto

principal) em um texto (conto, crônica, trecho de romance, notícia).

4

Avaliação da Aprendizagem em Processo

Língua Portuguesa

6º ano do Ensino Fundamental

Leia o texto e responda às questões 01, 02 e 03.

As pérolas

Carlos Drummond de Andrade

Dentro do pacote de açúcar, Renata encontrou uma pérola. A pérola era

evidentemente para Renata, que sempre desejou possuir um colar de

pérolas, mas sua profissão de doceira não dava para isto.

─ Agora vou esperar que cheguem outras pérolas ─ disse Renata, confiante.

E ativou a fabricação de doces, para esvaziar mais pacotes de açúcar.

Os clientes queixavam-se que os doces de Renata estavam demasiado

doces, e muitos devolviam as encomendas. Por que não aparecia outra

pérola? Renata deixou de ser uma doceira qualificada, e ultimamente só

fazia arroz-doce. Envelheceu.

A menina que provou o arroz doce, aquele dia, quase já ia quebrando um

dente, ao mastigar um pedaço encaroçado. O caroço era uma pérola. A mãe

não quis devolvê-la a Renata, e disse:

─ Quem sabe se não aparecerão outras, e eu farei com elas um colar de

pérolas? Vou encomendar arroz-doce toda semana.

ANDRADE. Carlos Drummond de. As pérolas. In: Rick e a girafa. 1. ed. São Paulo: Ática, 2001. p.

70-71. Série: Para Gostar de Ler júnior.

Habilidade MP26 - Estabelecer relações de causa e consequência, entre partes e/ou elementos de

um texto (conto, crônica, trecho de romance, notícia).

5

Questão 01

Renata passou a fazer apenas arroz-doce e como resultado ela

(A) aumentou o número de encomendas.

(B) comprou um colar de pérolas.

(C) encontrou outras pérolas no açúcar.

(D) deixou de ser uma doceira qualificada.

GRADE DE CORREÇÃO

ALTERNATIVAS OBSERVAÇÕES

(A) aumentou o número

de encomendas.

Resposta incorreta. Segundo o texto, aconteceu o

contrário: “Os clientes queixavam-se que os doces

de Renata estavam demasiado doces, e muitos

devolviam as encomendas”.

(B) comprou um colar de

pérolas.

Resposta incorreta. O texto não autoriza fazer

essa leitura. Renata sonhava em ter um colar de

pérolas, “[...] mas sua profissão de doceira não

dava para isto”.

(C) encontrou outras

pérolas no açúcar.

Resposta incorreta. Era a intenção de Renata

consumir mais açúcar para encontrar outras

pérolas, mas isso não aconteceu.

(D) deixou de ser uma

doceira qualificada.

Resposta correta. Segundo o texto, Renata

passou a fazer apenas arroz-doce para

consumir mais açúcar, na esperança de achar

outra pérola e, como consequência, deixou de

ser a doceira qualificada.

Habilidade

SARESP H06 7º ano EF- Localizar itens de informação explícita, distribuídos ao

longo do texto.

6

Questão 02

A menina, ao provar o arroz-doce, quase quebrou o dente porque mastigou

(A) uma pérola.

(B) um torrão de açúcar.

(C) um grão de arroz.

(D) uma pedra.

GRADE DE CORREÇÃO

ALTERNATIVAS OBSERVAÇÕES

(A) uma pérola.

Resposta correta. O texto informa que a menina, ao

comer o arroz-doce, quase quebrou um dente “[...]

ao mastigar um pedaço encaroçado. O caroço era

uma pérola".

(B) um torrão de

açúcar.

Resposta incorreta. Conforme o texto, a menina mastigou, ao

provar o arroz doce, um pedaço encaroçado: o “caroço era

uma pérola”.

(C) um grão de

arroz.

Resposta incorreta. O texto informa que a menina, ao

comer o arroz doce, mastigou um pedaço encaroçado,

ou seja, uma pérola.

(D) uma pedra.

Resposta incorreta. Conforme o texto, a menina, ao

mastigar o arroz doce, encontrou uma pérola.

7

Habilidade

MP29 - Identificar aspectos linguísticos (substantivo, adjetivo, artigo) em funcionamento em um

texto (trechos de romance, conto, crônica, notícia).

Questão 03

Em “Renata deixou de ser uma doceira qualificada...”, a palavra destacada tem a

finalidade de indicar

(A) nome (substantivo).

(B) característica (adjetivo).

(C) ação (verbo).

(D) definição (artigo).

GRADE DE CORREÇÃO

ALTERNATIVAS OBSERVAÇÕES

(A) nome (substantivo).

Resposta incorreta. As palavras que têm a finalidade

de indicar nome são os substantivos. No texto, a

palavra sublinhada é um adjetivo.

(B) característica

(adjetivo).

Resposta correta. A palavra sublinhada é um

adjetivo, categoria gramatical que atribui uma

característica ao substantivo, no caso, à doceira.

(C) ação (verbo).

Resposta incorreta. As palavras que têm a finalidade

de indicar ação são os verbos. No texto, a palavra

sublinhada é um adjetivo.

(D) definição (artigo).

Resposta incorreta. Os artigos têm a função de definir

ou indefinir um substantivo. No texto, a palavra

sublinhada é um adjetivo.

8

Leia o trecho do conto O mistério do coelho pensante e responda às questões 04, 05 e 06.

Pois olhe, Paulo, você não pode imaginar o que aconteceu com aquele coelho.

Se você pensa que ele falava, está enganado. Nunca disse uma só palavra na vida. Se

pensa que era diferente dos outros coelhos, está enganado. Para dizer a verdade, não passava

de um coelho. O máximo que se pode dizer é que se tratava de um coelho muito branco.

Por isso tudo é que ninguém nunca imaginou que ele pudesse ter algumas ideias. Veja

bem: eu nem disse “muitas ideias”, só disse “algumas”. Pois olhe, nem de algumas achavam

ele capaz.

A coisa especial que acontecia com aquele coelho era também especial com todos os

coelhos do mundo. É que ele pensava essas algumas ideias com o nariz dele. O jeito de

pensar as ideias dele era mexendo bem depressa o nariz. Tanto franzia e desfranzia o nariz

que o nariz vivia cor-de-rosa. Quem olhasse podia achar que pensava sem parar. Não é

verdade. Só o nariz dele é que era rápido, a cabeça não. E para conseguir cheirar uma só

ideia, precisava franzir quinze mil vezes o nariz.

Pois bem. Um dia o nariz de Joãozinho ─ era assim que se chamava esse coelho - um

dia o nariz de Joãozinho conseguiu farejar uma coisa tão maravilhosa que ele ficou bobo. De

pura alegria, seu coração bateu tão depressa como se ele tivesse engolido muitas borboletas.

Joãozinho disse para ele mesmo:

─ Puxa, eu não passo de um coelho branco, mas acabo de cheirar uma ideia tão boa

que até parece de menino!

[...]

LISPECTOR, Clarice. O mistério do coelho pensante. In: O mistério do coelho pensante e outros contos. Rio de Janeiro:

Rocco Jovens Leitores, 2010. p. 69-70.

Habilidade

MP22 - Reconhecer os elementos da narrativa (personagem, enredo, tempo, espaço ou foco

narrativo) em um texto (crônica, conto, trecho de romance).

9

Questão 04

Indique qual é a personagem que cheira ideias:

(A) Paulo.

(B) Borboleta.

(C) Menino.

(D) Joãozinho.

GRADE DE CORREÇÃO

ALTERNATIVAS OBSERVAÇÕES

(A) Paulo. Resposta incorreta. Conforme o texto, Paulo é a pessoa

para quem a história do coelho está sendo contada.

(B) Borboleta. Resposta incorreta. O texto informa que quando o

coelho farejou uma ideia ficou muito alegre. Para

mostrar essa alegria, há uma comparação: “[...] seu

coração bateu tão depressa como se ele tivesse

engolido muitas borboletas”.

(C) Menino. Resposta incorreta. Segundo o texto, o coelho achou

que teve uma ideia muito boa “[...] que até parece ideia

de menino!”.

(D) Joãozinho.

Resposta correta. Joãozinho é o nome do coelho,

personagem que cheirou uma ideia tão boa que até

parecia de menino.

Habilidade

10

MP30 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação (travessão, aspas,

dois-pontos, exclamação ou interrogação) em um texto (trechos de romance, conto, crônica,

notícia).

Questão 05

O travessão usado em “Um dia o nariz de Joãozinho ─ era assim que se chamava esse coelho

─ um dia o nariz de Joãozinho conseguiu farejar uma coisa tão maravilhosa que ele ficou bobo”

indica

(A) um novo diálogo.

(B) uma explicação.

(C) um pensamento.

(D) uma enumeração.

GRADE DE CORREÇÃO

ALTERNATIVAS OBSERVAÇÕES

(A) um novo diálogo.

Resposta incorreta. Um dos empregos do travessão é para

indicar, nos diálogos, a mudança de interlocutor, porém não

é o que acontece nesse trecho.

(B) uma explicação.

Resposta correta. Um dos empregos do travessão,

numa função semelhante ao uso dos parênteses, é

isolar palavras ou frases para fornecer uma explicação

a algo mencionado anteriormente, como acontece

nesse trecho para explicar quem é Joãozinho: “─ era

assim que se chamava esse coelho ─ [...]”. Nesse caso

a explicação aparece entre os travessões.

(C) um pensamento.

Resposta incorreta. Nesse trecho do texto, não há diálogos,

nem pensamento de personagens.

(D) uma enumeração.

Resposta incorreta. O sinal de pontuação geralmente

utilizado para indicar uma enumeração de palavras ou de

termos é a vírgula.

11

Habilidade MP26 - Estabelecer relações de causa e consequência, entre partes e/ou elementos de

um texto (conto, crônica, trecho de romance, notícia).

Questão 06

O coelho franzia e desfranzia tanto o nariz que o nariz

(A) encontrava ideias.

(B) farejava borboletas.

(C) vivia cor-de-rosa.

(D) pensava sem parar.

GRADE DE CORREÇÃO

ALTERNATIVAS OBSERVAÇÕES

(A) encontrava ideias.

Resposta incorreta. Conforme o texto, o coelho “[...]

precisava franzir quinze mil vezes o nariz”, para

conseguir cheirar uma ideia, por isso que o nariz vivia

cor-de-rosa.

(B) farejava borboletas.

Resposta incorreta. O coelho não farejava borboletas,

mas quando farejou uma ideia: “De pura alegria, seu

coração bateu tão depressa como se ele tivesse

engolido muitas borboletas”.

(C) vivia cor-de-rosa.

Resposta correta. Viver com o nariz cor-de-rosa é

a consequência de o coelho franzi-lo e desfranzi-lo

várias vezes.

(D) pensava sem parar.

Resposta incorreta. O texto não autoriza essa

interpretação: “Quem olhasse podia achar que

pensava sem parar. Não é verdade. Só o nariz dele é

que era rápido, a cabeça não. E para conseguir

12

cheirar uma só ideia, precisava franzir quinze mil

vezes o nariz”.

Leia o texto e responda às questões 07, 08 e 09.

Qual é a diferença entre o trabalho do palhaço e o da palhaça?

DE SÃO PAULO 30/11/2013 00h01

"Olha, mãe, o palhaço é mulher!" Essa foi a reação de um menino ao ver Guadalupe,

criação de Tereza Gontijo, passar pelos corredores de um hospital em dia de apresentação.

Segundo Tereza, tal surpresa não é incomum - em outro episódio, uma criança

perguntou a ela: "Você é homem ou mulher?".

"Quando pensam em palhaços, as pessoas lembram da figura masculina", diz Tereza.

Mas o cenário está mudando.

Guadalupe é uma das personagens femininas que estarão na Palhaçaria Paulistana,

que presta, pela primeira vez, homenagem às palhaças. Elas serão "mestres de cerimônia" de

espetáculos, que acontecerão entre 7 e 10 de dezembro, no vale do Anhangabaú, em São

Paulo. No último dia, elas irão se reunir para apresentações só com mulheres. Os ingressos

começam a ser distribuídos uma hora antes.

Veteranas

Val de Carvalho, que interpreta a palhaça Xaveco Fritza, estudou em escola de circo e

foi uma das primeiras palhaças do país.

13

Na época, só existiam duplas de palhaços homens. "Antes, mesmo quando as mulheres

trabalhavam com isso, elas se vestiam de homens. Agora existem as palhaças, com figurino

feminino."

Lu Lopes, que dá vida à palhaça Rubra, diz que não existem desvantagens em vestir o

nariz vermelho sendo mulher. E completa: "A palhaça é tão esperta que a desvantagem acaba

virando a favor dela".

Para Val, apesar das dificuldades, o trabalho é gratificante. "Você pode ser o que quiser.

Faz com que o outro veja a simplicidade."

Editoria de Arte/Folhapress

Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folhinha/2013/11/1378535-palhacas-mulheres-contam-como-e-trabalhar-em-um-universo-dominado-por-homens.shtml>. Acesso em: 19 de maio de 2016. (adaptado)

Habilidade

14

MP30 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação (travessão, aspas,

dois-pontos, exclamação ou interrogação) em um texto (trechos de romance, conto, crônica,

notícia).

Questão 07

As aspas utilizadas em "’Quando pensam em palhaços, as pessoas lembram da figura

masculina’" (3º parágrafo) indicam uma

(A) fala.

(B) explicação.

(C) enumeração.

(D) ideia.

GRADE DE CORREÇÃO

ALTERNATIVAS OBSERVAÇÕES

(A) fala.

Resposta correta. Uma das funções das aspas

é indicar a fala dos interlocutores em um

texto. A fala da atriz Teresa Gontijo, que

interpreta a palhaça Guadalupe é apresentada

entre aspas e, no contexto, exemplifica o uso

desse sinal de pontuação.

(B) explicação.

Resposta incorreta. Nesse trecho do texto, as

aspas não estão indicando uma explicação, mas

a fala da atriz Teresa Gontijo que interpreta a

palhaça Guadalupe.

(C) enumeração.

Resposta incorreta. O sinal de pontuação

geralmente utilizado para indicar uma

enumeração de palavras ou de termos é a

vírgula.

(D) ideia.

Resposta incorreta. Um dos usos das aspas é

para destacar as ideias de personagens; porém

15

não é o que acontece nesse trecho do texto.

Habilidade

SARESP H06 7º ano EF- Localizar itens de informação explícita, distribuídos ao

longo do texto.

Questão 08

De acordo com o texto, as palhaças costumam falar de

(A) perucas e chapéus.

(B) futebol e namoro.

(C) vestidos e calçolas.

(D) maternidade e TPM.

GRADE DE CORREÇÃO

ALTERNATIVAS OBSERVAÇÕES

(A) perucas e chapéus.

Resposta incorreta. Segundo o texto, “perucas e

chapéus” são adereços usados pelos palhaços; não os

assuntos abordados.

(B) futebol e namoro.

Resposta incorreta. Futebol e namoro são os assuntos

abordados pelos palhaços.

(C) vestidos e calçolas.

Resposta incorreta. Segundo o texto, vestidos e

calçolas são apenas os adereços usados pelas

palhaças.

(D) maternidade e TPM.

Resposta correta. Maternidade e TPM são os

assuntos abordados pelas palhaças, como

demonstra o trecho: “Têm facilidade para falar de

temas que só elas vivenciam, como a maternidade

e a TPM [...]”.

16

Habilidade

MP25 - Inferir informação implícita (opinião ou tema/assunto principal) em um texto (conto,

crônica, trecho de romance, notícia).

Questão 09

Ao perceber que se trata de uma mulher fazendo o papel de palhaço, as pessoas

(A) reagem mal.

(B) acham graça.

(C) ficam espantadas.

(D) permanecem indiferentes.

GRADE DE CORREÇÃO

ALTERNATIVAS OBSERVAÇÕES

(A) reagem mal. Resposta incorreta. O texto não autoriza essa leitura,

como se pode observar nesse trecho: “‘Olha, mãe, o

palhaço é mulher!’ Essa foi a reação de um menino ao

ver Guadalupe, criação de Tereza Gontijo, passar pelos

corredores de um hospital em dia de apresentação”.

(B) acham graça. Resposta incorreta. As pessoas acham graça do

desempenho da palhaça e não pelo fato da profissão

ser exercida por uma mulher: “‘A palhaça é tão esperta

que a desvantagem acaba virando a favor dela ’".

(C) ficam espantadas. Resposta correta. Como a profissão de palhaço é

historicamente exercida por homens, as pessoas se

espantam, surpreendem-se quando percebem que o

palhaço é uma mulher, conforme o trecho do texto:

“Segundo Tereza, tal surpresa não é incomum - em

17

Leia o texto e responda às questões 10, 11 e 12.

O anão violinista e seu cachecol

Jorge Miguel Marinho

Enquanto os sinos badalavam no pequeno Reino, muito longe dali um anão violinista

partia definitivamente da sua cidade natal.

Ele se chamava Nícolas, tinha uma idade indefinível e andava sempre com um enorme

cachecol. Para ele não importava se chovia, se fazia sol ou se aquele lugar distante ficava

coberto de sol. O anão jamais saía de casa sem arrastar pelo chão as pontas de seu cachecol.

Uma única vez ele foi fazer um concerto num pequeno teatro da cidade e esqueceu o

agasalho amarelo. Nesse dia não houve espetáculo porque o músico não conseguia lembrar os

acordes mais simples de um prelúdio sem o seu compridíssimo cachecol.

As pessoas estranhavam aquela mania de Nícolas, mas todos adoravam ouvi-lo na

praça tocando o Bolero de Ravel1.

Bastava ele subir no coreto e todo mundo sentia um arrebatamento no peito, um calor

agradável na fronte, uma vontade incontrolável de cantar. Os homens largavam o trabalho, as

crianças pulavam o muro da escola e as mulheres deixavam a comida queimar.

1 Maurice Ravel foi um compositor francês e pianista francês. Nasceu em 1875, morreu em 1937. Sua composição mais

famosa foi Bolero que estreou em 1928.

outro episódio, uma criança perguntou a ela: “‘Você

é homem ou mulher?’”. “‘Quando pensam em

palhaços, as pessoas lembram da figura masculina’,

diz Tereza. ‘Mas o cenário está mudando’”.

(D) permanecem indiferentes. Resposta incorreta. Logo no início do texto, essa leitura

não é autorizada, como se observa no trecho: “‘Olha,

mãe, o palhaço é mulher!’” Essa foi a reação de um

menino ao ver Guadalupe, criação de Tereza Gontijo,

passar pelos corredores de um hospital em dia de

apresentação.

18

A cidade parava e muita gente dizia que a vida começava a flutuar.

O músico abraçava tanto o instrumento que era difícil perceber onde aparecia o violino e

onde surgia o anão.

[...] Quando se entregava a uma serenata de Mozart2, ficava mais loiro, com a pele

quase transparente e os olhos cheios de luz. As mãos pareciam enormes e, dependendo da

tonalidade do tempo, muitos imaginavam que elas tocavam o céu.

Todos se encantavam.

Os inimigos se olhavam nos olhos, os marreteiros3 silenciavam e os estranhos que

passavam pela cidade trocavam objetos pessoais e apertavam fortemente as mãos.

Mas era só o violino parar e o lugar voltava ao normal.

Os comerciantes se irritavam com a pausa [...], as mulheres atiravam as panelas no

quintal. Alguns permaneciam mais tempo diante do coreto, mas logo lembravam os seus

nomes e começavam a caminhar.

Por isso, quase todos concordavam que, em nome da segurança do trabalho, da

tranquilidade das famílias e do repúdio às incontroláveis emoções, Nícolas deveria partir.

[...]

MARINHO, Jorge Miguel. O anão violinista e seu enorme cachecol. In: A visitação do amor. 1. ed. São Paulo: Biruta, 2008.

p. 10-11.

Habilidade

MP29 - Identificar aspectos linguísticos (substantivo, adjetivo, artigo) em funcionamento em um

texto (trechos de romance, conto, crônica, notícia).

Questão 10

2 Wolfagang Amadeus Mozart, compositor austríaco. Nasceu em Salzburgo em 1756, morreu em Viena em 1791. Suas

principais obras: óperas, sonetos, concertos, composições para piano, sonatas e outras composições musicais. 3 Marreteiro:1. Bras. Quem trabalha demolindo paredes ou perfurando pedras com marreta. 2. SP Pop. Vendedor ambulante;

CAMELÔ. Disponível em: <http://www.aulete.com.br/marreteiro>. Acesso em: 29 de junho de 2016.

19

Em “Nesse dia não houve espetáculo porque o músico não conseguia lembrar os acordes

mais simples de um prelúdio sem o seu compridíssimo cachecol”, o substantivo em destaque

se refere

(A) a Ravel com seu Bolero.

(B) a Mozart com sua Sonata.

(C) a Nícolas, o violinista anão.

(D) a Prelúdio, o espetáculo.

GRADE DE CORREÇÃO

ALTERNATIVAS OBSERVAÇÕES

(A) a Ravel com seu

Bolero.

Resposta incorreta. Ravel (nome do compositor

francês) compôs a música Bolero. O substantivo

músico, no texto, não se refere a ele.

(B) a Mozart com sua

Sonata.

Resposta incorreta. Sonata é um dos tipos de música

composta por Mozart e, no texto, o substantivo músico,

não se refere a ele

(C) a Nícolas, o

violinista anão.

Resposta correta. A palavra músico é um

substantivo e se refere a Nícolas, que é violinista e

anão.

(D) ao Prelúdio, o

concerto.

Resposta incorreta. Ambos os termos são substantivos,

mas a palavra músico não se refere a eles; prelúdio,

nesse contexto, é a introdução de uma obra musical;

concerto, entre uma de suas definições, trata-se de um

espetáculo musical de qualquer gênero.

Habilidade

20

MP22 - Reconhecer os elementos da narrativa (personagem, enredo, tempo, espaço ou foco

narrativo) em um texto (crônica, conto, trecho de romance).

Questão 11

No texto, o local da cidade em que as ações acontecem é

(A) no teatro.

(B) no coreto.

(C) na escola.

(D) na calçada.

GRADE DE CORREÇÃO

ALTERNATIVAS OBSERVAÇÕES

(A) no teatro. Resposta incorreta. O texto menciona o local

“teatro”, mas não é o lugar onde os fatos se

passam: “Uma única vez ele foi fazer um concerto

num pequeno teatro da cidade e esqueceu o

agasalho amarelo. Nesse dia não houve espetáculo

[...]”.

(B) no coreto.

Resposta correta. Há dois trechos no texto, que

comprovam que é esse o local em que as ações

acontecem:

1. “Bastava ele subir no coreto e todo mundo sentia

um arrebatamento no peito, um calor agradável na

fronte, uma vontade incontrolável de cantar”.

2. “Alguns permaneciam mais tempo diante do

coreto, mas logo lembravam os seus nomes [...]”.

(C) na escola.

Resposta incorreta. Não é o local onde os fatos

acontecem, ainda que escola está mencionada no texto:

“Os homens largavam o trabalho, as crianças pulavam o

muro da escola e as mulheres deixavam a comida

21

queimar”.

(D) na calçada.

Resposta incorreta. O texto não menciona esse

lugar.

Habilidade

MP25 - Inferir informação implícita (opinião ou tema/assunto principal) em um texto (conto,

crônica, trecho de romance, notícia).

Questão 12

A música que Nícolas tocava,

(A) deixava as pessoas mais solidárias.

(B) fazia surgir a raiva nas pessoas.

(C) levava as pessoas ao desespero.

(D) estimulava a desordem na cidade.

GRADE DE CORREÇÃO

ALTERNATIVAS OBSERVAÇÕES

(A) deixava as pessoas

mais solidárias.

Resposta correta. Conforme o texto, quando Nícolas

tocava seu violino:

“Todos se encantavam.”

“Os inimigos se olhavam nos olhos, os marreteiros

silenciavam e os estranhos que passavam pela cidade

trocavam objetos pessoais e apertavam fortemente as

mãos”.

(B) fazia surgir a raiva nas

pessoas.

Resposta incorreta. Isso acontecia, segundo o texto, quando

Nícolas parava de tocar:

22

1. “Mas era só o violino parar e o lugar voltava ao normal”.

2 “Os comerciantes se irritavam com a pausa [...], as

mulheres atiravam as panelas no quintal”.

(C) levava às pessoas ao

desespero

Resposta incorreta. O texto não permite essa leitura.

Informa que: “[...] e todo mundo sentia um arrebatamento

no peito, um calor agradável na fronte, uma vontade

incontrolável de cantar”.

(D) estimulava a desordem

na cidade.

Resposta incorreta. Segundo o texto, acontecia o contrário:

“Todos se encantavam”.

“Os inimigos se olhavam nos olhos, os marreteiros

silenciavam e os estranhos que passavam pela cidade

trocavam objetos pessoais e apertavam fortemente as mãos”.

23

Referências Bibliográficas

ANDRADE. Carlos Drummond de. il. Maria Eugênia. As pérolas. In: Rick e a girafa. 1. ed.

São Paulo: Ática... 2001. p. 70-71. Série: Para Gostar de Ler júnior.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário Aurélio da Língua Portuguesa.

4. ed. Curitiba: Positivo, 2009. p. 1621.

LISPECTOR, Clarice. O mistério do coelho pensante. In: O mistério do coelho pensante e

outros contos. Rio de Janeiro: Rocco Jovens Leitores, 2010. p. 69-70.

MARINHO, Jorge Miguel. O anão violinista e seu enorme cachecol. In: A visitação do amor.

1. ed. São Paulo: Biruta, 2008. p. 10-11.

SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Material de apoio ao currículo do Estado de

São Paulo: caderno do professor; língua portuguesa, ensino fundamental – anos finais, 5ª

série/6º ano / Secretaria da Educação; coordenação geral Maria Inês Fini. – São Paulo: SE,

2014. v. 2, 120 p.

Sites Pesquisados

<http://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/20993-sampalhacas#foto-340580>. Acesso em: 19

de maio de 2016.

<http://www1.folha.uol.com.br/folhinha/2013/11/1378535-palhacas-mulheres-contam-como-e-

trabalhar-em-um-universo-dominado-por-homens.shtml>. Acesso em: 19 de maio de 2016.

(adaptado)

<http://www.aulete.com.br/marreteiro>. Acesso em: 29 de junho de 2016.

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AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM EM PROCESSO

Coordenadoria de Informação, Monitoramento e Avaliação Educacional Coordenador: Antonio Celso de Paula Albuquerque Filho

Departamento de Avaliação Educacional

Diretora: Cyntia Lemes da Silva Gonçalves da Fonseca Assistente Técnica: Maria Julia Filgueira Ferreira

Centro de Planejamento e Análise de Avaliações

Diretor: Juvenal de Gouveia

Ademilde Ferreira de Souza, Cristiane Dias Mirisola, Isabelle Regina de Amorim Mesquita, Patricia Barros Monteiro, Soraia Calderoni Statonato

Centro de Aplicação de Avaliações

Denis Delgado dos Santos, Fagner Lima Nunes Cavinato, José Guilherme Brauner Filho, Kamila

Lopes Candido, Lilian Sakai, Manoel de Castro Pereira, Nilson Luiz da Costa Paes, Teresa Miyoko Souza Vilela

Coordenadoria de Gestão da Educação Básica

Coordenadora: Ghisleine Trigo Silveira

Departamento de Desenvolvimento Curricular e de Gestão da Educação Básica Diretora: Regina Aparecida Resek Santiago

Centro do Ensino Fundamental dos Anos Finais, do Ensino Médio e da Educação

Profissional - CEFAF Diretora: Valéria Tarantello de Georgel

Equipe de Língua Portuguesa

Equipe Curricular CGEB de Língua Portuguesa e Literatura – Autoria, Leitura crítica e validação do

material Angela Maria Baltieri Souza, Katia Regina Pessoa, Mara Lucia David, Roseli Cordeiro Cardoso, Rozeli

Frasca Bueno Alves

Autoria do material de Língua Portuguesa Mara Lucia David - 6º e 8ºanos EF; Katia Regina Pessoa - 7º ano EF; Angela Maria Baltieri Souza – 9º ano

EF; Rozeli Frasca Bueno Alves – 1ª, 2ª e 3ª séries EM.

Professores Coordenadores dos Núcleos Pedagógicos das Diretorias de Ensino - Leitura crítica e validação do material

Ana Paula de Oliveira Lopes Vieira, Anderson Cunha, Débora de Cássia da Silva, Denise Aparecida Xavier, Dimitra Dragassakis, Giane de Cássia Santana, Gisele Szabó Despézio Ghetti, Katia Cilene Mattiazzo, Idê Moraes dos Santos, Márcia Di Giaimo Mecca, Marcos Rodrigues Ferreira, Maria Celina Maldonado

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Roschel, Neusa de Mello Lopes Schonherr, Patrícia dos Anjos Oliveira, Rejane Manfredi, Rosemeire França de Assis Rodrigues Pereira, Valéria Rocha Aveiro do Carmo.

Representantes do CAPE – Leitura crítica, validação e adaptação do material para os deficientes

visuais

Tânia Regina Martins Resende