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Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
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MESTRADO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA E HIGIENE
OCUPACIONAIS
Dissertação apresentada para obtenção do grau de Mestre
Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
AVALIAÇÃO ERGONÓMICA DE POSTOS DE
TRABALHO COM APLICAÇÃO DE DIFERENTES
TÉCNICAS
Solange Fernandes dos Santos
Orientador: Professora Doutora Joana Cristina Cardoso Guedes (Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto)
Coorientador: Professor Doutor André Duarte Lucena (Universidade Federal do Semi-ário)
Arguente: Professor Doutor Filipe Conceição (Faculdade de Desporto da Universidade do Porto)
Presidente do Júri: Professor Doutor João Santos Baptista (Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto)
___________________________________ 2019
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnicas
I
AGRADECIMENTOS
Para celebrar, mais uma conquista nesta aventura que foi largar tudo e viver sozinha em Portugal,
gostaria de expressar o meu profundo agradecimento as pessoas que contribuíram direta ou
indiretamente para a realização desta conquista.
Em primeiro lugar agradeço a DEUS! Sem ele, jamais teria imaginado e conseguido chegar até
aqui.
À minha MÃE, Mísia Fernandes dos Santos, que é mãe e pai, por facultar-me todas as condições
para a realização do mestrado, pelo apoio emocional e pela força que me transmitiu de forma
incondicional.
À minha orientadora Professora Doutora Joana Cristina Cardoso Guedes e ao meu coorientador
Professor Doutor André Duarte Lucena que sempre se mostraram disponíveis para ajudar e
orientar a estruturar da dissertação, por acreditarem em mim e sempre dar-me força e incentivo
nos momentos mais difíceis.
Ao professor Doutor João Baptista um agradecimento pela atenção e apoio providenciado durante
toda esta etapa.
Às trabalhadoras do setor da limpeza, laboratório e escritório pela disponibilidade para fazer as
medições e responder aos questionários.
Às minhas amigas Ana e Florbela, que sempre me apoiaram e transmitiram força para terminar o
mestrado. Ao meu namorado Marco Gonçalves por todo o amor, apoio, paciência e alegria que me
transmite.
E por fim, mas jamais em último, aquelas pessoas que vou levar deste mestrado no coração Carol,
Beatriz, Ana, Joana Duarte, Raquel, Jaqueline, Alexandre.
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnicas
III
RESUMO
A avaliação ergonómica compreende-se em aplicar metodologias e técnicas, para avaliar de forma
quantitativa e qualitativa, os riscos ergonómicos tendo em conta fatores individuais, cognitivos e
organizacionais, para melhor perceção das condições de trabalho.
A dor, desconforto e as lesões músculo-esqueléticas relacionadas com trabalho (LMERT)
envolvem uma grande parte de problemas de saúde relacionados com o trabalho e constituem-se
como um problema mundial. Estes problemas são diagnosticados e confirmados através da
aplicação de métodos e técnicas, as quais podem diferenciar-se quanto à abordagem, complexidade
dos dados e uso de instrumentos, consegue-se constatações diretas em contexto laboral.
Com o objetivo avaliar a dor, desconforto e o risco à lesão músculo-esquelética na atividade de
limpeza profissional, técnico de laboratório e atividade de escritório ao computador, através da
aplicação de diferentes técnicas.
Realizou-se uma avaliação ergonómica a 32 trabalhadoras com aplicação de dois métodos
convencionais, o Questionário Nórdico (prevalência de sintomas músculo-esqueléticos) e o
método REBA (Rapid Body Assessment), e um método alternativo, a técnica de actigrafia através
do equipamento ActiGraph wGT3X-BT para identificar os riscos ergonómicos a que os
trabalhadores estão expostos.
A análise ergonómica baseou-se nas posturas e movimentos adotados que a participante exercer
nas suas atividades. Como resultados as mesmas relataram dor e desconforto através do
questionário nórdico, e as regiões afetas foram: região lombar, ombros, pernas e pés nas três
atividades.
Recorrendo ao método de observação o REBA, observou-se que as trabalhadoras em todas as
atividades adotam posturas inadequadas com repetibilidade dos movimentos, flexão e torção da
coluna em trabalho dinâmico e estático.
A utilização da técnica de actigrafia com equipamento actigraph, permitiu constatar que há indício
de que a sintomatologia de dor e desconforto e o risco de desenvolvimento de LMERT relatado
pelo questionário nórdico e observado pelo método REBA está relacionada com a movimentação
medida pelo equipamento na zona onde houve maior incidência, na qual foi, região lombar.
A implementação de medidas que visem eliminar ou minimizar a dor e o desconforto, e
posteriormente o risco desenvolver lesões músculo-esqueléticas são cada vez mais importantes no
mundo atual. Tendo em conta a complexidade e a variabilidade das tarefas desenvolvidas, é
recomendável que tais decisões sejam precedida de um estudo mais aprofundado com recurso a
metodologias de avaliação de risco mais precisas, como é, por exemplo, o caso daquelas que
recorrem a instrumentos de monitorização constante dos trabalhadores. Futuros trabalhos de
investigação que permitam dar resposta às questões que foram surgindo ao longo do presente
estudo poderão revelar-se, igualmente, interessantes.
Palavras chave – Avaliação ergonômica, Lesões músculo-esqueléticas, Avaliação postural,
Movimentos repetitivos, Actígrafo.
ABSTRACT
Ergonomic assessment consists of applying methodologies and techniques to quantitatively and
qualitatively assess ergonomic risks taking into account individual, cognitive and organizational
factors for better understanding of working conditions.
Pain, discomfort, and work-related musculoskeletal injuries (LMERT) involve a large proportion
of work-related health problems and constitute a worldwide problem. These problems are
diagnosed and confirmed through the application of methods and techniques, which can differ in
terms of approach, data complexity and use of instruments. Direct findings can be obtained in the
workplace.
In order to evaluate the pain, discomfort and the risk of musculoskeletal injury in the professional
cleaning activity, laboratory technician and office activity to the computer, through the application
of different techniques.
An ergonomic evaluation was performed on 32 female workers using two conventional methods,
the Nordic Questionnaire (prevalence of musculoskeletal symptoms) and the REBA (Rapid Body
Assessment) method, and an alternative method, the actigraphy technique using the Actigraphy
equipment (GT3X-BT) to identify ergonomic hazards which workers are exposed.
The ergonomic analysis was based on the adopted postures and movements that the participant
exerts in her activities.
As results they reported pain and discomfort through the Nordic questionnaire, and the affected
regions were: lumbar region, shoulders, legs and feet in the three activities.
Using the REBA observation method, it was observed that the workers in all activities adopt
inappropriate postures with repeatability of movements, flexion and twisting of the spine in
dynamic and static work.
The use of actigraphy technique with actigraphy equipment showed that there is evidence that the
symptoms of pain and discomfort and the risk of Musculoskeletal injuries reported by the Nordic
questionnaire and observed by the REBA method are related to the movement measured by the
equipment in the area where there was greater incidence, in which it was, lumbar region.
The implementation of measures to eliminate or minimize pain and discomfort, and subsequently
the risk of developing musculoskeletal injuries, is becoming increasingly important in today's
world. Given the complexity and variability of the tasks undertaken, it is recommended that such
decisions be preceded by further study using more accurate risk assessment methodologies, such
as those using monitoring tools on workers. Future research to address the questions that have
arisen throughout this study may also be of interest.
Keywords: Ergonomic assessment, Musculoskeletal injuries, posture assessment, Repetitive
movements, Actigraphy
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnica
ÍNDICE
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 3
2 Fundamentação do trabalho ...................................................................................................... 5
2.1 O que é a Ergonomia? ...................................................................................................... 5
2.2 Posturas de trabalho .......................................................................................................... 8
2.2.1 Posição corporal no trabalho ....................................................................................... 8
2.3 Fatores intrínsecos a dor e desconforto ao risco as LMERT .......................................... 10
2.3.1 Lesões Músculo-esqueléticas Relacionadas com Trabalho (LMERT) ..................... 12
2.3.2 Exemplos de LMERT ................................................................................................ 12
2.3.3 Método direito técnica de actigrafia .......................................................................... 15
2.4 Enquadramento Legal e Normativo ................................................................................ 18
2.5 Conhecimento Científico ................................................................................................ 20
2.5.1 Estratégia de Pesquisa ............................................................................................... 20
2.5.2 Critérios de Triagem .................................................................................................. 22
2.5.3 Critérios de elegibilidade .......................................................................................... 23
2.5.4 Resultados Gerais ...................................................................................................... 24
2.6 Objetivos da Dissertação ................................................................................................ 30
2.6.1 Objetivo Geral ........................................................................................................... 30
2.6.2 Objetivos Específicos ................................................................................................ 30
3 MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................................... 31
3.1 Metodologia geral ........................................................................................................... 31
3.2 Postos de trabalho analisados ......................................................................................... 32
3.2.1 Limpeza profissional ................................................................................................. 32
3.2.2 Técnica de laboratório ............................................................................................... 34
3.2.3 Trabalho de escritório ao computador ....................................................................... 35
3.3 Materiais ......................................................................................................................... 36
3.4 Métodos de análise e avaliação postural ao risco de LMERT ........................................ 36
3.4.1 Questionário nórdico (NMQ) .................................................................................... 37
3.4.2 Método REBA (Rapid entire body assessment) ........................................................ 38
3.4.3 Avaliação da postural através dos acelerómetros Actigraph WGT3X-BT ................. 41
4 RESULTADOS e DISCUSSÃO ............................................................................................ 44
4.1 Caraterização da amostra................................................................................................ 44
4.2 Aplicação do questionário nórdico ................................................................................. 48
4.2.1 Sintomas músculo-esqueléticos na atividade de limpeza profissional ...................... 48
4.2.2 Sintomas músculo-esqueléticos na atividade de Escritório ...................................... 50
4.2.3 Sintomas músculo-esqueléticos na atividade de técnica de laboratório ................... 52
4.2.4 Sintomas músculo-esqueléticos nas atividades analisadas nos últimos 7 dias ......... 54
4.3 Análise REBA ................................................................................................................ 55
4.4 Técnica de Actigrafia ..................................................................................................... 61
4.4.1 Verificação da Hipótese 1 ......................................................................................... 61
4.4.2 Verificação da Hipótese 2 ......................................................................................... 63
4.4.3 Verificação da Hipótese 3 ......................................................................................... 65
4.5 Conclusões...................................................................................................................... 66
4.6 Perspetivas Futuras ......................................................................................................... 68
4.7 Recomendações .............................................................................................................. 69
5 BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................... 71
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnicas
VII
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 - O papel da Ergonomia (adaptado de Freitas, 2016) ....................................................... 5
Figura 2 - Objetivos da Ergonomia ................................................................................................. 7
Figura 3 - Principais elementos relativos aos fatores de risco de LMERT (Lesões Músculo-
Esqueléticas relacionadas com Trabalho) ..................................................................................... 10
Figura 4 - Cadeia de eventos originada pelas posturas mantidas (adaptado de Fewster, Gallagher,
& Callaghan, 2017) ....................................................................................................................... 11
Figura 5 - Representação dos eixos do equipamento Actigraph Gt3X+ ....................................... 17
Figura 6 - Primeiro grupo de palavras-chaves .............................................................................. 20
Figura 7 - Segundo grupo de palavras-chaves .............................................................................. 21
Figura 8 - Palavras chaves ............................................................................................................. 21
Figura 9 - Etapas da revisão bibliográfica ..................................................................................... 23
Figura 10 - Metodologia geral ....................................................................................................... 31
Figura 11 - Doze tarefas principais de limpeza nas escolas .......................................................... 32
Figura 12 - Postura adotada ao apanhar o lixo na atividade de limpeza ....................................... 33
Figura 13 - Postura adotada na atividade de laboratório ............................................................... 34
Figura 14 - Posturas adotadas na atividade de escritório .............................................................. 35
Figura 15 - Diagrama de representação das diferentes regiões corporais ..................................... 37
Figura 16- Folha de pontuação REBA [adaptado de (Hignett & Mc Atamney, 2000)] ............... 39
Figura 17 - Representação dos planos e eixos ............................................................................... 42
Figura 18- Percentagem da amostra em cada atividade ................................................................ 44
Figura 19- Percentagem de idade em cada atividade .................................................................... 45
Figura 20- Peso e altura ................................................................................................................. 45
Figura 21 - Índice de massa corporal ............................................................................................ 46
Figura 22 - Escolaridade ............................................................................................................... 46
Figura 23 - Antiguidade na atividade ............................................................................................ 47
Figura 24 - Horas de trabalho ........................................................................................................ 47
Figura 25 - Sintomas nas atividades nos últimos 7 dias ................................................................ 54
Figura 26 – Média das contagens no eixo de Z por períodos de 10 s de cada participante nas suas
atividades . ..................................................................................................................................... 61
Figura 27 – Média das contagens em Z vs intensidade de dor nos últimos 7 dias. ....................... 62
Figura 28 – Mediana das contagens do VM vs intensidade de dor nos últimos 7 dias. ................ 63
Figura 29 – Média do tempo sentado, por períodos de 10 s, de cada participante nas suas atividades.
....................................................................................................................................................... 64
Figura 30 - Moda do inclinómetro sentado de cada participante nas suas atividades por períodos
de 10 s ........................................................................................................................................... 65
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnicas
IX
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1 - Setores da Ergonomia (International Ergonomics Association) .................................... 7
Tabela 2 - Alguns exemplos de LMERT ...................................................................................... 13
Tabela 3 - Métodos observacionais simples, relacionados com fatores de risco da atividade, para
avaliação de LMERT .................................................................................................................... 14
Tabela 4 - Exemplos de métodos avançados ................................................................................. 14
Tabela 5 - exemplos de métodos direitos ...................................................................................... 15
Tabela 6 - Diplomas da Legislação Portuguesa aplicável á prevenção de LME .......................... 18
Tabela 7 - Diretivas Europeias relativas á prevenção de LMERT ................................................ 19
Tabela 8 - Normas Internacionais ISO relativas aos requisitos ergonómicos ............................... 19
Tabela 9: Síntese da fase de Triagem. ........................................................................................... 24
Tabela 10 - Critérios de Elegibilidade ........................................................................................... 24
Tabela 11 - Resumo dos artigos selecionadas para o estudo ......................................................... 25
Tabela 12 - REBA: Pontuações e ajustes para o grupo A [adaptado de (Hignett & Mc Atamney,
2000)] ............................................................................................................................................ 40
Tabela 13 - REBA: Pontuações e ajustes para o grupo B(adaptado de (Hignett & Mc Atamney,
2000) .............................................................................................................................................. 40
Tabela 14 - Variáveis recolhidas pelo acelerómetro WGT3X-BT ................................................. 41
Tabela 15 - Sintomas músculo-esqueléticos na atividade de limpeza profissional ....................... 50
Tabela 16 - Sintomas músculo-esqueléticos na atividade de escritório ........................................ 52
Tabela 17 - Sintomas músculo-esqueléticos na atividade de técnica de laboratório .................... 53
Tabela 18 - Análise das posturas, método REBA ......................................................................... 57
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnicas
XI
GLOSSÁRIO/SIGLAS/ABREVIATURAS/…
LME – Lesões Músculo-Esqueléticas
LMERT – Lesões Músculo-Esqueléticas Relacionadas com o trabalho
LER – Lesões por Esforços Repetitivos
DGS - Direção Geral da Saúde
NIOSH - Instituto Nacional de Segurança e Saúde Ocupacional
OMS - Organização Mundial da Saúde
REBA – Rapid Entire Body Assessment
SHST- Segurança, Higiene e Saúde do Trabalho
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnicas
PARTE 1
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnicas
Santos, Solange 3
1 INTRODUÇÃO
A avaliação ergonómica permite a perceção das condições de trabalho, através da aplicação de
vários métodos e técnicas, as quais podem se diferenciar quanto a abordagem, complexidade dos
dados e uso de instrumentos para aferições diretas no local de trabalho.
As atividades que envolvem movimentos repetitivos, adoção de posturas inadequadas,
movimentação manual de carga e alto rendimento de força, são atividades inerentes a
desenvolvimento de problemas de saúde, particularmente lesões músculo-esqueléticas (LME)
(Wang, Chen, & Chiou, 2016).
As lesões músculo-esqueléticas relacionadas ao trabalho (LMERT) envolvem uma grande parte
de problemas de saúde associados ao trabalho e constituem-se como um problema mundial.
Estes problemas variam desde desconforto, dores e problemas de saúde graves que podem levar á
incapacidade permanente. Todos os anos, milhões de trabalhadores europeus são afetados por
LMERT.
A Organização Mundial da Saúde define doença relacionada com o trabalho as lesões resultantes
da conjunção de fatores inerentes ao ambiente de trabalho, onde a dor, agrava as condições
profissionais de forma considerável para o seu surgimento (Kessler et al., 2013).
Em Portugal, a Direção Geral da Saúde (DGS) descreve que as LME são resultantes de fatores de
riscos profissionais como: movimentos repetitivos, sobrecarga, e/ou a postura adotada no trabalho,
que ocorrem no exercício da atividade profissional, provocando síndromes de dores, por isso
designam-se como “relacionadas com o trabalho”(Uva, Carnide, Serranheira, Miranda, & Lopes,
2008).
O Instituto Nacional de Segurança e Saúde Ocupacional (NIOSH) classifica as LMERT como a
segunda doença mais comum resultante do trabalho, sendo as respiratórias as primeiras (Bernard
& Putz-Anderson, 1997). Estas lesões acarretam consequências sociais, financeiras e políticas
negativas (Eskandari, Norizadeh, Saadati, Mohammadpour, & Gholami, 2012).
As LMERT caracterizam-se como sendo sintomatologia dolorosa localizada ou em várias partes
do corpo, caraterizando-se como doenças inflamatórias e degenerativas do sistema músculo-
esquelético que envolve os nervos, tendões, músculos e a estrutura que suporta o corpo humano.
A localização da lesão músculo-esquelética está relacionada com atividade de risco desenvolvida
pelo trabalhador. Normalmente os sintomas surgem gradualmente na maioria dos casos, e a
gravam-se no final do dia de trabalho ou durante os picos de produção e reduzem nos períodos de
pausas e nas férias (Oliveira, 2018).
Este estudo tem como objetivo avaliar a dor, desconforto e o risco de lesões músculo-esqueléticas
em atividades sedentárias e dinâmicas, através de métodos convencionais e comparar com
indicadores de um sistema alternativo de avaliação, baseado em dados de actigrafia.
Pretende-se utilizar dois métodos convencionais, Questionário Nórdico (prevalência de sintomas
músculo-esqueléticos) (Mesquita, Ribeiro, & Moreira, 2010), método REBA (Rapid Body
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais
4 Introdução
Assessment) (Hignett & Mc Atamney, 2000) e evidenciar a possibilidade de uso da técnica de
actigrafia através do método da recolha dos seus parâmetros para prever a dor e o desconforto e o
risco a lesão músculo-esquelética, através de indicadores de posição e atividade
A dissertação está organizada nos seguintes capítulos:
1. Capítulo 1: Introdução
Neste capítulo é feito um enquadramento do tema visado neste trabalho, para melhor perceção dos
assuntos que vão ser abordados. É justificada a necessidade da realização do trabalho, mostrando
a mais valia que este trabalho apresenta. São também definidos de forma direta e resumida, os
objetivos que se pretendem atingir e uma descrição do conteúdo da dissertação.
2. Capítulo 2: Fundamentação do trabalho
O capítulo 2 destina-se a apresentação do estado de arte, contextualizando todos os assuntos
relevantes para o desenvolvimento deste trabalho. A informação recolhida permitiu construir e
desenvolver a metodologia deste trabalho, apresentada neste capítulo.
3. Capítulo 3: Materiais e Métodos
Neste capítulo são descritos quais os passos tomados, bem como a informação, ferramentas e
matérias utilizados para execução deste estudo. São apresentadas todas as etapas, bem como, a
informação recolhida para a construção da metodologia da avaliação de riscos que foi analisada e
extraída. São também estudadas e comparadas as metodologias de avaliação de risco de lesões
músculo-esqueléticas, trabalho estático e trabalho dinâmico. São descritos os estudos realizados,
como se realizaram e como foram aplicados.
4. Capítulo 4: Resultados e Discussão
O capítulo 4 destina-se á apresentação dos resultados obtidos do caso de estudo. São avaliados
postos de trabalho dinâmicos (limpeza profissional e técnica de laboratório) e posto de trabalho
estático (trabalho ao computador). É também realizada uma comparação entre as metodologias e
técnicas de avaliação de risco a LMERT existente/padrão com a metodologia de actigrafia. São
também discutidos de uma forma concreta os resultados obtidos.
5. Capítulo 5: Conclusões e Recomendações futuras
O último capítulo é analisado se os objetivos delineados foram atingidos. São apresentadas as
conclusões relativas aos resultados obtidos bem com as recomendações para as dificuldades
encontradas e aspetos a melhorar.
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnicas
Santos, Solange 5
2 FUNDAMENTAÇÃO DO TRABALHO
2.1 O que é a Ergonomia?
A Associação Internacional de Ergonomia definiu esta ciência como “A ergonomia é a disciplina
científica preocupada com a perceção das interações entre seres humanos e outros elementos de
um sistema. É a profissão que aplica teoria, princípios, dados e métodos ao design, a fim de
melhorar continuamente o bem-estar humano e o desempenho do sistema geral do trabalho. Os
investigadores de ergonomia contribuem constantemente para o design e avaliação de tarefas,
empregos, produtos, ambientes e sistemas, a fim de torná-los compatíveis com as necessidades,
habilidades e limitações das pessoas.” Com o objetivo de garantir a segurança, a saúde e o bem-
estar do ser humano a Ergonomia prevê e antecipa fatores relacionados com lesões nas mais
variadas atividades profissionais 1 , como descrito na
Figura 1.
Figura 1 - O papel da Ergonomia (adaptado de Freitas, 2016)
1 International Ergonomics Association. Data de acesso 11/03/2019, hora: 16:32https://www.iea.cc/whats/index.html
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais
6 Fundamentação do trabalho
Desde 1978 que são produzidos manuscritos relacionados com ergonomia e todo o seu envolvente.
No entanto, a aplicação da ergonomia remonta aos tempos mais longínquos como, por exemplo,
na época da invenção da roda. Assim sendo, o ser humano concentrou-se cada vez mais em tornar
o trabalho mais simples e eficaz. No século XX, a invenção dos computadores e sua utilização
nas empresas, permitiu a interação do homem com várias máquinas. Desde essa altura até à
atualidade, a obrigatoriedade de estar várias horas seguidas perante estes dispositivos dá origem a
várias conquistas mas também origina o desenvolvimento de vários problemas como, por
exemplo, lesões músculo-esqueléticas (Grandjean, 1998).
Até ao presente, a Ergonomia teve uma grande evolução, no entanto, constata-se que em muitos
países não é uma prática generalizada das organizações. Portugal não é exceção, de acordo com a
Base de dados Portugal Contemporâneo (PORDATA) as empresas dependendo da sua dimensão ,
(grandes, médias ou pequenas empresas), adotam uma estratégia diferente quanto a definição de
planos relativamente a Segurança, Higiene e Saúde do trabalho (SHST) (dos Santos, 2009).
A ausência escolaridade, tempo e recursos, e ao mesmo tempo o baixo nível de instrução e
formação dos trabalhadores não promove medidas constantes relacionadas com a SHST.
A informalidade dos procedimentos, falta de esclarecimento, a reduzida comunicação e a reduzida
documentação verifica-se na maioria das pequenas médias empresas. É importante melhorar os
aspetos referidos anteriormente, para que no futuro, haja menos ocorrências negativas relacionadas
com a Ergonomia e também com SHST (Santos, 2009). Contudo, estas empresas revelam aspetos
positivos, tais como, uma boa capacidade de resposta, polivalência dos trabalhadores e redução do
tempo de produção.
As imposições do mundo atual originam muitas exigências ao trabalhador, tanto físicas bem como
psicológicas. É fundamental antecipar e prevenir falhas, imprecisões e defeitos de forma a reduzir
qualquer tipo de risco associado (Pheasant & Haslegrave, 2018).
Por fim, denota-se que um dos grandes objetivos da ergonomia como ciência, é garantir saúde e
segurança através da adaptação dos sistemas ergonómicos (Freitas, 2016).
Uma vez que, a ergonomia interliga vários aspetos de diferentes setores, como caraterísticas
antropométricas das sociedades, e também, os seus aspetos organizacionais, observa-se assim, os
diferentes ramos desta ciência através Tabela 1.
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnica
Santos, Solange 7
Tabela 1 - Setores da Ergonomia (International Ergonomics Association)
Ao referir estes domínios da ergonomia, esta aplica conhecimentos e técnicas no qual deve abordar
todas as implicações físicas, cognitivas, sociais, organizacionais e ambientais. No sentido de
alcançar os objetivos a que a ergonomia se propõe deve-se aplicar os seguintes princípios como
mostra a Figura 2 (Freitas, 2016):
No início de um projeto, no desenvolvimento do produto, processo ou ambiente de trabalho e sua
análise, todos estes conhecimentos estão interligados com parâmetros mecânica do corpo humano,
antropométricos, legislativos e ambientais (Frota, 2016).
Domínios da Ergonomia
Objetivos Temáticas
Corporal Identifica as caraterísticas anatómicas, fisiológicas,
biomecânicas, antropométricas e humanas relacionadas com as atividades físicas.
Práticas reincidentes Posturas de trabalho
Manuseamento manual de cargas
Psicossocial Qualifica as ações mentais, como perceção, memória, raciocínio e resposta motora como as interações entre seres humanos e os
outros elementos de um sistema.
Exigências/Stress laboral Ausência de autonomia
Interação homem-máquina
Sistema organizacional
Acredita na melhoria de sistemas técnico e social, incluindo estruturas organizacionais, políticas e seus processos.
Organização do trabalho Gestão de recursos humanos
Comunicação
Figura 2 - Objetivos da Ergonomia
Analisar as condições laborais
Identificar as capacidades fisicas
e psíquicas do trabalhador
Avaliar o ambiente e as suas condições
de trabalho
Reconhecer e estimar a
quantidade de trabalho
Compreender a organização do
trabalho
Introduzir medidas corretivas e preventivas.
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais
8 Fundamentação do trabalho
2.2 Posturas de trabalho
O meio de trabalho pode ser classificado sob diversos pontos de vista. A segurança, a saúde e o
conforto são os fatores essenciais para o profissional apresentar um bom desempenho e cumprir
com os seus deveres e responsabilidades profissionais.
Considera-se assim, dois tipos de trabalho seguintes:
• Estático
Trabalho que exige concentração contínua de alguns músculos para
manter uma determinada posição.
➢ Exemplos: Trabalho de escritório
Trabalho de costureira
• Dinâmico
Trabalho que possibilita contração e relaxamento alternado dos
músculos.
➢ Exemplos: Movimentação e logística de cargas
Trabalho de limpeza
2.2.1 Posição corporal no trabalho
A postura é definida como a posição que corpo adota no espaço relacionando-se com a linha do
centro de gravidade, sendo a mais adequada aquela que exigir menor esforço muscular executando
todas as necessidades mecânicas (Barbosa, 2009).
O estudo da postura corporal engloba conceitos que estão particularmente relacionados com o
sistema do controlo postural.
Incorporado neste sistema há dois parâmetros a serem analisados, um que é a orientação postural
e o equilíbrio postural. A orientação postural representa a posição dos segmentos corporais em
relação às próprias divisões corporais e ao meio envolvente. O equilíbrio postural, é demonstrado
por correspondências entre as forças que atuam ao longo do corpo com a finalidade de uma
estabilidade corporal no decorrer das atividades motoras. Constata-se que orientação postural e o
equilíbrio postural são noções distintas, todavia, evidenciam características e qualidades que as
interligam (Masculo & Vidal, 2013).
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnica
Santos, Solange 9
O estudo da posição postural e a adaptação do posto de trabalho é realizado através do estudo
dimensões antropométricas de cada trabalhador para que este não adote posturas que prejudiquem
a sua estrutura corporal. Esta tem o nome de posturas forçadas ou inadequadas e a sua aplicação
no dia a dia podem provocar desconforto e manifestação de lesões músculo-esqueléticas.
É importante referir que a pose ereta impõe um desequilíbrio hidrostático e cria suscetibilidade de
colapso circulatório periférico e incidência de varizes nos membros inferiores (V. Silva, 2018). O
trabalho em pé por extensos períodos de tempo causa alterações fisiológicas como concentração
de sangue em determinadas zonas do corpo, diminuição da capacidade cardíaca para enviar sangue,
aumento da frequência cardíaca, aumento pressão arterial e redução da capacidade respiratória (V.
Silva, 2018).
De uma forma geral, trabalhar em pé está relacionado com o aparecimento de varizes nos membros
inferiores. A função das veias superficiais das pernas fica comprometida e ocorre acumulação de
sangue e edema. Quando atinge as veias profundas pode ter consequências graves na circulação
sanguínea que resultam em problemas de saúde como edema crónico e úlceras nas pernas (V.
Silva, 2018).
No caso do trabalhador que na maioria do seu tempo laboral está sentado, surge a hipótese de
aparecer atrito entre os tendões, através dos movimentos repetitivos e da posição estática. Os sinais
mais comuns, apresentado por grande percentagem dos seres humanos que realizam tarefas neste
modo estático, são dores nas costas, no pescoço, na cabeça, nos braços, nos ombros, nos punhos e
cotovelos consequência da sobrecarga nos ligamentos e articulações desta região corporal. Estes
movimentos trazem sequelas para as articulações da estrutura músculo-esquelética.
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais
10 Fundamentação do trabalho
2.3 Fatores intrínsecos a dor e desconforto ao risco as LMERT
São inúmeros os fatores de risco que contribuem, para o desenvolvimento de dor, desconforto e
LMERT, entre os quais destacam-se os fatores individuais, movimentação manual de cargas,
posturas estáticas ou inadequadas, vibrações, pausas insuficientes, movimentos repetitivos,
ambiente térmico, fatores organizacionais e os fatores psicossociais. Onde alguns autores agrupam
estes fatores como pode observar-se na Figura 3 (Serranheira, Uva, & Lopes, 2008). É importante
referir que estes elementos contribuem para o aparecimento das LMERT atuam tanto de forma
isolada ou combinada2 .
2 https://osha.europa.eu/pt/themes/musculoskeletal-disorders. Acessado em 24/07/2019
Figura 3 - Principais elementos relativos aos fatores de risco de LMERT (Lesões Músculo-
Esqueléticas relacionadas com Trabalho)
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnica
Santos, Solange 11
Em todas as profissões existem riscos associados à mecânica do ser humano, tais como a postura,
movimentos repetitivos, forças indevidamente aplicadas e compressão em zonas corporais.
A postura a ser adotada está relacionada com a organização do posto de trabalho, antropometria e
tipo de atividade a desempenhar, esta não pode ser considerada adequada se for forçada ou
demasiado estática.
Por norma, as exigências impostas aos trabalhadores que ultrapassam os limites nos seus postos
de trabalho estão relacionadas com a postura adotada por períodos longos, movimentos repetitivos,
más posturas de trabalho, má movimentação manual de cargas, lesões músculo-esqueléticas,
disposição irregular dos postos de trabalho, segurança e saúde no trabalho.
A postura de pé por longos períodos pode gerar várias ocorrências em cadeia como se apresenta
na Figura 4.
Figura 4 - Cadeia de eventos originada pelas posturas mantidas (adaptado de Fewster, Gallagher, &
Callaghan, 2017)
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais
12 Fundamentação do trabalho
A repetibilidade dos movimentos pode ser medida de diferentes formas (Frota, 2016). E um
trabalho repetitivo é aquele que têm um tempo de ciclo igual ou inferior a trinta segundos. Onde
implica que ciclicamente os mesmos tecidos e músculos sejam utilizados.
Outros autores referem que, a realização de duas unidades de trabalho por minuto ou quando mais
de cinquenta por cento do ciclo de trabalho envolve um mesmo padrão de movimentos e uma
sequência de etapas que se repete é considerado um trabalho repetitivo (Serranheira et al., 2008).
A força exercida para execução de uma tarefa exerce uma carga mecânica no sistema músculo-
esquelético, principalmente em tarefas de levantar, transportar, empurrar, puxar, e no
manuseamento de objetos.
As características individuais de cada trabalhador, são fatores que devem ser considerados na
avaliação ergonómica, pois são fatores que tem uma grande importância para caraterizar o
trabalhador e enquadrar o mesmo de forma correta. Estas características são: peso, idade, sexo,
altura, características antropométricas, situação de saúde, estilo de vida, doenças, historial clínico,
hábitos de vida não saudáveis (tabagismo, alcoolismo, má alimentação). Para além disso o risco
para o trabalhador é maior quando se verifica a exposição a vários fatores de risco em simultâneo,
como por exemplo, a necessidade de efetuar movimentos manuais repetidos tendo que,
simultaneamente, efetuar força com a mão, gerando LMERT nos membros superiores.
Não obstante, é de mencionar que se encontram reduzidas matérias sobre assuntos
epidemiológicos que concedam a relação das características a avaliar e explorar. (Karwowski &
Marras, 2003).
2.3.1 Lesões Músculo-esqueléticas Relacionadas com Trabalho (LMERT)
Segundo a Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho “as lesões músculo-
esqueléticas são uma das doenças mais comuns relacionadas com o trabalho. Afetam milhões de
trabalhadores europeus, com um custo de milhares de milhões de euros para as entidades
patronais.”
Portanto, as LMERT são lesões que obrigam à paragem do trabalho, causando dor e desconforto
ao mesmo. Esta dor não é só física, mas também psicológica, e estas resultam por posturas adotadas
indevidas, movimentos repetitivos, local de trabalho impróprio e fatores psicossociais como stress
e pressão.
2.3.2 Exemplos de LMERT
As LMERT podem ser agrupadas de acordo a estrutura anatómica afetada. Resumidamente
apresentar-se-ão de seguida alguns exemplos de LMERT, alguns dos quais relacionados com a
temática dos movimentos repetitivos e posturas adotadas nos postos de trabalho, como mostra a
Tabela 2.
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnica
Santos, Solange 13
Tabela 2 - Alguns exemplos de LMERT
LMERT Estrutura afetada Descrição
Tendinite nos ombros Patologias do ombro Atividades que exigem a elevação mantida ou repetida
dos ombros
Síndrome pulso Túnel pelo qual o
nervo passa pela mão Posições de extensão intensa do punho.
Tendinites do punho Tendões Movimentos repetitivos de flexão/extensão do punho e
dedos,
Tendinites no cotovelo Cotovelo e antebraço Gestos repetitivos ou pela manipulação de cargas
excessivas ou mal distribuídas
Raquialgias Cervical, dorsal ou
lombar
Movimentos frequentes de flexão e extensão da coluna
permanência da posição por muito tempo
Os métodos ergonómicos para avaliar a exposição física ao risco a LMERT, são procedimentos
que avaliam de forma qualitativa e quantitativa as circunstâncias de trabalho que promovem as
LMERT. A atividade profissional pode ser avaliada tendo em conta a intensidade, a repetibilidade
e o tempo de cada tarefa. Estes métodos podem ser: questionários de autoavaliação, métodos de
observação, métodos observacionais avançados e métodos diretos(J. F. Silva, 2012).
Existem vários questionários de autoavaliação para avaliação de risco a LMERT. Este contém
perguntas, às quais os trabalhadores respondem com descrições relativas à dor e desconforto. Há
outras formas de avaliar os trabalhadores como por exemplo a autoavaliação através de vídeos de
tarefas ou questionários na internet (G. C. David, 2005).
Estes métodos são apelativos uma vez que são acessíveis e de baixo custo, quando comparados,
por exemplo, aos métodos práticos. Tem a vantagem de poder ser utilizado em larga escala, ou
seja, para grandes amostras em curtos períodos. (Bao, Silverstein, Howard, & Spielholz, 2006).
Os questionários de autoavaliação mais referenciados são:
• Questionário Nórdico Estandardizado (Kuorinka et al., 1987)
• Avaliação do desconforto postural (E Nigel Corlett & Bishop, 1976)
A desvantagem destes métodos é a informação prestada pelos colaboradores que não demonstra
muita exatidão e, por vezes não é fiável (G. C. David, 2005)
Os métodos de observação recorrem aos sensores corporais para obter informações sobre a
atividade profissional e o seu ambiente em redor. Estes são observações simples e avançadas, tais
como, recolha de notas em papel e lápis, filmar ou gravar áudio (Bao et al., 2006).
Tabela 3 descreve um resumo de alguns métodos de análise, que são métodos ergonómicos de
avaliação do risco a LMERT, e têm como objetivos avaliar tarefas com movimentos repetitivos e
posturas forçadas ou inadequadas.
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais
14 Fundamentação do trabalho
Tabela 3 - Métodos observacionais simples, relacionados com fatores de risco da atividade, para
avaliação de LMERT
Os métodos observacionais avançados avaliam todo o tipo de questões relacionadas com o
profissional e o seu meio envolvente. A Tabela 4 refere e descreve vários exemplos de métodos
avançados.
Tabela 4 - Exemplos de métodos avançados
Método Referências Descrição
Método Autor Descrição Segmento
corporal
RULA (Rapid
Upper Limb
Assessment)
(McAtamney &
Corlett, 1992) Análise do risco através das posturas adotadas.
Membros
superiores
SI (Strain Index) (Moore & Garg,
1995)
Avalia 6 variáveis da tarefa executada: intensidade do esforço,
duração do esforço por ciclo de trabalho, número de esforços
por minuto, postura da mão/pulso, velocidade de execução e
duração da tarefa por dia.
Extremidades
membros
superiores
OCRA
(Occupational
Repetitive
Actions)
(Stanton, Hedge,
Brookhuis, Salas, &
Hendrick, 2004)
Avalia o risco através das posturas adotadas, a repetibilidade, a
frequência, a força a duração do trabalho, as pausas e outros
fatores.
Membros
superiores
OWAS (Ovako
Working Posture
Analysis System)
(Karhu, Kansi, &
Kuorinka, 1977)
Avalia a postura da coluna, membros superiores e inferiores e
da força muscular envolvida.
Coluna,
Membros
superiores e
inferiores
REBA (Rapid
Entire Body
Assessment)
(Hignett & Mc
Atamney, 2000)
Avaliação do risco através da postura do corpo inteiro
desenvolvido para avaliar posturas de trabalho imprevisíveis.
Inclui força envolvida, carga e a pega.
Corpo inteiro
LUBA (Loading
on the Upper
Body Assessment)
(Kee &
Karwowski, 2001)
Avaliação do risco da carga postural dos membros superiores
em posturas sentadas e posturas em pé, face ao tempo de
manutenção e ao desconforto observado.
Tronco e
membros
superiores
HAL (Hand
Activity Level) (Latko et al., 1997)
Avaliação da frequência dos movimentos da mão/pulso, picos
de força e outros fatores, em ciclos de trabalho de 4 ou mais
horas.
Membros
superiores
KILBOM
(Guidelines
for”Practitiones”)
(Kilbom, 1994)
Avaliação do risco aos movimentos repetitivos dos membros
superiores. Para cada região corporal são indicados os limites de
frequência de movimentos repetitivos.
Membros
superiores
OSHA Checklist (Silverstein, 1997) Lista de verificação de fatores de risco para determinação de
problemas que necessitem de avaliação mais específica.
Membros
superiores
HAMA (Christmansson,
1994)
Avaliação de risco postural das mãos e braços em tarefas e
atividades que requerem o uso de membros superiores.
Membros
superiores
Posture
Targetting
(E N Corlett,
MADELEY, &
Manenica, 1979)
Modelo para registo de posturas através da colocação de marcas
em gráficos, em forma de alvo, que descrevem o desvio angular
de cada segmento corporal relativa a postura de referência.
Cabeça,
tronco,
membros
superiores e
inferiores.
Plibel (E N Corlett et al.,
1979)
Lista de verificação que serve para identificar fatores de risco de
LMERT, constituída por questões relacionadas a posturas
inadequadas, movimentos de trabalho extenuantes, aspetos
relacionados com ferramentas, com o posto de trabalho, com
fatores ambientais e organizacionais.
Identificação
de fatores de
risco.
QEC (Quick
Exposure
Checklist)
(G. David, Woods,
Li, & Buckle,
2008)
Lista que avalia a exposição ao risco de LMERT
providenciando informação para intervenções ergonómicas.
Entre outros são avaliadas as posturas e movimentos repetitivos
do posto de trabalho a realizar numa determinada tarefa.
Coluna,
Membros
superiores.
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnica
Santos, Solange 15
ARBAN (Holzmann,
1982)
Este método avalia os fatores de risco inerentes contexto de trabalho, como
posturas adotadas, carga de trabalho, vibrações através de filmagens em
tempo real com recurso a escala de BORG (1985)
VIRA (Armstrong et
al., 1993)
Compara as posturas adotadas na zona do pescoço e dos membros
superiores, em ciclos de trabalho curtos, repetitivos através do controlo
visual
ARMSTRONG (Armstrong et
al., 1993)
Classifica a postura adotada com os ombros, cotovelos, punhos e tipo de
pega através de gravação com auxílio de camaras visuais
THE
OBSERVER (Devereux,
1999),
São sistemas 2-D ou 3-D que registam movimentos do corpo e posturas
adotadas em duas e três dimensões através de filmagem. VICON
Os métodos diretos equipamentos são colocados diretamente no corpo do trabalhador e assim desta
forma recolher variáveis que caraterizam a exposição a LMERT. Estes métodos são de fácil
utilização, baratos e conseguem fazer uma caracterização minuciosa sobre a postura adotada.
Pode-se observar alguns exemplos de métodos diretos na Tabela 5.
Tabela 5 - exemplos de métodos direitos
Método Referências Descrição
Eletromiografia
(EMG)
(Chen & DAVID R
BASSETT, 2005).
Realiza e processa sinais mio elétricos para analisar tensão e
fadiga muscular
Inclinómetros (Armstrong et al.,
1993)
São aplicados no segmento do corpo e a medida angular da
secção do corpo é igualmente referida pelo aparelho.
Acelerómetros (Salvendy, 2012)
Dispositivos que combina tecnologia elétrica e mecânica com o
intuito para medir a aceleração de um corpo aquando de uma
força externa.
2.3.3 Método direito técnica de actigrafia
A técnica de actigrafia é utilizada para registar e avaliar atividade física por um longo período.
Esta técnica tem sido usada em várias áreas científicas como: medicina, saúde ocupacional,
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais
16 Fundamentação do trabalho
bioquímica, genética e biologia molecular, enfermagem, ciências biológicas e agrícolas,
engenharia, psicologia, ciência ambiental, neurociência, ciências sociais já alguns anos, para
motorização da atividade físicas diárias e quantificação de atividade do corpo inteiro.
No final do seculo XX a técnica de actigrafia tem sido aplicada de forma primordial na medicina
do sono para identificar doenças relacionadas com problemas em dormir (Sadeh & Acebo, 2002).
Os estudos com actigrafia na área da medicina são aplicados em atividade reduzida para doentes
que tiveram (acidente cerebral, alterações cardiorrespiratórias após o bypass gástrico, saúde
cardiometabólica, cancro), avaliação das atividades físicas e seus comportamentos na população
doente, idosos e crianças (Telles, Corrêa, Caversan, Mattos, & Alves, n.d.)(Van Someren, 2011).
Na segurança ocupacional a técnica de actigrafia tem sido utilizada para estimar a capacidade
física, gasto energético, doenças de sono nos trabalhos por turnos durante as suas atividades (Zhu,
Jankay, Pieratt, & Mehta, 2017) (Takahashi et al., 2014).
A técnica de actigrafia determina parâmetros como: movimento do corpo, tempo consumido
durante a atividade (sedentária, ligeira, moderada, vigorosa), consumo energético, períodos de
sono e períodos de tempo acordado, posição sentado e em pé e níveis da luz ambiente (ActiGraph,
2014).
Estes parâmetros são desenvolvidos através do registro de dados em bruto de aceleração, que são
convertidas em variáveis de atividade e medidas de sono, que são processadas pelo software
ActiLife.
Estas variáveis são: aceleração em bruto, contagens nos eixos (x, y e z), gastos energéticos, passos
dados, intensidade da atividade física, tempo sedentário, tempo de atividade, inclinómetro,
períodos de sono e os níveis de luz ambiente.
Uma vez que esta técnica regista acelerações e ângulos de atividade física, sustenta-se assim a
utilização da técnica como ferramenta de apoio de análise ergonómica.
O ActiGraph GT3X é um monitor de atividade (ou seja, acelerómetro) usado para avaliar a
atividade física dos seres humanos, e é um dos equipamentos mais utilizado na técnica de
actigrafia, por ser de baixo custo, de fácil utilização, por fazer a monitorização dos movimentos
até 25 dia, mede através da aceleração em três planos ortogonais individuais (VT, AP e médio-
lateral ML) e fornece a contagem de atividade como uma magnitude vetorial composta desses três
eixos (VM3) (ActiGraph, 2014).
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnica
Santos, Solange 17
Figura 5 - Representação dos eixos do equipamento Actigraph Gt3X+
Este modelo tem sensores triaxial que permitem detetar as acelerações nos planos vertical (X),
horizontal direita-esquerda (Y) e horizontal frente-trás (Z) como mostra a Figura 5, como também
a inclinação. Este dipositivo permite também verificar se o aparelho está a ser usado ou não. É
possível programar a data/hora de início e fim da recolha tornando-se bastante útil quando
queremos analisar a atividade física ao longo de vários dias, diferenciado as alturas do dia em que
o sujeito, por exemplo, está a dormir (ActiGraph, 2014).
Verifica-se que existem cinco métodos de avaliação. A metodologia a adotar é bastante importante.
Na atualidade, os métodos de observação são os mais utilizados para profissionais com tempo e
recursos limitados.
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais
18 Fundamentação do trabalho
2.4 Enquadramento Legal e Normativo
Existem diversos diplomas na legislação portuguesa relacionados a lesões músculo-esqueléticas,
sendo os de maior relevância os da Tabela 6.
A Lei 102/2009 dita os princípios gerais de prevenção, onde, segundo o artigo 5º: “O trabalhador
tem direito à prestação de trabalho em condições que respeitem a sua segurança e a sua saúde,
asseguradas pelo empregador ou, nas situações identificadas na lei, pela pessoa, individual ou
coletiva, que detenha a gestão das instalações em que a atividade é desenvolvida.”
Existem atualmente diretivas europeias únicas cobertas por várias diretivas relativas a distúrbios
músculo-esqueléticos, onde as diretivas relevantes incluem a «diretiva-quadro» de segurança e
saúde no trabalho (SST) e as diretivas que abrangem os seguintes temas: movimentação de cargas,
equipamentos de trabalho, prescrições mínimas de segurança e de saúde nos locais de trabalho e
prescrições mínimas de segurança e de saúde respeitantes ao trabalho com equipamentos dotados
de visor (computar) que se encontram descritas na Tabela 6
Tabela 6 - Diplomas da Legislação Portuguesa aplicável á prevenção de LME
DIPLOMA DESCRIÇÃO REFERENCIA
Lei nº. 102/2009, de 10 de setembro
Regime jurídico da promoção da
segurança e saúde no trabalho, de
acordo com o previsto no artigo 284 do
código do trabalho.
(Assembleia da República
2009b)
Portaria 53/71 de 3 de fevereiro
Aprovação do Regulamento Geral de
Segurança e Higiene do trabalho em
estabelecimentos industriais.
(Ministérios da Economia
das Corporações e
Previdência social e da
saúde e assistência, 1971)
Decreto-Lei nº. 330/93, de 25 de
setembro
Prescrições mínimas de segurança e
saúde á movimentação manual de
cargas.
(Ministério do trabalho e da
segurança social, 1993)
Decreto Regulamentar nº 6/2001, de
5 de maio
Lista das Doenças profissionais e seus
respetivos índices codificados.
Ministério do trabalho e da
solidariedade, 2001)
Lei nº 7/2009 de 12 de fevereiro Aprovação a revisão do código do
trabalho.
(Assembleia da república,
2009a)
Decreto-Lei nº. 352/2007, de 23
fevereiro
Tabela nacional de incapacidades. Ministério do trabalho e da
solidariedade social,
2007b)
Decreto Regulamentar nº 76/2007
de 17 de julho
Alteração dos capítulos 3º e 4º da lista
das doenças profissionais.
Ministério do trabalho e da
solidariedade social,
2007b)
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnica
Santos, Solange 19
Tabela 7 - Diretivas Europeias relativas á prevenção de LMERT
Existem ainda , as ISO normas criadas pela Organização Internacional de Padronização (ISO), que
tem como objetivo melhorar a qualidade dos produtos e serviços das organizações mundiais, as
mesmas são aplicadas em varias áreas como: qualidade , ambiente, segurança e saúde relacionadas
com segurança e saúde no trabalho como mostra Tabela 8.
Tabela 8 - Normas Internacionais ISO relativas aos requisitos ergonómicos
Normas ISO Descrição
ISO 11064-4:2013 Design ergonómico de centros de controlo- parte 4: layout e dimensões de postos de
trabalho.
ISO 11226:2000 Avaliação de posturas de trabalho estático
ISO 11228-1:2003 Movimentação manual- Parte 1: Elevação e Suporte.
ISO 11228-2:2007 Movimentação manual- Parte 2: Impulso e Arrastamento.
ISO 11228-3-2007 Movimentação manual- Parte 3: Manipulação de cargas leves a elevadas frequências.
Diretivas Descrição
2002/44/CE do Parlamento Europeu e do
concelho, de 25 de junho de 2002
Prescrições mínimas de segurança e saúde em matéria de exposição dos
trabalhos aos riscos devidos aos agentes físicos (vibrações) ou a tarefa
especifica.
90/269/CEE do concelho, de 29 de maio de
1990
Prescrições relativa às condições mínimas de requisitos de segurança para o
manuseamento manual de cargas.
90/270/CEE
Prescrições relativa às prescrições mínimas de segurança e de saúde aplicáveis
ao trabalho com equipamento de ecrã.
89/391/CEE, de 12 junho de 1989
Prescrições relativa à aplicação de medidas destinadas a promover a melhoria
da segurança e da saúde dos trabalhadores no trabalho.
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais
20 Fundamentação do trabalho
2.5 Conhecimento Científico
Avaliação Ergonómica de postos de trabalho com aplicação de diferentes técnicas: seguindo os
tópicos considerados no início do projeto, foi realizada uma revisão bibliográfica para realizar os
objetivos definido.
A revisão foi elaborada segundo as diretrizes para a execução de revisões sistemáticas PRISMA
Statement (Moher, Liberati, Tetzlaff, & Altman, 2009)
Com base nos critérios do PRISMA foi feita uma seleção 28 artigos. O procedimento e os critérios
estabelecidos são descritos nas próximas linhas.
2.5.1 Estratégia de Pesquisa
A pesquisa foi desenvolvida através de 5 bases de dados: Academic Search Complete, Scopus,
Science Direct, Pubmed, Web of Science, com base nas palavras-chaves estruturadas.
Está revisão bibliográfica foi direcionada na leitura de artigos que abordam conteúdos relacionados
avaliação ergonómica em contexto real de trabalho, aplicação de técnicas ergonómicas para avaliar
dor e desconforto ao risco a LMERT. Assim as palavras-chaves selecionadas foram agrupadas em
dois grupos como mostram as Figura 6 e Figura 7.
Figura 6 - Primeiro grupo de palavras-chaves
1º GrupoAvaliação
Ergonómica
Em mulheres que trabalham em
contexto ocupacional
administrativo e limpeza
profissional
Métodos
Risco Ergonómico
Lesões músculo-esqueleticas
Avaliação postural
Repetitividde de movimentos
Normas
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnica
Santos, Solange 21
Figura 7 - Segundo grupo de palavras-chaves
O grupo de palavras-chaves acima de foram agrupadas, com objetivo de formar palavras-chaves
que seriam capazes de fornecer resultados relacionados a avaliação ergonómica com aplicação de
diferentes técnicas, aplicadas no setor de limpeza profissional, administrativo e técnicas de
laboratório. Depois de ter aplicado os grupos de palavras cruzadas, obteve-se um total de 6
combinações conforme mostra a Figura 8.
Figura 8 - Palavras chaves
Estas combinações formadas, utilizadas nas bases de dados, obtiveram um total de 68977 registos.
Os primeiros dados sem filtros tiveram os seguintes valores (6718 do Scopus, 7949 da Pubmed,
19116 da Science Direct, 2782 da Web of Science, da Academic Search Complete 32409 e registos
identificados noutras fontes).
2º Grupo Acelerometros Actigraphy
Parametros
Quantificação de movimento
Identificação de Posição
Associação dos parametros ao risco de Lesão músculo-
esqueletica no trabalho
6º Actigraphy
5º Quantification of Movements
4º Repetitive movements
3º Posture assessment
2º Musculoskeletal injuries
1º Ergonomic assessment
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22 Fundamentação do trabalho
2.5.2 Critérios de Triagem
O critério de triagem foi aplicado em três fases de exclusão. Na primeira fase, foi aplicada através
dos filtros de pesquisa das bases de dados para obtenção de resultados relevantes. O primeiro
critério foi “Date” onde os anos selecionados foram 2014 a 2019. Este período foi definido pois
são interessantes os artigos mais recentes relacionados com as metodologias de análise
ergonómica. O segundo critério foi “Document Type” onde foram selecionados apenas os artigos,
o terceiro critério foi “Source type” onde foram selecionados apenas os jornais e o quarto critério
foi “Language” onde foram escolhidos apenas os artigos em inglês, tendo como resultado 489
artigos. Uma vez que vários destes artigos foram duplicados, foi feita uma segunda exclusão e
obteve-se um total de 189 artigos. A terceira fase de exclusão seguiu as seguintes diretrizes:
a) Foram analisados os títulos e os resumos dos artigos. Caso uma das condições
seguintes não se fizesse cumprir os artigos não eram selecionados.
✓ Estudos que não aplicavam técnicas ergonómicas de autorrelato,
observação e medição de atividade física;
✓ Estudos que não faziam avaliação ergonómica corpo-inteiro;
✓ Estudos que não têm como amostra mulheres;
✓ Estudos que não utilizavam Actígrafo.
b) Os artigos com texto completo foram recorridos, sempre que o título e o resumo
fornecessem informações suficientes.
A partir desta fase, foram selecionados 189 artigos, para determinar se os critérios de seleção foram
cumpridos.
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnica
Santos, Solange 23
2.5.3 Critérios de elegibilidade
Os artigos foram incluídos se apenas as condições se fizessem cumprir:
1. Avaliação de lesões músculo-esqueléticas em atividades sedentárias e dinâmicas como:
escritórios, limpeza profissional e técnica de laboratório. Foram incluídos (8 artigos);
2. Aplicação do método REBA e o questionário nórdico em mulheres, nas atividades
sedentárias e dinâmicas como: escritórios, limpeza profissional e técnica de laboratório.
Foram incluídos (10 artigos);
3. Aplicação da técnica de actigrafia medida pelo equipamento Actigraph wGT3X-BT para
avaliar atividade física através dos parâmetros no pulso, cintura e tornozelo. Foram
incluídos (10 artigos).
Este processo resultou no total de 28 artigos.
A Figura 9 apresenta o fluxograma das fases da revisão bibliográfica.
Figura 9 - Etapas da revisão bibliográfica
Sel
eção
In
clusã
o
Ele
gib
ilid
ade
Iden
tifi
caçã
o
Total de artigos identificados nas bases de
dados
(n = 68974)
Registos identificados depois dos filtros de
busca (n = 489)
Registros
duplicados
(n = 200)
Registos eleitos para leitura de resumo
(n = 189) Registros excluídos
(n = 98)
Artigos de texto complete avaliados para
elegibilidade (n = 91) Artigos de texto
completo
excluídos com
motivos
Estudos incluídos na síntese qualitativa
(n = 28)
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24 Fundamentação do trabalho
2.5.4 Resultados Gerais
Seguindo á metodologia PRISMA, obtiveram um total de (68977) artigos identificados pela
primeira vez e foram reduzidos para 28 artigos. Ao longo da fase de triagem obtiveram-se os
seguintes valores conforme mostra a Tabela 9.
Tabela 9: Síntese da fase de Triagem.
Base de dados Artigos coletados
sem filtros
Date Document
type
Source type Language Esquerda
total
Scopus 6718 5272 2477 470 400 289
Pubmed 7949 5630 4530 573 473 36
ScienceDirect 19116 13190 1933 1536 321 22
Web of Science 2782 2091 1553 117 99 100
Academic Search
Utmate
32409 24931 1930 500 450 39
Total 68977 51117 12426 3199 1746 489
Após a conclusão da primeira fase foram identificados 68977 artigos, depois de aplicar a fase de
exclusão obtive um total de 489 artigos destes 200 eram duplicados, depois de excluir os
duplicados obtive um total de 189 artigos que passaram a fase final. Depois de ler os resumos que
estavam dentro do grupo de palavras-chaves selecionadas, após leitura dos resumos e validação
do grupo de palavras chaves escolhidas foram removidos 98 artigos. Assim aplicado os critérios
de elegibilidade como mostra a tabela
Tabela 10.
Tabela 10 - Critérios de Elegibilidade
Critérios Descrição Artigos
filtrados
Resultados
após filtros
1) Avaliação de lesões
músculo-esqueléticas em
atividades sedentárias e
dinâmicas.
Artigo de revisão 10 81
Método REBA e questionário nórdico 10 71
Não aplicados em mulheres 20 51
Não aplicados em atividade de escritório,
limpeza profissional e técnica de laboratório 7 44
2) Aplicação da técnica
de actigrafia
Não utilizam o equipamento actigraph wGT3X-
BT ou utilizam um similar 15 28
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnicas
Santos, Solange 25
Tabela 11 - Resumo dos artigos selecionadas para o estudo
Título Autores Ano País Método/Equipamento Amostra Resumo
Uni-andtriaxial
accelerometric signals agree
during daily routine, but show
differences between sports
Maia P. Smith,
Alexander Horsch,
Marie Standl,
Joachim Heinrich &
Holger Schulz
(2018) Granada ActiGraph GT3X 1402
O objetivo deste estudo foi estabelecemos se os sinais
uniaxiais monitoram adequadamente a atividade de
rotina e se a acelerométrica triaxial pode deteta
variações específicas do exporte no padrão de
movimento.
Estimation Of Energy
Expenditure Using CSA
Accelerometers At Hip And
Wrist Sites
Swartz, Ann M.
Strath, Scott J.
Bassett, David R
Obrien, William L.
King, George A.
Ainsworth, Barbara
E.
O’brien, William L
King, George A.
Ainsworth, Barbara
E.
(2003) EUA Acelerómetros Cosmed
K4b 2
12 O objetivo deste estudo foi desenhado para estabelecer
modelos de previsão que relacionam dados do
acelerômetro de quadril e punho ao gasto de energia
(EE) em cenários de campo e laboratório. Também
procuraram determinar se adição de um acelerômetro de
pulso melhoraria significativamente a previsão de EE
(METs), em comparação com um modelo que usassem
apenas um acelerômetro de quadril.
Physiological, Subjective And
Postural Loads In Passenger
Train Wagon Cleaning Using
A Conventional And
Redesigned Cleaning To
Kumar, Rupesh
Chaikumarn,
Montakarn
Kumar, Shrawan
(2005) Canadá ND
13 Este estudo foi realizado, quando os trabalhadores
realizavam as suas tarefas normais, para obtiver o
consumo de oxigênio, a frequência cardíaca, a avaliação
do esforço quando adotavam as posturas habituais. O
esforço percebido durante a tarefa de limpeza usando a
"ferramenta de limpeza projetada" foi menor do que a
"ferramenta de limpeza convencional"
Estimation Of Resistance
Exercise Energy Expenditure
Using Accelerometry
Eric S. Rawson
And Talia M.
Walsh
(2009) ND acelerômetros
(ActiGraph GT1M) e
(CosMed K4b2)
30 O objetivo estimar a despesa energética do exercício de
resistência utilizando acelerométrica.
Computational Methods For
Estimating Energy
Expenditure In Human
Physical Activities
Shaopeng Liu1,
Robert X. Gao1,
And Patty S.
Freedson
(2011) EUA Acelerómetros e sensores de
pressão dos pés
ND O objetivo deste estudo foi produzir uma metodologia
computacional válida, confiável para estimar o gasto
energético através dos sensores.
PhysicalActivity Monitoring
By Use Of Accelerometer-
Based Body-Worn Sensors In
Older Adults: A Systematic
Literature Review Of Current
Knowledge And
Applications
Kristin Taraldsena,
Sebastien F.M.
Chastinb, Ingrid I.
Riphagenc, Beatrix
Vereijkend,
Jorunn L.
Helbostada.
(2011) Noruega Acelerómetros
ND Este estudo tem como objetivo fazer revisão sistemática
a literatura sobre variáveis de atividade física derivadas
de sensores durante o monitoramento a longo prazo em
idosos saudáveis e em tratamento.
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais
26 Fundamentação do trabalho
Individual And Work-Related
Risk Factors For
Musculoskeletal Pain: A
Cross-Sectional Study Among
Estonian Computer Users
Oha, Kristel
Animägi, Liina
Pääsuke, Mati
Coggon, David
Merisalu, Eda
(2014) Estónia Questionário nórdico
(NMQ)
415 Objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência de dor
músculo-esquelética (NMQ) por região anatômica
durante os últimos 12 meses e investigar sua associação
com características pessoais e fatores de risco
relacionados ao trabalho entre trabalhadores de
escritório estonianos usando computadores.
An Ergonomic Assessment Of
Sample Preparation Job
Tasks In A Chemical
Laboratory
Mork, Meshel A
Choi, Sang D
(2015)
Bodymap e REBA ND
Este estudo tem como objetivo fazer uma revisão da
literatura ergonômica e de segurança indicou uma falta
de informações de avaliação postural para tarefas de
trabalho dentro de um laboratório químico.
Multi-Instrument Assessment
Of Physical Activity In Female
Office Workers
Sema Can1, Nevin
Gündüz2, Erşan
Arslan3, Elżbieta
Biernat4, Gülfem
Ersöz2, And Bülent
Kilit1
(2015) Turquia Questionário de avaliação
de atividade física (7-d
PAAQ), um multisensor e
um pedômetro
50- Mulheres Este estudo tem como objetivo avaliar atividade física
em trabalhadoras de escritório.
The Influence Of Vessel
Movements On The
Energy Expenditure Of
Fishermen In Relation To
Activities And Occupational
Tasks On Board
Tomas Breidahl1,
Michael
Christensen2,
Jørgen Riis
Jepsen3, Øyvind
Omland1
(2015) Dinamarca SenseWear Pro 3 4 Este estudo tem como objetivo, de explorar a relação
entre a exposição aos movimentos do navio e os gastos
energéticos dos pescadores durante várias atividades
físicas a bordo.
Veronesi Index Of Ergonomic
Risk For Activities Repetitive
Of Members Upper Limbs
Junior, José
Ronaldo Veronesi
Pereira, Rodrigo
Marçal
Da Silv, Rodiney
Pereira
(2015) ND REE-ARMS e OCRA 139 postos de trabalho Avaliar a confiabilidade da ferramenta REE-ARMS em
comparação com a ferramenta OCRA para análise de
risco ergonômico.
An Activity Index For Raw
Accelerometry Data And Its
Comparison With Other
Activity Metrics
Bai, Jiawei
Di, Chongzhi
Xiao, Luo
Evenson, Kelly R
Lacroix, Andrea Z
Crainiceanu,
Ciprian M
Buchner, David M
(2016) ND acelerômetro triaxial
(ActiGraph GT3X
194- Mulheres Este estudo fornece uma proposta inovadora e
transparente para simplificar dados de acelerométrica
em bruto amostrados claramente como pode servir
como uma alternativa para todos os níveis de
intensidade. A atividade sedentária melhorou
amplamente a sensibilidade em sedentarismo e
atividades leves sobre níveis de intensidade e
intensidade sedentária e ativa demonstram ainda mais
sua vantagem em estudos com adultos.
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnica
Santos, Solange 27
Differential Actigraphy For
Monitoring
Asymmetry In Upper Limb
Motor Activities
M Rabuffetti1,3, P
Meriggi1, C
Pagliari1, P
Bartolomeo2
And M Ferrarin1
(2016) Itália acelerômetros triaxiail
(programáveis
eZ430-Chronos, Texas
Instruments, EUA)
31 Este estudo tem como objetivo apresenta um novo
método para a actigrafia diferencial, que requer as
medições sincronizadas de dois acelerômetros triaxial,
(programáveis eZ430-Chronos, Texas Instrumentes,
EUA) colocados simetricamente em ambos pulsos.
Prevalence And Postural Risk
Factors Associated With
Musculoskeletal Disorders
Among Medical Laboratory
Personnel In Kashan In 2012
Falaki, S H
Akbari, H
Hannani, M
Derakhshan, M
Kashani, M M
(2016) Irão Questionário nordico
(NMQ)
168 Este estudo foi realizado para determinar a prevalência
e os fatores de risco posturais associados a distúrbios
osteomusculares entre o pessoal do laboratório médico
em Kashan em 2012
Redesign The Cleaning Tools
From Analysis Of Working
Postures At A Cleaning Job
Using The Task Analysis And
OWAS Methods
Ming-Hsu Wangbi-
Hui Chenwen-Ko
Chiou
(2016) EUA
OWAS 30 Este estudo fez análise da postura adotadas pelos
trabalhadores através do método OWAS para
redesenhar as ferramentas de limpeza assistente. eles
associam comprimento das ferramentas pelas alturas
dos trabalhadores e o ângulo da ferramenta de limpeza.
Assim a reformulação dos materiais/ferramentas
ajudaria os trabalhadores de limpeza a trabalharem sem
posturas com extensão excessiva, para reduzir a má
postura.
The Importance Of
Ergonomics Analysis In
Prevention Of Msds: A Pilot
Study
Coelho, C.,
Oliveira, P., Maia,
E., Maia, J., &
Dias-Teixeira
(2016) Suíça Checklist OSHA, RULA e
Equação NIOSH
1300 O objetivo deste estudo foi fazer avaliação ergonómica
e implementar condições de trabalho que evitem o
aparecimento de lesões músculo-esqueléticas.
A Study On The Ergonomic
Assessment In The
Workplace.
Tee, Kian Sek
Low, Eugene
Saim, Hashim
Wan Zakaria, Wan
Nurshazwani
Khialdin, Safinaz
Binti Mohd
Isa, Hazlita
Awad, M I
Soon, Chin Fhong
(2017) ND RULA e REBA ND Este artigo pretende revisar as abordagens e
instrumentos utilizados pelos trabalhos anteriores dos
pesquisadores na avaliação da ergonomia
Comparison Of Two
Accelerometers For
Measuring Physical Activity
And Sedentary Behaviour
Pfister, T.,
Matthews, C. E.,
Wang, Q., Kopciuk,
K. A., Courneya,
K., & Friedenreich,
C
(2017) ND acelerômetros ActiGraph
GT3X + e ativPAL3
266 Pesquisa sobre atividade física e comportamento
sedentário é a avaliação precisa da exposição no
contexto dos desfechos da doença. Os objetivos
primários deste estudo foram avaliar a validade
convergente e a confiabilidade dos acelerômetros
ActiGraph GT3X + e ativPAL3.
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais
28 Fundamentação do trabalho
Neck And Upper Extremity
Pain In Sonographers –
Associations With
Occupational Factors
Jenny Gremark
Simonsen, Anna
Axmon, Catarina
Nordander,
Ingerarvidsson
(2017) ND Questionário nórdico
(NMQ)
291- Mulheres Este estudo explora as associações entre condições de
trabalho e dor músculo-esquelética com base na
frequência e intensidade da dor no pescoço e nas
extremidades superiores.
The Effect Of Standing
Interventions On Acute Low-
Back Postures And Muscle
Activation Patterns
Fewster, Kayla M.
Gallagher, Kaitlin
M.
Callaghan, Jack P.
(2017) ND EMG 31 Este estudo teve como objetivo avaliar algumas
intervenções em pé comumente implementadas, em
diferentes posições em pé (Nível de Solo (controle),
Inclinado, Elevado e Escalonado) por 5 min cada. O uso
de uma superfície elevada mudou a postura da coluna
lombardos participantes de tal forma que os
participantes ficaram em uma postura mais flexionada
da coluna lombar.
Can Exposure Variation Be
Promoted In The Shoulder
Girdle Muscles By Modifying
Work Pace And Inserting
Pauses During Simulated
Assembly Work?
Letícia
Bergamin Januario,
Pascal Madeleine,
Marina Machado
Cid, Afshin
Samani, Na Beatriz
Oliveira
(2018) ND Analise de variância de
medidas repetidas (RM-
ANOVA)
18- Mulheres Este estudo investigou os efeitos agudos de alterar o
ritmo de trabalho e implementar dois tipos de pausa
durante uma tarefa de montagem. onde os trabalhadores
realizaram uma tarefa simulada em quatro condições
diferentes: 1) lentidão ou 2) ritmo de trabalho rápido
com 3) pausas passivas ou 4) ativas a cada dois minutos.
Comparison Of Work-Related
Musculoskeletal Symptoms
Between Male Cameramen
And Male Office Workers
Jeong, Han-Seur
Suh, Byung-Seong
Kim, Soo-Geun
Kim, Won-Sool
Lee, Won-Cheol
Son, Kyung-Hun
Nam, Min-Woo
(2018) Coreia do Sul Questionário nórdico
(NMQ)
293 Este estudo teve como objetivo comparamos a
frequência sintomatologia dos músculo-esqueléticos e
avaliação de risco ergonômico entre os dois grupos.
Ergonomic Assessment Of
Working Postures In Clothing
Sector With Scientific
Observation Methods
Isler M, Küçük M,
Guner M
(2018) Turquia REBA, OWAS e PLIBEL ND
O objetivo deste estudo é avaliar e comparar os
trabalhadores do setor de vestuário, através de três
métodos diferentes, a fim de determinar as posturas de
trabalho, identificação dos fatores de stress do sistema
músculo-esquelético e as exposições dependendo das
posturas de trabalho.
Long-Term Effects Of Sit-
Stand Workstations On
Workplace Sitting: A Natural
Experiment
Zhu, W
Gutierrez, M
Toledo, M J
Mullane, S
Stella, A P
Diemar, R
Buman, K F
Buman, M P
(2018) China biomarcadores 36 O objetivo deste estudo foi avaliar o tempo de espera no
local de trabalho, com biomarcadores e a produtividade
do trabalho durante um redesign do local de trabalho,
que incluiu a instalação de estações de trabalho seat-
stand.
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnica
Santos, Solange 29
Work-Related
Musculoskeletal Disorders In
Iranian Office Workers:
Prevalence And Risk Factors
Mohammadipour,
F., Pourranjbar, M.,
Naderi, S., & Rafie,
F
(2018) Kerman RULA e ROSA 129- Mulheres, 121-
homens
O objetivo deste estudo foi identificar a prevalência de
distúrbios músculo-esqueléticos (DME) e os riscos
ergonômicos para os trabalhadores do escritório da
Universidade de Medicina de Kerman.
Validation of the VitaBit Sit–
Stand Tracker:
DetectingSitting, Standing,
and Activity Patterns
Berninger, Nathalie
ten Hoor, Gill
Plasqui, Guy
(2018) Holanda VitaBIt Sit-Stand Tracker ND O objetivo do estudo foi estudar comportamento
sedentário (SB) e suas consequências prejudiciais e se
pode ser compensado por através de atividade física
moderada a excessiva (AF).
A Comparison Of Physical
Activity From Actigraph
GT3X+ Accelerometers Worn
On The Dominant And Non-
Dominant Wrist
Buchan, D S
Mcseveney, F
Mclellan, G
(2019) Reino Unido ActiGraph GT3X 55 O objetivo deste estudo foi avaliar a concordância entre
várias medidas de atividade usando dados de aceleração
bruta de acelerômetros usados simultaneamente no
pulso dominante e não dominante.
Intra-Rater And Inter-Rater
Reliability Of The Rapid
Entire Body Assessment
(REBA) Tool
Schwartz, Adam H
Albin, Thomas J
Gerberich, Susan G
(2019) EUA REBA ND Esta estudo tem como objetivo comprovar a
confiabilidade dos relatórios da REBA.
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnicas
Santos, Solange 30
2.6 Objetivos da Dissertação
2.6.1 Objetivo Geral
Este estudo tem como objetivo avaliar a dor, desconforto e o risco de lesões músculo-esqueléticas
em atividades sedentárias e dinâmicas, através de métodos convencionais e comparar com
indicadores de um sistema alternativo de avaliação, baseado em dados de actigrafia.
2.6.2 Objetivos Específicos
Os objetivos específicos são derivados do objetivo geral do trabalho e são apresentados como:
• Determinar a prevalência de sintomatologia músculo-esquelética através do questionário
nórdico;
• Avaliar os movimentos e execução de tarefas em contexto real através do método REBA;
• Evidenciar a possibilidade de uso da técnica de actigrafia através da recolha dos seus
parâmetros para prever a dor e o desconforto e o risco de lesão músculo-esquelética, através
de indicadores de posição e atividade.
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnica
Santos, Solange 31
3 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 Metodologia geral
A análise ergonómica foi realizada em contexto real de trabalho, a 32 trabalhadoras das quais 14
funcionárias de limpeza profissional, 4 técnicas de laboratório e 14 funcionárias de escritório, com
a utilização da metodologia apresentada na
Figura 10. Estes postos de trabalho foram escolhidos, pelo fato das tarefas serem variadas e
apresentarem ciclos temporais longos e normalmente adotarem posturas inadequadas ao longo do
dia de trabalho, fatores estes, que são indutores de dor, desconforto e ao risco de LMERT. Dessa
forma, a pesquisa bibliográfica foi uma constante em quase todas etapas da metodologia.
Dado o ciclo de trabalho de cada atividade escolhida e pelo fato de cada trabalhadora efetuar a
função em permanência, foi aplicado o questionário nórdico músculo-esquelético (ANEXO VIIII)
em versão portuguesa para identificar as principais queixas de dores e desconforto das
trabalhadoras, e identificar os potenciais fatores de risco de LMERT na perspetiva das
trabalhadoras. As respostas a este questionário forneceram um suporte às técnicas utilizadas na
análise ergonómica dos postos de trabalho e na escolha das tarefas mais críticas, que seriam alvo
de análise e orientações para o estudo.
Figura 10 - Metodologia geral
Escolha do tema
Definição dos postos de trabalho a avaliar
Observação dos trabalhadores
Recolha de dados
Definição dos objetivos
Escolha das tarefas a avaliar
Seleção dos métodos a aplicar
Tratamento dos dados
Discussão dos resultados
Conclusão e perspetivas futuras
Revisão bibliográfia
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais
32 Fundamentação do trabalho
3.2 Postos de trabalho analisados
Este estudo representa uma investigação que inclui uma declaração amplamente definida da
vontade do participante fazer parte do projeto e em cooperar com o investigador e os outros
participantes no processo.
Na pesquisa qualitativa, foram considerados os seguintes aspetos éticos: explicação detalhada do
ensaio e registos, o esclarecimento sobre finalidade e objetivos específicos do estudo, garantia da
confidencialidade e anonimato das declarações (através da atribuição de um código de conduta a
cada participante).
3.2.1 Limpeza profissional
No presente estudo foram analisadas as tarefas típicas de quatorze trabalhadoras de limpeza
profissional. De acordo com a análise da atividade de limpeza profissional desempenhada em
contexto escolar, foram observadas doze tarefas principais que as trabalhadoras executaram. Nesta
parte do trabalho o foco foi tarefas com movimentos repetitivos e posturas corporais.
A Figura 11 ilustra as tarefas típicas das trabalhadoras neste estudo que são: limpar o chão, varrer
o chão, limpar os armários, limpar casas de banho, recolha de lixo, limpar portas e mesas. Todas
estas tarefas foram filmadas e fotografadas no local de trabalho em contexto escolar para
posteriormente serem analisadas. Foram observadas 14 trabalhadoras e o tempo de observação
para cada uma delas foi de 2 h.
Figura 11 - Doze tarefas principais de limpeza nas escolas
As trabalhadoras trabalham 8 h/dia e 40 h semanais em dois tipos de horários. Um começa às 09
h e termina às 18 h, com uma pausa de 10 min às 10 h e outra pausa para o almoço de 1 h às 12 h,
outro horário tem início às 7 h e finalizam às 16 h, com uma pausa de 10 min às 8 h e tem outra
pausa para o almoço das 12 h às 13 h.
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnica
Santos, Solange 33
A observação em contexto real de trabalho permitiu constatar fatores que podem influenciar a dor
e desconforto e ao risco de LMERT, na atividade de limpeza profissional que são:
• Movimentos repetitivos ou contínuos;
• Flexão e torção da coluna;
• Posturas inadequadas com os joelhos e braços como mostra a Figura 12;
• Pausas reduzidas;
• Equipamentos de trabalho não ergonómicos;
• Ausência de formação por parte das trabalhadoras.
Figura 12 - Postura adotada ao apanhar o lixo na atividade de limpeza
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais
34 Fundamentação do trabalho
3.2.2 Técnica de laboratório
Foram observadas e analisadas as tarefas de quatro trabalhadoras na atividade de laboratório
químico em contexto escolar. O horário de trabalho é das 9 h às 18 h, com uma pausa para o
almoço das 12 h as 13 h e outra no meio da tarde para o lanche. As principais funções das técnicas
de laboratório são no domínio dos princípios das técnicas de análise qualitativa, quantitativa e de
instrumentação. Para além disso, esta profissional realiza ensaios, regista e interpreta os resultados,
selecionando os métodos e as técnicas mais apropriadas para a realização em contexto de
laboratório. As atividades observadas que a técnica realiza são:
• Identificação e realização dos principais ensaios e análises por sector de atividade como
pode-se observar na Figura 13;
• Dar assistência técnica aos utilizadores do laboratório;
• Recolher e preparar amostras de substâncias e produtos a analisar;
• Relacionar métodos e técnicas analíticas a cada processo/atividade;
• Interpretar resultados de ensaios e análises;
• Criticar resultados de ensaios e análises;
• Realizar tratamento e o processo de dados informaticamente;
• Armazenar e classificar produtos químicos tendo em conta a análise de risco do produto;
• Realizar a gestão de stocks;
• Realizar gestão de resíduos tóxicos e/ou perigosos caso se aplique.
Figura 13 - Postura adotada na atividade de laboratório
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnica
Santos, Solange 35
3.2.3 Trabalho de escritório ao computador
Foram observadas e analisadas as tarefas de 14 trabalhadoras na atividade de escritório ao
computador. Estas trabalhadoras permanecem a maior parte do tempo no escritório sentadas, entre
6 a 7 horas, a trabalhar ao computador executando tarefas variadas que vão desde a digitalização,
a escrita e/ou a leitura. O horário é das 9 h às 18 h, com duas pausas uma na hora do almoço de
uma hora e outra no final da tarde de dez minutos para o lanche. Estas tarefas são repetitivas por
um longo período.
Figura 14 - Posturas adotadas na atividade de escritório
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais
36 Fundamentação do trabalho
3.3 Materiais
Para recolha de dados e tratamento dos mesmos foram utilizados os seguintes materiais:
• Máquina fotográfica Canon 700D;
• 3 acelerómetros Actigraph WGT3X-BT e 3 cabos;
• Software ActiLife6 (versão 6.1.2.1; Cary, NC; USA);
• Software Microsoft Excel 2016.
3.4 Métodos de análise e avaliação postural ao risco de LMERT
As tarefas desenvolvidas em cada atividade evidenciam exigências físicas, organizacionais e
psicossociais distintas. Esta heterogeneidade implica que a escolha do método de avaliação
postural seja adequada às tarefas em estudo.
Os princípios dos métodos existentes para avaliação postural, resultam normalmente de
ocorrências particulares ou específicas, o que direciona a uma área restrita de aplicação dos
mesmos.
Após a observação das tarefas em cada atividade em estudo e revisão bibliográfica, foi feita uma
análise aos métodos disponíveis, e verificou-se que os métodos de avaliação postural que se
adequam ao estudo são o questionário nórdico porque pode ser utilizado com critérios pré-
definidos, em diagnósticos para diferentes grupos ocupacionais, possibilitando conjugar dados
com estudos realizados na área, instituindo-se como base de dados que pode ser usada para
descrever as diferenças entre os diversos postos de trabalho, e por estar validado
internacionalmente tem sido aplicado em estudos de situações reais de trabalho. É um dos
questionários de autoavaliação mais utilizados a nível mundial, no qual se foca no relato de
sintomatologia dor e desconforto dos membros superiores e inferiores, tendo sido atualizado para
uma versão mais recente designada de Nordic Muskuloskeletal Questionnaire (NMQ). Este
questionário está adaptado para ser aplicado a um amplo e diversificado número de postos de
trabalho e pode aplicar-se a um determinado grupo de trabalhadores.
No caso das LMERT, este tipo de questionário, pela natureza das questões que integra,
designadamente os aspetos ligados a relação com o trabalho e os critérios temporais, os sintomas
referidos pelos trabalhadores, possibilitam diagnosticar eventuais dor/desconforto e lesões, tão
precocemente quanto possível, contribuindo para uma interação limitadora de danos (Serranheira
et al., 2008).
E o REBA pois avalia o grau de exposição do trabalhador ao risco de LMERT do corpo inteiro
através das posturas inadequadas e permite avaliar a atividade muscular causada por uma postura
estática, dinâmica ou devido a mudanças bruscas ou inesperadas na postura, determinando o nível
de risco de lesão estabelecendo o nível de ação necessária e a urgência da intervenção (Hignett &
Mc Atamney, 2000). Neste contexto, foi ainda abordada uma nova possibilidade para análise
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnica
Santos, Solange 37
postural com a utilização do equipamento Actigraph WGT3X-BT por ser um equipamento que
avalia a atividade física por um longo período, por ser barato e de fácil utilização.
3.4.1 Questionário NMQ
O questionário NMQ tem como objetivo identificar as regiões afetadas pela sintomatologia de dor,
desconforto e LME.
Foi utilizada a versão traduzida e validada, para a população portuguesa, que contem questões
individuais (demográficas e antropométricas) como: idade, sexo, peso, altura, estado civil, horas
de trabalho, há quantos anos encontra-se a exercer a atividade e três questões relacionadas com
nove regiões anatómicas, sendo elas, o pescoço, ombros, cotovelos, punhos/mãos, região torácica,
região lombar, ancas/coxas, joelhos, tornozelo/pés.
As questões estão relacionadas com cada área anatómica sendo possível constatar se os
trabalhadores tiveram dores nos últimos 12 meses e nos últimos 7 dias e se procuraram ajuda
médica ou tiveram de se ausentar do trabalho. Para o levantamento do nível de dor, foi solicitado
às trabalhadoras que indicassem o grau de intensidade avaliado numa escala de dor de 0 a 10, e
ainda contém um diagrama para identificar todos os segmentos corporais envolvidos e a sua
respetiva escala de dor como mostra a Figura 15 (Kuorinka et al., 1987)
Figura 15 - Diagrama de representação das diferentes regiões corporais
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais
38 Fundamentação do trabalho
3.4.2 Método REBA (Rapid entire body assessment)
O método REBA (Rapid Body Assessment) analisa as posturas adotadas nos postos de trabalho
(Hignett & Mc Atamney, 2000).
Este método analisa a postura quanto aos riscos músculo-esqueléticos das tarefas executadas,
baseando-se fundamentalmente em seis princípios:
• Desenvolver uma análise postural aos riscos músculo-esqueléticos em diversas tarefas;
• Os segmentos corporais são divididos e codificados individualmente com referência ao
plano referencial;
• A atividade muscular é regida por um sistema de pontuação e classifica as posturas como:
estáticas, dinâmicas, mudança repentina e instável;
• Considerar a pega na manipulação das cargas;
• Implementa um nível de ação e indicação de urgência de medidas corretivas;
• Utiliza equipamento básico (papel e lápis).
O método REBA é aplicado em seis passos: observação da tarefa, seleção das posturas para
avaliação, atribuição de pontuação às posturas, efetuar o tratamento das pontuações, estabelecer
a pontuação final do REBA e, por último confirmar o nível de ação e a urgência das respetivas
medidas (Hignett & Mc Atamney, 2000).
Selecionadas as posturas para avaliação, os critérios a usar podem ser as posturas repetidas com
mais frequência, as posturas mantidas por mais tempo, as que exigem maior força e atividade
muscular, as posturas identificadas como causadoras de desconforto, as extremas, instáveis e as
posturas complexas que exigem aplicação de força.
O método utiliza uma folha de pontuação, onde são classificados os segmentos corporais para
depois pontuar, de acordo as posturas e os níveis de ação como mostra a Figura 16, a pontuação é
feita por dois grupos A e B, em que:
• Grupo A: tronco, pescoço, pernas;
• Grupo B: braços, antebraço, pulsos.
As pontuações das posturas do grupo B são efetuadas de forma separada para o lado direto e
esquerdo, tal como mostra a Figura 16.
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnica
Santos, Solange 39
As atribuições das pontuações dependem da posição, e deve ser feito o ajuste adicionado ou
subtraindo pontos nos diferentes segmentos corporais dos grupos A e B, utilizados as Tabela 12
e Tabela 13
Figura 16- Folha de pontuação REBA [adaptado de (Hignett & Mc Atamney, 2000)]
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais
40 Fundamentação do trabalho
Tabela 12 - REBA: Pontuações e ajustes para o grupo A [adaptado de (Hignett & Mc Atamney, 2000)]
Tabela 13 - REBA: Pontuações e ajustes para o grupo B(adaptado de (Hignett & Mc Atamney, 2000)
Braço Posição Pontuação Alterações à pontuação
Extensão 20º a flexão
20º
1 +1 de houver adução ou rotação de
braço
+1 se elevar o ombro
-1 se apoiado suportando o peso do
braço
Extensão > 20º Flexão
20º-45º
2
Flexão 45º-90º 3
Flexão >90º 4
Antebraço Movimento Pontuação Alterações à pontuação
Flexão 60º-100º
1
Flexão < 60 Flexão >
100º
2
Pulso Movimento Pontuação Alterações à pontuação
Flexão/extensão 0º -
15º
1
+1 se houver desvio ou rotação do
pulso Flexão/extensão
>15º
2
Tronco Movimento Pontuação Alterações à pontuação
Ereto 1 +1 se houver rotação ou
flexão lateral do tronco Flexão 0º-20º Extensão 0º-
20º
2
Flexão 20º-60º Extensão
>20º
3
Flexão >60º 4
Pescoço Movimento Pontuação Alterações à pontuação
Flexão 0º-20º 1 +1 se houver rotação ou
flexão lateral do
pescoço >20º Flexão ou Extensão 2
Pernas Posição Pontuação Alterações à pontuação
Peso bilateral, andando ou
sentado
1 +1 se a flexão dos
joelhos entre 30º e 60º
+2 se a flexão dos
joelhos
>60º (apenas em pé)
Peso unilateral ou postura
instável
2
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnica
Santos, Solange 41
Depois de determinadas as pontuações dos diferentes segmentos corporais dos grupos A e B,
pontuou-se a carga e o tipo de pega. Em seguida determinou-se a pontuação C que é o a juste de
acordo o tipo de atividade, assim obtendo-se a pontuação final REBA, está que é caraterizada de
acordo ao nível de risco e as ações a serem tomadas.
3.4.3 Avaliação da postural através dos acelerómetros Actigraph WGT3X-BT
Neste estudo o equipamento ActiGraph GT3X foi utilizado como uma nova possibilidade para
avaliação ergonómica das posturas adotadas no trabalho ao risco de LMERT.
Foram utilizados os 3 acelerómetros triaxial ActiGraph WGT3X-BT que foi colocado, firmemente
na cintura, sobre a anca (espinal ântero-superior) no lado direto do corpo, no pulso direito e no
tornozelo esquerdo de acordo com as especificações do fabricante.
Os acelerómetros foram previamente programados de acordo com o horário de trabalho, para
efetuarem medições de uma hora e por precaução, foram programados para iniciar cinco minutos
antes e terminar depois do tempo destinado a fazer a medição. Posteriormente, no software
ActiLife, foram selecionados os dados referentes o tempo útil de medição.
A frequência de amostragem deste monitor foi estabelecida em períodos de 30 Hz e 10 épocas para
coletar contagens de atividades do estudo.
O intervalo de recolha (épocas), foi recolhido tendo em conta as caraterísticas das atividades típicas
das trabalhadoras, permitindo num curto espaço de tempo analisar as acelerações realizadas, ou
seja, épocas de 10 segundos. Sendo assim, foram recolhidos, por trabalhadora, 360 momentos de
avaliação (Berninger, ten Hoor, & Plasqui, 2018).
Os dados apurados e armazenados no actigraph foram exportados para o software da actiLife
permite a exportação dos dados para Excel, onde podem ser analisados os parâmetros descritos na
Tabela 14. Para análise destes parâmetros foram exportados para Microsoft Excel, a fim de realizar
testes estatísticos, com o suplemento de análise estatística do Excel.
Tabela 14 - Variáveis recolhidas pelo acelerómetro WGT3X-BT
Variáveis Código do acelerómetro usado
Eixos x, y e z Número de contagens totais por eixo
Media contagens por eixo
Número máximo de contagens numa única ocorrência
Contagens por minuto por eixo
Magnitude do vetor Número de contagens
Media contagens
Número máximo de contagens numa única ocorrência
Contagens por minuto
Número de Passos Número de contagens
Médias contagens
Número máximo de contagens numa única ocorrência
Contagens por minuto
Épocas Número de épocas registados
Tempo Tempo de utilização
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais
42 Fundamentação do trabalho
Os dados depois de exportados para o Excel foram tratados estatisticamente, foi efetuada uma
análise exploratória dos dados com o intuito de relacionar a sintomatologia de dor e o desconforto
através da atividade física ao risco de LMERT.
Os parâmetros extraídos do equipamento para serem analisados foram:
▪ contagens no plano sagital do eixo transversal (Z) - pois é o eixo que representa a flexão,
extensão e hiperextensão da coluna, como mostra a Figura 17 ;
▪ o inclinómetro sentado - para verificar a prevalência de posição do sistema músculo-
esquelético;
▪ o vetor de magnitude VM - para verificar a magnitude vetorial através da soma dos 3
eixos x, y e z - com estes parâmetros realizou-se uma análise descritiva utilizando os
valores da média, mediana, moda, desvio padrão, variância.
Figura 17 - Representação dos planos e eixos
Com os valores extraídos do actigraph para o tronco, manifestaram-se as hipóteses que:
Hipótese 1 – “A dor e desconforto na zona lombar está relacionada aos movimentos efetuados
nesta região e podem ser explicados através das contagens por períodos de 10 segundos no eixo
transversal (z).”;
Hipótese 2 – “A dor e desconforto na zona lombar está relacionada aos movimentos efetuados
nesta região e podem ser explicados através do VM (vetor de magnitude).”;
Hipótese 3 – “A dor e desconforto na zona lombar está relacionada com os movimentos efetuados
nesta região e podem ser explicados através do tempo em que os indivíduos permanecem
sentados.”.
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnica
Santos, Solange 43
PARTE 2
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais
44 Fundamentação do trabalho
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
O foco principal desta dissertação foi a avaliação ergonómica com aplicação de diferentes técnicas.
As avaliações ergonómicas foram realizadas, em contexto real de trabalho. Estas as análises e
observações efetuadas incidiram nos movimentos musculares e nas posturas adotadas, pois
representam a sintomatologia de dor e desconforto e um elevado risco de desenvolver lesões
músculo-esqueléticas.
As técnicas aplicadas foram:
• O NMQ - avalia a prevalência e identificar as regiões afetadas pela sintomatologia de dor,
desconforto e lesões músculo-esqueléticas;
• O método REBA - avalia as posturas imprevisíveis nos postos de trabalho e analisa os
riscos músculo-esqueléticos nas mais variadas tarefas.
• Evidenciou-se estes métodos tradicionais com uma nova possibilidade para análise
postural utilizando os equipamentos Actigraph WGT3X-BT.
Os resultados deste estudo são apresentados em forma de gráficos e figuras com intuito de
sistematizar toda informação obtida.
4.1 Caraterização da amostra
A amostra em estudo representa um total de 32 trabalhadoras, no qual 44% é atividade de limpeza,
44% é atividade de escritório e 12% é atividade de laboratório como é possível observar na Tabela
18
Figura 18- Percentagem da amostra em cada atividade
44%
12%
44%
Distribuição das atividades
Limpeza Profissional Tec.de laboratorio Escritorio
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnica
Santos, Solange 45
Neste estudo todos indivíduos são do sexo feminino e são destras, isto é, a mão dominante é a
direita.
A amostra é caraterizada com o mínimo de 22 anos e máximo superior a 50 anos de idade, onde
cerca de 9 voluntárias, representando 31% da amostra tem mais de 50 anos e 25% representam a
atividade de limpeza profissional e a amostra restante é atividade de escritório como mostra Figura
19.
Figura 19- Percentagem de idade em cada atividade
O peso das participantes na atividade de limpeza teve uma média de 73,6 kg, laboratório 75,3 kg
e escritório 59,5 kg. A altura teve como máxima na limpeza 1,61 m, laboratório 1,70 m e escritório
1,59 m como mostra Figura 20.
Figura 20- Peso e altura
O índice de Massa Corporal (IMC) de cada participante permitiu relacionar o peso com altura de
cada participante, de forma a classificar, como sendo, baixo do peso quando o IMC estiver na faixa
9% 9%13%
6% 6%
16%
3% 6%6%
25%
Escritorio Limpeza Profissional Tec.de laboratorio
Percentagem de idade em cada posto de trabalho
20-29 30-39 40-49 50 +
59,5
159,0
73,6
161,0
75,3
1,7
Média de Peso (kg)
Máximo de Altura (cm)
Tec.de laboratorio Limpeza Profissional Escritorio
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais
46 Fundamentação do trabalho
(0 -18.5), saudável (18.6 - 24.9), peso em excesso (25 - 29.9), obesidade do grau 1 (30 - 34.9),
obesidade de grau 2 (35 - 39.9), e obesidade de grau 3 (+ 40). O IMC é calculado através da divisão
do peso (em quilogramas) pelo quadrado da altura (em metros).
De acordo com a Tabela 17, verificou-se que na atividade de limpeza há 9% com obesidade de
grau 1, 3% com obesidade de grau 2, 20% com excesso de peso. Na atividade de laboratório 22%
da amostra está com excesso de peso e 3% está com obesidade de grau 2. Na atividade de escritório
13% está em excesso de peso.
Relativamente à escolaridade os dados apontam que na atividade de limpeza profissional a maior
parte tem apenas a 4º classe. Na atividade de escritório e técnica de laboratório a maior parte são
licenciadas como mostra Figura 22.
Figura 22 - Escolaridade
0-18,5 18,6-24,9 25-29,9 30-34,9 35-39,9 40+
Abaixo Saudável Peso emexcesso
Obesidade 1 Obesidade 2 obesidade 3
0%
6%
22%
9%6%
0%0%3%
6%
0%3%
0%3%
28%
13%
0% 0% 0%
Indice de Massa CorporalLimpeza Profissional Tec.de laboratorio Escritorio
4º ano 6º ano 9º ano 12º ano licenciada Mestre doutorada
9
1
3
0 0 0 00 0 0 0
2
1
00 0 0 0
7
3 3
0 0 0 0
1
0 0
Limpeza Profissional Tec.de laboratorio Escritorio Escritorio/ arquivo
Figura 21 - Índice de massa corporal
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnica
Santos, Solange 47
Relativamente à amostra avaliada 56% trabalha na atividade entre 1 a 18 anos, 28% trabalha na
atividade à mais de 20 ou 27 anos e 16% trabalha na atividade pelo menos entre 2 a 8 meses como
mostra Figura 23.
Figura 23 - Antiguidade na atividade
Relativamente ao horário semanal, 28 dos participantes (88%) trabalha 40 horas semanais e apenas
4 na atividade da limpeza (13%) trabalha 35 horas semanais como mostra a Figura 24.
Figura 24 - Horas de trabalho
6%
0%
9%
0%
22%
9%
25%
0%
16%
3%
9%
0%
0% 5% 10% 15% 20% 25% 30%
Tec.de laboratorio
Limpeza Profissional
Escritorio
Escritorio/ arquivo
20 anos- 27 anos 1 ano- 18 anos 2 meses-8meses
4
14
10
4
Escritorio
Limpeza Profissional
Tec.de laboratorio
40
35
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais
48 Fundamentação do trabalho
4.2 Aplicação do questionário nórdico
O questionário NMQ permitiu fazer análise das prevalências da sintomatologia músculo-
esquelética nos diferentes segmentos corporais nos últimos 7 dias e ao longo dos 12 meses aponta
a possibilidade de a dor aparecer de forma intermitente, o que poderá, provavelmente, indicar a
presença de casos sintomáticos (Carrolo, 2011).
4.2.1 Sintomas músculo-esqueléticos na atividade de limpeza profissional
De acordo com o questionário nórdico houve diferenças nos relatos de sintomatologia de dor e
desconforto músculo-esqueléticos das participantes que trabalham na atividade de limpeza
profissional. Relativo a dor e desconforto dos participantes nas diferentes regiões anatómicas nos
últimos 12 meses, foi comum o relato de dor na região lombar (86%), região tornozelo e pés (64%),
ombros (57%). Foi também frequente o relato de sintomas nas regiões das ancas e coxas, joelhos,
punhos e mãos, como mostra a Tabela 15
A prevalência de sintomatologia na região lombar, ombros, punhos e mãos está relacionada com
as posturas inadequadas adotadas pelas trabalhadoras, mau manuseio de cargas e pelo facto de a
maior parte das trabalhadoras nesta atividade terem mais de 50 anos. Segundo a declaração da
OMS sobre o envelhecimento e a capacidade de trabalho, a atividade de limpeza é conjunto de
tarefas que atrai mulheres mais velhas e com pouca qualificação literária, pois partem sempre do
pressuposto que o trabalho de limpeza é uma ocupação de caracter físico.
No entanto, estudos de apontam que trabalhadores mais velhos, que praticam atividade muscular
estática prolongada, uso excessivo de capacidade muscular, movimentos repetitivos, elevação,
transporte, flexão e torção são posturas comuns no trabalho de limpeza, o qual apresenta maior
risco para desenvolver distúrbios músculo-esqueléticos. Comparando este estudo com o presente
trabalho, os trabalhadores relataram desconforto músculo-esquelético em pelo menos uma parte
do corpo devido ao trabalho sendo que, 90% dos participantes deste eram trabalhadores de
limpeza. Das nove partes do corpo questionadas, as mais relatadas foram: mão e punho (41,7%),
ombros (41,1%), região lombar (37,88%) e cotovelo (33,3%).
Neste estudo associa-se também a prevalência de dor no tornozelo e pés, ancas e coxas devido ao
facto de permanecerem em pé ao longo das 8 horas de trabalho com apenas 10 minutos de pausa
para o lanche na parte da manhã e uma hora de almoço na parte da tarde. Apesar de ser uma
atividade dinâmica, a postura em pé determina uma sobrecarga estática sobre os músculos que
pode contribuir para a ocorrência de dores nos membros inferiores (Chang, Wu, Liu, & Hsu
(2012)).
Referente ao relato dos participantes no questionário nórdico, se as mesmas foram impedidas ou
evitaram as suas atividades normais (trabalho, serviço doméstico ou passatempo) nos últimos 12
meses por causa de problemas nas diferentes regiões anatómicas, as mesmas relataram sentir dor,
mas a maioria diz que faz o trabalho mesmo com dor, pois evitam situações de baixa médica devido
á redução de salário, e por medo de serem dispensadas do trabalho devido a idade e a escolaridade,
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnica
Santos, Solange 49
e ao facto de ter maior probabilidade de não encontrar outro emprego. Os valores apresentados no
questionário nórdico são referentes apenas quando as mesmas tiveram de baixa, ou hospitalizadas,
devido a sintomatologia nas seguintes regiões lombar (21%), ancas e coxas (14%), joelhos (21%)
e tornozelo e pés (7%) como mostra a Tabela 20.
Regista-se que no geral a trabalhadora de limpeza tem várias sintomatologias em diferentes zonas
do corpo. Implementando pequenas ações como formação durante a atividade profissional e
utilização correta dos equipamentos estas podem melhorar a longo prazo a sua saúde, de forma a
que no futuro a percentagem referente a dor e desconforto tenha uma redução acentuada.
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais
50 Fundamentação do trabalho
Tabela 15 - Sintomas músculo-esqueléticos na atividade de limpeza profissional
4.2.2 Sintomas músculo-esqueléticos na atividade de Escritório
De acordo com o questionário nórdico os sintomas músculo-esqueléticos dos participantes que
trabalham na atividade de escritório, houve diferenças relativo á dor e desconforto dos
participantes nas diferentes regiões anatómicas nos últimos 12 meses. Os participantes tiveram
mais dor na região lombar (57%), joelho (43%), pescoço (29%), tornozelo e pé (29%), e foi
também mais frequentemente reportado sintomas nas regiões do tornozelo e pé, pescoço, ombros,
punho e mão direita como a
Sintomas nas: últimos 12 meses
teve algum
problema tal
como dor,
desconforto ou
dormência
últimos 12 meses
teve que evitar as
atividades normais
(trabalho, serviço
doméstico ou passa
tempo)
Últimos
7 dias
Partes do corpo N % N % N %
Pescoço 3 29 0 0 1 7
Ombro direito 2 21 0 0 0 0
Ombro esquerdo 0 0 0 0 0 0
Ombro- ambos 8 21 0 0 5 36
Cotovelo direito
0 0 0 0 0 0
Cotovelo
esquerdo
0 0 0 0 0 0
Cotovelo-ambos 0 0 0 0 0 0
Punhos/mão
direto
5 21 0 0 3 21
Punhos/mão
esquerdo
0 0 0 0 0 0
Punhos/mão-
ambos
0 0 0 0 0 0
Região lombar 0 0 0 0 1 7
Ancas/coxas 12 86 3 21 14 10
Joelhos 7 50 2 14 9 64
Tornozelos/pés 7 50 3 21 7 50
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnica
Santos, Solange 51
Tabela 16. Estes resultados demostram que o trabalhador tem sintomas músculo-esqueléticos pelo
menos num dos membros. Estes sintomas são devidos à posição estática por longos períodos,
repetição contínua dos mesmos movimentos, condições de trabalho e os trabalhadores não terem
noção das técnicas ergonómicas que podem adotar e, assim tornar o seu trabalho mais confortável.
Comparando com o estudo de Choobineh et al. (2011), o mesmo também encontrou o problema
lombar como o mais comum entre os trabalhadores de escritórios, e também prevalência de
sintomatologia músculo-esqueléticas em outras regiões como ombros, pés e tornozelos.
Já o estudo de Oha et,al, (2014) tem resultados semelhantes ao presente estudo , onde registou
prevalência de dor nas regiões do pescoço (51%), lombar (42%), punho e mão (35%) e dor no
ombro (30%). O mesmo associa a prevalência de sintomatogia à idade avançada, exaustão
emocional, pelo trabalho em si e a baixa segurança no trabalho.
As queixas músculo-esqueléticas envolvendo pescoço e membros superiores são comuns entre
trabalhadores ao computador (Wærsted, Hanvold, & Veiersted, 2010). A prevalência de dor
músculo-esquelética nestes trabalhadores varia entre 55% e 69% com dores nas costas (pescoço e
região lombar), 31% a 59% em membros superiores. A dor mais prevalente nestes trabalhadores é
a dor lombar e é mais relatada pelas mulheres (Bragatto, Bevilaqua-Grossi, Regalo, Sousa, &
Chaves, 2016).
Referente ao relato anotado no questionário nórdico se as mesmas foram impedidas ou evitaram
as suas atividades normais (trabalho, serviço doméstico ou passatempo) nos últimos 12 meses por
causa de problemas nas diferentes regiões anatómicas, as mesmas relataram que tiveram dor, mas
fazem o trabalho mesmo com dor. Por isso, os valores apresentados são apenas quando as mesmas
tiveram de baixa ou hospitalizadas devido a sintomatologia na região lombar (21%), joelho (14%),
tornozelo e pés (7%) e pescoço e ombros (7%) como Tabela 16
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais
52 Fundamentação do trabalho
Tabela 16 - Sintomas músculo-esqueléticos na atividade de escritório Sintomas
nos:
últimos 12 meses
teve algum problema
tal como dor,
desconforto ou
dormência
últimos 12 meses teve
que evitar as
atividades normais
(trabalho, serviço
doméstico ou passa
tempo)
Últimos
7 dias
Partes do corpo N % N % N %
Pescoço 4 29 1 7 3 21
Ombro direito 3 21 1 7 0 0
Ombro
esquerdo
1 7 0 0 6 43
Ombro- ambos 0 0 0 0 0 0
Cotovelo direito
0 0 0 0 0 0
Cotovelo esquerdo
0 0 0 0 0 0
Cotovelo-ambos 0 0 0 0 0 0
Punhos/mão
direto
3 21 1 7 0 0
Punhos/mão esquerdo
1 7 0 0 0 0
Punhos/mão- ambos
0 0 0 0 0 0
Região Torácica
0 0 0 0 0 0
Região lombar 8 57 3 21 9 64
Ancas/coxas 2 14 0 0 0 0
Joelhos 6 43 2 14 3 21
Tornozelos/pés 4 49 1 7 1 7
4.2.3 Sintomas músculo-esqueléticos na atividade de técnica de laboratório
Os participantes que trabalham na atividade de laboratório relataram, mais dor na região lombar
(75%), pescoço (75%) e na região do tornozelo e pés (50%). E foi também frequentemente
reportado sintomas nas regiões do ombro direto, cotovelo direito, punhos e mãos, ancas e coxas e
joelho, com mostra a Tabela 17.
Esta prevalência de dor é generalizada possivelmente ao fato das tarefas típicas como pipetar,
preparação de amostras de frascos para análise e processamento de dados em computador, incluído
trabalho com computador que exigem precisão no controle motor e podem resultar em longos
períodos em posições estáticas, bem como a posição em pé por muito tempo.
Comparando ao estudo de Maulik (2014) que indica que 66,9% dos técnicos sofre algum tipo de
sintoma músculo-esquelético nos últimos 12 meses , e teve como resultado de maior prevalência
relatada na região lombar (44%), joelhos (20,7%), este associa a dor aos fatores de risco e às
posturas inadequadas.
Referente ao relato registado no questionário nórdico, se as mesmas foram impedidas ou evitaram
as suas atividades normais (trabalho, serviço doméstico ou passatempo) nos últimos 12 meses por
causa de problemas nas diferentes regiões anatómicas as mesmas relataram que tiveram dor, mas
fizeram o trabalho mesmo com dor. Por isso os valores apresentados são apenas quando as mesmas
tiveram de baixa ou hospitalizadas devido a sintomatologia na região (25%), ancas/coxas (25%),
tornozelo/pés (25%) e ombro direto (25%).
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnica
Santos, Solange 53
Tabela 17 - Sintomas músculo-esqueléticos na atividade de técnica de laboratório
Sintomas nas: últimos 12 meses teve algum
problema tal como dor, desconforto
ou dormência
últimos 12 meses teve que evitar as
atividades normais (trabalho, serviço
doméstico ou passa tempo)
Últimos 7 dias
Partes do corpo N % N % N %
Pescoço 3 75 0 0 0 0
Ombro direito 1 25 1 25 1 25
Ombro
esquerdo
0 0 0 0 0 0
Ombro- ambos 0 0 0 0 1 25
Cotovelo direito
1 25 0 0 0 0
Cotovelo esquerdo
0 0 0 0 0 0
Cotovelo-ambos 0 0 0 0 0 0
Punhos/mão
direto
1 25 0 0 0 0
Punhos/mão
esquerdo
0 0 0 0 0 0
Punhos/mão- ambos
0 0 0 0 0 0
Região Torácica
Região lombar 3 75 1 25 3 75
Ancas/coxas 2 50 1 25 1 25
Joelhos 1 25 0 0 0 0
Tornozelos/pés 2 50 1 25 2 50
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais
54 Fundamentação do trabalho
4.2.4 Sintomas músculo-esqueléticos nas atividades analisadas nos últimos 7 dias
Os sintomas músculo-esqueléticos nos últimos 7 dias relatados nas atividades como mostra a
Erro! A origem da referência não foi encontrada., foram comuns na região lombar e na região d
os ombros nas atividades analisadas.
A região com maior prevalência de sintomatologia em ambas as atividades foi a região lombar,
onde a atividade de limpeza registou 100% e a atividade de técnica de laboratório 75%. Esta
prevalência permite afirmar que é devido a ambas atividades trabalharem em pé durante as 8 horas
de trabalho e normalmente adotam posturas inadequadas. A atividade de escritório teve 64%,
pode-se associar esta sintomatologia devido o mau design do posto de trabalho e o não empregue
as noções ergonómicas. Também foi comum a sintomatologia na região das ancas e coxas,
tornozelos e pés na atividade de limpeza profissional e técnica de laboratório devido ambas
trabalharem em pé o tempo todo.
Figura 25 - Sintomas nas atividades nos últimos 7 dias
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnica
Santos, Solange 55
4.3 Análise REBA
Com a seleção das posturas mais significativas tendo em conta a duração da tarefa e a carga
postural procedeu-se á analise REBA para cada postura selecionada. Através do preenchimento do
formulário se a exposição das posturas adotadas nas atividades em estudo.
A atividade de limpeza profissional e técnica de laboratório são trabalhos dinâmicos que requerem
muita atividade muscular, com movimentos repetitivos e com adoção de más posturas mantidas
por muito tempo (Löfqvist, Osvalder, Bligård, & Pinzke, 2015) e a atividade de escritório ao
computador é uma atividade estática que maioria das vezes a permanecesse por longos períodos
na posição sentada.
Esta posição exige um esforço muscular dorsal para manter essa posição do peso do corpo que é
suportado pela a anca junto ao quadril (Dul & Weerdmeester, 2000). As posturas adotadas na
atividade de limpeza, laboratório e escritório ao computador são posturas representativas devido
ao tempo e a frequência com que estas são adotadas.
É por esta razão que análise REBA foi feita em dois grupos: A (tronco, pescoço, pernas) e B
(braços, antebraço, pulsos), sendo a pontuação atribuída consoante a posição descrita com os dados
obtidos, e através do software REBA (Employee Assessment Worksheet). Assim sendo, procedeu-
se a análise REBA para as tarefas selecionadas e através do preenchimento do formulário avaliou-
se a exposição das trabalhadoras ao risco de lesões músculo-esqueléticas.
Análise REBA foi feita para o score A e para score B e por fim o score total. Nota-se pelas imagens
da Tabela 18 que as trabalhadoras em todas as atividades adotam más posturas com a região
lombar, as mesmas relataram dor através do questionário nórdico nesta região. Vários estudos
mostram que a região mais afetada é a região lombar (Mohammadipour, Pourranjbar, Naderi, &
Rafie, 2018).
A aplicação do método REBA permitiu constatar que as trabalhadoras adotam posturas menos
corretas nas suas atividades, na maioria das posturas o tronco apresentou inclinação e em alguns
casos, com rotação ou flexão lateral do mesmo, o pescoço também apresentou flexão. Na maioria
das posturas adotadas na atividade de limpeza, as posturas foram superiores a 60º e com rotação
ou flexão lateral e nas pernas verificou-se que o peso sobre as mesmas se encontrava distribuído
unilateralmente.
A prevalência de queixas nos ombros no ensaios realizados pode estar associada com o nível de
exigência imposto na atividade, nomeadamente : manipulação de objetos no segmentos proximal
do membro superior, dado que numa jornada de trabalho, quando elevam os braços para limpar os
vidros, limpar o chão , a espremer a esfregona, a limpara a sanita, no escritório a digitar , a trabalhar
com o rato, no laboratório a pipetar e a limpar a loiça do laboratório.
Por observação, durante a execução de movimento nas atividades, o tempo de ciclo da atividade
de limpeza era inferior a 30 segundos, o que sustenta o fator repetibilidade. Segundo este fator
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais
56 Fundamentação do trabalho
específico, é expectável um nível de risco mais elevado na atividade de limpeza. Os resultados,
permitem encontrar afinidades entres os fatores de risco individuais, na atividade de trabalho e a
prevalência de sintomas nos membros superiores e coluna vertebral, o que constitui um indicador
importante para definição de prioridade de aplicação de medidas na evolução do trabalho.
A idade poderá revelar-se como um fator de risco, dado que vários estudos têm encontrado
evidências que a idade é responsável pelo aumento das lesões na região cervical e ombros (Bruce
& Bernard, 1997; Buckle et al., 2002).
Esta relação é também reforçada por uma investigação realizados por (Riihimaki et al., 1989 citado por
BRUCE, 1997), que suporta a ideia de que a idade é um fator de risco para sintomatologia na coluna cervical
e ombros em carpinteiros, operadores de máquinas e trabalhadores sedentários.
O tempo no posto de trabalho poderá revelar-se como um fator. Vários estudos têm encontrado
evidencias sobre o efeito de exposição prolongada à mesma atividade na ocorrência de problemas
músculo-esqueléticos (Anderson & Gaardboe, 1993; Viikari Junkara et al., 2001 citado por
Brandão, 2003). Ohlsson et al., (1995) citado por Brandrâo (2003). Os conteúdos destes estudos
registaram um risco elevado de dor na coluna cervical e nos ombros em operadores relativamente
jovens, devido ao longo tempo de exposição.
No que toca ao peso, 63% das pessoas que participaram no estudo apresentam peso elevado. Tendo
em conta o IMC, podemos considerar os trabalhadores da limpeza como uma classe profissional
com problema de excesso peso (OMS, 2004). É importante, em trabalho futuros, investigar as
causas.
Em suma, a saúde ocupacional nessa classe profissional depende da interligação de diversos
fatores, nomeadamente: individuais (incluindo comportamento), organizacionais (condições de
trabalho) e estruturais (situação socioeconómica na relação trabalho e saúde).
Os resultados obtidos por meio do REBA como mostra a Tabela 18 mostram que nenhuma postura
assumida nas atividades estudadas obteve pontuação de 1 ou 2, ou seja, não houve nenhuma
postura que fosse plenamente aceitável caso fosse mantida por longos períodos. Desta forma, todas
as posturas relataram resultados que merecem investigação. As intervenções que serão propostas
visam, assim, minimizar as inadequações correspondentes às más posturas e ao posto de trabalho.
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnica
Santos, Solange 57
Tabela 18 - Análise das posturas, método REBA
Código de da
postura
Posturas adotadas na atividade de limpeza Pontuação
REBA
Nível de Risco Nível de Ação Observações sobre a posição
P1
13 Muito alto 4 Nota-se que o tronco tem uma ligeira inclinação de 20º-60º quando
analisado pelo método. O pescoço tem uma inclinação de 20º,
pernas tem uma postura instável, joelhos tem uma inclinação de
30º-60º.
P2
12 Muito alto 4 Flexão e torção das costas 60º+
Movimentos braços e mãos instáveis
Alto rendimento de força ao espremer a esfregona
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais
58 Fundamentação do trabalho
P3
12 Muito alto 4 Flexão e torção das costas e pescoço mais de 60º
Pernas fletidas +60º
Rotação de braços e mãos
P4
13 Muito alto 4 Elevação de braços e mãos e com rotação dos mesmos de 40-90º
Antebraço esta a 100º
Posição instáveis
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnica
Santos, Solange 59
P5
13 Muito alto 4 Flexão e torção das costas mais de 60º
Movimentos braços e mãos instáveis
Posição de pernas instáveis e joelhos torcido mais de 60º.
P6
13 Muito alto 4 Flexão e torção das costas e pescoço mais de 60º.
Pernas torcidas mais de 60º
Movimentos braços e mãos
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais
60 Fundamentação do trabalho
P7
9 Alta 3 Movimento braços e mãos instáveis.
Pescoço com um angulo de 0-20º
Pernas estável.
P8
10 Muito alta 4 Nota-se que o tronco tem uma ligeira inclinação de 20º-60º quando
analisado pelo método. O pescoço tem uma inclinação de 0-20º,
pernas tem uma postura instável, joelhos tem uma inclinação de
30º-60º devido a cadeira ser maior que a trabalhadora, a mesma
não consegue por os pés ao chão.
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnicas
Santos, Solange 33
4.4 Técnica de Actigrafia
A técnica de actigrafia foi utilizada para verificar a intensidade dos movimentos realizados pelas
participantes e quantificá-los de forma a relacionar estes resultados com avaliação do questionário
nórdico e com o método REBA. Através do questionário nórdico houve relato de dor e desconforto
na região lombar nas três atividades. As atividades observadas e avaliação das posturas de acordo
ao método REBA, permitiram verificar que há posturas inadequadas nas 3 atividades: limpeza
profissional (LP), técnica de laboratório (TL), escritório (ES).
Sendo que a dor e o desconforto esta relacionado com os movimentos bruscos e posturas
inadequadas executadas pelo sistema músculo-esquelético, foi colocado na zona do tronco um
actigracph em todas as participantes para monitorizar e quantificar os movimentos na região
lombar.
4.4.1 Verificação da Hipótese 1
Em estatística, a média é definida como o valor onde se encontra o ponto central da amostra.
Foi calculada a média das contagens em 30 Hz de 10 em 10 s numa hora no eixo de z para cada
participante na zona do tronco, para saber em média quantas contagens cada participante faz na
sua atividade e se há diferenças significativas entre elas.
Figura 26 – Média das contagens no eixo de Z por períodos de 10 s de cada participante nas suas
atividades .
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais
62 Conclusões e perspetivas futuras
Pode-se observar na Figura 27 que existe diferenças significativas nos movimentos reproduzidos
em cada atividade.
A Figura 27 mostra a associação das médias dos movimentos executados no eixo z em relação ao
relato feito através do questionário nórdico. Pode-se constatar que as trabalhadoras da limpeza que
relataram intensidade de dor elevada, com valor máximo (10), na região lombar em média os
movimentos no eixo de z são excessivos. Estes movimentos elevados também foram observados
pelo método REBA e verificou-se frequência constante de mudança de posição com a região
lombar com flexão e torção lombar mais de 60º. Constata-se que há indício de que esta
sintomatologia de dor e desconforto na zona lombar está relacionada com a movimentação do
eixo transversal devido aos valores representados nesta região através do equipamento, mas esta
sintomatologia de dor pode estar relacionada ao estilo de vida de cada trabalhadora, historial
clínico, medidas antropométricas e o design do posto de trabalho.
Figura 27 – Média das contagens em Z vs intensidade de dor nos últimos 7 dias.
A Figura 27 mostra que as trabalhadoras de escritório não apresentam sintoma são as que
apresentam menos movimentos. Mesmo assim, existiu nesta atividade intensidade de dor e
desconforto elevadas com médias de contagem no eixo de z baixas. Esta sintomatologia de dor e
desconforto pode estar relacionada com os elementos observados que representam posturas menos
adequadas, elementos estes como: cadeiras não reguláveis, pois, o cuidado com a sintomatologia
da dor e desconforto começa na hora de escolher o equipamento de design ergonómico escritório.
Por exemplo, a cadeira ideal deve ter opções para regular o assento, braços e encosto. Assim é
possível que ela se adapte a diversos usuários, de acordo com as medidas antropométricas de cada
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnica
Santos, Solange 63
um. Além disso, deve-se levar em consideração o conforto ao sentar-se, pois é nela que se passa a
maior parte do dia. Outra das causas que leva à dor e desconforto é o monitor mal posicionado,
rato longe, pés não apoiados no chão, posição estática que as mesmas adotam e pelo design do
posto de trabalho, ao estilo de vida de cada trabalhadora, historial clínico, medidas
antropométricas.
4.4.2 Verificação da Hipótese 2
A mediana é o valor que se encontra no centro da amostra.
O interesse de calcular a mediana foi com o intuito de obter o registo dos valores representativos,
de forma que os dados não estejam desorganizados, por valores máximos e mínimos. Esta variável
estatística foi calculada para encontrar o valor mais relevante das contagens do vetor de magnitude
em 30 Hz de 10 em 10 s em uma hora para cada participante na zona do tronco.
Com o valor da mediana do VM de cada participante, relacionou-se a intensidade de dor e
desconforto relatada pelos participantes através questionário nórdico e a observação feita através
do método REBA, para constatar o indício de relação com a movimentação se o participante tiver
valores de medianas altas e se têm relatos de dor e desconfortos altos ou posturas inadequadas.
Figura 28 – Mediana das contagens do VM vs intensidade de dor nos últimos 7 dias.
A Figura 28 mostra a interseção, da intensidade da dor e desconforto nos últimos 7 dias com a
mediana do vetor de magnitude (VM) de cada participante nas suas diferentes atividades. Denota-
se, que são as senhoras de limpeza que exercem mais atividade. Existe uma correlação, que é, aos
valores do vetor magnitude entre 100 e 500, a intensidade de dor está entre valores de 7 e 10.
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
0 , 0 5 0 , 0 1 0 0 , 0 1 5 0 , 0 2 0 0 , 0 2 5 0 , 0 3 0 0 , 0 3 5 0 , 0 4 0 0 , 0 4 5 0 , 0 5 0 0 , 0INTE
NSI
AD
E D
E D
OR
NO
S U
LTIM
OS
7 D
IAS)
MEDIANA DAS CONTAGENS DO VM (30 HZ)
MEDIANA DE (VM) DE C ADA PAR T IC IPAN T E N AS SUAS AT IV IDADES
ES LP TL
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais
64 Conclusões e perspetivas futuras
Perante valores de magnitude entre 50 e 100 registados pelas técnicas de laboratório, estas revelam
o mesmo valor de intensidade de dor, sendo este 5.
Relativamente às trabalhadoras de escritório esta tem um VM de 0, no entanto, os valores de
intensidade de dor nos últimos 7 dias são os que mais apresentam variação pois o fator individual
tem uma elevada incidência na resposta destes profissionais, bem como, o seu estilo de vida e
historial de saúde. Ao observar esta figura constata-se que existem diferenças significativas nos
movimentos reproduzidos em cada atividade.
Figura 29 – Média do tempo sentado, por períodos de 10 s, de cada participante nas suas atividades.
0
2
4
6
8
10
12
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 0
INTE
NSI
AD
E D
E D
OR
NO
S U
LTIM
OS
7 D
IAS
MÉDIA DAS CONTAGENS DO INCLINOMETRO (30 HZ)
MÉDIA DO INCLINÓMETRO SENTADO DE CADA PARTICIPANTE
NAS SUAS ATIVIDADES
LP TL ES
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnica
Santos, Solange 65
4.4.3 Verificação da Hipótese 3
Em cada participante foi recolhido o valor médio do inclinómetro.
Através da Figura 29, verifica-se que as trabalhadoras da atividade de escritório em média estão
sentadas o tempo todo. As que não relatam intensidade de dor e desconforto poucas em média
estão sentadas e, a maior parte que relatam intensidades elevadas de dor tem uma média de 9 s. A
posição sentada é um estado que permanecendo muito tempo pode levar à sobrecarga na região
lombar, perda de irrigação sanguínea em certas áreas do corpo devido a movimentação reduzida.
Estes profissionais tem os problemas referidos anteriormente devido à postura inadequada, falta
de equipamentos de trabalho agronomicamente preparados para as atividades e pouca alternância
de
posição. A não alternância de posição verifica-se pela Figura 30 que mostra a intersecção da moda
com a intensidade de dor.
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 0
INTE
NSI
AD
E D
E D
OR
NO
S U
LTIM
OS
7 D
IAS
MODA DAS CONTAGENS DO INCLINOMETRO
MODA DO INCLINOMETRO SENTADO DE CADA PARTIC IPANTE NAS SUAS ATIVIDADES
LP TL ES
Figura 30 - Moda do inclinómetro sentado de cada participante nas suas atividades por
períodos de 10 s
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais
66 Conclusões e perspetivas futuras
4.5 Conclusões
O presente estudo constituiu uma avaliação ergonómica com aplicação de diferentes técnicas a 32
trabalhadoras no contexto da limpeza profissional, técnica de laboratório e serviço de escritório ao
computador. Constitui também na caraterização da amostra e prevalência de sintomas músculo-
esqueléticos.
De acordo com a revisão da literatura, os objetivos propostos e a metodologia adotada neste estudo,
conclui-se que há uma elevada prevalência de sintomas músculo-esqueléticos nas três atividades
avaliadas, sendo as principais zonas afetadas as costas, os ombros, pernas e pés.
A amostra utilizada neste estudo evidenciou uma elevada exposição à carga física de trabalho que
inclui posições desconfortáveis do tronco, posição elevada dos braços, permanência na posição
sentado e em pé.
A exposição a elevada carga física pode ser reflexo das más posições adotadas nas três atividades
desempenhadas na profissão na limpeza profissional, quando as trabalhadoras de limpeza estão a
apanhar o lixo, a lavar a casa de banho ou a limpar os vidros. Já a técnica de laboratório quando
está a pipetar, a lavar a loiça do laboratório na máquina, e a trabalhadora de escritório quando está
na posição estática por longos períodos ao computador e tenta arranjar posição para se sentir
confortável.
As características destes trabalhos por si só implicam fator de risco para LMERT em trabalhadores
destas áreas.
Constatou-se que as profissionais da limpeza relataram mais queixas em comparação com o resto
da amostra.
Os dados obtidos revelaram que os participantes reportaram mais sintomas músculo-esqueléticos
nos últimos 7 dias. Conclui-se que a posição dos braços, pescoço e das ancas constitui menor risco
de LMERT para estas zonas corporais.
Torna-se evidente que a postura irracional adotada pelos participantes nas suas atividades, por
longos períodos, acentuada flexão anterior do tronco, posição elevada dos braços sem suporte,
elevada carga estática e dinâmica muscular e articular, repetibilidade de movimentos, são fatores
que podem causar desconforto, dor e lesões no sistema músculo-esquelético e nervoso.
É necessário consciencializar os participantes a racionalizar os movimentos de acordo com os
princípios de ergonomia para providenciar uma elevada performance e diminuir o risco de lesão.
Após este estudo é possível perceber o impacto de dor e desconforto ao risco que as LMERT
podem ter na saúde ocupacional e a importância de identificar os fatores de risco a que a profissão
está exposta.
Por outro lado, os fatores de risco para LMERT não são apenas biomecânicos razão pela qual seria
também interessante explorar os fatores psicossociais e organizacionais implicados nestas
atividades de forma a identificar os vários riscos envolvidos e criar estratégias para melhorar a
saúde ocupacional.
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnica
Santos, Solange 67
Este estudo recomenda uma intervenção ergonómica, complementada com a formação adequada
para as trabalhadoras quanto à educação em saúde ocupacional sobre mudanças posturais mais
adequadas, implementação e atualização dos padrões para recomendar e reduzir o risco de lesões
músculo-esqueléticas.
Com a técnica de actigrafia foi possível monitorizar e quantificar os movimentos que não são
registados e avaliados através de fotografias e vídeos, associando com a avaliação de
sintomatologia de dor através do questionário NMQ e o método REBA para prever o risco de lesão
músculo-esquelética e recuperação física durante um período de atividade contínua.
A combinação dos métodos tradicionais, com a técnica de actigrafia consegue-se obter uma maior
precisão de dados e redução de erros. No sentido de obter uma informação mais fidedigna.
Com este estudo explorativo conclui-se que há indícios que a técnica de actigrafia no futuro poderá
vir a ser utilizada na gestão e prevenção de dor e desconforto dos profissionais de trabalho de
forma a reduzir o risco de lesões músculo-esqueléticas obtendo dados destes profissionais em
tempo real.
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais
68 Conclusões e perspetivas futuras
4.6 Perspetivas Futuras
No que diz respeito a perspetivas futuras seriam:
1. Estudos com uma amostra de maior dimensão e inclusão do género masculino;
2. Estudos com atividades padronizadas;
3. Comparação com outro tipo de equipamento, para técnica de actigrafia;
4. Fazer uma avaliação ergonómica tendo em conta fatores individuais, organizacionais e
psicossociais;
5. Aplicação do questionário ao longo do tempo;
6. Aplicação deste estudo em contexto de trabalho Angolano, e comparar com amostra
Portuguesa;
7. Realização de workshop sobre avaliação ergonómica e suas metodologias e técnicas
através da associação (AAPSST- associação angolana de profissionais de segurança e
saúde no trabalho).
Outra perspetiva seria fazer uma avaliação com uma amostra de pelo menos 150 trabalhadoras da
atividade de limpeza, pois ao fazer os questionários constatou-se que todos fatores apontados pelos
autores, como os fatores individuais (situação de saúde, Patologias, Hábito de vida não saudáveis
(tabagismo, alcoolismo, má alimentação) e fatores organizacionais e psicossociais (ritmo intenso
de trabalho, monotonia das atividades e ausência de controlo, pressão temporal e ausência de
repouso, relação entre colegas, avaliação de desempenho, exigências de produtividade, trabalhos
por objetivos e insatisfação profissional), para melhorar as condições de trabalho.
Relativamente a técnica de actigrafia, seria importante fazer medições mais curtas e com outro
tipo de métodos diretos, para comparar a quantificação dos movimentos e das posturas adotadas
através de ângulos, incluindo também ensaios clínicos padronizados para explorar o uso do tempo
de permanência em pé ou sentado na composição corporal, bem como, estratégias de prevenção
da obesidade visto que uma parte da amostra deste estudo tem o índice de massa corporal elevado.
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnica
Santos, Solange 69
4.7 Recomendações
Mesmo que não seja possível alcançar soluções ideais relativamente à dor e desconforto e ao risco
das LMERT, poder-se-á atuar de forma mais eficaz do que se realiza atualmente.
Diante dos fatos, algumas recomendações são oportunas de serem sugeridas, visando o bem-estar
dos funcionários entre elas:
✓ Implementar um programa de reeducação postural para que as trabalhadoras saibam como
dispor de suas ferramentas e mobiliários e também como evitar vícios posturais;
✓ Reajustar o tempo de pausas de acordo com as cargas de trabalho;
✓ Realizar alternância das tarefas, para não causar ritmos intensos e stress;
✓ Capacitar as trabalhadoras para uso de produtos e ferramentas utilizadas para a realização
da tarefa;
✓ Implementar um sistema de gestão ergonómica.
Santos, Solange 33
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Takahashi, M., Tsutsumi, A., Kurioka, S., Inoue, A., Shimazu, A., Kosugi, Y., & Kawakami, N.
(2014). Occupational and socioeconomic differences in actigraphically measured sleep.
Journal of Sleep Research, 23(4), 458–462.
Telles, S. C. L., Corrêa, E. A., Caversan, B. L., Mattos, J. M., & Alves, R. S. C. (n.d.). The
Actigraph Clinical Significance. Endereço Para Correspondência: Susana CL Telles Av. Dr.
Arnaldo, 455, 2o.
Uva, A. S., Carnide, F., Serranheira, F., Miranda, L. C., & Lopes, M. F. (2008). Lesões
Músculoesqueléticas Relacionadas com o Trabalho-Guia de orientação para a prevenção.
Direcção Geral Da Saúde.
Van Someren, E. J. W. (2011). Actigraphic monitoring of sleep and circadian rhythms. In
Handbook of clinical neurology (Vol. 98, pp. 55–63). Elsevier.
Wærsted, M., Hanvold, T. N., & Veiersted, K. B. (2010). Computer work and musculoskeletal
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Wang, M.-H., Chen, B.-H., & Chiou, W.-K. (2016). Redesign the cleaning tools from analysis of
working postures at a cleaning job using the task analysis and OWAS methods. In Advances
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Zhu, Y., Jankay, R. R., Pieratt, L. C., & Mehta, R. K. (2017). Wearable sensors and their metrics
for measuring comprehensive occupational fatigue: a scoping review. Proceedings of the
Human Factors and Ergonomics Society Annual Meeting, 61(1), 1041–1045. SAGE
Publications Sage CA: Los Angeles, CA.
1
APÊNDICES
APÊNDICE I- Prevalência de sintomatologia na atividade de escritório ao computador
Não Sim
ID pescoço ombro direito ombro esquerdo ombro -ambos cotovelo D Cotovelo E Cotovelo A Punho/mãos D Punho/mãos E Punho/ mãosA Torax Lombar Ancas/coxas Joelho Tornozelo/pé 0 1
ES 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
ES 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
ES 3 1 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 1 0
ES 4 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 1
ES 5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0
ES 6 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 1 1
ES 7 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0
ES 8 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0
ES 9 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0
ES 10 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0
ES 11 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 1 1
ES 12 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
ES 13 1 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 1
ES 14 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
4 3 1 3 0 0 0 3 1 0 0 8 2 6 4
% 29% 21% 7% 21% 21% 7% 57% 14% 43% 29%
ID pescoço ombro direito ombro esquerdo ombro -ambos cotovelo D Cotovelo E Cotovelo A Punho D Punho E Punho A Torax Lombar Ancas/coxas Joelho Tornozelo/pé
ES 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
ES 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
ES 3 1 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 1 0
ES 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
ES 5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0
ES 6 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
ES 7 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
ES 8 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
ES 9 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
ES 10 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
ES 11 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0
ES 12 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
ES 13 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
ES 14 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
1 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 3 0 2 1
% 7% 7% 7% 21% 14% 7%
ID pescoço ombro direito ombro esquerdo ombro -ambos cotovelo D Cotovelo E Cotovelo A Punho D Punho E Punho A Torax Lombar Ancas/coxas Joelho Tornozelo/pé sem dor 0
ES 1 0 5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 5 0 0 0 media 5
ES 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 maxima 10
ES 3 1 0 0 5 0 0 0 3 0 0 0 5 0 3 0
ES 4 8 0 0 7 0 0 0 0 0 0 0 8 0 0 0
ES 5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
ES 6 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
ES 7 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 9 0 0 0
ES 8 0 0 0 8 0 0 0 0 0 0 0 5 0 0 0
ES 9 7 0 0 8 0 0 0 0 0 0 0 6 0 0 0
ES 10 0 0 0 8 0 0 0 0 0 0 0 8 0 0 0
ES 11 0 0 0 0 0 0 0 5 0 0 0 10 0 8 7
ES 12 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
ES 13 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0
ES 14 0 0 0 8 0 0 0 0 0 0 0 8 0 0 0
3 1 0 6 0 0 0 2 0 0 0 9 0 3 1
21% 7% 43% 14% 64% 21% 7%
Prevalência de sintomatologia nos últimos 12 meses nas seguintes regiões
Durante os 12 meses teve de evitar as suas ctividades normais (trabalho, serviço doméstico ou passatempo) por causa de problemas nas seguintes regiões
Prevalência de sintomatologia nos últimos 7 dias nas seguintes regiões Intensidade
29%21%
7%
21%
0% 0% 0%
21%
7%0% 0%
57%
14%
43%
29%
Prevalência de sintomatologia nos últimos 12 meses nas seguintes regiões
7% 7%
0% 0% 0% 0% 0%
7%
0% 0% 0%
21%
0%
14%
7%
Durante os 12 meses teve de evitar as suas ctividades normais (trabalho, serviço doméstico ou passatempo) por causa de
problemas nas seguintes regiões
21%
7%
0%
43%
0% 0% 0%
14%
0% 0% 0%
64%
0%
21%
7%
Prevalência de sintomatologia nos últimos 7 dias nas seguintes regiões
2
APÊNDICE II- Prevalência de sintomatologia na atividade de limpeza profissional
Não Sim
ID pescoço ombro direito ombro esquerdo ombro -ambos cotovelo D Cotovelo E Cotovelo A Punho/mãos D Punho/mãos E Punho/ mãosA Torax Lombar Ancas/coxasJoelho Tornozelo/pés 0 1
LP1 1 0 0 1 1 0 0 1 0 0 0 1 1 1 1
LP2 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 1 1 1
LP3 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
LP4 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0
LP5 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0
LP6 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 1 1 1 1
LP7 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
LP8 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
LP9 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0
LP10 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 1
LP11 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 1 1 1 1
LP12 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 1
LP13 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1
LP14 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 1
3 2 0 8 2 0 0 5 0 0 0 12 7 7 9
% 21% 14% 57% 14% 36% 86% 50% 50% 64%
ID pescoço ombro direito ombro esquerdo ombro -ambos cotovelo D Cotovelo E Cotovelo A Punho/mãos D Punho/mãos E Punho/ mãosA Torax Lombar Ancas/coxasJoelho Tornozelo/pés
LP1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0
LP2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
LP3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
LP4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
LP5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
LP6 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
LP7 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
LP8 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
LP9 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
LP10 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
LP11 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0
LP12 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
LP13 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1
LP14 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3 2 3 1
% 21% 14% 21% 7%
ID pescoço ombro direito ombro esquerdo ombro -ambos cotovelo D Cotovelo E Cotovelo A Punho/mãos D Punho/mãos E Punho/ mãosA Torax Lombar Ancas/coxasJoelho Tornozelo/pés
LP1 0 0 0 0 5 0 0 0 0 0 0 7 0 8 0 sem dor 0
LP2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 7 8 10 10 8 media 5
LP3 0 0 0 7 0 0 0 0 0 0 0 8 10 0 0 maxima 10
LP4 0 0 0 8 0 0 0 0 0 0 0 9 9 0 0
LP5 0 0 0 8 0 0 0 0 0 0 0 9 9 0 0
LP6 0 0 0 0 0 0 0 8 0 0 0 10 0 8 10
LP7 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 8 0 0 8
LP8 0 0 0 8 0 0 0 0 0 0 0 8 0 0 7
LP9 5 0 0 5 5 0 0 0 0 0 0 8 0 0 0
LP10 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 8 9 5 8
LP11 0 0 0 0 0 0 0 5 0 0 0 10 10 10 9
LP12 0 0 0 0 0 0 0 8 0 0 0 9 5 0 10
LP13 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 10 5 7 5
LP14 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 9 5 6 9
1 0 0 5 2 0 0 3 0 0 1 14 9 7 9
7% 36% 14% 21% 7% 100% 64% 50% 64%
Prevalência de sintomatologia nos últimos 12 meses nas seguintes regiões
Durante os 12 meses teve de evitar as suas ctividades normais (trabalho, serviço doméstico ou passatempo) por causa de problemas nas seguintes regiões
Prevalência de sintomatologia nos últimos 7 dias nas seguintes regiões
Intensidade
21%14%
0%
57%
14%
0% 0%
36%
0% 0% 0%
86%
50% 50%
64%
Prevalência de sintomatologia nos últimos 12 meses nas seguintes regiões
0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
21%
14%
21%
7%
Durante os 12 meses teve de evitar as suas ctividades normais (trabalho, serviço doméstico ou passatempo)
por causa de problemas nas seguintes regiões
7%0% 0%
36%
14%
0% 0%
21%
0% 0%7%
100%
64%
50%
64%
Prevalência de sintomatologia nos últimos 7 dias nas seguintes regiões
3 2 0
8
2 0 0
5
0 0 0
12
7 7
9
Quantas pessoas sentem dores nas determinandas partes do corpo
3
APÊNDICE II- Prevalência de sintomatologia na atividade de laboratório
Não Sim
ID pescoço ombro direito ombro esquerdo ombro -ambos cotovelo D Cotovelo E Cotovelo A Punho/mãos D Punho/mãos E Punho/ mãosA Torax Lombar Ancas/coxasJoelho Tornozelo/pé 0 1
LP1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 1
LP2 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0
LP3 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
LP4 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0 1
3 1 0 0 1 0 0 0 1 0 0 3 1 1 2
% 75% 25% 25% 25% 75% 25% 25% 50%
4
ID pescoço ombro direito ombro esquerdo ombro -ambos cotovelo D Cotovelo E Cotovelo A Punho D Punho E Punho A Torax Lombar Ancas/coxasJoelho Tornozelo/pé
LP1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 1
LP2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
LP3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
LP4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 1
25% 25% 25% 25%
4
ID pescoço ombro direito ombro esquerdo ombro -ambos cotovelo D Cotovelo E Cotovelo A Punho D Punho E Punho A Torax Lombar Ancas/coxasJoelho Tornozelo/pé sem dor 0
LP1 0 9 0 0 0 0 0 0 0 0 0 5 5 0 6 media 5
LP2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 maxima 10
LP3 0 0 0 5 0 0 0 0 0 0 0 5 0 0 0
LP4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 5 0 0 5
0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 3 1 0 2
25% 25% 75% 25% 50%
4
Prevalência de sintomatologia nos últimos 12 meses nas seguintes regiões
Durante os 12 meses teve de evitar as suas ctividades normais (trabalho, serviço doméstico ou passatempo) por causa de problemas nas seguintes regiões
Prevalência de sintomatologia nos últimos 7 dias nas seguintes regiões Intensidade
75%
25%
0% 0%
25%
0% 0% 0%
25%
0% 0%
75%
25% 25%
50%
Prevalência de sintomatologia nos últimos 12 meses nas seguintes
regiões
0%
25%
0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
25% 25%
0%
25%
Durante os 12 meses teve de evitar as suas ctividades normais (trabalho, serviço doméstico ou passatempo) por causa de
problemas nas seguintes regiões
0%
25%
0%
25%
0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
75%
25%
0%
50%
Prevalência de sintomatologia nos últimos 7 dias nas seguintes regiões
1
ANEXOS I- Avaliação da postura segundo o REBA para P1
REBA Employee Assessment Worksheet Permission granted by Dr Lynn McAnatomany to convert the paper based format to an Excel spreadsheet version.
A. Neck, Trunk and Leg Analysis SCORES B: Arms and Wrist AnalysisStep 1: Locate Neck Position Step 7: Locate Upper Arm Position:
1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4
1 1 2 3 4 1 2 3 5 3 3 5 6
2 2 3 4 5 3 4 5 6 4 5 6 7
Step 1a Adjust…. Neck Score 3 2 4 5 6 4 5 6 7 5 6 7 8
If neck is twisted: +1 4 3 5 6 7 5 6 7 8 6 7 8 9 Step 7a: Adjust….
If neck is side bending: +1 5 4 6 7 8 6 7 8 9 7 8 9 9 If shoulder is raised: +1
If Upper Arm is abducted: +1 Upper Arm Score
Step 2: Locate Trunk Position If arm is supported or leaning: -1
1 2 3 1 2 3 Step 8: Locate Lower Arm Position:
1 1 2 2 1 2 3
2 1 2 3 2 3 4
Step 2a: Adjust…. 3 3 4 5 4 5 5
If trunk is twisted: +1 4 4 5 5 5 6 7 Lower Arm Score
If trunk is side bending: +1 Trunk Score 5 6 7 8 7 8 8
6 7 8 8 8 9 9
Step 3: Legs Step 9: Locate Wrist Position:
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Wrist Score
Leg Score 1 1 1 1 2 3 3 4 5 6 7 7 7 Step 9a: Adjust……
2 1 2 2 3 4 4 5 6 6 7 7 8 If wrist is bent from midline or twisted: Add +1
3 2 3 3 3 4 5 6 7 7 8 8 8 Step 10: Look-up Posture Score in Table B:
Step 4: Look-up Posture Score in Table A 4 3 4 4 4 5 6 7 8 8 9 9 9 Using values from steps 7-9 above, locate score in Table B Posture Score B
Using values from steps 1-3 above, locate score in 5 4 4 4 5 6 7 8 8 9 9 9 9 Step 11: Add Coupling Score +Table A Posture Score A 6 6 6 6 7 8 8 9 9 10 10 10 10 Well fitted handles and mid range power grip, good: +0
+ 7 7 7 7 8 9 9 9 10 10 11 11 11 Acceptable but not ideal hold or coupling
Step 5: Add Force/Load Score 8 8 8 8 9 10 10 10 10 10 11 11 11 acceptable with another body part, fair: +1 Coupling Score
If Load < 5kgs: +0 9 9 9 9 10 10 10 11 11 11 12 12 12 Hand hold not acceptable but possible poor: +2
If Load is 5 to 10kgs +1 Force/Load Score 10 10 10 10 11 11 11 11 12 12 12 12 12 No handles, awkward, unsafe with any body part, =If load >22lbs +2 11 11 11 11 11 11 12 12 12 12 12 12 12 Unacceptable: +3
Adjust: If shock or rapid build up of force:add +1 = 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 Step 12: Score B, Find column in Table C
Step 6: Score A, Find Row in Table C Add values from steps 10 & 11 to obtain
Add values from steps 4 & 5 to obtain Score A. Score B> Find Column in Table C and match with Score A in Score B
Find row in Table C. Score A row from step 6 to obtain Table C score.
Table C Score Activity Score Step 13: Activity Score
Scoring: +1 1 or more body parts are held longer than a minute (static)
1 = Negligible risk +1 Repeated small range actions (more than 4x per minute)
2 or 3 = low risk, change may be needed +1 Action causes rapid large range change in postures or unstable base
4 to 7 = medium risk, further investigation, change soon8 to 10 = high risk, investigate & implement change
11+ = very high risk, implement change Final REBA Score
Task Name Xxxxxxxxxxxxxxxxxxx Reviewer Xxxxxx Xxxxxx Date:
This tool is provided without warranty. The author has automated the paper verion of this tool for applying the concepts provided in REBA .
dd/mm/yy
13
310 +
5
0
58
3
8
0
2
2
5
33
Table C
Score B, (table B value + coupling score)
Score A (score
form table A
+load/force
score)
1 2
Trunk Posture
Score
Legs
Upper Arm
Score
Wrist
Lower Arm
Table B
Table A 321
Neck
2
ANEXO II- Avaliação da postura segundo o REBA para P2
REBA Employee Assessment Worksheet Permission granted by Dr Lynn McAnatomany to convert the paper based format to an Excel spreadsheet version.
A. Neck, Trunk and Leg Analysis SCORES B: Arms and Wrist AnalysisStep 1: Locate Neck Position Step 7: Locate Upper Arm Position:
1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4
1 1 2 3 4 1 2 3 5 3 3 5 6
2 2 3 4 5 3 4 5 6 4 5 6 7
Step 1a Adjust…. Neck Score 3 2 4 5 6 4 5 6 7 5 6 7 8
If neck is twisted: +1 4 3 5 6 7 5 6 7 8 6 7 8 9 Step 7a: Adjust….
If neck is side bending: +1 5 4 6 7 8 6 7 8 9 7 8 9 9 If shoulder is raised: +1
If Upper Arm is abducted: +1 Upper Arm Score
Step 2: Locate Trunk Position If arm is supported or leaning: -1
1 2 3 1 2 3 Step 8: Locate Lower Arm Position:
1 1 2 2 1 2 3
2 1 2 3 2 3 4
Step 2a: Adjust…. 3 3 4 5 4 5 5
If trunk is twisted: +1 4 4 5 5 5 6 7 Lower Arm Score
If trunk is side bending: +1 Trunk Score 5 6 7 8 7 8 8
6 7 8 8 8 9 9
Step 3: Legs Step 9: Locate Wrist Position:
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Wrist Score
Leg Score 1 1 1 1 2 3 3 4 5 6 7 7 7 Step 9a: Adjust……
2 1 2 2 3 4 4 5 6 6 7 7 8 If wrist is bent from midline or twisted: Add +1
3 2 3 3 3 4 5 6 7 7 8 8 8 Step 10: Look-up Posture Score in Table B:
Step 4: Look-up Posture Score in Table A 4 3 4 4 4 5 6 7 8 8 9 9 9 Using values from steps 7-9 above, locate score in Table B Posture Score B
Using values from steps 1-3 above, locate score in 5 4 4 4 5 6 7 8 8 9 9 9 9 Step 11: Add Coupling Score +Table A Posture Score A 6 6 6 6 7 8 8 9 9 10 10 10 10 Well fitted handles and mid range power grip, good: +0
+ 7 7 7 7 8 9 9 9 10 10 11 11 11 Acceptable but not ideal hold or coupling
Step 5: Add Force/Load Score 8 8 8 8 9 10 10 10 10 10 11 11 11 acceptable with another body part, fair: +1 Coupling Score
If Load < 5kgs: +0 9 9 9 9 10 10 10 11 11 11 12 12 12 Hand hold not acceptable but possible poor: +2
If Load is 5 to 10kgs +1 Force/Load Score 10 10 10 10 11 11 11 11 12 12 12 12 12 No handles, awkward, unsafe with any body part, =If load >22lbs +2 11 11 11 11 11 11 12 12 12 12 12 12 12 Unacceptable: +3
Adjust: If shock or rapid build up of force:add +1 = 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 Step 12: Score B, Find column in Table C
Step 6: Score A, Find Row in Table C Add values from steps 10 & 11 to obtain
Add values from steps 4 & 5 to obtain Score A. Score B> Find Column in Table C and match with Score A in Score B
Find row in Table C. Score A row from step 6 to obtain Table C score.
Table C Score Activity Score Step 13: Activity Score
Scoring: +1 1 or more body parts are held longer than a minute (static)
1 = Negligible risk +1 Repeated small range actions (more than 4x per minute)
2 or 3 = low risk, change may be needed +1 Action causes rapid large range change in postures or unstable base
4 to 7 = medium risk, further investigation, change soon8 to 10 = high risk, investigate & implement change
11+ = very high risk, implement change Final REBA Score
Task Name Xxxxxxxxxxxxxxxxxxx Reviewer Xxxxxx Xxxxxx Date:
This tool is provided without warranty. The author has automated the paper verion of this tool for applying the concepts provided in REBA .
dd/mm/yy
12
39 +
5
1
67
3
6
1
2
2
3
33
Table C
Score B, (table B value + coupling score)
Score A (score
form table A
+load/force
score)
1 2
Trunk Posture
Score
Legs
Upper Arm
Score
Wrist
Lower Arm
Table B
Table A 321
Neck
3
ANEXO III- Avaliação da postura segundo o REBA para P3
REBA Employee Assessment Worksheet Permission granted by Dr Lynn McAnatomany to convert the paper based format to an Excel spreadsheet version.
A. Neck, Trunk and Leg Analysis SCORES B: Arms and Wrist AnalysisStep 1: Locate Neck Position Step 7: Locate Upper Arm Position:
1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4
1 1 2 3 4 1 2 3 5 3 3 5 6
2 2 3 4 5 3 4 5 6 4 5 6 7
Step 1a Adjust…. Neck Score 3 2 4 5 6 4 5 6 7 5 6 7 8
If neck is twisted: +1 4 3 5 6 7 5 6 7 8 6 7 8 9 Step 7a: Adjust….
If neck is side bending: +1 5 4 6 7 8 6 7 8 9 7 8 9 9 If shoulder is raised: +1
If Upper Arm is abducted: +1 Upper Arm Score
Step 2: Locate Trunk Position If arm is supported or leaning: -1
1 2 3 1 2 3 Step 8: Locate Lower Arm Position:
1 1 2 2 1 2 3
2 1 2 3 2 3 4
Step 2a: Adjust…. 3 3 4 5 4 5 5
If trunk is twisted: +1 4 4 5 5 5 6 7 Lower Arm Score
If trunk is side bending: +1 Trunk Score 5 6 7 8 7 8 8
6 7 8 8 8 9 9
Step 3: Legs Step 9: Locate Wrist Position:
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Wrist Score
Leg Score 1 1 1 1 2 3 3 4 5 6 7 7 7 Step 9a: Adjust……
2 1 2 2 3 4 4 5 6 6 7 7 8 If wrist is bent from midline or twisted: Add +1
3 2 3 3 3 4 5 6 7 7 8 8 8 Step 10: Look-up Posture Score in Table B:
Step 4: Look-up Posture Score in Table A 4 3 4 4 4 5 6 7 8 8 9 9 9 Using values from steps 7-9 above, locate score in Table B Posture Score B
Using values from steps 1-3 above, locate score in 5 4 4 4 5 6 7 8 8 9 9 9 9 Step 11: Add Coupling Score +Table A Posture Score A 6 6 6 6 7 8 8 9 9 10 10 10 10 Well fitted handles and mid range power grip, good: +0
+ 7 7 7 7 8 9 9 9 10 10 11 11 11 Acceptable but not ideal hold or coupling
Step 5: Add Force/Load Score 8 8 8 8 9 10 10 10 10 10 11 11 11 acceptable with another body part, fair: +1 Coupling Score
If Load < 5kgs: +0 9 9 9 9 10 10 10 11 11 11 12 12 12 Hand hold not acceptable but possible poor: +2
If Load is 5 to 10kgs +1 Force/Load Score 10 10 10 10 11 11 11 11 12 12 12 12 12 No handles, awkward, unsafe with any body part, =If load >22lbs +2 11 11 11 11 11 11 12 12 12 12 12 12 12 Unacceptable: +3
Adjust: If shock or rapid build up of force:add +1 = 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 Step 12: Score B, Find column in Table C
Step 6: Score A, Find Row in Table C Add values from steps 10 & 11 to obtain
Add values from steps 4 & 5 to obtain Score A. Score B> Find Column in Table C and match with Score A in Score B
Find row in Table C. Score A row from step 6 to obtain Table C score.
Table C Score Activity Score Step 13: Activity Score
Scoring: +1 1 or more body parts are held longer than a minute (static)
1 = Negligible risk +1 Repeated small range actions (more than 4x per minute)
2 or 3 = low risk, change may be needed +1 Action causes rapid large range change in postures or unstable base
4 to 7 = medium risk, further investigation, change soon8 to 10 = high risk, investigate & implement change
11+ = very high risk, implement change Final REBA Score
Task Name Xxxxxxxxxxxxxxxxxxx Reviewer Xxxxxx Xxxxxx Date:
This tool is provided without warranty. The author has automated the paper verion of this tool for applying the concepts provided in REBA .
dd/mm/yy
12
39 +
3
0
39
1
9
0
2
3
5
43
Table C
Score B, (table B value + coupling score)
Score A (score
form table A
+load/force
score)
1 2
Trunk Posture
Score
Legs
Upper Arm
Score
Wrist
Lower Arm
Table B
Table A 321
Neck
4
ANEXO IV- Avaliação da postura segundo o REBA para P4
REBA Employee Assessment Worksheet Permission granted by Dr Lynn McAnatomany to convert the paper based format to an Excel spreadsheet version.
A. Neck, Trunk and Leg Analysis SCORES B: Arms and Wrist AnalysisStep 1: Locate Neck Position Step 7: Locate Upper Arm Position:
1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4
1 1 2 3 4 1 2 3 5 3 3 5 6
2 2 3 4 5 3 4 5 6 4 5 6 7
Step 1a Adjust…. Neck Score 3 2 4 5 6 4 5 6 7 5 6 7 8
If neck is twisted: +1 4 3 5 6 7 5 6 7 8 6 7 8 9 Step 7a: Adjust….
If neck is side bending: +1 5 4 6 7 8 6 7 8 9 7 8 9 9 If shoulder is raised: +1
If Upper Arm is abducted: +1 Upper Arm Score
Step 2: Locate Trunk Position If arm is supported or leaning: -1
1 2 3 1 2 3 Step 8: Locate Lower Arm Position:
1 1 2 2 1 2 3
2 1 2 3 2 3 4
Step 2a: Adjust…. 3 3 4 5 4 5 5
If trunk is twisted: +1 4 4 5 5 5 6 7 Lower Arm Score
If trunk is side bending: +1 Trunk Score 5 6 7 8 7 8 8
6 7 8 8 8 9 9
Step 3: Legs Step 9: Locate Wrist Position:
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Wrist Score
Leg Score 1 1 1 1 2 3 3 4 5 6 7 7 7 Step 9a: Adjust……
2 1 2 2 3 4 4 5 6 6 7 7 8 If wrist is bent from midline or twisted: Add +1
3 2 3 3 3 4 5 6 7 7 8 8 8 Step 10: Look-up Posture Score in Table B:
Step 4: Look-up Posture Score in Table A 4 3 4 4 4 5 6 7 8 8 9 9 9 Using values from steps 7-9 above, locate score in Table B Posture Score B
Using values from steps 1-3 above, locate score in 5 4 4 4 5 6 7 8 8 9 9 9 9 Step 11: Add Coupling Score +Table A Posture Score A 6 6 6 6 7 8 8 9 9 10 10 10 10 Well fitted handles and mid range power grip, good: +0
+ 7 7 7 7 8 9 9 9 10 10 11 11 11 Acceptable but not ideal hold or coupling
Step 5: Add Force/Load Score 8 8 8 8 9 10 10 10 10 10 11 11 11 acceptable with another body part, fair: +1 Coupling Score
If Load < 5kgs: +0 9 9 9 9 10 10 10 11 11 11 12 12 12 Hand hold not acceptable but possible poor: +2
If Load is 5 to 10kgs +1 Force/Load Score 10 10 10 10 11 11 11 11 12 12 12 12 12 No handles, awkward, unsafe with any body part, =If load >22lbs +2 11 11 11 11 11 11 12 12 12 12 12 12 12 Unacceptable: +3
Adjust: If shock or rapid build up of force:add +1 = 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 Step 12: Score B, Find column in Table C
Step 6: Score A, Find Row in Table C Add values from steps 10 & 11 to obtain
Add values from steps 4 & 5 to obtain Score A. Score B> Find Column in Table C and match with Score A in Score B
Find row in Table C. Score A row from step 6 to obtain Table C score.
Table C Score Activity Score Step 13: Activity Score
Scoring: +1 1 or more body parts are held longer than a minute (static)
1 = Negligible risk +1 Repeated small range actions (more than 4x per minute)
2 or 3 = low risk, change may be needed +1 Action causes rapid large range change in postures or unstable base
4 to 7 = medium risk, further investigation, change soon8 to 10 = high risk, investigate & implement change
11+ = very high risk, implement change Final REBA Score
Task Name Xxxxxxxxxxxxxxxxxxx Reviewer Xxxxxx Xxxxxx Date:
This tool is provided without warranty. The author has automated the paper verion of this tool for applying the concepts provided in REBA .
dd/mm/yy
13
310 +
9
0
96
6
6
0
2
2
4
22
Table C
Score B, (table B value + coupling score)
Score A (score
form table A
+load/force
score)
1 2
Trunk Posture
Score
Legs
Upper Arm
Score
Wrist
Lower Arm
Table B
Table A 321
Neck
5
ANEXO V- Avaliação da postura segundo o REBA para P5
REBA Employee Assessment Worksheet Permission granted by Dr Lynn McAnatomany to convert the paper based format to an Excel spreadsheet version.
A. Neck, Trunk and Leg Analysis SCORES B: Arms and Wrist AnalysisStep 1: Locate Neck Position Step 7: Locate Upper Arm Position:
1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4
1 1 2 3 4 1 2 3 5 3 3 5 6
2 2 3 4 5 3 4 5 6 4 5 6 7
Step 1a Adjust…. Neck Score 3 2 4 5 6 4 5 6 7 5 6 7 8
If neck is twisted: +1 4 3 5 6 7 5 6 7 8 6 7 8 9 Step 7a: Adjust….
If neck is side bending: +1 5 4 6 7 8 6 7 8 9 7 8 9 9 If shoulder is raised: +1
If Upper Arm is abducted: +1 Upper Arm Score
Step 2: Locate Trunk Position If arm is supported or leaning: -1
1 2 3 1 2 3 Step 8: Locate Lower Arm Position:
1 1 2 2 1 2 3
2 1 2 3 2 3 4
Step 2a: Adjust…. 3 3 4 5 4 5 5
If trunk is twisted: +1 4 4 5 5 5 6 7 Lower Arm Score
If trunk is side bending: +1 Trunk Score 5 6 7 8 7 8 8
6 7 8 8 8 9 9
Step 3: Legs Step 9: Locate Wrist Position:
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Wrist Score
Leg Score 1 1 1 1 2 3 3 4 5 6 7 7 7 Step 9a: Adjust……
2 1 2 2 3 4 4 5 6 6 7 7 8 If wrist is bent from midline or twisted: Add +1
3 2 3 3 3 4 5 6 7 7 8 8 8 Step 10: Look-up Posture Score in Table B:
Step 4: Look-up Posture Score in Table A 4 3 4 4 4 5 6 7 8 8 9 9 9 Using values from steps 7-9 above, locate score in Table B Posture Score B
Using values from steps 1-3 above, locate score in 5 4 4 4 5 6 7 8 8 9 9 9 9 Step 11: Add Coupling Score +Table A Posture Score A 6 6 6 6 7 8 8 9 9 10 10 10 10 Well fitted handles and mid range power grip, good: +0
+ 7 7 7 7 8 9 9 9 10 10 11 11 11 Acceptable but not ideal hold or coupling
Step 5: Add Force/Load Score 8 8 8 8 9 10 10 10 10 10 11 11 11 acceptable with another body part, fair: +1 Coupling Score
If Load < 5kgs: +0 9 9 9 9 10 10 10 11 11 11 12 12 12 Hand hold not acceptable but possible poor: +2
If Load is 5 to 10kgs +1 Force/Load Score 10 10 10 10 11 11 11 11 12 12 12 12 12 No handles, awkward, unsafe with any body part, =If load >22lbs +2 11 11 11 11 11 11 12 12 12 12 12 12 12 Unacceptable: +3
Adjust: If shock or rapid build up of force:add +1 = 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 Step 12: Score B, Find column in Table C
Step 6: Score A, Find Row in Table C Add values from steps 10 & 11 to obtain
Add values from steps 4 & 5 to obtain Score A. Score B> Find Column in Table C and match with Score A in Score B
Find row in Table C. Score A row from step 6 to obtain Table C score.
Table C Score Activity Score Step 13: Activity Score
Scoring: +1 1 or more body parts are held longer than a minute (static)
1 = Negligible risk +1 Repeated small range actions (more than 4x per minute)
2 or 3 = low risk, change may be needed +1 Action causes rapid large range change in postures or unstable base
4 to 7 = medium risk, further investigation, change soon8 to 10 = high risk, investigate & implement change
11+ = very high risk, implement change Final REBA Score
Task Name Xxxxxxxxxxxxxxxxxxx Reviewer Xxxxxx Xxxxxx Date:
This tool is provided without warranty. The author has automated the paper verion of this tool for applying the concepts provided in REBA .
dd/mm/yy
13
310 +
9
0
96
6
6
0
2
2
4
22
Table C
Score B, (table B value + coupling score)
Score A (score
form table A
+load/force
score)
1 2
Trunk Posture
Score
Legs
Upper Arm
Score
Wrist
Lower Arm
Table B
Table A 321
Neck
6
ANEXO VI- Avaliação da postura segundo o REBA para P6
REBA Employee Assessment Worksheet Permission granted by Dr Lynn McAnatomany to convert the paper based format to an Excel spreadsheet version.
A. Neck, Trunk and Leg Analysis SCORES B: Arms and Wrist AnalysisStep 1: Locate Neck Position Step 7: Locate Upper Arm Position:
1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4
1 1 2 3 4 1 2 3 5 3 3 5 6
2 2 3 4 5 3 4 5 6 4 5 6 7
Step 1a Adjust…. Neck Score 3 2 4 5 6 4 5 6 7 5 6 7 8
If neck is twisted: +1 4 3 5 6 7 5 6 7 8 6 7 8 9 Step 7a: Adjust….
If neck is side bending: +1 5 4 6 7 8 6 7 8 9 7 8 9 9 If shoulder is raised: +1
If Upper Arm is abducted: +1 Upper Arm Score
Step 2: Locate Trunk Position If arm is supported or leaning: -1
1 2 3 1 2 3 Step 8: Locate Lower Arm Position:
1 1 2 2 1 2 3
2 1 2 3 2 3 4
Step 2a: Adjust…. 3 3 4 5 4 5 5
If trunk is twisted: +1 4 4 5 5 5 6 7 Lower Arm Score
If trunk is side bending: +1 Trunk Score 5 6 7 8 7 8 8
6 7 8 8 8 9 9
Step 3: Legs Step 9: Locate Wrist Position:
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Wrist Score
Leg Score 1 1 1 1 2 3 3 4 5 6 7 7 7 Step 9a: Adjust……
2 1 2 2 3 4 4 5 6 6 7 7 8 If wrist is bent from midline or twisted: Add +1
3 2 3 3 3 4 5 6 7 7 8 8 8 Step 10: Look-up Posture Score in Table B:
Step 4: Look-up Posture Score in Table A 4 3 4 4 4 5 6 7 8 8 9 9 9 Using values from steps 7-9 above, locate score in Table B Posture Score B
Using values from steps 1-3 above, locate score in 5 4 4 4 5 6 7 8 8 9 9 9 9 Step 11: Add Coupling Score +Table A Posture Score A 6 6 6 6 7 8 8 9 9 10 10 10 10 Well fitted handles and mid range power grip, good: +0
+ 7 7 7 7 8 9 9 9 10 10 11 11 11 Acceptable but not ideal hold or coupling
Step 5: Add Force/Load Score 8 8 8 8 9 10 10 10 10 10 11 11 11 acceptable with another body part, fair: +1 Coupling Score
If Load < 5kgs: +0 9 9 9 9 10 10 10 11 11 11 12 12 12 Hand hold not acceptable but possible poor: +2
If Load is 5 to 10kgs +1 Force/Load Score 10 10 10 10 11 11 11 11 12 12 12 12 12 No handles, awkward, unsafe with any body part, =If load >22lbs +2 11 11 11 11 11 11 12 12 12 12 12 12 12 Unacceptable: +3
Adjust: If shock or rapid build up of force:add +1 = 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 Step 12: Score B, Find column in Table C
Step 6: Score A, Find Row in Table C Add values from steps 10 & 11 to obtain
Add values from steps 4 & 5 to obtain Score A. Score B> Find Column in Table C and match with Score A in Score B
Find row in Table C. Score A row from step 6 to obtain Table C score.
Table C Score Activity Score Step 13: Activity Score
Scoring: +1 1 or more body parts are held longer than a minute (static)
1 = Negligible risk +1 Repeated small range actions (more than 4x per minute)
2 or 3 = low risk, change may be needed +1 Action causes rapid large range change in postures or unstable base
4 to 7 = medium risk, further investigation, change soon8 to 10 = high risk, investigate & implement change
11+ = very high risk, implement change Final REBA Score
Task Name Limpeza Profissional Reviewer Solange dos Santos Date:
This tool is provided without warranty. The author has automated the paper verion of this tool for applying the concepts provided in REBA .
Table A 321
Neck
Trunk Posture
Score
Legs
Upper Arm
Score
Wrist
Lower Arm
Table B
Score B, (table B value + coupling score)
Score A (score
form table A
+load/force
score)
1 2
9
4
9
0
2
3
4
43
Table C
18/03/2019
13
211 +
7
1
8
7
ANEXO VII- Avaliação da postura segundo o REBA para P7
REBA Employee Assessment Worksheet Permission granted by Dr Lynn McAnatomany to convert the paper based format to an Excel spreadsheet version.
A. Neck, Trunk and Leg Analysis SCORES B: Arms and Wrist AnalysisStep 1: Locate Neck Position Step 7: Locate Upper Arm Position:
1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4
1 1 2 3 4 1 2 3 5 3 3 5 6
2 2 3 4 5 3 4 5 6 4 5 6 7
Step 1a Adjust…. Neck Score 3 2 4 5 6 4 5 6 7 5 6 7 8
If neck is twisted: +1 4 3 5 6 7 5 6 7 8 6 7 8 9 Step 7a: Adjust….
If neck is side bending: +1 5 4 6 7 8 6 7 8 9 7 8 9 9 If shoulder is raised: +1
If Upper Arm is abducted: +1 Upper Arm Score
Step 2: Locate Trunk Position If arm is supported or leaning: -1
1 2 3 1 2 3 Step 8: Locate Lower Arm Position:
1 1 2 2 1 2 3
2 1 2 3 2 3 4
Step 2a: Adjust…. 3 3 4 5 4 5 5
If trunk is twisted: +1 4 4 5 5 5 6 7 Lower Arm Score
If trunk is side bending: +1 Trunk Score 5 6 7 8 7 8 8
6 7 8 8 8 9 9
Step 3: Legs Step 9: Locate Wrist Position:
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Wrist Score
Leg Score 1 1 1 1 2 3 3 4 5 6 7 7 7 Step 9a: Adjust……
2 1 2 2 3 4 4 5 6 6 7 7 8 If wrist is bent from midline or twisted: Add +1
3 2 3 3 3 4 5 6 7 7 8 8 8 Step 10: Look-up Posture Score in Table B:
Step 4: Look-up Posture Score in Table A 4 3 4 4 4 5 6 7 8 8 9 9 9 Using values from steps 7-9 above, locate score in Table B Posture Score B
Using values from steps 1-3 above, locate score in 5 4 4 4 5 6 7 8 8 9 9 9 9 Step 11: Add Coupling Score +Table A Posture Score A 6 6 6 6 7 8 8 9 9 10 10 10 10 Well fitted handles and mid range power grip, good: +0
+ 7 7 7 7 8 9 9 9 10 10 11 11 11 Acceptable but not ideal hold or coupling
Step 5: Add Force/Load Score 8 8 8 8 9 10 10 10 10 10 11 11 11 acceptable with another body part, fair: +1 Coupling Score
If Load < 5kgs: +0 9 9 9 9 10 10 10 11 11 11 12 12 12 Hand hold not acceptable but possible poor: +2
If Load is 5 to 10kgs +1 Force/Load Score 10 10 10 10 11 11 11 11 12 12 12 12 12 No handles, awkward, unsafe with any body part, =If load >22lbs +2 11 11 11 11 11 11 12 12 12 12 12 12 12 Unacceptable: +3
Adjust: If shock or rapid build up of force:add +1 = 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 Step 12: Score B, Find column in Table C
Step 6: Score A, Find Row in Table C Add values from steps 10 & 11 to obtain
Add values from steps 4 & 5 to obtain Score A. Score B> Find Column in Table C and match with Score A in Score B
Find row in Table C. Score A row from step 6 to obtain Table C score.
Table C Score Activity Score Step 13: Activity Score
Scoring: +1 1 or more body parts are held longer than a minute (static)
1 = Negligible risk +1 Repeated small range actions (more than 4x per minute)
2 or 3 = low risk, change may be needed +1 Action causes rapid large range change in postures or unstable base
4 to 7 = medium risk, further investigation, change soon8 to 10 = high risk, investigate & implement change
11+ = very high risk, implement change Final REBA Score
Task Name Xxxxxxxxxxxxxxxxxxx Reviewer Xxxxxx Xxxxxx Date:
This tool is provided without warranty. The author has automated the paper verion of this tool for applying the concepts provided in REBA .
dd/mm/yy
9
27 +
9
0
93
6
3
0
2
2
2
13
Table C
Score B, (table B value + coupling score)
Score A (score
form table A
+load/force
score)
1 2
Trunk Posture
Score
Legs
Upper Arm
Score
Wrist
Lower Arm
Table B
Table A 321
Neck
8
ANEXO VIII- Avaliação da postura segundo o REBA para P8
REBA Employee Assessment Worksheet Permission granted by Dr Lynn McAnatomany to convert the paper based format to an Excel spreadsheet version.
A. Neck, Trunk and Leg Analysis SCORES B: Arms and Wrist AnalysisStep 1: Locate Neck Position Step 7: Locate Upper Arm Position:
1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4
1 1 2 3 4 1 2 3 5 3 3 5 6
2 2 3 4 5 3 4 5 6 4 5 6 7
Step 1a Adjust…. Neck Score 3 2 4 5 6 4 5 6 7 5 6 7 8
If neck is twisted: +1 4 3 5 6 7 5 6 7 8 6 7 8 9 Step 7a: Adjust….
If neck is side bending: +1 5 4 6 7 8 6 7 8 9 7 8 9 9 If shoulder is raised: +1
If Upper Arm is abducted: +1 Upper Arm Score
Step 2: Locate Trunk Position If arm is supported or leaning: -1
1 2 3 1 2 3 Step 8: Locate Lower Arm Position:
1 1 2 2 1 2 3
2 1 2 3 2 3 4
Step 2a: Adjust…. 3 3 4 5 4 5 5
If trunk is twisted: +1 4 4 5 5 5 6 7 Lower Arm Score
If trunk is side bending: +1 Trunk Score 5 6 7 8 7 8 8
6 7 8 8 8 9 9
Step 3: Legs Step 9: Locate Wrist Position:
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Wrist Score
Leg Score 1 1 1 1 2 3 3 4 5 6 7 7 7 Step 9a: Adjust……
2 1 2 2 3 4 4 5 6 6 7 7 8 If wrist is bent from midline or twisted: Add +1
3 2 3 3 3 4 5 6 7 7 8 8 8 Step 10: Look-up Posture Score in Table B:
Step 4: Look-up Posture Score in Table A 4 3 4 4 4 5 6 7 8 8 9 9 9 Using values from steps 7-9 above, locate score in Table B Posture Score B
Using values from steps 1-3 above, locate score in 5 4 4 4 5 6 7 8 8 9 9 9 9 Step 11: Add Coupling Score +Table A Posture Score A 6 6 6 6 7 8 8 9 9 10 10 10 10 Well fitted handles and mid range power grip, good: +0
+ 7 7 7 7 8 9 9 9 10 10 11 11 11 Acceptable but not ideal hold or coupling
Step 5: Add Force/Load Score 8 8 8 8 9 10 10 10 10 10 11 11 11 acceptable with another body part, fair: +1 Coupling Score
If Load < 5kgs: +0 9 9 9 9 10 10 10 11 11 11 12 12 12 Hand hold not acceptable but possible poor: +2
If Load is 5 to 10kgs +1 Force/Load Score 10 10 10 10 11 11 11 11 12 12 12 12 12 No handles, awkward, unsafe with any body part, =If load >22lbs +2 11 11 11 11 11 11 12 12 12 12 12 12 12 Unacceptable: +3
Adjust: If shock or rapid build up of force:add +1 = 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 Step 12: Score B, Find column in Table C
Step 6: Score A, Find Row in Table C Add values from steps 10 & 11 to obtain
Add values from steps 4 & 5 to obtain Score A. Score B> Find Column in Table C and match with Score A in Score B
Find row in Table C. Score A row from step 6 to obtain Table C score.
Table C Score Activity Score Step 13: Activity Score
Scoring: +1 1 or more body parts are held longer than a minute (static)
1 = Negligible risk +1 Repeated small range actions (more than 4x per minute)
2 or 3 = low risk, change may be needed +1 Action causes rapid large range change in postures or unstable base
4 to 7 = medium risk, further investigation, change soon8 to 10 = high risk, investigate & implement change
11+ = very high risk, implement change Final REBA Score
Task Name Xxxxxxxxxxxxxxxxxxx Reviewer Xxxxxx Xxxxxx Date:
This tool is provided without warranty. The author has automated the paper verion of this tool for applying the concepts provided in REBA .
Table A 321
Neck
Trunk Posture
Score
Legs
Upper Arm
Score
Wrist
Lower Arm
Table B
Score B, (table B value + coupling score)
Score A (score
form table A
+load/force
score)
1 2
3
6
3
0
2
2
2
13
Table C
dd/mm/yy
10
37 +
9
0
9
Último Nome, Primeiro Nome 1
ANEXO VIIII- Questionário nórdico
2