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X Salão de Iniciação Científica – PUCRS, 2009
X Salão de Iniciação Científica PUCRS
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIINFLAMATÓRIA DO ÓLEO ESSENCIAL DE LAVANDA (Lanvandula angustifolia Mill.) EM
MODELO EXPERIMENTAL DE PLEURISIA EM RATOS
Robson Henrich Amaral 1, Gabriela Lucas da Silva 1,2, Jarbas Rodrigues de Oliveira 1,2 (orientador)
1 Laboratório de Pesquisa em Biofísica Celular e Inflamação, PUCRS.
2 Programa de Pós-Graduação em Biologia Celular e Molecular, PUCRS.
Resumo
Introdução
Lavanda (Lanvandula angustifolia Mill.) é uma planta largamente utilizada na
aromaterapia e na medicina popular (Simões, 2003). Muitos estudos têm demonstrado que seu
óleo essencial possui ações relacionadas com os mecanismos envolvidos na resposta
inflamatória (Shigeru, 2003). A partir disso, o óleo essencial dessa espécie tornou-se alvo do
interesse desse trabalho no sentido de explorar o seu potencial medicinal através de ensaio in
vivo que possa determinar o seu potencial efeito antiinflamatório.
Metodologia
Para os ensaios experimentais foram utilizados Rattus norvegicus (Wistar), fêmeas
adultas (3 a 4 meses de idade), pesando aproximadamente 200g (± 20g), todas de mesma
linhagem e socialização. O estudo seguiu os critérios éticos propostos pelo Colégio Brasileiro
de Experimentação Animal (COBEA). Tanto a ração como a água foram fornecidas ad
libitum. Os animais foram mantidos em ciclo de claro e escuro de 12 horas, com temperatura
entre 21 e 22ºC.
A análise da autenticidade do óleo essencial de lavanda foi realizada por CG/EM. Para
o ensaio experimental de pleurisia os animais foram divididos em 4 grupos, com 6 animais
por grupo: Lavanda 600mg/kg v.o. (grupo Lavanda), Dexametasona 0,5 mg/kg s.c. (grupo
Dexametasona), controle salina v.o (grupo Salina), controle inflamatório (grupo Carragenina).
Os grupos: salina, lavanda e dexametasona foram pré-tratados com as respectivas entidades
químicas. Após 1 hora do tratamento, os animais foram anestesiados com Isoflurano e
colocados em decúbito lateral direito, onde se injetou, no espaço pleural esquerdo, 200µL de
solução de carragenina a 1 % (grupo carragenina, lavanda e dexametasona) e 200µL de
solução salina (grupo Salina).
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Após 4 horas, os animais foram eutanasiados, a cavidade pleural aberta e o exsudato
inflamatório coletado para análise do perfil inflamatório. O volume de líquido pleural retirado
foi avaliado e a concentração protéica do exsudato foi mensurada por ensaio colorimétrico de
ponto final (Kit Labtest Diagnóstica). Os leucócitos totais foram mensurados através da
contagem em câmara de Neubauer em microscópio óptico após diluição da amostra com
solução de Thoma (1:20). A análise diferencial das células foi realizada com a confecção de
lâminas citológicas coradas com May-Grünwald-Giemsa (Reagen) e analisadas em
microscópio óptico. Para a comparação entre os grupos foi aplicada análise de variância
(ANOVA) e Post Hoc Test Bonferroni, com nível de significância (P<0,05).
Resultados A análise cromatográfica revelou como componentes majoritários o Linalol e o
Acetato de Linalina, mostrando a autenticidade do óleo essencial de lavanda. O tratamento
com o óleo essencial de Lavanda diminuiu significativamente todos os parâmetros
inflamatórios analisados em relação ao grupo controle salina (*P<0,05). Volume de exsudato
em mL (grupo lavanda= 2,8±0,2*; dexametasona= 2,1±0,1*; controle salina= 3,2±0,2).
Leucócitos totais por cavidade (grupo lavanda= 48,2±19,4*; dexametasona= 18,2±1,7*;
controle salina= 66,2±16,4). Leucócitos polimorfonucleares (PMNs) por cavidade (grupo
lavanda= 39,6±18,6*; dexametasona= 15,0±1,9*; controle salina= 57,7±6,2). Proteínas totais
em g/dL (grupo lavanda= 1,4±0,3*; Dexametasona= 0,5±0,04*; controle salina= 1,7±0,1).
Resultados expressos em média ± desvio padrão da média.
Conclusão
Através dos resultados apresentados, o óleo essencial de lavanda diminuiu
significativamente os parâmetros inflamatórios, apresentando desta forma, potencial atividade
antiinflamatória em modelo experimental de pleurisia induzida por carragenina em ratos.
Demonstrando, assim, ser um óleo essencial com potencial molecular para o desenvolvimento
de entidades químicas antiinflamatórias.
Referências
Shigeru, A. at. al. Supression of necrosis factor-alpha-induced neutrophil adherence responses by essential oil. Mediators of inflammation, v. 12, n. 6, p. 323-328, 2003 Simões, C. M. O. et al. Introdução a análise fitoquímica. In: Simões, C. M. O.; Santos, R. I., Falkenberg, M. B. Farmacognosia: da planta ao medicamento. Porto Alegre: Ed. da Universidade/UFRGS, 2003. p. 230- 287.
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