aula enem | 2019 8 carlosluzardo1965@hotmail · 2019-09-22 · brasil e a utilização da linguagem...
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8AULA ENEM | 2019
EscoladaLinguaPortuguesa carlosluzardo
Proposta de Redação
Proposta de Redação
Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma culta escrita da língua portuguesa sobre o tema O indivíduo frente à ética nacional, apresentando proposta
Com base nos textos motivadores abaixo, produza uma redação dissertativo-argumentativa sobre o tema: COMO COMBATER O PRECONCEITO LINGUÍSTICO NO BRASIL?
Preconceito LinguísticoO Preconceito Linguístico é aquele gerado pelas diferenças linguísticas existentes dentre de
um mesmo idioma.De tal maneira, está associado às diferenças regionais, desde dialetos, regionalismo, gírias e
sotaques, os quais são desenvolvidos ao longo do tempo e que envolvem os aspectos históricos, sociais e culturais de determinado grupo.
O preconceito linguístico é um dos tipos de preconceito mais empregados na atualidade e pode ser um importante propulsor da exclusão social.
Preconceito Linguístico: o que é, como se fazNa obra “Preconceito Linguístico: o que é, como se faz” (1999), dividida em quatro capítulos, o
professor, linguista e fi lólogo Marcos Bagno aborda sobre os diversos aspectos da língua bem como o preconceito linguístico e suas implicações sociais.
Segundo ele, não existe uma forma “certa” ou “errada” dos usos da língua e o preconceito linguístico, gerado pela ideia de que existe uma única língua correta (baseada na gramática normativa), colabora com a prática da exclusão social.
No entanto, devemos lembrar que a língua é mutável e vai se adaptando ao longo do tempo de acordo com ações dos falantes.
Além disso, as regras da língua, determinada pela gramática normativa, não incluem
de ação social, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione coerentemente argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Andamos demais acomodados, todo mundo reclamando em voz baixa como se fosse erra-do indignar-se.
Sem ufanismo, porque dele estou cansada, sem dizer que este é um país rico, de gente boa e cordata, com natureza (a que sobrou) belíssima e generosa, sem fantasiar nem botar óculos cor--de-rosa, que o momento não permite, eu me pergunto o que anda acontecendo com a gente.
Tenho medo disso que nos tornamos ou em que estamos nos transformando, achando bonita a ignorância eloqüente, engraçado o cinismo bem-vestido, interessante o banditismo arrojado, normal o abismo em cuja beira nos equilibramos — não malabaristas, mas palhaços.
LUFT, L Pontode vista Veja Ed 1988,27 det 2006 (adaptado)
Qual é o efeito em nós do “eles são todos corruptos”?As denúncias que assolam nosso cotidiano podem dar lugar a uma vontade de transformar
o mundo só se nossa indignação não afetar o mundo inteiro. “Eles são TODOS corruptos” é um
Millor Fernandes Disponivel em http://www2.uol.ccKri.br/millor. Acesso em 14 jul.2009.
Texto 1
pensamento que serve apenas para “confi rmar” a “integridade” de quem se indigna.O lugar-comum sobre a corrupção generalizada não é uma armadilha para os corruptos: eles
continuam iguais e livres, enquanto, fechados em casa, festejamos nossa esplendorosa retidão.O dito lugar-comum é uma armadilha que amarra e imobiliza os mesmos que denunciam a
imperfeição do mundo inteiro.CALLIGARIS, C. A armadilha da corrupcao. Disponivel em: http://www1.folha.uol-COm.br (adaptado).
expressões populares e variações linguísticas, por exemplo, as gírias, regionalismos, dialetos, dentre outros.
De maneira elucidativa, no primeiro capítulo do livro, “A mitologia do preconceito linguístico”, ele analisa oito mitos muito pertinentes sobre o preconceito linguístico, a saber:
• Mito n° 1 “A língua portuguesa falada no Brasil apresenta uma unidade surpreendente”: o autor aborda sobre a unidade linguística e as variações que existem dentro do território brasileiro.
• Mito n° 2 “Brasileiro não sabe português” / “Só em Portugal se fala bem português”: apresenta as diferenças entre o português falado no Brasil e em Portugal, este último considerado superior e mais “correto”.
• Mito n° 3 “Português é muito difícil”: baseado em argumentos sobre a gramática normativa da língua portuguesa ensinada em Portugal, e suas diferenças entre falar e escrever dos brasileiros.
• Mito n° 4 “As pessoas sem instrução falam tudo errado”: preconceito gerado por pessoas que têm um baixo nível de escolaridade. Bagno defende essas variantes da língua e analisa o preconceito linguístico e social gerado pela diferença da lingua falada e da norma padrão.
• Mito n° 5 “O lugar onde melhor se fala português no Brasil é o Maranhão”: mito criado em tor-na desse estado, o qual é considerado por muitos o português mais correto, melhor e mais bonito, posto que está intimamente relacionado com o português de Portugal e o uso do pronome “tu” com a conjugação correta do verbo: tu vais, tu queres, etc.
• Mito n° 6 “O certo é falar assim porque se escreve assim”: aqui o autor apresenta diferenças entre as diversas variantes no Brasil e a utilização da linguagem formal (culta) e informal (coloquial).
• Mito n° 7 “É preciso saber gramática para falar e escrever bem”: aborda sobre o fenômeno da variação linguística e a subordinação da língua a norma culta. Para ele, a gramática norma-tiva passou a ser um instrumento de poder e de controle.
• Mito n° 8 “O domínio da norma culta é um instrumento de ascensão social”: decorrente das desigualdades sociais e das diferenças das variações em determinadas classes sociais. As-sim, as variedades linguísticas que não são padrão da língua são consideradas inferiores.
Preconceito Linguístico no BrasilO preconceito linguístico no Brasil é algo muito notório, visto que muitos indivíduos consi-
deram sua maneira de falar superior ao de outros grupos.Isso ocorre, sobretudo, entre as regiões do país, por exemplo, um sulista que considera sua
maneira de falar superior aos que vivem no norte do país.Antes de mais nada, devemos salientar que nosso país possui dimensões continentais e
embora todos falamos a língua portuguesa, ela apresenta diversas variações e particularidade regionais.
Importante destacar que o preconceito linguístico acontece no teor de deboche e pode gerar diversos tipos de violência (física, verbal, psicológica). Fonte: http://2.bp.blogspot.com/-EKHeBxtCQ0s/VU0r3WOhQJI/AAAAAAAAJNc/DzHOs6y_o7o/s1600/digitalizar0023.jpg
Texto 2
Os indivíduos que sofrem com o preconceito linguístico muitas vezes adquirem problemas de sociabilidade ou mesmo distúrbios psicológicos.
Os sotaques que se distinguem não somente nas cinco regiões do Brasil, mas também den-tro de um próprio estado, são os principais alvo de discriminação. Por exemplo, uma pessoa que nasceu e vive na capital do estado e uma pessoa que vive no interior.
Geralmente, quem está na capital acredita que sua maneira de falar é superior a das pessoas que habitam o interior do estado ou mesmo as áreas rurais.
Nesse caso, muitas palavras pejorativas e depreciativas são utilizadas para determinar algu-mas dessas pessoas através de um estereótipo associado as variedades linguísticas, por exem-plo, o caipira, o baiano, o nordestino, o roceiro, dentre outros.
Sobre esse assunto, o escritor Marcos Bagno afirma em sua obra “Preconceito Linguístico: o que é, como se faz” (1999):
“É um verdadeiro acinte aos direitos humanos, por exemplo, o modo como a fala nordestina é retratada nas novelas de televisão, principalmente da Rede Globo. Todo personagem de ori-gem nordestina é, sem exceção, um tipo grotesco, rústico, atrasado, criado para provocar o riso, o escárnio e o deboche dos demais personagens e do espectador. No plano lingüístico, atores não nordestinos expressam-se num arremedo de língua que não é falada em lugar nenhum do Brasil, muito menos no Nordeste. Costumo dizer que aquela deve ser a língua do Nordeste de Marte! Mas nós sabemos muito bem que essa atitude representa uma forma de marginalização e exclusão. (…) Se o Nordeste é “atrasado”, “pobre”, “subdesenvolvido” ou (na melhor das hipó-teses) “pitoresco”, então, “naturalmente”, as pessoas que lá nasceram e a língua que elas falam também devem ser consideradas assim… Ora, faça-me o favor, Rede Globo!”
Esse tipo de preconceito atinge muitos grupos considerados de menor prestígio social, don-de a língua é utilizada como ferramenta de distinção social.
Entretanto, vale lembrar que todas as variações linguísticas são aceitas e devem ser conside-radas um valor cultural e não um problema.
Fonte: https://www.todamateria.com.br/preconceito-linguistico/
Preconceito Linguístico
O Preconceito Linguístico é aquele gerado pelas diferenças linguísticas existentes dentre de um mesmo idioma.De tal maneira, está associado as diferenças regionais desde dialetos, regionalismo, gírias e sotaques, os quais sãodesenvolvidos ao longo do tempo e que envolvem os aspectos históricos, sociais e culturais de determinado grupo.O preconceito linguístico é um dos tipos de preconceito mais empregados na atualidade e pode ser um importante propulsorda exclusão social.Preconceito Linguístico: o que é, como se fazNa obra “Preconceito Linguístico: o que é, como se faz” (1999), dividida em quatro capítulos, o professor, linguista e filólogoMarcos Bagno aborda sobre os diversos aspectos da língua bem como o preconceito linguístico e suas implicações sociais.Segundo ele não existe uma forma “certa” ou “errada” dos usos da língua e que o preconceito linguístico, gerado pela ideiade que existe uma única língua correta (baseada na gramática normativa), colabora com a prática da exclusão social.No entanto, devemos lembrar que a língua é mutável e vai se adaptando ao longo do tempo de acordo com ações dosfalantes.Além disso, as regras da língua, determinada pela gramática normativa, não inclui expressões populares e variaçõeslinguísticas, por exemplo as gírias, regionalismos, dialetos, dentre outros.De maneira elucidativa, no primeiro capítulo do livro, “A mitologia do preconceito linguístico” ele analisa oito mitos muitopertinentes sobre o preconceito linguístico, a saber:Mito n° 1 “A língua portuguesa falada no Brasil apresenta uma unidade surpreendente”: o autor aborda sobre a unidadelinguística e as variações que existem dentro do território brasileiro.Mito n° 2 “Brasileiro não sabe português” / “Só em Portugal se fala bem português”: apresenta as diferenças entre oportuguês falado no Brasil e em Portugal, este último considerado superior e mais “correto”.
Mito n° 3 “Português é muito difícil”: baseado em argumentos sobre a gramática normativa da língua portuguesa ensinadaem Portugal, e suas diferenças entre falar e escrever dos brasileiros.Mito n° 4 “As pessoas sem instrução falam tudo errado”: preconceito gerado por pessoas que têm um baixo nível deescolaridade. Bagno defende essas variantes da língua e analisa o preconceito linguístico e social gerado pela diferença dalingua falada e da norma padrão.Mito n° 5 “O lugar onde melhor se fala português no Brasil é o Maranhão”: mito criado em torna desse estado, o qual éconsiderado por muitos o português mais correto, melhor e mais bonito, posto que está intimamente relacionado com oportuguês de Portugal e o uso do pronome "tu" com a conjugação correta do verbo: tu vais, tu queres, etc.Mito n° 6 “O certo é falar assim porque se escreve assim”: aqui o autor apresenta diferenças entre as diversas variantes noBrasil e a utilização da linguagem formal (culta) e informal (coloquial).Mito n° 7 “É preciso saber gramática para falar e escrever bem”: aborda sobre o fenômeno da variação linguística e asubordinação da língua a norma culta. Para ele, a gramática normativa passou a ser um instrumento de poder e decontrole.Mito n° 8 “O domínio da norma culta é um instrumento de ascensão social”: decorrente das desigualdades sociais e dasdiferenças das variações em determinadas classes sociais. Assim, as variedades linguísticas que não são padrão da línguasão consideradas inferiores.
Preconceito Linguístico no BrasilO preconceito linguístico no Brasil é algo muito notório, visto que muitos indivíduos consideram sua maneira de falarsuperior ao de outros grupos.Isso ocorre sobretudo entre as regiões do país, por exemplo, um sulista que considera sua maneira de falar superior aosque vivem no norte do país.
Antes de mais nada, devemos salientar que nosso país possuidimensões continentais e embora todos falamos a língua portuguesa,ela apresenta diversas variações e particularidade regionais.Importante destacar que o preconceito linguístico acontece no teorde deboche e pode gerar diversos tipos de violência (física, verbal,psicológica).Os indivíduos que sofrem com o preconceito linguístico muitas vezesadquirem problemas de sociabilidade ou mesmo distúrbiospsicológicos.Os sotaques que se distinguem não somente nas cinco regiões doBrasil, mas também dentro de um próprio estado, são os principaisalvo de discriminação. Por exemplo, uma pessoa que nasceu e vivena capital do estado e uma pessoa que vive no interior.Geralmente, quem está na capital acredita que sua maneira de falar ésuperior a das pessoas que habitam o interior do estado ou mesmoas áreas rurais.Nesse caso, muitas palavras pejorativas e depreciativas são utilizadaspara determinar algumas dessas pessoas através de um estereótipoassociado as variedades linguísticas, por exemplo, o caipira, o baiano,o nordestino, o roceiro, dentre outros.Sobre esse assunto, o escritor Marcos Bagno afirma em sua obra"Preconceito Linguístico: o que é, como se faz" (1999):
Vivemos em uma sociedade dividida entre malandros e manés? O cultuado "jeitinho brasileiro" costuma ser usado paraburlar regras, furar filas, andar pelo acostamento e sempre se sair melhor do que a pessoa ao lado. Mesmo quando ela éda sua família, seu amigo, vizinho ou colega de trabalho. É o que mostra pesquisa da Confederação Nacional agir dobrasileiro reflete o jeito com que tratamos as pessoas, mesmo as mais próximas do nosso círculo afetivo: 82% acham que amaioria age querendo tirar vantagem, enquanto só 16% dos entrevistados acham que as pessoas agem de maneira correta.Embora os dados tenham sido coletados no ano retrasado, a coordenação da pesquisa diz que um ou dois anos nãointerferem na alteração do nível de percepção das pessoas. Há certas imagens sobre o comportamento do brasileiro quepermeiam as percepções das pessoas nas suas relações sociais. A ideia de que o brasileiro sempre burla normas edeterminações para obter o que almeja e essa é uma definição do jeitinho é recorrente. Para a grande maioria dosbrasileiros, a busca de atalhos, soluções facilitadas ou vantagens fazem parte do cotidiano das pessoas explica RachelMeneguello, cientista política da Universidade de Campinas (Unicamp).
Quando o assunto é confiança, o número também é alto: 62% dos brasileiros não têm nenhuma (29%) ou quase nenhumaconfiança (33%) na maioria das pessoas. Os otimistas, que confiam muito no próximo, são apenas 6%, e os que disseram teralguma confiança são 31%. Quanto mais próximo é o círculo social, maior é a confiança. A pergunta sobre familiares teve93% de respostas positivas, onde os entrevistados disseram depositar muita (73%) ou alguma confiança em membros dafamília (20%). Logo depois, vêm os amigos, que inspiram muita confiança em apenas 18% das pessoas. Os que disseram teralguma confiança foram 48%.A pesquisa aponta ainda que o Nordeste é a região onde as pessoas mais acreditam estar sendo passadas para trás. São 89%os entrevistados que acham que os outros querem tirar vantagem e só 9% acreditam que as pessoas agem de maneiracorreta.Em seguida, vem o Sul, com 85% de grau de desconfiança, seguido pelo Sudeste (81%) e Norte/Centro-Oeste (71%).
O perigo mora ao lado
Tão próximos, mas tão distantes: assim percebemos nossos vizinhos em 53% dos casos analisados. De acordo com a CNI, queentrevistou 2.002 brasileiros de 143 municípios, mais da metade dos brasileiros desconfia dos moradores da porta ao lado.
Para Rachel Meneguello, o alto nível de desconfiança mesmo entre pessoas próximas aponta para a fragilidade das relaçõessociais:
- Em contextos em que mesmo entre os grupos mais próximos a relação é frágil, estamos diante de situações em que otecido social está esgarçado.
A última categoria analisada foi a de colegas de trabalho ou escola. Nesta faixa, 44% das pessoas confiam muito (9%) ou têmalguma confiança (35%) nas pessoas à sua volta. A desconfiança, aqui, chega a 47%, sendo 22% os que confiam quase nada e25% os que não têm nenhuma confiança nesse grupo.
No grupo dos que recebem até um salário-mínimo, a desconfiança aumenta, com 83% dos entrevistados acreditando que amaioria das pessoas quer tirar vantagem. O nível só diminui na categoria dos que ganham de 5 a 10 salários-mínimos, mesmoassim chega aos 77%. Sobre a percepção que o brasileiro tem da sociedade, o nível de desconfiança é maior entre os maispobres e os mais ricos. Na faixa de quem ganha um salário-mínimo, 67% dos entrevistados disseram ter pouca (26%) ounenhuma confiança (41%) na maioria das pessoas. No grupo que ganha mais de 10 salários-mínimos, 68% apontaramdesconfiança absoluta (39%) ou muita desconfiança (29%) na maioria das pessoas.
- O que tem é essa visão de que o brasileiro sempre quer tirar vantagem, ele passa pelo acostamento, fura fila, não devolve otroco, cola na prova, e isso afeta essa avaliação. As pessoas podem defender uma sociedade sem corrupção, mas, nessaspequenas coisas, elas não têm essa ética, e aí você começa a perder confiança. É uma confiança desconfiada - conta Renatoda Fonseca, coordenador da pesquisa.
Entrevistados com nível superior são os que mais confiam nos outros. Mesmo assim, são apenas 19% os que acreditam queas pessoas agem de forma correta e 80% os que acreditam que elas querem tirar vantagem.
Médico debocha de paciente na internet: 'Não existe peleumonia'Médico e duas funcionárias foram afastados após postagem em rede social. Guilherme Capel disse que não teve intenção de ofender e pediu desculpas.
Um médico plantonista no Hospital Santa Rosa de Lima, em Serra Negra (SP), foi afastado do trabalho após ter uma foto sua publicada numa rede social com o título “Uma imagem fala mais que mil palavras”. Na foto, Guilherme Capel Pasquamostra o receituário médico com o seguinte dizer: “Não existe peleumonia e nem raôxis”.Durante a tarde, o médico enviou ao G1 um comunicado em que pede desculpas a todos que se ofenderam com a postagem.Vinte minutos antes da postagem, na quarta-feira (27), o médico havia atendido o mecânico José Mauro de Oliveira Lima, 42 anos, que estudou até o segundo ano do ensino fundamental e não sabe como falar corretamente algumas palavras.Seu enteado, o eletricista Claudemir Thomaz Maciel da Silva, de 25 anos, o acompanhava na consulta e revela que, assim que souberam o diagnóstico, o mecânico perguntou sobre o tratamento para a "peleumonia". A reação do médico não foi muito profissional, afirma Claudemir."Quando meu padrasto falou pneumonia e raios X de forma errada, ele deu risada. Na hora, não desconfiamos que ele iria debochar depois na internet. O que ele fez foi absurdo. O procurei e escrevi para ele na rede social que, independente dele ser doutor, não existe faculdade para formar caráter. Assim que ele viu minha postagem, apagou a foto. Ele não quis conversar com a gente", diz Claudemir.O eletricista conta que o padrasto ainda não sabe que virou assunto na internet e teme pela reação dele. Claudemir diz que o mecânico não pôde estudar por falta de dinheiro."Meu padrasto não sabe falar direito porque não teve estudo. Ele vai ficar muito triste quando souber o que aconteceu, estamos evitando contar, mas ele vai acabar descobrindo. Ele trabalhava como cozinheiro aqui em Serra Negra e depois se
tornou mecânico. Lembro que ele estudava, mas precisou abandonar as aulas para cuidar de mim. Tive tuberculose aos dois anos e, nessa época, ou ele estudava ou pagava meus remédios", lembra.IndignaçãoOutros parentes e amigos da família ficaram indignados com a postagem do médico e começaram a reproduzir a foto."Não podemos aceitar esse tipo de pessoa se julgando melhor do que outras pessoas que estão convalescente e não teve a mesma escolaridade que um cidadão que se julga melhor que outros seres humanos por causa de seu diploma, volta pra sua faculdade e aprende um pouco mais sobre Ética e cidadania (sic)", reclamou um morador."Os pacientes têm que ser tratados com respeito, poderia ter sido com alguém da minha família. As pessoas não têm obrigação de saber falar direito, na maioria das vezes, são pessoa humildes, com dor e não estão preocupadas se estão falando certo ou errado", disse outra pessoa.As críticas foram ainda direcionadas a outras duas funcionárias do hospital que, assim como o médico, debocharam da forma como os pacientes costumam falar na unidade. Uma das funcionárias postou: "Tira minha pressão? Porque eu tenho tiroide". Assim como o médico, elas também foram afastadas.SindicânciaFormado pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), o médico disse à EPTV que não teve intenção de ofender e pediu desculpas aos que falam peleumonia ou raôxis. Ele acredita que é o contexto social que define as regras do português.Disse também que não estava trabalhando no momento e que fazia uma brincadeira entre os médicos que tem um grupo em rede social e que vai processar quem postou a foto.O Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) informou que vai instaurar uma sindicância para avaliar a conduta do médico.
Outro casoEm 2014, uma paciente registrou um boletim de ocorrência contra um médico plantonista do Centro Integrado de Saúde do bairro Nova Veneza, em Sumaré (SP). Thaynara de Oliveira Cruz, de 19 anos, se queixava de dores na cabeça e variações na pressão arterial, mas o médico teria afirmado no prontuário que o problema da paciente era "falta de ocupação".Na consulta, Thaynara se surpreendeu com o atendimento do clínico geral, que não a examinou. "'Você não conhece paracetamol? Dipirona? É isso que tem que tomar. Mais nada' e eu falei 'já faz alguns dias, nada mais vai resolver?' e ele falou que não", disse a paciente na época.A jovem diz ter se sentido ofendida e humilhada quando o médico perguntou sobre a ocupação dela. "Perguntou se eu trabalhava, eu disse que cuidava do meu filho e ele disse que era falta de ocupação o que eu tinha", afirmou. Diante disso, o profissional teria escrito o diagnóstico na ficha médica e receitado um dos medicamentos.Após o atendimento, a jovem foi com o marido até o 1º DP da cidade registrar um boletim de ocorrência contra o profissional da saúde, onde apontou que houve ofensa e humilhação por parte do médico.O profissional não quis comentar o ocorrido. A Prefeitura de Sumaré abriu um processo administrativo para investigar a conduta do médico.
16/09/2018 Preconceito Linguístico - Toda Matéria
https://www.todamateria.com.br/preconceito-linguistico/ 1/5
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O Preconceito Linguístico é aquele gerado pelas diferenças linguísticas existentes dentre
de um mesmo idioma.
De tal maneira, está associado as diferenças regionais desde dialetos, regionalismo, gírias
e sotaques, os quais são desenvolvidos ao longo do tempo e que envolvem os aspectos
históricos, sociais e culturais de determinado grupo.
O preconceito linguístico é um dos tipos de preconceito mais empregados na atualidade e
pode ser um importante propulsor da exclusão social.
Preconceito Linguístico: o que é, como se faz
Na obra “Preconceito Linguístico: o que é, como se faz” (1999), dividida em quatro
capítulos, o professor, linguista e filólogo Marcos Bagno aborda sobre os diversos
aspectos da língua bem como o preconceito linguístico e suas implicações sociais.
Segundo ele não existe uma forma “certa” ou “errada” dos usos da língua e que o
preconceito linguístico, gerado pela ideia de que existe uma única língua correta (baseada
na gramática normativa), colabora com a prática da exclusão social.
No entanto, devemos lembrar que a língua é mutável e vai se adaptando ao longo do
tempo de acordo com ações dos falantes.
Além disso, as regras da língua, determinada pela gramática normativa, não inclui
expressões populares e variações linguísticas, por exemplo as gírias, regionalismos,
dialetos, dentre outros.
De maneira elucidativa, no primeiro capítulo do livro, “A mitologia do preconceito
linguístico” ele analisa oito mitos muito pertinentes sobre o preconceito linguístico, a
saber:
LÍNGUA PORTUGUESA
Preconceito Linguístico
16/09/2018 Preconceito Linguístico - Toda Matéria
https://www.todamateria.com.br/preconceito-linguistico/ 2/5
Mito n° 1 “A língua portuguesa falada no Brasil apresenta uma unidade surpreendente”:
o autor aborda sobre a unidade linguística e as variações que existem dentro do
território brasileiro.
Mito n° 2 “Brasileiro não sabe português” / “Só em Portugal se fala bem português”:
apresenta as diferenças entre o português falado no Brasil e em Portugal, este último
considerado superior e mais “correto”.
Mito n° 3 “Português é muito difícil”: baseado em argumentos sobre a gramática
normativa da língua portuguesa ensinada em Portugal, e suas diferenças entre falar e
escrever dos brasileiros.
Mito n° 4 “As pessoas sem instrução falam tudo errado”: preconceito gerado por
pessoas que têm um baixo nível de escolaridade. Bagno defende essas variantes da
língua e analisa o preconceito linguístico e social gerado pela diferença da lingua
falada e da norma padrão.
Mito n° 5 “O lugar onde melhor se fala português no Brasil é o Maranhão”: mito criado
em torna desse estado, o qual é considerado por muitos o português mais correto,
melhor e mais bonito, posto que está intimamente relacionado com o português de
Portugal e o uso do pronome "tu" com a conjugação correta do verbo: tu vais, tu
queres, etc.
Mito n° 6 “O certo é falar assim porque se escreve assim”: aqui o autor apresenta
diferenças entre as diversas variantes no Brasil e a utilização da linguagem formal
(culta) e informal (coloquial).
Mito n° 7 “É preciso saber gramática para falar e escrever bem”: aborda sobre o
fenômeno da variação linguística e a subordinação da língua a norma culta. Para ele, a
gramática normativa passou a ser um instrumento de poder e de controle.
Mito n° 8 “O domínio da norma culta é um instrumento de ascensão social”: decorrente
das desigualdades sociais e das diferenças das variações em determinadas classes
sociais. Assim, as variedades linguísticas que não são padrão da língua são
consideradas inferiores.
Leia Gramática.
Preconceito Linguístico no Brasil
O preconceito linguístico no Brasil é algo muito notório, visto que muitos indivíduos
consideram sua maneira de falar superior ao de outros grupos.
Isso ocorre sobretudo entre as regiões do país, por exemplo, um sulista que considera sua
maneira de falar superior aos que vivem no norte do país.
16/09/2018 Preconceito Linguístico - Toda Matéria
https://www.todamateria.com.br/preconceito-linguistico/ 3/5
Antes de mais nada, devemos salientar que nosso país possui dimensões continentais e
embora todos falamos a língua portuguesa, ela apresenta diversas variações e
particularidade regionais.
Importante destacar que o preconceito linguístico acontece no teor de deboche e pode
gerar diversos tipos de violência (física, verbal, psicológica).
Os indivíduos que sofrem com o preconceito linguístico muitas vezes adquirem
problemas de sociabilidade ou mesmo distúrbios psicológicos.
Os sotaques que se distinguem não somente nas cinco regiões do Brasil, mas também
dentro de um próprio estado, são os principais alvo de discriminação. Por exemplo, uma
pessoa que nasceu e vive na capital do estado e uma pessoa que vive no interior.
Geralmente, quem está na capital acredita que sua maneira de falar é superior a das
pessoas que habitam o interior do estado ou mesmo as áreas rurais.
Nesse caso, muitas palavras pejorativas e depreciativas são utilizadas para determinar
algumas dessas pessoas através de um estereótipo associado as variedades linguísticas,
por exemplo, o caipira, o baiano, o nordestino, o roceiro, dentre outros.
Sobre esse assunto, o escritor Marcos Bagno afirma em sua obra "Preconceito Linguístico:
o que é, como se faz" (1999):
“É um verdadeiro acinte aos direitos humanos, por exemplo, o modo como a fala nordestina é
retratada nas novelas de televisão, principalmente da Rede Globo. Todo personagem de origem
nordestina é, sem exceção, um tipo grotesco, rústico, atrasado, criado para provocar o riso, o escárnio
e o deboche dos demais personagens e do espectador. No plano lingüístico, atores não nordestinos
expressam-se num arremedo de língua que não é falada em lugar nenhum do Brasil, muito menos no
Nordeste. Costumo dizer que aquela deve ser a língua do Nordeste de Marte! Mas nós sabemos muito
bem que essa atitude representa uma forma de marginalização e exclusão. (...) Se o Nordeste é
“atrasado”, “pobre”, “subdesenvolvido” ou (na melhor das hipóteses) “pitoresco”, então,
“naturalmente”, as pessoas que lá nasceram e a língua que elas falam também devem ser
consideradas assim... Ora, faça-me o favor, Rede Globo!”
Esse tipo de preconceito atinge muitos grupos considerados de menor prestígio social,
donde a língua é utilizada como ferramenta de distinção social.
Entretanto, vale lembrar que todas as variações linguísticas são aceitas e devem ser
consideradas um valor cultural e não um problema.
Pesquisa analisa 'jeitinho brasileiro' Arte/O Globo
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'Jeitinho brasileiro':82% acham que
maioria pretende tirarvantagem, diz
pesquisaLevantamento da Confederação Nacional da
Indústria (CNI) revela percepção da população sobreo tema
POR LETICIA FERNANDES
11/03/2014 7:00 / atualizado 11/03/2014 8:54
PUBLICIDADERIO Vivemos em uma sociedade dividida entre malandros
e manés? O cultuado "jeitinho brasileiro" costuma ser usado
para burlar regras, furar filas, andar pelo acostamento e
sempre se sair melhor do que a pessoa ao lado. Mesmo
quando ela é da sua família, seu amigo, vizinho ou colega de
trabalho. É o que mostra pesquisa da Confederação Nacional
da Indústria (CNI), feita entre 17 e 21 de setembro de 2012, e
completada com dados somente divulgados no início deste
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Veja tambémNível de confiança e percepção da forma deagir do brasileiro
ano. A percepção dos entrevistados em relação a forma de
agir do brasileiro reflete o jeito com que tratamos as pessoas,
mesmo as mais próximas do nosso círculo afetivo: 82%
acham que a maioria age querendo tirar vantagem, enquanto
só 16% dos entrevistados acham que as pessoas agem de
maneira correta. Embora os dados tenham sido coletados no
ano retrasado, a coordenação da pesquisa diz que um ou dois
anos não interferem na alteração do nível de percepção das
pessoas.
Há certas imagens sobre o comportamento do brasileiro que
permeiam as percepções das pessoas nas suas relações sociais. A ideia
de que o brasileiro sempre burla normas e determinações para obter o
que almeja e essa é uma definição do jeitinho é recorrente. Para a
grande maioria dos brasileiros, a busca de atalhos, soluções facilitadas
ou vantagens fazem parte do cotidiano das pessoas explica Rachel
Meneguello, cientista política da Universidade de Campinas
(Unicamp).
Quando o assunto é confiança, o número
também é alto: 62% dos brasileiros não têm
nenhuma (29%) ou quase nenhuma confiança
(33%) na maioria das pessoas. Os otimistas, que
confiam muito no próximo, são apenas 6%, e os
que disseram ter alguma confiança são 31%.
Quanto mais próximo é o círculo social, maior é a confiança. A
pergunta sobre familiares teve 93% de respostas positivas, onde os
entrevistados disseram depositar muita (73%) ou alguma confiança
em membros da família (20%). Logo depois, vêm os amigos, que
inspiram muita confiança em apenas 18% das pessoas. Os que
disseram ter alguma confiança foram 48%.
A pesquisa aponta ainda que o Nordeste é a região onde as pessoas
mais acreditam estar sendo passadas para trás. São 89% os
entrevistados que acham que os outros querem tirar vantagem e só 9%
acreditam que as pessoas agem de maneira correta.Em seguida, vem o
Sul, com 85% de grau de desconfiança, seguido pelo Sudeste (81%) e
Norte/CentroOeste (71%).
O perigo mora ao lado
Tão próximos, mas tão distantes: assim percebemos nossos vizinhos
em 53% dos casos analisados. De acordo com a CNI, que entrevistou
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2.002 brasileiros de 143 municípios, mais da metade dos brasileiros
desconfia dos moradores da porta ao lado.
Para Rachel Meneguello, o alto nível de desconfiança mesmo entre
pessoas próximas aponta para a fragilidade das relações sociais:
Em contextos em que mesmo entre os grupos mais próximos a
relação é frágil, estamos diante de situações em que o tecido social
está esgarçado.
A última categoria analisada foi a de colegas de trabalho ou escola.
Nesta faixa, 44% das pessoas confiam muito (9%) ou têm alguma
confiança (35%) nas pessoas à sua volta. A desconfiança, aqui, chega a
47%, sendo 22% os que confiam quase nada e 25% os que não têm
nenhuma confiança nesse grupo.
No grupo dos que recebem até um saláriomínimo, a
desconfiança aumenta, com 83% dos entrevistados
acreditando que a maioria das pessoas quer tirar vantagem.
O nível só diminui na categoria dos que ganham de 5 a 10
saláriosmínimos, mesmo assim chega aos 77%. Sobre a
percepção que o brasileiro tem da sociedade, o nível de
desconfiança é maior entre os mais pobres e os mais ricos.
Na faixa de quem ganha um saláriomínimo, 67% dos
entrevistados disseram ter pouca (26%) ou nenhuma
confiança (41%) na maioria das pessoas. No grupo que ganha mais de
10 saláriosmínimos, 68% apontaram desconfiança absoluta (39%) ou
muita desconfiança (29%) na maioria das pessoas.
O que tem é essa visão de que o brasileiro sempre quer tirar
vantagem, ele passa pelo acostamento, fura fila, não devolve o troco,
cola na prova, e isso afeta essa avaliação. As pessoas podem defender
uma sociedade sem corrupção, mas, nessas pequenas coisas, elas não
têm essa ética, e aí você começa a perder confiança. É uma confiança
desconfiada conta Renato da Fonseca, coordenador da pesquisa.
Entrevistados com nível superior são os que mais confiam nos outros.
Mesmo assim, são apenas 19% os que acreditam que as pessoas agem
de forma correta e 80% os que acreditam que elas querem tirar
vantagem.
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