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Linguagens, Códigos e suas Tecnologias PORTUGUÊS: Compreensão Textual e Aspectos Linguísticos I - Volume 01 01 Capítulo 01 ANÁLISE DA MACRO E MICROESTRUTURA DO TEXTO A Elaboração do Texto; O Substantivo na Construção do Texto; A Morfossintaxe do Substantivo Análise da Macroestrutura do Texto Argumen- tativo 01 O texto argumentativo é aquele cuja função comunicativa predominante consiste em influenciar o leitor-ouvinte a aceitar, e não apenas compreender, o que está sendo expresso. Usam-se argumentos para convencer, persuadir, isto é, fazer o leitor aceitar, crer, mudar de opinião e agir em conformidade com os argumentos apresentados. Defende-se uma ideia, uma opinião, um ponto-de-vista. Muitas vezes, a ideia defendida é polêmica, visto que, para toda tese, sempre há a formação de uma tese contrária ou antítese. Conclui-se, reforçando os argumentos apresentados e/ou apresentando uma solução para o problema. Sendo assim, sua estrutura é organizada em três partes: a introdução, na qual é apresentada a ideia principal ou tese; o de- senvolvimento, que fundamenta ou desenvolve a ideia principal; e a conclusão. Os argumentos utilizados para fundamentar a tese podem ser de diferentes tipos: exemplos, comparação, dados históricos, dados estatísticos, pesquisas, causas socioeconômicas ou culturais , depoimentos – enfim tudo o que possa demonstrar o ponto de vista defendido pelo autor tem consistência. A conclusão pode apresentar uma possível solução/proposta ou uma síntese. Como exemplo, analisemos um texto argumentativo. CONSIDERAÇÕES SOBRE JUSTIÇA E EQUIDADE Hoje, floresce cada vez mais, no mundo jurídico e acadêmico nacional, a ideia de que o julgador, ao apreciar os casos concretos que são apresentados perante os tribunais, deve nortear o seu proceder, mais por critérios de justiça e equidade e menos por razões de estrita legalidade, no intuito de alcançar, sempre, o escopo da real pacificação dos conflitos submetidos à sua apreciação. Semelhante entendimento tem sido sistematicamente reiterado, na atualidade, ao ponto de inúmeros magistrados simplesmente desprezarem ou desconsiderarem determi- nados preceitos de lei, fulminando ditos dilemas legais sob a pecha de injustiça ou inadequação à realidade nacional. Abstraída qualquer pretensão de crítica ou censura pessoal aos insignes juízes que se filiam a esta corrente, alguns dos quais reconhecidos como dos mais brilhantes do país, não nos furtamos, todavia, de tecer breves considerações sobre os Considerações sobre o Título e a Introdução 02 perigos da generalização desse entendimento. Observemos que o título anuncia ao leitor o objetivo ou a intenção do autor. Esse procedimento indica o caminho que o leitor deve esperar ser traçado. No exemplo acima, o texto tratará de considerações ou opinião do autor sobre justiça e equidade, diferenciando-os ou assemelhando-os e situando- os no tempo e no espaço. Esses são fatores importantes na construção do texto. No primeiro parágrafo, o autor apresenta um argumento que está sendo aceito pela maior parte do público-alvo do seu texto, indicando o tempo em que esse argumento vigora. O fator tempo é essencial para mostrar a validade do argumento ou dos contra-argumentos que serão expostos. No segundo parágrafo, apresenta-se o problema maior que é a aceitação desse pensamento por magistrados. O pensamento do autor é reforçado com a expressão: “ao ponto de inúmeros magistrados simplesmente desprezarem ou desconsiderarem determinados preceitos de lei, fulminando ditos dilemas legais sob a pecha de injustiça ou inadequação à realidade nacional”, o que parece até uma acusação explícita às pessoas de alto escalão. No terceiro parágrafo, o autor explica-se, apresenta o que não é e o que é sua intenção, podendo assim iniciar suas considerações. Consideremos agora a construção do desenvolvimento do texto: Primeiro, porque o mesmo, além de violar os preceitos dos arts. 126 e 127 do CPC, atenta de forma direta e frontal contra os princípios da legalidade e da separação de poderes, esteio no qual se assenta toda e qualquer idéia de democracia ou limitação de atribuições dos órgãos do Estado. Isso é o que salientou, e com a costumeira maestria, o insuperável José Alberto dos Reis, o maior processualista por- tuguês, ao afirmar que: “O magistrado não pode sobrepor os seus próprios juízos de valor aos que estão encarnados na lei. Não o pode fazer quando o caso se acha previsto legalmente, não o pode fazer mesmo quando o caso é omisso”. Aceitar tal aberração seria o mesmo que ferir de morte qualquer espécie de legalidade ou garantia de soberania popu- lar proveniente dos parlamentos, até porque, na lúcida visão desse mesmo processualista, o juiz estaria, nessa situação, se arvorando, de forma absolutamente espúria, na condição de legislador. A esta altura, adotando tal entendimento, estaria institu- cionalizada a insegurança social, sendo que não haveria mais qualquer garantia, na medida em que tudo estaria ao sabor dos humores e amores do juiz de plantão. Considerações sobre o Desenvolvimento 03 01 05 10 15 20 01 05 10 15 20 25 30 35 40 Aspectos Linguisticos I Volume I.indd 1 29/12/2011 08:59:50

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Linguagens, Códigos e suas TecnologiasPORTUGUÊS: Compreensão Textual e Aspectos Linguísticos I - Volume 01 01

Capítulo

01Análise dA MAcro e MicroestruturA do texto

A Elaboração do Texto; O Substantivo na Construção do Texto; A Morfossintaxe do Substantivo

Análise da Macroestrutura do Texto Argumen-tativo

01

O texto argumentativo é aquele cuja função comunicativa predominante consiste em influenciar o leitor-ouvinte a aceitar, e não apenas compreender, o que está sendo expresso.

Usam-se argumentos para convencer, persuadir, isto é, fazer o leitor aceitar, crer, mudar de opinião e agir em conformidade com os argumentos apresentados. Defende-se uma ideia, uma opinião, um ponto-de-vista. Muitas vezes, a ideia defendida é polêmica, visto que, para toda tese, sempre há a formação de uma tese contrária ou antítese.

Conclui-se, reforçando os argumentos apresentados e/ou apresentando uma solução para o problema.

Sendo assim, sua estrutura é organizada em três partes: a introdução, na qual é apresentada a ideia principal ou tese; o de-senvolvimento, que fundamenta ou desenvolve a ideia principal; e a conclusão. Os argumentos utilizados para fundamentar a tese podem ser de diferentes tipos: exemplos, comparação, dados históricos, dados estatísticos, pesquisas, causas socioeconômicas ou culturais , depoimentos – enfim tudo o que possa demonstrar o ponto de vista defendido pelo autor tem consistência. A conclusão pode apresentar uma possível solução/proposta ou uma síntese.

Como exemplo, analisemos um texto argumentativo.

CONSIDERAÇÕES SOBRE JUSTIÇA E EQUIDADE

Hoje, floresce cada vez mais, no mundo jurídico e acadêmico nacional, a ideia de que o julgador, ao apreciar os casos concretos que são apresentados perante os tribunais, deve nortear o seu proceder, mais por critérios de justiça e equidade e menos por razões de estrita legalidade, no intuito de alcançar, sempre, o escopo da real pacificação dos conflitos submetidos à sua apreciação.

Semelhante entendimento tem sido sistematicamente reiterado, na atualidade, ao ponto de inúmeros magistrados simplesmente desprezarem ou desconsiderarem determi-nados preceitos de lei, fulminando ditos dilemas legais sob a pecha de injustiça ou inadequação à realidade nacional.

Abstraída qualquer pretensão de crítica ou censura pessoal aos insignes juízes que se filiam a esta corrente, alguns dos quais reconhecidos como dos mais brilhantes do país, não nos furtamos, todavia, de tecer breves considerações sobre os

Considerações sobre o Título e a Introdução

02

perigos da generalização desse entendimento.Observemos que o título anuncia ao leitor o objetivo ou a

intenção do autor. Esse procedimento indica o caminho que o leitor deve esperar ser traçado. No exemplo acima, o texto tratará de considerações ou opinião do autor sobre justiça e equidade, diferenciando-os ou assemelhando-os e situando-os no tempo e no espaço. Esses são fatores importantes na construção do texto.

No primeiro parágrafo, o autor apresenta um argumento que está sendo aceito pela maior parte do público-alvo do seu texto, indicando o tempo em que esse argumento vigora. O fator tempo é essencial para mostrar a validade do argumento ou dos contra-argumentos que serão expostos.

No segundo parágrafo, apresenta-se o problema maior que é a aceitação desse pensamento por magistrados. O pensamento do autor é reforçado com a expressão: “ao ponto de inúmeros magistrados simplesmente desprezarem ou desconsiderarem determinados preceitos de lei, fulminando ditos dilemas legais sob a pecha de injustiça ou inadequação à realidade nacional”, o que parece até uma acusação explícita às pessoas de alto escalão.

No terceiro parágrafo, o autor explica-se, apresenta o que não é e o que é sua intenção, podendo assim iniciar suas considerações.

Consideremos agora a construção do desenvolvimento do texto:

Primeiro, porque o mesmo, além de violar os preceitos dos arts. 126 e 127 do CPC, atenta de forma direta e frontal contra os princípios da legalidade e da separação de poderes, esteio no qual se assenta toda e qualquer idéia de democracia ou limitação de atribuições dos órgãos do Estado.

Isso é o que salientou, e com a costumeira maestria, o insuperável José Alberto dos Reis, o maior processualista por-tuguês, ao afirmar que: “O magistrado não pode sobrepor os seus próprios juízos de valor aos que estão encarnados na lei. Não o pode fazer quando o caso se acha previsto legalmente, não o pode fazer mesmo quando o caso é omisso”.

Aceitar tal aberração seria o mesmo que ferir de morte qualquer espécie de legalidade ou garantia de soberania popu-lar proveniente dos parlamentos, até porque, na lúcida visão desse mesmo processualista, o juiz estaria, nessa situação, se arvorando, de forma absolutamente espúria, na condição de legislador.

A esta altura, adotando tal entendimento, estaria institu-cionalizada a insegurança social, sendo que não haveria mais qualquer garantia, na medida em que tudo estaria ao sabor dos humores e amores do juiz de plantão.

Considerações sobre o Desenvolvimento

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Linguagens, Códigos e suas TecnologiasPORTUGUÊS: Compreensão Textual e Aspectos Linguísticos I - Volume 0102

De nada adiantariam as eleições, eis que os representantes indicados pelo povo não poderiam se valer de sua maior atribuição, ou seja, a prerrogativa de editar as leis.

Desapareceriam também os juízes de conveniência e oportunidade política típicos dessas casas legislativas, na me-dida em que sempre poderiam ser afastados por uma esfera revisora excepcional.

A própria independência do parlamento sucumbiria integralmente frente à possibilidade de inobservância e des-consideração de suas deliberações.

Ou seja, nada restaria, de cunho democrático, em nossa civilização.

Já o Poder Judiciário, a quem legitimamente compete fis-calizar a constitucionalidade e legalidade dos atos dos demais poderes do Estado, praticamente aniquilaria as atribuições destes, ditando a eles, a todo momento, como proceder.

Nada mais é preciso dizer para demonstrar o desacerto dessa concepção.

Entretanto, a defesa desse entendimento demonstra, sem sombra de dúvidas, o desconhecimento do próprio conceito de justiça, incorrendo inclusive numa contradictio in adjecto.

Isto porque, e como magistralmente o salientou o insu-perável Calamandrei, “a justiça que o juiz administra é, no sistema da legalidade, a justiça em sentido jurídico, isto é, no sentido mais apertado, mas menos incerto, da conformidade com o direito constituído, independentemente da cor-respondente com a justiça social”.

É importante atentar para o elemento de coesão que introduz o primeiro parágrafo do desenvolvimento, fazendo coerentemente uma ligação entre o que foi dito anteriormente e o que vai ser expresso, até evidenciando uma possível sequenciação de ideias. Nesse desenvolvimento, o autor tenta provar, usando o critério de autoridade quando cita os artigos da lei e a autoridade de um magistrado, que suas considerações têm sentido. Há também ex-pressões que reforçam a argumentação, apresentando uma forte carga semântica em favor do autor como “atenta de forma direta e frontal contra os princípios da legalidade e da separação de po-deres” (linhas 2 e 3); maestria, insuperável, o maior processualista português, (linhas 6 a 8); Aceitar tal aberração seria o mesmo que ferir de morte qualquer espécie ...; na lúcida visão...(linhas 12 a 14) entre outras. Isso mostra que a escolha de palavras ou expressões faz parte do processo de construção do texto segundo sua intencionalidade.

Observe o desenvolvimento e a forma como o autor expõe seus argumentos.

Vejamos como foi feita a conclusão.

Para encerrar, basta salientar que a eleição dos meios concretos de efetivação da justiça social compete, fundamen-talmente, ao Legislativo e ao Executivo, eis que seus membros são indicados diretamente pelo povo.

Ao Judiciário cabe administrar a justiça da legalidade, adequando o proceder daqueles aos ditames da Constituição e da Legislação.

Luís Alberto Thompson Flores LenzDisponível em: http://www.pucrs.br/gpt/argumentativo.php

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Considerações sobre a Conclusão

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Vejamos como a simples conclusão feita atinge ao objetivo. Muitos autores demarcam a conclusão com expressões típicas que a identificam como: Para encerrar; Portanto; Concluindo; entre outras. Em muitos casos, essas expressões fazem-se desnecessárias. O contexto já deve indicar que o texto está em sua fase conclusiva.

O objetivo maior da Literatura é o ato da comunicação, ou seja, a troca de informações, mensagens. Isto se dá através de uma conversa, leitura, mensagem visual ou escrita. Podemos definir como intenção comunicativa todo e qualquer ato ou pensamento que leve a uma comunicação. Para que haja uma comunicação são necessários os elementos básicos: emissor, receptor, canal e código, assim classificados:

Emissor: Ser que emite uma mensagem, seja ela escrita ou falada, ponto de partida da comunicação.

Ex.: Escritor de um livro, falante de uma conversa, autor de uma redação.

Receptor: Ser que recebe uma mensagem, seja ela escrita ou falada.

Ex.: leitor de um livro, ouvinte em uma conversa.

Canal: Modo pelo qual a mensagem é enviada.

Ex.: Livro, carta, e-mail, voz.

Código: Conteúdo de uma mensagem escrita ou falada.

Ex.: Assunto de uma conversa, livro ou carta.

• Função comunicativa: Sempre que elaboramos uma men-sagem e escolhemos um modo para tal, a isso damos o nome de função comunicativa, a escolha de como elaborar uma mensagem escrita ou falada. Existem as seguintes maneiras ou funções:

• Função emotiva: Toda comunicação elaborada com uso opinativo, linguagem lírica.

Ex.: redações, poesias, biografias, tudo que envolve uma linguagem onde afloram opiniões ou sentimentos.

• Função conotativa: Essa talvez seja a mais usada diaria-mente. Definida pela adaptação da mensagem pelo emissor ao receptor, receptores.

Ex.: Um médico dialogando com seu paciente e com outros médicos, mesmo que o assunto seja o mesmo, as palavras serão diferentes, devido à incapacidade do paciente em entender termos médicos; um advogado em júri ou falando com seu cliente; político em plenária e falando ao povo em comício.

• Função metalinguística: Função que estuda a gramática ou aspectos ligados a uma Língua.

Ex.: Gramática, dicionário, questões de interpretação textual.

• Função fática: Função que apresenta uma comunicação.

Ex.: Introdução de uma redação, prefácio de uma obra literária, início de um diálogo.

• Função poética: Função que privilegia a forma da mensagem, inovando a linguagem para impressionar ou emocionar o lei-tor.

Ex.: poemas, anúncio publicitário.

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Linguagens, Códigos e suas TecnologiasPORTUGUÊS: Compreensão Textual e Aspectos Linguísticos I - Volume 01 03

Sabendo que todo texto é escrito para exercer uma função comunicativa, indique qual é essa função no texto “Con-siderações sobre justiça e equidade”.

Muitas vezes, a ideia defendida é polêmica, visto que, para toda tese, sempre há a formação de uma tese contrária ou antítese. Apresente a tese e a antítese do texto em estudo.

Uma das estratégias argumentativas usadas no texto é a clareza. Transcreva, do texto em estudo, trechos que indiquem a utili-zação dessa estratégia.

Elabore uma introdução de, no mínimo 4 linhas, para um texto com o tema: A justiça no Brasil tem solução?

Segundo Othon Garcia, em sua obra “Comunicação em Prosa Moderna”, um modelo que pode ser utilizado como guia para criação de um texto argumentativo é assim exposto: citação da tese adversária; apresentação de argumentos da tese adversária; apresentação da tese a ser defendida; apresentação dos argumentos da tese a ser defendida; conclusão.

No texto “Considerações sobre justiça e equidade”, quanto à sua estrutura, pode-se afirmar que cada parágrafo foi estrategica-mente escrito, escolhendo-se o que colocar em cada um para se tornar um texto coeso, coerente e fortemente argumentativo. Por exemplo, nota-se que, no primeiro parágrafo, o autor apresenta a tese que vai ser confrontada; no segundo parágrafo, cita-se o argumento que vai ser confrontado; do terceiro até o antepenúl-timo parágrafo, são apresentados os argumentos que confabularão para a apresentação do ponto de vista do autor; e nos dois últimos parágrafos, o autor conclui seu texto argumentativo, reforçando a ideia construída ao longo do texto pelos argumentos apresentados. Eis um excelente modelo de texto argumentativo a ser imitado.

TEXTO

A Filosofia teve origem na tentativa humana de escapar para um mundo em que nada mudasse. Platão, fundador dessa área da cultura que hoje chamamos Filosofia, supunha que a diferença entre o passado e o futuro seria mínima.

Foi somente quando começaram a levar a História e o tempo a sério que os filósofos colocaram suas esperanças quanto ao futuro deste mundo no lugar antes ocupado por seu desejo de conhecer um outro mundo.

A tentativa de levar o tempo a sério começou com Hegel, que formulou explicitamente suas dúvidas quanto à tentativa platônica de escapar do tempo e mesmo quanto ao esforço de Kant em achar condições a-históricas de possibilidade de fenômenos temporais. A Filosofia distanciou-se da questão “O que somos?” para focalizar “O que poderíamos vir a ser?”

(MOD. ENEM-H23) Analisando as informações utilizadas no texto, pode-se inferir que o objetivo do autor é afirmar que:A) Platão não só foi o filósofo que superou as formulações de

Hegel e Kant relativas aos fenômenos temporais como foi o que cogitou na ideia de futuro.

B) Inicialmente, em suas origens, a Filosofia se interessou pelas condições não-históricas das transformações temporais a que os seres humanos se sujeitam.

C) Os filósofos sempre se preocuparam prioritariamente com a questão da passagem do tempo e das consequentes mudanças históricas.

D) Hegel inaugurou, na Filosofia, as cogitações relativas ao tempo e às condições históricas dos fenômenos temporais.

E) A Filosofia nasceu marcada pelo interesse do homem em sondar as suas próprias possibilidades de transformação e mudança no tempo e na História.

(MOD. ENEM-H1) Pela linguagem utilizada e pelas ideias propostas, pode-se dizer que o texto em estudo é:A) uma crônica D) um artigo de opiniãoB) um conto E) uma alegoriaC) um texto didático

(MOD. ENEM-H24) O trecho em que fica explícito um posi-cionamento do autor é:A) Foi somente quando começaram a levar a História e o

tempo a sério que os filósofos colocaram suas esperanças quanto ao futuro deste mundo no lugar antes ocupado por seu desejo de conhecer um outro mundo.

B) A tentativa de levar o tempo a sério começou com Hegel, que formulou explicitamente suas dúvidas quanto à tenta-tiva platônica de escapar do tempo...

C) A Filosofia distanciou-se da questão “O que somos?” para focalizar “O que poderíamos vir a ser?”

D) A Filosofia teve origem na tentativa humana de escapar para um mundo em que nada mudasse.

E) Platão, fundador dessa área da cultura que hoje chamamos Filosofia, supunha que a diferença entre o passado e o futuro seria mínima.

TEXTO

Quando a justiça entra em conflito com a lealdade, essa última geralmente leva a melhor. Muitos de nós alimentamos e protegemos nossas famílias antes de podermos pensar nas necessidades de nossos vizinhos. Muitos de nós estamos muito mais interessados no bem-estar dos nossos compatriotas do que na situação das pessoas do outro lado do mundo.

(MOD. ENEM-H23) Analisando as ideias do texto, todas as alternativas se relacionam com o pensamento principal do autor, EXCETO:

A) o senso de justiça entre indivíduos de povos diferentes é superior à lealdade que se dispensa aos familiares mais próximo.

B) a lealdade geralmente prevalece sobre a justiça quando há conflito entre as duas forças.

C) o pensamento relativo às necessidades dos nossos con-hecidos é secundário em relação às preocupações com os familiares.

D) o interesse pelas causas nacionais é prioritário em relação aos contextos do exterior.

E) a solidariedade entre pessoas de uma mesma nacionalidade sobrepõe-se à solidariedade para com povos estrangeiros.

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Linguagens, Códigos e suas TecnologiasPORTUGUÊS: Compreensão Textual e Aspectos Linguísticos I - Volume 0104

(MOD. ENEM-H27)Também estaria de acordo com a norma padrão da língua portuguesa a reescrita do trecho a qual não altera o sentido do texto em:A) Muitos de nós estão muito mais interessados no bem-estar...B) Muitos de nós alimentamos, e protegemos nossas famílias...C) Quando a justiça entra em conflito com a lealdade, aquela

geralmente leva a melhor.D) ... antes de poder pensar nas necessidades de nossos

vizinhos.E) ... antes de podermos pensarmos nas necessidades de

nossos vizinhos.

(MOD. ENEM-H27) Todas as orações abaixo foram escritas seguindo o padrão culto da língua portuguesa, EXCETO:A) Quando a justiça entra em conflito com a lealdade,...B) ...essa última geralmente leva a melhor.C) Muitos de nós alimentamos e protegemos nossas famílias...D) ... antes de podermos pensar nas necessidades de nossos

vizinhos.E) ... do que na situação das pessoas do outro lado do mundo.

TEXTO

Prever o futuro é tão arriscado que, podendo sempre errar, é preferível errar pelo otimismo. E há boas razões para ser otimista quanto à democracia. Nos últimos 20 anos, dobrou ou triplicou o número de pessoas que não vivem em ditadura. Talvez seja demais chamar Ucrânia ou El Salvador hoje de Estados democráticos, mas certamente há bem mais liberdade nesses países ou no Brasil, após a queda do comunismo e das ditaduras apoiadas pelo primeiro mundo, do que havia em 1980. A conjuntura mundial torna difícil o cenário usual, que era a rigorosa repressão ante o avanço de reivindicações populares.

(MOD. ENEM-H18) Quantos aos elementos que estruturam o texto acima, é correto afirmar que:A) a palavra “mas” indica adição ao que foi dito anteriormente.B) a palavra “bem” funciona como intensificador do advérbio

“mais”. C) a expressão “tão arriscado que” pode ser substituída por

“tão arriscado quanto” sem prejuízo para a correção do texto.

D) se a palavra “certamente” vier entre vírgulas, o texto transgride as normas de pontuação.

E) a vírgula após “usual” indica que a oração a seguir é restri-tiva.

TEXTO

O quadro geral de apaziguamento abre espaço para a expansão da democracia. Mas resta muito por fazer. Mais que tudo, é preciso desenvolver a ideia de que a democracia não é só um regime político, mas um regime de vida. Quer dizer que o mundo dos afetos deve ser democratizado. É preciso democratizar o amor, seja paternal ou filial; a amizade; o contato com o desconhecido: tudo o que na moder-nidade fez parte da vida privada. É preciso democratizar as relações de trabalho, hoje tuteladas pela propriedade privada. A democracia só vai se consolidar, o que pode tardar décadas, quando passar das instituições eleitorais para a vida cotidiana. É claro que isso significa mudar, e muito, o que significa democracia. Cada vez mais ela terá a ver com o respeito ao outro.

(MOD. ENEM-H18) Funciona como elemento de coesão a expressão:

A) “O quadro geral” D) “A democracia”B) “Quer dizer que” E) “É claro”C) “É preciso”

(MOD. ENEM – HAB. 23) É objetivo do autor mostrar que:A) a noção de regime político é mais restrita que a noção de

regime de vida.B) pode-se inferir que as relações de trabalho tuteladas pela

propriedade privada não são suficientemente democráticas.C) a proposta de ampliação do conceito de democracia

transcende as questões públicas e políticas e invade o universo individual e privado.

D) a consolidação da democracia tem como condição a abrangência das questões da vida cotidiana.

E) a mudança do conceito de democracia é uma transfor-mação que está ocorrendo na sociedade e seus resultados serão vistos brevemente.

TEXTO Na pesquisa para avaliar a gestão nas empresas em relação à

qualidade no setor de software, foram considerados os seguintes fatores: a elaboração de planos estratégicos, a inclusão de metas consistentes, a coleta de indicadores precisos, a contabilidade adequada de custos, a implantação de programas de qualidade total e a certificação dos sistemas.

O relacionamento das empresas com seus empregados foi acom-panhado a partir de aspectos da participação dos mesmos na solução de problemas, sua satisfação e oportunidades de aperfeiçoamento profis-sional. O relacionamento com o mercado era avaliado considerando-se a realização de pesquisas de expectativa e de satisfação junto aos clientes; a existência de estruturas de atendimento; a resolução de reclamações e o uso desses tipos de dados na revisão de projetos ou na especificação de novos produtos e serviços.

Procedimentos específicos para qualidade em software foram me-didos por indicadores referentes à adoção de métodos de engenharia para prevenção ou detecção de defeitos, à utilização de ferramentas au-tomatizadas de desenvolvimento e ao tipo de documentação adotada. Adicionalmente, todo um conjunto de aspectos foi levantado visando à caracterização das empresas e do software desenvolvido no Brasil.

(MOD. ENEM-H18) Em relação aos elementos constituintes que organizam o texto, assinale a opção correta.A) As escolhas sintáticas e lexicais do texto são apropriadas

para um texto de relatório.B) Para que a pontuação do texto se torne correta é

necessário substituir as quatro vírgulas após o sinal de dois pontos por sinais de ponto e vírgula.

C) O uso da voz passiva em “foi acompanhado” tem o efeito estilístico de explicitar e reforçar o papel do agente da ação.

D) Em “O relacionamento com o mercado era avaliado”, a transformação da voz passiva analítica para sintética cor-responde a: Avaliou-se o relacionamento com o mercado.

E) O uso do pretérito indica que a pesquisa a que o texto se refere está em andamento.

TEXTOO mundo é grandeO mundo é grande e cabeNesta janela sobre o mar.O mar é grande e cabeNa cama e no colchão de amar.O amor é grande e cabeNo breve espaço de beijar.

(MOD. ENEM-H18) Neste poema, o poeta realizou uma opção estilística: a reiteração de determinadas construções e expressões linguísticas, como o uso da mesma conjunção para estabelecer a relação entre as frases. Essa conjunção estabelece, entre as idéias relacionadas, um sentido de:A) oposição. D) alternância.B) comparação. E) finalidade.C) conclusão.

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TEXTO

Oh! Que saudadesDo luar da minha terraLá na serra branquejandoFolhas secas pelo chãoEste luar cá de cidadeTão escuro não tem aquela saudadeDo luar lá do sertão!

(MOD. ENEM-H15) Podem-se relacionar os versos acima com características do Arcadismo como:

A) exaltação à natureza da terra natal.B) declarada contenção dos sentimentos.C) expressão de sentimentos universais.D) volta ao passado para escapar das agruras do presente.E) oposição entre o campo e a cidade.

TEXTOS

I. “A parança que foi – conforme estou vivo lembrado – numa vereda sem nome nem fama, corguinho deitado demais, de água muito simplificada.”

II. “...penetrar no universo do grande sertão é trilhar as veredas da poesia e, com Riobaldo, propor-se grandes questionamentos.”

III. “Após a batalha, os jagunços pararam para descansar num curso d’água orlado de buritis.”

(MOD. ENEM-H18) Observando as relações entre as expressões grifadas, é correto afirmar que ocorre:

A) homonímia entre I e II e antonímia entre I e III.B) polissemia entre I e II e sinonímia entre I e III.C) paronímia entre I e II e homonímia entre I e III.D) homonímia entre I e II e sinonímia entre II e III.E) paronímia entre I e II e sinonímia entre I e III.

(MOD. ENEM-H25) O uso de palavras como “parança”, “corguinho”, “jagunços”:

A) determina o uso da linguagem padrão.B) evidencia a linguagem regional usada pelo autor.C) privilegia a linguagem culta da língua.D) exemplifica a preocupação do autor com o uso de uma

variante padrão.E) apresenta o falar urbano como predominante em algumas

regiões.

TEXTO

Leia o excerto abaixo extraído de uma suposta entrevista com Riobaldo, personagem de Grande sertão: veredas.

“Mire e veja o leitor e a leitora: se não houvesse Brasil, não haveria ‘Grande sertão: veredas’, não haveria Riobaldo. Deviam ter pensado que pelo menos para isso serviu. E o resto é silêncio. Ou melhor, mais uma pergunta senhor Riobaldo. O que é silêncio?

R – O senhor sabe o que o silêncio é? É a gente mesmo, demais.” Alberto Pompeu de Toledo, Veja.

(MOD. ENEM-H19) No trecho acima, predominam as seguintes funções da linguagem:A) poética e fática.B) fática e conativa.C) expressiva e poética.D) conativa e metalinguística.E) expressiva e conativa

CONCEITUANDO

Substantivo é a classe gramatical, ou morfológica, de palavras que nomeiam os seres – reais ou imaginários, concretos ou abstratos. Além disso, inclui nomes de ações, estados, qualidades, sentimentos, etc.

Qualquer classe gramatical antecedida por artigo, pronome demonstrativo, pronome indefinido ou pronome possessivo vira substantivo: o amar, um amanhã, nosso sentir, um não sei quê, o sim, o não, algum talvez, este falar, um abrir-se, o querer, aquele claro-escuro.

Analisemos a estrutura do parágrafo abaixo transcrito, no que se refere à utilização dos recursos linguísticos.

Hoje, floresce cada vez mais, no mundo jurídico e acadêmico nacional, a ideia de que o julgador, ao apreciar os casos concretos que são apresentados perante os tribunais, deve nortear o seu proceder mais por critérios de justiça e equidade e menos por razões de estrita legalidade, no intuito de alcançar, sempre, o escopo da real pacificação dos conflitos submetidos à sua apreciação.

No texto “Considerações sobre justiça e equidade”, para construir sua argumentação, o autor materializou suas ideias com palavras de uma determinada língua, no caso a Língua Portuguesa, seguindo os padrões formais dessa língua. A disposição das palavras numa frase obedece a uma organização sintática, quer dizer, sintaticamente, as palavras são organizadas em uma frase que comporá um parágrafo, sintetizando ou expondo uma ideia, exercendo uma determinada função: sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, adjunto adnominal, adjunto adver-bial, aposto, vocativo, agente da passiva.

Cada palavra utilizada, escolhida consciente ou inconsciente-mente, é determinada numa gramática como pertencente a uma classe. Por exemplo:

1. A palavra HOJE, que determina uma circunstância de tempo, é classificada como advérbio, uma classe invariável que não pode ser flexionada nem em gênero, nem em número;

2. A palavra FLORESCE pertence à classe dos verbos cuja decli-nação se faz em tempo(passado, presente e futuro) pessoa (1a,2a e 3a), número(singular e plural) e modo (indicativo, subjuntivo e imperativo).

3. O “E” que está, na primeira linha, ligando “mundo jurídico” a “acadêmico nacional” é uma conjunção, um conectivo utilizado para ligar palavras e orações, coordenando-as ou subordinando-as, sem apresentar uma função sintática na oração.

4. A palavra DE, também na primeira linha, é uma preposição. Também serve para ligar palavras ou orações. É um conetivo que não tem função sintática.

5. O “A”, presente em “a ideia”, e o “O”, em “o julgador”, são artigos definidos, porque servem para definir o substantivo, identificando, inclusive, o gênero – “o” para o masculino e “a” para o feminino (Quando se quer indefinir o substantivo, usa-se “um” ou “uma”).

6. A palavra QUE, na segunda linha do parágrafo, e a palavra SUA, na última linha, são pronomes, definidos como palavras que substituem um substantivo(pronomes substantivos: pro-nomes pessoais, demonstrativos, indefinidos, relativos) ou os acompanham(pronomes adjetivos: possessivos). Também são utilizados como referenciais anafóricos ou catafóricos, como elementos de coesão do texto, tornando-o coeso e coerente.

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O Substantivo

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Linguagens, Códigos e suas TecnologiasPORTUGUÊS: Compreensão Textual e Aspectos Linguísticos I - Volume 0106

fósforo. Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, telefone, agenda, copo com lápis, canetas, blocos de notas, espátula, pastas, caixas de entrada, de saída, vaso com plantas, quadros, papéis, cigarro, fósforo. Bandeja, xícara pequena. Cigarro e fósforo. Papéis, telefone, relatórios, cartas, notas, vales, cheques, memorandos, bilhetes, telefone, papéis. Relógio. Mesa, cavalete, cinzeiros, cadeiras, esboços de anúncios, fotos, cigarro, fósforo, bloco de papel, caneta, projetos de filmes, xícara, cartaz, lápis, cigarro, fósforo, quadro negro, giz, papel. Mictório, pia, água. Táxi. Mesa, toalha, cadeiras, copos, pratos, talheres, garrafa, guardanapo, xícara. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Escova de dentes, pasta, água. Mesa e poltrona, papéis, telefone, revista, copo de papel, cigarro, fósforo, telefone interno, externo, papéis, prova de anúncio, caneta e papel, relógio, papel, pasta, cigarro, fósforo, papel e caneta, telefone, caneta e papel, telefone, papéis, folheto, xícara, jornal, cigarro, fósforo, papel e caneta. Carro. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Paletó, gravata. Poltrona, copo, revista. Quadros. Mesa, cadeiras, pratos, talheres, copos, guardanapos. Xícaras, cigarro e fósforo. Poltrona, livro. Cigarro e fósforo. Televisor, poltrona. Cigarro e fósforo. Abotoaduras, camisa, sapatos, meias, calça, cueca, pijama, espuma, água. Chinelos. Coberta, cama, travesseiro.

Ricardo Ramos3.1 Separe o texto em três partes, indicando as linhas demar-

catórias: A) Introdução: B) Desenvolvimento:C) Conclusão:

3.2 Explique as relações semânticas entre os vocábulos es-colhidos, apresentando o recurso da coerência.

3.3 Identifique a relação semântica coerente entre título e texto.

Escreva um texto, no mínimo 7 linhas, em que você narra uma história, usando apenas substantivos.

FLEXÃO DO SUBSTANTIVO

Número do substantivo:A regra do plural em muitas palavras na língua portuguesa

consiste apenas em acrescentar o sufixo -s. • terminadosemvogal:laranja(s), vela(s), barco(s), gato(s) etc.• terminadosemditongooral:pai(s), herói(s), troféu(s)’ etc.• terminadosemn, ãe ou ã: hífen(s), mãe(s), lã(s) etc.• algunsnomesepalavrasdeadjuntosterminadosemão: mão(s),

cidadão(s) etc.• algunsnomesepalavrasdeadjuntosterminadoseml (nesses

casos retira-se a letra l): fuzil (fuzis), barril (barris) etc.

Plural -esEsta regra é bem comum, mas nem tanto quando a do plural -s.

Essa desinência é aplicada em:• terminadosemr ou z: lar(es), mar(es), paz(es) etc.• algunsnomesepalavrasdeadjuntosterminadosemão (nesse caso

retira-se a letra o e acrescenta-se s): cão (cães), pão (pães) etc.• algunsnomesepalavrasdeadjuntosterminadoseml: mal(es).

Plural -isAplica-se o sufixo -is em:

• algunsnomesepalavrasdeadjuntosterminadosemal, el, ol ou ul (nesse caso, retira-se a letra l e acrescenta-se is): plural (plurais), tal (tais), pastel (pastéis), atol (atóis), azul (azuis) etc.

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7. A palavra MUNDO, primeira linha, é um substantivo, e a palavra JURÍDICO, que delimita o sentido da palavra “mundo”, funciona como adjetivo que qualifica o substantivo.

Assim, podemos afirmar que, principalmente, utilizamos duas classes: a dos verbos e a dos nomes. Os nomes são classificados em: Substantivos; Adjetivos; Pronomes; Artigos; Numerais; Advér-bios; Preposições; Interjeições e Conjunções. As cinco primeiras classes citadas são consideradas variáveis. Em regra geral, podem ser flexionadas em gênero e número. No caso dos Substantivos e Adjetivos, podem variar também em graus aumentativo e diminu-tivo. As outras quatro são invariáveis. As preposições, interjeições e conjunções não têm função sintática. O verbo é uma classe es-pecial que designa ação, estado, mudança de estado, entre outras situações que serão estudadas num capítulo específico.

Por enquanto, vamos singularizar o estudo dos substantivos.

Retire, do trecho em estudo, todas as palavras que pertencem à classe dos substantivos.

Separe as palavras que você anotou no exercício anterior em grupos de classificação, conforme descrito abaixo:1. Comum 2. Próprio 3. Simples 4. Concreto 5. Primitivo

Podemos, então, concluir que substantivo é a palavra que nomifica significativamente todas as substâncias concretas ou abstratas: objetos, pessoas, fenômenos, lugares, sentimentos, estados, qualidades e ações(corrida, pescaria etc.) e, segundo a gramática normativa, pode ser:1) Simples, constituído de um só radical; ou composto, constituído

de dois ou mais radicais.2) Concreto, que tem existência própria, pertencente ao mundo

das coisas; ou abstrato, cuja existência depende de outra como, por exemplo, os sentimentos e sensações.

3) Primitivo, que não se origina de outro; ou derivado, que se origina de um considerado primitivo.

4) Específico, que designa um ser da espécie; ou coletivo, que designa um grupo da mesma espécie.

5) Próprio, nomes de pessoas, nomes de lugares ou nomes que identificam determinadas pessoas ou lugares; ou comum, nomes genéricos que podem se referir a qualquer ser de uma espécie.

Leia o texto abaixo e faça o que se pede:

CIRCUITO FECHADO

Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma, creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme para cabelo; pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, gravata, paletó. Carteira, níqueis, documen-tos, caneta, chaves, lenço, relógio, maços de cigarros, caixa de fósforos. Jornal. Mesa, cadeiras, xícara e pires, prato, bule, talheres, guardanapos. Quadros. Pasta, carro. Cigarro,

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• algunsnomesepalavrasdeadjuntosterminadoscomil (nesses casos, retira-se o sufixo il e além de acrescentar o sufixo is também acrescenta-se e, ficando assim, eis): réptil (répteis) etc.

Plural -nsExistem poucas palavras que seguem essas regras:

• palavrasterminadasemm: um -o artigo (uns), algum (alguns), atum (atuns) etc.

Plural -ões• emalgunsnomesepalavrasdeadjuntosterminadosemão,

retira-se o sufixo ão e acrescenta-se ões: feijão (feijões), limão (limões), acordeão (acordeões) etc.

Plural -’sSão em substantivos que representam:

• letras:S’s, A’s, L’s, O’s etc.• emnumeraiscardinais: 7’s, 0’s, 4’s etc.• emsiglaseabreviaturas,estrangeirasounão:HD’s, GPS’s, CD’s,

TV’s etc.Existem também, palavras que possuem os dois números, não

tendo alteração na palavra. É o caso de:• terminadasemx: box, tórax etc.• terminadasemps: triceps, biceps etc.

Além de existirem palavras que não mudam quando passam de um número ao outro, há palavras que possuem mais de um plural. É o caso de anão (anões/anãos).

Plural em palavras compostasO plural em palavras compostas segue as regras já ditas. Mas

qual das palavras flexionar-se-á?• senacomposiçãoexistirumsubstantivoeumadjetivo,ocorre

a concordância (incluindo se o papel do substantivo for adjetivo, como no predicativo do sujeito): cachorros-quentes, assembleias legislativas, amarelos claros etc

• se a composição for uma locução substantiva, o núcleo vaiao plural: noites de núpcias, pores-do-sol, trens-bala, arcos-íris, jardins de infância etc.

Lembre-se! Palavras simples com hífen de prefixação possuem as regras de palavras simples (anglo-saxões, micro-ondas etc).

GêneroAlém da flexão de número, um substantivo pode ser flexionado

quanto ao gênero, em feminino e masculino. A flexão de gênero segue as regras da concordância nominal. Exemplo: garota/garoto; diretor/diretora.• Biformes – São os que apresentam duas formas, uma para o

masculino, outra para o feminino, com apenas um radical. Exemplo: aluno e aluna; traidor e traidora.

• Heterônimos – São os que apresentam duas formas, uma para o masculino, outra para o feminino, com dois radicais diferentes. Exemplo: bode e cabra; homem e mulher; vaca e boi;

• Uniformes – São os que apresentam apenas um forma, para ambos os gêneros. Os substantivos uniformes recebem nomes especiais, são eles:• Comum de dois gêneros – São os que têm uma só forma

para ambos os gêneros, com artigos distintos. Exemplo: o/a fã; o/a gerente; o/a viajante o/a dentista.

• Sobrecomum – São os que têm uma só forma e um só artigo para ambos os gêneros. Exemplo: a criança; o car-rasco; o animal.

• Epiceno – São os que têm uma só forma e um só artigo para ambos os gêneros de certos animais, acrescentando as palavras macho e fêmea, para se distinguir o sexo do animal. Exemplo: a águia; a barata; o pernilongo; o piolho.

GrauO grau dos substantivos é, de uma forma genérica, represen-

tado pelos sufixos:Diminutivo / AumentativoMasculino Singular -inho -ão Plural -inhos -õesFeminino Singular -inha -ona Plural -inhas -onasExistem algumas exceções, por exemplo, copo → copinho →

copázio.

Primitivo ou DerivadoOs substantivos podem ser classificados quanto à origem. Assim,

são classificados em “primitivos” ou “derivados”.• Primitivo Designa substantivos não derivados de outros, aqueles que não

vêm de outra palavra da língua. Exemplo: terra, fogo, luz, avião, feudo.

• Derivado Designa substantivos formados a partir de um substantivo

primitivo existente no idioma. Exemplo:• terra → território• fogo → fogueira• luz → luminosidade• avião → aviador• feudo → feudalismo

Observações: Um substantivo pode ser, ao mesmo tempo, derivado de um e primitivo de outro. Exemplo: • Pau-brasil origina Brasil• Brasil origina brasileiroObserve que, não há relação entre as palavras pau-brasil e

brasileiro, logo, uma não pode ser considerada derivada da outra.

ConclusãoDessa forma, podem-se classificar todos os substantivos.

Seguem alguns exemplos:• Guarda-chuvas: substantivo comum concreto composto derivado

masculino no plural.• Mau-humor: substantivo comum abstrato composto derivado

masculino no singular.• Ana: substantivo próprio concreto simples primitivo feminino no

singular.• Bahia: substantivo próprio concreto simples primitivo feminino no

singular.• Novenas: substantivo coletivo abstrato simples derivado feminino

no plural.

Referência1. Bechara, Evanildo, Moderna Gramática Portuguesa, pág. 73

TEXTO PARA AS QUESTÕES DE 01 A 04.

Hip-hop oferece aos jovens da periferia a chance da existência social

Quatro elementos se fazem presentes na cultura hiphop: os DJs, responsáveis pela base musical na manipulação dos velhos toca-discos; o MC, a pessoa que fala ou canta a poesia, a dança break e, por fim, a arte do grafite, cuja proposta é a divulgação mais ampla possível dos ideais do movimento.

Em seu artigo “O espetáculo do contradiscurso. Espetáculo?”,

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os pesquisadores Ivana Bentes e Micael Herschmann, da UFRJ, afirmam: “A partir do hip-hop, as ‘culturas das favelas’ aparecem não simplesmente como um subproduto da violência social do país, mas como uma produção e um discurso capazes não só de espelhar a realidade dura como também reivindicar a ampliação da cidadania ao segmento social que habita essas áreas urbanas”. Concluem os pesquisadores que estamos assistindo à emergência de um discurso sociopolítico nascido na própria cultura da periferia e “traficado” crescentemente pelo mercado.

Também estudioso da cultura hip-hop, o professor da USP Arnaldo Contier, em seu artigo “O rap brasileiro e os Racionais MC’s”, lembra: “É conflitante para um jovem da periferia abraçar o discurso ‘consciente’, pacifista,antidrogas do hip-hop e viver em situações concretas de extrema violência policial, de convivência com traficantes e de puro e simples desespero existencial”.

A abertura oferecida aos jovens da periferia pelo movimento hip-hop é irrecusável: novas possibilidades de interpretação do mundo, de identidade e de acesso a uma cidadania conseguida por esforço próprio.

Adaptado de Carlos Haag, Pesquisa FAPESP, n. 142.

(FUVEST-H18) Os três primeiros parágrafos do texto esta-belecem, na ordem dada:A) a formulação de uma hipótese sobre a cultura hip-hop; a

constituição dessa cultura; uma conclusão coerente com a hipótese formulada.

B) o levantamento de contradições da cultura hip-hop; a formulação de uma tese favorável a essa cultura; um posi-cionamento contrário a essa tese.

C) a formulação de uma hipótese sobre a cultura hip-hop; um levantamento de contradições da cultura hip-hop; a ratificação da hipótese inicial.

D) a caracterização da cultura hip-hop; uma consideração sobre efeitos dessa cultura; a identificação de um dilema para os com ela envolvidos.

E) a caracterização da cultura hip-hop; um levantamento de contradições da cultura hip-hop; um posicionamento contrário à cultura hip-hop.

(FUVEST-H18) A afirmação que está no título do texto encon-tra sua justificativa no segmento:A) um subproduto da violência social do país (linhas 9 e 10).B) reivindicar a ampliação da cidadania (linhas 11 e 12).C) é conflitante para um jovem da periferia (linha 18).D) viver em situações concretas de extrema violência policial

(linhas 19 e 20).E) puro e simples desespero existencial (linha 21).

(H1) O texto acima se apresenta como predominantemente:A) narrativo.B) argumentativo.C) descritivo.D) injuntivo.E) expositivo.

(H18) Encontra-se um posicionamento do autor em:A) ...estamos assistindo à emergência de um discurso soci-

opolítico nascido na própria cultura da periferia e “trafi-cado” crescentemente pelo mercado.

B) Quatro elementos se fazem presentes na cultura hiphop: os DJs, responsáveis pela base musical na manipulação dos velhos toca-discos; o MC, a pessoa que fala ou canta a poesia, a dança break e, por fim, a arte do grafite, cuja proposta é a divulgação mais ampla possível dos ideais do movimento.

C) É conflitante para um jovem da periferia abraçar o dis-curso ‘consciente’, pacifista, antidrogas do hip-hop e viver em situações concretas de extrema violência policial, de convivência com traficantes e de puro e simples desespero existencial.

D) “A partir do hip-hop, as ‘culturas das favelas’ aparecem não simplesmente como um subproduto da violência social do país, mas como uma produção e um discurso capazes não só de espelhar a realidade dura como também reivindicar a ampliação da cidadania ao segmento social que habita essas áreas urbanas”.

E) A abertura oferecida aos jovens da periferia pelo movi-mento hip-hop é irrecusável: novas possibilidades de interpretação do mundo, de identidade e de acesso a uma cidadania conseguida por esforço próprio.

TEXTO PARA AS QUESTÕES 05 E 06.

E se um asteróide...

E se um asteróide fosse se chocar com a Terra, e não houvesse nada a fazer para evitar o nosso fim? Como nos comportaríamos? Nos convenceríamos, finalmente, de que somos uma única espécie frágil num planeta precário e viveríamos nossos últimos anos em fraternidade e paz, ou reverteríamos ao nosso cerne básico e calhorda, agora sem qualquer disfarce? Nos tribalizaríamos ainda mais ou descobriríamos nossa humanidade comum, e como eram ridículas as nossas diferenças?

Como os cientistas nos diriam até o segundo exato do choque com o asteróide com alguns meses de antecedência, seríamos a primeira geração sobre a Terra a viver com a certeza universal e pré-medida de seu fim – e a última, claro. Nós seríamos os primei-ros com evidência científica do fim, em vez de crença, o que nos levaria a tratar a ciência como hoje muitos tratam as crenças. Pois só a desmoralização total da ciência nos daria a esperança de que os cálculos estivessem errados e o asteróide, afinal, passaria longe.

Enfim, nós finalmente nos conheceríamos – e seria tarde. Adaptado de Luis Fernando Veríssimo,

Comédias da vida privada.

(FUVEST-H18) O primeiro e o segundo parágrafo do texto expressam, respectivamente:A) uma hipótese imaginada e uma alternativa entre duas

reações.B) uma hipótese imaginada e duas reações sucessivas e en-

cadeadas.C) a probabilidade de um fato ocorrer e uma alternância entre

reações.D) a probabilidade de um fato ocorrer e uma reação pré-

determinada.E) a possibilidade de um fato ocorrer e uma consequência

imprevista.

(H19) A função da linguagem predominante no texto acima é:A) emotiva.B) referencial.C) apelativa.D) metalinguística.E) expressiva.

A proverbial sabedoria humana

Quem tem boca vai a Roma. Sebastião de Souza e Silva tinha boca, enorme e desdentada boca, nem por isso fora a Roma. Diga-se, a favor dele e de seu destino, que jamais tencionara ir a Roma ou a qualquer outra parte. Mas a vida – a dele em especial – era uma luta que os fracos abate e os fortes e os bravos só pode exaltar.

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Viver não era lutar e não adiantava lutar para viver. Quem se-meia ventos colhe tempestades. Sebastião de Souza e Silva nunca semeou tempestades por aí, sobretudo naquela famosa inundação de 1986, quando as cataratas do céu se abriram e choveu durante 20 dias e 20 noites, e um deslocamento de terra soterrou o res-taurante onde o deixavam dormir.

O fato é que Sebastião de Souza e Silva desta vez emplacou e teve não cinco minutos, mas 15 segundos de glória, quando a repórter da TV perguntou-lhe como tinha sido o acidente. Sua enorme e desdentada boca foi vista, a cores, via satélite, em alta definição, por 120 milhões de pessoas. Perguntaram-lhe se tinha perdido tudo com o temporal e ele só disse uma frase: “Foi sim sen-hora”, e naquele dia ganhou um sanduíche de um dos bombeiros.

Dispondo de enorme e desdentada boca, Sebastião de Souza e Silva desconfiou que com ela poderia ganhar um sanduíche todos os dias, desde que todos os dias houvesse inundações e deslocamentos de terra. E todos os dias, ele olhava o céu esperando que o céu olhasse por ele. Mas assim na terra como no céu nada queriam com ele. Com sua enorme e desdentada boca, Sebastião de Souza e Silva nem comeu o pão que o diabo amassou.

Adaptado de Carlos Heitor Cony, Folha de S.Paulo, 02/5/2008.

(FUVEST-H18) De acordo com o que se lê no texto, o título deve ser interpretado como:A) uma alusão às verdades universais dos provérbios reveladas

de forma inequívoca nas situações cotidianas.B) um apelo ao significado dos provérbios para explicar as

verdadeiras razões das vitórias e fracassos do personagem.C) uma definição dos conhecimentos que o homem adquire

ao basear suas atitudes nos ensinamentos dos provérbios.D) um resumo de alguns provérbios originados das experiên-

cias humanas e que se prestam a orientar a vida do cidadão.E) uma ironia em relação à diferença entre o que pregam os

provérbios e o que realmente ocorre no dia a dia.

TEXTO PARA AS QUESTÕES DE 08 A 15.

A água mineral é hoje associada ao estilo de vida saudável e ao bem-estar. As garrafinhas de água mineral já se tornaram acessórios de esportistas e, em casa, muita gente nem pensa em tomar o líquido que sai da torneira – compra água em garrafas ou galões. Nos últimos dez anos, em todo o planeta, o consumo de água mineral cresceu 145% – e passou a ocupar um lugar de destaque nas preocupações de muitos ambientalistas. O foco não está exatamente na água, mas na embalagem. A fabricação das garrafas plásticas usadas pela maioria das marcas é um processo industrial que provoca grande quantidade de gases, agravando o efeito estufa. Ao serem descartadas, elas produzem montanhas de lixo que nem sempre é reciclado.

Muitas entidades ambientalistas têm promovido campanhas de conscientização para esclarecer que, nas cidades em que a água canalizada é bem tratada, o líquido que sai das torneiras em nada se diferencia da água em garrafas. As campanhas têm dado resultado nos lugares onde há preocupação geral com o ambiente e os moradores confiam na água encanada.

Apenas nos Estados Unidos, os processos de fabricação e reciclagem das garrafas plásticas consumiram 17 milhões de barris de petróleo em 2006. Esses processos produziram 2,5 milhões de toneladas de dióxido de carbono e outros gases do efeito estufa, poluição equivalente à de 455.000 carros rodando normalmente du-rante um ano. O dano é multiplicado por três quando se consideram as emissões provocadas por transporte e refrigeração das garrafas.

O problema comprovado e imediato causado pelas embala-gens de água é o espaço que elas ocupam ao serem descartadas.

Como demoram pelo menos cem anos para degradar, elas fazem com que o volume de lixo no planeta cresça exponencialmente. Quando não vão para aterros sanitários, os recipientes abandonados entopem bueiros nas cidades, sujam rios e acumulam água que pode ser foco de doenças, como a dengue. A maioria dos ambien-talistas reconhece evidentemente que, nas regiões nas quais não é recomendável consumir água diretamente da torneira, quem tem poder aquisitivo para comprar água mineral precisa fazê-lo por uma questão de segurança. De acordo com relatório da ONU divulgado recentemente, 170 crianças morrem por hora no planeta devido a doenças decorrentes do consumo de água imprópria. Adaptado de Rafael Corrêa e Vanessa Vieira. Veja. 28

de novembro de 2007, p. 104-105.

(H18) Analisando o 2o parágrafo do texto, conclui-se que parte da solução do problema apresentado está na:A) interferência de ambientalistas no controle da fabricação

das garrafas de plástico.B) definição do espaço onde as garrafas possam ser descar-

tadas, evitando o entupimento de bueiros e o acúmulo de água.

C) possibilidade, ainda que remota, de distribuição de água mineral em regiões onde não há água canalizada.

D) substituição das embalagens plásticas, para que não restem resíduos na natureza, degradando-a.

E) oferta de água canalizada de boa qualidade, para diminuir engarrafamento de água mineral em todo o mundo.

(H24) O argumento que justifica a preocupação com o meio ambiente, de acordo com o texto, está na afirmativa:

A) A água mineral é hoje associada ao estilo de vida saudável e ao bem-estar.

B) Nos últimos dez anos, em todo o planeta, o consumo e água mineral cresceu 145% ...

C) As garrafinhas de água mineral já se tornaram acessórios de esportistas ...

D) Muitas entidades ambientalistas têm promovido campanhas de conscientização ...

E) As campanhas têm dado resultado nos lugares onde há preocupação geral com o ambiente ...

(H18) O valor semântico da expressão “Ao serem descarta-das...”, levando em consideração o contexto, é de:

A) tempo. B) condição.C) concessão.D) situação.E) proporção.

(H21) Para convencer o leitor de que suas informações são verdadeiras, o autor utilizou-se de:

A) linguagem formal.B) argumento de autoridades.C) dados que podem ser comprovados.D) linguagem figurada.E) linguagem simples.

(H18) O travessão usado na linha 4 pode ser substituído, sem prejuízo de sentido, por:

A) logo.B) portanto.C) se.D) ou.E) pois.

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(H19) As funções da linguagem presentes no texto acima são:A) metalinguística e apelativa.B) expressiva e conativa.C) fática e referencial.D) referencial e conativa.E) emotiva e metalinguística.

(H25) Encontra-se uma variante da linguagem coloquial no trecho:A) A água mineral é hoje associada ao estilo de vida saudável

e ao bem-estar.B) Ao serem descartadas, elas produzem montanhas de lixo

que nem sempre é reciclado.C) A maioria dos ambientalistas reconhece evidentemente

que, nas regiões nas quais não é recomendável consumir água diretamente da torneira, quem tem poder aquisitivo para comprar água mineral precisa fazê-lo por uma questão de segurança.

D) As campanhas têm dado resultado nos lugares onde há preocupação geral com o ambiente, e os moradores con-fiam na água encanada.

E) A fabricação das garrafas plásticas usadas pela maioria das marcas é um processo industrial que provoca grande quantidade de gases, agravando o efeito estufa.

(H23) Pelos argumentos analisados, pode-se inferir que o público-alvo do produtor do texto é:A) ambientalistas.B) produtores de garrafas plásticas.C) organizações não governamentais.D) todas as indústrias.E) a população em geral.

Para compreendermos a estruturação frasal da língua não podemos separar morfologia de sintaxe. A natureza morfológica de um sintagma determina sua função. Nada na língua funciona independentemente. Por isso, é de fundamental importância reconhecermos a natureza morfológica das palavras, para indicar-mos quais funções sintáticas podem aparecer numa frase.

Observe o seguinte enunciado:

A lua brilhava intensamente naquela noite fria de inverno.

Para descobrir a classe a que pertence a palavra lua, observe-mos o seu antecedente, o artigo “A”, que desempenha o papel de determinante da palavra “lua”. Logo, a palavra lua é um substantivo.

Podemos então formalizar uma conclusão: substantivo é a palavra que se deixa anteceder por determinantes, são pa-lavras que identificam a referência de um substantivo por meio da situação espaço-temporal ou delimitam seu número.

São determinantes simples a classe dos artigos, tanto os defi-nidos, quanto os indefinidos (a, o, as, os, um, uma, uns, umas), os pronomes possessivos (meu, minha, teu, tua, nosso, vosso, dele, dela, seu, sua), os pronomes demonstrativos (esse, essa, aquele, aquela, aquilo etc), e os numerais cardinais e ordinais (um, dois, três etc);(primeiro, segundo, terceiro etc).

Veja o esquema abaixo entre determinantes e substantivos:

Recapitulando teríamos: todo substantivo deixa-se ante-ceder por determinantes.

Referência bibliográficaSAUTCHUK, Inez. Prática de Morfossintaxe: como e por que

aprender análise (morfo)sintática. Barueri, São Paulo, Manole, 2004.

Hoje, floresce cada vez mais, no mundo jurídico e acadêmico nacional, a ideia de que o julgador, ao apreciar os casos concretos que são apresentados perante os tribunais, deve nortear o seu pro-ceder mais por critérios de justiça e equidade e menos por razões de estrita legalidade, no intuito de alcançar, sempre, o escopo da real pacificação dos conflitos submetidos à sua apreciação.

Separe, do trecho acima, pelo menos quatro sintagmas nomi-nais e identifique os determinantes do substantivo.

A) Substantivo 1: Determinantes: B) Substantivo 2: Determinantes: C) Substantivo 3: Determinantes: D) Substantivo 4: Determinantes:

Case nos estudos feitos sobre substantivos, faça o que se pede:

2.1. Reescreva as frases abaixo, trocando os substantivos masculinos em destaque por femininos correspondentes, fazendo as alterações necessárias:

A) O barão e o cônsul compareceram à recepção. B) Um ateu merece compaixão. C) O anfitrião parecia um lavrador. D) O poeta assistiu à peça ao lado do embaixador de

Portugal.

2.2. Classifique os substantivos dados abaixo em comum, próprio, concreto, abstrato, simples , composto, primitivo e coletivo.

A) camiseiro.B) ninhada.C) hidrelétrica.D) dentista.

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A Morfossintaxe do Substantivo: Os Determinantes

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MinhaNossaAquelaUmaTuaA

determinantes substantivo

lua brilhava intensamente naquela noite fria de inverno

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2.3. Indique o período que não contém um substantivo no grau diminutivo:( ) Todas as moléculas foram conservadas com as

propriedades particulares, independentemente da atuação do cientista.

( ) O ar senhoril daquele homúnculo transformou-o no centro de atenções na tumultuada assembleia.

( ) Através da vitrina da loja, a pequena observava cu-riosamente os objetos decorados expostos à venda, por preço bem baratinho.

( ) De momento a momento, surgiam curiosas sombras e vultos apressados na silenciosa viela.

( ) Enquanto distraía as crianças, a professora tocava flautim, improvisando cantigas alegres e suaves.

2.4. Assinale a alternativa em que aparecem substantivos simples, concreto e abstrato, respectivamente:( ) água, vinho( ) Pedro, Jesus( ) Pilatos, verdade( ) Jesus, abaixo-assinado( ) Nova Iorque, Deus

LEIA OS TEXTOS I E II, A SEGUIR, PARA RESPONDER ÀS QUESTÕES DE 01 A 04.TEXTO IDesabafoDeixa, deixa, deixaEu dizer o que penso dessa vidaPreciso demais desabafarEu já falei que tenho algo a dizer, e disseQue falador passa mal, e você me disseQue cada qual vai colher o que plantouPorque raiz sem alma, como Flip falo, é tristeA minha busca na batida perfeitaSei que nem tudo tá certo, mas com calma se ajeitaPor um mundo melhor eu mantenho a minha féMenos desigualdades, menos tiro no péAndam dizendo que o bem vence o malPor aqui vou torcendo pra chegar no finalÉ, quanto mais fé, mais religiãoA mão que mata, reza, reza ou mata em vãoMe contam coisas como se fossem corposOu realmente são corpos, todas aquelas coisasDeixa pra lá eu devo tá viajandoEnquanto eu falo besteira nego vai se matandoEntãoDeixa, deixa, deixaEu dizer o que penso dessa vidaPreciso demais desabafarOk, então vamo lá, dizTu quer paz, eu quero tambémMas o estado não tem direito de matar ninguémAqui não tem pena de morte, mas segue opensamentoO desejo de matar de um Capitão NascimentoQue sem treinamento se mostra incompetenteO cidadão do outro lado se diz impotente, masA impotência não é uma escolha também

De assumir a própria responsabilidadeHein??Que você tem a mente, se é que tem algo emmentePorque a bala vai acabar ricocheteando na genteGrandes planos, paparazzo demaisO que vale é o que você tem e não o que você fazCelebridade é artista, artista que não faz arteLava a mão como Pilatos achando que já fez suaparte.Deixa pra lá, eu continuo viajandoEnquanto eu falo besteira nego vai, vaiEntão deixa...

Marcelo D2

TEXTO IIR$ 520 por uma vida

Eram 16h06 do dia 9 de agosto quando Fábio de Souza do Nascimento morreu de insuficiência respiratória. Ele viveu 14 anos, com os pais e a irmã, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Gostava de pipa e videogame, de desenho animado e futebol. Torcia pelo flamengo. Adorava churrasco e misto quente. Sonhava em ser motorista de caminhão.

Um mês depois de sua morte, a pipa rosa que Fabinho gostava de empinar está presa na parede, na entrada da sala do sobrado humilde de seus pais. É o símbolo de uma vida interrompida, de um drama familiar – e também de um crime. Intimadas pela justiça a fornecer a Fabinho um balão de oxigênio que poderia ter lhe sal-vado a vida, ao custo de R$ 520 por mês, autoridades dos governos federal, estadual e municipal discutiram, procrastinaram, ignoraram a determinação judicial até que fosse tarde demais.

Revista Época. 13/09/2010.

(UEPA-H25) Assinale a alternativa que apresenta expressões no nível informal da linguagem.A) Eu já falei que tenho algo a dizer, e disse.B) Andam dizendo que o bem vence o mal.C) Por aqui vou torcendo pra chegar no final.D) O cidadão do outro lado se diz impotente, mas.E) Eu dizer o que penso dessa vida.

(UEPA-H22) A relação vida e morte é banalizada ao longo do Texto II. Assim sendo, assinale a alternativa que apresenta duas passagens que mostram claramente essa relação no Texto I.A) Eu dizer o que penso dessa vida/Por aqui vou torcendo pra

chegar no final.B) A impotência não é uma escolha também/A minha busca

na batida perfeita.C) Andam dizendo que o bem vence o mal/Que cada um vai

colher o que plantou.D) Tu quer paz, eu quero também/Me contam coisas como

se fossem corpos.E) Lava a mão como Pilatos achando que já fez sua parte/

Grandes planos, paparazzo demais.

(UEPA-H22) Assinale a alternativa em que a ideia de violência contra o ser humano, contida no Texto I, é mostrada no Texto II de forma não aparente.

A) É o símbolo de uma vida interrompida, de um drama familiar – e também de um crime.

B) Intimadas pela justiça a fornecer a Fabinho um balão de oxigênio que poderia ter lhe salvado a vida, ao custo de R$ 520 por mês, autoridades dos governos federal, estadual e municipal discutiram, procrastinaram, ignoraram a de-terminação.

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C) Um mês depois de sua morte, a pipa rosa que Fabinho gostava de empinar está presa na parede, na entrada da sala do sobrado humilde de seus pais.

D) Ele viveu 14 anos, com os pais e a irmã, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

E) Eram 16h06 do dia 9 de agosto quando Fábio de Souza do Nascimento morreu de insuficiência respiratória.

(UEPA-H22) As ideias de “manutenção da fé por um mundo melhor; que se sabe que nem tudo está certo mas com calma se ajeita; que dizem que o bem vence o mal”, contidas no Texto I, podem ser reescritas por meio da seguinte passagem tirada do Texto II:A) gostava de pipa e videogame, de desenho animado e fute-

bol. Torcia pelo flamengo.B) um balão de oxigênio que poderia ter lhe salvado a vida.C) adorava churrasco e misto quente. Sonhava em ser mo-

torista de caminhão.D) a pipa rosa que Fabinho gostava de empinar está presa na

parede, na entrada da sala do sobrado humilde de seus pais.

E) ele viveu 14 anos, com os pais e a irmã, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Meu guri

Quando, seu moço, nasceu meu rebentoNão era o momento dele rebentarJá foi nascendo com cara de fomeE eu não tinha nem nome pra lhe dar

Chico Buarque de Holanda

(UEPA-H18) No texto acima, pode-se afirmar que:A) cara de fome indica que a circunstância de miserabilidade

é resultado da falta de cuidado que os pais têm com os filhos.

B) o rebento nasceu repentina e inesperadamente, pois sua mãe estava desempregada e sem casa.

C) cara de fome relaciona-se com a falta de oportunidades dadas a alguns segmentos da sociedade.

D) o rebento nasceu em um momento inoportuno, embora a família apresentasse boas condições financeiras.

E) não tinha nem nome pra lhe dar indica que a família estava indecisa quanto ao nome da criança.

Brasis

Pede paz, saúdeTrabalho e dinheiroPede pelas criançasDo país inteiroLararará!...

Seu Jorge, Gabriel Moura, Jovi Joviniano

(UEPA-H23) Analisando os argumentos citados no Texto acima, pode-se dizer que a intenção do seu autor é:A) apresentar a seca como o principal responsável pelas

mazelas sociais que estão presentes no Brasil.B) denunciar a falta de oportunidades que promove consideráveis

problemas socioeconômico, político e cultural.C) revelar que paz, saúde, trabalho e dinheiro representam os

setores da sociedade brasileira que estão sendo trabalhados pelo governo.

D) mostrar que as crianças de todo Brasil estão amparadas pelas famílias, por isso não precisam de políticas públicas.

E) revelar que o governo brasileiro é omisso em determina-das situações, pois há grandes desigualdades e problemas sociais.

(UEPA-H22) Relacionando os textos Meu guri e Brasis, pode-se afirmar que o ponto em comum entre eles é a preocupação com:A) todas as crianças brasileiras.B) ausência de ações de políticas públicas.C) o desemprego.D) a desigualdade social.E) a volência desenfreada.

“Embora os seres humanos façam som com a boca e ocasionalmente se olhem, não existe evidência conclusiva de que realmente se comuniquem.”

Sidney Harris, A ciência ri. Revista FAPESP, 2007.

(FUVEST-ADAPTADO-H23) Pode-se inferir que o objetivo do produtor do texto é:A) descrever o processo de comunicação verbal e visual dos

seres humanos.B) sugerir que a comunicação humana é ruidosa e visual como

a dos golfinhos.C) apontar as dificuldades ocasionais da comunicação visual

dos seres humanos.D) pôr em dúvida as conclusões acerca dos sons que os ho-

mens emitem.E) insinuar que entre os seres humanos não ocorre uma

efetiva comunicação.

(FUVEST-ADAPTADO-H18) Analisando o advérbio destacado em “...e ocasionalmente se olhem...” como um elemento constituinte da progressão do texto, pode-se dizer que a expressão que pode substituir o termo grifado, sem alterar o sentido do texto, é:A) a cada instante.B) por vezes.C) de vez em quandoD) com frequência.E) de certo modo.

TEXTOS PARA AS QUESTÕES DE 10 A 15.

TEXTO IO hacker e a literatura

Para conceder liberdade provisória a três jovens detidos sob a acusação de praticar crimes pela Internet, um juiz federal do Rio Grande do Norte determinou uma condição inédita: que os rapazes leiam e resumam, a cada três meses, dois clássicos da literatura. As primeiras obras escolhidas foram “A hora e vez de Augusto Matraga”, conto de Guimarães Rosa, e Vidas secas, romance de Graciliano Ramos.

Folha de S. Paulo, Cotidiano, 23/04/2008.

TEXTO IIQuando o juiz pronunciou a sentença, a primeira reação dele

foi de revolta. Preferível a cadeia, disse para os pais e para o ad-vogado. De nada adiantaram os argumentos deles, segundo os quais a decisão do magistrado tinha sido a melhor possível e, mais, um grande avanço na tradição judiciária.

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Foi uma revelação, uma experiência pela qual nunca tinha pas-sado antes. De repente, estava descobrindo um novo mundo, um mundo que sempre lhe fora desconhecido. Vidas secas simples-mente o fez chorar. Leu outros livros de Graciliano e Guimarães Rosa. Leu poemas de Bandeira e João Cabral. E de repente estava decidido: queria dedicar sua vida à literatura. Foi aprovado em Letras, fez o curso, tornou-se professor – leciona na universidade.

Ah, sim, ele tem um sonho: gostaria de ser um ficcionista. Tem na cabeça o projeto de um romance. É a história de um hacker que, entrando num site, descobre uma história tão emocionante que muda sua vida. Uma história como Graciliano Ramos escreveria, se, claro, ele fosse um ex-hacker.

Adaptado de Moacyr Scliar, Folha de S. Paulo, 28/04/2008.

(FUVEST-H22) Esses dois textos, uma vez inter-relacionados, estabelecem um diálogo entre:A) dois discursos ficcionais que tratam do mesmo fato.B) dois fragmentos dissertativos que desenvolvem a mesma

tese.C) dois discursos ficcionais que tratam de fatos semelhantes.D) um discurso informativo e um ficcional, que desenvolve o

primeiro.E) um discurso ficcional e um dissertativo, que desenvolve o

primeiro.

(FUVEST-H18) No texto de Moacyr Scliar, as reações e inicia-tivas do hacker são expressas: A) numa contínua progressão temporal.B) num tempo delimitado no passado.C) em diferentes tempos do passado.D) numa sucessão contínua do presente.E) fragmentariamente, sem continuidade temporal.

(FUVEST-H27) Está inteiramente de acordo com a norma padrão da língua a redação da seguinte frase:A) É mais preferível a cadeia do que enfrentar a literatura,

pensou o hacker.B) Preferia muito mais outra pena qualquer, do que ficar lendo

e resumindo.C) Prefiro a cadeia ao em vez de ler e resumir essa tal de

literatura.D) O hacker teria preferido ir preso do que ler e resumir

obras clássicas.E) Ele achava preferível ficar preso a ter que ler e resumir

aqueles livros.

(FUVEST-H27) Segue o padrão culto da língua, a correlação entre os tempos verbais da frase:A) Será que o juiz, de fato, averiguará se os três jovens lessem

e resumissem clássicos da literatura?B) Espantou a todos a notícia de que o juiz determinara que

os três jovens devam ter lido e resumido clássicos da literatura.

C) Ninguém imaginou que o juiz pudesse determinar que os três jovens haveriam de ler e resumir clássicos da literatura.

D) O juiz houve por bem determinar aos três jovens que se ocupariam da leitura e do resumo de clássicos da literatura.

E) O juiz preferiu que os jovens leiam e resumam clássicos da literatura, em vez de terem cumprido outro tipo de pena.

(FUVEST-H23) Em seu texto, Moacyr Scliar revela interesse em demonstrar que a:A) compreensão dos clássicos da literatura subordina-se à

vocação para o curso de Letras.B) dificuldade de compreensão dos clássicos da literatura é

transposta quando se é obrigado a lê-los.C) resistência à literatura deve-se ao fato de que a linguagem

da informática é mais sedutora.

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A Morfossintaxe do Substantivo: A Função do Substantivo

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D) resistência à literatura pode ser atribuída à falta de uma aproximação real entre as obras e o leitor.

E) dificuldade de se encontrar prazer na literatura deve-se ao rigor formal de algumas obras clássicas.

(H1) Pela análise da linguagem, pode-se afirmar que o texto I é um(a):A) conto.B) crônica.C) notícia.D) reportagem.E) editorial.

O substantivo atua como núcleo do sujeito, do objeto di-reto, do objeto indireto, do agente da passiva, do aposto e do vocativo.

Qualquer outra palavra de diferente classe gramatical que desempenhe uma dessas funções na oração equivaler-se-á forçosa-mente a um substantivo, adquirindo uma função substantiva.[1]

Oração subordinadaQualquer termo que o substantivo seja núcleo pode se apresen-

tar na forma de uma oração subordinada (oração subordinada substantiva).

Função de substantivoAs palavras que se equivalem a substantivos possuem a função

de substantivos (ou de nome). Tem essa função:• Substantivo: A casa é antiga.• Locução substantiva: Compramos um quebra-nozes.• Palavra substantivada: Seu olhar me encantava.• Pronome substantivo: Ela avisou.• Numeral substantivo: Constituimos uma dupla.

Referências1. Ferreira, Celso, Gramática da Língua Portuguesa, pag. 187.

SubstantivaçãoSubstantivação é recurso de que se valem os falantes da língua

para formar novas palavras pelo processo denominado pelos gramáticos de “derivação imprópria”. Por ele, unidades lexicais mudam de sentido – isto é, de emprego no texto – quando, diferentemente do usual, passam a ser determinadas por artigo, numeral, possessivo, etc.

Trata-se de nova palavra porque a forma fônica (sequência de fonemas), apesar de mantida, associa-se a outro significado. Há também mudança de classe de palavras: o que era adjetivo ou verbo, por exemplo, torna-se substantivo. Nesta condição, o vocábulo substantivado pode, de modo geral, flexionar-se normalmente.

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Em princípio, palavra de qualquer classe pode assumir a função substantiva, ou seja, pode-se substantivar e a maneira mais comum de isso ocorrer é a junção a ela do artigo definido “o”. Vejamos alguns exemplos de substantivação de:

• Adjetivo – “Belo”, “estudioso” e “rico” são adjetivos em “belo espetáculo”, “aluno estudioso” e “homem rico”. Acompanhados de artigo, porém, transformam-se em substantivos, como em “A estética estuda o belo”, “Os es-tudiosos não tiveram do que reclamar” e “Os ricos moram ali”. Note que no grau superlativo relativo também aparece o artigo definido, mas isso não configura substantivação. É simplesmente o modo de construção dessa estrutura com-parativa: “Carlos foi o melhor do grupo”.

• Pronome – Ao juntarem-se artigos e numerais a pronomes, como “eu” e “nosso”, estes se convertem em substantivos ou exercem função substantiva: “A Psicologia interessa-se pelo estudo do eu” e “Esse barco é o nosso”.

• Verbo – É muito comum a substantivação de verbos. Veja que em “Quero andar mais depressa”, “Vamos falar fran-camente” e “Não se trata de ser bom ou ter qualidades” “andar”, “falar”, “ser” e “ter” são nitidamente verbos. Entretanto, tais palavras mudam de sentido ao tornarem-se substantivos em “O andar dele é característico”, “São vários os falares regionais brasileiros” e “Segue o ensinamento cristão quem se preocupa mais com o ser do que com o ter”.

• Numeral – “Dois”, “sete”, “duplo”, etc. podem-se substan-tivar mediante o acréscimo de artigo, possessivo e mesmo de numeral: “O sete é número mágico”, “Já lhe dei meu dois de copas” e “A ginasta executou dois duplos arriscados”.

• Advérbio – Da mesma forma, é corriqueira a substantivação de advérbios, como “bem”, “mal”, “não”, etc.: “Devemos sempre fazer o bem”, “Dos males, o menor” e “Péricles recebeu um não como resposta”.

• Preposição – Vêem-se também preposições substantivadas, tais como “de” e “contra”: “Retoque o (vocábulo) de, que ficou apagado” e “É preciso pesar os prós e os contras”.

• Conjunção – “O ou não ficou bem colocado aí” e “Só quero saber o porquê”. Como se sabe, “porque”, na função substantiva, é graficamente acentuado. Leia mais sobre isso clicando aqui.

• Interjeição – Até as interjeições podem-se transformar em substantivos ao serem acompanhadas de artigos, numerais ou pronomes, a exemplo de “Depois dos vivas, ele apare-ceu”, “Dois psius ouviram-se durante a prova” e “Ninguém escutava meus ais”.

É necessário levar em conta as seguintes observações em se tratando do processo de substantivação:1. Palavras normalmente invariáveis passam a flexionar-se uma

vez substantivadas, como “Quantos noves você tem?” e “Al-berto levou vários foras”. Observe, porém, que os numerais “dois”, “três”, “seis” e “dez”, mesmo em função substantiva, não se flexionam: “Retire todos os dez do baralho” e “Esses três ficam aqui”.

2. Uma vez substantivados, muitos vocábulos átonos tornam-se tônicos, isto é, ganham autonomia fonética ao não se neces-sitarem apoiar em palavras sonoramente mais fortes: “Ela tem um quê de mistério” e “Se não fosse o se...”.

3. Não se confunda palavra substantivada com substantivos que normalmente são acompanhados de artigo. Desse modo, em “O tigre é felino poderoso”, o artigo não está substantivando nada, já que “tigre” é naturalmente substantivo e assim atua no contexto.

4. A palavra substantivada pode assumir qualquer função sin-tática reservada ao substantivo, como sujeito e complemento. Exemplos: “Seu olhar (sujeito) é magnético” e “Quero ouvir um sim (objeto direto)”.

Leia mais em: Dicionário gramatical da língua portuguesa, de Celso Pedro

Luft, verbetes “Derivação regressiva” e “Substantivação”.Gramática metódica da língua portuguesa, de Napoleão

Mendes de Almeida, §§ 231, 5; 248, Obss. 1a; 282; 357, 2 e 4.Novíssima gramática da língua portuguesa, de Domingos Pas-

choal Cegalla, p. 131.

Disponível em: http://www.paulohernandes.pro.br/dicas/001/dica150.html

Acesso em 10/11/11

Levando em consideração os aspectos semânticos relacionados à construção do sintagma nominal, explique a variação de classe morfológica entre os termos destacados nos trechos abaixo:A) Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas

considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço;

B) O difícil exige mais esforço.

O texto abaixo intitula-se Circuito Fechado I, do escritor Ricardo Ramos. Observe que toda construção foi feita com substantivos. Reescreva o texto, formando frases verbais, usando os determinantes e complementos necessários, seguindo as regras da norma padrão da língua. Faça três parágrafos para determinar a introdução, o desenvolvimento e a conclusão.

Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma, creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme para cabelo; pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, gravata, paletó. Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço, relógio, maços de cigarros, caixa de fósforos. Jornal. Mesa, cadeiras, xícara e pires, prato, bule, talheres, guardanapos. Quadros. Pasta, carro. Cigarro, fósforo. Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, telefone, agenda, copo com lápis, canetas, blocos de notas, espátula, pastas, caixas de entrada, de saída, vaso com plantas, quadros, papéis, cigarro, fósforo. Bandeja, xícara pequena. Cigarro e fósforo. Papéis, telefone, relatórios, cartas, notas, vales, cheques, memo-randos, bilhetes, telefone, papéis. Relógio. Mesa, cavalete, cinzeiros, cadeiras, esboços de anúncios, fotos, cigarro, fósforo, bloco de papel, caneta, projetos de filmes, xícara, cartaz, lápis, cigarro, fósforo, quadro negro, giz, papel. Mictório, pia, água. Táxi. Mesa, toalha, cadeiras, copos, pratos, talheres, garrafa, guardanapo, xícara. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Es-cova de dentes, pasta, água. Mesa e poltrona, papéis, telefone, revista, copo de papel, cigarro, fósforo, telefone interno, ex-terno, papéis, prova de anúncio, caneta e papel, relógio, papel, pasta, cigarro, fósforo, papel e caneta, telefone, caneta e papel, telefone, papéis, folheto, xícara, jornal, cigarro, fósforo, papel e caneta. Carro. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Paletó, gravata. Poltrona, copo, revista. Quadros. Mesa, cadeiras, pra-tos, talheres, copos, guardanapos. Xícaras, cigarro e fósforo. Poltrona, livro. Cigarro e fósforo. Televisor, poltrona. Cigarro e fósforo. Abotoaduras, camisa, sapatos, meias, calça, cueca, pijama, espuma, água. Chinelos. Coberta, cama, travesseiro.

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Leia o texto a seguir para responder às próximas 2 questões.

A Carta de Pero Vaz de Caminha

De ponta a ponta é toda praia rasa, muito plana e bem formosa. Pelo sertão, pareceu-nos do mar muito grande, porque a estender a vista não podíamos ver senão terra e arvoredos, parecendo-nos terra muito longa. Nela, até agora, não pudemos saber que haja ouro nem prata, nem nenhuma coisa de metal, nem de ferro; nem as vimos. Mas, a terra em si é muito boa de ares, tão frios e temperados, como os de Entre-Douro e Minho, porque, neste tempo de agora, assim os achávamos como os de lá. Águas são muitas e infindas. De tal maneira é graciosa que, querendo aproveitá-la dar-se-á nela tudo por bem das águas que tem.

In: Cronistas e viajantes. São Paulo: Abril Educação, 1982. p. 12-23. Literatura Comentada. Com adaptações.

( FGV-H1) A respeito do trecho da Carta de Caminha e de suas características textuais, é correto afirmar que:A) predominam características argumentativas e descritivas.B) ilustram-se experiências vividas através de uma narrativa

fictícia.C) o relato das experiências vividas é feito com aspectos

descritivos.D) pertence ao gênero argumentativo.E) usa-se predominantemente a linguagem figurada.

(FGV-H18) Em todos os trechos a seguir podemos comprovar a participação do narrador nos fatos mencionados, EXCETO:

A) “Pelo sertão, pareceu-nos do mar muito grande,...”B) “... Porque a estender a vista não podíamos ver senão terra

e arvoredos,...”C) “... Parecendo-nos terra muito longa.”D) “Nela, até agora, não pudemos saber que haja ouro...”E) “Mas, a terra em si é muito boa de ares,...”

Olhar o vizinho é o primeiro passo

Não é preciso ser filósofo na atualidade, para perceber que o “bom” e o “bem” não prevalecem tanto quanto desejamos. Sob a égide de uma moral individualista, o consumo e a concentração de renda des-pontam como metas pessoais e fazem muitos de nós nos esquecermos do outro, do irmão, do próximo. Passamos muito tempo olhando para nossos próprios umbigos ou mergulhados em nossas crises existenciais e não reparamos nos pedidos de ajuda de quem está ao nosso lado. É difícil tirar os óculos escuros da indiferença e estender a mão, não para dar uma esmola à criança que faz malabarismo no sinal, para ganhar um trocado simpático, mas para tentar mudar uma situação adversa, fazer a diferença. O que as pessoas que ajudam outras nos mostram é que basta querer, para mudar o mundo. Não é preciso ser milionário, para fazer uma doação. Se não há dinheiro, o trabalho também é bem-vindo. Doar um pouco de conhecimento ou expertise, para fazer o bem a outros que não têm acesso a esses serviços, é mais que caridade: é senso de responsabilidade. Basta ter disposição e sentimento e fazer um trabalho de formiguinha, pois, como diz o ditado, é a união que faz a força! Graças a esses filósofos da prática, ainda podemos colocar fé na humanidade. Eles nos mostram que fazer o bem é bom e seguem esse caminho por puro amor, vocação e humanismo.

Diário do Nordeste. 28 abr. 2008.

(IEPRO/UECE-H1) Com relação ao gênero, o texto:A) é uma dissertação.B) mistura descrição com narração, com predomínio da

descrição.C) mistura descrição com narração, com predomínio da nar-

ração.D) mistura descrição, narração e dissertação, com predomínio

da narração e da dissertação.E) mistura descrição, narração e dissertação, com predomínio

da descrição e da dissertação.

(H19) As funções da linguagem predominantes no texto acima são:A) metalinguística e fática.B) fática e poética.C) apelativa e expressiva.D) emotiva e metalinguística.E) apelativa e poética.

(H25) A frase em que se encontra expressão própria da oralidade é:A) Não é preciso ser filósofo na atualidade, para perceber

que o “bom” e o “bem” não prevalecem tanto quanto desejamos.

B) Sob a égide de uma moral individualista, o consumo e a concentração de renda despontam como metas pessoais e fazem muitos de nós nos esquecermos do outro, do irmão, do próximo.

C) O que as pessoas que ajudam outras nos mostram é que basta querer, para mudar o mundo.

D) Se não há dinheiro, o trabalho também é bem-vindo.E) Eles nos mostram que fazer o bem é bom e seguem esse

caminho por puro amor, vocação e humanismo.

TEXTO 1O estudo dos gêneros não é novo, mas está na moda.O estudo dos gêneros textuais não é novo e, no Ocidente,

já tem pelo menos vinte e cinco séculos, se considerarmos que sua observação sistemática iniciou-se com Platão. O que hoje se tem é uma nova visão do mesmo tema. Seria gritante ingenuidade histórica imaginar que foi nos últimos decênios do século XX que se descobriu e iniciou o estudo dos gêneros textuais. Portanto, uma dificuldade natural no tratamento desse tema acha-se na abundância e diversidade das fontes e perspectivas de análise. Não é possível realizar aqui um levantamento sequer das perspectivas teóricas atuais.

O termo “gênero” esteve, na tradição ocidental, especialmente ligada aos gêneros literários, cuja análise se inicia com Platão para se firmar com Aristóteles, passando por Horácio e Quintiliano, pela Idade Média, o Renascimento e a Modernidade, até os primórdios do século XX. Atualmente, a noção de gênero textual já não mais se vincula apenas à literatura, mas é usada em etnografia, sociologia, antropologia, retórica e na linguística.

MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola, 2008, p.147. Adaptado.

(UFAL-H19) A análise das características gerais do texto acima revela que:

1) ele tem uma função predominantemente fática; nele preva-lecem a descrição e a utilização de uma linguagem formal, que está adequada ao gênero em que o texto se realiza.

2) sua função é prioritariamente referencial, embora no início do segundo parágrafo se evidencie um trecho metalinguís-tico; do ponto de vista tipológico, é caracteristicamente expositivo.

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3) nele, podem-se encontrar algumas marcas da oralidade informal; por outro lado, sua linguagem é eminentemente conotativa e, embora seja descritivo, apresenta vários trechos injuntivos.

4) ele é um texto típico da linguagem escrita formal, que apre-senta um vocabulário específico, embora numa formulação simples; cumpre uma função informativa e está elaborado conforme a norma padrão da nossa língua.

Estão corretas apenas:A) 1 e 2 D) 1 e 3B) 2 e 3 E) 2 e 4C) 3 e 4

(UFAL-H27) Como se sabe, o enquadramento de uma palavra em uma determinada classe gramatical depende das funções que a palavra desempenha nos contextos em que se insere. Assim, é correto afirmar que:A) nos enunciados: “O estudo dos gêneros textuais não é novo.”

e “Há um novo estudo sobre os gêneros textuais.”, as palavras em destaque pertencem a classes diferentes, porque suas funções são também diferentes.

B) nos enunciados: “Seria gritante ingenuidade histórica imaginar que foi nos últimos decênios do século XX que se descobriu e iniciou o estudo dos gêneros textuais.” e “Os últimos serão os primeiros...”, as palavras em destaque se enquadram em diferentes classes.

C) no trecho: “A expressão “gênero” esteve, na tradição ocidental, especialmente ligada aos gêneros literários, cuja análise se inicia com Platão para se firmar com Aristóte-les.”, as palavras sublinhadas, embora se grafem da mesma maneira, são de classes distintas.

D) no enunciado: “Atualmente, a noção de gênero textual já não mais se vincula apenas à literatura.”, as palavras desta-cadas têm funcionamento diferente, por isso se enquadram em classes gramaticais também diferentes.

E) as palavras sublinhadas nos enunciados: “Não é possível realizar aqui um levantamento sequer das perspectivas teóricas atuais.” e “De todos os livros que li, apenas um deles tratava dos gêneros textuais com profundidade.”

Os poemas

Os poemas são pássaros que chegamnão se sabe de onde e pousamno livro que lês.Quando fechas o livro, eles alçam voocomo de um alçapão.Eles não têm pousonem portoalimentam-se um instante em cada par de mãose partem.E olhas, então, essas tuas mãos vazias,no maravilhado espanto de saberesque o alimento deles já estava em ti...E olhas, então, essas tuas mãos vazias,no maravilhado espanto de saberesque o alimento deles já estava em ti... (v. 10-12)

MÁRIO QUINTANA Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2005.

(H23) Pode-se inferir, pela análise do poema acima, que o objetivo do autor é:

A) alimentar o leitor com novas perspectivas e opções.B) revelar ao leitor suas próprias sensações e pensamentos.C) transformar o leitor em uma pessoa melhor e mais

consciente.

D) deixar o leitor maravilhado com a beleza e o encantamento do poema.

E) informar ao leitor o efeito que o poema pode causar nas pessoas que o lêem.

(H16) A figura de estilo predominante no poema é a:A) elipse.B) metáfora.C) metonímia.D) personificação.E) comparação.

PEP MONTSERRAT www.pepmontserrat.com

(H13) A imagem produzida pelo artista combina elementos de modo surpreendente, inesperado na realidade cotidiana. A figura da mão saindo do computador e oferecendo ao pos-sível leitor um objeto característico de outro espaço de leitura sugere principalmente o sentido de:A) coexistência entre práticas diversas de leitura.B) centralidade da tecnologia na vida contemporânea.C) artificialidade das leituras instantâneas na sociedade.D) ambiguidade do leitor na relação com o aparato técnico.E) importância da leitura digital para a vida social moderna.

(UEPA-H15)Quando Castro Alves produziu seus versos, a ideia do progresso construído com base no desenvolvimento dos meios de transporte ainda não estava associada, como hoje, à da destruição dos ecossistemas, por isso é compreensível seu entusiasmo por ela. Com base nisso, analise os extratos a seguir, todos escritos pelo poeta baiano, e identifique qual deles deixa transparecer esse entusiasmo.A) O século, que viu Colombo, Viu Guttenberg também. Quando no tosco estaleiro Da Alemanha o velho obreiro A ave da imprensa gerou... O Genovês salta os mares...B) Agora que o trem de ferro Acorda o tigre no cerro E espanta os caboclos nus, Fazei desse “rei dos ventos” – Ginete dos pensamentos, – Arauto da grande luz!...C) Oh! Bendito o que semeia Livros... livros à mão cheia... E manda o povo pensar!D) Não! Não eram dous povos, que abalavam Naquele instante o solo ensanguentado... Era o porvir – em frente do passado, A Liberdade – em frente à Escravidão, Era a luta das águias – e do abutre, A revolta do pulso – contra os ferros, O pugilato da razão – com os erros, O duelo da treva – e do clarão!...

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E) E embaixo o vale a descantar saudoso Na cantiga das moças lavadeiras!... E o riacho a sonhar nas canas bravas. E o vento a s’embalar nas trepadeiras.

(UEPA) (HAB. 22) É comum encontrarmos em versos român-ticos atitudes de autodestruição e desencanto. Sob o olhar de Álvares de Azevedo não encontramos qualquer consciência ecológica que privilegie os cuidados com o próprio corpo no afã de preservá-lo como parte importante do ecossistema. Relacione o comentário acima aos versos que o confirmamA) E, se eu devo expirar nos meus amores, Nuns olhos de mulher amor bebendo, Seja aos pés da morena italiana, Ouvindo-a suspirar, inda morrendo.B) Como é bela a manhã! Como entre a névoa A cidade sombria ao sol clareia E o manto dos pinheiros se aveluda...C) Minha desgraça, ó cândida donzela, O que faz que meu peito assim blasfema, É ter por escrever todo um poema E não ter um vintém para uma vela.D) Já da morte o palor me cobre o rosto, Nos lábios meus o alento desfalece, Surda agonia o coração fenece, E devora meu ser mortal desgosto!E) Negreja ao pé narcótica botelha Que da essência de flores de laranja Guarda o licor que nectariza os nervos. Ali mistura-se o charuto havano Ao mesquinho cigarro e ao meu cachimbo...

Science FictionO marciano encontrou-me na ruae teve medo de minha impossibilidade humana.Como pode existir, pensou consigo, um serque no existir põe tamanha anulação de existência?

Afastou-se o marciano, e persegui-o.Precisava dele como de um testemunho.Mas, recusando o colóquio, desintegrou-seno ar constelado de problemas.E fiquei só em mim, de mim ausente.

Carlos Drummond de Andrade Nova reunião. São Paulo: José Olympio, 1983.

(UERJ-H16) O poema narra uma cena comum na ficção científica: o encontro de um ser humano com um marciano. Entretanto, o poeta dá à cena um caráter inesperado, result-ante de um procedimento de construção poética que consiste na combinação de elementos distintos.

Em Science Fiction, esses elementos distintos são:A) inclusão de frase interrogativa – menção ao cenário da ruaB) ênfase na temática existencial – presença do personagem

extraterrestreC) postura indagadora do eu poético – ocorrência de um

desfecho imprevisívelD) interlocução no interior do poema – desaparecimento

fantasioso do alienígenaE) inclusão de um paradoxo – menção à ausência do eu lírico.

(UERJ-H16) Na construção do poema, o verso que sugere a ocorrência da projeção da consciência do próprio sujeito poético é:A) O marciano encontrou-me na rua (v. 1)B) Afastou-se o marciano, e persegui-o. (v. 5)C) Mas, recusando o colóquio, desintegrou-se (v. 7)D) E fiquei só em mim, de mim ausente. (v. 9)E) no ar constelado de problemas. (v. 8)

(UERJ-H16) Mas, recusando o colóquio, desintegrou-se no ar constelado de problemas. (v. 7-8) O estranhamento provocado no verso acima sublinhado

constitui um caso de:A) pleonasmo. D) metáfora.B) metonímia. E) símile.C) hipérbole.

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Capítulo

02Análise dA MAcro e MicroestruturA do texto

A Charge e o Cartum; As Informações Implícitas e os Pressu-postos Textuais; A Funcionalidade do Adjetivo; A Morfossintaxe do Adjetivo

No mundo informativo em que vivemos, são muitos os gêneros com os quais nos encontramos. Entre eles podemos citar a charge e o cartum que mesclam a linguagem verbal com a linguagem não-verbal. São encontrados em jornais e revistas e transmitem textos argumentativo-humorísticos com informações explícitas e

implícitas. Sempre associam a imagem ao humor.A charge é um texto visual humorístico que critica um per-

sonagem, fato ou acontecimento político específico, focalizando uma realidade específica. Prende-se mais ao momento, tendo, portanto, uma limitação temporal.

O cartum é um desenho humorístico em que se realiza uma crítica social, focalizando uma realidade genérica. Não se prende ao momento.

Tanto na charge como no cartum, para se conseguir o efeito esperado – o humor – muitas vezes usa-se a caricatura, outro tipo de texto que busca o humor através do desenho que exagera propositalmente as características marcantes do indivíduo.

A Charge e o Cartum

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Analise os textos abaixo e faça o que se pede:

I. – Meu filho, um dia isto tudo será seu... – É ruim, hein, pai?!

Chico Caruso: O Globo (26.09.05)

A) Identifique se o texto não-verbal acima é cartum ou charge e justifique sua resposta.

B) Explique qual o modo de organização discursiva predomi-nante no texto acima.

C) Identifique os recursos utilizados para chamar a atenção do leitor.

D) Apresente a mensagem que é explicitada no texto.E) Apresente a mensagem que é obtida através de inferência.F) Justifique sua resposta.

II.

Miguel Paiva: O Globo (26.09.05)A) Identifique se é cartum ou charge e justifique sua resposta.B) Explique qual o modo de organização discursiva predomi-

nante.C) Identifique os recursos utilizados pelo autor para chamar

a atenção do leitor.D) Apresente a mensagem que é explícita no texto.E) Apresente a mensagem que está implícita no texto.F) Escreva uma justificativa para sua resposta.

Com base na charge acima, responda:A) Que informação transmite o autor do texto acima? Escreva

em, no mínimo, 5 linhas.B) Escreva um parágrafo em que você apresente uma solução

para o problema apresentado no texto acima, que envolva sociedade e governo, e que seja coerente com os direitos humanos.

QUADRO COMPARATIVO DOS GÊNEROS

Recursos Charge Cartum

Verbalcomparação, dêitico, polissemia, intertextuali-dade, ambiguidade

título, legenda e fala

Não verbalcaricatura de políticos, metáfora, metonímia

personagens, muitas cores

Gêneroum quadrinho, circunstan-cial

narratividade com um ou mais quadrinhos, atemporal

Resumindo:

Podemos chegar à seguinte conclusão: a charge visa chamar a atenção de um público atualizado dos principais fatos políticos atuais que são capazes de interpretar recursos expressivos sofisticados. Através de uma charge, pode-se criticar a todos, incluindo o presi-dente da República. No cartum, embora busque o mesmo público, além de criticar, o autor pretende provocar o humor, a reflexão, etc, abordando tema do cotidiano. São semelhantes quanto ao gênero: pictóricos, humor, reflexão, verbal, etc. Entretanto, os objetivos nem sempre coincidem, sendo notadamente a crítica o objetivo da charge, enquanto o principal objetivo do cartum é fazer rir.

Cartum é uma piada perene, pois refere-se a características, condições, situações duradouras, permanentes, ou cíclicas e re-petitivas.

Charge é uma piada efêmera, com data de validade, pois relativa a uma situação, fatos de um momento específico, que logo depois perdem-se na poeira do tempo, o que oculta sua graça.

A intertextualidade é, por excelência, o fator mais presente nos dois gêneros, um recurso expressivo que favorece a propagação de sentidos.

Leia.

Pirata: substantivo de dois gêneros – aventureiro dos mares que pilha navios mercantes e povoações costeiras; corsário

– Derivação: por extensão de sentido. – bandido, ladrão – Derivação: sentido figurado. – indivíduo namorador,

galanteador

Adjetivo de dois gêneros – diz-se do que é realizado com apropriação da forma anterior

ou com plágio ou cópia de uma obra anterior, com infração deliberada à legislação que protege a propriedade artística ou intelectual - Ex.: disco p., livro p.

– que opera ou transmite sem autorização, de maneira clan-destina (diz-se de estação de rádio ou de TV).

3.1. Com base nas definições acima, explique qual dos sentidos do termo pirata se aplica ao diálogo presente na primeira cena do cartum. Que elementos, presentes na imagem, permitem que se atribua um sentido específico a esse termo?

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(FUVEST 2009-H23) A crítica contida na charge visa, princi-palmente, ao:A) ato de reivindicar a posse de um bem, o qual, no entanto,

já pertence ao Brasil. B) desejo obsessivo de conservação da natureza brasileira.C) lançamento da campanha de preservação da floresta

amazônica.D) uso de slogan semelhante ao da campanha “O petróleo é

nosso.E) descompasso entre a reivindicação de posse e o tratamento

dado à floresta.

Fonte: CHICO B. – Folha de S. Paulo, Ilustrada E 11, 25/08/2006.

Fonte: HAGAR – Folha de S. Paulo, Ilustrada E 9, 17/08/2006.

(UEL 2007-H22) Em cada uma das tiras acima, há duas personagens: uma que inicia o diálogo e outra que ouve e depois reage. Com base nessas imagens, pode-se afirmar que:A) As personagens entenderam a mensagem e reagiram positi-

vamente, pois as mensagens não continham ambiguidades.B) As personagens de ambas as tiras usaram palavras homônimas

que poderiam levar à má interpretação da mensagem.C) Ambas as tiras passam a ideia de que a literatura é privilégio

de poucos. D) As personagens são pessoas que só conseguem revidar

com a força física, diante da incompreensão da mensagem veiculada.

E) A personagem de uma das tiras espera uma atitude de introspecção do interlocutor; a personagem da outra tira executa literalmente a mensagem do poema.

(UEL 2001-ADAPTADO-H 8) Para fazer a progressão temática, o autor usou interlocutores, nas tirinhas, com, respectivamente, as seguintes características:A) Ingenuidade e obediência; indignação e cólera.B) Ignorância e simplicidade; cólera e sagacidade.C) Assombro e inexperiência; intolerância e esperteza.D) Calma e sabedoria; indignação e intolerância.E) Ignorância e desconforto; satisfação e incredulidade.

(UEL 2007-H21) As onomatopeias da segunda tira referem-se, respectivamente, a:A) escarro, pancada e soco.B) beijo, afago e escarro.C) escarro, afago e revide.D) bocejo, escarro e estouro.E) beijo, soco, grito de guerra.

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3.2. “Pois tirem o pirata e tragam o original”. Como o senhor de terno azul espera que essa ordem seja entendida por seus auxiliares? Como os auxiliares interpretam a ordem dada?

3.3. O gesto inesperado dos auxiliares pode ser compreendido somente a partir de informações presentes no cartum? Explique.

Leia o texto.

A melhor história dos últimos tempos é essa do Lula assistindo a um DVD pirata de 2 filhos de Francisco, em pleno ar, ou melhor, em pleno AeroLula, aquele avião que é dele, mas não é. Para o PT, foi um baita azar de Lula, que não sabia de nada. Para a oposição, é um escândalo sem precedentes. Para o Planalto, a culpa pelo DVD pirata é do mordomo, ops! do ajudante-de-ordens, que vem a ser o oficial que cuida de tudo na rotina do presidente. [...]

CATANHÊDE, Eliane. Pirataria. Folha de S.Paulo, São Paulo, 11 nov. 2005. (Fragmento).

4.1. As informações presentes no texto ajudam a interpretar as duas cenas do cartum. Com base nelas, identifique as duas personagens principais da charge nos dois momentos, indicando-lhes a função.

4.2. Com base no texto, como pode ser explicada a interpre-tação que os auxiliares dão à fala “tirem o pirata e tragam o original”?

Disponível em: http://www.analisedetextos.com.br/2010/04/exercicio-de-interpretacao-com-charge.html

Sobre o estudo dos gêneros textuais cartum e charge, podem-se pesquisar:

– http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/producoes_pde/md_rosemeire_aparecida_garcia_betiati.pdf

– MARCUSCHI, Luiz Antônio. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONÍSIO, Angela Paiva et alii. Gêneros textuais & ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002.

– VALENTE, André. O processo de criação das charges. In: AZEREDO, J. C. (org.). Letras & comunicação: uma parceria no ensino de língua portuguesa. Rio de Janeiro: Vozes, 2001.

– http://www.filologia.org.br/ileel/artigos/artigo_087.pdf– http://www.digestivocultural.com/colunistas/coluna.asp?

codigo=212&titulo=Charge,_Cartum_e_Caricatura– www.ivancabral.com/2007/06/charge-ou-cartum.html

Glauco, Folha de S. Paulo, 30/05/08.

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(PROVA BRASIL-ADAPTADO-H23) Tendo em vista o público alvo e a linguagem utilizada, é correto afirmar que o objetivo do texto é: A) alertar quanto ao perigo por que passam crianças que

andam sem a companhia de adultos. B) transmitir um ensinamento. C) criticar adultos que deixam crianças brincarem sozinhas. D) divertir os leitores com uma situação humorada.E) informar os leitores o que é eco, através de ilustrações.

(MC-H23) Analisando os recursos utilizados pelo autor, pode-se afirmar que a charge acima foi utilizada para:A) criticar a política brasileira que mais parece um carnaval.B) criticar o governo que investe mais no carnaval que nas

necessidades básicas da população.C) elogiar o governo que vê no carnaval a expansão da cultura

brasileira.

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D) elogiar o povo brasileiro que, mesmo com todas as dificul-dades, consegue fazer o carnaval.

E) criticar o povo brasileiro que se importa mais com as festas do que com a realidade por que passa o país.

(MC-H23) Na charge acima, o autor critica:A) A dependência tecnológica.B) As relações familiares.C) O isolacionismo produzido pela dependência tecnológica.D) O enfraquecimento das instituições.E) Os relacionamentos virtuais.

(UNIFOR 2011-H22) Relacionando a imagem à letra de música abaixo apresentadas, é possível afirmar que a for-mação sócio-cultural brasileira é:

Cachaça, mandinga, caruru, pactoÉ a companhia de quem é zuluNuvem de fumaçaMágica pra quem viuO índio e a sua contribuiçãoE ainda tem gente falando em disse me disseQue essa vertente é a culpa miscigenaçãoCadê o sangue bom?Cadê o sangue bom?Corria dessas costas após tantas chibatadasCadê o sangue bom?Cadê o sangue bom?A começar com os índios e suas flechadasMeu Deus, quem foi que criou?Quem foi que criou verdade abominávelQue o índio é preguiçoso e o negro miserávelMeu Deus, quem foi que criou?E não importa a sua corMeu Deus, quem foi que criou?E não importa a sua raça

Banda Diamba

A) um fenômeno fruto do racismo, já que o Brasil, historica-mente, sempre foi dividido em raças que viviam harmo-niosamente.

B) um fenômeno fruto da resistência dos indígenas à domi-nação portuguesa, a ponto de não sofrerem mudanças significativas na sua cultura e cotidiano.

C) um fenômeno fruto da mistura de Culturas, com pre-domínio da cultura europeia, principalmente, francesa.

D) um fenômeno fruto do processo de colonização, pelo qual o homem branco colonizadores) impôs sua cultura e seus costumes aos nativos locais, que foi acatada sem qualquer resistência.

E) um fenômeno fruto do processo de miscigenação que tem origem, ainda no período colonial, a partir da fusão de negros, índios e brancos.

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EPITÁFIO

Titãs

Devia ter complicado menosTrabalhado menosTer visto o sol se pôrDevia ter me importado menosCom problemas pequenosTer morrido de amor...Queria ter aceitadoA vida como ela éA cada um cabe alegriasE a tristeza que vier...

BRITTO, Sérgio. Epitáfio. In: A melhor bandade todos os tempos da última semana.

São Paulo: Abril Music, 2001, 1CD.

(UNIFOR 2011-H16) Na construção dos versos da música acima, o autor utilizou como recurso expressivo:A) zeugma – hipérbole – antítese.B) prosopopeia – gradação – catacrese.C) gradação – zeugma – eufemismo.D) catacrese – hipérbole – prosopopeia.E) metáfora – antítese – ironia.

(UNIFOR 2011-ADAPTADO-H29) O internetês é um ne-ologismo que designa a linguagem utilizada no meio virtual. Essa forma de expressão explodiu principalmente entre os adolescentes que passam horas em chats, MSN e sites de relacionamento como Orkut e Facebook. Sobre esse tipo de linguagem, é correto afirmar:I. A redução das palavras decorre da busca de interação de

forma dinâmica e rápida.II. São exemplos de intenetês: migo, miguxo, xauzinhu, aki,

te dolo, akulá, Mêêêoo DeusduCéu.III. Utilizam-se também símbolos como :) , ;), :D,:P para tra-

duzir emoções.IV. É comum abreviar palavras ao ponto de transformá-las em

1, 2 ou (no máximo) 3 letras, como é o caso de vc, pq, qto.V. Regras como as do uso do hífen e da acentuação gráfica

são respeitadas.A) Estão corretas somente as alternativas I e II.B) Todas as alternativas estão corretas.C) Apenas as alternativas II e IV estão incorretas.D) Estão corretas as alternativas I, II, III e IV.E) Está incorreta somente a alternativa I.

Disponível em: <http://omeninomaluquinho.educacional.com.br/PaginaTirinha/PaginaAnterior.asp?da=10052011>.

Acesso em: 10/5/2011.

(UNIFOR 2011-H25)Toda língua possui variações linguísticas que podem ser compreendidas a partir de fatores regionais, sociais e contextuais. Assim, observa-se na tirinha acima:A) termos regionais próprios da variedade coloquial da língua,

típicos da modalidade oral.B) termos próprios da variedade culta da língua, típicos da

modalidade escrita.C) termos próprios da variedade técnica da língua, típicos da

modalidade escrita.

D) termos próprios da variedade popular da língua, típicos da modalidade escrita.

E) termos regionais próprios da variedade popular da língua, típicos da modalidade oral.

Disponível em: <http://lanotucas.com/2010/11/12/70- municipios-correm-risco-de-epidemia-de-dengue>.

Acesso em: 6/5/2011

(UNIFOR 2011-ADAPTADO-H22) Na figura acima, um dos recursos linguísticos utilizados pelo autor foi o vocábulo pneus que assume diferentes significados de acordo com o contexto. A esse conceito damos o nome de:A) antonímia. D) semântica.B) denotação. E) paronímia.C) polissemia.

(UNIFOR 2011-ADAPTADO-H27) Na peça publicitária acima, o autor utilizou a linguagem seguindo as regras da gramática normativa quanto ao não uso do acento grave. A frase abaixo em que também, segundo a norma padrão, não ocorre crase é:A) Dirigiu-se a senhora para tratar do assunto.B) Ele mora a distância de 2 quilômetros da escola.C) O médico deu a doença uma acepção popular.D) Os turistas chegaram a cidade antes do combinado.E) Os sócios do hotel estão a contemplar a natureza.

(MC-H19) Levando em consideração a intenção comunicativa da peça publicitária, pode-se afirmar que a função da linguagem utilizada é:A) metalinguística.B) fática.C) apelativa.D) emotiva.E) referencial.

(MC-H1) Reconhecendo a peça publicitária acima como um cartaz produzido por órgãos públicos e afixados em postos públicos de saúde, pode-se afirmar que a linguagem predomi-nante é:

A) culta.B) padrão formal.C) informal.D) marcadamente regional.E) técnica.

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Todo texto possui duas possibilidades de interpretação: informações explícitas e implícitas. Em todos os textos, certas informações são transmitidas explicitamente, enquanto outras o são implicitamente, pressupostas ou subentendidas.

Um texto diz coisas que parece não estar dizendo. Uma leitura eficiente precisa captar tanto as informações explícitas quanto as implícitas. Um leitor perspicaz é aquele capaz de ler nas entre-linhas. Se não tiver essa habilidade, passará por cima de significados importantes ou – o que é bem pior – concordará com ideias ou pontos de vista que rejeitaria se percebesse.

Os pressupostos são ideias que decorrem logicamente do sentido de certas palavras ou expressões contidas na frase, não expressas de maneira explícita.

Por exemplo, se alguém diz que “O tempo continua chuvoso”, ele transmite a informação que está chovendo no momento e – in-formação implícita – estava chovendo antes; ou se declara: “Pedro deixou de fumar”, está dizendo que Pedro não fuma no momento e – informação implícita – que fumava antes)

Os pressupostos são marcados por:1. certos advérbios – Exemplo: “Os resultados da pesquisa ainda

não chegaram até nós”. Pressuposto – Os resultados já deviam ter chegado ou Os

resultados vão chegar mais tarde.2. certos verbos – Exemplo: “O caso do contrabando tornou-se

público”. Pressuposto – O caso não era público.3. orações adjetivas – Exemplo: “Os candidatos a prefeito, que

só querem defender seus interesses, não pensam no povo”. Pressuposto – Todos os candidatos a prefeito têm interesses

individuais.4. adjetivos – Exemplo: “Os partidos radicais acabarão com a

democracia no Brasil”. Pressuposto – Existem partidos radicais no Brasil.

Há também informações que ficam subentendidas que também podem ser chamadas de insinuações por trás de uma afirmação. Por exemplo, quando um fumante com o cigarro pergunta: “Você tem fogo?” Subentende-se: Acenda-me o cigarro, por favor.

Lembrete: Enquanto o pressuposto é um dado apresentado que não permite contestações; o subentendido é de responsabi-lidade do ouvinte, uma vez que o falante esconde-se por trás do sentido literal das palavras. O subentendido pode ser uma maneira encontrada pelo falante para transmitir algo sem se comprometer com a informação.

Observe as frases “A” e “B” abaixo e faça o que se pede:A) André tornou-se um antitabagista convicto. I. Escreva qual a informação explícita: II. Escreva qual a informação implícita: III. Explique a lógica perceptível: B) Pedro é o último convidado a chegar à festa. I. Escreva qual a informação explícita: II. Escreva qual a informação implícita: III. Explique a lógica perceptível:

Chegamos à conclusão de que as informações explícitas podem ser questionadas pelo ouvinte, concordando ou não com elas.

Pode-se, por exemplo, discutir a convicção antitabagista de André, na frase “a”; ou a questão de Pedro ser o último convidado realmente.

Os pressupostos, porém, devem ser verdadeiros ou, pelo menos, admitidos como verdadeiros, porque é a partir deles que se constroem as afirmações explícitas. Isso significa que, se o pres-suposto é falso, a informação explícita não tem cabimento.

Neste cartum, Angeli apresenta uma suposta reunião ministe-rial do então Presidente da República Itamar Franco, da qual Yeda Crusius participava na condição de ministra.

2.1. Identifique o humor da tira:2.1. Apresente a informação explícita do cartum:2.3. Apresente a informação implícita:2.4. Apresente a lógica perceptível:

Leia o texto abaixo e faça o que se pede: Festejada por ter sido a segunda mulher a ser nomeada

ministra no Brasil, em 1989, Dorothéa Werneck voltará ao cargo, aos 45 anos, no Ministério da Indústria e do Comércio. Ela abriu caminho para cinco sucessoras – na área econômica, por exemplo, ninguém mais se chocou quando Zélia Cardoso de Mello ou Yeda Crusius foram escolhidas. Zélia dividiu opiniões. Yeda foi logo esquecida. Dorothéa manteve-se presente no noticiário, mesmo nos curtos períodos em que ficou sem cargo no governo e partiu para a iniciativa privada. (...)

Mesmo com cuidado e seriedade no trato com a ministra, empresários e sindicalistas – dos quais ela se aproximou em busca de um pacto antiinflacionário – nunca esqueceram que ela era uma mulher. Seu sexo foi lembrado sempre, como defeito ou qualidade. Mário Amato, então presidente da Fiesp, tentou traduzir esse sentimento e foi muito infeliz. Declarou, na frente dos jornalistas: “Ela é muito inteligente apesar de ser mulher”. O empresário, com isso, ganhou a antipatia da população feminina e de um Brasil que se rendia ao carisma de Doró.

O Estado de S. Paulo, 25 dez. 1994, p. B-1.

3.1. Identifique o gênero textual a que pertence o texto acima e justifique sua resposta:

3.2. Que declaração chama atenção em todo o texto e como essa declaração é encarada pela repórter?

3.3. Apresente as informação explícitas e implícitas na resposta da questão anterior:

Conclusão:Podemos chegar à conclusão de que treinar a leitura para

conseguir enxergar os pressupostos é muito importante, pois eles são recursos argumentativos que visam levar o leitor ou ouvinte a entender o texto de forma mais abrangente. Quando se incluem os pressupostos no texto, o autor transforma o leitor em cúmplice, pois a ideia implícita não é posta em discussão, é apresentada como se fosse aceita por todos, e os argumentos explícitos só contribuem para confirmá-la.

As Informações Implícitas e os Pressupostos Textuais

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Fonte: www.marcelocartoon.blogspot.com

(UFSCAR-ADAPTADO-H1) Considerando a charge como um sistema de comunicação que apresenta como recurso expressivo a ironia, identifique na charge acima o que está sendo retratado de forma irônica.A) A corrupção no atual quadro político brasileiro.B) As festas dos adolescentes brasilienses.C) A falta de envolvimento político da juventude brasileira.D) O apoio dos estudantes de forma festiva ao presidente.E) A falta de compromisso da imprensa em relação à apuração

dos fatos.

(UFSCAR-ADAPTADO-H22) Analisando o título da charge, podemos relacioná-lo ao contexto em que se retrata:A) a reeleição do presidente FHC em 1998.B) as comemorações pela vitória de Lula nas eleições de 2002.C) a participação dos indígenas nas comemorações dos 500

anos do Brasil em 2000.D) a participação dos jovens no impeachment de Collor em

1992.E) o I Fórum Social Mundial de Porto Alegre em 2001.

(UERJ-H23) A metáfora é uma figura de linguagem que se caracteriza por conter uma comparação implícita. O cartum de Sizenando constrói uma metáfora, que pode ser observada na comparação entre: A) o sentimento de desilusão e a floresta. B) a propaganda dos bancos e os artistas.C) a ironia do cartunista e a fala do personagem.D) o artista desiludido e o personagem cabisbaixo.E) o título e a fala da personagem.

A IMPORTÂNCIA DE SE FAZER UM RESUMO DO QUE SE LÊ

Ler não é apenas passar os olhos no texto. É preciso saber tirar dele o que é mais importante, facilitando o trabalho da memória. Saber resumir as ideias expressas em um texto não é difícil. Resumir um texto é reproduzir com poucas palavras aquilo que o autor disse.

Para se realizar um bom resumo, são necessárias algumas recomendações:1. Ler todo o texto para descobrir do que se trata.2. Reler uma ou mais vezes, sublinhando frases ou palavras

importantes. Isto ajuda a identificar.3. Distinguir os exemplos ou detalhes das ideias principais.4. Observar as palavras que fazem a ligação entre as diferentes

idéias do texto, também chamadas de conectivos: “por causa de”, “assim sendo”, “além do mais”, “pois”, “em decorrência de”, “por outro lado”, “da mesma forma”.

5. Fazer o resumo de cada parágrafo, porque cada um encerra uma idéia diferente.

6. Ler os parágrafos resumidos e observar se há uma estrutura coerente, isto é, se todas as partes estão bem encadeadas e se formam um todo.

7. Num resumo, não se devem comentar as ideias do autor. Deve-se registrar apenas o que ele escreveu, sem usar ex-pressões como “segundo o autor”, “o autor afirmou que”.

8. O tamanho do resumo pode variar conforme o tipo de as-sunto abordado. É recomendável que nunca ultrapasse vinte por cento da extensão do texto original.

9. Nos resumos de livros, não devem aparecer diálogos, descrições detalhadas, cenas ou personagens secundárias. Somente as personagens, os ambientes e as ações mais importantes devem ser registrados.

Extraído de www.aids.gov.br/ humor/galeria, em jan.2006.

(UFSCAR-ADAPTADO-H1) Um dos recursos expressivos que identifica a charge é o uso da crítica. Na charge acima, a crítica diz respeito:

A) à falta de liberdade de expressão das pessoas. B) à incompatibilidade de opiniões sobre a forma do mundo.C) à não permissão do uso de camisinha pela igreja católica.D) ao aumento do número de casos de AIDS pela falta de uso

de camisinha.E) à falta de religiosidade das pessoas.

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(UERJ-H21) No cartum apresentado, o significado da palavra escrita é reforçado pelos elementos visuais, próprios da lin-guagem não verbal.

A separação das letras da palavra em balões distintos contribui para expressar principalmente a seguinte ideia:A) dificuldade de conexão entre as pessoas. B) aceleração da vida na contemporaneidadeC) desconhecimento das possibilidades de diálogoD) desencontro de pensamentos sobre um assuntoE) pensamento de todos forma a preocupação de cada um.

(SIMULADO-H22) Leia os seguintes fragmentos que, na seção “Dos Leitores” de O Globo do dia 10 – 06 – 11, expressam opiniões sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) no sentido de – acompanhando posicionamento do ex-presidente Lula – não determinar a extradição de Cesare Battisti, reclamada pelo governo italiano, que o acusa de assassino.

Texto I

“É realmente lamentável admitirmos, mas o Brasil é definiti-vamente o paraíso dos corruptos e dos assassinos.”

Paulo Luiz Jardim de Moraes. Rio

Texto II

“O que estava em jogo não era a soberania do país e sim a exagerada vaidade do ex-presidente Lula. A não extradição de Cesare Battisti é um “tapa” na cara dos italianos e dos bra-sileiros que primam pela lealdade aos acordos internacionais.”

Odiléa Mignon. Rio

Texto III

“Parabéns aos ministros do STF que, com isenção e com base na soberania, não se dobraram à Itália e à mídia no julgamento de Cesare Battisti.”

Emanuel Cancella. Rio

Texto IV

“... em que pese o fato de a decisão do então presidente ter gerado a comoção de muitos, Lula tinha total liberdade para tomar sua posição, sem dever quaisquer explicações. Foi acer-tada, portanto, a decisão do Supremo de manter o que já havia sido decidido por Lula, respeitando a liberdade do Executivo conforme previsto no texto constitucional.”

João Gabriel Rabello Sodré. Rio

Sobre os fragmentos transcritos, afirma-se adequadamente que:A) o contido no texto IV, a despeito de certas ponderações,

vai ao encontro do que se diz no texto III.B) não há nenhum depoimento, dentre os quatro, que,

categoricamente, aplauda a decisão tomada.C) os quatro estão afinados quanto ao apoio ao STF, embora

sejam distintos os seus argumentos.D) os quatro se utilizam, em amparo à sua argumentação, da

menção a textos da natureza jurídica.E) predomina a ironia como recurso empregado pelos leitores

para manifestar seu posicionamento.

(SIMULADO-H23)

Entre os elementos que compõem a figura acima, a antiga prática dos “sinais de fumaça” para emissão de mensagem coexiste com a menção ao telefone celular, um ícone da co-municação contemporânea.

A charge em destaque objetiva registrar:A) a crescente importância dessas tecnologias modernas no

cotidiano das mais diversas comunidades.B) a superioridade de um secular sistema de comunicação, se

confrontado com as modernas tecnologias.C) a superposição de elementos comunicativos que espelham

tecnologias modernas de comunicação.D) a utilização de um recurso de linguagem não verbal em

substituição a outro da mesma natureza.E) uma bem-humorada visão crítica às chamadas tecnologias

modernas de comunicação e informação.

TEXTOS PARA AS QUESTÕES 08 E 09.

TEXTO A

“Bem aventurados os pintores escorrendo luzQue se expressam em verdeAzulOcreCinzaZarcão!Bem-aventurados os músicos...E os bailarinosE os mímicosE os matemáticos...cada qual na sua expressão!

Só o poeta é que tem de lidar com a ingrata linguagem alheia....A impura linguagem dos homens”.

TEXTO B

“Minha desgraça, não, não é ser poeta,Nem da terra de amor não ter um eco,E meu anjo de Deus, o meu planetaTratar-me como trata-se um boneco...”

(...)“Minha desgraça, ó cândida donzela, o que faz que o meu peito assim blasfema,É ter para escrever todo um poemaE não ter um vintém para uma vela.”

(PUC RS-ADAPTADO-H22) Relacionando-se os textos A e B, é correto afirmar que:I. O texto A apresenta atributos depreciativos em relação à

linguagem humana. II. No texto B, há um interlocutor aparentemente passivo. III. O texto A e o B apresentam a frustração dos poetas no

que se refere à retribuição material pelo seu trabalho.

Conclui-se que está correta a alternativa: A) I. D) II e III.B) II. E) I, II e III. C) I e II.

(PUC RS-ADAPTADO-H19) Notando que os textos A e B apresentam reflexões de dois poetas relativas ao “fazer poé-tico”, pode-se dizer que há a presença da função:A) conativa. D) expressiva.B) fática. E) metalinguística.C) referencial.

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(PUC RS-ADAPTADO-H16) A alternativa que contém versos em que o poeta gradua luz e sons na construção do seu poema é: A) “Não sei o que querem de mim essas árvores essas velhas esquinas para ficarem tão minhas só de as olhar um momento.”B) “Em cada verso um coração pulsando, sóis flamejando em cada verso, e a rima cheia de pássaros azuis cantando, desenrolada como um céu por cima.”C) “Deixa que as turbas de terror escravas Junto de falsos tronos se ajoelhem! Os brindes e os folguedos continuam, Mas a mão invisível do destino Na sala do banquete austera escreve O areto irrevogável!...”D) “Quero sentar-me à beira do riacho Das tardes ao cair, E sozinho cismando no crepúsculo Os sonhos de porvir!”E) “Longe de ti, se escuto, porventura Teu nome, que uma boca indiferente Entre outros nomes de mulher murmura, Sobe-me pranto aos olhos, de repente...”

Velho Tema

“Só a leve esperança, em toda a vida, Disfarça a pena de viver, mais nada; Nem é mais a existência, resumida,Que uma grande esperança malograda.

O eterno sonho da alma desterrada,Sonho que a traz ansiosa e embevecida,É uma hora feliz, sempre adiada,E que não chega nunca em toda a vida.

Essa felicidade que supomos,Árvore milagrosa que sonhamosToda arreada de dourados pomos.

Existe, sim: mas não a alcançamosPorque está sempre apenas onde a pomos,E nunca a pomos onde nós estamos.”

(PUC RS-ADAPTADO-H23) Analisando o título do poema e as expressões utilizadas nele, está correto afirmar que a intenção do seu autor é tematizar a felicidade humana como: A) algo inatingível, por ser sempre colocado em lugar distante

do nosso alcance. B) sonho que só pode se realizar após o desterro da alma. C) capacidade inerente ao ser humano, por existir apenas no

âmbito da subjetividade. D) sentimento que não pode ser alcançado, porque pertence

à natureza inanimada. E) elemento essencial e atingível, desde que posto no lugar

adequado.

A nova campanha da Poupança X está aí

Uma campanha que vende a segurança, a confiança e a força do nosso produto, que é líder de mercado em seu segmento. Para que essa campanha seja bem sucedida, sua participação é fundamental. Por isso, a X conta com você. Vista essa camisa e una seus esforços a toda a equipe para que possamos fazer um belo trabalho e aumentar a nossa participação nesse segmento.

Porque uma coisa é certa: Poupança é na X.X. O banco que acredita nas pessoas.

Peça publicitária (texto adaptado)

(UFT 2010-H22) Um texto não é uma unidade construída por uma soma de frases isoladas, mas pela conexão e correlação delas, criando, assim, uma rede semântica a que damos o nome de textualidade.

Ao analisar a relação, a conexão entre as palavras do texto, podemos afirmar que: A) o conectivo que (linha 3) retoma o enunciado inicial “A

nova campanha da Poupança X”. B) o conectivo e (linhas 4 e 6) estabelece uma relação semân-

tica de gradação de ações. C) o conectivo por isso (linha 4) estabelece uma relação

semântica de causalidade. D) o uso dos dois pontos (linha 7) sugere, pela situação con-

textual, uma retificação. E) o texto apresenta elementos coesivos repetidos, como

é o caso de para que (linhas 3 e 5) que possui o mesmo valor semântico de explicitação ou ilustração do que foi dito antes.

Leia os fragmentos abaixo para responder à questão seguinte:

Nóis mudemo (...) Na quarta-feira, dei pela falta do menino. Ele não apareceu

no resto da semana, nem na segunda-feira seguinte. Aí me dei conta que eu nem sabia o nome dele. Procurei no diário de classe. Chamava-se Lúcio – Lúcio Rodrigues Barbosa. Achei o endereço. Fui lá uma tarde. Longe, um dos últimos casebres do bairro, um barraco apertado, coberto de brasilite.

– Boa tarde, senhor. O Lúcio está? – Não, senhora. Ele foi ônti pra casa de meu irmão no

sul do Pará. É, fessora, meu fio não aguentô as gozação da mininada. Eu tentei fazê ele continuá na escola, mas não teve jeito não. Ele tava chatiado demais.

(...) *********

O lado desumano da lei dos humanos (...) Fui bem sucedido na quinta série. Matriculei-me na sexta.

Eu era um aluno razoável. Bom de Português e Geografia, mas ruim em Matemática. E a danada me passou a perna e me pregou um baita susto. Obtive nota excelente em Por-tuguês e Geografia, boas notas nas demais matérias, mas fui reprovado em Matemática: nota quatro e meio. Faltaram só cinco décimos.

Meu ego foi lá embaixo. O quase doutor achou-se um restolho, um incompetente, uma nulidade. Não tinha mesmo jeito! Pra que me esforçar? Fiquei sabendo depois que um certo conselho de classe tinha tentado me aprovar, mas o professor de matemática bateu o pé e ficou nisso.

(...)

(UFT 2010-H23) Relacionando os dois fragmentos, é COR-RETO afirmar que a intenção dos autores é: A) ir além da crítica à educação e nortear suas narrativas pelos

princípios do naturalismo, ressaltando sempre os fatores biológicos do comportamento humano.

B) imprimir uma visão romantizada das situações tratadas, nos moldes dos prosadores regionalistas do período romântico brasileiro, apesar da preocupação com as questões do cotidiano social das pessoas simples do interior.

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C) usar o realismo na exposição dos fatos e apresentarem uma visão crítica frente aos dramas vividos pelas pessoas.

D) apresentar, através de uma narrativa de lamento, a condição humana diante dos perigos e incertezas da vida e proporem uma explicação a respeito do destino do homem comum.

E) exaltar a coragem do homem sertanejo no enfrentamento de suas dificuldades, contrapondo-se à vida confortável dos habitantes da cidade.

(UFT 2010-H23) Leia os excertos a seguir, extraídos dos contos de João Guimarães Rosa, do livro Primeiras estórias que servirão como base para responder às questões 14 e 15.

Texto 1 – O espelho (...) Eu, porém, era um perquiridor imparcial, neutro abso-

lutamente. O caçador do meu próprio aspecto formal, movido por curiosidade, quando não impessoal, desinteressada; para não dizer o urgir científico. Levei meses. (...) Texto 2 – Famigerado

(...) Só tinha de desentalar-me. O homem queria estrito o caroço: o verivérbio.

– Famigerado é inóxio, é “célebre”, “notório”, “notável”... – “Vosmecê mal não veja em minha grossaria no não en-

tender. Mas me diga: é desaforado? É caçoável? É de arrenegar? Farsância? Nome de ofensa? (...) Texto 3 – A menina de lã

(...) Menos pela estranhez das palavras, pois só em raro ela perguntava, por exemplo: – “Ele xurugou?” – e, vai ver, quem e o que, jamais se saberia. Mas, pelo esquisito do juízo ou enfeitado do sentido. (...) Texto 4 – A Benfajeza

(...) No que nem pensaram; e não se indagou, a muita coisa. Para quê? A mulher – malandraja, a malacafar, suja de si, misericordiada, tão em velha e feia, feia tonta, no crime não arrependida – e guia de um cego. (...)

“Ler Guimarães Rosa é participar de uma aventura no reino mágico da palavra. (...) O uso que faz da língua resulta simul-taneamente de imaginação, sensibilidade, memória, conheci-mento, pesquisa, erudição; de “trabalho, trabalho e trabalho”, para usar sua própria explicação; acrescente-se ainda, com relação ao seu experimentalismo, ousadia, anseio de originali-dade e perfeição.”

MARTINS, Nilce Sant’Anna. O léxico de Guimarães Rosa. 2 ed. São Paulo: EDUSP, 2001.

Considerando a leitura dos textos acima, analise os enunciados a seguir: I. Guimarães Rosa é um autor de estilo inovador e audacioso.

Ele usa e abusa de inversões e elipses na sintaxe. A partir de vocábulos já existentes na língua, recria, reinventa novas palavras com conteúdos conotativos diversos ou amplia o conteúdo, permitindo, desse modo, que o texto não seja recebido passivamente. Exige que o leitor desempenhe, de certo modo, algum papel na criação estético-artística.

II. As relações que se estabelecem nos processos de for-mação de palavras utilizados pelo autor têm implicações semânticas resultantes de construções que criam novos significados. Ex.: perquiridor, malandraja, veribérbio.

III. Guimarães Rosa combina o uso de prefixos e sufixos a bases de vocábulos já cristalizados na língua com a intenção de inovar, estender o conteúdo ou criar nova acepção, chamar a atenção do leitor, causar estranhamento, mas sempre com fins expressivos. É o caso de caçoável, farsância, es-tranhez e misericordiada.

De acordo com os enunciados acima, podemos concluir que: A) a primeira e a segunda afirmações estão corretas, a terceira

está errada.

B) a segunda e a terceira afirmações estão corretas, a primeira contradiz as duas anteriores.

C) a primeira, a segunda e a terceira afirmações estão cor-retas.

D) a primeira afirmação está correta, a segunda contradiz a terceira.

E) a primeira afirmação reitera a segunda, a terceira contradiz a segunda.

(MC-H25) Quanto ao nível de linguagem empregado pelo autor, é correto afirmar que o autor utiliza-se:A) da linguagem padrão da norma culta.B) de uma linguagem técnica inteligível principalmente para

críticos literários.C) da linguagem regional, apresentando a variante linguística

que deve ser respeitada.D) de uma linguagem cheia de neologismo, inventiva que

destaca a comunicação como princípio fundamental da linguagem.

E) da linguagem coloquial, tendo em vista que suas narrativas, em sua maioria, se apresentam em forma de diálogo.

“A língua não se esgota na compreensão de sua estrutura, mas remete à exterioridade. Por essa razão, faz-se necessário levar em conta não apenas a descrição dos enunciados, efetivamente produzidos pelos usuários da língua, mas também o processo de enunciação”

Cf. Reinaldo & Dourado 2005, p. 4.

ESPINHA DE PEIXE

“De repente Dona Carolina deixou cair o garfo e soltou um grunhido. Todos se precipitaram para ela, abandonando seus lugares à mesa: a filha, o genro, os netos:

– Que foi, mamãe?– Dona Carolina, a senhora está sentindo alguma coisa?– Fala conosco, vovó.A velha, porém, só fazia arranhar a garganta com sons estran-

gulados, a boca aberta, os olhos revirados para cima.– Uma espinha – deixou escapar afinal, com esforço: – Estou

com uma espinha de peixe atravessada aqui.E apontava o gogó com o dedinho seco.– Come miolo de pão.– Respira fundo, vovó.– Com licença – e o marido de uma das netas, que era médico

recém-formado, abriu caminho: – Deixa ver. Abre bem a boca, Dona Carolina.Dona Carolina reclinou a cabeça para trás, abriu bem a boca, e

a dentadura superior se despregou. Constrangido, o moço retirou-a com dedos delicados, deixou-a sorrindo sobre a toalha da mesa:

– Assim. Agora vira aqui para a luz. Não estou vendo nada... A espinha já saiu, não tem nada aí. A garganta ficou um pouco irritada, é por isso... Bebe um pouco d’água, Dona Carolina, que tudo já passou.

Todos respiraram aliviados, voltando aos seus lugares. Dona Carolina, porém, fuzilou o rapaz com um olhar que parecia dizer:

‘Passou uma ova!’ e continuava a gemer. Como ninguém se dispusesse mais a socorrê-la, acabou se retirando para o quarto, depois de amaldiçoar toda a família. Uma das netas, solícita, foi levar-lhe a dentadura, esquecida sobre a mesa.

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A Funcionalidade do Adjetivo

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Linguagens, Códigos e suas TecnologiasPORTUGUÊS: Compreensão Textual e Aspectos Linguísticos I - Volume 01 27

– Estou com uma espinha na garganta – queixava-se ela, a voz cada vez mais fraca.

– Já saiu, mamãe. É assim mesmo, a gente fica com a impressão que ainda tem, deve ter ferido a garganta...

– Impressão nada! Ela está aqui dentro, me sufocando... Chame um médico para mim, minha filha.

Veio de novo o rapaz que era médico, mas a velha o rejeitou com um gesto:

– Esse não! Eu quero um médico de verdade!A família, de novo reunida, se alvoroçava, e Dona Carolina,

arquejante, dizendo que morria sufocada. Uma das filhas corria a buscar um copo d’água, outra abanava a velha com um jornal. O dono da casa foi bater à porta do vizinho de apartamento, Dr. Fontoura, que, pelo nome, devia ser médico:

– O senhor desculpe incomodar, mas minha sogra cismou, uma espinha de peixe, não tem mais nada, cismou que tem, porque tem...

Dr. Fontoura, que na realidade era dentista, acorreu com uns ferrinhos, uma pinça.

– Abre bem a boca, minha senhora – ordenou, gravemente, e contendo a língua da velha com o cabo de uma colher, meteu o nariz pela boca adentro:

– Assim. Hum-hum... Não vejo nada. Alguém tem uma lanterna elétrica?

Um dos rapazes trouxe a lanterna elétrica, e o dentista iluminou a goela de sua nova cliente, sob a expectativa geral.

– É isso mesmo... Está um pouquinho irritada ali, perto da epiglote. Não tem mais nada, a espinha já saiu. O que ela está precisando, na minha opinião, é de uma dentadura nova.

A velha engasgou e, em represália, por pouco não lhe mordeu a mão. Todos respiravam, aliviados.

– Eu não dizia? - exclamava o dono da casa, conduzindo o vizinho até a porta. E protestava agradecimentos:

– A velha está nervosa à toa, o senhor desculpe o incômodo...Dona Carolina pôs-se a amaldiçoar toda a sua descendência, a

voz cada vez mais rouca:– Cambada de imprestáveis! Eu aqui morrendo engasgada e

eles a dizerem que não tem mais nada! Resolveram fazê-la tomar um calmante e dar o caso por en-

cerrado. Mas o caso não se encerrou. A velha não pregou olho durante a noite e passou todo o dia seguinte na cama, gemendo com um fio de voz:

– Ai, ai, ai, meu Santo Deus! Estou morrendo e ninguém liga!A filha torcia as mãos, exasperada:– Não quis almoçar, agora não quer jantar. Assim acaba mor-

rendo mesmo.– Minha sogra é uma histérica – explicava o dono da casa a um

velho amigo que viera visitá-lo ao terceiro dia. – Está assim desde Quarta-feira, já nem fala mais com ninguém...

O velho amigo resolveu espiá-la de perto. Assim que o viu, Dona Carolina agarrou-lhe a mão, soprando-lhe no rosto uma voz roufenha, quase inaudível, mais para lá do que para cá:

– Pelo amor de Deus, me salve! Você é o único que ainda acredita em mim.

Impressionado, o velho amigo da casa resolveu levá-la consigo até o pronto-socorro.

– Quanto mais não seja, terá efeito psicológico – explicou aos demais.

Embrulharam a velha num sobretudo, e lá se foi ela, de carro, para o pronto-socorro. Foi só chegar e a esconderam numa mesa, anestesiaram-na, e o médico de plantão, com uma pinça, retirou de sua garganta – não um espinha, mas um osso de peixe, uma imensa vértebra cheia de espinhas para todo lado, como um ouriço.

– Estava morrendo sufocada – advertiu. – Não passaria desta noite.

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Hoje Dona Carolina, quando quer fazer o resto da família ouvir sua opinião sobre qualquer assunto, exibe antes sua famosa vértebra de peixe, que carrega consigo, como um troféu.” Fernando Sabino

Leia os trechos abaixo retirados do texto acima e escreva, nas linhas propostas, as palavras que são responsáveis pela construção da imagem da protagonista, identificando a classe gramatical e a função sintática a que pertencem.

“[...] A velha, porém, só fazia arranhar a garganta com sons estrangulados, a boca aberta, os olhos revirados para cima.”

“[...] A velha está nervosa à toa, o senhor desculpe o incô-modo.”

“[...] Minha sogra é uma histérica – explicava o dono da casa a um velho amigo que viera visitá-lo ao terceiro dia.”

No mesmo trecho, identifique o(s) vocábulo(s) que sinalizam a carga emocional da protagonista, indicando sua função sintática.

Indique o tipo e o gênero do texto em estudo, justificando sua resposta.

Quando se trata de adjetivo, muitas gramáticas o definem como a palavra que qualifica ou caracteriza o substantivo. Parece simples demais. No entanto há dificuldades quanto ao uso do adjetivo devido à polissemia dessa classe gramatical. Se considerarmos o adjetivo como um modificador do nome, o seu significado se relaciona diretamente com nome que ele está modificando, ou seja, o significado do adjetivo é composto juntamente com o do substantivo. Assim sendo, uma abordagem composicional pode ser uma boa opção para a descrição da semântica dos adjetivos.

Em termos sintáticos, os adjetivos são divididos em adjuntos adnominais e predicativos. Assim como os verbos, eles podem ou não receber complementos. Em termos semânticos, os adjetivos podem ser divididos em absolutos e relativos.

Para exemplificar, consideremos o adjetivo bom. Conforme mencionado acima, o significado do adjetivo em posição atribu-tiva é composto juntamente com o significado do substantivo que o acompanha. Dessa forma, uma boa faca é uma faca que funciona bem, um bom aluno é um aluno que tem bom com-portamento ou que tem bom rendimento, uma casa boa é uma casa que é confortável ou que tem uma estrutura forte. Assim, em um Léxico de Enumeração de Sentidos, como é o caso do dicionário, o número de sentidos de uma palavra como bom será tão grande quanto forem as possibilidades de interpretação dos diferentes contextos em que apalavra aparecer. Um modelo de representação semântica para os adjetivos deve levar em conta as informações tanto do adjetivo, quanto do substantivo que ele modifica.

Veja ainda estes exemplos:

1. um homem alto (posição atributiva – adjunto adnominal)2. o homem é alto (posição predicativa – predicativo do

sujeito)O adjetivo atribui características ao substantivo podendo fun-

cionar como adjunto adnominal num sintagma nominal ou como predicativo quando há um verbo “de ligação” explícito ou implícito.

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Linguagens, Códigos e suas TecnologiasPORTUGUÊS: Compreensão Textual e Aspectos Linguísticos I - Volume 0128

Conforme o critério mórfico, o adjetivo é definido como uma palavra que apresenta as categorias de gênero e de número, com as flexões correspondentes às flexões do substantivo a que se associa.Resumindo:ADJETIVOS

É a palavra que qualifica o substantivo.Exemplo: aluno saudável, menino inteligente...

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A Morfossintaxe do Adjetivo

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Classificação dos

Adjetivos

Explicativo

Restritivo

Locução Adjetiva

Adjetivos Eruditos

Adjetivos Pátrios ou gentílicos

Simples/composto/primitivo e derivado

Ex.: inerente ao próprio ser (Ex.: pedra dura, Água mole)

Ex.: Não inerente ao ser (Ex.: mulher sincera, moça verde)

Expressão com valor semântico equivalente ao adjetivo. Ex.: presente de rei (régio), paixão sem freio (desenfreada)

Relativo a, próprio de, da cor de. Ex.: discente (aluno), sideral (astro).

Referente a continentes, países, estados, cidades, etc.Ex.: campinense, húngaro, afegão.

Simples: Apenas um radicalComposto: Mais de um radicalPrimitivo: Não se formou de outroDerivado: formado a partir de outro

Flexão dosAdjetivos

Compostos

Regra

Surdo-mudo

Substantivo indicando cor (invariáveis)

Azul-marinho e azul celeste (invariáveis)

Ex.: fitas amarelo-ouro, bandeiras azul-turquesa, blusas rosa-claro.

Ex.: Termos azul-marinho, salas azul--celeste.

Exceção

Só o último termo é flexionado em gênero e número.(Ex.: Saudades doce-amargas, ciências político-sociais, salas médico-cirurgicas)

Graudos

Adjetivos

Comparativo

De igualdade

De superioridade

De superioridade

De inferioridade

De inferioridade

Analítico

Síntetico

Superlativo Relativo

Superlativo Absoluto

Ex.: Estou tão feliz quanto você (tão...como/quanto)

Ex.: O prédio é mais alto do que a casa. (mais...do que)

Ex.: O juiz era o mais prudente de todos (o mais...de)

Ex.: A revista é menos onerosa do que o jornal (menos...do que)

Ex.: O político é o menos hones-to da Câmara. (o menos...de)

Ex.: Aquele rapaz está exagerada-mente magro.

Ex.: Aquela moça é magríssima.

Também é importante observar a posição que o adjetivo ocupa dentro do sintagma nominal. Comumente o adjetivo atributivo aparece posposto ao substantivo. Há situações em que a mudança de posição do adjetivo acarreta mudança na informação:

Observe estes exemplos:1. A bela casa, ou a casa bela. (O sentido é o mesmo na posição

pré-nominal e pós-nominal).2. O suposto criminoso. ( Não é adequada a mudança de posição

do adjetivo para “o criminoso suposto”; sendo assim se aceita apenas a posição pré-nominal).

3. O crime premeditado. (Não se aceita a posição pré-nominal em “O premeditado crime, visto que se estranha o sentido produzido, aceitando-se apenas a posição pós-nominal).

4. O pobre menino ou o menino pobre. (As duas formações são aceitas, mas apresentam sentidos diferentes, pois, no primeiro sintagma, o adjetivo apresenta carga de afetividade, enquanto, no segundo enunciado, o adjetivo apresenta característica descritiva no que diz respeito a situação financeira do menino).

Identifique o valor semântico dos adjetivos nos sintagmas abaixo:A) Antonio é um alto funcionário na empresa em que trabalho;

Aquele, sim, é um funcionário alto! B) Aquela santa mulher deveria ser considerada uma mulher

santa.C) Vou lhe demonstrar como fazer um exercício simples, mas

não faça um simples exercício.

TRÊS CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO DOS ADJETIVOS

Alguns estudiosos da língua classificam os vocábulos formais de acordo com os seguintes critérios:I. o semântico, referente à significação das palavras do ponto

de vista do universo biossocial que se incorpora na língua;II. o formal ou mórfico baseia-se nas propriedades da forma

gramatical que os vocábulos podem apresentar;III. o sintático ou funcional diz respeito à função ou papel que a

palavra desempenha em uma determinada oração.Em relação ao critério semântico, define-se o adjetivo como

a palavra que especifica o substantivo, uma função dependente do substantivo por sua própria natureza e razão de ser.

Podem ser classificados os adjetivos como objetivos ou sub-jetivos. Assim distribuídos:a) Qualificativos: decorrentes da opinião do enunciador, como

em dia maravilhoso;b) Informativos: resultantes do conhecimento do enunciador,

como em relógio francês; c) Caracterizador: produzidos, ao mesmo tempo, a partir do

conhecimento do enunciador e dos dados observados no próprio objeto, como em relógio azul.Note que os qualificativos apresentam um conteúdo subjetivo

e necessitam de uma maior explicitação, fazendo o texto pro-gredir. Esses adjetivos denominam-se subjetivos. Já os adjetivos informativos e caracterizadores possuem um conteúdo semântico fechado em si mesmo e, dessa forma, não geram progressão no texto. Tais adjetivos são classificados como objetivos.

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Obs.: Exemplos de superlativos eruditos:

Fonte: http://www.marceloomena.adv.br/morfologia_adjetivo.pdf

De acordo com o critério funcional, vê-se o adjetivo como uma palavra que acompanha, modifica ou caracteriza o substantivo. Contudo, observa-se que tal definição sintática para os adjetivos não é suficiente, pois não os diferencia de outras palavras que também acompanham substantivos, chamadas determinantes, tais como: os artigos, os pronomes possessivos e demonstrativos e, ainda, os numerais. Nota-se, portanto, que a distinção entre adjetivos e determinantes está mais relacionada a propriedades de natureza semântico-discursiva do que sintática.

O adjetivo é, essencialmente, um modificador do substantivo. Emprega-se também o adjetivo a fim de caracterizar os seres ou objetos nomeados pelo substantivo, indicando-lhes uma qualidade ou defeito (inteligência lúcida/homem perverso), o modo de ser (pessoa simples), o aspecto ou aparência (céu azul) e o estado (laranjeiras floridas). Pode-se dizer, ainda, que tal modificação junto ao substantivo também se realiza através de uma expressão constituída por preposição e um substantivo, como vemos em homem de coragem = homem corajoso, amor de mãe = amor materno. Dessa forma, pelo fato de as expressões de coragem e de mãe serem equivalentes tanto semântica quanto funcionalmente aos adjetivos “corajoso e materno”, elas são classificadas como locuções adjetivas.

Quanto à sua função sintática, o adjetivo pode-se apresentar numa oração sob as formas de Adjunto Adnominal e de Predicativos do Sujeito e do Objeto Direto.

1. adjunto adnominal – quando acompanha o substantivo direta-mente, isto é, sem mediação do verbo.

Exs.: Pessoas sensatas aplaudiram a decisão. / Computadores modernos equipavam aquela empresa.

2. predicativo do sujeito – quando se refere ao sujeito da oração através da mediação de um verbo (de ligação ou não).

Exs.: Após a vitória, os torcedores ficaram contentes. / Os torcedores saíram do estádio aborrecidos.

3. predicativo do objeto – quando se refere ao objeto, mediante um verbo transitivo.

Ex.: Considero sua proposta irrecusável.

TEXTO PARA AS QUESTÕES DE 01 A 03.

O estudo dos gêneros não é novo, mas está na moda.

O estudo dos gêneros textuais não é novo e, no Ocidente, já tem pelo menos vinte e cinco séculos, se considerarmos que sua observação sistemática iniciou-se com Platão. O que hoje se tem é uma nova visão do mesmo tema. Seria gritante ingenuidade histórica imaginar que foi nos últimos decênios do século XX que se descobriu e iniciou o estudo dos gêneros textuais.

Portanto, uma dificuldade natural no tratamento desse tema acha-se na abundância e diversidade das fontes e perspectivas de análise. Não é possível realizar aqui um levantamento sequer das perspectivas teóricas atuais.

O termo “gênero” esteve, na tradição ocidental, especialmente ligada aos gêneros literários, cuja análise se inicia com Platão para se firmar com Aristóteles, passando por Horácio e Quintiliano, pela Idade Média, o Renascimento e a Modernidade, até os primórdios do século XX. Atualmente, a noção de gênero textual já não mais se vincula apenas à literatura, mas é usada em etnografia, sociologia, antropologia, retórica e na linguística.

MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção textual, análise de gêneros e com-preensão. São Paulo: Parábola, 2008, p.147. Adaptado.

(UFAL 2009-H19) A análise das características gerais do Texto 1 revela que:1. ele tem uma função predominantemente fática; nele preva-

lecem a descrição e a utilização de uma linguagem formal, que está adequada ao gênero em que o texto se realiza.

2. sua função é prioritariamente referencial, embora no início do segundo parágrafo se evidencie um trecho metalinguís-tico; do ponto de vista tipológico, é caracteristicamente expositivo.

3. nele, podem-se encontrar algumas marcas da oralidade informal; por outro lado, sua linguagem é eminentemente conotativa e, embora seja descritivo, apresenta vários trechos injuntivos.

4. ele é um texto típico da linguagem escrita formal, que apre-senta um vocabulário específico, embora numa formulação simples; cumpre uma função informativa e está elaborado conforme a norma padrão da nossa língua.

Estão corretas apenas:A) 1 e 2. D) 1 e 3.B) 2 e 3. E) 2 e 4.C) 3 e 4.

(UFAL 2009-H27) Como se sabe, o enquadramento de uma palavra em uma determinada classe gramatical depende das funções que a palavra desempenha nos contextos em que se insere. Assim, é correto afirmar que:A) nos enunciados: “O estudo dos gêneros textuais não é novo.”

e “Há um novo estudo sobre os gêneros textuais.”, as palavras em destaque pertencem a classes diferentes, porque suas funções são também diferentes.

B) nos enunciados: “Seria gritante ingenuidade histórica imaginar que foi nos últimos decênios do século XX que se descobriu e iniciou o estudo dos gêneros textuais.” e “Os últimos serão os primeiros...”, as palavras em destaque se enquadram em diferentes classes.

C) no trecho: “A expressão “gênero” esteve, na tradição ocidental, especialmente ligada aos gêneros literários, cuja análise se inicia com Platão para se firmar com Aristóte-les.”, as palavras sublinhadas, embora se grafem da mesma maneira, são de classes distintas.

agilíssimoamaríssimobelicíssimoamabilíssimoamaríssimoamicíssimoantiguíssimoaspérrimoboníssimocristianíssimocrudelíssimocruíssimodulcíssimoelegantíssimofacílimoferocíssimofidelíssimofragílimofriíssimogerenalíssimohumílimahumílimo

libérrimolibérrimomacérrimomacérrimomansuetíssimomáximomáximomínimominutíssimonigérrimonígerrimopaupérrimopaupérrimopéssimopigérrimoprobabilíssimosalubérrimosapientíssimosuperbíssimotetérrimavetérrima

ágilamargobélicoamávelamargoamigoantigoásperabom ótimocristãocruelcrudoceelegantefácilferozfielfrágilfriogeralhumildehumilde

livrelivremagromagromansograndegrandepequenomiúdonegronegropobrepobremalpreguiçosoprovávelsábiosoberbotétricavelha

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D) no enunciado: “Atualmente, a noção de gênero textual já não mais se vincula apenas à literatura.”, as palavras desta-cadas têm funcionamento diferente, por isso se enquadram em classes gramaticais também diferentes.

E) as palavras sublinhadas nos enunciados: “Não é possível realizar aqui um levantamento sequer das perspectivas teóricas atuais.” e “De todos os livros que li, apenas um deles tratava dos gêneros textuais com profundidade.” são da mesma classe gramatical.

(ADAPTADO-H27) Na norma padrão da língua, as regras são utilizadas para apresentar uma linguagem padrão e um sentido que pode ser entendido pela maioria da população letrada. Por isso, escolhem-se adequadamente as palavras e as posições que ocuparão na frase. Sabe-se que a posição do adjetivo, em relação ao substantivo, pode ou não mudar o sentido do enunciado. Assim, nas frases: I. “Ele é um homem pobre” e II. “Ele é um pobre homem”.A) I fala de um sem recursos materiais; e II fala de um homem

infeliz.B) I fala de um homem infeliz; e II fala de um homem sem

recursos materiais.C) em ambos os casos, o homem é apenas infeliz, sem fazer

referência a questões materiais.D) em ambos os casos o homem é apenas desprovido de

recursos.E) o homem é infeliz e desprovido de recursos materiais, em

ambas.

TEXTO PARA AS QUESTÕES DE 04 A 11.

O idioma, vivo ou morto?O grande problema da língua pátria é que ela é viva e se

renova a cada dia. Problema não para a própria língua, mas para os puristas, aqueles que fiscalizam o uso e o desuso do idioma. Quando Chico Buarque de Hollanda criou, na letra de “Pedro Pedreiro”, o neologismo “penseiro”, teve gente que chiou. Afinal, que palavra é essa? Não demorou muito, o Aurélio definiu a nova palavra no seu dicionário. Isso mostra o vigor da língua portuguesa. Nas próximas edições dos melhores dicionários, não duvidem: provavelmente virá pelo menos uma definição para a expressão “segura o tcham”. Enfim, as gírias e expressões populares, por mais erradas ou absurdas que possam parecer, ajudam a manter a atualidade dos idiomas que se prezam.

O papel de renovar e atualizar a língua cabe muito mais aos po-etas e ao povo do que propriamente aos gramáticos e dicionaristas de plantão. Nesse sentido, é no mínimo um absurdo ficar patrulhando os criadores. Claro que os erros devem ser denunciados. Mas há uma diferença entre o “erro” propriamente dito e a renovação.

O poeta é, portanto, aquele que provoca as grandes mudanças na língua. Pena que o Brasil seja um país de analfabetos. E deve-se entender como tal não apenas aqueles 60 milhões de “desletrados” que o censo identifica, mas também aqueles que, mesmo sabendo o abecedário, raramente fazem uso desse conhecimento. Por isso, é comum ver nas placas a expressão “vende-se à praso”, em vez de “vende-se a prazo”; ou “meio-dia e meio”, em vez de como é mesmo?

O português de Portugal nunca será como o nosso. No Brasil, o idioma foi enriquecido por expressões de origem indígena e pelas contribuições dos negros, europeus e orientais que para cá vieram. Mesmo que documentalmente se utilize a mesma língua, no dia-a-dia o idioma falado aqui nunca será completamente igual ao que se fala em Angola ou Macau, por exemplo.

Voltando à questão inicial, não é só o cidadão comum que atenta contra a língua pátria. Os intelectuais também o fazem, por querer

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ou por mera ignorância.E também nós outros, jornalistas, afinal, herrar é umano, ops,

errare humanum est. Ou será oeste?SANTOS, Jorge Fernando dos. Estado de Minas, Belo Horizonte, 10 jun. 1996. (Texto adaptado)

(UFMG 2001-ADAPTADO-H23) Nos trechos abaixo, nota-se a intenção do autor em deixar transparecer ideias que ele mesmo considera puristas. Isso só não ocorre em:A) Claro que os erros devem ser denunciados. Mas há uma

diferença entre o “erro” propriamente dito e a renovação.B) ... não é só o cidadão comum que atenta contra a língua

pátria.C) Nesse sentido, é no mínimo um absurdo ficar patrulhando

os criadores.D) Pena que o Brasil seja um país de analfabetos. [...] Por isso,

é comum ver nas placas a expressão: vende-se à praso....

(UFMG 2001-ADAPTADO-H18) Assinale a alternativa em que o autor, ao defender o dinamismo da língua, incorre em uma contradição.A) Não demorou muito, o Aurélio definiu a nova palavra no

seu dicionário.B) Enfim, as gírias e expressões populares [...] ajudam a manter

a atualidade dos idiomas...C) O papel de renovar e atualizar a língua cabe muito mais

aos poetas e ao povo.D) O poeta é, portanto, aquele que provoca as grandes mu-

danças na língua.

(UFMG 2001-ADAPTADO-H26) Em que item se apresenta um trecho cuja forma é consagrada na oralidade, mas NÃO é aceita pelas regras da norma escrita culta.A) E deve-se entender como tal não apenas aqueles 60 milhões

de “desletrados” que o censo identifica...B) E também nós outros, jornalistas, afinal, herrar é umano,

ops, errare humanum est.C) No Brasil, o idioma foi enriquecido [...] pelas contribuições

dos negros, europeus e orientais que para cá vieram.D) Quando Chico Buarque de Hollanda criou [...] o neolo-

gismo “penseiro”, teve gente que chiou.

(UFMG 2001-ADAPTADO-H23) Ao utilizar a palavra “purista” para se referir àqueles que fiscalizam os usos e desusos do idioma, o autor quis: A) descrever os que estudam a língua.B) qualificar positivamente os gramáticos que registram a

língua.C) criticar aqueles que se preocupam em regralizar a língua.D) elogiar os que pensam a língua como objeto de normarti-

zação.

(MC-H1) Pela análise da linguagem, pode-se dizer que o texto acima se caracteriza como pertencente ao gênero:A) notícia. D) artigo de opinião.B) reportagem. E) crônica.C) editorial.

(MC-H4) Encontra-se uma crítica aos usos sociais feitos da linguagem no item:

A) Quando Chico Buarque de Hollanda criou, na letra de “Pedro Pedreiro”, o neologismo “penseiro”, teve gente que chiou.

B) Não demorou muito, o Aurélio definiu a nova palavra no seu dicionário.

C) Enfim, as gírias e expressões populares, por mais erradas ou absurdas que possam parecer, ajudam a manter a atualidade dos idiomas que se prezam.

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D) O papel de renovar e atualizar a língua cabe muito mais aos poetas e ao povo do que propriamente aos gramáticos e dicionaristas de plantão.

E) O poeta é, portanto, aquele que provoca as grandes mu-danças na língua.

(MC-H18) O que determina a identificação do texto ao gênero que pertence é:

A) o uso da argumentação.B) a crítica explícita.C) a linguagem humorada.D) o comentário sobre temas do cotidiano.E) a uso de temas generalizantes.

(MC-H20) O trecho em que fica evidente que o autor do texto defende a ideia de que a língua faz parte do patrimônio linguístico que preserva a memória e a identidade nacional é:

A) o grande problema da língua pátria é que ela é viva e se renova a cada dia.

B) o papel de renovar e atualizar a língua cabe muito mais aos poetas e ao povo do que propriamente aos gramáticos e dicionaristas de plantão.

C) o poeta é, portanto, aquele que provoca as grandes mu-danças na língua.

D) no Brasil, o idioma foi enriquecido por expressões de origem indígena e pelas contribuições dos negros, europeus e orientais que para cá vieram.

E) os intelectuais também o fazem, por querer ou por mera ignorância.

(UFMG 2001-ADAPTADO-H22) Leia estes trechos:

Dizem-se, estórias. Assim mesmo, no tredo estado em que tacteia, privo, malexistente, o que é, cabidamente, é o filho tal-pai-tal; o cão., também, na prática verdade.

GUIMARÃES ROSA, João. A benfazeja. Primeiras estórias, 45. ed., p. 116.

O pecurrucho tinha cabeça chata e Macunaíma inda a achatava mais batendo nela todos os dias e falando pro guri:

Meu filho, cresce depressa pra você ir pra São Paulo ganhar muito dinheiro.

ANDRADE, Mário de. Macunaíma, 31. ed., p. 28.

Analisando o que e como se diz nos trechos acima, pode-se afirmar que a afirmativa que não condiz com o que está rela-cionado aos dois trechos é:

A) assinalam a semelhança indiscutível entre pai e filho.B) reescrevem, à sua maneira, ditados e expressões populares.C) referem-se a situações que envolvem pai e filho.D) utilizam a linguagem coloquial do povo brasileiro.

TRECHO PARA AS QUESTÕES 13 E 14.

(...)Enfim, tudo hoje em dia gera distorções. Gerar é um verbo-ônibus.

Serve para tudo. Confiemos, porém, que, a seu tempo, a nível de país, na expressão abominável que hoje é corrente, a solução seja equa-cionada. A desestabilização extrapola de qualquer colocação. Longe de mim o catastrofismo, mas no caminho polissilábico em que vamos, a ingovernabilidade é fatal. E talvez passemos antes pela platino-dolarização contingencial.

Otto Lara Resende

(ACAFE-SC 2005-ADAPTADA-H24) O trecho é a conclusão de um texto que se intitula epidemia polissilábica e discute o procedimento linguístico de muitos falantes técnicos que inventam palavras com muitas sílabas para destacar a própria “grandiosidade de ser”. É possível observar que umas estraté-gias utilizadas pelo autor é o recurso da ironia. Para conseguir esse efeito, o autor:

No último parágrafo, o autor apresenta uma conclusão marcada pela ironia. Para conseguir esse efeito, o autor: A) inventa muitas palavras. B) usa verbos no tempo futuro. C) apresenta uma solução ridícula para o problema. D) apela ao governo para que tome providências. E) passa a utilizar os polissílabos, criando uma linguagem

ridicularmente empolada.

(ACAFE-SC 2005-ADAPTADA-H18) Para dar coesão ao texto, é comum a utilização da referenciação. Por exemplo, “expressão abominável”, nesse parágrafo conclusivo, refere-se a: A) distorções. D) tempo.B) verbo-ônibus. E) a nível de.C) país.

Texto para a questão seguinte.

“Durante muito tempo a nacionalidade viveu da mescla de três raças que os poetas xingaram de tristes: as três raças tristes.

A primeira, as caravelas descobridoras encontraram aqui comendo gente e desdenhosa de mostrar suas vergonhas. A segunda veio nas caravelas. Logo os machos sacudidos desta se enamoraram das moças bem gentis daquela, que tinham cabelos mui pretos, compridos pelas espádoas.

E nasceram os primeiros mamelucos. A terceira veio nos porões dos navios negreiros trabalhar o solo e

servir a gente. Trazendo outras moças gentis, mucamas, mucambas, mumbandas, macumas. [...]

Então os transatlânticos trouxeram da Europa outras raças aven-tureiras. Entre elas, uma alegre, que pisou na terra paulista cantando e na terra brotou e se alastrou como aquela planta também imigrante que há duzentos anos veio fundar a riqueza brasileira.”

(ACAFE-SC 2006-ADAPTADA-H15) O texto acima foi retirado do conto “Artigo de fundo”, publicado no livro Brás, Bexiga e Barra Funda, de Antônio de Alcântara Machado. Levando-se em consideração aspectos do contexto histórico e social do mo-mento da produção desta obra literária, analise as afirmações a seguir.I. “aquela planta também imigrante” é uma referência ao café,

que deu grande impulso ao desenvolvimento do Brasil e, em especial, ao Estado de São Paulo.

ll. Antes de chegaram os escravos, o Brasil foi povoado por raças aventureiras, que deram origem aos mamalucos da primeira geração.

lll . “uma raça alegre, que pisou na terra paulista cantando e na terra brotou e se alastrou” é um comentário sobre os imigrantes italianos e seus descendentes.

lV. No 2o parágrafo do texto, faz-se menção à miscigenação de homens portugueses com índias.

Está correto o que se afirma apenas em:A) I, II e IV. B) II e III. C) I, III e IV. D) I e III. E) II e IV.

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Capítulo

03Análise dA MAcro e MicroestruturA do texto

O Texto Literário e o Não Literário; As Funções da Linguagem; O Texto Não Verbal e o Texto Verbal

Como declara Costa Val em sua obra Redação e textualidade “um texto é uma ocorrência linguística, escrita ou falada de qualquer extensão, dotada de unidade sociocomunicativa, semântica e for-mal. É uma unidade de linguagem em uso”.

De maneira geral, os textos podem ser classificados como literários e não literários. Muitas vezes, as diferenças entre um e outro não são tão bem marcadas, mas podem ser identificadas pelo objetivo do autor (finalidade/função) e público destinatário. Um elemento fundamental para isso é descobrir a função da linguagem predominante no texto.

Para perceber se um texto é ou não literário, é preciso ana-lisar sua função predominante, seu objetivo principal. O texto não literário pode ser reconhecido por sua função, ou finalidade, de informar algo de modo objetivo, de acordo com os conhecimen-tos que se tem da realidade exterior, ou apresentar uma verdade científica, mesmo que, na construção do texto, o autor tenha feito uso de figuras de estilo, ou algum recurso estilístico de expressão. O texto não literário trata de um assunto/problema concreto da realidade e tem como função predominante a referencial.

Por outro lado, o texto literário se compromete em expressar a realidade interior e subjetiva de seu autor. São textos escritos para entreter, emocionar e sensibilizar o leitor; por isso muitas vezes utilizam a linguagem poética. Cria-se uma história ficcional, embora se use dados da realidade, é claro. As funções da linguagem predominantes nesse tipo de texto são: emotiva e poética.

Alguns exemplos de textos não literários: notícias, reporta-gens jornalísticas, textos de livros didáticos, textos científicos em geral, manuais de instrução, receitas culinárias, bulas de remédio, cartas comerciais.

Alguns exemplos de textos literários: poemas, romances literários, contos, novelas, letras de música, peças de teatro, crônicas.

VALSAFez tanto luar que eu pensei nos teus olhos antigos,e nas tuas antigas palavras.O vento trouxe de longe tantos lugares em que estivemos, que tornei a viver contigo enquanto o vento passava.Houve uma noite que cintilou sobre o teu rostoe modelou tua voz entre algas.Eu moro, desde então, nas pedras frias que o céu protege,e escuto apenas o ar e as águas.Coitado de quem pôs sua esperança nas praias fora do mundo...Os ares fogem, viram-se as águas,mesmo as pedras, com o tempo, mudam.

MEIRELES, Cecília. Valsa. In obra poética. Rio de Janeiro: Aguilar, 1958, p. 52.

Não raro o TEMPO tem sido, através das várias fases da Literatura Brasileira, elemento motivador para a manifestação poética. Assim é no texto literário acima transcrito. A partir desse fato, responda:

Qual é o tema explorado no poema e que versos resumem com maior intensidade essa temática? Transcreva-os.

Observe a seguinte passagem do poema: “Coitado de quem pôs sua esperança nas praias fora do

mundo...” Que sentimento o eu-lírico expressa nesse trecho?

A linguagem figurada é índice conotativo de um texto literário, e sua presença empresta à obra tons de beleza. A propósito do que se disse, enuncie, respectivamente, as figuras estabelecidas nos trechos extraídos da primeira estrofe:

– “Fez tanto luar...” – “O vento trouxe...”

Transcrição do Título: O melhor da propinaTranscrição do texto: Personagem 1: Não aguento mais tanta corrupção!Personagem 2: Tudo bem! Deixa um pouco pra segunda.

No cartum, percebe-se um “ruído” na comunicação que o diálogo deixa entrever. A partir dessa constatação, responda:

Na verdade, o que pretendia dizer o emissor? E o que entendeu o receptor?

Leia o trecho abaixo do texto de Leandro Konder, extraído de “O Globo”, 20/03/1993, analise o enunciado destacado e apresente argumentos que expliquem o que se quer dizer com estas palavras combinadas:

ALICE NO PAÍS DO PLEBISCITO

Há uma passagem muito conhecida de Alice no País das Maravilhas, na qual a pequena heroína de Lewis Car-roll dialoga com um gato. Ela não quer mais continuar onde está e pergunta ao animal: “Como posso sair daqui?” O gato responde: “Depende”. A menina indaga: “Depende de quê?” E o gato esclarece: “Depende de para onde você quer ir.” O diálogo prossegue. A garota diz que quer sair de onde está, mas não tem nenhuma preferência quanto ao lugar para onde vai. Então o bicho lhe retruca: “Se você não sabe para onde quer ir, então é indiferente o caminho que venha a seguir.”

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O Texto Literário e o Não Literário

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(GLOBO ONLINE-H19) A função da linguagem predominante na tirinha acima é a:

A) poética. B) apelativa. C) metalinguística. D) emotiva.E) fática.

(MC-H1) O humor da tirinha está:

A) na conversação estabelecida entre as personagens.B) na linguagem bem elaborada utilizada pela personagem 1.C) na utilização de uma linguagem mais acessível ao interlocu-

tor para se estabelecer a comunicação.D) na evidência do preconceito linguístico com aqueles que

têm dificuldade em pronunciar certas palavras.E) na crítica que se faz àqueles que não sabem ou não querem

pronunciar bem as palavras da língua materna.

IDEIAS CONTAMINADAS

Pesquisadores da Universidade de Detroit, nos EUA, fizeram uma descoberta que pode mudar o tratamento do mal de Alzheimer, doença que destrói as células nervosas e mergulha os portadores em confusão mental. O estudo analisou os cérebros de 19 pessoas que morreram com a doença. Dezessete deles apresentavam a bactéria Chlamydia pneumoniae, que provoca tosse e resfriado. A análise também foi feita nos cérebros de outras 19 pessoas que não sofriam da doença. Detectou-se o micróbio em apenas um deles.

Os médicos avaliam que a Chlamydia pode contribuir para o desenvolvimento do mal, mas descartam a possibilidade de que, sozinha, cause a doença. Veja

(GLOBO ONLINE-H1) Analisando a linguagem utilizada na construção do texto acima, é correto afirmar que se configura como:

A) dissertativo / argumentativo.B) informativo / não literário.C) conotativo / não literário.D) jornalístico / literário.E) narrativo / literário.

(MC-H18) Analisando os verbos, tempo e modo escolhidos pelo autor para realizar a oração: “... a Chlamydia pode con-tribuir para o desenvolvimento do mal,...”, é correto concluir que a mensagem elaborada apresenta uma:

A) afirmação.B) hipótese.C) probabilidade.D) possibilidade.E) suposição.

O episódio tem fascinado os leitores de Lewis Carroll desde o século passado. Como toda criação importante da fantasia literária, ele comporta diversas interpretações e não se deixa esgotar por nenhuma delas. Todos nos identificamos com Alice, na medida em que já vivemos situações nas quais estávamos em lugares de que desejávamos sair, fosse para onde fosse. E todos reconhecemos a sabedoria do gato, que nos lembra que o sentido do nosso movimento é aquele que nós mesmos lhe imprimimos. Sem garantias antecipadas de sucesso.

TIPOLOGIA TEXTUAL

1. texto Literário: expressa a opinião pessoal do autor que também é transmitida através de figuras, impregnado de subjetivismo. Ex: um romance, um conto, uma poesia...

2. texto não-literário: preocupa-se em transmitir uma men-sagem da forma mais clara e objetiva possível. Ex: uma notícia de jornal, uma bula de medicamento.

TEXTO LITERÁRIO TEXTO NÃO LITERÁRIO

Conotação Figurado,Subjetivo Pessoal

Denotação Claro,Objetivo Informativo

TIPOS DE COMPOSIÇÃO

1. Descrição: descrever é representar verbalmente um objeto, uma pessoal, um lugar, mediante a indicação de aspectos característicos, de pormenores individualizantes. Requer observação cuidadosa, para tornar aquilo que vai ser descrito um modelo inconfundível. Não se trata de enumerar uma série de elementos, mas de captar os traços capazes de transmitir uma impressão autêntica. Descrever é mais que apontar, é muito mais que fotografar. É pintar, é criar. Por isso, impõe-se o uso de palavras específicas, exatas.

2. Narração: é um relato organizado de acontecimentos reais ou imaginários. São seus elementos constitutivos: perso-nagens, circunstâncias, ação; o seu núcleo é o incidente, o episódio, e o que a distingue da descrição é a presença de personagens atuantes, que estão quase sempre em conflito.

A Narração envolve:I. Quem? Personagem;II. Quê? Fatos, enredo;III. Quando? A época em que ocorreram os acontecimen-

tos;IV. Onde? O lugar da ocorrência;V. Como? O modo como se desenvolveram os aconteci-

mentos;VI. Por quê? A causa dos acontecimentos;

3. Dissertação: dissertar é apresentar idéias, analisá-las, é estabelecer um ponto de vista baseado em argumentos lógi-cos; é estabelecer relações de causa e efeito. Aqui não basta expor, narrar ou descrever, é necessário explanar e explicar. O raciocínio é que deve imperar neste tipo de composição, e quanto maior a fundamentação argumentativa, mais brilhante será o desempenho.

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Linguagens, Códigos e suas TecnologiasPORTUGUÊS: Compreensão Textual e Aspectos Linguísticos I - Volume 0134

ALICE NO PAÍS DO PLEBISCITO

Há uma passagem muito conhecida de Alice no País das Maravilhas, na qual a pequena heroína de Lewis Car-roll dialoga com um gato. Ela não quer mais continuar onde está e pergunta ao animal: “Como posso sair daqui?” O gato responde: “Depende”. A menina indaga: “Depende de quê?” E o gato esclarece: “Depende de para onde você quer ir.” O diálogo prossegue. A garota diz que quer sair de onde está, mas não tem nenhuma preferência quanto ao lugar para onde vai. Então o bicho lhe retruca: “Se você não sabe para onde quer ir, então é indiferente o caminho que venha a seguir.” O episódio tem fascinado os leitores de Lewis Carroll desde o século passado. Como toda criação importante da fantasia literária, ele comporta diversas interpretações e não se deixa esgotar por nenhuma delas. Todos nos identificamos com Alice, na medida em que já vivemos situações nas quais estávamos em lugares de que desejávamos sair, fosse para onde fosse. E todos reconhecemos a sabedoria do gato, que nos lembra que o sentido do nosso movimento é aquele que nós mesmos lhe imprimimos. Sem garantias antecipadas de sucesso.

A advertência do gato vale para a experiência de cada um e vale, também, para a história política, que somos chamados a fazer coletivamente. Na vida privada, cada um faz suas es-colhas, tenta decidir seu futuro: opta por um trabalho, por um casamento, por uma determinada estruturação da família, por uma determinada organização da existência quotidiana (com seus prazeres e suas responsabilidades). Na história política, procuramos nos articular com o nosso grupo, assumimos nossos compromissos, discutimos, fazemos propostas, opta-mos por um programa de transformações que consideramos exequíveis e convenientes à nossa sociedade. Em ambos os casos, implícita ou explicitamente, estamos decidindo para onde pretendemos ir.

Quando têm consciência, efetivamente, das escolhas que estão fazendo quanto à direção que decidem seguir (e sabem dos riscos que tais escolhas sempre comportam), é normal que as pessoas fiquem tensas, é compreensível que elas tenham momentos de hesitação e angústia.

Convém recordarmos, entretanto, que a hesitação, tanto na vida particular como na história política, tem sua legitimi-dade. E às vezes as pessoas ou correntes que não vacilam nunca são apenas aquelas que jamais param para pensar na gravidade da advertência do gato de Lewis Carroll: simplesmente fecham os olhos diante dos perigos. Algumas embarcam no ônibus da utopia, sem examinar o itinerário que ele vai percorrer; outras enveredam por qualquer caminho (só para sair de onde estão); e há as que acabam se resignando a ficar onde já se encontram, aguardando passivamente uma salvação mágica.

Leandro Konder in O Globo, 20/03/1993.

(GLOBO ONLINE-H22) A frase que melhor se relaciona às ideias do texto acima é:

A) Não devemos vacilar diante de nossas escolhas.B) Todos nós nos identificamos com Alice.C) A sabedoria do gato garante o sucesso de nossas opções.D) Há neutralidade em nossas opções.E) A vida é um constante fazer opções.

(MC-H1) Pela linguagem e pelo objetivo do autor, pode-se afirmar que o texto acima pode ser enquadrado no gênero:

A) crônica.B) conto.C) editorial.D) artigo de opinião.E) relato.

A SERENATAUma noite de lua pálida e gerâniosele viria com boca e mãos incríveistocar flauta no jardimEstou no começo do meu desesperoe só vejo dois caminhos:ou viro doida ou santa.Eu que rejeito e exproboo que não for natural como sangue e veiasdescubro que estou chorando todo dia,os cabelos entristecidos,a pele assaltada de indecisão.Quando ele vier, porque é certo que vem,de que modo vou chegar ao balcão sem [juventude?A lua, os gerânios e ele serão os mesmos– só a mulher entre as coisas envelhece.De que modo vou abrir a janela, se não for [doida?Como a fecharei, se não for santa?

PRADO, Adélia “Poesia Reunida”, 2a ed, São Paulo: Siciliano, 1992, p. 82.

(GLOBO ONLINE-H18) No poema de Adélia Prado, o verso em que não se faz uso de adjetivação metafórica é:A) “... os cabelos entristecidos”, ...B) “Uma noite de lua pálida e gerânios”...C) “... ele viria com boca e mão incríveis”...D) “... o que não for natural como sangue e veias”...E) “... a pele assaltada de indecisão”...

(H18) Como traço peculiar à literatura brasileira contem-porânea, a figura feminina, no texto, apresenta-se:A) como núcleo de tratamento objetivo e distanciado do

discurso.B) assumida como sujeito do discurso.C) apenas como objeto do discurso.D) como objeto desvalorizado do discurso.E) como sujeito e objeto desvalorizados do discurso.

(GLOBO ONLINE-H18) O autor utiliza uma oposição semân-tica através das palavras:A) lua x gerânios.B) boca x mão.C) doida x santa.D) rejeito x exprobo.E) cabelos x pele.

ANEDOTA BÚLGARA Era uma vez um czar naturalista que caçava homens. Quando lhe disseram que também se caçam [borboletas e andorinhas, ficou muito espantado e achou uma barbaridade.

Carlos Drummond de Andrade, em Alguma Poesia.

(H23) Pela linguagem utilizada, pode-se inferir que o objetivo do autor é apresentar a posição do czar naturalista como semelhante à de certas pessoas que:A) se preocupam com a ecologia e esquecem a natureza.B) não se preocupam com a natureza e se dizem defensores

da ecologia.C) se preocupam com a ecologia, mas esquecem valores

humanos.D) se preocupam com os valores humanos e esquecem a

natureza.E) não se preocupam com os valores humanos nem com os

princípios ecológicos.

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Linguagens, Códigos e suas TecnologiasPORTUGUÊS: Compreensão Textual e Aspectos Linguísticos I - Volume 01 35

(H1) Analisando a linguagem textual, pode-se inferir que a anedota se refere a um texto do estilo:A) reflexivo. D) crônica.B) piada. E) narrativo.C) conto.

“Cha-mi-né Torre nova de igreja sem fé, Canhão monstruoso de tijolos, Vomita, ameaça, Pragueja dia e noite a praga escura da fumaça...”

Augusto Mayer

(H18) Analisando os elementos constitutivos do texto, assinale a opção em que não se faz um comentário pertinente quanto a aspectos conotativos do texto em questão:A) O vocábulo “chaminé” é aproximado a “um canhão

monstruoso de tijolos” pela ideia de que ambos podem expelir elementos nocivos à saúde do homem.

B) A palavra “torre” é também metáfora de “chaminé” pela aproximação de ordem física entre as duas construções.

C) Já “igreja sem fé” traz o significado metafórico de “indústria”, já que nesta predomina a valorização do que é imaterial.

D) Os verbos “vomitar” e “praguejar”, aplicados ao canhão, nos remetem à ideia da poluição.

E) O emprego do verbo “ameaçar” tem a ver com os riscos a que a indústria poluente submete o homem.

TRANSCRIÇÃO DO TEXTO: 1o QUADRINHO: Oi, papai! Advinha só o que aprendemos

na escola. Vimos um filme sobre baleias que são mamíferos e não peixes. E depois estudamos e ouvimos historinhas.Tchau!

2o QUADRINHO: MÃE – A Zoé está aprendendo um bocado de coisas, né!?

PAI – E quando você acha que elas virão pontuadas?

(H1) Observando-se o texto verbal e não verbal na tirinha acima, podemos concluir que o humor da tirinha ocorre quando o pai de Zoé desconsidera em sua filha a:A) falta de aprendizado gramatical. B) falta de educação.C) dinâmica infantil.D) capacidade de abstração.E) atitude sonhadora.

(FUVEST-H1) Dos recursos linguísticos presentes nos quadrinhos, o que contribuiu de modo mais decisivo para o efeito de humor é: A) a pergunta subtendida no primeiro quadrinho. B) a primeira fala do primeiro quadrinho. C) a falta de sentido do diálogo entre o candidato e o cabo

eleitoral. D) a utilização de Fulano, Beltrano e Sicrano como nomes

próprios. E) a ambiguidade no uso da expressão “pelas costas”.

CAINDO NA GANDAIA O ex-campeão mundial dos pesos pesados Mike Tyson se

esbaldou na noite paulistana. Em duas noites, foi ao Café Photo e ao Bahamas, casas frequentadas por garotas de programa. Na madrugada da quinta-feira, foi barrado com seis delas no hotel onde estava hospedado, deu gorjeta de US$ 100 a cada uma e foi terminar a noite na boate Love Story. Irritado com o assédio, Tyson agrediu um cinegrafista e foi levado para a delegacia. Ele vai responder por lesões corporais, danos ma-teriais e exercício arbitrário das próprias razões.

Época, no 391, novo 2005.

CONCEITO DE LITERATURA Literatura é a arte da criação de uma suprarrealidade

através da palavra. Tristão de Athayde

(FUVEST-H22) Sobre o texto “caindo na gandaia” em relação ao conceito de literatura, assinale o que for correto. A) O texto “caindo na gandaia” é desprovido de supra-realidade,

por isso encaixa-se na definição de literatura tradicional. B) Por não ser o texto “caindo na gandaia” Iiterário, não é

arte através da palavra. C) Como parte da crítica ao modo de vida do lutador, o texto

“caindo na gandaia” se enquadra na Iiteratura mista, pois confunde Iiteratura a realidade.

D) A literatura não permite que os textos se aproximem da realidade, pois descaracteriza o estado de arte.

E) Em Iiteratura, a questão financeira sempre aparece como fator de crítica social, o que não encontra consonância com o texto “caindo na gandaia”.

Em todo processo de comunicação, precisamos identificar que é o emissor da mensagem, qual é a mensagem emitida, em que tipo de canal ela foi expressa, quem é seu público alvo e com que objetivo tal mensagem foi expressa. Precisamos saber quais os recursos utilizados que dão ênfase à intenção do emissor para que a mensagem seja compreendida. Para que esses recursos sejam bem empregados precisamos primeiro rever os elementos da comunicação.

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As Funções da Linguagem

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O funcionamento da mensagem ocorre tendo em vista a fi-nalidade da transmissão da mensagem — uma vez que participam do processo comunicacional: um emissor que envia a mensagem a um receptor, usando do código para efetuá-la; esta, por sua vez, refere-se a um contexto. A passagem da emissão para a recepção faz-se através do suporte físico que é o canal. Aí estão, portanto, os fatores que sustentam o modelo de comunicação: emissor; receptor; canal; código; referente; mensagem”.

Assim podemos apresentar:1) o emissor – que emite, codifica a mensagem; 2) receptor – que recebe, decodifica a mensagem; 3) canal – meio pelo qual circula a mensagem; 4) código – conjunto de signos usado na transmissão e recepção

da mensagem; 5) referente – contexto relacionado a emissor e receptor;6) mensagem – conteúdo transmitido pelo emissor.

IMPORTANTE: “Numa mesma mensagem [...] várias funções podem ocorrer,

uma vez que, atualizando corretamente possibilidades de uso do có-digo, entrecruzam-se diferentes níveis de linguagem, A emissão, que organiza os sinais físicos em forma de mensagem, colocará ênfase em uma das funções — e as demais dialogarão em subsídio, [...].”

1. Função referencial (ou denotativa) É aquela centralizada no referente, pois o emissor

oferece informações da realidade. Objetiva, direta, denotativa, prevalecendo a terceira pessoa do singular. Linguagem usada na ciência, na arte realista, no jornal, no “campo” do referente e das notícias de jornal e livros científicos.

“A conotação da linguagem é mais comumente compreen-dida como “linguagem figurada”. Se dissermos “pé da mesa”, estamos nos referindo à semelhança entre o signo pé – que está no campo orgânico do ser humano – e o traço que compõe a sustentação da mesa, no campo dos objetos. Um signo em-presta sua significação para dois campos diversos, uma espécie de transferência de significado. Assim, a linguagem “figura” o objeto que sustenta a mesa, com base na similaridade do pé humano e essa relação se dá entre signos.

Por outro lado, a denotação tenta uma relação e uma aproximação mais diretas entre o termo e o objeto. O pé do ani-mal, o pé do ser humano seriam signos denotativos, linguagem correlacionada a um real, que responderia sempre à pergunta “que é tal objeto?” com o nome do objeto, sem figuração ou intermediários.Observemos, então, que referente, objeto, de-notação são termos que se relacionam por semelhança, embora não sejam sinônimos. Referente e contexto respondem a um do que se fala? Fala-se sobre um objeto referido ao mundo extralingüístico, mundo fenomênico das coisas — coisas essas sempre designadas por expressões referenciais, denotativas. A idéia aqui é de transparência entre o nome e a coisa (entre o signo e o objeto), de equivalência, de colagem: a linguagem denotativa referencial reflete o mundo. Seria, assim, tão sim-ples?”.

Mensagem referencial. Terceira pessoa do singular. Pre-dominam as informações e descrições de fatos.

2. Função emotiva (ou expressiva) É aquela centralizada no emissor, revelando sua opinião,

sua emoção. Predomina a primeira pessoa do singular.

3. Função apelativa (ou conativa) É aquela que centraliza-se no receptor; o emissor procura

influenciar o comportamento do receptor. Como o emissor se dirige ao receptor, é comum o uso de tu e você, ou o nome da pessoa, além de vocativos e imperativos.

4. Função Fática É aquela centralizada no canal, tendo como objetivo pro-

longar ou não o contato com o receptor, ou testar a eficiência do canal. É bem presente na linguagem das falas telefônicas, nas saudações e similares.

5. Função poética É aquela centralizada na mensagem, revelando recursos

imaginativos criados pelo emissor. Valorizam-se as palavras e suas combinações.

6. Função metalinguística

É aquela centralizada no código, usando a linguagem para falar dela mesma. A poesia que fala da poesia, da sua função e do poeta, um texto que comenta outro texto. Faz referência ao próprio código: Poesia sobre poesia, Propaganda sobre propaganda etc.

Referência Bibliográfica:

CHALHUB, Samira. Funções da Linguagem – Série Princípios – 1990 – Editora Ática.

(UNICAMP) Em uma de suas edições de 1998, o Classline Re-gional da Folha de S. Paulo, que circula nas regiões de Campinas, Ribeirão Preto e Vale do Paraíba, trazia este curioso anúncio:

Alguma Casada – Quando ele te conheceu ele fazia você sentir-se uma empresa multinacional como fêmea, e você recebia como o equivalente à um salário de diretora executiva no seu salário de sexo, amor e carinho! Hoje, p/ ele você é uma micro-empresa, cujo ele só visita quando ele vai pagar o seu salário mínimo sempre atrasado de sexo e amor!

Faça como as grandes empresas, terceirize a mão de obra c/ gente qualificada que quer entregar satisfação completa sem nenhum tipo de cobrança.

Eu casado sigiloso, cor clara, 28 anos. Procuro você s/ precon-ceito de peso ou altura de 18 a 45 anos. Posso viajar para sua cidade ou hospedá-la em local secreto e sigiloso em São Paulo/Capital quando por aqui você estiver por passagem fazendo compras ou querendo me visitar CP1572.

A) A linguagem do anúncio acima faz pensar num tipo de autor. O produto oferecido seleciona um tipo de leitor. Considerando isso, caracterize o autor e o leitor repre-sentados pelo anúncio.

B) Algumas passagens do anúncio impressionariam mal uma leitora pouco disposta a tolerar infrações à norma linguística culta. Transcreva três delas.

C) Que comportamento socialmente discutível é proposto pelo anúncio através da metáfora da terceirização?

Ênfase no Fator Função da Linguagem

ReferenteEmissor

ReceptorCanal

MensagemCódigo

Função ReferencialFunção EmotivaFunção ConativaFunção FáticaFunção PoéticaFunção Metalinguística

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(UNICAMP) Num documento obtido na INTERNET, cujo título é “Como escrever legal”, encontram-se, entre outras, as seguintes recomendações:

1. Evite lugares comuns como o diabo foge da cruz.

2. Nunca generalize: generalizar é sempre um erro.

3. A voz passiva deve ser evitada.

Todas essas recomendações seguem a mesma estratégia para produzir um efeito cômico.

A) Qual é a estratégia geral utilizada nessas recomendações? B) Explicite como a estratégia geral se realiza em cada uma

das recomendações acima transcritas.

(UNICAMP) O texto “O FMI vem aí. Viva o FMI”, do articu-lista Luiz Nassif, publicado na revista ÍCARO, está redigido no português culto característico do jornalismo, e contém, inclusive, um bom número de expressões típicas da linguagem dos economistas, como “desequilíbrio conjuntural”, “royal-ties”, “produtos primários”, “política cambial”. No entanto, contém também termos ou expressões informais, como na seguinte frase: “Há um ou outro caso de mudanças estruturais no mundo que deixa os países com a broxa na mão”.

Leia o trecho abaixo, que é parte do mesmo artigo, e responda às questões:

Países já chegam ao FMI com todos esses impasses, denotando a incapacidade de suas elites de chegarem a fórmulas consen-suais para enfrentar a crise – mesmo porque essas fórmulas implicam prejuízos aos interesses de alguns grupos poderosos. Aí a burocracia do FMI deita e rola. Há, em geral, economistas especializados em determinadas regiões do globo. Mas, na maioria das vezes, as fórmulas aplicadas aos países são ho-mogêneas, burocráticas, de quem está por cima da carne-seca e não quer saber de limitações de ordem social ou política. (...) Sem os recursos adicionais do Fundo, a travessia de 1999 seria um inferno, com as reservas cambiais se esvaindo e o país sendo obrigado ou a fechar sua economia ou a entrar em parafuso. O desafio maior será produzir um acordo que obrigue, sim, o governo e Congresso a acelerarem as reformas essenciais.

ÍCARO, 170, out. 1998.

A) Transcreva outras três expressões do trecho que tenham a mesma característica de informalidade.

B) Substitua as referidas expressões por outras, típicas da linguagem formal.

Identifique as funções da linguagem predominantes nos textos abaixo:

A) De tudo ao meu amor serei atento Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto, Que mesmo em face do maior encanto Dele se encante mais meu pensamento.

Vinícius de MoraisB)

C) Com Natal próximo, importações batem recorde em setembro

Média diária de importações de US$ 844 milhões é a maior desde 2003.

Saldo comercial soma US$ 1,09 bi em setembro e US$ 12,77 bi no ano.

Fonte: http://g1.globo.com/economia-e-negocios/noticia/2010/10/com-natal-proximo-importacoes-batem-recorde-em-setembro.html

D) A ascensorista e o viúvo trataram-se como sempre: – Tudo bem com você? – Tudo. E você? – Tudo bem! – Ah... Até mais tarde. – Até mais tarde.

E) Catar feijão Catar feijão se limita com escrever: Jogam-se os grãos na água do alguidar E as palavras na da folha de papel; e depois, joga-se fora o que boiar. Certo, toda palavra boiará no papel, água congelada, por chumbo seu verbo; pois catar esse feijão, soprar nele, e jogar fora o leve e oco, palha e eco. [...]

João Cabral de Melo Neto

(UNICAMP-ADAPTADO-H22) Frequentemente, a propagan-da explora semelhanças explícitas entre segmentos (palavras, partes das palavras, etc.) para sugerir a existência de relações de sentido entre esses segmentos. A estratégia é visível em algumas propagandas que mantiveram a sua eficácia por muito tempo, como “Melhoral, melhoral, é melhor e não faz mal” e “Tomou doril, a dor sumiu”. Identifique nos slogans abaixo aquele em que esse procedimento é utilizado.

A) Venha para o mundo Fanta. (Propaganda da Petystil, cadeia de lojas de roupas infantis)B) Igual a todos os outros de sua categoria. Juntos. (Propaganda do carro Chrysler Neon LE)C) Philips Energy Saver. A iluminação inteligente.D) O mercado evolui, a Xerox revoluciona.E) Imagem não é nada, sede é tudo.

(H19) A pergunta em letras garrafais na capa da revista evi-dencia a seguinte função da linguagem predominante:

A) conativa.B) metalinguística.C) emotiva.D) fática.E) referencial.

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(H19) A função da linguagem predominante no poema de Oswald de Andrade abaixo apresentado é:

PRONOMINAIS Dê-me um cigarro Diz a gramática Do professor e do aluno E do mulato sabido Mas o bom negro e o bom branco Da Nação Brasileira Dizem todos os dias Deixa disso camarada Me dá um cigarro

A) conativa. D) emotiva.B) poética. E) referencial.C) metalinguística.

Sentavam-se no que é de graça: banco de praça pública. E ali acomodados, nada os distinguia do resto do nada. Para a grande glória de Deus.

Ele: – Pois é. Ela: – Pois é o que? Ele: – Eu só disse pois é. Ela: – Mas “pois é” o quê? Ele: – Melhor mudar de conversa porque você não me entende. Ela: – Entender o quê? Ele: – Santa Virgem, Macabéa, vamos mudar de assunto e já.

(H19) No trecho acima, a função predominante é:A) poética. D) emotiva. B) fática. E) conativa.C) referencial.

(HAB. 19) Observe, a seguir, a gravura de Escher:

Na linguagem verbal, exemplos de aproveitamento de recursos equivalentes aos da gravura de Escher encontram-se, com frequência:A) Nos jornais, quando o repórter registra uma ocorrência

que lhe parece extremamente intrigante.B) Nos textos publicitários, quando se comparam dois produ-

tos que tem a mesma utilidade.C) Na prosa científica, quando o autor descreve com isenção

e distanciamento a experiência de que trata.D) Na literatura, quando o escritor se vale das palavras para

expor procedimentos construtivos do discurso.E) Nos manuais de instrução, quando se organiza com clareza

uma determinada sequência de operações.

(H18) Na tirinha abaixo, a figura, no segundo quadrinho, põe em evidência o seguinte recurso:

A) coesão. D) intertextualidade. B) coerência. E) variedade linguística.C) metalinguagem.

(H1)Na tirinha abaixo, o humor está na dificuldade de comu-nicação quanto ao/ à:

A) canal fechado. D) ausência de receptor. B) falta de referencial. E) código desconhecido.C) ausência de emissor.

(UFVI-H19) Quando uma linguagem trata de si própria – por exemplo um filme falando sobre os processos de filmagem, um poema desvendando o ato de criação poética, um romance questionando o ato de narrar – temos a metalinguagem.

Esta forma de linguagem predomina em todos os fragmentos, exceto em:A) “Amo-te como um bicho simplesmente de um amor sem mistério e sem virtude com um desejo maciço e permanente.”

Vinicius de MoraisB) “Proponho-me a que não seja complexo o que escreverei,

embora obrigada a usar as palavras que vos sustentam.” Clarice Lispector

C) “Não narro mais pelo prazer de saber. Narro pelo gosto de narrar, sopro palavras e mais palavras, componho frases e mais frases.”

Silviano SantiagoD) “Agarro o azul do poema pelo fio mais delgado de lã de seu

discurso e vou traçando as linhas do relâmpago no vidro opaco da janela.”

Gilberto Mendonça TelesE) Que é Poesia? Uma ilha cercada de palavras por todos os

lados.” Cassiano Ricardo

(MACKENZIE-H16) Irmão das coisas fugidias, não sinto gozo nem tormento. Atravesso noites e dias no vento.

Cecília Meireles, OBRA POÉTICA

Assinale a alternativa INCORRETA sobre a estrofe anterior.A) Vento é um termo metafórico, sem correspondente ex-

presso e pode ter várias interpretações.B) O verso 2 expressa uma antítese.C) O interlocutor tem o papel de depositário de uma con-

fidência lírica.D) Os versos 1 e 3 confluem na rima e no significado dinâmico

de tudo que passa.E) A apóstrofe expressa no verso 4 confirma o vazio emo-

cional, já anunciado no verso 2.

(UFGO-H22) Texto A Pausa poética Sujeito sem predicados Abjeto Sem voz Passivo Já meio pretérito Vendedor de artigos indefinidos Procura por subordinada

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Que possua alguns adjetivos Nem precisam ser superlativos Desde que não venha precedida De relativos e transitivos Para um encontro vocálico Com vistas a uma conjugação mais que Perfeita E possível caso genitivo.

Paulo César de Souza Texto B “Sou divorciado – 56 anos, desejo conhecer uma mulher

desimpedida, que viva só, que precise de alguém muito sério para juntos sermos felizes. 800-0031 (discretamente falar c/ Astrogildo)”

Os textos A e B, apesar de se estruturarem sob perspectivas funcionais diferentes, exploram temáticas semelhantes. Assi-nale a incorreta:A) no texto A, o autor usa de metalinguagem para caracterizar

o sujeito e o objeto de sua procura, ao passo que no texto B, o locutor emprega uma linguagem com predominância da função referencial.

B) a expressão ‘meio pretérito’, do texto A, fica explicitada cronologicamente na linguagem referencial do texto B.

C) a expressão ‘Desde que não venha precedida de relativos e transitivos’, no texto A, tem seu correlato em ‘mulher desimpedida que vive só’, do texto B.

D) comparando os dois textos, pode-se afirmar que ambos expressam a mesma visão idealizada e poética do amor.

E) no texto A, as palavras extraídas de seu contexto de origem (categorias gramaticais e funções sintáticas) e ajustadas a um novo contexto criam uma duplicidade de sentido, produzindo efeitos, ao mesmo tempo lúdicos e poéticos.

(H19) No texto abaixo, predomina a função:

SINAL FECHADOOlá, como vai?Eu vou indo e você, tudo bem?Tudo bem eu vou indo correndo Pegar meu lugar no futuro, e você?Tudo bem, eu vou indo em busca De um sono tranquilo, quem sabe ...Quanto tempo... pois é... Quanto tempo...Me perdoe a pressaÉ a alma dos nossos negóciosOh! Não tem de queEu também só ando a cemQuando é que você telefona?Precisamos nos ver por aiPras semana, prometo talvez nos vejamosQuem sabe?Quanto tempo... pois é...Quanto tempoTanta coisa que eu tinha a dizerMas eu sumi na poeira das ruasEu também tenho algo a dizerMas me foge a lembrançaPor favor, telefone, eu preciso Beber alguma coisa, rapidamentePra semanaO sinal...Eu procuro vocêVai abrir...Prometo, não esqueçoPor favor, não esqueça, por favorAdeus... adeus...

Paulinho da Viola

A) fática. D) poética.B) metalinguística. E) emotiva.C) referencial. (H19) TEXTO:

HISTÓRIA MANJADAGALÃ CANASTRÃO

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Pelos sentidos e pelas estruturas linguísticas do texto, é correto concluir que o emprego de “Conheça” (L. 7) e “Não perca” (L.12) indica que a função da linguagem predominante no texto é a: A) metalinguística. D) expressiva. B) poética. E) referencial.C) conativa.

(UFAL-H19) TEXTO UM CÃO APENAS

Subidos, de ânimo leve e descansado passo, os quarena degraus do jardim – plantas em flor, de cada lado; borboletas incertas; salpicos de luz no granito – eis-me no patamar. E a meus pés, no áspero capacho de coco, à frescura da cal no pórtico, um cãozinho doente, com todo o corpo ferido; gastas as mechas brancas de pelo; o olhar dorido e profundo, com esse lustro de lágrimas que há nos olhos das pessoas muito idosas. Comm grande esforço acaba de levantar0se. Eu não lhe digo nada; não faço nenhum gesto. Envergonha-me haver interrompido o seu sono. Se ele estava feliz, eu não devia ter chegado. Já lhe faltavam tantas coisas, que ao menos dormisse: também os animais devem esquecer, enquanto dormem.

Cecília Meireles

Ao escrever sobre um cão doente, Cecília Meireles explora formas de comunicação centradas na expressão do Eu. Isso quer dizer que: A) não há intenção emotiva em seu texto. B) seu objetivo é envolver o leitor, seduzir, convencer. C) a ênfase está na subjetividade da autora, na sua condição

de expressar opiniões. D) há uma manutenção dos aspectos expressivos a partir do

canal de comunicação. E) a ênfase recai principalmente sobre a construção do texto,

sobre a arrumação das palavras no espaço gráfico.

(CEPERJ-H19) TEXTO PARA AS QUESTÕES 14 E 15. O QUE VOCÊ DEVE FAZER (Se for bom leitor de jornais e revistas, fiel ouvinte de rádio,

obediente telespectador ou simples passageiro de bonde.)Consuma aveia, como experiência, durante 30 anos.Emagreça um quilo por semana sem regime e sem dieta.Livre-se do complexo de magreza, usando Koxkoax hoje mesmo.Procure nosso revendedor autorizado.Economize servindo a garrafa monstro de Lero-Lero.Ganhe a miniatura da garrafa de Lisolete.Tenha sempre à mão um comprimido de leite de magnólia.Resolva de uma vez o problema de seu assoalho, aplicando-lhe Sintaxe.

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Use somente peças originais para o funcionamento ideal do seu W.Y.Z.Tenha sempre à mão uma caixa de adesivos plásticos.Faça o curso de madureza por correspondência.Aprenda em casa, nas horas vagas, a fascinante profissão de relojoeiro. [...]

Carlos Drummond de Andrade (“A bolsa & a vida”. In: Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1973. p. 1032.

Sempre que há comunicação há uma intenção, o que deter-mina que a linguagem varie, assumindo funções. A função da linguagem predominante no texto acima com a respectiva característica está expressa em:A) referencial – presença de termos científicos e técnicos B) expressiva – predominância da 1a pessoa do singular C) fática – uso de cumprimentos e saudações D) apelativa – emprego de verbos flexionados no imperativoE) metalinguística – explicitações no texto sobre a linguagem

O tipo de texto de Carlos Drummond de Andrade “O que você deve fazer”, pelos elementos linguísticos utilizados, se assemelha a:A) narrativo.B) argumentativo.C) descritivo.D) injuntivo.E) expositivo.

No cotidiano, sem percebermos usamos frequentemente a linguagem verbal, quando por algum motivo em especial não a utilizamos, então poderemos usar a linguagem não verbal.

Para manter uma comunicação, não é preciso usar a fala, mas uma linguagem, seja verbal ou não-verbal.

3.1 O TEXTO VERBAL

Quando, para nos comunicarmos, utilizamos palavras, construí-mos um texto verbal.

Exemplos:

Soneto de Fidelidade Vinicius de Morais

De tudo ao meu amor serei atentoAntes, e com tal zelo, e sempre, e tantoQue mesmo em face do maior encantoDele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momentoE em seu louvor hei de espalhar meu cantoE rir meu riso e derramar meu prantoAo seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procureQuem sabe a morte, angústia de quem viveQuem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):Que não seja imortal, posto que é chamaMas que seja infinito enquanto dure.

3.2 O TEXTO NÃO VERBAL

Diz o ditado “ Uma imagem vale mais que mil palavras”.

Quando, na comunicação, utilizamos símbolos como uma figura, uma imagem, um gesto, uma expressão facial, sem utilizar palavras, construímos um texto não verbal.

Exemplos:

Assim, linguagem não verbal é toda e qualquer comunicação em que não se usa palavras para explicar a mensagem desejada.

Veja outros exemplos:

Existem diversas textos não verbais no nosso dia-a-dia. É muito comum encontrarmos também em charges, comerciais e revistas.

Utiliza-se a linguagem não verbal com o objetivo de desafiar o leitor a buscar o entendimento da mensagem, para criar uma expectativa. É importante que o autor do texto não verbal tenha o cuidado de elaborá-lo bem para que não haja “ruídos” ou dificul-dades no entendimento da mensagem. Evita-se a ambiguidade. Como estimula o visual, a imagem, trabalhando diversos sentidos, pode-se dizer que o texto não verbal tem o grande poder de atrair a atenção do leitor mais do que um texto comum o faz.

Veja as figuras abaixo e indique a mensagem que elas apre-sentam e o que representam ou podem representar em seus significados. Utilize a norma padrão da língua:A)

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O Texto Não Verbal e o Texto Verbal

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B)

C)

3.3 A LINGUAGEM MISTA

Linguagem mista é o uso simultâneo da linguagem verbal e da linguagem não-verbal, usando palavras escritas e figuras ao mesmo tempo.

Observe a linguagem mista dos quadrinhos abaixo e responda ao que se pede:

Quadro 1

A) Quanto ao nível de linguagem escrita utilizada, as perso-nagens utilizam a linguagem formal ou informal? Justifique sua resposta.

B) Comente o uso da expressão “ao invés de” no terceiro quadrinho. Está apropriada? Por quê?

Quadro 2

Disponível em: http://clubedamafalda.blogspot.com/ Acesso em 17/09/09.

C) Com base no quadro 2, escreva um minitexto em que você responda às seguintes perguntas: 1. O que chama a atenção de Mafalda no primeiro

quadro?2. Observando a vestimenta do homem, o que se pode

inferir quanto à profissão dele?3. No terceiro quadro é possível confirmar ou refutar a

hipótese acerca da profissão do homem? O que lhes possibilitou isso?

4. Por meio da expressão fisionômica de Mafalda, o que pode se verificar?

5. É possível verificar uma crítica na tira?

D) A linguagem verbal esteve presente em todos os quadrinhos. Entretanto, em um, especialmente, ela teve maior relevân-cia para o sentido. Em qual quadro foi? Explique o porquê.

Quadro 3

Disponível em: http://www2.uol.com.br/niquel/ Acesso em 17/09/09.

D) Explique o humor da tira.E) Explique qual tipo de linguagem (verbal ou não verbal) teve

maior relevância na tira, usando a coesão e coerência na construção de sua resposta. Será que se manteria o humor, caso a tirinha poderia fosse apenas oralizada?

Quadro 4

Disponível em: http://www2.uol.com.br/niquel/ Acesso em 17/09/09.

F) Usando a linguagem verbal, escreva uma narrativa, em que se apresente a intertextualidade da tira e se explique a uti-lização dos recursos escolhidos pelo autor para apresentar a mensagem. Destaque a utilização repetitiva do número 7.

(UNICAMP-ADAPTADO-H1) O humor da tirinha foi construído:A) no entendimento diferenciado quanto ao significado da

palavra estrangeiro pelas personagens.B) pela agressividade de Mafalda ao lidar com Manolito.C) com a apresentação da superioridade feminina em relação

à argumentação.D) na falta de argumentação de Manolito.E) pela mudança de comportamento de Mafalda no trato com

Manolito.

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Retirada de www.miriamsalles.info/wp/wp-content/uploads/acord

(UNICAMP-ADAPTADO-H1) É comum encontrarmos em tiras que abordam apresentam um assunto do cotidiano com o objetivo de criticá-lo, utilizando também a linguagem humorada, alguns pressupostos. Identifique o pressuposto que a personagem utiliza na tira acima para justificar o acordo ortográfico:A) instaura a padronização da língua.B) unifica as normas que regem o idioma.C) melhora o entendimento da língua portuguesa de outros

países.D) aumenta o vocabulário dos falantes da língua portuguesa.E) tem valor sociopolítico econômico.

(FATEC 2012-ADAPTADO-H1) É possível afirmar que a fala de Hagar – Você tá de brincadeira, né? – na qual está a forte carga de humor da tira, sinaliza a intenção deA) ironizar a dúvida da filha.B) demonstrar sua satisfação.C) reforçar a pergunta da filha.D) discordar da fala da esposa.E) fornecer um esclarecimento.

(FATEC 2012-H1) Símbolos podem codificar informações importantes. Os losangos (rótulos de risco) são utilizados em caminhões e em outros veículos que transportam produtos químicos. Tais losangos devem ter as seguintes informações:

Por exemplo, um caminhão que transporta o lixo de hospitais, clínicas, consultórios e laboratórios deve exibir o seguinte losango:

Com base nessas informações, pode-se concluir que um caminhão que exiba o losango:

pode estar transportando:A) cal hidratada. D) bicarbonato de sódio.B) caldo de cana. E) querosene de aviação.C) velas de parafina.

(FATEC 2012-H22) A comunicação via Internet, especialmente nos bate-papos, possibilitou um novo canal de comunicação entre as pessoas, e o Brasil tem se consolidado como um mercado de elevada utilização de sites sociais.

Em agosto de 2011, do total de 61,2 milhões de pessoas com acesso à Internet no trabalho ou em domicílios, 45,4 milhões foram usuários ativos.

Evolução do número de usuários ativos*, Brasil – trabalho e domicílios

agosto de 2010 e agosto de 2011

Fonte: NetView – IBOPE Nielsen Online(http://www.ibope.com.br/calandraWeb/serviet/CalandraRedirect?

temp=6&proj=PortalIBOPE&pub=T&nome=home_materia&caldb&docid=C2A2CAE41B62E75E83257907000EC04F

Acesso em: 13.09.2011. Daptado) *Usuário ativo é a pessoa com 2 anos ou mais de idade que

acessou a Internet pelo menos uma vez em agosto.

De acordo com as informações do texto e do gráfico, analise as afirmações:I. Considerando somente os usuários ativos em domicílios,

entre agosto de 2010 e agosto de 2011, houve um aumento de 15%, aproximadamente.

II. Considerando somente os usuários ativos no trabalho, entre agosto de 2010 e agosto de 2011, houve um aumento acima de 10%.

III. E m agosto de 2011, do total de 61,2 milhões de pessoas com acesso no trabalho ou em domicílios, 15,8 milhões não foram usuários ativos.

É correto o que se afirma em:A) I, apenas. D) II e III, apenas.B) II , apenas. E) I , II e III.C) I e III, apenas.

(UEL 2007-H23) TEXTO IRÃ, O PARAÍSO LINGUÍSTICO DE ALDO REBELO?

O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, proibiu o uso de palavras estrangeiras em seu país. Com isso, o malucão quer proteger a farsi, a língua local, de estrangeirismos. Ele criou até uma lista para substituir as palavras estrangeiras. Há seis anos, o atual presidente da Câmara, Aldo Rebelo, bancou o Ahmadinejad, ao tentar lançar uma cruzada contra o inglês.

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Palavras proibidas

A expressão sugerida em farsi*

pizza →massa elástica (pelo jeito, pizza no Irã deve ser hor-rível)

helicóptero → asas voadoras

fax → escrita a distância

chat (de internet)

→ conversa breve

celular → comunicador companheiroFonte: Revista Veja, 9 de agosto de 2006, p. 40.

Pelo conteúdo do texto e pelos seus conhecimentos sobre o assunto, é correto afirmar que:

A) todas as autoridades deveriam agir como o presidente do Irã e o presidente da Câmara dos Deputados do Brasil, lutando em favor da pureza da língua, eliminando todos os estrangeirismos.

B) nem todos os estrangeirismos podem ser eliminados de uma língua, mas os presidentes, tanto o do Irã como o da Câmara dos Deputados do Brasil, conseguiram eliminar boa parte deles.

C) é preciso ser “malucão” para ter ideias como as que têm essas duas figuras públicas e assim substituir, com êxito, palavras estrangeiras por outras nacionais.

D) Aldo Rebelo foi um exemplo de patriota, pois, eliminando os estrangeirismos do português do Brasil, está servindo de modelo para o presidente do Irã.

E) o presidente da Câmara no Brasil já tentou eliminar os estrangeirismos da língua portuguesa. No Oriente Médio, quem realmente tentará impedir, por força de lei, a con-taminação do farsi será o presidente do Irã.

(UNIFESP 2009-H26) Leia a charge, publicada por ocasião da morte da comediante Dercy Gonçalves.

www.chargeonline.com.br. Adaptado.

Frase do balão: Tu é lerda pra....Sobre a fala da personagem, afirma-se que

I. é exemplo de linguagem coloquial;II. segue a norma padrão de acentuação das palavras

monossilábicas;III. sugere a demora da chegada da morte, ideia reforçada

pelos símbolos empregados na frase. Está correto o que se afirma em:

A) I, II e III.B) II e III, apenas.C) I e III, apenas.D) III, apenas.E) I, apenas.

(FUVEST 2012-H30) Observe as charges.

http://historiaemprojetos.blogspot.com e http://dalciomachado.glogspot.com. Acessados em julho/2011.

As charges, respectivamente, dos cartunistas Henfil (1982) e Dalcio (2011) estão separadas por quase trinta anos de história, mas unidas na crítica:A) ao preço, no mercado internacional, da madeira extraída

das florestas brasileiras.B) à presença de capital estrangeiro na exploração de madeiras

de florestas no país.C) à exportação ilegal, via países vizinhos, de madeira extraída

das florestas brasileiras.D) ao desmatamento extensivo e indiscriminado das florestas

brasileiras.E) ao uso recorrente de queimadas na eliminação de florestas

no país.

Texto I

Texto II

(UFMT 2009-H3) O Ministério Público do Trabalho e o Minis-tério Público do Estado de Mato Grosso usaram o gênero propaganda social (Texto I) para:A) oferecer apoio a empresas, objetivando o esclarecimento

de práticas ligadas à vida do campo.B) divulgar doutrina obsoleta que fere os princípios humanos

de convivência.C) salvaguardar o perfil de proprietários de terra ligados ao

agronegócio.D) prestar serviço de utilidade pública no sentido de dissemi-

nar uma ideia.E) estabelecer política governamental que reforce a partici-

pação da população de baixa renda.

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(UFMT 2009-H18 ) Sobre os Textos I e II, pode-se afirmar:A) No Texto II, as aspas foram usadas com a finalidade de criar

ambiguidade entre o favoritismo da Rede Globo e a novela global A Favorita.

B) As duas propagandas possuem o mesmo objetivo: levar o leitor à intenção de denunciar situações desumanas.

C) No Texto I, o implícito e a metonímia constroem ideia de que existe trabalho escravo em Mato Grosso e de que morrem trabalhadores escravizados.

D) No Texto I, o correto emprego da vírgula indica pausa na entonação e torna mais clara a compreensão do texto.

E) As formas verbais ajuda (Texto I) e troque (Texto II) trazem sujeito elíptico – você – que remete ao leitor.

O Estado de S. Paulo, 1/12/2003.

(UFMT 2009-H27) Em relação aos recursos linguísticos e textuais, assinale a afirmativa correta.A) No primeiro quadrinho, o pronome isso retoma Todo

mundo busca a felicidade!B) A palavra Haroldo, no último quadrinho, tem a função de

aposto.C) Em Eu não!, a elipse serve para evitar a repetição de parte

da frase anterior.D) O pronome lhe, no último quadrinho, na linguagem padrão

deveria ser substituído pelo pronome o.E) Na única fala de Haroldo, a palavra que, nas três ocorrên-

cias, é conjunção integrante.

O Estado de S. Paulo, 24 de setembro de 2000.

(MC-H1) As tiras são gêneros textuais que se caracterizam por evidenciar o humor, quebrando a expectativa do leitor. Na tira acima, o humor ficou evidente:A) no uso da linguagem coloquial do personagem ao dar a

“cantada” na moça.B) na evidência do falso romantismo apresentado pelo per-

sonagem.C) no duplo sentido da palavra “mente” no segundo quadrinho.D) na repetição do sufixo mente no primeiro quadrinho.E) no uso da linguagem hiperbólica no discurso da personagem.

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Disponível em: <www.terra.com.br/revistaplaneta/edicoes/465/artigo220627-1.htm>

Acesso em: 14 jul. 2011. [Adaptado]

(UFRN 2012-ADAPTADO-H23) O propósito comunicativo do texto é: A) quantificar o crescimento populacional. B) denunciar o descontrole do crescimento populacional das

megacidades. C) descrever as dificuldades de locomoção vivenciadas pelos

moradores de um grande centro urbano.D) oferecer ao leitor um enfoque mais detalhado sobre o

assunto tratado. E) atrair a atenção do leitor para a matéria em destaque.

(UFRN 2012-ADAPTADO-H18) O Texto acima é uma capa da revista Planeta. Em sua chamada principal, cujo tema é o crescimento populacional: A) o emprego dos tempos verbais presente e futuro estabelece

uma relação de projeção entre a realidade atual e os desa-fios a serem enfrentados.

B) os termos “água”, “ar” e “combustíveis” mantêm uma relação de sinonímia com a expressão “recursos naturais”.

C) os termos “estudos” e “desafios” mantêm uma relação de oposição com o conteúdo probabilístico da matéria.

D) o emprego dos verbos nascer e ser, no tempo futuro, estabelece uma relação de contradição com a afirmativa “Somos 7 bilhões”.

E) o emprego do verbo “conheça” estabelece o interlocutor indefinido.

A função da linguagem predominante neste gênero, tendo como base a capa da revista, é:A) metalinguística.B) fática.C) apelativa.D) expressiva.E) referencial.

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BLOCO 01 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 B D A A A B B B D A A E13 14 15 B B D

BLOCO 09 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 D D C B D D A A E D A C13 14 15 C D D

BLOCO 02 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 D B B E D C E E B A C E13 14 15 D B E

BLOCO 10 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 A A C E C C E D D C C C13 14 15 B A C

BLOCO 03 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 C A C C C E B E C D A E13 14 15 C D ?

BLOCO 04 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 C E A C C E B D ? B A E13 14 15 D D C

BLOCO 05 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 E E A A D A A E A D E C13 14 15 E C C

BLOCO 06 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 C C D A A A E B E B A B13 14 15 C C D

BLOCO 07 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 E E A C D D C E D D D A13 14 15 E E C

BLOCO 08 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 E C B D E A C E C C B A13 14 15 A E B

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