as transformações socioeconômicas do município de são franci (1)

139
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS – UNIMONTES CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS – CCSA DEPARTAMENTO DE ECONOMIA – DEC AS TRANFORMAÇÕES SOCIOECONÔMICAS DO MUNICÍPIO DE SÃO FRANCISCO/MG APÓS A IMPLANTAÇÃO DO CAMPUS DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS – UNIMONTES. MONTES CLAROS – MG 2006

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As tranformações economicas do muinicipio de São Francisco

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Page 1: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS – UNIMONTES

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS – CCSA

DEPARTAMENTO DE ECONOMIA – DEC

AS TRANFORMAÇÕES SOCIOECONÔMICAS DO MUNICÍPIO DE SÃ O

FRANCISCO/MG APÓS A IMPLANTAÇÃO DO CAMPUS DA UNIVERSIDADE

ESTADUAL DE MONTES CLAROS – UNIMONTES.

MONTES CLAROS – MG

2006

Page 2: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

2

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS – UNIMONTES

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS – CCSA

DEPARTAMENTO DE ECONOMIA – DEC

AS TRANFORMAÇÕES SOCIOECONÔMICAS DO MUNICÍPIO DE SÃ O

FRANCISCO/MG APÓS A IMPLANTAÇÃO DO CAMPUS DA UNIVERSIDADE

ESTADUAL DE MONTES CLAROS – UNIMONTES.

Por: Ana Márcia Rodrigues da Silva

Monografia apresentada ao Centro de Ciências

Sociais Aplicadas da Universidade Estadual de

Montes Claros – UNIMONTES, como requisito

parcial para a obtenção do título de Bacharel em

Ciências Econômicas

MONTES CLAROS

2006

Page 3: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

3

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS – UNIMONTES CENTRO DE

CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS – CCSA

DEPARTAMENTO DE ECONOMIA – DEC

A monografia AS TRANFORMAÇÕES SOCIOECONÔMICAS DO

MUNICÍPIO DE SÃO FRANCISCO/MG APÓS A IMPLANTAÇÃO DO CAMPUS DA

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS – UNIMONTES, elaborada

por: Ana Márcia Rodrigues da Silva, e aprovada pelo s membros da Banca

Examinadora, foi aceita pelo Centro de Ciências Soc iais Aplicadas, como

cumprimento dos requisitos para obtenção de Título de Bacharel em Ciências

Econômicas.

Montes Claros, _______de ___________________ de 2006.

Banca Examinadora:

_______________________________________________________

_______________________________________________________

_______________________________________________________

Orientador: Ilva Ruas Abreu

Page 4: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

4

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos

meus pais, e minha prima

Gesi que muito contribuiu

para a realização do mesmo.

Page 5: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

5

AGRADECIMENTO

Muito a agradecer: a Deus, por me ter

concedido a graça de concluir um curso

superior; aos familiares e amigos, pela

credibilidade; a minha orientadora Ilva, pela

ajuda indispensável; aos meus colegas de

classe, em especial a Nayana, Karla, Helena e

Rômulo, pelo companheirismo; aos amigos do

Núcleo de Pesquisa em Economia e

Desenvolvimento Regional, particularmente

Flaviane e Larissa, pelo carinho e troca de

conhecimentos; às pessoas que compõem o

Campus da UNIMONTES em São Francisco,

que contribuíram para o bom andamento deste

trabalho; enfim, a todos aqueles, que de forma

direta ou indireta, colaboraram com qualquer

ajuda à realização desta monografia.

Page 6: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

6

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS----------------------------------- ------------------------------------------------08

LISTA DE ABREVIATURAS------------------------------ ------------------------------------------10

LISTA DE TABELAS----------------------------------- -----------------------------------------------11

RESUMO-------------------------------------------------------------------------------------------------12

INTRODUÇÃO -----------------------------------------------------------------------------------------14

1 A IMPORTÂNCIA DO ENSINO SUPERIOR PARA O DESENVOLV IMENTO

REGIONAL------------------------------------------- ----------------------------------------------------17

1.1 As abordagens de Keynes, Solow, Romer, Lucas e a Teoria do

Desenvolvimento Endógeno--------------------------- -------------------------------------------17

1.2 Universidade como fator de desenvolvimento regi onal----------------------------23

1.3 A Universidade Estadual de Montes Claros – UNIM ONTES ----------------------28

1.3.1 Antecedentes históricos à sua criação-------- ---------------------------------------28

1.3.2 Surgimento/fundação da UNIMONTES e estrutura organizacional----------30

1.3.2.1 O processo seletivo------------------------ -----------------------------------------------32

1.3.2.2 Corpo docente de discente------------------ -------------------------------------------33

1.3.2.3 Atividades de Pesquisa e Extensão---------- ---------------------------------------33

2 O CAMPUS DA UNIMONTES NO MUNICÍPIO DE SÃO FRANCISCO/MG ---- ----37

2.1 O município de São Francisco/MG: característica s físicas e econômicas---38

2.2 A implantação do Campus da UNIMONTES no município de São

Francisco/MG--------------------------------------- ----------------------------------------------------41

2.3 O Campus da UNIMONTES em São Francisco/MG ----------------- -----------------43

2.4 Programas de extensão e eventos promovidos pelo Campus da UNIMONTES

em São Francisco/MG ------------------------------- ----------------------------------------------49

3 TRANSFORMAÇÕES GERADAS PELA UNIMONTES NA COMUNIDA DE

SANFRANCISCANA------------------------------------- ---------------------------------------------53

3.1 Metodologia de análise------------------------- -----------------------------------------------53

3.1.1 Pesquisa descritiva-------------------------- -------------------------------------------------53

3.1.2 População e amostra ------------------------- -----------------------------------------------53

3.2 Perfil do corpo docente, discente e funcionário s técnico-administrativos do

Campus UNIMONTES – São Francisco/MG---------------------- ---------------------------55

3.2.1 Corpo discente------------------------------- --------------------------------------------------56

Page 7: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

7

3.2.2 Corpo docente-------------------------------- --------------------------------------------------66

3.3.3 Funcionários técnico-administrativos--------- ----------------------------------------73

3.3 Transformações ocorridas no município de São Fr ancisco/MG após a

implantação do Campus da UNIMONTES-----------------------------------------------------79

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS----------------------------- ------------------------------------------89

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS----------------------- ------------------------------------91

ANEXOS-------------------------------------------------------------------------------------------------95

Page 8: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

8

LISTA DE FIGURAS

GRÁFICO 1- Inserção dos egressos da UNIMONTES no me rcado de trabalho

entre 1995 e 1998---------------------------------- ----------------------------------------------------35

GRÁFICO 2- Evolução do número de alunos e professor es do Campus

UNIMONTES – São Francisco/MG----------------------- ---------------------------------------44

GRÁFICO 3- Classificação dos acadêmicos entrevistad os segundo o Sexo----56

GRÁFICO 4: Classificação dos entrevistados segundo o estado civil-------------57

GRÁFICO 5- Classificação dos entrevistados segundo a idade ---------------------57

GRÁFICO 6- Classificação dos entrevistados segundo a moradia------------------58

GRÁFICO 7- Classificação dos entrevistados segundo a naturalidade------------59

Gráfico 8- Classificação dos entrevistados segundo a renda familiar mensal (em

salários mínimos)---------------------------------- ---------------------------------------------------60

GRÁFICO 9- Classificação dos entrevistados segundo as estimativas de gastos

mensais no município de São Francisco/MG (em salári os mínimos)--------------61

GRÁFICO 10- Classificação dos entrevistados segundo a inserção no mercado

de trabalho---------------------------------------- -----------------------------------------------------62

GRÁFICO 11-Classificação dos entrevistados remunera ção mensal obtida no

trabalho atual (em salários mínimos)--------------- ------------------------------------------63

GRÁFICO 12- Classificação dos entrevistados segundo o curso-----------------64

GRÁFICO 13- Classificação dos entrevistados segundo o conhecimento dos

eventos promovidos pelo Campus-------------------------------------------------------------64

GRÁFICO 14- Classificação dos entrevistados segundo a interação com a

comunidade local----------------------------------- --------------------------------------------------65

GRÁFICO 15- Classificação dos entrevistados segundo a opinião sobre a

importância do Campus para a economia local----------------------------- ---------------66

GRÁFICO 16- Classificação dos professores entrevist ados segundo o sexo---66

GRÁFICO 17- Classificação dos professores entrevist ados segundo o estado

civil---------------------------------------------- ----------------------------------------------------------67

GRÁFICO 18- Classificação dos professores entrevist ados segundo a idade--67

GRÁFICO 19- Classificação dos professores entrevist ados segundo a

naturalidade--------------------------------------- -----------------------------------------------------68

GRÁFICO 20- Classificação dos professores entrevist ados segundo incidência

de hospedagens no município------------------------ ------------------------------------------68

Page 9: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

9

GRÁFICO 21- Classificação dos professores entrevist ados segundo a moradia-

--------------------------------------------------------------------------------------------------------------69

GRÁFICO 22- Classificação dos professores entrevist ados segundo a renda

familiar mensal (em salários mínimos)-------------- -----------------------------------------70

GRÁFICO 23- Classificação dos professores entrevist ados segundo a

remuneração junto a UNIMONTES (em salários mínimos) -----------------------------70

GRÁFICO 24- Classificação dos professores entrevist ados segundo as

estimativas de gastos mensais na cidade de São Fran cisco/MG (em salários

mínimos)------------------------------------------- ----------------------------------------------------- 71

GRÁFICO 25- Classificação dos professores entrevist ados segundo

conhecimentos sobre eventos de extensão promovidos pelo Campus-----------71

GRÁFICO 26- Classificação dos professores entrevist ados segundo a opinião

sobre a importância do Campus para a comunidade local---------------------------- 72

GRÁFICO 27- Classificação dos funcionários segundo o sexo----------------------73

GRÁFICO 28- Classificação dos funcionários segundo o estado civil------------74

GRÁFICO 29- Classificação dos funcionários segundo a idade----------------------74

GRÁFICO 30- Classificação dos funcionários segundo a naturalidade-----------74

GRÁFICO 31- Classificação dos funcionários segundo a situação de moradia---

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------75

GRÁFICO 32- Classificação dos funcionários segundo a renda familiar mensal

(em salários mínimos)---------------------------- - ------------------------------------------------75

GRÁFICO 33- Classificação dos funcionários segundo a escolaridade-----------76

GRÁFICO 34- Classificação dos funcionários segundo experiência

profissional--------------------------------------- ------------------------------------------------------77

GRÁFICO 35- Classificação dos funcionários segundo a remuneração pela

atividade exercida no Campus (em salários mínimos)----------------------------- -----78

GRÁFICO 36- Classificação dos funcionários segundo a estimativa de gastos

mensais em São Francisco/MG (em salários mínimos)-- -------------------------------78

GRÁFICO 37- Classificação dos funcionários segundo o conhecimento sobre a

realização de eventos de extensão promovidos pelo Campus-----------------------78

GRÁFICO 38- Classificação dos funcionários segundo a opinião sobre a

importância do Campus para a economia local----------------------------- --------------79

Page 10: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

10

LISTA DE ABREVIATURAS / SIGLAS

UNIMONTES – Universidade Estadual de Montes Claros

UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educa ção, a Ciência e a

Cultura

BIRD – Banco Internacional para Reconstrução e Dese nvolvimento

SUDENE – Superintendência de Desenvolvimento do Nor deste

FUNM – Fundação Universidade Norte-Mineira

FADIR – Faculdade de Direito

FAFIL – Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras

FAMED – Faculdade de Medicina

FADEC – Faculdade de Administração e Finanças

FACEART – Faculdade de Educação Artística

PAES – Programa de Avaliação Seriada para o Acesso ao Ensino Superior

IBGE – Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

INDI – Instituto de Desenvolvimento Integrado

FJP – Fundação João Pinheiro

PIB – Produto Interno Bruto

COPASA/MG – Companhia de Saneamento de Minas Gerais

CEMIG – Companhia de Energia Elétrica de Minas Gera is

INSS – Agência do Instituto Nacional do Seguro Soci al

SUS – Sistema Único de Saúde

EMATER Empresa de Assistência Técnica e Extensão R ural

IMA – Instituto do Meio Ambiente

IEF – Instituto Estadual de Florestas

ANPUH – Associação Nacional de História

IDH – Índice de Desenvolvimento Humano

UNIPAC – Universidade Presidente Antônio Carlos

UNOPAR – Universidade Norte do Paraná

COJAG – Colégio Jardim Graziela

PROUNI – Programa Universidade pra Todos

Page 11: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

11

LISTA DE TABELAS

TABELA 1- Origem dos egressos da Unimontes – 1995 a 1998-----------------------34

TABELA 2- Modelo estimado por Roberto Martins------ ----------------------------------36

TABELA 3- Gastos da Prefeitura Municipal de São Fra ncisco/MG com o Campus

da UNIMONTES no período de janeiro a agosto de 2006 --------------------------------48

Page 12: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

12

RESUMO

A educação superior fundamenta-se em pilares de gra nde relevância para os

direitos humanos, democracia e desenvolvimento sust entável. Dessa forma,

“as universidades são importantes empregadoras de p essoal que possuem

poder de compra em escala local”. Na mesma linha, o s estudantes também

exercem impacto direto sobre a economia, consideran do o seu potencial de

consumo nas localidades onde estão inseridos. Essas transformações são

facilmente mensuráveis pelo efeito multiplicador (U NESCO, 1998). Tendo em

vista a importância do ensino superior, no ano de 1 962 foi criada a Fundação

Norte Mineira de Ensino Superior – FUNM, hoje Unive rsidade Estadual de

Montes Claros – UNIMONTES. A UNIMONTES é a única un iversidade pública

inserida no Norte de Minas, que atende a demanda de toda a região. Em 1995 a

UNIMONTES começa o processo de ampliação de seus li mites. Em 2003,

implanta uma nova unidade na cidade de São Francisc o/MG. Nesse Campus,

atualmente são oferecidos os cursos de história e m atemática com um corpo

docente em torno de 27 profissionais, associado a u m corpo discente de 189

acadêmicos e 10 funcionários técnico-administrativo s. Embora seja uma

pequena unidade acadêmica, considerando-se a oferta de cursos e a

quantidade de alunos, observa-se que a instalação d o Campus tem impactado

positivamente a sociedade e a economia local. Nesse sentido, o presente

estudo objetiva identificar as transformações sóci o-econômicas ocorridas no

município após a instalação do Campus universitário, bem como, a inserção

dos acadêmicos no mercado de trabalho. O referencia l teórico da pesquisa é

SOLOW (1956), ROMER (1990), LUCAS (1988), e diverso s autores que abordam

acerca do tema e que ressaltam a importância do con hecimento para o

desenvolvimento econômico. O trabalho foi desenvolv ido com base em

pesquisa bibliográfica, pesquisa documental e em pe squisa de campo, tendo-

se como universo de analise os alunos, professores e funcionários técnico-

administrativos do núcleo. Além disso, foram feitas entrevistas com os demais

indivíduos sob estudo. Por meio da análise descriti va, o estudo indica que a

UNIMONTES – Campus São Francisco/MG, é uma instituição importante na

dinamização da sociedade e economia local com efeit os diretos e indiretos em

termos de geração de emprego e renda municipal. A p esquisa aponta para o

Page 13: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

13

fato de que as universidades exercem papel crucial para o desenvolvimento do

meio circundante em que estão inseridas.

Page 14: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

14

INTRODUÇÃO

O ensino superior vem sendo motivo de discussões por diversos autores

nos últimos anos. Há quem defenda que as universidades são importantes

formadoras e empregadoras de pessoal a nível elevado e estes são responsáveis

por dinamizar o local em que estão inseridas.

Além disso, as produtividades do trabalho e do capital se elevam para

níveis maiores de conhecimento o que influi direta ou indiretamente na geração de

produto emprego e renda.

Uma instituição de ensino superior é capaz de provocar impacto direto na

região em que se encontra instalada, tal como vem sendo se observando a

Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES no contexto Norte-mineiro.

Esta é vista como Universidade de fomento regional.

Nesse sentido, em 2003 o município de São Francisco/MG sedia a

instalação de um Campus da mesma, o qual vem se destacando perante a

sociedade local.

Sobre tal conjuntura, este trabalho tem como objetivo analisar as

transformações socioeconômicas ocorridas no referido município após a

implantação deste Campus. Para tanto, far-se-á argumentações a respeito de

determinados acontecimentos que marcaram São Francisco/MG nos últimos anos

(desde a implantação aos dias atuais) e que podem ser atribuídos ao Campus da

UNIMONTES.

O trabalho fundamenta-se nos seguintes objetivos específicos:

• averiguar como é feita a escolha das cidades para a implantação dos

campi da UNIMONTES, além de analisar o modo de escolha dos cursos instalados;

• abordar as negociações para a instalação do Campus UNIMONTES

no município de São Francisco/MG;

• identificar as peculiaridades deste Campus, incluindo características

físicas e estruturais;

• promover um levantamento dos eventos realizados e sua ligação com

a comunidade local;

Page 15: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

15

• verificar a origem dos acadêmicos, bem como, a atuação no mercado

de trabalho;

• fazer um levantamento da renda média dos estudantes e das

estimativas de gastos mensais no município de São Francisco/MG;

• analisar a origem e perfil do corpo docente e funcionários técnico-

administrativos que atuam no Campus;

• identificar os gastos da Prefeitura Municipal de São Francisco/MG com

o núcleo da UNIMONTES, abordando os possíveis benefícios que tem trazido

conforme os dirigentes municipais;

• analisar o aparecimento de cursinhos pré-vestibulares e escolas

particulares na cidade, em função do núcleo instalado.

O problema central aqui, consiste em buscar respostas sobre até que

ponto o Campus da UNIMONTES implantado no município de São Francisco/MG

tem provocado transformações socioeconômicas no mesmo.

A respeito de tal inquietação tem-se a suposição:

• Supõe-se que o Campus da UNIMONTES implantado no município de

São Francisco/MG, tem induzido transformações socioeconômicas dentro deste.

Visando alcançar os objetivos propostos, o presente estudo

fundamentou-se em um estudo de natureza descritiva, com pesquisa empírica

através de dados coletados por meio de pesquisa de campo, com aplicação de

questionários, entrevistas e observação sistemática dos indivíduos em estudo.

Além disso, foram feitos levantamentos de dados baseados em pesquisa

documental, coletados junto aos campi da UNIMONTES e Prefeitura Municipal de

São Francisco/MG. Ademais, foi desenvolvido o contato direto com a bibliografia

já publicada sobre o tema em questão, havendo coleta de dados secundários e

primários.

Nesse sentido, o trabalho foi subdividido em três seções a saber:

Na primeira seção, pretende-se por meio das teorias de KEYNES (1983),

SOLOW (1956), ROMER (1986) e LUCAS (1988) argumentar a respeito da

geração de emprego e renda e a importância da formação de capital humano para

o desenvolvimento de uma região ou espaço, levando em consideração o

desenvolvimento endógeno. Do mesmo modo, pretende-se apresentar a

importância das universidades para as localidades em que estão inseridas. E por

Page 16: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

16

fim, ter-se-á um breve histórico sobre a UNIMONTES, destacando sua

abrangência na região Norte-mineira.

Na seção seguinte, será retratada a caracterização do município de

São Francisco/MG. Logo após, focalizar-se-ão as negociações para a instalação

do Campus da UNIMONTES em tal município, abordando-se do início do acordo

à implantação definitiva. Nesse sentido, o capítulo será fechado mediante as

dimensões tomadas pela universidade neste local.

E finalmente, na terceira seção, serão analisados os perfis do corpo

discente, docente e funcionários técnico-administrativos da instituição, avaliados

conforme a coleta de dados primários. Em seguida, discutir-se-á modificações

estruturais nas instituições de ensino da rede privada, bem como de alguns

estabelecimentos comerciais, atribuídas ao novo cenário que abrange o município

marcado pela presença da UNIMONTES.

Ao final, apresenta-se as análises conclusivas acerca dos

levantamentos observados, identificando o Campus da UNIMONTES como

propulsor de diversas transformações no referido município.

Vale ressaltar que uma limitação para esse estudo é o fato de ainda

não haver egressos do Campus em questão, já que as primeiras turmas de

formandos estão previstas para o final do ano de 2006.

Page 17: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

17

1 A IMPORTÂNCIA DO ENSINO SUPERIOR PARA O DESENVOLV IMENTO REGIONAL

O objetivo desta pesquisa é verificar a importância do ensino superior,

particularmente da Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES para

algumas modificações estruturais na sociedade e economia no município de São

Francisco/Minas Gerais. Pretende-se através das teorias de KEYNES (1983),

SOLOW (1956), ROMER (1986) e LUCAS (1988), discutir a geração de emprego e

renda e a importância da formação de capital humano para o desenvolvimento de

uma região ou espaço, enfatizado o desenvolvimento endógeno. Tais teóricos são de

grande impacto no que diz respeito à teoria econômica, o que justifica a escolha dos

mesmos. Nesta seção pretende-se apresentar a relevância das universidades para

as regiões em que estão inseridas. Ademais, acrescenta-se a UNIMONTES,

destacando sua história, abrangência e fomento no Norte de Minas Gerais.

1.1 As abordagens de Keynes, Solow, Romer, Lucas e a Teoria do

Desenvolvimento Endógeno

Conforme KEYNES (1983), a geração de produto, renda e emprego, se

dão por meio dos componentes da demanda final. Esses componentes são, por

exemplo, o consumo das famílias, o investimento das empresas, os gastos do

governo e as exportações. O dinamismo desse processo procede dos componentes

exógenos da procura final, na proporção em que não dependam do próprio nível de

renda corrente. Grande parte dos investimentos das empresas, dos gastos do

governo e das exportações em contrapartida à maioria das despesas de consumo

das famílias, que dependem da renda corrente, podem ser consideradas uma

“injeção” exógena de despesas que geram direta ou indiretamente produto, renda e

emprego.

Page 18: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

18

Conhecida a magnitude da composição setorial, ao estudar a formação de

capital humano, é possível encontrar fatores de importância no que se refere à

produção local e regional de bens e serviços. Assim, é notória a função das

instituições públicas, tais como as universidades, no que tange ao desenvolvimento

de uma região ou espaço.

Para dar início faz-se necessário entender o modelo de SOLOW (1956) –

teórico que reconheceu a importância da formação de conhecimento e da

qualificação da força de trabalho, como determinantes do desenvolvimento. Ele

afirma que para uma dada taxa de crescimento demográfico deve-se acrescentar o

progresso técnico, objetivando obter a taxa efetiva de crescimento do produto real.

Portanto, os níveis de produtividade do trabalho e do capital aumentam com níveis

mais elevados de conhecimento, sendo o ritmo de progresso técnico responsável

por viabilizar a expansão da renda per capita no equilíbrio estável de longo prazo.

SOLOW (1956) partiu da função de produção Y = Tf (K,L). Através dela,

ele obtém a função de produção per capita, Y/ L = Tf (K/ L,L / L). Assim, y = Tf (k),

em que:

Y → produção per capita;

K → relação capital trabalho, ou capital per capita;

T → nível tecnológico.

É importante destacar que para SACHS E LARRAIN (1995) o nível

tecnológico causa impacto nas produtividades marginais do capital e do trabalho.

Nesse sentido, para SOLOW (1956) I = S = sY. Entretanto, sendo d a depreciação, a

parcela de investimento bruto I é destinada à depreciação do capital fixo (dK), tal

que ∆K = 1 – dK, ou seja:

∆K = sY – dK.

No entanto, como SOLOW (1956) trabalha em termos per capita, faz-se

necessário a divisão da equação por L:

∆K / L = sy – dk.

Page 19: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

19

Além disso, ele supõe que no equilíbrio estável, há uma relação k=K/L

constante, que mostra que ∆Y / Y = ∆K / K = ∆L/ L = n. A taxa natural de

crescimento demográfico, n, apresenta-se como uma variável exógena, que

depende de fatores biológicos e não das variáveis do modelo.

Ao considerar o progresso técnico nulo, o equilíbrio estável possibilita que

uma variação positiva da relação k = K / L, seja acompanhada de uma variação

superior no estoque de capital, em relação ao crescimento demográfico n, ou seja,

∆k / k = ∆k / k – n. Dividindo-se por L tem-se ∆K / L= ∆k + nk, e ao substituir o

segundo membro desta equação em ∆K / L = sy – dk, chega-se a equação

fundamental de SOLOW (1956):

∆k = sy – (n + d) k.

Por meio da equação fundamental é possível perceber que o aumento do

capital por trabalhador (∆k), o aprofundamento do capital, precisa ser igual à

poupança per capita (sy), menos a ampliação do capital (n + d) k. Pode-se medir a

proporção de novos trabalhadores que ingressam no mercado de trabalho através

de nk da poupança. Na mesma proporção K / L, identifica os que já estão

empregados. E, conforme SACHS E LARRAIN (1995), a parcela dk deve ser

utilizada a fim de depreciar o capital per capita educacional.

Considerando um estado estável, a longo prazo, a poupança per capita

(sy), mostra-se igual a ampliação do capital (n + d) k, sendo a relação K/L constante,

tem-se:

sy = (n + d) k.

Dessa forma, a poupança agregada é suficiente para fornecer capital a

população que cresce à taxa n, a mesma taxa de expansão do produto e também

para a depreciação do capital existente.

SOLOW (1956) afirma que há na economia uma tendência ao

aprofundamento do capital que pode ser explicada supondo que o capital per capita

de pleno emprego da economia seja k1 , inferior ao capital de pleno emprego ke .

Assim, para apresentar os trabalhadores adicionais com a mesma relação K/L dos

Page 20: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

20

trabalhadores existentes e substituir o capital gasto no processo produtivo tem-se

k1R, o que é inferior à poupança per capita disponível k1S.

O modelo salienta que a taxa de elevação da poupança, s, expande a

relação capital/trabalho, k, e a renda per capita y, até o ponto em que a economia

atinja o equilíbrio estável de longo prazo. Uma vez atingido o equilibro estável, o

aumento da poupança não influencia a taxa de crescimento do produto acima da taxa

de crescimento demográfico, n.

Ao introduzir o progresso tecnológico no modelo (∆T / T > 0), implicou que

o número de trabalhadores e idêntico estoque de capital exercem um impacto maior

sobre o nível de produção. Nesse sentido, afim de se obter a taxa de crescimento do

produto real, para cada taxa efetiva de crescimento demográfico, n, deve-se

acrescentar a taxa de progresso técnico ∆T / T = t de maneira que:

∆Y / Y = (n + t).

SOLOW (1956) agrega que as produtividades do trabalho e do capital

aumentam como maiores níveis de conhecimentos. Assim, uma maior educação e

saúde dos trabalhadores paralelamente ao uso de máquinas mais eficientes, elevam

o fluxo do crescimento econômico. Sabe-se que ∆K / K = ∆Y / Y = (n + t) e ∆L / L = n.

Dessa forma, constata-se que o capital por trabalhador (K/L) e a produtividade do

trabalho(Y/L) crescem no mesmo âmbito que o progresso técnico t, e que a relação

K/Y permanece constante.

Uma importante conclusão do modelo é a de que o andamento do

progresso técnico determina o crescimento da renda per capita no equilíbrio estável

de longo prazo. Isso pode ser visto quando se subtrai a taxa de crescimento

demográfico da taxa efetiva de crescimento da renda, de acordo com a equação

anterior, de maneira que:

∆y / y = t.

Após o modelo de SOLOW (1956), se segue a teoria do crescimento

endógeno, popularizada por ROMER (1986). Essa teoria, internaliza a geração de

tecnologia, colocando as pessoas numa posição de principais insumos para o

processo produtivo. A priori, vale entender o modelo de ROMER (1986), segundo o

Page 21: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

21

qual, o conhecimento se traduz em um fator de produção, capital físico, humano e

mão-de-obra. Contudo, como aborda SOUZA (1999), é necessário investir na

obtenção de novos conhecimentos, já que há uma disseminação do mesmo. Além

disso: “(...) Os rendimentos crescentes da produção de conhecimentos deverão

neutralizar os rendimentos decrescentes em alguns setores de atividade,

principalmente na agricultura” (SOUZA, 1999, P.347).

Para ROMER (1986) rendimentos crescentes de escala ao nível agregado

se postulam ao nível constante de cada firma. Esta externalidade, não obstante,

originará contrapesos do competidor, no sentido que, uma economia centralizada

alcançará taxas de crescimento e utilidade maiores. De acordo com ROMER (1986)

a aquisição de conhecimentos se relaciona com a experiência, sendo que esta gera

aumento de produtividade. Uma boa medida para o aumento da experiência é o

investimento. ROMER (1990) ressalta que uma população mais elevada de

pesquisadores motivam maiores idéias, e como estas são não adversárias, todos na

economia se favorecem.

Deste modelo, tem-se uma terminologia interessante sobre os

rendimentos crescentes obtidos – crescimento endógeno. Essa conclusão é a de

que os rendimentos crescentes de escala não são suficientes para se gerar taxas

persistentes de crescimento endógeno.

Diante disso, conforme LUCAS (1988) os efeitos do comércio

internacional são discutidos no crescimento num contexto de um modelo em que a

acumulação de capital humana através da aprendizagem no trabalho constitui o

motor do crescimento. Em equilíbrio os padrões de produção estão ditados pelas

vantagens comparativas. Assim, cada país produzirá o bem para qual tem dotação

adequada de capital humano, dada uma tecnologia da aprendizagem sem

rendimentos decrescentes. Os países acumularão as habilidades intensificando as

vantagens comparativas iniciais. Para LUCAS (1988), produzir bens com elevado

conteúdo de aprendizagem conduzirá a maiores taxas de crescimento reais.

Dessa forma, o modelo permite dar conhecimento das disparidades nas

taxas de crescimento observadas entre países. Os países com uma menor dotação

do capital humano devem especializar-se nos bens com pouco índice da

aprendizagem, conseqüentemente registrarão uma taxa de crescimento menor do

Page 22: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

22

que a daqueles países com vantagens comparativas na produção de bens de

elevada taxa de aprendizagem.

O ponto central deste, é tal que o modo de produtividade no nível

adicionado não caia e requeira a introdução contínua dos bens novos, bem como de

processos que têm taxas mais elevadas de aprendizagem. Assim, uma economia

que logre concentrar sua força do trabalho na produção de bens mais sofisticados,

acumulando capital humano rapidamente através de taxas elevadas da

aprendizagem associadas com as atividades novas e com derrame dos efeitos desta

experiência, experimentará o rápido crescimento.

Feitas essas considerações, vale ressaltar as origens do desenvolvimento

endógeno, que culminaram pela década de 1970, momento em que as propostas de

desenvolvimento do alicerce para o topo fizeram se surtir com maior notoriedade.

Assim, surge essa teoria caracterizada por focalizar a questão regional,

proporcionando a identificação dos problemas relacionados às desigualdades

regionais, bem como, os instrumentos de políticas para sua correção.

A partir da década de 1990, o desenvolvimento endógeno voltou a

atenção para o entendimento da variação do nível de crescimento em regiões e

nações distintas, mesmo que elas dispunham de idênticas possibilidades na procura

de fatores produtivos, tais como o capital financeiro, mão-de-obra ou tecnologia. A

saída seria encontrar, entre estes fatores, aqueles gerados dentro da região. Então,

a teoria endogenista procurou localizar os fatores de produção, como o capital

humano, capital social, o conhecimento, a pesquisa e desenvolvimento, a

informação e as instituições, que eram gerados dentro da região e não de forma

exógena.

A região dotada desses fatores, ou mesmo, que procurasse desenvolvê-

los internamente, possuiria mais elevadas condições para atingir um

desenvolvimento acelerado e equilibrado. Conforme AMARAL FILHO (1996), pode-

se definir o desenvolvimento regional endógeno como um processo interno de

ampliação da capacidade de produção, associada à absorção da região. O

resultado desse processo é a ampliação do número de empregos, do produto e da

renda local ou regional.

Assim, de acordo com SOUZA (1999), os efeitos do progresso técnico no

processo de crescimento, realiza efeitos expansionistas sobre o produto ao

Page 23: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

23

aumentar a produtividade dos fatores e retransmitir tais efeitos entre as unidades

produtivas. A teoria do crescimento endógeno visa encontrar as fontes de

crescimento inseridas no sistema produtivo. Nesse sentido, outras fontes de

crescimento econômico seriam derivadas de investimentos em capacitação

tecnológica e no capital intelectual.

Acerca do desenvolvimento, de acordo com FURTADO (1982):

(...) o verdadeiro desenvolvimento é, principalmente, um processo de ativação e canalização de forças sociais, de melhoria da capacidade associativa, de exercício da iniciativa e da criatividade. Portanto, trata-se de um processo social e cultural, e apenas secundariamente econômico. O desenvolvimento ocorre quando, na sociedade, se manifesta uma energia capaz de canalizar, de forma convergente, forças que estavam latentes ou dispersas. Uma verdadeira política de desenvolvimento terá que ser a expressão das preocupações e das aspirações dos grupos sociais que tomam consciência de seus problemas e se empenham em resolvê-los. (FURTADO, 1982, P. 149).

Quanto a isso, BOISIER (1996), acrescenta que no longo prazo o

desenvolvimento de uma região ou localidade se dá mediante a sua aptidão para a

organização social e política, além da capacidade para modelar o seu próprio futuro

(processo de desenvolvimento endógeno). Isso está relacionado com a

disponibilidade de diferentes maneiras de capitais intangíveis disponíveis na região

ou localidade.

Diante do exposto, as teorias apresentadas mostram, de uma forma geral,

a importância da formação de capital humano, da acumulação de conhecimentos,

como fatores determinantes do desenvolvimento regional. A seguir, será feita uma

abordagem mais focalizada com relação ao papel do ensino superior, e mais

especificamente, que as universidades exercem na as economias em que estão

inseridas.

1.2 Universidade como fator de desenvolvimento regi onal

Um estudo realizado pela Organização das Nações Unidas para a

Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) mostra que a educação superior tem

provado sua viabilidade no decorrer do tempo de tal forma que atualmente opera

juntamente com a pesquisa como integrantes essenciais do desenvolvimento. Sendo

Page 24: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

24

assim, a educação superior fundamenta-se em pilares de grande relevância para os

direitos humanos, democracia e desenvolvimento sustentável.

Segundo a UNESCO, as universidades são importantes empregadoras de

pessoal em nível elevado, os quais possuem poder de compra em escala local. Da

mesma forma, os estudantes também exercem impacto direto sobre a economia

regional, dadas às compras que fazem onde estão inseridos, principalmente quando

são naturais de locais externos à região. Todas essas transformações são

mensuráveis pelo efeito multiplicador. No entanto, enquanto o emprego assegurado

pela universidade aumenta, diminui em outros setores, tais como agricultura e

indústria de manufaturados.

Não obstante, o mesmo estudo, ressalta os efeitos dinâmicos mediante a

indústria. Esses efeitos são mais difíceis de se medir, porém bastante significativos.

Além disso, destacam-se os benefícios econômicos e sociais fundamentados na

pesquisa. Esta permite reunir e aprofundar conhecimentos elementares, desenvolver

novas técnicas, instrumentos e métodos que proporcionam vantagens econômicas

para os setores de produção.

A UNESCO lembra que as universidades exercem influência na geração

de emprego e renda, aumentando o emprego assegurado pela mesma:

Em muitos países, existem de longa data variações regionais e locais no que se refere à freqüência ao ensino superior e às competências da mão-de-obra local. Dados sobre o fluxo dos estudantes que passam pelas universidades, do tipo esboçado acima, podem também ser utilizados para determinar a contribuição das universidades à elevação dos níveis de instrução nas diferentes partes do país e à melhoria das competências de mão-de-obra, graças ao recrutamento de estudantes estranhos à localidade que trabalham para os empregadores locais. (UNESCO, 1999, P. 386-387)

Expõe ainda que, as instituições regionais visam fixar a população de

diplomados objetivando elevar o nível de estoque local de altas competências.

Assim, a informação quanto ao mercado de trabalho pretende contribuir para o

sucesso econômico das universidades nas regiões onde estão situadas. A

probabilidade de encontrar emprego representa um fator crucial para o crescimento

socioeconômico sustentável. Quanto ao desenvolvimento humano sustentado, a

falta de acesso ao saber aumenta a discrepância entre os países ricos e pobres,

tendendo a desequilíbrios mais acelerados a longo prazo (UNESCO, 1999).

Page 25: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

25

De acordo com RIBEIRO (1982) por meio do crescimento autônomo1, a

universidade tende a atuar como instituição de perpetuação entre as instituições

sociais, podendo ser eficiente, no sentido de exceder o atraso nacional, se

intencionalizar suas maneiras de operar. Assim, a política autonomista de que se

refere o autor, pressupõe que a universidade deve ser transfigurada a fim de

alcançar a transformação da sociedade.

Nesse sentido, às nações subdesenvolvidas cabem criar uma

universidade capaz de promover o desenvolvimento, mas para isso é necessário

verificar as possibilidades de inversão desse processo. Dessa forma, a universidade

seria traduzida em uma instituição intermediadora do progresso global. Logo,

observa-se que as instituições sociais não só contribuem para preservar as

estruturas em que estão inseridas, como também para a execução de uma ação

renovadora.

Contudo, há obstáculos que impedem o desempenho do papel das

universidades. Um desses obstáculos são crises estruturais, ou seja, as tensões

institucionais superadas por meio de alterações da composição da instituição. Essas

crises podem ser resultados de uma tensão interna dos componentes (cátedras

institutos, escolas e faculdades, conselhos, decanatos, secretarias, reitorado,

matrículas, aulas, as carreiras, e os papéis de estudantes e professores) e externa

quanto à relação com a sociedade global que impossibilita o exercício de suas

funções. Ou seja, a crise ocorre quando a universidade e a sociedade andam em

sentidos opostos. Nessa situação, a primeira deve refletir sobre si mesma e redefinir

o seu papel na luta contra o subdesenvolvimento.

Para RIBEIRO (1989):

o traço mais característico da universidade atual é a sua capacidade de auto-mobilizar-se, tanto para questionar a estrutura de poder e a ordem social quanto para propor utopias concretas, relativamente ao que deve ser a sociedade, a existência humana na próxima civilização. (RIBEIRO, 1989, P. 15)

A universidade age como instituição não apenas formadora como também,

seletora dos quadros dirigentes da sociedade. De acordo com CHAUÍ (1998) existem

três maneiras de instrumentalização da cultura. Essas maneiras se dão pela

educação, em si por si e por meio da indústria cultural. No entanto, há duas formas

(1) Parte do pressuposto que a universidade possui tendências a agir como um local de perpetuação das instituições sociais. Assim só representará um papel ativo no que tange a superação do atraso nacional se intencionalizar suas maneiras de ação.

Page 26: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

26

mais sutis e perigosas de se fazer isso. A primeira maneira, parte da indústria cultural

consistindo em convencer o indivíduo de que estará induzido à exclusão social, caso

suas experiências não sejam precedidas de informações coerentes. A segunda,

consiste em confundir conhecimento e pensamento. A universidade brasileira é

responsável por reduzir a questão do saber à do conhecimento. Assim, encarrega-se

desta última forma de instrumentalização.

No que se refere à produção científica atrelada à tecnologia, o sistema

econômico é dependente e bloqueia a pesquisa autônoma2 limitando o papel da

universidade. Quanto à área das humanidades, o sistema socioeconômico é

contrário ao conceito de cultura. Encontra-se a tal ponto imerso no “puro

tecnicismo3”. A adequação entre universidade e sociedade exprime o desencanto

dos universitários como produtores de cultura. Se por um lado o corpo docente

defende a adesão à modernidade, critérios de rendimento, eficácia e produtividade.

Por outro, os estudantes se rebelam contra a modernidade configurando-se numa

propensão oposta (CHAUÍ, 1998).

Conforme SOBRINHO (1999), nos últimos anos a educação adquire

funções universais para o desenvolvimento econômico. Embora em níveis diversos

as nações do mundo atribuem cada vez mais credibilidade à educação no que diz

respeito à promoção do desenvolvimento, no ritmo acelerado, mediante as

exigências da competitividade internacional. A incidência de novos tipos de

profissões que determinam técnicas modernas, paralelamente à ampliação e

desenvolvimento da economia, produz indicadores de promoção educacional em

regiões subdesenvolvidas.

O autor adverte que o conhecimento é tido como maior riqueza dos países

e é o principal propulsor do desenvolvimento. Ao mesmo tempo questiona o papel

das instituições de ensino superior na produção de capital humano pressupondo que

são ineficientes e dispendiosas e, portanto, não gerariam a equidade social. Aborda

ainda, que o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD)

destaca a relevância da educação superior para o desenvolvimento socioeconômico.

Isso reafirma o valor econômico da educação. Pelo fato da relação professor-aluno

(2) Força a universidade a limitar-se ao adestramento de aplicadores do “know-how” estrangeiro. (3) Isso anula o sentido das humanidades que permanecem atreladas à condição de “ornamento ou anacronismo tolerado”.

Page 27: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

27

ser muito baixa, e dado o elevado índice de evasão, o BIRD propõe uma reforma do

ensino superior.

Por outro lado, o autor argumenta sobre a internacionalização da

educação superior estendendo-a a um marco da mundialização do conhecimento, da

integração econômica, aos avanços das tecnologias da informação e da

comunicação. Por mais que a educação superior tenha deficiências, sua importância

é reconhecida pelo fato de ser integrante indispensável ao processo de mudança da

sociedade contemporânea.

Sobre isso, segundo CHAUÍ (1999) a universidade moderna legitimou-se

nas idéias de formação, reflexão, criação e crítica, com a conquista da educação e

cultura por meio das lutas da democracia, tanto no sentido de formação de um

pensamento sobre essa idéia, como no de procurar responder questões inerentes a

ela. Afirma que a universidade enquanto instituição, tem o poder de se perceber

inserida na divisão política e social. Seu objetivo define uma universalidade

responsável por responder às contradições. Porém, a forma atual do capitalismo, fez

com que a universidade passasse da condição de instituição à de organização. Esse

fato de acordo com a autora, ocorreu em três etapas em que a universidade passou

de funcional, a operacional e de resultados respectivamente. Esta última, está

estruturada por estratégias e programas de eficiência organizacional.

Na universidade operacional, para a mesma autora, a pesquisa é uma

maneira de intervenção e de controle de meios para a consecução de objetivos.

Assim, visa meios para soluções parciais e locais além de problemas e obstáculos.

O que se pode observar é que atualmente a universidade está voltada para si

própria.

De acordo com BUARQUE (1994) os instrumentos sociais significam a

modernidade da sociedade. Ao considerar esses instrumentos como um todo se

destaca o papel das universidades. Nesse sentido, é cabível a elas assegurarem a

democracia e acabarem com o “apartheid social”, promovendo uma economia

eficiente. BUARQUE (1999) constata que o papel da universidade é promover o

saber de nível superior de maneira a facilitar o funcionamento da sociedade. Porém,

esse papel varia. E, em se tratando da pesquisa, relata que, mesmo quando o

produto é proveniente de institutos isolados ou empresas, por trás, estão as

universidades, importantes formadoras de pessoal. A maioria das conquistas

Page 28: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

28

alcançadas pelo Brasil nos últimos anos não seria possível, não fosse a

intermediação dessas instituições.

PIMENTA (1985) descreve que a consciência da sociedade é a

universidade. Diante dela as aspirações comunitárias tomam consciência e

descobrem a liberdade e a independência. Ela possibilita a liberdade de pesquisa e

de cátedra, sendo um órgão criador e transmissor de cultura. Nesse sentido, não

deve se ater à investigação e ao progresso do conhecimento, já que se constitui em

um local em que a comunidade pode refletir as suas contradições.

Os países com maiores níveis de tecnologias se destacam também por

possuírem os maiores níveis educacionais. FRANCO E MOROSINI (2001) propõem

que é clara a função da educação para a formação de novas tecnologias. Dessa

forma, a maioria das produções científicas brasileiras provém das universidades

colocando a educação superior num patamar em que sua ampliação é fundamental

para a soberania nacional e para a autonomia, tecnologia e economia.

Como ressalta EBERT (1974), o que resume na missão educacional das

universidades são a operação, a projeção e a criação. No entanto, essas atividades

necessitam ocorrer em um ambiente físico, ou seja, para que possa atingir todos os

objetivos e finalidades é necessário aparelhagem e instalações físicas. O fato é que

a missão educacional vai muito além dos limites de sala de aula, incluindo a

obtenção de novos conhecimentos através da pesquisa, além da disseminação dos

mesmos, por meio de publicações. Não deve ser esquecido o atendimento às

questões, culturais, sociais e civis.

A realização deste trabalho monográfico leva em consideração estes

fatores, visando analisar a sua importância na região estudada. Neste momento, vale

compreender o surgimento da Universidade Estadual de Montes Claros –

UNIMONTES e sua inserção no contexto regional.

1.3 A Universidade Estadual de Montes Claros – UNIM ONTES

1.3.1 Antecedentes históricos à sua criação

As primeiras universidades surgiram na Europa no século XII, período

renascentista em que eram implantadas segundo a proteção da Igreja Romana,

Page 29: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

29

localizadas em Paris e Bolonha. A partir daí, no século XV, surtem os efeitos da

Reforma e Contra Reforma. Nesse período, a universidade se estende pelos

principais países europeus. As descobertas científicas do século XVII, associadas ao

iluminismo no século XVIII, fizeram com que fosse institucionalizada à ciência.

Deste modo, aparece a universidade moderna, que impunha novos padrões de

relação com o Estado. Essa instituição que se iniciou no século XIX, persiste até os

dias atuais.

Informado o surgimento da universidade, faz-se necessário, focalizar o

Brasil. Este país chegou à independência sem nenhum instituto de educação

superior. Isso resultava na saída dos jovens nascidos no país rumo a Coimbra a fim

de adquirir formação superior4. Dessa forma, o país dispunha de uma pequena

parcela de pessoal qualificado nesse âmbito. Contudo, as primeiras começaram a

serem implantadas em 1822.

De acordo com RIBEIRO (1982), no ato da proclamação da República

havia apenas cinco faculdades, sendo 02 (duas) de Direito nas cidades de São

Paulo e Recife; 02 (duas) de Medicina na Bahia e no Rio de Janeiro e 01 (uma)

Politécnica no Rio de Janeiro. Estas faculdades atendiam, cerca de 2.300

estudantes. Diante de um processo lento, o Brasil chegou em 2003 com um total de

1.859 instituições de ensino superior. Dentre essas 1.652 eram privadas e 207

públicas, constituindo um percentual de 88,86% e 11,14 %, do total respectivamente.

Eram atendidos 1.540.431 alunos, ou seja, um aumento de 66.975,26%, ao se

comparar com o ano de 1822. Desses 1.540.431 alunos, 321.6895 pertencem à rede

pública, representando um percentual de 1,71% da população brasileira em 2003.

Não obstante, no mesmo Minas Gerais possuía 265 instituições, sendo

desse montante, 8,69% públicas e 91,31% privadas. Neste estado um total de

155.773 alunos estavam inseridos no ensino superior. Deste montante 23.049

estavam arraigados na rede pública e 132.724 na rede privada, compondo um total

de 0,12% e 0,70% respectivamente da população do estado. A rede estadual

(4) RIBEIRO, D. A Universidade Necessária. 4ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982. (5) MEC. Ministério da Educação. Disponível em <http://www.inep.gov.br/superior/censosuperior/default.asp>. Acesso em 13/10/06.

Page 30: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

30

abrigava em 2003 um total de 5.4636 estudantes, correspondendo a 23,70% do total

das instituições públicas instaladas na região.

Segundo CARDOSO (2000), a ocupação econômica da região Norte

Mineira foi atrelada a outras atividades exploradas em outros espaços, nacionais ou

estrangeiras. Essas atividades coligadas a diversos fatores econômicos e sociais

foram responsáveis por uma série de mudanças na organização produtiva da região.

Por intermédio da criação da Superintendência de Desenvolvimento do

Nordeste (SUDENE), órgão voltado para ascensão do desenvolvimento regional,

essa região passou a apresentar novas características em sua estrutura produtiva.

Assim, ao longo do tempo, pôde-se verificar a ampliação da importância dos setores

secundário e terciário de algumas localidades. Esse fato possibilitou a alteração na

relevância relativa de tais áreas. Contudo, outros fatores de origem interna e externa

à região, motivados por interesses de agentes públicos e privados a atuarem no

cenário regional, influenciaram na transformação da estrutura produtiva (CARDOSO,

2000).

Considerando esse cenário, o setor terciário se caracterizava por seu

significativo entrave em todos os âmbitos, até mesmo, no que diz respeito ao

segmento educacional. CARDOSO (2000) aborda que na década de 1960 a

realidade era a seguinte:

(...) no ensino médio, apenas os municípios de Montes Claros, Januária e Pirapora dispunham de uma rede com mais de cinco unidades escolares, enquanto 03 municípios dispunham de 02 unidades; 10 com apenas uma; e, 26 sem nenhuma unidade escolar. Quanto ao ensino superior, apenas Montes Claros o possuía. (CARDOSO, 2000, P. 255).

1.3.2 Surgimento/fundação da UNIMONTES e estrutura organizacional

A criação da Fundação Norte-Mineira de Ensino Superior (FUNM) em

1964, hoje UNIMONTES, está relacionada a um “sentimento regionalista”, o qual

(6) MEC. Ministério da Educação. Disponível em <http://www.inep.gov.br/superior/censosuperior/default.asp>. Acesso em 13/10/06.

Page 31: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

31

coloca a cidade de Montes Claros/MG como o “eixo central” de uma ampla e

extensa região distante dos grandes centros urbanos. É a única Universidade

pública, cuja sede se localiza no Norte de Minas, e conforme GONÇALVES (2000) é

uma que atende a clientela da região norte mineira sendo esta a maior coletora de

seus frutos.

A primeira unidade de ensino superior surgida na FUNM foi a Faculdade

de Direito (FADIR), em novembro de 1965. Logo após foi instituída a Faculdade de

Filosofia, Ciências e Letras (FAFIL). Em 1969 surgiu a Faculdade de Medicina

(FAMED) e no ano de 1972, a faculdade de Administração e Finanças (FADEC). E

finalmente em 1986, fundou-se a Faculdade de Educação Artística (FACEART).

O primeiro Diretor-Geral da FUNM, nomeado pelo Governador Aureliano

Chaves em 1976, pelo trabalho que já vinha realizando na instituição, foi o médico e

escritor João Valle Maurício. A primeira consulta à comunidade acadêmica para a

escolha do Diretor-Geral, elegeu o professor José Geraldo de Freitas Drumond. Em

1989, a FUNM foi estadualizada constituindo a UNIMONTES.

Constitucionalmente confirmada como autarquia estadual, a Lei Estadual

n.° 11.517, de 13 de julho de 1994, reorganiza a estrutura da UNIMONTES. A

Universidade foi estruturada em centros de Ensino, sendo extintas as antigas

faculdades.

Em 1995 a UNIMONTES amplia seus limites de atuação, iniciando um

processo de expansão regional. Neste ano, foi instalado o campus de Januária/MG,

que em 2005 possuía os cursos de Letras Inglês, Letras Português, Normal Superior/

Magistério da Educação Infantil, Normal Superior/Magistério das Séries Iniciais do

Ensino Fundamental, Pedagogia e Educação Física Bacharelado e Licenciatura. Em

1996 foram instituídos os campi de Janaúba/MG com os cursos de Agronomia e

Normal Superior/Magistério das Séries Iniciais do Ensino Fundamental e que além

desses, em 2005, já possuía o curso de Pedagogia; e Pirapora/MG, contendo os

cursos de Geografia, Normal Superior/Magistério das Séries Iniciais do Ensino

Fundamental e Pedagogia.

Desde a estadualização, no ano de 1998, ocorreram as primeiras eleições

para Reitor e Vice-Reitor da UNIMONTES. Foram nomeados os professores José

Geraldo de Freitas Drumond e o Paulo César Gonçalves de Almeida

respectivamente. Em 2000 cria-se o campus de Almenara/MG, oferecendo os cursos

Page 32: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

32

de Letras Português e Normal Superior/ Magistério da Educação Infantil e

Pedagogia. Posteriormente, em 2001, é implantado o curso de Zootecnia em

Salinas/MG.

Segundo o Relatório de Gestão 2004-2005, os campi oferecem diversos

cursos a saber: em Brasília de Minas/MG – Normal Superior/ Magistério da

Educação Infantil e Pedagogia; Espinosa/MG – Normal Superior/ Magistério da

Educação Infantil, Normal Superior/Magistério das Séries Iniciais do Ensino

Fundamental e Pedagogia; Noroeste ( Unai/MG – Letras Português e Ciências

Biológicas; Paracatu/MG – Normal Superior/Magistério das Séries Iniciais do Ensino

Fundamental, Pedagogia e Matemática); São Francisco/MG – História e Matemática;

Joaíma/MG – Pedagogia.

O campus de Montes Claros/MG oferta os seguintes cursos: Artes,

Filosofia, Geografia, História, Letras/Espanhol, Letras/Inglês, Letras/Português,

Normal Superior/ Magistério da Educação Infantil, Normal Superior/Magistério das

Séries Iniciais do Ensino Fundamental, Normal Superior (MSIEF E MEI), Pedagogia,

Ciências Biológicas Bacharelado, Ciências Biológicas Licenciatura, Educação Física

Bacharelado, Educação Física Licenciatura, Enfermagem, Medicina, Odontologia,

Administração, Ciências Contábeis, Ciências Econômicas, Ciências Sociais, Direito,

Serviço Social, Matemática e Sistema de Informação.

Até agora foram lembrados apenas cursos regulares. Entretanto, a

Universidade fornece vários cursos Emergenciais, Modulares, Seqüenciais e Cursos

Técnicos, totalizando 91 cursos. Vale ressaltar, os cursos de Pós–Graduação lato

sensu, em várias áreas de conhecimento, além dos cursos de Pós-Graduação stricto

sensu. Em 2005 eram oferecidos 19 cursos de Pós–Graduação lato sensu e 3

cursos de Pós-Graduação stricto sensu a título de mestrado (Mestrado em

Desenvolvimento Social, Mestrado em Ciências Biológicas e em Produção Vegetal

no Semi-Árido).

1.3.2.1 O processo seletivo

Os processos seletivos considerados tradicionais, que acontecem

normalmente em julho e dezembro de cada ano, são divididos em dois grupos,

visando maior oportunidade de concorrência no que diz respeito aos candidatos,

Page 33: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

33

além de possibilitá-los maiores oportunidades de escolha, já que podem se inscrever

em até 2 cursos. Além desses, há o Programa de Avaliação Seriada para o Acesso

ao Ensino Superior (PAES), processos Seletivos Emergenciais e Seqüenciais e o

Sistema de Reserva de Vagas (RELATÓRIO DE GESTÃO, 2004-2005).

1.3.2.2 Corpo docente de discente

No ano de 1997 havia na Universidade 50 mestres e nenhum professor

doutor. Em 2002, este número foi alterado de maneira que dispunha de 207 mestres

e 24 doutores titulados, excluídos os mestrandos e doutorandos. Em 2005 este

número chega a 305 mestres e 64 doutores. Em relação ao corpo discente, estavam

matriculados, neste último ano, em todos os campi um somatório de 31.908 alunos

(RELATÓRIO DE GESTÃO, 2004-2005).

1.3.2.3 Atividades de Pesquisa e Extensão

No que se refere à pesquisa, a Pró-Reitoria de Pesquisa é o setor

responsável pela coordenação e dinâmica de desenvolvimento de programas,

projetos de pesquisa e/ou serviços técnico-científicos executados pela Universidade.

Em 2005, os projetos de pesquisa em andamento totalizavam 129, distribuídos em

118 linhas e em seus respectivos 34 grupos de pesquisa. Na extensão a

Universidade desenvolve atividades, locais, regionais e nacionais7. Os programas de

extensão nesse mesmo ano eram Unimontes Solidária, Universidade e a Idade da

(7) GESTÃO dezembro de 2004 a dezembro de 2005 - Universidade Estadual de Montes Claros. Ação e Desenvolvimento. Montes Claros: Unimontes, 2005.

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34

Prata, Uni-Cidade, Serviço de Assistência Jurídica SAJ/Unimontes, Unimontes

Virtual, Gol de Placa, Quatro Cantos, entre outros8.

Além disso, a área de abrangência da UNIMONTES, vai além das

fronteiras Norte-mineiras. Nesse sentido, atende mais de 300 municípios do Estado,

provenientes do norte, noroeste, vales do Jequitionha e Mucuri, ultrapassando as

fronteiras de Minas Gerais, destacado na tabela que se segue:

TABELA 1: Origem dos egressos da Unimontes – 1995 a 1998

Localização ESPECIFICAÇÕES f i% SUB TOTAIS

Regiões Mineiras

Norte de Minas Região Central Vale Jequitinhonha/Mucurí Vale do Rio Doce Zona da Mata Centro - Oeste de Minas Triângulo Mineiro

83,5 5,5 1,5 0,7 0,7 0,2 0,2

92,3%

Outros Estados do Brasil e Distrito Federal

Bahia São Paulo Rio de Janeiro Paraná Paraíba Distrito Federal Goiás Alagoas Espírito Santo

2,2 2,0 0,7 0,7 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2

6,6%

Outros Países Angola 0,2 0,2% Respostas em Branco - 0,9 0,9% Fonte: GONÇALVES, R.A. et al. Pesquisa Egressos da UNIMONTES. Julho/2000

GONÇALVES (2000), mostra a absorção dos egressos da UNIMONTES

no mercado de trabalho entre 1995 e 1998. A pesquisa aponta que a absorção é

rápida, já que 96,6% dos egressos de 1998, já se encontravam em plena atividade

de trabalho remunerado. Quanto ao trabalho não remunerado, entre os egressos

nessa posição, conforme a pesquisa estavam alguns estudantes – mestrandos;

candidatos a concursos públicos, como mostra o gráfico que se segue:

(8) GESTÃO dezembro de 2004 a dezembro de 2005 - Universidade Estadual de Montes Claros. Ação e Desenvolvimento. Montes Claros: Unimontes, 2005.

Page 35: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

35

Fonte: GONÇALVES, R.A. et al. Pesquisa Egressos da UNIMONTES. Julho/2000.

GRÁFICO 1: Inserção dos egressos da UNIMONTES no me rcado de trabalho

entre 1995 e 1998

MARTINS (1972) apresentou um modelo hipotético de uma matriz que

dispunha das principais propriedades que evidenciam a importância de instituições

de ensino superior para o desenvolvimento regional. Ele infere esse modelo no

Projeto de Reformulação da FUNM, caracterizando-a como “ideal” para o

desenvolvimento regional.

As repercussões do estudo realizado por Martins (1972), segundo

GONÇALVES (2000), identificam a UNIMONTES como uma Instituição “ideal” para o

desenvolvimento regional, já que esta atende a demanda da própria região. Isso

pode ser verificado procedendo à multiplicação cartesiana dos elementos dispostos

em linhas e colunas, conforme que se segue:

94,5%

5,5%

Com Trabalho Rem unerado Sem Trabalho Rem unerado

Page 36: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

36

TABELA 2: Modelo Estimado Por Roberto Martins

×××× Clientela da região - C R Clientela de outras regiões - C F

Demanda da região – DR (DR , CR) (DR , CF)

Demanda de outras

regiões - DF (DF , CR) ( DF , CF)

Fonte: GONÇALVES, R.A. et al. Pesquisa Egressos da UNIMONTES. Julho/2000.

Conforme a discussão apresentada, verifica-se que a importância das

universidades para as regiões onde estão inseridas, pode se constatada por da

seção relevância do ensino superior para o desenvolvimento regional. Entendida a

magnitude da UNIMONTES, e tendo em vista que o objeto de estudo deste trabalho

é o Campus de São Francisco/MG, a partir daqui, serão abordadas as

especificidades deste Campus.

Page 37: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

37

2 O CAMPUS UNIMONTES NO MUNICÍPIO DE SÃO FRANCISCO/MG

Nesta seção será apresentado primeiramente um breve histórico sobre

o município de São Francisco/MG, destacando suas características físicas, bem

como econômicas. Em seguida, será focalizada a instalação do Campus da

UNIMONTES na referida cidade. Nesse tópico, abordar-se-á desde o acordo à

implantação definitiva do Campus UNIMONTES – São Francisco/MG, ressaltando as

peculiaridades do mesmo. A partir daí responder-se-á questões como: Por quê a

escolha da cidade de São Francisco/MG? Como foram estabelecidos os cursos a

serem oferecidos? E finalmente, serão traçadas as características do Campus,

ressaltando despesas, vinculações do Campus de São Francisco/MG com a

UNIMONTES e Prefeitura Municipal, movimentos de extensão, e as dimensões

tomadas pela Universidade no município.

2.1 O município de São Francisco/MG: característica s físicas e econômicas

Conforme a tradição a localidade onde se situa atualmente o município de

São Francisco/MG, foi escolhida como posto avançado para o ataque à tribo dos

guaíbas, existente na região (situada na ilha de São Romão). Com o nome de

Pedras de Cima, foi fundado por Domingos do Prado, ainda no século XVII. Em

1554, os integrantes da bandeira de Espinosa chegaram nas terras que hoje formam

o município. Mais tarde, a denominação passou a ser São José da Pedra dos

Angicos.

Segundo MELO (1999), os primeiros habitantes da região foram os índios

caipós. O distrito era parte da Vila de São Romão, cuja sede posteriormente passou

a ser São José das Pedras dos Angicos, sendo elevada a categoria de vila e logo

Page 38: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

38

após de cidade pela Lei n° 2416 de novembro de 1887 . Pelo fato do município ser

banhado pelo rio São Francisco, foi então, nomeado São Francisco.

Em 1911, o município de São Francisco/MG segundo BRAZ (1977), era

composto de sete distritos, sendo estes, Morro, Conceição da Vargem, Brejo da

Passagem (Serra das Araras), Urucuia, São Romão e Capão Redondo. Contudo,

por intermédio do Decreto-lei n° 1059 de 31 de deze mbro de 1943, perdeu parte de

seu território.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE,

2000), São Francisco/MG, situa-se na Zona do Médio São Francisco do Estado de

Minas Gerais. Assim, é localizado na mesoregião Norte de Minas Gerais, e mais

precisamente na microregião de Januária, a 156 Km de Montes Claros/MG, logo a

536 Km da capital mineira. Localiza-se também a 498 Km da capital federal. De

território semi-montanhoso, possui uma área de 3.300 km2. Conforme o Instituto

Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais (INDI, 2004) de aspecto plano e

banhado pelo Rio São Francisco é considerado o quarto município em extensão

territorial em Minas Gerais (em 2002) e limita-se ao leste com Luislândia, ao sul com

Icaraí de Minas, ao sudoeste Pintópolis, ao oeste Chapada Gaúcha e ao norte com

Pedras de Maria da Cruz e Januária. Em 2005 a população estimada do município

pelo IBGE9 situava-se em torno de 54.898 habitantes.

De acordo com a Fundação João Pinheiro (FJP, 2003), o PIB pm (a

preços de mercado) do referido município estava em torno de R$ 118.987 mil no ano

de 2003, sendo o PIB pm por habitante equivalente a R$ 2.217, nesse mesmo ano.

Segundo COSTA (2000), a captação, tratamento e distribuição de água é

de responsabilidade da Companhia de Saneamento de Minas Gerais –

COPASA/MG, que atendia em 2000, 100% da zona urbana e aproximadamente 90%

da zona rural. Destaca-se aí a presença de postos artesianos mantidos por

associações conveniadas com a Prefeitura local. A rede de esgoto, encontra-se em

fase de implantação, visando atender a zona urbana. A energia elétrica é

proveniente do sistema de usinas interligadas da Companhia de Energia Elétrica de

Minas Gerais – CEMIG, por meio das Usinas de Pandeiros e Três Marias, que

contribui sobremaneira para o desenvolvimento econômico da região, principalmente

(9) IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em <http://www.ibge.com.br/cidadesat/default.php>. Acesso em 05/10/06.

Page 39: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

39

no que diz respeito à agropecuária, já que, além das pastagens, a maioria das

lavouras são irrigadas por meio de pivôs.

O município encontra-se ligado ao sistema de telefonia fixa da rede

Telemar Norte e Leste S/A. Quanto à telefonia celular, possui cobertura das

operadoras: Tim, Oi, Telemig Celular e Claro. Além disso, há presença de 04

(quatro) emissoras FM de rádio. Com relação à internet, há os provedores São

Francisco Net, Via Sat Net, Uai, entre outros, cuja acessibilidade engloba grande

parte da rede comercial, havendo presença em algumas escolas e residências.

No que se refere aos sistemas de transporte, encontra-se integrado às

principais cidades Norte-mineiras, bem como a capital do Estado e do país. A

principal rodovia se trata da MG 402, que o liga a Montes Claros/MG e a partir desta

a Belo Horizonte. Através desta, é escoada a maior parte da produção agrícola do

município. Outra rodovia de grande importância é a rodovia que o liga ao Distrito

Federal e também a toda a região centro-oeste do país, por meio da qual, se dá o

escoamento de uma parte relevante da produção agrícola e do rebanho bovino.

O transporte fluvial através do Rio São Francisco, já foi muito significativo,

visto que do final do século XVII até a década de 1970, grande parte das

mercadorias que abasteciam a região provinham da região nordeste do país,

especialmente da Bahia, através de permutas entre produtos regionais. O transporte

era feito por embarcações como balsas, batelões, lanchas, etc. Hoje o rio é

praticamente inavegável, cujas embarcações tornaram-se estritamente um meio de

turismo. O modo de interligação de São Francisco/MG à margem esquerda do rio,

ainda é servido pelo transporte fluvial, através de balsas, exploradas tanto pela

Prefeitura, como por particulares. Além disso, o município conta com um aeroporto

asfaltado, com capacidade para receber aviões de médio porte. Contudo, a utilidade

do aeroporto é restrita, pois não conta com escalas regulares de vôos (COSTA,

2000).

A economia de São Francisco/MG está baseada no setor agropecuário,

distribuído em 1770 propriedades rurais (ano de 2000). A pecuária representa o

maior peso, seguida da agricultura, cujas principais culturas são o milho, arroz e a

mandioca. O rebanho bovino, um dos maiores de Minas Gerais, é comercializado

principalmente com Montes Claros/MG e cidades da Bahia. Destaca-se também a

produção de carvão vegetal e peixe. Quanto este primeiro, se constituiu no sustento

Page 40: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

40

da economia entre as décadas de 1970 e 1980. Nos dias atuais, a matéria-prima

para a produção do mesmo se tornou escassa, limitando a produção. Segundo

MELO (1999) a economia sanfranciscana está sustentada particularmente na

atividade agropecuária, tendo o gado bovino ponto significativo.

Para COSTA (2000), em 2000 o município contava com 2800 produtores

rurais regularmente inscritos e 300 (trezentos) não inscritos, uma vez que, a

atividade econômica principal está ligada à criação de gado bovino, destacado pela

boa qualidade no Norte de Minas. Comumente, o setor industrial vem se

desenvolvendo, sendo relevante, a indústria de beneficiamento de madeira, fábrica

de lambris, forro, móveis, fabricação de tijolos furados cerâmicos, pré-moldados,

resfriamento de leite, fábricas de cachaça e farinha, torrefação e empacotamento de

café e beneficiamento de arroz, porém todas são de porte pequeno.

O comércio também contribui para a economia, mas, de forma parcial,

visto que, é formado por pequenas empresas, que geram poucos empregos diretos.

O comércio varejista engloba vários segmentos, como bares, lojas de confecções,

papelarias, móveis e eletrodomésticos, postos de combustíveis, supermercados,

mercearias, lanchonetes, farmácias e drogarias, padarias, materiais de construção,

peças e acessórios, entre outros. Já o comércio atacadista, se destaca apenas no

fornecimento de bebidas, com distribuidoras de cervejas e refrigerantes (COSTA,

2000).

Não obstante, o município possui um largo potencial turístico. Esse se dá

devido às praias e pores-do-sol proporcionados pelo rio São Francisco, por meio de

aprazíveis bares na orla do rio, pousadas ribeirinhas, clubes de pesca, etc. Do

mesmo modo, o número de turistas vem crescendo, principalmente na época de

promoções de eventos, tais como carnavais, aquecendo as vendas neste período,

principalmente, no que tange aos segmentos de bebidas e confecções (COSTA,

2000).

O setor educacional é marcado por uma rede de ensino distribuída entre

as redes municipal, estadual e privada. Segundo o IBGE, em 2004 a rede estava

distribuída da seguinte forma: 05 (cinco) escolas municipais, oferecendo ensino pré-

escolar e 19 proporcionando ensino fundamental; 36 escolas estaduais com ensino

fundamental e 03 (três) oferecendo ensino médio. Quanto ao ensino privado, em

2006, há 03 (três) escolas particulares, sendo que uma oferece educação infantil,

Page 41: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

41

ensino fundamental e médio, outra oferece ensino fundamental e médio e a terceira

educação infantil e ensino fundamental. A quantidade de alunos matriculados em

2004, no ensino pré-escolar, na cidade, estava em torno de 1.044, no ensino

Fundamental esse número era 14.510 e no ensino médio, em torno de 2.943 alunos.

Existe, ainda na cidade, um cursinho pré-vestibular, com enfoque na área integral; e

03 (três) escolas de nível superior, sendo 01 (uma) estadual (UNIMONTES) e 02

(duas) privadas.

A cidade de São Francisco/MG possui uma infra-estrutura básica, mas

capaz de atender suas necessidades e das cidades vizinhas (COSTA, 2000), como

rede bancária com a presença do Banco do Brasil e Bradesco; Agência do Instituto

Nacional do Seguro Social (INSS); Comarca; Um Hospital mantido pelo município

através do Sistema Único de Saúde (SUS); Administração Fazendária; Empresa de

Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER); Instituto do Meio Ambiente (IMA);

Instituto Estadual de Florestas (IEF); Companhia de Polícia Militar; Cartórios;

Agência dos Correios; Entidades Filantrópicas; etc.

2.2 A implantação do Campus da UNIMONTES no município de São

Francisco/MG

As negociações para a implantação do Campus da UNIMONTES em São

Francisco/MG foram iniciadas quando o professor José Geraldo de Freitas Drumond

era Reitor da Instituição. Contudo, só foram concluídas no momento em que o

Professor Paulo César Gonçalves de Almeida – atual reitor – já havia assumido o

cargo. No desenrolar das negociações houve interesse tanto da Prefeitura Municipal

de São Francisco/MG como da UNIMONTES, mas a procura partiu da primeira. A

existência de um débito da Prefeitura com a referida Universidade na realização de

cursos anteriormente ministrados no município, desde a administração precedente a

do ex-prefeito Severino Gonçalves da Silva – administração em que se deu a

implantação do Campus – inviabilizou o rápido retorno da Universidade quanto a

procura para a instalação do núcleo. Enquanto a situação não foi regularizada, o

Page 42: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

42

andamento permaneceu comprometido. Após a regularização, não houve

dificuldades, já que o atendimento tornou-se ágil.

Conforme o ex-prefeito do município, Severino Gonçalves da Silva, o

interesse da Prefeitura pela UNIMONTES, se deu pelos seguintes motivos:

“Em primeiro lugar, as pessoas como eu, que não tiveram a oportunidade de estudar, acreditam que o fornecimento do estudo é a solução para o município. Além disso, o mundo de hoje, nos cobra a necessidade de aprender mais. O que eu aprendi, (...) antigamente, era talvez o suficiente para se viver naquela época, mas hoje o curso que você está fazendo, por exemplo, se você não o tivesse feito, talvez não teria condições de chegar onde você pode chegar. Eu sempre percebi essa necessidade. (...) Sempre quis trazer a UNIMONTES. Sempre achei que a UNIMONTES era a nossa solução”.

O ex-prefeito ressalta, ainda, a importância da instalação do Campus

Universitário para a economia e para os negócios. A isto, acrescenta-se o fato de os

alunos cujos pais, muitas vezes, nem mesmo possuem condições financeiras de

modo a custear o filho em localidades externas, receberem uma estrutura de

qualidade sem ter de deixar o município. Ou seja, uma universidade no município é

responsável pela fixação da população. Outro fato relevante é a atração de pessoas

de outras naturalidades, que possibilitam uma maior circulação de capital,

dinamizando o comércio, o setor hoteleiro, etc. Ademais, o fato de ter um Campus

como o da UNIMONTES no município, subentende-se que a estrutura é suficiente

para ter outras faculdades, porque a UNIMONTES não se instala em cidades

desestruturadas. Conforme Severino:

“A UNIMONTES, não vai em qualquer lugar. (...) Então desperta o interesse das outras faculdades de entrar no município. Já que nós só temos dois cursos, chegam outras com letras, pedagogia. Vão chegando os outros cursos. A cada dia vai se formando um e mais um. E eu não tenho dúvida nenhuma que dentro de mais uns vinte anos nós teremos em São Francisco todos os jovens qualificados, em nível superior. Isso porque o número de faculdades hoje em nível de estado, de municípios é muito grande”.

E por quê a UNIMONTES? De acordo com o ex-prefeito a UNIMONTES

sem sombra de dúvidas, é o ensino mais técnico oferecido no Norte de Minas,

proporcionando um ensino de qualidade a custo zero, o que possibilita

acessibilidade às variadas classes sociais.

No desencadear das negociações, surgiu o interesse pela implantação de

diversos cursos, mas no decorrer do tempo, as dificuldades foram surgindo. Outras

cidades Norte-mineiras também demonstraram interesse e ao final, foram

implantados apenas dois cursos em São Francisco/MG.

Page 43: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

43

Para a escolha dos cursos a serem oferecidos, foi feita uma pesquisa por

parte da UNIMONTES, estabelecendo-os conforme as potencialidades (oferta e

demanda) da região, mediante o interesse da Prefeitura. Os cursos de Matemática e

História foram escolhidos por serem os que possuíam maior abrangência na região,

já que a finalidade do Campus não era a de atender estritamente a São

Francisco/MG. Além disso, em nenhum outro Campus eram ofertados tais cursos.

Ao final, os mesmos foram implantados, constituindo o Campus da UNIMONTES no

município de São Francisco/MG, cujas aulas foram iniciadas em fevereiro de 2003,

com 60 (sessenta) alunos.

Estabeleceu-se um convênio entre a Prefeitura e a Unimontes, por meio

do qual a primeira arcou com o local de funcionamento, o transporte, o alojamento e

a alimentação dos professores, e à UNIMONTES coube a disponibilização e o

pagamento dos professores.

2.3 O Campus da UNIMONTES em São Francisco/MG

Visto o processo de implantação do Campus, cabe, neste momento,

traçar as peculiaridades do mesmo. Essa nova unidade da UNIMONTES se localiza

na Av. JK, s/n, centro, na cidade de São Francisco/MG, sendo coordenado pela

Professora Lenize Vilas Boas, do departamento de História. Como já ressaltado,

são oferecidos os cursos de História e Matemática. No Campus, as atividades são

iniciadas às sete da manhã e encerram-se às vinte e duas horas e trinta minutos,

havendo uma pausa de 2 horas, às 12 horas e trinta minutos – horário de almoço. O

turno em que são ofertados os cursos é o noturno. Além disso, o processo seletivo é

anual e único, mas para o atual primeiro período de Matemática houve dois

processos: um no final do ano de 2005, e outro no meio do ano de 2006. Isso porque

não se completou a primeira turma do início do ano. Os períodos em andamento

são: História, o oitavo, o sexto, o quarto e o segundo; e Matemática, o oitavo, o

sexto, o quarto e o primeiro.

O Campus iniciou suas aulas com 60 (sessenta) alunos, esse número foi

evoluindo à medida que se realizaram novos processos seletivos, e atualmente

possui 189 alunos, sendo 108 do curso de História e 81 do curso de Matemática. O

Page 44: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

44

mesmo se verificou para o número de professores. Atualmente, o corpo docente

chega a 27 professores que, em sua maioria, são de Montes Claros/MG. No entanto,

já conta com professores do próprio município.

A responsabilidade de transporte desses professores de Montes

Claros/MG é da Prefeitura Municipal de São Francisco/MG. É ela quem faz as

licitações e o transporte é realizado por uma Vam terceirizada, cujos proprietários

são da cidade de São Francisco/MG. Normalmente o veículo apanha os professores

em Montes Claros/MG todos os dias úteis, chegando em São Francisco/MG às

dezenove horas, retornando as vinte e duas horas e trinta minutos. Quanto aos

funcionários técnico-administrativos, estes não possuem nenhum vínculo com a

UNIMONTES, pois foram cedidos pela Prefeitura. Eles totalizam um número de 10

(dez), exercendo as seguintes funções: 01 (um) assistente técnico em informática,

01 (um) auxiliar escolar, 04 (quatro) bibliotecárias, 01 (um) auxiliar de serviços gerais

e 02 (dois) secretários.

A evolução de alunos e funcionários técnico-administrativos do Campus

pode ser avaliada conforme o gráfico que se segue:

60

101

155

189

020406080

100120140160180200

Qua

ntid

ade

2003 2004 2005 2006

Ano

Alunos Funcionários Técnico-Administrativos

Fonte: Coordenação do Campus UNIMONTES – São Francisco/MG.

GRÁFICO 2: Evolução do número de alunos e professor es do

Campus UNIMONTES – São Francisco/MG

Page 45: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

45

Através do gráfico 2 pode-se perceber que o número de alunos

matriculados no ano de 2004 aumentou em 60,6% ao se comparar com 2003, sendo

esta a maior variação percebida no período. Esse percentual pode ser atribuído ao

fato da chamada “empolgação do início do Campus”, que determinava um índice de

evasão muito pequeno, aliada ao segundo processo seletivo promovido na

instituição. Não obstante de 2004 para 2005 houve um aumento de 53,47%,

evidenciando que a tendência permaneceu. Por outro lado, em 2006 o número de

alunos matriculados passou de 155 para 189, representando uma elevação de

21,94%. É observável que, a expansão do número de alunos no decorrer do tempo,

foi acompanhada de uma redução no ritmo das matrículas. O número de funcionários

também expandiu. Em 2004, representou um aumento de 16,67%, contudo, a

elevação significativa se deu no ano de 2005, representando um percentual de

83,42%. A maior contratação de funcionários pode ser explicada para o melhor

atendimento ao Campus em virtude, por exemplo, da quantidade de alunos. No ano

de 2006, não ocorreu expansão, fato que pode ser acompanhado pelo baixo

crescimento do corpo discente. Acrescenta-se que o Campus não dispunha dos

dados capazes de demonstrar a evolução do corpo docente.

Não há no Campus uma tendência de cursos por gênero, por exemplo: o

segundo período de História, possui 70% dos alunos do sexo masculino; já no

quarto período de Matemática, há mais mulheres que homens. A coordenação ainda

não realizou registros percentuais das origens desses acadêmicos. Mas é

observável que existem mais acadêmicos de outras localidades do que de São

Francisco/MG. Porém, a maioria é da região. Cidades como Brasília de Minas/MG e

Montes Claros/MG têm uma representatividade muito grande, tanto em Matemática

como em História. Entretanto, muitos deles fazem vestibular para estudarem em São

Francisco/MG com a intenção de solicitar transferência para Montes Claros/MG. Por

outro lado, ao chegar em São Francisco/MG, se familiarizam com a região e não

querem retornar, mas de inicialmente a intenção é a contrária, já que procuram

imediatamente informações a respeito de transferências.

Um dos motivos para os acadêmicos agirem dessa maneira, em primeiro

lugar, pode ser a concorrência. Apesar de em São Francisco/MG a concorrência ser

acirrada, ela é menor que em Montes Claros/MG. A coordenadora do Campus alega

ser elevado o número de candidatos por vaga nos cursos oferecidos, dado ao porte

Page 46: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

46

da cidade. Em segundo lugar, os alunos ressaltam a questão financeira. Conforme a

professora Lenize:

“A maioria dos acadêmicos acabam ficando e poucos voltam. Nós já tivemos aqui acadêmicos que foram pra Montes Claros e retornaram para cá. O motivo é maior participação em sala de aula. O professor tem maior ligação com o aluno. Aqui em São Francisco há incentivo ao aluno (...). Aqui tem menos alunos, então há um convívio maior. Os alunos sentem essa diferença quando chegam em Montes Claros.”

Sobre o convênio da UNIMONTES no município de São Francisco/MG, a

professora Lenize acrescenta que:

“Como as prefeituras hoje em dia possuem dificuldades financeiras, acabou a UNIMONTES assumindo muita coisa: a UNIMONTES enviou material de escritório, material de apoio, televisão, retro, som, dvd, geladeira, sem contar os livros que são o básico.”

Quanto aos demais materiais permanentes como computadores, coube à

Prefeitura o fornecimento, mas pelo fato de que no município houve a realização do

Projeto Veredas, entre os anos de 2001 e 2004 pela UNIMONTES, no término do

projeto, o material como livros, computadores, foram doados para o Campus. O

fornecimento de livros para a UNIMONTES – São Francisco/MG se dá por meio da

biblioteca central e da Pró-reitoria de Gestão e Finanças. As licitações são feitas no

almoxarifado da UNIMONTES. Através de memorandos, a coordenadora do Campus

faz solicitações tanto para a Prefeitura quanto para a própria UNIMONTES, que

devido às dificuldades da Prefeitura, também contribui.

No Campus não há registros dos pedidos ou mesmo dos materiais

recebidos. Material de limpeza, há sempre existência de pedidos em grande

quantidade, por isso os pedidos ocorrem uma vez ou outra, em um intervalo de

tempo de aproximadamente três meses. Não ocorrem gastos elevados com material

de escritório, por exemplo. Já cartuchos de tinta, possuem um peso relevante, dado

o fornecimento de declarações e históricos, sendo os mesmos fornecidos pela

UNIMONTES, bem como resmas de papel, etc. Entretanto, os materiais de escritório

são solicitados junto a Prefeitura. Os pedidos à Prefeitura são feitos no início de

cada ano, com programação prevista para praticamente o ano todo. Tal ocorrência

se dá devido à necessidade de licitações, que impossibilitam a agilização do

processo. Além disso, a Prefeitura fornece todo apoio nas despesas com pessoal,

no que diz respeito aos funcionários técnico-administrativos e servidores.

Page 47: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

47

O Campus UNIMONTES – São Francisco/MG é uma extensão da

UNIMONTES. Dessa forma, antes da realização de projetos, devem ser

devidamente autorizados pela sede, sendo assim, tudo a que o campus de Montes

Claros/MG adere, automaticamente também se realiza em São Francisco/MG.

Quanto às provas de vestibular, estas são aplicadas no próprio Campus.

O funcionamento do núcleo nesse âmbito é semelhante ao de Montes Claros/MG.

Os alunos da região podem fazer inscrições e provas em São Francisco/MG. Ali é

realizado o PAES, o vestibular tradicional, e demais processos seletivos conforme a

regra vigente em Montes Claros/MG. Durante a realização dos exames seletivos, a

demanda é elevada, havendo a presença de diversas salas de aula completas.

Acrescenta-se a isso, o fato de que não se aplica provas apenas nas áreas de

humanas e exatas. Um candidato pode, por exemplo, se inscrever para o curso de

Medicina e fazer a prova na cidade de São Francisco/MG. O processo é o mesmo,

seguindo a mesma metodologia.

O espaço físico onde funciona o Campus, já existia antes da chegada da

UNIMONTES. Neste local funciona paralelamente a Universidade e a Escola

Municipal do Bom Menino. Contudo, como a área estava sobrecarregada, ela teve

de ser adaptada, com recursos e mão-de-obra da Prefeitura, para atender a

UNIMONTES. Foram construídos os laboratórios de Informática e de Física, houve,

ainda, a ampliação do número de banheiros. Porém quem fez o projeto foi a

UNIMONTES. O Campus hoje não possui uma estrutura adequada, pois já ficou

pequeno. No início eram 02 (duas) turmas. Atualmente, tem-se 08 (oito), assim o

Campus encontra-se lotado. Já existem projetos de expansão do espaço físico em

andamento. Recentemente, uma vereadora do município encaminhou um ofício para

o prefeito solicitando a doação de um terreno para a construção de novo Campus de

maneira a abrir espaço para a instalação de mais cursos. Só existem dois cursos em

andamento por falta de salas disponíveis, tanto de estudos, como para a construção

de novos laboratórios. Entretanto, para a implantação dos mesmos, a iniciativa tem

que ser da Prefeitura. Sobre isso, o atual prefeito José Antônio Rocha Lima afirma

que:

“Tem um projeto aqui na minha mesa dos vereadores pedindo a doação de um terreno para o futuro Campus da UNIMONTES, eu estou analisando esse projeto. Essa indicação do vereador e provavelmente nós vamos fazer isso, a doação de uma área maior, para que se for interesse a UNIMONTES venha a se instalar, ampliando aqui o Campus dela, as faculdades e os serviços que ela presta a comunidade.”

Page 48: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

48

O Campus possui 17 salas, sendo 08 (oito) delas para a realização de

aulas; 02 (dois) laboratórios, 01 (um) de Informática e outro de Física; 04 (quatro)

banheiros; 01 (uma) secretaria e 01 (uma) biblioteca. O laboratório de informática

está equipado com 20 (vinte) computadores, e a biblioteca com 937 livros

catalogados.

De acordo com o Secretário Municipal de Finanças de São Francisco

Constantino Netto, no período de janeiro a agosto de 2006 a Prefeitura realizou os

seguintes gastos com o Campus:

TABELA 3: Gastos da Prefeitura Municipal de São Fra ncisco/MG com o Campus

da UNIMONTES no período de janeiro a agosto de 2006

GASTO VALOR EM R$

Alimentação dos Professores 1.124,50

Aquisição de Livros 11.041,95

Hospedagem dos Professores 5.152,00

Material expediente 304,40

Previdência* 1.856,04

Salários** 43.853,05

Transporte de Professores 41.517,00

Telefone 2.762,16

Total 107.611,10

Fonte: Secretaria Municipal de Finanças de São Francisco/MG. * Funcionários. ** Funcionários cedidos pela prefeitura.

A tabela 3 permite observar que a Prefeitura tem despendido mais

recursos para cobrir os salários dos funcionários, sendo esse valor correspondente

ao percentual de 40,75% do total dos gastos com o Campus. Em seguida tem-se o

transporte dos professores, constituindo-se um peso de 38,58%, dado ao fato de

que, o mesmo é feito todo dia útil. Não obstante, o dispêndio para a aquisição de

livros é de 10,26%, percentual que pode ser atribuído a fase de estruturação em que

se encontra. A hospedagem dos professores equivale a 4,79%. Os itens telefone

(2,57%), previdência (1,72%), alimentação (1,05%) e material de expediente (0,28%)

representam menor peso no orçamento. Vale ressaltar que o total de gastos com a

Page 49: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

49

unidade equivale a 0,93% da receita do município no período analisado, o que pode

induzir um peso de pequenas dimensões, apesar das alegações de dificuldades

financeiras.

Os gastos em períodos anteriores não foram fornecidos. O mesmo se

observou para os orçamentos da UNIMONTES com o referido núcleo. A

Universidade alega que não há registros de orçamentos específicos por campus,

sendo estes válidos para a UNIMONTES englobando seus diversos núcleos.

2.4 Programas de extensão e eventos promovidos pelo Campus UNIMONTES –

São Francisco/MG

O Campus da UNIMONTES vem ocupando espaço no município, se

destacando pelos programas de extensão e eventos realizados. Conforme a

Coordenadora do Campus Lenize Vilas Boas:

“Nós temos aqui hoje, em termos de um grande movimento na cidade é um pré-vestibular gratuito, voluntário realizado pelos acadêmicos, também com parceria com a Secretaria de Educação. Os acadêmicos fizeram chamadas, foram nas escolas, havendo divulgação também pela Prefeitura. A partir daí foram realizadas as inscrições. Foram três dias de inscrições. Nesses três dias nós tivemos 600 inscrições. Como só havia condições para atender 70 pessoas, foi feito um critério de escolha entre os mais necessitados. A turma seria preparada para o vestibular do meio do ano, porque no início do ano não se completou a turma de Matemática. Então a preocupação era em fazer o vestibular. Os meninos fizeram um trabalho muito grande, tendo em vista os próprios alunos do cursinho tentarem o vestibular e dentro desse, nós saímos vitoriosos. Tivemos vários alunos do cursinho que passaram no vestibular. Foi aí que formou a turma e agora nós estamos aí com o primeiro período de Matemática, que na verdade era para ser o segundo”.

Outro trabalho de extensão de grande repercussão, foi o projeto junto a

um quilombola, na comunidade de Buriti do Meio – distrito de São Francisco/MG,

localizado a 40 Km da cidade. O objetivo do projeto é fazer um resgate da

comunidade. Este público alvo, trabalha com artesanato, produzindo peças de boa

qualidade, que valorizam a cultura local. Contudo, têm muita vontade de continuar

os estudos. Na maioria das vezes eles estudam até o segundo grau e não têm mais

condições de prosseguir. Destarte, a UNIMONTES – São Francisco/MG pretende

proporcionar, nos fins de semana um cursinho pré-vestibular (também voluntário),

tendo em vista a possibilidade deles se prepararem para o vestibular no Campus.

Page 50: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

50

Mas, o projeto encontra-se “engavetado”, no momento, exatamente por causa da

distância, sendo necessário meios de transporte.

Há impedimentos, ainda, com relação aos gastos com água,

alimentação, etc. Nesse aspecto, o Campus, necessita de suporte da Prefeitura, que

por enquanto ainda não foi alcançado. Entretanto, os elaboradores do projeto, estão

providenciando uma emenda a ser enviada para a assembléia legislativa, a fim de

obter um microônibus para o Campus de São Francisco/MG, ficando a Prefeitura

responsável pelo combustível e pelo pagamento do motorista.

Além disso, o Campus possui outro projeto “arquivado”, no momento, com

vistas a ser retomado. Trata-se de uma pesquisa realizada com os pescadores da

região. Um dos objetivos é, além de fazer o resgate histórico, a construção de um

museu dos pescadores na cidade de São Francisco/MG. Essa pesquisa foi iniciada

com os alunos que, atualmente, se encontram no oitavo período de História, e dado

o tempo de duração previsto, o projeto será repassado para os alunos dos períodos

subseqüentes, que darão continuidade. Desse modo, cada período ficará

encarregado da realização de uma parte.

Além dos projetos em andamento, há registros de vários encontros

culturais no Campus, entre eles, destacam-se os seminários. Esses seminários são

voltados para o resgate histórico de São Francisco/MG, principalmente no que tange

à questão da conservação do patrimônio cultural do município. No ano de 2006, já

houve realização de quatro eventos, nos quais são estabelecidos contatos entre os

acadêmicos. Tais eventos, não têm um período determinado de freqüência: anual ou

semestral, na verdade são estabelecidos conforme as necessidades das disciplinas

do momento. Geralmente são realizados mediante o fechamento de notas das

disciplinas, com a ocorrência também de palestras, e são abertos para toda a

comunidade10.

(10) No início de 2006, por exemplo, o sétimo período de História, promoveu um seminário, no qual foi convidado um professor visitante da Universidade Federal de Uberlândia, juntamente com João Naves Melo, nascido em São Francisco/MG, e que é um dos representantes da questão folclórica em Minas Gerais, evidenciando que no município, existem pessoas que participam diretamente da conservação patrimonial. No final do mês de setembro de 2006, houve um seminário voltado para a política, dirigido pelo Juiz eleitoral do município, com a realização de palestra direcionada, tanto aos alunos da UNIMONTES, como para os de uma outra faculdade estabelecida na cidade, e ainda para todos os alunos do ensino médio. Vale ressaltar, que os departamentos de História e Matemática estimulam a realização desses eventos.

Page 51: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

51

Ainda não foram promovidas feiras culturais, pelo Campus, porém,

quando ocorrem estes tipos de eventos na cidade a UNIMONTES é convidada. Em

agosto de 2006, os acadêmicos participaram do desfile “Raízes Sanfranciscanas”,

que já vem sendo realidade tradicionalmente em São Francisco/MG, cujo tema

desse ano foi o “Cerrado”. O notável com maior freqüência é a preocupação dos

alunos de naturalidades externas a São Francisco/MG. Quando eles se estabelecem

na cidade e se deparam com sua arquitetura histórica e vêem o abandono em que

se encontra, são despertados para a preservação. Observam aspectos simples que

poderiam ser mudados, no entanto, relatam que há resistência por parte da

população.

A cidade de São Francisco/MG, experimentou no ano de 2005 a

realização do programa “UNIMONTES Solidária”. Este programa de extensão se deu

por iniciativa através do campus de Montes Claros/MG, sendo assim, foi

acompanhado de muitos acadêmicos da referida cidade. No momento em que foram

abertas as inscrições para São Francisco/MG, proporcionou o despertar dos alunos

do Campus local, desse modo, foram muitos os inscritos, chegando a um número

superior a 70 (setenta). Só não houve maior participação porque o programa não

comportava, já que vieram aproximadamente 30 acadêmicos de Montes Claros/MG.

O “UNIMONTES Solidária” é um programa implantado na gestão do atual reitor,

Professor Paulo César Gonçalves de Almeida, e tem como objetivo levar o

conhecimento produzido na Universidade às comunidades onde é baixo o Índice de

Desenvolvimento Humano (IDH). O programa conta com o apoio logístico das

prefeituras e é coordenado pela Pró-Reitoria de Extensão, com a participação dos

departamentos, cursos e centros da Universidade.

Segundo a professora Lenize, a realização do programa foi muito válida,

pois houve grande integração. O trabalho foi realizado em dois bairros da cidade,

que chegam a ser marginalizados pela sociedade local. Os resultados foram

satisfatórios, já que os acadêmicos fizeram um trabalho excelente.

Um grande projeto do Campus de São Francisco/MG é a implantação,

que já está sendo levada a efeito, de um grupo de pesquisa do curso de História,

cujas inscrições foram realizadas nos primeiros dias do mês de outubro. Objetiva-se

a implantação definitiva até o final do mês de outubro de 2006.

Page 52: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

52

Ademais, estão sendo realizados muitos trabalhos de monografia

retratando a História de São Francisco/MG, principalmente no que se refere a cultura

local. Isso porque no município possui um largo perfil folclórico, marcado pelas

Festas de Reis, Folias de Reis, etc. Assim, há um grande enfoque por parte dos

alunos no resgate da cultura de São Francisco/MG. No oitavo período de História

serão defendidas pelo menos quatro monografias sobre cultura, as demais são

sobre assentamento, por exemplo, mas todas voltadas para a história da região.

Conforme o relatado nesta seção, foi possível perceber a inserção do

Campus da UNIMONTES no município de São Francisco/MG. O Campus se

constitui uma unidade de importância na região, ao considerar os alunos atendidos e

os trabalhos que vêm sendo desenvolvidos. Nota-se que em um curto período de

tempo vem conquistando o seu espaço, e há uma tendência de expansão,

principalmente, caso seja ampliado o seu espaço físico. Assim a UNIMONTES – São

Francisco/MG é um pequeno núcleo, mas significativo.

A partir desse ponto serão traçados os perfis dos corpos discente e

docente, bem como dos funcionários técnico-administrativos, focalizando a

contextualização da UNIMONTES no desenvolvimento local, principalmente no que

tange às transformações socioeconômicas verificadas.

Page 53: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

53

3 TRANSFORMAÇÕES GERADAS PELA UNIMONTES NA COMUNIDA DE

SANFRANCISCANA

A partir de agora, serão analisadas algumas das transformações que o

Campus da UNIMONTES vem provocando no município de São Francisco/MG.

Primeiramente serão analisados os perfis do corpo discente, docente e funcionários

técnico-administrativos, avaliados por meio de pesquisa de campo. Algumas

questões serão levantadas no que tange ao envolvimento desses indivíduos com a

comunidade local. Logo após, serão retratadas modificações em algumas

instituições de ensino da rede privada existentes no município, bem como de alguns

estabelecimentos comerciais, que podem ser atribuídas ao núcleo implantado.

3.1 Metodologia de análise

3.1.1 Pesquisa descritiva

Para análise dos resultados, adotou-se como método de análise um

enfoque de natureza descritiva, fundamentando-se no uso de pesquisa do tipo

descritiva, cujo propósito é obter um instantâneo preciso de alguns aspectos do

ambiente pesquisado. Isso porque, serão apresentadas algumas das características

aplicáveis às transformações socioeconômicas que o Campus da UNIMONTES

provocou (vem provocando) na cidade de São Francisco/MG, que até então não

foram abordadas, estabelecendo relações entre as variáveis.

Segundo GIL (1989) a pesquisa descritiva tem como objetivo descrever

as características de uma determinada população ou fenômeno, ou mesmo, o

estabelecimento de relações entre variáveis. A pesquisa empírica foi realizada

Page 54: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

54

através da coleta de dados, por meio de pesquisa de campo; ou seja, sob a forma

de levantamento, neste caso, por meio de entrevistas e pela aplicação de

questionários aos acadêmicos, professores e funcionários ténico-administrativos do

Campus e observação sistemática dos indivíduos sob estudo.

3.1.2 População e amostra

A aplicação dos questionários para professores e alunos foi realizada

em grupos nas salas de aula, os quais serão fornecidos a ambos. A população

docente constitui um universo de 27. Dessa forma, procurou-se aplicar

questionários para todos. Contudo, – em virtude de acontecimentos, como o fato

de muitos não serem encontrados, a impossibilidade de responderem no

momento em que foram procurados, etc – os mesmos foram aplicados apenas

para 15 indivíduos, inviabilizando, por questões metodológicas, o estudo mais

acurado dos mesmos. Por sua vez, a população de acadêmicos estudada

compõe um universo de 189. Portanto, para tal estudo, foi calculada uma amostra

para população conhecida (e finita) ou amostragem sem reposição por intermédio

da seguinte fórmula:

( ) q . p . e . 1

q . p . 22

2

ZN

ZNn

+−= .

Sendo:

N → tamanho da população;

Z → fator Z equivalente ao nível de confiança selecionado;

e → margem de erro (distância entre o valor ”verdadeiro” e a estimativa);

Page 55: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

55

p → proporção ou probabilidade esperada de ocorrência da categoria a ser estimada;

q → chance de ocorrer a outra categoria. Complemento de p → (p + q) = 100%.

Foi utilizado um nível de confiança de 95%, ou seja, Z = 1,96 e uma

margem de erro de 5%. Como não havia o conhecimento dos valores dos

parâmetros p e q, em vez de utilizar o valor de 0,5 para cada parâmetro, realizou-se

uma pesquisa piloto. A pesquisa-piloto foi de 30 (trinta) elementos selecionados

aleatoriamente da população. Uma vez aplicados os questionários para estes 30

(trinta) elementos, calculou-se os respectivos valores de p e q para tal fórmula,

obtendo-se os valores de 0,96 e 0,04 respectivamente. Assim, foi calculada a

amostra de alunos a serem estudados, constituindo um número de 45 elementos.

Contudo, a amostra foi ampliada para 50 (cinqüenta) indivíduos reduzindo a margem

de erro para 4,7%.

A utilização da fórmula anterior tem o intuito de estimar o tamanho da

amostra para a proporção, já que se verificou, entre outras variáveis, se os alunos

estão ou não inseridos no mercado de trabalho (atuando na área de formação).

Assim, tem-se duas respostas possíveis para uma variável qualitativa, em que

uma proporção dos alunos está atuando no mercado de trabalho e a outra não. É

importante ressaltar que se trata de uma amostra aleatória simples.

Quanto aos funcionários técnico-administrativos, o Campus possui um

montante de 10 (dez). Assim, procurou-se aplicar questionários para a população

como um todo.

Ademais, as entrevistas foram realizadas com o ex-prefeito, com a

coordenadora do Campus, prefeito atual, representantes das escolas particulares

e do cursinho pré-vestibular.

3.2 Perfil do corpo docente, discente e funcionário s técnico-administrativos do

Campus da UNIMONTES em São Francisco/MG

Faz-se necessário traçar os perfis dos corpos docente, discente bem

como, dos funcionários técnico-administrativos do Campus. Estes podem ser

Page 56: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

56

verificados por meio da pesquisa de campo realizada durante a efetivação deste

trabalho.

3.3.1 Corpo discente

Inicialmente, serão retratadas as características dos acadêmicos

entrevistados. O gráfico que se segue, salienta a classificação desses entrevistados

segundo o sexo:

44

56

0

10

20

30

40

50

60

Masculino Feminino

(%)

Masculino Feminino

Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.

GRÁFICO 3: Classificação dos acadêmicos entrevistad os segundo o sexo

O Gráfico acima mostra que a maioria dos pesquisados é do sexo

feminino constituindo um percentual de 56%. No entanto, as diferenças não são

discrepantes evidenciando que no Campus não há uma tendência específica por

sexo. Quanto ao estado civil, em grande parte não são casados, chegando a 74%. O

gráfico abaixo apresenta o estado civil desses acadêmicos:

Page 57: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

57

26

74

01020304050607080

Casado Não Casado

(%)

Casado Não Casado

Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.

GRÁFICO 4: Classificação dos entrevistados segundo o estado civil

Como já ressaltado, o público aqui mencionado ainda é jovem. A idade

prevalecente entre eles é de 20 a 24 anos representando 40% do mesmo. Em

seguida, encontra-se a faixa etária entre 25 e 29 com um percentual de 36%. Isso

pode ser observado no gráfico a seguir:

14

4036

10

0

10

20

30

40

50

Entre 15 e 19 Entre 20 e 24 Entre 25 e 29 Entre 30 e 34

(%)

Entre 15 e 19 Entre 20 e 24 Entre 25 e 29 Entre 30 e 34

Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.

GRÁFICO 5: Classificação dos entrevistados segundo a idade

Outro fator de destaque entre essa amostra é que prevalece o sistema de

moradia em casas alugadas, o que pode ser justificado, pelas origens desses

alunos, já que, grande proporção não pertence ao município de São Francisco/MG.

Vale ressaltar que 36% dos mesmos dividem aluguel, com amigos, ou mesmo,

parentes. Isso evidencia a formação de repúblicas na cidade – fator que antes da

implantação do Campus da UNIMONTES era estranho à população. Outro fato

relevante, é a construção de casas e até mesmo quitinetes destinadas a aluguel,

tendo em vista o atendimento a essa nova população. O gráfico abaixo é capaz de

comprovar essa nova tendência:

Page 58: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

58

28

70

20

1020304050607080

Própria Alugada Cedida

(%)

Própria Alugada Cedida

Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.

GRÁFICO 6: Classificação dos entrevistados segundo a moradia

Quanto à origem, a naturalidade que predominou entre os

entrevistados foi a sanfranciscana com um percentual de 30%. Entretanto, Montes

Claros/MG tem uma representatividade muito grande chegando a 26%. Logo após

encontra-se Brasília de Minas/MG com 20%. As demais cidades Norte Mineiras

somam 14%. Entre essas cidades encontram-se Bocaiúva/MG, Salinas/MG,

Januária/MG, Lontra/MG, Janaúba/MG entre outras. É notável entre a amostra que

90% do atendimento do Campus direciona-se à região Norte Mineira. Esse fato

encontra-se dentro do esperado tendo em vista a tendência vigente na

UNIMONTES, até mesmo por uma questão de proximidade. Contudo, há presença

de 10% que são de outras localidades, tais como São Paulo/SP, Cariri/MA,

Curvelo/MG, etc, demonstrando que o Campus já alcança proporções além das

fronteiras Norte-mineiras.

Nesse sentido, é válido que 46% dos entrevistados mudaram para São

Francisco/MG em função do Campus da UNIMONTES. Por meio deste dado é

possível reafirmar a propensão já citada (de que os acadêmicos em sua maioria não

são originários de São Francisco/MG). Não Obstante, 32% já residiam em São

Francisco/MG. Essa população trata-se da população local que está sendo atendida

pelo Campus. Ora se 30% dos entrevistados são de São Francisco e 32% já

residiam no município, mostra que 2% dessa população residente é originária de

alguma outra localidade, contudo não compromete o resultado da pesquisa por se

tratar de uma parcela muito pequena. Acrescenta-se ainda que 22% dos

entrevistados não residem no município. Essa parcela, utiliza transporte coletivo,

pelo qual freqüentam as aulas e retornam para a cidade de origem todos os dias

Page 59: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

59

úteis. Esse percentual é 100% pertencente ao município de Brasília de Minas/MG,

apesar de haver acadêmicos dessa localidade, residentes em São Francisco/MG.

Não há suporte financeiro para esse transporte. São os próprios alunos que o

custeiam, no entanto, o ônibus contratado pertence a uma empresa da cidade de

Brasília de Minas/MG.

Dentre os acadêmicos que não são residentes em São Francisco/MG,

72% ficam hospedados na cidade ocasionalmente, 18,18% hospedam-se mais de

uma vez por semana e 9,82% ficam hospedados em São Francisco/MG pelo menos

uma vez por mês. Os locais de hospedagem procurados por essas pessoas são

hotéis, pensões e casas de familiares ou amigos, ou mesmo possuem casa própria

na cidade. Entre esses locais, os hotéis representam um peso maior, constituindo

um percentual de 31,81%. Em seguida encontram-se as casas de familiares ou

amigos representando 27,27%. Logo após estão as pensões com 22,72% e 18,2%

ficam em casas próprias. Os gráficos que se seguem apresentam a naturalidade e a

renda familiar mensal dos entrevistados respectivamente:

30

26

20

14

10

0

5

10

15

20

25

30

35

São Franscisco Montes Claros Brasília deMinas

Outra CidadeNorte Mineira

OutraLocalidade

(%)

São Franscisco Montes Claros Brasília de Minas

Outra Cidade Norte Mineira Outra Localidade

Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.

GRÁFICO 7: Classificação dos entrevistados segundo a naturalidade

Page 60: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

60

8

24

46

10 12

0

10

20

30

40

50

Abaixo de 1 Entre 1,1 e 3 Entre 3,1 e 5 Entre 5,1 e 7 Acima de 7,1

(%)

Abaixo de 1 Entre 1,1 e 3 Entre 3,1 e 5 Entre 5,1 e 7 Acima de 7,1

Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.

GRÁFICO 8: Classificação dos entrevistados segundo a renda familiar mensal

(em salários mínimos)

A renda familiar predominante da referida amostra tende para a faixa de

renda entre 3,1 e 5 salários mínimos, representando 46% da mesma. Logo após,

está a faixa de renda entre 1,1 e 3 salários mínimos somando 24% e em seguida

uma faixa de renda superior a 7,1 salários mínimos. Os fatores que representam

maior em seus orçamentos são: alimentação, moradia, lazer, transporte, entre

outros.

Conforme a teoria da renda permanente11 a idade acadêmica é

acompanhada de poupança. Os acadêmicos, na idade jovem, costumam dividir

contas entre si em barzinhos. Isso pode ser observado também para outros itens,

como aluguéis. Destarte, os gastos dos acadêmicos tendem a não ser muito

elevados. Entre os acadêmicos entrevistados, observa-se que 46% possuem

estimativas de gastos na cidade de São Francisco/MG entre 1,1 e 3 salários

mínimos. 30% estimam injetar no município abaixo de 1 salário mínimo. Entre a

referida parcela, está grande parte das pessoas não residentes na cidade. Apenas

8% gastam acima de 7,1 salários mínimos, sendo que entre estes últimos, não há

nenhuma incidência de acadêmicos de localidades externas a São Francisco/MG.

Portanto, a própria população tem injetado essa quantidade, sendo significativo o

peso dos acadêmicos cujo estado civil é o de casado. O gráfico que se segue

mostra as estimativas de gastos desses acadêmicos:

(11) Na hipótese do “Ciclo de Vida”, Franco Modigliani sugere que a poupança varia ao longo da vida do indivíduo de forma previsiva. Nesse sentido, os jovens que trabalham poupam, enquanto os velhos que aposentam despoupam.

Page 61: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

61

30

46

106 8

05

101520253035404550

Abaixo de 1 Entre 1,1 e 3 Entre 3,1 e 5 Entre 5,1 e 7 Acima de 7,1

(%)

Abaixo de 1 Entre 1,1 e 3 Entre 3,1 e 5 Entre 5,1 e 7 Acima de 7,1

Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.

GRÁFICO 9: Classificação dos entrevistados segundo as estimativas de gastos

mensais no município de São Francisco/MG (em salári os mínimos)

Além disso, observa-se que para 38,8% dos discentes a renda após a

inserção na faculdade permaneceu estável. Para 36,7% esta aumentou e 24,5%

afirmam que houve diminuição após a entrada. O fato de que para 75,5% dos

acadêmicos não houve diminuição na renda pode ser explicado em parte pela

inclusão no mercado de trabalho, tendo em vista que 68% já estão atuando no

mesmo e que 22% nunca exerceram a atividade. Outra parcela pode ser

compreendida pelo fato de 8% dos alunos já terem exercido a atividade há muito

tempo e devido à inclusão na instituição retornaram. A estabilidade, ou aumento da

renda pode ocorrer ainda porque 10% dos pesquisados já desempenharam

atividade na área e atualmente trabalham em outro local, havendo nessa mudança

de ambiente uma variação positiva da remuneração. Vale ressaltar que 2% dos

acadêmicos ocupam um cargo mais elevado atualmente. Por outro lado, 26% já

praticavam a atividade de trabalho atual antes do ingresso na faculdade. A seguir

tem-se a classificação dos entrevistados em relação à atuação no mercado de

trabalho:

Page 62: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

62

Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.

GRÁFICO 10: Classificação dos entrevistados segundo a inserção no mercado

de trabalho

A maior parte da remuneração desses entrevistados está

compreendida entre 2,1 e 3 salários mínimos com um percentual de 22%. Em

seguida, representando 16% aparece à faixa salarial entre 1,1 e 2 salários mínimos.

Merecem destaque os 6% que cumprem atividade não remunerada, cujo objetivo é

adquirir experiência durante a academia, e os 4% que possuem remuneração

superior a 4,1 salários mínimos. Estes percentuais estão de acordo com os gastos

mensais estimados. Quanto à contribuição dos respectivos cursos para o fato de

estarem ou não atuando no mercado de trabalho, 66,3% concordam que têm

contribuído para tanto. No entanto 20,4% discordam dessa afirmação e 16,3%

permanecem indiferentes. O gráfico que se segue é capaz de retratar a variação

salarial dos entrevistados:

68

32

01020304050607080

Já Estão Atuando no Mercado deTrabalho

Não Estão Atuando no Mercado deTrabalho

(%)

Já Estão Atuando no Mercado de Trabalho Não Estão Atuando no Mercado de Trabalho

Page 63: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

63

6

1416

22

64

32

0

5

10

15

20

25

30

35

Não éRemunerado

Abaixo de 1 Entre 1,1 e 2 Entre 2,1 e 3 Entre 3,1 e 4 Acima de 4,1 Não Trabalha

(%)

Não é Remunerado Abaixo de 1 Entre 1,1 e 2 Entre 2,1 e 3 Entre 3,1 e 4 Acima de 4,1 Não Trabalha

Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.

GRÁFICO 11: Classificação dos entrevistados remuner ação mensal obtida no

trabalho atual (em salários mínimos)

A maioria desses acadêmicos (38%) está no 6° perío do de ambos os

cursos, evidenciando a absorção de uma parcela pelo mercado de trabalho nesse

patamar. Em seguida, encontram-se os alunos do 4° período tanto de História

como de Matemática, com um percentual de 28%. Logo após, aparece a

percentagem de 22% para os que estão no 8° período. E finalmente, a de 12% para

os acadêmicos do primeiro de História e segundo período de Matemática juntos. O

gráfico que se segue será apresentado o percentual dos entrevistados conforme os

cursos:

60

40

0

10

20

30

40

50

60

70

História Matemática

(%)

História Matemática

Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.

GRÁFICO 12: Classificação dos entrevistados segundo o curso

Page 64: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

64

No que se refere aos eventos de extensão promovidos pelo Campus, é

notável que muitos dos entrevistados já ouviram falar sobre algum. Esse número

chega a 86%, com contrapartida de 14%, que não sabem a respeito dessas

promoções. Dos 86%, 20% não participaram dos eventos fomentados, 30%

atuaram parcialmente e 26% tiveram boa participação. É relevante que 12% dizem

ter colaborado na elaboração destes. Há maior incidência de participação nos

eventos de natureza cultural com 32,6% de participação, seguidos dos de natureza

acadêmica com 25,5%. A introdução nos de cunho político e esportivo é de 17 % e

10,6% respectivamente.

Com relação aos acontecimentos externos à sede, tais como viagens,

nota-se que 72% já participaram de algum e 28% nunca participaram. Na sucessão

desses eventos, geralmente, não há apóio financeiro. Assim, os acadêmicos se

autocusteiam. Entre esses, sobressaem excursões para cidades históricas,

encontros, congressos, minicursos, palestras vinculadas aos cursos etc. Muitos

desses, ocorrem no campus de Montes Claros/MG, entretanto, há significativa

incidência de viagens para outras cidades. Neste caso, são contratados ônibus que

de modo geral são de agências de São Francisco/MG, Brasília de Minas/MG e

Montes Claros/MG. O gráfico a seguir apresenta o grau de conhecimento sobre

esses acontecimentos por parte dos alunos:

86

14

0102030405060708090

100

Já Ouviu Falar sobre Algum Evento deExtensão Realizado pelo Campus

Nunca Ouviu Falar sobre Algum Evento deExtensão Realizado pelo Campus

(%)

Já Ouviu Falar sobre Algum Evento de Extensão Realizado pelo Campus

Nunca Ouviu Falar sobre Algum Evento de Extensão Realizado pelo Campus

Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.

GRÁFICO 13: Classificação dos entrevistados segundo o conhecimento dos

eventos promovidos pelo Campus

Page 65: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

65

Outro importante fator examinado é a interação desses estudantes com a

sociedade local. A maioria atenta para a elevada integração, ou seja, essa é a

opinião de 32% dos mesmos. 30% acreditam que há pouca interação e 24% dizem

haver média. Uma parcela de 8% julga-se em excepcional intercâmbio com a

comunidade local e 6% afirmam que a faculdade não tem contribuído para isso.

Esses números retratam que a cidade tem recebido bem esses acadêmicos, apesar

de haver rejeição por parte de alguns. De fato, esses indicadores foram progredindo

com o tempo, mas ainda há muito que se mudar na mentalidade de ambas as

partes, no sentido de haver maior influência mútua. E finalmente, 62% dos

graduandos concordam parcialmente com a afirmação de que o Campus tem sido

significativo para a economia local, 26% aderem totalmente a tal afirmação, 8%

discordam parcialmente e 6% não consideram o Campus importante para a

economia e para os negócios. Os gráficos que se seguem, mostram a interação do

acadêmico com comunidade local, e a opinião do mesmo, com relação à relevância

do Campus para a economia:

6

30

24

32

8

0

5

10

15

20

25

30

35

Não Tem Contato - AFaculdade Não

Contribui para Isso

Há Pouca Interação Há Média Interação Há Muita Interação Há ExcepcionalInteração

(%)

Não Tem Contato - A Faculdade Não Contribui para Isso

Há Pouca Interação

Há Média Interação

Há Muita Interação

Há Excepcional Interação

Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.

GRÁFICO 14: Classificação dos entrevistados segundo a interação com a

comunidade local

Page 66: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

66

4 8

26

62

010203040506070

Discorda Totalmente DiscordaParcialmente

Concorda Totalmente ConcordaParcialmente

(%)

Discorda Totalmente Discorda Parcialmente Concorda Totalmente Concorda Parcialmente

Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.

GRÁFICO 15: Classificação dos entrevistados segundo a opinião sobre a

importância do Campus para a economia local

3.1.2 Corpo docente

Conhecido o perfil do corpo discente entrevistado, cabe neste momento

caracterizar o corpo docente que compõe o Campus UNIMONTES – São

Francisco/MG. Entre os professores entrevistados 40% são do sexo masculino e

60% do sexo feminino, conforme o gráfico abaixo:

40%

60%

Masculino Feminino

Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.

GRÁFICO 16: Classificação dos professores entrevist ados segundo o sexo

Page 67: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

67

Ao analisar os concomitantes estados civis, verifica-se que 47% são

casados e 53% são solteiros. Uma parte mais significativa está na faixa etária entre

30 e 34 anos (47%), seguido da faixa de 25 a 29 anos, representando um percentual

de 40%. Os gráficos abaixo ilustram o estado civil e a idade dos professores,

respectivamente:

53%

47%

Casado Não Casado

Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.

GRÁFICO 17: Classificação dos professores entrevist ados segundo o estado

civil

40%

47%

13%

Entre 25 e 29 Entre 30 e 34 Acima de 35

Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.

GRÁFICO 18: Classificação dos professores entrevist ados segundo a idade

Nota-se um número elevado de professores entrevistados naturais

Montes Claros/MG. Esse montante chega a 73%, o que está dentro do esperado, já

que são fornecidos pelo núcleo principal da UNIMONTES, e dada à escassez de

docentes qualificados na região. Contudo, o Campus já emprega professores de São

Francisco/MG, representando 7% da amostra estudada. É significativo também o

percentual de educadores de origens externas a região Norte-mineira, entre elas

podem ser destacadas Taboão da Serra/SP e Santo Amaro/SP, mas apesar de

Page 68: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

68

serem procedentes dessas localidades, observa-se que são residentes em São

Francisco/MG. O gráfico a seguir mostra a naturalidade desses professores:

7%

73%

7%13%

São Francisco Montes Claros Outra Localidade Norte Mineira Outra Localidade

Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.

GRÁFICO 19: Classificação dos professores entrevist ados segundo a

naturalidade

Mesmo considerando que grande parte dos professores não residem

no município, ou seja, vão todos os dias úteis para o Campus, conforme suas

respectivas aulas, verifica-se que 7% dos mesmos, mudaram para São

Francisco/MG em função do Campus da UNIMONTES e 20% residem no município.

No caso dos 73% que não residem, costumam hospedar-se na cidade

ocasionalmente, chegando esse número a 36%. Em seguida têm-se os que se

hospedam no município pelo menos uma vez por mês representando 28%. Logo

após encontram-se os que ficam hospedados com mais freqüência, sendo estes,

uma parcela de 9%. Vale lembrar que a hospedagem destes professores é custeada

pela Prefeitura. O gráfico a seguir apresenta a classificação dos entrevistados

conforme a incidência de hospedagens em São Francisco/MG:

9%

28%

36%

27%

Acima de Uma Vez Por Semana Pelo Menos Uma Vez Por Mês

Ocasionalmente Reside em São Francisco

Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.

GRÁFICO 20: Classificação dos professores entrevist ados segundo incidência

de hospedagens no município

Page 69: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

69

Quanto à situação de moradia, 60% possuem casas próprias, 27%

moram em casas alugadas e 13% ocupam casas cedidas. Com relação à renda

familiar mensal, a maioria está em um intervalo entre 8,1 e 12 salários mínimos. A

parcela que está contida aí é de 53%. Não obstante, o nível de renda situado entre

4,1 e 8 salários mínimos, aparece logo em seguida, representando 40% dos

entrevistados. E apenas uma minoria de 7% está na faixa de 12,1 a 16 salários

mínimos. As situações relatadas podem ser observadas nos dois gráficos seguintes,

respectivamente:

60%27%

13%

Própria Alugada Cedida

Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo

GRÁFICO 21: Classificação dos professores entrevist ados segundo a moradia

40%

53%

7%

Entre 4,1 e 8 Entre 8,1 e 12 Entre 12,1 e 16

Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.

Gráfico 22: Classificação dos professores entrevist ados segundo a renda

familiar mensal (em salários mínimos)

Avaliada a renda familiar, é necessário conhecer as remunerações

obtidas por esses professores na UNIMONTES. Grande parte dos mesmos, dizem

ser remunerados entre 1,1 e 4 salários mínimos (47%), outra porção significante

(46%) está entre 4,1 e 8 salários mínimos e 7% é remunerada entre 12,1 e 16

Page 70: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

70

salários mínimos. As salários estão convergentes à renda familiar verificada, dada a

quantidade de pessoas que contribuem para o orçamento familiar. Quanto às

diferenças entre as remunerações podem ser explicadas pela situação contratual, já

que 46,7% dos mesmos são designados e 53,3% são efetivos. Pode ser esclarecida

ainda pela quantidade de horas/aula trabalhadas, e também por fatores internos

peculiares a UNIMONTES que não cabe serem discutidos aqui.

O que representa maior peso na renda desses professores, é a

alimentação, seguido de moradia, gastos com educação, vestuário, transporte, entre

outros. Além disso, todos os entrevistados estimam gastos mensais em São

Francisco/MG. 43% dizem gastar entre 4,1 salários mínimos neste município. Nessa

parte estão embutidos quase todos os residentes. Outra parcela representativa em

percentual (43%) foi a que considera auferir gastos abaixo de 1 salário mínimo. Este

número está dentro do previsto, tendo em vista que, a maioria não possui residência

fixa no município. Sendo assim, hospedam-se, em grande parte, ocasionalmente.

Entretanto, muitos afirmam que ao se estabelecerem na cidade, sempre fazem

compras em farmácias, supermercados, lanchonetes, padarias, ou mesmo, que não

resistem “a uma roupa na vitrine de uma loja”. Os gráficos seguintes, exibem a

remuneração junto a UNIMONTES e as estimativas de gastos desses professores

no município:

46%

47%

7%

Entre 1,1 e 4 Entre 4,1 e 8 Entre 12,1 e 16

Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.

GRÁFICO 23: Classificação dos professores entrevist ados segundo a

remuneração junto a UNIMONTES (em salários mínimos)

Page 71: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

71

43%

43%

14%

Abaixo de 1 Entre 1,1 e 4 Entre 4,1 e 8

Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.

GRÁFICO 24: Classificação dos professores entrevist ados segundo as

estimativas de gastos mensais na cidade de São Fran cisco/MG (em salários

mínimos)

Ademais, o nível de qualificação do referido corpo docente é: 53,3%

com pós-graduação latu sensu, e 46,7% com pós-graduação strito sensu

(mestrado). Agrega-se que, 33,3 % são professores do departamento de Matemática

e 66,7% de História. Além disso, 50,3% dos mesmos dizem trabalhar em outras

instituições além da UNIMONTES, entre elas algumas faculdades de Montes

Claros/MG, escolas de ensino médio, etc. Acrescenta-se a isso que a maioria dos

pesquisados (40%), dizem já possuir média experiência (geralmente entre 4 e 6

anos) na área em que atuam e 6,7% afirmam não desfrutarem de prática profissional

anterior no campo em questão.

87%

13%

Já Ouviu Falar Sobre Algum Evento de Extensão Nunca Ouviu Falar

Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.

GRÁFICO 25: Classificação dos professores entrevist ados segundo

conhecimentos sobre eventos de extensão promovidos pelo Campus

Page 72: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

72

O gráfico 25, salienta que 87% dos professores pesquisados, têm

conhecimento sobre os eventos de extensão promovidos pelo Campus e 13% nunca

ouviram falar nos mesmos. Entre os que já ouviram falar, 26,7% dizem ter

participado ativamente, em contrapartida a 26,7% que julgam não terem nenhuma

ligação com estes. Porém, 20% ajudaram na elaboração do evento. É notória a

preponderância das participações. Isso pode ser atribuído ao fato de tratar-se de

uma pequena unidade, e em virtude disso há intercâmbio entre a comunidade

acadêmica.

Apesar da maioria dos professores não ser residente na cidade de São

Francisco/MG, grande parte, considera ser interada com a comunidade local. Para

40% há pouca interação, 40% diz haver média interação, 13% considera existir

muita e apenas 6,7% avalia que a faculdade não tem contribuído para a influência

mútua com a comunidade local. Diante disso, 64% concordam totalmente com a

afirmação de que o Campus tem sido relevante para a economia local e 36%

concordam somente parcialmente com essa afirmação, conforme o gráfico abaixo:

64%

36%

Concorda Totalmente Concorda Parcialmente

Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.

GRÁFICO 26: Classificação dos professores entrevist ados segundo a opinião

sobre a importância do Campus para a comunidade local

Vale ressaltar, que os dados esses dados apresentados são considerados

apenas como título de ilustração, pela impossibilidade de aplicação de questionários

para toda a população. Sendo a amostra muito pequena, não pode ser apresentada

como base neste trabalho.

Page 73: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

73

3.1.3 Funcionários técnico-administrativos

A partir de agora, serão salientadas as peculiaridades dos funcionários

técnico-administrativos abrigados pelo Campus. Quanto ao gênero, 60% deles são

do sexo feminino e 40% do sexo masculino, conforme destacado no gráfico

seguinte:

40

60

0

10

20

30

40

50

60

(%)

Masculino Feminino

Masculino Feminino

Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.

GRÁFICO 27: Classificação dos funcionários segundo o sexo

Com relação ao estado civil, a maioria (60%) não é casada. Outro fato

relevante é a idade. Entre a população pesquisada, 40% possui idade superior a 35

anos, 30% entre 30 e 34 aos, 20% entre 25 e 29 e 10% entre 20 e 24 anos. Os dois

gráficos a seguir, ilustram essas afirmações:

40

60

0

20

40

60

(%)

Casado Não Casado

Casado Não Casado

Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.

GRÁFICO 28: Classificação dos funcionários segundo o estado civil

Page 74: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

74

10

20

30

40

0

5

10

15

20

25

30

35

40

(%)

Entre 20 e 24 Entre 25 e 29 Entre 30 e 34 Acima de 35

Entre 20 e 24 Entre 25 e 29 Entre 30 e 34 Acima de 35

Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.

GRÁFICO 29: Classificação dos funcionários segundo a idade

A maior parte destes funcionários (80%) é natural de São

Francisco/MG. Além disso, 10% é de Brasília de Minas/MG e 10% de Montes

Claros/MG. Mesmo assim, todos são residentes em São Francisco/MG, o que pode

ser conferido à contratação junto à Prefeitura, pois, 100% destes, assim vinculados.

Não obstante, 10% mudou para o município em virtude do Campus da UNIMONTES

e os 90% restantes, já residiam na cidade, possuindo período de moradia superior a

5 anos. O gráfico abaixo apresenta a naturalidade dos funcionários:

80

10 10

0

20

40

60

80

(%)

São Francisco Montes Claros Brasília de Minas

São Francisco Montes Claros Brasília de Minas

Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.

GRÁFICO 30: Classificação dos funcionários segundo a naturalidade

Sobre a situação de moradia, 50% mora em casa própria, 40% em

casa alugada e 10% em casa cedida. Entre os 40% que moram em casa alugada

estão contidos os 10% que mudaram para o município em função do Campus. A

seguir tem-se a classificação dos funcionários conforme a situação de moradia:

Page 75: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

75

50

40

10

0

10

20

30

40

50

(%)

Própria Alugada Cedida

Própria Alugada Cedida

Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.

GRÁFICO 31: Classificação dos funcionários segundo a situação de moradia

A renda familiar está concentrada (50%) no nível salarial entre 3,1 e 5

salários mínimos, mas, 30% possuem renda familiar entre 1,1 e 3 salários mínimos,

10% retêm renda entre 5,1 e 7 e somente 10% usufruem renda familiar acima de 7,1

salários mínimos. Isso é abordado por meio do gráfico a seguir:

30

50

10 10

0

10

20

30

40

50

(%)

Entre 1,1 e 3 Entre 3,1 e 5 Entre 5,1 e 7 Acima de 7,1

Entre 1,1 e 3 Entre 3,1 e 5 Entre 5,1 e 7 Acima de 7,1

Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.

GRÁFICO 32: Classificação dos funcionários segundo a renda familiar mensal

(em salários mínimos)

A renda familiar apresentada possui nexo ao considerar a quantidade

de pessoas que contribuem para a mesma. Além disso, o item de maior peso é

alimentação, seguido de moradia, lazer, e outros. Com relação à escolaridade, 40%

dos funcionários estão em pleno curso de nível superior e 40% são qualificados a

nível médio completo. Entre os primeiros, têm-se estudantes da Universidade

Presidente Antônio Carlos (UNIPAC) e da própria UNIMONTES comumente entre 3°

Page 76: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

76

e 6° período dos respectivos cursos, tais como Hist ória e Pedagogia. O gráfico

abaixo ilustra a escolaridade dos funcionários:

10 10

40 40

05

10152025303540

(%)

EnsinoFundamental

Completo

Ensino MédioIncompleto

Ensino MédioCompleto

SuperiorIncompleto

Ensino Fundamental Completo Ensino Médio Incompleto

Ensino Médio Completo Superior Incompleto

Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.

GRÁFICO 33: Classificação dos funcionários segundo a escolaridade

Quanto à experiência na área de atuação, 60% deles dizem nunca ter

exercido essa função antes da implantação do Campus e 40% já possuía

experiência na área. Os anos de experiência apontados variam de 1 a 6 anos.

No que diz respeito à remuneração junto à Prefeitura pela atividade

desempenhada, nota-se que 80% recebem entre 1,1 e 4 salários mínimos e 20%

entre 4,1 e 8. Vale advertir que deste número, 20% são funcionários de outra

instituição, mas todas localizadas no município de São Francisco/MG. Para todos

eles, o trabalho atual é uma fonte de renda indispensável, sendo que 60%

concordam totalmente com essa afirmação e 40% parcialmente. Os gráficos que se

seguem apresentam a classificação dos funcionários conforme a experiência na

área de atuação e a remuneração pelo trabalho desempenhado:

Page 77: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

77

40

60

0

10

20

30

40

50

60

(%)

Já Exercia Essa Função Antesda Implantação do Campus

Nunca Exerceu Essa Função

Já Exercia Essa Função Antes da Implantação do Campus Nunca Exerceu Essa Função

Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.

GRÁFICO 34: Classificação dos funcionários segundo experiência profissional

80

20

0

10

20

30

40

50

60

70

80

(%)

Entre 1,1 e 4 Entre 4,1 e 8

Entre 1,1 e 4 Entre 4,1 e 8

Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.

GRÁFICO 35: Classificação dos funcionários segundo a remuneração pela

atividade exercida no Campus (em salários mínimos)

A maioria dos funcionários gasta integralmente sua renda dentro do

município, tendo em vista, que todos são residentes. Todavia, 40% afirmam

despender entre 1,1 e 3 salários mínimos e 30% entre 3,1 e 5. O gráfico a seguir

salienta esse fato:

Page 78: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

78

10

40

30

10 10

0

5101520

25303540

(%)

Abaixo de 1 Entre 1,1 e 3 Entre 3,1 e 5 Entre 5,1 e 7 Acima de 7,1

Abaixo de 1 Entre 1,1 e 3 Entre 3,1 e 5 Entre 5,1 e 7 Acima de 7,1

Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.

GRÁFICO 36: Classificação dos funcionários segundo a estimativa de gastos

mensais em São Francisco/MG (em salários mínimos)

Mesmo em se tratando de funcionários, a muitos (90%), conhecem e

participam dos eventos de extensão realizados pelo Campus. E apesar de 40%

nunca terem participado, 20% afirmam que vêm colaborando nas realizações de

eventos. Acrescenta-se que 20% identificam-se como participantes ativos, e 10%

participam parcialmente. Entre os eventos citados, têm-se os políticos, acadêmicos,

culturais, entre outros. O gráfico abaixo, reproduz o conhecimento desses

funcionários com relação aos eventos promovidos:

90

10

0

1020

30

40

5060

70

80

90

(%)

Já Ouviu Falar Nunca Ouviu Falar

Já Ouviu Falar Nunca Ouviu Falar

Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.

GRÁFICO 37: Classificação dos funcionários segundo o conhecimento sobre a

realização de eventos de extensão promovidos pelo Campus

E finalmente, 40% dos mesmos asseguram ter muita interação com a

comunidade local. 30% se consideram com pouca interação, 20% com média, e

Page 79: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

79

para 10% há excepcional interação. Ora, esses números podem ser elucidados pelo

fato da maioria ser residente no município em um período de tempo relevante.

Confirma-se que 70% dos funcionários concordam totalmente com a afirmativa de

que o Campus é importante para a economia local e 10% discordam totalmente da

mesma. O gráfico que se segue caracteriza essa opinião dos funcionários:

10

20

70

0

10

20

30

40

50

60

70

Discorda Totalmente Concorda Parcialmente Concorda Totalmente

Discorda Totalmente Concorda Parcialmente Concorda Totalmente

Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.

GRÁFICO 38: Classificação dos funcionários segundo a opinião sobre a

importância do Campus para a economia local

No que diz respeito a essas últimas considerações, vale ressaltar que

acadêmicos, professores e alunos, convergem para o mesmo ponto, já que a

maioria conhece e participa dos eventos promovidos e tem reconhecido a

importância do Campus para a economia e cultura local.

3.3 Algumas das transformações no município de São Francisco/MG após a

implantação do Campus da UNIMONTES

Mesmo se tratando de uma pequena unidade, tendo em vista a

quantidade de cursos oferecidos e de alunos matriculados, e destacando o curto

período de tempo desde a implantação aos dias atuais, o Campus/UNIMONTES

São Francisco/MG, já tem impactado a sociedade e a economia local. De acordo

com o coordenador de arrecadação da Prefeitura Municipal de São Francisco/MG,

Page 80: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

80

Armando de Oliveira, a implantação do Campus UNIMONTES – São Francisco/MG,

influenciou alguns ramos do comércio local, tais como a adequação de alguns

estabelecimentos, e a criação de outros para melhor atender os acadêmicos e

professores. Ainda não houve um impacto maior pois a Universidade iniciou suas

atividades com 60 (sessenta) alunos, uma turma de História e uma de Matemática, e

está crescendo gradativamente.

Conforme o senhor Armando:

“As melhorias que podem ser apontadas são a criação de estabelecimentos de prestação de serviços como copiadoras, fornecimento de alimentos e criação de repúblicas para a acomodação dos acadêmicos. Em contrapartida, surgiram escolas particulares, sendo o Centro Educacional Vicente Vieira de Aquino e Colégio Jardim Graziela podendo estes contar com a mão-de-obra qualificada fornecida pelo Campus, além do de aulas particulares para os alunos interessados. Após a implantação do Campus da UNIMONTES também surgiram duas faculdades, sendo a UNIPAC e a Universidade Norte do Paraná (UNOPAR), onde os acadêmicos de outros municípios podem compartilhar transporte e estada, ocasionando interação entre os acadêmicos e universidades”.

Contudo, não é possível afirmar que a implantação de todos estes

estabelecimentos se deu em função da constituição do Campus, exceto as

repúblicas de estudantes. Por outro lado, houve uma adequação dos mesmos,

objetivando o melhor atendimento à nova demanda.

Além disso, a UNIMONTES em São Francisco/MG, fez a cidade se tornar

um pólo atrativo. Isso porque são alunos não apenas originários do município,

como também de outras localidades. Conforme o atual prefeito:

“E sempre é bom para uma cidade poder oferecer, algum tipo de serviço, seja na área de saúde, de educação (...) E ela vai se tornando, um pólo e isso dá um impacto muito grande no desenvolvimento da cidade. São pessoas que chegam de fora. E essas pessoas vêm e aqui elas gastam, seja com aluguel ou com outras despesas. Então eu acredito, que a instalação do Campus aqui é importante para cidade, que vai se tornando a cidade pólo, vai atraindo, pessoas, vai aquecendo o comércio local, pensões, etc, além de ter também um ganho político, porque a cidade se projeta. A cidade que tem uma universidade como a UNIMONTES se torna mais conhecida, falada, projetada.”

Outro ganho, de acordo com o prefeito, é o fato de ser notável a mudança

de mentalidade das pessoas a partir do momento em que entram para a faculdade.

A universidade possibilita que o ser humano adquira novos conhecimentos e

reformule sua postura diante da sociedade. O prefeito afirma que tem notado essas

transformações nos acadêmicos, já que muitos deles têm repensado o compromisso

com a realidade social, estabelecendo um conjunto de mudanças de atitudes.

Page 81: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

81

É relevante, também, o estabelecimento de outras faculdades no

município, após a implantação do Campus da UNIMONTES. Primeiramente foi

instituída a UNOPAR com os cursos de Administração, Ciências Contábeis, História,

Letras, Pedagogia, Serviço Social, Superior de Tecnologia em Processos Gerencias,

Superior de Tecnologia em Marketing, Superior de Tecnologia em Recursos

Humanos, Superior de Tecnologia em Gestão Comercial, Superior de Tecnologia em

Secretariado, Superior de Tecnologia em Gestão de Turismo e Teologia, e mais

tarde a UNIPAC, oferecendo os cursos de Pedagogia, de Letras, de Ciências

Sociais e de Ciências Biológicas. Assim, como a UNIMONTES, elas possibilitaram a

fixação do jovem, ou mesmo do adulto, dentro da região. Nesse sentido, se

estabeleceram no município a fim de atender a demanda, concedendo às pessoas

uma nova oportunidade em sua localidade. Vale ressaltar que há eventos em que os

acadêmicos dessas três instituições de ensino superior participam juntos, havendo

integração entre eles. Porém, o prefeito acrescenta o seu desejo de que houvesse

uma permuta maior entre esses estudantes, pois isso só tem a favorecer a região.

Um fato que pode ter motivado a inclusão dessas novas instituições de

ensino superior, foi a presença da UNIMONTES no município. O prefeito afirma que

quando uma cidade é sede de um núcleo como o da UNIMONTES, para qualquer

avaliador particular, é sinal de que ali vai haver demanda. Sendo assim, a

UNIMONTES pode ter influenciado a decisão da implantação dessas novas

faculdades.

Após a implantação da UNIMONTES surgiram duas escolas particulares

na cidade que são o Centro Educacional Vicente Vieira de Aquino e o Colégio

Jardim Graziela, porém, além dessas duas há registros de uma terceira escola

particular da Rede Pitágoras, o Colégio Pentágono, antes mesmo da vinda do

Campus para a cidade. Essas três instituições, bem como, um cursinho pré-

vestibular, também privado, que surgiu no mesmo ano da implantação do Campus,

tiveram seus representantes entrevistados neste trabalho monográfico, e por meio

dessas entrevistas, pôde-se verificar a influência da UNIMONTES dentro das

mesmas.

O Colégio Pentágono, foi instalado no ano de 1988, quando recebeu

autorização para a oferta da educação infantil e começou a funcionar, de fato, no

ano seguinte. Na época da constituição, as aulas foram iniciadas com poucos

alunos, em torno de 24, em algumas salas havia apenas 03 (três) alunos.

Page 82: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

82

Atualmente, o colégio dispõe de educação infantil, ensino fundamental e médio,

havendo cerca de 195 alunos matriculados, distribuídos em todos os segmentos.

A instituição conta com 24 professores, sendo a maioria qualificada em

nível superior, e a outra parcela está cursando, dentre esses, 02 (dois) são alunos

da UNIMONTES – São Francisco/MG. Porém, a maioria é formada na UNIMONTES.

Os funcionários incluindo professores somam 31 pessoas, destacando a instituição

como importante para a geração de emprego e renda, porque a comunidade

sanfranciscana, carece de oferta de emprego.

A representante do Colégio Pentágono, professora Belarmina Soumar

Bitencourt afirma que:

“A implantação da UNIMONTES exerceu influência aqui. Primeiramente porque os pais se preocupam muito em tirar os filhos daqui para ter um ensino médio melhor e para depois ficarem num local onde eles já possam fazer uma faculdade. E agora a gente vê que os alunos que estão aqui no ensino médio, têm o sonho deles de cursar faculdade aqui mesmo em São Francisco. Então os pais estão mais tranqüilos, já segura inclusive a permanência dos alunos na escola, uma vez que os pais, não têm de mandar os filhos para fora. Até mesmo o ramo profissional foi influenciado, pois tem muitos profissionais de escolas da região que também trabalham na universidade. Além disso, antes da vinda da UNIMONTES para São Francisco, os profissionais tinham que ir e voltar todos os dias para Montes Claros. Precisavam trabalhar o dia inteiro e ainda ir estudar a noite em Montes Claros e voltar no mesmo dia pela madrugada e ainda ir trabalhar 7 horas da manhã. Pra mim foi uma tranqüilidade e o todos comentam isso.E já tem pais falando que não vão tirar os filhos daqui porque já tem faculdade aqui então não tem porquê sair. Só falta a comunidade reconhecer isso mais”.

Ademais a escola é conhecida na comunidade, mas a questão

financeira, pagar para estudar, não permite maior demanda, ou muitos acham que

não vale a pena, tornando-se uma questão cultural, atendo-se ao fato de que

qualquer ensino médio já está de bom tamanho, sendo depois apenas acrescido de

um bom cursinho. A representante do colégio acrescenta que:

“A UNIMONTES, não só possibilitou a permanência dos alunos na escola, como também trouxe maior quantidade. Nós começamos com o ensino médio no primeiro ano e aí foi gradativo. A turma que está hoje saindo do terceiro ano, todas as salas do primeiro ao terceiro ano, por exemplo tem alunos de fora, que dizer, não foram aqueles que começaram. Muitos vieram de fora. Então quer dizer que favoreceu a permanência deles na escola. E eles falam que vão fazer vestibular aqui mesmo. Prestar vestibular para cursar aqui. Além disso, o Campus é super importante para a sociedade local. Porque, qual a comunidade que não enriquece a sua cultura e que não ganha com a vinda de um sistema de ensino de terceiro nível? E que venham as pós-graduações, que venham mais e mais cursos, nós precisamos. Porque São Francisco aqui nesta região ela se torna pólo das cidadezinhas aqui. Flui todo mundo pra cá. Tanto cultural, como social, como econômica. É uma importância fundamental. Faculdade aqui é uma bênção.”

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83

Outro colégio visitado, foi o Centro Educacional Vicente Vieira de Aquino.

Essa instituição não existia antes da implantação da UNIMONTES em São

Francisco/MG. A escola foi fundada no ano de 2005, apesar do processo de criação

ser remoto. São oferecidos ensino fundamental e médio, com aproximadamente 42

alunos, 15 professores e 17 funcionários incluindo professores, dos quais 60% são

acadêmicos UNIMONTES – São Francisco/MG. Sendo assim, o Campus tem um

peso significativo dentro dessa escola. De acordo com a representante do Colégio,

professora Elizene Vieira de Aquino, a escola é relevante para a geração de

emprego e renda em São Francisco/MG:

“Eu acredito que São Francisco precisa de instituições assim para a geração de emprego e renda. A partir do momento que você está dando oportunidade de emprego para uma pessoa que está estudando, você possibilita o contado desses profissionais com a sala de aula. A gente conta com 17 pessoas. Então eu acredito que se houvesse esses pequenos empresários por aí na cidade, haveria um desenvolvimento muito grande.”

A UNIMONTES – São Francisco/MG não foi determinante na implantação

da escola, já que o que prevaleceu naquele momento, foi a vontade dos fundadores,

mas influenciou no sentido de que haveria pessoas se formando e nas áreas mais

escassas da região. É observável atualmente a realização de vários projetos dos

acadêmicos da UNIMONTES dentro do colégio mencionado. Além disso, se

destacam os estágios e as parcerias junto a esses acadêmicos.

A professora Elizene ressalta que:

“A mentalidade do povo de São Francisco ainda está muito pobre, para a retirada dos alunos da rede publica rumo a particular tendo em vista o Campus instalado na cidade. Eles não tem noção do grau de importância que tem uma instituição como a UNIMONTES dentro de São Francisco. Infelizmente, aqueles que tiram alunos de uma escola pública e colocam numa escola particular, é geralmente quem tem condições de pagar. E esses que tem condições focalizam com certeza o fato de ter uma universidade na cidade, é uma chance, apesar de poucos desses irem para a área de educação. A oportunidade que desde o início eu pensei foi a quantidade de pessoas que saíam daqui para morar em cidade grande, e quebram a cabeça e a maioria volta pior do que foi.”

A professora acrescenta que a implantação do Campus da UNIMONTES

foi muito importante para a sociedade de São Francisco/MG, porque além de

fornecer suporte, nas escolas, especialmente nas públicas, possui grande respaldo

social. Antes da implantação, havia grande escassez de professores qualificados,

atualmente esse número vem aumentando a ponto de haver seleções, ou seja, “a

visão de mundo já é outra”.

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A última escola particular visitada foi o Colégio Jardim Graziela. Essa

instituição foi fundada no ano de 2004, sendo oferecidos educação infantil e ensino

fundamental. Atualmente estão matriculados 210 alunos, conta com 24 professores,

sendo 22 com licenciatura plena e 02 (dois) acadêmicos do Campus UNIMONTES –

São Francisco/MG. O número de funcionários da instituição chega a um montante

de 30 (trinta) pessoas.

Nesse sentido, a representante do colégio, professora Marlete Arruda

Vieira, afirma que:

“O Cojag exerce grande importância na geração de emprego e renda porque, quase todos os funcionários são chefes de família, ou ajudam na renda familiar. Considero de grande valia o funcionamento do Cojag, pois são 30 cidadãos com emprego e que todo mês o comércio pode contar com essas rendas/salários”.

A professora Marlete aduz, que a UNIMONTES no município de São

Francisco/MG é importante porque contribui para a formação de profissionais nas

diferentes áreas, e com currículos inovadores. Esses profissionais são vistos como

competentes e dotados de plenas condições para atuar com técnicas didáticas e

estratégias de aulas atuais. É importante para a sociedade local, porque a

educação é um processo de formação integral do ser humano, que é chamado a ser,

a fazer, a participar. Através do conhecimento do indivíduo, da sociedade e da

cultura há na comunidade perspectivas favoráveis no que diz respeito à geração de

emprego e renda.

Além das três escolas particulares, um outro possível destaque para a

ajuda na formação do futuro acadêmico do Campus UNIMONTES – São

Francisco/MG, é um cursinho pré-vestibular. O cursinho nomeado Sigma, foi

implantado no município no ano de 2003 – mesmo ano de implantação da

UNIMONTES – porém não surgiu devido a formação do Campus, pois se tratava de

um projeto antigo. Na verdade ele surgiu de vários projetos de pré-vestibulares que

não deram certo. Diante disso, reuniu-se uma turma de professores, inicialmente

todos de São Francisco/MG, que fizeram uma sociedade e daí nasceu o cursinho.

O pré-vestibular sempre foi integral por uma questão de demanda, já que

existem alunos que tentam vestibulares em faculdades particulares e em outras

regiões. Caso fosse montadas áreas específicas haveria áreas em que teriam dois

ou três alunos, não justificando o funcionamento.

Conforme o representante do cursinho professor Antônio Marcos Ferreira:

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85

“A vinda do Campus da UNIMONTES influenciou no Sigma e acho que motivou mais as pessoas a tentarem vestibular em São Francisco (...) Se a gente tem uma turma de 50 alunos, no máximo dez tentam vestibular para os cursos daqui. Agora no Sigma, a nossa base é a UNIMONTES, a gente pensa só na UNIMONTES. E além dos alunos que tentam aqui no Campus de São Francisco, a gente tem alunos que tentam no Campus de Januária, que tentam em Montes Claros, Janaúba. No primeiro vestibular da UNIMONTES que teve aqui, nós aprovamos entre 60 vagas se não me engano, 30 de História e 30 e Matemática, 21 alunos. Mas aí foi aquela empolgação da chegada do Campus, muitas pessoas do pré-vestibular, tentaram e foram aprovadas. Eu costumo dizer o seguinte, que a UNIMONTES veio para São Francisco, para os alunos de São Francisco, mas não funciona assim. Se você der uma olhadinha nos cursos que tem lá em média você vai ter 10 alunos de São Francisco em cada sala, o que é um índice pequeno, desses dez eu garanto a você que pelo menos 70% passou pelo Sigma”.

Atualmente o pré-vestibular possui 70 (setenta) alunos matriculados e

freqüentes. No início, com a vinda do pré-vestibular, do Campus da UNIMONTES,

esse número ultrapassava 120 alunos freqüentes, porém foi caindo no decorrer do

tempo, com uma média de 60 (sessenta) por semestre. O representante relata,

ainda, que com a implantação do Programa Universidade para Todos (PROUNI),

muitos alunos acham que é melhor ficar na escola pública. Além disso, outro fato

que pode ter motivado a queda na demanda é o surgimento de faculdades

particulares que facilitam a entrada dos alunos.

A instituição possui aproximadamente 08 (oito) professores, entre esses

há presença de 01 (um) aluno da UNIMONTES – São Francisco/MG, do curso de

Matemática. Além dos 08 (oito) professores, há mais 03 (três) funcionários, sendo 01

(uma) coordenadora pedagógica, 01 (uma) secretária e 01 (uma) auxiliar de serviços

gerais. Deste modo, gera-se pelo menos 11 empregos diretos, que apesar de não

serem providos de uma remuneração extraordinária, são significativos na vida

dessas pessoas.

Quanto à implantação da UNIMONTES, é importante para o Sigma, não

simplesmente pelo fato do aumento da demanda por parte dos alunos, tendo em

vista os cursos de História e Matemática, mas por ter motivado muitas pessoas que

estavam sem estudar a procurarem pelo pré-vestibular e tentarem o ingresso, seja

na UNIMONTES ou em qualquer outra instituição. Dessa forma, o professor afirma

que houve motivação das pessoas ao se sentirem mais próximas de um curso

superior:

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86

“O Campus da UNIMONTES é muito importante para a sociedade de São Francisco. Essa motivação é uma delas. Os alunos de São Francisco – eu trabalhei na UNIMONTES daqui um ano – estão desenvolvendo muitas monografias, relacionadas com a História de São Francisco. Então muita coisa em São Francisco que existia, e que não tinha sido relatado ou registrado, está sendo registrado e isso é muito importante, pois guarda valores, culturais, históricos do município que estão sendo narrados e vão ficar registrados para as próximas gerações. Aí tem a questão da geração emprego e renda do município que também é importante. Eu acho que a vinda de estudantes de outros municípios, têm-se aluguéis, aumento do consumo em bares, aumento do consumo em supermercados. Então tudo isso é importante. Na questão econômica o mais importante seria isso: a geração de renda no município, a partir dos acadêmicos que vêm de fora”.

Com relação as demais mudanças verificadas no município a

coordenadora do Campus afirma que:

“Apesar de ficar só de segunda a sexta, eu vejo que houve uma certa mudança até mesmo para as pessoas aceitarem essa questão de repúblicas que até então aqui não tinha. Hoje já tem várias repúblicas, e de vez em quando eles promovem festas. Coisas da vida acadêmica. Quando tem algum show, barzinhos com música ao vivo, eles estão mais presentes. Quando há, por exemplo, convites de barraquinhas, eventos de homenagem, eu vejo que eles têm essa preocupação em participar e que as pessoas tem a preocupação de convidá-los. E hoje a sociedade aqui já os recebem bem melhor. Mas no início eles tiveram resistência. Hoje as pessoas fornecem marmitas pra eles. Tem também a questão do aluguel, que no início eles cobravam muito caro, hoje viram que não pode se assim porque se tratam de estudantes. Então foi passando uma cultura para a população. Também tem essa questão do incentivo ao acadêmico ser voluntário, trabalhar nas escolas. Tem vários acadêmicos que já têm nome aqui dentro de São Francisco, por causa justamente desse trabalho voluntário, porque quando eles chegam aqui eles vêem o quanto precisa ser trabalhado com a comunidade. Há momentos em que temos respaldo com algumas secretarias, mas às vezes coisas consideramos importantes ficam de lado. Sem dúvida a implantação do Campus foi importante para a sociedade local. Conversando com as pessoas daqui, eles falam a diferença que fez e que está sendo a UNIMONTES. Essa questão da conscientização da cultura daqui, o resgate. Quando se vai nesses eventos observa-se exatamente isso, que veio trazer um novo pensar para várias pessoas daqui em São Francisco. Hoje o aluno que está fazendo o segundo grau ele já pode pensar que ele vai tentar um vestibular.”

Além do enfatizado, a professora Lenize acrescenta que:

“A gente acaba sendo consumidor aqui, porque você passa numa loja, e acaba comprando. Você usa a farmácia, você usa alguma coisa da confecção, supermercado, e você acaba deixando dinheiro aqui. As lanchonetes, padarias, tudo hoje funciona em cima dos acadêmicos que vieram de fora e isso tem sido uma grande diferença.”

Conforme a visão do ex-prefeito Severino, após a instalação da

UNIMONTES, aumentou o movimento em hotéis, restaurantes, além da grande

demanda por aluguéis. Ele finaliza ressaltando que:

Page 87: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

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“A UNIMONTES pra nós aqui hoje, foi como o asfalto chegar em São Francisco. É uma nova época. Uma nova época em que nós estamos caminhando lado a lado com o progresso e o desenvolvimento. Com isso, nós vamos gerar mais emprego sem dúvida nenhuma, porque esse pessoal está preparado; renda, quando a pessoa está empregada logo, se se tem geração de renda o que melhora muito nossa economia. Além disso, contribui muito para fixar a população. E só não tem condições de fixar mais, porque os cursos são poucos.”

Assim, observa-se a importância do Campus para a população,

destacando-se os eventos promovidos e a contribuição do dinamismo da

comunidade acadêmica para a comunidade local. Não obstante, a Instituição

influencia direta ou indiretamente nas demais instituições de ensino privadas, e pode

estar atuando veementemente também nas escolas publicas localizadas no

município. A região carecia dessa nova oferta predominante, tanto no que se refere

ao fornecimento de capital humano, quanto ao fato de significar uma opção de

estudo alternativa (e em muitos casos única) aos indivíduos regionais.

Quanto à geração de emprego e renda, o Campus tem sido relevante

para tanto. É clara a nova parcela que está operando no mercado de trabalho. Além

disso, é visível, que a partir do momento da implantação da UNIMONTES, o

município vem abrigando uma população externa, que o obriga a gerar adaptações

estruturais. Sobre isso, observa-se a entrada de várias copiadoras em São

Francisco/MG, para atender a UNIMONTES, já que a Universidade foi a primeira a

se instalar no município. Há também, os postos de digitações; a construção de locais

destinados a aluguéis como casas e quitinetes; o aparecimento de restaurantes,

onde se nota (conforme a Prefeitura Municipal) um crescimento do fornecimento de

marmitas, originadas particularmente do setor informal, a essa população

acadêmica.

Page 88: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

88

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A educação superior está intimamente ligada às transformações

regionais. Assim, a produtividade do capital e do trabalho se elevam para níveis

maiores de conhecimentos. Então, uma universidade é capaz de modificar

estruturalmente a região em que se encontra inserida. De fato, há controvérsias

quanto à representatividade do real papel das universidades, contudo, diversos

teóricos comprovam que as mesmas são capazes de promover aumento de produto,

emprego e renda.

Na região Norte de Minas Gerais, a UNIMONTES alcançou o seu espaço,

sendo por muitos anos a única universidade pública inserida nesta região. Esta

Universidade além de atender a demanda local, se encontra em um processo de

expansão, com a implantação de vários campi na área Norte-mineira.

Em 2003 o fato aqui destacado, foi a implantação de um Campus da

UNIMONTES na cidade de São Francisco/MG. Apesar de se tratar de um curto

período de tempo – desde a implantação aos dias atuais – e de uma pequena

unidade, por meio deste trabalho, pôde-se verificar que o Campus já provocou

transformações nesta localidade no que tange a economia e a sociedade local.

A implantação do Campus no município, ocorreu por meio de um

convênio firmado entre a Prefeitura Municipal e a Universidade. Deste modo, a

procura pela UNIMONTES partiu da Prefeitura, com vistas a atender a população

local e regional. Diante disso, foi realizada uma pesquisa por parte da UNIMONTES

a fim de identificar os cursos a serem oferecidos. Encerrada a pesquisa,

estabeleceu-se a unidade em São Francisco/MG com os cursos de Matemática e

História.

O Campus possui um montante de 189 alunos, 27 professores e 10 (dez)

funcionários técnico-administrativos. Alem disso, divide espaço físico com uma

escola municipal, que primeiramente foi adaptado para melhor atender as

necessidades da comunidade acadêmica. Acrescenta-se que além de abrigar um

corpo discente em sua maioria de localidades externas ao município –

Page 89: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

89

particularmente as situadas na região, com predominância de Montes Claros/MG e

Brasília de Minas/MG – recebe diariamente alunos de Brasília de Minas/MG, além de

professores da cidade de Montes Claros/MG. Todavia, é significativa a parcela de

estudantes de São Francisco/MG, ao se comparar com as demais cidades

individualmente. Entre o corpo docente, também já é possível identificar os

professores originários da referida cidade. Quanto aos funcionários técnico-

administrativos são todos residentes no município.

Além disso, a UNIMONTES vem realizando trabalhos em prol da

sociedade local. Tais trabalhos são caracterizados em sua maioria pelo resgate à

cultura local e vinculações sociais. É um conjunto de relações em que todos se

beneficiam. A pesquisa e extensão vem se destacando no Campus em questão, o

que só tem a favorecer a região.

A significância desse Campus para o município é mais que um simples

meio de fixação da população, constituindo-se em um local de geração de

empregos, gerando 37 empregos diretos. Ademais, a maioria da comunidade

acadêmica já se encontra inserida no mercado de trabalho, evidenciando que já está

havendo uma absorção regional. E o mais relevante para a população local é o fato

de haver uma universidade pública dentro do município que oferece oportunidade de

estudos àqueles que não tem a mínima condição financeira de manter-se fora da

região.

Grande parte dos acadêmicos estimam gastos na cidade entre 1,1 e 3

salários mínimos. Observa-se entre os alunos residentes não naturais de São

Francisco/MG uma tendência em dividir aluguéis, principalmente com amigos.

Apesar das estimativas de gastos não serem muito elevadas, elas impactam

diretamente a economia local, principalmente as dos originários de localidades

externas ao município. Trata-se de novas unidades monetárias circulantes na

economia da cidade.

A Prefeitura Municipal de São Francisco/MG vem despendo gastos

significativos com os salários dos funcionários e transporte de professores, itens que

tem representado dos maiores pesos no orçamento atual. Além disso, estima-se que

essa “nova população” é que têm sido responsável pela maioria das mudanças

adaptativas, que de uma maneira ou de outra, tem movimentado o comércio,

dinamizando a economia.

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Esta Universidade estabelecida tem influenciado, por exemplo, as

instituições de ensino da rede particular, e inclusive, pode ter propiciado a instalação

das demais instituições de ensino superior inseridas e paralelamente estar atuando

junto às escolas públicas. É visível a melhora verificada nestas primeiras instituições,

não somente por carecem de uma oferta, que atualmente tem sido suprida, mas,

pelo fato de representar uma nova opção para os pais de alunos que retiravam os

filhos do município ainda na idade escolar, para propiciarem educação superior em

outros locais. Vale ressaltar que a maioria dessas pessoas que saiam, raramente

retornavam ao município.

E finalmente a realização deste trabalho, permitiu concluir que a

UNIMONTES – São Francisco/MG, é de grande relevância para a economia e

sociedade local, cujas transformações já podem ser facilmente observadas. Assim

aceita-se a hipótese levantada inicialmente, de que a UNIMONTES tem provocado

modificações socioeconômicas no município ressaltado.

Page 91: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

91

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ANEXO

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1 TEMA

AS TRANFORMAÇÕES SOCIOECONÔMICAS DO MUNICÍPIO DE SÃO

FRANCISCO/MG APÓS A IMPLANTAÇÃO DO CAMPUS DA UNIVERSIDADE

ESTADUAL DE MONTES CLAROS – UNIMONTES.

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2 OBJETIVOS

2.1 Geral

Analisar as transformações socioeconômicas ocorridas no Município de São

Francisco/MG em virtude da implantação do Campus da Universidade Estadual de

Montes Claros – UNIMONTES.

2.2 Específicos

• Averiguar como é feita a escolha das cidades para a implantação dos

campi da UNIMONTES, além de analisar o modo de escolha dos cursos instalados;

• Abordar as negociações para a instalação do Campus UNIMONTES

no município de São Francisco/MG;

• Identificar as peculiaridades deste Campus, incluindo características

físicas e estruturais;

• Promover um levantamento dos eventos realizados e sua ligação com

a comunidade local;

• Verificar a origem dos acadêmicos, bem como a atuação no mercado

de trabalho;

• Fazer um levantamento da renda média dos estudantes e das

estimativas de gastos mensais no município de São Francisco/MG;

• Analisar a origem e perfil do corpo docente e funcionários técnico-

administrativos que atuam no Campus;

• Identificar os gastos da Prefeitura Municipal de São Francisco/MG com

o núcleo da UNIMONTES, abordando os possíveis benefícios que tem trazido

conforme os dirigentes municipais;

• Analisar o aparecimento de cursinhos pré-vestibulares e escolas

particulares na cidade, em função do núcleo instalado.

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3 INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA

Estudo realizado pela Organização das Nações Unidas para a Educação,

a Ciência e a Cultura (UNESCO) mostra que a educação superior tem provado sua

viabilidade no decorrer do tempo de tal forma que atualmente atua juntamente com a

pesquisa como essenciais integrantes do desenvolvimento. A educação superior

fundamenta-se em um dos pilares de grande relevância para os direitos humanos,

democracia e desenvolvimento sustentável.

Segundo a UNESCO, as universidades são importantes empregadoras de

pessoal em nível elevado, os quais possuem poder de compra em escala local. Da

mesma forma, os estudantes também exercem impacto direto sobre a economia

regional, dadas as compras que fazem onde estão inseridos, principalmente quando

são originários de localidades fora da região, sendo todas essas transformações

mensuráveis pelo efeito multiplicador. No entanto, enquanto o emprego assegurado

pela universidade aumenta, diminui em outros setores, tais como agricultura e

indústria de manufaturados.

Não obstante, a UNESCO ressalta ainda os efeitos dinâmicos mediante a

indústria. Esses efeitos são mais difíceis de se medir, porém bastante significativos.

Além disso, destacam-se os benefícios econômicos e sociais fundamentados na

pesquisa. Esta permite reunir e aprofundar conhecimentos elementares, desenvolver

novas técnicas, instrumentos e métodos que proporcionam vantagens econômicas

para os setores de produção.

Feitas estas considerações, serão abordadas algumas questões

relacionadas à UNIMONTES (objeto de estudo do presente projeto de pesquisa);

antes, porém, serão levantados alguns aspectos relacionados a região na qual está

inserida.

Segundo estudos de CARDOSO (2000), a ocupação econômica da região

norte mineira foi atrelada a outras atividades exploradas em outros espaços,

nacionais ou estrangeiras. Essas atividades coligadas a diversos fatores econômicos

e sociais foram responsáveis por requerer uma série de mudanças na organização

produtiva da região.

Por intermédio da criação da Superintendência de Desenvolvimento do

Nordeste (SUDENE), órgão voltado para ascensão do desenvolvimento regional, o

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99

Norte de Minas passou a apresentar novas características em sua estrutura

produtiva. Assim, ao longo do tempo, pôde-se verificar a ampliação da importância

dos setores secundário e terciário de algumas localidades. Esse fato possibilitou a

alteração na relevância relativa de tais áreas. Contudo, outros fatores de origem

interna e externa à região, motivados por interesses de agentes públicos e privados

a atuarem no cenário regional, influenciaram na transformação da estrutura

produtiva da região.

Considerando esse cenário, o setor terciário se caracterizava por seu

significativo entrave. Sendo isso observado no segmento educacional, o que não se

indicava como exceção à regra vigente. CARDOSO (2000) aborda que na década

de 1960 a realidade era a seguinte:

(... ) no ensino médio, apenas os municípios de Montes Claros, Januária e Pirapora dispunham de uma rede com mais de cinco unidades escolares, enquanto 03 municípios dispunham de 02 unidades; 10 com apenas uma; e, 26 sem nenhuma unidade escolar. Quanto ao ensino superior, apenas Montes Claros o possuía. (CARDOSO, 2000, P.255)

Como relata o livro: “Unimontes 40 Anos de História”, a criação da

Fundação Universidade Norte Mineira (FUNM), hoje a UNIMONTES, está

relacionada a um “sentimento regionalista”, o qual coloca a cidade de Montes Claros

como o “eixo central” de uma grande e extensa região distante dos grandes centros

urbanos. É a única universidade pública do Norte de Minas, e conforme o Professor

Rosivaldo Antônio Gonçalves é uma universidade que atende a clientela da região

norte mineira sendo esta a maior coletora de seus frutos.

Além disso, a UNIMONTES se destaca pelos vários campi já implantados

que a evidenciam como instituição de fomento regional. Nesse sentido, em 2002 a

autarquia implantou uma nova unidade na cidade de São Francisco/MG. Este

Campus se localiza na Av. JK, s/n, centro, sendo coordenado pela professora Lenize

Vilas Boas. São oferecidos os cursos de história e matemática. Conforme dados

fornecidos pela referida instituição, o Campus conta atualmente com um montante

de 189 alunos assim distribuídos: 108 história e 81 matemática. Quanto ao corpo

docente e funcionários ténico-administrativos chegam a 30.

No que se refere à cidade de São Francisco, esta se localiza na região

Norte de Minas Gerais, a 160 Km de Montes Claros, logo a 578 Km da capital

mineira. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a

Page 100: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

100

população deste município, em 2005, era estimada em 54.898 habitantes. De acordo

com a Fundação João Pinheiro (FJP), o PIB pm (a preços de mercado) do referido

município em 2003 situava-se em torno de R$ 118.987 mil, sendo o PIB pm por

habitante equivalente a R$ 2.217 mil.

MARTINS (1972) apresentou um modelo hipotético de uma matriz que

dispunha das principais propriedades que evidenciam a importância de instituições

de ensino superior para o desenvolvimento regional. Ele infere esse modelo no

Projeto de Reformulação da FUNM, caracterizando-a como “ideal” para o

desenvolvimento regional.

Assim, as repercussões do estudo realizado por MARTINS (1972),

segundo GONÇALVES (2000), identificam a UNIMONTES como uma Instituição

“ideal” para o desenvolvimento regional, já que esta atende a demanda da própria

região. Isso pode ser verificado procedendo à multiplicação cartesiana dos

elementos dispostos em linhas e colunas, conforme o modelo abaixo:

×××× Clientela da região - CR Clientela de outras regiões - CF

Demanda da região – DR (DR , CR) (DR , CF)

Demanda de outras regiões - DF

(DF , CR) ( DF , CF)

Diante dessas considerações, justifica-se a importância deste estudo, que

permitirá, entre outros aspectos, verificar a existência de transformações sócio-

econômicas decorrentes da instalação do Campus da UNIMONTES no município de

São Francisco/MG. Os resultados obtidos mostrarão se houve mudanças

significativas no que tange ao desenvolvimento da região em que o Campus está

inserido.

Vale ressaltar que as primeiras turmas do Campus de São Francisco

concluem os respectivos cursos no final do ano de 2006, não havendo, portanto,

egressos dos cursos instalados. Isso limita a abrangência de estudo desta pesquisa.

No entanto, essa limitação não impede o objetivo central: o de avaliar possíveis

transformações sócio-econômicas, ocorridas no município nesse curto espaço de

tempo; isto é, desde a implantação do Campus aos dias atuais.

Page 101: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

101

4 PROBLEMA

Diante das exposições feitas, é interessante observar se:

• O Campus da UNIMONTES tem provocado transformações

socioeconômicas no município de São Francisco/MG?

Page 102: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

102

5 HIPÓTESE

• Supõe-se que o Campus da UNIMONTES, implantado na cidade de

São Francisco/MG, tem induzido transformações socioeconômicas no município.

Page 103: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

103

6 METODOLOGIA

6.1 Pesquisa Bibliográfica, Documental e de Campo

A realização deste trabalho basear-se-á em um estudo de natureza

descritiva, fundamentando-se no uso de pesquisa do tipo descritiva, cujo propósito é

obter um instantâneo preciso de alguns aspectos do ambiente pesquisado. Isso

porque, objetiva-se apresentar as características aplicáveis às transformações sócio-

econômicas que o Campus da UNMONTES provocou (vem provocando) na cidade

de São Francisco/MG, estabelecendo relações entre as variáveis. Segundo GIL

(1989) a pesquisa descritiva tem como objetivo descrever as características de uma

determinada população ou fenômeno, ou mesmo, o estabelecimento de relações

entre variáveis.

A pesquisa empírica será realizada através da coleta de dados, por meio

de pesquisa de campo; ou seja, sob a forma de levantamento: aplicação de

questionários, entrevistas e observação sistemática dos indivíduos sob estudo. Além

disso, serão feitos levantamentos de dados tendo como base a pesquisa

documental, ou seja, documentos que de maneira geral podem servir como fonte de

informação para a pesquisa a ser desenvolvida, tais como materiais coletados junto

aos campi da UNIMONTES. Não obstante, utilizar-se-á a pesquisa bibliográfica

visando o contato direto com a bibliografia já publicada, sobre o tema em estudo.

Por meio da pesquisa documental procurar-se-á levantar as seguintes

informações:

• despesas atuais da Prefeitura Municipal de São Francisco/MG com

referido Campus;

• características físicas e estruturais do Campus de São Francisco/MG;

entre outras.

Através da pesquisa de campo, procurar-se-á obter informações sobre:

• a origem dos acadêmicos;

• expectativas de gastos dos acadêmicos;

• a atuação/inserção dos acadêmicos no mercado de trabalho;

• aspectos das despesas dos professores e funcionários técnico-

administrativos do Campus da UNIMONTES em São Francisco/MG;

Page 104: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

104

• eventos promovidos pelo Campus; entre outras.

População e Amostra

A aplicação dos questionários será feita em grupos nas salas de aula, os

quais serão fornecidos aos alunos e respectivos professores. A população docente

constitui um universo de 27. Dessa forma, serão aplicados questionários para todos.

Por sua vez, a população de acadêmicos estudada compõe um universo de 189.

Portanto, para tal estudo, será calculada uma amostra para população conhecida (e

finita) ou amostragem sem reposição por intermédio da seguinte fórmula:

( ) q . p . e . 1

q . p . 22

2

ZN

ZNn

+−=

Sendo:

N → tamanho da população;

Z → fator Z equivalente ao nível de confiança selecionado;

e → margem de erro (distância entre o valor ”verdadeiro” e a estimativa);

p → proporção ou probabilidade esperada de ocorrência da categoria a ser estimada;

q → chance de ocorrer a outra categoria. Complemento de p → (p + q) = 100%.

Utilizar-se-á um nível de confiança de 95%, ou seja, Z = 1,96 e uma

margem de erro de 5%. Como não há o conhecimento dos valores dos parâmetros p

e q, em vez de utilizar o valor de 0,5 para cada parâmetro, será realizada uma

pesquisa piloto. A pesquisa-piloto será de, no mínimo, 30 (trinta) elementos

selecionados aleatoriamente da população. Uma vez aplicado o questionário para

estes 30 (trinta) elementos, serão calculados os respectivos valores de p e q para tal

fórmula, obtendo-se o tamanho da amostra a ser estudada.

A utilização da fórmula acima tem o intuito de estimar o tamanho da

amostra para a proporção, já que se pretende verificar se os alunos estão ou não

inseridos no mercado de trabalho (atuando na área de formação). Assim, tem-se

duas respostas possíveis para uma variável qualitativa, em que uma proporção

dos alunos estará atuando no mercado de trabalho e a outra não. É importante

ressaltar que trata-se de uma amostra aleatória simples.

Page 105: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

105

Quanto aos funcionários técnico-administrativos, o Campus possui um

montante de 10 (dez). Assim, procurar-se-á aplicar questionários para a

população como um todo.

Page 106: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

106

7 EMBASAMENTO TEÓRICO

De acordo com FURTADO (1982):

(...) o verdadeiro desenvolvimento é, principalmente, um processo de ativação e canalização de forças sociais, de melhoria da capacidade associativa, de exercício da iniciativa e da criatividade. Portanto, trata-se de um processo social e cultural, e apenas secundariamente econômico. O desenvolvimento ocorre quando, na sociedade, se manifesta uma energia capaz de canalizar, de forma convergente, forças que estavam latentes ou dispersas. Uma verdadeira política de desenvolvimento terá que ser a expressão das preocupações e das aspirações dos grupos sociais que tomam consciência de seus problemas e se empenham em resolvê-los. (FURTADO, 1982, P. 142)

Conforme BOISIER (1996), no longo prazo o desenvolvimento de uma

região ou localidade se dá mediante a sua aptidão para a organização social e

política, além da capacidade para modelar o seu próprio futuro (processo de

desenvolvimento endógeno). Isso está relacionado com a disponibilidade de

diferentes maneiras de capitais intangíveis disponíveis na região ou localidade.

Contudo, ênfase será dada ao capital humano, mais especificamente, à sua

formação.

Ao destacar a formação de capital humano, é possível encontrar fatores

de extrema importância no que se refere à produção local e regional de bens e

serviços. Assim, destaca-se a função das instituições públicas, tais como as

universidades, no que tange ao desenvolvimento de uma região ou espaço.

Nesse sentido, SOLOW (1956) ao introduzir o progresso tecnológico em

seu modelo reconhece a importância da formação de conhecimento e da

qualificação da força de trabalho, como determinantes do desenvolvimento. Assim,

ele afirma que para uma dada taxa de crescimento demográfico faz-se necessário

acrescentar o progresso técnico, objetivando obter a taxa efetiva de crescimento do

produto real. Portanto, os níveis de produtividade do trabalho e do capital se elevam

com níveis mais elevados de conhecimento, melhor educação e saúde dos

trabalhadores, além do uso de máquinas mais eficientes, culminando na elevação do

ritmo do crescimento econômico. O ritmo de progresso técnico viabiliza a expansão

da renda per capita no equilíbrio estável de longo prazo.

SOLOW (1956) partiu da função de produção Y = Tf (K,L). Através dela ,

ele obtém a função de produção per capita, Y/ L = Tf (K/ L,L / L). Assim, y = Tf (k),

em que:

Page 107: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

107

Y → produção per capita;

K → relação capital trabalho, ou capital per capita;

T → nível tecnológico.

É importante destacar que conforme ressalta SOUZA (1999), para

SACHS E LARRAIN (1995) o nível tecnológico causa impacto nas produtividades

marginais do capital e do trabalho. Nesse sentido, para SOLOW (1956) I = S = sY.

Entretanto, sendo d a depreciação, a parcela de investimento bruto I é destinada à

depreciação do capital fixo (dK), tal que ∆K = 1 – dK, ou seja:

∆K = sY – dK.

No entanto, como SOLOW (1956) trabalha em termos per capita, faz-se

necessário a divisão da equação por L:

∆K / L = sy – dk.

Além disso, SOLOW (1956) supõe que no equilíbrio estável, há uma

relação k=K/L constante, a qual mostra que ∆Y / Y = ∆K / K = ∆L/ L = n. A taxa

natural de crescimento demográfico, n, mostra-se como uma variável exógena, que

depende de fatores biológicos e não das variáveis do modelo.

Ao considerar o progresso técnico nulo, o equilíbrio estável possibilita que

uma variação positiva da relação k = K / L, seja acompanhada de uma variação

superior no estoque de capital, em relação ao crescimento demográfico n, ou seja,

∆k / k = ∆k / k – n. Dividindo-se por L tem-se ∆K / L= ∆k + nk, e ao substituir o

segundo membro desta equação em ∆K / L = sy – dk, chega-se a equação

fundamental de SOLOW (1956):

∆k = sy – (n + d) k.

Por meio da equação fundamental é possível perceber que o aumento do

capital por trabalhador (∆k), o aprofundamento do capital, precisa ser igual à

poupança per capita (sy), menos a ampliação do capital (n + d) k. Pode-se equipar a

proporção de novos trabalhadores que ingressam no mercado de trabalho através

de nk da poupança. A mesma proporção K / L possibilita equipar os que já estão

Page 108: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

108

empregados. Além disso, a parcela dk deve ser utilizada a fim de depreciar o capital

per capita educacional.

Considerando um estado estável, a longo prazo, a poupança per capita

(sy), mostra-se igual a ampliação do capital (n + d) k, sendo a relação K/L constante

tem-se:

sy = (n + d) k.

Dessa forma, a poupança agregada é suficiente para fornecer capital a

população que cresce à taxa n, a mesma taxa de expansão do produto e também

para a depreciação do capital existente.

SOLOW (1956) afirma que há na economia uma tendência ao

aprofundamento do capital que pode ser explicada supondo que o capital per capita

de pleno emprego da economia seja k1 , inferior ao capital de pleno emprego ke .

Assim, para equipar os trabalhadores adicionais com a mesma relação K/L dos

trabalhadores existentes e substituir o capital gasto no processo produtivo tem-se

k1R, o que é inferior à poupança per capita disponível k1S.

O modelo salienta que a taxa de elevação da poupança, s, expande a

relação capital/trabalho, k, e a renda per capita y, até o ponto em que a economia

atinja o equilíbrio estável de longo prazo. Uma vez atingido o equilibro estável, o

aumento da poupança não influencia a taxa de crescimento do produto acima da taxa

de crescimento demográfico, n.

Ao introduzir o progresso tecnológico no modelo de SOLOW (1956) (∆T / T

> 0), implicou que o número de trabalhadores e idêntico estoque de capital exercem

um impacto maior sobre o nível de produção. Nesse sentido, afim de se obter a taxa

de crescimento do produto real, para cada taxa efetiva de crescimento demográfico,

n, deve-se acrescentar a taxa de progresso técnico ∆T / T = t de maneira que:

∆Y / Y = (n + t).

SOLOW (1956) agrega que as produtividades do trabalho e do capital

aumentam com maiores níveis de conhecimento. Assim, uma maior educação e

saúde dos trabalhadores paralelamente ao uso de máquinas mais eficientes, elevam

o ritmo de crescimento econômico. Sabe-se que ∆K / K = ∆Y / Y = (n + t) e ∆L / L = n.

Page 109: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

109

Dessa forma, constata-se que o capital por trabalhador (K/L) e a produtividade do

trabalho(Y/L) crescem no mesmo âmbito que o progresso técnico t, e que a relação

K/Y permanece constante.

Uma importante conclusão do modelo é a de que o ritmo do progresso

técnico determina o crescimento da renda per capita no equilíbrio estável de longo

prazo. Isso pode ser visto quando se subtrai a taxa de crescimento demográfico da

taxa efetiva de crescimento da renda, de acordo com a equação anterior, de maneira

que:

∆y / y = t.

Após o modelo de SOLOW (1956), se seque a teoria do crescimento

endógeno, popularizada por ROMER (1986). Essa teoria, internaliza a geração de

tecnologia, colocando as pessoas numa posição de principais insumos para o

processo produtivo. Dessa forma, de acordo com SOUZA (1999), os efeitos do

progresso técnico no processo de crescimento, realiza efeitos expansionistas sobre

o produto ao aumentar a produtividade dos fatores e retransmitir tais efeitos entre as

unidades produtivas. A teoria do crescimento endógeno visa encontrar as fontes de

crescimento inseridas no sistema produtivo. Então, aborda que o crescimento do

produto não se dá apenas por capital e trabalho, sendo uma parte não explicada

atribuída à tecnologia, que varia lentamente no tempo. Assim, outras fontes de

crescimento econômico seriam derivadas de investimentos em capacitação

tecnológica e no capital intelectual.

Segundo ROMER (1986) o conhecimento se traduz em um fator de

produção capital físico, humano e mão-de-obra. Contudo, como aborda SOUZA

(1999), é necessário investir na obtenção de novos conhecimentos, já que há uma

disseminação do mesmo. Além disso: “(...) Os rendimentos crescentes da produção

de conhecimentos deverão neutralizar os rendimentos decrescentes em alguns

setores de atividade, principalmente na agricultura” (SOUZA, 1999, P 347).

Para ROMER (1986) rendimentos crescentes de escala ao nível agregado

se postulam ao nível constante de cada firma. Esta externalidade, não obstante,

originará contrapesos do competidor, no sentido que, uma economia centralizada

alcançará taxas de um crescimento e de uma utilidade maiores. De acordo com

Page 110: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

110

ROMER (1986) a aquisição de conhecimentos se relaciona com a experiência,

sendo que esta gera aumento de produtividade. Uma medida boa do aumento na

experiência é o investimento. ROMER (1990) ressalta que: (...) “uma população

maior [de pesquisadores] gera mais idéias, e como as idéias são não rivais, todos na

economia se beneficiam”.

Deste modelo, tem-se uma conclusão interessante sobre os rendimentos

crescentes obtidos – crescimento endógeno. Essa conclusão é a de que os

rendimentos crescentes na escala não são suficientes (nem necessários) para se

gerar taxas persistentes de crescimento endógeno. Para isso, é necessário uma

externalidade de magnitude não somente positiva, mas suficientemente grande.

Caso a função da produção agregada for Y = KßL1-ßCn é necessário que n seja

suficientemente grande para que se cumpra ao menos ß + n = 1, porque se ß + n <

1 acaba por chegar no modelo de Ramsey-Cass-Koopmans.

Conforme LUCAS (1988) os efeitos do comércio internacional são discutidos

no crescimento no contexto de um modelo em que a acumulação de capital humana

através da aprendizagem no trabalho constitui o motor do crescimento. Em equilíbrio

os padrões de produção estão ditados pelas vantagens comparativas. Assim, cada

país produzirá o bem para qual tem dotação adequada de capital humano. Dada

uma tecnologia da aprendizagem sem rendimentos decrescentes, os países

acumularão as habilidades intensificando as vantagens comparativas iniciais.

LUCAS (1988) demonstra que produzir bens com elevado conteúdo de

aprendizagem conduzirá a taxas de crescimento reais maiores.

Dessa forma, o modelo permite dar conhecimento das disparidades nas taxas

de crescimento observadas entre países. Os países com uma menor dotação do

capital humano devem especializar-se nos bens com pouco índice da aprendizagem,

conseqüentemente registrarão uma taxa de crescimento menor do que a daqueles

países com vantagens comparativas na produção de bens de elevada taxa de

aprendizagem.

Este aspecto da teoria tende a manter padrões iniciais de produção de cada

país, com taxas de crescimento variável do produto estáveis entre países. Além

disso, LUCAS (1988) reconhece explicitamente que na realidade existem forças

opostas a esta estabilidade. Como uma das mais importantes combinações de

padrão de produção iniciais, enfatiza a introdução contínua de bens novos, que

determina a queda na taxa da aprendizagem dos bens velhos.

Page 111: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

111

O ponto central do modelo é tal que o modo de produtividade no nível

adicionado não caia e requeira a introdução contínua dos bens novos, bem como de

processos que têm taxas mais elevadas de aprendizagem. Assim, uma economia

que logre concentrar mais sua força do trabalho na produção de bens mais

sofisticados, acumulando capital humano rapidamente através de taxas elevadas da

aprendizagem associadas com as atividades novas e com derrame dos efeitos desta

experiência, experimentará o rápido crescimento.

As teorias apresentadas mostram, de uma forma geral, a importância da

formação de capital humano, da acumulação de conhecimentos, como fatores

determinantes do desenvolvimento regional. A realização deste trabalho

monográfico leva em consideração estes fatores, visando analisar a sua importância

na região estudada.

Page 112: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

112

8 CRONOGRAMA DE ATIVIDADES

Etapas/Atividades Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Horas Elaboração e Análise do Projeto Pesquisa Bibliográfica Entrega do Projeto ao Departamento Entrega do 1º Relatório da Avaliação Revisão da Literatura Sobre o Tema Leitura e Fichamento Elaboração do Instrumento de Pesquisa de Campo Levantamento de Dados Secundários Crítica, Análise e Interpretação dos Dados Redação da Monografia Construção Definitiva da Monografia Entrega da Versão Preliminar da Monografia Entrega do 2º Relatório da Avaliação Entrega da Monografia Banca Examinadora Carga Horária Total 240

Page 113: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

9 ORÇAMENTO

DESPESAS

Especificação Unidade Quantidade Custo Unitário R$ 1,00 Total R$ 1,00

Papel Folhas 500 0,03 15,00 Cópias Folhas 400 0,07 28,00

Canetas Unidade 3 2,00 6,00 Lapiseira Unidade 1 3,00 3,00 Grafite Unidade 24 0,23 5,52 CDs Unidade 5 1,50 7,50

Cartucho de Tinta Unidade 6 25,00 250,00 Encadernação Unidade 6 3,00 18,00

Compra de livro Unidade 1 25,00 25,00 Despesas Eventuais

R$ - - 200,00

Total 558,02

Fonte: Copiadoras; PAPELARTE Papelaria e MASTEC Manutenção de Cartuchos. Maio, 2006.

RECEITA Recursos próprios 458,02

Total 458,02

Page 114: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

10 INSTRUMENTOS DE PESQUISA

10.1 Questionário para acadêmicos

QUESTIONÁRIO

CÓDIGO 1

NÚMERO DO QUESTIONÁRIO________

Meu nome é Ana Márcia Rodrigues. Sou acadêmica do 8° período de Ciências

Econômicas da UNIMONTES e estou realizando uma pesquisa, cuja finalidade é

avaliar as transformações sócio-econômicas provocadas pelo Campus UNIMONTES

na Cidade de São Francisco/MG. Sua colaboração, enquanto participante do corpo

docente ou discente, é de extrema importância para a realização desta pesquisa.

Você não será identificado neste questionário e todas as informações fornecidas

serão confidenciais.

BLOCO I: CARACTERÍSTICAS INDIVIDUAIS

1 – Sexo

( )Feminino ( )Masculino

2 – Estado Civil

( )Solteiro ( )Casado ( )viúvo ( )Outro

3 – Qual a sua idade?

( )Entre 15 e 19 ( )Entre 20 e 24 ( )Entre 25 e 29 ( )Entre 30 e 34

( )Acima de 35

4 – Você se considera uma pessoa de cor:

( )Branca ( )Parda ( ) amarela ( )Negra

( )Outra

5 – Condição no domicílio (em São Francisco):

( )Chefe ( )Cônjuge ( )Filho

( )Divide aluguel (república)

( )Outros

6 – Você é natural de:

( )São Francisco

Page 115: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

( )Montes Claros

( )Brasília de Minas

( )Outra cidade norte-mineira (especificar)__________________________________

( )Outra localidade (especificar)__________________________________________

7 – Há quanto tempo você reside em São Francisco (e m anos)?

( )não reside ( )abaixo de 1 ( )entre 1 e 3 ( )entre 3 e meio e 5

( )acima de 5 e meio

8 – Em São Francisco você mora em casa:

( )Própria ( )Alugada ( )Cedida

( ) vem e volta todos os dias para a cidade onde mora

( )Outros (especificar)______________________________

9 – Quantas pessoas residem em sua casa?

( )1 ( )entre 2 e 3 ( )entre 4 e 5

( )entre 5 e 6 ( )acima de 6

10 – Mudou para São Francisco em função da UNIMONTE S.

( )discorda totalmente ( )discorda parcialmente ( )indiferente

( )concorda parcialmente ( )concorda totalmente

BLOCO II: RENDA

10 – Qual a renda familiar mensal (em salários míni mos)?

( )Abaixo de 1 ( )entre 1 e 3 ( )entre 3,1 e 4 ( )entre 4,1 e 5 ( )acima de

5,1

11 – Quantas pessoas contribuem com o orçamento fam iliar?

( )1 ( )entre 2 e 3 ( )entre 4 e 5 ( )entre 5 e 6 ( )acima de 6

13 – Da sua renda mensal quanto você gasta com:

Alimentação____________________________

Lazer_________________________________

Saúde________________________________

Vestuário______________________________

Gás__________________________________

Educação (inclui xerox)___________________

Moradia_______________________________

Transporte_____________________________

Page 116: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

Outros gastos (especificar)____________________________________________

Impostos (especificar)________________________________________________

14 – Quais as suas estimativas de gastos mensais na cidade de São Francisco

(em salários mínimos)?

( )Abaixo de 1 ( )entre 1 e 3 ( )entre 3,1 e 4 ( )entre 4,1 e 5 ( )acima de

5,1

BLOCO III – CAPACITAÇÃO

15 – Qual a sua escolaridade?

( )Superior incompleto

( )Superior completo

( )Superior completo com pós latu sensu

( )Mestrado

( )Doutorado

( )Pós-Doutorado

16 – Que curso você faz?

( )História ( )Matemática

17 – Em qual período você está?

( )entre 1° e 2° ( )entre 3° e 4° ( )entre 4° e 5°

( )entre 5° e 6° ( )entre 7° e 8°

18 – Quantos cursos (não se trata de curso superior ) você possui?

( )nenhum ( )entre 1 e 2 ( )entre 2 e 3

( )entre 3 e 4 ( )acima de 5

19 – Este(s) curso(s) tem possibilitado a sua atuaç ão no mercado de trabalho.

( )discorda totalmente ( )discorda parcialmente ( )indiferente

( )concorda parcialmente ( )concorda totalmente

20 – Você fez magistério, e isso auxilia a sua atua ção no mercado de trabalho.

( )discorda totalmente ( )discorda parcialmente

( )concorda parcialmente

( )concorda totalmente ( )não fez magistério

Page 117: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

BLOCO IV – TRABALHO

21 – Você trabalha (ou faz algum estágio)?

( )Sim ( )Não

22 – Que atividade você executa no trabalho? ____________________________

23 – Caso esteja trabalhando (ou estagiando), você já exercia essa função

antes de entrar para a faculdade?

( )exercia e agora subiu de cargo

( )exercia e permanece no mesmo cargo

( )exercia atividade na área mas agora trabalha (faz estágio) em outro local

( )já exerceu esta atividade há muito tempo e agora retornou

( )nunca exerceu esta atividade

( )não trabalha (não faz estágio)

24 – O fato de ter entrado para a faculdade tem con tribuído para a sua atuação

no mercado de trabalho.

( )discorda totalmente ( )discorda parcialmente ( )indiferente

( )concorda parcialmente ( )concorda totalmente

25 – A faculdade contribuirá ou continuará contribu indo para a sua atuação no

mercado de trabalho.

( )discorda totalmente ( )discorda parcialmente ( )indiferente

( )concorda parcialmente ( )concorda totalmente

26 – Já trabalhou com carteira assinada?

( )Sim ( )Não

27 – Caso tenha trabalhado, qual a remuneração rece bida no último emprego

com carteira assinada (em salários mínimos)?

( )Abaixo de 1 ( )entre 1 e 3 ( )entre 3,1 e 4 ( )acima de 4,1

( )não trabalhou

28 – Qual a sua remuneração no seu trabalho (estági o) atual (em salários

mínimos)?

( )não é remunerado ( )Abaixo de 1

( )entre 1 e 2 ( )entre 2,1 e 3

( )entre 3,1 e 4 ( )acima de 4,1

( )não trabalha (não faz estágio)

29 – Em que local você trabalha (faz estágio)? ____________________________

30 – Você já tinha experiência anterior na área em que atua?

Page 118: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

( )nenhuma ( )pouca ( )média ( )muita ( )excepcional

31 – Caso a resposta anterior tenha sido sim, de qu anto tempo foi a

experiência (em anos)?

( )1 ( )entre 2 e 3 ( )entre 4 e 5

( )entre 5 e 6 ( )acima de 6

32 – O seu trabalho (estágio) é uma fonte de renda indispensável.

( )discorda totalmente ( )discorda parcialmente ( )indiferente

( )concorda parcialmente ( )concorda totalmente

33 – Você trabalha (faz estágio) para:

( )complemento familiar ( )garantir sua sobrevivência

( )adquirir experiência durante a faculdade ( )se manter independente

BLOCO V: CAMPUS DA UNIMONTES

34 – Você já ouviu falar sobre algum evento comunit ário (voltado para a

sociedade local) realizado pelo Campus UNIMONTES/São Francisco.

( )discorda totalmente ( )discorda parcialmente ( )indiferente

( )concorda parcialmente ( )concorda totalmente

35 – Como você avalia sua participação nesse evento :

( )não participou ( )participou parcialmente

( )teve boa participação ( )ajudou na elaboração do evento

( )nunca ouviu falar

36 – Você já ouviu falar sobre algum evento Cultura l (voltado para a sociedade

local) realizado pelo Campus UNIMONTES/São Francisco.

( )discorda totalmente ( )discorda parcialmente ( )indiferente

( )concorda parcialmente ( )concorda totalmente

37 – Como você avalia sua participação nesse evento :

( )não participou ( )participou parcialmente

( )teve boa participação ( )ajudou na elaboração do evento

( )nunca ouviu falar

38 – E quanto aos demais eventos extra-classe promo vido pela faculdade?

( )não participou ( )participou parcialmente

( )teve boa participação ( )ajudou na elaboração do evento

Page 119: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

( )não houveram eventos desse tipo

39 – Como você avalia sua interação com as camadas mais baixas da

população local?

( )não tem contato – a faculdade não contribui para isso ( )há pouca interação

( )há média interação ( )há muita interação

( )há excepcional interação

40 – Como você avalia sua interação com o restante da sociedade local?

( )não tem contato – a faculdade não contribui para isso ( )há pouca interação

( )há média interação ( )há muita interação

( )há excepcional interação

41 – O Campus UNIMONTES/São Francisco é importante para a socied ade e

economia local.

( )discorda totalmente ( )discorda parcialmente ( )indiferente

( )concorda parcialmente ( )concorda totalmente

42 – O Campus UNIMONTES/São Francisco possui uma estrutura físic a.

( )discorda totalmente ( )discorda parcialmente ( )indiferente

( )concorda parcialmente ( )concorda totalmente

43 – O Campus UNIMONTES/São Francisco possui uma boa qualidade d e

ensino.

( )discorda totalmente ( )discorda parcialmente ( )indiferente

( )concorda parcialmente ( )concorda totalmente

44 – Quais as suas perspectivas para o mercado de t rabalho quando formar?

( )não há perspectivas ( )perspectivas razoáveis

( )boas perspectivas ( )ótimas perpectivas

( )está certo de que conseguirá inserir(ou permanecer) no mercado de trabalho

45 – Qual a sua sugestão quanto ao Campus?____________________________

OBRIGADA PELA COLABORAÇÃO!

Page 120: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

10.2 Questionário para professores

QUESTIONÁRIO

CÓDIGO 2

NÚMERO DO QUESTIONÁRIO________

Meu nome é Ana Márcia Rodrigues. Sou acadêmica do 8° período de Ciências

Econômicas da UNIMONTES e estou realizando uma pesquisa, cuja finalidade é

avaliar as transformações sócio-econômicas provocadas pelo Campus UNIMONTES

na Cidade de São Francisco/MG. Sua colaboração, enquanto participante do corpo

docente ou discente, é de extrema importância para a realização desta pesquisa.

Você não será identificado neste questionário e todas as informações fornecidas

serão confidenciais.

BLOCO I: CARACTERÍSTICAS INDIVIDUAIS

1 – Sexo

( )Feminino ( )Masculino

2 – Estado Civil

( )Solteiro ( )Casado ( )viúvo ( )Outro

3 – Qual a sua idade?

( )Entre 15 e 19 ( )Entre 20 e 24 ( )Entre 25 e 29 ( )Entre 30 e 34

( )Acima de 35

4 – Você se considera uma pessoa de cor:

( )Branca ( )Parda ( ) amarela ( )Negra

( )Outra

5 – Condição no domicílio:

( )Chefe ( )Cônjuge ( )Filho ( )Divide aluguel

( )Outros

6 – Você é natural de:

( )São Francisco

( )Montes Claros

( )Brasília de Minas

Page 121: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

( )Outra cidade norte-mineira (especificar)__________________________________

( )Outra localidade (especificar)_________________________________________

7 – Há quanto tempo você reside em São Francisco (e m anos)?

( )não reside ( )abaixo de 1 ( )entre 1 e 3 ( )entre 3 e meio e 5

( )acima de 5 e meio

8 – Você mora em casa:

( )Própria ( )Alugada ( )Cedida

( )Outros (especificar)____________________________

9 – Quantas pessoas residem em sua casa?

( )1 ( )entre 2 e 3 ( )entre 4 e 5 ( )entre 5 e 6

( )acima de 6

BLOCO II: RENDA

10 – Qual a renda familiar mensal (em salários míni mos)?

( )entre 1 e 4 ( )entre 4,1 e 8 ( )entre 8,1 e 12 ( )entre 12,1 e 16

( )acima de 16,1

11 – Quantas pessoas contribuem com o orçamento fam iliar?

( )1 ( )entre 2 e 3 ( )entre 4 e 5 ( )entre 5 e 6

( )acima de 6

13 – Da sua renda mensal quanto você gasta com:

Alimentação____________________________

Lazer_________________________________

Saúde________________________________

Vestuário______________________________

Gás___________________________________

Educação______________________________

Moradia________________________________

Transporte______________________________

Outros gastos (especificar)__________________________________________

Impostos (especificar)______________________________________________

14 – Quais as suas estimativas de gastos mensais na cidade de São Francisco

(em salários mínimos)?

( )Abaixo de 1 ( )entre 1 e 4 ( )entre 4,1 e 8 ( )entre 8,1 e 12

Page 122: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

( )acima de 12,1

BLOCO III – CAPACITAÇÃO

15 – Qual a sua escolaridade?

( )Superior incompleto

( )Superior completo

( )Superior completo com pós latu sensu

( )Mestrado

( )Doutorado

( )Pós-Doutorado

16 – Em que curso você atua?

( )História ( )Matemática ( )ambos

17 – Em qual(is) período(s) você atua? ___________________________________

18 – Quantos cursos (não se trata de curso superior ) você possui?

( )nenhum ( )entre 1 e 2 ( )entre 2 e 3

( )entre 3 e 4 ( )acima de 5

19 – Este(s) curso(s) tem possibilitado a sua atuaç ão no mercado de trabalho.

( )discorda totalmente ( )discorda parcialmente ( )indiferente

( )concorda parcialmente ( )concorda totalmente

BLOCO IV – TRABALHO

20 – Você trabalha no Campus UNIMONTES/São Francisco?

( )sim ( )não

21 – O Campus UNIMONTES/São Francisco contribui para a sua atuaç ão no

mercado de trabalho.

( )discorda totalmente ( )discorda parcialmente ( )indiferente

( )concorda parcialmente ( )concorda totalmente

22 – Já trabalhou com carteira assinada?

( )Sim ( )Não

23 – Caso tenha trabalhado, qual a remuneração rece bida no último emprego

com carteira assinada (em salários mínimos)?

( )entre 1 e 4 ( )entre 4,1 e 8 ( )entre 8,1 e 12 ( )entre 12,1 e 16

Page 123: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

( )acima de 16,1

24 – Qual a sua remuneração recebida no Campus UNIMONTES/São Francisco

(em salários mínimos)?

( )entre 1 e 4 ( )entre 4,1 e 8 ( )entre 8,1 e 12 ( )entre 12,1 e 16

( )acima de 16,1

25 – Você já tinha experiência anterior na área em que atua?

( )nenhuma ( )pouca ( )média ( )muita ( )excepcional

26 – Caso a resposta anterior tenha sido sim, de qu anto tempo foi a

experiência (em anos)?

( )1 ( )entre 2 e 3 ( )entre 4 e 5 ( )entre 5 e 6

( )acima de 6

27 – O seu trabalho atual é uma fonte de renda indi spensável.

( )discorda totalmente ( )discorda parcialmente ( )indiferente

( )concorda parcialmente ( )concorda totalmente

28 – Você trabalha para:

( )complemento familiar ( )garantir sua sobrevivência ( )adquirir experiência

( )se manter independente

29 – Você trabalha em outros locais? Quais?________ _____________________

BLOCO V: CAMPUS DA UNIMONTES

30 – Você já ouviu falar sobre algum evento comunit ário (voltado para a

sociedade local) realizado pelo Campus UNIMONTES/São Francisco.

( )discorda totalmente ( )discorda parcialmente ( )indiferente

( )concorda parcialmente ( )concorda totalmente

31 – Como você avalia sua participação nesse evento :

( )não participou ( )participou parcialmente

( )teve boa participação ( )ajudou na elaboração do evento

( )nunca ouviu falar

32 – Você já ouviu falar sobre algum evento Cultura l (voltado para a sociedade

local) realizado pelo Campus UNIMONTES/São Francisco.

( )discorda totalmente ( )discorda parcialmente ( )indiferente

Page 124: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

( )concorda parcialmente ( )concorda totalmente

33 – Como você avalia sua participação nesse evento :

( )não participou ( )participou parcialmente

( )teve boa participação ( )ajudou na elaboração do evento

( )nunca ouviu falar

34 – E quanto aos demais eventos extra-classe promo vido pela faculdade?

( )não participou ( )participou parcialmente

( )teve boa participação ( )ajudou na elaboração do evento

( )não houveram eventos desse tipo

35 – Como você avalia sua interação com as camadas mais baixas da

população local?

( )não tem contato – a faculdade não contribui para isso ( )há pouca interação

( )há média interação ( )há muita interação

( )há excepcional interação

36 – Como você avalia sua interação com o restante da sociedade local?

( )não tem contato – a faculdade não contribui para isso ( )há pouca interação

( )há média interação ( )há muita interação

( )há excepcional interação

37 – O Campus UNIMONTES/São Francisco é importante para a socied ade e

economia local.

( )discorda totalmente ( )discorda parcialmente ( )indiferente

( )concorda parcialmente ( )concorda totalmente

38 – O Campus UNIMONTES/São Francisco possui uma estrutura físic a.

( )discorda totalmente ( )discorda parcialmente ( )indiferente

( )concorda parcialmente ( )concorda totalmente

39 – O Campus UNIMONTES/São Francisco possui uma boa qualidade d e

ensino.

( )discorda totalmente ( )discorda parcialmente ( )indiferente

( )concorda parcialmente ( )concorda totalmente

OBRIGADA PELA COLABORAÇÃO!

Page 125: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

10.3 Questionário para funcionários técnico-adminis trativos

QUESTIONÁRIO

CÓDIGO 3

NÚMERO DO QUESTIONÁRIO________

Meu nome é Ana Márcia Rodrigues. Sou acadêmica do 8° período de Ciências

Econômicas da UNIMONTES e estou realizando uma pesquisa, cuja finalidade é

avaliar as transformações sócio-econômicas provocadas pelo Campus UNIMONTES

na Cidade de São Francisco/MG. Sua colaboração, enquanto participante do corpo

docente ou discente, é de extrema importância para a realização desta pesquisa.

Você não será identificado neste questionário e todas as informações fornecidas

serão confidenciais.

BLOCO I: CARACTERÍSTICAS INDIVIDUAIS

1 – Sexo

( )Feminino ( )Masculino

2 – Estado Civil

( )Solteiro ( )Casado ( )viúvo ( )Outro

3 – Qual a sua idade?

( )Entre 15 e 19 ( )Entre 20 e 24 ( )Entre 25 e 29 ( )Entre 30 e 34

( )Acima de 35

4 – Você se considera uma pessoa de cor:

( )Branca ( )Parda ( ) amarela ( )Negra

( )Outra

5 – Condição no domicílio (em São Francisco):

( )Chefe ( )Cônjuge ( )Filho

( )Divide aluguel com amigos

( )Outros

6 – Você é natural de:

( )São Francisco

Page 126: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

( )Montes Claros

( )Brasília de Minas

( )Outra cidade norte-mineira (especificar)_________________________________

( )Outra localidade (especificar)_________________________________________

7 – Há quanto tempo você reside em São Francisco (e m anos)?

( )não reside ( )abaixo de 1 ( )entre 1 e 3 ( )entre 3 e meio e 5

( )acima de 5 e meio

8 – Em São Francisco você mora em casa:

( )Própria ( )Alugada ( )Cedida

( ) vem e volta todos os dias para a cidade onde mora

( )Outros (especificar)______________________________

9 – Quantas pessoas residem em sua casa?

( )1 ( )entre 2 e 3 ( )entre 4 e 5 ( )entre 5 e 6

( )acima de 6

BLOCO II: RENDA

10 – Qual a renda familiar mensal (em salários míni mos)?

( )Abaixo de 1 ( )entre 1 e 4 ( )entre 3,1 e 4 ( )entre 4,1 e 5 ( )acima de

5,1

11 – Quantas pessoas contribuem com o orçamento fam iliar?

( )1 ( )entre 2 e 3 ( )entre 4 e 5 ( )entre 5 e 6

( )acima de 6

12 – Da sua renda mensal quanto você gasta com:

Alimentação____________________________

Lazer_________________________________

Saúde________________________________

Vestuário______________________________

Gás__________________________________

Educação (inclui xerox)___________________

Moradia_______________________________

Transporte_____________________________

Outros gastos (especificar)_____________________________________________

Impostos (especificar)_________________________________________________

Page 127: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

13 – Quais as suas estimativas de gastos mensais na cidade de São Francisco

(em salários mínimos)?

( )Abaixo de 1 ( )entre 1 e 3 ( )entre 3,1 e 4 ( )entre 4,1 e 5 ( )acima de

5,1

BLOCO III – CAPACITAÇÃO

14 – Qual a sua escolaridade?

( )nenhuma

( )ensino fundamental incompleto

( )ensino fundamental completo

( )ensino médio incompleto

( )ensino médio completo

( )Superior incompleto

( )Superior completo

( )Superior completo com pós latu sensu

( )Mestrado

15 – Caso faça algum curso, que curso você faz? _________________________

16 – E em que período você está? ______________________________________

17 – Quantos cursos (não se trata de curso superior ) você possui?

( )nenhum ( )entre 1 e 2 ( )entre 2 e 3

( )entre 3 e 4 ( )acima de 5

18 – Este(s) curso(s) tem possibilitado a sua atuaç ão no mercado de trabalho.

( )discorda totalmente ( )discorda parcialmente ( )indiferente

( )concorda parcialmente ( )concorda totalmente

BLOCO IV – TRABALHO

19 – Você trabalha no Campus UNIMONTES/São Francisco?

( )Sim ( )Não

20 – Que atividade você executa no trabalho? ____________________________

21 – Caso esteja trabalhando, você já exercia essa função antes da

implantação do Campus?_____________________________________________

Page 128: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

22 – A implantação do Campus UNIMONTES/São Francisco tem contribuído

para a sua atuação no mercado de trabalho.

( )discorda totalmente ( )discorda parcialmente ( )indiferente

( )concorda parcialmente ( )concorda totalmente

23 – Já trabalhou com carteira assinada?

( )Sim ( )Não

24 – Caso tenha trabalhado, qual a remuneração rece bida no último emprego

com carteira assinada (em salários mínimos)?

( )Abaixo de 1 ( )entre 1 e 3 ( )entre 3,1 e 4 ( )acima de 4,1

( )não trabalhou

25 – Qual a sua remuneração no seu trabalho atual ( em salários mínimos)?

( )Abaixo de 1 ( )entre 1 e 4 ( )entre 3,1 e 4 ( )entre 4,1 e 5 ( )acima de

5,1

26 – Em que local você trabalha (faz estágio)? ____________________________

27 – Você já tinha experiência anterior na área em que atua?

( )nenhuma ( )pouca ( )média ( )muita ( )excepcional

28 – Caso a resposta anterior tenha sido sim, de qu anto tempo foi a

experiência (em anos)?

( )1 ( )entre 2 e 3 ( )entre 4 e 5 ( )entre 5 e 6

( )acima de 6

29 – O seu trabalho é uma fonte de renda indispensá vel.

( )discorda totalmente ( )discorda parcialmente ( )indiferente

( )concorda parcialmente ( )concorda totalmente

30 – Você trabalha para:

( )complemento familiar ( )garantir sua sobrevivência

( )adquirir experiência durante a faculdade ( )se manter independente

BLOCO V: CAMPUS DA UNIMONTES

31 – Você já ouviu falar sobre algum evento comunit ário (voltado para a

sociedade local) realizado pelo Campus UNIMONTES/São Francisco.

( )discorda totalmente ( )discorda parcialmente ( )indiferente

( )concorda parcialmente ( )concorda totalmente

Page 129: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

32 – Como você avalia sua participação nesse evento :

( )não participou ( )participou parcialmente

( )teve boa participação ( )ajudou na elaboração do evento

( )nunca ouviu falar

33 – Você já ouviu falar sobre algum evento Cultura l (voltado para a sociedade

local) realizado pelo Campus UNIMONTES/São Francisco.

( )discorda totalmente ( )discorda parcialmente ( )indiferente

( )concorda parcialmente ( )concorda totalmente

34 – Como você avalia sua participação nesse evento :

( )não participou ( )participou parcialmente

( )teve boa participação ( )ajudou na elaboração do evento

( )nunca ouviu falar

35 – E quanto aos demais eventos extra-classe promo vido pela faculdade?

( )não participou ( )participou parcialmente

( )teve boa participação ( )ajudou na elaboração do evento

( )não houveram eventos desse tipo

36 – Como você avalia sua interação com o restante da sociedade local?

( )não tem contato – a faculdade não contribui para isso ( )há pouca interação

( )há média interação ( )há muita interação

( )há excepcional interação

37 – O Campus UNIMONTES/São Francisco é importante para a socied ade e

economia local.

( )discorda totalmente ( )discorda parcialmente ( )indiferente

( )concorda parcialmente ( )concorda totalmente

38 – O Campus UNIMONTES/São Francisco possui uma estrutura físic a.

( )discorda totalmente ( )discorda parcialmente ( )indiferente

( )concorda parcialmente ( )concorda totalmente

OBRIGADA PELA COLABORAÇÃO!

Page 130: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

10.4 Entrevista com a coordenação do Campus UNIMONTES – São

Francisco/MG

ENTREVISTA

CÓDIGO 4

Meu nome é Ana Márcia Rodrigues. Sou acadêmica do 8° período de Ciências

Econômicas da UNIMONTES e estou realizando uma pesquisa, cuja finalidade é

avaliar as transformações sócio-econômicas provocadas pelo Campus UNIMONTES

na Cidade de São Francisco/MG. Sua colaboração, enquanto participante do corpo

docente ou discente, é de extrema importância para a realização desta pesquisa.

1 – Como foi feita a escolha do local do Campus e dos cursos a serem

ofertados?

2 – Quem financia o Campus? Quais as parcerias com demais instituições

além da UNIMONTES?

3 – Possui os orçamentos planejado e executado desd e a instalação até os

dias atuais?

4 – Quais as despesas com pessoal, material permane nte, entre outras neste

período?

4 – Possui atividades de extensão desenvolvidas?

5 – Há grupos de pesquisa?

6 – Quantos alunos estão matriculados em 2006?

7 – Destes, quantos são do sexo feminino e quantos são do sexo masculino?

8 – Os alunos são de São Francisco? Os alunos são d a região?

9 – Quantos professores o Campus possui?

10 – De onde são esses professores?

11 – Como é feito o transporte dos professores para a cidade?

12 – Quantos funcionários técnico-administrativos o Campus possui?

13 – Qual o vínculo destes servidores com a UNIMONT ES?

14 – Quais os cursos e períodos existentes no Campus?

15 – Qual o horário de funcionamento do Campus? Quais os turnos dos

cursos?

16 – Quais os eventos de extensão já foram promovid os pelo Campus?

Page 131: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

17 – A Universidade/os departamentos, estimulam a p romoção destes

eventos?

18 – Os eventos são promoção do próprio Campus?

19 – Que tipo de eventos são esses?

20 – Os alunos participam de eventos fora da sede, tais como viagens,

congressos, etc?

22 – Como você avalia sua interação dos acadêmicos com a comunidade

local?

23 – Você considera a instalação do Campus importante para a sociedade e

economia local? Por quê?

24 – Você considera que o Campus UNIMONTES/São Francisco possui uma

estrutura física adequada?

25 – O espaço físico do Campus já existia, ou foi criado especialmente para

atender a UNIMONTES?

OBRIGADA PELA COLABORAÇÃO!

Page 132: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

10.5 Entrevista com o representante da Prefeitura M unicipal de São

Francisco/MG

ENTREVISTA

CÓDIGO 5

Meu nome é Ana Márcia Rodrigues. Sou acadêmica do 8° período de Ciências

Econômicas da UNIMONTES e estou realizando uma pesquisa, cuja finalidade é

avaliar as transformações sócio-econômicas provocadas pelo Campus UNIMONTES

na Cidade de São Francisco/MG. Sua colaboração é de extrema importância para a

realização desta pesquisa.

1 – Após a implantação do Campus da UNIMONTES, há r egistros de

empreendimentos abertos na cidade?

2 – Quantos são estes empreendimentos?

3 – Que empreendimentos são esses?

4 – Esses empreendimentos foram instalados em funçã o da implantação do

Campus?

OBRIGADA PELA COLABORAÇÃO!

Page 133: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

10.6 Entrevista com o responsável pela instalação d a UNIMONTES em São

Francisco.

ENTREVISTA

CÓDIGO 6

Meu nome é Ana Márcia Rodrigues. Sou acadêmica do 8° período de Ciências

Econômicas da UNIMONTES e estou realizando uma pesquisa, cuja finalidade é

avaliar as transformações sócio-econômicas provocadas pelo Campus UNIMONTES

na Cidade de São Francisco/MG. Sua colaboração, enquanto participante do corpo

docente ou discente, é de extrema importância para a realização desta pesquisa.

1 – A prefeitura teve que influência na escolha do local do Campus e dos

cursos a serem ofertados?

2 – Em que sentido a prefeitura financia o Campus?

3 – Como foi estabelecido o espaço físico do Campus?

4 – Possui os orçamentos planejado e executado desd e a instalação até os

dias atuais?

5 – Quais as despesas com pessoal, material permane nte, entre outras neste

período? E quais as despesas com água, luz, telefon e, etc. ?

6 – Como é feito o transporte dos professores para a cidade?

7 – Quantos funcionários o Campus possui?

8 - Já houve ou ocorre com freqüência algum evento comunitário (voltado para

a sociedade local) realizado pelo Campus?

9 – Já houve algum evento Cultural (voltado para a sociedade local) realizado

pelo Campus?

10 – E quanto aos demais eventos de extensão promov idos pelo Campus?

11 – Como você avalia sua interação dos acadêmicos com a comunidade

local?

12 – Você considera o Campus UNIMONTES/São Francisco importante para a

sociedade e economia local? Por que?

13 – Você considera que o Campus UNIMONTES/São Francisco possui uma

estrutura física adequada?

OBRIGADA PELA COLABORAÇÃO!

Page 134: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

10.7 Entrevista com o representante do cursinho pré -vestibular

ENTREVISTA

CÓDIGO 7

Meu nome é Ana Márcia Rodrigues. Sou acadêmica do 8° período de Ciências

Econômicas da UNIMONTES e estou realizando uma pesquisa, cuja finalidade é

avaliar as transformações sócio-econômicas provocadas pelo Campus UNIMONTES

na Cidade de São Francisco/MG. Sua colaboração, enquanto participante do corpo

docente ou discente, é de extrema importância para a realização desta pesquisa.

1 – Essa instituição já existia antes da instalação do Campus da UNIMOTES

nesta cidade?

2 – Quando foi o ano de implantação desta instituiç ão?

3 – Quais as áreas de estudo oferecidas?

4 – Quantos alunos estão matriculados?

5 – Quantos professores a instituição possui? Qual a qualificação desses

professores? São alunos da UNIMONTES/São Francisco?

6 – Quantos funcionários a instituição possui?

7 – Essa instituição exerce que importância na sua renda? Qual?

8 – Na sua opinião, qual a importância desta instit uição para a geração de

emprego e renda no município de São Francisco?

9 – Qual a importância implantação da UNIMONTES/São Francisco para esta

instituição?

10 – Após a implantação da UNIMONTES aumentaram as matrículas?

11 – Você considera o Campus UNIMONTES/São Francisco importante para a

sociedade e economia local? Por quê?

OBRIGADA PELA COLABORAÇÃO!

Page 135: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

10.8 Entrevista com os representantes de escolas pa rticulares

ENTREVISTA

CÓDIGO 8

Meu nome é Ana Márcia Rodrigues. Sou acadêmica do 8° período de Ciências

Econômicas da UNIMONTES e estou realizando uma pesquisa, cuja finalidade é

avaliar as transformações sócio-econômicas provocadas pelo Campus UNIMONTES

na Cidade de São Francisco/MG. Sua colaboração, enquanto participante do corpo

docente ou discente, é de extrema importância para a realização desta pesquisa.

1 – Essa instituição já existia antes da instalação do Campus da UNIMOTES

nesta cidade?

2 – Quando foi o ano de implantação desta instituiç ão?

3 – São oferecidos ensino fundamental e médio?

4 – Quantos alunos estão matriculados?

5 – Quantos professores a instituição possui? Qual a qualificação desses

professores? São alunos da UNIMONTES/São Francisco?

6 – Quantos funcionários a instituição possui?

7 – Essa instituição exerce que importância na sua renda? Qual?

8 – Na sua opinião, qual a importância da instituiç ão para geração de emprego

e renda no município?

9 – Qual a importância da implantação da UNIMONTES, na constituição desta

instituição?

10 – Após a implantação da UNIMONTES aumentaram as matrículas?

11 – Você considera o Campus UNIMONTES/São Francisco importante para a

sociedade e economia local? Por quê?

OBRIGADA PELA COLABORAÇÃO!

Page 136: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOISIER, S. Em busca do Esquivo Desenvolvimento Regional. Brasília, Ipea,

Revista Planejamento e Políticas Públicas, n.13, 1996.

DUARTE, S.V.; FURTADO, M.S.V. Manual para Elaboração de Monografias e

Projetos de Pesquisas. 3 ª ed. Montes Claros: Unimontes, 2002.

FURTADO, C. A Nova Dependência. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982.

GONÇALVES, R.A. et al. Egressos da Unimontes – 1995 a 1998 uma análise de

evidências empíricas. Montes Claros, UNIMONTES, 1999. (Relatório de Pesquisa).

GIL, A. C. Como Elaborar Projeto de Pesquisa. São Paulo: Atlas S.A, 1989.

GUJARATI, D. N. Econometria Básica. 3.ed. São Paulo: Pearson Makron Books,

2000.

HADDAD, P. R. Contabilidade Social e Economia Regional: Análise de Insumo-

Produto. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1976.

HADDAD, P. R.; FERREIRA, C.M.C.; BOISIER, S; ANDRADE, T. A. Economia

Regional: Teorias e Métodos de Análise. Fortaleza: BNB. ETENE, 1989.

KEYNES, J. M. A Teoria Geral do Emprego dos Juros e da Moeda. São Paulo: Abril

Cultural, 1983.

LIMA, R. C; PEREIRA, L. M. Unimontes 40 Anos de História. Montes Claros: Editora

Unimontes, 2002.

LOPES, L. M.; VASCONCELLOS, A. S. Manual de Macroeconomia: Nível Básico e

Intermediário. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000.

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LUCAS, R. E. Jr.: "On the Mechanics of Economics Development," en Journal of

Monetary Economics, Vol.22, pp 3-42, North Holland, 1988.

MARTINS, R. Projeto de Reformulação da Estrutura da Fundação Mineira de Ensino

Superior. Montes Claros: FUNM, 1972.

OLIVEIRA, M. F. M.; RODRIGUES, L; CARDOSO, J. M.; BOTELHO,T. R. Formação

Econômica e Social do Norte de Minas. Montes Claros, Editora Unimontes, 2000.

ROMER, P. Endogeneous Technological Change. Journal of Political Economic, 98 (outubro). P. 71-102, 1990.

SACHS, J.D.; LARRAIN, F. B. Macroeconomia. São Paulo: Makron, 1995.

SOLOW, R. M. A contribution to the theory of economic grouth. Quartely Journal of

economics 70 (fevereiro). P. 65-94, 1956.

SOUZA, N.J. Desenvolvimento Econômico. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1999.

UNESCO. Tendências da Educação Superior para o Século XXI. 1998.

Page 138: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

12 PLANO DE ESTUDO

INTRODUÇÃO

1 A IMPORTÂNCIA DO ENSINO SUPERIOR PARA O DESENVOLV IMENTO

REGIONAL

1.1 As abordagens de Keynes, Solow, Romer, Lucas e a Teoria do

Desenvolvimento Endógeno

1.2 Universidade como fator de desenvolvimento r egional

1.3 A Universidade Estadual de Montes Claros – U NIMONTES

1.3.2.1 O processo seletivo

1.3.2.2 Corpo docente de discente

1.3.2.3 Atividades de Pesquisa e Extensão

2 O CAMPUS DA UNIMONTES NO MUNICÍPIO DE SÃO FRANCISCO/MG

2.1 O município de São Francisco/MG: característ icas físicas e

econômicas

2.2 A implantação do Campus da UNIMONTES no município de São

Francisco/MG

2.3 O Campus da UNIMONTES em São Francisco/MG

2.4 Programas de extensão e eventos promovidos pe lo Campus da

UNIMONTES em São Francisco/MG

Page 139: As Transformações Socioeconômicas Do Município de São Franci (1)

3 TRANSFORMAÇÕES GERADAS PELA UNIMONTES NA COMUNIDA DE

SANFRANCISCANA

3.1 Metodologia de análise

3.1.1 Pesquisa descritiva

3.1.2 População e amostra

3.2 Perfil do corpo docente, discente e funcionár ios técnico-

administrativos do Campus UNIMONTES – São Francisco/MG

3.3 Algumas transformações ocorridas no município de São Francisco/MG

após a implantação do Campus da UNIMONTES

3.2.1 Corpo discente

3.2.2 Corpo docente

Funcionários técnico-administrativos

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS