as lutas pela saúde e os movimentos sociais maria inês souza bravo
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As Lutas pela Saúde e os Movimentos Sociais Maria Inês Souza Bravo. Roteiro - PowerPoint PPT PresentationTRANSCRIPT
As Lutas pela Saúde e os Movimentos Sociais
Maria Inês Souza Bravo
• Roteiro1.Trajetória Histórica
– Antecedentes – Lutas pela Saúde após meados dos anos 1970 até 1990
- Distensão Política - Abertura - Transição à Democracia
2.Década de 1990 – Conjuntura – Controle Social na Saúde
3.Desafios na Atualidade4.Proposições
A Saúde é um componente fundamental da democracia por ser determinada por um conjunto de direitos como também por ter potencial revolucionário e de consenso (Escorel, 1989).
O potencial revolucionário é destacado pelo fato da saúde constituir em campo privilegiado de luta de classe (Arouca, 1982) em que se chocam as concepções de vida das diferentes classes sociais.
A Saúde também configura-se em valor largamente compartilhado e, portanto, um campo propiciador de consenso, podendo unir um conjunto de forças para empreender lutas para sua conquista. A forma de distribuição desse direito que é motivo de dissenso.
Com base nesta concepção, destaca-se a importância das lutas dos movimentos sociais.
Lutas pela Saúde: principais sujeitos
•Antecedentes Históricos
- Movimento Sindical- Associações de Moradores – Anos 60- Movimento no Campo – Anos 60- Partidos Políticos de Esquerda
Lutas pela Saúde na Distensão Política (1974-
1979) •Organização dos setores Progressistas(Movimento Sanitário)
- CEBES, 1975- Novas Associações (Médicos Residentes)- REME
Lutas pela Saúde na Abertura Política (1979/1985)
Clímax da Crise e Mobilização da Sociedade Civil
•Saúde assume uma dimensão política
Sujeitos Coletivos:
Movimento Sanitário e
Movimentos Sociais
Eventos importantes promovidos pelos movimentos sociais
• Realização das Semanas de Saúde do Trabalhador - SEMSAT, 1979
• Movimento de Saúde da Zona Leste de São Paulo - final dos anos 70
• I Simpósio sobre Política Nacional de Saúde - Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados - Brasília, 1979
• I Encontro Popular pela Saúde - Rio de Janeiro, 1980• Campanha da Fraternidade Saúde para Todos, CNBB 1981
Abertura Política (1979/1985)
Transição à Democracia (1985-1990)Aspecto significativo: 8ª Conferência Nacional de Saúde
(1986)
• Temário: - Saúde como Direito de Cidadania- Reformulação do Sistema Nacional de Saúde- Financiamento Setorial • Participantes: 4.500 PESSOAS 1.000 DELEGADOS • Desdobramentos:
- Bandeira da Reforma Sanitária - SUDS aprovado pelo presidente em 1987 (Consolidação das
AIS)
Transição à Democracia -Saúde e Processo Constituinte-
• Sub Comissão Saúde, Seguridade e Meio Ambiente• Arena Política dois Blocos: FBH Plenária Nacional pela
Saúde• Eficácia da Plenária:- Capacidade Técnica- Pressão sobre os Constituintes- Mobilização da Sociedade• Emenda Popular:- 50 mil eleitores- 167 entidades• Texto Aprovado com Relação à Saúde - Principais Pontos- Direito Universal à Saúde e Dever do Estado; - Ações e Serviços de Saúde controlados, fiscalizados,
regulamentados, pelo poder público;- Constituição do SUDS / SUS;- Participação do setor privado deverá ser complementar; - Proibição de Comercialização do Sangue.
Década de 1990•Características Centrais:
Propostas da Constituição x
Neoliberalismo/ Estado Mínimo
•Acontecimentos Significativos:- 9ª Conferência Nacional de Saúde (1992)- Legislação- Criação dos Conselhos de Saúde- 10ª Conferência Nacional de Saúde
(1996)
Considerações Históricas
Alterações introduzidas nas formas de produção e gestão do trabalho
- Mundialização do capital- Novo estágio de acumulação capitalista- financeirização da
economia Mudanças radicais nas relações Estado-Sociedade
Civil - Redução dos gastos sociais- Privatização da coisa pública Processos que atingem a economia, a política e a
forma de sociabilidade- Investida contra a organização coletiva dos trabalhadores- Destituição dos direitos sociais- Despolitização da questão social Cenário que descaracteriza os direitos sociais ao
associá-los ao consumo e a posse de mercadorias
Década de 1990→ Consolida uma direção política das classes dominantes no processo de enfrentamento da crise brasileira
Estratégias do grande capital:
• Acirrada crítica às conquistas sociais da
Constituição de 1988• Construção de uma cultura persuasiva para
difundir e tornar universal sua visão do mundo
Cultura Política da Crise Mota,
1995Procura naturalizar a objetividade da ordem burguesa tendo como base o novo Conformismo Social
Visa o consentimento das classes subalternas•Crise afeta toda a sociedade•Desqualifica as posições antagônicas das classes•Constrói um modo de integração passiva à ordem
do capital
Movimentos Sociais e Saúde
• Década de 1990 – Fragilização das lutas sociais – Atitude defensiva dos movimentos sociais
• Campo propício para as tendências neocorporativas e individualistas.
• Ações dos Movimentos Sociais:▫ Movimento Sindical – vai privilegiar a empresa como
interlocutora.▫ Movimento Popular – vai priorizar a luta local.▫ Movimento Sanitário – fica recuado.▫ Partidos de Esquerda – não conseguiram formular uma
agenda em defesa das políticas públicas. Vão priorizar a disputa eleitoral.
Lutas realizadas pelos conselhos
Condições Históricas que demarcam o debate atual dos Conselhos de Política e
de Direitos
- Origem e Implementação dos Conselhos -
• Proposta de conselhos
• Implementação dos Conselhos
• Conjuntura de Redemocratização do país
• Cenário de regressão dos direitos sociais, de destruição das conquistas dos trabalhadores em nome da defesa do mercado e do capital.
Conselhos • Mecanismo de Democratização do poder na
perspectiva de estabelecer novas bases de relação Estado-Sociedade – introdução de novos sujeitos políticos.
• Inovação na Gestão das Políticas Sociais.• Espaço tenso, contraditório.• Finalidade: Estabelecer parâmetros de interesse
público para o governo (os conselhos não governam).
• Exigências: Democratização das informações e Transparência no processo governamental .
Conselhos não substituem os movimentos sociais.
Deslocamento dos Conceitos
• Sociedade Civil – reduzida ao Terceiro Setor • Gestão Social Pública – Responsabilidade da Sociedade• Participação Social – Participação Cidadã, Solidária, Voluntariado• Cidadania – Retorno ao conceito liberal (Direitos Sociais) Cidadão Pobre/Consumidor
Conselhos
•Concepções Analíticas- Espaço Contraditório- Espaço de Consenso- Espaço de Cooptação da Sociedade Civil
•Concepções Políticas- Realista- Otimista- Pessimista
Possibilidades dos Conselhos
• Mecanismos importantes para a democratização do espaço público
• Expectativas em relação → Ilusão aos Conselhos (super-
valorização) → Ceticismo (sub-
valorização)
• Algumas Iniciativas significativas-Criação de Fóruns- Revigoramento de alguns movimentos sociais e
entidades
Novas Modalidades de Conselhos
-Tendências Despolitizantes-• Conselhos de Gestão Participativa Hospitais federais do Rio de Janeiro – 2005• Conselhos das Fundações Estatais de Direito
Privado No Rio de Janeiro
- Conselho Curador- Conselho Fiscal- Diretoria Executiva
Outras Proposições- Conselho Curador- Diretoria Executiva- Conselho Consultivo Social
• Ênfase nas ouvidorias
Desafios na Atualidade
•Novo Momento - Crise do Capital - Barbárie
•Experiências em outros países▫América Latina (Venezuela, Bolívia,
Equador, Honduras, Zapatismo no México)▫França
•Experiências de articulação das lutas contra o Neoliberalismo: Fórum Social Mundial
Potencialidades e Desafios dos Movimentos
•Recomposição da Esquerda no Brasil, em articulação com a América Latina na perspectiva do Internacionalismo.
•Articulação das lutas dos Movimentos Sociais.
•Colocar o Socialismo na agenda.
Lutas Importantes no Brasil a partir de 2000
• Emprego (Movimento dos Desempregados e Novas Centrais Sindicais: Conlutas, Intersindical).
• Reforma Agrária, Direito à Terra, Soberania Alimentar, contra o Agronegócio (Via Campesina, MST, Comissão Pastoral da Terra).
• Moradia – Movimento dos Trabalhadores Sem Teto. • Política Agrícola e Meio Ambiente.• Garantia dos direitos sociais e de Políticas Públicas
universais (Fóruns, Conselhos).• Direito territorial dos povos indígenas e populações
quilombolas. • Lutas Feministas e Ecológicas.
Sujeitos Sociais e Políticos• Movimento Sindical (CSP-Conlutas, Intersindical, Setores da
CUT e da CTB)• Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST)• Via Campesina• Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST)• Movimento dos Desempregados• Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB)• Assembléia Popular • Consulta Popular • Movimentos Culturais• Movimentos Indígenas• Movimentos de Mulheres e Negros • Movimentos de Luta pelos Direitos Sociais e Políticas Públicas
(Saúde, Educação, Seguridade Social)• Partidos Políticos (PSOL, PSTU, PCB, algumas tendências do PT,
PC do B e do PDT)
Conceitos Importantes Behring
(2009) • Frente Única Operária
▫Constituição da luta unificada. • Bloco Histórico
▫Reforma Intelectual e Moral para construção de uma vontade coletiva hegemônica.
▫Política e Democracia como espaço de criação, universalização e da formação de um novo projeto societário que se contraponha ao capital.
• Revolução Permanente
Algumas Reflexões para a Unificação das Lutas
• Temas: ▫Exploração do Trabalho ▫Meio Ambiente▫Feminismo▫Cultura
• Reformas: ▫Agrária, Urbana e Sanitária
• Estratégias▫Agenda de Transição ▫Mediação Política: luta por direitos▫Espaços Institucionais
Movimentos Contra-Hegemônicos
•Atualmente foram criados mecanismos de participação para fortalecer a luta por saúde, considerada como melhores condições de vida e de trabalho. ▫Frente Nacional contra a Privatização
da Saúde ▫Fóruns de Saúde
Frente Nacional Contra a Privatização da Saúde
•A Frente Nacional é composta por diversas entidades, movimentos sociais, fóruns de saúde, centrais sindicais, sindicatos, partidos políticos e projetos universitários e tem por objetivo defender o Sistema Único de Saúde (SUS) público, estatal, gratuito e para todos, e lutar contra a privatização da saúde e pela Reforma Sanitária formulada nos anos 1980.
Frente Nacional Contra a Privatização da Saúde
- Algumas Atividades-
• Audiências com os Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
• Realização de Seminário Nacional em novembro de 2010 no Rio de Janeiro que congregou 400 participantes de todos o país. II Seminário programado para junho de 2011 em São Paulo.
• Acompanhamento da ADIN 1923/98 e da votação no plenário do STF, em 31 de março de 2011.
• Realizou no dia 07 de abril de 2011, dia mundial da saúde, diversos atos estaduais contra a privatização da saúde.
Frente Nacional Contra a Privatização da Saúde
Retoma como fonte unificadora de lutas, a mesma motivação que deu sustentação às lutas travadas pelo Movimento Sanitário nos anos 1980: o combate à privatização da saúde. A Frente também se opõe à tendência da prestação de assistência à saúde como fonte de lucro, pondo em cheque os “novos modelos de gestão” – OSs, Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs), Fundações Estatais de Direito Privado, Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares S.A – que promove a entrega de patrimônio, bens, serviços, servidores e recursos públicos para entidades privadas.
A defesa da saúde considerada como melhores condições de vida e trabalho tem que ser uma luta
organizada e unificada dos segmentos das classes trabalhadoras
articulada com os conselhos, movimentos sociais, partidos
políticos para que se possa avançar na radicalização da democracia
social, econômica e política.
Considerações Finais • Considera-se, portanto, na atual conjuntura,
fundamental a articulação nacional através da Frente entre os diversos Fóruns de Saúde com vistas à construção de um espaço que fomente a resistência às medidas regressivas quanto aos direitos sociais e contribua para a construção de uma mobilização em torno da viabilização do Projeto de Reforma Sanitária construído nos anos oitenta no Brasil tendo como horizonte a emancipação humana.
Proposições para a Política de Saúde
1. Valorização do Sistema Único de Saúde – universal e sob a responsabilidade do Estado.
2. Implementação da Política de Gestão do Trabalho – eliminar os vínculos precários.
3. Construção da Intersetorialidade. 4. Reversão da privatização do Sistema –
estruturando e aperfeiçoando a rede pública estatal.
5. Fortalecimento do Controle Democrático e dos Conselhos em todo país (viabilizar a Participação Social).
6. Fortalecimento da Frente Nacional contra a Privatização da Saúde.