as drogas de abuso · identificação das principais emoções negativas (ansiedade, medo, raiva) e...

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AS DROGAS DE ABUSO Prof. Dra. Zila van der Meer Sanchez [email protected]

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AS DROGAS DE ABUSOProf. Dra. Zila van der Meer Sanchez

[email protected]

PROPOSTA DO WORKSHOP

1- Conceituação do Termo “Droga”2- Breve Histórico 3- Mecanismo de ação comum das drogas4- Efeitos das drogas5- Epidemiologia6- Prevenção7-Tratamento8- O aspecto espiritual9- Discussão

1- Classificação das drogas psicotrópicas

Influenciam no comportamento

Drogas com propriedade de causar intensos efeitos de prazerosos e conseqüente auto-administração.

perturbadoras estimulantes depressoras

• Maconha

• Ecstasy

• LSD

• Psilocibina (certos

cogumelos)

• Chá de ayhuasca

• Lírio; saia-branca

• Cocaína/ crack / oxi

• Anfetaminas

• Nicotina

• Álcool

• Inalantes

• Opiáceos

• BDZ

• utilizadas desde a pré-história – com os mais variados fins• aborígenes de diversas partes do planeta: fermentação de cereais• primeiros registros de consumo de álcool e ópio: 4000 AC – Egito/ Babilônia•maconha registrada em 2723 A.C. na Farmacopéia Chinesa

PRÉ- HISTÓRIA E ANTIGUIDADE

2- BREVE HISTÓRICO

IDADE MÉDIA (Oriente)

O uso terapêutico da maconha e ópio.

Diferentes conceitos em cada sociedade

Bebidas e pastilhas contendo cocaína eram populares no fim do séc XIX e início do séc XX.

SÉCULOS XIX e XX

Medicamentos à base de heroína foram, durante muito tempo, o carro chefe de grandes indústrias farmacêuticas

SÉCULOS XIX e XX

A imagem do índio norte-americano foi

amplamente utilizada pela

indústria do tabaco no séc. XX.

SÉCULOS XIX e XX

ABORDAGEM MÉDICA NA HISTÓRIA

1893 - O abuso de drogas é classificado na seção de

doenças gerais da CID.

1950 - O uso abusivo de substâncias psicoativas é

classificado como doença mental (CID VI).

3 - Mecanismo de ação comum das drogas de abuso

O poder reforçador

Todas as drogas de abuso ativam a “circuitaria de recompensa” do cérebro

• RP: sabor particularmente

agradável de um alimento

• RN: alivia a fome (estado

desagradável)

• RP: Prazer e euforia

• RN: alívio de sensações

ruins - ansiedade, depressão,

melancolia

Para entender melhor...

Reforçadores naturais Drogas

córtex pré-frontal

núcleo accumbens

VTA

Onde e Como?

[DA] no Núcleo Accumbens

Zona de Prazer

Rejeição

Pertencer

Entre outros

Baixa auto-estima

Falta de informação

Estresse

Curiosidade

Fuga

Álcool

4 – Efeitos das drogas

Fatores que influenciam os efeitos:

Dose

Gênero

Contexto

Tempo ingestão

Estado emocional

Alimentação concomitante

Quantidade de gordura no corpo

Efeito bifásico

Estimulação

Agitação motora

Euforia

“Alegria”

Depressão

Letargia

Rebaixamento da crítica

Incoordenação

O beber de risco: “bingedrinking”

Definição de Binge drinking

Estabelecido como 5 doses para homens e 4 para mulheres em uma mesma ocasião (Weschler et al, 2001)

Beber demais em um ocasião:

o julgamento fica comprometido

riscos associados aumentados

Disto...

Para isto...

Riscos associados

Fazer coisas das quais se arrepende depois

Perder aulas (especialmente universitários)

Esquecer onde e com quem estava

Envolver-se em brigas

Danificar propriedade alheia

Relações sexuais sem proteção

Dirigir alcoolizado ou ser carona

Acidentes

Transgressões da lei

O caso de Rafa em 26 de fevereiro de 2010 (Av. CupecêSão Paulo- SP)

Warwickshire Police, UK

Campanha australiana de prevenção ao binge drinking

A intoxicação alcoólica

Morte: Causada por depressão respiratória ou inalação de vômito

Sinais de alerta:

Dificuldade de manter-se acordado

Desmaio

Pulso fraco e rápido

Respiração irregular

Pele fria, pálida, exalando odor alcoólico

Confusão mental

Vômito

Mulheres e álcool

Menor quantidade de água no organismo

Menor quantidade de ADH (enzima que degrada o álcool)

Se um homem e uma mulher ingerem a mesma quantidade de álcool, a mulher terá uma concentração alcoólica 30% maior, em média.

Tornam-se dependentes em menor tempo e com menores doses

Efeitos do uso crônico

HepatiteCirroseDiversos tipos de câncer ImpotênciaÚlceras PancreatiteDanos cerebrais etc

Informações Gerais

Atividades psíquicas: 9-THC

[9-THC] depende de solo, clima, estação, época da colheita, tempo decorrido entre colheita e uso

Formas de administração: pulmonar e oral

De 15 a 25 % de THC

De 30 a 45% de THC

De 0,5% a 5% de THC

Plantação em Marrocos

Cultivo doméstico

Exposição em Coffee Shop-Amsterdam

Apreensão em barco

Fatores que influenciam os efeitos:

Circunstâncias

Quantidade da droga

Tipo de preparação

Via de administração

Estado de humor

2 a 3 mg de THC para conseguir efeito

Ação no cérebro

Cognição e percepção

Motivação e fome

Controle motor

Analgesia

memória

Efeitos Agudos

Prazerosos:

Relaxamento Descontração Hilaridade Euforia ou sonolência

Desagradáveis:

Queda na atenção e aprendizado

Prejuízo da memória de curto prazo

Perda da discriminação do tempo e de espaço

Dificuldade de calcular Coordenação diminuída Má-viagem Possíveis alucinações e delírios

Efeitos orgânicos

Efeitos do uso crônico

Psíquicos:

Síndrome Amotivacional

Transtornos psiquiátricos (depressão, ansiedade, pânico, esquizofrenia)

Alterações da memória

Orgânicos:

Alterações cardiovasculares

Afecções respiratórias

Câncer de pulmão

Testosterona –oligospermia

Redução das defesas imunológicas

Cocaína e

Crack

• Folhas de Erythroxylon coca - mascadas por civilizações pré-incaicas há mais de 4500 anos

• Arbusto de coca cresce ao leste dos Andes e acima da Bacia Amazônica

• Nativos da região a mascam até hoje

Breve histórico

Formas de administração

• via oral• intranasal• endovenosa • pulmonar – CRACK

O CRACK:

• Base livre da cocaína

•Transformação do cloridrato em pH alcalino

• Bicarbonato de sódio ou amoníaco

•Fumada

• Potência similar ao endovenoso

•Ação extremamente rápida

• + fissura

•+ dependência

Efeitos da cocaína e crack

Efeitos Agudos Psicológicos

Sensação de aumento do estado de alerta

Aumento da auto-confiança, sensação de domínio do ambiente

Aumento de execução de tarefas físicas e intelectuais

Diminuição do apetite, da fadiga e da necessidade de sono

Sensação de bem-estar e euforia seguida por agitação e ansiedade

Doses mais altas: Alucinações e episódios de violência

Efeitos de Uso Crônico

Nervosismo e agitação constantes

Mudanças de humor

Psicose tóxica

Distúrbios alimentares (alternando fome intensa e supressão de apetite)

Disfunções sexuais: impotência

Aumento no risco de infarto e derrame

Letargia

Dependendo da via: perfuração do septo nasal, problemas respiratórios, abscessos no local da injeção, hepatite, HIV

Amy Winehouse

TABACO

Tabagismo = maior causa isolada de mortes no mundo/epidemia mundial

generalizada (OMS)

Maior poder de vício entre todas as drogas e uso mais precoce

Fator de risco de 24 doenças diferentes

No Brasil: 35 milhões de fumantes

100 mil óbitos/ano (INCA/ ABIFUMO – 2002)

EFEITOS GERAIS DO TABACO

CONSTITUINTES do tabaco

Folha do tabaco- 500 constituintes

Após queima – 4720 constituintes

Compostos com ação cancerígena: ~80 subst.

Efeitos da nicotina:

dos batimentos

da PA

Formação de radicais livres

da formação de coágulos

depósito de gorduras nas artérias

vasoconstrição

vasoconstrição Ossos: risco de osteosporose

Pele: rugas

Cérebro: risco de AVC

Pênis: impotência

Gangrena de membros

Nicotina + CO = sinergismo para doenças cardíacas

CO – diminui suprimento de O2 nas células.

Subst. irritante da mucosa-cilioestase, hipersecreção de muco, enfisema.

0

2

4

6

8

10

12

14

Álcool

Tabaco

12,3 %

10,1 %

Dependência

Dependência de drogas entre os brasileiros

5- EPIDEMIOLOGIA

USO NO ANO %

Uso no ano de diversas drogas

42,4

9,6

5,23,7

2,61,7 1,8

0,40

10

20

30

40

50

Álcool Tabaco Solventes Maconha Ansiolíticos Anfetaminas Cocaína Crack

USO NO ANO (%)DROGAS (EXCETO ÁLCOOL E TABACO)

9,9

13,6

0

10

20

Rede Pública Rede Particular

Rede Pública Rede Particular

Escolas Públicas x Particulares

INFORMAÇÕES

trazidas pela mídia

Necessidade de avaliação

Enfoque sobre a violência e

tráfico

Pouca informação científica

comprovada

Sensacionalismo

Mas quais são os pilares?

Família

EscolaComunidade

6- PREVENÇÃO

Fatores de proteção

Âmbito familiar:

Envolvimento familiar positivo

Pais presentes e participativos

Monitoramento das atividades dos filhos

Harmonia doméstica

Regras claras de conduta reforçadas pela atitude da família

Âmbito social:

Comprometimento com a escola

Amigos não usuários de drogas e não envolvidos em atividades ilícitas

Disponibilidade da droga

Forte vínculo com instituições (escola; igreja)

Âmbito pessoal:

• elevada auto-estima

• religiosidade

• crenças nos valores sociais

vigentes

(NIDA, 2004)

Fatores de Risco

Âmbito familiar:

Relações familiares frágeis (falta de envolvimento afetivo)

Ambiente familiar caótico

Educação familiar inefetiva

Desarmonia doméstica

Consumo de drogas pelos pais

Âmbito social:

Baixo envolvimento com a escola

Envolvimento em atividades ilícitas

Amigos usuários de drogas ou com comportamento desviante

Mídia permissiva

Âmbito pessoal:

• não aceitação dos valores morais

vigentes

• pouca informação sobre drogas

• descontentamento pessoal

• comportamento agressivo

• fatores genéticos

Programa de prevenção na SAFRATER

PHAVI – Programa de Habilidades para a Vida

Desenvolvido desde 2006

Baseado no desenvolvimento de habilidades sociais (comunicação, cooperação, vida em grupo, assertividade e lazer) e emocionais (auto-estima,

auto-superação, pensamento independente, autonomia, responsabilidade e persuasão) que

somadas à melhora das condições de relacionamento familiar, podem agir como fatores

protetores ao uso de álcool e outras drogas e de condutas anti-sociais.

I) Habilidades emocionais

Identificação das principais emoções negativas (ansiedade, medo, raiva) e técnicas para controlá-las

A importância do auto-conceito e da auto-estima: como se formam e como podem ser moldados?

Auto-respeito: a importância da autonomia e pensamento independente

Aprendendo a lidar com desafios do cotidiano: a tomada de decisões e a solução de problemas

3 Módulos:

1) Habilidades emocionais;

2) Habilidades sociais;

3) Adolescência e saúde: corpo e mente em harmonia

Exemplo de conteúdo programático

7- TRATAMENTO

Dificuldades: baixa adesão e baixa eficácia

Abordagem da questão médica (tolerância; síndrome de abstinência)

Abordagem da questão espiritual (desobsessão; danos perispirituais; degradação moral)

Ideal: grupos de mútua ajuda, religiosidade, acompanhamento médico

Quando houver necessidade: associar com tratamento com psicofármacos

0800 510 0015

8- ASPECTOS ESPIRITUAIS

ALLAN KARDEC

Citação de vícios não especificando as drogas.

Citações sobre drogas (apenas álcool e tabaco):

1- Livro dos Espíritos – questão 848: A aberração das faculdades intelectuais por embriaguez excusa os atos repreensíveis? Não, por que o bêbado está voluntariamente privado de sua razão para satisfazer paixões brutais: em lugar de uma falta, ele comete duas.

2 – O Evangelho segundo o espiritismo: Cap 5 item 15 “Ocorre o mesmo com o suicídio; excluídos aqueles que se efetuam no estado de embriaguez e de loucura, e que podemos chamar de inconscientes, é certo que, quaisquer que sejam os motivos particulares, têm sempre por causa um descontentamento.”

3- Revista Espírita (Novembro de 1864): relato de espírito com cachimbo na boca.

COMPILADO DO TEMA DROGAS NAS OBRAS DE ANDRÉ LUIZ (cronologicamente)

Nosso Lar: suicídio por excesso de alimentos e álcool (cap 4)

Missionários da Luz: corpo doente por vícios, cólera e intemperança (cap 4); médiuns aniquilando o organismo por bebidas alcoólicas e excesso de alimento; descrição do corpo espiritual e físico lesado (cap 3, 10 e 19)

Obreiros da Vida Eterna: “os viciados experimentam tremenda INQUIETAÇÃO pelo desejo insatisfeito” (cap 19)

No Mundo Maior: Dependência de álcool, descrição de síndrome de abstinência, “alucinações”/ visões, vampiros, zonas umbralinas em que estão os depend entes, “taça viva”, parada cardíaca(Cap 14 e 17)

“Em derredor, quatro entidades embrutecidas submetiam-no aos seus

desejos. Empolgavam-lhe a organização fisiológica, alternadamente, uma a

uma, revezando-se para experimentar a absorção das emanações alcoólicas, no

que sentiam singular prazer. A cena infundia angustia e assombro.

Estaríamos diante de um homem embriagado ou de uma taça viva,

cujo conteúdo sorviam gênios satânicos do vício?”

Agenda Cristã: aspecto moral (cap 36)

“Quem sustenta o vício, encarcera-se nele”

Entre a Terra e o Céu: Obsessão/ vampirismo e herança

da dependência de outras vidas (cap 12)

“O dipsomano não adquire o hábito desregrado aos pais, mas

sim, quase sempre, ele mesmo já se confiava ao vício de

álcool, antes de renascer. E há beberrões desencarnados que

se aderem àqueles que se fazem instrumentos deles próprios.”

Nos Domínios da Mediunidade: vampirismo “Achava-se o

pobre amigo abraçado por uma entidade da sombra, qual

se um povo estranho o absorvesse (cap 15),

“Alucinações” e delirium tremens (Cap 21); emanações

tóxicas do tabaco e álcool nas sessões mediúnicas (Cap

28)

•Ação e Reação: degradação moral do álcool (cap

19)

•Mecanismos da Mediunidade: zonas purgatoriais

“para viciados de todas as procedências” (cap 24)

•Conduta Espírita: aspecto moral do não uso de

álcool e drogas (cap 34)

•Sexo e Destino: Desencarne por icterícia de

origem alcoólica; vampiros que induzem início do

consumo (cap 1, 3 e 6 pt 1); Beberrões

desencarnados (Cap 5 pt 2)

•Desobsessão: Não utilizar álcool no dia da reunião

mediúnica (cap 2)

“Se és pai ou mãe, não penses que o teu lar estará poupado. Observa o comportamento dos filhos, mantém-te, atento, cuida deles desde antes da

inerência e do comprometimento nos embalos dos estupefacientes e alucinógenos, em cuja oportunidade

podes auxiliá-lo e preservá-los.

Se és jovem, não te iludas, contaminando-te, face ao pressuposto de que a cura se dá facilmente.

Se és mestre, orienta com elevação abordando a temática sem preconceito, mas com seriedade”

Joanna de Ângelis/ Divaldo P. Franco “ Após a Tempestade”- 8ª ed (pg 46)

Dúvidas?