terapia antiviral para raiva - saude.sp.gov.br · fonte: primeiro caso de cura de raiva humana...
TRANSCRIPT
TERAPIA ANTIVIRAL
PARA RAIVA
Juliana Galera Castilho
Instituto Pasteur/Departamento de Medicina
Preventiva e Saúde Animal-FMVZ-USP
Setembro - 2011
HISTÓRICO
Lyssa ou Lytta: loucura,
demência
RAIVA
rabere: fúria ou delírio
rabhas: tornar-se violento
Antiguidade: raiva era temida em razão de sua forma de
transmissão, quadro clínico e evolução
latim
sânscrito
grego
Egípcios
2.300 a.C.
Mesopotâmios
Grécia antiga
Século XIX
HISTÓRICO
Código de Eshnunna
AristeuArtêmis
Séc. VI - I a.C. e Séc. I d.C.
gregos
e romanos
Louis Pasteur
PROFILAXIA DA RAIVA HUMANA
Pessoas expostas ao
risco da raiva
PÓS-EXPOSIÇÃO
Apenas vacina
PRÉ-EXPOSIÇÃO
Vacina ou vacina e soro
Pessoas agredidas
por mamíferos
Humanos
Terapia para raiva
- terapia com interferon - leucócito humano
- terapia antiviral - ribavirina intravenosa
- terapia - administração intravenosa e intratecal de
ribavirina ou interferon
- soro hiperimune anti-rábico de humano ou eqüino (via
intravenosa ou intratecal)
- hipotermia terapêutica
- terapia utilizando protocolo de Milwaukee
ENTRETANTO, NENHUMA TERAPIA É EFETIVA PARA
TRATAMENTO DA RAIVA ATÉ O MOMENTO
CASOS DE CURA - RAIVA EM HUMANA
Fonte: http://images.google.com.br
PRIMEIRO CASO DE CURA DE RAIVA
HUMANA – EUA (2004)
TRATAMENTO
caso confirmado de raiva
(laboratorialmente)
Quando entrar com protocolo
quadro clínico sugestivo
vínculo epidemiológico e
profilaxia antirrábica inadequada
- detecção de antígeno viral
- detecção de anticorpo
- detecção de RNA viral
Paciente com:
TRATAMENTO
Protocolo de Milwaukee
Tratamento baseou-se em 2 princípios:
Indução do coma
(agentes anti-excitatórios)
Terapia específica
(anti-virais)
- Quetamina: anestésico, com efeito
hipnótico e características analgésicas
- Midazolam: hipnótico, ansiolítico,
anticonvulsivante
- Fenobarbitúricos: drogas antiepiléticas
(tratamento de convulsões)
- Ribavirina
- Amantadina
- Quetamina
Replicação
viral
5 RNAs mensageiros separados (monocistrônicos)
N LGMP1350 n 891 n 606 n 1572 n 6426 n
5’
LDR NC NC NC NC
11.932 nucleotídeos
REPLICAÇÃO DO VÍRUS DA RAIVA
CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS VÍRUSREPLICAÇÃO DO VÍRUS DA RAIVA
Fonte: Trabulsi &Alterthum, 2004
Fonte: www.virology.net/Big_Virology
CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS VÍRUS3 - RIBAVIRINA
Inibe RNA polimerase, mRNA
e síntese de ácido nucléico
As razões para a alta mortalidade dos
casos de raiva humana não é clara
Disfunção neuronal, mas
pouco dano citopático
neuronal
Infecção viral: primeiramente
ocorre disfunção neuronal do
que inflamação e morte celular
Teoricamente a encefalite é reversível
Por que não tratar raiva humana?
Se o vírus não destrói células do
SNC
resposta imune adequada
eliminação viral
Se essas alterações do SNC são
tratáveis
encefalomielite
alterações bioquímicas
citomegalia
vasoespasmos cerebral
reação imunológica
edema cerebral
Paciente
Quando o tratamento não é eficiente?
imunodeprimidos- resposta imune deficiente
- sem eliminação viral
- tratamento contra indicado
Pacientes
com exposição vacinal- resposta imune exacerbada
- tratamento contra indicado
Eficiência do protocolo de Milwaukee?
infecção pelo vírus da raiva
paciente (idade, saúde, imunocompetente)
tratamento prévio com vacina
inicio do tratamento
Fonte:<http//www.odec.ca/projects/2004/mcgo4s0/pubichtml/t3/RNA.html>
1- RNAi: por meio
de short-interfering
RNAs (siRNAs)
ESTRATÉGIAS DE TRATAMENTO
2- Introdução de
anticorpos dentro
da célula
ESTRATÉGIAS DE TRATAMENTO PARA
RAIVA
TRANSFECÇÃO DE ANTICORPOS ANTI-VÍRUS
DA RAIVA EM CÉLULAS DE LINHAGEM N2A
(NEUROBLASTOMA DE CAMUNDONGO) E
NEUTRALIZAÇÃO INTRACELULAR PARA USO
COMO ANTIVIRAL
• Estudar a efetividade do uso de anticorpos anti-
vírus da raiva, por neutralização intra-celular,
como terapia antiviral frente as diferentes
variantes do vírus da raiva
• Avaliar a viabilidade da célula após a transfecção
de anticorpos anti-vírus da raiva, através do uso do
corante azul de Tripan
2 – Adaptação dos vírus em células N2A
3 – Titulação dos vírus em células N2A
4 – Ensaio de transfecção de anticorpos
1 – Caracterização molecular dos vírus
5 - Neutralização intracelular das diferentes
variantes do vírus da raiva em células N2A
Adaptação dos vírus em células N2A
Caracterização molecular dos vírus
Pasteur Virus
(PV)
Cerdocyon thous
(AgV2)
Bovino
(AgV3)Eptesicus spp
Pasteur Virus (PV)Bovino (AgV3) Eptesicus spp
Neutralização intracelular dos isolados
do vírus da raiva em células N2A
TWO WAY ANOVA
TRATADO
10 TCID50%/100µl 1.75
COTROLE
10 TCID50%/100µl 2.0
CONCLUSÕES
O DESEVOLVIMENTO DE TECNOLOGIAS E MECANISMOS QUE
ATUAM COMO ANTIVIRAIS É UMA ABORDAGEM PROMISSORA,
POIS PERMITE INIBIR DE MODO ESPECÍFICO A REPLICÇÃO
VIRAL.
GERA BASES PARA ESTUDOS EM MODELOS ANIMAIS DE
EXPERIMENTAÇÃO, O QUE É PRIMORDIAL PARA
DESENVOLVIMENTO DE PROTOCOLOS MAIS SEGUROS E
EFICIENTES.