apresentaÇÃoantigo.rioeduca.net/rioeduca/blog professores/e...diante desta realidade, fazer o...

17

Upload: others

Post on 14-Jul-2020

3 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: APRESENTAÇÃOantigo.rioeduca.net/rioeduca/BLOG PROFESSORES/E...Diante desta realidade, fazer o controle populacional do vetor tem sido, nos últimos trinta anos, um grande desafio
Page 2: APRESENTAÇÃOantigo.rioeduca.net/rioeduca/BLOG PROFESSORES/E...Diante desta realidade, fazer o controle populacional do vetor tem sido, nos últimos trinta anos, um grande desafio

APRESENTAÇÃO

O tema das arboviroses é um velho conhecido nas salas de aulas brasileiras, das mais diferentes faixas etárias.

Há décadas, geração após geração, professores e alunos abordam a questão das

doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti e como fazer para prevenir a

proliferação de focos desse vetor de doenças.

Esse problema está diretamente relacionado a questões de saneamento e

particularidades da vida na cidade. O Aedes aegypti é um mosquito urbano que

encontra, nas nossas cidades, condições ideais para se reproduzir.

Se a ação humana é responsável por manter, ainda que involuntariamente, tais

condições, é capaz também de tomar medidas que impeçam o avanço das doenças

transmitidas por esse mosquito.

Nesta obra o professor encontrará informações sobre o Aedes aegypti, sobre as

doenças que podem ser transmitidas por esse vetor, as formas de controle do

mosquito e, ainda, irá conhecer melhor uma metodologia inovadora: o método

Wolbachia. Desenvolvido pelo World Mosquito Program (WMP), iniciativa global de

combate a doenças transmitidas por mosquitos, sediada na Austrália, o método

Wolbachia utiliza o próprio mosquito como aliado no combate às doenças.

Ao final de cada tópico, o professor terá à sua disposição propostas de atividades

para realizar em sala de aula e, também, para os alunos fazerem em casa, de maneira

a envolver também suas famílias no processo de educação ambiental, divulgação

científica e popularização da ciência.

Esperamos, dessa maneira, dar mais uma contribuição para o enriquecimento das

ações que buscam uma solução para as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti.

Page 3: APRESENTAÇÃOantigo.rioeduca.net/rioeduca/BLOG PROFESSORES/E...Diante desta realidade, fazer o controle populacional do vetor tem sido, nos últimos trinta anos, um grande desafio

INTRODUÇÃO

PANORAMA GERAL: AMBIENTE E SAÚDE

Atualmente, a sociedade vêm enfrentando cada vez mais desafios relacionados às questões socioambientais e de saúde pública decorrentes das diversas atividades humanas e formas de interação com o ambiente. Ao longo dos anos, o acelerado crescimento demográfico nas áreas urbanas, levando a sua rápida expansão acompanhada da redução dos ecossistemas naturais, vem mostrando-se como um dos principais fatores geradores desses conflitos. Com o agravamento da degradação ambiental e os efeitos diretos na saúde, as áreas da saúde pública e meio ambiente passaram a ser vistas sob a concepção da saúde ambiental, devido à exposição aos riscos ambientais e às doenças associadas à precariedade dos serviços de saneamento e saúde que vivem muitas comunidades em todo o mundo. Assim, poluição, violência e desigualdades sociais dividem espaço com surgimento e ressurgimento de doenças que passaram a interferir de forma negativa na qualidade de vida do homem. Nesse contexto, considerada uma das discussões precursoras da interface saúde, saneamento e ambiente, e que ainda hoje merece destaque nas discussões sobre essa relação, as doenças transmitidas por vetores ainda fazem parte da realidade de muitos países, dentre eles, o Brasil. Problemas como a conservação dos recursos hídricos, acesso à água de qualidade para consumo, coleta e tratamento de resíduos, moradia, bem como acesso aos serviços de saneamento, constituem um dos mais sérios problemas presentes nas áreas urbanas e rurais do país. Esses problemas, somados às alterações antrópicas nos ecossistemas, favorecem o aumento da população desses vetores, principalmente nas áreas urbanas onde há mais concentração de pessoas e, como consequência, mais influência dessas doenças.

Em toda a faixa tropical do planeta, em que também se concentra grande parcela da população sem acesso de qualidade aos serviços essenciais de saúde e saneamento ambiental, um grupo de doenças recebe destaque pelo elevado grau de riscos e complexidade em seu controle e prevenção, são as arboviroses transmitidas por mosquitos.

Page 4: APRESENTAÇÃOantigo.rioeduca.net/rioeduca/BLOG PROFESSORES/E...Diante desta realidade, fazer o controle populacional do vetor tem sido, nos últimos trinta anos, um grande desafio

Acesso desigual a serviços de saneamento

Má conservação de reservatórios de

água

Acesso precário a água de qualidade

para consumo

Coleta e tratamento de resíduos

inadequados

Dentre elas, a dengue, que é transmitida pelo vetor Aedes aegypti, de ampla distribuição geográfica e fácil adaptação ao ambiente urbano, vem causando grandes problemas de saúde pública, pois, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que cerca de 40% da população mundial vivam em áreas de risco da doença.

ARBOVIROSES TRANSMITIDAS POR MOSQUITOS REPRESENTAM ELEVADO GRAU DE RISCOS E COMPLEXIDADE EM SEU CONTROLE E PREVENÇÃO

PROBLEMAS QUE FAVORECEM O AUMENTO DA POPULAÇÃO DOS VETORES

Mais recentemente, o Brasil sofreu com duas outras grandes epidemias causadas pelos vírus da Zika e chikungunya, ambas transmitidas também pelo mosquito Aedes aegypti, aumentando a complexidade do combate a essas doenças. É de suma importância o direcionamento de pesquisas que possam contribuir com o combate a essas doenças e proteger a saúde da população que vive nas áreas de risco de transmissão dessas arboviroses.

PARA SABER MAIS: https://pensesus.fiocruz.br/saude-e-ambientePrática: jogo abordando temas como consumo, produção de lixo e consequências ambientais. (Anexo 1)

40%da população mundial

vive em áreas de risco da dengue

Page 5: APRESENTAÇÃOantigo.rioeduca.net/rioeduca/BLOG PROFESSORES/E...Diante desta realidade, fazer o controle populacional do vetor tem sido, nos últimos trinta anos, um grande desafio

É um mosquito que possui ampla distribuição geográfica, sendo encontrado com maior

frequência e abundância em áreas urbanas de zonas tropicais e subtropicais do mundo.

Atualmente encontramos o Aedes aegypti em todos os estados e em mais da metade dos

municípios brasileiros.

HISTÓRICO E DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DO AEDES AEGYPTI

Mapa de densidade de pontos com localização aleatória agrupada por Unidades Federativas. Mapa coroplético com classificação por intervalos logarítmicos. Fonte: Ministério da Saúde, IBGE. Projeção Sirgas 2000.

Casos totais em 20161 ponto = 2000 casos

AEDES AEGYPTI - BIOLOGIA E ECOLOGIA

Page 6: APRESENTAÇÃOantigo.rioeduca.net/rioeduca/BLOG PROFESSORES/E...Diante desta realidade, fazer o controle populacional do vetor tem sido, nos últimos trinta anos, um grande desafio

BIOLOGIA E ECOLOGIA DO AEDES AEGYPTI

Assim como borboletas e cigarras, os Aedes aegypti são insetos que apresentam metamorfose completa durante o seu ciclo de vida. Suas fases de vida são: ovo, larva, pupa e adulto. Este desenvolvimento dura aproximadamente de 7 a 10 dias.

Os mosquitos adultos fêmeas podem se alimentar de dois modos: do sangue obtido por meio da picada ou de seiva e néctar vegetais. Já mosquitos adultos machos se alimentam somente de fontes açucaradas, como néctar e seiva de flores e frutos.

As fêmeas necessitam do sangue para a postura de seus ovos, que ocorre em superfícies que possuam água limpa e parada, bem próximo à água. Os ovos dos mosquitos podem permanecer em ambiente sem contato com a água por até 450 dias, pois são resistentes à dessecação.

As larvas de Aedes aegypti são detritívoras e alimentam-se de material orgânico em decomposição presente na água (algas, fungos, bactérias ou até mesmo carcaças de outros insetos). As pupas não se alimentam, aguardando apenas que a metamorfose para o adulto se complete.

PARA SABER MAIS: http://auladengue.ioc.fiocruz.br/

Dengue, Zika e chikungunya são arboviroses transmitidas pelo mesmo vetor, o mosquito Aedes aegypti.

A maioria dos sintomas dessas doenças são clinicamente parecidos: febre, dores de cabeça, dores nas articulações, enjoo e manchas vermelhas pelo corpo. Mas há alguns sintomas marcantes e características que diferem as enfermidades.

Não existem vacinas ou tratamentos específicos para essas arboviroses. Os sintomas são tratados com medicação para a febre e dores articulares, sempre com orientação médica. É recomendado também repouso absoluto ao paciente, que deve beber líquidos em abundância.

ARBOVIROSES TRANSMITIDAS PELO AEDES AEGYPTI

Prática: observação das fases de vida do mosquito com o material biológico fixado em resina com o auxílio de um microscópio digital. (Anexo 2)

Page 7: APRESENTAÇÃOantigo.rioeduca.net/rioeduca/BLOG PROFESSORES/E...Diante desta realidade, fazer o controle populacional do vetor tem sido, nos últimos trinta anos, um grande desafio

Existem quatro tipos diferentes de vírus da dengue: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e

DENV-4. A infecção por dengue pode não apresentar sintomas, pode ainda ser

leve ou grave, com casos que levam à morte. Menos de 1% das infecções evoluem

para óbito.

Normalmente, a primeira manifestação da dengue é a febre alta (39° a 40°C),

acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, prostração, fraqueza,

dor atrás dos olhos, erupção e coceira na pele. Perda de peso, náuseas e vômitos

também são sintomas comuns.

A forma grave da doença inclui dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes

e sangramento de mucosas, entre outros sintomas.

Inchaço nas articulações: RARO

Dor nos músculos:INTENSA

DENGUE

Dor de cabeça: INTENSA

Coceira: LEVE

Acontecimento neurológico: RARO

(ex: Encefalites, Guillain-Barré, entre outros)

Manchas vermelhas:a partir do 5º dia

(30 - 50% dos casos)

Febre:acima de 38ºC

(2 - 7 dias)

Conjutivite: RARO

Page 8: APRESENTAÇÃOantigo.rioeduca.net/rioeduca/BLOG PROFESSORES/E...Diante desta realidade, fazer o controle populacional do vetor tem sido, nos últimos trinta anos, um grande desafio

ZIKA

Inchaço nas articulações: FREQUENTE DE LEVE

INTENSIDADE

Hipertrofia ganglionar: INTENSA

Dor nos músculos e articulações:MODERADA

Dor de cabeça: MODERADA

Coceira: MODERADA A INTENSA

Acontecimento neurológico: RARO (ex: Encefalites, Guillain-Barré,

entre outros)

Manchas vermelhas:INTENSAS, surgem entre o 1º e 2º dia (90 - 100% dos casos)

Febre:AFREBRIL OU SUBFEBRIL

38ºC (1 a 2 dias de febre leve)

Conjutivite: FREQUENTE

(50 - 90% dos casos)

A Zika foi identificada pela primeira vez em 1947, na floresta de mesmo nome, localizada em Uganda, na África. Cientistas monitoravam a ocorrência de febre amarela em macacos e encontraram esse novo vírus.

Os principais sintomas são dor de cabeça, febre baixa, dores leves nas articulações, manchas vermelhas na pele, coceira e vermelhidão nos olhos. Outros sintomas são inchaço no corpo, dor de garganta, tosse e vômito. A dor nas articulações pode persistir por aproximadamente um mês.

Formas graves e diferenciadas são raras, mas quando ocorrem podem, excepcionalmente, evoluir para óbito, como identificado em 2015, pela primeira vez na história.

No Brasil, as primeiras notificações da doença ocorreram em 2014 e 2015, na região nordeste do país, se espalhando rapidamente para outras regiões, levando a uma grande epidemia no sul e sudeste. Nesse mesmo período, foi observado um aumento significativo do número de recém-nascidos com malformação congênita como a microcefalia nas áreas onde houveram circulação do vírus.

A hipótese de que as mães teriam sofrido a infecção pelo vírus Zika nos primeiros meses de gestação foi reforçada após a detecção, por pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/FIOCRUZ), do material genético do vírus no líquido amniótico de gestantes cujos bebês foram diagnosticados com a microcefalia.

Page 9: APRESENTAÇÃOantigo.rioeduca.net/rioeduca/BLOG PROFESSORES/E...Diante desta realidade, fazer o controle populacional do vetor tem sido, nos últimos trinta anos, um grande desafio

O vírus chikungunya causou sua primeira epidemia entre os anos de 1952 e 1953 na Tanzânia, também no continente Africano. O nome chikungunya vem de um dos idiomas da Tanzânia e significa “aqueles que se dobram”, referindo-se à aparência curvada dos pacientes diagnosticados com essa doença.

Os principais sintomas são febre alta de início rápido, dores intensas nas articulações dos pés e mãos, além de dedos, tornozelos e pulsos. Pode ocorrer ainda dor de cabeça, dores nos músculos e manchas vermelhas na pele.

Não é possível ter chikungunya mais de uma vez. Depois de infectada, a pessoa fica imune pelo resto da vida.

Inchaço nas articulações: FREQUENTE

MODERADA A INTENSA

Dor nos músculos e articular:MODERADA A INTENSA

CHIKUNGUNYA

Dor de cabeça: MODERADA

Coceira: LEVE

Acontecimento neurológico: RARO

(ex: Encefalites, Guillain-Barré, Mielite, entre outros)

Manchas vermelhas:surgem no 1º ou 4º dia

(50% dos casos)

Febre:acima de 38ºC

(2 - 3 dias )

Conjutivite: 30% DOS CASOS

PARA SABER MAIS: https://rededengue.fiocruz.br/

Prática: entrevista com pessoas da família para saber quem teve a doença e como são os métodos de tratamento, transmissão e outros aspectos. (Anexo 3)

Page 10: APRESENTAÇÃOantigo.rioeduca.net/rioeduca/BLOG PROFESSORES/E...Diante desta realidade, fazer o controle populacional do vetor tem sido, nos últimos trinta anos, um grande desafio

O mosquito Aedes aegypti é extremamente adaptado a viver no ambiente urbano, preferencialmente dentro ou ao redor das residências. A própria estrutura das cidades somada às condições climáticas favorece o desenvolvimento do mosquito, que facilmente encontra locais para a postura dos ovos. Seu rápido desenvolvimento faz com que, em pouco tempo, centenas de novos mosquitos estejam aptos à reprodução.

Diante desta realidade, fazer o controle populacional do vetor tem sido, nos últimos trinta anos, um grande desafio para o controle das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Atualmente existem diversas metodologias que visam a supressão ou controle da população do inseto.

Estas podem ser divididas em métodos de controle mecânico, químico e biológico. Cabe ressaltar que a escolha do método mais adequado dependerá de diversos fatores, porém, todas metodologias devem ser integradas, pois o mosquito Aedes aegypti possui uma grande capacidade de adaptação.

Os métodos de controle mecânico têm como ponto principal a eliminação de potenciais criadouros para o mosquito, ou seja, evitar o acúmulo de água parada em recipientes, calhas, vasos de plantas e principalmente lixo depositado de forma inadequada.

Dessa forma, as chance do mosquito encontrar locais para a postura dos ovos e desenvolvimento das larvas e pupas diminuem sendo uma forma de prevenção eficaz contra o desenvolvimento do Aedes aegypti.

MÉTODOS DE PREVENÇÃO E CONTROLE

CONTROLE MECÂNICO

EVITAR ÁGUA PARADA PODE ELIMINAR POTENCIAIS CRIADOUROS PARA O MOSQUITO

MECÂNICO, QUÍMICO E BIOLÓGICO.

Page 11: APRESENTAÇÃOantigo.rioeduca.net/rioeduca/BLOG PROFESSORES/E...Diante desta realidade, fazer o controle populacional do vetor tem sido, nos últimos trinta anos, um grande desafio

CONTROLE QUÍMICO

O controle químico consiste na utilização de produtos chamados de inseticidas que tem como objetivo suprimir a população de mosquitos e deve ser visto como uma forma complementar de combate em situações emergenciais.

No entanto, existe uma gama de produtos no mercado que atua no inseto adulto ou impedindo o desenvolvimento em seu estágio larval, além dos chamados repelentes que visam o afastamento do inseto.

Esses produtos são regularizados pelo Governo Federal e comercializados, e como consequência, por sua praticidade são utilizados em larga escala pela população. A questão é que, além da contaminação ambiental pelo uso exaustivo desses agentes químicos, existe também a possibilidade de resistência das populações de mosquitos, ou seja, a constante exposição dos mosquitos aos inseticidas funciona como um tipo de seleção artificial nas populações, assim indivíduos que de alguma forma conseguem resistir aos efeitos dos agentes químicos possuem grandes chances de gerar descendentes com essa mesma característica.

Tal fato faz com que a indústria entre em um processo contínuo de desenvolvimento e comercialização de novos compostos, agravando ainda mais os impactos ambientais relacionados principalmente à biodiversidade de outros insetos.

DESAFIOS RELACIONADOS AO CONTROLE QUÍMICO DO AEDES AEGYPTI

• CONTAMINAÇÃO AMBIENTAL

• RESISTÊNCIA DAS POPULAÇÕES DE MOSQUITOS

Page 12: APRESENTAÇÃOantigo.rioeduca.net/rioeduca/BLOG PROFESSORES/E...Diante desta realidade, fazer o controle populacional do vetor tem sido, nos últimos trinta anos, um grande desafio

Os métodos de controle biológico estão relacionados à utilização de organismos que se alimentam ou impedem o desenvolvimento do mosquito, como a criação de peixes que se alimentam das larvas e bactérias que impedem seu desenvolvimento.

O uso do controle biológico ainda é pouco empregado devido a estrutura das cidades, porém existem muitas pesquisas em desenvolvimento, o que faz com que o controle biológico apareça como uma alternativa crescente para o controle da população de mosquitos.

CONTROLE BIOLÓGICO

PARA SABER MAIS: http://www.ans.gov.br/prevencao-e-combate/combate-ao-mosquito-aedes-aegypti

Prática: observação do entorno e/ou dependências da escola, buscando focos potenciais de desenvolvimento do mosquito e sugestões de medidas para resolução. (Anexo 4)

Page 13: APRESENTAÇÃOantigo.rioeduca.net/rioeduca/BLOG PROFESSORES/E...Diante desta realidade, fazer o controle populacional do vetor tem sido, nos últimos trinta anos, um grande desafio

A Wolbachia Pipientis está presente em cerca de 60% dos insetos e não é capaz de infectar animais e humanos

Pesquisadores do World Mosquito Program (WMP) descobriram uma forma inovadora e complementar de combate às arboviroses dengue, Zika e chikungunya com foco nos agentes causadores das doenças, ou seja, os vírus. O método é baseado no uso de uma bactéria chamada Wolbachia Pipientis como forma de controle biológico, somando assim aos outros métodos de combate já conhecidos pela população.

A Wolbachia é uma bactéria intracelular (só vive dentro das células), naturalmente presente em cerca de 60% dos insetos, incluindo borboletas, mosquitos como “pernilongo” (Culex sp), abelhas, formigas, entre outros, não sendo capaz de infectar vertebrados, incluindo animais e humanos.

Quando a Wolbachia está presente nas células do mosquito Aedes aegypti, a transmissão dos vírus dessas doenças é reduzida significativamente, a ponto de impedir uma epidemia, de acordo com modelagem matemática realizada pelos especialistas do WMP.

WOLBACHIA COMO MÉTODO BIOLÓGICO COMPLEMENTAR DE COMBATE ÀS ARBOVIROSES

Aedes aegypti macho,com ou sem Wolbachia.

Só nascem Aedes aegypti com Wolbachia.

Aedes aegypti fêmea,com Wolbachia.

+1

23=

Page 14: APRESENTAÇÃOantigo.rioeduca.net/rioeduca/BLOG PROFESSORES/E...Diante desta realidade, fazer o controle populacional do vetor tem sido, nos últimos trinta anos, um grande desafio

Sendo assim, quando uma fêmea de Aedes aegypti ingere sangue contendo vírus, este

não consegue se desenvolver nas células do mosquito devido à presença da Wolbachia.

Como resultado o mosquito não consegue transmitir os vírus para as pessoas.

A principal hipótese, ainda em estudo pelos cientistas, para essa redução na transmissão

é que haja uma disputa por nutrientes entre a bactéria e o vírus.

Na Universidade Monash, na Austrália, pesquisadores do WMP transferiram a Wolbachia

da mosca-da-fruta (Drosophila melanogaster) para os ovos do Aedes aegypti por meio de

um procedimento de microinjeção. Desta forma, a bactéria fica presente em todas

as fases de desenvolvimento do mosquito (ovo – larvas – pupa e adulto). Não houve

modificação genética neste processo. Nem na mosca-da-fruta, nem no Aedes aegypti,

nem na Wolbachia.

Outra característica que contribuiu com o sucesso da utilização da Wolbachia como

controle biológico é sua capacidade de ser transmitida de mãe para prole. Como

resultado, o sucesso da Wolbachia está diretamente ligado à capacidade de reprodução

do mosquito. Assim, fêmeas com Wolbachia sempre geram descendentes com

Wolbachia. Quando as fêmeas sem Wolbachia acasalam com machos com Wolbachia, os

ovos fertilizados não gerarão descendentes.

Sendo assim, a proposta do método do WMP consiste na substituição da população

de mosquitos Aedes aegypti por meio da liberação de Aedes aegypti com Wolbachia

no ambiente, contribuindo com a redução da transmissão dessas doenças.

Como se trata de um método autossustentável, a liberação não precisa ocorrer

indefinidamente. Uma vez que a liberação por algumas semanas tenha sido bem

sucedida em uma determinada localidade, os mosquitos continuam a transmitir a

Wolbachia naturalmente para seus descendentes.

PARA SABER MAIS: http://www.wmpbrasil.orgPrática: projeto DLO na escola. (Anexo 5)

Page 15: APRESENTAÇÃOantigo.rioeduca.net/rioeduca/BLOG PROFESSORES/E...Diante desta realidade, fazer o controle populacional do vetor tem sido, nos últimos trinta anos, um grande desafio

Quer participar?Saiba como!

O World Mosquito Program (WMP) utiliza a ciência a serviço do bem-estar da

população nos países em que atua. Antes de iniciar as atividades de liberação de

mosquitos, atividades de engajamento comunitário e comunicação são realizadas

em escolas, unidades de saúde, associações de moradores e outros grupos ligados

ao território em que estamos atuando.

Para conhecer as ações que desenvolvemos acesse

www.wmpbrasil.org

E se quiser ser nosso parceiro escreva para: [email protected]

Referências

Câmara, FP., Theophilo, RLG., Teixeira-dosSantos, G., Pereira, SRFG., Câmara, DCP., de Matos, RRC. Estudo retrospectivo (histórico) da

dengue no Brasil: características regionais e dinâmicas. Rev. Soc. Bras. Med .Trop. 40 (2). 2007, 192-196p.

Consoli, RAGB. & Lourenço-de-Oliveira R. Principais mosquitos de importância sanitária no Brasil. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1994, 228p.

Eliminar a Dengue - Desafio Brasil (World Mosquito Program). Disponível em: http://www.eliminatedengue.com/brasil/wolbachia -

Acessado em 31 de janeiro de 2018.

Figuerêdo, M. & Neto, RON. Propostas práticas para o ensino de educação ambiental. 224-238p. Rev. Científica FACIMED, v.3. 2011,

224-238p.

FIOCRUZ, Fundação Oswaldo Cruz. Disponível em: https://portal.fiocruz.br/pt-br - Acessado em 31 de janeiro de 2018.

FIOCRUZ, Fundação Oswaldo Cruz. Disponível em: http://www.periodicos.fiocruz.br/pt-br/content/aedes-em-foco-arboviroses-em-

expans%C3%A3o-no-brasil - Acesso em 16 de fevereiro de 2018.

Gouveia, N. Saúde e Meio Ambiente nas Cidades: Os desafios da saúde ambiental. Saúde e Sociedade, 8 (1). 1999, 49-61p.

Oliveira, WP. Diagnóstico Ambiental das Condições de Saneamento e Riscos a Saúde do Bairro Guarajuba no Município de

Paracambi-RJ. 2012.

Pimenta, JRFG. Instrumento para avaliar a implantação do Programa Nacional de Controle do Dengue no âmbito municipal.

Dissertação de Mestrado Escola Nacional de Saúde Pública. Rio de Janeiro, RJ. 2005, 210p.

Sylvestre, GR. Impacto da infecção com o vírus dengue 2 no comportamento alimentar, longevidade e fecundidade de fêmeas de

Aedes aegypti. Dissertação de Mestrado Instituto Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, RJ. 2012, 92p.

Valle, D., Pimenta, DN., Cunha, RV. Dengue: Teorias e práticas - Editora Fiocruz. Rio de Janeiro, RJ. 2015, 460p.

World Health Organization. Disponível em: http://www.who.int/en/ - Acessado em 30 de janeiro de 2018.

Page 16: APRESENTAÇÃOantigo.rioeduca.net/rioeduca/BLOG PROFESSORES/E...Diante desta realidade, fazer o controle populacional do vetor tem sido, nos últimos trinta anos, um grande desafio

ANEXOS

Anexo 1 - Prática proposta para o conteúdo (Ambiente e Saúde)

Anexo 2 - Prática proposta para o conteúdo (Biologia e Ecologia do Aedes aegypti)

Anexo 3 - Prática proposta para o conteúdo (arboviroses transmitidas pelo Aedes aegypti)

Anexo 4 - Prática proposta para o conteúdo (Métodos de prevenção e controle de A. aegypti)

Anexo 5 - Prática proposta para o conteúdo de (Método biológico complementar de combate às arboviroses)

CONSUMO X LIXO X PLANETA

O objetivo dessa prática é ajudar os alunos a desenvolver o pensamento crítico quanto ao consumo e descarte correto de cada material produzido em nosso planeta.O professor deverá solicitar aos alunos que recortem imagens de encartes de supermercado e lojas diversas, pensando em responder a seguinte pergunta: “O que você gostaria de comer, beber ou ganhar de presente entre todas essas figuras?” Cada aluno deverá escolher pelo menos três itens. No final, cada aluno irá revelar os itens que escolheu e apresentar qual lixo foi produzido a partir da confecção de determinado produto e depois de sua utilização. Em seguida, o professor poderá explicar a quantidade de lixo que é produzida e de recursos naturais que são utilizados na fabricação dos produtos. Poderá também abordar a questão da reutilização e reciclagem, visando sempre aproveitar o material em sua totalidade, uma vez que já foi produzido, além de apontar que, alguns “lixos” na verdade podem ser utilizados de novo, só que pela natureza, na decomposição e formação de novos nutrientes para o desenvolvimento dos solos e dos vegetais.

CONHECENDO O AEDES AEGYPTI E SUAS FASES

Com o auxílio de uma lupa digital, o professor irá projetar em uma TV ou em uma tela branca as fases de vida do mosquito Aedes aegypti – ovo, larva, pupa, adulto – fixadas em resina acrílica.As fases de vida também poderão ser observadas por meio de imagens reais projetadas por meio de um data show.O professor deverá apontar as características de cada fase da vida do Aedes aegypti, fixando o conteúdo abordado em sala de aula.Ao final, o professor poderá distribuir aos alunos folhas contendo desenhos das fases de vida do mosquito e solicitar a eles a identificação de cada uma das fases, bem como das principais características.

SERÁ QUE AS PESSOAS CONHECEM MESMO AS DOENÇAS DENGUE, ZIKA E CHIKUNGUNYA?

Os alunos deverão seguir o roteiro abaixo e fazer entrevistas com pelo menos uma pessoa da família, de preferência alguém que já tenha tido alguma arbovirose. As respostas deverão ser levadas para a sala de aula para discussão coletiva de modo crítico.Para a família:1) Você já teve alguma arbovirose? Qual?2) Quais sintomas você teve?3) Como você acha que contraiu essa doença? Existe outro modo de contrair?4) Procurou ajuda médica? Qual foi o tratamento indicado? Você se automedicou durante a doença?5) Existia alguma forma para se prevenir dessa doença?6) Depois de curado, você passou a tomar algum cuidado diferente?7) Quais medidas você acha que são as mais eficazes no combate à essas doenças?

VOCÊ É O DETETIVE!

Nesta atividade os alunos deverão, com a orientação do professor, visitar as dependências e o entorno da escola buscando potenciais focos de desenvolvimento do mosquito. Esses focos poderão ser fotografados e expostos em sala com a explicação do problema.Em seguida, os alunos deverão apresentar sugestões para eliminação dos possíveis focos descobertos. Com esse material, poderá ser montada uma exposição para toda a escola como forma de conscientizar todos os integrantes da comunidade escolar.

DLO NA ESCOLA - UM MODO DE CRIAR MOSQUITOS ALIADOS

Nesta proposta os alunos poderão observar a utilização do dispositivo de liberação de ovos (DLO) usado pelo programa World Mosquito Program (WMP).Os dispositivos contendo ovos de mosquitos Aedes aegypti com Wolbachia, água e alimento para as larvas serão colocados em campo, em locais abrigados de intempéries. Após completarem seu ciclo de desenvolvimento, os mosquitos adultos sairão do dispositivo aptos à reprodução e transferência da Wolbachia para sua prole.A proposta é que a instalação do dispositivo seja um experimento científico realizado nas escolas e acompanhado pelos alunos, sob a orientação do professor. Dessa forma os alunos poderão acompanhar o ciclo completo de desenvolvimento dos mosquitos, discutir aspectos relacionados à saúde pública, questões socioambientais, estratégias para o controle do vetor e, até mesmo, manifestarem interesse pelo método científico.Dessa forma os alunos estariam mais próximos da metodologia proposta pelo WMP, podendo acompanhar não só a liberação gradativa dos mosquitos mas, também, os processos de manutenção e de troca do dispositivo realizados em conjunto com a equipe do programa. As perguntas abaixo deverão ser respondidas pelos estudantes, com base no acompanhamento do experimento científico.1) Quantas tentativas foram feitas de liberação de Aedes aegypti com Wolbachia?2) Em quanto tempo começou a saída de mosquitos?3) Se não saíram mosquitos, quais fatores podem ter implicado para esse insucesso?4) Em quanto tempo apareceram as larvas?5) Em quanto tempo apareceram as pupas?6) Todos os ovos colocados eclodiram?7) Qual a frequência aproximada de saída de mosquitos por dia?8) Quanto tempo levou para que todos os ovos virassem mosquitos (DLO vazio)?9) Como esse experimento poderá nos ajudar a combater as doenças dengue, Zika e chikungunya?10) O que você achou desse experimento?Além das atividades na escola, os estudantes poderão levar um DLO (apenas a caixa) para suas casas e divulgar a metodologia do programa para seus familiares.

Page 17: APRESENTAÇÃOantigo.rioeduca.net/rioeduca/BLOG PROFESSORES/E...Diante desta realidade, fazer o controle populacional do vetor tem sido, nos últimos trinta anos, um grande desafio