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Geologia Vera Lúcia da Rocha

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Geologia.

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  • Geologia

    Vera Lcia da Rocha

  • APRESENTAO

    com satisfao que a Unisa Digital oferece a voc, aluno(a), esta apostila de Geologia, parte inte-grante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao aprendizado dinmico e autnomo que a educao a distncia exige. O principal objetivo desta apostila propiciar aos(s) alunos(as) uma apre-sentao do contedo bsico da disciplina.

    A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de recursos multidis-ciplinares, como chats, fruns, aulas web, material de apoio e e-mail.

    Para enriquecer o seu aprendizado, voc ainda pode contar com a Biblioteca Virtual: www.unisa.br, a Biblioteca Central da Unisa, juntamente s bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso, bem como acesso a redes de informao e documentao.

    Nesse contexto, os recursos disponveis e necessrios para apoi-lo(a) no seu estudo so o suple-mento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo para uma formao completa, na qual o contedo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal.

    A Unisa Digital assim para voc: Universidade a qualquer hora e em qualquer lugar!

    Unisa Digital

  • SUMRIO

    INTRODUO ............................................................................................................................................... 5

    1 DEFINIO E CONCEITOS BSICOS ......................................................................................... 71.1 Subdiviso da Geologia ................................................................................................................................................71.2 Resumo do Captulo .......................................................................................................................................................81.3 Atividades Propostas ......................................................................................................................................................9

    2 ORIGEM DO SISTEMA SOLAR E ESTRUTURA TERRESTRE ...................................... 112.1 Resumo do Captulo ....................................................................................................................................................132.2 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................14

    3 TECTNICA DE PLACAS .................................................................................................................. 153.1 Evidncia de que os Continentes Estiveram Unidos .......................................................................................163.2 Evidncias Cientficas sobre a Tectnica ..............................................................................................................183.3 Resumo do Captulo ....................................................................................................................................................203.4 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................21

    4 NOES DE GEOMORFOLOGIA ................................................................................................ 234.1 Resumo do Captulo ....................................................................................................................................................254.2 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................25

    5 TIPOS E PROCESSOS FORMADORES DE SOLO............................................................... 275.1 Perfis de Solo ..................................................................................................................................................................315.2 Resumo do Captulo ....................................................................................................................................................335.3 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................33

    6 GUA SUBTERRNEA ....................................................................................................................... 356.1 Classificao dos Aquferos Segundo a Presso da gua .............................................................................366.2 Classificao Segundo a Geologia do Material Saturado ..............................................................................366.3 Resumo do Captulo ....................................................................................................................................................376.4 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................38

    7 INTRODUO PALEONTOLOGIA ........................................................................................ 397.1 Resumo do Captulo ....................................................................................................................................................417.2 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................42

    8 MINERAIS E ROCHAS ........................................................................................................................ 438.1 Recursos Minerais .........................................................................................................................................................448.2 Rochas ...............................................................................................................................................................................468.3 O Ciclo das Rochas .......................................................................................................................................................498.4 Resumo do Captulo ....................................................................................................................................................508.5 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................50

  • 9 TEMPO GEOLGICO .......................................................................................................................... 519.1 Resumo do Captulo ....................................................................................................................................................549.2 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................54

    RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS ..................................... 55

    REFERNCIAS ............................................................................................................................................. 59

  • Unisa | Educao a Distncia | www.unisa.br5

    INTRODUO

    Caro(a) aluno(a),

    O objetivo geral do curso o de lhe oferecer subsdios para um estudo completo sobre a Terra como um planeta vivo em constante transformao e que possui um dinamismo prprio.

    Esta apostila e a disciplina como um todo buscam apresentar a caracterizao do planeta Terra, bem como estudar sua estrutura e composio.

    Tambm foram evidenciados os mecanismos que engendram a dinmica terrestre (deriva conti-nental e tectnica de placas), oferecendo, assim, um aprofundamento nas questes relativas formao e dinamismo da superfcie terrestre.

    Dentro dessa perspectiva, o contedo est organizado de forma a promover sempre um debate so-bre e com os autores, alm de mostrar as transformaes das teorias ao longo dos processos geolgicos.

    Dessa forma, sero estudadas a Gnese e a morfologia dos principais minerais e rochas, alm dos processos que atuam sobre eles (intemperismo fsico e qumico), bem como o ciclo das rochas, classifi-cao e datao petrogrfica.

    Ser dado enfoque formao de depsitos minerais e jazidas e associao com a dinmica in-terna e intemperismo, sua utilizao comercial e suas implicaes ambientais, visando, assim, ao desen-volvimento sustentvel de nossa sociedade contempornea.

    Ao compreendermos que a Geologia a cincia que trata da estrutura da Terra, da sua composio, de seus processos internos e externos e de sua evoluo, e que como cincia procura decifrar a histria geral da Terra, desde o momento em que se formaram as rochas at o presente, ser possvel finalizar este trabalho versando sobre esse assunto.

    No ltimo captulo, buscamos, ento, elencar as possibilidades da datao geolgica realizada com a utilizao de diversos conhecimentos cientficos.

    Ser um prazer acompanh-lo(a) ao longo desse trajeto.

    Vera Lcia da Rocha

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    Caro(a) aluno(a),

    Neste captulo, trataremos dos conceitos iniciais que definem a Geologia, sua importncia para nossa sociedade, bem como sua subdiviso como cincia.

    Podemos afirmar que a Geologia a cincia que trata da estrutura da Terra, da sua composi-o, de seus processos internos e externos e de sua evoluo. Como cincia, procura decifrar a histria geral da Terra, desde o momento em que se formaram as rochas at o presente.

    Na Figura 1, vamos visualizar Charles Lyell (1797-1875), gelogo britnico, considerado o Pai da Geologia.

    DEFINIO E CONCEITOS BSICOS1

    Figura 1 Charles Lyell.

    Fonte: http://www.stephenjaygould.org/people/charles_lyell.html.

    A partir desse contexto, podemos com-preender que a formao das rochas , por sua vez, dependente de um conjunto de fatores fsi-cos, qumicos e biolgicos, cclicos, relacionados evoluo crustal e sedimentar do planeta.

    AtenoAteno

    O campo de atividade da Geologia , ento, a poro da Terra constituda de rochas, que so as fontes de informaes sobre seus processos for-madores e evolutivos.

    A Geologia Geral tem como seu objeto o estudo dos agentes de formao, transformao, composio e disposio das rochas na crosta ter-restre e pode ser subdividida da seguinte forma:

    Petrologia: a cincia das rochas no sentido estrito, constituindo uma das bases das cincias geolgicas, funda-mentada na mineralogia;

    Paleontologia: descreve e classifica os

    1.1 Subdiviso da Geologia

    antigos seres viventes que se encon-tram nas rochas, os fsseis;

    Geologia Histrica: descreve os even-tos biolgicos e estruturais dentro de uma cronologia, denominada tempo geolgico;

    Estratigrafia: ordena as rochas estrati-ficadas, ou seja, dispostas em camadas de sedimentos, sistematizando-as a partir de sua cronologia determinada a

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    partir dos estratos mais antigos;

    Geografia: cujos campos de ao esto na superfcie da Terra e seus habitantes; quando se ocupa da conformao da crosta e da sua evoluo, onde se en-caixa a Geografia Fsica, esta passa a ser um campo integrado Geologia.

    Estas so algumas das ramificaes da Geologia entre inmeras outras, notadamente de sentido prtico e aplicado pesquisa de minerais ou s obras de engenharia.

    Em Geologia, pos-svel supor que o presen-te a chave do passado e que todos os aconteci-mentos que ocorrem hoje na Terra so similares aos acontecidos no passado e suficientes para que se expliquem todos os aspectos da forma e estrutura do planeta no presente.

    Temos tambm que, em Geologia, a noo de tempo diferente da viso de tempo cotidia-no da vida humana. O tempo, embora em si no seja um agente preponderante, perfaz sutilmente a execuo de todas as formas e estruturas exis-tentes no globo terrestre.

    Podemos concluir que a Geologia tem um papel marcante e decisivo na qualidade da ocu-pao e aproveitamento dos recursos naturais, que compreendem desde os solos onde se planta

    e se constri, at os recur-sos energticos e mat-rias-primas industriais.

    O desconhecimento quantitativo e qualitativo da dinmica terrestre tem resultado em prejuzos muitas vezes irreparveis para a Natureza em geral e

    para a espcie humana em particular.

    Saiba maisSaiba mais

    A Geologia como cincia baseia-se, primeiramente, na observao do planeta Terra, incluindo:

    minerais; rochas; fsseis.

    Caro(a) aluno(a),

    Neste captulo, estudamos a definio de Geologia e compreendemos sua importncia para nossa sociedade.

    Entendemos, tambm, que a Geologia a cincia que trata da estrutura da Terra, da sua composi-o, de seus processos internos e externos e de sua evoluo, e que o objeto da Geologia Geral o estudo dos agentes de formao, transformao, composio e disposio das rochas na crosta terrestre.

    O campo de atividade da Geologia , ento, a poro da Terra constituda de rochas, que so as fontes de informaes sobre seus processos formadores e evolutivos.

    Tambm compreendemos que a Geologia pode ser subdividida da seguinte forma:

    Petrologia; Paleontologia; Geologia Histrica; Estratigrafia.

    Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem.

    1.2 Resumo do Captulo

  • Geologia

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    1. Como podemos definir Geologia?

    2. De que forma a Geologia se subdivide?

    3. O que Estratigrafia?

    1.3 Atividades Propostas

  • Unisa | Educao a Distncia | www.unisa.br11

    Caro(a) aluno(a),

    Neste captulo, trataremos da origem do sistema solar e da complexa estrutura interna do globo terrestre.

    Sabemos que o sistema solar formado por nove planetas e por milhares de asteroides, alm de um cinturo de objetos alm da rbita de Plu-to. Por ordem de distncia do sol, esto: Merc-rio, Vnus, Terra, Marte, Jpiter, Saturno, Urano, Netuno e Pluto (por vezes Netuno o mais afas-tado, devido rbita de Pluto, que atravessa a de Netuno).

    Analise, a seguir, a figura que ilustra quais so os planetas que formam o sistema solar.

    Figura 2 Sistema solar.

    Fonte: http://www.webciencia.com/04_sistema.htm.

    Os planetas menores, de formao rochosa e mais prximos do Sol e uns dos outros so cha-mados planetas internos (Mercrio, Vnus, Terra e Marte), j os planetas mais afastados, de forma-o gasosa e gigantes em relao aos internos, so denominados planetas externos (Jpiter, Sa-turno, Urano e Netuno, alm de Pluto).

    ORIGEM DO SISTEMA SOLAR E ESTRUTURA TERRESTRE2

    Dessa forma, o sistema solar nasceu a partir de uma gigantesca nuvem de gs e poeira. Essas nuvens giram ao redor de um nico ponto, de maior gravidade, onde se localiza a estrela (Sol); por efeito dessa rotao, a nuvem vai ganhando a forma de um globo, que concentra em seu ncleo a maior parte da massa e poeira, esse disco torna--se cada vez maior, mais quente, se condensando cada vez mais. O calor que isso resulta d incio transformao do hidrognio em hlio; por meio desse processo, em que liberada energia, de-sencadeia-se uma srie de reaes termonuclea-res que ativam o ncleo da nuvem, surge, assim, uma estrela.

    Enquanto tudo isso ocorre no ncleo, na parte mais externa, as nuvens tambm se aden-sam at formar massas bem menores do que a es-trela, essas massas se transformam nos planetas, todas elas presas pela fora maior do Sol, girando ao seu redor.

    Esse processo que deu origem ao sistema solar h 5 bilhes de anos continua; estrelas se-melhantes ao Sol nascem em muitos locais da galxia, principalmente na nebulosa de rion, a cerca de mil anos luz da Terra. Essas estrelas e seus planetas so irmos do sistema solar, pois o Sol emergiu do Cinturo de Gould, do brao da espi-ral de rion.

    Vamos, agora, analisar a composio inter-na da estrutura de nosso planeta e, para isso, ini-ciaremos com uma pergunta: como se pode co-nhecer as camadas geolgicas abaixo de nossos ps e outras estruturas localizadas no interior e no centro da Terra, situado a cerca de 6.370 km de profundidade?

    A resposta : por meio de perfuraes, o homem tem acesso direto apenas aos primeiros

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    quilmetros. Da para baixo, so as ondas ssmi-cas que revelam conhecimentos sobre o interior de nosso planeta.

    A propagao das ondas ssmicas produ-zidas pelos terremotos varia de velocidade e de trajetria em funo das caractersticas do meio elstico em que trafegam.

    A correta interpretao do registro dessas ondas, por meio dos sismogramas, permite inferir valores de velocidade e densidade tanto em ro-chas no estado slido, ou parcialmente fundidas, como naquelas situadas prximas superfcie ou em grandes profundidades. Dessa forma, poss-vel comprovar suposies sobre o estado dessas estruturas internas.

    A partir desse contexto, a camada mais ex-terna e delgada da Terra chamada Crosta, cuja espessura varia de 35 a 10 km ao longo de uma seo, cortando reas continentais e ocenicas.

    Analise a figura seguir, onde possvel ob-servar as camadas que formam a estrutura inter-na do planeta Terra.

    Figura 3 Estrutura interna da Terra.

    Fonte: http://www.cprm.gov.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=1266&sid=129.

    Saiba que, nas regies montanhosas, a cros-ta pode alcanar 65 km de espessura. A figura an-terior nos sugere que a Crosta Continental flutua acima de material muito denso do manto, se-melhana dos icebergs sobre os oceanos. Este o Princpio da Isostasia, que assegura que as leves reas continentais flutuem sobre um manto de

    material mais denso. Assim, a maior parte do vo-lume das massas continentais posiciona-se abai-xo do nvel do mar pela mesma razo que a maior parte dos icebergs permanece mergulhada por baixo do nvel dos oceanos. Trabalhos sismolgi-cos vm corroborando informaes quantitativas para o mecanismo da isostasia.

    Ainda analisando a figura anterior, pode-mos compreender que o manto a poro mais volumosa (80%) de todas as geosferas. O Manto divide-se em Superior e Inferior, situa-se logo abaixo da Crosta e estende-se at quase a meta-de do raio da Terra. A profundidade do contato Manto-Ncleo foi calculada pelo sismlogo Beno Gutenberg, em 1913. O Manto grosseiramen-te homogneo e oferece as melhores condies para a propagao de ondas ssmicas, recebendo a denominao janela telesssmica.

    No perodo de 1965 a 1970, os gelogos e geofsicos concentraram seus esforos para pes-quisar as primeiras centenas de quilmetros abai-xo da superfcie terrestre como parte do Projeto Internacional do Manto Superior. Muitas desco-bertas importantes foram feitas, entre elas a de-finio de litosfera e astenosfera, com base em modelos de velocidades das ondas S.

    J a litosfera uma placa com cerca de 70 km de espessura, que suporta os continentes e reas ocenicas. A Crosta a camada mais exter-na dessa poro da Terra. A litosfera caracteriza-da por altas velocidades e eficiente propagao das ondas ssmicas, implicando condies natu-rais de solidez e de rigidez de material. A litosfera a responsvel pelos processos da Tectnica de Placas e pela ocorrncia dos terremotos.

    A astenosfera tambm chamada zona de fraqueza ou de baixa velocidade, pela simples ra-zo do decrscimo da velocidade de propagao das ondas S. Nessa regio, em que se acredita que as rochas esto parcialmente fundidas, as ondas ssmicas so mais atenuadas do que em qualquer outra parte do Globo.

    A astenosfera, que se estende at 700 km de profundidade, apresenta variaes fsicas e qumicas. importante assinalar que o estado

  • Geologia

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    no slido da astenosfera que possibilita o deslo-camento, sobre ela, das placas rgidas da litosfera.

    O Manto Inferior, que se estende de 700 at 2.900 km (limite do Ncleo), uma regio que apresenta pequenas mudanas na composio e fases mineralgicas. A densidade e a velocidade aumentam gradualmente com a profundidade, da mesma forma que a presso.

    J o Ncleo, apesar de sua grande distncia da superfcie terrestre, tambm no escapa das investigaes sismolgicas. Sua existncia foi su-gerida pela primeira vez, em 1906, por R. D. Ol-dham, sismlogo britnico.

    A composio do Ncleo foi estabelecida comparando-se experimentos laboratoriais com

    dados sismolgicos. Assim, foi possvel determi-nar uma incompleta, mas razovel aproximao sobre a constituio do interior do Globo. Ele cor-responde, aproximadamente, a 1/3 da massa da Terra e contm principalmente elementos met-licos (ferro e nquel).

    Em 1936, Inge Lehman, sismloga dina-marquesa, descobriu o contato entre o Ncleo Interno e o Ncleo Externo. Esse ltimo possui propriedades semelhantes aos lquidos, o que im-pede a propagao das ondas S. O Ncleo Inter-no slido e nele se propagam tanto as ondas P quanto as S.

    Caro(a) aluno(a),

    Neste captulo, estudamos a origem do sistema solar e da complexa estrutura interna do globo terrestre.

    Compreendemos que o sistema solar formado por nove planetas e por milhares de asteroides, alm de um cinturo de objetos alm da rbita de Pluto. Por ordem de distncia do sol, esto: Mercrio, Vnus, Terra, Marte, Jpiter, Saturno, Urano, Netuno e Pluto (por vezes Netuno o mais afastado, devido rbita de Pluto, que atravessa a de Netuno).

    Logo em seguida, analisamos a composio interna da estrutura de nosso planeta e analisamos todos os componentes dos elementos que compem essa estrutura.

    Surpreendeu-nos a resposta de que, em relao s caractersticas internas de nosso planeta, por meio de perfuraes, o homem tem acesso direto apenas aos primeiros quilmetros. Da para baixo, so as ondas ssmicas que revelam conhecimentos sobre o interior de nosso planeta.

    A propagao das ondas ssmicas produzidas pelos terremotos varia de velocidade e de trajetria em funo das caractersticas do meio elstico em que trafegam.

    Vimos, tambm, a potncia da energia geotrmica e da presso que atuam constantemente nas camadas internas e so a mola propulsora de vrios dos fenmenos que esto relacionados diretamente formao da superfcie terrestre.

    Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem.

    2.1 Resumo do Captulo

  • Vera Lcia da Rocha

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    1. De que forma o sistema solar nasceu?

    2. Do que se trata o principio de Isostasia?

    3. Explique o que o Manto Inferior.

    2.2 Atividades Propostas

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    Caro(a) aluno(a),

    Neste captulo, trataremos dos conceitos que nos faro compreender os processos que do origem formao da estrutura interna de nos-so planeta. Iniciaremos esses conhecimentos por meio do estudo da tectnica de placas.

    A teoria de que os continentes no estive-ram sempre nas suas posies atuais foi conjec-turada muito antes do sculo XX; esse modelo foi sugerido, pela primeira vez, em 1596, por um fabricante holands, Abraham Ortelius. Ortelius sugeriu que as Amricas foram rasgadas e afas-tadas da Europa e frica por terremotos e inun-daes e acrescentou: os vestgios da ruptura revelam-se, se algum trouxer para a sua frente um mapa do mundo e observar com cuidado as costas dos trs continentes.

    A ideia de Ortelius foi retomada no sculo XIX. Entretanto, s em 1912 a ideia do movimen-to dos continentes foi seriamente considerada como uma teoria cientfica, designada por Deriva dos Continentes, escrita em dois artigos publica-dos por um meteorologista alemo chamado Al-fred Lothar Wegener.

    Wegener argumentou que, h cerca de 200 milhes de anos, havia um supercontinente Pangeia = Pangea que comeou a fraturar-se. Alexander Du Toit, professor de geologia na Uni-versidade de Johanesburgo e um dos defensores mais acrrimos das ideias de Wegener, props que a Pangeia, primeiro, se dividiu em dois gran-des continentes, a Laursia, no Hemisfrio Nor-te, e a Gondwana, no Hemisfrio Sul. Laursia e Gondwana continuaram, ento, a fraturar-se, ao longo dos tempos, dando origem aos vrios con-tinentes que existem hoje.

    TECTNICA DE PLACAS3

    Figura 4 Alfred Wegener.

    Fonte: http://www.infoescola.com/biogra-fias/alfred-wegener/.

    Wegener tambm estava intrigado com as ocorrncias de estruturas geolgicas pouco co-muns e dos fsseis de plantas e animais encontra-dos na Amrica do Sul e frica, que esto separa-das, atualmente, pelo Oceano Atlntico. Deduziu que era fisicamente impossvel para a maioria da-queles organismos ter nadado ou ter sido trans-portado por meio de um oceano to vasto. Para ele, a presena de espcies fsseis idnticas ao longo das costas dos litorais da frica e Amrica do Sul seria a evidncia que faltava para demons-trar que, uma vez, os dois continentes estiveram ligados.

    Saiba maisSaiba mais

    A teoria de Wegener foi apoiada em parte por aquilo que lhe pareceu ser o ajuste notvel dos continentes americanos e africanos do sul, argumento utilizado por Abraham Ortelius trs sculos antes.

  • Vera Lcia da Rocha

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    H algumas evidncias de que os continen-tes estiveram unidos e a primeira delas geogr-fica, uma vez que as linhas da costa de alguns continentes encaixam perfeitamente.

    3.1 Evidncia de que os Continentes Estiveram Unidos

    Essas evidncias tambm podem ser pa-leontolgicas, uma vez que a distribuio de fs-seis acompanha um padro caracterstico.

    Veja, na figura a seguir, essas evidncias.

    Figura 5 Distribuio geogrfica dos fsseis gondwnicos.

    Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Gondwana.

    Em relao s condies climticas, h evi-dncias de glaciaes coerentes com a unio de continentes.

    Analise a figura a seguir, onde essa evidn-cia mostrada.

  • Geologia

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    Figura 6 Evidncias climticas.

    Fonte: http://geografiamazucheli.blogspot.com.br/2012/10/terremotos-origens-causas-e.html.

    A teoria da Deriva Continental transformar--se-ia na bomba que explodiu na comunidade cientfica da poca, de tal modo, fez surgir uma nova maneira de ver a Terra. Contudo, apesar das evidncias, a proposta de Wegener no foi to bem recebida pela comunidade cientfica, como se possa pensar, embora estivesse, em grande parte, de acordo com a informao cientfica dis-ponvel naquele tempo. Uma fraqueza fatal na teoria de Wegener era o fato de no poder res-ponder satisfatoriamente pergunta mais impor-tante levantada pelos seus crticos: que tipo de fora podia ser to forte para mover massas de ro-cha contnua to grandes ao longo de distncias to grandes? Wegener sugeriu que os continen-tes se separavam por meio do fundo do oceano, mas Harold Jeffreys, um geofsico ingls notvel, contra-argumentou, de modo cientfico, que era

    fisicamente impossvel para uma massa de rocha contnua to grande separar-se por meio do fun-do ocenico sem se fragmentar na totalidade.

    Note que, apenas com tais comprovaes de fato, houve um crescimento acadmico e cientfi-co no que se refere aos estudos que comprovam o desenvolvimento de processos geolgicos escla-recedores sobre a formao de nosso planeta.

    AtenoAteno

    S aps a morte de Wegener, em 1930, novas evidncias a partir da explorao dos fundos ocenicos, bem como outros estudos geolgicos e geofsicos, reacenderam o interesse pela teoria de Wegener, conduzindo finalmente ao desen-volvimento da teoria da Tectnica de Placas.

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    Voc sabia que aproximadamente dois ter-os da superfcie da terra encontram-se abaixo dos oceanos?

    Antes do sculo XIX, a profundidade dos oceanos era matria de pura especulao e a maioria das pessoas pensava que os fundos dos oceanos eram relativamente lisos e sem quais-quer aspectos relevantes. A explorao ocenica, durante os tempos seguintes, melhorou profun-damente o nosso conhecimento sobre os fun-dos dos oceanos e a sua expanso. Ns sabemos, agora, que a maioria dos processos geolgicos que ocorrem na Terra est ligada, diretamente ou indiretamente, dinmica dos fundos ocenicos.

    Em 1947, os sismologistas que se encontra-vam no navio de pesquisa Atlantis dos Estados Unidos (EUA) descobriram que a camada de se-dimento no fundo do Oceano Atlntico era muito mais fina do que pensavam inicialmente. Os cien-tistas acreditavam que os oceanos existiam, pelo menos, h 4 bilhes de anos, logo, a camada de sedimento deveria de ser muito espessa. Por que que havia to pouca acumulao de sedimento, restos e fragmentos sedimentares no fundo do oceano? A resposta a esta e outras perguntas, que surgiram aps uma explorao mais pormenori-zada e avanada, provariam ser vital para o surgi-mento do conceito de tectnica de placas.

    No incio dos anos de 1950, os cientistas, usando instrumentos de medida do magnetismo (magnetmetros), comearam a reconhecer va-riaes magnticas mpares por meio do fundo dos oceanos. Essa descoberta, embora inespera-da, no foi inteiramente surpreendente, porque se sabia que o basalto, uma rocha vulcnica rica em ferro e que faz parte dos fundos dos oceanos, contm um mineral fortemente magntico (mag-netita), que pode localmente obrigar a distoro das leituras da bssola. Sabendo que a presena da magnetita d ao basalto propriedades mag-nticas mensurveis, essas variaes magnticas

    3.2 Evidncias Cientficas sobre a Tectnica

    recentemente descobertas forneceram novos meios para o estudo dos fundos dos oceanos.

    Como, durante os anos das dcadas de 1950 e 1960, foram sendo traados mais mapas das anomalias magnticas dos fundos ocenicos, logo, obtendo-se mais informaes, ficou prova-do que as variaes magnticas no eram alea-trias, mas obedeciam a padres determinados. Quando esses padres magnticos foram traa-dos sobre grandes regies, o fundo do oceano apresentou um padro do tipo zebra. As bandas alternas, de diferentes polaridades magnticas, estavam colocadas, do lado de fora, em faixas, de um e do outro lado da crista mdia-ocenica (meso-ocenica): uma faixa com polaridade nor-mal e a faixa adjacente com polaridade invertida. O teste padro total, definido por essas faixas al-ternadas de rocha magnetizada com polarizao normal e inversa, tornou-se conhecido como o listado magntico.

    A descoberta do listado magntico aler-tou, naturalmente, para mais perguntas: como se forma o teste padro magntico do listado? Por que so as faixas simtricas em torno das cristas ou dorsais mdia-ocenicas? Essas perguntas no poderiam ser respondidas sem se saber o signifi-cado dessas dorsais. Em 1961, os cientistas come-aram a teorizar sobre a estrutura das zonas das dorsais da crista mdia-ocenica, onde o fundo ocenico era rasgado em dois, longitudinalmen-te, ao longo da crista. O magma novo, provenien-te de grandes profundidades da terra, subia facil-mente ao longo dessas zonas de fraqueza e era expelido ao longo da crista, criando uma crusta ocenica nova. Esse processo, operando durante muitos milhes de anos, construiu o sistema de 50.000 km ao longo das cristas ou dorsais m-dia-ocenicas. Essa hiptese era suportada por diversas linhas da evidncia: 1) junto crista, as rochas so muito novas e tornam-se progressi-vamente mais velhas quando afastadas da crista; 2) a rocha mais nova, junto crista, tem sempre

  • Geologia

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    uma polaridade (normal) atual; e 3) as listas das rochas paralelas e simtricas crista alternam na polaridade magntica (normal-invertida-normal etc.), sugerindo que o campo magntico da terra se inverteu muitas vezes.

    Note essa questo na figura a seguir.

    Figura 7 Cadeia meso-ocenica.

    Fonte: http://ppegeo.igc.usp.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100.

    A evidncia adicional da expanso do fun-do ocenico veio de uma fonte inesperada, a ex-plorao do petrleo ao longo das margens con-tinentais, nas plataformas marinhas.

    Quando as idades das amostras foram de-terminadas por mtodos de datao paleonto-lgica e isotpica, forneceram a evidncia que faltava para provar a hiptese da expanso dos fundos ocenicos. Uma consequncia profunda da expanso dos fundos ocenicos seria que a nova crusta ocenica, sendo continuamente cria-da ao longo das cristas ocenicas, implicava um grande aumento no tamanho da terra desde a sua formao.

    A maioria de gelogos sabe que a Terra mu-dou pouco no tamanho desde sua formao h 4,6 bilhes de anos, levantando uma pergunta--chave: como pode a nova crusta ocenica ser adicionada, continuamente, ao longo das cristas ocenicas sem aumentar o tamanho da Terra? Essa pergunta intrigou, particularmente, Harry H. Hess e Robert S. Dietz. Hess formulou o raciocnio seguinte: se a crusta ocenica se expandia ao lon-go das cristas ocenicas, ela tinha de ser consu-mida noutros lugares da terra.

    Desse modo, sugeriu que a nova crusta ocenica espalhou-se, continuamente, afastada das cristas, segundo um movimento de transpor-te do tipo correia. Milhes de anos mais tarde, a crusta ocenica desce, eventualmente, nas fos-sas ocenicas, onde seria consumida. De acordo com Hess, enquanto o Oceano Atlntico estava a expandir-se, o Oceano Pacfico estava a contrair--se. Assim, as ideias de Hess davam uma explica-o clara do porque a Terra no aumentava de tamanho.

    Veja, na figura a seguir, um esquema mos-trando um mecanismo de transporte das placas, anlogo ao modelo animado de correntes de conveco trmica.

  • Vera Lcia da Rocha

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    Figura 8 Mecanismo de transporte das placas tectnicas.

    Fonte: http://domingos.home.sapo.pt/tect_placas_5.html.

    Sabemos que o calor radioativo acumulado no interior da Terra e no completamente dissipa-do pelo vulcanismo suficiente para aquecer as camadas do manto e gerar correntes de convec-

    o trmica ascendentes, semelhantes s que se formam com a gua a ferver, que transportam as placas por arrastamento, provocando, assim, um efeito de correia.

    Caro(a) aluno(a),

    Neste captulo, estudamos teorias fundamentais que do embasamento aos estudos geolgicos, como a tectnica de placas.

    A definio de que os continentes no estiveram sempre nas suas posies atuais foi conjecturada muito antes do sculo XX; esse modelo foi sugerido, pela primeira vez, em 1596, por um fabricante ho-lands, Abraham Ortelius.

    Ortelius sugeriu que as Amricas foram rasgadas e afastadas da Europa e frica por terremotos e inundaes e acrescentou: os vestgios da ruptura revelam-se, se algum trouxer para a sua frente um mapa do mundo e observar com cuidado as costas dos trs continentes.

    Tambm foram estudadas diversas evidncias de que a Deriva Continental pode ser comprovada cientificamente. Estudamos todas essas evidncias cientficas sobre a tectnica de placas.

    Por fim, compreendemos que o calor radioativo acumulado no interior da Terra e no completa-mente dissipado pelo vulcanismo suficiente para aquecer as camadas do manto e gerar correntes de conveco trmica ascendentes, que movimentam as placas, definindo assim a Deriva Continental.

    Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem.

    3.3 Resumo do Captulo

  • Geologia

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    1. Brasil e frica unidos em um s continente no passado geolgico de nosso planeta, como voc pode explicar essa afirmao?

    2. O que conveco trmica?

    3. Por que a teoria da Deriva Continental transformar-se-ia na bomba que explodiu na comuni-dade cientfica da poca?

    3.4 Atividades Propostas

  • Unisa | Educao a Distncia | www.unisa.br23

    Caro(a) aluno(a),

    Neste captulo, trataremos das noes b-sicas de geomorfologia e sua intrnseca ligao com conceitos importantes da Geologia e a for-mao da superfcie terrestre.

    Vamos l?

    Voc sabia que por meio da Geomorfologia possvel explicar os processos que formam toda a superfcie terrestre, inclusive sua dinmica e a histria desses acontecimentos?

    Dessa forma, compreenda que as monta-nhas so formas de relevo da superfcie da Terra que, normalmente, se elevam para um topo es-treito em forma de cume, originando escarpas. So vastas elevaes e depresses.

    Podem apresentar-se como extensos ali-nhamentos de relevo ou sob a forma de Monta-nhas Isoladas, estas normalmente associadas a fenmenos vulcnicos.

    Vamos procurar dar algumas explicaes, tendo sempre em conta o conhecimento atual, para a formao das montanhas.

    Na Terra, os extensos alinhamentos de rele-vo que cruzam oceanos e continentes tm uma origem direta ou indiretamente ligada ao movi-mento das grandes placas litosfricas terrestres. Entre essas estruturas, as cadeias de montanhas

    NOES DE GEOMORFOLOGIA4

    so as que melhor se conhecem e as que, com certeza, foram objeto das mais antigas investiga-es cientficas.

    Vejamos a figura a seguir, que nos mostra as cadeias de montanhas continentais dos Andes, Montanhas Rochosas, Apalaches, Atlas, Pirinus, Alpes, Crpatos e os Himalaias.

    Figura 9 Cadeias montanhosas continentais.

    Fonte: http://dc337.4shared.com/doc/LPHWDL-Po/preview.html.

    As montanhas formam-se por meio de di-versos processos geolgicos. Assim, podemos considerar quatro tipos diferentes de montanha: vulcnicas, erodidas, falhadas e dobradas.

    Montanhas vulcnicas, tambm conhecidas como vulces, apresentam, na maioria dos casos, uma parte emersa que, por sua vez, faz parte de uma sucesso de grandes vulces. Uma regio com uma sucesso de vulces o Hava. O Mauna Kea (4.205 m) um exemplo tpico de uma mon-tanha vulcnica. Os vulces podem associar-se s cadeias de montanhas ou a montes individuais associados a eventos intraplacas litosfricas, cha-mados Hot Spots (ou Pontos Quentes).

    Veja, a seguir, o Vulco Chimborazo, que fica no Equador e associado Cordilheira dos Andes.

    AtenoAteno

    Geomorfologia a parte da Geografia que estuda os arranjos, formas e toda a dinmica formadora da superfcie terrestre, bem como seus aspectos genticos, cronolgicos e morfolgicos.

  • Vera Lcia da Rocha

    Unisa | Educao a Distncia | www.unisa.br24

    Figura 10 Vulco Chimborazo.

    Fonte: http://quintogeo.blogspot.com.br/2009_06_01_archive.html.

    Veja, a seguir, o Vulco Kilauea, que fica no Hava e associado a um Hot Spot.

    Figura 11 Vulco Kilauea.

    Fonte: http://cienctec.com.br/wordpress/index.php/raro-feno-meno-moonbow-e-fotografado-no-havai-juntamente-com-a--erupcao-de-um-vulcao-e-com-o-ceu-estrelado/.

    Montanhas dobradas so as mais tpicas e frequentes, razo por que, a seguir, iremos exami-nar, com algum pormenor, sua formao. Foram originadas pelo lento movimento das placas litos-fricas convergentes, isto , colises entre massas continentais ao longo do Tempo Geolgico, unin-do-as e originando cadeias montanhosas.

    Veja, a seguir, a regio dos Alpes, que fica na Frana.

    Figura 12 Alpes franceses.

    Fonte: http://www.europa-turismo.net/franca-hoteis.htm.

    A seguir, veja o Himalaia, que fica no Nepal.

    Figura 13 Cordilheira do Himalaia.

    Fonte: http://www.infoescola.com/geologia/dobramentos--modernos/.

    Montanhas erodidas so formadas pelo fe-nmeno da eroso (ou seja, no tectnico). As guas, os ventos, as variaes de temperatura e os seres vivos causam o desgaste das rochas. Em simultneo, d-se o fenmeno do transporte dos materiais desagregados. Quando existem, na mesma regio, rochas resistentes eroso e ro-chas facilmente erodidas, d-se o fenmeno de eroso diferencial, acontecendo que as rochas re-sistentes eroso acabam por formar um grande relevo terrestre, isto , uma montanha.

  • Geologia

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    Saiba maisSaiba mais

    O Cume do Lana (4.301 m) um exemplo de uma montanha erodida, sendo uma grande massa de gra-nito que tem resistido eroso de milhes de anos.

    O Grand Canyon (USA) um exemplo de uma formao decorrente de processos erosivos e no tectnicos.

    Caro(a) aluno(a),

    Neste captulo, estudamos a importante contribuio que a Geomorfologia oferece Geologia, sendo possvel por meio dela explicar toda a dinmica formadora do relevo que se encontra tanto na crosta terrestre quanto na crosta ocenica.

    Dessa forma, compreendemos que as montanhas so formas de relevo da superfcie da Terra que, normalmente, se elevam para um topo estreito em forma de cume, originando escarpas. So vastas ele-vaes e depresses.

    Podem apresentar-se como extensos alinhamentos de relevo ou sob a forma de Montanhas Isola-das, estas normalmente associadas a fenmenos vulcnicos.

    Compreendemos que montanhas erodidas so formadas pelo fenmeno da eroso. As guas, os ventos, as variaes de temperatura e os seres vivos causam o desgaste das rochas. Em simultneo, d--se o fenmeno do transporte dos materiais desagregados. Quando existem, na mesma regio, rochas resistentes eroso e rochas facilmente erodidas, d-se o fenmeno de eroso diferencial, acontecendo que as rochas resistentes eroso acabam por formar um grande relevo terrestre, isto , uma montanha.

    Por fim, foram levantadas algumas explicaes para tais processos, tendo sempre em conta o co-nhecimento atual, de formao das montanhas.

    Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem.

    4.1 Resumo do Captulo

    1. Explique de que maneira as montanhas vulcnicas se formam. Cite um exemplo.

    2. O que so montanhas?

    3. O que Geomorfologia?

    4.2 Atividades Propostas

  • Unisa | Educao a Distncia | www.unisa.br27

    Caro(a) aluno(a),

    Neste captulo, trataremos dos conceitos re-lacionados aos tipos de solo, bem como de seus processos formadores. Vamos iniciar pela defini-o de intemperismo, pois a partir dele que os solos so formados.

    Sabe-se que o intemperismo constitui o conjunto de processos operantes na superfcie terrestre que ocasionam a decomposio dos minerais das rochas, graas ao de agentes at-mosfricos e biolgicos que formam os diversos tipos de solo.

    J a eroso o processo de remoo e transporte do material que constitui o manto do intemperismo, sendo que o intemperismo um fenmeno de alterao das rochas executado por agentes essencialmente imveis, enquanto a eroso a remoo e transporte de materiais por meio de agentes mveis (gua, vento etc.).

    H, tambm, o Intemperismo Fsico ou Me-cnico, que envolve processos que conduzem desagregao da rocha sem que haja necessaria-mente uma alterao qumica maior dos minerais constituintes. Os principais agentes do intempe-rismo fsico so: variao de temperatura, cristali-zao de sais, congelamento da gua, atividades de seres vivos.

    Podemos, tambm, compreender o Intem-perismo Qumico, que implica transformaes qumicas dos minerais que compem a rocha. O principal agente do intemperismo qumico a gua. Os feldspatos e micas so transformados em argilas, ao passo que o quartzo permanece inalterado.

    TIPOS E PROCESSOS FORMADORES DE SOLO5

    No que se refere ao Intemperismo fsico, sa-bemos que seus processos mais importantes so: congelamento, alvio de carga, contrao e ex-panso termal da rocha, e crescimento de cristais estranhos.

    Congelamento

    A gua da chuva ou de derretimento facil-mente penetra em fraturas ou em planos diver-sos existentes nas rochas. Quando congela, ela expande seu volume em cerca de 9%, exercendo uma grande presso nas paredes das rochas que as contm. Eventualmente, os blocos fraturados e/ou planos so destacados do corpo rochoso. O stress (tenso) produzido cada vez que a gua congela de cerca de 110 kg/cm, equivalente ao produzido por uma bola de ferro abandonada a uma altura de 3 metros.

    Esse intemperismo ocorre sob as seguin-tes condies: a) quando existem fraturas nas rochas, com poros ou qualquer tipo de abertura por onde a gua possa penetrar; e b) locais onde a temperatura varie o suficiente para congelar e descongelar a gua. A flutuao da temperatura importante devido presso que exercida em cada congelamento.

    Em reas onde o congelamento e derreti-mento ocorrem vrias vezes ao ano, o intemperis-mo mais eficiente do que em reas onde a gua permanentemente congelada.

    Esse tipo de intemperismo ocorre em re-gies com inverno rigoroso (temperaturas abaixo de 0 C) e vero relativamente quente.

  • Vera Lcia da Rocha

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    Veja, a seguir, um exemplo de rochas susce-tveis ao congelamento.

    Figura 14 Rocha suscetvel ao congelamento.

    Fonte: http://www.jornaljovem.com.br/edicao17/antartida_cli-ma04.php.

    Alvio de Carga

    Algumas rochas so formadas nas profun-dezas da crosta terrestre sob uma presso confi-nante muito elevada. Conforme a camada sobre-posta vai sendo removida pela eroso, a presso confinante liberada e a rocha tende a se expan-dir. A tenso interna aumentada devido expan-so pode gerar uma srie de grandes fraturas ou juntas de extenso paralelas superfcie topogr-fica do terreno.

    O resultado do processo o chamado shee-ting. Na realidade, forma-se uma srie de lascas. Assim que a lasca mais superficial se desprende, outra se forma logo abaixo.

    O mesmo processo ocorre em minas e t-neis. Tambm pode ocorrer em paredes de vales para escavaes de rodovias etc.

    Contrao e Expanso Termal da Rocha

    Causadas pela variao diria ou sazonal da temperatura, so um processo bastante efetivo do intemperismo fsico. A ideia plausvel, mas experimentos mostram que o stress desenvolvido por aquecimento e resfriamento por um longo

    perodo insignificante em comparao com a capacidade elstica da rocha.

    Veja, a seguir, um exemplo de processo de expanso trmica provocada pelo intemperismo.

    Figura 15 Expanso trmica.

    Fonte: http://conceitosetemas.blogspot.com.br/2009/03/intem-perismo.html.

    Crescimento de Cristais Estranhos

    Pode ocorrer em fraturas ou poros da rocha, pelo congelamento da gua ou cristalizao de sais.

    Cada um desses processos afeta de manei-ra diferente os vrios tipos de rocha.

    As plantas podem atuar como agentes de intemperismo mecnico, quando o crescimento de suas razes exerce presso sobre uma rocha, desde que a rocha possua fendas por onde pos-sam penetrar as razes e a resistncia oferecida pela rocha no seja muito grande. Assim, as razes crescem ao longo de zonas de menor resistncia e acomodam-se nas pequenas irregularidades das fraturas. As razes vegetais tambm atuam forte-mente separando as rochas, sob a ao de ven-tos fortes, que balanam suas copas e fazem com que a raiz empurre a rocha para o lado oposto ao sentido do vento.

    No que diz respeito ao Intemperismo biol-gico, temos que a atividade orgnica de bactrias, fungos, lquens, algas e musgos tomam parte na

  • Geologia

    Unisa | Educao a Distncia | www.unisa.br29

    decomposio das rochas pela ao dos seus me-tablitos (CO2, nitratos, cidos orgnicos etc.).

    J a respeito do Intemperismo qumico, a decomposio qumica consiste na desintegra-o da rocha pela alterao qumica de seus cons-tituintes. Ela envolve uma srie importante de reaes qumicas entre elementos da atmosfera e aqueles dos minerais. So trs os grupos princi-pais de reaes qumicas: a) hidrlise; b) dissolu-o; e c) oxidao.

    Durante a decomposio qumica, as rochas so decompostas, a estrutura interna dos mine-rais destruda e novos minerais so criados. As-sim, ocorrem mudanas significativas na compo-sio qumica e na aparncia fsica da rocha.

    A gua o agente mais importante do in-temperismo qumico. Ela toma parte diretamen-te nas reaes qumicas, atuando como meio de transporte de elementos da atmosfera para os minerais, onde a reao ocorre e remove o pro-duto do intemperismo deixando exposta a rocha fresca. A taxa e o grau do intemperismo qumico so influenciados pela temperatura.

    Nenhuma rea da Terra completamente seca. Assim, o intemperismo qumico um pro-

    cesso global. Todavia menos efetivo nos deser-tos e nas regies polares.

    Torna-se importante compreender a defini-o de hidrlise, que a unio qumica da gua com um mineral. O processo envolve no somen-te a absoro da gua, como uma esponja, mas uma troca qumica especfica na qual um novo mineral criado. Na hidrlise, ons derivados de um mineral reagem com o H+ ou OH- da gua para produzir um mineral diferente.

    Um bom exemplo da hidrlise o intempe-rismo qumico do feldspato. Esse mineral muito abundante na crosta terrestre. Dessa forma, tor-na-se importante entender como o feldspato so-fre intemperismo e se decompe, originando as argilas, que so muito abundantes na superfcie da Terra.

    Duas substncias so essenciais para o in-temperismo do feldspato: o dixido de carbono e a gua.

    A atmosfera e o solo contm dixido de carbono, o qual se transforma, em contato com a gua, em cido carbnico. Se o feldspato entrar em contato com o cido carbnico, ocorrem as seguintes reaes:

    2KAlSi3O8 + H2CO3 + H20 K2CO3 + Al2Si2O5(OH)4 + 4SiO2feldspato cido carbnico carbonato de K argila quartzo

    O hidrognio do on H2CO3 desloca o pots-sio do feldspato e, assim, quebra a estrutura cris-talina, e, ento, se combina com o aluminossilica-to do feldspato para formar um mineral de argila. O potssio associado com o on carbonato origi-na um sal solvel. A slica tambm solta, mas se mantm em soluo. O novo mineral no contm o potssio que estava presente no feldspato origi-nal. O novo mineral tambm contm uma estru-tura cristalina nova.

    J a dissoluo um processo em que o material rochoso passa diretamente para solu-es, como o sal na gua. Quantitativamente, os

    minerais mais importantes nesse processo so os carbonatos. A dissoluo ocorre porque a gua um dos melhores solventes conhecidos.

    A estrutura molecular da gua requer dois hidrognios que se posicionam do mesmo lado de um tomo de oxignio. A molcula tem, ento, uma concentrao de carga positiva de um lado, balanceado pela carga negativa do outro. Como resultado, a molcula da gua polar e se com-porta como um im. Devido a essa polaridade da molcula da gua, todos os minerais so solveis em gua em maior ou menor proporo.

  • Vera Lcia da Rocha

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    Alguns tipos de rocha podem ser completa-mente dissolvidos e carregados pela gua. As ro-chas com sais diversos (evaporitos) so, talvez, os melhores exemplos. Elas so extremamente sol-veis, sobrevivendo na superfcie terrestre apenas em regies ridas. O gipso menos solvel do que as rochas base de sal, mas tambm dissolve com facilidade.

    Margas e calcrios tambm so dissolvidos em gua, principalmente se a gua contiver di-xido de carbono. Em regies midas, os calcrios formam vales, mas, em regies ridas, do origem a altos topogrficos.

    Esse cido vai reagir com a calcita, forman-do o bicarbonato de clcio, que se mantm em soluo, sendo removido pela gua de subsolo.

    Anlises qumicas das guas dos rios ilus-tram a eficcia da dissoluo no intemperismo das rochas. A gua da chuva contm relativamen-te poucos minerais dissolvidos, mas a gua de escoamento superficial logo dissolve os minerais mais solveis das rochas e os transporta em so-luo. A cada ano, os rios carregam cerca de 3,9 milhes de metros cbicos de minerais dissolvi-dos para os oceanos. No surpresa, ento, que a gua do mar contenha 3,5% de seu peso de sais dissolvidos, muitos trazidos dos continentes pela gua das chuvas.

    Devemos, tambm, compreender a defini-o deoxidao, que a combinao do oxignio da atmosfera com um mineral produzindo um xido. O processo essencialmente importante

    no intemperismo de minerais que contm grande quantidade de ferro, tais como a olivina, pirox-nio e anfiblios. O ferro nos silicatos se une com o oxignio formando a hematita (Fe2O3) ou limonita (Fe(OH)2.nH2O).

    Plantas e bactrias tambm so agentes importantes no intemperismo qumico, pois pro-duzem cidos orgnicos e outros compostos. A gua quando atinge esses compostos orgnicos aumenta sua acidez, tornando-se um agente de intemperismo mais eficaz.

    Os intemperismos fsico e qumico foram trabalhados separadamente, como processos in-dividuais. Na natureza, esses processos no po-dem ser separados, porque muitos deles esto intimamente ligados e envolvidos. O fraturamen-to mecnico de uma rocha aumenta a rea de su-perfcie onde a ao qumica acontece e permite uma penetrao mais profunda dos reagentes para a decomposio qumica.

    O decaimento qumico facilita a desinte-grao mecnica. Um processo pode dominar em uma rea qualquer, dependendo do clima e da composio das rochas envolvidas, mas os in-temperismos fsico e qumico geralmente atacam a rocha ao mesmo tempo.

    Vejamos, agora, os principais produtos do intemperismo:

    Resduos: minerais resistentes ao in-temperismo e produtos do intemperis-mo (argilominerais, xidos de Fe e Al, slica);

    Precipitados: xidos, sais, slica coloidal.

    H2O + CO2 H2CO3 cido carbnico

    H2CO3 + CaCO3 Ca(HCO3)2 calcita bicarbonato de clcio

    Saiba maisSaiba mais

    Como em muitas reaes qumicas, a taxa de intem-perismo qumico aumenta com o aumento da tem-peratura. A decomposio qumica mais importante em regies quentes e midas (regies tropicais).

  • Geologia

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    O termo regolito vem do grego rego = co-berto. uma camada de material rochoso, macio e desagregado formado no local pela decomposi-o e desintegrao das rochas situadas em pro-fundidades.

    A espessura do regolito vai desde poucos centmetros a centenas de metros, dependendo do clima, tipo de rocha e tempo de atuao dos processos intempricos. Muitas vezes, em cortes de rodovias podemos observar a passagem do regolito para a rocha s.

    Muitos sedimentos depositados pelo vento, gua e geleiras so algumas vezes chamados re-golitos transportados, para distinguir daqueles regolitos residuais produzidos pelo intemperis-mo.

    A primeira camada do regolito o solo. O solo composto por pequenas partculas de ro-chas e minerais adicionados de matria orgnica. O solo to amplamente distribudo e to impor-tante economicamente que adquiriu uma srie de definies (ex.: para engenheiros, gelogos, agrnomos, fazendeiros etc.).

    A transio da superfcie do solo at a rocha inalterada chamada perfil do solo, o qual mostra uma sequncia de camadas ou horizontes, que so distintos pela composio, cor e textura.

    Um perfil completo de solo apresenta as se-guintes camadas:

    horizonte O nvel superficial, de acu-mulao de material orgnico de restos de plantas e animais (hmus), expressi-vo em regies florestadas;

    horizonte A camada superior, de mis-tura da rocha alterada, muitas vezes for-temente lixiviada de elementos solveis e de hmus, onde se fixa a maior parte das razes das plantas e vivem animais e vegetais do solo que ajudam a decom-por restos orgnicos e deles se alimen-

    5.1 Perfis de Solo

    tam, como bactrias, minhocas etc.;

    horizonte B muitos dos nutrientes lixi-viados dos horizontes superiores ocor-rem nesse nvel, que ainda tem restos de hmus e pode ser atingido por razes maiores das plantas;

    horizonte C nvel da rocha parcialmen-te alterada, podendo manter vestgios da estrutura e mesmo textura da rocha que deu origem ao solo, sem hmus;

    horizonte R rocha no alterada que deu origem ao solo e que pode ser a rocha-me local ou camada de material fragmentrio rochoso trazido por gelo, por gravidade etc. cobrindo a rocha lo-cal.

    Veja, a seguir, esquemas dos horizontes de solos.

    Figura 16 Esquema dos horizontes de solo.

    Fonte: http://www.dct.uminho.pt/pnpg/gloss/horizontes.html.

  • Vera Lcia da Rocha

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    Figura 17 Esquema dos horizontes de solo.

    Fonte: http://www.uenf.br/uenf/centros/cct/qambiental/so_composicao.html.

    O tipo e a espessura do solo dependem de um nmero de fatores, sendo os mais importan-tes o clima, o tipo de rocha e a topografia. O clima , sem sombra de dvida, o mais importante, pois a temperatura, a precipitao anual e trocas de estaes afetam diretamente o desenvolvimento do solo.

    Por exemplo, em desertos, regies ridas e em montanhas muito altas predomina o intem-perismo fsico, e a quantidade de matria orgni-ca mnima. O resultado que o solo ser com-posto principalmente por fragmentos rochosos.

    Em regies equatoriais, quentes e midas, os processos qumicos dominam e o solo espes-so e se desenvolve rapidamente. O perfil do solo pode atingir mais de 150 m.

    A composio mineralgica de rocha s influencia fortemente o tipo de solo, pois ela ir fornecer elementos e gros minerais para o de-senvolvimento do solo. O quartzito puro, que contm 99% de SiO2, origina um solo estril e fino (pouco espesso).

    A topografia afeta o desenvolvimento do solo devido sua influncia na taxa de eroso e na natureza da drenagem. Terras baixas, planas e com poucas drenagens desenvolvem solos ricos

    em vegetao decomposta e saturados em gua, enquanto inclinaes muito irregulares permitem a rpida remoo do regolito, inibindo a acumu-lao de material intemperizado.

    Sedimento

    Material originado por intemperismo e eroso de rochas e solos que transportado por agentes geolgicos (rio, vento, gelo, correntes etc.) e que se acumula em locais baixos, desde os sops de encostas e as plancies aluvionares at as grandes bacias geolgicas ou sedimentares.

    Para entender a sedimentologia (estudo dos sedimentos):

    de onde veio? (determina as caracte-rsticas qumicas e mineralgicas dos gros sedimentos);

    os sedimentos podem ser classificados segundo sua origem:

    rocha fonte (desagregao sedi-mento clstico intemperismo);

    processos qumicos (evaporao precipitao);

    processos biolgicos (bioclastos); como foi transportada? (determina as

    caractersticas fsicas e granulomtricas tamanho e forma dos gros);

    agentes de transporte: gua corrente; geleiras; ventos; fluxos gravitacionais;

    onde e como se depositou? (bacia sedi-mentar):

    estruturas sedimentares; presena de fsseis.

    AtenoAteno

    O tempo de atuao dos agentes intempricos importante no desenvolvimento do solo.

  • Geologia

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    Caro(a) aluno(a),

    Neste captulo, estudamos o conceito de intemperismo, devido sua importncia como elemento fundamental para a formao dos diversos tipos de solo.

    Compreendemos que o intemperismo constitui o conjunto de processos operante na superfcie terrestre que ocasiona a decomposio dos minerais das rochas, graas ao de agentes atmosfricos e biolgicos que formam os diversos tipos de solo.

    Tambm estudamos os diversos tipos de intemperismo, inclusive sua ao nos processos de forma-o da superfcie terrestre. J a eroso o processo de remoo e transporte do material que constitui o manto do intemperismo, sendo que o intemperismo um fenmeno de alterao das rochas executado por agentes essencialmente imveis, enquanto a eroso a remoo e transporte de sedimentos.

    Por fim, para entender a sedimentologia (estudo dos sedimentos), estudamos de que forma os sedimentos podem ser classificados segundo sua origem:

    rocha fonte (desagregao sedimento clstico intemperismo);

    processos qumicos (evaporao precipitao);

    processos biolgicos (bioclastos).

    Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem.

    5.2 Resumo do Captulo

    1. O que Intemperismo Fsico?

    2. O que Intemperismo Qumico?

    3. O que um regolito?

    5.3 Atividades Propostas

  • Unisa | Educao a Distncia | www.unisa.br35

    Caro(a) aluno(a),

    Neste captulo, trataremos dos conceitos iniciais ao ciclo hidrolgico, as guas subterr-neas e sua importncia para a Geologia.

    Voc sabe qual a importncia da gua para a formao da superfcie terrestre?

    Torna-se importante saber que o principal agente exgeno modelador do relevo a gua.

    GUA SUBTERRNEA6

    A transferncia e o movimento das guas desgastam e modificam o relevo terrestre, ten-dendo a uniformiz-lo. Alm disso, o desgaste das formas de relevo est associado maior ou menor resistncia da rocha eroso. As rochas sedimentares, por exemplo, formadas por sedi-mentos originrios de outras rochas, geralmente dispostos em camadas, so menos resistentes eroso do que as rochas magmticas, originrias da solidificao do magma, e metamrficas, que so rochas transformadas por variaes de pres-so e temperatura.

    O movimento da gua entre os continentes, oceanos e a atmosfera chamado ciclo hidrol-gico.

    Vejamos, agora, na figura a seguir, a gua subterrnea e todo seu trajeto de infiltrao.

    Saiba maisSaiba mais

    So considerados agentes exgenos: umidade, vento e gravidade, que atuam acima da superfcie terrestre, modelando o relevo.

    Figura 18 Ciclo da gua subterrnea.

    Fonte: http://www.lneg.pt/CienciaParaTodos/edicoes_online/diversos/agua_sub-terranea/texto.

  • Vera Lcia da Rocha

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    O mais importante processo de recarga de gua no subsolo, a infiltrao, depende de vrios fatores:

    1. porosidade: a presena de argila no solo diminui sua porosidade, no per-mitindo uma grande infiltrao;

    2. cobertura vegetal: um solo coberto por vegetao mais permevel do que um solo desmatado;

    3. inclinao do terreno: em declividades acentuadas, a gua corre mais rapida-mente, diminuindo o tempo de infiltra-o;

    4. tipo de chuva: chuvas intensas saturam rapidamente o solo, ao passo que chu-

    vas finas e demoradas tm mais tempo para se infiltrarem.

    Voc sabe o que aqufero? uma forma-o geolgica formada por rochas permeveis, seja pela porosidade granular ou originada pelas fissuras, capaz de armazenar e transmitir quanti-dades significativas de gua. O aqufero pode ser de variados tamanhos.

    Os aquferos podem ter extenso de poucos a milhares de km ou, tambm, podem apresen-tar espessuras de poucos a centenas de metros.

    Os aquferos podem ser classificados da se-guinte forma:

    1. Aquferos livres ou freticos

    A presso da gua na superfcie da zona sa-turada est em equilbrio com a presso atmosf-rica, com a qual se comunica livremente. So os aquferos mais comuns e mais explorados pela populao. So, tambm, os que apresentam maiores problemas de contaminao.

    2. Aquferos artesianos

    Nesses aquferos, a camada saturada est confinada entre duas camadas impermeveis ou

    6.1 Classificao dos Aquferos Segundo a Presso da gua

    semipermeveis (aqufugos), de forma que a pres-so da gua no topo da zona saturada maior do que a presso atmosfrica naquele ponto, o que faz com que a gua suba no poo para alm da zona aqufera. Se a presso for suficientemen-te forte, a gua poder jorrar espontaneamente pela boca do poo. Nesse caso, diz-se que temos um poo jorrante.

    3. Aqufugos

    Unidades impermeveis. No absorvem nem transmitem gua. Como exemplo, temos o poo artesiano poo que atinge o aqufero entre aqufugos (aq. Confinado) presso hidrosttica!

    6.2 Classificao Segundo a Geologia do Material Saturado

    Ainda podemos classificar os aquferos se-gundo a Geologia do material saturado, da se-guinte forma:

    1. Aquferos porosos

    Ocorrem em rochas sedimentares consoli-dadas, sedimentos no consolidados e solos are-

  • Geologia

    Unisa | Educao a Distncia | www.unisa.br37

    nosos, decompostos in situ. Constituem os mais importantes aquferos, pelo grande volume de gua que armazenam e por sua ocorrncia em grandes reas. Esses aquferos ocorrem nas ba-cias sedimentares e em todas as vrzeas onde se acumularam sedimentos arenosos. Uma particu-laridade desse tipo de aqufero sua porosida-de quase sempre homogeneamente distribuda, permitindo que a gua flua para qualquer dire-o, em funo to somente dos diferenciais de presso hidrosttica ali existentes. Essa proprie-dade conhecida como isotropia.

    Poos perfurados nesses aquferos podem fornecer at 500 m de gua de boa qualidade por hora.

    2. Aquferos fraturados ou fissurados

    Ocorrem em rochas gneas e metamrficas. A capacidade dessas rochas para acumular gua est relacionada quantidade de fraturas, suas aberturas e intercomunicao.

    Poos perfurados nessas rochas fornecem poucos metros cbicos de gua por hora. A possi-bilidade de se ter um poo produtivo depender, to somente, de este interceptar fraturas capazes de conduzir a gua. H casos em que, de dois po-os situados a pouca distncia um do outro, so-mente um venha a fornecer gua, sendo o outro seco.

    Para minimizar o fracasso da perfurao nesses terrenos, faz-se necessrio que a locao do poo seja bem estudada por profissional com-petente. Nesses aquferos, a gua s pode fluir onde houver fraturas, que, quase sempre, tendem a ter orientaes preferenciais e, por isso, dizemos que so meios aquferos anisotrpicos, ou que possuem anisotropia.

    Um caso particular de aqufero fraturado representado pelos derrames de rochas gneas vulcnicas baslticas, das grandes bacias sedi-mentares brasileiras. Essas rochas, apesar de g-neas, so capazes de fornecer volumes de gua at dez vezes maiores do que a maioria das ro-chas gneas e metamrficas.

    3. Aquferos crsticos

    So os aquferos formados em rochas carbo-nticas. Constituem um tipo peculiar de aqufero fraturado, onde as fraturas, devido dissoluo do carbonato pela gua, podem atingir aberturas muito grandes, criando, nesse caso, verdadeiros rios subterrneos. comum em regies com gru-tas calcrias, ocorrendo em vrias partes do Brasil.

    A gua subterrnea abundante e vulne-rvel contaminao. Algumas de suas feies a tornam um recurso til e frgil. A forma como a gua subterrnea se movimenta sob a superfcie da terra torna-a aparentemente insegura, pois ela mantm-se permanentemente sob o risco de ser contaminada pelos resduos urbanos e industriais depositados pelo homem na superfcie e pelos vazamentos decorrentes do manuseio inadequa-do e acidentes com produtos qumicos.

    AtenoAteno

    No Brasil, a importncia desses aquferos est muito mais em sua localizao geogrfica, do que na quantidade de gua que armazenam.

    6.3 Resumo do Captulo

    Caro(a) aluno(a),

    Neste captulo, estudamos os conceitos iniciais ao ciclo hidrolgico, as guas subterrneas e sua importncia para a Geologia.

  • Vera Lcia da Rocha

    Unisa | Educao a Distncia | www.unisa.br38

    Estudamos que a transferncia e o movimento das guas desgastam e modificam o relevo terres-tre, tendendo a uniformiz-lo. Alm disso, o desgaste das formas de relevo est associado maior ou menor resistncia da rocha eroso. As rochas sedimentares, por exemplo, formadas por sedimentos originrios de outras rochas, geralmente dispostos em camadas, so menos resistentes eroso que as rochas magmticas, originrias da solidificao do magma, e metamrficas, que so rochas transforma-das por variaes de presso e temperatura.

    Compreendemos que o movimento da gua entre os continentes, oceanos e a atmosfera chama-do ciclo hidrolgico.

    Ainda, podemos classificar os aquferos segundo a Geologia do material saturado da seguinte for-ma:

    aquferos porosos; aquferos fraturados ou fissurados; aquferos crsticos.

    Ocorrem em rochas gneas e metamrficas. A capacidade dessas rochas para acumular gua est relacionada quantidade de fraturas, suas aberturas e intercomunicao.

    Por fim, compreendemos de que forma os aquferos podem ser classificados, conhecendo, assim, esse importante formador da natureza.

    Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem.

    1. O que um aqufero?

    2. O mais importante processo de recarga de gua no subsolo depende de quais fatores?

    3. O que ciclo hidrolgico?

    6.4 Atividades Propostas

  • Unisa | Educao a Distncia | www.unisa.br39

    Caro(a) aluno(a),

    Neste captulo, trataremos dos conceitos introdutrios paleontologia e sua importncia para os estudos da Geologia. Vamos comear pela definio de paleontologia.

    A palavra paleontologia vem da unio de termos gregos, que so: palaios, que significa antigo, ontos, que significa ser, e logos, que significa estudo, pesquisa, assim sendo traduzi-da como o estudo dos seres antigos ou, melhor explicando, a cincia que se dedica ao estudo dos fsseis (restos fossilizados) de seres pr-hist-ricos, o que de fato , de forma simplificada.

    Os fsseis normalmente so encontrados em rochas sedimentares ou metassedimentares.

    Porm, a Paleontologia em si muito mais abrangente do que o limitado estudo dos seres unicamente, assim ela possui subdivises que a tornam uma cincia intermediria entre a Geolo-gia, a Biologia e outras. Como relao mais slida com a Geologia, a Paleontologia possui em des-taque a Estratigrafia, sendo os outros ramos uma espcie de mistura entre Biologia e Geologia, principalmente, mas possui correlao com mui-tas outras reas. A Paleontologia possui entre as

    INTRODUO PALEONTOLOGIA7

    suas subdivises o estudo do clima, da ecologia e do comportamento dos seres e do ambiente anti-go, entre outras.

    Entre as subdivises, podemos citar:

    Paleobotnica (Paleofitologia): dedi-ca-se ao estudo dos fsseis de vegetais;

    Paleozoologia: dedica-se ao estudo dos fsseis de animais e divide-se em: Paleozoologia dos Vertebrados e Pa-leozoologia dos Invertebrados;

    Paleoecologia: tem como objeto de estudo as condies do ambiente em que viveram esses fsseis, com base em sua morfologia ou nos caracteres de adaptao que estes apresentam;

    Paleoicnologia: esse ramo dedica-do ao estudo de qualquer tipo de ves-tgio fossilizado de seres viventes em eras anteriores, como pegadas, copr-litos (do grego kopros = excremento, lithos = pedra, sendo traduzido como excremento fssil), pelotas fecais (ex-crementos de animais de pequeno tamanho, no compostos de fosfato), gastrlitos (pedras encontradas no es-tmago de certos animais e que servem para auxiliar na triturao, facilitando a digesto), perfuraes, marcas e pistas;

    Paleofisiologia: dedica-se ao estudo da anatomia fisiolgica dos fsseis;

    Paleopatologia: estuda as enfermida-des observadas nos fsseis e que afli-giam estes em vida;

    Paleogeografia: o ramo responsvel pelo estudo da posio dos continen-

    Saiba maisSaiba mais

    A palavra fssil derivada do latim fossilis, que sig-nifica extrado da terra, mas possui uma designao ampla e abrangente: rene restos de organismos pr--histricos, impresses deixadas por restos de organis-mos e estruturas biognicas, que se originaram de cer-tos tipos de atividade de antigos animais e vegetais.

  • Vera Lcia da Rocha

    Unisa | Educao a Distncia | www.unisa.br40

    tes, sua evoluo tectnica e a distribui-o das espcies ao longo do tempo;

    Micropaleontologia: o ramo que es-tuda os fsseis microscpicos (que va-riam de micrmetros a milmetros);

    Tafonomia: a investigao das con-dies e processos que propiciaram a preservao de restos de animais ou de vegetais pr-histricos.

    Vejamos, agora, alguns processos de fossili-zao e como podem ser realizados:

    1. COM PRESERVAO DE PARTES DU-RAS E MOLES

    a) Criopreservao.

    b) Permafrost.

    c) Incluso em mbar (artrpodes, vertebrados, plantas).

    Veja, a seguir, mosquitos capturados em mbar.

    Figura 19 Mosquitos capturados em mbar.

    Fonte: http://www.cyberartes.com.br/artigo/?i=2090&m=43.

    2. COM PRESERVAO SOMENTE DE PARTES DURAS

    a) Sem alterao da composio e es-trutura:

    conservao.

    b) Permineralizao (preenchimento de poros e cavidades por minerais):

    madeiras petrificadas, preen-chimento de ossos.

    Veja, a seguir, um tronco fossilizado.

    Figura 20 Tronco fossilizado.

    Fonte: http://geoparkararipe.urca.br/applications/fotos/paleon-tologia/listarFotos.php?idCatfoto=paleontologia.

    c) Incrustao (cobertura por pelcula mineral):

    ossos e conchas em cavernas.

    3. COM ALTERAO APENAS DA ESTRU-TURA

    a) Recristalizao (crescimento de mi-nerais ou mudana na estrutura):

    aragonita/calcita (cristais vis-veis a olho nu).

    4. COM ALTERAO DA COMPOSIO E ESTRUTURA

    a) Incarbonizao de quitina ou mate-rial vegetal.

    b) Substituio: silicificao.

    5. ICNOFSSEIS

    a) Evidncias de atividades de orga-nismos:

    pistas, pegadas, tubos, perfura-es, coprlitos etc.

  • Geologia

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    AtenoAteno

    Vale lembrar que existem processos de extines, ou seja, desaparecimento durante a histria geo-lgica.

    Veja, na figura a seguir, o fssil de Trilobita, um artrpode marinho que viveu em todos os oceanos do planeta, entre 600 e 250 milhes de anos e que j no existe mais.

    Figura 21 Fssil de Trilobita.

    Fonte: http://www.statesymbolsusa.org/Wisconsin/fossil_trilobite.html.

    Entre os motivos que podem levar extin-o, esto a predao, competio, mudanas

    ambientais, mudanas ocasionais na populao e a prpria extino em massa.

    Caro(a) aluno(a),

    Neste captulo, estudamos os conceitos introdutrios paleontologia e sua importncia para os estudos da Geologia.

    Compreendemos que a palavra paleontologia vem da unio de termos gregos, que so palaios, que significa antigo, ontos, que significa ser, e logos, que significa estudo, pesquisa, assim sendo tra-duzida como o estudo dos seres antigos ou, melhor explicando, a cincia que se dedica ao estudo dos fsseis (restos fossilizados) de seres pr-histricos, o que de fato , de forma simplificada.

    Vimos que, entre as subdivises da Paleontologia, podemos citar:

    Paleobotnica; Paleozoologia; Paleoecologia;

    7.1 Resumo do Captulo

  • Vera Lcia da Rocha

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    Paleoicnologia; Paleofisiologia; Paleopatologia; Paleogeografia; Micropaleontologia; Tafonomia.

    Analisamos, tambm, diversos mtodos que apresentam de que maneira ocorre o processo de fossilizao de plantas e animais, alis, de fundamental importncia inclusive para a Biologia, pois por meio desses estudos que se torna possvel conhecer o passado do planeta no que diz respeito evoluo biolgica de plantas e animais.

    Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem.

    1. O que significa Paleontologia?

    2. Quais so as subdivises da Paleontologia?

    3. O que pode levar extino de seres?

    7.2 Atividades Propostas

  • Unisa | Educao a Distncia | www.unisa.br43

    Caro(a) aluno(a),

    Neste captulo, trataremos dos conceitos re-lacionados definio de minerais e rochas, bem como estudaremos os tipos de rocha e a impor-tncia dos minerais para a economia mundial.

    Dessa forma, voc deve estar se perguntan-do, afinal, o que so minerais?

    So elementos ou compostos qumicos com composio definida dentro de certos limi-tes, cristalizados e formados naturalmente por meio de processos geolgicos inorgnicos, na terra ou em corpos extraterrestres.

    A composio qumica e as propriedades cristalogrficas bem definidas do mineral fazem com que ele seja nico dentro do reino mineral e, assim, receba um nome caracterstico.

    Vejamos, agora, de que forma podemos classificar os minerais.

    Os minerais podem ser classificados por sua composio qumica. Os principais grupos so:

    elementos nativos (tais como ouro e prata):

    puro (Au);

    MINERAIS E ROCHAS8

    sulfetos (tais como a galena um mine-ral de chumbo comum):

    galena (PbS); xidos (geralmente minerais duros e

    densos, tais como o minrio de ferro hematita):

    hematita (Fe2O3); carbonatos (minerais leves e de cor cla-

    ra, tais como a calcita e a dolomita):

    malaquita (CuCO3); sulfatos (minerais comuns, como o ges-

    so e barita):

    barita (BaSO4); silicatos (o maior grupo mineral, con-

    tendo a maioria das rochas com forma-o mineral: quartzo, feldspato):

    quartzo (SiO2); feldspato (KAlSi3O8).

    Propriedades Fsicas

    Entre as propriedades fsicas para a classifi-cao dos minerais, podemos destacar:

    estrutura quase todos os minerais apresentam estrutura cristalina, que se caracteriza pela regularidade da forma geomtrica;

    cor a cor exibida por um mineral o resultado da absoro seletiva da luz. O fato de o mineral absorver mais um determinado comprimento de onda do que outros faz com que os comprimen-tos de onda restantes se componham numa cor diferente da luz branca que chegou ao mineral. O principal fator

    Saiba maisSaiba mais

    Cristal todo mineral que possui uma forma geo-mtrica definida. A forma geomtrica adquirida est totalmente relacionada organizao atmica dos elementos que formam o mineral. Ou seja, refere-se ao arranjo interno tridimensional para os minerais. Os tomos constituintes de um mineral encontram-se distribudos ordenadamente, formando uma rede tri-dimensional, denominada retculo cristalino.

  • Vera Lcia da Rocha

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    que colabora para a absoro seletiva a presena de elementos qumicos de transio, como Fe, Cu, Ni, V e Cr;

    brilho trata-se da quantidade de luz refletida pela superfcie de um mineral. Os minerais que refletem mais de 75% da luz exibem brilho metlico;

    clivagem a propriedade que os mi-nerais tm de se dividirem em planos paralelos a uma face possvel do cristal;

    dureza a resistncia que o mineral oferece ao risco. A Escala de Mohs mos-tra a dureza relativa dos minerais. A menor dureza 1 (talco) e a maior 10 (diamante).

    Veja, a seguir, a figura que exemplifica a Es-cala de Mohs.

    Figura 22 Escala de Mohs.

    Fonte: http://odeneide.blog.uol.com.br/images/mohs4.png.

    Sabemos que a expresso recursos mine-rais qualifica materiais rochosos que efetiva ou potencialmente possam ser utilizados pelo ser humano. Costumeiramente, representam desde pores relativamente restritas at grandes mas-sas de crosta terrestre e a prpria rocha ou um ou mais de seus constituintes que despertam um in-teresse utilitrio.

    Reserva mineral refere-se parte dos re-cursos naturais com determinadas caractersticas indicativas de seu aproveitamento econmico.

    Depsito mineral quando, a partir de es-tudos geolgicos e econmicos, comprovada a viabilidade de explorao de substncias mine-

    8.1 Recursos Minerais

    rais encontradas em concentraes anmalas em comparao mdia da crosta terrestre. Pode ser tambm chamado jazida e a substncia explora-da: minrio.

    Diferena de teores em jazidas em relao mdia da crosta terrestre (Clarke) representa seu fator de concentrao (fc).

    Por exemplo: Alumnio Clarke = 8,2%. Teores m-

    dios para produo 22%, ento fcAl = 22/8,2 = 2 a 3;

    Chumbo Clarke = 3,5%. Teores m-dios para produo 0,14%, ento fcPb = 3,5/0,14 = 2.500.

  • Geologia

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    Minrios

    Metlicos Fe, Mg, Pb, W, Al. No metlicos material de construo,

    cermica, industriais, isolantes, cimen-to, gemas.

    H, tambm, uma classificao segundo os tipos genticos, veja:

    Suprgeno Referente a depsitos cuja gerao se rela-

    ciona s alteraes fsicas e qumicas sofridas pe-las rochas submetidas ao intemperismo.

    Depende das condies da rocha original.

    Processos de intemperismo concentram determinado elemento como resduo no sol-vel. Ex.: depsitos de bauxita (Al2O3).

    Veja, a seguir, a figura que ilustra uma amos-tra de bauxita, minrio de Al e de origem super-gnica.

    Figura 23 Amostra de bauxita.

    Fonte: http://portuguese.alibaba.com/products/mining-bauxite.html.

    SedimentarPode ser detrtico (plcer) ou qumico.

    Placeres geralmente associam-se a diferen-tes densidades em relao ao meio que permite deposio (ex.: Au).

    QumicoCondies fsico-qumicas de sedimenta-

    o (ex.: NaCl).

    Veja, a seguir, a extrao de sal (NaCl) a par-tir de evaporao (precipitao).

    Figura 24 Extrao de sal a partir de evaporao.

    Fonte: http://www.profpc.com.br/Separao_misturas.htm.

    MagmticoAssociado formao primria de rochas

    (gneas) em condies fsico-qumicas (tectni-cas) especficas. Caso de metais raros, por exem-plo. Pode aparecer por segregao magmtica ou mineralizao ps-magmtica.

    Ex.: estanho, rubdio, berlio, tungstnio depsitos primrios esto associados a um tipo especfico de granito que, em sua formao, con-centra teores elevados desses minerais.

    Veja, a seguir, uma amostra de cassiterita, minrio magmtico de estanho.

    Figura 25 Amostra de cassiterita.

    Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Cassiterita.

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    HidrotermalProduzido por solues hidrotermais ou

    solues aquosas aquecidas e ricas em minerais dissolvidos.

    Metamrfico Decorrente da recristalizao de rochas por

    presso e temperatura (C). Pode modificar a es-trutura cristalina e/ou a textura (ex.: mrmore).

    Extraindo os Minrios

    O conjunto de operaes que realizado vi-sando retirada do minrio denomina-se lavra. O depsito em lavra denominado mina. O ga-rimpo constitui uma atividade de lavra em jazida sem a realizao de estudos prvios, costumeira-mente com mtodos rudimentares.

    Consideramos as rochas como agregados naturais de uma ou mais espcies de minerais; constituem unidades mais ou menos definidas da crosta terrestre.

    Classificao das rochas quanto quantida-de de tipos de mineral:

    rocha simples: quando formada por um s tipo de mineral.

    Exemplo: quartzito mineral nico: quartzo;

    rocha composta: quando formada por mais de uma espcie mineral.

    Exemplo: granito minerais presentes: quartzo, feldspato e mica.

    Vamos analisar a classificao das rochas quanto sua origem:

    magmticas ou gneas; sedimentares; metamrficas.

    Agora, estudaremos com maior profundi-dade cada um dos tipos de rocha, comeando pelas gneas.

    As rochas gneas (do latim, ignis fogo), tambm conhecidas como rochas magmticas, so formadas pela solidificao (cristalizao) do magma.

    8.2 Rochas

    Classificao das rochas gneas:

    Rochas Extrusivas ou Vulcnicas: so ro-chas que se consolidaram na superfcie da Terra, na forma de derrames de lavas vulcnicas (basalto).

    Rochas Intrusivas ou Plutnicas: so rochas formadas pela consolidao do magma em profundidade, no atingin-do a superfcie (granito).

    As rochas gneas apresentam variao de temperatura de esfriamento do magma (solidifi-cao da rocha), o que determina sua estrutura (crescimento dos minerais). Em rochas intrusivas, o magma foi resfriado lentamente (portanto com lentido na cristalizao) e as partculas minerais tm a oportunidade de atingir tamanho conside-rvel textura fanertica.

    Em rochas extrusivas, o magma extravasou como lava e sua solidificao progrediu rapida-mente, sendo a rocha resultante de granulao fina e textura afantica. Quando o magma se cris-taliza prximo superfcie, mas ainda no interior da crosta, as rochas so chamadas subvulcnicas (diabsio).

    Veja, a seguir, uma amostra de granito, que uma rocha gnea intrusiva (plutnica) com tex-tura fanertica (minerais visveis) rica em slica e alumnio.

  • Geologia

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    Figura 26 Amostra de granito.

    Fonte: http://www.infoescola.com/geolo-gia/rochas-magmaticas/.

    Veja, a seguir, uma amostra de basalto, que uma rocha gnea extrusiva (vulcnica) com tex-tura afantica pobre em slica.

    Figura 27 Amostra de basalto.

    Fonte: http://www.infoescola.com/rochas-e-minerais/basalto/.

    Composio (associada composio qu-mica do magma):

    magma rico em minerais de magnsio e ferro rochas mficas (colorao es-cura) gabro;

    magma rico em minerais de silcio e alu-mnio rochas flsicas (colorao clara) granito;

    magma rico em SiO2 (quartzo) rochas cidas granito;

    magma pobre em SiO2 (quartzo) ro-chas bsicas basalto.

    Exemplos:

    Minerais: quartzo, feldspato, biotita cido:

    rocha plutnica granito; rocha vulcnica riolito.

    Minerais: piroxnio, olivina bsico: rocha plutnica gabro; rocha vulcnica basalto.

    Agora, vamos estudar as rochas sedimen-tares. Saiba que qualquer que seja a natureza de uma rocha, magmtica, metamrfica ou sedi-mentar, ela passar por diferentes processos de intemperismo, que iro originar diversos tipos de sedimento.

    As rochas intemperizadas perdem sua coe-so e passam a ser erodidas e transportadas por diferentes agentes (gua, gelo, vento, gravidade) at sua sedimentao em depresses da crosta terrestre, denominadas bacias sedimentares. A transformao dos sedimentos no consolidados (a areia) em rochas sedimentares (por exemplo, o arenito) denominada diagnese, sendo causada por compactao e cristalizao de materiais que cimentam os gros dos sedimentos.

    Diagnese o nome dado ao conjunto de transformaes que o depsito sedimentar sofre aps a deposio, consistindo em mudanas nas condies de presso, temperatura, Eh, pH e pres-so de gua, ocorrendo dissolues e precipita-es a partir das solues aquosas existentes nos poros.

    O processo termina na transformao do depsito sedimentar no consolidado em rocha, ou litificao.

    Ento:

    desagregao das rochas preexistentes intemperismo;

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    transporte de sedimentos eroso; deposio de sedimentos sedimenta-

    o;

    transformao de sedimentos soltos em rochas sedimentares coesas dia-gnese.

    Os sedimentos so materiais inorgnicos e orgnicos depositados ou precipitados por agen-tes naturais na superfcie terrestre. A sedimento-logia a cincia que se ocupa do estudo e da in-terpretao dos sedimentos.

    A organizao tridimensional dos sedimen-tos e dos solos responde a critrios bem defini-dos, dando origem estratificao, objeto de es-tudo da estratigrafia.

    Agora, vamos estudar as rochas metamr-ficas, sendo que a palavra metamorfismo deriva das palavras meta (transformao) e morphe (forma), ou seja, h uma transformao da forma. Em outras palavras, podemos dizer que as rochas metamrficas derivam da modificao das sedi-mentares, gneas ou mesmo j metamorfizadas.

    Certos tipos de metamorfismo se do no interior das cadeias de montanhas em formao, onde as rochas so comprimidas pelas que se lhes sobrepem e tambm pelas foras tectni-cas. Embora, nesse processo, as rochas nunca se fundem, a sua textura e estrutura modificam-se pelo crescimento de cristais ou minerais de me-tamorfismo, que podem apresentar ou no vest-gios das estruturas originais.

    O metamorfismo (uma resposta das rochas e minerais presso e ao calor) um processo lento, pois necessrio muito tempo para que as rochas fiquem suficientemente profundas, quen-tes e sob presso para que as modificaes come-cem a se operar.

    O metamorfismo pode ser baixo, mdio e de alto grau.

    Vamos ver, agora, fatores que controlam o metamorfismo:

    TemperaturaA temperatura aumenta com a profundi-

    dade, mas, para alm disso, quando ocorre uma intruso magmtica, o calor vai sobreaquecer as rochas encaixantes, calor proveniente desse mag-ma. Assim, as rochas ficaro submetidas a tem-peraturas que provocaro diversas alteraes, embora essas temperaturas no sejam suficien-tes para fundir as rochas. Portanto, a temperatu-ra favorecer reaes qumicas entre minerais, aumentando, assim, a vulnerabilidade das rochas que sero sujeitas a presses. Normalmente, no metamorfismo, o efeito da presso combina-se ao da temperatura.

    PressoA maior parte das presses devida ao peso

    das camadas superiores, designando-se por isso presses litostticas. Podem-se sentir essas pres-ses facilmente a profundidades relativamente pequenas.

    Existem, ainda, outras presses orientadas que se relacionam diretamente a compresses provenientes dos movimentos laterais das placas litosfricas. A orientao e deformao de muitos minerais existentes nas rochas metamrficas evi-denciam a influncia desse tipo de presso.

    Tipo de Metamorfismo

    Metamorfismo regional ou dinamo-termal

    Desenvolve-se em grandes extenses e profundidades na crosta e est relacionado a cintures orognicos nos limites de placas con-vergentes. As transformaes metamrficas so geradas pela ao combinada da temperatura, presso litosttica e presso dirigida atuantes du-rante milhes de anos.

    AtenoAteno

    O fluxo de calor pode ser intenso.

  • Geologia

    Unisa | Educao a Distncia | www.unisa.br49

    As rochas so fortemente dobradas e falha-das, e sofrem recristalizao, formando novas tex-turas e associaes minerais estveis nas novas condies; geralmente apresentam estrutura fo-liada, tendo como exemplos: ardsias, filitos, xis-tos, gnaisses, anfibolitos, granulitos e migmatitos.

    Esse tipo de metamorfismo considerado responsv