apostila de cores 2008pdf

Upload: carla-camilo

Post on 06-Jul-2015

898 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

TEORIA

DAS

CORES

Andra Bastos Garcia

1

Introduo

Discorrer sobre cores sempre garantia de um debate cheio de controvrsias e muita discusso. Falar sobre o uso de cores torna-se ainda mais complexo, devido s questes tcnicas e de uso inerentes a esse tema. Aps ser captada pela viso, a cor processada pelo crebro, formada, quantificada e avaliada, tornando-se um elemento de significado. Nessa etapa o crebro identifica qual cor vista e a relaciona com experincias anteriores para atribuir valores a cor. Desse modo, pode-se considerar que os seres humanos tm uma resposta emocional cor, fundamentada no contexto cultural em que se insere. Um fator fundamental para entendermos porque as cores nos influenciam tanto fsica como psicologicamente o de conhecermos um pouco do funcionamento do nosso organismo, e para isso precisamos estudar sobre o rgo da viso, pois atravs dele que podemos contempl-la.

FISIOLOGIA DA VISO Para Fabris (1973), "a cor um elemento sugestivo e indispensvel que nos apresenta a natureza e os objetos criados pelo homem e d a imagem completa da realidade.. Qualquer pessoa sente despertar suas fantasias ao olhar ou ler a palavra cor. A cor produz grande prazer ao esprito e aos olhos, que para ver necessitam tanto da cor como da luz, continua ele. E para que se ocorra esse processo como que nossa viso se comporta? Em primeiro lugar a luz o elemento essencial para que a cor exista, sem ela, no h cor. Ao receber o estmulo da luz, "os olhos alimentam o crebro com informao codificada em atividade neural cadeias de impulsos eltricos a qual, pelo seu cdigo e pelos padres de atividade cerebral, representa objetos". (Gregory, 1979)

O olhoA retina do nosso olho est provida de duas espcies de clulas sensveis luz: bastonetes e cones, que so visveis ao microscpio. Os bastonetes permitem a viso para intensidades luminosas muito pequenas (noite, crepsculo), porm recebem apenas impresso de luminosidade e nenhuma impresso cromtica. Os objetos coloridos aparecem sem cor no escuro (fenmenos de Purkinje). Os bastonetes, por 2

sua vez, contm uma substncia sensvel luz, a prpura ocular, que se decompe pela ao da luz, mas se regenera no escuro. Os cones permitem a impresso colorida em claridades mdia e grande (viso diurna). Seu limite sensvel aproximadamente 1000 vezes mais alto que o dos bastonetes.

Se a intensidade luminosa oscila muito rapidamente o olho no pode acompanhar as variaes e ns percebemos uma intensidade uniforme, que corresponderia a uma intensidade luminosa constante da grandeza do valor mdio da intensidade, com o tempo (Lei de Talbot). Os cones s funcionam com maior nvel de iluminao e so responsveis pela percepo das cores, alm da percepo de espao de acuidade visual. Os bastonetes j so sensveis a baixos nveis de iluminao e no distinguem cores, mas apenas os tons cinza, do branco ao preto. Tais caractersticas podem ser percebidas quando passamos de um ambiente escuro para o claro, por exemplo, na sada do cinema, h um ofuscamento temporrio, que dura um ou dois minutos, at que os cones comecem a funcionar normalmente. Do claro para o escuro a adaptao mais demorada. Nesse caso, so os cones que deixam de funcionar, para aumentar a sensibilidade dos bastonetes.

3

CARACTERSTICAS DA VISOAcuidade visual: a capacidade para discriminar pequenos detalhes. Ela depende de muitos fatores, como por exemplo: iluminao e tempo de exposio. No entanto, luzes muito forte prejudicam a acuidade, porque provocam a contrao da pupila. Acomodao e convergncia: a capacidade de cada olho em focalizar objetos a vrias distncias. O cristalino, uma lente que se situa atrs da ris, fica mais grosso e curvo para focalizar objetos prximos e mais delgados para focalizar objetos distantes. Com o avano da idade o cristalino vai perdendo sua flexibilidade, ficando mais duro, dificultando dessa forma a focalizao de objetos prximos. Percepo de cores: a percepo das cores s ocorre quando h luz. A luz definida como sendo uma energia fsica que se propaga atravs de ondas eletromagnticas composta pelas cores do arco-ris. Quando a luz incide em um objeto ela refletida seletivamente. A luz refletida tem uma composio diferente da luz e essa diferena a responsvel pelo aparecimento de cores. Quando se diz que uma superfcie vermelha significa que ela absorve todos os demais comprimentos de onda e reflete s o vermelho. Quando um objeto iluminado por luzes artificiais, a cor pode mudar porque o espectro (arco-ris) diferente da luz solar. Assim, as cores ditas "reais" so aquelas que o olho humano percebe normalmente quando os objetos so iluminados pela luz solar.

Estudaremos as cores sob dois aspectos que esto diretamente relacionados embora sejam aparentemente opostos: a COR-LUZ e a COR-PIGMENTO.

COR-LUZ A cor uma sensao provocada pela luz sobre o rgo da viso, ou seja, nossos olhos. Cor-luz a prpria luz que pode se decompor em muitas cores. A luz branca contm todas as cores.Isaac Newton (1642-1727) formulou a teoria da composio de luz branca e em certo aspecto explica o que cor. Na experincia de Newton (prisma), vemos que a luz decompe-se ao atravessar o prisma, refratada, mudando de direo e de comprimento. As ondas de maior comprimento, correspondentes vermelha, sofrem menor desvio, ao passo que as violetas, de menor comprimento, esto sujeitas a um desvio maior. Um raio de luz solar branca passa atravs de um prisma e sofre refrao. Decompe-se em certo nmero de raios de luz de comprimentos de onda diferentes, formando todo o espectro colorido visvel, do vermelho ao violeta. O arco-ris um fenmeno semelhante ao prisma. Na qual a luz solar refratada, ao passar atravs das gotas de chuva, que funcionam como prismas.

4

Assim, o que vemos o espectro das seis cores visveis: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul e violeta. Alguns estudos consideram tambm o azul anil como cor visvel, o que d um total de sete cores. Mas nem todas as cores podem ser vistas por ns, o caso, do infravermelho e o ultravioleta, por exemplo. As cores podem ser somadas e, assim, surgem outras novas cores. Trs cores visveis do espectro so chamadas de cores primrias: o vermelho alaranjado, o verde e o azul violeta. Ou em linguagem tcnica: Red, Green e Blue (RGB). Misturando proporcionalmente uma a uma teremos:

COR BSICA Vermelho + Verde = AMARELO Vermelho + Azul = MAGENTA Azul + Verde = CIAN Azul + Verde + Vermelho = BRANCO

E o preto?No sistema aditivo, O preto seria a ausncia da luz, aquilo que qualquer criana conhece como o escuro. Esse sistema (RGB) o que forma as cores dos sistemas como a TV, o monitor do computador.

5

COR PIGMENTO

O pigmento o que d cor a tudo o que material. As folhas das plantas so verdes por terem clorofila; a terra tem cores diferentes em cada regio por apresentar composio mineral diferente, o xido de ferro pode ser amarelo ou vermelho; o de cobre verde etc. Assim como as crianas, os homens primitivos descobriram as cores pela experincia. Encontramos registros nas paredes das cavernas. Essas pinturas rupestres eram feitas com os mais variados tipos de pigmentos naturais: planta, terra, carvo, e at o sangue de animais abatidos por eles. Com o tempo, perceberam que poderia extrair da natureza estes pigmentos e utiliz-los com tintas.

Com o passar do tempo, as tcnicas de pintura se desenvolveram, se industrializaram e a tecnologia criou pigmentos sintticos. Cores artificiais feitas em laboratrio, mas to semelhantes s naturais. Experimentando misturar as tintas, logo percebemos que podemos formar novas cores. Essa mistura de pigmentos altera a quantidade de luz absorvida e refletida pelos objetos. O pigmento branco no absorve, mas reflete todas as cores. Quando misturamos pigmento preto a uma tinta branca, aos poucos vamos obtendo diferentes tons de cinza. Quanto mais preto, mais escuro o tom de cinza at chegar ao preto. O que acontece que o pigmento preto, ao contrrio do branco, absorve todas as cores. O preto que vemos a ausncia de luz refletida.

6

O mesmo acontece com os pigmentos coloridos. Cada um reflete somente a cor que no absorvida. Por exemplo: o pigmento amarelo absorve da luz branca as cores azul violeta, azul cian, verde, vermelho alaranjado e vermelho magenta, e reflete somente a luz amarela, que a cor que podemos ver. Seguindo os estudos de Newton, podemos classificar as cores pigmento inversamente Cor-Luz, pois assim que nossos olhos podem ver perceber e misturar as tintas. Essa mistura de cor-pigmento chamada de sistema substrativo, por ser oposta ao aditivo que acontece com a cor-luz. No sistema substrativo, as cores primrias so: o azul cian, o amarelo limo e o magenta. Este sistema usado nas grficas para impresso de fotolitos, nos jornais, revistas, cartes, impressoras de computador.

Vermelho - Cian (Azul + Verde) Verde - Magenta (Azul + Vermelho) Azul - Amarelo (Vermelho + Verde)

7

HISTRIA DA TEORIA DAS CORES

A conscincia sobre as cores sempre esteve presente no humano, desde o tempo que ele andava em um universo verde atento para um alerta vermelho, fosse fruta, animal ferido ou fmea no cio. Mas desses, no sobrou nenhuma divagao. Das idias de bpedes sobre cores, a mais antiga que temos notcias vem de Aristteles. As idias desse grego hoje costumam ser vistas como pioneiras, belas, ingnuas mas raramente corretas. Ele tem o mrito de ter sido muito perspicaz em um mundo sobre o qual nada sabia, porm suas concluses apesar de haverem resistido at o fim da Idade Mdia no resistiram aps isso. Aristteles ao pensar sobre o mundo colorido concluiu que cores eram uma propriedade dos objetos. Assim como peso, material, textura eles tinham cores. E, embriagado pela mgica dos nmeros disse que eram em nmero de sete, o vermelho, o verde, azul, amarelo, branco e negro. uma idia simples como uma caixa de lpis-cera. Mas est errada. O estudo de cores sempre foi influenciado por aspectos psicolgicos e culturais. O poeta medieval Plnio certa vez teorizou que as trs cores bsicas seriam o vermelho vivo, o ametista e uma outra que chamou de conchfera. O amarelo foi excludo desta lista por estar associado a mulheres, pois era usado no vu nupcial. Na Renascena quem pensava sobre a natureza das cores eram os pintores. Leon Battista Alberti, um discpulo de Brunelleschi, diria que seriam quatro as mais importantes, o vermelho, verde, azul e o cinza. Essa viso reflete os seus gostos na tela. Alberti contemporneo de Leonardo da Vinci, e ter influncia sobre o jovem. Leonardo da Vinci demonstrar sua perspiccia habitual nessa rea. Ele tinha anotaes para dois livros distintos e seus escritos foram posteriormente reunidos em um s livro entitulado 'Tratado da pintura e da paisagem'. Ele se oporia a Aristteles ao afirmar que a cor no era um propriedade dos objetos, mas, da luz. Ele concordaria com ele ao afirmar que todas as outras cores poderiam se formar a partir do vermelho, verde, azul e amarelo. Afirma que o branco e o preto no so cores mas extremos da luz. Da Vinci ser o primeiro a observar que a sombra pode ser colorida, pesquisar a viso estereoscpica e mesmo construir um fotmetro.

8

Em 1665 Newton publicar sua teoria definitiva das cores, baseado em anos de estudo sobre a luz. Newton quem descobre que a cor depende totalmente da refrao e reflexo da luz que incide sobre o objeto. Newton vai definir luz como onda, luz visvel como uma faixa de frequncia e as diversas cores como frequncias. Para ele no importam as cores primrias ou secundrias dos pigmentos de tinta, todas as cores vem do branco e ponto final. Sua teoria totalmente vlida at hoje. Ainda no sculo XVIII, um impressor chamado Le blon ir testar diversos pigmentos at chegar aos trs bsicos para impresso: o vermelho, amarelo e azul. No sculo XIX o poeta Goethe ir se apaixonar pela questo da cor e passar 30 anos tentando terminar o que considerava sua obra mxima: um tratado sobre as cores que poria abaixo a teoria de Newton. Ele realmente descobrir aspectos que Newton ignorara sobre a fisiologia e psicologia da cor. Observou a reteno das cores na retina, a tendncia do olho humano em ver nas bordas de uma cor a sua complementar, notar que objetos brancos sempre parecem maiores do que negros. Tambm re-interpretar as cores pigmentos de Le blon, renomeando-os prpura, amarelo e azul claro, se aproximando com muita preciso das atuais tintas magenta, amarelo e ciano utilizadas em impresso industrial. Porm as observaes de Goethe em nada feriam a Teoria de Newton, suas explicaes para os fenmenos eram muitas vezes errneas e ele nao propunha nenhum mtodo cientfico para provar suas teses. Seu "A teoria das cores" caiu em descrdito na comunidade cientfica, no despertou interesse entre os artistas e eram deveras complexa para os leigos. Suas observaes sero resgatadas no incio do sculo XX, entre os estudiosos da Gestalt e sobre pintores abstratos modernos como Paul Klee e Kandinsky. Atualmente, o estudo da teoria das cores nas universidades se divide em trs matrias, as mesmas caracteristicas que Goethe propunha para cores: a cor fsica (ptica fsica), a cor fisiolgica (ptica fisiolgica) e a cor qumica (ptica fisico-quimica). O contedo basicamente a teoria de Newton acrescida de observaes modernas sobre ondas. Os estudos de Goethe ainda podem ser encontrados em livros de psicologia, arte e mesmo livros infanto-juvenis que apresentam iluses de ptica.

9

INFLUNCIA DAS CORES E SUA SIMBOLOGIASabe-se h 200 anos, que as cores atuam sobre a alma. O primeiro a pesquisar esse assunto foi o escritor Johann Wolfgang Von Goethe (17491832). Cores distintas proporcionam estados de nimo especficos, escreveu o alemo em Teoria das Cores (1810). Hoje, at lojas e restaurantes se valem disso para atrair clientes.

Vermelho Cor poderosa. Esse tom ajuda a combater tristeza ou depresso. a cor da ao. a primeira cor do espectro. A palavra vem do latim, vermeculu, que significa verme, pois na Idade Mdia era associado cochonilha, pequeno verme de cor escarlate. Provoca inquietao e agitao. Por isso, melhor us-lo em detalhes ou em paredes pequenas. Ideal para salas de estar e jantar,cozinha,fast-food. Laranja - Mistura de vermelho e amarelo, tem as vibrantes caractersticasdessas duas cores: poder e alegria. Segunda cor do espectro. Seu nome derivado do snscrito naranga. Estimula o otimismo. Expanso, equilbrio emocional e o apetite. Anima, d vitalidade. Ideal para salas de estudo, de reunies ou locais onde a famlia se encontra para conversar, como sala de cozinha. Aconselhvel para quartos de crianas, sala de jantar, cozinha, restaurante,fast-food.

Amarelo - Relacionado ao poder. Est ligada a tolerncia, pacincia e

sabedoria. uma tonalidade que motiva, atrai progresso, simpatia, estabilidade, lealdade e alegria. Associado ao vero a aos tons dourados produzidos pelo sol, o amarelo, usado num ambiente, estimula a comunicao, o bom humor e a socializao. a 3 faixa do espectro. Vem do latim amarus, amargo, sabor antigamente associado ao limo. Ideal aos ambientes que se pretende estimular a comunicao e as atividades mentais. Na cozinha, favorece reunies familiares.

Verde Est entre o amarelo e o azul, no centro do espectro. Relacionado tranqilidade, ao frescor e esperana. Desperta equilbrio e harmonia. O verde acalma. tima cor para o desenvolvimento infantil. Estimula momentos de paz, e de cura. Vem do latim viride, que quer dizer vivo, como as plantas. Indicado para todos os ambientes. Um bom tom para locais de muito movimento e quartos de criana, porque tranqiliza. Deve ser utilizado com cautela em casa, pois, em excesso, pode deprimir.

Azul Remete paz e tranqilidade. Instiga a busca da verdade interior e a realizao dos ideais. Traz inspirao, compreenso e f. Quinta cor do espectro contra-indicada para pessoas com tendncias depresso, pois tambm est associado tristeza. Nos tons suaves, acalma a energia dos quartos de crianas e adultos hiperativos. Ideal para banheiros e lavabos,spas,clnicas. Em excesso pode deprimir.

10

Violeta - A ltima cor no espectro, cujo nome deriva da flor de mesmo nome.

Estimula o lado espiritual. Pode ganhar tons rosados, que denotam amor, intenes puras, romance e felicidade. Acalma, estabiliza. Ideal para quartos de meditao, nas suas tonalidades mais suaves, ou em detalhes da decorao. No aconselhvel pintar um ambiente inteiro, pois ele tem o dom da disperso.

Prpura (Roxo) Mescla do vermelho e azul. Indica nobreza, poder,

autoridade. Quando essa tonalidade apresenta mais pigmentos vermelhos do que azuis, conhecida como prpura. Quando tem mais pigmentos azuis que vermelhos, chamada roxo. Cuidados: Em detalhes, tais como, estofar uma cadeira ou uma almofada com essa cor. Para empreg-la em ambientes maiores, melhor diluir a tinta at atingir tonalidades mais suaves.

Marrom Significa segurana, firmeza, conforto, razes, fertilidade. Cor clssica, seus tons claros formam as famlias dos beges, muito usado como back ground para as cores mais fortes. Os tons mais escuros deixam os ambientes mais confortveis. Cor interessante para cozinhas, estdios e escritrios. Branco Diferente do preto, o branco, em contato com a energia da luz,absorve todas as cores e reflete a mistura de todas elas. Voltado para fora, o branco evoca paz e alegria. Quanto mais luz branca uma cor tiver, mais clara e luminosa ela ser. Altamente estimulante e vibrante. Evoca sensao de limpeza, frieza e claridade. timo para cozinha e banheiros. Numa casa onde paredes, mveis e tapetes sejam 100% brancos, o resultado pode ser ambientes montonos, frios e hostis, levando disperso. Aumenta o tamanho dos objetos e amplia os espaos.

Cinza Est associada ao medo e a depresso. Corresponde negao da realidade. Quando essa cor tem azul em sua composio, pode deixar o ambiente mais frio. Mas, se houver o amarelo, torna-se quente o ambiente. o tipo de tonalidade perfeita para locais de longa permanncia, como salas, quartos e cozinhas.

Preto - No faz parte do espectro, pois representa a ausncia de cor. Na

verdade, em contato com a energia da luz, absorve todas as cores. sbrio e impessoal. Conduz a introverso, interiorizao e sabedoria. O preto est relacionado introspeco, quietude, ao silncio. Em excesso, pode causar depresso e falta de esperana. Cor indicada apenas para objetos ou detalhes de acabamento. Traz poder e imponncia para uma sala. Por sua sobriedade no raro encontr-lo em ambientes masculinos. Diminui o tamanho dos objetos e aproxima as superfcies.

11

CRCULO CROMTICO OU CRCULO DAS CORES

Cores Primrias

So chamadas de cores puras, pois no se formam pela mistura de outras cores. A partir delas que todas as cores so formadas. So elas: vermelho (magenta), azul cian e amarelo limo. Na observao psicolgica, o indivduo, quando se depara com as cores no campo perceptivo, quase obrigado a olhar mas para as primrias do que para qualquer outra. As cores primrias comportam-se como ponto referencial, todas so necessrias para criar apoio e equilbrio completo num plano pictrio. Juntas so puro contraste. Mas quando falta uma delas, desaparece a vida, o ritmo. Elas se atraem e se repulsam entre si. Mas, nesta atrao e repulso que se reestabelece o equilbrio.

Cores Secundrias

Criadas a partir da mistura, em propores iguais, de duas cores primrias. No crculo cromtico, est entre duas primrias e produto delas. Todas juntas , ou duas a duas, as secundrias resultam em uma combinao vibrante e harmnica. So elas : laranja, violeta e verde.

12

Cores Tercirias

Mistura em partes iguais ( 50% cada ) de uma cor primria e de uma secundria. Podemos dizer que as cores tercirias so todas as outras cores, isto , quando uma cor no primria nem secundria , ento ela terciria. A cor marrom, por exemplo, uma cor terciria obtida da mistura das trs primrias. As cores, quando colocadas umas ao lado das outras produzem efeitos que variam desde uma harmonia at um forte contraste. Isto tem a ver com a posio que elas ocupam no crculo das cores, conforme vemos abaixo:

Cores Anlogas

So as que aparecem lado a lado no grfico. So anlogas porque h nelas uma mesma cor bsica. Pr exemplo o amarelo-ouro e o laranja-avermelhado tm em comum a cor laranja. As cores anlogas, ou da mesma "famlia" de tons, so usadas para dar a sensao de uniformidade. Uma composio em

13

cores anlogas em geral elegante, porm deve-se tomar o cuidado de no a deixar montona.

Cores Complementares

So aquelas diametralmente opostas no crculo. So as cores negativas de quaisquer cores, como os negativos da fotografia. Forma o verdadeiro contraste. Quando uma cor colocada lado a lado com sua complementar, elas intensificam-se pelo contraste simultneo. Do mesmo modo, como o positivo e o negativo, o branco e o preto tambm so complementares. Os opostos se complementam. Outra caracterstica importante das cores complementares que elas se neutralizam entre si. O que isso quer dizer? Que se quisermos tirar a "potncia" de um amarelo, basta acrescentar-lhe certa quantidade de violeta at que neutralizando - o em um tom de cinza, at chegar ao preto. (Processo qumico de composio de cores). Para suavizar uma cor, coloque um toque de sua complementar, isso altera a intensidade e a temperatura da cor. Quando quiser preservar o tom da cor original, basta acrescentar uma complementar do mesmo tom. Efeitos da complementaridade: O vermelho O verde O amarelo O violeta O azul O laranja provoca tons provoca tons provoca tons provoca tons provoca tons provoca tons esverdeados avermelhados violceos amarelados alaranjados azulados

14

H dos tipos de esquema para utilizao das cores complementares:

Complementares divididas ou esquema triangular Neste

esquema, usa-se uma combinao de 3 cores. Escolha uma delas no crculo e encontre as duas laterais cor oposta. Combinao de 3 cores que no so anlogas. Forma-se um tringulo. Verde - Vermelho-laranja Violeta-vermelho

Duplas complementares ou esquema quadrado Quanto mais tons harmnicos voc conseguir compor, mais requintada ser a sua paleta. Para fazer uma boa reunio de 4 cores, escolha uma delas no crculo e localize sua oposta. Em seguida, pule, no sentido horrio, a cor seguinte escolhida e use a prxima e sua oposta. Combinao de 4 cores que no sejam anlogas (forma-se um quadrado-retngulo).

Azul-violeta - laranja-amarelo ( a oposta) violeta-vermelho e amareloverde

15

TEMPERATURA DAS CORES

Cada cor tem uma temperatura prpria e conseqentemente afeta nossos sentidos de maneira diversa e particular. A conotao das cores em quentes e frias est relacionada com as experincias emocionais e tambm pelos efeitos prticos referentes absoro e reflexo da luz e calor pelas cores. Exemplo: Um tanque de gasolina pintado de vermelho perder mais de seu contedo, por evaporao, do que um tanque pintado de branco. Isto porque o vermelho absorve mais calor, tornando o ambiente interno mais quente do que o branco. Um quarto pintado de vermelho no s parecer quente, mas o ser realmente. O crculo das cores dividido hipoteticamente em duas metades: cores quentes e cores frias. Esta diviso ir determinar a funo espacial das cores.

16

Cores quentes conotam proximidade, densidade, materialidade. Elas

avanam em nossa direo, diminuindo o espao. So profundamente excitantes, sensuais, despertam calor humano e so favorveis a aglomeraes de confraternizao ou cooperao mtua. Tendem para o amarelo, e suas matizes com os alaranjados e avermelhados. As cores quentes estimulam a circulao do observador, causando um ligeiro aumento na temperatura do corpo, o amarelo uma cor alegre, a cor do vero; o vermelho o sangue, a vida.

17

Cores Frias provocam sensao de distncia, transparncia, abertura e

imaterialidade, recuando e abrindo o espao. So impessoais e denotam certo afastamento emocional. Tendem para o azul, e as matizes entre o verde, azul e violeta. Ao contrrio das cores quentes, diminuem a circulao do observador, causando uma ligeira queda na temperatura do corpo. O azul a calma, a harmonia, a paz, mas tambm a tristeza e melancolia.

O jogo das cores quentes e frias faz com que o espao tenha vibraes rtmicas de profundidade, pelo sucessivo avano e recuo das cores. Cada um delas se distinguem dentro de sua prpria gama de tons quentes e frios e sero vistas ora quentes, ora como frias, avanando ou recuando no espao, dependendo do contexto colorstico circundante. O violeta-avermelhado, com pouco azul e muito vermelho em sua composio, uma cor quente, enquanto o violeta-azulado, ou seja, com pouco vermelho e muito azul, considerado frio. O verde mais quente ao lado do azul e mais frio ao lado do amarelo. Os vermelhos so quentes, mas de acordo com os tons violeta, prpura, escarlate, podero ser vistos como frios perto de cores mais alaranjadas como vermelho. Escolha cores quentes para uma atmosfera aconchegante e acolhedora. Com cores frias os ambientes ficam mais repousantes. Utilize cores claras para aumentar a sensao espacial de um ambiente pequeno.

18

Relembrando:

As cores quentes lembram o sol; j as cores frias provocam a sensao de sossego. Nas composies paisagsticas, pode-se e deve-se aproveitar destes recursos naturais e assim invocar sensaes como aquecimento (cores quentes) ou frescor (cores frias).

19

MATIZ a prpria cor, propriamente dita, ou seja, vermelho, laranja, verde, azul, etc. Se ela misturada, a matiz indica qual a cor predominante, primria, secundria ou terciria. Tom

TONSSo variaes de uma mesma cor quando se adicionam a ela certas quantidades de branco, preto e/ou cinza. A qualidade de claro ou escuro. Adicionando: Branco = tons pastel (cor lavada) Cinza = tons mdios (cor neutra) Preto = tons encorpados e escuros (cor queimada)

VALORValor ou Fator de Luminncia Cada cor pode ter diferentes valores, de acordo com o seu grau de claridade ou obscuridade refletida. Por exemplo, um vermelho claro tem valor mais alto do que um vermelho escuro. Desta maneira, "valor" significa a quantidade de luz que uma superfcie tem a capacidade de refletir. Quanto mais branco tiver, mais luminosa ela ser. Ao acrescentarmos gradualmente o preto, menos luminosidade a cor ter.

SATURAOSaturao de uma cor o grau de pureza mximo, ou seja, quando ela surge sem ser misturada com outras cores.

20

CORES NEUTRASQuando se fala em cores NEUTRAS, pensa-se logo em cinzas e marrons. Do ponto de vista tcnico, as cores neutras incluem os amarelos acinzentados, os vermelhos , laranjas e violetas amarronzados, os verdes e azuis cinzentos e outras cores intermedirias. Para criar essas cores, basta misturar as trs cores primrias ou qualquer par de cores complementares. Esse mtodo de combinar duas complementares pode resultar em cores apagadas e opacas. Evita-se isso, misturando uma cor com outra prxima de sua complementar. A importncia das cores neutras est em realar ou avivar outra que esteja a seu lado. As cores neutras podem ser quentes ou frias, dependendo das cores usadas na mistura.

21

HARMONIA DE CORES

A harmonia de cores , em parte, um fenmeno subjetivo, mas no isento de leis e princpios. A cor, s vezes , cria o clima desejado e fala por si s, o que deve ser aproveitado como instrumento tcnico. Somente escolher uma cor aleatoriamente no catlogo,no garante que uma composio colorstica seja equilibrada e harmoniosa. Algumas direcionam a fora vetorial do olhar, obrigando que se olhe para elas.

Exemplo: As primrias tm essa qualidade e quase sempre so dominantes, mas dependendo da saturao das outras cores nas imediaes, qualquer cor pode ser dominante, desde que seja a mais forte no arranjo. Os plos das escalas cromticas representam o limite mximo de saturao de cada cor. O plo cromtico representado pelos tons baixos da escala: plidos, escuros, cinzentos ou mistos. Os plos terminais das escalas atraem a ateno em primeiro lugar, orientando o movimento visual numa direo. Os outros tons presentes, de acordo com sua intensidade e seus valores claros-escuros, so vistos como intermedirios e servem de passagem, regulando o ritmo da cor. A expressividade de uma cor depender das funes que desempenhe. Quando entra em combinaes com outras cores, cada uma recebe dessa combinao determinadas funes espaciais, favorecendo a lgica das formas. O valor exato de uma cor relativo e depende do contexto colorstico.

Exemplo: A proximidade de um vermelho intenso empalidece o ocre, empurrando-o para tons esverdeados. O ocre cinza, quando prximo ao verde, parecer rosado.

Projetar lidar com sonhos, desejos e caractersticas pessoais de pessoas que, na maioria das vezes, no conhecemos realmente. Se soubermos analisar esses indivduos e realmente entender como funcionam e qual a real dinmica de suas relaes, saberemos escolher apropriadamente as cores que mais serviro s suas necessidades. As regras a seguir so receitas que procuram ajudar e orientar a escolha de cores. Devemos nos lembrar de que sempre possvel combinarmos as cores do mesmo modo intuitivo como nos vestimos todo dia. 22

REGRAS DE HARMONIA

Regra Acromtica ou neutra uma regra que utiliza preto, branco ou diferentes tons de cinza. Existe uma corrente que considera tambm como cores neutras o creme, o bege, as variaes de cinza, a cor de cogumelo, os marrons e todas as cores que lembram materiais naturais, como juta, sisal, algodo, linho, alga, etc. Cuidado na escolha dos tons, pois um creme pode se tornar visivelmente amarelo. Quando optar por esse tipo de regra, utilize o contraste entre tons fortes e fracos para deixar o ambiente mais dinmico e menos montono. Mesmo sem usar cores, podemos aproximar ou afastar paredes, diminuir corredores e alterar as dimenses com diferentes tons de cinza. Esse esquema pode deixar a atmosfera do ambiente totalmente fria e impessoal. Muitas vezes optamos por tudo branco por medo de errar. Aposte nas paredes e na arquitetura como partes integrantes e atuantes da atmosfera final de um ambiente. Explore e ouse. Use diferentes texturas nas paredes para ajudar a criar movimento e, mesmo em branco, criar centros de interesse. 23

Regra Monocromtica

Mono + cromia = UMA COR

Um nico matiz puro, em diferentes tonalidades, ou ainda em composio com branco, preto ou cinza. um esquema muito harmonioso. Em tonalidades verdes ou azuis, acalma e relaxa. So elegantes e ampliam os espaos se os tons escolhidos forem claros. Esta regra uma boa opo para banheiros e ambientes pequenos. Para no tornar o ambiente bvio e montono, explore ao mximo as caractersticas da cor, compondo-a com tons contrastantes para dar movimento. Use o branco para realar a maioria das cores.

24

Regra tridica ou das cores primriasRegra que utiliza 3 cores eqidistantes no crculo cromtico. Podem ser a trade das cores primrias (vermelho, azul e amarelo), secundrias (laranja, verde e violeta) ou ainda tercirias (por exemplo, vermelho-alaranjado, amareloesverdeado e azul-arroxeado). No h necessidade utilizar os matizes puros. Podemos fazer uso de qualquer tom da cor escolhida, caso o objetivo seja suavizar ou estimular uma composio. As cores primrias criam uma combinao jovem, alegre, dinmica e contrastante. Podem ser utilizadas em quartos infantis, de brinquedo ou qualquer outro espao destinado s crianas. Escolha a tonalidade com cuidado para no deixar o ambiente estressante.

25

a qualidade que distingue uma cor de outra. Por exemplo, um amarelo de um vermelho. Corresponde ao comprimento de onda dominante.

RegraRR

Regra AnlogaEscolha uma cor e use-a juntamente com suas adjacentes. As cores utilizadas neste esquema, que apresenta resultado muito harmonioso, devem ter como base a mesma cor, ou seja, podemos compor com tons de vermelho, amarelo e alaranjado. Branco, preto ou tons de cinza sempre podem ser adicionados composio. um esquema com mais opes e variedades, e o resultado obtido muitas vezes mais interessante do que os esquemas acromtico ou monocromtico.

26

Regra ComplementarAs cores complementares so as opostas entre si no crculo cromtico. um tipo de composio muito equilibrada, j que sempre utiliza uma cor fria e uma quente. As caractersticas das cores se harmonizam. Por exemplo, a energia de um vermelho vibrante e dinmico pode ser amenizada pela energia refrescante de um verde. Podemos utilizar tambm, com um resultado mais ameno e interessante, uma cor e as adjacentes de sua complementar. Estes esquemas oferecem inmeras possibilidades de composio, e seu sucesso depende da escolha das cores, de suas intensidades e tonalidades. Um tom pastel compe melhor com um outro tom pastel; j um tom acinzentado, com outro tambm acinzentado. Procure no mistur-los. Cores puras e vibrantes utilizadas com cores suaves criam resultados interessantes e dinmicos.

27

PESO DAS CORESAs cores, alm de todas as suas caractersticas psicolgicas, exercem diferentes efeitos fisiolgicos sobre o organismo humano e tendem, assim a produzir vrios juzos e sentimentos. Aparentemente, damos um peso s cores. Na realidade, olhando para uma cor damos um valor-peso, mas somente um peso psicolgico. (fig. abaixo)

Sensaes de peso e distncias sugeridas pelas cores. (Fabris 1973 ) Em experincias realizadas, foram atribudos pesos diferentes a objetos iguais, mas cada um desses pintado numa cor: preto, vermelho, prpura, cinza, azul, verde, amarelo, branco. Colocaram-se, a certa distncia um do outro, os oito objetos, quase iguais na composio, mas todos do mesmo tamanho, sendo cada um deles de cor diferente. As pessoas presentes foram informadas de que os objetos expostos possuam um peso que variava de 3 a 6 kg. O resultado provou a existncia de um peso aparente, devido cor. Entre o preto e o branco, colocados nos dois extremos, registrou-se a diferena de 2,5 kg. Na realidade, todos os objetos eram do mesmo peso: 4 kg."(Farina, 1986)

28

DIFERENTES FONTES DE LUZ(Farina, 1986) s vezes a cor dos objetos pode ficar extremamente alterada pelo tipo de luz que os atinge. Uma lmpada de non, por exemplo vai emitir, na maior parte, raios vermelhos. Emite to poucos raios verdes ou azuis que os objetos, que sob uma outra fonte natural de luz, seriam verdes ou azuis, iro parecer pretos, por absorverem raios vermelhos. Os comprimentos de onda das lmpadas fluorescentes vo produzir uma luz semelhante do Sol, mas a distribuio dos comprimentos de onda diferente, alm de conter poucos comprimentos de ondas vermelhas. Uma bola vermelha dentro de uma sala iluminada com luz fluorescente, parecer marrom. (fig.abaixo)

esquerda, uma bola vermelha numa sala iluminada por luz natural, direita, numa sala iluminada com luz fluorescente, a mesma bola parecer marrom. (Farina, 1986)

Qualquer ambiente, incluindo todos seus elementos materiais (mveis, cortinas, carpetes etc.), muda efetivamente de cor conforme suas fontes de luz. At mesmo espaos enquadrados na escala do cinza, especificamente do branco ao cinza-escuro (em paredes, carpetes), sujeitam-se a certa mudana, como empalidecer a cor da ctis das pessoas sob um farol de luz de mercrio. A cor, por no ser uma caracterstica dos objetos, muda conforme o tipo de luz que recebe. E a beleza de uma cor, seja qual for, depende dessa fonte de luz. Mesmo luz do dia, uma pea colorida modifica seu aspecto se o dia se apresenta azul-ensolarado ou nublado. Um eficiente fluxo luminoso pode gerar maravilhosos contrastes em lugares de grande afluncia de pblico, supermercados e shopping-centers, por exemplo, e com excelentes reprodues de cores.

29

CONTRASTE SIMULTNEO

Objetos da mesma cor, sobre fundos diferentes, aparecero com diferenas de intensidade e claridade. Da mesma forma, uma cor ao lado de outra mais escura, parecer mais clara do que realmente , enquanto se torna ainda mais escura pela aproximao daquela mais clara. Segundo experincias de Fabris (1973), uma cor ao lado de sua complementar parece mais acentuada, brilhante, formosa; porm ao mesmo tempo, ambas resultam em mais difcil leitura. Este desagradvel fenmeno se poderia corrigir fazendo que uma das cores seja muito mais clara, ou mesclando uma pequena proporo de uma na outra; Rodeado pelo preto um tom parece mais acentuado, brilhante e chamativo; rodeado por branco tende, ao contrrio, a ser mais diludo, menos evidente, porque fica mais iluminado e disperso seu tom pelas radiaes que refletem o suporte branco; O contraste amarelo-preto o primeiro a ser visto grande distncia; o contraste branco-preto tem um valor mdio. A visibilidade do contraste vermelho-verde no tem bom resultado - pois irrita o olho pela ao simultnea das complementares - e pssimo ainda, o contraste verde-azul.

Visibilidade dos contrastes distncia. (Fabris, 1973)

Segundo estas experincias, resultam que os elementos escuros sobre fundo claro se percebem melhor que os claros sobre fundo escuro; frisemos tambm que o conhecido preto sobre fundo brando e vice-versa, no gozam de tanta visibilidade como se faz presumir o freqente uso que fazemos deles. (Fabris, 1973) 30

Concluso

A escolha de qualquer um dos esquemas bsicos de combinao de cores uma deciso a ser tomada em funo de seu gosto pessoal. E se voc tem um jardim bastante grande, pode utilizar sistemas diferentes para diferentes reas. No esquea que as cores mudam a atmosfera de um jardim. Assim, as tonalidades fortes de amarelo, vermelho e laranja, por exemplo, criam um clima excitante, por serem vivas e quentes. J o verde, o azul e o violeta, so cores frias e calmas, ideais para proporcionar sensaes de frescor, amplitude e tranqilidade.

31

UTILIZAO DAS CORES

Um ambiente parece maior com cores claras, que refletem mais luz. Para aproximar paredes e superfcies, use cores escuras, fortes e quentes. Superfcies em cores frias parecem mais distantes. Diminua a sensao espacial de um ambiente muito grande aquecendo as paredes com cores quentes (tons fortes ou pastel). Aumente a sensao espacial num ambiente pequeno pintando as paredes e o teto em tons frios. Para alargar um ambiente use uma cor quente pastel no teto e tons bem claros nas paredes. Esse efeito ir alargar e aumentar o espao. Um ambiente muito quadrado fica mais interessante se uma ou duas paredes forem pintadas em cor diferente das demais. Pintar uma parede e o teto (ou o piso) numa cor distinta das demais paredes tambm diminui a sensao de cubo. Cores escuras no piso diminuem visualmente sua superfcie. Corredores parecem mais largos com cores claras no piso, nas paredes e no teto.

Um mesmo ambiente, com a mesma cor mas em diferentes composies, pode parecer totalmente diferente.

32

Encurte corredores escurecendo ou aquecendo a parede que fica ao fundo. Vigas, pilares ou qualquer volume indesejvel no teto ou nas paredes praticamente desaparecem se pintados todos da mesma cor. Para rebaixar visualmente a altura do teto, use um tom mais escuro do que o usado nas paredes. O inverso aumenta o p-direito. Quando o ambiente for grande e alto, alm de escurecer o teto, um roda teto largo (faixa) da mesma cor e tom do teto pode ajudar a rebaixar visualmente o p-direito. A mesma cor no piso de diferentes ambientes integra e cria a sensao de continuidade espacial. Diferentes ambientes em diferentes cores retalham o espao, diminuindo-o visualmente. Use cor diferente somente em uma parede de cada ambiente para dar movimento sem retalhar. A praticidade deve ser lavada em conta. Cores claras no piso exigem manuteno maior do que cores escuras. Cores fortes e vivas esto, na maioria das vezes, relacionadas com espaos sociais barulhentos. Ambientes bem iluminados tm menor chance de sofrer distoro nas cores das superfcies. Ambientes com pouca luz natural ou artificial ficam com as superfcies escurecidas. Ambientes de face norte e oeste so quentes e pedem cores frias. Os de face leste e particularmente os de face sul so geralmente mais frios, pedindo cores quentes. Imperfeies e texturas aparecem mais em superfcies brilhantes e acetinadas do que nas opacas. As cores ficam mais vivas em superfcies lisas e mais escuras em superfcies rsticas. O uso de muitas cores alegres,juntas,ao invs de tornar o ambiente mais vivo, pode causar confuso visual. Prefira o uso de algum detalhe em tons contrastantes, mas no exagere. O contraste entre cores fortes em paredes e moblia pe em evidncia o design e o tamanho dos mveis. Na dvida entre quais cores usar, opte por uma s, e trabalhe com vrios matizes (mais claros, mais escuros e mdios). Para no ficar muito montono, voc pode usar detalhes em cores contrastantes Analise as funes de cada cmodo, pense em quem passar mais tempo nele. Nos quartos, em geral, considere as cores luminosas e menos saturadas, j que se trata de um cmodo de relaxamento. Se a inteno criar aconchego, vale a pena recorrer aos tons quentes, mesmo em reas pequenas. A sala com lareira, por exemplo, ficar mais acolhedora em tons de laranja do que de branca. Um objeto claro numa parede escura parece maior. Uma pea escura numa parede clara, menor. Metais, tecidos sedosos e vidros refletem a luz e, como as cores frias, podem ser usados para clarear um ambiente ou faze-lo parecer maior.

33

CRIAO DE ATMOSFERAS Escolhendo-se uma determinada cor, cria-se uma atmosfera que influencia as pessoas que usam o espao. Pode-se dizer que a cor cria atmosfera, e as texturas e as estampas ajudam a definir o estilo de um ambiente. O uso das cores pode criar atmosferas acolhedoras, aconchegantes, irritantes, dinmicas, excitantes ou sofisticadas, entre tantas outras. Escolha a cor que mais se adapte s atividades a que se destinam os ambientes e s pessoas que faro uso deles.

Luminosa Cores off white, neutras e o branco, criam uma agradvel sensao de luminosidade, de espao aberto, limpo, amplo e arejado. Nessa atmosfera de poucos contrastes de tons, e predominncia dos bem claros, utilize diferentes texturas nas paredes e no piso para enriquecer o projeto. Qualquer cor adicionada composio se destaca e pode ser usada tranqilamente em ambientes com pouca luz.

Espaosa Tons frios e claros so mais indicados na ampliao visual de espaos. Ambientes de face norte e oeste, que recebem mais sol e calor, ficam muito mais refrescantes e amplos em tons pastel frios. Caso deseje um look mais calmo e elegante, opte por tonalidades entre o verde e o azul ligeiramente violeta no crculo cromtico. Se o objetivo o mesmo, mas ligeiramente mais quente, opte por tons de azul, verde, lils ou cinza em grandes reas, e componha-os com tons de rosa, vermelho,pssego, terracota ou cobre em pequenas superfcies ou detalhes, como,por exemplo, portas ,batentes, molduras de janelas ou rodaps.

Aconchegante As cores quentes ajudam ambientes grandes, frios e escuros a ficar mais aconchegantes e intimistas. Use-as para diminuir grandes ambientes, para aproximar paredes e dar destaque, movimento. Fica mais interessante uma composio com diferentes tonalidades de uma cor quente em contraste com uma cor fria viva. Por exemplo, um ambiente todo em diferentes tons de pssego com uma parede em verde-jade, ou em terracota com detalhes em azul, pode ficar bem aconchegante e particular.

34

Dinmica e estimulante A atmosfera torna-se bem dinmica com o uso das cores primrias. Nesse caso, mais indicada para ambientes infantis ou onde sero executadas atividades que exijam esforo fsico. Tome sempre muito cuidado para no estimular demais o ambiente. Procure dosar as cores e as reas onde sero aplicadas.

Relaxante e calma Cores neutras num esquema acromtico com diferentes texturas e contrastes de tons podem ser relaxantes. sempre aconselhvel colocar tons off white, que induzam a mente a um estado de esprito relaxado, como,por exemplo, de lavanda ou verde-claro. O esquema monocromtico funciona bem para se alcanar esse tipo de atmosfera A mesma famlia de cores, num esquema anlogo, tambm favorece o relaxamento.

Como sugerir cores Como tudo na decorao, a cor tambm elemento pessoal que pode e deve ser usada para alegrar, acalmar e integrar as pessoas que convivem em um mesmo ambiente.

AbordagemPor ambientes: a) Hospitais: diversidade de funes e ambientes; diversidade de usurios (funcionrios, mdicos, pacientes e parentes). Caracterizao das atividades ali exercidas, tendo a cor como instrumento de auxlio no desenvolvimento das diversas funes. Em ambientes de internao, como quartos e enfermarias, priorize as cores aconchegantes. Salas de cirurgia pedem concentrao e as cores calmas so as mais indicadas. Salas de exames pedem cores frescas, que ajudam a distribuir a iluminao. Nos consultrios e reas de circulao, as cores podem ter uma combinao cromtica mais alegre, com detalhes vibrantes, aumentando o bem estar. b) Escolas: composies cromticas de acordo com a faixa etria dos alunos - saturao das cores conforme a idade, visando facilitar aspectos de concentrao. Nas salas de aula e bibliotecas, cores calmas induzem concentrao e criatividade. Nas reas de circulao, utilize cores vibrantes para influenciar a atividade e a interao.

35

c) Restaurantes: anlise da tipologia do local (fast-food, regional, clssico, choperia) voltada ao estmulo visual e ao tempo de permanncia exigido. importante frisar que cores vibrantes e muito intensas podem deixar o ambiente cansativo; opte por cores quentes e aconchegantes quando o objetivo fazer com que as pessoas permaneam um perodo maior de tempo no local. d) Residncias: preferncias e caractersticas do morador, visando diferentes sensaes. Consulte a seo Cores e Ambientes. e) indstrias: utilizao da cor no auxlio e aumento da produtividade. Em ambientes administrativos, cores frescas deixam o ambiente agradvel e favorecem a criatividade. reas de produo podem possuir detalhes vibrantes para estimular as atividades.

Cores e Ambientes Ao usarmos cores em nossos ambientes, devemos considerar que elas nos afetam diretamente. Portanto, devemos eleger uma cor predominante, escolhida de acordo com a utilidade do espao e com a sensao que desejamos e jogar, em alguns detalhes como tecidos e adornos, tons desta mesma cor, ou contrrios, ou complementares.

Hall de entrada e escadariaO hall de entrada e a escadaria constituem o lugar em que a maioria das visitas obtm a primeira e quase sempre a mais forte impresso de uma casa. Normalmente estes ambientes so bem iluminados e arrumados, por isso pode-se utilizar uma grande quantidade de cores, desenhos e texturas sem ter que se preocupar com as complicaes ligadas aos mobilirios e acessrios. D preferncia s tonalidades quentes e aconchegantes, que "convidam" as pessoas a entrarem na casa.

Salas de estar A sala de estar onde muitas pessoas passam boa parte do seu tempo quando esto em casa, e por isso devem receber a maior quantidade de ateno no que se refere a decorao: estes ambientes so normalmente os mais espaosos, melhor iluminados e bem mobiliados. Uma combinao de cor adequada dever criar um conjunto harmnico em que se possa viver alegremente e desfrutar durante alguns anos antes de querer mudar. Cores aconchegantes ou vibrantes em tonalidades de amarelo e laranja melhoram a comunicao entre as pessoas. Evite cores muito frias, como tons acinzentados.

36

Estdio e escritrioOs estdios so ambientes visualmente "cheios", pilhas de livros, arquivo, mesas de trabalho e lmpadas direcionais. As cores devem induzir a concentrao; e serem vibrantes e estimulantes sem incomodar, ou calmas e que ofeream uma luminosidade limpa. Se desejar celebrar reunies de trabalho em casa, seu estdio deve oferecer um local adequado. Os ambientes de trabalho, por outro lado, so espaos essencialmente prticos: as pinturas devem ser duradouras e, geralmente neutras para que os objetos se destaquem claramente perante ela, sem ser opacas, negativas ou deprimentes. Cores frescas em tons de amarelo luminosos, verde e marrons calmos induzem concentrao, e, portanto, so indicados para estes ambientes.

CozinhasMesmos sendo principalmente lugares prticos, as cozinhas tm um potencial decorativo imenso. De ponto de vista de estilo, existem poucos limites com respeito a cores; os revestimentos e os mveis pintados combinam muito bem nestes ambientes. Sem dvidas, deve-se lembrar que as superfcies pintadas nas cozinhas devem ser durveis e fceis de limpar, j que estes ambientes esto sujeitos a temperaturas extremas, vapor e umidade. Detalhes em tons vibrantes como laranja, amarelo e terracota favorecem o apetite.

Salas de jantarFormais ou informais as salas de jantar oferecem quase tantas possibilidades decorativas quanto as cozinhas. Podem oferecer um aspecto rstico ou real, de uma elegncia relaxante ou cmoda e familiar, porm devese lembrar quando e como vai utiliz-la: pela tarde e noite, para diverso com a famlia ao longo de todo o dia, ou ambos, j que isto influenciar a escolha da pintura. As salas de jantar so lugares apropriados para mveis e acessrios pintados. Escolha cores aconchegantes se deseja estimular o apetite; as cores calmas so ideais para quem faz dieta.

DormitriosOs dormitrios so, com freqncia, os ambientes mais difceis de decorar. So espaos privados e ntimos: nosso refgio pessoal do mundo exterior. Tambm so os lugares aos quais nos retiramos quando nos encontramos bem. Idealmente, deveriam ser relaxantes e ligeiramente estimulantes ao tempo; isto pode parecer difcil, porm com algumas cores, como o azul escuro em tonalidades calmas ou aconchegantes, podemos cumprir ambos os objetivos. No distante disto podemos recordar que um vermelho intenso ou amarelo brilhante podem parecer maravilhosos quando se vai dormir depois de uma festa, porm podem ser horrveis quando se acorda de manh.

37

BanheirosNos banheiros pode-se aplicar uma gama de efeitos de pintura, como marmorizado, stncil ou tromp loeil para se criar um aspecto exuberante e encantador. Porm, em banheiros pequenos existem limitaes como falta de espao, de luz e a necessidade de superfcies que devem ser tanto durveis como resistentes a vapor; um enfoque imaginativo assegura que estes aparentes problemas se convertam em vantagens. Utilize cores frescas e luminosas para ter a sensao de um espao mais amplo. Exteriores Ainda que um acabamento resistente possa ser o objetivo principal ao pintar o exterior de uma edificao, as possibilidades decorativas so imensas. As cores e os efeitos normalmente sero escolhidos pelo clima e a forma, proporo e poca da construo da edificao. As cores brilhantes oferecem um melhor aspecto sobre as portas e janelas.

38

39

Indicao Bibliogrfica Da cor a Cor inexistente Israel Pedrosa Editora Universidade de Braslia Galeria de Arte Cor - Alison Cole Editora Manole Homem, comunicao e cor Irene T. Tiski-Franckowiak cone Editora. Curso de decorao Casa Cludia Especial Projetando espaos Guia de Arquitetura de Interiores para reas residenciais Miriam Gurgel Editora Senac Color Harmony A guide to creative color combinations Hideaki Chijiiwa A Cor no Processo Criativo Llian Ried Miller Barros Editora Senac

Sites recomendados [email protected] www.inf.puc-rio.br/bacellar/index_port.htm www.alba.com.br www.compex-x/net/teoria/aber_main.htm www.globotintas.com.br www.pqi.com.br www.sherwinwilliams.com.br/decorao.php www.suvinil.com.br www.arq.ufsc.br www.geocities.yahoo.com.br/anacanella/dicas.html www.feiradeciencias.com.br www.geocities.com/strani_felicita/intensidade.htm www.guiadobuscador.com.br/cromopuntura/2.htm www.construcolor.com.br/cores.asp www.hp.pt/cor/art_similar_colour_schemes.html www.suvinil.com.br www.cadernofeminino.com.br www.patcheafins.com.br www.astrologia-esoterica.com.br www.wikipedia.org www.mnemocine.com.br www.ceagepe.com.br www.paisagismobrasil.com.br www.ambientebrasil.com.br www.vivaciencia.com.br www.sociedadedigital.com.br www.mundocor.com.br www.lukscolor.com.br www.coral.com.br

40