apostila da andrews university - escatologia bíblica

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ESCATOLOGIA BÍBLICA (Clique na palavra ÍNDICE) Curso de Extensão da Andrews University 6-19/12/1976 - IPAE CONTEÚDO I PARTE - A ORIGEM PROFÉTICA DA I.A.S.D. Do livro: Answers to Objections, Capítulo 10, pp. 575-594 Autor: F. D. Nichol Editora: Review and Herald Publishing Association Tradução de: Siegfried Kümpel II PARTE - A CONDIÇÃO HISTÓRICA DO MOVIMENTO DO ADVENTO Do Livro: Our Firm Foundation Autor: F. D. Nichol Tradução de: Siegfried Kümpel III PARTE - O PROPÓSITO MORAL DA PROFECIA Autor: L. F. Were Tradução de: Siegfried Kümpel IV PARTE - OS REIS QUE VÊM DO ORIENTE Autor: L. F. Were Tradução de: Siegfried Kümpel

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Page 1: Apostila da Andrews University - Escatologia Bíblica

ESCATOLOGIA BÍBLICA (Clique na palavra ÍNDICE)

Curso de Extensão da Andrews University

6-19/12/1976 - IPAE

CONTEÚDO

I PARTE - A ORIGEM PROFÉTICA DA I.A.S.D.

Do livro: Answers to Objections, Capítulo 10, pp. 575-594

Autor: F. D. Nichol

Editora: Review and Herald Publishing Association

Tradução de: Siegfried Kümpel

II PARTE - A CONDIÇÃO HISTÓRICA DO MOVIMENTO

DO ADVENTO

Do Livro: Our Firm Foundation

Autor: F. D. Nichol

Tradução de: Siegfried Kümpel

III PARTE - O PROPÓSITO MORAL DA PROFECIA

Autor: L. F. Were

Tradução de: Siegfried Kümpel

IV PARTE - OS REIS QUE VÊM DO ORIENTE

Autor: L. F. Were

Tradução de: Siegfried Kümpel

Page 2: Apostila da Andrews University - Escatologia Bíblica

Escatologia Bíblica 2

ÍNDICE

I – A ORIGEM PROFÉTICA DA IASD......................................5

Nenhuma Nova Atitude.................................................................6

Como Resolver o Dilema..............................................................7

Exame do Primeiro Ponto.............................................................8

Dirigentes Posteriores Falam......................................................10

Exame do Segundo Ponto...........................................................13

Certas Profecias Cumpridas........................................................14

Exame do Terceiro Ponto............................................................18

Sra. White Defende os Mileritas.................................................19

Exame do Quarto Ponto..............................................................21

A Essência do Milerismo............................................................22

Para Cima na Luz Crescente.......................................................23

Ficar Firmes no Registro.............................................................24

II – A CONDIÇÃO HISTÓRICA DO MOVIMENTO

DO ADVENTO..............................................................................28

As Grande Revoluções do Décimo Sexto Século.......................28

O Décimo Oitavo Século Marcado pelo Racionalismo..............30

As Escrituras Sagradas Minadas pelo Racionalismo..................31

A Idéia do Progresso Mundial.....................................................32

A Reação Contra o Domínio da Razão.......................................33

O Teólogo Schleiermacher..........................................................34

Forças Operantes à Abertura do Século Dezenove.....................35

O Movimento Milerita................................................................36

Pregação da Primeira e Segunda Mensagem..............................37

O Surgimento dos Adventistas do Sétimo Dia............................38

Ponto de Vista Restrito no Início Com Respeito à Mensagem

do Terceiro Anjo.....................................................................40

A Verdadeira Medida da Tríplice Mensagem.............................41

Doutrinas e Profecias Apresentadas na Tríplice Mensagem.......42

Page 3: Apostila da Andrews University - Escatologia Bíblica

Escatologia Bíblica 3

A Mensagem do Segundo Anjo..................................................44

A Mensagem do Terceiro Anjo...................................................45

Tríplice Mensagem Muitas Vezes Pregada

em Ambiente Limitado Demais..............................................47

Pregando a Tríplice Mensagem Mais Completamente..............48

1. A Tendência para a União das Igrejas.....................................48

O Concílio Mundial e o Segundo Advento.............................50

2. O Crescente Poderio de Roma................................................51

Conversões à Roma.................................................................52

As Palavras Proféticas da Sra. White......................................54

3. O Declínio da Liberdade.........................................................55

Nosso Exame Resumido.........................................................56

Os Dilemas dos Líderes Religiosos.........................................60

A Primeira Mensagem Angélica.............................................63

A Segunda Mensagem Angélica.............................................64

A Mensagem do Terceiro Anjo...............................................66

Proclamar o Sábado Mais Amplamente..................................68

III – O PROPÓSITO MORAL DA PROFECIA........................70

Introdução...................................................................................70

Prefácio.......................................................................................72

1 - As Escrituras Foram Dadas para Revelar a Jesus..................73

2 - Os Judeus Erraram Não Estudando As Escrituras Na Luz

do Propósito Moral de Deus. Uma Advertência para Hoje.....75

2.1 - Os Judeus estudavam as Profecias, mas sem

compreensão espiritual....................................................77

2.2 - Os Judeus eram literalistas rígidos..................................82

3 - A História se Repete..............................................................83

4 - Falácia Fundamental do Futurismo........................................92

5 - Mais Falhas Futurísticas........................................................94

6 - Futurismo e o Livro do Apocalipse.......................................95

7 - O Pentecostes trouxe luz sobre o propósito moral da profecia.....97

Page 4: Apostila da Andrews University - Escatologia Bíblica

Escatologia Bíblica 4

8 - Jesus Está Reinando Agora....................................................99

9 - Todas As Escrituras Morais Vibrantes de

um Salvador Vivo................................................................102

10 - A Aplicação Individual da História da Profecia..................110

11 - Aplicando O Princípio em Conexão Com o Estudo

do “Armagedom”.................................................................112

12 - O Propósito Moral das Profecias de Daniel.........................120

13 - Realidades Cristãs Reveladas nos Quadros Proféticos

do Apocalipse.......................................................................124

14 - "Cristo em Vós" - A Certeza da Vitória...............................135

IV – OS REIS QUE VÊM DO ORIENTE................................147

Introdução......................................................................................147

1. A Questão Oriental - Campo Fértil para Profecias Falsas........150

Origem do Armagedom Político-Militar...................................159

O Armagedom em Relação à Turquia.......................................160

O Armagedom se Torna um Conflito Entre o Oriente

e o Ocidente...........................................................................162

A Tendência de Volta aos Pontos de Vista

dos Pioneiros.............................................................................167

2. Haverá Guerra entre o Oriente e o Ocidente?...........................169

3. Satanás Instigará Guerras e Lutas para Eventualmente Unir

o Mundo Contra a Igreja...........................................................173

4. "Os Reis que vêm do Lado do Nascimento

do Sol" - Uma Mensagem Gloriosa para a Igreja.....................177

5. Torcendo os Fatos para Enquadrar a Interpretação...................184

6. Quando Todos os Olhos Serão Dirigidos ao Oriente................190

7. Os Reis do Oriente Especialmente Mencionados.....................192

8. Conclusões Baseadas Sobre Fundamentos Falhos....................194

9. Conclusões Baseadas em Fatos Positivos.................................201

Page 5: Apostila da Andrews University - Escatologia Bíblica

Escatologia Bíblica 5

A ORIGEM PROFÉTICA DA IGREJA ADVENTISTA DO

SÉTIMO DIA

Os adventistas do sétimo dia declaram que este movimento de

Advento surgiu numa época especial da história para fazer um trabalho

específico para Deus em cumprimento de certas profecias. Esta

declaração é a base verdadeira e histórica do apelo que fazemos a todos

os homens, nos termos da segunda mensagem angélica, para "sair" e se

juntar a este movimento.

À vista disto nós precisamos nos familiarizar com a história do

começo do movimento. Já em 1849 James White compreendeu esta

necessidade em relação das experiências históricas da principio de 1840,

que viram o surgimento do movimento do advento. Disse ele: "A fim de demonstrarmos o cumprimento da profecia, nós temos que

nos referir à história. Para mostrar o cumprimento da profecia relativa aos quatro reinos universais do segundo e sétimo capítulos de Daniel, nós temos que nos referir às histórias destes reinos. Negue a história, e a profecia não tem valor. Justamente assim com as profecias relacionadas ao movimento do segundo advento". – Present Truth, Dezembro, 1849, pág. 46.

Nós não precisamos apenas conhecer a história do início de 1840

como nós conhecemos um período da história secular mas ver também a

movimento Adventista do Sétimo dia no ambiente daqueles tempos. Tem

havido não somente muita ignorância entre nós com relação às raízes

históricas do Adventismo do Sétimo Dia, mas também um desejo atuante

da parte de alguns de desassociaremos do movimento do Advento do

início de 1840, que é geralmente conhecido como Milerismo.

Duas razões têm produzido este desejo: Primeiro, os Mileritas

marcavam uma data para o advento, que os lançou no escárnio naquele

tempo e que os tornou o objeto de ridículo desde então. Naturalmente

nós desejamos escapar do ridículo neste ponto, e nós somos enfáticos e

corretos, em nossa declaração que os adventistas do sétimo dia jamais

marcaram data. Segundo, ao redor dos Mileritas formou-se um fantástico

Page 6: Apostila da Andrews University - Escatologia Bíblica

Escatologia Bíblica 6

rol de histórias que os retrata como fanáticos loucos. E de fato nós não

queremos ser conhecidos como os filhos espirituais de fanáticos.

Nenhuma Nova Atitude

Não é somente interessante mas um fato despertador que o desejo

de ser desassociado do movimento de Miller que alcançou seu clímax em

1844, não é nada novo. Já se manifestou quase imediatamente depois do

desapontamento de 22 de Outubro de 1844, e foi muito ativo no tempo

em que Tiago White escrevia em Dezembro de 1849. O Senhor não

viera, como esperavam, e portanto a profecia dos 2.300 dias

aparentemente não se cumpriu. O resultado foi que muitos adventistas

nominais começavam a negar que Deus estava ligado ao movimento de

1844. Eles pois apostataram, alguns deles até aliviados por não serem

mais conhecidos como pertencendo a um movimento que cometera um

grande engano teológico. Contra todos estes Tiago White trabalhou,

como ele certamente tinha que fazer se ele cria que Deus inspirava o

movimento do Advento.

Hoje, a situação é um tanto diferente. Nós, como Adventistas do

Sétimo Dia, não desejamos questionar, por exemplo, a interpretação

básica da profecia usada pelos Mileritas em medir os limites da profecia

dos 2.300 dias. Nós não negamos a liderança de Deus no movimento de

1844. Nós sentimos, embora alguns de nós não entendêssemos

claramente, que nós precisamos manter uma conexão precisa com o

movimento de 1844 para provar que o Adventismo do Sétimo Dia surgiu

em cumprimento da profecia. Mas nós muito freqüentemente

procuramos apagar, ou ao menos hesitamos em admitir, uma íntima e

conseqüente relação profética entre o movimento de 1844 conhecido

como Milerismo e a Adventismo do Sétimo Dia conhecida hoje. As

razões para isto, como já afirmamos, são o nosso embaraço pela

marcação da data dos Mileritas das histórias de atos fanáticos em que

eles notoriamente caíram.

Page 7: Apostila da Andrews University - Escatologia Bíblica

Escatologia Bíblica 7

Assim, embora passivamente estivéssemos dispostos a admitir que

ns Mileritas são nossos parentes, embora não muito chegados, nós fomos

habituadas a tratá-los como parentes pobres.

Como Resolver o Dilema

Este dilema infeliz desaparece, e a origem genuinamente profética

da Igreja Adventista do Sétimo Dia aparece marcada, ao estabelecermos

os seguintes sete pontos:

1º - Que o movimento Adventista do Sétimo Dia é um filho direto

do movimento do Advento de Guilherme Miller, geralmente conhecido

como Milerismo.

2º - Que é necessário crer nesta relação a fim de achar uma

explicação de certas profecias na Bíblia, e para provar que a Igreja

Adventista do Sétimo Dia é de fato o último movimento de Deus no

mundo.

3º - Que um estudo do Milerismo abrilhantará nossa própria fé na

origem divina e na liderança do nosso movimento Adventista do Sétimo

Dia, e que proverá uma resposta inteiramente satisfatória às acusações

difamatórias feitas pelos inimigos da verdade por um século.

4º - Que o fato de sermos descendentes do movimento Milerita não

requer que nós subscrevamos os pontos de vista individuais que podem

ter sido mantidos por qualquer pregador Milerita. Nem requer que nós

minimizemos a qualquer grau a significação dos ensinos distintos

desenvolvidos sob a mensagem do terceiro anjo, mas sim o contrário.

5º - Que o fato dos Mileritas, geralmente, marcarem uma certa data

para a vinda do Senhor não precisa embaraçar os adventistas do sétimo

dia hoje.

6º - Que a história dos excessos fanáticos pelos Mileritas são em

grande parte uma mistura de falsidade, e que autoridades eminentes no

terreno da história admitem.

Page 8: Apostila da Andrews University - Escatologia Bíblica

Escatologia Bíblica 8

7º - Que o desapontamento de 22 de outubro de 1844, não provê

base para a acusação de que Deus daí em diante não estivesse no

movimento do Advento, e portanto não no movimento Adventista do

Sétimo Dia que surgiu do Despertamento do Advento de 1840.

A seguinte discussão dos quatro primeiros pontos apareceu

originalmente como um extra do The Ministry de setembro de 1944, que

foi impresso por resolução da Comissão da Conferência Geral.

Exame do Primeiro Ponto

Evidência suficiente para apoiar o primeiro ponto poderia ser

aduzido simplesmente por perguntar e responder algumas perguntas

simples, como segue:

- Que movimento religioso chegou ao seu clímax na América em

1844?

- O grande movimento da segunda vinda sob Guilherme Miller,

geralmente conhecido como Milerismo.

- Onde e quando o movimento Adventista do Sétimo Dia começou?

- Na América em 1844.

- Quem foram os primeiros adventistas observadores do sábado?

- Uma companhia de Mileritas em Washington, New Hampshire.

- Quem foram os primeiros dirigentes no movimento Adventista do

Sétimo Dia?

- Sem dúvida foram James White, Sra. White e José Bates.

- Qual foi o seu fundo religioso?

- Tiago White fora um pregador Milerita. Ellen Harmon White

aceitou o Milerismo como moça, e ela, com seus pais, foi excluída da

Igreja Metodista em Portland, Maine, por causa de suas convicções

mileritas. José Bates foi um dirigente no movimento Milerita, ocupando

vários cargos nas associações gerais dos Mileritas e tendo sido

presidente em uma das mais importantes destas associações.

Page 9: Apostila da Andrews University - Escatologia Bíblica

Escatologia Bíblica 9

- Quais foram alguns outros dos pioneiros primitivos dos

adventistas do sétimo dia?

- Hirã Edson e Frederick Wheeler.

- Quais foram suas conexões religiosas?

- Ambos estes homens, eram Mileritas. Edson foi o homem que,

passando pelo campo na manhã posterior ao desapontamento, recebeu a

luz sobre o santuário que Cristo entrara no santíssimo no dia 22 de

outubro. Edson, com outro irmão Milerita, estava a caminho na manhã

de 23 de outubro para "encorajar alguns de nossos irmãos" após o

desapontamento.

- Para quem os nossos primeiros dirigentes adventistas do sétimo

dia trabalharam quase exclusivamente por alguns anos depois de 1844?

- Para os seus associados no movimenta Milerita.

Os fatos incontestáveis precedentes da história parecem ser

suficientes em si para liquidar a questão de nossa origem. Mas a casa

torna-se consistente quando nós ouvimos o testemunho dos próprias

pioneiros adventistas do sétimo dia. Procuraram eles apagar sua relação

com o Milerismo para posar como alguma causa nova e diferente? Não,

eles afirmavam vigorosamente que eles eram os verdadeiros sucessores

espirituais daquele movimento do segundo Advento do início de 1840.

Em 1850 nós publicamos o Advent Review, o predecessor do Review and

Herald. O primeiro número começa assim: "Nosso desígnio nessa revista é de animar e refrescar a verdadeiro

crente, mostrando o cumprimento da profecia no trabalho maravilhoso do passado de Deus ao chamar e separar do mundo e da igreja nominal, um povo que está olhando para o segundo advento do querido Salvador." – Advent Review, vol. 1, pág. 1.

Em outras palavras, nossos pioneiros adventistas do sétimo dia

neste Advent Review estavam elogiando o assim chamado movimento

Milerita. Eles então procederam a combater aqueles "adventistas" que

negavam a direção de Deus nele:

Page 10: Apostila da Andrews University - Escatologia Bíblica

Escatologia Bíblica 10

"Ao recapitularmos a passado, nós citaremos muito dos escritos dos dirigentes na causa do advento (Milerismo) e demonstraremos que eles no passado advogavam ousadamente e publicavam para a mundo, a mesma posição, relativa ao cumprimento da profecia nos grandes movimentos diretores do Advento em nossa experiência passada, que nós ocupamos agora; e que quando a hoste do advento esteve toda unida em 1844, eles olhavam sobre entes movimentos na mesma luz em que nós as vemos hoje, e assim demonstramos quem abandonou a fé original. – Ibid. (ênfase deles)

Em vez dia procurarem apagar sua relação com o movimento

Milerita, nossos pioneiros ousadamente declaravam que eles eram

aqueles que estavam mantendo a fé original. Este número da Advent

Review está quase cheio com artigos de dirigentes Mileritas, reimpressos

de Jornais Mileritas do começo de 1840. Dois membros da "comissão

publicadora" que publicou este Advent Review foram Tiago White e Hirã

Edson. A capa apresenta o que segue em tipos especiais: "O Advent

Review, Contendo Testemunhos Excitantes, Escritos no Espírito Santo,

por muitos das Dirigentes na causa do Segundo Advento, Mostrando Sua

Origem e Progresso Divinas". Abaixo estava uma linha da Escritura:

"Chame à lembrança os Dias Passados".

Dirigentes Posteriores Falam

E qual é o testemunho de nossos pioneiros do Sétimo Dia nos anos

que sucederam? É claro? Tiago White num editorial na Review and

Herald de 1833 declarou: "Nós reconhecemos que estamos desapontados, e então não

entendiam o evento a ocorrer no fim dos dias; porém, nós afirmamos que isto não afeta na mínima a evidência da vinda imediata de Cristo." – Review and Herald, 17 de fevereiro de 1853, p. 156.

Nossos pioneiros jamais falavam de outros que estivessem

desapontados em 1844. Eles sempre diziam, "Nós ficamos

desapontados".

Page 11: Apostila da Andrews University - Escatologia Bíblica

Escatologia Bíblica 11

Um editorial da mesma pena no Review and Herald de abril de

1854, anunciou: “Nós declaramos que nos mantemos na fé do advento original....

Quanto às grandes doutrinas fundamentais ensinadas por Guilherme Miller, nós não vemos nenhuma razão para mudar nossas concepções...

"Enquanto o Advent Review ocupa sua presente posição, deve-se esperar que suas colunas serão enriquecidas com artigos inspirados sobre o segundo advento das penas de Guilherme Miller, Litch, Fitch, Hale, Storrs, e outros escritos já a dez ou doze anos." – pág. 101.

Em 1867 o Review and Herald continha um editorial de Urias

Smith que descrevia um dos objetivos para a publicação desta revista

semanal da igreja: "Um de seus objetivos especiais é uma recapitulação do grande

movimento do advento passado, isto é, o movimento antes do desapontamento em outubro de 18441. Que adventista que participou daquele movimento pode olhar para trás não se rejubilará de alegria, e pode senão desejar por manifestação do Espírito de Deus, em poder igual, em conexão com o trabalho agora? E coma pode uma pessoa possivelmente entrar com algum entusiasmo sobre as novas teorias e esquemas imaginados desde 1844, que o abrigam a abandonar todo o trabalha prévio àquele tempo, ou como errôneo ou prematuro? Se Deus não esteve no trabalho então dir-nos-á qualquer adventista em que tempo Ele esteve nele desde então?...

"Nós não podemos ser agradecidos demais que nós não fomos abandonados para escorregarmos do fundamento tão solidamente posto em 1844 para o movimento do advento destes últimos dias... Toda a teoria do advento que foi imaginado, que ignore o trabalho passado, é um castelo no ar, uma pirâmide sem uma base, um edifício sem um fundamento." Review and Herald, 17 de Dezembro de 1867, pág. 8.

Em 1877 o livro de Urias Smith, O Santuário, foi publicado. Neste

ele declarou: "A geração presente viu um movimento religioso tal como nenhuma

outra geração jamais testemunhou; uma agitação mundial do assunto da segunda vinda de Cristo, chamando a centena de milhares de crentes na

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Escatologia Bíblica 12

doutrina. O tempo tem continuado; e sob o nome de Milerismo agora recebe o escárnio leviano das multidões descuidadas." – The Sanctuary, p. 13.

"O grande movimento do advento de 1840-1844... fez parte da ordem e propósito de Deus. Ele portanto deve ainda ser um povo na terra como resultado daquele movimento. Ele ainda deve ser uma verdade entre os homens levando alguma relação daquele grande trabalho, e deve haver alguma explanação correta do grande desapontamento ligado com aquele movimento". – Ibid., p. 21.

Adiante na mesma obra existe um capítulo intitulado "A fé Original

do Advento" que discute o ponto em estudo que fora debatido com

intensidade entre adventistas do sétimo dia e adventistas do primeiro dia: "Os adventistas do sétimo dia são às vezes acusados como sendo um

mero trato do movimento da advento, seguidores de conclusões laterais e recém-criadas pretensões. Nós declaramos, e o demonstraremos, que nós somos os únicos que aderimos aos princípios originais de interpretação sobre os quais todo o movimento do advento se baseava, e que somos os únicos que estamos seguindo aquele movimento a seus resultados e conclusões lógicos". – Ibid., p. 1020.

Em 1885 George I. Butler, então presidente da Associação Geral,

escreveu uma série de artigos para o Review and Herald sob o título

geral "Experiência do Advento"; Ele começou assim: "Os velhos Adventistas de '44 estão rapidamente desaparecendo. Só

um pequeno punhado permanece entre nós. A massa de nosso povo não é pessoalmente conhecedor dos fatos relacionadas com o passar do tempo (em 22 de outubro de 1844). O curto período de confusão que seguiu antes do surgimento da mensagem do terceiro anjo, e os eventos ligados com sua história inicial. Não obstante existem fatos do mais profundo interesse ligados com este período interessante, que tem uma conexão vital com nosso trabalho presente. Esta mensagem está ligada com toda aquela experiência por laços indissolúveis."

No fim do ano de 1890 Urias Smith começou uma série de

editoriais no Review and Herald sob o título geral "A Origem e a

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Escatologia Bíblica 13

História da Mensagem do Terceiro Anjo". Ele falava do "grande

movimento do advento da presente geração" "movimento que tem

progredido em mais de meio século". Ele declarou que um movimento

que mantém um tão importante lugar na obra de Deus, e está destinado a

se fazer sentir tão profundamente no mundo religioso, deve ter muitos

incidentes interessantes ligados com seu desenvolvimento e progresso".

Então ele adiciona imediatamente: "Guilherme Miller, de Law Hampton, Nova York, foi o homem que na

providência de Deus, foi provido para dirigir neste trabalho... Não foi senão em 1831 que ele manifestou publicamente sua opinião.. O ano de 1831 pode portanto ser estabelecido como o ano quando a primeira mensagem angélica começou a ser proclamada." – Review and Herald, 16 de dezembro de 1890, p. 7760

Este é o testemunho dos pioneiros para o primeiro meio século de

nosso movimento, e pode alguém, estar melhor qualificado que eles?

Aquele testemunho é claro e permite somente uma conclusão.

Exame do Segundo Ponto

A relação dos adventistas do sétimo dia para com o movimento

Milerita torna-se ainda mais evidente, se isto fosse possível, quando nós

examinamos o segundo ponto; isto é, que nós precisamos crer numa

íntima relação entre nós mesmos e o Milerismo a fim de achar uma

explicação de certas declarações proféticas e a fim de provar que o

movimento Adventista do Sétimo Dia é o último movimento de Deus no

mundo. Logo após 1844 alguns Adventistas do Primeiro Dia começaram

a duvidar da genuinidade de sua "experiência" de 1844. Nossos pioneiros

adventistas do sétimo dia argüiam que fazer isto importava em remover

os fatos históricos sobre os quais certas profecias dependiam como prova

de seu cumprimento. Tiago White disse em 1849: "Se nós negarmos a nossa santa experiência nos grandes movimentos

dirigentes, no passado, tal como a proclamação do tempo em 1843 e 1844,

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Escatologia Bíblica 14

então nós não podemos demonstrar o cumprimento daquelas profecias relacionadas àqueles movimentos. Portanto, aqueles que negaram sua experiência passada, enquanto seguiam a Deus e a Sua Santa Palavra, negaram ou mal aplicaram uma porção da Palavra segura." – Present Truth, Dezembro de 1849.

Agora, não é possível para nós hoje "negar" uma "experiência" de

1844. Nós ainda não tínhamos nascido. Mas quando nós procuramos nos

desassociar daquela."experiência" não vamos nós tão longe quanto é

possível para não irmos negando a "experiência" e não enfraquecemos

nós a conexão entre a profecia e seu cumprimento? É um fato

interessante que uma das primeiras produções da pena de um pioneiro

adventista do Sétima Dia – Marcos Quilométricos e Altos Montões do

Segundo Advento, escrito por José Bates em 1847 procurou estabelecer a

fé do "pequeno rebanho", por mostrar o cumprimento de certas profecias

em conexão com o movimento Milerita. Diz ele: "O desígnio do autor das seguintes páginas o de fortalecer e encorajar

os sinceros de coração, ao humilde povo de Deus, que esteve e ainda estão, dispostos a guardar os mandamentos de Deus e o testemunho de Jesus, de manterem Sua experiência passada, na corrente conexa dos eventos maravilhosos e o cumprimento da profecia, que foram se desenvolvendo durante as sete pragas." - pág. 2.

Certas Profecias Cumpridas

Desde aquele tempo em diante os pioneiros adventistas do sétimo

dia procuraram mostrar a direção divina no movimento Milerita e a

relação dos Adventistas da Sétima Dia para com aquele movimento por

se referirem a certas profecias.

1º - A Visão de Habacuque 2:2,3. Esta foi a ordem profética de

"escrever a visão, grava-a sobre tábuas" cumulada à declaração que a

"visão ainda está para cumprir no tempo determinado", que "se apressa

para o fim, e não falhará; se tardar, espera-o". Os mileritas criam que a

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Escatologia Bíblica 15

publicação de seus mapas proféticos em 1842 cumpriram a primeira

parte deste texto. Eles criam que a passagem da primeira data marcada

para a Advento (o ano Judaico de 1843 que terminava na primavera de

A.D, 1844) foi seguida pelo "tardar" da visão, e que a data final de 22 de

outubro de 1844, cumpriria a predição, "se apressa para a fim, e não

falhará".

Comentando esta profecia, Tiago White em 1850 declarou: "Se a

visão não falou no outono de 1844, então ela jamais falou, e jamais

falará". Ele firmemente acreditou que Habacuque 2:2,3 se cumpriu da

maneira coma os Mileritas a pregavam. A Sra. White aplica a profecia da

mesma maneira. (veja Testimonies, vol. 1, p. 52; Primeiros Escritos, p.

236.)

2º - A Parábola das Dez Virgens. os mileritas criam que esta

parábola, que também é uma profecia, tinha a sua aplicação e

cumprimento em 1844. A "demora" do noivo eles entendiam como

sendo o tempo entre sua primeira expectativa da vinda de Crista (no fim

do ano Judaico de 1843, isto é, na primavera de 1844) e o verdadeiro

tempo do cumprimento da profecia dos 2.300 dias a 22 de Outubro de

1844. Eles entenderam a declaração Escriturística, "A meia noite se

ouviu um clamar", de ser o sonido da verdadeira mensagem como o fim

da profecia dos 2.300 dias, que começou a ser ouvida no verão de 1844.

De fato as próprias palavras da parábola foram usadas: "Eis o noivo! Saí

ao seu encontro".

Os pioneiros adventistas do sétimo dia continuavam a crer que esta

parábola e profecia cumpriu-se em 1844 (veja por exemplo, O Conflito

dos Séculos, pp. 393-398; Thoughts on Daniel and the Revelation, p.

640.) Em sua primeira visão a Sra. White descreveu a "Luz brilhante

posta" na começo da vereda" rumo ao reino, como "o clamor da meia-

noite". – Primeiros Escritos, p. 14.

Page 16: Apostila da Andrews University - Escatologia Bíblica

Escatologia Bíblica 16

3º - A Profecia de Apocalipse 3:1-10. Os adventistas do sétimo dia

têm consistentemente tomado a posição que o movimento Milerita

preenche o cumprimento desta profecia. A igreja de Filadélfia alcançou

seu clímax mo grupo "que recebeu a mensagem do advento até outono

de 1844, quando "todos os corações batiam em uníssono" e "egoísmo e

cobiça, foram postos de lado" – Thoughts in Daniel and the Revelation,

p. 395. A porta fechada e a porta aberta daquela profecia nós entendemos

que signifiquem o fechamento da porta do primeiro compartimento e a

abertura da porta do segundo compartimento no santuário celestial a 22

de outubro de 1844. (veja Conflito dos Séculos, p. 430). Obviamente nós

não podemos aplicar esta profecia à igreja de Filadélfia a não ser que

creiamos que o movimento Milerita de fato era de Deus e apresentava

aquele estado de "amor fraternal" requerido pelo símbolo.

4º - A Profecia de Apocalipse 10: o anjo com um pequeno livro em

sua mão. Esta profecia pode ser entendida somente em termos do

desapontamento Milerita. Nossa crença denominacional é a de que a

doçura da Esperança em 1844, contrastada à amargura depois do

desapontamento, cumpriu a profecia a respeito do pequeno livro ser doce

na boca mas amargo no ventre. A declaração, "ainda profetizes a

respeito", nós entendemos como predição da pregação da mensagem do

terceiro anjo. (veja Thoughts in Daniel and the Revelation, pp. 527, 528).

5º - A seqüência das três Mensagens Angélicas de Apoc. 14:6-12.

Esta profecia nos amarra ao movimento Milerita de uma maneira como

nenhuma outra faz. Em primeiro lugar nós mantemos que o anjo de

Apocalipse 10 é idêntico com a do primeiro anjo de Apocalipse 14." –

Ibidem pág. 521. Em seguida nós cremos que a mensagem do primeiro

anjo de Apoc. 14 teve o seu mais completo cumprimento "na pregação

de Miller e seus as associados. (Conflito, p. 368). Nós cremos

igualmente que a segunda mensagem começou a ser ouvida quando os

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Escatologia Bíblica 17

pregadores Mileritas apelavam aos crentes do Advento de sair das

igrejas. (Ibid. p. 389).

Nós cremos que a mensagem do terceiro anjo começou a ser ouvida

logo após o desapontamento em 1844 sob a pregação das pioneiros dos

adventistas do sétimo dia. Mas nós também cremos que a terceira

"seguiu-os, não para invalidá-las, mas somente para unir-se com elas". -

Thoughts in Daniel and the Revelation, p. 664.

Portanto nós temos realmente uma mensagem tríplice para o

mundo. Esta é uma só teologia Adventista do Sétimo Dia. Mas sendo

que isto é assim, nós somos hoje, as pregadores de uma mensagem que

constitui o coração e a essência da pregação Milerita, adicionando-lhe

uma terceira mensagem e verdades relacionadas. Como poderíamos estar

mais intimamente ligados com o Milerismo? Falando das três mensagens

de Apocalipse 14, Tiago White disse: "A verdade e o trabalho de Deus neste movimento, começando com as

trabalhos de Guilherme Miller, e alcançando a fim das provas, é ilustrado par estes três anjos... Estes anjos ilustram as três grandes divisões da movimento genuíno...

"Os Adventistas da Sétimo Dia asseguram o grande movimento do Advento (de 1844), portanto, têm utilidade para as mensagens. Eles não podem poupar estes elos na corrente dourada da verdade, que ligam o passado com o presente e o futuro, a mostram uma bela harmonia no grande total.

"Eu o repito. As três mensagens (angélicas) simbolizam as três partes do movimenta genuíno." – Life Incidents, pp. 3fi6, 307.

Isto está de acordo com a citação da Sra. White com respeito "as

três mensagens angélicas de Apocalipse 14. "Todos estão unidos.", ela

declara. (veja Testimonies, vol. 6, pág. 17).

A inevitável conclusão disto é melhor expresso nas palavras de

George I. Butler. Comparando a experiência de 1844 com a nossa, ele

diz: "Se a experiência do advento não foi de Deus, isto não pode sar. Se

aquilo foi um movimento fanático, este tem que sê-lo também. Mas se a primeira mensagem foi um movimento profético verdadeiro, este certamente

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Escatologia Bíblica 18

o é também. A mensagem dos "três anjos" constitui apenas uma série. Eles se mantêm de pé ou caem juntos." – Review and Herald, 10 de fevereiro de 1885, p. 89. (veja também sua declaração sobre a interligação das três mensagens em Review and Herald, 14 de abril de 1185, p. 233.)

A luz das fatos históricas precedentes e as declarações proféticas,

certamente sã uma conclusão é possível: os adventistas do sétimo dia são

uma extensão lógica e um desenvolvimento direto do movimento

profético levantado por Deus na América nas primeiras décadas do

século dezenove e conhecidos geralmente como Milerismo.

Exame do Terceiro Ponto

Nós chegamos agora ao terceiro ponto: Que o estuda do Milerismo

iluminará nossa própria fé na imagem divina e liderança do movimento

adventista da Sétimo Dia e proverá uma resposta totalmente satisfatória

às acusações difamatórias feitas pelas inimigas da verdade por cem anos.

Como já foi citado, o Pastor Butler declarou: "Se o movimento

Milerita foi um movimento fanático, este deve sê-lo também. Mas se a

primeira mensagem foi um movimento profético, este certamente o é."

Esta declaração não somente nos liga ao Milerismo; torna imperativo

que saibamos a verdade a respeito do movimento. Nossos pioneiros

sentiram isto completamente. Isto explica porque o Review and Herald

apresentou muitos artigos pelos anos em defesa de Miller e o movimento

do Advento dos inícios de 1840. Estes artigos são militantes e

específicos. Veja esta declaração típica de George I. Butler: "Não houve "vestimentas de ascensão" ou quaisquer loucuras...

Durante a noite quando a tempo passou houve reuniões durante toda a noite. Houve uns ajuntamentos de canalha embriagados uivando alto ao redor, tornando a noite horrível. Mas os crentes oravam muito seriamente a Deus para guardá-los, protegê-los e salvá-los". – Review and Herald, 17 de fevereiro de 1885, pp, 105, 106.

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Escatologia Bíblica 19

As mais ridículas e tolas histórias a respeito dos adventistas foram

disseminadas, e narradas tão confidencialmente que muitos creram nelas.

Foi aí que surgiu e se originou a história das "vestimentas de

ascensão".... Jamais houve uma mentira mais ridícula e vergonhosa". –

Ibid, 24 de fevereiro de 1885, p. 1210.

A Sra. White defende os Mileritas

A Sra. White freqüentemente se referiu ao reavivamento do espírito

que procedia de lembrar os dias passados do movimento do advento.

Mas ela escreveu mais especificamente em defesa dos Mileritas contra as

acusações de fanatismo. Ela mesmo sofrera sob estas acusações, pois ela

foi uma Milerita. No Grande Conflito, começando com o capítulo 18,

"Luz Para os Nossos Dias", ela devota vários capítulos à discussão de

Miller e o despertamento do Advento no século 19, particularmente a

movimento na América. Não há nada vago em seus escritos. Foi o

seguinte que ela disse, em parte, para enfrentar a acusação de fanatismo

lançado contra Miller e seus associados: “Nos dias da Reforma, os inimigos desta atribuíam todos os males do

fanatismo aos mesmos que estavam a trabalhar com todo o afã para combatê-lo. Idêntico proceder adotaram os oponentes do movimento adventista. E não contentes com torcer e exagerar os erros dos extremistas e fanáticos, faziam circular boatos desfavoráveis que não tinham os mais leves traços de verdade. ...

“De todos os grandes movimentos religiosos desde os dias dos apóstolos, nenhum foi mais livre de imperfeições humanas e dos enganos de Satanás do que o do outono de 1844. Mesmo hoje, depois de transcorridos muitos anos, todos os que participaram do movimento e que permanecem firmes na plataforma da verdade, ainda sentem a santa influência daquela obra abençoada, e dão testemunho de que ela foi de Deus.

“Miller e seus companheiros cumpriram a profecia e proclamaram a mensagem que a Inspiração predissera, mas não o teriam feito se tivessem compreendido completamente as profecias que indicavam o seu

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Escatologia Bíblica 20

desapontamento e outra mensagem a ser pregada a todas as nações antes que o Senhor viesse.” – O Grande Conflito, pág. 397, 402, 405.

A negativa vigorosa da Sra. White contra falsas acusações contra os

Mileritas está em completa harmonia com o testemunho unido de todos

os pioneiros. Ela sentiu muita claramente que seria uma tolice elogiar

Miller e seu trabalho como de Deus, e de afirmar que os adventistas do

sétimo dia surgiram do Milerismo, sem procurar libertar a mente do

leitor das loucas acusações contra os Mileritas.

O que a Sra. White da experiência pessoal e através de inspiração

podia dizer categoricamente negando as acusações de fanatismo, nós

hoje podemos dizer se quisermos tornar o tempo para examinar as fontes

históricas. Nenhuma declaração mais certa jamais foi feita de que muitas

histórias circulavam sobre Mileritas "que não tinham a mais leve

semelhança da verdade". Ninguém precisa ler muito nos relatórios

originais sem chegar à conclusão que a mais inconsciente companhia de

calúnia e engano foi feita contra os crentes do advento. Nós devíamos ter

sabido de antemão que havia pouca verdade nas histórias fanáticas, pois

aí está a declaração devastadora da Sra. White. Mas quase dominador é o

poder das rumores, insinuações, e das falsas histórias. Parecem ser tão

plausíveis. A mera repetição delas parece dar-lhes o que lhes faltava

originalmente, a indicação de autoridade. E, podemos muito bem

confessar – eles quase enganaram a alguns dos eleitos.

Sem dúvida é conveniente que tenhamos uma resposta pronta para

estas falsas histórias. Cada enciclopédia, de fato quase cada obra de

referência, declara que nós saímos do movimento do Advento de Miller

de 1840, e por inferência, se não diretamente, liga-nas com o alegado

fanatismo do movimento. Mas apropriado como possa ser para nós

termos uma resposta pronta, esta não é a razão porque os Adventistas

deviam conhecer a verdade sobre o Milerismo. Existe uma razão mais

importante. Nós precisamos conhecer a verdade a respeito daquele

movimento para conservar nossos próprios pensamentos limpos e nossa

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Escatologia Bíblica 21

própria fé firme na origem divina do presente movimenta do qual somos

uma parte.

Exame do Quarto Ponto

Nós chegamos agora ao ponto quatro: o fato de sermos oriundos do

movimento Milerita não requer que nós subscrevamos os pontos de vista

individuais que podem ter sido mantidos por qualquer Milerita. Nem

sequer que nós minimizamos em qualquer grau a significação dos

ensinos distintos desenvolvidos sob a mensagem do terceiro anjo, mas

antes o contrário.

Seria muito errado pensar dos adventistas do sétimo dia como

estando limitados em sua ordem de doutrinas por causa de sua relação

com o Milerismo. Nem se exige qualquer conclusão tal pelo fato de

nossa conexão histórica. Um editorial no Review em 1854 torna isto

claro: “Nós não temos nenhuma idéia que Guilherme Miller possuía toda a luz

em cada ponto. A vereda do justo devia brilhar mais e mais até que o dia perfeito viesse. Ele lançou torrente de luz sobre as profecias; mas o assunto do santuário devia ser revelado ao rebanho que aguardava, no período da terceira mensagem...

"Quanto às grandes doutrinas fundamentais ensinadas por Guilherme Miller, nós não vemos razão para mudarmos nossa concepção. Nós reivindicamos toda a luz do tempo passado sobre este tema glorioso, e achamos que seja o céu. E nós alegres permitimos a providência de Deus, e ao claro testemunho da Bíblia corrigir a nossa concepção sobre o santuário, e dar-nas um mais harmonioso sistema de verdades, e uma base mais firme de fé." – Review and Herald, 18 de abril, 1854, pp. 100, 101.

Devia ser lembrado que Miller jantais procurou criar uma nova

denominação com uma declaração de credo em toda doutrina. Antes, ele

considerava o movimento do Advento como um apelo para estudar e crer

a grande verdade, a volta pessoal e breve de Cristo, no ambiente de

certas profecias. O milerismo não fui uma denominação, não era

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Escatologia Bíblica 22

sinônimo de um credo. O fato precisa ser conservado claro em nossas

mentes. As crenças individuais dos diversos pregadores ou leigos – eles

eram virtualmente de todas as persuasões religiosas – podem ter colorido

o pensar de tais pessoas, mas estas não davam ao movimento sua cor

real. A verdadeira cor do movimento foi a do dourado alarido da manhã

do Advento Foi um movimento do Advento – um movimento cujo

caráter distinto resultava do seu ambiente profético. Nós nunca devíamos

esquecer que o próprio Milerismo estava preocupado primeiro com o

propósito, maneira, e tempo do advento.

A Essência do Milerismo

Quando o movimento chegou ao seu clímax em 1844, o chamado

para sair das igrejas tornou-se forte e claro. Este chamado serviu para

fazer o Milerismo aparecer mais claramente dos outros grupos religiosos.

Assim o movimento chegou a seu clímax no dia 22 de outubro de 1844,

com uma grande verdade distinguindo-o, a hora do juízo de Deus às

mãos, a primeira mensagem angélica; e com um chamado separador de

sair da Babilônia, a segunda mensagem angélica. Qualquer coisa além

disto não é da essência do Milerismo. Por exemplo, quando um

preeminente Milerita, George Storrs, Apresentou seu ponto de vista

sobre a natureza do homem – pontos estes que tanto nós e os dirigentes

do Adventismo do primeiro dia cremos hoje – Miller e a maioria de seus

associados se opôs à doutrina tanto por serem estranhos ao singelo

propósito do movimento como por serem, como pensavam, errôneos.

Se mantivermos na mente este fato histórico facilmente

estabelecido que o movimento de Miller foi um grande despertamento

sobre uma verdade central no ambiente de certas profecias, e portanto

em cumprimento da profecia, não temos nenhuma dificuldade em

compreender como os pioneiros dos adventistas do sétimo dia podiam

escrever tão claramente como o fizeram com relação de nossa conexão

com eles, enquanto ao mesmo tempo mantendo que Deus dera aos

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Escatologia Bíblica 23

adventistas do sétimo dia certas verdades não entendidas nem pregadas

no movimento Milerita. Nossos pioneiros adventistas do sétimo dia viam

um significado no trabalho que se formava sob suas humildes pregações

depois de 1844, primeiro e principalmente porque eles criam que era o

cumprimento da terceira mensagem angélica – a terceira numa série

ligada divinamente. Eles viam a muito distinta doutrina do sábado do

sétimo dia, por exemplo, no ambiente daquela terceira mensagem

angélica, e declararam que somente naquele ambiente podia a força real

da doutrina ser compreendida nestes últimos dias.

Para Cima na Luz Crescente

A mensagem tríplice, que começou como uma pregação fervorosa

daquela única verdade central do Segundo Advento pessoal, e que em

seguida chamou os homens a sair de Babilônia, assumiu sua completa

dimensão sob a mensagem do terceiro anjo, coma uma reforma em todos

os assuntos de doutrina e vida na preparação para o Advento. Isto

concorda com o plano que Deus seguiu em todos os tempos, dirigindo

homens â frente em luz crescente.

O interesse despertado no estudo da Bíblia, particularmente das

profecias, sob a mensagem do primeiro anjo, colocou os homens em uma

posição ideal para Deus lhes dar iluminação. A separação das igrejas os

livrou do empecilho que tantas vezes impede os homens de aceitar nova

luz, o temor do que os seus associados na igreja pensariam. Desta

maneira Deus preparou homens para a mensagem do terceiro anjo.

Examinando fervorosamente as Escrituras, certos que Deus os dirigia até

aí, e desejando seguir adiante em novas verdades, nossos pioneiros

adventistas do sétimo dia procuraram a Deus com alto clamor e lágrimas.

A Sra. White conta das muitas vezes que se reuniam para estudar a

Bíblia e para orar. "Às vezes toda a noite era despendida em solene

investigação das Escrituras, para que pudéssemos compreender a verdade

para nosso tempo". – Christian Experience and Teachings, p. 193.

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Escatologia Bíblica 24

A luz veio, a verdade desdobrou-se com tal estudo e também sob o

ímpeto do Espírito de Profecia, um dom dado em cumprimento da

profecia. Em breve o completo significado da mensagem do terceiro anjo

rompeu sabre os nossos pioneiros, e juntamente com isto veia uma

compreensão de outras verdades que tinham sido ou negligenciadas ou

distorcidas pelos séculos. O movimento do Advento assim desenvolveu

em sua forma final para preparar um povo preparada a encontrar seu

Deus. Mas, como as declarações de nossos pioneiros tornam

transparentemente claro, esta fase final do movimento do Advento para

os últimos dias foi sempre vista por eles como o desenvolvimento lógico

e profético de um trabalho começado por Deus quando Ele despertou

homens para pregar a primeira mensagem angélica.

Ficai Firmes no Registro

O registro histórico e o testemunho de nossos pioneiros adventistas

do sétimo dia não deixam margem a uma possível dúvida concernente a

nossa origem e a honorabilidade e significação profética desta origem.

Nós precisamos firmarmo-nos por esse registro e testemunho. Para agir

de outra maneira – dar crédito a histórias tolas sobre os Mileritas, e então

procurar de separar nosso movimento do Milerismo para escapar às

manchas das histórias – desmentiria o testemunho de nossos próprios

pioneiros, sem dizer nada dos fatos evidentes da história. Ainda mais

importante, isto removeria dos adventistas do sétimo dia sua validação

profética. É – marcar isto bem – também sujaria os bons nomes de

nossos pioneiros adventistas do sétimo dia – pois eles foram Mileritas,

como George I. Butler disse bem: "Se aquele (movimento de Miller) foi

um movimento fanático esse deve sê-lo também". – Review and Herald,

10 de fevereiro de 1885, p. 89. E como Urias Smith declarou

enfaticamente: "Toda a teoria do Advento que foi preparada, que ignore

o trabalho passado" (do então harmonioso corpo de crentes Adventistas)

"antes de 22 de outubro de 1844), é um castelo no ar, uma pirâmide sem

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Escatologia Bíblica 25

base, um edifício sem um fundamento". – Ibid, 17 de Dezembro de 1867,

p. 8. E o que seria senão ignorar "o trabalho passado" se procurarmos

nos desassociar dele?

Certamente aqui se aplica a admoestação da mensageira de Deus,

que, depois de "rever nossa história passada" dos dias mileritas em

diante, declarou: "Nada temos que temer do futuro, exceto que nos

esqueçamos da maneira que o Senhor nos guiou, e seus ensinos em nossa

história passada." – Life Sketches, p, 196.

(Prova para apoiar os pontos cinco, seis e sete é oferecida sob

"Second Advent" Objections, pp. 261-275.)

Nota: Os Adventistas do Sétimo Dia e o Despertamento do

Advento em Outros Países

Alguém poderá perguntar: Não é verdade que o despertamento do

Advento era muito mais vasto do que o Milerismo na América, e não

deveríamos nós colocar antes os adventistas do sétimo dia no ambiente

daquele movimenta maior? Inquestionavelmente, o despertamento não se

confinou a um país. A sra. White explica isto em O Grande Conflito. Ela

descreve o interesse no Advento que se desenvolveu em vários países,

em maior ou menor grau, e provavelmente mais na Inglaterra que em

outros países continentais. Mas deste trabalho na Inglaterra ela escreve:

“O movimento ali não tomou forma definida como na América do

Norte; o tempo exato do advento não era geralmente tão ensinado.” – O

Grande Conflito, p. 362. Ela acrescenta que a data de 1844 para o

Advento foi ensinado, explicando que um inglês, Robert Winter, "que

recebera na América do Norte a fé do advento, voltou a seu país natal

para anunciar a vinda do Senhor", os Mileritas muitas vezes falavam da

disseminação de sua convicção profética aos vastos cantos da Terra,

especialmente pela literatura. Depois de descrever a pregação do

Advento em outros países, a Sra. White continua: “A Guilherme Miller e seus cooperadores coube a pregação desta

advertência na América do Norte. Este país se tornou o centro da grande

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Escatologia Bíblica 26

obra do advento. Foi aqui que a profecia da mensagem do primeiro anjo teve o cumprimento mais direto. Os escritos de Miller e seus companheiros foram levados a países distantes.”

“A mensagem do segundo anjo de Apocalipse, capítulo 14, foi primeiramente pregada no verão de 1844, e teve naquele tempo uma aplicação mais direta às igrejas dos Estados Unidos, onde a advertência do juízo tinha sido mais amplamente proclamada.” – Idem, 368, 389.

Ainda mais, e muito importante, a pregação em outros países não

tem os detalhes históricos que calham especificamente na maioria das

declarações proféticas que estivemos considerando. Por exemplo, a

profecia de Habacuque 2:2,3 encontrou seu cumprimento exato somente

nos eventos do movimento Milerita. O mesmo é verdadeiro da parábola

e da profecia das dez virgens, o tempo da demora, o clamor da meia-

noite. O focalizarem a data de 22 de outubro de 1844, como o fim da

profecia dos 2.300 dias, pertenciam ao movimento de Miller. A profecia

do livro pequeno, primeiro doce depois amargo, aplica-se

especificamente ao movimento do Advento como encontrado na

América. Finalmente, como a Sra. White afirma, a primeira e segunda

mensagens angélicas encontraram seu mais completo "cumprimento" e

aplicação na América.

É absolutamente apropriada para nós de vermos o adventismo do

sétimo dia no molde geral do despertamento do advento em vários

países. Se Deus é a fonte do despertamento espiritual, porque não

deveríamos nós aguardar que Ele despertaria corações individuais em

muitos países como o fim de todo o tempo profético se aproximasse?

Mas, o fato de que existe propriamente um ambiente geral para o

surgimento dos adventistas do sétimo dia não diminui de qualquer

maneira o fato que existe um ambiente específico para o nosso

surgimento, e este ambiente é o movimento do Advento na América

chamado Milerismo. Nós sempre cremos e pregamos, como vitais para a

significação profética de nosso movimento, que ele apareceu no tempo

específico em cumprimento de profecias específicas. Somente no

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Escatologia Bíblica 27

Milerismo estão especificações precisas e completamente cumpridas.

Este é o testemunho unido de nossos pioneiros adventistas do sétimo dia.

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Escatologia Bíblica 28

A CONDIÇÃO HISTÓRICA DO MOVIMENTO DO

ADVENTO

Através de toda a nossa história as três mensagens angélicas têm

sido o centro de nossas pregações. Como Tiago White declarou: "A Verdade e o Trabalho de Deus neste movimento, começando com

os trabalhos de Guilherme Miller, e alcançando o fim do período de provação, é ilustraria por estes três anjos.... Estes anjos ilustram as três divisões do movimento genuíno...

"Os adventistas do sétimo dia mantêm o grande movimento do Advento (de 1844), portanto têm utilidade nas mensagens.... Eles não podem deixar de usar estes anéis na corrente dourada da cidade, que une o passado com o presente e o futuro, e mostram uma linda harmonia no conjunto total.

"Eu o repito, as três mensagens (angélicas), simbolizam as três fontes do movimento genuíno."

Para compreender corretamente e avaliar o movimento do Advento

e sua distinta mensagem tríplice, nós devemos estudá-la não somente

em sua relação para com o mundo todo em nosso redor mas também em

relação à espécie de mundo que o precedeu. Portanto esta referência se

inicia com um relatório do período precedente ao movimento do

Adventismo.

As Grandes Revoluções do Décimo Sexto Século

A linha divisória entre o mundo medieval e o moderno, sob o efeito

religioso, foi a Reforma Protestante do décimo sexto século. É o

acontecimento mais importante (Ellen. G. White, 55, Life Incidents,

(1868, ed.), pp. 306, 307), que sem dúvida, foi a nova compreensão

sobre a fonte de autoridade religiosa. Os Reformadores Protestantes

disseram que as Escrituras, não a igreja, são a fonte verdadeira.

Naqueles anos de início do século ocorreu também uma revolução

científica. Copérnico, conhecido como o pai da moderna astronomia, foi

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Escatologia Bíblica 29

um contemporâneo de Lutero. Foi ele o primeiro homem que começou

claramente a formular a verdadeira teoria da operação dos corpos

celestiais. Até aí a Terra tinha sido considerada como o centro do

universo, os homens criam que o sol, a lua e as estrelas se moviam ao

redor da Terra. A primeira relação para com a teoria de Copérnico, foi

que ela faz com que este mundo, e o homem, parecessem muito sem

importância. Os historiadores da ciência falam da revolução de

Copérnico, tão grande foi o transtorno causado pelas novas idéias

científicas. Nós veremos imediatamente que o pensamento científico,

começou a influir sobre o pensamento religioso, no princípio colorindo-o

e então dominando-o.

Ao se iniciar o décimo sétimo século, ouviu-se a voz de Galileu, um

dos fundadores da moderna ciência experimental. A idéia da experiência

nos parece tão comum, mas em seus dias era nova e revolucionária. O

método de estabelecer a verdade de qualquer ponto de vista, tinha

anteriormente sido por um exame de proposições filosóficas e por

deduções lógicas. Mas Galileu partiu da teoria de que o único meio de

ter a certeza de que uma proposição é carta, foi a de verificá-la contra as

evidências dos nossos cinco sentidos . esta base primária do mundo

científico moderno aqui nos interessa porque ela gradualmente também

veio a ser usada no âmbito religioso.

A revolução religiosa não ficou confinada ao campo religioso e

científico. Na primeira parte do décimo sétimo século viveu Descartes,

pai da filosofia moderna, que rompeu com a filosofia da Idade Média,

começando com a premissa maior da dúvida, em vez da fé e da crença.

Desta maneira o ceticismo tornou-se dominante no campo da filosofia.

Quando nos lembramos que através de todas as filosofias e da teologia

do período medieval tinham estado interligadas, bem como ainda estão

entrelaçadas no pensamento católico nós podemos ver quão grande foi a

revolução no mundo filosófico.

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Escatologia Bíblica 30

O Décimo Oitavo Século Marcado pelo Racionalismo

A próxima grande figura que desponta na área do pensamento

científico, foi Sir Isaac Newton, que morreu em 1727. Cabe-lhe o crédito

pela formulação detalhada das leis da mecânica celeste. Pela primeira

vez apresentou-se em maneira formal não somente as moções de todos

os corpos celestes mas também as leis para explicar estas moções. Todo

o universo ficou parecido com uma vasta maquina que operasse

ritmicamente, nunca falhando, cada parte movendo-se em relação a

outras partes como umas rodas e eixos de uma grande máquina.

Naturalmente, este quadro do universo começou imediatamente a

atingir os pensamentos dos homens em toda a parte. Para os de mente

céptica, a compreensão newtoniana do universo foi usada para apoiar um

universo sem Deus, de teoria mecânica.

O décimo oitavo século viu um rápido desenvolvimento no campo

da ciência experimental. Uma das marcas distintas daquele século foi o

seu desencantamento do dogma e da tradição e sua exaltação da natureza

e da razão humanas.

Na França o Racionalismo levou os homens ao ateísmo e ao culto

da Razão, tão dramaticamente ilustrado na Revolução Francesa.

Do outro lado do Canal, na Inglaterra, e mais longe ainda, na

América, esta luz da falsa razão não brilhou tão encantadoramente. Nos

países de fala inglesa os homens não se tornaram ateus, mas antes

deístas. Os deístas criam que Deus era a base da origem desta terra, e de

todos sobre ela. Mas eles tão completamente criam na idéia de leis

naturais irrompíveis, que eles não podiam encontrar lugar para Deus,

desde que o mundo foi posto em movimento. De maneira que

inventaram a idéia de um tipo de Deus dominador ausente. Deus criara o

mundo e então se ausentou aos recessos turvos da eternidade para

comungar consigo, deixando o mundo correr como um relógio de corda.

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Escatologia Bíblica 31

Em seus anos jovens Guilherme Miller foi afetado pelo deísmo

cético, até que, como ele confessou não estar bem certo se existia Deus

ou se existia qualquer plano ou propósito para o mundo.

As Escrituras Minadas pelo Racionalismo

A. exaltação da razão humana e a glorificação da natureza e das leis

naturais, que podem ser entendidas, ao menos em parte, pela

experimentação, levou a questionar da necessidade da revelação.

Certamente o Deus do deísmo não Se preocuparia em prover uma

revelação. Ainda mais, é fácil de ver como homens que vieram a exaltar

a razão concluíram que a validade de qualquer revelação alegada devesse

ser medida em termos de se é razoável crer.

Não há nada mais distinto na revelação das Escrituras do que a

profecia e os milagres. Ambos naturalmente foram duramente atingidos

pelos racionalistas. O ataque, plausível e militante, foi simplesmente de

que é pouco razoável crer que eventos podiam ser preditos ou de que

milagres da Escritura podem ter ocorrido. Para os racionalistas do

décimo oitavo século o relatório bíblico dos milagres pareciam-se às

histórias maravilhosas encontradas em religiões não cristãs. Portanto,

por que deviam crer os milagres relatados na Bíblia? Mantende em

mente este argumento pois nós o encontraremos básico no pensar de

líderes nominalmente cristãos, uns cem, ou mais anos depois.

O próprio fato que a profecia e os milagres são dois dos pilares

principais que mantêm a doutrina da inspiração da Bíblia, significa que

os racionalistas depunham uma estima baixa nas Escrituras quando eles

não a desprezavam totalmente.

A principal das doutrinas bíblicas descontadas foi a de que o

homem está perdido em pecado sem esperança. Ao mesmo tempo os

racionalistas começaram a concluir que nas descobertas que se fazia no

ambiente científico se encontrava a esperança para um mundo melhor.

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Escatologia Bíblica 32

A Idéia do Progresso Mundial

Aqui nós achamos as raízes da teoria da perfectibilidade do homem

e do progresso inevitável do mundo que finalmente dominaria todos os

campos de pensamento. Neste ponto o filósofo francês Rousseau,

aparece, declarando que o homem é intrinsecamente bom, embora mau

atualmente, e que o paradoxo se explica pelo preparo errado que a

maioria dos homens recebe, e o mau ambiente em que a maior parte dos

homens têm que viver. Se isto fosse a verdade, então está dentro da

capacidade do homem de soltar o bem crescente que há nele e assim

produzir para si uma salvação secular própria, através da educação

própria e ambiente apropriado.

Os pensamentos de Rousseau entoavam com as premissas básicas

do pensamento do século dezoito, isto é, o avanço se pode encontrar

explorando a natureza e educando a mente.

Enquanto tudo isto ocorria no mundo do pensamento secular, uma

idéia começou a ser promovida no mundo religioso protestante que iria

finalmente colorir todo o pensamento religioso do século posterior. Um

teólogo chamado Daniel Whitby, no começo do século dezoito,

estabeleceu a idéia que o mundo devia se converter antes do fim do

tempo, de que haveria um milênio de crescente santidade antes do

Advento. Não levou muito tempo que esta déia da conversão do mundo e

um milênio de justiça precedente ao Advento foi vastamente aceito.

A doutrina de Whitby foi em muitos aspectos a contraparte

espiritual da idéia secular da perfectibilidade do homem e o inevitável

progresso do mundo. Sua doutrina também marcava uma intensa

separação do princípio protestante da interpretação literal da Bíblia, e

assim preparou o caminho para maiores livres manejos das Escrituras –

posteriores desatenções no manejo das Escrituras.

Page 33: Apostila da Andrews University - Escatologia Bíblica

Escatologia Bíblica 33

A Reação Contra o Domínio da Razão

Contra o uso céptico da razão no terreno secular, e no quase igual e

despido escolasticismo nas grandes igrejas do Estado, veio uma reação.

No mundo religioso a reação se revelou no movimento pietista.

No mundo filosófico levantou-se uma escola de pensamento que

tinha seu objetivo em derrubar a supremacia da razão, que pretendia que

pode ser conhecido com certeza mas o que pode ser observado e

objetivamente verificado pelos cinco sentidos. Deste desafio filosófico à

razão um escritor observou:

"Agora confrontamos o novo grande clamor do idealismo

filosófico, e uma de suas mais evidentes formas, que marcou a passagem

de um século para outro, (do décimo oitavo ao décimo nono), e à luz do

qual somente a história teológica de nosso período se torna inteligível."

Este desafio ao mau domínio da razão cética foi, ao menos em parte

uma tentativa de defender a religião. De fato, alguns destes filósofos

eram teólogos. Mas a cura para o racionalismo que ofereciam

demonstrou ser quase tão má como a própria enfermidade, porque ela

popularizou a idéia que até aí fora anátema em todos os círculos

religiosos, a idéia panteísta de Deus. Os racionalistas tinham afastado a

Deus nos distantes arcanos da eternidade, quando não O aboliram. Os

filósofos procuravam trazê-Lo para perto entra vez., Mas na procura de

trazê-Lo para perto eles foram ao outro extremo e fizeram-nO uma parte

de toda a natureza, da montanha, árvore, vale e rio.

É verdade que a palavra panteísmo não é usada por esses filósofos,

ou pelos teólogos que vieram gradualmente a aceitar este conceito de

Deus. Em vez disso, eles falavam de um "Deus imanente." Um escritor

bem descreveu a doutrina de um Deus imanente como simples "alto

Panteísmo", o que significava que o Deus pessoal da Bíblia foi

evaporado no espírito movente e essência de toda a criação.

Page 34: Apostila da Andrews University - Escatologia Bíblica

Escatologia Bíblica 34

O mesmo escritor que fala deste "mais alto Panteísmo", da seguinte

maneira conclui seu exame da filosofia de Immanuel Kant e dos outros

filósofos idealistas que o seguiram:

"Nós temos que perguntar se dentro desta grande, ou ao menos

imponente conjuntura de idéias se possa achar lugar para o ser pessoal de

Deus e o homem que contém um lugar central através do ambiente

inteiro do pensamento bíblico, e sem o qual a religião cristã poderá nem

existir nem ser concebida."

Esta escola filosófica não podia deixar de influir no pensamento

teológico, porque a teologia e a filosofia tinham se relacionado

tradicionalmente bem, e, como já foi dito, alguns destes filósofos eram

de fato teólogos. Ainda mais, os líderes nesta escola de filosofia eram

alemães, e a Alemanha já era um reconhecido centro de pensamento

filosófico. Aquele país devia tomar mais e mais a liderança no campo da

teologia ao iniciar-se o século dezenove. (2. H. R. Mackintosh, Types of

Modern Theology, p. 19. 3. Ibid, p. 30).

O Teólogo Schleiermacher

Nós não podemos terminar a discussão das forças que operaram na

mudança dos pensamentos religiosos dos homens no século dezoito sem

mencionarmos mais um nome, o do teólogo alemão Schleiermacher.

Dele um escritor registra bem:

“Seu trabalho no fim do décimo oitavo século abriu uma nova era

não somente em teologia como um todo, mas ainda mais claramente na

interpretação científica da religião.”

Ele preocupava-se em proteger a religião do racionalismo, mas ele

caiu na mesma cova como os filósofos idealistas, se de fato não foi

puxado para a cova para lê-los. "A luta entre o Panteísmo e crença cristã

herdada durante toda a sua vida" "Nós somos deixados mais que a

metade em dúvida se ele por 'Deus' quer dizer um ser de caráter

específico."

Page 35: Apostila da Andrews University - Escatologia Bíblica

Escatologia Bíblica 35

O escritor de quem acabamos de citar conta como as proposições

panteístas de Schleiermacher o levaram a manchar a doutrina bíblica da

criação.

"As idéias assumidas do imanentismo, que dirigem sua mente...

tornavam difícil para ele encontrar até um meio de valor em tais idéias

como "criação do nada", ou a absoluta liberdade de Deus em chamar o

universo à existência. A razão de fato é de que a doutrina da Criação,

compreendida como a Bíblia a compreende, salienta aquela diferença

precisa e a distância entre Deus e o homem que e o alvo do panteísmo

místico ou especulativo abolir." Tão influente foi o pensamento de

Schleiermacher que nós o encontramos afetando definidamente o

pensamento religioso aqui na América, um século depois, como

descobrirmos em tempo próprio. (4. Ibid, p. 31, 5: Ibid, p. 51, 6. Ibid, p.

59, 7. Ibid, p. 81).

Somemos agora as forçar; operantes ao mudarmos do décimo

oitavo ao décimo nono século:

Forças Operantes à Abertura do Século Dezenove

A investigação e descoberta científica foi gradualmente criado uma

impressão entre os intelectuais, e até certa parte entre o público em geral,

que a ciência tem a chave para o futuro e tem a fórmula para determinar

o que é a verdade.

A idéia do valor e respeitabilidade inerente e potencial do homem,

conjugada com a idéia filosófica do progresso mundial, estava

vagarosamente tomando conta das mentes dos homens.

Um exame crítico de todos os relatórios anteriores, conhecidos

popularmente como alta crítica quando aplicados ao relatório bíblico,

estava em caminho, embora tal crítica até aí tinha sido escassamente

aplicada às Escrituras. Em círculos religiosos e filosóficos uma

compreensão imanente e mística de Deus e assim de todo o mundo

sobrenatural, estava começando a infetar o Cristianismo.

Page 36: Apostila da Andrews University - Escatologia Bíblica

Escatologia Bíblica 36

Não obstante, nenhum destes pontos de vista, tinha lá pelos 1840,

mudado de qualquer maneira a compreensão de Deus e da teologia cristã

que o Protestantismo em geral trouxera dos tempos da Reforma. É

verdade que o Cristianismo em geral aceitara então a idéia pós-Reforma

da conversão do mundo, com o seu milênio de santidade terrestre

precedente ao Advento. Sem dúvida, também, as igrejas se tornaram

inconscientemente manchadas com a visão mística de Deus e o

sobrenatural que era mantido pelos filósofos e outros. Mas, devia-se

repetir, que existe um entendimento em geral entre os historiadores

eclesiásticos que até mais ou menos a metade do século dezenove, a

teologia Protestante estava essencialmente sem mudança. Isto foi por

duas razões:

Primeiro, leva tempo para o fermento de novas idéias de mudar a

forma e o caráter de alguma cousa tão grande como o Protestantismo.

Segundo, a teoria darwiniana da evolução, que parecia valorizar,

coordenar, e dar significação adicional a muitas das novas idéias na

ciência e na filosofia, não fora ainda proclamada.

O Movimento Milerita

Neste momento histórico tão espiritual e intelectual significativo, o

movimento do Advento começou sob a pregação de Guilherme Miller, à

consideração do que nós agora nos dedicamos. Para evitar confusão, nós

denominaremos estes primeiros poucos anos do movimento do Advento

Milerismo, para o distinguir do movimento adventista do sétimo dia,

que emergiu como uma entidade distinta depois de 1844.

O Movimento Milerita, embora começasse com a pregação de

Miller em 1831, não se tornou um movimento bem definido até 1840.

Foi então que um número de outros ministros se uniram com Miller para

levar avante um trabalho conjugado. De então até 22 de outubro de 1844,

o movimento cresceu intensivamente em força, até que sua mensagem

foi ouvida através de toda a América e em terras longínquas.

Page 37: Apostila da Andrews University - Escatologia Bíblica

Escatologia Bíblica 37

Os oponentes teológicos do Milerismo estavam dispostos a

concordar que certas profecias bíblicas grandes se acabavam de cumprir

ou estavam por se cumprir, e de que uma mudança momentosa nos

negócios que o evento principal, pendente, era a vinda literal, pessoal, de

Cristo com juízos de fogo, pois eles criam na conversão do mundo. O

mundo secular tinha de maneira mais evidente vindo a crer na

perfectibilidade do homem e do progresso geral do mundo, e portanto

estavam indispostos de dar ouvidos às pregações mileritas. Ainda mais, a

doutrina da vinda pessoal e literal de Cristo era contrária à mística e

panteísta idéia de Deus, que já ganhava um ambiente definido em

círculos intelectuais; embora não esteja claro até que ponto afetava o

pensamento do clero em 1940. Portanto, não é difícil ver por que a

pregação milerita enfrentou uma oposição tão generalizada.

Pregação da Primeira e Segunda Mensagem

Os Mileritas jamais deixaram de salientar o fato de que não

pregavam uma doutrina nova nem estranha, que em vez disso eles

estavam recebendo a esperança e o ensino dos apóstolos e, por sua vez,

dos Reformadores do décimo sexto século. Eles também declaravam que

cumpriam Apoc. 4:6 e 7. Damos em seguida as palavras de um de seus

mais preeminentes oradores:

“Nós vemos a proclamação que foi feita, como sendo a do anjo que

proclamou, „é vinda a hora de seu juízo.‟ (Apoc. 1:6 e 7). É um clamor

que deve alcançar toda,s as nações; é a proclamação do „evangelho

eterno‟ ou „este evangelho do reino‟. De uma outra maneira, este clamor

tem ido adiante pela terra onde quer que seres humanos se encontrem, e

nós tivemos a oportunidade de ouvir do fato.” (itálicos supridos).

Quando as igrejas quase uniformes zombavam de suas pregações,

ridicularizando até a idéia da vinda literal e pessoal de Cristo, os

Mileritas então proclamaram: "Caída é Babilônia." Eles geralmente

declaravam isto em termos da linguagem de Apoc. 18, e desta maneira

Page 38: Apostila da Andrews University - Escatologia Bíblica

Escatologia Bíblica 38

foram capazes de não somente fazer um anúncio mas de transmitir uma

ordem: "Sai dela, povo Meu." Porém, embora fizessem a proclamação,

primeiro nos termos de Apoc. 18, eles chamaram a atenção ao fato de

que a mesma mensagem em essência é encontrada em Apoc. 14:8, e que

é uma mensagem que segue em seguida à de Apoc. 14: 6 e 7. Em outras

palavras, eles creram que estavam proclamando o que nós descrevemos

como a primeira e segunda mensagens angélicas. Em sua denúncia das

igrejas como Babilônia, elas tornaram central na acusação o fato de que

ao igrejas assumiram uma visão espiritualizada das Escrituras, e desta

maneira vaporizavam a grande verdade da vinda literal de Cristo.

Na controvérsia Milerita com as igrejas com respeito à

espiritualização, nós encontramos em embrião, toda a controvérsia

adventista com as igrejas sobre sua espiritualização das mais literais

passagens da Escritura.

Depois de 22 de outubro de 1844, o movimento próprio de Miller se

dissolveu antes que qualquer questão séria fosse levantada sobre a

terceira mensagem de Apocalipse 14.

O Surgimento dos Adventistas do Sétimo Dia

Entre os grupos mileritas divergentes e perplexos no princípio de

1845, encontrava-se alguns que estavam completamente persuadidos que

não havia engano na interpretação básica da profecia, de que 1844 era o

grande ano, e que eles apenas se apegassem à sua fé e pedissem ao

Senhor por luz, eles em breve veriam onde o engano particular se

encontrava e poderiam continuar dali, construindo sobre os fundamentos

já postos. Este pequeno grupo, pequeno e mal definido, foi o núcleo do

Movimento Adventista do Sétimo Dia. (8. Josias, Litch em Advent

Shield, nº 1, (1844), págs. 86 e 87).

Como este pequeno grupo foi corrigido em sua compreensão do

significado do santuário é tão bem conhecido dos Adventistas para ser

discutido aqui. Bem conhecida era também a história de como a verdade

Page 39: Apostila da Andrews University - Escatologia Bíblica

Escatologia Bíblica 39

do sábado, o sétimo dia, foi levada ao grupo de crentes adventistas, em

Washington, New Hampshire, por uma Batista do Sétimo Dia, Rachel

Preston. Mas o que parece não ser tão bem conhecido é de como a

verdade do sábado se ancorou na mensagem do terceiro anjo, e por sua

vez, se tornou central à pregação profética dos adventistas do sétimo dia.

Em poucas palavras a história é a seguinte: Em 1846, José Bates,

um dos pertencentes ao pequeno grupo original que constituía nossos

pais espirituais, escreveu um folheto a favor do sábado, o sétimo dia.

Naquele folheto ele usa o simples e elementar argumento em favor do

sábado, isto é, de que fora estabelecido na Criação, e reafirmado no Sinai

por ser incluído nos Dez Mandamentos, que são o código moral para

todos os homens em todos os tempos. Naquele mesmo folheto ele se

refere rapidamente à ponta pequena de Daniel 7, que pensaria em mudar

os tempos e as leis, especialmente a lei do sábado. Ele pergunta aos

crentes do Segundo Advento, o grupo para quem o folheto foi

preparado, porque eles não duvidariam desta parte da profecia de Daniel,

sendo que tinham tão grande confiança em todas as visões de Daniel.

Na segunda edição deste folheto, publicada em janeiro de 1847,

Bates expande o argumento profético pelo sábado unindo a citação de

Daniel à declaração de João em Apoc. 14:9-11. Ao fazê-lo ele conseguiu

duas coisas: proveu um novo argumento pelo sábado e um novo

argumento contra o domingo. Ele realmente fez muito mais do que isto,

quando ele e seus associados na observância do sábado logo

compreenderam. Ele deu uma interpretação às palavras de João em

Apocalipse 14:9-11, que qualificou os remanescentes observadores do

sábado do Milerismo de sair a outros crentes do Advento com o apelo

que era mais ou menos assim: Todos nós durante o movimento Milerita

críamos que Deus nos proveu para pregar a mensagem do anjo de Apoc.

14: 6 e 7. Todos nós oramos que Deus nos chamou também para pregar a

mensagem de Apocalipse 14:8. Mas por que devíamos nós estacionar

com estas duas passagens quando a Bíblia revela claramente que uma

terceira seguirá? Não é esta terceira uma verdade presente e sensível para

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Escatologia Bíblica 40

estes dias que seguem imediatamente a 1844, e não deveríamos crer nela

e em seguida proclamá-la?

Assim José Bates e seus associados apelavam aos Adventistas

observadores do domingo. Em geral suas respostas eram que não

estavam mais certos das mensagens do primeiro e segundo anjos, e

portanto como poderiam eles esperar de ter certeza sobre a terceira?

Foi esta crescente atitude de descrença da parte de outros

adventistas que levaram Tiago White a afirmar: "Nós pretendemos estar

na fé adventista original." Naturalmente, nossos pioneiros declaravam

que outras pessoas adventistas, por causa de suas dúvidas quanto à

primeira e segunda mensagem, se não sua renúncia delas, tinham

"abandonado a fé original." (No The Advent Review aquelas quatro

palavras estão em grandes letras maiúsculas).

É evidente, portanto, que desde o começo este movimento

adventista do sétimo dia considerou como básico e central suas crenças e

as suas pregações da terceira mensagem dos anjos de Apoc. 14:6-11.

Ponto de Vista Restrito no Início Com Respeito

à Mensagem do Terceiro Anjo

Para manter claro o relatório histórico, deveria ser lembrado de

passagem que no princípio nossos antepassados espirituais consideravam

a primeira e a segunda mensagens como tendo sido dadas, no sentido que

elas tinham sido completamente cumpridas, e assim não deviam mais ser

uma parte da pregação Adventista. Este ponto de vista é compreensível

ao nos lembrarmos o que criam sobre três fatos importantes.

1. Eles criam que a fase investigativa do juízo, que precede o

advento de Cristo, era a fase do juízo executivo, e seria excessivamente

breve. Assim, a "hora do Seu juízo" poderia ser considerado como

descrevendo primeiro a vinda de Cristo em glória. Esta mensagem os

homens tiveram ampla oportunidade de ouvir e agir. Se não tivesse sido

pregada em toda a extensão da América e nos países distantes?

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Escatologia Bíblica 41

2. A mensagem do segundo anjo era considerada como de um fato

totalmente cumprido, que Babilônia caíra, e num determinado ponto da

história, em 1844.

3. O mundo em geral tinha passado seu dia de graça, misericórdia –

a porta da oportunidade estava fechada.

Daí nossos antepassados espirituais criem que eles deviam focalizar

a terceira mensagem, e consistentemente eles criam bem no próprio

começo que eles deviam proclamar esta mensagem aos companheiros

adventistas, que não estavam sob a condenação do segundo anjo, e que

eram inteiramente conhecedores com o relato, alcance da primeira

mensagem angélica. (9. Review and Herald, April, 18, 1844, p. 101. 10.

Ibid., Aug. 1850, nº 1, p. 1).

A Verdadeira Medida da Tríplice Mensagem

Mas o valor e a importância da tríplice mensagem não deve ser

medido apenas da parte de nossos pais, mas por um estudo das próprias

mensagens, e então, por sua vez, por uma comparação das declarações

proféticas destas mensagens com os eventos decorridos. Não nos

esqueçamos que nós cremos que as três mensagens angélicas são

declarações proféticas relacionadas com os eventos dos últimos dias.

Portanto, os anos que decorressem proveriam prova maior ou

desaprovariam as declarações que os adventistas tinham sempre feito,

que as mensagens são aquelas mais necessitadas pelo mundo nos últimos

dias. Em outras palavras, a pretensão do movimento adventista que foi

iniciado por Deus para pregar uma mensagem diferente e muito

apropriada para as últimas horas da história terrena devia encontrar sua

validez nos eventos da história que deviam ocorrer desde o dia de nossa

primeira pregação em 1840 até a última hora da história terrestre.

Deus jamais é surpreendido. Ele não espera pôr em andamento um

movimento ou a mensagem longamente após o tempo em que é preciso;

antes Ele o põe em movimento para antecipar uma necessidade. Desta

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Escatologia Bíblica 42

maneira, os desencadeantes eventos da história, como se enquadram na

mensagem profética de Deus provêem de uma validez convincente, pois

eles revelam a previsão divina dAquele que deu a mensagem. Têm os

eventos que se transformam desde 1844, até ao nosso tempo provido

apoio às nossas predições proféticas baseadas em Apocalipse 14, e nossa

declaração que a nossa mensagem, portanto, é mais apropriada e

verdadeira hoje do que jamais poderia ter sido antes? Esta é plenamente

a questão diante de nós, e é por isto que eu intitulei meus estudos, "A

Crescente Propriedade de Tempo da Tríplice Mensagem."

Doutrinas e Profecias Apresentadas na Tríplice Mensagem

Não obstante, antes de eu apresentar um esboço dos anos de 1844

ao presente, me permitam apresentar as doutrinas e predições proféticas

que são ou explícitas ou implícitas na tríplice mensagem:

1º - Deve-se proclamar uma mensagem nos últimos dias da história

terrestre, mensagens que não é um evangelho novo, nem uma fórmula

para salvação, mas "o evangelho eterno". Evidentemente será necessário

salientar muito especificamente este evangelho eterno, a fim de

encontrar algum item que deve se desenrolar nos últimos dias da história

terrestre.

2º - Existe um chamado aos homens para que adorem, não a um

Deus panteísta, nem um Deus evolucionista, nem um Deus místico, mas

o Deus Criador, os homens devam "temer a Deus... e adorar Aquele que

fez os céus e a terra." Evidentemente existe a necessidade nos últimos

dias para salientar uma grande verdade elementar, com respeito à

natureza, o caráter e a autoridade de Deus.

3º - Uma mensagem deve ser dada anunciando um clímax à história

da terra, e isto sem demora. Mas o clímax deve ser em juízo, rápido e

decisivo, não em transição imperceptível de santidade pela conversão

universal. Nós podemos corretamente aqui unir os juízos investigativo e

executivo, ao considerarmos a última importância desta mensagem do

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Escatologia Bíblica 43

juízo. Em outras palavras, deve haver uma grande necessidade de pregar

uma verdade particular com respeito ao caráter dos eventos que estão no

fim do caminho, que os homens podem saber definitivamente o que está

À FRENTE. Existe a necessidade de apresentar o que teólogos

descreveriam como uma escatologia finamente preparada, uma doutrina

das últimas coisas, uma doutrina do juízo e do Advento.

4º - Esta mensagem de que a hora do juízo de Deus é vinda, tem

implícita em si, a mensagem que Cristo vem a segunda vez,

pessoalmente, externamente e em breve. Foi somente quando homens

começaram a aceitar a doutrina da conversão do mundo e um milênio

terrestre que eles permitiram que a doutrina da vinda literal de Cristo se

apegasse em suas mentes. As Escrituras sempre uniram conjuntamente o

fato de final juízo de Deus com a vinda pessoal de Cristo. Não é uma

extensão sem garantia do texto dizer que a mensagem da hora do juízo é

também a mensagem da vinda literal de Cristo pela segunda vez.

5º - Mas esta mensagem do juízo que focaliza nossas mentes no

clímax da história da terra também leva o nosso olhar diretamente ao

santuário nos altos céus, para verificar a maneira em que o trabalho

expiador de Cristo pelo pecado é executado. Evidentemente deve haver

uma necessidade grande e crescente nos últimos dias da história da terra

de trazer aos homens uma clara compreensão da realidade do pecado e

mostrar que nós podemos ser purificados dele. A mensagem conta com o

fator tempo; ela começa em 1844.

6º - Está implicado nesta tríplice mensagem um chamado para

guardar a santa lei de Deus, pois o chamado de "temer a Deus", à vista

do juízo, pode apropriadamente ser relatado em termos de Ecl. 12:13 e

14: "De tudo o que se tem ouvido, a suma é: Teme a Deus, e guarda os

Seus mandamentos; porque este é o dever de todo o homem. Porque

Deus há de trazer a juízo todas as obras até as que estão escondidas, quer

sejam boas, quer sejam más." Aqui temos uma mensagem de explícita

obediência a uma norma moral claramente definida.

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Escatologia Bíblica 44

Esta conclusão razoável que um chamado para guardar a lei de

Deus é implícita na tríplice mensagem, é reforçada pela descrição dos

santos de Deus que é apresentada imediatamente seguido o anúncio da

tríplice mensagem: "Aqui está a perseverança dos santos, os que

guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus." Apoc. 14:12.

A Mensagem do Segundo Anjo

7º - Uma mensagem deve ser dada de que as organizações religiosas

caíram espiritualmente, caíram do alto nível espiritual no qual deviam

andar, caíram das grandes verdades cardeais que deviam distinguir os

seguidores de Cristo. Vai além dos limites desta preleção apresentar a

evidência que Babilônia descreve as igrejas caídas. Este ponto eu posso

te como certo ao dirigir-me a um auditório adventista.

Que esta queda de Babilônia é progressiva pode ser concluído do

fato que a mensagem é repetida em Apoc. 18, mas com ênfase elevada e

novos detalhes. Embora o primeiro e o terceiro anjo de Apoc. 14, são

mencionados como clamando em uma "alta voz", o segundo anjo não é

assim descrito. Eu não salientaria este ponto, embora seja um fato

interessante que os nossos pioneiros fizeram. E, por contraste, eles

também salientaram o fato que o anjo de Apocalipse 118, tinha "grande

poder", e a terra é "iluminada por sua glória", e "ele clamou fortemente

com uma voz alta."

Embora Babilônia tenha caído, ela contém muitos do povo de Deus.

A tarefa dos que proclamam a segunda mensagem, é a tarefa de chamar

homens para fora. Evidentemente as condições no mundo religioso

devem se desenvolver para que haja a necessidade de ressoar nos dias à

frente, um novo e mais alto clamor que nunca tenha sido feito antes:

"Caiu, caiu Babilônia," "Sai dela, povo Meu."

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Escatologia Bíblica 45

A Mensagem do Terceiro Anjo

8º - Existe explícita uma advertência contra o culto dominical.

Outra vez posso dizer, parenteticamente, que vai além do ambiente

destas conferências mostrar que a marca da besta é o culto ao domingo.

Isto eu devo poder considerar entendido ao dirigir-me a uma conferência

de ministros adventistas.

9º - Existe implícito na tríplice mensagem um chamado para

guardar o santo sábado de Deus, o que é evidente por duas razões: (1)

Nós já descobrimos que existe implícito o chamado para guardar a santa

lei de Deus, que inclui o sábado; e, (2) se devemos advertir os homens

contra a observância do sábado errado, é evidente que a nossa mensagem

não está completa até que tenhamos apresentado a mensagem do

verdadeiro sábado.

10º - A Tríplice Mensagem apresenta cinco profecias:

a) Que Roma e os Estados Unidos estarão dominando. Não nos

esqueçamos que em toda a discussão da terceira mensagem nós devemos

pensar dela em relação ao décimo terceiro capítulo de Apocalipse, pois a

besta, e a imagem da besta, mencionados em Apocalipse 14:9,

encontram a sua explicação no décimo terceiro capítulo. De fato, é no

verso 16 daquele capítulo que nós primeiro achamos uma referência da

marca da besta. Portanto, vendo a terceira mensagem angélica no

fraseado do décimo terceiro capítulo, nós estamos certos ao declarar que

a terceira mensagem contém uma profecia que nos últimos dias Roma e

os Estados Unidos estarão dominando nos negócios mundiais.

b) Que o Protestantismo estará dominando nos negócios dos

Estados Unidos.

c) Que o Protestantismo estará, de alguma maneira ao menos,

unido. Obviamente, se o Protestantismo deve adquirir uma posição

dominante nos negócios da nação, ele deve apresentar uma frente bem

mais unida do que foi a de 1844. Naquele tempo o marco de destaque do

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Escatologia Bíblica 46

Protestantismo nos Estados Unidos, como em outra parte, foi a sua

qualidade divisória e guerreira.

d) Que haverá uma cooperação unida entre Roma e os Estados

Unidos. Como poderia a segunda besta de Apocalipse 13 chamar os

homens a fazer uma imagem à primeira besta, que recebeu e se

recuperou da ferida mortal, a não ser que houvesse um entendimento

único entre eles? E é da besta e de sua imagem que o terceiro anjo fala.

e) Que nos últimos dias o Sábado do Sétimo Dia terá um

significado como um sinal de aliança com Deus. O contexto claramente

o implica.

Eu não creio ter passado os limites da dedução razoável das

palavras da Escritura, no que eu aqui tenho dito à medida que as

doutrinas e declarações proféticas, ou explícitas ou implícitas na tríplice

mensagem. De fato, creio que estou apenas relatando a posição

adventista há muito tempo estabelecida e a interpretação destas

mensagens.

Nossos pioneiros brevemente compreenderam que a tríplice

mensagem contém as proposições aqui enumeradas, o que significa que

eles rapidamente que a sua primeira vaga concepção da primeira e

segunda mensagem angélica como estando no passado, estava errada, a

que em vez disto, o primeiro anjo é seguido pelo segundo e então pelo

terceiro, não no sentido mensagens completas separadas, mas antes no

sentido de uma mensagem que aumenta, crescendo em volume e

tornando-se tríplice em caráter. Assim eles rapidamente viram que todas

as três mensagens têm significado e tempo determinado até o fim da

história da terra. Muito particularmente, eles vieram com o tempo a

entender que a queda de Babilônia é progressiva, o que importava em

colocar no futuro o dia de sua completa queda ou apostasia total.

Page 47: Apostila da Andrews University - Escatologia Bíblica

Escatologia Bíblica 47

Tríplice Mensagem Muitas Vezes Pregada

em Ambiente Limitado Demais

Que esta tem sido nossa crença desde os mais primitivos tempos

é evidente de nossa literatura. Porém, um exame daquela literatura

através dos longos anos até agora, revelará, eu creio, essencialmente isto

com respeito a nossas pregações das três mensagens:

1º - Nós geralmente apresentamos a mensagem do primeiro anjo em

uma maneira um tanto restrita, isto é, simplesmente em apoio da doutrina

do juízo investigativo, que devia começar no fim do período dos 2.300

dias.

2º - Nós apresentamos a mensagem do segundo ano especialmente

em termos de queda das igrejas em 1844, e em termos de certas provas

de apatia espiritual imediatamente subseqüente a isto. E eu poderia

adicionar que estas provas de apatia espiritual nos anos subseqüentes a

1844, têm muitas vezes sido de um caráter vago e geral; em outras

palavras, uma espécie de acusação geral das igrejas como faltando

vitalidade e vigor espiritual. De fato, nossa literatura, particularmente em

décadas recentes, parece conter relativamente pouco sobre a mensagem

do segundo anjo, comparado com o primeiro e o terceiro. Um exame dos

assuntos titulares de muitos evangelistas por um número de anos tem

impressionado em mim a mesma conclusão.

3º - Através dos anos nós temos apresentado inquestionavelmente a

terceira mensagem angélica de maneira militante e diretamente. Porém, a

maior parte de nós apresentavam-na quase exclusivamente em termos

simplesmente de guardar o "sétimo dia", como a Lei de Deus manda em

vez de guardar o dia como o papado manda.

Agora tudo isto é bom até o ponto que alcançou, mas nestas três

mensagens estão predições proféticas para os últimos dias, e se a

pregação adventista com Apoc. 14:6-11 como apoio deve tornar-se cada

vez mais apropriada a nosso tempo, do que os anos que passam deviam

ter nos levado a dar força aumentada e largura e exatidão a nossas

Page 48: Apostila da Andrews University - Escatologia Bíblica

Escatologia Bíblica 48

pregações destas três mensagens angélicas. Não posso escapar da

convicção, que nós não temos exposto a tríplice mensagem com a

amplitude crescente que os eventos que mudam nos anos garantem.

O que estes eventos que mudam têm sido, e como estão

relacionados às mensagens tríplices, eu agora vou procurar expor.

Pregando a Tríplice Mensagem Mais Completamente

A fim de apresentar um ambiente histórico adequado para uma

avaliação da tríplice mensagem, é necessário adicionar à nossa

investigação da apostasia religiosa uma investigação de certos

desenvolvimentos dos tempos modernos. Eu penso em três que implicam

no aspecto profético da tríplice mensagem: 1) a tendência para a união

da igreja, 2) o poder crescente Roma, 3) o declínio da liberdade no

mundo. Consideremo-los em ordem:

1) A Tendência para a União da Igreja:

Primeiro, a tendência para a união da igreja. As diferenças em

pontos de vista doutrinários eram em grande parte responsáveis pelas

corporações religiosas separadas do Protestantismo. Mas quando a Bíblia

começou a perder seu status único como um livro inteiramente inspirado,

as igrejas começaram a perder o interesse nas doutrinas. E ao diminuir

tal interesse, resultou um certo tipo de tolerância entre as igrejas, uma

tolerância que surgiu do sentimento que não havia nada realmente

merecedor de lutas no terreno doutrinário. Com os muros doutrinários

caindo entre as denominações, o maior dos obstáculos à união das

igrejas, caiu.

Então veio a grande depressão, com dias mais escuros a seguir, para

apressar a tendência a favor da união das igrejas. Os eclesiásticos

começaram a apelar pela união visando assegurar para a cristandade uma

força adicional para encontrar os males ameaçadores do que começaram

a descrever como uma nova Idade Escura.

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Escatologia Bíblica 49

Na América, um número de organizações religiosas foram

organicamente unidas com outras organizações religiosas. O mesmo

também se materializou em outros países. Criou-se também o Concílio

Federal de Igrejas de Cristo na América, agora fundido no Concílio

Nacional das Igrejas. Hoje, algumas das maiores organizações nesta

federação são a exploração séria da possibilidade de uma união real de

todo o Protestantismo na América.

Mais recentemente se cristalizou um longo e planejado Concílio

Mundial de Igrejas, que procura atingir, incluir todo o cristianismo não

Católico Romano. Em 1938, quando os planos para este Concílio

Mundial estavam definidamente tomados, forma o órgão do Concílio

Federal das igrejas declara em editorial: "Uma nova tendência está permeando as igrejas – uma tendência

uniforme em vez de divisória. Existe uma compreensão aprofundada ao fato que a própria natureza da igreja, como o único corpo de Cristo, requer união. Também existe a elevada compreensão que a situação do mundo que confronta todas as igrejas hoje é um chamado de clarim pela União."

De fato, tão forte foi esta "nova tendência", mesmo em 1938,

quando aquele editorial foi escrito, que em janeiro do ano seguinte, numa

reunião da comissão provisional do Concílio Mundial, a seguinte

resolução foi tomada:

"O presidente fica autorizado a escrever ao Vaticano dando

informações a respeito da formação do Concílio Mundial e

demonstrando a esperança de que em vista de seus interesses comuns em

opor-se ao secularismo disseminado e paganismo que houvesse ao

menos alguma medida de cooperação Católico-Romana em certos

aspectos do Concílio.

O concílio foi finalmente criado em 1948, numa reunião impressiva

que houve em Amsterdã, Holanda, à qual vieram dignitários de igrejas

da maioria da cristandade não Católica Romana. A próxima de ser

mantida em 1954 nos Estados Unidos.

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Escatologia Bíblica 50

O Concílio Mundial e o Segundo Advento

59 – Federal Council Bulletin, Junho de 1938, pág. 4.

60 – The Christian Century, 22 de fev. de 1939, pág. 242.

Uma comissão especial que tem estudado o tema para esta reunião

de 1954, entregou aos líderes da igreja um relatório preliminar. A não ser

que este relatório seja abandonado ou materialmente revisto, a sessão

próxima do Concílio Mundial discutirá a relação de Jesus Cristo quanto à

vida da igreja no passado, no presente e no futuro. Este relatório inclui

uma discussão da doutrina da segunda vinda de Cristo como a esperança

do homem.

Porém, embora o relatório use a frase “a vinda de Cristo”, e até

empresta as palavras de Cristo de S. Mateus 24, deixa o assunto todo do

segundo advento desastradamente fora de foco. Os construtores do

relatório confessam que eles não sabem como Cristo virá, ou

precisamente o que Ele fará pela Sua vinda, para não dizer nada sobre o

estarem na completa ignorância sobre o quando Ele virá.

De fato, existem alguns teólogos, particularmente nos Estados

Unidos, onde a idéia otimista de um céu terrestre ainda dormita, que

estavam bem certos que o salientar o Segundo Advento marcava um

passo em retrocesso. Eles temiam que isto distrairia a mente dos

eclesiásticos dos problemas presentes do mundo. Alguns teólogos

americanos francamente declararam que eles não sabiam o que o

relatório queria dizer quando falava de segunda vinda.

Este relatório da comissão especial co Concílio Mundial das Igrejas,

revela que com respeito ao Segundo Advento, o clímax do plano de Deus

para a salvação do homem, muitos teólogos sentem a necessidade do

reavivamento desta doutrina, mas parecem estranhamente ignorantes a

seu respeito.

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Escatologia Bíblica 51

O Crescente Poderio de Roma

Examinemos agora o crescente poder de Roma. O Papado recebeu

um imenso crescimento de poder como resultado da Primeira Guerra

Mundial. Alguém observou que o único vencedor naquela guerra foi a

Igreja Católica. Antes da guerra começar havia catorze nações às quais

enviados papais eram acreditados. No fim da Primeira Guerra Mundial o

número aumentara para trinta e dois.

Para maior discussão do relatório, veja: Revista Ecumênica, janeiro

de 1952, págs. 161-173; abril, 1952, págs. 282-285; julho, 1952, págs.

413-426.

Esta revista é trimensal, publicada pelo Concílio Mundial de

Igrejas. Por causa da reação por eclesiásticos americanos veja também a

“Correspondence”, seção do Christian Century, nas semanas

imediatamente posteriores à publicação do relatório.

Em 1929, Mussolini e o secretário papal de estado assinaram um

Tratado Político, uma Concordata, e Acordo Financeiro, que corrigia os

erros que o Papado declarava que Vítor Emanuel cometera contra eles,

em 1870, e mudou o status papal da de prisioneiro do Vaticano à de um

governante livre e soberano, o Rei da cidade do Vaticano.

Alguns meses após a assinatura do Tratado, o Papa, ao falar a

jornalistas católicos da Itália, descreveu o ano de 1929 como “este

momento tão histórico, tão importante, que fica entre o passado e o

futuro; que fecha o passado e abre o futuro.”

Provavelmente, uma das maiores provas do poderio crescente do

Papado é o crescimento da Igreja Católica na América. Os Estados

Unidos emergiram da Primeira Guerra Mundial inquestionavelmente a

mais poderosa nação do mundo e também a mais rica. É compreensível

que Roma deveria olhar a América como a terra da promessa. Não é

necessário alistar os vários meios em que a Igreja Católica nos Estados

Unidos procurava ganhar influência e poder, para mais do que suficiente

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Escatologia Bíblica 52

evidência apresente em si mesmo em toda a parte é do conhecimento

geral de todos os adventistas do sétimo dia.

Eu mencionei uma amostra impressionante de evidência, a escolha

de Myron C. Taylor pelo presidente Roosevelt, em 1959, como enviado

ao Vaticano. Muito bem podia o Christian Century dizer em comentário

editorial sobre a escolha: "O despacho de Mr. Taylor ao Vaticano é de

mau agouro à neutralidade e à liberdade religiosa nos Estados Unidos."

É um fato significativo que apesar de todos os protestos dos

círculos protestantes, o presidente Roosevelt, e então mais tarde o

presidente Truman, combinaram manter um enviado no Vaticano. No

momento o assunto é nebuloso, e ninguém cabe exatamente o que está na

mente do Presidente com respeito às futuras relações com Roma. Isto

tem que ficar no campo da especulação.

Mas não é especulação dizer que nestes anos que atingiram a

Segunda Guerra Mundial, Roma grandemente aumentou sua posição e se

torna facilmente o mais estratégico centro de negócios internacionais.

62º - Citado por John La Farge, S. J., em America, jan, 4, pág. 304.

63° - 3 de janeiro de 1940, pág. 4.

Conversões à Roma

Uma prova única do poder de Roma é encontrada na conversão de

certos intelectuais à Igreja Católica Romana. Os intelectuais de hoje são

notórios na indiferença a toda a religião, não obstante existe um número

suficiente de tais homens que se uniram à Igreja Católica, ano após ano e

valorizam o dar-se ao assunto alguma consideração. Pode haver apenas

uma pouca dúvida que uma grande razão está acima de todas como

explicação da conversão de tais homens ao Catolicismo Romano.

Thomas Huxley estava certo em sua compreensão da natureza humana

quando ele declarou que os homens anelam por alguma autoridade

segura que eles podem aceitar e que leva a um fim as seus árduas e

muitas vezes admirável procura da verdade e da certeza de viver.

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Escatologia Bíblica 53

Um escritor que é um professor num colégio denominacional

declarou nos primeiros anos de depressão: "Para muitos estudantes, a tentativa de viver sem norma de conduta ou

de crença religiosa, envolve um esforço militar tão insuportável que eles estão prontos a creditar e seguir qualquer religião guia que assuma um ar de certeza. São precisamente os estudantes mais céticos que são os mais qualificados a ceder a um ataque inesperado de credulidade, pela simples razão que são eles que sentem a falta de certeza religiosa mais dolorosamente."

O mesmo autor imediatamente acrescentou esta nota marginal

iluminadora: "Mais de uma vez eu fiquei surpreso, ao terminar uma conversa com

um estudante radicalmente cético, de me fazer ele uma pergunta obviamente esquisita a respeito das pretensões da Igreja Católica Romana." – Walter Marshall Norton, Theism and Modern Mood, pp. 12 e 13.

O Protestantismo tão completamente abandonou os ensinos

autoritários por áridas especulações que tem pouco apelo para os que

procuram certeza espiritual. Sob o título “Pregação Protestante: Pagã ou

Cristã?” um ministro protestante escreveu um artigo em que ele atacou

seus companheiros ministros, por abandonarem as verdades eternas da

religião revelada à discussão de questões. que não podem prover auxílio

para as almas humanas. O parágrafo final de seu artigo mostra a relação

desta situação à questão das conversões ao Catolicismo: "Eu não tenho nenhum preconceito contra a igreja Católica Romana.

Seria impossível para mim com o intelecto aceitar seus ensinos. Porém, se o Catolicismo falhar no fim, será porque os homens e mulheres, cansados de alma, se levantam dispostos a esquecer seus muitos remanescentes arcaicos do passado, e se ajoelharam diante do altar, onde para eles uma avenida as pode levar à presença de seu Deus... O católico romano continuamente é ensinado que sua alma exige o culto de seu Deus, enquanto que o Protestante corre entre suas igrejas para ouvir o Ver. A, que é um brilhante e popular pregador. Ele vai, com o seu irmão pagão, a fim de prender-lhe por algum tempo a seu filósofo favorito." – J. Burford Parry no The Congregationalist, 15 jan, 1951, pág. 78.

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As Palavras Proféticas da Sra. White

Coloque ao lado, esta declaração feita pela Sra. White há muitos

anos que demonstra ser profética: “Uma época de grandes trevas intelectuais demonstrou-se favorável ao

êxito do papado. Provar-se-á ainda que um tempo de grande luz intelectual é igualmente favorável a seu triunfo. Nos séculos antigos, quando os homens estavam sem a Palavra de Deus e sem conhecimento da verdade, seus olhos estavam vendados, e milhares se enredavam, não vendo a cilada que lhes era armada sob os pés. Nesta geração muitos há cujos olhos se tornam ofuscados pelo resplendor das especulações humanas - da "falsamente chamada ciência"; não percebem a rede e nela caem tão facilmente como se estivessem de olhos vendados. É o intuito de Deus que as faculdades intelectuais do homem sejam tidas na conta de um dom proveniente de seu Criador, e empregadas no serviço da verdade e da justiça; mas, quando são acariciados o orgulho e a ambição, e os homens exaltam as suas próprias teorias acima da Palavra de Deus, pode então a inteligência causar maior dano que a ignorância. Assim a falsa ciência da atualidade que mina a fé nas Escrituras Sagradas, mostrar-se-á tão bem-sucedida no preparar o caminho para a aceitação do papado com seu formalismo aprazível, como o fez a retenção do saber ao abrir o caminho para o seu engrandecimento na Idade Média.” – O Grande Conflito, pp. 572, 573.

Por séculos os cristãos têm olhado para um ou para outro de duas

fontes de autoridade, a Bíblia ou a igreja, o que significa a Igreja

Católica.

A controvérsia sobre se a Bíblia ou a Igreja é a suprema autoridade,

tem sido a cruz verdadeira do conflito entre Roma e o Protestantismo.

Somente à medida que o Protestantismo estabeleceu a Bíblia como a

verdadeira voz de Deus falando a nós, tem ele sido capaz de oferecer aos

homens o que satisfaz os mais profundos desejos de suas almas, uma

autoridade certa.

É à luz disto que nós podemos ver a sinistra importância da

moderna apostasia, que levou multidões crescentes de membros da igreja

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Escatologia Bíblica 55

protestante, não dizer nada das hostes de membros sem igreja, de ver a

Bíblia como um misto de folclore e belas atitudes. Nós falamos muitas

vezes de completar a Reforma. Seria talvez mais exato de falar em

começar a Reforma novamente. A contra-reforma romana na última

parte do século XVI, para recuperar a Europa para o papado, jamais feriu

o protestantismo com uma pancada tão mortal, como o faz o movimento

evolucionista moderno que começou na última parte do século IXX. Em

outras palavras, a moderna apostasia no protestantismo pavimentou o

caminho para um reavivamento do poder romano.

Hoje os Estados Unidos são o poder saliente no mundo político, e

Roma, no mundo religioso. Ambos têm um inimigo comum, crêem eles,

no Comunismo, fato este que certamente procurará ligá-los sempre mais

conjuntamente. As implicações disto tenta-nos a fazer predições

detalhadas, mas eu evito profetizar. Os evidentes fatos são suficientes em

si mesmos, e assim são as profecias do Livro de Deus. A estes eu me

referirei um pouco mais tarde.

O Declínio da Liberdade

Vejamos agora o terceiro desenvolvimento profético importante de

nossos dias, o declínio da liberdade. Este declínio é o reverso da longa

tendência que começou no século XVIII. Foi então que novas e

revolucionárias concepções da natureza do estado e os direitos do

homem individual começaram a ser largamente promovidos. Foi na

última parte daquele século que um novo tipo de governo foi

estabelecido aqui na América, e houve uma revolução na França que

marcou o começo do fim dos reis e imperadores na Europa.

A tendência para a democracia e a liberdade, os direitos do

indivíduo, e os direitos dos pequenos pode ser dito que chegou a um

clímax na Primeira Guerra Mundial, que o Presidente Woodrow Wilson

declarou ser uma guerra que faria o mundo seguro para a democracia.

Mas aquela guerra, que trouxe tal destruição a governos longamente

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Escatologia Bíblica 56

estabelecidos, pavimentou o caminho para governadores mais poderosos

e novos. O desmoronamento da economia das nações nos anos de

depressão, aumentados com a Segunda Guerra Mundial, criou uma

situação singular de instabilidade econômica e suspeitas e temores

internacionais. Isto por sua vez parece despertar governos centrais mais

fortes, e sempre mais fortes, em certos países ao menos, e por uma louca

multiplicação de regulamentos governamentais em virtualmente todos os

países. De modo compreensível estes regulamentos são mais evidentes

na área das compras e vendas, uma atividade central ao funcionamento

de qualquer sociedade livre e vital à vida de cada cidadão.

Ao mesmo tempo Roma tem sido agressiva militante onde quer que

tivesse oportunidade em diferentes terras para suprir qualquer oposição à

Igreja Católica. Isto tem sido mais evidente na Espanha e em outros

países sul-americanos.

A regimentação crescente da cidadania na maioria dos países, uma

regimentação crescente sujeita às vezes à necessidade econômica, às

vezes às más ambições dos ditadores, e às vezes a ambos, tem

evidentemente escurecido o céu da liberdade. Nós ouvimos homens falar

agora da penumbra da democracia, a fim do grande dia dos direitos

humanos que despertaram tão auspiciosamente a dois séculos agora. E

estas sombras extensas têm apenas acrescido as tensões e perplexidades

no mundo da religião. Paradoxalmente, estas sombras lançam luz sobre a

profecia de Apocalipse 13, que está entrelaçada com a mensagem do

terceiro anjo.

Nosso Exame Resumido

Vou resumir agora este exame. No mundo do pensamento religioso

e outros, a história dos últimos três séculos é a história da secularização

do homem. O crescente domínio da ciência, com sua aparente habilidade

de explicar todos os mistérios da vida e sua habilidade evidente de

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Escatologia Bíblica 57

prover conforto e satisfação para o homem tem sido a causa real neste

processo secularizado.

O homem tende naturalmente, em sua condição de pecado, a

confinar seu pensamento a este mundo. Se a ciência comprovou para sua

satisfação que existe evidência de um mundo além, e que Deus

realmente não é necessário na explicação deste mundo, ou como um

auxílio de melhorá-lo, o resultado inevitável não poderia ser outro que a

secularização do homem. Então com a liderança religiosa capitulando às

premissas científicas, não havia freio para a secularização. Ainda mais,

com todos os grandes centros de cultura doutrinando a juventude com

idéias que, se não eram hostis ao sobrenatural, ao menos o descontavam

ou ignoravam-no e uma sorte secular para o homem tornou-se

virtualmente inevitável.

Se eu tivesse que descrever em uma palavra os métodos do homem

no vigésimo século com respeito ao sobrenatural, eu usaria a fria e dura

palavra secular.

Em 1948, foi publicado um volume relevante intitulado A Fé Cristã

e o Secularismo. Neste livro um grupo de escritores apresenta o permear

do secularismo em todo o departamento da vida. Aqui segue o primeiro

parágrafo: “O secularismo não é mais, como foi a cem anos atrás, uma revolta

intelectual contra o domínio teológico. Tornou-se a atmosfera mestra de nossa cultura. O descrevê-lo é como descrever o ar ao nosso redor. Nenhuma faca teológica pode dissecá-lo; é persuasivo demais e fluido para ser capturado na rede de qualquer sistema de idéias. Nós estamos tão completamente ajustados a ele que não o marcamos, mas somente aqueles traços salientes de nossa cultura para a qual ele é o fundamento permanente."

O escritor adiciona imediatamente, e corretamente, "o secularismo é

ateísmo prático." – Leroy E. Loemker, The Nature of Secularism in the

Christian Faith and Secularism, edited by J. Richar Spann, pág. 11.

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Há apenas uns poucos meses Arnold J. Toynbee, um dos mais

eminentes historiadores do presente, escreveu um artigo muito admirável

para uma revista trimestral religiosa em que ele apresentou o que ele

acreditava ser a crise real no mundo hoje. Ele declarou: “O conflito fundamentai não é político mas religioso; e a linha divisória

entre os dois campos religiosos não é o limite político de âmbito mundial entre uma esfera russa ou americana de influência política. A linha atravessa o mundo inteiro espiritual dentro de cada alma viva na terra hoje, qualquer título de cidadania política que lhe possa ter sido estampado sobre o seu corpo pelo acidente do nascimento.

“A razão ativa porque nossas almas estão em labor espiritual hoje, resulta de a nossa geração estar tendo que lidar com uma das crises da história religiosa humana...

“A tentação de cultuar-se a si mesmo em vez de cultuar um Deus verdadeiro agora revelado jamais deixou de preocupar o homem; e sua tentação de cometer este erro intelectual e pecado espiritual jamais esteve tão forte como chegou a ser durante este último século e meio.... Esta escolha fatal entre o culto a Deus e culto do homem, e não uma luta efêmera por supremacia política entre a Rússia e a América, é o ultimo item que desafia a todos nós em nossa geração."

Isto, geralmente, descreve o homem no meado do vigésimo século.

E como poderia a situação ser outra à luz das forças que operam no

mundo científico, filosófico e religioso, e no educacional, de tirar a

realidade de Deus e torná-Lo desnecessário na explanação da natureza, e

então vaporizá-lo em um Deus panteísta, ou de eliminá-Lo

completamente.

Para os que desejam ver uma exibição cortante de como este culto

do homem, este ponto de vista naturalista da vida, domina o pensamento

hoje, ao menos nos grandes centros de cultura, eu submeto o volume,

publicado em 1944 pela Imprensa da Universidade de Colúmbia,

intitulado O Naturalismo e o Espírito Humano. Neste livro um grupo de

quinze professores de colégios e universidades representando uma seção

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Escatologia Bíblica 59

central dos centros de cultura na América, e estabeleceram atentamente o

ponto de vista antisupernaturalista sobre toda a vida.

Antes de começar a era moderna, isto é, antes das grandes

descobertas da astronomia, o homem pensava que esta pequena terra era

o centro do universo criado por Deus, e que ele era o objeto principal da

atenção de Deus. Mas isto não lhe dava nenhum sentido de orgulho, pois

ele também se considerava culpado diante do grande Deus, cujo olho

atento estava fixo sobre ele. As descobertas de Copérnico, que de repente

revelaram as vastidões do universo, tinham por algum tempo um efeito

dissimulador sobre o homem, pois agora ele ficou revelado como um

objeto pequeno num mundo muito pequeno, ficando a girar sobre um

vasto império. Muitos homens deixaram de alargar sua idéia de Deus

para casar-se com o universo aumentado. Desta maneira eles

inevitavelmente sentiram que eles não podiam ter mais a certeza que eles

estavam recebendo o cuidado providencial, direto de Deus. Este

sentimento de que o homem está só, vagando e insignificante, marcou o

começo do que é conhecido como a moderna mania do homem, uma

mania que se tornou geral quando as igrejas começaram a ser manchadas

gradativamente de pensamentos céticos.

Mas os anos que passavam produziram uma estranha evolução no

ponto dd vista humano. Ao passar ele a dominar a natureza pelos

avanços da ciência, seu sentimento de inadequação e isolamento

espiritual tendiam a ceder diante de um senso de suficiência própria. E

um pensamento cético tendeu sempre a fazer a Deus e o céu parecer

irreal, a terra começou a aparecer sempre maior como o único lugar de

habitação e o próprio centro de todo o interesse do homem. Assim, o

homem gradualmente começou a sentir mais uma vez que ele habitava

no centro do universo – ao menos tudo parecia incidental a esta terra.

mas agora é um centro no qual o olho de Deus não está mais focalizado

para guiar o homem ao ele andar por este mundo, ou de pedir-lhe contas

por todos os seus atos, pois ele não mais crê que Deus o guia; ele nem

mais crê que Deus o fez; ele evoluiu.

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Escatologia Bíblica 60

Mas ao ele andar por este mundo, o centro e a circunferência de

todos os interesses da sua agora secularizada mente e espírito, ele ouve

distantes ruídos e vê lampejos de luz que cegam, as exibições dos

grandes feitos do homem, a bomba atômica. E acima do tumulto ele

ouve a predição que este mundo e tudo sobre ele estão provavelmente

sentenciados ao aniquilamento através das tentativas mutuamente

suicidas daqueles que são levados a usar as últimas invenções deste

maravilhoso século científico. A história passada não conhece nenhum

paralelo a isto, nenhum ponto onde os homens coletivamente tenham

sido levados a um tão elevado ponto de independência secular de Deus,

somente para se acharem de pé à margem de um abismo. O movimento

neo-ortodoxo ao qual me referi anteriormente não é grande que chegue,

nem forte que chegue para alternar este quadro materialmente. E

certamente os liberais, não importa quão castigados possam agora estar,

estão inteiramente despreparados, pelas próprias pesquisas que têm, para

oferecer escape dos dilemas de nosso tempo, cada catástrofe que impede.

Os Dilemas dos Líderes Religiosos

Num mundo como este os dilemas da liderança religiosa moderna

são muito grandes. Primeiro, perderam a fé na Bíblia e no Deus de seus

pais. Agora têm que perder a fé no homem. Eles declaram que o homem

era um anjo embrião, mas adora duas guerras mundiais, campos de

concentração, e a bomba atômica, revelaram os maus espíritos que o

controlam.

Os líderes religiosos abandonaram a idéia de um céu no além, como

o grande alvo da vida. Eles zombaram dos adventistas e de outros como

nós, por oferecerem uma “torta nos céus dentro de um pouco”. Eles viam

esta terra como um céu potencial censuravam a todos que deixavam de

cooperar com eles em planos legislativos e sociais, para apressar esta

transformação celeste de nossa terra. Agora têm que admitir com tristeza

de que existe uma pequena oportunidade, se alguma, deste mundo ser

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Escatologia Bíblica 61

assim transformado. Embora eles confessem que pode ser transformado

em chamas, incendiado por fogos atômicos.

Eles tinham geralmente minimizado e muitas vezes abandonado o

evangelho eterno, o poder de Deus para a salvação do coração

individual, em favor de um evangelho social que de alguma maneira

salvaria os homens coletivamente pela melhoria de seu ambiente. Mas

eles acharam que o evangelho social parece não funcionar, ao menos não

da maneira que eles anteciparam, e muitos deles agora confessam que

existe uma pequena razão para crer que os reinos deste mundo podem ser

transformados no reino de Deus.

Os lideres religiosos abandonaram a fé na salvação do homem,

particularmente a salvação da juventude, através dos meios de um apelo

evangelístico, e adotaram a teoria da salvação pela educação. O que

aconteceu eles não tinham antecipado, os colégios das igrejas se

tornaram desesperadamente seculares, sem dizer nada das escolas

estaduais. Ainda mais, uma melhor educação muitas vezes se

demonstrava, não em justiça crescente, mas em formas mais sutis de mal

na vida dos homens. A educação universitária demonstrou não ser

barreira à entrada numa penitenciária.

Os lideres religiosos removeram a ênfase das igrejas na

evangelização do mundo num grande programa missionário estrangeiro,

primeiro porque eles lançavam dúvidas no meio único, eficaz do plano

bíblico de salvação, e segundo porque eles aceitaram a ciência das

religiões comparativas, que pareciam provar que outras religiões podiam

ser quase tão boas como o cristianismo. Agora lamentavelmente acham

que o mundo todo de não-cristãos está permeado de idéias explosivas e

revolucionárias, que criam uma ameaça a todas as coisas que a religião

cristã defendia, uma ameaça à própria vida da humanidade.

Os 1íderes religiosos procuravam harmonizar todas as idéias

religiosas com pensamentos e métodos científicos. Se as idéias não

podiam ser harmonizadas, então as idéias deviam ser abandonadas em

favor da ciência. Agora eles lamentam descobrir que a ciência se

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Escatologia Bíblica 62

enganou. Não se preocupavam em descobrir a Deus, como teólogos de

mente nebulosa sentimentalmente haviam declarado. A ciência não se

preocupava em descobrir a Deus, mas apenas as operações da natureza.

Os líderes religiosos exaltavam a ciência como virtualmente o novo

Messias, que nos devia salvar da enfermidade, prolongar nossas vidas,

dar-nos controle maior sobre os elementos, e virtualmente levar-nos à

terra prometida de um milênio terrestre. Agora, estão desiludidos pela

descoberta que a ciência deu a guerrear seus novos limites e criou a

ameaça da explosão obliteração mundial.

À vista destes dilemas, os lideres protestantes procuram descobrir

na união das igrejas uma nova força para enfrentar a ameaça do que eles

confessam ser um novo paganismo, lutando pelo controle das mentes dos

homens. Eles compreendem que a união das forças protestantes somente

é alguma coisa aquém do seu alvo ideal. Por isto eles exploram as

possibilidades de estabelecer relações mais íntimas com Roma, embora

eles tenham maiores desconfianças, contrariedades.

No finalizar deste triste e desiludido recital, eu faço a mais

importante pergunta que se poderia fazer em círculos religiosos hoje:

Qual é a mensagem que Deus quer que seus oradores proclamem numa

hora como esta? E oferecer a prova específica da verdade desta resposta,

que eu repita o que eu disse quando estávamos examinando o início do

movimento do Advento. Nós jamais devemos esquecer que os

adventistas têm mantido sempre que as três mensagens angélicas são

declarações proféticas com respeito aos últimos dias.

Portanto, se nossa interpretação delas é correta, estas três

mensagens deveriam ser única e crescentemente a verdade para todos os

homens hoje, o sabor da vida para a vida ou da morte para a morte. De

fato, neste mesmo ponto o movimento do Advento realmente depende

para a valorização de suas pretensões de que surgiu a fim. de trazer aos

homens uma mensagem para um tempo particular da história da terra.

Examinemos estas mensagens.

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Escatologia Bíblica 63

A Primeira Mensagem Angélica

Nos últimos dias "o evangelho eterno" deve ser proclamado. Que

significado e força aquela frase adquiriu ao estudarmos a história do

pensamento religioso durante o século. Num mundo em que grande parte

abandonou o evangelho eterno, por abandonar a crença na queda do

homem e o sacrifício substituinte de Cristo, deve ser ouvido outra vez

nas últimas horas da história terrestre "o evangelho eterno". Aqueles que

devem proclamá-lo devem construir outra vez os fundamentos de muitas

gerações. Eles não são os pregadores de novas a estranhas doutrinas mas

do evangelho eterno.

Este evangelho deve ser pregado a toda a nação, tribo, língua e

povo. Num tempo em que o mundo religioso perdeu sua visão de

missões estrangeiras, porque ele perdeu o caráter divino do evangelho,

um movimento deve surgir para reafirmar a distinção e a supremacia da

mensagem cristã a todos os homens em todas as terras, e declará-la aos

quatro cantos da terra.

Uma mensagem deve ser proclamada para "adorar Aquele que fez

os céus e a terra". Num dia em que o mundo em parte abandonou a idéia

de um Deus pessoal como Criador, um grande Deus que chega para

controlar todas as coisas, e aceitou a idéia de um Deus panteísta, ou ao

menos um deus finito, misturado no processo da natureza, quando de

fato o mundo em grande parte abandonou o culto de Deus pelo culto do

homem, nós tomamos como nosso clamor de batalha: "Adorai Aquele

que fez os céus, a terra, e o mar, e as fontes das águas", pois "o Senhor

Deus onipotente reina."

Nós chamamos os homens a adorar a Deus "pois é vinda a hora do

Seu juízo." Num dia em que os homens em parte perderam qualquer

crença escatológica claramente definida, qualquer crença, nas últimas

coisas da história terrestre, e também perderam a fé na possibilidade de

melhorar este mundo; num dia em que os homens sentem que o mundo

está disparando rumo a um fim cego, explosivo, e sem sentido, quão vital

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Escatologia Bíblica 64

que devesse soar a solene e significativa verdade que o destino da terra

está nas mãos de Deus e que a hora de Seu juízo é vinda, a hora do juízo

investigativo que em breve alcançará o clímax no juízo executivo do

segundo advento. O mundo não está correndo a um fim cego e sem

significado; está se movendo sem parar para aquele fim que os santos

profetas predisseram, aquele fim quando homens estarão perante a barra

do juízo de Deus para receber um galardão pelos feitos praticados no

corpo a doutrina do juízo de Deus que está dando significado à vida num

tempo em que todo o significado parece ter sido afastado da vida.

Num dia quando homens abandonaram amplamente as idéias do

pecado, e portanto pelo trabalho intermediário de Cristo pelos pecadores,

quão importante que clamemos bem alto a mensagem do serviço do

santuário, que está agora em sua fase final. É quando os homens vêem a

Cristo ministrando Seu sangue para 1avar, purificando a culpa do

penitente que eles podem sentir outra vez a terrível realidade do pecado e

o preço que foi pago para nossa salvação.

Num dia quando o mundo em geral considera todas as normas

morais como apertas as mudanças do pensar e da moral do homem, com

um declínio moral é evidente, quão importante clamar bem alto que

Deus virá para julgar todos os homens pela Sua santa lei, e que aqueles

que permanecerem de pé nestes dias, serão aqueles que guardam os

mandamentos de Deus.

A Segunda Mensagem Angélica

A mensagem deve proclamar "Caiu Babilônia." Quão apropriada

esta mensagem quando tudo a nosso redor prova claramente que a

apostasia tem gradativamente engolfado o mundo religioso. Notem que

eu uso a palavra "gradativamente". A queda de Babilônia tem sido

progressiva. Esta é a conclusão que devemos alcançar de nosso exame da

história religiosa, e esta é a compreensão da queda de Babilônia que a

Sra. White a tanto tempo atrás esclareceu ao movimento do Advento,

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Escatologia Bíblica 65

quando estávamos inclinados a compreender a queda de Babilônia como

tendo sido completa no começo da história do Advento. Na primeira

edição de O Grande Conflito (1888), a Sra. White escreveu: “A mensagem do segundo anjo, porém, não alcançou o completo

cumprimento em 1844. As igrejas experimentaram então uma queda moral, em conseqüência de recusarem a luz da mensagem do advento; mas essa queda não foi completa. Continuando a rejeitar as verdades especiais para este tempo, têm elas caído mais e mais. ... Mas a obra da apostasia não atingiu ainda a culminância.” (O Grande Conflito, p. 389)

A nova edição de 1911, também afirma que "o processo de.

apostasia ainda não alcançou sua culminância." Nós sabemos que a

culminância deve encontrar-se no engatilhar dos interesses protestantes e

católicos e a colocação da marca da besta. Mas o ponto importante que a

Sra. White esclarece tanto é que a queda descrita pelo segundo anjo é

progressiva, para que a apostasia de 1844 aumentaria à medida que os

anos decorriam. Quão verdadeiro isto se cumpriu.

Porém, permiti que eu chame vossa atenção a uma diferença

evidente entre o fraseado da velha e a nova edição do The Great

Controversy. Na velha edição nós lemos nesta mesma linha: "No

capitulo 18 do Apocalipse, numa mensagem que ainda está no futuro, o

povo de Deus é chamado a. sair de Babilônia." Na mesma edição,

publicada em 1911, está frase reza, "em uma mensagem que ainda é

futura", foi apagada. Em outras palavras, a Sra White em 1911 declarou

que a mensagem dos versos introdutórios de Apoc. 18, não é mais futura.

Os adventistas sempre têm considerado a mensagem nesses primeiros

versos de Apoc, 18, como a reafirmação da segunda mensagem angélica,

só em tonalidade mais preponderante, como se um último apelo devesse

ser dado aos homens. Certamente ao olharmos atrás sobre nosso exame

de história religiosa notamos como a apostasia veio à exuberância na

primeira parte do século vinte, nós somos levados espontaneamente a

clamar em alta voz, "Caiu, caiu Babilônia; sai dela, povo meu."

Se no começo do século vinte, a queda progressiva de Babilônia

tinha alcançado o ponto em que a Sra. White pôde declarar que a

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Escatologia Bíblica 66

mensagem de Apocalipse 18, não está mais no futuro, nós devíamos

fazer a mensagem do segundo anjo mais central à nossa pregação como

nunca antes. Nós não somos pregadores de coisas fáceis. Nós temos uma

mensagem do juízo, bem como de salvação a proclamar aos homens.

A Mensagem do Terceiro Anjo

Como pregadores da tríplice mensagem, nós devemos declarar que

“se qualquer homem adorar a besta e sua imagem, e receber seu sinal”,

os últimos juízos de Deus virão sobre ele. Como já foi dito antes, esta

mensagem é uma profecia, implicada do grande poder de Roma e dos

Estados Unidos, e o poder unido do Protestantismo Americano nos

últimos dias. Também, é uma profecia, com respeito a colaboração unida

de Roma e dos Estados Unidos. Nós também já notamos que quando

examinado em conjunção de Apoc. 13, é uma profecia implicada de

estonteantes cortes de liberdade nos últimos momentos da terra. Agora,

no tempo em que vemos estas mesmas profecias se cumprindo diante de

nossos olhos, nós podemos clamar com novo poder contra aquilo que é o

sinal, a marca desta apostasia, chegada ao clímax, a Instituição do

Domingo.

E, ao nós pregarmos deveríamos apresentar o domingo em sua mais

ampla condição como a marca da apostasia do homem em todas as

idades, pois é um símbolo desse afastamento da verdadeiro Deus que

criou os céus e a terra, que distinguiu o homem caído desde os tempos

mais remotos. Paulo declara que os homens se afastaram do verdadeiro

Deus porque O glorificavam não como Deus, mas, "adorando e servindo

a criatura, em lugar do Criador " Rom. 1:25. Nos antigos tempos era

central o culto ao sol, e então no cristianismo falsificado veio "o homem

do pecado" exaltando-se "a si mesmo sobre tudo que se chama deus" e

"ostentando-se como se fosse o próprio Deus." II Tess. 2:3 e 4. Por ele o

domingo pagão foi introduzido na igreja tanto como uma marca de seu

poder e como um substituto para o sábado, o que sempre nos lembra que

Page 67: Apostila da Andrews University - Escatologia Bíblica

Escatologia Bíblica 67

Deus, o Criador está cima de todos. O domingo também aparece como o

único símbolo unificador do Protestantismo, e o Protestantismo agora

fica distinto por sua negação da criação, sua diminuição de Deus, e sua

exaltação do homem. O domingo pois aparece como a marca

identificadora das religiões pagã, papal e Protestantismo, todos os que,

por sua vez, têm exaltado a criatura sobre o Criador.

É alto tempo para nós, salientarmos mais amplamente a segmentos

Protestantes amantes da Bíblia que quando eles observam o domingo, em

honra da ressurreição, declarando que são mais cristãos do que os que

guardam o sábado em honra da. criação, eles esquecem que é a criação

com sua perfeição, seguida pela queda do homem, que dá significado à

morte de Cristo e da ressurreição. Quando a criação é desfeita o

significado da ressurreição desaparece. Como, então, pode ser mais

importante de honrar o evento da ressurreição, do que o evento da

criação. Quanto mais importante do que o fundamento da criação seja

preservado, para não cair toda a estrutura do cristianismo, inclusive a

ressurreição.

Estou me lembrando de uma conversa que tive com um ministro

batista quando a controvérsia fundamentalista moderna, chegou ao seu

auge. Ele deplorou as divergências nas igrejas e também apostasia geral.

Então ele se virou para mim, e disse: "Eu suponho que em vossa igreja,

vós tendes a mesma divisão?" Eu lhe declarei que, em vez de nós termos

uma divisão, nós não tínhamos sequer um começo dela. Ele olhou-me

admirado e perguntou se eu podia talvez explicá-lo. Eu respondi: "Como

seria possível um adventista dar crédito à teoria evolucionista, quando

cada semana eles separam um dia inteiro como memorial dAquele que

criou os céus e a terra, como o livro de Gênesis descreve?" Ele olhou-me

admirado por um momento e então exclamou: "Eu jamais pensei no

sábado dessa maneira antes."

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Escatologia Bíblica 68

Proclamar o Sábado Mais Amplamente

Homens e mulheres pregadores da tríplice mensagem, é chegado o

tempo de ajudarmos aos homens a verem o sábado desta maneira. É

chagado o tempo de proclamarmos o sábado mais completamente, como

o sinal, a marca daqueles que não têm parte na apostasia mundial, a

marca dos que realmente crêem que o Senhor Deus Onipotente reina,

que Ele é o Criador dos céus e da terra, e criará um coração novo

naqueles que põem sua confiança nEle. Sim, a marca daqueles que crêem

que este mundo não está no pulso de forças frias e sem sentido, levando-

nos não sabemos para onde, mas antes que, o mundo está sob a mão

diretora de um Ser Divino que o criou, não em vão, e que virá em breve

para recrear esta terra em justiça.

Quão apropriado que um dia quando a apostasia mais claramente se

revela em um ataque sobre a. criação e um Deus pessoal, os céus deviam

comandar que homens sejam chamados para exaltar o memorial da

criação e o Deus da criação.

É alto tempo para nós lembrarmos de maneira mais ampla que

fizemos antes que a apostasia crescente da negativa da criação deu a

Roma certas de suas forças únicas hoje. Pois, como já notamos, seu

apelo aos homens é o apelo da certeza e afirmativa no meio de um século

cético. Em outras palavras, a apostasia do Protestantismo, fortalece as

mãos de Roma. Assim a renúncia do relatório da criação, produziu um

efeito duplamente mau. O Protestantismo apostatado, sob a autoridade da

razão humana, lançou fora o relatório da criação. O catolicismo apóstata,

sob a autoridade da tradição, levantou o domingo como uma marca de.

seu poder. Assim o sábado aparece revelado como símbolo da oposição

bíblica para as duas grandes forças de apostasia no mundo cristão, nestes

últimos dias. O sábado que guardamos é o sinal que mostramos ao

mundo que nós não temos parte em nenhuma apostasia; é um testemunho

que damos a todos os homens que, nossa aliança está no Deus dos tantos

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Escatologia Bíblica 69

profetas e apóstolos, e que a nossa esperança está nAquele que fez os

céus e a terra.

Eu vejo significado cada vez mais crescente nas palavras da Sra.

White, que "ao início do tempo de angústia fomos cheios do Espírito

Santo ao sairmos para proclamar o sábado mais amplamente."

(Primeiros Escritos, p. 33). Nós podemos pregar o sábado com uma

plenitude que era impossível aos pioneiros lhe darem. Está na natureza

da profecia em cumprimento que quando o tempo estiver à mão, a

mensagem de Deus pode ser vista em sua plenitude e devia ser pregada

em sua plenitude também.

Nós podemos apertas concluir que se nenhuma tríplice mensagem

tivesse sido especialmente escrita sobre as páginas da profecia Bíblica,

alguma coisa semelhante precisaria ser proclamada hoje para enfrentar a

última grande apostasia. Desde o começo nós como um povo,

declaramos que a justificação para a existência deste movimento, residia

em nossa declaração que nós tínhamos uma mensagem especial a

proclamar, a tríplice mensagem. Nós fizemos esta declaração num tempo

quando nossa pregação do sábado, parecia aos homens, uma mera

discussão tola sobre dias, e quando nossa declaração sobre a. apostasia

na cristandade não parecia mais que a propaganda de entusiastas

proselitistas. Nós fizemos esta declaração, numa hora quando nossa

declaração do juízo vindouro parecia como se fosse os ruídos de

clarinistas irracionais. Mas fizemos nossa declaração, proclamando que o

futuro demonstraria verdadeiras todas as nossas predições. O tempo

abaliza completamente esta declaração. Levantemo-nos e terminemos o

trabalho de Deus.

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Escatologia Bíblica 70

O PROPÓSITO MORAL DA PROFECIA

Introdução

Os estudantes da Bíblia reconhecem a vasta importância de terem

compreensão correta, acerca destas profecias que ainda faltam cumprir-

se. Como será o futuro? Podemos nós saber em que tipo de mundo nós

viveremos amanhã? Ou haverá alguém amanhã? Tão discordantes são as

vozes dos que pretendem saber o que as profecias da Bíblia predizem,

que o homem comum é tentado a dizer, com os exilados judaicos

perplexos e desesperados do cativeiro babilônico: "Já não vemos os

nossos símbolos; já não há profeta, nem, entre nós, quem saiba até

quando." Sal. 74:9.

Mas é a parte da fé crer que Deus está: ainda em Seu céu, embora

nem tudo está bem com o mundo, e para crer que Ele deve ser revelado a

nós nas Sagradas Escrituras a real verdade a respeito do futuro do

mundo. Como podemos nós interpretar o que Ele nos deu?

Os judeus há dezenove séculos possuíam tudo o que Deus tinha

então revelado. Como eles devia, ter compreendido corretamente o que

Deus proclamara. Por que fizeram eles uma tão grande vituperação a

respeito de todas as profecias com respeito a seu Messias? E quando nós

vemos o grande número de cristãos hodiernos adotando o mesmo

método de interpretação profética que era usado pelos fariseus, como

podemos ter qualquer confiança que estes homens sabem o que estão

fazendo?

É inegável que os futuristas modernos, representados por um sem

número de Institutos Bíblicos e pela Bíblia, adotaram o mesmo extremo

"literalismo" que os judeus mantinham no tempo de Cristo. Este método

diluído de interpretação profética, enviou seu verdadeiro Messias ao

Calvário, e lançou-os na destruição nacional e numa segunda Diáspora

aos quatro ventos. Como pode qualquer cristão de mentalidade espiritual

Page 71: Apostila da Andrews University - Escatologia Bíblica

Escatologia Bíblica 71

seguir tais métodos de interpretação nestes dias da última crise da

humanidade?

Cada estudante do assunto notou que todas as profecias, tanto do

Velho Testamento como do Novo, são dadas num ambiente

distintamente judaico ou Palestiniano. Mas em vez de adotar um

literalismo crasso, são inteiramente contrários a todos os muitos casos,

onde interpretações de profecias do Velho Testamento, foram dadas no

Novo, porque não nos perguntar quantas profecias podiam ter sido dadas

ao judeus com qualquer senão no ambiente da condição judaica ou

Palestina? Não seria essencial que estas profecias fossem dadas em

linguagem que pareceria ser inteligível a eles, ao menos em algum

sentido? Não havia realmente outro caminho consistente com o propósito

distintamente moral ou espiritual pelo qual as profecias foram dadas,

Mas se nós aceitamos verdadeiras as declarações tanto de Cristo como de

Paulo com respeito ao absoluto término de todos os especiais privilégios

e oportunidades dos literais descendentes de Abraão, nós somos

obrigados a interpretar as profecias, apesar de seus ambientes palestinos,

à luz dos mais elevados valores espirituais, trazidos pelo evangelho

desde a crucificação e ressurreição de nosso Senhor.

Este pequeno livro trata de todos esses problemas. Com uma

profusão de textos, e com um claro vislumbre nos princípios

fundamentais de interpretação profética, o senhor Louis Were deu-nos

aqui um trabalho que merece estudo cuidadoso e contínuo. Não solveu

todos os problemas; nem professa fazê-lo. Mas, nos aponta a direção

certa. Continuemos a estudar esses assuntos tão vitais, até que o Dia raie,

e a Estrela do Dia se erga para nunca mais se pôr.

George MaCready Price

Loma Linda, Califórnia

Page 72: Apostila da Andrews University - Escatologia Bíblica

Escatologia Bíblica 72

Prefácio

A salvação é ensinada não somente nos Evangelhos, mas também

nas profecias. O autor procura esclarecer a verdade vitalmente

importante, que a verdadeira interpretação das profecias ilustra como a

salvação é realizada, e também fortalece a alma para resistir ao pecado.

Como a Palavra de Deus é a "servente" que, através da operação do

Espírito Santo, gera a nova vida (1 Pedro 1:23), que a vida é reavivada e

fortalecida tantas vezes como a Palavra de Deus é lida e recebida na

alma (1 Tess. 2:13). O "homem novo" (Col. 3:10, etc.), vive e cresce,

"por toda a palavra que procede da boca de Deus." (Mat. 4:4; 1 Pedro

2:2; 2 Pedro 3:18).

Ao purificar a vida (1 Pedro 1:22), e construir a alma (Atos 20:32),

o Salvador encarece a necessidade de esconder "cada palavra" das Santas

Escrituras (Mat. 4:4). O inimigo incansável procura tornar ineficiente aos

estudantes da Bíblia a energia vitalizante contida em certas profecias

importantes das Sagradas Escrituras. Ele o faz por meio de interpretações

errôneas.

O Salvador não somente diz, "Examinai as Escrituras" (João 5:39),

mas Ele também inquire: "Como lês?" (Luc. 10:26). Por interpretações

errôneas é possível de "acrescentar" ou "tirar" da Palavra de Deus, contra

o que somos explicitamente aconselhados (Apoc. 22:18,19). Aquele que

estuda as Escrituras de maneira "aprovada por Deus," é-nos dito ser "um

obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra

da verdade." (2 Tim. 2:15).

Uma compreensão verdadeira das profecias bíblicas venda o ensino

evangélico que a Presença confortadora do Salvador garante proteção e

libertação de inimigos hostis; a vitória é garantida através do Espírito de

Deus que em nós habita.

Este livrinho é enviado com a oração, que Deus abençoe seus

leitores com uma compreensão mais clara do propósito moral das

profecias e com a certeza de que Cristo, o Rei da glória, reina no coração

Page 73: Apostila da Andrews University - Escatologia Bíblica

Escatologia Bíblica 73

confiante e dê a vitória sobre o pecado. "Nós somos mais que

conquistadores por Aquele que nos amou." (Rom. 8:37).

"Cristo em vós esperança da glória." (Col. 1:27).

Louis F. Were

Melbourne, Victória, Austrália

As Escrituras Foram Dadas para Revelar a Jesus

Corretamente entendidas, as profecias são tão importantes e contêm

tanto com respeito aos Evangelhos como outras porções das Escrituras.

Deus inspirou os profetas a escrever as profecias das Escrituras a fim de

por elas, os homens pudessem achar a salvação. A Bíblia não e um livro

composto de porções contendo os fatos eseenciis do evangelho e outras

menos importantes partes contendo as profecias. Satanás procura

diminuir o propésito moral das profecias, e, por falsas interpretações,

rouba-lhes a sua vitalidade.

As palavras introdutórias do Apocalipse informam-nos

distintamente que as profecias nesse livro maravilhoso foram dadas

como "a Revelação de Jesus cristo" (Apoc. 1:1), um estudo dos

princípios basicos sobre os quais o Apocalipse está baseado, capacita-

nos a saber que todas as profecias biblicas são uma "Revelação de Jesus

Cristo", como o Salvador daqueles que põem sua confiança nEle, como

Destruidor do mal. A interpretação de profecias que não estabelecem

mais claramente a luz do Evangelho de Cristo não são inspiradas por

Deus. As interpretações das profecias que não se centralizam em Jesus

como Salvador, ou como Destruidor do mal, são indicações erradas das

Escrituras.

No antigo santuário, e mais tarde no templo dos judeus, somente os

que se dedi.cavam ao santo ofício do sacerdócio, eram permitidos de ver

as glorias maravilhosas visíveis, dentro do edifício sagrado. E somente

Page 74: Apostila da Andrews University - Escatologia Bíblica

Escatologia Bíblica 74

aqueles cujas vidas são dedicadas a Deus são permitidos ver as belezas

internas do templo da verdade. Disse Jesus aos dirigentes judaicos:

"Examinai as Escrituras, pois nelas vós pensais achar a vida eterna, e são

elas que de mim testificam." (João 5:39).

O Novo Testamento mostra como Jesus cumpriu as profecias do

Velho Testamento. No desdobrar do Evangelho, o Novo Testamento usa

1.500 citações de sentenças e frases das Escrituras Velho Testamento. O

primeiro verso de São Mateus, mostra uma das principais razões para

escrever o livro de São Mateus e o Novo Testamento; isto é, para

mostrar o cumprimento das profecias do Velho Testamento em Jesus e

Seu trabalho de Salvação. Através de Jesus, o cumprimento das profecias

do Velho Testamento, é garantido. (Veja 2 Cor. 1:20; Atos 15:27-37). O

livro de São Mateus contém 99 referências diretas às Escrituras do Velho

Testamento. Nove vezes ele usou a fórmula: "Para que se cumprisse"

(Veja S.Mat, 1:22 e 23; 2:15, 17 e 23, etc.), e em outras vezes referiu-se

ao cumprimento das profecias do Velho Testamento, dizendo: "porque

assim está escrito por intermédio do profeta" (Mat. 2:5); "Então se

cumpriu o que foi dito por intermédio do profeta" (Mat. 27:4); "Tudo

isibo, porém, aconteceu para que se cumprisse as Escrituras dos

profetas" (Mat. 26:56); "Porque está escrito" (Mat. 26:31, etc.). Assim

São Mateus ilustra o fardo dos escritores do Novo Testamento para

mostrar o nascimnto, vida, ministério, morte, ressurreição de Jesus e o

desenvolvimento de Sua Igreja e seu trabalho, todos cumprem as

profecias do Velho Testamento.

As primeiras palavras que nós lemos no Evangelho de São Mateus,

dirigem nossa mente de volta às profecias que foram dadas a Davi e a

Abraão. Enquanto Salomão foi o filho que se assentou no trono de Davi

nos dias imediatamente seguindo à predição, as mais cumpridas e o

veriiadeiro cumprimento deve se cumprir por "quem é maior do que

Salomão" (Mat. 12:42). A paz e a sabedoria da primeira parte do reino

de Salomão, quando pessoas vieram de longe para aprenderem dele,

encontram sua mais ampla aplicação em Cristo. Davi devia ter um filho

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Escatologia Bíblica 75

que se assentaria no seu trono ( 2 Sam. 7:12, 13 e 16; Luc, 1:32 e 33). A

Abraão foi permitido um filho que seria o canal de bençãos. Isaque foi o

cumprimento imediato; mas Isaque prefigurou o cumprimento maior em

Jesus, que, pela Sua igreja, abençoa o mundo (Gál. 3:16 e 29; 4:28). As

profecias Velho Testamentaes que estabeleceram a vinda dos filhos de

Abraão e Davi, estão concentradas no primeiro verso de São Mateus: "O

livro da geração de Jesus Cristo, o filho de Davi, o filho de Abraão."

Assim, desde o seu começo, o Novo Testamento toma as coisas do

Velho Testamento e as aplica em conexão com Cristo e Seu trabalho de

redenção. Cristo e Sua salvação é o tema central da Bíblia, e para

esclarecer o caminho da salvação era o único propósito pelo qual as

Escrituras foram escritas. Assim como o sol, está refletido em cada um

dos milhões de gotas de sereno, assim Jesus, "a luz do mundo," brilha

em cada capítulo da Bíblia. “Em toda página, seja história, preceito ou profecia, irradia nas

Escrituras do Antigo Testamento a glória do Filho de Deus. Em tudo quanto encerrava de instituição divina, todo o judaísmo era uma encadeada profecia do evangelho. De Cristo „dão testemunho todos os profetas‟.” Atos 10:43.” – DTN, 211, 212.

Os Judeus Erraram Não Estudando As Escrituras Na Luz do

Propósito Moral de Deus. Uma Advertência para Hoje

Os religionistas judeus eram mestres no conhecimento externo das

Escrituras, não obstante, com toda a sua leitura do Velho Testamento,

não entendiam as jprofecias. Não somente as profecias se cumpriram

abundantemente diante de seus olhos, mas eles mesmos ajudavam a

cumpri-las, e não obstante estavam demasiado cegos espiritualmente

para reconhecer seu cumprimento. Pedro declarout "E todos os profetas,

a começar com Samuel, assim todos quantos depois falavam, também

anunciaram estes dias." (Atos 5:24). Paulo proclamou: "E quando eles

(os judeus), cumpriram tudo quanto dEle estava escrito... a promessa que

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Escatologia Bíblica 76

fora feita aos pais, Deus cumpriu o mesmo a nós seus filhos, em ter Ele

levantado a Jesus outra vez." Atos 15:27-55).

Quando as profecias Velho Testamentaes, que os judeus conheciam

tão bem, eram "lidas todo sábado," foram cumpridas tão

cuidadosamente, como podiam ser tão cegos a seu cumprimento?

Especialmente quando eles ingloriamente ajudaram a cumpri-las? Em

Atos 15:27, nos é dito a razão: “Pois os que habitavam em JeruJalém, e

as autoridades, não conhecendo a Jesus nem os ensinos dos profetas que

se leêm todos ps sábados, quando o condenaram, cumpriram as

profecias." Porque não conheciam a Jesus porque não estavam bem com

Deus que enviara a Jesus – eles liam mal as profecias do Velho

Testamento com respeito à vinda do Messias e o estabelecimento do Seu

reino. Se tivessem aceito a Jesus como seu Senhor, este lhes teria dado

liberdade do pecado, e com poder para viver uma vida pessoal de

vitória,teria vindo discernimento espiritual para verem o propósito moral

da profecia.

Um escritor, disse: “Os guias judaicos tinham estudado os ensinos dos profetas a respeito

do reino do Messias; haviam-no feito, porém, não com o sincero desejo de conhecer a verdade, mas com o desígnio de encontrar provas para apoiar suas ambiciosas esperanças.” DTN, 212.

Se tivesse havido harmonia no coração com o propósito de Deus,

teria havido discernimento para entender aquele propósito.

A interpretação correta das profecias relacionadas aos eventos

futuros e presentes, quando examinados, demonstrarão harmonia com a

experiência cristã presente. Quanto mais soubermos do caráter de Deus,

e quanto mais nos tornamos como Ele, tanto mais estaremos qualificados

experimentalmente a compreender as Escrituras. "Que o Deus de nosso

Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos conceda espírito de sabedoria e

de revelação no pleno conhecimento dEle: iluminados os olhos do vosso

coração." (Efés. 1:17 e 18). "Crescei na graça, e no conhecimento de

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Escatologia Bíblica 77

nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo." (2 Pedro 5:18). Quanto mais

crescermos na graça, tanto maior é nosso conhecimento de nosso

Salvador – conhecimento prático e experimental. “A alma que se volve

para Deus em busca de auxílio, de apoio, de poder, mediante diária e

fervorosa oração, terá aspirações nobres, percepções claras da verdade e

do dever,” (O Maior Discurso de Cristo, p. 85).

"Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede

da boca de Deus." (Mat. 4:4). Nosso Senhor copiou de Deut.8:5, onde

esta declaração é dada como a razão moral, porque Deus deu o maná aos

filhos de israel. Ele queria que eles o aplicassem pessoalmente em

conexão com o Salvador. Se os judeus nos dias de nosso Senhor,

experimentassem em seus corações a renovação diária do maná dos Céus

– se estivessem vivendo de toda a palavra de Deus – eles teriam aceito

com prazer a aplicação espiritual do Salvador da dádiva do maná a Ele

mesmo. (Veja São João 6:31-66). "Muitos, portanto de Seus discipulos,

quando ouviram isto, disseram: Esta é uma declaração dura; quem a

pode ouvir.... Desde este tempo muitos de Seus discípulos voltaram

atrás, e não andavam muito com Ele). Suas vidas não estavam em

harmonia com as Escrituras, por isto não O entenderam.

Os judeus estudavam as profecias, mas sem compreensão espiritual

Ao declinar a condição espiritual de uma igreja, mais atenção é

dada às partes externas da religião e menos às internas – uma casca –

morta em vez de um grão vivo. Causas literais que têm sido instituídas

por causa de seu significado espiritual, perdem seu sentido espiritual, e o

serviço da igreja degenera em formalismo; a letra é encarecida ao o

espírito se evaporar. Assim foi na experiência do antigo Israel, e tem se

repetido na experiência da Igreja Cristã.

“Os judeus perderam a vida espiritual de suas cerimônias,

apegando-se às formas mortas.” (DTN, 29).

Page 78: Apostila da Andrews University - Escatologia Bíblica

Escatologia Bíblica 78

Como um exemplo da perda da visão dos judeus, note o seguinte

extrato: “Deus dissera a Moisés com referência a Suas ordenanças: „Também

as atarás por sinal na tua mão e te serão por testeira entre os teus olhos.‟ Deut. 6:8. Essas palavras têm profunda significação. À medida que a Palavra de Deus é meditada e posta em prática, o homem todo é enobrecido. Num trato justo e misericordioso, as mãos revelarão, como um selo, os princípios da lei divina. ... Os olhos, dirigidos para um nobre fito ... Pelos judeus dos dias de Cristo, porém, todas estas coisas não eram discernidas. O mandamento dado a Moisés fora interpretado no sentido de que os preceitos da Escritura deviam ser usados sobre o corpo. Eram, portanto, escritos em tiras de pergaminho e presos, muito ostensivamente, em torno da cabeça e dos pulsos.” (DTN, 612).

Sua orgulhosa disposição de apresentar uma aparência de justiça

aos olhos de seus semelhantes, levou-os a interpretar as Escrituras de

acordo. Se tivessem sido mansos e meigos de coração, eles teriam

percebido a importância espiritual de Deut. 6:8.

Isaias profetizara: "A glória do Senhor se manifestará, e toda a

carne a verá, pois a boca do Senhor o disse. (Isa. 40:15). Mas antes da

visível glória de Deus, seria manifesta por ocasião do segundo advento, a

gloria espiritual de Deus seria revelada no caráter e na vida do Senhor

Jesus, se os judeus t.ivessem apreciado a comunhão com Deus e

entendido Seu caráter eles teriam discernido a glória de Deus na vida de

Jesus e teriam visto que o profeta falou da revelação da glória espiritual

antes da glória literal de Deus ter sido revelada.

A necessidade dos judeus da visão espiritual foi também ilustrada

pela sua cegueira ao significado da profecia em Ageu 2:7-9. Comentando

sobre esta profecia, o autor de O Grande Conflito , págs. 23 e 24, diz: “Este templo (o de Salomão) foi o edifício mais magnificente que o

mundo já viu. Contudo o Senhor declarou ... „A glória desta última casa será maior do que a da primeira.‟... Então foi feita a promessa de que a glória desta última casa seria maior do que a da anterior. Mas o segundo templo não igualou o primeiro em esplendor; tampouco foi consagrado pelos visíveis

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Escatologia Bíblica 79

sinais da presença divina que o primeiro tivera. Não houve manifestação de poder sobrenatural para assinalar sua dedicação. Nenhuma nuvem de glória foi vista a encher o santuário recém-erigido. ... Durante séculos os judeus em vão se haviam esforçado por mostrar que a promessa de Deus feita por Ageu se cumprira; entretanto, o orgulho e a incredulidade lhes cegavam a mente ao verdadeiro sentido das palavras do profeta. O segundo templo não foi honrado com a nuvem de glória de Jeová, mas com a presença viva dAquele em quem habita corporalmente a plenitude da divindade ... Com a presença de Cristo, e com ela somente, o segundo templo excedeu o primeiro em glória.”

Se os judeus tivessem estado bem com Deus, eles teriam

reconhecido a grandeza e a glória de Deus, brilhando no caráter de

Cristo; eles teriam visto desta maneira o cumprimento da profecia de

Ageu. Quando Jesus disse: "Pois eu vos digo: Aqui está quem é maior

que o templo." (Mat. 12:6), eles teriam reconhecido a presença de Deus,

a quem somente eles pensavam maior que o templo. (Veja 2 Crôn. 618).

Eles teriam visto o cumprimento da profecia de Mal. 5:1: "De repente

virá ao seu templo o Senhor."

Jesus também disse: "A rainha do Sul se levantará no juízo com

esta geração, e a condenará; porque veio das campinas da terra para

ouvir a sabedoria de Salomão. E eis aqui está quem é maior do que

Salomão." Se os judeus tivessem lido a história do Velho Testaniento

direito, eles teriam visto que a história de pessoas notáveis, tais como

Salomão, estava registrado nas Escrituras para tipificar a vinda de

alguém maior, mesmo o Messias a tanto tempo prometido, e quando

Jesus fez estas declarações, eles teriam visto facilmente o glorioso

privilégio que era deles.

O Velho Testamento contém muitas predições com respeito ao

reino do Messias. "No tempo... quando nosso Senhor apareceu, existia uma expectativa

geral entre os judeus da vinda do Messias, e Seu reino era chamado „o mundo por vir‟, „a Jerusalém Celestial‟, „o reino dos céus‟, ou „o reino de Deus‟. Para entrar no reino era preciso tornar-se Seu discípulo. Os judeus

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tinham concepções muito erradas de sua natureza; e era necessário que nosso Senhor os corrigisse. Isto Ele faz nos ensinos de Si mesmo, e dos Seus discípulos. A natureza do reino de Deus deve ser aprendida, portanto, do Novo Testamento." (Augu's Bible Handbook, pág. 205)

Quando o Messias veio, "aos Seus", "os Seus não o receberam".

(João 1:11). Os judeus rejeitaram a Cristo, porque sua interpretação do

Velho Testamento do reino esperado, não era o que eles queriam. Seus

corações não estavam preparados para a espécie de reino que Ele

pregava.

Disse o escritor já citado: "Alguns dos fariseus tinham vindo a Jesus, exigindo 'quando o reino de

Deus viesse.' Mais de três anos tinham decorrido, desde que João Batista, dera a mensagem, que como o chamado de trombeta soava pela terra, 'O reino dos céus está aí.' E ainda estes fariseus não viram indicação do estabelecimento do reino. Muitos dos que rejeitaram a João, a cada passo tinham se oposto a Jesus, estavam insinuando que Sua missão falhara. Jesus respondeu: „O reino de Deus não vem com visível a aparência. Não dirão: Ei-Lo aqui ou lá está! Porque o reino de Deus está dentre em vós. O reino de Deus começa no coração. Não olheis aqui ou alí pois manifestações de poder terrestre marcam Sua vinda.... Porque não é atendido por pompa mundana, vós estais em perigo de deixar de discernir a glória de Minha missão.‟ ”

Os judeus olharam para a frente ao tempo em que, com o advento

do Messias, todas as predições com respeito à exaltação de Israel em Seu

reino literal, teriam o seu grande cumprimento. A natureza dupla do

reino do Messias, suas naturezas espirituais não podiam compreender.

Não querendo ver cada natureza dupla profetizada pelos videntes de

Israel, eles falharam em ver a verdade que a primeira fase do reino tinha

que ver com a humilhação e a batalha contra o mal interno. Cristo tinha

que sofrer antes de entrar na glória. (S. Luc. 24:25, 26 e 46; 1 Ped. 1:11)

Igualmente, o "Israel" associado com Ele teria também primeiro que

sofrer antes que reinassem na glória com Ele (2 Tim. 2:16; 1 Ped. 4:l)).

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Escatologia Bíblica 81

O orgulhoso coração humano gostaria de participar na glória, mas

não na humilhação e o sofrimento, que são essenciais para a entrada no

reino. (Atos 14:22). A primeira fase do reino do Messias é o reino da

graça, durante cujo tempo e oportunidade são oferecidos para uma

preparação do coração para a glória vindoura.

"Vida"'é um sinônimo para "o reino de Deus" (Mar. 9:45 e 47; Mat.

18:9) e no reino da graça Jesus dá vida espiritual. No reino da glória Ele

dá vida eterna. Cristo, pelo Seu Espírito, agora reina em todo o coração

na terra sujeito a Ele. (Col. 1:15, 26 e 27; 3:14; 1 João 3:14; 5:11-15;

João 3:3 e 7; Fil. 3:20; Heb. 12:23, margem Efes: 2:6, etc.). Este era o

reino que "estava próximo". (Mat. 3:2; 4:17, etc.). Esta era a mensagem

básica dos sermões de Paulo. (Veja Atos 20:25, 28:23 e 31). As profecias

com respeito ao reino do Messias, estão agora se cumprindo

espiritualmente, mas alguém precisa ter aquele conhecimento espiritual

do Espírito de Cristo habitando em nós, afim de apreciarmos

completamente seu cumprimento hoje.

O falhar em ler as profecias na luz da obra de salvação de Cristo,

levou os judeus a compreenderem mal as profecias que eles conheciam

tão bem. A não ser que nossas interpretações das profecias revelem a

Cristo, nós também falharemos em assimilar seu sentido verdadeiro. Os

judeus foram levados a rejeitar a Cristo por causa de sua errônea

interpretação das profecias com respeito a Israel; eles esqueceram ou

passaram pelo propósito moral das profecias – a salvação pessoal do

pecado. "E chamarás Seu nome Jesus; pois Ele salvará Seu povo dos

seus pecados." (Mat. 1:21). Orgulho espiritual, egoísmo e pecado em

seus corações entenebreceram seu discernimento espíritual. “Ao passo que os israelitas desejavam o advento do Messias, não

tinham um reto conceito da missão que Ele vinha desempenhar. Não buscavam redenção do pecado, mas libertação dos romanos. ... Eles tinham estudado as profecias, mas sem percepção espiritual. ... O orgulho lhes obscurecia a visão. Interpretavam a profecia segundo seus desejos egoístas.” (DTN, pág. 30).

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Os judeus eram literalistas rígidos

Os judeus eram rígidos literalistas na interpretação das Escrituras.

Quando Jesus disse a Nicodemos, "Importa-vos nascer de novo",

Nicodemos esforçou-se para entender Suas palavras literalmente, como

se Jesus se referisse a um nascimento físico. Jesus, de certo se referiu a

um nascimento espirituai. (Veja João 3). Quando Jesus disse: "Destruí

este santuário, e em três dias o reconstruirei. Replicaram os judeus: Em

quarenta e seis anos foi edificado este santuário, e tu em três dias, o

levantarás? Ele, porém, se referia ao santuário do Seu corpo." (João

2:19-21). Sob a autoridade da profecia de Mat. 5:1 e 4:5, os judeus

estavam esperando a Elias literalmente a voltar antes da vinda do

Messias. Isto os levou à pergunta: Como poderia Jesus ser o Messias

sendo que Elias andarão aparecera em pessoa (Mat. 17:10; João 1:21)?

Jesus respondeu à objeção levantada pelos fariseus declarando que a

profecia de Malaquias com respeito à vinda de Elias, foi cumprida no

ministério de João Batista, que Elias era um tipo do Precursor. (Veja.

Mat. 17:11-15). Quando Jesus disse: "Aquele que come minha carne e

bebe meu snague, tem a vida eterna, Ele falava de uma relação espiritual

em termos de tipo Velho Testamento. Os ouvintes judaicos de Jesus,

sendo literalistas, compreenderam mal Suas palavras. O autor de O

Desejado de Todas as Nações, págs. 589-591, dá o seguinte comentário

sobre este incidente no ministério terrestre do Salvador: “A mesma verdade simbolizada na cerimônia pascoal, foi ensinada nas

palavras de Cristo. Mas ficaram ainda por perceber. Então os rabinos exclamaram, irados: "Como nos pode dar Este a Sua carne a comer?" Fingiram compreender-Lhe as palavras no mesmo sentido literal que lhes dera Nicodemos quando perguntara: "Como pode um homem nascer, sendo velho?" João 3:4. ... Torcendo-Lhe as palavras, esperavam indispor o povo contra Ele. Cristo não suavizou Sua simbólica representação.... Os incrédulos judeus recusaram ver nas palavras do Salvador qualquer significação que não fosse a mais literal. Pela lei cerimonial, eram proibidos

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Escatologia Bíblica 83

de provar sangue, e deram agora à linguagem de Cristo o sentido de um sacrilégio, disputando entre si sobre Suas expressões.”

Os judeus eram expositores da profecia "mas sem entendimento

espiritual". Eles não estudavam as profecias à luz do propósito moral de

Deus; eles não estudavam as profecias para que por elas, eles fossem

fortalecidos a vencer o pecado no coração. E, não obstante, foi este o

propósito ao serem elas dadas.

A História se Repete

De modo similar, hoje, muitos milhares de cristãos professos

estudam as profecias e aplicam-nas mal da mesma maneira como o

fizeram os judeus; sua interpretação das profecias concorda com os

judeus que rejeitaram a Cristo e está atualmente oposto aos ensinos

plenos do Novo Testamento. Os judeus apontaram as profecias

retratando o triunfo de Israel sobre seus inimigos (tais como em Ezeq.

38; 59, Joel 3; Zac. 12:14, etc.), e sentiram-se certos da proteção e

bênção de Deus. Hoje, os expositores cristãos ensinam o mesmo como o

fizeram os judeus com respeito àquelas profecias. Ambos não viram as

qualificações espirituais requeridas por aqueles cuja vitória e bênção são

salientados; ambos desejavam ver o propósito moral das profecias.

Nos dias de nosso Senhor, quando os judeus levam a promessa

contida em Jer. 51:51-57, eles aplicavam-no incondicionalmente à sua

nação. Um autor cujos trabalhos evidenciam uma compreensão espiritual

fina, diz: “Os judeus mal interpretavam a promessa do Deus eterno favor a Israel

(as palavras de Jer. 31:33 e 34, são então citadas). „Assim diz o Senhor.... Se falharem estas leis fixas diante de mim (o sol, alua e as estrelas), diz o Senhor, deixará também a descendência de Israel de ser uma nação diante de mim, para sempre.‟ (Jer. 31:35-37). Os judeus consideravam sua descendência natural de Abraão como lhes dando um direito a esta promessa. Mas eles deixaram de ver as condições que o Senhor

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Escatologia Bíblica 84

especificava. Antes de dar a promessa., Ele dissera, „Eu colocarei a minha lei em seu interior, e escreverei em seus corações....‟

“A um povo em cujo coração Sua lei é escrita, o favor de Deus está assegurado.”

O Novo Testamento claramente ensina que a igreja herdou todas as

promessas e bênçãos asseguradas a Israel. Aos judeus Jesus disse: “O

reino de Deus vos será tirado (Israel literal), e será entregue a um povo

(Israel espiritual), que lhe produza os respectivos frutos.” (Mat. 21:43).

Aqueles que produzem os “frutos do Espírito” (Gál. 5:22 e 23), no

vinhedo do Senhor (Mat. 21:33-43; João 15:1-11, etc.), são garantidas a

bênção e proteção de Deus. “Vós (a igreja) sois,... nação santa.” (1 Ped.

2:9). Que a igreja é agora a nação de Israel, é mantido através do Novo

Testamento. Este fato tem sido encarecido por muitos comentadores

bíblicos estimados. Nós citaremos um, representando um grau de número

de outros qie poderiam ser citados: “A Igreja cristã absorve a judaica, herda seus privilégios, e adota com

significado mais amplo e mais nobre, sua fraseologia.... O Israel de Deus, a igreja de Cristo, toma o lugar do Israel nacional." (Ellicot‟s Commentary, Notes on Revelation, págs. 96, 125).

Não pode ser salientado em demasia que esta declaração exprime o

clara e freqüentemente repetido ensino do Novo Testamento, e a

explicitamente citada declaração das igrejas Protestantes e seus

comentadores. Porém elas o inimigo da verdade tem estado trabalhando

assiduamente para cegar o povo à verdadeira interpretação das Escrituras

de maneira que não vejam o propósito moral das profecias que é vital

para eles compreenderem nesta hora de destino. A crença comprovada

pelo tempo na igreja, de que as profecias biblicas do Velho Testamento

encontraram seu claro cumprimento mais amplo e moral no Novo

Testamento, está sendo abandonado em troca. de um relativamente novo

e decididamente revolucionário ensino criando Dispensacionalismo que

declara que estas profecias "saltam por cima" a idade da Igreja, e serão

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Escatologia Bíblica 85

literalmente cumpridas num século de domínio judaico, que o seguirá.

Este ensino revolucionário revisa drasticamente a interpretação do livro

do Apocalipse, e os estudantes do Apocalipse deviam considerar com

oração, se sua interpretação daquele livro é influenciada pelos princípios

do futurismo. Escrevendo e condenando este sistema de interpretação, o

Dr. Oswald T. Allis aponta seu erro fundamental:

“O Dispensacionalismo tem sua origem num literalismo faltoso

antiescriturístico que, no importante terreno da profecia, ignora o típico e

preparatório caráter do Velho Testamento.... Este sistema

Dispensacionalista de interpretação das Escrituras é muito popular hoje,

as razões não estão muito lonçe. A interpretação literal parece tornar o

estudo bíblico fácil. E também parece reverente. E argúi da seguinte

maneira: „Deus deve ter dito o que Ele quer, e deve significar justamente

o que Ele disse; e o que Ele disse é para ser tomado justamente como Ele

o disse, isto é, literalmente.‟ Mas o Novo Testamento torna bem claro

que a interpretação literal era uma pedra de tropeço aos judeus.

Escondem-lhes as mais preciosas verdades da Escritura. O templo e seu

culto eram típicos do trabalho sumo-sacerdotal de Cristo (João 2:19).

Mas os judeus deixaram de compreender sua aplicação dela a si mesmos,

e usaram suas palavras para causar sua destruição (Mat. 26:61)... Ele

veio para cumprir a lei e os profetas. Mas o cumprimento que Ele

ofereceu aos judeus era tão diferente de seus literais e carnais desejos e

expectação que eles enviaram seu Rei ao caivario." (A Profecia e a

Igreja, págs. 256, 258).

A história se repete. Os judeus anelavam um domínio terrestre e

temporal. Eles pediam o cumprimento incondicional e literal das

profecias concernentes a “Israel”, recusando-se a ver que eles perderam

seu direito a eles por causa de sua falha de satisfazer as condições. Por

causa de suas falsas interpretações das profecias concernentes ao reino

prometido a Israel, os judeus rejeitaram a Cristo e Seu reino espiritual.

De modo similar, hoje muitos professos cristãos, caem no mesmo erro de

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Escatologia Bíblica 86

interpretação das profecias concernentes a “Israel” num sentido literal e

Palestino, deixando de ver que os judeus, por sua rejeição e crucifixão de

Cristo, perderam todo o direito para eles. Como o sistema de

interpretação literal, e centro Palestino foi o meio de os judeus rejeitarem

a Cristo e Seu reino espiritual, assim, hoje o sistema da interpretação

literal, e centro Palestino – O Futurismo – leva as pessoas a entender mal

e rejeitar a mensagem última de Cristo, referem-se aos últimos

acontecimentos em Seu reino espiritual de Israel. Esta mensagem é

claramente enunciada no 1ivro do Apocalipse, mas por causa de suas

frases de terminologia Velho Testamental, seu propósito presente e

moral não é entendido por aqueles que seguem o sistema de

interpretação Futurística.

Por causa da imagem pertencente a Israel, tão abundantemente

usada no livro do Apocalipse, os futuristas dizem que é um livro que

largamente pertence ao judeu literal na Palestina. Falham em

compreender o princípio do Novo Testamento que a terminologia Velho

Testamental é agora empregada em um sentido espiritual de âmbito

mundial em conexão com a igreja, é responsável por muita confusão

teológica. “Israel” é a palavra-chave que abre os problemas proféticos –

especialmente aqueles do livro do Apocalipse. Somente quando se

relacionam à igreja podem as profecias ser imediatamente entendidas.

Muitos comentadores corretamente enfatizam que “o simbolismo do

Apocalipse é inteiramente e exclusivamente judaico; somente israelitas

espirituais podem entender as profecias do Apocalipse”. Calcula-se que

ao menos 550 citações do Velho Testamento são encontradas no livro do

Apocalipse.

O seguinte extrato do The Revelation of St. John, pelo Prof. W.

Willigan, D. D., págs. 27-50, ilustram o que outros têm apontado com

respeito à natureza exclusivamente. judaica do Apocalipse: “A igreja cristã, mesmo entre os gentios, tinha sido enxertada sobre o

tronco de Davi. Ela tinha um interesse em Sião e Jerusalém; ela viu em Babilônia o tipo de seus inimigos; ela sentiu-se ser o verdadeiro Israel de

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Escatologia Bíblica 87

Deus. Ela conhecia bem o tabernáculo e o templo, com seus pilares e incenso, seus diferentes altares, com as vestes sumo-sacerdotais, com o candeeiro de ouro de sete braços, com a arca do concerto, com o maná escondido, e com pergaminhos escritos tanto por dentro como nas costas. Estes símbolos eram portanto intimamente adotados à sua condição, e devem ter sido compreendidos por ela com poder peculiar.

“Mas o simbolismo do Apocalipse é inteira e exclusivamente judaico. Mesmo a coroa da vida no cap. 2:10, não é a coroa do vencedor dos jogos Gregos, mas a coroa hebraica da realeza e gozo – a coroa do „rei Salomão com a coroa com que sua mãe o coroou no dia do seu desposório, no dia do júbilo do seu coração.‟ (Cant. 3:11). A „pedra branca‟, com o novo nome escrito nele, do cap. 2:17, não é sugerido pela pedra branca que, lançada em cortes pagãs de justiça, para dentro da caixa de jogo, exprimia o perdão de juiz do prisioneiro na corte, mas com toda a probabilidade pela placa brilhante usada pelo sumo sacerdote sobre a sua testa. E todos os bons comentadores estão de acordo que as plamas do cap. 7:9, não são as palmas de vencedores pagãos ou na batalha ou em jogos, mas as palmas da Festa de Tabernáculos quando, no mais alegre de todos os seus festivais nacionais, Israel comemorou a vida de independênicia na qual ela entrou, quando ela marchou de Rameses a Sucote, e trocou suas residências nos campos quentes de tijolos do Egito, pelo ar livre do deserto, e as „câmaras‟ que ela erigiu no campo aberto. Os símbolos do Apocalipse devem ser julgados com os sentimentos de um judeu, e não com os de nosso próprio juiz ou século.”

Depois de apresentar outros detalhes de “Israel” no Apocalipse, o

Prof. Willigan continua: “Se das trombetas nós passarmos às penelas os seguintes particulares

chama nossa atenção: “1) A própria menção de panelas imediatamente nos ligam, não com o

mundo, mas com a Igreja. As vasilhas assim denominadas não eram vias, mas panelas ou bacias, grandes ou baixas, e não estreitas e fundas. Elas eram os presentes apresentados pelos príncipes das doze tribos de Israel, para o serviço do Tabernáculo (Núm. 7), e elas eram usadas para ofertas no altar de ouro do santuário, o incenso que tinha sido aceso por brasa do altar na corte. Eles eram instrumentos de serviço religioso, e eram peculiarmente específicas, de acordo com a lei da recompensa em espécie, permeando

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todo o Apocalipse, para conter estes juízos do Todo-poderoso, que foram designados... para a igreja infiel... (as pragas, primeiramente, caem sobre a Babilônia espiritual – a igreja apostatada).

“2) Uma semelhante observação aplica-se ao fato que, como é mencionado em Apocalipse 15:6, os anjos que carregam as sete últimas pragas, saem do „templo‟ ou oráculo interno do tabernáculo do testemunho no céu, vestidos como sacerdotes, em puro linho branco e com cintos de ouro.

“O livro está absolutamente baseado nas memórias, nos incidentes, os pensamentos, e na linguagem do passado da igreja. A tal ponto é assim, que pode ser posto em dúvida se ela contém uma singular figura não extraída do Velho Testamento, ou uma simples sentença completa nem mais nem menos construída de materiais da mesma fonte. Nada pode transmitir uma impressão completa e adequada sobre o ponto, exceto o cuidadoso estado do próprio livro neste aspecto particular de seus conteúdos.”

E então ele enumera exemplos das muitas pessoas, lugares,

incidentes, etc., associados com o antigo Israel e mencionadas no

Apocalipse. O Prof. Willigan então continua: “O grande terremoto do capítulo 16 é tirado de Ageu; o sol se tornando

negro como cabelo de pano de saco, e a lua tornando-se em sangue do mesmo capítulo, de Joel; as estrelas dos céus caindo, a figueira lançando seus figos temporãos, os céus partindo como um rolo, no mesmo capítulo, de Isaías; os gafanhotos do capítulo 9, de Joel; o ajuntamento do vinho da terra no capítulo 14, de Joel; e o pisar do lagar no mesmo capítulo, de Isaías; as asas da águia sobre a mulher é levada à proteção no deserto são as de Deuteronômio e Isaías, e toda a descrição da Nova Jerusalém, no capítulo 21, é moldada sobre Ezequiel.

“Se nós olharmos às várias da maiores visões, nós teremos a mesma lição ensinada a nós – do trono nos céus no capítulo 4, tendo o seu propósito em Isaías e Ezequiel; da abertura dos selos no capítulo 6, em Zacarias; do da terra do mar no capítulo 13, em Daniel; do da oliveira no capítulo 11, em Zacarias; do da medida do templo no capítulo 21, em Ezequiel e Zacarias, do pequeno livro no capítulo 10, em Ezequiel.

“Ou, uma vez mais, se tomarmos qualquer visão singular e examinarmos os detalhes, nós acharemos que suas várias porções são muitas vezes juntadas de diferentes profetas, ou diferentes partes do mesmo

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Escatologia Bíblica 89

profeta. Assim, na primeira visão do livro, do glorificado Redentor, no capítulo 1:12-20, o candeeiro de ouro são tirados de Êxodo e Zacarias; as vestimentas até os pés, do Êxodo e Daniel; o linho dourado, de Isaías e Daniel; os cabelos como branca lã, dos mesmos dois profetas; os pés como bronze polido, de Ezequiel; a espada de dois gumes, de Isaías e Salmos; o seu rosto brilhava como o sol na sua força, de Êxodo; a queda do vidente como morto aos pés da pessoa que lhe aparece, do Êxodo e Isaías, Ezequiel e Daniel; o pôr da mão direita de Jesus sobre o vidente, de Daniel.

“É impossível alongar sem passar por todos os capítulos, verso e chave do livro, que é um perfeito mosaico de passagens do Velho Testamento, uma vez citado verbalmente, e em outra repetida em distinta alusão, agora tirado de uma cena na história judaica, e agora de dois ou três juntos.... Os livros sagrados deste povo tinham sido mais do que familiar para ele. Eles tinham penetrado todo o seu ser.... Em toda a extensão da literatura sagrada ou religiosa não se deve encontrar em nenhuma outra parte tão perfeita fusão da redação dada a Israel, com a mente de alguém que, ou exprimisse as idéias de Israel, ou se manifestasse por meio dos símbolos supridos pela história de Israel, os mais puros e mais elevados pensamentos da fé cristã.

“Se das pessoas, nós formos aos lugares, existe a mesma regra. A Jerusalém e o Monte de Sião e Babilônia e o Eufrates, Sodoma e Egito, todos familiares a nós na história de Israel, têm sua parte a fim de apresentar a santidade e a felicidade dos santos, ou a vinda do juízo, ou os transgressores dos quais os justos têm que se separar. A batalha do Har-Magedom tem indubitável referência a uma ou a outra senão ambas, das duas batalhas ligadas no Velho Testamento na planície do Megido. (Juízes 5:14; Sal. 83:4; 2 Reis 23:29) ...

“Embora nada possa explicar o último ataque sobre os santos como um ajuntamento de Gogue e Magogue dos quatro cantos da terra, mas o fato que estes nomes já haviam sido consagrados a um propósito similar nas profecias de Ezequiel. (cap. 38 e 39). (Ibid. 72 e 73).”

Um comentário da Bíblia, por Bispos e outros clérigos da Igreja

Anglicana, diz a respeito de Apocalipse 20:8: “Os termos „Campo‟ e „Cidade‟ são imagens emprestadas da condição

de Israel no deserto e na Terra Prometida. (Êxo. 14:19; Sal. 107:36).”

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“O ênfase “Hebraico” atravessa todo o Apocalipse. Mesmo as muitas palavras gregas, João dá um forte colorido hebraico.”

Notem o seguinte extrato tirado da pena do Prof. Willigan, D.D.: “O escritor então encarece, intencionalmente o hebraico... (ele

hebraíza). Nada pode ser mais claro que sua declaração (Ewaldo), que a imitação do idioma hebraico no Apocalipse vai tão longe que leva a minha mudança na construção grega, tendo em vista imitar as construções da língua hebraica.” (Willigan’s The Revelation of St. John, pág. 260).

Mencionando Apoc. 9:11, o professor declara: “Quando nós procuramos a raiz da palavra grega Apoliom ... nós

descobrimos que ela exprime o mesmo significado como em hebraico.”

Urias Smith, em seu Daniel and the Revelation, pág. 479, aos

comentar sobre Apoc. 9:11, diz: “Seu nome. Em hebraico, Abadom, o destruidor; em grego, Apoliom,

alguém que extermina ou destrói. Tendo dois diferentes nomes em duas línguas, é evidente que o caráter, antes que o nome do poder, entende-se que representa... como o expresso em ambas as línguas ele é um destruidor.”

Ao descrever a destruição dos inimigos da igreja, João procura

encarecer o simbólico “lugar que em hebraico se chama Armagedom”

(Apoc. 16:16). Como as qualidades do poder e não seu nome literal é

expresso no nome hebraico de Apoc. 9:11, assim é por causa das

qualidades ou do significado na língua hebraica da palavra Armagedom

que é mencionada em Apoc. 16:16. O significado do Armagedom é dado

por Christopher Wordsworth: “Armagedom ou Har-Magedom é formado

de duas palavras hebraicas – a primeira, Har, significa uma montanha; a

outra, em pedaços; e assim significa a Montanha de Extermínio ou

Matança.”

O Ellicott’s Commentary declara: “O grego é moldado pelas tendências hebraicas do escritor! ... Assim o

colorido forte hebraico é precisamente o que devemos esperar de alguém... constantemente falando sobre as esperanças e profecias Messiânicas.”

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Escatologia Bíblica 91

“A prevalência das influências hebraicas notáveis no Apocalipse, poderiam muito bem calhar com a data posterior.”

“O intérprete é facilmente reconhecido pelas conjurações externas, e não dá muita atenção aos princípios éticos espirituais íntimos... Destes princípios o principal parece ser o seguinte: (1) as passagens raízes nas profecias do Velho Testamento têm que ser consideradas.”

No The New Testament in Greek, General Epistles and Revelation,

o Bispo C. Wordsworth, declara: “A dicção do livro do livro do Apocalipse é mais hebraísta do que a de

qualquer outra porção do Novo Testamento. Ela adota expressões idiomáticas hebraicas e palavras hebraicas. Ela de modo estudado evita as leis da Sintaxe Gentílica e até corteja anomalias e solecismos; ela cristianiza palavras hebraicas, e sentimentos, e veste-os com vestimenta evangélica, consagra-as a Cristo. Assim, por exemplo, ela nunca usa a forma grega Hierosacluma, mas sempre emprega o hebraico Hierusalem; e por esse nome nunca designa o literal, Sião, mas a Igreja Cristã.”

O Bispo C. Wordsworth, por muitas ilustrações mostra o ambiente

hebraico, e o seu sentimento, etc., que prevalece através do Apocalipse.

Ele ainda diz: “Num espírito similar de genuína catolicidade, expandindo a mente e

espiritualizando a linguagem da nação judaica, e investindo-as com a luz do Evangelho designa a Igreja Universal de Cristo sob os termos de uma nomenclatura hebraica pelos nomes das Doze Tribos de Israel. Assim ela estende a compreensão do povo hebreu, e desenvolve os muros de Sião e os limites da Palestina até que incluam em seu ambiente amplo à família da humanidade. O Apocalipse também eleva o coração e a voz da nação hebraica até a corte da igreja glorificada. Aqui a língua hebraica soa no solene serviço do ritual celeste, em que o coro angélico canta conosco a Deus, „Amém‟, „Aleluia‟... Ela lida de maneira similar com a profecia hebraica. É uma das características da profecia hebraica o repetir as mesmas predições em tempos diferentes. O Apocalipse procede num plano similar.”

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Escatologia Bíblica 92

Falácia Fundamental do Futurismo

O livro do Apocalipse foi escrito à igreja de Jesus Cristo. (veja

Apoc. 1:11; 22:16; 2:7, 22, 29; 3:6, 13, 22, etc.), e no seu fim nosso

Senhor disse: “Eu, Jesus, enviei o meu anjo para vos testificar estas

coisas às igrejas.” (Apoc. 22:16). Porém, apesar das citações do próprio

Senhor dadas no Apocalipse, e apesar dos plenos ensinos do Novo

Testamento que a igreja é agora “o Israel de Deus” (Gál. 6:16, etc.), os

Futuristas declaram que porque ela contém santas imagens pertencentes

a “Israel”, ela lida principalmente com o judeu literal na Palestina!

Para devidamente apreciar qualquer ensino, sempre é necessário

observar cuidadosamente seus princípios básicos. Usemos a Bíblia do

Dr. Scofield (que fala pelo Futurismo), que nos cita o princípio básico do

Futurismo:

O Futurismo nega “que a Igreja é o verdadeiro Israel, e que a

previsão do Velho Testamento do reino está cumprido na Igreja.” (pág.

989).

Isto é, como já mostramos, a contradição direta do pleno ensino do

Velho Testamento, e também o ensino comprovado pelo tempo da igreja

cristã por centenas de anos. Os Futuristas ignoram as declarações claras

da Escritura que “a ira, porém, sobreveio contra eles (a nação literal de

Israel) definitivamente!. (1 Tess. 2:16); que como nação eles têm sido

tão quebrados que eles “não podem mais refazer-se” (Jer. 19:11); e que

Cristo explicitamente lhes declarara: “o reino de Deus vos será tirado e

será entregue a um povo (a igreja, 1 Pedro 2:9), que lhe produza os

respectivos frutos.” (Mat. 21:45).

Os Futuristas, que não são guiados pelo ensino do Novo

Testamento, que o Israel espiritual – a igreja – tomou o lugar do Israel

nacional, ainda constrói suas doutrinas e suas esperanças para o mundo

sobre uma crença num cumprimento Palestino e literal das profecias

pertencentes a Israel. Assim a Bíblia de Scofield, na página 1.226,

comenta: “A promessa do reino de Davi, e sua semente, descrita nos

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Escatologia Bíblica 93

profetas (2 Sam. 7:8-17, referências Zac. 12:8), entre o Novo Testamento

absolutamente não mudado (Lucas 1:31-33). Mas Scofield não vê o fato

que, quando a Igreja herda tudo que pertencia a Israel (num sentido

maior), ela também herda a fraseologia do Israel nacional: As mesmas

palavras e designações se referem a ambos. Em outras publicações, o

escritor deu muitos exemplos, tirados do Novo Testamento. Não existe

mudança na fraseologia empregada no Novo Testamento, mas, existe

positivamente uma mudança com respeito ao povo a quem essas

profecias e designações agora se aplicam. No Novo Testamento, a igreja

é mencionada na linguagem empregada no Velho Testamento, com

respeito a Israel. As profecias e bênçãos que nalgum tempo se referiam

ao Israel Nacional, mas agora se referem a Igreja. Porque a igreja e seus

inimigos, são assim descritos no Apocalipse, os Futuristas vêem apenas a

nação judaica literal e a Palestina nas muitas referências às coisas de

Israel, contidas no livro do Apocalipse. O Apocalipse pode ser

devidamente entendido, se o propósito moral discernido, unicamente

quando os eventos históricos do Velho Testamento, pessoas, nomes,

números, cores, etc., são aplicados espiritualmente em relação com

Cristo e Sua igreja.

Semelhantes à teologia judaica nos dias de Jesus, o Futurismo se

baseia, sobre uma interpretação rígida, literal da Escritura. Com respeito

a esta posição Futurista, o Dr. O. T. Allis, diz: “É a pretensão insistente de seus advogados, somente quando

interpretado literalmente, a Bíblia verdadeiramente interpretada; e eles denunciam como 'espiritualizantes' ou 'alegoristas' aqueles que não interpretam a Bíblia com o mesmo grau de literalismo como eles fazem... a questão da interpretação literal versus figurada é, portanto, uma que tem que ser encarada desde o começo. E deve ser observado de uma vez que o item não pode ser afirmado como uma simples alternativa, quer literal, quer figurada. Nenhum literalista, embora exigente, toma tudo na Bíblia literalmente. Nem o fazem os que se inclinam a um método mais figurado de interpretação, insistem que tudo é figurado. Ambos os princípios têm o seu lugar próprio e suas limitações necessárias... os mais preciosos ensinos da Bíblia, são espirituais; e essas realidades espirituais e celestiais são muitas

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Escatologia Bíblica 94

vezes apresentadas sob a forma de objetos terrestres e relações humanas... e coisas espirituais são mais reais e mais preciosas do que as cousas visíveis, tangíveis, e efêmeras. Para 'as cousas representadas têm muito mais realidade e perfeição em si, do que as coisas pelas quais as representamos'. As palavras 'este é o meu corpo', não perdem, mas ganham, em significado, quando o sentido literal, é rejeitado como não escriturístico." (Prophecy and the Church, págs, 16-18).

Mais Falhas Futurísticas

A aderência ao princípio que as profecias que são formuladas em

terminologia pertencente a “Israel” tem que se cumprir literalmente, em

relação literal aos judeus, adia o cumprimento em algum tempo no

futuro. Assim os Futuristas, por não poderem estas profecias ser

consideradas como tendo se cumprido ainda, ou como sendo capazes do

cumprimento neste presente século, referem o seu cumprimento para

após o "arrebatamento" da igreja. Está além do escopo deste esboço,

necessariaiente limitado, discutir o assunto em seus muitos detalhes.

Porém, nós salientamos que os Futuristas ensinam que as peculiaridades

junaicas, serão reavivadas; os sacrifícios serão novamente oferecidos.

Scofield, procurou solver a dificuldade, confrontada por numerosos

textos do Novo Testamento, que explicitamente ensinam que o ritual

mosaico de sacrifícios e o sacerdócio Aarônico, foram abolidos, e que o

sistema típico Velho Testamental de expiação, acha seu cumprimento na

expiação e mediação sumo-sacerdotal do Senhor Jesus Cristo. Diz

Scofield: “Indubitavelmente estas ofertas serão lembanças, que olham ao

passado para o futuro da cruz como as ofertas sob o velho concerto, eram

antecipatórias, qu'e olhavam para o futuro tempo da cruz.” (pág. 890).

Nisto, como em muitas outras ilustrações que poderiam ser dadas, nós

vemos o triste resultado de seguir um sistema de interpretação que exige

que as coisas pertencentes a “Israel”, devem se cumprir, literalmente.

Para o Futurismo, é uma suficiente condenação acusadora, que ele

relega ao futuro o cumprimento de tais profecias como Zac. 13:1

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Escatologia Bíblica 95

(“naquele dia haverá uma fonte aberta para a casa de Davi e para os

habitantes de Jerusalém, para remover o pecado e a impureza”), e Daniel

9:24. O comentário Futurista é: “O dia ainda é futuro, quando uma fonte

será aberta para a iniqüdade do povo de Daniel (Zac. 13:1), e a justiça

for dispensada por eles”.

Existe o princípio empregado pelos profetas bíblicos de falar de

eventos de ambiente mundial que, à primeira vista parecem indicar que a

Palestina deve ser o lugar de seu cumprimento. Mas um estudo mais

cuidadoso revela que toda a história da salvação está sintetizada em

fraseologia semelhante. Assim o todo das coisas literais locais na

economia mosaica, predisseram eventos mundiais em conexão com a

igreja cristã. (Veja 1 Cor. 10:6 e 11, margem). Esta tem sido a crença dos

intérpretes protestantes por séculos e anos, como pode ser visto nos

títulos da versão King James. Embora sintetizado em fraseologia

indicadora que a fonte da purificação seria literalmente em Jerusalém,

mas a maioria dos cristãos aplicamam este verso como se referindo à

corrente vermelha que fluiu do Salvador por Sua morte no Calvário. Nós

podemos todos simbolicamente, ou pela fé, mergulhar nessa preciosa

fonte onde quer que nos localizemos literalmente na terra. O hino

familiar de Cowper, “Existe uma fonte cheia de sangue”, deve a sua bela

embora dolorosa imagem a este verso. Comparando Zac. 13:1 e Ezeq.

47:1-12, nós vemos o pensamento em Zac. 13:1, que água é símbolo da

purificação e limpeza. (Veja também Ezeq. 36:25; Apoc. 7:14, etc.). A

recusa de ver a importância simbólica das Escrituras, empregam pelo

Espírito Santo de transmitir verdades é a base dos erros do catolicismo

romano.

Futurismo e o Livro do Apocalipse

Como o fizeram os judeus, assim o fazem os futuristasa – eles

deixam de discernir o propósito moral presente das profecias

pertencentes a “Israel”. A terminologia Velho Testamental é empregada

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Escatologia Bíblica 96

no Apocalipse, porque a igreja foi ocupar o lugar de Israel, porque a

igreja é “Israel”.

Deus tinha uma razão moral para dar a Jacó, o nome de “Israel” –

porque seu caráter foi mudado, após uma noite de oração. (Veja Gên. 32:

24-50; Osé. 12:3 e 4). Jesus é o rei de Israel (Veja S. João 1:49). E “o rei

de Israel”, que conhece Seus filhos, disse a Natanael (que gastara algum

tempo com seu Deus em oração no segredo de uma frondosa figueira):

“Eis um verdadeiro israelita em quem não há dolo.” (S. João 1:47-49).

“Os restantes de Izrael” (Sof. 3:13), serão aqueles dos quais é dito: “Na

sua boca não se achou engano” (Apoc. 14:5). Um verdadeiro israelita

(como Jacó e Natanael, etc.), sabe por experiência o que significa

derramar a alma diante de Deus, apegando-se a Ele e confiando em Seu

amor e misericórdia. Somente os que assim comungam com Deus e que

“não têm engano”, podem completamente compreender e aceitar a

mensagem do Apocalipse. O Apocalipse, pode ser compreendido

somente à luz dos tipos literais do antigo Israel. Ao ser rejeitado este

princípio pelos futuristas, eles não podem entender o propósito moral,

presente da maioria das profecias do Apocalipse. Eles aplicam-nos

literalmente em conexão com o judeu literal da Palestina. Como nada

ainda aconteceu literalmente, de acordo com a sua interpretação destas

coisas de “Israel”, portanto, dizem eles essas coisas devem ser futuras.

Desta maneira raciocinaram os judeus nos dias de Cristo e O rejeitaram.

Desta mesma maneira os Futuristas estão cegos aos cumprimentos do

presente das profecias apocalípticas e .rejeitam a mansagem vital de

Cristo para eles hoje.

A concepção futurissta, declara que o anticristo e as profecias

relacionadas à sua “guerra”, feita aos “santos” lida com uma pessoa

ainda está para aparecer, e fazer seu trabalho mortal, contra o judeu

literal na Palestina. O sistema futurista de interpretação tem sido mantido

pelo papado, porque ele aponta a um anticristo militar – uma pessoa

literal – a surgir na Palestina no futuro, e assim distrai a atenção para não

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Escatologia Bíblica 97

ver o papado como o anticristo – uma organização espiritual retratada no

Apocalipse.

A questão de se o “Armagedom” é empregado em sentido literal ou

simbólico, leva-nos à decisão sobre que sistema de interpretação nós

usamos. O Futurismo ensina que todos os ensinos judaicos no

Apocalipse, são considerados literalmente – incluindo o “lugar

denominado na língua hebraica, Armagedom.” “Armagedom” dizem

eles, é uma batalha literal, militar, durante a qual o Senhor liberta os

judeus literais, remanescentes na Palestina, de seus inimigos nacionais

dirigidos pela besta e o falso profeta. Quando “Armagedom” é

interpretado de acordo com o princípio estabelecido no Novo

Testamento, isto é, que a Igreja é agora o Israel de Deus, “Armagedom”

é visto ser um conflito espiritual que envolve a igreja e os princípios

morais que ele representa. Quando ensinado como uma batalha militar, a

descrição profética do “Armagedom”, não tem propósito moral; quando

ensinado em relação à destruição dos inimigos da igreja e o triunfo da

igreja, ela contém um propósito moral vital.

A solene advertência de Deus ccntra adorar a “besta” e “sua

imagem” ou receber seu sinal, bem como tantas das profecias atraentes

do Apocalipse, perdem seu propósito moral, para hoje, quando

interpritada de acordo com o sistema futurista, que os aplica ao futuro,

em relação aos judeus literais da Palestina. Aqueles que lêm estas

profecias de acordo com o futurismo, assim agem como expectadores, ou

como aqueles cuja curiosidade mental é estimulada a conhecer que

eventos ocorrerão a outras pessoas que viverão na Palestina no futuro.

Mas o Senhor deu estas profecias como mensagens adultas, como

mensagens vitais para os Seus verdadeiros israelitas que vivem hoje.

O Pentecostes Trouxe Luz Sobre o Propósito Moral da Profecia

Mesmo os discípulos eram lentos no apreciar a interpretação de seu

Mestre das profecias sobre o reino no Velho Testamento. Eles também

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Escatologia Bíblica 98

aguardavam a libertação temporal do jugo romano, e assim não estavam

preparados para o seu terrível desapontamento, quando viram a

crucificação de seu Senhor. Um escrtor declara: “Antes de Sua crucifixão o Salvador explicou a Seus discípulos que Ele

deveria ser morto, e do túmulo ressuscitar... Mas os discípulos aguardavam livramento temporal do jugo romano, ... As palavras de que necessitavam lembrar-se, fugiram-lhes do espírito; e, ao chegar o tempo da prova, esta os encontrou desprevenidos. A morte de Cristo destruiu-lhes tão completamente as esperanças, como se Ele não os houvesse advertido previamente.” (O Grande Conflito, 594)

Se os discípulos tivessem uma compreensão correta das profecias,

eles poderiam ter tido um culto de louvor, reconhecendo o cumprimento

maravilhoso da profecia na morte e ressurreição de seu Senhor. Mesmo

no dia da ressurreição não sabiam a verdadeira interpretação das

profecias concernentes a Israel. Antes de Jesus se revelar aos dois

discípulos de Emaús, Ele explicou as profecias, pois “era-lhes necessário

compreender os testemunhos dados a respeito dEle pelos símbolos e profecias do Antigo Testamento. Sobre estes devia estabelecer-se sua fé. Cristo não operou nenhum milagre para os convencer, mas foi Seu primeiro trabalho o explicar-lhes as Escrituras. Haviam considerado Sua morte a ruína de todas as suas esperanças. Agora Ele lhes mostrou pelos profetas que ali se achava a mais vigorosa prova de sua fé. ...Os milagres de Cristo são uma prova de Sua divindade; mas uma prova mais forte ainda de que Ele é o Redentor do mundo, encontra-se comparando as profecias do Antigo Testamento com a história do Novo.” (DTN, pág. 799).

Idéias velhas custam a morrer, e mesmo subsequente à ressurreição,

os discípulos ainda mantinham idéias errôneas com respeito ao

cumprimento das profecias relacionadas ao estabelecimento do reino de

Cristo. (Atos 1:6). Jesus lhes ordenara pregar: "Está próximo o reino dos

céus" (Mat. 10:7). Mas não antes do Pentecostes, não antes de terem

gasto semanas de oração e no afastamento daquelas coisas que não

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Escatologia Bíblica 99

estavam em harmonia com Cristo, os discípulos realmente penetraram o

propósíto moral das profecias. “Antes de deixar Seus discípulos, Cristo uma vez mais definiu a

natureza de Seu reino. Trouxe-lhes à lembrança as coisas que lhes havia falado anteriormente com relação a esse reino. Declarou-lhes que não era Seu propósito estabelecer neste mundo um reino temporal.” (Atos dos Apóstolos, pág. 30)

“Por causa de seu espírito egoísta e terreno, os próprios discípulos de

Jesus não podiam compreender a glória espiritual que lhes buscava revelar. Não foi senão depois da ascensão de Cristo para Seu Pai, e do derramamento do Espírito Santo sobre os crentes, que os discípulos apreciaram plenamente o caráter e a missão do Salvador.” (DTN, pp. 506, 507).

Não foi antes do derramaamento do Espírito Santo que os

discípulos entenderam a interpretação espiritual das profecias do Velho

Testamento referentes ao reino, depois do Pentecostes, enquanto

ensinava uma salvação literal e física do futuro, eles também que

ensinaram a salvação espiritual, era uma bênção presente. (veja 1 Ped.

1:5; 1 Tess. 5:8; Rom. 13:11; Heb. 9:28; Isa. 25:9, etc.). Os discípulos

não podiam a princípio ver "a glória espiritual" do trabalho de Cristo,

cumprindo as predições do Velho Testamento “por causa de seu espírito

egoísta e terreno”.

Jesus Está Reinando Agora

As Escrituras esclarecem que as profecias referentes ao reino do

Filho de Davi, deviam cumprir-se por Sua morte e ressurreição. (Veja

Atos 2:29, 32; 13:22-24; Rom. 1:4; 2 Tim. 2:8). Paulo pregou o reino de

Deus e de Cristo como uma realidade de então, em que cada erente do

evangelho era, e é trasladado instantaneamente. (Col. 1:12 e 13; 1 Cor.

15:11; Atos 20:24 e 25, etc.). Deus tinha "levantado a Israel um

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Escatologia Bíblica 100

Salvador, Jesus" (Atos 15:22 e 25; Luc. 21:10, 11, 30-32, 68-70; Atos

5:30, 31). Pela operação do Espírito Santo no reino espiritual de graça do

Messias, Cristo está salvando agora, redimindo Israel de "todo o povo"

(Luc. 2:30-32, etc.). Esta salvação está "em Sião" (Joel. 2:32; Rom.

11:26; 9:33:1 Ped. 2:4-7), a igreja, em que Jesus reina.

Quando os discípulos, que ainda pensavam no cumprimento literal

imediato das profecias do reino do Velho Testamento, perguntaram,

"Senhor, será este o teiupo em que restauras o reino de Israel?

Respondeu-lhes Jesus: Não vos compete conhecer tempos ou épocas que

o Pai reservou para sua exclusiva autoridade, MAS, recebereis Poder, ao

descer sobre vós o Espirito Santo" (Atos 1.:6-8). O reino literal será

estabelecido depois da era evangélica terminar o segundo advento, e o

tempo para este evento está escondido do homem, MAS, o cumprimento

das profecias concernentes ao reino do Messias estão se cumprindo

agora pelo poder do Espírito Santo. "Porque o reino de Deus consiste,

não em palavra, mas em poder." (I Cor. 4:20).

Jesus reina agora! As profecias concernentes ao reino do Messias

estão se cumprindo agora! Esta era o fardo encantador dos apóstolos

pregando depois da descida do Espírito Santo no Pentecostes! Foi este

reconhecimento do cumprimento das profecias do reino em relação à

igreja que deu poder às suas pregações, e que também despertavam a ira

dos judeus contra eles. O que os judeus consideravam como sendo

inteiramente no futuro, e para se cumprir literalmente em conexão com o

Israel nacional, os apóstolos pregavam como cumprindo-se na tarefa de

pregar o evangelho. Um estudo do Novo Testamento – dos sermões nele

contidos, ou das epístolas, etc., escritos depois de Pentecostes –

claramente revelarão este fato.

No dia de Pentecostes, o inspirado Pedro declarou que Jesus foi

elevado para assentar-se num trono; que Ele era "Tanto Senhor como

Cristo" (veja Atos 2:30-36). O sermão de Pedro foi em grande parte

constituído de citações do Velho Testamento. A primeira destas é de Joel

(2:28-32), e Pedro sita estes versos endereçados ao antigo Israel e aplíca-

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Escatologia Bíblica 101

os a todos os que crescem em Jesus como "Tanto Senhor como Cristo",

"toda a carne", "todo o que chamar o nome do Senhor, será salvo." Em

sua comissão aos discípulos, Jesus disse: "Toda a autoridade me foi dada

no céu e na terra. Ide, portantanto e fazei discípulos de todas as nações."

(Mat. 28:18 e19). Assim, o Senhor ressuscitado falou como um rei que

está para receber Seu reino, e para tomar Seu lugar à direita da

Majestade no alto. São Pedro em Atos 2:33, descreve o derramamento do

Espirito predito por Joel como uma demonstração do fato que Ele já

recebera e está agora exercendo aquela autoridade real. Isto pode apenas

significar que Jesus entrara no Seu reino, e que este grande evento

inaugural da era da igreja deve ser considerada como cumprimento da

profecia Messiânica.. O Rei está agora exercendo Seu poder soberano.

Note este detalhe nos vemos em Atos 3:16; 4:10, 30; 5:31, etc.

Pedro citou o Sal. 110:1 e 2: "Disse o Senhor ao meu Senhor:

Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos debaixo de

teus pés. O Senhor enviará de Sião o cetro do Seu poder, dizendo:

Domina entre os teus inimigos." Jesus está reinando agora no meio dos

Seus "inimigos". A citação de Pedro de Joel 2:32 (veja Atos 2:21 e

compare com Joel 2:32), também mostra que desde o tempo de

Pentecostes, profecias do Velho Testamento concernentes a Sião,

Jerusalém, a terra de Israel, etc., foram interpretadas como cumpridas em

conexão com o trabalho de Cristo no evangelho. Como Jesus reina na

igreja, Seu Sião espiritual ou Jerusalém, aqueles que são apresentados na

profecia de Joel (veja Joel 3), como sendo juntadas fora no vale de

Josafá, para fazer guerra sobre o povo de Deus dentro de Jerusalém, tem

que se repetir àqueles que se opõem ao trabalho do evangelho. Esta

interpretação pôs os judeus não como os favorecidos de Deus dentre de

Jerusalém, mas entre os que estavam do lado de fora, entre os inimigos

de Deus. Tal interpretação despertou a ira dos judeus, que disseram que

criam que estas profecias se cumpriam literalmente em conexão com a

nação literal dos judeus.

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Escatologia Bíblica 102

Todas As Escrituras Morais Vibrantes de um Salvador Vivo

No Pentecostes os discípulos de Jesus foram unidos na

interpretação de Pedro porque ele fez sua declaração "se levantou Pedro,

com os onze." (Atos 2:14). Sua aplicação espiritual presente do reino das

profecias (que os judeus aplicavam somente num sentido estritamente

literal em relação ao futuro), formaram o Velho Testamento um livro

novo e vivo para eles e seus ouvintes. Não era apenas um livro que

continha relatórios áridos do passado, e bênçãos futuros que não tinham

relação com o presente, mas um livro que continha um passado e um

futuro que vivia no presente – um livro vivo vibrante com mensagens de

um Cristo vivo. Não somente as provas eram apresentadas pelo próprio

Velho Testamento, mas o Cristo vivo por Seu Espírito sempre presente

proveu uma experiência em harmonia com a interpretação.

O ensino Novo Testamental é claro que, desde a rejeição da

nação judaica, a igreja é agora o "Templo" em que Cristo reina pelo Seu

Espírito. "O homem da iniqüdade" – o rei falso – que se assentaria "no

templo de Deus, como se fosse o próprio Deus" (2 Tes. 2:3 e 4), é o

Papado dentro do templo espiritual – a igireja cristã professa. Futuristas

– quer Papais ou supostamente Protestantes – aplicam essa profecia em

conexão com um templo literal ainda a ser construído na Jerusalém

literal por um inimigo dos judeus literais. o Futurismo deixa de ver o

propósito moral das profecias concernentes "ao tempo de Deus",

mencionado em 2 Tess. 2:3 e 4, e em outras profecias templárias como

descritas em Ezeq. 40-48 e em Apocalipse 11:1. Ao aplicarem essas

profecias literalmente em relação ao futuro e à Palestina, eles deixam de

compreender o propósito moral presente pelo qual. foram dados.

Paulo não somente falou da igreja como sendo o "templo" de

Deus, mas também de todo o indivíduo. (Efés. 2:21 e 22; 1 Cor. 3:16 e

17; 6:19, etc.. O tabernáculo no deserto foi feito conforme o "modelo"

celestial (Êxo. 25:9, 40). Depois de Moisés ter completado todos os

detalhes da estrutura e todos os móveis "como o Senhor mandara" (Êxo.

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Escatologia Bíblica 103

40:16, 19, 21, 23, 25, 27, 29 e 31), "a glória do Senhor enchia o

tabernáculo." (v. 35).

A mesma coisa ocorreu na dedicação no templo de Salomão. (1

Reis 8:10 e 12; 2 Crôn.. 5:13, 14; 7:2). A lição espiritual é óbvia; quando

nós fazemos tudo que o Senhor nos ordena fazer, nós também seremos

incluídos com a glória. de Deus. O mandamento do Novo Testamento:

"Enchei-vos do Espírito" (Efés.5:18), é o mesmo que conclamar-nos a

obedecer a Deus em tudo, pois somente dessa maneira o Espírito de

Deus inundará a alma com Sua glória. " ... o Espírito Santo, que Deus

outorgou aos que lhe obedecem." (Atos 5:32).

O templo tão minuciosamente descrito em Ezeq. 40-48, também

tem seu cumprimento presente na igreja cristã, em cada crente

individual. Individualmente bem como coletivamente o Messias está

agora construindo Seu "templo" em que Ele agora reina com poder. (Zac.

6:12, 15; 1 Cor. 3:16, 17; 6:1.9; Efés. 2:21, 22, etc.). As medidas

menores e mais exatas de cada parte do templo é experimentada por

aqueles que procuram fazer somente o que está em harmonia com a

Divina cana de medir. (compare Ezeq. 40:3, etc, com Apoc. 11:1). A

experiência cristã se harmoniza com a interpretação. Todas as cenas do

templo da Bíblia – quer recordadas na história do antigo Israel ou nas

porções proféticas da Escritura – foram ecsritas para tipificar o propósito

moral de Deus, e que por eles os indivíduos pudessem achar o caminho

da salvação. Esta verdade foi claramente apontada pelo autor do livro

intitulado O Desejado de Todas as Nações. Este bem conhecido escritor

diz: “Desde os séculos eternos era o desígnio de Deus que todos os seres

criados, desde os luminosos e santos serafins até ao homem, fossem um templo para morada do Criador. Devido ao pecado, a humanidade cessou de ser o templo de Deus. ... Pela encarnação do Filho de Deus, porém, cumpriu-se o desígnio do Céu. Deus habita na humanidade, e mediante a salvadora graça, o coração humano se torna novamente um templo. O Senhor tinha em vista que o templo de Jerusalém fosse um testemunho contínuo do elevado destino franqueado a toda alma.” (DTN, pág. 161).

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Escatologia Bíblica 104

“Purificando o templo dos compradores e vendilhões mundanos, Jesus anunciou Sua missão de limpar a alma da contaminação do pecado - dos desejos terrenos, das ambições egoístas, dos maus hábitos que a corrompem.” (Ibidem).

O templo magnificente de Salomão simboliza a igreja e cada crente.

Com respeito à construção do templo no monte Moriá, nós lemos:

"Edificava-se a casa com pedras já preparadas nas pedreiras, de maneira

que nem martelo, nem machado, nem instrumento algum de ferro se

ouviu na casa quando a edificava." (1 Reis 6:7). A edificação silenciosa

deste templo tipificava a construção do templo espiritual de de Cristo

pela quieta operação do Espíirito de Deus. (veja Efés. 2:21 e 22).

O autor de Profetas e Reis, pág. 36, diz: “De inexcedível beleza e inigualável esplendor era o régio edifício que

Salomão e seus homens construíram a Deus e ao Seu culto. Guarnecido de pedras preciosas, circundado por espaçosos átrios com magnificentes vias de acesso, revestido de cedro lavrado e ouro polido, a estrutura do templo, com suas cortinas bordadas e rico mobiliário, era apropriado emblema da igreja viva de Deus na Terra, a qual tem sido edificada através dos séculos segundo o modelo divino, com material que se tem comparado ao „ouro, prata e pedras preciosas‟, „lavradas como colunas de um palácio‟ (1 Cor. 3:12; Sal. 144:12). Deste templo espiritual Cristo „é a principal pedra de esquina; no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor‟. Efés. 2:20 e 21.”

“Por meio de Cristo deveria cumprir-se o propósito de que era um

símbolo o tabernáculo - aquela construção gloriosa, com suas paredes de ouro luzente refletindo em matizes do arco-íris as cortinas bordadas de querubins; o aroma do incenso, sempre a queimar, a invadir tudo; os sacerdotes vestidos de branco imaculado, e no profundo mistério do compartimento interior, acima do propiciatório, entre as figuras de anjos prostrados em adoração, a glória do Santíssimo. Em tudo Deus desejava que Seu povo lesse o Seu propósito para com o ser humano.” (Educação, pág. 36)

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Escatologia Bíblica 105

“Conquanto o serviço houvesse de ser transferido do templo terrestre ao celestial; embora o santuário e nosso grande Sumo Sacerdote fossem invisíveis aos olhos humanos, todavia os discípulos não sofreriam com isso nenhum detrimento. Não experimentariam nenhuma falha em sua comunhão, nem enfraquecimento de poder devido à ausência do Salvador. Enquanto Cristo ministra no santuário em cima, continua a ser, por meio de Seu Espírito, o ministro da igreja na Terra.” (DTN, 166).

“Nós estamos no dia da expiação, e nós devemos trabalhar em

harmonia com o trabalho de Cristo de purificar o santuário dos pecados do povo...Aqueles que não simpatizam com Jesus em Seu trabalho nas cortes celestiais, que não purificam o templo da alma de toda corrupção.... estão juntando com o inimigo de Deus e do homem.” (Review and Herald, 21/1/1890).

“Sua Igreja deve ser um templo construído segundo a semelhança

divina, e o anjo arquiteto trouxe do Céu a sua vara de ouro para medir, a fim de que cada pedra seja lavrada e ajustada pela medida divina, e polida para brilhar como um emblema do Céu irradiando em todas as direções os refulgentes e luminosos raios do Sol da Justiça.” (Testemunhos para Ministros, pág. 17)

Nestes extratos nós vemos aplicados os princípios que o

tabernáculo no deserto, o templo em Jerusalémo e o templo descrito na

profecia, simbolizava o propósito moral de Deus por Sua igreja e para

todo o individuo.

Incidentes tais, como a destruição babilônica do templo de Salomão

(2 Crôn. 36:17-19); sua trasladação para Babilônia dos vasos

pertencentes à casa de Deus (2 Crôn. 36:18; Esd. 1:7-11; Dan. 1:2), e

usando-os ali no serviço de seus deuses falsos (Dan. 5:2-3); a libertação

e a volta do antigo Israel de seu cativeiro babilônico, e reconstrução do

templo em ruínas e da cidade de Jerusalém, etc., estão .todos registrados

nas Escrituras (Esdras, Neemias, Ageu, etc.), para um propósito moral.

Embora o estudo da história sagrada seja interessante e proveitosa em si

mesma, não obstante a razão principal pela qual estes incidentes estão

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Escatologia Bíblica 106

registrados é para que por eles nós possamos receber força espiritual:

"Poís tudo quanto outrora, foi escrito para o nosso ensino, foi escrito a

fim de que pela paciência, e pela consolação das Escrituras, tenhamos

esperança" (Rom. 15:4). Não somente podemos nós discernir a

construção da igreja cristã e de cada crente individual na construção do

tabernáculo e do templo, mas a restauração da alma afastada ou igreja

como uma habitação de Deus possa ser vista na reconstrução e

restauração do templo e seus serviços, depois de terem sido submetidos a

assalto e corrupção na mão das forças de Babilônia. Um escritor que

sempre tira a lição moral dos registros históricos da Escritura, diz: “A obra de restauração e reforma realizada pelos que voltaram do exílio

sob a liderança de Zorobabel, Esdras e Neemias, apresenta o quadro de uma obra de restauração espiritual que deve ocorrer nos últimos dias da história da Terra. ... Variadas foram as experiências que tiveram na reconstrução do templo e dos muros de Jerusalém; forte foi a oposição que tiveram de enfrentar. ...

“A restauração espiritual de que a obra levada a efeito nos dias de Neemias era um símbolo, é esboçada nas palavras de Isaías: „Edificarão os lugares antigamente assolados e restaurarão os de antes destruídos, e renovarão as cidades assoladas.‟ Isa. 61:4. „E os que de ti procederem edificarão os lugares antigamente assolados; e levantarás os fundamentos de geração em geração; e chamar-te-ão reparador das roturas, e restaurador de veredas para morar.‟ Isa. 58:12.” (Profetas e Reis, pág. 677).

Ao descrever o chamado do povo de Deus para sair da Babilonia

espiritual, o Revelador (ele usa o mesmo princípio através do

Apocalipse), se refere ao propósito moral do Israel literal para sair da

cidade literal de Babilônia, e sua volta a Jerusalém para reconstruir o

templo e a cidade. (veja Apoc. 18:4). Individualmente, as pessoas estão

sendo agora chamados a sair de Babilônia para preparar e para restaurar

o verdadeiro culto a Deus.

Os defeitos praticados na Idade Escura pelos babilônios espirituais

ao templo espiritual e à cidade de Deus (Apoc. 11:1 e 2), está sendo

reparado. Os vasos tirados da casa de Deus em Jerusalém (Dan, 1:2), e

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Escatologia Bíblica 107

usados no serviço do falso sistema de culto da Babilônia satânica (Dan,

1:2; 5:1-4), estão sendo restaurados na casa do culto verdadeiro. (Esdras

1:1-11; S. Mat. 17:11). A reconstrução e restauração de um indivíduo e

da igreja como um templo de Deus são ilustrados nesta experiência de

Israel.

Conservando na mente o princípio do Novo Testamento de aplicar a

história e a profecia Velho Testamental em conexão com o propósito

moral de Deus não somente o livro num livro vivo, que pulsa com poder

e propósito mas guia-nos em nossa interpretação da profecia.

A Aplicação Individual da História da Profecia

A interpretação do Novo Testamento das profecias do Velho

Testamento com respeito ao reino e obra do Messias é que elas se

aplicam individualmente bem como coletivamente à igreja. É importante

que a aplicação individual da profecia seja considerada. Todas as

profecias bíblicas centralizam-se em Jesus, e estas, quando devidamente

entendidas, serão uma influência sobre indivíduos. Deus lida com

indivíduos: "todo aquele" (S. João 3:1.6; Apoc. 22:1.7), os Dez

Mandamentos são escritos no número singular. As promessas são "para

aquele que vencer" (Apoc. 2:7, 11, 17, 26; 3:5, 12, 21). Jesus diz: "Quem

tem ouvidos (para ouvir) ouça." (Mat. 11:15). Oito vezes no Apocalipse

Jesus também apela ao indivíduo: "Quem tem ouvidos, que (ele) ouça."

(Apoc, 2:7, 11, 17, 29; 3:6, 13, 22; 13:9). A aceitação de Cristo é um

assunto pessoal. A escritura da Lei de Deus no coração é um trabalho

individual. (2 Cor. 3:3; Sal. 4:8; Ezeq; 11:19 e 20; 36:26; Heb. 8:8-15).

A libertação de Israel da servidão egípcia não somente significa a

libertação da Igreja, mas do indivíduo da servidão do pecado. A

passagem segura da nação de Israel através das águas do Mar Vermelho

(1 Cor. 10:1, 2, 11); os israelitas participando do Maná e bebendo da

água da rocha (1 Cor. 10:5, 4, 11); a marcha do Israel nacional através do

deserto à terra prometida (1 S. Pedro 2:11); o santuário no meio do

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Escatologia Bíblica 108

campo de Israel (S. João 1:14, R.V.); os serviços diários do santuário

(Heb. 13:10-15; Rom, 12:1, etc.); a purificação do santuário (1 S.

João1:4); a escrita da Lei de Deus em duas tibuas de pedra (1 Cor. 3:3);

o templo (S. João 2:21; 1 Cor. 3:19); os reis e os sacerdotes de Israel

(Apoc. 1:6; 5:10; 20:6, etc.), são no Novo Testamento aplicados em

conexão com o crente individual, bem como à igreja como um todo.

Desta maneira o Senhor mostrou-nos que nossa interpretação do

conteúdo das Escrituras, quer seja da história dos eventos passados nas

experiências do povo de Deus, ou concernentes a profecias do futuro,

deviam ter uma mensagem presente para o indivíduo. Dessa maneira o

livro vibra com uma mensajem viva de poder e autoridade; desta maneira

nós também aprendemos a provar as interpretações da profecia.

As bênçãos que são citadas na Palavra de Deus contendo a herança

futura dos santos, são aplicáveis ao crente de hoje. Assim, Paulo cita a

Isa. 64:4, e aplica as promessas das coisas futuras como pertendentes ao

presente: "O que o olho não viu, nem o ouvido ouviu, nem subiram ao

coração do homem, são as coisas que Deus preparou para os que o

amam. Mas Deus as revelou para nós pelo Seu Espírito." (1 Cor. 2:4,10).

"Eis que Eu faço novas todas as causas" (Apoc. 21:5), é a promessa com

respeito ao reino eterno. "Eis que todas as coisas são novas" (2 Cor. 5:7),

declarou Paulo daqueles "em Cristo". Em outra parte o escritor mostra

por meio de exemplos que as futuras heranças são aplicadas como

realidades espirituais presentes naqueles que estão "em Cristo". Como os

eventos passado de Israel são aplicados no Novo Testamento em relação

a experiências presentes de indivíduos e da igreja (1 Cor. 10:6, 11,

margem), e o que é futuro também é assim aplicado à Bíblia é portanto

um livro vivo com mensagens para o presente. O passado e o futuro

tornam-se realidades presentes. As experiências de hoje, hamonizam-se

com as experiências relatadas na história do antigo povo de Deus e

também se harmonizam com o que está revelado com respeito ao futuro

inteiramente diferente das experiências de Israel; não é alguma coisa

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Escatologia Bíblica 109

inteiramente estranha às experiências futuras e eventos no reino de glória

de Deus.

Com estes princípios diretores diante de nós em nosso estudo da

Bíblia, ela se torna um livro que vibra de significação com respeito a

Cristo e cada evento individual. No registro sagrado nós podemos ver

também o trabalho do Espírito Santo tanto sobre nossos caractéres

disformes; pondo em ordem o caos; luz em vez de trevas, etc.. No

relatório do dilúvio nós podemos ver também nossa libertação por meio

da arca que Deus proveu. A libertação dos israelitas do Egito, vislumbra

nossa iibertação do pecado, o esforço de Faraó de conservar o povo de

Deus prisioneiro ilustra como Satanás procura manter-nos em seu jogo.

Ao procurarmos servir a Deus, Satanás procura fazer o caminho mais

difícil, bem como Faraó tornou a sorte de Israel mais difícil. Quando nós

fugimos do Egito, Satanás persegue-nos para ferir-nos ou para outra vez

nos cativar. Nossa fé é provada no Mar Vermelho. Deus abre um

canminho de escape para nós, dos nossos inimigos. Nós chegamos às

águas. amargas que se tornaram doces somente pelo Galho (Cristo) (Zac.

6:12, etc). Nós, também somos alimentados pelo maná celestial, que

precisa ser comido todo o dia; bebemos da água da vida que salta da

Rocha Ferida (1 Cor. 10:1-4); seremos mordidos por serpentes, mas

curados por olhar a Cristo (S. João 3:14, etc.); seremos atacados por

inimigos ao jornadearmos à terra prometida; venceremos os nossos

inimigos ao o nosso grande Líder irterceder por nós lá em cima; teremos

como antegozo os frutos da herança vindoura; atravessamos as frias

ondas do Jord.ão e entraremos principalmente eiu Canaã.

No santuário e seus serviços nós vemos ilustrações claras e

definidas dos vários problemas ligados com o plano da redenção. Um

cordeiro inocente e incontaminado morto por causa do pecado de um

indivíduo que apresenta um quadro emocionante da morte substituinte de

Cristo. O quadro fraseado do abrigo do Israel através da porta respingada

de sangue, enquanto o anjo da morte passa, pinta graficamente o efeito

do sangue Deus para salvar-nos da ira de Deus contra o pecado. Pelos

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Escatologia Bíblica 110

quadros apresentados nas narrativas sagradas das façanhas de Salomão,

nós vemos claramente ilustrações do poder do Espírito Santo em nossas

vidas tirando as dificuldades e perigos de nossos inimigos espirituais.

(veja Dan. 11:32; Efés. 6:10). O conflito vitorioso de Davi contra Golias

nos provê com um quadro claro do que significa viver a vida vitoriosa no

poder de Cristo. Satanás é forte demais para nos derrotar, mas como

Paulo nós podemos dizer: "Eu posso tudo por Cristo que me fortalece"

(Filip. 4:13). Nós obtemos "a vitóría por nosso Senhor Jesus Cristo." (1

Cor. 15:57)

Os incidentes históricos registrados no Velho Tectamento provêm-

nos com quadros fraseados pelos quais Deus ensina-nos verdades

presentes. Nestes nós veremos ciusas de escopo mundial: semelhanças

correspondentes no reino espiritual, que são "discernidas

espiritualmen.te" (1 Cor. 2:l4).

O Novo Testamento revela o princípio do discernimento de "coisas

espirituais" nas narrativas históricas do Velho Testamento. Desta

maneira, "Deus no-las revelou" – as coisas que Ele "prepara para aqueles

que O amam.” A visão natural não discerne estas "coisas espirituais", e

muitas vezes interpreta literalmente o que devia ser "discernido

espiritualmente". (veja 1 Cor. 2:6-16.).

Um bem conhecido autor diz:

“Indubitavelmente o nosso homem natural está a favor das assim

chamados interpretações literais das profecias em questão; para o homem

natural as coisas que são vistas são as coisas reais; e para esta

compreensão nós estamos dispostos a nos apegar tenazmente, apesar do

claro ensino do Novo Testamento, de que as coisas visíveis são sombras

fugitivas das coisas não vistas, as últimas sendo as realidades espirituais

e eternas com que as promessas de bênçãos futuras mais têm que ver...

Evidenteluente, pois, a nossa dificuldade para entender as profecias da

classe referidas acima, deve-se à nossa falta de fé, e nossa indiferença

espiritual." (The Hope of Israel, págs. 15 e 17. by P. Mauro).

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Escatologia Bíblica 111

Os judeus que ainda se agarravam tenazmente à crença de que as

profecias concernentes a Israel, devem se cumprir literalmente através da

naação judaica, estavam tão cegados que não reconheceram o

cumprímento destas profecias nas experiências do Messias e do Israel

espiritual. Eles deixaram de lembrar que estas profecias eram para

aqueles que experiméntavam em suas vidas as coisas retratadas na

palavra profética. De maneira semelhante, hoje, os modernos teólogos

estão sendo cegados pela crença de um cumprimento palestino, literal

das antigas profecias dados a Israel, que eles não reconhecem o

cumprimento que agora está ocorrendo.

Os rios de água viva espiritual, estão agora imergindo desta igreja e

deste templo individual para abençoar um mundo necessitado. (Ezeq.

47:l-12; Joel 3:18; Zac. 14:8; S. João 7:37-39; 4:10-14; Apoc. 22:17). A

chuva serôdia espiritual, agora, caindo e está sendo provada por milhares

de cristãos em todas as partes do mundo. Sua esperiência se harmoniza

com a interpretação. (Joel 2:23-29; Zac. 10:1). O ajuntamento espiritual

do povo de Deus está agora ocorrendo. (Apoc. 18:4; Isa. 11:11 e 12). Da

confusão de Babilônia eles vêem a Jerusalém, "os fundamentos da paz".

Os muros de Jerusalém estão agora sendo construídos. (Isa. 60:1-11).

Cada crente está seguro da Presença protetora de Deus ( Zac. 2:5). Na

Pessoa de Seu Santo Espírito, Jesus está agora reinando na Jerusalém

espiritual. (Miq. 4:7; Joel 3:17, 21; Isa. 24:23; Ezeq. 48:35, etc.). Os que

estão "em Cristo" sabem isto por uma experiência de gozo; Satanás está

agora procurando juntar suas hostes contra o Israel espiritual. (Ezeq.

38:39; Joel 3: Zac. 14). O crente sincero sabe de sua experiência divina

que ele luta a boaa luta da fé contra espíritos perversos em altos lugares.

Labuta melhor aquele que, manhã após manhã, visualisa o campo de

batalha e se prepara para o conflito com as forças combinadas sob o

estandarte de Gogue de Satã, e que manda para o campo de batalha,

"com a cruz de Jesus, indo à frente". A derrota total dos inimigos do

povo de Deus são graficanente detalhadas em Ezeq. 38:39, é a garantia

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Escatologia Bíblica 112

abençoada de Seu povo, que eles são recipientes de seu cuidado e

proteção, e que eles irão triunfar sobre seus inimigos.

"Graças, porém, a Deus que em Cristo sempre nos conduz em

triunfo" (2 Cor. 2:14). A vitória de Israel salientada em Ezeq. 38:39; Joel

3; Zac. 14, tem um significado diário para o cristão quando é aplicado

em harmonia com esta experiência; mas estas experiências quando

aplicadas literalmente em relações que ainda guerrearão na Palestiria,

podem não ter nenhuma significação às presentes experiências cristãs.

Quando estas profecias são aplicadas ao futuro das nações do mundo,

isto pode agradar a mente, mas não pode ser mensagem ao coração do

cristão; não pode ser de auxílio espiritual para o cristãoo em sua luta

contra as forças do mal, ordenadas contra ele. Mas, devia ser lembrado

que Deus não inspírou homens a escrever profecias – especiamente

profecias longas, tais como Ezeq. 38 e 39 – meramente para passar sobre

matérias de interesse puramente mental; ele desejou que se escrevesse o

quie ajudasse os cristãos em seus conflitos com as forças do ma1. Desde

a rejeição da nação judaica, como povro encolhido de Deus, as profecias

concernentes a Israel, encontraram o seu cumprimento em relação a

Igreja de Deus – o Israel espiritual (Gál. 6:16, etc.). As profecias que

salientam ajuntamento de forças perversas contra "Israel" agora

descrevem a luta espiritual. "Eis que poderão suscitar contendas, mas

não procederá de mim: Quem conspira contra ti, cairá diante de ti....

nenhuma arma forjada contra ti, prosperará (Isa. 54:15 e 17). Em sua

experiência diária, o cristão sincero diz: "Ainda que um exército se

acampe contra mim, não se atemorizará o meu coração" (Sal. 27:3).

Aplicando o Princípio em Conexão Com o Estudo do

“Armagedom”

Aplicando o princípio da harmonia da interpretação e da

experiência cristã em conexão com a descrição do Revelador do

Armagedom (Apoc. 16:12-16), nós aprendemos que, como descrição de

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Escatologia Bíblica 113

uma batalha militar entre as nações da Palestina, não tem uma mensagem

para o cristão em seu conflito com os poderes do mal. Quando

interpretados como o fim da grande controvérsia entre Cristo e Satanás,

ela imediatamente se torna de grande interesse e utilidade ao cristão que

agora está engajado numa luta com as forças do mal. A primeira de todas

as promessas dadas era uma em que o Senhor prometia ao homem que

Ele estaria com ele no conflito com as forças do mal. (veja Gên.

3:15).Na Palavra de Deus, através dos séculos nós podemos traçar o

desenvolvimento daquela “guerra” ou “controvérsia”. Nós somos

admoestados a “participar dos meus sofrimentos, como bom soldado de

Jesus Cristo” (2 Tim. 2:3), e de combater o bom combate (1 Tim. 1:18).

Pela palavra “guerra” ou “batalha” o Revelador descreve a grande

controvérsia entre Cristo e Satanás desde o tempo em que guerreavam

nos céus até o fim de todas as coisas lá no fim do milênio. (veja Apoc.

12:7, 17; 13:7; 16:14, 16; 17:14; 19:19; 20:8). O propósito pelo qual a

Bíblia foi escrita, foi de tornar o filho de Deus sábio com respeito à

“guerra” espiritual, e de dar-lhe força para combater “o bom combate da

fé” (1 Tim. 6:12). Quando os profetas de Deus descrevem o conflito

espiritual que se trava entre os que servem no exército do Senhor e os

que estão do lado do inimigo do Senhor, eles comparam o cristão a um

soldado, com a sua armadura, lutando com uma espada espiritual – a

Palavra de Deus. (veja Efés. 6:11-17). Este conflito é tão real como

qualquer guerra entre as nações, e requer do cristão tanta paciência,

perseverança, e luta contínua com em qualquer conflito internacional.

O conhecimento deste ensino bíblico tem levado escritores de hinos

a escrever tais hinos como: “Avante, soldados cristãos, marchando como

para guerrear”. Sob nomes como “Armagedom” e “O conflito final” os

hinologistas deram à igreja cristã hinos que exprimem a interpretação

inspirada da figura retórica “guerra” do Apocalipse. Estes escritores de

hinos divinos exprimiram a interpretação mantida pelos mais espirituais

e devotados homens e mulheres de Deus. A igreja cristã perdeu o seu

poder para a batalha contra o mal em proporção à sua perda da visão

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Escatologia Bíblica 114

espiritual dada pela verdadeira interpretação destes quadros de “guerra”

do Apocalipse. O desígnio de Satanás é o de enfraquecer a igreja por

espalhar a outros falsas interpretações, que levam o povo a deixar de ver

sua conexão própria e vital com a batalha entre as forças do bem e as do

mal; que eles estão do lado do Senhor em seu exército; ou do lado do

inimigo do Senhor. Por ensinar que estas profecias lidam com alguma

guerra material entre as nações afastadas na Palestina, pessoas são

cegadas à verdade que estes quadros de “guerra” do Apocalipse foram

dados por nosso Senhor para mostrar que por nossa rejeição dEle e de

Sua verdade, nós, ou ficamos com Ele ou contra Ele.

Se o “Armagedom” tivesse referência meramente a uma guerra

militar futura palestina não poderia ter valor espiritual presente ou futuro

aos cristãos, pois ele pertenceria inteiramente ao futuro; mas como a

terminação do conflito espiritual, ele tem uma mensagem definida para

os que agora estão participando nesta guerra. Se “os Reis do nascimento

do sol” se referem a poderes militares que vêm à luz profética somente

no tempo da sexta praga, e mesmo neste tempo tal informação não

ajudaria a ninguém! Mas quando “os Reis do nascimento do sol” são

interpretados como os exércitos celestiais dirigidos por nosso Senhor

Jesus Cristo vindo para libertar Seu povo e para destruir Seus inimigos

babilônios, a profecia é imediatamente elevada ao plano de ser uma

bênção presente aos crentes no Senhor.

Uma profecia de eventos militares futuros seria limitada ao tempo

referido, e significaria somente isto, e não mais, sendo totalmente

independente da experiência cristã; mas, como o escritor mostrou em

uma publicação maior, as profecias concernentes a futuros eventos no

grande conflito entre as forças do bem e do mal têm uma bênção

presente para os que estão engajados neste conflito. O Dirigente das

forças do bem, e o dirigente das forças do mal, e os princípios

envolvidos são os mesmos através de todos os estágios do conflito

espiritual, e, como provei em minhas prévias publicações já referidas,

uma descrição profética de seu estágio final, em princípio, é aplicável a

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Escatologia Bíblica 115

outras partes do conflito. Depois dos mil anos mencionados em Apoc.

20, os ímpios procuram derrotar os santos; mas eles procuram fazê-lo em

todos os séculos do conflito. O Senhor reinando dentro da Nova

Jerusalém desfaz o propósito dos iníquos e destrói os inimigos de Seu

povo; mas o Senhor tem sempre reinado dentro do meio de Seu povo e

sempre os levou em triunfo – mesmo em face da adversidade.

A experiência cristã está em harmonia com a interpretação de que

“os Reis do nascimento do sol” se refere à vinda dos exércitos celestiais

dirigidos por nosso Senhor. Tendo explicado inteiramente todos os anjos

desta profecia em outras publicações, nós temos que referir o leitor a eles

para detalhada consideração. Aqui, onde estamos por força restringidos

pelo espaço, nós confinamos nossas considerações ao que concerne

particularmente à experiência cristã e Cristo como o “nascimento do

sol”.

Através das Escrituras Cristo é mencionado como o “Raiar do Dia”,

ou “Nascer do sol”. (veja Luc. 1:78, margem; Mal. 4:2, etc.) Declara-se

que Ele é “a Luz do mundo” (João 9:5; 1:5, 9; 3:19; 8:12; 12:35, 46;

Efés. 5:14; 2 Ped. 1:19; Apoc. 2:28; 22:16, etc.) Estas citações tantas

vezes referidas e explícitas deviam guiar estudantes bíblicos amantes de

Cristo quando interpretam Apoc. 16:12. Em Apoc. 5:5 Jesus, o Filho de

Davi, é declarado ser “o Leão da tribo de Judá”. Como a tribo e normas

de Judá estavam “da banda do oriente, para o nascente” (Núm. 2:1-3),

nós sabemos que a referência do Revelador ao “Leão da tribo de Judá”

conserva diante de nós a conexão do oriente com Jesus “o Leão da tribo

de Judá” que guia Seu povo através das areias do deserto para a terra

prometida. Nas Escrituras o Leão é empregado como símbolo da força

para destruir nossos inimigos, e quando Jesus vem a segunda vez Ele é

retratado como “o forte Redentor” (Jer. 50:34) vindo do oriente – do

nascimento do sol” – como Ciro (cujo nome significa “o sol”) para

libertar a Israel do cativeiro de Babilônia. (Jer. 50:33; Isa. 41:2, 25; 45:1,

13; 46:11.)

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Escatologia Bíblica 116

A mesma palavra grega para “oriente” (“anatole”) é empregada em

Apoc. 7:2 (onde a mensagem de Cristo é apresentada como vindo do

“oriente”), e Apoc. 16:12, a mesma palavra “anatole” também é

empregada em Luc. 1:78, onde Jesus é chamado “o raiar do dia”, ou “o

sol nascente”; Zacarias declarou: “nos visitará o sol nascente das alturas,

para alumiar os que jazem nas trevas e na sombra da morte, e dirigir os

nossos pés pelo caminho da paz. ” (Luc. 1:78, 79)

Cristo é apresentado como “a luz dos homens”, “aquela luz”, “a

verdadeira luz” (João 1:4, 7, 8). João declara que “Deus é luz” (1 João

1:5). Tiago declara que Deus é “o Pai das luzes” (Tiago 1:17). O salmista

dizia: “O Senhor Deus é um Sol” (Sal. 84:11). Isaías nos declara que

“porque o Senhor será a tua luz perpétua, e teu Deus tua glória (Isa.

60:20, 21). “O Senhor é minha luz” (Sal. 27:1). “E com Ele mora a luz

(Dan. 2:22). Jesus veio para ser “uma luz para iluminar os gentios” (Luc.

2:32). “Cristo te iluminará” (Efés. 5:14). “Vinde, caminhemos na luz do

Senhor” (Isa. 2:5). E na sua luz veremos a luz” (Sal. 36:9). “Os santos na

luz” (1 Ped. 2:9). A igreja evangélica é comparada a “uma mulher

vestida de sol" (Apoc, 12:1). "A lei é luz” (Prov. 6:23). "Lâmpada para

os meus pés é a tua palavra e, luz para os meus caminhos" (Sal. l19:105).

"A revelação das tuas palavras esclarece" (Sal. 119:130). "A vereda dos

justos é como a luz da aurora, que vai brilhando" (Prov. 4:18). Estas são

algumas amostras de tais expressões que encontramos por toda a Palavra

de Deus. O reino de Cristo é escolhido nas Escrituras como o reino da

luz (Luc. 16:8, etc.), e o reino satânico como o reino das trevas (Efés.

6:12; Col. 1:13, etc.).

Devia ser encarecido que a luz de Jesus, a "Luz do mundo", "o Sol

da Justiça", vem aos crentes como o nascimento do sol nos céus

orientais, espalhando as trevas e dando luz aos que antes estiveram em

trevas, “Como a alva a sua vinda é certa" (Osé. 6:3). "Então romperá a

tua luz como a alva" (Isa. 58:8). “Até que o dia clareie e a estrela da alva

nasça em vossos corações (2 Ped. 1:19). "Mas para vós... nasceráo sol da

justiça" (Mal. 4:2). "Eu sou a brilhante estrela da manhã" (Apoc. 22:16).

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Escatologia Bíblica 117

As bênçãos da luz do evangelho são mencionadas como vindas do

oríente."Dispõe-te, resplandece, porque vem a tua luz, e a glória do

SENHOR nasce sobre ti. Porque eis que as trevas cobrem a terra, e a

escuridão, os povos; mas sobre ti aparece resplendente o SENHOR, e a

sua glória se vê sobre ti. As nações se encaminham para a tua luz, e os

reis, para o resplendor que te nasceu." (Isa. 60:1-3). Sobre um mundo de

trevas espirituais a luz da mensagem do evangelho está brilhando. Vindo

do "Sol da justiça", vindo como o nascer do sol (Apoc. 7:1-3), sua glória

está sendo agora irradiada com poder crescente através da terra. Em

breve a terra será "iluminada com a Sua glória" (Apoc. 18:1). Assim as

Escrituras se referem à luz espiritual do evangelho vinda "do oriente" ou

" do nasciniento do sol", e também se referem à glória literal de Cristo

vindo "do oriente" ou "do nascimento do sol" (Mat. 24:27; Apoc. 16:12).

A experiência cristã se harmoniza com a interpretação que aplica

Apoc. 16:12 em conexão com Cristo e sua gloriosa obra de redenção. A

luz é atualmente um raio de poder e energia. A luz evangélica é um

poder vibrante lançado pelo "sol da justiça" sobre aqueles que a

procuram. A luz é energética e fortalece o íntimio da alma. Ela penetra a

alma e a atente, e estes reagem no físico e o farão bem e feliz. A luz do

"sol da justiça" desce sobre corações sinceros e eleva, exalta, refina e

purifica.

A luz é a doadora de todas as coisas que velem. Todo o mal foge

diante dela como morcegos diante do amanhecer. Todas as ameaças à

humanidade medram no escuro.Todos as produtos da luz gloriam-se na

luz. A luz glorifica as cores da terra e eleva a humanidade em sua

apreciação do qua é belo. A luz está sendo usada em suas muitas formas

em hospitais hoje para rejuvenescer as pessoas e curar os doentes. A luz

evangélica está brilhando e está curando almas doentes no pecado.

Apoc. 16:12 ensina que o Doador da vida vai voltar com as hostes

de luz para destruir o reino das trevas. Como o nascimento do sol é uma

experiência diária, assim o crente em Jesus sabe que os raios de "cura"

do sol da justiça" (Mal. 4:2) se levantam diariamente sobre ele,

Page 118: Apostila da Andrews University - Escatologia Bíblica

Escatologia Bíblica 118

expulsando as cada dia sua viria se harmoniza com a verdadeira

interpretação de Apoc. 16:12. Por interpretar Apoc. 16:12-16 em relação

a uma guerra militar futura, o propósito moral desta profecia é perdido

de vista e Satanás é exaltado.

A referência do Revelador ao secamento do rio Eufrates (Apoc.

16:12) quando é aplicado militarmente em relação ao futuro é sem

sentido para os cristãos que vivem1 hoje; mas quando é aplicado, como

devera ser; em conexão com o conflito entre as forças do bem e do mal,

têm uma mensagem espíritual para todo cristão hodierno. Babilônia foi

construída sobre o Eufrates, as águas do qual deviam secar conforme a

profecia. (Jer. 50:38; 51:36; Isa. 47:27). Isto prevê o Revelador com a

expresão que ele usa em Apoc, 16:12. João conseguiu sua imaginação

com respeito a Babilônia espiritual das predições de Isaías da destruição

de Babilônia espiritual por Ciro, que é um tipo de Cristo. Os tradutores

creram que o Revelador usou o secamento do rio Eufrates na tomada da

antiga Babilônia para obter sua imaginação para a destruição de

Babilônia espiritual, e à margem de Apoc. 16:12, eles colocaram Jer.

50:38; 51:36, que predizia o secamento do rio Eufrates. E que eles

consideravam a referência aos "Reis do Oriente" como se referindo para

traz à destruição da antiga Babilônia por Ciro é evidente pelo feito que

eles colocaram Isa. 41:2, 25, que predisse a vinda de alguém "do

Oriente", "do nascimento do sol", à margem de Apoc. 16:12. Em Isa.

44:24-28; 25:1, Ciro é apresentado como um tipo do Messias. Ciro

derrotando a antiga Babilônia literal, depois do secamento do Eufrates, é

um tipo de Cristo derrotando a Babilônia espiritual depois do secamento

das águas perseguidoras e inundantes da moderna Babiiônia. Pelas

manifestações de sua "fúria" (Ezeq. 38:18), ou "indignação", que prende

a tentativa das "multidões" assassinos babilônicos (Apoc. 17:1, 15) para

destruir o povo de Deus.

É claro que as profecias de Isaías relacionadas à vinda do Salvador

Todo-poderoso de Israel para trazer em "eterna salvação" e "o mundo

Page 119: Apostila da Andrews University - Escatologia Bíblica

Escatologia Bíblica 119

sem fim" são ligadas a Ciro, o "Ungido" (Messias") do Senhor, que

destruiu a Babilônia literal (veja Isa. 41-48).

O nome "Cyras" (Ciro) significa "o sol" e Ciro em seu afã de

destruir Babilônia e libertar a Israel, tipifica a Jesus, "O sol da Justiça"

(Mal. 4:2). As referências a Ciro vindo do "Oriente", "do nascimento do

sol", são um jogo sobre o significado de seu nome. Existe também um

jogo espiritual sobre a designação de Jesus como o "Sol da Justiça" que

se levanta "com cura em suas asas". Jesus é o verdadeiro" nascimento do

sol", o nascimento do sol lá do alto "veio para dar luz aos que estão em

trevas" (Luc. 1:78, margem; Isa. 9:2; 42:6, 7). Obviamente as coisas que

Isaias escreveu concernentes a Ciro (Isa. 45:1, 3, 13; 46:11, etc.)

tipificam a maior redenção a ser operada pelo Ciro Maior, o Maior Rei-

Pastor, o "Ungido" de Deus ou " o "Messias", o Libertador do Israel

espiritual.

Depois de ter introduzido Ciro em Isa. 41, 42:1-7, etc., delineei a

obra do "servo" de Deus – o Messias vindouro que "tiraria da prisão o

cativo e do cárcere os que jazem em trevas" (Isa. 42:7). Como Ciro, o

"ungido" do Senhor (Isa. 45:1), libertou a Israel (Isa.45:13), assim o Ciro

Maior, o "ungido" do Senhor (Isa.61:1), "proclamaria liberdade aos

cativos, e a abertura da prisão aos que estão presos" (Isa.61:1). Desta

maneira a obra do Messias da redenção é descrito em conexão com a

profecia concernente à obra de Ciro ao libertar a Israel do cativeiro

babilônico.

Mas ninguém precisa esperar até a sexta praga para Deus intervir e

secar as aguas do Eufrates e trazer libertação aos que estão no cativeiro

babilônico. Hoje nosso Senhor trará libertação das amarras do pecado;

hoje Ele libertará Seu povo (Luc.4:18-21) e secará as águas que os

procuram engolfar. (veja Isa. 43:2; 59:19; 8:7; 28:1,2; 2 Sam. 22:5; Sal.

69:1, 2, l4,15).

Para ilustrar melhor o princípio de que uma real interpretação das

profecias – particularmente aquelas que retratam os eventos finais da

terra – será sempre uma revelação de Jesus Cristo como Salvador de Seu

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Escatologia Bíblica 120

povo, e o Destruidor de Seus inimigos, e que também será uma

influência sobre a experiência cristã presente, mas tocaremos

rapidamente no livro de Daniel.

O Propósito Moral das Profecias de Daniel

As profecias não foram escritas meramente como marcos miliários

para o reino de Deus. Embora a igreja possa achar prazer em medir a

distância ainda por viajar na estrada do tempo, por mostrar quantos

quilômetros já forma passados e quantos ainda têm que ser passados

antes da vinda de Cristo, devíamos encarecer que este não é o maior

propósito.

A profecia de Daniel cap. 2 foi dada para ensinar que o cair e o

surgir dos impérios não é o resultado dos sucessos flutuantes dos

monarcas e dos ditadores, mas resultantes da soberania de Deus (Dan.

2:20, 22), que as nações são derribadas quando elas se opõem e impedem

o propósito moral de Deus na terra, que por serem os homens egoístas

eles não podem construir um império permanente, que Deus estabelecerá

um reino composto de pessoas que aprenderam a obedecer a vontade de

Deus. Em Mat. 21:44 Jesus aplica esta profecia em conexão com o

indivíduo que ou aceíta ou rejeita o evangelho. Nosso Senhor não

emprega esta profecia para declarar que o quarto dos reinos

(representado pelas pernas de ferro) viera, portanto o que devia estar se

aproximando, mas Ele aplicou o estabelecimento do reino de pedra – do

Seu próprio reino eterno – em relação ao presente e aplicou-o à escolha

moral do indivíduo.

Daniel cap. 3 mostra o conflito entre o reino de Deus e o de

Satanás. O rei de Babilônia, sob a direção satânica (veja Isa. 14:4, 12),

procurou frustrar o cumprimento da profecia dada por Daniel revelada

no capítulo anterior. No seu esforço de procurar compelir os hebreus a

transgredir a lei moral de Deus. O livro do Apocalipse aplica esse

conflito moral entre a lei do rei da Babilônia e a Lei de Deus em conexão

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Escatologia Bíblica 121

com o presente e em conexão com o indivíduo. O povo na Babilônia

literal devia "adorar a imagem de ouro" que nabucodonosor, o rei de

Babilônia levantaria. Este fato é afirmado seis vezes (Dan. 3:5, 7, 10, 12,

18); no Apodalipse a advertência de Deus contra adorar a besta e sua

imagem é mencionada seis vezes (Apoc. 13:15; 14:9, 11; 16:12, 19, 20;

20:4). “Se alguém adora a besta e a sua imagem."

O cuidado de Deus sobre seus filhos leais é ilustrado pelo fato que

Ele "livrou os seus servos que confiaram nEle" (Dan. 3:28).

Daniel cap. 6 revela a conspiração dos homens e demônios de

desviar as pessoas de sua aliança à lei de Deus, e a prova e o triunfo pelo

poder de Deus daqueles que permanecem leais a Ele. Repito, a ênfase é

posta sobre a libertação daqueles que servem a Deus

"convenientemente". (Veja Dan. 6:14, 16, 20, 27).

A libertação mencionada. em Dan. 12:1, não é separada das outras

libertações mencionadas antes do livro de Daniel; mas, antes, as prévias

libertações ilustram a libertação mencionada em Daniel 12:1, o propósito

para o qual a última longa profecia de Daniel foi escrita não para apontar

a uma suposta reunião de nações à Palestina para um “Armagedom” que

nada tem que ver com o propósito moral de Deus (uma guerra entre

nações não tem significaçãc moral para a própria experiência cristã).

Atualmente esta profecia não diz absolutamente nada concernente a um

conflito suposto entre as nações da Palestina; não diz nada concernente a

um “Armagedom” militar, mas aponta à libertação da morte das mãos de

Babilônia espiritual daqueles que obedeceram a Lei de Deus.

O tempo de angústia mencionado em Dan. 12:1 ocorre no tempo do

derramamento das sete ú1timas pragas de Apocalipse16. Quando Jesus

("Míguel") Se levantou Ele cessa de mediar a favor do homem; Sua

intervenção não deterá mais os ventos de angústia bem como as

comoções mundiais e aflições. Hoje Jesus intercede a favor dos que

estão procurando auxílio divino no desenvolvimento do caráter. Esta

profecia nos adverte do tempo quando a obra intercessora de Jesus

cessar. É para este grande e decisivo evento que Daniel 12:1 nos aponta.

Page 122: Apostila da Andrews University - Escatologia Bíblica

Escatologia Bíblica 122

O destino eterno de toda a família humana então estará decidido. Isto é

certamente uma razão moral muito solene para dar esta profecia. Quando

Jesus completar seu ministério celestial as sete últimas pragas de Apoc.

16 caem sobre os que rejeitarem a mensagem de Cristo. Elas cairão sobre

pessoas porque elas adoravam a besta e a sua imagem (Apoc. 16:12), e

porque eles planejaram a morte do povo de Deus (versos 5,6, etc.). Elas

caem sobre o trono da besta e o seu reino (v. 10). Elas caem sobre

"Babilônia" (v. 19). Para interpretar a sexta praga em conexão com

assuntos puramente militares é distintamente fora de harmonia com o

propósito moral que Deus claramente citou para enviar as pragas. As

pragas são derramadas sobre os devotos de um falso sistema de culto;

sobre aqueles que adoram a besta e a sua imagem; sobre aqueles que, por

seguirem aquele falso sistema de culto, são encontrados vivendo em

desobediência à santa lei de Deus. As pragas são claramente

mencionadas como sendo as pragas babilônicas. (veja Apoc. 16:19; 18:4,

8, 10, etc.).

No primeiro capítulo de Daniel nós vemos demonstrado o fato de

comer bom alimento é importante para a vida do cristão. Alimentos

limpos e sadios produzem vidas limpas e pensamentos puros. O cristão

precisa de toda a força mental e espiritual que ele pode conceber na

grande batalha da vida. Em Daniel cap. 1, Deus mostra a conexão moral

entre o alimento e a religião. Ele indica que as profecias profundas de

Daniel serão melhor entendidas quando o cuidado é observado no comer

os melhores alímentos existentes.

Nos outros capítulos de Daniel (que neste esboço curto nós não

discutimos diretamente), seu propósito moral é certamente claro a todos

os que estudaram adequadamente os mesmos. No cap. 4, o orgulho é

humilhado. O cap. 5 ensina as nações e indivíduos que existe um limite

ao pecado e à blasfêmia além do qual não são permitidos passar. O fim

da provação espiritual babilônica à qual nós somos levados em Dan,

12:1, é ilustrado pelo fechamento da prova de Babilônia literal

mencionado no cap. 5 de Daniel. A queda da Babilônia literal por

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Escatologia Bíblica 123

exércitos do oriente (Isa. 41:2; 46:11) ocorre depois de seu tempo de

prova ter terminado (Dan. 5:27-50), justamente como a queda de

Babilônia espiritual por exércitos dos céus que apareceram nos céus

orientais (Apoc. 16:12; 19:11-20) ocorrerá depois de sua prova terminar

(Apoc. 15:6-8; 18:4-8).

Nos capítulos 8 e 9 o propósito moral da profecia é manifesto

conspicuamente. A ênfase está sobre o verdadeiro sistema do culto de

Deus e o sistema contrafeito do culto de Satanás. Os versos 25-25 do

capítulo oito apjresentam o trabalho de ambos tanto Roma pagã como

papal; as depredações de Roma pagã foram contra os judeus literais; as

depredações de Roma papal foram contra os judeus espirituais. Mais

uma vez Roma pagã, que é o centro do reino satânico – a Babilônia

espiritual do livro do apocalipse – está ligado com a Babilônia antiga. Os

2.300 dias de Daniel 8:14, e as 70 semanas (deste periodo de tempo) que

foram cortadas e são a nação literal de Israel (Dan: 9:24) deviam

começar com o decreto capacitando os judeus a voltar à Palestina de seu

cativeiro babilônico. Os babilônios tinham destruído seu templo e sua

amada cidade, Jerusalém (2 Crôn. 36:19; Dan. 9:14-16), e as

providências de Deus os habilitaram a sair de Babilônia e voltar para

reconstruir e restaurar o templo e Jerusalém e sua vida nacional. (Dan.

9:25). Descontando as 70 semanas ou 490 anos, aquinhoados aos judeus

como o seu período provatório, dos 2.300 dias ou anos, restam 1.810

anos. Muitos expositores viram que esta longa profecia termina em ou

perto de 1844.

Mas como aplicam eles esta profecia e em que conexão? Eles a

aplicam em conexão com a volta dos judeus literais à Palestina e sua

eventual reabilitação nacional. Desta maneira eles perdem de vista o

propósito moral da profecia em conexão com o reino espiritual presente

de nosso Senhor. A saída de Babilônia pelo antigo povo de Deus é

aplicado em Apoc. 18:4, em conexão com a escolha moral de pessoas

que atendem o chamado de Cristo para servi-Lo e para deixar Babilônia

espiritual, o lugar do culto falso, no Novo Testamento. O "Templo" é

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Escatologia Bíblica 124

aplicado em conexão com a condição moral de um grupo de pessoas (a

igreja) ou de cada individuo. Assim a aplicação nacional dos eventos que

transpiram no fim da profecia dos 2.300 dias abandona a aplicação moral

empregada no Novo Testamento. Hoje, o povo de Deus está saíndo da

Babilônia espiritual e está voltando à Jerusalem espiritual, e estão

reparando as brechas na garede da cidade de nosso Deus, e o serviço do

templo do culto verdadeiro está sendo reconstruido.

Realidades Cristãs Reveladas nos Quadros Proféticos do

Apocalipse

A vida cristã é muito real, e Deus deseja auxiliar seus filhos a

agarrar suas realidades. Devidamente entendido, o Apocalipse provê

quadros proféticos que habilitam o cristão de visualizar as atualidades do

confIito espiritual. Um escritor declarou: “Pudesse nossa visão espiritual ser ativada, e veríamos almas

curvadas sob a opressão e carregadas de aflição, oprimidas como uma carreta sob pesada carga, e prestes a perecer em desencorajamento. Veríamos anjos voando velozes em auxílio desses tentados, forçando a retroceder as legiões do mal que os sitiavam, e colocando seus pés sobre firme plataforma. As batalhas entre os dois exércitos são tão reais como as travadas pelos exércitos deste mundo, e do resultado do conflito espiritual dependem destinos eternos.” (Profetas e Reis, p. 176).

Quanto mais o cristão se lembrar que este conflito está

constantemente sendo travado, tanto mais ele compreende o que está

ocorrendo ao seu redor e em conexão com sua própria salvação, tanto

mais desperto, cuidadoso e preparado ele será. Satanás sempre procura

fazer a realidade parecer irreal ou afastada. O invisível e eterno torna-se

vago e sombrio. A urgência e a necessidade de vigilância são

entenebrecidas por uma multidão de coisas mundanas – coisas que

parecem tão reais, mas de fato não são as coisas verdadeiras. Paulo

declarou: "Não atentando nós nas cousas que se vêem, mas nas que se

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Escatologia Bíblica 125

não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se não vêem

são eternas." (II Cor. 4:18).

Os cristãos têm que lutar contra a tendência sempre presente de

relegar as realidades espirituais para trás e permitir as coisas temporais

deste mundo esconder o eterno, as coisas não vistas. Para ajudar o cristão

a prender quadros claros sobre sua mente e para atrair deles força e

conforto, Deus levou os profetas a empregar imaginação colorida e

atraente em suas descrições proféticas. Os educadores corretamente

salientam o valor da "educação visual", por Deus ter dotado a mente com

a habilidade de visualizar o que nós lemos ou ouvimos. Ele tem

inspirado de tal maneira o escrito de Sua Santa Palavra que esta forma

uma longa galeria de quadros de palavras - "semelhanças", "similitudes",

"imagens".

Os incidentes históricos encontrados no Velho Testamento nos

provêem quadros de palavras pelas quais Deus nos ensina as verdades

espirituais. Nelas nós veremos coisas de tamanho mundial em escopo:

Semelhanças correspondentes no reino espiritual, que são

"espiritualmente" discorridos (1 Cor. 2:l4). O Novo Testamento, e

particularmente o Apocalipse revela o princípio de discernimento

"espiritual", "coisas espirituais" nas narrativas do Velho Testamento. O

olho natural não vê estas "coisas espirituais", e muitas vezes interpreta

literalmente o que devia ser "discernido espiritualmente." (Veja 1 Cor.

2:6-16).

No Velho Testamento, o candeeiro de sete lâmpadas provia a única

luz no santuário judáico; no primeiro capítulo do apocalipse aquele

candeeiro de sete lâmpadas re resenta a experiência da igreja cristã

através da era cristã (Apoc. 1:20 como o seu Autor divino, a igreja é "a

luz do mundo" (Mat. 5:14; João 9:5). O quadro provido de um mundo

em trevas somente iluminado pela igreja devia agir como um estimulante

para provocar zelo em deixar a luz do Salvador brilhar em todo o seu

explendor. Numa préwia publicação o escritor nos mostrou que o

Apocalipse todo emprega o princípio que as coisas do Velho Testamento

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Escatologia Bíblica 126

provê imagens ao escolher coisas mundiais em conexão com nosso

Senhor e sua igreja e seus inimigos.

O Apocalipse é rico em quadros de palavÉas, e as vezes erros são

concebidos e defendidos por aqueles que interpretam literalmente todos

os detalhes destas descrições gráficas, em vez de simbolicamente como

deviam ser interpretadas. Nós citamos apenas uns poucos exemplos.

As doutrinas do tormento eterno e um demônio vermelho com uma

cauda, etc., têm sua base tomando com rígida literalidade figuras de

linguagem e símbolos. (Veja Apoc. 12:3, 4; Isa. 14:9-20; Ezeq. 32:18-

52; Luc. 16:19-31, etc.)

Os emblemas do corpo quebrado do nosso Senhor e seu sangue

derramado – o pão e o vinho usado na Ceia do Senhor – são símbolos

espirituais. Por tomar literalmente as declarações de Cristo: "Este é o

meu corpo... este é o meu sangue", os católicos romanos foram levados

ao erro da transubstanciação. Os protestantes repudiam a idolatria da

Missa por interpretarem a declaração de Cristo simbolicamente, e não

literalmente. O erro é muitas vezes a interpretação literal daquilo que

Deus pretendia que fosse aplicado espiritualmente.

Os quatro seres celestiais de Apoc. 7:1-3 não estão literalmente

estacionados nos quatro cantos da terra, com o propositò de investigar e

deter os ventos literais que sopram dos quatro cantos do compasso. É

uma representação simbolica do controle de Deus, por seus ministros

angélicos dos negócios do mundo para que não detenham a terminação

de seu trabalho na terra.

"Subindo do nascente do sol" (v.2): vem uma mensagem de Cristo

como o sol vem com resplendor crescente até que a glória meridiana é

alcançada. (veja Apoc. 18:1) Assim a luz deve crescer ate ao fim. O

quadro profético concernente à vinda do anjo do oriente, quatro anjos

segurando os quatro ventos, e o selamento das tribos de Israel, não deve

ser tomado literalmente mas como uma representação simbólica da

terminação do trabalho de Cristo na terra. Um bem conhecido escritor

disse:

Page 127: Apostila da Andrews University - Escatologia Bíblica

Escatologia Bíblica 127

"Os 'quatro cantos da terra; e os quatro ventos da terra são

evidentemente frases que desejam transmitir a idéia da extensão mundial

das condições que o Revelador está descrevendo. O selo do Deus vivo, e

as vestes brancas, e as doze tribus também são símbolos, pois ninguém

manteria que um selo literal devia ser realmente posto sobre as cabeças

dos servos de Deus; nem que os santos literalmente lavavam suas vestes

no sangue de Cristo, nem que a obra do selamento foi confinado às doze

tribos literais de Israel, de quem todos os meios de identificação se

perderam por muitos séculos... Muito do significado real de tais

passagens da Escritura como Apoc. 7 se perde quando uma tentativa é

feita para lidar com eles literalmente. Verdades belas são reveladas

nestas passatjens simbólicas, quando nós podemos definir o simbolismo

que é usado." (The Worlds Finale, pp. 69-72, by A..W.Anderson.)

(Enfase meu)

A fim de permitir a seus filhos de abarcar a grandesa das verdades

espirituais que revigorarão e encorajarão, que irão dar atenção e

impressionarão poderosamente, Deus inspirou seus profetas a pintar

quadros proféticos que farão o que Ele deseja repartir, ressaltar-se-ão

como se estivessem acontecendo diante de nossos olhos. Auxiliaria aos

leitores do Apocalipse a obter uma correta compreensão do propósito

moral do Apocalipse se fosse lembrado que a igreja é retratada como se

fosse Israel habitando em Canaã e revivendo as experiências do antigo

Israel. Como a vida cristã é poderosamente ilustrada pelas experiências

típicas do Israei literal (1 Cor. 10:1-11, margem, etc.) Assim as

experiências que sobreviriam à igreja cristã e descritas nas profecias do

Apocalipse são também escolhidas como se a igreja, como Israel, ainda

morasse na terra santa. Muitos comentadores tem chamado a atenção a

este fato.

Um "comentário sobre o Novo Testamento", publicado pela

"Sociedade Promotora de Conhecimento Cristão", diz em suas notas

lidando com a batalha do Armagedom:

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Escatologia Bíblica 128

"Nós precisamos lembrar que através deste livro Canaã representa a localidade da igreja de Deus. A zona na qual os inimigos se reuniam contra Canaã terrestre era o Norte. Então das margens do Eufrates vieram os Assírios... Os Caldeus, os destruidores de Jerusalém... Nós não devemos pensar aqui em qualquer grande batalha que fosse travada neste ponto certo (Megido). Isto foi para esquecer o que sempre deve ser mantido na mente, que através deste livro, Jerusalém, Sião, a Terra Santa e várias localidades nela são símbolos da Igreja Cristã, seu santuário, ou sem inimigos... A batalha é uma figura, muito naturalmente empregada, como as palavras pelas quais nós descrevemos a prevalência do bem sobre o mal, em que é quase impossível não usar expressões emprestadas do campo de batalha – luta, derrota, triunfo, vitória, e tantas semelhantes. As visões do Apocalipse são para o olho o que as palavras metafóricas são para os ouvidos – símbolos, idéias, não reais, quadros do que deve acontecer."

Antigamente Israel era mencionado como "um povo que lhe é

chegado" (Sal. 148:4). O santuário e, mais tarde, o templo, a moradia de

Deus, foi localizado no meio de Israel. Israel se localizou perto e ao

redor do santuário, enquanto que o mundo gentílico estava longe e

afastado; um povo "afastado". Este fato físico é empregado por Paulo

para retratar uma verdade espiritual. Escrevendo de crentes que agora

são o Israel de Deus e aqueles não "em Cristo" como os "gentios", Paulo

diz aos que tinham previamente sido classificados como "gentios":

"Portanto, lembrai-vos de que outrora vós, gentios na carne... Que

naquele tempo estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel...

Mas agora em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, fostes

aproximados pelo sangue de Cristo... E, vindo, evangelizou paz a vós

outros, que estáveis longe, e paz também aos que estávavam perto"

(Efés. 2:11-22). Assim Paulo retrata a igreja agora constituída de judeus

e gentios como se fosse Israel vivendo perto de Deus. Em Jerusalém,

enquanto que os descrentes são retratados como "gentios", "afastados".

Jesus, o Revelador (Veja Apoc.22:16), representa a igreja como se

estivesse "com Ele" 'no monte de Sião"(Apoc. 14:1). Em Apoc. 11:1,2 a

igreja é apresentada como se fosse "o templo" e a "cidade santa". Em

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Escatologia Bíblica 129

Apoc,. 14:20 a destruição dos impios é simbolisada como uvas sendo

pisadas num lagar "fora da cidade", a cidade certamente (até depois dos

1.000 anos), é mencionada aqui como a igreja de Deus. Os 1.600

estádios ou 200 milhas referem-se ao exército da Santa Oblação onde,

em sua sua simbólica visão da igreja, Ezequiel relata um majestoso

templo e cidade sobre "uma muito alta montanha" "na terra de Israel".

João aplica esta visão concernente à cidade, o templo e a Santa Oblação

na "terra de Israel " em um sentido mundial.

Em sua.s"Notas Sobre o Livro do Apocalipse", o Rev. A. Barnes,

diz sobre a frase "E o lagar foi pisado fora da cidade": "A representação foi feita como se fosse fora da cidade; isto é,. da

cidade de Jerusalém, pois isto é representado como a moradia do santo... O lagar geralmente se encontrava no vinhedo – não na cidade – e esta é a representação aqui. Como aparecia aos olhos de João, ele não estava dentro dou muros de nenhuma cidade, mas estava fora. E saía sangue do engenho de pisar as uvas. A representação é que lá haveria uma grande destruição que seria bem representada pelo suco que sairia do engenho. Até aos freios dos cavalos. Profundo, como se sangue fosse num campo de matança onde ele chegaria até aos freios dos cavalos. A idéia é, que lá haveria uma grande matança... Os inimigos da igreja seriam completa e finalmente destruídos, e que a igreja, portanto, libertada de todos os seus inimigos, seria triunfante."

Estes quadros gráficos foram pintados pira animar os corações dos

fiéis e para consolá-los em suas provas e perseguições. Satanás

procurando desviar os olhos dos santos da certeza que estes versos

contêm para eles que seus inimigos seriam destruídos, produz idéias

errôneas a serem promulgadas que estes versos se referem a um conflito

militar literal na Palestina fora da cidade de Jerusalém; que as 200

milhas se referem ao cumprimento da Palestina, etc.

Como os inimigos de Deus e de sua igreja não são cachos literais de

uvas (veja Apoc. 14:17-20), seu ajuntamento não é um ajuntamento

literal. Deus ordena aos anjos: "Ajunta os cachos da videira da terra (e é

a videira mundial)... Então o anjo passou a sua foice na terra, e vindimou

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Escatologia Bíblica 130

a videira da terra, e lançou-a no grande lagar da cólera de Deus. E o lagar

foi pisado fora da cidade. "Aqueles que são destruidos na destruição do

Armagedom são referidos como perecendo "fora da cidade" – a Sião

espiritual, a Jerusalém espiritual. "Porque no monte Sião e em Jerusalém

estarão os que forem salvos." (Joel 2:]2). Assim a "libertação" é

assegurada aos que, atendendo ao convite de Cristo, "saem" de Babilônia

espiritual e entram na cidade espiritual de Jerusalém.

A igreja é representada como estando no Monte de Sião "com" o

Senhor Jesus (Apoc. 14:1). Por uma união espiritual eles estão tão

seguramente "com Ele" (Apoc. 17:l4) como se eles lá estivessem

literalmente. Quando os reis da terra – os governos da terra – "fizerem

guerra contra o cordeiro" sua igreja é mencionada de estar "com Ele".

(Veja Apoc. 17:12-14; 16:14-16; 19:19, 20.) Assim o ajuntamento das

nações para "fazer guerra contra o Cordeiro" e sua igreja não é um

ajuntamento literal no Monte de Sião na cidade literal de Jerusalém, mas

uma união dos elementos do reino de Satanás em ação concentrada

contra a igreja do Senhor, justamente como se lá estivessem dois

exércitos envolvidos: Um em Jerusalem, e o outro reunido do lado de

fora, no "Vale de Josafá" - o vale do juizo de Deus. O ajuntamento das

uvas amadurecidas para o lagar fora da cidade de Jerusalém e do Monte

de Sião e o ajuntamento de todas as nações e pessoas para lutar contra

Cristo e sua igreja são ambas representações simbólicas nos mesmos

eventos. A colheita do mundo que é mencionada em Apoc. 14:14-20 é

retratada como crescendo no "Vale de Josafá." Compare Joel 3:13 com

Mat. 13:38-40, e também Joel 3:13 com Apoc. 14:14-20.

Ao comparar Joel 3:2, 11, 12 com S. Mat. 25:31, 33 nós vemos que

Jesus aplica "o vale de Josafá" e o ajuntamento de todas as nações nele,

como um símbolo do juízo mundial de "todas as nações" por ocasião de

seu segundo advento. A aplicação literal destes versos como um

ajuntamento das nações à guerra um contra o outro, esconde a grandeza e

a solenidade da imaginação simbólica espelhando um quadro impressivo

Page 131: Apostila da Andrews University - Escatologia Bíblica

Escatologia Bíblica 131

e vivo representando o grande dia de Juízo quando todas as pesãoas – as

ovelhas e os bodes – serão julgados e separados eternamente.

As tentativas de aplicar literalmente em representações dramáticas e

simbolicas estragam o quadro que o inspirado artista em palavras pintou,

e cria despropósitos, que não só escondem a verdade retratada pelo

símbolo, mas que às vezes leva a superstições e ao erro. Como um

exemplo nós citamos Apoc. 17:14: "Pelejarão eles contra o Cordeiro, e o

Cordeiro os vencerá."

Alguém escrevendo seriamente em defesa dos ensinos que o

Armagedom pertence às nações na Palestina, depois de citar Apoc.

17:14, diz: "Agora parece que quando Jesus vem como Rei dos reis e

Senhor dos senhores, os dez reinos estarão em uma posição para se

oporem a sua causa." Um outro verso que é citado para apoiar a crença

que as nações estão reunidas por Satanás à Palestina, e que por ocasião

da segunda vinda de Cristo estas nações fazem guerra contra o Senhor, é

Apoc. 19:19: "E vi a besta e os reis da terra, com os seus exércitos,

congregados para pelejarem contra aquele que estava montado no cavalo

e contra o seu exército."

Que loucura total imaginar um exército terrestre atacando

literalmente o Todo-Poderoso Filho de Deus e as hostes dos céus no

segundo advento! O segundo advento será a ocasião de uma

demonstração maior do poder Onipotente do que é humanamente

concebível. O fulgor da vinda de Cristo destrói os ímpios (2 Tes. 2:8)

Quando os céus se abrem como é mencionado em Apoc. 19:11, em vez

de besta e os exércitos da terra (Apoc. 19:19, 20) guerrear contra o Rei

dos reis e Seu exército celestial, eles fogem de terror da glória do

Senhor, clamando aos montes para escondê-los "da face daquele que se

assenta no trono, e da ira do Cordeiro." (Apoc. 6:15-17).

Deve-se notar que nestes versos o Revelador, como em Apoc.

19:11-19, descreve o mesmo grande dia do Senhor, a mesma abertura

dos céus, os mesmos "Reis da terra, e os poderosos, e os homens ricos, e

os capitães, e os homens ricos, e os comandantes, e os valentes, e todo

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Escatologia Bíblica 132

escravo, e todos os homens livres." Portanto é óbvio que o ajuntamento

de "a besta, e os reis da terra e seus exércitos" "a fazer guerra contra

aquele que se assenta no cavalo, contra seu exército" não pode de

maneira alguma referir-se a um ajuntamento literal das nações no

Megido para literalmente lutar contra o Senhar por ocasião de seu

segundo advento, pois "todos os homens" –"todo o servo e todo o

homem livre" – não vão estar literalmente em Megido.

Entendido, porém, simbolicamente, nós vemos que os não salvos de

todo o mundo são representações como se eles todos servissem como

divisões sob o estandarte de Satanás. O Revelador distintamente declara

que neste grande exército que ele simbolicamente descreve como sendo

"ajuntados" são "todos os homens, tanto livres como presos, tanto

pequenos como grandes." (Apoc. 19:17, 18). Quando o Senhor, em seu

segundo advento, destrói a todos os não regenerados, embora

simbolicamente apresentados com exércitos ajuntados e destruídos

conjuntamente, pois literamente eles são destruidos pelo Senhor em todo

o mundo. "Os que o Senhor entregar à morte naquele dia, se estenderão

de uma a outra extremidade da terra" (Jer: 25:55). Assim o ajuntamento

de "todas as aves que voam" para comer a carne de "todos os homens"

(Apoc. 19:17, 18) não pode ser uma reunião literal dos pássaros para a

terra literal de Israel, pois "todos os homens" serão destuídos pelo

Senhor "de uma parte da terra até à outra parte da terra". João consegue

esta imaginação da ignomínia e a totalidade da destruição dos inimigos

de Deus da profecia concernente a Gogue e seu exército.(veja Ezeq.

39:1, 17-20). Isto mostra que a profecia de Ezequiel (caps. 38, 39) deve

ser entendida como simbólica apresentação do conflito mundial que

termina na final destruição dos que servem sob o estandarte de Satanás.

Em Apocalipse 20:8, 9 nós temos a interpretação do Senhor sobre a

profeçia de Ezequiel com relação às multidões no exército de Gogue –

são as multidões enganadas por Satanas: os inimigos de nosso Senhor.

Em Salmo 45:3-7 o conflito espiritual do Senhor é apresentado

simbolicamente. Em Heb. 1:8, 9 estes versos são aplicados a nosso

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Escatologia Bíblica 133

Senhor. A mesma descrição simbólica é empregada em Apoc. 19:11-

114, para salientar a volta do Senhor para completar sua guerra contra o

mal por destruir aqueles que justamente previamente procuraram

perseguir e destruir o povo de Deus.

A descrição do Revelador da vinda de Jesus com "os exércitos" dos

céus para fazer "guerra" contra a besta e os exércitos da terra obviamente

pretende ser entendido simbolicamente. Montará Jesus literalmente um

"cavalo branco" vindo dos céus? (Apoc. 19:11). O Revelador

previamente o pintara em sua segunda vinda "sentado numa nuvem, com

uma foice em sua mão." (Apoc. 14:14-16). Irão todos os milhões

multiplicados de anjos literalmente "montar sobre cavalos brancos"?

(Apoc. 19:14). Virá uma "espada afiada" literalmente "de sua boca"? (v.

15). A "espada afiada" do Senhor é sua palavra. (Heb. 4:12; Ef. 6:17).

Virá Ele literalmente "vestido com um manto tinto de sangue? Pisará Ele

então literalmente "o lagar de vinho"? (Apoc. 19:13, 15). Convidará um

anjo literalmente "todas as aves que voam" para vir "à ceia do grande

Deus" para "comer a carne dos reis, a carne dos comandantes, a carne

dos poderosos, e a carne dos cavalos, e seus cavaleiros, e a carne de

todos os homens"? (Apoc. 19:17, 18). "E vi a besta e os reis da terra,

com os seus exércitos." Não serão literalmente "congregados para

pelejarem contra aquele que estava montado no cavalo, e contra o seu

exército." (Apoc. 19:19). Nosso Senhor Jesus, o Revelador (Apoc.

22:16), simbolicamente retrata o conflito mundial espiritual. Todo o

esforço de literalizar esta apresentação simbólica esconde o propósito

moral que Ele queria retratar.

Um escritor cristão vastamente lido, salientando a necessidade de

observar o caráter simbólico do Apocalipse, diz: "Este livro (o Apocalipse) exige estudo profundo e de coração, para não

ser interpretado de acordo com as idéias dos homens, e não se dê falsa construção à palavra santa do Senhor, que em seus símbolos e figuras tanto significa para nós... No Apocalipse as coisas profundas de Deus são a apresentadas."

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Escatologia Bíblica 134

De acordo com o princípio enunciado, este mesmo autor muitas

vezes aplicou simbolicamente, em conexão com a grande controvérsia

entre Cristo e Satanás, as mesmas passagens das Escrituras que nós

estivemos considerando. Salientando graficamente o conflito entre as

forças do bem e do mal, em harmonia com o jue nós mostramos ser a

correta interpretação de passagem da "guerra" simbólica apresentada no

Apocalípse, este autor popular diz: "Eu vi dois exércitos em conflito terrível. Um exército era dirigido por

estandartes que levavam a insígnia do mundo; o outro era dirigido pelo estandarte manchado de sangue do Príncipe Emanuel... Companhia após companhia do exército do Senhor juntou-se ao inimigo, e tribo após tribo das fileiras do inimigo juntou-se com o povo observador dos mandamentos de Deus... A batalha enfureceu-se. A vitória se alternava de lado a lado... O Capitão de nossa salvação estava ordenando a batalha, e enviando auxílio a seus soldados. Seu poder foi poderosamente demonstrado... Ele dirigiu-os à frente passo a passo, conquistando e para conquistar.

"Finalmente a vitória foi ganha, o exército que seguia o estandarte com a incrição, „os mandamentos de Deus, e a fé de Jesus' (Apoc. 14:12), triunfou gloriosamente... Agora a igreja é militante... Mas o dia virá em que a batalha tera sido travada, a vitória ganha. Mas a igreja precisa e irá lutar contra inimigos visíveis e invisíveis... Os homens se confederam para opor-se ao Senhor das hostes. Estas confederações continuarão até que Cristo ... vestir as vestimentas de vingança." (Testimonies, vol. 8, pp.41, 42).

Aqueles que "saem"de Babilônia (Apoc. 18:4) e são congregados

para estar com Cristo "no monte de Sião" têm "o selo de Deus em suas

testas." (veja Apoc. 7:1-4; 14:1). Aqueles que se congregarem para

"fazer guerra contra o Cordeiro... e os que estão com Ele" (Apoc. 17:l4;

19:19) têm "a marca da besta" em sua testa ou em sua mão (Veja Apoc.

13:16, 17; 14:9-11; 19:20) Tão vital é para os vivos nesta grande hora de

destino compreender claramente os itens em jogo, tão importantes são as

verdades que o Senhor apresentou no Apocalipse que Ele lança quadros

vivos e simbólicos na tela da profecia a fim de chamar e manter a

atenção.. Mas ao interpretar estes quadros literalmente com referência a

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Escatologia Bíblica 135

Palestina (elas são dadas num ambiente palestino, pois a igreja é

reresentada como se estivesse com Cristo no Monte de Sião, etc.),

Satanás leva as importantes mensagens de Cristo no Apocalipse a

perderem seu sentido e sua vitalidade.

“Cristo em Vós” – A Certeza da Vitória

Não existe verdade mais necessária nem mais confortante ensinada

nas Escrituras do que a que nosso Senhor Jesus Cristo reina no coração

de cada crente. A frequência com que este sublime fato é afirmado no

Novo Testamento deixa certamente imprimir-nos com sua grande

importância. O apóstolo Paulo, cujo conhecimento extenso do Velho

Testamento e cuja especial instrução sob o Professor divino (Veja Gál.

1:12; Efés. 3:3, etc.) deu-lhe uma interpretação clara como cristal das

profecias com respeito ao Senhor reinando no meio de Seu povo Israel,

triunfantemente ensinou que o Senhor Jesus reina no coração de cada

crente, bem como no corpo da igreja. Ele afirmou que estava

especialmente dotado de sabedoria "para dar pleno cumprimento à

palavra de Deus; o mistério que estivera oculto dos séculos e das

gerações; agora todavia se manifestou aos seus santos; aos quais Deus

quis dar a conhecer qual seja a riqueza da glória deste mistério entre os

gentios, isto é, Cristo em vós, a esperança da glória" (Col. 1:25-27).

As profecias do Velho Testamento declaram que Deus – "o Santo

de Israel" – reina "em Sião" e que por sua presença e poder os inimigos

de Israel serão derrotados e Israel triunfará gloriosamente sobre eles.

(Veja Sal. 2:1-9; Joel 2:1, 15, 32; 3:16, 17, 21; Obad. 17; Miq. 4:2,7;

Ezeq. 39:7, etc.). Isaías declarou:"Pois virá como torrente impetuosa,

impelida pelo Espírito do Senhor e virá o Radentor a Sião e aos de Jacó

que se converteram diz o Senhor." (Isa. 59:19, 20). Notem a aplicação

inspirada de Paulo deste verso em conexão com os "gentios" –"separados

da comunidade de Israel" (Efés. 2:12) – que, por sua recepção de Cristo

como Senhor, então se tornam membros do "Israel de Deus" (Gál. 6:16)

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Escatologia Bíblica 136

sendo "não mais estranhos e estrangeiros, mas concidadãos dos santos e

da casa de Deus" (Efés. 2:19). Paulo ensinou que o verdadeiro Israel de

Deus será composto de judeus livres do pecado e gentios: "E assim todo

o Israel será salvo, como está escrito: Viá de Sião o Libertador, Ele

apartará de Jacó as impiedades. Esta é a minha aliança com eles quando

eu tirar os seus pecados" (Rom. 11:26, 27). Sob as provisões do novo

concerto, Deus prometeu "que pisará aos pés as nossas iniqüidades"

(Miq. 7:19), de "tirar as nossas tendências ao pecado". Por Deus não

querer forçar a vontade, nós devemos cooperar com Ele entregando o

nosso coração a Ele em uma entrega diária. Assim, dia a dia, o Senhor

escreve sua santa lei sobre os nosos corações, como tão graciosamente

prometeu fazer. (Jer. 31:31-34; Heb. 8:8-12). Nós aprendemos a dizer

como o salmista: "Quanto amo a tua lei? É a minha meditação todo o

dia" (Sal. 119:97). "o pão nosso de cada dia nos dá hoje " (Mat. 6:11). E

dizia (Jesus) a todos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue,

dia a dia tome a sua cruz e siga-me" (Luc. 9:25). "Dia a dia morro”" (1

Cor. 15:31). "Levando sempre no corpo o morrer de Jesus para que

também a sua vida se manifeste em nosso corpo.... Contudo o nosso

homem interior se renova dia a dia" (2 Cor. 4:10-16).

O maior problema no mundo é, e tem sido desde o aparecimento do

pecado, o de nossa vitória pessoal e diária sobre o pecado. Um escritor

de hinos exprimiu a grande necessidadade do homem: "E ninguém, ó

Senhor, tem perfeito descanso; Pois ninguém é livrre completamente do

pecado; E os que alegremente te servem melhor, estão cônscios mais do

mal interno."

O cristianismo é mais que boas novas de que Deus perdoa o pecado;

e também proclama que Deus promete poder, diariamente, para vencer o

pecado. Um outro escritor de hinos exprimiu o desejo do coração sincero

por esta "dupla" ou "perfeita cura": "Seja do pecado a perfeita cura,

salva-me de sua culpa e poder".

O pecado pode ser vencido. Somente por Cristo habitando no

coração e este é o grande tema sobre o qual o apóstolo Paulo

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Escatologia Bíblica 137

freqüentemente se demora. Em seu capítulo "muito mais" (Rom. 5) ele

declara com eloquência ardente: "Logo, muito mais agora, sendo

justificados pelo seu sangue, seremos salvos seremos salvos por Ele da

ira. Porque se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus

mediante a morte de seu filho, muito mais, estando já reconciliados,

seremos salvos por sua vida; ... muito mais os que recebem a abundância

da graça e o dom da justiça, reinarão em vida por meio de uma só, a

saber, Jesus Cristo... mas onde abundou o pecado, superabundou a graça:

a fim de que, como o pecado reinou pela morte, assim também reinasse a

graça pela justiça para a vida eterna mediante Jesus Cristo nosso Senhor"

(Rom. 5:9, 21).

O pecado levou o homem a uma condição de escravidão da qual ele

jamais se pode escapar. Nascendo com uma natureza pecaminosa e

impossível para o homem cessar de pecar (Jer. 13:23; 17:9, etc.) Mas

uma vida livre do pecado é assegurada a todos os que permitem a Jesus

reinar sobre o trono do coração. O pecado, como um poderoso tirano,

reina sobre o coração e arrastará o homem abaixo para a eterna

destruição, mas Jesus salvará do pecado a todo que põe sua confiança

nEle. O pecado é poderoso, porém "muito moior" força é dada ao crente

para "reinar na vida por Jesus Cristo". "Muito mais, sendo reconciliados,

seremos salvos por sua vida" vivida no coração. Com Cristo vivendo e

reinando sobre o coração, a vitória sobre o pecado é assegurada. Em

Romanos 6, Paulo continua a encarecer este ensino essencial de

liberdade do pecado através de Cristo habitando em nós. Eu vez do

pecado reinando no coração (Rom. 6:12), o crente tem a Cristo reinando

no coração e dando-lhe liberdade do poder do pecado (vs. 11, 12-22).

Depois de descrever a batalha contra o mal e o anelo da alma sincera por

santidade (Rom. 7), Paulo então apresenta o segredo da santificação – o

Espírito de Cristo que habita nele – Ele diz: "Porque a lei de Espírito da

vida em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte... se de fato o

Espírito de Deus habita em vós... se, porém, Cristo está em vós... o

Espírito é vida por causa da justiça. Se habita em vós o Espírito daquEle

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Escatologia Bíblica 138

que ressuscitou a Jesus dentre os mortos", esse mesmo que ressuscitou a

Cristo Jesus dentre os mortos,"vivificará" também os vossos corpos

mortais, por meio de seu Espírito que em vós habita." (Rom. 8:2-11).

A vitória sobre o pecado é assegurada através da habitação do vivo,

vibrante poder do Espírito de Cristo, que vivifica o corpo mortal que dá

poder para resistir o mal. Tendo demonstrado que crentes judeus e

gentios igualmente participam destes privilégios, Paulo então aplica em

conexão com a vitória cristã sobre o ecado, a profecia de Isaías da vinda

do Redentor a Sião, a volta "da transgressão de Jacó," e o fazer o inimigo

fugir.

As profecias do Velho Testamento com respeito ao Sennor reinando

em Sião e a vitória de Seu povo, não devem ser entendidas como estando

separados da história da salvação do pecado, pois a salvação do pecado é

o propósito pelo qual eles foram escritos. Esta interpretação das

profecias do Velho Testamento, foi sem dúvida entendida por alguns

devotos israelitas em tempos passados, mas desde o dia de Pentecostes, o

Espírito Santo tornou-se abundantemente claro. Paulo, em particular,

recebeu revelações especiais para tornar c]aa..as estas cousas aos gentios

e para os "santos": Aos quais Deus quis dar a conhecer qual seja a

riqueza da glória deste mistério entre os gentios, isto é, Cristo em vós, a

esperança da glória" (Col.1:26, 27).

Em seu Greek Dictionary of the New Testament, o Dr. Strong diz

concernente a"Sião": "Figuradamente a igreja (militante ou triunfante).

"Importantes derivativos do hebraico para "Sião" são dadas como: "de

resplandecer de longe e é, de ser eminente; também de ser permanente...

Força, vitória".

Cada crente em Cristo pode saber por experiência pessoal o

presente glorioso cumprimento das profecias do Velho Testamento com

respeito a do Reino do Senhor "em Sião", pois do Reina. do Senhor Jesus

sobre o coração virá "força" para viver uma vida de "vitória".

A vitória sobre o pecado pelo poder da habitação de Cristo nele é "a

esperança da glória". E Espírito da verdade... Ele habita convosco e

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Escatologia Bíblica 139

estará em vós... e Eu em vós ... e Meu Pai o amará e nós viremos a ele, e

faremos nele morada" (João 14:17-23). "Acaso não sabeis que o vosso

corpo é o santuário do Espírito Santo que está em vós?" (1 Cor. 6:19).

"Deus está em vós" (1 Cor. 14:25). "Jesus Cristo está em vós" (2 Cor.

13:5). "Vos sois de Deus... e o vencestes: que maior é aquele que está em

vós, do que o que está no mundo" (1 João 4:4). "Fortalecidos com o

poder, mediante o seu Espírito no homem interior; e assim habite Cristo

nos vossos corações pela fé" (Efés. 3:16, 17). "Estou crucificado com

Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e este

viver que agora tenho na carne, vivo pela fé no filho de Deus" (Gál.

2:19, 20).

Nas palavras do hino "Vive a tua vida dentro de mim," Frances R.

Havergal, lindamente exprimiu o segredo da vitória pessoal sobre o

pecado: Vive a tua vida dentro de mim, Ó Jesus Rei dos reis! Sê tu, tu mesmo a resposta A todo o meu inquirir; Vive a tua vida dentro de mim, Em tudo o que teu caminhar Em, o médio transparente Tua glória possa irradiar. O templo foi entregue, E purificado do pecado; Que o teu Shekiná brilhe Agora brilhe muito de dentro.

Em outro hino ela escreveu: Toma meu coração, é teu próprio; Ele será teu trono real.

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Escatologia Bíblica 140

Em Heb. 12:22 nós lemos: "Mas tendes chegado ao monte de Sião,

e à cidade do Deus vivo, à Jerusalém celestial, e a incontáveis hostes de

anjos, e à universal assembléia e igreja dos primogênitos" Sião é um

monte celestial cujo nome significa iluminado pelo sol, e é a cidade do

Deus vivo. As expressões "Monte de Sião" e "a celestial Jerusalém", não

somente se referem a futura capital gloriosa do reino do Messias da

Terra renovada (Apoc. 21:22), mas elas se referem ao presente lugar de

habitação e trono do Senhor Jesus em Sua igreja e em cada crente.

Aqueles que aceitam a Jesus como o seu Senhor e Salvador entram "na

Jerusalém celestial", e enquanto forem fiéis aos mandamentos de Deus

(Apoc. 22:14) eles estão salvos e seguros como se estivessem num

castelo forte.

Esta imagem expressiva é muitas vezes apresentada nas Escrituras.

Isaías diz: "Naquele dia se entoará este cântico na terra de Judá: Temos

uma cidade forte: Deus lhe põe a salvação por muros e baluartes. Abri

vós as portas, para que entre a nação justa, que guarda a fidelidade. Tu,

Senhor, conservarás em perfeita paz aquele cujo propósito é firme;

porque ele confia em ti". (Isa. 26:1-5). Nestas palavras inspiradas o

profeta evangélico afirmou-nos que as portas para esta "cidade forte" são

abertas a todos os que observam a verdade, e que aqueles que se

enquadram (se retratam) (veja margem, v.5) como sendo resguardados

dentro dos "muros e muralhas de salvação" apontadas por Deus, serão

conservados em perfeita paz."

Lemos outra vez da pena de Isaías: "Mas aos seus muros chamará

salvação e às tuas portas louvor... mas o Senhor será a tua luz perpétua, e

o teu Deus a tua glória." (Isa. 60:18-20). O salmista diz: "Abre-me as

portas da justiça: Entrarei por elas e renderei graças ao Senhor. Esta é a

porta do Senhor, por ela entrarão os justos. Render-te-ei graças porque

me acudiste e foste a minha salvação." (Sal. 118:19-21). "Torre forte é o

nome do Senhor, à qual os justos se acolhem e está seguro" (Prov.

18:10). "Ó meu Deus, o meu rochedo, a minha cidadela, o meu

libertador... Ele é o meu escudo... Minha alta torre, é o meu refúgio, meu

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Escatologia Bíblica 141

Salvador; ó Deus; da vioiencia tu me salvas... Fiel é a torre da minha

salvação" (2 Sam. 22:3, 51). Veja também Sal. 18:2; 144:2, etc...

Este quadro de um indivíduo ou da igreja habitando seguro dentro

dos poderosos muros de uma fortaleza impugnável e levada para

encorajadora imaginação do livro do Apocalipse onde a grande luta entre

as forças do bem e do mal é tão graficamente e tão realisticamente

retratada que alguns, não discernindo o propósito moral do simbolismo

empregado, pensam que uma guerra militar é nela descrita.

A melhor maneira para se decorar alguma causa é de reduzir a um

símbolo aquilo que queremos memorizar, e pela lei da associação aquele

símbolo traz à mente tudo o que está associado com ela. Os símbolos

apresentam verdades nas formas mais informativas e mais atraentes.

Verdades poderosas são assim condensadas e tornam-se simples e claras.

Por esta razão o grande Mestre apresenta os ensinos vitais do Apocalipse

em forma simbólica.

Insiste-se com o leitor para cultivar o quadro simbólico da alma

como uma fortaleza: Quando rodeado e assaltado por muitos inimigos –

orgulho, egoísmo, inveja, ciúme, avareza, e pensamentos negros e

negativos, etc., procurando obter uma entrada na cidadela da alma, o

escuro invasor é reprimido e a vitória é ganha pelo Rei Jesus – a luz e

Doador de luz – morando no interior. Para inculcar este pensamento nas

mentes de seus filhos, e para habilitá-los para apanhar estes fatos de

salvação existentes da alma, é o propósito moral pelo qual o Senhor

inspirou a João para apresentar os quadros simbólicos do Apocalipse:

Eles apresentam realidades cristãs.

Um autor muito lido, que consistentemente aplica as figuras do

Apocalípse como descritivo da grande controvérsia entre Cristo e

Satanás, emprega as mesmas figuras bíblicas que tem nos apresentado

ensinos que a vitória individual sobre o pecado depende do Cristo que

vive em nós. “Quando a alma se rende inteiramente a Cristo, novo poder toma posse

do coração. Opera-se uma mudança que o homem não pode absolutamente

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Escatologia Bíblica 142

operar por si mesmo. É uma obra sobrenatural introduzindo um sobrenatural elemento na natureza humana. A alma que se rende a Cristo, torna-se Sua fortaleza, mantida por Ele num revoltoso mundo, e é Seu desígnio que nenhuma autoridade seja aí conhecida senão a Sua. Uma alma assim guardada pelos seres celestes, é inexpugnável aos assaltos de Satanás. ... A única defesa contra o mal, é Cristo habitar no coração mediante a fé em Sua justiça.” (DTN, 324).

Em outro livro, este escritor emprega a mesma figura em descrever

o poder da igreja a resistir os assaltos de seus inimigos: “A igreja é o instrumento de Deus para a proclamação da verdade ... e

se ela for leal ao Senhor, obediente a todos os Seus mandamentos, nela habitará a excelência da graça divina. Se for fiel a sua missão, se honrar ao Senhor Deus de Israel, não haverá poder capaz de a ela se opor.” (Atos dos Apóstolos, 600).

Indivíduo e igreja são comparados a "uma cidade edificada sobre

um monte" (Mat. 5:14), a igreja cristi e os crentes individuais são

representados na profecia de Ezequiel (cap. 40 e 48) como um templo

construido sobre "uma mui alta montanha." Jesus disse: "Sobre esta

pedra edificarei a minha igreja e as portas do inferno não prevalecerão

contra ela " (A rocha: Ele mesmo, a Rocha dos séculos") (Mat. 16:18). O

Novo Testamento ensina que a igreja é agora a Sião de Deus, sua cidade

a Jerusalém, e que profecias com respeito aos inimigos serem destruídos

quando atacando Jerusalém e o povo de Deus tem o seu propósito moral

em relação à vitória de cada crente individual em Cristo e da igreja como

um todo.

No livro do Apocalipse a tempestade central dos séculos é a cidade

de Jerusalém, o nome da qual significa "Fundamentos de Paz")

Jerusalém, a cidadade do "Príncipe da Paz" para eatender corretamente o

Apocalipse, Jerusalém deve ser interpretada como o centro de batalha

entre o bem e o mal. No Velho Testamento, Jerusalém foi o centro do

Israel nacional, e muitos dos inimigos do Israel nacional veio contra

Jerusalém – a cidade da "paz". Embora os inimigos estivessem de fora, a

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Escatologia Bíblica 143

paz reinou dentro da cidade quando Israel era fiel. Nisto nós vemos

tipificada a igreja como um todo, e também cada indivíduo. Pela sua

aliança para com o Deus de Israel, a igreja e o indivíduo cristãos se

tornaram o centro de ataque pelos inimigos que são excitados à "guerra"

contra o Santo Filho de Deus no íntimo. Mas, enquanto os inimigos

espirituais se congregam fora dos muros da "cidade santa" (Apoc. 11:2,

etc.), o coração está em paz com Deus.

Os inimigos do povo de Deus que literalmente se congregaram ao

redor atacava a antiga cidade literal de "paz" de Israel são trazidos à

figura espiritual do Apocalipse como tipos dos inimigos que

espiritualmente se congregam ao redor para atacar a cidade espiritual. O

Apocalipse leva esta representação adiante até o fim do mistério; então

todos os inimigos literais ressuscitados do antigo Israel e todos os

inimigos da igreja vão unir-se literalmente ao redor da cidade literal

(Apoc. 20:8, 9) em que reina o visível Filho de Deus, destruidor do mal,

que fazem "guerra" contra Ele e Seu povo . Em Joel 2:32, a libertação

dos inimigos que estão fora da cidade é garantida aos "remanescentes"

dentro de Jerusalém. "Pois no monte de Sião e em Jerusalém haverá

libertação, como o Senhor disse, e no remanescente a quem ele chamar."

Como já vimos, foi esta profecia que Pedro, em seu discurso cheio

do Espírito, cita no dia de Pentecoste e aplica-o em conexão com a

salvação pelo Rei Jesus, que é "tanto Senhor como Cristo". Detalhes são

apresentados do Velho Testamento onde o Israel nacional encontrou

libertação dentro de Jerusaléim pelo poder de Deus (veja 2 Reis 18:17-

37; 19:1-37; Isa. 37:32-36, etc). No fim do milênio quando os inimigos

de Deus e de seu povo se congregam para atacar "o acampamento dos

santos," "a cidade amada" (Apoc. 20:8, 9), eles são destruídos pelo poder

todo-poderoso do "Rei da Justiça", o Senhor Jesus Cristo que reina

dentro.

Todos os nomes próprios, lugares e designações do Apocalipse

empregados num sentido simbólico até a descrição do Revelador da

santa cidade – a Nova Jerusalém – no fim do milênio. Assim o Senhor

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Escatologia Bíblica 144

mostra o princípio a ser usado em "dividir corretamente" o Apocalipse e

outras partes das Santas Escrituras. O milênio é a linha divisória entre a

aplicação do espiritual e a aplicação do literal, justamente como a cruz

terminou o sistema literal, o nacional, o típico, e introduziu o período da

aplicação antitípica, espiritual ou eclesiástica. O Apocalipse claramente

revela a tríplice aplicação dos reis de Israel, mas como nós lidamos com

este tema em outro livro, nós não o dividiremos mais aqui.

Como a história do antigo Israel é aplicada no Novo Testamento

como os tipos ou os símbolos que salientam as experiências da igreja e

como a igreja é representada como tendo ocupado o lugar do Israel

nacional até a sua posição geográfica na Palestina, assim, no Apocalipse

o Senhor descreveu de experiências de hoje de sua igreja em termos

simbólicos. Embora combatida por muitos inimigos a igreja, "no monte

de Sião" (Apoc. 14:20; Ezeq. 40:2; 447:1; 43:12, etc.). Como uma

fortaleza poderosa, impregnável aos assaltos do inimigo, será mais que

vencedores, por meio daquele que nos amou (Rom. 8:37)."Graças a Deus

que nos da a vitória por meioo de nosso Senhor Jesus Cristo" (1 Cor.

15:57).

A grande controvérsia entre as forças do bem e do mal sobre a

obediência à lei de Deus, culminará no "Conflito Final". Para revelar

vivamente essa batalha espiritual é o propósito moral pelo qual os

quadros gráficos simbólicos foram dados no Apocalipse.

ADENDUM – Um Ligeiro esboço

A crença que o "Armagedm" será um conflito militar na Palestina é

uma parte do sistema futurístico que é baseado sobre uma aplicação

literal das crenças do antigo Israel em contraste à aplicação espiritual do

Novo Testamento em relação para com a igreja. Os erros do catolicismo

romano são baseados sobre a aplicação literal das coisas do Israel

nacional. Os futuristas protestantes poderão apreciar indevidamente sua

Page 145: Apostila da Andrews University - Escatologia Bíblica

Escatologia Bíblica 145

interpretação da profecia estando cheia dos erros do catolicismo romano;

mas eles têm o mesmo fundamento.O futurismo tem sido defendido pelo

catolicismo romano por causa de sua força potente contra o verdadeiro

protestantismo.

O Dr. E. G. Ginneess, em seu "O fim Aproximado do Século", pp.

100, 101 escreve sobre a perspectiva futurista: "Em sua forma presente, porém, pode se dizer que se originou no fim

do século dezesseis, com o jesuíta Ribeira, que, movido como alcazar, para livrar o Papado do estigma lançado sobre ele pela interpretação Protestante, procurou fazer assim por referi-los ao futuro distante... Por um período considerável esta perspectiva ficou confinada aos Romanistas (ênfase do autor) e foi refutado por várias obras protestantes magistrais".

A igreja Católica Romana justifica seus edifícios ornamentais e seu

ritual, etc., apontando as causas literais do antigo Israel. (Veja seu

Question Box, pp, 188, 189; Keenan's Cataclism, pp, 193 – 212, etc.)

O seguinte curto esboço pretende transmitir "muito em pouco" e de

provocar o leitor a estudar mais os princípios fundamentais da

interpretação.

“O mistério da piedade” “O mistério da iniqüidade”

Aplicação espiritual das coisas de

Israel

Aplicação literal das coisas de

Israel

Templo – Igreja Templo Sacerdotes – na terra, todos os crentes Sacerdotes

Incenso – Oração (Sal. 147:2;

Apoc. 5:8

Incenso

Cruz – negação própria diária

(Luc. 9:23

Cruz

Luz no templo = Bíblia (Sal.

119:105; 2 Cor. 4:4)

Candeeiros (Velas)

Pão – Palavra de Deus (João 6:27-68 Pão – Hóstia

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Escatologia Bíblica 146

Água – Esp. Santo operando pela

Palavra de Deus (Tit. 3:5; Ef. 5:26)

Fogo em que escória é queimada:

1) Trabalho do E. Santo

(Mat. 3:11; Isa. 4:4; 1 Ped. 1:7; 4:12)

2) Obediência à verdade purifica

(1 Ped. 1:22)

Purgatório

Rei: Cristo - Invisível (1 Tim. 1:17) Papa - Cabeça visível

Espírito Santo - Invisível

Representante (João 14:17)

Papa: Suposto representante de

Cristo

Trono em cada coração (Rom.

5:17-27)

Trono visível em Roma

(Apoc. 16:10; 17:18)

Reino - Espiritual - os libertos do

pecado (Col. 1:13)

Reino literal: Poder Político

Guerra - Guerra Espiritual;

Conflito Mundial. (1 Tim. 6:12)

Guerra - Conflito militar na

Palestina.

Paz - paz espiritual - Deus + alma. Paz - "Paz militar". Inimigos "gentios", "pagãos", os que

não são israelitas (Efés. 2:11,12;

Apoc. 11:2) em qualquer parte do

mundo

"Pagãos", "Gentios" - Nações

literais Oriente da Palestina.

Israel - Igreja em todo o mundo

(Gál. 6:16; Apoc. 7:1-4).

Israel - uns poucos judeus literais

na Palestina.

Israel atacado por inimigos

espirituais (Ez. 38, 39; Joel 3; Zac.

14; Apoc. 14:1,20; 16:12-16; 17:14)

Israel atacado por inimigos - nações

literais, para atacar literalmente

judeus literias na Palestina.

Ensina que o Anticristo é um líder

espiritual: uma igreja falsa que faz

“guerra aos santos” (Apoc. 13:7).

Ensina que Anticristo é um líder

militar; uma pessoa a dominar

judeus cristãos na Palestina. Tempo simbólico (Dan. 7:25; Apoc.

11:2; 12:6; 13:5) afetando a igreja.

Tempo literal (3 ½ anos literais),

afetando judeus literais na Palestina.

Page 147: Apostila da Andrews University - Escatologia Bíblica

Escatologia Bíblica 147

OS REIS QUE VÊM DO ORIENTE

Introdução

Todas as profecias dos últimos dias graficamente retratam o

conflito final e a necessidade para que a igreja esteja completamente

preparada para a mais terrível luta de toda a história. O Espírito de

Profecia declara: “Diante de nós está uma crise terrível. As vidas de muitos se apagarão

nas trevas"'. (Watchman, 2 de abril de 1906).

“A grande controvérsia entre o bem e o mal há de assumir proporções

cada vez maiores até o seu final desenlace. ... E toda habilidade e astúcia satânicas adquiridas, toda a crueldade desenvolvida nessa luta de longos séculos, serão empregadas contra o povo de Deus no conflito final.” (GC, pág. 7)

“A mais vívida descrição não pode atingir a grandeza daquela prova.

Naquele tempo de provações, toda alma deverá por si mesma estar em pé perante Deus.” (GC, pág. 622).

“Ao aproximar-se a tempestade, uma classe numerosa que tem

professado fé na mensagem do terceiro anjo, ... abandona sua posição, passando para as fileiras do adversário.” (GC, pág. 608).

“Logo o povo de Deus será provado por ardentes provas, e a grande

proporção dos que agora parecem genuínos e verdadeiros, demonstrar-se-á metal vil. Em vez de se fortalecerem e confirmarem com a oposição, as ameaças e abusos, tomarão covardemente o lado dos oponentes. ... Permanecer em defesa da verdade e justiça quando a maioria nos abandona, ferir as batalhas do Senhor quando são poucos os campeões – essa será nossa prova.” (Testemunhos Seletos, vol. 2, p. 31).

Somente uma classe de adventistas permanecerá firme através da

luta tremenda vindoura – aqueles que aprenderam como se “vestir com a

Page 148: Apostila da Andrews University - Escatologia Bíblica

Escatologia Bíblica 148

couraça da justiça de Cristo”. A serva do Senhor escreveu: “Vestidos

com as armaduras da justiça de Cristo, a igreja deve entrar no conflito

final". (PR., pág. 725). Portanto, é imperativo que todos os filhos de

Deus, aprendam pessoalmente como obter e por esta “armadura da

justiça de Cristo”. Todas as profecias dos últimos dias encarecem este

item, porém a mais impressionante de todas elas, é que apresenta o

segredo de conhecer, como obter esta "armadura da justiça de Cristo", é

a mensagem pessoal do Senhor à Sua igreja nessa profecia do

Armagedom. (Apoc. 16: 12-16, etc.). É por causa disto, que a mensagem

especial de Deus a seu povo remanescente, adverte o povo de Deus a

respeito de seu perigo iminente, e como podem estar preparados para

enfrentá-lo, que Satanás introduziu tanta confusão e desentendimento a

respeito de profecia que saliente a arregimentação das forças do grande

dia do Deus Todo-poderoso. O secamento das águas do Eufrates pela 6ª.

praga e a vinda dos Reis do nascimento do sol. O ponto principal da

mensagem pessoal do Senhor a seu povo remanescente, pois Ele é o

Revelador, veja Apoc. 22:16; CS., pág. 342), com respeito ao

Armagedom vindouro é um apelo para que seu povo se "vista com

armadura de sua justiça", antes de terminar o tempo de provação.

Estude Apoc. 16:15, que é citado pelo Espírito de Profecia, com

referência ao fim do tempo de provas, e da necessidade de ser "vestido

com a armadura da justiça de Cristo (PJ., 319; DTN, págs. 635, 636).

Portanto, como o próprio Senhor encareceu o assunto da justiça

pela fé em Sua mensagem do Armagedom, toda a consideração de

qualquer aspecto daquela mensagem separada do tema da justificação

pela fé, é apenas uma patética perversão da profecia. Quando estudada à

luz do tema vital da justificação pela fé, o esboço profético relativo à

vinda dos Reis do Nascimento do Sol, torna-se um dos mais

encorajadores e mais estimulantes de todos os assuntos escatológicos.

A interpretação que aplica os Reis do Nascimento do Sol, às nações

do oriente não têm aplicação sobre o assunto da justificação pela fé e por

causa deste fato só é assim revelada como um assunto falso para com a

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Escatologia Bíblica 149

verdade que nosso Senhor Jesus apresentou em seu livro Apocalipse. Um

grande número de professores, líderes de Biblia e estudantes entre os

Adventistas do Sétimo Dia, não crê na interpretação que aplica

Apocalípse 16:12 às assim chamadas nações “pagãs” do “Oriente”.

Em julho de 1950 um questionário foi entregue diante de uma

reunião na Pacific Union College, Angwin, Califórnia, USA., de

representantes dos departamentos teológicos de todos os nossos colégios

na América do Norte, a fim de perguntar aos professores de Bíblia

presentes a respeito de assuntos como os Reis do Nascimento do Sol,

Armagedom, etc. As informações obtidas por aquele Questionário foi

muito animador, pois ele revelou uma unanimidade marcante entre

nossos líderes e professores de Bíblia. Para nosso objetivo presente, vai

ser suficiente dar a resposta a duas perguntas feitas no Questionário.

Quando perguntadas quantos criam que “Armagedom” e uma batalha

entre as nações do Oriente e do Ocidente. “NENHUM respondeu

afirmativamente. A mesma unânime resposta negativa foi obtida para a

pergunta: “São os reis do oriente poderes terrestres?” A maioria disse

que cria que os “reis do Oriente são Cristo como Rei dos Reis e Senhor

dos Senhores, e aqueles que estão com Ele”. (Apoc. 17:14)”.

Estes fatos deviam ser conhecidos entre o povo de Deus,

particularmente na Austrália, onde tem havido um considerável super-

ênfase sobre a errônea interpretação de que os “reis do nascimento do

sol” se refere às nações “pagãs” do “Oriente”. Desafortunadamente, em

algumas de nossas reuniões evangélicas e pelo rádio, a interpretação

errada ainda está sendo apresentada como se fosse o único ensino

"ortodoxo" aceito pelos Adventistas do Sétimo Dia. Porém, será

claramente visível das respostas ao Questionário feito no Concílio de

professores de Bíblia de Colégios em1950 que o ensino que declara os

Reis do Nascimento do Sol de serem as assim chamadas nações "pagãs"

do oriente, e o Armagedom de ser uma batalha entre as nações do

Oriente e do Ocidente era unimemente rejeitado pelos Professores de

Bíblia dos Colégios que estiveram reunidos em Concílio naquele tempo.

Page 150: Apostila da Andrews University - Escatologia Bíblica

Escatologia Bíblica 150

A fim de ventilar algumas das razões por que tantos professores

adventistas do sétimo dia e estudantes das Sagradas Letras não criam e

não podiam crer que os Reis do Nascimento do Sol que são lançados em

grande projeção nos delineamentos proféticos na poderosa hora climática

se referem às nações orientais da Terra, mas sim referem-se à vinda dos

exircitos dos Céus para libertar o povo de Deus e para destruir seus

opressores babilônicos, este livro foi escrito.

Louis F. Were

“Toda a verdade é certa, e nada mais está certo; e todo aquele que

esconde a verdade, ou a detém do homem, por experiência, ou é um

covarde ou um criminoso, ou ambas as cousas.” Max Müller.

A Questão Oriental – Campo Fértil para Profecias Falsas

Muitas falsas predições resultam da Questão Oriental. Sim,muito

adventista do sétimo dia, leal, tem feito falsas predicões devido à sua

crença na Questão Oriental. Nesse único propósito ao nos referirmos a

este fato, queremos destacar a causa , a fim de podermos aproveitar hoje

pelos enganos de ontem. Seria difícil depender de uma interpretação

profética mais desacreditada pelo desenrolar dos eventos que a Questão

Oriental. Por três quartos de século, desde que foi introduzido no

Movimento do Advento, tem sido fértil como produtor de falsas

profecias.

No princípio, e pouco depois de sua introdução no Movimento do

Advento por Urias Smith, a Questão Oriental compreendeu-se referir a

assuntos pertencertes à Turquia, e ao Próximo Oriente sendo seu atual

maior encontecimento, ênfase, entre nós do longínquo Oriente é de

origem mais recente.

A Questão Oriental não é parte de nossas crenças originais mantidas

pelos nossos pioneiros – pelo contrário, é a contrafação de seus ensinos.

O ponto de vista domininacional do Armagedom foi salientado primeiro

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Escatologia Bíblica 151

por Tiago White num editorial do Review and Herald, de 21 de janeiro

de 1862: “A grande batalha nao será entre nação e nação, mas entre a

terra e o Céu.” Este foi o ensino deste povo do Advento, quando o anjo

de Deus comissionou a serva do Senhor a escrever: “Disse o meu anjo

assistente: „Ai de quem mover um bloco ou mexer num alfinete dessas

mensagens.‟ ” (PE, 258). Este ensino foi também incluído na mensagem

principal do Espírito de Profecia que cita: “É tão certo que nós temos a

verdade como é que Deus vive". (4T., 595).

Na divisão Australiana tem sido declarado que “os Reis do Oriente”

referem-se às nações do Oriente. Isto, definitivamente não foi um

“bloco” ou um “alfinete” da mensagem mencionada nos extratos acima

da Sra. E. G. White, pois esta interpretação errônea veio a nós muitos

anos depois dessas declarações terem sido feitas. A declaração em

Primeiros Escritos, pág. 258, foi certamente feita logo no Movimento do

Advento. Isto se encontrou em Testimonies, vol. 4 (4T, 595) e foi

publicado em 1881.

Apena dirigida escreveu a 27 de novembro de 1883: “Os grandes marcos de estrada que nós passamos, são irremovíveis..

Estes pilares de verdade estão firmes como os montes eternos, imóveis apesar de todos os esforços combinados dos homens com os de Satanás e suas hostes.” (Review & Herald, 27 de novembro de 1883).

“As verdades que nos foram dadas depois de passar o tempo de 1844, são tão certas e imutáveis como quando o Senhor no-las deu como resposta a nossas sérias orações... Nós sabemos que o que nós aceitamos é a verdade” (Ms 32, 1886)

“Nenhum alfinete será removido daquilo que o Senhor estabeleceu ... onde encontraremos segurança a não ser que seja nas verdades que o Senhor nos deu pelos últimos „cinquenta anos‟.” (E. G. White, Review & Herald, 25 de maio de 1905).

Estas declarações de confiança e certeza dadas pela serva do Senhor

referem-se àquelas verdades dadas a este povo nos dias iniciais do

movimento adventista, e usá-las (como tem sido feito para apoiar o

ensino que declarava que um conflito militar entre o Oriente e o

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Escatologia Bíblica 152

Ocidente é retratado em Apocalipse 16:12-16 é um flagrante mau uso

das palavras inspiradas, pois este ensino surgiu em nosso meio em anos

muito recentes, muito depois destas palavras terem sido escritas. “Nós

nos devemos estabelecer na fé, à luz da verdade a nós em nossa

experiência inicial.” (Early Writings, 302)

Aqueles entre nós cujas mentes foram condicionadas por

propaganda falsa (que apresenta somente seu ponto de vista – o errado),

e contínua repetição (que alguns parecem tornar uma apresesentação

correta), surpreender-se-ão ao aprender que antes da morte de Urias

Smith em 1903, a idéia de um conflito entre o Oriente e o Ocidente

relacionado de qualquer jeito ao Armagedom, nunca apareceu na

literatura da irgeja.

“Ao apresentar um exame escolástico da „oripem do Armagedom

Político-Militar‟, o Pastor Raymond F. Cottrell também dizia “dois

novos conceitos com respeito ao Armagedom foram introduzidos

subsequentemente a sua (de Urias Smith) morte, isto é a idéia do

Armagedom ser um conflito essencialmente político-militar, e aquele

pelo qual as nações do extremo oriente se tornaram os „Reis do Oriente‟

da profecia. Nenhuma destas considerações parecem sequer ter ocorrido

a Urias Smith.”

Como estas idéias “nunca apareceram na literatura da igreja antes

de 1903, elas possivelmente não podem ser incluídas nas declarações

feitas pela serva do Senhor, que declarou: „Ai de quem mover um bloco

ou mexer num alfinete dessas mensagens.‟ (PE, 258). „É tão certo que

nós temos a verdade como é que Deus vive‟. (4T., 595) „As verdades

dadas a nós depois de passar o tempo em 1844‟ (Ms 32, 1896); „verdades

que o Senhor deu pelos últimos cinqüenta anos‟. (Review & Herald,

25/5/1905).

Os pioneiros descobriram a verdade da mensagem de Deus nos

últimos dias por intensivo estudo bíblico e fervorosas orações. Como nos

é dito pela serva do Senhor:

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Escatologia Bíblica 153

“Muitos de nosso povo não compreendem quão firmemente o fundamento de nossa fe foi estabelecido. Meu marido, o Pastor José Bates, Papai Pierce, o Pastor Edson, e outros que foram inteligentes, nobres e verdadeiros, estavam entre os que, após o passar do tempo em 1844, procuraram a verdade como a tesouros escondidos. Eu me encontrava com eles, e estudávamos e orávamos fervorosamente. Muitas vezes ficamos até tarde da noite, e às vezes a noite toda, orando por luz e estudando a Palavra. Vez após vez estes irmãos se reuniam para estudar a Bíblia para saberem seu significado, e estarem preparados a ensiná-la com poder. Quando chegavam ao ponto em seu estudo, diziam: „Nós nada mais podemos fazer‟, o Espírito de Deus descia sobre mim, eu era arrebatada em visão, e me era concediada uma clara explicação das passagens que estivemos estudando, com instruções de como devíamos trabalhar e ensimar eficientemente. Uma linha da verdade estendendo-se daquela época até o tempo em que entrarmos na cidade de Deus foi claramente demarcada perante mim, e transmiti a outros a a instrução que o Senhor me havia dado.” (Special Testemonies, séries B. nº 2, págs. 56 e 57).

Uma declaração semelhante é dada em Obreiros Evangélicos, pág.

302: “Por vezes noites inteiras eram consagradas à pesquisa das Escrituras,

a pedir fervorosamente a Deus Sua guia. Juntavam-se para esse fim grupos de homens e mulheres pios. O poder de Deus vinha sobre mim, e eu era habilitada a definir claramente o que era verdade ou erro.

“Ao serem assim estabelecidos os pontos de nossa fé, nossos pés se colocavam sobre um firme fundamento. Aceitávamos a verdade ponto por ponto, sob a demonstração do Espírito Santo. Eu era arrebatada em visão, e eram-me feitas explanações.”

Nenhuma Questão Oriental, nenhum Armagedom militar destes

sérios e longos períodos de estudo da Bíblia, e pedido por luz dos céus.

Pelo contrário, o Armagedom foi visto como “não entre nação e nacão”

mas entre terra e Céu." Assim, a luz da verdade veio ao dirigir o Senhor

os pioneiros a comparar Escritura com Escritura, tornando a Bíblia seu

próprio expositor.

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Escatologia Bíblica 154

Contudo, o princípio divino e de confiança de acertar a

interpretação da Palavra profética estabelecida pelos pioneiros da

mensagem não foi o método infalível permanentemente usado entre nós,

pois Urias Smith, que aceitou a. mensagem quando jovem de vinte anos

de idade no ano de 1852, devia estabelecer uma modalidade permitindo

que eventos correntes influíssem na interpretação da profecia. Este

jovem não participou a rude experiência cristã e profundo estudo da

Bíblia dos primitivos pioneiros. Embora usasse uma pena sábia, ele

confiou muito num intensivo estudo da exegese protestante anterior

como é evidente através de seu livro. Compreensão Pioneira sobre

Daniel Onze e o Armagedom, pág. 11, Raymond F. Cottrell diz de Urias

Smith: “Perto do fim de sua vida ele expressou a um amigo íntimo tristeza

por não ter encontrado tempo para um estudo contínuo e profundo da profecia por causa de seus deveres como editor da Review, e acrescentou que outros depois dele teriam o agradável privilégio de descobrir novos raios de luz que tinham escapado da sua própria procurar.”

Porque certos assuntos políticos com respeito à Turquia, Rússia,

ctc. eram assuntos vivos do dia, ele foi levado a achar nestes eventos

nacionais sinais do sejundo advento, que, pensava ele, pareciam

CUMPRIMENTOS das profecias dos últimos dias. Não pelo processo de

comparar Escritura com Escritura decidiu ele que a Turquia era o Rei do

Norte, pois por este processo ninguém poderia chegar à sua conclusão.

Mas porque a queda da Turquia parecia iminente, isto é, para ele parecia

ser o cumprimento de Daniel 11:45.

Este sistema de permitir que relatórios da jornais ou eventos atuais

determinassem a interpretação da profecia foi uma estranha separação do

método empregado pelos pioneiros e o Espírito de Profecia, pois eles

confiavam exclusivamente na Bíblia para sua exposição. Tiago White e

outros pioneiros comparando Escritura com Escritura, não adivinham

apenas que o poder a que se referia Daniel 11 era o papado, pois esta é

uma conclusão a que se pode chegar quando se ua as Escrituras para se

explicarem a si mesmas. Naquele tempo, porém, o papado parecia estar

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Escatologia Bíblica 155

morto – por isso Urias Smith escreveu: “Na tentativa que alguns fazem

de introduzir aqui o papado está evidentemente tão afastado do alvo que

sua consideração não precisa deter-nos” (Daniel and Revelation, edição

1881, pág. 283).

Os anos que passaram vindicaram a posição mantida pelos

pioneiros, inclusive Tiago White, pois o papado hoje tem alcançado

grandes alturas de influência entre as nações. Alegremo-nos

imensamente pelo fato de muitos de nossos intelectuais, dirigentes

pensadores e peritos, estudantes da Bíblia hoje comparam as Escrituras

com as Escrituras como fizeram nossos pioneiros e assim nós agora

veremos que o papado e não a Turquia é o poder representado nos

últimos versos de Daniel 11.

Admitindo que eventos correntes explicassem a Bíblia, Urias Smith

escreveu a respeito da escreveu da desfalecente Turquia: “Todos os

olhos agora estão postos com interesse para a Turquia; e a unânime

opinião dos estadistas é de que a Turquia está destinada em breve a ser

expulsa da Europa... A ocupação do Egito pelos ingleses no presente ano

(1883), é outro passo em direção ao inevitável resultado, e forneceu o

movimento que o INDEPENDENTE, de Nova Iorque, se aventura a

chamar „o começo do fim‟.... Desta maneira toda a evidência vem

demonstrar que o Turco deverá em breve deixar a Europa.... pode ser

apenas uns poucos meses” (edição, 1881, págs. 289, 298). Pelo que hoje

se vê, tudo isto resultou em serem apenas palavras vãs. De fato, muitas

páginas na velha edição são umas tantas páginas preenchidas com mas

aplicações de eventos correntes que não ocorreram de acordo com a

expectativa de nosso culto irmão. Estas páginas são testemunhas mudas

da irregularidade da interpretação profética de acordo com fases

presentes e passageiras de política, uma lição que alguns de nossos atuais

expositores ainda precisam lembrar.

Tiago White ficou perplexo quando observou a tendência de

permitir acontecimentos correntes influir a interpretação pessoal da

profecia, tendentes a afastar da posição que ele estabelecera por estudo

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Escatologia Bíblica 156

bíblico paciente, com muita oração. Ele escreveu um editorial no Review

de 29 de novembro de 1977, alguns anos apos Urias Smith ter mudado

de sua própria posição original, substituindo a Turquia por Roma.

Raymond F. Cotrell, afirma: “Tiago White escreveu aconselhando cuidado na interpretação de

profeciis não cumpridas e achou Urias Smith „removendo as normas‟ fielmente estabelecidas no Movimento do Advento. Este artigo não deixa dúvidas de que a posição que torna Roma o poder de Dan. 11:45 e de Apoc. 16:12, se tinha „completamente estabelecido‟ como um marco no Movimento do Advento, antes daqueles tempos, e que ele foi mantido pelos pioneiros desta mensagem, sem exceção, desde os dias de Guilherme Miller, até ao menos 1863.”

Nova referência foi feita ao editorial de Tiago White na Review and

Herald, de 29 de novembro de 1977, na Conferência da Bíblia de 1952 –

veja Our Firm Foundation, vol. 2, pág. 696. Tiago White salienta que se

estudássemos a Bíblia corretamente e vivêssemos “tão perto de Deus

como deveríamos”, nós estaríamos em condições de “compreender o que

o Senhor revelou”. Continua ele declarando “Mas em exposição de

profecias ainda não cumpridas, onde a história não está escrita, o

estudante deveria apresentar sua proposta não com demasiada certeza

para não suceder encontrar-se navegando no campo da imaginação. As

conclusões tomadas sobre a Questão Oriental, são baseadas sobre

profecias que ainda não tiveram cumprimento. Aqui nós devíamos pisar

suavemente e chegar a conclusões cuidadosamente, para não nos

encontrarmos removendo os marcos miliaários bem estabelecidos no

Movimento do Advento. Pode dizer-se que existe totalmente um acordo

geral sobre este assunto, e que todos os olhos estão postos em relação à

guerra. agora em progresso entre a Turquia e a Rússia, como o

cumprimento daquela porção da profecia da qual será dada geral

confirmação brevemente neste alto clamor e terminação de nossa

mensanem. Mas qual será o resultado desta conclusão positiva em

profecias não cumpridas se as coisas não se materializarem como muito

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Escatologia Bíblica 157

confiadamente predetas é uma questão séria.... Aqueles que examinam a

Questio Orieantal, certamente se desapontarão.

O Pastor Tiago White sabia que Urias Smith estava seguindo

princípios errados, permitindo que acontecimentos correntes no mundo

políco influíssem em sua interpretação das profecias dos últimos dias e

ele sabia que os acontecimentos não ocorreriam como. Urias Smith tão

confiadamente pensava que ocorreriam. Os eventos subjacentes

aprovaram a sabedoria das palavras do Pastor White, e revelam ser um

princípio errado permitir que reportagens de jornais e de eventos

correntes influam na interpretação da profecia, como no caso de Urias

Smith, naquela hora.

Nós citamos outra vez do trabalho infomativo de Raymond F.

Cotrell “Pontos de Vista Pioneiros sobre Daniel Onze e o Armagedom",

pág. 6:

“Alguns fatos citados neste artigo são vitais a uma compreensão do

assunto então estudado. Tiago White firmemente acreditava que Roma

fosse a potência de Daniel 11:45 e estabeleceu isto como um dos marcos

miliários firmemente estabelecidos no Movimento do Advento. Urias

Smith e uma maioria dos líderes, que estavam em 'concordância geral

com ele, foram encontradas removendo os marcos miliários.' Positivos e

confiados em sua crença de que a guerra agora em progresso entre a

Turquia e a Rússia era 'o cumprimento daquela porção da profecia, eles

ofereceram este conflito como evidência primária em aproio do novo

ponto de vista, esperando que dentro de muito pouco tempo ele 'daria

grande confirmação de fé no rápido alto clamor e a terminação de nossa

mensagem'. A rapidez com que este evento seria cumprido e expresso

por Urias Smith da seguinte maneira: Todos os olhos agora estão

dirigidos com interesse à Turquia; e a unânime opinião dos estadistas é

que a Turquia está destinada em breve ser removida da Europa... o que

pode ser em poucos meses'.

“Na mente de Tiago White a questão vital era a validade do novo

método pelo qual a história corrente era usada para interpretar profecia

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em substanciar posições já determinadas na base da evidência da

Escritura. Ele defendia a Bíblia como seu próprio expositor, insistindo

no uso de passagens da Escritura claramente compeendidas e explica

porções paralelas que não estivessem tão claras. ... Não acreditando que

a guerra de então fosse o cumprimento de Daniel 11:45 – 'ele chegará a

seu fim' – era portanto para ele uma 'questão importante' qual seria o

efeito desta certeza em profecias não cumpridas se as coisas não

ocorressem como tão certamente esperava! Ele temia que em vez de uma

'grande confirmação' da mensagem o resultado não seria nada mais que

outro desapontamento. Tendo já passado por uma tal experiência ele não

antecipava outra com prazer. Como a história nos relata; foi Tiago White

e não Urias Smith que demonstrou estar certo: a Turquia não chegou ao

seu fim, nem foi ela jamais até agora expulsa da Europa.

O fenômeno admirável é que desde as não cumpridas profecias de

Urias Smith o mesmo tipo de fracassos de predizer o cumprimento de

futuros acontecimentos nacionais, tem sido experimentado por aqueles

de nossos expositores que baseavam seus prognósticos semelhantemente

na crença de Dan. 11:45, Apoc. 16:12-16, escolhem uma guerra militar

entre as nações. Toda a crise internacional que surge foi declarada ser

um positivo cumpridor do cataclista Armagedônico em breve porvir.

Que alguém ainda hoje tivesse confiança nesta interpretação depois

do relato repleto e minucioso das falsas profecias lançadas pelo caminho

de nossa história Adventista por mais de trêes quartos de século indica

quão tenazmente a mente humana se apega à crença que é baseada

parcialmente sobre uma passagem da Bíblia mais o apego humano dele a

eventos políticos atuais. Enquanto o texto está na Bíblia e o evento está

ocorrendo no mundo, somente a imaginação do homem os liga entre si.

A mente não influída do homem é enganada a pensar que está lidando

com fatos, mas o fato que deve ser estabelecido é se um número de

passagens na Bíblia, colabora na interpretação feita a uma passagem que

se supõe estar-se cumpindo no mundo.

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Origem do Armagedom Político-Militar

Em sua sábia apresentação da origem e desenvolvimento entre nós

da "Idéia do Armagedom político-militar", o Pastor Raymond F. Cottrell

diz: “Embora o conceito de Urias Smith da parte da Turquia tenha se

mantido substancialmente sem mudança através dos anos, dois novos conceitos com respeito ao Armagedom foram introduzidos após sua morte, como seja a idéia do Armagedom sendo essencialmente um conflito político-militar, e aquele pelo qual as nações do Extremo Oriente se tornaram os "reis do oriente" da profecia. Nenhum destes pontos de vista parece sequer ter ocorrido a Urias Smith, por razões que se tornarão óbvias.

“A tensão mundial aumentada e a corrida dos armamentos que precedeu a Primeira Guerra Mundial levou muitos adventistas a pensar como sendo ela o Armagedom bíblico. Já em 1903 um escritor falou no Review dos esspíritos maus que estão instigando as nações para a guerra e juntando o mundo todo para o Armagedom. Agora é evidente, certamente, que os membros de uma união religiosa tríplice, nada tiveram sequer de participar com nacões líderes, na Primeira Guerra Mundial, é que o conflito de modo algum foi o Armagedom da profecia; mas um pouco mais tarde o mesmo escritor comentou que muitos dos que conhecem, o pulso dos acontecimentos internacionais, vêem bem na frente de nós um conflito mundial, que eles descrevem como o Armagedom das nações... os homens de negócios vêem o ajuntamento das nações para um conflito iminente. A palavra certa da profecia diz que é a reunião para a batalha do último grande dia. Aquilo que os profetas de Deus a séculos estão descrevendo, os modernos jornalistas e estadistas testificam. Com pressa ráãpida o mundo está se lançando no grande Armagedom.”

Depois de citar declarações que apareceram no Review declarando

que as hostilidades que se aproximam da I Guerra Mundial feriam o

cumprimento das profecias com respeito ao Armagedom, o irmao

Cottrell faz a seguinte observação:

“Note bem que a corrida armamental precedente à I Guerra

Mundial, foi considerada pelo jornalismo popular como sendo uma

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preparação para o „Armagedom‟ – I Guerra Mundial. Sem oferecer

evidência escriturística que estes preparos de qualquer maneira

diretamente relacionados ao Armagedom bíblico, esta maneira de pensar

da parte de escritores seculares foi adotada e aplicada por nossos

escritores e povo, ao Armagedom da profecia... Desta maneira, antes de

seu início, a I Guerra Mundial foi definida como e inequivocamente

identificada com o Armagedom da profecia. Um cuidadoso estudo de

todos os artigos sobre este assunto durante a década anterior à I Guerra

Mundial, revela o fato que nenhum esforço foi feito para provar esta

suposta relação da própria Bíblia. A idéia de que o conflito que

ameaçava pudesse ser de alguma maneira relacionado ao Armagedom da

Bíbblia foi ou assumido ou emprestado exclusivamente de fontes

seculaes... Este procedimento da parte de escritores indubitavelmente

bem intencionados, constitui um afastamento distinto do princípio

estabelecido de que a Bíblia deve ser seu próprio intérprete. Eventos

correntes não predizem e não podem de si mesmos interpretar a profecia;

eles podem ser usados legitimamente somente para confirmar uma

interpretação já devidamente estabelecida sobre a autoridade da própria

Innspiração.

O Armagedom em Relação à Turquia

Na literatura da igreja, como em nossos jornais, o Armagedom foi

compreendido a seguir imediatamente após a espera da remoção da

capital da Turquia de Constantinopla a Jerusalém. “As Escrituras indicam que eventualmente a sede do governo será

removida à gloriosa santa montanha entre os mares, referindo-se evidentemente a Jerusalém... Sugeriu-se que se a Turquia entrasse na Primeira Guerra Mundial, então esta (I Guerra Mundial) seria o primeiro estágio da batalha do Armagedom. Com a entrada da Turquia no conflito, a Inglaterra sem dúvida retirou sua secular oposição a uma invasão russa da Turquia e a tomada de Constantinopla; com esta falta de apoio foi considerado ter a Turquia chegado a seu fim, com ninguém para ajudar: O

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Império otomano na Europa em breve será.apenas uma lembrança... Por quase quarenta anos o escritor tem olhado com intenso interesse os movimentos no Próximo Oriente com referência ao cumprimento das predições relacionadas com a Questão Oriental, e rejubila-se pela clara evidência que o último passo, o último ato do drama, está às mãos... Mas, como com Urias Smith um meio século antes, esta idéia foi reflexo de pensamento secular. Um artigo no Review citado integralmente do New York Times intitulado „O Homem Doente do Oriente está morrendo enfim‟, afirmava com respeito à I Guerra Mundial, que 'aparentemente o fim do Império Turco está às mãos!...

“O interesse na Turrquia, reavivou-se com a I Guerra Mundial, novamente levou influentes evangelistas a dar 'positiva' e 'séria' expressão à opinião de que o homem enfermo do Oriente, estava para ser afastado da Europa... Os eventos, certamente, vindicaram a sabedoria do conselho dado pelos líderes de Washington, pois a Turquia não foi retirada da Europa, sua capital não foi transferida a Jerusalém (e agora parece que não o pode ser), e a I Guerra Mundial não se tornou Armagedom como tantos tinham confiadamente esperado.”

Pela adoção do princípio falso de permitir opiniões pupulares e

eventos correntes parecerem interpretar as Escrituras, antes de aderir à

prática dos pioneiros de compaear Escritura com Escritura e assim

aceitando a verdade mesmo que seja contrário à opinião popular, Urias

Smith levou a muitos de seus sucessores a segui-lo, e, com ele,

padronizar muitas falsas predições que se supunha serem as declarações

das profecias. Desde seus dias a vereda do Advento foi literalmente

promiscuída por predições abandonadas, desaprovadas e falsas. Cansaria

o leitor se continuássemos em grande escala apresentar qualquer coisa

como uma idéia adequada das falsas profecias que surgiram da

interpretação política e militar, de tais profecias como Dan. 11:45; Apoc.

16:12-16. Porém, nós continuamos citando o resumo do Pastor R.F.

Cottrell, da origem, e desenvolvimento do Armagedom militar entre nós.

À pag. 16, ele diz:

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O Armagedom se Torna um Conflito Entre o Oriente e o Ocidente

“Antes da morte de Urias Smith em 1903, a idéia de um conflito

entre o Oriente e o Ocidente estar de alguma maneira relacionado com o

Armagedom, jamais aparecera na literatura da igreja; mas no Review de

22 de outubro daquele ano, um artigo sobre „O Ajuntamento do

Armagedom‟, falava de uma colisão entre a Rússia e a Inglaterra pelo

domínio da Ásia' .... Não foi senão em1913, porém, que o conceito do

Armazedom ser um conflito entre o Oriente e o Ocidente foi encontrado

clara e enfaticamenta afirmado no Review... Durante e pouco depois da

Primeira Guerra Mundial, uma série de livros por Lothrop Stoddard

tratando do „perigo amarelo‟ e „a crescente maré da cor‟ tornou-se leitura

popular, aparentemente substanciada pelo rápido e crescente poder do

Japão e o despertamento de outros povos orientais. Ênfase

denominacional sobre um Armagedom Oriente-Ocidente entre as duas

Guerras Mundiais, foi decisivamente influenciado por estes e parecidos

livros, a ponto que o título deles foi usado por ao menos um escritor na

discussão do tópico. (C.B. Haynes, No Raiar do Armagedom, edicão de

1946, pag. 55, usa as expressões „perigo amarelo‟ e „a crescente maré da

coor‟, claramente indicando a influência destes livros). Presumindo-se de

ser o cumprimendo do Apoc. 16:12-14, o desenvolar no Extremo-Oriente

era dado grande publicidade na literatura da igreja e também dos púlpitos

– alguns até declaravam que o Japão é mencionado na Bíblia

nominalmente. Com a II Guerra Mundial, esta fase de interpretação se

eclipsou, de fato, e um artigo no Ministry ENFATICAMENTE negou

que o Japão tenha qualquer ligação com os „reis do oriente‟ (veja

Andrew N. Nelson, „o Japão e os reis do oriente‟, The Ministry, vol. 19,

nº 7, de junho de 1946, pág, 10). Durante a Guerra foram feitas

declarações publicas por alguns indivíduos no sentido de que ela não

cessaria antes do holocausto do próprio Armagedom, rompeasse sobre a

terra. Vale a pena lembrar que declarações semelhantes tinham sido

feitas a respeito das guerras de Napoleão, a respeito dos conflitos

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balcânicos de 1820, a respeito da Guerra Civil, a rcspeito da II Guerra

Mundial, e agora já estão sendo feitas em antecipação à III Guerra

Mundial. Talvez, a cautela estaria outra vez em ordem.

“Ninguem negaria a realidade de sérios problemas no Extremo

Oriente, e possivelmente até guerra total entre o Oriente e o Ocidente. A

questão é, com que autoridade escriturística e por que princípios válidos

de interpretação, pode esta tendência da história contemporânea ser

ligada ao Armagcdom da Bíblia? Este conceito, emprestado

exclusivamente de fontes seculares, alcançou seu clímax nas publicações

da igreja entre 1931 e 1937, iluminada pela invasão japonesa da

Manchúria no ano anterior e o começo da Guerra Sino-Japonesa no

posterior. Este ponto de vista agora poucas vezes aparece impresso,

certamente e por óbvias razões, mas ainda continua a figurar como coisa

importante no pensar a falar de muitos indivíduos que erroneamente

consideram ser a posição de Urias Smith e dos primitivos pioneiros.”

“O autor tem a certeza que o leitor concordará com ele, de que a

verdade devia ser citada em ordem de esclarecer mal entendidos entre o

povo de Deus, pois alguns pensavam que a lealdade para com a

mensagem do Advento e a fé dos pioneiros requer deles que creiam que

as profecias do Armagedom salientam uma guerra entre o Oriente e o

Ocidente. Como foi mencionado nas citações anteriores, Urias Smith não

ensinou esta doutrina; tais conceitos são de data relativamente recente

entre nós, sendo adições do século vinte. E tais conceitos são perversões

estranhas da crença dos pioneiros de que o Armagedom deve ser uma

guerra „entre a terra e o céu‟. Não é tempo de esclarecer a posição quanto

a quem foi leal e quem foi desleal aos ensinos dos pioneiros e do Espírito

de Profecia? Aqueles que ficaram fiéis aos ensinos comprovados pelo

tempo do Movimento do Advento foram classificados como herejes,

com os que ensinam erros, que se desviaram dos „antigos‟ marcos

miliários, etc. , enquanto que outros que ensinam as edições do vigésimo

século, que são perversões dos ensinos originais da denominação,

proclamam a sua ortodoxia! Que estranho espetáculo, de fato!

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Escatologia Bíblica 164

Depois do início da II Guerra Mundial, nossos irmãos na

Austrália na campanha mundial a favor da circulação das quatro revistas

missionárias, preparavam duas das quatro revistas para mostrar que os

japoneses eram os reis do Oriente. Uns declaravam: “O Japão é sem

dúvida identificado com a profecia do Apoc. 16, dirigido pelos espíritos

do diabo, e operando maravilhas.” A outra confiadamente declarou que o

Japão era „os reis do oriente‟ e o poder que certamente marcharia ao rio

Eufrates. Ela escrevia: “somente o Japão no próximo futuro estaria numa

posição de ser um sério contendor de qualquer preço a ser arrancado de

um poder ocidental. E por mais estranho que pareça, a linguagem do

profeta de Deus parece indicar que é a ela que ele se refere... Em

recentes meses os acontecimentos no Extremo Oriente moveram-se

rapidamente numa direção que indicaria que finalmente os reis do

Oriente estão movendo-se em direção do encontro da profecia – o rio

Eufrates... Leitor, nossa revisão dos acontecimentos internacionais

revelam que o palco está rapidamente sendo arranjado para as últimas

profecias da Palavra de Deus se cumprirem... Todo o oriente está em

chamas. Os reis do nascimento do sol (Japão), com confiança ilimitada

em seu destino divino, estão desafiando toda a interferência ocidental nas

Questões Asiáticas... diante de nossos olhos o último ato do drama está

se desenrolando rapidamente."

Guiados unicamente por impulso humano e qualquer evento

nacional estava ocorrendo naquele tempo, este escritor se referia a "esta

profecia que se curmpre", " rapidamente se desdobram", testemunho que

ilustra quanta imaginacão entrava na interpretação militarista de

Apoc.16:12-16 pois os Reis do Oriente não estão escalados na profecia

de fazerem seu trabalho indicado até depois da 6ª praga ter sido

derramada!

Que os ensinos programados nas revistas apenas referidas, não

estavam em harmonia com a Bíblia, que eles são o resultado de seguir

princípios errados de interpretação, meramente adivinhações superficiais

à influência da Palavra Profética, está demonstrado pelo fato de que o

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Escatologia Bíblica 165

Japão foi derrotado pelas forças ocidentais, alguns dos mesmos

expositores que estavam tão confiados durante o período de poder militar

japonês que o Japão (na revista missionária da igreja citada acima, foi

disseminada aos milhares pela Austrália, as palavras usadas eram,

“somente o Japão”), era „os reis do oriente‟, foram deixadas de usar tais

declaracões, quando o Japão foi derrotado e, sem admitir seus erros

prévios, procedessem com igual eqüanimidade e certeza para daclaração

que a Rússia ou a China ou ambas são os reis do oriente referidos na

profecia. Isto demonstra que eles não estudaram a Bíblia para verificar o

que ela diz, com respeito aos reis do oriente, mas elas apenas se apegam

a qualquer poder no Oriente que é militarmente forte e agressivo, e

somente da história corrente eles pensam que a dascobriram que são os

reis do oriente. Mas, à medida que este ensino imaginário seja – pura

adivinhação – a parte mais triste é que tais expositores superficiais

devem se tornar hostis paraa com aqueles que procuram na Bíblia para

achar nela os ensinos do Senhor sobre os reis do oriente, – denominando-

os de herejes ou apóstatas dos ensinos do Movimento do Advento que,

de fato, é precisamcnte o contrário.

Há alguns anos, para citar uma outra ilustração de como falsas

profecias surgem de interpretaçõcs errôneas das profecias do

Armagedom, problemas surgiram entre a Prússia e a Bretanha sobre as

fontes de óleo. Então, parecia até que haveria problemas. Num artigo

especial no Sinais dos Tempos, de 9 da julho de 1951, o Editor declarou

que “Daniel o profeta... detalhou os desenvolvimentos políticos de

projeção com respeito ao Oriente Médio.” Ele também afirmou que a

Rússia estava cumprindo as profecias de Dan. 11:44, ao instigar seus

agentes na Pérsia. Ele escreveu:”Isto é precisamente o que a Rússia está

fazendo. É justamente o que a profecia diz que ela faria. „Agora os

senhores têm a última oportunidade para afastar os bretões da Pérsia‟,

exclama uma voz de rádio da fronteira soviética... Todo despacho da

Imprensa Associada Australiana em Teerã devia exclamar alto o fato de

que já não há mais muito tempo. A diferença admirável de professos

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Escatologia Bíblica 166

cristãos e pessoas do mundo também podem apenas ser compreendidas

por ou um desrespeito, ou uma completa ignorância das profecias

importantes a problemas reinantes no presente mundo.” O resultado a

este episódio foi que a Pérsia e a Bretanha resolveram suas dificuldades

sobre as fontes de óleo, e cabogramas presentes declaram que os Pérsas

vermelhos foram derrotados. Se o editor se tivesse apegado aos ensinos

originais dos pioneiros do Movimento do Advento, ele não teria sido

levado ao engano de saltar para uma conclusão errada.

O problema de pregadores apresentando suas próprias

interpretações particulares, foi mencionado na. Conferência Bíblica

(1952), pelo Pastor A.V. Olson. Ele disse: "Creio ser muito apropriado lançar uma palavra de advertência contra o

perigo de ceder à tentação de demorar-se em fictícias interpretações particulares ou predições pessoais. Conscientemente ou inconscientcmente, muitos de nós podem ter errado neste ponto. Há anos atrás, eu ouvi por acaso um dos nossos ministros, que freqüentemente escrevia artigos sobre a questão Turca, dizer a um grupo de obreiros: „Eu jamais escreveria outro artigo sobre este assunto para a imprensa pública, porque cada vez que eu digo o que o Turco irá fazer, ele me torna um tolo por fazer alguma coisa inteiramente diferente.‟ Por suas errôneas interpretações e predições não comprovadas, este obreiro criara embaraço tanto para si mesmo como para a igreja.

“Este homem não foi ò único a cometer tais enganos. Bem me lembro de como durante a primeira guerra mundial nós fomos certificados, à base de uma interpretação gozada de um texto obscuro, de que no fim da guerr, quando a Conferência de paz se reunisse, o papa de Roma se encontraria assentado à cabeceira da mesa do concílio como presidente. Porém, o que aconteceu, quando a mesa de paz se reuniu não havia papa na cadeira. Ele nem estava presente. Desde o rompimento da última guerra mundial eu ouvi uma porção de sermões sobre a Rússia na Profecia. Todos eles foram desapontadores. Eles beberam demais sabor das especulações e interpretações de textos obscuros.” (Our Firm Foundation, vol. 2, pág. 547).

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Ao condenar o ensino de que o Armagedom se refere a uma

guerra militar na Palestina, o Pastor Paul K. Friewirt, em seu "Vales da

Bíblia", págs. 86 e 87, e publicado pela Voice of Prophecy (EUA), diz: “No sentido bíblico, porém, esta palavra (Armagedom), não se refere a

qualquer evento tal (isto.é, ao conflito universal esperado entre os homens). Em vez disso tem que ver com a tentativa infantil do homem de declarar guerra contra seu Criador... O fato de que o termo „Armagedom‟ é simbólico da última luta contra a humanidade e Deus foi acreditado pelo povo de Deus antigamente... É tanto mais lamentável, portanto, que pensamtantos superficiais e descuidados tenham dado um quadro tão distorcido do significado do Armagedom.”

E assim, nos poderíamos prosseguir para demonstar como por

abandono do sistema de interpretação de compaarar Escritura com

Escritura para achar o significado das designações proféticas, nós somos

levados por eventos corrrentes e populares a fazer profecias falsas e

fazendo especulações humanas, e enganando-nos a nós mesmos e a

outros de que estas concepções são de fato os ensinos atuais da Bíblia.

A Palavra do Deus Vivo diz: "Sabe que quando esse profeta falar

em nome do Senhor, e a palavra dele se não cumprir, nem suceder, como

profetizou, esta é palavra que o Senhor não disse: em soberba a falou o

tal profeta: não tenhas temor dele." (Deut. 18:22).

Ao terminar este capítulo, nós citamos outra vez do esboço

informativo escrito por Raymond F. Cottrell. À página 20 ele diz:

A Tendência de Volta aos Pontos de Vista dos Pioneiros

“A ascendência do partido militar no Japão durante 1930:

particularmente a invasão da Mandchúria em 1931, o começo da Guerra

Sino-Japonesa em 1937, e a política pan-asiática que estes movimentos

militares representavam, refletiu-se na literatura da igreja,

particularmente na revista Signs, em que o Armagedom foi comumente

ligado com eventos correntes no Oriente. Por um tempo este aspecto de

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intepretação praticamente eclipsou todos os outros, tanto na literatura da

igreja e do púlpito. Alguns ministros de reputação e experiência

inequivocamente afirmavam que a II Guerra Mundial, era o Armagedom

porque o Japão estaca comissionado contra o Ocidente, ou que se

tornaria no Armagedom sem uma cessação de hostilidades.

“Esta ênfase exagerada sobre um Armagedom Oriental despertou

o interesse de muitos ministros, especialmente professores de Bíblia de

Colégios, com o resultado da que começando a vinte anos atrás eles

começaram a examinar as Escrituras para descobrir se as coisas que eles

liam e ouviam eram assim. Seguindo sãos princípios de interpretação

profética, especialmente tornando a Bíblia sua própria expositora e com

referência a nenhuma outra parte senão o Espírito de Profecia, eles foram

incapazes de encontrar evidência a favor das posições popularmente

tomadas. Os que se ocuparam neste estudo no princípio não se

aperceberam do ponto de vista dos pioneiros nem do fato de que

numerosos outros simultaneamente estudaram o mesmo problema.

Eventualmente o problema todo se esclareceu para eles, tanto

historicamente como exegeticamente, até que no Concílio de Professores

de Bíblia que seguiu à sessão da Conferência Geral em 1950 um

questionário incluindo vários tópicos sobre os quais houvera diferenças

de opinião, revelaram o fato que os professores de Bíblia em todos os

Colégios da América do Norte, estão agora em completo acordo uns com

os outros sobre o rei do norte e do Armagedom, e com os pioneiros da

Mensagem do Advento também. (L.H. Hartin, editor, Relatório dos

Professores de Colégio no Congresso Bíblico, 1950, pág. 53).

“Deveria ser destacado que aqueles que agora mantêm o ponto de

vista dos pionneiros foram uma vez firmes proponentes do ponto de vista

tradicional de Urias Smith (com mais adições do vigésimo século), mas

que o estudo direto e possoal da Bíblia e do Espírito de Profecia

sozinhos, os convenceram da necessidade de fazer uma mudança em sua

maneira de pensar. Com o desejo de alcançar a verdade de preferência a

manter opiniões preconcebidas, eles redescobriram o ponto de vista dos

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pioneiros, experimentaram-nos sob a autoridade da Inspiração, e os

acharam plenamente vindicados. Merece ser notado que enquanto de um

lado todos os que agora mantêm o ponto de vista pioneiro foram antes

„tradicionalistas‟, nenhum ser vivo tem, depois de compreender e expor

o ponto de vista dos pioneiros, voltado ao ponto de vista tradicional. Isto

é significativo. Parece que aqueles que ainda mantêm o ponto de vista

tradicionalista aasim agem, em grande parte na crença que lealdade para

com a Mensagem do Advento e a fé dos pioneiros o requer deles, e na

falta de estudo pessoal sob a base de princípios sãos de exegese.”

Haverá Guerra entre o Oriente e o Ocidente?

Nós podemos estar certos, que haverá guerras entre os homens

até Jesus, o Príncipe da paz, tiver domínio universal. Quando pediram a

nosso Senhor sinais de Sua vinda e do fim do mundo, Ele respondeu: “E,

certamente, ouvireis falar de guerras e rumores de guerras; vede, não vos

assusteis, porque é necessário assim acontecer, mas ainda não é o fim.

Porquanto se levantará nação contra nação, reino contra reino.” (Mat.

24:6 e 7). Existiriam guerras pelos anos a fora. Antes de vir o fim, as

guerras aumentariam em gigantes conflitos, envolvendo não somente

nações mas reinos inteiros. "Tudo isto é o princípio da dores," disse o

Salvador (v. 8). Em Mensagem do Evangelho de São Marcos 13:7 e 8,

nós lemos: "A palavra no original retrata as dores de uma mulher de

parto" "O começo das tristezas, ou dores de parto" aumentarão em

intensidade até o reino do Messias nascer. Em harmonia com a predição,

as guerras têm atingido um círculo cada vez maior, e o futuro poderá

conter um conflito mais terrível do que já se manifestou.

A serva do Senhor escreveu: “O mundo está agitado pelo espírito de guerra. Em breve as cenas de

problemas ou dificuldades mencionadas nas profecias ocorrerão.” (9T. 14). “O espírito de guerra está agitando as nações de uma parte da terra

até a outra.” (9T,17).

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“Agrada muito a sua satânica majestade ver carnificina e matança sobre a terra. Ele posta em ver os pobres soldados serem cortados como capim.” (1T, 366).

“Satanás se deleita na guerra... É seu objetivo de incitar as nações a guerrearem uma contra a outra, porque ele assim pode distrair as mentes do tempo de preparacão, de permanecer no dia de Deus.” (GC, 589).

Estas citacões demonstram que haverá guerra até ao fim, e elas

serão incitadas por §atanás até ele ser destruído. Se os discípulos podiam

discutir ao lado do Principe e Autor da paz com respeito a quem seria o

maior no reino da igreia, não haverá posssibilidade de o mundo estar em

paz por muito tempo, na , presenca do Autor da guerra e derramamento

de sangue.

Não existe profecia bíblica que declare de que haverá guerra

entre o Oriente e o Ocidente, nem há qualquer reconhecimento nas

Escrituras de tais desiqnajões como o Orientc e o Ocidente no mundo

político; tais termos são puramente da um caráter mundano.

Expositores de profecia não são profetas, embora, como temos

mostrado, por muitas décadas houve expositores da profecias dos

últimos dias que assumiram o papel profético através de suas falsas

interpretações destas profecias. Em várias ocasiões nossos pregadores e

expositores das profecias dos últimos dias fizeram predições que os

eventos subseqüentes demonstraram seream falsas, mostrando desta

maneira que foram guiados por princípios errados de interpretação.

O que é que tornou estas profecias tão desvalidas? A falsa crença

que tais passagens como Apoc. 16:12-16, Dan. 44:45, Joel 3, etc.,

salientam uma reunião de nações na Palestina para uma guerra política.

Não é isto que pretendem estas profecias. É esta uma falsa concepção

militar destas profecias que tem sido responsável por muita especulação

política quanto à suposta ligação das nações pela batalha vindoura do

Armagedom. Existe uma certa fascinação que agrada aos sentidos

"naturais", em mover nacões sobre a mesa de xadrez das deduções

humanas, ao procurar descobrir os detalhes da final batalha das naçõcs

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Escatologia Bíblica 171

do Armagedom! Este ensino sem base escriturística levou homens a

profetizar como as coisas se desenrolariam a fim de cumprir suas

interpretações falsas destas profecias. À medida que passam os anos

estas predições, uma a uma, têm sido, e serão provadas falsa. Sem

dúvida alguma, a maioria dos leitores destas linhas se lembrarão mais do

que uma destas desafortunadas tentativas de ler nas profecias o que Deus

ali não colocou.

Um exame desapaixonado da causa destas falsas predições, que

trarão especulações políticas, revelarão que elas são o fruto das teorias

concernentes ao suposto alinhamento das nações pela batalha errada do

"Armagedom". A Palavra de Deus, devidamente entendida, não registra

uma reuunião de nações no Megido, em Jerusalém, ou em qualquer outro

lugar específico e literal para a guerra, ou para qualquer outro propósito

em conexão com o "Armagedom" – até o fim do milênio, quando os não

salvos literamente se reúnam ao redor da literal Nova Jerusalém como é

salientado em Apoc. 20.

Como no passado, a Palestina pode outra vez ser uma parte de

um campo de batalha para nações em contenda. Porém, quaisquer

guerras que possam ser feridas na Paltestina, elas não serão o

"Armagedom" de Apoc. 16:12-16. Todas as teorias que se baseiam sobre

uma reunião literal de nações na Palestina, para um conflito em suposto

cumprimento de Apoc. 16:12-16, seriam demonstradas falsas, pela

marcha dos acontecimentos, pois tais crenças são baseadas sobre uma

total má compreensão da Palavra de Deus e são concepções errôneas das

profecias nelas envolvidas.

As profecias salientam as lutas da igreja, e as profecias que são

mal interpretadas em relação a um suposto ajuntamento de nações na

Palestina são retratos gráficos do conflito entre as forças do bem e do

mal. Nas Escrituras, a igreja de Jesus Cristo é sempre salientada como

habitando na Palestina, sobre “os montes de Israel", e todas estas

profecias que salientam uma reunião das nações àquela terra devem ser

entendidas somente como uma descrição das forças satânicas, dirigidas

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Escatologia Bíblica 172

por espíritos maus contra o povo de Deus. Quando estas profecias são

assim entendidas, vem à alma, fluindo uma onda de compreensão, de

alegria, de satisfação, ao conhecer que Deus ama Sua Igreja que aparece

tão grande em Sua Santa Santa Palavra. A igreja é o obietivo de Seu

cuidado supremo. Aqueles que O amam e servem são o objeto central de

todas as profecias que foram mal interpretadas militarmente.

O Espírito de Profecia declarou que as profecias seriam “melhor

entendidas” e que uma coisa sobressairia conspicuamente daquela

“melhor” compreensão – “que a conexão entre Deus e Seu povo é íntima

e decidia.” (T.M., 114). Esta é a grande verdade que é imediatamente

reconhecida desde que são abandonadas as falsas interpretações de que

as profecias dos últimos dias de um poderoso conflito perntencem a

assuntos militares.Quando estas profecias são vistas à luz do grande

conflito entre as forças do bem e do mal, em que a igreja é a figura

central, vê-se a grande importância daquelas profecias para o povo de

Deus, e desta maneira se revela o amor de Deus por Seu povo. Em seu

amor para com Sua igreja, o Senhor Jesus claramenta delineia suas lutas

com os poderes da terra e nestas profecias Ele mostra como as nações

todas se unirão para atacar Sua igreja e como, através da Sua

intervenção; seus inimigos serão destruídos e Seu povo será vitorioso.

Este é o glorioso ensino daquelas profecias que têm sido mal

interpretadas em relacão a assuntos militares; e para esconder da igreja

as maravilhosas mensagens dados pelo nosso Senhor para o conforto e

direção de Sua igreja é que Satanás levou a ser espalhada a interpretação

militar destas profecias, salientando as lutas e a vitória da igreja de Jesus.

Ninguém sabe o que as nações, militarmente, farão no futuro.

Condições políticas têm mudado, e o quem parecia certo de terminar na

batalha do "Armagedom", não aconteceu como erroneamente fora

profetizado. As condições políticas presentes também podem mudar, e

especialmente à luz da tantas falhas do passado de expositores

predizendo falsamente, alguém seria louco hoje de arriscar uma

advinhação quanto ao que pode ou não suceder entre as nações do

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Escatologia Bíblica 173

mundo. Que guerras vão em geral existir até ao fim do tempo nós

podemos estar certos, mas de todas as coisas específicas com respeito às

várias nações somente Deus realmente sabe. O que as nações farão em

coneixão com o conflito entre a verdade e o erro nós somos plena e

inteiramente informados pela revelação divina.

Satanás Instigará Guerras e Lutas para Eventualmente Unir o

Mundo Contra a Igreja

Com respeito aos súditos de Satanás e serva do Senhor escreveu: “Os súditos sujeitos a Satanás estão unidos, ativos e fiéis a um

objetivo. E embora eles odeiem e guerreiem uns com os outros, não obstante eles aproveitam cada oportunidade para avançar seu interesse comum. Mas o Granda Comandante nos Céus e na Terra tem limitado o podar de Satanás. ( 1 T., 346).

“O mundo está cheio de tempestade, guerra e diferença. Mas sob uma cabeça – o poder papal – o povo se unirá para se opor a Deus na pessoa de Suas testemunhas.” (7 T., 182).

Deste e de outros extratos nós aprendemos que é o propósito de

Satanás unir suas forças contra a igreja (veja também 5 T., 449; 6 T., 18).

Ele iniciará guerras entre os seus próprios súditos e então culpará a igreja

pelas lutas que afligem as nações do mundo. Como nos é dito no Espírito

da Profecia: “E então o grande enganador persuadirá os homens de que os que

servem a Deus estão motivando esses males. A classe que provocou o descontentamento do Céu atribuirá todas as suas inquietações àqueles cuja obediência aos mandamentos de Deus é perpétua reprovação aos transgressores. Declarar-se-á que os homens estão ofendendo a Deus pela violação do descanso dominical; que este pecado acarretou calamidades que não cessarão antes que a observância do domingo seja estritamente imposta; e que os que apresentam os requisitos do quarto mandamento, destruindo assim a reverência pelo domingo, são perturbadores do povo, impedindo a sua restauração ao favor divino e à prosperidade temporal....

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Escatologia Bíblica 174

“Os que honram o sábado bíblico serão denunciados como inimigos da lei e da ordem, como que a derribar as restrições morais da sociedade, causando anarquia e corrupção, e atraindo os juízos de Deus sobre a Terra.” (G.C., 590, 592).

Descrevendo as cenas a serem executadas depois da prova terminar

a serva do Senhor diz: “Satanás mergulhará então os habitantes da Terra em uma grande

angústia final. Ao cessarem os anjos de Deus de conter os ventos impetuosos das paixões humanas, ficarão às soltas todos os elementos de contenda. O mundo inteiro se envolverá em ruína mais terrível do que a que sobreveio a Jerusalém na antiguidade. ...

“Os que honram a lei de Deus têm sido acusados de acarretar juízos sobre o mundo, e serão considerados como a causa das terríveis convulsões da natureza, da contenda e carnificina entre os homens, coisas que estão enchendo a Terra de pavor.” (G.C., 614).

“Eu vi a espada, a fome, pestilência e grande confusão na Terra. Os

ímpios achavam que tínhamos acarretado juízos sobre eles, e se levantaram e tomaram conselho para desembaraçar a Terra de nós, supondo que assim o mal seria contido.” (PE., 34)

“Quando Deus ordenar aos anjos soltar os ventos, haverá tal cena de

lutas que pena alguma pode descrever.” (6 T., 408).

“Lutas, guerras, derramento de sangue, com fome e pestilência,

imperavam em toda a parte.” (1 T., 268, 355 e 356).

“Em breve terríveis lutas se levantarão entre as nações – lutas que não

cessarão até Jesus voltar... os juízos de Deus estão na terra. As guerras e rumores de guerras, a destruição por fopo, e enchentes, dizem claramente que o tempo de luta, que aumentará até o fim, está muito perto.” (R. & H., 24 de novembro de 1904).

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Escatologia Bíblica 175

Satanás instiga as nações para a guerra como um instrumento de

seu programa; faz parte de seus esquemas para distrair a atenção do

povo, a ocupar seu tempo para não se prepararem para o fim da prova. “Satanás deleita-se na guerra... É seu objetivo incitar as nações à

guerra umas contra as outras; pois pode assim desviar o espírito do povo da obra de preparo para estar em pé no dia de Deus.” (G.C., 589).

Satanás também usa guerras como um meio de despertar o

mundo a odiar a igreja remanescente. A serva do Senhor diz: “O mundo todo há de ser instigado à inimizade contra os adventistas do

sétimo dia... É desígnio de Satanás fazer com que eles sejam exterminados da Terra, a fim de que não seja contestada sua supremacia no mundo.” (T.M., 37).

A mão restritiva de Deus impede o grande adversário de

precipitar bem maiores problemas e guerras até que o povo de Deus

esteja pronto para o que se realizar. Mas tão rápido quanto a providência

de Deus permite a Satanás trazer maiores males sobre o mundo, o iníquo

levantará fricção e dificuldades entre as nações. Nós somos instruídos a

“compreender o progresso dos eventos no ordenar as nações para o

conflito final da grande controvérsia.” (8 T, 307).

O inimigo não somente desperta guerras a ocorrerem justamente

em todas as nações inesperadamente, mas ele planeja despertá-las em

lugares melhor calculados a trazer grande miséria ao mundo a fim de que

o mundo, sendo levado a dificuldades e perigos ainda não conhecidos,

possa mais rapidamente ser levado a odiar o povo de Deus e planejar sua

destruição. Que eventualmente a mão restritiva de Deus será levantada a

fim de permitir a Satanás trazer as cenas finais é claramrante citado: “E então o grande enganador persuadirá os homens de que os que

servem a Deus estão motivando esses males. ... “Enquanto Satanás procura destruir os que honram a lei de Deus, fará

com que sejam acusados como violadores da lei, como homens que estão desonrando a Deus e acarretando juízos sobre o mundo. ...

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Escatologia Bíblica 176

“Os que honram o sábado bíblico serão denunciados como inimigos da lei e da ordem, como que a derribar as restrições morais da sociedade, causando anarquia e corrupção, e atraindo os juízos de Deus sobre a Terra. ...

“.. serão considerados como a causa das terríveis convulsões da natureza, da contenda e carnificina entre os homens, coisas que estão enchendo a Terra de pavor.” (G.C., 590, 591, 592, 614).

Desta maneira Satanás une os poderes da terra a tomar a ação

drástica de decidir a destruição do povo de Deus. Eventualmente Satanás

terá de tal maneira dirigido o mundo, que “finalmente um decreto

universal denunciará estes como merecedores de morte”. (PR, 512).

“Haverá, nos diferentes países, um movimento simultâneo com o fim de

destruí-los.” (G.C., 635). Assim podemos ter a certeza que as nacões

tanto do Oriente como do Ocidente irão algum dia e por um pouco de

tempo ao menos, dar-se as mãos no persepuir o povo de Deus, ao

estabelecerem leis dominicais e por concordar com a “lei universal” de

morte feita contra eles.

Ao termos informações com respeito ao advento de guerras

gerais e lutas entre os homens nós não temos nenhuma profecia que nos

diga se haverá ou não uma guerra entria o Oriente e o Ocidente. Nós

estamos informados, porém, de que o período de unaminidade entre as

nacões do mundo, hora em que todos concordarão em destruir o povo de

Deus, terminará abruptamente, pois Deus intervém para salvar Seu povo

remanescente. Então, haverá confusão mundial e matança entre todas as

nações e povos do mundo. Daquele tempo, o fim do reino terrestre de

Satanás, Deus diz: “... farei abalar o céu e a terra; derrubarei o trono dos

reinos, e destruirei a força dos reinos das nações... os cavalos e os seus

cavaleiros cairão, um pela espada do outro [de seu irmão]”. (Ageu 2:21 e

22). Em vários lugares nas Escrituras o mesmo quadro é apresentado

(veja Zac. 14:13; Juízes 7:22; 1 Sam. 14:20; 2 Crôn. 20:23; Ezeq. 38:21).

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Escatologia Bíblica 177

“As espadas que deveriam matar o povo de Deus, são agora empregadas para exterminar os seus inimigos. Por toda parte há contenda e morticínio. ...

“A obra de destruição se inicia entre os que professaram ser os guardas espirituais do povo. Os falsos vigias são os primeiros a cair. Ninguém há de quem se compadecer ou a quem poupar.” (G.C., 656).

Este terrível trabalho uiniversal de matança, estará em ação

quando Jesus voltar a fim de trazer libertação eterna e alegria para o Seu

povo; então Ele destrói o “remanescent” dos perdidos com o poder de

Sua palavra. Veja Apoc. 19:21.

“Os Reis que vêm do Lado do Nascimento do Sol” –

Uma Mensagem Gloriosa para a Igreja

Uma das mais gloriosas mensagens contidas nas Sagradas

Escrituras encontra-se em Apoc. 16:12. Esta profecia com respeito aos

“reis que vêm do lado do nascimento do sol” (RA), é de máxima

importância; é uma mensagem que foi enviada para animar o coração de

todos os crentes, e particularman.te o povo remanescente, para dissipar

toda a escuridão e para trazer a luz dos Céus, e para dar força, coragem e

iluminacão ao povo de Deus.

Tocando apenas um pouco neste assunto, nós também lançaremos

uma análise desafiadora da interpretação que foi dada por alguns de

nossos evangelistas e escritores. E nós dizemos de uma maneira bondosa

e precisa que esta profecia não temi nada, absolutamente nada,

diretamentc que ver com as assim chamadas nações “pagãs” do Oriente –

tal concepção está inteiramente fora de harmonia com a exegese

verdadeira de Apoc. 16:12. Para interpretar “os Reis do sol” como se

referindo a nacoões existentes no Oriente do Eufrates ou de Jarusalém, é

inteepretar mal completamente uma das mais inspiradoras profecias em

toda a Bíblia, reduzindo o sublime ao ridículo, explicando as coisas dos

Céus por sabedoria mundana.

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Escatologia Bíblica 178

Primeiro, onde se encontra um verso que substancie o ensino de que

os “Reis do nascimento do sol” são os “pagãos”? A expressão “do

nascimento do sol” já foi mencionada em Apoc. 7:2 com referência ao

surgimento da Mensagem de Deus nos últimos dias da reforma do

sábado. Devemos por isto concluir que esta mensagem veio aos “pagãos”

da China, Japão, etc.?

O seguinte extrato, que é realmente uma explicação de Apoc. 7:2,

dá às palavras faladas pela irmã White em uma visão em casa do irmão

Otis Nichols, perto de Dorchester, Mass., em 18 de novembro de 1848.

Ela disse: “Ele, (Deus) estava bem satisfeito quando a Sua lei começou a

aparecer com força. Esta verdade (a verdade do Sábado), levanta-se e está crescendo, cada vez mais forte. É o selo! Está surgindo! Levanta-se, vinda do nascimento do sol, como o sol, a princípio frio, torna-se mais quente, e envia seus raios. Quando a verdade se levantou, houve apenas pouca luz nela; mas está crescendo. Oh, o poder destes reinos!” – “Questão sobre a Mensagem de Selamento", por J.N. Loughboroug, pág. 15.

No livro do Apocalipse, do qual o nosso infinitamente sábio

Senhor Jesus é o Autor (Apoc. 22:16; C.S., 32), cada palavra é composta

na estrutura daquele Livro com sabedoria superior e cuidado. Como este

fato impressionou aqueles que lhe davam o mais cuidadoso estudo!

Como, então, poderíamos ser tão cuidadosos ou cegos em nossa

compreensão a respeito dela e pretender que enquanto em Apoc. 7:2 “do

nascimento do sol” signifique dos Céus, exatamente a mesma designação

em Apoc. 16:12 signifique nações cujas terras estão ao oriente do

Eufrates ou Jerusalém? Isto é pior do que adivinhação cega, pois é lançar

de lado presunçosamente o que o Senhor já tornou claro em Apoc. 7:2 a

fim de enquandrar uma consideração especulativa de caráter puramente

mundano em nossa compreensão de Apoc. 16:12. Não existe uma

partícula de evidência bíblica para apoiar que “os Reis do nascimento do

sol”, se referem aos pagãos do oriente de Jerusalém. Eu desafio qualquer

um entre nós a produzir evidências bíblicas definidas para tal ensino.

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Escatologia Bíblica 179

Para declarar que os “pagãos” de Joel 3, sejam os mesmos que “Os Reis

do nascimento do sol”, não é apenas imaginação gratuita, mas está

claramente em contradição ao ensino expresso do Espírito de Profecia

que estas (nações “gentílicas”, “pagãs”), são o povo que persegue a

igreja remanescente “no conflito final” sobre o sábado - PE, 283, 284.

Cristo disse que qualquer pessoa que não é membro de Sua igreja

é “um pagão” (Mat. 18:17). A prevação de Paulo entre os pagãos,

mencionada em Gál. 1:16, é apresentada em Gál. 2:9 em contraste com

outros discípulos pregando entre o professo povo de Deus. A palavra

“pagão” encontra-se 143 vezes no Velho Testamento, e jamais se refere

aos chineses, japoneses, russos, etc. Sete vezes a palavra “pagão” é usada

no Novo'Testamento (A.V.) mas nenhuma destas Escrituras aplica-se

diretamente aos chineses, japoneses, etc.

A palavra “gentios” em Joel 3:9, parte da mesma palavra original

como “nacões” e “pagãos” e o próprio contexto revela que esta

proclamação “santificai guerra” (marpem), refere-se aos esforços unidos

de todas as nações do mundo para destruir os “remanescentes”

mencionados em Joel 2:32, sob o emblema de uma guerra santa. Nosso

Senhor Se refere à profecia de Joel que trata as “nações”, os “pagãos”,

quando Ele descreve como, por ocasião de Sua segunda vinda, “todas as

nações serão reunidas perante Ele: Ele separará uns dos outros... As

ovelhas à Sua mão direita, e os bodes àesquerda.” (Mat. 25:31 e 34),

comparado com Joel 3:12). Ele aplica a profecia com respeito aos

“pagãos” ao povo do mundo inteiro. Sabemos nós mais do que nosso

Senhor? Fiquemos com os Seus ensinos.

Em Efésios 2:11 e 12, nós temos a inspirada definição da palavra

“gentios” ou “pagãos” – aqueles que são “separados da comunidade de

Israel”. Em Apocalipse 11:2 a palavra “gentios” ou “pagãos”, refere-se à

Igreja Papal em sua perseguição à “Israel” de Deus durante a Idade

Média. Com estas definições dadas por Deus e tão precisamente dadas,

nós vemos facilmente que os “gentios” ou os “pagãos” no Velho

Testamento eram os inimigos de Deus e do Seu povo; no Novo

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Escatologia Bíblica 180

Testamento eles são os inimigos espirituais do Israel espiritual. As

expressões “pagãos‟ e “gentios” nunca foram nas Escrituras aplicadas ao

Japão, à China, à Rússia, ou a qualqueer outra nação especificamente ao

oriente da Palestina. Certamente nenhum expositor temente a Deus

ousará expor a Palavra Sagrada em desafio da luz tão claramente dada.

Aquela interpretação que declara que “os Reis do nascimento do sol”

sejam as nações do oriente está sem uma passagem escriturística para

apoiá-la, e está condenada pelas Escrituras e pelo Espírito de Profecia – e

pelo senso comum. Aquele ensino errado vem sob a categoria de

“interpretação particular” (2 Ped. 1:20), contra a qual somos

especificamente aconselhados. Nós devemos comparar Escritura com

Escritura, e não acomodar um texto à terminologia do uso moderno.

Aqueles que ousam tornar o “pagão” de Joel 3 como uma

referência a “os Reis do nascimento do Sol” (Apoc. 16:12), estão

confundindo duas designacões inteiramente diferentes. Os “pagãos” ou

“gentios” de Joel 3, são aplicados pelo Espírito de Profecia aos inimigos

do Israel espiritual e não têm nenhuma referência direta a nações do

oriente de Jerusalém. Os “pagãos” ou “gentios” de Joel 3 são os inimigos

do povo de Deus; “os Reis do nascimento do sol” de Apoc. 16:12, são os

libertadores do povo de Deus e os inimigos de Babilônia, e deste fato

não pode haver dúvida, e comentadores sem nenhuma idéia.

preconcebida livremente declaram ser este o caso.

Note o seguinte comentário de Apoc. 16:12 da “Nova Edição de

Tipo Maior, Crítica e Explanatória Sobre Toda a Bíblia”, de Robert

Jamieson, D.D., A.R. Fausset, A.M., David Brown D.D. : “Os reis da Terra que são terrestres (v. 14), estão em contraste aos

Reis do oriente, que são celestiais.”

Observe o comententário sobre Apoc. 16:12 de Christopher

Wordsworth, D.D., sábio devoto espiritual: “E, como o grande rio, o rio Eufrates, a glória e o orgulho de Babilônia,

se tornou um caminho para Ciro e seu exército vitorioso quando ele sitiou a cidade... E assim o secamento do Eufrates espiritual preparará o caminho

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Escatologia Bíblica 181

para os Reis do oriente (Apoc. 16:12, comp. Isa. 44:27 e 28; jer. 50:38; 51:36), isto é, para Jesus Cristo e para Seus filhos da Luz, que são soldados fiéis, e que são galardoados de particular ao esplendor real do Poderoso Conquistador, o Rei da Glória, que é o Raiar do Dia lá dos altos – a Luz do Mundo – o sol da Justiça, com cura em Suas asas (Luc. 1:78; João 8:12; Mal. 4:2). Que todos que lêem estas linhas participem daquela companhia bendita através de Jesus Cristo, nosso Senhor! Amém!” – Miscellanies Literary and Religious, Vol. I, pp. 437, 438.

O The Pulpit Commentary declara com respeito a Apoc. 16:12: “Os Reis do Oriente estão certamente colocados do lado de Deus.

Muitos escritores vêem alusão a Cristo a Seus santos. O sol é uma frequente figura de Cristo nas Escrituras (cf. Mal. 4:2, Zac. 3:8, 6:12, LXX, Luc. 1:78, também Apoc. 7:2; 12:1; 22:16). Os Reis do Oriente podem desta, mcaneira ser identificados com os exércitos de Apoc. 19:11-16."

T.W. Christie, B.A., em seu “O Livro do Apocalipse” (p. 273), diz:

“O oriente está sempre ligado a Cristo e Seus filhos. (1 Ped. 1:19; Apoc.

22:16; Mal. 4:2; Isa. 60:20)”

Em seu "O Livro do Apocalipse", pág. 269, W. Willigan, D.D.,

comenta sobre Apoc. 16:12-16: “Nós também encontramos em Apoc. 7:2, a expressão “do nascente do

sol”, e lá é aplicado à região da qual o anjo vem, pelo qual o povo de Deus é selado. Num livro tão cuidadosamente escrito como o Apocalipse, não se torna fácil pensar de inimigos anti-cristãos, vindos de uma região descrita nos mesmos termos. Estes reis do nascimento do sol não são preditos serem uma parte dos „Reis de toda a terra habitada‟ imediatamente mencionados depois. Eles são de fato distintos deles. O „preparo do caminho‟ liga-se com o pensamento dAquele cujo caminho foi preparado pela vinda do Batista. O tipo de secamento das águas de um rio nos leva de volta, tanto nos escritos históricos como proféticos do Velho Testamento, aos meios pelos quais o Todo-Poderoso consegue a libertação de Seu povo”

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Escatologia Bíblica 182

Um dos mais famosos sábios e escritores do Movimento do

Advento, designado o “deão dos escritores adventistas do sétimo dia”,

George McCready Price, M.A, diz: “Parece razoável que os „reis do oriente‟ devam ser antagonistas dos

„reis do mundo inteiro‟, pois estão sob o controle de espíritos maus, e portanto os anteriores devem ser os que estão ao lado do Senhor, e devem ser os que são usados para a destruição dos inimigos espiritualmente dirigidos.”

Um outro proeminente sábio e escritor do Movimento do Advento,

S.H. Lindt, em sua brochura, "Os Reis do Oriente", declara: “Os Reis do Oriente são apresentados em oposição aos reis da terra

em Apoc. 16, indicando que eles são um grupo separado e distinto e não podem ser considerados uma parte deste mundo, porque os reis da terrna e de todo o mundo estão incluídos nas palavras do verso 14.

Neste mesmo esboço, o irmão Lindt também diz: “O Hebraico do Velho Testamento tem uma palavra para nascimento

do sol que é um sinônimo da palavra grega reeferida acima. Esta palavra hebraica, ocorre no Velho Testamento num total de setenta e três vezes, e, como o seu sinônimo grego é usado em narrativas literais freqüentemente onde seu significado é o oriente, ou o nascimento do sol. A palavra hebraica é pronunciada mitzrach. Também é usada algumas vezes em profecia simbólica, e em tais casos é aplicada a Cristo bem a como a palavra grega no Novo Testamento. Dois versos escolhidos ilustram este fato e podem ser encontrados em Isa. 41, versos 2 a 25, onde o homem justo do oriente, ou „do nascer do sol‟, não podea ser outro senão o próprio Cristo.”

A fim de que o povo de Deus na Austrália possa entender quão

vasta entre os nossos professores de Bíblia e sábios, é a crença de que os

Reis do Oriente referem-se aos exércitos dos Céus, dirigidos por nosso

Senhor Jesus, eu citarei de outro documento, intitulado “Comentários

Sobre a Sexta e Sétima Pragas", de G.F. Wolfkill, a quem tive o prazer

de encontrar no Pacific Union College, em 1950. Em seu escrito, o irmão

Wolfkill diz:

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Escatologia Bíblica 183

“No meu escrito sobre o Armagedom, sugeriu-se que Cristo e os comandantes de Seus exércitos nos Céus são os „Reis do Oriente‟, referidos em Apoc. 16:12. Desde que aquele escrito foi feito, alguns outros escritos tratando dos assuntos dos últimos dias, têm dado uma interpretação semelhante aos „Reis do Oriente‟. É o propósito deste documento apresentar de maneira curta mais evidência mantendo o ponto de vista que Cristo e Seus seguidores são os „Reis do Oriente‟. Todos que desejam fazer um estudo mais extenso deste assunto são convidados a ler os „Reis do Oriente: Um Estudo Histórico‟, de Raymond F. Cottrell.”

Depois de citar de Primeiros Escritos, págs. 281, 286, 53 e 54,

mostrando que o Senhor Jesus, os anjos e os santos usam coroas como

reis, o irmão Wolfkill diz: “Os exércitos dos céus sob o comando do Rei dos reis, virá à terra para

lutar „a batalha do grande dia do Deus Todo-Poderoso‟. Esta é a batalha do Armagedom. „A batalha do Armagedom em breve será lutada. Aquele em cujas vestes está escrito o nome, Rei dos reis, e Senhor dos senhores, dirigirá em breve os exércitos dos céus.‟ (6 T., 406)... O primeiro visível aparecimento do Rei dos reis com os exércitos dos céus será visto no oriente como uma pequena nuvem negra. „Surge logo no Oriente uma pequena nuvem negra ... Jesus, na nuvem, avança como poderoso vencedor. ... E seguiram-nO os exércitos no Céu. (G.C., 640, 641). „Vi uma nuvem flamejante aproximar-se de onde Jesus estava. Então Jesus despiu despiu Suas vestes sacerdotais e pôs Suas vestes reais, e ocupou o Seu lugar na nuvem negra que foi o sinal do Filho do Homem. Enquanto a nuvem passava do Santíssimo para o oriente, o que levou vários dias, a sinagoga de Satanás adorava prostrada aos pés dos santos.‟ (E. White, To The Little Remnant Scattered Abroad, 6/04/1846). Aos pequenos Remanescentes espalhadps alhures, 6 de abril de 1846, tambám no Day-Star, 24 de março de 1846. Nesta sublime apresentação está descrita a volta dos „reis do oriente' de Apoc, 16:12.”

Depois de apresentar evidências escriturísticas e do Espírito de

Profecia, o irmão Wolfkill conclui seu escrito, dizendo: “Certamente

então, os reis do Oriente de Apoc. 16:12, não podem ser outro senão

Cristo com os comandantcis dos exércitos dos céus.”

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Escatologia Bíblica 184

Torcendo os Fatos para Enquadrar a Interpretação

Nenhum texto pode ser apresentado para apoiar a declaração que

“os reis do oriente” “são nações asiáticas que se encontrem ao oriente da

Palestina, as nações pagãs, as raças de cor” Não existe uma Escritura que

diga que nas profecias dos últimos dias o “oriente” deve ser entendido

como sendo “oriente” da terra literal da Palestina; nenhum texto para

apoiar a assunção de que estes “Reis do Oriente" são de “cor” ou são

“pagãos”; nenhum texto paraa apoiar o pensamento de que “os Reis do

Oriente” jamais estivessem dormindo e seriam “finalmente acordados”.

Que negação para esta tão animada mensagem para o remanescente povo

de Deus.

A fim de impressionar o povo com a certeza de sua interpretação

profética de que o povo oriental são só reis do oriente, alguns

evangelistas fazem uso inexcusável da palavra “pagão” na profecia de

Joel 3. Dizem eles, embora estejam sem um texto para apoiar sua

afirmação, que estes “pgãos” da profecia de Joel são os mesmos que os

reis do oriente, e, para dar peso às suas palavras, salientam o

comportamento como de “pagãos” destes orientais.

Um resumo de um discurso evangelístico reza: “O oriental tem uma

visão diferente – a ambição e crcnç,a – quase completamente destituídos

dos grandes princípios cristãos. O seu conceito da vida humana é inferior

ao nosso (do Ocidente); os direitos humanos são poucos e

invariavelmente ignorados. A moral e uma palavra estranha para eles.”

Não obstante muitos destes orientais ficaram profundamente

chocados quando viram pela primeira vez a baixa norma humana,

mostrada em filmes do “Ocidente”. Nós seríamos bem menos superiores

em nosso egotismo “Ocidental”, que penetrou na interpretação da

Palavra imparcial do Deus vivo, da ler, o seguinte extrato tirado do

Melbourne Herald, 25/10/1955: “O Governo Indiano hoje publicou um plano de proibir o álcool exceto

para estrangeiros, bebendo em particular – dentro de 2 anos e meio. Um

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Escatologia Bíblica 185

relatório por uma comissão inquiridora de proibição, acusou os ingleses de espalharem o hábito de beber. O relatório disse: 'Seria errado dizer que bebidas alcoólicas foram introduzidas neste país pelos ingleses, mas o seu uso foi aumentado pelo hábito do inglês habitual.' O plano propunha que como o primeiro passo, todos os 'bebedores visíveis', deviam parar imediatamente banindo licores em hotéis, bares, restaurantes, clubes, e todas as reuniões sociais. Turistas e visitantes estrangeiros conseguiriam licor em quartos separados nos hotéis. As embaixadas cooperariam não servindo álcool em recepções públicas freqüentadas por indianos. Em abril de 1958, todo o uso de licor, com exceção de estrangeiros em particular seria banido completamente. O governo não decidiu se aceitaria o plano. A Constituição Indiana já estipula que a proibição deva ser introduzida. A comissão devia decidir sobre o quando e o como. Quatro dos 29 Estados – Nadhra, Bombaim, Madras e Saurashtra – Têm a proibição. Nove outros têm áreas 'secas' ou dias 'secos'. Mais ou menos 36% da população está afetada pela proibição.”

Não só quanto ao licor que o “Ocidente” estabelecera um mau

exemppo para o “Oriente”, pois qualquer pessoa apenas precisa ler a

história para saber como os povos oritantais têm sofrido às mãos dos

representantes da assim chamada “civilização cristã”.

A fim de obter um julgamento equilibrado com respeito a países

não europeus, seria prudente observar as condições atuais a serem

encontradas em alguns destes assim chamados países “pagãos”. Nós

citamos outra vez, do Review & Herald (3 de novembro de 1955), “Bagdad – Filmes que animam todo o ato criminoso, o vício, o tráfico de

drogas ou qualquer outra atividade ilegal, serão banidos por autoridades do Iraque. A comissão de censura de filmes pediu às agências de filmes estrangeiros e aos donos dos cinemas aqui, a cooperar não importando ou mostrando tais filmes. Tais filmes, a comissão explica, estão criando a irresponsbilidade entre os jovens e animando-os a seguir o exemplo dos heróis de filmes de bandidos. „Cortes juvenis‟, uma circular da comissão menciona, 'desde o seu estabelecimento em 1952, acharam que em quase 85% dos seus casos jovens ofensores, cometeram seus crimes, e axatamente nas maneiras dos filmes americanos de bandidos.”

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Escatologia Bíblica 186

Certamente o vasto exército de criminosos que perpetram suas

nefastas atividadas nos Estados Unidos, para citar um exemplo do

mundo Ocidentaç, são tão menecedores do apelido de “pagãos”, como o

são os pecadores em terras orientais.

Não é tão certo hoje com muitos no cristianismo como nos dias da

nação judaica a respeito da qual lemos: “Entre aqueles a quem os judeus classificavam de pagãos,

encontravam-se homens que possuíam melhor compreensão das profecias da Escritura relativas ao Messias, do que os mestres de Israel.” (DTN, 33).

O "Ocidente com seu terrível lagar de sangue em duas grandes

guerras, causando destruição tão tremenda de vida e propriedade, com a

manifastação da crueldade diabólica e sofrimento, não tem nada a se

envaidecer em superioridade sobre os milhões multiplicados de orientais

que não exibiram tão completos anticristianismos. O “Oriente”, no

princípio chocado com as propensões guerreiras do “Ocidente”, agora

está seguindo o exemplo do “Ocidente”, aprendendo a arte da guerra

moderna. O “Oriente” também seguirá ao “Ocidente”, em despertar a

nação contra o povo de Deus, por sua lealdade aos mandamentos de

Deus. Como já nos é dito no Espírito de Profecia: “Nações estrangeiras

seguirão o exemplo dos Estados Unidos.Embora ela lidere, não obstante

a mesma crise virá sobre o nosso povo em todas as partes do

mundo."(6T, pág.395). “O povo de todos os países do globo serão

levados a seguir seu exemplo.” (6T, pág. 18).

Quando interpretamos profecias como a de Joel 3, não deveriamos

ser influenciados pelo egotismo ocidental mas deveríamos manter-nos

pelo que e claramente revelado na Palavra de Deus. Como já mostramos

os “pagãos” de Joel se referem àqueles que são “inimigos” do povo de

Deus em todos os países do mundo, um exército vasto dirigido pelos

líderes apóstatas da cristandade. A profecia de Joel descreve como o

povo do mundo – “ocidente” e “oriente” – serão levados a fazer guerra

contra o povo de Deus. O Espírito de Profecia aponta-nos o fim do

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Escatologia Bíblica 187

conflito sobre a observância das leis de Jeová, diz: "Durante o dia e a

noite, seu choro não cessou (Lucas 18:7 e 8; Apoc. 14:14 e 15). Eu ouvi

estas palavras: „Liberta-nos dos pagãos ao nosso redor‟.” (1T, 183).

Então descrevendo a libertação do povo de Deus dos “pagãos”, a serva

do Senhor dizi "O seu cativeiro (veja Joel 3: 1), foi mudado... os seus

inimigos, os pagãos ao redor deles, caíram como homens mortos. Eles

não puderam enfrentar a luz que brilhou sobre os libertos, os santos."

(1T, pág. 184). Veja também P.E.,págs. 283 e 284.

Assim a serva de Deus não somente cita Joel 3:11 e 12, com

respeito aos “pagãos” em redor “da igreja remanescente”, mas ela

declara que ouviu o povo de Deus citando esta passagem de Joel em suas

orações a Deus pelo seu livramento, destes “pagãos em redor”. Desta

maneira mostra que o povo de Deus precisa aprender a verdadeira

interpretação desta profecia de Joel e não mais ser enganados por uma

falsa interpretação das profecias que retratam, não conflitos militares,

mas a grande luta entre as forças do bem e do mal.

É alguma cousa muito perigosa interpretar de maneira errônea as

Escrituras – nós estamos lidando com matéria de vida eterna ou morte

eterna. “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a

repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o

homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa

obra.” (2 Tim.3:16 e 17). Deus não cria mundos em vão, nem dá Ele uma

tão maravilhosa profecia como a do livro de Joel em vão – Ele o deu

para que Seu povo possa saber de sua presciência ao descrever a luta

final das forças satânicas contra Seu povo leal, para que eles possam

aprender dEle o Seu amor por eles e da Sua bem-aventurada declaração

de que Ele os fará vencer sobre os seus inimigos. Como não deve

entristecer-se o coração de Deus ao ver Seus professos servos

apresentando a um mundo necessitado uma interpretação falsa, que

somente pode alimentar a vaidade daqueles do ocidente, uma

interpretação falsa que esconde o ensino glorioso da justiça pela fé que é

a essência exata de todas as profecias dos últimos dias.

Page 188: Apostila da Andrews University - Escatologia Bíblica

Escatologia Bíblica 188

Devia ser grave causa de reflexão, lembrar que a serva do Senhor

declarou: “Ao aproximar-se a tempestade, uma classe numerosa que tem

professado fé na mensagem do terceiro anjo... abandona sua posição, passando para as fileiras da oposição ... e, em vindo a prova, estão prontos a escolher o lado fácil, popular. Homens de talento e maneiras agradáveis, que se haviam já regozijado na verdade, empregam sua capacidade em enganar e transviar as almas. Tornam-se os piores inimigos de seus antigos irmãos.” (GC, pág. 608).

Como a serva do Senhor declarou definitivamente que os “pagãos”

são os “inimigos” da igreja remanescente e no trecho que acabamos de

dar também cita “uma classe numerosa ... passando para as fileiras da

oposição” que “homens de talento e maneiras agradáveis... tornam-se os

piores inimigos de seus antigos irmãos”, nós assim aprendemos que

membros apóstatas da igreja remanescente então serão contados entre os

“pagãos”. Como o Senhor nos deu estas profecias visando fortalecer Seu

povo para o conflito final e, como nós vimos, aqueles que suportam a

prova vindoura de força com os poderes das trevas usam a profecia de

Joel 3, quando oram por libertação de “seus nimigos, os pagãos em redor

deles”, nós podemos concluir que aqueles que de propósito ou por

mundanismo continuam a interpretar esta profecia até o fim em relação

ao oriente, estarão de fato entre “os pagãos” daquela profecia. Foi de

uma maneira semelhante que os sacerdotes judaicos, através de sua

interpretação, que eles desta maneira interpretaram erroneamente. Como

já disse o apostolo Paulo: “Pois os que habitavam em Jerusalém e as suas

autoridades, não conhecendo a Jesus nem os seus ensinos dos profetas

que se lêem todos os sábados, quando o condenavam, cumpriram as

profecias.” (Atos 13:27).

Num espírito de bondade e caridade cristã, o escritor deste esboço

gostaria de recapiturar algumas coisas com respeito às inexatidões

empregadas quando procuram preencher as concepções errôneas da

Palavra profética de Deus. O convite de um dos nossos sinceros

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Escatologia Bíblica 189

evangelistas diz: “1400.000.000 de Asiáticos Acordados – e Prontos para

Marchar” Este número deve incluir todos os bebês, os meninos e

meninas, os homens velhos e mulheres, os doentes, aflitos e os enfermos,

bem como os milhões de asiáticos doentes de guerra, cujo objetivo

principal na vida é de obter suficiente alimento para se manterem vivos.

Eles não pensam em marchar para parte alguma – certamente não para

marchar sobre milhares de milhas através de grandes cordilheiras de

montanhas e de rios até chegarem à Palestina, onde esta propaganda

declara que eles lutarão contra o Ocidente. Não existe uma passagem

escriturística para apoiar este ensino.

O efeito de anúncios tão pomposos, que fazem declarações

inverídicas, é prejudicial na mente de homens pensantes e mulheres que

imediatamente ponderam quanto tempo levaria para organizar este

prodigioso número para uma tal marcha, por que marcharam, etc. Quão

triste que tais anúncios pretendam que estas loucas afirmações estejam

baseadas na profecia bíblical não seria muito melhor se o povo

convidado para vir e ouvir a respeito do glorioso Redentor que é “o

caminho, a verdade e a vida”, e que através das Escrituras é declarado

ser “o sol nascente das alturas” (Luc. 1:78); “o Sol da Justiça”, trazendo

“salvação nas suas asas” (Mal. 4:2); o Rei, o Filho de Davi, que declara

que Ele e “a brilhante estrela da manhã” (nascimento do sol - Dr. Strong)

(Apoc. 22:16).

Outro convite (pago pelos nossos dízimos – portanto de nossa

responsabilidade), circulado por nossos obreiros, diz em tipos nítidos:

“Todos os olhos ao Oriente”, o que não é a verdade, pois a metade da

população está no Oriente e não pode ser convidado a olhar para o

Oriente. E quão incongruente para pregadores e escritores que vivem na

Austrália, Nova Zelândia, etc. usar tais palavras quando eles desejam que

seus auditórios ou leitores a olharem diretamente ao norte ou ao noroeste

aos países que eles classificam como sendo Oriente! Não é escriturístico

dizer que “Oriente” signifique Oriente de Jerusalém, pois “oriente” é

mencionado em Apoc.7:2, quando descreve a mensagem que vem dos

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Escatologia Bíblica 190

Céus. Desde a rejeição da nação judaica nenhum profeta jamais fez uma

profecia baseada geograficamente sobre a cidade literal de Jerusalém.

Quando Todos os Olhos Serão Dirigidos ao Oriente

Virá o tempo quando “todos os olhos” serão voltados “ao oriente” e

isto será por ocasião da segunda vinda de Cristo. A serva do Senhor

escreveu com respeito a este importante acontecimento, dizendo: “Logo nossos olhares foram dirigidos ao oriente, pois aparecera uma

nuvenzinha ... a qual todos nós soubemos ser o sinal do Filho do homem. Todos nós em silêncio solene olhávamos a nuvem que se aproximava e se tornava mais e mais clara e esplendente, até converter-se numa grande nuvem branca.” (PE, 15 e 16).

A serva do Senhor novamente atraiu nossa atenção a este fato em

GC., pág. 640. Nós somos positivamente informados que “os

testemunhos escritos devem dar nova luz, mas impressionar vividamente

sobre o coração as verdades de inspiração já dadas... verdades adicionais

não são dadas; mas Deus através dos Testemunhos simplificou as

grandes verdades já dadas.” (S.T., pág. 665). Por isto a Bíblia

definitivamente ensina que a vinda de Cristo será vista nos céus

orientais, que, certamente, é plenamente ensinado em muitas Escrituras,

tais como Ezeq. 43:1-4; Mat.24:27; Apoc. 16:12; 22:16 e 20; etc.

Que Jesus virá pelos céus orientais aparece muitas vezes bem claro

em muitos lugares através da Bíblia. Aqueles que não estudaram a Bíblia

com este pensamento na mente se surprcenderiam ao apreender a grande

quantidade de luz que está à disposição sobre este assunto.

O que nós demos neste pequeno esboço é suficiente para nosso

propósito; para mais confirmação sobre este assunto importante, o leitor

é convidado a ver minhas outras publicações em que eu dei mais

detalhes sobre o assunto. Todos os versos que ensinam a segunda vinda

de Jesus – cada vigésimo quinto verso em média no Novo Testamento,

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Escatologia Bíblica 191

devem ser entendidos à luz de Cristo ser visto voltar no Oriente. Por

exemplo, em Apoc. 1:7, nós somos informados: “Eis que vem com as

nuvens; e todo olho O verá, até os que O traspassaram; e todas as tribos

da terra se lamementarão sobre Ele.” Esta nuvem, a serva do Senhor

declara, será vista no “Oriente”. Jesus, quando declara que Sua vinda

será “como o relâmpago que vem do oriente”, também disse: "Então

aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; todos os povos da terra se

lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu

com poder e grande glória.” (Mat. 24:27, 31)

Aqui nós somos definitivamente ensinados por nosso Senhor, que

Ele virá a aparecer nos ceus orientais. No princípio aparecerá uma

pequena nuvem no oriente; esta nuvem se torna moior e mais gloriosa à

medida que Ele se aproxima da terra. Então é que “todos os olhos” serão

dirigidos ao “oriente”, tanto dos santos como dos pecadores. Esta é a

gloriosa verdade que Satanás procura esconder pelo ensino que todos os

olhos serão agora dirigidos aos países pagãos, em cumprimento suposto

de Apoc.16:12. Mas Apoc. 16:12, não nos aponta às terras pagãs mas

aporta-nos à volta de nosso Senhor Jesus, “a Luz do Mundo”, o “Sol da

Justiça”, o “Despertar do sol lá dos altos”, que dirigirá “os ejércitos dos

céus” contra “os exércitos da terra”. É isto o que nos é retratado em

Apoc. 16:12, como podemos ver comparando com Apoc. 19:11-21.

Os “reis do nascimento do sol” são apresentados em contraste com

“os reis do mundo inteiro” (Apoc. 16:14). Os comentadores, inclusive

sábios adventistas do sétimo dia, têm apontado este fato. No quadro do

Revelador deste último conflito, Ele (Jesus, o Revelador), descreve dois

exércitos, e somente dois: “os reis do mundo inteiro” (Apoc. 16:14) e “os

Reis do nascimento do sol” (v. 12). "Os Reis do nascimento do sol” são

apresentados como vindos para “fazer guerra”, (Apoc. 19:11) contra “os

reis do mundo inteiro”. Em Apoc. 19:11-21, onde a vinda de Cristo é tão

graficamente apresentada, Ele é apresentado como dirigindo “os

exércitos que estão nos céus”, vindos a “fazer guerra” contra “as

nações”, os exércitos da “besta e dos reis da terra”. Como Sua vinda é

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Escatologia Bíblica 192

plenamente declaada de ser “do nascimento do sol”, “o oriente”, então

Apoc. 19:11-21, repete o que é apresentado em Apoc. 16:12-16 : “os

exércitos dos Céus”, vindos dos céus orientais – “do nascimento do sol”

– para “fazer guerra” contra “os reis do mundo inteiro”. Este fato é

também em geral aceito entre comentadores livres, não contaminados,

inclusive um número de nossos pioneiros peritos e professores de Biblia.

Os Reis do Oriente Especialmente Mencionados

Em sua conferência irradiada (julho de 1955) – “Multidões da Ásia

acordai!” – o orador da Voz da Profecia declarou: "Em sua vívida

descrição das cenas finais da terra, o profeta do Novo Testamento, João

o revelador, especialmente menciona os reis do oriente." É verdade que

"os Reis do nascimento do sol" são "especialmente mencionados". Mas

este fato está contra a idéia de que a designação "os Reis do oriente"

refere-se aos "pagãos" da Ásia. Através da apresentação gráfica do

Revelador dos atores no grande drama no conflito final, começando com

Apoc. 12 e continuando ate Apoc. 20, os únicos poderes descritos são a

besta e o falso profeta e "os reis da terra" que estabelecem a "marca da

besta" (Apoc.19:19 e 20). "Os reis da terra" são o mesmo que o "dragão"

mencionado em Apoc. 16:12, como facilmente se verá quando uma

comparação é feita com Apoc.12:17; 16:13 e 14; 17:12-14; 19:19 e 20. O

Espírito de Profecia claramente diz que "os reis" que estabelecem a

marca da besta são o "dragão" – veja T.M, págs. 39 e 62.

O Senhor, em Seu quadro apocalíptico, é muito cuidadoso ao

salientar o triste, mas importante fato de que o conflito final que envolve

a igreja remanescente em perigos tão mortais e ameadaça de extinção,

será precipitada por nações professamente cristãs – cristandade –

levando o mundo a estabelecer leis dominicais sob pena de morte aos

discordantes. Estes são os poderes terrestres que são "especialmente

mencionados" na profecia, e é inteiramente incorreto dizer que os

"pagãos”, "os povos do oriente" que são "especialmente mencionados".

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Escatologia Bíblica 193

Em Apoc. 19:11-21, que é a passagem paralela à de Apoc. 16:12-

16, nada pe dito a respeito dos "pagãos" (como entendido por aqueles

que aplicam mal aquele termo para significar o povo da Ásia), pois

naquele quadro gráfico os poderes que são especialmente mencionados

são "a besta, e o falso profeta" e seus "exércitos" que estabeleceram "a

marca da besta". Isto é, a ira de Deus vai cair muito pesadamente sobre

os que professavam ser Seu povo, mas que deram sua força a Satanás,

indo contra a lei de Deus, perseguindo Seu povo leal, e ameaçando matá-

los por sua obediência a Seus mandamentos.

Se os "pagãos" devessem ser "especialmente mencionados" os

tornaria de maior importância, e sobre eles especialmente devia cair a ira

de Deus; mas isto não está em harmonia com o princípio tão claramente

mencionado na Bíblia de que o Senhor julga de acordo com a quantidade

de luz que alguém recebe. O "Ocidente" dirigirá o "Oriente" a se rebelar

contra a mensagem do Sábado de Deus.

Então, outra vez, é óbvio que "os Reis do nascente do sol" não se

podem referir aos asiáticos, pois estes já estão incluídos na designação

"os reis da terra e de todo o mundo." Tendo declarado que "os reis do

mundo inteiro" estão envolvidos neste conflito final, seria redundância

mencionar os assim chamados "pagãos" metade do mundo já incluídos.

Mas não existe nenhum problema de fato quando "os Reis do despertar

do sol", são "especialmente mencionados" como "os exércitos dos céus"

vindos a fazer guerra contra "os reis do mundo inteiro"

Isto se harmoniza com os ensinos de nossos pioneiros, que podem

ser expressos nas palavras de Tiago White em um editorial no The

Advent Review and Sabbath Herald, de 21 de janeiro de 1962, intitulado:

"Pensamentos sobre a Grande Batalha". Ele escreveu: "A grande batalha

não é entre nação e nação, mas entre a terra e os céus."

É de certo a verdade que "os Reis do nascimento do sol" – "os

exércitos dos céus" vindos da terra da luz – são "especialmente

mencionados", o que indica sua importância ao povo de Deus, pois é um

princípio fundamental da exegese escriturística que nações e poderes são

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Escatologia Bíblica 194

trazidos à profecia bíblica, somente ao se referirem ao povo de Deus.

Portanto, "os Reis do nascimento do sol" são "especialmente

mencionados" por causa de sua importância para com o povo de Deus, o

que é uma razão dentre muitas porque eles não se podiam referir aos

"pagãos".

Conclusões Baseadas Sobre Fundamentos Falhos

Não é verdade, como é mencionado por um esboço baseado na

crença que "os Reis do nascimento do sol" referem-se aos "pagãos" ou

"raças de cor", que "o clímax da profecia" é.alcançado" na descrição

dada em Apoc. 16:13 e 14, pois o Revelador usa as palavras "eu vi" (v.

13), depois de ter apresentado o seu clímax (v. 12), e então procede para

lidar com os eventos que levam aquele clímax. Portanto, o clímax da

profecia é Apoc. 16:12, a vinda de nosso Senhor com Seus exércitos

celestiais para destruir as forças do mundo na destruição do Armagedom,

a palavra que no Hebraico significa, "o monte da destruição"

Para reforçar a atenção e para dar peso à declaração que "os reis do

"oriente" referem-se às "nações pagãs" que estão programadas a marchar

através da Palestina, de acordo com a errônea interpretação de Apoc.

16:12-16, alguns de nossos evangelistas estão convictos ao falar sobre

este assunto, "com certeza e autoridade", por causa de seus "muitos anos

de de residência em países orientais", uma maneira de pensar usada por

aqueles que crêem na volta de judeus à Palestina, e que retornam daquele

país, declarando que as profecias se estão cumprindo lá, em relação ao

Israel literal e da Palestina literal, e que a sua palavra devia ser

considerada porque eles estiveram na Palestina, e viram o cumprimento.

Aqueles que são guiados por certos princípios bíblicos de interpretação a

não têm necessidade de ir a qualquer para saber o que o Senhor revelou

em Sua Palavra.

Os cientistas procuram elos perdidos e evidências que apóiem a

hipótese evolucionista muitas vezes interpretam o que vêem à luz de

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Escatologia Bíblica 195

certas idéias preconcebidas antes de descobrir seus "achados".

Semelhantemente, aqueles que entretêm idéias quer politicas, científicas

ou religiosas, lêem no que vêem a evidência da idéia que tiveram antes

de terem visto seus achados – eles interpretam mal os fatos.

Semelhantemente, os que residem por algum tempo em terras orientais

ou fazem uma visita ali e verificam um estado de desassossego em certas

seções daqueles países, se apegam a tal desassossego como prova

positiva de que aqueles povos estão se aprontando para marchar a

Palestina – "indício de uma tendência ocidental", "o oriente deve se

mover para o ocidente" – citações que não têm base em fatos sólidos. É

puramente um fragmento da imaginação humana baseada sobre uma

interpretação errônea de Apoc. 16:12-16.

Aconteceu um dia destes recentemente que na mesma semana em

que um de nossos evangelistas estava tratando do assunto de "Todos os

olhos estão voltados ao Oriente", que ele fez declarações como alguém

que residira um número de anos em países orientais, e que aquelas

declarações não estavam em harmonia com duas autoridades mundiais

sobre os países orientais, que também fizeram declarações na mesma

semana. Nosso evangelista, certamente ansiava persuadir seu auditório

para a sua interpretação de Apoc. 16-12, enquanto que os dois

comentadores políticos eminentes estavam apenas dando sua opinião

.desapaixonada, sobre as condições atuais existentes e a ambição política

dos paises orientais.

Convites e sinopses que tenho peeante mim ao escrever, sugerem

que o oriente todo está contra o ocidente, coisa que não é certa, pois

existem muitas pessoas vivendo nos países orientais que procuram achar

um acordo comum com o ocidente para viver em paz conjuntamente.

Muitas das pessoas que vivem no oriente estão agradecidas pelo auxílio

que lhes foi dado pelo ocidente, e alguns procuram estabelecer um

estado pacífico entre o Oriente e o Ocidente. Muitos milhões através do

Oriente almejam apenas uma existência pacífica de plantar alimentos e

achar abrigo para suas famílias. Mesmo de recente data nações orientais

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Escatologia Bíblica 196

têm lutado pela paz, às vezes em contraste com o mais beligerante

ocidente. Doutra maneira, certas nações da Ásia têm ajudado o ocidente.

Quando a questão da proposta da mudança de calandário surgiu

perante a comissão das Nações Unidas, algumas das nações orientais

resolveram matar a proposta reforma. Nas conversas Afro-Asiáticas de

Paz havia evidências de uma divisão entre nações orientais, em sua

atitude para com o ocidente. Um jornalista declarou: "A Índia, o segundo

mais populoso Estado da Ásia, tem um plano de seis anos para atrair

viajantes brancos para verem pessoalmente o que está acontecendo ali...

Idéias semelhantes estão avivando outros países da Ásia. Certos Estados

que achavam o vinho do nacionalismo pesado capaz de entenebrecer o

seu sentido sobre o que seria o melhor para eles, estão começando a

compreender que eles não vivem só para si mesmos” (Advertiser).

Alguns dos países asiáticos reconhecem que o muito atacado

nacionalismo lhes trouxe benefícios que eles transmitirão, já preparados

de antemão, para o governo próprio. Tengku Abdul Rahman, primeiro

ministro do novo governo eleito da Malaia, declarou que a Malaia,

quando, em quatro anos, ela alcançar seu alvo de governo próprio,

intende permanecer dentro do Commonwealth Britânico. Se isto ocorrer

não decidirá a interpretação de Apoc.12, pois a interpretação daquela,

bem como de todo verso da Bíblia é dada nas Escrituras mesmo. Estes

acontecimentos políticos presentes, são apresentados para ilustrar as

falhas tantas vezes usadas para apoiar a interpretação de que "os Reis do

nascimento do sol" são as "raças de cor" que se supõe estavam unidas

contra o ocidente.

Mr. Malcolm MacDonald, até a pouco Comissionador Geral inglês

na Ásia Sul-Oriental, e agora o Alto Comissionador inglês na Índia,

recentemente disse: "Uma das mais marcantes provas de amizade

estabelecida entre os povos diferentes, é a de que quando romperam uma

velha associação com a Inglaterra, eles rapidamente entraram numa nova

associação de forma diferente. O que aconteceu na Índia é um exemplo

clássico disto"

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Escatologia Bíblica 197

Na hora em que escrevo, os resultados vieram às nossas mãos com

respeito a eleições que houve no Camboja para a sua Assembléia

Nacional, de acordo com o entendimento de Genebra do último ano, que

termina a guerra Indo-Chinesa de oito anos. Um representante do

Ministério do Interior cambojano declara: "Uma verdadeira onda

anticomunista, tem passado pelo Camboja." Isto segue logo após os

calcanhares de uma audaz advertência vastamente circulada por um dos

nossos evangelistas com respeito "a marcha vermelha - inspirada de

homens famintos" no Oriente: O Oriente unido contra o Ocidente!

O seguinte extrato de um artigo num jornal de Melbourne

recentemente serviria para ilustrar a necessidade de nossos evangelistas

de se manterem à frente dos acontecimentos no Oriente e não declararem

cegamente, em devoção a uma teoria falsa, de que o Oriente está unido

contra o ocidente em suposto cumprimento de Apoc. 16:12, pois, além

da interpretação errônea envolvida, existe tamhém a questão de aparecer

como inexato no terreno da história contemporânea. O artigo

mencionado diz: "Seria um erro grave considerar todos os acontecimentos recentes nos

países do Sul-oriente Asiático como inimigos dos interesses australianos e uma ameaça à nossa maneira de viver. Existe a tendência de olhar para a onda crescente de nacionalismo como evidência de progresso inexorável a favor da comunização da Ásia. Existe palha no vento hoje que sugere que tal na realidade não é o fato de que uma completa independência de. espírito está se levantando como um novo item da cena asiática. Tal palha é a vitória eleitoral no Camboja do Partido Popular Socialista Comunitário, dirigido pelo jovem ex-rei Norodom, que é dedicado a finalizar a corrupção e a intriga politica e reforma da Constituição. A eleição foi uma derrota esmagadora para todos os outros partidos inclusive o Comunista, que não ganhava um lugar... Mas se uma pequena comunidade asiática pode nestes dias demonstrar uma frente corajosa ao colosso comunista chinês justamente através da fronteira; e se países como o Sião, Burna, e Indonésia – 'sem mácula de colonialismo' – estão em condições de demonstrar um zelo pela democrática reforma como uma frente contra uma ameaça intensa comunista, a esperança ainda permanece que uma grande parte da Ásia

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Escatologia Bíblica 198

S.E., permanecerá livre e independente, os sinais estão aí; e a chama da esperança está crescendo." (Advertiser, 22/09/1955).

Outro de nossos evangelistas, falando sobre o assunto do "Oriente e

Ocidente", e procurando impressionar o povo que o Oriente já estava

praticamente unido contra o Ocidente em suposto cumprimento de Apoc.

16:12, disse: "O Mediterrâneo hoje de noite é o limite do Oriente e do

Ocidente. O caminho para o Oriente está pronto para a marcha dos Reis

do nascimento do sol." Isto, porém, é imaginação fraseológica poética

que não se harmoniza com os fatos, pois as nações orientais não têm o

plano nem propósito de marchar para o Ocidente da Palestina. Não

deveríamos manipular fatos para se enquadrarem com alguma

interpretação tola das Escrituras. Este evangelista declarou: "O oriente se

moverá para o ocidente. Este evento assustador está no futuro." Este

evento assusta pela sua errônea interpretação de Apoc,16:12. Ele prevê

este evento prodigioso do oriente se mover para o ocidente em sua

imaginação, pois não há nada que ocorra no presente para indicar que o

Oriente está se movimentando para o Ocidente, e ele também admite que

o evento é futuro! É um procedimento muito enganador apontar ao

futuro pelo comprimento de alguma profecia permitindo a imaginação de

aplicar o futuro cumprimento como se estivesse cumprindo hoje –

criando um quadro do futuro e fazendo uma errada interpretação aplica-

se aos acontecimentos de hoje.

Durante a II Guerra Mundial, quando o Japão estava nos altos de

seus sucessos, um escritor em uma de nossas revistas se referiu a "Este

cumprimento profético". Ele pensava que as atividades marciais

japonesas e a tendência de guerra já indicavam que os japoneses como os

reis do oriente, estavam em caminho ao rio Eufrates, que o Japão já

então cumpria as profecias. Não obstante Apoc. 16:12, claramente cita

que os Reis do oriente não aparecem na cena profética até depois do

derramamento da 6ª praga! Portanto, era mera especulação, pura

imaginação, deligar através da antecipação os feitos da máquina de

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Escatologia Bíblica 199

guerra japonesa com o que a profecia diz que ocorrerá após a 6ª praga

tenha sido derramada. Foi puramente um jogo de imaginação que

transferiu o que fora conjurado ao quadro apresentado pela profecia de

Apoc. 16:12, fazendo aparecer estar se cumprindo durante a II Guerra

Mundial. Mas isto ilustra quão impossível e para qualquer expositor

aplicar Apoc. 16:12 (e passagens paralelas) em conexão com alguma

nação ou nações de hoje ou em qualquer tempo antes do derramamento

da 6ª praga, pois esta profecia não diz uma palavra com respeito ao que

os reis do oriente farão antes daquele tempo.

Aos que aplicam Apoc. 16:12 a acontecimentos de hoje lêem ou

vêem naquela profecia alguma coisa que lá não está. Naquela profecia

não existe a menor sugestão de coisa alguma feita pelos reis do oriente

ANTES do derramamento da 6ª praga, de maneira que é fútil citar aquele

verso com referência ao que está transpirando hoje. O escritor cujo artigo

de guerra é mencionado acima salientou em seu artigo "O oriente em

Chamas", que aparece no The Signs of the Times (31 de outubro de

1955): "As. seguintes profecias da Palavra de Deus parecem estar

encontrando o seu cumprimento no presente tempo. Dan. 11:44; Apoc,

16:12." (versos citados). Certamente é muito confuso e duvidoso

declarar que a profecia, que o Senhor diz que se cumprira depois do

derramamento da 6ª praga, esteja agora se "cumprindo no presente

tempo".

A aplicação do escritor de Dan. 11:44 a acontecimentos políticos

presentes no oriente em grande parte diferem das que foram dadas por

George Mac Cready Price em seu livro The Greatest of the Prophets. A

New Commentary on the Book of Daniel, págs. 316 e 317, que reza: "Muitos estão inclinados a interpretar a primeira parte deste texto

literalmente e aplicá-lo aos eventos contemporâneos. A má aplicação da profecia a eventos contemporâneos tem sido sempre um engano comum maior do que o que resultou de experimentar interpretar a profecia de antemão. Porque, poderá ser difícil de explicar; mas a história dos séculos mostra que assim sempre foi. Não somente o ponto de vista pessoal resulta em viciar o resultado, mas a aberração cromática do preconceito de massa

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Escatologia Bíblica 200

tende a lançar tanto a profecia e os eventos contemporâneos fora do foco, de maneira que o povo a nada ver em sua perspectiva.

"Eu creio que todos concordam que os muitos a quem este poder ímpio irá destruir e completamente a desfazer, deve ser o verdadeiro povo de Deus e não alguma força militar opositora. Também é interessante em extremo notar que de acordo com alguns sábios hebreus, a expressão aqui implica alguma coisa como um univarsal boicote ou ilegalidade, uma idéia que facilmente será entendida pela maioria de nossos leitores, à luz de Apoc. 13:17 e muitas afirmações no Grande Conflito e em outras partes."

Quando interpretadas militarmente, ninguém pode possivelmente

saber o que os Reis do Oriente de Apoc. 16:12, farão antes do tempo da

6ª praga pois a profecia nos dá o menor indício de qualquer coisa que

eles farão antes disto. Porém, quando nós permitimos que a Bíblia se

interprete a si mesma, nós podemos saber que “os exércitos dos céus”

estão fazendo agora o que farão tambémdepois da 6ª praga – eles lutarão

sempre contra as forças do mal e sempre engajados em proteger a igreja

comprada com o sangue de Jesus Cristo.

A serva do Senhor diz:

"São João escreve: 'Eu vi e ouvi a voz dos anjos ao redor do trono,

os anjos estavam unidos no trabalho dAquele que quebrará os selos e

tomará o livro, quatro anjos poderosos detêm os poderes desta terra até

que os servos da Deus estejam selados em suas testas. As nações do

mundo estão desejosas de conflito, mas estão sendo detidas pelos anjos.

Quando esta força detantora for removida, virá um tempo de luta e

angústia. Instrumentos mortais da guerra serão inventados. Vasos, com

uma carga viva, serão enfurnados em grande profundidade. Todos os que

não têm o espírito da verdade se unirão sob a liderança de agências

satànicas. Mas eles devem ser mantidos os controle até que venha o

tempo para a grande batalha do Armagedom.

"Anjos estão segurando o mundo, recusando a Satanás o seu

protesto de supremacia, feito por causa da grande multidão de aderentes.

Nós não ouvimos as vozes, nós não vemos com a visão natural o

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Escatologia Bíblica 201

trabalho destes anjos, mas as suas mãos estão ligadas ao redor do mundo.

Com vigilância desperta eles estão conservando os exércitos de Satanás à

margem, até que o se]amento do povo da Deus seja completado.

"Os ministros de Jeová, os anjos têm capacidade e poder e grande

força, sendo comissionados a sair dos céus a ministrar a Seu povo. A eles

é dado o trabalho de manter atrás as. forças irritadas que descerem

rugindo como um leão, procurando a quem possa devorar. O Senhor é

um refúgio a todos os que depõem sua confiança nEle. Ele lhes ordena a

se esconder nEle por um pequeno tempo somente, até que a indignação

tenha passado. Ele em breve sairá de Seu lugar para punir o mundo por

sua iniqüidade. Então a terra mostrará seu sangue e não mais cobrirá seus

mortos." (E.G. White, Carta 79-1900, de maio de 1900).

Conclusões Baseadas em Fatos Positivos

O tempo virá quando muitos mais entre nós se recusarão a

interpretar "os reis do nascimento do sol", em relação às nações do

Oriente. Nada poderia ser mais certo do que adventistas leais, sinceros e

tementes a Deus voltarem novamente aos ensinos dos pioneiros do

Movimento Adventista e crer que Apoc. 16:12-16, não se refere a uma

guerra militar. Com Tiago Whité, e outros pioneiros, será declarado entre

nós francamente: "A grande batalha não é entre nação e nação; mas entre

a terra a os céus" Então, este grande fato não será considerado como

heresia mas como a verdade de Deus.

Onde a crença. existe que "os reis do nascimento do sol" se refere

aos asiáticos aí também existe uma apreciação aérea da grandeza da

mensagem da reforma do sibado – de que é um chamado do Criador a

todo o mundo a se definir pelos Seus mandamentos e não para ser

alistados entre os que são enganados à desobediência pelas enganos de

Satanás. O Senhor classifica o mundo em apenas duas classes: “os santos

e os pecadores, os convertidos e os não convertidos.” (TM., pág. 87).

"Existem apenas duas classes no mundo hoje, e somente duas classes

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Escatologia Bíblica 202

serão reconhecidas no Juízo.” (PJ., 283). O mundo inteiro estará

eventualmente do lado de Satanás, com exceção da igreja remanescente.

Veja GC., pág. 618; P.R., pág. 587. Então as três secções que formam

Babilônia serão unidas (até certo grau ao menos) como um até ao tempo

do derramamento da 6ª praga – esta união das forças de Babilônia é

encarecida em Apoc. 17:12, 13 e 17 e neste estado unido eles "fazem.

guerra ao Cordeiro". (Apoc. 17:14; 16:13 e14). Esta unidade é quebrada

pelo derramamento da 6ª praga – compare Apoc. 16:19; 17:16 e 17,

quando mortandade fratricida interna de âmbito mundial romperá. Desta

maneira nenhuma provisão é feita na profecia para o Ocidente e o

Oriente, de cristãos professos e os "pagãos" – todos os não salvos são

classificados na profecia sob o termo Babilônia.

Enquanto idéias erradas foram mantidas com respeito aos reis do

oriente, se raferindo a asiáticos e tanto tempo crenças contraditórias

serão mantidas com respeito à consumação da própria mensagem.

Aqueles que crêem. que os reis do oriente se referem a asiáticos, e Apoc.

16:12.-16 retrata um conflito militar entre os povos do Oriente e o

Cristianismo do Ocidente não podem crer as mais claras declarações da

Bíblia e do Espírito de Profecia de que leis dominicais serão reforçadas

em todos os países do mundo – inclusive a China, Rússia., Japão e EUA

e todas as nações orientais. Quão completamante fora de harmonia com

o resto de nossos ensinos sobre a terceira mansagem angélica com

respeito à vinda dos juízos de Deus sobre o mundo todo por sua contínua

violação de Sua lei!

Esta mensagem declara qua o mundo todo deve acoitar ou rejeitar a

verdade do sábado ou receber o selo de Deus ou a marca da besta.

Certamunte é óbvio que nações "pagãs" como tais não reforçarão o

domingo cristão. E, não obstante, o Espírito de Profecia claramente diz

que "cada país do globo" vai reforçar as leis dominicais. As nações

asiáticas se juntarão ao Ocidante no reforçamento da marca da besta – a

Bíblia e o Espírito de Profecia ambos declaram-no nos mais amplos

termos. "Grandes mudanças em breve terão lugar em nosso mundo,e os

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Escatologia Bíblica 203

movimentos finais serão rápidos" (9T, 11). As Escrituras não esclarecem

que a providência do Senhor impede o mundo de unir~se inteiramente

sob o controle de Satanás até que o povo de Deus esteja pronto no que

resultará quando isto ocorrer. Que loucura, porém, interpretar as

profecias relativas ao conflito final à luz do estado dividido do mundo

hoje e interpretando aquelas profecias como se o Oriente e o Ocidente

ainda estará dividido até ao tempo da 6ª praga quando a guerra militar

mal interpretada do Armagedom entre o Oriente e o Ocidente

supostamente será travada. Que tolice construir as suas idéias sobre o

que ocorrerá por ocasião da 6ª praga sobre o fato de o oriente e o

ocidente estarem divididos hoje, quando o Espírito de Profecia

claramente diz que “grandes mudanças em breve terão lugar em nosso

mundo” que Satanás unirá todas as suas forças em todo o mundo em seu

ataque sobre o povo de Deus. Certamente não existe verdade profética

mais claramente feita na Bíblia do que, que as profecias salientando “o

conflito final” descrevem os reis da terra e de todo o mundo – Ocidente e

Oriente – todos unidos por fora, enfim – na guerra contra Cristo e Sua

igreja (Apoc. 16:13~16; 17:10-14; 19:11-21).

A natureza niundial da Mensagem de Deus dos últimos dias é

claramente apresentada em Mateus 24:14; 28:19; Apoc. 7:1-3; 10:21

18;1, etc. Repetidas vezes a serva do Senhor encareceu: “Deus nos tem

dado uma mensagem para todo o mundo.” (3T, pág. 388). "João a vê (a

mensagem), aumentada em força e poder até que a terra toda seja

iluminada com sua glória." (5 T., pág. 383).

As mensagens e advertências de Apoc. 7:1-3; 14:6-12, etc. devem

ser proclamadas "em todo o mundo... "a todas as nações; "a terra toda"

deve ser “iluminada com sua glória”. (Apoc. 18:1) inclusive países

atualmente governados por comunistas “sem Deus” ou os “pagãos”. Já

ocorreram grandes mudanças na economia política das nações, e o

Espírito de Profecia nos informou que "grandes mudanças" ainda terão

lugar que aprussarão o mundo à sua hora climática antes da provação

terminar. A serva do Senhor claramente declarou que "a questão do

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Escatologia Bíblica 204

sábado deve ser o assunto no grande conflito final em que todo o mundo

terá uma parte." (6T, 352).

Apesar de o mundo hoje estar politicamenta dividido nas nações do

"Ocidente" e as do "Oriente", é bem claro na Bíblia e no Espírito de

Profecia que a grande mudança ocorrerá e as nações no "Oriente"

também participarão no estabelecimento da marca da besta. O mundo

não continuará dividido entre "ocidente" e "oriente" desde agora até ao

tempo da 6ª praga, quando, como alguns afirmam, o "Ocidente" e

"Oriente" se encontrarão em batalha mortal na Palestina. Tal concepção

está completamente contra a mais clara luz que nos diz o oposto. Como

poderia o “oriente” continuar como no presente sob a direção de

comunistas “sem Deus”, ou dos "pagãos", e ainda. as profecias se

cumprirem que distintamente declaram que "todo mundo" deve

admirar~se "após a basta", que "todos os que habitam a terra a

adorarão"? O terceiro anjo adverte contra o "o culto da besta e de sua

imagem", uma mensagem de âmbito mundial que não está confinada às

nações do "ocidente".

Citações das Escrituras e do Espírito dc Profecia declaram

inequivocamente que a advertência contra o “culto da besta e sua

imagem” deve ir, e irá a todo o mundo – inclusive à Rússia, à China, etc.

Assim será facilmente visto que uma crença na magnitude da terceira

mensagem angélica, uma crença que ela é mundial em escopo,

automaticamente afasta a idéia de que o mundo permanecerá dividído

entre "Ocidente" e "Oriente", até a 6ª praga..É impossivel acreditar que o

mundo vai permanecer dividido como no presente entre "Ocidente" e

"Oriente", até a 6ª praga, a ao mesmo tempo acreditar que a Mensagem

de Deus dos últimos dias, salientando a exaltação do poder papal entre as

nações do mundo e o resultante perigo e ameaça de morte do povo de

Deus “em todas as partes do mundo”, sobre o sábado – bem antes do

tempo da 6ª praga.

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Escatologia Bíblica 205

Observe as seguintes declarações explícitas do Espírito de Profecia: "A questão do sábado será o assunto no grande conflito final em que

todo o mundo terá uma parte." (6T., 352). "Em breve a última prova virá a todos os habitantes da terra. Naquela

ocasião (isto é, antes da provação terminar), decisões rápidas serão feitas." (9T, 149).

"Em breve todos os habitantes da terra terão feito suas decisões, ou a

favor ou contra o governo dos céus." (7T, 141). O contexto se refere à "substituição do...domingo em lugar do sábado bíblico".

"Como a América, a terra da liberdade religiosa, se unirá com o papado

no forçar a consciência e compelir homens a honrarem o sábado falso, o povo de todo o país no globo será levado a segui~ seu exemplo." (6To 18).

"Nações estrangeiras seguirão o exemplo dos Estados Unidos. Embora

ela lidere, não obstante a mesma crise virá sobre nosso povo em todas as partes do mundo." (6T. 395).

"A substituição da lei de Deus pelas leis dos homens, a exaltação, por

autoridade meramente humana, do domingo em lugar do sábado bíblico, é o último ato do drama. Quando esta substituição se tornar universal, Deus Se revelará... Ele sairá de Seu lugar para punir os habitantes do mundo... Em breve todos os habitantes da terra terão decidido seu lado, ou a favor ou contra o governo dos céus." (7T. 141).

Seria impossível usar palavras para fazer uma declaração mais clara

do que estas declarações do Espírito de Profecia de que "todo o mundo",

"todos os habitantes da terra" "todo o país no globo", "todas as partes do

mundo", seguirão o exemlo dos Estados Unidos "em obrigar a

consciência e compelirem aos homens a honrar o falso sábado". Não

paderá produzir nada senão confusão ou até desastre aqueles que lançam

de lado estas as mais claras citações com respeito ao "conflito final" e o

estado de unidade externa que existirá entre as forças do mal que se

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Escatologia Bíblica 206

opõem ao povo de Deus em "todas as partes do mundo", em "cada país

do globo", e em lugar mantêm sua própria "interpretação particular"

daquilo que resultará sob a 6ª praga baseado sobre a presente designação

política do Ocidente e do Oriente.

Que os expositores das profecias que revelam o conflito final

permaneçam leais e firmes ao que tão claramente foi revelado, e que não

se deixem influir por pelo grande inimigo das almas que odeia a

apresentação da verdadeira interpretação de que os Reis do nascimento

do sol salientam a vinda dos "exércitos do Céu" (Apoc. 19:11,14,19), de

destruir as forças de Babilônia em todo mundo.

Cristãos devotos se alegrarão por saber que foi o Senhor Jesus que

prometeu a Seu povo em Apoc. 16:12, que Ele derramará Seus juízos

sobre a perseguidora Babilônia sobre o Eufrates; que Ele, "o nascimento

do sol" lá dos altos, “o Sol da Justiça”, Se levantaria “com cura em Suas

asas”, curando-os de todas as suas enfermidades e trazendo para eles o

amanhecer do dia da eternidade.