apostila curso de logística - modulo fundamentos da logística
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FASES HISTÓRICASA Logística no Brasil – Um breve históricoCONCEITOS E OBJETIVOSSISTEMA LOGÍSTICOAtividades PrimáriasAtividades de ApoioSUBSISTEMAS LOGÍSTICOSAS TRÊS DIMENSÕES DA LOGÍSTICAPONTOS BÁSICOS DA LOGÍSTICALOGÍSTICA EMPRESARIALLOGÍSTICA INTEGRADALEAD TIMEJUST-IN-TIME – JITKANBANSISTEMA KANBAN X JUST-IN-TIME – JIT / JICCapítulo 6A LOGÍSTICA E A GLOBALIZAÇÃOTENDÊNCIAS FUTURASTRANSCRIPT
EixoTecnológico: Gestão e Negócios
Curso: Técnico em Logística
Modalidade: Concomitante
Disciplina - CH: Fundamentos da Logística – 45h
Docente: Déborah de Lima Barros Diniz
2015
DILMA VANA ROUSSEFF
Governo Federal
CID GOMES Ministro da Educação
ALÉSSIO TRINDADE DE BARROS
Secretário SETEC
MARCELO MACHADO FERES Coordenador Nacional do PRONATEC
ÂNGELA MARIA PAIVA CRUZ
Reitora UFRN
JOSÉ DANIEL DINIZ MELO Vice Reitor UFRN
JÚLIO CÉSAR DE ANDRADE NETO
Diretor EAJ/UFRN
GERBSON AZEVEDO DE MENDONÇA Vice Diretor EAJ/UFRN
Coordenador Adjunto Mulheres Mil PRONATEC/EAJ/UFRN
JOÃO INÁCIO DA SILVA FILHO Coordenador Geral PRONATEC/EAJ/UFRN
PAULO MÁRIO CARVALHO DE FARIA
Coordenador Adjunto Administrativo PRONATEC/EAJ/UFRN
KÉSIA KARINA DE OLIVEIRA SOUTO SILVA Coordenadora Adjunta dos Cursos Técnicos PRONATEC/EAJ/UFRN
ROSE MEIRE PENHA REVORÊDO DE MACÊDO
Coordenadora Adjunta dos Cursos FIC PRONATEC/EAJ/UFRN
ORGANIZAÇÃO E ELABORAÇÃO Déborah de Lima Barros Diniz
Lígia Souza de Santana Pereira
EQUIPE ADMINISTRATIVA DOS CURSOS TÉCNICOS PRONATEC/EAJ/UFRN Anaxmandro Pereira da Silva
Duciane Freitas Furtado Francisco Claudivan da Silva
Mônica Kaline Santiago e Maciel Silva Romoaldo Marroque Torres
Thays Lins Galvão de Albuquerque Bastos Valéria Maria Lima da Silva
Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 4
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ESCOLA AGRICOLA DE JUNDIAÍ
PROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AO ENSINO TÉCNICO E EMPREGO
CURSO TÉCNICO EM LOGÍSTICA
FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA – 45h
DÉBORAH DE LIMA BARROS DINIZ
PARNAMIRIM
2015
Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 5
Sumário
EMENTA DO CURSO 6
INTRODUÇÃO 7
FASES HISTÓRICAS 8
A Logística no Brasil – Um breve histórico 9
CONCEITOS E OBJETIVOS 10
Capítulo 2 14
SISTEMA LOGÍSTICO 14
Atividades Primárias 14
Atividades de Apoio 14
SUBSISTEMAS LOGÍSTICOS 14
Capítulo 3 16
AS TRÊS DIMENSÕES DA LOGÍSTICA 16
PONTOS BÁSICOS DA LOGÍSTICA 16
Capítulo 4 18
LOGÍSTICA EMPRESARIAL 18
Capítulo 5 21
LOGÍSTICA INTEGRADA 21
LEAD TIME 26
JUST-IN-TIME – JIT 27
KANBAN 28
SISTEMA KANBAN X JUST-IN-TIME – JIT / JIC 29
Capítulo 6 31
A LOGÍSTICA E A GLOBALIZAÇÃO 31
TENDÊNCIAS FUTURAS 31
Referências 33
Apêndice 34
Glossário 36
Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 6
CURSO TECNICO DE NÍVEL MÉDIO EM LOGÍSTICA - FORMA ARTICULADA CONCOMITANTE
DISCIPLINA: FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA
Ementa
Recursos Econômicos: Fatores de produção. Histórico da logística. A logística e seus subsistemas.
Interfaces da logística com as demais áreas funcionais. O ambiente logístico. Decisões logísticas.
Organização das atividades logísticas. Distribuição, armazenagem, manutenção, processamento do
pedido e SCM.
Objetivos
Apresentar os conceitos e os princípios fundamentais que norteiam a prática da logística empresarial, permitindo aos alunos uma compreensão profunda dos tópicos relacionados à processamento dos pedidos, serviço ao cliente, movimentação e armazenamento das mercadorias e transporte, bem como a transferência de informações através da cadeia de suprimentos.
Bases Científico-Tecnológicas (Conteúdos)
1. Introdução, fases históricas, conceitos e objetivos;
2. Sistemas logísticos;
3. Subsistemas logísticos;
4. As três dimensões da logística;
5. Pontos básicos da logística;
6. Logística empresarial: área comercial, operação industrial, fornecedores, administração e finanças,
distribuição física;
7. Logística integrada;
8. Lead times;
9. Sistema Kanban X Just-in-Time – JIT/JIC;
10. A logística e a globalização;
11. Tendências futuras;
Procedimentos Metodológicos e Recursos Didáticos
Aulas expositivas, palestras, leitura de textos, trabalhos em grupo, seminários, multimídia e visita
técnica.
Avaliação
Trabalhos individuais e/ou grupos, seminários e prova escrita.
Bibliografia Básica
1. BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: planejamento, organização e
logística empresarial. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2005.
2. BOWERSOX, Donald J.; CLOSS, David J. Logística Empresarial: o processo de integração da cadeia de
suprimentos. São Paulo: Atlas, 2004.
Bibliografia Complementar
1. BERTAGLIA, Paulo Roberto. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
2. CASTIGLIONI, José Antônio de Mattos. Logística Operacional: guia prático. 2. Ed. São Paulo: Érica, 2009.
Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 7
Capítulo 1
INTRODUÇÃO
A logística estuda como a administração pode prover melhor o nível de rentabilidade
nos serviços de distribuição aos clientes e consumidores, através de planejamento,
organização e controles efetivos para atividades de movimentação e armazenagem
que visam facilitar o fluxo de produtos.
Poucas são as áreas de estudo que apresentam impactos significativos no padrão de
vida das pessoas – A LOGÍSTICA é uma dessas áreas.
Todas as áreas da atividade humana são afetadas, direta e indiretamente pelo
processo logístico.
Alguns questionamentos:
A Logística pode ser considerada como sendo a área da administração que se
responsabiliza pelo transporte e pelo armazenamento dos produtos a serem
comercializados. É também de responsabilidade da logística obtenção, produção e
distribuição eficaz destes produtos em locais e quantidades específicas.
Para isso, é necessário planejar, programar, controlar fluxos e armazenar de forma
correta tudo o que diz respeito aos produtos, desde a matéria-prima utilizada para sua
produção até o produto acabado, pronto para comercialização. Todo esse trabalho
Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 8
tem o objetivo de atender às necessidades dos consumidores oferecendo-lhes
informações acerca do que estão consumindo. A atividade logística começa a partir do
momento em que os produtos saem das linhas de produção e só termina quando os
consumidores os retiram dos pontos de comercialização.
Podemos dessa forma, definir as atividades logísticas em compra, recebimento,
armazenamento, expedição, transporte e entrega do produto desejado pelo cliente no
tempo e lugar certos e ainda ao menor valor possível. Isso significa que a logística deve
oferecer aos consumidores utilidade de tempo e lugar na oferta de seus produtos.
"Logística é a parte do Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento que planeja,
implementa e controla o fluxo e o armazenamento eficiente e econômico de matérias-
primas, materiais semi-acabados e produtos acabados, bem como as informações a
eles relativas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de
atender às exigências dos clientes“. (Council of Logistics Management).
FASES HISTÓRICAS
De origem grega, a palavra logística vem de logistikos. Em latim logisticus, nesse caso
já uma derivação do grego e significa raciocínio e cálculo matemático.
Existente há mais de 40 anos, o conceito de Logística relacionava-se ao ambiente
militar durante a Segunda Guerra Mundial. Tinha como objetivos, atender às
necessidades das batalhas. Seu desenvolvimento está muito ligado às táticas e às
operações militares de importantes guerras. Persas e gregos em 481 a.c. já utilizavam
alguns conceitos próprios da logística para coordenar longas viagens com exércitos
compostos por até 3000 homens. Todo o controle de alimentos, água, roupas, armas,
munição e até cavalos era cuidadosamente realizado para dar suporte a toda a
operação.
Até a segunda guerra mundial, a logística era um termo próprio das operações
militares.
Porém, essa mesma guerra foi responsável por tornar a logística uma ferramenta
indispensável para as empresas que ficaram responsáveis por reconstruir o que foi
Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 9
destruído durante os confrontos. Os conhecimentos logísticos somados ao avanço
tecnológico tornaram a reconstrução bem mais fácil.
Podem ser citadas as atividades abaixo, como exemplos das demandas deste período:
Produção, aquisição, transporte, distribuição de armamentos e equipamentos
militares;
Alimentação das tropas militares;
Evacuação de mortos e feridos;
Transporte e distribuição de munição;
Entrega de correspondências aos familiares;
Entrega de correspondência entre os militares;
Fornecimento de peças de reposição de veículos e carros de combate;
Prestação de serviço de manutenção especializada por equipes de moto-
mecanização e engenharia;
Entre outros
Com o decorrer dos anos, esses conceitos migraram para o ambiente empresarial,
ganharam vulto e sua importância vem crescendo e fazendo parte da rotina das
empresas de sucesso do mundo globalizado.
A Logística no Brasil – Um breve histórico
As atividades logísticas no Brasil são muito recentes. Até os anos 70, havia um quase
total desconhecimento do termo e de sua abrangência também. Os conhecimentos de
informática também eram restritos para um pequeno grupo de pessoas.
Mas nessa mesma década alguns setores da economia como a indústria
automobilística e o setor de distribuição de energia elétrica já aplicavam, mesmo que
ainda de forma inconsciente as ferramentas da logística, principalmente para
atividades de compra, embalagem, armazenamento, transporte e distribuição de
material.
Para que tenhamos uma noção de como as atividades logísticas eram dispersas, no ano
de 1977, foram criadas simultaneamente a Associação Brasileira de Administração de
Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 10
Materiais e a Associação Brasileira de Movimentação de Materiais, com objetivos que
eram idênticos, porém sem nenhum tipo de relação.
Somente em 1979, o IMAM (Instituto de Movimentação e Armazenagem de Materiais)
foi criado e pode ser considerado como sendo o primeiro evento concreto de
utilização consciente de atividades logísticas.
Os anos subsequentes foram marcados por vários acontecimentos importantes para
concretizar de vez a entrada da logística no Brasil. Podemos destacar a criação da
Associação Brasileira de Logística e a instalação do Brasildock’s, o primeiro operador
logístico do Brasil.
O Brasil começa então a importar conhecimentos logísticos de outras partes do mundo
e em 1982, são trazidos do Japão o Kaban e o Just in Time, desenvolvidos pela Toyota
considerados como os dois principais modelos de sistema moderno de logística
integrada.
Desde a implantação do Plano Real, que trouxe a estabilidade para a moeda brasileira,
os empresários passaram seus focos para a administração de custos. Eles,
aproveitando o desenvolvimento tecnológico, passaram a utilizar os sistemas de
informática para controlar melhor seus estoques ou ainda, rotinizar suas atividades. O
código de barras é um exemplo de sistema de informática que veio para agilizar as .
Somente na década de 90, muitos operadores logísticos internacionais, como Danzas,
Ryder, Penske, TNT e Excel entraram no Brasil e pelo menos 50 empresas nacionais
foram desenvolvidas.
CONCEITOS E OBJETIVOS
Compreendemos que “Logística é a arte de comprar, receber, armazenar, separar,
expedir, transportar e entregar o produto/serviço certo, na hora certa, no lugar certo,
ao menor custo possível“.
A logística é a área da gestão responsável por prover recursos, equipamentos e
informações para a execução de todas as atividades de uma empresa. A logística é
uma sub-área da Administração, envolvendo diversos recursos da engenharia,
Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 11
economia, contabilidade, estatística, marketing e tecnologia, do transporte e dos
recursos humanos.
Fundamentalmente a logística possui uma visão organizacional, onde esta administra
os recursos materiais, financeiros e pessoais, onde exista movimento na empresa,
gerenciando desde a compra e entrada de materiais, o planejamento de produção, o
armazenamento, o transporte e a distribuição dos produtos, monitorando as
operações e gerenciando informações, ou seja, monitorando toda parte de entrega e
recebimento de produtos na empresa.
Pela definição do Council of Supply Chain Management Professionals, "Logística é a
parte do Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento que planeja, implementa e
controla o fluxo e armazenamento eficiente e econômico de matérias-primas,
materiais semi-acabados e produtos acabados, bem como as informações a eles
relativas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de
atender às exigências dos clientes" (Carvalho, 2002, p. 31).
O Comércio e a Literatura dos Negócios deram a logística uma grande variedade de
nomes:
Distribuição Física
Logística Empresarial
Logística de Distribuição
Logística de Marketing
Gerenciamento de Materiais
Gerenciamento de Cadeia de Distribuição
Logística Industrial
Logística de Transporte
Todos os nomes significam a mesma coisa.
Gerenciamento do fluxo de materiais do ponto de origem ao ponto de
consumo.
Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 12
LOGÍSTICA é o processo de PLANEJAR, IMPLEMENTAR e CONTROLAR de maneira
EFICIENTE e EFICAZ o fluxo de ARMAZENAGEM de Produtos, bem com os SERVIÇOS e
INFORMAÇÕES associados, cobrindo desde o PONTO DE ORIGEM até o PONTO DE
CONSUMO, com o objetivo de atender os requisitos do CONSUMIDOR.
EFICIÊNCIA - É a relação entre o resultado alcançado e os recursos utilizados; BATALAS
(2001).
EFICÁCIA - É a extensão na qual as atividades planejadas são realizadas e os resultados
planejados são alcançados.
EFICIÊNCIA - É fazer bem as coisas, referindo-se a processos;
EFICÁCIA - É fazer a coisa certa, referindo-se a resultados.
Sou eficaz por que sou eficiente...
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Capítulo 2
SISTEMA LOGÍSTICO
Estas atividades podem ser divididas em dois grupos:
Atividades Primárias
Atividades de Apoio
Atividades Primárias:
A seguir são apresentadas as três atividades primárias, presentes em todos os
subsistemas logísticos. Estas atividades são responsáveis pela maior parte dos custos
logísticos, sendo essenciais na coordenação e cumprimento da tarefa logística, que é
prover serviço no sentido de conseguir mercadorias para os clientes quando e onde
eles quiserem.
Transporte;
Controle de estoques;
Processamento de pedidos.
Transporte
De um a dois terços, em média, dos custos logísticos, estão associados a esta atividade.
Para grande parte das organizações, o transporte apresenta-se como a atividade
logística mais importante. Sendo, sem dúvida, uma atividade essencial, tendo em vista
que nenhuma empresa pode operar sem se preocupar com a movimentação de suas
matérias-primas ou de seus produtos acabados.
Controle de Estoques
Em geral não é viável providenciar produção ou entrega instantânea aos clientes. Para
que um grau razoável de disponibilidade de produto possa ser atingido é necessária à
manutenção de estoques, que se comportam como "amortecedores", agindo entre a
oferta e a demanda. O uso extensivo de estoques é uma consequência de serem estes,
em média, responsáveis por aproximadamente um ou dois terços dos custos logísticos.
Tal fato torna a manutenção de estoques uma atividade-chave da logística.
Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 14
Os elevados custos associados para manter estes produtos armazenados (em geral,
entre 25 a 30% do valor do produto por ano) requerem uma administração cuidadosa.
A administração de estoques envolve a necessidade de manter seus níveis os mais
baixos possíveis, provendo simultaneamente a disponibilidade requerida pelos
clientes.
Processamento de Pedidos
Os custos desta atividade quando comparados aos custos de transporte e de
manutenção de estoques, os custos de processamento de pedido são bem reduzidos.
Apesar disso, é uma atividade logística primária importante, pelo fato de ser um
elemento crítico no que se refere ao tempo necessário para levar bens e serviços aos
clientes.
Atividades de Apoio:
São atividades adicionais que embora não estejam presentes em todo o sistema
logístico, servem de apoio às atividades primárias.
Pode-se citar as seguintes: armazenagem, manuseio de materiais, embalagem de
proteção (empacotamento), obtenção, programação de produtos e manutenção de
informação, que descritas a seguir.
Armazenagem
Administra o espaço físico necessário para os estoques. Seus principais problemas são:
localização e arranjo físico do produto no armazém; dimensionamento e configuração
do armazém; recuperação do estoque; projeto de docas ou baias de atracação, etc.
Manuseio de Materiais
Atividade ligada à armazenagem apoiando também a manutenção de estoques. Diz
respeito à movimentação do produto no armazém. Alguns dos problemas logísticos
tratados nessa atividade são: seleção de equipamento de movimentação,
balanceamento da carga de trabalho, estudo dos procedimentos de formação dos
pedidos, etc.
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Embalagem de Proteção (empacotamento)
A atividade refere-se a movimentar o produto sem danificá-lo. A boa embalagem do
produto auxilia a garantia de movimentação sem quebras e dimensões adequadas de
empacotamento facilitam o manuseio e armazenagem eficientes.
Obtenção
Atividade que disponibiliza o produto para o sistema logístico. Diz respeito a seleção
das fontes de suprimento, das quantidades a serem adquiridas, da programação das
compras e da forma pela qual o produto é comprado. A obtenção não deve ser
confundida com a função de compras. Esta inclui muitos dos detalhes de
procedimento (por exemplo: negociação de preços e avaliação de vendedores), que
não especificamente relacionados com a tarefa logística.
Programação do Produto
Ao contrário da obtenção que trata do suprimento (fluxo de entrada), a programação
de produtos ocupa-se da distribuição (fluxo de saída). Refere-se às quantidades
agregadas que devem ser produzidas e quando e onde devem ser fabricadas.
Manutenção de Informação
Consiste em manter uma base de dados com informações de custos e desempenho,
informações importantes para que uma firma, em termos logísticos, possa operar
eficientemente.
SUBSISTEMAS LOGÍSTICOS
As características básicas dos subsistemas que integram um sistema logístico dentro de
um planejamento integrado compreende um conjunto de cinco subsistemas, mais
comuns, que são descritos a seguir.
Suprimento
É constituído pelo conjunto das atividades que facilitam o fluxo de materiais e
informações desde os pontos de fornecimento até a empresa.
Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 16
Produção
Responsável pela movimentação das matérias-primas e materiais ao longo de todo o
processo de manufatura, até a colocação dos produtos acabados no armazém.
Distribuição Física
Através deste subsistema é que os produtos acabados são levados até os clientes.
Abrange tarefas de transporte, armazenamento, manuseio de produtos, embalagem,
controles, entre outras.
Assistência Técnica
Este subsistema é responsável por todo serviço logístico do pós-venda. A sua essência
garantida pela movimentação e armazenagem dos recursos necessários à sua
realização.
Reutilização
Sua finalidade consiste em estabelecer nova utilização para o produto que conclui seu
ciclo de vida ou ao produto já utilizado. Compreende, ainda, o retorno do produto
quando for necessário.
É importante ressaltar que os subsistemas descritos têm suas ações coordenadas
através de um planejamento integrado que conduz a execução dos fluxos de material,
de informação e do fluxo financeiro.
Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 17
Capítulo 3
AS TRÊS DIMENSÕES DA LOGÍSTICA
A Logística tem três dimensões principais: Fluxo / Atividades e Domínio
Dimensão de Fluxo: suprimentos, transformação, distribuição e serviço ao
cliente.
Dimensão de Atividades: processo operacional, administrativo, de
gerenciamento e de engenharia.
Dimensão de Domínios (área de conhecimento): gestão de fluxos, tomada de
decisão, gestão de recursos, modelo organizacional. Ex.: Recursos Humanos,
Recursos Materiais, Tomada de Decisão, Modelo Organizacional.
A importância de se introduzir o conceito de dimensões é fazer-nos lembrar, a cada
passo dado na análise de um sistema logístico, que nunca podemos pensar de forma
reducionista da causa e efeito: há muitas variáveis independentes que interagem para
provocar um efeito, e devemos utilizar todas as ferramentas disponíveis para analisá-
las.
PONTOS BÁSICOS DA LOGÍSTICA
Os principais pontos em que a logística se baseia são:
Movimentação dos produtos:
A movimentação (fluxo) de produtos é então sempre no sentido de produtores
primários até o consumidor final. Ela pode ser classificada de interna (quando se passa
dentro da fábrica) considerando as movimentações dentro das fábricas, em função do
processo produtivo, ou a movimentação nos armazéns, em função dos processos de
estocagem, coleta e embarque; ou de externa (quando ultrapassa os muros da
empresa) se considerarmos os translados entre as fábricas e os depósitos e destes para
os atacadistas e lojistas.
Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 18
Movimentação das Informações:
A informação por sua vez é bidirecional. Começa no sentido do lojista para o produtor
final, sendo repassada até o primário. No decorrer do processamento ela pode fluir
nos dois sentidos, em função dos feedbacks e controles (vide figura abaixo)
O Tempo:
O tempo decorrido entre a manifestação do desejo de compra e a entrega efetiva de
um pedido é um dos condicionantes principais da eficácia da cadeia logística.
Juntamente com a qualidade e o custo ele representará o diferencial competitivo da
empresa perante o cliente. O lead time (tempo decorrido desde o início até o fim de
um processo) é de responsabilidade total do sistema logístico.
O Custo:
Os custos não agregados ao custo da matéria prima pela adição de valor, isto é, pela
transformação física do material, devem ser controlados pela logística, evitando
paradas de fluxo interno e externo, transportes desnecessários e controles de
qualidade de recebimento que devem ser atribuídas do fornecedor precedente na
cadeia.
O Nível de Serviço:
É a percepção pelo cliente da qualidade do atendimento.
Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 19
Capítulo 4
LOGÍSTICA EMPRESARIAL
A logística empresarial é responsável pelo planejamento, operação e controle de todo
o fluxo de mercadorias e informação, desde a fonte fornecedora até o consumidor.
Área Comercial:
Capta os desejos do cliente, e usa os recursos que dispõe para torna-lo realidade, e por
consequência estabelecer um vínculo duradouro com nossa empresa. O conceito de
valor que o cliente tem com relação ao nosso serviço, depende de uma série de fatores
sendo eles:
Qualidade;
Confiabilidade;
Valor de revenda;
Tempo de entrega e serviço pós venda;
Custos de manutenção
o Alocação de recursos
o Eficácia do uso de recursos
o Mensuração do que de fato foi empregado
o Administração do fluxo de caixa
Operação Industrial:
Ela envolve a escolha dos recursos tecnológicos mais indicados, incluindo conceitos de
JIT (Just in Time) o material certo, na hora certa, no lugar certo, na quantidade certa e
com a qualidade certa.
Conceitos fundamentais para a competitividade:
Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 20
JIT, FMS, CIM, TQC, TPM, MRP I, MRP II, ERP, Simulação.
Conceito JIT:
o JIT automatizada flexível
o JIT automatizada focalizada
o JIT manual focalizada
o JIT manual flexível
Fornecedores:
Parceiros operacionais, que exigem relacionamento aberto, que compreende desde o
desenvolvimento em conjunto do produto, contratos de fornecimento com preços,
prazos e qualidade sujeitos a uma mútua administração. Surge também a figura do
fornecedor preferencial, aquele de melhor qualidade, com quem nos relacionaremos
com mais frequência.
Administração e Finanças:
A agilização da atividade logística leva a uma rapidez da geração de caixa pelas
empresas. A rápida transformação de pedidos em faturamento, a redução do
investimento em estoques, em inventários finais, o EDI, cria condições de um fluxo de
caixa mais preciso, tudo isto permite um maior controle do fluxo de caixa das
empresas.
Ênfase no fluxo de caixa
ERP (Planejamento de recursos da empresa)
Controle do plano de investimentos em manufatura:
o Organização
o Geral
o Novos projetos
o Fábrica existente
Distribuição Física:
Implica em responder a uma pergunta: Como entregar da maneira mais rápida e ao
menor custo o produto ao nosso cliente. A resposta passa necessariamente pela
Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 21
localização da fábrica, que deve se possível estar o mais próximo possível do mercado
alvo, a localização dos centros de distribuição, a escolha eficiente de rotas para o
transporte, o transporte intermodal. Eficiência no embarque e desembarque de
mercadorias.
Localização da fábrica
Localização dos fornecedores
Localização dos depósitos
Estruturação dos sistemas de transportes
Depósitos regionais
Inventários
Transporte intermodal
Modelos de Pesquisa Operacional
Softwares dedicados
Meios físicos de transporte
Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 22
Capítulo 5
LOGÍSTICA INTEGRADA
Entende-se por Logística Integrada o sistema onde todas as operações logísticas da
empresa, incluindo trânsito de materiais e informações, estão interligadas em um
sistema inteligente que consegue administrar o fluxo logístico dentro da organização
de forma eficiente. Uma empresa que deseja ser uma organização de classe mundial
deve realizar um projeto de integração de todas as suas operações com objetivo de
alcançar essa integração, deixando claro o papel que a logística desempenha na
empresa.
Sendo assim, a Logística Integrada é o processo de planejamento, implementação, e
controle da eficiência, do custo efetivo relacionado ao fluxo de armazenagem de
matéria-prima, material em processo e produto acabado, bem como do fluxo de
informações do ponto de origem, ao ponto de consumo, com o objetivo de atender as
exigências dos clientes.
A logística integrada tem como objetivo principal melhorar a adição de valor ao
cliente:
Destacando o nível de serviço por este recebido
Diminuindo o custo que sustentam essa percepção
Aumentando de modo sustentável a competitividade da organização
A preocupação da logística integrada começa na fonte original de fornecimento e
termina no ponto de consumo.
Gerenciamento da cadeia de suprimentos (Supply Chain Management).
Relacionamento com os clientes;
Serviços aos clientes;
Administração da demanda;
Atendimento de pedidos;
Administração do fluxo de produção;
Compras/suprimentos;
Desenvolvimento de novos produtos.
Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 23
Na guerra da competitividade a logística representa vantagem competitiva entre
empresas concorrentes
Visão estratégica destaca a integração das áreas de:
o Abastecimento, produção e distribuição;
Visão tática destaca o comprometimento entre as gerências de:
o Logística e de marketing/vendas;
Visão operacional destaca as operações logísticas:
o seu relacionamento com a cadeia de suprimentos, o inter-
relacionamento entre as áreas operacionais.
Reduzir custos operacionais;
Atender as necessidades dos consumidores com maior eficácia;
Melhorar a qualidade a um menor custo ao cliente;
I - Colocar o produto certo, na hora certa, no local certo e ao menor custo possível.
II - É necessário aumentar o fluxo de informações entre seus integrantes e maior
precisão nos resultados.
Áreas da logística integrada:
Administração de materiais:
É o conjunto de operações associadas ao fluxo de materiais e informações, desde a
fonte de matéria-prima até a entrada na fábrica; em resumo é “disponibilizar para
produção”; sendo que participam desta área os setores de: Suprimentos, Transportes,
Armazenagem e Planejamento e Controle de Estoques. A administração do material
corresponde, portanto, no seu todo, ao planejamento, organização, direção,
coordenação e controle de todas as tarefas necessárias à definição de qualidade,
aquisição, guarda, controle e aplicação dos materiais destinados às atividades
operacionais de uma organização, seja de natureza militar, industrial, comercial ou de
serviços.
A administração do material tem por objetivo:
o Preços baixos;
o Alto giro de estoques;
o Baixo custo de aquisição e posses;
Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 24
o Continuidade de suprimento;
o Consistência de qualidade;
o Pouca despesa com pessoal;
o Relações favoráveis com os fornecedores;
o Aperfeiçoamento do pessoal;
o Bons registros.
Movimentação de materiais:
Tem como objetivo o transporte eficiente de produtos, tendo em vista reposição de
matérias-primas nas linhas de produção de uma fábrica, bem como transportar o
material em processamento. A movimentação de material tem também como função a
emissão de guias de remessa que deverá ser entregue ao fiel de armazém, juntamente
com os produtos acabados. A movimentação de material não se limita apenas a
movimentar, encaixotar e armazenar como também executa essas funções tendo em
vista o tempo e espaço disponíveis. As atividades de apoio à produção, grupagem e
todas as outras atividades não devem ser vistas como um número isolado e
independente de procedimentos, devendo ser integradas num sistema de atividades
de modo a maximizar a produtividade total de uma instalação ou armazém.
Distribuição física:
É o conjunto de operações associadas à transferência dos bens objeto de uma
transação desde o local de sua produção até o local designado no destino e no fluxo de
informação associado, devendo garantir que os bens cheguem ao destino em boas
condições comerciais, oportunamente e a preços competitivos; em resumo é “tirar da
produção e fazer chegar ao cliente”. Participam os setores de Planejamento dos
Recursos da Distribuição, Armazenagem, Transportes e Processamento de Pedido. Um
canal de distribuição corresponde a uma ou mais empresas ou organizações que
participam do fluxo de produtos e/ou serviços desde o produtor até o cliente ou
consumidor final. Normalmente, a organização pensa em entregar diretamente a seus
clientes, porém nem sempre é possível, ou seja, muitas vezes utiliza outras
organizações para distribuir todos os seus produtos ou alguns deles ao cliente final.
Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 25
Existem dois tipos de canais, o primeiro atende ao processo de transferência de
propriedade (transação) e suas principais funções são: negociar, vender e contratar. Já
o segundo canal está relacionado com a distribuição ou entrega de produtos ou
serviços, ou seja, a distribuição física na prática. Esses intermediários podem
desempenhar as duas funções, o que não é muito comum.
Os objetivos principais do canal de distribuição são:
o Garantir a rápida disponibilidade do produto nos segmentos do mercado
identificados como prioritários.
o Intensificar ao máximo o potencial de vendas do produto em questão.
o Buscar a cooperação entre os participantes da cadeia de suprimento no que se
refere aos fatores relevantes relacionados com a distribuição.
o Garantir um nível de serviço preestabelecido pelos parceiros da cadeia de
suprimentos.
o Garantir um fluxo de informações rápido e preciso entre os elementos
participantes.
o Buscar, de forma integrada e permanente, a redução de custos, atuando não
isoladamente, mas da mesma forma, analisando a cadeia de valor do seu lado.
A administração da distribuição física é desenvolvida em três níveis:
Estratégico: Procura determinar como deve ser o sistema de distribuição e
decidir, de forma geral qual deve ser a configuração global do sistema de
distribuição, ou seja, a localização dos armazéns, a seleção de modos de
transporte e o projeto do sistema de processamento de pedidos. Molda o
sistema de distribuição em termos gerais.
Tático: Envolve a utilização dos recursos, qual a melhor maneira de utilizar o
sistema de distribuição. Quando uma empresa realiza investimentos em
alguma parte de seu sistema de distribuição, como, por exemplo, caminhões,
armazéns, dispositivos para transmissão de pedidos, surge o problema de
utilizar seus equipamentos e facilidades de maneira eficiente.
Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 26
Operacional: Refere-se às tarefas diárias que o gerente de distribuição e seus
subordinados devem desempenhar para que seus produtos fluam até o cliente.
Isto inclui atividades como recolher produtos dos estoques, carregar caminhões
para entrega, embalar produtos para carregamento. O enfoque é supervisão e
realização.
Cadeia de Suprimentos
Quando adquirimos um produto não imaginamos o longo processo necessário para
transformar a matéria-prima, energia e mão-de-obra em algo útil. Muitas vezes,
produtos complexos, como o automóvel, requerem matéria-prima de natureza
bastante variada (como metais, plásticos, borracha, tecidos) e são montados a partir
de um número muito grande de componentes. Em outros casos, como uma bandeja de
ovos, o produto é formado pelo elemento básico (ovos), mas há que se considerar
também o suporte de plástico, a etiqueta e o código de barras. Tal processo ou
caminho pode vir a ser muito longo. Uma geladeira, por exemplo, utiliza componentes
fabricados por outras indústrias, como o caso do compressor. A fábrica de
compressores, por sua vez, necessita de fios elétricos, metais e outros elementos para
sua produção, componentes esses fornecidos por outras empresas. O longo caminho
que se estende desde as fontes de matéria-prima passando pelas fábricas dos
componentes, pela manufatura do produto, pelos distribuidores, e chegando
finalmente ao consumidor através do varejista, constitui a cadeia de suprimento.
A cadeia de suprimentos é um conceito de fluxo expandido que compreende todos os
processos logísticos: contato com o fornecedor, internacionalização de insumos e
matéria prima, o abastecimento das linhas de produção até a distribuição de bens para
o mercado consumidor, envolvendo transportes, análises de demanda, gestão de
estoques e o alinhamento desse processo com a estratégia da empresa, o marketing, a
gestão de finanças, pessoas e demais áreas.
Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 27
LEAD TIME
A definição mais convencional para lead time é o tempo entre o momento de entrada
do material até a sua saída do inventário. É o tempo decorrido o início até o fim de um
processo. A meta é a diminuição destes tempos, monitorando e agindo sobre os
processos.
A grande perda de tempo de um sistema deve-se sempre às esperas
Quanto menor o lead time, mais eficiente o processo.
Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 28
Benchmarking – “Busca de melhores práticas que conduzam um desempenho
superior”
Ferramentas:
o Reengenharia de processos
o Qualidade Total
JUST-IN-TIME – JIT
O conceito do JIT é bastante simples: produzir e entregar os produtos mesmo a tempo
(just in time) de serem vendidos. Peças mesmo a tempo de serem montadas e
materiais mesmo a tempo de serem transformados em peças. A idéia dos japoneses é
produzir pequenas quantidades para corresponder à procura, enquanto que os
ocidentais produzem grandes quantidades de produtos vários para o caso de virem a
ser necessários.
Just in Time - JIT consiste em entrega de produtos e serviços, na hora certa para o uso
imediato, tendo como objetivo principal a busca contínua pela melhoria do processo
produtivo, que é obtida e desenvolvida através da redução dos estoques. Este sistema
permite a continuidade do processo, mesmo quando há problemas nos estágios
anteriores a sua produção final.
Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 29
Significa “no tempo justo”, exige do administrador o abastecimento ou
desabastecimento da produção no tempo certo, no lugar certo e na quantidade certa,
visando capacitar à empresa a produzir somente o necessário ao atendimento da
demanda, com qualidade assegurada.
Tem também como objetivo principal a busca contínua pela melhoria do processo
produtivo, que é alcançada e trabalhada através da redução dos estoques. Estes
permitem a continuidade do processo produtivo mesmo quando há problemas nos
estágios de produção. Ao se reduzir o estoque, os problemas que antes não afetavam
a produção, torna-se agora visíveis, podendo, assim serem eliminados, permitindo um
fluxo mais suave da produção.
KANBAN
O cartão Kanban: O cartão Kanban é responsável pela comunicação e pelo
funcionamento de todo o sistema e sua função é determinar a quantidade de
estoques. É usado nas cores vermelho, amarelo e verde do tamanho e formato que a
empresa achar melhor.
O quadro Kanban: O quadro Kanban deve ficar próximo ao estoque de peças no setor
de produção. Ele é dividido em colunas e linhas, sendo que as linhas horizontais
indicam o tipo de produto.
Funcionamento: Quando um produto estiver acabado, deve-se colocar o cartão
Kanban na caixa ou contentor do produto tirando o cartão do quadro na ordem do
vermelho para o verde, pois à medida que for ficando verde sabe-se que já tem
bastante estoque, e à medida que for ficar vermelho, sabe-se que está faltando
Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 30
estoques. E à medida que forem enviados ao cliente, deve-se retirar o cartão Kanban
dele e colocar na ordem do verde para o vermelho.
Ou seja, quanto mais produtos forem enviados ao cliente, maior será o número de
cartões que você terá no quadro, tendo assim a necessidade maior de
reposição. Porém, se algum item do quadro estiver vazio, ou seja, sem cartões, isto
significa que todos os produtos estão feitos e não deve mais ser produzido.
Por conseguinte, o sistema Kanban de abastecimento apresenta uma série de
vantagens para a empresa e os funcionários. Lembrando que, cada empresa adota o
Kanban à forma que achar melhor para sua produção. Uma das vantagens é reduzir a
quantidade de estoques, que prejudica a empresa (pois reduz custos) e a produção
(pois é mais gerencial). O Kanban é extremamente simples de ser implementado, e
extremamente eficiente.
SISTEMA KANBAN X JUST-IN-TIME – JIT / JIC
Kanban é uma palavra japonesa que significa literalmente registro ou placa visível.
Em Administração da produção significa um cartão de sinalização que controla os
fluxos de produção ou transportes em uma indústria. O cartão pode ser substituído
por outro sistema de sinalização, como luzes, caixas vazias e até locais vazios
demarcados.
Coloca-se um Kanban em peças ou partes específicas de uma linha de produção, para
indicar a entrega de uma determinada quantidade. Quando se esgotarem todas as
peças, o mesmo aviso é levado ao seu ponto de partida, onde se converte num novo
pedido para mais peças. Quando for recebido o cartão ou quando não há nenhuma
Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 31
peça na caixa ou no local definido, então deve-se movimentar, produzir ou solicitar a
produção da peça.
Kanban permite agilizar a entrega e a produção de peças. Pode ser empregado em
indústrias montadoras, desde que o nível de produção não oscile em demasia. Os
Kanbans físicos (cartões ou caixas) podem ser Kanbans de Produção ou Kanbans de
Movimentação e transitam entre os locais de armazenagem e produção substituindo
formulários e outras formas de solicitar peças, permitindo enfim que a produção se
realize Just in time - metodologia desenvolvida e aperfeiçoada por Taiichi Ohno e
Toyoda Sakichi conhecida como Sistema Toyota de Produção.
O sistema Kanban é uma das variantes mais conhecidas do JIT (Lopes dos Reis, 2008,
p.191).
A grande maioria de pessoas fazem uma certa confusão entre o Sistema Kanban e o
Sistema "Just-in-Time" - JIT. O Sistema Just-in-Time, que em português significa no
momento exato ou ainda, num linguajar mais corriqueiro "em cima da hora", é um
sistema de produção cuja ideia principal é fabricar produtos na quantidade necessária
no momento exato em que o item seja requisitado, entendendo-se aqui que a
exigência pode ter origem externa à fábrica, mercado consumidor, por exemplo,
quanto interna, neste caso é feita por uma estação de trabalho subseqüente aquela
em que o item é produzido.
O Sistema Kanban é uma ferramenta para administrar o método de produção JIT, ou
seja, é um sistema de informação através de cartões, tradução de Kanban para o
português, para controlar as quantidades a serem manufaturadas pela empresa.
Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 32
Capítulo 6
A LOGÍSTICA E A GLOBALIZAÇÃO
Possibilitou a eliminação de barreiras geográficas, aproximando os mercados, através
dos meios de comunicação e transportes, segurança no transporte de dados e
informações através da Web. O surgimento de empresas virtuais, que revolucionaram
a forma de fazer negócios. O surgimento de joint ventures (a união de duas ou mais
empresas para conduzir um negócio), o compartilhamento da mesma planta industrial
por empresas diferentes (fornecedores e compradores), compartilhamento de
recursos humanos.
Extensão geográfica do mercado consumidor
Rapidez de informações
Consumidor exige cada vez mais produtos e serviços personalizados
A mudança de paradigma de emprego e de estruturas de produção
TENDÊNCIAS FUTURAS
Antes da logística empresarial surgir os setores corporativos agiam separadamente. Isso deixava as empresas sem foco nos clientes e com níveis de serviço abaixo do desejados, além dos custos logísticos elevados e os seus longos ciclos de produção existentes.
Mas uma técnica estratégica foi utilizada e revolucionou o mundo dos negócios, foi a integração dos setores num ato de sinergia. Como o mercado consumidor havia se tornado mais exigente, foi preciso um up na organização das funcionalidades empresariais. E isso fez com que os custos diminuíssem e a qualidade dos produtos e serviços melhorassem.
Outras tendências que a integração possibilitou foi a utilização de ferramentas que antes não eram utilizadas como o just in time, o sistema push, o sincronismo de material.
Just in time – o produto ou matéria prima chega ao local de utilização somente no momento exato em que for necessário. Os produtos somente são fabricados ou entregues a tempo de serem vendidos ou montados;
Sistema Push – do jeito que o cliente quer; Sincronismo de material – ter todo o controle do produto na cadeia, devido
a integração na própria cadeia.
Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 34
Referências
BALLOU, Ronald H. Logística Empresarial. São Paulo: Atlas, 1993.
VALENTE, M. G. Gerenciamento de transportes e frotas. São Paulo: Pioneira, 1997.
NOVAES, Antônio Galvão N. ; ALVARENGA, Antônio Carlos. Logística Aplicada:
suprimento e distribuição física. São Paulo: Pioneira, 1994.
DIAS, Marco Aurélio P. Transportes e distribuição física. São Paulo: Atlas, 1987.
CHING, Hong Yuh. Gestão de estoques na cadeia de logística integrada. São Paulo:
Atlas, 2001
Bibliografia complementar
PEREIRA, Amaranto, L. – Notas de Aula da Disciplina Análise e Operação de
Sistemas Logísticos, Programa de Engenharia de Transportes – PET-COPPE/UFRJ,
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro - Brasil, 2001.
Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 35
Apêndice
Apêndice A:
Logística breve objetivo:
O objetivo básico da logística, de acordo com vários estudos, é tornar os produtos e
serviços disponíveis nos locais onde são desejados, entretanto, a logística são responsável
também pelo fluxo de informações, e é através dela que podemos assegurar a satisfação
do cliente em longo prazo.
A mudança no comportamento do consumidor exige das empresas cada vez mais
inovações, não apenas tecnológicas, mas em relação ao tipo de comportamento e
tratamento dispensado aos seus consumidores, com a concorrência acirrada a
flexibilidade e agilidade contam pontos favoráveis.
O gerenciamento logístico busca satisfazer as exigências do mercado, não apenas em
relação a entrega dos produtos, mas no que tange o processo geral, desde a produção,
compra, desenvolvimento, distribuição, até o consumidor final.
Apêndice B:
Transporte:
Os processos logísticos são importantes para as organizações, porém o transporte é parte
mais visível da logística, segundo vários estudos. O transporte consiste em transportar
algo ou alguém para algum lugar, é visto como essencial no mundo todo, influencia o
custo dos produtos internos e externos e é um fator determinante para a concorrência
global.
A logística empresarial passou a ser notada após a revolução tecnológica, por volta dos
anos 70, antes a Administração focava apenas a produção, marketing e finanças.
Os transportes de cargas estão divididos em 5 modais:
Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 36
Aéreo;
Ferroviário;
Rodoviário;
Hidroviário;
Marítimo.
Cada tipo de transporte possuem custos e características operacionais distintas, e cada
uma delas também tem seus prós e contras.
Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 37
Glossário
A
Armazenamento Ação ou efeito de armazenar; armazenagem.
B
Benchmarking Busca de melhores práticas que conduzam um desempenho superior
Brasildock’s Primeiro operador logístico do Brasil
C
Cadeia de Suprimentos É o gerenciamento de uma rede interligada de negócios
envolvidos na provisão final de pacotes produto e serviço requeridos por clientes
finais.
D
Danzas Operadores logísticos
Distribuição Física Reposição de matérias-primas nas linhas ou células de produção
de uma fábrica, bem como transportar o material em processamento, quando este
processamento implica a realização de operações que são desempenhadas em postos
de trabalho diferentes.
E
EDI significa troca estruturada de dados através de uma rede de dados qualquer.
Eficácia Capacidade de desenvolver tarefas ou objetivos de modo competente.
Eficiência Capacidade de realizar tarefas ou trabalhos de modo eficaz e com o
mínimo de desperdício.
ERP Planejamento de recursos da empresa.
Estabilidade Solidez e segurança; qualidade daquilo que é estável: “a boa
estabilidade da ponte”.
Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 38
Estratégico Processo gerencial que se refere à formulação de objetivos para a
seleção de programas de ação e para sua execução, levando em conta as condições
internas e externas à empresa e sua evolução esperada.
Excel Operadores logísticos.
G
Globalização Processo que ocasiona uma integração, ou ligação estreita, entre
economias e mercados, em diferentes países, resultando na quebra das fronteiras
entre eles.
Globalizado Algo ou alguém que se globalizou: vivemos num mundo globalizado.
I
IMAM Instituto de Movimentação e Armazenagem de Materiais.
J
Just in Time Just in time é um sistema de administração da produção que determina
que nada deve ser produzido, transportado ou comprado antes da hora exata.
K
Kaban É um sistema responsável pela comunicação e pelo funcionamento de todo o
sistema de produção e sua função é determinar a quantidade de estoques.
L
Lead time Tempo decorrido desde o início até o fim de um processo.
Logística é a área da gestão responsável por prover recursos, equipamentos e
informações para a execução de todas as atividades de uma empresa.
Logística Integrada é a integração dos processos do negócio do consumidor através
dos fornecedores de produtos, serviços e informação, com o objetivo de acrescentar
valor para o cliente.
O
Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 39
Operacional formalização dos objetivos e procedimentos a seguir, principalmente
através de documentos escritos das metodologias de desenvolvimento e implantações
estabelecidas e é desenvolvido pelos baixos níveis de gerência.
P
Penske Operadores logísticos.
Plano Real foi um programa brasileiro com o objetivo de estabilização e reformas
econômicas, iniciado em 27 de fevereiro de 1994 com a publicação da medida
provisória número 434.
R
Reutilização Ato ou fato de reutilizar; nova utilização.
Ryder Operadores logísticos.
S
Sistema Push Sistema desenvolvido para atender ao cliente do jeito que ele precisa.
Supply Chain Management ou Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos é uma
ferramenta que, usando a Tecnologia da Informação (TI) possibilita à empresa
gerenciar a cadeia de suprimentos com maior eficácia e eficiência, Nesses tempos
modernos em que a exigência de consumo atingiu o limite extremo, o Supply Chain
Management permite às empresas alcançarem melhores padrões de competitividade.
T
Tático nível intermediário da organização e ocupa-se, entre outras coisas, com a
alocação de recursos. Integra a estrutura da organização para fazer frente aos desafios
estratégicos.
TNT Operadores logísticos.
Toyota é uma empresa produtora de automóveis, com sede na cidade de Toyota,
província de Aichi, no Japão.
Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 40
U
Up é uma palavra da língua inglesa que significa "para cima". É utilizada em
contextos diversos, podendo utilizar-se sozinha ou junto de outras palavras para
atribuir um novo sentido.
Visão organizacional Define o que a organização pretende ser no futuro. Incorpora
as ambições da organização e descreve o quadro futuro que ela quer atingir.