apostila 1º ensino médio - 2015

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APOSTI LA 1º ENSINO MÉDIO (HISTÓRIA)

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Olá galera da Escola Maria Mathilde Castein Castilho (Glicério), aqui está a pasta com textos e roteiros (1ª E.M.).

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APOSTILA 1º ENSINO

MÉDIO

(HISTÓRIA)

Wagner Luiz2015

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1º BIMESTRE DE 2015

TEMA 01: O QUE É HISTÓRIA?

1. História ("conhecimento advindo da investigação") é a ciência que estuda o Homem e sua ação no tempo e no espaço, concomitante à análise de processos e eventos ocorridos no passado. ...http://pt.wikipedia.org/wiki/História

1.1. PARA QUE SERVE A HISTÓRIA (INTRODUÇÃO A HISTÓRIA)

Utilidade da História (introdução): “Geralmente, quando viajamos, registramos, através de fotografias, os lugares mais bonitos e os acontecimentos mais marcantes. Assim que retornamos para nossa casa, mostramos as fotografias para nossos parentes e amigos, para que eles possam conhecer um pouco do local onde estivemos. Há milhares de anos, quando ainda não existiam câmaras fotográficas, o homem costumava “desenhar” suas impressões nas paredes de pedra ou no interior de cavernas.

Você consegue estabelecer uma relação entre esses dois casos?

Podemos afirmar que tanto as fotografias quanto os desenhos são representações de acontecimentos da vida da humanidade. Mostram imagens de acontecimentos, passagens, fatos da vida humana. Quando mostramos uma fotografia a alguém, costumamos explicar o que estava acontecendo no momento em que ela foi tirada, onde fica determinado local e quem são as pessoas que nela aparecem. Quando um pesquisador estuda as pinturas deixadas por nossos antepassados, não há ninguém que vá contando a ele o que significa cada um dos desenhos. É necessário, portanto, interpretá-los. Assim se constrói a história da humanidade, conhecendo e interpretando os fatos passados, formando opiniões sobre os acontecimentos, para compreender melhor o mundo em que vivemos. Desta forma, estudar História não é apenas conhecer o que já passou e, sim, entender o que aconteceu e as conseqüências dos acontecimentos na vida das sociedades”. (MORAES, Robson Alexandre de. Material Didático de Ensino Médio – sistema de Ensino Modulado. Editora Frase. História, p. 01)

Obs. A HISTÓRIA PODE SER INTERPRETADA A PARTIR DOS VESTÍGIOS E DOCUMENTOS DEIXADOS PELO HOMEM.

1.2. Definição (o que é a história): “Existem várias definições de história que foram sendo construídas com o passar do tempo. Isto significa que você também pode construir a sua própria definição de história. Para nós, a história é uma ciência humana que estuda os acontecimentos do passado da humanidade, buscando conhecer, compreender e interpretar suas transformações através do tempo e compreender melhor os dias de hoje.

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Não cabe à história prever o futuro. Este serviço é reservado às cartomantes, ciganas e numerólogos, entre outros. Porém, ao conhecer o passado adquirimos informações que nos ajudam a entender melhor o nosso presente e criar ações para o futuro. Por exemplo: não basta apenas reclamar da miséria, mas saber suas causas e tentar descobrir quais as maneiras de acabar com ela. O estudo da história, feito de uma crítica, poderá ajudar a conseguir muitas respostas para perguntas como estas: Por que somos chamados brasileiros? Por que falamos português? Por que em nosso país existem tantos problemas sociais como, por exemplo, a discriminação racial, a pobreza, a corrupção, o analfabetismo, a falta de interesse pelo voto e a desconfiança na política, etc.?” (MORAES, Robson Alexandre de. Material Didático do Sistema de Ensino Frase. Editora Frase. História, p. 01).

1.3.FONTES HISTÓRICAS:As fontes históricas (o que são fontes históricas): “Em nosso primeiro exemplo, citamos as fotografias e as pinturas rupestres como formas de conhecermos um pouco sobre o passado. Tanto as fotos como as pinturas podem ser caracterizadas como fontes históricas. Fontes históricas são registros dos fatos realizados pelo homem através dos tempos. Existem dois tipos de fontes históricas: - Fontes históricas escritas: são informações precisas, escritas, como o próprio nome já diz, por exemplo: jornais, revistas, cartas e outros tipos de documentos como aqueles gravados em blocos de pedra ou placas de barro. Têm grande importância, pois registraram fatos e impressões do homem sobre eles.- Fontes históricas não-escritas: fósseis, restos humanos e de animais, instrumentos de caça, pesca, cozinha, enfim, tudo aquilo que possa servir como fonte de informação sobre a forma de vida e organização humana. São menos precisas que as fontes escritas e necessitam de maior quantidade de pesquisa para reunir informações mais completas”. (idem, p. 01).

1.4. A contagem do tempo na história: “Contar o tempo é um costume e uma necessidade muito antiga do homem. Os povos mais antigos utilizavam as fases da lua e as estações climáticas do ano para marcarem o tempo. Os judeus contam o tempo a partir da data em que acreditam que o universo foi criado. Já os gregos contavam o tempo a partir da primeira olimpíada (festa esportiva realizada em homenagem aos deuses). O calendário mais comumente utilizado na atualidade é o calendário cristão. Ele inicia a contagem do tempo a partir do ano do nascimento de Jesus Cristo. Por isso, marcamos os acontecimentos ocorridos antes do nascimento de Cristo colocando-se as letras a.C. Logo após a data, para indicar “antes de Cristo”. Os acontecimentos depois do nascimento de Cristo não levam indicação depois da data. Por exemplo: O Brasil foi tetracampeão da copa do mundo de futebol no ano de 1994, isto é, 1994 anos após o nascimento de Cristo. A escrita surgiu aproximadamente em 4.000 a.C.,isto é, 4.000 anos antes do nascimento de Cristo.

Aparecimento da escrita Nascimento de Cristo Tetracampeonato de futebol ________________/_________________________________/_______________________________/_____________ 4.000a.C. 0 1994

O tempo antes de Cristo é contado por nós de forma decrescente, do maior para o menor. Já a contagem depois de Cristo é feita de forma crescente. Para facilitar os estudos, costumamos subdividir o tempo em períodos, como os seguintes: Milênio: período de mil anos Século: período de cem anos Década: período de dez anos Para indicar os séculos utilizamos sempre os algarismos romanos:1- I 6- VI 11- XI 16- XVI2- II 7- VII 12- XII 17- XVII3- III 8- VIII 13- XIII 18- XVIII4- IV 9- IX 14- XIV 19- XIX5- V 10- X 15- XV 20- XX

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# Contagem dos séculos depois do nascimento de Cristo: do ano 1 ao ano 100: século I do ano 101 ao ano 200: século II do ano 201 ao ano 300: século III do ano 301 ao ano 400: século IV do ano 401 ao ano 500: século V do ano 501 ao ano 600: século VI OBS. Como saber a que século pertence um determinado ano? do ano 601 ao ano 700: século VII - Quando o ano é terminado em dois zeros: 300, 1500, 1700, etc., do ano 701 ao ano 800: século VIII Basta “cortar” os dois zeros para ter a resposta: do ano 801 ao ano 900: século IX Exemplo: 300 = 3 (Portanto representa o séc. III) do ano 901 ao ano 1000: século X 1500 = 15 (Portanto representa o séc. XV) do ano 1001 ao ano 1100: século XI do ano 1101 ao ano 1200: século XII OBS. Quando o ano terminar em outros números: 476, 1492, do ano 1201 ao ano 1300: século XIII etc., desprezam-se os dois últimos algarismos e soma-se 1 ao do ano 1301 ao ano 1400: século XIV que sobrou. do ano 1401 ao ano 1500: século XV Exemplo: 476 = sobrou o número 4, assim 4+1= 5 do ano 1501 ao ano 1600: século XVI 1492 = sobrou o número 14, assim 14+1= 15 do ano 1601 ao ano 1700: século XVII do ano 1701 ao ano 1800: século XVIII do ano 1801 ao ano 1900: século XIX do ano 1901 ao ano 2000: século XX do ano 2001 ao ano 2100: século XXI # Contagem dos séculos antes do nascimento de Cristo:- alguns exemplos: do ano 1 ao ano 100: século I a.C. do ano 101 ao ano 200: século II a.C. do ano 1001 ao ano 1100: século XI a.C. do ano1901 ao ano 2000: século XX a.C.

1.5. A Divisão do tempo na História (quais os períodos da história?): “Se você recordar um pouco sobre as fontes históricas, vai lembrar que as fontes escritas são muito eficientes e nos fornecem informações e registros muito precisos. Por isso, o surgimento da escrita marca o início da chamada história, pois só nos é possível afirmar que um fato aconteceu realmente se houve algum registro preciso sobre ele. O documento escrito mais antigo já encontrado até hoje data de 4000 a.C., aproximadamente. O período da história posterior a esta data é chamado de histórico, porque tudo o que aconteceu pode ser entendido a partir de fontes mais seguras. O período histórico anterior a essa data é chamado de período Pré-histórico, já que nada pode ser afirmado com total segurança”. (Idem, p. 03)

1.6. O Tempo Cronológico: Cronológico significa por ordem de datas, de acontecimentos. O calendário Cristão é dividido em ordem cronológica: antes e depois do nascimento de Cristo.

1.7. O Tempo Histórico: O tempo histórico inicia-se com o surgimento dos seres humanos e abrange toda essa “caminhada” da humanidade sobre o planeta Terra, durante a qual os seres humanos aprenderam a fabricar instrumentos de trabalho, a domesticar animais, a plantar e a colher, realizando, assim, muitas modificações na natureza. É nesse “tempo” que os seres humanos estão construindo a sua própria história. O tempo histórico possui um ritmo próprio, podendo conter em si processos de curta e de longa duração. A história preocupa-se fundamentalmente com os seres humanos, estudando as várias transformações realizadas por eles em seu espaço social. Durante a sua existência, a humanidade construiu diferentes maneiras de viver e pensar e de se relacionar. Por exemplo, hoje, na África e na América, as pessoas vivem tempos históricos diferentes. Existem tribos na África que desconhecem a

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maneira de viver baseada nas cidades, outras tribos ainda precisam acender uma fogueira para cozinhar, enfim, maneiras diferentes de viver. Ao contrário do que muita gente pensa, o tempo cronológico não faz com que todos os povos do mundo caminhem simultaneamente na mesma direção. A existência de comunidades indígenas vivendo de forma semelhante à dos “homens das cavernas”, apesar de estarem no mesmo tempo cronológico de comunidades que se dizem “modernas” e “avançadas”, nos prova a existência de diversos tempos históricos.

1.8. O Espaço: É muito comum no estudo da história a utilização de duas expressões a qual a palavra espaço está presente. São elas: espaço natural e espaço geográfico. O espaço natural caracteriza-se por não ter sofrido a ação dos seres humanos. Neste espaço os recursos naturais, como a água, as pedras, as árvores, etc., são diversificados e variam de região para região. A partir do momento em que o espaço natural passa a sofrer a ação transformadora dos seres humanos, ele se constitui em espaço geográfico.

1.9. As Idades do tempo histórico (como se divide o tempo histórico): “É muito comum utilizarmos a divisão da história em períodos ou idades, mas é preciso muito cuidado para interpretá-las. Primeiro porque são determinadas por grandes acontecimentos (chamados de marcos históricos) que ocorreram, na maioria das vezes, na Europa e, embora trouxessem conseqüências para vários outros povos, alteraram em maior intensidade apenas a vida das sociedades européias. Em segundo lugar, não podemos imaginar que um dia após a tomada da cidade de Constantinopla a vida em todos os cantos da Europa tenha se modificado completamente. As transformações são lentas e os acontecimentos que determinam a passagem de uma idade para outra são, como dissemos, apenas “marcos”. Mesmo assim, a divisão do tempo na história é importante para que possamos ter referências e nos localizar no tempo. IDADE ANTIGA: do aparecimento da escrita até a queda do Império Romano no ocidente (em 476).IDADE MÉDIA: da queda do Império romano no Ocidente até a tomada da cidade de Constantinopla pelos turcos (1453).IDADE MODERNA: da tomada de Constantinopla pelos turcos até a Revolução Francesa, em 1789.IDADE CONTEMPORÂNEA: da Revolução Francesa até os dias atuais.

- A LINHA DO TEMPO HISTÓRICA

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TEMA 2: COMO ESTUDAR HISTÓRIA?

Olá, é um prazer tê-lo (a) em nossa escola. Você está iniciando um curso comprovadamente de sucesso. Este ano iniciamos uma nova jornada e juntos iremos construir nossa história, dentro do processo ensino-aprendizagem. Meu compromisso é acima de tudo ético e profissional, orientado a partir de pressupostos filosóficos norteadores, como a constante busca da percepção da Identidade Cultural, no respeito às Diversidades – em todos os seus segmentos – e no foco humanista (respeito ao ser humano). Para alcançarmos o sucesso objetivado por todos, alguns pressupostos são fundamentais e devem pautar nossas tarefas: 1. IMPORTANTÍSSIMO: O TEXTO PROPOSTO NA APOSTILA DEVE SER LIDO ANTERIORMENTE A AULA MINISTRADA PELO PROFESSOR. ESTA INCLUSIVE É UMA DETERMINAÇÃO PEDAGÓGICA DO PRÓPRIO CONHECIMENTO ESCOLAR. DEVE-SE SEGUIR O SEGUINTE CRITÉRIO:- Ler e interpretar a teoria proposta realizando uma dissertação sobre o assunto. Depois prestar bem atenção na aula expositiva do professor (cabe ao professor analisar o contexto histórico) e cabe a você interagir com o conhecimento. Para isso, as perguntas devem ser realizadas com o término da exposição teórica e logo após realizar os exercícios propostos na apostila;Obs. Cada dissertação, atividade avaliativa, anotações, observações ou mesmo a prova devem ser arquivados em uma pasta – formar um Portfólio. 2. Prestar o máximo de atenção na explanação do professor em sala de aula. Anote os roteiros, anote as dúvidas;3. Não ter vergonha de perguntar ao professor caso não entenda a explicação;4. Caso tenha alguma dúvida durante as aulas ou após a realização das tarefas cotidianas, levar ao conhecimento do professor para que a mesma seja solucionada;

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5. Realizar, aula após aula, todas as tarefas propostas nas apostilas, e pelo professor;6. É de suma importância para seu sucesso escolar seguir criteriosamente o lema: “Aula dada é aula estudada!”;7. Pesquisar os últimos 10 anos ou mais, os conteúdos de história e geografia propostos nos principais vestibulares do país (Fuvest, Unesp, Unicamp, Federal do Paraná, entre outros), procurando analisar as semelhanças dos conteúdos geográficos com os históricos. Obs. Desde 2000, a prova de vestibular proposta pela Unicamp, mantém uma abordagem interdisciplinar. Além da ligação entre as áreas afins – história e geografia – estão sendo avaliados também conhecimentos interdisciplinares articulando conteúdos de história e biologia. Veja a seguir um exemplo desta articulação e logo após a resolução: - Foi tão grande o impacto da publicação e divulgação de A Origem das Espécies, de Charles Darwin, em 1859, que sua teoria passou a constituir uma espécie de paradigma da época, diluindo antigas disputas (Texto adaptado de Lilia M. Schuarcz, O espetáculo das raças. São Paulo, Cia das Letras, 1993, p.54.).a) Qual a tese central da teoria de Charles Darwin?b) No final do século XIX, quais aspectos da política de imigração para o Brasil estavam relacionados as teses darwinistas?

Respostas a) Trata-se da teoria da Seleção Natural proposta por Charles Darwin. Organismos da mesma espécie apresentam variabilidade e competem pelas condições limitadas do meio, como alimento, espaço, luz, etc. Os portadores das variações mais adaptadas ao ambiente têm maiores probabilidades de sobrevivência e reprodução, transmitindo aos seus descendentes as características “favoráveis”. No grupo como um todo, no decorrer dessas gerações, essas características tenderão a se fixar.b) A atração dos migrantes europeus, a partir da segunda metade do século XIX, tinha por objetivo substituir o braço escravo e “branquear” a sociedade. As oligarquias brasileiras apoiavam-se numa interpretação deturpada da Teoria de Darwin, segundo o qual o mulato era uma sub-raça, e o trabalho do negro, inferior ao do branco. Essa interpretação racista, difundida a partir da Europa, foi assimilada pelas elites dirigentes e tornou-se uma política de Estado do Brasil.- Voltando aos itens: 7. “Nunca” deixar para amanhã, as tarefas e leituras do livro e dos exercícios. É muito provável que você não tenha tempo útil para realizar as tarefas do dia com as tarefas acumuladas das aulas anteriores;8. Uma dica importante é você formar junto com seus companheiros de classe (no máximo quatro ou cinco alunos) grupos de estudo; OBS. Atenção, estas dicas podem ser muito significativas para o bom andamento escolar. É ainda importante dizer que uma boa programação de seu tempo vai ajudar no sucesso escolar, garantindo-lhe tempo CRONOLÓGICO para outras atividades de seu dia a dia. 

. Acredito que esses comentários vão ajudá-lo (a) nesta nova etapa de sua carreira estudantil.

Esta programação (será informada no início das aulas) objetiva possibilitar a você, aluno (a) de história, algumas dicas a respeito do andamento do curso, da possibilidade de entrar em contato com roteiros de aulas, de filmes, da bibliografia essencial, como também de assuntos diversos que possam servir de alicerce crítico, que nos faça melhor entender este mundo pós-moderno. Bons estudos!

TEMA 3: QUE PAÍS É ESTE?

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1) INTRODUÇÃO: Olá este é o primeiro tema que iniciaremos a análise. É um prazer poder lecionar e aprender com todos vocês, trocar experiências com jovens que buscam ideais de vida! Bem, você provavelmente deve ter estranhado a afirmação acima? Não! Você não estranhou. Ok, tudo bem. Realmente não é de se estranhar à abertura de um curso de história, onde o professor inicia a aula afirmando o prazer de ensinar e aprender com os seus educandos. Não fique surpreso, a construção do conhecimento se faz com o ato singelo de ensinar e aprender. Nosso primeiro tema de debate é “Que país é este?”. Esta pergunta parece não ser muito fácil de ser respondida não é mesmo. Pois bem, realmente não o é. Nossa história de vida, nossa história neste plano terrestre, é feita de situações reais, concretas e historicamente construída. Baseado na realidade política, social, econômica e cultural de nosso país, é que vivemos. Você acredita que sua história de vida já foi escrita antes mesmo de nascer? Isto é um pouco difícil não é mesmo. A vida de milhões de brasileiros famintos está sendo escrita por detrás de escrivaninhas em que homens do poder decidem onde e quando as decisões políticas vão ou não afetar a história de vida destes brasileiros. Pensando desta maneira, as decisões políticas parecem mudar a história de qualquer personagem. Se a história é feita por homens, a realidade não pode ser ignorada, lançada ao acaso. A fome, a miséria, o abandono social existem e a cada nova situação, novo contexto, novas histórias, parece bater nossas portas, demonstrando que esta situação não pode continuar. Meus caros educandos, a estada de vocês na escola, não é uma simples página de suas vidas. Ela representa a possibilidade de mudar, de transformar o mundo, de se transformar. Respostas para as perguntas, como a que foi lançada no início do texto, não podem ser ignoradas. A educação deve lhe ajudar a responder esta e muitas outras em todo o decorrer de sua caminhada escolar. Minha tarefa é despertar em você a imagem de um agente que transforma, que lida com as dificuldades, que reconhece um discurso político indigno e incapaz. O tema chave de nosso curso é a compreensão do passado, como tarefa para a compreensão do presente. Passeando pela história, ao longo do tempo cronológico, visitaremos civilizações, conheceremos seus sistemas de distribuição de terra, seus quadros sociais e reconheceremos a importância de enxergarmos em nós mesmos, pessoas que também fazem história. Nosso primeiro texto enfocará a imagem que temos de um país, de uma gente, de um povo e da realidade. Entre nós, do cidadão comum aos pensadores e cientistas sociais, este problema do caráter nacional continua sendo polêmico. Afinal, o que é ser brasileiro? O que é nascer e viver no Brasil? Há um século, o historiador Capistrano de Abreu tinha o seu ponto de vista bem formado sobre o caráter nacional. Dizia: “O brasileiro precisa tomar vergonha na cara”. Outro grande estudioso da época, Sílvio Romero, apontava os seguintes traços do caráter do brasileiro: apático, sem iniciativa, desanimado. Também não era pra menos. Segundo Sílvio Romero: “Todo brasileiro é um mestiço, quando não no sangue, nas idéias”. Passado um pouco mais de um século, há quem ainda concorde com idéias semelhantes a estas. É comum repetirmos a conhecida frase atribuída ao presidente francês Charles de Gaulle: “O Brasil não é um país sério”. Certos engraçadinhos, especialistas em transformar preconceitos em piada, chegam a afirmar: “O Brasil não é um país. Sério!”. E as “qualidades” do brasileiro vão se multiplicando: ele é “preguiçoso”, vive de “samba, futebol e carnaval”, é “acomodado” e “aqui, tudo termina em pizza”. Será, porém, que na realidade somos assim? Acredito que você já chegou à conclusão que não, nós não somos assim! Bingo, você acertou. Nós somos seres humanos, que vivemos em um país “em desenvolvimento”, temos que trabalhar muito para sobreviver e construímos o Brasil com nosso suor e é claro, tentamos criar um país que possamos no orgulhar. Quando lemos o jornal, não mais conseguimos nos impressionar com as notícias de corrupção do Congresso nacional, parece que é normal! Quando assistimos TV, o noticiário transmite imagens de abandono e descrédito, como ocorreu no último episódio da Cratera em São Paulo, e o incrível é que isto nos parece normal! Quando ouvimos as notícias pelo rádio, conhecemos as novas barbaridades

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cometidas pelos vereadores, prefeitos, deputados de nossa região e por incrível que pareça, isto nos parece normal. Esta normalidade é acompanhada de um espírito de conformismo incrivelmente prejudicial a todos nós que fazemos parte da classe dominada e não da dominadora. Pois bem, agora é com você, responda as questões abaixo:

TEMA 4: JUVENTUDE – UMA HISTÓRIA EM CONSTRUÇÃO

1) INTRODUÇÃO: Este tema foi escolhido para dar início a um importante diálogo sobre algo que faz parte da sua própria condição de vida: jovem aluno de uma escola estadual de Ensino Médio, em um pequeno espaço desse imenso país... Para você, o que significa ser jovem, neste início de milênio? Quais os desafios que você tem hoje e os desafios do futuro? Esta condição de ser jovem te demonstra algo diferente? Você enxerga o mundo de forma diferente? Existem jovens hoje que trabalham desde crianças, mesmo com a garantia da Lei. Existem jovens hoje, que infelizmente estão integrados ao submundo das drogas, das armas, enfim, longe de virtudes que são colocadas como certas ou erradas. Outros jovens não têm a possibilidade de cursar a escola, devido o trabalho, o submundo etc. De comum, vocês jovens têm o fato de estarem transitando por um período da vida situado entre o mundo infantil, quase descomprometido e cheio de fantasias, e a vida adulta, que representa o tempo da rotina do trabalho, dos compromissos sociais, familiares e da luta pela realização de expectativas. De qualquer forma, trata-se de uma fase importante para a formação e transformação de cada pessoa, pois é tempo de juntar novos elementos à construção da identidade. É na juventude que se começa a definir mais as afinidades culturais, os gostos, a maneira de ser e pensar. A Juventude é, também, uma fase de projetos de vida, da busca de caminhos, de opções profissionais, de estilos de viver... Um tempo de incertezas, de dificuldades para ver ao redor uma rede de solidariedade, apoio e acolhimento de vários setores da sociedade – não apenas da família – para “sustentar” os primeiros vôos... A alternância de momentos de crise e momentos de grande entusiasmo... Tudo isso junto faz dessa uma “idade” especial, presente em nossas lembranças por toda a vida!

2) Os Tempos da Juventude: Limites e demarcações: Você sabe dizer quando começa e quando termina a juventude? Se a sua resposta é não, não se preocupe! Os diversos órgãos que estudam a juventude também divergem sobre o assunto. É muito complicado encontrar resposta única para essa pergunta. Para a Organização Internacional da Juventude (OIJ), os limites estão entre 15 e 24 anos, parâmetros geralmente usados nos estudos sobre população. Entretanto, para a Organização Mundial da Saúde (OMS), a juventude é um processo sociocultural, marcado pela preparação para a vida adulta, delimitando em termos de idade entre os 15 e os 19 anos. No texto da Constituição Federal Brasileira, a criança alcança a fase da adolescência com 12 anos de idade, mas a juventude? A vida adulta, por sua vez, é caracterizada por sociólogos pela presença de três aspectos significativos: a saída da família de origem, o começo da vida profissional e a formação de um casal. Mas será mesmo possível demarcar de forma tão rígida o tempo da Juventude? Vamos ler com atenção os depoimentos a seguir, para verificar se a reflexão sobre eles nos ajuda a responder a essas perguntas:

A) “Comecei a trabalhar na roça com 11 anos. Trabalhava até meio-dia, i buscar o almoço do meu pai na cidade e levava para a roça. Voltava de novo para estudar. Às vezes chegava cansado do trabalho, não tinha nem coragem para tomar banho, para almoçar. Aí ia para a escola, chegava lá meio por fora. Achei melhor parar de estudar. Eu sou pobre, não tenho nada. Continuei só na roça. Tem hora que sinto falta do estudo, mas tem hora que não sinto falta, não. A gente é pobre, quando está estudando não sabe

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o que vem pela frente. Trabalhando, quando tem uma festa, assim, tem dinheiro para comprar uma roupa”. (Edicarlos Fernandes de Souza, 17 anos, agricultor, Monte Horebe, sertão da Paraíba.) Citado por (PINHEIRO, Augusto. “Teens do Agreste”. Folha de São Paulo. São Paulo: 1-7-2002. Folhateen.).

B) “Pra mim... grana o suficiente pra eu me manter. Isso pode ser o quê? Brasília tem a febre de concurso público... Que nunca... não faz parte do meu ideário, não, mas pode fazer parte da minha vida prática. (...) Eu acho que eu tenho uma gama legal de conhecimentos, falo inglês, francês... tô formando em Licenciatura, quer dizer: eu tentei diversificar meu leque porque eu gostaria de fazer meio expediente trabalhando. Por exemplo, o que eu posso também é pegar uma bolsa de iniciação... de mestrado... são 700,00 reais... Não é uma grande grana, mas é uma grana se eu tivesse uma casa, ou... mas isso implica continuar morando com os meus pais que eu não acho uma coisa legal. Quer dizer: a princípio eu teria que trabalhar para comprar alguma coisa. (Janete, estudante universitária, Brasília.) Citado por (QUEIRÓS, Danielly dos Santos. Jovens e valores: a construção de projetos de vida. Brasília: UNB, 1999.). O depoimento de Janete revela uma faceta interessante do processo de construção da ideia de juventude nos tempos atuais: constata-se um crescente alongamento do limite superior da juventude, principalmente nos países desenvolvidos, mas também entre as camadas médias e altas de países desiguais, como o Brasil. Isso ocorre, em parte, pelo aumento do número de estudantes que têm optado por continuar a sua formação universitária em cursos de pós-graduação, o que muitas vezes adia o início da vida profissional. Também, é claro, pela dificuldade em se inserir no mercado de trabalho, após concluir os estudos, fato constatado em países como a França e em grau muito intenso no Brasil. No texto sobre Edicarlos, percebe-se que certas condições existentes na sociedade brasileira, como a situação de pobreza de grande parte da população, fazem recuar o início da vida juvenil para antes dos 15 anos, além de introduzir o jovem no universo de tarefas tipicamente adultas. Atividades próprias da infância, como o estudo e as brincadeiras, foram substituídas pelo trabalho na roça e pelo abandono da escola. A história de Edicarlos está integrada a de milhões de jovens no Brasil e na América. Eles já se iniciam na vida em desvantagem, com relação àqueles que integram famílias em condições de proporcionar a seus filhos oportunidades de estudo e outras vivências juvenis, como acesso à cultura e ao lazer. 3) As marcas das identidades jovens: Os sociólogos concordam com a idéia de que a juventude ganhou força como tema de estudo na sua disciplina, a partir da Segunda Guerra Mundial, quando muitos jovens participaram da luta contra o nazifascismo, regimes políticos ditatoriais das décadas de 30 e 40 do século XX, na Europa, sob o comando de Hitler e Mussolini. Também participaram de lutas anticolonialistas, isto é, de apoio aos movimentos de independência das colônias de países europeus na Ásia e na África, nos anos 60. A partir daí, os jovens começaram a ganhar visibilidade e garantiram presença em vários movimentos culturais e políticos que marcaram a segunda metade do século XX. De modo geral, pode-se dizer que essas formas juvenis de manifestação se estruturaram em torno da crítica ao modo de vida da sociedade urbano-industrial, caracterizada pelo trabalho alienante e disciplinador, e pelo tédio da vida sem outras perspectivas que não o acúmulo de dinheiro e poder. Alguns destes movimentos tenderam a negar essa ordem social e seus valores, expressando-se em várias vertentes, ora elaborando projetos coletivos de mudanças político-sociais (principalmente nos países pobres), ora apelando para modos de vida alternativos, como a volta ao campo e a valorização da natureza. Os ícones mais característicos dessa parcela da juventude rapidamente foram aceitos e propagados pelo mundo: o rock’n-roll, a calça jeans, o lazer e a diversão, a liberdade e a autonomia, dentre outros. De comum, eles traziam a marca da crítica ao modo de vida “dos adultos”. No Brasil, os anos 60 e 70 foram de grande inquietação política, busca de caminhos e possibilidades de transformação social. Na pauta dos debates e ações políticas figuravam novas formas de organização das relações de trabalho no campo, com as bandeiras do fim do latifúndio, da reforma

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agrária e da extensão dos direitos trabalhistas aos assalariados rurais. No meio urbano, muitos trabalhadores organizavam-se em sindicatos e buscavam melhorias salariais e condições de vida adequadas. Nessa época, foi cada vez mais intensa a participação de jovens originários de classes médias, em especial estudantes universitários e secundaristas, mobilizados contra a ditadura militar que desde 1964 se instalara no Brasil. Até o final de 1968, com altos e baixos, os jovens estudantes estiveram nas ruas, participando e liderando mobilizações que exigiam o fim da censura, do arrocho salarial, das prisões e das torturas. Com liberdade e depois de forma clandestina, os jovens estudantes e operários participaram de debates e ações, desenhando e tentando construir projetos para o futuro do Brasil: a realização de eleições livres e diretas; a volta ao chamado Estado de Direito; a crítica ao desenvolvimento capitalista no Brasil; a proposta de socialismo. Esses temas ora se combinavam num mesmo projeto, ora se confrontavam. Os debates eram acirrados, tal era o desejo de interferir nos rumos do país! Mas o clima de inquietação social se expressava também por meio da ação cultural. Desde o início dos anos 60, jovens artistas e intelectuais, sob o apoio da União Nacional dos Estudantes (UNE), criam o Centro Popular de Cultura, o CPC, produzindo peças de teatro, filmes, e músicas, como essa de 1961:

(...) O povo brasileiro embora pense, dance, cante como americano, não come como americano,Não bebe como americanoVive menos, sofre mais (...)Personalidade, personalidade, personalidadeSem igual; porémSubdesenvolvida, subdesenvolvidaEssa que é a vida nacional. Carlos Lyra e Chico de Assis. “Subdesenvolvido”. In: Carlos Lyra. Gravação CPC-UNE (1961).

Segue-se uma época de intensa produção cultural: festivais de música, peças de teatro e shows com mensagens, metáforas e alusões diretas à situação política do país, junto com uma valorização do popular:

“Acabou nosso carnavalNinguém ouve cantar canções(...)E no entanto é preciso cantarMais que nunca é preciso cantarÉ preciso cantar e alegrar a cidade...” Carlos Lyra e Vinícius de Moraes. Marcha da quarta-feira de cinzas. CD Nara – 1964 Elenco. Reedição 2002.

A música – tema do show Opinião (Zé Kéti, 1965) era bem mais direta:“Podem me prender Que eu não mudo de opinião.Podem me bater Daqui do morro eu não saio não (...)”Podem até deixar-me sem comer Zé Keti. Show Opinião. CD Show Opinião – Nara Leão – 1965. Elenco. Reedição 2002. Enquanto isso, o movimento da Jovem Guarda representava outra vertente da cultura jovem, com Roberto e Erasmo Carlos, Wanderléia, Wanderley Cardoso e outros. Lançavam moda nos palcos -

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cabelos grandes, roupas bem coloridas – e atraíam jovens não diretamente envolvidos com os debates políticos em curso no país. Eram chamados de “alienados”. Mais para o final da década de 60, o movimento Tropicália (Caetano Veloso e Gilberto Gil) e os compositores ligados à “música de protesto” (Chico Buarque, dentre outros) disputaram com vigor os “corações e mentes” da juventude comprometida com a mudança social no país.

__________________________/_________________________________/______________________

TRABALHO – TEXTO 4 –

O golpe militar de 1964 instaurou no Brasil uma forte censura, praticada através dos Atos Institucionais (AI’s) criados para aumentar a repressão do Estado sobre a população ou qualquer manifestação que fosse contrária ao governo imposto no país. Não demorou para a música – enquanto manifestação artístico-cultural de forte teor político – estar entre os principais alvos da censura. Mas nem isso calava a voz dos artistas. Assim, conheça 10 músicas de protesto à Ditadura Militar.

Se você curte este tema e deseja ler algo para aprofundar ainda mais no assunto, sugerimos a leitura do livro Cale-se: Mpb e Ditadura Militar, que trata das letras das canções compostas nos anos mais duros da ditadura (1964 a 1974), e reforça a ideia de que a música serviu – e serve – como uma importante ferramenta de comunicação, carregando mensagens (as mais variadas possíveis) com as palavras e frases que formam suas letras.

- Pois bem, agora argumente a respeito da juventude de hoje a respeito da construção do futuro, do papel na escola, do papel político etc. Valor 2,5. __________________________/_________________________________/______________________

TEMA 5: APRENDENDO ESCREVER (SUGESTÕES)

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CARTA: Carta Argumentativa: (Texto – Brasil Escola) – http://www.brasilescola.com/) Com o advento da internet e dos recursos tecnológicos de uma maneira geral, a forma de comunicação entre as pessoas mudou consideravelmente. Antigamente, era muito usual utilizar-se de cartas, telegramas, cartões postais para se comunicar com pessoas que ora encontravam-se distantes.

Atualmente existe e-mail, MSN, ORKUT, e tantos outros que possibilitam a comunicação em tempo real. Entretanto, a carta argumentativa ainda continua sendo um veículo de comunicação muito importante e muito requisitado nos concursos e provas de vestibulares.

Para entendermos sobre a sua parte estrutural, é importante lembrarmos que, como o próprio diz, nos lembra a questão de exposição de ideias, ou seja, o emissor deve persuadir o interlocutor através do seu ponto de vista sobre determinado assunto. E logo, a linguagem deverá ser clara, coesa e objetiva. A única diferença é que na carta há uma interlocução explícita, ou seja, ela é destinada a um ou mais destinatários de forma específica. O grau de formalidade dependerá do nível de intimidade estabelecido entre os interlocutores.

Para entendermos melhor esse processo é necessário fazer a distinção entre uma carta destinada ao prefeito de sua cidade requisitando melhorias no setor de pavimentação das ruas, e uma ao presidente de seu bairro, sugerindo melhoria na qualidade do som durante as reuniões. Neste caso, fica evidente o grau de formalismo.

Vejamos agora um exemplo deste gênero textual, que é a carta, em uma crônica de Moacyr Scliar:

(Nome da cidade e data)(O vocativo, ou seja, a pessoa a quem é endereçada a carta)

PREZADOS SENHORES,

Uns amigos me falaram que os senhores estão para destruir 45 mil pares de tênis falsificados com a marca Nike e que, para esse fim, uma máquina especial já teria até sido adquirida. A razão desta cartinha é um pedido. Um pedido muito urgente. Antes de mais nada, devo dizer aos senhores que nada tenho contra a destruição de tênis, ou de bonecas Barbie, ou de qualquer coisa que tenha sido pirateada. Afinal, a marca é dos senhores, e quem usa essa marca indevidamente sabe que está correndo um risco. Destruam, portanto. Com a máquina, sem a máquina, destruam. Destruir é um direito dos senhores. Mas, por favor, reservem um par, um único par desses tênis que serão destruídos para este que vos escreve. Este pedido é motivado por duas razões: em primeiro lugar, sou um grande admirador da marca Nike, mesmo falsificada. Aliás, estive olhando os tênis pirateados e devo confessar que não vi grande diferença deles para os verdadeiros. Em segundo lugar, e isto é o mais importante, sou pobre, pobre e ignorante. Quem está escrevendo esta carta para mim é um vizinho, homem bondoso. Ele vai inclusive colocá-la no correio, porque eu não tenho dinheiro para o selo. Nem dinheiro para selo, nem para qualquer outra coisa: sou pobre como um rato. Mas a pobreza não impede de sonhar, e eu sempre sonhei com um tênis Nike. Os senhores não têm ideia de como isso será importante para mim. Meus amigos, por exemplo, vão me olhar de outra maneira se eu aparecer de Nike. Eu direi, naturalmente, que foi presente (não quero que pensem que andei roubando), mas sei que a admiração deles não diminuirá: afinal, quem pode receber um Nike de presente pode receber muitas outras coisas. Verão que não sou o coitado que pareço. Uma última ponderação: a mim não importa que o tênis seja falsificado, que ele leve a marca Nike sem ser Nike. Porque, vejam, tudo em minha vida é assim. Moro num barraco que não pode ser chamado de casa, mas, para todos os efeitos, chamo-o de casa. Uso a camiseta de uma universidade americana, com dizeres em inglês, que não entendo, mas nunca estive nem sequer perto da universidade – é uma camiseta que encontrei no lixo. E assim por diante.Mandem-me, por favor, um tênis. Pode ser tamanho grande, embora eu tenha pé pequeno. Não me desagradaria nada fingir que tenho pé grande. Dá à pessoa uma certa importância. E depois, quanto maior o tênis, mais visível ele é. E, como diz o meu vizinho aqui, visibilidade é tudo na vida.

Atenciosamente – (despedida formal)

(O nome do emissor, isto é, a pessoa que enviou a carta) - Moacyr Scliar, cronista da Folha de S. Paulo, 14/8/2000).

- Por Vânia Duarte - Graduada em Letras - Equipe Brasil

2.Como Fazer Uma Boa Dissertação?

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Quer fazer uma boa dissertação? Todos desejam ser bem avaliados em suas dissertações, afinal, esse tipo de texto é cobrado na maioria dos processos seletivos. Portanto, fique atento quanto às características dessa modalidade textual. Muitos escrevem, escrevem e não procuram saber nem mesmo o básico necessário para se fazer um texto dissertativo.

- Então, seja cauteloso em sua dissertação quanto aos seguintes pontos:

a) Verbos: os verbos devem estar em terceira pessoa, ou seja, referindo-se a: ele, ela, eles, elas.

b) Linguagem: é formal, logo, obedece às normas gramaticais. Dessa forma, empregos de expressões coloquiais, ou seja, da oralidade e gírias estão excluídas, tais como: tá boa, o bofe lá, tampá o sol com a peneira, ninguém merece, isso está cheirando mal, sem noção, camarada, etc.

c) Palavras: devem ser usadas no seu sentido denotativo, literal, ou melhor, no que consta no dicionário. Deixe o sentido figurado para as poesias e outros tipos de textos.

d) Expressões: é comum lermos: eu acho, na minha opinião, de acordo com que penso a esse respeito, em redações dissertativas. No entanto, essas colocações são redundantes, pois é um texto que mostra o ponto de vista do autor em relação a um fato. Então, é redundante usar tais expressões, mesmo porque deve-se manter a terceira pessoa do discurso.

e) Períodos: devem ser objetivos e claros. De preferência, mais breves, pois períodos muito longos geram confusão. Aproveite e verifique se a pontuação está correta: se o ponto final está presente em cada ideia finalizada! Estará errada se as orações estiverem emendadas por vírgulas, ocasionando o período longo e confuso.

f) Estrutura: observe aqui a paragrafação, ou seja, a divisão por parágrafos e também se há introdução, desenvolvimento e uma boa conclusão. Muitas vezes, esta última parte é esquecida!

Por último observe se sua dissertação tem o mínimo de 15 linhas escritas e o máximo de 35 (tamanho exigido na maioria dos processos seletivos, principalmente no ENEM).Se você seguir esses critérios básicos e suficientes da dissertação, então, com certeza, terá uma ótima avaliação!

Por Sabrina Vilarinho - Graduada em Letras

3- O QUE É SENTIDO FIGURADO?

Sentido figurado é o significado que palavras ou expressões adquirem, em situações particulares de uso. A palavra tem valor conotativo quando seu significado é ampliado ou alterado no contexto em que é empregada, sugerindo ideias que vão além de seu sentido mais usual. Por exemplo: Viviane é uma flor. O termo flor não adota o mesmo significado que possui no dicionário, sendo que a única maneira de perceber seu significado é por meio de uma análise do contexto em que o termo está inserido.

Sentido Próprio e Figurado das Palavras

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Pela própria definição acima destacada podemos perceber que a palavra é composta por duas partes, uma delas relacionada a sua forma escrita e os seus sons (denominada significante) e a outra relacionada ao que ela (palavra) expressa, ao conceito que ela traz (denominada significado).

Em relação ao seu SIGNIFICADO as palavras se subdividem assim:

Sentido Próprio - é o sentido literal, ou seja, o sentido comum que costumamos dar a uma palavra.

Sentido Figurado - é o sentido "simbólico", "figurado", que podemos dar a uma palavra.

- Vamos analisar a palavra cobra utilizada em diferentes contextos:

1. A cobra picou o menino. (cobra = tipo de réptil peçonhento)

2. A sogra dele é uma cobra. (cobra = pessoa desagradável, que adota condutas pouco apreciáveis)

3. O cara é cobra e computador! (cobra = pessoa que conhece muito sobre alguma coisa, "expert")

No item 1 aplica-se o termo cobra em seu sentido comum (ou literal).

Nos itens 2 e 3 o termo cobra é aplicado em sentido figurado.

Podemos então concluir que um mesmo significante (parte concreta) pode ter vários significados (conceitos).

Denotação e Conotação

Denotação: verifica-se quando utilizamos a palavra com o seu significado primitivo e original, com o sentido do dicionário; usada de modoautomatizado; linguagem comum.

Veja este exemplo:

Cortaram as asas da ave para que não voasse mais.

- Aqui a palavra em destaque é utilizada em seu sentido próprio, comum, usual, literal.

DICA - Procure associar Denotação com Dicionário: trata-se de definição literal, quando o termo é utilizado em seu sentido dicionarístico.

Conotação: verifica-se quando utilizamos a palavra com o seu significado secundário, com o sentido amplo (ou simbólico); usada de modo criativo, figurado, numa linguagem rica e expressiva.

Veja este exemplo:

Seria aconselhável cortar as asas deste menino, antes que seja tarde mais.

Já neste caso o termo (asas) é empregado de forma figurada, fazendo alusão à ideia de restrição e/ou controle de ações; disciplina, limitação de conduta e comportamento.

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4. Textos Jornalísticos

A função do jornal é basicamente a comunicação. É um dos meios mais rápidos de ficarmos informados a respeito do que acontece no mundo. Dentro do jornal há várias sessões, que por sua vez abrigam vários tipos de texto. Há algumas características que são comuns a todos estes textos, enquanto há outras que servem para individualizá-los.

A nomenclatura dos textos normalmente é dada de acordo com as suas características e seus objetivos específicos de comunicação. Genericamente chamamos os textos que se apresentam nos jornais de “matéria”. Normalmente esses textos têm caráter informativo. As informações são apresentadas em ordem decrescente de importância ou relevância, seguindo assim o uma técnica chamada pirâmide invertida. Ou seja, a base do texto (conteúdo mais importante) fica em cima e o ápice (conteúdo mais superficial) embaixo.

O primeiro parágrafo do texto é chamado de “lide” ou “lead” (inglês) e carrega o conteúdo mais denso da matéria, as principais informações. Esse recurso é usado para que as pessoas possam ter acesso fácil e rápido à informação e tenham a oportunidade de selecionar as matérias que realmente lhes interessam para prosseguir com a leitura. Geralmente o título da matéria é baseado no lide.Vejamos alguns dos mais característicos tipos de textos jornalísticos e suas principais características:

Notícia: Caracteriza-se pela linguagem direta e formal. Tem caráter informativo e é escrito de forma impessoal, freqüentemente fazendo uso da terceira pessoa. Inicia-se com o lide e se segue com o corpo da notícia. Enquanto na primeira parte estão registradas as principais informações do fato, no corpo do texto estão presentes os detalhes (relevantes ou não), as causas e as conseqüências dos fatos, como, onde e com quem aconteceu, e a sua possível repercussão na vida das pessoas que estão lendo. Pode ter ou não um público alvo (jovens, políticos, idosos, famílias), caso tenha a linguagem poderá ser adaptada para o melhor entendimento.

Editorial: Não é exatamente um tipo de texto, mas uma sessão do jornal que possui textos selecionados e agrupados através de seu conteúdo, público ou objetivo. Os jornais são divididos em vários editoriais que podem ou não estar encadernados separadamente. Entre os editoriais mais comuns estão: Política, Economia, Cultura, Esporte, Turismo, País, Cidade, Classificados, Coluna Social, etc.Reportagem: Tem por essência a descrição e caracterização de eventos. Para isso a reportagem conta com algumas perguntas que, ao serem respondidas, formarão a estrutura da reportagem. Em Inglês chamamos as perguntas a seguir de WH Questions, e elas servem para melhor estruturar a reportagem: O quê?, Como?, Quando?, Onde?, Porquê?, Quem?.

Nota: Texto curto composto apenas pelo lide. Normalmente trata de algum assunto de fácil compreensão e assimilação e que seja do interesse do leitor. Algo que já tenha sido noticiado ou que não possui detalhes relevantes para serem descritos.

Além desses, há outros cuja estrutura é mais complexa e a ocorrência vai além-jornal, como a crônica, o artigo, etc.

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Normalmente, o processo de produção de um texto jornalístico se divide em quatro fases: a pauta (escolha do assunto), a apuração (verificação dos fatos e de provas), a redação (organização das idéias transformando-as em texto) e a edição (locação desses textos no jornal, correção e revisão dos mesmos).

EXEMPLOS:

Se a narração é o gênero de redação em que uma história é contada (seja uma fábula ou uma crônica), com o uso de recursos como flashbacks, suspense, narrador em primeira ou terceira pessoa, etc., a notícia é o relato do fato, com texto, geralmente, mais simples, seco. Você vai entender como funciona.

Você acredita que a notícia que ouvimos no rádio, assistimos na TV, lemos no jornal impresso ou na Internet é um fato em si ou é uma interpretação de um fato? Para responder isso, observe por alguns segundos a figura reproduzida acima. O que você vê? Uma vaca? Se você respondeu que sim, a sua resposta estava quase certa. Não se trata de uma vaca, mas de uma representação de uma vaca, não é? Com a linguagem escrita acontece a mesma coisa: ela representa algo, como objetos, valores, ideias. Logo, a notícia não é o fato em si, mas sim uma interpretação desse fato, certo?

- Analise a pequena notícia a seguir.

Escorpiões assustam Vila São José

Os moradores da Vila São José, no Ipiranga, estão assustados com o grande número de escorpiões que têm sido encontrados na região. Eles também se indignaram com a sugestão de um técnico da Vigilância de Saúde da Subprefeitura do Ipiranga que aconselhou a população a espalhar galinhas pelas ruas para resolver o problema. Os moradores acreditam que a proliferação tenha começado em um terreno onde havia uma casa abandonada.

(“Ipiranga News” - 28/10 a 3/11/2004)

Assunto

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Pelo assunto e pelo nome do veículo de imprensa, percebe-se que se trata de um jornal de bairro, destinado a uma comunidade particular de leitores - os moradores do Ipiranga, bairro da cidade de São Paulo.

A estrutura da notícia

Veja que a notícia se estruturou em apenas dois parágrafos. O primeiro - chamado de "lide" - sintetiza os dados principais: quem, onde, o quê. Se o leitor ler apenas esse parágrafo, já fica sabendo se quer ou se precisa continuar a ler a notícia. A leitura de um jornal é seletiva, isto é, o leitor escolhe o que quer ler, por isso, não precisa ler tudo que está escrito no jornal para se informar. É bem diferente da leitura de outros gêneros como, por exemplo, um conto, um romance, cuja leitura integral é obrigatória para sua compreensão.

Na notícia do jornal "Ipiranga News", os dados do lide são:

quem: os moradores da Vila São José; onde: na Vila São José, Bairro do Ipiranga, na cidade de São Paulo; o quê: moradores assustados com a quantidade de escorpiões na região.O segundo parágrafo "expande a notícia", isto é, dá mais detalhes a respeito do fato: os moradores estão indignados com a Vigilância Sanitária da SubPrefeitura, que sugere que eles criem galinhas, como forma de resolver o problema da proliferação dos escorpiões; os moradores têm uma explicação para o aumento dos escorpiões: uma casa abandonada.Linguagem coloquial A linguagem do jornal é, preferencialmente, coloquial (próxima à maneira como falamos). Isso acontece intencionalmente, como forma de se aproximar e se adequar ao leitor, ao buscar uma comunicação mais eficiente.

Outra característica da linguagem jornalística é sua tentativa de mostrar imparcialidade, neutralidade sobre aquilo que relata. Veja que o jornalista do "Ipiranga News" pretende se mostrar imparcial, apresentando distanciamento do fato. Essa aparência de imparcialidade é conseguida por:

ausência de enunciados de opinião. Há fatos, acontecidos com outros e que não têm nada a ver com o jornal, como em "Os moradores também se indignaram..."; privilégio do uso de terceira pessoa ("os moradores", "eles"); não uso de adjetivos que possam dar impressão de subjetividade, de interferência da opinião do jornalista. Não se admite, por exemplo, uma notícia que fale em um homem velho, em prédio alto, bairro distante. Para dar impressão de que os fatos são relatados com a maior precisão possível uma notícia informa, por exemplo: homem branco, 85 anos; prédio de doze andares; bairro da periferia da cidade de São Paulo etc.; a busca de exatidão faz com que se privilegiem os verbos no modo indicativo: "estão assustados", "têm sido encontrados", "se indignaram", "aconselham", "acreditam", "tenha começado", "havia".O que é notícia?

Poema tirado de uma notícia de jornal João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilônia num barracão sem númeroUma noite ele chegou no bar Vinte de NovembroBebeu

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CantouDançouDepois se atirou na Lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.

(Manuel Bandeira. "Poesia completa e prosa". Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1983)

Pode-se perceber que o poema dialoga com a notícia e que o fato - a morte de uma pessoa - poderia mesmo ser uma notícia de jornal. Mas o que Manuel Bandeira escreve não é uma notícia, mas um poema em que mostra uma contradição da vida brasileira: ficar famoso, para alguns, acontece somente quando isso é tragédia...

- Agora, voltemos à história do escorpião.

Perigo à vista

Na bonita manhã de sol da segunda-feira, seu Joaquim, morador mais antigo da rua Jurupá, foi comprar pão na padaria. Encontrou-se com Dona Maria que também estava saindo para o trabalho e foram conversando sobre os preços absurdos de tudo, nos dias atuais. No caminho encontraram dois escorpiões, perto da casa abandonada, cujo dono havia morrido há muito tempo e, porque o inventário nunca acabava, ninguém conseguia vender ou alugar o imóvel. Esse fato foi motivo para mais conversa sobre ‘o fim dos tempos’ da vida moderna.

Dona Nenê, vizinha de seu Joaquim, quando lavava roupa, num certo dia, também encontrou escorpiões em seu quintal. Foi um alvoroço só… Mas o problema maior foi quando um escorpião picou uma das filhas do seu Agenor. Ele, indignado, na volta do hospital, chamou a Vigilância Sanitária. Os técnicos sugeriram que uma boa forma de acabar com os escorpiões era criar galinhas. Que fazer?

Veja que, embora o assunto seja o mesmo da notícia extraída do "Ipiranga News", não se pode considerar o texto acima uma notícia. Em uma notícia, os eventos não são ordenados por sua sequência temporal como em uma história, ou seja, o jornalista não tem a pretensão de relatar os fatos na ordem em que, supõe-se, ocorreram. Os eventos são apresentados pelo interesse, na perspectiva de quem conta e, principalmente, pelo que o leitor/ouvinte/telespectador/internauta pode considerar mais importante. É evidente que quem informa faz uma seleção prévia dos eventos a serem destacados, relatando-os em função do evento principal e da ideologia do jornal.

Conceito de notícia Leia o que diz um especialista no assunto:

Notícia: relato de uma série de fatos a partir do fato mais importante. A estrutura da notícia é lógica; o critério de importância e interesse envolvido em sua produção é ideológico: atende a fatores psicológicos, comportamentos de mercado, oportunidades, etc..

(Nilson Lage. "A estrutura da notícia". São Paulo: Ática, 1993) :

Por mais que informe ser imparcial, ou que afirme traduzir com exatidão a veracidade dos fatos, a imparcialidade absoluta numa notícia é impossível, pois o redator tem que escolher o que vai contar -

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que acontecimentos, dentre outros, pode se transformar em uma notícia que venda mais. Determinado "o quê", ainda há "o como", isto é, como atingir o leitor de maneira mais direta, o que implica uma determinada seleção de vocabulário, destaque para o tipo de letra, tamanho da notícia, lugar em que a notícia vai aparecer no jornal, abordagem etc... :

É necessário compreender que o jornalismo não retrata nem cria fatos, e sim constrói visões dos fatos. O jornal legitima uma opinião sobre os fatos, a depender de sua linha editorial, dos leitores que quer atingir. Nesse quadro, a notícia é uma construção de visões e não os fatos em si.

Alfredina Nery, Especial para a Página 3 - Pedagogia e Comunicação é professora universitária, consultora pedagógica e docente de cursos de formação continuada para professores na área de língua/linguagem/leitura.

uerra e de participantes.

TEMA 07: TEMA: A PRÉ-HISTÓRIA (ROTEIRO)

1. PRÉ - HISTÓRIA OU PRÉ-LITERÁRIO:a) Período que caracteriza os primórdios da evolução humana

b) Período anterior a descoberta da escrita(4.000 a.c.)

c) Fontes de estudo: legado material

Arqueológicas

Paleolítico

d) Três períodos básicos Neolítico

Idade dos metais 2. O PALEOLÍTICO (até +/- 10.000 a.C.):a) Uso da pedra lascadab) Aparecimento do homem ® AUSTRALOPITHECUS: hominídeo mais antigo África do Sul ® mais de 3,5 milhões de anos® PITHECANTROPUS ERECTUS: China e Europa ® +/- 500.000 e 200.000 a.C.® HOMEM DE CRO MAGNOM OU HOMO SAPIENS França ® +/- 40.000 a.C. 

c) Planeta frio

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d) Descoberta do fogo

e) Caça, pesca, raízes e frutos: ECONOMIA COLETORA

f) Propriedade comum da terra e da produção

g) Divisão de trabalho pelo sexo

h) Comunidade igualitária

i) Vida em bandos

j) Religião animista

k) Habitação em cavernas

l) Desenvolvimento da arte em forma de pintura nas paredes

O maior legado cultural e Artístico do homem.

m) Vida nômade

3. NEOLÍTICO (10.000-5.000 a.C.) “Revolução Neolítica”:

a) Uso de instrumentos de pedra polida.

b) Degelo ® Criou regiões temperadas e áridas, facilitando a vida externa.

c) Processo de sedentarização.

d) Domesticação de alguns animais e plantas.

e) Construção de casas – Palafitas.

f) ECONOMIA PRODUTORA.

g) Apropriação privada da terra.

h) Divisão social do trabalho entre proprietários e não proprietários.

i)  Organização social mais rígida.

j)  Cerâmica e confecção de tecidos.

k) Durante o período Neolítico foram erguidos monumentos megalíticos, formados por grandes blocos de pedras, em algumas regiões da Europa e da Ásia. Acredita-se que esses monumentos tinham função funerária ou, talvez, fossem marcos comemorativos associados ao culto de divindades. Entre eles:

- MENIRES: Grandes pedras isoladas erguidas em sentido vertical.

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- Dolmens: Duas pedras verticais que sustentavam uma terceira, posicionada horizontalmente.

- Cromlech: Pedras agrupadas em um ou mais círculos em torno de um dólmen.

 4. IDADE DOS METAIS (5.000 – 4.000 a.C.) 

a) Matéria-prima : cobre, bronze e ferro

b) Aperfeiçoamento das armas

c) Formação de grandes impérios

d) Processo de civilização em curso

e) Processo de escravidão em curso

f) O comércio e as trocas ganham novo impulso

OBS. ATIVIDADES DO CADERNO DO ALUNO (PRÉ-HISTÓRIA)

TEMA 08: PRÉ-HISTÓRIA AMERICANA

A PRÉ – HISTÓRIA BRASILEIRA (ROTEIRO)

  1. A Origem dos Povos Ameríndios

A. VÁRIAS TEORIAS: ® Origem Asiática: Estreito de Bering (+/- 12 mil anos) Chegada no Brasil = 6 mil anos ® Origem Malaio-Polinésia                                               ® Origem Australiana (Divergências)  Hoje apesar das divergências, é bem provável que a América foi povoada entre 100 mil a 70 mil anos, e a presença da raça humana no Brasil por volta de 50 mil anos.

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 B. Descobertas Arqueológicas no Brasil: ®Sítio Arqueológico da Toca da Esperança, no município de Central na Bahia (presença humana +/- 20.000 anos).®São Raimundo Nonato no Piauí (Sítio da Pedra Furada): Pinturas +/- 20.000 anos, utensílios +/- 56.000 anos. C. Brasil Totalmente Povoado (10.000 anos). ®Povoado por centenas de nações.®Falavam mais de mil línguas e dialetos diferentes, dos quais restam hoje apenas 180.®Cultura e organização social variado: Paleolítico e Neolítico.  D. Dizimação das sociedades indígenas (território atual) ®1500 = +/- 8 milhões®1996 = +/- 350 mil E. Hoje após o quase total extermínio da cultura indígena, as tribos que restaram retrocederam seu modo de vida. F. Razões da Dizimação:  ® Fruto do processo histórico da expansão do capitalismo comercial;® Necessariamente não houve uma política deliberada de extermínio;® Resumidamente temos:- Pelo choque bacteriológico;- Pela escravidão dos indígenas;- Pela expansão das atividades econômicas coloniais;- Após a independência: avanço do povoamento no Centro-Oeste (séc. XIX e XX);- Expansão econômica em direção ao Oeste e Norte: Fronteiras Agrícolas; Conquista das zonas madeireiras e dos garimpos nas últimas décadas do século XX.

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TEMA 09: O ORIENTE MÉDIO E AS PRIMEIRAS CIDADES

O MODO DE PRODUÇÃO ASIÁTICO

ComunismoPrimitivo

 

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

 Escravismo

Antigo 

 

Modo de Produção AsiáticoObs.: Volte aos conceitos básicos e releia o conceito sobre Modo de

Produção! 

A.        Desenvolveu-se na região do Oriente Próximo: Egito, Arábia, Síria, Palestina, Mesopotâmia, Armênia, Irã e Ásia Menor.

B.         Oriente Próximo: Região onde surgiram as primeiras civilizações da Antigüidade Oriental.

 Obs.: VALES FLUVIAIS: Palco de freqüentes lutas, local onde se desenvolveram as Comunidades Hidráulicas.- COMUNIDADES HIDRÁULICAS: Surgimento do Estado (Dirigismo Econômico)

 

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ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM

Nome:____________________________N°.____Série_______Data:___/___/___Disciplina: HistóriaProfessor (a):________________________________________

1. Leia atentamente o pequeno texto abaixo e logo após responda as questões propostas:

AS PRECONDIÇÕES DA REVOLUÇÃO URBANA

“A transformação das aldeias neolíticas em cidades populosas, com divisão do trabalho, comércio e artesanato desenvolvidos, organizadas politicamente como Estados, só foi possível devido ao desenvolvimento das forças produtivas (instrumentos tecnológicos, nova maneira de trabalhar, etc.) observado entre 6000 e 3000 a.C., quando os homens acumularam enorme soma de conhecimentos técnicos: a utilização da força da tração animal – o boi – e dos ventos, o uso do arado, do carro de rodas e do barco a vela, a fundição do cobre e, mais tarde, a fabricação do bronze (uma liga de cobre e estanho), o desenvolvimento de um calendário aperfeiçoado. A nova economia urbana (novo modo de viver) exigiu a escrita, os processos de contagem e os padrões de medida. A passagem da Barbárie à Civilização ocorreu primeiramente na faixa geográfica que corresponde ao Oriente Próximo: do vale do Rio Nilo e do Mediterrâneo Oriental, passando pela Síria e pelo Iraque (Mesopotâmia) até o Planalto Iraniano e o vale do Indo. Nessas regiões, de

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vales aluvionais e áreas desérticas e semidesérticas, o trabalho coletivo de um grande número de trabalhadores era a condição necessária para regularizar o curso de rios, drenar pântanos, construir canais de irrigação, enfim, recuperar o solo para a agricultura. Sendo regiões cortadas por grandes rios, que anualmente renovavam as terras aráveis, facilitou a sedentarização das populações. Para se dar a passagem para a nova economia, fez-se necessárias a produção e a acumulação de excedentes para alimentar o grande número de trabalhadores empenhados nas obras coletivas (pirâmides, palácios, templos, etc.), que não produziam diretamente o alimento que consumiam enquanto realizavam aquelas tarefas. Essa reserva de alimentos foi uma das precondições para a transformação da aldeia em cidade, conquistando novos territórios. (...)Com a vida sedentária, aperfeiçoaram-se as habitações, abrindo caminho para a arquitetura. Já antes de 3000 a.C., no Egito e na Mesopotâmia, construíam-se casas de barro. A arquitetura do tijolo, que envolvia a aplicação de princípios de Física e Matemática, desenvolveu-se na Síria e na Mesopotâmia. As comunidades de agricultores do Oriente Próximo passaram a produzir um excedente em relação ao consumo mínimo. O fator dominante foi o aparecimento da metalurgia. O cobre, encontrado livre na natureza, foi o primeiro metal a ser utilizado. (...)A utilização da energia animal (boi) e dos ventos foi a primeira tentativa dos homens no sentido de substituir a força humana pelo aproveitamento de forças da natureza. A invenção do arado de bois, substituindo a enxada primitiva, provocou uma revolução na agricultura. Com dois bois e um arado, um homem podia cultivar uma área maior do que a mulher cultivava com uma enxada: o pequeno lote de terra foi suplantado pelo campo.” (AQUINO, DENISE E OSCAR. História das Sociedades.).

- Agora responda em seu caderno:

O que significa a expressão “Divisão do Trabalho”?Relembre o significado de Estado. O que significa Barbárie?O que significa Civilização?

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Quais foram às precondições para o início da civilização?

TEMA: AULA INTERMEDIÁRIA - PARTE 2

O ORIENTE PRÓXIMO – O MODO – DE – PRODUÇÃO ASIÁTICO

Esquema do Crescente Fértil

1. Região onde se desenvolveram as primeiras civilizações (Região do Oriente Próximo).

a) Povoamento: Hamitas – origem (Deserto do Saara) Semitas – origem (Península da Arábia) Indo-Europeus (arianos) – origem (Europa Oriental)

Povoamento (entre o 5º e o 3º milênio)

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Originaram: Hamitas + Semitas: Egito Semitas: Mesopotâmia, Síria e Palestina Arianos: Hititas, Medos e Persas

2. Oriente Próximo: Berço das 1ªs civilizações da Antiguidade Oriental

Geografia: contraste Desertos Montanhas

Vales Férteis (fluviais – Palco de freqüentes lutas)

(Comunidades Hidráulicas) O Meio Físico

Natural “interfere” de certaforma na organização política e econômica.

3. Estado Teocrático ou Despótico (Despotismo Oriental). Monarquia Teocrática: autoridade sustentada ideologicamente por

princípios religiosos. Política e religião: Íntima relação Portanto temos: Modo de produção asiático:-- Surge o Estado- Surgem as classes sociais- surge a propriedade privada- surgem as desigualdades sociais

TEMA 10: A FORMAÇÃO DO ESTADO

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Podemos verificar diferenças significativas em relação à natureza do poder entre os grupos de seres humanos antes do aparecimento da escrita. O líder das comunidades de caçadores e coletores era aquele que exercia, de forma mais eficiente e habilidosa, a arte da caça. Entre os pastores-agricultores, a liderança do grupo era exercida por um homem mais velho. A autoridade se baseava nas relações de parentesco e no respeito pelo saber (conhecimento dos costumes e da história). Com o tempo, o grupo de guerreiros, sacerdotes e funcionários, que passou a apropriar-se do excedente produtivo, organizou-se e formou o Estado. Em algumas regiões, como no nordeste do continente africano, local do desenvolvimento da civilização egípcia, ocorreu uma grande centralização do poder do Estado, que passou a exercer o controle e a dominação de toda a comunidade.

TEMA 11: O EGITO ANTIGO

O EGITO ANTIGO (SOCIEDADE HIDRÁULICA) – ROTEIRO E EXERCÍCIOS1. INTRODUÇÃO :- Sociedade característica do Modo-de-Produção Asiático (período de Transição entre o Comunismo Primitivo e o Escravismo Antigo);- Estado Teocrático (Teocracia – forma de governo em que o poder é exercido em nome de um Deus, ou o governante se constitui no próprio Deus, como no Egito.); Segundo o historiador grego Heródoto: “O Egito é uma Dádiva do Nilo”;

1.1. LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA E A FORMAÇÃO DO ESTADO EGÍPCIO: O Vale do rio Nilo, localizado na região NORDESTE do Continente AFRICANO, já estava ocupado por populações do grupo linguístico Hamita, por volta de 6000 a.C. Ao longo de um estreito corredor que se estendia da Núbia, ao sul, até o delta do rio no mar Mediterrâneo, formaram-se os primeiros núcleos urbanos, que, inicialmente, foram chamados de NOMOS. Estes Nomos se agruparam em dois reinos – o do Alto Egito (sul) e o do Baixo Egito (norte). Mais tarde estes dois reinos se agruparam formando o Estado Teocrático do Egito. Isto ocorreu provavelmente entre 3.200 a.C., e muito possivelmente o líder desta união foi o primeiro Faraó (considerado um Deus) – Menés. Sua família teria formado a primeira dinastia (domínio de uma família do poder de governantes);

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1.2. ORGANIZAÇÃO DO ESTADO: Estruturou-se uma forma clássica de Estado despótico (sistema de poder onde o governante tem o total poder) e Teocrático, em que o Faraó possuía direito de vida e de morte sobre a maioria da população trabalhadora e detinha o controle da vida espiritual, pois seu poder se sustentava na propriedade das terras e na ligação com as divindades da religião egípcia. Por ser uma teocracia, o Estado conferia diversos poderes aos sacerdotes, na medida em que esses justificavam o poder divino do rei (faraó); na época do Novo Império, por exemplo, era nos templos que se armazenavam a produção vinda das cobranças de impostos dos camponeses (Felás – como eram chamados).

1.3. SOCIEDADE (formada por castas): - Controlada por uma minoria dominante formada pela família do Faraó (família real), pelos sacerdotes e pelos burocratas letrados chamados ESCRIBAS, a sociedade egípcia era constituída por uma maioria de camponeses – os FELÁS. Esses trabalhadores cultivavam a terra em regime de servidão coletiva, isto é, cultivavam a terra em regime de SERVIDÃO COLETIVA, isto é, cultivavam as terras do Estado (pertencentes ao faraó) e entregavam-lhe a maior parte da produção em forma de impostos. Fora da época de plantio e colheita, trabalhavam nas construções públicas (pirâmides, templos, palácios, etc.). Havia ainda uma camada minoritária de escravos – prisioneiros de guerra.

1.4. ECONOMIA EGÍPCIA: A base da economia do Egito Antigo era a agricultura irrigada (trigo, cevada), cultivavam também o algodão, criavam cabras, carneiros e até gansos. A pesca no rio Nilo era essencial. A economia era controlada pelo Estado. As inundações do rio Nilo traziam consigo detritos de matéria orgânica (Húmus) que fertilizavam o solo árido, preparando-o para o plantio.

1.5. A RELIGIÃO EGÍPCIA: A religião dos egípcios era politeísta (vários deuses), e seus deuses eram representados em formas humanas e animais antropozoomórfica). Alguns deuses se destacavam: Osíris (protetor dos mortos), Hekat (protetora dos partos), Hathor (vaca – deusa da alegria e do amor), Ísis (irmã e esposa de Osíris – deusa do casamento), Hórus (deus do céu – representava as forças da ordem),Thot (deus da escrita), Anúbis (deus dos mortos e responsável por buscar a alma do morto), Set e sua esposa Néftis (o mal e a morte), Amon-Ra (deus dos deuses, protetor dos faraós e considerado o Deus supremo). Adoravam também, além de

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alguns animais, como gatos, crocodilos e cães, as forças da natureza. Os egípcios acreditavam na VIDA APÓS A MORTE; para eles a alma retornava ao corpo, por isso desenvolveram técnicas de mumificação (embalsamamento) dos corpos e construíam pirâmides para sepultamento dos seus soberanos.

1.6. CULTURA EGÍPCIA: A religião foi o ponto principal da cultura egípcia, pois determinou a forma de vida, arquitetura, arte, sociedade, medicina, ciência, química, etc. Estas áreas se desenvolveram em função da crença religiosa. * Na Medicina, desenvolveram a mumificação. Acreditavam na vida eterna e na continuidade da alma e do corpo.* Na Escrita, desenvolveram simplesmente três tipos de escrita:& Hieróglifos: utilizada para templos sagrados e tumbas. Escrita religiosa;& Hierática: é a forma cursiva dos hieróglifos, utilizada para documentos oficiais;& Demótica: é a escrita mais popular e utilizada para qualquer finalidade.

*Na Arte, as regras da arte egípcia eram determinadas pelos faraós e sacerdotes, os artistas não estavam livres para criar. Quanto mais comprometida à imagem com a questão religiosa, mais rígida era a composição. Na representação dos escravos, agricultores e animais existe mais naturalismo, aparecem na vida cotidiana. A arte egípcia era: SIMBÓLICA: porque aconteceu em função da religião; FORMALISTA E RACIONALISTA: utilizou-se do desenho e da razão para se expressar; ESTEREOTIPADA: repetiu modelos; HIERÁTICA: obedeceu aos tabus religiosos.- Existem três tipos de representação na arte egípcia: Antropomórfica (forma humana); Zoomórfica (forma de animal) e Antropozoomórfica (forma humana e de animal – o deus Anúbis, por exemplo.).

* Na Escultura se desenvolveu mais que a pintura e os relevos. Elas eram feitas em pedra (calcário e pedras preciosas), o que limitava o movimento. Os braços geralmente eram colados ao corpo.

*Na Pintura, os principais exemplos são as pinturas murais (feitas nas paredes), mas também faziam pinturas em papiros (tipo de papel feito de árvore que tem o mesmo nome). A pintura egípcia seguiu algumas leis de trabalho: & A Lei da Frontalidade: olho e tórax de frente; rosto, pés e seios de perfil; buscavam a essência da forma, por isso procuravam representar as partes na sua melhor maneira de ser identificada;& A Lei Áulica: quanto mais importante ou comprometida a figura com a questão religiosa maior ela deveria ser.

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* Na Arquitetura: muito conhecida pela monumentalidade da arquitetura religiosa e funerária. As residências, palácios e fortalezas não eram consideradas obras para perpetuar, portanto utilizavam, na maioria das vezes, o adobe (tijolo de barro seco ao sol) e não a pedra.

*Arquitetura Funerária: & Mastabas: os primeiros faraós foram enterrados em Mastabas, que é uma espécie de base de pirâmide, mas em dimensões bem menores. Tem comprimento máximo de 8 a 10 metros. Dentro havia um fosso onde ficava o sarcófago. A parte de cima servia para as oferendas.

*Pirâmides escalonadas: eram Mastabas sobrepostas. Um exemplo é a Pirâmide de Djoser ou Zozer (3ª dinastia). O seu arquiteto foi Imhotep, considerado o primeiro arquiteto dos egípcios. Ele inventou a sobreposição de mastabas e iniciou a utilização de pedras. * Pirâmide: o faraó Snefrou, pai de Quéops, fez três tentativas de pirâmides: & Falsa Pirâmide de Meidum: que ruiu ainda na Antiguidade;& Pirâmide Romboidal ou Torta: seu ângulo foi modificado no meio e ela ficou torta;& Pirâmide Vermelha: considerada a primeira verdadeira pirâmide, tem dimensões muito parecidas com a Pirâmide de Quéops, com base de 220 X 220 m e 110 m de altura. & Na quarta dinastia são construídas as grandes Pirâmides de Gizé: Quéops (maior), Quéfren e Miquerinos (menores). São consideradas uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo.

2. Os Períodos da história egípcia da antiguidade:Período Pré-Dinástico: da formação dos nomos até a unificação dos dois

reinos com Menés em 3.200 a.C.O Antigo Império (provavelmente de 3.200 – 2300 a.C.):

- Menés: primeiro rei (faraó) – unificador do povo egípcio e centralização do poder em suas mãos (Estado Despótico e Teocrático);- Nomarcas (governadores dos nomos perdem força e prestígio);- O despotismo do rei se baseava na Servidão Coletiva dos camponeses;- A Quarta Dinastia e a construção das Pirâmides de Quéops, Quéfren e Miquerinos;- Nomarcas ganham força e reconquistam o poder – poder político descentralizado.

O Médio Império (2000 – 1750 a.C.):- Restabeleceu-se o poder dos faraós – a cidade de Tebas consegue novamente dominar o poder e restabelecer o poder despótico dos faraós – período conhecido como Império Tebano;- Invasão dos Hicsos – 1800 a.C. – 1580 a.C. – fim do isolamento dos egípcios;- Hebreus entram no Egito.

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O Novo Império (1580 – 662 a.C.): - Período de apogeu do Egito Antigo;- Restaurada a hegemonia da cidade de Tebas – expulsão dos Hicsos;- Amósis I torna-se o faraó e restabelece a unificação e o poder do Estado Despótico e Teocrático;- Neste período ocorre uma Reforma Monoteísta de Amenófis IV (mudou seu nome para Aquenaton ou Servidor de Aton). Esta reforma pretendia tornar o Egito um Estado monoteísta e aumentar o poder do faraó Aquenaton e de seus sacerdotes. - A reforma não obteve sucesso e Aquenaton foi substituído por Tutankamon;- Tutankamon restabelece o politeísmo;- Época das grandes conquistas externas;- Grandes construções públicas (templos de Lúxor e Karnac);- Invasão do povo Assírio de Assurbanipal;

O Renascimento Saíta ou Baixo Império (650 – 525 a.C.):- A libertação do povo egípcio foi liderada por Psamético da cidade de Saís (daí o nome Saíta);- O Egito é mais uma vez invadido – invasão Persa de Cambises.

Tema 12: A MESOPOTÂMIA (do grego – MESO (no meio de) e POTAMÓS (rio).) – SOCIEDADE HIDRÁULICA (ROTEIRO E EXERCÍCIOS

1. A MESOPOTÂMIA – “TERRA ENTRE RIOS” NO CRESCENTE FÉRTIL: - Região habitada por vários povos (cada qual com sua Cidade-Estado);- Mesopotâmia – região do Oriente Próximo (hoje Oriente Médio);- Atualmente a Mesopotâmia forma o Iraque;- Características geográficas: clima quente e solo árido. A agricultura dependia da construção de canais de irrigação, de barragens realizadas nos rios Tigre e no Eufrates. Foi justamente por isso que em cada Cidade, vai nascer um Estado. Uma organização capaz de administrar os trabalhos dos camponeses (Servidão Coletiva).

2. UMA SUCESSÃO DE POVOS E CONQUISTAS 2.1. Os Sumérios: - Provavelmente os primeiros a ocuparem a região (3.000 a.C.);- Fundaram Cidades-Estado como Ur, Uruk e Lagash. Estas cidades eram governadas por reis conhecidos como “ENSI” – Rei;- Os sumérios foram os criadores da Escrita Cuneiforme e também os criadores da Roda;- É muito provável que os sumérios criaram um código de leis – O Código Sumeriano – anteriormente inclusive ao famoso Código de Hamurábi “Olho por Olho, dente por Dente”;

2.2. Os Acádios: - Fundaram na Alta Caldéia as cidades de Agadê, Sipar e Babilônia;- Os sumérios foram dominados pelos Acádios: destacou-se o Rei Sargão I “Rei dos Quatro cantos da Terra”;- Conhecedores do arco e da flecha;- Foram destruídos com a penetração do povo Guti.

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O Primeiro Império Babilônico:- Por volta de 2000 a.C., o povo Amorrita conquistou a região da Babilônia;- Amorritas: antigos babilônicos;- Principal rei Amorrita: Hamurábi (1728 – 1686 a.C.):- foi o responsável pelo CÓDIGO DE HAMURÁBI ou LEI DE TALIÃO (Olho por olho, dente por dente).- Política de conquistas: os babilônicos dominaram um vasto Império do Golfo Pérsico até a Assíria;- Invasão de vários povos como: Hititas e os Cassitas: conseqüência – decadência do Império Babilônico e a Libertação dos Assírios.

O Império Assírio:- Conhecedores do ferro (metal) – este conhecimento facilitou a construção de armas potentes para a época (criação do Primeiro Exército Permanente do Mundo);- Dominaram um vasto Império que se estendeu por toda a Mesopotâmia, passando pelo Egito Antigo, pela Síria, Palestina;- Criadores da famosa biblioteca de Nínive (Cidade-Estado);- Por volta de 612 a.C., os Caldeus e os Medos conseguiram destruir o Império Assírio.

O Segundo Império Babilônico:- Principal Rei: Nabucodonosor (construtor dos Jardins Suspensos da Babilônia e do famoso Zigurate – “Torre de Babel”);- Diversas conquistas externas, entre elas a Tomada de Jerusalém (586 a.C.) – famoso “Cativeiro da Babilônia”.

Obs.: A HISTÓRIA DA MESOPOTÂMIA ANTIGA “INDEPENDENTE” TERMINA COM A INVASÃO DOS PERSAS.

3. A Sociedade Mesopotâmica :- Divisão social em castas:& Reis e nobres (aristocratas)& Sacerdotes e militares& Comerciantes& Camponeses (Servidão Coletiva)& Escravos – pequeno número

4. Religião: - Politeísta (acreditavam em vários deuses);- Exemplo: Marduk (deus da Babilônia) Samash ( deus do sol e justiça) Anu (deus do céu) Enlil (deus do ar) EA (deusa da água)

5. Economia :- Baseada na produção agrícola e também mercantil (comércio).

6. Escrita: - Escrita Cuneiforme e foi decifrada por Rawlinson.

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TEMA 13: OS HEBREUS

1. INTRODUÇÃO :A. Estudada através da Fonte Histórica – a Bíblia.B. Bíblia: Hebreus (Velho Testamento) – Religião “Revelada”: de Jeová

(Deus) para Moisés (Tábua dos Dez Mandamentos – Decálogo)

CARACTERÍSTICAS GEOGRÁFICAS: A. Localizada na Palestina.B. Região predominantemente desértica, onde a água é escassa, a não ser

perto do rio Jordão (Crescente Fértil), que fertiliza as margens.

EVOLUÇÃO POLÍTICA:A. Período dos Patriarcas (chefes Tribais):- Período que abrange desde a migração do clã de Abraão e o estabelecimento dos hebreus na Palestina (aproximadamente 2000 a.C.) em que lutaram contra os Filisteus e os Cananeus, até o Êxodo (saída dos Hebreus do Egito);- Êxodo (Moisés) – retorno dos Hebreus à Palestina. Atualmente, a comemoração religiosa da Páscoa judaica relembra a saída dos Hebreus do Egito. B. Período dos Juízes (chefes políticos, religiosos e militares): - Período de guerras contra os Filisteus pela posse da “Terra Prometida”;- Destacaram-se os Juízes: Débora, Gedeão, Sansão, Jefté e Samuel;- Sob o comando de Saul, as doze tribos hebraicas se uniram para concentrar forças contra o inimigo comum: os Filisteus. C. Período dos Reis (Monarquia Hebraica):- Em 1010 a.C., Saul, foi proclamado o primeiro Rei de todos os Hebreus (Unidade Política);- O sucessor de Saul foi Davi (criação de fato do Estado Hebreu);- Davi transformou a cidade de Jerusalém na capital do Estado. Organizou um exército permanente e burocratizou o Estado, com o dinheiro que arrecadou com os impostos;- Em 996 a.C., Salomão tornou-se Rei. Foi a época de maior esplendor do Estado Hebraico: Desenvolvimento do comércio; grandiosidade nas obras públicas como o Templo de Jerusalém (guardar o Decálogo); consagração de algumas festas religiosas como o Sabat (dia do descanso), a Páscoa (o Êxodo) e o Pentecostes (recebimento do Decálogo);

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- Após Salomão, a disputa pela sucessão levou ao fim da UNIDADE POLÍTICA, ocorreu o CISMA (separação) do Estado Hebraico: divisão em Reinos de Israel (capital em Samaria) e Judá (capital em Jerusalém);- Os Assírios dominaram o reino de Israel (701 a.C.);- Os Babilônicos dominaram o reino e Judá (586 a.C.) – evento conhecido como Cativeiro da Babilônia;- A DIÁSPORA HEBRAICA: dispersão dos Hebreus pelo mundo. Provocada pelo Império Romano.

TEMA 14: OS FENÍCIOS

1. INTRODUÇÃO :A. Atual Líbano e parte da Síria (origem semita)B. Geografia: A Fenícia era uma estreita faixa de terra (8000 km2),

comprimida entre a cordilheira do Líbano e o Mar Mediterrâneo. A proximidade do mar, as florestas de cedro e a existência de excelentes portos contribuíram para transformar os fenícios numa civilização de navegadores e comerciantes.

2. HISTÓRIA POLÍTICA : A. Unidade política inexistente (dividida em Cidades-Estado, como

Biblos, Sidon e Tiro). Seus regimes políticos variavam entre Monarquias hereditárias ou Repúblicas Plutocráticas (Conselho de Anciãos).

B. Os fenícios foram várias vezes submetidos (dominados por outros povos).

3. ECONOMIA : A. Base comercial (navegantes e comerciantes). O comércio, principal

atividade econômica dos fenícios, atingia o Mar Negro, o Mediterrâneo e o Oceano Atlântico. Por terra, esse comércio era feito através das rotas de caravanas que ligavam a Fenícia à Síria, Mesopotâmia e Arábia. Na “indústria”, desenvolveram-se os setores ligados à construção naval, à produção têxtil e à metalurgia. Os fenícios fabricavam, também, uma famosa púrpura, tintura extraída de um molusco, o múrice, que era utilizada na coloração de tecidos.

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4. SOCIEDADE : A. A sociedade fenícia era de castas e constituídas por sacerdotes,

aristocratas, comerciantes, homens livres e escravos. Portanto, dividida basicamente em dois grupos: Aristocracia (comerciantes, armadores e sacerdotes) e Camadas Populares (trabalhadores livres e escravos).

5. RELIGIÃO : A. A religião fenícia cultuava as forças da natureza e em seus rituais eram

realizados, inclusive, sacrifícios humanos. Os Fenícios não possuíam, paradoxalmente, divindades marinhas. As principais divindades eram Baal, deus do trovão e da chuva, Astartéia ou Astarte, deusa da fecundidade.

6. CIÊNCIA E O LEGADO CULTURAL : A. Na Fenícia, as ciências que mais se desenvolveram foram a matemática

e a astronomia, desempenhando importante papel na construção naval e na navegação.

B. A maior realização dos fenícios foi a invenção e a divulgação do Alfabeto de 22 letras. A simplificação da escrita, reduzida a 22 símbolos convencionais, decorreu em grande parte da necessidade de se comunicar e manter relações comerciais com as diversas civilizações do Oriente Antigo. Os gregos acrescentaram posteriormente cinco vogais as 22 consoantes e difundiram o Alfabeto pelo ocidente. Foi a primeira a apresentar sons (fonema).

ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM

Nome:_____________________________________nº.____série:____Data:__/__/__ Disciplina: História. Professor (a):________________.

TEMA: Os Fenícios

1. Leia atentamente o fragmento textual abaixo e logo após responda a questão proposta:

“O comércio ensinou os Fenícios a serem práticos. Assim, eles inventaram um sistema de escrita muito mais simples que o dos babilônios e o dos egípcios. A escrita Fenícia utilizava um alfabeto. Ou seja, em vez de usar símbolos para representar ideias, o alfabeto

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fenício utilizava símbolos que representavam o som das letras combinadas. O Alfabeto fenício foi aperfeiçoado pelos gregos e depois pelos romanos (...)” (SCHMIDT, Mario. Nova História Crítica. São Paulo: Editora Nova Geração, p. 104.).

A. Analise criticamente as ideias colocadas acima no texto.B. Qual a importância da linguagem escrita para os seres humanos?

2. Qual foi a principal atividade econômica desenvolvida pelos fenícios na Antiguidade? Qual a sua importância?

3. Descreva sinteticamente, a organização política dos fenícios.4. Analise o caráter de desenvolvimento científico da civilização

fenícia.5. Relacione a descoberta do Alfabeto de 22 letras com a importância

do comércio para os fenícios.

TEMA 15: OS PERSAS (Roteiro)

1. INTRODUÇÃO : A. Atual Irã.B. Formada pela fusão de dois povos: Os Medos e os Persas (+- 600 a.C.).C. Originários das estepes da Europa Oriental, os Persas, arianos do ramo indo-europeu, chegaram ao Irã no segundo milênio antes de Cristo. Guerreiros e conquistadores, dominaram os povos do Oriente Antigo e fundaram o maior Império de sua época, cujas fronteiras se estendiam do Mar Mediterrâneo ao Oceano Índico. Seu grande legado foi uma religião dualista, o Zoroastrismo, que se baseava na luta entre o bem e o Mal, na crença no Juízo Final e na vinda de um Messias.

2. GEOGRAFIA E POVOAMENTO:A. Região árida localizada entre a Mesopotâmia e a Índia. B. Planalto semi-árido, formado por montanhas e desertos, onde a temperatura oscilava entre pontos extremos e passava abruptamente de um calor escaldante a um frio glacial. Essa região, situada à margem do Crescente Fértil, limitava-se a oeste, com a Mesopotâmia; a leste, com a Índia; ao norte, com o Mar Cáspio e, ao sul, com o Oceano Índico.

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C. O nome Irã originou-se de Aryanam, que significava “país dos arianos”. Durante o segundo milênio antes de Cristo, o planalto foi invadido e povoado pelos arianos, tribos nômade-pastoris, que falavam uma língua indo-européia e eram provenientes das estepes da Europa Oriental. Dois grupos arianos ocuparam o planalto do Irã: os medos e os persas.D. Os medos fixaram-se ao norte, na região da Ecbátana, próximo à Assíria; os persas instalaram-se ao sul, entre as montanhas do Elam e o Oceano Índico.

3. HISTÓRIA POLÍTICA:A. Antes da criação do Império Persa: Por volta de 715 a.C., os medos foram conquistados pelos Assírios, civilização guerreira que habitava o norte da Mesopotâmia. Esse domínio estendeu-se até 612 a.C. , quando Ciáxares, rei dos medos, aliou-se a Nabopolassar, rei dos caldeus, e destruiu o Império Assírio. Na divisão dos despojos desse império, coube aos medos o domínio da Assíria e da Ásia Menor. O reino da Média transformou-se, por um curto período, num dos mais poderosos Estados do Oriente Antigo.B. Ciro, fundador do Império Persa e da Dinastia Aquemênida: No Irã, os medos haviam também estendido seu domínio sobre os persas. Essa situação perdurou até 550 a.C. , quando Ciro, nobre da família Aquemênida, destronou Astiges, rei dos medos, fundando o Império Persa. Ciro, primeiro Imperador da Dinastia Aquemênida, dominou o planalto do Irã, conquistando também o reino da Lídia e as cidades gregas da Ásia Menor. Em 539 a.C. , após a conquista da cidade da Babilônia, Ciro incorporou a Mesopotâmia, a Fenícia e a Palestina ao Império Persa. C. Cambises e a conquista do Egito: Em 525 a.C. , o imperador Cambises, filho de Ciro, conquistou o Egito e estendeu seus domínios até a Líbia.

Obs.: Esse Império, o mais extenso do Oriente Antigo, era habitado por um mosaico de povos, cuja diversidade de usos, costumes e tradições era preservada pelos persas. A tolerância religiosa e o respeito à cultura dos povos conquistados foram as principais características do Império persa.

D. Dario I, organizador do império: as satrapias, os “olhos e ouvidos do rei”, as estradas reais e o dárico: Coube a Dario I, sucessor de Cambises, dar ao império uma sólida organização político-administrativa. O império foi dividido em 20 províncias, conhecidas como satrapias, dirigidas por

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governadores que recebiam o título de sátrapas. Estes eram vigiados e fiscalizados por funcionários reais, os “olhos e ouvidos do rei”. A integração econômica das regiões e dos povos do império foi facilitada pela criação de uma moeda-padrão, o dárico, cunhada com ouro e prata. Os grandes centros do império estavam integrados por uma eficiente rede de correios. O período de Dario assinalou o apogeu e a decadência do império. As Guerras Médicas e a decadência do Império persa com Dario I e seu filho Xerxes. E. Resumidamente temos: - Poder político: imperador, burocratas e sacerdotes;- Ciro I e a unificação do Estado;- Cambises e a conquista do Egito;- Dario I: organização administrativa do império (satrapias) e as Guerras Médicas (Batalha de Maratona);- Xerxes e a derrota na Batalha de Salamina;- Dario III e a derrota para Alexandre, o grande da Macedônia (Batalha de Gaugamela).

4. UMA MONARQUIA ABSOLUTA TEOCRÁTICA, BASEADA NA TOLERÂNCIA ECONÔMICA, CULTURAL E RELIGIOSA E OS GRUPOS SOCIAIS:A. Base agrícola e comercial;B. O Império Persa era governado por uma Monarquia absoluta teocrática, caracterizada pela união entre o Estado e a Igreja. O império possuía quatro capitais: Susa, Persépolis, Babilônia e Ecbátana. O imperador persa – o rei dos reis – mantinha uma política de tolerância em relação às leis, costumes e religiões dos povos conquistados. Esta política de tolerância estendia-se também às atividades econômicas, onde a liberdade de troca impulsionou o desenvolvimento de intensas relações comerciais entre os diversos povos do Império. A existência de uma moeda-padrão e de um adequado sistema de transportes ligando os grandes centros do Império foram quatro outros fatores que contribuíram para incrementar o livre comércio. Pelo Império Persa passavam as rotas de caravanas que, através do comércio, ligavam a Índia e a China ao mar Mediterrâneo. A sociedade de castas, rígida e hierarquizada, era formada pela família real, os sacerdotes, a aristocracia, os militares, os comerciantes, os artesãos, os camponeses e os escravos.

5. O MAZDEÍSMO, A RELIGIÃO FUNDADA POR ZOROASTRO E BASEADA NA LUTA ENTRE O BEM E O MAL:

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A. O maior legado da civilização Persa e a única contribuição realmente original foi no plano religioso. O fundador da religião persa foi Zoroastro ou Zaratustra, que teria vivido no Irã por volta do século VII a.C. Conhecida como Mazdeísmo ou Zoroastrismo, a religião persa possuía um caráter dualista, isto é, baseava-se em dois princípios contraditórios: Ormuz-Mazda era o deus da luz e do bem; Ahriman, o deus das trevas e do mal. O dualismo religioso dos persas baseava-se, também, na crença no Juízo Final quando, ao cabo de 12 mil anos de existência da terra, o bem triunfaria sobre o mal. O fim do mundo seria marcado pela vinda de um Messias, Saoshyant, concebido por uma viagem, pela ressurreição dos mortos e pelo julgamento final, quando os bons seriam recompensados com a vida eterna no paraíso. Os princípios religiosos do Mazdeísmo exerceram grande influência sobre o judaísmo e, através deste, sobre o Cristianismo e o Islamismo. A doutrina de Zoroastro compilada por seus discípulos no livro sagrado dos persas: o Zend Avesta.

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