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Viviane Feitosa Pimentel ANÁLISE DO COMPORTAMENTO MECÂNICO DE SOLOS GRANULARES, MELHORADO COM CIMENTO NA CONSTRUÇÃO DE VIAS URBANAS Palmas - TO 2017

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Viviane Feitosa Pimentel

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO MECÂNICO DE SOLOS GRANULARES,

MELHORADO COM CIMENTO NA CONSTRUÇÃO DE VIAS URBANAS

Palmas - TO

2017

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VIVIANE FEITOSA PIMENTEL

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO MECÂNICO DE SOLOS GRANULARES,

MELHORADO COM CIMENTO NA CONSTRUÇÃO DE VIAS URBANAS

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) I elaborado e

apresentado como requisito parcial para obtenção do título de

bacharel em Engenharia Civil pelo Centro Universitário

Luterano de Palmas (CEULP/ULBRA).

Orientador: Prof. Esp. Euzir Pinto Chagas.

Palmas– TO

2017

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VIVIANE FEITOSA PIMENTEL

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO MECÂNICO DE SOLOS GRANULARES,

MELHORADO COM CIMENTO NA CONSTRUÇÃO DE VIAS URBANAS

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) I elaborado e

apresentado como requisito parcial para obtenção do título de

bacharel em Engenharia Civil pelo Centro Universitário

Luterano de Palmas (CEULP/ULBRA).

Orientador: Prof. Esp. Euzir Pinto Chagas.

Aprovado em: 12 / maio / 2017

BANCA EXAMINADORA

Prof.Esp. Euzir Pinto Chagas

Orientador

Centro Universitário Luterano de Palmas – CEULP

Prof. Dra Elizabeth Hermandez Zubeldia

Avaliador

Centro Universitário Luterano de Palmas - CEULP

Prof. M. Sc Edivaldo Alves dos Santos

Avaliador

Centro Universitário Luterano de Palmas - CEULP

Palmas –TO

2017

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 11

1.1 Problema ............................................................................................................................ 12

1.2 Justificativa ........................................................................................................................ 13

1.3 Objetivos ............................................................................................................................ 14

1.3.1 Objetivo Geral ................................................................................................................. 14

1.3.2 Objetivo Específico ......................................................................................................... 14

2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................ 15

2.1 Pavimento .......................................................................................................................... 15

2.2 Evolução histórica da pavimentação .................................................................................. 15

2.2.1 História da pavimentação ............................................................................................... 15

2.2.2 Situação atual da pavimentação no Brasil ...................................................................... 17

2.3 Classificação dos pavimentos ............................................................................................ 18

2.3.1 Pavimentos rígidos .......................................................................................................... 18

2.3.2 Pavimentos flexíveis ........................................................................................................ 19

2.3.3 Pavimentos semi-rígido ................................................................................................... 20

2.4 Camadas constituintes ........................................................................................................ 20

2.4.1 Subleito ............................................................................................................................ 21

2.4.2 Regularização do subleito ............................................................................................... 21

2.4.2.1 Reforço do subleito .................................................................................................... 21

2.4.3 Sub-base .......................................................................................................................... 22

2.5 Definição de solo ................................................................................................................ 22

2.5.1 Estruturas dos solos ........................................................................................................ 22

2.5.1.1 Solos do tipo coesivos ................................................................................................ 23

2.5.1.2 Solos não coesivos ...................................................................................................... 23

2.5.2 Índices físicos .................................................................................................................. 23

2.6 Ensaios para caracterização do solo ................................................................................... 24

2.6.1 Granulometria ................................................................................................................. 24

2.6.2 Ensaio de peneiramento .................................................................................................. 26

2.6.3 Ensaios de consistência................................................................................................... 28

2.6.3.1 Limite de liquidez (LL) ................................................................................................ 28

2.6.3.2 Limite de plasticidade (LP) .......................................................................................... 29

2.6.3.3 Índice de plasticidade (IP) ........................................................................................... 31

2.6.4 Compactação dos solos ................................................................................................ 441

2.6.4.1 Curva de compactação ............................................................................................. 442

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2.6.4.2 Ensaio de compactação ................................................. Erro! Indicador não definido.3

2.6.4.2.1 material necessário para a compactação ............................................................... 33

2.6.4.3 Ensaio de Proctor normal .......................................................................................... 35

2.6.5 Índice de suporte Califórnia ............................................................................................ 35

2.7 Estabilização do solo .......................................................................................................... 36

2.7.1 Estabilização de solos com cimento ................................................................................ 37

2.7.1.1 Cimento portland ..................................................................................................... 37

2.7.2 Base do solo cimento ...................................................................................................... 38

2.7.3 Base de solo melhorado com cimento ............................................................................. 38

2.8 Conceito de dosagem de solo cimento ............................................................................... 38

2.8.1 Método da ABNT ....................................................................................................... 39

2.9 Processo de construção ...................................................................................................... 40

2.9.1 Mistura no local da obra .............................................................................................. 40

2.9.2 Mistura com usinas .......................................................................................................... 42

2.9.2 .1 Execução da mistura para solo cimento .................................................................. 42

2.10 Classificação dos solos ..................................................................................................... 44

2.10.1Classificação TRB .......................................................................................................... 44

2.11 tipos de vias ......................................................................................................................46

2.11.1 estabelecimento de parâmetros de tráfego para classificação das vias.......................46

3 METODOLOGIA .............................................................................................................. 50

3.1 Apresentação do objeto de estudo ...................................................................................... 50

3.1.1 Mapeamento das amostras de materiais granulares ...................................................... 50

3.2 Materiais utilizados ............................................................................................................ 51

3.2.1 Solo granulares ............................................................................................................... 51

3.2.2 Cimento – solo melhorado com cimento ......................................................................... 52

3.2.2.1 Cimento – solo cimento ............................................................................................. 52

3.2.3 Água potável.................................................................................................................... 53

3.2.4 Materiais necessários para coleta das amostras: ........................................................... 53

3.3 Métodos .............................................................................................................................. 53

3.3.1 Metodologia de laboratório ............................................................................................ 53

3.3.2 Ensaios de caracterização .............................................................................................. 54

3.4 Preparação das amostras .................................................................................................... 54

3.4.1 Solo natural ..................................................................................................................... 55

3.4.2 Análise granulométrica ................................................................................................... 55

3.4.2.1 Análise granulométrica por peneiramento ............................................................. 55

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3.4.2.2 Limite de liquidez (LL) ............................................................................................. 56

3.4.2.3 Limite de plasticidade (LP) ...................................................................................... 56

3.4.3 Ensaios mecânicos .......................................................................................................... 57

3.4.3.1 Compactação (NBR 7182/86) ................................................................................... 57

3.4.3.2 Índice de suporte Califórnia (DINT-ME 049/2014) ............................................... 58

4 ORÇAMENTO ................................................................................................................... 59

5 CRONOGRAMA ............................................................................................................... 60

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 61

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Seção - típica de pavimento rígido ........................................................................... 18

Figura 2 - Seção típica de pavimento flexível .......................................................................... 19

Figura 3 - Camadas constituintes do pavimento ....................................................................... 20

Figura 4 - Curva granulometrica ............................................................................................ 285

Figura 5 - Obtenção dos índices D10 D30 e D60 ..................................................................... 26

Figura 6 - Sequência de ensaio de granulometria ..................................................................... 28

Figura 7 - Aparelho de casagrande ........................................................................................... 29

Figura 8 - Ensaio de limite de plasticidade............................................................................... 30

Figura 9 - Curva de compactação ............................................................................................. 32

Figura 10 – Esquema para distribuição do cimento ................................................................. 41

Figura 11 - Usina de solo cimento ............................................................................................ 42

Figura12- Classificação das vias e parâmetro de tráfego.........................................................49

Figura 13 - Localização das amostras....................................................................................... 51

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LISTA DE TABELAS

Tabela 01 - Teor de cimento sugerido para o ensaio de compactação do solo cimento ........... 44

Tabela 02 - Classificação dos solos .......................................................................................... 48

Tabela 03 - Orçamento do projeto de pesquisa ........................................................................ 57

Tabela 04 - Cronograma de atividades ..................................................................................... 58

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LISTA DE FÓRMULAS

Fórmula 01 – Coeficiente de uniformidade .............................................................................. 26

Fórmula 02 - Umidade .............................................................................................................. 31

Fórmula 03 – Limite de liquidez .............................................................................................. 33

Fórmula 04 - Índice de plasticidade ......................................................................................... 35

Fórmula 05 – Teor de umidade................................................................................................. 40

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LISTA DE SÍMBOLOS

ºC grau Celsius

cm centímetro

g grama

h teor de umidade

IP Índice de Plasticidade

kg quilograma

km quilômetro

LL limite de liquidez

LP limite de plasticidade

Min minuto

Ml mililitro

mm milímetro

nº número

N número de golpes na determinação de um ponto do ensaio

Ph massa do solo

Ps massa do solo seco

Psi libras por polegada

rpm rotação por minuto

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LISTA DE ABREVIATURA

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

CBR Califórnia Bearing Ratio

CNT Confederação Nacional do Transporte

CEULP Centro Universitário Luterano de Palmas

CPs Corpos-de-prova

DNER Departamento Nacional de Estradas de Rodagem

DNIT Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes

GPS Global Positioning System

HRB HighWay Research Board

ISC Índice Suporte Califórnia

LMS Laboratório de Mecânica dos Solos

NBR Norma Brasileira Regulamentadora

RCS Resistência a Compressão Simples

TRB Transportation Research Board

ULBRA Universidade Luterana do Brasil

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1 INTRODUÇÃO

A via é o meio para interligar rotas de mercadorias, circulação de veículos, além do

trânsito de pessoas. Sendo importante para a população que tem a necessidade de percorrer

longas distâncias em pouco tempo de viagem. O significativo aumento da população demanda

a ampliação da infraestrutura urbana, como por exemplo, a criação de novos bairros, que

necessitam de implantação de ruas internas e estradas de acesso. Estas obras trazem grandes

desafios à engenharia geotécnica, pois, sempre é necessária a busca de alternativa para

estabilização de solo, quando há inexistência de materiais de construção em jazidas locais

com características técnicas adequadas para as camadas de base ou sub-base.

O solo do tipo granular arenoso resulta num material de baixa plasticidade, muito

sujeito à erosão, patologias do tipo panelas e buracos, quando usado nas camadas base e sub-

base de vias pavimentadas sem uma interversão de estabilidade adequada e segurança das

mesmas (SENÇO, 2001). Sendo assim, é necessário recorrer a jazidas que forneçam solo

propício para o uso. Entretanto, algumas jazidas encontram-se a longas distâncias, o que onera

consideravelmente os custos das obras rodoviárias.

Desenvolver formas alternativas ao transporte de materiais distantes é fundamental

para que seja possível diminuir os devidos custos, consumo dos recursos naturais, reduzir a

poluição e também danos globais para o meio ambiente.

O presente estudo tem como objetivo, analisar o comportamento mecânico do solo

com a utilização de adição de cimento em solos do tipo granular arenoso, no que tange

estabilização e resistência necessária nas camadas inferiores para obtenção de pavimento, para

a contribuição de melhoria de várias propriedades no comportamento do solo e a relação

custo-benefício.

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1.1 Problema

As normas de pavimentação exige um padrão técnico de qualidade para garantir a

segurança, conforto e vida útil do projeto, mesmo que o fator economicamente viável seja

desfavorável, os padrões técnicos exigem que o solo para base e sub-base tenham

características adequadas para fins de pavimentação conforme a demanda do tráfego. No

entanto o material que geralmente encontra-se nas jazidas, que atendam ao Departamento

Nacional de Infra-estrutura de Transportes (DNIT), não estão próximos dos locais de

execução, ocasionando um aumento do custo no transporte de materiais, necessitando assim

de uma intervenção com a utilização de aditivos ou materiais agregados. Com base nesse

contexto, o que fazer para garantir que esses materiais com qualidades inferiores ás

especificadas, atendam às exigências mínimas de projeto?

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1.2 Justificativa

A pavimentação na construção de rodovias é constituída de diferentes camadas de

solos, sendo que cada camada possui suas características específicas para que possa atender as

solicitações de serviços e resistência exigidos por normas. Para Senço (1997) o pavimento é

um sistema com várias camadas de espessura infinita que se assenta sobre um semi-espaço

infinito e exerce a função de fundação da estrutura.

As camadas utilizadas na estrutura da pavimentação de rodovias são compostas por

solos, sendo esses encontrados no entorno da obra ou em jazidas próximas do local de

execução. Considerando que na maioria dos casos, o material encontrado no sub leito não

atinge as características de resistência mecânicas apropriada para a pavimentação, isto implica

na busca de materiais nas jazidas. Entretanto, quando estas se encontram a grandes distancias

do local da obra gera custos adicionais com o transporte. Ainda, levando em consideração que

os materiais encontrados das jazidas são limitados, a retirada de um grande volume de

material pode resultar na escassez e consequências ambientais, tais como, desmatamento da

área, degradação ambiental, erosões no solo, assoreamento, poluição, dentre outros. Estudos

apontam que a movimentação de material representa os maiores gasto na execução da

pavimentação asfáltica, consequência de que os materiais de boa qualidade são somente

encontrados distante do local da obra. Para atenuar estes gastos e consumo de material

natural, a adição de cimento no solo é comumente utilizada como uma técnica de

estabilização dos solos encontrados no local.

A finalidade desse trabalho é analisar o comportamento mecânico de solos

estabilizados com cimento Portland para as camadas de base e sub-base a vias urbanas,

através de ensaio de caracterização, utilizados em laboratório, no qual acontecerá a avaliação

do seu efeito em solo com baixa resistência.

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1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo Geral

O objetivo principal do trabalho é analisar o comportamento mecânico dos solos

granulares, com adição do cimento Portland, a fim de melhorar as características de suporte

dos materiais das camadas de base e sub-base na construção de pavimentação em vias

urbanas.

1.3.2 Objetivo Específico

• Analisar o material a ser estudado;

• Realizar os ensaios de granulometria, limite de liquidez, plasticidade,

compactação, Califórnia Bearing Ratio (CBR) e expansão;

• Realizar e avaliar o ensaio de compressão simples do solo cimento;

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Pavimento

Segundo Senço 1 (1997), pavimento é uma estrutura de múltiplas camadas de

espessuras finitas, construída sobre a face final de terraplenagem, destinada técnica e

economicamente a resistir aos esforços oriundos do tráfego de veículos e do clima, e a

propiciar aos usuários melhoria nas condições de rolamento, com conforto, economia e

segurança.

De acordo com o manual de pavimentação DNIT (2006), pavimento é a estrutura

edificada após a terraplenagem e destinada, econômica e simultaneamente em seu conjunto, a:

a) Resistir e distribuir ao subleito os esforços verticais produzidos pelo tráfego;

b) Melhorar as condições de rolamento quanto a comodidade e segurança;

c) Resistir aos esforços horizontais gerados no pavimento tornando mais durável

a superfície de rolamento.

2.2 Evolução histórica da pavimentação

2.2.1 História da pavimentação

Adotando como objetivo deste trabalho o melhoramento da sub-base de uma via que

passará a ser uma pavimentação, faz-se necessário conhecer a história desta técnica milenar.

Construir via de transporte é uma preocupação e atividade das civilizações passadas,

provocadas por razão econômica, de integração regional e de cunho militar; pavimentar as

vias tornou-se atividade essencial para a adequação e preservação dos caminhos mais

estratégicos, ainda na Antiguidade (BALBO, 2007).

1 Pode-se afirmar que os romanos já tinham uma boa malha viária há mais de 2.000 anos. Das

vias romanas, a mais conhecida de todas, criada em 312 a.C. é a Via Ápia, tinha o objetivo de ligar

Roma a Cápua, uma distância de 195 km, para que no período de não-inverno o exército romano

chegasse mais rápido (SENÇO, 2008).

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Ainda, Segundo Bernucci (2008), conhecer a história da pavimentação nos faz

compreender à própria história da humanidade, passando pelas grandes conquistas territoriais,

pelo povoamento dos continentes.

A história também é constituída de camada como os pavimentos e, constantemente, as

estradas formam um caminho para examinar o passado, daí serem uma das primeiras buscas

dos arqueólogos nas explorações de civilizações antigas (BALBO,2007);

O estabelecimento das primeiras técnicas de pavimentação, considerando seus

objetivos, extensões e impactos sociais devem ser atribuídos à forma de

organização urbana dos povos etruscos e cartagineses, de cujas experiências

tirou proveito a civilização romana, criando e aperfeiçoando técnicas que

perduraram por dois mil anos, estendendo-se por outros continentes além da

Europa, servindo de referência para a primeira obra de pavimentação de

estradas no Brasil Colônia. (BALBO, 2007, p. 10).

A técnica de pavimentação utilizada pelos romanos aprimorava-se à medida que

Roma, durante o período de consolidação da República, empenhava-se, constantemente na

abertura de novos caminhos, como forma de expansão de seu território. Os construtores da

época eram obrigados a tirar o melhor proveito possível dos materiais disponíveis nas regiões

próximas. O uso das técnicas romanas de pavimentação, ainda que de forma limitada,

estendeu-se praticamente até meados do século XVIII (BALBO, 2007).

Semelhantemente aos dias de hoje, as vias eram compostas por uma fundação e uma

camada de superfície, que variavam conforme os materiais disponíveis e a qualidade do

terreno natural. Com a expansão da utilização do cimento Portland nas construções, na

segunda metade do século XIX, o concreto viria a ser utilizado na pavimentação de vias,

como ocorreu pela primeira vez em Grenoble França, em 1879 (BALBO, 2007).

Segundo Senço (2008), após a multiplicação de abundante número de métodos de

dimensionamento de pavimentos, a maioria deles de forma empírica e intuitiva, e outros

buscando somar pontos positivos de alguns métodos, criando um novo e patenteando como

autoria própria.

Um dos primeiros métodos de dimensionamento de pavimentos, foi desenvolvido pelo

engenheiro O.J. Porter, diretor da Divisão de Materiais do California Highway Department,

nos anos 30. Seu dimensionamento é aplicado até hoje em dia, onde seu fundamento consistia

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na realização de um ensaio de resistência a penetração, o CBR, associado a curvas

estabelecidas em função da intensidade do tráfego (SENÇO, 2008).

Conforme Balbo (2007), a primeira rodovia pavimentada no Brasil da qual se tem

registro histórico é a ligação São Paulo - Santos, e não a ligação Rio-Petrópolis (esta

pavimentada com técnica semelhante cerca de noventa anos mais tarde). O mérito da obra

deve ser atribuído, do ponto de vista de engenharia, aos engenheiros da Escola de

Fortificações de Lisboa, conhecedores de técnicas romanas de pavimentação.

Segundo Senço (2008), no Brasil usa-se no desenvolvimento de projetos, o método do

DNER proposto pelo engenheiro Murilo Lopes de Sousa, método empírico baseado no ensaio

de CBR, no qual se usa amostras de solo para dimensionar as camadas que compõem o

pavimento.

2.2.2 Situação atual da pavimentação no Brasil

Segundo os levantamentos da Confederação Nacional do Transporte – CNT, (2016), a

grande maioria dos pavimentos do Brasil é considerado de baixo conforto ao rolamento,

incluindo muitos trechos da concessão da malha federal. Estima-se que são gastos de 1 a 2

bilhões de reais, por ano, para manutenção das rodovias federais. Acredita-se que seriam

necessários R$ 10 bilhões para recuperação de toda a malha viária federal.

No Brasil, a densidade da malha rodoviária pavimentada é ainda muito pequena,

principalmente quando confrontada com a de outros países de dimensão territorial

semelhante. São aproximadamente 25 km de rodovias pavimentadas para cada 1.000 km² de

área, o que corresponde a apenas 12,3% da extensão rodoviária nacional. Nos Estados Unidos,

são 438,1 km por 1.000 km2 de área. Na China, 359,9 km e na Rússia, 54,3 km. Ao analisar

as regiões, o Nordeste concentra o maior percentual de infraestrutura rodoviária (30,8%),

seguido do Sudeste (19,3%), do Sul (18,5%), do Centro-Oeste (17,6%) e do Norte (13,7%)

(CNT, 2016).

Conforme a Pesquisa CNT de Rodovias (2016), dos 103.259 km analisados, 58,2%

apresentam algum tipo de problema no estado geral, cuja avaliação considera as condições do

pavimento, da sinalização e da geometria da via. Quanto ao pavimento, 48,3% dos trechos

avaliados receberam classificação regular, ruim ou péssimo. Na sinalização, 51,7% das

rodovias apresentaram algum tipo de deficiência. Na variável geometria da via foram

constadas falhas em 77,9% da extensão pesquisada.

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Ainda, segundo a pesquisa, a má qualidade das rodovias é resultado de um histórico de

baixos investimentos no setor. Em 2015, o investimento federal em infraestrutura de

transporte em todos os modais foi de apenas 0,19% do PIB (Produto Interno Bruto). O valor

investido em rodovias (R$ 5,95 bilhões) foi quase a metade do que o país gastou com

acidentes apenas na malha federal (R$ 11,15 bilhões) em 2015. Já em 2016, até setembro, dos

R$ 6,55 bilhões autorizados para investimento em infraestrutura rodoviária, R$ 6,34 bilhões

foram pagos.

2.3 Classificação dos pavimentos

Como o pavimento é uma estrutura constituída por diversas camadas, existem serias

dificuldades para achar um termo que possa definir toda a estrutura. Essencialmente pode-se

classificar a estrutura de um pavimento em: rígidos, semi-rígidos e flexíveis. Alguns autores

classifica-os em apenas dois grupos, retirando o grupo de pavimento semi-rígidos aos demais.

2.3.1 Pavimentos rígidos

Pavimentos rígidos são aqueles que têm pouca deformabilidade, e são constituídos

essencialmente de concreto de cimento. Onde rompe por tração na flexão, quando sujeito a

deformações (SENÇO, 1997).

Segundo Souza (1980), o pavimento rígido é constituído por uma placa de concreto de

cimento, camada que tem a função de base e revestimento. No pavimento rígido o

dimensionamento é norteado pela resistência do próprio pavimento, (Figura 1).

Figura 1-Seção - típica de pavimento rígido

Fonte: https://www.google.com.br/search?q=seccion+tipica+de+un+pavimento+rigido

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Por apresentar um alto módulo de elasticidade e rigidez, os pavimentos rígidos tende a

distribuir a carga sobre uma área relativamente maior, diminuindo assim as tensões (YODER;

WITCZAK, 1975; apud D’AGOSTIN, 2010, p. 28).

2.3.2 Pavimentos flexíveis

Segundo Souza (1980), o pavimento flexível é formado por um conjunto de camadas,

constituídas por revestimento, base, sub-base, reforço de subleito, e subleito. Sendo que as

últimas correspondem ao terreno de fundação. De acordo com o autor, deve ser definido as

espessuras de cada camada, levando em consideração a capacidade de suporte dos materiais

constituintes e o volume de trafego, para dimensionamento de um pavimento deste tipo.

Na avaliação de Senço (1997), o pavimento flexível se caracteriza pela possibilidade

de limitada deformação sem acarretar danos estruturais. Além disso, são dimensionados para

resistir à tração e compressão na flexão proveniente da carga aplicada sobre o pavimento, no

entanto, podem apresentar deformação permanente e possível rompimento por fadiga.

Figura 2-Seção típica de pavimento flexível

Fonte: https://www.google.com.br/search?q=seção+transversal+típica+de+pavimento+flexível.

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Segundo Yoder e Witczak (1975, apud D’AGOSTIN, 2008), nos pavimentos flexíveis

existe uma carga pontual oriunda dos esforços nos pontos de aplicação das cargas, ou seja, as

tensões são distribuídas em uma área relativamente pequena. Diferente do pavimento rígido,

pois as tensões são distribuídas por uma grande área, sendo mais nas camadas de base e sub-

base, gerando uma proteção maior no subleito em relação a esses esforços gerados pelas

cargas.

2.3.3 Pavimentos semi-rígido

Esse pavimento é caracterizado por uma base cimentada por algum aglomerante com

propriedades cimentícias (estabilização química), (DNIT, 2006). É o caso de uma camada de

solo cimento revestido por asfalto.

2.4 Camadas constituintes

Segundo Medina e Motta (2005), a camada destinada a resistir às ações do tráfego e

transmiti-las de forma distribuída para as camadas inferiores é chamada de revestimento. As

camadas de subleito, reforço do subleito, sub-base e base tem grande importância estrutural.

Elas são responsáveis por restringir as tensões e deformações na estrutura do pavimento. Isto

acontece graças a combinação de materiais e espessura das camadas, esse fenômeno é

estudado pela mecânica dos pavimentos. Conforme a figura 3.

Figura 3- Camadas constituintes do pavimento

Fonte: https://www.google.com.br/search?q=camadas+constituintes+do+pavimento

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2.4.1 Subleito

Segundo Senço (1997), em qualquer caso do espaço semi-infinito, a camada

considerada subleito é a camada mais próxima da superfície, que é o terreno de fundação do

pavimento.

Conforme Souza (1980) é no terreno de fundação onde será apoiado todo o pavimento.

No qual é necessário ser considerado e estudado até as profundidades em que atuam

significativamente as cargas impostas pelo tráfego, as profundidades devem estar num

intervalo de 0,60 a 1,50 m de profundidade.

2.4.2 Regularização do subleito

Segundo o DNIT 137/2010, é a Operação que destinada em dar forma à superfície do

subleito. Segundo um perfil e uma seção transversal, obedecendo às larguras e cotas

determinadas e com material apropriado, compreendendo cortes ou aterros até 20 cm de

espessura e compactação.

Conforme Senço (1997), a regularização do subleito deve dar à superfície executada as

características geométricas do pavimento acabado.

2.4.2.1 Reforço do subleito

Segundo Senço (2008), é uma camada de espessura constante, construída acima da

regularização do subleito, quando for necessário, sendo um reforço da camada superior, ou

seja, a sub-base, sendo um complemento da sub-base, tem características tecnológicas

superiores à da regularização e inferior à da sub-base.

Conforme o DNIT 137/2010, é camada do pavimento, como o efeito de capacidade de

suporte superior à do subleito executada com o objetivo de minimizar a espessura da camada

de sub-base. Essa camada ela pode ou não existir, será solicitada conforme a necessidade do

projeto, em relação das características dos materiais utilizados e volume de veículos

dimensionando em projeto e entre outros fatores, relacionado com base na capacidade de

suporte da estrutura.

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2.4.3 Sub-base

Pinto (2002) define a sub-base como sendo aquela camada situada acima do reforço ou

regularização do subleito e abaixo da base do pavimento. É bastante usada em rodovias

importante, no qual suportam tráfegos pesados, se o solo de subleito é de boa qualidade, a

sub-base torna-se desnecessário. Com exceção da função estrutural ao pavimento, a sub-base

tem outras características, tais como: Se o material tiver qualidades granulométricas

drenantes, podem prevenir o acúmulo de água livre no pavimento; Prevenir a intrusão do solo

do subleito na base, ocasionando a destruição do pavimento. Segundo Senço (2008), sub-base

é a camada complementar à base, indicada quando, em condições técnicas e econômicas, não

for prudente construir a base diretamente sobre a regularização ou reforço do subleito. A regra

geral indica que o material da sub-base deve ter características tecnológicas superiores às do

material de reforço.

2.5 Definição de solo

Segundo Das (2007), a definição de solo seria um agregado não-cimentado de grãos

minerais e matéria orgânica decomposta (partículas sólidas), com liquido e gás nos espaços

vazios entre as partículas sólidas. Conforme as áreas profissionais, a palavra solo pode

adquirir várias definições. No geral quer dizer superfície do chão. A palavra solo em

mecânica do solo tem o significado voltado para a Engenharia.

Para Vargas (1977), sob ponto de vista puramente técnico, aplica-se o termo solo a

materiais da crosta terrestre que servem de suporte, são arrimados, escavados ou perfurados e

utilizados nas obras de Engenharia Civil.

2.5.1 Estruturas dos solos

Segundo Brady (1989) solo é o detrito que cobre rochas ou minerais a serem

explorados. A forma, o tamanho e composição mineralógica das partículas são fatores que

afetam a estrutura do solo. Em geral os solos classificam-se em dois grandes grupos: coesivos

e não-coesivos.

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2.5.1.1 Solos do tipo coesivos

De acordo com Vargas (1977) os grãos desse solo são comumente imperceptíveis a

olho nu, pois são muito finos. Para compreender as estruturas básicas em solos coesivos, é

necessário primeiramente conhecer os tipos de forças que agem entre as partículas de argila

suspensas em água. Essas partículas podem sedimentar muito vagarosamente ou continuar

em suspensão.

2.5.1.2 Solos não coesivos

As estruturas encontradas em solos não coesivos podem ser divididas em duas

categorias principais: com grãos isolados e alveolares. Segundo Das (2007), a densidade do

agrupamento é influenciada pela forma e distribuição do tamanho das partículas do solo e

suas posições relativas, assim um grande intervalo de índices de vazios é possível. Portanto,

solos com estrutura alveolar apresentam elevado índice de vazios e consequentemente, grande

probabilidade de recalque quando submetidos a cargas elevadas.

2.5.2 Índices físicos

Segundo Caputo (1996), no estudo das propriedades dos solos os índices e as relações,

desempenham um importante papel, sendo que dependem dos seus constituintes e das

relativas proporções, são eles:

Umidade: a umidade de um solo pode ser definida como sendo a razão entre o peso da

água contida em um determinado volume de solo úmido e o peso seco.

Peso específico aparente: é a razão entre o peso total da amostra e seu volume.

Peso específico aparente seco: corresponde à relação entre o peso total da amostra seca

e seu volume total.

Índice de vazios: é a razão entre o volume de vazios e o volume ocupado pela parte

sólida do solo. Pode ser determinado em função do peso específico das partículas do

solo e o peso específico aparente seco.

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Grau de compacidade: o estado natural de um solo não coesivo (areia, pedregulho)

define-se pelo grau de compacidade ou densidade relativa.

Porosidade: é a razão entre o volume de vazios e o volume total de uma amostra de solo,

sempre expressa em porcentagem.

Grau de saturação: é a porcentagem volumétrica de água existente nos vazios de um

solo. É a relação entre o volume de água e volume de vazios.

Peso específico aparente saturado: é o peso específico do solo que pode ficar saturado,

sem que ocorra variação no seu volume.

Peso específico aparente submerso: é o peso específico efetivo do solo quando

submerso, e corresponde ao peso específico natural menos o peso específico da água.

2.6 Ensaios para caracterização do solo

A caracterização do comportamento do solo deverá contemplar ensaios de campo,

ensaios laboratoriais e observação do comportamento em escala real.

Os ensaios proporcionam a obtenção de parâmetros e índice que identificam não só a

natureza do solo, bem como podem ser correlacionados com as suas propriedades mecânicas.

Os ensaios a realizar deverão visar à caracterização física e mecânica dos materiais. Em

determinadas situações, a caracterização hidráulica poderá ser também um dos aspectos

importantes.

2.6.1 Granulometria

A composição granulométrica de um solo permite o conhecimento da porcentagem das

partículas constituintes em função de suas dimensões o que representa um elemento de grande

valia para os estudos de comportamento desse solo, quer como elemento constituinte da

fundação em que se apoia um pavimento, quer como constituinte das próprias camadas do

pavimento (SENÇO, 1997).

No Brasil os ensaios de análise de granulometria são padronizados pela NBR-

7181(1984), na qual são determina alguns parâmetros do solo por meio da curva de

distribuição granulométrica tais como: diâmetro efetivo, coeficiente de uniformidade,

coeficiente de curvatura, coeficiente de segregação (CAPUTO, 1996)

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Segundo as dimensões das suas partículas e dentro de determinados limites

convencionais, as "frações constituintes" dos solos recebem designações próprias que se

identificam com as acepções usuais dos termos. Essas frações, de acordo com a escala

granulométrica brasileira conforme a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT),

são: pedregulho - conjunto de partículas cujas dimensões (diâmetros equivalentes) estão

compreendidas entre 76 e 4 ,8 mm; areia, entre 4,8 e 0,05 mm; silte, entre 0,05 e 0,005 mm;

argila, inferiores a 0,005 mm (CAPUTO, 1996).

Figura 4: Curva granulométrica

Fonte:http://www.wikiwand.com/es/Curva_granulom%C3%A9trica

A análise da curva de distribuição na figura 4 representada, no eixo das abscissas são

marcados os logarítmicos das dimensões das partículas e sobre o eixo das ordenadas as

porcentagens em massa, dos grãos inferiores aos da abscissa correspondente.

Caputo (1996) classifica os solos de acordo com os seguintes diâmetros:

Diâmetro efetivo: É o diâmetro correspondente a 10% em peso total de todas as

partículas menores que ele. O valor de D10 fornece uma das informações necessárias para o

cálculo da permeabilidade, utilizado no dimensionamento de filtros e drenos.

D30 e D60: diâmetros correspondentes a 30% e 60% em peso total das partículas

menores que eles.

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Coeficiente de uniformidade: é a razão entre os diâmetros correspondentes a 60% e

10%, tomados na curva granulométrica. Indica a falta de uniformidade, sendo tento menor

quanto mais uniforme for o solo.

Fórmula 1: Coeficiente de uniformidade

U = D60 / D10 1

Figura 5: Obtenção dos índices D10, D30 e D60

Fonte: www.google.com.br/search?q=curva+granulometrica&gws_rd=ssl

Os índices citados acima são obtidos diretamente do gráfico. Figura 5

Segundo a classificação seguinte, quanto menor o grau de uniformidade, maior é a

inclinação da curva granulométrica, e o solo é mais bem graduado:

U < 5: muito uniforme

5 < U < 15: uniformidade média

U > 15: desuniforme.

2.6.2 Ensaio de peneiramento

De acordo com Senço (1997), o ensaio é composto por um jogo de peneiras, onde o

material passar por cada uma delas, utilizando uma peneiradora mecânica que dá ao jogo

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vibração necessária para que os grãos encontrem a melhor posição para passar pelas aberturas

das peneiras. São utilizadas peneiras de malhas quadradas, de fios ondulados de latão ou de

bronze em caixilhos metálicos, com aberturas nominais constantes. Essas aberturas variam em

fração de polegadas e, em ordem decrescente, terminando por um fundo fechado, onde é

recolhido o material passado na peneira mais fina do jogo.

Segundo Caputo (1996), a análise granulométrica é feita pelo processo comum do

peneiramento de um solo cujas partículas têm dimensões maiores que 0,074 mm (peneira n

200 da A. S. T.M.)

De acordo com a NBR-7181 (1984), a aparelhagem e materiais necessários para a

execução do ensaio (figura 6) de peneiramento é a que se segue:

Estufa capaz de manter a temperatura entre 60°C e 65°C e, entre 105°C e 110° C;

Balanças que permitam pesar nominalmente 200 g, 1,5 kg, 5 kg e 10 kg, com

resoluções de 0,01 g, 0,1 g, 0,5 g e 1 g, respectivamente, e sensibilidades

compatíveis;

Recipientes adequados, tais como dessecadores, que permitam guardar amostras

sem variação de umidade;

Aparelho de dispersão, com hélices substituíveis e copo munido de chicana; a

rotação da hélice do aparelho não deve ser inferior a 9.000 rpm;

Proveta de vidro, com cerca de 450 mm de altura e 65 mm de diâmetro, com traço

de referência indicando 1,000 cm³ a 20°C;

Densímetro de bulbo simétrico, calibrado a 20°C e com resolução de 0,001,

graduado de 0,995 a 1,050;

Termômetro graduado em 0,1°C, de 0°C a 50°C;

Cronômetro;

Béquer de vidro, com capacidade de 250 cm³;

Proveta de vidro, com capacidade de 250 cm³ e resolução de 2 cm³;

Peneiras de 50, 38, 25, 19, 9,5, 4,8, 2,0, 1,2, 0,6, 0,42, 0,25, 0,15 e 0,075 mm, de

acordo com as normas NBR-NM-ISO 2395:97, NBR-NM-ISO 3310-1:97 e NBR-

NM-ISO 3310-2:97;

Escova com cerdas metálicas;

Agitador mecânico de peneiras, com dispositivo para fixação de até seis peneiras,

inclusive tampa e fundo;

Bagueta de vidro;

Bisnaga.

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Figura 6-Sequência de ensaio de granulometria

Fonte: http://aguaesolo.com/Servicos/Sedimentologia

Após as massas acumuladas em cada peneira faz-se a pesagem do material retido na

mesma. A massa que passa em cada peneira é apresentada numa relação percentual,

normalmente, os resultados referem-se às porcentagens dos solos que passam.

2.6.3 Ensaios de consistência

A influência dos solos finos não pode ser apenas definida pelo ensaio de

granulometria, sendo que só esse ensaio, não é possível ter noção exata do comportamento do

conjunto de partículas. O sueco Atterberg estudou os diferentes estados do solo em presença

da água e definiu os limites de consistência. Sendo os seguintes estados na ordem decrescente,

temos: estado líquido, estado plástico, estado semi-sólido e estado sólido (SENÇO, 1997).

2.6.3.1 Limite de liquidez (LL)

Para Senço (1997) o limite de liquidez é a transição do estado de consistência plástica

para o estado de consistência liquida, com o teor de umidade crescente.

De acordo com a NBR-6459 (1984), a aparelhagem e materiais necessário para a

execução do ensaio da determinação do limite de liquidez é a que se segue:

Estufa capaz de manter a temperatura entre 60°C e 65°C e, entre 105°C e 110°

C;

Cápsula de porcelana de aproximadamente 120mm de diâmetro;

Espátula de lâmina flexível com aproximadamente 80mm de comprimento e

20mm de largura;

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Cinzel

Recipientes adequados tais como: pares de vidros de relógio com grampo que

evitem a perda de umidade da amostra;

Balanças que permitam pesar nominalmente 200 g, 1,5 kg, 5 kg e 10 kg, com

resoluções de 0,01 g, 0,1 g, 0,5 g e 1 g, respectivamente, e sensibilidades

compatíveis;

Gabarito para a verificação da altura de queda de concha;

Esfera de aço com 8mm de diâmetro;

Cronômetro.

A determinação do limite de liquidez (LL) é realizada com o aparelho de Casagrande

(figura 7), que é em um prato de latão em forma de concha, sobre um suporte de ebonite. Por

meio de um excêntrico, defere-se ao prato repetidamente, com a altura de quedas de 1 cm e

intensidade constante (Caputo, 1996).

Figura 7-Aparelho de casagrande

Fonte: http://www.solocap.com.br/detalhe.asp?idcod=CASAGRANDE

O ensaio com a utilização do aparelho de Casagrande permite a determinação do

menor teor e umidade com que uma amostra de solo pode fluir.

2.6.3.2 Limite de plasticidade (LP)

Para Senço (1997), o limite de plasticidade é a transição de estado de consistência

semi-sólida para o estado de consistência plástica (umidade crescente). Tem o símbolo LP e

expresso em %.

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O LP é determinado pelo cálculo da porcentagem de umidade para a qual o solo

começa a surgir ruptura quando se tenta moldar um cilindro de 3 mm de diâmetro e de 10cm

de comprimento (CAPUTO). É realizado manualmente por repetidos rolamentos da massa de

solo sobre a placa de vidro fosco e, fazendo-se pressão com a palma da mão sobre a mesma,

surgindo a forma cilíndrica. (Figura 9).

Figura 9-Ensaio de limite de plasticidade

Fonte: http://www.labgeo.ufscar.br/ensaios.php?item=3

Obtido esse rompimento na forma preconizada, determina-se a umidade

correspondente que, por definição, é o limite de plasticidade dos solos.

De acordo com a NBR-7180 (1984), a aparelhagem e materiais necessários para a

execução do ensaio da determinação do limite de plasticidade é a que se segue:

Estufa capaz de manter a temperatura de 60ºc e de 105º a 110º;

Cápsula de porcelana com aproximadamente 120 mm de diâmetro;

Espátula de lâmina flexível com aproximadamente 80 mm de comprimento e

20 mm de largura;

Recipientes adequados, tais como pares de vidros de relógio com grampo, que

evitem a perda de umidade da amostra;

Balança que permite pesar nominalmente 200g, com resolução 0,01 g e

sensibilidade compatível;

Gabarito cilíndrico para comparação, com 3 mm de diâmetro e cerca de 100

mm de comprimento;

Placa de vidro de superfície esmerilhada, com cerca de 30 cm de lado.

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2.6.3.3 Índice de plasticidade (IP)

Segundo Senço (1997), o índice de plasticidade é obtido por meio da expressão:

Fórmula 4: Índice de plasticidade

IP= LL – LP

Em que:

LL = limite de liquidez em %;

LP = limite de plasticidade em %.

A expressão de índice de plasticidade é a diferença entre os limites de liquidez e de

plasticidade (CAPUTO, 1996).

Assim, quando limite de plasticidade não pode ser determinado devido à natureza do

material (material não plástico, por exemplo: areia), este é designado por NP (não plástico)

(SENÇO, 1977, p.99).

Solos com características argilosos obtém um maior índice de plasticidade, assim,

quanto maior o IP, tanto mais plástico será o solo (CAPUTO, 1996, p.56). Os solos poderão

ser classificados em:

fracamente plásticos ............................ 1 < IP < 7;

medianamente plásticos ..................... 7 < IP < 15;

plásticos ................................................... IP > 15;

Segundo Senço (1977, p.99) um alto índice de plasticidade indica um solo que pode

absorver grande quantidade de água, absorção essa que provoca aumento de volume. Com a

retirada da água, tem-se elevada contração que, no campo, significa elevado recalque.

2.6.4 Compactação dos solos

De acordo com Caputo (1996) entende-se por compactação de um solo, o processo

manual ou mecânico que visa reduzir o volume de seus vazios e, assim, aumentar sua

resistência, tornando-o mais estável. Ainda, a compactação de um solo visa melhorar suas

características, não só quanto à resistência, mas, também, nos aspectos: permeabilidade,

compressibilidade e absorção d’água.

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Conforme Senço (1977) a obtenção da maior massa específica aparente possível de um

solo por meio da aplicação de energia mecânica implica-se obter a maior quantidade de

partículas sólidas por unidade de volume, o que resulta aumentar a resistência desse solo.

Ralph R. Proctor, em 1993, na Califórnia analisou que a densidade atingida na

operação de compactação dependia da umidade do solo, quando da compactação. Essa

observação serviu de embasamento para a construção de toda a técnica de compactação e á

previa determinação de qual a umidade mais conveniente para se obter um máximo de

compactação para uma determinada energia (SENÇO, 1977).

O Ensaio de Compactação surgiu a partir das publicações de Proctor, ou Ensaio de

Proctor, padronizado no mundo inteiro.

2.6.4.1 Curva de compactação.

A variação de energia de compactação tem grande importância quando se pretende

pavimentar uma estrada (SENÇO, 1996).

Figura 10: Curva de Compactação

Fonte: https://www.google.com.br/search?q=ensaio+de+peneiramento

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O traçado da curva de compactação é fundamentado nos dados obtidos no ensaio de

compactação para os diferentes teores de umidade, a umidade ótima e o peso específico seco

máximo são obtidos por meio desta curva (CAPUTO,1983).

De acordo com PINTO (2002), quando se compacta com umidade baixa, o atrito entre

as partículas é muito alto e não se consegue uma significativa redução dos vazios. Em

umidades mais elevadas, a água provoca certo efeito de lubrificação entre as partículas, que

deslizam entre si, amoldando-se num arranjo mais compacto.

2.6.4.2 Ensaios de compactação

Para Senço (2008), a aplicação de alguma forma de energia, seja ela impacto,

vibração, compressão estática ou dinâmica, é chamada de compactação. A sua aplicação

atribui ao solo um aumento de seu peso específico e resistência ao cisalhamento, e uma

diminuição do índice de vazios, permeabilidade e compressibilidade.

2.6.4.2.1 Material necessário para compactação

De acordo com a norma do DNIT 164/2013-ME, a aparelhagem e materiais

necessários para a execução do ensaio da determinação do limite de plasticidade é a que se

segue:

Disco espaçador metálico de 15,00 cm ± 0,05 cm de diâmetro e de altura igual

a 6,35 cm ± 0,02 cm.

Molde cilíndrico metálico de 15,24 cm ± 0,05 cm de diâmetro e 17,78 cm ±

0,02 cm de altura;

Soquete metálico cilíndrico, de diâmetro igual a 5,08 cm ± 0,01 cm, massa de

4,536 kg ± 0,01 kg, e com a altura de queda igual a 45,72 cm ± 0,15 cm;

Extrator de amostra do molde cilíndrico.

Estufa capaz de manter a temperatura a 110°C ± 5°C;

Balança com capacidade de 20 kg, com sensibilidade de 1 g;

Balança com capacidade de 1 kg, com sensibilidade de 0,1 g;

Almofariz e mão de gral recoberta de borracha, com capacidade para 5 kg de

solo;

Repartidor de amostras de 5,0 cm de abertura;

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Régua de aço biselada, rija, de cerca de 30 cm de comprimento;

Peneiras de 50 mm, 19 mm e 4,8 mm, conforme NBR NM ISO 3310- 1:2010;

Cápsulas de alumínio com tampa, ou de outro material adequado, capaz de

impedir a perda de umidade durante a pesagem;

Papel de filtro circular com 15 cm de diâmetro;

Proveta graduada, com capacidade para 1 000 ml;

Acessórios, tais como bandeja, espátula, colher de pedreiro etc.

Nota: Os corpos de prova moldados (conjunto cilindro + solo úmido compactado)

deverão ser utilizados nos ensaios de expansão e penetração, para determinação do Índice de

Suporte Califórnia.

Figura 11: Corpo de prova moldado

Fonte: http://www.labgeo.ufscar.br/ensaios.php?item=9

Para obtenção do valor de teor de umidade, calcula-se pela fórmula logo abaixo:

Fórmula 5: Teor de umidade

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Onde:

H = teor de umidade, em %;

Ph = peso do material úmido;

Ps = peso do material seco em estufa a 105º C a 110º, até constância de peso.

Fazem-se as pesagens como aproximação de 0.01g.

2.6.4.2 Ensaio de Proctor normal

O ensaio incide em compactar o solo com porcentagens crescente de umidade no

molde cilíndrico de dimensões específicas. A compactação é feita em camadas, sendo três

camadas iguais golpeadas por um soquete dimensões peso e altura de queda com várias

porcentagens crescente de umidades (SENÇO, 1997).

Segundo DAS (2007) no ensaio de Proctor, se pega um molde com volume 944cm³

(1/30 ft³) e diâmetro de 101,6mm (4in).

2.6.5 Índice de suporte Califórnia – CBR

No final da década de 30 o ensaio de Índice de Suporte Califórnia (ISC), ou California

Bearing Ratio (CBR) foi realizado por O.J Porter, diretor da Divisão de Materiais do

Califórnia Highway Departament, com a finalidade de definir a resistência dos materiais

grenulares empregados nos serviços de pavimentação.

Para Senço (1997), a relação do percentual entre a pressão necessária para fazer

penetrar de maneira controlada, um pistão num corpo de prova conforme foi preparado e a

pressão para fazer penetrar o mesmo pistão, à mesma profundidade, numa amostra padrão de

pedra britada, ou material equivalente, exigindo a pressão de 1.000psi a penetração de 0,1” ou

1.500psi para penetração de 2”, é a definição do CBR.

Segundo a norma brasileira DNIT-ME 049 (2004), do Departamento Nacional de

Estradas de Rodagem, apresenta os procedimentos para a execução do ensaio de CBR.

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Preparo do corpo de prova: o solo que foi passado na peneira ¾” e compactado na

massa especifica e umidade ótima de projeto, em um cilindro que tem um anel de 50mm de

altura, provido de uma altura de 125mm e um diâmetro de 150mm.

Imersão do Corpo de Prova: Se dá em colocar os corpos de provas já compactados,

submersos em água por um período de 96 horas, onde são realizadas medidas de expansão.

A penetração do corpo de prova: é feita através do puncionamento na face superior

da amostra por um pistão com aproximadamente 50mm de diâmetro, sob uma velocidade de

penetração de 1,25mm/min. Anotam-se, ou registram-se no caso de equipamento

automatizado, as pressões do pistão e os deslocamentos correspondentes, de forma a

possibilitar a plotagem de uma curva pressão-penetração, na qual se definem os valores de

pressão correspondentes a 2,54mm (P 0,1”) e 5,08mm (P 0,2”).

Segundo (DNER, 1981), as exigências quanto ao limite do ISC e da expansão

impostas por esse método de dimensionamento são as seguintes:

Os materiais do subleito devem apresentar ISC ≥ 2% e expansão ≤ 2%;

Os materiais para reforço do subleito devem apresentar ISC maior que o do subleito e

expansão ≤ 2%;

Os materiais para reforço do subleito devem apresentar ISC maior que o do subleito e

expansão <1%;

Os materiais para a sub-base devem apresentar ISC ≥ 20% e expansão;

Os materiais para a base devem apresentar ISC ≥ 80% e expansão;

2.7 Estabilização do solo

Entende-se por melhoria ou reforço de solo a utilização de estabilização Mecânica ou

físico-químicos, visando melhorar as condições de resistir a deformações e ruptura do solo.

ESTABILIZAÇÃO DO SOLO

Mecânica Físico-químico

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Segundo Senço (2001), a estabilização de um solo pode ser conseguida simplesmente

pela adequada distribuição dos grãos de diversos tamanhos de diâmetro, denominada como

estabilização granulométrica. Em linhas gerais, a distribuição das porções de tamanhos

diferente provoca o preenchimento de todos vazios dos grãos maiores pelos os grãos médios,

e os vazios desses, pelos miúdos. O conjunto, de estrutura densa, representa um produto de

densidade aparentemente superior à dos elementos, o que lhe fornece maior resistência e

impermeabilidade, além de exigir, em caso do uso de algum aglomerante, como cimento,

asfalto, cal e outros, o mínimo consumo desse aglomerante.

2.7.1 Estabilização de solos com cimento

O que distingue os termos de solo estabilizado e solo melhorado é a relação da função

do grau de modificação das propriedades do material. Ação estabilizante do cimento pode

ocorrer segundo dois mecanismos diferentes. O primeiro sendo um dos mecanismos para

teores em cimento menores, fundamentalmente ocorre uma modificação da fracção argilosa

do solo que diminui a sua plasticidade, podendo ser ou não acompanhada de aumento da

resistência mecânica, uma vez que o cimento forma núcleos independentes na massa de solo.

O segundo permite o aumento da resistência mecânica devido à propriedade aglutinante do

aditivo que cimenta as partículas de solo, com teores mais elevados de cimento.

2.7.1.1 Cimento Portland

Conforme o manual de pavimentação do DNIT (2006), dentre as categorias de

cimentos atualmente fabricados no Brasil, destacam-se os do tipo Portland comum, composto,

de alto-forno, pozolânico, de alta resistência inicial, e resistente a sulfatos. Assim, tem-se:

_ Cimento Portland comum - CP I e CP I - S (ABNT EB - 1/91);

_ Cimento Portland composto - CP II - E, CP II - Z e CP II – F (ABNT EB -2138/91);

_ Cimento Portland de alto-forno - CP III (ABNT EB-208/91);

_ Cimento Portland pozolânico - CP IV (ABNT EB - 758/91);

_ Cimento Portland de alta resistência inicial - CP V - ARI (ABNT EB - 2/91);

_ Cimentos Portland resistente à sulfatos - RS (NBR - 5737).

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Segundo Senço (2001), uma das propriedades mais pretendidas com a adição de

pequenos teores de cimento é a redução de plasticidade, fazendo com que o índice de

plasticidade caia a valores compatíveis com as necessidades. Por ser um material fino a adição

de cimento a um solo pode alterar seu teor de argila, assim como sua expansão e outras

propriedades.

São usados para a maioria das aplicações o cimento Portland tipo I ou tipo II. Levando

em consideração que o tipo de cimento a ser utilizado varia segundo as propriedades

desejadas e tipo de solo.

2.7.2 Bases de solo cimento

Solo-cimento é uma mistura de solo selecionado, água e cimento, em proporções

adequadas e previamente determinadas, essa mistura, uniformizada e bem executada no

processo de compactação do material, satisfaz as condições exigidas para funcionar como

base de pavimento (SENÇO, 1979). O teor de cimento adotado é de 8 % do volume, com

variação para mais e para menos, garantindo assim uma base rígida, resistente e gerando uma

vida útil maior (SENÇO, 2001).

2.7.3 Base do solo melhorado com cimento

Esta modalidade é obtida mediante a soma de baixos teores de cimento (2% a 4%),

visando principalmente à transformação do solo no que se refere à sua plasticidade e

sensibilidade à agua, sem cimentação acentuada, são consideradas flexíveis (DNIT, 2006).

Segundo Senço (2001) a mistura de solos com teores insignificantes a do solo cimento

é utilizada para melhorar as condições desses solos, sem se pretender altas resistências á

compressão e durabilidade. Não são consideradas solo cimento, misturas mais pobres, em teor

de cimento.

2.8 Conceitos de dosagem de solo cimento

Segundo Pinto (2002), a dosagem indicada e aplicada ao solo depende das

características que se pretende do material resultante. Conforme (SENÇO, 2001), a utilização

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de um teor conveniente de cimento Portland misturado com o solo pulverizado é o primeiro

requisito para se obter uma base ou sub-base de solo-cimento com características adequadas

quanto ao comportamento sob a ação de tráfego. Outro requisito é que a mistura obtenha um

teor ótimo de umidade, produzindo uma mistura que, antes da hidratação do cimento, possa

ser devidamente compactada, atingindo a densidade exigida máxima.

Dessa forma, verifica-se que a dosagem da mistura solo, cimento e água deverá, a

partir da seleção do solo, determinar os teores melhores dos outros dois materiais – cimento e

água, proporcionando, os dados necessários para o cálculo das porções, e as especificações

visando à obtenção de uma base dentro das normas do projeto.

Não se tem dado grande ênfase á estabilização de solos argilosos com adição de teor

de cimento, preferindo-se a utilização de solos arenosos, o que representa uma dupla

vantagem, pois, melhora a qualidade das bases obtidas, e a facilidade de dosagem e execução.

Assim, pode-se resumir a dosagem do solo-cimento ao chamado Método.

Simplificado, o qual é recomendado para solos arenosos.

Abaixo os seguintes requisitos para sua utilização:

O solo deve ter, no máximo, 50% de silte + argila;

Menos de 20% de argila;

Não deve ter porcentagens significativas de matéria orgânica e impurezas.

2.8.1 Método da ABNT

Critérios de controle para solo cimento

Inicialmente a norma de dosagem de misturas solo-cimento recebeu o número de

registro NB 01336, foi baseado no método de dosagem da Portland Cement Association

(PCA) e na comprovação dos resultados de um grande número de obras executadas com

grande variedade de solos. Atualmente a norma é ABNT NBR 12253 (1992).

Segundo a norma NBR 12253 a representação simplificada dos procedimentos de

dosagem pode ser:

a) Executam-se os ensaios de caracterização do solo, faz-se a classificação HRB

(ASTM D 3282) e somente os solos tipo A1, A2, A3 e A4 são considerados para a mistura

solo-cimento, descartando-se, os solos argilosos e siltosos.

b) A escolha do teor de cimento para o ensaio de compactação é baseada na tabela 1.

Deve ser classificado conforme a (ABNT NBR 12253, 1992).

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Tabela 1: Teor de cimento sugerido para o ensaio de compactação do solo - cimento

Fonte: NBR 12253/92

c) Obtém-se a umidade ótima e massa específica máxima no ensaio de compactação.

d) preparam-se corpos-de-prova com estes teores sugeridos e submetem-se os mesmos

ao ensaio de compressão simples (RCS) após 7 dias de cura.

e) Analisam-se os resultados, se não for atingido a RCS estipulada, varia-se o teor de

cimento. Também é possível aumentar um pouco a RCS aumentando-se a energia de

compactação.

2.9 Processo de construção

Existem dois métodos de construção da base ou sub-base de solo cimento que sendo

apresentado a seguir:

1- Mistura no local;

2- Usinagem.

2.9.1 Mistura no local da obra

Senço (2001) é afirmado que mistura no local ainda é um método bastante utilizado.

Nas execuções primordiais do solo cimento dava-se especial ênfase a utilização, quando

possível, do próprio solo da pista. Porém, aos poucos, foi-se verificando que a importação de

solo melhor satisfazia às exigências do serviço, pois com a utilização do material da própria

pista implicava graves desvantagens em relação a destruição da compactação já alcançada

através da passagem de tráfego, às vezes por muitos anos, a variação de solos encontrados ao

longo do trecho e a quantidade de desgaste do equipamento, quando atritando com a casca

superior do leito antigo da via.

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O processo fundamenta-se basicamente em importar um solo de uma caixa de

empréstimo boa, sendo colocado em camadas uniformes ao longo do trecho, distribui o

cimento na quantidade específica e inicia-se a mistura do solo + cimento, contendo apenas a

umidade natural dos materiais, após a homogeneização adiciona-se água para adquirir a

umidade perfeita para que seja feita a compactação.

Figura 11 – Esquema para distribuição do cimento.

Fonte: Adaptação Senço (2001)

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2.9.2 Mistura com Usinas

Segundo Senço (2001), na usinagem, utilizam-se grandes estabilizadoras de 200 a 600

ton, sendo que os materiais (solo, cimento, água) são introduzidos num misturador, nas

proporções convenientes e por entradas independentes, caindo à mistura pronta em

basculantes que a transportam para a pista.

O solo cimento usinado vai gradativamente substituindo o processo de execução com

mistura no local. As usinas de solo cimento podem ser instaladas dentro da própria jazida de

solo, o que reduz os custos a um mínimo, devido à redução do transporte inicial.

Depois de usinada a mistura é levada até a pista e distribuída em camadas uniformes

para que seja feita a compactação igual à realizada no caso do solo misturado no local. É

evidentemente um processo mais avançado de execução, reduzindo-se ao mínimo os fatores

que podem impedir a obtenção de homogeneização e compactação adequada.

Figura 12 – Usina de Solo Cimento.

Fonte: Adaptação Senço (2001)

2.9.2.1 Execução da mistura para solo cimento

Segundo DNER–ES 306\97 todo trecho, logo após a sua execução, será submetido a

um processo de cura, devendo ser protegido contra a perda rápida de umidade durante período

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de, pelo menos, sete dias, pela aplicação da camada de solo, de capim, ou de outro material,

conforme indicado no projeto.

A cobertura devera ser aplicada o mais cedo possível após a conclusão da base. A base

devera ser mantida úmida ate colocação da cobertura. O solo e o capim deveram ser mantidos

constantemente molhados.

Todo trecho acabado, que venha a ser transitado por equipamento destinado a

construção de trecho adjacentes, será continuamente recoberto com, pelo menos, 15 cm de

solo, de modo a permitir qualquer estrago na via concluída.

No caso de proteção a cura com o emprego do material betuminoso, este devera ser

usado de acordo com a conforme o tipo do material.

A pintura de proteção só poderá ser como pintura de ligação se, por ocasião da

aplicação do revestimento asfáltico, se encontrar em condições de cumprir os requisitos

necessários e livres de pó ou material estranho.

Não será Permitido o transito de maquinaria pesada sobre o trecho recém terminado.

Exclui-se os veículos de rodas pneumáticas para o transporte de agua ou cimento. Cuja o

transito será permitido desde que a superfície tenha endurecido suficientemente, de modo a

evitar estragos, e nela tenha sido feita a devida proteção os trechos terminados serão abertos

ao trafego, transcorrido ao período de sete dias de cura, e desde que a superfície tenha

endurecido suficientemente.

Equipamentos para a execução do serviço de base com o solo melhorado com cimento

ou solo cimento são indicados os seguintes equipamentos:

Moto niveladora;

Caminhão pipa;

Rolos compactadores tipo os pé-de–carneiro, liso vibratório e de pneus,

rebocados ou auto propelidos.

trator de esteira ou de pneus;

pulvimisturador;

central de mistura;

as centrais de misturas deverão ser constituídas essencialmente de: silos

geralmente para cimento e solo, providos de bocas de descarga e equipados

com dispositivos que permitam escoar;

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transportadoras de esteiras;

para transporte do solo e do cimento na proporção conveniente, ate o

equipamento misturador;

equipamento misturador ( pug-mill ) constituído normalmente de uma caixa

metálica, contendo em seu interior, como elementos misturadores, dois eixos

que rodam em sentido contrario. Estes eixos são providos de chapas espiral ou

de pequenas chapas fixadas em hastes que, devido ao seu movimento, focam as

misturas intima dos materiais ao mesmos tempo que os fazem avanças ate

saída do equipamento; reservatório de agua e encanações;

para deposito e espargimento da agua sobre o solo, no processo de mistura;

2.10 Classificação dos solos

De acordo com o manual de pavimentação do DNIT (2006), o solo é um material que

ocorre na natureza nas mais diferentes formas, para ser utilizado com a fundação ou material

de construção, há a necessidade de ser classificado de modo que se possam formular métodos

de projetos baseados em algumas propriedades de cada grupo. Em virtude disso foram

desenvolvidos vários sistemas de classificação, cada um adequado a uma utilização dos solos

ou métodos de projeto. A referência supracitada ainda acrescenta que, o HighWay Research

Board (HRB) é um sistema de classificação de solos bastante utilizados em pavimentação,

aprovado em 1945 e que constitui um aperfeiçoamento do antigo sistema da Public Roads

Administration, proposto em 1929.

2.10.1 Classificação TRB (ANTIGO HRB)

Nesse tipo de classificação, os solos são reunidos em grupos de subgrupos, em função

de sua granulometria, limite de consistência e índice de grupo. A análise da tabela é da

seguinte maneira: determina-se o grupo do solo, por processo a partir da esquerda, com o qual

os valores do solo ensaiado coincidir, será a classificação correta, como mostra a tabela 4.

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Tabela 2: Classificação dos solos

Fonte: http://www.wikivia.org/wikivia/index.php/Clasificación

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2.11 Tipos de vias

I - RADIAIS: aquelas que constituem ligação com a Capital do Estado;

II - TRANSVERSAIS: aquelas que ligam localidades do Estado, sem passar pela

Capital;

III - MARGINAIS: aquelas adjacentes às rodovias e construídas sobre a mesma faixa

de domínio, com a finalidade de distribuir o tráfego lindeiro;

IV - ACESSOS: os que ligam cidades ou logradouros às rodovias;

V - INTERLIGAÇÃO: trechos que ligam rodovias entre si;

VI - DISPOSITIVOS: complementos rodoviários que permitem a conexão de rodovias

entre si.

2.11.1 Estabelecimento de parâmetros de tráfego para classificação das vias

Segundo IP – 02/200, Para o estabelecimento do parâmetro "N" (número de operações

do eixo padrão de 80 KN), representativo das características de tráfego, são estudados os

seguintes tópicos:

• Estimativa das porcentagens mais prováveis de cada tipo de veículo de carga na

composição da frota. Isso é efetuado levando-se em conta a função preponderante de cada

classe de via.

• Carregamento provável de acordo com cada classe de via. Constata-se que, em

viagens curtas e principalmente nas zonas urbanas, a porcentagem de veículos circulando com

carga abaixo do limite e mesmo “vazio” é elevada.

Para o cálculo do fator de equivalência de cada tipo de veículo, necessário á

determinação do número “N” (considerando seus carregamentos), são utilizados os estudos

realizados para a determinação dos fatores de equivalência, e que constam de:

• Estabelecimento de modelos matemáticos, relacionando a carga útil ás cargas

resultantes nos eixos dos veículos. Foram obtidos a partir dos dados básicos de cada tipo de

veículo (tara, número de eixo, limites máximos de carga por eixo, etc.) e confrontados com

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modelos obtidos por regresso linear de alguns levantamentos estatísticos disponíveis. A

utilização desses modelos conduz à determinação dos fatores de equivalência correspondentes

a:

105% da carga útil máxima

100% da carga útil máxima

75% da carga útil máxima

• Estabelecimento de percentuais dos carregamentos para os tipos de veículos

comerciais componentes da frota, de acordo com as características de cada classe de via,

sendo calculados os fatores de equivalência final e determinados os números "N" .

Classificação das vias e parâmetros de tráfego

Essa classificação permite a adequada utilização desses métodos e estimativa de

solicitações de veículos a que a via estará submetida em seu período de vida útil.

O tráfego e as cargas solicitantes na via a ser pavimentada deverão ser caracterizados

de forma a instruir a aplicação dos métodos adotados. O parâmetro "N" constitui o valor final

representativo dos esforços transmitidos à estrutura, na interface pneu/pavimento. O valor de

"N" indica o número de solicitações previstas no período operacional do pavimento, por um

eixo traseiro simples, de rodagem dupla, com 80 kN.

A previsão do valor final de “N" deve tomar como base contagens classificatória, para

utilização dos tipos de tráfego abaixo relacionados.

As vias urbanas a serem pavimentadas serão classificadas, para fins de

dimensionamento de pavimento, de acordo com tráfego previsto para as mesmas, nos

seguintes tipos:

Tráfego Leve - Ruas de características essencialmente residenciais, para as quais não

é previsto o tráfego de Ônibus, podendo existir ocasionalmente passagens de caminhões e

Ônibus em número não superior a 20 por dia, por faixa de tráfego, caracterizado por um

número "N" típico de 105 solicitações do eixo simples padrão (80 kN) para o período de

projeto de 10 anos.

Tráfego Médio - Ruas ou avenidas para as quais é prevista a passagem de caminhões e

ônibus em número de 21 a 100 por dia, por faixa de tráfego, caracterizado por número "N"

típico de 5x105 solicitações do eixo simples padrão (80 kN) para o período de 10 anos.

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Tráfego Meio Pesado - Ruas ou avenidas para as quais é prevista a passagem de

caminhões ou ônibus em numero 101 a 300 por dia, por faixa de tráfego, caracterizado por

número "N" típico de 2x106 solicitações do eixo simples padrão (80 kN) para o período de 10

anos.

Tráfego Pesado - Ruas ou avenidas para as quais é prevista a passagem de caminhões

ou ônibus em número de 301 a 1000 por dia, por faixa de tráfego, caracterizado por número

"N" típico de 2 x 107 solicitações do eixo simples padrão (80 kN) para o período de projeto

de 10 anos a 12 anos. Tráfego Muito Pesado - Ruas ou avenidas para as quais é prevista a

passagem de caminhões ou ônibus em número de 1001 a 2000 por dia, na faixa de tráfego

mais solicitada, caracterizada por número "N" típico superior a 5x107 solicitações do eixo

simples padrão (80 kN) para o período de 12 anos.

Faixa Exclusiva de Ônibus - Vias para as quais é prevista, quase que exclusivamente, a

passagem de ônibus e veículos comerciais (em número reduzido), podendo ser classificadas

em:

• Faixa Exclusiva de ônibus com Volume Médio - onde é prevista a passagem de

ônibus em número não superior a 500 por dia, na faixa "exclusiva" de tráfego, caracterizado

por número "N" típico de 10' solicitações do eixo simples padrão (80 kN) para o período de

12 anos.

• Faixa Exclusiva de ônibus com Volume Elevado - onde é prevista a passagem de

ônibus em número superior a 500 por dia, na faixa "exclusiva" de tráfego, caracterizado por

número "N" típico de 5 x 107 solicitações do eixo simples padrão (80 kN) para o período de

12 anos.

Como exemplo, na figura 12 esta os principais parâmetros adotados para a

classificação das vias da Prefeitura do Município de São Paulo

Figura 12- classificação das vias e parâmetros de tráfego

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Fonte:www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/infraestrutura/NORMAS%20T%C3%89CNICAS%

N = valor obtido com uma taxa de crescimento de 5% ao ano, durante o período de projeto.

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3 METODOLOGIA

Para presente trabalho, trata-se de estudo dos materiais granulares coletados em campo

nas proximidades da cidade de Palmas, no qual será composto por algumas etapas: o

mapeamento da localidade da extração das amostras, retiradas das amostras dos solos no

campo, ensaio do material em laboratório, e, por fim, interpretação dos dados obtida

utilizando o parâmetro de tráfego.

3.1 Apresentação do objeto de estudo

Serão estudadas três locais (campos), as quais estão localizadas próximas à cidade de

Palmas, com as seguintes referências geográficas, Datum – WGS 84:

Amostra 01:

Localização: Leste de Palmas sentido Aparecida na BR010;

Latitude: 10°05’ 14.73” S;

Longitude: 48º 09’32.10” O.

Amostra 02:

Localização: Norte de Palmas sentido Lajeado TO-050;

Latitude: 10º 02’37,21” S;

Longitude: 48º 18’ 33,95”O.

Amostra 03:

Localização: Leste de Palmas na TO-030;

Latitude: 10°18'28,78"S;

Longitude: 48°11'23,29".

3.1.1 Mapeamento das amostras de materiais granulares

Para o mapeamento e localização dos lugares escolhidos será utilizado as ferramentas

computacionais como o Google Maps e com auxílio de um Global Positioning System (GPS)

de navegação, a fim de obter as coordenadas geográficas e as fotos de satélites.

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Figura 13- Localização das amostras

Fonte: Google Earth acessado em 19/04/2017.

3.2 Materiais utilizados

3.2.1 Solo granulares

Os solos granulares que serão utilizados para estudo serão coletados em campos,(

amostra 01, amostra 02 e amostra 03), cuja localização aproximada demonstrada na figura

13. Com uma distância média de 20 km tendo como referência o colégio Ulbra, localizado na

Av. Juscelino Kubitschek, quadra 108 Norte, Alameda 16.

A coleta dos materiais granulares deve ser baseada de acordo com o Manual de

Pavimentação DNIT(2006), na qual será definido os procedimentos para coleta das amostras

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de solo. A quantidade coletada em kg no campo para as amostras 01, 02 e 03, deve ser de

acordo com a necessidade necessária para a realização dos ensaios. Após a coleta das

amostras, os solos são armazenados em sacos plásticos e rotulados, a fim de impedir

interferências do meio e posteriormente transportados até o Laboratório de Mecânica de Solos

(LMS) da Universidade Luterana (ULBRA), campus Palmas/TO, para a preparação das

amostras e dos demais ensaios.

3.2.2 Cimento – solo melhorado com cimento

Conforme a revisão da norma DNER- ES 304/97, os teores de cimento a ser utilizados

nos ensaios serão 2% a 4%, em peso, em relação ao total da mistura.

A mistura de solo, cimento e agua, projetada, após o período mínimo de 72 horas de

cura, deveram ser submetidos aos ensaios ai seguir, devendo apresentar as seguintes

características:

Limite de liquidez, Limite de plasticidade, Compactação, Isc.

Sendo que:

O limite de liquidez seja igual ou inferior a LL DE 25%;

O índice de plasticidade igual ou inferior a IP 6%;

Indice de suporte Califórnia ISC – 80% e expansão máxima de 0,5% obtida de acordo

com a energia de compactação. O ensaio de ISC deverá ser realizado até a penetração de 12,7

mm de modo a atingir o traçado da curva pressão-penetração com precisão.

Segundo DNER-ME 202, deverá apresentar o valor mínimo a de 21 kg, para a

resistência a compressão de 7 dias.

3.2.2.1 Cimento – solo cimento

Conforme a revisão da norma DNER- ES 305/97, os teores de cimento a será

utilizados por proporções previamente determinadas por processo próprio em laboratório, com

o teor superior a 4%, em peso, em relação ao total da mistura.

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Limite de liquidez, máximo – 40 %

Limite de plastidade, máximo – 18%

3.2.3 Água potável

Na realização dos ensaios, a utilização da água potável conforme as normas

mencionadas para a caracterização do solo, será da rede de distribuição que abastece o

CEULP/ULBRA, Palmas/TO.

3.2.4 Materiais necessários para coleta das amostras:

1) Prancheta e caneta (anotações);

2) Máquina fotográfica (registro da atividade e relatório fotográfico);

3) Sacos plásticos ( armazenagem das amostras de solo);

4) Ferramentas manuais, como pá, escavadeira, e picareta. (fundamental para escavar

e retirar as amostras de solo);

3.3 Métodos

3.3.1 Metodologia de laboratório

As etapas dos procedimentos em laboratório serão realizadas de acordo com as normas

técnicas, passo-a-passo a seguir:

1) Estudos de materiais granulares utilizados nas camadas base e sub-base da

pavimentação;

2) Coleta do material e transporte ao laboratório de mecânica dos solos;

3) Secagem prévia das amostras ao ar;

4) Peneiramento dos solos;

5) Ensaios: solo natural, solo melhorado com cimento e solo cimento;

6) Caracterização do solo através dos ensaios de: granulometria, LL e LP;

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7) Compactação;

8) Moldagem do CP´S para ISC;

9) Medição da expansão a cada 24h;

10) Compressão axial simples;

11) Índice suporte Califórnia – ISC.

3.3.2 Ensaios de caracterização

Os ensaios de caracterização física e mecânica do solo devem ser realizados conforme

os procedimentos exigidos pelas normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas

(ABNT), correspondentes a cada ensaio:

a) Ensaios e normas de especificação física:

Preparação das amostrado solo – Norma DNER-ME 041/94;

Granulometria – Norma DNER-ME 051/94;

Limite de Liquidez – Norma DNER-ME 122/94;

Limite de Plasticidade - Norma DNER-ME 082/94;

b) Ensaios e normas de especificação mecânica:

Compactação (Proctor) – Norma DNIT 164/2013- ME;

ISC e Expansão – Norma DNIT 049/2014 –ME.

Compressão axial simples - Norma DNER–ME /1994 –ME.

3.4 Preparação das amostras

Para a escolha do material granular que será usado na pavimentação, executa os

seguintes ensaios:

Granulometria por peneiramento com passagem do material nas peneiras de

2,0 mm (nº 10) e de 0,075 mm (nº 200);

Limite de Liquidez (LL);

Limite de Plasticidade (LP);

Compactação;

Califórnia Bearing Ratio (CBR) – Índice de Suporte Califórnia (ISC);

Compressão axial simples.

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3.4.1 Solo natural

As etapas de preparação das amostras serão realizadas conforme as diretrizes

referenciadas pela norma (DNER-ME 041, 1994) – Solos – Preparação de amostras para

ensaios de caracterização. Em primeiro momento, os materiais coletados no campo um (01),

dois (02) e três (03) serão armazenados em sacos e destorroados no almofariz com o auxílio

da mão de gral e passados na peneira de malha 19,1 para eliminar a porcentagem mais grossa

do solo, e na 4,8mm para separação do material grosso denominada pedregulho. Depois desta

etapa, o solo será armazenado em embalagens com identificação e quantidade suficiente para

realização dos ensaios.

3.4.2 Análise granulométrica

Conforme as diretrizes referenciadas pela norma (NBR 7181, 1984), a realização da

análise granulométrica será aplicada primeira no solo natural e repetida no solo com adição de

cimento, para determinação e análise de solo melhorado com cimento e solo cimento.

3.4.2.1 Análise granulométrica por peneiramento

Após a secagem da amostra na estufa, será feito a pesagem para determinar a

porcentagem em peso das diferentes frações constituintes do solo, podendo ser retidas nas

séries de peneiras 25,4 - 19,1 - 9,5 - 4,8 - 2,09 - 0,60 - 0,42 - 0,30 - 0,15 e 0,075 mm, o

resultado será a partir do somatório das massas retidas em cada peneira, desde que não exceda

5% da amostra inicial seca, se ultrapassar será necessária refazer o ensaio, será feito a

pesagem de cada peneira para se ter o material retido, e para ter o passante o procedimento é

subtrair de 100% o acumulado em cada peneira. Todo o ensaio seguirá as diretrizes

estabelecidas (DNER-ME 051, 1994).

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3.4.2.2 Limite de liquidez (LL)

Todas as etapas do ensaio de Limite de Liquidez que será realizada no solo natural,

também serão repetidas para os solos melhorado com adição de cimento e solo cimento.

Utilizar uma porção do solo passante da peneira de nº40 (0,42 mm) no recipiente e adiciona

água gradativamente até tornar-se uma pasta homogênea. Em seguida, essa mistura será

colocada no aparelho Casa grande para a determinação da umidade através dos números de

golpes realizado com conforme recomenda a norma (DNER-ME 122, 1994) que regula o

mesmo.

Para que sejam obtidas as etapas, as amostras devem ser homogeneizadas elevando-se

a quantidade de água utilizada em cada uma delas. Para cada uma das etapas descritas, será

retirada uma cápsula com uma parcela da mistura e levar à estufa para a determinação da

umidade.

Assim serão obtidos os valores de umidade determinados, sendo possível traçar um

gráfico, no qual se determina o valor do LL pela umidade correspondente a 25 golpes. O

Limite de Liquidez determinado para o solo natural em estudo deve ser baseado 5 repetições

de ensaios.

3.4.2.3 Limite de plasticidade (LP)

Conforme a recomendação da norma (DNER-ME 082, 1994), será preparada uma

amostra de solo passante na peneira número 40 (0,42 mm), para o ensaio de Limite de

Plasticidade, a mesma utilizada para o ensaio de LL. Acrescenta água a esta amostra de solo

até que se forme uma pasta homogênea. O procedimento do ensaio consiste em moldar uma

amostra da massa de solo conforme um molde de metal com as seguintes dimensões: 3mm de

diâmetro por 10 cm de comprimento. Sendo feito através da rolagem dessa amostra no vidro

fosco. Essa etapa será repetida até que o cilindro moldado inicie o processo de fissuração

devido à perda de umidade. Quando o cilindro apresentar fissuras, é colocado na cápsula,

pesado e levado para a estufa para que ocorra a secagem. É obtido o resultado para o Limite

de Plasticidade através de 5 ensaios, que resultará em valores que não diferirão da média de

mais de 5%, possibilitando determinar a umidade.

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3.4.3 Ensaios mecânicos

3.4.3.1 Compactação

No ensaio de compactação, as amostras coletadas com secagem ao ar devem ser

destorroadas com o almofariz, até se obter uma amostra representativa de 5kg no estado

natural. Em seguida, a amostra passara na peneira de 4,8mm. Esse ensaio é realizado para

obtenção da umidade ótima necessária para o ensaio de ISC. Logo em seguida, acrescenta

água no solo misturando até atingir a umidade ótima. Com a classificação do solo que será

feita em laboratório determinara o tipo de energia de compactação que será usada, cada

amostra será distribuída em um molde cilíndrico metálico e com aplicação de golpes com um

soquete por camadas caindo a uma altura de aproximadamente 45 cm, sendo três camadas

iguais. Todos os passos anteriormente citados para a realização no solo natural, será

executado no solo melhorado com adição de cimento e também no solo cimento, bem como

em todo o material coletados dos 3(três) campos separadamente. Concluída essa etapa, retira

o anel que complementa o cilindro e faz a regularização da superfície com o auxílio de uma

régua; em seguida, pesa o conjunto (cilindro + solo). Posteriormente retira o solo compactado

do molde.

Conseguindo assim os valores de peso específico seco e umidade obtida no ensaio,

traçando a curva de compactação, na qual determina o peso específico seco máximo e a

umidade ótima. Conforme a recomendação da norma (NBR 7182, 1986).

3.4.3.2 Compressão axial – solo cimento

No ensaio de compressão, será colocado o corpo de prova sobre o prato fixo de carga

da máquina de ensaio, deixando o eixo vertical alinhado com o centro de carga do prato.

Ajeitando-o manualmente até que o contato entre o prato de carga e a base de corpo de prova

seja uniforme e completo, faz- se com que este se encoste ao corpo de prova suavemente.

O carregamento será então iniciado, continuamente e sem choque, durante todo o

decorrer do ensaio. Na máquina hidráulica será ajustada para aplicar a carga numa taxa

constante, dentro dos limites (140 + ou – 70) kpa\s, dependendo da resistência do corpo de

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prova. A carga máxima alcança será adotada como a carga de ruptura do corpo de prova, com

a precisão de 50 N. Conforme a recomendação da norma (DNER-ME 201, 94).

3.4.3.3 Índice de suporte Califórnia

O ensaio do Índice de Suporte Califórnia - ISC – será realizado com os solos no estado

natural, solo melhorado com adição de cimento. Após a realização do ensaio de compactação,

os corpos de prova serão moldados adotando-se uma energia de compactação, ou seja, nas

camadas de solo será aplicados golpes utilizando-se um soquete grande. Na sequência, os

corpos de provas serão colocados hastes de expansão com extensômetro acoplado, destinado a

medir as expansões ocorridas, que deverão ser anotadas de 24 em 24 horas, os corpos de

provas ficarão submergidos durante quatro dias em um tanque de água, após o período de

embebição, cada molde com o corpo de prova deverá ser retirado da imersão e deixar-se

escoar a água durante 15 minutos. O conjunto é transportado até a prensa, submetido à

penetração do pistão, para a anotação das leituras em tempos distintos. Posteriormente, com

os valores obtidos, faz as correlações conforme descrito em norma para a obtenção dos

resultados finais, o CBR a ser adotado será o valor com mais frequente em todas as amostras.

Conforme a recomendação da norma (DNER-ME 049, 2014).

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4 ORÇAMENTO

O custo para a realização deste trabalho está organizado na tabela 3 a seguir:

Tabela 3 – Orçamento do projeto de pesquisa

Fonte: do autor

Equipamento/operação Natureza Qde.

Valor

unitário

(R$)

Valor

total (R$)

Recarga de Tonner para Impressão Materiais Consumo 1 Unidade R$ 98,00 R$ 98,00

Papel A4 (Resma com 500 folhas) Materiais Consumo 1 Unidade R$ 15,00 R$ 15,00

Encadernação Materiais Consumo 3 Unidades R$ 3,00 R$ 9,00

Impressão Colorida Materiais Consumo 9 Unidades R$ 2,50 R$ 22,50

TOTAL R$ 144,50

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5 CRONOGRAMA

O cronograma de atividades esta organizado na tabela 4 a seguir:

Tabela 04-Cronograma de atividades

Fonte: Do autor.

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CAPUTO, Homero Pinto. Mecânica dos Solos e Suas Aplicações. Rio de Janeiro:

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RODOVIAS: relatório gerencial. 20. ed. Brasília, 2016

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DNER ME 051/94. Solos – Análise granulométrica: Método de ensaio. 1994. 12 p.

DNER ME 082/94. Solos – Determinação do limite de plasticidade: Método de ensaio.

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DNIT 137/2010- ES - Regularização do subleito - Especificação de serviço

DNIT IPR – 719 Manual de pavimentação – 2006

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MEDINA, J., 1997, Mecânica dos Pavimentos. 1ª edição, 380 p. Rio de Janeiro-RJ, Editora

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