análise de capas de jornais
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1.
INSTITUTO POLITÉCNICO DE SANTARÉM
ESCOLA SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DE SANTARÉM
ANÁLISE DO TEXTO E DISCURSO DOS JORNAIS
Curso: Educação e Comunicação Multimédia 2º Ano - I Semestre
Disciplina: Análise Discurso dos Média I
Docente: José Carlos Sá
Discente: Maria João Paulo, nº 110236009
1 Análise do Discurso dos Média – Análise de Jornais Maria João Paulo 2º ano ECM –PL nº110236009
INDICE
Páginas
Diário de Noticias (1928) 2
Exposição do Mundo Português - 3
Visita da Rainha D. Isabel II de Inglaterra a Portugal 4
Timor 5
Invasão de Goa Damão e Dio 6
Conclusão 8
Bibliografia 9
2 Análise do Discurso dos Média – Análise de Jornais Maria João Paulo 2º ano ECM –PL nº110236009
Análise do texto e discurso dos Jornais
Diário de Notícias (1928)
Ao analisar os textos da capa do Diário de notícias, verificamos que grande parte das notícias são de caracter político, o que nos leva a concluir que a informação era controlada pelo poder do regime da altura e para não ter dissabores tinham que fazer publicações a favor do poder político.
Nesta capa predomina a linguagem verbal, apesar de estarem presentes algumas imagens, as notícias estão dispostas na vertical sem preocupações de design, os títulos são de pequenas dimensões, estão a negrito e dispostos ao longo da pagina sem grandes destaques, já os subtítulos são praticamente nulos ou complementam os títulos, as noticias vão sendo dispostas por colunas todas nas mesmas medidas e com igual destaque.
As imagens, são claramente fotografias das figuras políticas do regime da altura, representam assim a imagem do regime de ditadura.
Não podemos dizer que em termos de visibilidade há um especial destaque, porque todas elas tem as mesmas características.
Podemos concluir que este Jornal é o reflexo da época, controlado e manipulado pelo regime, expressava aquilo que o poder político queria que o povo tivesse conhecimento, era um meio de fazer chegar a mensagem da ditadura ao povo.
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EXPOSIÇÃO DO MUNDO PORTUGUÊS
Diário de Notícias (Junho 1940)
O diário de notícias dá um grande destaque á exposição do mundo Português, ocupando a parte superior da capa, é uma das mais importantes iniciativas do Estado Novo, dando importância aos descobrimentos e todas as conquistas do povo Português. Este jornal apresenta-nos algumas imagens, com alguma qualidade, no entanto predomina a linguagem verbal, apresenta-nos já algum cuidado na disposição das noticias assim como as imagens, o título ocupa a pagina lado a lado, o subtítulo também tem algum destaque, ambos estão a negrito, há a preocupação da organização das noticias deixando um espaço em branco entre cada fila de noticias, assim como o tamanho e tipo de letra, já começam a ter um sentido de estética na apresentação do jornal, as imagens dão-nos um plano de
grandiosidade que enriquece a noticia da exposição conforme pretendido.
Relativamente ás restantes notícias, como é o caso da noticia sobre as «marchas populares», encontram-se na parte inferior da capa, ficam para segundo plano, porque o objetivo é chamar o leitor para a exposição, dai as imagens também representarem alguma satisfação, camuflando ao leitor a realidade e até o distraindo das grandes preocupações com era o caso do que se passava na europa, que estava em plena guerra e assim o povo mantinha-se alheio a tudo isto.
Comparando com a atualidade podemos dizer que não estamos assim tão distantes, visto que também hoje estamos representados por um poder politico que age exclusivamente com a força do poder, estamos praticamente lado a lado com esta época no que toca a recebermos de ânimo leve todas as ações impostas pelo poder politico, que usa o seu poder para controlar e manipular a informação, nenhum povo pode tomar atitudes corretas se a informação não for séria e credível.
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VISITA DA RAINHA ISABEL II DE INGLATERRA A PORTUGAL
Diário de Lisboa (Fevereiro de 1957)
Ao analisarmos o jornal o Diário de Lisboa, verificamos o grande destaque para a notícia da visita da Rainha de Inglaterra a Portugal, ocupando grande parte da capa com uma fotografia.
Todas as notícias sobre esta visita apresentam-se em filas verticais, sem qualquer cuidado estético, os títulos apresentam-se a negrito, os subtítulos estão com vários tipos de letras.
Esta notícia mostra-nos a existência de um outro tipo de mensagem, um jornal que serve o órgão político da altura, usado como manifesto de propaganda, e distração de tudo o que se passava na Europa, mostra ao povo as relações cordiais com a Inglaterra, no sentido de sermos sempre aliados.
Diário de Notícias (Fevereiro 1957)
O Jornal diário de Notícias, mostra-nos com grande destaque a visita da Rainha de Inglaterra, ressalvando assim, a importância das relações entre Portugal e Inglaterra, dando um total destaque á capa do jornal com fotografias com um grande plano que ocupa grande parte da página.
Apresenta-nos pouco texto, há a troca da imagem pela linguagem verbal, os títulos destacam-se a negrito, a letra é de tamanho bastante reduzido, apresentam-nos umas caixas de mensagens de propaganda ao serviço do poder político da altura.
Concluímos que ambos os jornais dão total importância a esta visita, a imagem sobrepõem-se ao texto, dois jornais ao serviço do poder político sendo
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uma máquina de propaganda típica do regime da altura.
Ambos mostram-nos a real importância entre a relação de amizade e parceria entre Portugal e Inglaterra.
TIMOR
Diário de Notícias (9 de Setembro de 1999)
A capa do diário de notícias, em 9 de Setembro de 1999, apresenta-nos a página praticamente em branco, de modo a reportar a notícia sobre o massacre de Timor Leste, aparece apenas o título com a frase do Bispo D. Basílio do Nascimento «Morremos todos», se não fosse esta frase podíamos dizer que era nulo de linguagem verbal, no entanto a estratégia do DN, em marcar uma posição de sentimento, visto que o branco representa o luto em algumas comunidades, esta foi um ponto de vista com algum marketing que resultou claramente. Nesta altura o poder político era isento de qualquer ditadura, mas existe outras formas de alimentar alguns poderes, nomeadamente poder económico e financeiro, dai a estratégia atrativa
da primeira página assim como alguma publicidade, troca-se a linguagem verbal por uma estratégia de informação e venda com algumas caixas de
publicidade, que nesta altura patrocinam o jornal assim como as empresas começam a marcar presença poderosa nos meios de comunicação e informação.
Público (6 de Setembro de 1999)
A capa do jornal o Público, ganha destaque pela imagem que ocupa grande parte da página, aqui temos um jornal que apela às nossas emoções, apresenta-nos a fotografia de uma criança com um olhar triste, a segurar uma vela, sem dúvida uma imagem que apela às nossas emoções uma criança que se envolve em sentimentos e o pormenor da vela, tem outro sentido de fé e esperança mostrando a ligação entre Portugal e Timor. Podemos dizer que a imagem substitui a linguagem verbal, o discurso apresentado é a
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interpretação que o leitor faz da imagem, também choca á primeira vista, apela aos sentimentos e emoções do leitor, a imagem é acompanhada do Titulo a vermelho com a palavra «angústia», palavra com significado profundo de dor bem marcante para os portugueses.
Podemos afirmar que ambos os jornais, marcam a sua estratégia, com ausência de linguagem verbal, substituindo ou por imagem ou apenas página em branco, os tempos são outros sem ditaduras, mas outros interesses se levantam e para além de informar, há que rentabilizar as vendas, a divulgação segue o rumo da evolução politica económica e financeira, nestas circunstâncias de noticias que levam a sofrimento, que tocam nas nossas emoções não fica de parte o poder e a estratégia de lucrar com a notícia, os tempos mudam, e as estratégias adaptam-se às situações que as envolvem.
INVASÃO DE GOA DAMÃO E DIO
O Século (18 de Dezembro de 1961)
O Século apresenta-nos a capa nula de imagens, predominância da linguagem verbal, onde o título e alguns subtítulos estão a vermelho, marcando assim a estratégia do que se pretende que o leitor leia em primeiro lugar
Os textos têm vários tipos de letras, tamanho bastante reduzido, Em relação aos títulos, não havia essa preocupação com os tipos de letra para facilitar a leitura, até porque o grau de analfabetos nesta altura era bastante elevado.
Apesar de existir vários temas, o discurso neste jornal é apenas a Invasão de Goa, Damão e Dio, de certa maneira controlado pela máquina do regime da altura, deixa também algumas mensagens para o leitor.
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Novidades (21 de Dezembro de 1961)
O discurso jornalístico do Novidades é idêntico ao do Século, a época do antigo regime, que não deixa que haja grandes diferenças, os títulos e subtítulos levam-nos a subtextos de mensagens politicas para o leitor
Apresenta-nos várias notícias em filas verticais sem qualquer preocupação com o interesse do leitor pela notícia, varias filas com vários tipos de letra e tamanhos diferentes Os títulos estão impressos a negrito, e sublinhados, o que se destaca da restante notícia impressa de forma reduzida. Neste jornal faz uma pequena referência á comunidade internacional, neste caso é o ato de solidariedade do generalíssimo Franco a Portugal Outro destaque do Novidades é o fazer
referência á comunidade católica, com as noticias «comunicado das juventudes das universidades católicas» e « As relíquias de São francisco Xavier evangelizador do Oriente»
Ambos os jornais apresentam-nos as noticias sem grande cuidados em termos de grafismo, organização de informação, e apresentação para cativar o leitor, as noticias são sempre relacionadas com o poder do regime da altura.
8 Análise do Discurso dos Média – Análise de Jornais Maria João Paulo 2º ano ECM –PL nº110236009
Conclusão
Ao analisarmos os vários jornais de épocas diferentes, constatamos que consoante a época há sempre formas que vão condicionar a divulgação da informação.
Assim verificamos com esta análise, que desde 1928 a 1999, houve uma evolução em termos de visibilidade e legitimidade das notícias nas capas dos jornais. É notório ao longo desta análise a evolução da escrita jornalística, o grafismo a qualidade das imagens, passamos do preto e branco para a cor, a liberdade de expressão também nos trouxe a criatividade na apresentação das notícias
Apesar de pertencerem a épocas diferentes com influências politica, económicas e socias diferentes, a estratégia dos jornais mencionarem apenas uma única noticia na primeira página mantem-se, desde a época do estado novo com um regime politico fechado e autoritário até o pós 25 de Abril, sendo as razões muito diferentes, primeiro temos um caso de estarmos época em que o poder politico controla e manipula o que o leitor vai ler, depois disso temos mais uma estratégia de marketing utilizando a publicidade para promover as vendas e com a evolução tecnológica o formato papel a ser substituído pelo digital, há sem dúvida a dependência da publicidade para manter as vendas.
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9 Análise do Discurso dos Média – Análise de Jornais Maria João Paulo 2º ano ECM –PL nº110236009
Bibliografia
Textos e páginas de jornais disponibilidades pelo docente desta disciplina, o professor
José Carlos Sá