plano dos trabalhadores · o setor de serviços, ... surge a 4ª revolução industrial, ......
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PLANO
DOS
TRABALHADORES
“UMA PONTE PARA O FUTURO”
O LUTE é uma organização anticapitalista que descende do PAPROSC (Partido do Progresso Social e Científico), cuja finalidade é atuar na organização prática e formação da consciência de classe dos trabalhadores, construindo as condições subjetivas para uma revolução socialista no Brasil. A partir de uma análise profunda da conjuntura econômica global vigente e emergente, entendemos que o capitalismo se esgotou em sua capacidade de expansão e contínuo crescimento, e portanto, em sua própria viabilidade de funcionamento. As contradições entre capital e trabalho chegaram ao limite, de modo que cada vez mais impedem o modo de produção capitalista de se reativar. O capital produtivo, antes majoritário na curva de possibilidade de investimento dos capitalistas, atualmente representa uma parcela pequena frente ao capital fictício/financeiro/rentista, presente no mercado financeiro. Isso acontece porque a 3ª revolução industrial fez aumentar como nunca antes na história o nível de produtividade do trabalho, gerando um processo de desindustrialização, enviando o antes massivo operariado em massa para o setor de serviços, comércio e subemprego, reduzindo a renda socialmente disponível (a remuneração na indústria é maior), e consequentemente a demanda efetiva. Evidentemente, se a produtividade aumenta de um lado e a demanda cai ou se estagna de outro, nasce uma crise de superprodução, sob a qual um volume extenso de mercadorias não são consumidas, reduzindo a taxa de lucro média no setor produtivo. Daí a transferência dos níveis de investimento e da esfera de acumulação, bem como o surgimento de bolhas enormes no mercado financeiro (concentração de investimento parasitário/financeiro), eclodindo em diversas ocasiões, sendo a maior e pior delas em 2008. Para agravar esse cenário, surge a 4ª revolução industrial, que de tão disruptiva e excepcional, seu período de maturação é conhecido como “singularidade tecnológica”. Basicamente, essa nova revolução não apenas automatizará cada vez mais os setores primário e secundário, mas também o setor onde se encontra 75% da força de trabalho mundial, o setor de serviços e comércio. Não apenas trabalhos repetitivos, mas também trabalhos intelectuais, antes “inatingíveis”. Ou seja, uma crise de ultraprodução que piorará a já decadente subdemanda global. Não há “desenvolvimentismo” burguês que possa solucionar essa contradição, na medida em que a propriedade e os meios de produção cada vez mais automatizados permanecem sob controle PRIVADO. O estágio vigente e emergente das forças produtivas clama por novas relações de produção, pra que possa se desenvolver plenamente, sem causar desemprego tecnológico e estrutural. A crise pela qual estamos passando não é “cíclica” como as anteriores, mas sim ESTRUTURAL e TERMINAL. Isso não significa que o capitalismo naturalmente perecerá, mas sim que a classe trabalhadora mundial e o próprio planeta encontram-se em risco, na medida em que uma guerra mundial pode eclodir na tentativa desesperada e irracional dos agentes econômicos de “reativar” forçadamente a taxa de lucro e a economia real. Como disse Rosa Luxemburgo, agora mais que nunca essa expressão deve ecoar nos ouvidos de todos os comunistas, anticapitalistas, trabalhadores e progressistas em geral: Socialismo ou Barbárie!
Leia nosso Programa de Transição abaixo, junte-se a nós e faça parte da construção da nova revolução social e científica!
Por que o capitalismo faliu?
O sistema capitalista chegou em seu esgotamento final, e não se
reerguerá das "cinzas", como preconizam os conservadores e sua "mágica"
adaptação.
Primeiro porque não se trata de uma crise cíclica, pois entramos em
espiral autofágica desde 2008, na qual subsequentes crises se manifestam
num curto intervalo de no máximo 3 anos.
Segundo, sendo bem sucinto, verificamos a seguinte ordem cronológica: Revolução Industrial -> mecanização dos campos -> Êxodo rural -> Mecanização da indústria (homem como extensão da máquina), produção em escala -> Fordismo, Taylorismo: expansão dos setores Industriais -> realocação de 90% da força de trabalho para indústria -> Oligopólios -> Exército de reserva -> rendimentos em escala > Década de 70, advento da microeletrônica, robótica, automação industrial -> Toyotismo -> Redução da mão-de-obra na indústria, desemprego tecnológico- > Intensificação da exploração do trabalho -> Realocação de 80% da mão-de-obra mundial para o setor de serviço -> Taxa de lucros decrescentes na indústria ao passo que aumenta a produtividade com a automação do aparelho produtivo nos mais diversos setores -> Queda na demanda efetiva com a queda da renda - > Setor de serviços, remuneração da mão-de- obra insuficiente -> Crise de superprodução -> Unidades produtivas com capacidade ociosa -> Advento da tecnologia da informação -> Mobilidade de capitais internacionais -> Dinheiro eletrônico e facilidade na impressão de dinheiro seja pelo Estado ou pelos bancos em reservas fracionadas -> Informatização com CPDs, redes intranet, internet -> Informatização atuando nos 3 setores: primário (agricultura), secundário (industrial), terciário (serviços), aumentando o produto total da economia, reduzindo a renda líquida disponível, em virtude das taxas de lucro decrescentes -> Realocação de capitais produtivos para capitais improdutivos no mercado financeiro (derivativos, títulos públicos) visando aumentar a taxa de lucro já impossibilitado na "economia real", em detrimento das contradições inerentes do modo de produção capitalista -> Bolhas financeiras, crise em espiral -> Crise de 2008 -> Estados endividados para salvar o sistema financeiro Internacional -> Queda da atividade econômica já paralisada e sem proporcionar taxa de lucro crescente, custo de oportunidade menor que 30% -> Extração de lucro através de recursos públicos -> Impressão desordenada de dinheiro via Bancos Centrais -> Austeridade para reduzir a quantidade de dinheiro em poder do público e evitar a hiperinflação -> Taxas de juros negativas dos Bancos Centrais -> Recessão e depressão econômica -> Modo de produção esgotado, entravando as forças produtivas exógenas e endógenas ao sistema econômico.
Solução: abolir a forma social da propriedade (privada) para desentravar
as forças produtivas e organizar em outras relações sociais de produção,
emancipando o trabalho, e permitindo o progresso das forças produtivas.
1 - Compreendendo melhor
1º Os países desenvolvidos estão alcançando um nível cada vez maior
de desenvolvimento tecnológico-industrial, por isso estão precisando cada vez
menos de trabalho humano manual e até intelectual. Com isso, enviam as
massas trabalhadoras para o setor terciário (comércio e serviços), onde a
remuneração é naturalmente menor, para o subemprego e a marginalidade
(sobretudo os que são menos qualificados).
2º Esse alto desenvolvimento proporciona uma diminuição crescente do tempo de trabalho socialmente necessário para se produzir um produto,
gerando uma oferta de bens cada vez maior e em menor tempo. Concomitantemente, o poder de compra é reduzido, pois os trabalhadores passam a ganhar menos. Ou seja, uma crise de superprodução e subconsumo.
A solução apresentada pelos governos dos países desenvolvidos é a ampliação do crédito a juros baixos, propiciando a médio e longo prazo o
endividamento popular, pois crédito não é renda real, mas sim artificial.
3º Essa desproporção entre oferta maior e demanda menor produz taxas de lucro decrescentes no setor secundário, pois os capitalistas passam a vender menos, mesmo que baixem os preços. Os empresários com lucratividade baixa, investem contra os custos trabalhistas, salários, tributação, transferem fábricas para países com mão de obra barata e tentam de qualquer maneira diminuir gastos, objetivando manter as margens de lucro em níveis aceitáveis. Além disso, se propaga a prática da obsolescência programada, com produtos lançados semestralmente, dividindo tecnologias que poderiam comportar em apenas 1 aparelho (Ipod 1, 2, 3, 4, 5, 6, etc.), almejando dessa forma maximizar o lucro por modelos.
4º O custo de oportunidade no setor produtivo passa a ser baixo. Se o
capitalista pode lucrar tranquilamente comprando títulos públicos ou derivativos
(títulos que os grandes ruralistas vendem para garantir o retorno adiantado
sobre a safra atual, evitando perdas futuras em eventuais diminuições nos
preços internacionais de commodities), por quê iria investir seu dinheiro no
setor industrial, que está com retornos baixos?
5º Com o capital produtivo em baixa, os investimentos são reduzidos e a
arrecadação de impostos passa a consequentemente diminuir também. Por
conseguinte, os governos emitem títulos públicos para aumentar a arrecadação
e cobrir os gastos.
6º Os capitalistas, vendo o custo de oportunidade maior na compra de
títulos públicos e derivativos, não hesitam em comprar em massa, endividando
os governos e aumentando as dívidas públicas.
7º A solução dos governos superendividados é cortar gastos sociais e
investimentos em áreas diversas para poder pagar as enormes dívidas e seus
juros, impondo a famosa “austeridade”.
8º Subsequentemente, problemas sociais são agravados, como a precarização dos serviços públicos, o aumento da criminalidade, da violência,
doenças relacionadas a depressão e ansiedade, miséria e desigualdades. Nesse contexto, revoltas populares como a de junho de 2013 no Brasil,
medidas visando aumentar o encarceramento dos marginalizados (sobretudo os mais jovens, vítimas maiores da marginalização contemporânea) e crescimento de figuras populistas que prometem soluções fáceis e rápidas,
como Bolsonaro, Marine Le Pen, Leopoldo Lopez são corriqueiramente
visualizadas ao redor do mundo.
9º Nessa conjuntura mundial, a esquerda reformista tenta convencer as
massas de que precisamos de "soluções" paliativas, como tributação sobre os
lucros das classes dominantes, retomar o crescimento (?), baixar a taxa de
juros nos países subdesenvolvidos, fazer auditoria sobre as dívidas (ao invés
de estimular calotes pra potencializar o colapso do capitalismo), disputar a
administração do estado burguês, entre outras.
10º O que queremos, curar a doença ou "controlá-la" indefinida e
interminavelmente? Solucionar o problema ou "atenuá-lo"?
Se as respostas forem as segundas alternativas respectivamente, a
solução é reformar o sistema econômico atual. Já se forem as primeiras, a solução inevitavelmente é a tomada do poder, a revolução socialista e a
instauração de um programa político-industrial-econômico que garanta a todos o acesso as necessidades humanas, a coletivização das forças produtivas que geram tantos conflitos na ordem burguesa e finalmente o pleno
desenvolvimento harmonioso de nossa civilização.
1a - Aumento da força de trabalho no setor terciário
A 1ª revolução industrial produziu um êxodo rural muito intenso, mecanizando e maximizando a produtividade agrária, e enviando os trabalhadores antes alocados na terra para as indústrias urbanas, concentrando a maior parte da população dos países desenvolvidos no setor industrial até meados da metade do século XX. Com o desenvolvimento cada vez maior da indústria, a necessidade de trabalho humano nesse setor decaiu ao longo do tempo. A 3ª revolução industrial, com o surgimento da robótica, automação industrial, tecnologia da informação, melhora na integração entre unidades produtivas distantes, propiciou a informatização de diversos setores econômicos, e sobrepôs o trabalho morto (maquinaria) sobre o trabalho vivo (trabalho humano). A grande massa de operários, que na década de 50 representava 60% da força de trabalho inglesa, foi realocada no setor de serviços. O setor terciário atualmente emprega 78% da mão de obra dos EUA, 69% da Alemanha, 79% da França, 73% do Japão, 77% de Portugal, 74% da Espanha e 80% do Reino Unido. [1]
Pelo fato de haver uma concorrência maior e por consequência da
própria estagnação do setor industrial, a remuneração no setor terciário acaba
necessariamente sendo menor. Isso explica a estagnação salarial nos países
desenvolvidos nas últimas décadas. Nos EUA, os salários estão estagnados há
25 anos, segundo o FMI. [2]
De acordo com o Financial Times, os operadores de empilhadeiras do
Reino Unido ganharam 19.068 Libras em todo o ano de 2010, cerca de 5%
menos que em 1978, em termos reais. A média da renda real familiar
japonesa, descontados os impostos, caiu na década encerrada por volta de
2005. E a da Alemanha recuou nos últimos dez anos. [3]
A OIT (Organização Internacional do Trabalho) constatou que em todos os países desenvolvidos, o salário médio real estagnou ou caiu. Na Espanha,
Itália, Grécia, Irlanda, Japão e Reino Unido a remuneração média em 2013 foi inferior a seu nível de 2007. Ao mesmo tempo, a produtividade do trabalho (o
valor de bens e serviços produzidos por pessoa empregada) superou o crescimento salarial nas maiores economias, principalmente Estados Unidos, Alemanha e Japão. [4]
Terciarização da economia
1b - Excesso de capacidade produtiva no mundo
Temos uma sobreoferta de diversos produtos, devido ao excesso de
capacidade produtiva. Desde bens primários, até bens duráveis de consumo. O
excesso de oferta de aço gira em torno de 500 milhões de toneladas, e o Brasil
enquanto grande produtor, tem 40% de sua capacidade siderúrgica ociosa. [5]
Na Alemanha, a GM fecha fábricas para não agravar o excesso de capacidade:
“Os principais motivos (do fechamento da fábrica) são o dramático
declínio no mercado de automóveis da Europa e o enorme excesso de
capacidade em toda a indústria automotiva do continente”, segundo a Opel,
divisão da GM na Alemanha. [6]
Nos EUA, empresas aéreas não conseguem investimentos produtivos
devido ao excesso de capacidade. Com uma grande oferta, o preço dos
produtos, nesse caso passagens aéreas, ficam mais baratos, algo nada
rentável para a classe capitalista. [7]
As montadoras europeias, enquanto isso, enfrentam excessos de capacidade nunca vistos. Analistas estimam que 18 fábricas no continente
deveriam ser fechadas para equilibrar a oferta e a demanda. O diretor-presidente da Fiat, Sergio Marchionne, defendeu o fechamento de mais
fábricas na Europa. Enfrentando a oposição dos sindicatos, ele conseguiu fechar apenas uma fábrica na Itália em 10 anos, mesmo com as vendas de carros na Itália tendo caído 50% desde 2007. [8]
A enorme queda no preço internacional do petróleo, também tem como
causa o excesso de capacidade, como disse o vice-presidente da Shell: "Nossa
opinião é de que vamos entrar em um período de capacidade de refino acima
da necessidade". [9]
Para não cair demasiadamente o preço, inclusive abaixo dos custos de
produção, os principais produtores, que compõem a OPEP (Organização dos
Produtores e Exportadores de Petróleo) diminuem a capacidade produtiva de
suas unidades, mantendo os preços em níveis aceitáveis. Porém, com a
desaceleração da China, grande consumidor de petróleo, a queda do preço
acaba sendo inevitável.
Resumindo, a ociosidade produtiva no mundo atual nunca foi tão grande,
e o mercado, que não se auto-regula, não consegue evitar tal problema,
simplesmente porque não sabe funcionar numa sociedade de abundância. O
risco da deflação coloca medo até no setor de mais ampla concorrência, afinal,
ninguém quer ter margens de lucro negativas. [10]
Crise de superprodução: excesso de capacidade produtiva
1c - Concentração de renda global
A riqueza acumulada pelo 1% mais abastado da população mundial
agora equivale, pela primeira vez, à riqueza dos 99% restantes.
Essa é a conclusão de um estudo da organização não-governamental britânica Oxfam, baseado em dados do banco Credit Suisse relativos a outubro
de 2015. O relatório também diz que as 62 pessoas mais ricas do mundo têm o mesmo que toda a metade mais pobre da população global. Segundo o estudo da Oxfam, quem acumula bens e dinheiro no valor de US$ 68 mil (cerca de R$
275 mil) está entre os 10% mais ricos da população. Para estar entre o 1% mais rico, é preciso ter US$ 760 mil (R$ 3 milhões).
Isto significa que uma pessoa que possui um imóvel médio em Londres,
já quitado, provavelmente está na faixa do 1% mais rico da população global.
A Oxfam afirmou que o fato de as 62 pessoas mais ricas do mundo
acumularem o equivalente à riqueza dos 50% mais pobres da população
mundial revela uma concentração de riqueza "impressionante", ainda mais
levando em conta que, em 2010, o equivalente à riqueza da metade mais pobre
da população global estava na mão de 388 indivíduos.
"Ao invés de uma economia que trabalha para a prosperidade de todos,
para as gerações futuras e pelo planeta, o que temos é uma economia que
trabalha para o 1% mais rico", afirmou o relatório da Oxfam. E a tendência para
o futuro é piorar: a Oxfam verificou que a proporção de riqueza do 1% dos mais
ricos vem aumentando a cada ano desde 2009 – depois de cair de forma
gradual entre 2000 e 2009. [11]
Em detrimento da acumulação de capital intensificada globalmente e a composição orgânica do capital propiciando a substituição do trabalho vivo pelo trabalho morto em maiores proporções, chegamos a essa disparidade colossal de renda culminando em taxas decrescentes de lucro, e a necessidade por parte dos capitalistas de migrarem os investimentos que outrora eram produtivo (economia real) para o mercado financeiro (capital fictício), como por exemplo títulos públicos, derivativos etc, o que resultou na financeirização da economia, gerando bolhas financeiras incessantes e subsequentes em um curto espaço de tempo, intermitentemente.
1b – Derivativos (capital fictício)
Trata-se do principal motor de acumulação de capital fictício sem lastro produtivo, tornando-se como tal em decorrência da economia real não proporcionar mais altas taxas de lucro (contradição do capitalismo, custo de oportunidade menor que 30%), desvirtuando de sua proposição original cujo qual era mitigar riscos em operações envolvendo câmbio, juros, investimentos oriundo de ativos objetos (commodities, imóveis etc), se tornando instrumento puramente de especulação financeira, descolando da economia real e criando bolhas intermináveis com expediente de curto prazo de acumulação, retroagindo a essa mesma economia real, culminando em recessão e depressão econômica. Ex: Bolha ponto-com de 2003, títulos de hipoteca em 2008, títulos públicos de países ocidentais em 2012, e mais recentemente com o mercado chinês. Para tentar amenizar o problema, os governos tomam medidas incompatíveis com as teorias econômicas, ou seja, ineficientes, como taxa de juros básica da economia igual a 0 ou negativa (Japão, BCE), ou QE (impressão de dinheiro), visando enxugar os derivativos podres no passivo contábil do sistema bancário mundial, a medida que inevitavelmente a economia real se arrefece em recessão irremediável. Para se ter uma ideia do parasitismo financeiro, o dinheiro correspondente desses derivativos no mercado financeiro global, corresponde a 10 vezes o PIB mundial [12], desequilibrando a identidade basilar macroeconômica, que é a renda e o investimento. Isso demonstra que o capitalismo chegou em estágios finais e putrefatos de sua existência enquanto modo de produção, e precisa ser substituído emergencialmente.
1c - Qual a força dos 28 bancos que dominam
as finanças do planeta
Segundo especialistas, nem a crise de 2008 conseguiu mudar o
equilíbrio de poder e há chances de tudo acontecer de novo.
A crise mundial de 2008 não mudou em quase nada os detentores do
poder financeiro global. Quase oito anos depois e em meio a sinais de uma
estagnação global, o sistema financeiro do planeta segue dominado por 28
grandes bancos internacionais, chamados por alguns de seus críticos mais
ferrenhos de a "hidra".
"Os Estados são reféns desta hidra bancária e são disciplinados por ela. A crise prova esse poder. Os grandes bancos detinham os produtos tóxicos
responsáveis pela crise, mas em vez de reestruturá-los, os Estados acabaram assumindo suas obrigações - e a dívida privada se transformou em dívida pública", afirma François Morin, autor do livro A Hidra Mundial, o Oligopólio
Bancário, professor emérito da Universidade de Toulouse e membro do conselho do Banco Central francês.
Outra forma de dimensionar a questão: há centenas de milhares de
bancos no mundo, mas estes concentram 90% dos ativos financeiros
bancários. Com a, hiperconcentração, a queda de um ou mais destes bancos
tem um potencial devastador não apenas no setor, mas na economia global.
Essa é a base do argumento no centro dos debate depois de 2008: o risco de
instituições "too big to fail" (grandes demais para quebrar, em inglês).
Segundo Oscar Ugarteche, economista da Universidade Nacional
Autônoma do México e autor de A Grande Mutação, que estuda o novo sistema
financeiro mundial, com esse nível de concentração do poder financeiro, há
"grande possibilidade" de repetição de uma crise como a de 2008.
"Estes mercados cresceram com a liberalização financeira dos últimos
30 anos", diz o economista. "Foi com sua participação nos mercados
especulativos que se chegou (à crise de) 2008."
Criação de moeda
O sistema clássico de emissão monetária é formado por uma Casa da Moeda que imprime as notas necessárias a um Banco Central, que está
posicionado no centro da cena financeira. Mas, hoje, 90% da moeda é criada por estes 28 bancos, e só 10% é de responsabilidade de bancos centrais. A transição do dinheiro físico para o dinheiro creditício está mudando esta
equação. "Estamos fechando o círculo. No começo, havia bancos que faziam operações de comércio exterior e interno. Era dinheiro-crédito. Mas não havia
controle e centralização desta função", diz Ugarteche.
"Isso só começa a acontecer com a criação de um Banco Central
responsável pela emissão monetária. O primeiro é o da Inglaterra no século 17.
Mas, com a desregulamentação bancária dos anos 1990, estamos voltando ao
princípio. Os bancos emitem crédito, e não há muito controle a respeito",
afirmou.
Se antes a expansão do dinheiro era de certa forma protegida pelo nível
de reserva monetária de um país, hoje em dia, este limite perdeu a relevância.
Em meio a esta total flexibilização de crédito, a consultoria McKinsey
estima que a dívida total - isto é, a soma da dúvida pública, privada e individual
- tenha crescido mais de US$ 57 trilhões nos últimos sete anos e, hoje, chega
aos US$ 200 trilhões (R$ 710,7 trilhões), cerca de três vezes o PIB mundial.
Mercado cambial
A movimentação no mercado cambial é uma das maiores do mundo:
US$ 6 bilhões (R$ 21,3 bilhões) diários. Cinco dos 28 bancos controlam 51%
deste mercado.
"O câmbio nos Estados Unidos e no Reino Unido não depende das variáveis econômicas de um país. Basta que operadores, vinculados aos
bancos, decidam que o valor de uma moeda não se sustenta para que a ataquem especulativamente", diz Ugarteche. "Com compras ou vendas maciças, arrastam o resto dos atores do setor financeiro, provocando uma
modificação no câmbio que não tem nada a ver com a saúde econômica de um país."
Taxas de juros
Com seu potencial financeiro, estas 28 entidades têm um peso fundamental sobre as taxas de juros. Dado o nível altíssimo de circulação diária de ativos financeiros e de dívida, qualquer variação da taxa de juros faz girar automaticamente quantidades enormes de dinheiro. Estados Unidos, Grã-Bretanha e Comissão Europeia deram início em 2012 a uma investigação que mostrou como este nível de concentração dos bancos leva a uma manipulação do mercado. Segundo a investigação, 11 dos 28 bancos - Bank of America, BNP-Paribas, Barclays, Citigroup, Crédit Suisse, Deutsche Bank, Goldman Sachs, HSBC, JP Morgan Chase, Royal Bank of Scotland e UBS - se comportaram como "entidades ou grupos organizados" ao manipular as taxas de juros chamadas "Libor". A Libor é fechada diariamente em Londres e determina a taxa com que bancos emprestam. Tem impacto direto no mercado de derivativos e no que é pago por consumidores e produtores para quitar dívidas. "Nada mudou. Um escândalo parecido ocorreu recentemente com Goldman Sachs, Morgan Stanley e JP Morgan no mercado de commodities", afirma Ugarteche.
Derivativos
A metade dos 28 bancos produzem os chamados derivativos por US$
710 trilhões, o equivalente a dez vezes o PIB mundial. Ugarteche ilustra o
funcionamento deste mercado com um ativo financeiro bem modesto: uma
vaca.
O que fazer para transformar a vaca em dinheiro? Em outras épocas, ela
era vendida em troca de uma quantidade de dinheiro. Mas, hoje, outra opção é
possível: uma transação futura. Por exemplo: são vendidos o lucro em
potencial que será obtido com o leite da vaca ou os bezerros que ela irá parir. É
possível também vender o eventual leite que estes eventuais bezerros possam
produzir, caso sejam fêmeas.
"A partir de uma vaca real, é criada uma economia fictícia construída mediante
o uso de operações financeiras distintas. É um mundo de probabilidades. O
bezerro é um futuro possível, nada além disso, assim como outros rendimentos
obtidos a partir da vaca. O que acontece se a vaca ficar doente?", questiona
Ugarteche. Caso isso ocorra, as operações efetuadas vão para um buraco
negro. E foi assim que, em 2008, desapareceram mais de US$ 200 bilhões, o
que arrastou em sua queda dispositivos de segurança que supostamente
garantiam todo o fluxo de valores financeiros.
1d - Endividamento dos Estados nacionais
Em decorrência do efeito sistêmico ocasionado pelo crash de 2008, do Banco Lehman Brothers, visando estancar o colapso do mercado financeiro e subsequente da economia real com consequências drásticas ao crédito, os Estados Nacionais coordenadamente por intermédio de seus Bancos Centrais injetaram 20 trilhões nos bancos imbuídos de título podres, consequentemente se auto endividaram, acima do padrões comuns aceitáveis de endividamento, obrigando-os a jogar a crise nas costas da população e da classe trabalhadora mundial via instrumentos políticos e econômicos de austeridade, ou seja aumentar a arrecadação tributária para recompor o déficit orçamentário, concomitante reduzir investimento do Estado nas economias, lembrando-se que os Estados Nacionais possuem um papel preponderante de investimento em capital bruto, e no consumo de bens e serviços. Sem esses investimentos, com arrecadação e taxas de desemprego elevados, reduz a demanda agregada e efetiva, reduz a renda liquida disponível dos trabalhadores, reduzindo a produção e criando um ciclo ou espiral autofágica de recessão crônica no limiar de uma depressão econômica. Ex: Segundo mandato da Presidente Dilma, Grécia, Itália, França, Portugal, Argentina, Espanha etc.
Segundo o Global Research: “A razão Dívida/PIB do planeta como um todo atinge um recorde histórico (286%) e há um total de aproximadamente U$ 200 TRILHÕES em dívidas registradas. Isso totaliza cerca de U $ 28 mil para cada ser humano vivo na Terra. E uma vez que cerca de metade da população mundial vive com menos de U$ 10 por dia, não há motívos para crer que toda esta dívida possa ser paga um dia. A única “solução” possível para nosso atual sistema financeiro é empurrar o problema “com a barriga” pelo máximo período possível até que esta colossal pirâmide da dívida finalmente colapse sobre si própria.”
Na Espanha, a razão Dívida/PIB aumentou de 69% para 98%. Na Itália, aumentou de 116% para 132%. Na França, subiu de 85% para 95%. Na Bélgica, Irlanda e Portugal, cujas razões Dívida/PIB são, respectivamente 106%, 109% e 130%, a dívida também é muito grande. Na China, os empréstimos para empresas e famílias atingiram um total recorde de 207% do PIB no fim de Junho, ao passo que em 2008 beirava os 125%. No Japão, as coisas estão ainda piores. A razão Dívida/PIB chega a impressionantes 230%. Nos EUA, a situação é crítica: 104% de dívida em relação ao PIB. [13] O Brasil, como não poderia escapar, já possui a terceira maior dívida externa do mundo, um total de 750 bilhões de dólares. [14]
Na população o endividamento é concomitante grave. No Brasil 54% do
povo está endividado, nos Estados Unidos, o endividamento médio das famílias
equivale a 101,7% dos rendimentos. Na Europa, as dívidas superam 100% da
renda na Estônia, Espanha, França, Portugal, Finlândia, Suécia e Reino Unido,
de acordo com o Eurostat (órgão oficial de estatísticas da União Europeia). Na
Dinamarca, Irlanda, Chipre, Holanda e Noruega, a proporção supera 200%.
[15]
Como dizia Marx: “A produção capitalista se esforça constantemente
para superar estes obstáculos imanentes (ao seu desenvolvimento posterior),
mas os supera somente através de meios que colocam novos obstáculos e em
maior escala. O verdadeiro obstáculo à produção capitalista é o próprio capital”
1e - Estagnação global
Obs: FMI assume que não consegue reativar o ciclo do capital. As
justificativa estão todas mencionadas acima.
A economia mundial volta a desacelerar, apesar
dos estímulos monetários; faltam investimentos
e demanda.
Que a economia global está presa em uma fase de estagnação é um
diagnóstico que o Fundo Monetário Internacional (FMI) aponta pelo menos desde o
final de 2014.
A diretora geral do Fundo Monetário Internacional(FMI), Christine Lagarde
O crescimento é fraco, a correção do desemprego acontece em câmera lenta – tudo isso, apesar do colapso do preço do petróleo – e as economias emergentes e atoladas completamente em uma recessão que o Fundo, com benevolência, tenta suavizar confiando na recuperação no futuro. O caminho da economia real está marcado pela desaceleração: um crescimento global de 3,2% este ano e 3,5% em 2017, com recessões preocupantes no Brasil (-3,8%), Rússia (-1,8 %) e Venezuela – cuja contração já ronda os 8% – e um crescimento esperado de 6,5% na China que não oferece nenhuma garantia pela volatilidade de suas estatísticas.
Se os relatórios do FMI forem lidos nas entrelinhas, a mensagem do último (resultado da reunião de primavera em Washington) é de total alarme. As economias zonais – o euro é um bom exemplo – não reagem apesar da exposição excessiva a estímulos monetários e os países com capacidade de decisão (Alemanha na área do euro) se recusam a aceitar que é necessário implementar políticas que estimulem o investimento (o FMI já anunciou a conveniência de multiplicar o investimento em infraestrutura). A política monetária não é suficiente. A política econômica global está em um momento crítico: com expansão monetária perto de seus limites, qualquer crise parcial, mesmo que temporária, pode causar outra convulsão financeira e empurrar para trás os poucos avanços na reativação da economia desde 2014. E a Espanha é um espelho da desaceleração global. Cresce a taxas mais do que respeitáveis (3,2% em 2015, 2,6% anunciada pelo FMI para 2016), mas decrescentes, sem criação de emprego estável em quantidade suficiente e sem grandes avanços na produtividade. Para a Espanha e para a economia global as políticas necessárias são as mesmas: mais investimento e mais incentivo à demanda.
1f - DESEMPREGO ESTRUTURAL E TECNOLÓGICO
Em Davos reuniu-se a burguesia mundial perplexa com o colapso do capitalismo, e buscando alternativas para tenta-lo manter em pé, também discursou sobre a Nova Revolução Industrial, ou Industria 4.0, tema de seu livro suscitado pelo anfitrião do evento, o alemão Klaus Schwab, segundo ele e muitos especialistas, vamos passar por uma nova revolução industrial disruptiva, que vai equivaler 20.000 de nossa evolução técnico cientifica, os pilares dessa revolução são: Fabricação Aditiva, Inteligência Artificial, novas formas e fontes de energia, robótica, internet de todas as coisas, nanotecnologia, computação quântica, etc. Ou seja, vai alterar totalmente a estrutura produtiva, como o homem produz sua vida material, e o que ele produz concomitante essas novas técnicas vão permitir que homem se tornem obsoleto e ineficiente na produção, portanto seremos substituídos por robôs imbuídos de inteligência artificial, fabricadoras aditiva que produz bens de baixo para cima em um processo denominado bottom-up, sem intervenção humana bastando informar a forma do objeto a ser produzido por um software dado bits, que será materializado por impressoras utilizando-se de matéria prima das mais diversas em pó ou em forma liquida. A questão basilar é que a história não é como compreender o passado para projetar o futuro, ela ocorre como
tragédia depois se apresenta como farsa, portanto ao abstrair premissas maiores como principio axiomático sem necessidade de evidência material e conteúdo concreto, é possível afirmar como Schumpeter que inovações radicais acarreta em destruição criativa, ou seja, processo disruptivo que no primeiro momento, ao criar uma descontinuidade e interrupção no modelo de Quesnay, no mercado de bens e serviços e fatores-de-produção contudo iria aumentar a base material, o desemprego friccional e conjuntural de adaptação a novos postos de trabalho iria substituir os antigos e o crescimento econômico iria se efetivar, isso ocorria enquanto o capitalismo estava em expansão, a partir da década de 80 os salários estagnaram, e as novas forças produtivas substitui mais trabalhadores do que inseria novamente no mercado, esse deslocamento sentiu mais precisamente com a automação e o toyotismo na Industria que realocou a força de trabalho outrora industrial para o setor de serviço com menores salários, ou seja terceiro setor, com a informatização atingindo os três setores, o capital produtivo migrou para o setor financeiro sem lastro produtivo criando bolhas intermináveis, a Nova Revolução Industrial, não só substituirá o trabalho manual como a automação, mas também o trabalho teleológico com a inteligência artificial avançando exponencialmente, ao passo que o próprio Larry Page da Google afirma que 90% da mão de obra será substituída por robôs em poucos anos, as reportagens referentes a esse problema que demonstra que o capital não tem mais como acumular capital nem sequer gerar emprego, e portanto para continuar avançando as forças produtivas é necessário abolir a propriedade privada sob esses meios de produção, caso contrário se traduzirá em miséria e barbárie:
A "4ª revolução industrial" vai destruir 5 milhões de empregos
Sem uma atuação urgente "os governos vão enfrentar um desemprego
crescente constante e desigualdades", segundo um estudo do World Economic
Forum.
A quarta revolução industrial, que implicará a perda de cinco milhões de
empregos nos próximos cinco anos nas principais economias mundiais, vai ser
o tema principal do Fórum do World Economic Forum (WEF) que começa esta
quarta-feira em Davos, Suíça.
Além da perda de cinco milhões de empregos nos próximos cinco anos
em todo o mundo, a quarta revolução industrial provocará "grandes
perturbações não só no modelo dos negócios, mas também no mercado de
trabalho nos próximos cinco anos", indica um estudo do WEF, que organiza o
Fórum de Davos.
Depois da primeira revolução (com o aparecimento da máquina a vapor),
da segunda (eletricidade, cadeia de montagem) e da terceira (eletrônica,
robótica), surge a quarta revolução industrial que combinará numerosos fatores
como a internet dos objetos ou a "big data” para transformar a economia.
"Sem uma atuação urgente e focada a partir de agora para gerir esta
transição a médio prazo e criar uma mão-de-obra com competências para o
futuro, os governos vão enfrentar um desemprego crescente constante e
desigualdades", alerta o presidente e fundador do WEF, Klaus Schwab, citado
num comunicado.
Segundo um outro estudo do WEF, "O peso da perda de empregos,
como consequência da automatização e da desintermediação da quarta
revolução industrial, vai ter um impacto relativamente equitativo entre homens e
mulheres, já que 52% dos 5,1 milhões de empregos perdidos nos próximos
cinco anos afetarão os homens e 48% as mulheres".
"Mas como as mulheres constituem uma parte menos importante
atualmente que os homens no mercado de trabalho, isso significa que o fosso
entre homens e mulheres poderia tornar-se maior", adianta o estudo.
Esta 46.ª edição do WEF, que termina a 23 de janeiro, ocorre numa
altura em que o medo da ameaça terrorista e a falta de respostas coerentes
para a crise de refugiados na Europa se juntam às dificuldades que a economia
mundial encontra para voltar a crescer e à forte desaceleração das economias
emergentes. [16]
1g - Sociedade do custo zero trará fim do
capitalismo, diz livro
Mão segurando globo terrestre: livro argumenta que viveremos em mundo colaborativo
Depois de uma série de bestsellers sobre os impactos da tecnologia na
economia, Jeremy Rifkin, autor do livro, foi além e vislumbrou um futuro no qual
a lógica colaborativa da internet tomou conta de quase todo o sistema. Em
outras palavras: depois de séculos nos quais o capitalismo conseguiu levar
várias dimensões da vida humana para a esfera econômica, o processo
começou a se reverter.
Tese
Para Rifkin, isso é fruto do próprio dinamismo do sistema. A busca incessante por produtividade teve tanto sucesso que levará a um ponto no qual o custo marginal - ou seja, o custo de produzir uma unidade adicional de algum determinado produto ou serviço - beirará zero. Isso apareceu primeiro em indústrias como a do entretenimento e comunicação, completamente modificadas pela internet, mas já começa a ficar claro em outros campos. Na educação, cursos online permitem que um professor ensine milhões de alunos de uma vez. Na manufatura, impressoras 3D criam uma geração de "prosumidores" - produtores e consumidores ao mesmo tempo. O resultado: "lucros corporativos estão começando a secar, os direitos de propriedade estão se enfraquecendo e uma economia baseada na escassez está dando espaço a uma economia da abundância", escreve Rifkin.
Tecnologia, energia e trabalho
Do lado da tecnologia, isso é possível graças à "internet das coisas". Em
um futuro próximo, bilhões de sensores conectando tudo e todos estarão
alimentado uma infraestrutura inteligente de informações compartilhadas e
eficiência total. Ele defende que a outra face deste novo sistema estará no
crescimento exponencial das energias renováveis, que serão responsáveis por
80% da geração total até 2040 de forma altamente descentralizada.
O custo inicial de uma placa solar pode ser alto, por exemplo, mas
ninguém controla a sua fonte: o sol. Eventualmente, isso também derrubaria os
custos marginais da energia para zero. O mundo do trabalho é outro que será
afetado. Em 1995, Rifkin publicou um livro com o auto-explicativo título de "O
Fim dos Empregos", com a tese de que a tecnologia também transformará a
maior parte dos próprios trabalhadores em algo obsoleto.
Futuro
A face mais óbvia do futuro descrito por Rifkin são hoje os sites de compartilhamento de carros e casas, como o Airbnb. Nesses novos tipos de
transações, o acesso é mais importante que a posse e o capital social vale mais que o capital financeiro. Para ele, nada disso é lamentável, e nosso medo e incapacidade de conceber o que vem por aí é equivalente ao que os nossos
antepassados sentiram na transição entre o sistema feudal e o mercantilista, por exemplo. [17]
1h – Forças produtivas entravadas pelo
consumo conspícuo
O consumo conspícuo é, sem a menor sombra de dúvidas, uma das
maiores tragédias do capitalismo. O termo foi cunhado por Thostein Veblen, e
descreve os gastos em bens e serviços luxuosos com o único objetivo de
demonstrar status social.
É o caso de joias, roupas e bolsas de grifes famosas, além de carros de
luxo. São artigos que não melhoram a qualidade de vida de quem os compra
em nenhum sentido, e nem oferecem qualquer tipo de serviço superior aos
seus semelhantes não luxuosos.
Além disso, são todos passivos financeiros. De uma forma resumida, o
consumo conspícuo abrange bens que geram apenas despesas para seus
compradores. Não são investimentos, não produzem renda e muito menos
aumentam o capital de quem os compra. Em outras palavras, comprar um colar
de diamantes pode até (ao menos em teoria) mostrar que uma “madame” é
rica, porém: O colar não torna a madame mais rica. O colar não melhora a
qualidade de vida da madame.
Na verdade, paradoxalmente, o colar apenas torna a madame mais pobre. E é
exatamente sobre isso que o texto se trata. Primeiro pelo próprio fato de tais
bens serem passivos, como já foi colocado. Bem diferente seria por exemplo,
se ao invés do colar, a madame usasse de seu dinheiro para adquirir um ativo,
como ações de uma Indústria de Software em crescimento.
Dessa forma, seu capital aumentaria, tanto pela receita dos dividendos, como
pela valorização das ações. E aí sim, poderia se afirmar que tal madame aumentou
sua riqueza. Na verdade, ao adquirir tais ações, a madame (ao menos a priori)
financiaria a expansão da Indústria. Isto é, ela usaria de seu capital para multiplicar as
forças produtivas. O que não é o caso do consumo conspícuo. Ninguém se torna mais
rico ao adquirir um colar de diamantes, e muito menos contribui para desenvolver as
forças produtivas ao comprá-lo.
Mas não pára por aí. Colares de diamantes não caem do céu. Para produzi-los é preciso gastar energia, recursos naturais e trabalho humano. E
ainda que se desconsidere qualquer natureza exploratória desse trabalho, é
inegável a necessidade de usar uma parte dos fatores de produção existentes para atender tal demanda. Entretanto, como já foi demonstrado, colares de
diamantes não melhoram a qualidade de vida e nem a riqueza das pessoas. Quem faz isso é a tecnologia.
Se um rei medieval quisesse se comunicar com outro rei à apenas 300
km de distância, ele precisava escrever uma carta com pena e tinta, mandar a
carta através de alguma cavalaria, e só depois de dias ou até mesmo semanas
ele receberia a resposta. Hoje em dia, qualquer pessoa com um celular barato
pode se comunicar com qualquer pessoa do planeta de forma praticamente
instantânea.
Dom Pedro I morreu de Tuberculose com 35 anos. A princesa do Império Brasileiro Maria Amélia de Bragança com apenas 21, também por Tuberculose. O rei de Jerusalém Beduíno IV morreu de Lepra com 24 anos. São muitos casos de monarcas bastante poderosos do passado que morreram jovens, e por doenças comuns da época. Hoje em dia, vacinas para doenças como Tuberculose e Hanseníase são de fácil acesso para qualquer família de classe média, e raramente se conhece algum caso de alguém numa condição remunerada que tenha morrido por tais enfermidades. A expectativa de vida do ser humano mais do que dobrou no último século.
A classe média, e até mesmo os pobres, hoje em dia tem um padrão de
vida muito mais elevado do que os monarcas mais poderosos do passado.
Tudo isso só foi possível por causa do Progresso Científico e Tecnológico. Mas
ciência e tecnologia também não caem do céu. Para desenvolvê-las também é
necessário gastar energia, trabalho humano e recursos naturais.
Na Economia há um conceito básico que se chama "Fronteira de Possibilidade de Produção". Existe um limite máximo do que pode ser produzido nas economias, se todos os fatores de produção são utilizados em
sua total capacidade. Esse limite é representado por um ponto sobre a Curva de Possibilidade de Produção. Quando isso acontece, caso seja necessário
aumentar a produção de um artigo X, só há duas alternativas: Sacrificar a produção de um artigo Y ou Aumentar a capacidade produtiva total.
Logo, se quisermos alcançar um maior progresso tecnológico, ou nós
precisamos multiplicar as forças produtivas, ou nós precisamos sacrificar a
produção de serviços já existentes, ou então uma combinação das duas
medidas. É aí que entra o consumo conspícuo. Quanto mais recursos e trabalho humano são desperdiçados em artigos de luxo, são potenciais recursos e trabalho humano desperdiçados que poderiam ser úteis no desenvolvimento tecnológico. Um exemplo disso já foi constatado pelo The Wall Street Jornal. O Ouro é um metal raro e com propriedades importantes, extremamente útil em circuitos eletrônicos e equipamentos de laboratório. Entretanto, no atual Sistema ele é porcamente jogado fora para fabricar joias e artigos de luxo, e atender o Consumo Conspícuo. Assim, sobra-se menos ouro para ser investido na Tecnologia, e todo o seu progresso é prejudicado:
Se não houvesse mais demanda para produzir joias de ouro, não haveria mais lucro em vender tais produtos. A produção de joias perderia investimentos, e a procura do Ouro para fabricá-las reduziria. Com menor procura para a produção de joias, o preço do Ouro se tornaria melhor acessível para ser usado em outros setores mais úteis para a Tecnologia, como uma Indústria de Eletrônicos. Isso tornaria a Eletrônica mais lucrativa, e o Capital que antes era investido na produção de joias poderia migrar para o novo setor. Assim, os fatores de produção que antes eram usados no Consumo Conspícuo, agora podem ser realocados para o Progresso Tecnológico.
E não apenas isso. A Tecnologia também é responsável por multiplicar
as forças produtivas. É uma das razões de ela evoluir em ritmo exponencial. Quanto mais avançadas são as técnicas, mais se pode produzir, com um gasto
cada vez menor de recursos. Quanto mais tecnologia temos, mais rápido ela se desenvolve. É a Lei das “Mudanças Aceleradas”. Peter H. Diamandis e Steven Kotler já dedicaram o livro "Abundância", para abordar justamente essa
questão.
Pratos de alumínio por exemplo eram considerados artigos luxuosos hà
séculos atrás. Mas com o avanço das técnicas de eletrólise para facilitar a
obtenção do metal, o preço do alumínio se reduziu drasticamente, e hoje as
pessoas o jogam no lixo em uma latinha de refrigerante. Isso significa que o
consumo conspícuo não só é responsável por retardar o progresso tecnológico,
como também é responsável por retardar a produção de novas riquezas ao
limitar o desenvolvimento das forças produtivas.
Quando a madame compra um colar de diamantes, ela não apenas
aumenta suas despesas com um passivo inútil, como também prejudica o
desenvolvimento de futuras tecnologias que poderiam a tornar mais rica e com
melhor qualidade de vida.
O consumo conspícuo gera Pobreza tanto individualmente, como
coletivamente. O consumo conspícuo empobrece a todos, inclusive a própria
burguesia. Quanto mais cara é a Lamborghini do rei do camarote, mais pobre
ele se torna. Quanto mais cara é a Louis Vuitton da Val Marchiori, mais pobre
ela se torna.
1i - Crise Ambiental
Na busca por permanente crescimento econômico, mediante aumento da produção e do consumo, o capitalismo produziu uma crise ambiental estruturalmente catastrófica para o planeta e a humanidade. Sem dúvida alguma, o aquecimento global, isto é, a elevação da temperatura do planeta, gerando mudanças climáticas frequentes, produzida por meio de um aumento da emissão de gases-estufa (CO2, CH4, N2O, SF6 e HFCs) na atmosfera, é a base dessa crise ambiental. A distribuição da emissão de poluentes se dá da seguinte forma: pela geração de eletricidade não renovável, como a queima de carvão, petróleo e gás natural (24,9%), indústria (14,7%), transportes com combustíveis não-renováveis (14,3%), agricultura (13,8%), mudanças no uso do solo, como o desmatamento (12,2%), outros combustíveis (8,6%), processos industriais (4,3%), produção de lixo (3,2%) e emissões de gases provenientes de equipamentos de pressão (4%). A maior parte desse aquecimento ocorreu nas últimas três décadas. Segundo cientistas da NASA e da NOAA, 2014 foi o ano mais quente do planeta desde 1880. Não por acaso, os 10 anos mais quentes já registrados, com exceção de 1998, ocorreram desde 2000. [18] Os efeitos mais prejudiciais são os listados abaixo:
Ondas de propagação da malária e dengue
Os mosquitos responsáveis pela transmissão da doença proliferam com maior intensidade em ambientes mais quentes. Segundo a OMS(Organização
Mundial da Saúde), foram registrados em 2012 cerca de 207 milhões de casos de malária, e estima-se que 627 mil mortes ocorreram. [19] A ONU estima que
até 2085, 5 a 6 bilhões de pessoas serão infectadas pelo mosquito (levando em conta o crescimento da população mundial e o ritmo atual da elevação da temperatura na Terra). [20]
O Brasil, obviamente, é um dos mais vulneráveis ao avanço da dengue,
por suas condições geográficas. Em 2015, foram registrados 745,9 mil casos
de dengue no país, um aumento de 234,5% em relação ao mesmo período do
ano passado, quando foram registrados 223,2 mil casos da doença. 229
pessoas morreram apenas nesse ano. [21]
Aumento dos períodos de secas
As florestas tropicais possuem grande quantidade de CO2, uma vez queimadas, o gás evapora e é emitido na atmosfera, contribuindo para o aquecimento global. Dessa forma, ocorre uma diminuição da evaporação da água, reduzindo a formação de nuvens carregadas de água. No Brasil, com o desmatamento da Amazônia e do Cerrado, o Sudeste, Centro-oeste e Sul estão sofrendo uma seca histórica. [22] Nos últimos 40 anos, o desmatamento na Amazônia somou 762.979 km, o que corresponde a três estados de São Paulo ou a 184 milhões de campos de futebol. [23] Já no Cerrado, segundo um estudo da USP, a devastação aumenta em 20 vezes a perda de água da chuva. [24] Esse desmatamento é inerente a lógica de atuação do agronegócio, que depende de extensões de terra cada vez maiores para maximizar a produção em escala, seja a pecuária ou a agricultura, e por decorrência o lucro. É como uma empresa que precisa ampliar as suas atividades para aumentar os lucros. Sob o “desenvolvimento” econômico baseado na grande propriedade privada agrária, os pequenos camponeses e diversos povos indígenas e quilombolas perdem suas terras (geralmente griladas por ruralistas) ou são afetados pela poluição deixada por mineradoras e carvoarias. [25]
Aumento de enchentes
Com o aumento da temperatura, a água do solo evapora mais rapidamente e intensifica a formação das nuvens carregadas de vapor d’água, elevando a intensidade das chuvas, produzindo tempestades, enchentes, deslizamentos e diversos desastres. [26] Mais uma vez, o Brasil é um grande alvo: entre 1991 e 2010, mais de 10 mil casos foram registrados, e pelo menos 1.780 pessoas morreram nos eventos que ocasionaram os desastres, mas o número de mortes efetivamente causadas por eles chega a 460 mil, se forem incluídas doenças e outros males desencadeados pelas tragédias. [27] O país
é o 6º do mundo que mais sofre com desastres naturais. [28]
Degelo
Segundo a Nasa, dos anos 80 pra cá, a camada do gelo ártico ficou 40%
mais fina, logo mais vulnerável. [29] Entre 2007 e 2012, 7 milhões de km de
extensão de gelo derreteram, um recorde histórico. [30] Com o derretimento,
depósitos congelados de metano(gás-estufa) são liberados, ampliando ainda
mais o aquecimento global. O nível do mar aumentou quase 20 centímetros no
século XX, e o número continua crescendo cada vez mais. Segundo o IPCC
(Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), o nível do mar
aumentará 1 metro até 2100. Como muito bem diz o artigo do HypeScience:
“Se o aumento de um metro no nível do mar parece pouco para você, pense assim: aproximadamente 60 milhões de pessoas vivem em uma área que fica a um metro acima do nível do mar, e este número deve crescer para 130 milhões de pessoas até 2100. A maior parte desta população vive em deltas de rios no sul e sudoeste da Ásia. Partes de países como Bangladesh, assim como algumas ilhas inteiras, como as Maldivas, iriam ficar completamente submersas. De acordo com um relatório de 2005, o aumento de um metro no nível do mar deve afetar 13 milhões de pessoas em cinco países europeus, além de causar uma destruição no valor de 600 bilhões de euros (mais de 1 trilhão de reais), sendo que os Países Baixos seriam os mais afetados, devido à sua baixa localização em relação ao nível do mar. Além de todas essas previsões, tempestades destruidoras que acontecem a cada cem anos poderiam começar a acontecer a cada quatro anos, fazendo com que as cidades atingidas fossem abandonadas, em vez de reconstruídas.” [31]
Poluição urbana
A contaminação do ar por resíduos tóxicos oriundos das atividades já
mencionadas acima causam graves efeitos a humanidade, sobretudo aos que
que vivem em grandes centros urbanos. Diversas doenças são ocasionadas
pela poluição do ar, dentre elas derrames e ataques cardíacos, como comprova
um estudo da Universidade de Edimburgo:
“O principal causador da poluição de Linfen, na China, é o carvão. A
cidade se desenvolveu com um centro de mineração do elemento e nunca mais
conseguiu combater os efeitos da poluição emitida pelas indústrias."
Uma análise de estudos extensa descobriu que a exposição à poluição do ar, mesmo que por apenas um dia, aumenta de forma significativa o risco de
derrame. Os pesquisadores reuniram dados de 103 estudos envolvendo 6,2 milhões de internações e óbitos por derrame de 28 países. Publicada no periódico BMJ, a análise descobriu que todas as substâncias poluidoras, com
exceção do ozônio, estavam associadas ao aumento do risco de derrame. Além disso, o número de derrames aumentou com o aumento dos níveis de poluição.” [32]
Já um outro estudo do Instituto Max Planck de Química, mostra que a
poluição do ar contribui para a proliferação de doenças alérgicas:
“A pesquisa revelou que o ozônio troposférico oxida um aminoácido que
desencadeia reações químicas responsáveis por alterar a estrutura das
proteínas alergênicas. Já o NO2 modifica a capacidade de ligação de alguns
alérgenos. A ação conjunta dos dois gases é responsável por fazer com que os
alérgenos provoquem reações no corpo humano com mais facilidade,
sobretudo em ambientes úmidos ou poluídos.“ [33]
Doenças respiratórias também estão relacionadas a poluição. “Uma
pesquisa realizada pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
comprova que o acúmulo de partículas e gases nocivos lançados na atmosfera estão provocando doenças respiratórias pré-existentes e podem aumentar o índice de infecções das vias aéreas superiores e pneumonia nos paulistanos, em diferentes faixas etárias. O objetivo do estudo foi avaliar a relação entre a concentração diária dos poluentes atmosféricos emitidos pela frota automotiva na cidade de São Paulo e o número de consultas diárias realizadas no serviço de emergência do Hospital São Paulo, ligado à Unifesp e localizado na Vila Clementino, zona sul da capital. Durante três anos, o levantamento analisou 177.325 casos. A grande maioria (137.530 atendimentos, ou 77,5%) foi por doenças respiratórias. Os dados foram fornecidos pelo Serviço de Arquivo Médico e Estatísticos (Same) da Unifesp, ligado ao Hospital São Paulo. Desse total, 72% das ocorrências eram infecções de vias aéreas superiores (sinusite, faringite, nasofaringites e amidaglite), 12% eram influenza (gripes em geral), 9%, pneumonia e 7%, asma.” [34]
Ao redor do mundo, a poluição do ar mata 7 milhões de pessoas por
ano, segundo a OMS. [35] E o Brasil, enquanto integrante do sistema-mundo
capitalista, está no mapa da poluição urbana. Apenas nos 2 maiores centros
industriais-urbanos, RJ e SP, mais de 135 mil morreram em 6 anos devido
a doenças causadas pela poluição do ar, segundo o Instituto Saúde e
Sustentabilidade.
“Risco de doenças respiratórias, risco de infarto, as grávidas são muito
suscetíveis, as crianças, os idosos. Você tem uma população enorme exposta.
Mesmo os saudáveis acabam inalando uma grande quantidade de substancias
químicas que são nocivas à saúde”, alerta Hermano Albuquerque de Castro,
diretor da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz. [36]
Produção excessiva de lixo
O consumismo gerado pela necessidade do capitalismo se expandir e do capital se valorizar permanentemente, produziu um excessivo descarte de mercadorias, agravado pela estagnação industrial intensificada após a 3ª revolução industrial. Com taxas decrescentes de lucro, os capitalistas intensificaram a chamada obsolescência programada, que se trata de uma “inovação” artificial, na qual as empresas fragmentam tecnologias em diferentes produtos para aumentar o lucro por unidade, e diminuem a durabilidade de seus produtos, aumentando o ciclo do consumo. Uma pesquisa divulgada pela Abrelpe, referente a 2010, apontou que a produção de lixo no país cresceu seis vezes mais do que a população. E mais: a quantidade de resíduos com destinação inadequada aumentou quase dois milhões de toneladas, em relação a 2009. Foram aproximadamente 61 milhões de toneladas de lixo produzidas apenas durante 12 meses. E o pior: desse total, 23 milhões foram parar em lixões, um aumento de 2 milhões, culminando em contaminação do solo, da água e do ar. SP e RJ chegam a produzir 55 mil e 20 mil toneladas de lixo por dia respectivamente. [37] Em 11 anos, a produção de lixo no Brasil aumentou 29%, o maior aumento da história, e desse total 41% tem como destino os lixões. Quase 40% da população brasileira (78 milhões) não tem acesso a serviços de tratamento adequado de resíduos sólidos. [38]
Chuvas ácidas
Resultado do aumento da emissão de gases-estufa na atmosfera, as chuvas ácidas são chuvas com alta concentração de poluentes que contém ácidos fortes. Para a chefe do Instituto Nacional de Meteorologia no Amazonas,
Lúcia Gularte, as chuvas ácidas causam a “mortandade de peixes, insetos, anfíbios e plânctons devido a falta de oxigênio na água. As chuvas causam
também efeitos negativos sobre a saúde humana, além de corrosão em equipamentos expostos ao ar, como estruturas metálicas, edifícios e carros”. [39]
Estudos revistos pela Environmental Protection Agency dos Estados
Unidos demonstraram que as chuvas ácidas causaram diretamente a
acidificação de 75% dos lagos e de cerca de 50% dos rios e ribeiros estudados.
[40] Ainda segundo a mesma agência, há relação entre as chuvas ácidas e as
contaminações por diarreia de crianças nos EUA devido a poluição na água. E
também o aumento das ocorrências de Alzheimer. [41]
Diminuição da camada de ozônio
A camada de ozônio é uma camada com grande concentração de ozônio que se encontra na atmosfera terrestre, sendo responsável pela filtração de 95% dos raios ultravioletas emitidos pelo Sol. Ela basicamente evita que tenhamos uma generalizada propagação de câncer de pele e problemas relacionados a visão, além de garantir que as plantas realizem a fotossíntese e emitam oxigênio para o planeta. Entre 1975 e 1984, foi descoberto por cientistas um “buraco” na camada de ozônio, uma diminuição na espessura em cerca de 40%. Em 2006, foi registrado o recorde da extensão do “buraco”, aproximadamente 29,5 milhões de km. [42]
Como podemos perceber, vivemos uma crise ambiental de magnitude
global, em decorrência do modo de produção capitalista e a sua inerente
necessidade de manter altos níveis de consumo para se expandir. Nesse
cenário, o Brasil sofre duplamente por estar inserido no sistema global
capitalista, e ser vulnerável enquanto país subdesenvolvido, não conseguindo
sequer amenizar alguns efeitos.
Segundo James Lovelock, cientista que criou o aparelho que ajudou a
detectar o buraco na camada de ozônio e formulador da teoria “Gaia”, que
classifica o planeta como um “organismo vivo”, que se modifica
permanentemente (base para toda a ciência climática), mas que funciona
apenas num ambiente específico, nos diz claramente o significado da
necessidade de destruir o capitalismo:
"Se nós, as pessoas, não respeitarmos a Terra e não tomarmos conta
dela, podemos ter certeza de que ela, no papel de Gaia, vai tomar conta de nós
e, se necessário for, vai nos eliminar". [43]
Ecocídio cometido pelo capitalismo
1j - O sistema capitalista aplicado na agricultura
brasileira
Embora desde o século 19 o capitalismo venha sendo implantado na
agricultura brasileira, é a partir do século 20 que ocorre o aprofundamento das
relações de produção capitalistas no campo.
Esse avanço do capitalismo se deu convertendo grande parte da velha
estrutura agrária numa economia capitalista voltada para a exportação, ao mesmo
tempo em que grandes grupos capitalistas se instalaram no campo. Desse modo, não
houve uma destruição da velha economia agrícola por meio de uma reforma agrária,
mas modernização das grandes propriedades rurais e a formação de uma burguesia
agrária. Vale salientar que o surgimento de modernas empresas privadas no campo
realizou-se também com total apoio e financiamento do Estado.
Como consequência, a terra é hoje um meio de produção que se encontra
quase que totalmente nas mãos da burguesia. Vejamos: segundo a Pesquisa Nacional
por Amostra de Domicílio (Pnad), de 2009, do IBGE, existem no país um total de
5.175.489 milhões de estabelecimentos rurais. Destes, cerca de 50% têm menos de
10 hectares e ocupam somente 2,3% da área total. [44]
Nos últimos dez anos (2002-2012) a situação ficou ainda pior: as propriedades
rurais de 50 a 100 mil hectares cresceram 840%: eram 22, em 2003, e passaram para
208, em 2011. Em resumo, o Brasil dispõe de 388 milhões de hectares de terras
agricultáveis, e a grande burguesia controla 70% dessa área, sendo 172 milhões de
hectares ocupados pela pecuária. Para piorar, a desapropriação de terra pelo Governo
para reforma agrária diminuiu: em 2010, foram desapropriados 158 imóveis, e, em
2011, somente 58. Como quem possui a terra é o grande capital nacional e
estrangeiro, é ele que determina o que plantar e para quem vender de forma a obter
maior lucro. De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(MAPA), o Brasil é o maior exportador mundial de açúcar, café, suco de laranja, soja
em grão e carne de frango e o segundo lugar em exportação de carne bovina, óleo de
soja e farelo de soja. Em 2012, a participação do agronegócio foi de 22,7% do PIB
(70,4% da agricultura e 29,6% pecuária) e 42% das exportações brasileiras. A
projeção do Mapa é de que até 2020, a produção brasileira de carnes atenderá a
44,5% do mercado mundial, a de carne de frango alcance 48,1% das exportações
mundiais, e a de carne suína, 14,2%. [45]
Para garantir que o Brasil siga cumprindo esse papel definido pelos países
imperialistas, de grande produtor de commodities - que significa produto primário de
importância comercial cujo preço é determinado internacionalmente - agrícolas e
minerais para o comércio internacional, as áreas destinadas ao plantio de alimentos
básicos são reduzidas, como mostra dados da Associação Brasileira de Reforma
Agrária (Abra): de 1990 a 2011, o arroz reduziu a área plantada em 31%; o feijão em
26%; a mandioca em 11%; e o trigo em 35%, enquanto produtos como a cana e a soja
aumentaram sua área em 122% e 107%, respectivamente. [46]
Também para a expansão do chamado agronegócio foi aprovado pelo
Congresso Nacional, em 2012, o novo Código Florestal [47], que permite a
transformação de mais de 42 milhões de hectares de áreas de preservação ambiental
em terras agricultáveis, maximizando os problemas relacionados ao desmatamento,
enfatizados no tópico ‘Crise Ambiental’ acima.
O avanço da mecanização da agricultura é outra particularidade do campo
brasileiro. Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores
(Anfavea), em 1990, foram vendidos 28.204 tratores e máquinas agrícolas; em 2012,
foram 64.430, ano em que a economia brasileira cresceu somente 0,9%, dada a crise
de 2008. Ainda segundo a Anfavea, entre 2000 e 2010, as vendas de maquinários e
implementos agrícolas aumentaram 115%. Outro indicador importante da
mecanização é que, desde 1990, embora a produção agrícola tenha alcançado um
crescimento de 180%, a área agrícola aumentou somente 28%. [48] Na verdade, nas
grandes empresas agrícolas temos não só a utilização de tratores, mas também de
colheitadeiras e de semeadoras equipadas com aparelhos GPS que mapeiam o
terreno e toda a área a ser plantada. Porém, como assinala Lênin "o indicador
essencial do capitalismo na agricultura é o trabalho assalariado". (Capitalismo e
Agricultura nos Estados Unidos da América).
O Brasil tem cerca de 15,7 milhões de pessoas ocupadas na agricultura, 17%
do total de ocupados. Os empregados ou assalariados são 4,783 milhões, 30,4% do
total da ocupação. Nas regiões de maior produção agropecuária, o emprego
assalariado é maior: no Sudeste atinge 46,3% e no Centro-Oeste 40,8% dos ocupados
agrícolas.
Acrescente-se que, como o trabalho temporário tem grande importância na
agricultura, há um número significativo dos chamados trabalhadores por conta própria
ou para o próprio consumo, que, durante a colheita trabalham para os patrões, embora
não tenham carteira assinada e essa ocupação não seja a principal. Além disso,
também é grande o número de trabalhadores desempregados.
O fato é que chegamos a segunda década do século 21, tendo tanto a terra
quanto a produção agrícola sob controle de grandes empresas capitalistas e de
bancos que realizam uma superexploração dos trabalhadores rurais e adotam o uso
intensivo de máquinas, fertilizantes químicos, agrotóxicos, sementes geneticamente
modificadas e produção voltada principalmente para atender o mercado capitalista
mundial.
Ao lado de modernas empresas que utilizam avançadas tecnologias de
produção e o trabalhado assalariado, encontramos também na agricultura brasileira,
áreas onde prevalece o trabalho familiar e relações tradicionais, como a parceria, a
meia, etc., o trabalho degradante ou análogo ao escravo e pequenas propriedades
rurais que contam principalmente com a mão de obra da família, mas, segundo o
IBGE, é responsável por 70% dos alimentos consumidos pelos brasileiros. [49]
Sem apoio do Estado que tudo faz pelo grande capital na agricultura, os
pequenos proprietários sofrem com a seca, a falta de tratores e transportes, bem como
com os royalties cobrados pelas empresas de sementes transgênicas, os altos juros
impostos pelos bancos e a falta de acesso à saúde e educação. Como exemplo,
podemos citar que o principal programa do Governo Federal de apoio a agricultura
familiar, o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf),
atende a apenas 10% das 800 mil famílias assentadas. [50]
Sem condições de plantar ou colher, milhares de famílias veem suas terras
serem tomadas pelos bancos e abandonam o campo em busca de oportunidade nas
cidades: em 2000, a população rural representava 18,8% do total, e, em 2010, essa
participação caiu para 15,7% (29,8 milhões de um total de 190,6 milhões).
Mas, além de arruinar a pequena propriedade e expulsar milhares de famílias
do campo, o processo produtivo agrícola brasileiro está cada vez mais dependente
dos agrotóxicos. Somente na safra de 2011, foram utilizados 853 milhões de litros de
agrotóxicos pulverizados nas lavouras, principalmente herbicidas, fungicidas e
inseticidas, representando uma média de exposição ambiental/ocupação/alimentar
superior a cinco litros de agrotóxicos por habitante, quantidade altíssima e acima das
recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS). [51]
Além de causar danos irreparáveis à saúde dos que trabalham na agricultura e
de ser responsável por uma elevação do número de brasileiros com câncer, a
utilização intensiva e extensiva de agrotóxicos é responsável também pela
contaminação de rios e da água, a degradação e desertificação do solo. Por trás
desses crimes, estão poderosos monopólios internacionais, do chamado Big-6:
Syngenta, Bayer, Monsanto, Basf, Dow AgroSciences e Du Pont, que faturam bilhões
de dólares às custas do envenenamento do povo brasileiro.
A exploração dos trabalhadores rurais
Excetuando os patrões, uma das principais características das pessoas que
trabalham na agricultura brasileira é o baixo salário ou ausência de renda. De fato,
41,2% da população rural não recebe nenhum rendimento e 36,1% recebe valor igual
ou inferior ao salário mínimo nacional. [52]
Segundo o estudo Perspectivas do Brasil na Agroindústria, da Ernst & Young
em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), a produtividade da agroindústria
do Brasil cresceu 2% ao ano nas últimas três décadas, percentual bastante superior
ao verificado nos Estados Unidos (0,8%) ou mesmo na China (1,8%) [53] e, de acordo
com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o
Brasil é o país de maior produtividade agrícola na América Latina e no Caribe. [54]
Portanto, embora a produtividade do trabalhador rural seja uma das mais altas
do mundo, garantindo enormes lucros para as grandes empresas, tal crescimento não
resultou no aumento de seu salário ou de sua remuneração.
Por outro lado, o avanço da mecanização, ao mesmo tempo em que aumentou
a produtividade, fez crescer também o desemprego no campo. Prova disso é que, no
período entre 1985 e 2006, foram eliminados aproximadamente 6,8 milhões de postos
de trabalhos, 29% do total. Em 1985, o número de pessoas ocupadas na agricultura
era de 23.394.919 e, em 2006, 16.567.544. [55]
Outro aspecto que mostra a exploração a que está submetido o trabalhador
rural é a jornada de trabalho. Em 2009, 41,7% do total de ocupados agrícolas
trabalharam acima da jornada legal de trabalho (44 horas semanais) e, em pleno
século 21, 4,5% do total de ocupados agrícolas são crianças entre 5 e 14 anos.
O grau de formalização ou de respeito às leis trabalhistas no campo é também
muito pequeno. Em 2009, somente 35,1% do total de empregados em atividades
agrícolas tinham carteira assinada - cerca de três milhões de trabalhadores -, estima a
Confederação Nacional de Trabalhadores na Agricultura (Contag). [56]
O trabalho temporário é outro exemplo da situação de penúria da maioria dos
trabalhadores rurais assalariados, pois essa forma de contrato não dá direito ao
seguro desemprego, deixando durante o período de entressafra as famílias desses
trabalhadores totalmente desamparadas.
Cresce a pobreza nas zonas rurais
Desse modo, enquanto o Brasil se torna um dos maiores exportadores de
alimentos e de carnes do mundo, ocorre o empobrecimento das massas
trabalhadoras, o pequeno proprietário é levado à ruína, e a imensa maioria da
população rural vive numa miséria crescente.
Dos 8,7 milhões de domicílios existentes na área rural, em quase metade deles
a renda per capita das famílias não ultrapassa meio salário mínimo, e um terço desses
domicílios não tem acesso à água canalizada. Entre os que dispunham de canalização
interna, apenas 43% estavam ligados a uma rede geral de abastecimento, 67% dos
domicílios não eram assistidos por serviços de coleta de lixo, e a grande maioria
queimava ou enterrava os resíduos; em 49% deles, o esgotamento de dejetos se dava
por meio de fossas rudimentares. [57]
Segundo o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra),
existem no Brasil cerca de 4,8 milhões de famílias sem terra, e 150 mil famílias estão
acampadas, parte delas há mais de cinco anos, embora 100 milhões de hectares de
terra continuem ociosos. [58]
Para ficar mais dramático, a Comissão Pastoral da Terra (CPT), ao divulgar a
28ª edição do relatório Conflitos do Campo no Brasil 2013 revelou que o total de
conflitos no campo somaram 1.364; os conflitos por terra foram 1.067 e os
assassinatos 36, um aumento de 24% em relação ao ano de 2011. [59]
Como vimos, o conjunto da agricultura brasileira está submetido às leis
econômicas do capitalismo e, enquanto uma minoria de ricos obtém bilhões com a
venda de produtos agrícolas, grãos e carne para o exterior, cresce a exploração do
trabalhador rural, o êxodo rural, e o trabalho degradante ou em condições análogas à
escravidão. De acordo com o próprio Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), entre
2003 e 2010, foram libertados de condições análogas à escravidão 31.297
trabalhadores e, em 2012, mais de 2.849 nas mesmas condições. [60]
Como grande parte da riqueza produzida no campo está nas mãos dos
monopólios capitalistas e não sob o controle da sociedade, milhões de brasileiros
vivem com fome e gastam com alimentos mais da metade do salário que ganham.
Assim sendo, a modernização da agricultura brasileira ou o avanço do
capitalismo no campo não trouxe nenhuma melhoria na situação dos trabalhadores
nem dos camponeses, beneficiou tão somente as grandes empresas rurais e bancos,
enfim, a grande burguesia nacional e estrangeira.
O quê fazer?
Agenda revolucionária: a solução da crise!
Muitas agendas foram propagadas nos últimos meses visando
apresentar uma alternativa a crise econômica. Todas elas, desde a de Renan,
a já fracassada de Levy e do mercado financeiro, até a dos reformistas
(reformas agrária, tributária, urbana e auditoria da dívida) e a última de Temer,
que se assemelha a de Levy, mas com maior intensidade, não salientam as
causas dessa crise, mas apenas tentam amenizar os efeitos, de forma inútil.
A crise é da estrutura produtiva mundial do capitalismo, de um dado
momento no qual esse sistema alcançou um nível de produtividade estupefato,
mas que concomitante e inerente a esse desenvolvimento, trouxe consigo
conflitos já previstos, como o desemprego industrial e a realocação no setor de
serviços, e por conseguinte uma diminuição no poder de compra, aumento de
capacidade produtiva ociosa, pra evitar taxas de deflação(devido ao excesso
de oferta no mercado), endividamento de empresas, pessoas e governos, na
tentativa falha de maximizar o consumo via expansão do crédito, e o
direcionamento do capital produtivo para o capital parasitário-financeiro, o
famoso "capital fictício portador de juros", como dizia Marx, que foi elucidado
acima. Além do mais, vivemos uma enorme crise ambiental, com
consequências catastróficas para o futuro da humanidade e do planeta.
PROGRAMAS DE TRANSIÇÃO
Introdução
O trabalho é a fonte de toda riqueza, afirmam os economistas. Assim é,
com efeito, ao lado da natureza, encarregada de fornecer os materiais que ele
converte em riqueza. O trabalho, porém, é muitíssimo mais do que isso. É a
condição básica e fundamental de toda a vida humana. E em tal grau que, até
certo ponto, podemos afirmar que o trabalho criou o próprio homem.
Ou seja, é por intermédio do trabalho que ocorre a mediação orgânica
entre a natureza e o homem, que extrai dela os recursos necessários para atender suas necessidades essenciais, que a principio são as
fisiológicas(alimentação, moradia e reprodução), e que atendendo as mesmas surgem necessidades mais complexas que vão sendo satisfeitas socialmente culminando no avanço das capacidades produtivas, sendo a característica
fundamental que diferencia o homem que age racionalmente para produzir e reproduzir sua vida material, e os animais, que agem puramente por instinto.
Os homens se organizam em grupos para produzir e reproduzir sua vida material, criando instrumentos de produção para a atividade laboral, e por
conseguinte desenvolvem um intercâmbio material entre eles, como também uma rede social complexa, a linguagem, e a organização dos fatores-de-
produção (terra, trabalho, máquinas) com suas relações de produção(propriedade coletiva ou privada, divisão social do trabalho ou natural, relação de troca ou apropriação direta da produção), condicionando o processo
de vida social e política.
O primeiro modo de produção diz respeito as comunidades gentílicas
tribais, que se encontravam no Estado Selvagem e na Barbárie. Cuja principal
característica da relação de produção desse período, é a divisão natural do
trabalho (mulheres – economia doméstica; homens – caça e coleta),
propriedade coletiva da terra e dos instrumentos de trabalho.
Instrumentos de trabalho nas comunidades gentílicas
No Estado Selvagem, período em que predomina a apropriação de
produtos da natureza já prontos e os instrumentos artificiais criados apenas facilitam essa apropriação, instrumentos de pedra sem polimento (período
paleolítico), o fogo (descoberto nesse período), a clava e lança (caça), e posteriormente o arco e flecha, residência fixa em aldeias, vasos e utensílios de madeiras, tecido à mão (sem tear) com fibras de cortiça, cestos de cortiça,
junco trançados, instrumentos de pedra polida.
Na fase da Barbárie, (a humanidade aprende a incrementar a produção
da natureza por meio da atividade humana), predomina a construção de cestos
e vasos de argila(refratários ao fogo para cozinhar alimentos), a domesticação
e criação de animais, cultivo de plantas por meio da irrigação, emprego de
tijolo cru e pedra nas construções.
Estado civilizado (modos de produção escravista,
feudal e capitalista)
No modo de produção escravista, a relação de produção esta constituída
pela propriedade privada dos meios de produção que no caso se trata da terra,
divisão do trabalho intelectual e manual, mão-de-obra escrava e apropriação
direta pelos proprietários da produção dos escravos.
Os fatores-de-produção desse período, com a evolução das
capacidades produtivas, surgiu a fundição do minério, portanto já existe a pá e
o machado de ferro, com os quais não era possível as pastagens e extensões de terras cultiváveis; o fole da forja, moinho girado a mão, a roda de oleiro, a preparação do azeite e do vinho, o desenvolvido trabalho dos metais numa
produção artesanal, a carroça e os carros de guerra e a construção de barcos com pranchas e vigas.
No Modo de Produção Feudal, a relação de produção é constituída pela
propriedade privada da terra (meio-de-produção) e divisão do trabalho manual
rudimental. Existia uma forma peculiar de relação de poder, os nobres
aristocratas se apropriavam de grande parte da produção dos servos,
camponeses que produziam para si e para a nobreza em troca de proteção
militar dentro dos Feudos contra ladrões e bárbaros.
Os fatores-de-produção desse período são: a Terra, como meio de
produção único de extrair os recursos para atender as necessidades humanas,
o moinho de trigo, a pá, enxada, artesanato e etc.
No modo de produção capitalista, a relação de produção é mais
complexa, a divisão social do trabalho é ampla, a propriedade dos meios de
produção (fábricas, edifícios) é privada, as relações de troca são constantes
entre agentes privados e é o meio de se apropriar da produção, a produção é
em escala e o trabalho é assalariado.
Os fatores-de-produção capitalistas são: motor a vapor, motor elétrico,
combustível fóssil (petróleo, gás natural), Usina Hidrelétrica, Termoelétrica,
Termonuclear, robôs, microeletrônica, automóveis, aviões, maquinas de vários
tipos e etc.
Todos esses avanços foram possíveis graças a Revolução Industrial que
teve início na Inglaterra no século XVIII, a qual consistiu em um conjunto de
alteração nas forças produtivas com profundo impacto no processo produtivo
tanto do ponto de vista qualitativo e quantitativo impactando nas relações
econômicas e sociais da época, e foi se expandindo pelo mundo a partir do
século XIX.
A próxima Revolução Industrial será o que os especialistas denominam
de Singularidade Tecnológica, uma espécie de convergência de tecnologias
emergentes que vai alterar profundamente as relações de produção, a
sociabilidade humana e como o homem produz sua vida material, pois se trata
do controle da menor unidade da matéria, átomos e moléculas, como também,
a menor unidade dos organismos vivos, os genes, irá revolucionar a comunicação e a interação humana com as inovações no âmbito da nanoeletrônica. As tecnologias responsáveis por essa drástica mudança serão a nanotecnologia molecular (meios de produção), fontes de energia limpas, abundantes e baratas, a engenharia genética, biotecnologia e a interação simbiótica de homem-máquina, e as demais que serão expostas no nosso Partido para transitar imediatamente para um novo modo de produção onde as liberdades individuais que permitem as liberdades coletivas, de plena emancipação humana de suas próprias relações sociais e da própria natureza tanto com a fabricação aditiva (impressão 3D) quanto a fabricação de precisão atômica e reorganização de átomos com a nanotecnologia molecular.
Evolução das forças produtivas
No Século XVIII, a Inglaterra possuía jazidas de minérios e carvão (combustível fóssil) abundante, e também passara por uma revolução social, a “Revolução Gloriosa” que trazia em seu bojo os valores considerados burgueses, de livre-iniciativa, livre-concorrência, e a migração de trabalhadores dos campos (antigamente servos) em grande quantidade, que poderia servir de locomotiva para o processo intenso de industrialização, e mecanização dos processos produtivos, suplantando de vez a baixa eficiência do trabalho manufaturado, produzindo uma economia de escala, ou seja, a convergência de fontes de energia até então abundantes na época, com a aceleração do conhecimento científico, a ânsia dos capitalistas pela oportunidade de lucro, mão-de-obra farta ocasionada pelo êxodo rural, que culminou na Revolução Industrial, fenômeno de grande importância para historiadores, cientistas, sociólogos, economistas e para a humanidade em geral, proporcionando um notável salto qualitativo e quantitativo das forças produtivas.
O fator mais relevante da Revolução Industrial, foi James Watt em 1765, na Inglaterra, com a criação da máquina a vapor, vista como o ‘motor do Universo’. Possuía uma potência tão extraordinária que passou a movimentar navios, fábricas de teares e máquinas de Usinagem. A ideia básica era colocar o carvão em brasa para aquecer a água até que ele produzisse muito vapor. As máquinas a vapor passaram a ter muitas utilidades. Tanto retiravam a água que inundava minas subterrâneas de ferro e carvão, assim como movimentavam os teares mecânicos na produção de tecidos, era o inicio da Revolução Industrial. Outra invenção que impulsionaria a revolução e especificamente o setor mais importante da Inglaterra, que era o Têxtil, aconteceu em 1771, quando Richard Arkwright patenteou uma máquina de fiar revolucionária, que funcionava com força hidráulica, “water frame”, tornando-se assim um dos primeiros grandes industriais têxteis do País.
Em 1779, John Wilkson construiu a primeira ponte de ferro fundida,
posteriormente Joseph Bramah inventa a fechadura e a fabricação em série de
um produto, Joseph Marie inventa o tear mecânico, uma das principais
invenções que alavancaria a Revolução Industrial. Em 1814, George
Stephenson projeta a primeira locomotiva a vapor, necessário para o fluxo de
mercadorias e matérias-primas para chegar nos seus devidos canais de
distribuição e acelerar o desenvolvimento econômico da Inglaterra. Em 1837, Charles Babbage desenvolve o equipamento que é considerado um ponto de partida para os computadores modernos. Quinze anos depois, Isaac Singer aperfeiçoa, fabrica e patenteia uma máquina de costura produzida em série. Em 1890, Herman Hollerith desenvolve um sistema de armazenamento de dados por meio de cartões perfurados. Um dos combustíveis mais utilizados em veículos automotores pesados atualmente, denominado Diesel é oriundo do inventor do motor a combustão com pistão, Rudolf Diesel em 1897. Em seguida, já no inicio do século XX surge um homem que revolucionou a forma de produzir, como também criou uma das principais fábricas de veículos do planeta, considerado um visionário, Henry Ford inaugura a Ford Motor Company, que deu origem a era da montagem em série da indústria, hoje denominado por estudiosos da administração e economia de Fordismo.
Um Brasileiro na França inventa a primeira máquina, mais pesada que o
ar a voar, Santos Dummont cria em 1904, o ‘14-Bis’, um avião que sobrevoou Paris por 21,2 segundos e por 220 metros. Em 1944 é construído o primeiro computador eletromecânico da história, dando inicio ao que os especialistas denominam de Terceira Revolução Industrial, a das máquinas computadorizadas (microeletrônica), fruto da Segunda Guerra Mundial que necessitava de algo para controlar e coordenar um grande volume de informações sobre os inimigos de guerra, aprimorar as máquinas de guerra e etc. A primeira e a segunda Revolução Industrial caracterizam-se pelo acionamento das máquinas a vapor de James Watt e respectivamente a produção em escala com máquinas automáticas concebidas por Henry Ford, o que dispensava o uso da força humana em muitas atividades fabris.
A Marinha Americana em conjunto com a Universidade de Harvard desenvolveu o computador eletromecânico MARK I, projetado pelo professor Howard Aiken, com base em experimentos feitos pelo matemático Charles Babbage em 1837 em Cambridge. Simultaneamente em segredo, o exército dos Estados Unidos desenvolvia um projeto semelhante, cujo resultado foi o primeiro computador a válvula: o Eletronic Numeric Integrator And Calculator – Eniac. O equipamento era capaz de fazer 500 multiplicações por segundo. Foi projetado para calcular trajetórias balísticas e, por isso, mantido em segredo pelo governo americano até o final da guerra, quando então, foi anunciado ao mundo. No entanto ele era apenas um calculador eletrônico, nesse ponto, surge o matemático húngaro John Von Neumann lançando o fator fundamental que transformou os computadores em cérebros eletrônicos: a modelagem da arquitetura do computador segundo o sistema nervoso central. Nascia o computador moderno, com o desenvolvimento da microeletrônica, responsável pela evolução em todos os setores da economia, primário, secundário e terciário. A evolução da informática prossegue com os irmãos Steve (Apple) e o jovem Bill Gates. Em 1948, o primeiro robô autônomo eletrônico é inventado, treze anos depois surge o primeiro robô industrial da história pela Unimate, responsável pela automatização do processo produtivo. A poderosa Intel surge em 1968, posteriormente surge o Altair 8800, o primeiro microcomputador do mundo.
Em 1974, o professor Norio Taniguchi descreve pela primeira, a
tecnologia que permite a construção de matéria à escala de um nanômetro,
vinte anos depois cientistas criam o nanocarro, demonstrando que é possível a
criação de robôs em escala nanométrica, abrindo portas para a Nova Revolução Industrial que está por vir, com a nova forma de produzir os dispositivos úteis as necessidades humanas, produtos 20 mil vezes superiores aos que existem hoje, e meios de produção que utilizam átomos e moléculas como matéria prima, abundantes, precisas, sem subproduto, e limpas, outras fontes inesgotáveis de energia, como carros movidos a ar comprimido, elétricos, com hidrogênio, energia solar, eólica e higroletricidade, a biotecnologia que controla os gens e por conseguinte a permissão de controlar, intervir e prever os organismos vivos, como também criar múltiplas possibilidades de curar doenças e produzir alimentos, e a também a fabricação aditiva, com as impressoras 3D que imprimem órgãos, carros, casas e comidas.
PROGRAMA DE TRANSIÇÃO 1
Solução para as crises econômica, ambiental e social
As políticas “anti-cíclicas” do primeiro mandato de Dilma não fizeram mais que adiar o desemprego estrutural em curso sob a crise do capitalismo. Medidas como isenção fiscal, taxas de juros “especiais” para alguns setores econômicos e crédito abundante do BNDES mantiveram a economia razoavelmente aquecida por alguns meses, mas por outro lado, desequilibraram as contas públicas, diminuíram a arrecadação e não se fizeram suficientes para manter a taxa de lucro dos capitalistas, já que se trata de um problema estrutural, da própria dinâmica histórica e dialética do modo de produção capitalista, e não de mera gestão do mesmo. O resultado das políticas ditas keynesianas de Dilma em seu primeiro mandato, num cenário de capitalismo paralisado e posterior redução internacional do preço das commodities (principal pauta de exportações do Brasil), oriunda da desaceleração de seu principal comprador, a China, foi a “necessidade” quase desesperada do governo em reequilibrar as contas públicas, por meio do aumento acumulado de impostos e cortes em investimentos públicos fundamentais, como saúde, educação, moradia, etc; um duro ajuste fiscal nas costas dos trabalhadores. Dilma não consegue compreender que a estagnação econômica se deve as contradições materiais pelas quais o sistema está passando. De um lado, a produtividade global aumentou como nunca desde a 3ª revolução industrial, mas por outro, a renda disponível na maioria dos países, decresceu ou estagnou. Não há como reequilibrar o orçamento público eternamente, através de subsequentes ajustes, se a arrecadação decresce a cada ano, fruto da inevitável baixa demanda. Não há como voltar a realizar políticas isoladas de estímulo monetário, como fizeram todos os países desenvolvidos desde o crash de 2008 e como fez Dilma de 2011 a 2014, sem comprometer a própria situação financeira a médio prazo, isto é, sem intensificar o problema que tais políticas se propõem a combater. A saúde orçamentária do Estado brasileiro está destruída, dado o nível de estagnação global e por conseguinte nacional, portanto precisamos reorganizar a atividade econômica sob uma outra perspectiva de funcionamento. Não há alternativa para o mundo e o Brasil dentro do capitalismo, por isso é urgente organizar todas as forças revolucionárias para a transformação da ordem social vigente. Abaixo eis alguns pontos necessários para o programa revolucionário de transição 1.
Consolidar as grandes cooperativas industriais
1. Formalizar juridicamente as grandes cooperativas industriais formadas no processo revolucionário, garantindo a estabilidade no emprego para a classe operária, bem como empregando trabalhadores desempregados, viabilizando assim o aumento do consumo e a reativação da economia, possibilitando
implementar o salário mínimo estabelecido pelo DIEESE para composição de uma cesta tanto ao que tange bens de consumo tal como serviços de lazer, saúde, etc correspondente a aproximadamente R$ 3.900,00.
A capacidade tecnológica de nossa época não suporta a contradição entre propriedade privada altamente mecanizada e semi-automatizada nos setores produtivos de um lado, e baixíssima quantidade de dinheiro para consumo da produção social do outro. É fundamental nesse momento de putrefação social que a classe trabalhadora controle os meios de produção, e por meio da garantia do pleno emprego, redução da carga horária, aumento de salários, eliminação de dívidas familiares e da própria lógica de funcionamento da propriedade, revitalize a economia e utilize as forças produtivas disponíveis e emergentes da melhor e mais racional maneira possível. Não há saída dentro do capitalismo, não apenas porque esse sistema garante a exploração de uma classe sobre as outras, condiciona milhões de pessoas a extrema-pobreza e indigência, mas fundamentalmente, porque não se pode assentar o nível tecnológico atual sob suas regras de funcionamento. Ou seja, a própria base material que coordena o funcionamento da sociedade, não pode mais funcionar sob a ordem do capital. Para comprovarmos essa tese, basta verificarmos o tamanho da ociosidade (meios de produção paralisados, sem funcionar) industrial deste ano, que bateu recorde segundo a CNI.
Revolução agrária!
2. Como vimos na explanação da situação agrícola brasileira no texto acima, ainda vivemos sob o jugo do imperialismo, no qual a terra e os recursos dela extraídos se encontram sob controle cada vez maior das grandes empresas e bancos internacionais, enquanto a classe trabalhadora do campo continua sofrendo com a enorme concentração de terras, baixo acesso ao crédito e assédio permanente dos grandes latifundiários. Não podemos nesse cenário reivindicar uma “reforma agrária democrática”, com a mera distribuição de pequenos pedaços de terra ociosos para os camponeses pobres, e ao mesmo tempo manter a legitimidade do chamado “agronegócio”, que utiliza a terra como meio de obter superlucros mediante a exportação de bens primários com alto valor no mercado internacional, que destrói nossos biomas, como a Amazônia e o Cerrado, alterando completamente o funcionamento dos ecossistemas e ocasionando crises hídricas subsequentes, que escraviza milhares de trabalhadores com salários baixíssimos e condicionando muitos a informalidade e extrema-pobreza.
Não podemos conviver com dois projetos antagônicos de utilização da terra e riquezas dela oriundas. De um lado, o desmatamento, o monopolismo privado, a escravidão, quase metade dos trabalhadores camponeses sem direitos trabalhistas garantidos, a permanente e crescente migração de camponeses para os grandes centros urbanos, a farra da monocultura, e a mecanização e semi-automação desempregando os trabalhadores em massa, ao invés de melhorar a qualidade de vida e proporcionar mais tempo livre para outras atividades. Portanto, reivindicamos o limite da propriedade privada da terra
para 2 mil hectares; a coletivização de toda a terra acima dessa extensão e a sua transformação em grandes cooperativas agrárias, agroecológicas, fortemente mecanizadas e semi-automatizadas; a socialização de grandes agrofábricas, que passarão a ser propriedade das cooperativas de trabalhadores rurais, a reestatização da VALE; o fim da monocultura; abolição do desmatamento e transformação total do código florestal vigente; e a garantia social de todos os direitos trabalhistas, sociais e democráticos dos que garantem efetivamente a nossa alimentação diária!
Monopólio do sistema bancário em torno do BNDCS (Banco Nacional do Desenvolvimento Científico e
Social)
3. Colocar o sistema bancário sob controle público, com taxa de juros entre 1 e 4%, na qual todos os trabalhadores, pequenos empresários e cooperativas em geral, além dos movimentos populares revolucionários, intelectuais progressistas e todos que quiserem fazer parte da nossa transformação material, serão correntistas e associados, e financiarão a produção industrial a curto prazo, garantindo assim, que as fábricas tenham crédito para produzir em escala.
Atualmente, o caixa dos grandes bancos nacionais e internacionais é utilizado majoritariamente para o investimento especulativo, o capital produtivo que não gera mais altas taxas de lucro foi substituído pelo capital fictício-parasitário-financeiro. A princípio, se faz necessário criar um banco alternativo ao dos capitalistas e do Estado-burguês, e a única forma viável e mais próxima para os trabalhadores, é uma cooperativa de crédito, onde os próprios trabalhadores sejam associados, depositem seus rendimentos e poupanças e sejam credores e devedores. Num segundo momento, passada a necessidade primária e subsistente de ocupar e controlar os meios de produção e posteriormente tomar a direção do Estado, precisaremos monopolizar o sistema bancário para direcionar toda a poupança socialmente produzida para a nova revolução industrial, destruindo assim a especulação financeira, o parasitismo e proporcionando uma economia próspera, harmônica e capaz de garantir a qualidade de vida necessária para todos.
Redução drástica da carga horária
4. Redução da carga horária para no máximo 4 horas por dia. Com a capacidade produtiva atual, cujos níveis de ociosidade chegam a incríveis 81% na indústria de caminhões, é plenamente possível empregar mais trabalhadores, tanto em cooperativas rurais e agrofábricas, como em fábricas urbanas, viabilizando dessa forma a redução drástica da carga horária.
A redução da carga horária, aliada a propriedade coletiva dos meios de produção, é um passo fundamental para a garantia do pleno emprego e subsistência dos trabalhadores. Sem reduzir a carga horária, não temos como empregar toda a mão de obra disponível, e por conseguinte garantir que os frutos da produção social sejam distribuídos. Trabalhar menos para que todos trabalhem!
Democracia operária-camponesa-científica direta!
5. Implementar uma gestão operária-camponesa democrática, onde problemas como a política salarial, dívidas deixadas pelo patronato, investimentos em novas forças produtivas e prioridades orçamentárias, serão decididos em assembleias junto aos trabalhadores.
As fábricas ocupadas Flaskô, Cipla e Interfibra, além das agrofábricas do MST (96 no total) nos dizem o caminho de como alcançar uma gestão operária e camponesa democrática em fábricas e cooperativas agrárias. Todas as questões referentes ao planejamento das unidades produtivas devem ser explicadas e votadas em assembleias, tanto no que concerne aos objetivos individuais de cada fábrica, como na aliança entre todas as unidades, para que a relação entre elas seja de harmonia mútua, e funcionem exclusivamente para o bem comum. Esse controle operário se ampliará uma vez tomado o controle do Estado, momento no qual viveremos sob autêntica democracia operária, não apenas gerenciando as fábricas e terras, mas toda a ordem social, através de conselhos populares operários e camponeses radicalmente democráticos, e plataformas virtuais, sempre com base na ciência e no avanço das forças produtivas!
Redução dos impostos sobre o consumo e a produção
6. Reduzir a tributação sobre as cooperativas dos trabalhadores para aumentar os salários!
Com a socialização dos meios de produção, o Estado financiará seus custeios e serviços com a extração de um percentual de no máximo 10% no faturamento nacional do setor produtivo, acabando com a burocracia e a lentidão na prestação de serviços e execução de obras, bem como desonerando o setor terciário e por conseguinte controlando a inflação.
Comércio popular em grande escala
7. Criação de um comércio popular para vender a produção social das cooperativas.
A exemplo das “feiras da reforma agrária”, que se trata de um comércio popular, utilizado como extensão da agricultura familiar e assentamentos cooperativos, as novas cooperativas devem criar o seu próprio comércio popular. Em cada bairro é necessário ter uma quantidade média de 5 grandes mercados cooperativos, que vendam a preço acessível a produção social, estimulados pela cooperativa de crédito dos trabalhadores, que disponibilizará uma reduzida taxa de juros.
Um estado burguês-latifundiário burocrático jamais tomará tais iniciativas, por inviabilidade administrativa, já que a sua jurisdição não é permissível, e pela própria lógica de escolha (subordinação ao poder econômico) dos agentes políticos que compõem esse estado. Portanto, o lema de Rosa Luxemburgo está mais vivo do que nunca: Socialismo ou Barbárie!
Obs: a estratégia revolucionária de tomada de decisões será detalhada
em outro documento, para ganhar um maior destaque dos leitores e
interessados no progresso social e científico humano.
PROGRAMA DE TRANSIÇÃO 2
O Programa de Transição 2 consiste em demonstrar o desenvolvimento das forças produtivas no decorrer da história com uma abordagem breve, focando prioritariamente no modo da organização capitalista desde a primeira revolução industrial, explicando a evolução da indústria durante o século XX, e compreender qual serão os impactos das novas forças produtivas (Nova Revolução Industrial, especialmente a nanotecnologia) emergentes do século XXI, com o poder de desestruturar todo o sistema econômico vigente, e como serão primordiais na reorganização do novo modo de produção pós-capitalista, pois estão calcadas e focadas na base material da organização social, que como Marx mesmo ressaltou, “o que os homens são, são suas condições materiais de produção, e o que eles são, está estritamente vinculado como se organizam para produzir e reproduzir sua vida material e atender suas necessidades fisiológicas e socialmente constituídas”. Isso condiciona o processo de vida social, espiritual, político e artístico de uma dada sociabilidade, portanto não interessa no tema abordado o aprofundamento da superestrutura, o essencial é a infraestrutura e as condições objetivas das forças produtivas que viabilizam a transição do modo de produção capitalista para um novo modo de produção. Obviamente essa transição ocorre por intermédio de uma nova Revolução Industrial, ou seja, por uma nova forma de produzir energia, uma nova forma de produzir a vida material, revolucionando os meios de produção e de distribuir essa produção, bem como uma nova forma de manutenção de nossa organização corpórea e erradicação absoluta de todas as doenças que nos assolam.
A nova Revolução Industrial, pode-se dizer que é uma mudança autônoma e concomitante induzida pelas forças produtivas, uma vez que só será possível em detrimento do conhecimento acumulado de diversas áreas cientificas e da atividade prática humana criando intermediação entre nós e a natureza a fim de extrair melhor os recursos naturais para atender nossas necessidades no decorrer do processo histórico, e a deliberação das pesquisas e dessas mesmas forças produtivas por agentes que visam a emancipação humana. A nova Revolução Industrial esta calcada em três pilares centrais e outros adjacentes: A primeira se refere as fontes de energia alternativas, novas formas de obter energia gratuitamente, com impacto ambiental nulo e extremamente abundantes. A nossa atual matriz energética é extremamente poluente, exige grandes obras de infraestrutura, entre as quais, mencionamos a Energia Hidrelétrica, Biomassa, Geotérmica, Nuclear, e demonstraremos que as novas formas de obter energia são muito mais eficientes, exigem pouco sacrifício e custo de produção praticamente nulos, além de baixíssimo impacto ambiental, ou seja sustentável e limpa. Estas são: a energia solar, eólica e a higroeletricidade (energia elétrica obtida da umidade do ar), descoberta por um cientista da Unicamp.
O segundo pilar é a Fabricação Aditiva, esse novo meio de produção
mais popularmente conhecido como ‘Impressão 3D’, que permite descentralizar
os meios-de-produção, substituir a produção em escala pela produção
customizada em escala, e o acesso coletivo aos meios-de-produção. Os
produtos finais não precisam ser transportados fisicamente para distribuição,
permitindo o compartilhamento apenas do modelo virtual, sendo impresso no
local, abolindo a necessidade de troca e da moeda, bastando a utilização de
uma rede peer-to-peer, eliminando dessa forma:
• Propriedade privada: O acesso é universal, as impressoras são
auto-replicáveis(podem se auto-imprimir), gerando o que
denominamos de manufatura exponencial, multiplicando dessa forma
os meios de produção. • Divisão do trabalho: além de automatizar todo o processo
produtivo, abole não só a divisão do trabalho manual, mas entre
unidades produtivas. Se trata portanto de um montador universal,
podendo produzir qualquer objeto, exigindo apenas a matéria-prima e
a modelagem virtual. • Relação de troca: permite o compartilhamento em uma rede peer-to-
peer dos modelos digitais em qualquer lugar no mundo no espaço e tempo via internet, logo, não necessita de trocas físicas, bastando
imprimir o produto no local. Existem scanners que digitalizam na hora os produtos, sendo impossível impedir a sua réplica. Como se trata
de um meio de produção homogêneo, substituindo bens-de-capital heterogêneos, os produtos qualitativamente distintos podem ser produzidos na mesma fabricadora, dispensando um equivalente geral
de mercadoria para mediar a relação social de troca entre os agentes sociais, abolindo a necessidade de moeda, se preocupando apenas
com a variação de estoque de matéria-prima. • Acumulação de capital: não há moeda, forma relativa equivalente,
não há propriedade privada, é acessível a todos, logo não há como
acumular, ao contrário, se trata de um meio de produção
naturalmente descentralizado e coletivo. • Trabalho assalariado: o processo é totalmente automatizado, e as
unidades produtivas unitárias, portanto não há necessidade nem de
trabalho manual quanto menos organizacional em hierarquia para
controlar os meios-de-produção.
Comparação com a fabricação convencional,
também denominada subtrativa
A presente comparação visa elencar as vantagens da fabricação aditiva
em relação a fabricação subtrativa em escala (fordista, toyotista, volvista, etc.)
como sistema de produção a ser adotado no modo de produção sequente ao
capitalismo, portanto ao socialismo, é uma força produtiva preponderante para
assentar as novas bases materiais.
VS
Fabricação aditiva Fabricação subtrativa
Unidade produtiva miniaturizada Unidade produtiva colossal em escala
Consome menos de 70% de matéria- Desperdício de energia e matéria-prima.
prima, racionando os recursos e não Poluidora do meio-ambiente. Necessita
necessita de administração, coordenação de uma estrutura significativa para
e controle. administrar e controlar os processos.
Portabilidade Estanque e fixa no local
Por ser miniaturizada e horizontal, não A produção em escala necessita de
necessita ficar fixa e estanque em uma recursos vultosos e ocupa grande
região ou local, permitindo a reprodução e proporção espacial, concentrando
redistribuição da população no espaço, d e m o g r a f i c a m e n t e a p o p u l a ç ã o
reduzindo a concentração demográfica e culminando em todos os problemas
todos os problemas decorrentes (trânsito, urbanos (trânsito, caos, estresse,
caos, estresse, saneamento, etc.). depressão, favelização, etc.).
Convergência produtiva (Bens-de- Bens-de-capital heterogêneos
capital homogêneos) Necessita de cálculo econômico e
Por se tratar de meio de produção sistema de preços para coordenar o
homogêneo e converter todos os meios- plano de ação entre as unidades
de-produção em um, não necessita de produtivas, portanto de uma rede
cálculo econômico e divisão do trabalho complexa e confusa de intercâmbio
entre máquinas e unidades produtivas material para saber o quanto produzir,
(intricamento) para saber para quem como produzir e para quem, resultando
produzir e como produzir, bastando em desperdício de matéria-prima e
apenas controlar a variação do estoque e sacrifício de logística, a apropriação da
a apropriação se dá de forma direta. produção se efetiva através de trocas
monetárias.
Não necessita de estoque de produtos Necessita de estoque de produtos
acabados e de insumos acabados e insumos
O processo bottom-up da fabricação Como a fabricação em escala necessita
aditiva permite que do “pó” se fabrique o de estoque de insumos e produtos
produto com peças integradas, portanto o acabados para especular e suprir uma
único estoque de dimensão reduzida é de demanda em potencial, extraem recursos
matéria-prima em sua forma bruta. excedentes do planeta, desperdiçando
caso não seja absorvido para descarte.
Automatização Mecanização e automação parcial
Permite a automatização total do Apesar de haver unidades produtivas em
processo produtivo, abolindo o trabalho escala de 95% automatizada, estas são
manual e a repetição de tarefas, minoria e utilizam da energia psíquica e
concomitantemente a alienação do esgotamento físico do operador,
trabalho, abolindo a divisão do trabalho culminando em acidentes de trablaho e
também. gerando produtos de qualidade inferior.
Reciclagem Não reclicagem
Permite reclicagem de quase 100% dos A reclicagem na produção em escala é
produtos, que podem ser reutilizados para custosa e ineficiente, aumentando a
matéria-prima bastando decompô-los para quantidade de lixo e os problemas
fabricar outro produto com outro valor de urbanos, desperdiçando irracionalmente
uso, com custo extremamente baixo os recursos naturais, gerando escassez.
porque se trata de uma fabricadora Necessita de embalagens e outros
universal, bastando munir a forma por um adereços.
software de modelagem, gerando
a b u n d â n c i a . N ã o n e c e s s i t a d e
embalagens e outros adereços.
Indústria se rende à impressão 3D
“Desde peças de avião até sapatos, passando por automóveis, agora
tudo pode ser impresso. É uma revolução que terá efeitos sobre toda a cadeia
industrial, desde a concepção até o pós-venda”
Será que com o tempo a impressão 3D condenará as fábricas gigantes e suas intermináveis cadeias produtivas? Os executivos da Local Motors têm certeza disso . Essa nova montadora de automóveis americana de fato tem apostado sua expansão em uma série de micro-fábricas com menos de 4 mil m2 instaladas o mais perto possível dos consumidores.
Em setembro de 2014, a Local Motors causou sensação ao imprimir em
pleno Salão da Indústria de Chicago um protótipo de carro batizado de Strati,
em uma operação que durou 44 horas. Um carro similar na indústria tradicional
é composto por 20 mil peças diferentes.
"Para o Strati, a impressora fabricou em uma única peça o corpo do
carro, que integra chassi e carroceria. Em seguida adicionamos manualmente
48 elementos como o motor, o volante e os pneus", explica Damien Declercq,
vice-presidente executivo da Local Motors.
A montadora, que afirma ter melhorado ainda mais seus processos de
fabricação desde os testes do Strati, comercializará seus primeiros veículos de
série a partir desse verão.
O exemplo do Strati e de seu modelo industrial baseado na impressão
3D provavelmente será motivo de debates e reflexões nos 2.422 eventos
previstos esta semana em toda a França sobre o tema da indústria do futuro,
como parte da 6ª edição da Semana da Indústria, organizada pelo Ministério da
Economia.
A impressão em 3D também estará onipresente na CeBIT, a maior feira
mundial dedicada às novas tecnologias, que acontecerá simultaneamente em
Hannover (Alemanha), e onde são esperadas mais de 200 mil pessoas.
"Essa técnica de fabricação não necessita de ferramentas. A matéria é
moldada por um feixe de laser ou de elétrons comandado digitalmente. Basta
ter material e um projeto. O processo de fabricação é super-flexível, e a
máquina pode ser instalada em qualquer lugar", justifica Jean-Camille Uring,
membro do diretório da fabricante de máquinas industriais 3D.
As vantagens dessa tecnologia, entre outras, são a fabricação de uma
só vez de peças muito complexas, uma personalização do objeto e um
consumo reduzido de matérias-primas.
"Na manufatura tradicional, são necessários 100 kg de matéria-prima
para fabricar uma peça de 15kg, enquanto a fabricação aditiva só requer
15kg!", diz Jean-Camille Uring. [63]
Imbatível em material de manutenção
No entanto, essa tecnologia, que surgiu há mais de 30 anos, por muito
tempo permaneceu à sombra, restrita a alguns poucos setores industriais onde
ela ainda é chamada de "fabricação aditiva".
Seu princípio consiste na fabricação de um objeto aplicando-se um
material camada por camada graças a um sistema de deposição similar ao jato
de tinta de uma impressora tradicional. Durante mais de 20 anos, a fabricação
aditiva foi utilizada sobretudo para conceber protótipos grosseiros em plástico
destinados a validar um conceito ou uma forma.
Desde então, a gama de materiais imprimíveis em 3D aumentou muito:
plástico colorido, cerâmica, metal, alimentos, areia, mármore, concreto,
madeira e até mesmo células humanas!
Paralelamente, dezenas de patentes associadas a essa tecnologia e
registradas nos anos 1980 aos poucos foram caindo em domínio público,
permitindo o surgimento de impressoras mais baratas e mais eficientes.
O setor aeroespacial continua sendo aquele onde a impressão 3D é a
mais disseminada. "Essa técnica dá uma grande liberdade no nível do formato.
Fabricar uma montagem complexa em uma única peça resulta em menos peso.
É importante no domínio dos satélites, onde o peso é um custo", explica
Bertrand Demotes-Mainard, vice-presidente encarregado de tecnologias
hardware da Thales.
A problemática é a mesma em matéria de aviação. "Daqui a uns dez
anos, cerca de 30% das peças de um avião serão fabricadas em 3D", acredita
Peter Sander, diretor de tecnologias emergentes da Airbus. "Sobretudo peças
metálicas, pois são as mais caras de se fabricar".
Na aeronáutica, a impressão 3D é empregada hoje sobretudo em séries
muito pequenas que podem ser testadas peça por peça. Antes de ser aplicada
para produções em grande escala, essa tecnologia ainda deverá provar sua
capacidade de fabricar várias vezes a mesma peça dotada das mesmas
características, ainda mais pelo fato de que as grandes impressoras 3D
industriais ultrapassam facilmente os 300 mil euros (R$ 1,25 milhão).
Em compensação, em matéria de manutenção e de gestão de peças
avulsas, a impressão 3D é imbatível.
"Um programa aeronáutico dura 40 anos, e a cadeia produtiva muda durante esse tempo. Não é fácil manter o estoque de peças de reposição,
sobretudo peças que giram pouco. Às vezes são necessários anos para se ter acesso a certas peças, e não se pode deixar um avião parado por causa disso. A impressão 3D resolve esse problema. Pó metálico ou filamentos são mais
fáceis de se armazenar do que peças!", justifica Thierry Thomas, diretor do centro de "fabricação aditiva" da Safran. Sobretudo quando se pode instalar
uma impressora 3D em cada aeroporto.
Proximidade geográfica
Essa flexibilidade não passou despercebida pelos atores do setor
espacial. Tanto a Agência Espacial Europeia quanto a Nasa estão trabalhando
em adaptar a impressão 3D para a microgravidade. Em fevereiro, uma
impressora foi testada a bordo da estação espacial internacional (ISS).
Ao voltarem para a Terra, as peças fabricadas serão comparadas com
as que forem produzidas em terra firme. Com o tempo, a ISS não precisaria
mais embarcar um estoque de peças avulsas. Bastará que os astronautas
peçam a Houston que baixe um arquivo digital e imprima a peça a bordo.
Produzir localmente é também o lema da Local Motors, a pioneira da
impressão de carros. Ela inaugurou no final do ano passado sua primeira
micro-fábrica em Knoxville, no Tennessee.
Equipada com três impressoras 3D de grande escala, essa fábrica
deverá produzir, a partir do verão de 2016, a LM3D Swim, um carro elétrico de
série que será comercializado por cerca de US$ 53 mil (R$ 199 mil). A
capacidade de produção deverá atingir 2.400 veículos por ano.
"Na indústria automobilística, a concepção e o desenvolvimento de um
novo modelo requer de quatro a seis anos. Para a LM3D Swim, reduzimos
esse prazo para dois meses", afirma Damien Declerq.
Para o mercado europeu, a Local Motors também está preparando a
produção de um veículo de transporte urbano com capacidade para oito
pessoas. Elétrico e autônomo, esse micro-ônibus chamado Edgar será
fabricado diretamente nas cidades que o comprarem.
"Essa proximidade geográfica permitirá que fiquemos o mais perto
possível dos clientes. Se houver uma mudança a ser incorporada, um veículo
novo pode ser impresso dentro de 24 horas", ressalta Declerq.
A médio prazo, a Local Motors prevê construir em todo o mundo
dezenas dessas micro-fábricas, um projeto ambicioso que não assustou a
Airbus Venture, o fundo de capital de risco criado pela empresa de aviação e
dotado de US$ 150 milhões (R$ 563 milhões), que acaba de anunciar seu
primeiríssimo investimento na Local Motors, por um montante não divulgado.
A intenção da Airbus não é diversificar entrando no mercado
automobilístico, mas sim ganhar com o conhecimento da Local Motors em
matéria de micro-fábricas.
Uma produção personalizada
Nos mercados de bens de consumo, a impressão 3D também pode se
revelar uma fonte de simplificação logística. O grupo SEB, que hoje administra
um estoque de 5 milhões de peças de reposição, está certo disso.
Seu CEO, Thierry de La Tour d'Artaise, anunciou no final de fevereiro
que 50% a 75% das peças da pequena fabricante de eletrodomésticos agora
ficariam disponíveis em forma de arquivos 3D e imprimíveis sob demanda.
Em certos setores, a impressão 3D ganhou espaço graças às suas
capacidades de personalização da produção. É o caso do setor de joalheria e
de próteses dentárias.
O próximo mercado a se revolucionar com essa personalização em
massa provavelmente será o de calçados esportivos. Em um mercado onde os
clientes não poupam muito para adquirir calçados adaptados às suas
necessidades específicas, a Nike, a Adidas e a New Balance entraram em uma
verdadeira corrida para lançar os primeiros modelos impressos em 3D.
"É possível imaginar que no futuro a Nike só possuirá o arquivo do
calçado, e que os clientes o imprimirão em suas casas ou em uma de nossas
lojas? Sim, é claro, e isso deverá acontecer em breve", declarou Eric Sprunk,
diretor de operações da Nike, em outubro de 2015 durante uma palestra
pública.
Já a Adidas está dando os toques finais a seu protótipo de calçados para
corrida Futurecraft 3D, que terá um solado impresso em 3D adaptado à
anatomia de cada cliente. Bastará que este vá até uma loja da Adidas para
correr um pouco em uma esteira, para sair com seu par de calçados
personalizado. Já a New Balance pretende lançar seus primeiros modelos 3D
até o verão.
Fora as evidentes vantagens de marketing, esses fabricantes de
calçados também veem uma vantagem industrial. A fabricação de um calçado
esportivo hoje requer uma centena de operações manuais, um número que
cairia para um terço com o uso de impressoras 3D. Isso simplificaria em muito
a logística desse tipo de produção, realizada em sua maior parte em países
com mão de obra barata.
Segundo um estudo da consultoria PwC, a popularização da impressão
3D e as transferências de certas produções para mais perto do consumidor
com o tempo poderá levar à queda de 41% do tráfego aéreo mundial e de 37%
da atividade marítima dos cargueiros.
Maiores riscos de falsificação
Com a impressão 3D, as empresas terão um enorme trabalho de
transformação em matéria de processo de fabricação, de logística e de vendas.
Mas também terão de enfrentar uma imensa batalha jurídica, com um direito de
propriedade industrial que no futuro deverá sofrer duramente.
De fato, a democratização das impressoras 3D permitirá que milhões de
pessoas comuns, mas também concorrentes indelicados, clonem a um custo
módico todos ou parte dos produtos comerciais.
A consultoria Gartner Group havia calculado em 2014 que a falsificação
associada à impressão 3D chegaria a US$ 100 bilhões (R$ 375 bilhões) por
ano a partir de 2018! É um número por enquanto inverificável, mas que mostra
a dimensão do problema. Parte da solução provavelmente será tecnológica.
Muitos laboratórios no mundo hoje procuram certificar os produtos
impressos em 3D através da inclusão de uma identificação que poderia ser um
chip RFID ou um componente químico específico. A corrida foi lançada.
Nanotecnologia
O terceiro pilar central é a nanotecnologia. O homem sempre buscou controlar a natureza para fazer dela submissa a suas necessidades e vontades, essa tem sido a luta do homem desde quando começou a se organizar em grupos para produzir e reproduzir incessantemente sua vida material cotidianamente. Pois bem, chegamos a um patamar nunca visto e que terá consumado essa nossa intenção de controle da natureza, estamos controlando a menor unidade da matéria, os átomos e as moléculas, com o advento da nanotecnologia. Poderemos reorganizar os átomos e moléculas de acordo com nosso plano de ação e assim criarmos produtos jamais vistos na natureza, com utilidades bem superiores que os de agora, materiais novos, mais resistentes.
A nanotecnologia molecular é o que determina ou podemos dizer o cerne da Nova Revolução Industrial, uma vez que essa tecnologia é o novo meio de produção, basicamente ela utiliza como matéria-prima os átomos e moléculas e reorganiza sua causa formal e material cujo processamento gera produtos úteis ao homem, como computadores, comida, calçados, etc., no entanto passará por uma fase intermediária, que é a fabricação aditiva, o meio-de-produção de transição para definitivamente chegarmos na nanotecnologia molecular, o "cálice sagrado". Por isso dividimos o programa em transição 1 e 2, para reorganizar as novas forças produtivas em bases assentadas de novas relações de produção.
O principal pesquisador envolvido mundialmente na nanotecnologia molecular, que inclusive cunhou esse nome para a tecnologia, como também teorizou a respeito é o Doutor Kim Eric Drexler, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). O tema é de grande importância em virtude que estamos a poucos anos dessa singularidade tecnológica que começou há vinte anos atrás, e vem sendo pesquisada por cientistas do mundo inteiro, com redes de colaboração mundiais. Será a mais bem sucedida e eficiente revolução dos fatores-de-produção de toda história da humanidade, que culminará em uma nova era, uma nova forma de organização social, e o novo começo da história humana. De fato o impacto de tais tecnologias revolucionará a política, a economia, as artes, as ciências, os esportes e a forma de relações sociais. O foco do tema é analisar a grande revolução que ocorrerá na economia, ou seja, na forma de selecionar o que produzir, como produzir, para quem produzir e as relações que regem a produção, já que são essas relações que engendram o modo de gerência e controle social (política), o conteúdo expresso das artes, as normas societárias e toda a superestrutura.
A intenção do Programa de Transição é demonstrar através de um
conjunto de premissas e encadeamento lógico que as tecnológicas emergentes
(nanotecnologia, fontes de energia inesgotáveis e limpas) vão impactar nas
relações de produção capitalistas e permitir construir uma nova relação de
produção. O objetivo é demonstrar que essas tecnologias vão impactar
diretamente nesses elementos que compõem as relações sociais de produção
capitalista:
• Relações de trocas comerciais
• Divisão social do trabalho
• Lucos das empresas
• Acumulação de capital
• Propriedade Privada
• Força de trabalho
Essas tecnologias emergentes permitirão uma singularidade tecnológica, da qual irá destruir criativamente, me referindo a Schumpeter, os fatores de produção. Entretanto, ao contrário do que ele acreditava (iria gerar um novo processo de expansão mercadológica), essa nova força produtiva irá subverter toda a ordem vigente, colocando em risco a própria existência da economia de mercado. A nanotecnologia molecular vai permitir a dispersão dos meios de produção, socializando de certa forma, a reciclagem inesgotável da matéria-prima, barateando os recursos necessários para produzir, vai permitir produtos extremamente superiores no aspecto qualitativo que conhecemos hoje, com uma durabilidade muito grande, o que influencia no ciclo de vida do produto, e não necessitará mais de divisão social do trabalho em unidades produtivas, já que poderá produzir qualquer coisa desde que se tenha a forma e a constituição do objeto, e por conseguinte tende a abolir a necessidade de trocas e moeda para apropriação dos produtos, isto é, elimina completamente as relações de troca. Como os custos de produção são baixos e acessíveis, não se tornam lucrativos e atraentes, impactando nos lucros auferidos. Como esses meios de produção são de fácil reprodução, também impactam na acumulação de capital e na propriedade privada.
A Energia solar é uma das maiores fontes de energia, haja vista que 1 hora de energia elétrica que incide sob o planeta equivale o que produzimos de energia elétrica com os métodos convencionais durante 1 ano, isso quer dizer que estamos falando de uma fonte inesgotável e gratuita de energia, que pode ser potencializada pela nanotecnologia. Através de nanopartículas, já conseguimos produzir painéis solares finos, flexíveis, eficientes e um a cada dez segundos com 40 % de conversão de energia solar em elétrica, o que faltando irá impactar em toda cadeia produtiva de produção de energia. A análise do tema se remontará a diversos autores, sendo o principal Karl Henrich Marx, me pautarei da concepção de história de Marx, no materialismo histórico, em que ele estuda quais as relações de intermediação do homem com a natureza, e como os homens se organizam para criar essa intermediação e atender suas necessidades. O modo como eles produzem em conjugação com as forças produtivas determina uma organização social especifica do processo histórico, essa concepção é interessante e permite verificar qual será o impacto das novas forças produtivas em ascensão nas relações de produção capitalistas. Pautando-se em István Mészáros, com sua
teoria do ‘sociometabolismo do capital’, detalharemos a transição pós-
revolução social.
Porque a nova revolução industrial é importante
ao socialismo?
A critica de Ludvig Von Mises, membro da escola austríaca (economia), ao socialismo, é pertinente desde que o mesmo paute na universalização espacial e temporal da existência de bens-de-capital heterogêneos, o que incorre em equívoco grave, já que as forças produtivas evoluem continuamente, ora quantitativamente (movimento e extensão), ora
qualitativamente quando irrompe em um salto disruptivo, alterando toda a forma como produzimos e distribuímos nossa vida material; são as denominadas ‘Revoluções Industriais’. O modelo fordista/toyotista, enquanto método de produção, é adequado a sociabilidade capitalista, pois é a expressão máxima da departamentalização em consonância com a divisão do trabalho social e horizontal da estrutura do capital.
Numa conjuntura de bens-de-capital heterogêneos (máquinas multi-específicas) dispersos no espaço interno das unidades produtivas ou externo em outras unidades produtivas, devemos sempre orientar a economia de acordo com os princípios basilares da ciência econômica: o que produzir, como produzir e para quem produzir. Com uma população mundial de bilhões de pessoas, sob a necessidade de uma informação dinâmica para atender a demanda, sem desperdiçar recursos (escassos), limitados pela curva de possibilidade de produção, quais meios-de-produção devemos utilizar de acordo com a demanda? O quê produzir, caixas ou bananas, carros ou computadores? O quê os consumidores desejam? Para Mises, é o sistema de preços quem administra essa complexa relação social, que é o desdobramento da forma relativa em forma equivalente geral da mercadoria para Marx, que informa a escassez relativa de algum objeto de produção ou meio-de-produção. Por exemplo: se ocorre algum problema natural no Chile, o preço do cobre aumenta, um empresário atento a informação pelo sistema de preço, alocaria meios-de-produção para produzir cobre equacionando o problema, e por conseguinte reajustando a estrutura do capital. O socialismo estatal empírico da URSS não conseguiria alocar os meios-de-produção corretos para atender a demanda, justamente porque não detém essa informação precisa, porque não há mercado para meios-de -produção, portanto não há confluência. E como o mecanismo de informação é o sistema de preços, há uma inviabilidade de entender quais bens-de-capital teríamos que utilizar, desperdiçando recursos e resultando em miséria.
Portanto se conclui com a abordagem de Mises do cálculo econômico,
que só é possível transitar de um modo-de-produção capitalista a outro, se
elencarmos os fatos materiais que o permitem, como dizia Engels. Mises não
combateu o marxismo, ele apenas combateu o socialismo soviético,
acreditando através do empirismo vulgar e método indutivo ter “atemporizado”
o socialismo. Entretanto, acabou colaborando com Marx, demonstrando que as
forças produtivas ainda não eram suficientes para transitar a outro modo de
produção, obviamente de forma involuntária (já que não entendia o marxismo).
As forças produtivas mais avançadas de nossa época dizem respeito a automação, principalmente unidades produtivas 95% automatizadas, como as fábricas “light out” no Japão, no entanto ainda são bens-de-capital multi-específicos, e portanto necessitam de uma relação interdependente, um planejamento dos agentes individuais via sistema de preços para ajustar e alocar o capital da melhor forma possível, ou utilizar outro mecanismo para saber o que produzir, como produzir e para quem produzir, que se trata da variação de estoque, tanto de insumos, como de produtos finais, o famoso sistema “o primeiro que entra é o ultimo que sai, o último que entra é o primeiro que sai”, o qual é muito conhecido em contabilidade de custos nas ciências econômicas, mas ainda persistiria um problema, o dinamismo de distribuição dessa produção, a variação do estoque teria que se apresentar facilmente com o preço na esfera da circulação da mercadoria. Também iria gerar conluios para atender interesses mais rápidos de uma dada comunidade do que as demais, esse é o problema de bens-de-capital multiespecificos, dispersos no espaço em unidades produtivas estanques.
A fabricação aditiva (impressão 3D) e a nanotecnologia molecular, que são as promessas em curso de uma Nova Revolução Industrial, solapam todo problema do cálculo econômico, justamente porque sendo meios-de-produção homogêneos, portáteis, auto-replicáveis, abolem a multiespecificidade dos bens-de-capital, e portanto da necessidade de intrincamento entre esses meios-de-produção na estrutura do capital em âmbito territorial, abolindo a necessidade de sistema de preços para sinalizar que meios-de-produção utilizar, pois a homogeneidade permite a fabricação de qualquer artefato humano através da produção digitalizada, no caso da fabricação aditiva, só remanesce a necessidade de distribuir a matéria-prima, que é uma tarefa fácil a medida que o problema simplifica-se. Essa distribuição se dá pela variação do estoque e reciclagem dos produtos, sob as quais se permite a transição a outro modo-de-produção, eliminando qualquer tipo de erro cometido na produção, já que o produto pode ser refeito facilmente, já que sua fabricação se dá por meio de meios-de-produção homogêneos.
Política industrial do programa de transição 2
A Politica Industrial do Programa de Transição 2 de um Governo
Revolucionário terá suas diretrizes em forças produtivas já existentes mas não
aplicadas em detrimento de seu impacto disruptivo na ordem social e relação
de produção capitalista, portanto só as relações de produção socialistas
comportam as mesmas, serão abordadas uma a uma em vídeos e postagens,
suas vantagens e impactos em nosso partido para a Constituição de um novo
modo de produção:
1- Meios de Produção: Fabricação Aditiva, Robótica intensa,
Nanotecnologia Molecular, Inteligência Artificial.
2- Fontes de Energia: Energia Solar com uso de nanotecnologia,
Higroeletricidade (eletricidade extraída da umidade do ar), Energia
Eólica gerada por mini usinas.
3- Comunicação: Internet e telefonia gratuita (IP) via redes Mesh e
WIMAX.
4- Distribuição de energia: Witricity (energia elétrica sem fio, principio de
Nikola Tesla, ressonância magnética acoplada).
5- Locomoção: Veículos elétricos, veículos movidos a ar comprimido,
veículos autônomos já existentes evitando acidentes de trânsito,
diminuindo a quantidade necessária de veículos, Veículos VTOL (vertical
take-off and landing).
6- Matéria -Prima: 100% reciclada e reutilizada com a Fabricação Aditiva,
simples átomos e moléculas com a nanotecnologia molecular (mais
avançada).
7- Educação: 100% científica, gnosiologia, epistemologia, lógica formal,
lógica dialética, axiologia, ciências particulares, educação sexual,
utilizando tanto as instituições convencionais como tecnologias digitais,
realidade virtual, internet e outros recursos para facilitar a compreensão
dos conteúdos.
8- Saúde: Biotecnologia, Nanomedicina, Impressão 3D de órgãos para
reposição, Células-Tronco, Fabricação aditiva, e a convencional já
existente.
9- Moradia: Fabricação Aditiva na construção civil, já existente utilizado na
China para construir 10 casas por dia, com redução extrema de custo e
poluição.
10- Água: Extraída da umidade do ar em locais com esse recurso mais
escasso, purificado com filtros de nanotecnologia simples como já existe
em locais de rios, lagos e praias.
Referências:
[1] http://wdi.worldbank.org/table/4.2
[2] http://www.desenvolvimentistas.com.br/blog/caleidoscopiobrasileiro/2014/06/19/
salario-e-investimentos-estagnados-nos-eua-ha-25-anos/
[3] http://www.seebcgms.org.br/noticia/estagnacao-salarial-ameaca-
classe-media-nos-paises-ricos/
[4] http://www.sspmo.org.br/noticias/oit-aponta-estagnac-o-dos-salarios-
no-mundo/2179
[5] http://www.cimm.com.br/portal/noticia/exibir_noticia/9178-
capacidade-ociosa-de-toda-a-industria-chega-a-40-no-pais
[6] http://g1.globo.com/carros/noticia/2012/12/opel-confirma-fechamento-
de-fabrica-na-alemanha-em-2016.html
[7] http://economia.uol.com.br/noticias/bloomberg/2015/06/12/empresas-
aereas-dos-eua-tem-problemas-para-ganhar-confianca-de-investidores-
em-meio-a-preocupacao-com-excesso-de-capacidade.htm [8] http://br.wsj.com/articles/SB10001424052970204420904580134440645739562 [9] http://www.suportepostos.com.br/modules/news/article.php?storyid=999 [10] http://exame.abril.com.br/revista-exame/edicoes/1086/noticias/nos-
paises-ricos-o-que-assusta-e-a-deflacao
[11]
http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/01/160118_riqueza_estudo_oxfa
m_fn https://www.oxfam.org/sites/www.oxfam.org/files/file_attachments/bp210-
economy-one-percent-tax-havens-180116-summ-pt.pdf
[12] http://exame.abril.com.br/economia/noticias/bancos-vao-mudar-regras-
que-regem-mercado-de-derivativos
http://www.auditoriacidada.org.br/acelera-a-bancarrota-do-planeta-24-
nacoes-estao-enfrentando-uma-crise-de-divida/
[13] http://pt.global-rates.com/taxa-de-juros/bancos-centrais/bancos-
centrais.aspx
14]
http://brasil.elpais.com/brasil/2014/09/30/economia/1412081072_163414.hml
[15] http://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/noticia/2013-10-27/apesar-de-
recorde-endividamento-dos-brasileiros-e-baixo-em-relacao-outros-paises
[16] http://www.dn.pt/dinheiro/interior/a-4a-revolucao-industrial-vai-destruir-
5-milhoes-de-empregos-4987944.html
[17] http://exame.abril.com.br/economia/noticias/sociedade-do-custo-zero-
trara-fim-do-capitalismo-diz-livro
[18] http://planetasustentavel.abril.com.br/blog/blog-do-clima/2015/01/16/nasa-e-
noaa-confirmam-que-2014-foi-o-ano-mais-quente-veja-video/
[19]
http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2014/03/140307_malaria_aquecimento
_novas_areas_fn
[20] http://planetasustentavel.abril.com.br/blog/blog-do-
clima/2015/01/27/aquecimento-global-aumenta-proliferacao-de-mosquitos/
[21] http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2015-05/casos-de-dengue-
no-pais-aumentam-234-e-chegam-7459-mil
[22] http://gazetaweb.globo.com/noticia.php?c=376797&e=17 [23] http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2014-10/amazonia-
acumula-762-mil-km2-de-desmatamento-em-40-anos-diz-estudo
[24] http://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/noticia/2015/02/desmatamento-
aumenta-em-20-vezes-perda-de-agua-da-chuva-aponta-usp.html
[25] http://reporterbrasil.org.br/2006/07/desmatamento-e-poluicao-seguem-
o-rastro-do-agronegocio
[26] http://www.universitario.com.br/noticias/n.php?i=10939 (Cientistas
confirmam que aquecimento global intensifica enchentes
[27] http://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/noticia/2013-03-19/em-20-
anos-secas-e-enchentes-afetaram-86-milhoes-de-brasileiros
[28] http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/radio/materias/REPORTAGEM-
ESPECIAL/436569-ENCHENTES----O-BRASIL-E-6-PAIS-DO-MUNDO-QUE-
MAIS-SOFRE-COM-CATASTROFES-CLIMATICAS-BLOCO-1.html
[29] http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2012/08/120827_artico_ac.shtml
(Cientistas alertam para consequências de degelo recorde no Ártico
[30] http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI317326-
17770,00-GELO+ARTICO+SOFRE+DEGELO+RECORDE.html
[31] http://hypescience.com/aumento-do-nivel-do-mar-e-mais-perigoso-que-
se-acreditava/
[32] http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/the-new-york-
times/2015/04/06/poluicao-do-ar-aumenta-risco-de-derrame.htm
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poluicao-aumenta-numero-de-alergicos-15672054
[34] http://saude.estadao.com.br/noticias/geral,poluicao-do-ar-piora-
doenca-respiratoria-e-aumenta-infeccao-diz-unifesp,630692
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de-pessoas-por-ano-diz-
oms,1ba6b5102afe4410VgnCLD2000000dc6eb0aRCRD.html [36] http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2014/10/estudo-revela-
impacto-da-poluicao-na-saude-de-moradores-do-rj-e-de-sp.html
[37] http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/lixo/producao-
destinacao-residuos-solidos-brasil-panorama-2010-abrelpe-625938.shtml
[38] http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2015-07/producao-de-lixo-
no-pais-cresce-29-em-11-anos-mostra-pesquisa-da-abrelpe
[39] http://www.portalamazonia.com.br/editoria/amazonia/queimadas-
na-amazonia-aumentam-frequencia-de-chuvas-acidas-na-regiao/
[40] http://www.epa.gov/acidrain/effects/surface_water.html [41] http://www.epa.gov/acidrain/effects/health.html [42] http://oglobo.globo.com/sociedade/ciencia/buraco-da-camada-de-
ozonio-atinge-extensao-recorde-4557400
[43] http://www.rollingstone.uol.com.br/edicao/14/aquecimento-global-
e-inevitavel-e-6-bi-morrerao-diz-cientista#imagem0
[44] http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/trabalhoerendimento/pnad20 09/ [45] http://www.agricultura.gov.br/ [46] http://www.incra.gov.br/ [47] http://codigoflorestal.sistemafaep.org.br/wp-
content/uploads/2012/11/novo-codigo-florestal.pdf
[48] http://www.anfavea.com.br/ [49] http://www.ibge.gov.br/home/ [50] http://www.bcb.gov.br/?PRONAFFAQ [51] http://www.paho.org/bra/ [52] http://www.dieese.org.br/livro/2012/livroSituacaoTrabalhoBrasil.pdf
[53]
www.ey.com/Publication/vwLUAssets/Perspectivas_do_Brasil_na_Agroindustri
a/$FILE/Agronegocio_port.2011.pdf
[54] http://www.brasil.gov.br/economia-e-emprego/2009/11/brasil-
lidera-produtividade-agricola-na-america-latina
[55] http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/agropecuaria/censoagro/bras
il_2006/defaulttab_brasil.shtm
[56] http://www.dieese.org.br/estudosepesquisas/2014/estpesq74trabalhoRural.pdf
[57] http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/trabalhoerendimento/pnad20 09/
[58] http://www.incra.gov.br/ [59] http://www.cptnacional.org.br/ [60] http://www.humanosdireitos.org/noticias/noticias-relacionadas/647-
Quase-3-mil-foram-resgatados-do-trabalho-escravo-em-2012.htm
[61] http://www.dieese.org.br/analisecestabasica/salarioMinimo.html
[62] http://www.dci.com.br/industria/ociosidade-na-industria-de-
caminhoes-atingiu-81-no-bimestre-id531708.html
[63] http://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/le-
monde/2016/03/21/a-industria-se-rende-a-impressao-3d.htm
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