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JULIANE LEIVA MELLO
MARIELE CARINA CAVENAGHI
THAÍS CRISTINA SILVEIRA VAZ
ATIVIDADE FÍSICA NA MELHORA DA QUALIDADE DE VIDA DE
AMPUTADOS DE MEMBRO INFERIOR
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Educação Física sob a orientação da Profª. Esp. Ana Cláudia de Souza Costa e orientação da Profª. Esp. Jovira Maria Sarraceni
LINS SP
2007
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JULIANE LEIVA MELLO
MARIELE CARINA CAVENAGHI
THAÍS CRISTINA SILVEIRA VAZ
ATIVIDADE FÍSICA NA MELHORA DA QUALIDADE DE VIDA DE
AMPUTADOS DE MEMBRO INFERIOR
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,
para obtenção do título de Licenciatura Plena em Educação Física.
Aprovado em : __/__/____.
Banca Examinadora:
Profº Orientador: Ana Cláudia de Souza Costa
Titulação: Educadora física e fisioterapeuta especialista em neurologia
Assinatura:_________________________________
1º Prof(a): ______________________________________________________
Titulação:_______________________________________________________
_______________________________________________________________
Assinatura:_________________________________
2º Prof(a): ______________________________________________________
Titulação:_______________________________________________________
_______________________________________________________________
Assinatura:_________________________________
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DEDICATÓRIA
À minha mãe Márcia,
Apesar de todas as brigas e confusões em nossas vidas, quero dizer à
você, que te amo muito, e que você é a responsável pela minha formação. Se
hoje sou o que sou é devido a você, e te agradeço muito por tudo. Esta fase de
minha vida eu dedico à você, minha mãe guerreira. Te amo.
Juliane
Às minhas irmãs Lidiane, Bianca e Bruna,
Agradeço a vocês por tudo, todas as fases de nossa vida valeu para dar
valor a tudo em nossas vidas. Amo vocês.
Juliane
Ao meu pai Paulo,
Obrigada, pela força que me deu durante estes anos de faculdade,
devido à ela consegui dar um grande passo em minha vida. Te amo.
Juliane
Ao meu companheiro para toda vida Anderson,
Nenê, esta monografia dedico à você, por toda paciência que teve
comigo, devido a minha ausência, aos domingos que fiquei até altas horas
concluindo mais esta etapa de minha vida, às ajudas do nosso word , aos dias
que me ajudou , que correu junto comigo e esteve presente em todos os
momentos. Desculpe-me por ter me agüentado neste tempo de estresse. Você
chegou em minha vida para melhorar 100% e nossa história está apenas
começando. Amo muito você, meu nenê lindo!!!
Juliane
Às minhas parceiras Mariele e Thaís,
Quem diria hein meninas... Conseguimos passar por esta fase tão difícil.
Quantas brigas tivemos, quantas caras feias fizemos uma para as outras,
mas nada que uma grande amizade não supere tudo isso. Vocês farão parte da
minha história e hoje podemos olhar para trás e dar risadas de todas as
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besteirinhas que fizemos. Dedico esta monografia principalmente a todas nós,
porque nós merecemos e se tudo ocorreu desta maneira, foi para nos unirmos
ainda mais. Graças a Deus chegamos até aqui e podemos gritar VIVAAAA!!!
Amo vocês. Obrigada por tudo.
Juliane
Aos meus segundos pais Bene e Terezinha,
Obrigada pela paciência que tiveram comigo neste tempo e quero
agradecer à vocês por colocarem no mundo a pessoa que me faz a mulher
mais feliz do mundo. Muito obrigada.
Juliane
Aos meus pais Solange e Mário,
Que batalharam muito para que eu conseguisse realizar todos os meus
sonhos. Que me auxiliaram em minha caminhada até aqui e se privaram de
muitas coisas para que eu me tornasse a pessoa que sou. A vocês devo tudo
que tenho e o que sou hoje. Muito obrigada por tudo. Amo vocês.
Mariele
À minha irmã Mariane,
Que sempre esteve pronta para me ajudar, principalmente nesta etapa
da minha vida que está se encerrando, você teve grande participação, tirou
muitas dúvidas que eu tinha e me ajudou em tudo que precisei. Obrigada. Te
amo.
Mariele
Ao meu grande amor Renato,
Agradeço-te por todos os momentos em que esteve ao meu lado, por
todas as horas em que me apoiou e me aconselhou. Com você aprendi que
nem sempre o que as pessoas julgam ser o melhor para nós, é o que
realmente precisamos. Muito obrigada pela paciência e atenção que você me
concedeu. Em pouco tempo você já se tornou muito especial e importante em
minha vida, te amo cada dia mais.
Mariele
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À amiga Larissa,
Que ao longo de dois anos esteve ao meu lado escutando meus
desabafos e me aconselhando. Muito obrigada por tudo.
Mariele
Às parceiras de monografia Juliane e Thaís,
Falar de vocês em poucas linhas é praticamente impossível. Se eu fosse
descrever tudo que vivemos durante esses quatro anos... Houve momentos em
que rimos muito e também momentos em que choramos juntas. Graças à Deus
chegamos até aqui, juntas, apesar de muitas brigas. Vocês estarão presentes
em minha vida pra sempre.
Mariele
Ao meu pai Mário,
Exemplo de pessoa íntegra, correta, grande amigo, de uma humildade
tamanha, que me ensinou muito do que possui. Agradeço-lhe os exemplos que
tem mostrado de como deve ser o verdadeiro caráter de um ser humano e por
tudo aquilo que me transmitiu e continuará transmitindo. O meu muito, muito
obrigada. Te amo pai.
Thaís
À minha mãe Dalva,
Exemplo vivo de uma pessoa lutadora, detentora de características que
marcam qualquer filho. O meu muito obrigada por tudo aquilo que tens me
transmitido e por todos os valores que só se adquirem com uma boa educação.
Te amo mãe.
Thaís
À minha irmã Andreza,
Que me apóia em tudo e sempre será minha melhor amiga. Te amo
maninha.
Thaís
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Ao meu noivo Marcos Rogério,
Que neste momento tem sido a luz da minha vida e que faz com que
meu dia se torne melhor. Obrigada pelo carinho, companheirismo e paciência
em tolerar meu mau humor e minha ausência no decorrer dessa monografia.
Amo você vida.
Thaís
Às parceiras Mariele e Juliane,
Uma amizade incondicional num exercício pleno de cooperação e
disponibilidade. Pelas brigas, críticas, sugestões e apoio que me ajudaram a
transmitir idéias em palavras. Só Deus pode explicar o tamanho do carinho,
respeito e admiração que tenho por vocês. Amo vocês meninas, minha eterna
gratidão.
Thaís
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AGRADECIMENTOS
À Deus,
Que nos iluminou em mais uma jornada. Pelos privilégios que nos foram
dados em compartilhar tamanha experiência e, ao freqüentar este curso,
perceber e atentar para a relevância de temas que não faziam parte de nossas
vidas.
À orientadora Prof°. Ana Cláudia,
Pelo incentivo, simpatia e presteza no auxílio ás atividades e discussões
sobre o andamento desta monografia.
Aos professores Leandro (Hilinho) e Giseli
Que dispuseram tempo e atenção para que pudéssemos realizar todo
este trabalho em nosso período de estágio na clinica. O nosso muito obrigado.
À amiga Marcelle
Pela espontaneidade e alegria na troca de informações e materiais numa
rara demonstração de amizade e solidariedade. Obrigada Má, essa vitória
também é sua.
À todos que, de uma forma ou de outra nos ajudaram a chegar até aqui. Obrigada
Juliane, Mariele e Thaís
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RESUMO
Amputação pode ser definida como a retirada total ou parcial de um membro. Cerca de 85% das cirurgias de amputações são realizadas no membro inferior. As indicações para as amputações decorrentes das lesões traumáticas, são as lesões com comprometimento vascular importante e as que impedem a reconstrução do membro ou o restabelecimento adequado da função. A forma mais freqüente de amputação é a transtibial. Para que se tenha uma boa reabilitação é necessário conseguir um bom equilíbrio muscular, potencializar os grupos musculares debilitados, recuperar a função muscular prévia, impedir e eliminar contraturas, impedir deformidades secundárias, diminuir e eliminar estados dolorosos, modelar e maturar o coto, colocar uma prótese em perfeitas condições de ajuste e alinhamento, realizar treinamento de marcha e corrigir possíveis defeitos de marcha encontrados. A atividade física recreativa ou esportiva pode colaborar no processo de reabilitação modificando a maneira com que as pessoas amputadas percebem a si mesma, e a maneira em que a sociedade as percebe. Os exercícios físicos também podem melhorar as condições de controle da prótese pelo indivíduo, pois melhoram o trofismo muscular e aprimoram a propriocepção. A ausência de um membro afeta o centro de gravidade, principalmente nas amputações de membros inferiores. O resultado disso é uma dificuldade nas tarefas que requerem equilíbrio. Os indivíduos amputados podem se beneficiar com as atividades ligadas à educação física e aos esportes. As adaptações necessárias serão determinadas pelo tipo e grau de comprometimento físico, experiência motora, nível de interesse e objetivos educacionais em geral. O ensino da educação deverá ser individualizado e personalizado, especialmente no caso de pessoas com necessidades especiais nas áreas física e motora. Quatro casos foram avaliados e reavaliados, sendo três do sexo masculino e um feminino, tendo idades variadas entre 23 e 31 anos, todos apresentando amputações de membro inferior esquerdo por lesões traumáticas. Dois indivíduos obtiveram melhoras em sua qualidade de vida e outros, devido às intercorrências, não foram possíveis de se observar.
Palavras-chaves: Amputação. Atividade física. Amputados-Reabilitação. Educação física adaptada.
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ABSTRACT
Amputation can be defined as the total or partial withdrawal of a member. About 85% of the surgeries of amputations are carried through in the inferior member .The indications to the current amputations of the traumatic injuries are the injuries with important vascular compromise and the ones that prevent the reconstruction of the member or the suitable reestablishment of the function. The most common way of amputation is the transtibial. To have a good rehabilitation, it is necessary to have a good balance, to potencialize the weakened muscular groups, ragain the function of the previous muscular function, to decrease and eliminate contractures, to prevent secondary deformities, to decrease and eliminate painful conditions, to model and mature the quote, put a prosthesis in perfect adjusted and aligned conditions, to do a pace training and correct possible pace defectes. Physical or sporting activies can contribute in the rehabititation process, changing the way that the society and even the amputated people look to themselves. Physical acitivies can also improve the prosthesis control conditions by the individual because they improve muscular tropism and the proprioception. The absence of a member affects the gravity center, especially in inferior members amputations. That result in difficulty doing exercises that require balance. Amputated people can do physical activities and sports. The necessary adaptations are determined accordingly to the physical compromise, coordination experience, education goals and interests in general. The education should be personalized, especially to people with physical and coordinated problems. Four cases were evaluated and reevaluated; 3 of the male gender and 1 the female gender, between 23 and 31 years old, all of them with left inferior member amputated. Two of them had a good improvement in their lives, in others it was not possible to evaluate because of the intercurrences.
Keywords: Amputation. Physical Acitivity. Amputated
Rehabilitation. Adapt Physical Education.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...............................................................................................
CAPÍTULO I - AMPUTAÇÃO........................................................................
1 DEFINIÇÃO.........................................................................................
1.1 Tipos....................................................................................................
1.2 Níveis...................................................................................................
1.3 Amputações traumáticas de membro inferior......................................
1.3.1 Transtibiais...........................................................................................
1.3.2 Desarticulação de Quadril....................................................................
CAPÍTULO II REABILITAÇÃO E PROTETIZAÇÃO..................................
CAPÍTULO III
ATIVIDADE FÍSICA NA REABILITAÇÃO DE
AMPUTADOS................................................................................................
CAPÍTULO IV A PESQUISA......................................................................
4 Introdução.............................................................................................
4.1 Quatro casos em estudo......................................................................
4.1.1 Caso 1..................................................................................................
4.1.2 Caso 2..................................................................................................
4.1.3 Caso 3..................................................................................................
4.1.4 Caso 4..................................................................................................
4.1.5 Resultados SF-36................................................................................
4.2 Opinião dos profissionais....................................................................
4.3 Discussão............................................................................................
4.4 Parecer final........................................................................................
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO..................................................................
CONCLUSÃO................................................................................................
REFERÊNCIAS.............................................................................................
APÊNDICES..................................................................................................
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ANEXOS........................................................................................................
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INTRODUÇÃO
O termo amputação designa a perda de um membro inteiro ou de um
segmento específico do membro. As amputações podem ser classificadas em
adquiridas ou congênitas: amputações adquiridas podem resultar de doença,
tumor ou trauma; as congênitas ocorrem quando o feto não se desenvolve nos
três primeiros meses de gestação.
A história das amputações é quase tão antiga quanto a história da
humanidade. As primeiras amputações são atribuídas a Hipócrates e foram
indicadas para os casos de gangrena. As amputações sempre estiveram
associadas às guerras na história do homem. Foi a cirurgia mais utilizada
durante a Guerra Civil Americana. Até a Primeira Guerra Mundial, o conceito de
um bom coto de amputação era o de um coto cônico, sem preocupação com a
musculatura. As desarticulações eram pouco indicadas, por não haver solução
protética naquela época.
Hoje em dia, as principais indicações de amputações, em ordem
decrescente de freqüência, são: traumática, tumoral, infecciosa, congênita e
vascular.
É importante lembrar que apenas salvar um membro não é o mesmo
que manter sua função. A cirurgia de amputação tem dois objetivos: a retirada
do membro lesado e o ganho de perspectivas para o retorno da funcionalidade
da região amputada, criando assim, um novo órgão de contato com o meio
exterior, o coto de amputação.
Os músculos são muito importantes no tratamento funcional dos cotos
de amputação, são o coxim natural para a proteção das partes ósseas e, se
bem tratados, desenvolvem função ativa no controle e na suspensão da
prótese, bem como melhoram a propriocepção e estimulam a circulação local
distal.
A atividade física, seja com fins recreativos ou esportivos, pode
colaborar no processo de reabilitação ao modificar a maneira pela qual as
pessoas com amputações percebem a si mesmas, e a maneira pela qual a
sociedade as percebe. Além disso, os exercícios físicos melhoram as
condições de controle de prótese pelo indivíduo, porque diminuem a atrofia
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muscular e aprimoram a propriocepção.
Exercícios de alongamento e fortalecimento localizados, com adaptação
das cargas e da mecânica do movimento, evitam que a musculatura
remanescente no coto atrofie, perca sua funcionalidade, bem como permitem
que o coto se mantenha em condições de movimentar uma prótese com
conforto. Além disso, nas amputações unilaterais, a estimulação do coto pode
proporcionar melhor adequação postural, atenuando dessa forma
desequilíbrios laterais.
Quanto às atividades aquáticas, em geral são fortemente recomendadas
para pessoas com amputação, já que não traumatizam o membro residual. Nos
casos de amputações unilaterais, podem ocorrer distúrbios no equilíbrio na
água, em especial nas flutuações dorsais e ventrais. A adaptação ao
desequilíbrio nesse caso só é possível com o treinamento, em que cada
individuo descobrirá formas diferentes de ajustar seu corpo na água.
As atividades físicas contribuem de forma positiva no processo de
reabilitação dos indivíduos com amputação, não apenas nas adaptações
físicas, na atividade circulatória e na função muscular remanescente, mas
também aos benefícios psicossociais advindos de tal prática.
Será realizado estudo de quatro casos na Clínica de Educação Física,
analisando as atividades realizadas com amputados para melhora em sua
qualidade de vida, onde haverá um programa de musculação e um programa
de natação a ser seguido.
Diante da pesquisa exploratória, surge o seguinte questionamento: até
que ponto a atividade física pode influenciar na qualidade de vida de uma
pessoa amputada de membro inferior?
Em resposta a esta questão, surge a seguinte hipótese: as atividades
físicas contribuem de forma positiva no processo de reabilitação dos indivíduos
com amputação de membro inferior, não apenas nas adaptações físicas, na
atividade circulatória e na função muscular remanescente, mas também aos
benefícios psicossociais advindos de tal prática.
O presente trabalho está assim dividido:
Capítulo I Amputação
Capítulo II Reabilitação e protetização
Capítulo III Atividade física na reabilitação de amputados
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Capítulo IV A pesquisa
Finalizando o trabalho vem a proposta de intervenção, conclusão e
apêndices.
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CAPÍTULO I
AMPUTAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Amputação deriva do latim e significa: ambi = ao redor de/ em volta de e
putatio = podar/retirar.
O termo amputação pode ser definido como a retirada, geralmente
cirúrgica, total ou parcial de um membro. Para os menos esclarecidos,
amputação está relacionada com terror, derrota e mutilação, trazendo analogia
com a incapacidade e a dependência.
As amputações, antigamente, eram causadas por diversos motivos.
Deformidades congênitas eram comuns, especialmente nos países árabes,
onde casamentos entre primos de primeiro grau eram incentivados. Durante as
batalhas, nos momento de capturas dos indivíduos ou de punição judicial, eram
onde ocorriam as maiores incidências de amputações traumáticas. As
amputações eram ainda causadas por doenças como gangrena, tuberculose e
lepra. (CARVALHO, 2003)
As cirurgias eram realizadas com ou sem anestesias, analgésicos e
instrumentos próprios, também se utilizava a técnica da guilhotina com
machado e sem anestesia nas punições judiciais. Extratos de plantas como
ópio, cânhamo, cicuta e álcool eram utilizados nos curativos cirúrgicos, como
anti-sépticos usavam-se fumo, mel e vinagre, a cauterização era feita com óleo
quente e as fibras de algodão e os fios de cabelo humano eram utilizados para
a realização das ligaduras. Os instrumentos cirúrgicos eram feitos de materiais
de bronze, machados de pedra e ossos animais.
A mais antiga descrição técnica de amputação é de Hipócrates (século V
a.C.), considerado o pai da medicina científica. Realizavam-se amputações por
meio das articulações com guilhotinas, sempre em tecidos necróticos sem
sensibilidade. Para Hipócrates, gangrena era a única indicação para
amputações. (CARVALHO, 2003)
Celsus (25 a.C. 50 d.C), também conhecido pela formulação dos sinais
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inflamatórios, realizou amputações em planos mais proximais, com secções
ósseas e em tecidos vivos, utilizando ligadura dos vasos por amarria. A
amputação, para ele, era indicada somente em casos de gangrena.
Houve pequena evolução científica na Era das Trevas (entre os séculos
V e XV). As técnicas primitivas de amputação foram novamente utilizadas,
quando as técnicas cirúrgicas desenvolvidas por gregos e romanos pararam de
ser incentivadas. Como não havia anestesias, a mesma era realizada por
ingestão de bebidas alcoólicas para que a amputação pudesse ser feita através
da guilhotina. Na época utilizavam-se óleo ou ferro quente para cauterizar a
região amputada, mas muitas vezes não havia soluções para estancar as
hemorragias. Quanto mais proximal fosse o nível da amputação, maior o risco
de levar os pacientes a óbito através de choques ou por processos infecciosos,
devido aos meios utilizados para estancar as amputações.
Em 1517 Hans Von Gersdolf de Straussburg recomendou o uso de
torniquete com bexiga de porco ou vaca e técnicas de cauterização.
(CARVALHO, 2003)
Ambroise Parè (1510-1590), um cirurgião do Exército Francês,
contribuiu para as amputações e protetizações da época, reintroduzindo o uso
das ligaduras, proposto inicialmente por Celsus e Hipócrates.
As amputações passaram a ser realizadas com mais cuidado, com a
descoberta da anestesia por Morton em 1846 e da anti-sepsia por Lister em
1867, favorecendo as aplicações protéticas subseqüentes. Antes disto, as
desarticulações eram preferidas por serem mais rápidas, menos traumáticas e
dolorosas quando comparadas com as amputações realizadas com secções
ósseas.
As próteses da época medieval eram extremamente pesadas, já que
componentes metálicos utilizados para construção de armaduras começaram a
fazer parte das próteses confeccionadas na época. As primeiras articulações
exoesqueléticas de joelho e de tornozelo datam da época medieval. A primeira
prótese endoesquelética, foi construída por Ambroise Parè no século XVI, com
possibilidade de bloqueio para a articulação do joelho, desenvolvendo também
sistemas mecânicos para próteses de membros inferiores e superiores.
Com o surgimento das guerras o número de pessoas amputadas
aumentou bruscamente, acarretando, dessa forma, o desenvolvimento de
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técnicas cirúrgicas mais avançadas, novos dispositivos mecânicos e técnicas
de protetização.
Como não poderia ser diferente, novas técnicas cirúrgicas, novos
medicamentos e novos conceitos de reabilitação, aliados a um trabalho
multidisciplinar, também evoluíram e continuam em desenvolvimento,
proporcionando uma melhora na qualidade de vida dos amputados, os quais,
nos dias de hoje, já são encontrados totalmente reintegrados à vida social e
profissional. (CARVALHO, 2003)
É importante ressaltar que, as amputações, muitas vezes, propiciam
uma qualidade de vida relativamente melhor, sem dor e sem o sofrimento antes
presente.
Durante muitos anos as amputações foram consideradas cirurgias pouco
nobres, sendo realizadas apenas por residentes inexperientes ou iniciantes, já
que a mesma era concebida como fim de um processo mórbido, nunca
desejado e sempre evitado. Os bons cirurgiões se afastaram dessas operações
e, como conseqüência, os pacientes amputados sofreram por estarem
desprovidos de boas condições cirúrgicas e de processos de reabilitação, os
quais se iniciavam durante a cirurgia. Complicações, má adaptação às próteses
e até mesmo reamputações com exagerada freqüência, eram causadas devido
membros residuais mal acabados externa e internamente. O membro
acometido pode ser impossibilitado em qualquer tipo de função em pessoas
que apresentam seqüelas.
1.1 Tipos
Os tipos mais freqüentes nas amputações de membros inferiores são:
a) Vasculares: ocorrem em pacientes com uma faixa etária mais
avançada, pois tem maior incidência nas amputações de membros
inferiores causadas por doenças vasculares periféricas, os quais
estão mais suscetíveis a doenças degenerativas como a
arteriosclerose. Durante as atividades as dores aumentam devido a
maior necessidade de oxigênio nos músculos. Dentre as patologias
vasculares, pode-se citar as doenças arteriais, venosas ou linfáticas.
b) Neuropáticos: inúmeras doenças podem levar à neuropatia periférica,
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dentre elas estão relacionadas às doenças sistêmicas (diabetes
mellitus), distúrbio nutricional (alcoolismo), doenças infecciosas
(Hansen e a Pólio) e alterações medulares (trauma medular).
c) Traumáticos: acometem principalmente em pacientes adolescentes e
adultos jovens, os quais estão mais expostos aos acidentes de
trabalho e acidentes por meio de transporte, frutos da tecnologia
moderna. Em alguns países ainda há ocorrência de amputações por
batalhas e minas perdidas. Podem ser também por armas de fogo,
queimaduras severas e descarga elétrica.
d) Tumorais: afetam principalmente crianças e adolescentes. Devido
aos bons resultados obtidos com diagnóstico precoce, radioterapia,
quimioterapia, utilização de endoprótese, enxertos e outras cirurgias
conservadoras, o índice de amputações tumorais tem diminuído.
e) Infecciosos: em vista dos grandes avanços laboratoriais e do
desenvolvimento de medicamentos mais específicos, a ocorrência da
mesma tem sido menos freqüente. As infecções estão relacionadas a
processos traumáticos e vasculares e também a meningite
meningococcica, caracterizada por lesões cutâneas importantes que
podem causar necroses das extremidades.
f) Congênitos: apresentam deformidades importante que podem
impossibilitar a protetização ou dificultar a função do membro
residual. Para que haja uma maior aceitação por parte do paciente e
uma melhor reabilitação, este tipo de amputação deve ser realizada
nos primeiros anos de vida.
g) Iatrogênicos: estão associadas a complicações adquiridas pelo
paciente durante o curso do tratamento.
1.2 Níveis
O coto de amputação, ou seja, o membro residual de amputação é o
responsável pelo controle da prótese durante o ortostatismo e deambulação.
Ele deve apresentar algumas características como o nível adequado, coto
estável, presença de um bom coxim com mioplastia e miodese, bom estado da
pele, ausência de neuromas terminais e espículas ósseas, boa circulação
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arterial e venosa, boa cicatrização e ausência de edemas.
Há alguns níveis de amputação que são os mais indicados para uma
melhor protetização, locais de cicatrização, entre eles estão:
a) Desarticulação interfalangiana: geralmente não causa problemas
funcionais e estéticos aos pacientes. Em sua maioria ocorrem por
processos traumáticos ou vasculares. Essa amputação não altera o
equilíbrio e a deambulação dos pacientes.
b) Desarticulação metatarsofalangiana: as causas que levam a uma
amputação neste nível são processos traumáticos ou vasculares.
Quando a mesma ocorrer do 2° ao 5° podálico não causam
alterações significativas na marcha, entretanto se houver uma
amputação do 2° ao 3° podálico ocorrerá uma deformidade em hálux-
valgo.
c) Amputação transmetatarsiana: em sua maioria é causada por
processos traumáticos ou vasculares; em processos infecciosos,
pode-se optar pela incisão somente de um raio deixando o pé
funcional, porem assimétrico. A marcha fica prejudicada
principalmente na fase de desprendimento do antepé, porém a
descarga continua sendo realizada distalmente.
d) Desarticulação de Lisfranc: corresponde à desarticulação dos
metatarsos com os ossos cubóide e cuneiforme. As incidências
continuam sendo por problemas vasculares. Tem como
desvantagens as comuns deformidades em flexão plantar,
dificultando a protetização, limitando a descarga total distal, podendo
levar a revisões cirúrgicas.
e) Amputação naviculocuneiforme-transcuboide: encontra-se entre os
níveis de Lisfranc e Chopart, mantendo todo o osso navicular
e secção parcial do cubóide ao nível da articulação
naviculocuneiforme.
f) Desarticulação de Chopart: conhecida também como amputação do
retropé, consiste na desarticulação entre os ossos navicular e
cubóide com o tálus e o calcâneo. Geralmente é recomendada,
porém nem sempre apresenta bons resultados, tornando esse nível
de amputação não-funcional. É indicada por patologias vasculares,
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infecciosas, traumáticas e tumorais.
g) Desarticulação de Syme: em geral, é causada por patologias
vasculares, processos traumáticos, anomalias congênitas,
deformidades adquiridas ou quando as amputações
transmetatarsianas, de Lisfranc, ou de Chopart não são possíveis.
Esta amputação permite descarga distal sobre o coto, e a presença
de espaço entre o coto e o solo possibilita uma protetização futura
com pé mecânico. Ela é desfavorável com relação à cosmética, em
virtude do grande volume encontrado na região distal.
h) Amputação de Pirogoff: é similar a de Syme, sendo mais difícil
tecnicamente e mais demorada. Há um espaço menor entre o coto e
o solo, quando comparada com a amputação de Syme.
i) Amputação de Boyd: é bastante similar a amputação de Pirogoff.
Neste nível de amputação também é indicada a descarga de peso
sobre o coto e a discrepância no comprimento dos membros continua
presente.
j) Amputação transtibial: é realizada entre a desarticulação tibiotársica
e a de joelho. Pode ser dividida em três níveis, sendo eles,
amputação transtibial em terço proximal, médio e distal, devendo
considerar a importância funcional da articulação do joelho na
reabilitação e na deambulação dos pacientes amputados. Podem ser
causadas por patologias vasculares, processos traumáticos,
infecciosos e neoplásicos ou anomalias congênitas. Em geral as
amputações por patologias vasculares acometem pacientes idosos e
as traumáticas, na sua maioria, pacientes mais jovens. Neste tipo de
amputação, a descarga de peso deverá ser realizada no tendão
patelar, entre a borda inferior da patela e a tuberosidade da tíbia, e
nas regiões com tecidos moles localizadas nas faces lateral, medial e
posterior do coto. Deve-se realizar mioplastia, onde os músculos
antagonistas serão fixados aos agonistas, e a miodese, onde a
musculatura será reinserida ao tecido ósseo, melhorando assim o
controle do coto, a propriocepção e a circulação local, além de
diminuir incômodos como a dor fantasma. Na amputação transtibial
distal, o coto apresenta-se longo resultando um bom controle sobre a
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prótese, porém não apresenta um bom suprimento sanguíneo e os
tecidos subcutâneos e musculares resultam em um coxim escasso. A
amputação transtibial medial é considerada ideal para esse nível,
tendo bom coxim terminal e bom comprimento do coto, facilitando a
reabilitação dos pacientes. Na amputação transtibial proximal, o
nível mais aceito é logo abaixo do tubérculo tibial com preservação
do tendão do quadríceps para extensão.
k) Desarticulação de joelho: é indicada a pacientes com traumatismos
ortopédicos irreversíveis, para casos de anomalias congênitas de
tíbia e/ou fíbula e para alguns tumores mais distais. Para esse nível é
indicada a descarga distal proporcionando maior propriocepção ao
paciente amputado. Devido ao comprimento total do fêmur o paciente
apresenta uma boa alavanca de movimento resultando em grande
controle sobre a prótese.
l) Amputação transfemoral: pode ser dividida em três níveis, ou seja,
amputação transfemoral em terço proximal, médio e distal. Podem
ser causadas por patologias vasculares, processos traumáticos,
infecciosos e neoplásicos ou anomalias congênitas. O coto tende a
apresentar uma deformidade em flexão e abdução do quadril. Os
pacientes apresentam durante a marcha um gasto energético 65%
maior que cidadãos não-amputados.
m) Desarticulação de quadril: consiste na retirada de todo o membro
inferior, inclusive da cabeça do fêmur. É indicada principalmente para
traumatismos complexos e processos tumorais. Não apresenta coto
ósseo, tendo apenas uma cobertura músculocutânea do glúteo
máximo. A descarga de peso é realizada na tuberosidade isquiática.
n) Desarticulação sacroiliaca: é uma cirurgia radical, onde é realizada a
remoção de metade da pelve de todo o membro inferior homolateral.
As indicações estão relacionadas a neoplasias ósseas, de tecidos
moles com invasão para a região pélvica, e a metástases regionais.
Os pacientes apresentam como locais para descarga de peso o
ísquio contralateral à amputação e a região torácica.
1.3 Amputações traumáticas de membro inferior
22
Cerca de 85% das cirurgias de amputações são realizadas no membro
inferior. As amputações decorrentes devido a problemas das doenças crônico-
degenerativas ocorrem em sua maioria em idosos, e as por lesões traumáticas
acometem o sexo masculino com idade inferior a 50 anos, jovens e crianças,
significativamente. (CARVALHO, 2003)
São caracterizadas amputações traumáticas as que ocorrem em
decorrência do comprometimento vascular e as que impedem a reconstrução
do membro ou o restabelecimento adequado da função.
O objetivo da cirurgia de amputação tem por finalidade a retirada do
membro acometido, fazendo com que o indivíduo tenha perspectivas para um
retorno da função da região amputada. A tática cirúrgica deve ser planejada
prevendo assim, um determinado processo de reabilitação. Após a amputação
do segmento corporal do paciente cria-se um novo órgão de contato com o
meio exterior, o coto de amputação.
O exame clínico define o nível de amputação através da medida da
temperatura e avaliação da cor da pele, distribuição dos pelos, presença ou
ausência de pulso periférico, presença ou ausência de perfusão distal (sinal de
compressão), extensão da necrose superficial nas áreas ulcerosas, presença
de áreas com alterações sensitivas e o índice isquêmico nos membros
superiores e inferiores.
1.3.1 Amputações Transtibiais
A forma mais freqüente de amputação é a transtibial. Segundo estudos
de Gonzáles em 1970, as amputações transtibiais curtas necessitavam de
maior energia no andar do que as transtibiais longas. (CARVALHO, 2003)
Este tipo de amputação tem como nível ideal a junção músculo-tendínea
dos gastrocnêmios. A preservação da fíbula é importante para a prevenção da
rotação da prótese. Quando o coto tibial é mais curto, pode ser necessária para
dar melhor forma ao coto e evitar áreas de ulceração, a ressecção da cabeça
da fíbula e a reinserção dos ligamentos colateral e das estruturas anexas na
tíbia.
Nas amputações transtibiais eletivas é utilizada a técnica
23
osteoperiostoplastia que consiste na formação de um túnel periostal unindo a
tíbia à fíbula, esta permite o apoio distal completo, melhorando a distribuição de
carga no coto, facilitando a propriocepção, impedindo a migração da fíbula para
trás da tíbia e também melhorando a circulação local.
1.3.2 Desarticulação de Quadril
Este tipo de amputação é realizado mais freqüentemente no tratamento
de doenças neoplásicas. Quando possível, deve-se amputar através do
trocanter menor para preservar o trocanter maior, que será útil para a
adaptação do coto à prótese e prevenir rotações não desejadas durante a
caminhada, também facilita o ato de sentar sem a prótese, porque mantém
uma base larga de apoio. O retalho de pele para a cobertura do coto, deve ser
com o retalho posterior aproximadamente quatro vezes maior do que o anterior.
(CARVALHO, 2003)
No pós-operatório é utilizado um dreno de aspiração contínua nos cotos
para evitar o aumento de volume, causada pela dificuldade de retorno venoso e
linfático. O curativo utilizado é sempre o rígido, que se estende à articulação
proximal e deve permanecer fechado por alguns dias, ajudando no controle de
deformidades articulares, da dor e do edema pós-operatório.
24
CAPÍTULO II
REABILITAÇÃO E PROTETIZAÇÃO
É indispensável que o amputado tenha um processo de reabilitação pré
e pós-amputação, e pré e pós-protetização. A reabilitação para candidatos à
utilização de próteses termina no momento em que eles estiverem fazendo uso
das mesmas, com total controle e independência nas atividades diárias,
profissionais e recreativas.
Para que se tenha uma boa reabilitação é necessário conseguir um bom
equilíbrio muscular, potencializar os grupos musculares debilitados, recuperar a
função muscular prévia, impedir e eliminar contraturas, impedir deformidades
secundárias, diminuir e eliminar estados dolorosos, modelar e maturar o coto,
colocar uma prótese em perfeitas condições de ajuste e alinhamento, realizar
treinamento de marcha e corrigir possíveis defeitos de marcha encontrados.
A reabilitação pré-amputação ocorre na maioria das vezes em pacientes
que já apresentam uma patologia em evolução e ainda lutam pela não
amputação, como, por exemplo, os portadores de vasculopatias, neoplasias e
processos infecciosos, associados à presença de outras patologias ou não. É
importante neste tipo de tratamento aliviar o quadro de ansiedade e depressão
do paciente, conscientizar o paciente sobre os recursos protéticos, mobilidade
no leito, exercícios de fortalecimento, manter ou aumentar amplitude de
movimentos de todos os membros, estabelecer as reservas
cardiorrespiratórias, treinar independência nas atividades da vida diária e
treinar transferências, equilíbrio e marcha.
Na fase de reabilitação pós-amputação deve-se prevenir as contraturas
articulares, fortalecer e coordenar o controle muscular do membro amputado,
fortalecer e mobilizar a perna não afetada, fortalecer e mobilizar o tronco,
controlar edema do coto, estimular independência e estimular a deambulação
precoce com auxiliares de marcha. É importante que a cicatrização seja lisa e
livre, sendo dependente do procedimento cirúrgico.
A reabilitação pré-protetização consiste em proporcionar ao paciente
amputado habilidades para a realização de todas as atividades possíveis sem o
25
uso da prótese, preparar o coto de amputação para que possa ser protetizado,
e desenvolver programas de alongamento, fortalecimento, propriocepção,
equilíbrio e coordenação visando a uma deambulação independente futura.
Porém, podem-se encontrar problemas cicatriciais, neuromas, edemas, dores
fantasmas, deformidades e contraturas, as quais terão de ser sanadas com
técnicas específicas.
Em amputações transtibiais a faixa deve envolver todo o coto e a região
distal da coxa, deixando a patela e o movimento de flexão do joelho livres,
evitando que a faixa elástica desça. Além de diminuir o edema, o enfaixamento
previne a estase venosa, auxilia a modelagem do coto, protege a pele de
traumas e diminui o desconforto causado pelos neuromas, pela dor e pela
sensação fantasma. É importante orientar o paciente a manter o enfaixamento
durante 24 horas, retirando-o apenas durante o banho ou para inspeção do
coto. Deve-se utilizar o enfaixamento até o dia da protetização, porém o
paciente só deverá fazer uso da prótese quando não houver uma flutuação
volumétrica do coto.
A reabilitação pós-protética consiste no período de aprendizado para a
utilização da prótese definitiva. Após este período é verificado com o paciente,
vestindo a prótese, se não existem defeitos no ajuste, comprimento, tamanho
do soquete, áreas de hiperpressão, desvios rotacionais e de alinhamento.
Deve-se orientar o paciente quanto à colocação da prótese, sendo a mesma
facilitada com auxílio de uma meia e/ou talco de enfaixamento inverso. Na sua
retirada, o paciente, não terá nenhum tipo de dificuldade.
Há também o programa de protetização imediata, pós-operatória, que é
executada por médicos cirurgiões e técnicos ortopédicos no próprio centro
cirúrgico. Geralmente, é realizada em pacientes com amputações programadas
e tem por objetivo acelerar o processo de reabilitação em todos os sentidos. É
indicado para pacientes jovens e com amputações traumáticas transtibiais.
Este tipo de protetização inicia-se logo após sutura cirúrgica, realizando um
curativo rígido, ou seja, um enfaixamento gessado após uma preparação do
coto com alivio das extremidades ósseas e dos pontos de descarga de peso,
confeccionada com manta de algodão e malha tubular. O curativo gessado
deve ser trocado após alguns dias do pós-operatório, para uma avaliação do
estado da pele e da cicatrização. Durante este tempo, deve-se observar se não
26
há sinais infecciosos, como febre, dor e mau cheiro, pois o controle e o acesso
do coto ficam impossibilitados pelo curativo rígido. Esse processo, desde a
amputação até a protetização final, pode levar de 30 a 45 dias.
27
CAPÍTULO III
ATIVIDADE FÍSICA NA REABILITAÇÃO DE AMPUTADOS
Nos últimos anos, a atenção dedicada à educação física e esportes
adaptados tem aumentado. A habilidade de pessoas especiais pode variar
entre muito baixa e extremamente alta. A Educação Física Adaptada é um
ramo da educação física, onde o estudo e a intervenção profissional no
universo das pessoas que apresentam diferentes e peculiares condições para a
prática das atividades físicas, são os objetivos. Seu foco é o desenvolvimento
da cultura corporal de movimento, onde qualquer programa de atividade física
deve ser considerado tendo em vista o potencial de desenvolvimento pessoal,
ou seja, um programa elaborado para suprir as necessidades especiais dos
indivíduos.
A atividade física como forma recreativa ou esportiva pode colaborar no
processo de reabilitação ao modificar a maneira com que as pessoas
amputadas percebem a si mesma, e a maneira em que a sociedade as
percebe. Os exercícios físicos também podem melhorar as condições de
controle da prótese pelo indivíduo, pois diminuem a atrofia muscular e
aprimoram a propriocepção.
Os indivíduos amputados podem se beneficiar com as atividades ligadas
à educação física e aos esportes. As adaptações necessárias serão
determinadas pelo tipo e grau de comprometimento físico, experiência motora,
nível de interesse e objetivos educacionais em geral. O ensino da educação
deverá ser individualizado e personalizado, especialmente no caso de pessoas
com necessidades especiais nas áreas física e motora.
Programa de educação física para pessoas com amputações pode
seguir as mesmas diretrizes de um programa para não-portadores de
deficiência, exceto pela falta de um ou mais membros, os amputados são
considerados pessoas sem deficiência. Porém o local e extensão das
amputações podem exigir modificações em algumas atividades.
Hoje em dia há próteses que são desenvolvidas para a prática de
atividades físicas e esportivas, podendo ser uma boa opção para aquelas
28
pessoas que pretendem dar prosseguimento ou iniciar um programa de
condicionamento físico. Nas amputações do membro inferior, em especial, há
uma difusão do uso de componentes hidráulicos de controle articular
permitindo a adequação do apoio e da oscilação articular em diferentes
velocidades de movimento fornecendo estabilidade durante o uso do membro,
sendo joelhos e tornozelos hidráulicos os mais utilizados. (GORGATTI, 2005)
Geralmente, a maioria dos indivíduos amputados usam próteses nas
atividades de educação física, por exemplo, uma pessoa com amputação
unilateral de membro inferior não tira a prótese para jogar futebol, basquetebol
e voleibol. Logicamente, a prótese tem de ser removida em algumas atividades
como a natação.
A participação em atividades de educação física e esportes pode
requerer adaptações, dependendo do local e da extensão da amputação e do
tipo de atividade.
Os amputados podem precisar aumentar seus níveis de aptidão física.
Dependendo do local da amputação, é possível escolher diversos itens de teste
para avaliar função aeróbia, composição corporal e função musculoesquelética.
A atividade física é considerada adequada se a sua intensidade for suficiente
para atingir uma freqüência cardíaca mínima, dentro de uma determinada zona
alvo. O padrão mínimo para jovens com amputações corresponde a sustentar
um nível moderado de atividade física por pelo menos 15 minutos. A medição
das dobras cutâneas no tríceps e na subescapular (composição corporal) e o
supino (força e resistência muscular) seriam outros itens adequados para um
jovem com amputação unilateral acima do joelho. Indivíduos com amputações
bilaterais acima ou abaixo do joelho normalmente tem níveis mais baixos de
função aeróbia em comparação com os amputados de membro superior, já que
as atividades locomotoras podem sofrer graves restrições.
A força muscular, a flexibilidade e a resistência de todas as partes do
corpo (inclusive o local da amputação/coto) devem ser desenvolvidas. Os
músculos remanescentes em torno do coto também precisam se desenvolver,
de modo a permanecer em equilíbrio com o lado não afetado. No caso de uma
amputação apenas parcial do membro, devem-se programar atividades e
exercícios que incentivem o uso mais normal possível do segmento
remanescente do membro. A ausência de um membro também pode afetar o
29
equilíbrio e a alavanca ao se executar exercícios de resistência. Algumas
atividades de força muscular são realizadas de forma mais eficiente e segura
sem a prótese.
A falta de membros pode afetar o nível de habilidade motora.
Amputações adquiridas podem resultar inicialmente em prejuízo ou falta de
jeito no desempenho das habilidades motoras. Esse fato pode ser mais
acentuado em adolescentes e adultos que já aprenderam essas habilidades
com seus membros dominantes. A ausência de um membro afeta o centro de
gravidade, principalmente nas amputações de membros inferiores. O resultado
disso é uma dificuldade nas tarefas que requerem equilíbrio. O
desenvolvimento do equilíbrio estático e dinâmico é crucial para a execução de
habilidades locomotoras como andar, correr, pular num pé só, ou sentar. As
atividades que promovem o desenvolvimento do equilíbrio e do alinhamento
correto do corpo devem ser incentivadas. A velocidade e agilidade também
podem ser prejudicadas, particularmente nas deficiências de membro inferior.
As pessoas com amputação unilateral acima do joelho e bilateral abaixo ou
acima do joelho são mais afetadas e podem ter dificuldade em atividades
locomotoras que exijam mudança rápida de direção.
Enquanto os indivíduos com amputações abaixo do joelho podem
participar da educação física e dos esportes de competição com muita
eficiência, as pessoas que sofreram amputações bilaterais superiores ou
inferiores às articulações costumam encontrar restrições específicas nas
atividades.
Os amputados unilaterais acima do joelho podem participar com
eficiência de atividades aquáticas, além de certas provas de campo, que não
enfatizam a locomoção e a agilidade. As pessoas com amputações bilaterais
abaixo do joelho têm mais limitações em atividades que requerem saltos, pulos
com um pé só ou contato corporal, como em provas de pista. Os amputados
bilaterais acima do joelho têm restrições muito maiores nas atividades e
dependem do uso de muletas ou cadeiras de rodas, de acordo com a ocasião.
30
CAPÍTULO IV
A PESQUISA
4 INTRODUÇÃO
O trabalho foi realizado na Clínica de Educação Física localizada no
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, situada à Rua Nove de Julho
1010, na cidade de Lins, estado de São Paulo. A pesquisa teve início no mês
de março e término no mês de setembro do ano de 2007.
Estudo de caso: acompanhou-se quatro casos, que foram avaliados e
reavaliados, sendo três do sexo masculino e um do sexo feminino, tendo
idades variadas de 23 a 31 anos, todos apresentando amputação de membro
inferior esquerdo por lesão traumática.
Os métodos e técnicas utilizados para a realização desta pesquisa
foram:
a) Roteiro de Estudo de Caso (APÊNDICE A)
b) Termo de consentimento livre e esclarecido (APÊNDICE B)
c) Roteiro de entrevista para fisioterapeuta (APÊNDICE C)
d) Roteiro de entrevista para educador físico (APÊNDICE D)
e) Questionário de qualidade de vida SF - 36 (ANEXO A)
f) Cálculo do Escore do Questionário SF-36 (ANEXO B)
g) Cálculo do Raw Scale (ANEXO C)
4.1 Quatro casos em estudo
Foram avaliados e acompanhados quatro casos que serão chamados de
caso 1, caso 2, caso 3 e caso 4. Utilizou-se o protocolo de avaliação de
composição corporal, teste de equilíbrio posição flamingo e questionário de
qualidade de vida SF 36.
As atividades propostas para o suposto trabalho foram as seguintes:
musculação três vezes por semana, natação duas vezes por semana e teste de
equilíbrio (posição flamingo) uma vez na semana.
31
O teste de posição flamingo consiste num teste de equilíbrio, onde o
indivíduo deve permanecer em um único pé sobre uma trave com dimensões
reduzidas durante um minuto, sendo este tempo não regressivo, automático, ao
ponto zero a fim de ser possível acioná-lo, travá-lo e acioná-lo novamente para
registro de tempos consecutivos. Neste período deve ser registrada todas as
penalidades, não podendo ultrapassar de quinze quedas da trave. Caso isso
ocorra o teste deve ser anulado.
4.1.1 Caso 1
Indivíduo do sexo masculino, com 23 anos de idade, apresentando
amputação de membro inferior esquerdo, no nível transtibial em terço médio.
Em função da perda do membro, o indivíduo apresentou grande desequilíbrio
postural.
A pesquisa foi realizada no período de março 2007 à setembro de 2007,
onde foram efetuados um treinamento de musculação, objetivando resistência
muscular localizada e hipertrofia muscular, iniciação à natação objetivando
adaptação ao meio líquido, e a cada semana foi executado o teste de equilíbrio
(posição flamingo).
Após seis meses de treino o indivíduo foi reavaliado, e observou-se
aumento da massa muscular (massa magra) e diminuição de gordura (massa
gorda). Houve melhora também no equilíbrio, sendo registradas no início da
pesquisa quatorze penalidades, diminuindo esta para sete, de acordo com o
teste de posição flamingo. Na natação o sujeito obteve êxito, já que o mesmo
apresentava pânico de água no início das atividades.
4.1.2 Caso 2
Indivíduo do sexo masculino, com 28 anos de idade, apresentando
amputação de membro inferior esquerdo, no nível transtibial em terço médio.
Em função da perda do membro, o indivíduo apresentou grande desequilíbrio
postural.
A pesquisa foi realizada no período de junho 2007 à setembro de 2007,
onde foram efetuados um treinamento de musculação, objetivando resistência
32
muscular localizada e hipertrofia muscular, iniciação à natação objetivando
adaptação ao meio líquido, e a cada semana foi executado o teste de equilíbrio
(posição flamingo).
Após três meses de treino o indivíduo foi reavaliado, e observou-se
aumento da massa muscular (massa magra) e aumento de gordura (massa
gorda) em decorrência de um repouso prolongado devido uma má cicatrização
do coto. No equilíbrio houve melhora, sendo registradas no início da pesquisa
cinco penalidades, diminuindo esta para uma, de acordo com o teste de
posição flamingo. Na natação o sujeito não obteve alterações, já que o mesmo
só realizou duas sessões de treinamento.
4.1.3 Caso 3
Indivíduo do sexo masculino, com 23 anos de idade, apresentando
amputação de membro inferior esquerdo, no nível desarticulação de quadril.
Em função da perda do membro, o indivíduo apresentava desequilíbrio postural
e distúrbios neurológicos.
A pesquisa foi realizada no período de julho 2007 à setembro de 2007,
onde foram efetuados um treinamento de musculação, objetivando resistência
muscular localizada, iniciação à natação objetivando adaptação ao meio
líquido.
Em função dos distúrbios neurológicos, não foi possível obter resultados
com o indivíduo, já que o mesmo não correspondia às atividades propostas.
4.1.4 Caso 4
Indivíduo do sexo feminino, com 31 anos de idade, apresentando
amputação de membro inferior esquerdo, no nível transtibial em terço médio.
Em função da perda do membro, o indivíduo apresentou grande desequilíbrio
postural.
A pesquisa foi realizada no período de abril 2007 à junho de 2007, onde
iniciou-se apenas um treinamento de musculação, objetivando resistência
muscular localizada, e a cada semana foi executado o teste de equilíbrio
(posição flamingo).
33
Não foi possível reavaliar o indivíduo, pois houve uma intercorrência
quando o mesmo efetuou sua protetização.
4.1.5 Resultados SF-36
Tabela 1 Média dos domínios de Q.V do SF-36 dos amputados (n 4)
Domínios do SF-36 Caso 1 Caso 2 Caso 3 Caso 4
CF 65 55 65
AF 25 0 0
Dor 72 62 84
EGS 95 60 100
VIT 100 65 90
AS 100 87,5 12,5
AE 33,3 33,3 0
SM 100 84 80
Fonte: elaborada pelas autoras
De acordo com os resultados obtidos através da escala SF-36, o
domínio que compreende CF, apresentaram uma qualidade de vida média, os
domínios de AF e AE, estão abaixo da média, os domínios SM, Dor, VIT e EGS
estão acima da média e no domínio AS, os casos 1 e 2 estão acima da média,
e o caso 4 está abaixo da média (conforme observado durante os treinos, uma
dificuldade na aceitação da amputação). O caso 3, não contém os resultados,
pois não foi possível a realização deste questionário, devido a falta de
compreensão do indivíduo e do acompanhante.
4.2 Opinião dos profissionais
Segundo a fisioterapeuta, todo tipo de atividade física é de extrema
importância para portadores de amputação, visto que após a cirurgia essas
pessoas vão apresentar várias alterações músculo-esqueléticas. Afirma
também, que a atividade física promove benefícios, tais como, melhora do
equilíbrio e do trofismo. Para ela, a educação física e a fisioterapia se
completam, pois juntas podem almejar objetivos semelhantes, sendo estes
34
trabalhados de maneiras específicas por cada profissional.
Para o profissional de educação física, a atividade física tem importância
para amputados em suas adaptações e vínculos sociais, melhoras nas
atividades de vida diária, e um importante fator para a auto-estima. Além de
melhorar a estética, influencia na independência, equilíbrio, ganho de tônus
muscular e minimiza também doenças crônicas provindas do sedentarismo. E
propõe também que sejam realizadas atividades que envolvam
desenvolvimento motor na área aquática, esportes e principalmente nas
atividades de resistência muscular, como a musculação.
4.3 Discussão
De acordo com Caromano et al (1992), em seu estudo de incidência de
amputação de membro inferior, unilateral, análise de prontuários, uma
realidade é certa para todos os amputados, a sua estrutura corporal foi
irreversivelmente alterada, e os sentimentos de raiva, ansiedade, frustração e
pena de si próprio estão presentes durante as primeiras semanas ou meses
após a cirurgia.
O proposto trabalho vem de encontro com esta afirmação, mostrando
que a atividade física auxilia estas pessoas a saírem do estado psicológico em
que se encontram.
Caromano et al (1992), no mesmo estudo citado anteriormente, afirma
ainda que entre as causas traumáticas há uma maior incidência em indivíduos
jovens que, teoricamente, estariam em sua fase de vida de maior produtividade
e atividade física. Dentre estes observa-se predomínio em indivíduos do sexo
masculino.
Foi observado no trabalho, que dos quatro casos estudados, 100% (cem
por cento) das amputações ocorreram por lesões traumáticas, sendo três dos
quatro casos analisados, do sexo masculino.
Gorgatti (2005), afirma em seu livro Atividade física adaptada, que
exercícios de alongamento e fortalecimento localizados, com adaptação das
cargas e da mecânica do movimento evitam que a musculatura remanescente
no coto atrofie, perca sua funcionalidade, bem como permitem que o coto se
mantenha em condições de movimentar uma prótese com conforto. Além disso,
35
nas amputações, unilaterais, a estimulação do coto pode proporcionar melhor
adequação postural, atenuando dessa forma desequilíbrios laterais.
Esta afirmação pôde ser observada em nosso estudo com o indivíduo
amputado que realizou todas as atividades pelo tempo proposto.
4.4 Parecer final
Dentro do proposto trabalho, apenas um amputado obteve o resultado
esperado, já que o mesmo foi o único que realizou todas as atividades pelo
período de tempo sugerido. Os outros não apresentaram melhoras devido à
intercorrências.
36
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
Para os indivíduos que sofreram amputação de membro inferior, foram
utilizados protocolos de avaliação contendo composição corporal, teste de
equilíbrio e questionário de qualidade de vida, proporcionando assim, uma
melhora na qualidade de vida em dois dos quatro casos analisados.
Diante desses resultados propõe-se o seguinte plano de intervenção:
Que seja feito um trabalho mais minucioso, respeitando a individualidade
e os limites de cada amputado e por um período de tempo maior.
E que os educadores físicos realizem reavaliações para observar até
que ponto o treinamento está surtindo efeito ou se há necessidade de
modificações no planejamento de treinamento para o desenvolvimento de
metas mais realísticas para os indivíduos.
É proposto também que façam mais pesquisas sobre o assunto, devido
a falta de publicações sobre o tema.
O trabalho não termina aqui. Que futuras pesquisas sejam realizadas
utilizando outros tipos e níveis de amputação.
Sendo assim, a idéia proposta é que sejam realizados estudos futuros,
focando outros tipos de amputações e por um período maior de tempo.
37
CONCLUSÃO
Após analisar os resultados obtidos por meio das avaliações
desenvolvidas na pesquisa, pode-se observar que a atividade física para
pessoas portadoras de amputação de membro inferior pode ajudar na melhora
da qualidade de vida e equilíbrio postural, sendo dependente do interesse de
cada indivíduo.
A atividade física tem plena importância para os indivíduos amputados,
tanto no aspecto de qualidade de vida, quanto no psicológico. O trabalho
desenvolvido com os indivíduos também teve por objetivo a socialização,
fazendo com que eles se respeitassem como são e que pudessem aceitar a
realidade em que se encontravam, podendo assim, mostrar as outras pessoas
que eles são capazes de superar seus próprios limites.
38
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CAROMANO, F.A. et al. Incidência de amputação de membro inferior,
unilateral, análise de prontuários. Revista Terapia Ocupacional Universidade
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CASTGLIONI, M.C. Corpo e deficiência: o confronto entre os conceitos
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FERNANDES, A.C.; et al. AACD Medicina e Reabilitação: princípios e
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PINTO, M.C.G.S.; et al
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RAMACIOTTI, O.; DE LUCCIA, N. Amputações de membros. Rio de Janeiro.
Medsi, 1995.
WINNICK, J.P. Educação física e esportes adaptados. 3. ed. Barueri, SP:
Manole, 2004.
40
APÊNDICES
41
APÊNDICE A
Roteiro de estudo de caso
1 INTRODUÇÃO
O estudo será realizado na Clínica de Educação Física, situada na Rua
Nove de Julho n°1010, na cidade de Lins, onde serão realizados programas de
treinamento de musculação e atividades aquáticas, sendo analisadas melhoras
na qualidade de vida de quatro amputados de membro inferior.
2 RELATO DO TRABALHO REALIZADO REFERENTE AO ASSUNTO
ESTUDADO
a) Serão utilizados materiais como espaguete, flutuadores, prancha,
halteres, tornozeleiras e aparelhos de musculação em geral.
3 DISCUSSÃO
Serão realizadas diversas pesquisas na teoria e prática para
esclarecimento, conscientização e divulgação da importância das atividades
físicas na melhora da qualidade de vida de amputados de membro inferior.
4 PARECER FINAL SOBRE O CASO E SUGESTÕES SOBRE
MANUTENÇÃO OU MODIFICAÇÕES DE PROCEDIMENTOS
42
APÊNDICE B
Termo de consentimento livre e esclarecido
Estudo:
ATIVIDADE FÍSICA NA MELHORA DA QUALIDADE DE VIDA DE
AMPUTADOS DE MEMBRO INFERIOR
Você está sendo convidado (a) a participar do projeto de pesquisa acima
citado. O documento abaixo contém todas as informações necessárias sobre a
pesquisa que estamos fazendo. Sua colaboração neste estudo será de muita
importância para nós, mas se desistir a qualquer momento, isso não causará
nenhum prejuízo a você.
Eu,...............................................................................................................
residente e domiciliado(a)........................................................portador(a) da
Cédula de Identidade, RG................................................e inscrito(a) no
CPFR/MF...................................................nascido(a) em _____/_____/_____
abaixo assinado, concordo e autorizo de livre e espontânea vontade a minha
participação como voluntário(a) do estudo ATIVIDADE FÍSICA NA MELHORA
DA QUALIDADE DE VIDA DE AMPUTADOS DE MEMBRO INFERIOR .
Declaro que obtive todas as informações necessárias, bem como todos os
eventuais esclarecimentos quanto às dúvidas por mim apresentadas.
Estou ciente que:
I) O estudo se faz necessário para que se possa demonstrar a
importância do trabalho individualizado de acordo com a
necessidade em retornar à função desejada;
II) A participação neste projeto tem o objetivo de me submeter a um
trabalho, porém não me acarretará qualquer ônus pecuniário com
relação aos procedimentos médico-clínico-terâpeuticos efetuados
com o estudo;
III) Tenho a liberdade de desistir ou de interromper a colaboração
neste estudo no momento em que desejar, sem necessidade de
43
qualquer explicação;
IV) A desistência não causará nenhum prejuízo à minha saúde ou
bem estar físico;
V) Os resultados obtidos durante este estudo serão mantidos em
sigilo, mas concordo que sejam divulgados em publicações
científicas, desde que meus dados pessoais não sejam
mencionados;
VI) Caso eu desejar, poderei pessoalmente tomar conhecimento dos
resultados, ao final da pesquisa.
( ) Desejo conhecer os resultados desta pesquisa.
( ) Não desejo conhecer os resultados desta pesquisa
Lins, _________de_______________de 2007
( ) Responsável:.................................................................
Testemunha
1:...............................................................................................................
Nome/RG/Telefone
Testemunha
2:...............................................................................................................
Nome/RG/Telefone
Responsável pelo projeto:
Profª Ana Cláudia de Souza Costa
RG: 25.192.642-4
Telefone: (14) 3523-4603 ou (14) 9777-9794
44
APÊNDICE C
Roteiro de Entrevista para o Fisioterapeuta
I Dados de Identificação
Sexo: Data de nascimento:
Local de trabalho:
Especialização:
Experiências profissionais anteriores:
Experiências profissionais atuais:
Endereço:
Cidade: Estado:
II Perguntas Específicas
1 Qual a importância da atividade física para amputados?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
2
Como a atividade física e a fisioterapia se relacionam para melhor
reabilitação do amputado?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
3 No que a atividade física interfere na protetização?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
45
APÊNDICE D
Roteiro de Entrevista para o Educador Físico
I Dados de Identificação
Sexo: Data de nascimento:
Local de trabalho:
Especialização:
Experiências profissionais anteriores:
Experiências profissionais atuais:
Endereço:
Cidade: Estado:
II Perguntas Específicas
1 - Qual a importância da atividade física para amputados?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
2 - O que a atividade física interfere na melhora da qualidade de vida para
amputados?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
3 Quais são as atividades propostas para uma pessoa amputada?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
46
ANEXOS
47
ANEXO A
QUESTIONÁRIO DE QUALIDADE DE VIDA SF - 36
Paciente: ______________Idade: ________ Sexo: ( )Feminino ( )Masculino
Instruções: Esta pesquisa questiona você sobre sua saúde. Estas informações
nos manterão informados de como você se sente e quão bem você é capaz em
suas atividades de vida diária. Responda cada questão marcando a resposta
como indicado. Caso você esteja inseguro de como responder, tente fazer o
melhor que puder.
[Domínio 1: Capacidade Funcional]
1. Os seguintes itens são sobre atividades que você poderia fazer atualmente
durante um dia comum. Devido a sua saúde, você tem dificuldade para
fazer essas atividades? Nesse caso, quanto?
Atividades
Sim,
dificulta
muito
Sim,
dificulta
pouco
Não,
não
dificulta
de modo
algum
A. atividades vigorosas, que exigem muito
esforço, tais como correr, levantar objetos
pesados, participar de esportes árduos...
1 2 3
B. atividades moderadas, tais como mover
uma mesa, passar aspirador de pó, jogar bola,
varrer a casa...
1 2 3
C. levantar ou carregar mantimentos 1 2 3
D. subir vários lances de escadas 1 2 3
E. subir um lance de escada 1 2 3
F. curvar-se, ajoelhar-se ou dobrar-se 1 2 3
G. andar mais que um quilômetro 1 2 3
H. andar vários quarteirões 1 2 3
I. andar um quarteirão 1 2 3
48
J. tomar banho ou vestir-se 1 2 3
[Domínio 2: Limitação por aspectos físicos]
2. Durante as últimas quatro semanas, você teve algum dos seguintes
problemas com o seu trabalho ou com alguma atividade diária regular,
como conseqüência de sua saúde física?
Sim não
A. Você diminui a quantidade de tempo que se dedicava ao seu
trabalho ou a outras atividades? 1 2
B. Realizou menos tarefas do que gostaria? 1 2
C. Esteve limitado no seu tipo de trabalho ou em outras
atividades? 1 2
D. Teve dificuldade de fazer seu trabalho ou outras atividades (p.
ex. necessitou de um esforço extra?) 1 2
[Domínio 3: Dor]
3. Quanta dor no corpo você teve durante as últimas quatro semanas?
Nenhuma(1) muito leve(2) leve(3) moderada(4) grave(5) muito grave(6)
Definitivamente
verdadeiro
A maioria
das vezes
verdadeiro
Não sei
A
maioria
das
vezes
falsa
Definitiva
mente
falsa
A. Eu costumo
adoecer um
pouco mais
facilmente que
as outras
pessoas
1 2 3 4 5
B. Eu sou tão
saudável
quanto
qualquer
pessoa que eu
1 2 3 4 5
49
4. Durante as últimas 4 semanas, quanto a dor interferiu em seu trabalho
normal (incluindo o trabalho fora e dentro de casa)?
De maneira alguma (1) um pouco (2) moderadamente (3) bastante (4)
extremamente (5)
[Domínio 4: Estado Geral de Saúde]
5. O quanto verdadeiro ou falso é cada uma das afirmações para você?
6. Em geral, você diria que sua saúde é:
Excelente (1) muito boa (2) boa (3) ruim (4) muito ruim (5)
[Domínio 5: Vitalidade]
7. Essas questões são como você se sente e como tudo tem acontecido com
você durante as últimas 4 semanas. Para cada questão, dê uma resposta
que mais se aproxime da maneira como você se sente.
Todo
tempo
A maior
parte do
tempo
Uma
boa
parte
do
tempo
Alguma
parte
do
tempo
Uma
pequena
parte do
tempo
nunca
A. Quanto tempo
você tem se sentido
cheio de vigor, de
vontade e de força?
1 2 3 4 5 6
B. Quanto tempo
você tem se sentido 1 2 3 4 5 6
conheço
C. Eu acho que
a minha saúde
vai piorar 1 2 3 4 5
D. Minha saúde
é excelente 1 2 3 4 5
50
com muita energia?
C. Quanto tempo
você tem se sentido
esgotado?
1 2 3 4 5 6
D. Quanto tempo
você tem se sentido
cansado?
1 2 3 4 5 6
[Domínio 6 : Aspectos Sociais]
8. Durante as últimas 4 semanas, quanto de seu tempo a sua saúde física ou
problemas emocionais interferiram em suas atividades sociais (como visitar
amigos, parentes, etc.)?
Todo o tempo (1) a maior parte do tempo (2) alguma parte do tempo(3)
uma pequena parte do tempo (4) nenhuma parte do tempo (5)
9. Durante as últimas 4 semanas, de que maneira sua saúde física ou
problemas emocionais interferiram nas suas atividades sociais normais, em
relação à família, vizinhos, amigos ou em grupo?
De forma nenhuma (1) ligeiramente (2) moderadamente (3) bastante (4)
extremamente (5)
[Domínio 7: Aspectos emocionais]
10. Durante as últimas 4 semanas, você teve algum dos seguintes problemas
com o seu trabalho ou outra atividade regular diária, como conseqüência de
algum problema emocional (como sentir-se deprimido ou ansioso)?
Sim Não
A. Você diminui a quantidade de tempo que se dedicava ao seu
trabalho ou a outras atividades? 1 2
B. Realizou menos tarefas do que gostaria? 1 2
C. Não trabalhou ou não fez qualquer atividade com tanto cuidado
como geralmente faz? 1 2
51
[Domínio 8: Saúde Mental]
11. Essas questões são como você se sente e como tudo tem acontecido com
você durante as últimas 4 semanas. Para cada questão, dê uma resposta
que mais se aproxime da maneira como você se sente.
Todo
tempo
A maior
parte
do
tempo
Uma
boa
parte
do
tempo
Alguma
parte
do
tempo
Uma
pequena
parte do
tempo
nunca
A. Quanto tempo
você tem se sentido
uma pessoa muito
nervosa?
1 2 3 4 5 6
B. Quanto tempo
você tem se sentido
tão deprimido que
nada pode animá-lo?
1 2 3 4 5 6
C. Quanto tempo
você tem se sentido
calmo e tranqüilo?
1 2 3 4 5 6
D. Quanto tempo
você tem se sentido
desanimado e
abatido?
1 2 3 4 5 6
E. Quanto tempo
você tem se sentido
uma pessoa feliz?
1 2 3 4 5 6
[Reported Change]
12. Comparada há um ano atrás, como você classificaria a sua saúde em geral,
agora?
Muito melhor agora (1) um pouco melhor agora (2) quase a mesma (3) um
pouco pior agora (4) muito pior agora (5)
Fonte: CICONELLI et al, 1999, p.149.
52
ANEXO B
Cálculo do Escore do Questionário SF-36
FASE 1: Ponderação dos dados
Questão Pontuação 1 Soma de todos os valores 2 Soma de todos os valores
3
Se a resposta for: 1 2 3 4 5 6
A pontuação será: 6,0 5,4 4,2 3,1 2,2 1,0
A resposta da questão 4 depende da nota da questão 3
4
Se 3=1 e se 4=1 Se 3=2 a 6 e se 4=1 Se 3=2 a 6 e se 4=2 Se 3=2 a 6 e se 4=3 Se 3=2 a 6 e se 4=4 Se 3=2 a 6 e se 4=5
6 5 4 3 2 1
Se a questão 3 não for respondida, o escore da questão 4 passa a ser a seguinte:
Se a resposta for: 1 2 3 4 5
A pontuação será: 6
4,75 3,5 2,25 1,0
5 Nesta questão os itens deverão ser somados, porém os itens b e d deve-se seguir a seguinte pontuação:
Se a resposta for: 1 2 3 4 5
A pontuação será: 5 4 3 2 1
6
Se a resposta for: 1 2 3 4 5
A pontuação será: 5,0 4,4 3,4 2,0 1,0
7 Nesta questão a pontuação para os itens a e b segue a seguinte orientação ( Para os itens c e d o valor será mantido o mesmo)
53
Se a resposta for:
1 2 3 4 5 6
A pontuação será: 6 5 4 3 2 1
8 Considerar o mesmo valor
9
Se a resposta for: 1 2 3 4 5
A pontuação será: 5 4 3 2 1
10 Soma de todos os valores
11 Nesta questão a pontuação para os itens c e e segue a seguinte orientação ( Para os itens a, b e d o valor será mantido o mesmo)
Se a resposta for: 1 2 3 4 5 6
A pontuação será: 6 5 4 3 2 1
12 Manter o mesmo valor (não é domínio)
54
ANEXO C
Cálculo do Raw Scale
FASE 2: Cálculo do Raw Scale
Limite inferior e Variação (Score Range)
Domínio Limite Inferior
Variação (Score Range)
1. Capacidade funcional 10 20 2. Limitação por aspectos físicos 4 4 3. Dor 2 10 4. Estado geral da saúde 5 20 5. Vitalidade 4 20 6. Aspectos sociais 2 8 7. Limitação por aspectos emocionais 3 3 8. Saúde mental 5 25
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