meu presente e meu futuro

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1-A C U L T U R A & V A R I E D A D E S VITRINE VALE DO A ÇO QUINTA-FEIRA, 13/SETEMBRO/2012 E-mail: [email protected] Telefone: (31) 2109.3550 Meu presente e meu futuro Werner Silveira, integrante ipatinguense da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, diz que todas as suas frustrações musicais cessaram quando entrou para o grupo Débora Anício REPÓRTER A Orquestra Filarmônica de Minas Gerais se apresentou no Teatro do Centro Cultural Usiminas na noite desta quarta- feira (12), num concerto que contou com clássicos como a Abertura de O Guarani, de Carlos Gomes, e Abertura 1812, de Tchaikovsky. Momentos antes da apre- sentação, o maestro Marcos Arakaki e o músico Werner Silveira, natural de Ipa- tinga, concederam entrevista ao jornal VALE DO AÇO, onde falaram sobre a importância da popularização da música erudita no país. Werner, que está na orquestra desde sua criação, em 2008, nasceu em Ipatin- ga, onde viveu até os 11 anos, no Bairro Castelo. "Sempre gostei muito de música. Minha mãe já estudou canto e um dos meus irmãos tinha uma banda. Aos 11 anos eu sentei pela primeira vez numa bateria e comecei a tocar. O ambiente familiar era totalmente musical", contou Werner, que toca todos os instrumentos de percussão na orquestra. "Aos 12 anos me mudei para Belo Horizonte, onde comecei a estudar música pra valer", disse ele. "Fico muito feliz de voltar a Ipatinga para mostrar meu trabalho. A orquestra se apresenta na cidade todos os anos, e é sempre um prazer vir pra cá". Para o músico ipatinguense, um dos privilégios de se apresentar no Vale do Aço é o teatro. "Nós viajamos por muitas cidades do interior e, geralmente, nos apresentamos em praças. A qualidade do teatro de Ipatinga é muito boa, e isso faci- lita nosso trabalho", afirmou Werner, res- saltando a importância de se difundir a música erudita no estado: "A orquestra toca para apreciadores da música clássica e para os que não a conhecem. Sempre tentamos conquistar nosso público fiel e criar um novo público". Trabalhando como músico há mais de dez anos, Werner conta as principais diferenças entre o público apreciador e o público leigo: "As pessoas que não estão acostumadas à música clássica batem palma entre uma obra e outra, claro que esse não é um problema, mas não é habi- tual. Eu também percebo uma certa ten- são, principalmente quando uma obra requer um pouco mais de atenção, nesses momentos a gente percebe uma inquietu- de da plateia", contou Werner. "Infeliz- mente não há uma cultura de música eru- dita no Estado, mas a intenção da orques- tra é propagar a música clássica pelas cidades mineiras". Werner ainda contou que se dedica totalmente à Orquestra de Minas Gerais. "A Filarmônica é meu presente e meu futuro. Eu larguei tudo para entrar na orquestra e não me arrependi, pois todas as minhas frustrações musicais cessaram quando eu entrei para o grupo", afirmou o ipatinguense. Apaixonado pelo trabalho que faz, Wer- ner conta que já tocou variados instrumen- tos dentro da orquestra. "Já toquei bateria e nove taças de cristal afinadas. Isso é muito interessante porque tenho instrumen- tos variados para trabalhar", disse ele, que mantém duas rotinas de ensaios diários, uma com todos os músicos e outra indivi- dual. "Eu sempre procuro melhorar no que faço e amadurecer meu conhecimento musical. Quando não estou ouvindo músi- ca clássica gosto muito de curtir jazz". Werner Silveira graduou-se em Música com habilitação em Percussão em 2003 pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). De 2005 a 2010, foi professor e coordenador do Grupo de Percussão da Escola de Música do Cefar, Centro de Formação Artística da Fundação Clóvis Salgado. Em 2010, coordenou o Departa- mento de Música desta mesma instituição. Entre 2001 e 2007, integrou o naipe de Percussão da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais. A ORQUESTRA Criada em 2008, a Orquestra Filarmôni- ca de Minas Gerais se orgulha de já estar entre as melhores do Brasil. "Esse é um projeto vencedor do Governo de Minas. Muitas vezes nos apresentamos para um público que nunca viu uma orquestra ao vivo na vida, e nos recebe de uma forma muito calorosa", contou o maestro Marcos Arakaki. "O grupo que se apresenta em todo o país é o mesmo que viaja pelas cida- des do interior e, sobretudo, com o mesmo nível de qualidade", garantiu o maestro, ressaltando que o repertório é criteriosa- mente escolhido. "Sempre tentamos mes- clar músicas popularmente difundidas e obras desconhecidas". O maestro ainda lembrou que a Orques- tra está com inscrições abertas para quem deseja ingressar no grupo. Os interessados devemseinscreverpelositehttp://www.filar- monica.art.br, para o próximo concurso que será realizado em outubro. "Todo músico, de qualquer parte do mundo, que se julga capaz de tocar o programa exigido pode se inscrever", lembrou Arakaki. A Filarmônica de Minas Gerais conta com 85 músicos de todo o Brasil e dez de diferen- tes países, como Inglaterra, Filipinas, Itá- lia, Colômbia, Canadá e Sérvia. DÉBORA ANÍCIO

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Werner Silveira, integrante ipatinguense da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, diz que todas as suas frustrações musicais cessaram quando entrou para o grupo “

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1-A1-AC U L T U R A & V A R I E D A D E S

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Meupresentee meufuturo

Werner Silveira, integrante ipatinguense da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, diz que todas as suas frustrações musicais cessaram quando entrou para o grupo

“Débora Anício

REPÓRTER

A Orquestra Filarmônica de MinasGerais se apresentou no Teatro do CentroCultural Usiminas na noite desta quarta-feira (12), num concerto que contou comclássicos como a Abertura de O Guarani,de Carlos Gomes, e Abertura 1812, deTchaikovsky. Momentos antes da apre-sentação, o maestro Marcos Arakaki e omúsico Werner Silveira, natural de Ipa-tinga, concederam entrevista ao jornalVALE DO AÇO, onde falaram sobre aimportância da popularização da músicaerudita no país.

Werner, que está na orquestra desdesua criação, em 2008, nasceu em Ipatin-ga, onde viveu até os 11 anos, no BairroCastelo. "Sempre gostei muito de música.Minha mãe já estudou canto e um dosmeus irmãos tinha uma banda. Aos 11anos eu sentei pela primeira vez numabateria e comecei a tocar. O ambientefamiliar era totalmente musical", contouWerner, que toca todos os instrumentosde percussão na orquestra. "Aos 12 anosme mudei para Belo Horizonte, ondecomecei a estudar música pra valer",disse ele. "Fico muito feliz de voltar aIpatinga para mostrar meu trabalho. Aorquestra se apresenta na cidade todos osanos, e é sempre um prazer vir pra cá".

Para o músico ipatinguense, um dosprivilégios de se apresentar no Vale doAço é o teatro. "Nós viajamos por muitascidades do interior e, geralmente, nosapresentamos em praças. A qualidade doteatro de Ipatinga é muito boa, e isso faci-lita nosso trabalho", afirmou Werner, res-saltando a importância de se difundir amúsica erudita no estado: "A orquestratoca para apreciadores da música clássicae para os que não a conhecem. Sempretentamos conquistar nosso público fiel ecriar um novo público".

Trabalhando como músico há mais dedez anos, Werner conta as principaisdiferenças entre o público apreciador e opúblico leigo: "As pessoas que não estãoacostumadas à música clássica batempalma entre uma obra e outra, claro queesse não é um problema, mas não é habi-tual. Eu também percebo uma certa ten-são, principalmente quando uma obrarequer um pouco mais de atenção, nessesmomentos a gente percebe uma inquietu-de da plateia", contou Werner. "Infeliz-mente não há uma cultura de música eru-dita no Estado, mas a intenção da orques-tra é propagar a música clássica pelascidades mineiras".

Werner ainda contou que se dedicatotalmente à Orquestra de Minas Gerais."A Filarmônica é meu presente e meufuturo. Eu larguei tudo para entrar naorquestra e não me arrependi, pois todasas minhas frustrações musicais cessaramquando eu entrei para o grupo", afirmouo ipatinguense.

Apaixonado pelo trabalho que faz, Wer-ner conta que já tocou variados instrumen-tos dentro da orquestra. "Já toquei bateriae nove taças de cristal afinadas. Isso émuito interessante porque tenho instrumen-tos variados para trabalhar", disse ele, quemantém duas rotinas de ensaios diários,uma com todos os músicos e outra indivi-dual. "Eu sempre procuro melhorar no quefaço e amadurecer meu conhecimentomusical. Quando não estou ouvindo músi-ca clássica gosto muito de curtir jazz".

Werner Silveira graduou-se em Músicacom habilitação em Percussão em 2003pela Universidade Federal de Minas Gerais(UFMG). De 2005 a 2010, foi professor ecoordenador do Grupo de Percussão daEscola de Música do Cefar, Centro deFormação Artística da Fundação ClóvisSalgado. Em 2010, coordenou o Departa-mento de Música desta mesma instituição.Entre 2001 e 2007, integrou o naipe dePercussão da Orquestra Sinfônica de MinasGerais.

A ORQUESTRACriada em 2008, a Orquestra Filarmôni-

ca de Minas Gerais se orgulha de já estarentre as melhores do Brasil. "Esse é umprojeto vencedor do Governo de Minas.Muitas vezes nos apresentamos para umpúblico que nunca viu uma orquestra aovivo na vida, e nos recebe de uma formamuito calorosa", contou o maestro MarcosArakaki. "O grupo que se apresenta emtodo o país é o mesmo que viaja pelas cida-des do interior e, sobretudo, com o mesmonível de qualidade", garantiu o maestro,ressaltando que o repertório é criteriosa-mente escolhido. "Sempre tentamos mes-clar músicas popularmente difundidas eobras desconhecidas".

O maestro ainda lembrou que a Orques-tra está com inscrições abertas para quemdeseja ingressar no grupo. Os interessadosdevem se inscrever pelo site http://www.filar-monica.art.br, para o próximo concursoque será realizado em outubro. "Todomúsico, de qualquer parte do mundo, quese julga capaz de tocar o programa exigidopode se inscrever", lembrou Arakaki. AFilarmônica de Minas Gerais conta com 85músicos de todo o Brasil e dez de diferen-tes países, como Inglaterra, Filipinas, Itá-lia, Colômbia, Canadá e Sérvia.

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