sexta-feira, 13 de setembro de 1985 ano xcv — n° 158 preço

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JORNAL DO BBASIL

©JORNAL DO BRASIL LTDA. 1985 Rio de Janeiro — Sexta-feira, 13 de setembro de 1985 Ano XCV — N° 158 Preço: Cr$ 2 (XX)

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Foto de Mabel ArthouWmwâmw*

Após a promessa de Pazzianotto, bancários do Rio seguiram os paulistas e terminaram a greve

Ulysses diz que

povo paga pouco

pelo Congresso

O Presidente da Câmara, DeputadoUlysses Guimarães, dirá em cadeia nacionalde rádio e televisão, às 20h30min de hoje,que o Poder Legislativo, incluído o Tribunalde Contas da União, que lhe é subordinado,custa apenas Cr$ 2 mil por ano a cadabrasileiro, ou seja, Cr$ 260 bilhões anuais,quantia que representa 0,53% do orçamen-to dos demais Poderes.

Será uma das respostas do Congresso àscríticas por estar pagando jetons de Cr$112 mil a deputados e senadores que nãoaparecem em plenário. Ao instalar comis-são mista que estudará a reconquista deprerrogativas do Legislativo, Ulysses pro-pôs que se dê ao povo o direito de apre-sentar projetos e a capacidade de revo-gar leis, através de referendo. (Página 3)

Brancos debatem

"apartheid" com

guerrilha negra

Em desafio ao Governo da Áfricado Sul, cinco importantes empresáriossul-africanos se reunirão hoje em Lusaka(Zâmbia) com a liderança do movimentoguerrilheiro Congresso Nacional África-no, a maior organização política dos negrossul-africanps, na clandestinidade. O obje-tivo do encontro será debater os meios depôr fim às crises política e econômica daÁfrica do Sul.

O Conselho Presidencial — órgão deassessoramento do Governo sul-africano —recomendou a anulação da lei do passe,um dos pilares do regime de segregaçãoracial, que limita a liberdade individual dosnegros de ir e vir e de trabalhar. O Governodos Estados Unidos exortou Pretória a acei-tar a abolição da lei do passe. (Página 13)

Chefe do KGB em

Londres entrega

25 ao se asilar

O chefe do KGB em Londres, OlegGordievsky, 46 anos, pediu asilo à Grã-Bretanha e delatou 25 agentes soviéticos,seis deles diplomatas, expulsos ontemmesmo pelo Governo britânico. A Chan-celaria em Londres deu três semanas paraos 25 deixarem o país e qualificou suasatividades de "totalmente incompatíveiscom seus status e supostos encargos".

A expulsão foi "um ato de provoca-ção injustificado e inamistoso", reagiu aEmbaixada soviética em Londres. Nosúltimos quatro anos, a Grã-Bretanha ex-pulsou oito diplomatas russos acusados deespiões mas o maior escândalo ocorreuem 1971, quando foram expulsos de umasó vez 105 soviéticos, dos quais 45 diplo-matas. Em represália, Moscou expulsouna ocasião 18 britânicos. (Página 13)

Haia julga EUA

por intervenção

na Nicarágua

A Corte Internacional de Justiça come-çou a julgar, em Haia, a intervenção militardos Estados Unidos, no processo movidopela Nicarágua. O Embaixador nicaragüen-se na Corte, Carlos Arguello, pediu que or-ganizações internacionais fixem o montantedas indenizações a serem exigidas pelaspráticas do "Estado terrorista" americano.

O Vice-Ministro do Interior e da Defe-sa, Luís Carrión, detalhou em seu depoi-mento as operações armadas patrocinadasdesde 1981 pela CIA. A Corte recebeudocumento em que Edgar Chamorro, desli-gado do grupo guerrilheiro FDN, tambémacusa a CIA. Chanceleres da América Cen-trai e do Grupo de Contadora reunidos noPanamá esperam chegar a uma redação finaldo acordo de paz para a região. (Página 12)

Mínimo pode ir

a Cr$ 573 mil

em novembro

Se for confirmada a disposição gover-namental de limitar o reajuste do saláriomínimo, a Io de novembro, à variaçãosemestral do INPC até setembro (emmaio foi ultrapassado aquele limite), eledeverá se situar entre Cr$ 565 mil 970 eCr$ 573 mil 632.

Os números foram estabelecidos apartir das previsões do presidentedo Instituto Brasileiro de Geografiae Estatística, Edmar Bacha. Segundoele, o INPC de setembro deverá ficarentre 10,5% e 12%, com o que a varia-ção semestral oscilará entre 69,9%e 72,2%. Confirmou, ainda, a possibi-lidade de o Governo vir a adotar um únicoíndice para a correção de saláriose para a correção monetária. (Página 19)

Flamengo perde

ponto mas ganha

um novo ídolo

A torcida do Flamengo, desencantadacom a equipe que empatou com o América(0 a 0), ontem à noite, no Maracanã,guardou suas energias para receber Sócra-tes, no Aeroporto Internacional do Rio deJaneiro. O jogador deve chegar às 5h30minde hoje. Os torcedores saíram direto doestádio para o Galeão, levando faixas e umcaneco para dar de presente ao novo ídolo.

Em Campos, o Bangu perdeu a invenci-bilidade e a liderança, ao ser derrotado peloAmericano (1 a 0), que vem fazendo umagrande campanha: três vitórias e dois empa-tes. Em Volta Redonda, o Bonsucesso per-deu sua sexta partida consecutiva (3 a 0).Com os resultados, o Vasco assumiu a lide-rança isolada da Taça Guanabara. (Pág. 24)

fim àpõe

fim à greve

TRT põe fim à greve dos bancos

TempoNo Rio e em Niterói,bom com nevoeirospela manhã e névoaseca à tarde. Tempe-ratura em ligeiraelevação. Foto do sa-télite e tempo nomundo, página 14

ArianeO foguete francêsAriane, que em feve-reiro pós em órbita osatélite brasileiroBrasilsat, teve queser destruído 9 mi-nutos após ser lança-do na Guiana, diantedo Presidente Mit-terrand e seis minis-tros. (Página 13)

Um alertaNo Encontro de Fu-turos Negócios, pro-movido pelo JB, emPorto Alegre, o em-presário Jorge Ger-dau Johannpeterdisse que a inflaçãode 14% em agosto éum alerta para que oGoverno rediscuta aadministração do se-tor público. (Pág. 21)"Charters"

O presidente da Va-rig disse na Comis-são de Turismo daCâmara dos Depu-tados que os vôoscharters (fretados)realizados pelaVASP e pela Trans-brasil só contribuempara tirar divisas doPaís. (Página 21)

ArgentinaA Promotoria argen-tina enumerou anteos acusados os cri-mes por que estãosendo julgados os di-tadores militares.Entre eles, homicí-dio, seqüestro, ex-torsão, roubo, forma-ção de quadrilha,tortura e violaçãosexual. (Página 12)

PrevidênciaA Câmara aprovoumensagem do Gover-no concedendo abo-no de 20% aos previ-denciãrios de nívelmédio. (Página 4)

PropagandaTRE de Recife per-mitirá que qualquerpessoa vá ao rádio eà TV pedir votos pa-ra seu candidato,sem precisar ser fi-liada ao mesmo par-tido. Com isso, Ar-raes e Fernando Ly-ra (PMDB) podem fa-zer campanha porJarbas Vasconcelos(PSB). (Página 2)

Anti-satéliteEUA testam hoje ar-ma anti-satélite de-pois de uma tentati-va fracassada de úl-tima hora de depu-tados democratas eda União de Cientis-tas Preocupados pa-ra sustara experiên-cia. (Página 13)

AcidenteQuarenta e novemortos e 150 feri-dos é o saldo provi-sório do choque detrens, quinta-feira,em Portugal, atribuí-do a erro humano.(Página 13)

CotaçõesDólar ontem: Cr$7.370 (compra) e Cr$7.405 (venda); hoje:Cr$ 7.420 e Cr$ 7.455;no paralelo: Cr$9.500 e CrS 10.000.ORTN de setembro:Cr$ 53.437,40. MVR:Cr$ 167.106,70. UNIFe UFERJ: Cr$107.220 (mesmo valorpara cálculo doIPrU neste semes-tre). Salário mínimo:CrS 333.120.

Decisões dos Tribunais Regio-nais do Trabalho no Rio e SãoPaulo sobre os dissídios dos ban-cários puseram fim à greve nacio-nal iniciada na quarta-feira, à ex-ceção do Banco do Brasil, que ostribunais excluíram da decisão porconsiderarem entidade de âmbitonacional. A suspensão da greve foidecidida à noite em assembléiasnas duas capitais.

Bancários do Rio vão ter87,56% de aumento (11,4% acimado INPC), reposição de 12,5%,produtividade de 4% e INPC inte-gral. Em São Paulo, o TRT deci-diu por um aumento de 90,78% —inclusive INPC integral — com9% de reposição, 4% de produti-vidade e antecipação de 25% apartir de janeiro. Os banqueiros,que propunham aumento de 87%,prometem recorrer das duas deci-sões.

O Ministro do Trabalho, Al-mir Pazzianotto, assegurou aosbancários cariocas que vai nego-ciar para eles vantagens semelhan-tes às obtidas pelos paulistas. Opresidente do Sindicato Nacionaldos Bancos, Theóphilo AzeredoSantos, garantiu que não haverádemissões e que essa orientaçãofoi transmitida aos bancos asso-ciados.

No Rio, a resistência à grevese limitou ao Bradesco, que pro-vocou pequenos incidentes e foiacusado de usar de manobras paratentar abrir e funcionar suas agên-cias, com retenção de funcionáriosalém dos horários normais de ex-pediente. Procedimento dessa na-tureza numa das agênci-as levou aDelegacia Regional do Trabalho amultar o banco. O presidente doBradesco, Lázaro de Mello Bran-dão, disse desconhecer a retençãode funcionários e afirmou que po-de ter havido receio de os bancá-rios deixarem as agências por te-mor aos piquetes.

Em São Paulo, os grevistasparalisaram quase todas as 1 milagências da capital. O comandogrevista anunciou que 80% dos350 mil bancários paulistas aten-deram à paralisação. Em Brasília,o Presidente Sarney estava infor-mado pelo SNI de que o movi-mento poderia acabar hoje, maschegou a pensar em fazer apelopara que fosse encontrada umasolução. (Páginas 15, 16, 17, 18e editorial Equilíbrio e Firmeza)

Documento

O JORNAL DO BRASIL publicacom a edição de hoje o Documento JB-Economia, suplemento especial mostran-do um retrato mais fiel possível do qua-dro econômico brasileiro na atualidade,com análises completas dos problemas edo potencial de crescimento de todos ossegmentos da atividade produtiva, comdestaque para o debate sobre a políticaindustrial da Nova República.

O Documento JB-Economia registraainda a opinião dos mais representa-tivos líderes empresariais sobre o mo-mento econômico atual e sobre o hori-zonte que se abre em 1986. Abordatambém a questão da elevada parti-cipação do Estado na economia e asdificuldades de investimentos do Gover-no em áreas prioritárias, em funçãodo pesado déficit orçamentário e da im-possibilidade de contê-lo a curto prazo.

2 ? Io caderno ? sexta-feira, 13/9/85 Política JORNAL DO BRASIL

Coluna cio Gastello

Fotos de arquivo

Pazzianotto

chega ao limite

O Ministro do Trabalho, Sr Almir Pazzia-notto, não decretará intervenção nos sin-

dicatos se a Justiça declarar ilegal a greve e ossindicatos desobedecerem à decisão. Acha oMinistro que já passou do seu limite, que sesitua precisamente, como ponto extremo, noreconhecimento do estado de greve.

A competência para intervir em sindica-tos, segundo o entendimento do Ministro doTrabalho, é do Presidente da República, oqual, para exercê-la, deveria previamente de-cretar o estado de sítio. Essa a sua interpreta-ção dos textos constitucionais e legais. Masessa ressalva do Sr Almir Pazzianotto nãosuscita um clima interno de crise no Governo.Ao seu lado, está trabalhando o Ministro daFazenda, Dílson Funaro, com quem se man-tém em bom nível de entendimento. O Minis-tro da Fazenda, aliás, passou duas horas nogabinete do Ministro do Trabalho para expor apetroleiros as linhas da política econômica doGoverno e os limites que ela impõe a conces-sões, na atual conjuntura.

As greves chegaram na estação, isto é, naépoca prevista. Outras serão ainda deflagra-das, mas a dos bancários foi longamente en-saiada e observada pelos agentes de informa-ção do Governo. No Palácio do Planalto tem-se, ao que se supõe na base de informações doSNI transmitidas pelo General Ivan de SouzaMendes, a convicção de que à reivindicaçãosalarial sobrepõem-se alguns itens políticos queo Governo se recusa a examinar, como, porexemplo, o compromisso de uma reformaagrária supervisionada pelos trabalhadores, osalário-desemprego e a redução da jornada detrabalho.

Para o Governo, o ponto exclusivo denegociação é a chamada reposição salarial e oMinistro Funaro incumbe-se precisamente deconvencer que não há no país, neste momento,condições para fazê-la no limite de 25% piei-teado pelos bancários, que consideram muitoespecial sua situação por estarem em confrontocom o sistema financeiro, o grande beneficiáriodo processo inflacionário.

O Ministro do Trabalho acha que a nego-ciação será demorada, mas não está pessimistaquanto a um desfecho conciliatório. A Justiçado Trabalho provavelmente decretará a ilegali-dade da greve, fato que acentuará a diferencia-ção, na categoria, entre bancários do Banco doBrasil e bancários do setor privado. Ambosficam sujeitos a represálias das respectivasempresas, mas o Banco do Brasil será compeli-do pelo Governo, ao menos dentro do climaque domina o Palácio do Planalto, a efetivardemissões exemplares e, em casos de inoperân-cia, ampliá-las até o limite de resistência dosseus quadros. Essa circunstância contribuiriapsicologicamente para incentivar o espíritofavorável à negociação.

A proposta do Tribunal Regional do Tra-balho paulista, de uma reposição na base de12%, pode ser o ponto de possível entendi-mento. Lembra o Ministro da Fazenda que osmetalúrgicos se contentaram com pouco maisde 11% e o salário mínimo ficou mais oumenos nessa base. Espera-se na área governa-mental que supervisiona a greve, embora for-malmente não conduza mais negociações, quea confrontação atual evoluirá até um estado dereflexão que conduza a um acordo objetivo,dentro das viabilidades da política econômico-financeira do Governo e com abandono dacarga de reivindicações políticas que teriamsido introduzidas pela CUT, que abriga o PT eo PCBR.

Quanto aos temores que chegaram a ga-nhar expressão no Palácio do Planalto, deevolução da situação para um estado de crisepolítico-institucional, são recebidos com ceti-cismo nos meios políticos. Em primeiro lugar,as greves da primavera são anualmente espera-das e deflagradas. Em segundo lugar, o Gover-no está presente no problema por intermédiodo Ministro Almir Pazzianotto, experiente ad-vogado dos empregados nas greves do ABC, edo Ministro Dílson Funaro, de bom diálogo naárea e assessorado pelos economistas doPMDB, oriundos da Unicamp, da USP e daPUC, todos vinculados ao PMDB e críticoscontumazes dos métodos de tratamento dascrises sociais durante o regime militar.

O PMDB está jogando muito no êxito deuma solução para os conflitos sociais da esta-ção, que desembocam numa eleição na qual opartido empenha seu destino, sobretudo emSão Paulo. O PMDB está atento para nãoperder seu vínculo com a massa de trabalhado-res que lhe deu suporte na campanha dasdiretas-já e concordou na eleição de TancredoNeves como alternativa para pôr fim ao regimemilitar. Seus dirigentes estão no dever deintermediar entre o Governo, que compõem, eos trabalhadores que confiaram nas mudançasque eles estão promovendo no campo político.Essas mudanças devem alcançar o campo so-ciai e projetos como o da lei de greve estãoretidos por embaraços de natureza política.

O relatório Ricúpero

O Embaixador Rubens Ricúpero realizoudiscreta viagem de inspeção às embaixadasespeciais criadas pelo regime anterior em Lon-dres, Roma, Nova Iorque e Genebra. Norelatório encaminhado aos seus superiores eleacolheu as razões invocadas pelo EmbaixadorOtávio Rainho, segundo as quais as represen-tações junto à FAO, em Roma, e à Comissãode Desarmamento, em Genebra, são tão legíti-mas quanto a representação diplomática doBrasil junto à Unesco, pois as três instituiçõessão órgãos da ONU.

Carlos Castello Branco

chapj

Passarinho e Amaral: no comando do PDS

PDS acerta, afinal, sua

>a única e baianos e

gaúchos têm mais vagasBrasília — A Bahia do Ministro Antônio Carlos Magalhães

e do líder do PDS na Câmara, Prisco Viana, ficou com 15 vagas— a maior representação — no novo diretório nacional dopartido, que tem 122 integrantes.

0 Rio Grande do Sul, do Governador Jair Soares e doDeputado Nelson Marchezan, conseguiu 12 vagas, seguido deSanta Catarina, do Governador Esperidião Amim, que ficoucom nove vagas.

O Rio de Janeiro, do presidente do partido, AmaralPeixoto, teve oito vagas. O Pará, ganhou sete vagas e a Ia vice-presidência para o ex-Ministro Jarbas Passarinho. São Paulo, doDeputado Paulo Maluí, empatou com o Maranhão e Goiás: terácinco membros e ficará atrás do Ceará, do Senador VirgílioTávora (futuro secretário-geral) e do Espírito Santo, do ex-Senador Eurico Rezende, que conquistaram seis vagas.

Os malufistasO Deputado carioca Agnaldo Timóteo, radical opositor do

Governo da Nova República, que trocou o PDT pelo PDS,ganhou uma vaga de titular do novo diretório, enquanto oprincipal assessor de Maluf em Brasília, o Major da reservaHeitor de Aquino Ferreira, foi contemplado apenas com umavaga de 12° suplente.

A Comissão Executiva será eleita no final da convenção dedomingo, segundo promete Amaral Peixoto, que permanecerána presidência. Além de Amaral, já estão decididos os outrosdois cargos mais importantes dos 11 da Comissão Executiva: aIa vice-presidência, que ficará com Passarinho, e a secretaria-geral, que será de Virgílio Távora.

Linha de açãoCom o acordo de composição da chapa única deu o

comando do partido a tréys moderados e a maioria do Diretório àBahia e ao Rio Grande do Sul, que também só aceitam umalinha moderada de oposição, o novo PDS deve trilhar estecaminho.

Faremos uma oposição fiscalizadora designando com-panheiros para acompanharem a atuação do Governo nas áreaseconômica e financeira e para denunciarem o que considerar-mos erros ou excessos — define Amaral.

Os malufistas, que hoje não passam de duas dezenas nabancada de 130 membros do partido na Câmara, e defendemuma oposição radical, terão de se contentar em serem vozesisoladas da linha moderada de oposição do PDS. Mas, segundoAmaral, terão liberdade de atuação na tribuna da Câmara.Como também, no que depender do presidente, terão igual-mente liberdade de atuação, os carlistas, que, com os malufis-tas, somam cerca de duas dezenas e defendem um alinhamentodo PDS com o Governo da Aliança Democrática.

O octogenário presidente Amaral Peixoto, conformadocom a possibilidade de conviver com três correntes tão dísparesno partido, avisa que não abrirá mão de comandar o novo PDS,embora admita a possibilidade de delegar "algumas tarefas" dedireção ao lu vice-presidente Passarinho. Fazem parte doDiretório, como membros natos, os líderes na Câmara PriscoVianna, e Senado, Murilo Badaró.

Três alterações de última hora na chapa de união do novoDiretório Nacional do PDS: o Deputado Feireira Martins (SP)cedeu seu lugar de efetivo ao Vereador de São Paulo PauloAzevedo; o Deputado Gerson Peres (PA) ocupou o lugar doDeputado Albino Coimbra (MS); e o Deputado FranciscoRoilemberg (SE) cedeu sua vaga a seu irmão, Senador Herácli-to Roilemberg.

Só no final da tarde, depois de atender a todas asreivindicações dos descontentes com a composição, o DeputadoGerardo Renault (MG), atual secretário-geral, liberou a listaoficial do novo Diretório:

Foi um trabalho muito difícil. Tivemos que reunirnuma só chapa, de 121 lugares, os 238 figurantes das duaschapas anteriores.

Sarney se

limitará

às fotosBrasília — A participação do

Presidente José Sarney, na pre-sente campanha eleitoral, nãoirá além das fotografias ao ladode candidatos do PMDB, comoa que tirou com o SenadorFernando Henrique Cardoso(SP), no início desta semana.No mais, Sarney não se dispõea alterar uma linha tática queserá mantida não apenas paraesta eleição de 85, mas tambémpara 86, na eleição para osGovernos estaduais e a Assem-bléia Nacional Constituinte.

O Palácio do Planalto temassistido a algumas cenascuriosas e de um forte pitores-co. Dias atrás o Presidente foisurpreendido com a visita dequatro candidatos a prefeito demunicípios baianos. Um delesportava uma máquina fotográ-fica munida de indispensávelflash. O Presidente posou aolado de cada um dos candida-tos, para fotos tiradas por fotó-grafos improvisados e que serevezaram, num visível emba-raço pela pouca familiaridadecom a incumbência inusitada.

O Presidente recolhe do in-teresse pelo seu apoio um sinalestimulante de que ele e oGoverno vão bem, com altoíndice de aprovação popular. Eesta mesma popularidade,comprovada pelas pesquisas,irrita e decepciona os que espe-ravam do Governo medidasduras para enfrentar a inflaçãoainda que à custa de uma recei-ta recessiva. Um parlamentarjá acusou o presidente de ser"demasiadamente populista".

No Congresso, o PresidenteSarney não vem enfrentandoproblemas mais sérios. Mas oGoverno já se convenceu deque não pode se limitar a en-tender-se com as liderançaspartidárias.

Cardoso

tem apoio

de 585São Paulo — Um manifesto,

com 585 assinaturas, de apoio àcandidatura do PMDB para aPrefeitura da capital — entreelas a do Ministro da Fazenda,Dilson Funaro, do presidentedo Banco Central, FernandoBracher, e do cirurgião Henri-que Pinotti — foi entregue on-tem ao Senador FernandoHenrique Cardoso. Os empre-sários, líderes sindicais, artistase profissionais liberais que assi-naram o documento conside-ram importante "infligir outraderrota ao passado" e "assegu-rar a vitória da esperança".

O Ministro Dilson Funaro eFernão Bracher assinaram omanifesto como empresários,junto com José Mindlim (MetalLeve), Antônio Ermírio e JoséErmírio de Morais (Grupo Vo-torantim), Cláudio Bardela(Grupo Bardela) e EugênioStaub (Gradiente).

Juiz deixa ir à TV quem

i

não é candidato em RecifeO juiz eleitoral de Recife, Itamar Pereira,

decidiu que os partidos têm total liberdadepara organizar a propaganda gratuita no rádioe televisão e também liberou pessoas que nãosejam vinculadas aos partidos, para aparece-rem nos programas pedindo votos para seuscandidatos. Com isso, Jarbas Vasconcelos, doPSB, vai poder contar com a presença dospcmedebistas Fernando Lyra e Miguel Arraesem seu horário.

O Desembargador Ruy Trindade, presi-dente do Tribunal Regional Eleitoral daBahia, não conseguiu resolver o impasse erecomendou que os partidos entrem num acor-

do e lhe apresentem hoje uma solução para adivisão dos 60 minutos diários de horáriogratuito no rádio e TV. O PTB, PT, PFL e PUquerem que os 30 minutos divididos entretodos os candidatos sejam utilizados à noite, eo PMDB reivindica que o horário nobre sejada propaganda proporcional às bancadas naCâmara Municipal.

— Na minha opinião, rotatividade é as-sim, rodando.

Irritado, traçando círculos no ar com odedo, Ruy Trindade encerrou a reunião decandidatos e representantes de partidos paradiscutir a divisão do horário gratuito.

Freire reassume

O ex-Senador Marcos Freire retorna hojedo exterior para assumir a coordenação políti-ca da campanha do candidato do PMDB àPrefeitura de Recife, Sérgio Murilo. Na ausên-cia do presidente da Caixa Econômica Fede-ral, a facção que apóia o candidato do PSB,Jarbas Vasconcelos, tomou o partido, derru-bando decisões tomadas pelo ex-senador. Esteserá recebido com uma grande festa no Aero-porto dos Guararapes e seguirá direto para asede do diretório regional do PMDB. Já nofim de semana, Marcos Freire se engajarádefinitivamente na campanha de rua de Mu-rilo.

Guerra suja cidade

Mesmo proibidas pelo TRE, as pichaçõese os cartazes eleitorais ocupam cada centíme-tro quadrado da área urbana de Porto Alegre.Sem exceção, todos os partidos mantêm briga-das armadas com tinta e pincel que, durante amadrugada, disputam com a tropa de choqueda cola e do pincel os melhores espaços para apropaganda. Contra este estado de coisas —"uma guerra suja em que o poder econômico éa arma principal" —, o candidato do PDT,Alceu Collares, propõe um pacto: que todosobedeçam às determinações da Justiça Eleito-ral. Mas, por via das dúvidas, mantém a postosseus pichadores e coladores.

Pró e anti

Depois de assistir ao programa do PDS,levado ao ar em cadeia estadual de rádio etelevisão à noite, Franco Montoro chegou àconclusão — expressa em nota oficial — deque é o "anti-Maluf". porque o programa, queteve como atração principal o Deputado PauloMaluf travestido de repórter a entrevistarpopulares e fazer críticas "foi quase totalmen-te voltado contra o atual Governador". Outrasconclusões do Palácio dos Bandeirantes: Ma-luf é hoje o "pró-Jânio", já que ele foi opolítico mais elogiado; o Deputado reconhece"a rejeição nacional ao malufismo c tenta serchamado apenas de Dr Paulo". O eleitor-telespectador só se pronunciará a 15 de no-vembro.

De volta à campanha

O futuro vice-presidente nacional do PDS,ex-Senador Jarbas Passarinho, está em Belémpara participar ativamente da campanha docandidato do partido à Prefeitura, Júlio Vivei-ros, seu antigo adversário no MDB, PP ePMDB. Os dois vão participar juntamentecom a mulher de Viveiros, a Deputada federalLúcia Viveiros (PDS-PA), de um programa detelevisão já denominado "A Hora da verda-de", em que pretendem concentrar as críticassobre o candidato do PMDB (c até agora ofavorito), Coutinho Jorge.

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Sindicato da Industria

JORNAL DO BRASIL Política sexta-feira, 13/9/85 ? Io caderno ? 3

Brasília — 0 Poder Legislativo, incluído o Tribunal deContas da União, que é a ele subordinado, custa apenas Cr$ 2mil por ano a cada brasileiro, totalizando CrS 260 bilhõesanuais, quantia que representa 0,53% do orçamento de todos osdemais poderes e é inferior ao de todos os ministérios,individualmente.

Esses números serão apresentados hoje à noite peloDeputado Ulysses Guimarães e pelo Senador José Fragelli, noprograma que irá ao ar, em rede nacional de TV e rádio, às20h30min, e que, segundo o Presidente da Câmara, não maisultrapassará 31 minutos, o que garantirá aos telespectadores acerteza de que não perderão a novela Roque Santeiro.

O Deputado Ulysses Guimarães falará durante 18 minutose abordará basicamente os aspectos políticos do CongressoNacional e a sua importância para o restabelecimento econsolidação do processo democrático no Brasil. Sua fala seráintercalada com imagens de alguns dos momentos mais signifi-cativos da atual legislatura, como a eleição do PresidenteTancredo Neves, a votação da emenda restabelecendo a auto-nomia das capitais, a instalação, ontem, da Comissão queestudará o restabelecimento das prerrogativas do Legislativo eas inquirições dos Ministros do Planejamento, João Sayad —pela Câmara — e da Indústria e do Comércio, Roberto Gusmão— pelo Senado —, ocorridas anteontem.

Ao Senador José Fragelli caberá expor, em 10 minutos, ede maneira didática, a mecânica do funcionamento Legislativo,detalhando as tarefas e atribuições desenvolvidas pelos parla-mentares. Essa exposição também será ilustrada com imagensdo trabalho parlamentar, nas comissões ou em plenário.

A gravação dos pronunciamentos — cujo cenário exibirá,sobre um fundo azulado, o logotipo da Nova República, emverde e amarelo — foi feita na noite de anteontem, nos estúdiosda Radiobrás, e sem nenhuma despesa para o Congresso. OSenador Fragelli teve que interromper, por uma vez, o seupronunciamento, para regravá-lo. Mas o Deputado UlyssesGuimarães gravou o seu de uma vez só. Segundo ele, emnenhum momento foi dominado pelo nervosismo:

Já estou tarimbado com as câmeras e, além disso,domino bem o assunto. Afinal, já estou no Congresso há temposuficiente para conhecê-lo bem — disse Ulysses, que é deputadofederal há 34 anos.

•Ele, entretanto, recusou-se a adiantar o conteúdo do seupronunciamento. Bem-humorado, respondeu aos jornalistas.Vocês estão querendo "furar" o nosso programa.Esperem para vê-lo. Assim o suspense será maior.

Encomendado inicialmente à Intervídeo — empresa dojornalista Roberto D'Avila —, o programa especial sobre oCongresso foi transferido para a responsabilidade da Radiobrás,por decisão das Mesas do Senado e da Câmara, que julgaramque os gastos com uma empresa particular contribuiriam aindamais para desgastar a imagem do Legislativo.

Tudo foi acertado diretamente com o diretor da Radio-brás, Toninho Drummond, que incumbiu, na terça-feira, ojornalista José Wilson Ferreira Ibiapina de se encarregar daprodução. Na quarta-feira, enquanto Ibiapina preparava ocenário dos estúdios e acertava com os Presidentes do Senado eda Câmara o melhor horário para a gravação de seus pronuncia-mentos, uma equipe de três pessoas, coordenada por MúcioMontandon, se deslocava para o Congresso.

Lá, foram tomadas imagens dos plenários repletos deparlamentares que, no Senado e na Câmara, escutaram atenta-mente às interpelações dos Ministros Roberto Gusmão e JoãoSayad. Com uma autorização especial para circularem entre asbancadas, Múcio e sua equipe filmaram os ministros na tribuna,e os deputados e senadores que, ao sentirem-se sob as luzes,mexiam-se nas poltronas e ajeitavam gravatas e penteados. ODeputado Mário Juruna (PDT-RJ) punha e tirava os óculosincessantemente.

Ainda na quarta-feira, houve tomadas nos corredores,biblioteca e arquivos, além de uma geral externa, mostrando oentardecer sobre o Congresso.

Ontem pela manhã, foram tomadas as últimas imagens,durante a instalação da Comissão Interpartidária que irá proporo restabelecimento das prerrogativas do Congresso. Na belasala da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, dezenasde parlamentares — nem todos integrantes da comissão —acotovelavam-se entre uma estatueta de Ruy Barbosa, embronze, e um grande óleo retratando Tiradentes.

InovaçãoUma novidade nas sessões noturnas do Congresso ontem: opresidente do Senado, José Fragelli (PMDB-MS) decidiu nãoabrir a última das três sessões previstas pois havia apenas seisdeputados e ele era o único senador no plenário. O rigor,porém, não valeu para as duas primeiras — que também nãotiveram quorum: uma foi aberta com a presença de apenas 23dos 479 deputados e de seis dos 69 senadores; e outra comquatro senadores e 12 deputados, embora as listas oficiaisindicassem o comparecimento de 356 deputados e 49 senadores.Pelas duas primeiras sessões, cada um dos deputados e senado-res que assinaram as listas receberá Cr$ 224 mil. Sem impostos.

Brasília—Foto de A.Dorgivan

Ulysses dirá na televisão que

Congresso custa pouco

Lula chama Bornhausen de

cínico e nega ajuda alemã

Ulysses na comissão das prerrogativas: liberdade para legislar

Presidente da Câmara

propõe que o povo faça

projeto e revogue leiBrasília — O presidente da Câmara, Deputado Ulysses

Guimarães sugeriu a criação de dispositivos que permitam aopovo a apresentação de projetos e a possibilidade de revogar,através de referendo, leis votadas pelo Congresso ou normasbaixadas pelo Executivo, ao instalar, com o presidente doSenado, José Fragelli, a comissão interpartidária que irá propor— para votação ainda este ano — o restabelecimento dasprerrogativas do Congresso e defendeu a competência doLegislativo para propor leis sobre matéria tributária e finan-ceira.

Durante a solenidade, realizada pela manhã, na comissãode Justiça, o presidente da Câmara destacou a grande responsa-bilidade que pesará sobre a comissão: ela estará encarregada deestudar os meios para livrar o Poder Legislativo das limitações aque foi submetido nos últimos 20 anos, prejudicado em suafunção de legislar pelo fortalecimento do Executivo.

Porpor leis é reinar — disse Ulysses. — Quem propõeleis exerce um ato de império, um ato de soberania, que foisubtraído ao Poder Legislativo. Hoje, a iniciativa, em matériafinanceira, é do Poder Executivo. Mas ela não pode ficarsubordinada à vontade do Chefe do Governo.

Seguindo uma orientação que já fora manifestada pelo ex-Presidente Tancredo Neves — a de chamar a sociedade aparticipar nos atos do Governo —, o presidente da Câmarasugeriu também que o Legislativo seja sensível a esse desejo:Deve-se devolver ao povo a última palavra no que sereferir ao seu partido.

A seguir, Ulysses alertou os parlamentares para queexerçam os seus poderes com responsabilidade: "Criamoscomissões de inquérito sensacionalistas, que não funcionaram, eisso acarretou justas criticas ao Legislativo. Precisamos usarcom responsabilidade tais instrumentos de fiscalização."

Antes de convocar, para dirigirem os trabalhos, o SenadorOctavio Cardoso (PDS-RS) e os Deputados Thales Ramalho(PFL-PE) e Cassio Gonçalves (PMDB-MG), respectivamentepresidente, vice e relator da comissão, Ulysses convidou oDeputado Flávio Marcílio (PDS-CE), membro da comissão eex-presidente da Câmara, para participar da mesa.

Com esse gesto, queria prestar uma homenagem justa aum parlamentar que "lutou bravamente", anos atrás, paraaprovar uma emenda que restaurasse as prerrogativas doCongresso e que a viu derrotada pelas manobras do própriopartido (Arena, então no Governo), explicou.

Depois de instalada a comissão, o Deputado GastoneRighi, líder do PTB, sugeriu que o relator elabore até a próximaterça-feira um projeto de pauta contendo um cronograma efixando um prazo para as conclusões dos trabalhos. Esse projetoserá debatido na próxima reunião, marcada para o dia 19. Olíder petebista propôs ainda que as reuniões da comissão — com29 integrantes — sejam marcadas para o período noturno, a fimde não coincidirem com as outras atividades parlamentares.A função básica da comissão será rever todo o capítulo daConstituição que diz respeito às atribuições do Poder Legislati-vo, em especial quanto à falta de poderes para tomar iniciativasde propor leis sobre matéria financeira, tributária e orçamentá-ria. Além disso, a comissão certamente proporá a extinção dedois instrumentos criados durante os Governos militares: odecreto-lei e o decurso de prazo, que o Presidente José Sarney,na prática, já vinha desprezando.

Relator e

presidente

são novatos

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Brasília — Advogado, pro-fessor de Direito da UFMG eex-deputado estadual, o relatorda comissão interpartidária derestauração das prerrogativasdo Congresso, Deputado Cás-sio Gonçalves (PMDB-MG),tem 48 anos de idade e estácumprindo seu primeiro man-dato federal. Por isso, pediu aovice-presidente da comissão,Deputado Thales Ramalho(PFL-PE):

— Conto com sua ajuda,com seus preciosos conheci-mentos do Congresso Na-cional.

Mas se o relator é quase umestreante no Congresso, o pre-sidente da comissão, SenadorOctávio Cardoso (PDS-RS) émais novo ainda: foi eleito su-plente em 1982, só chegou aoSenado com a morte do ex-Ministro e ex-Senador TarsoDutra, em maio de 1983. Emseu currículo, Cardoso tem re-gistrado que votou no candida-to derrotado à Presidência daRepública, Paulo Maluf.

Ele iniciou sua carreira em1951, como vereador de RioPardo (RS), e renunciou nosegundo mandato para assumiro cargo de promotor público.Foi deputado estadual de 1963a 1966 e de 67 a 71.

Recife e Brasília — "Se o senador acha queisto está ocorrendo que mande a Polícia Fede-ral apurar. É muito fácil. Mande apurar eprender os culpados. Agora, se o senadorcontinuar com esta dosagem elevada de cinis-mo, daqui a pouco ele vai querer culpar osfavelados do Recife pela dívida externa doBrasil. Não podemos admitir, em nenhummomento, tal hipocrisia".

A declaração foi feita pelo presidentenacional do PT, Luís Inácio Lula da Silva, quese encontrava ontem na capital pernambuca-na, para desmentir declaração do presidentenacional do PFL, Senador Jorge Bornhausen,de que o Partido dos Trabalhadores recebeudinheiro do Governo alemão. Em Brasília, olíder do PT, Djalma Bom, revelou, por suavez, que o partido processará Bornhausen,"por calúnia e difamação".

A denúncia foi comunicada por Bornhau-sen, anteontem, ao Presidente José Sarney. Opresidente do PFL disse que o Ministro daCooperação Econômica da Alemanha Ociden-tal, Dr Warnke, ao recepcionar delegaçãoparlamentar do Partido da Frente Liberal quevisitava seu país, revelou que o Governoalemão, nos últimos cinco anos, enviou 2bilhões de marcos como ajuda aos sindicatosbrasileiros. E que a maior parte desse dinheiroteria sido repassada ao PT.

Em Recife, Lula afirmou ainda: "O sena-dor sabe, como todo o Governo, da dificulda-de que vive o movimento sindical hoje. Sabe

perfeitamente bem que se algum sindicatorecebeu dinheiro do estrangeiro foram exata-mente os sindicatos que deram sustentação aoregime militar durante 21 anos. Os sindicatoscombativos, ligados à CTU, têm lutado comunhas e dentes para se manter com indepen-dência em relação ao Estado, aos partidospolíticos e às internacionais."

Bom disse que o único contato do PT coma Alemanha Ocidental foi feito em 1980 quan-do Lula, Francisco Wefortt, Jacó Bitar e JoséÁlvaro Moisés visitaram aquele país a convitedo Partido Social Democrata, "numa manifes-tação de solidariedade ao partido contra oenquadramento de suas lideranças sindicais naLei de Segurança Nacional".

O líder do PT vinculou a denúncia dopresidente do PFL nas declarações do Secretá-rio de Imprensa da Presidência, FernandoCésar Mesquita, responsabilizando o PT pelomovimento grevista dos bancários.

Tudo isso é uma campanha engendradapela Aliança Democrática contra o Partido dosTrabalhadores — declarou Djalma Bom, desa-Fiando Fernando César a comprovar de onde oPT teria tirado dinheiro para promover amobilização dos bancários.

Uma mobilização deste porte exigemuito dinheiro. Todo mundo sabe que o PTnão tem dinheiro. Então, vem a denúncia derecebimento de marcos alemães para justificara presença do partido em mais um movimentogrevista — disse.

Líder do PFL: foi deduçãoBrasília — O Deputado José Lourenço,

líder do PFL na Câmara, afirmou que o grupode parlamentares do partido que esteve naAlemanha, recentemente, "deduziu" que oPT e sindicatos ligados ao Partido dos Traba-lhadores receberam os dois bilhões de marcos(equivalentes a CrS 5 trilhões no câmbio dehoje) que o Governo alemão destinou à Igrejae aos sindicatos trabalhistas no Brasil, nosúltimos 10 anos.

— Nãm me lembro, mas me parece que asautoridades alemães não citaram ou mencio-naram o nome do PT. Informaram que envia-ram o dinheiro à Igreja e que parte dessesrecursos são repassados a sindicatos trabalhis-tas. Nosso grupo, então, deduziu que o PT foio beneficiado porque é o único partido ligadoàs Comunidades Eclesiais de Base — contouJosé Lourenço.

Durante 12 dias estiveram na Alemanhatrês senadores do PFL: o presidente do parti-do, Jorge Bornhausen; o primeiro-vice-presidente Guilherme Palmeira (AL); e Louri-vai Batista (SE). Além deles, foram o Depu-tado estadual Júlio César, de Santa Catarina, eo professor Cláudio Lembo, Chefe de Gabine-te do Ministro Marco Maciel, da Educação. ODeputado José Lourenço também esteve naAlemanha.

O Ministro da Cooperação Econômicada Alemanha, Dr. Warnke, nos confirmou oenvio do dinheiro ao Brasil e ficamos espanta-dos com a quantia — revelou Lourenço,afirmando que o Senador Jorge Bornhausenlevou o problema ao conhecimento do Presi-dente José Sarney, na última quarta-feira,"porque se trata de um assunto que o Presi-dente deve conhecer".

Lourenço contou que o grupo de liberaisafirmou às autoridades alemãs que o PT é umpartido que não contribui para o regime demo-crático porque é formado por diversas corren-tes, inclusive membros do Partido ComunistaRevolucionário, e que as autoridades se com-prometeram a não enviar mais dinheiro aossegmentos sindicais.

Eles assumiram o compromisso de ces-sar as doações e nós sugerimos que elas sejamfeitas através do Governo Federal, que tementidades com a LBA (Legião Brasileira deAssistência) que poderiam redistribuí-las —revelou o deputado.

O Senador Guilherme Palmeira contouque o grupo manifestou às autoridades alemãso temor de que o dinheiro não estivesse sendobem aplicado.

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4 ? 1° caderno ? sexta-feira, 13/9/85 Nacional JORBJAIí IX? BRASIL

Polícia Federal prende Cântara ttprOVa aboUQ de 20% DNPM deixa minerar

ex-Deputado acusado de

traficante de cocaína pGLFCl 130 HfllL

pTBVICÍ&nCIGlIi 108

Brasília — O ex-Deputado federal pelo PDS de Rondônia,Isaac Newton, 51 anos, acusado de integrar uma quadrilha detraficantes de drogas, foi preso na manhã de ontem, em suaresidência — Avenida W 3 Sul quadra 703, bloco R casa 68 — elevado para a Delegacia Regional da Polícia Federal, onde seencontra à disposição da Justiça. A prisão foi pedida pelo JuizPaulo Sérgio da Silva, da Ia Vara de Entorpecentes e Contra-venções Penais de São Paulo.

Deputado federal de 1979 a 1983, Isaac Newton partici-pou, na Câmara, das Comissões do Interior e de Finanças. Aoprendê-lo, a polícia encontrou em seu poder um revólver Smith38 e uma pistola 6.35 sem registro nos organismos policiais, umaagenda pessoal "com diversos nomes e telefones de pessoasligadas ao tráfico internacional", um passaporte com várioscarimbos de entrada e saída da Bolívia.

O ex-Deputado foi denunciado por três traficantes (doiscolombianos e um brasileiro): Hather Tabares Contreras eHumberto Rafael Cortez e o piloto Saul Barbosa de Castro —

^presos na quarta-feira na cidade paulista de Fernandópolis, a544 quilômetros da capital, quando conduziam 150 quilos decocaína, avaliados em Cr$ 25 bilhões. Esta foi a maior apreen-são de cocaína realizada este ano, em São Paulo, segundorevelou a Polícia Federal.

Para interceptar a droga, a Polícia Federal de São Paulovinha montando um esquema há 20 dias. O aeroporto da cidadefoi cercado no momento em que se preparava para pousar oavião Seneca, bimotor, prefixo PT-LEI. Os policiais foramrecebidos a bala pelo colombiano Contreras, que estava escon-dido no matagal. Ele acabou sendo baleado na perna e na bacia.

. A cocaína é de origem boliviana e se destinava aos mercadosdos Estados Unidos e Europa.

Segundo o diretor da Divisão de Comunicação Social daPolícia Federal, Paulo Marra, o ex-Deputado será transferidopara São Paulo, onde deverá prestar depoimento na Ia Vara deEntorpecentes de Contravenções Criminais e "somente poderáfalar à imprensa com autorização expressa do Juiz".

Policiais usam bandido

para roubar casas em

seu proveito no ParáBelém — O Secretário de Segurança Pública do Pará, Lélio

Alcântara, afirmando que em sua administração "não há lugarpara policiais corruptos e violentos", afastou de suas funções naSecretaria três investigadores e um escrivão denunciados peloassaltante João Roberto de Oliveira (Pimbinha) de prendê-lopara que fosse assaltar em favor deles.

Os investigadores Paulo Louro, Luís Careca, Wallace eRaimundo Pinheiro da Silva e o escrivão Eduardo Ferreiraresponderão a sindicância interna e, se as acusações foremconfirmadas, serão exonerados, segundo o Secretário LélioAlcântara.

João Roberto de Oliveira, também conhecido por Pimbi-nha, de 37 anos, preso no domingo depois de arrombar umacasa vazia, deu uma entrevista a um jornal e a uma emissora deradio de Belém. Afirmando ser obrigado, por policiais daUnidade do bairro do Jurunas, a continuar roubando paraabastecê-los de jóias e dinheiro, e que estava lhes devendo Cr$ 4milhões 500 mil, por ter sido posto em liberdade depois de umarrombamento.

O assaltante confirmou as denúncias em depoimento nestaquinta-feira e ampliou a lista dos investigadores que tambémexigem dinheiro, jóias e outros objetos conseguidos nos arrom-bamentos, em troca de proteção. Na entrevista, Pimbinhadelatou os investigadores Paulo Louro, Wallace e RaimundoPinheiro da Silva, o escrivão Eduardo Ferreira e uma advogada,Maria dos Anjos Resende, que estaria cobrando os Cr$ 4.500mil que deve aos policiais.

Lélio Alcântara afirma que em sua administração não hálugar para policiais corruptos e violentos. Na semana passada,ele demitiu cinco investigadores e o delegado Lourenço Galvão,acusados de cometer arbitrariedades e corrupção. Lourenço foidelegado no Sul do Pará, onde apreendeu dois carros roubadose deles se apropriou.

Pimbinha mora num casebre, no tumultuado bairro daNova Marambaia. Sua mulher e seus cinco filhos vivem naspiores condições. "Ele sempre foi ladrão", disse sua irmãLindalva, que também mora no casebre. Mas afirma que só ospoliciais ficaram ricos com o produto dos arrombamentos, elembra que seu filho, José Nazareno da Cruz, o Mococa,também foi forçado a continuar roubando quando quis seregenerar e foi liquidado pelos investigadores Bigode, Casemiroe Maranhão, ao resistir às pressões.

Médicos decidem fazer

novo teste de AIDS em

18 presos paulistasSão Paulo — Os 18 presos da Casa de Detenção queapresentaram gânglios pelo corpo ao serem examinados na

campanha de prevenção da AIDS nos presídios passarão portestes mais rigorosos, embora o coordenador do programa decontrole e prevenção da AIDS, médico Paulo Roberto Teixeira,considere comum a existência de pessoas com gânglios, emambientes confinados.

Dois presos do sistema penitenciário de São Paulo jáadquiriram AIDS: um deles morreu e outro apresenta fortessintomas da doença. Até ontem haviam sido examinados 2 mil300 presos da Casa de Detenção, que tem uma superpopulaçãode cerca de 6 mil. Todos os presos do Estado de São Paulo (12mil) estão sendo examinados, como forma de prevenir edetectar casos suspeitos de AIDS.

Garcia dispensa verba

da Justiça para obras

da prisão de ContagemBelo Horizonte — O Governador Hélio Garcia dispensou o

Ministério da Justiça de repassar a Minas a verba de Cr$ 45bilhões, correspondente a 62,7% do custo total da construçãodo Presídio de Máxima Segurança, suspensa até os técnicosconstatarem que não houve irregularidade no processo delicitação vencido pela Sermeco — Serviços Mecanizados deEngenharia e Construções.

Nunca recebi dinheiro algum do Ministério da Justiça,de maneira que o problema é dele — enfatizou o Governador,ao comentar as declarações do ministro interino da Justiça, JoséPaulo Cavalcante Filho, de que só vai liberar a verba após acomprovação da legalidade da concorrência. Hélio Garciagarantiu que Minas tem dinheiro suficiente para arcar com aconstrução, embora com "um pouco de sacrifício", e ressalvouque a legalidade só pode ser apurada depois do julgamento daconcorrência pela Justiça.

Por iniciativa do Deputado Jaciel Pereira (PMDB), aComissão de Constituição e Justiça da Assembléia Legislativade Minas decidiu, ontem à tarde, convocar o Secretário deInterior e Justiça, Sílvio Abreu, o Prefeito de Contagem,Newton Cardoso (PMDB), o Presidente do BDMG — Bancode Desenvolvimento de Minas Gerais, Roberto Brant, e repre-sentantes das empresas Sermeco e Mendes Júnior, para presta-rem depoimento na próxima quinta-feira perante a comissão.E do conhecimento de todos, através da divulgaçãopelos órgãos da imprensa nacional, que o Ministério da Justiçasustou o convênio que seria assinado com o Governo do Estadopara fornecer CrS 45 bilhões para a construção do Presídio deSegurança Máxima e a Assembléia não pode ficar impassíveldiante destes fatos. Por isto, requeremos a presença dasautoridades envolvidas na concorrência, todas em um só dia. E,dependendo dos depoimentos, abriremos uma Comissão Parla-mentar de Inquérito ou louvaremos os atos das nossas autorida-des — explicou o Deputado.

Brasília — A Câmara dos Depu-tados aprovou o aumento de 20%sobre a gratificação de desempenhodos 130 mil previdenciários de nívelmédio, porém nos termos da propos-ta do Governo, rejeitando, por in-costitucionalidade, as emendas quevisavam a extensão do benefício atodos os funcionários da União, in-clusive os aposentados.

A emenda de autoria do Depu-tado Prisco Viana (BA), líder doPDS, que incluía no projeto anistia atodos os previdenciários que partici-param de movimentos grevistas,também foi rejeitada, e agora restaráao Senado examinar a matéria.

A votação da proposta governa-

mental foi feita sem chamada nomi-nal. Não houve verificação de quo-rum, embora no plenário houvessemenos de 200 deputados.

Serão beneficiados pelo projetodo Governo 130 mil servidores daPrevidência, e a gratificação seráretroativa ao dia Io de julho, a umcusto de Cr$ 288 bilhões.

Novo Estatuto do Funcionalismo não atinge CLTBrasília — O novo Estatuto do Fun-

cionalismo Civil da União vai abrangerapenas os servidores estatutários da ad-ministração direta e autarquias, já que osservidores contratados por outros regi-mes (CLT ou tabelas especiais) e funcio-nários da Administração Indireta serãoregidos por lei especial.

Essas foram as decisões tomadas naterceira reunião da Comissão Geral daReforma Administrativa, destinada ex-clusivamente à definição das diretrizes doEstatuto, que o Governo espera ver apro-

Telefone

protegerá

caminhoneiroBraíflia — O Presidente José Samey

telefonará de Brasília a um caminhoneiroestacionado no interior da Bahia, napróxima terça-feira, inaugurando o Te-lestrada, um novo sistema de telefoniadesenvolvido pela Telebrás, que permiti-rá aos motoristas se comunicarem com oBrasil e o resto do mundo, por umtelefone instalado na cabine do veículo.

Com esse sistema, a ser inauguradopelo Presidente Sarney na II ConvençãoNacional de Empresários de TransporteRodoviário de Cargas, a Telebrás querreduzir o número de assaltos, atentados eassassinatos contra caminhoneiros. O Te-lestrada permitirá aos motoristas telefo-nar às polícias rodoviária e estadual, dequalquer trecho das estradas brasileiras.

Com a redução dos crimes, a Tele-brás pretende baixar os custos dos segu-ros, considerados altos pelas empresasque repassam ao valor do produto essadespesa. Baixando os custos de operaçãode transporte, os técnicos acreditam queos preços finais dos produtos transporta-dos possam diminuir com reflexos positi-vos, para estabilizar os índices do custode vida, influenciados pelas despesas dearmazenamento e distribuição nos cen-tros consumidores.

Numa primeira fase, o Telestradaatenderá as rodovias BR-116, nos trechosque ligam São Paulo a Curitiba e Feira deSantana e Vitória da Conquista, naBahia, BR-364, no trecho de Cuiabá aPorto Velho, e a Belém — Brasília emtoda sua extensão. "São estes os trechosmais perigosos", esclarecem os técnicos.

vado pelo Congresso Nacional em 28 deoutubro, Dia do Funcionário Público.

A reunião, presidida pelo Ministroda Administração, Aluízio Alves, contoucom a presença do Ministro do Planeja-mento, João Sayad, que afirmou ser aReforma Administrativa tarefa prioritá-ria do Governo, para o reaparelhamentodo serviço público federal e conseqüenteexecução do primeiro Plano Nacional deDesenvolvimento da Nova República.

Sayad afirmou que a Reforma deve

ser feita levando-se em conta o equilíbriofinanceiro das contas públicas e dandoênfase aos problemas sociais do País, pois"é preciso reaver a dignidade do serviçopúblico e torná-lo eficaz".

Para Sayad, a administração federalapresenta "grande carência de servidoreseficientes", problema provocado, segun-do ele, pela centralização excessiva quecaracterizou os últimos governos. O con-trole e fiscalização das empresas estataisé outro ponto importante da ReformaAdministrativa, afirmou o Ministro.

Trânsito paulista mata

1 174 em um semestreSão Paulo — O trânsito da Capital

paulista, somente no primeiro semestredeste ano, registrou a morte de 701pessoas por atropelamento e outras 473em acidentes diversos, totalizando 1 mil174 vítimas fatais, e nesta terça-feira, 14pessoas morreram em 37 atropelamentos,revelou o diretor do Departamento deOperação do Sistema Viário (DSV), JoséInácio Sequeira de Almeida.

Somente no primeiro semestre foramregistrados em São Paulo 20 mil 178acidentes com vítimas (8 mil 740 atrope-lamentos e 11 mil 438 ocorrências diver-sas) e 37 mil 150 acidentes sem vkimas("somente os que foram registrados",lembra o diretor do DSV), o que faz subira 57 mil 328 acidentes de trânsito em seismeses, um dos mais altos índices domundo.

Circunstâncias

O diretor do DSV aponta uma sériede fatores para os recordes que São Paulovem batendo: "Além do despreparo domotorista, temos total impunidade da-queles que provocam acidentes, e aplica-ções brandas das penas pelos CódigosCivil e Criminal".

Ele nega que em São Paulo exista achamada indústria da multa, já que, dos 2milhões 300 mil veículos que ele avaliaestarem rodando por São Paulo, quasetodos cometem ao menos uma infraçãopor dia, como "não sinalizarem à direita

quando mudam de pista". O DSV atribuicerca de 2 milhões 300 mil multas porano.

Pessoal

O policiamento e fiscalização doDSV dispõe somente de 2 mil 500 ho-mens (quando o conveniente seria o do-bro) e 470 veículos. José Inácio de Almei-da acredita que a solução para os gravesproblemas de trânsito em São Paulo deveser achada em conjunto pelos governosmunicipal, federal e estadual, e afirmaque "a segurança do trânsito deve mere-cer tratamento semelhante ao da Segu-rança Pública".

Segundo ele, um terço das mortesviolentas ocorridas em São Paulo é decor-rente de acidentes de trânsito, sendolamentável que "o debate sobre a violên-cia do trânsito em São Paulo sõ sejalembrado por ocasião de tristes recordescomo os verificados essa semana".

Por ocasião da morte da meninaFernanda Almeida, de 12 anos, e daeducadora Ana Maria Poppovic, em1982, na Avenida Sumaré (colhidas pelomotorista de um Dodge Dart que corria a130 km/h), o assunto esteve em moda.Com o recorde de 14 mortos num únicodia (entre eles o jornalista EdeniltonLampião, 35 anos, ex-repórter do JBcolhido por um Escort, quando descia deum ônibus perto de sua casa), o assuntovolta a preocupar a opinião pública emSão Paulo.

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em terra indígena à

revelia de MinistroBrasília — O Departamento Nacional de Produção Mine-ral (DNPM), em ato publicado no Diário Oficial de 11 de

setembro, autorizou a pesquisa mineral em áreas indígenasatravés de 127 alvarás a empresas de mineração, com oassentimento da Funai, cujos processos liberatórios tinham sidoanteriormente indeferidos pelo órgão, segundo a denúncia dosindigenistas Cláudio Romero, Ezequias Heringer, Forfírio Car-valho e Odenir Oliveira na Câmara dos Deputados. Eles foramdemitidos pelo atual presidente da Funai, Álvaro Villas-Boas.

O Ministro do Interior Ronaldo Costa Couto, que atéontem desconhecia o assunto, inteirou-se dele através dadenúncia, apressando-se cm declarar que a autorização doDNPM colide com a definição do Governo de não admitir novasliberações para pesquisa ou mineração das terras ocupadas peloíndios, em entendimento, inclusive, com o Ministro das Minas eEnergia, Aureliano Chaves.Surpresa

Os dois Ministros se disseram surpreendidos com a decisãodo DNPM, reafirmando como irreversíveis suas posições con-trárias às atividades de mineração em áreas indígenas, masindigenistas exibiam o Diário Oficial, onde ficam reconsideradosos despachos de indeferimento do requerimento de autorizaçãode pesquisa mineral em terras dos yanomami waimiri-atroariiem Roraima; kayapó e sumi; no Pará, tuhano, no Amazonas, eoutros.

Os indigenistas acusam Álvaro Villas-Boas de direcionarsua administração na defesa dos interesses economicistas emdetrimento do cumprimento das leis de proteção às comunida-des indígenas. Numa nota distribuída à imprensa, Cláudio,Ezequias, Porfírio e Odenir escreveram que, "além de burlar asleis pertinentes ao assunto, tal medida trai a luta dos índios, quesempre se posicionaram pela autonomia dos seus territórios,determinação apoiada por vários setores da sociedade e emvárias ocasiões".

Eles chamam atenção para a coincidência da autorizaçãodo "esbulho" do patrimônio indígena ocorrer no mesmomomento em que são demitidos 23 indigenistas dos quadros daFunai, que sempre assumiram as reivindicações dos índios e adefesa dos seus territórios.

A nota diz ainda que "o autoritarismo do ato da demissãoescondeu os reais interesses não só do lohby existente na Funaiem defesa das mineradoras, como também do próprio Ministé-rio do Interior, que vem se posicionando ostensivamente a favorde grupos econômicos interessados nas terras indígenas".

Garimpeiros queremmudanças no Código

Com o objetivo de reestruturar a exploração mineral noBrasil (estima-se que o país perca por ano até 2 bilhões dedólares apenas com gemas e pedras semipreciosas), o SindicatoNacional dos Garimpeiros está liderando uma campanha quepretende motivar o Congresso para alterar o Código Brasileirode Mineração.

Eliezer Jucá Soares, coordenador sindical para a RegiãoAmazônica, critica a atual legislação, de 1967, que "concentrana mão das mil maiores empresas do ramo, a grande maioriamultinacionais, 85% das concessões para pesquisa e lavra — sóa British Petroleum tem mais de 5 mil concessões

Limitação JegaiEm uma primeira etapa, de emergência, o Sindicato

propõe a modificação dos Artigos 26, 31, 37, 74 e 77 e arevogação dos Artigos 87 e 95, de modo a que se inverta acaracterística atual da exploração. A alteração traria basicamen-te a redução do limite legal para autorização de pesquisa, quehoje pode chegar até a 20 mil 400 autorizações por empresa, emáreas por concessão de até 10 mil hectares.

Eliezer Jucá lembra que existem empresas mineradorasque têm até 35 subsidiárias, o que multiplicaria estes números.E explica que "o Artigo 87 diz simplesmente o seguinte: "Nãose impedirá por ação judicial de quem quer que seja oprosseguimento da pesquisa ou lavra." Basta este artigo paraevidenciar o absurdo e o perigo da legalização em vigor".

I Do grupo das mil maiores empresas mineradoras*operandono Brasil, o Sindicato tem catalogadas 582 como multinacionaise muitas outras com capital associado e investimento brasileiro,"mas na verdade agindo como testas de ferro das multinacio-nais", segundo Jucá.

Com todo esse domínio de grandes grupos — diz ogarimpeiro — a produção oficial brasileira está muito abaixo doque seria de se esperar, o que evidencia a evasão, o contraban-do. Nossa produção oficial de ouro é de 50 toneladas por ano,mas a realidade deve andar perto das 300 toneladas. Não existeregistro de produção de pedras preciosas em Israel ou na índia,no entanto esses países são exportadores desses minerais. Deonde vem as pedras?

Jucá diz que do outro lado dessa campanha que o SindicatoNacional dos Garimpeiros vem liderando, "está a própriasobrevivência dos garimpeiros, que são de 800 a um milhão emtodo o país, e que o sindicato acredita que podem triplicar,desde que sob nova estrutura".

Com apoio de comissões técnicas, e tendo como exemploum projeto de reestruturação do garimpo de Serra Pelada, oSindicato espera oferecer alternativas de solução capazes deconsolidar e desenvolver estes garimpos.Entre as muitas opções, Edison Suszczynski, assessortécnico de política mineral do sindicato, lembra as associaçõessob a forma de cooperativas com empresas nacionais, sob ocontrole de órgãos públicos.A viabilização de garimpos como Serra Pelada, "hojeuma estrutura caótica com 80 mil homens, "para ele poderepresentar "uma opção de desenvolvimento para o país, com ageração de riquezas, de mão-de-obra. Serra Pelada pode ser umpólo de desenvolvimento, com o trabalho produtivo de aproxi-madamente 250 mil garimpeiros. E preciso para isso que opoder público cumpra o seu papel, primeiro mudando alegislação e depois oferecendo os meios para que a comunidadese organize e cresça".

A visão do Sindicato Nacional dos Garimpeiros, explicaSuszczynski, não tem a exploração mineral como um fim, mascomo um instrumento capaz de contribuir para o desenvolvi-mento e o bem-estar do povo.

INCRA vai regularizar

terras em Cana vieiras

depois de 36 mortes

Salvador — Uma equipe da delegacia regional do INCRAchegou ontem ao município baiano de Canavieiras, distante 589km desta Capital, para dar cumprimento ao decreto quedesapropriou uma área de 2 mil 800 ha de terras nos distritos dePoxim e Sarampo, onde, nos últimos anos, morreram 36 pessoasem conflitos de terras.

Aurélio Miguel Pinto Dórea, chefe da Divisão de RecursosFundiários do INCRA, disse que o trabalho começa com umaação discriminatória para identificar as terras que pertencem àUnião, ao Estado e a particulares, mas adiantou que as 150famílias beneficiadas receberão seus títulos "o mais rápidopossível".

O plano elaborado para Poxim e Sarampo vai servir demodelo para outras desapropriações que serão realizadas emtodo o País dentro do Programa de Reforma Agrária, tema quefoi abordado pelos técnicos do INCRA num debate promovidopelo Pólo Sindical dos Trabalhadores Rurais do Sul do Estado.

De acordo com levantamento realizado pelo Pólo Sindical,os conflitos entre jagunços contratados por fazendeiros ougrileiros e os posseiros ou pequenos proprietários agravaram-sdnos últimos três anos e o mais recente deles aconteceu no dia 1de julho, quando morreram quatro posseiros e quatro pisto-leiros.

Em Canápolis, na região Oeste da Bahia, outro conflito duterras resultou na morte do posseiro Isaías Cândido de Souza,abatido a tiros pelo suplente de delegado, o subtenente da PMEvcraldo Rodrigues dos Santos.

II

am

JORNAL DO BRASIL Eleição no Rio sexta-feira, 13/9/85 a Io caderno o 5

Nascimento de primeira

neta impede Saturnino

de saldar compromissosO candidato do PDT à Prefeitura do Rio, Senador

Roberto Saturnino Braga, cancelou parte de seus compromissosde campanha ontem devido ao nascimento de sua neta Júlia,filha de Bruno e Cláudia. A programação de rua — visita à Vilado João e às favelas na área de Ramos e Bonsucesso foicumprida pelo candidato à vice-prefeito, Jó Resende, enquantoSaturnino visitava sua neta na maternidade do Hospital SãoVicente de Paulo, na Tijuca.

Pesando 3 quilos 200 gramas e medindo 51 centímetros,Júlia — a primeira neta de Saturnino Braga, que já era avô deRafael, de três anos, filho do primeiro casamento de Bruno —nasceu às 21h40min de quarta-feira, dois dias antes do aniversá-rio do candidato do PDT à Prefeitura do Rio. O SenadorSaturnino Braga passou parte da manhã na maternidade, e suanora, a economista Cláudia Soares Costa, 24 anos, revelou que"o avô estava esbanjando corujisse". A tarde, ele retomou acampanha.

Convidado a visitar a Vila do João pelo presidente daAssociação de Moradores do local, Américo José Fernandes,Saturnino Braga encontraria ali um clima de discórdia emrelação à sua candidatura. O secretário da associação demoradores, Antônio Carlos Santos, afirmou que"o convitepartiu do próprio presidente, que não consultou a associação eque pretende usar a entidade para fins partidários, o que é umabsurdo", afirmou.

Líderes dos moradores chegaram inclusive a pregar umcartaz num poste em frente a um barracão do Mobral, onde ocandidato do PDT iniciaria sua visita à Vila do João, ondeafirmavam que "só será apoiado pela comunidade o candidatoque aqui vier e assumir compromisssos com a população". Opresidente da Associação de Moradores da Vila do João admitiuhaver divergências políticas entre os líderes da comunidade ejustificou o convite:

A diretoria é apartidária e, por isso, todos têm o direitode apoiar qualquer dos outros candidatos. Os demais candidatospoderão vir aqui se forem convidados por outras pessoas porqueeu, enquanto morador, apoio declaradamente a candidaturaSaturnino Braga, que através do Governador Leonel Brizola fezmuito por nós: iniciou a distribuição de merenda para 300crianças do pré-escoiar, limpou o local e recolocou os tampõesde esgoto — afirmou Américo José Fernandes.

Adversários do presidente da Associação de Moradores,como o secretário Antônio Carlos Santos, iriam aproveitar avisita para relatar ao candidato do PDT uma série de problemasda Vila do João:

O presidente do diretório da 11a Zona Eleitoral, AílsonNeves, disse que distribuiria 30 cargos no Brizolão para acomunidade, mas acabou dando apenas 13, distribuindo orestante entre os que pertencem ao seu grupo, todos de fora.Além disso, o canal de esgoto está entupido, a Escola MunicipalJosué de Castro não tem merendeira ou inspetores, e estamoscom problema de falta de iluminação em diversos pontos daVila do João — denunciou Antônio Carlos Santos,

roto de Dilmar Cavalher

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Cristiane disse que apóia Leite porque ele tem "a cara do Rio'

Cristiane Torloni apóia

Jorge Leite e relembra

sua fidelidade ao PMDB

Vale lançará passe do"Ônibus

da Liberdade99

para baratear condução

O Ônihus da Liberdade faz parte do plano de governo docandidato à Prefeitura do Rio pelo Partido Liberal, DeputadoÁlvaro Valle. O projeto prevê que todos os habitantes dacidade, com idades entre 18 e 65 anos, comprarão um passe novalor de Cr$ 15 mil com o qual poderá circular livremente emtodo o Rio, durante um mês, sem pagar passagens. Pretende ocandidato do PL que o custo com os transportes do Rio sejamracionalizados e divididos entre toda a população. AdmiteÁlvaro Valle que o seu plano provocará "fortes reações, porquecontraria interesses de grande vulto e, por isso, muitos dirão serum plano de realização impossível", mas afirma que o mesmo sófoi lançado depois de estudos "sérios e cuidadosos e nãoabriremos mão dele".

Depois de observar que "os governos existem para dar aocidadão aquilo que é fundamental para sua vida em comunida-de", indagou Álvaro Valle: "Não pagamos a água, a luz ou acoleta de lixo cada vez que recebemos o serviço. Por que entãopagar o ônibus cada vez que o usamos?". Segundo ele, "muitagente mora em favelas porque não pode viver perto doemprego, enquanto outros deixam de comer para engordar oscofres de alguns exploradores do transporte público". A pro-posta de Álvaro Valle, como disse, é fazer com que o custo como transporte seja dividido por toda a população, mesmo pelosque não usam o ônibus, que assim "ficará barato para todomundo".

Explicou o deputado que o seu plano será desenvolvidocom empresas privadas ou com a criação de uma empresapública, "mas, de qualquer forma, serão aproveitados todos osmotoristas, trocadores e funcionários das atuais empresas".

Fernando Carvalho pede

licença para dedicar-se

inteiramente à campanha

O candidato à Prefeitura do Rio pelo PTB, DeputadoFernando Carvalho, pediu licença de quatro meses na CâmaraFederal para "poder se dedicar inteiramente à campanha paraas eleições". Em seu lugar, assume o primeiro-suplente, Depu-tado Edson Tessier, de São João de Meriti. Segundo ocandidato, "o impulso da campanha vai impedir que eu atendaàs atividades no Congresso e, para que a bancada não ficassedesfalcada, pedi a licença".

Fernando Carvalho visitou ontem a creche da Associaçãodos Moradores do Morro do Catumbi e anunciou, logo depois,que vai incluir um novo item no seu programa de Governo: atransformação da Secretaria de Desenvolvimento Social emSecretaria de Favelas. "Temos que, objetivamente, dar nomeaos bois", disse ele, "e criar responsabilidades para poder criarserviços".

Fernando Carvalho acha que. "enquanto houver umamalha administrativa em que os serviços se confundem, oGoverno não tem condições de cobrar nada". Citou comoexemplo o Morro do Catumbi: "Há um posto medico em que omédico vai lá uma vez por semana. Por acaso hoje foi o dia dele,mas não tinha água e ele foi embora. Ouem c o responsável?Quem se responsabiliza pelos valões de lixo'.'"

Dissidentes

do PMDB vão

gravar "tape"

Artistas e políticos dissi-dentes do PMDB estarãoparticipando hoje da grava-ção dos videotapes da propa-ganda eleitoral de MarceloCerqueira, candidato do Par-tido Socialista Brasileiro(PSB) à Prefeitura do Rio. Aempresa Maruin, de vídeo,ofereceu as gravações gratui-tamente a Cerqueira, que es-tará filmando em sua casa,em Santa Teresa.

Mário Lago, Carlos Ca-chaça e Nelson Cavaquinhosão três notáveis da músicapopular brasileira que já con-firmaram sua participaçãonas gravações, assim como oVereador Sérgio Cabral (queoficializou ontem sua adesãoao PSB); o presidente do Sin-dicato dos Médicos, RobertoChabo; e os também dissi-dentes pemedebistas Helo-neida Studart e Raimundo deOliveira. Os videotapes dacampanha de Cerqueira se-rão dirigidos pelo ator e dire-toe Stephan Nercessian.

Com uma caminhada pelocalçadão de Campo Grande epanfletagem, Cerqueira pros-seguiu ontem pela manhã asua campanha de rua. E emhorário de grande movimen-to na Central do Brasil fezcomícios-relâmpagos e pan-fletou na estação D. PedroII, depois de viajar em umtrem de subúrbio lotado. Ocandidato do PSB terminou odia conversando com lideran-ças dos bairros de Botafogo eda Urca, no Clube Asa, daRua São Clemente.

Se nas eleições de 82 a atriz Cristiane Torloni não apoiou ocandidato Jorge Leite por estar comprometida com a campanhado marido Eduardo Mascarenhas, ontem ela pôde fazê-lo semconstrangimentos durante entrevista na sede do PMDB. Naconvenção do partido, ela apoiara o candidato Artur da Távola.Após refletir, resolveu se unir aos vencedores.

Nem mesmo o fato de Jorge Leite ser chaguista impediu adecisão. Pelo contrário. Ela admira essa lealdade do candidatodo PMDB ao seu líder Chagas Freitas, mesmo quando isso lhetraz críticas ferozes e lhe tira votos. "Me sinto muito tranqüilapara fazer essa declaração, porque ele jamais escondeu isso, oque me dá a sensação de que não vai mudar de cara nunca",acrescentou a atriz.

A cara do RioSem lamentar a derrota na convenção, ela está preocupa-

da, prioritariamente, com a eleição de um candidato que seidentifique com a cidade:"Não adianta querer um candidato inteligente, bonito,charmoso, se essa não é a cara do Rio", disse Torloni,prometendo "abraçar o desejo do Rio de Janeiro". Vestindoum conjunto de calça comprida e jaqueta de couro branco,etiqueta Frankie e Amaury, a atriz, 28 anos, dois filhos,explicou como fez essa descoberta:

Sou uma pessoa relativamente bonita, acostumada aconviver com outras pessoas bonitas da Zona Sul e a admirar abeleza. Durante a campanha pelas diretas, compreendi que essanão é a cara do povo brasileiro. O povo não veste Frankie eAmaury nem mora em Ipanema. A cara do Rio é a cara doJorge Leite. É a cara suada, simples do povo; não é o padrãoestético da Dijon.

Foi em 1982, na casa de Eduardo Mascarenhas, queCristiane Torloni conheceu Jorge Leite. Na ocasião puderamconversar bastante. Ele lhe contou passagens de sua vida e elaconfessou que ficou emocionada:

Jorge Leite não é uma pessoa interessada só no BaixoLeblon. Ele veio do baixo, lutou, é um batalhador, por issopoderá ajudar aqueles que também batalham na vida. Se darproteção às pessoas necessitadas é ser chaguista, paternalista,não interessa. O fato é que a política da fantasia, embora maisbonita, não leva a nada — concluiu a atriz.

O candidato Jorge Leite manifestou muita satisfação porestar "ao lado de uma militante do PMDB de primeira hora,quando poucos acreditavam que o país chegasse à NovaRepública". Pouco mais de um mês depois da convenção que oescolheu, Jorge Leite disse que, num partido como o PMDB,"que reúne tantos trabalhadores de mãos calosas quantointelectuais de espírito democrático", não pode haver divisão declasses.

Perfeita essa colocação — comentou Torloni.

TRE define horários para

propaganda em rádio e TY

A partir de hoje, os partidos políticoscomeçam a entregar a Lenine Lacerda, na TVEducativa, à Avenida Gomes Freire, as fitasda mensagem de seus candidatos a prefeito doRio para o primeiro programa de propagandaeleitoral gratuita a ser transmitido pelas televi-sões. Será meia hora de 13 às 13h30min e maismeia hora, de 20h30min às 21h, de amanhã atéo dia 12 de novembro.

Muito dos partidos pequenos — os quenão têm representação na Câmara dos Verea-dores — apresentarão seus candidatos ao vivonos dois primeiros dias da propaganda eleito-ral gratuita. É que alguns não têm dinheiropara a gravação das mensagens em fita cassete,enquanto outros não tiveram tempo de fazer agravação porque só ontem à trade é que oTribunal Regional Eleitoral definiu o espaçode tempo que cabe a cada partido no programaeleitoral gratuito.

Crime eleitoralLogo que iniciou a reunião com os repre-

sentantes dos partidos políticos, emissoras detelevisão e de rádio, o vice-presidente doTRE, desembargador Fonseca Passos, alertoua todos:

— A Justiça Eleitoral não vai permitir aexploração dos candidatos pelas empresas quefazem gravações, porque isso é crime eleitoralprevisto no artigo 303 do Código Eleitoral. Seeu notar que as empresas querem explorar oscandidatos, vou aplicar o máximo de penas epunições para evitar isso — disse.

O representante da TV Manchete, MoisésWeltman, insistiu na gravação prévia das men-sagens, afirmando que o grande número decandidatos torna quase impraticável a realiza-ção do programa eleitoral ao vivo, mas ressal-tou que "o que vocês querem fazer é de umasimplicidade franciscana, nem precisa de estú-dio, só a mesa, o candidato sentado atTás dela,uma câmera, um iluminador e um responsávelpela gravação. Existe uma dezena de estúdiosque podem fazer, a preços razoáveis, essagravação para vocês".

Mas Wagner Morais, produtor e sócio doestúdio Lumière, que funciona na Rua Viscon-de do Rio Branco, apresentou-se para oferecerseus serviços com "sete blocos de um minuto emeio com efeitos especiais, caracteres e ima-gens superpostas por Cr$ 35 milhões". Comoos partidos políticos não se mostrassem inte-ressados pelo alto preço, Wagner informouque uma gravação simples, apenas com legen-da, pode ficar por Cr$ 3 milhões e meio,justificando seu preço ao dizer que uma fitapara o equipamento U-Matic, escolhido peloTRE, custa Cr$ 700 mil e só grava 20 minutos.Mas muitos partidos — os pequenos — têmapenas 1 minutos 30 segundos de aparição emcada dia de programação eleitoral gratuita.

Nos primeiros 10 dias de propaganda elei-toral nas televisões, o programa será gravado e

gerado pela TV Educativa, que, para fazerface à responsabilidade, requisitou duas càme-ras (com seus operadores), um diretor de Tv,um diretor para o programa, um assistente deestúdio, um operador de vídeo (mesmo asaparições ao vivo serão gravadas e ficarão àdisposição do TRE por 20 dias), um ilumina-dor e um operador de áudio, além da reservado estúdio.

Nas rádiosA propaganda eleitoral gratuita nas rádios

cariocas também começa amanhã, ás 13h, e,como a da televisão, terá duração de meiahora à tarde e mais meia hora à noite, de20h30min às 21. O programa eleitoral serátransmitido pela Rádio Nacional, que pertenceà Radiobrás. Os candidatos poderão apresen-tar gravações feitas em casa, desde que em fitade rolo do tipo 7 e meio. Para quem quisermelhor qualidade de som, Hilton Abirrian. daRádio Nacional, sugere a produção da fita emestúdio profissional, "que custará uns CrS 200mil no máximo".

Animado com o baixo custo dos estúdiosde som, o candidato do Partido Nacionalista,Vereador Wilson Leite Passos, que não temdinheiro para gravar sua aparição na televisão,afirmou que vai gravar em fita sua fala para asrádios. "Posso até tirar do meu prório bolso osCrS 200 mil", comentou.

Segundo o horário da propaganda eleitoralgratuita elaborado pelo TRE, os partidosterão os seguintes espaços de tempo nas televi-sões:

Primeiro diaPartidos Primeiro Segundo

tempo tempo

PDT 6m39s 6m39sPMDB 3m28s 3m28sPTB 2m34s 2m34sPFL-PS 4m58s —PDS 4m58sPTN 4m58s —PL lml2s lml2sPN lmlls lml2sPT lml2s lml2sPSB-PCB ePC do B lml2s lml2sPasart lm30s —PJ lm30sPND lm30s —PRT lm30sPMN lm30s —PDC lm30sPRP lm30s —PH Im30sPNR lm30s —

Artplan grava

12 programas

de Medina para

a televisão

A agência Artplan, do candidato à Prefei-tura do Rio Rubem Medina, concluiu ontem agravação de 12 dos programas que levará ao ardentro da propaganda eleitoral gratuita doTRE, suficientes para as duas primeiras sema-nas de apresentação do deputado pela televi-são, conforme explicou o diretor de planeja-mento da agência, Evandro Barreto, encarre-gado da coordenação de comunicação de Me-dina.

Entre as fitas já gravadas e que estavamem edição ontem à noite encontrava-se amanifestação do Ministro das Minas e Ener-gia, Aureliano Chaves, em favor da candidatu-ra Medina no Rio. Além disto, o irmão dodeputado e seu sócio na agência Artplan,Roberto Medina — já escolhido seu futuroSecretário de Turismo — anunciará uma gran-de festa por mês para o Rio, caso RubemMedina se eleja prefeito."Quem sabe faz" será o slogan da campa-nha nas duas primeiras semanas e haverá pelomenos um programa diferente por dia, comênfase nos projetos já desenvolvidos pelaequipe de trabalho do deputado para a Prefei-tura do Rio, como, por exemplo, o de criaçãodo Zoobotânico — combinação de JardimZoológico com Jardim Botânico — cuja cons-

tração está prevista junto à Reserva Biológica,,em Marapendi.

Os miniprogramas de Medina estão sendoeditados pela Globotec, subsidiária da RedeGlobo, e a direção deles foi entregue aodiretor de televisão Geraldo Casé, (que dirigeo Sítio do Pica-Pau Amarelo na TV Globo).

Depois de gravar teipes ontem pela ma-nhã, Rubem Medina passou a tarde na Ilha doGovernador, onde saiu à frente de uma pas-seata ao lado de algumas lideranças locais,como Raulino Lobo, integrante do diretóriozonal do PMDB, mas dissidente pemedebista(do Grupo Independente), recém-aderido aocandidato do PFL. À noite, Medina reuniu-secom empresários no Centro de Comércio Bra-sil-AJemanha, na Gávea, a convite do seupresidente, o industrial Edgar Arp.

A assessoria de Rubem Medina divulgouontem os números de uma pesquisa do Ibopeem que aparecia com 26% da preferência doeleitorado carioca, contra 24,8% do DeputadoJorge Leite (do PMDB) e 23,7% para Saturai-no Braga (do PDT). A pesquisa — segundo osassessores de Medina — teria sido encomenda-da por Jorge Leite, abrangendo um universode 4 mil eleitores.

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INVESTIR NO

DESENVOLVIMENTO

Quando se fala em desenvolvi-mento, o BDMG está sempre pre-sente. E não é para menos. Apenasnos 8 primeiros meses do ano,o BDMG aprovou 1.413 operaçõesde financiamento, beneficiando1.138 micro, pequenas, médias egrandes empresas, em todas as•egiõesdoEsl

bilhões de cruzeiros.regiões do Estado, num total de 485

Prova concreta de que a economiamineira está em franco processoderecuperação.

Mas nao são apenas asempresas que saem ganhando.Além de fortalecer a iniciati-va privada, cresce a oferta deemprego, o nível de renda, a

Sistema Estadual dePlanejamento

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SABE FAZER.

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qualidade de vida da população ea geração de impostos.

O BDMG dispõe de recursospara capital de giro, implantação,relocalização e expansão deempresas mineiras ou nacionaisque desejem vir para Minas.Além dos recursos próprios - o

patrimônio líquido do banco superaos Cr$ 693 bilhões - o BDMG efetuarepasses de agências federais einternacionais, utiliza recursos

captados no mercado financei-ro através de CDBs e RDBse trabalha com modalidadesde operações diversas, comoavais, fianças, "lease-back" e

"underwritting de ações".gaa

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Foto de Mabel Arttxxi

3 quilos e 51Júlia nasceu com centímetros

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6 ? 1° caderno ? sexta-feira, 13/9/85 Cidade JORNAL DO BRASIL

Informe JB

Anticampanha

A vassoura empunhada nos pri-meiros meses da Nova Repúblicapara varrer o chamado entulho doautoritarismo passou ao largo de umdos elementos estratégicos do velhoregime, a legislação eleitoral, conce-bida e aplicada para inibir a propa-ganda política e tornar "inofensi-vas" as campanhas.

E o pior é que os TribunaisRegionais Eleitorais, no afã de regu-lamentar a atuação dos candidatos,estão conseguindo em geral agravara situação, tornando mais drásticasas restrições, sobretudo à participa-ção da imprensa.

O TRE do Rio chegou a questio-nar os critérios usados pelos jornaispara dedicar maiores espaços, nonoticiário da campanha, a determi-nados candidatos — os dos partidosmais importantes, naturalmente —,em detrimento de outros — os que apopulação desconhece solenemente.

Se dependesse da vontade de seimiscuir do TRE do Rio, a imprensaestaria publicando uma espécie deDiário Oficial das atividades de 20candidatos.

Chamados a preencher o vácuodeixado pela falta de uma legislaçãoadequada aos novos tempos de li-beraade, os juizes dos TribunaisEl eitorais tratam o eleitor como umdoente, com um remédio que vaiacabar matando a campanha.Fumo

O preço dos cigarros sobe no dia 20,e sobe 30%. O maço de Hollywood vaipassar de Cr$ 2 mil para Cr$ 2.600.Sinal de alerta

O Presidente José Sarney chegou aadmitir a possibilidade de não viajarpara a assembléia-geral da ONU, emNova Iorque, por causa da greve dosbancários.

O que tira o sono do Presidente nãoé a greve em si, mas o efeito propagadorque ela pode ter, estimulando outrossetores a cruzar os braços: os petrolei-ros, os portuários, os metalúrgicos dacidade de São Paulo, etc.

Um amigo íntimo de Sarney diz quesó viu o Presidente tão preocupadocomo agora durante a agonia do Presi-dente Tancredo Neves.Mixou

A verdadeira razão dos constantesadiamentos do show da roqueira NinaHagen — previsto para hoje — é aindiferença do público.

Até agora foram vendidos apenas 5mil ingressos, embora a Praça da Apo-teose tenha capacidade para abrigar até65 mil pessoas.Degelo

A presença de D Risoleta Neves naposse da primeira-dama do País, DonaMarly, na presidência de honra do Pro-grama Nacional do Voluntariado (Pro-nav), da LBA, serviu para quebrar ogelo que separava a viúva do PresidenteTancredo Neves do Governo, desde oafastamento do Ministro Francisco Dor-nelles.Receita do Império

Roseana Sarney Murad, filha e as-sessora do Presidente José Sarney, to-mou a si a tarefa de organizar a bibliote-ca do Palácio da Alvorada.

Ontem, ela estava fichando um dosimportantes volumes da brasiliana do

Lance-Livre-

O bloco Simpatia É Quase Amor avisa aseus adeptos que suspendeu a programaçãoIpanema com Vida, tradição das sextas-feirasà noite no Sobradinho de Ipanema. Abando-nado o Sobradinho, os organizadores doSimpatia pensam agora o que vão programarpara o período pré-camavalesco.Ao ver na imprensa a notícia de que osministros de Estado teráo reajustes trimes-trais, o Presidente José Sarney fez questão defazer chegar aos jornalistas, através do subse-cretário de Imprensa, Antonio Frota Neto, aseguinte declaração: "Qualquer proposta,projeto ou matéria que chegue a mim falandode trimestralidade para ministro, eu veto".

Durou 75 minutos ontem o encontro entreo enviado especial do Governo americano,Harry Shlaudemann, e o Ministro das Rela-çóes Exteriores, Olavo Setúbal. Durante alonga audiência, os dois trocaram idéias eesclareceram mutuamente seus pontos devista sobre a crise na América Central.

O presidente do PT, Lula, movimentará oCentro do Recife hoje à noite, quando estarãomisturados na Praça da Independência omovimento grevista dos bancários da capital eo lançamento oficial da candidatura do enge-nheiro Bruno Maranhão a Prefeito pelo Parti-do dos Trabalhadores.

Será inaugurado hoje às 21h o comitêipanemense de apoio à dobradinha MarceloCerqueira/João Saldanha para a Prefeiturado Rio. Fica na Rua Visconde de Pirajá,82/Subloja 110.

A psicanalista Frinéa Souza Brandão e aterapeuta corporal Elcna Henriquez organi-zam grupos de reflexão para pessoas commais de 60 anos. Os interessados devemprocurar pelo telefone 286-9898.

Quatro candidatos a Prefeito do Rio esta-rão hoje no programa Encontro com a ím-

palácio. Um Estadista do Império, deJoaquim Nabuco.

Justamente na parte em que o livrotrata do que fazer com os radicais.Falha humana

A imobilizaçáo de um braço, causa-da por bursite, impediu o DeputadoAmaral Neto, do PDS do Rio, de votarontem na Câmara usando o sistemaeletrônico com dispositivo antifraude.Foi-lhe permitido votar na Mesa Dire-tora, onde o equipamento não mudou ebasta uma das mãos para acioná-lo.

Outro deputado, José Machado, doPFL mineiro, recusou-se a votar usandoo equipamento modificado. Disse queisso seria reconhecer as críticas feitasaos deputados pianistas.

O discurso na ONUO Presidente José Sarney já come-

Çou a redigir pessoalmente o discursoque fará na ONU no próximo dia 25.

O pronunciamento não fará nenhu-ma menção à questão da informática,um tema que azedou um pouco asrelações Brasil-Estados Unidos, recen-temente.

Mas o assunto não fugirá da pautados encontros bilaterais com autorida-des americanas.Administração zoológica

O Prefeito de Belo Horizonte, RuyLage, assinou ontem o primeiro convê-nio da campanha Adote um Animal.

A Prefeitura está achando cara de-mais a manutenção dos animais doJardim Zoológico e pretende repartir aresponsabilidade com empresas, dando-lhes o direito de colocar placas publici-tárias dentro das jaulas.

Haverá certamente quem queira pa-trocinar o Leão, pelo menos para ter ailusão de que pode amansá-lo.

Resta saber se haverá quem queirapôr sua placa no recanto dos veados,por exemplo.Denúncia forjada

A 13a Vara da Justiça Federal doRio de Janeiro acolheu uma denúnciacontra o advogado José Paes Landim,sócio do ex-Ministro Ibrahim Abi-Ackel em seu escritório de advocacia,formulada pelo Procurador da Repúbli-ca no Rio de Janeiro, Juarez EstevamXavier, por crime de denunciação caiu-niadora.

Segundo o parecer de Xavier, PaesLandim forjou uma denúncia contraCarlos Alberto Pereira Silva, procura-dor do IBC quando ele ocupava o cargode procurador-geral do Instituto, porfalsificação de ficha de avaliação dedesempenho profissional.

O documento teria sido rasuradopelo próprio Paes Landim para forjar adenúncia, por motivos de inimizade.A batalha do Recife

O juiz do TRE pernambucano Ita-mar Pereira não aceitou a tentativa deuma comissão de dissidentes jarhistasdo PMDB de culpar a Justiça Eleitoralpela possibilidade de seu candidato ficarsem tempo de propaganda no rádio e natelevisão, porque Jarbas Vasconcelosconcorre pelo PSB, que não tem ne-nhum vereador em Recife.

— Alto lá — respondeu o juiz. —Quem fez esta lei não fui eu, foramparlamentares, como Miguel Arraes,Marcos Freire, Fernando Lyra e o pró-prio Jarbas Vasconcelos.

O problema dos dissidentes é que ocandidato oficial do PMDB, Sérgio Mu-rilo, ficará sozinho com mais da metadedo tempo disponível para a propagandagratuita.

prensa, às 14h, na Rádio JORNAL DOBRASIL: Aarão Steinbruck, do PASART;Heitor Furtado, do PDS; Carlos Imperial, doPTN; e Sérgio Bernardes, do PMN.

A Secretaria de Saúde do Estado vai deci-dir hoje junto com a Comissão Interinstitu-cional de Prevenção e Controle da AIDS seadota ou não o teste HTL-V3 nos bancos desangue oficiais. Dia Io de outubro a Secreta-ria organizará palestras para os 30 mil ho-mens da 1" Região Militar sobre a AIDS.

Danusa Leão está levantando em seuprograma Encontro Marcado as preferênciasde seus convidados em rqjação aos prefeitosdo Rio. Até agora o preferido é o SenadorSaturnino Braga, que teve os votos de TessiCallado, Alfredo Sirkis, Antônio Callado eMaria Carmem Barbosa; Álvaro Valle teveum voto, de Esteia Miranda; Jorge Leiteficou com o voto de Pcdrinho Aghinaga eRubem Medina com o do travesti BrunaJordan.

O ex-Deputado Antônio Modesto da Silvei-ra, delegado regional do INCRA, estará hojeem Resende fazendo uma conferência para acomunidade local sobre reforma agrária.

A Sociedade Frédéric Chopin de Varsóviacriou este ano o Grand Prix du Disque para amelhor gravação das obras de Chopin. Avencedora foi a pianista Cecile Licad, filipinade 24 anos, pela gravação do Concerto paraPiano n" 2.o Gal Costa estará no Olaria dia 27 e noMonte I.ibano dia 28. Em outubro cia jácomeça a gravação de novo disco,o Saiu o número 2 da revista Política eAdministração, coordenada por Flávio PintoVieira.

Hoje não é a última sexta-feira 13 desteano. Haverá outra. Em dezembro.

Messiânicos se preparam

para culto que reunirá

20 mil fiéis no GrajaúRogério e Chiquinho, ex-jogadores do Flamengo e doBotafogo, que chegaram às seleções brasileiras de 1970 e 1974,hoje ministros da Igreja Messiânica Mundial, são dois dos 20 miifiéis que estão sendo esperados para o culto a ser celebrado no

próximo dia 22 na sede da igreja no Rio, no Grajaú, pela lídermáxima da religião fundada há 50 anos no Japão, Kyoshu-Sama.

Já os jogadores da seleção brasileira de juniores, quealegaram proibição de dançar por serem messiânicos, podemcomparecer ao culto, embora não tenham sua condição demessiânicos reconhecida por membros da igreja.— Nós bebemos, fumamos, dançamos e fazemos tudo oque desejamos, usando apenas o bom senso — comentou umdos membros da igreja de posto elevado na hierarquia.

Há 10 anos no Rio, onde conta com 45 mil adeptos — 1%da população é a atual meta no plano de expansão da igreja — aIgreja Messiânica acaba de inaugurar seu novo prédio central,onde já funcionava um antigo, em uma tranqüila rua do Grajaú.São 4 mil 500 m! de área construída, com uma nave (a partepara orações), sala de vídeo, biblioteca, sala de exposições,salas para aulas, um pequeno teatro de arena, salas parareuniões dos ministros, salão nobre, bar e parte administrativa.

O novo templo foi inaugurado no dia 2 de agosto, mas agrande festa será na chegada da primavera, em culto a sercelebrado pela líder espiritual da Igreja, Kyoshu-Sama, funda-dora da Academia Sanguetsu de Vivificação pela Flor e filha dofundador da Igreja, Meishu-Sama, ou seja, senhor da luz. Oculto será em japonês, com tradução simultânea para o Portu-guês.

Os messiânicos consideram adeptos da seita — há 130 milno país — apenas os que já receberam a medalha da ohikari (luzdivina). Para tanto, eles têm que fazer um curso de um mês,passar por uma entrevista com um dos ministros da igreja, sersabatinado em uma mesa-redonda e, finalmente, assistir àsaulas de iniciação. Aí, recebem o direito de ministrar o johrei(purificação do espírito).

O johrei, segundo Martin Hirai, responsável pelo setorfinanceiro da Igreja, é o remédio para a cura de todos os males,o substituto da alopatia e da homeopatia. Contam os messiâni-cos que a atriz Elizabeth Savala não conseguia engravidar atéque tornou-se messiânica, purificou-se pelo johrei e deu à luzgêmeos.

Eu',tSt»MA CA1AGUA*!* • UOCXOINAAVISO AOS ACIONISTASComunicamos aos subscritores de açóes do aumento de capital sooal desta Empresa deCr$ 25.805.659 689. para CrS 26 804.122 875. autorizado pela RCAdo 21 6.85 e aprovadopela RCA de 19 8 85. que, a partir do 16.9 85, daremos início a entrega dos certificados deações representativos do citado aumento de caprtal, obodocondo 3s seguintes instruções:

— Certificados do Ações Nominativas: remessa por va postal aos senhores acionistas— Certificados de Acôos ao Portador: a entrega se fará medento a apresentação dapnmetra via do boletim de subscrição, que será devidamente canmbada. bem comodocumento de identidade ou procuração no caso de representação.- Local de Atendimomo:Av. ProsidonteVaraas. 463—4o andai — Ro do Janotro/RJ.— Horário, de 10 às 12:00 e 14 às 16:00 noras.LeopoWina. 12 de setembro de 1985.MARCOS RECHTMANDiretor de Relações com o Mercado

anabra8cala BWaaP nouíukúiiiIOmOOCUOAi NAS IQÜMM VAIOW

Diretor abre

emergência

em hospitalCriar o setor de emergência

e reativar a cirurgia cardíacasão algumas das primeiras pro-vidências que tomará o novodiretor do Hospital de Cardio-logia de Laranjeiras, RobertoHorcades Figueira, 38 anos.Eleito em votação direta pormédicos e funcionários do hos-pitai, Horcades tomou posseontem, em lugar do médicoMarciano Almeida Carvalho,numa solenidade à qual estevepresente o superintendente re-gional do Inamps no Rio, LuísAntônio Santini.

Da mesma forma que foieleito — através do voto direto— Horcades pretende tambémeleger a sua diretoria. O Hospi-tal de Cardiologia de Laranjei-ras, o único no Brasil da Previ-dência Social, tem hoje 130médicos e 100 leitos, segundo onovo diretor. Mas com a inau-guraçáo de mais 200 leitos, pre-vista para os próximos dias,"serão necessários mais 100médicos".

— Mas estou contando como apoio do Inamps e da Previ-dência Social — disse, bastanteentusiasmado, Roberto Horca-des, sobretudo quando lembraque cerca de 700 funcionáriosvotaram e ele foi eleito com92% dos votos. "Pretendo de-senvolver aqui um bom traba-lho, mas sempre com espíritodemocrático", comentou Hor-cades, assediado por seus cole-gas e funcionários do hospitalque também participaram desua posse.

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2 .a feira no 1.° Caderno

UERJ encerra greve de

advertência sem qtieGoverno faça propostaServidores da UERJ (professores e funcionários), depoisde 12 horas de greve de advertência, retornam hoje á atividadesem receber do Governo du Estado qualquer contraproposta asuas reivindicações de reajuste salarial e melhores condições detrabalho. A Secretaria de Governo desmarcou reunião que teriaontem com eles. sem justificá-lo ou propor nova data.

Quando a Secretaria de Governo fez o convite para areunião, professores e funcionários condicionaram a ida de seusrepresentantes a elaboração de pauta com temas específicos aserem discutidos.

Os funcionários fazem hoje à tarde uma assembléia paraavaliar a greve de advertência e os rumos que o movimentoreivindicatório tomará; os professores terão a sua segunda-feira,às 19 horas, quando poderão decretar greve por tempo indeter-minado.

Os objetivos da greve de advertência foram a obtenção dereposição salarial de 30% retroativos a abril, além de maisverbas para o ensino e pesquisa da Universidade. Há dois anos,funcionários e professores iniciaram movimentos com a mesmafinalidade; ano passado fizeram greve de 23 dias e encaminha-ram abaixo-assinados ao Governador Leonel Brizola, quenunca os recebeu.

Uni-Rio não gostoude reposição de 6%

Professores e funcionários da Uni-Rio decidiram ontem,em assembléia, continuar em greve, porque consideraram"muito tímida" a contraproposta do Governo federal de dereposição salarial; eles reivindicam 38,5%.

A paralisação atingiu o Hospital Gaffré Guinle, onde ospacientes internados continuarão a ser tratados até a alta e osdemais são atendidos depois que triagem médica, feita porprofessores, constatar se o caso é de urgência.

O tratamento de hansenianos, tuberculosos e cancerososque fazem quimioterapia continua normal.

A greve começou dia 2, com o objetivo também deconseguir um plano de cargos e salários. Ontem, o Governoapresentou proposta; hoje, haverá assembléia para discuti-la,mas a Federação das Associações dos Servidores das Universi-dades Brasileiras, representante da categoria, tem outra.

FEEM quer acabar com

internação e restituir

clima do lar à criançaDos 17 mil menores assistidos pela FF.EM (FundaçãoEstadual de Educação do Menor), menos de 5% são infratores,um dos fatos cm que se baseia o presidente da fundação'Roberto Mangabeira Unger, para considerar insensato o atuaisistema e defender o fim da internação. Ele pretende reformulartodo o atendimento, colocando cm primeiro lugar o apoio acriança em família e na comunidade, e criar casas-lares, com

poucas crianças, sob a supervisão de um casal.— Quando se confina crianças carentes, estamos defen-dendo os pais. Aí. sim, elas se tornam abandonadas e injustiça-das por uma sociedade que faz destas instituições um biombopara esconder os seus verdadeiros problemas — argumentaMangabeira, professor, 38 anos, há dois meses na presidênciada FEEM. "Pretendemos

priorizar o social, porque, se formosanalisar os níveis de carência das crianças do Estado, teríamosque internar praticamente todas", disse.

Nas 10 unidades próprias da FEEM e nas 107 conveniadas,Mangabeira quer modificar o sistema de assistência, dandooportunidade às crianças de exercer novas atividades. NoCentro de Triagem Edson Arantes do Nascimento, cm Niterói,que tem 550 internos e é a maior casa da fundação, algumasmedidas de urgência começam a mudar o panorama.Foram feitos reparos em máquinas e na estrutura doprédio, comprou-se material pedagógico e espelhos de plástico econtratou-se músicos e palhaços para propiciar algumas horasde lazer aos internos, que têm de cinco a 18 anos. Nasadministrações anteriores, era proibido o uso de espelhos paraevitar ferimentos em caso de briga, de forma que muitascrianças passaram anos sem ver o próprio rosto. O quadro demédicos e psicólogos está sendo ampliado para atender aos 80excepcionais sob cuidado da FEEM.

O sistema de internação será alterado, abandonando-se oconfínamento nas sete casas de permanência. A idéia é aprovei-tar outras unidades ou construir modelos pilotos de casas-lares,com no máximo 12 crianças em regime de internato, sobsupervisão de um casal, funcionando como uma família substi-tuta.

Roberto Mangabeira imagina também um sistema detutela de grupos de crianças por famílias interessadas em ajuda-Ias, que receberiam da FEEM os recursos para alimentação dosmenores. Cada criança custa, em média, três salários mínimosmensais à fundação, que com o novo sistema reduziria asdespesas a um salário mínimo, com o corte de instalações eoutros gastos. Paralelamente, Mangabeira quer aumentar onúmero de adoções, em trabalho conjunto com o Juizado deMenores.

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EDITALDe acordo com o Capítulo IV, Artigos 15, 17. 20 e 21 doEstatuto Social, são convidados os associados da AssociaçãoBrasileira da Indústria Farmacêutica para a Assembléia Geral Ex-traordinária a realizar-se na sede da entidade, no Rio de Janeiro, naAv. Beira Mar, 262-7° andar, no dia 24 de setembro de 1985. às 10horas, em primeira convocação e. às 10:30 horas, em segunda eultima convocação, com a seguinte Ordem do Dia:1. Relatório sobre as atividades da Associação;2. Normas para Comercialização — Estudo;3. Outros assuntos.

Rio de Janeiro, 13 de setembro de 1985.a) Cilênio Arantes Azevedo, Presidente.

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JORNAL DO BRASIL Cidade

Falta água

na Casa

da MoedaA Casa da Moeda recorreu

ontem à cisterna com capacida-de para 1,5 milhão de litros deágua, para suprir o consumodiário de aproximadamente 1,2milhão de litros, já que o abas-tecimento foi interrompido poruma obra da Cedae. Os enge-nheiros previram ontem que aobra seria concluída durante anoite. Se isto não ocorrer, orestaurante e o parque gráficoda Casa da Moeda terão queparar suas atividades.

A área mais afetada pelaobra foi a Zona Industrial deSanta Cruz. Como explicou umengenheiro da Cedae, foi feitaa troca de um registro de 600milímetros que estava danifica-do, e instalada uma borboleta(apoio para fechamento do re-gistro) de 400 milímetros, paraampliar a vazão exigida pelaadutora de 300 milímetros,construída para abastecer Ita-guaí.

A maioria das fábricas quefuncionam na Zona Industrialde Itaguaí foi afetada pelo cor-te de abastecimento d'água. ACosigua foi uma exceção, jáque ela não recebe água daCedae e faz o tratamento daágua do Rio Guandu por contaprópria. Na Casa da Moedaforam tomadas algumas medi-das de economia, como o fe-chamento de alguns sanitários.Com 13 conjuntos, incluindotrês fábricas — em 500 milmetros quadrados de terreno,sendo 110 mil de área construí-da —, o maior consumo deágua é do parque gráfico e datorre de resfriamento do siste-ma de climatizaçáo, onde ocor-re perda por evaporação.

Pedágios

podem ser

extintosOs pedágios da Rio—

Petrópolis e da Rio—Teresópolis poderão ser extin-tos, ou pelo menos ter o seupreço reduzido — anunciou on-tem no Rio o Ministro dosTransportes Afonso Camargo.O que se arrecada nessas estra-das "não dá nem para pagar ocusto com a própria cobrançado pedágio".

Em reunião, à tarde, com adiretoria do DNER, AfonsoCamargo determinou que sefaça "a curtíssimo prazo" umestudo sobre os oito pontos depedágio do Brasil: "Uma coisaé certa. Os recursos pagos pelousuário serão revertidos inte-gralmente em seu benefício, namelhoria dos trechos onde hápedágio. E isto não vem ocor-rendo atualmente".

O Ministro comentou querecursos do pedágio da ponteRio—Niterói foram desviadospara a construção da estradaNiterói—Manilha "o que éuma política errada, pois con-traria o próprio princípio dopedágio".— É uma ilusão, no entan-to, pensar que a ponte já sepagou. As receitas líquidascom o pedágio da ponte obti-das até hoje representaramapenas 15% do valor da cons-truçáo.

FEEMA faz

movimento

por salárioCerca de 1 mil funcionários

da FEEMA decidiram ontem,em assembléia, reivindicar jun-

. to às autoridades estaduais au-mento salarial e melhores con-dições de trabalho, firmandoposição em torno da mudançada data-base para de março/setembro para maio/novem-' bro, reposição de 38% e gratifi-cação de férias.

Com faixas e cartazes, osservidores marcaram uma ma-nifestação para amanhã naabertura dos jogos organizadospela SOMA (Secretaria deObras e Meio Ambiente), noClube Municipal, na Tijuca.

Também os funcionários daSecretaria de Administraçãopromoveram manifestação on-tem em frente ao prédio dasecretaria, após a entrega doprojeto do Plano de Carreiraao Secretário Leôncio Vascon-celos.

Segundo a associação defuncionários, o plano estabele-cerá igualdade dos padrões devencimento, "pois o Governovem esfacelando a administra-çáo de pessoal do Estado, che-gando ao cúmulo de, em deter-minadas categorias de nível se-cundário, pagar vencimentossuperiores aos de categoria denível superior".

"Homem-Aranha" corne banana Comlurh

e rouba apenas Cr$ 10 mil

Em sua quinta visita ao Edifício Cortinad'Ampezzo, à Rua Silva Pinto, 115, em VilaIsabel, o Homem-Aranha levou ontem, de umdos apartamentos do prédio, Cr$ 10 mil deuma carteira e deixou intactos outros Cr$ 10mil. Depois mudou de tática e, de outroapartamento, apanhou um par de botinhas deRenata, 4 anos, que largou no vaso da varan-da. Passou então para um terceiro apartamen-to, o de D. Leda, onde comeu uma dúzia debananas-prata, guardando educadamente ascascas numa bolsa de supermercado.

Antes de ir embora, após entrar em 10apartamentos, defecou na lixeira do prédiovizinho. Essas ações incoerentes suscitarammuita contradição em torno da tentativa paraclassificar o comportamento do ladrão, queanteontem já tumultuara o Edifício Conde deLorena, em Lins de Vasconcelos. Brincalhão,maníaco ou gozador, o Homem-Aranha conti-nua a desconcertar as suas vítimas. A exceçãoé o delegado Belisário Pereira, da delegacia deGrajaú, para quem o assaltante não passa deum "anormal".

"Empolgado"

As investidas do ladrão — em nove dias,cinco edifícios roubados em três bairros —preocupam as autoridades policiais. Para eles,a divulgação de suas ações pela imprensa faz oHomem-Aranha "se empolgar", como disse odelegado Belisário. O Coronel Nelson Bastos,do 6o BPM, informou o delegado, "chegou acolocar na delegacia, nos últimos dias, doisagentes P2 (Serviço Reservado) para colherdados e levantar a identidade do ladrão".Osmar Saraiva, diretor do Departamento dePolícia Especializada, disse que colocou dealerta as seis Delegacias de Vigilância sob seucomando.

Visto inicialmente como um fato sem im-portância, a tática do ladrão — que escala afachada dos prédios e neles entra pelas varan-das — suscita agora questionamentos nosmoradores, surpreendidos com as mudançasde seu comportamento. O professor SérgioTobias, 30 anos, morador do 504 do EdifícioCortina D'Ampezzo, supõe que a não violên-cia do ladrão "é uma forma de esperteza dele,para angariar simpatias". Sua mulher, disseele, quando viu que o assaltante só mexeu nasbotinhas da filha Renata, comentou: "Coitadodele".

— É um brincalhão—acentua a professo-ra universitária Raquel Cecchin Meireles, do201 — pois não leva nada de importante eprovoca até risos. Estou tão nervosa que nãoconsigo raciocinar sabendo que este homemandou como quis no prédio.

Dona Leda, que mora com o marido JorgeLuiz Bernardo no 604, acordou normalmentena manhã de ontem, mas estranhou marcas demãos pelas paredes da sala. Na cozinha encon-trou duas pencas de bananas desfalcadas e um

monte de cascas numa bolsa de supermerca-dos. As luzes da casa estavam acesas e oquarto da empregada completamente revira-do. A bolsa-capanga do marido estava na mesae o ladrão não mexeu.

Realmente, é um ladrão habilidoso,tipo Arsene Lupin, que faz a gente admirarsua inteligência, mas não sabemos até ondequer chegar — observa Jorge Luiz Bernardo.

Enquanto falava, com a porta do aparta-mento aberta, nos corredores do prédio seouvia a conversa preocupada das moradoras."Ah, minha filha, o Homem-Aranha esteve emseu apartamento?" "No meu, não, eu fechei otrinco", respondia uma mulher. Ao mesmotempo, Dona Leda atendia a um telefonemade parentes que queriam saber sobre a presen-ça do ladrão no prédio.Dá para preocupar porque sou umhomem de sono leve a não sei como nãoacordei — comentava ainda o proprietário do502.

Para o delegado Belisário Pereira, queolhava em seu gabinete a listagem dos aparta-mentos revistados e roubados (301, 304, 504,604, 401, 502, 602, 501, 702 e 704, este dosíndico Luís Santoro), não é possível que "osporteiros e vigias não tenham visto ninguémestranho nas imediações do prédio". O ladrãolevou apenas Cr$ 10 mil do 301 e Cr$ 40 mil do704.

Segundo Osmar Saraiva, diretor do DPE,o roubo nos prédios são feitos por váriosladrões, e não por um, como está sendodivulgado. Ele não acredita que um homempossa escalar nove ou dez andares de umprédio pela fachada. "Um alpinista pode su-bir, mas com auxílio de ganchos", afirma odelegado, que opina: "Daqui para diante,todos os furtos na cidade vão ser atribuídos aesse tal de Homem-Aranha".

Para prender esses ladrões, é precisotambém que a comunidade colabore. De mi-nha parte, já alertei as delegacias de VigilânciaNorte e Centro (responsáveis pelo policiamen-to da Tijuca, Vila Isabel, Grajaú e Lins deVasconcelos) para atuar na prevenção dessesroubos.

Há também no prédio Cortina D'Ampez-zo quem pense que o Homem-Aranha é umdesequilibrado à procura de notoriedade. Oporteiro de dia, Eneri Machado, supõe que eleé um artista de circo que se arrisca à toa e fezaté um pedido: "Que ele se entregue a políciapara que possamos ajudá-lo a arranjar umemprego em cinema, e não ficar se arriscandoà custa de trocados", sugeriu ele.

Quando dava entrevista à Rádio Tupi, odelegado Belisário Pereira ouviu o pedido deCidinha Campos no sentido de se fazer umacampanha para ajudar a comprar uma barra-quinha para o Homem-Aranha trabalhar. Odelegado sorriu e respondeu: "Eu topo porqueele não é um cara normal".

nega veio

a planoO presidente da Comlurb,

Luiz Edmundo Costa Leite,negou que o Plano da FESP,para estabelecer níveis de as-censão funcional na empresa,tenha sido arquivado. "O pia-no continua sendo analisado eestamos revendo situações irre-gulares, para que, pelo menosem parte, possa vigorar aindaeste mês, retroagindo a julho",acrescentou.

Ele contesta que os funcio-nários de níveis mais altos se-jam os mais beneficiados, afir-mando que "dos 398 desvios defunção, 284 beneficiarão os ga-ris, 20 os demais trabalhadores(motoristas, garagistas, etc) e94 o pessoal administrativo. Dequase 10 mil garis, 4 mil 147terão um aumento de Cr$ 70mil.

O presidente da Comlurbnegou também que a empresatenha pago Cr$ 234 milhões àFESP. Explicou que esta somainclui outros serviços prestadospela fundação, como concursospara admissão de motoristas egaris, pois "o plano em si noscustou Cr$ 55 milhões."

Sobre os desvios de funçãoarraigados à última hora paragarantir os benefícios do plano,Luiz Edmundo disse que desdeo ano passado os proibiu, corri-gindo uma situação que existiahá anos quando o funcionárioera admitido como auxiliar deescritório, mas trabalhava co-mo arquiteto, aspirando rece-ber como tal.

Os garis, assegurou, nuncativeram um plano de carreira— "entrando gari e morrendogari. Agora eles poderão subirvários níveis (não soube preci-sar quantos), enquadrando-sena categoria de auxiliar deLimpeza Urbana". O presiden-te da Comlurb admitiu que estadenominação ainda está sendodiscutida e que ele prefere aoriginal: gari. Não especificou,porém, que níveis serão essesnem o que representam de me-lhoria salarial. Adiantou ape-nas que, de saída, 4 mil 147subirão um nível, recebendocerca de Cr$ 70 mil a mais.

sexta-feira, 13/9/85 ? 1° caderno ? 7Foto de Evandro Teixeira

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A GREVE DOS BANCARIOS"Em

primeiro lugar, convém examinar as reivindicações dos bancários, que,naturalmente, poderão vir a servir de modelo para outras categorias profissionais,sabedoras de que, no setor financeiro, a carga horária é apenas de seis horas e ascondições de trabalho num estabelecimento bancário são muito diferentes das deum metalúrgico, por exemplo, que labuta num ambiente bem diverso, em meio aobarulho, ao calor, a poluição. O atendimento das reivindicações dos bancárioscriaria, no próprio setor, sérios problemas.

Os bancários, que têm seu dissídio em setembro, já tiveram reajuste salarialem março e receberam, em agosto, abono de 25%, que querem ver incorporado aseu salário, ou melhor, querem que o reajuste do INPC se aplique sobre o salário jáacrescido dos 25%, ao mesmo tempo que exigem um prêmio de produtividade(produtividade que não existe...) de 10%, além de outras vantagens. Fazendo umcálculo aproximativo, podemos notar que, em relação ao salário de março, sefossem atendidas todas essas reivindicações, os bancários teriam um aumentoreal, isto é, descontada a inflação, de cerca de 80%. Não há dúvida de que essereajuste acarretaria conseqüências graves para a economia do país.

E preciso considerar, em primeiro lugar, que as despesas com pessoal, numainstituição financeira, representam de 60 a 65% do total dos gastos (incluídos osencargos sociais). As receitas dos bancos provém, principalmente, do spread entreo custo de captação e a taxa de aplicação, que hoje varia entre 3 e 5% ao ano. Osalário médio em agosto (com o abono de 25%) era de 2,5 milhões de cruzeiros,sem considerar os encargos sociais, que elevam o custo médio de um empregadodesse setor para mais de quatro milhões de cruzeiros."Transcrito de parte do editorial de "O Estado de São Paulo", de 12.09.85

"Já as duas horas da madrugada um grupo grevista criava o primeiro incidentequando pretendeu obrigar os funcionários do Centro de Processamento de Dadosdo Banco Nacional, no Rio Comprido, a aderir a greve. O aspecto de violência eintolerância ressalta do fato de que os técnicos que operam o sistema decomputação pertencem a outra categoria profissional e portanto não estãoobrigados a cumprir uma decisão de outra classe. A violência foi exercidaimpunemente pelos piquetes."Transcrito de parte do editorial do "Jornal do Brasil", de 12.09.85.

"Desde ontem, instaurou-se um estado de anormalidade econômica e de

impasse político. Uma determinada categoria de trabalhadores, interrompendo umaatividade essencial, ameaça abalar toda a economia brasileira. Repentinamente, e avida nacional por inteiro que está na dependência do sucesso ou do malogro nosacordos salariais de um só setor; as conseqüências que, dia-a-dia, podem acumular-se em prejuízo de toda a população, se tornam uma arma de poder incomensurável,concentrada nas mãos de uma única entidade sindical; na perspectiva de estender-se indefinidamente o movimento, um colapso de todas as atividades econômicaspode ocorrer, apenas porque, num âmbito específico de atividades, uma soluçãonegociada para divergências trabalhistas não foi atingida. A desproporção entre osmotivos do confronto e as suas conseqüências possíveis e, assim, extrema, erepresenta um elemento de instabilidade a todos os títulos indesejável."Transcrito de parte do editorial da "Folha de São Paulo" de 12.09.85.

O Ceires (Centro de Intercâmbiode Recrutamento e Seleção) pro-moveu reunião no Clube de Aero-náutica para homenagear os fun-dadores e ex-coordenadores daentidade nos últimos 20 anos. Fo-ram também homenageados naocasião a General Electric e oJORNAL DO BRASIL, além deprofissionais que se destacaramno apoio à área de recrutamento e

seleção. Entre outros, integrarama mesa que presidiu a solenidade:Sebastião Amoedo (Agape), JoséFernandes Neto (Gruben), JoséAugusto Wanderley (JORNAL DOBRASIL), Armando Azevedo Netó(Coupon), Sheyrlei Saliva Leal(Ceires), Raul Machado (Ceires)*Fernando Guimarães (presidenteda Agape) e Walmir Silvei

(Agape)

ABERTURA OFICIAL DA

CAMPANHA CONTRA

A RAIVA ANIMAL.

SÁBADO, 14 DE SETEMBRO -10 HORAS

LARGO DO BODEGÃO - SANTA CRUZ

O Prefeito Marcello Alencar e o Secretário Municipal de Saúde,HugoTomassíni, convidam a população da Cidade do Rio de Janeiroa participar da festa de abertura da Campanha de Vacinação contraa Raiva Animal de 1985 — o Auê do Au Au, onde o Miau tambémtem vez — que se realizará amanhã, sábado, às 10 horas, no Largo doBodegão, em Santa Cruz.

A Campanha de Vacinação — até dia 28 de setembro — darácontinuidade ao Programa Rio sem Raiva, que nos últimos dois anospermitiu reduzir a ocorrência dessa doença a níveis perfeitamentecontroláveis. As dez mortes que marcaram o ano do último surto —1981 — reduziram-se a apenas uma em 84. Este ano ainda não foiregistrado nenhum caso de morte humana por raiva.

Em 85, ao contrário dos anos anteriores, quando a vacinaçãoera feita em um único dia, a campanha vai abranger todo o Municípiodurante 15 dias começando por Santa Cruz para terminar em Copa-cabana, Centro, Santa Teresa, Rio Comprido, Gávea e Flamengo.A Secretaria Municipal de Saúde espera vacinar durante a campa-nha 460 mil animais, principalmente cães e gatos — inclusive os jávacinados — em 1466 postos espalhados por toda a Cidade.

Para acabar com a raiva e outras zoonoses (doenças transmissí-veis ao homem), no entanto, não basta apenas vacinar os animais. Porisso, o dia 14 de setembro vai marcar também o início de um Progra-ma de Educação Sanitária para orientar o carioca quanto à presençade animais nas praias, lixo, fezes na ruas e registro de animais domésti-cos através do novo serviço das carrocinhas.

O Programa vai integrar as Secretarias Municipais de Saúde e deEducação e Cultura, o Detran, a Comlurb e as Associações de Prote-ção aos Animais, com a colaboração de entidades particulares para dis-tribuir folhetos educativos e realizar palestras nas escolas sobre o tema.

Para que esse programa dê resultados, é importante que a comu-nidade participe na busca de soluções para o problema, discutindoo tema nas Associações de Moradores e nosConselhos de Saúde e, sempre que possível,comunicando a existência de animais erran-tes, doentes e sem dono à SMS. E não se'esqueça também de levar seu animal paraser vacinado. '

Amanhã vai ser uma festa boa pracachorro! E pra gato também! % » r ¦„Não perca. f *

PROGRAMAÇÃO

ABERTURA:Pronunciamento do Prefeito Marcello Alencar, com a presença

dos Secretários Municipais de Saúde e Desenvolvimento Social,Hugo Tomassini e Pedro Porfírio, e os Comandantes da PolíciaMilitar e Corpo de Bombeiros.Lançamento da Campanha Anti-Rábica-1985 com a apresenta-

ção do Programa Rio sem Raiva, que inclui o novo serviço dascarrocinhas e a participação de funcionários do Instituto Munici-pai de Medicina Veterinária Jorge Vaitsman e recém-contratadosda Fazenda Modelo.

• Apresentação da Banda do Corpo de Bombeiros.¦ Exibição da Companhia de Cães da PM.

Desfile de cães de raça de criadores de Santa Cruz.Eleição do "Rei do Viralata" Júri composto pelos artistas MiltonMoraes e Isabela Garcia, entre outros.Apresentação da bateria mirim da Escola de Samba EstaçãoPrimeira de Mangueira e de compositores funcionários da SMScom sambas compostos para o Programa Rio sem Raiva.Apresentação da Bateria da Escola de Samba Acadêmicos deSanta Cruz.

RIO SEM RAIVA - SAÚDE DIREITO DE TODOS

PREFEITURA DA CIDADEDO RIO DE JANEIRO

Secretaria Municipal de SaúdeSecretaria de Estado de Saúde e Higiene

Ministério da SaúdeSuperintendência Regional do IIMAMPS/MPAS

OS ANOS DOURADOS, TOSTADOS, GBATINADOS

Veja domingo neste jornal.

8 ? 1° caderno ? sexta-feira, 13/9/85

Família denuncia médico

pela morte da menina

atropelada na BaixadaNegligencia, erro médico ou omissão de socorro, pode tersido a causa maior da morte da menina Zulmira Sales de Assis,de 10 anos, atropelada domingo último na porta da sua casa —

Rua Tapajós, 12, bairro Heliópolis, Belford Roxo — pelaKombi de placa RJ-MR-7652, dirigida pelo sargento reformadoda PM Nilson Balbino de Azeredo Coutinho.

Zulmira morreu ontem de madrugada no Hospital Somi-col, na Rua Corrêa Méier, em Duque de Caxias, mas parentesfazem acusações contra o médico Gilberto Mesquita, do Samdu,situado na Rua Dom Walmor, em Nova Iguaçu, para onde elafoi levada imediatamente após o atropelamento.Segundo parentes, o médico teria examinado a meninasuperficialmente. Receitou 1 milhão e 200 mil unidades deBenzetacyl — a família tem a receita — e aconselhou que alevassem no dia seguinte a um hospital para fazer radiografias everificar se havia gravidade no ferimento. Zulmira foi para casa

e, com o agravamento do seu estado, foi levada ao anoitecerpara o posto do Inamps do Alto da Posse, também em NovaIguaçu.

No posto Zulmira foi examinada e constatou-se traumatis-mo do crânio. Transportada para a Casa de Saúde NossaSenhora de Fátima, de lá foi removida para o Hospital GetúlioVargas, mas a peregrinação cm busca do atendimento acabouno Hospital Simocol, em Duque de Caxias, para onde ela foimandada pelos médicos do HGV.

O Delegado Floríano Lemos, titular da 54a DelegaciaPolicial, em Belford Roxo, até o início da noite de ontem,ignorava os fatos, já que nenhum parente tinha ido queixar-se.Até mesmo o registro do atropelamento foi feito pelo atropela-dor, no dia seguinte ao fato.

O Delegado pediu que a mãe de Zulmira, Marta MariaSales de Assis, vá hoje à tarde à delegacia registrar a queixa,quando então determinará a instauração de inquérito paraleloao do atropelamento, para apurar se ocorreu negligência, erroou omissão no atendimento médico.

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L- «BANCO CENTRAL DO BRASIL

títulos públicos federaisLETRAS DO TESOURO NACIONALO BANCO CENTRAL DO BRASIL faz saber ás instituiçõesf nnnfíflirflC n an nil h I i r> /-* O m norol nua rn nnnnn»>n A Ji.n-.T.f.

n9 7, 3? andar, no Rio de Janeiro e em seus DepartamentosRegionais, nas demais praças, o seguinte comunicado: CO-MUNICADO DEMOB n? 528, do 10.09.85: oferta pública se-manai de LTN de 35, 63 e 91 dias, nos montantes de Cr$. . .3.500.000 milhões, Cr$ 2.000.000 milhões e Cr$ 1.000.000milhão, respectivamente, cujas propostas serão recebidas nodia 16.09.85, na forma e nas condições ali estabelecidas.Rio de Janeiro, 10 de setembro de 1985.DEPARTAMENTO DE OPERAÇÕES COM TÍTULOS EVALORES MOBILIÁRIOS

MINISTÉRIO DO TRABALHO

CRECI — 1o RegiãoAviso aos Srs. CORRETORES DE IMÓVEISPor decisão do Conselho Federal dos Corretores deImóveis — Deliberação 01/85 — foi prorrogado até o dia 15 denovembro de 1985 o prazo para que os corretores de imóveis

justifiquem seu não comparecimento às eleições, realizadasem 10.07.85.Referida justificação, que implicará na eliminação da multacorrespondente a uma anuidade, poderá ser efetivada através

de telegrama, carta ou requerimento dirigido ao Presidentedeste CRECI, afirmando a razão do não comparecimento.(a.) JOSÉ MAFFEI

Presidente da Diretoria Interventora

Advogado acusa Governo

do Estado de pagar porserviço que pode fazer

¦ cP.0r.Um, Ir1aba.lho simples, que poderia ser feito pela Secreta-na Estadual de Administração, segundo o advogado AntônioCarlos Naegele de Abreu, o Governo do Estado vai pagar Cr$ 100mlhoes à Esquema Assessoria Tributária Ltda., pelo levantamen-to de Fundo de Garantia de Tempo de Serviço de todos osfuncionários públicos celetistas, a título de ressarcimento junto aoBanco Nacional de Habitação, que fez o recolhimento.O Secretário Estadual de Administração, Leôncio AguiarVasconcelos, informou que o Departamento de Pessoal Contrata-do, de sua secretaria, tem competência para executar o serviçomas nao dispõe de condições técnicas, daí a necessidade dacontrataçao da Esquema."1ue 0 Estado vai pagar se pode realizar o serviço semqualquer ônus para os cofres públicos? questina Antônio CarlosNaegele, que move açao popular contra o Governo LeonelBnzola, na 8 Vara de Fazenda Pública, em nome do pintor deparedes Antonio Carvalho da Conceição. Na ação, o advogadodenuncia também que a Esquema foi favorecida, à época dalicitaçao, no início deste ano, porque foi a única empresadispensada de comprovar as exigências do edital.

— Não houve nenhum favorecimento. Houve a licitação e aEsquema, que já realizou outros trabalhos para o Estado, ganhoua concorrência — contesta o Secretário Leôncio Vasconcelos.Antônio Carlos Naegele afirma que "a Comissão Permanen-te de Licitação se limitou a comunicar o julgamento do item que serefere à documentação, inabilitando as quatro outras empresasconcorrentes e omitindo da ata os termos da proposta apresentada

pelas demais firmas, como determina a lei."Além disso — acrescentou —, o ressarcimento dos depósitosdo FGTS a ser feito pelo BNH, tecnicamente, é procedimento deuma simplicidade ímpar, consistindo apenas no levantamento donome dos servidores regidos pela CLT e respectivas guias derecolhimento, assim como as cópias dos documentos de quitaçãodos seus direitos trabalhistas quando da rescisão.

Vasques procura o cabo

Denírson que sabe quem

assassinou BaumgartenO delegado Ivan Vasques está à procura de um cabo fuzileironaval licenciado, de nome Denírson, formado em Direito quepoderá esclarecer a morte de Alexandre von Baumgarten. Foi elequem revelou detalhes da Operação Dragão — seqüestro, interro-

gatório e morte do jornalista — ao Coronel Francisco Homem deCarvalho que, embora negue, as repassou ao Coronel DicksonGrael.Grael telefonou ontem para o delegado e contou queconheceu o fuzileiro no escritório do Coronel Homem de Carva-lho, na Rua Álvaro Alvim, e que, na ocasião, Carvalho lhe disse:Presta bem atenção neste homem, pois ele poderá dizer quemmais estava com o sargento Roberto Fábio no momento daexecução de Baumgarten."

^Depois de consultar o Ministério do Exército, que informounao haver em seus quadros nenhum militar com aquele nome odelegado Ivan Vasques concluiu tratar-se de um codinome Atéhoje ele nao conseguiu qualquer pista que o levasse a Robertorabio. Agora, caso consiga localizar o fuzileiro Denírson, poderáelucidar a morte de Baumgarten.O delegado Vasques, que desde quarta-feira passou a ter aseu lado um guarda-costas designado pelo Diretor do Departa-mento de Investigações Especiais, Humberto Quintas, devido àsameaças que vem sofrendo, tomou ontem o depoimento SueliRibeiro Faffe Lins e Júlio Faffe, filhos do primeiro casamento dotécnico em instalações telefônicas da Telerj, Heráclito de Sousarane. fcles confirmaram mais uma vez o seqüestro de que foivitima o pai, antes de morrer, em setembro de 1982, com umainjeção de veneno semelhante à aplicada em Baumgarten. Vas-ques decidiu, então, reinquirir Eunice de Andrade Costa, segundamulher de Faffe, no próximo dia 17.

JORNAL DO BRASIL.i— Foto de José Roberto Serra

¦. Ai/i?' ."YÂv

ACampeio (E) prendeu Cláudio ao reconstituir oi resgate

Delegado prende envolvido

no seqüestro da espanholaII Cí>rrolhni'rn PUn/Ji/v A II ^O serralheiro Cláudio Albuquerque daSilva, 22 anos, foi preso ontem pelo delegado

Elson Campeio, diretor da Divisão de Roubose Furtos, durante a reconstituição de como foirealizado o pagamento do resgate — de 150mil dólares, na Rodovia Rio-Bahia, em Tere-sópolis — em favor da liberdade de MercedesRodrigues, a funcionária do Banco de Bilbaoseqüestrada há 12 dias no Leblon. Ele negasua participação no caso.

A prisão do operário — que é casado coma filha de Maria Aparecida, mulher do espa-nhol José Luiz de La Hoz, um dos trêsseqüestradores — ocorreu porque ele foi reco-nhecido por Augustinho Bento de Sousa,caseiro de uma fazenda em cujas terras, àmargem da rodovia, o dinheiro do resgate foideixado. Augustinho viu quando os três se-qüestradores saíram do local e reconheceudois: José Luís e Cláudio.

O reconhecimentoO reconhecimento do serralheiro ocorreudepois que o Delegado Pedro Paulo de Abreu,investigando nas imediações onde o diretor doBanco de Bilbao Paulino Garcia Martíncz

deixou o dinheiro do resgate, descobriu ocaseiro Augustinho, que vira três homensdeixando o matagal. Levado na quarta-feirapara a Divisão de Roubos e Furtos, prestoudepoimento e contou que, por volta de meio-dia do dia 5 de setembro, data em que foirealizado o pagamento:"Eu levava minhaeguinha, que estava doente para o estábulo,quando vi os três homens. Eles levavam umapasta branca, meio suja, e uma outra queparecia uma mochila. E se assustaram ao verum Opala se aproximar. Chegaram a se escon-der. Depois caminharam pela estrada e, aoverem uma patrulha da PM, tornaram a correre a se esconder".

O caseiro disse que pensou serem fugitivosda Delegacia de Teresópolis (47 haviam fugidohoras antes) e comentou o fato com um amigo.Segundo Augustinho, os três homens eram:um moreno, com cabelo caído na testa (queera José Luís, depois reconhecido por fotogra-fias), um sarará e um rapaz mulato, tipo pivetesegundo disse ele — e que falava palavrões.Augustinho disse que um dos três chegou afalar a este rapaz para lhe perguntar algumacoisa, mas o pivete respondeu com um pala-vrão . A descrição do caseiro levou a polícia apensar no serralheiro, por ser ligado a JoséLuís. Além disso, era mulato e falava bastanteos palavrões citados pelo caseiro. Convidadona quarta-feira para ir à DRF, acabou sendoreconhecido por Augustinho.

Ontem, na reconstituição no Vale da Re-volta no local onde foi feito o pagamento doresgate — o serralheiro voltou a ser reconheci-do, muito embora estivesse ao lado de duaspessoas muito parecidas com ele. Na reconsti-tuição, Augustinho contou onde estava quan-do viu os três homens. O diretor do bancomostrou onte deixou os 150 mil dólares atrásde uma pedra. Foi tudo fotografado pelaPerícia Criminal, que para lá enviou o peritoAntônio Vale Barros e o fotógrafo Odair.

Antes de terminar a reconstituição, odelegado Campeio disse a Cláudio que eletinha alguns minutos para pensar, pois, sefosse apontado como um dos que apanharam oresgate, seria preso, levado para o xadrez e suaprisão preventiva seria pedida à Justiça. "Pen-se e conte tudo o que sabe", disse o delegado.O serralheiro, porém, negou tudo e declarouque, naquela quinta-feira, estava trabalhandonuma scrralheria no Estácio. A polícia estevelá e comprovou que naquele dia ele nãotrabalhou.

S EMTA F E i E! 41O ASSUNTO DO SÁBADO, DO DOMINGO, DA SEGUNDA,

VOCÊ PODE ANUNCIAR EM NOSSAS

AGÊNCIAS DE CLASSIFICADOS JB

COM OS SEGUINTES CARTÕES DE

CRÉDITO: Diners

Credicard

American Express

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CLASSIFICADOS

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GABEIRA recolhe depoimentos sobre a AIDS e seus cami-

© MARCOS SÁ CORRÊA entrevista o DEPUTADO ÁLVARO VALE sobrp a^os ^¦°^s turnos para a eleição de novembro,ü EDGAR FLEXA RIBEIRO comenta a semana política.O ZÓZIMO BARROSO DO AMARAL conta o que há nos bastidores.

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Vacinação

de animais

se iniciaA Secretaria Municipal de

Saúde espera vacinar em 15dias de campanha, a partir deamanhã, 460 mil animais, prin-cipalmente cães, e gatos, con-tra a raiva animal. Serão insta-lados 1.435 postos fixos coloca-dos em postos de saúde, asso-ciações de moradores, escolas,instituições religiosas, clubes,clínicas veterinárias e praças,onde a população poderá levarseus animais.

A Campanha de Vacinaçãocontra a Raiva Animal seráoficialmente lançada amanhã,às lüh, no Largo do Bodegão,cm Santa Cruz, com a festa doAuc do au au, onde o miautambém tem vez. Ao contráriodas vezes anteriores, quando avacinação era feita em apenasum dia, a deste ano será desen-volvida em duas semanas paraum melhor atendimento à po-pulação.

As estatísticas da SecretariaMunicipal de Saúde mostramque a incidência da raiva noRio teve seu nível mais alto em1981, quando 590 animais con-traíram a doença e causaram amorte de 10 pessoas. No anoseguinte, após uma campanha,o número de animais atacadosde raiva decresceu — 133, comum caso de morte. Em 83, osnúmeros mantiveram-se está-veis, com 130 casos de animaise quatro mortes de pessoas. Noano passado, foram anotadosapenas 22 casos de raiva emanimais e nenhuma pessoamorreu por causa da doença noRio.

OAB ainda

não apurou

denúnciaO Conselho de Direitos Hu-

manos da OAB ainda não to-mou conhecimento oficial dadenúncia do preso Flávio Go-mes da Silva, 25 anos, que, natarde de quarta-feira, contou àjuíza Maria Inês, da 3a VaraCriminal, que na noite do dia27 de agosto foi torturado comchoques elétricos na 17" DP,em São Cristóvão.

O delegado Afonso Alvesinformou ontem que o preso jáfoi transferido para a 20a DP,no Grajaú. O policial esclare-ceu que Flávio Gomes mentiupara a juíza porque teria sidopressionado por dois homensque estavam na 3a Vara Crimi-nal para que fizesse a denúncia.De acordo com o delegado,Flávio admitiu que realmentehavia mentido.

Segundo informações dosconselheiros da OAB, a denún-cia de Flávio Gomes ainda nãofoi apurada, mas a OAB vemacompanhando o caso atravésda 3a Vara Criminal. O Conse-lho de Direitos Humanos daOAB já está apurando a de-núncia de Luís Carlos da Silva,que também afirmou ter sidotorturado naquele mesmo dia,na 17a DP.

Luís Carlos foi preso pelospoliciais da Delegacia de SãoCristóvão porque sacou Cr$900 mil depositados por equí-voco em sua conta bancária. Odelegado Afonso Alves acres-centou que, no caso de LuísCarlos, foi aberta uma sindi-cância para apurar a denuncia,e que os objetos (telefone, fiose metais) levados pelos Conse-lheiros da OAB ainda estãosendo periciados.

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Na coluna deNáutica do JEivocê ficaconhecendo tudosobre lanchas,veleiros,lançamentos debarcos novos,competições,equipamentos,mercado náutico,manutenção deembarcações,dicas e roteirosturísticos.

Entre na rota deNáutica.

Você vai curtir asmaravilhas domar

CLASSIFICADOSegggsgsaEMBÍ

JORNAL DO BRASIL

INAMPS permite a

segurados controlar

presença de médicosOs médicos do INAMPS do Rio deverão ter seu nome,

especialidade e horário de trabalho afixados nos ambulatórios.Dessa forma, os segurados e a comunidade cm geral poderãocobrar a presença mais assídua do médico nos consultórios,colaborando para diminuir a taxa de ociosidade, que está cmtorno de 50%, segundo o Coordenador de Estudos Especiais doINAMPS regional, João Carlos Serra.

Depois de atendidos em suas reivindicações — afirmouSerra— ganhando mais de Cr$ 6 milhões por quatro horasdiárias, em início de carreira, os médicos precisam oferecer umacontrapartida à comunidade. Por isso vamos estudar, emconjunto com todos os setores interessados, qual a melhormaneira de tornar mais pessoal a relação médico-paciente.

A causaJoão Carlos Serra explicou que a ociosidade de 50% em

média nos ambulatórios pode ser creditada a muitos fatores: amá utlização do tempo pelo médico; a não distribuição doshorários das consultas e até por uma espécie de superoferta deserviços em áreas menos necessitadas — como a Zona Sul —enquanto na periferia as carências são crescentes.O dado que apuramos, de que os médicos, em média,poderiam atender, em condições normais, 50% a mais depacientes, mostram, assim, que o problema básico não é acarência de profissionais.

O Coordenador do INAMPS regional exemplificou: "Pornorma da Organização Mundial de Saúde o m édico podeatender a um máximo de 16 doentes — um a cada 15 minutos —num período de quatro horas. O que fazem muitos médicos?Atendem aos 16 pacientes, rapidamente, em uma hora e meia evão embora para os seus consultórios.

Além disso, existe uma procura concentrada geralmentena parte da manhã, deixando vazios os consultórios à tarde.Para agravar o problema, poucos profissionais se dispõem aatender depois do almoço.

A rarefação de médicos só é de fato constatada em locaismais distantes, na periferia da Cidade do Rio de Janeiro. Dosprofissionais admitidos para trabalhar originariamente no novoHospital do INAMPS de Nova Iguaçu, "cerca de 40% consegui-ram remoção para locais mais próximos, a maioria graças aapadrinhamento", garante João Carlos Serra.

Enquanto isso — prossegue —, em hospitais como osda Lagoa e de Ipanema há médicos demais para o trabalhonecessário. Nossa principal preocupação é a de abrir esse tipode informação à comunidade, para que a exigência e mesmo apressão pela melhoria dos serviços venham de baixo para cima.A população poderá, por exemplo, fiscalizar se o médico estácumprindo o seu horário de trabalho, desde que seja fixado àporta dos consultórios. Esse tipo de pressão descentralizada, anosso ver, funciona melhor do que controles disciplinaresrígidos.

Áreas de planejamentoA indicação dos nomes dos médicos começará a ser

implementada já nas próximas semanas, "depois de ampladiscussão com a comunidade". A medida deverá ser facilitadapela criação, no início do mês, de oito áreas de planejamento doINAMPS, no município do Rio, que já estão operando, cadauma com o seu coordenador.

Os coordenadores de áreas de planejamento, divididas deacordo com as regiões do município do Rio, estão levantando opotencial de cada região (ambulatórios, clínicas, hospitais,postos de saúde pertencentes ao INAMPS, ao Estado, aoMunicípio e à rede privada), visando à total integração dosserviços e seu uso mais racional.

— Queremos que o segurado seja atendido, sempre quepossível perto de sua casa, evitando-se os grandes deslocamen-tos, muitas vezes desnecessários. E pretendemos criar umacaderneta de saúde, pela qual o segurado será acompanhadobasicamente por um médico, que ele conhecerá pelo nome, eque em caso de necessidade o encaminhará a um especialista.Estabelecendo uma relação pessoal com seu médico, o seguradoestará apto a exigir dele a assistência a que tem direito —concluiu o Coordenador de Estudos Especiais do INAMPSregional.

Favelas, Zona Oeste e

Baixada consomem 30%

de energia ilegalmenteDe 25% a 30% das residências das favelas, Baixada

Fluminense e Zona Oeste do Rio consomem eletricidade deforma ilegal, através dos chamados gatos (ligações clandesti-nas). As fraudes são praticadas também por motéis, casascomerciais e pequenas indústrias. Em 1984, a Light registrou 1mil 288 fraudes. Este ano, só em fevereiro, foram detectadas 1mil 200.

Ano passado, a empresa emitiu 109 mil 865 ordens de cortede fornecimento. Em fevereiro último, elas atingiram 98 mil 50.De acordo com dados do DIESE (Departamento Intersindicalde Estudos Sócio-Econômicos), em 1964 o custo da energiaelétrica correspondia a 2% do salário mínimo contra 10% daproporção atual.

Tipos de fraudeExistem quatro tipos de fraude. A grosseira, ou ligaçãodireta, é executada sem passar pelo medidor, comumente usadaem favelas por onde passam as linhas aéreas. A técnica, com odesligamento de uma bobina do medidor trifásico, é feita peloschamados eletricistas credenciados, em geral no comércio,

pequenas indústrias e residências de luxo. O medidor viciadoconta, provavelmente, com a participação de funcionários daprópria Light, que instalam medidores calibrados para medirum consumo abaixo do real. A quadrilha do dedinho, queganhou o mesmo nome de uma quadrilha descoberta há cercade três anos, consiste na abertura do medidor para a alteração— com os dedos — dos ponteiros.

Das 6 mil 12 casas da favela do Borel, aproximadamente80% são beneficiadas pela rede instalada pela Light em 1982,que aproveitou o patrimônio e infra-estrutura da comissão deluz do morro. Destes 80%, cerca de 35% usam gatos, comoadmite o presidente da Associação de Moradores, José IvanDias.

— A rotina aqui é a chegada de contas com valoresaltíssimos por causa do acúmulo que os medidores vão deixandopassar e o morador acaba recorrendo ao gato porque não podepagar — explicou.

Sílvio Neves, 75 anos, que mora com a companheira naRua Belacap 23, recebeu em maio uma conta no valor de Cr$934 mil 629 pelo consumo de 3 mil 67 quilowats. Mas, com\> éaposentado e ganha um pouco menos que o salário mínimo,mandou arrancar o relógio, não vai pagar a conta e deverá sermais um morador a recorrer ao gato.

Segundo José Ivan, o consumo médio de uma residênciano Borel é de 130 quilowats, que correspondem a aproximada-mente Cr$ 40 mil mensais. O valor, portanto, é um poucosuperior a 10% do salário mínimo, atualmente de Cr$ 333 mil120.

Enquanto aumentar o número de pessoas que não podempagar as contas de eletricidade e as ligações clandestinas —muitas delas não detectadas pela Light —, o presidente daEletrobrás, Mário Bhering, defende como única forma de cobriro déficit do setor elétrico estatal a atualização sistemáticas datarifa superior ao INPC.

Ixmbra ainda que o Banco Mundial só liberará novosempréstimos para o setor elétrico — cuja dívida externa é deaproximadamente 12 bilhões de dólares — quando o Governoautorizar aumentos de tarifa trimestrais, 5% superiores àinflação.

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Fotos de Eyarriro Teixeira

Medeiros (E) queixou-se à defensora Luciana Khair

EDSON MAURO¦ ¦¦•• •• ' ' • " ;; : ; ,

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RÁDIO JB 940

Cidade sexta-feira, 13/9/85 n 1" caderno ? 9

Motorista furta jóias de

general e confessa crime"Só pode ter sido o homem-aranha", insi-

nuou o motorista Joèmio Damasceno, de 25anos, que trabalhava para o General-de-BrigadaJosé Gomes Rodrigues de Albuquerque (reser-va), para explicar quem teria sido o autor dofurto, na casa do militar, de jóias avaliadas emCr$ I bilhão. Só que o furto fora praticado pelopróprio Damasceno, como ele confessou, de-pois, na 19a DP (Tijuca), ao delegado MaurílioMoreira.

Damasceno planejou bem o crime: paraatribuí-lo ao "homem-aranha". Ele tinha idolevar o general e sua mulher, Luci JansenRodrigues de Albuquerque, anteontem, noHospital Central do Exército, onde o militarestá fazendo tratamento dentário. Ao deixar ocasal no HCEx, o motorista pediu para levar ocarro, um Volks, ao borracheiro para consertarum pneu, mas demorou quase duas horas.

Quando o general chegou em casa, a portaestava aberta, o seu quarto revirado e as jóiastinham sumido.O furto ocorreu no apartamento 102, daRua José Higino, 277, Tijuca. Depois do furto,Damasceno levou as jóias (40 pulseiras de ouro,vários relógios de ouro, 10 anéis — alguns debrilhante — seis pares de brinco de ouro. duasmedalhas de ouro outras para a sua casa, na RuaConselheiro Zenha, onde a polícia as recuperou.Ele confessou na 19a DP que ao sair doHCEx se dirigiu ao apartamento e, como conhe-cia bem a casa sabia que as jóias do casalestavam guardadas dentro de um armário no

quarto de D. Luci. Damasceno, embora tivesseas chaves do apartamento, entrou pelo basculan-te e, na cozinha, comeu doces em dois pratospara dar a idéia que o furto pudesse ter sidopraticado por duas pessoas.

Defensora assume o plantão

de atendimento às mulheresEm meio a um clima bastante tenso, sob

troca de acusações entre jornalistas e integrantesda Comissão Especial de Defesa dos Direitos daMulher, a defensora pública Luciana Khairretomou a experiência do plantão de atendimen-to à mulher na Secretaria estadual da Justiça, emsubstituição à defensora Glauce Franco.

Ontem, as integrantes da Comissão compa-receram em peso para auxiliar o trabalho danova defensora, ao contrário do que ocorreu naquinta-feira da semana passada, quando foiiniciada a experiência. Das 15 às 18h, LucianaKhair e as integrantes da Comissão atenderam a32 mulheres que, em sua maioria, apresentaramqueixas por maus-tratos ou pediram orientaçãojurídica sobre separação judicial e ações dealimentos.

Sigilo totalO início do plantão estava previsto para 14h,mas o atendimento começou com uma hora deatraso porque as integrantes da Comissão sereuniram com a imprensa para apresentar ummanifesto de solidariedade à presidente da enti-dade, Diva Múcio.No documento, assinado por 27 mulheres

representantes de diversos segmentos sociais,inclusive pela própria defensora Luciana Khair,as signatárias acusaram a imprensa de "fomen-tar rivalidade entre mulheres" e frisaram que "opropósito de assegurar às vítimas e queixosas onecessário apoio e discrição não se coaduna coma presença de repórteres e fotógrafos na sala deaudiências". Dessa forma, todos os depoimen-tos foram tomados sob sigilo total.

Durante a reunião com a imprensa, asintegrantes da Comissão negaram que tivesseocorrido qualquer desentendimento entre a de-fensora Glauce Franco e a presidente da entida-de, Diva Múcio. Segundo elas, o pedido delicença de Glauce Franco decorreu, exclusiva-mente, de seu estado de saúde. Para elas, aversão divulgada pelos jornais de que GlauceFranco afastara-se sob pressões foi uma questãode "interpretação errônea".

Indagadas por que não haviam comparecidoao plantão da quinta-feira passada, muitas ale-garam que não o fizeram porque não sabiam quea experiência iria começar naquele dia. Astrocas de acusações, sobre quem prejudicava otrabalho de quem, impediram que a nova defen-sora pudesse expor com detalhes o cunho quepretendia imprimir ao trabalho, o que só foipossível após o final do plantão.

Também ontem, o presidente da Associaçãodos Defensores Públicos, João Simões, esteve

no Palácio Guanabara para contestar as declara-ções da presidente da Comissão, Diva Múcio, nosentido de que pretendia "convocar uma ouduas outras defensoras para auxiliar o trabalhodo plantão". Segundo afirmou João Simões, "aDona Diva Múcio não tem competência paraconvocar defensores públicos, pois só quempode fazê-lo é o Secretário estadual da Justiçaou o Coordenador da Assistência Judiciária,mesmo assim por delegação do Secretário".

João Simões estava acompanhado pelo ma-rido da defensora Glauce Franco, Luís Gustavo,que se limitou a confirmar que o estado de saúdede sua mulher inspira cuidados. Ele não confir-mou nem desmentiu as pressões que GlauceFranco teria recebido, pois não pretendia falarpor ela. Segundo ele, a própria Glauce Francopoderá esclarecer melhor as razões de seu pedi-do de licença quando estiver melhor.

O plantão de ontemAo final do plantão, preocupada em não

ferir suscetibilidades, a nova defensora conside-rou o dia cansativo, mas produtivo e gratifican-te. Segundo ela, os 32 casos atendidos, além deduas consultas telefônicas, não constituíramuma carga de trabalho tão grande, comparadosaos 100 casos diários que um defensor públicoatende normalmente. Luciana Khair enfatizoutambém a ajuda prestada por três estagiárias epelas integrantes da Comissão.

Casada, sem filhos, 32 anos, Luciana Khairé defensora pública há quatro anos e sua expe-riência anterior ocorreu em Varas Criminais.Segundo ela, esta é a primeira vez que trabalhacom um grupo feminista, embora se considerefeminista na medida em que sempre se interes-sou pela defesa da mulher.

Um dos casos de agressão relatado ontemfoi o de Maria da Conceição Medeiros, que nãose opôs a revelá-lo à imprensa. Com 24 anos eduas filhas (uma com cinco anos e outra comsete), Maria é funcionária de um hospital e estáseparada há dois meses de Sérgio de Andrade,motorista particular. Ela procurou o plantãopara pedir orientação e apoio após ter sidoagredida na última quinta-feira por Sérgio deAndrade.

Segundo revelou, ela voltava para casa decarona com um amigo quando o ex-marido a viue iniciou uma discussão, acabando por agredi-la.A vítima, que viveu três anos maritalmente comSérgio e mais seis já casada com ele, apresentouqueixa na 9" Delegacia Policial e foi encaminha-da a exame de corpo de delito.

PREFEITURA DA CIDADEDO RIO DE JANEIRO

A PREFEITURA ESTÁ ENTREGANDO

MAIS DUAS ESCOLAS REFORMADAS.

Hoje, às 10 horas, o Prefeito Marcello Alencar estáentregando as obras de reforma da Classe de CooperaçãoChapéu Mangueira, na Ladeira Ari Barroso, Leme, quemantém jardim de infância com 90 crianças. É a 218-escola reformada pela atual administração municipal.

Às 11 h 30 min, na Praça Presidente AguirreCerda, Bairro de Fátima, o Prefeito do Rio vai entre-gar as obras de reforma da Escola Municipal Guatemala,onde estudam 750 alunos de CA à 42 série. É a 279^escola reformada pela atual administração municipal.

A Prefeitura gastou Cr$ 206 milhões e 576 mil narecuperação das duas escolas.

De 1983 até hoje, além das 279 escolas reformadasforam entregues à rede municipal de ensino 18 escolas no-vas, 16 Centros Integrados de Educação Pública/Cieps,dez Casas de Crianças (para menores de três a seis anos)e o Centro Comunitário de Lins de Vasconcelos, já emfuncionamento.

A Prefeitura está investindo em Criança e Edu-cação, meta prioritária do Governo Leonel Brizola —O Governo que faz Escola.

10 ? 1° caderno ? sexta-feira, 13/9/85

JORNAL DO BRASIL

Fundado cm 1 1M T DO NASCIMENTO BRÍTO — Diretor Presidente

BERNARD DA COSTA CAMPOS — Diretor

J A Dl) NASCIMENTO BRITO _ Ilirrlnr EircunvnOMAURO Cil'IMARÁES — Pitrlnte

I I RN ANDO PEDRI IRA — Rcciamr chrfr•MARCOS SA CORRÊA — F,hlr,r

" AVIO PINHEIRO — Editor AssistenteJOSÉ SILVEIRA — .Secretário Executivo

Lan

Equilíbrio e Firmeza

A O completar 48 horas, a greve dos bancários já eraefetivamente nacional e alcançava um nível de

equilíbrio que aumenta dramaticamente a responsabili-dade das partes. A ausência de incidentes assegurou acompatibilidade entre as partes que não conseguiramchegar previamente a um acordo para evitar a deflagra-ção do movimento. O Governo não contribuiu decisiva-mente para evitá-la, mas não agravou o quadro deapreensões gerais com medidas precipitadas.

Faltou, portanto, pretexto para o radicalismo em-polgar por fora o movimento sindical em que já predomi-na, através de grupos e frações ideológicas exaltadas.Ficou comprovada mais uma vez a preeminência do PT— com aporte da substancial ajuda financeira recebidade fontes conhecidas e desconhecidas — através deminorias sem consistência partidária própria.

Viu-se outra vez, com toda clareza, a absolutaausência do PMDB no plano sindical: o maior partidopolítico brasileiro, ponto de apoio político na NovaRepública, não tem voz nem voto na atuação dossindicatos de trabalhadores. Não se arrisca, sequer, aemitir uma palavra moderadora num momento de tensãopolítica. O PMDB deixou o Governo entregue à suaprópria sorte diante do desafio dos grupos de esquerdaradical no despertar sindical brasileiro.

Passa à consideração política nacional a fraquezadas correntes democráticas — do lado liberal e do queseria uma esquerda responsável — na evolução sindicalda Nova República: o PMDB, o PFL e demais agremia-ções representadas no Congresso não têm peso políticono universo das reivindicações sociais. Mal comparecemàs assembléias das categorias que congregam as profis-sões da classe média. É matéria, porém, que pede exameprioritário e ação urgente na consolidação do regimedemocrático.

O aspecto em destaque é que o esquerdismo nãoencontrou ambiente social e político, na greve dosbancários, para montar o espetáculo de radicalismo com

que pretendia servir-se. A ausência de incidentes épouco, porém, para atestar a maturidade do comporta-mento de todas as partes envolvidas na responsabilidadede fazer o entendimento. O terceiro dia de greve dosbancários é o último prazo para uma solução que nãovirá por si mesma, nem por exaustão de expectativas. Épreciso que as partes diretamente em litígio se empe-nhem em alcançar o acordo e que o Governo assuma aação de firmeza que dê sentido eficaz à posição deequilíbrio adotada.

O Executivo é eqüidistante entre as partes emdivergência, mas não é indiferente ao resultado, porquetanto os benefícios quanto os malefícios que digamrespeito à Nação sobre ele irão recair. Torna-se urgenteo empenho em encerrar antes do fim da semana a grevedos bancários — e com ela sepultar a reivindicaçãoabsurda da trimestralidade salarial — para que a políticacontra a inflação passe à ofensiva.

A demonstração de firmeza, consciente e superior,é exigência da transição política e econômica: o Governoentendeu a importância de repudiar a trimestralidadecom que pretende ressarcir-se eleitoralmente o radicalis-mo sem votos. Os aumentos trimestrais inverteriam atendência da inflação nos últimos meses. A curva apon-taria novamente para cima e jogaria a economia parabaixo. A demonstração de fraqueza induziria novas levasde reivindicações salariais absurdas, quer para as empre-sas privadas com atividades reduzidas e possibilidadesatrofiadas, quer para as empresas públicas, destituídasde eficiência e oneradas pelo desperdício.

Quanto mais cedo se encerrar a greve, melhor paratodos. A palavra de ordem que identifica o sentimentoda Nação é a de apressar as negociações e oferecer já umresultado maduro. O verdadeiro sentido político de tudoque compete ao Governo fazer, com toda urgência, é deproteger a economia brasileira contra o risco de um novoalento da inflação.

Mudança de Alvos

Governo desistiu de combater a seca, disse oMinistro do Interior em depoimento, perante o

Senado Federal, acerca do Nordeste. Já era tempo deque o poder central adotasse tal atitude como premissade uma política destinada a enfrentar o problema emtorno do qual gira a maioria das dificuldades da região.

Se a seca é um fenômeno natural, se não é possívelmudar as condições meteorológicas, se não vale a penaandar à cata de nuvens para bombardeá-las e fazerchover sobre alguns quilômetros quadrados — para queinsistir em um tipo de combate que a nada leva? Desdetempos remotos, vários povos aprenderam a convivercom a seca; deixaram de olhar para o céu, buscaram aágua que se acumula de diferentes modos no seio daprópria terra e levaram-na para onde era necessária.

Aqui, como se sabe, perdemos século e meio emespasmódicas medidas emergenciais, sempre reeditadascomo forma de minorar os efeitos imediatos da seca.Com o dinheiro jogado ao vento nesse inútil assistência-lismo, podia-se ter mudado a face do Nordeste, fazendoo que agora se promete finalmente fazer: irrigar o seuvasto semi-árido.

Nas atuais circunstâncias, a irrigação em largaescala deve ser o item prioritário de uma política que seproponha a resgatar a dívida social do poder para com oNordeste. É a ação sobre todas importante, porquebeneficiará diretamente os mais necessitados. Mas tam-bém porque corrigirá outro erro em que longamente seincorreu por conta do centralismo: o de dirigir unicamen-te para indústrias e serviços os escassos recursos destina-dos ao desenvolvimento da região.

Reconhece-se, entretanto, que o Nordeste requerum planejamento integrado, um ataque simultâneo eracional às suas principais deficiências — e a palavra doMinistro do Interior é a de que esse plano existirá, seráseguido e não conduzirá chapa branca. Unificando o

programa de irrigação de um milhão de hectares e oProjeto Nordeste — reaberto ao exame e à crítica —,está em marcha a elaboração de um plano regional dedesenvolvimento. Competirá à Sudene formulá-lo ecomandar a sua execução.

Há dois aspectos essenciais a assinalar no tocante aesse plano. Com as suas características, é o primeiro najá longa história da Sudene, cuja função básica éjustamente a de coordenar o desenvolvimento regional.Mais marcante ainda, o plano está nascendo de seminá-rios com técnicos e representantes de todos os Estadoscompreendidos no chamado Polígono das Secas. Pelaprimeira vez o Nordeste decide o que é bom para simesmo, sem o paternalismo casuístico dos burocratas deBrasília.

São planos, naturalmente, o que significa que oaplauso deverá ficar para mais tarde. Mas são planos querompem com velhos mitos e enraizados vícios. Vê-se otodo, não um mosaico de situações mal interligadas.Escolhe-se corretamente a agricultura de alta produtivi-dade como o setor a ser atendido prioritariamente. E seafirma a disposição de que, nesse conjunto de ações aserem desencadeadas, "ao setor público será entregueapenas o que resultar inevitável". Garante-se a criaçãode condições para que a maior parte das metas projeta-das sejam conseguidas pelo esforço da iniciativa privada.

Vive pois o Nordeste um momento em que pelomenos os diagnósticos são corretos e em que as declara-ções de intenção do poder vêm afinal despidas dopaternalismo de sempre. Os milhões de pobres, desem-pregados, subempregados e analfabetos da região espe-ram que não estejam vivendo apenas a véspera de umanova frustração. Querem acreditar que em futuro nãodistante a sua região se integre definitivamente ao mapado país, até para que este, como um todo, possa tambémalgum dia se considerar desenvolvido.

Estrada sem Volta

O OB toque de recolher, e com a prorrogação do.^ "estado de emergência" por mais seis meses, oGeneral Pinochet comemorou 12 anos de governo noChile, que pretende prolongar no mínimo até 1989. Háum ar de tragédia nessa continuação, pela força, de umregime fechado sobre si mesmo num país que já teve umaimportante tradição política.

Essas cores lúgubres têm-se prestado a diversasilusões. Há quem ache que, num tal cenário, o General-Presidente está fraco. Mas a verdade é que Pinochetainda tem o apoio de uma boa parte da populaçãochinela, que teme o retorno às desordens do períodoAllende.

Também há quem se iluda com a "derrota" dasoposições, e ache que o Governo está forte. O Governoestá "forte" obviamente até o dia em que cair — e istopode acontecer, mas sem previsão de tempo, pois o quecaracteriza a situação chilena é justamente a falta totalde flexibilidade (o que não é indício de força verda-deira).

A verdadeira tragédia chilena está em que o paísmeteu-se num caminho sem volta. Era um país próspero,apoiado numa monocultura (a do cobre) hoje em plenodeclínio. O país, informam técnicos internacionais, estásendo virtualmente expulso da economia mundial pelaobsolescência do seu setor produtivo.

A política não se mostra menos estéril. O Chile vê-se, de repente, cercado de democracias; mas suas portasestão fechadas. Por medo do futuro (ou do presente), oGoverno adotou um rumo que não leva a parte alguma,ao mesmo tempo que apagava os sinais de retorno. Domecanismo político que faz um país sobreviver, nada foideixado inteiro; e assim, não há canais para o diálogo. OGoverno e o "outro lado" encaram-se num silênciorancoroso. Em certos casos, isto termina numa guerracivil; em outros, num terremoto de conseqüências impre-visíveis. As duas hipóteses são suficientemente sinistraspara causar preocupações em todos os vizinhos e amigosdo Chile.

Revisões

Tópico

Um expurgo nas leis de SegurançaNacional e de Imprensa é anunciadopara breve: o Governo vai propor aoCongresso a revisão desses instrumen-tos autoritários, a tempo de atender aosinteresses da Constituinte a ser eleitano próximo ano. Na mesma safra Icgis-lativa deverá figurar também uma Leide Greve consentánca com as novas

responsabilidades assumidas pela socie-dade. Antes de mandar as respectivasmensagens, o Executivo se dispõe aauscultar de maneira ampla tudo que asociedade tem a propor na substituiçãodo resíduo autoritário.

A disposição e a oportunidade de-veriam aproveitar também a legislaçãosobre propaganda eleitoral, que conti-nua marcada por um sentido restritivoque não atende às necessidades demo-

cráticas. As eleições deste ano (Prefei-tos de Capitais e municípios que recon-quistaram a autonomia política) estãomal servidas de liberdade de propagan-da. Não é aceitável que os futurosconstituintes sejam submetidos às mes-mas normas inibidoras que foram intro-duzidas pela Lei Falcão e mantidas poruma visão acanhada e mesquinha daliberdade política. E, o que é pior, cmnome de uma inexistente igualdade doscandidatos.

Hoje: "Ulysses Santeiro99

Cartas

Grandes verdadesParabéns. Grandes artigos. Grandes

verdades em poucas palavras. Pena queseus destinatários não os levem na devidaconsideração. O último parágrafo de Nu-dez sem véus diz tudo. O Estado gastadoré mantido intocável...

Os jetons são pagos religiosamente,mas a devolução do 1. de Renda é quandoeles quiserem. Quanto custa Brasília? ODr. Eugênio Gudin é que tem razão.Brasília foi o maior erro da história.

Gradual e progressivamente do povoe das forças produtoras são impostospesados ônus.

Um dos motivos da construção deBrasília era retirar do Rio de Janeiro econcentrar lá a inércia do funcionalismopúblico. Isto é, eliminá-la, bem como amoralização dos serviços federais, erradi-cando o suborno, o furto, o roubo etc. OGoverno não quer cortar na própria car-ne. Até agora só houve paliativos, conti-nuando o luxo de Brasília em contrastecom a miséria que a cerca e na maiorparte do Brasil. A insatisfação é geral. Sóestá bom para os políticos, seus familiarese o sacrifício para sustentar Brasília.

É ridículo tanto luxo com tanta despe-sa, com tamanha miséria. O dia queaparecer o custo real de Brasília, teremoso caminho para equilibrar nossas finan-ças. Waldemar Cintra Rodrigues Souza— Rio de Janeiro.

Ajuda ao NordesteComo milhares de brasileiros, fui auma agência da Caixa Econômica Fede-ral e depositei os CrS 10 mil e adquiri odisco Nordeste já em prol dos flagelados

da seca da região Nordeste. Portantocumprimos o nosso dever cívico de repar-tir o pouco que temos com nossos desa-fortunados irmãos.

Nada mais justo que as autoridadesviessem a público prestar esclarecimentosa respeito do destino deste dinheiro. Comesta louvável atitude, um pouco fora demoda nos últimos tempos, estariam con-quistando a confiança desta legião depatriotas que, numa nova campanha, te-nho certeza, não hesitariam em colaborarnovamente. Dêem-nos uma prova deconfiança e tenham certeza de que onosso povo é generoso ao extremo. Des-de que não seja enganado. João SerraCardoso Filho — Rio de Janeiro.

IndignaçãoQuero tornar pública minha indigna-

ção e revolta pelo limite de idade — 27anos — para o concurso público para oBanco do Brasil. Dr. Ulysses Guimarãesestá aí para provar que o homem podeproduzir com qualquer idade, basta quetenha saúde. Será que algum dia alguémvai poder fazer alguma coisa para acabarcom a discriminação de idade cm nossopaís? Wanda Lúcia Afonso — Rio deJaneiro.

ReconhecimentoPeço abordar, na Seção Cartas, arepercussão positiva que teve junto à altadireção do Hospital-Maternidade PedroErnesto, reclamação publicada na ediçãodo JB de 5 de agosto do corrente ano, sobo título Saúde e baratas.Constatada a procedência e a veraci-

dade da reclamação, recebi do assessorpara asuntos comunitários do gabinete dodiretor-geral Sr João Beck, telegrama,onde fica caracterizado o interesse dainstituição na solução do problema.Ocorre que a minha mulher procurou oseu dentista, logo que foi cientificada dodesaparecimento de suas duas pontesdentárias, no final de março, quando elaobteve alta. Este tratamento, ou seja, arealização de outras duas novas pontescustaram dinheiro. Então ponderei ao SrFadei, que defendia o tratamento odon-tológico por parte do hospital, para con-verter em indenização em dinheiro, noque fomos perfeitamente atendidos e en-tendidos. O que real foi efetivamenterealizado.

Aproveito a oportunidade para apre-sentar meu reconhecimento e eterna gra-tidâo ao JORNAL DO BRASIL, aoExm" Sr Ministro da Previdência DrWaldyr Pires, a quem solicitei providên-cias a respeito do problema, ao Dr HesioCordeiro, digno presidente do INAMPS,ao Sr João Beck, ao Dr Teles e aoadministrador do hospital, Sr Porto, etambém ao diretor-geral do HospitalUniversitário Pedro Ernesto, Dr Fadei.Temos reclamado, mas só encontramosapoio e promessas realizadas. Dezio deLemos Costa — Rio de Janeiro.lástima e remorsos

Sendo moi adora do largo dos Leões,venho manifestar minha estranheza dian-te do fato de que, estando o Municípiotão sabidamente carente de bens e servi-

Ços essenciais ao bem-estar da população,como escolas e hospitais, venha a realizarobras de urbanização e ajardinamento deuma praça pública, no caso o próprioLargo dos Leões, que se encontrava,diante do abandono de outros parquespúblicos da zona Sul, como o Aterro doFlamengo e a Praça Arcoverde, em con-diçáo superprivilegiada.

Fico impressionada e revoltada com afalta de planejamento, a falta de moral, afalta de honestidade e sobretudo com afalta de respeito dos homens do nossogoverno, principalmente, quando esse foieleito por gente tão cheia de esperança,após tantos anos de silêncio. Que lástimae que remorsos!!

A obra que mencionei sofreu anda-mento em sua primeira fase somente, ouseja, foi retirado o piso de cimento (esta-va ainda bem razoável) e elevado o meio-fio (que me lembre nunca houve um casode estacionamento sobre o parque), ecomo resultado temos uma verdadeirafábrica de poeira e a impressão de que.nem tão cedo algo se fará em relação àconclusão da obra. Vamos restaurar nos-sas escolas (estão caindo!), fica maisbarato que fazer um CIEP, vamos cuidarde nosso povo que está vivendo nascalçadas, e vamos deixar para outros oshorários nobres da TV, e ao invés dissovamos aparelhar nossos hospitais tão ne-cessitados. Maria Elisabeth de Sá Freire— Rio de Janeiro.

Cena completaO desenho publicado nesse jornal no

dia 22/8/85 mostra a parte de cima dacena. A cena completa certamente é estaque estou enviando a esse jornal. MiltonLando — Rio de Janeiro.Aplausos

Aplausos à atitude firme e conscientedo Ministro Roberto Gusmão em apurar,reconhecer e divulgar que certos órgãosde seu próprio Ministério nada mais sáodo que tentáculos de um gigantesco polvoinerte que sugam vultosas verbas sem acontraprestação de trabalho e produçãoque um dia se imaginou que tivessem.Que as providências anunciadas não seesmoreçam ou se acomodem em "arran-jos e reestruturações" tão típicos de nos-so comportamento político. Oue prossi-gam em seu objetivo maior. Quando sequer trabalhar com probidade e eficiên-cia, enfrentar certos tabus não chega a serproblema. Esses tabus enquistados, pro-tegidos e manipulados durante várias ad-ministrações satisfizeram principalmentea interesses pessoais de uns poucos emdetrimento do interesse geral ao qual sedestinavam. Não há que se alegar Velhaou Nova República. Em tese. Repúblicaé uma só. Os homens que a administramé que têm que ter coragem e até ousadiaem tomar atitudes. Não deve haver maislugar para pusilânimes! Parabéns Minis-tro Roberto Gusmão. Yara Gentile —Rio de Janeiro.

InconseqüênciaQuando um Governo vem a públicoinsistentemente para justificar seus atos,

o povo logo desconfia de algo errado,nocivo ou injusto. É o que vem aconte-cendo com as medidas econômicas queafetam as camadas populares, como oreajuste das prestações da casa própria,dos aluguéis residenciais e dos salários. Éesse o nosso assunto, mas não vamoscomentar os disparates. Deixaremos osnúmeros falarem por nós. Nada de teo-rias econômicas, que mudam com osgovernos e as repúblicas. Tomaremos porbase o período de um ano, a terminar emjulho próximo, e o valor de Cr$ 500 milpara salário, aluguel residencial e presta-ção da casa própria.

Dizem os números que nos últimos 12meses o assalariado teve um aumento de215,52% (100% do INPC ou 87,5% dainflação), passando de CrS 500 mil paraCrS I milhão 577 mil 600. O aluguelresidencial elevou-se em 172,47'v (80%do INPC), subindo para CrS 1 milhão 362mil 350, enquanto a prestação da casaprópria subiu 246,3''í (114.-4'; doINPC), passando a expressar-se em CrS 1milhão 731 mil 500.

Eis as conclusões a que os númerosnos levam: 1) — o assalariado beneficiou-se do reajuste do aluguel mas seu saláriofoi consumido pela inflação em 31%. 2)— O mutuário do sistema de habitaçãodo BNH foi sacrificado (esse é o termo)com um reajuste muito superior ao doseu salário (dois pesos e duas medidas).3) — O proprietário de imóvel foi ogrande prejudicado, recebendo menosque a inflação, o reajuste da casa própriae o reajuste salarial. 4) — Finalmente, oGoverno foi o único beneficiado, legis-lando cm causa própria. Beneficiário in-direto potencial, ressalve-se.

A nefasta evidência não é nossa. Édos números. Será que o nosso Congres-so não viu e não vê o disparate? Legislade olhos fechados? Não vê os "efeitoscolaterais" que estão nas entrelinhas dasbulas dos remédios que receita para adefinhante economia do nosso queridoBrasil? Pois que fiquem atentos, porquevirão outros socorros a bancos duvidosa-mente falidos, outras imobiliárias em pá-nico, outras exigências de reposições sa-lariais, e, sobretudo, greves e mais gre-ves, todas elas justas, por mais que selhes detu|pem os motivos, as causas pri-márias. É como já dizia minha avó naminha primeira infância: "um dia a casacai". Rubem de Almeida Nobre — Petró-polis (RJ).

IndagaçõesLi o protesto do Presidente da Asso-

ciação dos Magistrados do Rio de Janei-ro, Des. Renato Maneschy, e aproveiteio ensejo para perguntar-lhe:

Por que, Sr. Desembargador, somen-te um ou dois juizes no RJ (daqueles quejulgam as causas dos mutuários) são favo-ráveis às ações ordinárias movidas pelosmutuários? Por que, se o que queremos éapenas justiça, ou seja, que os agentesfinanceiros cumpram o que está escritonos contratos de financiamento? Se nãohouver cumprimento da Lei e a Justiçanão cumprir a Lei, em quem acreditar?

Responda, Sr. Desembargador: Porque um imóvel subjudice vai a leilão peloagente financeiro? Que lei permite a essemesmo agente financeiro arrematar oimóvel e entrar com ação de despejocontra o mutuário? Acredito que eu e amaioria dos mutuários aguardamos ansio-sos sua resposta. Joana Maria Lopes deMenezes — Rio de Janeiro.Tributos e inflação

Vejo com pesar que alguns ministrostentam trilhar o mesmo caminho dos seusantecessores, impondo ao povo pesadostributos para pagar dívidas, cobrir rom-bos, neutralizar os frutos da incompetên-cia etc. Aumentar impostos e onerardemasiadamente os serviços públicos foisempre a solução encontrada pelos mausgovernos.

Os acordos comerciais internacionaisderam prejuízo? Não faz mal, o povopaga (como no caso do açúcar e tantosoutros). Equipamentos adquiridos pormilhões de dólares (Ferrovia do Aço,Nuclep etc) se estragam e se enferrujam,esquecidos pelo governo? Não tem im-portância, o povo pagou, continua econtinuará pagando por eles. A gasolinaé exportada a preços aviltantes? Tambémnáo faz mal, o custo dobra no Brasil. Eassim, com esta facílima e viciada solu-ção, a inflação aumenta com todos osseus efeitos. Já se tornou rotina nestepaís. (...). Vilma de Paula Conhête — Riode Janeiro.

IncoerênciaParodiando o célebre poeta Castro

Alves, que dizia: "Deus! ó Deus! ondeestás que não respondes? Eu clamo:Getúlio Vargas! João Goulart! AlbertoPasqualini! Fernando Ferrari! RobertoSilveira! onde estão que não enxergam oque vem fazendo as aves de arribaçáoarmando seus ninhos na legenda do PTB,levando-a ao ridículo, lançando-se candi-datos à Prefeito e Vice, sem nenhumaidentidade trabalhista, repetindo a incoe-rência da eleição para Governador quan-do nos impuseram Dona Sandra comocandidata (aquela vergonha), ultrajaramo PTB e voltam agora com suas insignifi-cantes candidaturas difamando o eminen-te líder Leonel de Moura Brizola, o maislegítimo trabalhista desta país. que só nãoestá à frente da nossa ex-gloriosa legendaPTB porque foi vilipendiado pelas donasIvete e Sandra, mancomunadas com osSrs Delfin e Golbery, crciam, sob aproteção General ex-imperador João. Se-bastião Nascimento Filho — Rio de Ja-neiro.As cartas serão selecionadas para publi-cação no fodo ou em parte entre as quetiverem assinatura, nome completo e legí-vel e endereço que permita confirmaçãoprévia.

JOBNAL BO BRASIL Opinião sexta-feira, 13/9/85, ? Io caderno ? 11

As prerrogativas

do Legislativo

Eliane Cantanhede

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Coisas da politica

Exposto à visitação

da crítica pública,especialmente depois daspertinentes denúncias daimprensa, o CongressoNacional tem enfim suagrande chance de dar avolta por cima. A Comis-são para a Restauraçãodas Prerrogativas do Le-gislativo, instalada ontempelos presidentes da Câmara, Ulysses Guimarães, e doSenado, José Fragelli, significa uma largada na corrida doCongresso rumo aos novos tempos, à expectativa demudanças que ainda acalenta o povo brasileiro e, também,ao reencontro com o seu papel fundamental de fiscalizaçãodo poder estatal — algo que lhe foi surrupiado ilegítima-mente pelos regimes militares, na prática e na lei, viaConstituições de 1967 (texto) e 1969 (preâmbulo).

A questão central das prerrogativas está no atualArtigo 57 da Constituição, que atribui ao Presidente daRepública competência exclusiva para a iniciativa de leisque disponham sobre três matérias fundamentais ao ritmodo país e, em conseqüência, ao nível de vida dos cidadãos:financeira, tributária e orçamentária. Do alto de seus 20anos de reação ao regime militar e de seu cargo depresidente da Câmara, Ulysses frisou, durante a solenida-de de instalação da comissão, na Comissão de Justiça daCâmara, que o Congresso está livre de qualquer culpapelas proporções gigantescas da dívida externa brasileira,pois presenciou, de mãos atadas e à distância, as decisõeseconômicas do Palácio do Planalto e da Seplan saíremdiretamente para as ruas da execução sem qualquerfiscalização ou controle de outros poderes.

O fantasma do Artigo 57 é um dos mais escabrososque rondam a inércia parlamentar e, por isso, é objeto dereformulação em dezenas de projetos de emenda arquiva-dos ou estacionados nos trâmites legislativos ao longo deum tempo desfavorável. Entre elas, destacam-se a de umacomissão coordenada pelo Deputado Flávio Marcílio àépoca em que ele presidia a Câmara, a do Deputado JorgeCarone, que reproduz a chamada "Emenda Figueiredo"(restabelecendo, entre outras coisas, as diretas para Presi-ciente em 1988), e o substitutivo do PMDB a ela, inscritoem nome do Deputado Oswaldo Lima Filho.

Das três, a do PMDB é a que tem mais apoios noCongresso — inclusive no PDS que dava sustentaçãopolítica aos Presidentes fardados — e, por isso, deverá ser

a mais considerada pela nova comissão. Na sua versão, sãosimplesmente suprimidos os itens I e III do Artigo 57 emodificado o item III do Artigo 40, resultando em que sejaatribuição do Poder Legislativo dispor sobre, por exem-pio, "distribuição de rendas e matéria financeira, inclusivetributos e sua arrecadação". Além disso, são liquidadosdois institutos de má lembrança que, apesar de ainda emvigor, não são utilizados pelo Presidente José Sarney: odecreto-lei e o decurso de prazo, ambos fabricados aomelhor gosto do autoritarismo.

A comissão está criada e, assim, o primeiro passo —simbólico — está dado. Com a palavra, agora, os parla-mentares e os partidos. E é aí que começam os problemas.Ou melhor, já começaram, na própria indicação de nomespara os principais cargos, pelas siglas mais representadas,numericamente, nas duas casas. A presidência ficou com oPDS e desabou sobre o Senador Octavio Cardoso — umsuplente de atuação parlamentar inexpressiva que chegouao Congresso na vaga do falecido Tarso Dutra. Parasurpresa até do líder do partido na Câmara, Prisco Viana,que articulava a pleno vapor o nome do experiente FlávioMarcílio. O cargo de relator — que é de fato o maisimportante — ficou coin o PMDB e recaiu sobre osombros do Deputado Cássio Gonçalves que, aos 48 anosde idade, exerce seu primeiro mandato federal e foiavisado na véspera, à noite, pelo líder Pimenta da Veiga.Para sorte geral, Cássio é um parlamentar disciplinado, deboa aceitação nas várias bancadas, de posições políticasdefinidas e, ainda, de quebra, terá o apoio direto do vice-presidente da comissão: o especialíssimo Thales Ramalho.O que, por si, não basta para justificar a correria e osacertos surpreendentes de última hora, quando o assuntoexigia calma e reflexão.

O clima era de euforia durante a instalação dacomissão mas, como lembrou Thales Ramalho depois, "émelhor haver muitas críticas do que nenhuma, poisnenhuma significa ditadura". Por isso mesmo, a imprensanão vai largar o pé do Congresso tão fácil assim. Acampanha pela moralização continua e até respalda otrabalho de uma comissão tão bem-vinda e tão de acordocom os novos tempos. Quem sabe se, em vez de só atacar oaspecto das prerrogativas constitucionais, tal comissão nãovai partir também para uma lavação de roupa suja,repensando os subsídios parlamentares, o trabalho dascomissões, as votações e o plenário? Há muita genteachando que sim e, afinal, a imprensa estará lá paraconferir — numa atitude já em si modernizadora, ostrabalhos serão abertos. E poderá surgir dali, não só oresgate das prerrogativas, mas também da credibilidadepública do Congresso Nacional.

Eliane Cantanhede é coordenadora de política do JORNAL DOBRASIL em Brasília.

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Gorbachev, o comunicador

Serge Schmenuinn

HÁ poucos dias, com hábeis pinceladas, Mikhail Gorbachev mostrou

que o Presidente Ronald Reagan provavelmente não será o único"grande comunicador" presente à conferência de cúpula cm novembro.Primeiro, o líder soviético sentou-se com um grupo de editores da

revista Time, e acusou Washington de estar tentando piorar as relaçõesentre os dois países, enquanto o Kremlin tenta agir com "contenção".Durante a entrevista, que durou mais de duas horas, Gorbachev argumen-tou que o Governo Reagan está tentando reduzir o encontro em Genebra auma justa entre dois "supergladiadores".

Depois, recebeu um grupo de oito senadores norte-americanos,encabeçados pelo líder da minoria, Robert Byrd, e lhes comunicou que osenviados soviéticos à conferência sobre a limitação de armas estratégicas,que sc realiza em Genebra, poderão fazer instantaneamente "propostasradicais", sc os norte-americanos abandonarem suas tentativas de "milita-rizaçào do espaço".

Finalmente, quando Gorbachev embarcava para a Sibéria — onde foicontinuar sua política doméstica nos campos de gás e de petróleo — aAgência Tass preveniu que, se Washington prosseguir com seus planospara teslar uma arma contra satélites, Moscou reiniciará a colocação destasarmas em órbita, terminando a "moratória" unilateral anunciada há doisanos por Yuri Andropov.

O conjunto de cenouras e chicotes oferecidos por Gorbachev podenão ser substancialmente novo, mas, como Reagan pareceu entenderrapidamente, o desafio não está tanto no que o líder soviético disse quantoem sua capacidade de apresentar seu caso diretamente ao povo norte-americano. A Casa Branca observou, com irritação, que já em janeirodeste ano o Presidente Reagan havia pedido para aparecer na televisãosoviética (algo que Ricliard Nixon fez em sua viagem presidencial à URSSem 1972) mas Moscou nem se dignou responder à solicitação.

Até hoje, as únicas tentativas de Reagan cm falar diretamente aopovo soviético foram umas duas palestras pela Voz da América, cujastransmissões em russo são bloqueadas desde 1980 e só podem ser ouvidaspor um pequeno número de russos. Além do mais, porque a Voz daAmérica freqüentemente é apresentada pela imprensa soviética como umaemissora de rádio subversiva c hostil, os programas apresentados porReagan tiveram uma conotação clandestina.

Gorbachev parece estar se aproveitando unilatcralmentc da imprensalivre do Ocidente, enquanto mantém sua media rigidamente controladapara si mesmo.

Realmente, os dirigentes soviéticos sempre tiveram esta vantagem.Mas, desde os dias de Nikita Kruschev no poder, o Kremlin não tem tidoum líder com a capacidade de se aproveitar dessa situação. Seus sucessores,Leonid Brejnev, Yuri Andropov e Konstantin Chcrnenko dificilmentepoderiam ter sido considerados líderes carismálicos — e suas aparições empúblico freqüentemente chamavam mais atenção para seu problemáticoestado de saúde do que para o que tinham a dizer.

Gorbachev, pelo contrário, é eficiente em público. Desde que chegouao poder, em março passado, tem viajado freqüentemente pela UniãoSoviélica, sempre acompanhado por sua mulher, Raissa. Em cada paradapercorre as ruas, cumprimentando as pessoas, censurando-as, lisonjeando-as, e botando capacetes de operário para tirar retrato — na melhor tradiçãodos políticos norte-americanos.

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Este homem tem um nome homérico —Ulysses.Vai aparecer hoje no maior picadeiro do país, atelevisão, representando o Congresso.Vai tentar um salto mortal duplo de costas —coisa trivial/ prum atleta circense, impossívelprum parlamentar.Este homem vai tentar explicar o inexplicável.Justificar o injustificável.Desmentir o indesmentível.Não há prestidigitação de retórica ou malaba-rismo filosófico que salve este homem.Só uma inspiração suprema, a humildade últi-ma, o salvaria — confessar ao povo brasileiroque, realmente, assim como está e se compor-ta, o Congresso Brasileiro não readquire o seuprestígio.Este homem não dirá isso — é uma das vítimasde Brasília-poder, Brasüia-conivência.Mas devemos ouvi-lo com o maior respeito.Ulysses Silveira Guimarães é um dos rarosgrandes homens públicos brasileiros. Espere-mos que a graça o ilumine.Que esta noite o engrandeça, não o ridicula-rize.

Os desafios da Constituinte

Hélio Jaguaribe

Seu estilo direto e aberto parece ter sido igualmente eficiente com osvisitantes estrangeiros. Diferentemente dos típicos comissários soviéticosdo passado, Gorbachev parece se sentir bem na companhia de estrangeiros,enquanto apresenta a política soviética padrão em novos e atraentespacotes com sinceridade, humor e observações pessoais. Depois do recenteencontro, o Senador Byrd classificou o dirigente soviético empregandouma simpática ficira de adjetivos: "articulado, duro, capaz, sério". Osoutros senadores disseram coisas muito parecidas.

Provavelmente Gorbachev vai se aproveitar dessa vantagem quandofor a Paris no início de outubro e, principalmente, na conferência de cúpulacom Reagan em Genebra.

Contudo, é pouco provável que o "novo estilo" de Gorbachev possachegar ao ponto de conceder a Reagan um horário para que ele seapresente na televisão soviética. No Ocidente, o aparecimento de umpoderoso e até mesmo simpático líder soviético nas capas das revistas podeser novidade, mas dificilmente seria algo sensacional.

Na União Soviética, a apresentação aberta de um presidente norte-americano na televisão — especialmente de Reagan, que tem sidoregularmente difamado no país — seria algo quase revolucionário.

O acesso à informação provavelmente continua sendo o monopóliomais ciumcntamente preservado pelo estado soviético. Qualquer tipo deacesso, por menor que seja, que Washington tenha obtido ao povosoviético, sempre foi algo conquistado através de árduas negociações.

Em Moscou, é permitido à Embaixada dos Estados Unidos manteruma pequena exposição de fotografias em sua parede externa, mas ossoviéticos relutam em percorrê-la sob os olhos dos agentes do KGBestacionados em grande número em torno do prédio.Washington também publica uma revista em russo, chamada Ameri-ca, cuja circulação é limitada e controlada. Todos os anos, o embaixadordos EUA é convidado para fazer uma curta apresentação na televisãosoviética no dia 4 de julho (o dia da independência dos EUA) — mas,quando sua mensagem não está de acordo com o gosto do Kremlin, ésumariamente cancelada.

Contudo, o resultado dos estritos limites impostos às informações —interferência nas transmissões radiofônicas, censura e controle da mediadoméstica, o tratamento das publicações ocidentais como armas ideológi-cas hostis, íestrições aos telefonemas internacionais, correspondência,videocassetes, máquinas copiadoras e até mesmo máquinas de escrever—éque as notícias não sancionadas pelo regime conquistam um valor enorme.

Assim, acontecimentos como a Feira Internacional do Livro deMoscou, atualmente sendo realizada, se tornam importantes para aquelessoviéticos que têm a possibilidade de folhear volumes ocidentais — mesmoapesar dc os livros mais "perigosos" terem sido bloqueados pela alfândega.

Os contatos casuais com os estrangeiros são considerados muitovaliosos, apesar do perigo. Uma olhada numa velha revista de notíciasnorte-americana é um verdadeiro banquete, e os soviéticos que seencontram regularmente com estrangeiros se tornam uma muito procuradafonte de informações. „

Para o Krcmiin, permitir que Reagan fale na televisão soviéticaimplicaria a aprovação de suas observações, dando às suas palavras umaressonância, para os ouvintes soviéticos, que as declarações de Gorbachevnunca poderiam alcançar no Ocidente.Ssrge Schmemann é do The New York Times

A S questões de procedimento, relacionadas com afutura Constituinte, se tornaram o principal foco

de atenção da opinião pública. Foi ou não oportuna acriação, por decreto do Executivo, de uma Comissãode Estudos Constitucionais e foi ou não feliz a seleçãode seus membros? É conveniente a tendência, ora emcurso, de se atribuir função constituinte ao futuroCongresso Nacional ou, diversamente, conviria convo-car uma Assembléia Constituinte separadamente daseleições parlamentares?

Essas e várias outras questões conexas estão sendoamplamente debatidas no Brasil, o que constitui umaimportante inovação no processo de elaboração consti-tucional, relativamente às Constituições precedentes,cuja preparação se deu em curto prazo, sem o benefíciode uma ampla e pública discussão prévia. São relevan-tes, sem dúvida, essas questões, tendo em vista que ofuturo texto constitucional será, em maior ou menorgrau, influenciado por certas opções de procedimentose pela alternativa entre um Congresso Constituinte euma Assembléia exclusivamente dedicada à função deelaborar a Constituição. Admitida a relevância de taisquestões, entretanto, importa levar em conta o fato deque mais importantes do que os aspectos processuaisrelacionados com a futura Constituinte — desde quemantidos os métodos democráticos — são as questõesde fundo. O que importa é saber, a partir de nossapresente realidade social, que modelo de sociedade ede Estado os brasileiros desejam instaurar.

Quase todos reconhecerão, creio eu, a necessida-de de o Poder Executivo submeter à soberana aprecia-ção da Constituinte um anteprojeto de Constituição, desorte a encaminhar os debates constitucionais em tornode um texto prévio. O que comporta inevitável margemde arbítrio é saber se uma comissão constituída para talfim deva ter cinco ou cinqüenta pessoas e quais devamser estas. Tampouco me parece contestável, em princí-pio, a preferibilidade de uma Assembléia Constituintedistinta do futuro Congresso, que deixasse a este asincumbências ordinárias do Legislativo e se concentras-se, exclusivamente e apenas pelo tempo para talnecessário, na elaboração da nova Constituição. Ocor-re, entretanto, que a primeira dessas questões já foidecidida pelo Executivo e a segunda, na prática, estádecidida pelo Legislativo, que prefere conferir poderesconstituintes ao próprio futuro Congresso Nacional.

Dada a alta relevância da prévia mobilização daopinião pública sobre a temática constitucional, impor-ta, agora, que a ênfase do debate se reoriente para asquestões de substância. Qual é a nossa presenterealidade social e que tipo viável de sociedade e deEstado desejamos construir, nós, os brasileiros? Estasduas questões, muito mais que as de procedimento, sãoaquelas com que se defrontará a futura Constituinte e

será da resposta que venham a receber que dependeráo futuro do país.

Como o sabemos todos, a interpretação de umarealidade social comporta diversos diagnósticos. Emúltiplas são, certamente, as aspirações dos brasilei-ros, condicionadas por suas perspectivas regionais e declasse, ademais de por suas opções individuais. Isto nãoobstante, creio que, num nível de mais alta generalida-de, existe hoje, no Brasil, um amplo consenso sobreessas duas questões. O Brasil assumiu, nestes últimosanos, as características de uma moderna sociedade demassas, predominantemente urbana e industrial, em-bora trazendo, de seu passado, amplas e terríveismanchas de pobreza e de atraso. A velha sociedadeoligárquica e semicolonial, que vinha do Império e daRepública Velha, se foi transformando, a partir de1930, numa sociedade sob a hegemonia de sua classemédia, em acelerado processo de urbanização e indus-trialização. Na última década, efetuou-se a transição dapredominância rural para a urbana e da agrícola para aindustrial.

Da mesma forma, a democracia de notáveis, queregulava o Império e a República Velha, foi sendosubstituída, a partir de 1930, por uma democracia declasse média, consolidada pela Constituição de 1946.Em sua continuidade, o processo de democratização dopaís foi se ampliando para abranger crescentes setoresdas massas. Reações conservadoras, em 1954 e em1964, tentaram impedir essa ampliação, pelo golpemilitar. Mas as transformações reais da sociedade,crescentemente urbana e industrial, inviabilizaram taisintentos. E agora estamos nós, com a restauraçãodemocrática, experimentando a urgente necessidade decriar instituições que se ajustem a essa nova realidadedo país. A sociedade industrial de massas exige umademocracia social de massas.

A grande tarefa da Constituinte será a edificaçãode uma democracia social de massas. Diversamente doocorrido com os países europeus, entretando, quearmaram o seu welfare state quando já dispunham deuma altíssima capacidade produtiva e elevado nívelmédio de renda, o Brasil deverá construir sua democra-cia social em condições, ainda, de subdesenvolvimentoeconômico e sob o negativo impacto de uma severaestagflação e de esmagadora dívida externa. Trata-se,portanto, para a futura Constituição, de combinar osrequisitos de uma democracia social com as exigênciasdo desenvolvimento econômico. Impõe-se, em taiscondições, a preservação e a dinamização da empresaprivada e de uma ágil economia de mercado. Mastambém se impõe a adoção de medidas que assegurem,através da ação planejadora, supletiva e corretiva doEstado democrático, a preservação dos interesses na-cionais, ante as pressões transacionalizantes e a preser-vação dos interesses sociais, compensadora das desi-gualdades do mercado.

Hálio Jaguaribe 6 decano do Instituto de Estudos Políticos e Sociais.

Igreja, Povo de Deus

Dom José Freire Falcão

O II Concilio do Vaticano privile-gia a imagem da Igreja como

Povo de Deus, talvez para ressaltarsua dimensão histórica, institucional ede povo. Escreve a Constituição con-ciliar Lumen Gcntium: Cristo convo-cou "um

povo dentre judeus e gen-tios, o qual estivesse congregado naunidade, não segundo a carne, mas noEspírito, e constituísse o novo Povode Deus" (9).

Este Povo tem a Cristo por Cabe-ça e por condição a dignidade e aliberdade dos filhos de Deus, no cora-ção dos quais habita o Espírito Santo.Por lei, o mandamento do amor e,por finalidade, a dilatação do Reinode Deus. Um Povo cujo maior bem éa pureza da fé.

"Embora de momento não com-preenda todos os homens, e muitasvezes apareça como um pequeno re-banho, é, sem dúvida, o germe firmís-simo de unidade, de esperança e de

salvação para todo o gênero humano"(Ibid.).

E constituído "instrumento de re-denção universal e é enviado a todo ouniverso como luz do mundo e sal daterra" (Ibid.).

E um Povo "uno e único, que temde abranger o mundo inteiro e todosos tempos" (Ibid., 13). Pois, "detodas as gentes da terra se compõe oPovo de Deus, porque de todas rece-be seus cidadãos, que o são de umreino, por certo não terreno, senãocelestial" (Ibid.).

Uma nota do Povo de Deus éassim a universalidade. Daí estas pa-lavras de João Paulo II quando de suavisita à Argentina: Neste Povo "bri-lha como uma de suas dimensões maisadmiráveis a catolicidade ou universa-lidade... não se limita aos confins,forçosamente estreitos, de uma na-ção, raça ou cultura, mas se estendepor todo o universo... Sua grandeza eoriginalidade está precisamente emamalgamar numa unidade viva, orgâ-nica e dinâmica as mais diversasgentes".

Se faltar ao dinamismo vital dasbases a consciência desta dimensãouniversal do Povo de Deus, elas cor-rerão "o risco de degenerar em anar-quia organizativa, por um lado, emelitismo fechado e sectário, por ou-tro" (261).

E absolutamente contrário a esseensinamento conciliar uma visão da fécristã a partir exclusivamente de umaclasse social, mesmo que seja a classedos explorados e oprimidos. Porque arealidade do Povo de Deus transcen-de os povos, os grupos e as classessociais, embora esteja neles inserido.

Também, nada mais alheio à ver-dadeira concepção de Povo de Deusdo que sua identificação com umaconcepção sociológica, política ouideológica de povo. Como afirma oCardeal Ratzinger, em Rapporto sullaFede, "a Igreja de Cristo não é umpartido, não é uma associação, não éum clube: sua estrutura profunda,que não pode ser suprimida, não édemocrática mas sacramentai, portan-to hierárquica. A autoridade, aqui, sebaseia na autoridade do próprio Cris-

to, que quis comunicá-la a homensque sejam seus representantes até suavolta definitiva".

A Igreja é, na verdade, "um povo

histórico e socialmente estruturado"(Puebla, 261). Não é somente ummistério de comunhão, que só pode-ria ser vivido em grupos limitados erestritos, mas é a vida de um povoconcreto, com suas deficiências e ri-

quezas, com sua estrutura e suasestruturas. Está dotada de uma estru-tura hierárquica, cuja fonte não sesitua no povo cristão, mas na autori-dade do Fundador da Igreja. Povoque se encarna historicamente emrealidades e estruturas humanas, mascujo eixo essencial é sua estruturadivina, como foi querida por Cristo.

A identidade do Povo de Deusnão se define por sua capacidade demobilização popular, através de orga-nizações e movimentos ideologizados,ou por sua atuação no campo dasreivindicações político-sociais. Maspor sua origem divina; por sua reali-dade sobrenatural, por sua naturezaescatológica; por ser comunhão devida, de caridade e de verdade.

Ademais, o povo, mesmo humil-de, simples e pobre, não é necessaria-mente Povo de Deus. Sê-lo-á se esti-ver aberto à aventura da graça e àBoa Nova do Evangelho, se procuraviver a mensagem de Cristo "numacomunidade de fé, de amor, de espe-

rança, de oração, de celebração e departicipação nos mistérios cristãos,especialmente na Eucaristia" (JoãoPaulo II, Carta aos Bispos da Nica-rágua).

A Igreja de Cristo é certamenteum povo. Mas um Povo singular quenasce da livre e gratuita iniciativa deDeus. Um Povo animado pelo Espíri-to do Senhor, mas conduzido peloministério hierárquico. E é em ligaçãocom seus Pastores que este Povocresce e cumpre sua vocação. Povo aum tempo carismático e institucional,tradicional e sempre novo.

Quando esta visão de Povo deDeus é obscurecida, se perde a verda-deira concepção da Igreja e difícil-mente na ação pastoral se escapa àradicalização política e ideológica, atéo extremo da aceitação da luta siste-mática de classes e da violência para atransformação da sociedade.

D. José Freire Falcão, Arcebispo de Brasília, Amembro do Secretariado Romano para a Unlêodos Cristãos.

D

12 ? 1° caderno ? sexta-feira, 13/9/85 Internacional JORNAL DO BKASITL

Corte de Haia inicia

Haia, Holanda — O Governo da Nicará-gua iniciou na Cone Internacional de Haia aapresentação de acusações e provas contra odos Estados Unidos, por intervenção militarno país. O embaixador nicaragüense junto àcorte, Carlos Arguello, qualificou de "Estadoterrorista" o chefiado por Ronald Reagan, epediu que organizações internacionais fixem ovalor das indenizações a serem exigidas pelosprejuízos causados.

Seis testemunhas serão convocadas a pres-tar depoimento ante os 16 juizes, e já ontem oVice-Ministro do Interior e da Defesa, LuísCarrion, detalhou as diferentes operações ar-madas e outras formas de intervenção patroci-nadas desde dezembro de 1981 pela CentralIntelligence Agency (CIA). O embaixadorArguello responsabilizou diretamente o Con-selho de Segurança Nacional do Governoamericano, e seu comandante supremo, oPresidente Ronald Reagan, pelo comando daguerrilha que tenta derrubar o Governo nica-ragüense.

Plano Centra]A cadeira destinada ao juiz norte-

americano está vazia, pois o Governo dosEstados unidos resolveu não reconhecer com-petência ao tribunal no caso. A Nicaráguaapresentou sua denúncia a 9 de abril de 1984,logo após a instalação de minas em portosnicaragüenses pela CIA. A 10 de maio otribunal ditou sentença convidando os EstadosUnidos a deixar de promover ações militarescontra a Nicarágua, depois de confirmar a 26de abril sua competência.

O embaixador Arguello apresentou evi-déncias de que a estratégia e a seleção de alvosdos guerrilheiros é determinada pelo ConselhoNacional de Segurança, integrado por Reagan,o Vice-Presidente George Bush e os Secretáriode Estado e Defesa. Denunciou a insistênciado Governo americano em não reconhecer otribunal como evidência de uma vontade de

desrespeitar as leis internacionais, e a "incrívelarrogância" do pronunciamento em que, emfevereiro, Ronald Reagan declarou ser seuobjetivo "remover" o Governo da Nicarágua.

O Vice-Ministro Luís Carrion desceu adetalhes mais concretos, com a ajuda demapas e documentos. Disse que a partir dedezembro de 1981 comprovou-se que os cha-mados contras começaram a "atuar segundoum plano central, com planos precisos e pode-rosos armamentos". A transformação dos ban-dos de guardas somozistas em um exércitoorganizado, segundo ele, só se explica "pelaintervenção direta da CIA e a destinação demilhões de dólares a esta causa".

Lembrou que as diferentes ofensivas dossubversivos "coincidiram quase sempre com aalocação de novos fundos pelo Governo ame-ricano", e confirmou a existência de bases emHonduras e nos Estados Unidos para treina-mento dos mercenários. A infiltração, expli-cou, dá-se com a ajuda da aviação norte-americana. Cidadãos americanos — dos quaisdois vão depor — também participam. Doisdeles morreram nos combates em 1984.

Carrion apresentou uma cópia do panfletoem que a CIA ensina como eliminar nicara-güenses. O embaixador Arguello, que anun-ciou a apresentação de 1 mil 500 provasdocumentais, reiterou que as ações militares eparamilitares patrocinadas pelos Estados Uni-dos em território nicaragüense causaram cercade 3 mil mortes, 6 mil 500 feridos, violentadosou seqüestrados e deixaram sem casa cerca de150 mil pessoas, além de elevadas perdasmateriais.

Estas perdas foram inicialmente estimadasem 200 milhões de dólares, mas Arguellopropôs que sejam avaliadas, para efeito deindenização, por um órgão internacional comoo Banco Mundial, o Fundo Monetário Interna-cional ou a Comissão Econômica para a Amé-rica Latina, das Nações Unidas.

Haia — Foto da AFP

Documento compromete a CIA

Joel BrinkleyThe New York Times

Miami — Edgar Chamorro, que se desli-gou em novembro da Força Democrática Nica-ragüense (FDN), um dos grupos guerrilheirosque tentam derrubar o Governo da Nicarágua,afirma em testemunho escrito enviado à CorteInternacional de Haia que os rebeldes, com aaquiescência da CIA, recrutam combatentes àforça, assassinando em público oficiais e civisnicaragüenses, entre eles funcionários, poli-ciais, milicianos, militantes do partido oficial,professores e fazendeiros das cooperativasmantidas pelo Governo.

Com as execuções efetuadas nas praças depequenas cidades, perante toda a população,era fácil, segundo ele, convencer os sobrevi-ventcs a aderir à causa da subversão. BoscoMatamoros, da FDN, qualificou de mentirosasas acusações. Mas em entrevista nesta cidadeda Flórida onde vive atualmente, Chamorrodisse ter conhecimento de muitos casos derecrutamento forçado durante os dois anos emque integrou o grupo. Outros líderes rebeldesreconheceram que os responsáveis por taisexecuções não têm sido punidos, mas que jáforam iniciadas campanhas para evitar maus-tratos a civis.

Remover o GovernoO documento afirma também que os coro-

néis Oliver North e Ronald Lehman, do Con-selho de Segurança Nacional do Governo dosEstados Unidos, prometeram aos rebeldesnicaragüenses em maio de 1984, em encontrocm Honduras, que militares americanos assu-miriam a supervisão das ações de guerrilha esabotagem em território nicaragüense uma vezvotada no Congresso americano a proibição de

mais ajuda aos rebeldes. (O Congresso voltouatrás este ano, em julho, e aprovou 27 milhõesde dólares em ajuda.)

Os dois oficiais garantiram ainda que oPresidente Ronald Reagan seguia empenhadoem remover o Governo nicaragüense, emboranão pudesse declará-lo publicamente então,por causa da eleição presidencial de novembro(em fevereiro Reagan fez a declaração públi-ca). Acrescentaram que a Casa Brancacuidaria de providenciar toda a ajuda necessá-ria para este fim. Funcionários da Casa Brancaadmitiram que Oliver North, do corpo deFuzileiros Navais, esteve envolvido em açõesdos rebeldes nicaragüenses, orientando-os eajudando-os a conseguir dinheiro após a pri-meira decisão do Congresso americano, devetar a ajuda oficial.

A Comissão de Informação da Câmara dosDeputados americana está investigando se oenvolvimento do Conselho de Segurança coma subversão nicaragüense viola ou não a proi-bição parlamentar de ajuda, então vigente. OPresidente Reagan e outros membros de seuGoverno sustentam que não houve violação,com o que não concordam alguns parlamen-tares.

Chamorro encaminhou seu depoimentoatravés do advogado americano Paul Reichler,que representa a Nicarágua no processo naQirte de Haia. Explicou que, embora ainda seoponha ao Governo da Nicarágua, considera-se no dever, como nicaragüense, de dizer averdade àquela corte. Foi por revelações comoesta que ele foi afastado da FDN.

No depoimento, ele relata ainda como aCIA o instruía e a outros líderes rebeldes apressionarem parlamentares americanos con-trários à ajuda através de contatos com seuseleitores.

processo nicaragüense contra EUA

Promotor fixa acusações

aos ditadores argentinos

O lugar dos americanos está vazio

D Pedro Casaldáliga

critica em Havana

credores da dívida

Sebastião Martins

Havana — O bispo de São Félix do Araguaia, Dom PedroCasaldáliga, se tornou o principal orador da abertura do DiálogoJuvenil e Estudantil de América Latina e Caribe sobre a DívidaExterna e teve seu discurso interrompido por sorrisos e aplausos,quando sugeriu que os devedores dissessem aos credores oseguinte:

Que sua mãe pague a dívida.Dom Pedro recebeu um longo e forte abraço do Presidente

cubano, Fidel Castro, enquanto era aplaudido entusiasticamentepelos mais de 600 jovens delegados representantes de 32 países ede mais de 250 organizações juvenis governamentais, religiosas,operárias e até empresariais. O jornal oficial de PC de Cuba,Granma, destacou o discurso de Casaldáliga, mas não se referiu àrápida citação da Bíblia, feita pelo bispo.

Única dívidaSegundo a Bíblia, disse Dom Pedro, a única dívida que se

paga é a do amor. O bispo pediu que os latino-americanos se"sublevem e não paguem a dívida externa".Não é só pecado cobrar a dívida externa. É imoral.

Fatalmente pagar a dívida externa significará endividar progressi-vãmente nossos povos — afirmou, depois de ter se declaradobrasileiro, por estar há 17 anos no Brasil e ter contraído váriasmalárias.

Com o Palácio das Convenções lotado, e ante os olharesatentos de quase 80 jornalistas de rádios, televisões, jornais erevistas do hemisfério, Fidel Castro tomou nota dos númeroscitados por todos os oito oradores, mas não discursou. Aplaudiumuito o balé apresentado por cerca de 100 crianças, que foramacompanhadas por uma pequena orquestra de instrumentos decorda e um afinado coral.

Um buquê de flores foi oferecido,no início da solenidade deabertura a dois jovens brasileiros, Álvaro Azeredo e LetíciaMartins Azeredo, representantes mineiros, que se casaram um diaantes de viajar para Cuba, numa "lua-de-mel muito diferente",segundo o apresentador cubano.

Rosental Calmon AlvesCorrespondente

Buenos Aires — Os nove ex-comandantesmilitares que governaram a Argentina ouvi-ram ontem dezenas de relatos sobre os seques-tros, torturas, assassinatos e roubos descritospela Promotoria que os acusa de responsabili-dade por esses e outros atos consideradosgenocídio. Ao iniciar o relato sobre os camposde concentração mantidos pelas Forças Arma-das nos anos 70, o promotor Strassera disseque embora os generais tenham sido tão pouco¦cavalheirescos se tivessem que usar um escudoeste seria um capuz e uma picana (máquina dedar choque elétrico durante a tortura).

O promotor declarou que esses campos deconcentração podiam ser definidos como "cen-tros de cativeiro e extermínio" e que consti-tuíam a "retaguarda do processo de reorgani-zação nacional", ou seja, do regime militariniciado em março de 1976. Strassera destacouo estado de escravidão a que os presos políti-cos seqüestrados ilegalmente eram submetidosnesses locais e iniciou seu relato com casosfartamente comprovados que ocorreram no

campo de concentração chamado La Pcrla,localizado em Córdoba.

Todos os casos narrados pela Promotoriajá foram conhecidos durante as audiênciaspúblicas e o depoimento de testemunhas, masé a primeira vez que são apontados os respon-.sáveis e que a acusação é feita diretamentediante deles. Durante a segunda audiência,exclusivamente dedicada à formulação do ar-razoado acusatório (haverá outras três audiên-cias), foi possível estabelecer, ontem, umalista preliminar de crimes que o promotorStrassera pretende provar que foram cometi-dos pelos nove ex-governantes argentinos:homicídio doloso ou aleivoso; assassinato (queé diferente pelo Código Militar); seqüestro;privação ilegal de liberdade; extorsão; roubo;associação ilícita em quadrilha; aplicação detorturas; restrição às liberdades públicas;ocultamento da verdade; falsidade ideológica;instalação de cárcere privado; violação sexual;desrespeito às normas jurídicas como autori-dades nacionais. Com todos esses crimes, pelaleis argentinas poderia ser aplicada facilmentea prisão perpétua. Mas, como se trata de umjulgamento inédito, não se sabe se essa penaserá pedida pelo promotor Strassera, ao terr»i-nar sua acusação na próxima semana.

Menina seqüestrada revê os paisBuenos Aires (do Correspondente) —

Uma singela canção de ninar — a mesma que afazia dormir até o seu seqüestro oito anos atrás— selou o reencontro de Maria Eugenia Gati-ca, de nove anos, com seus verdadeiros pais ea recuperação de sua identidade. Emocionada,a mãe da garota repetiu a canção quandoMaria Eugenia a abraçou e beijou em prantos,minutos depois que um juiz e um psicólogo lherevelaram que aqueles que a adotaram comoElizabeth Silvina Silva não eram seus pais deverdade, mas seus seqüestradores, que agoraestão presos.

O comissário-inspetor Rodolfo Silva, queregistrara ilegalmente Maria Eugenia comofilha natural, tinha fugido com a garota segun-da-feira da semana passada, segundos antes deo juiz Antonio Borras chegar a casa de sua ex-mulher, Amanda Collard, para promover arestituição da menina a seus verdadeiros pais.Foragido nove dias, o casal se entregou ao juizno final da tarde de quarta-feira, juntamentecom a garotinha que, assistida por psicólogos,foi entregue em comovente cena à sua mãe,Ana Maria Carochc de Gatica, c a seu pai,Oscar Gatica.

Exame de sangueOs Gatica tinham sido presos pela repres-

são política em março de 1977. Os seqüestra-dores levaram também dois filhos do casal, orecém-nascido Felipe e Maria Eugenia, entãocom 13 meses, que estava sendo cuidada poruma vizinha. Poucos meses depois, o casal foiliberado, ao ficar claro que era inocente, eescapou para o Brasil, embora fazendo todoesforço para localizar as crianças seqüestradas.

Essas investigações para achar Felipe eMaria Eugenia foram conduzidas pela associa-ção Avós da Praça de Maio e levaram primeiroa Felipe, que tinha sido dado a uma famíliaque desconhecia sua origem. No final do anopassado, Felipe voltou para sua verdadeiracasa, onde passou a torcer mais do que todospara que encontrassem também sua irmã.

As Avós descobriram que Maria Eugeniaestava com o comissário de polícia Silva emoveram uma ação na Justiça. Ele e a ex-

mulher, que adotaram a menina como filhanatural, se negaram a fazer exame de sangue,para mostrar que eram os pais verdadeiros. Ojuiz Antonio Borras obrigou, no entanto, quese tirasse sangue da menina para esses examese o resultado indicou, como consta do proees-so, que havia 99,7% de possibilidades de que amenina seja filha dos Gatica. Isso satisfez ojuiz e, ao saber que a menina ia ser entregue aseus verdadeiros pais, o policial fugiu com ela.

Dia bonitoNorberto Liwski, assessor da Secretaria de

Desenvolvimento Humano e Família, e chefeda equipe técnica das Avós da Praça de Maio,recebeu Maria Eugenia imediatamente depoisque o juiz Borras contou a ela a verdadeirahistória. Ao saber que quem pensava ser seuspaís eram, na verdade, seus seqüestradores, amenina chorou e teve uma momentânea indis-posição. Norberto a tranqüilizou e começou aconversa procurando com a garotinha algumacomparação que lhe facilitasse o entendimentodessa dramática situação.

— Eu e Maria Eugenia chegamos à con-clusão de que esse dia devia ser comparado aum dia muito bonito, como o do nascimentode uma criança, ela passou a me fazer pergun-tas sobre como eram seus irmãos, sua casa,seus pais, com que idade tinha sido separadadeles e, finalmente, eu lhe perguntei se queriaconhecê-los. Sorrindo, ela disse que sim —contou, ontem, Norberto.

O emotivo reencontro se deu na rua,defronte à casa do juiz, onde os Gatica ealgumas dirigentes das Avós da Praça de Maioestavam esperando. Primeiro houve um silen-cioso e profundo olhar entre o casal e amenina. Depois ela abraçou a mãe, agarrando-a pelo pescoço. Muitos beijos, lágrimas deDona Ana Maria, que teve então a idéia decantar a mesma canção que usava para fazersua filhinha dormir nos primeiros anos de vida.Nesses primeiros dias, Maria Eugenia e seuspais ainda não estão em casa. Permanecemnum outro lugar, acompanhados de psicólogosque dirigem essa fase de adaptação.

A CHINA ABRIU OS OLHOS.

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A CHINA ABRIU OS OLHOS

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"China: No 35? aniversário da revolução

comunista, carros alegóricos exibiram robôs,computadores e geladeiras cheias. É a novaordem de Deng Xiaoping: modernização,conforto, livre iniciativa e lucro".Veja-26/12/84

"A China libera os preços.

Os preços passarão a ser regulados pela ofertae procura num sistema de livre mercado que vaisubstituir o modelo soviético de comercializaçãopor cotas compulsórias, vigente há 35 anos.OEstadodeS. Paulo-01/02/85

"Cam ponês melhora de vida na China de Deng. ^ 1

Sun Guiying, um bem sucedido criador de galinhas,tornou-se esta semana o primeiro trabalhador rural daChina a comprar um carro particular."Jornal do Brasil - 08/04/84

"Governo chinês anuncia fim da economia

centralizada.

Os produtos liberados do controle estatal obedecerão àsforças do mercado: a oferta ditada pela demanda, de acordocom os princípios da economia capitalista, e não pelas metasde produção estabelecidas pelo governo."Folha de S. Paulo -10/10/84

Notícias publicadas pela imprensamundial sobre a nova postura econômicado Governo chinês, divulgada;pelo seujornal oficial.

"China lista 130 projetos para investimento estrangeiro.Numa grande oportunidade para o capital e a tecnologia

ocidentais, China convida empresários internacionaispara ajudar a desenvolver 130projetos industriais."

The New York Times - 24/03/82

'A China já admite banco estrangeiro.

Os bancos estrangeiros já podem abrir filiais na China.A mudança faz parte do programa de reformas

econômicas e sociais que está sendo executado pelogoverno de Pequim "

O Estado de S. Paulo -13/04/85

"Deng diz que arranca China da pobreza em

cinco anos.O homem-forte da China atribuiu os p,'vblemas da

China pós-revolucionária à ideologia de esquerda, queobstaculizou as forças pmdutivas do pais."

O Globo-17/04/85

"China parte agora para um programa contra a

estatização.As autoridades de Pequim decidiram acabar com o monopólio

estatal no campo da aviação para melhorar a eficácia e o serviçodo transporte aérea Assim, deverão surgir várias empresas, que

serão responsáveis por suas perdas ou lucros, enquanto o Estado selimitará à supervisão e controle delas."

O EstadodeS. Paulo-15/01/85

MOVIMENTONACIONAL PELALIVRE INICIATIVA.

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JORNAL DO BRASIL Internacional sexta-feira, 13/9/85, n 1" caderno ? 13

Chefe da KGB se asila e delata 25 russos em Londres

Londres — 0 chefe da KGB (políciasecreta soviética) em Londres, Oleg Gor-dievsky, 46 anos, pediu asilo político àGrã-Bretanha e expôs uma rede de espio-nagem que levou o Governo britânico aexpulsar 25 soviéticos, seis deles diploma-tas. Eles têm três semanas para deixar opaís, junto com mulher e filhos (ao todosão 84 pessoas). A Chancelaria inglesaqualificou suas atividades de "totalmenteincompatíveis com seus status e supostosencargos"."Um ato de provocação, injustifica-do e inamistoso". Foi como a Embaixadasoviética em Londres reagiu à expulsão.Em ameaça velada, referindo-se aparen-temente a possíveis expulsões de britâni-cos em represália, a nota atribuiu aLondres "toda a responsabilidade porqualquer conseqüência" e rechaçou asacusações de espionagem. Nos últimosquatro anos, a Grã-Bretanha expulsouoito diplomatas soviéticos acusados deespiões, mas o principal caso ocorreu em1971, quando foram expulsos de uma sóvez 105 soviéticos, dos quais 45 diploma-tas. Moscou na época expulsou, em tro-ca, 18 britânicos.— Gordievsky conhecia todos os de-talhes das atividades e do pessoal envolvi-do no serviço secreto soviético neste país— declarou a Chancelaria britânica.

Os seis diplomatas expulsos incluemtrês primeiros-secretários: Yuriy Vasilye-vich, 48 anos, Vyacheslav Kaltin, 45 anos(encarregado de ciência e tecnologia), eBoris Korchagin, 45 (departamentocultural ). Há ainda um segundo-secretário, um terceiro-secretário, e oadido Dmitriy Vasylev. Entre os não-diplomatas, estão um motorista e umguarda de segurança da Embaixada, seterepresentantes comerciais, cinco jornalis-tas e dois tradutores de organizaçõesinternacionais.

O golpe britânico contra a rede deespionagem soviética em Londres foi en-carado como um novo round, desta vezganho pelo Ocidente, da batalha quedeixou a nu e impotente o serviço decontra-espionagem alemão ocidental,após a fuga, em agosto, do caçador deespiões Hans Tiedgc para Berlim Orien-¦tal. O último caso em Londres foi emabril, quando quatro diplomatas soviéti-

Londres — Foto da AFP

Yuriy Vasilyevich, umdos diplomatas expulsos

cos foram expulsos junto com um funcio-nário da companhia aérea da URSS Ac-roflot.

A expulsão foi uma surpresa totale não acho que beneficiará as relaçõesbritânico-soviéticas — comentou um jor-nalista da agência Tass, colega de ViktorIvanovich Muzalev, um dos deportados.

A Chancelaria Britânica, no entanto,garantiu que espera manter boas relaçõescom Moscou. Afirmou ter deixado claroao encarregado de negócios soviético,Aleksandrovich Parshin, que a medidafoi necessária para proteger a segurançanacional e que o objetivo do Governocontinua sendo melhorar as relações bila-terais.

Acreditamos ser importante amanutenção de relações diplomáticas efe-tivas entre os dois países — acrescentouHowe.

Como prova disso, a Grã-Bretanhaaumentou de 39 para 46 o limite máximode diplomatas soviéticos em Londres,recuando de sua decisão anterior de nãopermitir que funcionários expulsos fos-sem substituídos. Se essa decisão aindavigorasse, o pessoal soviético em Londresficaria agora reduzido a 33. Em Moscou,há 43 diplomatas, 32 funcionários não-diplomatas, 18 empresários e 14 jornalis-tas britânicos.

Em Moscou, não houve comentáriooficial sobre o episódio. Observadoresprevêem que o líder soviético MikhailGorbachev, no meio de uma campanhade aproximação com o Ocidente e comviagem à França marcada para outubro,talvez deseje minimizar o incidente. Em-bora em abril Moscou tenha expulsadotrês diplomatas britânicos em represália àexpulsão de cinco soviéticos, analistaslembram que, em 1983, não houve reta-iiação à expulsão de 47 diplomatas sovié-ticos de Paris.

Gordievsky é um dos mais importan-tes russos a desertar para o Ocidente nosúltimos anos. Segundo a Chancelaria cmLondres, ele trabalhava para a KGBdesde 1962 e desertou por motivos ideo-lógicos. Casado, com dois filhos, Gor-dievsky passou um ano na escola detreinamento da KGB em Moscou antesde se concentrar no combate a dissidentesdentro e fora do país. Foi para a Escandi-návia e para a Grã-Bretanha, semprepela KGB. Em Londres, era conselheiroda Embaixada soviética desde 1982 e,segundo a Chancelaria britânica, passoua chefiar recentemente a KGB na Ingla-terra.

Em Washington, o ex-vice-diretor daCIA e ex-diretor do serviço de informa-ções do Departamento de Estado, RayCline, afirmou que a deserção de Gor-dievsky é uma vitória para o Ocidentenum momento crítico, em que é precisoentender melhor as intenções de Moscouantes da próxima reunião de cúpula entreo Presidente Reagan e o líder Gorba-chev. Cline, hoje analista de informaçõesdo Centro para Estratégica da Universi-dade de Georgetown, comparou cm im-portância a deserção de ontem à deArkady Shevchenke, que abandonou ocargo de subsecretário soviético nas Na-ções Unidas em 1978 e denunciou umasérie de espiões na ONU. Shevchenko éatualmente consultor da CIA.

Thatcher agarra seu trunfo

William WaackCorrespondente

Londres — Os interrogadores ingle-ses se derramavam em elogios, ontem, aorecém-chegado colega da KGB, "muitobem informado". O serviço secreto in-glcs só não sabe ainda se os colegasamericanos — seus aliados — terão bre-vemente acesso a essa fonte de informa-ções.

O anúncio de que um importanteagente da KGB desertara para o ladobritânico era tratado ontem por diploma-tas e jornalistas ingleses como um dosgrandes trunfos políticos internacionaisdc Margaret Thatcher. Abandonada sozi-nha na chuva pelos americanos no casodas sanções contra a África do Sul, furio-sa com um negócio milionário de arma-mentos que os americanos querem fecharcom a França, a Primcira-Ministra britâ-nica pode mostrar que ainda pode in-fluenciar o grande diálogo Leste-Oeste.

Em comentários discretos, os ingle-ses estão dizendo que o espião soviéticodecidiu desertar por motivos político-ideológicos. Descontente com o sistemasoviético, ele não teria manifestado tam-pouco qualquer preferência especial pc-los Estados Unidos, optando pela Grã-Bretanha "como maneira de auxiliar odiálogo Leste-Oeste, proporcionando in-formações de primeira classe sobre for-mas e maneiras dc decisão na cúpulasoviética, alem do próprio secretário doPC", comentou uma fonte britânica.

Suspeita-se que Oleg, Gordievsky es-taria trabalhando há mais tempo para oserviço secreto britânico. Sua deserção,

por isso mesmo, está sendo interpretadano mesmo contexto do recente escândalode espionagem na Alemanha Ocidental,onde o responsável pela caça a espiõesinimigos desertou para a AlemanhaOriental. Argumenta-se que Gordicysky,caso trabalhasse há tempos para os ingle-ses, poderia ser conhecido dc Hans Tied-ge, o desertor alemão que denunciouparte de sua própria rede ao outro lado.

Os próprios ingleses — talvez agorase saibam os verdadeiros motivos —mostraram-se muito bem impressionadoscom o "excelente trabalho" que Gor-dievsky realizou em meados do ano pas-sado. Como "Conselheiro político" daEmbaixada soviética, ele foi o responsá-vel pela preparação da viagem que Gor-bachev (ainda antes da morte de Cher-nenko) realizou a Londres em dezembrode 1984. Quando Gorbachev foi eleitonovo líder da União Soviética, Thatchervangloriava-se dc ser a Chefe de Governoocidental com melhor conhecimento pes-soai do secretário-geral do PC soviético.

Gordiensky tem "opiniões políticasmuito articuladas e sensatas", disse umdc seus interrogadores. Sua deserçãotrouxe à tona detalhes saborosos sobrealguns dos soviéticos expulsos da Ingla-terra. Um dos jornalistas, corresponden-te da agência Nowosti, Alcksandr Ko-dintsen, ficara muito conhecido no paísdevido a um filme que realizou para oChannel 4 (cadeia privada de TV) com osugestivo título dc Direitos Humanos naInglaterra. Outro colega, correspondentedo Pravda, Yuri Kudimov, tinha o costu-me de se reunir "com russos" no teto doedifício onde morava, denunciava ontemum nervoso vizinho.

Choques em Birmingham

têm inquérito limitadoLondres — O Governo da Primeira-

Ministra britânica Margaret Thatcher re-jeitou os apelos por uma investigaçãojudicial ampla e detalhada sobre os dis-túrbios de Birmingham que deixaramdois mortos e dezenas de feridos. Em vezdisso, ordenou apenas um inquérito poli-ciai sobre o surto de violência mais graveno país nos últimos quatro anos.

Na noite de quarta-feira foram presas2(1 pessoas em choques esporádicos emBirmingham e nos arredores, mas umacordo ontem entre líderes da comunida-de negra e autoridades ajudou a reduzir atensão. A polícia prometeu agir com maisdiscrição em troca de tranqüilidade. Pelaprimeira vez em três dias. uma "calmainstável", segundo a polícia, envolvia obairro negro de Handsworth, onde, nanoite de domingo, jovens negros e bran-cos saquearam e incendiaram casas clojas.

Comerciantes indianos, os mais atin-

gidos pelos saques, pediram ao Governo20 milhões de libras (26 milhões de dóla-res) como compensação, para poderemreconstruir suas lojas. Na noite de ontem,grupos dc jovens incendiaram três carrosc quebraram vitrines dc lojas em Coven-try c Wolverhampton, perto dc Birmin-gham. Em Liverpool, jovens atearamfogo a uma capela e três carros mas apolícia não associou o episódio aos distúr-bios dc Birmingham.

— Nós levaremos embora os poli-ciais se vocês garantirem que esfriarão osânimos — prometeu o superintendente-chefe Donald Wilson aos líderes rastafa-ris (dos negros das Antilhas).

Os rastafaris veneram o ex-Imperador etíope Hailé Sélassié e, apa-rentemente, ficaram indignados com agrande ofensiva policial contra o consu-mo de drogas. Para eles, a maconha (quechamam ganja) é uma das tradições ccn-trais de sua cultura.

Arma anti-satélite

dos EUA sobe hoje

com aval de juízaWashington — A juíza distrital Norma Johnson se recusou

a proibir o teste previsto para hoje da arma anti-satélite(ASAT) americana, rejeitando moção de quatro deputados e daUnião dc Cientistas Preocupados. Johnson ouviu os argumentosdos queixosos e do Governo c afirmou que se tratava de umaquestão política que escapava à alçada do Judiciário. Alémdisso, considerou insuficientes as alegações de que o testeproduzirá males irreparáveis para o controle dc armas.

Um caça supersônico F-15 hoje deverá levar uma armaanti-satélite de 30 cm à maior altitude possível e a lançará paraentrar em órbita c atingir um satélite desativado. Os EstadosUnidos alegam que o sistema é necessário para fazer frente aoque a União Soviética já tem em condições operacionais. OKremlin prometeu os testes dc armas anti-satélites, encerrandouma moratória unilateral declarada há dois anos.

Os quatro deputados democratas e a União de CientistasPreocupados alegaram que a decisão tomada pelo Presidentedia 20 dc agosto dc realizar o teste ASAT viola uma lei dc 1985que condiciona o teste a uma declaração de que certos passospara o controle de armas foram tomados.

Guerra nuclear matará

2,5 bilhões de fome

Christoplier HansonReuters

Washington — Dois bilhões 500 milhões de pessoaspoderão morrer dc fome cm decorrência dc uma guerra nucleare as nações não-combatentes também sofreriam as conseqüên-cias, segundo estudo de dois anos preparado por 300 cientistasda Comissão Científica sobre Problemas do Meio-Ambicnte.

O documento confirmou estudos anteriores de que expio-sões nucleares jogariam mais de 100 milhões de toneladas depoeira na atmosfera, bloqueando a luz e o calor do Sol, comsérios prejuízos para as colheitas e para as pessoas, comtemperaturas de até 50 graus negativos.

— Uma guerra nuclear entre União Soviética e EstadosUnidos poderia matar mais gente na índia do que nos doispaíses diretamente envolvidos e muito mais na África do que naEuropa — afirmou o professor Mark Harwell, da UniversidadeCornell, um dos coordenadores do estudo.

Muita morteEle afirmou que a imagem da Etiópia assolada pela fome é

um quadro bem mais típico das conseqüências de uma guerraatômica do que um cenário como o de Hiroxima. O invernonuclear mataria a maior parte da população da índia c a Chinatambém seria seriamente atingida porque tem reservas alimen-tares para menos dc um ano. Sobreviventes na União Soviética,que também tem menos de um ano de reservas, sofreriam oflagelo da fome.

Os problemas dos países em desenvolvimento seriamexacerbados com os cortes nas exportações dc alimentos dosgrandes produtores como Canadá e Estados Unidos. A perdadas importações poderia significar a morte para a metade dapopulação do Japão.

Nem todos os cientistas concordam que o inverno nuclearresultaria de uma guerra atômica. O pai da bomba de hidrogê-nio, Edward Teller, por exemplo, acha todos os estudosrealizados inconclusivos. O relatório da Comissão rejeita con-clusões anteriores de que incêndios florestais provocados porexplosões atômicas seriam uma das grandes causas do invernonuclear.

Brastuotor S.A.Av Rtugadeiro Faria I "n;r 7 003 18 " Andar Sao Paulo ¦ SPCGCMI N ° 61 0A4 984/0001-20 - Conipaitiiia Aberta

AVISO AOS ACIONISTASBONIFICAÇÃO EM AÇÕES

Comunicamos aos Senhores Acionistas que, a partirdodia 16 (dezesseis) de setembro de 1985, daremos inicio àrecepção do cupão n.° 16 (dezesseis) das ações ordináriase preferenciais, ao portador, para fins de processamentodas ações bonificadas, decorrentes do aumento de capi-tal social de Cr$ 93.560.522.000 para Cr$ 280.681.566.000,aprovado pela Assembléia Geral Extraordinária realizadaem 02 de setembro de 1985, a serem distribuídas aos Se-nhores Acionistas, na proporção de 2 (duas) ações novaspara cada 1 (uma) ação possuída, na mesma espécie.

As ações bonificadas serão emitidas com o cupão n.°17 (dezessete) em diante e farão jus a todos os direitos evantagens que forem atribuídos a partir do exercício socialque se iniciou em 1 ? de junho de 1985, salvo o dividendodeclarado com base nos lucros apurados no exercício so-ciai findo em 31 de maio de 1985.

Os impressos a serem preenchidos para esse fim es-tarão à disposição dos Senhores Acionistas, nos dias úteis,das 8:30 às 11:30 horas e das 14:00 às 17:00 horas, em:-SÂO PAULO, SP. - Av. Brig." Faria Lima, 2.003-18? andarRIO DE JANEIRO. RJ - Rua Ubaldino do Amaral, 49-AJOINVILLE, SC - Rua Araranguá, 514.

São Paulo. 11 de setembro de 1985Jorge Michel Lepeltier

Diretor de Relações com o Mercado

Erro humano foi o

causador do choque

de trens em ViseuViseu, Portugal — Um erro humano foi o responsável pelo

choque de dois trens, quinta-feira, nas proximidades destacidade, mas as autoridades ferroviárias ainda não determinaramquem foi o causador da tragédia, porque, aparentemente, oschefes das estações de Nelas e Alcafache deram o sinal verde,simultaneamente, para a passagem dos trens. Já foram recolhi-dos 49 corpos, dos quais só oito identificados, e há uns 150feridos, 82 em estado grave.

Mais de 500 bombeiros, 100 ambulâncias, além de helicóp-teros da Força Aérea, policiais e funcionários da Cruz Vermelhaportuguesa ajudavam na remoção dos escombros, receando-seque o número de baixas fatais se eleve a pelo menos 60.Acredita-se que mais pessoas morreram carbonizadas no incên-dio que se seguiu à colisão das duas locomotivas. As chamaslevaram mais de 10 horas para serem apagadas.

Até a tarde de ontem, poderosos guindastes já tinhamremovido quatro vagões, tombados uns sobre os outros, porqueo acidente, nas proximidades da estação de Nelas, ocorreunuma elevação de terreno. Após o choque, cinco vagõesrolaram pela ribanceira, de uns 10 metros de altura.

O Presidente Antônio Ramalho Eanes e o Primeiro-Ministro Mário Soares, que passaram a noite no local doacidente, retornaram ontem de manhã à Lisboa. Eanes levouem seu helicóptero um ferido em estado grave e ao chegar a seugabinete encontrou as primeiras mensagens de pesar: de seucolega italiano, Francesco Cossiga, e do Premier espanholFelipe González. O Papa enviou condolências ao bispo deViseu, Dom José Pedro da Silva.

Traficante alado

Knoxville, Tennessee —O traficante An-drew Thornton pulou nos arredores deKnoxville vestido com roupas de combatee equipado com armas, alimentos e atéóculos para visão noturna, mas o pára-quedas não abriu e ele se esborrachou noquintal de Fred Myers, que descobriu ocorpo pela manhã e chamou a polícia.Numa bolsa, Thornton levava 40 quilosde cocaína no valor de 13 milhões dedólares e as autoridades informaram queele era ex-pára-quedista do Exército etrabalhara na divisão de narcóticos dapolícia de Lexington, Kentucky, até serdesmascarado como traficante.Massacre no PeruLima — Sessenta e nove camponeses, entre homens, mulheres ecrianças, da localidade dc Accomarca. Província dc Vilcahua-mán, foram mortos a tiros de metralhadora, a 24 de agosto, porcerca de 30 homens uniformizados, depois de terem sidoseparados por sexo c idade, e distribuídos por três choças,denunciou em Lima um dos sobreviventes do massacre. Antesde serem mortas, as mulheres foram violadas e os atacantes,após incendiar todos os cadáveres, fugiram com os pertencesque puderam carregar. Segundo a agência Ansa, a aldeia sótinha 100 habitantes.Contra PinochetStrasburgo, França — O Parlamento Europeu aprovou duasresoluções condenando a repressão e a violência do regime doGeneral Augusto Pinochet, no Chile, "contra uma populaçãoprivada dos mais elementares direitos e liberdades dcmocráti-cas", c congratulando os 11 partidos de oposição que a 24 deagosto firmaram documento propondo alternativas democrá-ticas."Apagón" na BolíviaLa Paz — O Governo boliviano colocou ontem sob controlemilitar sete empresas estatais consideradas estratégicas c que hánove dias se acham em greve, o que levou os empregados deuma delas, Empresa Nacional de Eletricidade (ENTE), aameaçar deixar La Paz às escuras se os soldados não abandona-rem suas instalações. Enquanto isso, Governo e COB (CentralOperária Boliviana) continuam num impasse, cada um respon-sabilizando o outro pela grave crise que atravessa a Bolívia.

Combates no LíbanoBeirute — Duas pessoas morreram durante combates emBeirute Oriental, lado cristão da Capital libanesa. As lutascomeçaram a partir de um desentendimento entre duas pessoas,informou o porta-voz das Forças Libanesas (milícia cristãdireitista), e só pararam com a intervenção da polícia. As ForçasLibanesas advertiram que punirão todos que portarem armassem autorização. Em Beirute Ocidental (lado muçulmano),milicianos muçulmanos rivais também entraram; não houvenotícias dc baixas.

Mitterrand

vê fracasso

do ArianeKourou, Guiana Francesa — O fo-

guete francês Ariane falhou espetacular-mente diante do Presidente François Mit-terrand e seis ministros franceses, tendoque ser destruído pelos técnicos do Cen-tro Espacial de Kourou, nove minutosdepois de ser lançado, ontem à noite.Após uma subida perfeita, o Ariane co-meçou a se desviar de sua trajetória ecolocar em risco populações em terra,obrigando sua destruição imediata.

Esta seria a 15a missão do Ariane,um foguete desenvolvido pela Françapara a Agência Espacial Européia(ESA), e junto com ele foram destruídosdois satélites, um americano c outro deum consórcio europeu, que deveriam serpostos em órbita. Segundo as primeirasinformações prestadas pelo Centro Espa-ciai, a causa do fracasso parece ter sidouma falha de propulsão no terceiro está-gio do foguete.

O Presidente Mitterrand, que resol-veu assistir ao lançamento para prestigiaro programa espacial europeu, retirou-seda sala de controle do Centro de Kourouassim que foi informado da necessidadede destruição do Ariane. De Kourou,Mitterrand seguiu viagem num Concordepara o Atol de Mururoa, no Pacífico,onde assistirá a um teste nuclear francês.

Em 8 de fevereiro deste ano, estemesmo foguete Ariane colocou em órbitao primeiro satélite dc comunicações doBrasil, o Brasilsat.

Empresários da

África do Sul

abrem diálogoLusaka (Zâmbia) — O presidente da

Anglo-American Corporation, GavinRclly, chefiará o grupo dc cinco impor-tantes empresários sul-africanos que sereunirão hoje, em Lusaka, com os guerri-lheiros do Congresso Nacional Africano(a maior organização política dos negrossul-africanos, na clandestinidade).

A reunião ocorrerá à revelia do regi-me de minoria branca, que já afirmouque se opõe energicamente a qualquercontato com organizações comprometi-das com a derrubada violenta do Gover-no de Pretória. O objetivo do encontroserá debater os meios de pôr fim às crisespolítica e econômica da África do Sul.

O presidente do CNA, Oliver Tam-bo, exilado em Zâmbia, chefiará a dele-gaçào dos guerrilheiros. Os demais em-presários que participarão da reunião sãoTony Bloon, do Grupo Premier, MikeRosholt, da Barlow Rand, Chris Bali, doBanco Barclays, e Hugh Murray, editorda importante publicação trimestral so-bre economia Leadership.

Em Harare (Zimbabwc), fontes di-plomáticas informaram que dirigentes deseis países do Sul da África se reunirãodomingo e scgupda-feira em Maputo(Moçambique), para debater a crise daÁfrica do Sul. Dela participarão os Prcsi-dentes da Tanzânia, Julius Nyercre; deZâmbia, Kenneth Kaunda; de Angola,Eduardo dos Santos; de Moçambique,Samora Machel; de Botswana, Quett Ma-sirc; e o Primeiro-Ministro do Zimbab-we, Robert Mugabe.

Lei do passe

pode terminar

Johannesburgo — O Conselho Presi-dencial — órgão de assessoramento doGoverno da África do Sul, controladopelo Partido Nacional, dos brancos, go-vernista — recomendou a anulação dachamada lei do passe (sobre a liberdadeindividual de ir c vir), destinada a impe-dir a migração das áreas rurais para ascidades e um dos pilares do regime deapartheid (segregação racial).

A recomendação ocorreu um dia de-pois dc o Presidente Pieter Botha anun-ciar planos para conceder cidadania sul-africana aos negros dc quatro homeland.s(pátrias tribais), uma iniciativa que, se-gundo um líder branco oposicionista, as-sinala "o fim do sonho segregacionista".O Governo dos Estados Unidos exortouPretória a aceitar a abolição da lei dopasse.

Todos os negros são obrigados alevar o odiado passe, especificando ondepodem viver e trabalhar (os negros sãoconsiderados estrangeiros nas zonasbrancas, onde só podem trabalhar tempo-rariamente e sem a família). Muitos, noentanto, desafiam a lei e o ConselhoPresidencial expressou sua preocupaçãocom o grande número de prisões (emmédia, de 200 mil a 300 mil por ano).

Os negros vêm protestando há anoscontra a lei do passe, que não se aplica àsoutras raças. Um dos mais conhecidosincidentes ocorreu cm 1960, quando apolícia de Sharpcville, ao Sul dc Johan-nesburgo. matou 69 negros que protesta-vam contra o passe.

Mais sete negros foram mortos on-tem durante hostilidades com a políciasul-africana c a situação à noite nascidades negras perto da Cidade do Caboera muito tensa. As sete mortes ocorre-ram na cidade negra de Gugulctu, ondeuma multidão apedrejou veículos e levan-tou barricadas de fogo.

Em Sowcto, perto de Johannesbur-go, os disparos dos policiais feriram umaprofessora branca de 50 anos c 10 de seusalunos. As tropas cercaram outra escolaem Soweto c prenderam cerca de 500alunos que boicotavam as aulas. Os dis-túrbios raciais, que se estendem há 2(1meses, já causaram mais de 700 mortos.

Os líderes religiosos da África do Sulapoiaram a convocação de greve nacionalde um ili.i (exceto nos serviços essen-ciais), no próximo mès. feita pelo BispoDesmond Tutu.

Man9Ua'd0

_ Fol° da Reuters

Bombeiros e voluntaries procuram corpos

^entre

vagoes destrogados

Mangualde — Foto da Reuters

Bombeiros e voluntários procuram corpos entre vagões destroçados

S ' !/Atentado do M-19 </Bogotá — Guerrilheiros do ""iíí&xMovimento 19 de Abril (M-19) atacaram com granadas WEmbaixada do Equador nes- \ (Jta Capital, causando apenas KDdanos materiais c obrigando Jka uma reforço de sua guarda. séÈkO ataque teria sido em repre-sália à morte no Equador, 7^considerada suspeita, de doisintegrantes do M-19 que participaram do seqüestro do banquei-ro Nahim Isaias, cm setembro. Quatro guerrilheiros e trêssoldados morreram em choque no Norte do Departamento doValle, informou ontem porta-voz militar.

14 ? 1° caderno a sexta-feira, 13/9/85JORNAL DO BRASEL

Obituário

Rio de JaneiroPierre Henri Lucie. 68, de

infarto, em casa, em Ipanema.Nascido em Condon, França,bacharel em Ciências (Toulou-se, 1937), oficial do Exércitofrancês pela Escola de Saint-Cyr, prisioneiro de guerra,agraciado com a Legion d'Hon-neur, mudou-se para o Brasilem 1945. Editou vários livrosuniversitários, entre eles FísicaBásica. Professor e vice-diretordo Instituto de Física daPUC/RJ, de 1968 a 1970 traba-lhou como coordenador doprojeto de ensino de Ciências,da Caps, e consultor do progra-ma de ensino de Ciências, doMEC. Participou da formaçãode diferentes gerações de físi-cos, engenheiros e matemáti-cos da PUC. Só no Instituto deFísica da PUC/RJ (hoje Depar-tamento de Física) marcou suapassagem com 25 anos de es-forços dedicados ao ensino,com a publicação de livros e aproçlução de apostilas, notascientíficas e comunicações emcongressos. De renome inter-nacional, destacou-se comoúnico físico latino-americano aparticipar da elaboração doPSSC (Boston, 1963). Cidadãocarioca honorário, era casado,tinha um filho, Pierre Henri, etrês-netos: Leonardo, Priscillae Luciana. Será sepultado às 9hno Cemitério São João Batista.

Emílio José Gonçalves Soa-res, 54, de insuficiência respira-tórja, no Hospital da Benefi-ciência Portuguesa. Médico,casado com Marina SchmidtRibeiro. Tinha quatro filhos,sendo dois adotivos e uma ne-ta: Ana Carolina. Foi médicodo Banco Mercantil do Brasil eassistente do gabinete do dire-tor do Hospital da Lagoa. Mo-rava no Leblon.

Antônio Pereira, 86, de em-bolia pulmonar, na Casa deRepouso Santa Izabel. Portu-guês, viúvo, morava na Glória.

Achiiles Gomes de AlmeidaJúnior, 70, de insuficiência res-piratória, em casa, no Flamen-go. Mineiro, casado.

Eufrásia Barreiros, 88, detrombose cerebral, cm casa,em Brás de Pina. Carioca, sol-teira.

Antônio Novaes, 59, de infar-to, no Hospital Souza Aguiar.Carioca, morava no Centro.

Mário da Costa Barros, 64,de insuficiência respiratória, naPoliclínica Geral do Rio deJariéiro. Carioca, comerciário,casado. Morava no EngenhoNotfo.•-v;

,Maria Magdalena de Souza,82, de broncopneumonia, emcasa, em Santa Tereza. Cario-ca, viúva de Júlio Leite Pinhei-ro. Tinha seis filhos.

Olindina Muniz de Oliva, 90,dé derrame cerebral, em casa,em Botafogo. Mineira, viúvade" "Francisco Leite de Oliva.Tinha seis filhos.

Otelina Sales da Silva, 74, deacidente vascular cerebral, noHospital da Lagoa. Carioca,viúva de João Gil da Silva.Tinha quatro filhos, moravaem Coelho Neto.

Dalva Rodrigues Damasce-no, 84, de insuficiência respira-tória, no Prontocor. Mineira,

viúva de João Rosa Damasce-no Júnior. Tinha quatro filhose morava no Flamengo.

Maria Faraildes da Silva Pi-tombo. 59, de insuficiência res-piratória, no Hospital MiguelCouto. Viúva de Lourival AI-ves Pitomba, tinha três filhos.Morava no Catete.

Alcides de Almeida, 37, depneumonia, em casa, na Aboli-ção. Carioca, comerciário. Ca-sado com Regina Célia Affon-so de Almeida, tinha um filho.

Raymunda Nazareth Coim-bra, 77, de broncopneumonia,no Hospital Souza Aguiar. Ma-ranhense, solteira. Morava emSão Cristóvão.

Isabel Philomena Mineiro!-no, 81, de choque cardiogêni-co, no Hospital do Andaraí.Baiana, solteira. Morava naGamboa.

Maria do Carmo, 84, de aci-dente vascular cerebral, noHospital de Bonsucesso. Per-nambucana, viúva de OlympioBraga de Oliveira. Tinha cincofilhos, morava na Penha.

João Matheus da Silva, 85,de miocardiosclerose, no Hos-pitai do INAMPS. Baiano, ca-sado com Honestina Pires daSilva. Tinha quatro filhos, mo-rava na Tijuca.

Carlos Alberto da Silva, 34,de afogamento, na Colônia dePesca do Caju. Carioca, pesca-dor, solteiro. Morava no Caju.

Moacyr Pontes Felisola, 72,de parada cardiorespiratória,em casa, na Tijuca. Paraense,casado com Almerinda daCunha Felisola. Tinha umfilho.

Serafim Teixeira da Silva,77, de hemorragia digestiva, noHospital do Andaraí. Portu-gues, tinha um filho. Moravano Andaraí.

João Cerqueira, 78, de car-diopatia hipertensiva. Portu-guês, viúvo. Tinha quatro fí-lhos.

Eliza Rosa Ferreira, 96, dearteriosclerose. Portuguesa,viúva de Antônio Ferreira.Morava em Vila Isabel.

Aida Franchini Porto, 87, deinsuficiência cardíaca, no Hos-pitai dos Servidores do Estado.Mineira, casada. Tinha três fi-lhos, morava no Flamengo.

Josefa Bernardino Gomes,77, de acidente vascular ence-fálico, no Hospital do Andaraí.Pernambucana, solteira. Tinhatrês filhos, morava em Benfica.

José Bezerra de Oliveira, 46,de aneurisma cerebral, no Hos-pitai Getúlio Vargas. Carioca,motorista. Morava em Ramos.

Frederico Guilherme NicolayJúnior, 82, de fibrilação atrial,no Hospital Evangélico. Cario-ca, viúvo. Tinha um filho, mo-rava na Tijuca.

Paulo de Carvalho Rodrí-gues, 45, de embolia pulmonar.Carioca, funcionário público.Casado com Nadir FranciscaRodrigues. Morava em Bangu.

Marina dos Santos Carvalho,66, de edema pulmonar, noHospital do Andaraí Carioca,viúva de Hugo de Carvalho.Morava em Vila Isabel.

Waldemar de Oliveira Mello,76, de enfisema pulmonar. Ser-gipano, viúvo. Tinha três fi-lhos.

EstadosF^denilton Monteiro de Araújo va na Editora Abril. Lampião(£denilton Lampião), 35, dehemorragia interna provocadapor atropelamento, no Hospi-tal Heliópolis, Ipiranga-SãoPaulo. Jornalista, nascido nacidade de Tinto, na Paraíba,cómeçou a trabalhar no finaldÉis anos 60 no Jornal da Tar-de, tendo passado a atuar comorepórter do JORNAL DOBRASIL e do jornal O Globo.Escreveu ainda em jornais daimprensa alternativa comoVersus e Ex e dirigiu por trêsanos a revista Planeta, da Edi-tora Três. Passou também pelaFolha da Tarde e Popular daT^rde. Ultimamente trabalha-?»

w-.Exterior

(referência a sua origem nor-destina) também era poeta eescritor. Lançou recentementeo livro Aviso aos Retirantes.Interessado em temas místicos,acreditava na existência da vidadepois da morte mas não seconsiderava espírita. Casadocom Nadir Sierra de Araújo,tinha os filhos Guilherme eLuís Fernando.Júlio Teixeira Pinho, 85, deataque cardíaco, no HospitalSão Francisco, em Belo Hori-zonte. Nascido em Bonsucesso(MG), era comerciário aposen-tado e tinha três irmãos: Emi-rena, Norvinda e Sebastião.

William Alwyn, 80, num hospi-tal perto de sua residência deBlythburgh, na Costa de Suf-folk, no Leste da Inglaterra.Compositor britânico, em 1978foi considerado o melhor sinfo-niíta da Grã-Bretanha e rece-b|ju o título de Comandante doImpério Britânico por seus ser-viços à música. Compôs cinco

sinfonias, três quartetos paracordas e uma ópera, Miss Julie,além de partituras musicais pa-ra filmes. Ensinou composiçãona Real Academia de Músicaem Londres, de 1926 a 1955.Trabalhou até poucos anos an-tes de ficar doente de artrite.Escreveu ainda poesia comoentretenimento. Casado comDoreen, tinha dois filhos.

PROFESSOR

PIERRE HENRI LUCIE(FALECIMENTO)

A família pesarosa comunica seu fale-cimento ocorrido dia 12/09. O enterrosairá às 9 horas de HOJE, dia 13, daCapela Real Grandeza n° 8 para o

Cemitério São João Batista.

t

Avisos Religiosos

e FúnebresRecebemos seu anuncio na Av Brasil, 500. Oe 2' a 6' ate 24:00 h. aossabados ate 19:00 h e domingo até as 23:00 h. TeL 264-4422 Rs/ 350 o 356ou no horário comercial nas lajas de CLASSIFICADOS

Para outras informações, consulte o seu JORNAL DO BRASIL

Alemão é assaltado e não

admira mais a raça negraO turista alemão Erich Degener foi assai-

tado, ontem à tarde, no Aterro do Flamengo,por três homens negros armados com facas!que, além de roubarem seus pertences, oferiram superficialmente com um corte nabarriga. Momento depois, o soldado MarcosTeixeira, do 13° BPM, conseguiu prender oassaltante que estava com o produto do rouboe localizar a vítima no Hotel Glória. Mesmoapós ter recuperado seu dinheiro e outros

objetos, Erich não ficou totalmente satisfeitoporque "a admiração que tinha pelos negrosbrasileiros, devido à fama de Pelé, se transfor-mou em indignação".

O assalto ocorreu às 13h. Erich, que estáno Brasil há cinco dias, passeava pelo Aterro,quando foi surpreendido pelos assaltantes.Entregou-lhes Cr$ 1 milhão 100 mil, 90 mar-cos, uma máquina fotográfica, um par deóculos e as chaves do hotel onde está hospe-dado.

PAULO HENRIQUE RECKERSFALECIMENTO

t

Indústria e Comércio Vitronac S. A. e Vitrosul Indústria eComércio de Vidros S. A. firmas do Grupo Schott comuni-,cam 0 falecimento do seu diretor comercial PAULO

HENRIQUE RECKERS, e convidam para o sepultamento, aocorrer hoje às 17:00 horas no Cemitério do Jardim daSaudade — Sulacap, saindo o féretro da Capela B.

PAULO HENRIQUE RECKERSFALECIMENTO

tGiselda

Maria Daniel Reckers — esposa. Carla DanielReckers — filha, pai, irmãos e demais parentescomunicam seu falecimento, e convidam para o

sepultamento que ocorrerá as 17:00 horas, saindo oféretro da capela "B"

do cemitério Jardim da SaudadeSulacap.

ALBERTO FERREIRA DA CUNHA FILHO

ts/n°

(MISSA D£ 7» DIA)Nilda Cunha, Angela, Alberto Neto. Wellos, Layse, Adriana. Alexandre. Leonardo. Débora, eEdoardo agradecem as manifestações de pesar pelo falecimento de seu muito queridomarido, pai, sogro e avô. e convidam para a Missa que será celebrada por sua alma às 12:00horas, do Dia 14 de setembro, sábado, na Igreja Sào José. à Rua Presidente Antônio Carlosesquina de São José — Centro

TRANSPORTES SÃO GERALDOSeu Presidente, Diretores e Funcionários comunicam com pesar ofalecimento de seu querido Administrador e colega

ALBERTO FERREIRA DA CUNHA FILHO

t

e convidam para a Missa de 7o Dia que será celebrada por sua alma às12:00 Horas do dia 14 de setembro, sábado na Igreja São José à RuaPresidente Antônio Carlos s/n esquina de São José. Centro.

FHDF pedeinquérito

policialBrasília — O diretor da Fun-

dação Hospitalar do DistritoFederal (FHDF), Gustavo Ri-beiro, depois de confirmar, emsindicância interna, o desviodos recursos provenientes doconvênio com o INAMPS, pe-diu a abertura de um inquéritopolicial para investigar o caso,que envolve dois ex-diretores.Ele acredita que a fraude vinhasendo praticada com a partici-paçáo de funcionários do1APAS, órgão que autoriza atransferência dos recursos doconvênio.

A sindicância interna consta-tou que os dois ex-diretoresenvolvidos — Benedito Rai-mundo e Gilmar Sobral — des-viavam os recursos do IAPAS,de Cr$ 1 bilhão a Cr$ 3 bilhõesmensais, para uma conta aber-ta por eles no Banco Mercantilde Crédito. Eles aplicavam odinheiro no mercado de capi-tais e só 30 ou 40 dias depois éque davam entrada com o nu-merário na conta da FHDF, noBanco Regional de Brasília, fi-cando com os lucros.NEGATIVAS

Um dos acusados, GilmarSobral, atualmente assessor daVice-Presidência do Banco doBrasil, negou qualquer partici-pação sua na fraude, afirmandoque nem ele, nem BeneditoRaimundo tinham autoridadepara desviar o dinheiro paraoutra conta. Ele lembrou que,pelas normas da execução fi-nanceira e orçamentária doDistrito Federal — Artigo 72,Capítulo II —,todos os recur-sos oficiais para o Governolocal têm de ser depositados noBanco Regional de Brasília.

O superintendente do IA-PAS no Distrito Federal, DjaciCavalcanti de Arruda, não quisprestar quaisquer informaçõessobre possível envolvimento defuncionários no caso, mas suaassessoria de imprensa revelouque não existe, no órgão, ne-nhuma sindicância ou auditoriasobre a fraude.

FERNANDO LUIZ TAVARES R0DRIGUEZ

tSua

família penhorada agradece as manifestações de pesar recebidaspor ocasião de seu falecimento e convida parentes e amigos para aMissa de 7» Dia a ser realizada dia 16/09, às 19:00 horas, na Matriz de

S. José da Lagoa.

ÂvisosReligiosos

e FúnebresRecebemos seu anúncio na Av. Brasil.500. Oe 2* a 61 até 24:00 h, aos sábadosatí 19:00 h e domingo até às 23:00 h.Tel: 264-4422 Rs/350 e 356 ou nohorário comercial nas lojas de

CLASSIFICADOSPara outras informações,consulte o seu

JORNAL DO BRASIL

PROF. PIERRE H. LUCIE(FALECIMENTO)

tOs

Professores, funcionários e alunos doDepartamento de Física da PUC/RJcumprem o doloroso dever de comunicaro falecimento do notável mestre e querido

amigo, PROF. PIERRE HENRI LUCIE, e convi-dam para seu sepultamento, hoje, dia 13, às9:00 h, saindo o féretro da Capela 8 do Cemité-rio S. João Batista.

MARIO DA SILVA CASTANHEIRAENGENHEIRO

(1 ANO DE SAUDADES)

tSua

família convida para a Missade 1 Ano que será celebrada dia14, sábado, às 9:00 horas, noConvento de Santo Antônio, no

Largo da Carioca. Centro.

Eng° ARTHUR BELTRÃO CASTILHOMISSA DE 7° DIA

tSua

esposa Olguinha, filhos, noras, genros,netos e bisneta agradecem as manifesta-ções de pesar recebidas por ocasião dofalecimento de seu querido esposo, pai,

sogro, avô e bisavô e convidam os demais paren-tes e amigos para juntos assistirem e rezarem aMissa de 7o Dia que será celebrada dia 14,sábado, às 10 horas, na Igreja Santa MargaridaMaria — Rua Fonte da Saudade s/n° — Lagoa.

JORGE SAMPAIO NEVES'Tio Jorge"

t

Parentes e amigos comunicam seufalecimento e informam que o en-terro será realizado hoje, 13.09, no

Cemitério São João Batista, às 9:00horas. "Hoje

todos nós ficamos umpouco órfãos".

BELKISS NAVARRO DE ANDRADECULTO IN MEMORIUM

Sua família agradece sensibilizada asmanifestações de carinho e pesar rece-bidas por ocasião de seu falecimento econvida parentes e amigos para o Cultoa ser realizado sábado, dia 14/09, às 10horas, na Igreja Presbiteriana à RuaJoana Angélica, 203, Ipanema.

PAUL FISCHEL

A DAVID, FRIEDA, DIANA e(/y MARCELO convidam paren-X Á . tes e amigos para a cerimonia

V da Descoberta de Matzeivade seu inesquecível pai, so-

gro e avô a ser realizada domingo, dia15, às 9:30 h, no cemitério de VilaRosali (antigo).

Tempo

Satélite — GOES — INPE — Cachoeira Paulista í 12/09/851 horas.v'"

A frente fria que ontem estava no litoral Sul do país,entrou em dissipação. O novo sistema frontal que agoraestá na Bacia do Prata já influencia o tempo no RioGrande do Sul provocando chuvas e trovoadas.

No Sudeste, o tempo permanece bom e a temperatu-ra deve continuar subindo gradativamente devido a perma-nência da massa de ar tropical sobre esta região.Nas demais regiões do país predomina bom tempo,embora no Amazonas e no litoral do Nordeste haja

possibilidade de chuvas esparsas.

No Rio e em Niterói

Bom, com nevoeiros pela manhà enevoa seca à tarde. Temperaturacm ligeira elevação. Ventos: Qua-drante Norte rondando para Sul àtarde fracos a moderados. Visibili-dade boa a moderada. Máx: 28.5,em Santa Cruz; min: 11.9, no Altoda Boa Vista.

Nos Estados

Precipitação das chuvas em mmUltimas 24 horasAcumulada este mêsNormal mensalAcumulada no anoNormal anual

0.0108.153.2

I 118.: 075.8

o o_i Nasccrd iis 05h51min_______ Ocaso&s 17h45min

O Mflr Prcamar Bflimnir01h01min/1.2xn~ 08h35minA).0m"

01h39min/1.3ni 20h26minfl.2ro"14h21min/1.3m 20h57min/0.2mAngra ,01h26min/1.3m 0Hh01min/0.0m

Cabo 01h22min/1.2m 07h53min/O.OmFrio 14h20min/1.3m 20h20minA).4mO Salvamar informa: mar calmo, águas a 17graus. Duas pessoas foram salvas, ontem.

A Lua

DMinguanteAté 13/09

QCrescente21/09

Nova14/09

?C'beia29/09

RR:AM:AP.PA:MA:PI:CE:RN:PB:PE:AL:SE:BA:ES:M(í:DF:SP:PR:SC:RS:AC:RO:GO.MT.MS:

Condições

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33.431.231.630.234.529.028.421M25.824 123.825.426.427.725.220.719.934.632.838.334.7

Min.

21.624.325.421.624.623.623.028.027.021.919.722.219.817.913 I10.112.413.217.619.4

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No Mundo

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BERNHARD MOCZYDLOWERDESCOBERTA DA MATZEIVA

Sua família convida parentes e amigos para adescoberta da Matzeiva, a realizar-se Domingo,dia 15/09/85, às 9:30 horas, no cemitério Israe-lita de Vila Rosaly.

ORLANDO SUCCS

tSua

família, sensibilizada, agradece as manifesta-ções de carinho e pesar recebidas por ocasião doseu falecimento e convida para a Missa de 7° Dia aser realizada, segunda-feira, 16/09, às 10 horas, naIgreja N. Sra. do Rosário, na Rua Gen. Ribeiro daCosta, n° 164, Leme.

YARA MENEZES SIMÕES

t

(MISSA DE r DIA)Joaquim Rego Simões agradece a parentes e amigos asmanifestações de pesar e convida para a Missa de SétimoDia a realizar-se na Matriz de N" Sra. de Copacabana, à RuaHilário de Gouveia 36. hoje. dia 13 de setembro, às 18 horas.

LÚCIA DE SA FREIRE BASILIO(MISSA DE 7o DIA)

tHoropides

Gonçalves e família, Mauro de Souza Marinho e famíliaFrancisco de Paula Basilio Júnior e família, Maria Apparecida Basilio'Anuar Francisco Weber e família, John Vincent Nicholson e família!convidam para a Missa de 7o Dia que mandam celebrar em intençãode sua querida, mãe, sogra e avó LÚCIA, hoje, 13 de setembro sexta-feiraàs 18 horas, na Igreja de São José (Lagoa).

IRENE PAPI(A MÃE DOS CEM MIL)

Filhos, netos, familiares, amigos e companheiroscomunicam o seu falecimento. O enterro será realiza-do hoje, dia 13/09, às 10.30 horas, no cemitérioIsraelita do Caju. Pedimos não enviar flores.

JORGE SAMPAIO'

DE SOUZA NEVESFALECIMENTO

t

Amigos e ex-colegas da CARAVELLO S/A CORRE-TORES DE VALORES E CÂMBIO, comunicam oseu falecimento e convidam para seu sepultamento

às 9:00 h, do dia 13/09/85, saindo da Capela RealGrandeza, capela 3, para o Cemitério São João Batista.

A REVISTA VOGUE, DOLOROSAMENTE, PARTICIPAO FALECIMENTO DE

RUDI CRESPS

tSeu

Fundador e Diretor Internacional, ocorridoem Nova York no dia 06 de setembro, e convidaos amigos para a Missa de Sétimo Dia a ser

realizada no dia 13 de setembro, às 17:30 h., naIgreja Santa Margarida Maria — Rua Fonte daSaudade s/n — Lagoa.

LT!

?

JORNAL DO BRASIL Negócios & Finanças sexta-feira, 13/9/85 ? 1° caderno ? 15

Bancários decidem suspender gireve

no Rio e São Paulo

Informe Econômico

A dívida externa,

segundo Paulo Lira

Se, cm lugar dc transferir aos seus credores cercadc 12 bilhões de dólares anuais de seu superávitcomercial, o Brasil retiver 4 a 5 bilhões, utilizando-os no aumento de importações, o PNB poderácrescer a uma taxa de 7 a 8% anuais, a expansãomonetária poderá ser contida e o país acumularácondições de efetivamente pagar sua dívida externaem 20 anos, a partir de 1992.

Estes são os pontos básicos do modelo que vemsendo defendido pelo ex-presidente do Banco Cen-trai, Paulo Lira, e que, total ou parcialmente, vemencontrando certa acolhida nas áreas governamen-tais.

Quando Paulo Lira foi presidente do BancoCentral, na gestão do Ministro da. Fazenda MárioHenrique Simonsen, o diretor da Área Externa doBC era precisamente o Sr. Fernão Bracher, quehoje ocupa a Presidência. Outros integrantes doGoverno são seus amigos ou compartilham dealgumas de suas idéias.

Paulo Lira sustenta que com os esquemas atéagora cogitados para o reescalonamento da dívidahá somente uma constante: ninguém acredita que opaís tenha realmente condições de pagar a dívida.As discussões que foram até agora travadas tiveramsempre um único objetivo: saber se o país poderiapagar o serviço da dívida no ano em curso. Nin-guém, realmente, demonstrou que transferindo aoexterior todo o seu atual superávit comercial o paísestaria criando caminho para ter condições de nofuturo pagar o principal.

nO esquema de Paulo Lira pressupõe que o paístenha coragem de, "como devedor soberano", con-

vencer seus credores a admitir a suspensão total dopagamento dos juros durante cinco anos. O país,durante este período, depositaria em um sinkingfund, administrado pelos seus próprios credores,cerca de 7 a 8 bilhões de dólares.

Mas não se trata de uma moratória: o Brasilapresentaria aos seus credores e ao próprio FMI umprograma econômico de abrangência muito maiordo que qualquer carta de intenção e se compromete-ria a reunir-se com eles, discutir e prestar contas,semestralmente.. No espaço entre as reuniões, opróprio Governo brasileiro realizaria um cuidadoso"automonitoramento".

O programa brasileiro deveria se caracterizarpor uma política de crescimento da ordem de 7 a 8%anuais e com uma desvalorização real do cruzeirofrente ao dólar, como forma de incentivo aindamaior às exportações. Estas, que hoje representamcerca de 10% do PIB, deveriam se elevar a cerca de15% até o oitavo ano. As importações seriambeneficiadas pela possibilidade de reduzir em 4 a 5bilhões de dólares o superávit comercial, mas seriammantidas aproximadamente à razão de 7 a 8% doPÍB. B

Paulo Lira acredita que seria difícil, mas nãoimpossível, que com esse esquema os banqueirostivessem o que hoje não acontece — segurança dereceber de volta os seus créditos. Mas seria necessá-no fazer uma "mobralização" dos bancos credores,mostrando onde eles teriam vantagem no novoprograma.

A visão do Banco MundialO protecionismo dos países industrializados põe em

perigo a estabilidade do sistema financeiro mundial, porameaçar a capacidade de pagamento dos países devedores.Essa é a opinião do Banco Mundial, contida no últimorelatório sobre a economia internacional divulgado pelainstituição. Nesse documento, o Banco Mundial consideraque os próximos cinco anos serão um período de transiçãodurante o qual "cerca de um terço da dívida dos países emdesenvolvimento terá de ser renegociado ou amortizado".

O oitavo relatório anual sugere que os países desen-volvidos mudem suas políticas econômicas e levantem asbarreiras impostas às exportações dos países em desenvol-vimento. "O ajustamento estrutural, a formulação depolíticas fiscais apropriadas e a continuação e coordenaçãodas medidas de austeridade monetária nos países industria-lizados, a fim de baixar as taxas de juros reais e alinhar astaxas de câmbio de modo mais aproprjado, são de vitalimportância para que as políticas de ajustamento nospaíses em desenvolvimento permitam a retomada docrescimento e a restauração da capacidade creditícia" —diz o documento.

Para o Banco Mundial, os países devedores deveriamcontar com prazos mais dilatados de vencimento do fluxode capital. "O Banco Mundial e os bancos regionais dedesenvolvimento continuarão sendo as fontes primárias decapital para os países em desenvolvimento, mas é necessá-rio ampliar sua capacidade creditícia" — propõe o relato-rio. Quer, ainda, a criação de salvaguardas, ou seja, deinstrumentos de proteção contra riscos cambiais nas opera-ções de financiamento aos países em desenvolvimento. Eaconselha o aumento dos investimentos estrangeiros dire-tos c de carteira no bloco em desenvolvimento.

Seminário"Brasil do Presente e Oportunidades para o Futuro"será o tema que o engenheiro Sérgio Quintela vai abordar,

como convidado de honra, no próximo dia 18, em seminá-rio promovido pela Câmara de Comercio Britânica.

Programa nuclearO Governo brasileiro deve evitar interrupções em seu

programa nuclear, para não colocar em perigo os resulta-dos já obtidos em transferência de tecnologia, dentro doacordo que assinou com a Alemanha há dez anos. Essaopinião consta da ata final da reunião da Comissão MistaTeuto-Brasileira para Cooperação Científica e Tecnológi-ca, encerrada ontem no Itamarati."Dez anos após seu início, o programa resultou naconstrução de uma madura indústria nuclear no Brasil enuma grande transferência de tecnologia nuclear" — diz odocumento. A comissão nota, com satisfação, que em umperíodo relativamente curto de tempo o centro de gravida-de do programa desviou-se da República Federal daAlemanha para o Brasil.

Os bancários do Rio de Janeiro decidiram suuspen-der a partir de hoje a greve e, na próxima segunda-feira, realizam nova assembléia de avaliação. A pro-messa feita pelo Ministro do Trabalho, Almir Pazzia-notto, à diretoria do Sindicato, de que irá interferirjunto ao Tribunal Regional do Trabalho para conseguircondições semelhantes às obtidas pelos bancários emSão Paulo, foi o fator decisivo para a suspensão domovimento grevista.

A proposta feita pelo presidente do Sindicato dosBancários do Rio de Janeiro, Ronald Barata, deinterromper o movimento grevista, dispersar os pique-tes e dar continuidade ao movimento por melhorescondições salariais foi aprovada às 23 horas, depois demais de quatro horas de assembléia. A suspensão dagreve em São Paulo, as condições obtidas p Jos bancá-rios e a promessa do ministro mudaram o rumo daassembléia, até então favorável à manutenção do movi-mento.

Hoje, às 8 horas, todos os chefes de seção recebe-rão no Sindicato orientação e panfletos de convocaçãopara assembléia na segunda-feira, quando os bancáriosavaliarão suas conquistas para então discutir a continui-dade do movimento.

— Companheiros. A nossa proposta é apenas nosentido de suspender a greve, mas não o movimento dosbancários. A luta continua — enfatizou Ciro Garcia,vice-presidente do Sindicato, ovacionado por uma as-sembléia que, emocionada, gritava: "Bancário, unido,jamais será vencido."

Versão de Barata é

incentivo à classereposição de 12,5% sobre osalário de março, produtivida-de de 4%, INPC integral e pisode Cr$ 930 mil para escriturá-rios e de Cr$ 730 mil para'portaria. E destacou que o pe-dido de estabilidade, uma dasprioridades dos bancários, foiindeferido.

Comparando esta proposta,que significa um reajuste de87,56%, com a do TRT de SãoPaulo que deu 91%, a diretoriado Sindicato encaminhou umaproposta de manutenção dagreve, advertindo os compa-nheiros sobre a seriedade dasituação. Os grevistas teriamque levar em conta uma mu-dança de tática dos banqueiros,que contariam com a ajuda daPolícia Militar para abrir asagências. Os piquetes, portan-to, teriam que ser ainda maisvigorosos.

Ivan Pinheiro, derrotado naseleições há três meses, foi con-tra a continuação da greve,pois São Paulo suspenderia omovimento. E propôs o fim dagreve, que já considerava vito-riosa, e um recurso ao TSTpara rever a decisão do TRT etentar igualar os índices aos deSão Paulo. Seu discurso foiinterrompido várias vezes porvaias. Houve tumulto na as-sembléia: os bancários já nãoestavam tão certos se deveriammanter ou não a paralisação.

As 9h, Ronaldo Barata deci-diu suspender a assembléia pa-ra avaliar a situação com adiretoria e fazer contatos com oMinistro do Trabalho, AlmirPazzianotto, e com o presiden-te do Sindicato dos Bancos doRio de Janeiro, Theóphilo deAzeredo Santos. Retornouuma hora e meia depois com aproposta de pôr fim ao movi-mento.

Foto do Mabel Arlhoulia m*mmi

"Não existe greve legal nemilegal. Existe greve vitoriosa ouderrotada". Com esta afirma-ção, o presidente do Sindicatodos Bancários, Ronaldo Bara-ta, respondeu perante a assem-bléia de 5 mil pessoas, reunidasno auditório da Galeria dosEmpregados do Comércio, àdecisão do TRT do Rio deJaneiro que votou pela ilegali-dade da greve.

Às 19h45min, quando Bara-ta e o vice-presidente do Sindi-cato, Ciro Garcia, chegaram àassembléia, reunida desde às17h, o clima entre os bancáriosera de unidade e firmeza. Anotícia da ilegalidade não arre-feceu os ânimos e todo o plená-rio gritava "A greve continua".

No momento em que Barataia anunciar os termos do acor-do proposto pelo TRT, os ban-cários fizeram uma intensa ma-nifestação para a retirada daTV Globo. Ficaram cerca de 15minutos gritando "Tira a Glo-bo". Ciro Garcia tentou con-vencer os grevistas de que estanão era uma decisão justa, masnão conseguiu. A pressão con-tinuava e toda a imprensa queestava cobrindo a assembléiaameaçou se retirar.

Barata tomou a palavra e fezseus companheiros compreen-derem que nem sempre a posi-ção dos jornalistas é a mesmados donos dos meios de comu-nicação. "São todos trabalha-dores que estão cumprindo seudever e merecem todo o nossoapoio".

Vencido o impasse, RonaldoBarata disse que o Rio conse-guiu forjar a unidade nacionale que a decretação da ilegalida-de era "um golpe no cérebro eno coração do movimento".Ele informou à assembléia ostermos da proposta do TRT:

Brasília usoutropa de choque

Brasília — A Secretaria deSegurança Pública reforçou ocontrole do movimento comcachorros c tropas de choque,diante das principais agênciasbancárias da cidade, mas nãofoi registrado nenhum inciden-te ontem, quando 2 mil 500homens (o dobro do efetivo dequarta-feira) foram mobiliza-dos pelo Governo do DistritoFederal.

A orientação recebida era ade "dar proteção e garantia aodireito do trabalho e do clientede usar o banco", segundo oCoronel Olavo Castro, Secre-tário de Segurança.

O presidente do Sindicatodos Bancários, Augusto Carva-lho, disse que a paralisaçãoatingiu quase 95% das 280agências bancárias de Brasília.Mesmo assim, os 15 estabeleci-mentos que abriram suas por-tas praticamente não funciona-ram, apesar da proteção poli-ciai: não havia funcionários.Entusiasmados com o refrão"funcionário valente não entracom gerente", muitos bancá-rios pararam de trabalhar aindapela manhã.

Os bancários Cotaram aAssocia^ãodos Empregados do Comércio

Sarney pensou em fazer um apeloRpocdin DrnrirlnntA TnnX _1 ... ^Brasília — O Presidente José Sarney chegou

a examinar, durante o dia, a conveniência dedirigir, através de uma rede nacional de rádio etelevisão, um apelo aos banqueiros e bancáriospara que encontrassem uma solução negociadapara a greve, convencido dc que ela não poderiaser suportada pela economia do país durantemuito tempo. O Presidente tinha informaçõesotimistas sobre a possibilidade de um acordo,mas o governo se preparou também para supor-tar uma greve mais longa, soprada pelo radica-lismo de lideranças do PT e de suas dissidênciasmais agressivas, como a Convergência Socialistae o Alicerce.

Desde o final da tarde, o Ministro-Chefe doSNI, Ivan de Sousa Mendes, tinha informado aoPresidente da República que via muitas possibi-lidades de o movimento grevista terminar hoje.Apoiado em relatórios enviados por agentes doSNI, antes mesmo das decisões das assembléiasdos bancários de São Paulo e do Rio, o Ministroestava otimista e chegou até a telefonar para seucolega do Trabalho, Almir Pazzianotto, comuni-cando-lhe as expectativas.

Pazzianotto ainda lastimava a falta de acor-do entre banqueiros e bancários, considerandomuito pequena a diferença entre os índices deaumento reivindicados e os oferecidos pelosempregadores. "Reconheço que os trabalhado-res vêm reduzindo suas reivindicações, mas nãosei se eles não tinham pedido muito além daspossibilidades", dizia o Ministro. Pazzianottonão gostou nada de que os grevistas dissessemque o atual governo tratou o movimento com asmesmas armas da Velha República. "No primei-

ro dia da greve dos bancários, ocorrida nogoverno passado, o Sindicato da categoria foiposto sob intervenção", retrucou.

O Ministro interino da Justiça, José PauloCavalcanti Filho, também reiterou o empenhodo Governo em buscar uma "solução negocia-da" para o confronto entre banqueiros e bancá-rios, mas admitiu a aplicação da Lei de Greve edo Código Penal no caso de inquéritos abertospela Polícia Federal, embora descartasse total-mente a possibilidade de utilização da Lei deSegurança Nacional contra os grevistas.

Dois ministros concentravam suas preocu-pações nos reflexos econômicos da greve. Ro-berto Gusmão, da Indústria e do Comércio,disse durante a tarde: "O que preocupa, de fato,o Governo são reivindicações de aumentos exa-gerados e a introdução da trimestralidade".Segundo Gusmão, os aumentos trimestrais pro-vocariam uma grande pressão sobre os preços,levando o país a uma hiper-inflação. O Ministrodo Planejamento, João Sayad, também voltou aafirmar que é contra o princípio da trimestrali-dade.

Em Diamantina (MG), no entanto, o Minis-tro-Chefe do Gabinete Civil da Presidência daRepública, José Hugo Castelo Branco, disse quea greve estava sendo "manipulada

por forçasestranhas ao sistema da categoria profissional,cuja maioria não concorda com o movimento" eacusou o PT e a Convergência Socialista deusarem os bancários "como massa de manobrapara atingir os seus objetivos, sacrificando apopulação".

Lula repele-

insinuações

sobre o PTRecife — O presidente do*

Partido dos Trabalhadores,Luís Inácio da Silva — queestá em Recife participando"

'da campanha do candidato a:;'hprefeito pelo seu Partido —disse que a Nova Repúblicaestá agindo "com cinismo";..!em relação às greves e repe-liu a informação do Paláciodo Planalto, que culpou o PTpela paralisação dos bancá-rios.

Se há uma greve numacategoria — afirmou — não éu-um partido político ou a dire- '¦» >toria de um sindicato que'devem ser responsabilizados,'mas as condições sociais qudestão sendo impostas aos tra-balhadores. Vejam nos ar-quivos dos jornais as declara-ções feitas no Governo Fi-gueiredo pelo Ministro Muri-Io Macedo e comparem como que diz hoje o MinistroAlmyr Pazzianotto. Possolhes garantir que não há muíVK,,ta diferença.

O Governo — disse.Lula — precisa compreenderque um funcionário ou fun-cionária bancária que ganhaCr$ 400 a 500 mil por mês eque não tem certeza da conti-nuidade do emprego ama-nhã, tem toda razão para fa-zer greve, quando de 19811a1984 os banqueiros tiveram'um lucro líquido dc 5 mil 5f$"por cento e os trabalhadoresnão receberam sequer meta:de disso através do INPC.

Lula destacou que "o Go-verno que tire o pano da carae comece a olhar claramenteque os problemas sociais têmque ter prioridade, se quiser-mos resolver os problemas do,.Brasil, levando-se em consi-deração que os problemas do-Brasil só serão solucionados'na medida em que forem so-lucionados os problemas dopovo brasileiro".

A Nova República —afirmou — começou a entrarem processo de falência namedida em que a políticaeconômica continua a mes-ma, na medida em que ,p$argumentos do Ministro Jom.'Sayad, do Ministro DilsonFunaro, continuam pratica-mente os mesmos de 1964, -jogando em cima da classetrabalhadora a responsabili-dade pelo fracasso da política'1econômica. A classe trabá-lhadora está preparada econscientizada, e esta greyedos bapeários demonstra is-so. Não adianta vir com dis-curso da nova democracia,não adianta pedir para espe-rar mais 20 anos porque nçsjá estamos esperando há cip.-co séculos neste país.

Leia editorialEquilíbrio e Firmeza

I mjm ARTEX SJR. KABRICA I* AffTKFATQSTfiXTKIS I/kiPn CGt'M» H/h40;?1000' >•» ABr.u"O H.UVINAU SANTA (AlAMtNA

ATA DA REUNIÃO N° 303 DOCONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

LAVRADA EM FORMA DE SUMÁRIODATA/HORA: Em 05 de setembro de 1985, às 10 (dez) horas. LOCAL:Na sede da companhia, ria Rua Progresso, 150,em Blumenau (SC).CONVOCAÇÃO: Realizada na forma ostatutária. PRESENÇAS: Osmembros do colegiado infra-assinados. MESA DOS TRABALHOS:Presidente: Norberto Ingo Zadrozny; Secretário: Lotário Stueber. OR-DEM DO DIA: Deliberações sobre aspectos das Debêntures de e-missão da companhia, de sua competência, envolvendo: a) próximoperíodo de incidência da taxa de juros; b) a taxa de juros a vigorar pa-ra o referido periodtf; c) o prêmio de continuidade a ser pago. DELI-BERAÇÕES: Foi aprovado por unanimidade, com fundamento nasCláusulas VI, VII, IX e X da Escritura Particular de Emissão de Debèn-tures da companhia, com a redação que lhe foi dada pelo Instrumen-to de Aditamento firmado em 20.12.83 que so acham devidamenteinscritos no 1o Oficio do Registro de Imóveis da Comarca de Blume-nau,o seguinte: &)o próximo período de incidência da taxa de juros(terceiro), terá inicio em 1o de outubro de 1985 e encerrar-se-á em 1ode outubro de 1986; b) para o período de incidência acima menciona-do e aprovado, as debêntures farão jus a juros de 6% (seis por cen-to) ao ano, calculados exponencialmente, por dias decorridos, sobreo valor nominal corrigido monetariamente à razão de 2,9563% (doisinteiros nove mil e quinhentos e sessenta e três décimos milésimospor cento) ao semestre, a serem pagos, respectivamente em 01.04.86e 01.10.86, ou no primeiro dia útil que se seguir a estas datas; c) nâose pagar prêmio de continuidade, ou seja, o mesmo será de zero porcento, para o período de incidência acima fixado. Competirá a Dire-toria da companhia as providências necessárias para a concreti-zaçáo das deliberações. Nada mais havendo a tratar foi encerrada areunião e lavrada esta ata. Ass.: Norberto Ingo Zadrozny, LotárioStueber, Carlos Curt Zadrozny, Júlio H. Zadrozny, Ivo Zadrozny eGenésio Deschamps. Esta é cópia fiel da ata lavrada no livro n° 3 deAtas das Reuniões do Conselho de Administração, ás páginas 128 e129.

LOTÁRIO STUEBERSecretário

Arquivada na JUCESC sob n° 1411 ír 19 em 09 de setembro de 1985.Secretário Geral em exercício — Max Josef Reuss Strenzel.

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Dinheirona melhor tela da cidade.

DE SEGUNDA A SEXTA-FEIRA, ÀS 23:40h

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S^OOLAB S.A

COMUNICADO

Informamos aos Srs. Acionistas que mandamos

publicar nos dias 11 e 12 do corrente mês, na forma determinada

pela Lei, Ata da Assembléia Geral Extraordinária realizada em

07/08/85 que, entre outros assuntos, autorizou o aumento do ,,

Capital Social para Cr$ 44.750.000.000, mediante a criação

e emissão para subscrição pública de 7.500.000.000 de ações I'

preferenciais ao portador pelo preço unitário de Cr$ 2,50, bem

como aprovou a nova redação do Estatuto Social, adequando-o

às normas da legislação que trata das Companhias Abertas e da'Lei

que dispõe sobre a Política Nacional de Informática.

Exemplares da publicação e informações adicionais

estarão à disposição, na Sede Social da Companhia, na Av. Nova

York nP 381, em Bonsucesso.

VA DIRETORIA

Informe Banco Boãvistã:

Computadores e Comunicação |2* feira no Io CademoAplique no fundo de renda fixa CR$ Boavista Os melhores investimentos num investimento só."'.

sã*»-

16 ? Io caderno ? sexta-feira, 13/9/85 Megóeios & Finanças JORNAL DO BRASIL

Agências do Bradesco tentam abrir e causam atritos

Toda a resistência ao movimento grevistados bancários no Rio se concentrou nas agên-cias do Bradesco, que, em diferentes locais,usou de estratagemas para tentar fazer funcio-nar seus serviços. Isso gerou pequenos cho-quês com grupos de grevistas que, à porta dasagências, tentaram impedir. Os maiores tu-muitos ocorreram na agência Central, na RuaIo de Março, muito visada pelos grevistas porter sido responsável por furar a greve feita em1979. Houve incidentes também na Ilha doGovernador, onde uma funcionária, transpor-tada de madrugada para ajudar a fazer funcio-nar a agência, caiu no pátio do estacionamen-to, ferindo-se.- Fiscais da Delegacia Regional do Trabalhomultaram a agência do Bradesco na AvenidaFranklin Roosevelt, que escondia quatro ope-radores de computador no banheiro. Eles sãoresponsáveis pelo controle do sistema de cai-xas automáticos.' Houve sucessivas acusações aos gerentesdas agências do Bradesco de manterem funcio-nários em "cárcere privado" e de coação paratrabalhar, sob pena de demissão. Como estra-tégia, o Bradesco fez dormir nas agências seusfuncionários que exercem cargos de chefia,convocando funcionários não graduados a che-garam às agências no começo da manhã, parafugir à ação dos piquetes. Em São Paulo, opresidente do Bradesco, Lázaro de MelloBrandão, afirmou desconhecer a retençãoobrigatória de funcionários no interior dasagências do banco no Rio e disse que "deve terhavido receio de muitos bancários que foramao trabalho no momento de saírem das agên-das".

— Havia muita tensão e isso deve seranalisado. Muitos funcionários entraram nasagências e foram hostilizados por piquetes. OBradesco desconhece tratamentos fora dasnormas éticas dadas a nossos funcionários.Sempre buscamos tratá-los da melhor formapossível, sempre foi assim — afirmou o presi-dente do maior banco privado do país.

Os bancários grevistas, ajudados pelo Ma-jor Nilo, da Polícia Militar, conseguiram frus-trar, ontem de manhã, uma manobra cuidado-samente preparada para a abertura da agênciacentral do Bradesco, na esquina das RuasPrimeiro de Março e Buenos Aires, onde maisde 30 funcionários estavam sem poder sairdesde a noite de terça-feira.

O funcionamento da agência central doBradesco, a segunda maior do banco no Bra-sil, com 1 mil 300 funcionários onde os ban-queiros conseguiram furar a greve de 1979, éconsiderado questão de honra por patrões eempregados. A porta da Rua Buenos Aireschegou a ser aberta por volta das 9h30min,mas um piquete de mais de 50 pessoas impediua entrada de clientes e funcionários.

Os bancários, segundo seus líderes sindi-cais, consideram o fechamento da agênciacentral do Bradesco uma questão política

fundamental. E tiveram informações de quetodo o esquema para a abertura das outrasagências do banco, tal como aconteceu em1979, estava condicionado pelos diretores doBradesco ao sucesso da operação na agênciaPrimeiro de Março.

Por isso, o piquete na agência central foireforçado a partir das 5h da madrugada.Quando o dia amanheceu, os bancários fica-ram sabendo que, na agência, além dos geren-tes e de mais de 30 funcionários — que láestavam dormindo, impedidos de sair comameaças de demissão — estava também umdiretor do banco, Alcides Icieri.

Os gerentes, após 9h, tentaram criar umasituação de fato e abriram as portas. Mais de50 bancários ocuparam a frente da agência,impedindo a entrada. A direção do bancochamou a PM. A Rua Buenos Aires foiinterditada ao tráfego de veículos. O climaficou tenso com seguranças do Bradesco circu-lando entre os grevistas e tentando furar obloqueio.

Bem perto estavam concentrados os ou-tros funcionários da agência, com ordens denão ir embora. Dois seguranças serviam deponte para os recados dos gerentes. Mais de300 bancários estavam na rua, irritados, que-rendo fechar a porta do banco a qualquercusto.

Nessa hora, o Major Nilo e uma comissãode bancários entraram para falar com o diretorAlcides Icieri. Foi uma conversa de mais demeia hora. O primeiro a sair foi o Major, quefez um discurso aos grevistas, provocandoprimeiro apreensão e, depois, palmas e vivas:Pela Constituição, o piquete é ilegal. Ese algum funcionário desejar entrar no bancopara trabalhar, a partir desse momento, terátodas as garantias. Mas quem não quiserentrar também não será obrigado. Alguém aíquer entrar? — perguntou ele aos grevista?Não, não, não — responderam os ban-cários, levantando os braços.

Então tudo bem — disse o Major. E seretirou da porta do banco, que ficou ocupadapelos integrantes do piquete.

O Major saiu aplaudido. Sentindo que nãoteria o apoio da PM para abir a agência aqualquer custo, o diretor mandou os gerentesdispensarem os funcionários que estavam dolado de fora. A porta foi fechada sob gritos de"um, dois, três, quatro, cinco, mil, ou pagam oque nos devem ou paramos o Brasil".

Na rua interrompida, o trio elétrico doSindicato dos Bancários convocava os grevis-tas para irem até a Rua São Bento, ondefunciona a Câmara de Compensação do Bancodo Brasil, "pois essa batalha está ganha".Antes de deixarem a Buenos Aires, os bancá-rios acompanharam Simone, na aparelhagemde som do trio elétrico:

Vem vamos embora que esperar não ésaber. Quem sabe faz a hora não esperaacontecer...

Foto de Antônio Batalha

Foto de Cartos Hungria

• Sem ser identificada, a bancária ferida é levada para o táxi

Bancária se machuca no puloUma funcionária da agência do Bradesco

na Ilha do Governador machucou-se ontem demadrugada ao tentar saltar o muro do estado-namento do banco. Ela fazia parte de umesquema montado pelo gerente Aristides, daagência da Estrada do Cacuia, para fazerfuncionar os serviços do Bradesco, e chegoude madrugada com um grupo de 100 colegas,transportados em diversas Kombis.

• Os grupos de piquetes tentaram impedir aentrada dos funcionários, gerando tumulto. Afuncionária foi levada para uma clínica parti-cular, não identificada, e não se informou seuestado de saúde. Segundo o representante dosindicato, Carlos Rubin Leal, os funcionáriosforam coagidos, sob ameaça de demissão, afurar a greve. A operação de acesso dosfuncionários foi presenciada, às 4h, pelo ban-cário Francisco Assunção, do Banco do Brasil.Segundo ele, 15 funcionários de chefia, quehaviam dormido na agência, auxiliando a ope-ração.

Os grupos de piquete tentaram acionaruma radiopatrulha do 17° Batalhão da PM,que estava na Estrada do Galeão, acusando ogerente de manter funcionários em "cárcere

privado". Os PMs relutaram, mas acabaramchamando um oficial de supervisão, mas oregistro da ocorrência não chegou à delegacia.

Por volta de llh, uma funcionária jogouum bilhete, informando ter sido coagida afurar a greve, mas se recusou a informar onome e a dar notícias sobre a colega acidenta-da. Pouco depois, chegou ao local a Fiat chapaJK 6111, de Itaboraí, carregada com seispanelões de comida e duas marmitas, compra-das por telefone pelo gerente Aristides naPensão Zefa's, mas não pôde entrar, porque oportão tinha sido trancado com correntes. OsBombeiros foram chamados e cortaram, sobprotestos dos integrantes dos piquetes, a cor-rente colocada pelos grevistas. Nesse momen-to, o gerente Aristides, vestindo jeans e camisacom listras horizontais azul e vermelha, apare-ceu no portão e foi vaiado.

Deixe o pessoal sair para o almoço —gritou um.

Carcereiro — arrematou outro.Das janelas, os funcionários assistiam ao

tumulto. Da rua, os grevistas pediam-lhes quefalassem, mas eles balançavam a cabeça nega-tivamente.

Denúncia mobiliza até advogadosMovido pela denúncia de que funcionários

do Centro de Processamento de Dados doBradesco, na Rua Almirante Tamandaré, noFlamengo, estavam sendo submetidos a "cár-cere privado", obrigados a trabalhar exausti-vãmente (a denúncia dava conta de que algunsjá haviam atingido 30 horas de trabalho inin-terruptas), Ciro Garcia, vice-presidente doSindicato do Rio, tentou constatar o fato,levando ao local dois advogados e um médicodo sindicato.

Sua missão, porém, teve êxito apenasparcial. As advogadas Célia Maria Belmonte eAmanda Costeira não conseguiram conversarçom nenhum funcionário e o médico AlmirJoaquim de Cerqueira não conseguiu exami-nar ninguém para constatar se havia alguém naiminência de entrar num processo de exaustão.Segundo as advogadas, um gerente regional,identificado apenas por Lindoberto, as im-pediu:— Ele nos garantiu que todos estavambem, mas não nos deixou falar com ninguém.>e longe, conseguimos trocar apenas um olá.Aparentemente, tudo parecia bem, mas quempode nos garantir se esta mesmo?, Apesar da frustrada tentativa de constatarse os funcionários estavam sendo obrigados atrabalhar em regime de "cárcere privado",Ciro estava satisfeito. Segundo ele, o Bradescohavia sido autuado pela Delegacia Regional do

Ministério do Trabalho por infringir a legisla-ção trabalhista.

Esse gerente, de nome Lindoberto,pode ficar aí dizendo que está tudo bem,porque ninguém vai acreditar nele. Aindamais depois que o fiscal do Ministério doTrabalho esteve aqui e autuou a empresa.Como negar agora que as pessoas estão traba-lhando exaustivamente, em horários desen-contrados, que ferem à condição humana eprofissional de qualquer indivíduo.

Aparentando cansaço, mas procurando semanter firme, Ciro exibia aos companheirosgrevistas um pequeno pedaço de papel ondeestava escrito o nome do fiscal que autuou oBradesco e em quais artigos da legislaçãotrabalhista:

O nome da fiscal é Maria Auxiliadorade Carvalho e o número do auto de infração é5095/0627. Foi constatado que eles infringiramo artigo 224 da CLT. É evidente que a fiscalconstatou estar havendo desrespeito aocumprimento do horário de trabalho.

Ciro informou ainda que o Sindicato toma-rá outras providências legais:

Vamos acionar o Bradesco na JustiçaCriminal, porque não podemos aceitar passi-vãmente o que está acontecendo aqui. Osadvogados do Sindicato vão estudar direitinhoo caso para preparar a ação.

O piquete da Franklin Roosevelt não evitou o trabalho de alguns

Banco leva multa porabusar de trabalhador

O fiscal ítalo Manarino, da Delegacia Regional doTrabalho, multou ontem o Bradesco por ter encontradona agência da Avenida Franklin Roosevelt um funcioná-rio que conseguiu driblar o piquete e estava trabalhandoalém do horário permitido por lei. A denúncia foi feitapela diretoria do Sindicato dos Bancários que, ao fazeruma vistoria no subsolo da agência, encontrou funcioná-nos escondidos no banheiro e no cofre.

Os três funcionários provavelmente entraram nobanco no período entre lh e 2h20min, quando não haviapiquete, atendendo a chamado telefônico do sub-gerenteLuigi. Um deles alegou que entrou às 14h, pela janela,mas os grevistas que estavam no piquete garantiram queisso era impossível, pois as janelas estão lacradas comDurepóxi. A DRT deve divulgar hoje uma nota oficialsobre o assunto.

AcordosNo primeiro dia da greve, vários funcionários da

agência Franklin Roosevelt, que tinham medo de serdemitidos, foram para a porta do banco logo cedo. Às14h, o gerente Mário Marcinichen, que estava no bancocom tres subgerentes (Luigi, Magalhães e Djalma) fezum acordo com o pessoal do piquete: liberaria osfuncionários que estavam na porta, em troca do livreacesso dos quatro às dependências da agência durante agreve.

Diante do acordo, houve um descuido do piquetedurante a madrugada, quando o gerente aproveitou paradescumprir o trato, convocando quatro operadores decomputador para controlar à distância os caixas automá-ticos. Um deles não conseguiu entrar. Na tarde deontem, O Sindicato dos Bancários recebeu um telefone-ma anônimo informando que havia funcionários naagência. O Sindicato acionou a DRT, que enviou umfiscal ao local. Após uma vistoria, o fiscal nada encon-trou.

Como o pessoal do piquete continuava afirmandoque havia funcionários lá dentro, o diretor do Sindicato,Carlos Alberto Miranda, e o advogado Luiz Gonzaga,pediram para entrar também e o gerente só atendeudepois de fazer novo acordo: caso não encontrassemninguém, ele continuaria com livre acesso ao banco.

Durante a vistoria, foram encontrados dois funcio-nários no banheiros agachados atrás de uma folha decompensado colocada por trás da caixa d'água.

Não deu — disse o subgerente Luigi.Deu sim — retrucou o diretor do Sindicato.

Em seguida, gritou:Se tiver mais alguém, pode sair.Ninguém se manifestou. O diretor do Sindicato

resolveu chamar outra equipe de fiscais da DRT, quechegou meia hora depois. Na porta da agência o tumultoestava formado. Enquanto os fiscais não chegavam,Carlos Alberto Miranda continuou procurando funcioná-rios e encontrou um terceiro escondido atrás da porta docofre, na sala dos computadores. Os fiscais ítalo Manari-no e mais duas mulheres que não quiseram se identificarchegaram e, ao constatarem que havia excesso dejornada de trabalho, lavraram a multa contra o Bra-desço.

Foto de Luiz Morier

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lida chegou a impedir a entrada de clientes

Mãe de bancário agita

piquetes em IpanemaEla era a figura mais agitada entre os que faziam

piquete na agência do Bradesco de Ipanema. Baixinha,interpelava o gerente Carlos Roberto Estrela, contavater impedido uma cliente de entrar, na véspera, parasacar dinheiro. lida Rodrigues Santana, 55 anos, casada,três filhos bancários de 23, 20 e 21 anos, estava ali como"mãe".

Eu estou agitando o Bradesco daqui porque soucliente e este é o Banco que mais explora seus funcioná-rios. Tem gente que sai daqui às 2üh. Eu mesma pagueiuma conta de condomínio às 19h.

Francamente favorável à greve — "meus filhosganham Cr$ 650 mil, menos que um lixeiro ou alguémque vende refrigerante na praia" —, estava ali. mistura-da aos jovens que faziam piquete desde as 5h da manhã.E a sua disposição era tanta ou maior.Vou voltar amanhã.

Pai pressionae libera filho

Niterói — Diante da pressãofeita pelo pai e o irmão, oescriturário Marcus ViníciusGuerrante Vieira, 26 anos, pô-de deixar, ontem, às 12h20min,a agência do Bradesco, na Ave-nida Amaral Peixoto, no Cen-tro, na qual estava há 34 horas.Em telefonemas para casa, eledizia que o gerente Carlos Au-gusto Varela o proibia de sair,assim como a outros dois cole-gas. Ali estavam, ao todo, oitofuncionários desde as 2h dequarta-feira, inclusive o ge-rente.

O Sindicato dos Bancáriosde Niterói denunciou à DRT oque chamou de "cárcere priva-do". Dois fiscais do Trabalhoforam à agência às 10h20min esaíram negando ter encontradoqualquer irregularidade, garan-tindo que lá estavam somente ogerente Varela, o subgerenteVicente de Paulo Freitas e oassessor José Carlos do Couto,e foram embora.

Em frente à agência juntou-se um grupo de curiosos, en-quanto de um caminhão comalto-falantes, bancários recla-mavam da "prisão" de seuscolegas no banco. José VieiraNeto, escriturário do Banco doBrasil e irmão de Marcus Vini-cius, voltou a falar com ele portelefone e este lhe disse queestava impedido de sair, assimcomo seu colega, Felipe Santia-go e o subcontador RobertoCaseiro.

O presidente do Sindicato,Nelson Lentini, conseguiu a li-beração dos três. Marcus Viní-cius ficou com medo, então, depassar pela multidão que esta-va na porta do Bradesco, massaiu correndo e se abraçou,chorando com o pai, José An-tonio Vieira.

Para que o subcontador Ro-berto Caseiro fosse liberado, ogerente Carlos Augusto Varelatelefonou para o diretor regio-nal do Bradesco, Olival Livie-ra, pedindo autorização, se-gundo afirmou Jane Medina,diretora do Sindicato, que tam-bém participou do resgate doscolegas.

Na agência do Bradesco daRua Marechal Deodoro, noCentro, permaneceram traba-lhando o gerente Paulo Salkini,os subgerentes Luís CarlosGonçalves e João Marcos Pai-xão e o assessor Júlio CésarPrecioso, que ali estão tambémdesde a madrugada de quarta-feira.

Bilhete denunciacoação no Leblon

Estamos coagidos a ficarna agência. Mandem reforços.Estamos com vocês! Obrigado.

O bilhete, o mais curto atira-do da janela da agência Bra-desço no Leblon, serviu dealerta para que o piquete de-fronte ao número 1003 daAtaulfo de Paiva fosse reforça-do. Até uma passeata quebroua rotina do bairro, com quase50 pessoas gritando os slogansda greve. A tentativa era paraliberar os funcionários que es-tavam na agência.

Apesar dos problemas comas agências do Bradesco noLeblon e Ipanema, os doisbairros não foram cenário detumultos. Nenhuma agênciaabriu, os grevistas cumpriam asrecomendações do comando degreve para que, diante da pre-sença da polícia, mantivessemos piquetes pacificamente, semconfronto.PORTA ABERTA

Dentro da agência Bradescodo Leblon, o gerente ÁureoAlvares Júnior (não foi permi-tido o ingresso do fotógrafo)negava as denúncias dos bilhe-tes (mais um fora atirado) deque funcionários e chefes ha-viam chegado às 5h da manhã,alguns bem antes.

Temos 137 funcionáriosaqui. Desses, 106 estãò naagência, chegaram em seu ho-rário normal e estou apenasaguardando orientação para li-berá-los. O Banco não forçouqualquer funcionário a vir tra-balhar. A polícia (uma Patamoe uma patrulhinha da PM) veioapenas para garantir a entradade quem estava disposto a en-trar.

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Dia em Copacabana éfácil para piquetes

No segundo dia da greve dos bancários, Copacaba-na viveu um dia tranqüilo, sem incidentes graves. Omovimento se restringiu praticamente a pequenos pique-tes em algumas agências do Bradesco, nas quais a grandemaioria dos funcionários compareceu ao trabalho. Osdemais bancos permaneceram fechados, sem a presençade piquetes.

Na agência do Bradesco da Avenida Copacabana,1018, o gerente Denilson Dias, apesar de muito nervosoe temendo uma reação dos integrantes do piquete, abriua agência ao público às 10h30min. Ele alegou que os 140funcionários queriam trabalhar desde a véspera (primei-ro dia de greve), mas foram impedidos por integrantes depiquetes.

Na entrada da agência, os piqueteiros denunciavamque os funcionários sofreram ameaças e que algunshaviam até dormido na própria agência para não seremconvencidos a não trabalhar. No interior da agência, osfuncionários evitavam comentar o assunto. Apenas nega-vam terem sofrido ameaças de demissão, caso faltassemao trabalho.

Protegidos pela PM, alguns clientes não atendiamaos apelos dos grevistas e entravam no banco. A maioriaprocurava rapidamente os caixas para descontar che-ques, único serviço que transcorria normalmente. Comoo movimento da agência era pequeno, o gerente decidiufechá-la por volta das 13h, dispensando todos os funcio-nários.

Na agência do Bradesco no número 1246 da mesmaAvenida Copacabana, os funcionários permaneceram nointerior do banco até às 15h. Mesmo assim, o movimentofoi muito pequeno, porque a maioria dos clientes nemsabia que a agência estava funcionando. O gerente,identificado pelos integrantes dos piquetes como Reinai-do, insistia em não dispensar ninguém do trabalho,apesar de seus colegas de outras agências terem desistidode manter o horário normal de funcionamento.

Enquanto isso, no número 255 na Rua BarataRibeiro, onde funciona outra agência do Bradescd, uma-latrulhinha apareceu para conter um suposto tumulto,'ela porta entreaberta da agência, um funcionário disseao policial que ninguém na agência havia chamado apolicia e que ali não havia acontecido nenhum tumulto.

Quase no fim do expediente bancário, a visão geralque se tinha das agências que funcionam em Copacabanaera de calma. No interior de algumas, guardas desegurança cochilavam. Movimento, somente nas agên-cias do Bradesco, assim mesmo muito pequeno, poisvários integrantes dos piquetes já haviam se retirado.

As persianas da sobreloja estavam fechadas, ogerente negava-se a abrir a porta para prestar qualquerinformação, as denúncias do comando de greve eram deque havia bancários em cárcere privado dentro daagência Bradesco da Rua Pinto de Figueiredo, na Tijuca.— Eu cheguei aqui às 5h30min e já havia funcioná-rios lá dentro — informava Valcir Fernandes de Siquei-ra, do piquete. "Pela manhã conseguimos conversar como gerente e ele disse que havia 40 pessoas lá dentro. Dasllh até 14h alguns foram liberados, mas ainda há (porvolta das 16h) uns 20 lá dentro. E não podem ser todoscomissionados."

Os membros do piquete denunciaram, ainda, quehavia situação semelhante na agência Bradesco da RuaConde de Bonfim com Uruguai. E que, nos dois dias degreve, os funcionários da Pinto de Figueiredo eramobrigados a assinar uma folha de presença no outro ladoda calçada.

Comerciantes torcem

por término da greveDesfilando entre ociosas balconistas à espera de esporádi-

cos compradores, atraídos principalmente pelos coloridos jeans,camisa, mochilas e outras confecções, o desconsolado FelipeMorgenster, dono da loja Gift, torcia ontem, em Madureira,pelo fim da greve dos bancários, que provocou uma queda de70% nas vendas: "Estão acabando com os comerciantes dobairro. Nessa briga, seremos os mais prejudicados. Duvido queos banqueiros perdoem os juros destes dias de greve."Felipe Morgenster é ainda um dos abnegados diretores daAssociação Comercial de Madureira e está entre os três milmédios e pequenos empresários que acompanham apreensivos aretração dos consumidores. "Parece feriado. As ruas estãovazias e quem se aventura entre os camelôs até chegar às lojas,só aprecia as mercadorias porque não tem dinheiro", testemu-nha Morgenster. O pagamento dos encargos sociais das 12balconistas venceu ontem e Morgenster não pôde efetuá-lo porcausa da greve. Mas, o que mais o preocupa e aos demaiscomerciantes é "saldar os compromissos com os bancos".

O prazo mínimo de 72 horas para pagamento dos emprésti-mos bancários é o que a Associação Comercial de Madureirapede aos banqueiros, mesmo sabendo que é impossível atende-ia: "Somos obrigados a pagar tudo no primeiro dia útil após oencerramento da greve. Se a greve durar até segunda-feira,seremos obrigados a pagar juros de cinco dias. Como, seteremos pouco mais de um dia para tentar recuperar o quedeixamos de arrecadar cm cinco dias?"

A greve dos bancários afetou sensivelmente os médios epequenos empresários, que representam 98% dos 3 mil empre-sas do bairro. Morgenster, que tem sua loja numa privilegiadazona entre a Avenida Edgar Romero e a Rua Carvalho deSousa, viu sua arrecadação cair entre 60% a 70% em relação àquarta-feira. Em pior situação ficou Miguel Paiva, dono da casaDiamante, abarrotada de móveis, que só conseguiu vender umamesinha de som avaliada em Cr$ 115 mil.

As ruas transversais à Edgar Romero e as pequenastravessas tiveram "movimento de segunda-feira, quando asvendas são baixas", reconheceu o português Rogério CorreiaPinto, dono da Dália Jóias, que se negava terminantemente areceber pagamentos em cheques: "Só com dinheiro vivo, estoucansado de levar trambique." Mas a lojinha no Centro Comer-ciai Pólo-1 passou o dia com decepcionante movimento, com aspessoas "só comparando os preços e vendo se o produto ébom", como disse o estudante Jair Torres, do Colégio EstadualCidade de Lisboa.

Os comerciantes dos três centros comerciais foram os quemais prejuízos tiveram no segundo dia da greve dos bancários.Os poucos compradores se limitaram a percorrer a AvenidaEdgar Romero, onde a maioria se negava a receber cheques; noPaloma Modas, Emídio Soares, 52 anos, estampou um aviso"Cheque, só especial" e no limite máximo estabelecido noscartões dos clientes. Mas Abraão Russo Calixto, do JeansCenter — no Pólo-1 — e com dez anos de experiênciacomercial, aceitava cheques de todos os tipos: "A situação estámim e temos de correr o risco. Além disso, os estelionatários sóaparecem depois de encerrado o expediente bancário."

Mas a greve dos bancários também afetuou os quase 2 milcamelôs — é o número que Felipe Morgenster avalia aossábados — que abandonaram o camelódromo que fica sob oviaduto Negrão de Lima e se transferiram, "sem repressão,porque estamos próximos de eleições", confidencia um PM,para a Avenida Edgar Romero. A procura das mochilas a Cr$20 mil, sapatos de lona (Cr$ 15 a 18 mil), sandálias feminina!(Cr$ 25 mil) e bijutcrias, que variam de Cr$ 5 mil a Cr$ 30 mil,foi tão pequena que o camelô Bruno trocava carícias com susnamorada Lilian atrás da barraca de bijuterias instalada emfrente ao Colégio Edgar Romero.

Até o jogo do bicho ficou prejudicado com a greve dosbancários. A banca de Paulo Gordo, na estreita TravessaMirabela — desemboca na Edgar Romero ¦— ficou proibida detrocar cheques dos apostadores e dos camelôs das adjacências.A ordem do banqueiro Piruinha. que domina a área deMadureira, Cascadura, Osvaldo Cruz e Abolição, era de que asapostas só podiam ser pagas em cheques na banca central, naAbolição, e assim mesmo de "clientes conhecidos".

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JORNAL DO raRfigTT. Negóeios âs Finaragag sexta-feira, 13/9/85. ? Io caderno ? 17

Theóphilo diz que

não haverá demissões de bancários

O presidente do Sindicato dos Bancos doRio de Janeiro, Theóphilo de Azeredo Santos,assegurou que não pretende demitir funcioná-rios em conseqüência da decisão do TribunalRegional do Trabalho, que considerou ilegal agreve dos bancários do Estado. "A orientaçãoque estamos passando aos 120 dirigentes debancos no Estado é para esquecer o ocorrido, jáque, com o julgamento do dissídio, não existevitória ou derrota para qualquer lado", ex-plicou.

Theóphilo destacou, no entanto, o fato deestar falando em seu próprio nome, e que porisso não poderá impedir ações isoladas por partede dirigentes que desejem punir possíveis exces-sos. Ele lembrou ainda que somente após aassembléia dos banqueiros — inicialmente mar-cada para hoje ao meio-dia e depois transferidapara a próxima semana — poderá saber exata-mente a decisão do conjunto dos bancos doEstado, sobre punição aos grevistas". De qual-quer forma" — completou — "tudo vai depen-der da evolução dos acontecimentos nesta sexta-feira".

O presidente do Sindicato dos Bancos vol-tou a atribuir ao Governador Leonel Brizolaresponsabilidades pelo sucesso do movimentodos bancários, assegurando que o Governo doEstado contribuiu para que a "ação violenta dos

piquetes" bloqueasse o direito daqueles quedesejavam trabalhar. "O Governador tinha as-segurado que acionaria todos os recursos dispo-níveis para manter a ordem pública e o respeitoaos direitos individuais. Ocorreu o contrário:como ele é candidato à Presidência da Repúbli-ca, decidiu adotar uma postura política, e nãocumpriu o seu dever".

A necessidade de se reestudar a atual legis-lação salarial foi a principal lição que a greve dosbancários trouxe para empresários, trabalhado-res e Governo, de acordo com o raciocínio dopresidente do Sindicato dos Bancos. Para ele, alegislação vigente está ultrapassada e os própriosbanqueiros tem conseqüência de que a adoçãode 80% ou mesmo 90% do INPC nas negocia-ções trabalhistas representa uma injustiça social."A correção do salário não pode continuar empatamares inferiores a.. índice inflacionário,punindo-se o assalariado por erros do passado edo presente", disse.

Para hoje, Theóphilo espera um reflexo domovimento, em conseqüência da decisão doTST, e não admitiu considerar a possibilidade deparalisações nesta sexta-feira. "Não fosse a açãodos piquetes, muitos estabelecimentos continua-riam operando, apesar da decretação da greve",afirmou.

Foto de Custódio Coimbra

TRT julga ilegal greve no Rio

Por seis votos contra um. o Tribunal Regio-nal do Trabalho julgou ilegal a greve dos bancá-rios do Rio de Janeiro. No julgamento dodissídio coletivo, o TRT decidiu por uma reposi-çáo de 12,5% sobre os salários de março, 25%de antecipação em janeiro de 1986 e 4% deprodutividade, negando a trimestralidade e aestabilidade no emprego.

O resultado significa um reajuste de 87,5%,incluindo-se o INPC de 68,3%, superior à pro-posta do TRT do Rio, de 82,3%, rejeitada pelosbancários na segunda audiência de conciliaçãocom os banqueiros. O índice estabelecido ficaabaixo da proposta dos bancários, de 103%, einferior também à proposta do TRT de SãoPaulo, de 94,7%, acatada pela categoria no Riomas rejeitada pelos banqueiros.

O julgamento foi presidido pelo Juiz JoséFiorêncio Jr.. tendo como relator o Juiz MiltonLopes. O voto vencido foi do Juiz CarlosCamargo, que o justificou com o argumento deque "se acatarmos a ilegalidade estamos com amesma posição do Governo anterior". O JuizRaimundo Cassiano de Souza votou pela ilegali-dade, lamentando profundamente, e incluiu aressalva de não punição dos grevistas.

O julgamento começou às 13h, mas o presi-dente do júri decidiu conceder maior prazo paraas negociações, suspendendo a sessão, que reco-meçou às 15h50min, só terminando às18hl0min. O juiz alegou que, segundo a suasensibilidade, as partes não estavam distantes deum acordo.

O advogado dos bancários, Celso Soares, omais veemente na tribuna ao defender as rcivin-dicações da categoria, argumentou citando oselevados lucros dos bancos privados, que che-gam até a 1000%, cobrando juros extorsivos,enquanto a metade dos empregados ganha me-nos de dois salários mínimos e 70,8% dosfuncionários dos bancos privados recebem atétrês salários mínimos, considerando, portanto,justo e real um piso salarial de Cr$ 1 milhão 173mil,.quando poderiam pedir um patamar maiselevado.

O adiantamento de 25% em janeiro de 1986foi concedido a título de abono a ser compensa-do com o INPC de março daquele ano. Oadicional de hora extra foi fixado em 30%,contra a proposta de 100%, e o piso salarialficou em Cr$ 930 mil para escriturários, tesou-reiros e caixas, e Cr$ 730 mil para os quadros daportaria.

Os indeferimentos registrados contra as pro-

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postas do relator partiram sempre dos juizesCarlos Camargo e Raimundo Cassiano de Sou-za, a favor da estabilidade no emprego, mesmoque com um prazo menor* de piso salarial eanuênio mais elevados, gratificação semestral,reposição salarial de 25% e adicional de 100%para hora extra. O Juiz Jorge de CamposSeguin, usando até o termo "nós, empresários",chegou a votar por índices menores que aproposta do relator, como no caso da produtivi-dade, que concedeu apenas 2%. Os demaisjuizes limitaram-se a concordar com o voto dorelator.

As negociações entre banqueiros e bancá-rios foram intensas até a hora do julgamento,alternando-se entre o impasse total e a possibili-dade de um acordo. Pela manhã, na Federaçãodos Bancários, o encontro foi mais rápido doque se esperava. Os bancários reafirmaram aproposta do TRT de São Paulo e os banqueirosdeclararam que já a haviam rejeitado na véspe-ra, não havendo mais nada a discutir, devendo-se esperar pelo julgamento.

O ambiente ficou tenso. O presidente doSindicato dos Bancários, Ronald Barata, afir-mou que o presidente do Sindicato dos Bancos,Theóphilo de Azeredo Santos, se recusava aconversar, não oferecendo qualquer contra-proposta, em "mais uma demonstração de in-transigência". O banqueiro negava-se a discutira proposta do TRT de São Paulo.

No gabinete do presidente do TRT, GeraldoOtávio Guimarães, prosseguia o impasse, atéque começou um entendimento com os parâme-tros de INPC integral, 10% de reposição sala-rial, 5% de produtividade e adicional de 30%para hora extra. Mas Barata alegou que nãopoderia fazer o acordo sem consultar a catego-ria. O presidente do TRT pediu que ele marcas-se uma assembléia para as 15h, adiando-se ojulgamento do dissídio para as 16h. AzeredoSantos decidiu fazer algumas consultas e, quan-do voltou do telefone, recusou a proposta.

Durante todo esse tempo houve intensocontato com as lideranças sindicais e banqueirosem São Paulo, enquanto se esperava tambémuma decisão do Banerj, disposto a fazer acordoisolado. No começo da tarde, falava-se em umreajuste geral de 90% — sem maiores detalhessobre cada item — que seria acatado no Rio, emSão Paulo e pelo Banerj. Nada disso aconteceu eo TRT acabou decidindo pela ilegalidade dagreve e julgando o dissídio sem qualqueracordo.

Foto de Carlos Hunqria

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A proposta de Carlos Augusto teve boa receptividade dos bancários

Resposta ao Banerj só sai hojeContinua sem solução o esperado acordo

entre a direção do Banerj e seus 15 milfuncionários. Ontem, meia hora antes de seriniciada a reunião no Tribunal Regional doTrabalho (TRT), o Banerj entregou ao Sindi-cato dos Empregados em EstabelecimentosBancários do Rio sua proposta final, que prevêum reajuste global de 94,47% em setembro. Adecisão sobre o assunto foi adiada para hoje.

Embora menor do que o percentual ini-cialmente previsto (104,3%), o reajuste foibem aceito pelos bancários. Só há um ponto deatrito: embora não conste das cláusulas daproposta do Banerj, há a exigência de que obanco estadual adotará, de fato, o aumentoque for aplicado por toda a rede bancária — éo mecanismo intitulado regresso.

Ou seja, o reajuste de 94,47% serve comoparâmetro para os bancários das outras empre-sas barganharem, em igual nível, o seu aumen-to salarial. Mas se o percentual adotado pelosbanqueiros for menor, o Banerj também oadotará. O mesmo ocorreria se o reajustefosse maior do que o estabelecido pelo Banerj,mas esi.a hipótese é inviável.

A proposta detalhada do Banerj a seusfuncionários é: reajuste salarial pela aplicaçãointegral do INPC acrescido de 5% de produti-vidade e 10% de reposição salarial. Parajaneiro, o Banerj promete um abono de 25%até o reajuste de março. Também assegura aestabilidade e o piso salarial. O presidente doBanerj, Carlos Augusto Rodrigues de Carva-llio. justificou a mudança na proposta por seresio t.iimia "mais realista".

Embora não confirmada oficialmente, apressão do Governo federal sobre o Banerj foigrande. O Governador Leonel Brizola rece-beu diversos telefonemas do Presidente JoséF-.rncy e de seus assessores e do Ministro daFazenda, Dilson Funaro. O presidente doBanerj, por sua vez, foi procurado pelo presi-dente do Banco Central, Fernão Botelho Bra-cher, que pediu esclarecimentos sobre a pro-posta em curso.

Em todos esses contatos, foi manifestada apreocupação do Governo em não concederreajustes muito elevados e não incorporar atrimestralidade, na medida em que essa práti-ca acabaria por ser reivindicada, em breve,pelos petroleiros e metalúrgicos de São Paulo.

O presidente do Banerj não admitiu aexistência de pressões, respondendo cm entre-vista que "o dono do Banerj é o Governolegítimo e soberano do Estado do Rio". CarlosAugusto afirmou que, desde que não hajaviolação das normas bancárias, o Banerj pode-rá proceder como quiser. E, com essa postura,encontrou um índice de reajuste viável, quetambém tivesse por objetivo tirar os banquei-ros do imobilismo.

Segundo Carlos Augusto, a proposta apre-sentada ontem pelo Banerj foi "amadurecida,negociada e sofrida", mas mesmo assim cau-sou polêmica. Enquanto alguns atribuíam ainclusão do regresso e a redução do índice apressões de Brasília, outros preferiam rotula-Ia como "uma decisão demagógica do Gover-nador Brizola". Isio porque, de fato, o Banerjadotará o mesmo reajuste de todos os outrosbancos.

Apesar da fila grande e permanente, correntistas aguardaram tranqüUarrwnte a vez

Consulta de loja paraabrir crédito diminui

As consultas para abertura de crédito feitas pelas lojascomerciais ao Clube dos Diretores Lojistas caíram no primeirodia de greve dos bancários (dia 11). A média diária sofreu umaqueda de 26 mil consultas para 19 mil. O mesmo não ocorreu,no entanto, com as consultas feitas pelos lojistas sobre cheques.Segundo os funcionários do CDL que atendem os telefonemasdos comerciantes, a checagem, no caso dos cheques, aumentouontem e anteontem.

De qualquer forma, quase todo o comércio do Rio estáreclamando de queda nas vendas. O presidente do Clube dosDiretores Lojistas, Sílvio Cunha, afirma que "os negócioscaíram verticalmente" em toda a cidade. O CDL não possui, noentanto, números precisos sobre as consultas realizadas ontempara compra a crédito e, nos dois dias de greve, sobre oscheques. A maior preocupação de Sílvio Cunha, ontem, eraarranjar uma forma de pagar hoje, em dinheiro, os 700funcionários do CDL, que recebem quinzenalmente. Ele achaque esse também será um difícil problema para boa parte docomércio do Rio, que paga da mesma forma a seus empregados.

Queda geralOntem, nos bares Simpatia (Avenida Rio Branco) e

Amarelinho (Cinelândia), o movimento caiu em torno de 50%;nas lanchonetes, cerca de 30% e, nos restaurantes, algo emredor de 10%. Estes percentuais medem os efeitos do segundodia de greve dos bancários no Centro da cidade, que ontem nãoteve congestionamentos e, sobretudo à tarde, apresentou-sequase vazio em ruas que, numa quinta-feira normal, estariamcheias de pedestres.

Por volta das 15h, camelôs que só costumam deixar acidade no fim do expediente comercial, começaram a recolhersuas mercadorias. E, depois das 18 horas, no centro bancário doRio (eixo da Rua do Ouvidor), o movimento era feito exclusiva-mente por bancários, preocupados com a substituição decompanheiros nos piquetes dos bancos que ainda não serenderam ao movimento.

Zenilda Alves de Souza, do comando de greve dosbancários, contou que, exceto o Bradesco, o Nacional, o Itaú eo Econômico, nenhum outro banco exigiu vigilância de pique-tes. "Eles simplesmente fecharam as portas e dispensaram osfuncionários." O trabalho de orientação dos piquetes foireduzido, limitando-se à circulação, por volta do meio-dia, dotrio elétrico, que, ao contrário do primeiro dia da greve, passoua maior parte do tempo tocando músicas e irradiando palavrasde ordem. A música mais tocada era Caminhando, de GeraldoVandré.

Nas lojas do Saara, região de grande concentração comer-ciai em torno de um trecho da Rua da Alfândega, as informa-ções eram contraditórias. Alguns comerciantes reclamavammuito da redução das vendas, outros estavam satisfeitos,anunciando crescimento no movimento. A gerente da FerragemSolar (esquina das Ruas dos Andradas e Senhor dos Passos)disse que o faturamento ontem caiu a menos da metade. Alémdisso, faltou troco ("especialmente notas de Cr$ 1 mil e Cr$500"), e as compras com cheques aumentaram.

Cheques aumentamTambém reclamou o comerciante Moisés Laim, da Rony

Modas (Alfândega, 231), que comercializa roupas de senhoras."Piorou 100%, e estamos até com medo de receber cheques."Segundo Moisés, o número de pessoas emitindo chequesaumentou muito, e, nos dois dias de greve, não conseguiramrealizar nenhuma venda a crédito.

Fred Fragata de Godoy Jr., do Parque dos Brinquedos, dizque o movimento em sua loja melhorou nos dois dias de greve,mas o número de cheques dobrou (60% dos clientes quecompraram em sua loja pagaram em cheque ou cartão decrédito). Ele acha (jue essa situação ocorreu por causa do tipode mercadorias que vende, brinquedos. "Com os bancos, ascorretoras de valores, pregão da Bolsa de Valores paralisados,os clientes têm mais tempo para realizar suas compras." Ontem,segundo ele, seu melhor freguês foi um diretor do BancoComind, que, acompanhado do netinho, gastou Cr$ 2 milhões500 mil.

Renato Berto, gerente da Chic's Moda, que negocia comconfecções em geral, na Rua da Conceição, conta que omovimento melhorou nos dois dias de greve. Da mesma formaque os outros comerciantes, Renato confirma que o movimentode cheques aumentou.

Maria Adriano Monteiro, da cinqüentenária loja de fazen-da para ternos na Rua Uruguaiana, a R. Monteiro, também nãoreclamou do movimento."Nossos clientes têm renda paracontinuar comprando. As vendas, por enquanto, não caíram".Mas diz que, de qualquer forma, a greve atrapalha o comércio.Apesar da constatação, Maria Adriano acha que os bancáriosestão certos. "Eu li um prospecto que eles distribuíram e quasenão acreditei que os bancos tinham tanto lucro", disse. E exibiuum panfleto assinado pelo Sindicato dos Bancários, onde osbancos aparecem listados com o lucro que obtiveram noprimeiro semestre. A média dos lucros, segundo os bancários,era superior a 600%.

Marco Antônio Dias Magalhães, gerente da lanchoneteMac DonaId's, da Avenida Rio Branco, 100, disse que omovimento de sua loja caiu 16,6% no primeiro dia de greve."Deixei de vender cerca de Cr$ 4 milhões e de atender a umas400 pessoas. Hoje (ontem), a queda nas vendas deverá sermaior". Na hora do almoço, os restaurantes estavam pratica-mente cheios, mas os mais procurados não tinham filas deespera, como ocorre nos dias de movimento normal. Esse era,por exemplo, o caso da Casa Ulrich (Rua São José), um dosmais tradicionais restaurantes do Centro do Rio. No Simpatia eAmarelinho, dois dos principais bares da cidade, o movimentochegou a aumentar no primeiro dia da greve. Mas, ontem, caiupela metade, segundo garçons.

A calma do segundo dia de greve foi resumida por ZenildaAlves de Souza, do comando, com uma frase sobre o policia-mento: "Não tivemos nenhum tipo de problema, nem na horade tumulto registrado na agência do Bradesco". Problema teveo ex-Ministro dos Transportes, Eliseu Resende, que quase nãoconseguiu entrar em seu escritório, no prédio onde funciona oCrédito Real, na Avenida Rio Branco quase esquina com Setede Setembro. Depois de dialogar com os integrantes do piquete,obteve autorização para ingressar no edifício. "Se, para entrarno meu escritório, eu tivesse que passar pelo banco, nãoconseguiria trabalhar hoje", disse depois, aliviado.

Banco 24 Horas tem

fila na Rio BrancoAs cabines do Banco 24 Horas registraram grandemovimento e a da Avenida Rio Branco — uma das mais

procuradas — apresentava uma fila de mais de 40 clientes porvolta das llh30min. Até aquele momento, mais de cemcorrentistas tinham feito retiradas e imo existia previsão depor quanto tempo o dinheiro seria suficiente para a procura.Em São Paulo, os saques no Banco 24 Horas chegaram aCr$ 5 bilhões 500 milhões nos dois primeiros dias da greve dosbancários. Ontem, foram retirados Cr$ 2 bilhões 500 milhões,em 20 mil transações, o que significa um aumento de 110% emrelação a uma quinta-feira normal.

Gilberto Dib, diretor da Tecnologia Bancária, empresaconstituída por um pool de 30 bancos — 17 deles efetivamenteoperando com o Banco 24 Horas —, justificou a diminuiçãodos saques ontem porque os clientes notaram que o sistemafunciona e continuará a atendê-los.

No Rio, a maioria das pessoas que procuraram o Banco24 Horas se revelava preocupada com o fim de semana. Omilitar da reserva Jarbas Cardoso Leal ficou uma hora na filado banco da Rio Branco para sacar Cr$ 250 mil e, apesar daespera, não criticou a greve: "É. Nos últimos anos os saláriostêm encolhido muito", comentou.

Benito Juarez, 33, industriário, condenava a paralisaçãoporque provoca "sérios prejuízos ao país". Ele retirou Cr$ 100mil e admitiu que se o dinheiro acabar antes de os bancosreabrirem vai emitir cheques voadores.

Luci Lima, 34, relações públicas, comprou uma revistapara passar o tempo na fila e quando chegou a sua vez já nãotinha mais o que ler. Sacou Cr$ 100 mil, dizendo-se esperanço-sa de que "os banqueiros cedam". Edson Nascimento daSilva, 40, técnico em eletrônica, saiu de Nova Iguaçu parareceber o PIS. Sem sucesso, entrou na fila do Banco 24 Horase sacou Cr$ 50 mil "só para gastar com transporte". O restodas despesas, acrescentou, pagará com cheques que cobriráquando a greve dos bancários terminar.

Os bancários admitem que não há necessidade depiquetes ou outros procedimentos para evitar o funcionamen-to das caixas eletrônicas (tipo Banco 24 Horas). Zenilda Alvesde Sousa, do comando de greve, afirmou que nada foidiscutido pelo bancários sobre o assunto. "A nossa priorida-de" — destacou — "é evitar o funcionamento das agênciasbancárias e dos Centros de Processamento de Dados".

Zenilda comentou que à proporção em que o dinheirofor acabando nessas caixas será impossível a reposição.Explicou que os CPDs dos bancos estão ligados às caixaseletrônicas e, se pararem, impossibilitarão a realimentação dosistema.

Em São Paulo, a Tecnologia Bancária normalmente fazum levantamento com os bancos do dinheiro a ser movimenta-do no Banco 24 Horas. Para a greve dos bancários, segundoGilberto Dib, o volume de recursos foi estimado entre Cr$ 15bilhões e Cr$ 20 bilhões, pressupondo o abastecimentodurante duas semanas. Esse dinheiro está guardado emempresas de custódia de valores.

O volume do dinheiro é um pouco exagerado, admiteDib, mas os bancos preferem se prevenir. Em agosto, porexemplo, o total movimentado chegou a Cr$ 35 bilhões,envolvendo 350 mil operações. Com a greve, foram levadosem conta três fatores para a definição dos recursos: duraçãodo movimento, maior procura por parte dos clientes e volumemaior de saques.

Nas caixas automáticas do Bradesco e do Itaú na capitalpaulista a retirada de dinheiro aumentou bastante. Emboranão existam dados concretos, as grandes e permanentes filassão um indicador daquela previsão.

Brizola garante que

polícia não reprime"A decretação da ilegalidade da greve em nada modifica-

rá a atuação das autoridades policiais do Estado." A afirma-çáo foi feita pelo Governador Leonel Brizola e transmitida àimprensa pela Coordenadora de Comunicação Social doGoverno do Estado, Martha Alencar.

Segundo ela, Brizola acentuou que tem o dever de zelarpela ordem pública e garantir os direitos de todos. Dessaforma, o Governo do Estado não desenvolverá atividadesrepressivas contra os sindicatos, nem contra quaisquer pessoasque não pratiquem violências ou atentem contra a ordempública.

Para Brizola, a greve, embora ilegal, mostrou-se umarealidade e o Governo do Estado continuará trabalhando nosentido do entendimento. De acordo com Martha Alencar, oGovernador comentou que o dia de ontem transcorreupraticamente sem incidentes e, dentro de uma situaçãoanormal, o clima foi de relativa calma.

Brizola voltou a negar que tenha sido pressionado peloGoverno federal para não concretizar um acordo com osfuncionários do Banerj. O Secretário estadual de Fazenda,César Maia, contudo, admitiu que houve "recomendaçõespara que o Governo do Estado se posicionasse nas negocia-ções como banqueiro".

De acordo com César Maia, Brizola não pode atender aesse tipo de sugestão porque tem de se colocar nos entendi-mentos como Governo, uma vez que o Banerj é umainstituição financeira que presta serviços públicos.

Segundo o Secretário, "a movimentação econômica doGoverno do Estado tem um componente de ordem social quenão permite que o Governador assuma as posições que umbanqueiro assumiria". A exemplo do que Brizola já afirmara,César Maia não acredita que essa "divergência de pontos devista" possa resultar em qualquer tipo de retaliação doGoverno federal.

Brizola reafirmou que, "devido à importância do Banerjpara a comunidade e para o poder público, estamos atuandono sentido da conciliação o mais rápido possível, cm face daurgente necessidade da normalização de suas atividades".

Poupança nãoterá prejuízo

O Banco Nacional da Habi-tação (BNH) determinou on-.item à Associação Brasileira deEntidades de Crédito Imobiliá—rio e Poupança (Abecip) quenão haja prejuízo nos rendi—mentos dos poupadores comcontas cujas datas-base de re-muneraçáo coincidam com osdias de greve dos bancários. Asentidades do Sistema Brasileirode Poupança e Empréstimo es-tão autorizadas a consideraremos depósitos de poupança aserem efetuados no primeiro,dia útil após o fim da greve,hcomo se realizados dentro dosprazos para rendimento.

As medidas foram divulga-das pelo BNH, cujo presidenteem exercício, Antônio Esme-raldo Neto, enviou comunica-do ontem à Abecip. O bancoanuncia ainda que os mutuárioscom prestação vencida duranteo período de paralisação dosbancários não sairão prejudica-•dos. Também nestes casos ospagamentos podem ser feitosno primeiro dia útil depois dofim da greve, sem qualqueracréscimo.

No caso dos mutuários queainda não optaram pelo reajus-te de 112%, cujo prazo é de 60dias antes do aumento da pres-tação, a opção também poderáser feita no primeiro dia útilapós o fim da greve. Todasessas medidas, entretanto, sóserão válidas para as entidadesdo SBPE cujos funcionários te-nham aderido à greve. Para asdemais, o funcionamento é onormal.

Peões de obrasnão vão receberMesmo que os bancos rea-

bram hoje, o pagamento dospeões de obra, que é feito pelasempresas construtoras às sex-tas-feiras, estará comprometi-do. O presidente interino daAdemi (Associação dos Diri-gentes de Empresas do Merca-'do Imobiliário), Carlos Firme,revelou que, em alguns casos,será possível liberar um adian-tamento de 10% a 20% daremuneração semanal dos ope-rários, com a promessa de re-posição imediata assim que omovimento bancário for nor-malizado.

— Pelo menos, será o sufi-"ciente para o transporte dostrabalhadores — afirmou ele?®Carlos Firme disse que as con-seqüências da greve dos bancosjá foram explicadas nos cantei-ros de obras, mas, mesmo as-sim, há alguma apreensão dosempresários. "O problema é;,seríssimo", comentou.

Dessa forma, a Aderai,;.orientou seus associados nosentido de que tomem algumasmedidas de precaução. A pri-meira — o esclarecimento aospeões — já foi tomada; a se-gunda providência é a de distri-buir, ainda hoje, vales deadiantamento do salário e, emúltima instância, tomar as me-didas de segurança cabíveis.

Carlos Firme, que dirige a,Companhia Construtora PontoTrês, admitiu que os empresá-rios da construção civil, de for-ma geral, não esperavam que agreve dos bancários fosse vito-riosa. Daí a razão pela qual aprovisão de recursos para o fimde semana foi adotada em pe-quena escala.

Comércio ajudaquem não sacouCom sua enorme capacidade

de improvisar, os cariocospeões de obra, que é feito pelasempresas construtoras às sex-tas* feiras, estará comprometi-do. O presidente interino daAdemi (Associação dos Diri-gentes de Empresas do Merca-do Imoom o presidente do Sin»dicato dos Revendedores deDerivados de Petróleo do Riode Janeiro, Gil Siuffo.

O dirigente empresarial dis-:se que muitos clientes passa-ram a pagar a gasolina adquiri-da com cheques de valor bemsuperior, pedindo o troco emdinheiro. Assim, a arrecadaçãodos postos, que costuma serfeita na base de 80% em di-nheiro e 20% em cheques, pra-ricamente foi invertida nos últi-mos dois dias de greve dosbancários.

Gil Siuffo explicou que, naárea do abastecimento de gaso-lina e outros derivados de pe-tróleo, tudo está funcionandonormalmente. "Enquanto oscarros-fortes dos bancos estive-rem retirando o dinheiro fatu-rado no dia, transportando-òpara as agências bancárias, tu-do permanecerá tranqüilo, semmaiores alterações."

Ele está preocupado com ofato de a quantidade de che-1ques nas mãos dos proprietá-rios de postos de gasolina já sergrande e a dificuldade de com-provar a existência de fundos."Os revendedores não podempermanecer por muitos diascom os cheques sem podercomprovar a existência ou nãode fundos."

O presidente do sindicatodos revendedores informoutambém que, nas sextas-feirase sábados, aumenta muito omovimento nos postos. '

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18 ? Io caderno o sexta-feira, 13/9/85 Negócios & Finanças JOHNAL HU HKAMIL

BancáriosSão Paulo — A greve acabou, e os 350 mil

bancários paulistas voltam hoje ao trabalho. A dcci-são foi tomada ontem à noite, em assembléia de 15 milbancários, na Praça da Sé, que acatou a sentença doTribunal Regional do Trabalho.

Os juizes, após três horas, estabeleceram reajus-te salarial de 90,78%, o que inclui 100% do 1NPC,mais 4% de produtividade, 9% de reposição salarial.Os bancários terão também um adiantamento de 25%cm janeiro de 1986. Na assembléia, só 10% votaramcontra o fim da greve.

Os banqueiros, que só admitiam conceder 87%de reajuste, deverão recorrer da decisão do TRTjunto ao Tribunal Superior do Trabalho. No segundodia de paralisação nacional da categoria, o Rio deJaneiro foi o Estado com o maior número de bancosparados — 90% das agências não funcionaram —segundo a Federação Nacional dos Bancos — SãoPaulo paralisou 80% das agências. Ontem não houveprisões em São Paulo, os bancos particulares quevoltarão a funcionar hoje normalmente em São Paulo,Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná monta-ram um esquema alternativo para o caso de continuara greve no Banco do Brasil.

O Governador Franco Montoro — que recebeupressões de banqueiros e setores do Governo Federalpara endurecer a ação policial contra os grevistas —considerou-se vitorioso: manteve a posição de permi-tir que a polícia apenas atuasse em casos de piquetesviolentos —, o que não ocorreu. Os banqueirosacusaram, ontem, o Secretário de Segurança Pública,Michel Temer, de ser o principal responsável pelaextensão da greve.

O Comandante do II Exército, General Sebas-tião José Ramos de Castro, afirmou que durante osdois dias, e até durante as madrugadas da greve,recebeu telefonemas de "setores empresariais da áreabancária, solicitando medidas do Exército" contra omovimento. A todos aconselhou que acatassem asdecisões da Secretaria de Segurança Pública e doGoverno do Estado. O presidente da Federação dasIndústrias do Estado (FIESP), Luís Eulálio BuenoVidigal advertiu que o Governo abriu "um precedenteperigoso" ao permitir a greve dos bancários, setorconsiderado atividade essencial pela legislação.

Os saques dos bancos 24 Horas atingiram Cr$ 5bilhões 500 milhões nos dois dias de greve. Ontem osclientes do Banco 24 Horas sacaram Cr$ 2 bilhões 500milhões, em 20 mil transações, o que representou umaumento de 110% em relação aos movimentos nor-mais das quinta-feiras. As bolsas de valores e demercadorias não operaram ontem.

Banqueiros reclamam

de decisão do TRTSão Paulo — A reunião do Tribunal Regional do

Trabalho (TRT) julgou ilegal a greve dos bancários efixou as cláusulas da convenção coletiva dos trabalha-dores de banco em São Paulo, Mato Grosso e MatoGrosso do Sul.

O julgamento durou três horas e foi marcado pordiscussões ásperas entre banqueiros e bancários, quenão chegaram a acordo.Enquanto os representantes dos bancários saí-

ram do Tribunal contentes com o resultado, os dosbanqueiros criticaram a decisão. Expedito Lamy, dacomissão de negociação da Fenaban (Federação Na-cional dos Bancos), anunciou que a entidade recorreráda decisão. Segundo ele, o reajuste concedido peloTRT "dará um impacto muito grande nas folhas depagamentos, que praticamente dobrarão de valor".Na sua opinião, a partir de hoje os bancários deverãoretornar ao trabalho.

O presidente da Federação dos Bancários de SãoPaulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, EribeltoManoel Reino, afirmou, após o julgamento, que "agreve foi gratificante, vitoriosa, ordeira. Achamosbons os índices determinados pelo Tribunal. Só la-mentamos o fato de os juizes não terem concedidouma gratificação salarial semestral à categoria".

Expedito Lamy, representante dos banqueiros,comentou que o reajuste salarial será insuportávelpara os bancos. Segundo seus cálculos — que diferemdós feitos pelos bancários — o impacto do reajuste nasfolhas de pagamentos chega a 103%, considerando-sea .antecipação de 25% de janeiro de 1986.

Antes do julgamento, o presidente do grupo 1 deturmas do TRT, Juiz José de Barros Vieira Júnior —que presidiu o julgamento — reuniu-se com as duaspartes, tentando um acordo. Os banqueiros chegaramà'proposta de 87%, enquanto os bancários insistiamna proposta conciliatória do presidente do TRT, JuizPedro Benjamin Vieira, de 94%.

Essa primeira reunião terminou num clima áspe-ro. Eribelto Reino e o presidente do Sindicato dosBancários de São Paulo, Luis Gushiken, saíram dasala irritados, após discutirem em voz alta com osrepresentantes dos bancos. Eribelto acusou os ban-queiros de "intransigentes" e afirmou que eles propu-seram o adiamento do julgamento do dissídio para apróxima segunda-feira: "Isso é inadmissível, E umapostura estranha dos banqueiros. Eles devem teroutros interesses em querer manter a greve".Ao término dessa primeira reunião, o presidentedo TRT convocou as duas partes para uma reunião emsjua sala, numa segunda tentativa de acordo. PauloBravo, membro da comissão de negociação da Fena-tfan, afirmou: "O acordo sai. A forcéps, mas sai".Nessa segunda reunião, o Juiz Pedro Benjamin Vieiraapresentou a proposta sugerida pelo Ministro doTrabalho, Almir Pazzianotto, de 89%. Os banqueirosnão a aceitaram e os bancários nem foram consulta-dos, iniciando-se o julgamento em seguida. Os ban-Cos, segundo a Fenaban, cumprirão a sentença doTRT, apesar da provável decisão de recorrer aoTribunal Superior do Trabalho (TST).O vice-presidente da Febraban, Pedro Conde,fambem presidente do Banco de Crédito Nacional,àfirmou que o aumento decidido pelo TRT mais doque dobrará a folha de salários, pois os bancos "aindaterão de compensar o pagamento de anuênio e outrosadicionais".

Prazo de inscrição

! para o BB é adiadot Brasília — O Banco do Brasil transferiu para oidia 20, o prazo final de inscrições para o concurso"destinado à admissão de funcionários do nível básico.A data-limite era hoje, mas como as inscrições ficaram¦prejudicadas em função da greve, a diretoria decidiuadiá-la para a próxima sexta-feira.

A seleção será realizada nos Estados do Ceará,Minas Gerais, Santa Catarina e Sergipe, destinando-se a suprir vagas no Acre, Amazonas, Amapá, Ceará,

(Maranhão, Mato Grosso, Pará, Piauí, Rondônia e!Roraimai (para os inscritos no Ceará); Distrito Fede-irai, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais e Rio demeiro (para os inscritos em Minas); Alagoas, Bahia,:Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe• (inscritos em Sergipe) e Mato Grosso do Sul, Paraná,'Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo'(inscritos em Santa Catarina).

A localização dos aprovados será feila na agênciajda cidade onde residir o candidato, á época dainscrição, se ali houver vaga, ou em outra dependen-. cia do Banco nos Estados para onde prestou concurso., As provas constarão de questões de português, mate-.mática, contabilidade geral, técnicas bancárias e co-merciais, além de datilografia.

paulistas decidem voltar ao trabalho hoje

São Paulo — Fntn ria (saias Fpitnsa ^

Paraná multa Bamerindus

por reter seus

funcionários

. -—_ ....A'a Praça da Sé, 15 mil bancários aceitaram a proposta do TRT

Assembléia aplaude e grita vitóriaSão Paulo — Aos gritos de "vitória", a assem-

bléia dos bancários aplaudiu cada uma das cláusulasda sentença do Tribunal Regional do Trabalho. "Anossa greve foi a maior já realizada por uma categoriaprofissional no mundo", disse, eufórico, um dosdirigentes sindicais.

A assembléia começou às 17h, ao mesmo tempoem que, no TRT, o julgamento do dissídio coletivoainda não havia se iniciado. Até às 20h, a dupla devioleiros "Sertanejo e Sertãozinho" incumbiu-se dedistrair os bancários. Vários trabalhadores, inclu-;vede outras categorias discursaram.

As 20h, chegaram à Praça da Sé, já com asentença do TRT, o presidente da Federação dosBancários de São Paulo, Mato Grosso e Mato Grossodo Sul, Eribelto Manoel Reino; e o presidente doSindicato de São Paulo, Luis Gushiken. Os doisdemoraram 15 minutos para subir ao palanque. Nesseperíodo, combinaram como comunicariam à categoriaa decisão da Justiça Trabalhista.

Eribelto fez o anúncio, dizendo que após mais detrês horas de negociação, "conseguimos 25,42% além

Compensação vai ser

normal em São PauloBrasília — O diretor de Recursos Logísticos do

Banco do Brasil, Alcir Calliari, assegurou que oserviço de compensação de cheques, hoje, em SãoPaulo, deve funcionar normalmente, apesar de osfuncionários do Banco do Brasil ainda não teremdeterminado a suspensão da greve. "As câmaras decompensação funcionaram em todas as cidades, mes-mo em São Paulo e em Brasília, onde o movimento foimais intenso. Se não se compensou cheques, foiporque não apareceram os documentos da rede priva-da, que também estava em greve", explicou.

Deste modo, não deve ocorrer qualquer proble-mas nesta área, ainda que as agências do Banco doBrasil permaneçam fechadas em São Paulo, enquantofuncionam as da rede privada e estadual.

Greve parou quasetodas as agências

São Paulo — O comando da greve anunciou queontem 80% dos 350 mil bancários do Estado fizeramgreve e quase todas as 1 mil agências bancárias daGrande São Paulo não funcionaram. Todos os bancosestrangeiros da cidade também não abriram e osgerentes e diretores, que trabalharam, só fizeram asoperações estritamente necessárias, como remessa delucros das multinacionais aos países de origem, infor-mou o presidente do Banco de Tóquio, ToshiroKobayashi.

Os piquetes concentraram-se no Centro Velho dacidade — com 82 agências — e na Avenida Paulista —com cerca de 40. A partir das 7 horas não deixarammais ninguém entrar, mas alguns bancários chegaramàs agências por volta das 5 da manhã. A sede doBanco Itaú, na Rua Boavista, resistiu aberta, protegi-da por 22 policiais, até as 12 horas, quando, sobaplausos gerais, dispensou os bancários. Na AvenidaPaulista, só duas agências abriram de manhã.

As cabines dos bancos eletrônicos estiverammuito concorridas, com filas de mais de 50 pessoas.Na maioria delas, o dinheiro acabou e as reclamaçõesgeneralizaram-se.

A Polícia Militar não teve problemas com ospiquetes no segundo dia da greve. Nenhuma pessoafoi detida e nenhum incidente registrado. Cerca de 2mil policiais vigiaram as portas de bancos.

Diretor grevistaO diretor do Banespa, Antonio Augusto de

Oliveira Campos, eleito representante dos 33 milfuncionários do banco, em setembro, "tecnicamentenão está em greve", pois comparece ao banco e ontematé almoçou com toda a diretoria do grupo. "Mascomo não há nada a fazer, ele se dedica a incentivar omovimento grevista, como um dos principais líderesdos bancários que é", comentou um alto dirigente dobanco.

do INPC, de 68,3% por cento". Gritou "vitória,vitória", no que foi seguido pelos bancários. Elepassou a ler as conquistas da categoria e os bancáriosvibravam, a cada uma delas. O dirigente sindical nãomencionou a trimestralidade e a gratificação semes-trai, negadas pelo TRT.

Gushiken foi quem mais falou, afirmando que"vamos retornar ao trabalho com a mesma tranquili-dade com que deflagramos a greve. Vamos exigir queo Poder Judiciário ratifique a decisão do TRT. Se issonão acontecer, começaremos tudo de novo". Apósdizer isso, aos gritos, afirmou: "viva a categoriabancária, viva a classe trabalhadora".

Somente depois dessa preparação, Gushikencolocou em votação, inicialmente, a manutenção dagreve. Apenas 10% dos bancários ergueram as mãos.Em seguida, colocou em votação a suspensão domovimento. Por ampla maioria — 90% — a greve foisuspensa. Os bancários do Banco do Brasil, por suavez, iniciaram uma outra assembléia, às 21h30, por-que o julgamento do dissídio coletivo, a nível nacio-nal, ocorrerá hoje no TST.

São Paulo — Feto de José Carlos Brasil

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O bancário nissei faz piquetee o Banco de Tokyo não abre

_Piqueteiros ajuda

a prender ladrãoSão Paulo — Os piqueteiros que agiram na

Avenida Paulista abandonaram por momentosa greve e ajudaram a Polícia a prender doistrombadões que tentavam roubar a bolsa deuma senhora. Aos gritos, os bancários chama-ram a atenção dos PMs. Os assaltantes, quan-do se viram cercados, tentaram se refugiardentro de uma agência do Banco Nacional,mas ifão conseguiram. Como recompensa, osgrevistas receberam água, cafezinho e sanduí-ches durante o dia todo.

Menos sorte teve o comerciante de Poçosde Caldas, Carlos Alberto Pereira da Rosa, 34anos. Preocupado com a greve, retirou dinhei-ro no banco de sua cidade e veio para SãoPaulo comprar um carro. Antes de fechar onegócio, os ladrões levaram seus Cr$ 58 mi-lhões.

Governo chama CUT ao Planalto e

promete debater todos os projetosBrasília — Ao contrário do que aconteceu com o

anteprojeto da nova lei de greve, elaborado semconsulta ao movimento sindical, os próximos planos eprojetos do Governo serão discutidos com os traba-lhadores, prometeram os Ministros da Fazenda, Díl-son Funaro, e do Trabalho, Almir Pazzianotto, emreunião, ontem, com dirigentes da Central Única dosTrabalhadores. O relato é do presidente da CUT, JairMeneguelli, para quem o encontro foi "uma tentativado Governo de se aproximar dos trabalhadores".

Meneguelli informou aos Ministros que a CUTnão abrirá mão de suas principais reivindicações:trimestralidade, redução da jornada de trabalho,salário-desemprego c reforma agrária. "Deixamosclaro que a trimestralidade não é inflacionária", disse.Na opinião do líder da CUT, o encontro abriu umnovo espaço de entendimento com o Governo. "Sem-pre tentamos, sem sucesso, ser recebidos pelo Gover-no. Agora, fomos convidados", afirmou.

A reunião durou três horas e foi interrompidavárias vezes, para que Pazzianotto, por telefone,mantivesse contato com o TRT de São Paulo, partici-pando das negociações para pôr fim à greve dosbancários. Ma.s. a única referência à greve, durante oencontro, foi a entrega de uma nota da CUT, repu-diando o reconhecimento do estado de greve peloMinistro do Trabalho.

Meneguelli apresentou aos Ministros dados doIBCrli, comprovando que os salários representam

apenas 4,19% dos custos das indústrias e que osaumentos trimestrais significariam um adicional deapenas 0,7%. Segundo o presidente da CUT, oMinistro da Fazenda concordou com os dados, masalegou que esses números referem-se ao período dejulho de 1984 a julho deste ano, e que já não podemser aplicados à atual realidade econômica.

— O Ministro disse-nos que defendeu por qua-tro anos a tese de que os salários não são inflacioná-rios, mas que, agora, a conjuntura é diferente —relatou Meneguelli.

Ele afastou a possibilidade de uma interrupçãodos movimentos grevistas, alegando que "não hácomo parar a organização dos trabalhadores, enquan-to as reivindicações não forem atendidas".

Funaro disse aos sindicalistas que a prioridade doGoverno é a geração de empregos e que, para atenderàs necessidades do país, seria necessário crescer 5%ao ano, até 1990. "Falamos que essa meta é insuficien-te e ele argumentou que um crescimento maiorestouraria o país", disse Meneguelli.

A redução da jornada de trabalho, segundo osdirigentes da CUT, seria uma forma de gerar empre-gos. Eles apresentaram aos ministros o caso da fábricaVolkswagen, de São Paulo, onde a redução do traba-lho de -17.5 para 43 horas semanais representou acontratação de mais 9 mil empregados Meneguellilembrou que a CUT delende a redução da jornada detrabalho para 40 horas semanais.

Curitiba — A Delegacia Regional do Traba-lho multou o Bamerindus em Cr$ 7 milhões 775mil por impedir a saída de seus funcionários docentro de processamento de dados da agênciaKennedy, na quarta-feira. A multa dobrará senovas denúncias de cárcere privado forem con-firmadas.

O delegado regional do Trabalho, JoãoConceição e Silva, esteve na agência à lh damadrugada e constatou que muitos funcionárioscontinuavam trabalhando — por vontade pró-pria, segundo eles. Mas o delegado disse quenão havia chuveiro no local e muita gentedormia no chão. As 3h, quando chegou em casa,ele recebeu um telefonema do diretor de recur-sos humanos do banco, João Vieira, informandoque o pessoal da computação estava sendoliberado.

Dos 293 municípios paranaenses onde háagências bancárias, 257 registraram paralisaçãototal dos serviços no segundo dia de greve. NaGrande Curitiba, permaneceram fechadas todasas 180 agências, mas funcionou normalmente ocentro de computação do Banco do Estado,cujos empregados são comerciários. Pequenaspasseatas percorreram as ruas centrais durantetodo o dia.

Minascaixa fechaQuatro mil funcionários da Caixa Econômi-

ca do Estado em Belo Horizonte pararam emsolidariedade aos bancários, funcionando preca-riamente apenas cinco das 23 agências. Espera-se hoje a paralisação dos quase 2 mil funcioná-rios da Caixa Econômica Federal na cidade. EmJuiz de Fora, praticamente todos os 2 mil 500empregados das 26 agências bancárias aderiramà greve.

O cálculo do Sindicato dos Bancários é de80% de grevistas entre os 18 mil bancários daCapital. A Minascaixa está enfretando paralisa-ções também em Uberlândia, Uberaba e Juiz deFora, segundo seu presidente, Renato deFreitas.

Dinheiro é curtoA paralisação da tesouraria do Banco do

Brasil começa a afetar as agências do interior doRio Grande do Sul: muitas fecharam ontem porfalta de dinheiro. Parte da tesouraria do BancoCentral também está fechada em Porto Alegre.

Um gerente do Banrisul, Sérgio Plates,admitiu que agências de Pelotas.e Rio Grandenão puderam funcionar por falta de condiçõespara a transferência de recursos.

Pequenos incidentes, como a detenção deum grevista, libertado horas depois, chegaram aprovocar tumulto em frente de agências doBradesco e Banrisul. A grevista Zoraida deSousa foi atingida na cabeça por uma garrafajogada do alto de edifício. Policial não identifi-cado chamou os grevistas de "vagabundos" eatirou bomba de gás lacrimogêneo sobre umpiquete.

O presidente do Bamerindus, José EduardoVieira de Andrade, informou que 150 das 906agências do banco no País aderiram à greve.

Salvador dois mil aderemCom a adesão de mais 2 mil bancários,

aumentou para 19 mil o número de grevistas naBahia, dos quais 14 mil na Capital. Apenas trêsagências das 250 de Salvador funcionaram on-tem, mesmo assim de forma precária e só até omeio-dia, apesar do forte esquema de policia-mento para proteger eventuais furadores degreve e clientes. Nas proximidades da agênciado Banco Econômico, no Centro, onde temescritório o presidente da Associação dos Ban-cos da Bahia, Paulo Maciel, havia 100 PMsarmados com metralhadoras.

Na Cidade Baixa, policiais militares apreen-deram dois ônibus e um caminhão contratadospelo Sindicato dos Bancários para transportargrevistas que iam fazer piquetes no Largo doTanque e na orla marítima. Os policiais recolhe-ram faixas e cartazes e levaram os veículos parao Detran, onde o presidente do sindicato, Beral-do Boaventura, acompanhado de deputados evereadores, conseguiu liberá-los.

Tendência é aumentarOnze mil 500 dos 17 mil 500 bancários de

Santa Catarina aderiram à greve, paralisandoontem todos os serviços na Capital e em 10cidades do interior (eram só quatro no primeirodia). Mesmo em pequenas cidades onde nãohouve greve, as agências bancárias não puderamfuncionar por falta de compensação e de dinhei-ro em caixa.

Em assembléia-geral nas escadarias da Cate-dral Metropolitana, no Centro de Florianópolis,os grevistas analisaram o movimento, esperandomais adesões hoje. O presidente do Banco doEstado, Carlos Passoni Júnior, admitiu que aparalisação deve se ampliar. Ontem, 50% dos 7mil funcionários do banco não trabalharam ePassoni acredita que hoje estarão fechadas as230 agências em todo o Estado.

Prejuízo de bilhõesNos meios financeiros de Porto Velho, co-

mentava-se que deixaram de ser aplicados, on-tem, cerca de Cr$ 30 bilhões no mercado aberto(Cr$ 5 bilhões a mais que na quarta-feira),devido à greve dos bancários, que fechou asportas de 17 das 23 agências locais a partir domeiodia, envolvendo cerca de mil funcionários.O gerente do Banco do Brasil, Luiz AntônioGusmán, disse que os prejuízos são incalculáveiscom o esvaziamento do comércio e a falta decapital de giro nas empresas.

O presidente da Associação dos Bancáriosde Rondônia, Renato Sorrock, viu uma "adesãohistórica e fulminante, incluindo o próprio Ban-co do Estado e o do Brasil", cada um com maisde 300 funcionários.

Secretário grevistaDas 42 agências de Manaus só a agência

central do Bradesco funcionou ontem, onde osegundo dia de greve foi marcado por notíciasinsistentes de que o governador havia demitidoo Secretário de Interior e Justiça, Félix Valois,que participou da passeata dos bancários naquarta-feira. À tarde o Palácio do Governodistribuiu nota para informar que a demissão"não chegou a ser cogitada". O secretário éfuncionário do Banco do Brasil.

O comando da Polícia Militar manteve oesquema de vigilância com 300 homens à frentedas agências bancárias. Na agência central doBanco do Brasil, na Rua Guilherme Moreira, amais movimentada da Zona Franca, um grupodc grevistas animou turistas durante todo o dia,ao som de Pra não dizer que não falei de flores,de Geraldo Vandré.

Deputados do PDS c do PMDB uniram-seontem aos bancários em passeata pelas princi-pais ruas do São Luís, coin o objetivo de impedirrepressão policial. A polícia foi acusada dc agircom violência, quando um pelotão da Cavalariada PM investiu contra bancários que protesta-vam na Rua Osvaldo Cruz — a Rua Grande —contra fura-greves do Bradesco.

O presidente do Sindicato dos Bancários,Luís Carlos Coqueiro, revelou que os gerentesdo Bradesco estiveram às 3 horas da madrugadaem casas de funcionários para os obrigarem atrabalhar. Ameaçados de perder o emprego,muitos foram para as agências ao amanhecer.Aproximadamente 30% dos bancários voltaramao trabalho e alguns bancos puderam abrir naparte da tarde.

Campina adereOs bancos de Campina Grande, a segunda

cidade da Paraíba, aderiram ontem ao movi-mento grevista, depois de assembléia-geral dosbancários. Nas outras cidades principais — JoãoPessoal, Patos, Cajazeiras e Sousa — todas asagências permaneceram fechadas.

Duas agências da capital — do Bradesco e,Itaú — recorreram à polícia para funcionar, masos piquetes trabalharam com eficiência e impe-diram a entrada de clientes. O Sindicato dosBancários dirigiu-se à Delegacia Regional doTrabalho para acusar o Bradesco de desrespeitara legislação, porque obriga empregados a chega-rem antes das 6h.

A Caixa Econômica Federal, que não fun-cionará na quarta-feira, reabriu ontem compequeno movimento. O Banco do Estado.garan-tiu a seus funcionários 25% de reposição sala-rial.

Bradesco reprimeO diretor do Sindicato dos Bancários de

Vitória, Paulo Pinto, acusou o Bradesco de"usar repressão e violência contra seus funcioná-rios. Muitos foram seqüestrados de madrugadaem suas casas".

As agências do Bradesco, Nacional, Itaú eBandeirantes tentaram funcionar ontem, masforam impedidas pelos piquetes, que reúnem 1mil bancários, em média.

A greve em Vitória é agora total, assimcomo nos outros quatro municípios da GrandeVitória, onde oito mil bancários estão cm greve.No interior — estima o sindicato — há apenas 2mil 211 grevistas do total de 4 mil 500 bancários.

Mais adesõesO interior começa a aderir à greve em

Goiás: ontem pararam as agências de Anápolis eTrindade; à noite era esperada a decisão dosbancários de Catalão, Rio Verde e Jatai, quedevem optar pela paralisação dos trabalhos.

O presidente do Sindicato dos Bancários,Manuel do Bonfim Dias, acredita que 98% doscinco mil bancários de Goiânia estejam emgreve. Ontem os piquetes cobriram praticamen-te todas as agências da cidade.

"A persistir a greve no plano nacional" —disse ele — "a expectativa é de que os mais de 10mil bancários de Goiás parem até uma soluçãonegociada."

Meio expedienteNão se repetiu ontem, em Teresina, a para-lisação geral da quarta-feira: pelo menos um

terço dos funcionários do Itaú, Real, Bamerin-dus e Unibanco compareceu ao trabalho pelamanhã e só o abandonaram depois que ospiquetes negociaram com os gerentes a suspen-são do expediente.

Na Rua Álvaro Pacheco, onde funciona amaioria das agências, houve policiamento refor-çado, enquanto mais de 20 comícios-rclâmpagosse realizavam nas ruas centrais, entre as PraçasRio Branco e Pedro II.

Polícia violentaO presidente da Associação dos Bancos do

Pará, Amazonas e Acre, Alexandrino Moreira,censurou a ação violenta da polícia, que nãoconseguiu, porém, desarticular o movimentogrevista: 80% das agências estão fechadas emBelém.

Não houve compensação de cheques pelamaní*ã e à tarde. O Banco do Brasil, só naagência Centro, perdeu no primeiro dia de greveaproximadamente Cr$ 100 milhões porque tra-balhou com caixas improvisados.

Maceió: "Pára, Laércio"Aos gritos de "Laércio, sabemos que você

está aí dentro", "Laércio, não tenha medo" e"Pára, Laércio", os piquetes correram ontem asprincipais agências de Maceió, com o diretor doSindicato dos Bancários, Antônio Manuel, doalto de um carro de som, a pedir aos colegas queaderissem à greve.

Quando Laércio, juntamente com uma cole-ga. resolveu deixar a agência do Banco Nacio-'na!, foi recebido com aplausos demorados. Oscartazes faziam comparação entre o salário mé-dio de um bancário (Cr$ 750 mil) e de ummotorista de ônibus (Cr$ 1 milhão 100 mil).

Parto na ruaA presidente da Associação dos Bancários

do Acre, Maria José Muniz, corre o risco de terfilho na rua. à frente dos piquetes: nos últimosdias de gravidez, ela incentiva os 1 mil funcioná-rios das 10 agências bancárias de Rio Branco apermanecerem em greve.

A paralisação é total, de acordo com apresidente e com os próprios gerentes de agên-cias. Ontem os gerentes do Bradesco, Itaú,Econômico e Bamerindus pediram tropas daPolícia Militar para garantir a entrada de funcio-nários e clientes.

Colapso da compensaçãoHouve colapso na compensação de chequei

na maioria das 200 agências do Recife: piquete»atuaram durante toda a madrugada e impedirama entrada de funcionários nos centros de compu-tação. O bloqueio do serviço de computação doBanco do Brasil afetou — além do Recife —João Pessoa, Natal, Maceió, Fortaleza c Juazei-ro do Norte. Também o Centro Administrativodo Banorte, onde trabalham 700 pessoas, foiafetado.

Houve passeata até a Avenida Caxangá epiquetes na Rua do Imperador, onde umaagência do Bradesco — a única a funcionar — sóatendeu a dois clientes. O sindicato estimou em80'< o índice de paralisação.

JORNAL DO BRASIL Megóeios Finanças sexta-feira, 13/9/85. n Io caderno ? 19

Mínimo poderá ficar

entre Cr$ 565 mil e Cr$ 5 73 mil]

Petroleiro não aceita proposta

-JEM RESUMO

IBC na Justiça — Comercian-tes de café de Santos ingressa-ram ontem com um mandadode segurança junto à 6a Varada Justiça Federal, em Brasília,para anular a obrigatoriedade,determinada pelo IBC, decumprirem a retenção de duassacas de café para cada sacaexportada, durante o últimotrimestre deste ano. O manda-do é assinado por 45 empresas.O presidente da AssociaçãoComercial de Santos, AntonioManoel de Carvalho, informouque mais três empresas ingres-sarão em juízo na próxima se-mana, como litisconsortes naação.Funaro no FMI — O Ministroda Fazenda, Dilson Funaro,viaja domingo para Washing-ton, onde manterá um encon-tro na segunda-feira com o di-retor executivo do Fundo Mo-netário Internacional, Jacquesde Larosière. Na terça-feira,uma missão de três técnicosbrasileiros também seguirá pa-ra os Estados Unidos, a fim demanter contatos com funcioná-rios do FMI. Na reunião comDe Larosière, Dilson Funaroexplicará que a mudança deMinistro da Fazenda, no Bra-sil, não implicará alterações es-truturais na condução da políti-ca econômica, que continuasendo a mesma traçada peloPresidente José Sarney, desdeque começou a presidir o País.

índice único —• A substitui-ção dos atuais indicadores eco-nômicos , usados para calcularos aumentos de preços, ativos esalários, por um índice único,mais amplo e preciso, foi de-fendida ontem pelo assessor es-pecial da Presidência da Rcpú-blica para Assuntos Econômi-cos, Luís Paulo Rosemberg,após encontro mantido com oMinistro do Planejamento,João Sayad. Afirmou que osindicadores produzidos peloIBGE são realmente mais re-presentativos do que os daFundação Getúlio Vargas(FGV) porque o índice Geralde Preços (IGP) reflete apenasa realidade dos preços na cida-de do Rio de Janeiro e o INPC,de responsabilidade do IBGE,é o resultado de pesquisa reali-zada em 11 regiões metropoli-tanas.

Reflexão — "Com essa equi-pe que está aí na Fazenda e noBanco Central eu não teria sidodemitido". Assim reagiu o ex-diretor da externa do BancoCentral, Sérgio de Freitas, queem fins de abril foi demitidopelo então Ministro FranciscoDornelles por ter feito um duropronunciamneto aos credoresinternacionais do Brasil, du-rante seminário realizado emViena, na Áustria.

Freitas fez estas declaraçõesapós avistar-se com o Ministrodo Planejamento, João Sayad,com quem trocou "idéias sobreo atual momento enfrentadopela economia brasileira".

BNH forte — Mesmo queapenas 60% dos mutuários doBNH tenham optado pela se-mestralidade, o Ministro doDesenvolvimento Urbano e doMeio Ambiente, Flávio Peixo-to, disse que o Banco "estáfinanceiramente sólido". Ga-rantiu ainda que o grupo detrabalho criado pelo PresidenteJosé Sarney, para a reformula-ção do Sistema Financeiro deHabitação, deverá concluirseus trabalhos nos próximos 90dias.

Para ele, a partir da refor-mulação "o BNH vai se trans-formar num banco eminente-mente social".Capital estrangeiro — O presi-dente da Associação Brasileirapara o Desenvolvimento dasIndústrias de Base (Abdib),Roberto Cayubi Vidigal, de-fendeu na Comissão de Econo-mia da Câmara a adoção deestímulos para atrair o capitalestrangeiro para o setor debens de capital. Vidigal discu-tiu com parlamentares a possi-bilidade de o Governo liberar olimite de 12%, hoje fixado paraas remessas dos dividendos dasempresas estrangeiras". Paraele, a injeção de "dinheiro no-vo", deve se processar atravésde incentivo a novos "investi-mentos de risco" e não vianovos empréstimos.Míssil em teste — O míssilbrasileiro ar-ar Piranha, o pri-meiro artefato inteligente dogênero desenvolvido inteira-mente por um país do TerceiroMundo, será submetido, a par-tir de outubro, aos testes aero-dinâmicos em vôo pelo caça-tático ítalo-brasileiro AMX. Oprimeiro protótipo desse sub-sônico militar, montado noBrasil pela Embraer, fará seuvôo inaugural dia 22 de outu-bro, em São José dos Campos.Repasse — O Conselho lnter-ministerial de Preços (CIP) po-de segurar ainda por certo tem-po o repasse, aos preços indus-triais, dos aumentos trimestraisde salários concedidos por al-gumas empresas aos seus em-pregados, revelou ontem o se-cretário de preços industriaisda Secretaria Especial deAbastecimento e Preços(SEAP), Luís Roberto de Aze-vedo Cunha

O salário mínimo no país. que estáatualmente em Cr$ 333 mil 120, ficaráentre Cr$ 565 mil 970 e Cr$ 573 mil 632,em novembro deste ano, caso o Governoconceda um reajuste exatamente igual àvariação do índice Nacional de Preços aoConsumidor (INPC) dos últimos seis me-ses até setembro, sem estabelecer ganhosadicionais reais para os trabalhadores querecebem o mínimo.

Em maio deste ano, quando a varia-ção do INPC para fins de reajustes salá-rios foi de 89,9% (INPC semestral atémarço), a decisão governamental foi a dereajustar o salário mínimo em 100%, ouseja, conceder um aumento 5.3% supe-rior ao do INPC. Se em novembro nova-mente as autoridades governamentais de-cidirem dar um adicionai de 5,3%, osalário mínimo ficará em torno de CrS600 mil (entre CrS 595 mil 951 e CrS 603mil 946).

Segundo informou ontem o presiden-te do Instituto Brasileiro de Geografia eEstatística (IBGE), Edmar Bacha, o ín-dice Nacional de Preços ao Consumidor,agora em setembro, de acordo com aprimeira previsão desse órgão de pesqui-sa, deverá se situar entre 10,5 e 12%.Dessa forma, o reajuste semestral dossalários, em novembro, que correspondeà variação semestral do INPC até setem-bro, será fixado entre 69,9 e 72,2%.

Aplicando-se esses percentuais ao valoratual do mínimo, ele passa em novembropara algo entre CrS 565 mil 970 e CrS 573mil 632.

Com essa taxa mensal acima de10,5%, neste mês de setembro, o INPCatual — INPC dos últimos doze meses atésetembro — ficará entre 221,1 e 225,5%.Caso alcance os 225,5%, será uma taxaanual recorde, já que o último índice dosúltimos doze meses mais elevado foiregistrado em março deste ano, ao sesituar em 223,91%.

A correção dos aluguéis cm novem-bro, nos contratos semestrais, que corres-ponde a 80% da variação do INPC se-mestral até setembro, ficará entre 55,92 e57,76%. Os aluguéis com contratosanuais, em novembro, sofrerão um rea-juste que se situará entre 176,88 e180,4% (80% do INPC anual até se-tembro).

Assim como aconteceu em julho eem agosto, os produtos alimentícios, nes-te mês, continuam sendo o maior fator depressão no índice Nacional de Preços aoConsumidor, devendo representar 50%da variação desse indicador de preços. Aalta dos alimentos, no entanto, segundojá detectou o IBGE, com base em levan-tamentos feitos nas duas primeiras sema-nas de pesquisa, deverá ser um poucoinferior à de agosto, que atingiu 15,2%.

IBGE confirma novo índiceO presidente do Instituto Brasileiro

de Geografia e Estatística (IBGE), Ed-mar Bacha, disse ontem que o Governo,para atender um pedido dos trabalhado-res, veiculado pelo diretor técnico doDepartamento Intersindical de Estatísti-ca e Estudos Sócio-Econômicos (DIEE-SE), Walter Barclli, está realmente pen-sando na possibilidade de adotar um sóíndice para a correção dos salários e paraa correção monetária.

Segundo Bacha, uma boa hipóteseseria a utilização do índice de PreçosNacional ao Consumidor Amplo (IPCA)

para essas duas finalidades, já que refletea cesta de consumo das pessoas queganham de 1 a 30 salários mínimos, ouseja, inclui também a classe média brasi-leira. Já o índice Nacional de Preços aoConsumidor (INPC) é feito com base nacesta de consumo das famílias com rendi-mentos até 5 salários mínimos.

Em 1984, o IPCA, no ano, ficou emnível superior ao do INPC, no mesmoperíodo: 208,88% contra 203,27%. Em1985, o índice amplo, até agosto, tambémestá em nível superior, ao se situar em115,78%, contra os 115,24% do INPC.

CARNEO consumidor carioca não terá proble-mas de abastecimento de carne até o fimdo mês, porque a partir de segunda-feirao Governo vai liberar boa parte de seusúltimos volumes de estoques do produtopara os supermercados do Rio de Janei-ro, garantiu ontem o superintendente daSunab, Eriksen Madsen.A medida evitará também a alta doproduto nas lojas das grandes redes devarejo nos próximos 15 dias, pois a carne,estocada nos armazéns da Cobal serávendida por CrS 11 mil o quilo do traseiroe CrS 8 mil o quilo do dianteiro, seguindoos termos do "acordo" selado no iníciode setembro entre os pecuaristas, ataca-distas e varejistas e o Ministério da Fa-zenda.

MASSASBRASÍLIA — As massas alimentícias jácontribuíram com um aumento de preçode 30% para a inflação de setembro, deacordo com a apuração do índice doprimeiro decêndio (os dez dias entre 25de agosto e 5 de setembro).A informação foi prestada ontem pelosecretário de Preços Industriais da Secre-taria Especial de Abastecimento e Preços(Seap), Luiz Roberto de AzevedoCunha. Ele atribui esse comportamento auma pressão de demanda, originada peloaumento de preço da carne.

ÓLEOSBRASÍLIA — A indústria de óleos vege-tais firmou ontem com o Ministro daFazenda, Dilson Funaro um compromis-so para garantir o abastecimento internode óleo de soja, sem recorrer à importa-ção, anunciou o presidente da AssociaçãoBrasileira da Indústria de Óleos Vegetais(Abiove), Raul Paulo Costa.O abastecimento será mantido graças àrecompra de contratos de exportação nomercado futuro, pela indústria nacional.A recompra (wash-out no jargão técnicodo mercado) acarretará alguma perda dedivisas, em função da evolução das cota-ções internacionais do produto.

e já pensa em

greve nacionalO presidente do Sindipetro de Minas Gerais

e coordenador dos 16 sindicatos petroleiros queestão negociando com a Petrobrás uma pauta dereivindicações, Luiz Fernando Maia, explicouontem que a nova proposta apresentada nãoatendeu às expectativas da categoria e que, apartir do fim de semana, serão realizadas assem-bléias nos diferentes Estados do país para ava-liar a situação e discutir a realização de umagreve nacional.

Luiz Maia explicou que a expectativa dacategoria dos petroleiros — um total de 53 miltrabalhadores espalhados pelo país, incluindo osfuncionários administrativos da Petrobrás —,que se expressa através de um conjunto dereivindicações, incluindo reajustes trimestraispreviamente fixados em 30%, 100% do INPC,semestral, os 2% de produtividade admitidospelo Conselho Interministerial de Salários dasEstatais — Cise e mais um aumento real de

15%, não está sendo atendida pelas autoridadesgovernamentais.

O chefe do serviço de pessoal da Petrobrás,Heitor Chagas de Oliveira, após a reunião deontem, na sede da empresa, com os representan-tes dos 16 sindicatos da categoria, admitiu que senão houvesse as limitações impostas pela Cise epelos Ministros da área econômica — que deter-minaram como aumento máximo, nas folhassalariais das empresas públicas, a variação doINPC no semestre mais 12% — seria possível"avançar mais em direção à proposta dos petro-leiros".

Ele afirmou, no entanto, estar otimista emrelação à possibilidade de distribuir, atendendoaos interesses dos petroleiros, o limite fixadopelo Governo para as negociações, sempre res-peitando o princípio de que o aumento da folhasalarial da Petrobrás não poderá superar os68,33% do INPC mais 12% pelos diversospontos da pauta de negociações.

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Metalúrgico insiste no trimestralSão Paulo — Reajuste trimestral de salários

é o principal item da pauta de reivindicações dosmetalúrgicos de São Paulo, Guarulhos e Osascoapresentada, ontem, a empresários da Federa-ção das Indústrias do Estado de São Paulo(FIESP). O dissídio é a Io de novembro e os trêssindicatos dos metalúrgicos representam 450 miltrabalhadores.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicosde São Paulo, Joaquim dos Santos Andrade, o

Joaquinzáo, ao entregar a pauta de reivindica-ções, com 107 itens, afirmou que os "empresá-rios estão embarcando na canoa furada doGoverno sobre os reajustes trimestrais". Segun-do ele, o "Governo está querendo transformar atrimestralidade em bode expiatório da inflação,quando, na verdade, o aumento da inflação éresultado da ineficácia dos mecanismos do Go-verno".

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COMPANHIA ABERTA C.G.C.MF N° 15.125.339/0001-91

NOSSAS AÇÕESSÃO NEGOCIADASNAS BOLSASDE VALORES

A Barretto de Araújo Produtos de Cacau é hoje uma empresa que abrange dois setoresde atividades. O primeiro industrializa o cacau em bagas e exporta os respectivosprodutos, como também, eventualmente, exporta o próprio cacau em bagas. O segundosetor consiste na participação em uma empresa holding, a CPBA - Cia. de ParticipaçõesBarreto de Araújo, em sociedade com o BNDES Participações S/A - BNDESPAR.Nosso balanço, portanto, engloba resultados dos dois setores. Na exportação, atingimosa expressiva soma de US$ 130 milhões, sendo US$ 127 milhões de produtos e US$ 3milhões de cacau em bagas. No setor participativo, as empresas controladas pela

Companhia de Participações apresentaram resultados que. através da equivalênciapatrimonial, estão refletidos no balanço de Barretto de Araújo Produtos de Cacau, ficandoo lucro desta, ao final, em CrS 34 bilhões antes das participações estatutárias e em CrS31,1 bilhões como lucro líquido do exercício.

Salvador, julho de 1.985ORLANDO MOSCOZO BARRETTO DE ARAÚJO

Presidente

>QUADRO I BALANÇO PATRIMONIAL E BALANÇO PATRIMONIAL CONSOLIDADO EM 30 DE ABRIL

<

-Em milhares de cruzeiros-

ControladoraATIVO 1985

Consolidado1984 1985 1984

CIRCULANTECaixa e bancos 1Aplicações financeiras no mercado abertoContas a receber de clientes 19Provisão para devedores duvidosos (2Duplicatas descontadas (3.Títulos a receber de fornecedores dematéria-prima 4Operações a termo em Bolsa de MercadoriasLastro financeiro para operações a termode ORTN com cláusula cambialDepósitos bancários vinculadosSociedades interligadas 108Demais contas a receber 1Estoques 42Adiantamentos a fornecedores decacau e outros 58Despesas do exercício seguinteImposto de renda diferido

.749.2318.000

.592.480

.241.616)176.979)

292.076111.290

617.364563.077106.429

833.436920.418

198.042

4.008.899(596.736)

(1.766.820)

1.070.0732.789.734

20.375.9701.486.736

71.557.329(2.247.847)

(26.779.753)

1.634.0541.113.132

35.333.940(696.252)

(2.365.133)

4.292.076 1.070.073111.290 2.789.734

121.571.6861.365 927 4.460.270

18.335.629 49.015.350

1.337.3972.884.898

271.8322.963.936

63.868.096

15.146.583215.537

64.763.705 15.146.5832.235.782 702.8291.209.359 76.769

REALIZAVEL A LONGO PRAZOContas a receber de clientesSociedades controladora, controladas einterligadasDemais contas a receber

232375.206 40.766:868 312.051.953 126.191.888

92

92

692.216282.842975.058

38.503.232 215.929.342662.341 1.438.829

39.165.573 217.368.171PERMANENTEInvestimentos

Sociedades controladas 124.737.949Demais 4.401.126

Imobilizado 96.994.089Diferido 4.426.300

39.589.501262.310

28.543.603499.574

230.559.464 68.894.988555.909.728 148.827.429

7.481.836182.753.93627.877.617

218.113.389747.533.513

1.774.634

12.531.3401.713.542

16.019.516

666.92794.566.69152.882.836

148.116.454290.327.858

PASSIVO 1985

CIRCULANTEFornecedores 3.678.679Adiantamentos porconta de vendas 1.051.769Financiamentos 172.747.507Encargos financeiros 9.218.614Sociedades controladora, controladaeinterligadas 2.518 659Impostos 9 782.217DebànturesDividendos 8.417.852Demais contas e despesas a pagar 8.418.427

Controladora1984

2.161.65623.887.54311.982.6713.302.107

6.465.3625.505.639

2.729.7341.442.829

Consolidado1985 1984

16.367.059 6.033.0101.051.769 23.887.543

220.724.495 77.507.65216.400.566 6.279.668

5 497.1089.941.797

9.790.84013.741.528

EXIGÍVEL A LONGO PRAZOFinanciamentosSociedades controladora, controladae interligadasDebénturesDemais contas e despesas a pagar

215.833.724 57.477.541 293.515.162

7.399 3058 698.5574.592.6612 815.2842.857.695

140.071.375

32.970.404 14.738.868

5.475.844

44.005.707 39.728.568

RESULTADO DE EXERCÍCIOS FUTUROSDeságio na aquisição de investimentosResultados de obras a apropriar

21 721.975 5.475.844 15.655.83827.425.666 27.425 666

1 981.34382TlãÕ45 20.214.712 89 068.554

PATRIMÔNIO LÍQUIDO DOS ACIONISTASMINORITÁRIOS DAS SOCIEDADESCONTROLADASPATRIMÔNIO LÍQUIDOCapital social 49.783.617Reservas de capital 115.713.011Reserva de reavaliação 37.295.379Reservas de lucros 5.172.530Lucros acumulados 49.993.422

257.957.959555.909728

62 12562.125

7.198.000

J.967.J2J48.893.689

1.467 948310.011

1.777.959

106.929.713 28.449.658

15.378.617 49.783.617 15.378 61728.688.261 115.713.011 28.688.26117.840.577 37.295.379 17 840.5779.227.721 5.172.530 9.227.721

49 993 42271135.176 257.957*959 71.135.176

148.827.429 747.533.513 290.327.858

QUADRO DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO E DO RESULTADO CONSOLIDADO<

-Em milhares de cruzeiros-Exercícios findos em 30 de abril

Controladora Consolidado

1985 1984RECEITA OPERACIONAL BRUTAVendas de produtosEmpreitadas e serviçosVendas de imóveis

1985 1984

443.497.218 86.025.475 548.628.91238.284.495

129.711.8032.081.3189.291.623

Impostos sobre vendas, empreitadase serviçosRetenção cambialAbatimentos e cancelamentosRECEITA OPERACIONAL LÍQUIDACUSTO DAS OPERAÇÕESDos produtos vendidos (318.611.016)Das empreitadas e serviçosDos imóveis vendidos

443.497.218 86.025.475 586.913.407 141.084.744

(42.416.705)(60.129)

(539.040)400.481.344

(2.182.481) (49.629.927) (8.118.721)(659.011) (60.129) (659.011)(63.197) (539.040) (157.628)

83.120.786 536.684.311 132.149.384

(68.108.517) (382.493.313)(29.127.740)

(94.617.559)(4.708.532)(3.116.282)

(318:611.016) (68108.517) (411.62U153) (101442173). 81.870.328 15.012.269 125.063.258 29 707.011Lucro bruto

REALIZAÇÃO DE RESERVA DE REAVALIAÇÃO 2.209.106DESPESAS OPERACIONAISCom vendas (6.895.811) (1.129 130)Honorários dos administradores (1 236.543) (198.156)Gerais e administrativas (6 576.651) (2.150.450)Financeiras, liquido (46.865.479) 1.273.488Depreciações e amortizações 1750 727] (222.982)

162.325.211) (2427.230)

2.255 944

(12.904.686)(1.569.664)

(11.708.156)(59.547.700)JZ 099.446](87.829.652)

(2.912.071)(436.787)

(5 471.983)(8.810.679)(1.374.329)

(19 005.849)

PARTICIPAÇÕES SOCIETÁRIASAmortização de ágio/deságioEquivalência patrimonial

Lucro operacionalRESULTADO NÃO OPERACIONAL, líquidoRESULTADO INFLACIONÁRIOCorreção monetária do balançoVariações monetárias e cambiais de financia-mentos para o ativo permanente, líquido

Lucro antes do imposto de renda..IMPOSTO DE RENDAReversão do imposto de renda sobre lucro

2.475.306 (1.017.037) 259.85211.691.230 (165.605) (631.430) 14.166.536 (165.605) (385.607) 259.85235.920.759 12.419.434 39.103.943 10.961.014(4.480.277) 183.001 (3.796.177) 271.070

2.270.849 3.244.807 3.262.283 41.326.510

(30.197.326)2.270.849 3.244.807 3.262.283 11.129.18433.711.331 15.847.242 38.570.049 22 361.268

inflacionario 365.202 365.202Provisaodoexercicio (3.869.375) (1.264.122) (4.279.129)Por alteragao de aliquota (83.004)

365.202 (3.869.375) (898.920) (4.362133)Lucro antes das participagoes estatutarias 34.076.533 11.977.867 37.671.129 17.999 135PARTICIPATES ESTATUTARIASEmpregados e admimstradores (2.940 369) (582.700) (2.940.369) (582.700)Lucro liquido do exercicio 31 136.164 11.395.167 34 730.760 17.416 435PARTICIPAQAO DOS ACIONISTAS MINORITARIOSDASSOCIEDADESCONTROLADAS (9.100.276) (2.488.171)Lucro liquido dosaciomstascontroladores 31 136.164 11 395.167 25.630.484 14.928.264Lucro liquido por agao do capital social final ~ Cr$T~22 Cr$ 1,17 Cr$ 1.00 Cr$ 1~53

Este Balanço, completo, já foi publicado na forma da Lei.

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20 ? Io caderno D sexta-feira, 13/9/85 Portos e Navios JORNAL DO BRASIL

Poças cie São Paulo será a primeira

a abrir o capital

JOINT VENTURE

133 CIA. DE NAVEGAÇÃO LLOYD BRASILEIRO

TRANSPORTACIÔN MARÍTIMA MEXICANA S.Am

O | CIA. MARÍTIMA NACIONAL

NACIONAL RIO FORTALEZA 15/09 SANJUAN,VERACRUZ,TAMPICO

JALAPA RIO 13-15/09 SANJUAN,ITAJAl 16-18/09 VERACRUZ,SANTOS 1925/09 TAMPICORIO (OPC) 26-27/09VI70RIA 28-30/09

Porto Franco ganha terrenoBrasília — Se depender da Portobrás, a

Zona Franca do Rio de Janeiro será instala-da no Porto de Sepetiba. O presidente daempresa, Carlos Theófilo de Souza e Melo,disse que está disposto até a ceder umterreno de 10 milhões de metros quadros quea empresa tem ao lado do Porto de Sepetiba,para que as indústrias possam se instalar.

O presidente da Portobrás defende comotimismo o projeto de criação da ZonaFranca do Rio de Janeiro, incluindo o PortoFranco, como forma de reduzir a pressãosocial sobre o Estado. Ele acredita que esseprojeto possa oferecer de imediato mais de40 mil empregos diretos.

Segundo o presidente da Portobrás, asindústrias e armazéns instalados na ZonaFranca do Rio de Janeiro se voltariam para aexportação, através de operações draw backou não. Para isso, as empresa teriam benefí-cios fiscais e outros estímulos do Governo.

Carlos Theófilo de Souza e Melo nãoquis adiantar muito sobre esse projeto, "por-

que ele ainda está em fase de gestação".Ressaltou, contudo, que a idéia conta com oapoio dos empresários fluminenses, especial-mente da Federação da Indústria e da Asso-ciação Comercial do Rio de Janeiro.

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V & ® ® Q M 8) ®\8

Todos os dias no Caderno B.

NAVIOS Rio de Janeiro DESTINO

M.V. "SANTOS III" 21/09 Bombay, Hoddeidah,Jeddah, Aqaba e

Alexandria.

M.V. "TEXAS" 10/10 Bombay, Karachi,Dubai e Damman.

r&ÊWsí; AgênciaMarítima Ltda EXME BR

o Flamengo.

gillfl•Wi

mMá

gora, o desempenho das exportações brasileiras conta com um novoe forte aliado: o FLAMENGO. Resultado de um investimento totalde 90 milhões de dólares, o FLAMENGO veio se juntar ao

1 COPACABANA para formar um time imbatível, exaltando o acertoda Política Brasileira de Marinha Mercante. Os dois juntos oferecem aosusuários 2.400 containers de carga geral e 400 de carga frigorificada e toda umainfra-estrutura em terra para prestar toda assistência necessária.Compatibilizando economia e rapidez, esses navios contam com computadoresem terra e a bordo para controlarem com precisão temperaturas dos containersfrigoríficos, peso, localização, movimentação e destino ae cada containerembarcado. E com o novo navio, a Aliança demonstra mais uma vez que estáapta a atender e dar amplo apoio à evolução das exportações brasileiras para oNorte da Europa, com a regularidade, eficiênciae segurança que ajudaram a construir o seunome. Embarque no futuro do país exportando

por COPACABANA ou escalando o FL AMENGO.

Emprésa de Navegação Aliança S/A

Rio de Janeiro <Da:

Brasília — A primeira empresa portuária estatal aabrir o capital à iniciativa privada será a Companhia Docasde São Paulo (Codesp) "por ser no momento a que tem omaior potencial para atrair os investidores", revelou ontem.ao JORNAL DO BRASIL, o presidente da Portobrás,Carlos Theófilo de Souza e Melo. A Companhia Docas doRio de Janeiro (CDRJ) que tem, também, uma situaçãofinanceira e patrimonial atraente, será a próxima a adotar omesmo caminho.

Carlos Theófilo de Souza e Melo informou que osestudos sobre a abertura do capital das subsidiárias daPortobrás ficarão prontos até o final deste ano, mas revelouque a holding do setor portuário, que conta com o apoio doempresariado para esta iniciativa, já vem mantendo conta-tos com a CVM-Comissão de Valores Mobiliários, com oobjetivo de definir a forma e a melhor data para fazer olançamento de ações no mercado, através das Bolsas deValores.

Novas DocasAo mesmo tempo que defende a abertura do capital

das empresas portuárias à iniciativa privada, o presidente daPortobrás é contrário à criação de novas empresas estataisno setor. Ele não participa do interesse, já demonstrado, doGovernador de Santa Catarina, Esperidião Amin, de trans-formar os atuais portos catarinenses de Laguna, Itajaí e SãoFrancisco do Sul em uma Companhia Docas.

Da mesma forma, ele não concorda com a criação daCompanhia Docas do Paraná, cuja concessão do seu princi-pai porto, Paranaguá, é do Estado. "A administração deParanaguá é competente e está dando bons resultados e,portanto, não há necessidade de mudanças", enfatizou opresidente da Portobrás.

Na sua opinião, a forma melhor para os portos que nãosão administrados diretamente por Companhias Docas é aque a Portobrás usa atualmente: a da administração portuá-ria. Nesse sistema encontram-se vários portos importantes,como os de Recife e Maceió.

Para o presidente da Portobrás, a questão da criação,hoje, de novas Companhias Docas estatais deve ser analisa-da do ponto de vista econômico e até, do seu quadro defuncionários. "Não tem cabimento criar uma empresa paraadministrar um porto com apenas 200 empregados",afirmou.

Capital abertoAo defender, ainda, a abertura do capital das Compa-

nhias Docas estatais, Carlos Theófilo de Souza e Meloapontou o nível da remuneração, exigência da iniciativaprivada, e a obrigação permanente da prestação de contas,como vantagens que devem ser levadas em consideração.

Ele explicou, ainda, que a Portobrás, em si, comoempresa holding do setor portuário, não pode abrir o seucapital."Ela é uma empresa pública, com funções normati-vas e executivas, mas defende que suas subsidiárias possamcontar com a participação de novos acionistas", afirmouCarlos Theófilo de Souza e Melo.

CODESPMovimento Geral de Carga

(Em milhões de toneladas)16,4

13,7

11,4

13,3I I ImportaçãoI I Exportação

(jan a jul)8,7

7,3h

f

\

1983 1984 1985O Porto de Santos, da Codesp, movimentou 16 milhões detoneladas, de janeiro a jullio deste ano, menos 1,4% do queno mesmo período de 1984

_ Tarifa em outubro .

deve aumentar 50%A Portobrás iniciou estudos para definir o percen-

tual do novo reajuste das tarifas portuárias, a vigorar apartir do dia 1° de outubro, com validade até o dia 31de dezembro. Esse percentual deverá ficar entre 45% a50%, inferior, portanto, aos 76% autorizados pelo CIP— Conselho Interministerial de Preços, em julhopassado.

Hidrobrás investirá

na navegação interiorBrasília — O presidente da Portobrás, Carlos Theófilo de

Souza e Melo, concordou, ontem, com a criação da HidrobrásHidrovias Brasileiras SA, órgão específico para executar a

política nacional da navegação interior e das vias fluviais elacustres do país. Embora admita que o momento não é muitopropício para a criação de uma nova empresa estatal, CarlosTheófilo de Souza e Melo assinala que a criação da Hidrobrás é"uma decisão política do Governo".

Ele lembrou que o Ministro dos Transportes, AforísoCamargo, está certo ao determinar estudos para a criação daHidrobrás, porque a própria lei que criou a Portobrás já previaum órgão futuro para administrar as vias navegáveis brasileiras.Disse que embora o setor náo tenha sofrido muitos prejuízospor estar subordinado à Portobrás, náo mereceu, também, aatenção que necessitava. Mais de 80% das atividades daPortobrás são dirigidas para os portos, por onde saem ásexportações do país.

Para o presidente da Portobrás, apesar da contenção dedespesas públicas determinada pelo Governo, a criação de umórgão específico para a navegação interior e as vias navegáveistrará melhores resultados para esses setores. Observou, porém,que a criação do órgão não resolve, por si só, a questão daretomada do transporte hidroviário no Brasil.

Na sua opinião, é preciso também outras medidas einvestimentos para melhorar as vias e, além disso, é preciso quehaja carga para ser transportada. Acredita o presidente daPortobrás que a grande hidrovia que despontará no final desteséculo é a do Araguaia-Tocantins, uma vez que ela tem saídapara o mar, através do Porto de Belém, e grande potencial decarga.

Da mesma forma, outra grande bacia hidroviária, quepode ser melhor aproveitada, é a da Amazônia, com mais de 18mil quilômetros de extensão. Somente essa bacia já justifica acriação de um plano de Governo para o setor, disse o presidenteda Portobrás.O secretário de Transportes Aquaviários do Ministério dos

Transportes, Newton Figueiredo, reassaltou que o MinistroAffonso Camargo pretende incrementar a navegação interior,que hoje é responsável por apenas 1 % das cargas transportadasno país.

Por isso, o Ministro já determinou também o aumento dosinvestimentos nas vias navegáveis. Disse que só no Rio SãoFrancisco, em sinalização, balizamento, desassoreamento decanais, o Ministério dos Transportes vai investir, em 1986, CrS30 bilhões, contra apenas CrS 700 milhões este ano.

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IES3 CIA. DE NAVEQAgAO LLOYD BRASILEIRO

IfflSil TRANSPORTAClON MARlTIMA MEXICANA S.A. | |

1 © 1 CIA. MARlTIMA NACIONAL

| NACIONAL RIO FORTALEZA 15/09 SANJUAN, J

JORNAL BO BRASIL Portos e Wavios sexta-feira, 13/9/85 a Io caderno n 21

4.0001555"

Participação da bandeira brasileira nos fretes(Em milhões de dólares)

• ••• Navios afretados Navios de outras bandeiras51.8%

Navios próprios

50.8°y^X **^52,8%

P® 571SK

pj.uuu ^ pr 52.800 49,1% |2.600 xv f.Tm—^^ s2.200 ~ ' ,o2QQQ 24.4% 12.S%^~~1800 29,0% 21.0% 5677%1600 14001200 woo 29.4% **»«21,7%eoo hi23.8% 26.2%~~' 29.9%

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Gerdau quer

recliscutir setor público

O navio próprio, nacional, ficou com 21,6% do frete em 1984

Governo pensa

em subsídio

para evitar

que navio

pareO Ministro dos Transportes, Afonso Camar-

go, admitiu ontem que o Governo poderá am-piiar o sistema de subsídio à marinha mercante econstrução naval, de forma a tornar o navionacional competitivo e evitar a paralisação deembarcações. Os recursos sairiam do Fundo daMarinha Mercante, que arrecada atualmentecerca de Cr$ 300 bilhões por mês e tem projeçãode orçamento para 1986 da ordem de Cr$ 15trilhões.

— O Ministro evitou entrar na polêmicasobre o melhor uso do Fundo da MarinhaMercante: dirigentes de estaleiros, entre osquais Arthur João Donato, presidente do Cane-co e da Federação das Indústrias do Estado doRio de Janeiro, são a favor da utilização dessesrecursos no financiamento da construção deembarcações para a Marinha de Guerra, a seremfeitas em empresas privadas, como as corvetas;dirigentes do setor de navegação, inclusive osuperintendente da Sunamam, ComandanteHabbema de Maia, preferem o subsídio ao frete,de forma a incentivar os armadores a disputarmais cargas na exportação. "O Fundo é público,do povo, e a sociedade brasileira já vem dandosubsídio a esse setor. Não tenho opinião forma-da, nem preconceito" — disse Afonso Camargo.

Manter o que se tem"Se não podemos construir navios, vamos

pelo menos manter navegando os navios quetemos" — assim o superintendente da Superin-tendência Nacional da Marinha Mercante, Co-mandante Murilo Rubens Habbema de Maia,sintetizou a idéia de se usar recursos do Fundode Marinha Mercante para subsidiar as opera-ções de transporte marítimo, em lugar de finan-ciar a construção de novas embarcações.

Ele explicou que "a curto e médio prazo nãohá possibilidade de assinatura de novos contra-tos de construção". Só a Docenave, subsidiáriada Companhia Vale do Rio Doce, conseguiuatender a todas as exigências do BNDES —Banco Nacional de Desenvolvimento Econômi-co e Social, que passou a funcionar como agentefinanceiro do Fundo da Marinha Mercante.Nem mesmo a Petrobrás conseguiu, ainda, libe-rar o financiamento que solicitou, para enco-mendar navios aos estaleiros nacionais — obser-vou o superintendente da Sunamam. Isso por-

que o BNDES está interferindo, também, nocontrato entre o armador e o estaleiro, paraevitar a repetição do passado: "quanto mais altoera o preço do navio, melhor" — acrescentou oComandante Habbema.

Preocupado com "problemas que estão seacumulando", o superintendente da Sunamamlembrou o crescimento das exportações nosúltimos dois anos, de mais de 100%, enquanto aparticipação do navio nacional nesse tráfego semostra declinante. Isso porque o navio nacionalé "obsoleto" em termos operacionais: foi cons-traído para transportar sacos, quando os donosdas cargas preferem o conteiner, que pode sermovimentado debaixo de chuva. A questão étão grave que o Comandante Habbema teme,mesmo, a "autodestruição das conferências defrete", pela falta de competitividade. Ele deuum exemplo: os armadores europeus que ope-ram o consórcio Rosa Line, em pool de cargamontado dentro do esquema de conferência,podem se cansar de transportar mais carga(over) e dividir a receita, e preferir operar noBrasil como outsider (independente).

A idéia do superintendente da Sunamam é aconcessão de um subsídio (ele acha essa palavra"tenebrosa") que cubra a operação de exporta-çáo e importação, ou seja, a viagem de ida evolta do navio nacional. Ele chama isso de"subsídio ao desbalanceamento", porque partedo princípio de que há navios saindo cheios doBrasil e voltando com apenas 10% de carga nosporões — principalmente os que voltam deportos do Mediterrâneo. A medida beneficiariatodos os armadores e, na opinião do Comandan-te Habbema ajudaria a resolver o problema dosnavios graneleiros — 31 desses barcos ganharammoratória e agora o Conselho Monetário Nacio-nal examina proposta do Ministério dos Trans-portes no sentido de substituí-la pela reduçãodos juros e ampliação do prazo de pagamento dofinanciamento concedido a esses armadores.

O superintendente da Sunamam encami-nhou ao Ministro dos Transportes, Afonso Ca-margo (que fez conferência na Escola de GuerraNaval, ontem), expediente pedindo a isenção doIPI e do Imposto de Importação na compra demateriais e equipamentos destinados à manuten-çáo e reparo dos navios em tráfego, com taismercadorias concentradas numa DEA — Depó-sito Especial Alfandegado.

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J SAI'DA PARA COSTA LESTE DOS CHEGADA DA COSTA LESTE DOS §£3 ESTADOS UNIDOS ESTADOS UNIDOS Cl

NAHODA BIRU Paranagua 25.09.85 25.09.85Santos 26.09.85 29.09.85

Philadelphia, Baltimore, Norfolk, New YorkALISON Rio 03.10.85 05.10.85

Paranagua 08.10.85 08.10.85Santos 09.10.85 12.10.85

Philadelphia, Baltimore, Norfolk, New YorkMINERVA Rio 11.10.85 13.10.85

Paranagua 16.10.85 17.10.85Santos 18.10.85 21.10.85

Philadelphia, Baltimore, Norfolk, New YorkZEUS Rio 21.10.85 23.10.85

Paranagua 26.10.85 23.10.85Santos 27.10.85 30.10.85

SAÍDA PARA O CANADÁ EGRANDES LAGOS

90Oo

DIANA Santos 18 09.85 21.09 85Rio 220985 23.09.85

Montreal, Toronto. Saint John, HalifaxJOANA Paranaguá 10.1085 11.1085

Santos 12.10 85 15.1085Montreal. Toronto, Saint John, Halifax

AUS0N

ZEUS

Santos 22.09.85 23.09.85

Rio 24.09.85 25.09.85

Rio 03.10.85 05.10.85

Santos 09.10.85 12.10.85

Santos 18.10.85 20.10.85

Rio 21.10.85 23.10.85

CHEGADA DO CANADA EGRANDES LAGOSDIANA

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15.09.85 17.09 85 I18.09.85 21.09.85127 09.85 29 09 85 (30 09.85 01.10.85/

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tos: Filial Rua Augusto Severo, 13 2o and. iTel. 32 7211 IPBXl Telex (013) 1217. NETUBR • E U A.: Escritório próprio em Nova York• Netumar Lines 26, Broadway - 6th Floor, NewYork NY - Telex: (23) 226642 NEMA UR •Agente Geral no Canadá: Navigation NetumarLtêe/Ltd. Suite 1650 1200 McGill College Ave.Montreal Quebec H3B4G7 - Canadá - Telex; (21)0524512/NETNAV MTl.

Porto Alegre — "Se o Governo não tomar medidasdrásticas no combate ao déficit público, o país corre o risco dealcançar o patamar inflacionário de 400%", afirmou ontem opresidente do Grupo Gerdau, Jorge Gerdau Johannpeter.Segundo ele, o índice de 14% registrado em agosto é um"alerta" para que o Governo rediscuta a administração dosetor público.

O empresário destacou que as medidas tomadas atéagora para conter o déficit governamental "são em escalapequena". Acrescentou que o setor público deve concentraresforços na diminuição dos custeios, ao mesmo tempo em quedesacelere o ritmo dos investimentos.

Ele condena uma eventual política de aumentos dosimpostos, frisando que a carga tributária já é "extremamente"elevada: "Quanto mais se elevam os impostos, menos searrecada, devido à sonegação e ao limite da capacidade depagamento. Antes de aumentar impostos, o Governo devediscutir a diminuição das suas despesas".

Jorge Gerdau recomenda a criação de um ambientepsicológico favorável à queda da inflação: "Isso é o que todosqueremos e, para isso, todos devemos trabalhar."

"Lobby"

Ao fazer uma análise do setor industria] gaúcho e suarelação com a economia nacional, o presidente do GrupoGerdau defendeu a necessidade de uma atividade de lobby anível de comunidade na defesa dos interesses do Estado, e quehaja uma correção no que se refere aos investimentos noEstado.

Jorge Gerdau destacou a necessidade de se reduzir ocusteio do Rio Grande do Sul para que no mínimo 30% doOrçamento do Estado sejam mantidos como investimentos."Não devem crescer com custeio mais do que 70% doorçamento. Se o orçamento cai, temos que ajustá-lo. Mas nãopodemos deixar de investir. É uma opção. Se estamosgastando hoje mais do que arrecadamos, e se não há investi-mentos, estaremos tirando o emprego de nossos filhos e o seupróprio futuro".

O presidente do Grupo Gerdau falou durante a reunião-almoço sobre a economia nacional e o Rio Grande, dentro doEncontro de Futuros Negócios, promovido pela Federaçãodas Indústrias do Rio Grande do Sul e o JORNAL DOBRASIL. Ele fez uma ampla análise do setor industrial noplano histórico e constatou que em relação aos demais Estadosadiantados do país o Rio Grande do Sul tem uma taxa deinvestimentos inferior tanto a nível federal como estadual, porfalta de um trabalho em bloco das autoridades, comunidadeempresarial e políticos do Estado. Na área de investimentosfederais, eles têm sido poucos, até em infra-estrutura. Na áreaestadual, o quadro, segundo Jorge Gerdau, é catastrófico. Ataxa de investimentos é baixíssima ou até negativa.

A utilização do lobby para a defesa dos interesses doEstado como um todo, unindo a comunidade empresarial,política e entidades civis, foi outro ponto destacado peloempresário gaúcho, lembrando que o Rio Grande do Sul nãopode perder o terreno já conquistado. A internacionalizaçãoda economia é outra realidade apontada pelo empresárioJorge Gerdau Johannpeter: "Temos que nos conscientizar quea preparação de nossa mentalidade tem que ter um enfoquemais intemacionalista, e o Rio Grande do Sul precisa conti-nuar exportando de forma significativa para que tambémpossa importar o que aqui não produz."

Lembrou que o Estado tem uma capacidade "fantástica"de geração de recursos, pois apresentou um superávit de 930milhões de dólares em 82, de 1 bilhão 800 milhões de dólaresem 83, e no ano passado conseguiu um superávit de 2 bilhõesde dólares. Enquanto as exportações cresceram, as importa-ções caíram de 1 bilhão 700 milhões para 817 milhões dedólares no ano passado.

Jair Soares mostra

setores em expansãoPorto Alegre — O Governador Jair Soares considera quea indústria de equipamentos eletrônicos, o setor petroquími-

co, a engenharia genética e a agroindústria são os setores emexpansão no Rio Grande do Sul e, portanto, os que oferecemas melhores oportunidades de investimento.

Segundo ele, o Rio Grande do Sul é, no momento, oEstado com menor possibilidade de crescimento econômico,mas destacou que as oportunidades têm sido aproveitadas"com garra e determinação" e que "cada centavo investido emnossa sociedade será multiplicado generosamente".

As afirmações de Jair Soares foram feitas durante opainel sobre "O Governo e o futuro do Rio Grande do Sul",no "Encontro de Futuros Negócios".

O Governador explicou que o Estado é atraente para osnegócios porque tem um parque industrial diversificado, umterritório fértil e uma mão-de-obra com grande capacidadetécnica. Ao enumerar as oportunidades que o Estado ofereceaos negócios, o Jair Soares destacou que o Rio Grande do Sultem uma população de cerca de 8 milhões de habitantes, sendo67% urbana, o que favorece o processo da industrialização.Acrescentou que a população economicamente ativa é de 3milhões 204 mil pessoas.

Quanto ao parque industrial gaúcho, Jair Soares disseque a indústria especializou-se, numa primeira fase, naprodução de bens ligados ao setor primário e, posteriormente,passou a produzir máquinas e implementos agrícolas, artigosde cutelaria e estamparia, máquinas de refrigeração e deventilação, carrocerias, acessórios para a indústria automobi-lística e desenvolveu muito os setores de informática epetroquímica. Além da fabricação de calçados que cresceu aponto de causar preocupação aos competidores internado-nais.

Hélio Smidt afirma que

vôos "cfiarters"

fazem

o País perder divisasBrasília — O presidente da Varig, Hélio Smidt, afirmou

na Câmara dos Deputados que os vôos charters (fretados),realizados pela Vasp e pela Transbrasil, só contribuem paratirar divisas do País e lançá-las no exterior. A Varig, explicouele, também faz charters, através da sua subsidiária, aRotatur, mas no sentido inverso ao dos concorrentes: de forapara dentro do País.

Não há vantagem real com estes vôos fretados, comtarifas promocionais, daqui para a Flórida, como faz aTransbrasil, ou para o Caribe, que é a rota da Vasp. E mesmosem esse tipo de charters, a Varig tem condições de despejarem 24 horas até um milhão de brasileiros no exterior — disse.

Hélio Smidt anunciou que aliás sua empresa vai reduzirefetivamente as tarifas de seus vôos, "para permitir que osbrasileiros viajem com maior freqüência e menos sacrifício aoexterior". Não quis, porém, adiantar como se fará essaredução, alegando que não deseja perturbar as negociaçõessobre o assunto.

A presença do presidente da Varig na Comissão deTurismo da Câmara foi parte de uma série de debates arespeito do problema dos vôos charters para o exterior, abertana semana passada com a participação dos presidentes daTransbrasil, Ornar Fontana; e da Vasp, Antonio Angarita.Ambos defenderam os direitos de suas empresas terem umafatia do Mercado internacional, dividindo aquilo que a Varig/Cruzeiro domina atualmente como um monopólio. Nesseprocesso, os vôos charters não regulares, que são realizadospela Transbrasil — para Orlando, na Flórida — e pela Vasp —para Aruba, no Caribe — funcionariam como credenciais paraessas empresas conquistarem futuramente o direito à explora-ção de linhas regulares para o exterior.

Smidt contesta, no entanto, as virtudes práticas de taisvôos fretados com tarifas promocionais (500 dólares, ida evolta aos Estados Unidos), afirmando que o País nada lucracom isso, facilitando, pelo contrário, a saída de divisas pelaexportação do turismo.

Não somos contra o charter de modo geral, pois issoseria até um contra-senso. Mas não é possível que se aceite oPaís fazendo grandes sacrifícios, por um lado, para criarreservas cm dólares, enquanto, por outro, são criadas condi-çóes para esvaziar essas mesmas reservas.

Foto de Jurandir Silveira

jA H

Jorgt

Diretor do JBabre encontroPorto Alegre — A economia

gaúcha já está em condições dehonrar os seus compromissos ede agüentar a sobrecarga deuma procura crescente de seusprodutos industriais e agríco-ias, afirmou ontem o diretor doJORNAL DO BRASIL, Ber-nard Campos, ao abrir o "En-contro de Futuros Negócios doRio Grande do Sul".

Ao falar para cerca de 100empresários, o diretor do JBdisse que os negócios a seremfechados durante o encontro"antecipam o futuro e os seusmúltiplos benefícios: providen-ciam a matéria-prima do pro-gresso, aumento de empregos ede impostos, confiança social,certeza política, regime demo-crático e consagração da capa-cidade da iniciativa privada pa-ra fazer deste país uma econo-mia desenvolvida".

Segundo ele, este Encontrode Negócios se faz sob o signodo futuro, mas para atender anecessidades urgentes. Ber-nard Campos disse que o RioGrande do Sul, depois de al-cançar a cota de 9,1% do Pro-duto Interno Bruto e de ter nasexportações brasileiras o pesode 11% de tudo que o paísvendeu além de suas fronteiras,não pode mais ficar à espera deque os homens de negócioscheguem, de outras regiões dopaís ou do exterior, à procurade seus produtos.

FIERGS vê a economia

em franco crescimentoPorto Alegre — O presidente da Federação das Indústrias doRio Grande do Sul (FIERGS), Luís Octávio Vieira, acredita que aeconomia do Estado está em franco crescimento, pois a arrecada-

ção de tributos oficiais está aumentando e os gastos públicos,simultaneamente, diminuindo. "Tenho a sensação de que o pior jápassou", afirmou Vieira, numa alusão à quebra de caixa vividapelo Governo gaúcho no início deste ano.

Luiz Octávio Vieira lembrou que a criação do BancoMeridional do Brasil — "que teve um sentido mágico" — foi umdos fatores do revigoramento da economia gaúcha. "Paralelo aisso, temos as boas safras e a austeridade que o governador JairSoares vem imprimindo ao seu governo, com cortes drásticos nosgastos. Para aumentar nosso otimismo, constatamos que a arreca-daçâo de ICM vem crescendo consideravelmente", frisou.

Metal-mecânicaResponsável por 22% do valor da produção industrial doEstado, o setor metal-mecânico, no primeiro semestre deste ano,cresceu mais do que a indústria de transformação do Rio Grandedo Sul: as vendas tiveram um crescimento de 20,6%, as compras

de 24% e o nível de pessoal ocupado aumentou 20%. Asinformações foram dadas pelo diretor-superintendente da ZiviHércules, Ney Damasceno Ferreira, um dos expositores do painelAnálise do Setor Metal-Mecânico.Outro expositor, o presidente da Induco, Antonio Carrera,

frisou que o setor necessita, neste momento, de definições nasregras da política econômica capazes de voltar a estimular oinvestimento do setor privado. Acrescentou que é importante oapoio do Governo no momento em que se seleciona áreas deprioridades para investimentos, mas observou: "Pode e deve sercobrada do Governo a crição de um ambiente propício onde oinvestimento produtivo possa ser estimulado, o que passa pelaqueda dos juros, pois nos últimos anos o pagamento das despesasfinanceiras tem assumido um custo que, em alguns casos, ésuperior ao da folha de pagamentos."

Ao fazer uma análise do setor metal-mecânico gaúcho, odiretor-superintendente da Zivi-Hércules afirmou que foram asindústrias do setor que lideraram o processo de retomada docrescimento verificado no ano passado. As exportações, em 1984,chegaram a 160 milhões 800 mil dólares, representando umacréscimo de 12% em relação ao ano anterior.

O diretor da Olvebra S/A, Martinho Faria, alertou, durantepalestra sobre "perspectivas da Agroindústria", que, se os Esta-dos da Região Sul não dinamizarem a produção agrícola, assegu-rando produtividade, "dentro de 10 anos se defrontarão com umcolapso de alimento igual ao do petróleo."Acrescentou que até agora a agricultura tem se projetado"ao sabor da hora, de acordo com necessidades imediatas, semnenhuma estragégia de longo prazo". Para ele, o desenvolvimentoda Região Sul "pressupõe vantagens iguais àquelas dadas aosEstados do Nordeste, porque a realidade é bem diferente datradição de que no Sul todos são ricos."

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22 ? Io caderno n sexta-feira, 13/9/85 Espertes JORNAL BO BRASIL

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fcw... ?^ ..,fS,Paulo Sérgio Valle(E), ao lado do irmão Marcos, nos tempos do Mustang Cor de Sangue

Paulo Sérgio Valle,

do "som"

ao triathlon

Ricardo Ribeiro

O ano é 69. Tempo da minissaia, meia arrastão, óculosray ban e da pílula anticoncepcional, cantada pelos irmãosMarcos e Paulo Sérgio Valle no sucesso Mustang Cor deSangue, que se pretendia crítica da sociedade industrial eacabou considerada auase um jingle, pelas referências aMustang e Corcel, da Ford, pelos próprios compositores.

Hoje, em plena era da new wave e do rock brasil, é raroouvir uma música de um dos irmãos tocando nas rádios.Marcos Valle está radicado nos Estados Unidos e seu últimosucesso foi Bicicleta, uma canção defendendo a prática deesportes e o culto ao corpo. Já Paulo Sérgio chegou a estar nosEUA durante algum tempo, trabalhando com o Chicago masterminou seduzido pela proposta do sucesso do irmão e viroupresidente da primeiía Federação de Triathlon oficialmentereconhecida, a do Rio de Janeiro.

Corpo atlético e pele bronzeada, Paulo Sérgio Valle, 45anos, integra a equipe Corpore/Smuggler e amanhã tenta ser oprimeiro em sua faixa etária no Brasileiro de Triathlon. Quemnão conhece pode estranhar, mas Paulo Sérgio tem a consciên-cia de que os tempos mudaram e sua vida não poderia ficarrestrita a sucessos no rádio e parcerias com o irmão:Eu comecei na música ainda no tempo da bossa nova.Viola Enluarada é meu sucesso preferido, mas na vida tudomuda. Hoje os tempos são outros e eu acompanhei minhaevolução natural. Ainda me dedico a música quando não estoutreinando, mas reconheço ser hoje muito mais um presidentede uma entidade do que um compositor voltado para mercadomusical.

Paulo Sérgio Valle garante se sentir bem tanto dentro deum terno cuidando da burocracia de sua federação, como numestúdio procurando as melhores harmonias e letras para suascanções. A imagem no entanto mudou. A vasta cabeleira loiraagora está bem aparada e as gírias sumiram de seu vocabu-lário:

Na música ou no esporte tudo está se tornando maissofisticado. O triathlon está acompanhando esse processo. Nocomeço, não havia sequer regras. Hoje temos equipes forma-das, técnicos contratados e sem dúvida no próximo anoteremos um calendário a nível estadual acertado. Hoje, um cultor do físico, praticante e dirigente de triathlon

14 de setembro de 85.Apenas 400 competidores che-

garam à final, depois de II provasseletivas. 400 superatletas, vindosde vários estados brasileiros, 4aArgentina e dos Estados Unidos.Eles farão a festa do CampeonatoBrasileiro de Triathlon, enfrentando1900 metros de natacao em maraberto, seguidos de 65 km de ciclis-mo e 17 de corrida.

E contam com a sua torcida, oseu apoio, o seu incentivo.

Anote o percurso: a largada seráàs 13:30h, na praia de Guaratiba.Depois, de bicicleta, os atletas pas-sarão por Grota Funda, Estrada daVargem Grande, Av. das Américas,

Prainha, Grumari, Av. Sernambetibae Quebra-Mar. Aí começa a corrida,saindo do Quebra-Mar e passandopela Ponte Velha da Barra, Estradado Joá, São Conrado, Av. Niemeyer,

eraia do Leblon, Ipanema e

opacabana.A chegada é em frente a Rua

Bolívar, e os primeiros colocadosganharão 50 milhões em prêmios.

0 Triathlon vem conquistandonovos adeptos, a cada ano.

E, como a Maratona, já é um dosmaiores acontecimentos esportivosda cidade, conquistando tambémmilhares de torcedores.

dauue, se defender da nossa torci-,logo serao novos competidores

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JORNAL DO BRASIL

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Nadar 1.900 metros, pedalar 65 Km e correr 17Km,será a façanha de 400 triatlefas do CampeonatoBrasileiro de Triathloni, sábado dia 14.

Os atletas inscritos estão seguros e podem estartranqüilos, porque nós estaremos segurando esta"barra".

ASSIlItÉ

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JORNAL DO BRASIL Esportes/Turfe

Renault

sexta-feira, 13/9/85 ? Io caderno ? 23

far

Brasil vence — A Seleção Brasileira estána liderança do Grupo B da fase eliminatória doCampeonato Mundial de Vôlei Feminino, dispu-tado na cidade italiana de Fabriano. O Brasil tem

quatro pontos ganhos, resultado de duas boas vitórias por 3 a 0:sotíçç a Áustria, com parciais de 15/7, 15/0 e 15/2, anteontem, esobr®_a Austrália (15/5, 15/4 e 15/5). A seleção soviética, quetambém venceu duas partidas, também está na liderança. As duasequipes-decidem quem fica com o primeiro lugar do grupo.í3á a Seleção Brasileira masculina está na segunda colocaçãodo.Grupo D, disputado em Chieti. Ontem, o Brasil foi derrotadopela equipe japonesa por 3 a 0 (15/12,15/10 e 15/13), depois de tervencido, quarta-feira, a Bulgária pelo mesmo marcador, mas comparciais de 15/13,15/8 e 15/2. Os brasileiros não correm perigo declassificação, já que cada grupo oferece três vagas e os mexicanos,ontem derrotados pela Bulgária por 3 aO (15/9,15/9 e 15/0), estãopraticamente desclassificados. O México é o adversário de hojedo Brasil.

Rodas

ig* RESCE o movimento contra o Grande¦\s Prêmio da África do Sul de Fórmula-I ecomeça a ficar difícil para à FISA suportartanta pressão, desencadeada, entre os pilotos,

ípélo presidente da Associação deles, o expe-•iiênte e sempre seguro Niki Lauda, e a nívelgovernamental, por Suécia e Brasil. Enquanto

ÍG( bate-boca estava apenas entre pilotos, semrpíjsições oficiais de governos, como havíamosíj^ito antes, a corrida do apartheid não corria.'Sério risco. Nenhum deles poderia se posicio-jftàrxontrário a uma decisão de sua equipe, que•lhes paga, regiamente, para levar seus carros àpista. Era uma atitude até certo ponto aceitá-

jyel. No entanto, eles próprios, pilotos, esta-(yam como estão, conscientes do risco a que.ficarão expostos na agitada África do Sul,!embora seja praticamente nula a presença denegros no autódromo de Kyalami. Os rarosque vi lá, em 83, na corrida cm que Piquet foibicampeão, podem ser considerados "pretos

3fjè_alma branca", ou seja, suportados pelapolítica segregacionista mais desumana de queSC tem notícia hoje. Era com eles que oGoverno racista sul-africano tentava disfarçar

;a segregação, enquanto a maioria sequer podia•entrar em Johannesburgo sem um passe espe-ciai. Até nas multas de trânsito havia umespaço sul generis, reservado à indicação dafaça do multado: branco, colored, indiano ouasiático.

Bem, se fosse falar das coisas que mechocaram, levaria até o fim desta coluna edeixaria de lado a oportunidade de comentar opróximo fim da Fórmula-1 no continente afri-cano. Correr lá agora é um sério risco, namelhor das hipóteses de um seqüestro deaualquer grupo ansioso por publicidade mun-dial. Já pensaram a repercussão que teria AlainProst utilizado como refém, em troca de ga-nhos de quaisquer desses grupos?

Enquanto restrita à decisão dos pilotos eequipes, a corrida de Kyalami não corriaperigo, mas, com a posição de alguns governose dirigentes esportivos, tudo mudou. Tantoque a Renault, empresa estatal, apressou-seem anunciar que não irá e o fez um dia depoisde o Governo francês ter recomendado a nãoparticipação de pilotos e equipes da França. Oboicote anunciado pela Renault vai exigir posi-cionamento de outras equipes e o momento édelicado para todas elas. Mas já se percebe

[Mudança de posição na FISA, dirigida pelofrancês Jean-Marie Balestre e a quem cabeyp^dir se haverá ou não corrida. Antes, Bales-ire sequer admitia falar em transferência ou

; cáhcelamento. Agora, nos bastidores, já seaceita essa possibilidade. Balestre, que fez pé: firme contra a realização da corrida de Môna-CO, mas acabou cedendo por pressão inclusive

jiló Governo de seu país, continua dizendo que:fará o GP de Kyalami. Até quando? Vaiquerer expor a riscos equipes e pilotos? Para ospilotos sob pressão de seus governos — Piquet,

\Senna, Prost, Johansson, Rosberg, Tamby e'outros — seria mais cômodo o cancelamentom(5U transferência da prova para outro local.

Portanto, apesar da conhecida ingenuida-de de Emerson Fittipaldi, que com quase 40anos e depois de assistir a vários exemplos emcontrário, como os sucessivos boicotes olímpi-cos, continua acreditando que política e espor-te não se misturam — até seria muito bom queisso não ocorresse —, tudo caminha para umnovo aproveitamento do esporte como formade pressão política. E nenhum governo quepressionou, até hoje, saiu perdendo em suacausa. O esporte sim, mas não eles.Coilta-giros: Atletismo e automobilismosão dois esportes bem diferentes. Mas pego abola quando o atletismo se vê ameaçado pelasrodas. Agiu bem o Secretário de Esportes,Jorge Roberto Silveira, ao afastar a hipótesede transformar o Estádio Célio de Barros emestacionamento para o ¦ Maracanã. A idéiapartiu de dirigentes de futebol, que estãoacabando com o seu esporte e querem o fimdos outros.

Vicente Senna

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OLEOS

SOBRE

RODAS.

Paris e Spa, Bélgica — A pressãocontra o Grande Prêmio de Fórmula-1 daÁfrica do Sul, desencadeada pelos Go-vernos do Brasil e Suécia, já começou asurtir resultado. Ontem, um dia depoisde o Governo francês condenar a realiza-ção da corrida, a equipe Renault, estatalfrancesa, decidiu que boicotará a prova.E nesse mesmo dia, funcionários da FISAque chegavam a Spa, Bélgica, onde serárealizado domingo o próximo GP, jáadmitiam que a prova sul-africana poderáser cancelada. O anúncio deverá ser feitoaté o início da próxima semana.

Num comunicado oficial divulgadoontem, a Renault diz que "decidiu nãolevar nenhum carro" a Kyalami em aten-ção ao Ministro do Esporte da França,Alain Calmat, que pediu à equipe quereconsiderasse sua participação na corri-da sul-africana, marcada para 19 de ou-tubro.

Todos ou ninguémO boicote da Renault é o primeiro

mas não deve ser o único, segundo co-mentários nos meios automobilísticos.Com a pressão desencadeada por Brasil,Suécia, Finlândia e França, para que aFISA cancele a prova de Kyalami, acredi-ta-se que outras equipes seguirão os pas-sos da Renault.

Em Spa-Francochamps, onde estãoos pilotos, chefes de equipes e dirigentes

Áfricada FISA, para participação do GP daBélgica de domingo, informou-se que opresidente da FISA, Jean-Marie Baücs-tre, está consultando as principais equi-pes e anunciará uma decisão até o inícioda próxima semana.

Está tudo muito incerto, muitocomprometido. Eu não posso imaginar opresidente Ballestre confirmando a reali-zação da corrida quando alguns pilotos,como Rosberg e Piquet, estão desautori-zados a participar pelas autoridades go-vernamentais de seu país — comentouum funcionário da FISA, em Spa-Francochamps, apesar de Ballestre terdito que realizaria a corrida até com 15carros apenas.

Alain Prost, o líder do Mundial, nãoconcorda porém com Balestre.— Ou vamos todos ou não vamosnenhum. Sem Rosberg, Piquet e Sennanão seria um grande prêmio. Seria ridícu-Io — desabafou Prost ao jornal francêsL'Equipe, bastante aborrecido com a in-decisão da FISA, já que sua tática no GPda Bélgica deste fim de semana seriaoutra, no caso de cancelamento da corri-da da África do Sul.

O GP da Bélgica inicialmente foimarcado para junho, mas problemas coma pista levaram os pilotos a desistirem decorrer, provocando o adiamento paradomingo. Os treinos oficiais começamhoje.

Arquivo

Ss J

Bruno volta a criticar

imobilismo de dirigenteFrustração e desânimo. Assim podeser definido o clima entre presidentes e

representantes das Confederações Brasi-leiras ao final do encontro com Bruno daSilveira, secretário do SEED-MEC, on-tem, na sede do Conselho Nacional deDesportos. Na pauta, a questão orçamen-tária e as dificuldades financeiras por quepassam as confederações. Mas ao invésde promessas e anúncios de verbas suplc-mentares, os dirigentes ouviram críticas.

Com a maioria das confederaçõespresente, a reunião foi aberta com oCoronel Sá Campello, presidente daConfederação de Tiro lembrando quetodos estavam no mesmo barco, no qualBruno da Silveira era o timoneiro. Masfoi surpreendido pela resposta de Bruno:

— Não pretendo ser timoneiro debarco algum. O que vocês têm é quebuscar recursos em suas bases e ganharcredibilidade. Lembro que este ano asconfederações tiveram uma verba suple-mentar de Cr$ 2 bilhões 844 mil, masestão habituadas a um sistema paternalis-ta que tem que acabar.

Aí foi a vez de José Antello, daConfederação de Tênis de Mesa, falar

das dificuldades financeiras das confede-rações e fez um discurso dramático:

Vivemos uma situação de penú-ria. As nossas federações estão indo à ruaarrecadar dinheiro com cobrança de pe-dágios e venda de rifas.

Suas palavras não tiveram o efeitoesperado, pois Bruno da Silveira lembrouque muitas confederações "não justifi-cam suas existências".

Criou-se um hábito errado nestepaís. Muitas vezes a modalidade esporti-va não justifica a criação de confedera-ções, federações e ligas. Muitos de vocêspensam apenas em conquistar medalhas,quando o importante é dar à populaçãocondições de prática do esporte.

Em seguida, anunciou a intenção dereunir num mesmo prédio, no Rio, todasas confederações, para diminuir custos eo prédio da Universidade Federal do Riode Janeiro na Urca é uma opção.

Se o projeto do Deputado AécioBorba (PDS-CE) sobre a nova distribui-çáo dos recursos da Loteria Esportivanão for aprovado até o fim do mês,Bruno da Silveira teme que o orçamentopara o esporte em 86 fique comprome-tido.

5Üf"TlCom a decisão da Renault, Tambay, um de seus pilotos, não vai à África

Vantagem de Karpov em

mais um jogo suspensoMoscou — A tensão marcou a quarta partida da seriedecisiva do Campeonato Mundial de Xadrez. O jogo foi suspensono 41 movimento, com o lance secreto do atual campeão,Anatoly Karpov, que — segundo os especialistas que acompa-nham as partidas na Sala Tchaikovisky — leva ligeira vantagem c

pode até vencer a partida, que recomeça hoje.Karpov, com as brancas, iniciou o jogo com uma aberturaGambito de Dama e sempre manteve capacidade ofensiva. Emnenhum momento do jogo, o desafiante, Garry Kasparov — quevence a série por 2 a 1 — conseguiu tomar a iniciativa da partida.A tensão se espalhou pelo auditório. A mãe de Kasparov, porexemplo, mostrou-se muito nervosa, no auditório.

Prova JB—Apro-va JORNAL DO BRASILabre hoje, às 15 horas, napista da Sociedade HípicaBrasileira, na Lagoa Rodri-

go de Freitas, a parte internacional da IXCopa Sul América de Hipismo na qualestarão saltando conjuntos da AlemanhaOcidental, Bélgica, Guatemala, Canadá,França e Estados Unidos, além dos brasi-leiros, entre os quais se destaca NelsonPessoa Filho, vencedor do Grande Prêmiode 84, montando Moet et Chandon TipTon e que é considerado o melhor cavalei-ro brasileiro da atualidade.

Entre os conjuntos estrangeiros, des-tacam-se o norte-americano Norman Del-lo Joio, montando I Love You, campeãoda Copa do Mundo de 1983; o belga EricWauters, montando Carlsberg Hubergabe,integrante de várias equipes olímpicas, e oalemão ocidental Karsten Huek, com aégua Lugana, vencedor recente de váriosconcursos europeus.

Quarta partida,

Jj? Evandro — O Flamen-y TS go só poderá utilizar o pivô

KV gaúcho Evandro a partir dell janeiro de 86. Como o jo-

gador, segundo a Federação Gaúcha, jáatuou oficialmente este ano pelo Sogipa,de Porto Alegre, terá que cumprir 180dias de estágio.Em São Paulo, o técnico de basquete doSírio, Luís Armando Cieiro, 35 anos, foiassassinado com um tiro no pescoço portrês assaltantes não identificados. O cri-me ocorreu às llh50min, na Praça daBandeira.

Esporte no fim de semana

Karpov— P4D— P4D— C3BD— C3B— B5C— BxC— P3R

0 — D209 — T1D

10 — Px PB11 — PxP12 — D2D13 — G4D14 — B2R15 — 0-016 — D2B17 — DxC18 — D2B19 — D1C20 — T2D21 — CxB22 — B4C23 — P3TR24 — D3D25 — TR1D26 — P3CD27 — D2R28 — B5T29 — B6C30 — B30

If ¦

is i§i Hts si n m

m mimmm•mm', mm. — mm. &®§ ¦ W, WA

Posição suspensa

31 — D4C32 — P4R33 — T2B34 — BxT35 — D2R36 — T1BR37 — PxP38 — B1C39 — D5R40 — D5B41 — secreto

D1RB4CTxTD3BD4BD68PxPD70T1DR1C

Triathlon leva

mais de 400

a GuaratibaCerca de 420 atletas brasileiros e

estrangeiros disputam amanhã, a partirde 13h30min, com saída de Barra deGuaratiba e chegada na Rua Bolivar, emCopacabana, o Campeonato Brasileirode Triathlon. Entre os estrangeiros osfavoritos são Kim Bushong e JacquelineShaw, ambos dos Estados Unidos. CarlosDolabella, Marcos Ripper, AlexandreRibeiro e Djan Madruga são os favoritosentre os brasileiros. A festa de premiaçãoserá na segunda-feira, na Mistura Fina,da Barra da Tijuca.

ProgramaçãoHIPISMOSábadoA partir das 14 horas tem início a

parte internacional do IX CopaSul-América na pista da Socieda-de Hípica Brasileira.

Domingo—A partir das 9 horas, comple-mento da Copa Sul-América.às 16hs. será disputado oGrande Prêmio Sul-Américade Seguros.

PÓLO-Sábado—A partir de 10 horas, em Ita-

guaí, tem início o Torneio RioPólo Clube, prosseguindo nodomingo, no mesmo horário.

IATISMOSábado—Às 12 horas, largada da regata

O motociclismo ressurge com os 1.000 Km do Riodo Campeonato Estadual deHobbie Cat., no Clube Naval,em Niterói, competição queprossegue no domingo, às 10horas.—Prossegue o Campeonato

Brasileiro de J-24, no IateClube do Rio de Janeiro, às13 horas no sábado e do-mingo.

GOLFESábado-^A partir das 8 horas, início do

Bradesco-Frade Hotéis Invita-tional, em 36 buracos, no Hoteldo Frade, em Angra dos Reis.A competição prossegue do-mingo, no mesmo horário.

GINASTICA RÍTMICASábado—Começa às 9h30min, no Institu-

to Abel, em Niterói, o Cam-peonato Carioca da modalida-de. A Seleção Brasileira, quevai disputar o Mundial, em ou-tubro, fará uma exibição.

REMODomingo—A partir das 8 horas, na La-

goa Rodrigo de Freitas, quar-ta regata do Campeonato Es-tadual.

MOTOCICLISMOSábado—As 14 horas, no Autódromo de

Jacarepaguá, "Mil Quilômetrosdo Rio de Janeiro".

FUTEBOL DE PRAIASábado—Primeira rodada da Copa Vare-'

se, a partir das 14h30min: Ju-ventus x Murayd, Copalemc xConstante e Chelsea x Embalo.

RESULTADO DA GÁVEARasputino (Tom Pocker- Raibur), criação do Haras Balada e

propriedade do Stud Shangri - La, com treinamento de LuísGuilherme Ulloa, que obteve sua primeira vitória oficialmente,ganhou a melhor prova do programa de ontem à noite na Gávea!Correndo com tranqüilidade na segunda colocação enquantoGoldstone ponteava a carreira, dominou seus adversários logo naentrada para vencer afinal com tranqüilidade. José Aurélio esteveperfeito na direção e Kelton, que era o'maior azarão da provaatropelou para formar a dupla.Io páreo — 1 mil 100 metros Io Vole — Vite E.R. Ferreira 2o SoPcrk A. Chaffin vencedor(2) 2, 00 dupla (12) 4, 20 place (2) 1, 40(1) 1, 60 tempo lmin08sl. Não correu Lendal.2o páreo — 1 mil 300 metros Io Great Illustricus J.F.Reis 2oBarracão R.Marques vencedor(6) 3, 30 dupla (24) 5, 70 place (6)2, 00 (2) I, 70 tempo lmin23s.3o páreo — 1 mil 300 metros Io Enântico A.Oliveira 2" RochesterJ.Pedro P vencedor (1) 1, 20 dupla (11) 10, 40 place (1) 1 20 (2)3, 20 tempo Imin21s exata (1 — 2) 18, 20.4o páreo — 1 mil 100 metros Io Apocalipsy Now G.F.Almeida 2oAché J.F.Reis venccdor(l) 2, 20 duplas (13) 4, 30 place (1) 1, 70(5) 2, 30 tempo lmin9s. Não correram Zedaros e Itança.5o páreo — 1 mil 100 metros Io Rasputino J.Aurélio 2o KeltonI.Lanes vencedor (6) 1, 13 dupla (14) 1, 00 place (6) 5, 90 (3) 1390 tempo lmin832.6o páreo — 1 mil 100 metros Io Grito Raro A. Ferreira 2nImpecável R. Costa vencedor(3) 1,13 dupla (14) 1.00 place (3) 590 (10) 5, 00 tempo IminlOs exata (3 — 10) 29, 00 não correramHoffman, Lecionarius e Ornitorrinco.7o Páreo — 1 mil 100 metros Io Ben Cayal E. Santos 2o ChrisSquire J. C. Castilho vencedor (7) 2,70 dupla (24) 2,40 place (7)1,30 (3) 1,10 tempo 1 min 13s4. P8o páreo — 1 mil 300 metros Io Içuara A. M. Andrade 2o SunsetStar A. Machado P vencedor (9) 4,30 dupla (44) 2,30 placê (9)2,10 (8) 2,60 tempo Imin23s5. Não correram Volo, Juglans eGarvejo.9o PÁREO — 1 mil 100 metros. Io Silêncio, J. Aurélio e KekoçoA. M. Andrade; vencedores (2) 1,00 (8) 2,10; dupla (13) 6,40;placê (2) 2,00 (80 6,80; tempo 1 minlOs exatas (2 — 8)91,10(8 —2) 16,90. Não correram Epsode Six, Djago e Durbillon.'

Bola Dividida

A maioria dos que acompanham diariamenteesta coluna, e gostam de sobre ela se mani-

festar através de cartas ou telefonemas, concordacom os termos com que procuro transmitir a durasituação atual do futebol brasileiro. Esta, comotodos sabem, não é uma situação favorável. Aocontrário. Vivemos todos a mais grave crisenacional que domina o país por inteiro, e ofutebol não podia ficar fora dela. Ele sofre seusefeitos, quer no custo cada vez mais elevado deum time, seus treinadores, médicos e assessores,quer na redução drástica da presença do públiconos estádios.

Há, no entanto, sempre aqueles que gosta-riam de ver o futebol tratado com mais tolerânciaou com uma visão menos pessimista. Eu tambémgostaria, mas se assim agisse estaria, na verdade,apenas tentando vender um produto falso ou algoque não correspondesse ao que era apregoado.Ou seja: estaria fugindo da realidade.

Como sou de um tempo em que o futebol eradotado de craques fora-de-série e tive a sorte dever em ação talentos até hoje inigualáveis, cujosnomes pertencem para sempre à galeria dosmaiores jogadores de futebol ao mundo, costumome policiar para não cair num saudosismo, queseria perfeitamente natural diante do panoramade hoje. E tenho certeza de que as críticas aquiexpostas visam, exclusivamente, alertar os res-ponsáveis pelos destinos do futebol brasileirosobre a alarmante situação em que ele vive. Elas

nada têm de saudosismo. Infelizmente, retratamapenas a pobreza técnica e financeira em que sedebate a grande maioria dos nossos clubes.

Ainda agora acabo de ler uma entrevista dopresidente da Fifa, João Havelange, homem delarga visão, de longa experiência e conhecimen-tos, classificando o futebol sul-americano de de-cadente, com a agravante — segundo diz — deseus dirigentes não quererem aceitar essa durarealidade. Havelange, presente nos recentes cam-peonatos juvenis e de juniores promovidos pelaChina e União Soviética, destacou o progresso dofutebol africano, campeão juvenil com a Nigériaem Pequim, e o dos países asiáticos de um modogeral. Falou também sobre o título brilhantemen-te conquistado pelo Brasil em Moscou, massalientou que, na sua opinião, o nível técnico dotorneio em 83, no México, foi superior.

As críticas, portanto, não contêm outro pro-pósito se não o de despertar os dirigentes brasilei-ros para a gravidade da situação. Sou de naturezabem-humorado e otimista, mas não posso meiludir e muito menos enganar os que me acompa-nham no dia-a-dia do JB, exaltando um futebolque no momento não tem o apoio nem do seupróprio público.

A vinda de Sócrates é um fator positivo, masisolado. O problema é muito mais vasto. E o maisgrave dentro dessa crise é a inatividade que atingea Seleção Brasileira. Num momento em quetodos os que pretendem brilhar na Copa do

México andam em plena atividade, nós aquiestamos à espera de uma definição política que sóvirá em janeiro. Assim, por mais que se queira,não dá para ser otimista.

qHistórias: A delegação brasileira às Olimpía-das de Los Angeles, em 32, foi metida num velhocargueiro, o Itanagé, como o dinheirinho contadopara as despesas. No Panamá, a surpresa de terde pagar um alto pedágio para atravessar o canal,só não cobrado a navios de guerra. A turmatentou aplicar o jeitinho brasileiro, tentandopassar o alquebrado Itanagé como um barco deguerra, desarmado por estar em missão de paz.Mas não colou e o jeito foi ficar ao largo, à esperade que o Governo autorizasse o Banco do Brasil apagar o pedágio, o que foi feito uma semanadepois.

Como se vê, em ajuda governamental, poucacoisa mudou em 50 anos.

Hoje, a partir das 19 horas, na Feira Interna-cional do Livro, em São Conrado, estarei auto-grafando o livro Histórias de Sandro Moreyra,com a possível presença de Manga e Ferreirinha,dois personagens queridos. Conto com vocês.

Sandro Moreyra

>?1.\ IIH \

Flamengo recebe Sócrates com hino e coquetel"Uma vez Flamengo, sempre Flamengo...",

canta a torcida do "mais querido do Brasil", emseus momentos de grande alegria. Pois Sócratesviverá essa emoção hoje bem cedo, por volta das6h30min, quando se desembaraçar da bagageme cair nos braços dela. Os acordes do hino serãotocados pela famosa banda da Charanga, umadas pioneiras em torcida organizada no Brasil.

Mas lá estarão também as torcidas Jovem,Raça Rubro-Negra, Flamor e Fla-Chopp, estahomenageando o "Doutor" (ao modo) irreve-rente do carioca, com uma camisa listrada pretae vermelha, tendo nas costas o desenho de umbarril de chope e na frente o de um caneco típicodas grandes chopadas. Na Gávea, para ondetodas rumarão a fim de assistir à assinatura docontrato, haverá um coquetel.

Eugênio, mais conhecido por Onça e pelabravura com que defende as cores do Flamengo,chegou a ficar em dúvida sobre o presente, portemer, em meio a tanto carinho, constranger omais novo ídolo da Gávea. Mas, depois depensar bastante, achou que nada poderia ilustrarmelhor o grande momento do que uma camisada sua torcida.

— Assim ele chega e fica logo à vontadecom a gente. Qual o jogador que não gosta detomar sua cervejinha?

Os preparativos para a recepção a Sócratescomeçaram ontem à noite, tão logo terminou apartida entre Flamengo e América, no Maraca-nã. As torcidas, eufóricas, ao contrário da rotinade após jogos, não guardaram suas faixas ebandeiras. Saíram com elas do estádio e asguardaram em dois ônibus estacionados próxi-mos ao portão 18. Como importante troféu, omaterial da festa ficou guardado por um grupode confiança dos chefes das várias torcidas, quepassaram a noite entre sa.nbas, cochilos e golesde cerveja. Mais três ônibus, todos cedidos pelaEstrutural, empresa responsável pelas contrata-ções de Zico e Sócrates, estarão à disposição,um deles vindo de São Gonçalo, município quefica do outro lado da Ponte Rio—Niterói.

O presidente George Helal, eufórico comoqualquer torcedor, tomou medidas mais concre-tas: telefonou ontem à noite para o aeroporto deRoma, de onde Sócrates embarcou de volta aoBrasil, e ficou tranqüilo:

— Ele está vindo aí. Já embarcou e faráescalas em Milão e em Salvador (Bahia). Estátudo OK, com festa e tudo o mais a que a nossatorcida tem direito. Agora, é aguardar a chega-da e comemorar — disse.

Empate decepciona torcedorTem motivos a torcida do Flamengo

para esperar a chegada de Sócrates comtanta euforia. Ontem, desolada, viu seutime jogar muito mal, perder gols incríveis,por absoluta falta de categoria dos jogado-res, e empatar (0 a 0) com o inofensivoAmérica, adversário que em todo o jogolimitou-se a dar dois chutes na direção dogol de Cantarele.

Salvou-se Leandro, o único entre os 26jogadores que estiveram em campo a mos-trar técnica, lucidez e inteligência. Dos pésde Leandro saíram as melhores jogadas doFlamengo, como o lançamento que fez,ainda no primeiro tempo, para Chiquinhodesperdiçar uma grande oportunidade, aos37 minutos.

Dois minutos depois, irritadas com opéssimo futebol e com os erros do Juiz LuísCarlos Félix, as duas torcidas reagiramcom vaias e passaram a desviar a atençãopara a cantora Nina Hagen, que foraconhecer o Maracanã e sentou logo àfrente de Zico, na tribuna. No segundotempo, já sem a presença da rainha dosmetaleiros, o Flamengo melhorou umpouco.

Elder e Paulo Henrique entraram ederam maior movimentação à equipe, que,então, cansou de perder gols. Aos 11,

Chiquinho, novamente livre, na pequenaárea, chutou por cima do travessão. Aos 22e aos 40, Tita chutou mal, quando poderiater marcado com certa facilidade. O Amé-rica só teve uma chance, com Luisinho,mas Cantarele apareceu bem e defendeu.

A concorrer com Nina Hagen paraquebrar a monotonia do jogo, só a ameaçade greve dos bilheteiros do Maracanã,alarmados com notícias de que seriamdemitidos. A situação foi contornada coma chegada do Secretário de Esportes eLazer, Jorge Roberto da Silveira, quegarantiu o emprego de todos e abortou omovimento.

FLAMENGO 0x0 AMÉRICALocal: Maracanã.Ronda: Cr$ 106 milhões 773 mil.Público: 13 mil 230 pagantes.Juiz: Luís Carlos Félix.Auxlllares: José Gabriel da Silva e AlcidesRicha.Cartão amarelo: Andrade.Flamengo: Cantarele, Nem, Leandro, Mozer eAdalberto: Andrade, Aílton e Gilmar (Élder);Tita, Chiquinho e Marquinho (Paulo Henrique).Técnico: Jouber.América: Paulo Sérgio, Zedilson, Bene, Denil-son e Paulo César; Demétrio, Müller e Renato(Moreno); Maurício (César), Luisinho e Gaúcho.Técnico: Paulinho de Almeida.

Bangu perde (1 a 0) para

Americano e não é líderCampos — O Americano dominou todo o

primeiro tempo, mas foi o Bangu que teve asmaiores oportunidades. O Bangu dominou todoo segundo tempo, mas foi o Americano quemarcou e venceu a partida por 1 a 0, gol deGilmar. Com isso, o Bangu perdeu a invencibili-dade e a liderança do Campeonato Carioca deFutebol. O Americano não só manteve a inven-cibilidade como está agora em terceiro lugar,atrás apenas do Vasco, o líder, e do Flamengo, ejunto com o próprio Bangu.

O resultado foi justo, embora o técnicoMoisés e os jogadores do Bangu considerassemque o mais correto seria o empate. Foi um jogomuito bem disputado e em que, mais uma vez, ocansaço muscular ficou evidente: Arturzinhosentiu a coxa esquerda e saiu de campo, substi-tuído por João Cláudio, e Ebinho, o lateraldireito do Americano, sofreu distensão e tam-bém não pôde continuar. Jaílton entrou em seulugar.

O primeiro tempo foi mesmo todo favorávelao Americano, que dominava o meio campo,setor em que o Bangu se ressentia de umjogador mais combativo. Arturzinho, que cons-truía bons contra-ataques, não marcava comeficiência, permitindo que o Americano desper-diçasse boas oportunidades. Contudo, as maio-res chances foram perdidas pelo Bangu.

A situação modificou-se por completo nosegundo tempo. Desde o início, o Bangu mos-trou que estava mais bem armado no meio-campo e passou a pressionar. O Americanoparecia satisfeito em se fechar na defesa e tentar

contra-ataques. O Bangu melhorou ainda mais,3uando

Arturzinho deixou o campo, machuca-o. João Cláudio deu mais consistência ao meio

campo, fortaleceu a marcação e ainda ajudou aconstruir boas jogadas ofensivas. Só que perdiamuitas oportunidades.

A única chance real que teve no segundotempo o Americano aproveitou. índio chutou, abola bateu em Jair e Gilmar completou, apesarde desequilibrado. A bola fez uma curva eenganou o goleiro Gilmar, aos 38 minutos dosegundo tempo. O Bangu ainda pressionou, maso Americano soube manter a vantagem.

Na outra partida de ontem à noite, o VoltaRedonda venceu o Bonsucesso, em Volta Re-donda, por 3 a 0, com dois gols de Rubão e ooutro de Eduardo Bragança.

AMERICANO 1 x 0 BANGULocal: Estádio Godofredo Cruz (Campos)Renda: Cr$ 32 milhões 245 milPúblico: 3 mil 315 pagantesJuiz: Roberto CostaAuxlllares: João Batista Byron e DilermandoSampaioAmericano: Fernando; Ebinho (Jailton), Paga-ni, Paulo Marcos e Rubens; índio, CláudioNeves e Gilmar; Zé Carlos, Ferreira e Giba.Técnico: PinheiroBangu: Gilmar; Vélton, Jair, Oliveira e Baby;Israel, Mário e Arturzinho (João Cláudio); Mari-nho, Cláudio Adão e Gilson (Cascatinha),Técnico: MoisésGol: no segundo tempo, Gilmar (38 minutos)

Márcio, reincidente, é absolvidoO Tribunal da Federação de Futebol do Rio lance do jogo. Jairo, no entanto, não teve ade Janeiro absolveu o lateral-direito Márcio, do mesma sorte: sua cotovelada resultou em doisBangu, expulso de campo no jogo com a Portu- jogos de suspensão,

guesa por ter dado um pontapé no atacanteJairo, após ter recebido uma cotovelada. Um absolvição de Márcio surpreendeu atédos juizes, Alberto Cunha, defendeu seu voto mesmo o advogado do Bangu, Humberto Gaze,argumentando que a reação de Márcio foi em já que o jogador estava sendo julgado pelalegítima defesa c teria acontecido fora do segunda vez consecutiva.

CampeonatoCLASSIFÍCAÇÃO

PG J V E D GP GC— Vasco 10 6 4 2 O 12 4— Flamengo 6 3 3 0 7 0— Americano 5 3 2 0 5 2Bangu 6 3 2 1 8 45 — Fluminense 4 2 2 0 4 2Volta Redonda 5 2 2 1 7 47 — Botafogo 4 2 1 1 3 2Olaria 5 2 1 2 4 4

América 5 2 1 2 6 410 — Goytacaz 16 0 15 15Portuguesa 6 0 1 5 2 1412 — Bonsucesso 6 0 0 6 0 14

Artilheiros— Romário (Vasco) sa); Isaías. Ademir Bragança (Volta Re-g°'s donda); Denílson, Zó, Paulo César

— Marquinhos (Volta Redonda) (América), Luisão, Luís Augusto (Ola-- Zico, Paulo Henrique (Flamengo); Ro- !?a)'AAHIdM' ^ (Go£aucazJ; ^deval-

berto (Vasco), Luisinho (América), Cláu- Aman'do>J^ne'ra, Ebinho Gilmardio Adão (Bangu), Nunes (Olaria); Wa- (Americano); Brasília Antomo Carlos eshington (Fluminense) e Rubão (Volta Alemão (Botafogo); Gílson Artumnho,Redonda) Marinho, Marcelo, João Cláudio, Casca-

m cj ,, tinha (Bangu); Renê e Ricardo (Flumi-1U — Ldevaldo, Luís Carlos, Gersinho, Santos nense) 1(Vasco), Tita, Bebeto, Chiquinho (Fia- Gol contra: Sérgio Roberto (Portuguesa),mengo); Ernani, Jorge Luís (Portugue- a favor do Vasco. 1 gol

1 ita Joi contido pela marcaçao do América, jogou mal e perdeu duas grandes oportunidades de marcar

Roberto depende de

treinos para saber

se vai jogar domingo

Com Mauricinho vetado e Roberto na dependênciados treinos de hoje e amanhã, o técnico Antônio Lopes sópoderá escalar o ataque do Vasco para o jogo de domingo,contra o Botafogo, no Maracanã, quando o time sepreparar para seguir para a concentração. Certa, mesmo,só a volta do zagueiro Fernando, praticamente recupera-do. Pode ficar no banco, já que Lopes está inclinado amanter Ivã, elogiado após a vitória de 2 a 0 sobre o Olaria.

O médico Válter Martins estimou em 60% a recupe-ração de Roberto, que ontem se exercitou na sala demusculação e conseguiu até flexionar o pé, embora aindase queixe de dores no tornozelo. Caso persistam as dores,o técnico vai manter o ataque com Santos, Romário eSilvinho.

Tudo começará a se definir após o treinos destamanhã e tarde, em São Januário. Mas a grande expectati-va do dia no clube é o encontro que o presidente AntônioSoares Calçada quer ter com o técnico para saber em quereforços deve investir. Em princípio, o dirigente pensa ematender a Lopes e trazer um ponta-de-lança para atuar aolado de Roberto.

Os nomes que Calçada tem em mente são os doargentino Acosta, do Ferrocarril Oeste, que está elimina-do da Libertadores da América, e de Ademir Alcântara,do Internacional de Porto Alegre, que pode ser liberadopelo clube gaúcho após a contratação de Tita. Para acabeça-de-área, Calçada vai levar os nomes de Batista, doLazio, e de Dunga, do Coríntians para o encontro, poissabe que o técnico só concordaria com a liberação deOliveira se fosse cotratado outro jogador para a posição.

Oliveira e Nei acertaram ontem o ingresso no Spor-ting Braga, de Portugal, e Dudu foi emprestado ao Avaí,de Santa Catarina. Outro que pode ser negociado hoje é

• Gilberto, para o Figueirense.

Fluminense fica sem

Branco outra vez mas

tem a volta de AssisSem poder contar com o lateral-esquerdo Branco,

suspenso por dois jogos pelo Tribunal de Justiça daFederação de Futebol do Rio de Janeiro, o técnicoNelsinho só depende da recuperação do meio-campoJandir para escalar o time que enfrentará o Volta Redon-da, domingo, no Estádio Raulino de Oliveira. Renato seráescalado no lugar de Branco e Assis deverá retornar aomeio-de-campo no lugar de Renê.

A suspensão de Branco, segundo Nelsinho, nãomuda a sua filosofia de jogo para enfrentar o VoltaRedonda. Embora a equipe não tenha se apresentado bemna vitória de 1 a 0 sobre o Goytacaz, o treinador garanteque o Fluminense vem melhorando a cada rodada e vaijogar ofensivamente contra o adversário. Ele dirige hoje àtarde um coletivo no campo da Funabem, quando Assis eJandir confirmarão suas escalações.

Washington animadoOntem à tarde, Assis treinou normalmente, não

sentindo mais dores no calcanhar e nem a virilha esquerdaque vinha incomodando desde o início da semana. Jandir,por sua vez, apresentou-se no clube bem melhor dacontusão na coxa direita e garantiu que participará do jogoem Volta Redonda.

O centroavante Washington não parece mais o joga-dor tenso e preocupado das últimas semanas, quando nãoconseguia marcar nenhum gol nas partidas. Ontem, ele semostrava entusiasmado com a marcação do gol que deu avitória sobre o Goytacaz e prometia uma grande atuaçãono domingo. A razão para os gols? Washington justificacom a melhor colocação na área:

— Agora, a bola está chegando aos pés com maisfreqüência e o time está assimilando melhor o plano táticodo treinador — afirma o atacante, que se apresentará hojepela manhã com o elenco para uma corrida na praia deIpanema.

Botafogo está

de reaver sua

Se uma "maldição" passou a perseguiro Botafogo desde que a sede de General

Severiano foi negociada com a Caixa Eco-nômica (a partir aaí os problemas financei-ros se tornaram quase intransponível), oclube, em breve, poderá se livrar dela: umprojeto de Lei, de autoria do DeputadoJorge Carone (PDT-MG), já encaminhadoao Congresso, fará com que o imóvel sejadevolvido ao Botafogo, em forma de co-modato, por 30 anos..

Este projeto, aprovado pela Comissãode Esportes e Turismo, que é presididapelo Deputado Márcio Braga (PMDB-RJ),justifica que o Botafogo é uma vítima dasituação caótica em que se encontra oesporte no País, cujos clubes vivem prati-camente de doações. Além disso, cita que,como as leis municipais não permitem oaproveitamento daquela área com outrafinalidade que não seja esportiva, a Valedo Rio Doce ficou impossibilitada de cons-trair sua sede.

Um estrangeiroDepois da fracassada tentativa de con-

tratar o atacante Serginho, que, segundo oempresário Gilbert, tinha acertado todosos detalhes da transferência, o Botafogopoderá trazer um jogador argentino parajogar ainda na Taça Guanabara: Moretti,do Argentino Juniors, ou Bevilacqua, doTalleres de Córdoba.

O vice-presidente de futebol, Luís An-tonio Cattapan, nega em princípio o inte-resse, mas o empresário Gilbert, desconhe-cendo o sigilo do dirigente, revelou queCattapan ficou de lhe dar uma respostaesta manhã sobre a viabilidade da negocia-

muito perto

antiga sede

ção. Gilbert disse que no momento não hápossibilidade de se contratar um jogadorde expressão no futebol brasileiro porquetodos os campeonatos já começaram e asnegociações ficam impedidas por lei.

Disponível tenho apenas o Kita, doInternacional, mas o Botafogo não estáinteressado — disse Gilbert.

O ponta-direita Helinho treinou inten-samente ontem à tarde em Marechal Her-mes, mas ainda não será contra o Vascoque a torcida do Botafogo poderá vibrarcom suas arrancadas. Pelo menos nos 90minutos de jogo. A intenção do técnicoAbel é incluí-lo no banco de reservas e sóaproveitá-lo no segundo tempo.

Quem tem a escalação praticamentegarantida é o apoiador Renato, que poderáser utilizado na ponta-de-lança, em lugarde Petróleo. A definição, segundo Abel, sóserá divulgada no dia do jogo, momentosantes de a equipe deixar o vestiário emdireção ao campo:

Não é nenhuma arma. Mas só que-ro escalar a equipe sabendo realmente ascondições dos jogadores no dia da partida.Tenho enfrentado sérios problemas com osjuniores. A preparação deles parece quenão é apropriada. Jogadores de 20 anoscomo Almir, Isac e Fabiano sentiram con-tusões e até cáimbras inexplicavelmente.Assim, as coisas ficam mais difíceis, pois senão fosse o time de juniores o Botafogoteria entrado em campo com oito jogado-res nas últimas partidas.

Os jogadores se apresentam hoje pelamanhã para um treino técnico-tático. Abelnão pretende dirigir coletivo para evitarnovas contusões. Marinho não jogará: foisuspenso por dois jogos.

João Saldanha

O fundo perdido

HOJE, por volta das 14 horas, ou

mais cedo, acontecerá uma reu-nião que o futuro dirá se foi impor-tante ou não. Aqui, há algum tempo,anunciei com estardalhaço que have-ria um ato no Casa Grande que dariao anúncio do fim da Censura. Nãogaranto que a Censura acabou. Mas oato foi bem incisivo e refletia bem oque pensavam os censuráveis. Háesperanças, mas não sabemos.

E hoje, no Ministério da Educa-ção, o antigo, ali da Rua Graça Ara-nha, no andar onde fica a sede doCND, ou seja, Conselho Nacional deDesportos, a reunião que vai tratar delinhas mestras sobre o futuro doCND, órgão criado na primeira dita-dura e reforçado na quarta ditadurado segundo sistema totalitário doBrasil. Mais fácil seria dizer que oprimeiro decreto foi de 1941 e ooutro, recente, de 1976.

A reunião, que poderá ser muitoimportante, visa dar uma mexida noConselho, o que pode ser um cami-nho para a libertação dos esportes aele atrelados. Como se sabe, o Conse-Iho manda absolutamente em todosos esportes existentes e nos que por-ventura sejam criados. Está assimmesmo na primeira Lei. O diabo éque as duas "pegaram" e deixaram osclubes brasileiros de calça curta. Al-guns de cuecas. O pior é que esteórgão, que se dizia capaz de fazer oesporte se desenvolver, o atrofiou. Sótratou das cúpulas e permitiu a ummonte de malandros viver à custa dasverbas do CND.

Falam de uma Liga ali perto de

Friburgo que recebia verba duranteanos e não existiam os clubes da Liga.Quer dizer, a água que deveria jorrarabundante da fonte abastecedora pa-ra vitalizar ou revitalizar os clubes,ficou retida numa Caixa D'Água e osclubes jamais viram um níquel. Quem'quiser que vá à Redação de o Fribur-guense, dê uma busca na coleção everificará estarrecido um golpe quederam no CND com uma Liga falsa.A reportagem já tem anos, mas é umahistória cômica e que representa bema entrada de um vampiro no banco desangue. Mas dizem que o falsificadorcontratou um brilhante advogado quelapidou o processo e fez tudo resplan-decer como verdadeiras pedras pre-ciosas. Ah! Não, não é quem vocêsestão pensando. Agora a história érisonha e franca: os homens do golpeda liga prosperaram muito, subiramde liga e estão mandando mais e commais verba.

Será que vai acontecer o mesmocom a "turma" de Tucuruí, Capemi,Sunamam, Sul-Brasileiro, outras eoutras, tudo em dólares e botando naescrita coisas assim: "Vale para com-provação futura" e tome milhões dedólares. O outro botou: "A fundoperdido, novecentos e tantos bilhõesde cruzeiros" que agora são três ouquatro trilhões.

Nutro esperanças na reunião quepoderá encaminhar o que deve ser ounão ser o CND. Amanhã vou publicarnesta coluna o "voto unitário" noEstado do Rio de Janeiro. Os senho-res ficarão pasmos. E sabem de umacoisa? Ninguém foi preso.

si&KilS®

JORNAL DO BRASIL

Rio de Janeiro — Sexta-feira, 13 de setembro de 1985

A

grande música chega

A Ti-*»n /v T. «TAA Filarmônica de Viena e a Concertgebotiw de Amsterdã tocam no Municipal

Susaria Schild

AOS

amantes da música — os derazoável poder aquisitivo, admi-ta-se — a semana parecerá histó-rica: no intervalo de três dias, se

apresentarão no Rio a Orquestra Filarmônicade Viena, amanhã, e a Concertgebouw deAmsterdã, terça-feira, ambas no Teatro Mu-nicipal. Para o espectador, essa raríssimaoportunidade pode ter representado horas nafila, uma certa culpa ao comprar o ingresso(poltrona a Cr$ 350 mil) e talvez a antecipa-ção do prazer de ouvir duas das melhoresorquestras da Europa. Para o empresárioWalter Santos, ainda representa uma gravepreocupação: por enquanto, um vermelho de30 mil dólares em suas contas, só em relaçãoà Firlarmônica de Viena.

Mas em seu novo escritório no Centro dacidade, Walter Santos (leia-se Aulus) nãodemonstra o desespero presumível em ai-guém prestes a incorporar a seu orçamentouma parcela negativa de tal monta. O empre-sário concorda em que pode soar comoextravagância bancar, num período de reces-são, a vinda de duas orquestras tão caras.Explica, porém, que não teve escolha: "Àsvezes, passamos anos e anos tentando umaorquestra. Quando ela diz sim, não podemosdizer não. E não, no caso, seria impossíveltanto à Filarmônica de Viena quanto à Con-certgebouw."

Walter Santos, empresário há 17 anos, éo viabilizador da vinda das duas orquestras aoRio. A de Viena tem (our organizado peloMorzgteum de Buenos Aires; a de Amsterdãpelo Morzateum brasileiro (as duas forma-ções se apresentarão também em São Paulo eBuenos Aires). Mesmo com essa ponta de

operação triangular, Walter Santos assegura:"Trazê-Ias é uma guerra."As negociações com a Filarmônica de

Viena, considerada a segunda orquestra daEuropa (a primeira é a de Berlim), começa-ram há quase dois anos. Seis meses depois seiniciaram os entendimentos com a Concertge-bouw, a terceira orquestra na cotação euro-péia. Quis o destino que as duas escolhessema mesma semana para se apresentar no Rio, oque significa uma considerável sobrecargaoperacional.

Cada orquestra representa 150 pessoas(entre músicos e administradores), sete tone-ladas de equipamento (seguro feito no país deorigem) e transporte internacional, interesta-dual e local. Seus integrantes não fizeramobjeções ao Hotel Sheraton, mas o regenteLorin Maazel, uma estrela, exigiu o CésarPark. Os maestros, aliás, terão carros à suadisposição 24 por horas por dia, enquantooito ônibus farão o transporte local das duasorquestras. Isso é apenas parte de inúmerosacertos que há meses mobilizam Walter San-tos praticamente o dia inteiro.

caderno

O empresário recorda a primeira apresentação da Concertgebouw no Rio (em1972), trazida por ele. Na época, e tambémno caso de muitas outras orquestras impor-tantes, como a Cleveland, em 1976, regidapelo mesmo Lorin Maazel, o custo era perfei-tamente coberto pela lotação do Teatro Mu-nicipal. Hoje, seria impossível diluir essecusto na venda de ingressos. Mesmo a preçosbem mais altos do que o usual: poltrona a Cr$350 mil, balcão simples a Cr$ 180 mil e galeriaa Cr$ 100 mil. Santos está convicto, porém,de que em qualquer outra grande cidade dómundo se pagariam de 50 a 60 dólares. Eassegura que o espectador não vai ser expio-rado: "Qualquer espetáculo na Broadway,por exemplo, não sai por menos de 40 ou até45 dólares".

No caso da Concertgebouw, há tranqüili-dade em relação às contas: empresas como oBanco Holandês, a Shell e a Philips, entreoutras, formaram um pool para possibilitar avinda, o que não foi possível ao se tratar daFilarmônica de Viena. Para suavizar as ope-rações, Walter Santos estipulou uma vendaacumulada (para as duas orquestras) com10% de desconto. E para sua surpresa, alotação nos dois dias verá uma repetição depúblico da ordem de 80%.

De qualquer forma, com prejuízo maiorou menor, Walter Santos se considera vito-rioso do ponto de vista moral: "Quandotenho oportunidade de trazer uma grandeorquestra, faço o impossível, e no caso dequalquer uma dessas duas é para mergulharde cabeça."

NA PÁGINA 5, LUIZ PAULQHORTA ANALISA A FILARMO-NICA DE VIENA

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Posição difícilMz quarta-feira, numa reunião no Palácio do

£Planalto, o Ministro do Trabalho, Almir Pazzianot-to, afirmou em alto e bom som que não havia sentidoagir com rigor contra o movimento dos bancáriosporque o setor não é essencial na vida do país.o Um de seus interlocutores, boquiaberto, ponderouque, admitindo-se o seu raciocínio, mesmo assim a

:greve ainda era proibida por legislação específica.® E Pazzianotto, sem titubear:

— Essa lei faz parte do lixo autoritário.* * *

® A posição do Ministro do Trabalho passou acomplicar-se a partir daquele diálogo.

Quando menos por serem seus interlocutores todosMinistros de Estado, preocupadíssimos com a greve eenvolvidos até o pescoço no processo de solucioná-la.

De fora

© Desde que a ONUexiste, o Brasil jamaisdeixou de levar à Assem-bléia-Geral as mulheresde seus principais repre-sentantes.• Este ano, pela primei-ra vez, a exceção — nemD Marly Sarney nem DDaise Setúbal integrarãoa comitiva brasileira.

Em alta

O CEUB, universidadeque o Deputado João Her-culino mantém em Brasília,está em festa.

Foi de !á, afinal, que saiucom um diploma de Econo-mia debaixo do braço oatual todo-poderoso conse-lheiro da Nova República, oSr Jorge Murad.

? ? *Seus adversários já náo

podem mais dizer que des-conhecem seu currículo.

rovisoo O Elysée já informou aocerimonial do Itamarati queo Presidente Mitterrand temreservado para o banquetedo dia 14 de outubro seumais importante pronuncia-mento no Brasil.o E que ele será feito deimproviso.• Mitterrand jamais lê seusdiscursos.

* * *o Em sua passagem peloBrasil, o Presidente daFrança não concederá en-trevistas coletivas, limitan-do-se a encontrar os jorna-listas por onde passar.9 Mitterrand, aliás, não da-rá entrevistas.

No vermelho0 O cálculo é oficioso, mas confirmado cor pelomenos três banqueiros de grosso calibre no eixoRio-São Paulo — no primeiro dia da greve dosbancários o prejuízo em todo o país com aparalisação dos serviços do setor batia a casa dosCr$ 200 bilhões.© Ontem, por uma projeção, as perdas foramsemelhantes.

b ¦ a

Prova de esforço

O Itamarati já decidiu: 110 banquete em black-tie comque homenageará no dia 14 de outubro o Presidente e SraMitterrand só serão servidos vinhos nacionais.

Nacionais daqui, bem entendido.

UFAIR PLAY"

O restaurateur e dono da noite de SãoPaulo, José Victor Oliva, enfrentou com omaior fair-play a intimação feita por umcidadão de Osasco aue tinha registradoem seu nome o título Manhattan, que vema ser precisamente um dos restaurantes deOliva de mais sucesso na cidade.

Quando não se chegou a um acordosobre a possível compra dos direitos donome, o restaurateur providenciou a com-pra de um spray de tinta branca, convidouo proprietário do nome Manhattan parajantar e na sua frente fez pintar o nome dafachada da casa.

Em seguida queimou na lareira todas ascaixas de fósforos com o nome da casa erasgou os menus um por um.

Quando não havia mais nenhum vesti-gio à vista do nome Manhattan, Olivadirigiu-se ao legítimo dono da marca:— Meu restaurante não vai mais ternome, mas nem por isso deixará de ser umsucesso. ? ? *

Isso já aconteceu há algum tempo e atéhoje pouca gente percebeu que a casa nãose chama mais Manhattan.

Marta Garcia e Lúcia Berreto em recente acontecimento social

PACOTAO0 Foi desmarcado ontem o almoço que aconteceria hoje entre oMinistro Roberto Gusmão e o Ministro Aluisio Alves.a O assunto, a transferência para o DASP de aproximadamentemil funcionários do IBC e do IAA para remanejamento funcio-nal, foi temporariamente congelado.o É que o Ministro Gusmão foi informado de que esse número étrês vezes maior e quando for tratar de sua disponibilidadepretende fazê-lo num único pacote.

O sabor de cada umo A Philip Morris, que li-dera a produção de cigarrosnos Estados Unidos, estápreocupada com a queda noconsumo do produto nomercado local.0 Segundo a SociedadeAmericana de Combate aoCâncer, nos últimos noveanos, em cada grupo de 20pessoas, o número de fu-mantes caiu de 41,6% para34,8%, entre os homens, ede 32,9% para 2.9, l %, entreas mulheres.

o Por isso mesmo, a em-presa está lançando por en-quanto em quatro cidades-teste seu novo cigarro Con-cord, do qual a grande no-vidade é a existência de umfiltro ajustável ao gosto dofumante. Com um simplesmovimento dos dedos, oconsumidor poderá ter al-ternativas de sabores mento-lados que variam de cinco a15 miligramas de uma subs-tância que dá o sabor deter-minante do cigarro.

O Secretário de Imprensa e o chefedo Cerimonial da Presidência da Repú-blica, jornalista Fernando César Mes-quita e o diplomata Carlos EduardoAlves de Souza, seguem domingo paraNova Iorque em missão precursora.Já foi marcada a posse do MinistroCarlos Madeira no STF: será no próxi-mo dia 19, em Brasília.® O ator Carlos Vereza, que dirigiu,interpretou e realizou o vídeo-poemaFábula da Noite de Vidro, apresenta suaobra segunda-feira no TV Bar Club.

Foi Claude Troisgros quem assinou oexcepcional menu de ontem no almoçoem que foram entregues os troféus aosproprietários dos 10 lugares de maiorcharme do Brasil, escolhidos por um júrido Rio e de São Paulo.o O problema da segurança na Barrada Tijuca foi discutido ontem num en-contro que reuniu na mesma mesa ocomandante do 18° Batalhão da PM,Coronel Ilemarlen, o delegado da 16aDP, Paulo Emiiio Cordeiro, e o repre-sentante das comunidades do bairro,José Alberto Gueiros.

¦Roda-viva

A Sra Perla Lucena Mattison estáconvidando para um almoço only forwomen dia 17 no Sal e Pimenta.

Vai acontecer dia 16, das 14 às 19horas, o bazar em benefício da ObraSocial Arco-íris. Ao fundo, a Sra Ceei-lia Gouvêa Vieira.

A Motovespa do Brasil inaugura dia16 em Manaus, com a presença doGovernador Gilberto Mestrinho, sua fá-brica no Brasil. À frente do evento, o SrLuis Carlos Medeiros.® O Sr Alfredo Mesquita está lançandopela Nova Fronteira, com apresentação'de Antonio Cândido, seu livro Contos.® O Embaixador e Sra Sebastião doRego Barros recebem para um jantardia 19 em torno do Ministro e SraRenato Archer.

Chama-se Felga Mostra Brasil a ex-posição de tapeçarias que o Nova Fri-burgo Country Club está mostrandodesde hoje.

Circulando em Brasília o EmbaixadorDavid Silveira da Motta.

 primeirao A primeira biblioteca padro-nizada com 600 títulos de todosos gêneros literários do ProjetoPadrinho, idealizado pelo edi-tor José Olympio — a idéiaconsiste em fazer pessoas físicase jurídicas doarem às suas cida-des de origem, à escola ondeestudaram e fundações por on-de passaram esses conjuntos delivros —, foi entregue ao Presi-dente José Sarney.® O qual encaminhou a doaçãoà cidade de Pinheiro, no Mara-nhão, onde nasceu.© Em carta ao editor, Sarneyagradeceu o presente e arre-matou:

— A cultura no Brasil deve-ria ser apoiada mais pela madri-nha Sociedade do que pelo pa-drinho Estado.

No mundo

das nuvensHavia ontem no ar algo além

dos aviões de carreira.Eram os cheques sem fundo.

RISCOO Cacique doublé de Deputado Mário Junina vai à

televisão na próxima quarta-feira, convidado especial doprograma de Marflia Gabriela.

Vai ensinar no ar uma receita própria de sua predi-leçáo.? * *

Do jeito que andam as coisas pelos lados da Funai,teme-se que o convidado exiba seus talentos culinários naárea da antropofagia.

Estimação

O ex-Ministro Abi-Ackel tem encontrado compa-a. nos últimos tempos com seu animal de esti-maçao.E um cachorro — o único animal quilate.

RetribuiçãoO ex-Presidente Figueiredo e D Dulce serão hóspe-

des nessa nova tournée européia de três antigosChanceleres da Velha República.

Em Roma, o casal fica hospedado com o Embaixa-dor Saraiva Guerreiro; em Lisboa, com o Chancelerdo Governo Geisel e atual Embaixador Azeredo daSilveira, e em Londres, com o Embaixador MárioGibson Barbosa, com quem Figueiredo, quandoainda era Chefe do SNI, costumava andar a cavalo.

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Derivativo e pobre

Antonio José Faro

aparecimento de ura novo grupo de dança é comoo nascer de uma criança: os primeiros passosdevem ser carinhosamente seguidos, seus estudosverificados constantemente, observados seu pro-gresso e entrada nas agruras da vida profissional e pessoal, esua contribuição à sociedade. O Jonas Dalbecchi Teatro de,Dança nasceu quarta-feira no Teatro do Liceu, mas precisaurgentemente de transfusões de sangue, escolaridade dobrada

e menos pretensão nos seus primeiros passos. O currículo de!Dalbecchi, lido, impressiona. Se ele apreendeu tudo o que lhefoi ministrado é outra história. Pelas duas obras que com-põem o programa do Liceu, diria que a resposta é negativa.Uma coreografia derivativa e pobre, uma mistura não muitofeliz do moderno com resquícios de jazz em certos momentose, principalmente, uma falta de musicalidade que chega aexasperar. Os jovens coreógrafos deveriam lembrar-se que amúsica tem vida própria que deve ser respeitada, e nãotratada como simples acompanhamento. Há muita músicaque, de tanto força que possuem, rejeitam e esmagamqualquer movimento que tentam lhe sobrepor. E, num bombalé, a simbiose dança/música deve acontecer para que asintenções atinjam seus objetivos.

Gismontiana faz gato e sapato da música de EgbertoGismonti, e às peças escolhidas faltam a força e variedadenecessárias para 30 minutos de dança. Os bailarinos trocamde roupa várias vezes, o que abala ainda mais a unidade e'fraca estrutura deste pseudodivertimento, espasmódico emalconstruído, salvando-se as presenças simpáticas e esforça-das de Wally Borghoff, Heloísa Helena Souza e EduardoTorreão.

Memória Sem Rosto deve entrar para os anais como umdos grandes equívocos das últimas temporadas. A mistura dotexto de Arthur Rimbaud com músicas que vão de João Boscoe Marina ao Requiem de Mozart, passando por Jarre eBernard Herrmann resultou mais do que indigesta: destruiuqualquer tentativa de unidade que a obra poderia ter;Dalbecchi disse mal o texto e dançou pior sua própriacoreografia, salvando-se novamente Heloísa, Eduardo, CarlaBrandão e a presença física de Fábio Toscano. E o resultadonem arranhou as intenções pretensiosas do balé. Para onde ogrupo vai daqui por diante, permanece uma incógnita. Nomomento, devem-se recuperar deste desastre, arranjar umadireção artística e um coreógrafo. ,

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4 o CADERNO B o sexta-feira, 13/9/85JORNAL DO BRASIL

TELEVISÃOAS COBRAS

CANAL 29:30 APERFEIÇOAMENTO DO PROFESSOR — QUALI-RCAÇÃO PROFISSIONAL — Tema de hoje: Edu-cação para a saúde9:45 TELECURSO 1° GRAU — Língua Portuguesa10:00 TELECURSO 2o GRAU — Aula de Geografia10:15 ATENÇÃO, PROFESSOR — Tema de hoje: Edu-cação Eopccial

10:45 APRENDA INGLÊS COM MÚSICA — Apresenta-çáo de Márcia Krengiel. Hoje: I never dreamedyou'd leave In summer

11:15 COMO. POR QUE, PARA QUÊ?— Documenlário.Hoje: Por ano o ar pesa »obre nós?11:30 VESTÍGIOS DO PASSADO — Hoje: 0« malas aos astoces12:00 TELECURSO 2° GRAU — Reprise12:15 TELECURSO 1o GRAU — Reprise12:30 OS MÉDICOS — Hoje: Banco de olhos13:30 SEM CENSURA — Discussão dos fatos emevidência. Com Tetô Muniz15:45 TELECONTO — Adaptação do conto O Compra-dor de Fazendas16:30 APERFEIÇOAMENTO DO PROFESSOR — QUA-LiF1 CAÇÃO PROFISSIONAL — Reprise

16:4517:30

18:00

20:00

20:3020:45

21:1522:1523:0000:0000:30

TELERROMANCE — Adaptação do romance Mú-sica ao LongeSÍTIO DO PICA-PAU-AMARELO — Seriado infan-til apresentando a história Visconde de Sabu-gosaFANTASIA — Programa infanto-juvenil comatrações variadas. Participação de Daniel Azu-lay, Castrinho, Flévio Migliaccio e Arnaud Rodri-guesEU SOU O SHOW — Trajetória de um artista.Apresentação de Jalusa Barcelos. Participaçãode Grande Otelo. Hoje: Cauby PeixotoAO VIVO LOCAL — Noticiário com ElizabethCamarãoAO VIVO NACIONAL/INTERNACIONAL — Noti-ciário com Elizabeth Camarão, Alberto Cury eMárcio MartinsPRODUÇÃO INDEPENDENTE — A programarOS EDITORES — Noticiário político colhido nasprincipais redações de jornais1985 — Discussão informal sobre as principaisnotícias do diaEU SOU O SHOW — RepriseCONVERSA DE JONAS REZENDE — Tema dehoje: Motivos para a esperança

CANAL 46:40 TELECURSO Io GRAU — Programa educativo6:50 TELECURSO 2° GRAU — Programa educativo7:00 BOM-DIA, BRASIL — Programa apresentado porCarlos Monfort com convidados debatendo os

assuntos do dia anterior7:30 BOM-DIA, BRASIL — Reprise8:00 TV MULHER — Programa feminino apresentado, „ por César Filho. Na seção Casa & Mulher, comoracionalizar os afazeres domésticos. Na seçãoModa, as novidades em bijouterías para a Prima-vera/Verôo.9:30 BALÃO MÁGICO — Programa Infantil apresenta-

do pela Turma do Balão Mágico, Castrinho e oboneco Fofôo.12:30 RJ TV — Noticiário local apresentado por LailaCordeiro12;45 GLOBO ESPORTE — Noticiário esportivo apre-sentado por Fernando Vanucci e Leo Batista13:00 HOJE — Programa jornalístico. Apresentação deLeda Nagle o Sônia Maria13:30 VALE A PENA VER DE NOVO — Reprise danovela Jogo da Vida. Texto da Silvio de Abreu.

Direçáo de Roberto Talma, Jorge Fernando eGuel Arraes. Com Glória Menezes, Paulo Goularte Débora Bloch

14:30 SESSÃO DA TARDE — Filme: O Milagre16:30 SESSÃO AVENTURA — Seriado. Episódio dehoje: A Ilha da Fantasia17:15 CASO VERDADE — Episódio da semana: Todo oDinheiro do Mundo. Texto de Ana Maria Moretz-

sohn. Direção de Cláudio Cavalcanti. Com EdwinLuisi, Mana Lúcia Frota e Marcelo Picchi.17:55 A GATA COMEU — Novela de Ivani Ribeiro eMarilda Saldanha. Direção de Herval Rossano.Com Nuno Leal Maia, Cristiane Torioni e JoséMayer18:45 T1-71-T1 — Novela de Cassiano Gabus Mendes.Direção de Wolf Maya e Fred Confalonieri. ComReginaido Faria, Luiz Gustavo, Marieta Severo,Malu Mader, Paulo Castelli19:45 RJ TV — Noticiário local apresentado por UlianaRodrigues19:55 JORNAL NACIONAL — Noticiário nacional ainternacional apresentado por Cid Moreira aCelso Freitas20:25 ROQUE SANTEIRO — Novela de Dias Gomes eAguinaldo Silva. Direção de Paulo Ubiratan.Com José Wilker, Regina Duarte, Uma Duarte,Paulo Gracindo e Lucinha Lins21:20 SEMANA DA PRIMAVERA — Rime: Orca, aBaleia Assassina23:15 JORNAL DA GLOBO — Noticiário apresentadopor Eliakim Araújo e Leilane Neubarth. Comen-tários de Paulo Francis e Paulo HenriquaAmorim23:45 RJ TV — Noticiário local apresentado por LilianeRodrigues23:50 SESSÃO DUPLA — Rimes: rraneal e A LegiãoSuicida.

CANAL 610:0010:30

12:00

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1S:1514:00

15:3018:30

PROGRAMAÇÃO EDUCATIVACIRCO ALEGRE — Programação infantil comdesenhos animados e números circenses. Apre-sentação do Carequinha e RollnhaMANCHETE ESPORTIVA — Io TEMPO — Rese-nha esportiva nacional e intornacional. Apresen-taçâo de Márcio GuedosJORNAL DA MANCHETE — EDIÇÃO DA TARDE— Noticiário, agenda cultural e entrevistas.Apresentação de Jacira Lucas e Leila RichersFM TV — Programa musical com videoclips.Apresentação de Marco AntônioDE MULHER PARA MULHER — Programa feml-nino. Apresentação de Neila Tavares e ScaríetMoon. No programa de hoje, o computador aserviço da beleza feminina.CLUBE DA CRIANÇA — Programa Infantil comdesenhos e brincadeiras. Apresentação de XuxaANTÔNIO MARIA — Novela de Geraldo Vietri.Direção do autor. Com Sinde Felipe, ElaineCristina, Renato Borghi, Myriam Pérsia e JorgeChôraue3

19:30 TAMANHO FAMÍLIA — Seriado de humor comtexto de Geraldo Carneiro, Mauro Rasi, VicentePereira e Leopoldo Serran. Direção de Ary Cos-lov. Com Ivan Cândido, Suely Franco, DiogoVilela, Nildo Parente e Ariel Coelho. Episódio dehoje: A Dobutante20:00 RIO EM MANCHETE —Noticiário local. Apresen-taçóo de íris Letieri20:15 MANCHETE ESPORTIVA 2° TEMPO — Resenhade atualidades esportivas. Comentários de JoãoSaldanha. Apresentação da Paulo Stein20:29 JORNAL DA MANCHETE — 1* EDtÇÂO — Nott-ciário nacional e internacional. Apresentação daRonaldo Rosas e Carlos Bianchiní21:20 GRANDE ESTRÉIA — Rime: O Amor Algum Dia23:20 JORNAL DA MANCHETE—2a EDIÇÃO—Resumodas principais notícias do dia. Apresentação deCláudia Ribeiro. Roberto Mava e Luiz Sarrtoro00:15 FRENTE A FRENTE — Programa de entrevistas.Apresentação de Nei Gonçalves Dias

CANAL 76:45 PROGRAMA JIMMY SWAGGART — Programareligioso7:15 TERRA VIVA — Informativo rural7:30 QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL — Programaeducativo7:45 SHOW DE DESENHOS — Seleção de desenhosanimados de Hanna & Barbara8:30 O DESPERTAR DA FÉ — Programa religioso9:00 ELA — Programa feminino. Apresentação daEdna Savaget. Participação de An na Davis. Hoje:uma entrevista com a escritora Helena Parente.

11:00 ELE NO ELA — Programa apresentado por JoséAntônio11:20 A MARAVILHOSA COZINHA DE OF&JA — Pro-arama de culinária11:55 BOA VONTADE — Programa religioso. Apresen-tação de José de Paiva Netto12:00 ELEIÇÕES MUNICIPAIS — Noticiário local. Apre-sentação de José A. Ribeiro12:05 ESPORTE TOTAL — Noticiário esportivo. Apm-sentação de Elys Marina o Elia Jr.

12:30 AMOR — Musicais, entrevistas e variedades.Apresentação de Alberto Brizola.13:00 TV CRIANÇA — Programa infantil com músicase desenhos animados. Apresentaçôo de Ticiana,Sibele e Abracadabra17:55 ELEIÇÕES MUNICIPAIS —Noticiário local. Apre-sentação de José A. Ribeiro18:00 RM-DE-TARDE — Exibição do seriado Jaannie Éum Gènto. Episódio de hoje: Sempre aos Do-mingos

18:3019:00

19:1519:3019:5520:0020:30

21:1021:15

23:15

23:2523:30

00:30

RM-DE-T/yTOE — Exibição do seriado A Fettfcei-ra. Episódio de hoje: Com a Cabaça nas NuvanaOLHAR DE MARUSJA — Jornalístico que mostraas entrelinhas e os bastidores daa noticia*.Apresentação de Gilka SerzedeloJORNAL DO RIO — Noticiário local. Apresenta-cão de Aurélia GuilhermeJORNAL BANDEIRANTES — Noticiário nacionale internacionalELBÇ0ES MUNICIPAIS — Boletim NacionalGUERRA, SOMBRA E ÃGUA FRESCA — Hoje:Diamantes BrutosOITO E MEIA — Jornalístico de entrevista»,análises, informativos a musicais. Apresentaçãode Maria LinsELEIÇÕES MUNICIPAIS — Boletim Nacional.Apresentação de José A. RibeiroHEBE — Programa musical, com entrevistas,debates e variedades. Apresentaçôo de HebeCamargoJORNAL DA NOITE — Noticiário nacional einternacional. Apresentaçôo de Rafael Moreno,Sandra Martha e José Augusto RibeiroDINHEIRO — Indicadores econômicos. Apresen-tação de Lillan Witte FibeSEXTA-FEIRA — Jornalístico: Apresentação deJosé A. Ribeiro, Belisa Ribeiro e uma reporta-gem sobre o Corsário do Rei; Fernando Gabeirafala sobre a AIDS e suas conseqüências.VIDEOCLUBE — Rime: A Volta doa Rabaldaa.Legendado

CANAL 98:45 A HORA DA EUCARISTIA — Programa religioso9:00 IGREJA DA GRAÇA — Programa religioso com omissionário R. R. Soares9:30 PATATI PATATÁ — Programa educativo9:45 DESENHO

10:00 POSSO CRER NO AMANHA — Religioso com opastor Miguel Ângelo10:15 COMER BEM — Culinária. Apresentação de Sil-vio Lancelloti.10:30 VÍDEO-CUP — Musical com Adriane Riemer,Paulo Cintura e o Contra-Regra Maluco11:30 PROGRAMA EM TEMPO — Entrevistas comRobert Milost12:00 RECÜRD EM NOTÍCIAS — Noticiário nacional einternacional. Apresentaçôo de Hélio Ansaldo13:30 À MODA DA CASA — Programa de culináriacom Etty Frazer13:45 PROGRAMA AXÉ — Apresentaçôo de Jair deOgum14:00 T1C-TAC — Show de brincadeiras com o palhaçoTic-Tac

15:0015:3016:0016:3017:0017:3018:0018:3019:1520:1520:4621:15

21:2023:1523:46

TARTARUGA BIRUTA — DesenhoRO D ROCKET — DesenhoBEANY E CECIL — DesenhoO GÊNIO MALUCO — DesenhoOS DOIS CARETAS — Desenho animadoVtBRAÇAO — Programa jovem com MonlkaVenerabileEUCUPSE — Clipe nacionais e internacionaiscom apresentação de Eládio SandovalJORNAL DA RECORD — Programa jornalísticoVfDEO-CUP — RepriseCIÊNCIA INTERNACIONAL — CientificoJOHNNY CYPHEH — DosenhoINFORME ECONÔMICO — Comentários sobreeconomia e mercado financeiro com NólsonPrioriSESSÃO ESPECIAL — Rime: O VingadorENCONTRO MARCADO — Programa de entra-vistas apresentado por Danuza LeãoCASH — Programa sobre economia. Apresenta-ção de Luiz Nassif.

CANAL 117:007:308:00

14:2514:3015:30

16:3017:0017:3018:0018:2518:30

PATATIPATATÁ — Programa educativoGATO FÉUX — DesenhoSESSÃO DESENHO — Seleção de desenho®animados e brincadeiras. Apresentação do ps-lhaço BozoMENUDO NO BRASIL — MusicalCHISPÍTA — NovelaMEUS FILHOS, MINHA VIDA — Novela comMíriam Pires, Dônis Derkian, Raimundo de Sou-za e Carlos BrianiTURMA DO TOM E JERRY — DesenhoSHOW DA PANTERA — DesenhoPOPEYE — DesenhoGAGUINHO — DesenhoMENUDO NO BRASIL — MusicalDESENHOS

19:00 JORNAL DA CIDADE — Noticiário local. Apre-sentação de Leila Mansur19:20 NOTICENTRO — Noticiário nacional a interna-cional. Apresentação de Gilberto Ribeiro e Antò-nio Cazale19:45 UMA ESPERANÇA NO AR — Novela com Devi dCardoso, Edney Giovenazzl, Angelina Muniz,Geórgia Gomide e Mário Cardoso20:30 CRISTINA BAZAN — Novela21:00 MOMENTO MENUDO — Musical21:05 A PANTERA COR-DE-ROSA — Desenho21:20 ESQUADRÃO CLASSE A — Seriado.22:20 SEXTA NO CINEMA — Rime: Psicopatia0:30 JORNAL 24 HORAS — Noticiário. Apresentaçôode Antônio Cazale0:45 IDÉIA NOVA — Programa de debates de idéiasA programação e 05 horános sôo da responsabilidade das emissoras

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ARIES — 21 de março a 20 de abrilSua sexta-feira marcará um quadro bastanle favo-rável em sua rotina. Boa disposição para assuntosfinanceiros. Tranqüilidade nos negócios. Indica-çóes bastante estáveis quanto à vivência emfamília e os assuntos amorosos. Romantismoacentuado. Saúde estável.o TOURO — 21 de abril a 20 de maioCom uma sexta-feira bem disposta em termosfinanceiros, o taurino viverá instantes de realizaçãopositiva na condução de seus negócios e nosassuntos de interesse material da família. No amorvocê pode ser levado a erro diante de falsainformação. Acautele-se. Saúde boa.

GÊMEOS — 21 de maio a 20 de junhoQuadro que mostra para o geminiano boa indica-çáo pessoal na sexta-feira. Usando de seu tempe-ramento afável e cativante, você superará peque-nas dificuldades e mostrará excelente possibilida-de de ampliar seu circulo de relações. Afetividade.Saúde equilibrada.

CÂNCER — 21 de junho a 21 de julhoEm toda esta sexta-feira o nativo de Câncer terá aseu favor uma disposição favorável na conduçãode assuntos financeiros e na troca de posições oufunções em seu trabalho. Equilíbrio no trato pes-soai. Realização forte na vivência amorosa. Emo-ções. Saúde regular.

LEÃO — 22 de julho a 22 de agostoSeu dia terá boa influência em assuntos matenais.Vantagens no trabalho e muita sorte no trato comdinheiro, loteria e jogos. Percepção intuitiva desen-volvida. Em família podem acontecer alguns fatosnovos que muito o motivarão. Alegria no entarde-cer. Saúde boa.

VIRGEM — 23 de agosto a 22 de setembroA sexta-feira do virginiano mostrará indicaçõesfortes geradas pelo trânsito lunar, favorecendo-ono comércio, na busca de empréstimos e financia-mentos e no trato com as ciências. Afetivamentevocê deve agir no sentido de obter a necessáriamotivação. Saúde boa.

LIBRA — 23 de setembro a 22 de outubroUma pessoa próxima, ligada a seu trabalho, estaráinfluenciando beneficamente o seu dia. Manifesta-ções de apoio partidas de pessoa amiga o levarão arever posições. No amor reside o melhor desta suasexta-feira. Romantismo e muita ternura. Saúdebem equilibrada.

ESCORPIÃO — 23 de outubro a 21 de no-vembroIndicações fortes no sentido de sua valorizaçãocomo profissional. Dinamismo e arrojo serão ospontos fortes do condicionamento astral da suasexta-feira. Apego à tradição e atitudes conserva-doras no relacionamento em família e no amor.Saúde carente de cuidados.

SAGITÁRIO — 22 de novembro a 21 dedezembroBoa indicação para os seus assuntos materiais.Vivência no trabalho moldada por intenso senso deresponsabilidade. Você bem desempenhará tare-fas que exijam do intelecto. Vida doméstica molda-da em boas influências. Sensibilidade apurada.Saúde instabilizada.

CAPRICÓRNIO — 22 de dezembro a 20 dejaneiroTrato pessoal fortemente influenciado, nesta sex-ta-feira, por acontecimentos que muito o impres-sionarão. Busque agir de forma controlada e nãose exceda nas reações. Nâo exagere os pequenosacontecimentos de sua rotina afetiva. Aja calma econtroladamente. Saúde boa.

AQUÁRIO — 21 de janeiro a 19 de fevereiroUm bom momento de realização pessoal poderámarcar esta sua sexta-feira. Notícias de excelentesignificado podem alterar alguns de seus planos.Reencontro que poderá ter importante desdobra-mento afetivo futuro. Satisfação amorosa. Roman-tismo. Saúde bem equilibrada.

PEIXES — 20 de fevereiro a 20 de marçoA sua semana se aproxima do final com a influên-cia muito forte de seu regente, Netuno. Isso lhe dáuma excelente oportunidade de afirmar seu tem-peramento e marcar de forma benéfica sua pre-sença em todos os acontecimentos do dia. Vivên-cia amorosa com excelente disposição. Saúde boa.

LOGOGRIFO JERÔNIMO FERREIRA

PROBLEMAN° 2032

E A I

O

O I 0

1 Agourar (612. Céo caçador de onça

(713. Descanso (4)4. Drama musicado (5)

5. Fértil 15)6. Fim (5)7. Grave (7)8 Inchar (4)9. Julgar (6)

10. Labonoso (7)11. Mar (6112 0 inferno (4)13 Oasiano (6)14 Opiado (7)15 Que nôo trabalha (6)16. Relativo a sonhos (7)17. Relativo ao ósmio (6)18. Teimoso (8)19 Tumefaçáo (6)20. Turvo (5)Palavra-chave:13 letras

Consiste o Logognfo em encontrar-se determinadovocábulo, cujas vogais já estão inscritas no quadroacima. Ao lado, à direita, ó dada uma relação de vinteconceitos, devendo ser encontrado um sinônimo paracada um. com o número de letras entre parênteses,todos começados pela letra inicial da palavra-chave Aslepras de todos os sinônirrtos estão contidas no termoencoberto, respeitando-se as letras repetidas.Soluções do problema n° 2031: Palavra-chaveMONSTRUOSIDADE

Parciais. Meditador, Mediador. Monstruosa. Manu-seio. Madeiro. Mentido, Montoeira. Mateiro, Mediato,Misturado. Maneiro, Mensura, Ménstruo. Moderado,Manidestro. Minuta, Maduro. Meandro. Matinê, Ma3-sudo.

CARLOS DA SILVA XADREZHORIZONTAIS — 2 — lugar, no mato. onde seamontoam e se entrançam galhadas de árvores, pauspodres, cipós e lianas, formando moitas cerradas, queos animais procuram muitas vezes para repouso ouesconderijo, 10 — cipó da família das sapindáceas,que alcança a copa das árvores, com folhas com cincofoliolos lanceolados ou serrulados, pecíolo alado eestipulas grandes lanceoladas, flores pequenas eordenadas em paniculas curtas, e cápsulas subglobo-sas com sementes anladas; 12 — ressumar pelosporos (um liquido); deixar transparecer; 13 — deusaindiana; 14 — responder prontamente; ir em socorroou em auxilio; 15 — vaidades, jactâncias; 16 —nomeda nota que corresponoe ao quarto grau da escaladiatônica ou natural de dó, 17 — réptil otídio, da famíliados boideos, distribuído por todo o Pais, pardo oucinza-pardo em cima, com duas séries de grandesmanchas pardo-escuras, arredondadas, alternadas, aolongo do corpo; na víspora, a partida final, que se jogacomo última esperança para quem perdeu; 19 —interjeiçào utilizada para que se laça voltar atrás osbois jungidos; 21 — monumento megalítico formadopor grande pedra horizontal que fica sobre outras,menores e verticais, togador bisonho, que se deixalevar pelos empresários, 23 — moldura ornamental,composta de (ios ou vinhetas, que se pôe em páginas]estampas, etc ; filete num ornato oval de capitei; 25 —a parte <o tipo que imonme. constituída pelo relevo daletra tu<»dioo no entalhe da matnz, e cujo tamanhopode va^ar dentro da mesma força de corpo; aberturacircular ou eliptica, feita nos tetos ou nas paredes deedifícios, cada um dos furos de qualquer poleamesurdo por onde passa o cabo; 28 — sistema cokxdalconstituído por uma fase dispersora liquida e uma fasedispersa sólida, e que apresenta propriedades macros-cópicas (elasticidade, manutenção de forma, etc.)parecidas às do sólido, 29 — espécime de animaisartrôpodes. da classe dos insetos, ortópteros. que temo corpo achatado, a cabeça pequena, parcialmente

escondida sob o protórax, e antenas longas, sendo a»fêmeas desprovidas de ovopositor; 32 — movimentodefensivo-ofensivo. parecido com a cambalhota, emque o capoeirista lança o corpo de lado e gira no ardescrevendo um semiclrculo com as duas pernasapoiado com as màos no cháo; 33 — rebordo circularávolta das pontuações dos elementos vasculares oucondutores lenhosos das plantas; parte circular que.num órgôo vegetal, se distingue por coíoraçào ouestrutura diversa do restante (pU; círculos, estreitos otranslúcidos, em torno de manchas foliares produzidaspor fungos.VERTICAIS — 1 — o produto da decomposição parcialdos restos vegetais que se acumulam no chèo flores-tal. aos quais se juntam restos animais em menorescala; 2 — pequena espoja ou pincel de fios de linho.na extremidade de uma haste, própria para aplicarremédios na garganta ou nas fossas nasais- 3 pônero de palmeira asiática cultivada em parques ejardins, da qual se extrai a goma. o bétele, o palmito eo córtex, com que se fabricam fibras para cordas- mandioca amarela; 5 — gritos; clamores; 6 — diálogoentre esposos ou amantes; colôquio temo; 7 —divindade sumeriana; 8 — conceder privilégio obst»-culizar; 9 — moldura ou filete arredondado, quecontorna a parte superior do fuste de uma colunaservindo de base ao capitei (pi); 11—deus da vida; 17certo jogo, comum entre os capoeiros, em que seusam quatro metades de caroços de pôssego; qual-quer dança que termina em desordem; 18 — cidadedo Egito, mencionada no Velho Testamento; 20 — obitarlarato de potássio impuro que se obtém nafermentação de mosto de uva; 22 — espécie do dançaque se executava saltando com os pés levantados 2426 - segunda pessoa' da

1 ~ íze: ~ esPéc|0 de logo de cartas,í0 csrimbo 31 — qualificativo de umdos satélites de Júpiter. Uxlcot: Mor; Aurélio •Ca &a novas.

1 KHZ I3 P Is—I®—P—f5—rs—

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SOLUÇÕES DO NÚMERO ANTERIORHORIZONTAIS — batolito; adelogenos; secar; ca; tladianta, ai,ScrtÍ»!®!"' h®'.' mau' "oca: os; libanio. leoas, pb; avius; adua.'VERTICAIS — basta, adelitas, teca; oladjs; loricarios; ig. terna;on, asa; ocaia, arroba; tchan; airoba; eu; mola; casa; leu; ipu; liCorrcspondónclo para: Rua dat Palmalrat, 57 apto « —Botafogo — CEP 22.270

ILUSKA SIMONSENT1LBURG 85

No IX Magistral Interpolis queestá sendo realizado na cidadeholandesa de Tilburg, encontram-se na liderança, após a 8" rodada,

inglês Anthony Miles (GM) oOleg Romanishin (GM), da UniáoSoviética, com 4.0 pontos e 1suspensa. Também com a somade 4 pontos estáo Hübner e Korch-nói, seguidos por Timman, Dzind-zihasvili o L. Ljubojóviè com 3,5 e

suspensa, e Polugaievsky com2,5 e 1 suspensa.

Korchnói estava liderando, juntocom Romanishin. na rodada ante-rior. quando derrotou Timman napartida que mostramos a seguir:

KORCHNÓI x TIMMAN11C3BR -P4BD, 2)P3CD -P4D.3IP3R -C3BD, 4IB2C -P3TD, 5)P4D-B5C. 6)PxP -P4R, 7)B2R -BxC,8)BxB -P5R, 9)B4C -C3B, 10)BxC -PxB, 11)C3B -D4T, 12ID2D -T1D,13IC4T -D2B, 14)0-0151B3T17)D2R191C6C21)PxP23IC3R25)BxP

-P5D.-D4R.-P4B,-CxP,-BxC.-TxT.

16)R1T18)TD1D20ID5T22IC4B24)PxB26)TxT

-T1 CR.-B3T,-ri e.-R2C.-DxP,-C3R.-R3B.

27)T1BR -R2R, 28)DxP (1 -0)Porém o GM suíço perdeu paraMiles da seguinte forma:

KORCHNÓI x MILES (8a rod) -1IC3BR -C3BR. 2)P4B -P3CD3IP3CR -P4B, 4)B2C -B2C, 5)0-0P3C, 6)P3R -B2C, 7)P4D -PxP,8)PxP-D1B. 91C3T-P4D, 10ÍT1R-PxP, 11)D4T+ -CD2D, 12)DxPB •P3TD, 13)D2R -O-O, 14IB5C-B4D,15)DxPR -T1R- 16)D4C -D2C,17)C4T -B1B, 18ID4T -C5R,19IB4B -TD1B, 201TD1B -P4CD.21)D1D -C2:3B, 22)P3B -C3D231P3C -C4T, 24)B2D -B2R25)TxT -TxT, 26)C2B -BxC. 27)PxP-C4B, 28IC4C -CxPT, 29)CxB -DxC,30IB6T -CxB, 31 )RxC -C2C,32JT5R -D3D. 33IT4R -C4B34IB4B ? -DxB! (0-1)

O atual líder do torneio de Inter-polis, o GM Anthony Miles. aindana 5" rodada, nâo soube encontrara melhor oposiçáo, jogando com adefesa siciliana, contra o GM ale-mão Hübner.HÜBNER x MILES (5" rod — Sici-liana) — DP4R -P4BD, 2IC3BR -P3D. 3)P4D -PxP. 4)CxP -C3BR.5IC3BD -P3CR, tí)B2R -B2CR, 7)0-0 -0 0. 8IB3R C3B. 9IC3C -B3R.

10)P4B -DIB, 1DB3B -B5C.12)C5D -BxB, 13)DxB -CxC,14)PxC -C5C, 15)D4R -C3T,16)P3B -D2B, 17)TD1R -TD1R''18)P5B -C4B, 19)CxC -PxC,20)T3B -PxP, 211D4TR -D3D/'22)B4B -D3CD, 23)T3T -P3TFL224)T3C -R1T, 25)T6R! -Pxt,''26)BxPT -P5B + d. 27)R1T(1-0) '

DIAGRAMA 201J. E. Coutinho — 1971

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7

1abcdefgh

Fnends of Chess — 4o prêmio5t2 -1B2T3 -2CPT2B -1C3r1p -D2pC3 -b5pR 1p5c -6t1

MATE EM 2 LANCESSoluçáo do diagrama 200. 1|C6Ri(ameaça 2) C5C + + )

)

sexta-feira, 13/9/85 o CADERNO B o 5

flGfl^i^vV'V1':"* i ¦'¦ ¦ >; '-'y- •: '•"'¦ •'¦i-V'Y',. :'.Sr 'ii*-:^'o-ii'^ ij'J&^V'?^vv/;v> i-.r>^^\.^'\V'TV ^i;:-'^>:>,v?5 "iWl^lBnBWT'' "" 'r:;' ¦ • v,f >'."\: *V*" •'' . ¦'•I' ff-*":-\-/,1- '",' 1 •;<;' '"' ..» ¦' ' v>.? ; j «^^HfNfiJy:i"j <&/. '"r; '•¦¦\si!,:\±\r{i;ZJ-~i\\~'J '^/^?;-^-r,tv"i^-^^w.Ur^^j<^;fr/^V»5>::V?,v:'"v'^'v'^'r^V' •'- ^ ' i»- ^t>- -!'*• y' "'1 ' ~ - - i N Y|?$SlSBj&&

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A Filarmonica de Viena, ao tempo em que era regida por Karl Boehm ~

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Apresenta

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DE SEMANA

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; PROGRAMA

Agora circulando em to-dos os municípios doRio com tudo sobre omelhor da TV, durantea semana.

JORNAL DO BRASIL

Mulher "disponível"

procura amor .

E para superar a separação com © marido, ela e a filha mudamde cidade. Lá, enquanto leciona na escola local, é considerada

"disponível" pelos homens. Mas ela procura outra coisa.

0 AMOR, ALGUM DIA

HOJE 21:15

CANAL 6 REDE MANCHETE

fim:

No Rio, a Filarmônica de Viena

Luiz Paulo Horta

VINTE

anos depois deuma histórica visita emque Karl Boehm era oseu regente titular, o Rio

de* Janeiro recebe novamente a Or-quèstra Filarmônica de Viena — quechega hoje e toca amanhã, no TeatroMunicipal, sob a regência de LorinMàázel.

A orquestra é uma das grandestradições austrácas, ao lado da Ópe-ra, dos Meninos Cantores ou doFestival de Salzburg (de que ela é o_sustentáculo desde os anos 20). Nalista de mais de 100 instrumentistas,não há nenhum nome que não pare-ça austráco — o que contrasta com ocosmopolitismo das orquestras dehoje, "infiltradas" de japoneses.

A Filarmônica está diretamenteligada à Ópera de Viena — e só osmúsicos da Ópera podem pertencerà Filarmônica. Isto significa uma.limitação muito grande para os con-certos da orquestra — pois ela estásempre ocupada com a ópera. Osconcertos regulares reduzem-se as-sim a 10 por ano (normalmente sába-do à tarde, na grande sala do Musik-verein), e a eles quase só têm acessoos donos de assinaturas que passamde pai para filho.

Mas quando se trata dos grandesmomentos, é na Filarmônica quetodos pensam. Mais importantes sãoas gravações, em que uma orquestra"moderna empenha boa parte do seuprestígio. Com a Filarmônica de Vie-na, Leonard Bernstein realizou asérie completa das nove sinfonias deBeethoven.

Bernstein — com um BernardHaitink, um André Previn ou umZubin Mehta — tem sido um dos

Principais regentes "convidados" da

ilarmônica. E essa forma de "con-vite" é outra característica das or-questras modernas. Nos anos 70, porexemplo, a Filarmônica de Vienaconheceu um grande período sob adireção alternada de Karl Boehm eCláudio Abbado.

O "regente convidado", na ver-dade, é uma instituição bem antiga.Já no início do século, entre o reina-do de Mahler (que acabou em 1901)e o de Felix Weingartner (1908-

; 1927), a Filarmônica de Viena traba-lhou com diversos regentes: Strauss(o das óperas, e não o das valsas),Nikisch, Mottí. Depois da SegundaGuerra Mundial, tocou com Bruno

; Walter, Toscanini, Furtwangler, Mi-tropoulos, Cluytens, Karajan,Bernstein.

Na nossa época, entretanto, o"convidado" é quase mais comumque o titular. Ós maestros fazemquestão de ter dois ou três empre-gos, de aproveitarem ao máximo aspossibilidades do avião. Disso resul-tou uma espécie de som "internacio-nal" que diminuiu bastante a dife-

, rença entre o estilo de tocar dasdiversas orquestras.

; Isso não impede que um regenteacabe imprimindo a sua marca no

TURISMÍ4* feira no Caderno B. "tjj

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ENFANT TERRI-

BLE da regênciamoderna, Lorin Maazelnasceu na França, de mãerussa e pai holandês, maslogo foi viver nos EstadosUnidos. Aos cinco anos jáestudava pia/u? e violino;aos sete, começou a estu-dar regência em Pitts-burgh. Aos nove anos, re-geu a Filarmônica de LosAngeles; aos 11, foi convi-dado por Toscanini parareger a Orquestra NBC.Prosseguiu sua carreiraregendo aos 12 a Ftlarmô-nica de Nova Iorque, eaos 13 a Orquestra de Cie-veland. Aos 19 anos, tor-nou-se primeiro-violinoda Orquestra de Pitts-burgh. A convite de Kous-sevitzky, o famoso regen-te, estudou no BerkshireMusic Center; e de lá foipara a Itália, com umabolsa da Fullbriglit. Nu-ma carreira sempre verti-ginosa, tornou-se o pri-meiro norte-americanoconvidado (em 1960) a re-ger em Bayreuth, o tem-pio wagneriano.

Com 35 anos, foi no-

meado diretor musical daOpera de Berlim, ondeficaria por seis anos. Em1970, Otto Klempererchamou-o para trabalharna New Philarmonia(Londres), lugar queabandonou em 1972 paradirigir a Orquestra de Cie-veland, onde George Szellterminara um longo reina-do. Em 1977, Maazelacumulou esse cargo coma direção da Orquestra

Nacional da França; masabandonou tudo para as-sumir, em 1982, a Ópera ea Filarmônica de Viena.Um dos regentes mais re-quisitados da nossa épo-ca, de estilo seco e enérgi-co, ganhou vários prê-mios do disco através denumerosíssimas grava-ções. Seu nome é um dosmencionados quando sefala na sucessão de Kara-jan em Berlim.

tSfiGRANDE ELENCO:

Paulo Goulart, NicetteBruno, Ângela Leal,Roberto Bonfim, EmilianoQueiroz e muitos outrosDireção: Luiz Carlos Maciel

som de uma orquestra — o que podeser conseguido até num primeiroencontro entre regente e orquestra.Karl Boehm era um grande especia-lista na tradição austríaca — e oconcerto de 1965 no Rio de Janeirocomeçou com uma preciosa versãoda Sinfonia Haffner, de Mozart.(Veio em seguida um Bruckner — aSétima Sinfonia — igualmente "au-têntico".) Lorin Maazel tambémabre o concerto de amanhã comMozart (a Sinfonia n° 40); e tem emsuas mãos uma orquestra capaz defazer o melhor Mozart. Mas o seuestilo de regência — enérgico, bri-lhante, "nervoso" no bom sentido —parece mais apropriado para a peçaseguinte: o Pássaro de Fogo, de Stra-vinsky, que é um dos pratos preferi-dos dos regentes "virtuoses .

A lista de instrumentistas da Fi-larmônica inclui quatro violinos spa-Ias (ou violinos "solistas"), 20 pri-meiros-violinos, 19 segundos-violinos, 16 violas, 13 violoncelos, 13contrabaixos, uma harpa, seis flau-tas, cinco oboés, seis clarinetas, cin-co fagotes, cinco trompas, cincotrombones, duas tubas e seis percus-sionistas. Isto não quer dizer quetodos sejam necessários para umanoite de concertos. Excetuando-separtituras "especiais", o númeronormal de instrumentistas para umapeça sinfônica fica em torno dos 100.

Quando a Filarmônica foi funda-da oficialmente, em 1842, mesmoBeethoven não estaria sendo execu-tado com mais do que 40 ou 50músicos. Orquestras do tamanho dasde agora só começaram a ser utiliza-das pelos defensores do que eraentão a "música nova" — Berlioz,Liszt, Wagner. A luta entre os "mo-dernistas" wagnerianos e os"conser-vadores" que defendiam Brahms sa-cudiu a Viena da segunda metade doséculo XIX; mas a Filarmônica con-seguiu ficar mais ou menos alheia àdisputa. Foi regida por Wagner; ecoube-lhe o privilégio da primeiraaudição da Segunda Sinfonia deBrahms (em 1877), e da Terceira(em 1883). Em 1892 "inauguraria"uma outra obra-prima: a Oitava Sin-fonia de Bruckner, que pertencia aopartido wagneriano.

A orquestra ingressa na sua fase"moderna" com a virada do século:Gustav Mahler assume em 1898; re-ge a Filarmônica até 1901, e passa,então, a dirigir a Ópera. Este toi umperíodo tempestuoso — e de grandesrealizações artísticas. Depois de al-guns regentes "convidados", a or-questra conheceu um longo período

de produtividade sob a direção deFelix Weingartner — querido pelosmúsicos e pelo público pelo seu equi-líbrio e por suas interpretações cíás-sicas de Beethoven. É nessa fase quea Filarmônica vem pela primeira vezao Rio de Janeiro (1922), para umciclo memorável das sinfonias deBeethoven.

Entre 1933 e 1938, a orquestrafoi dirigida alternadamente por dois

fênios da regência: Bruno Walter e

urtwangler. Com a ascensão donazismo, Walter, que era judeu, par-tiu para os Estados Unidos; ficouFúrtwangler. Desde 1925, a orques-tra começara a fornecer o alicercemusical dos Festivais de Salzburgo.

Depois da última guerra, e demais uma série de regentes convida-dos, surgiram novas estrelas em Vie-na: Karajan foi um famoso diretorda Ópera, antes de tornar-se titularem Berlim. Karl Boehm tambémassumiu a Ópera, e iniciou umalonga relação com a Filarmônica,tendo a seu lado Cláudio Abbado.

A Ópera sempre foi um posto deextraordinário prestígio e enormetensão. As intrigas que ela provocouaceleraram a ruína física de Mahler.A última vítima foi o próprio LorinMaazel, que entrou em choque comautoridades e com o gosto local. Masesse regente de formação americanacontinua à frente da Filarmônica, deque se tornou regente titular em1982.

Um pouco depois da série Bee-thoven, a orquestra realizou outroimportante ciclo de gravações comLeonard Bernstein: o das quatrosinfonias de Brahms. A comparaçãodesses ciclos com os da Filarmônicade Berlim (Karajan) permite umaaproximação entre essas duas gran-des orquestras. A de Berlim mantéma sua extraordinária "densidade" —que é fruto não só da qualidade dosinstrumentos e dos instrumentistascomo da longa dedicação de Herbertvon Karajan, ligado à sua orquestracomo poucos regentes da nossa épo-ca. O som "vienense" talvez sejamenos denso: a musicalidade aus-tríaca costuma ser mais "leve"

que ada Alemanha, como se pode ver peladiferença entre Schubert e Beetho-ven. Mas talvez por não estar tãoligada a uma determinada personali-dade, a Filarmônica de Viena con-serva uma flexibilidade que músicoscomo Bernstein têm sabido explorarmagnificamente: comparando-se oBrahms e o Beethoven das duasorauestras, a escolha significa, nor-malmente, uma questão de gostopessoal.

Nem tudo está

perdido para

quem não foi

ao banco

OS menos precavidos que se

cuidem: a greve dos bancáripspode complicar em muito seu

lazer de fim de semana. Quem áãòtirou dinheiro até quarta-feira, nem sedispôs a enfrentar o desconforto dasfilas dos Bancos 24 Horas, corre o riscode ser obrigado a mudar de programa.Sobretudo se for lazer dispendioso eque exija pagamento cash.

Alguns já estão admitindo sua faltade previsão. Como a atriz Ana MariaMagalhães: "Claro que eu sabia que.os.bancários entrariam em greve, mas fuideixando tudo para depois e... pronto.

Mas nem tudo está perdido. Mesmoque seja difícil, por exemplo, convenceros bilheteiros do Maracanã a aceitaremcheque, ainda há programas que sepodem fazer sem dinheiro vivo ou mes-mo de graça. Praias não faltam e hápromessa de sol para amanhã e depois!Uma excursão à Floresta da Tijuca ou àQuinta da Boa Vista pode ser urna boapedida. Sem falar nos museus em fasede grande criatividade e dinamização;Há muito que ver em termos de exposi-ções, obras de arte e peças históricas. Éinstrutivo e foge à rotina.

Teatros, restaurantes, postos de ga-solina e casas noturnas vão abrir exce-çáo. Durante a greve, aceitarão che-ques comuns, com carteira de identida-de. Já os cinemas estão na dúvida. Aregra sempre foi só aceitar dinheiro,mas se a greve perdurar a CompanhiaCinematográfica Franco-Brasileira pro-mete pensar nos cheques.

No Teatro Municipal, onde se apré-sentam duas orquestras sinfônicas, odiretor Fernando Bicudo está calmo.Os ingressos são caros, ele admite, masestão praticamente esgotados: "Quan-do o espetáculo é bom, não há proble-ma. O carioca começa a organizar-seiNão é questão de país. É questão dequalidade."

Mas, se quisesse assistir a um dessesconcertos, o pintor Augusto Rodriguesficaria na vontade. Não usa cartões,nem anda com dinheiro. Só vai atéonde os cheques permitem. E achamuito bom.

Na Sala Cecília Meireles, há boaprogramação didática e vespertina, commúsica de Debussy, Padre José Maurí-cio e outros, executada por jovens Tris-trumentistas e a Orquestra de Câmerado Conservatório. Amante dos clássi-cos e do jazz, o pintor Ivan Freitas nãopretende fazer grandes incursões pelacidade. Não por falta de dinheiro: pre-venido, ele fez uma reserva para aspequenas despesas. Para contas maio-res, cheques.

Mas mesmo de carteira vazia "épossível assistir à Orquestra Consort,no Parque da Catacumba, domingo, às17 horas. A entrada é franca. . -

Para as crianças, vale uma subidaao Morro da Urca. Por apenas CrS^mil (adultos pagam CrS 9 mil), élãspassarão horas divertidas com o palha-ço Melancia: é o Pão de Açúcar dasCrianças. Passagem incluída. E há tarH-bém ótimas peças em cartaz: Beto.cTeca, Pinóquio, Aprendiz de Feiticeiro,Cegonha?... Que Cegonha?, Arca deNoé. Os preços são relativamente bara?tos (as mais caras custam Cr$ 15 mil). Ofilão é bom, pois até o tecladista RiquePantoja está investindo no público in-fantil com o musical O Que E Que TemDentro?, no Parque Lage. O espetáculoacontece até com chuva.

Dança — e de graça — é outraopção. Maria Solange Machado, baila-rina, promete dar uma aula pública dejazz no Estúdio Dança Câmera (telefcnne 231-2355). Será no sábado,-às12h30min. Mandar as crianças com asavós ou as tias idosas ao parque dediversão também é uma boa. No Tivoli,quem tiver mais de 60 anos não paga écada criança compra ingresso a Cr$ 18mil. O parque abre todos os dias àtarde. No domingo, das 10 às 22 horas.

Esses problemas, porém, só afeVafaja quem tem filhos pequenos ou adoles-centes. O poeta Carlos Drummond deAndrade, por exemplo, não tem neríhu-ma programação intensa à vista. Setivesse, pagaria suas despesas com di-nheiro:

— Sou um modesto aposentado?Recebo e coloco o dinheiro das deSpêrsas em casa. Não acredito em cheques,'nem tenho esses cheques cheios de'estrelas. A glória do poeta não vai até aárea comercial. Prefiro as notas e]moedas.

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6 o CADERNOB

ciM¥kâ

EstréiasGSRLS QUE ENTRAM BEM (Ali Amertean Glrts). deMax Alt ma n. Com Cassie Blako, Jacqueline Lorians,Stephen Douglas e Jillian Nictaote TTJoca Psloco-2 (RuaCondo do Bonfim. 214 — 22^4610). Sexta (Praia doBotafogo. 320 — 266-25451: 14h. 15h30min, 17h,18h30min, 20h. 21h30min Orty (Rua Alcindo G Lia na ha-ra. 21): 10tl. 11h30min. 13h, 14h30min. 16h. 17h30min,19h, 20h30min; sáb. e dom. a partir das 14h30min.Astor (Av. Min. Edgart) Romeno, 236 — 390-2036): 15h,16h30min, 18h. 19h30min. 21h (18 anos).Rimo pornô.

TARAS COM MEIAS DE SEDA PRETA (Black SikStoddngs), do Bilfy Thomberg. Com An note Haven.John Holmos, Patrícia Leo o Linda Wong. Vrtótia (RuaSenador Dantas. 45 — 220-17831: 13h. 14h20min,15h40mm. 17h. 18h20min. 19h40n»n, 21h; sáb. edom.o partir das 14h20min. Botafogo (Rua Voluntários daPátria. 35 — 266-4491): 13h30min, 16h25min.19h20min. Filmo complementar do Botafogo: FurorUtsrtno Perto I (18 anos).Rimo pornô.A CHUPETA ERÓTICA — Rex (Rua Álvaro Afvim, 33 —240S28S): 12h. 14h55min; 17hS0min, 19h20min; sàb.e dom. às 13h30min, 16h25min. 19h20min. Rimocomplementar: Mandamentos Eróticos Parto I. (18•nos).Rimo pornô.

ContinuaçõesitüitMUNHA (Wrtness), do Potor Woir. ComSr Hamson Ford. Kelly McGillis. Josel Sommer. Lu-fcas Haas^Jan Rubos o Alexander Godunov. Bcrrs-2 (Av.das Américas. 4666 — 32&6407): 14h. 16h. 18h. 20h,22h; sáb. o dom. a partir das 16h. Lebion-1 (Av. Ataulfode Paiva, 391 — 239-5048), Motro-Botvirta (Rua doPasso», 62 — 240-1341), Condor-Copocafaena (RuaFigueiredo Magalhães, 286 — 255-2610). Laroo doMn.hiHlu-1 (Largo do Machado, 29 — 205-6842): 14h.16h, 18h, 20h. 22h Madurróra-2 (Rua Dagmar daFonseca. 54 — 390-2338). Barorewa (Rua CândidoBenkáo, 1747 — 390-5745), Art-Méisr (Rua Silva Rabe-10. 20 — 249-4544): 15h, 17h. 19h, 21h. Tljaca (RuaConde de Bonfim, 422 — 284-5240): 13h30. 16h30t7h30. 19h30. 21h30. (16 anos). No Condw-Copacabana, sessão, à meo-fxxto. sexta e sábado.Som dolby stsreo em todos os cinemas exceto noBaronaaa. Aft-MMor o Bam»-2

Em visita è cidade do Baltimore, EUA. emcompanhia da mâo, Somuel, 8 a noa, ó testemunhado assassinato do um policial. Com a ajuda docepitfto de Polícia, John Bock, o garoto parto para oreconheci monto dos envolvidos. Mas, para surpresado polidol o menino vê no chefe da dMsSo doDepartamento do Narcóticos um dos assassinos.Produção americana.Embora desigual, o filme do australiano PetorWelr vale por algumas seqüências antológicas, acuidado da produção e o trio do intórprvtes. HamsonFord è frente.WW (1984), do Michaol Radford. Com John Hurt.Richard Burton o Suzanna Hamilton. Art 8ftoConrado-1 (Estrada da Gávea. 899 — 322-1258). Bmni-Copacabana (Rua Barata Ribeiro, 502 — 256-4588):14h, 16h, 18h, 20h, 22h. Coper-Tl<uca (Rua Condo deBonfim, 615), Lido-1 (Praia do Flamengo. 72): 15h 17h19h. 21h. (16 anos).Ficçôo basoada no livro do Goorgo Orwell queapresenta o mundo dividido em trôs poderososEstados totalitários e sous cidadõos complotamontoobedientes o controlados polo chofe — O Grandelrmfio. Nosso ambiento, até o amor é proibido o oparsonogom principal do filme tom sua vida com pio-tamonto transtornada a partir do seu relacionamentoafetivo com uma mulher. Último filme do RichardBurton. Produção inglesa.Preciso, econômico, essencialmente cinema to-gráfico, o filme do Michaol Radford roeria, comincrível fidelidade, o clima e discussão propostospor George Orwell. O destaque espocial para asatuações de John Hurt e Richard Burton.

f\HANNA K. (Harwia SC), de Costa-Gavras. Com JillV Clayburgh. Joan Yane. Gabriol Bymo. MohamodBakri e Odod Kotler. Cinema-1 (Av. Prado Júnior. 281):, 15h30min. 17h30min. 19h30min, 21h30min. (16 anos).| Uma judia americana, mas do origem polonesa,separa-se do marido o vai morar em Israel ondo protervde terminar sous estudos do dimito. Li, ola acaba seenvolvendo com um procurador da Justiça, que secoloca contra ola vondo-a defender a causa palestinaCoproduçào Iranco-ítalcHilema.. • Com a eficiência narrativa, a segurança no dom!-nio de imagens que vem marcando sua polêmicafilmografia, Costa-Gavras abre nova trincheira. Das-ta vez 6 a questòo palestina, vista através da crise deidentidade de uma mulher, Hanns K. No olonco valodestacar Jill Clayburgh no papel-iftulo.rK HAMMETT O FALCÃO MALTÊ8 (HAMMETT).de Wim Wendora. Com Fredoric Forrest. PetorBoyie. Manlu Hennor. Roy Kinnear e Elisha Cook Jr.BnmMpenoma (Rua Viscondo de Pirajá, 371 521-4890): 14M0min, 16h30min. 18h20min. 20hl0mrn.22h. Art Ceaa-8hopp]ng 3 (Av. Alvoradas. Via 11. 2150— 3250746): 15h30min. 17h20min. IShIOmin. 21h (14•nos).

o sexta-feira, 13/9/85

Copacabana (Rua Raúl Pompóia, 102 247-8900)Studio Gaumont-Catot» (Rua do Catote. 228 — 205^7194): 14h, 16h30min. 19h. 21h30min. (18 anos).Uma mulher, bola o arrogante, perturba, comsua beleza, a serenidade do uma ddado da provln-cia. Ela conhece um jovem garagista e bombeiro quese apaixona por ela. . Entra os dois comoça umrelacionamento marcado por um mistério que estáligado ao passado dela o do sua família. Produçãofrancesa.

RAMBO I: A MISSÃO (Rambo: rtrst Blood Part »),de George P. Cosmatos. Com Syfvester Stallono. R^chard Crenna. Julia Nickson. Charles Napier e StovonBerkoff. Pothó Praça F lona no. 45 — 220-3135): de 2" a6a, às 12h. 13h40min, 15h20min. 17h, 18h40min.20h20min. 22h. Sábado e domingo, a partir das13M0min, Art Copacabana (Av. Copacabana. 759 —235-4895). Art-Sio Conrado 2 (Estrada da Gávea, 899— 322-1258): 13h, 14h50min. 16h40min. 18h30min.20h20min, 22h10min. Art-Tljuca (Rua Conde de Borvfim. 406 — 254-9578). Art-Cazaahopping 2 (Av. Atvora-da. Via 11. 2150 — 32S0746). Art Madmalra (Shop-peng Conter de Madureira — 390-1827): 13h40min.15h30min, 17h20min, 19h10min. 21h. Fl—todu» (RuaArtiuias Cordeiro, 350 — 281-3628): 14h20min 16h17h40min. 19h20min, 21h. (14 anos).Continuação das aventuras vividas pelo vetera-no da guerra do Vietnã, John Rambo. Desta vez, ela6 mandado de votta ao Vietnã para aegulr a pista doaamericano® tidos como "dosaparecidos em eçèo" asaber te foram mantidos como prisioneiros deguerra. Produção americana.

LOUCAOMA DE POÜCM 2 - PRMBRA MBSAO(Pofaa Aaadsmy 2: Thalr Hrat Aaaignmant). de JenyPana. Com Steve Guttenberg. Bubbo Smith, David GrafMichaol Winslow e Bnice Mahler. 8te Lub-1 (Rua dóCatote, 307 — 285-2296), Roxy (Av. Copacabana, 945— 2366245). Carioca (Rua Conde de Bonfim. 338 —228-8178): 13h40min, 15h20min. 17h, 18h40min20h20min. 22h. Olaria (Rua Uranos, 1474 — 230-2666),Macfcirslre-1 (Rua Dagmar da Fonseca. 54 — 390-2338). knparator (Rua Dias da Cruz. 170 — 249-7982):14h20min, 16h. 17h40min, 19h20min, 21h. Odaon(Praça Mahatma Gandhi, 2 — 220-3835): 14h.15h40min. 17h20min. 19h, 20M0min. Barra-1 (Av dasAméricas. 4668 — 325«487): 13h40min. 15h20m«n.17h, 18M0min. 20h20min. 22h. Ópan-1 (Praia deBotafogo. 340 — 266-2545): 14b40min. 16h30min.18h20mm. 20h10min. 22ti. (14 anos).Continuação da história Inideda com Loucada-mia da Policia. Desaa vez, os policiais, tentam deterum grupo de terroristas que querem se instalar nacidade. Comédia americana.

ESPELHO DE CARNE (Brasileiro), de Antonio CarlosFontoura. Com Hiüesna Menezes, Dônis Carvalho. Ma-ria 2Ida, Daniel Filho, Joenna Fomm e Moodr Deriquem.Rica mar (Av. Copacabana. 360 — 237-8932):16h30min. 18h20min. 20h10mln. 22h. (18 anos).Um Jovem executivo compra em um MUto umespelho att-déoo que pertencera ao Palácio doaPrazorw, uma antiga casa de prostituição, O espelhoó colocado no quarto do casal a, estranhamente,começam a se romper todas as barreiras de ordommoral, cultural o psicólogica entre es pessoss quefreqüentam a casa.

Reapresentaçõesr\* JANELA motSCRETA (fWar Wlndow). do¦r Alfrod Hitchcoclc. Com James Stewart GracoKelly, Wendell Corey, Thelma Ritter. Raymond Burr aJudith Evelyn. Cindido Mandas (Rua Joana Angélica.63 — 267-7098): 14h. 16h. 18h, 20h. 22h (14 anos).

Um homem imobilizado por um acidento, olhaseus vizinho» durante o dia, para passar seu tempo ofica fascinado pelo quo acontece num dos aparta-mentoe eté que se convence de quo o homem queobservara matara a esposa o escondera o corpo.Produçáo americana.¦ Um homem imobilizado a um crime do outrolado da janela: HrtchcocK em elaborada mis9-eo-ecàno mais uma vez transforma o publico emcúmplice. E o faz sofrer (quase) tanto quanto JamesStewart — seu comparsa na tela.

BLADERUNNBt — CAÇADOR DE ANORÓBeS (Ha-de Rumar), do Ridloy Scott. Com Hamson Ford, RutgerHauer, Sean Young e Edward James Olmos. CoparBotafogo (Rua Voluntários da Pátria, 88): 16h, 18h,20h,22h (18 anos). Até domingo.Ficção cientifica no ano 2020. A dOncla genéticaJé 6 capaz de produzir cópias humanas quo sAochamadas rapleantas. Alguns destes soros se rabo-Iam e sto caçados por policiais. Produção a me ri-cana.

LA TRAVIATA (La TravUrta), de Franco Zeffirelli. ComTorosa Strates. Plácido Domingo e Comoll Macnoil.Orquestra e Coro do Metropolitan Ópera de Novalonjue. Regência de James Levine. Jóia (Av. Copecaba-na. 680I: 14h. 16h, 18h. 20h. 22h (Livre).

Dosholl Hammett, famoso autor do romancespoliciais reencontra em San Francisco, EUA, seuantigo sócio, Jimmy Ryan. Esto podo-lho ajuda paradesvendar o desapareci monto do uma garota chlne-sa. Hammett protesta mas acaba ajudando o amigoa desvendar uma trama cheia do mistérios. Produ-çèo de Frands Ford Coppoia.Recriando de forma muito particular o universoúnico do escritor Dashiol Hammett, o alemão WimWenders realiza um policial instigante. A notar otrabalho de Fredoric Forrest no papel-tltulo.

r*v AMADEUS (Amadeus), do Milos Fomran. Com F.Murray Abraham. Tom Hulce. Elizabeth Bomdgo.Simon Callow, Roy Dotrice e Christino Ebersolo. Sãolitoa (Rua do Catote, 307 — 285-2296): 15h,18h.21h.Palácio (Campo Grande): 14h, 17h, 20ti. Com somdolb*-starao no cinoma SSo Luiz 2. (10 anos).Rimo basoado na poça do Potor Schaffor opra-sentando a vida do gonial compositor austríacoWolfgang Amadeus Mozart, segundo os mo mó ri asdo sou mais terrfvol rival Antonio Saliori, acusadopor muitos de tô-lo ossassinado. Produção america-na. O filmo ganhou oito Oscars esto orx>: melhorfilme, melhor ator (F. Murray Abraham), melhordiretor do arte, melhor figurino, molhor diretor,melhor som, melhor roteiro e molhor maquilagom.Teatro, cinema, ópera: Mitos Forman mistura,diabolicamonte, todos esses elementos oferecidospola idòia original de Petor Schaffor para, apoiadopor Irretocéveis cuidados do produçáo e desempo-nho do elenco, realizar uma verdadeira obra-prima.Visêo obrigatória a qualquer faixa do público.r*\ UM HOMEM. UMA MULHER. UMA NOITEICWr ào Femme). do Costa-Gavras. Com YvesMontand, Romy Schnoidor. Romoto Valli, Lila Kodrova oHeinz Bennent. Pabsandu (Rua Senador Vergueiro. 35— 265-4653): 15h30min. 17h30min, 19h30min.21h30min. (14 anos).Um homem oncontra por acaso uma mulher o oencontro mostra-se revelador para os dois. Ambosostâo passando por um momento difícil, defrontan-do-eo com a morte do pessoas quoridaa. Ele, com osuicídio da mulher e ola, com a morto acidental dafilha. Produçôo francesa.Costa-Gavras — responsável por filmes aberta-mente políticos como Z ou A Confisz&o — realizauma obra de vôo existencial. Yvos Montand o RomySchnoider apresentam pungentes desempenhos co-mo suas angustiadas personagens.o ranço de Mutla (u<ty mi, do RichamDonnor. Com Matthow Brodenck, Rutger Hauor. Mt-ehelle Pfeiffor. Loo McKem, John Wood e Ken Hutcht-son. Opers-1 (Praia de Bofatogo, 340 — 266-2545):14h, 16h. 18h, 20h. 22h. Bristoi (Av. Min. EdgardRomero, 460 — 391-48221. BninWWÜor (Av. AmaroCavalcanti. 105 — 591-2746): 14h30. 16h40, 18h5021h. (Livro).

Uma história do amor passada na Idodo Média,i do magias o aventuras. O Bispo do Áquila,paio oe vingar da mulher que o desprezara, transfor-ma-a em um falcéo e ao seu amado em um lobo.Asôirr, amaldiçoados eles nunca podiam encontrar-•e, mab, para quebrar o feitiço, contam com a ajudade um ladrão fugitivo do priBâo. PrcxíuçÃo inglesa.AMOR À PKMBRA VISTA (FalUng In Love), de Uluôrosbard. Com Robort de Niro, Meryll Streop, HarvoyKertol, Jane Kaczmarok. George Martin o David Clen-non. Copacabena (Av. Copacabana. 801 — 255-0953),Labion-2 (Av. Ataulfo de Parva, 391 — 233-5048): 14b,16h, 18h. 20h. 22h. América (Rua Condo do Bonfim,334 — 264-4248): 15h, 17h. 19h. 21h. (14 anos).

Uma história do amor quo se desenvolvo emcircunstâncias platônicas. Uma mulher casada comum médico famoso e um arquiteto casado e dedico-do aos filhos encontram-se casualmento numa livre-ria o, a partir dal, o destino coloca-os frequentemen-te um em frente ao outro ató que chega o momento°m que tòm do decidir se estão apaixonados osuficiente para mudar com sua antiga vida. Produ-çõo americana.WNHAS DUAS MULHERES (KSdd & fctouds), deBlako Edwards. Com Dudk>y Mooro. Amy Irving. AnnRei ng, ^tc^arc^ Mulltgan. George Gaynes e WallaceShawn. LJdo-2 (Praia do Flamengo. 721: 15h. 17h10min.16h20min, 21h30nnn. (18 anos).

Um homem mantém um casamento feliz comuma advogada, enquanto tom um caso com umavioloncelista. Elo quer desosperadamente ter umfilho o ca3a-so pela sugunda vw ao descobm aue onamorada os tá gróvida mas, (wara sou esrwnto, aprimeira mulher fira grévida também, o quo. lhe trazuma sério do confusões. Comédia amencana.VERÀO ASSASSINO (L'Èt* Meurtrier). de Jean Bec-ker Com Isabelte Aríiant. Alam Soucrwn. Suzanne FlonJenny Clevo e Michel Gal3biu. Studio Gaumont-

Baseado no romance de Alexandra Dumas fí-lho. Violeta Valery já doente, sozinha em sua man-8ôo, começa a lembrar de seu passado, das i rui me-ras festas em que esteve e 6a seu amor por AHrodo,na Paris do século XIX. Produçáo italiana.HAR (Hair). do Milos Forman. Com John Savago. TroaiWilliams. Beverty D'Angelo. Annie Goldon e DorseyWright. Rlo-Sul (Rua Marquôs de S. Vicente. 52 274-4532): 14h30min, 16h50min, 19h10min. 21h30mln. (18anos).

Vorsáo da peça musical de Goro mo Rognl aJames Rado, cantando as esperanças a chorando asIlusões da juventudo dos anos 60. Um fovom convo-cado para a Guerra do Vtotnam encontra caminhosna companhia de um grupo de hippies. Produçãoamericana.UM TIRA DA PESADA (Bavarty HKs Cop), de MartinBrest. Com Eddio Mutphy. Lisa Eilbacher. Stovon Bor-koff. Judge Reinhold e Ronny Cox. Bnint-Tquca (RuaConde de Bonfim. 370 — 268-2325): 16h. 17h, 19h,21h(14 anos).

Um detetive da policia de Detroit está do fériasom Beverty Hills o aproveita o momento para tentardescobrir o assassino do seu amigo. Motondo-se omvárias confusões, ele acaba sendo perseguido pelapolicia o pólos marginais da ddado. Comédia ameri-cana.AMOR E BOÊMIA (Raubon. Rauban), da Robort EllisMillor. Com Tom Conti, Kelly McGillis. Roborts Blossom,Cynthia Harris o E. Katherine Ken. Art Cascshoppíng-1(Av. Alvorada,. Via 11. 2150 — 325-0746): 15h45min,17h35min. 19h25min. 21h15min (16 anos).

Um poota quo vive bêbado e há anos nfioescrevo poesias trabalha como conferencista omvários escolas americanas mas o sou passatempoproferido continua sondo conquistar mulheres casa-das. Produçôo americana.UM ESPtRTO BAIXOU EM MM (Ail of Me), do CarlReiner. Com Steve Martin, Ljly Tomlim. Victoria Ton-nant. Madolyn Smith e Richard Libortini. Largo doMschado-2 (Largo do Machado. 29 — 205^842):14h30mtn. 16h20min, 18h10min. 20h, 21h50min. (14anos). Ató quarta.

Uma milionária, à beira da morte, faz um pactoatravés do um guni, quo prometo a encamaçào dosua alma no corpo de uma (ovem. Na hora da trocaacontece um aadonte o o espirito da mulher acabaentrando om sou advogado, que passa a agir domodo estranho o conseqüentemente ao moto om milconfusões. Comédia americana.RAMW» I - PROGRAMADO PARA MATAR (FirstBJood), do Ted Kotcheff. Com Syfvester Stallono. Ri-chard Crenna o Brian Dennehy. Coral (Praia do Botafo-go. 316). 14h40. 16h30. 18h20, 20h10, 22h. Pciácto-2(Rua do Passeio, 40 — 42&6541): 13h30. 16h1016h50, 18h30, 20b10, 21h50. TT|uca Paiaca 1 (RuaConde do Bonfim. 214 — 2284610): 14h40min16h30min, 18h20min, 20h10min. 22h. (14 anos)

JORNAL DO BRASIL

Quem vai de

programa duplo?

C

Wilson Cunha

URIOSOS os caminhos daexibição cinematográfica.Sem que, evidentemente, ha-

ja qualquer tipo de preocupação, vá-rios filmes em cartaz oferecem a rarapossibilidade de comparar momentosdiversos na carreira de diversos intér-pretes. Escolha-se Harrison Ford, porexemplo. No (já) cull-movie BladeRunner/O Caçador de Andróides, devolta ao cartaz, ele é um herói do ano2020 — e o futuro chegou a ser umaespécie de marca em sua carreira.Mas no belo A Testemunha, Ford,desenvolvendo-se como ator, está nopresente — embora a comunidadeAmish

É Rambo na guerra e Robert DeNiro em qualquer papel — ambos sãosempre bem maiores do que não im-porta a missão. Mas, ao contrário deum De Niro insuportavelmente narci-sista como pode ser visto em um OTouro Indomável e/ou O Rei da Co-média, ele está se tornando mais ator

e mais curtível. No despudoramen-te romântico — um romantismo assu-mido e muito bem realizado — Amorà Primeira Vista, Robert De Niro viveum homem comum envolto pelas ma-lhas pouco comuns do destino e, porpaixão, faz coisas que em sã consciên-cia duvidaria. Já em Brazil... o filme

que pode ser visto na programaçãodo Festival de Filmes inéditos, 65Anos da Fox do Brasil e com estréiaprevista para a próxima segunda-feira

Kelly McGillis e Harrison Ford em A Testemunha. Além dissoKelly em Amor e Boêmia e Ford etn Blade Runner

em que se envolve via nopassado — oferecendo um solitárioherói moderno, cercado de insuspei- ~ De Niro demonstra que longe de*~J~ /1_ se" alter-ego, o pesado Martin Scor-

sese pode ter senso de humor. Sua

Richard Crenna e Sylvester Stallone duplamente emcartaz: Rambo I e II

tado (bom) senso de humorAo lado de Ford, a linda viúva

Kelly McGillis. Quem perdeu Amor eBoêmia (que valeu uma indicação doOscar de melhor ator a Tom Conti)terá oportunidade de documentar aextraordinária presença cênica deKelly neste malbaratado filme. Aqui,desde o momento em que Kelly surgiana tela ficava claro que a moça pode-ria enfrentar qualquer parada. Harri-son Ford que o diga.

Enfrentar qualquer parada. Esteé o mote sagrado de Sylvester Stallo-ne travestido de Rambo. E o sucessode Rambo D: A Missão — ou comovencer a guerra em menos de duashoras — favoreceu o relançamento doprimeiro volume da série, Rambo-/Programado para Matar. Como cos-tuma acontecer, o primeiro era me-Ihor mas quem quiser pode tirar aprova. Ao lado de Stallone, RichardCrenna, o que dá ordens.

participação em Brazil, quase sempreoculto por máscaras e outros disfar-ces, é invarialmente divertida. Ummomento feliz na carreira de Robert.

Já para o diretor Costa-Gavras ainfelicidade é um sucesso. Em UmHomem, uma Mulher, uma Noite —recordista absoluto de permanêncianos últimos tempos no cartaz carioca

mergulhando no terrível universode Romy Schneider e Yves Montand,Costa realiza um momento existen-cialmente tão terrível quanto sensível.Com Hanna K, traçando o perfil deuma mulher em busca de sua identi-dade, revolve a polêmica QuestãoPalestina e obtém novo êxito.

Atores, atrizes, cineasta: este fimde semana oferece excelentes oportu-nidades de reviver os bons programasduplos do passado. É uma questão decompor horários e ir em frente. O quese queria.

VídeoVtoEOS NO NOITES - Exibição do vldoos com Princoand the Rovolutwn (Uva). Modonna (vános vldoosincluindo, Bor nine Up, Bordorfino, Lucfcv S tar o' a

UÜ ,Un<4!" " Bia<>d ***¦ 0™**° ao vivono Rod Roda). De 5° a sáb. em sessóos continuas das22h às 4h da manhã no Noites Csriocs* (Cassino 2000estação antiga do cheoada no Morro da Una) Av'Pasteur, 520.MOSTRA ERASIl. COM 2 (I) - O Brasil visto pelascâmeras do TVs estrangeiras. Programa A (às 18h o22h|, exibição do: VVo Aro MoMnafaj (Granada TWIngla.temi), de Ca rios Passini; Mr. Lixtotg'* Traficai Oro-mlcnd (BBC TV/Ingtatorra). do Vivienno King e JoanFreeman o BrasH, Deputa fcicaon (Antenno 2/França).do Bemard Soulier. Programa B (às 20h). exibição de:Pororoca oí lho Amszon (NHK TV/Jap3o); LiberationThcolofly (BBC TV/Inglaterra), do Tom Roborts; Reft(Independente, Holanda), do Goorgo Sluizor; From th»ProccMion of tho S*)nt to Biack Mogte (NRK TV.Noruega), de Per-Erik Borge. Hoje às 18h, 20ti. 22h, noContro EmçrrsfDri»! F3o, Praia do Botafogo. 228. Edifl-cio Argentina/andar p.MOSTRA BRASM. COM Z (t!) — O Brasil visto pelaseflmeras de TVs estrangoiras Programa A (às 18h o22h), exibição do: Cblklron o« tho Mbuio (ITV/Inglater-ra), de Jonathan Dimb+ody; PreoidontiaJ Efections(BBC TV/Inglaterra), de Tom Roberts o Ths Art oiSurvhring (BBC TV/Inglaterra), do Bob Saudera). Pro-grama B (às 20h), exibição de: Tho Buck 8topo InBrasil (WGBH/EUA), do R. Loevy; Tucurul (BBC/TV,Inglaterra), do Tom Roborts; A Torra Queima (SocioteRadio Canadá & Saruô Filmes), de Geraldo Samo eSamba ot Politlquo lAntenne 2/Franca), do Bemard

Benyanin e Joan Rey. Amanhã às 18h. 20h. 22h, noCentro Empresarial Rio, Praia de Botafogo. 228. Edrff-cio Argentina, andar p.MOSTRA BRASa. COM Z (RI) - O Brasil visto pelascâmeras do Tvs estrangoiras. Programa A (às 18h e22h), exibição de: Svnmt Solutions (BBC TV/PBS.InglatenB e EUA), do Vrvienne King e Tbaodora Boaty-«ien; Lost OnMration (NBC TV, EUA), do Joode Cola)e Cinzas da Reresta (Central TV. Inglaterra), de AdrianCowoll). Programa B (às 20h), exibição de: Oon DttriaAcaltívrt — Igreja Luterana Alemã (Govomo doEstado do Paraná), do Frederico Fullgraf; Chlldran ofJanuary (UNICEF), do Poter Trueman e Loa r.pn,«ont Tombea Dsns la Boita (Antonne 2/França), deDaniel Leconte e Jacques Doway. Domingo às 18h.20ti, 22h, no Contro Empressitel Rio, Praia do Botah>go, 228, Edifício Argentina, andar p.

6JNG BLUE 8ÍLVER — Vídeo com o grupo DuranDuran, gravado durante a oxcursâo ao Canadá e EUA.Saia do Vfdoo CAmfldo Mondes, Rua Joena Angélica,63. Do 3" a dom. às 14h. 16h, 18h, 20h, 22h; 8> e sàb.sessão também à moia-noito. Até domingo.VÍDEO NO MBS — Exibição do Now OnSor em concer-to. De 5a a sàb. às 16h o 18h. no Museu da Imagem •do Som, Praça Rui Barbosa, 1.TV BAR CLUB — Exibição hoje às 20h30m!n de TheFourth Man, do Paul Verhoeven, produção holandesa,inédita; às 22h, 1* Semana do Vídeo Independente,exibição do Sakmo (do Mari Piri). Nina Hagan (dóGofredo Toles Noto) e VkteoWp (de Luiz RosembernFilho); às 23h. vldoo rocíi H — The Smlthi. à meia-noite, vídeo horror. Rua Torosa GuimarSes, 92. N03intervalos, vídeos do música. Aborto a partir das 19h

Quando Hollywood

comanda

¦MAR#;*!

^»ii ¦ warn

TV BAR CLUB — Exibição amanhà às 20h. do Al ThatJaa. do Bob Fosso. Com Roy Scheider; às 22h. IoSemana do Vldoo Independenta. exibição do AMnoBemabó 'Tap.J NAo Go«o ' (do Gofredo Telka) eLagUo Urbana (do Orço Voador); à3 23. Baulaua"ArcWve" (Styta Coundl. Far East and Far Out:Councü Meeting in Japan). Rua Teresa Guimarães, 92.Nos intervalos, vldoo3 do música. Aborto a partir das19h.TV BAR CLUB — Exibição domingo às 20h. do La Regtadu Jau. de Joan Renoir; às 22h, 1» Semana do vkkao•ndapendanta. exibiçào do Garotaa da SufaúrMo (daOlhar Eletrônioo), Abra a Jauta (do Edison Elrto) oTetoviséo (Crig-Ró) (da Olhar Eletrônico); às 23hVld«o Hocfc IV — U2 "Unckr a Btood IM Sfcy. RuóTeresa Guimarães. 92. Nos intervalos, vldoos do músi-ca. Aborto a partir das 19h.

¦ttmnon Star 8hlp. apresentação ao vivo; amanhã.vld90 ^ 8on« «»• 8ame(1979); domingo Adam and the Anta. no vldoo ThePrtnoa Charmjng Ravaw. Às 22h. no MJMura Hna.Rua Garoa D Ávila, 15, Ipanema.VÍDEOS NO JAZZMAMA — Exibição hoje de OrsaseNos tampos da BriVtantina, com John Travorta-amanhà Hatto Doüy. com Baitara Streisand o LouisArmstrong. As 19h30min no Jazzmanáa. Rua RainhaElizabeth, 769.VÍDEO ÓPERA — Exibição de La Bohème. direção doZeffirelli. Com Canetas, Stratas, Scotto, Stilwell e Mor-ris. Hojo às 14h e 18h. no Centro Cultural GlecomoPucdni, Rua Siqueira Campos, 43/1010.ESPAÇO Pfló-VÍDEO — Exibição de vfdeos com U2(no Concerto Undor tho BJood RedSlry. na Cratera doColorado. EUA e Ruoh (no Concerto Bdt: Staga... Uít)Complemento: U2 no Uva Aid. Do 6» a dom. às 18h o20h, no Espaço Pr6-Vldao. Estrada dos Trôs Rios,90/336, Freguesia, Jacaropaguá.VlDEOS NO GIG — Exibição hojo de Jonnhy Winter,Jethro Tull o James Taylor; amanhã Dizzie Guillospo,Grover Washington Jr o Tina Tumor; domingo comJonnhy Winter. Ene Clapton, Jeff Bock o Diro Straits —U2. As 22h, no Gig Vtóeo-Ba*, Av. Gon. San Martin,629. Lebion. Aborto a partir das 11h30min até às 4h damanhã com vldoos do música.VlDEOS NA MAKHATTAN - Exibição de vídeos hoiee amanhã às 22h com The Poltce, Prince o PaulMaCartnoy; domingo o partir das 15h. com Madonna,RAonnattan Dbcotequo. Av. Menezes Cortes, 3020Jacarepaguá.

VÍDEOS NO CAVH^NA I — Exibição de vídeos comQuiet Riot. Randy Rhoads (Los Angeles 78). Iron Maiden(Pirata, Montreal Fórum 84), W.AS.P.E., Black Sabbatho Ctay Osboume (Baet Oub. 7(V72). Domingo às I6hno Caverna I. ao lado do Canecâo.VÍDEOS EM FORÓPOUS - Exibição, às 15h o 19h.de Ensaio de Orquestra, do Fedehco Follini; ôs 17h,Liv* ^Perta. com Kenrry Loggins, The Cara, NeilYoung e Power Station; às 21 h, Moruenhor. do FranckPorry, com Christopher Reevo. Do 2a a dom às 15h.17h, 19h o 21 h, no Clnevideo Bauhaus, Rua JoSoPessoa. 88. Petrépolis.

Um antigo boina verde viaja até uma poquenacidade para visitar seu último companhoiro sobrovi-vento do guerra. A noticia do que o amigo morreradevido aos efeitos do Aoento Laranja Iova-o è beirodo loucura. Elo ó preso o ©o escapar da policiadesencadeio umo escalada de violência fazendojuttiça polas próprias màos. Produção amoricana.O ESPELHO DA MORTE (The Boogey Man), do UlliLommel. Com Suzana Love. Ron Jamos o John Canodi-no. Irá (Rua da Canoca. 49 — 262-1729): 10h.12h.14li.16h, 18h. 20h. 22h; dom. a partir das 12h (18 anos)'

Filme do terror. Um garoto aterrorizado mata oamanto do sua mâo. Anos mais tarde, o espirito doassassinado retorna através de um ospolho paraaterrorizar a família. Produçôo americana.

MatinêsPtCOUNO — Rica mar 14h45min. (Livre).A DAMA E O VAGABUNDO — Lagoa Drive-ln:dom. ôs 18h. (Livro). sáb. o

D

ExtrasIMPACTO FULMINANTE (Suddon Impact). do ClintEastwood. Com Clint Eastwood. Sondra Lacka. PatHingle, Bradford Dillman, Paul Drake o Audrio J. Noe-nan. Hoje e amanhã à meia-noite, no Cândido MandesRua Joana Angélica, 63 (18 anos)

Mais um caso do detetive Hany Callahan, maisconhecido como Dirty Harry. Callahan trabalha nosetor do homicídios do Sôo Francisco o tom oreputação de usar táticas bastante controvertidas nocombato ao crime. Desta voi ele está na trilha do umassassino psicopata. Produção amoricana.OPAI DO SOLDADO — Amanhà às21h. noClnedubeMocuneíma. Rua Araújo Porto Alogre. 71/9°.BRINQUEDO POPULAR DO NORDESTE, documentá-no de Poriro Jorge de Castro Hoje às 19h. nc CinccàuboAgostinho Neto. Rua Aívaro Alvim. 31/502. CentroLE COUP DE GRACE. de Claixle Durand e Jean CayrolCom Da mete Dameux e M.chol PkcoIi. Amanhà às18h30min na Aliança Franoeaa da Tlhiea. Rua AndradeNeves, 315. Legendas em portugute.

E um lado aMostra 65Anos da Fox do

Brasil com a exibição defilmes inéditos; de ou-tro, títulos variados emque a predominância énovamente americana.A programação "extra"deste Fim de semana es-tá indiscutivelmente sobo domínio de Holly-wood.

Na Mostra da Fox to-das as atenções se vol-tam para a pequena jóiade Woody Aílen — ARosa Púrpura do Cairo.Com notável sensibili-dade, Allen realiza umverdadeiro hino deamor ao cinema, e MiaFarrow tem atuaçãosimplesmente arrebata-dora. Já Brazil... o fil-me, carregado de inten-ções, poderá interessaràs platéias mais jovens— que curtam o humormuito particular dos in-

As artes de DustinHoffman em

Tootsie no Art-Uffde Niterói

gleses do Monty Py-thon. Em Sob Fogo Cer-rado, a Revolução San-dinista que derrubou aditadura de AnastasioSomoza chega final-mente à tela. Com umelenco estrelado porGene Hackman, NickeNoite, Jean-Louis Trin-tignant e Ed Harris, SobFogo Cerrado não che-ga a ser exatamente umgrande filme — o argu-mento supera a realiza-ção — mas vale como

retrato de uma situaçãoque ainda não perdeusua dramaticidade. Eserve como elemento dereflexão sobre a luta ni-caragüense.

Um momento parti-cularmente infeliz nacarreira de Clint East-wood, Impacto Fulmi-nante — dirigido e in-terpretado pelo astroatualmente sendo reva-lorizado pela crítica in-ternacional — pode serrevisto no CândidoMendes hoje e amanhãà meia-noite enquantoo Cine-Art UFF vem deTootsie, um tour de for-ce de Dustin Hoffman.E no telão dó Telima-

em, amanhã, às 20h ,ob Fosse oferece mo-mentos de alia curtiçãoem AH That Jazz. Mo-mentos fugidios, é ver-dade, mas sempre me-llior do que nada. (Wil-son Cunha)

Brive-In<Con,n'deRichard Fleischer. Com Amold Schwarcenegger. GraoeJones. Wilt Chambertain o Mako. Lagoa Drtve-ki (AvBorges de Medeiros. 1426 — 274-7999): 20h. 22h (14anos). Ató domingo.

Segundo filmo sobre o guerreiro Co nan dospovos bárbaros. Em sua nova aventuro elo oncontrauma princesa africana quo fora vendida como escra-va. Eles partem juntos para roubar uma chavemágica guardada por um mágico invencível. Produ-çôo amoricana.

NiteróiAHT-UFF-MEPWSTO, com Klaus Maria Brandauer. Às14h30min, 17h30min, 20h30min. (16 anos). Até dorrwrvgo. Hoje, ò meia-norto, exibição de Tootsie. oom DustinHoffman. (18 anos). Domingo, ás lOh, As Fértsa do SrHukrt, com Jacques Tati. (Livre).tCARAl (717-0120) — A Testemunha, com HamsonFord. As 13h30. 15h30, 17h30. 19h30. 21h30(16anos).Ató domingo. Som do&y slircoCINEMA-1 (711-9330) — Rsmbo D: a Mbato. comSylvester Stallone. As 13h. 14h50. 16h40, 18h30,20h20, 22h10 (14 anos). Ató domingo.W1NDSOR (717-6289) — O Extermlnador do Futuro,com Amold Schwarzenogger. Às 15h, 17h. 19h. 21h. (16anos). Ató domingo.CENTRAL (717-0367) — Loocadcmia de Policia 2 —Prtmoiro com Steve Guttenberg. Às 14h20,16h, 17h40, 19h20. 21h. (14 anos). Ate domingo.NfTERÔI — Taras com Mel» da Seda Preta, comAnnete Haven. Às I4h20min. 15b40min. 17h,18h20min, 19M0min, 21 h. (18 anos). Até amanhàDomingo A Noite das Pervertreçóc* Às 14h20mm.16h. 17h40min. 19n20min. 21h (18 anos).

FESTIVAL DE FILMES ETCÉ-— 65 DA FOXNO BRASILA ROSA PÚRPURA DO CABKJ (Tha Purple Rosa o}Cairo), de Woody AJlen. Com Mia Farrow. Jeff Darvels,Danny Aiello, Irving Metzman o Stophanie Farrow.'Comodoro (Rua Haddock Lobo, 145 — 264-2025): hotoàs 15h30min, 17h, 18h30min. 20h. 21h30min. VenezaCAv. Pasteur. 184 _ 295^349): amanha às 14h30min16h. 17h30min. 19h, 20h30mln. 22h. O^rter (RuaCoronel Moreira Cósar, 265, Icaraí/Ntterói — 711-6909)-domingo às Mhttmin. 16h, 17h30m,n. 19h, 20h30min22h. (10 anos).

Numa poquena cidade de Novo Jersey. durantogrande Depressão americano, Cocllia trabalhacomo garçoneto para sustentar o marido. Para fugirduro realidade, Cocllia tom como distração osfilmes quo sôo exibidos no Cinema ondeencontra um mundo de romance e fantasia Produ-Çõo amoricana.KW2L..0 RUWE (Brazfl). do Teny Gilliam. Com Jono-hX, rnüi?°^'rt De N|TO' Ka,horino Helmond. lanHolm o Bob Hoskins. Vonuzx (Av. Pasteur. 184 — 295-M49): hoje às 14h. 16h30min. 19h, 21h30min Gen»-1lAv. *IS Américas.4866 - 32M895): dom.ngoàs 14h16h30min, 19h, 21h30min. No Venoze. som dotoJ«téroo. (16 anos). wwy

O filme conta a história transcorrida em um paísburocrático, onde possíveis orros de computadortrazom consoqüóncias desastrosas para as pessoas.Comódia amoricana.SOB TOGO CERRADO - |Und« Rre). do RogerSpottiswoode. Com Ntck Noite, Gene Hackman, Joan naCassidy, Jean-Louis Tnnlignant e Ed Hams. Barra-1 lAvdas América», 4666 - 32í>4896): hoje às 14h30min16h50min, 19h10min. 21h30mm. Conter (Rua CoronelMoreira César. 265, Icaral/Nitenü — 711 -6909) amanhaàs 14h30min, 16h50min, 19h10min. 21h30min Vensza(Av. Pasteur. 184 - 296-8349): domingo às 14h30m,n.16h50min, 19h10min. 21h30min. (14 anos). Som dotovoteroo.

A história do três jornalistas — o fotógrafoRussol Price, o con^spondonte Alox Grazier e aradialista Clairo Strydor — duranto o cobertura dosconflitos armados na Nicarágua. Produçáo ameri-cana.A VIDA DO PRÓXIMO (The Blood of Othora). deClaude Chabrol. Com Jodie Foster, Michaol Ontkoan,Lambert Wilson e Mane Bunol. Pol(vdo-1 (Rua dóPasseio. 40 - 240-6541): hoje às 14h, 16h20min18h40min, 21 h. (14 anos).

Na França ocupada pelos nazistas, a dramáticatrajetória de Hólóne, uma jovem obstinada, dispostaa sacrificar tudo, irtclusivo a vida, pelo homem quoama. Produçáo francesa.CflJMES D€ PAIXÃO — (Crimes of P&ssk>n). do KenRussell. Com Kathleen Tumer, Anthony Perkrns. JohnLaughlin, Annie Potts o Bmoe Davison. Comodoro (RuaHaddock Lobo. 145 — 264-2025I: amanha às 15h, 17h.19h, 21h. (18 anos).

Ex-craque de futobol, Bobby Grady, onvofvo-flocom uma linda mulher, conhecida como China Blue.AJóm dele, o Revorondo Peter Shayno, um homemsexualmente perturbado, tambóm está intoressadoem China Bluo. Produçáo inglesa.TOANSITO Murro LOUCO (MtMno Violirtienal. deNeal Israel. Com John Murray. Jennifer Tilly. James iKeach, Bnan Backer o Sally Kallorman. Conter (RuaCoronel Moreira COsar. 265, Icaral/Niterói — 711-6909)hoie às 14h50min. 16h30min, 18h10min. 19h50mia21h30min. Barra-1 (Av. das Américas. 4666 325-4895): amanhà às 15h, 16h40min. 18h20min,21h40min. Peiácio-1 (Rua do Passeio. 40 — 240-6541):domingo às 14h, 15h40min, 17li20min, 19h, 20h40min(14 anos).

Um grupo do "desajustados" quo trvoram suashconças de transito cassadas e sous carros apreendi-dos encontram-se numa auto-escola, resultando nu-ma sério do seqüências cômicas. Comédia america-na da mo3ma dupla realizadora de Loucademia daPolWa e A Ultima Fwta do Soíteiro^^A PÍBMSRA TRANSA DE JONATHAN — (MbehiaOde Mel Damski, Com Doog McíCeon. Cathenno MarvStewart, Kelly Preston e Chns Nash. Pelddo-1 (Rua doF^ssow. 40 — 24M54I) anvinhà às 13h40min15h30min, 17h20mm 19hl0m,n 21h Comodoro (RuaHaddock Loto. 145 — 264 2025):14hl0min. 16h. 17hò0min. 19n40rmn.anos)

domingo às21h30min. (141956. Jonathan, um tímido rapaz da cidade deNelsonville, EUA. confia em Gene, dono de umamotocicleta e que náo tem problemas com garotaspara ajuda Io a conquistar Marilyn McCauley. Produ-çôo americana.

JORNAL DO BRASIL

Flávio Rangel

Fim de Semana sexta-feira, 13/9/85 o CADERNO B o 7

Como vencer

na vida sem

fazer força

O

programa de televisão que vai ser gentilmenteofertado ao país, hoje à noite, tem tudo parase transformar no maior ibope da história. OGoverno deveria pensar seriamente em re-

transmiti-lo em escala mundial, vila satélite, para escla-recimento e aprendizado de toda a Humanidade. Vai sermuito melhor que Woodstock, mais significativo que atransmisão da Copa e nosso florão da América quefulgura iluminado ao sol do Novo Mundo não deveperder a extraordinária chance de ter outra vez curvadas,diante de si, Europas e Ásias.

U programa tem como objetivo "defender a ima-gem do Congresso, desgastada por denúncias da impren-sa , como dizem seus realizadores. Parece que a primei-ra parte será sobre a atividade de suas excelências, osnobres parlamentares. Já de saída se vê que a emissão émuito bem roteirizada. É de boa técnica dramatúrgicacomeçar os assuntos sérios de modo mais leve, para queo público não seja forçado à reflexão filosófica assimlogo de cara. A platéia mundial poderá se deliciar com oepisódio dos deputados pianistas, que votavam duasvezes. Se o roteiro do programa intercalar uma explica-ção psiquiátrica a respeito da componente lúdica dosdeputados, a pureza intrínseca de suas alminhas infantis,destacando a porção criança de cada um, certamenteganhará muito em elementação cultural. A fotografia deum deputado pianista, de preferência careca, mantendofixa a lembrança da aurora de sua vida,será um refrigérioà alma cansada de bilhões de espectadores em todo omundo. E se tal foto por estampada ao lado da de umacriança favelada brasileira, ou se uma menina flageladado Nordeste, esta de mãos vazias e o deputadinho comum cheque de 112 mil cruzeiros referente a seu jeton,todos poderão perceber que nem tudo está perdido eainda resta alguma esperança neste vale de lágrimas.

O programa poderá também revelar a espetacularcategoria do parlamentar brasileiro que, representantenn tVHin t n namilinv 11 ) ivjíivjvmuni^do povo, tem modo peculiar de compreender-lhe asaspirações. Cenas da campanha das Diretas-Já, comtodos os brasileiros enrolados no auriverde pendão danossa terra que a brisa do Brasil beija e balança,contrastadas com o dia da votação da Emenda Dante deOliveira, devidamente derrotada pio Congresso, servi-rão para expor à face do mundo a profundidade dacompreensão filosófica dos nossos congressistas. Nessepedaço, poderão ser mostrados também a carinha dossenadores biônicos: o mundo então perceberá que oBrasil é o único país do mundo cujos representantes dopovo são escolhidos por generais. Tres chic.

Mas certamente o melhor virá no fim. Para tirarRoque Santeiro do ar, só mesmo uma coisa fulgurante.Sendo um consenso nacional que Regina Duarte é muitomais bonita e graciosa que o senador José Fragelli e que,com todo o respeito que desperta a veneranda figura doDoutor Ulysses, o povo é muito mais Paulo Gracindo, oprograma de hoje tem necessariamente que reservar-seum clímax profundamente emocionante — mais impor-tante para a história do planeta que o Giant step forMankind, como foi considerado aquele passo que o

astronauta Armstrong deu na Lua (programa também demuito bom Ibope, que bateu todos os recordes deaudiência em todo o mundo, menos em Sáo Paulo, ondeperdeu para Hebe Camargo).

E tal clímax já existe. O programa tentará defendero pagamento de remuneração pelo comparecimento àssessões do Congresso, pagamento esse feito mesmo naausência. Anteontem e ontem só havia pouquíssimossenadores e deputados em plenário, mas todos os 548descolaram seu tutu.

Este trecho há de ser profundamente revolucioná-rio — táo importante para os destinos da Humanidadecomo as descobertas de Colombo, Galileo, Darwin,Marx e Freud. Quando o anjo Gabriel expulsou Adão eEva do paraíso, disse ao rapaz: "Ganharás o pão com osuor do teu rosto". De lá para cá tem sido umatrabalheira. Todo mundo dá um duro danado e estásempre frustrado e mal pago. Os bancários estão até emgreve. A exceção do bebê real da Inglaterra e de muitopoucos afortunados, não se conhece ninguém que ganhesem trabalhar. Só os congressistas brasileiros.

Hoje à noite será explicado ao mundo como isso épossível. Vai ser um programaço.

TELEVISÃO

Os Filmes de Hoje

SEXTA-FEIRA

com muitos fil-mes programados, mas poucosque mereçam alguma atenção.

No festival de inéditos da Globo, temosOrca, a Baleia Assassina (Tv Globo,21h20min), produção milionária do ita-liano Dino de Laurentiis, seguindo aságuas (sem trocadilho) do ótimo Tuba-rão, de Spielberg. Neste caso, comalgumas pitadas de ecologia, defendidapela personagem de uma bióloga mari-nha, representada por Charlotte Ram-pling. Fora isto, haja clichê!

Ainda na Globo, às duas e meia datarde, O Milagre que, pelo menos, temum argumento curioso: na Espanha doséculo XIX, noviça foge do conventocom namorado, e seu lugar é ocupadopela estátua de Nossa Senhora. Pareceuma daquelas fitas mexicanas. Para osque gostam de varar a madrugada emcompanhia de um bom e antigo filme Bamericano, vale conferir. A Legião Sui-cida (Tv Globo, 00h30min), com GaryCooper, David Niven e BroderickCrawford. Produção de 1939, em pretoe branco, dirigida pelo especialista Hen-ry Hathaway. (Paulo A. Fortes)

O MILAGRETV Globo — 14h30min

(The MJr»ci«) — produção americana de 1959, dirigidapor Irving Rapper. Elenco: Carro» Baker, Roger Moore.Vittono Gassman, Walter Slezak. Colorido (119min).R o manca • aventura. Na Espanha de 1810,noviça (Baker) foge de convento para encontrar-secom oficial britânico (Moore), enquanto imagem deNoasa Senhora desaparece e, aob forma humana,assume lugar da noviça no convento. Ofidal ó dadocomo morto na guerra, e ex-noviça se entrega avário® homens. Só que ele volta vivo dos campos debatalha, e sua amada retoma ao convento.

O VINGADORTV Record — 21 h(II V«ndlc«tora Dubrowtky) — produção ítalo-americana, dingida por Willian Distaria. Elenco: JohnForysthe e Rossana Schiaffino. Colorido.Aventuras. Na.Rússia Tzarita, oficial finge serprofessor para descobrir provas contra um nobre dacorte, corrupto e espertalhão.

O AMOfl, ALGUM DIATV Manchete — 21h15min(Uke Mom, Uke Me) — produção americana de 1978,dingida por Michael Pressman. Elenco: Linda Lavin,Knsty McNicol, Max Gail. Colorido (96minl.Drama. Mulher abandonada polo marido (Lavin)muda para outra cidade, junto com sua filha IMcNi-chol); iá, dá aulas numa pequena escola, e é vista

como mulher "disponível" pelos homens Enquantoa mâe namora um conferencista literário e, depois,um policial, a filha se apaixona por um jovemnaturalista. Atá que o pai volta, querendo recompora família.ORCA. A BALEIA ASSASSINATv Globo, 21h20minOrca, the Killer Whale) produçáo americana de 1977.dirigida por Michael Anderson. Elenco: Richard Harris.Charlotte Rampling. Keenam Winn, Bo Derek Colorido(95min)

SuapenM. Capitéo Nolan (Harris) vê homem quefoi atacado por baleia de espécie Orca Orcinu».Pensando em ganhar dinheiro, ele pesca a baleiafêmea, apesar do» protestos de ume bióloga mari-nha (Rampling). Quando o animal tem um aborto,Cepitío manda seu ajudante (Wynn) devolvê-la aomar. Finalmente, uma enorme Orca macho atraiNolan para alto mar, onde ambos iráo travar umaluta de vida ou mortePSICOPATIA

TVS — 22h20min(Heunta) — produção americana de 1975. dirigiria porHerto Freed. Elenco: May Britt. Cameron Mitchell. AldoRay ColoridoDrama psicológico. Ingrid (Britt) é uma jovempsicopata que tenta provar è Policia que foi violenta-da, e que seu tio foi testemunha (e possível partici-pante) do episódio. Por ter problemas psicológicos,policias demoram a acreditar nela e na sua história.

FRENESITv Globo — 23h50minFrwwll — produção inglesa de 1972, dingida por AllredHitchcock. Elenco: John Finch. Alec McGowen, BarryFoster Leugh-Hunt. Colorido 106 min)Suspensa. Londres está em pânico: maníacoestá matando mulheres enforcadas com gravatasmasculinas. Richard (Finch) « despedido do har ondetrabalhava. Sua mulher IHuntl lhe oferece dinheiro,mas ele recusa. Encontra amigo (Foster), dono deloja de frutas, que quer ajudá-lo. Só que, quandoRichard vai embora, amigo tenta seduzir sua mulher,que acaba sendo assassinada. Richard passa a sarsuspeito do crime.

A LEGIÃO SUICIDATv Globo — 00h30minThe Real, Giory) — produção americana de 1939.dingida por Henry Hathaway. Elenco: Gary Cooper.David Niven. Andréa Leeds, Broderick Crawford. Preto• branco (99min)Com o fim da Guerra Hispano-Amerlcana, pe-queno grupo de oflclall permanece nas Filipinas,para formar um exército local. Mas cabam enfren-tando atentado de um grupo de nativos, que queremmatá-los.

A VOLTA DOS REBELDESTv Bandeirantes — 00h30minRetum of the Rebela) Produçôo americana de 1981.dingid8 por Noel Nosseck. Elenco: Barbara Eden, DonMurray. Jamie Farr, Robert Mandan, Deanna Robbins.Colorido (97min). legendado em português.Viúva (Den) dirige acampamento de lazer. Isto,apesar de, na juventude, ele ter sido integrante deum grupo de motoqueiros, os Águias Rebeldes.Tudo vai bem atá que um grupo de jovens rebeldesse instala no acampamento, entrando em conflito aespantando os outros hóspedes.

O esporte anima fim

de semana no vídeo

Míriam Lage

O

forte do final de semana natelevisão é o esporte. No do-mingo, às 9h, a TV Globo

coloca no ar a 13a prova do campeonatode Fórmula-1 deste ano. A corrida serárealizada no autódromo Spa-Francorchamps, na Bélgica, que acabade passar por uma total reformulaçãoexigida pelos pilotos que desaprovaramsuas condições de segurança. O líder daatual temporada continua a ser o pilotoAlain Prost, seguido pelo italiano Mi-chele Alboreto. Mas os especialistas daFórmula-1 acreditam que os aperfeiçoa-mentos no carro de Nelson Piquet e suadisposição de deixar a Brabham vitorio-so podem reservar bons momentos deemoção para o público brasileiro.

Outras atrações esportivas animamo final de semana. O futebol recheia aprogramação de domingo da TVE. Aomeio-dia a emissora exibe dois compac-tos: Flamengo x América e Vasco xOlaria. Vai mostrar, também, compac-tos das partidas realizadas na Europa,válidas pela fase eliminatória da Copado Mundo de 1986: País de Gales xEscócia e Polônia x Bélgica. A TVEprogramou para as 21 h o compacto dojogo entre Flamengo e Portuguesa e,mais tarde, vai mostrar o VT completoda disputa entre o Botafogo e o Vasco.Na Bandeirantes, o Show do Esporte

reservou para às 18h a final do DesafioYamaha, um campeonato divertido en-tre as equipes comandadas por Lucianodo Valle e Juarez Soares que reuniram,nos últimos domingos, jogadores profis-sionais atuando fora de suas moaalida-des. A final é uma partida de futebol desalão em que entrarão em campo oboxer Maguila — ídolo da torcida queacompanha o desafio — Hortênsia ePaula. As partidas valem mais pelohumor do que pela atuação dos craques.

Estréia amanhã às 13h55min, naGlobo, o seriado Fama que fez boacarreira na Manchete ano passado. Mascomo a emissora não renovou o contra-to com a distribuidora Metro, a Globocomprou um lote inédito e passa a exibi-lo nas tardes de sábado. Para começar,O Astro Caído, episódio que tem comocenário a Escola de Artes Cênicas deNova Iorque, onde os estudantes vivemsuas alegrias, dramas e aspirações nocaminho ao estrelato.

O entrevistado de domingo no pro-Çrama Persona — TV Manchete, às 22he D. Mauro Morelli, bispo de Duque deCaxias. A conversa será conduzida pelojornalista Roberto d'Ávila e por Beti-nho, ex-líder estudantil e sociólogo exi-lado no período da ditadura militar. Oprograma tem depoimentos de D. PauloEvaristo Arns, D. Agélico Sândalo e D.Luciano Mendes de Moraes. Em pautao papel da Igreja na Nova República.

De Zeffirelli, melodrama.

E ainda Burton-Liz Taylor

AOUI, o seu programa de filmesna Tv, para o fim de semana.Amanhã.

Tv Globo: O Rei do Laço, comédia comJerry Lewis e Dean Martin (13h25min); OCampeão, melodrama de Franco Zeffirel-li, com John Voight e e Faye Dunnaway(21h25min); Marcha por um Ideal, aventu-ras com Jamie Lee Curtis (23h50min); OMagnata Grego, com Anthony Quinn eJacqueline Bisset (Ülh45min); Tv Educati-va: O Açougueiro, filme ítalo-francês deClaude Chabrol, com Jean Yanne e Ste-phane Audran (21 h). Tv Manchete: AJuventude de Butch Cassidy, westem deRichard Lester, com Tom Bernger(21 h 15min); Os Farsantes, aventuras, comkichard Burton, Elizabeth Taylor e Peter

Ustinov (23h30min). TVS: A Destruição dePompéia, italiano, com Susan Paget eMara Jane (Oh). Tv Bandeirantes: MaisForte que a Lei, westem de Alfred Wer-ker, com Virgínia Mayo (01 h). Domingo.Tv Globo: Domingo Negro, de John Fran-kenheimer, com Robert Shaw, MartlieKeller e Bruce Dern (23h30min); Os Cha-cais do Oeste western de Burt Kenncdy,com John Wayne e Rod Taylor(01h25min). Tv Manchete: Aquele Beijo àMeia Noite, drama musical com MarioLanza (16h); Desirée, o Amor de Napoleáo,com Marlon Brando, Jean Simmons eMerle Oberon (18h). Tv Bandeirantes:Vendedor de Balões, filme com Lee J.Cobb. (20h). TVS: Tarzan e a ExpediçãoPerdida, produção de 1957 com GordonScott (22h).

CRIANÇASO RAPTO DAS CEBOUWHAS — Texto de Maria ClaraMachado. Direção de Humberto Abrantes. TeatroCawnHI. Rua Desembargador Isidro. 10 12683178)Sáb e dom, às 17h15min. Ingressos a CrS 10 mil.A BRUX1NHA QUE ERA BOA — Teatro de MariaClara Machado. Direção de Toninho Lopes. Com ogrupo Ponto de Partida. Teatro do Ptanetirio. Av. Pe.Leonel Franca, 240 (274-0046). Sáb e dom. às 16h.Ingressos a Crí 10 mil.VIVA O RIO: DOMINGOS CAW0CAS - Dom. ÍB Sti.a história Vierem Colorida e criatividade; às 13h,Histórias Para Ouvir e Brincar com o grupo Sem PóNem Cabeça e jogos recreativos; às 15h. O MundoCokntdo do Circo. Na Pça. Vila do João.ULISSES — Adaptação da Odiwto, do Homero, porMana de Lourdos Martini. Direção do Maysa Braga oAna Lulsa Cordeiro. Teatro Dutdna. Rua AJandoGuanabara, 17. Sáb e dom, às 16h. Ingrossos a CrS 6mil.A FADA DO LAGO AZUL — Texto de LimachemCherem. Ctube Guri! And ia, Rua S. Clemente, 408.Dom, às 17h. Ingressos a Cr$ 8 mil.PLANETÁRIO — Programação sãb às 17h, Cahdnhade Brinquedos (infantil) e às 18h30min. Até qua o eolca apague (adulto). Dom. às 17h. Carrinho Fetfi(infantil) e. às 18h30min„ Do AKM 2 a Gaünda DX(juvonil). Rua Pe. Leonel Franca, 240 (274-0096).Ingressos a CrS 2 mil 200. adultos e CrS 1 mil 100,crianças ató 12 anos.pN. P1NÓQUK) — Direção de Eduardo Totentino.V Com o grupo TAPA. Teatro Ipanema, RuaPrudente de Morais, 824 (247-9794). sáb, às 17h edom, às 16h. Ingressos a Cr$ 10 mil. Ató dia 29»Adaptação do folhetim do Collodi e um dosespetáculos infantis mais ousados dos últimostempos, nào só pela abundância de citações àcommodla ckJíesto, como pela tematizaçõo expll-cita da morte e pelo perfil pouco heróico de seuprotagonista.

APRENDIZ DE FETRCORO — Texto de MariaClara Machado. Teetro Tsbtado. Av. üneu dePaula Machado. 796 (294-7847). Sáb. odom . às 16h e17h30m. Ingressos a CrS 10 mil.Remontagem tabladiana de peça com a qualMaria Clara Machado recebmro Moliòre de Drama-turgia de 1969 e cujos jogos com crescimentosdesordenados de coisas e pessoas se tornamespecialmente afiados graças ao tratamento musi-cal de Márcio Trigo e cenográfico de Pedro Sayad.r\ BETO E TECA — Texto de Volker Lodwig.Direção de Renato Icarahy. Com o grupo TAPA.Teatro A/thur Azevedo, Rua Vítor Alves, 454. Sáb. edom. às 16h. Ingressos a CrS 8 mil.Retomada de Max und MUS, texto do aleméoVolker Ludwig, montado originalmente pelo grupo

GR/PS, que proporciona um belo exercido deencenação e interpretação realistas a Renato Ica-rahy, Felipe Martins, Jairo Lourenço e Vera Regina.|-K ENSAIO N° 2 — O PINTOR — Texto de LvgiaBojunga Nunes. Direção do Bia Lessa. Teatro doSeuc da TTjuca, Rua Barão de Mesquita. 539 (208-5332). Sáb. e dom., às 17h. Ingressos a CrS 15 mil eCrS 7 mil, crianças.¦ Reflexão sobre a arte, a cor e a perda, cujospontos altos sáo o desenho cênico esboçado pelatalentosa Bia Lessa e a inteligente direção musicalde Calque Botkay.ALÉM DO ABCCMRIS — Musical infanto-juvenil deTórda Neri. Direção de Aracy Cardoso. Teetro DeJfin.Rua Humaitá. 275 12664396). Sáb. e dom., às 16h.Ingressos a CrS 10 mil. Ató dia 29.SONHO DE UMA NOfTE DE VEHÀO — Texto doShakespeare. Direção de Moacyr Goes. Teatro Gtau-ce Rocha, Av. Rw Branco. 179. Sáb, às 17h e dom. às16h. Ingressos a CrS 6 mil. Amanhã comomora 50apresentações.O MENINO MALUQUINHO — Musical de ZiraldoAdaptação e direção de De mo t no Nicolau. TeatroCasa Grande. Av. Afrânio de Melo Franco. 290 (239-4046). Sáb e dom. às 17h. Ingressos a CrS 10 mil.A BRUXINHA E O PRÍNCIPE VALENTE — Texto edireção de Limachen Cherem. Teatro Imperial. Praiade Botafogo. 524. (29&0896I Sáb. e dom. às16h30min. Ingressos a CrS 8 mil. Acompanhante nãopaga.CEGONHA?...QUE CEQONHAI ..— Texto de MariluAívarez. Direção de Cláudio Torres Gonzaga. Com ogrupo Infinita Metragem. Teatro D*«jm. Rua Humai-tá, 275 (266-4396) Sáb. e dom às 17h30m. Ingressos aCrS 10 mil.KXJPÍ — Texto de Carina Cooper e Geórgia Sodró.Direção de Canna Cooper. Teatro da Cidade. Av.Epitácio Pessoa. 1664. Sáb. às 17h e dom. às 16h.Ingressos a CrS 10 mil.A CASA DE CHOCOLATE — Texto de NazarethRocha. Adaptação do Henrique Nunes. Direção deWagner Lima. Twttro d* Boteo Aurimar Rocha. Av.Ataulfo de Parva, 269 (239-1498). Sáb. e dom., às17h30min. Ingressos a CrS 10 milA IDADE DO SONHO — Texto de Tonio Carvalho.Direção de Vicente Maiolino. Com o grupo Feliz MeuBem. Teatro Cadida Bockcr. Rua do Catete, 338(295-9933). Sáb e dom, às 17h. Ingressos a CrS 6 mil.Ató domingo.OS 8ALTOB3ANCOS — Texto de Sérgio Bardotti.Adaptação de Chico Buarque de Hollanda. Direção deJongo Correia Espetáculo de bonoco» com o grupoSalamê Mingua. Toatro Mnl. Rua Álvaro AMm. 55(240-1135). Sáb e dom, às 16h. Ingressos a CrS 8 mil.

0 elenco de Arca de Noé em íempon

Flora Sussekind

O panorama atual de teatro in-fantil chama a atenção para adisseminação de diferentes

modos de produção e para a conse-qüente coexistência, às vezes pacífica,às vezes nem tanto, de opções estéticasbastante conflitantes em meio aos qua-se quarenta espetáculos que se ofere-cem ao público todo fim de semana.Há desde superproduções patrocinadascomo Plim (Canecáo) a espetáculos-garotos-propaganda como A Comédiados Smurfs (Circo Tihany) ou O que éque tem dentro? (Parque Lage); aexibições deslavadas de puxa-saquismo, como as remontagens deadaptações de livros de Ziraldo, cujaestréia, pouco sutil, coincidiu com suanomeação para a Funarte; a monta-gens em que se opta por pequenosrecursos, produção coopcrativada ebons resultados como em A Idade doSonho (T. Cacilda Becker) ou Ioupiii(T. da Cidade); a trabalhos em partefinanciados por instituições culturais,como Beto e Teca (Planetário), frutode uma sugestão do Instituto Goethe;a esforços isolados como os de BiaLessa, apoiada pelo Scsc (em Ensaio n°2), Roberto Bomtempo em Tom Sa-wyer (T. Vanucci) ou do Grupo Tapaem Pinóquio (T.Ipanema); ou ao tra-balho de médios empresários comoElvira Rocha com sua Arca de Nóe(Teatro dos 4), hoje meio sufocadapela entrada de grandes empresários epatrocínios em cena, injeção de dinhei-ro que ocasionou súbita mudança esté-tico-ideológica cm muitos profissionaise espetáculos de teatro infantil.

Porque nos últimos meses inúme-ros "filhos do Asdrúbal" têm se trans-formado, cheios de alegria, em afilha-

dos da Shell ou filhos adotivos deMarcos Lázaro. O que talvez não fossetáo problemático se tal virada implicas-se apenas a redução de horizontesartísticos pessoais, mas a história éoutra. Não é à toa que, nessa paixãopouco crítica pela rápida profissionali-zação, pelo papel de garoto-propaganda desta ou daquela empresa,pela baixa de qualidade nos própriosprodutos (haja vista a diferença entreA Comédia dos Smurfs e Sapomorfoseou entre Dito e Feito e Os Monstrengosdo Rei), quem apareça para o meioteatral como vilão seja exatamentequem tenta obrigá-lo a avaliar as pró-prias opções estético-idcológicas.Quando se opta mesmo pelo mercadoe se dá a mão às grandes empresas,achando bom, cria-se imediatamenteuma figura fictícia de oponente: ocrítico. Porque os patrões não, estessão ótimos. Dão ótimas condições detrabalho. Pouco importa se o espetácu-lo que se montou nada mais é do quepura merchandising. Veja-se o casodos Smurfs. O espetáculo, verdadeirotriunfo do "Mesmo", reprodução doespetáculo argentino, por sua vez re-produção do europeu, por sua vezreprodução do israelense, não funcio-na. Isto do ponto de vista artístico, éclaro. Do ponto de vista comercial, éuma espécie de gêmeo de um cartazque se vê em qualquer banca de jornal:Revele o seu filme e troque por umsmurf. Trata-se de disseminar os per-sonagens e de ganhar dinheiro. Só isso.E isso é ruim? A rigor não. Desde quese tenha consciência de que o que seestá fazendo é só isso.

O problema é que nosso meioteatral, mais acostumado às fofocas debar do que á discussão intelectual,poucas vezes põe em questão os pró-

prios projetos estéticos ou as própriasopções profissionais. E vem se trans-formando crescentemente, desde quese começou a ganhar um pouco maisvia tv ou via teatro, numa espécie deceleiro de carreiristas mais ou menostalentosos. E que, para ocultar a pró-pria falta de um projeto artístico maisconsistente citam o pobre Brecht deorelhada até onde podem. "O maisimportante é o estômago, já dizia ovelho Brecht", é o que costumamdizer. "E além do mais, quem sãoesses jornalistas, esses assalariados deuma empresa, para falar?, indagam nadefensiva os nossos "Kids Supérfluos"teatrais. Naturalmente não conversamcom "assalariados". Só com editoresou patrões.

E confundindo Brecht com algumyoupie, não parecem perceber a amar-ga ironia de declarações como aquela.Ou de poemas como "Hollywood",onde em quatro versos apenas põe emxeque o seu próprio enlace eventualcom a indústria cultural: "Para ganharo pão, cada manhã/vou ao mercadoonde se compram mentiras./Cheio deesperança/ponho-me na fila dos vende-dores". A diferença é a consciênciacrítica. É não pensar que, ao fazer OsSmurfs se está fazendo grande coisa.Não que não se possa sobreviver. Masmesmo quando se aceitam patrocíniosé possível fazer coisas do nível de umGrande e Pequeno, mesmo quando seentra na mídia é possível fazer traba-lhos como Morte ou S.A.M. realizadospela equipe do Olhar Eletrônico. Aocontrário do que vem ocorrendo noatual enlace do teatro infantil comgrandes empresários ou com patrocí-nios de empresas, é possível fazer bemmais do que um "plim" e voar bemmais alto do que smurfs. Até quandoexiste este enlace.

MUSICAA ARCA DE NOÉ — Musical de Toquinho e Vinicius deMoraes. Roteiro do Mana do Lourdos Martini. Direçãode Alice Viveiros de Castro. Teatro do* Ckwtro. RuaMarquês de S. Vicente. 52/2° (274-9895) Sáb.. às 17h,e dom., às 16h. Ingressos a CrS 10 mil.AS AVENTURAS TOM SAWYHJ _ Texto de Ma*Twain. Tradução de Monteiro Lobato. Adaptação deRoberto Bomtempo. Direção do Roberto Bomtempo eRoney Villela. Teatro Vanucci. Rua Marquês de SVicente, 52/3° (274-7246) Do 4a a dom. às 17hIngressos P a CrS 10 mil; sáb e dom a Cr$ 12 mil.CtNDERELA — Texto e direção de Eduardo Roessler.Com o grupo Papel Crepon. Teatro Municipal daMtanM. Rua 15ndelAbnl. 35. Sáb e dom, 03 16ti.Ingressos a CrS 7 mil.TA NA HORA, TÁ NA HORA — Criação coletiva dogrupo Navegando. Diroçâo de Fernanda Coelho •Fabto Pilar. Direção musical de Chartes Kahn. SelaMonteiro Lobato onaxo ao Textro Vi&vLoboa. Av.Princesa Isabel. 440. Sáb e dom, às 17h30min. Ingres-sos a CrS 8 mil.A BELA E A FERA — Musical de Vcentina Novefli.Direção de Cláudio Gaya Toatro Benjamin ComtantAv. Pasteur, 350 (295-2282): Sáb às 17h e dom. às16h.TTOBOeÓ CTTY — Comédia musical de Maria ClaraMachado. Direção de Mana Luiza Pratos. Teatro laaPrato», Rua Francisco Otaviano, 131 (287-06631. Sáb odom, às 17h. Ingressos a CrS 7 mil.JACARÉ ESPAÇONAVE DO CÉU — Teatro o »howTeatro UFF, Rua Miguel do Frias, 9. Niterói. Sáb edom, às 16h. Ingressos a CrS 7 mil. Ató dia 29.SE A BANANA PRENDER O MAMÃO SOLTA _Musical com texto e direção de Dilma Lóes HotelNacional. Av. Niemeyef, 769 (322-10001 Sáb. às17h30min o dom. às 17h. Ingresse» a CrS 15 mil.ZABADAN — Musical infanto-juvenil com texto edireção de Sengio Carvalha! Teatro do AmMca. RuaCampos Sales, 118 Sáb e dom. às 16h e 17h30m.Ingressos a Cr$ 12 mil e Crí 10 mi!O COMETA HALLEY MO CAM3NHO DE SAO TIAGO— Texto e direção de Paulinho de Tarso e CláudioSavietto. Teetro do Planetário, Av. Pe. Leonel Franca.240. De 3a a 6a, às 14b45min. Ingressos a CrS 10 mil.MONSTRINHOS DA RUA DAS ESMERALDAS —Texto de João Carlos Rodrigues. Direção do LunaBrum. Teatro do TI Jucá Tônèo Clube. Rua Cde deBonfim, 451 Dom, às 17h30min. Ingressos a CrS 6 mil.JOÁOZ1NHO E MARIA NA CASA DA BRUXA —Texto e direção de Jair Pinheiro. Teatro Brigftto BJuir.Rua Miguel Lemos, 51. Sáb e dom, às 18h. Ingressos aCrS 10 mil.PERERÊ — Textos de Ziraldo, Luca de Castro e ZecaUgioro. Direção de Luca de Castro. Teatro da Lagoa,Av Borges do Medeiros, 1426 (274-7999) Sáb., à317h, o dom., às 16h. Ingressos a CrS 10 mil.

Foto de An

Tariuccia Iacovino,hoje na Sala

Seria Brecht youpie?

DUO MARJUCOA IACOVINO E FERNANDO IOPE8— Recital de violino e piano Programa: Sonata Op 78,do Brahms o Sonata. -Je Cosa Franck. Hofo. às 21 h. naSala Ceci&a Maroto *, Lgo da Lapa, 47. Ingressos aCrS 30 mil, ptatów. a CrS 20 mil. platéia suporior e CrS10 mil, estudantes (quatro últimas filas).CONCERTOS DIDÁTICOS — Apresentação do CoroInfantil do Teatro Municipal sob a regência do ElzaLakschovrtz. Pianista: Marfy Moniz Narrador: HolderParente. No programa, poças de Vanria Bollard. Koda-ly. Almeida Prado. Vicente Valle o outros. Hoje. às I4he 16h, na Sala Coei Ha Moiralas. Lgo da Lapa. 47.Entrada franca.BEATRIZ MAGALHÃES CASTRO — Recital da flau-tista, vencedora do IV Concurso Sul-AmOnca do Múst-ca — Jovens Concertistas Brasileiros. Sábado, às 17h.na Sala Coctfia fVtóroVea, Lgo da Lapa, 47.ORQUESTRA DE C/lMARA DE NTTESÔO — Concertosob a regência do maostro Israel Monozes. Programa:peças de AJbinoni, Bach, Haondel, Mignone e Vrvaldi.Domingo, às 20h. no Palácio do Ingà. Rua PresidontoPedreira. 78. Niterói. Ingressos a CrS 3 mil o CrS 2 mi!ORQUESTRA FÜJVRWtôUSCA DE V7EJ.1A — Concertosob a regônaa do maestro Lorin Maazol. Programa:Sinfonia n°40,amSol HAmor. KV 5:»0. do Mozart; OPássaro da Fogo, de Stravinsky o Sinfonia rt° 1 Op68, em Lá Menor, do Brahms. Sábado, ás 21h. noToatro MunlcfpiJ, Cinetàndia (282-6322). Ingressos aCrí 350 mil, poltrona e balcão nobre; a CrS 180 nd.balcão simpte3 e a CrS 100 mil, galeria. tORQUESTRA DO CONCSTTGEBOW DE AJVtSTER-DAM — Concerto sob a regência do maestro BemardHaitinlc. Programa: Sinfonia rt° I, tm Dó Mrior. deBizet; Jaux. do Debussy e Sinfonia n° 7 Op 92. emLá Maior, de Boothovon. Terça-feira, às 21h. roTeatro Munidpal. Cinetàndia (262-6322) Ingressos aCrí 360 mil poltrona o balcão nobre, a Cri 180 mil,balcão simples, a Crí 100 mil, galena.ORQUESTRA DE CÂMARA DO CONSBtVATÓRiOBRASILEIRO DE MUS2CA — Concorto sob a regônaado maestro Marco Maceri. Solistas: Cristina Braga(harpa), loide Mendonça Correia (soprano) e RobénoMolinari (p«ano). No programa, peças de Cima rosa,Dobussy, Pe. Josó Maurício e outros. Domingo, às10h. na Saia CodUa PMroiiia. Lgo. da Lapa, 47.Entrada franca.RSOARTE INSTRUMENTAL — Concorto da OrquestraBrasil Consort. No programa, poças de Bacii e Haon-dei. Domingo, às 17h30min. no Parque da Calacum-ba. Lagoa. Entrada franca.ORQUESTRA SINFÔNICA JOVEM DO RSO DE JA-NBRO — Concorto sob a regônaa do maestro DavidMachado. Solista: Erich Lohningor. Programa, poçasdo David Korenchendlor e Honnquo Oswald. Domingo,às 17h. na Sala CocíSa Moirefc». Lgo da Lapa. 47!Entrada franca.

RADIO JBAM ©«Olffls

JBI — Jornal do Brasil Informa: de 2° a &7h30min, 12h30min, 18h30min e 0h30min;sáb, às 7h30min, 12h30min e 19h30min; dom.às 7h30min, 12h30min e 20h30min.Noticiário Continuo: de 6h às 9h; das 12h às14h 0 das 17h às 19h.Manhã JB: de 2" a 6a, das 9h às 12h. GrandeDebate. Apresentação de Luis Santoro.Repórter JB. primeiros 6 minutos de cadahora.Além da Noticia — com Villas-Bôas CorTêa, às7h50min e 8h45min.Encontro Com a Imprensa — de 2° a 6", às14h. Apresentação de Nen Vitor.Por Dentro da Economia — Com NoênioSpínola às 8h05mm e 18h10min.À Margem da Notícia — Com Rogério CoelhoNeto às 17h50min.Campo o Mercado às 7h50min.Informações Marítimas o Portuárias às6h50min. com Pinto AmandoArto Rnal de 2a a 6". e dom. às 22h comMaurício Figueiredo.PROGRAMAÇÃO ESPORTIVADe 2a a 6»7h — Jogo Aberto — com Vitorino Vieira7h15min — Primeiras do Esporte8K20mín — Destaques Esportivos8K30min — Bola Rolando — com EdsonMauro.12h05mfn — Esportes ao Meio-Dia — comCésar Rizzo17h05min — Bola Dividida — com SandraMoreira18h05min — Na Zona do Agrião — com JoãoSaldanha17h às 18h — Bola em Jogo — com repórte-res. ao vivo20h30min — Resenha Esportiva JB — comLoureiro Neto21h05min — Debates Esportivos JBQuartas e quintas — JB Futebol Show

FM ESTÉREO99,7MHzHOJE

20h — Reproduções a raio laser: Amorl-cano em Paris, de Gershwin (Mata — 17:26);El Pelele. de Granados {Larrocha — 4 30);Pavana para uma princesa morta, de Ravel(Barenboim — 7 40). Sonata om Sol maior,para violino o piano, K 3(11. de Mczart(Grumiaux e Haskil — 10:47); Sinfonia n° 1,em dó menor, op. 68. de Brahms (Giulini53 17) Reproduções convencionais: Surtepara cravo n° 4, de Haendel (Gould — 9 10),Redes, de Silvestre Revueltas (Mata —15 56). Sonata n° 29, em Si bemol maiorHammerklavier, op. 106, de Beethoven (Ar-rau — 46 Ü8)

8 O CADERNO B o sexta-feira, 13/9/85 Fim de Semana

TEATRO

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ARTES PLASTICAS

JORNAL DO BRASIL

A/«ma caracterização circense os atores de Tá Ruço No Açougue, versão de Antônio Pedropara Santa Joana dos Matadouros, recriam Brecht

Tá Ruço No Açougue

Palhaços descem ao matadouro

Machsen Luiz

SANTA

JOANA dos Matadouros, que na adaptaçãocircense de Antônio Pedro ganhou o título de Tá RuçoNo Açougue, encerra uma fase da obra do alemãoBertold Brecht. Nesta narrativa, que concentra seu

poder de fogo contra a exploração econômica predatória, o papelcomplementar da religião na manutenção da miséria e quedestaca a "desordem, exploração e este sistema infernal que écontrário à razão", o alvo é o capitalismo. Escrita um ano depoisda crise de 1929, Santa Joana conserva o caráter didático eexpositivo da fase brechtiana na qual o autor projetava no teatrouma opção partidária muito nítida. É desta mesma fase A Mãe,baseada em Máximo Górki. Mas esse caráter político-partidáriopouco contribuiu para didatizar o tanto quanto Brecht desejavana sua exposição. Santa Joana dos Matadouros se ressente de umafalta de comunicação mais direta, apesar da caracterizaçãobastante evidente dos mecanismos do poder econômico. A ironia,por exemplo, nem sempre serve de veículo revelador, muitasvezes esconde e confunde.

A direção de Antônio Pedro concebeu o espetáculo deixan-do bem claro que o sentido da ironia e o plano da discussãodeveriam ser transpostos para o cenário, sem intermediações, docirco. Lá não existem truques de emoção (a platéia não tem comose identificar afetivamente com as descidas de Joana ao infernodos matadouros, mas "compreendê-las). Trabalha-se sobre acaricatura, a sátira e o exagero. O picadeiro é o espaço derepresentação no qual o grotesco reproduz a vida, refletindo einterpretando seus mecanismos. Neste sentido, a opção do diretorclarifica o texto. E ressalte-se a elaboração da montagem dentrodessa chave levada ao extremo cuidado de resgatar o estilo. Ospassos, as piruetas e o comportamento cênico dos palhaços decirco são minuciosamente reproduzidos, ajustando-se a cada

clima dramático. A limpeza técnica do diretor é tal que se percebeum acabamento visível até mesmo nas máscaras dos atores.Mas nem sempre essa Iimpidez resulta suficiente paradesabrochar qualidades difíceis de encontrar no texto. É evidente

esta dificuldade nas cenas passadas na Bolsa de Carne recorrentese que asfixiam o ritmo da ação, mas que a direção conseguiutornar mais alegres e vivas usando recurso da música, da dança edas improvisações, bem ao estilo chanchada-crítica de queAntônio Pedro tanto gosta.

Há um estrangulamento, no entanto, da concepção circensena exigüidade do Teatro da Cidade. O espetáculo explode parafora do palco italiano mas sem conseguir nesses momentosqualquer integração: é apenas excesso. E também pelo excesso,no caso da própria peça, a unidade da direção é mantida a duraspenas, sacrificando em meio a deficiências estruturais do textoboas soluções de palco. O discurso final de Joana, que é utilizado,depois de expurgado, pelos tubarões do comércio de carne namanutenção de seus privilégios, manipula com muita teatralidadeelementos da media e do consumismo sem qualquer obviedade.

Do elenco destaca-se Camila Amado pelo patético queempresta a Joana. O rosto do palhaço é explorado, em especial natroca de olhares. A voz um tanto presa da atriz, por outro lado,projeta a personagem por caminho diverso da sua expressãofacial. Anselmo Vasconcelos, apesar do porte e da segurançacênica, também se ressente de dicção problemática. NelsonDantas e Andréa Dantas têm, em pelo menos duas cenas,participações dignas de registro. Rosita Tomás Lopes faz umesforço louvável para se integrar a uma proposta visivelmentedistante de seu diapasão de atriz. Os demais compõem comcritério seus personagens. A dificuldade do elenco em cantar, atémesmo para se avaliar a qualidade da música. Os figurinosobedecem à hierarquização dos palhaços num circo e estão namedida da concepção da montagem. E apesar das dificuldades deoperação na estréia, a iluminação tem um ótimo desenho.

mascaras — Texto de Ryukonosuke Akutagawa.Adaptação e direção de Augusto Francisco. Com osalunos da Escola de Arto Dramática da Universidadede S. Paulo. Teatro Cactlda Boduw. Rua do Catete,338. Do 4» a 0a. às 21h; sáb, às 20h e 22h. o dom. às19h e 21h. Ingressos a CrS 12 mil e Cr$ 10 mil.Adaptação teatral de um conto japonês quepropõe reveler com técnicas orientais de narrativaos mecanismos das paixòos humanas. Espetáculoque harmonia culturas diferentes através de lirhguagem sensível, visual despojado e música dra-maticamente bem colocada.r*v ENSAIO N° 2—O PINTOfl - Do Lygia BojungaS' Nunes. Direção de Bia Lessa. Com Ana Gabrieta,Ca roí i na Virgues. Fernanda Tomassini. João Saltos,Joaquim de Paula e outros. Teatro Sesc da TI)uca.Rua Barào do Mesquita, 539 (208-5332I. 6" às 21 h;sáb. às 17h e 22h; dom. às 17h e 18h30m. Ingressos6a ôs 21h e dom, às 18h30m a CrS 15 mil. CrS 12 mil.estudantes e CrS 8 mil, crianças. Sáb, às 22h, a CrS 20mil; sáb o dom. às 17h a Cd 15 mil. Oi 12 mil.estudantes e CrS 8 mil crianças ató 10 anos.Refiexôo sobre a arto, a cor e a perda, cujospontos ettos são o desenho cênico esboçado petatalentosa Bia Lessa e a inteligente direção musicalde Calque Botkay.TA RUÇO NO AÇOUGUE — UM BAIXO BRECHT —Texto original de Bertold Brecht. Tradução e direção deAntônio Pedro. Música de Fnaneis Hime. Com CamilbAmado, Anselmo Vasco ncellos. Rosita Tomás Lopes.! Nelson Dantas. Andréa Dantas, Eduardo Lago e ou-tros Teatro da Cidade, Av. Epitácio Pessoa, 1664(247-3292). De 4a a sáb. às 21h30min, dom. às 18h e21h30min. Ingressos 4a e 5a a CrS 20 mil; 6a o dom aCrS 25 mil e sáb a CrS 30 mil.ESTOU AMANDO LOUCAMENTE... — Texto doKevin Wade. Direção de Cláudio Cavalcanti. ComCláudio Cavalcanti. Gracindo Jr. o Maria Lúcia Frota.Teatro Senac, Rua Pompeu Loureiro. 45 (256-2641).5a e 6a. às 21h30min; sáb.. às 20h e 22h e dom., às18h o 20h. Ingressos 5a e dom., a Cri 25 mil e 6° osáb.. a CrS 30 mil.POR TRIZ NÀO SOU FELIZ — Texto do MariaCarmem Barbosa vom a colaboração de Graça Motta eMaria Lúcia Dahl. Direção de Cláudio Gaya. Com LúciaVeríssimo. Claudia Jimenez. Cissa Guimarães. MeliseMaia e Davtd Pinheiro. Teatro Mesbfa. Rua do Pas-seio, 42 (240-6141). 4». a 6» e dom às 21 h; sáb. às 20he 22h30min; vesp do 5a. às 17h o dom. às 18h.Ingressos 4" o vesp de 5" a CrS 20 mil; 2a sessão de 5ao dom a Cri 25 mil; 6a o sáb a Crí 30 mil.UM BBJO, UM ABRAÇO. UM APERTO DE MAO —Texto, direção e cenografia de Naum Ah/es de Souza,com Marieta Severo. Pedro Paulo Rangel. Analu Pr es-tes. Carlos Grogório, Ana Lúcia Torres e outros. TeatroVilla-U)bot. Av. Princesa Isabel, 400 (275-66951. De4a a sáb. às 21 h; dom., às 18h e 21 h. Ingressos 4a. aCrS 25 mil; 5a e dom., a CrS 30 mil e CrS 25 mil; sáb., aCrS 35 mil, 6a. a CrS 30 mil. (14 anos). Até dia 29 desetembro.NEGÓCIOS DE ESTADO — Comédia do Louis Ver-neuil. Direção de Flávto Rangel. Com Vera Fisher ePerry Saltes. Maria Helena Dias o outros. Teatro CiaraNunca. Rua Marquês de S. Vicente. 52 (274-9696). Do4a a 6a e dom. às 21h; sáb. às 20h e 22h; vesp. 5a edom às 18h. Ingressos 4a, 5a o dom a Cri 25 mil e CrS20 mil. estudantes; 6a e sáb a CrS 30 mil; vesp. 5a CrS20 mil. Ingressos a CrS 20 mil, estudantes. CrS 30 mil(sex e sáb). CrS 25 mil (4a. 5a e dom.) Censura 16 anos.CONCERTO PARA OfTO MÀOS E UM DEDfNHO —Texto de Maninha Cerrone, José Maria Jardim eMarcelo Caridade Direção coletiva. Com David Varella.Thiago Monteiro. Marcelo Caridade. Marco AntônioCampos e Cadu Pereira. Teatro Leopoldo Fròes RuaManoel de Abreu, 16. Niterói. (717-1600). De 6"a dom,às 21 h. Ingressos a CrS 10 mil Até dia 29.

BEL PRAZER — Espetáculo de teatro e música comdireção e interpretação de Tim Rescala e Stella Mirarvda. Músicas de Tim Rescala. Dusek. Satie e Nino Rota.Teatro CAnd&do Mendes. Rua Joana Angélica, 63. De4a a 6a, às 21h30min; sáb, às 21h30min e 24h e dom.às 18h30min e 21h. Ingressos 4a a CrS 15 mil; 5", 6" odom CrS 20 mil e CrS 15 mil, estudantes; sáb (1asessào) a CrS 25 mil o 2a sossào a CiS 15 mil.UMA PEÇA COMO VOCÊ GOSTA — Texto deWilliam Shakespeare. Adaptação de Geraldo Carneiro.Direção do Adorbal Júnior. Com Maria Padilha, RicardoBlat, Guida Vtanna, Angela Rebello, Xuxa Lopes eHenry Pagnoncelli e outros. Tntro Iporoma. RuaPrudente de Morais, 824 (247-8794). De 4a a sáb, às21h30min; dom. às 19h. Ingressos 4a a CrS 15 mil; 5a6a e dom a CrS 20 mil; sáb a CrS 30 mil. Hoje, após asessão, debato sobro o tema: Poesia, com GeraldoCarneiro, Silviano Santiago, Walfy Salomão e Chacal.Ató dia 20 de outubro.DO AMOR — Texto, direção e trilha sonora deDomingos de Oliveira. Com Pedro Carodoso, ClarisseDerziô. Bernardo Jabtonski, Clemente Vizcaíno e Pris-cila Rozenbaum. Teatro do Planetário, Rua Pe. Leo-nel Franca. 240 (274-0096). 5a o 6", às 21 h30m; sáb, às20h e 22h30m e dom, às 19h30m e 21 h30m. Ingres-sos 5a e 2a sessão de dom a CrS 15 mil; 6a. sáb e 1asessão de dom a CrS 25 mil e CrS 15 mil. estudantes.A HKTÓMA DA CANTORA SEM DtSCO — Texto einterpretação do Angela Herz. Direção de RoinaldoGodinho. Concepção de bonecos de Zé Meirelles.arco Delírio. Rua ViceGovemador Rubens Berardo,s/n°. ao lado do Planetário. Sáb e dom, às 19h.Ingressos a CrS 10 mil. Até dia 27 do outubro.FAMÍLIA É FAMÍLIA — Texto de João Siqueira. Comogrupo Dia-a-Dia. Sáb, às 20h, Contra d* Artes doAlcântara, Rua Caprtáo Antônio Martins, 183, Alcanta-ra. Ingressos a CrS 8 mil.ASSIM É, SE LHE PARECE — Texto de Pirandelk).Tradução de Millôr Fernandes. Direção de Pauto Betti.Com Nathália Timberg. José Wilker. Sérgio Britto. YaraAmaral. Ary Fontoura e outros. Teatro dos Quatro.Rua Marquês da S. Vicente, 52/2°. (274-08951 De 4a a6a, às 21h30min; sáb., às 20h e 22h30min; dom. às18h e 21 h. Ingressos 4a. 5a e dom., a CrS 35 mil e CrS30 mil. estudantes; 6a. a CrS 35 mil e sáb.. a CrS 40mil. O espetáculo começa rigorosamente no horário.SUA EXCELÊNCIA O CANDIDATO — Texto deMarcos Caruso e Jandira Martini. Direção de AttlltoRiccó. Com Paulo Figueiredo. Felipe Carone. TorryFerreira, Mareia Corban e outros. Teatro Vanucd. RuaMarquês de S. Vicente, 52 — 3o andar (274-7246). De4a a 6a. às 21h30min; sáb., ôs 20h30min o 22h30min;dom., às 19h e 21h30min. Ingressos 4a. 5a e dom., aCrS 25 mil; 6a. e sáb. e véspera de feriado a CrS 30 mil.ORQUESTRA DE SENHORfTAS — Texto de JeanAnouilh. Tradução de Jacqueline Laurence. Direção deChico Ozanan. Com Samantha. Martono Casa nova,Veruska, Desiróe, André Valli e outros. Teatro Alaska,Av. Atlântica. 3806 (247-9842). As 4», 5a e 6a às21h30min; sáb. às 22h; dom. às 19h e 21 h. Ingressos4a e 5a a CrS 15 mil; 6" e dom a CrS 20 mil e sáb a CrS25 mil (16 anos).SUPERZÉ OU O ESPAÇO SELVAGEM — Texto,direção de roteiro do Dacio lima. Com Acácio Frau-ches, Ana Achcar, Cosa Roffer, Daniela Maia e outros.Toatro Vanucd. Rua Marquês de S. Vicente, 52 (274-7246). De 4a a sáb, às 19h. Ingressos 4a e 5a a CrS 15mil; 6a o sáb a CrS 20 mil e crianças ató 11 anos a CrS10 mil. (Livre).COGUMELOS TtM PARTE COM O DIABO — Textode Alctone Araújo e Cecília Rangel, interligados pordois textos do Morangos Mofados, de Cato Abreu.Direção de Francisco Catalan. Com Cecília Rangel,Dabson di Omelles, Luciene Sant'Anna o outros.Teatro Cawsll. Rua Desembargador Isidro. 10. De 3a a

6a às 19h; sáb e dom. às 21h15m. Ingressos a CrS 15mil. CrS 10 mil. estudantes e CrS 5 mil. Classeartística. (14 anos).ALGUÉM NOS CONVIDARA — Texto de JaimeMartinez. Direção de Neide Lira. Com Netoe Lira.Jaime Martinez. Beth Felix e outros. Teatro de Bolso.Av. Ataulfo de Paiva, 269 (239-1498). Do 4° a 6°. às19h. Ingressos a CrS 10 mil.NO BRASIL TODO O MUNDO É PEIXOTO — Adapta-ção de seis contos de Nelson Rodrigues por JoséEudes, José Humberto e Pauto Vai. Com Isto Ghelman,José Muniz, Lila Hamdan. Mônica Denjiz. Sônia Figuei-redo e Paulo Vai. Teatro Duse, Rua Hermenegildo deBarras. 161 (224-1163). 6aesáb,às21h30modom, às19h30m. Ingressos 6a e sáb a CrS 7 mil. a CrS 7 mil eCrS 5 mil estudantes (14 anos).VIVA A NOVA REPUBUCA — Texto de Jésus Rocha.Direção do Carlos Imperial. Com Milton Moraes, BortaLoran, Iris Bruzzi e Nina de Pádua. Teatro do Copeca-bana Av. Copacabana. 313 (257-0881). 5a e dom., às18h e 21h30min; 6a, às 21h30min; sáb.. às 20ti e22h30min. Ingressos, vesp. 5a a CrS 15 mil e 2a sessãode 5a a CrS 20 mil; 6a e sáb. a CrS 25 mil; dom. a CrS20 mil. (16 anos)MAMÃE FOI ÀS COMPRAS — Texto de Aloisio deAbreu. Direção de Cláudio Gaya. Com Aloisio doAbreu, Bia Montez, Edgard Amorim e Use Quinderé.Toatro An ri mar Rocha. Av. Ataulfo de Paiva, 269(239-1498). 5a. 6a e dom. às 21h30min; sáb, às 20h e22h30min; vesp. dom., às 19h30min. Ingressos 4a, 5ae dom a CrS 15 mil o 6a o sáb a CrS 20 mil. 4a o 5aalunos do cursos do toatro a CrS 10 mil. Até dia 29.THEATRO MUSICAL BfiAZILERO: 1860/1914 —Coletânea de músicas de Arthur Azevedo, FrançaJúnior. Baptista Diniz e Carlos Bottencourt. HenriqueAlves Mesquita, Francisco de Sá Noronha, NtcoJinoMilano. Assis Pacheco. Luiz Moreira e Chalés lococq.Direção de Luiz Antônio Martinez Corrôa. Com An na-bel Albernaz, Fabto Pillar, Vera Holtz e Nelson Ca roga.5a e 6a. às 18h30min. sáb. e dom. às 20h no PaçoImportai. Pça. 15.48. Sala dos Archeiros. Ingressos de5a a 6a o dom a CrS 15; sáb a CrS 20 mil.CARTAS MARCADAS — Comédia de Donald Cobum.Direção de João das Neves. Com Rogério Fróes eMonah Delacy. Teatro Ben[amin Constant. Av. Pas-teur, 350 (295-3448). Do 4a a sáb. às 21 h15min o dom.,às 19h. Ingressos 4a. 5a o dom , a CrS 20 mil o CrS 15mil. estudantes; 6° e sáb.. a CrS 20 mil. Estactonamervto próprio. (16 anos).ANGELINA — Texto de Molini. Direção de Luiz Sorel.Com Nietta do Lima. Walter Cândido. Comènico Calli ooutros. Teatro da Afiança Francesa da TT)uca, RuaAndrade Neves, 315 (268-5798). 6a o sáb, às 21h.Ingressos a CrS 12 mil.OS JAPONESES NAO ESPERAM — Texto de Ricar-do Tatesnick. Tradução e direção de Luís Cartos Arutin.Com Tamara Taxman, Marcos Wainberg e NediraCampos. Taatro da Praia, Rua Francisco Sá, 88 (267-7749). De 4a a 6a, às 21h; sáb , às 20h o 22h, dom., às18h e 21 h; vesp. 5a à3 17. Ingressos a CrS 20 mil.AMIZADE COLORIDA — Texto de Hifton Have. Diro-çào do Bruno Barroso. Com Marleno Silva, SuzanaQueiroz. Hilton Have. e outros. Teatro Senador. RuaSenador Dantas, 13 (220-5033). De 4a a dom. às18h30min e 21h15min. Ingressos a CrS 15 mil. (18anos).

Infanto JuvenilPtlSCOQUENUMPUSCOUSCO — Musical infantajuvenil com texto e direção de J a ris sen Maciel Ribeiro.Com Robertson Freire. Alice Araújo. Fabiane Ferreira eMarcelo Guapyassu. Teatro da Galeria. Rua SenadorVergueiro, 93. Sáb e dom, às 18h. Ingressos a CrS 15 mile CrS 10 mil. estudantes e crianças. (10 anos).ENSAIO N° 2. O PINTOR -Nunes. Ver em Teatro.

- Texto de Lygia Bojunga

FEIRA DO LIVROAutógrafosRecord — Susana Vargas autografa a partir das 16 h,Alfredo Sirkis às 18h e Fernando Sabino e RubemBraga, és 20 h.Ática — Fernanda Lopes de Almeida, autora de Irvrosinfantis, estará no estande da editora às 14h. EdilbertoCoutinho de 18 h em diante.Marco Zaro — Daniel Aaráo Reis. às 19 hNova Fronteira — Cícero Sandroni autografa o seu Odiabo #ó choça ao melo dia a partir das 19 h.Eco o Mandarino - Neila Tavares apresenta Asúltimas caricatura# de Tancredo Neves com dese-nhos de Angeh. Helius. Jaguar. Lan. Millor. MiguelPaiva e outros, às 19 hLé — Vivina de Assis Viana lança o infantil Eu *ou issoJorge Zahar Editor Ás 20 h lançamento de Ogolpe na Educação de Luiz Antomo Cunha e Moacyrde GoesRio Gráfica Daniel Azulay autografa Salada espe-dal. a partir das 16 hShogun — André Petrarca, Marty Walex e DidertoFreto lançam seus livros

Record — professor Hermógenes, às 15h, João Anto-mo às 18h e Alphonsus de Guimarães Filho às 20h.Marco Zero — Bernadette Lyra, às 15h.Nova Fronteira — Xuxa lança Só. a partir das 14h.Eduardo Alves da Costa lança o livro de poemas NoCaminho com Maiakovsid. e Mercado de Soguran-ça de Clóvis Bngagáo, e William Waack autografa AOutra face da glória, às 19h.Ao Livro Técnico — Arlette Ribeiro e Andréa Mar-ques, Gilda Padilha e Angélica Mergulháo, a partir das15h assinando para a garotada.Moderna — Pedro Bandeira, a partir das 14hMelhoramentos - Patncia Gwinner às 14h30min eYone Rodngues, às 16h.MMF Livreiros - Máno Augusto Jakobskind autogra-fa América Latina, às 18hESB Daniel Azulay às 17h. com os bonecos Chicóriae Professor PirajáJorge Zahar Editor Às 18h. lançamento de Sode-dade o política de Hélio JaguaribeRocco — Affonso Romano de Sant'Anna e MannaColassanti autografam E por falar em amor e PolitJ-ca e parxáo

Francisco Alves — Lançamento, às 16h de A magiadas estrelas , de Ching Sing e Mulher, poemas deDenise Coleho, às 19h30min.Shogun — Augusto Carlos Muros lança Martini comcerejaRio Gráfica — Ivan e Marcelo ás 15h, Flávto Migliac-cio. a partir das 17h.Dia 15Modo ma: Fernando Lobo a partir das 17hÁtica: Carlos Eduardo Novaes às 14h e Ad na no GamaCury a partir das 18hMarco Zero: Benedicto Monteiro às 15hAo Livro Técnico: A partir das 15h. Cristina Luna.Ricardo Leite e Marina Appelt BaptistaMelhoramentos Sytvia Ortoff a partir das 16hNova Fronteira - Cascatinha lança seus livros a partirdas lOhRio Gráfica — Ricardo Azevedo autografa Águasperigosas e Leporelos Joca às 16hSindicato dos Escritores Márcia Moura drvulga. apartir das 17h. seus Irvros A revolução feminina e Pordebaixo da toga.Shogun Fernando Mansur lança seu novo Irvro Osucesso continua às 17h

FRANXLIN MALVEJRA — Pinturas Maria PortugalStudio de Arte. Rua Condo de Bonfim. 44. Do 2a a 6adas 12h às 21 h. Até o dia 23.GRANDE LEILÃO DE SETEMBRO — Leilão de pinturase esculturas Século XIX e XX. tapetes onentais. por cela-nas européias o orientais, pratas, mobiltáno brasileiro oeuropeu Século XIX e XX. bronzes e objetos ort rxw-veau e art daeo. Cacsar Parti Hotel, Av. Vieira Souto.460 (3a Exposição amanhà e domingo das 14h às 23h;leilão do 2a a 4a a partir das 21 h.EMANUEL COUT1NHO — Fotografias. HaII do TeatroNelson Rodrigueo, Av. Chile, 230. Inauguração hoje às21 h- Diariamente das Mh às 18b. Ató o dia 13 dooutubro.BRUNO GIORGI — 80 ANOS — Esculturas em terraço-ta. madeira, bronze e mármore Rio Dnaign Cantar, Av.Ataulfo do Paiva, 270 — 3o piso. Diariamente, das 10hàs 22h. Ató domingo.P1ETRINA CHECCACd — Lithos e serigrafias. AMNiemeyer/Casaahopptng. Av. Alvorada. 2150/sl. 211.De 2" a 6° das 10h às 22h; sáb. das 10h às 18h. Até o dia20.ANTÔNIO DIAS — Pinturas recentes Galeria ThomasCohn, Rua Barão da Tone. 185. De 2a a 6a das 14h às21 h; sáb. das 16h às 20h. Ató o dia 4 de outubro, NaGaleria Saramenha, Rua Marquês de S. Vicente.52/165. trabalhos em papel Nepal. De 2a a 6a das 10h às22h; sáb. das lOh às 18h. Ató dia 28100 ANOS DE WTTKlEWtCZ — Pinturas e fotografiasdo filósofo, pintor e dramaturgo polonês. Sala MernóriaAloisio Mogalhãos. Av. Rio Branco 179. De 2a a 6a das10h às 21h; sáb. o dom. das 16h às 21 h.OPINIÃO 65 — Re montagem da exposição realizada noMuseu de Arte Moderna há 20 anos atrá3, com aparticipação de vários artistas entre eles Antônio Dias.Rubens Gerchman. Cartos Vergara. Roberto Magalhãeso outros. Galeria da Arte Baneij. Av. Atlântica, 4.066.De 2a a 6a. das 10hàs21h. Sábados, das 16hàs21h. Atódia 28.O RIO FOTOGRAFADO EM DOtS TEMPOS — Fotogra-fias do Rio de Janeiro no inicio do século. Sala doExposições/Casa de Ri*í Barbosa. Rua São Clemente.134. De 2a a 6a das 10hàs 17h; sáb. das 13hàs 17h. Atóo dia 5 de outubro.RENÉ VALER!ANO — Monotipias. SESC da Tijoca,Rua Barão de Mesquita, 539. De 3a a 63 das 13h às 22h;sáb. e dom. das 13h às 21h. Ató o dia 29.MARYLU PRADO WANG — Acrílico sobre tela. Gale-ria Vllla Riso, Estrada da Gávea. 728, SAo Conrodo. Do2a a sáb. das 13h às 20h. Ató o dia 28.ANDY WARHOi, ELIZABETH TURWEMEZ. DOMEM-CO SERIO CALABRONE E ELVtO BECHEROM —Litografias e esculturas. Pface dos Arts (CopacabanaPa lace), Av. Copacabana, 313. Diariamente, das 11h às22h. Ató o dia 16.Ô DE CASA. COM LICENÇA... — Exposição da vida ocultura do Vale do Jequitinhonha através de músicas,fotos, teatro e artesanato. Paçn> Imperial, Praça XV. De3a a 6a, das 11hàs 18h. Sábados e domingos, das 11hàs18h. Ató dia 29.ESCULTURAS NO SESC — Obras de Maurício Bentes,Harokto Barroso e Cario Mascarenhas. Soec da TIJuca.Rua Barão de Mesquita, 539. De 3a a 6a. das 13h às 22he sáb e dom. das 13h às 21 h. Ató dia 30.avmA ROCHA — Pinturas. Assodaçfto AttMea R»ivco do Brasil, Av. Borges de Medeiros. 829, Lagoa. De3a a 5a das 18h às 20h; 6a das 18h às 21 h; sáb. e dom.das 11h às 20h. Ató domingo.MARCEUO GRASSMANN — Desenhos. Galaria Roo-Bdedo, Av. Ataulfo de Parva, 135/226. De 2a a 6a das 11hàs 20h; sáb. das 11h à3 16h. Ató o dia 23.RINALDO JOSÉ — Pintura. Galaria Rodrigo M.F. daAndrade/FUNAJTTE. Rua Araújo Porto Alegro, 80. De2a a 6a das 10h às 18h. Ató o dia 27.

FERNANDO ARTURO GERARDÓ - Songralias ClubeCaiçaras. Av Borges de Medeiros, Lagoa De 3a a dom.das 10h às 20h. Até domingo.ESTER GR3NSPUM — Desenhos Galeria Paulo Kla-bln. Rua Marquês de S. Vicente, 52/204. De 2a a 6a das10h às 21h; sáb. das 11h às 16h. Até o dia 20.IWVTUO TAGNINI — Desenhos. Galeria Mecunaima.Rua Araújo Porto Alegre, 80. De 2a a 6a das 10h às 18h.Ató do dia 27.ANNETTE KAPLAN — Tapeçarias. IBEU. Av Copaca-bana, 69W20. De 2a a 6°, das 15h à3 21h. Atô dia 30.ASTRONOMIA — Fotografias Galeria Espaço Plane-tãrio, Av. Padre Leonel Franca. 240 De 2a a 6a das 8h às20h; sáb. e dom. das 15h às 20h. Ató o dia 17.RE-TRATOS — Desenhos de Clecto Penedo. MuseuHistórico Nacional. Pça Mal. Âncora, s/n°: De 3a a 6a.das 10h às 17h30min; sáb, dom e feriados, das14h30min às 17h30min. Ató dia 30. Entrada franca.DOSE D€ GRAÇA — Exposição de cartuns de MaurícioVeneza. Flávio. Dil Márcio o Gereus Aleph. Av. EpitácioPessoa. 770 De 3a a dom a partir das 20h Até o dia 5de outubro.XINGU — REFLEXOS/REFLEXÕES — Pinturas deFranklin Guanabanno. Galeria Toulouse. Rua Marquêsde S. Vicente, 52/350. Do 2a a 6a das 10h às 22h; sáb.das 10h às 18h. Ató o dia 16.V1RGINIO — Desenhos e pinturas. Restaurante MeiaPs-taca. Rua Manz e Barras. 168 — Icaral. De 2a a 6", apartir das 18h. Sábados e domingos, a partir das 11h.Até dia 30 de setembro.MARCIER — Aquarelas. Galeria Bonirto. Rua BarataRibeiro. 578. De 2a a sábado, das 10h às 12h e das 16hàs 22h. Atô amanhã.MOMENTOS GEOMÉTRICOS — Coletiva com obrasde Abraham Palatnik, Abelardo Zaluar e Rubem MauroLudolf. Goteria Càndkia Boadwt Rua Gavião Peixoto.280 — loja 105 — Niterói. De 2a a sábado, das 8h às 12he das 14h às 20h. Último dia.DtNHEJRO DO BRASIL — Exposição sobro a numismá-tica brasileira dos primeiros tempos do Brasil Colôniaaos dias de hoje Muteu do Banco do Braiil. Rua Io deMarço, 66 — 4o andar. De 2a a 6a. das 10h às 16h30m.Mostra permanente.RK) ANTOQUES CENTER — Feira permanente deantigüidades, reunindo sete antiquários, entro eles Có-sar Aché, laponi Araújo. Janete Costa e outros. RSoDasign Conter. Av. Ataulfo de Parva, 270 — subsolo. Be2a a sábado, das 10h à3 22h.O Na M HO — Desenhos. Galeria Jean Jacquas, RuaRamos Franco, 49. Do 3a a sáb. das 11 h às 20h. Até odia 28.MARIA ANGÉLICA URAMGA — Xilogravuras. ESW.Rua Evaristo da Veiga, 95. de 2a a 6a das 8h às 17h. Até odia 4 de outubro.UMA LUZ SOBRE A CIO AM — Trabalhos realizadoscom luz em obras de Cartos Alberto Fajardo, tole deFreitas. Lygia Pape. Maurício Bentes o Tunga Galariade Arte da UFF. Rua Miguel de Frias, 9 — Icaral. De 2a a6a, das 10h às 20h. Sábado e domingo, das 16h às 20h.Até dia 22 do setembro.WLADMK MACHADO — Pinturas. Sala de Exposi-çóes Cândido Portínari/UERJ, Rua São FranciscoXavier. 524. De 2a a 6»" das 9h ôs 22h. Até o dia 18.WfTKACY — Mostra de fotografias, reprodução depinturas, croquis de cenários e painéis. Memória Aio+-slo Magalhães, Av. Rio Branco. 179. Ató dia 4 deoutubro.MESTRE ZIZA — Exposição com fotografias, medalhas,troféus, bandeiras, gravação de depoimentos e fita devídeo em telào mostrando a história do jogador Zianho.Museu doa Exporte»—MaracanS De 2a a 0a. das 9h às17h. Ató dia 30 de setembro.

MANUEL MESSIAS — Xilogravuras Galeria de Artedo Centro Cultural Cândido Memdes. Rua JoanaAngélica. 63 De 2a a 6a. das 15h às 22h. Sábados, das16h às 20h. Até dia 17.ANTOKKJ DE OLIVEIRA — ARTE E MEMÓRIA —Esculturas em madeira. Paço Imporia! Praça XV De 3aa dom. das 11 h às 17h. Visitas guiadas para escolas,marcar poto telefono 232-7762.V1LMA PASQUALJNi — Pinturas. Címslra Artes. RuaPaul Redfom. 32 De 2a a 6a. das 10h às 12h e das 13hàs 21h. Sábados, das 13h às 18h Até dia 20.NICE NASCfiV2ENTO — Pinturas Sala BemardeUi doMusttu Nacional tí« Betas Artes. Av. Rto Branco, 1993a o 5a. das 10h às 18h30min. 4a e 6a. das 12h às18h30min. Sábado e domingo, das 15h às 18h. Atódomingo.TENDÊNCIAS DA ARTE BRASILEIRA — Exposição dedesenhos e pinturas de 40 artistas. Participação de AnnaBella Geiger, Antônio Dias. Cildo Meirelles. GlaucoRodrigues e outros Unrnmidadn Gama Rlho. RuaManoel Vitonno. 625. Piedade Do 2a a 6a das lOh às20h. Até o dia 21.COLETIVA — Esculturas em cerâmica do Barro OcoAtelier dos artistas. Clara Marinho, Estevam Nascimervto, Luena, Nina, Maria Luiz, Conceição Mana e outros.Shopping da Gávea, Rua Marquês de S. Vicente. 52/3°.De 2a a 6° das 10hàs22h, sáb das lOh às 18h. Até o dia21.NOVO CICLO DA MINERAÇÃO — Fotos e textossobre a garimpagem em Sena Pelada. IVtuseu daFazenda Federal. Av. Presidente Antônio Carlos. 375 —saguão. De 2a a 6a. das 9h às 18h. Atô dia 30 desetembro.RECORDANDO VICENTE CEI£ST1NO _ Exposiçãosobre a vida do cantor com fotos, indumentárias, oobjetos pessoais Ajrçuhro Geral da Cidade. Rua Amo-roso Lima. 15, Cidade Nova 2a a 6a das 9h às 17h. Hojeprojeção de slides às 18h, no Arquivo Geral da CidadeÚltimo dia.ARMANDO V1ANNA - ANO 89 _ Retrospectiva comobras selecionadas em museus e em coleções partícula-res. Way Galeria da Arte. Av. Armando Lombardi 33De 2a a 6a das 12hàs 20h; sáb. das 10h às 14h. Atéodia26.MARIA ANGÉLICA URANGA - Xilogravuras ESDIRua evaristo da Veiga, 95. Do 2a a 6a das 8h às 17h. Atéo dia 4 de outubro.ARTE EM .V5ADDRA — Exposição de móveis, maque-tes e desenhos realizados pela Fundação DAM (Centrode Desenvolvimento das Aplicações das Madeira? doBrasil). Solar da impwatita. Rua Pacheco Lei», 2 040.De 2a a 6a. das 9h às 17h. Mostra permanente.VI EXPOSÍÇAO DOS ARTISTAS E ESCRITORES FA-ZENDÁRfOS — Mostra do trabalhos artísticos realiza-dos por funcionários lajendários. Mimou da FansiidaFedatal. Av. Presidente Antônio Cartos, 375 — sobrelo-ia. De 2a a 6a. das 11 h às 17h. Ató o final do novembro.CARLOS MORBRA — Pinturas. Daftro Galeria doArto, Rua Tavares de Macedo, 86, Niterói. Do 2a a 6a das16h às 22h; sáb. e dom. das 15h às 20h. Ató o dia 29.PORÍVIAS COLORIDAS — Pinturas de Flso Arruda MP2Arts. Rua Visconde de Pirajá, 167. De 2a a 6a. das 13ti às21h. Sábados das 17h às 21h Até o dia 28.IMPRESSÕES BRASILEIRAS — Fotografias doEdouard Boubat Gaktvta de Foto^mílv na RJNARTELRua Araújo Porto Alegre. 80. De 2" a 6a das 10h30min às18h. Ató o dia 30.JOAQUIM CUNHA — Pinturas. Galeria Contsmporft-na». Rua General Urquira. 67/loja 5 (Praça Amero deQuental). De 2° a 6° das 9h às 18h; sáb. das 9h às 13h.Ató o dia 28.FERNANDO OIAVES OTTONI — Pinturas MVM Into-riore». Rua Marquês de Sào Vicente. 52. — loja 307. De2a a 6a, das 10hàs21h. Sábados. das9hàs 13h. Úllimodia.

Antonio Dias e sua "série noturna" na Thomas Cohn

Nights

And Dias

Wilson Coutinho

DUAS

exposições de Antonio Dias dão ao circuitode arte um tom simplesmente sofisticado. Nagaleria Saramenha, Dias apresenta 8 peças empapel nepalês — uma excursão do artista ao

Nepal quando fez estes papéis, obras datadas de 81. Além daqualidade artesanal do artista, o prazer pela pesquisa compigmentos terrosos, Dias sofistica suficientemente esses traba-lhos, criando não só colagens, mas propondo nesta sua obrauma metáfora solar. O círculo — a imagem que o artistaproduziu procurando captar o espírito metafísico do local coma expressão da "zeridade" — torna-se absorvente na mostrada Saramenha. Num trabalho que tem por diâmetro 140centímetros, Dias chamou-o de Criança, dotando-o tambémde uma circular folha de ouro. Nestes trabalhos como os quepodem ser vistos na Thomas Cohn somos atraídos pelamaneira com que Dias trabalha a superfície — um elementoque se tornaria novo no seu processo, depois de passar nosanos 70 por imagens mais conceituais — as suas ilustrações daarte ou as suas irônicas plantas de galerias. Na Saramenha,Dias elabora engenhosas metáforas diurnas, expressivas defelicidade ou de harmonia. Se esta expressão surge naquelestrabalhos realizado nos dias do Nepal é preciso notar que já alio artista começava a se preocupar com texturas e tornando asua obra mais rica internamente. Não é que a obra de Diastenha somente agora atingido a maturidade. O fato é que,desde o início de sua carreira, Dias mostrava-se um artistaexcepcional e totalmente dotado para produzir uma obraforte, rigorosa e explícita nos seus propósitos. Transformou-senum artista apenas mais requintado, aplicando-se em experi-mentar vários meios, mas sem perder o esmero e a elegância.Na galeria Thomas Cohn apresenta 7 pinturas, obras recentese que são uma continuidade e um aprofundamento daexposição que realizou na mesma galeria em 83. De certamaneira, Dias retorna para alguns elementos da sua obrainicial dos anos 60, mas com uma reviravolta fascinante. Nopique mais alto de sua carreira, já reconhecido como ummestre por artistas mais jovens, Dias dá-se ao luxo deconstruir sua "série negra", de investigar a sua noite. Falos,ossos, machados são imagens evocativas do noturno e maisexpressivamente complementadas pelo uso do grafite. Numatela "negra" seis fêmures aplicados como colagem à telaresumem, de forma incisiva, a nova metáfora de um artistaque interiorizou o espetáculo do mundo e o devolveu na formade um drama visual. Parece que todos os grandes artistas —Picasso, De Kooning — conscientes ou não — parecemmarcar, num momento de sua carreira, um confronto comRemhrandt. As sombras de Dias, sua noite exibem naexposição da Thomas Cohn um embate grandioso com opassado da artes, e até mesmo, com o próspero passadorecente pop e o liqüidificador contemporâneo que reduz tudoa um caldo ralo. Dias impôs na arte brasileira, com suas obrasnoturnas, a elegância do trágico.

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sexta-feira, 13/9/85 o CADERNO B o 9

RUMOWES NA TT3SO — Festival de rocír na 0*. PtobeRude. 0 Nome do Grupo. Os Desaparecidos. Fábio.Fio Pendo e Escola de Escândalo; sáb. Azul Limão.Kongo. Páginas Amarelas. Ebôpia e Fints Afncae; dom.Plebe Rude. Fints Africoe e Escola de Escândalo. 6a esáb. às 22h e dom. às 17h. Ingressos 6a o sáb a Cr* 15mil e dom a CrS 12 mil. Circo Voador. Lapa.FESTA MA FLORESTA — Programação: 6a. CeteoBlues Boy. Os Desaparecidos e Espirito da Coisa; sáb.Voluntários da Pátria. Garvg 90 e Black Future. Sempre,às 22h30m»n Mo Psjtjuo Lsjjs. Rua Jardim Botàruco.414. Ingressos a CrS 20 mil.MAE LUA — Apresentação da banda Coelho 19.liderada por Irving S. Paulo. Testro da UFE. RuaMiguel do Frias. 9. Niterói. De 6a o dom. às 21 h.Ingressos a C»S 20 mil.TEATRO D€ LONA — Programação: os grupos Espírvto da Cotsa. Pneto e Os Gatos da Rua e Roxigônio. De6* a dom. as 21h. na Alvorada. 1791, Via 11. Ingressosa Crí 10 mil.EKSTASY — Show com a cantora Nina Hagen acompa-nhada de sua banda.Hoje às 21 h. na Pça da Apoteose.Sambódromo. Ingressos a CrS 20 mil. arquibancada;CrS 30 mil. pista em pó e CrS 60 mil. cadeira de ptsta. Àvenda no bcal.Taatro Municipal Guanatur Turirmo.Rua Dias da Cruz. 16. na Semsfftana (Niterói) eOuartkir Ipanema. Rua Vise. do Pira já. 414.SOS E MBA DA ABI — Apresentação do Quarteto KXimbinho. Hoje às 18h30min. na Rua Araújo PortoAiegre. 71/9°. Ingressos a CrS 4 mil.SHOW — Apresentação dos cantores e compositoresAgenor de Oliveira. Paulinho lemos e Poubel. Hoje. às20h30min. no Afiança Francesa do Méfer. Rua Jaarv-to. 7. Ingressos a CrS 5 mil.VUU3AR E COMUM É NÀO MORRBI DE AMOR —Shaw do cantor Wando acompanhado de conjunto.Direção de Eduardo Lages. Gafieira Asa Branca. Av.Mem do Sá. 17. (252-4428). De 4* a dom., às 23h.Ingressos 4a. 5a e dom. a CrS 40 mil; 6a. sáb. o vésperade feriado a CrS 50 mil.APRENOGES DA ESPÇHANÇÂ — Shcwv da cantoraFafá de Belém acompanhada de Amlfeon Godoy(regência e teclado) e grupo. Canac&o. Av. VencoslauBraz. 215 (295-3044). De 4a a dom. às 23h. Ingressos aCrS 30 mil, arquibancada a CrS 35 mil. mesa lateral eCrS 40 mil. mesa central. Até dia 29.PJOEL ABRAÇA ISMAEL — Show do conjunto CoisasNossas. Saia Sldrvjy AAQtar. Rua Araújo Porto Aiegre.80. De 3a a sáb. às 18h30min. Ingressos a CrS 5 mil.Aló dia 21.UNUOVEM _ I FBÍIA UNIVERSAL DO JOVEM —Programação do ehovrs: 6a. Dr. Silva na e Cinema 2;sáb. Ultraje a Rigor e dom. Lobão e Herva Doce. HotelNacional. Av. Niemeyer. 7®. Ingressos a CrS 15 mil.Somente no show de sáb. será cobrado a taxa de CrS 5mil a mats.DELTA ZERO — SJwxw do cantor e compositor JardMakalô. Teatro do Ctufo» Municipal, Rua HaddocLobo. 359 De 5a a sáb. às 21h e dom. às 18h. Ingressoa CrS 20 mil.CAMARÕES — Show da banda Meia-Sete. De 3a asáb . às 21 h. na Saia Sádney WSUar, Rua Araújo PortoAJegre. 80. Ingressos a CrS 5 mil. Alô sábado.DROPS D6 HORTGLA — Show de lançamento dodmeo do cantor e compositor Oswaido Montonegro.Teatro d» Arau. Rua Siquoina Campos. 143 (235-5348). De 5a a sáb. às 21h30min; dom. às 20h.Ingressos 5a a CrS 20 mil o de 6° a dom a CrS 25 mil.Até domingo.

HumorOfTAVO NA PENEIRA — Show do humorista"v Chico Anísio. Roteiro de Amaud Rodrigues. Gki-seppe Guiarone, Benil Santos, Marcos César e ChicoAnis>o Direção de Fernando Pinto. Teatro Cana Gran-de. Av. Afrânio de Melo Franco. 290 (259^948). De 5"a dom. às 21h30m. Ingressos, a CrS 30 mil.a Com este espetáculo, o oitavo de sua carreiraconforme o próprio titulo assinala, Chico Anyaiomostra, mais uma vez, Quo ó um dos nossosmelhores humoristas. Mesmo abusando de antigas

piadas quo se revelam sempre novas na voz e napresença deste brilhante contador do histórias.DOMIMGUBRA VOADORA Baile «how com aOrquestra Tabajara. Dom . à3 21h30m, no Circo Voa-dor. Lapa. Ingressos a CrS 10 mil.GAFIEIRA NO PARQUE — Baile-show com PauloMoura Zé da Velha o Jorjào. Dom. às 21 h, no P&nqusUg*. Rua Jardim Botânico. 414. Ingressos a CrS 20mil.SEnGIO RABELLO — O NOVO HUMOR — Espetácu-Io do humonsta. Teatro da Lago». Av. Borges deMedeiros, 1426 (274-7999). De 5a. às 21 h30min; 6a. às22h; sáb, às 20h e 22h; dom., às 20h. Ingressos 5a edom a CrS 25 mil; 6a e sáb. a CrS 30 mil. (16 anos).

r\ DERCY 78 — Espetáculo com texto e interpreta-çào de Dercy Gonçalves. Participação de LuizCa rios Braga. Direção de Mano Wilson. Canscâo. Av.Venceslau Braz. 215 (295-3044). De 4' a dom, às 21 h.Ingressos arquibancada a CrS 30 mil; mesa lateral aCrS 35 mil e mesa central a CrS 40 mil.¦ Exibindo, como sempre, sua exuberante vftall-dabe o atriz recorda, em quaso 60 anos de carreira,vários fatos marcantes de sua vida o profissãodentro do estilo bastante pessoal quo o consagrou.Se rir ó o melhor remédio, nada como assistir aDercy Gonçalves.

CONHDÉNOAS DE UM ESPB1MATOZÍKDE CAKE-CA — Show com Carlos Eduardo Novaes. Texto deCa rios Eduardo Novaes e Caulos. Direção de BenjaminSantos. Teatro Dsíflm. Rua Humaitá, 275 (266-43961.5" 0". às 21h30min; sáb. às 20h e 22h. dom. às 19ti e21h. Ingressos 5». 6" e dom n OS 25 mil o CrS 20 mil,estudantes; e sáb o vésp feriados a CrS 30 mil. (148005).

VOU QUERER TAMBÉM 8ENAO EU CONTO TOATODO MUNDO — Texto de Gugu Olimecha. AgildoRibeiro. Max Nunes. Jésus Rocha e Ziraldo Com ohumonsta Agildo Ribeiro. Teatro Princesa babei. Av.Princesa Isabel. 186 (275-3346). De 48 a 6a. às21h30min; sáb., ás 20h30min e 22h30min e dom., às19h e 21h. Ingrossos 4a. 5a e dom a CrS 20 mil e CrS15 mil. estudantes; 6" e sáb a CrS 25 mil e CrS 15 mil.estudantes.A VEDETE DO SUBÚRBSO — Texto de José MariaRodrigues Rodrigues. Com Francisco Marco. AngelaDantas. Arminda Freire, El iene Narduchi e outros.Teatro Rival, Rua Ah/aro AJvim. 33 (240-1135). 3a. às21h; de 4a a 6®. às 18h30min. esáb. às 18h. Ingressosa CrS 8 mil.

RevistasA GAIOLA DAS MMOSAS — Show de travestis comAJex Mattos. Wafter Costa e outros. Teatro BriçftioBlalr. Rua Miguel Lemos, 51 (521-2955). de 4» a dom.às 21h30min. Ingressos a CrS 15 mil. (18 anos).WMOSA8 ATÉ CSTTO PONTO — Show de traves-tis com direçáo de Bngitte BLair. Com Mariene Casano-va. Kiriaki. Monique Lamarque. Regina Leelerj e ou-tros Teatro Sorrador. Rua Senador Dantas. 13 (220-5033). De 3a a dom, às 18h30min. extra 3a. às21h15min. Ingressos a CrS 15 mil. (18 anos).EU VOU NA BANGUELA DELAS - Espetáculo comNélia Paula, Reny de Oliveira e Coló. Toatro Rival, RuaÂJvaro Aívim, 33 (240-1135). De 4" a 6". às 21h; sàb..às 20h e 22h, e dom, às 18h30min e 21 h. Ingressos 4a,5a e dom. a CrS 10 mil; 6" e sáb. a CrS 12 mil;estudantes diariamente a CrS 7 mil.

TurísticosGOLDEN RIO — Show musical com a cantora Watusie o ator Grande Otelo à frente de um elenco debailarinos. Direçôo de Maurício Sherman, CoreografiaJuan Cario Berardi. Orquestra do maestro Guio deMoraes. 6ca!a-Rk>. Av. Afránio de Melo Franco. 296(239-4448). De 2a a dom, às 23h. Couvert a CrS 80 mil.SONHO SONHADO DE UM BRASIL DOURADO —Show diariamente, às 23h. com os cantores Sapoti daMangueira e Silvio AJeixo, com participação de 125artistas, mulatas e rftmistas e orquestra sob a regênciado Maestro Silvio Barbosa. Direçáo de J. Martins eSônia Martins. Consumação a CrS 100 mil, com direitoa bebida nacional à vontade e salgadinho. Plataforma,Rua Adalberto Ferreira, 32 (2744022).OLÊ OLÁ — Show de Iracema. Gloria Cristal com aorquestra do maestro índio e As Mulatas Quo NáoEstòo no Mapa. Música ao vivo para dançar a partir das20h30min. Show. òs 23h15min. Oba Oba. Rua Hu-martá, 110 (286-9848). Couvert a CrS 70 mil.

KaraokêCHAMPAGNE — Programação De 3a e 5a. Karaokô;4a a dom., a banda Quarto Crescente e cantores. RuaSiqueira Campos. 255 (255-7341). Couvert a CrS 10mil. Música para dançar.CANJA — Diariamente a partir das 20h. karaokô. ondeo d tente canta acompanhado de piay-backo ou dosmúsicos Iran Li na (piano) e AJcir (violão). Consumaçãoa CrS 30 mil. Av. Ataulfo de Parva, 375 (511-0484).KARAOKÊ CARJOCA — De 3a a dom, a partir 21 h.com animação de Marcos Cinelli. Consumação a CrS10 mil. Rua Xavior da Silveira, 112 (255-3320).RAD» PtRATA KARAOKÊ — Pocket-ohow comsorteios, brincadeiras e vinhetas musicais. Apresenta-çflo de Luij Sérçjio Lima e Silva. De 3a a dom. às 22h.no Mange Rosa. Rua 19 de Fevereiro, 94 (26fr4996).Couvert do 3* a 5" e dom a CrS 10 mil e 6a e sab a CrS15 mil. Inauguração sábado.

Casas NoturnasBARRAS — Programação: 6a e sáb, a cantora LiseuxCosta o o instrumentista Nelson Ângelo; dom, ooonjunto Quarto Crescente 6a o sáb. às 22h e dom. ás20h. na Rua Álvaro Ramos, 408 (541-8396). Ingresso0a e sáb a CrS 12 mil e dom a CrS 7 mil.ÔMEGA — Show do grupo de ootft roefc, 6a e sáb, às23h30min. no Studio Mistura Fina. Rua Garcia D'ÁwIa, 15. Couvert a CrS 15 mil.FLOR DA NOITE — Programação: 6° Galo Preto e sáb.Chora Cavaquinho. Sempre, às 22h Couvert a CrS 10mil. Rua 19 do Fevereiro. 157 (541-4095).RICARDO vilas — Show do cantor e violonista 6a esáb. às 23h, no bar do Violeiro. Rua Daut Pores. 92.Couvert a CrS 15 mil.BINES IO PIRES — Show do cantor e violonistaacompanhado de conjunto. 6* o sáb, às 22h30min. noPftéu. Rua Professor Feneira da Rosa, 130, Barra,Couvert a CrS 10 mil.ER! — Show do cantor e compositor, sáb. às 22h, noMaria Muda. Rua Barão do Itambi, 73. Couvert a CrS9 mil.BAMJE-SHOW — Apresentação do conjunto SupersA-nico o o cantor Wilson Lee e Originais do Forró.Sempre, às 22h, no CJrte-Show da Wfadurclra. RuaCarolina Machado. 542. Ingrossos a CrS 5 mil. homeme CrS 2 mil. mulher.ANTIGAMENTE — Apresentação do conjunto da casae os cantores Luiz Cesario. Paulo Nunes e SelmaCosta. Sáb, às 22h. na Rua Voluntários da Pátria, 232(286-2797). Couvert a CrS 7 milLABAREDA — Programação. 6a. Sueli Moreno e sábJaiminho da Ilha e mulatas. Sempre, às 22h. Couvert aCrS 8 mil. Estrada da Barra da Tijuca, 410 (399-1582).

FORRÓ DA CATOOGA — Bailo-ehow com a cantoraTerezinha de Jesus Hoje. às 22h. no Centro CuhursJPaulo Pontes. Rua da Carioca. 40.MANHA DE SOL — Show do cantor e compositorChico Cann. Hoje. às 23h. Studio 7#. Rua Tonoleros,76 Couvert a CrS 10 milCONTO DE AR BA — Programação: os compositoresMongol e Luiz Astral; sáb. as cantoras Ana Isaura eKatia de França: Sempre, às 22h. na Rua Voluntáriosda Pátria. 57. Ccuvott a CrS 7 mil.UM CORAÇÃO QUE CANTA _ Show do rantorMarcelo Becker. Hojo. às 23h. no da Madureâra.Rua Ewback da Câmara. 90 Mesa a CrS 10 mil. Sáb. às23h. na Ctgsninha, Estrada dos Bandeirantes, 4646.Sem couvart.FOUR 8EASONS — Programação 4a. duo BrucoHenry (contrabaixo) o Eduardo Cardim (piano); da 5* asáb. Mauro Senise (sax) e grupo. Sempre às 22h.Couvert 4a e 5" a CrS 15 mil; 0» e sáb. a CrS 20 mil.Rua Paul Redfem. 44 (294-9791).LET rr BE — Programação: 3a. ZL-4; 4a Acidenta; 5aSaloon e Cia; 5*. Let it Be Band e Terra Molhada; sáb.Let it be Band e Idéia Fixa Sempre às 22h. Irçrassos3* e 4" a CrS 7 mil; 5a o dom a CrS 10 mil e 6" e sáb. «CrS 12 mil. Rua Siqueira Campos. 206.EXISTE UM LUGAR — Programação: 6a o grupoFnends, sáb. música dos Beatles com o Terra Molha-da. Sempre, às 23h30min Couvert a CrS 15 mil.Estrada das Furnas, 3001 (399-4588). A casa abre às2üh.CÉSAR COSTA RLHO — Show do cantor e composi-tor De 5" a sáb.. ás 23h, no Botai*:. Rua PachecoLeáo. 70 (294-7448). Couvert 5a a CrS 10 mil e 0" asáb. a CrS 15 mil.CANTO DA BOCA — Programação: 5a. PaulinhoLemos; 6a e sáb . Marisa Gata Mansa Sempre, às22h. Ingressos a CrS 10 mil Rua Aarào Reis, 20 (232-1999).ANA MAZZüi ii — Show da cantora, compositora epianista acompanhada de conjunto. De 3* a sáb.. às22h. no Arco da Valha. Pça Cardeal A/coverda. 132(252-0844) Couvert 5° a CrS 10 mil e 6" e sáb. a CrS15 mil.NOB1U — De 3a a dom. a partir das 20h, música aovivo com os violonistas Sandro e Paulo. Sem couvartAv. Ataulfo de Paiva. 270 (274-5799). Estacionamentográtis.ALÔ ALÔ — Programação 2a. música brasileira. ComJoão Dona to (piano). Mauro Senise (sax). VinlausCa nt lia na (bateria). Paulinho Trumpete e Rutóo Sabino(contrabaixo). 3a a dom. a partir das 22h. com oscantores Mary Ekler e tugone Rice. o grupo deFernando Costa e os cantores Deli Alves e JorgeKJeber. Couvert de dom. a 5a a CrS 40 mil; 6a e sáb.CrS 50 mil. Rua Barão da Torre. 368 (521-1460).ALEPH — Programação: 4a. choro com o grupo GaloPreto ; 5a \azz AJoysio Neves (violão) e banda Maloca;dom. instrumental com Patrícia Desci vim ps e MarcosAmo rim (violões). Sempre às 22h. Consumação a CrS10 mil. Av. Eprtácio Pessoa. 770 (259-1359).CHIKO'S BAR — Piano-bar com música ao vivo a partirdas 21h. Programação: 2a e 3a. o violonista NorvjtoLuiz; de dom. a 2a ás 21 h30min Wilson Nunes (piano).Tibório (contrabaixo) e Fátima Regina (vocal); de 3a adom. às 22h30min com Edson Frederico (piano) econjunto. Aberto diariamente a partir das 18h, commúsica de fita. Sem couvort. sem consumação mini-ma. Av. EpitácioPessoa, 1.560(2670113e 287-3514).PEOPLE — Programação: De 2a a sáb . às 20h30min.piano-bar com Athie Bell; 3a, às 22h30min, o grupoFriends; de 4a a sáb. às 22h30m. Billy Blanço e OsFilhos da Pauta. Dom e 2a. às 22h30min, o grupo TerraMolhada. Av. Bartotomeu Mitre, 370 (2940547). Cou-vect a partir das 22h30min de dom. a 5a a CrS 24 mil o6a e sáb. a CrS 28 mil. No bar de dom. a 5a a CrS 20 rrole 6a e sáb. a CrS 24 mil.CA1ÍGOLA — De 3a a dom.. Edson Frederico (piano) eLuiz Alves (contrabaixo) De 2a a sáb. Manoel Gusmôo(contrabaixo). Ubiratam Mendes (piano). De 3a a dom.as cantoras Lygia Drummond e Giocooda. Couvart dodom. a 5a a CrS 10 mil, 6a e sáb. a CrS 20 mil. Em outroambiente, música para dançar com o discotecárioBemard de Castejá. Rua Prudente de Morais, 129.AM5GO FRÍTZ — Programação: 4" Papos cã Verso*,com Cláudio Vigo. Roscane MurraY o outros; 5a ocantor Carlinhos Cor de Águas; 6a e sáb. OtávioBumier; dom. Da Boca Pra Fora, toatro. música epoesia com Ticiana Studart. Duda Anysio e outros. 4a.às 21h; 5" a sáb. ás 22h. o dom., à3 21h30min.Couvort 4a a CrS 7 mil; 5" a CiS 8 mil; 6a e sáb. a CrS15 mil o dom. a CrS 10 mil. Rua Barão da Torre. 472(267-4347).BELÉM DO PARÁ — De 2a a 6a. a partir das 12h. ocantor Paulo Nu nos o a p«anista Mariice. Sem couvertsem consumação. Rua Franklin Roosevett. 84/3° (220-7092).NILDA APARECIDA — Apresentação da cantora eorganista. Do 4a a dom . às 21h, r*) B Bodogón. RuaVoluntários da Pátria. 54 (286-5845). 8aSOBRE AS ONDAS — Diariamente, a partir das 20h. opianista Miguel Nobre o a cantora Consuelo. Depois oconjunto do Osmar Milrto e os cantores Chico Pupo eRosely. Couvert: 6a. sáb. e vósp. de feriado, a CrS 20mil. Av. Atlântica. 3 432 (521-1296).M5CHEL — Apresentação dos pianistas Emi o Hiram.De 2a a sáb.. Rua Fernando Mendes, 25 (235-2127).Sem couvart. sem consumação.FORRÓ FORRADO — Programação: 4a, Toinho Serri-nha; 5a, João do Vale,; 6a Fátima Marinho; sáb.Luoeno Loice. o dom Monsieur Umá. Do 4a a sáb. às22h. e dom. ás 19h. Ingressos 4® e dom. a CrS 5 mil,homem e mulher grátis, 5a a CrS 6 mil. homem e CrS 2mil, mulher; 6a o sáb. a CrS 10 mil, homem o CrS 4 mil,mulher. Rua do Catnte. 235/1°. (24&0624).CARINHOSO — Diariamente, ás 22h. o conjunto do

Jards, curta temporada no Clube Municipal

Makalé zera tudo

enquanto Billy

prefere o humor

Heliete Vaitsman

ARDS Makalé não gravou oHino Nacional, ao contrárioda agora magra Fafá de Be-lém — no Canecão até o fim

do més, depois de cinco anos de ausên-cia dos palcos cariocas — mas foi dosprimeiros a puxá-lo em palanque, nogrande comício da Praça da Sé queabriu em janeiro de 84 o ciclo dasmanifestações pró-eleições diretas. Su-miu por uns tempos em Penedo evoltou no início do ano com Dtlta Zero("é preciso zerar tudo, começar o novode novo"), que já percorreu váriascidades brasileiras e está desde ontemno pequeno teatro do Clube Munici-pai, para temporada de seis semanas.No eclético cardápio, composições no-vas e antigas, rocks, homenagens aCaymmi e Tom Jobim.

Também pequeno, mas sofistica-do, é o palco que abriga até amanhã obem-humorado Billy Blanco, presençapouco comum na noite. 0 autor deTeresa da Praia, Se a gente grandesoubesse, Estatutos da Gafieira e maisdezenas de sucessos canta no mínimo41 músicas por noite. Atende gostosa-mente a pedidos, embore recuse oepíteto de cantor. "Agora tudo que écompositor grava, mesmo sendo ruimde voz. Eu, não. Por isso tenho na

gaveta música para fazer até seis LPs",diz Billy, que em 30 anos de carreiracompôs cerca de 400 músicas, sozinhoou com parceiros como Tom e BadenPowell.

Só hoje, no programa Seis e Meiada ABI, preço simbólico (CrS 4 mil)abre as portas para ura recital comquatro dos mais conceituados saxofo-nistas da praça: Mazinho, Euclides,Samuel e Alceu, que formam o con-junto K. Ximbinho e se especializamnum repertório com músicas do pró-prio e muito chorinho. No Sobradinhode Ipanema, depois da apresentaçãohabitual do bloco Simpatia é quaseAmor, Sônia Santos mostra seu CoisaFeita, cantando de Djavan a CaetanoVeloso e sambas-canções dela mesma.

Para a turma mais alternativa, arecomendação é o engraçado Espíritoda Coisa, grupo de oito rapazes emoças que mistura música e teatro emespetáculo no Teatro de Lona, daBarra da Tijuca. Eles estarão lá dehoje a domingo, junto com o conjuntoPrieto e os Gatos de Rua e o Roxigê-nio. No Bar do Violeiro, Ricardo Vi-Ias, ex-parceiro de Teca Galazans,mostra 10 músicas inéditas e uma novaversão de Expresso 2222, de Gil. Elechama seu som de "fusão, vocal-instrumental, progressivo e popular,roqueiro e brasileiro". Bom para quemgosta de conhecer as novidades.

Dora e Carinhoso Coinmrt de dom a 5a. a CrS 15 mil6a e sáb . e vAspera de fenaòo a CrS 20 mil Rua Visede Piraiá. 22 <287-0302)LEME-PUB — Jazz o bossa nova Fernando (piano).Paulo Russo (baixo) e Mana AJica (vocal) De 4a a dom ,ès 21h. no térreo do Leme Palace. Av. Atlântica. 656(275-8080) Sem couvwt. sem cot>sumaçào.CABARÉ CAS AMO VA — Glww de travesti o musicapara dançar. Do 5a a dom. às 21h. na Av. Mem de Sa25 (221-6555).BUFFALO GR!LI. — Show da cantora Rosie Sassonacompanhada do pianista José Luiz Duarte. De 3a adom òs 22h30m Cctivert a CrS 15 mil Rua RitaLudoW. 47.8YIAB BAR — Jazz e bossa-nova com o maestroDano Lopes (guitarra). Chiquinho (piano). Za<da (vocal)• César (batena) De 4" a sáb . As 20h. na cobertura doOthon Palace. Av. Allântca, 3 264 (2^5-Bai2). Semcouwt. sem consumaçãoFOGUEIRA 3 — Show do conjunto de Jazr e bossanova. Piano-bar do 2a a sáb. às 18h. o conjuntoMeridien; às 20h. o pianista Heh/ius Vitolla HotelMiridlen. Av. Atlântica. 1020 1275-11221 Sem consu-maçôo.8Ô&LA SANTOS — A cantora apresenta o sJvjwSônia Santos. Sobradinho. Rua Vise de Pirajà. 112.De 6* a sáb . »s 23h Ingressos 5" e 6" a Cr$ 12 mil esáb. a CrS 15 milJAJCVN — Apresentação do tno de Mana Fraga De 2a a5". às 21h30m; 6a e sáb. às 22h30m Sern couvertHotel Intercontinental, Av Preferto Mendes de Morais.222 (322-2200)F ARI NATA — Programação: 5a, Alexandre (voz); 6a..Arnaldo Pererra e grupo, sáb . CAsso e Cnstina Tikuivduva. Sempre, às 23h, Couwnt a CrS 7 mil RuaPresidente Backer. 246 (710-0176)L0B8Y BAR _ Diariamente das 19h30min às23h30min. os pianistas Elwne Sale* e Paulo Afonso.Kotol Intercontinental. Av. Prefeito Mandes Ge Mo-mis. 222 (322 22001.BAR DA8 ARTES — Programação 5a o 6a grupoChampion; sAb.. monólogo tragicômioo com Marcosde Souza; dom. luz cotn Kabian e Paulo Sempre as21h. Sem couvert. Av. Rui Barbosa. 762 (551 3347)JOSÉ MARJWHO —- Apresentação do pianista dia na-mente, às 21 h. no HanVn B.«r. Rua Bartolomeu Mrtre450 (259-4043)RAM8JWO (XORO — Programação: 2a e 3a. MarceloMiranda (voz e violão). 4" e 5". Manuel da Conceição eSamuc» (voz e cordas); O" e sáb. Manuel da Concei-çáo. Sá Moraes e Marcelo Miranda Sempre, às21K30min Sern couvort, Rua Real Grandeza. 238.BATEAU IÍOUCHE BAR — De 2a a sáb.. às 20h. aorquestra de J Júnior Couvort do 2a a 5a a Cr$ 10 mila 6a e sáb a CrS 15 mil. Av. Repórter Nestor Moreira11 (295-1997).WN/E GAÚCHE — Dia na mente a partir das 20h. ospianistas Erasmo e Ety Arcoverde e as cantorasMaryann e Norma Vieira Av Eprtàoo Pessoa. 1484(521-2645). Couvert a Cri 8 mil.PETROPCUS — Ptano-bar com o pianista Aóc» Fbyvio.Diariamente das 18h às 3h da manhã C«aaar PcrfcHotot. Av Vieira Souto. 46012". (287-3122). Semconsumação e sem couvert.TERRASSE BAR — Seresta, samba e chonnho comos cantores Shirtey Melnorattn. Jarnil e outros 6a osáb. ès 22h Dom. almoço dançante com a cantoraShiriey e o Conjunto Sons e Vozes, na Av MinistroIvan Uns. 314 (399-5041) Couvmrt a Cií 10 mil.VINK3U8 _ Diariamente, às 21h. a orquestra daCelinho do Piston o os cantores Vrtor Hugo. Katia o ZóCarlos. Av. Copacabana. 1 144 (267-1497) Couvortde dom. a 5a a CrS 12 mil o 6a e sáb. e vesp de feriado,a CrS 18 mil.MAESTRO RÍELS3NHO — De 5a a sáb. a partir das22h. apresentação do conjunto do maestro NeLsinho(trombone). Bar Farol. Hotel Sheraton. Av Niemever121 (274-1122).BILUNHO BLANCO — Show do cantoi e violonisia.CJubo CzxtcH. Hotel Rio Palace. Av Atlântica. 4240(267-5048) De 2° a sáb. às 21h30min. Consumação aCrS 25 mil.CtUBE 1 — Programação: Dom e 2*. a dupla MárcioProença o Moacyr Luz. Couvert a CrS 15 mil De 3a adom ás 22 h. piano com Mau rico, de 2a a sáb às 23 h,com Joôo Carlos (piano). Bebeto (contrabaixo) e Lua(vocal). Aos sáb. a portir das 13h, feijoada comChiquinho (piano) e Bebeto (contrabaixo) Rua PaulRedfem. 40 (259-3148). Consumação mlmma de CrS25 mil e sáb. às 13h, de CrS 30 mil. por pessoa.B1BLGS — Programação. 3a Marcos Szpilman e a RioJazz Orquestra, de 4" a sáb. os conjuntos dos tecladis-tas Eduardo Pratos e Chiquinho e os cantores LygiaDrummond e Márcio Josó. Matinês dançantes às 16h.Discoteca diariamente a parür das 20h. Av. EprtácioPessoe. 1484 (521-2645) Couvart 2a a CrS 10 mil; 3a aCrS 15 mil; do 4a a dom consumação a CrS 40 mil.homem, e CrS 20 mil, mulher.

GRUPO JOMAS DA1BCCCH! - A<5resontaçáo dodois programas Gfcunwrttena. tributo a Egberto Gis-monti e PÂamóría Sem Roato. teatro-dança comtrechos do poemas de Rimbaud T»wttro do Ucou. RuaFrederico Silva. 861221 -5079) De 4> a &. às 21 h. sáb,às 18h e 21 h e dom. 03 18h. Ingressos a CrS 10 mil.Até domingo.RENASCENDO — E^petAculo de dança com o grupoClama. Direçôo do Claudia Araújo. Coreografias doMoema Corroa e Como Jambay Tcctro R&jnédp»4 daNiterói. Rua 15 do Novembro. 35. De 5a a sáb. òs 21 h;dom. às 20h. Ingrossos a CrS 10 mil. Ató domingo.B MOVIMENTO DE FOS.WW Dí DANÇA — Progra-maçào: sáb, grupo Corpus e Escola de Danças ManaOtonowa; dom. grupo Formas BaIlet o Teatro da

Academia de BaIlet Selma Monteiro. Sáb. às 20h odom. às 18h. Ingressos a CrS 10 mil Testro ArmandoOonzcga. Av. Mal. Cordeiro de Farias, Mal. Hermes.AMÉRICA LADíNA — Espetáculo do grupo VacilouBsrtçou. Direçôo de Carlota Portella. Coreografias doCarlota Portella e Renato Vieira. Roteiro de Paulo CésarCoutinho. Direçôo teatral do Milton Dobbin. TcetroN*bon Rodrigu®». Av. Chile, 230 1212-6695), Do 4a asáb, às 21h30m e dom, às 18h30m e 20h30m.Ingressos 4a, 5a e dom a CrS 20 mil o CrS 15 mil.estudantes; sáb a CrS 20 mil. Até dia 6 de outubro.JAZZ — Aula pública com Maria Solango Machado.Sábado, às 12h30m, na Dança Ca moro Rk>, RuaJoaquim Silva, 10. Entrada franca.

1 INDICAÇÕES I—\BE APICIÜS/

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BARONI-FASOLI — Rua dos Jau-gadeiros, 14-B Tel. 287-9592

O O O OUJE-SE gordo!"Foi o que, mais oumenos, disse-me oSr. de C. quandolembrei-lhe que íamos jantar. Não,

náo falávamos de joalheria, jetoas,circo, Senado, sequer mesmo de vi-nhos alemães (aqueles feitos com gli-col etileno). Falávamos do jantar e,simplesmente, queria informar-me osenhor que náo valia a pena engordartanto sem ter nenhum prazer. Rcfíze-mos conta dos dinheiros, dos pratos edos quilos disponíveis nos restauran-tes ao redor. O saldo foi desanima-dor. Eram muitos quilos e muitoscontos (que já é tempo de voltar aoscontos para simplificar tantos mi-lhõesi em troca de escassíssimo pra-zer. Deu, então, meu amigo, de re-pente, um rugido cheio de alegria eímpeto glutão: "Já que é assim, va-mos comer todas as massas que há noBaroni-Fasoli. "Fomos, sem hesitar.

Tem a casa novidades. Aliou-seFranco Baroni com Nápolis e o fatochegou até as panelas que se enche-ram de temperos e odores meridio-nais. De início, não se fizeram sentirna CrespoliDe di Rlcotta — crépesrecheadas com ricota e molho decreme que inauguraram a passeatacom alegre sabor. Seguiram-lhes osGnocchi verdi ai qusttri formapgi,feitos com espinafre e agradáveis.Logo, porém, veio a Pasta e fagiolealia Napoletana — massa com feijãomulatinho e pimenta, na qual já se

faziam ouvir as fanfarras do Sul. Rui-do alegríssimo que culminou no Spa-ghetti alia Putanesca — espaguetescom tomate, azeitona preta, ancho-vas, alcaparra e pimenta.

Interrompemos o desfile, não porfalta dc prazer, mas por pudor: Tinha-mos chegado ao ponto extremo dedilatação. Quando contei a história aSra. A., limitou-se ela a me citar aspalavras finais de um manuscrito queacaba de ler: "La vie est Ia vie, IaNature est la Nature et Ia plante est Iaplante." 0 que queria dizer com isto,não sei.CONVENÇÕES COZINHA • 'num • • rajrWvel. • • • boa. • • • • muito boa.excelente AMBIENTE • « simples.» • confortável. « • • murto confortável. • © • • luxo.o • • e • muito luxo

'âmérioa Ladina"

Nova proposta

do Vacilou,

Dançou

Antonio José Faro

MÉRICA Ladina é o nome donovo espetáculo que o Vaci-lou. Dançou estará apresen-tando no Teatro Nelson Rodri-

gues, de hoje até 6 de outubro. O grupodirigido por Carlota Portella vem se desta-cando, dentre os que usam a técnica do jazzcomo base, por sua seriedade, vontade deacertar e contribuir de forma efetiva para onosso cenário de dança. De uma temáticaurbana, no ano passado passaram comAmor: Mito Bailarino para uma inteligenteadaptação dos mitos gregos ao mundo atualde discotecas e danceterias.

Com América Ladina buscam um enga-jamento com os novos ares republicanos doBrasil, um comentário algo político, queinclui não apenas a liberação de nossos usose costumes como pagantes de impostos, mastambém a de nossos sentimentos. Comroteiros de Paulo César Coutinho para astrês primeiras histórias e de Carlota para aúltima, já o título de cada uma delas éindicação do espírito que permeia o espetá-culo: Portugal mudou-se ou a Corte fugiapara o Brasil, Tupac Amaru e o poetacontemporâneo. De General a Liberal eMinha América. Cada cena ilustra um as-pecto de nossa progressão política, vistasempre com humor e uma certa irreverên-cia, mostrando facetas pelas quais nos reco-nhecemos e somos reconhecidos. O últimoquadro engloba uma homenagem de Cario-ta a Caetano Veloso, que ela sempre dese-jou fazer, espécie de sonho realizado.

O grupo foi um pouco reduzido, con-tando agora com 13 bailarinos, sem supersti-ções. Carlota Portella e Renato Vieira sáoos coreógrafos, Luís Felipe Cavallero eMarta Bianchi, os desenhistas, ManecoQuinderé o iluminador. Os cuidados daprodução do grupo já são marca registrada,e seu sentido profissional um exemplo paraoutros conjuntos do gênero. Ao entrar nu-ma nova estrada, o Vacilou, Dançou dámais uma demonstração de querer, atravésdc um alargamento de horizontes, firmar-secada vez mais nu panorama da dança brasi-leira. E, só por isso, merece nosso apoio.

Ladina, um comentdrio politico

DanceteriasMETRÓPOUS — Programação: 3a. ehow do cantorJoe; 4a. Valéna e AJma de Borracha, 5a, banda Kongo, 6®e sáb, Vinidus Cantuána; dom, Vid e Sangue Azul. Do 3aa sáb. òs 21h o dom, às 16h. Ingressos de dom a 5a aCrS 10 mil e 6a e sáb a CrS 20 mil. Estrada do Joá. 150(322-3911).MANHATTAN — Música de fita G". sáb., às 22h edom., às 15h e 21h, com o concurso Garota Manhattan.Ingresses 6" e dom . às 21 h. a Crí 12 mil. homom e Ci$B mil, mulher; sâb., a Cri 15 mil, homom e CrS 10 mil,mulher; vesp do dom. a Cri 7 mil Av. Menezes Cortes3020 (392-8757).PAFSULON — De 2a a sáb a partir das 22h música paradançar. Ingressos d« 2" a 5o a Cri 15 mil. 6" a Crí 22 mile sáb a CrS 35 mil Hotel Intercontinental. AV PrefeitoMendes do Morais, 222 1322-2200).MUVMI OTY DtSCOTHÊQUE — De 4° a sáb a partir

das 20h. o dom. às 18h. Av. Semambetiba. 646 (39&-4007), Barra. 6a e sáb. consumação de CrS 13 mil. porpessoa.BM3 APPUE — Show dos conjuntos do rock HanoíHanoi o Xarada. Sáb . às 22h. na Av. Menezes Cortes.3020 (392-8757). Ingrossos a CrS 10 mil.HELP — Música de discoteca diariamente a partir das21h30min. Ingressos de dom. a 5a a CrS 18 mil. homemo CrS 12 mil. mulher; 68 sáb e vesp. de feriado, a CrS 30mil, homem e CtS 18 mil. mulher; vesperal sáb e dom.às 16h a CrS 7 mil (no sáb) e CrS 10 mil (no dom). Av.Atlântica. 3432 (521-1296).OAIN&Cfc i kiüA MSSTURA FTWA — Programação: 5*.*.how do Biquíni Cavadáo e lançamento do LP ToaraFor Rvoro, 6a e sáb , o cantor e gurtamsta Cláudio Zok;dom . som e vídeos. De 5a a sáb., show às 24h o dom.,às 22h. Ingressos 5® a dom a CrS 15 mil o 6® e sáb. a

CrS 20 mil. homem, e CrS 15 mil. mulher. Estrada daBarra da Tifuca. 1636 (399-3460).ft&KONOS — Diariamente, a partir das 22h. música dodiscoteca. Consumaçôo só na 6° e sáb. a CrS 25 mil.Rua Cupertino Durão, 177 (294-2298).CREPÚSCULO OE CUBATAO - Música para dançar evldeobor. 4a o 5o. às 22h e 6" e sáb.. às 23h. na RuaBarata Ribeiro, 643 (235-2045). Consumação 4' a 5". oOI 16 mil e 8a e sáb.. a Cri 24 mil.LU LU SANTOS — Show do cantor, compositor eguitamsta de 5a a sáb. à 1h no Noites Coriocao, Av.Pa3teur, 520. Ingressos a CrS 25 mil. A pertir das 22h.vídeos e som na concha acústica e rock karaokô, vfdeoce ehow dos conjuntos Etiópia (5* e sáb. às 2h30min) eDisturt)»o Social (6a. às 2h30min).ROCK-SE QUEM PUDER — Apresentação de DfSilvona e Cia. Sempre, às 22h. na Tftnnte. Estrada doJoá, 2670.

O grupo Vacilou, Dançou em América

I SESSAO ESPECIAL

HOJE 21:00 H.

MilBO I

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RADIO JORNAL DO BRASIL FM 99,7 I

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CANAL9I J 1 1V. y V y I -:t-:

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Mamute e Rádio Cidade apresentam

SEXTA E SÁBADO

Domingo ¦

ULTRAJE A RIGOR¦00;

ingressos à venda na MamuteGondé dé Bonlim 229. 234-8367

SESSÃO ESPECIAL

HOJE 21:00 H

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II Al 14h15min

"AUTUMN NOCTURNE"

com Dennis Wilson.RÁDIO JORNAL DO BRASIL FM 99,7

CANAL 9

Sábado no Cademo H A EMISSORA DO RIO

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íDaijceteria

Noite do Prazer

e a Prima Nina

FIM

de semana ngitadésimo com oRio de Janeiro em absoluto e irres-trito ritmo de rock'n'roll, a começar

pela presença de hoje de Prima Nina Hagenin Ekstasy, auto-intitulada Embaixatriz deDeus e de seres alienígenas de todas asgaláxias, que terá no belo cenário da Praçada Apoteose o ambiente ideal para suasloucuras.8 No circuito normal, destaque para reaber-tura do Noites Cariocas, funcionando atodas com uma nova sala de vídeo, quetambém abrigará show com bandas novas àsduas e meia da manhã, logo depois daatração principal, e também o Karaokê, comtoda cara de virar moda de verão: os fre-qüentadores sobem ao palco e cantam complaybacks de músicas de sucesso. Fora issotem um restaura»te onde era a antiga sala devídeo e mais um telão na pista. As honras doshow ficam a cargo de Lulu Santos, apresen-tando seu novo disco, Normal, acompanha-do pelo febril Leo Gandelman (com 39 grausde febre ontem), Dom Arthur Maia nobaixo, Paul e Castro na guitarra-base, NicoRezende nos teclados e Élcio Cafaro nabateria (tudo fera) e, no show paralelo, anova banda Ethiópia.a O Circo Voador está desde ontem promo-vendo o show-festival Rumores na Tribo,uma festa-festival com 15 bandas que con-correm a um compacto pela EMI e mais umvideoclip. Tocam hoje Plebe Rude, o Nomedo Grupo, Os Desaparecidos (ex-The Way),Fábio, Elo Perdido, e amanhã, Azul Limão,Kongo, Páginas Amarelas, Etiópia e FinisAfricae. No domingo às 17h apresentação deduas bandas vencedoras e gravação ao vivodo compacto da que ficar em primeiro lugar,a No Mamute, toca hoje e amanhã o Hoje-rizah, uma boa banda que está demorando adeslanchar por não ter ainda chegado noponto ideal, e, domingo às 17 horas (maiscedo que o normal), apresentação única doUltraje a Rigor com convite mais caro, a 30barões, aumento forçado pelo excesso deexigências do Ultraje, que anda em plenodelírio. Amanhã, o Ultraje estará na Uni-Jovem do Hotel Nacional, que apresentahoje Dr. Silvana e Cinema a Dois e, Domin-go, Lobão com a nova banda Os Mutuários eo Herva Doce.0 No Mistura Fina Barra, o ex-guitarrista doBrylho, Cláudio Zoii, faz o primeiro concer-to de sua carreira solo, voltando a soltar avoz e guitarra conhecidas no sucesso Noitedo Prazer. Na Metrópolis será a vez deVinícius Cantuária hoje e amanhã e, domin-go, a presença especial de Vid e SangueAzul, nosso melhor cantor de rock pesadoesquentando as turbinas para o verão, quevai ter muito liard e heavy rock.a No Parque Laje, hoje, o mago da guitarraCelso Blues Boy divide o show com OsDesaparecidos, o ex-The Way, agora devolta aos trabalhos com o núcleo original;Johnno na voz e o Júnior na guitarra (weko-me back). Amanhã, o Parque Laje tem umprograma imperdível: as bandas paulistasVoluntários da Pátria, com Ip independentena praça e merecendo ganhar as folhas e osespaços radiofônicos e televisivos, mais aGang 90, totalmente recuperada da mortede Júlio Barroso, com todo mundo emgrande forma e apresentando o repertóriodo lp Rosas e Tigres e, fechando a noite, opositivo-punk do Black Future, com as lou-curas-mis de Satanésio. No outro lado dabaía também tem rock com a banda Coelho19 apresentando o show Mãe Lua dirigidopor Irving São Paulo que toca teclados ecanta, Mário Delgado (bateria), Ilya SãoPaulo (guitarra e voz), Pedro Mariani (bai-xo) e Louise Rabello (guitarra, voz), isso dehoje a domingo. (Jaaiari França)

Lobão ataca de banda nova — OsMutuários — na Uni-Jovem

Vende-se

juventudeNo Hotel Nacional, uma

feira de pranchas, biquínis,

esoterismo e muito som

ALÔ

galera—é assim inva-riavelmente que começamas mensagens do alto-falante da Uni-jovem, três

;andares no Hotel Nacional repletos doique se convencionou relacionar com astenras idades. — Não deixem de partici-par do sorteio de uma viagem a Matchu-Pitchu — continua a mensagem. Ou: —Vai ser o maior barato o desfile daconfecção Quebra-Mar.

A Uni-Jovem abre às 16 horas e vaiaté domingo. Vende-se a juventude emuma centena de stands. Aceitam cheque.

Uma asa delta vermelha cobre a en-trada do hotel e divide as atenções com oprimeiro de uma série quase infindável deconjuntos de rock que a expô apresentapelos corredores, palcos, pista de patins,danceterias, etc. Alguns sequer forambatizados ainda. Outros são famosos co-mo o Dr Silvana e Cinema 2, que seapresentam hoje a partir das 20 horas. Naquarta-feira havia um desses conjuntosperto da pista de bicicross tocando aomesmo tempo e no mesmo espaço queuma tonitroante fita de Rod Stewart.Tudo aos berros. Ninguém parecia notar.

O palco do teatro está abrigandoatrações jovens imprevisíveis. Paulo Cin-tura comandará sua turma de 100 ginas-tas, sempre puxando-os como se tocasseuma guitarra imaginária. Na quarta-feira,um palco decorado com uma prancha dewindsurf, apresentava-se o grupo Nectardo Templo Brahma Kumaris de RajaYoga. Estavam todos de branco — umdeles sorumbático em posição de transe— e cantavam algo falando de "purezad'alma". Logo em seguida entrariam nomesmo palco garotas incríveis com osbiquínis da Quebra-Mar.

Quem quiser pode se inscrever naAssociação Brasileira de Surf de Joelhoou, dependendo do estilo, na AssociaçãoBrasileira de Surf de Peito. O estande deGiló vende pranchas que vão de Cr$ 1milhão e 400 mil a Cr$ 2 milhões. Para osque praticam esses esportes aquáticos, a

Waterproof vende o relógio Thierry/LockTime — é o maior da praça, a BabyConsuelo tem um —, que custa Cr$ 229mil. As roupas para o desfile a beira-marpodem ser compradas em lojas chamadasTropical Flower ou Energia.

O ingresso da Uni-Jovem custa Cr$15 mil e os organizadores esperam umafreqüência diária de 10 mil jovens nestefim de semana. Os de quarta-feira erambelíssimos. Duas horas depois de aberta aexpô, 50 deles haviam se achado emcondições de abraçar a carreira de mode-lo fotográfico e se inscreveram no estan-de da Glamour Modelos. Pelo que seoferecia nos outros estandes, é uma gera-ção que se cuida com cápsulas de alho, degerme de trigo, levedo de cerveja, con-frey e muito mel. E lancha sanduíche"natural" de lombinho por Cr$ 3 mil.

O jovem adora vídeo de rock e elesrolam por todos os cantos do Hotel, doDuran Duram ao U2, passando peloJohny Lydon (ex-Johny Roten, Joãozi-nho Podre) que cantava Isto não é umaCanção de Amor, no estande do progra-ma Vibração. É místico também. NaAstrocientia pode-se fazer o mapa astralpor computador. Cálculo do signo lunar eascendente custa Cr$ 5 mil. A sinastriainterpretada ("comparação dos mapas deduas pessoas e o potencial de relaciona-mento"), Cr$ 90 mil. Na Esoteric, avendedora Célia Maria Çrespan informa-va que o livro mais vendido era o CultoJaponês para o Equilíbrio.

A jovem usa calcinhas com sabortutti-frutti ou pêssego da Eldorado (Cr$10 mil) e o jovem diverte-se em máquinasde fliper. Principalmente amam. A Fio-rucci reservou todo seu estande para quegarotos e garotas deixassem recados.Chamam-se de gato, gato ou variantes.Como neste bilhete afixado na Fiorucci,síntese poética de um amor menos grila-do e possessivo: "Morena Alucinante: Tevi hoje depois de muito tempo. Nem melembrava mais. Te espero algum dia.Fred".

Rock^ (jlips

Cólera, IRA!, Hojerizafe

Jarnari França

ÔUEM

estiver semanaque vem em SãoPaulo pode colocar

dois ótimos shows na agenda:O RPM se apresenta, de quintaa domingo no Teatro Bandei-rantes (mudou, na última hora,da sala Elis, do Anhembi), comdireção de Nei Matogrosso e,inaugurando o Projeto SP, umcirco na Augusta com chão ata-petado e ar condicionado (coi-sa de paulista), o absurdo bai-xista jazz-rak americano Stan-ley Clarke, também de quinta adomingo.

RPM enfrentou mil loucuraspara travar o vídeo clip deRádio Pirata com filmagens emSão Paulo e Santos paralelasaos ensaios do novo show emais algumas apresentaçõespor aí. Paulo Ricardo (voz,baixo, letras) cismou de fazerpessoalmente cenas complica-das como subir pelos costadosde um navio, na cena da inva-são de navios mercantes de quefala a letra, e foram precisostruques cinematográficos parasimular certas tomadas. Elestambém invadem uma estaçãode rádio e tocam no alto de umedifício de 20 andares na AVe-nida Paulista. O clip tem muitaação e efeitos mais a participa-ção de Monika Venerabille nacena final. Breve nas televi-sões.

Domingo às 17h no stand 64(Shogun Arte Editora) da Fei-ra Internacional do Livro, Fer-nando Mansur (locutor-rádioCidade), estará lançando seusegundo livro O Sucesso Conti-nua. Pessoal dos estados quenão encontrar o livro é só es-crever para Shogun Arte, RuaBarata Ribeiro 453, sala 405,fone 255-9494 ou Caixa Postal43.021 CEP 22052. Rio de Ja-neiro.

IRA! estará em estúdio terçae quarta para gravar demos detrês músicas, de onde sairãoduas para serem gravadas eentrar na batalha de rádio. Éuma estratégia da gravadoraWEA que alega que o Lp Mu-dança de Comportamento nãofuncionou (nem podia, do jeitoque foi mal-trabalhado) e pre-tende ter uma música forte pa-ra ver se o IRA! toca em rádioe depois por a música no lp,para relançá-lo. Vale a tentati-

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jf §Paulo Ricardo, do RPM, escala um navio duranteas filmagens do clip de Rádio Piratava, mas também valeria conti-nuar a trabalhar o lp, que émuito bom. O IRA! tocou finalde semana passado em PortoAlegre para 2 mil pessoas queadoraram o show e cantarambastante. A música mais popu-lar por lá é Ninguém Precisa daGuerra.¦ Ligue para sua rádio favoritae peça: Longe de Tudo, NúcleoBase, Mudança de Comporta-mento, Tolices e Coração(IRA!) A Cruz e a Espada,Pr'esse Vício (PRM), Que Hor-ror (Hojerizah), Luzes (Escolade Escândalo), No Rest (NewModel Army), The Number oíthe Beast -Leve Version (IronMaiden), Rosas e Tigress(Gang 90).n Maria Juçá, diretamente dascavernas do Parque Lage, pas-sou mensagem telepática."Rock Brasi! 2: o Rock Brasilentrará em ebulição mês quevem. O Parque Lage vai mos-trar quem está, quem estará ealguns poucos consagrados nocenário do Rock Brasil. Outu-bro passado, o festival aconte-ceu no Circo Voador produzi-do pela Alkimia e, agora, comoo núcleo de produção está noParque, o festival acontecerána floresta. Dizem que o Con-de está adorando os preparati-vos. Aguardem telefonemasmúsicos, atores, bailarinos, ci-neastas, poetas, artistas plásti-cos, jornalistas e performistasextravagantes em geral".Q Cartazes na cidade anun-ciando Lulu Santos numa play-backagem domingo no Sírio Li-banês e o Lulu manda avisarque nada tem a ver com isso.No sábado tem também umaplaybackagem do Chacrinha noMonte Líbano, num mau sinalde que o playback, o tipo deshow mais abominado pelos ar-

tistas, está entrando na zonasul do Rio. Vão parar?a Conflitos-aflitos entre pes-soai de rádio da WEA e LuluSantos. Os de rádio queremmudar música de trabalho, tro-cando Sincero por De Repenteporque a primeira não estou-rou. O Lulu prefere Lm Dia na:-3Vida e não está nem um poucopreocupado com estouros: ''Eutoco em rádio há quatro anos etodo mundo dá uma estouradaem rádio uma hora, como estáacontecendo agora com o Ul-traje. Quando eu fiz Comolima Onda, não pensei que iaestourar daquele jeito, o mes-mo com outras músicas. Eu sóvou ficar preocupado se nãoestiver tocando em lugar ne-nhum". Lulu faz o Noites estefim de semana e parte para oNordeste começando dia 24 emVitória e subindo nas semanasseguintes. A etapa-2 será o Sul,depois São Paulo Capital e in-

. terior.¦ Vídeo e cine clip de MickJagger e David Bowie comDancing in the Street tem duasreferências aos latino-americanos. Abre com Jaggerdizendo "salve América doSul" e Bowie no meio da música manda um: com "dancing inthe streets of Brazil".

ra Na Rádio Cidade amanhã às22h Toqus Certo e domingo nomesmo horário 102 Beeibcis-com apresentação de MonikaVenerabille e produção LuizAntônio Mello e Alberto Car-los de Carvalho. Na Rccord,todo dia às lOh.Hiniin e, denoite, às 19h.~0min, VideoClip. e aos sábados 2Gh o espe-ciai com Biliy Bond no coman-do dos trabalhos. Produção deRock Clip-, radiofônicos estavamuito caída, por isso saiu do arna Melodia com planos de vol-tar reformulado no verão.

GVídeo

Os tambores do Police Ha África

Luiz Antonio Mello

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destaque em vídeo,neste fim de semana,vai estar pousado na

Metrópolis. José Roberto Pin-to vai apresentar trechos deThe Rhythmatist, um do-cumentário de 60 minutos mos-trando a pesquisa que StewartCopeland, baterista do Police,fez em vários países africanos.Essa viagem acabou se trans-formando em um LP do mesmonome que está saindo agora naEuropa e na outra América,sem previsão de lançamento noBrasil. No vídeo, imagens detribos e rituais africanos, ondeCopeland capta novos sons deexóticos instrumentos, numapesquisa profunda. Uma ima-gem inesquecível é a do bate-rista dentro de uma jaula, emcampo aberto, tocando cercadode leões tentando engoli-lo. Aprodução é de seu irmão, MilesCopeland, proprietário da mar-ca The Police. Parte do discoThe Rhythmatist será apresen-

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Stewart Copeland,ex-Police, é a atração

da Metrópolis comThe Rhythmatist, um

vídeo espetaculartada, em primeira mão, peloprograma 102 Becibéis, domin-go às 10 da noite na RádioCidade.0 No Museu da Imagem e doSom, New Order em concertode duas horas sem paradas. Éde matar passarinho no vôo.0 Ea superbanda irlandesa U2pulou da sarjeta para a glória.

Legiões de fanáticos perambu-Iam pelas ruas à cata de qual-quer coisa sobre o grupo. Osucesso da TVC, no MonteLíbano, sábado passado, foiuma prova. A banda, que jávendeu 70 mil LPs no Brasil,estará ao vivo no Espaço Pró-video em Jacarepaguá. Nocomplemento o trio canadenseRush.cs Vocês lembram do Adamand the Aras? Aquela bandagay luieracia por Adam Ant eque acabou saindo nos bofe-tões há um ano atras. Pois e, noN;istura Fina de Ipanema vairolar o mais afrescaihaao vídeodo grupo, o The Prince Char-mlng Review. No complemen-to, Led Zeppelin e JeftersonStarship.¦ No Caverna I! os meialcirosvão benar com as im ígens doinadimplente Quiet Rjot, quefez vexame no Maracanãzinho,Randy Rlioads, Iron Maiden,WASP, Biack Sahbath e OzzyOsbourne. Todos os vídeos sãoao vivo e a maioria das grava-ções é pirata.

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O contrário do que muitos pensam,os jovens não estão ouvindo rockpor causa de um esperto golpe dasgravadoras, estações de rádio ou

empresários espertos. Sempre se ouviu rock. Oque acontece é que agora temos mais acesso àinformação. Bendito o dia em que descobriramque os B-52's cairiam 110 gosto popular. Penaque foi só depois do Rock in Rio. Os bobos.Agora é B-52's em tudo quanto é FM. Foi omesmo com o Police e agora com o Tears ForFears. O que certas pessoas ainda não sabem éque um conjunto nunca vai fazer sucesso se nãotiver pelo menos uma chance de ser ouvido eavaliado pelo público. E o público é bem maisinteligente do que supõem os que perdem tempoavaliando o que o público vai gostar de ouvir.(Oia as vespa!)

Estamos em 1985 e já não existe mais aquelepreconceito contra o rock cantado em portu-gués. (Também pudera, as bandas atuais sáobem mais interessantes que as de tempos atrás.Alguém quer comparar RPM ou Voluntários daPátria com os Brazilian Beatles ou mesmo comos The Fevers?)

O jCiniL/

É uma outra visão, uma sensibilidade maisaguçada, uma força critica que vem do coraçãoque faz com que as novas bandas estejamaumentando seu público a cada dia, excessosmercadológicos ou não. E por quê? Porquequem está ouvindo pensa do mesmo jeito, vê asmesmas coisas e também já está cansado dereceber ordens acerca de como se SENTIR.

Os conjuntos estão falando diretamente aosseus amigos e a todos os jovens que percebem oque é ter, por exemplo, um ex-Ministro daJustiça como o nosso, um número de menoresabandonados como o que existe em nosso país,60 milhões de jovens desempregados, vídeospornô na Escola Superior de Guerra, a nossainflação, a impunidade de torturadores e assassi-nos, o nosso sistema educacional. (ÓIA ASVESPA!)

"But what can a poor boy do, except sing ina rock'n'roll band?" Ah, esses velhos clichês dorock, sempre tão atuais... Alguma coisa estáacontecendo, mas o senhor não sabe o que é,sabe Mr. Cruz? As crianças sabem. (Algumas,como as que nasceram sem cérebro lá emCubatão ou as que querem água-p'rá-beber.

Bruce Springsteen vem ao Brasil!

(O astro do USA For África)

podem não ter uma idéia muito clara, digamos.)Mas, com a exceção da faixa entre 2 e 7 anosque, mesmo assim, já está vendo o Menudo comoutra opinião, todos sabem do que gostam eexigem talento, inteligência e honestidade.

E querem se divertir, e MUITO, enquanto abomba não vem.

Acho interessante todos os que reclamamque hoje em dia só se toca rock em tudo que érádio, etc. etc. etc. Gostaria que estas pessoasparassem para pensar e se lembrassem que istoacontece porque o rock dá dinheiro e é emDINHEIRO que se pensa nestes casos, não nosenso estético do público ou no valor culturaldeste ou daquele estilo musical. Vocês queremapostar como dentro em breve estaremos ouvin-do bossa-nova o tempo todo? Essa é meio velha,mas é o que está dando dinheiro lá fora. É sóesperar.

Reclamam que reclamam, mas NUNCAouvi Francisco Alves, Pixinguinha, Itamar As-sunção ou Egberto Gismonti nessas rádios queagora só tocam rock (só nas rádios MEC davida). E é tão curioso: até nas rádios AM não setoca mais tanto samba quanto antigamente. E

porque o povo não gosta? Ora, você já viu opovo brasileiro não gostar de SAMBA? Seráque preferem Menudo?

(Amado Batista vende mais de um milhãode cópias e mal se ouve Amado Batista norádio.) Quem são essas pessoas misteriosas quecompram os discos do Amado Batista, meuDeus?

Tudo isto é uma pena porque, no final dascontas, o que acaba acontecendo é Madonna ouBruce Springsteen tomando o lugar do MichaelJackson no coração de muitos jovens no interiordo nosso belo país.

A culpa é dos conjuntos de rock brasileiros,naturalmente.

Pior ainda se você gostar do Nelson Gonçal-ves, do Lamartine Babo, do Philip Glass, oumesmo do Cream: você terá que penar atéconseguir descobrir qualquer um deles pelosmeios de comunicação de massa.

O que fazer? Compre o disco ou o vídeo.(Antes tente saber, só por curiosidade, o preçoda coleção do Nelson Gonçalves. Não — o preçode UM TERÇO da coleção do Nelson Gonçal-ves.) Gostou? Bem, pelo menos você pode ouvir

no rádio, que é bem mais barato. Só que se vocêquiser ouvir rádio, você provavelmente vai ouvirrock.

É divertido ser subdesenvolvido, principal-mente em um país tão minúsculo como o nosso,com uma cultura tão pobre, com tão poucagente e tão poucas opções.

PS: E eu gosto do Menudo. Acredite quemquiser.

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RENATORUSSO ecantor e letnstado coniuntoLEGIÃOURBANA e nãoé formado pelaUFRJ (nempeia PUC)

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Rio de Janeiro — Sexta-feira, 13 de setembro de ll)85

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Um retrato completo dos problemas

e do potencial

da economia brasileira

Fazer previsões no terreno eco-nômico é, em qualquer circunstân-cia, um gesto temerário. O númerode variáveis das quais depende ofuncionamento de qualquer sistemaeconômico é tão vasto, e sua influên-cia tão improvável de ser dimensio-nada, que prever algo em termos decomportamento da economia chega ase comparar a um exercício de ficção.

Se considerarmos o grau de com-plexidade da estrutura da economiabrasileira hoje, com suas múltiplasindexações, controles de preços, sub-sídios, déficit orçamentário crescentee dívida pública idem, a tentativa deprojetar números ou percentuais po-de ter, no máximo, a validade depoucos dias.

O JORNAL DO BRASIL, dian-te dessa constatação, publica hojeeste Documento, no qual procuramostrar não projeções, previsões ou

estimativas, mas um retrato atual doquadro econômico, buscando enfati-zar a expectativa de empresários eautoridades quanto ao que virá amédio prazo e discutindo os mecanis-mos disponíveis no ambiente econô-mico brasileiro, de forma a torná-loscapazes de prover o crescimento daprodução e do emprego/renda nosníveis exigidos pela sociedade.

Assim, mostramos a opinião queos mais representativos líderes em-

presariais têm sobre o momento eco-nômico atual e como estão encaran-do o horizonte que se abre em 1986.Destacamos que a discussão sobre apolítica industrial a ser adotada pelaNova República passa, necessaria-mente, pelo restabelecimento (ou re-formulação) dos poderes do Conse-lho de Desenvolvimento Industrial(CDI) do Ministério da Indústria edo Comércio, a fim de que fiquem

devidamente definidas as regras dojogo para os novos investimentos naatividade industrial.

É apreciada, também, a partici-pação do Estado na economia e ana-lisada a questão da dificuldade deinvestimento do Governo em áreascomo o transporte ferroviário, cujopotencial de crescimento vem sendotimidamente sinalizado pelos indica-dores do setor, mas refreado pelaindisponibilidade de recursos doacionista controlador: o poder pú-blico.

/E enfocada ainda a linha de ação

do Governo quanto aos princípiosbásicos da política econômica, comdestaque para a obrigatoriedade daapreciação pelo Congresso Nacionaldos orçamentos públicos bem comoda definição das fórmulas de finan-ciamento do déficit previsto para

1986. Também o Plano Nacional deDesenvolvimento (PND), primeiroda Nova República, é explorado eavaliado no que diz respeito às dire-trizes gerais das políticas econômicae social.

Finalmente, embora quase desne-cessário mencionar, as grandes ques-tões do setor agrícola também mere-ceram análises globais e específicas.Assim, foi enfocado o comportamen-to da produção nas últimas safras,reivindicações e críticas dos produto-res sobre preços mínimos, valores decusteio, auxílio à exportação, comer-cialização etc.

Em resumo, procuramos apre-sentar um produto que alcance, deforma integral, as finalidades a quese propõe: ser apenas um documen-to, um instantâneo da realidade eco-nômica brasileira em setembro de1985.

0

2 <s Documento JB-Econoinia 4 sexta-feira, 13/9/85 Jornal do Brasil

PEQUENOS

AGRICULTORES,

GRANDES

PARCEIROS

O pequeno agricultor éo principal responsável pela produçãode alimentos básicos e a maior forçade trabalho ocupada na área rural.

Mas, apesar da sua importância,quase não teve acesso aos benefíciosda política agrícola e, para sobreviver,é obrigado a vender suas safraspela primeira oferta, até 40% abaixo

i . preço mínimo fixado pelo Governo,por não ter como

\ k&T armazenar seus produtos.\ . fjgp Sozinho, o pequeno produtor

não tem condições de mudar estequadro de baixa rendae falta de incentivo, mas,

reunidos em grupos organizados eles ganham força, crescem epodem buscar as soluções para os seus problemas.

E a colaboração e o princípio de um grande esforço quecomeça a ser desenvolvido: o Programa de Armazéns Comunitários.

As comunidades das regiões produtoras de todo o Paísirão construir, em sistema de mutirão, já neste ano. 225armazéns para receber as pequenas parcelas de produtos edar-lhes os tratamentos necessários para que tenham melhores preçosna hora da venda.

A CIBRAZIÍM e a KMBRATF.R, junto com as companhiasestaduais de armazenamento e entidades de crédito rural,entram com todos os recursos técnicos e materiais necessáriose as comunidades com a mão-de-obra para a implantação eadministração das unidades armazenadoras.

Cada um desses armazéns será o exemplo do que acomunidade pode fazer quando reunida e servirá como pontode encontro e apoio para uma série de outros benefícios comoatividades de extensão rural, troca de Informações, contatoscom os programas governamentais de comercialização c créditorural e até mesmo para a formação de novas associações oucooperativas agrícolas.

Com o Programa de Armazéns Comunitários, o Ministério daAgricultura está estimulando a produção dealimentos de primeira necessidade, cumprindo seus objetivossociais e beneficiando inicialmente um total de 9 milpequenos agricultores que, até hoje, como as suas produções,viviam desprotegidos.

AGORA, A ARMAZENAGEM VAS CHECAR

AOS MAIS DESPROTEGIDOS.

CIBIIZEM i#Compan/iu Brasileira de Armazenamento MINISTÉRIO DA AGRICULTURAPrograma de Armazéns Comunitários

Empresários

mas não têm

estão otimistas

previsão para 86

Milton F. da Rocha FilhoSão Paulo — Grandes empresários estão otimistas

em relação ao futuro do País, mas preferem não fazerestimativas em relação ao índice inflacionário do próxi-mo ano. José Mindlin, presidente da Metal Leve, querque no acordo de renegociações da dívida externa doPaís se permita que "parte do superávit comercial quevenhamos a conseguir, seja aplicado na atividade econò-mica interna"

O empresário Guilherme Afif Domingues, presi-dente da Associação Comerciai de São Paulo, entendeque "as medidas atuais de combate à inflação sãocosméticas, que só maqueiam a realidade. A causaprincipal da inflação, o déficit público, ainda não foiatacado como deveria". Outros empresários que presta-ram depoimento ao JORNAL DO BRASIL, foram:Antonio Ermírio de Moraes, do Grupo Votorantim;Olacir Francisco de Moraes, do Grupo ltamarati; eWolfgang Sauer, presidente da Volkswagen do Brasil.

Wolfgang Sauer

Jr ' '

José Mindlin

ESTA MARCA FARÁ

A CONSOUDACAO DEFINITIVA

DO PARQUE INDUSTRIAL

DA ZONA FRANCA DE MANAUS,

FUCMPE

O processo de industrialização da AmazôniaOcidental, nos últimos 18 anos, vem sendomarcado por muitas dificuldades, mastambém por muito sucesso, resultado de umárduo trabalho desenvolvido por brasileirosque atuam na região.E, como um dos resultados positivos destaluta, o Amazonas herdou, ao seu favor,umaherança irreversível: implantounuma das regiões menos desenvolvidas doPais. uma civilização tecnológicainédita, responsável por umarevolução que renovou a produçãobrasileira, especialmente nos setoreseletroeletrônico e metal-mecânico. E,agora, promete, também, grandes conquis-tas na área de informática.Foi. pois. a partir de 1967. com o adventoda Zona Franca, que várias industrias,notadamente das áreas de eletrônica,eletromecânica, ótica, relojoeira e,mais recentemente, a de veículos de duasrodas, vieram iustalar-se em Manaus,atraídas pelos incentivos fiscais que lhesconcede o Decreto-Lei 2H8.A SUFRAMA, visando dar o suportetecnologico à potencialidade do ParqueIndustrial que aqui cresceu rapidamente,criou, em 1982, com o apoio do GEICOM,da Universidade do Amazonas, da Fede-ração das Indústrias, do Centro dasIndústrias e da Secretaria de Estadoda Indústria, Comércio e Turismo,a Fundação Centro de Análises de

Produção Industrial-FUCAPI.Na verdade, a Região, já háalgum tempo, ressentia-se com a ausênciade um organismo técnico de apoio aodesenvolvimento industrial que tentasse, aomesmo tempo, uma aproximação com todosos órgãos que lidam com a áreaindustrial. Agora, já instalada,a FUCAPI está apoiando a indústria nabusca do desenvolvimento e nacionalizaçãodos produtos, do aumento da eficiênciaindustrial e na implementação de programasde incremento de qualidade dos bens aquifabricados. Paralelamente, a Fundaçãotambém está preocupada em gerartreinamento de recursos humanos emnovas técnicas de produção e produto eefetuar pesquisas de natureza técnica para oSetor eletroeletrônico da ZFM.A Fundação está apta, também, aacompanhar e comprovar a nacionalizaçãodos produtos da ZFM; emitir laudos técnicosde procedência; fazer estudos de similarida- •des de componentes; além de prestar oassessoramento necessário na anâiise técnica,na área de engenharia e tecnologia dosprojetos industriais que desejam implantar-se na área de atuação da SUFRAMA.Com seus laboratórios de nacionalização,a FUCAPI vem suprindo as lacunas existen-tes entre os diferentes segmentos da ZonaFranca, das indústrias da SUFRAMA edemais órgãos públicos, dando respaldo anovas oportunidades de investimentos na

região, notadamente na área de compo-nentes.Foi, pois, a partir da implantação daFUCAPI que o processo de absorção e de-senvolvimento de tecnologia da Zona Francade Manaus tomou maior impulso, atravésde ação coordenada e orientada pelaSUFRAMA com os objetivos de gerar umatecnologia local, aumentar o nível deempregos, produzir mais riquezas eabrir novos pólos de progresso na Região.São conquistas dessa natureza que vãopermitir ao Pais, particularmente ao poloindustrial da zona Franca de Manaus, aarrebatar parte da tecnologia de pontaque é praticada no exterior e, com isso,instituir as bases de uma futura indepen-dência tecnológica, para toda área daAmazônia Ocidental.

MINISTÉRIODO INIfcRIOR

l^^ll¦a1á

L SUFRAMA ^

Sauer antevê

três grandes

desafiosO presidente da Volkswagen,

Wolfgang Sauer, admite que a econo-mia do País enfrenta três grandes desa-fios: o déficit público, a inflação e adívida externa.

Para nenhum deles existe umareceita à mão, que tenha sido experi-mentada com êxito. As questões dodéficit público e da inflação, intima-mente ligadas e envoltas num férreomecanismo de causa e efeito, exigemtambém tratamento político. Daí de-correm as maiores dificuldades e asimprevisões quanto às melhores medi-das técnicas e aos resultados. O endivi-damento externo, de outra parte, em-bora elevado, tem administração sem-pre possível, na dependência das ex-portações. No mercado externo vejo asaída e temos condições favoráveis pa-ra alargá-la cada vez mais.

Para Wolfgang Sauer, a recupera-ção da economia é um fato e, nadisposição do Governo, ela não serárefreada. Ele acredita que, com oaproveitamento da capacidade instala-da no País, o Brasil terá condições dealcançar crescimento de 5% ao ano nospróximos três anos.

A médio prazo, porém, se atendência atual de escassez de investi-mentos produtivos não se reverter,desembocaremos em uma crise econô-mica e social mais séria e perigosa,devido ao congelamento da oferta denovos empregos, envelhecimento doparque industrial e, por conseqüência,desatualização tecnológica e perda decompetitividade dos produtos brasilei-ros no exterior. Sauer prefere nãoestimar uma inflação para o próximoano, pois explicou que "o Governoestá tomando medidas para reduzi-la".

?e

Mindlin

contra <

o artifieialismoGostaria de saber e admiro a

tranqüilidade com que certas pessoas,até mesmo do Governo, ou especial-mente do Governo, fazem prognósti-cos positivos sobre o grau da inflação,o nível do aumento industrial e doemprego, o volume das exportações eassim por diante. A meu ver o que sepode fazer é arriscar alguns palpites,baseados no que vem ocorrendo, mascom tanta probabilidade de acertarcomo de errar redondamente. Sou umotimista incorrigível, mas confesso-mepreocupado — a opinião é do presi-dente da Metal Leve, José Mindlin,que acrescenta:

Reduzir a inflação à custa doartifieialismo de tabelamentos e con-troles de preços não me parece possívelsem reduzir o déficit público e discipli-nar os gastos governamentais. Aumen-tar impostos e emitir moeda, sem dimi-nuir os gastos, é promover a inefíciên-cia da máquina estatal à custa do setorprivado. Não posso imaginar que anova equipe econômica vá adotar umaterapêutica simplista, e, o que é pior,ineficaz. Partindo, pois, da premissa deque haverá bom senso, e nisso entraem ação o meu otimismo, acredito que1986 repetirá o desempenho de 1985,com uma tendência de baixa da infla-ção, mas não com uma queda significa-tiva, e com um crescimento pequeno.

Segundo José Mindlin, as exporta-ções deverão crescer. Ele acredita tam-bém ser possível um acordo com oscredores, "para

que parte do superávitcomercial que venhamos a conseguirseja aplicado na atividade econômicainterna".

Olacir pede

mais apoio0 presidente do Grupo ltamarati,

Olacir Francisco de Moraes, entendeque a situação da economia para opróximo ano tende a melhorar, princi-palmente na área agrícola, com au-mento da produção.Acredito que o Governo deve-rá dar prioridade à agricultura. Com oaumento da produção agrícola todos

ganharão, principalmente a luta contraa inflação que é alta. Vivemos doisanos seguidos com recursos inadequa-dos para a agricultura. Por isso, é omomento de arrancar definitivamentepara o desenvolvimento agrícola —afirmou.

Olacir, também conhecido como o"Rei da Soja", pois é o maior produtorindividual dessa matéria-prima, enten-de que é preciso uma definição sobrereforma agrária, para que "muitosagricultores possam se empenhar naprodução, deixando outras preocupa-ções de lado."

Os debates sobre reforma agrá-ria trouxeram confusões ao País. Nãoera o que desejávamos. O PresidenteSarney está movido de interesses no-bres e por isso as pessoas devem pro-curar compreendê-lo. O Brasil pode setransformar no maior produtor degrãos do mundo. Basta querer. O anode 1986 pode ser decisivo. Se a safracrescer como espero, a inflação serámenor do que a registrada este ano.

Votorantim vai

investir maisÉ prediso dar crédito aos no-

vos governantes. Nada pode ser rea-iizado de um momento para o outro.Não podemos criticar por criticar,mas temos que dar um tempo paraque as alterações na economia sejamintroduzidas com tranqüilidade. Hádisposição do novo Governo e issotem cjue ser aproveitado — a afirma-ção e do superintendente do GrupoVotorantim, Antonio Ermírio deMoraes.

Nós acreditamos que a infla-ção deverá cair no país e um sinaldisso está na queda das taxas dejuros verificadas nos últimos dias.Prefiro não fazer uma previsão para1986, mas tenho a esperança de queserá melhor do que este ano.

Segundo Antonio Ermírio, 1986também será um ano eleitoral muitoimportante, "com a renovação doCongresso, que se transformará emConstituinte. O povo deverá fazeruma renovação, preservando somen-te os parlamentares que evidente-mente trabalharam. A escolha dosnovos parlamentares é funda-mental".

A situação melhorará muitomais na economia a partir do mo-mento em que se começar a reduzir acorreção monetária. Nós, do GrupoVotorantim, estamos acreditando nopaís, como sempre, e vamos conti-nuar investindo mais 200 milhões dedólares em 1986 na ampliação denossas atividades — concluiu Anto-nio Ermírio de Moraes, que tambémnão arriscou um prognóstico sobre ainflação para 1986.

Afif: cosmético

não pára

inflaçãoO presidente da Associação Co-

mercial de São Paulo, GuilhermeAfif Domingues, entende que a in-fiação deverá disparar até o final doano, como resultado de "um comba-te cosmético e de maquilagem que seutiliza para combatê-la. A emissãode agora deverá se refletir daqui atrês ou auatro meses. Com isso, éprevisível uma expansão da inflaçãojá no novo ano."

Vai ser um estouro da boia-da. A correção monetária estavaabaixo da realidade. Hoje os jurosestão caindo porque a correção mo-netária se elevou. O custo do dinhei-ro continua elevado. Não mudounada. A causa da inflação não foiatacada como deveria — afirmou.

O déficit público continuaelevado. O Governo usa medidascosméticas e que não atacam o pro-blema no seu cerne. O solavancovem daqui a 90 dias. Estamos assis-tindo o Governo a fazer acordos decavalheiros. Sabemos aue medidasartificiais não têm resultados e, nofinal da história, o cavaleiro cai docavalo. Não estou vendo boas pers-pectivas para a situação econômicaem 1986; precisamos de coragem edeterminação política para atacar osproblemas, sem a utilização de cos-méticos.

Olacir de Moraes Guilherme Afif

Jornal do Brasil sexta-feira, 13/9/85 t> Documento JB-Economia e 3

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deIndústria e Comércio prevêem

crescimento de 8% em 85São Paulo — Os empresários acreditam

que a economia brasileira, apesar de Iodos osSeus problemas, deverá crescer este ano de 7%a 8%, contrariando a previsão do Governo deuma evolução de 5%. As vendas da indústria edo comércio continuam aquecidas neste segun-do semestre, mas há expectativa por parte doempresariado em relação ao próximo ano,diante de definições na área econômica e umaefetiva redução nas taxas de juros.

O aquecimento da economia interna doPaís é atribuído pelos industriais e comercian-tes, como resultado do final do arrocho salarialimposto nos últimos três anos. Uma unanimi-dade por parte do empresariado de que aprática de antecipações salariais ou mesmo de.reajustes trimestrais pelas empresas, conjuga-das com o congelamento de preços, foramfatores determinantes para o aquecimento daeconomia.

Hoje em alguns setores industriais, como ode elétrico-eletrônicos, não há estoques e aindústria "trabalha da mão para boca", comoobserva o presidente do Grupo Sharp, MathiasMachiline. De uma forma geral, segundo aná-lises da Associação Brasileira das IndústriasElétricas e Eletrônicas (Abinee) as empresasnão estavam preparadas para uma arrancadana comercialização interna. Em síntese, todosforam apanhados desprevenidos.

Nesse reaquecimento da economia inter-na. as indústrias estão utilizando capacidadeociosa, aproveitando-se de investimentos rea-lizados com maior intensidade até 1980 ou nomáximo em 1981. "Para essa nova arrancadada economia, o que sentimos é que se aprovei-1a a capacidade ociosa, sem a necessidade demais investimentos", revela o superintendenteda Câmara Americana de Comércio, ErcoleCarpentieri.

De qualquer forma, apesar de a economiaapresentar problemas sérios, a situação econô-mico-financeira das empresas melhorou esteano cm relação a 1984: no primeiro semestre,as grandes e médias empresas apresentaramum crescimento que nada deixou a dever aoslucros dos bancos e os empresários admitemque neste segundo semestre as vendas conti-nuaráo em bom ritmo. Economistas da Fede-ração do Comércio e da Federação da Indús-tria do Estado de São Paulo admitem que não

há como brecar a economia neste segundosemestre e que as áreas de serviços e agricultu-ra acompanharão a evolução verificada nocomércio (9'"r) e na indústria (ll%) no pri-meiro semestre, em relação a igual período doano passado.

Ainda no primeiro semestre do ano, foraminiciados alguns debates que deverão se pro-longar até o próximo ano: dois deles sãoconsiderados importantes, como o da criaçãode uma política industrial no País e o dereformulação na legislação de informática. Ainexistência de uma política industrial, segun-do os empresários, é a responsável por umasérie de distorções nos custos de produção queacabam encarecendo os produtos para o con-sumidor final.

O vice-presidente da Federação das Indús-trias do Estado (FIESP) Cláudio Bardella,considera que enquanto o País não tiver umapolítica industrial, haverá descontroles e osproblemas entre indústrias do Sul e as queocupam áreas das Superintendências para oDesenvolvimento da Amazônia e do Nordeste(Sudam e Sudene).

A outra questão é o debate reaberto peloMinistro das Comunicações, Antonio CarlosMagalhães, sobre a legislação de informática,ao argumentar que ela é prejudicial à produ-çáo de equipamentos de telecomunicações noPaís. O debate reaberto pelo Ministro prosse-gue na Federação das Indústrias, que analisasugestões para alteração na legislação, princi-palmente no que se refere à entrada de empre-sas ou tecnologias externas no setor. O empre-sário Jaques Glaz, diretor da Associação Bra-sileira das Indústrias Elétrica e Eletrônica(Abinee), defende uma maior flexibilidade nalegislação, o que, segundo ele, permitiria aentrada de tecnologia externa e a associaçãode empresas estrangeiras com nacionais, masmantendo o controle brasileiro no empreendi-mento.

Essa discussão na área industrial acabouchegando à Federação Brasileira de Associa-çôes de Bancos (Febraban), e seu presidente,Roberto Bornhausen, defende a reformulaçãona legislação de informática como única formade baratear os custos dos produtos na área decomputação no mercado interno. Bornhausené favorável à associação de empresas estran-geiras com nacionais.

Fotos de arquivo

Marketing agressivo para vender

"¦ Exportação não será abandonada

' As indústrias nacionais já tomaram umadecisão: mesmo com a melhoria do mercadointerno, não abandonarão as exportações. Opresidente da FIESP, Luís Eulálio de BuenoVidigal Filho, é de opinião que o mercadoexterno deve ser mantido, pois representa segu-rança para a empresa, quando o mercado internosofre uma queda, como ocorreu a partir de 1981.

Essa também é a opinião do presidente daCofap. Abraham Kazinski, que entende ser fun-damental manter o mercado externo: "A conquis-ta do exterior (oi demorada. A maioria dasempresas está investindo nas exportações há maisde cinco anos. Agora que já temos uma certatradição, não podemos abandoná-la, seria muitairresponsabilidade.

Kazinski considera que as empresas brasilei-ras cm determinadas áreas, como a de autopeças,já conquistaram a confiança do consumidor inter-nacional. "Isso facilita a manutenção do mercadoexterno. É necessário levar em conta, ainda, quese não tivéssemos o mercado externo durante afase mais difícil da recessão econômica, teríamosdispensado grandes contingentes de máo-de-obra. Com as exportações mantivemos o máximopossível de funcionários".

,,,, Empresários ligados à FIESP ou a Associa-ção dos Exportadores Brasileiros (AEB) destaca-ram que as exportações deverão manter um bomritmo neste segundo semestre e a perspectiva parao próximo ano é de atendimento dos mercados jáconquistados e principalmente a esperança de quepráticas protecionistas na Europa e Estados Uni-dos sejam diminuídas, facilitando as vendas demanufaturados brasileiros.

O presidente da IAT — Companhia deComercio Exterior, Jaques Eluf, ao analisar ocomportamento das exportações nesle segundosemestre, explica que há boas perspectivas paramanter um saldo de l bilhão e até l bilhão e meiode dólares ao mês até o final do ano nas vendasexternas.

Pedro Carlos de Brito, da Cotia de ComércioExterior, tem a mesma opinião. Ele explica quesua empresa procurou investir em exportaçõespara a Nigéria. Malásia e outros países emdesenvolvimento. "Hoje nós temos certeza de terdado um passo acertado. O País tem necessidadede buscar novos mercados, ainda inexplorados,para abrir um leque de opções", afirmou PedroCarlos.

Antonio Ermírio de Moraes, superintendentedo' Grupo Votorantim, diz que o seu grupo estáconvicto de que. se não fosse a decisão de ir aomercado externo, com exportações, não teriaconseguido atravessar a recessão econômica bra-sileira dos últimos três anos. quando a construçãocivil e outros setores industriais sofreram grandes.quedas no faturamento.

— Há três anos iniciamos as exportações dogrupo, que chegaram a 7 milhões de dólares. No

ano seguinte havíamos chegado a 50 milhões dedólares. O plano deste ano é de se alcançar os 100milhões de dólares. Há um esforço muito grandeno nosso grupo para que isso seja alcançado, —afirmou.

Antonio Ermírio revela ainda que é decisãodo grupo se manter permanentemente no merca-!do externo: "É uma válvula de segurança que!temos agora, pois nossos produtos foram aprova-dos no exterior e isso nos dá mais tranqüilidadepara investimentos futuros e até para enfrentarrecessóes no mercado interno".

Outro exemplo da opção definitiva pelo mer-cado externo está nas siderúrgicas nacionais, queexportarão mais de l bilhão de dólares este ano eque não pretendem abandonar o mercado exter-no, mesmo com reaquecimento da economiainternamente.

Paulo Villarcs, presidente do Grupo Villares,destaca que sua empresa não se atemorizou com aimposição de cotas do mercado norte-americanoe começou a exportar para a União Soviética eChina, que hoje são grandes mercados para o açobrasileiro.

Com a exportação, criamos um mercadopermanente. O aço brasileiro é de excelentequalidade e os nossos clientes no exterior sabemdisso — afirma Villares.

Ele entende que "a posição protecionista:americana foi política e que na realidade o açobrasileiro é mais barato do que o produzido nosEstados Unidos, por causa de sua tecnologia mais!avançada. Essa é a realidade e que não quiseramenxergar nos Estados Unidos", afirma Villares,que exporta através de suas duas empresas, aAços Villares e a Villares Indústrias de Base.

A opinião de Villares é compartilhada porMário Dedini Ometto, da Siderúrgica Dedini, dePiracicaba, que exporta para mercados latino-americanos e árabes, devendo faturar este ano noexterior mais de 30 milhões de dólares.

O presidente do Grupo Bardella, CláudioBardella, admite que "a partir do momento quefomos para o exterior, sempre pensamos noinvestimento realizado como permanente. Lávamos permanecer, além de atender o mercadointerno. Se precisarmos de mais capacidade deprodução, logicamente vamos investir para oatendimento de nossos clientes".

O que fizemos foi uma ousadia, poischegamos ao mercado americano fornecendoiprensas tecnologicamente modernas para indús-trias como a Chrysler e a General Motors Corpo-ration. Para a Chrysler vendemos oito prensaspara produção de automóveis e para a GeneralMotors uma prensa especial para caminhões.Chegamos ao mercado mais importante do mun-do e de lá não pretendemos sair. Se possívelvamos até intensificar as vendas para lá —salientou Cláudio Bardella.

No mercado interno, as empresas estãoaumentando sua agressividade, buscando nomarketing um aquecimento maior de suasvendas. Assim está sendo o comportamento daindústria automobilística, investindo no lança-mento da linha 86, agora no segundo semestre,e também de alguns novos modelos, como ascamionetas Quantum, da Volkswagen, e aCaravan Diplomata, da General Motors, quecomeçam a ser comercializadas este mês.

As vendas da indústria automobilísticacontinuam aquecidas e assim permanecerão nosegundo semestre, segundo explicou o presi-dente da Associação Nacional dos Fabricantesde Veículos Automotores (Anfavea), AndréBeer. Ele acredita em crescimento de 5% ouum pouco mais do seu setor este ano.

Mas, mesmo assim, a indústria permane-cerá com um certo grau de ociosidade, pois suacapacidade de produção é para l milhão l(X)mil veículos anuais e hoje produz pouco maisde 700 mil unidades. "O ideal é que hojeestivéssemos em um patamar que permitisseuma venda de 100 mil unidades mensais",afirma Beer. Hoje a indústria estima suasvendas entre 55 mil a 65 mil unidades mensais.

Com a greve dos metalúrgicos entre abril emaio, era um total de 53 dias de paralisação naregião industrial do ABC, a indústria automo-bilística deixou de fornecer seus modelos aosrevendedores e o resultado é que há fila deespera de pelo menos 15 a 35 dias para acompra de um automóvel zero quilômetro.Isso também prejudicou as exportações dosetor, que deixou de faturar 150 milhões dedólares em vendas, algumas das quais adiadase outras canceladas.

As indústrias automobilísticas no primeirosemestre reclamaram do controle de preços,alegando que seus custos operacionais sempreforam maiores do que os aumentos concedidospelo Conselho Interministerial de Preços(CIP). O presidente da Volkswagen, Wolf-gang Sauer, alerta que as indústrias automobi-lísticas, devido ao rigor no controle de preços,deverão terminar o ano com um resultadonegativo.

Para os presidentes da General Motors,Clifford Vaughan, e o da Anfavea, AndréBeer, que concordam com Sauer, o ideal é queo controle de preços se torne mais flexível,evitando que as empresas tenham prejuízos.

Mas as indústrias continuam investindo noPaís e já preparam lançamentos para 1987,como são os casos da General Motors, Ford eVolskswagen. Cada uma delas terá uma grau-

de novidade para 1()K7: a Volkswagen tem emtestes o projeto BY. um carro menor do que oGol e um pouco maior do que o Fusca; AGeneral Motors tem um carro intermediárioentre o Chevette e o Monza; e a Ford, umcarro de luxo, um pouco menor do que o I)clRey

Sauer. presidente da Volkswagen, defendeos investimentos: "Se não fizéssemos isto,perderíamos a competitividade interna c exter-na de nossos produtos. O consumidor é exi-gente e merece ser respeitado". As indústriasautomobilísticas, incluindo-se os fabricantesde caminhões e ônibus, devem investir cmnovos produtos para os próximos três anos.algo parecido como 400 milhões de dólares,admite um dirigente do setor.

O presidente do Sindicato Nacional daIndústria de Autopeças (Sindipeças), PedroArmando Ebcrhardt, é de opinião que omercado interno do setor automobilístico estaaquecido. "As indústrias estão aumentandosuas produções e com isso para outubro asindústrias de autopeças terão um aumento dc40% de pedidos. Isso é bom e vai gerar novosempregos no setor".

Do início do ano até o momento, a indús-tria automobilística já contratou mais 17 milnovos funcionários e está hoje com 137 nnloperários. "Esse é um sinal do aquecimentodas vendas de uma forma geral. Não alcança-remos a meta de 2 bilhões dc dólares emexportações previstas para este ano, mas deve-remos ficar em I bilhão 8(X) milhões de dóla-res", afirma André Beer.

Pedro F.berhardt considera que o cresci-mento do setor de autopeças poderá chegar a7% ou H'7c. Mas não podemos ainda dar umaopinião sobre o próximo ano, pois ainda é bemcedo para previsões, dentro de um quadro cmque espera uma série de definições das autori-dades econômicas do País. Seria muito prema-turo, pois o Ministro da Fazenda, DilsonFunaro, assumiu há pouco tempo. E preciso seesperar um pouco mais", diz ele.

Tanto Eberhardt como André Beer enten-dem que o mercado interno poderia ser efeti-vãmente aceso, com uma queda nas taxas dejuros, que impedem o acesso do consumidor.

Eberhardt é de opinião que o Governoprecisa acabar com a especulação na árealinanceira, "o que auxiliaria sobremaneira naredução da inflação no País. É fundamentalque o Ministro Dilson Funaro reduza a infla-ção, para que o crescimento econômico sejamais sólido e saudável".

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4 <j Documento JB-Economia < sexta-feira, 13/9/85Jornal do Brasil

Moraes Abreu acha que

cai

inflação com privatização

São Paulo — "Enquanto não reduzir oalto nível de estatização da economia, oBrasil não conseguirá diminuir a inflação".O alerta é do presidente do Banco Itaú,José Carlos Moraes Abreu, ao destacar:"Há anos chamamos a atenção para oavanço estatal na economia e parece queagora há um consenso sobre a necessidadede diminuição da participação do Estado navida nacional".

Essa era a preocupação que sempretivemos e que agora parece estar sendoreconhecida. Para viabilizar o processo decontrole da inflação só há mesmo umasaída, a redução do grau de estatização daeconomia nacional. Caso isso não aconteça,a inflação jamais será reduzida — acrescen-ta Moraes Abreu, também ex-membro doConselho Monetário Nacional.

O Estado na economiaSegundo José Carlos Moraes Abreu, a

demanda de recursos para a parte estatal daeconomia é muito grande, e "acaba

porabsorver um volume de recursos que oGoverno não possui. Isso o obriga a conti-nuar emitindo títulos públicos, o que gera oprocesso inflacionário".

Hoje até as taxas de juros estãoestatizadas. As taxas são formadas diantedas necessidades do Governo e, enquantoele tiver necessidades de recursos para sub-sid^ar seu déficit, dificilmente teremos umaredução de alto nível nas taxas de juros. Ocusto do dinheiro é, na maior parte, molda-do às necessidades do Governo. O créditono País está estatizado — destaca MoraesAbreu.

Ele acredita que com as novas determi-nações na) área econômica, com menorintervenção estatal, as taxas de juros pos-sam ser reduzidas. O banqueiro foi o pri-meiro a anunciar uma redução de pelomenos quatro pontos percentuais nas taxasde juros cobradas pelo Itaú, no início daadministração de Fernão Bracher, comoPresidente do Banco Central.

O Presidente do Banco Itaú tambémconsiderou muito boa a alteração feita nafórmula da correção monetária, que agoraacompanha a inflação, assinalando que issoserá positivo para dar continuidade à forma-ção da poupança nacional.

O Governo agiu certo com essamedida. Também é importante a vontadepolítica de se reduzir as taxas de juros, oque já está ocorrendo — afirma.

Moraes Abreu entende que está sendofeito um esforço para evitar a repetição estemês da inflação de 14% registrada emagosto, e que a economia brasileira estáativada.

A ativação da economia é positiva,desde que não seja artificial, que gera maisinflação. A atividade econômica no Paísestá em crescimento, segundo as informa-

Moraes Abreu

ções que tenho nos diversos contatos comempresários dos variados setores. O cresci-mento no primeiro semestre, de 11%, naindústria foi muito elevado e espero queesteja bem ordenado para que não acabegerando inflação.

Moraes Abreu ainda acredita que oBrasil repetirá este ano a inflação registradaem 1984, de 223,7%.

Dívida externaAo analisar a prorrogação de prazo queo Brasil conseguiu para negociar sua dívida

com os bancos, Moraes Abreu destacou queeste foi um ponto positivo. "Temos ummaior prazo para chegar a um acordo com oFundo Monetário Internacional. Pela pri-meira vez, conseguimos uni prazo maisdilatado para a negociação, o que mostraque há mais confiança dos banqueiros inter-nacionais em relação ao Brasil" — explica.E acrescenta:

— Temos que aproveitar esse prazo efazer uma boa negociação. Não devemosendurecer com o FMI, mas temos quemanter uma posição firme e eficiente. OBrasil está no FMI porque deseja e alémdisso é um dos sócios fundadores. Temosque buscar uma composição viável; apre-sentar programas exeqüíveis, que possamosexecutar — afirma Moraes Abreu.

O presidente do Itaú, que mantém con-tatos permanentes com banqueiros interna-cionais, assinalou que estes têm confiançana recuperação econômica do Brasil. "Econsideram nosso País, entre os países emdesenvolvimento, o que possui uma econo-mia de grande dimensão.

Atílio Diniz defende pacto

social e a livre negociação

São Paulo — Para o diretor-superintendentedo Grupo Pão de Açúcar, Abílio dos SantosDiniz, há necessidade de um pacto social entretrabalhadores e empresários, para criar uma livrenegociação nos reajustes salariais. "Não é atravésde reajustes de salários que se distribui a renda noPaís. Esse é um erro que ocorre no momento".

Abílio Diniz destaca que está preocupadocom a pressão salarial sobre a inflação e explicouter sempre "uma posição de defesa das leis e dostrabalhadores. Quando houve o arrocho salarial,defendi uma descompressão. Mas, hoje, com osreajustes trimestrais sinto uma pressão dos salá-rios sobre a inflação. Isso é prejudicial para otrabalhador, para o empresário e para o País. Ainflação só traz prejuízos".

MudançasMembro do Conselho Monetário Nacional,

Abílio Diniz destaca que sempre defendeu asalterações na legislação salarial que beneficiem ostrabalhadores, "mas no momento vejo que depoisde ter passado de reajuste semestral para otrimestral, os salários começam a exercer umaforte pressão sobre a inflação".Temos, no momento, uma parte da infla-ção causada por pressão de custo e outra exercidapor demanda, que é provocada pelos salários.Houve uma reposição salarial total, com a reto-mada do crescimento econômico do País. Issotambém foi causado pelo desestímulo à poupan-ça, que agora parece estar sendo reativada. Tudoisso pressionou a inflação. Há também o fatorprovocado pelo congelamento de preços, quelevou muita gente a fazer maiores gastos. Ficotemeroso diante dessa situação e sinto que nãoestávamos preparados para enfrentar uma reto-mada acelerada, como esta.Creio que a política de reajuste salarialtrimestral pode nos levar não a uma hiperinfla-ção, mas ao aceleramento dos índices inflacioná-rios. Não é assim que se faz a distribuição derenda. Há necessidade de melhorar a distribuiçãode renda, mas o caminho é outro. Não sãoreajustes salariais de forma intempestiva quefarão essa distribuição.

Na opinião de Abílio Diniz, é necessário,neste momento, buscar uma vontade política,através dos partidos, do Presidente da República,empresários e trabalhadores, para fazer um pactosocial no País, "partindo-se para a livre negocia-ção de salários. Este é o momento para mudar alei salarial, quando há oferta de emprego nomercado e o crescimento da economia é de 5% aoano".

O pacto social seria importante para to-dos, já que não estamos preparados para ter umcrescimento de 7% ou 8% ao ano — explicaAbílio Diniz.

Inflação, um problema.Ao analisar a inflação de 14% do mês que

passou, Abílio Diniz disse que espera que ela nãosignifique um recruüescimento, mas sim umacontrapartida de uma inflação baixa nos meses demaio e junho, quando chegou a 7%. "Se tivésse-mos tido uma inflação de 9% naqueles meses,acabaríamos por ter o mesmo índice em agosto. Ocongelamento dus preços foi muito rigoroso" —acrescentou.

Creio que deveremos ter ainda este mês e•um pouco em outubro uma inflação alta, masespero que volte a se reduzir posteriormente.Tenho confiança no Ministro Dilson Funaro e nosdemais membros da área econômica do Governo— afirma.

O empresário defende uma nova fórmulapara o Governo financiar o déficit público. "Asfórmulas atuais estão esgotadas, por isso é neces-sário encontrar novos caminhos para sua so-lução".

Isso tem que ser feito através de tarifasreais pelas estatais. A empresa pública precisa sersaneada, passando seu déficit para a União. Osrecursos seriam formados pelo aumento da recei-ta tributária. Temos que melhorar a arrecadaçãoda máquina tributária e não aumentar os impôs-tos. Uma fiscalização mais eficaz e rigorosaelevaria a receita tributária do Governo, pois temmuita gente que não está pagando impostos comodeveria.

Com a redução do seu déficit com financia-mento mais adequado, para o setor público,Abílio Diniz entende que os juros poderão cair."As altas taxas de juros de hoje tolhem odesenvolvimento da iniciativa privada. Acreditoque as autoridades deverão reduzir efetivamentecom o esforço que está sendo feito", afirma.Outro ponto importante é o que dizrespeito à necessidade de termos programas demédio e longo prazos. Sempre defendi isso e asautoridades devem adotar para tentar eliminar osobstáculos que têm pela frente. Com programasde desenvolvimento teremos melhor controle so-bre a economia de uma forma geral e espero quea inflação deste ano se situe pouco abaixo doregistrado no ano passado (223,7%), o que já seráuma vitória.

Diniz afirma ainda que o atua! estágio dedesenvolvimento alcançado, apesar de aprontaruma estrutura produtiva complexa e diversifica-da, consolidou-se num contexto marcado peladesigualdade social. "A solução desse problema— diz ele — passa pela determinação de umaordem econômica que viabilize um desenvolvi-mento harmônico a médio e longo prazos, pois ocrescimento econômico, apesar de ser fundamen-tal, não é suficiente por si só, como se podeverificar através da História. Em épocas passa-das. o crescimento econômico nem sempre foiacompanhado pela melhoria do padrão de vida dapopulação. E este <• o ponto que deve fundamen-tar o novo estilo de desenvolvimento do País".

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As indústrias de papel e celulose esperam umcrescimento de 9% a 12% em relação ao ano passado."Para este ano nós esperamos uma inflação de até220%, mesmo com a explosão de agosto. Para opróximo ano está difícil fazer qualquer prognóstico,principalmente, porque o País mudou de Ministro daFazenda e novas orientações serão dadas para seacabar com a inflação", afirma o vice-presidente daAssociação Nacional de Fabricantes de Papel e Celu-lose, Boris Tabacof.

A economia está apresentanto internamenteum ritmo alentador. Está demonstrado pragmatica-met6»e o seu potencial. O que ê preciso e se tercuidado com o reaquecimento da inflação. Comcautela se evitara que ela volte a se acelerar e isso éessencial para um crescimento mais saudável —comenta Tabacof.

Para ele, somente com o desenvolvimento é quese poderá combater os problemas que a economiaenfrenta: "No momento, para o setor produtor depapel e celulose, há uma boa evolução de vendas.Neste segundo semestre, as exportações tambémestão se ampliando, o que é um bom sinal".

Outro setor em evolução é o de fertilizantes, quedeverá fechar o ano com uma evolução de 3% a 5%,segundo revela o presidente da Copas (CompanhiaPaulista de Fertilizantes), Luis Boccalato, ao assina-lar que "se as chuvas não aumentarem de intensidadede agora até outubro, o plantio da safra 85/86 serácomprometido. Já estamos atrasados, mas, se come-çar a chover ainda em setembro, teremos tempo parapreparar a terra para o plantio".As perspectivas são boas para a agricultura,com os novos preços mínimos e os Valores Básicos deCusteio. Só lamento que tenham se atrasado na suaelaboração e divulgação. Se eles tivessem saído antes,teríamos resultados mais positivos, com produtores jádefinidos para o plantio".

Boccalato entende que a agricultura nacionalpoderá ter uma evolução de 5% este ano, aumentan-do sua produção de grãos para 55 milhões de tonela-das. O que ele teme é que os agricultores pensem aomesmo tempo sobre as necessidades de compraremfertilizantes, "já que não haverá transporte suficientepara atender a todos. Esse é um problema queenfrentamos há anos".

A indústria elétrica e eletrônica também fecharáo ano com um crescimento superior a 5%. Essaevolução vem ocorrendo desde abril, quando o Go-verno começou a controlar mais rigidamente osaumentos de preços de manufaturados. De acordocom levantamentos na Abinee, hoje as indústrias deeletrodomésticos trabalham rigorosamente sem esto-ques, vendendo praticamente tudo o que produzem.Alguns empresários, como Mathias Machline, daSharp, entendem que faltarão produtos no final doano, uma vez que é impossível ampliar a produçãodas indústrias para o atendimento total da demandainterna, que está reprimida há três anos.

Todos estão utilizando a capacidade ociosa eisso significa que não há novos investimentos. A saídado País está no desenvolvimento e fora disso não háperspectiva viável. As empresas hoje estão commaior produtividade e com aumento de produção, ocaminho para a redução de preços estará praticamen-te aberto. O consumidor é quem ganhará e, semdúvida alguma, o País, com maior arrecadação deimpostos que ajudarão a enfrentar o déficit — disseMachline, também esperançoso em uma maior quedanas taxas de juros.

Cacique

naChma

reaquecimento da inflação

A indústria de informática terá igualmente umcrescimento notável este ano, passando de um fatura-mento de 1 bilhão 7(XI milhões de dólares no anopassado para 2 bilhões 200 milhões de dólares nesteano, segundo estimativas dos principais fabricantes.

O setor de informática, com crescimentos mé-dios de 30% nos últimos três anos, terá outroscampos de utilização a partir deste ano com olançamento de equipamentos em automóveis quesubstituem o carburador, ou ainda na indústria béli-ca, permitindo o acerto de alvos a quilômetros dedistância com precisão total.

As indústrias de bicicletas praticamente empata-rão este ano com o comportamento do ano anterior:deverão comercializar 2 milhões de unidades, revelouo presidente da Caloi, Bruno Caloi, que diz retermais de 50% do mercado. Só a Caloi colocará nomercado 900 mil unidades. A empresa não acreditaem mudanças radicais na economia e entende que oGoverno vai combater a inflação prioritariamente —"pelo menos é essa a posição do Ministro da Fazenda,Dilson Funaro, que nós apoiamos".

A indústria de bens de produção mecânicos, queno primeiro semestre ampliou sua produção em24,8% e elevou suas vendas reais em 7,5%, emrelação a igual período do ano passado, deve fechar oano com uma evolução real de cerca de 8%, o que éum bom índice, segundo o presidente da AssociaçãoBrasileira da Indústria de Máquinas (Abimaq), Wal-ter Sacca. Esse índice seria bem melhor se nãohouvesse uma queda nas vendas de máquinas eimplementos agrícolas, que são 4% inferiores às doprimeiro semestre do ano passado. Mas um dossetores mais destacados de bens de produção mecâni-cos foi o de máquinas-ferramenta, que teve umcrescimento real de vendas de 35%.

Entretanto, o setor de bens de capital sobencomenda continua sem crescimento, por falta deencomendas do Governo e de indústrias. Este setor éo que mais sofre com os cortes de investimentos doGoverno (juntamente com as empreiteiras, que dei-xam de realizar novas obras). Segundo o presidenteda Associação Brasileira para o Desenvolvimento dasIndústrias de Base (ABDIB), Roberto Caiuby Vidi-gal, "não há novidades no setor. Estamos tentandoexportar, mas isso não é fácil".

Os setores químicos e de plásticos deverãofechar o ano com evolução superior a 5%, segundotécnicos das Associações Brasileiras das Indústrias dePlásticos e das Indústrias Químicas, tanto por causado mercado interno como pelas exportações. Opresidente do Grupo Ultra, Paulo Guilherme Cunha,destaca: "Hoje as indústrias químicas estão traba-lhando a plena carga, mostrando o acerto de suaimplantação no Brasil. A realidade aí está: além desubstituir importações, também geramos divisas".

— O Brasil tem condições de, no futuro, substi-tuir grande parte do que ainda importa hoje, além decontinuar exportando com êxito e gerando divisas,afirma o novo vice-presidente da Dow Química,Enrique Sosa.

Em síntese, de acordo com a visão empresarialatualizada, a maior parte dos setores industriais estáem crescimento, mas seus dirigentes não sabem qualserá o comportamento da economia no próximo ano,porque ainda dependem de definições de políticaeconômica do Governo federal e também da reduçãoefetiva das taxas de juros praticadas internamente. •

A Cacique já deu a volta aomundo exportando o autêntico cafébrasileiro.

Já conseguiu exportar mais deum bilhão de dólares.

Já conquistou a preferência detradicionais tomadores de chá,como o Japão, a Austrália e aInglaterra.

Já pode se orgulhar de ter 50milhões de xícaras de seu cafésolúvel consumidas todo dia, emmais de 40 países.

Já vendeu este ano 32 milhões dedólares de uma só vez para a UniãoSoviética.

E, seguindo seu característicopioneirismo na conquista de novosmercados, agora está instalando, naRepública Popular da China, umaindústria para embalar o seuproduto.Para isso, foi constituída a BeijingCacique Instant Coffee Co., que é aprimeira "joint-venture" entreempresas do Brasil e da R.P.C.

E a presença da Cacique nummercado de mais de 1 bilhão depessoas.

Era o sucesso que faltava.Companhia Cacique de Café

Solúvel.Um grupo de 13 empresas quetrabalha pelo Brasil.Aqui e lá fora.

/K\ companhia

®) CACIQUEde café solúvel

Av. das Nações Unidas, 10.989,11.°. Tel. (011)531.4199,

CEP: 04578, Telex: (011) 21891,São Paulo, SP.

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Abílio Diniz

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Jornal do Erasíl

Receita de Andrade Vieira

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José Eduardo Andrade Vieira

São Paulo — Formular uma receita parasair da crise brasileira é simples. O difícil é suaexecução, destaca o presidente do conglome-rado financeiro Bamerindus, José EduardoAnd' adt Vieira. "A receita se funde na auste-rfdade, cm seu sentido mais abrangente, nopoliciamento do gasto e do investimento públi-co, no comportamento de administradores eempresários privados e governamentais, e noaumento da Drodução e da produtividade",observa.

Adverte ainda: "Em todos os casos, amaior participação econômica e política dalivre iniciativa é indispensável e insubstituí-vel". Andrade Vieira entende que as taxas dejuros e a inflação podem cair com uma menorintervenção do Estado na economia: "Não sãoos banqueiros que determinam as taxas dejuros, mas sim as autoridades". Ele acreditaque a inflação este ano se situe entre 220% e230%, reconhecendo que há um esforço doGoverno para sua redução.

DependênciaAo analisar a economia brasileira, José

Eduardo Andrade Vieira destaca que "en-quanto os empresários privados agiam comofornecedores das empresas estatais ou depen-dendo de suprimentos dessas últimas, ou delicenças e autorizações para operar, foram setornando cada vez mais cativos dos favores edependentes dos humores da burocracia go-vernamental".

A hipertrofia estatal vem cobrandoelevados preços à sociedade brasileira. Estavem sendo chamada não apenas a financiar ogigantesco déficit público mas, igualmente, apagar um custo social invisível decorrente domonopólio legal ou virtual do Estado sobre amaior parte da economia. Por isso, não énovidade que os preços de muitos insumosbásicos — de energia, de transportes, deempresas prestadoras de serviços que nosobrigam, sem defesa, a suas exorbitantes taxas— são comparativamente mais altos do que osde outros países, em que há a prevalência dacompetição e da livre iniciativa.

Para Andrade Vieira também não é novi-dade que a necessidade de financiar um enor-me déficit público mantém os custos financei-ros em patamares altíssimos, que inibem ainiciativa privada e favorecem a especulaçãofinanceira.

Acho, portanto, que este é um primei-ro ponto a esclarecer na discussão dos espaçospolíticos do empresariado: não devemos ado-tar uma posição maniqueísta de que o Estadodeve se retirar integralmente do cenário eco-nômico, porque isto é irrealista e contraria oprocesso histórico do desenvolvimento brasi-Ieiro.

Devemos propor uma clara delimita-Ção no que concerne ao dualismo dentre osetor público e o privado, promovendo umarevisão doutrinária, esclarecendo conceitos; einstitucional, tendo em vista a inadequação deformas políticas e enquadramentos legais àscondições atuais da economia na sociedadebrasileira. É necessário que a sociedade brasi-leira fiscalize a expansão da máquina estatal.

Veremos que boa parte da expansão dosetor estatal passou praticamente desapercebi-da da sociedade brasileira. Dezenas de empre-sas públicas foram criadas sem que o Congres-so fosse consultado. Objetivos e prerrogativasforam criados, alterados e ampliados sem quea população fosse ouvida previamente, atravésde seus mecanismos representativos — afirmaJosé Eduardo Andrade Vieira.

Segundo ele, "é preciso que a sociedadebrasileira assuma efetivamente o controle damáquina estatal, o que constituirá um avançodemocrático na direção da sobrevivência dalivre empresa, evitando-se, por outro lado, apermanência de uma sociedade sem vontade,

A Tributação dos Papéis cie

Renda Fixa e as Taxas de JurosEdy Luiz Kogut*

Andrade Vieira

que se contenta em ficar na exata medida doque o Governo faz ou deixa de fazer".

Novo posicionamentoO presidente do Bamerindus entende quede há muito tempo se cultiva no Brasil "a idéia

de que a ação do Estado, como empresário ouregulador político, permita coibir os abusosdos empresários privados. A rigor, muitosdesses abusos não passam de tentativas legíti-mas, da parte das empresas, de se defenderemde uma inflação crônica e sempre crescenteque corrói o valor de seus ativos e distorce osseus resultados".

É exatamente em nome do combate atais abusos que o Estado encastelou-se firme-mente em setores típicos da iniciativa privada,indiferente ao fato de que ao agir corn menoreficiência e maior custo nas atividades produti-vas agride o bolso do contribuinte, submeten-do-o a sufocantes abusos.

Se não deve o empresariado defender aausência de regulação, a omissão completa doEstado no controle da atividade econômica,pois o papel regulador do Estado é um compo-nente indispensável nas nações modernas. Oque não pode ocorrer, e a isto o empresariadodeve firmemente se contrapor, é atividaderegulatória do Estado se transformar no enfra-quecimento da capacidade empreendedora ena castração da livre iniciativa —- afirma obanqueiro.

Para Andrade Vieira, "é vital o restabele-cimento da correta imagem do empresariado,neste momento de anseios reformistas da Na-ção, evitando-se que a população a favor dalivre iniciativa seja entendida como uma em-pedernida defesa de privilégios e do imobiüs-mo social".

Estamos conscientes — acrescentou —de que as reformas econômicas e sociais virão,pois representam uma resposta ao estado deinsatisfação social que o País experimenta. Eposso dizer, sem medo de errar: a amplamaioria do empresariado se coloca a favor deuma proposta reformista.

Devemos, entretanto, estar atentos pa-ra evitar que os propósitos reformistas setransformem em mera ampliação das burocra-cias estatais e do falso papel tutelar do Estado,quando a título de redistribuição de riqueza, sefaz tão somente tomar os recursos do sistemaprivado para sustentar a sua já pesada má-quina".

A estatização, esta sim, pela elimina-ção da concorrência, pela criação de monopó-lios, estimula a criação de privilégios, seja naadministração pessoal, seja na estrutura desuprimento, elevando os custos que são sim-plesmente repassados ao consumidor — con-clui o presidente do Bamerindus.

Áo completar 15 anos,

a Thomson-CSF Equipamentos

do Brasil é urna empresa sem sotaque.Criada no ano de 1970, a

Thomson-CSF Equipamentosdo Brasil teve como primeira.incumbência instalar e colo-car em funcionamento otronco Norte-Sul de microon-das da Embratel: CampoGrande, Manaus, viaCuiabá, Porto Velho, Santa-rém. A performance exibidapela empresa trouxe comoconseqüência natural solici-tações para realizar novostrabalhos. Assim, a Thom-son-CSF Equipamentos doBrasil desenvolveu e produ-ziu para filiais da Telebrásquase 1.500 transmissoresde microondas em UHF paratelefonia rural. Entre 1974 e1977, além de atuar naárea de manutenção decomputadores de grandeporta, participou da instala-ção do sistema de coberturaaérea brasileira, o CIN-DACTA.

POSICIONAMENTOSentindo as necessidades

do mercado brasileiro, aThomson-CSF Equipamentosdo Brasil concentrou suasatividades em dois pontosdo segmento de sistemaseletrônicos. Para projetos es-peciais, mais complexos, on-de instalações altamente «>fisticadas são necessárias,conta com o apoio e tronsfe-

rência de tecnologia da divi-são TEX da Thomson-CSFfrancesa. Por outro lado,destinou maior parte de seuesforço ao desenvolvimento,produção, instalação e ma-nutenção de sistemas de cir-cuitos fechados de TV. Tudocom índice de nacionaliza-ção superior a 90%, atesta-do por registro no CDI.

Sistemas de segurançaextremamente eficazes e aalta qualidade do materialproduzido fez com que gran-de número de empresasqualificasse a Thomson-CSFEquipamentos do Brasil paraa execução desta tarefa. Naárea de transportes públicos:Metrô-RJ, DNER (Ponte Rio-Niterói); na bancária: BancoCentral, Banco do Brasil, BA-NERJ, Banco Safra, BancoNacional, SUDAMERIS; naindustrial: COSIGUA, CE-BRACE, USIMEC, Shell, Bel-go-Mineira, CSN; na de ho-téis e comércio: Othon, C &A, entre muitos outros, nasmais diversas atividades.

Em relação ao setor desegurança, a empresa tam-bém otua no mercado demenor sofisticação, tendodesenvolvido equipamentosmenos complexos para resi-dências, condomínios e su-permercados.

PARTICIPAÇAOSÓCIO-ECONÔMICA

Ao vencer a concorrênciapara desenvolvimento doprojeto, fabricação e instala-ção dos equipamentos decircuito de TV para a PonteRio-Niterói , ao custo de 2bilhões de Cruzeiros, aThomson-CSF Equipamento»do Brasil reforçou sua políti-ca de participação no desen-volvimento sócio-econômicodo Estado e do Município doRio de Janeiro.

Instalada no bairro cario-1ca de Bonsucesso, a empresapossui, atualmente, umaárea instalada de l.óOOm2.Nos últimos 2 anos, apesarda crise, aumentou a suaequipe em torno de 300%.Hoje gera 100 empregos di-retos e centenas de outrosindiretos, através da contra-tação de fornecedores de pe-ças das indústrias locais.

Há 15 anos no país, aThomson-CSF Equipamentosdo Brasil sempre investiuforte no desenvolvimento deprojetos e de novas tecnolo-gias. Para o Brasil isto signi-fica uma considerável eco-nomia de divisas. Para oEstado do Rio, além de evitaro escoamento de receita pa-ra outros Estados, gera fluxode dinheiro através do reco-

, Ihimento de ICM e ISS.

O objetivo principal deste artigo é procurarmostrar as vantagens e desvantagens associadas auma substancial diminuição do Imposto de Rendaque incide sobre os juros dos títulos de renda fixa.Argumentamos que o principal benefício dessa medi-da, a queda da taxa de juros, dado à sua importânciapara o desempenho global da economia, supera emmuito os custos que acarreta em termos de menoreqüidade fiscal e arrecadação tributária.

Falemos, inicialmente, sobre o nível da taxa dejuros.

A taxa de juros real para o tomador de recursosé, hoje, superior a 40% ao ano. Tendo em vista que ataxa média de retorno histórica dos investimentos noBrasil se situa em torno de 15% ao ano, entende-sepor que são poucos e muito localizados os projetos deinvestimento privado no País. De fato, a taxa deinvestimento, como percentual do PIB, caiu de 2A%tem 1980, para quase a metade em 1984. Se talfenômeno persistir durante mais tempo é óbvio quepresenciaremos o "sucateamento" do nosso parqueprodutivo.

Os recursos para investimento vêm do que oseconomistas chamam de poupança, que é a parcela darenda que não é consumida. No setor governamentala poupança é igual ao excesso de arrecadação sobreos gastos correntes; nas empresas são os lucrosretidos; nas unidades familiares é aquela parcela darenda que não é gasta em bens ou serviços deconsumo.

Os poupadores, em uma economia como abrasileira, constituem, na sua maior parte, grupodistinto daquele representado pelos investidores, quesão aqueles que promovem o aumento da capacidadeprodutiva.

O encontro entre poupadores e investidores sedá através do sistema financeiro. Este é, pois, funda-mentalmente, um intermediário entre esses dois gru-pos. De um lado, capta recursos dos poupadores,basicamente através da venda de títulos de renda fixaou ações. Do outro lado, empresta esses recursos aosinvestidores ou àqueles que consomem mais do queganham. A interação entre a demanda dos investido-res e a oferta dos poupadores é um dos elementosfundamentais na formação da taxa de juros.

Vejamos, em linhas gerais, qual tem sido oresultado dessa interação nos últimos anos.

Até o início dos anos 70, a poupança interna,isto é, a dos residentes no País, foi suficiente paracontrabalançar a demanda de fundos, não se exercen-do maiores pressões sobre a taxa de juros.

Posteriormente, ampliou-se bastante a partici-paçáo do setor público na atividade econômica.Inicialmente, isto ocorreu através de substancialcrescimento dos seus investimentos. Sua participaçãono investimento global na economia se elevou, empoucos anos, de 30% para 60%. Dada a longamaturação desses projetos, o conseqüente desequilí-brio orçamentário do Governo impôs como fonte

principal para seu financiamento, o crescimento doendividamente externo, vale dizer, o ingresso depoupança externa.

A partir de meados de 1979, houve expansão dodéficit público mediante a intensificação dos subsídiosconcedidos via credito, acrescidos dos maiores gastoscom a previdência social, pagamento de juros etc.Essa fase coincide com a crescente dificuldade detrazer poupança externa, na medida em que muda-ram, significantemente, as condições de liquidez e apercepção de risco do mercado financeiro interna-cional.

Na ausência da possibilidade de se endividarmais ainda externamente, o Governo procurou apoupança dos residentes no País utilizando principal-mente empréstimos bancários e a colocação de títulospúblicos.

É, pois, o Governo, crescente demandante derecursos no mercado financeiro, e o grande responsá-vel pelo alto nível atual das taxas de juros.

Assim, na medida em que o setor público, vistosob sua forma mais abrangente, gasta mais do quearrecada, isto é, não poupa, e que não há possibilida-de de se trazer mais recursos adicionais do exterior, onível de investimento fica extremamente dependenteda poupança privada interna.

Parcela considerável da poupança dos agenteseconômicos é aplicada voluntariamente. Em primeirolugar, eles têm a opção de não poupar e sim gastar.Em segundo lugar, podem aplicar seus recursos nomercado não oficial de dinheiro, fugindo do imposto.Em terceiro lugar, podem decidir aplicar sua poupan-ça no exterior. Há evidência, por exemplo, que naArgentina, entre 1978 e 1983, houve uma fuga decapitais para o exterior da ordem de 28 bilhões dedólares. No Brasil, essa evasão tem sido relativamen-te baixa. Além da estabilidade política, acreditamosque foi a possibilidade de remunerar bem aqui pcapital, um dos motivos para a relativamente peque-na evasão de divisas.

Ora, o atual Imposto de Renda sobre aplicaçõesfinanceiras, principalmente os 40% na fonte sobretítulos de renda pós-fixada de até um ano de maturi-dade, cria um diferencial muito grande entre a taxa

de captação de intermediário financeiro e o que p,poupador realmente recebe. Assim, por exemplo cgrosso modo, no caso de um CDB de 180 dias, com,taxa de correção mais 25% ao ano, o poupador.pessoa física recebe apenas 15%, indo 10% paia. oGoverno. A taxa de empréstimo tem, portanto, queser, necessariamente, superior a correção mais 25%'

Não há dúvida, pois, que a diminuição dp,imposto na fonte aumentaria a receita líquida dpaplicador ao mesmo tempo que tenderia a diminuir a.taxa para o tomador de recursos.

Vejamos, agora, desvantagens de tal medida.Pode-se argumentar que tal procedimento seria

injusto em termos fiscais, pois favoreceria o aplicadorde alta renda, que pagaria, percentualmente, o me$7,mo imposto do aplicador de baixa renda. Isso ocorre-ria porque sendo os títulos privados em grande parte,ao portador, isto é, sem identificação. O impostopago na fonte não seria posteriormente integrado,pelo aplicador de alta renda, ao seu imposto progres-sivo na declaração. Ele pagaria unicamente o lmpos-to de Renda na fonte, que, conforme a proposta,seria bem reduzido.

Adicionalmente, a arrecadação desse impostoconstitui, atualmente, importante fonte de receitapara o fisco. O corte na alíquota poderia, pois,acentuar o problema do déficit público.

Temos de comparar, pois, os benefícios traz.idospela medida proposta com esses custos de injustiçafiscal e de queda da arrecadação.

A retirada do imposto diminuiria a taxa para otomador, estimulando o investimento e a atividadeeconômica, ao mesmo tempo que aumentaria a taxalíquida para o poupador, incentivando a poupançaprivada no País. Acreditamos, por outro lado, que amenor tributação desestimularia a aplicação no merrcado não oficial de dinheiro e a compra de divisas. Oatual desvio desses recursos certamente gera razoávelqueda na arrecadação fiscal. Sua volta ao mercadooficial de títulos compensaria, em parte, a perda dereceita com a diminuição da alíquota do Imposto deRenda sobre os juros das aplicações financeiras. Éimportante lembrar, ainda, que a queda nas taxas dejuros favoreceria o setor público, hoje uni grandedevedor, reduzindo suas despesas financeiras.

A injustiça fiscal mencionada acima poderia sersanada se acabassem os títulos ao portador. Acredita-mos, porém, ser extremamente temerária tal medidana atual conjuntura do País, pela evasão de divisasque poderia acarretar.

Há, certamente, caminhos que poderiam com-pensar a injustiça fiscal e a queda da arrecadaçãoresultante da medida proposta. Um deles, por exem-pio, é promover maior integração, para efeitos dadeclaração de renda, da pessoa física com a pessojijurídica. Esse assunto foge, porém, ao escopo desteartigo.

Diretor da Corretora Omega. ex-subdiretorde Ensino da Escola de Pós-Graduação em Economiada FGV, doutor em Economia pela Universidade deChicago.

A alumina Alcoa resolve.

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6 < Documento JB-Economia <a sexta-feira, 13/9/85Jornal do Brasil

Decisão final sobre o déficit fíea com Congresso_ _____ Foto de arquivonpiampntn man \avorl rocnnn __ , ,, . _Geraldo Moura

Brasília — Após 20 anos, oCongresso Nacional recupera aprerrogativa constitucional de vo-tar o Orçamento da União, fican-do a seu encargo deliberar como oGoverno deve administrar o défi-cit de Cr$ 195 trilhões, previstopara o próximo ano. Tambémpela primeira vez o Governo reu-niu em 733 páginas o OrçamentoFiscal e o Orçamento Monetário,na proposta encaminhada aoCongresso Nacional, no dia 29 deagosto.

O assessor técnico para assun-tos de economia da Presidênciada República, Luis Paulo Rosen-berg, explica que, ao deixar parao Congresso a decisão sobre comoadministrar o déficit previsto, oGoverno se atém ao que prevê aConstituição. O Ministro do Pia-

nejaraento, João Sayad, respon-sável pela elaboração da propostaorçamentária, garante:

"Quere-mos transparência na administra-ção pública".

O déficit de Cr$ 195 trilhões équanto faltará ao Governo parazerar seus gastos previstos para opróximo ano. O Orçamento Fis-cal prevê uma arrecadação de Cr$415 trilhões 600 bilhões e o Go-verno prevê gastos com o Orça-mento Monetário de Cr$ 221 tri-lhões 800 bilhões, para bancar asdespesas do Estado, via BancoCentral e Banco do Brasil, com opagamento de subsídios ao trigo,ao açúcar e ainda à concessão decrédito facilitado aos agricultores.

O Governo espera recuperarparte dos recursos gastos com opagamento de subsídios atravésda comercialização dos produtosagrícolas. O fluxo desses recursos Sayad quer transparência na administração

SM DO BRASIL

WE ARE THE WORLD.

Alemanha: Importa Motores Família Angola: Importa Chevette, Opala,II e Componentes Monza, Pick-ups e Caminhões

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Arabia Saudita: Importa Pick-ups,Peças e Acessórios Argentina: Importa Componentes,Peças e Acessórios Austrália: Importa Componentes.Peças e Acessóriosr 1 1 ...r .

Bolívia: Importa Linha Opala,Monza, Pick-ups, Caminhões Catar. Importa Pick-upsMÊmÊmiÊÊÈÊÊÊChile: Importa Chevette. Opala,Monza, Pick-ups, Caminhõese Componentes

Colômbia: Importa Chevette, Monza Costa do Marfim: Importa Peçase Acessórios

Emirados Árabes: Importa Pick-ups, Egito: Importa Chevette, Caminhões Equador: Importa Chevette, ChevyPeças e Acessórios 500, Componentes, Peças eAcessorios

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Componentes, Peças e Acessórios e Acessorios

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Haiti: Importa Peças e Acessórios Ilhas Canárias: Importa Peçase Acessórios Jamaica: Importa Peçase Acessórios Líbano: Imporia Chevette. Monza,Peças e Acessórios Libéria: Importa Chevette, Monza,Peças.e Acessórios

Nigéria: Importa Peças e Acessórios Nova Zelândia: Importa Pick-ups Paraguai: Importa Chevette, Monza Peru: Importa Peças e Acessórios Suriname: Importa Chevette,Monza, Peças e Acessorios

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Uruguai- Importa Chevette, Opala.Monza, Pick-ups, Caminhões.Chevy 500, Componentes. Peçase Acessorios

Venezuela: Importa Chevette.Monza. Componentes, Peçase AcessóriosZaire Importa Pegas e AcessbriosKuwait: Importa Pick-ups, Peçase Acessorios

Milhares de produtos GM feitos por aqui rodam por aí.Por aqui quer dizer São Caetano do Sul e São José dos Campos.

Por aí quer dizer o mundo. 60 ANOS DE TECNOLOGIA A SERVIÇO DO HOMEM

para os cofres da União devechegar a Cr$ 40 trilhões, resultan-do num déficit líquido de Cr$ 195trilhões 500 bilhões. Como atéagora os dois orçamentos sempreforam elaborados separadamen-te, criava-se uma situação fictíciade equilíbrio entre o que o Gover-no arrecadava e o que era obriga-do a gastar, devido aos compro-missos com as contas públicas.

Essa diferença sempre foi fi-nanciada com a emissão de moe-da e a colocação de títulos públi-cos no mercado, provocando aelevação das taxas de juros econtribuindo para realimentar ataxa de inflação. O equilíbrio dasreceitas e despesas públicas erasempre anulado diante das contasreais do dia-a-dia do Governo.Para 1986, o Ministro do Planeja-mento, João Sayad, já anunciou acriação de novos impostos, o quese enquadra na política de conten-ção do déficit e da dívida e decontrole da inflação.

Déficit previstoPela primeira vez o Governo

sabe, com antecipação, qual seráo. déficit com o qual vai ter deconviver, com base numa taxa deinflação estimada, para o próximoano, de 140%. O déficit podeultrapassar este limite, caso ocontrole da inflação não permitaque ela seja mantida no patamarprevisto. Mas, segundo estimativado Governo, a inflação no próxi-mo ano vai se manter num "fran-co processo de encolhimento".

Na mensagem encaminhadaao Congresso, preparada pelo Mi-nistério do Planejamento, o Go-verno afirma estar devolvendo ao"Parlamento

uma prerrogativaconstitucional, buscando-se estesobjetivos: "Tornar transparentesos gastos do Governo Federal,explicitando-se os subsídios dire-tos e indiretos; possibilitar umavisão dos gastos públicos maispróxima da realidade, de modo aauxiliar o Poder Executivo e oCongresso Nacional na definiçãode prioridades; explicitar ainda adimensão do déficit fiscal e aforma de financiá-lo."

A mensagem afirma aindaque, como conseqüência da unifi-cação proposta, o Governo sabecom antecedência da existênciade um déficit a ser financiado. Nasistemática de elaboração do or-çamento posta em prática nosgovernos anteriores, a descobertadeste déficit ocorria no momentoem que as despesas eram execu-tadas.

O Governo afirmaainda que o Executivoterá condições de pro-por ao Congresso, notempo adequado, medi-das de contenção nosgastos públicos, comoredução dos subsídios

diretos e indiretos ou aumento dareceita (via elevação ou antecipa-çao de impostos). Estas medidas,conforme o Ministério do Plane-jamento, reduzirão as necessida-des de captação de recursos juntoao setor privado, evitando-se asconseqüências de mais pressõessobre a dívida pública e sobre anecessidade de emissão demoedas.

A mensagem ao Congressoafirma que

"a existência de váriosorçamentos geridos de forma in-dependente e sem o referendodos representantes do povo, alémde contrariar um preceito funda-mental do regime democrático,dificulta a formulação e a condu-ção de uma política governamen-tal integrada, distorce a orienta-ção dos recursos, em detrimentode áreas prioritárias e tem facilita-do a realização de despesas sem acorrespondente identificação pré-via de fontes de financiamento".

Primeiro passoA união dos orçamentos Fiscal

e Monetário, proposta para 1986,é um passo firme no sentido deunificação dos três orçamentos(Fiscal, Monetário e das Estatais)que as autoridades da área econõ-mica são obrigadas a administrar.Isoladamente, o orçamento de321 organizações, entre empresase demais órgãos da administraçãopública, movimenta uma massade recursos superior a qualquerplano concebido peio Governo.

Com os cortes realizados du-rante este ano, por força da ne-cessidade de reduzir o déficit dosetor público, o programa de dis-pêndios globais dessas instituições(fóra as instituições financeirascontroladas pela União) foi fixa-do em Cr$ 306 trilhões 617 bi-lhões. Para o ano que vem, oorçamento está sendo discutidoem consonância com os termos doacordo que será assinado com oFundo Monetário Internacional,para vigorar em 1986. Neste caso,há um grupo de empresas quegeram recursos para cobrir suasdespesas de custeio e instituiçõesque só recebem aportes do Tesou-ro, como a Fundação Nacional doíndio, que emprega quase 1 milpessoas e possui aviões.

A unificação dos três orça-mentos depende da conclusão dostrabalhos da Comissão de Reor-denamento Financeiro do Gover-no Federal. Esta comissão é umadas sete anunciadas pelo Presi-dente Sarney na primeira reuniãodo Ministério, no dia 17 de

março. Essa questão élembrada pelo próprioPresidente da Repúbli-ca na mensagem comque encaminhou a pro-posta orçamentária de1986 ao Congresso Na-cional.

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Pela primeira vez no Brasilciência e tecnologia têm como prioridade

o bem-estar econômico, social e culturalde todos. Recente pesquisa de opiniãorevelou que a população deposita suas

esperanças exatamente na nossa ciência e

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Ministério ia Ciência s Tecnologia

na nossa tecnologia. É esse o caminho queestá sendo traçado pelo Governo Federalpara a obra de construção de uma sociedadedemocrática e moderna, na transiçãopara o Brasil do Século XXI.0 futuro a nós pertence.

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Jornal do Brasil sexta-feira, 13/9/85 Documento JB-Economla

1 PND traça a linha geral Exportação cresce 5% ao ano até 1989

da política

macroeconômica Exportações brasileiras

O texto final do Plano Nacional de Desen-volvimento — o primeiro PND da Nova Repú-blica — está sendo encaminhado hoje aoCongresso Nacional. O documento, que foielaborado em quatro blocos, traça uma orien-tação geral das políticas macroeconômicas doGoverno, estabelecendo prioridades e parâ-metros.

No primeiro bloco, o PND procura definiro papel que o setor privado deverá ter nodesenvolvimento industrial e o desempenhodo Govemo no setor agrícola, inclusive atra-vés da reforma agrária. O segundo bloco deixaem relevo a política social e ressalta as princi-pais preocupações nessa área, com destaque àgeração de empregos. A terceira parte, volta-da para o desenvolvimento econômico pro-priamente dito, define prioridade para ossetores industriais, agrícola e de infra-estrutra.E o desenvolvimento regional faz parte doquarto bloco, onde está definida uma políticanacional voltada para a pobreza absoluta doNordeste.

Segundo o superintendente-adjunto doInstituto de Planejamento (Iplan) do Ipea,Antônio Rocha Magalhães, pelo menos umponto deixou os elaboradores do planoapreensivos: como assegurar que as priorida-des sejam cumpridas diante de um orçamentorestrito? Para ele, o primeiro compromisso doPND é resgatar o papel do planejamento comoum processo. A idéia é fazer o País voltar afuncionar com uma visão de médio prazo econsciente do rumo "que as coisas devemtomar". É justamente essa visão que deveconduzir, de certa forma, as políticas econômi-cas, segundo o entendimento que o Ipea tevedurante a elaboração do PND, ou seja, oorçamento terá que refletir as prioridades doPlano.

Magalhães lembrou que no Orçamento daUnião para 1986 — de Cr$ 626 trilhões — aparticipação dos setores sociais será aumenta-da, segundo orientação do Presidente JoséSarney, o que não ocorria antes, quando eramcomuns as "prioridades de retórica". O quemuda efetivamente neste primeiro Plano Na-cional de Desenvolvimento é o fato de que osocial é prioritário, refletindo, assim, a aJoca-ção de recursos.

O primeiro PND da Nova República vaienfrentar o desafio do curto prazo. Para aretomada do crescimento, ele determina queserá necessária a adoção de medidas quepromovam o equilíbrio interno, conforme afilosofia implantada desde início do GovernoSarney. Em outras palavras, o Governo se vêobrigado a combater a inflação e lidar com adívida externa de forma adequada.

Assim, o PND trará uma estratégia —ainda em fase de considerações finais, emborao Ministro João Sayad tenha adiantado algunsde seus pontos no documento "DiretrizesGerais de Política Econômica. Notas para o I

PND da Nova República — que leve a umaestabilização.

Antes de seu anúncio formal, o PND játem uma característica definida: o setor priva-do será o grande responsável pela retomada docrescimento, voltando à sua capacidade deiniciativa e se transformando no motor doprocesso de desenvolvimento, conforme sa-lientou Rocha Magalhães. "Se de um lado, porexemplo, o Governo não pretende destinar umvolume grande de recursos para o setor indus-trial, de outro quer que a iniciativa privadaconheça as regras do jogo, de tal forma que osetor industrial se responsabilize pelos investi-mentos que têm de ser feitos", justificou osuperintendente-adjunto do Iplan.

Embora o PND esteja programado paravigorar a partir do ano que vem, alguns de seusitens terão que ser aplicados antecipadamente,•o que levou o Ministério do Planejamento aelaborar as "Prioridades Sociais para 1985".No documento — que será incorporado aoplano em 86 — o Ministro João Sayad enume-rou cinco aspectos básicos para atender asdiretrizes estabelecidas pelo Presidente da Re-pública. O primeiro é a identificação dosprogramas voltados especificamente para ocombate à fome, à miséria e ao desemprego. Osegundo, o fortalecimento financeiro dessesprogramas e garantia de fluxo regular derecursos. Em terceiro lugar está o aumento daeficiência da máquina governamental, redu-zindo custos e melhorando a eficácia dosprojetos. O Ministro propõe, também, a utili-zação de recursos não inflacionários e, porúltimo, a observância de prioridade efetiva aoNordeste, "vítima dos mais graves problemassociais do País".

Os recursos atualmente orçados para essesprojetos sociais dentro do PND da NovaRepública chegam a cerca de Cr$ 6 trilhõesiniciais, a serem gastos num primeiro momen-to (86), Cr$ 12 trilhões no ano seguinte, eassim sucessivamente, ou seja, cobrando-se osgastos sociais a cada ano em que o PND estiverem vigor. O Ministro Sayad lembra que essesrecursos devem ser liberados de forma regulare oportuna. Por isso propôs uma norma geral,a ser imediatamente implantada para a libera-ção das verbas do Finsocial e PIN/Proterra aosprogramas prioritários.

O Governo entende que a ação de apoio àspopulações carentes não é cara. Assim, paragarantir o cumprimento das prioridades diantedas restrições orçamentárias, elaborou umPlano de Desenvolvimento de modo a concen-trar os escassos recursos financeiros disponí-veis num pretenso "grande esforço de combateao desemprego e a todas as formas de pobre-za". De acordo com as "Notas para o I PNDda Nova República", lançadas pelo Ministériodo Planejamento em junho passado, apesardos recursos serem reduzidos, essa políticapode produzir resultado a curto prazo.

(em US$ bilhões)

Previsáo

Brasília — Até o finalda década de 80, o cresci-mento médio real das ex-portaçóes será de 5% aoano. A previsão consta daversão final do Plano Na-cional de Desenvolvimen-to (PND) que será encami-nhada ao Congresso nopróximo dia 15 de setem-bro pelo Presidente JoséSarney. Segundo os cálcu-los do Ministério do Plane-jamento, as perspectivaspodem ser classificadas co-mo otimistas: o PND afir-ma que o Brasil hoje podeconsiderar seu balanço depagamentos equilibrado.

No entender do Mi-nistro João Sayad, a eco-nomia já pode crescer commenor dependência das importações. E se as exporta-ções aumentarem em um ritmo de 5% ao ano, o Paísdependera menos de capital externo para deslancharseu processo de crescimento. Mas o PND mostratambém que taxas anuais de 5 a 6% ainda represen-,tam pouco em comparação com as taxas históricas doProduto Interno Bruto, que oscilaram, até o final dosano 70, entre 7 e 8%. „

| A Seplan estimou ura aumento de 5% ao ano

31.6

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1974 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85" 86" 87* 88' 1989'

para as exportações brasileiras a partir de umaprevisão do comportamento da economia mundialpara o período 1986/89. Segundo estes cálculos,haverá um crescimento de 2,8%, o que implicará umincremento de cerca de 5% no comércio interna-cional.

Este desempenho deverá também ser seguidopelas vendas externas brasileiras. Aliado a um certopontrole sobre as importações (possível já que a

Seplan acredita que a retomada da economia pode serfeita sem carregar nas importações), a previsão é deque os saldos anuais da balança comercial brasileiraficarão em torno dos 10 bilhões de dólares (a preçosde 84). Este saldo permitirá, por sua vez, umcrescimento anual do PIB de cerca de 6% ao ano.

O PND estima ainda que o total de investimen-tos diretos no País seja de 1 bilhão a 1 bilhão 500milhões de dólares entre 1986/89. Supondo a possibi-lidade de refinanciar as amortizações relativas aoprincipal da dívida externa brasileira, as necessidadeslíquidas de recursos (dinheiro novo dos bancos credo-res) deverão ficar na faixa de 2 bilhões de dólares aoano neste período.... Apesar de destacar a necessidade de abrir espa-ço para a iniciativa privada, o PND afirma tambémque "não c razoável supor a retomada do crescimentoconcomitantemente com uma política recessiva dosetor público, centrada no corte de seus gastos". Mascomenta também que este é o "grave dilema" daeconomia brasileira hoje: sem alguma expansão dosgastos públicos a economia não voltará a crescer, masuma expansão isolada dos gastos vai gerar um crescj-mento de déficit governamental, fato incompatívelcom o combate à inflação.

Ao analisar os últimos anos, o trabalho daSeplan apresenta também alguns dados desalentado-res: o salário mínimo real caiu 14% entre 1979 e 1984e, neste mesmo período, só para pagar os juros dadívida, o Brasil vem remetendo ao exterior o equiva-lente a 4% do seu Produto Interno Bruto.

O expressivo nesaltatío <fe»29s2% fíp®a da Mtafsottemousíra fom o quanto foiYftsUgtòo ao FusadoSudaai&is de iMeftime&iasde jaueiro a agosto tóesíe ano.

Se você Já é «Scate doFundo Sodaraeris, parabéns.Se aãuJa B80 è, são percatetòpo, jkhs v»eê ainda podegaafea? bom dfe&eiro até ofíual d» sm.

RESULTADO DO FUNDO SUDAMERISDE INVESTIMENTOS DE JANEIRO A AGOSTO DESTE ANO

2922

(ISENTO DE IMPOSTO DE RENDA PARA PESSOAS FÍSICAS)

1 Rentabilidade do Fundo Sudameris: 145,61

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v<lfJ F M A M J j Akrfla^W) no periodo: 116,42150

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JFMAMJJA

H1H111 SfllISlifllS lii MBlMBim- RENBA FÍXA -

Adsikistrado pelo BANCO FINANCEIRO E INDUSTRIAL DE INVESTIMENTO - Associado ao SUSJAMERiS.

AS APLICAÇÕES PODEM SER FEITAS EM TODAS AS AGÊNCIAS DO BANCO SUDAMERIS.

Qual Dos Dois Pesa Mais?

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Alem da mineração, que ainda é a sua ativi-dade principal, a Vale esta acelerando seu pro-cesso de diversificação.

E a maior exportadora de minério de ferrodo mundo e grande produtora de alumínio, celu-lose, manganês e ouro. E a executora de proje-tos gigantescos, de que Carajás é um dos exem-pios mais recentes. Opera sistemas de trans-porte ferroviário e marítimo, entre inúmerasoutras atividades.

Daí a importância da Vale em diversas eta-pas do desenvolvimento brasileiro há mais dequarenta anos.

Mas tem um lado pouco conhecido da Valeque e a sua política de preservação do meioambiente.

As diretrizes desta política são ditadas porcientistas brasileiros, como, por exemplo, oscientistas reunidos no GE AM AN (Grupo de Es-tudos e Saneamento sobre o Meio Ambiente),especializado em ecologia da Amazônia, criadopela Vale para defender o meio ambiente na re-gião do Projeto Carajás.

Sobretudo na região amazônica, a preserva-ção ambiental é mantida com absoluto rigor,aesde o levantamento dos sistemas ecológicosaté cláusulas específicas nos contratos com asempreiteiras. Essas medidas abrangem o com-bate à erosão, reflorestamento, proteção às es-pécies ameaçadas de extinção, educação daspopulações locais no sentido de respeitarem oambiente em que vivem.

Sao responsabilidades de uma empresa quesabe que nossas riquezas não têm limite. Massabe também que o equilíbrio econômico de umpaís tem tudo a ver com o equilíbrio de suaecologia.

Esta é a razão oor que, para a Vale, umaborboleta é tão preciosa quanto a maior jazida.

CompanhiaVale do Rio Doce

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8 < Documento JB-Eeonomia o sexta-feira, 13/9/85 Jornal do Brasil

Brasil paga

de juros

40% da receita de exportações

Cecília Costa

Sào inúmeras as expressões emprega-das pelos técnicos governamentais: re-programação do serviço da dívida exter-na, refinanciamento dos juros, capitaliza-ção. dinheiro novo. Mas não importa adenominação técnica.

O certo é que o Brasil parece mesmodisposto a pleitear aos banqueiros inter-nacionais, na nova rodada de negocia-;ões, que poderá se iniciar ainda no finaldeste ano ou ficar para o início do anoque vem uma fórmula de refinanciamen-to da dívida externa que resulte na redu-ção do pagamento dos juros.

O país não quer mais continuar apagar cerca de 11 bilhões de dólares a 12bilhões de dólares de juros por ano, o querepresenta uma transferência líquida derecursos para o exterior da ordem de 5%do Produto Interno Bruto ou de 40% dareceita das exportações. O Governo já"onstatou que essa transferência, além deimpedir a aceleração do crescimento eco-nômico, tem efeitos inflacionários, poisinternamente, no país, tem como contra-partida a emissão de cruzeiros, que passaa ser controlada por meio do crescimentoda dívida interna em títulos federais.

Dívida externa, dívida interna e infla-

ção, portanto, se transformam em umcírculo vicioso, que para ser quebradodepende não só do ajuste interno, mas,também, de uma boa negociação da dívi-da externa.

É por isso que, ao que tudo indica, anova equipe de negociadores da NovaRepública pretende colocar na mesa denegociações a questão dos juros, de for-ma firme, já que no momento o Brasildetém poder de barganha. Está comreservas internacionais em torno de 8,5bilhões de dólares (crescimento de maisde 1 bilhão de dólares com relação àposição de fins de 1984). E esse volumede reservas deverá se manter estável ouaté mesmo apresentar um pequeno crês-cimento, até o final do ano, segundo asprojeções para o fechamento do balançode pagamentos de 85 feitas pelo BancoCentral, Ministério da Fazenda e Minis-tério do Planejamento.

A reação dos bancosUma pergunta que costuma ser feita

é se os banqueiros internacionais vãoaceitar a nova proposta brasileira. Eco-nomistas ligados à Seplan afirmam que"vão ter de aceitar", pois, além do poderde barganha gerado pelo volume de re-servas (recorde histórico), o Govemobrasileiro conta hoje com o apoio de

vários segmentos da população, no quediz respeito a essa questão da renegocia-ção da dívida externa. Está, portanto,respaldado politicamente em seu pleito.Caso os banqueiros internacionaisnão aceitem, o Governo está pensandoem acenar com a hipótese de moratória,o que não interessaria não apenas aoBrasil, mas, também, aos próprios credo-res, que não conseguiriam mais reaver ocapital investido no país. Uma nova pro-gramação para o pagamento do serviçoda dívida é mais atraente, pois o Brasilnão quer deixar de pagar os juros. Querapenas um prazo de carência para umaparcela desses juros, sem comprometen-do, posteriormente, a pagar o restante.

Quanto ao acordo com o Fundo Mo-netário Internacional, um esclarecimentodado por um técnico governamental foi ode que o FMI aceitaria o que os bancosinternacionais aceitassem. Em recentesconversações com técnicos da missão doFundo, constatou-se que essa instituiçãonão tem nada contra a explicação de queo país precisa pagar menos juros, para tercondições de combater a inflação, inter-namente, e crescer mais. Avalista dosbancos, o Fundo, no entanto, não podeateitar um programa econômico que nãoseja bem visto pelas instituições financei-ras privadas do mercado internacional.

Somente com o sinal verde dos ban-cos é que o Fundo, por sua vez, podetambém dar seu sinal verde ao novoprograma econômico do Brasil. A nego-ciação mais árdua, conseqüentemente,passa pelo Comitê dos Bancos, lideradopor Bill Rhodes, do Citibank. Pelo me-nos essa é a ótica atual dos negociadoresda Nova República. Estão mais preocu-pados com os banqueiros do que com oboard do Fundo.

Superávits menoresUm fato que poderia esvaziar a tese

do dinheiro novo (que na realidade não énovo, pois se trata de refinanciamentodos juros de empréstimos antigos, ouseja, dinheiro velho) seria a falta deunidade no Governo a respeito do assun-to. Aparentemente, alguns setores gover-namentais ainda acham que o país podecrescer 6% ao ano sem solicitar maisrecursos no exterior.

Segundo informações obtidas emBrasília, um dos defensores dessa teoriaseria Luís Paulo Rosemberg, assessorpara Assuntos Econômicos do PresidenteSarney. A principal argumentação a fa-vor da tese do pagamento integral dosjuros é a de que não interessaria ao Brasilampliar sua dívida externa, nos próximosanos.

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Só que é impossível detectar se adivulgação dessas controvérsias não fazparte da estratégia brasileira de negocia-ção, ou seja, se não teria como objetivovelado "não assustar os banqueiros antesda hora". Conversando-se com os econo-mistas do PMDB que atualmente encon-tram-se no Governo percebe-se que to-dos eles são contra a transferência líquidade recursos para o exterior, que vemsendo realizada através da obtenção deelevados superávits comerciais.

Conforme assegurou um técnico doGoverno, em off (sem querer se identifi-car), há consenso quanto à necessidadede o país reduzir seus superávits comer-ciais e o pagamento dos juros, nos próxi-mos anos.

Em debate quarta-feira última noRio de Janeiro sobre dívida externa,promovido pelo Conselho Regional deEconomistas (Corecon) do qual partici-pam Celso Furtado (atual embaixador doBrasil na Comunidade Econômica Euro-péia), Paulo Nogueira Baptista Júnior(assessor econômico do Ministério doPlanejamento) e Paulo Lyra, ex-presidente do Banco Central, todos osconferencistas deixaram claro que a situa-ção atual não pode continuar.

Segundo afirmou Baptista Júnior, seo Brasil não alterar os termos de paga-mento da dívida externa, "a década de1980 ficará perdida", pois será impossívelvoltar a crescer ao ritmo de 7% a 8% aoano, eliminando o desemprego no país econtrolando a inflação. Para ele, a pro-gramação de refinaciamento da dívidaque estava sendo montada com os ban-queiros na Velha República tinha sériasdistorções, como o pagamento de amorti-zações a partir de 86. Por outro lado,seguia o modelo mexicano, que já come-çou a não dar certo neste ano de 1985.

Os superávits comerciais, explicouum assessor da Seplan, terão que sermenores nos próximos anos, pois a metado IV PND é a de que o setor privadopasse a liderar o processo de crescimentoeconômico. Isso significa que as importa-ções vão ter que ser mais elevadas. CelsoFurtado também criticou os megasuperá-vits comerciais, não só do Brasil, mas de

toda a América Latina, tendo informadoque em 1984 os países latino-americanostransferiram para os países desenvolvidosmais de 30 bilhões de dólares.

Durante o debate, o ex-presidente doBanco Central, Paulo Lyra, voltou aexpor sua tese relativa ao pagamento dadívida externa brasileira, que em breveserá transformada em livro, com o título"Desenvolvimento acelerado para a de-mocracia — O pacto social e o novocontrato externo".

O trabalho de Lyra, que recebeumanifestações de apoio durante o painel,é dividido em duas partes: uma delastrata da renegociação externa e a outrade suas implicações sobre a economiainterna. O ex-presidente do BC acha queo Brasil deve solicitar aos bancos umprazo de carência de seis anos para opagamento dos juros, comprometendo-sea depositar em um fundo uma parceladesses juros, que manteria intacta, a fimde poder arcar no T ano do acordo com opagamento integral das amortizações edo serviço da dívida.

Caso os banqueiros aceitassem a pro-posta, Lyra acha que seria bem mais fácilcontrolar a inflação e reduzir os jurosinternos. As empresas devedoras brasilei-ras continuariam a depositar no BancoCentral os cruzeiros correspondentes aopagamento de juros e amortizações exter-nas (que representam cerca de 21 bilhõesde dólares por ano). De posse dessesrecursos, o BC teria melhores condiçõespara controlar a expansão da base mone-tária, poderia recomprar títulos públicose conceder empréstimos às estatais endi-vidadas, para projetos que considerasserealmente viáveis.

Os juros internos cairiam com a re-compra dos títulos públicos e com quedada inflação, através do controle da expan-são da base monetária. Essa queda ,çlainflação também seria obtida por meio deum pacto social feito com trabalhadores eempresários, para controlar custos e ga-rantir salários reais, mas não inflacioná-rios (os aumentos reais de salários pode-riam corresponder ao aumento da rendaper capita do país).

EVOLUÇÃO DA DÍVIDAEXTERNA LÍQUIDA DO BRASIL DE 1971 ATÉ A CRISE DE 1982

(EM USS MILHÕES)

DÍVTDAÜQUTOAPflOAL

197119721973197419751976197719781979198019311982

4.1095.2486.4197.167

13.40219.21024.26827.49532.43840.96852.24361.651

Fonte: Banco I

DtncrrEM CONTACORRENTE

1.3071.4891.6887.1226.7006.0174.0376.990

10.74212.80711.73416.279

BWEBTDWETOOMENOSEXPOJTTDE CAPITALI

AlíMENTODA DtVJOAAD-C-I

junooPA003 MATO DERECURSOSG-D-J

1.1391.171

7486 2355.8085.0583.2274.9438.530

11.2759.408

13.737

302359514652

1.4981.8102.1032.6964.1856.3119.161

11-358

837812234

5.5834.3103.2481.1242.2474.3454.964

2472.379

DtoOA,JQU®A TAX AEXTERNA TAXANO RNAL MEDIADO AKO DE JUROSDi =Do +AD l-=J/Do

5.248 7.46419 6.87.167 8.0

13.402 9.119.210 11.224 268 9.427.495 8.732.438 9 8 ~40 968 12.9 -52.243 15.461.651 17.5 . j75.388 18.4

Apesar da pouca

energia elétrica, e quase

sem

transportes Rondônia vai se desenvolvendo

um trabalho insignificante na áreade prevenção do meio-ambiente. Ocancelamento abriu campo paraque profissionais da área de ecolo-gia pudessem realmente ter vez notrabalho de proteção à flora e àfauna de Rondônia.

E por falar em moralização, osgarimpos nos rios da região hámuito despertavam a atenção doPais inteiro por manifestas de-monstrações de violência. Nestesentido, o governador determinourígido ordenamento no funciona-mento da garimpagem. O garimpei-ro passou a merecer tratamentocom base na política de direitoshumanos da Nova República. Dei-xou de ser encarado como margi-nal para receber tratamento huma-nitário.

Para garantir maior tranqüilidade

ao garimpo, o Govemo Ângelo An-gelin, nos 100 primeiros dias deadministração, criou oficiais com afunção de proceder à coleta deimpostos, à garantia de condiçõesde saúde e da segurança, e atémesmo de compra de ouro.

Foi possível reduzir o tráfico dedrogas, e impedir a venda de bebi-das alcoólicas, além de desestimu-lar a prostituição. Na opinião dogovernador Ângelo Angelin "o sa-neamento realizado nos garimposgarantiu maior tranqüilidade aostrabalhadores de extração de ri-quezas. Também as empresas mi-neradoras receberam benefícioscom a medida de disciplinamento,uma vez que tomou mais difícil ainvasão de terras já demarcadaspara o trabalho empresarial de ex-tração."

Um estado especialQue ninguém duvide do cresci-

mento de Rondônia. Mesmo com opanorama econômico brasileirobastante controvertido, os dadoscoligidos no Estado demonstramum seguro aumento real, até o finaldo ano, de mais de 50 por cento nareceita de ICM, se comparado coma arrecadação do ano passado.

Além disso, a população maisque dobrou nos últimos cinco anos.De 490 mil habitantes em 1980,Rondônia atualmente de longe ul-trapassou a cifra de 1 milhão depessoas e já é considerada peque-na a estimativa para 1990 de 2milhões e 200 mil.

Na verdade, tudo isto vem seacentuando depois da criação doEstado de Rondônia, constituídohá pouco mais de dois anos emeio. A estratégia do govemo Ân-gelo Angelin à frente da administra-•ção estadual vem obtendo sucessona garantia do crescimento regio-nal. Entretanto, crescimento e de-«envolvimento não são sinônimos,embora possam se completar. Eprioridade em Rondônia a melhoria0o padrão de vida dos seus habi-

tantes como base para o conse-qüente desenvolvimento social daRegião. ¦

Também é consenso definitivono Estado de Rondônia que a viabi-lização definitiva de suas institui-ções econômicas depende agoraessencialmente de investimentosbásicos no setor do energia. Talmedida alcançaria de imediatomais de 120 mil agricultores e de-senvolveria com facilidade parquesindustriais que passariam a incre-mentar o beneficiamento da abun-dante matéria-prima de que a' re-gião dispõe.

E transportes também são priori-dade em Rondônia. Por isso, adeterminação do govemo ÂngeloAngelin de proceder ao imediatorecapeamento de 6 mil quilômetrosde estradas vicinais o a abertura deoutros 160 quilômetros de vias, emplena selva, caminha acertada-mente para atingir um dos pontosfundamentais da Nova Repúblicaque é o desenvolvimento. E pros-segue a implantação do asfalta-mento da rodovia que liga PortoVelho até Rio Branco, no Acre.

Angelin, Governador de Ronaonia

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Mesmo com estrangulamentogeneralizado na produção de ener-gia — apenas 40% do que real-mente necessita — e com gravesproblemas no escoamento do suasafra agrícola, o estado de Rondô-nia finalmente começa a colherfrutos da democracia, embora esteregime tenha chegado há apenas100 dias, com a administração Ân-gelo Angelin.

O governo está, porém, preocu-pado com a velocidade do fluxomigratório que está vindo em dire-ção a Rondônia. Perto de 100 milpessoas já chegaram ao Estadoneste ano, tomando imensa a ca-rência por habitação, saneamento,assistência médica e condições deeducação. Até o final do ano aprevisão gira em torno da entradade mais 80 mil migrantes na Re-gião.

Por isso, Ângelo Angelin, cons-ciente dos problemas sociais quesurgem com o excesso de migra-ção, vem se empenhando junto aoGovemo Federal, principalmenteao Presidente da República, JoséSarney, no sentido de que Rondô-nia passe a ser considerada comoEstado especial para efeito de re-passes de recursos.

Sem dúvida, grande parte da

questão social em Rondônia é to-talmente importada dos grandesEstados, principalmente, Paraná,Espirito Santo, Rio Grande do Sul eMinas Gerais. A região é basica-mente agrícola, embora seja princi-pai produtor de cassiterita, e desde1970 vem acolhendo ondas migra-tórias do Sul do pais. O asfalta-mento da BR-304 ligando Cuiabá aPorto Velho ampliou o processomigratório.

Devido á explosão demográficajá configurada, o IBGE vem proces-sando novo Censo na Região, apedido do Govemo Estadual. OEstado ressente-se, ainda, dasconqüências sociais embutidas nasaglomerações de garimpagens queembora produzam riquezas para aNaçáo, acentuam os problemas es-truturais e do demanda administra-tíva nos locais onde loram.

Ainda de acordo com declara-ções do governador Ângelo Ange-lin, "não é mais possível convivercom um abastecimento mínimo deenergia. Já chegam nossos proble-mas com estradas vicinais, ondehá sério risco de perdermos Cr$300 milhões em produtos agrlco-Ias, se não forem liberados, imedia-tamente, pela União Cr$ 30 bilhões

suficientes para reparos nas viasde escoamento".

Para Angelin é necessário queRondônia tenha tratamento dife-renciado das regiões já desenvolvi-das, e assim seja possível darmelhor condição de fixação ao pe-queno agricultor. "Poderiam ser uti-lizados os mesmos critérios quesão aplicados ao Nordeste, comjuros para a agricultura e pecuária,à razão de 35% ao ano, sem corre-ção monetária".

Com um custo anual que já su-perou Cr$ 50 milhões, o abasteci-piento de energia em Rondônia étodo realizado por dieselétrica queutiliza derivados de petróleo, semfalar nas peças de reposição. Apropósito, Angelin herdou do go-verno anterior uma divida de Cr$78 bilhões somente com a Petro-brás que ele espera ver anistiada.

Em questões de saúde, a malá-ria tem se constituído no maiorproblema. Ariquemes e Porto Ve-lho são os dois principais focos eas autoridades federais já estãosensibilizadas para o problema,mas é grande a carência de médi-cos. Na educação, "é necessárioconstruir duas salas de aulas pordia para que o ensino chegue a umnível razoável. Há grande carênciade professores.

Democracia consolidadaPouco mais de 100 dias de go-

verno, Ângelo Angelin vem mar-cando sua administração atravésda introdução de métodos demo-cráticos. Criou o govemo itinerantee passa vários dias do mês despa-chando nos municípios, verificandoos problemas de Rondônia "in lo-co". Já implantou a sedo do seugoverno em Vilhena, Ji-Paraná eGuajará Mirim, tendo obtido suces-so no seu projeto de administrarouvindo as bases populares.

Apesar das deficiências gritan-tes na área de energia e de traris-portes, o govemo de Rondônia pro-cura fazer sua parte. Está garantin-do apoio efetivo ao pequeno produ-

tor que, hoje, seguramente, já al-cança a cifra de 140 mil famílias.Angelin entende que "o sucessodestes trabalhadores do campo se-rá a vitória de todos nós, principal-mente, num momento como este,em que o país está sofrendo comproblemas generalizados decor-rentes da insuficiente produção dealimentos".

Entretanto, o governador lamen-ta que ainda em Rondônia o pe-queno produtor tenha que pagarfretes exorbitantes para escoar suaprodução. Tendo em mira o au-mento da produção agrícola, o go-verno estadual vem agindo acele-radamente no sentido de dotar

Rondônia de amplo equipamentode armazenagem. Está impulsio-nando a diversificação de culturascomo forma, inclusive, de melhorara produtividade. "Afinal, onde seplanta arroz, feijão e milho, tam-bém pode servir ao cultivo de café,cacau, seringa e guaraná."

Nos 100 dias de govemo ÂngeloAngelin foram reativados todos 03postos de saúde que se encontra-vam fechados por desleixo da ad-ministração anterior e nove hospi-tais estão sendo construídos. Vemsendo desempenhada uma verda-deira guerra no combate aos focosde doenças tropicais, prindpalmen-te a malária oue insiste em debilitar

O govemo tem-se preocupadocom as questões ambientais e querevitar que erros cometidos pelosEstados do Sul no trato com anatureza sejam repetidos em Ror>-dônia. O Estado está, inclusive,desenvolvendo equipamentoscientíficos para coibir o abuso nacontaminação dos cursos d'águaspor mercúrio que geralmente é utili-zr.do nas atividades de garim-pagem.' No que toca ao ensino básico noEstado, Angelin conseguiu abrir 10rril vagas nas escolas de primeiro esegundo graus, uma vez que qua-tro grandes escolas serão entre-gues neste môs de setembro. Ne3-to particular, o govemo contratoucerca de 900 profissionais de ensi-no e de saúde. Tratava-se de servi-dores admitidos de forma irregularpelo govemo anterior.

Em Rondônia, com a administra-çáo atual, foi implantada a discipli-na meio-ambiente nas escolas. Pa-ra o govemo estadual a educaçãoé a melhor forma de combater asações de depredação da natureza.Por Isso, nas escolas de primeiro esegundo graus estão sendo ofere-ddas aulas de noções básicas deecologia Estão sendo formuladosamda campanhas de conscientiza-ção ecológica para atingir toda apopulação.

O govemo não esconde o orgu-lho de ter conseguido resolver deimediato os problemas que angus-tiavam seus servidores com rela-ção à equiparação salarial. Assim,o servidor do Estado não está maisem condições de inferioridade fi-nanceira com outros servidores daUnião. Angelin também vem reali-zando levantamento para saberqual a verdadeira situação dos ser-vidores no Estado. A medida visatambém a coibir empreguismos eação de funcionários fantasmas.

E nessa linhainha de moraliza-ção, o Govemo Estadual optou pe-Io cancelamento de um contratoespúrio com uma empresa denomi-nada Oikos, que extorquia quase 4bilhões de cruzeiros. Tudo isto para

as forças dos trabalhadores deRondônia.

Sem recursos suficientes, Ange-lin vem implementando de todas asmaneiras a produção de energia noEstado. Depois de muito empenhojunto ao Ministério das Minas eEnergia foi possível antecipar oprazo de entrega da Usina Hidrelé-trica de Samuel, distante apenas50 quilômetros de Porto Velho. Oprazo para a entrega da obra pas-sou de 1989 para 1988. Além dissovárias mini-usinas estão em vias deimplantação nos municípios. E vemsendo incentivada a produção deenergia através do aproveitamentodo carvão, notadamente, utilizandomadeiras provenientes de derruba-das para plantações.Na área de produção de energiajá está sendo elaborado projetopara a instalação de hidrelétrica, noRio Machado, com potência de 514MW, considerando inclusive o am-pto desenvolvimento atual daquelaregião. E para o Rio Vermelho, a 19quilômetros de Vilhena, já está as-sinado um contrato para a constm-ção de uma usina que deve operar

com uma potência de 2,800 KW,beneficiando a 54 mil pessoas e aodesenvolvimento daquela cidadeque, freqüentemente, fica, tam-bém, sem água por faltar energiapara provocai o bombeamento.

Quanto às questões de deterio-ramento do meio-ambiente emRondônia, o govemo do Estadoteve que agir energicamente. Logoapós a posse determinou a criaçãodo Conselho Estadual do Meio-Ambiente. A atuação deste órgão,embora em tão pouco tempo, pos-sibilitou, inclusive, melhor relacio-namento entre o Estado de Rondô-nia e o Banco Mundial.

Afinal, várias normas de prote-ção ao meio-ambiente não esta-vam sendo cumpridas pela admi-nistração anterior, colocando emrisco a sobrevivência da fauna eflora da Região. A criação do pelo-tão de guardas florestais pode rapi-damente garantir intervenção con-tínua na ação predatória empreen-dida por serrarias na região decolonização de Urupá, em OuroPreto, e em Machadinho, municípiode Ariquemes.

Ângelo Angelin, Governador de Rondônia

Jornal do Brasil sexta-feira, 13/9/85 ? Documento JB-Economia

Ministério propõe

nova política para

a agricultura

Vera Saavedra DurãoO Ministério da Agricultura está preo-

cupado com a perda de liquidez do setor-agrícola. Em estudo recente, onde avalia epropõe medidas para implantação de uma'nova política para a lavoura nacional, oMinistério revela que nos últimos cincoanos — de 1979 a 1984 — o volume decrédito destinado ao setor sofreu uma redu-ção brutal de 55,3%. Nesse período, a•produção nacional de grãos — arroz, feijão,milho, soja, aveia, centeio, cevada, giras-sol, mamona, sorgo e trigo — manteve-se

f praticamente estagnada.Em 1979 foram colhidas 40 milhões 332"knil toneladas desses grãos, contra 47 mi-

Ihões 600 mil toneladas em 1984. Este ano,o Instituto Brasileiro de Geografia e Esta-

„tfstica (IBGE) prevê uma colheita de 56milhões de toneladas de grãos. Tal volume érecorde nos últimos 10 anos, mas foi obtidograças à safra de soja, cuja colheita aumen-

,Jtou 17% em relação ao ano passado. Ondesempenho das culturas de mercado inter-.no deixou a desejar, como o arroz, que teve,uma queda no volume colhido de 0,47%,enquanto o feijão apresentou uma expansãode apenas 4,25% e o milho de 4,22%.

A baixa produção da agricultura nacio-nal foi atribuída pelos especialistas do Mi-.nistério da Agricultura à "crise de liquidezoa lavoura", em particular dos pequenos e

,,, médios produtores, que tiveram que recor-• ter a juros de mercado para o plantio daúltima safra. Os técnicos oficiais compara-ram a relação entre os preços de venda dosprodutos agrícolas com seus custos médiosefetivos de produção e verificaram queapenas o "feijão das águas" registrou umamargem de lucro significativa, tendo os' demais uma baixa rentabilidade.

,, , "Todos os outros produtos apresenta-1 ram preços médios muito próximos dos seuscustos médios, o que indica uma situaçãograve para os produtores com rendimentopor área abaixo da média", considera aanálise oficial, destacando ainda que, "paramuitos agricultores, a remuneração de seucusto fixo e a recuperação do capital de giroestão comprometidas pelo vencimento de

^financiamentos de máquinas adquiridas^com créditos de curto prazo". Arremata^destacando uma situação pior "para os

produtores que arrendam terras de terceiros•comprometendo, no mínimo, 20% da pro-*dução colhida".h Os números levantados pela equipe do"•Ministro Pedro Simon informam que asm culturas do milho e do arroz foram as demenor rentabilidade na safra 84/85. No"primeiro semestre o arroz irrigado teve um"preço médio de mercado de Cr$ 48 mil porBsaca de 50 quilos e um custeio médio de Cr$mA6 mil 885, enquanto o milho alcançou um

preço médio de Cr$ 30 mil 250 por saca de60 quilos e um custeio de Cr$ 29 mil 863.Em conseqüência, esses grãos registrarammaior redução de área plantada. No caso doarroz, o Governo será obrigado a arcar comgastos de importação de 400 mil toneladas,para suprir o abastecimento.

A participação das despesas financeirasno custeio das lavouras também foi bastantealta na safra que vem sendo colhida, emrelação à anterior. Os dados pesquisadospelo Ministério da Agricultura revelam que^

política adotada no final da gestão do.. Governo Figueiredo, de suprimir a quase«.- totalidade da margem de subsídios embuti-" ¦dos na taxa de juros agrícolas aumentou

muito a perda de liquidez dos produtores'rurais nos últimos 12 meses. Assim, do

custeio médio efetivo de uma saca de arrozirrigado, 26,7% foi despesa financeira, quecresceu de uma safra para outra 24,8%. Docusteio efetivo de uma saca de milho,30,6% também foi despesa financeira, comaumento de 21,9% entre uma safra e outra.

Nesse contexto, o Ministério da Agri-cultura ressalta as dificuldades enfrentadasna elaboração de uma política agrícola paraa safra próxima (85/86), levando em contaque o Governo está às voltas com proble-mas de caixa do setor público e vem restrin-gindo seus orçamentos.

O "paper" oficial refere-se a uma outradistorção herdada da política agrícola doGoverno passado: ao extinguir o subsídioaos juros do crédito rural, a administraçãoanterior resolveu compensar a medida coma indexação dos preços mínimos à variaçãoda correção monetária até abril último.Com isto, eles subiram acima dos preços domercado e o Governo Sarney foi obrigado acomprar volumes inéditos de grãos (quase 8milhões de toneladas, via Aquisições doGoverno Federal - AGFs), sendo obrigadoa adiantar recursos aos agricultores, fora daprevisão do orçamento.

Tudo isto, adicionado à pressão dosalimentos sobre a inflação e às crises deabastecimento interno, como a da carne,vem levando o Ministério da Agricultura abuscar uma política agrícola que compatibi-lize os interesses do produtor e do consumi-dor. Ciente das carências do setor querepresenta, o Ministro Pedro Simon levouao Governo uma previsão de recursos aserem alocados à área agrícola de quase Cr$40 trilhões. Foi atendido em Cr$ 27 trilhões,dos quais Cr$ 24,7 trilhões foram destinadosao custeio da safra em fase de plantio e Cr$3 trilhões para investimentos.

A distribuição desses "parcos" recursossignificativamente maiores, em termos

reais, do que os liberados na safra passadaseguiu um critério de prioridade: supriras necessidades de alimentos para a popula-ção consumir. Assim, os novos ValoresBásicos de Custeio (VBCs) tiveram umcrescimento médio de 246% em relação aosaprovados na safra 84/85, cobrindo os au-mentos dos custos para o plantio, e foramaumentados os limites de adiantamento pa-ra o financiamento de custeio nas culturasde alimentação para consumo interno.

Na safra 84/85, os limites de adianta-mento eram de 60% para o pequeno produ-tor e de 40% para os grandes, na soja e noalgodão. De 80% para os pequenos e 60%para os grandes no arroz, milho, feijão emandioca. Para a safra 85/86, os limites sãode 100% para os pequenos no arroz desequeiro, feijão, mandioca, milho e sorgo ede 80% para os grandes no arroz de sequei-ro, 90% para os grandes no feijão e namandioca e 80% para os grandes, no milho.

Dos Cr$ 3 trilhões para investimentos,Ministério contemplou também os peque-

nos produtores, que concentram 70% daslavouras de consumo interno. Destinou Cr$

trilhão para a compra de máquinas, in-cluindo animais de tração, por exemplo.

A mesma orientação foi adotada emrelação à fixação dos preços mínimos. Asculturas de mercado interno foram privile-giadas. O preço base do arroz de sequeiroteve um incremento de 191,7% (com corre-ção com base na variação da ORTN deagosto/85 a abril/86). O feijão e o milhotambém apresentaram um aumento de186% (para o primeiro a correção vai atéabril/86 e para o segundo até dezembro/85)e a mandioca foi aumentada em 186,2%

Produ§ao Nacional de Graos?•»>

(em mil toneladas)

Produtos 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984Amendoim 509 320 325 461 482 324 317 284 196Arroz 9.757 8.993 7.296 7.595 9.747 8.494 9.716 7.749 7.650

„ , Aveia 39 37 54 57 75 106 61 98 1(M*.'• Centeio 13 7 10 25 6

Cevada 61 95 143 98 74 125 98 131 176Feijao 1.840 2.290 2.194 2.186 1.968 2.345 2.906 1.587 1.012Girassol — 23 121 120Mamona 216 224 317 325 282 302 192 172 244Mil ho 17.751 19.225 13.569 16.306 20.373 21.140 21.865 18.744 20.000Soja 11.227 12.513 9.540 10.240 15.152 15.289 12.835 14.582 15.000Sorgo 277 435 227 121 165 165 211 213 232Trigo 3.215 2.066 2.690 2.926 2.028 2.028 1.849 2.265 2.945Total 44.905 46.206 36.362 40.332 50.379 50.464 50.054 45.829 47.685UV I

(com correção até abril/86). Esses produtosterão condições de financiamento maisamenas.Quanto ao sistema de financiamento à

agricultura, o Ministério considera necessá-rio rever o velho e criar aos poucos um novoesquema que se mostre compatível com osobjetivos sociais de aumentar o empregorural e a produção de alimentos. PedroSimon advoga crédito subsidiado apenaspara os pequenos produtores rurais. Para osubsetor empresarial rural defende a reci-clagem seus excedentes financeiros bemcomo os das cooperativas, com a obtençãode rendimentos que possibilite reaplicá-losna produção agrícola.

A proposta de uma política agrícolapara a Nova República pretende, pois,como conclui a análise de conjuntura e assugestões de medidas novas divulgada peloMinistério da Agricultura, que a prioridadedada aos alimentos básicos e aos pequenosprodutores não relegue ao abandono o setormais modernizado da área rural, mas adver-te que procurará se livrar de privilégiosinjustificados embutidos em políticas agrí-tolas somente a eles destinadas.

Produção Nacional de Grãos

Em milhões detorseiadas

t' 50 50 50 _45 r——v N kf [k 46 47 g: ,ghJ'40 ;! |j ;ji hi % £i si; m 36 m m M m ;$

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1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985

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grande expansão industrialO CINCO ¦ Centro Industrial deContagem criado em 1970. durante o

primeiro mandato do Prefeito NewtonCardoso ocupa agora uma área de 2 7milhões de m com /£> industrias dandoemprego a mais de 8 mil pessoasMas /a nài • <:< imporia lambem oexcesso de <>miursas que querem seinstalai aiFoipoi isso que Newton Cardoso em

sei, segundo mandato criou oCINCAULie ia começa com uma aiea ae 1 7 Comunitária Newton Cardoso

milhão de rrf. para abrigar várias indústriasligadas aos setores alimenticiQ gráficamecânico e de informáticaE tá tem em estudos novas áreas, commais 500 mil rrf. para possibilitar a constanteexpansão industrial.Serão dezenas de novas empresas emilhares de novos empregos, com oconseqLiente aumento da arrecadaçãotributária.Mais uma vez. Contagem mostra querecessão se vence com produção E comtrabalho

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10 <s Documento JB-Economia <j sexta-feira, 13/9/85Jornal do Brasil

SANBRA.

UMA DAS MAMES

EXPflRDHAS

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PRIVAD0

O total das exportações daSanhra, em 1984, joi de 220milhões de dólares.Entre os seus principaisprodutos de exportação estãofibra de algodão, café, óleo demamona e derivados, ácidosesteârícos, ácidos graxos,farelo de algodão, óleo dealgodão, farelo de soja, óleode soja, farinha de soja,

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Preços mínimos do Governo

não agradam aos produtores

Yolarula Stein

Os produtores agrícolas, dc um modogeral, não ficaram satisfeitos com ospreços mínimos fixados pelo Governopara a safra 1985/86, e a Comissão deFinanciamento da Produção (CFP) doMinistério da Agricultura quer estender acorreção desses preços até junho (atual-mente o último reajuste é em Io de abril).Mas técnicos do Ministério da Fazendaafirmam que tal medida contribuiria paraum aumento ainda maior do custo dosalimentos e conseqüentemente da in-fiação.

O coordenador econômico do Minis-tério da Agricultura, Ivan Ribeiro, afir-ma que os preços não são os ideais, mastambém não são dramáticos. A áreaplantada deve ter uma redução de 1,9%,principalmente nas culturas de algodão e

soja, que tenderão a dar lugar ao milho/As áreas de plantio de arroz, feijão emandioca devem aumentar.

Com exceção do algodão e do arrozirrigado, os preços básicos tiveram umreajuste superior ao 1NPC dos últimosdois anos e superam amplamente o custo,operacional calculado pela CFP. No casodo arroz e do feijão esses diferenciaissituam-se em 36% e 37,7%. A preocupa-,ção do Governo é o aumento da produ-ção dos alimentos de consumo popular(arroz, feijão, milho, mandioca), a con--tenção da inflaçáo e a preservação dopoder de compra dos consumidores.

Com a expansão do crédito de custeio"agrícola em 20% em relação à safra -passada, a expectativa é de que hajamaior disponibilidade de recursos emtermos de EGF (Empréstimos do Gover-no Federal) facilitando a comercialização ¦dos produtos no próximo ano.

Produção de arroz cresce 5%Após nove anos de redução de área,

o plantio de arroz deverá crescer 5% nasafra 1985/86 de acordo com estimativasdo Ministério da Agricultura. SegundoFernando Almeida, do Centro de Estu-dos Agrícolas da Fundação Getúlio Var-gas, o país produzirá este ano 8,9 milhõesde toneladas, 9% a menos do que em1980, quando foram colhidas 9,7 milhõesde toneladas.

Como o consumo está avaliado em9,4 milhões de toneladas, o Governo teráque importar para atender o abasteci-mento interno. Já está anunciada umaimportação de 450 mil toneladas: 150 milatravés da Interbrás e 250 mil pelo setorprivado. A Federação das Cooperativasde Arroz do Rio Grande do Sul consideraeste volume um exagero e acredita que150 mil toneladas seriam suficientes paraatender o mercado no final de janeiro efevereiro.

O arroz de sequeiro, plantado no Sul(35% da produção nacional), teve seupreço básico reajustado em 191,7%, en-quanto o arroz irrigado, plantado noCentro-Oeste (Goiás, Mato Grosso eMato Grosso do Sul), ganhou um aumen-to menor: 186%. Fernando Almeida afir-ma que nessa região o arroz vem perden-do área para a soja, tendência que podecontinuar. O Maranhão, que respondepor 15% da produção do país, teve umaquebra de 44% este ano, devido às en-chentes. O Estado é o principal produtordo Nordeste e em anos consideradosnormais exporta quase metade da safra.

O técnico do CEA explica que oarroz, por ser uma cultura de fronteiraagrícola, é plantado nas regiões novasdurante três anos em média, e depois dá

lugar a outras culturas como soja oupastagens.

Feijão/mandiocaA colheita de feijão dc 1985 foi bem'

superior à de 1980, ao contrário do arroz: •2,7 milhões de toneladas em relação a 1,91,milhão de toneladas. Para a próximasafra, a expectativa é de um aumento de5% na área plantada no Paraná e de 3%no Rio Grande do Sul.

Este ano não houve problemas deabastecimento. A primeira safra (Paraná)colhida em março rendeu 1,5 milhão detoneladas; a segunda (Nordeste) 1,3 mi-lhão de toneladas; a terceira (São Paulo)é de inverno. O consumo está avaliadoem 2,5 milhões de toneladas.

Até julho, o Governo havia compra-do 470 mil toneladas e os leilões promovi-dos pela Comissão de Financiamento daProdução ajudam a conter a alta dospreços que estão em torno de Cr$155/Cr$ 160 mil por saca. Se não houves-se os leilões, calcula-se que os preçosestariam em torno de Cr$ 240 a Cr$ 250mil por saca. O preço básico para a safra1985/86 foi de Cr$ 155 mil 040, abaixo daproposta dos produtores, de Cr$ 168 mil,mas 37,7% acima do custo de produçãocalculado pela CFP.

A mandioca, alimento básico da po-pulação do Norte e Nordeste, teve seupreço básico reajustado em 216% e,segundo o Ministério da Agricultura, aárea de plantio deverá crescer 5%. Essacultura vem sendo abandonada ao longodos anos, mas na atual safra a produçãofoi um pouco melhor: 23,2 milhões detoneladas, sendo 11,1 milhões para con-sumo animal e 9,2 milhões para consumohumano equivalente a apenas 68,4 quilospor habitantes. O restante corresponde aperdas da lavoura.

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Area plantada do milho

aumenta na safra 85/86Considerado o primo pobre entre os produtos agrícolas por falia de

uma política de estímulo ao consumo, o milho pode ter sua área de plantioem 5% na safra 1985/86, de acordo com estimativas do Ministério daAgricultura. Deve se expandir em áreas ocupadas este ano por algodão esoja.O preço básico, fixado em Cr$ 37 mil 200 por saca de 60 quilos

(aumento de 186,2%) ficou abaixo do esperado pelos produtores, quequeriam Cr$ 40 mil, mas compatível com o preço de mercado. Algumascooperativas arriscam afirmar que o produto se tornará mais rentável doque a soja em relação aos custos de produção.Mas a situação não é assim tão tranqüila na opinião de Irene Troccoli,do Centro de Estudos Agrícolas da Fundação Getúlio Vargas. Ela acha queo Governo arrochou no preço básico, embora tenha concedido um VBCmuito favorável. "Mas o problema não é de crédito e sim de preço, pois amaioria que planta milho é formada por pequenos produtores que nãorecorrem a financiamentos", afirma. E adverte que alguns agricultorespodem solicitar recursos para milho e desviá-los para soja, já que afiscalização é precária.Segundo Irene Troccoli a situação é muito problemática, pois falta umprograma de Governo para estimular o consumo de milho, no lugar deoutros produtos como trigo, por exemplo. A oferta este ano está maior doque a demanda, devido em grande parte à estagnação do setor avícola queutiliza milho para ração.

A área plantada foi reduzida cm 1%, mas se comparada com a safra1981/82, a redução sobe para 7%. Técnicos afirmam que desde 1976/77 aprodução dc milho tem se mantido em níveis inferiores ao mínimodesejado, que seria 10% acima do consumo. Em conseqüência, nos últimossete anos o Brasil importou 4 milhões de toneladas, 200 mil no final do anopassado.

A situação de abastecimento só não se agravou devido à crise naavicultura e suinocultura desde 1980. E as perspectivas de expansão não sãoconsideradas significativas para atender a qualquer aumento de consumo.No mercado externo, o preço está gravoso, ou seja, abaixo dos custos deprodução. A cotação do milho na Bolsa de Chicago atingiu seu mais baixonível histórico em agosto: 2,21 centavos dc dólar por bushel para oscontratos negociados em dezembro, próximo ao registrado em outubro dc1982 (2,15 cents). Em 1980/81 o milho estava cotado em cerca de 4 dólarespor bushel.

Hélio Garcia apoia

reivindicações dos Prefeitos

fflj

O Governador Hélio Garcia presti-giou o II Congresso Mineiro de Municí-pios e disse ao Presidente da Associa-ção Mineira de Municípios e Prefeito deBarroso, Baldonedo Arthur Napoleão —que aparece ao seu lado — seremjustas as reivindicações dos municipa-listas e que todos os níveis de governodeveriam apoiá-las.

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Jornal do Brasil sexta-feira. 13/9/85 ? Documento JB-Economia ? 11

Exportação de açúcar enfrenta

o obstáculo dos preços

baixos

ação conjunta, apesar de o quadromundial ainda ser muito dramático,foi uma recuperação dos preços.

Eduardo Pessanha Mary, analis-ta de açúcar da Interbrás, admiteque tais fatores são favoráveis. Masressalta que mesmo que haja grandesquebras de safras, será necessárioque a produção fique abaixo doconsumo durante vários anos paraque o estoque atinjam o nível consi-derado normal (15% da demanda).Para o ano agrícola 1985/86 é previs-to um déficit mundial de 3 milhõesde toneladas: produção de 95,8 mi-lhões e consumo de 98,4 milhões,segundo a empresa C. Czarnikow,de Londres.

Além dos preços baixos, esto-ques elevados e a recusa da Comuni-dade Econômica Européia de parti-cipar do acordo internacional, queacabou falindo, há fatores estrutu-rais ameaçando o mercado. EstadosUnidos, Canadá e Japão vêm substi-tuindo cada vez mais o açúcar peloxarope de milho e adoçantes artifi-ciais. Por isso, a saída para o Brasil éaumentar a produção de álcool ereduzir a de açúcar. Mas já encontrauma forte barreira: poderosos lob-bies atuam no Congresso norte-americano para impedir a importa-ção do álcool brasileiro.

A comercialização da safra1985/86 de açúcar esbarra em váriasfrentes de luta: preços internacionaisainda muito baixos, estoques eleva-díssimos e irregularidades observa-das no Instituto do Açúcar e doÁlcool (IAA) no Governo passado.Apesar de uma alta na cotação naBolia de Nova Iorque, no início desetembro, que passou de 5 centavosde dólar a libra-peso, os estoques (42milhões de toneladas) correspondema 40% do consumo mundial. Serãonecessárias, portanto, várias safraspara que o mercado se regularize e oPaís volta a lucrar com a exportação.

"Com o fim do acordo interna-cional no ano passado, a preocupa-ção do Brasil foi minimizar a gravosi-dade (custo de produção de 13 centa-vos para um preço em torno de 5centavos de dólar) e contribuir paraa recuperação do mercado", explicaFrancisco Menezes, do Centro deEstudos Agrícolas da Fundação Ge-túlio Vargas. Em função disso, oplano de safra 1985/86 reduziu em12% a produção de açúcar e elevouem 18% a de álcool. As exportaçõesserão de 2 milhões de toneladas emrelação a 3,1 milhões em 1984/85.

Ao mesmo tempo, o IAA tentaremediar as irregularidades pratica-

das no segundo semestre de 1984. Nagestão de Murilo Badaró no Ministé-rio da Indústria e do Comércio,foram assinados contratos de vendade quase 4 milhões de toneladas deaçúcar para embarques em 1985/86,comprometendo a receita cambial dopaís, e beneficiando empresas quenunca tinham operado com o produ-to no mercado mundial.

Essas vendas, correspondentes aum ano, foram feitas em apenasquatro meses e num momento im-próprio, pois os preços estavam mui-to baixos e o mais correto, de acordocom os técnicos do IAA, era seguraros contratos. A irregularidade obser-vada pelo novo Governo contribuiupara a queda ainda maior das cota-ções na Bolsa de Nova Iorque, quepassaram de 4 para 2,6 centavos dedólar. O prejuízo, só este ano, éestimado entre 200 a 300 milhões dedólares.

Como os contratos são legais edificilmente poderão ser anulados, oInstituto tem procurado adiar os em-barques para o ano que vem. Argen-tina, Tailândia e Filipinas estão ado-tando a mesma tática enquanto Cubaestoca seu produto e compra nomercado internacional aproveitandoos baixos preços. O resultado dessa

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12 <j Documento JB-Eeonomia <s sexta-feira, 13/9/85 Jornal do Brasil

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0 algodão foi um dos dois únicosprodutos agrícolas (o outro foi o arroz)que teve o preço básico da safra 85/86reajustado abaixo do INPC dos últi-mos dois anos. O desestímulo ao plan-tio deve-se à existência de excedentede 400 mil toneladas no mercado esteano: produção de 900 mil para umconsumo de 600 mil e um estoqueremanescente de 100 mil toneladas.

Iracema Pessoa, do Centro de Es-tudos Agrícolas da Fundação GetúlioVargas, explica que embora o ValorBásico de Custeio (VBC) — que deter-mina o crédito — da safra passadatenha sido o pior da história, os preçosbásicos foram altamente estimulantes ea produção de algodão em pluma au-mentou cerca de 48%. O preço demercado, por sua vez, ficou estagnado,ou seja, muito abaixo da inflação, e os

maquinistas estavam pagando em tor-no de Cr$ 27 mil por arroba (15 quilos)do algodão em caroço em agosto, paraum mínimo de Cr$ 28 mil reajustadoem Io de abril.

Como resultado dessa política, aComissão de Financiamento da Produ-ção teve que comprar 380 mil tonela-das de algodão em pluma e concedeuempréstimos (EGF) para outras 120mil toneladas, que também já come-çam a ser vendidas ao Governo. Oalgodão em pluma leiloado pela CFPna Bolsa de São Paulo está em tornode Cr$ 130 a Cr$ 140 mil por arroba.

Como os preços são gravosos —cerca de 27% acima da cotação inter-nacional — e o produto em mãos doGoverno é do tipo inferior, a exporta-ção torna-se difícil. Até março, foramvendidas 150 mil toneladas para o

Extremo Oriente, principal mercadopara o algodão brasileiro.

Com um aumento de apenas 185%no preço básico, o Ministério da Agri-cultura estima uma queda de 20% naárea de plantio em São Paulo e Paraná,que tenderá a ser ocupada por milho.Considerando uma variação da corre-ção monetária de 106% entre setembroe abril do ano que vem, Irene Pessoacalcula que os Cr$ 33 mil 840 fixadospara a safra 85/86 devem se transfor-mar em Cr$ 70 mil em Io de abril de1986, mês do último reajuste do preçomínimo: um aumento de 180% emrelação a Io de abril deste ano.

Com a entrada da safra de algodãodo Nordeste — 200 mil toneladas — aCFP. se prepara para realizar leilõesdestinados aos exportadores, numatentativa de equilibrar o mercado.

Trigo eleve ter em 85 a segunda

maior safra cios últimos 20 anosSe a safra de trigo atingir as 3 milhões

de toneladas previstas, será a segundamaior dos últimos 20 anos, só superadapelo recorde de 1976 (3,2 milhões detoneladas). Com um aumento de 42% naárea e de 57% na produção este ano, aperspectiva é de uma boa safra, grandeslucros e menores importações em 1986:3,5 milhões de toneladas em relação a 4,5milhões este ano. Esse resultado é atri-buído aos bons preços fixados pelo Go-verno em 1985 e, em parte, ao desestímu-lo ao cultivo da soja.

Enquanto no Paraná há euforia eperspectiva de elevados ganhos com acolheita de trigo neste inverno, os produ-tores gaúchos e catarinenses estãoapreensivos com o excesso de chuvas ocalor prejudicial à lavoura. Pelos cálculos-do Departamento de Comercialização deTrigo (Ctrin) do Banco do Brasil, O'triticultor paranaense terá um lucro de:Cr$ 1 trilhão 700 bilhões, com uma pro-dução de 2 milhões de toneladas, 80%'maior do que em 1984.

No Rio Grande do Sul, onde o trigo é

colhido até novembro, o clima aindapode alterar as perspectivas otimistas deelevada produtividade. O tempo quente eúmido prejudica a cultura e favorece osurgimento de doenças e pragas. Masainda não há motivo para grande preocu-pação, de acordo com os técnicos.

A polêmica em relação ao trigo estána questão do subsídio, cuja retiradavolta a ser debatida no Congresso Nacio-nal. O subsídio sobre a diferença entre opreço de compra do cereal (nacional eimportado) pelo Governo, que é reajus-tado mensalmente de acordo com a varia-ção cambial, e o preço de venda aosmoinhos, que é fixo. Com isso, o consu-midor paga menos pelos derivados (mas-sas, biscoitos, pão).

Leila de Freitas Almeida, do Centrode Estudos Agrícolas da Fundação Getú-lio Vargas, diz que os moinhos são favo-ráveis à comercialização estatal, pois têmo produto garantido, mercado cativo, 30dias para pagar sem juros nem correçãomonetária e proteção contra a entrada deconcorrentes.

As cooperativas, segundo ela, consi-deram que o gasto com subsídio é umincentivo ao produtor estrangeiro e que-rem romper o monopólio do mercadoprocessador de derivados. Na opinião deLeila Almeida, as discussões se confun-dem em duas questões: uma é o subsídioao consumo e a outra é a comercializaçãoestatal. A retirada do subsídio pode ocor-rer sem que o Governo deixe de regular omercado. Já a comercialização estatalfavorece um ramo industrial: os moinhos.A questão é saber quem sairá beneficiadocom o possível fim do subsídio.

No caso do trigo, o Brasil que éimportador deverá se beneficiar de umaqueda de 6,7% nos preços internacionaisno período 1985/86. A previsão, feitapela empresa suíça Cisi-Wharton, baseia-se no contínuo fortalecimento do dólar eno crescimento dos estoques em poderdos principais países produtores. O pro-duto importado situa-se atualmente entre110 e 120 dólares por tonelada, enquantoo nacional está avaliado em 248 dólares.

Excedente de 400 mil toneladas

desestimula plantio

de algodão

Soja perdeu posição de vedete

Com os preços internacionais nosníveis mais baixos dos últimos 10 anosa soja deixou de ser a vedete daagricultura brasileira. Mas ainda exer-ce um forte poder sobre produtores ecomerciantes e vale como dinheiro nointerior do país. O Governo, que foiforçado a comprar este ano estoquesde 2 milhões de toneladas adiar por 60dias os vencimentos das prestações definanciamento de custeio, pretendeuma redução de plantio da safra queagora se inicia.

O preço básico, fixado em Cr$ 50mil 040 (aumento de 195,2%), aumen-tou 195,2% em relação à safra anterioro que está longe de representar umdesestímulo e situa-se ligeiramenteabaixo da saca vendida no interior doRio Grande do Sul (Cr$ 61 a 63 mil). OMinistério da Agricultura prevê umaredução de 5% na área de plantio, quedeve ser ocupada por milho. Na atualsafra, a produção chegou a 18 milhõesde toneladas, 17% a mais do que em1984, enquanto a área cresceu 8%.

Parte desse aumento da produçãofoi absorwido pelas exportações, esti-madas em 3,6 milhões de toneladaseste ano. Em função dessa exportação,considerada excessiva por diversos téc-nicos, algumas indústrias começaram aimportar grão em regime de drawback, para atender o abastecimentointerno. E o Governo já autorizou aimportação de 200 mil toneladas deóleo, que faltarão no mercado até ofinal do ano se for mantido o atualritmo de exportação.

Entre 1" de fevereiro e 18 deagosto foram exportadas 730 mil tone-ladas de óleo em relação a 520 mil nomesmo período de 1984. Se confirma-da a previsão de 1 milhão 100 miltoneladas até dezembro, a importaçãoserá inevitável, afirma Leila Almeidado Centro de Estudos Agrícolas daFundação Getúlio Vargas. Mas indus-triais e corretores do setor de óleo desoja propõem volume de importaçãointerior ao cogitado pelo Governo Fe-deral.

A Associação Brasileira das Indús-trias de Óleos Vegetais (Abiove) afir-ma que são suficientes 137 mil tonela-das para cobrir o déficit de oferta.Outras fontes, no entanto, acham queesse volume será bem menor devido àqueda no consumo. Para o Departa-mento de Produtos Agropecuários daCacex a importação não preocupa. "Éum risco calculado," afirma seu diretorMaurício Assis: "O país exporta mais,eleva a receita e depois importa apreços mais baixos."

O grão em Chicago caiu 4% entrejunho e julho deste ano e 16,9% emrelação a julho de 1984. Comparadosaos áureos tempos de 1973, quando asoja era a rainha das commodities (che-gou a quase 13 dólares por bushel) ospreços atuais, em torno de 5 dólares,são irrisórios. Segundo os analistas,chegaram ao fundo do poço, similar aoocorrido em 1976 quando o produtoquebrou o suporte psicológico de 5dólares e situou-se em 4,50 dólares porbushel.

Para Manaus, a única saída foi

a boa administração da dívidaAdministrar bem a dívida,

esta foi a única sáída para aadministração AmazoninoMendes diante da situaçãoem que se encontram todosos municípios brasileirosprejudicados pela excessivaconcentração dos' recursostributários em mãos daUnião, a tal ponto que decada Cr$ 100 arrecadadosnos municípios apenas 6 re-tornam, ficando Cr$ 32 paraos Estados e o restante paraa União.

Saída que permitiu fossemexecutados arrojados proje-tos sobretudo no campo edu-cacional onde os Projetos"Meu Filho", dirigido aos me-nores carentes, e "Espiral",criando salas de aula nascasas dos professores, tor-naram-se conhecidos nacio-nalmente, despertando ain-da o interesse de outros pai-ses como ó o caso do Ca-nadá.

O Projeto "Meu Filho"consiste em revolucionáriométodo de integração demenores carentes ao pro-cesso produtivo afastando-os da influência de pessoasque tendem a conduzi-los àmarginalidade. Nele cercade 600 crianças são atendi-das, todas comprovadamen-te carentes, freqüentando asbarracas instaladas nas pra-ças e nos centros comunitá-rios, onde cada aluno alémdo ensino regular recebe no-ções de tratamento de jar-dins e de plantação de horta,desenvolvendo estas ativida-des em troca de 1/3 do salá-rio mínimo.

O "Espiral", igualmenterevolucionário, é apresenta-do como solução para o ex-cedente educacional em ci-dades pobres como Manaus,na qual aproximadamente50% de suas residências sãoisentas de Imposto Predial,86% da sua população temrenda de 0 a 3 salários mini-mos, e milhares de famíliasmoram em zonas faveladas,às margens dos igarapés efundos de vale.

A Prefeitura cria na resi-dência do próprio professor,desde que o espaço físicopermita, salas de aula comcapacidade para 35 alunos,fornecendo as carteiras es-colares, quadro de giz, filtropara água potável, materialdidático, merenda escolar eo contrato do professor resi-dente em tempo integral pa-ra o atendimento em doisturnos.

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Amazonino MendesPrefeito de Manaus

O Projeto "Espiral" inicial-mente previsto para umatendimento de 7 mil alunos,com a criação de 100 salasde aula, a um custo de Cr$400 milhões/ano, terminoupor atender 12.000 alunos aum custo aproximado de Cr$900 milhões. Pelo métodoconvencional o governo pre-cisaria investir, consideradosestes 12 mil alunos, Cr$ 3bilhões de cruzeiros somen-te na construção do salas deaula, recursos esses que se-riam agravados pelos equi-pamentos, manutenção econtratação de pessoal.

Importantes resultadostambém estão sendo conse-guidos pelo Projeto Desportoque reúne a comunidade,principalmente os jovens,nas quadras de esporte, re-cebendo orientações especí-ficas de técnicos em cadamodalidade de esporte e es-tlmulando maior congraça-mento a nível de comuni-dade.

Isso tudo sem considerarainda um verdadeiro desafio:a urbanização de cerca de30 bairros, atingindo justa-mente as áreas mais difíceis,as zonas alagadiças ou deareai evitadas pelas adminis-trações anteriores. Até o finaldo ano devem ser conclui-das 700 ruas, incluindo servi-ços de terraplanagem, asfal-tamento, construção demeio-fio e sarjetas.

Na administração Amazo-nino Mendes a Praia de Pon-ta Negra torna-se a principalárea de lazer, beneficiadacom um muro em gabião,plataformas de acesso àpraia, e um sofisticado com-plexo de bares, um conjuntode rara beleza às margensdo rio Negro que terá até o

final do ano executada a se-gunda etapa, nela incluídaaté uma cochoeira artificialalém de anfiteatro.

Some-se a isto ainda oPronto Socorro Municipal,em construção, para atendera uma necessidade real emtermos de assistência médi-ca, e a modernização da Usi-na de Lixo que além de me-lhorar a limpeza da cidadevai processar adubos a se-rem fornecidos aos agriculto-res, num trabalho de largoalcance no cinturão de abas-tecimento à capital.GRANDE PROBLEMA

Ao se iniciar a administra-ção Amazonino Mendes ha-via um quadro de completadesorganização administrati-va. O orçamento do municí-pio era feito mecanicamente,ao contrário do de hoje, feitoeletronicamente com as vin-culações de fontes que a leiexige.

Diante do estado de endi-vidamento de todos os muni-cípios, com uma arrecada-ção própria historicamenteincipiente, não havia outrocaminho segundo o secretá-rio de Economia e Finanças,Osíris Silva, senão o desen-volvimento urgente de umaestrutura fazendária, quepermitiu uma arrecadaçãoprópria senão a nível de umarealidade, mas ao menos anivel dentro de um contextomais real.

Manaus partiu para umalinha de reestruturação daorganização fazendária domunicípio como uma metaprioritária.— Fizemos o novo cadas-tro imobiliário, o novo cadas-tro econômico, sobre o qualnos calculamos a taxa licen-ça de localização e o alvaráde funcionamento, e os de-mais municípios com relaçãoao Imposto sobre Serviços,que é isento em Manaus.

A isenção do ISS, efeitoda legislação que definiu osincentivos a Zona Franca deManaus, agrava a situaçãodo município que se vê as-sim sem o tributo mais im-portante dos municipios-capitais brasileiras. A arreca-dação do ISS daria a Ma-naus uma arrecadação entre3 a 4 bilhões de cruzei-ro/mês.

O enorme grau de depen-dência do município de Ma-

.fRaus às transferências, tantofederais como estaduais, eas operações de crédito, é

facilmente entendido destamaneira já que a arrecada-ção própria situa-se ao nívelde apenas 10% da arreca-dação.

O esforço desenvolvidopara aumentar a arrecada-ção própria do município foiconsiderável na gestão Ama-zonino Mendes tanto que oIPTU do ano passado pro-porcionou uma arrecadaçãode Cr$ 2 bilhões e este anojá foram lançados Cr$ 18bilhões como resultado donovo cadastro imobiliário,um trabalho muito importan-te porque até então a cidadetinha um universo de apenas90 mil imóveis cadastrados,passando a cadastrar 160mil imóveis, aplicando-se aisenção de IPTU para 74 milresidências econômicas, as-sim consideradas as cons-truções em madeira, com-provadamente de pessoascarentes.

Antes de Amazonino Men-des assumir a situação eraainda mais grave: a arreca-dação do IPTU em 83 eraapenas de Cr$ 680 milhõesenquanto o Alvará recolhiaCr$ 220 milhões, "uma situa-ção totalmente irreal em ter-mos de arrecadação própria,que praticamente não exis-tia". No caso do Alvará aarrecadação de 84 ficou jáem Cr$ 1 bilhão 364 milhões,havendo para este ano aexpectativa de que serão ul-trapassados os Cr$ 4,5 bi-Ihões.

Há um completo controlequanto a situação orçamen-tária do município, a partecontábil e financeira, o endi-vidamento público, mesmoconsiderada uma dívida daordem de Cr$ 91 bilhões, aíincluídos restos a pagar, df-vida externa, dívida interna,fornecedores, Previdência,etc.

Administrar bem a dívida éa recomendação do prefeitoAmazonino Mendes, cons-ciente de que a solução parao endividamento dos municl-pios brasileiros passa pelareforma tributária mas nãose limitará a isso porque tor-nam-se indispensáveis in-vestimentos dirigidos ao inte-rior com a finalidade de fixaro homem à terra, evitando-se desta maneira o incha-mento das cidades que am-pliam as necessidades dapopulação tornando difícil amanutenção de um padrãodigno de vida, meta das ad-ministrações municipais.

NHMfifÇS EIHWTodos os dias no Primeiro Caderno.

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A CCN e um dos mais tradicionais grupos da industria IIYA brasileira, com grande experiencia nas areas de Construgao if!

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Companhia Comércio e Navegação - CCN

A CCN é um dos mais tradicionais grupos da indústriabrasileira, com grande experiência nas áreas de ConstruçãoNaval, Reparação Naval, Navipeças, Navishore, Nucleare Petroquímica.O Grupo CCN é composto por mais de dez empresas, atuandonos diversos ramos de atividades.

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Jornal do Brasil sexta-feira, 13/9/85 ? Documento JB-Economia 13

Em política

econômica a ordem dos fatores altera o produto» Z ~Z V Q1 r\ rn C flltlirr\c Hnc infirmc nornc om ourCarlos Geraldo Langoni

Por que falham osprogramas econômicos?

As dificuldades encontradas por inúme-ros países da América Latina em desenhar eimplementar um programa realista de ajus-tamento econômico tem levado a um saudá-vel debate em torno de diferentes estraté-gias.

É curioso observar que, pelo menos nocaso brasileiro, a essência das divergênciasem torno das causas dessas falhas deve serprocurada menos no plano ideológico emuito mais no timing e forma de implemen-tação das diferentes políticas. É simples-mente ridículo falar em "monetarismo"quando a base monetária cresce a umavelocidade média mensal duas vezes supe-rior à dos preços, como foi observadorecentemente nos meses junho/julho e cercade 230% nos últimos 12 meses. Também éabsurdo buscar no arsenal keynesiano argu-mentos para sustentar o nível atual dedispêndio público, quando o déficit públicoacumulado nos últimos oito meses atingiuCr$ 50 trilhões e a perspectiva é romper abarreira dos Cr$ 100 trilhões até o final doano. As teses mais recentes de "inflaçãoinercial" procuram contornar o problemapela forma mais cômoda, isto é, ignorandosuas causas: "A inflação de hoje é simplesreprodução — pela automaticidade das cor-reções monetárias — da inflação passada".Fica difícil, entretanto, explicar como asimples inércia conseguiu em pouco tempoelevar a inflação brasileira a sucessivospatamares: de 40% ao ano em 1978, para100% em 1980 e, finalmente, para a faixaatual dos 200% a partir de 1983.

O primeiro passo para dar algum senti-do prático às frustrantes lições dos últimostrês anos é despir a roupagem maniqueístaque insiste em catalogar a política econômi-ca em compartimentos estanques: moneta-rismo versus estruturalismo; ortodoxia ver-sus heterodoxia.

A experiência tem demonstrado sobeja-mente que descontrole monetário, desequi-líbrio fiscal, prodigalidade salarial e artifi-cialismo cambial resultam fatalmente emexplosão inflacionária interna e crise debalanço de pagamentos. O reconhecimentoobjetivo das distorções causadas por essasdiferentes dimensões de desequilíbrio vaimuito além de sapiência teórica dos acadê-micos. Ela aparece nua e crua nas batalhasdiárias de implementação das políticas eco-nômicas.

As lições da práticaNo caso brasileiro, a marca registrada

dos últimos anos tem sido exatamente adificuldade encontrada para pôr em práticade forma abrangente, e na seqüência corre-ta, as diferentes medidas destinadas a corri-

¦gir as distorções mencionadas anteriormen-te e que constituem diagnóstico razoavel-mente aceito por ampla gama da sociedade.

Assim, em 1979 e 1982, duas maxi-des-valorizações procuraram corrigir a subesti-mação do cruzeiro frente ao dólar. A medi-da — estritamente correta do ponto de vistado setor externo — não foi, entretanto,acompanhada da necessária restrição inter-na, facilitando o recrudescimento do pro-cesso inflacionário. A desindexação parciale restrita do câmbio e dos ativos financei-ros, em 1980, não teve impacto significativoem termos de redução da inflação, já quefoi inteiramente compensada pela nova fór-mula de reajustes salariais e expansão dedespesas públicas.

Outro exemplo interessante foi a tenta-tiva de eliminar os subsídios diretos excessi-vos através de corajosas medidas de reali-nhamento de preços dos combustíveis. Co-mo esses preços foram reajustados numcontexto expansionista, do ponto de vistafiscal, resultaram não apenas em inflaçãocorretiva — por sua própria natureza transi-tória — mas em importante elementos deexacerbação das expectativas inflacionárias,com influência negativa, portanto, muitomais duradoura.

Há também o exemplo exatamenteoposto do rígido congelamento de tarifas epreços de serviços públicos, adotado nosprimeiros quatro meses do atual governo. Oseu impacto favorável sobre expectativas foidiluído pela assimetria de comportamentoda política salarial, cuja estratégia de re-composição de valores reais — ainda quecompreensível face à intensidade das de-mandas sociais — aiimenta a inflação futu-ra. A combinação desses controles com umafórmula rígida de indexação (média móveldos últimos três meses) introduziu enormesdisparidades (positivas e negativas) entre ainflação efetiva de cada mês e o índice decorreção, tornando inevitável a sua rápidasubstituição.

O que tem faltado, portanto, é umaação simultânea nos diferentes focos dedesequilíbrio. Isto implica adotar simétrica-mente os reajustes necessários dos macro-preços críticos: juros, câmbio e salário.Somente esta ação coordenadda, aplicadade forma coerente, é que poderá provocarum choque de expectativas, condição sinequa non para a reversão inflacionária.

Há realmente algo denovo no tango argentino?

Um exemplo concreto de ação orques-trada em diferentes áreas aconteceu recen-temente na Argentina. Lá, praticamente dodia para a noite, procurou-se quebrar oprocesso já avançado de hiperinflação (comtaxas anualizadas na faixa de 1000%), atra-vés de uma série de medidas: reajustecambial, corte drástico do déficit público,seguido do congelamento simultâneo dospreços, salários e da própria taxa de câmbioapós a desvalorização, e reforma monetáriacom a introdução de um novo padrão mone-tário, o austral. A taxa de juros foi tambémcontrolada num nível, porém, bastante ele-vado, cerca de 3,5% ao mês ou 60% ao anoem termos reais. Foi ainda introduzido umengenhoso esquema de refinanciamentocompulsório da dívida interna onde. f>inda-mentalmente, se aplicam as novas taxasesperadas de inflação para a conversão dos

valores futuros dos antigos pesos em aus-trais.

Se quiséssemos analisar o programaargentino sob o estreito ângulo dos rótulosde escolas econômicas, encontraríamosenormes dificuldades. Há fortes ingredien-tes clássicos, como a drástica contençãomonetária assegurada pela proibição, porlei, de o Banco Central financiar o déficit dosetor público. Isto significa, na prática, quenão há alternativa para o setor público anão ser o corte de despesas.

A fixação de uma taxa de juros extre-mamente elevada em termos reais, tambémpode ser considerada como elemento "orto-doxo" na medida em que pretende assegu-rar remuneração atrativa para a poupançainterna, desestimulando a fuga de capitaispara o exterior. A desvalorização cambial étambém outro elemento comum em progra-mas de estabilização. Agregaram-se a essesubconjunto "conservador" certos elemen-tos heterodoxos, como o congelamento depreços e salários. Note-se, porém, que essesó foi adotado, uma vez assegurado o con-trole sobre o déficit público. A reformamonetária pretendeu maximizar o impactopsicológico favorável do conjunto de medi-das, além de facilitar, como já foi mencio-nado, a renegociação compulsória da dívidainterna.

A análise anterior confirma a inutilida-de de tentar identificar o programa argenti-no como sendo fruto desta ou daquelaescola de pensamento econômico. Na reali-dade, nem se pode afirmar que ele sejainovador: a maioria dos seus elementosestavam presentes no combate a hiperinfla-ção alemã, húngara e austríaca, após aI Guerra Mundial. De uma certa forma eleé bastante semelhante ao programa de esta-bilização brasileiro do período 1964/66. Na-quela ocasião houve também ação abran-gente em diversas frentes: corte drástico dodéficit público, prefixação salarial, taxas dejuros positivas em termos reais e até areforma do padrão monetário com a criaçãodo cruzeiro novo.

O aspecto relevante a destacar no planode estabilização argentino é a coerência dasmedidas e, em especial, a seqüência lógicade sua implementação: o congelamento depreços e salários só foi anunciado após odrástico (e quase instantâneo) corte nodéficit público. A fixação da taxa de câmbiosó foi implementada depois do reajustecorretivo. Não houve, por outro lado, qual-quer concessão ou experimento no que dizrespeito às taxas de juros: elas permanece-ram elevadas em termos reais, como senti-nelas avançadas a inibir quem duvide daseriedade do programa econômico. Serãoreduzidas gradualmente somente após aconfirmação de que a inflação efetivamentecaiu para novo e substancialmente inferiorpatamar.

Alguma limitação deveria, entretanto,ser aplicada aos juros da dívida externa.Isto significaria pôr em prática teses jáamplamente discutidas de refinanciamentoparcial dos juros. A inclusão dos jurosexternos no conjunto de reformas econômi-cas, além de coerente do ponto de vistamacroeconômico — facilitando, inclusive, aqueda dos juros internos — tornaria aindamais ampla a base de sustçntação políticado programa de estabilização. É difícil justi-ficar controle dos juros domésticos enquan-to o pagamento da dívida externa continuasendo feito com base nas taxas de mercado.Quebrar a rigidez das negociações externasnessa área poderia ser possível exatamentepela credibilidade gerada por um programade ajustamento interno desta natureza.

Uma nova economia parauma Nova República

Que conclusões podem ser tomadas pa-ra o caso brasileiro? É comum a visão cínicade que medidas heróicas como essas só sãoadotadas no vértice da crise. Ou seja, é maisfácil obter concenso para combater a hipe-rinflaçáo de que uma inflação apenas alta.Nossa interpretação é exatamente oposta: afalha argentina foi justamente adiar durantepelo menos um ano a decisão de atacarcoerentemente a inflação, elevando desne-cessariamente os custos sociais de todo oprocesso.

O Brasil vem caminhando já há algunsanos ao longo de perigoso equilíbrio instá-vel, numa tentativa de conciliar um cresci-mento econômico apenas modesto pelosnossos padrões históricos (4-5% ao ano)com a continuidade de altas, porém contro-láveis, taxas de inflação (em torno de 10%ao mês). Os riscos, entretando, são visíveis:qualquer choque exógeno, desequilíbrioadicional das contas do setor público oumesmo a exaustão causada por longa convi-vência com taxas de juros extremamenteelevadas, pode empurrar-nos para novos enunca sonhados patamares inflacionárias. Ataxa recorde de 14% no mês de agosto soacomo um grito de alerta para a vulnerabili-dade dessa estratégia.

Racionalidade econômica eviabilidade política:

eterno conflitoEvitar essa possibilidade traz embutido

valioso prêmio social. E quanto a sua viabi-lidade política? O descompasso na imple-mentação de medidas econômicas que sófazem nexo quando apresentadas em seuconjunto, é a contrapartida da descontinui-dade institucional. A eliminação do déficitpúblico exige negociação interna com aburocracia estatal e seus ministros. A mode-ração salarial envolve o triângulo, nemsempre amoroso, dos sindicatos, governos eempresas. Congelamento de preços e jurosexcita a tecnocracia e irrita os empresários ebanqueiros. Isoladamente cada uma dessasmedidas se auto-inviabiliza pela própriaassimetria de interesses dos diversos gruposda sociedade. Somente a sua implementa-ção conjunta poderá permitir a geração deuma área de convergência de interesses quese transformará automaticamente em basede sustentação política na fase de imple-mentação do programa.

Os trabalhadores aceitam o congela-mento temporário dos salários quandoacompanhados por amplos controles de pre-ços. Já os empresários toleram os controlesde preços na medida em que câmbio, salá-rios e juros sigam um padrão coerente comessa medida. Os banqueiros suportam inter-venção no nível dos juros, desde que sejaimposta por lei a disciplina orçamentária aosetor público, aliviando suas pressões nadisputa por recursos financeiros. Por outrolado, haveria amplo apoio de todos ossegmentos da sociedade para a limitaçãotambém dos juros da dívida externa. Mes-mo os cortes de despesas públicas seriammais fáceis de serem absorvidos quandoinseridos num contexto mais amplo de re-formas econômicas e na medida em que sevisualize, de imediato, a queda no ritmoinflacionário. Por outro lado, os resultadosfavoráveis que começariam a ser acumu-lados mais rapidamente, ampliariam endo-genamente a base de sustentação política deum programa desta natureza.

Em política econômica a ordem dosfatores altera o produto. O que se procura,em última instância, é a solução de um,conjunto de equações simultâneas o que'

não pode ser obtido pelo tratamento inde-pendente de cada uma das suas coinponen-tes. Além da visão sistêmica, há que intro-duzir explicitamente o conceito de ordemtemporal na implementação das medidas:congelamento de preços após o controle dodéficit público é um animal totalmentediferente de congelamento antes do cortefiscal. Vários outros exempios podem serfacilmente extraídos da análise anterior.

O combate à inflação exige um choquefavorável nas expectativas e este só pode serobtido com a implementação de um conjun-to coerente e harmônico de medidas que,simultaneamente, eliminem os focos de ali-mentação do processo e interrompam qual-quer mecanismo de realimentação. É pro-vável também que essa ação abrangentefacilite a convergência dos diferentes gruposde interesses, criando uma nova base desustentação política impossível de ser obtidaatravés da sucessão de medidas episódicas elocalizadas. O grande desafio é sensibilizaras lideração governamentais e políticas paraque um processo dessa natureza possa serdeflagrado no momento exato, isto é, antes

•que sejam liberadas as tresloucadas forçasda hiperinflação.

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14 < Documento JB-Econctmia ^ sexta-feira, 13/9/85

Ataque de Reagan acirra polêmica

sobre informática

Cristina Chacel

-ll-Wi.

No último sábado, dia 7 de se-tembro, o Presidente dos EstadosUnidos, Ronaldo Reagan, utilizouseu programa semanal de rádio paraatacar a política de informática brasi-leira, ameaçando condicionar nossasexportações às mudanças na Lei Na-cional de Informática. E deu prazo:até Io de dezembro, o PresidenteReagan quer o fim da reserva demercado. A resposta brasileira veiorápida. A semana foi cheia de pro-testos invocando a soberania nacio-nal e o Governo, do Executivo aoItamarati, passando pelo Ministérioda Ciência e Tecnologia, garantiuque a Lei não muda.

A verdade, porém, é que aspressões norte-americanas — que» não vêm de hoje — neste momentoexplodem como uma bomba, queinevitavelmente fará emergir as dife-renças e conflitos internos. As decla-rações ameaçadoras do Presidentedos Estados Unidos propiciam umarediscussão do modelo de reserva demercado para a indústria nacionalque, por ter sido aprovado em Lei,'' pela quase unanimidade do Congres-so Nacional, vinha sendo incômodade levantar. Parece claro que o mo-mento político será aproveitado tan-

, to pelos setores que condenam a Leide Informática — agindo — quantopelos que a aprovaram e defendem— reagindo.

No mês que vem, a Lei n" 7.232, queestabeleceu por oito anos a reserva de mercadopara a indústria nacional, na fabricação demicros, mínis e computadores médios, estarácompletando seu primeiro ano de vigência.Para algumas entidades e autoridades do setorde informática, este prazo vai marcar também ofim das disputas políticas, evidenciadas naprimeira reunião do Conin—Conselho Nacio-nal de Informática e Automação. O PresidenteJosé Samey já terá entregue, então, o Planin —Plano Nacional de Informática para a aprova-ção no Congresso Nacional.

O Secretário Especial de Informática, pro-fessor José Rubens Dória Porto, acredita que odocumento que o Congresso Nacional vai rece-ber do Presidente da República — que traça asdiretrizes para a área de informática nos próxi-mos três anos — terá o respaldo da Nação, namedida em que terá sido anteriormente aprova-do pelo Conin, fórum máximo de assessora-mento do Poder Executivo para os assuntos deinformática, que reúne todos os ministros erepresentantes das entidades do setor.

Duas correntesDuas correntes divergentes brilham inten-

samente, porém, no palco do Conin e já sãoinimigas políticas de longa data: a liderada peloMinistério das Comunicações e a da SEI—Secretaria Especial de Informática, que vem

sendo sustentada com vigor pelo Ministério daCiência e Tecnologia (MCT). O consenso paraaprovação do Planin também não está presentenas posições das entidades, como a Abicomp—Associação Brasileira das Indústrias deComputadores e Periféricos, a Assespro—Associação das Empresas de Serviços de Infor-mática e a Sucesu—Sociedade dos Usuários deComputadores e Equipamento Subsidiários.

O Ministério das Comunicações, por exem-pio, acha que é preciso trabalhar para o fortale-cimento do Conin, cuja criação não constavado projeto de lei original, mas "foi corrigidapelo Congresso, pois é o fórum apropriadopara orientação do setor, de acordo com fontecategorizada da Pasta. E entende que, equivo-cadamente, a Lei n° 7.232, ao definir a área deinformática, ultrapassa seus limites e engloba osetor de eletrônica, incluindo aí as telecomuni-cações, de cuja orientação o Ministério dasComunicações não abre mão.

A mesma fonte categorizada assegura, con-tudo, que o Ministério não tem interesse emtransformar essa definição que já está aprovadana Lei de Informática e aponta uma saída: "OConin deve fixar as diretrizes gerais da área deinformática do Plano Nacional de Informática eatribuir, a cada setor, o estabelecimento dediretrizes setoriais, bem como sua execução".Assim, está salvo o poder de decisão do Minis-tério no que se refere às telecomunicações.

Entre as questões urgentes, o Ministériodas Comunicações destaca a importância damanifestação do Conin sobre os decretos ante-riores à Lei, "que divergem dela"; sua regula-mentação; e o estabelecimento do regimentointerno do Conin, órgão que considera superiore que deve ser avesso a posturas radicalizantes.Desmente, ainda, os rumores de que há inte-resse em extinguir a SEI — sua arquiinimiga —, pois admite que o órgão tem um papel adesempenhar na área de informática. Só nãoacha válido que a SEI se transforme em umsuperórgão, com capacidade e competênciapara definir as políticas de outros setores.

O Ministério das Comunicações não temainda uma visão clara de como as forças sedividirão em posições na próxima reunião doConin, mas adianta que os conflitos irão apare-cer, no momento em que seus participantes sedebruçarem sobre a regulamentação da Lei n°7.232. O Ministério considera que o Conindeve ter a necessária flexibilidade para superaros entraves tecnológicos para os quais condu-zem os decretos anteriores à Lei. Ampla, a LeiNacional de Informática tem de assegurar odesenvolvimento tecnológico, sem isolacio-nismo.

Denominador comumHá, pelo menos, um denominador comum

entre os pensamentos do Ministro AntônioCarlos Magalhães e do titular da SEI, DóriaPorto. Os dois concordam que os conflitosentre SEI e Ministério serão dirimidos ao níveldo Conin, o que não deixa de significar umavanço em direção a um futuro entendimento.O professor Dória Porto diz ainda que atémesmo a zona nebulosa instalada entre os doisórgãos — a que cerca a fabricação de centraisde comutação digital (CPA) — terá que serresolvida no e pelo Conin.

Todos os participantes do Conin estarãocomprometidos com o Plano Nacional de Infor-mática, pois tiveram voz e decidiram integradosna sua aprovação. A informática hoje estápresente em todos cs setores e por todo» íusada. É por isso que ela é importante, exigeum tratamento diferenciado e uma lei específi-ca — observa o titular da SEI.

A melhor avaliação sobre o futuro dainformática no Brasil sõ poderá ser feita quan-do o Planin tiver sido encaminhado ao Con-gresso, na opinião do titular da SEI. Ele admiteque, na verdade, a execução plena do PlanoNacional de Informática vai depender, sobretu-do, de uma vontade política, obviamente ba-seada na realidade brasileira. Diz ainda, nessesentido, que o Planin não está hiperdimensio-nado, e justifica: "Se a informática não fosse oque já é hoje e não tivesse um enorme poten-ciai de crescimento, qual a razão para tantointeresse do capital estrangeiro neste mer-cado?"

Quanto ao processo de elaboração do Pia-no, o secretário Dória Porto diz que a integra-ção da SEI — encarregada de dar a redação doPlano — com os membros do Conin é muitoboa, e vai além: "Todos reconhecem que a SEIestá ouvindo todos os interessados e incorpo-rando suas sugestões no Plano."

Nem todos. O representante da Assesprono Conselho, o empresário José Maria Sobri-nho, salienta que a integração a que se refere aSEI é uma integração a dois: "Um diálogo adois, onde não sabemos quais sugestões foramdadas por quem; meu palpite é que a versão aser apresentada dificilmente será aprovada nes-ta próxima reunião."

EstratégiaJosé Maria Sobrinho lembra que desde 15

de maio não se realiza uma reunião do Conin,"quando existem diversos asssuntos em pautapara discussão, como a regulamentação da Lei,o regimento interno e a análise do Plano". AAssespro entende, com isso, que a estratégiaque está sendo adotada é a de levar a minuta doPlano ao Conselho, próximo à extinção doprazo legal, a fim de diminuir seu poder deinterferência.

— É nítida a intenção de esvaziamento doConselho Nacional de Informática, apesar de oMinistro Archer (da Ciência e Tecnologia) e oprofessor Dória Porto já terem repetidas vezesafirmado que não. O que está em jogo é maisou menos poder para a SEI e o Ministério daCiência e Tecnologia — denuncia Sobrinho.

Para o representante da Assespro, as nego-ciaçóes políticas em torno da informática já nãopassam pela linha direta entre fabricantes eSEI. Ao contrário, hoje elas são feitas numprocesso democrático — o Conin — que, commuito mais rigor e fiscalização do que antes,deve cobrar a concessão dada aos fabricantescom a reserva de mercado, de acordo comSobrinho.

O cenário de diferenças e algumas diver-gências, segundo ele, deverá persistir nos pró-ximos três anos. E mais: "Com o estupendodesenvolvimento tecnológico mundial, cada dia .é maior a responsabilidade das empresas nacio-nais em se atualizar. Terá de ser concedidomuito apoio para eliminar a defasagem tecnoló-

Esta é a maior, melhor c mais segura caderneta de poupança do flaís.

gica e há que se ter muita criatividade para pôrfim ao abismo financeiro em relação aos paísesdesenvolvidos."Esperamos que o Conin exerça suafenção tbrnrm*íí¥ra da política de informática enão se torne um palco de disputas interministe-riais de sentido menor — avisa o presidente daAbicomp, Antônio Luiz Pimentel de Mesquita.

O temor da Abicomp é de que o Conin setransforme cm um instrumento de fragmenta-ção da política de informática, que de acordocom a lei tem sua execução delegada à SEI.Antônio Mesquita observa que a SEI não podeacabar, pois é essencial para a garantia da açãoe coerência do Governo. Ao contrário daAssespro, a Abicomp aplaudiu o decreto assi-nado em junho pelo Presidente Sarney, confe-rindo ao Ministro Renato Archer o papel deassessor direto da Presidência para os assuntosde informática.

É preciso deixar claro que o Conin é umórgão de recurso e decisão supremo, compostopor 16 ministros e oito entidades, e não podefuncionar como um grupo de trabalho. Hásegmentos que levam a luta contra a SEI naVelha República à exacerbação e querem ver oConin substituindo a SEI — revela Mesquita.

Nos próximos três anos. a Abicomp vislum-bra a consolidação da indústria nacional, atra-vés de um esforço de capitalização, utilizandoos mecanismos previstos no artigo 21 da Lei n"7.232 (o artigo prevê a dedução de \c/o doimposto devido para os que diretamente aplica-rem em ações de empresas de informática). Opresidente da Abicomp estima que em 1986sejam investidos Cr$ 500 bilhões em empresasde capital aberto da área.

Brasília está retornando

ao seu plano

original• f\r\Brasília: 1 milhão e 600

mil habitantes; repartiçãoda Seplan administradapor um delegado do Go-verno Federal; 70 mil de-sempregados; mais de 100mil pessoas sem teto; 98%do que consome são impor-tados; não tem autonomiade ordem alguma; cidadesíntese de todos os proble-mas e angústias nacio-nais; a renda per capita desua população está quatrovezes acima da média na-cional; suas contradiçõessão gritantes entre a bur-guesia do Plano Piloto e osenormes bolsóes de pobre-za empilhados nas cidadessatélites.

Essa é a visão parcial deuma realidade econômico-social deixada como he-rança para o governadorJosé Aparecido. Em 20anos de autoritarismo, osreflexos do regime atingi-ram Brasília sob múltiplosaspectos, desde o plano ar-quitetónico-urbanístico,até a vida democrática pa-ra a qual foi concebida. Adistância entre o ideal deLúcio Costa e Oscar Nie-meyer, seus criadores, e oque efetivamente aconte-ceu á revelia da sociedade,estabeleceu um vazio ex-traordinário que só agora,sob o signo da Nova Repú-blica, começa a ser corrigi-do. Brasília está retornan-do ao seu plano original.DESAFIO

Tão logo assumiu o Go-verno do Distrito Federal,o governador José Apare-cido procurou levantar umdiagnóstico da realidadeque o cercava para obter adimensão do desafio a en-frentar. Viu barracos mise-ráveis na Ceilãndia habi-tados por 6, 8 e até maisfamílias, na mais completapromiscuidade; constatou,in loco, a chamada regiãodo Entorno de Brasíliasendo transformada numanova Baixada Fluminen-se; ficou sabendo que osbrasilienses pagam otransporte coletivo maiscaro do País (26% do salá-rio mínimo). Enfim, partiudessa realidade constata-da para traçar a ação deGoverno, definindo comoprioridade absoluta dela oinvestimento social.

O primeiro passo con-creto para solução efetivados diversos problemas deBrasília foi a elaboraçãodo I Plano Trienal de Go-verno, contemplando es-tratégias capazes de fazera capital do País retomaro seu destino histórico.Mas algumas distorçõesdeixadas como herançareclamavam providênciasemergenciais. Particular-mente, aquelas ligadas aotransporte coletivo, ã ha-bitação popular e ã gera-ção de empregos.

No sentido conjuntural,o governador José Apare-cido estabeleceu comocompromisso maior do seuGoverno, a democracia e aliberdade. Daí porque eleabandonou a prática dovelho regime, de tomar de-cisões em gabinetes fecha-dos, onde só tinham assen-to os tecnocratas do Podere as elites dominantes.Aparecido criou grupos detrabalho para cada pro-blema a ser enfrentado,concedendo à coletividadedireito a voz e voto nasdecisões de Governo, atra-vés dos seus legítimos re-presentantes.

Os primeiros resultadosdessa política começarama emergir de forma auspi-ciosa. Da discussão ampla

Governador José Aparecidoresultaram, por exemplo,a reforma administrativado GDF, a reforma tributá-ria democrática em im-plantação, uma nova poli-tica tarifária e muito espe-cialmente o enfrentamentodos problemas básicos dacoletividade, com soluçõessimples, econômicas, fun-cionais e essencialmentevoltadas para o social.PARTICIPAÇÃO

Ao justificar a elabora-ção do Plano Trienal, ogovernador José Apareci-do disse que a democraciaexige a participação dosgovernados na busca desoluções dos problemasque os afligem, através deum relacionamento funda-do na liberdade. "A Brasi-lia que recebemos é umasíntese dos profundos de-sequilíbrios regionais e so-ciais de todo o País. Nãoaceitamos que as ilusõesestimuladas pelo Plano Pi-loto criaram uma ilha dafantasia", disse ele, ao re-conhecer que a renda mé-dia anual per capita doPlano Piloto é sete vezessuperior à das satélités.

Para uma população es-timada em mais de 1.600mil habitantes, aproxima-damente 500 mil perten-cem a famílias com menosde dois salários mínimosde renda mensal. Confor-me o Dieese, o habitantedas satélites gasta comtransporte 26% do seu sa-lário, percentual que seeleva a 50% nos setores demais baixa renda. Os de-sempregados são mais de70 mil e a cada ano, seismil novos profissionaisdeixam de ser absorvidospelo mercado de trabalho.

Planejado para ter 600mil habitantes no ano doismil, o Distrito Federal hojecom mais de 1 milhão 600mil, tem um crescimentodesordenado que se agra-va pela impossibilidade derespostas da economia re-gional. Ampliam-se os de-sequilíbrios inter-regionais, na medida emque as cidades do Entornoviraram meras cidades-dormitórios, sem oportuni-dades industriais, agríco-Ias ou empresariais.

Para José Avarecido,trata-se de um aesaflo degrandes proporções, queele pretende enfrentá-locom o apoio da opiniãopública. Ações de curtoprazo estão sendo defla-gradas até o final desteano, enquanto as de médioe longo prazos são viabili-zadas no Plano Trienal.DO PLANOÀ ACÁO

No que diz respeito àsações emergenciais, a pri-

meira providência foi rea-tivar o setor da construçãocivil, através de uma sériede obras em andamento.Entre elas, a construçãodo calçadão e da cicloviado Lago Paranoá; urbani-zação maciça das cidadessatélites; liberação de di-versas projeções no Distri-to Federal para realizaçãode obras; construção deestações de tratamento deesgotos e de lixo; eletrifi-cação rural; construçãode uma fábrica de escolasque, sozinha, vai gerar milempregos; assentamentospopulacionais e a implan-tação de um programa deagrovilas para dinamizara atividade rural.

Consciente de que Brasi-lia não é uma ilha isoladado resto do País e da im-portância da chamada re-giáo geo-económica naconsolidação da Capital, ogovernador José Apareci-do celebrou convênio como Governo do Estado deGoiás para que as duasunidades executem pro-gramas comuns de desen-volvimento.

— Vamos buscar mode-los alternativos de planosdiretores de desenvolvi-mento, adequados para oDistrito Federal e sua re-giáo de influência. Essapolítica vai procurar aidentificação das poten-cialidades sócio-econômicas e da vocaçãodos diversos setores pro-dutivos na área rural —enfatizou José Aparecido.

Para ele, Brasília, comopólo de uma região geoe-conómica, deve trabalhararticuladamente comGoiás e Minas Gerais. Pre-cisam esses governos re-forçar as funções típicasda cidade-pólo que, comotal, tende a ser o centrofinanceiro e cultural da re-giáo. Em uma ação coor-denada, as demais cidadesda região, também hierar-quizadamente, deverãoser equipadas para a pres-tação dos serviços indis-pensáveis á capüal doPaís, atenuando a pressãosobre os equipamentos ur-banos de Brasília.

Para o governador JoséAparecido, todas essasquestões estão ligadas àautonomia política e eco-nômica do Distrito Fede-ral, cuja ausência nessesanos de ditadura foi a res-ponsável principal peloacúmulo de distorções. Re-conhecer a autonomia doDF é medida que ele consi-dera vital e nesse sentidovem desenvolvendo esfor-ços, de um lado, estimulan-do o debate na sociedadepara que o brasiliense e/e-tivamente prepare o terre-no para o exercício do vo-

to e, de outro, fazendo corocom as demais unidadesda Federação em prol dofederalismo, há muitosubstituído pelo centralis-mo da União.AUTONOMIA

Nessa luta pela aulono-mia, o GDF antecipou-seaté a algumas articula-ções nacionais, efetuandouma reforma tributáriavoltada para o principioda equidade na distribui-ção dos impostos por cias-se de renda. Dessa forma,foram estabelecidas nor-mas adequadas de diferen-ciação, capazes de benefl-ciar o segmento das micro,pequenas e médias empre-sas, que vivia em estado depenúria. As micro e peque-nas empresas respondempor 70% da oferta de em-pregos e exercem papelpreponderante no equilt-brio da economia, entre-tanto, í miam sufocadaspelo excesso de burocra-cia, as injustiças na cargatributária e a falta deoportunidades empresa-riais.

Consciente de que a so-lução conjuntural dos pro-blemas econômicos e so-ciais de Brasília passa ne-cessariamente pela mi-croempresa, o governadorJosé Aparecido recomen-dou prioridade absoluta aesse segmento aos seus as-sessores. Antes, atendendoa uma antiga reivindica-ção do empresariado lo-cal, criou a Secretaria deComércio Indústria e Tu-rismo, que vem exercendoum papel preponderantena obtenção das metasnesse setor.

Seguindo o critério de-mocrâtico da participaçãopopular, a recém-criadaSecretaria promoveu se-minários com a coletivida-de, debates e hoje está de-sencadeando ações con-cretas. Como conseqüén-cias imediatas do seu tra-balho, o GDF concedeuanistia fiscal ás microem-presas, concedendo-lhes aoportunidade de reinte-gração ao setor produtivoe tirando grande parte de-Ias da clandestinidade.Além disso, isentou de ICMaquelas com faturamentobruto anual da ordem de10 mil ORTNs e as presta-doras de serviço com fatu-ramento de Daté 5 milORTNs não pagarão oISS.CAI O DESEMPREGO

As primeiras conseqüén-cias do novo estilo implan-tado por José Aparecido,começaram a aparecer. Osúltimos levantamentos doServiço Nacional de Em-pregos — Sine, indicamque um número cada vezmenor de candidatos apa-rece procurando emprego.Na verdade, segundo o go-vemador, os problemasacumulados em 21 anos dedesmandos não podem sersolucionados a toque decaixa, como num passe demágica. As soluções de-mandam tempo e preci-sam ser desencadeadassem improvisações.

Na medida em que o se-tor rural estivrr efetiva-mente integrado J econo-mia; que a construção ci-vil, principal fonte absor-vedora de mão-de-obra,estiver plenamente recu-perada e que o DF, sextomaior arrecadador deICM do Pais, obtiver auto-nomia, todas essas ques-tôes serão superadas. Porisso, José Aparecido levafé no Plano Trienal.

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«Jornal do Brasil sexta-feira, 13/9/85 > Documento .XB-Economiii i* 15

Navios de guerra podein

ajudar

os estaleiros a sair da erise

Romiialdo Barros

A indústria da construção naval atra-vessa a maior crise esperando que, em1986, alguns estaleiros consigam aumen-tar a carteira de lançamentos ao mar e deentregas de navios aos armadores que osencomendaram.

Os estaleiros contam, para isso, comos 75 pedidos de financiamento encami-nhados até agora ao Conselho Diretor doFundo da Marinha Mercante por 29 em-presas de transporte marítimo, e as enco-mendas do Ministério da Marinha, quedeseja construir em estaleiros privados 10corvetas, das quais duas já estão emprocesso de licitação. Para financiar acompra de navios o Fundo da MarinhaMercante, que tem como agente oBNDES — Banco Nacional de Desenvol-vimento Econômico e Social, projeta umorçamento da ordem de Cr$ 15 trilhões,para 1986.

Sinal denormalização

Um levantamento feito no ConselhoDiretor do Fundo da Marinha Mercante,presidido pelo secretário-geral do Minis-tério dos Transportes, Marcelo Perrupa-to, revelou que há no Brasil cerca de 50locais onde se constroem embarcações depequeno, médio e grande portes. Dosestaleiros nacionais, os de maior porteestão localizados no Estado do Rio deJaneiro e, este ano, empregam umas 20mil pessoas e devem faturar cerca de Cr$1 trilhão, incluindo as exportações.

O presidente da Federação das In-dústrias do Estado do Rio de Janeiro e doestaleiro Caneco, Arthur João Donato,acha difícil um prognóstico definitivo dofuturo da construção naval, mas vê "si-nais de normalização" da atividade.

— As modificações ocorridas no se-tor de marinha mercante e construçãonaval, e que ainda não foram devidamen-te assimiladas, nem pelos órgãos públicosresponsáveis por esses setores e nemmesmo pelas empresas privadas que nelemilitam, não permitem prognóstico defi-nitivo quanto ao desempenho futuro.Todavia, já podemos notar alguns sinaisde normalização, como a assinatura decontratos de construção de navios com asempresas estatais e a aseleraçáo dos estu-dos que o BNDES veÊ fazendo, a partirdo momento em que ficou definida a suadiretoria no que diz respeito à área naval,relativos às encomendas de construção denavios por parte das empresas de navega-ção particulares. Mas o que poderá, real-mente, dar uma expectativa de maiorsegurança para a indústria da construçãonaval, em 1986, será o contrato comestaleiros particulares para fazer as cor-vetas da Marinha de Guerra, sendo queas duas primeiras são objeto de concor-rência — afirmou Arthur João Donato.

Por suas características destacam-seno plano de reaparelhamento da Marinhade Guerra, em execução, a construçãodas corvetas, submarinos e barcos-patrulha. Considerando-se que a ativida-de de construção naval é tipicamente

montadora, repassando mais de 60% dosrecursos que recebe, pode-se avaliar oefeito de tal programa sobre o setor denavipeças, situado, principalmente, nosEstados do Rio, São Paulo e MinasGerais.

Assusta o mundoNa abertura do Simpósio sobre

Transporte Aquaviário, recentementerealizado no Clube de Engenharia, pro-movido pela Sobena — Sociedade Brasi-leira de Engenharia Naval, o presidentedo Clube, Matheus Schnaider, levantou aseguinte questão: "A quem interessa des-truir o setor naval brasileiro?". Para ele,"a crise do setor naval no Brasil explodiucom os escândalos da Sunamam, masrepresenta algo mais complexo que jávem se desenvolvendo desde 1974". Naopinião do engenheiro Matheus Schnai-der, a acapacidade nacional na produçãode material bélico e naval "assusta omundo industrializado", que teme o novocompetidor. Por isso, ele acredita que"na Europa, Estados Unidos e Japão"algumas empresas "provavelmente ve-riam com bons olhos a indústria navalbrasileira destruída".

Da sede do Clube de Engenharia, naAvenida Rio Branco, no coração do Rio,avista-se a baía de Guanabara, onde 17navios estão paralisados, fora de tráfego,segundo a Capitania dos Portos. Mas naPonta do Caju, próximo ao local onde D.João VI fez construir a sua "casa debanhos" junto à praia, quando de suapassagem pelo Brasil, vai surgindo oDocefjord, o maior mínero-petroleiro domundo e o maior navio de qualquer tipojá feito no Hemisfério Sul, com suas 305mil toneladas de porte bruto. Quem tra-fega pela Ponte Rio-Niterói vê despontarmais alto do que os telhados do estaleiroIshikawakima, o casco desse gigante dosmares, que será lançado à Guanabaracom 85% de nacionalização e a contribui-ção de mais de mil fornecedores, enco-mendado pela empresa armadora Wilsea(uma associação da Semar, subsidiária daDocenave, com a norueguesa Wilh. Wi-lhelmsen).

O vice-presidente do Sinaval — Sin-dicato Nacional da Indústria da Constru-ção Naval, no exercício da presidência,engenheiro Nobuo Oguri, vice-

Navios em construção no BrasilLancaroenlos Entregas

ano Iph tT tpb1985 8 400-900 19 843 6001986 7 930.700 10 737'™

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Fonte: Sinaval

Custos da Construção Naval (%)National Importado Difercnpi

MSo-de-obra/administragao 22 8 13 2Material 56 3^4 1^6Impostos vinculados 9Custos dirctos 13 10 3To,al 100 55,2 44,8

Fonte: Sinaval

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Economia estrangulada

presidente da Ishikawajima, lembra que"estamos atravessando uma fase extre-mamente delicada da economia, em quea restrição de crédito afeta todo o país".

Sua preocupação tem por base levan-tamento realizado pelo Sinaval, demons-trando que os impostos embutidos nosinsumos da construção naval nacionalcontribuem para elevar seus preços44,8% acima do preço do navio estran-geiro importado. Tudo isso concorre paraque, com uma capacidade instalada deprocessamento da ordem de 2 milhões detoneladas de porte bruto por ano, aindústria naval tenha em carteira, para1986, por enquanto, somente 930 mil 700toneladas (sete navios) para lançamentoao mar e 737 mil 900 toneladas (10navios) para entrega aos armadores queos encomendaram.

E também o Ministro dos Transpor-tes, Afonso Camargo, tem demonstradopreocupação com o transporte marítimoe a construção naval. Em conferência naEscola Superior de Guerra ele criticou a"pequena participação da iniciativa pri-vada nos investimentos portuários", o"despreparo comercial de alguns setoresda indústria naval para atuação em âmbi-to internacional" e a "cartelização dotráfego" no transporte aquaviário.

— O setor de marinha mercante pas-sa por uma profunda transformação, vis-to que existe um claro posicionamento doGoverno valorizando a eficiência, a com-petitividade e os fatores de mercado. Aindústria naval deve entender que a mari-nha mercante brasileira, mais do quenunca, necessita e necessitará de naviosos mais eficientes e competitivos, emespecial para o tráfego de longas distân-cias, e que cabe ao armador discutir como estaleiro o tipo e o preço do navio quedeseja construir, sem a interveniência doGoverno — afirmou o Ministro dosTransportes.

Ao debate acerca do futuro dos esta-leiros deve-se acrescentar a opinião dodiretor financeiro do estaleiro Verolme,Luis Victor Magalhães: "O setor de cons-trução naval poderia produzir cerca de 1milhão 400 mil toneladas de porte brutopor ano, se os mecanismos de financia-mento fossem ágeis e permanentes".

Gustavo Affonso Capanema(Presidente do Grupo Segurador

Cruzeiro-Federal)

O advento da Nova Repú-blica criou várias expectati-vas e otimismos, que per-manecem alimentados peloalto índice de credibilidadedo atual Governo. Umadessas expectativas, talveza mais importante, é a dareinstitucionalização doPaís, com a convocação daConstituinte. É o caminhopara a modificação de umsistema fechado, com pou-ca ênfase para os proble-mas sociais, para a redefi-nição do papel do Estado epara o redimensionamentodas funções do Governo. AVelha República fez gerarum Estado que interfere emtudo, na vida dos indiví-duos e na economia emgeral, preenchendo não sóespaços vazios como com-petindo com os particularesem áreas onde não temcabimento a sua ingerên-cia, num desmesurado pro-cesso causador de pesa-dos dóficits e de estruturasde alto custo que retiramseu custeio da poupançanacional já quase totalmen-te exaurida.Mas a Nova República hen-dou, também, sérios pro-blemas e dentre eles ne-nhum é tão grave quanto osocial, formado pelo déficiteducacional, gravíssimo eintolerável, pelo déficit dealimentos, inconcebível emqualquer país seriamenteestruturado, e pelo déficitde saúde, fatal simples-mente à Nação.Se o mais grave problemada Nação ó o social, o eco-nômico-financeiro é o quetem recebido as maioresatenções pois, ó certo, oPais não poderá prosperare aumentar seu esforço pa-ra enfrentar aquele déficitsocial se não tiver a suaeconomia em ordem, e senão conseguir conter a ele-vada inflação e as altastaxas de juros.Que economia pode pros-perar quando os custos fi-nanceiros eqüivalem a 2%ao mês, ou mais, sobre odólar? Se o País reclama

com razão que sua dividaexterna já se tornou impa-gável pelo alto custo dosjuros internacionais de 10%a 12% ao ano sobre o dó-lar, como então poderão asempresas desse Pais pa-gar internamente taxasanuais que variam de 20%a 40% sobre dólar?As próprias Bolsas de Valo-res não conseguem manterseu papel institucional nes-te capitalismo selvagem,que só favorece o capital eos especuladores, e sãoenvolvidas na competiçãopor resultados de simplesespeculação financeira.A inflação herdada, por ou-tro lado, é elevadíssima eos índices que o Governoimagina atingir, com boareversão, ainda serão mui-to elevados. Esta é umarealidade dura até o fim de1985 e o dimensionamentodos investimentos tem quelevar em conta esse fatoque tem tornado mais van-tajosa a especulação finan-ceira que o investimentoreal.Já se tem dito que o Brasilé um grande cassino e vá-rias empresas apresentamresultados positivos pelaespeculação financeira enão pela atividade indus-trial. Os EUA somente serecuperaram da crise re-cessiva — ocorrida no Go-ver.no Carter — quando re-duziram sua inflação esuas taxas elevadíssimasde juros, adotando políticase comportamentos radi-cais. O Governo atual seposiciona no combate à in-fiação e às altas taxas dejuros, partindo para os pac-tos com os banqueiros ecom os supermercados emgeral. Mas, ó claro, isso éum primeiro passo e se elemesmo não participar dopacto, se ele mesmo nãocontiver seus custos e suasdimensões megalomâni-cas, se não reduzir a emis-são_de moeda que causainflação e a emissão dedivida, que força as taxas

de juros, os objetivos nãoserão atingidos, por maisque se aumentem os im-postos.A sugestão do MinistroGusmão, de desestatizarvários setores públicos, édas mais inteligentes econstrutivas. A abertura docapital de várias estataispoderia gerar lucros, reati-var o setor privado e permi-tir ao Governo concentrarseus esforços nas áreassociais, nas de transporte,comunicações e em outrasonde a iniciativa privada éfrágil. Mas isso exigirá doGoverno grande coragem edisposição, para desmon-tar esquemas e privilégiosquase intocáveis, ô dosempresários a conscienti-zação da necessidade deadotarem condutas commaior ênfase social.Há ainda a desafiar a NovaRepública a questão da dí-vida externa e dos acordoscom o FMI, verdadeiraOPEP dos Bancos. Ora, oFMI que exige sempre con-dições pesadas e inexeqüí-veis dos devedores, retra-ção da economia, reduçãodos salários reais, dos gas-tos públicos e de subsídios,não tem demonstrado sereficaz com seus programasdo ajustes, para não sefalar das perturbações ex-ternas e internas que põemabaixo qualquer resultadoalmejado.O Governo, conscientizadoque o País tem recursossuficientes para pagar osjuros da dívida, pelo menosaté o final desse ano, adotaposição firme em defesados interesses do Pais e desuas necessidades sociais.Mas isso não significa quese deva hostilizar o capitalestrangeiro, pois há grandedeficiência de capital nestePaís. Uma política bem diri-gida de controle do capitalestrangeiro, de estímulosfiscais ao seu ingresso, detransformação de dívidasem investimentos, poderiadar ótimos resultados.A verdade é que a política

nacionalista que vimosadotando ern suposta pro-teção de nossas econo-mias não trouxe ao Brasilnenhuma independência.O Brasil optou pela rejeiçãodo capital estrangeiro derisco e pela atração do ca-pitai estrangeiro de em-préstimo. Estimulou essaopção e a política fiscal queaí está tem esse sentido. Ocapital de risco é penaliza-dlssimo, a remessa de divi-dendos custa ao todo cercade 60% de impostos e ocapital de empréstimo, pa-radoxalmente, é beneficia-do pois gera deduções fis-cais. O resultado disso estáaí. Pouquíssimo investi-mento estrangeiro e altíssi-mo endividamento frenteaos outros países.O setor de seguros sofre asconseqüências de tudo is-so. A retração geral e oachatamento salarial ocor-ridos nos últimos anos afe-taram um dos seus ramosmais nobres; o de vida, quetem apresentado declínio,em termos globais não obs-tante sua importância so-ciai. Nos demais ramos omercado não conseguiu serecuperar das permanen-tes quedas ocorridas nosúltimos anos e seria teme-rário esperar-se uma ime-diata melhoria isolada dosetor de seguros, muito im-portante na economia doPaís.De qualquer forma, ascompanhias de seguro de-vem ser estimuladas aapresentar resultados ope-racionais positivos e nãoapenas resultados de ges-tão de fundos. Esses repre-sentam nas seguradorasreservas e não moeda es-peculativa. As seguradorassão obrigadas por lei aconstituir reservas sobre osriscos que assumem e es-sas reservas são direciona-das na aquisição de açõesde empresas as mais diver-sas, que têm, assim, estí-mulo para aumentar e abrirseu capital, a forma maisbarata e democrática decapitalização. As compa-nhias de seguro, sem dúvi-da, podem ajudar a reaque-cer a economia.

Fèrmasa,

Uma

indústria

deporte

mtn ¦jj

PSbruto,

comemora

... 10 anos de

qualidade

e solidez

Fermasa é uma empresa do Grupo Donato. Fundada em1975, assumiu logo no início a posição da maior emais moderna fábrica de máquinas operatrizes de deíor-mação e corte de laminados planos metálicos. Nesses10 anos a Fermasa ampliou e diversificou suas ativida-des. Inclusive participando ativamente do II Plano deConstrução Naval, fabricando equipamentos para o setor,utilizando a mais avançadatecnologia mundial. Masa Fermasa — uma em-presa muito nacional —não parou aí. Agoramesmo, dedica-se àfabricação de equipa-mentos para destila-rias de álcool e expio-ração e produção depetróleo, dando seuapoio à nossa vitorio-sa política energética.E, além disso, a Fermasa estápronta para dar sua colaboração para o transpor-te multimodal porta-a-porta, produzindo uma série deequipamentos para os navios "roll-on-roll-off",

jáconsagrados internacionalmente pela sua praticidade eagilização. Hoje, a Fermasa pode afirmar que já conquistouo mercado intèmo e externo, graças à alta qualidade de seusprodutose à solidez empresarial. Palavra de aniversariante.

1

&FERMASAMÁQUINAS E EQUIPAMENTOS S.A.

16 * Documento JB-Economia <3 sexta-feira, 13/9/85Jornal do Brasil

Pobreza absoluta atinge 40% cia população

brasileira

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Oupelo crediario Transbrasi!em ate lOmeses. I

Mesmo nas tapfas com desconta

WL gem em condigoes no^- Of) OA de^nto^'ar^quem Af) 0/* ^sto^na'^ril^BTG i\ / yf.sstl DAo/LA mais, sem a incidencia %Jgj /(J permanece no minirno LflJ /// aplica-se a grupos de i

^ \L/7a~S u • de nenhum descon,a 7 dias e no m^ximo * w 'U ou mais pessoas que SnCTZSSS Voce paga o mesmo que em outras m§s foradopontodeorigem.EaTarifa permanece forado pontodeorigem urn 1

«\ Ml /SSSSSZ co^Panhias,mas na Transbrasilrecebe BTI.AtravesdaTarifaEconomicaNotur- minimode3diaseumm^ximode2me- 0VJM&SssSi mu.to ma,s: mernoratendimento,me- na(TEN),osmesmos30%dedescon- ses. Para a formacao do grupo cada i

ma^y^L^^SSSSSm lh°[ serv'<;0 de bordo, mais atengao to para quern voa entre 22 horase6da duas criancas sao computadas como iii ii cortesiaduranteosvoos. Escolhaoseu manha, independente do tempo de umadultoepagamametadedopreco

SL laEBSBSSBSSg destino e boa viagem. permanencia tora do ponto de origem. datarifaBTG ||

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MANAUS 1.582.800 197.206 1.107.900 137.995 949.700 118.299

NATAL 1.169.300 145.723 81_8.500 101.969 701.600 87.384

PORTO ALEGRE 693.100 86.387 485.200 60.459 415.900 51 733RECIFE 1-030.700 128.396 721.500 89.878 618.400 77.038SALVADOR 700.000 87.260 490.000 61.082 420.000 52.356

SAO PAULO 242.000 30.167 169.900 21.067 145.600 18 076TERESINA 1.203.900 149.962 842.700 104.961 722.300 90 002V'TORIA 299.300 37.273 209.500 26.054 179.600 22.314

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TRANSCRED A VISTA

Imagine um país de 503 milhões de hectares.

Esta é a Amazônia da Sudam.

São 503 milhões de hectares, a extensão da Amazônia Legal.59% do território brasileiro, 4/10 da América do Sul. Todo o

continente europeu, à exceção da União Soviética. A trigésimaparte do globo terrestre.

Isso é a Amazônia. Imensa e potencialmente rica.1/3 das árvores da terra está aqui, formando a mais

exuberante floresta do mundo. São cerca de 200 espéciesdiferentes em cada hectare.

No fim deste século, provavelmente, a Amazônia já contarácom um rebanho de cem milhões de cabeças de gado. Seráo maior do mundo.

A maior fauna, com 250 tipos de mamíferos, 1.500 espéciesde peixes catalogados e 1.900 de aves.

1/5 das águas, também, se concentra na região. Maisde 80 mil quilômetros de rios, com 20.000 quilômetrosnavegáveis.

100 milhões de quilowatts, metade do potencial brasileiro, poderão ser gerados pelos cursos de água existentes.Aqui se construiu, em Tucuruí, a segunda maior hidrelétrica brasileira, que é, também, a sexta

maior do mundo.A maior concentração de ferro do planeta, equivalente a todo o minério existente fora do Brasil.Mais de 90% das jazidas de sal-gema. Um distrito cuprtfero, que vai transformar o Brasil de

pais importador em exportador de cobre.Temos ainda o ouro (a maior região aurifera do País), o manganês, o calcário, a gipsita e muitos

outros minerais, cujas reservas só podem ser medidas em bilhões de toneladas.Na Amazônia, tudo é vasto e promissor como a Nova República, que abre caminhos para o

desenvolvimento do País.Planejando e coordenando a ação federal, a SUDAM, Órgão do Ministério do Interior, zela por essa

imensidão de terras, florestas, rios.E, assim, promove o bem-estar do homem.Pela exploração racional do potencial econômico, gera o desenvolvimento, impedindo agressões à natureza.A SUDAM cabe responsabilidade técnica e financeira pela implementação de parte

da infra-estrutura regional.E supre, dessa maneira, os Pólos de Desenvolvimento, os municípios, os projetos econômicos

que se implantam, de energia elétrica, saúde, saneamento, educação e de transportes, para escoamentorápido e seguro da produção, e de meios de comunicação.

È da SUDAM, ainda, a responsabilidade de administrar, com apoio do BASA, o Fundo de Investimentosda Amazônia/Finam, através do sistema de incentivos fiscais.

E o maior apoio que poderia oferecer às atividades empresariais, e para atingir o desenvolvimentoindustrial, agroindustrial, agropecuário, madeireiro, de serviços básicos ou setoriais.

Onde quer que haja Amazônia Legal, aí está a SUDAM, seus escritórios de representação, seus técnicos,dando tudo, oferecendo o melhor de si, pela região.

Afinal, na grandeza da Amazônia, com o advento da Nova República, estão depositadas as esperançasdo País; a certeza de um futuro promissor.

Por isso mesmo, a Amazônia necessita do braço fortalecido da SUDAM, para a conquista definitivados anseios do povo (a força de trabalho), do desejo dedesenvolvimento integrado de suas Unidades Federativas.

Tudo isso pode-se concretizar, se a Amazônia e a SUDAMcontarem com a colaboração de todos. Aí, então, toda essa Ministério do Interior.potencialidade será transformada em riqueza, e ^Amazônia e sua população viverão sob o equilíbriodo bem-estar social e econômico. iiffmLiiiiiiiiiin S"m

SUDAMSuperintendência do

Desenvolvimentoda AmazôniaBelém. Pará.

Os excluídos doJoaquim dos Santos, 41 anos, vive como se

não tivesse sido esquecido. Não ri, mas nãoexpõe sua mágoa. Pode haver dor, mas nãomágoa. E não se queixa da sorte. Seu lar é umcômodo, feito de tábuas de caixão, pedaços delata e papelão grosso, além de Del Castilho eBonsucesso, ao Leste da Estrada Velha daPavuna, RJ, em ferro-velho onde prevalecementulhos e peças de automóveis. Ele trabalhaaí, auxiliado pela mulher e dois filhos meno-res. Joaquim assegura o sustento da famíliacom o que recolhe e vende do ferro-velho.Prefere isso a voltar para o Nordeste e dá deombros quando lhe falam das frentes de traba-lho em Pernambuco, seu Estado natal. "In-venção" — diz — "igual a isto aqui." O ferro-velho é uma invenção, as frentes de trabalhoigualmente, e, invenção por invenção, Joa-quim permanece no subúrbio do Rio.— Aqui — afirma ele sem resignação —,eu tenho a certeza de que ninguém está mefazendo caridade.

Quantos são os brasileiros que vivem emcondições abaixo da pobreza, com menos de 1salário mínimo de ganho (Cr$ 333 mil 120) ouna dependência de irregulares programas decaridade pública? Embora não existam basesestatísticas para uma avaliação formal, a somade dados oficiais disponíveis aponta um totalde 52 milhões de pessoas. Sistematicamenteatirados para o fundo, excluídos do sonhobrasileiro, só se inserem na paisagem socialcomo agressores do estilo de vida e do confor-to coletivos. Geralmente classificados de men-digos, eles são uma subclasse atrás dos pobres.

Habitantes da ruaNo século passado, esses verdadeiros habi-

tantes da rua entraram na literatura clássicacomo miseráveis. Foi assim que Victor Hugochamou a parcela de franceses que sobreviviacom migalhas de comida nos esgotos de Paris.Hoje, no Brasil, os habitantes da rua permane-cem à margem da sociedade, mas disputam nasuperfície espaços urbanos privilegiados. Po-dem ser vistos vagando pela Vieira Souto ounos jardins paulistas.

Em São Paulo e no Rio de Janeiro, ospólos mais desenvolvidos do país — nas duascapitais a renda per capita anual oscila entre os3 mil 500 e 3 mil 600 dólares, contra os 1 mil775 dólares do resto e os 365 dólares dospobres absolutos —, os que se situam abaixodo salário mínimo criaram o seu universo nosburacos do metrô, nos vãos dos viadutos, emvelhos casarões abandonados em áreas vaziasou construídas tomadas por invasores, ousimplesmente nos parques, lagoas, praças,praias, grandes avenidas, um pedaço qualquerde rua.

A subclasse, que os sociólogos preferemdesignar de subproletários, absorve os pedin-tes, desempregados, subempregados, desocu-pados, migrantes, andarilhos, ciganos, vaga-bundos. Ela só é notada quando sua açãoperturba os padrões estabelecidos. Muitas des-sas categorias conquistaram a primeira páginados jornais e o noticiário das 8 na TV com osdistúrbios, saques e depredações na Zona Sulde São Paulo, na Baixada Fluminense, nossertões do Nordeste e nas áreas rurais doSudeste em 82, 83, 84.

Esses fatos não se repetiram em 1985, masconstituem um sintoma de caos social. Emcasos assim, aparecem como membros rapi-nantes da subclasse os que aguardam o pôr-do-sol para agir, os que se infiltram nas revoltas enos protestos populares (como na depredaçãode ônibus em Salvador, BA, e na destruição detrens suburbanos em São Paulo, em 83 e 84)para atear o fogo sem que estejam comprome-tidos com alguma ideologia ou guiados porlíderes políticos. São ainda os que engordamas taxas de criminalidade e os invasores decasas e apartamentos em busca de moradia ouda reposição de direitos sociais perdidos.Os habitantes da rua não votam, em suamaioria — desinteressados, hostis —, e talvezpor isso não figuram nos programas dos parti-dos políticos, não entram nos discursos parla-mentares, não freqüentam a plataforma doscandidatos, raramente são lembrados nas pas-torais da Igreja. Não são tema da nova poesia,da imprensa alternativa ou da MPB. Mas estãoem crescimento nestes anos de inflação desen-freada e concorrem com outras minorias —como os camelôs — na ocupação de espaçosdiante de shoppings e outras catedrais doconsumo.

Excluídos parâmetros semelhantes nas ou-tras grandes cidades brasileiras, ao Sudeste,Sul, Centro-Oeste, Norte e Nordeste, só emSão Paulo a Delegacia de Vadiagem faz, acada 24 horas, 281 detenções de pivetes outrombadinhas, como são mais conhecidos. NoRio, a Divisão de Segurança e Proteção aoMenor recolhe em média 60 menores por dia,entre abandonados e infratores (acusados deatos anti-sociais o de crimes contra o patri-mônio).

O local de trabalho desses menores é arua. Habitualmente fazem na rua tudo o maisde sua vida: dormir, comer, necessidades fisio-lógicas, trocar de roupa. Como os adultos, quepraticam todos esses atos e usam a água dasfontes luminosas para lavar suas vestes queestendem ao sol nos monumentos públicos,acentuando atitudes que se chocam com arotina coletiva de vida e os padrões estabeleci-dos de comportamento.

As exceções nessas faixas (do menor e doadulto) em relação a status e ganhos são maiscomuns nas cidades de maior renda per capita.Em São Paulo e no Rio, pivetes mais espertosnão se incluem na minoria dentro da minoria egarantem rendimento mensal regular de até

sonho brasileiroCr$ 1 milhão 500 mil. Eles agem à sombra dasgrandes lojas, das bocas-dc-ouro (comércio dejóias), nas avenidas por onde circulam cartei-ras e bolsas recheadas, e contam com a mápreparação da polícia para detê-los.

Outros perfisPesquisas sociais e pedagógicas atribuem à

maternidade precoce, ao desemprego de longaduração, ao abandono da família e à utilizaçãodas ruas e calçadas como ajuda no sustento dacasa o crescimento do menor abandonado nopaís. Dados do Anuário Estatístico do IBGE élevantamentos sociológicos consideram que aexplosão demográfica, o impacto da crise, odesemprego acentuado pela recessão e a faltade renovação dos equipamentos sociais para asegurança do indíviduo respondem mais dire-tamente pela pobreza absoluta.

Até 1978 o Banco Mundial reconhecia queo número de famílias extremamente pobres noBrasil, relativamente à sua população, não eramaior do que a proporção observada em paísesmais desenvolvidos. Em 1985 a situação inver-teu-se. A economia invisível, segundo o IB-GE, aliviou a pressão dos índices de pobrezana faixa dos estritamente pobres (até trêssalários mínimos), mas a recessão empurroupara o fundo milhões de brasileiros carentes.

A pobreza absoluta aumentou em 1984 e1985 na América Latina. Estima-se que navirada do século 169 milhões dos 562 milhõesde habitantes do continente se encontrarãonessa condição, segundo estudos do BancoMundial. Seu presidente, Alden Clausen, dis-se em Atlanta, EUA, que apesar de a AméricaLarina ter a maior renda per capita do Tercei-ro Mundo, os casos de pobreza absoluta conti-nuam sendo desproporcionalmente altos. En-tre os dois índices extremos — o da Argentinae Costa Rica, onde a pobreza é limitada, e odo Haiti e Bolívia, que se comparam à misériaao Sul do Saara, na África — está o Brasil.

João Benedito de Lima, 21 anos, analfabe-to, arrecada Cr$ 15 mil na feira-livre do Lido,Copacabana. Faz biscates para o dono de umabarraca de frutas. Sua documentação é incom-pleta, não tem anotação em carteira, porémnão aceita que lhe chamem de mendigo sóporque às vezes pede comida a barraqueiros eaceita moedas de pessoas. Ele não mora narua; contudo, é como se morasse: sua casa éuma caixa de papelão e lata no morro doLeme, onde dorme e só é útil no verão.

Manuel Cordeiro da Silva, 59 anos, armouum solene protesto ao ser recolhido pelaOperação Cata-Mendigos, em um ônibus daCompanhia de Transportes Coletivos, para oPavilhão de São Cristóvão, no Rio. "Souajudante de feirante — afirmou, sem serlevado a sério pelos funcionários estaduais —,ganho Cr$ 10 mil por feira, não sou mendigo,sou um subempregado e tenho titulo de elei-tor". A Operação conduziu Manuel sob alega-ção de que ele não possuía qualquer documen-to de identidade. Ele também não deu endere-ço, a não ser o vão da passarela em frente aoParque da Catacumba, na Lagoa Rodrigo deFreitas.

No Rio, as autoridades se queixam de quesai caro para o Estado sustentar um mendigonos poucos centros de triagem e recuperaçãomantidos pela Secretaria de Promoção Social.Ele custa Cr$ 500 mil por mês. Em São Paulo aqueixa oficial é semelhante, endossada porinstituições privadas como a Organização doAuxílio Fraterno, ligada à Igreja Católica. Ascrises que desaguaram na recessão dos anos 80diluíram os recursos públicos e privados dosEstados e municípios, e a União simplesmentenão criou programas econômicos e sociais paraatender os pobres.

Os recentes anos de crise e recessão contri-buiram para alterar o conceito de mendigo e operfil dos estratos abaixo da pobreza, comoreconhece o sociólogo João Marcos Romão.Como ex-administrador do Centro de Recupe-ração Social de Itaipu, RJ, ele fez estudossobre os mendigos recolhidos pela Operaçãode Recolhimento da População de Rua (Cata-Mendigos) e concluiu que só o alcoolismopermanece como traço característico entreeles.

— O que chamo de caminho do mendigocomeça com o desemprego —, declara Ro-mão. Sua pesquisa demonstra que de 400pessoas recolhidas ao Centro, 40% são doen-tes mentais, de 60% são alcóolatras. Percenta-gens menores se distribuem entre desemprega-dos (os de 25 a 40 anos), migrantes (de 42 a 45anos) que vieram para o Rio atraídos pelasgrandes obras, como a Ponte Rio-Niterói e ometrô, e ociosos (os mais idosos).

Nas ruas estão, além dos desempregados,os subempregados e os biscateiros sem qual-quer regularidade no trabalho. Há ainda umaparcela de mão-de-obra feminina, antes em-pregada em atividades domésticas ou comoauxiliares de serviços de limpeza urbana, oumesmo como trabalhadoras agrícolas no Nor-deste e em Minas Gerais, que hoje ocupa asruas como prostitutas, catadoras de papel oucomerciantes de lixo.

Todas as pesquisas sobre mendigos con-vergem para o aumento expressivo deles nosúltimos cinco anos, e de modo particular de1982 em diante. A Fundação Leão XIII, comseus cinco centros (homens, mulheres e ido-sos), calcula em 15% a mais os mendigosrecolhidos nesse período. O Dispensário dosPobres, da Irmã Zoé, em Botafogo, estimaque dobrou em alguns meses a quantidade demendigos que procuram seus pratos de sopa.Esta é também a conclusão do coordenador deapoio da Secretaria da Promoção Social de SãoPaulo, João Batista Adduci.

2 f a domingo

no 1? Caderno

Juarez Bahia

¦ Os preços aqui veiculados sâo de passagens de ida. sendo gue astarifas BIG e BTI implicam na compra de bilhetes de ida e voltaO Transcred tmancia sua passaqem, em até 10 meses, com 20% deentrada Os valores da tabela acima se referem ao plano de 10pagamentos• Crianças de colo (até 2 anos) pagam 10% da tarifa de adulto emqualquer dos casos ar.irna E ate 12 anos pagam 50%Quando a TEN se aplica apenas a uma parte da viagem. a tarifa serácombmadaAs Tantas Turísticas não sâo validas para o trecho Rio/Sáo Paulo/Rio TRAMS^BRASIL

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Cinqüenta e dois mi-lhões de brasileiros (40%da população de 130 mi-lhões) vivem em pobrezaabsoluta, com um rendi-mento mensal próximo de333 mil 120 cruzeiros. Sóna zona rural do Nordestea nossa subclasse reúne 13milhões 600 mil pessoas,das quais mais da metaderecebe regularmente me-nos de meio salário mí-nimo.

Esses números incluemdesempregados, subem-pregados, menores, deso-cupados, mendigos, bisca-teiros. Todos filhos da re-cessão, que começa com aqueda de 1.6% do Produ-to Nacional Bruto em1981, após uma curva decrescimento em 10 anos(dos 12.0% em 1971 aos7.2% em 80). Para a sub-classe, cada pique da in-fiação é um pesado cas-tigo.

Na outra ponta da linha— salários acima de 20vezes 333 mil 120 cruzei-ros — estão apenas 0,78%da população. Segundo oI Plano Nacional de De-senvolvimento, o PND daNova República, se até1989 a taxa de crescimen-to da economia ficar aci-ma de 5%, a situação dospobres absolutos poderámudar.

Na recessão, viver emfavela no Rio, São Paulo,Belo Horizonte, Recife,Salvador ou Porto Alegre,ainda não é o pior. Afavela é pobre, mas nemsempre miserável. O piorestá na miséria que seacumula da favela parabaixo, na direção dos es-gotos, nos vãos dos viadu-tos, nas ruas, nos espaçosde ferro-velho e lixo daperiferia.

Empurrados contra aparede pela inflação, ospobres absolutos só sãolembrados quando seaproveitam de um blecau-te para assaltar e roubar,ou quando se incorporama saques de mercadorias.O que o Governo Sarneychama de "prioridade so-ciai" incorpora a pobrezaabsoluta, mas as soluçõesdependem de um cresci-mento que ainda nãoexiste.

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52.85537.27369.808

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Jornal do Brasil sexta-feira, 13/9/85 > Documento JB-Economia ? 17

Sudene pretende usar a

irrigação para ampliar

emprego no Nordeste

Tão expressivo quanto o contingente urbano do Sudeste eoutras regiões do país — superior a 25 milhões de pessoas —, onúmero dos que ganham abaixo de um salário mínimo no Nordestechega a ser gritante. Só na zona rural, que concentra a metade dapopulação, vivem 13 milhões 600 mil da força de trabalho commenos de CrS 333 mil 120.

Desses, mais da metade — 6 milhões 800 mil — receberegularmente menos de meio salário mínimo. Segundo o Superin-tendente da Sudene, José Reinaldo Carneiro Tavares, em entrevistaao JORNAL DO BRASIL, "essa área exporta mão-de-obra abun-dante e desqualificada, que muitas vezes acaba marginalizada noscentros urbanos de todo o Brasil". 1

Metade da pobrezaCom 30% da população brasileira, o Nordeste responde

apenas por 13% do PIB, mas assume quase 50% da pobrezanacional. A Sudene quer reverter isso substituindo a palavra deordem de industrialização pela de irrigação. A região nordestinaprecisa sair dos atuais 200 mil hectares de teria irrigada para mais de

milhão em 1990. Para dar mais empregos e aumentar a produção.No Sudeste (principalmente São Paulo e Rio de Janeiro) e no

Sul (Paraná e Rio Grande do Sul), a organização dos bóias-frias eoutros trabalhadores rurais conquistou este ano com greves edistúrbios um padrão de salário superior ao mínimo. No Nordeste,porém, a paisagem rural retém uma pobreza absoluta com indicado-res sociais inaceitáveis e a dramática constatação de que nos últimos20 anos a industrialização foi um fracasso.

Com a mais alta taxa de desemprego do pafs (8,06%) — naindústria da construção civil, setor que recruta profissionais menosqualificados, o índice é de 21,51% —, Recife é a capital do Nordesteque mais desocupados reúne, ao lado de biscateiros, camelôs,dependentes da família, migrantes, vagabundos. A pobreza absolu-ta, na sua região metropolitana, é representada por 36,74% dapopulação total de 2 milhões 549 mil 136 pessoas.

Homens, mulheres e cri-anças — os adultos, namaioria, jovens — de-sempregados, subempre-gados, mendigos, bisca-teiros, andarilhos, mi-gr antes, ciganas, negrosque se consideram discri-minados, brancos que seacham negros, todos po-bres absolutos refletemfrustração e ressentimen-to. Eles vivem confinadossocialmente, nos guetosdas ruas, como seus habi-tantes permanentes.

Nos mocambos, apobreza é luxoPara a Fundação do Desenvolvi-

mento da Região Metropolitana doRecife, Fidem, os habitantes da ruapodem constituir um grupo relevan-te na pobreza absoluta (pessoascom rendimento abaixo de 1 saláriomínimo). Basta somar 936 mil 638habitantes sem ganhos declaradosaos 372 mil 342 que recebem até 1salário mínimo. Essas parcelas, emrelação à população total da regiãometropolitana, dão um universo de51,34%.

Os pobres (até dois salários mini-mos) são 631 mil 511. Há uma faixade 752 mil 603 pessoas com até trêssalários mínimos, e só 47 mil 398ganham acima de 10 salários mini-mos. As projeções da Fidem sãodeste ano, com base em dados doIBGE. Assistentes sociais e econo-mistas que pesquisam periódica-mente os mangues e mocambos doRecife apontam nas suas casas delata e papelão membros da "popu-lação anfíbia" lembrada pelo poetaJoão Cabral de Melo Neto em Mor-te e Vida Severüia.

Pesquisadores da Fidem reco-nhecem que trabalham hoje comestatísticas mais confiáveis, mas sãotaxativos em uma constatação: ascondições da pobreza absoluta naregião metropolitana da capital dePernambuco, uma amostra do Nor-deste, são de miséria como cmnenhuma outra época se registrou."Para os quase 1 milhão sem rendi-mento, ser pobre (com um ou doissalários) é um luxo", diz um deles.

SEM ALIMENTOSNo Recife, há pelo menos um

contingente de 30% da população(da capital ou da sua região metro-politana) que não se alimenta regu-larmente, que não pode consumirbens como roupas, sapatos, cinemaetc, nem usar com freqüência equi-pamentos sociais públicos comotransportes coletivos, telefone, cor-reios etc. Essas pessoas da subclassehabitam as ruas, como no Rio e emSão Paulo, ou passam parte dotempo no mangue em abrigos dete-riorados que às 5 da tarde as obri-gam a ficar com água no joelho.

Esse quadro varia pouco nas ca-pitais e nas grandes cidades doNorte e Nordeste do país, em umapopulação de 40 milhões. Na maio-ria dessas áreas, os habitantes darua se compõem de uma mendicân-cia tradicional de mão estendida esobrevivência à custa de migalhasde comida, e de migrantes desorien-tados (os que ainda fazem o movi-mento cm direção ao Sul e os queretornam do êxodo às terras depromissão) e ciganos ou errantes,caminheiros, trabalhadores e agri-cultores abatidos pela seca.

O cálculo da Fidem é de que osmendigos na região metropolitanado Recife são 1 milhão 308 mil 980.incluindo adultos c crianças comidade superior a dez anos. Mas nãosão todos pedintes. Entre eles estãosubproletários, desocupados e tra-balhadores têxteis da Macaxeiraque perderam o emprego ou a mão-ae-obra urbana e rural de zonasindustriais em crise como Jaboatão.

"HA

MUITO

KNORANCIAA

RESPEITO DA ZONA

FRANCA DE MANAUS

FELIZMENTE

Mil MP E

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Fiquei suipreso ao ver tanta riqueza instaladaaqui; indústrias tão sofisticadas, A Zona Francade Manaus é uma realidade nacional que temde ser estimulada ainda mais."

GOVERNOw . »GILBERTO

Ministro da Indústria e Comércio, Roberto Gusmão, em entrevista à Imprensa de Manaus, dia 23 de agosto de 1985. MESTRÍNHORUMO CERTO

Quem

papa conquista o

que

a vtiatem de máw.

Caderneta

de

Poupança

a

18 ¦« Documento JB-Economia < sexta-feira, 13/9/85

Embrapa irrigará boa parte

do Nordeste a baixo custo

Jornal do Brasil

Irrigar meio milhão de hectares do Nordeste em quatroanos. O desafio foi lançado pelo Presidente José Sarney emjunho passado, durante a visita aos projetos de irrigaçãoimplantados em Petrolina-PE, ocasião em que o Presidenteconheceu os trabalhos com pequena irrigação realizadospelo Centro de Pesquisa Agropecuária do Trópico Semi-Árido (CP ATS A) da Ernbrapa.

Agora o Presidente recebe do Ministro da Agricultura,Pedro Simon, a primeira contribuição efetiva para a conse-cução da sua idéia. Essa contribuição vem através daproposta apresentada pelo Ministro Pedro Simon, compro-metendo-se em irrigar a metade da área proposta peloPresidente — 500 mil hectares —, utilizando tecnologias debaixo custo e alto beneficio social desenvolvidas pela Em-brapa.Segundo o presidente da Embrapa, Luiz Carlos PinheiroMachado, a proposta de irrigação levada pelo MinistroPedro Simon ao Presidente Sarney atende às prioridadesdefinidas pelo Governo da Nova República que elegeu osocial como meta, a agricultura e a reforma agrária comoinstrumentos e o desenvolvimento econômico como conse-qüència.Assim, segundo Pinheiro Machado, em quatro anos se-ráo irrigados 500 mil ha no Nordeste a um custo total de Cr$7,9 trilhões (preços de agosto de 85) e um retorno emprodução de alimentos no valor total superior a Crf 15trilhões. Paralelamente serão criados S50 mil novos empre-gos diretos, beneficiando 300 milfamüias, com mais de ummilhão de nordestinos com trabalho garantido e sensívelmelhoria na qualidade de vida e na própria organizaçãosocial da comunidade.

O trabalhador rural terá condições de trabalhar a suapropriedade e dela obter o seu sustento e de sua família,fixando-se no campo e evitando a migração para os centrosurbanos, o que por si já representa uma economia superior aUS$ 4 bilhões de dólares que a sobrecarga de 850 milemigrantes provocaria sobre uma estrutura urbana con-cluiu Pinheiro Machado.

Na metade deste ano o Presiden-te José Sarney resolveu visitar oNordeste para ver o que se fazia porlá em matéria de irrigação. Foi, esegundo suas palavras, procurououvir mais do que falar. E do queviu e ouviu, foi formando a cons-ciência de que se deveria fazer umprograma ambicioso, e na sua cabe-ça ficou a cifra de um ilháo dehectares irrigados para o Nordestedurante o seu governo.O Presidente viu no Nordesteduas coisas: a primeira delas foi ofato de que toaa a área beneficiadacom irrigação no Nordeste resume-se a escassos 150 mil ha, realizadosnos últimos 15 anos. A segurada foique, desses 150 mil ha irrigados, 40mil foram resultado de tecnologiasdesenvolvidas pela Embrapa e im-plementadas pela Embrater nos úl-timos três anos. Essas tecnologiasrepresentam uma opção por formasnão convencionais de irrigação etêm como filosofia não apenas osuprimento de agua, mas todo ocontexto do desenvolvimento rurale suas implicações sócio-econômicas.

O desafio lançado pelo presiden-te Sarney de irrigar um milhão dehectares no Nordeste durante o seugoverno recebeu a primeira respos-ta concreta através da proposta doMinistério da Cricultura para irri-gar 500 mil hectares utilizando-sedas tecnologias de baixo custo de-senvolvidas pela Embrapa, que jáse mostraram viáveis em distintoslugares do Nordeste, e consistem nodesenvolvimento da pequena irri-gação descentralizada e especial•mente adaptadas ao trabalho dopequeno agricultor.A proposta do Ministério da Agri-cultura soma num único empreen-dimento as principais diretrizes do

Governo da Nova República queelegeu o social como prioridade,mas enfatizou a necessidade de de-senvolver a economia através doaumento da produção e da produti-vidade do setor agrícola. Assim, pa•rale lamente a irrigação de meio mi-Iháo de hectares em quatro anos,serão criados 850 mil empregos di-retos, beneficiando 300 mil famíliascom cerca de um milhão de pessoasque terãoo trabalho garantido, sen-do que, desse total, 300 mil serãomulheres que atualmente estáoocupadas na improdutiva ativida-de de buscar e transportar água.Em linhas gerais, a idéia é rocio-nalizar a exploração dos recursosnaturais da região, democratizan-do o seu uso sem interferir nasformas tradicionais de organização

familiar e comunitária da pequenapropriedade rural nordestina. Es-pera-se com isso fixar o homem ásua terra e propiciar-lhe melhorescondições de alimentação, saúde,habitação e trabalho. Talvez sejaum sonho ambicioso, mas é um pro-jeto perfeitamente viável.Através dos resultados já alcan-çados nos 40 mil ha irrigados com autilização dessas tecnologias, foipossível projetar o incremento daprodução a ser obtido com a irriga-çáo dos 500 mil ha nas principaisculturas praticadas na região. As-sim, em quatro anos haverá umacréscimo de 51% na produção dealgodão, 78% no alho, 20,8% noarroz, 761% na produção de bana-na, 132% na de batata-doce, 123%na de batatinha, 1.167% na produ-çáo de cebola, 51J9% na produçãode feijão, 447% na de melancia,134% na de melão, 30% na de milhoe 504% na produção de tomate.Aliadas á irrigação racional eplanejada, outras técnicas que dis-

pensam qualquer sofisticação con-tribuiráo para aumentar a produti-vidade de produtos como a carne,leite, feijão e outras pequenasculturas que irão beneficiar-se dastécnicas de manejo da água e dosolo, da adoção de adubos orgáni-cos, do uso de sementes melhoradase da tração animal.A situação hoje no Nordesteapresenta grandes contingentes demão-de-obra familiar subutiiizada emarginalizados do processo produ-tivo. Esses contingentes são con-templados na proposta do Ministé-rio da Agricultura que preconiza oapoio ao pequeno produtor e suafamília, no sentido de trabalhar asua propriedade, fornecendo-lhecondições para isso e. ao mesmotempo, incentivando a organizaçãoda comunidade e sua coesão emtorno de necessidades comuns, narealização de pequenas obras queimpliquem em melhoria global dascondições de vida e que possam serexecutadas sob responsabilidadecoletiva (cisternas, barreiros etc).Outro aspecto a ser consideradocomo resultante da proposta de ir-rigaçáo, éoda poupança social queela proporciona. A migração daspopulações rurais para os centrosurbanos acarreta elevados investi-mentos nesses centros, em termosde infra-estrutura social e serviços,na produção direta e indireta. Umemprego estável e produtivo nascidades tem um custo aproximadode USt 50 mil dólares. Ao evitar-se oêxodo de 850 mil trabalhadores ru-rais, obtém-se uma economia deUS$ 4 bilhões de dólares só pelaeliminação da geração de empre-gos, sem falar nos investimentos deinfra-estrutura social e de serviços(saúde, educação, transporte, ener-gia, esgotos etc). Acrescente-se asimplicações de caráter social (vio-lència, criminalidade) que serãoevitadas com a permanência dotrabalhador rural no campo exer-cendo uma atividade produtiva.A opção pela pequena irrigaçãoa nível de unidade de produçãodemocratiza, no espaço, os recur-sos, podendo atender parte signifi-cativa dos 2.175.479 estabelecimen-tos rurais com menos de 50 hectaresdistribuídos pela região, que repre-sentam 89% do total. A operaciona-lização da proposta visa utilizar aomáximo os recursos hídricos exis-tentes em todo o semi-árido nordes-tino. Para isso, será ampliado o usode sistemas de irrigação, incorpo-rando-lhes melhorias tecnológicas.Como fontes de recursos hídricos,utilizar-se-áo barreiros, açudes, po-ços, lagoas, rios, barragens e outrassoluções igualmente simples e fá-ceis de adotar.Coneretamente o que se propõe êaumentar a área irrigada do Nor-deste em 500 mil hectares, com 300mil famílias rurais, visando, priori-tariamente, á estabilização da pro-duçáo de alimentos. A responsabili-dade pela execução das ações cabe•rã á Embrapa, Embrater e Provár-zeas, com a participação do setorprivado, estimulado pelo Ministérioda Agricultura. O incremento proje-tado, somado á produção decorren-te da agricultura (dependente dcchuva) em uso e a ser melhorada,bem como a construção de 250 milcisternas rurais resultarão em be-neficios econômicos e sociais.De acordo com o cronograma daproposta, no primeiro ano será rea-lizado 10% da meta final, gerandouma produção de alimentos no va-lor total de Crt 1.513.811 milhões.No segundo ano, com 30% da meta

já realizados, o valor total da pro-duçao alcançará Crt 3.027.622 mi-Ihóes para o terceiro ano, quando50% da meta final já estiverem rea-lizados o valor da produção será deCr$ 4.541.634 milhões e no quartoano, com 100% dos 500 mü hectaresjá irrigados, o valor total obtidocom a produção de alimentos seráde Crt 15.138.781 milhões.A construção das 250 mil cister-nas rurais beneficiando 300 mü fa-mílias, proporcionará uma ofertade 7,5 milhões de metros cúbicos deágua potável, reduzindo os custosde tratamento das doenças parasi-tárias e os investimentos em saúde,aumentando paralelamente a pro-dutividade física e a qualidade devida dos trabalhadores rurais. Essebeneficio atinge diretamente a maisde dois milhões de pessoas e, alémdisso, liberará a mulher do traba-lho centenário e escravizante debuscar e transportar água, que con-some em média 91 dias/homem detrabalho! famíliaJano.Considerando que os 850 mil be-neficiários da proposta estáo sobre-vivendo com um salário mínimomensal, a produção atual pode seremitida em Cr$ 3,3 trilhões por ano.Como a produção final estimadasupera os Crt 15 trilhões, os refle-xos na economia regional serãosubstanciais e imediatos pela modi-ficaçáo dos hábitos de consumo edemanda por serviços de bem-estarno campo. Vale lembrar ainda osefeitos da redução do êxodo ruralque representariam cerca de Cr$400 trilhões em investimentos urba-nos Ipara o atendimento de 850 milpessoas), o aproveitamento damão-de-obra especializada existen-te na região para o treinamento,assistência técnica, ensino, pesqui-sa, extensão, cooperativismo etc.,ampliando o mercado de trabalhopara cerca de 2.000 agrônomos sememprego hoje no Nordeste.O custo total do projeto, a preçosde agosto de 1985, atinge, no perto-do, cerca de Crt 7,9 trilhões, a serplenamente recuperado já no quar-to ano de implantação da proposta,isto é, imediata e concomitantemen-te com a finalização da meta de 500mil hectares irrigados. A estratégiapara o aproveitamento integradodos recursos hídricos no meio ruralcontempla o aproveitamento deáreas irrigãvcis e o de áreas náoirrigáveis com tecnologias específi-cas para cada caso, captação earmazenamento de água de chuvatambém com obras de baixo custo efinalidades definidas (uso humanoou consumo animal).A operacionalização da propostase fará a partir da estrutura dosserviços de extensão rural, que pos-suem escritórios em praticamentetodos os municípios da região, bemcomo utilizando as agências e pos-tos avançados do Banco do Nordes-te do Brasil, do Banco do Brasil, dosBancos estaduais e empresas e uni-dades estaduais de pesquisa, alémdos centros de recursos da pesquisaagropecuária e de empresas priva-das de planejamento agropecuário.O êxito na obtenção dos resultadosdependerá da atuação conjunta esincronizada de todos os órgãosvinculados ao Ministério da Agri-cultura, com o apoio indispensáveldo crédito rural, cujos agentes fi-nanceiros terão papel fundamentalna viabilização das propostas e fi-nanciamento. Também será errfati-zado o apoio á organização dosagricultores e a sua participaçãoem todas as etapas do trabalho, doplanejamento até a avaliação.

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Indústrias químicas querem

restabelecer poder

do CDI

Enio Bacellar

O restabelecimento dos poderes doConselho de Desenvolvimento Industrial(CDI), do Ministério da Indústria e doComércio parece ser o primeiro passopara que as indústrias químicas possamdefinir seus passos, já aí conhecidas asregras do jogo.

O que se tem visto, até agora, é umasuperposição de projetos com a mesmafinalidade, que certamente duplicarão acapacidade de absorção de um mesmoproduto pelo mercado doméstico. A dis-cussão aí se divide em:

Alguns grupos entendem que a pro-

dução de certos produtos, como medica-mentos básicos, deverá ficar restrita àsempresas de capital 100% nacional. Cita-se o caso da Argentina, quando da Guer-ra das Malvinas, que se viu obrigada a sesocorrer da indústria farmacêutica brasi-leira, para não perder a guerra antes dotempo. E que os laboratórios ingleses enorte-americanos restringiram o forneci-mento de medicamentos básicos. A pron-ta ação do Governo brasileiro é que teriapermitido que a guerra terminasse nadata certa e não antes, dizem os naciona-listas.

Argumenta-se, neste campo, que semedicamento é segurança nacional, para-fuso também é. E aí, com a ampliação do

conceito, ter-se-ia uma economia fechadaao capital estrangeiro, nos diversos seg-mentos considerados estratégicos.

Benefício aoconsumidor final

Destaca-se que a ampliação da dispu-ta acabaria por beneficiar ao consumidorfinal, que não ficaria sujeito, pelo prote-cionismo à empresa de efetivo controlenacional, a pagar mais pelos produtos,pela inexistência de concorrência. Emais: o avanço tecnológico ficaria com-prometido, bem como a qualidade.

A CONTRIBUIÇÃO DECISIVA DA PETROBRÁS AO COMBATE

DA INFLAÇÃO E DO DESEQUILÍBRIO CAMBIALA contribuição da Petrobrás

para a solução dos dois princi-pais problemas econômicos (ainflação e o desequilíbrio cam-bial) tem sido decisiva. Desdea posse de novo Governo, adireção da empresa apoiou ainiciativa das autoridadeseconômicas de quebrar o rit-mo inflacionário, que ameaça-va fiígir do controle governa-mental. Por isso, os preços dosderivados de petróleo penna-neceram congelados de 28 defevereiro a 20 dc jidho desteano. quando, então, houve umaumento moderado.

Paralelamente ao engaja-mento da Petrobrás à luta an-tiin/lacionária, que é uma dasprioridades do Governo JoséSarney, a empresa vem reali-zando grandes esforços nosentido de aumentar os supe-ráviis comerciais do Brasil e,com isso, reduzir o ritmo deseu endividamento externo,resultante, em grande parte,do pagamento do serviço dadívida (juros e amortizações).INFLAÇÃO

A posição da Petrobrás comrelação aos reajustes de pre-ços de derivados de petróleotem sido constantemente rea-firmada pelos seus dirigentes,e pelo Ministro das Minas eEnergia, Aureliano Chaves,em sucessivas entrevistas aosveículos de comunicação. Elessempre frisam a importânciade a Petrobrás cooperar com oGoverno para reverter a ten-déncia ascendente dos preços.Com isso, os preços dos deri-vados ficaram congeladosmais de quatro meses. E de-pois foram reajustados em ni-veis bem inferiores a inflaçãono período (houve um aumen-to em média 15%, em 20 dejulho, e outro de 5%, em 30 deagosto último).

A Petrobrás náo tem reivin-dicado a reposição de preçosapós o período de mais de qua-tro meses de congelamento, jáque este congelamento nãoafetou os investimentos da em-presa porque havia uma posi-ção favorável dc caixa. Daquipara frente, o importante éque os reajustes de preços vol-tem ã normalidade, isto é, aosajustes periódicos acompa-nhando a inflação e a varia-ção cambial. Isso é indispen-sável para que a Petrobráspossa cumprir seu programade investimento, aprovado pe-lo Governo, que concentra cer-ca de 90% dos recursos nas

EVOLUÇÃO DAS RESERVAS DEHIDROCARBONETOS(Gas expresso em oleo equivalente)

atividades de exploração eprodução. Este ano o total deinvestimentos da Petrobrás se-rá de aproximadamente US$ 2bilhões.

Aliás, desde o segundo cho-que de petróleo, em 1979, aPetrobrás vem concentrandoseus investimentos diretos nasatividades de exploração e de-senvolvimento de produção,notadamente na plataformacontinental de Campos, de for-ma a reduzir a dependênciaexterna da empresa às fontesde abastecimento de óleo (verquadro anexo).

Esta estratégia empresarialobteve, entre outros resulta-dos, um 'rápido aumento daprodução interna de petróleo,que hoje atende cerca de 60%do consumo de derivados nopaís, enquanto que há 10 anossó abastecia 22% do mercadobrasileiro. Com isso, a Petro-brás reduziu sensivelmenteseus gastos com importações,contribuindo, assim, para me-lhorar a situação do balançode pagamentos do país, cujo"vilão" deixou de ser a com-pra de óleo bruto e passou aser o serviço da dívida ex-terna.DESEQUILÍBRIOCAMBIAL

A previsão para este ano éde que o dispêndio líquido coma importação de petróleo e de-rivados jique em torno de US$3,6 bilhões. Esta estimativa,caso seja confirmada, repre-sentará 25% do total das im-portações brasileiras em 1985,as quais, segundo previsão doGoverno, deverão atingir US$16,6 bilhões.

Para se ter uma idéia do quetem significado a redução des-te dispêndio em termos de ccm-tribuiçáo para o balanço depagamentos do País, basta ei-tar o fato de que, em 1980, asdespesas líquidas com impor-taçóes de petróleo e derivadoscorrespondiam a 40,8% do to-tal das comprasileiras. Este :

DISPÊNDIO LIQUIDO EM DIVISAS(PETROÜO E 0(RIVADOS -IÍU/IM5)MILHÕES OE DOURESFOI

10000

fundidade recorde de 383 me-tros, no campo de Marimbá,na plataforma continental doEstado ao Rio de Janeiro.Antes desta confirmação, aPetrobrás já havia concluído,no início de junho último, ostrabalhos de avaliação do

_ IMPORTAÇÃO

_ CHSPE«010 IÍOUIOO- EXPORTAÇÃO

tal das compras externas bra-vou-se para 43^8%, 44,4% e

rcentual ele-44%, respectivamente, em1981,1982 e 1983, para, no anoseguinte, cair para 37%, ini-ciando, assim, uma tendênciade queda possível de ser con-firmada com o percentual de25% previsto para este ano.

, Assim, o investimento maci-ço da Petrobrás nas áreas deexploração e de produção,permitiu, ao mesmo tempo, oaumento das reservas brasilei-

RESERVASIO4 feAfcPiS

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ras de óleo e gás natural —estas ainda inexpressivas secomparadas com as existentesem outros países, onde o gásnatural tem sido utilizado emlarga escala — e a expansãoda produção interna de hidro-carbonetos. Possibilitou aindaa redução das importações,que beneficiou náo apenas aoPais mas também a própriaempresa, que, no primeiro se-mestre deste ano, gerou umlucro de aproximadamenteCr$ 5 trilhões.LUCRO

Deste lucro, cerca de Cr$ 500bilhões serão distribuídos aosacionistas da Petrobrás, emforma de dividendos, sendoque 83% correspondem ao Go-verno e 17% destinam-se aosacionistas privados. O valorrestante, de aproximadamen-te Cr$ 4,5 trilhões, ficará ádisposição do Grupo Petro-brás para financiar seus in-vestimentos, que este ano, con-forme foi aprovado pelo Go-verno, deverão se situar emtorno de Cr$ 12,5 trilhões (cer-ca de US$2 bilhões), dos quaismais de Cr$ 11,5 trilhões serãogastos com inversões diretasda holding Petrobrás."O lucro da Petrobrás — co-mentou recentemente seu pre-sidente Hélio Beltrão — nãodeve surpreender a quem co-nhece os fatos e os númerosligados ao desempenho da em-presa. O aumento substancialda produção interna de óleo,acompanhado da conseqüenteredução das importações depetróleo, explica, em grandeparte, este lucro na medida emque permitiu uma menor utili-zaçáo de linhas de crédito".

"É fato notório —frisou Bel-Irão — que qualquer reduçãode endividamento se traduzimediatamente em lucro. A re-lação capital própriolcapitalde terceiros, que, no primeirosemestre do ano passado, erade 42/58, evoluiu para 55145, noprimeiro semestre deste ano".O presidente da Petrobrásexplicou também por que ocredito que a empresa possuijunto ao Conselho Nacional doPetróleo (CNP) náo influi nosseus resultados. Este crédito éconseqüência da defasagemexistente entre a taxa de cám-bio utilizada na importação depetróleo e aquela usada na

•o íl 82 Bi 14 IS (ESTIMATIVA)

estrutura de preços dos deri-vados com base em decisãogovernamental. Esta defasa-gem, conforme assinalou, geraum crédito da Petrobrás juntoao CNP, em vez de-significaruma perda de receita confor-me comentários publicados naimprensa.

Este crédito, segundo o pre-sidente da empresa, era de Cr$894 bilhões, ao final do primei-ro semestre, o que representaapenas 1,5% do total do ativoda Petrobrás, igual a Cr$ 63trilhões. O crédito faz parte doativo e não da receita da em-presa. Por isso, não influiu noseu resultado.PERSPECTIVAS

A elevação expressiva daprodução de petróleo, que hojeestá em torno de 570 mil barrisdiários e atende a 60% do con-sumo interno, vem sendoacompanhada do crescimentoconstante das reservas brasi-letras de petróleo e líquido degás natural. Estas reservas,ao final de dezembro do anopassado, eram de 2,03 bilhõesde barris e, no fim de junhoúltimo, passaram para 2,07 bi-Ihóes de barris (veja gráficoanexo).A tendência é de expansãoconstante das reservas de hi-drocarbonetos, paralelamenteao aumento gradativo da pro-dução interna de petróleo e

gás natural. Prova disso, é aconfirmação recente da desço-berta de importantes reserva-tórios de óleo a 110 quilôme-tros da costa brasileira entreCampos e Macac, no Estadodo Rio de Janeiro. Estes reser-vatórios, segundo previsão ini-ciai, contêm mais de um bilhãode barris, dos quais 400 mi-Ihóes poderão ser extraídosdentro de alguns anos.A importância da descober-ta destes reservatórios, quepara sua perfeita delimitaçãoainda dependem de novas per-furações a serem feitas pelaPetrobrás, está no fato de queeles estáo situados em lâminasde agua (distância entre a su-perfleie e o fundo do mar) quevariam entre 300 e 700 metrosde profundidade.. Ou seja, hácoiidições de, pelo menos emparte, serem colocados emprodução com a tecnologia jádominada pela Petrobrás, quehoje ja extrai oleo a uma pro-

ço de extensão 3-RJS-319-A,também na Bacia de Campos,que confirmaram a existênciados maiores reservatórios atéhoje descobertos na região.Superiores mesmo aos agoraconfirmados pela Petrobrás.Os reservatórios confirmadospelo poço 3-RJS-319-A estáoem lâminas de água de 930metros. A quantidade de óleoexistente nestes reservatórios,segundo estimativas iniciais,supera dois bilhões de barris.

Estes reservatórios, entre-tanto, estão em águas maisprofundas e demorarão maistempo para gerarem petróleo,uma vez que ainda nao existetecnologia disponível no mun-do para extração de óleo emlâminas d'água tão profundas.A Petrobrás, entretanto, junta-mente com outras empresasestrangeiras, está realizandoestudos e pesquisas no sentido

operação na Bacia de Campos18 sistemas de produção, dosquais sete instalados emplata-formas fixas e 11 em unidadesmóveis (Sistema de ProduçãoAntecipada). As sete platãfor-mas fixas pertencem ao Siste-ma Definitivo, ao qual serãoagregadas as sete plataformasfixas do Pólo Nordeste.Nos 18 Sistemas em opera-çáo, há 110 poços em produ-ção, que, conforme já foi assi-nalado, respondem por 60%da produção nacional e por85% da produção obtida nacosta brasileira. Fato que re-vela a posição relevante daplataforma do Estado do Riode Janeiro na produção brasi-leira de óleo.PRODUÇÃO DE GÁS

Além disso, esta região temapresentado perspectivas bas-tante promissoras com rela-ção ao gás natural, sendo que,no final de julho último, a em-presa confirmou a existênciade gás natural náo associadoa 80 quilômetros da costa, emlâmina d'água de 114 metros.A importância desta descober-ta de gás está no fato de que as

PRODUÇÃO DE PETRÓLEO(OLEO-LGN)

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de se capacitar tecnologica-mente para extrair óleo agrandes profundidades.PÓLO NORDESTE

Paralelamente aos traba-lhos de delimitação dos reser-vatórios já descobertos emáguas profundas, que. depen-dendo de sua localização, per-mitirão a produção de óleo emmenor ou maior prazo, a Pe-trobrás já está encomendandoprojetos e equipamentos paraa instalação de sete novcu> pia-taformas na Bacia de Campos,que representarão investimen-(os de US$ 1,1 bilhão. Este é,sem dúvida, o empreendimen-to de maior vulto da empresaatualmente, que permitirá, apartir de 1987, a Petrobrás am-pliar sua produção de petró-leo na região que hoje respon-de por cerca de 60% da produ-ção nacional. O pique de pro-dução de óleo destas plaiajbr-mas será atingido em 1989,quando sua produção chegaráa alqo entre 85 a 90 mü barrisdiários.

Ja existem atualmente cm

8b (ESTIMADO)jazidos estáo situadas na pro-ximidade do sistema de produ-çáo dos campos de Enchova,Bonito e Piraúna, para ondepoderá ser escoado. Os testesprosseguem para possibilitaruma delimitação mais precisadas jazidas de gás natural náoassociado, que permite maiorflexibilidade em sua produ-çáo. O fato de náo estar asso-ciado ao óleo, elimina a possi-bilidade de náo vir a ser quei-modo na medida em que o Paistenha necessidade de aumen-tar a produção de óleo.O mercado consumidor degás natural é bastante comple-xo, em vista de ter o produtoinúmeras aplicações, dentro efora da indústria de petróleo,quer como matéria prima,quer como combustível. Den-íro Aos limites da própria in-dustria petrolífera, o gás é uti-lizado Tia recuperação secun-daria de petroleo. na extraçãode liquido de çiiis natural c noatenaimento às necessidadesdo processo de produção.Fora dos limites da indiis-tria do petroleo. o gas natural

é utilizado como matéria pri-ma para indústria petroqúimi-ca e para a indtlstria defertili-zantes, como fonte de energiacalorifera para uso industrial,comercial e doméstico e comoredutor de minério de ferro naindústria siderúrgica.A fixação das prioridadespara a idilizaçáo do gás natu-ral é de competência do Con-selho Nacional do Petróleo, ór-gão do Ministério das Minas eEnergia incumbido de estabe-lecer a política nacional dosetor. Por enquanto, a produ-ção nacional de gás natural(associado ou não) é inexpres-siva quando comvarada coma de outros paisês em desen-volvimento ou industriali-zados.Apesar disto, a Petrobrásvem aumentando gradativa-m&Ue a produção de gás e suautilização em várias regiõesdo país. A estimativa de pro-duçáo de. gás natural para es-te ano é de aproximadamente

16 milhões de metros cúbicospor dia, enquanto que, em1980, esta produção era deapenas 6 milhões de metroscúbicos diários.ESTRUTURA DEDEMANDA

O aumento da produção degás natural está contribuindopara uma racionalização doconsumo de derivados no País,que, a partir do primeiro cho-que do petróleo em 1973 e de-pois do segundo em 1979, alie-rou-se substancialmente. A ga-solina que, em 1973, era res-ponsável por 312% da deman-da de derivados, reduziu suaparticipação para 12,6%, em1984.

Houve também uma quedasignificativa no consumo deóleo combustível que passoude 26,7% para 16 J% no mesmoperíodo. Enquanto isso, outrosderivados viram sua demandaampliada: o óleo, por exem-pio, aumentou sua participa-çáo de 21,9% para 30,7%, en-quanto que o GLP cresceu de6,5% para 93%. O crescimentoda nafta de 4,0% para 12,4%deveu-se á coTisolidaçáo doPólo Petroquímico do Nordes-te e ao inicio da operação doPólo Petroquímico do Sul, queutilizam a nafta como matéria-

prima básica para a produçãopetroquímica.APOIO A INICIATIVAPRIVADA

A contribuição da Petrobrásao País náo se limila ás áreasde atuação direta. A empresavem exercendo papel decisivono fortalecimento da iniciati-va privada, notadamente a decapital nacional, em diversossetores econômicos: engenha-ria, bens de capital, indústrianaval, etc. Hoje 90% das cnco-mendas da Petrobrás são fei-tas no mercado brasileiro.Além disso, tem contribuídodecisivamente, através desuas subsidiárias Interbrás eBraspetro, para ampliaçãodas exportações de produtos eserviços pelo Pais. Isso, por-que, através de sua políticadiversificada de compra de pe-tróleo, a Petrobrás tem vincu-lado suas importações á ven-da de produtos e serviços bra-sileiros. Hoje, quase a iotalida-de das compras de óleo pelaPetrobrás tem uma contrapor-tida de vendas de produtosbrasileiros.

A Petrobrás exerce um pa-pel também importante em cm-tros setores como, por exem-pio, o setor químico e defertili-zantes, nos quais atua atravésde suas subsidiárias, Petroqui-sa e Petrofértü. A presença daPelroquisa possibilitou tam-bém o surgimento de empresá-rios privados nacionais, no se-tor que antes era dominadopor capitais estrangeiros.Além disso, teve participaçãodecisiva na eliminação ao tra-dicional déficit comercial dosetor químico, que, no ano pas-sado, pela primeira vez em suahistória, registrou um superá-vit em suas trocas comerciaiscom o exterior, contribuindo,assim, para melhorar a situa-ção cambial do país.Finalmente, cabe destacar aimportância da Petrobrás Dis-tribuidora, que vem instalan-do postos pio:leiros em regiõesnão atendidas pelas empresasprivadas do setor, além de tersido a primeira distribuidorade derivados a instalar bom-bas de álcool hidratado nopaís. Hoje a Petrobrás Distri-buidora detêm cerca de 30%do mercado de distribuição.

INVESTIMENTOS DIRETOS DA PETROBRÁS POR ATIVIDADE1973185

(Em bilhões de cruzeiros de 1985 e

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% (100%)19731974197 5197619771978197919Ü019811982198.1198419S5

35312937425461789089949389

294339332419211044323

15547

1887644235

101724•161113621•)112

1144756541I011

5.1497.500

10.57810.06 510.0571022410.1349.835

13.43618 648li 4229S96

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Jornal do Brasil sexta-feira, 13/9/85 t> Documento JB-Economia > 10

Setor químico

esboça planos

para o futuroO que poderá ser a indústria

química em 1986 e nos anosseguintes, particularmente aquímica fina, já começa a seresboçado. Busca-se chegar aoconsenso entre empresas priva-das nacionais e de capital es-

Itrangeiro, definindo-se pontosmínimos em que elas estejamde acordo. Feito isso, o do-cumento será encaminhado aoGoverno, para apoiar a defini-ção da política industrial daNova República.

Quanto à indústria químicade base, especificamente, deve-se conhecer, talvez ainda esteano, as diretrizes para a suaconsolidação e desenvolvimen-to. Isso no plano executivo, jáque a discussão deverá entrarpelo Legislativo. E aí se deveráassistir a uma forte ação delobby, que já começa a dar seusprimeiros passos.

Na tarde de hoje, os empre-sários químicos nacionais (Es-tado do Rio de Janeiro) vãolevar suas posições ao SenadorGabriel Hermes, autor de umprojeto de lei que institui areserva de mercado para a in-dústria químico-farmacêutica.O que eles querem é que oprojeto especifique que os be-nefícios serão concedidos ex-clusivamente às empresas decapital 100% nacional.

Na área das empresas multi-nacionais, o que se sabe é quealgumas também estão atuandofortemente junto ao Congres-so. .No centro disso tudo está ovalor do mercado brasileiro deprodutos farmacêuticos: é o 8omercado do mundo, correspon-dendo a 1,5 bilhão de dólares.Só no ano passado foram im-portados insumos farmacêuti-cos no valor de 400 milhões dedólares.

A formulação de diretrizes

Indicações para a Formulaçãode Diretrizes Orientadoras para oSetor Petroquímico.

Este é o nome do trabalhoresultante do Convênio feito entreo Instituto Brasileiro de Petróleo(IBP), Conselho de Desenvolvi-mento Industrial (CDI), Petroqui-sa (subsidiária da Petrobrás) e daAssociação Brasileira da IndústriaQuímica e Produtos Derivados(ABIQUIM).

O objetivo do Convênio foi ode juntar todas as partes interessa-das — Governo, empresários pri-vados nacionais e estrangeiros, eestatais — com vistas a definir asbases pelas quais a indústria petro-química deverá se comportar deagora em diante. Espera-se que jáno mês de outubro ele seja subme-tido ao Governo.

Os temas tratados no do-cumento (até agora confidencial)são:

Bases mercadológicas — o mer-cado brasileiro de produtos petro-

auímicos tem evoluído a partir de

ois impulsos distintos:a) pela absorção de faixa

ocupada por produtos tradicionais(vidros, metais, papéis e outros),substituindo-os; e

b) como decorrência da expan-são da renda real.

Para que a indústria consigamanter uma presença razoável nomercado externo, como mecanis-mo de ajustamento, e de prosse-guir no atendimento pleno do mer-cado doméstico, destaca o do-cumento que:os investimentos exigidosserão expressivos no médio prazo.Isso porque, se o Produto Nacio-nal Bruto (PNB) crescer à taxa de4% a 5% ao ano, o consumo deprodutos petroquímicos poderácrescer na faixa de 6% a 10% aoano, conforme a elasticidade quevenha finalmente a prevalecer, ex-portando as folgas de capacidadeexistentes.

assim, será necessário quesejam planejadas ações empresa-riais para cumprir os objetivos tra-çados em relação ao mercado, co-mo o atendimento ao consumointerno sem reduzir os níveis deexportação;

Suporte tecnológico — consta-ta-se que a implantação dos proje-tos petroquímicos no Brasil não foiacompanhada do esforço desejável

para compreender plenamente atecnologia adquirida e de gerarcondições para desenvolvê-la comrecursos próprios.

Reconhece-se que há espaços eformas de contornar as dificulda-des, desde que se ofereçam condi-ções para a pesquisa e desenvolvi-mento. A condição básica paraisso é o financiamento, a partir decustos compatíveis, incluindo-se osdispêndios com formação, treina-mento e aperfeiçoamento de pes-soai, e o apoio à implantação deempresas dedicadas à atividade.

Matérias-primas — é funda-mental que o preço da nafta, comomatéria-prima essencialmente pe-troquímica, seja praticado de for-ma a não tornar inviável um setorque não se restringe a suprir omercado doméstico e que já ocupaposição não negligenciável no mer-cado internacional.

Observa-se que a nafta, comomatéria-prima petroquímica, alémde mais eficiente, apresenta, nocaso particular brasileiro, a carac-terística de ser relativamenteabundante.

As explicações para isso são:1) considerada a elevada de-

manda de gás liqüefeito de petró-leo (GLP) e a comodidade do usodo gás natural como substituto doóleo combustível, a sua alocação àpetroquímica ficaria naturalmentelimitada a metano e etano, linhasem que se prevêem excessos decapacidade por prazo relativamen-te amplo;

2) como as perdas de processa-mento do gasóleo nas centrais pe-troquímicas são substancialmentemais elevadas — além da grandedemanda interna de diesel, elimi-nando a possibilidade de produzirexcedentes de refino, o uso dessamatéria-prima fica extremamentelimitado;

3) os resíduos de destilaçãoapresentam baixa eficiência quan-do utilizados na indústria petroqui-mica, daí ficarem limitados à pro-dução de negro-de-fumo;

4) o álcool como matéria-primapetroquímica, no atual estágio dedesenvolvimento tecnológico (bai-xa produtividade agrícola e indus-trial), certamente ficará limitado asituações especiais, como é o casoda Salgema Indústrias Químicas,que produz eteno (matéria-primapetroquímica) a partir do álcool;

5) os gases de refinaria, além

de limitados em quantidade, apre-sentam regularidade de forneci-mento não assegurada.

Consumo energético — existeno Brasil competência tecnológica'suficiente para conquistar novaseconomias até o limite do possívele do economicamente recomen-dável.

Preços e tarifas — duas coloca-ções são feitas aqui:

1) não existem fortes razõespara que os produtos petroquími-cos tenham seus preços submeti-dos ao regime de controle e con-cessão, o qual tem provocado ina-dequadas e perturbadoras modifi-cações nos preços relativos e, ain-da, desestímulos à capacidade deinvestir.

2) a tarifa aduaneira deve seradministrada de forma ágil, capazde evitar movimentos bruscos re-sultantes de situações excepcio-nais.

As observações são de que osmecanismos de preços, tarifas eoutros, utilizados no Brasil à guisade proteger a indústria nacional,passam por administrações cícli-cas, ora praticadas adequadamen-te, ora de forma equivocada epouco competente. A própria poli-tica cambial, em certos momentos,foi responsável pelo estímulo aimportações desnecessárias, man-tendo deliberadamente o cruzeirosupervalorizado.

Investimentos — reafirma-se,no documento, que os empresáriospetroquímicos estão dispostos amanter suas posições, investir nosnecessários acréscimos de capaci-dade e ocupar oportunidades emsetores afins, tais como os de quí-mica fina e especialidades quí-micas.

Considera-se, ainda, que aação empresarial estará condicio-nada a:

1) deixar que o mercado deter-mine os preços, abolindo-se oscontroles que, em termos práticos,acabam por administrar o lucrodesestimulando a eficiência; e

2) modificação da política detaxas de juros praticada pelasagências federais de crédito, quehá algum tempo vêm sendo supe-riores, em termos reais, às vigentespara o mesmo tipo de crédito nomercado internacional.

BRASfLConsumo dos principais produtos

petroquímicos (1974 e 1984)

(em toneladas)

produqAoPRODUTOS/ANOS NACIONAL IMPORTACAO EXPORTAQAOPEAD ~1974 27 455 27 110 501984 208 200 673 89 429

PEBD1974 158 476 47 120 3 9721984 508 533 1 198 162 260

POIIPROPILENO1974 _ 31 898 _1984 231 818 101 760

ANIDRIDO MALEICO1974 800 2.300 _1984 12.851 4.056

ANIDRIDO FTALICO1974 32 890 5 952 7001984 62 630 102 13491

ACRILONITRILA1974 — 10579 _1984 69591 3 435 23 102

BUTADIENO1974 63 199 38.182 _1984 196 967 18 579

BENZENO1974 122 198 6 157 _1984 489.969 85 989

CAPR0LACTADA1974 — 18 338 _1984 42 462 800 10.529

DMT1974 _ 38 041 _1984 65.356 21 680

ESTIRENO1974 50 000 49 006 4 1681984 225.750 38.578

ETENO1974 269.472 _1984 1 261 963 122.364

METACRILAT0 DE METILA1974 5.575 1.195 _1984 10.447 3 766

MELAMINA1974 _ 4.403 _1984 4.865 50 1.755

OXIDO DE PROPENO1974 — 17.885 _1984 98.300 19 618

PVC1974 106 006 67 034 6621984 326 389 637 76.234

TDI1974 — 14 323 _1984 23 983 204 6.039

TOLUENO1974 103610 _1984 141 402 39.326

FONTE: ABIQUIM

Norte-Fluminense-Vantagens da irrigação

O Norte-Fluminense com-preende 14 Municípios quetotalizam 14.650 quilômetrosquadrados. Em 1980, porocasião do Censo Demográ-fico, sua população presenteera de 770,7 mil pessoas, oque implicava uma densida-de demográfica de 52,6 habi-tantes por quilômetro qua-drado.

A análise da evolução doefetivo demográfico no pe-ríodo intercensitário1970/80, põe em destaqueuma taxa de crescimento dapopulação muito pequena,de 6,5% em todo o periodoou de 0,6% de crescimentoacumulativo ao ano.

No mesmo período, o Es-tado do Rio de Janeiro, nasua configuração territorialpresente, cresceu a sua po-pulação em 25,6% e o Brasilcomo um todo teve a suapopulação aumentada em27,9%. Significa que a Re-gião Norte-Fluminense nãoestá conseguindo reter a suapopulação.

Não há estudos atualiza-dos acerca da renda regio-nal, mas as últimas indica-ções sobre a matéria davama renda do Norte-Fluminense situada por voltados US$ 450.000, na épocaem que a renda do Nordesteera avaliada em US$750.000.

O setor canavieira do Nor-te-Fluminense é constituídode 19 unidades agroindus-triais e 12.689 fornecedoresde canas, cuja produção nasafra 1984/85 foi de 7,5 mi-Ihões de toneladas de canas,que possibilitaram produzir433,2 mil toneladas deaçúcar e 219,5 mil metroscúbicos de álcool.

Comparadas com as uni-dades agroindustriais cana-vieiras em operação no País,as usinas de açúcar do Nor-te-Fluminense podem serconsideradas como de portemédio, situando-se sua pro-dução, com base na quanti-dade de canas que consumi-ram na safra 1984/85, entre30 e 990 mil toneladas.

Estima-se em 200.000hectares a área plantadacom lavouras de cana noNorte-Fluminense. Conside-rando-se a quantidade pro-duzida na última safra, de7,5 milhões de toneladas,tem-se um rendimento agrí-cola médio de 38,1 tonela-das por hectare. Esse rendi-mento é baixo. Em Pernam-buco o rendimento agrícola éestimado em 48 toneladaspor hectare, em Alagoas 49,e em São Paulo 72.

Em conjunto, as unidadesagroindustriais canavieirasdo Norte-Fluminense têm ca-pacidade instalada para pro-cessar 16,2 milhões de tone-ladas de canas. Levando-seem conta que na última safrasomente processaram 7,5milhões de toneladas, con-clui-se que a capacidade nãoutilizada foi de 53,7%.

A causa da existência des-sa capacidade ociosa não óproveniente da falta de mer-cado. A produção do Norte-Fluminense é insuficientepara abastecer o seu merca-do natural, o Estado do Riode Janeiro. O consumo esta-dual é de 762,5 mil toneladasde açúcar e 1.053,2 mil me-tros cúbicos de álcool. Emresumo, o Norte-Fluminensenão consegue produzir maisdo que 56,8% do seu merca-do de açúcar e 20,8% do seumercado de álcool.

Para completar' to seuabastecimento, o Estado doRio de Janeiro Importaaçúcar e álcool do Estado deSão Paulo, cuja produçãosupera as necessidades cioseu mercado natural. Isto im-plica em pesados ônus so-ciais, que decorrem doscustos de transporte deaçúcar e álcool produzidos àdistância maior, além dosônus sociais que decorremda permanência do parquecanavieira fluminense emestagnação, quer porque,não proporciona os empre-gos de que a região necessi-ta, quer pelos mais elevadoscustos de produção ali prati-cados.

O Rio de Janeiro já foiimportante produtor de cana-de-açúcar. No início da dé-cada dos trinta era o segun-do maior produtor, sendo asua produção superada ape-nas pela do Estado de Per-nambuco. No início da déca-da dos cinqüenta o Estadodo Rio de Janeiro ocupava aposição de terceiro produtor,no início da década dos se-tenta era o quarto e na safra1984/85, ocupava a posiçãode quinto produtor de canasdo País.

Diversos fatores contribuí-ram para a perda da posiçãorelativa do Estado do Rio deJaneiro na produção de ca-nas do País. Uma delas é ofato inequívoco de o Norte-Fluminense não possuir áreaprópria ao cultivo da cana,na extensão adequada auma expansão mediante aincorporação de novasáreas. No Norte-Fluminense,

a incorporação de áreas veiosendo feita mediante o apro-veitamento de zonas panta-nosas, resultado dos servi-ços de drenagem da Baixadados Goitacazes, ou da incor-poração das áreas de tabu-leiros próximas às unidadesagroindustriais instaladas.

O programa de expansãoda lavoura de cana, nos últi-mos anos, não possibilitou aevolução da tecnologia agrí-cola, de modo a incorporar airrigação na produção de ca-nas. Era proibida a utilizaçãode recursos do PROAL-COOL em irrigação, em cer-tas áreas do País. Foi permi-tida a utilização daqueles re-cursos em irrigação no Nor-te-Fluminense, porém, a suaadministração financeira foiconduzida de modo a impe-dir que projetos de irrigaçãofossem implantados noNorte-Fluminense.

A zona possível de serutilizada com lavouras de ca-na3 no Norte-Fluminense es-tá praticamente ocupada.Dentro do período atual, elapode ainda crescer mediantea recuperação de algumasáreas alagadas e a substitui-ção de pastos. Mas o acrés-cimo de área não será signi-ficativo.

A forma pela qual a expan-são da atividade canavieirapoderá ocorrer no Norte-Fluminense será por via deuma mudança tecnológicacom base na irrigação, ouseja, mediante a moderniza-ção de sua base agrícola econseqüente elevação daprodutividade.

Na Região Norte-Fluminense chove poucoconsiderando-se as necessi-dades da lavoura canavieira.A média observada no perío-do de 66 anos, entre 1915 e1980, foi de 1.056 milímetrosde chuvas. Nos sessenta eseis anos que decorreramentre 1915 e 1980, somenteem seis foram observadostotais de chuvas anuais su-periores a 1.200 milímetros.Ocorre, no entanto, que oíndice ideal de evaporação éde 1600 milímetros anuais,ou seja, quando a cana exige20% a maior da evaporação,ou seja, 1920 milímetros.

O baixo nível da precipita-ção pluviométrica põe o se-tor canavieira Norte-Fluminense em situação deextrema vulnerabilidade. Seo volume de chuvas já éinsuficiente, uma irregulari-dade mais acentuada na sua

distribuição sazonal, na for-ma de "veranicos", assumeproporções de grande crise.

A irrigação dos canaviaisfluminenses é medida que seimpõe para elevar a produ-ção regional para, no mini-mo, 16 milhões de toneladasao rendimento médio de 80toneladas por hectare e de100 quilogramas de açúcarpor tonelada de cana proces-sada, comparada com 38,1toneladas de cana por hecta-re e 86 quilos de açúcar portonelada.

O programa de recupera-ção da economia canavieirafluminense, a ser deflagradomediante a irrigação das la-vouras, poderá sustentar ocrescimento da economia doNorte-Fluminense durante,aproximadamente, oito anos.A partir de então, a estraté-gia deverá ser alterada, por-que estarão exauridas aspossibilidades de uma subs-tancial expansão da ativida-de canavieira na Região. Acontinuidade do progressoeconômico no Norte-Fluminense dependerá daforma como evoluir a ques-tão relacionada com o paga-mento dos royalties sobre opetróleo extraído da platafor-ma continental, o desenvolvi-mento da cultura de café eseringueira nas regiões aci-dentadas, complementadacom o pólo àlcool-químico eo confinamento para engor-da de bovinos com resíduosdas usinas.

Se, no decorrer dos próxi-mos cinco anos a lavoura decana se expandir de modo aalcançar os 16 milhões detoneladas, na mesma áreaatual de 200.000 hectares,então, a produtividade agrí-cola aumentará em 110%, orendimento agrícola passaráde 38,1 para 80 toneladas decanas por hectare-ano.

Estima-se que o volumeda mão-de-obra empregadana lavoura possa elevar-seem 20% em relação ao con-tingente atual, estimado em30.000 pessoas. A produtivi-dade da mão-de-obra seráelevada em 75%. Como aatividade canavieira contribuicom um pouco mais de 50%para a formação do PIB, es-te, somente em conseqüèn-cia da expansão canavieira,será elevado em 37,5%, percapita.

Com base em uma supôs-ta renda atual per capita deUS$ 450.00, ao final do pro-grama de irrigação, a rendaregional terá sido elevadapara USS 618.80.

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20 4 Documento JB-Economia «i sexta-feira, 13/9/85

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Passados quase seis meses deimplantação da Nova República, nãopodemos deixar de manifestar nossapreocupação com os novos rumos dapolítica econômica-financeira dopaís e, sobretudo, com a solução queserá dada à questão do montante dadívida pública interna representadapor títulos do Governo federal(Obrigações Reajustáveis e Letrasdo Tesouro Nacional).

Para se ter uma idéia do volumedessa dívida, basta salientar que atéjulho deste ano os títulos federais empoder do público já atingiam a signi-ficativa soma de Cr$ 140 trilhões. Ouseja, um crescimento de 70% desdedezembro de 1981, em termos reais(descontada a inflação do período).Acrescentando a esse montante detítulos junto ao público a carteira detítulos em poder das AutoridadesMonetárias, da ordem de Cr$ 94trilhões, adquirida para financiar odéficit público mediante a emissãode moeda, o aumento real da dívidamobiliária federal nos últimos quatroanos foi de 100%.

Se considerarmos, porém, o con-ceito de dívida pública consolidada,que pressupõe títulos da dívida fede-ral, estadual e municipal, emprésti-mos do sistema financeiro nacional(bancos comerciais, de investimen-tos, etc) ao setor governamental não

financeiro e o endividamento exter-no, começaremos então a trabalharcom números preocupantes: cerca de60% do Produto Interno Bruto(PIB). E o que mais preocupa é oritmo de crescimento do endivida-mento público consolidado interno(já que o externo está estabilizado),que de dezembro de 1984 até julhodeste ano evoluiu 26%, em termosreais.

Para que tenhamos uma idéiamais precisa do problema, vale assi-nalar que a dívida interna consolida-da do setor público estava estimadaem julho último em Cr$ 390 trilhões,enquanto a externa, no mesmo pe-ríodo, situava-se em cerca de Cr$530 trilhões (ao câmbio do mês), mascom uma diferença importante: éque os juros da dívida externa estãosendo pagos pelo país, enquanto osque pesam sobre a dívida internavêm sendo rolados. Ora, se levarmosem conta apenas uma taxa de juroreal de 20% ao ano, nos próximosdois anos a dívida interna atingiráCr$ 560 trilhões, ou seja, estarámaior que a externa se nada for feitopara interromper essa espiral.

Para compreendermos melhorcomo esse "monstro" denominadodívida pública consolidada é consti-tuído, comecemos nossa análise pe-los títulos públicos estaduais e muni-ripais (TEM), um dos componentesdesse organismo.

Todos os dias no Caderno B.

Nos últimos oito anos o saldo dostítulos públicos estaduais e munici-pais situou-se em torno ao equiva-lente a 3 bilhões de dólares, ressal-vando-se o maior endividamento ob-servado em dezembro de 1982, cujaorigem remonta, provavelmente, aofato de ter sido um ano eleitoral.Como conseqüência, o ajustamentoda dívida à tendência histórica con-forme quadro n° 1, acabou por exi-gir, a partir do ano seguinte, umaação saneadora das finanças esta-duais e municipais (culminando como programa desenvolvido recente-mente pelo Banco Central de apoio àreestruturação dos bancos esta-duais).

De um modo geral, nos últimoscinco anos os títulos públicos esta-duais e municipais situaram-se, emmédia, pouco abaixo de 2% do PIB.Como o incremento real no primeirosemestre deste ano foi de 10%, amanutenção de tal "performance"deverá fazer com que a participaçãopercentual desses papéis sobre o to-tal do PIB atinja, no final deste ano,a 2,3%.

Há a preocupar o fato de que nobiênio 1985/86 poderá ocorrer umincremento maior do que o esperadono endividamento em títulos públi-cos estaduais e municipais, devido àseleições municipais, estaduais e paraa Assembléia Nacional Constituinte,a se realizarem nos próximos doisanos.

No que se refere aos títulos pú-,blicos federais é interessante obser-var, no quadro n° 1, que o endivida-mento em dezembro de 1984 erabem inferior a dezembro de 1981.Constata-se, ainda, duas fases distin-tas no perfil dessa dívida. Primeiro,um crescimento acentuado até junhode 1982, ocorrendo a partir de entãoa reversão na tendência com umaredução do saldo devido ao nível de9 bilhões 300 milhões de dólares emdezembro de 1983. Já nos trimestresseguintes, a evolução aconteceu ataxas crescentes, cabendo registrarque o Governo, em dezembro passa-do, preferiu expandir a base monetá-ria em 36,2% no mês (projetandouma pressão inflacionária para esteano), à alternativa dc um maiorendividamento público.

Analisando o primeiro semestrede 1985 conclui-se que, mantido oatual ritmo de crescimento, a dívidaem títulos públicos federais dobrará,em termos reais, até o final do ano.Como agravante, deve registrar-seque o prazo médio de vencimento da

dívida, hoje em torno de 14 meses,foi reduzido substancialmente devi-do à reativação dos leilões de Letrasdo Tesouro Nacional (LTN), prind-palmente as de 35 e 63 dias. Cabedestacar que o BC procurou tambémrolar sua posição através de emissõesde Obrigações Reajustáveis do Te-souro Nacional (ORTN), dividindoigualmente o ônus do novo endivida-mento entre este papel mais longo eas LTN, cuja colocação líquida detítulos até julho foi de quase Cr$ 14trilhões.A redução que não aconteceu

Em princípio, a utilização inten-siva dos papéis curtos possibilitamaior mobilidade à política monetá-ria, pois traz embutida, necessaria-mente, a expectativa de uma redu-çáo das taxas de juros. Desta forma,evita que o Tesouro forme uma car-

— teira de títulos de longo prazo, emiti-dos a uma rentabilidade elevada,num período onde as taxas já teriamdeclinado. Mas, se não ocorrer umaredução nas taxas de juros, a brevematuridade dos papéis permitirá queas instituições do mercado pressio-nem o Banco Central, durante osleilões dos títulos, exigindo maiorrentabilidade. Foi o que aconteceu.Como exemplo, a taxa efetiva aomês das Letras de 35 dias evoluíram,de modo sempre crescente, de9,14% no segundo leilão de julho,para 11,81% no último leilão do mêsde agosto, acompanhando a expecta-tiva do mercado quanto à retomadados níveis de inflação a partir deagosto/setembro.

Observando o quadro n° 2, per-cebe-se a grande defasagem entre aevolução do PIB e o endividamentoem títulos públicos federais. Como odesempenho do primeiro reflete, emúltima análise, o retorno do cresci-mento da economia como um todo, épor demais surpreendente que, fren-te a um resultado nulo da economiano período de 1980/84, o setor públi-co dobrasse, em termos reais, suacaptação de recursos no MercadoAberto (aumentando, conseqüente-mente seu nível de dispêndio).

Terminado o primeiro semestredeste ano, somente a dívida públicafederal per capita situava-se em cer-ca de Cr$ 1 milhão (16% do total dadívida pública consolidada per capi-ta). Esse dado vem confirmar que,embora elevado, não é o principalcomponente da dívida. Em realida-de, a dívida externa ainda é a demaior expressão.

As eleições já preocupam

WMM

(Em US$ bilhoes) divida externa versus Quadro n" 2

89 4 903 91.6 divida em titulos publicos lls$ hi[hA(_. evolu^ao no periodo~~ —5™*— T"ulos

j*jjjjE]H[ (base: 1980 = 100)81,3 'sS»aC® divlda estaduais '... 77,0 tjS? anos/meses external/ federals municipals total div. ext/div. Int.Divida externa 75.1 | l^* U) (2) <3> 4 = <2) + (3) (S) = (i)/<4) _______ em %

62 9 64,4 mi Mar UJ \j M,2 3^ divida divida pOblka59 t!0*% qU" «'! 13,7 2,7 16,4 3'4 ertema tit. federals consoUdada

«, Set 59.! 14.4 3,0 17,4 3.4533 M'6 iDez 61-4 16.8 3,2 20,0 3.1 1980 100 100 100 im1982 Mar 62,9 ,4.4 3,3 17.7 3,6 .no, pR °° 100

Jun 64,4 19,8 3,4 23,2 2.8 1,4 181 127Set «•.« 19.0 3,6 22,6 2,9 1982 99 131 201 1S4

^'2 18,7 4J 22,8 3-' 1983 ,ei lnn1983 Mar 75,1 )2,6 3 15 4 153Divida publics *¦ £o ft,9 |^EM. "" 168 ,h8 165

'• a.0177>f&!5f ,«2..,.if 1984 Mar 85.7 g'R 27 £5 £9 1985 [/ 173 233 188

-116-i'7.?** 142 12* 89.4 Bis 2'I 161 5 Observagao: 1) Estimativa ANDIMA4P88! I Dez 90,5/2 15,6 2,7 18,3 4,9 FONTE: ANDIMA1985 Mar 91 ,6/* 16,3 2,9 19,2 4,8

Jun 92.8Z2 I 21,7 2,5 24.2 3,8 _____

Dez Mar Jun Set Dez Mar Jun Set Dez Mar Jun Set Dez Mar Jun Set Dez Mar Jun Observances: '/ — Foi considerado o total da divida nSo registrada, Quadro n° 4IQfln iqqi iqoo 1000 1QQ4 inpr desconstderando-se o componente de curto prazo e as reservas internacionais. .£„«.• *~

J "

T~~ 5 2 - Estimativas: Manteve-se o crescimento observado no trimestre Julho/Setcmbro dc /C dOS empreStllllOS SO SetOF

Fonte: Bolet/m do Banco Central - ANDIMA Beatriz 1984. ffovprnampntal tino fitintiPPirn— Convers5o cfctuada com o auxflio da cota^o do d6Iar do ultimo dia de cada m£s. ® fl^CGlTOm 1**1 • ? I • FONTE: Boletim do Banco Central (diversos numeros) ANDIMA — Dept° Pesqutea Sobre O total dog empreStilllOSlendencia dos juros e exptosiva em%

Entretanto o quadro n° 3 revela a tender- refonja a tese de uma diminuigao na participa- . . , Quadro n° dos bancos dos bancoscia explosiva da divida em titulos publicos gao do governo no mercado de titulos e/ou de Saldo dos tltUlOS da divida public dos bancos comerciais comerciaisfederals que, conjugada a maior colocagao em credito. Em realidade, uma menor demanda FpHprnl/1 Pnaipnn O^/OQ/ftCl 81105 comerciais oficiais privadospapas de curto prazo, garante, caso nao se de financiamento por parte do setor publico e reuerai/A rosigao em Cr$ bilh6es elimine o atual deficit de caixa, uma forte um corte em seu dispendio, de modo a reduzir meses em Cr$ bilhoes variapio percentual (%) 1985 *9'8 '^,3 39 1,9pressao na j5 suficientemente elevada taxa de o ddficit publico, exerceria forte pressao para 1984 1985 no mte noano em 12 mm 1979 21.2 43,4 6Jjuros. Os reflexes negatives sobre a atividade queda no ni'vel dos juros, levando certamente jan. iolso 53 846 79 7 iiai 1980 24,3 46 8,6produtiva se traduzem, nao s6 pelo maior a retomada dos investimentos por parte do cpV ' ' ' 1981 30 2 M 13 7direcionamento do capital ao mercado finan- setor privado, com a consequente reativacao reV' 10'660 63 617 18,1 27'4 496'8 ,nsn V,Z 54,0 'ceiro, mas tambiim, e principalmente, por da atividade economica MAR- 13.107 73.300 15,2 46,8 458,3 34,8 57-6 17-°tornar inviSveis determinados projetos ks ta- ABR. 13.368 87 276 - 19 1 74 8 552 1983 U'2 62'6 30-0xasde jurospraticadasno mercado. Eainda,a ^onciusao MAI 16

324 104 Q3I ' 1984 42,7 66 26,4maior participagao do Estado no mercado de A maior participagao percentual dos tftu- IIINi la( ... „ credito (vide quadro n°4) incorrendo num los publicos federais, estaduais e municipais 119 059 14,4 138-5 549<7 FONTE: Banco Central — (Diversas Publicacoes)crowding-out (especie de deslocamento) do sobre o total dos haveres nao-monetdrios, JUL. 21.457 139.968 17,6 180.4 545,0 ANDIMA

setor privado, & comprovadamente perversa conforme o quadro n° 5, conjugada a concen- Observagoes:!/ - Exceto carteira das Autoridades Mone« ias ——economia, ja que a produtividade do pnmeiro tracao da ordem de 40% do credito dos bancos n, . . (cuja atuagao tem sido justificada como essen- comerciais no setor governmental nao- phmtp ~

" cial ao desenvolvimento de atividades onde financeiro e a insistencia em manter-se um Boletim do Banco Central do Brasil (Junho de 1985—Vol.21 n° 6) \madro n° 6relagao retorno/risco 6 pouco transparente) elevado deficit de caixa (Cr$ 47 trilhoes no ANDIMAtradicionalmente inferior k do segundo. acumulado ate julho) permitem um exerdcio. ZH , " consouaada

No que se refere ao Mercado Aberto, em grandes numeros, daquilo que poderd sero " (valorcs COrrentes)pressao por maior coloca?ao de ti'tulos publi- deficit publico consolidado ate o final do ano. Quadro N° 5 — % da divida public a Federal n ™ D-,ucos federals forqa ;1s instituigoes financeiras A expectativa de que o deficit de caixa eatadual e muuiciual |aumentarem sua posigao de alavancagem, am- previsto para agosto em Cr$ 10 trilhoes repita- Divida publics fed., emprestimos ao setor dividapliando, consequentemente, seu nfvel de risco. seem setembro permite projetar para os anos est. e municipal governmental nao financeirt, externa totalEntretanto, cabe lembrar que tais mstituigoes ultimos cinco meses do ano um valor pr6ximo Sobre o total dos haveresdividem esse risco com o restante da econo- a Cr$ 50 trilhoes, caso nao se adote medidas J»nho Nao monetArios Financelros 1980 776 463 3.072 4.311mia, devido a possibilidade de se alavancarem efetivas para a redugao do deficit do governo. 1980 26,6 ) 8 1981 2.687 1.237 6.888 10.812em quase 30 vezes sobre sua base de cSlculo Assim, considerando-se um crescimento 1981 32,8 23 1982 6 497 2 959 16 «*i te, o<a(patnm6mo li'quido ou capital destacado). dos meios de pagamento de 180% em 1985 1982 34,9 28*5 in« ,, ™ U5()

A que,at6 julho,jSforamemitidosCr$8trilhoes '983 25,3 21'6 1983 14507 10-301 75 571 100.379A qucstao da divida externa 700 bilhoes, se poderia emitir ainda Cr$ 36 1984 20,8 18;7 '984 61.968 33.220 254.720 350.320; J,..;.,. . . trilhoes 200 bilhoes ate o final do ano. Restaria 1985 ^ 26,4 1° SEM. 135.439 62.412 554.944 752.795A divida externa se sobrepoe duas impor- a ser financiado em ti'tulos publicos federais fomtf r J —— ~~~

tantes caractensticas. A pnmeira 6 que embo- al„0 em torno (je qj triihoes Mas como rONlc. Banco Central (diversos documentos) FONTE: Boletim do Banco Central (diversos numeros)".Sua,„™,juridade acdnte?a,ao long° d5 20 fazer para a rolagem da atual dfvida? Em 31 de AND'MA ANDIMAanos, 8/cdo vencimento estd conccntrado no jullio era necessario rolar 0 equivalente a Cr$ —— 1proximo quinquenio. A segunda e que 43 trilhoes (Cr$ 28 trilhoes em ORTN e Cr$ 15rolagem da d.yida e o pagamento dos juros trilh6es em LTO) at6 0 final do anocom novas captaqoes, conforme vcm ocorren- pressa0 „ Mercado Aberto deverf ser da

I" ' Crna' enfrentam a mdlsP°- ordem de Cr$ 57 trilhoes, ou seja, o equivalen-nibihdade de novos recursos externos 0 que te 4 emissao mensal de 230 milhoes de ORTN'mpcdido a divida liquida total (publica de agosto a dezembro.

pnvada de curto, medio e longo prazo) detransceder os 100 bilhoes de dolares. Como os tftulos com maior aceitaqao eram

Deve-se ressaltar que, do desajuste oriun- aqueles de menor prazo, vide Letras de 35 edo da divida externa, a substantial performan- 63•os quaisnao deverao ser privilegiados pela 1ce do balanqo de pagamentos possibilitou atual administra^ao do Banco Central, espera-transformagao de um deficit em transaqoes ^ a Diretoria da Divida Publica secorrentes de 12 bilhoes 800 mil dolares em utili2e do. expediente de realizar go arounds |1980 para um pequeno superdvit de 165 mi- dos PaPf's hoje em carteira da AutoridadeIhoes 400 mil ddlares em 1984, estancando, Monetdria. tdesta forma, 0 crescimento do endividamento Assim, como a politica fiscal ainda nao 6externo. suficientemente austera, caso nao se efetuem

a r> os cortes necessSrios nos gastos do governo as . v > *, • ?As relatjocs Governo-bancos taxas de juros deverao manter-se pressiona- *"£>1 /* s ;' >! *

1?', J* -i' rf''1. " ' *'¦ y *0'"

Quanto ao aspecto creditfcio da divida das. mcsmo que num primciro momento ve-publica, o quadro n" 4 6 praticamente auto- nham a ceder. A queda das taxas pode estimu- "* ff, B-y.!qEvl'1explicativo. Em dezembro dc 1984, quase 44% lar, por sua vcz, o rcaquecimento inflacionario *£|de todo 0 crddito dos bancos comerciais eram (fortemcnte incentivado pela provitvel expan- 1destinados ao setor governamental nao finan- s^° da base monetaria) e a busca pelos agentes '"-v \ceiro. Alcm de concentrar o exposure do economicos de alternativas de investimentosistema bancario num mcsmo devedor (0 Esta- (puramente especulativa) de alta liquidez, que .f ""do), esses dados rcvclam 0 elevado risco dos possibilitem a obtengao de rentabilidade realbancos frcntc ao forte poder de barganha do positiva, privilegiando ou depreciando este ou 'ySc'setor do governo, numa hip6tese, ainda que aquelc mcrcado e, principalmente, modifican- « i Hp, ^remota, de uma renegocia$ao em bloco dessa do as principals caractensticas dos diversos "a " Hp l|, Idivida. Lamentavelmcnte, o Governo, ao con- segmentos do mercado financeiro. R: <4 BK" \ jtrario do que aconteceu com o setor privado, , Wg'-; . . ••• 'nao seadaptou ainda ao periodo recessivo que Carlos Brandao, Presldente . W ' H ;

¦/ ]atravessa a economia brasilcira nesta decada. da Associagao Nacional das Instltuigfies VEste, talvez, scja o aspecto que mais do Mercado Aberto (ANDIMA) !

fNINGUEM

COM ECA GRAND

Mas, com trabalho, dedicapao 0 crialividade, 0 crescimento se torna uma consequgncia natural.Hoje o Grupo Ultra ocupa uma posigfio de destaque no ranking dos maiores conglomerados do pais.E confirma esta posi<?ao diariamente atrav^s das empresas que integram o Grupo, nas mais diversasatividades como a distribuitpao de g4s liquefeito de petrdlec, construpao e execuoao de projetos, e servicosauxiliares para a perfura<?ao e produgao de petrdleo, transporte e armazenagem superespecializados paraa industria qufmica, e fornecendo mat6ria-prima para as industries quimicas e de transformagao.

O Grupo Ultra tomou-se mais que uma uniao de empresas. Tornou-se uma uniao de esforcosDe gente que pensa grande.

n ngrupovHJULTRA

Ul.TRAGAZ - ULTRATEC - TRANSULTRA - AREA OUIMICA Nascemosaqui Vivemos aqui.

dívida externa versusdívida em títulos públicos

Divida Títulos Públicos 3/dívida estaduais eexternai/ tederals municipais lotai

(2) (3) 4 = (2)+ (3)

Quadro n° 2evolução no período(base: 1980 = 100)

(Em US$ bilhões)US$ bilhões

div. ext/div. int.(5) = (1 )/(4)Divida externa

dívida públicaconsolidadaexterna tit. federais

18,3 Observação: 1) Estimativa ANDIMAFONTE: ANDIMA

Quadro n° 4% dos empréstimos ao setorgovernamental não financeirosobre o total dos empréstimos

Observações: '/ — Foi considerado o total da divida nào registrada,desconsiderando-se o componente de curto prazo e as reservas internacionais.— Estimativas: Manteve-se o crescimento observado no trimestre Julho/Setembro de1984.— Conversão efetuada com o auxílio da cotação do dólar do último dia de cada mês.FONTE: Boletim do Banco Central (diversos números) ANDIMA — Dept° Pesquisa

Dez Mar Jun Set Dez Mar Jun Set Dez Mar Jun Set Dez Mar Jun Set Dez Mar Jun1980 1981 1982

Fonte: Boletim do Banco CentraI - ANDIMA Beatriz

Quadro n° 3saldo dos títulos da dívida pública

Federal/l Posição 02/09/85 em Cr$ bilhéesem Cr$ bilhões variação percentual (%) 1985

dos bancoscomerciais

oficiais

dos bancoscomerciaisprivados

dos bancoscomerciais

FONTE: Banco Central — (Diversas Publicações)ANDIMA

Observações: 1/ — Exceto carteira das Autoridades Monetárias2/ — Estimativa da ANDIMA

FONTE: Boletim do Banco Central do Brasil (Junho de 1985—'Vol 21 n° 6)ANDIMA Quadro n° 6dívida pública consolidada

(valores correntes)Quadro N° 5 — % da dívida pública Federal

estadual e municipalEm CrS Bilhões

Divida pública fed.est. e municipal

empréstimos ao setorgovernamental não financeiro externaSobre o total dos haveres

Junho Não monetários

FONTE: Banco Central (diversos documentos)ANDIMA

FONTE: Boletim do Banco Central (diversos números)ANDIMA

Carlos Brandão, Presidenteda Associação Nacional das Instituiçõesdo Mercado Aberto (ANDIMA)

Mas, com trabalho, dedicação e criatividade, o crescimento se toma uma conseqüência natural.Hoje o Grupo Ultra ocupa uma posição de destaque no ranking dos maiores conglomerados do país.E confirma esta posição diariamente através das empresas que integram o Grupo, nas mais diversasatividades como a distribuição de gás liqüefeito de petróleo, construção e execução de projetos, e serviçosauxiüares para a perfuração e produção de petróleo, transporte e armazenagem superespecializados páraa indústria química, e fornecendo matéria-prima para as indústrias químicas e de transformação.

O Grupo Ultra tomou-se mais que uma união de empresas. Tomou-se uma união de esforçosDe gente que pensa grande.

GRUPOULTRAÜLTRAGAZ - Ul.TRATEC - TRANSULTRA • ÁREA QUÍMICA Nascemos aqui Vivemos aqui.

«I ornai do Brasil sexta-feira, 13/9/85 > Documento JB-Economia ^ 21

Dívida externa e dívida pública Quadro N° 1

22 o Documento JB-Economia < sexta-feira, 13/9/85

Este

símboloidentifica ascompanhiasàbertas.

São empresas quedemocratizaram o seucapital.

Porque buscam novosacionistas junto ao públi-co investidor e têm suasações negociadas nasbolsas de valores ou nomercado de balcão.

Elas geram 41 % detodos os impostos diretose indiretos arrecadadosno Brasil.

A cifra chega a quase13 trilhões de cruzeiros.

Dinheiro que movi-menta os serviços fede-rais, estaduais e munici-pais indispensáveis à po-pulação, como educação,saneamento, transportes,saúde, habitação, segu-rança, obras emelhoramentos.

Esse expressivo volu-me de anecadação só épossível graças aos invés-timentos que o mercadode ações contribui paragerar.

Investimentos que sãosempre destinados a au-mentar a capacidade deprodução das empresas.

E quanto maior aprodução, maior o mer-cado de trabalho. •

E mais forte a nossaeconomia.

(l:oiite: Pesquisa realizada peloIBMJíC - Instituto Brasileiro doMercado de Capitais - dados de 1983)

CODIMECComitê de Divulgação

do Mercado de Capitaisliste anúncio é um apoio do

Jornal do lirasil ti lit >iviii iciatii n e à capitalização

das empresas.ifFi RJ ¦ Assn<ia;do Hrastltm dn$ Aminos ABRASCA ¦ A'iocuifdo Bnmlara Jai Comfu- AY.11/ • AuvwtfoXacionaldos Amenta Auift- WA'ESPA ¦ /Km tie Valom dr Sao Paulodo Hercado de Oijuiais nbiasAberU' nmm dt Inmimtnto HYKI ¦ H»Im de \alom do Kto de Jam imAM MFC SP ¦ Aw*ui\dt. Brasiltira da Amlutas ADFVAl das Empwat Dniribuido¦ A SHI!) ¦ 4<soai{<io \adonal dos Bav.au de ('. Sfli' • Comiaao \acmal de H<4w Jt t<j loresd'j Mercado ;lt CiifiitdH ras de Valom Im «iimtntu tV.W ¦ Omuvi-i de lalonj V.ohrfianoi

Setor ferroviário deverá ter

desempenho recorde este anoantiga Central do Brasil, hoje Linha doCentro da Rede, também náo existem va-gões para atender à demanda da MBR por1,3 milhão de toneladas de minério de ferropor mês colocadas no Porto de Ilha Guaíba.A Superintendência não consegue pôr emtráfego mais do que 16 composições de 86vagões e três locomotivas, que levam quatrodias para fazer a viagem de ida e volta aolongo de 632 km de traçado difícil e rampasíngremes entre Ibirité (MG) e Guaíba (RJ),transportando no máximo 900 mil tonela-das/mês.

Além do dado da demanda reprimida edo aumento no volume de carga e nonúmero de passageiros, já indicados, osobservadores apontam para os seguintesfatos, em relação à Rede:

nos últimos 10 anos, enquanto aprodução da Rede aumentou em 80%, onúmero de empregados baixou em 20% (decerca de 100 mil para 80 mil) e os custosoperacionais diminuíram, em termos reais,à razão de 4,5% ao ano. Como resultado, astransferências de recursos do Tesouro paraa cobertura do déficit financeiro caíram de50% para 10% das despesas operacionais;em fevereiro do ano passado a Redeseparou-se administrativa e contabilmenteda Cia. Brasileira de Trens Urbanos —CBTU — deixando a cargo desta última arealização do serviço subsidiado de passa-geiros de subúrbio e podendo dedicar-seintegralmente ao transporte de carga remu-nerada;

em dezembro último o Decreto-Lein° 2.178 "zerou" o passivo da Rede, transfe-rindo para a União as dívidas acumuladasno passado e tornando a empresa responsa- ¦vel no futuro pela obtenção de sua receita epelo pagamento de suas despesas; o decretoespecificou inclusive que só poderá havertransferência de recursos do Tesouro para aRede no caso da manutenção de linhas ouexecução de serviços antieconômicos e dointeresse manifesto do Governo;

Finalmente, após quase 10 anosafastado dos projetos ferroviários de cargano Brasil, em conseqüência de divergênciassobre a construção da Ferrovia do Aço, oBanco Mundial aprovou este ano um em-préstimo de USS 422 milhões para a remo-delação de dois importantes corredores fer-roviários de exportação (Curitiba e Vitória)o que significará náo só o aporte de recursosnovos para a Rede como também a introdu-ção na estatal de critérios mais empresariaisde gerenciamento.

Caberia então perguntar por que o setorferroviário conserva uma imagem tão apa-gada junto à opinião pública, ao empresárioe à classe política. Se apenas a Rede tem oterceiro orçamento entre as empresas esta-tais, se emprega 80 mil funcionários, seconta com um potencial de crescimento tãogrande e se está amparada por uma indús-tria capaz de exportar para o mundo inteiro,por que as ferrovias não parecem fazer partedo cenário econômico do País? Um proble-ma de comunicação talvez, somado à atitu-de retraída de um setor que já foi, no iníciodo século, a ponta de lança da tecnologia edo desenvolvimento, e que passou depois aser a sombra de si mesmo. Mas um proble-ma político também. Durante as últimasduas décadas as ferrovias não conseguiramtransformar suas necessidades em priorida-des de investimento para o Govemo, equando isso ocorreu em maior escala foi noprojeto desastroso da Ferrovia do Aço. Porisso é interessante ouvir o desabafo —inédito em público — de um diretor daRede Ferroviária, feito durante o I Simpó-sio Brasileiro Indústria-Ferrovia, organiza-do pelos fabricantes de material ferroviárioem São Paulo, no mês de agosto. Concluin-do sua intervenção como debatedor de Dil-son Funaro, então presidente do BNDES, odiretor de Planejamento da Rede, FernandoLimeira de França, afirmou:

"É na mudança das relações do Gover-no com suas estatais, e em particular com aRede, que reside a questão mais crítica. Éimpossível a construção de qualquer traba-lho de planejamento a médio prazo prosse-guindo-se com as práticas adotadas nosúltimos anos, caracterizadas pela ocorrênciade decisões isoladas, inexistência de com-promissos plurianuais, interferência diretana administração das empresas e o empregoda burocracia como forma de postergaçãoda solução dos problemas. Numa empresacomo a Rede, cujo período de implantaçãomédia dos projetos ultrapassa três anos, éimpossível administrar sem ter compromis-sos firmes estabelecidos com o Governonum prazo pelo menos idêntico. (...) So-mente dessa forma as empresas privadasque, em boa medida, têm nas empresasestatais parte relevante dos seus mercados,terão condições de se programar de formaadequada".

Talvez um primeiro sinal de que, tam-bém a nível político, as estradas de ferroestejam voltando à cena.

Carga e passageiros: crescendo na criseCarga: milhões de toneladas úteis

Rcde 711,8 67,9 69.8 69,8Vitória a Minas 8S.4 78,7 75,6 73.2Fepasa 20, 19,7 21,5 21),b

Passageiros dc subúrbio — milhõesRede/CBTU 356,1 369,0 381,6 415 7Fepasa 56,4 57,5 56,7 63^5(*)Es«lmattvas daj empresas operadoras.

1985Ç80,5

104,021,8

539,086,2

Gerson Toller GomesEste ano, o transporte de carga e de

passageiros por via férrea no Brasil deveráatingir seu recorde histórico. Não tanto emconseqüência da tímida recuperação da eco-nomia doméstica, e mais como resultado dacrise inflacionária que atravessa o País. Adisparada dos preços aumentou tanto ocusto do transporte rodoviário que fez pas-sar para o trem, com suas tarifas "ripadas",as cargas de muitas empresas industriais eagrícolas e também muitos passageiros deônibus das regiões metropolitanas. Soman-do-se a isso o crescimento nas exportaçõesde minério — conduzidas exclusivamentepor ferrovia — tem-se os principais motivosno aumento do trabalho realizado.

Também este ano — paradoxalmentea indústria brasileira de material ferroviá-rio estará atravessando um dos períodos demenor produção da sua história. Não fosse aencomenda de 2.190 vagões de minério paraa Estrada de Ferro Carajás—cujas entregasterminam em meados do ano que vem—osfabricantes de vagões — o segmento maisimportante da. indústria de material rodanteficariam limitados, em 1985, a 259 unida-des destinadas aos Caminhos de Ferro deBenguela (Angola), mais 25 vagões-tanquede amônia para a Petrofértil. Isso para umacapacidade de produção de 9 mil vagões/a-no. Nem a Rede Ferroviária Federal nem aFepasa encomendaram vagões em 1985.

O somatório das duas tendências — ocrescimento do transporte e a estagnação daindústria — resultou naturalmente no esgo-tamento da capacidade das ferrovias ematender ao aumento da demanda. No casoda Rede Ferroviária, enquanto o transporterealizado cresceu 9,9% em toneladas em1984, a frota de vagões diminuiu 0,8%, coma retirada do tráfego de 478 unidades inser-viveis, além de 16 locomotivas e 41 carros depassageiros, substituídos parcialmente por125 vagões e três locomotivas novas, segun-do o relatório anual da empresa. O mesmodocumento revela que, devido à falta derecursos para manutenção das linhas, foramaplicados somente 57% do número de dor-mentes previsto, 45% dos trilhos e 61% dovolume de lastro.

Demanda reprimidaSem vagões, sem locomotivas e sem

linhas para atender à demanda crescente.Rede e Fepasa estão assistindo à multiplica-ção dos gargalos de estrangulamento emvários pontos de suas linhas. Em São Paulo,onde a Fepasa não compra material rodantehá seis anos, faltam vagões-tanque paratransportar álcool e derivados de petróleo.Na Superintendência Regional da Rede Fer-roviária em Belo Horizonte não há condi-ções satisfatórias de tráfego para os trens degusa que descem da região produtora deSete Lagoas em direção à linha da E.F.Vitória a Minas e ao Porto de Vitória. Na

twiwmwjfci fihirfrnigvTfliBa irti fff rfl'Mirflyyr IOOfV> t looU c1 ,• •'* •- '¦ ¦ y''. ; "¦> ? ¦ , ¦ ¦^ y^v:v:-

0 Plano ds Ação do BNDES para 1985-87 foielaborado com o objetivo de apoiar a retomada e aauto-sustentação do desenvolvimento econômico esocial do País.

0 BNDES está empenhado em um novocompromisso: toda a força do Banco agora é voltadapara o melhor aproveitamento, racionalização eotimização dos investimentos já realizados; para ummaior planejamento na ampliação da capacidadeprodutiva e da infra-estrutura econômica; para umavanço na direção de maior autonomia tecnológica; epara garantir a melhoria das condições de vida dapopulação.

Há milhares de pequenos e médios empresários emtodo o País que podem obter apoio do Sistema BNDESatravés de seus agentes.

Principal agente financeiro do Governo, o BancoNacional de Desenvolvimento Econômico e Social atuacom financiamentos a longo prazo e juros que variamde 4% a 12% ao ano, dependendo do projeto e daregião onde se localiza. As taxas mais baixas são paraos empreendimentos nas áreas menos desenvolvidas eobjetivam a descentralização econômica e a geração deempregos nas regiões carentes.

0 Banco quer incentivar todos os setores deprodução.

Tecnologia de ponta, principalmente. Em especial ainformática, microeletrônica e química fina. É aqui queestá sendo jogado o futuro industrial do País.E por isso que o BNDES está aceitando desafios dejovens que têm idéias na cabeça em busca definanciamento; de pequenos e médios empresários quesonham em produzir equipamentos para automaçãoindustrial ou de serviços. Ou a produção de aditivos,fármacos, defensivos agrícolas, corantes, catalizadorese outros produtos que o Brasil ainda importa.

Mas o BNDES está querendo ajudar tambémempresários agrícolas, agrônomos: qualquer brasileiroque aceite o desafio de ampliar as fronteiras agrícolas,plantar grãos no cerrado ou produzir alimentos no Valedo São Francisco. Projetos, nessas áreas, terão doBanco toda a prioridade: recursos, orientação e apoio.

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A produção de grãos encontra-se muito aquém dasnecessidades e das possibilidades do nosso País. Aprodução de alimentos - num quadro de retomada dodesenvolvimento e diminuição da pobreza, que sãocompromissos do Presidente José Sarney - terá quecrescer muito acima dos níveis atuais, criticamentebaixos.

0 BNDES quer elevar o potencial produtivo daagricultura nacional, estimulando a livre iniciativa. Emqualquer área: armazenagem, geração elétrica,eletrificação, rodovias arteriais, assistência técnica,construção de canais e adutoras, pesquisa, etc.

Há muitos outros setores em que o BNDES pode eestá decidido a ajudar na retomada do desenvolvimentonacional. A modernização e a expansão da capacidadeprodutiva do parque industrial é uma delas. Muitasunidades podem e devem melhorar, a curto prazo, osseus processos e a qualidade dos seus produtos. Nasmais diversas áreas: siderurgia, papel e celulose,química e petroquímica, fertilizantes, pesquisa mineral,mineração e metalurgia de não-ferrosos. Ou nos setoresde bens de capital, conservação de energia, gás natural(para substituir o diesel no transporte urbano coletivo eGLP, no consumo das cozinhas domésticas). E mais:bio-gás, autopeças, fundição, forjaria, cimento, florestasenergéticas, álcool.

0 País já tem hoje a maturidade industrial suficientepara lhe permitir ingressar em áreas de avançadatecnologia, representando esta etapa um novo saltoqualitativo no processo de industrialização. Ela permitiránão só reduzir o fosso com os países desenvolvidos

como também garantir, através da incorporação dasnovas tecnologias, uma contínua modernização doparque industrial e mesmo da agricultura brasileira.

0 campo de interesse do BNDES é do tamanho dapotencialidade nacional.

As modalidades de apoio também são amplas. 0Sistema BNDES oferece diversos tipos: financiamentodireto; financiamento através da FINAME (AgênciaEspecial de Financiamento Industrial); indireto, atravésde repasses a agentes (Bancos de Desenvolvimento,Bancos Estaduais com Carteira de Desenvolvimento,Bancos de Investimento); participação acionária, viaBNDESPAR (BNDES Participações S.A.); apoio aolançamento de ações ou debêntures no mercado decapitais; subscrição de ações; aval a empréstimoexterno ou repasse de empréstimo externo.

No que tange à função social do BNDES, podemosafirmar que a maior parcela da contribuição do Bancoao desenvolvimento está representada por sua açãofinanciadora corrente, ao viabilizar o contínuoincremento na geração de renda, bem como na criaçãode empregos diretos ou indiretos. Especificamente naatuação direta no combate ao desemprego e à pobrezaabsoluta, o BNDES, através do FINSOCIAL, temoperado em estreita sintonia com as prioridadesgovernamentais e as aspirações da imensa maioria dasociedade brasileira.

As portas do BNDES estão abertas para todos osque defendem a retomada do crescimento e a melhoriadas condições de vida do nosso povo.

Se você é ou pretende ser empresário, apareça.

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICASECRETARIA DE PLANEJAMENTO

BNDESBANCO NACIONAL DEDESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL

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