as transformações socioeconômicas do município de são franci (1)
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS – UNIMONTES
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS – CCSA
DEPARTAMENTO DE ECONOMIA – DEC
AS TRANFORMAÇÕES SOCIOECONÔMICAS DO MUNICÍPIO DE SÃ O
FRANCISCO/MG APÓS A IMPLANTAÇÃO DO CAMPUS DA UNIVERSIDADE
ESTADUAL DE MONTES CLAROS – UNIMONTES.
MONTES CLAROS – MG
2006
2
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS – UNIMONTES
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS – CCSA
DEPARTAMENTO DE ECONOMIA – DEC
AS TRANFORMAÇÕES SOCIOECONÔMICAS DO MUNICÍPIO DE SÃ O
FRANCISCO/MG APÓS A IMPLANTAÇÃO DO CAMPUS DA UNIVERSIDADE
ESTADUAL DE MONTES CLAROS – UNIMONTES.
Por: Ana Márcia Rodrigues da Silva
Monografia apresentada ao Centro de Ciências
Sociais Aplicadas da Universidade Estadual de
Montes Claros – UNIMONTES, como requisito
parcial para a obtenção do título de Bacharel em
Ciências Econômicas
MONTES CLAROS
2006
3
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS – UNIMONTES CENTRO DE
CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS – CCSA
DEPARTAMENTO DE ECONOMIA – DEC
A monografia AS TRANFORMAÇÕES SOCIOECONÔMICAS DO
MUNICÍPIO DE SÃO FRANCISCO/MG APÓS A IMPLANTAÇÃO DO CAMPUS DA
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS – UNIMONTES, elaborada
por: Ana Márcia Rodrigues da Silva, e aprovada pelo s membros da Banca
Examinadora, foi aceita pelo Centro de Ciências Soc iais Aplicadas, como
cumprimento dos requisitos para obtenção de Título de Bacharel em Ciências
Econômicas.
Montes Claros, _______de ___________________ de 2006.
Banca Examinadora:
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
Orientador: Ilva Ruas Abreu
4
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos
meus pais, e minha prima
Gesi que muito contribuiu
para a realização do mesmo.
5
AGRADECIMENTO
Muito a agradecer: a Deus, por me ter
concedido a graça de concluir um curso
superior; aos familiares e amigos, pela
credibilidade; a minha orientadora Ilva, pela
ajuda indispensável; aos meus colegas de
classe, em especial a Nayana, Karla, Helena e
Rômulo, pelo companheirismo; aos amigos do
Núcleo de Pesquisa em Economia e
Desenvolvimento Regional, particularmente
Flaviane e Larissa, pelo carinho e troca de
conhecimentos; às pessoas que compõem o
Campus da UNIMONTES em São Francisco,
que contribuíram para o bom andamento deste
trabalho; enfim, a todos aqueles, que de forma
direta ou indireta, colaboraram com qualquer
ajuda à realização desta monografia.
6
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS----------------------------------- ------------------------------------------------08
LISTA DE ABREVIATURAS------------------------------ ------------------------------------------10
LISTA DE TABELAS----------------------------------- -----------------------------------------------11
RESUMO-------------------------------------------------------------------------------------------------12
INTRODUÇÃO -----------------------------------------------------------------------------------------14
1 A IMPORTÂNCIA DO ENSINO SUPERIOR PARA O DESENVOLV IMENTO
REGIONAL------------------------------------------- ----------------------------------------------------17
1.1 As abordagens de Keynes, Solow, Romer, Lucas e a Teoria do
Desenvolvimento Endógeno--------------------------- -------------------------------------------17
1.2 Universidade como fator de desenvolvimento regi onal----------------------------23
1.3 A Universidade Estadual de Montes Claros – UNIM ONTES ----------------------28
1.3.1 Antecedentes históricos à sua criação-------- ---------------------------------------28
1.3.2 Surgimento/fundação da UNIMONTES e estrutura organizacional----------30
1.3.2.1 O processo seletivo------------------------ -----------------------------------------------32
1.3.2.2 Corpo docente de discente------------------ -------------------------------------------33
1.3.2.3 Atividades de Pesquisa e Extensão---------- ---------------------------------------33
2 O CAMPUS DA UNIMONTES NO MUNICÍPIO DE SÃO FRANCISCO/MG ---- ----37
2.1 O município de São Francisco/MG: característica s físicas e econômicas---38
2.2 A implantação do Campus da UNIMONTES no município de São
Francisco/MG--------------------------------------- ----------------------------------------------------41
2.3 O Campus da UNIMONTES em São Francisco/MG ----------------- -----------------43
2.4 Programas de extensão e eventos promovidos pelo Campus da UNIMONTES
em São Francisco/MG ------------------------------- ----------------------------------------------49
3 TRANSFORMAÇÕES GERADAS PELA UNIMONTES NA COMUNIDA DE
SANFRANCISCANA------------------------------------- ---------------------------------------------53
3.1 Metodologia de análise------------------------- -----------------------------------------------53
3.1.1 Pesquisa descritiva-------------------------- -------------------------------------------------53
3.1.2 População e amostra ------------------------- -----------------------------------------------53
3.2 Perfil do corpo docente, discente e funcionário s técnico-administrativos do
Campus UNIMONTES – São Francisco/MG---------------------- ---------------------------55
3.2.1 Corpo discente------------------------------- --------------------------------------------------56
7
3.2.2 Corpo docente-------------------------------- --------------------------------------------------66
3.3.3 Funcionários técnico-administrativos--------- ----------------------------------------73
3.3 Transformações ocorridas no município de São Fr ancisco/MG após a
implantação do Campus da UNIMONTES-----------------------------------------------------79
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS----------------------------- ------------------------------------------89
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS----------------------- ------------------------------------91
ANEXOS-------------------------------------------------------------------------------------------------95
8
LISTA DE FIGURAS
GRÁFICO 1- Inserção dos egressos da UNIMONTES no me rcado de trabalho
entre 1995 e 1998---------------------------------- ----------------------------------------------------35
GRÁFICO 2- Evolução do número de alunos e professor es do Campus
UNIMONTES – São Francisco/MG----------------------- ---------------------------------------44
GRÁFICO 3- Classificação dos acadêmicos entrevistad os segundo o Sexo----56
GRÁFICO 4: Classificação dos entrevistados segundo o estado civil-------------57
GRÁFICO 5- Classificação dos entrevistados segundo a idade ---------------------57
GRÁFICO 6- Classificação dos entrevistados segundo a moradia------------------58
GRÁFICO 7- Classificação dos entrevistados segundo a naturalidade------------59
Gráfico 8- Classificação dos entrevistados segundo a renda familiar mensal (em
salários mínimos)---------------------------------- ---------------------------------------------------60
GRÁFICO 9- Classificação dos entrevistados segundo as estimativas de gastos
mensais no município de São Francisco/MG (em salári os mínimos)--------------61
GRÁFICO 10- Classificação dos entrevistados segundo a inserção no mercado
de trabalho---------------------------------------- -----------------------------------------------------62
GRÁFICO 11-Classificação dos entrevistados remunera ção mensal obtida no
trabalho atual (em salários mínimos)--------------- ------------------------------------------63
GRÁFICO 12- Classificação dos entrevistados segundo o curso-----------------64
GRÁFICO 13- Classificação dos entrevistados segundo o conhecimento dos
eventos promovidos pelo Campus-------------------------------------------------------------64
GRÁFICO 14- Classificação dos entrevistados segundo a interação com a
comunidade local----------------------------------- --------------------------------------------------65
GRÁFICO 15- Classificação dos entrevistados segundo a opinião sobre a
importância do Campus para a economia local----------------------------- ---------------66
GRÁFICO 16- Classificação dos professores entrevist ados segundo o sexo---66
GRÁFICO 17- Classificação dos professores entrevist ados segundo o estado
civil---------------------------------------------- ----------------------------------------------------------67
GRÁFICO 18- Classificação dos professores entrevist ados segundo a idade--67
GRÁFICO 19- Classificação dos professores entrevist ados segundo a
naturalidade--------------------------------------- -----------------------------------------------------68
GRÁFICO 20- Classificação dos professores entrevist ados segundo incidência
de hospedagens no município------------------------ ------------------------------------------68
9
GRÁFICO 21- Classificação dos professores entrevist ados segundo a moradia-
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------69
GRÁFICO 22- Classificação dos professores entrevist ados segundo a renda
familiar mensal (em salários mínimos)-------------- -----------------------------------------70
GRÁFICO 23- Classificação dos professores entrevist ados segundo a
remuneração junto a UNIMONTES (em salários mínimos) -----------------------------70
GRÁFICO 24- Classificação dos professores entrevist ados segundo as
estimativas de gastos mensais na cidade de São Fran cisco/MG (em salários
mínimos)------------------------------------------- ----------------------------------------------------- 71
GRÁFICO 25- Classificação dos professores entrevist ados segundo
conhecimentos sobre eventos de extensão promovidos pelo Campus-----------71
GRÁFICO 26- Classificação dos professores entrevist ados segundo a opinião
sobre a importância do Campus para a comunidade local---------------------------- 72
GRÁFICO 27- Classificação dos funcionários segundo o sexo----------------------73
GRÁFICO 28- Classificação dos funcionários segundo o estado civil------------74
GRÁFICO 29- Classificação dos funcionários segundo a idade----------------------74
GRÁFICO 30- Classificação dos funcionários segundo a naturalidade-----------74
GRÁFICO 31- Classificação dos funcionários segundo a situação de moradia---
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------75
GRÁFICO 32- Classificação dos funcionários segundo a renda familiar mensal
(em salários mínimos)---------------------------- - ------------------------------------------------75
GRÁFICO 33- Classificação dos funcionários segundo a escolaridade-----------76
GRÁFICO 34- Classificação dos funcionários segundo experiência
profissional--------------------------------------- ------------------------------------------------------77
GRÁFICO 35- Classificação dos funcionários segundo a remuneração pela
atividade exercida no Campus (em salários mínimos)----------------------------- -----78
GRÁFICO 36- Classificação dos funcionários segundo a estimativa de gastos
mensais em São Francisco/MG (em salários mínimos)-- -------------------------------78
GRÁFICO 37- Classificação dos funcionários segundo o conhecimento sobre a
realização de eventos de extensão promovidos pelo Campus-----------------------78
GRÁFICO 38- Classificação dos funcionários segundo a opinião sobre a
importância do Campus para a economia local----------------------------- --------------79
10
LISTA DE ABREVIATURAS / SIGLAS
UNIMONTES – Universidade Estadual de Montes Claros
UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educa ção, a Ciência e a
Cultura
BIRD – Banco Internacional para Reconstrução e Dese nvolvimento
SUDENE – Superintendência de Desenvolvimento do Nor deste
FUNM – Fundação Universidade Norte-Mineira
FADIR – Faculdade de Direito
FAFIL – Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras
FAMED – Faculdade de Medicina
FADEC – Faculdade de Administração e Finanças
FACEART – Faculdade de Educação Artística
PAES – Programa de Avaliação Seriada para o Acesso ao Ensino Superior
IBGE – Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
INDI – Instituto de Desenvolvimento Integrado
FJP – Fundação João Pinheiro
PIB – Produto Interno Bruto
COPASA/MG – Companhia de Saneamento de Minas Gerais
CEMIG – Companhia de Energia Elétrica de Minas Gera is
INSS – Agência do Instituto Nacional do Seguro Soci al
SUS – Sistema Único de Saúde
EMATER Empresa de Assistência Técnica e Extensão R ural
IMA – Instituto do Meio Ambiente
IEF – Instituto Estadual de Florestas
ANPUH – Associação Nacional de História
IDH – Índice de Desenvolvimento Humano
UNIPAC – Universidade Presidente Antônio Carlos
UNOPAR – Universidade Norte do Paraná
COJAG – Colégio Jardim Graziela
PROUNI – Programa Universidade pra Todos
11
LISTA DE TABELAS
TABELA 1- Origem dos egressos da Unimontes – 1995 a 1998-----------------------34
TABELA 2- Modelo estimado por Roberto Martins------ ----------------------------------36
TABELA 3- Gastos da Prefeitura Municipal de São Fra ncisco/MG com o Campus
da UNIMONTES no período de janeiro a agosto de 2006 --------------------------------48
12
RESUMO
A educação superior fundamenta-se em pilares de gra nde relevância para os
direitos humanos, democracia e desenvolvimento sust entável. Dessa forma,
“as universidades são importantes empregadoras de p essoal que possuem
poder de compra em escala local”. Na mesma linha, o s estudantes também
exercem impacto direto sobre a economia, consideran do o seu potencial de
consumo nas localidades onde estão inseridos. Essas transformações são
facilmente mensuráveis pelo efeito multiplicador (U NESCO, 1998). Tendo em
vista a importância do ensino superior, no ano de 1 962 foi criada a Fundação
Norte Mineira de Ensino Superior – FUNM, hoje Unive rsidade Estadual de
Montes Claros – UNIMONTES. A UNIMONTES é a única un iversidade pública
inserida no Norte de Minas, que atende a demanda de toda a região. Em 1995 a
UNIMONTES começa o processo de ampliação de seus li mites. Em 2003,
implanta uma nova unidade na cidade de São Francisc o/MG. Nesse Campus,
atualmente são oferecidos os cursos de história e m atemática com um corpo
docente em torno de 27 profissionais, associado a u m corpo discente de 189
acadêmicos e 10 funcionários técnico-administrativo s. Embora seja uma
pequena unidade acadêmica, considerando-se a oferta de cursos e a
quantidade de alunos, observa-se que a instalação d o Campus tem impactado
positivamente a sociedade e a economia local. Nesse sentido, o presente
estudo objetiva identificar as transformações sóci o-econômicas ocorridas no
município após a instalação do Campus universitário, bem como, a inserção
dos acadêmicos no mercado de trabalho. O referencia l teórico da pesquisa é
SOLOW (1956), ROMER (1990), LUCAS (1988), e diverso s autores que abordam
acerca do tema e que ressaltam a importância do con hecimento para o
desenvolvimento econômico. O trabalho foi desenvolv ido com base em
pesquisa bibliográfica, pesquisa documental e em pe squisa de campo, tendo-
se como universo de analise os alunos, professores e funcionários técnico-
administrativos do núcleo. Além disso, foram feitas entrevistas com os demais
indivíduos sob estudo. Por meio da análise descriti va, o estudo indica que a
UNIMONTES – Campus São Francisco/MG, é uma instituição importante na
dinamização da sociedade e economia local com efeit os diretos e indiretos em
termos de geração de emprego e renda municipal. A p esquisa aponta para o
13
fato de que as universidades exercem papel crucial para o desenvolvimento do
meio circundante em que estão inseridas.
14
INTRODUÇÃO
O ensino superior vem sendo motivo de discussões por diversos autores
nos últimos anos. Há quem defenda que as universidades são importantes
formadoras e empregadoras de pessoal a nível elevado e estes são responsáveis
por dinamizar o local em que estão inseridas.
Além disso, as produtividades do trabalho e do capital se elevam para
níveis maiores de conhecimento o que influi direta ou indiretamente na geração de
produto emprego e renda.
Uma instituição de ensino superior é capaz de provocar impacto direto na
região em que se encontra instalada, tal como vem sendo se observando a
Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES no contexto Norte-mineiro.
Esta é vista como Universidade de fomento regional.
Nesse sentido, em 2003 o município de São Francisco/MG sedia a
instalação de um Campus da mesma, o qual vem se destacando perante a
sociedade local.
Sobre tal conjuntura, este trabalho tem como objetivo analisar as
transformações socioeconômicas ocorridas no referido município após a
implantação deste Campus. Para tanto, far-se-á argumentações a respeito de
determinados acontecimentos que marcaram São Francisco/MG nos últimos anos
(desde a implantação aos dias atuais) e que podem ser atribuídos ao Campus da
UNIMONTES.
O trabalho fundamenta-se nos seguintes objetivos específicos:
• averiguar como é feita a escolha das cidades para a implantação dos
campi da UNIMONTES, além de analisar o modo de escolha dos cursos instalados;
• abordar as negociações para a instalação do Campus UNIMONTES
no município de São Francisco/MG;
• identificar as peculiaridades deste Campus, incluindo características
físicas e estruturais;
• promover um levantamento dos eventos realizados e sua ligação com
a comunidade local;
15
• verificar a origem dos acadêmicos, bem como, a atuação no mercado
de trabalho;
• fazer um levantamento da renda média dos estudantes e das
estimativas de gastos mensais no município de São Francisco/MG;
• analisar a origem e perfil do corpo docente e funcionários técnico-
administrativos que atuam no Campus;
• identificar os gastos da Prefeitura Municipal de São Francisco/MG com
o núcleo da UNIMONTES, abordando os possíveis benefícios que tem trazido
conforme os dirigentes municipais;
• analisar o aparecimento de cursinhos pré-vestibulares e escolas
particulares na cidade, em função do núcleo instalado.
O problema central aqui, consiste em buscar respostas sobre até que
ponto o Campus da UNIMONTES implantado no município de São Francisco/MG
tem provocado transformações socioeconômicas no mesmo.
A respeito de tal inquietação tem-se a suposição:
• Supõe-se que o Campus da UNIMONTES implantado no município de
São Francisco/MG, tem induzido transformações socioeconômicas dentro deste.
Visando alcançar os objetivos propostos, o presente estudo
fundamentou-se em um estudo de natureza descritiva, com pesquisa empírica
através de dados coletados por meio de pesquisa de campo, com aplicação de
questionários, entrevistas e observação sistemática dos indivíduos em estudo.
Além disso, foram feitos levantamentos de dados baseados em pesquisa
documental, coletados junto aos campi da UNIMONTES e Prefeitura Municipal de
São Francisco/MG. Ademais, foi desenvolvido o contato direto com a bibliografia
já publicada sobre o tema em questão, havendo coleta de dados secundários e
primários.
Nesse sentido, o trabalho foi subdividido em três seções a saber:
Na primeira seção, pretende-se por meio das teorias de KEYNES (1983),
SOLOW (1956), ROMER (1986) e LUCAS (1988) argumentar a respeito da
geração de emprego e renda e a importância da formação de capital humano para
o desenvolvimento de uma região ou espaço, levando em consideração o
desenvolvimento endógeno. Do mesmo modo, pretende-se apresentar a
importância das universidades para as localidades em que estão inseridas. E por
16
fim, ter-se-á um breve histórico sobre a UNIMONTES, destacando sua
abrangência na região Norte-mineira.
Na seção seguinte, será retratada a caracterização do município de
São Francisco/MG. Logo após, focalizar-se-ão as negociações para a instalação
do Campus da UNIMONTES em tal município, abordando-se do início do acordo
à implantação definitiva. Nesse sentido, o capítulo será fechado mediante as
dimensões tomadas pela universidade neste local.
E finalmente, na terceira seção, serão analisados os perfis do corpo
discente, docente e funcionários técnico-administrativos da instituição, avaliados
conforme a coleta de dados primários. Em seguida, discutir-se-á modificações
estruturais nas instituições de ensino da rede privada, bem como de alguns
estabelecimentos comerciais, atribuídas ao novo cenário que abrange o município
marcado pela presença da UNIMONTES.
Ao final, apresenta-se as análises conclusivas acerca dos
levantamentos observados, identificando o Campus da UNIMONTES como
propulsor de diversas transformações no referido município.
Vale ressaltar que uma limitação para esse estudo é o fato de ainda
não haver egressos do Campus em questão, já que as primeiras turmas de
formandos estão previstas para o final do ano de 2006.
17
1 A IMPORTÂNCIA DO ENSINO SUPERIOR PARA O DESENVOLV IMENTO REGIONAL
O objetivo desta pesquisa é verificar a importância do ensino superior,
particularmente da Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES para
algumas modificações estruturais na sociedade e economia no município de São
Francisco/Minas Gerais. Pretende-se através das teorias de KEYNES (1983),
SOLOW (1956), ROMER (1986) e LUCAS (1988), discutir a geração de emprego e
renda e a importância da formação de capital humano para o desenvolvimento de
uma região ou espaço, enfatizado o desenvolvimento endógeno. Tais teóricos são de
grande impacto no que diz respeito à teoria econômica, o que justifica a escolha dos
mesmos. Nesta seção pretende-se apresentar a relevância das universidades para
as regiões em que estão inseridas. Ademais, acrescenta-se a UNIMONTES,
destacando sua história, abrangência e fomento no Norte de Minas Gerais.
1.1 As abordagens de Keynes, Solow, Romer, Lucas e a Teoria do
Desenvolvimento Endógeno
Conforme KEYNES (1983), a geração de produto, renda e emprego, se
dão por meio dos componentes da demanda final. Esses componentes são, por
exemplo, o consumo das famílias, o investimento das empresas, os gastos do
governo e as exportações. O dinamismo desse processo procede dos componentes
exógenos da procura final, na proporção em que não dependam do próprio nível de
renda corrente. Grande parte dos investimentos das empresas, dos gastos do
governo e das exportações em contrapartida à maioria das despesas de consumo
das famílias, que dependem da renda corrente, podem ser consideradas uma
“injeção” exógena de despesas que geram direta ou indiretamente produto, renda e
emprego.
18
Conhecida a magnitude da composição setorial, ao estudar a formação de
capital humano, é possível encontrar fatores de importância no que se refere à
produção local e regional de bens e serviços. Assim, é notória a função das
instituições públicas, tais como as universidades, no que tange ao desenvolvimento
de uma região ou espaço.
Para dar início faz-se necessário entender o modelo de SOLOW (1956) –
teórico que reconheceu a importância da formação de conhecimento e da
qualificação da força de trabalho, como determinantes do desenvolvimento. Ele
afirma que para uma dada taxa de crescimento demográfico deve-se acrescentar o
progresso técnico, objetivando obter a taxa efetiva de crescimento do produto real.
Portanto, os níveis de produtividade do trabalho e do capital aumentam com níveis
mais elevados de conhecimento, sendo o ritmo de progresso técnico responsável
por viabilizar a expansão da renda per capita no equilíbrio estável de longo prazo.
SOLOW (1956) partiu da função de produção Y = Tf (K,L). Através dela,
ele obtém a função de produção per capita, Y/ L = Tf (K/ L,L / L). Assim, y = Tf (k),
em que:
Y → produção per capita;
K → relação capital trabalho, ou capital per capita;
T → nível tecnológico.
É importante destacar que para SACHS E LARRAIN (1995) o nível
tecnológico causa impacto nas produtividades marginais do capital e do trabalho.
Nesse sentido, para SOLOW (1956) I = S = sY. Entretanto, sendo d a depreciação, a
parcela de investimento bruto I é destinada à depreciação do capital fixo (dK), tal
que ∆K = 1 – dK, ou seja:
∆K = sY – dK.
No entanto, como SOLOW (1956) trabalha em termos per capita, faz-se
necessário a divisão da equação por L:
∆K / L = sy – dk.
19
Além disso, ele supõe que no equilíbrio estável, há uma relação k=K/L
constante, que mostra que ∆Y / Y = ∆K / K = ∆L/ L = n. A taxa natural de
crescimento demográfico, n, apresenta-se como uma variável exógena, que
depende de fatores biológicos e não das variáveis do modelo.
Ao considerar o progresso técnico nulo, o equilíbrio estável possibilita que
uma variação positiva da relação k = K / L, seja acompanhada de uma variação
superior no estoque de capital, em relação ao crescimento demográfico n, ou seja,
∆k / k = ∆k / k – n. Dividindo-se por L tem-se ∆K / L= ∆k + nk, e ao substituir o
segundo membro desta equação em ∆K / L = sy – dk, chega-se a equação
fundamental de SOLOW (1956):
∆k = sy – (n + d) k.
Por meio da equação fundamental é possível perceber que o aumento do
capital por trabalhador (∆k), o aprofundamento do capital, precisa ser igual à
poupança per capita (sy), menos a ampliação do capital (n + d) k. Pode-se medir a
proporção de novos trabalhadores que ingressam no mercado de trabalho através
de nk da poupança. Na mesma proporção K / L, identifica os que já estão
empregados. E, conforme SACHS E LARRAIN (1995), a parcela dk deve ser
utilizada a fim de depreciar o capital per capita educacional.
Considerando um estado estável, a longo prazo, a poupança per capita
(sy), mostra-se igual a ampliação do capital (n + d) k, sendo a relação K/L constante,
tem-se:
sy = (n + d) k.
Dessa forma, a poupança agregada é suficiente para fornecer capital a
população que cresce à taxa n, a mesma taxa de expansão do produto e também
para a depreciação do capital existente.
SOLOW (1956) afirma que há na economia uma tendência ao
aprofundamento do capital que pode ser explicada supondo que o capital per capita
de pleno emprego da economia seja k1 , inferior ao capital de pleno emprego ke .
Assim, para apresentar os trabalhadores adicionais com a mesma relação K/L dos
20
trabalhadores existentes e substituir o capital gasto no processo produtivo tem-se
k1R, o que é inferior à poupança per capita disponível k1S.
O modelo salienta que a taxa de elevação da poupança, s, expande a
relação capital/trabalho, k, e a renda per capita y, até o ponto em que a economia
atinja o equilíbrio estável de longo prazo. Uma vez atingido o equilibro estável, o
aumento da poupança não influencia a taxa de crescimento do produto acima da taxa
de crescimento demográfico, n.
Ao introduzir o progresso tecnológico no modelo (∆T / T > 0), implicou que
o número de trabalhadores e idêntico estoque de capital exercem um impacto maior
sobre o nível de produção. Nesse sentido, afim de se obter a taxa de crescimento do
produto real, para cada taxa efetiva de crescimento demográfico, n, deve-se
acrescentar a taxa de progresso técnico ∆T / T = t de maneira que:
∆Y / Y = (n + t).
SOLOW (1956) agrega que as produtividades do trabalho e do capital
aumentam como maiores níveis de conhecimentos. Assim, uma maior educação e
saúde dos trabalhadores paralelamente ao uso de máquinas mais eficientes, elevam
o fluxo do crescimento econômico. Sabe-se que ∆K / K = ∆Y / Y = (n + t) e ∆L / L = n.
Dessa forma, constata-se que o capital por trabalhador (K/L) e a produtividade do
trabalho(Y/L) crescem no mesmo âmbito que o progresso técnico t, e que a relação
K/Y permanece constante.
Uma importante conclusão do modelo é a de que o andamento do
progresso técnico determina o crescimento da renda per capita no equilíbrio estável
de longo prazo. Isso pode ser visto quando se subtrai a taxa de crescimento
demográfico da taxa efetiva de crescimento da renda, de acordo com a equação
anterior, de maneira que:
∆y / y = t.
Após o modelo de SOLOW (1956), se segue a teoria do crescimento
endógeno, popularizada por ROMER (1986). Essa teoria, internaliza a geração de
tecnologia, colocando as pessoas numa posição de principais insumos para o
processo produtivo. A priori, vale entender o modelo de ROMER (1986), segundo o
21
qual, o conhecimento se traduz em um fator de produção, capital físico, humano e
mão-de-obra. Contudo, como aborda SOUZA (1999), é necessário investir na
obtenção de novos conhecimentos, já que há uma disseminação do mesmo. Além
disso: “(...) Os rendimentos crescentes da produção de conhecimentos deverão
neutralizar os rendimentos decrescentes em alguns setores de atividade,
principalmente na agricultura” (SOUZA, 1999, P.347).
Para ROMER (1986) rendimentos crescentes de escala ao nível agregado
se postulam ao nível constante de cada firma. Esta externalidade, não obstante,
originará contrapesos do competidor, no sentido que, uma economia centralizada
alcançará taxas de crescimento e utilidade maiores. De acordo com ROMER (1986)
a aquisição de conhecimentos se relaciona com a experiência, sendo que esta gera
aumento de produtividade. Uma boa medida para o aumento da experiência é o
investimento. ROMER (1990) ressalta que uma população mais elevada de
pesquisadores motivam maiores idéias, e como estas são não adversárias, todos na
economia se favorecem.
Deste modelo, tem-se uma terminologia interessante sobre os
rendimentos crescentes obtidos – crescimento endógeno. Essa conclusão é a de
que os rendimentos crescentes de escala não são suficientes para se gerar taxas
persistentes de crescimento endógeno.
Diante disso, conforme LUCAS (1988) os efeitos do comércio
internacional são discutidos no crescimento num contexto de um modelo em que a
acumulação de capital humana através da aprendizagem no trabalho constitui o
motor do crescimento. Em equilíbrio os padrões de produção estão ditados pelas
vantagens comparativas. Assim, cada país produzirá o bem para qual tem dotação
adequada de capital humano, dada uma tecnologia da aprendizagem sem
rendimentos decrescentes. Os países acumularão as habilidades intensificando as
vantagens comparativas iniciais. Para LUCAS (1988), produzir bens com elevado
conteúdo de aprendizagem conduzirá a maiores taxas de crescimento reais.
Dessa forma, o modelo permite dar conhecimento das disparidades nas
taxas de crescimento observadas entre países. Os países com uma menor dotação
do capital humano devem especializar-se nos bens com pouco índice da
aprendizagem, conseqüentemente registrarão uma taxa de crescimento menor do
22
que a daqueles países com vantagens comparativas na produção de bens de
elevada taxa de aprendizagem.
O ponto central deste, é tal que o modo de produtividade no nível
adicionado não caia e requeira a introdução contínua dos bens novos, bem como de
processos que têm taxas mais elevadas de aprendizagem. Assim, uma economia
que logre concentrar sua força do trabalho na produção de bens mais sofisticados,
acumulando capital humano rapidamente através de taxas elevadas da
aprendizagem associadas com as atividades novas e com derrame dos efeitos desta
experiência, experimentará o rápido crescimento.
Feitas essas considerações, vale ressaltar as origens do desenvolvimento
endógeno, que culminaram pela década de 1970, momento em que as propostas de
desenvolvimento do alicerce para o topo fizeram se surtir com maior notoriedade.
Assim, surge essa teoria caracterizada por focalizar a questão regional,
proporcionando a identificação dos problemas relacionados às desigualdades
regionais, bem como, os instrumentos de políticas para sua correção.
A partir da década de 1990, o desenvolvimento endógeno voltou a
atenção para o entendimento da variação do nível de crescimento em regiões e
nações distintas, mesmo que elas dispunham de idênticas possibilidades na procura
de fatores produtivos, tais como o capital financeiro, mão-de-obra ou tecnologia. A
saída seria encontrar, entre estes fatores, aqueles gerados dentro da região. Então,
a teoria endogenista procurou localizar os fatores de produção, como o capital
humano, capital social, o conhecimento, a pesquisa e desenvolvimento, a
informação e as instituições, que eram gerados dentro da região e não de forma
exógena.
A região dotada desses fatores, ou mesmo, que procurasse desenvolvê-
los internamente, possuiria mais elevadas condições para atingir um
desenvolvimento acelerado e equilibrado. Conforme AMARAL FILHO (1996), pode-
se definir o desenvolvimento regional endógeno como um processo interno de
ampliação da capacidade de produção, associada à absorção da região. O
resultado desse processo é a ampliação do número de empregos, do produto e da
renda local ou regional.
Assim, de acordo com SOUZA (1999), os efeitos do progresso técnico no
processo de crescimento, realiza efeitos expansionistas sobre o produto ao
23
aumentar a produtividade dos fatores e retransmitir tais efeitos entre as unidades
produtivas. A teoria do crescimento endógeno visa encontrar as fontes de
crescimento inseridas no sistema produtivo. Nesse sentido, outras fontes de
crescimento econômico seriam derivadas de investimentos em capacitação
tecnológica e no capital intelectual.
Acerca do desenvolvimento, de acordo com FURTADO (1982):
(...) o verdadeiro desenvolvimento é, principalmente, um processo de ativação e canalização de forças sociais, de melhoria da capacidade associativa, de exercício da iniciativa e da criatividade. Portanto, trata-se de um processo social e cultural, e apenas secundariamente econômico. O desenvolvimento ocorre quando, na sociedade, se manifesta uma energia capaz de canalizar, de forma convergente, forças que estavam latentes ou dispersas. Uma verdadeira política de desenvolvimento terá que ser a expressão das preocupações e das aspirações dos grupos sociais que tomam consciência de seus problemas e se empenham em resolvê-los. (FURTADO, 1982, P. 149).
Quanto a isso, BOISIER (1996), acrescenta que no longo prazo o
desenvolvimento de uma região ou localidade se dá mediante a sua aptidão para a
organização social e política, além da capacidade para modelar o seu próprio futuro
(processo de desenvolvimento endógeno). Isso está relacionado com a
disponibilidade de diferentes maneiras de capitais intangíveis disponíveis na região
ou localidade.
Diante do exposto, as teorias apresentadas mostram, de uma forma geral,
a importância da formação de capital humano, da acumulação de conhecimentos,
como fatores determinantes do desenvolvimento regional. A seguir, será feita uma
abordagem mais focalizada com relação ao papel do ensino superior, e mais
especificamente, que as universidades exercem na as economias em que estão
inseridas.
1.2 Universidade como fator de desenvolvimento regi onal
Um estudo realizado pela Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) mostra que a educação superior tem
provado sua viabilidade no decorrer do tempo de tal forma que atualmente opera
juntamente com a pesquisa como integrantes essenciais do desenvolvimento. Sendo
24
assim, a educação superior fundamenta-se em pilares de grande relevância para os
direitos humanos, democracia e desenvolvimento sustentável.
Segundo a UNESCO, as universidades são importantes empregadoras de
pessoal em nível elevado, os quais possuem poder de compra em escala local. Da
mesma forma, os estudantes também exercem impacto direto sobre a economia
regional, dadas às compras que fazem onde estão inseridos, principalmente quando
são naturais de locais externos à região. Todas essas transformações são
mensuráveis pelo efeito multiplicador. No entanto, enquanto o emprego assegurado
pela universidade aumenta, diminui em outros setores, tais como agricultura e
indústria de manufaturados.
Não obstante, o mesmo estudo, ressalta os efeitos dinâmicos mediante a
indústria. Esses efeitos são mais difíceis de se medir, porém bastante significativos.
Além disso, destacam-se os benefícios econômicos e sociais fundamentados na
pesquisa. Esta permite reunir e aprofundar conhecimentos elementares, desenvolver
novas técnicas, instrumentos e métodos que proporcionam vantagens econômicas
para os setores de produção.
A UNESCO lembra que as universidades exercem influência na geração
de emprego e renda, aumentando o emprego assegurado pela mesma:
Em muitos países, existem de longa data variações regionais e locais no que se refere à freqüência ao ensino superior e às competências da mão-de-obra local. Dados sobre o fluxo dos estudantes que passam pelas universidades, do tipo esboçado acima, podem também ser utilizados para determinar a contribuição das universidades à elevação dos níveis de instrução nas diferentes partes do país e à melhoria das competências de mão-de-obra, graças ao recrutamento de estudantes estranhos à localidade que trabalham para os empregadores locais. (UNESCO, 1999, P. 386-387)
Expõe ainda que, as instituições regionais visam fixar a população de
diplomados objetivando elevar o nível de estoque local de altas competências.
Assim, a informação quanto ao mercado de trabalho pretende contribuir para o
sucesso econômico das universidades nas regiões onde estão situadas. A
probabilidade de encontrar emprego representa um fator crucial para o crescimento
socioeconômico sustentável. Quanto ao desenvolvimento humano sustentado, a
falta de acesso ao saber aumenta a discrepância entre os países ricos e pobres,
tendendo a desequilíbrios mais acelerados a longo prazo (UNESCO, 1999).
25
De acordo com RIBEIRO (1982) por meio do crescimento autônomo1, a
universidade tende a atuar como instituição de perpetuação entre as instituições
sociais, podendo ser eficiente, no sentido de exceder o atraso nacional, se
intencionalizar suas maneiras de operar. Assim, a política autonomista de que se
refere o autor, pressupõe que a universidade deve ser transfigurada a fim de
alcançar a transformação da sociedade.
Nesse sentido, às nações subdesenvolvidas cabem criar uma
universidade capaz de promover o desenvolvimento, mas para isso é necessário
verificar as possibilidades de inversão desse processo. Dessa forma, a universidade
seria traduzida em uma instituição intermediadora do progresso global. Logo,
observa-se que as instituições sociais não só contribuem para preservar as
estruturas em que estão inseridas, como também para a execução de uma ação
renovadora.
Contudo, há obstáculos que impedem o desempenho do papel das
universidades. Um desses obstáculos são crises estruturais, ou seja, as tensões
institucionais superadas por meio de alterações da composição da instituição. Essas
crises podem ser resultados de uma tensão interna dos componentes (cátedras
institutos, escolas e faculdades, conselhos, decanatos, secretarias, reitorado,
matrículas, aulas, as carreiras, e os papéis de estudantes e professores) e externa
quanto à relação com a sociedade global que impossibilita o exercício de suas
funções. Ou seja, a crise ocorre quando a universidade e a sociedade andam em
sentidos opostos. Nessa situação, a primeira deve refletir sobre si mesma e redefinir
o seu papel na luta contra o subdesenvolvimento.
Para RIBEIRO (1989):
o traço mais característico da universidade atual é a sua capacidade de auto-mobilizar-se, tanto para questionar a estrutura de poder e a ordem social quanto para propor utopias concretas, relativamente ao que deve ser a sociedade, a existência humana na próxima civilização. (RIBEIRO, 1989, P. 15)
A universidade age como instituição não apenas formadora como também,
seletora dos quadros dirigentes da sociedade. De acordo com CHAUÍ (1998) existem
três maneiras de instrumentalização da cultura. Essas maneiras se dão pela
educação, em si por si e por meio da indústria cultural. No entanto, há duas formas
(1) Parte do pressuposto que a universidade possui tendências a agir como um local de perpetuação das instituições sociais. Assim só representará um papel ativo no que tange a superação do atraso nacional se intencionalizar suas maneiras de ação.
26
mais sutis e perigosas de se fazer isso. A primeira maneira, parte da indústria cultural
consistindo em convencer o indivíduo de que estará induzido à exclusão social, caso
suas experiências não sejam precedidas de informações coerentes. A segunda,
consiste em confundir conhecimento e pensamento. A universidade brasileira é
responsável por reduzir a questão do saber à do conhecimento. Assim, encarrega-se
desta última forma de instrumentalização.
No que se refere à produção científica atrelada à tecnologia, o sistema
econômico é dependente e bloqueia a pesquisa autônoma2 limitando o papel da
universidade. Quanto à área das humanidades, o sistema socioeconômico é
contrário ao conceito de cultura. Encontra-se a tal ponto imerso no “puro
tecnicismo3”. A adequação entre universidade e sociedade exprime o desencanto
dos universitários como produtores de cultura. Se por um lado o corpo docente
defende a adesão à modernidade, critérios de rendimento, eficácia e produtividade.
Por outro, os estudantes se rebelam contra a modernidade configurando-se numa
propensão oposta (CHAUÍ, 1998).
Conforme SOBRINHO (1999), nos últimos anos a educação adquire
funções universais para o desenvolvimento econômico. Embora em níveis diversos
as nações do mundo atribuem cada vez mais credibilidade à educação no que diz
respeito à promoção do desenvolvimento, no ritmo acelerado, mediante as
exigências da competitividade internacional. A incidência de novos tipos de
profissões que determinam técnicas modernas, paralelamente à ampliação e
desenvolvimento da economia, produz indicadores de promoção educacional em
regiões subdesenvolvidas.
O autor adverte que o conhecimento é tido como maior riqueza dos países
e é o principal propulsor do desenvolvimento. Ao mesmo tempo questiona o papel
das instituições de ensino superior na produção de capital humano pressupondo que
são ineficientes e dispendiosas e, portanto, não gerariam a equidade social. Aborda
ainda, que o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD)
destaca a relevância da educação superior para o desenvolvimento socioeconômico.
Isso reafirma o valor econômico da educação. Pelo fato da relação professor-aluno
(2) Força a universidade a limitar-se ao adestramento de aplicadores do “know-how” estrangeiro. (3) Isso anula o sentido das humanidades que permanecem atreladas à condição de “ornamento ou anacronismo tolerado”.
27
ser muito baixa, e dado o elevado índice de evasão, o BIRD propõe uma reforma do
ensino superior.
Por outro lado, o autor argumenta sobre a internacionalização da
educação superior estendendo-a a um marco da mundialização do conhecimento, da
integração econômica, aos avanços das tecnologias da informação e da
comunicação. Por mais que a educação superior tenha deficiências, sua importância
é reconhecida pelo fato de ser integrante indispensável ao processo de mudança da
sociedade contemporânea.
Sobre isso, segundo CHAUÍ (1999) a universidade moderna legitimou-se
nas idéias de formação, reflexão, criação e crítica, com a conquista da educação e
cultura por meio das lutas da democracia, tanto no sentido de formação de um
pensamento sobre essa idéia, como no de procurar responder questões inerentes a
ela. Afirma que a universidade enquanto instituição, tem o poder de se perceber
inserida na divisão política e social. Seu objetivo define uma universalidade
responsável por responder às contradições. Porém, a forma atual do capitalismo, fez
com que a universidade passasse da condição de instituição à de organização. Esse
fato de acordo com a autora, ocorreu em três etapas em que a universidade passou
de funcional, a operacional e de resultados respectivamente. Esta última, está
estruturada por estratégias e programas de eficiência organizacional.
Na universidade operacional, para a mesma autora, a pesquisa é uma
maneira de intervenção e de controle de meios para a consecução de objetivos.
Assim, visa meios para soluções parciais e locais além de problemas e obstáculos.
O que se pode observar é que atualmente a universidade está voltada para si
própria.
De acordo com BUARQUE (1994) os instrumentos sociais significam a
modernidade da sociedade. Ao considerar esses instrumentos como um todo se
destaca o papel das universidades. Nesse sentido, é cabível a elas assegurarem a
democracia e acabarem com o “apartheid social”, promovendo uma economia
eficiente. BUARQUE (1999) constata que o papel da universidade é promover o
saber de nível superior de maneira a facilitar o funcionamento da sociedade. Porém,
esse papel varia. E, em se tratando da pesquisa, relata que, mesmo quando o
produto é proveniente de institutos isolados ou empresas, por trás, estão as
universidades, importantes formadoras de pessoal. A maioria das conquistas
28
alcançadas pelo Brasil nos últimos anos não seria possível, não fosse a
intermediação dessas instituições.
PIMENTA (1985) descreve que a consciência da sociedade é a
universidade. Diante dela as aspirações comunitárias tomam consciência e
descobrem a liberdade e a independência. Ela possibilita a liberdade de pesquisa e
de cátedra, sendo um órgão criador e transmissor de cultura. Nesse sentido, não
deve se ater à investigação e ao progresso do conhecimento, já que se constitui em
um local em que a comunidade pode refletir as suas contradições.
Os países com maiores níveis de tecnologias se destacam também por
possuírem os maiores níveis educacionais. FRANCO E MOROSINI (2001) propõem
que é clara a função da educação para a formação de novas tecnologias. Dessa
forma, a maioria das produções científicas brasileiras provém das universidades
colocando a educação superior num patamar em que sua ampliação é fundamental
para a soberania nacional e para a autonomia, tecnologia e economia.
Como ressalta EBERT (1974), o que resume na missão educacional das
universidades são a operação, a projeção e a criação. No entanto, essas atividades
necessitam ocorrer em um ambiente físico, ou seja, para que possa atingir todos os
objetivos e finalidades é necessário aparelhagem e instalações físicas. O fato é que
a missão educacional vai muito além dos limites de sala de aula, incluindo a
obtenção de novos conhecimentos através da pesquisa, além da disseminação dos
mesmos, por meio de publicações. Não deve ser esquecido o atendimento às
questões, culturais, sociais e civis.
A realização deste trabalho monográfico leva em consideração estes
fatores, visando analisar a sua importância na região estudada. Neste momento, vale
compreender o surgimento da Universidade Estadual de Montes Claros –
UNIMONTES e sua inserção no contexto regional.
1.3 A Universidade Estadual de Montes Claros – UNIM ONTES
1.3.1 Antecedentes históricos à sua criação
As primeiras universidades surgiram na Europa no século XII, período
renascentista em que eram implantadas segundo a proteção da Igreja Romana,
29
localizadas em Paris e Bolonha. A partir daí, no século XV, surtem os efeitos da
Reforma e Contra Reforma. Nesse período, a universidade se estende pelos
principais países europeus. As descobertas científicas do século XVII, associadas ao
iluminismo no século XVIII, fizeram com que fosse institucionalizada à ciência.
Deste modo, aparece a universidade moderna, que impunha novos padrões de
relação com o Estado. Essa instituição que se iniciou no século XIX, persiste até os
dias atuais.
Informado o surgimento da universidade, faz-se necessário, focalizar o
Brasil. Este país chegou à independência sem nenhum instituto de educação
superior. Isso resultava na saída dos jovens nascidos no país rumo a Coimbra a fim
de adquirir formação superior4. Dessa forma, o país dispunha de uma pequena
parcela de pessoal qualificado nesse âmbito. Contudo, as primeiras começaram a
serem implantadas em 1822.
De acordo com RIBEIRO (1982), no ato da proclamação da República
havia apenas cinco faculdades, sendo 02 (duas) de Direito nas cidades de São
Paulo e Recife; 02 (duas) de Medicina na Bahia e no Rio de Janeiro e 01 (uma)
Politécnica no Rio de Janeiro. Estas faculdades atendiam, cerca de 2.300
estudantes. Diante de um processo lento, o Brasil chegou em 2003 com um total de
1.859 instituições de ensino superior. Dentre essas 1.652 eram privadas e 207
públicas, constituindo um percentual de 88,86% e 11,14 %, do total respectivamente.
Eram atendidos 1.540.431 alunos, ou seja, um aumento de 66.975,26%, ao se
comparar com o ano de 1822. Desses 1.540.431 alunos, 321.6895 pertencem à rede
pública, representando um percentual de 1,71% da população brasileira em 2003.
Não obstante, no mesmo Minas Gerais possuía 265 instituições, sendo
desse montante, 8,69% públicas e 91,31% privadas. Neste estado um total de
155.773 alunos estavam inseridos no ensino superior. Deste montante 23.049
estavam arraigados na rede pública e 132.724 na rede privada, compondo um total
de 0,12% e 0,70% respectivamente da população do estado. A rede estadual
(4) RIBEIRO, D. A Universidade Necessária. 4ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982. (5) MEC. Ministério da Educação. Disponível em <http://www.inep.gov.br/superior/censosuperior/default.asp>. Acesso em 13/10/06.
30
abrigava em 2003 um total de 5.4636 estudantes, correspondendo a 23,70% do total
das instituições públicas instaladas na região.
Segundo CARDOSO (2000), a ocupação econômica da região Norte
Mineira foi atrelada a outras atividades exploradas em outros espaços, nacionais ou
estrangeiras. Essas atividades coligadas a diversos fatores econômicos e sociais
foram responsáveis por uma série de mudanças na organização produtiva da região.
Por intermédio da criação da Superintendência de Desenvolvimento do
Nordeste (SUDENE), órgão voltado para ascensão do desenvolvimento regional,
essa região passou a apresentar novas características em sua estrutura produtiva.
Assim, ao longo do tempo, pôde-se verificar a ampliação da importância dos setores
secundário e terciário de algumas localidades. Esse fato possibilitou a alteração na
relevância relativa de tais áreas. Contudo, outros fatores de origem interna e externa
à região, motivados por interesses de agentes públicos e privados a atuarem no
cenário regional, influenciaram na transformação da estrutura produtiva (CARDOSO,
2000).
Considerando esse cenário, o setor terciário se caracterizava por seu
significativo entrave em todos os âmbitos, até mesmo, no que diz respeito ao
segmento educacional. CARDOSO (2000) aborda que na década de 1960 a
realidade era a seguinte:
(...) no ensino médio, apenas os municípios de Montes Claros, Januária e Pirapora dispunham de uma rede com mais de cinco unidades escolares, enquanto 03 municípios dispunham de 02 unidades; 10 com apenas uma; e, 26 sem nenhuma unidade escolar. Quanto ao ensino superior, apenas Montes Claros o possuía. (CARDOSO, 2000, P. 255).
1.3.2 Surgimento/fundação da UNIMONTES e estrutura organizacional
A criação da Fundação Norte-Mineira de Ensino Superior (FUNM) em
1964, hoje UNIMONTES, está relacionada a um “sentimento regionalista”, o qual
(6) MEC. Ministério da Educação. Disponível em <http://www.inep.gov.br/superior/censosuperior/default.asp>. Acesso em 13/10/06.
31
coloca a cidade de Montes Claros/MG como o “eixo central” de uma ampla e
extensa região distante dos grandes centros urbanos. É a única Universidade
pública, cuja sede se localiza no Norte de Minas, e conforme GONÇALVES (2000) é
uma que atende a clientela da região norte mineira sendo esta a maior coletora de
seus frutos.
A primeira unidade de ensino superior surgida na FUNM foi a Faculdade
de Direito (FADIR), em novembro de 1965. Logo após foi instituída a Faculdade de
Filosofia, Ciências e Letras (FAFIL). Em 1969 surgiu a Faculdade de Medicina
(FAMED) e no ano de 1972, a faculdade de Administração e Finanças (FADEC). E
finalmente em 1986, fundou-se a Faculdade de Educação Artística (FACEART).
O primeiro Diretor-Geral da FUNM, nomeado pelo Governador Aureliano
Chaves em 1976, pelo trabalho que já vinha realizando na instituição, foi o médico e
escritor João Valle Maurício. A primeira consulta à comunidade acadêmica para a
escolha do Diretor-Geral, elegeu o professor José Geraldo de Freitas Drumond. Em
1989, a FUNM foi estadualizada constituindo a UNIMONTES.
Constitucionalmente confirmada como autarquia estadual, a Lei Estadual
n.° 11.517, de 13 de julho de 1994, reorganiza a estrutura da UNIMONTES. A
Universidade foi estruturada em centros de Ensino, sendo extintas as antigas
faculdades.
Em 1995 a UNIMONTES amplia seus limites de atuação, iniciando um
processo de expansão regional. Neste ano, foi instalado o campus de Januária/MG,
que em 2005 possuía os cursos de Letras Inglês, Letras Português, Normal Superior/
Magistério da Educação Infantil, Normal Superior/Magistério das Séries Iniciais do
Ensino Fundamental, Pedagogia e Educação Física Bacharelado e Licenciatura. Em
1996 foram instituídos os campi de Janaúba/MG com os cursos de Agronomia e
Normal Superior/Magistério das Séries Iniciais do Ensino Fundamental e que além
desses, em 2005, já possuía o curso de Pedagogia; e Pirapora/MG, contendo os
cursos de Geografia, Normal Superior/Magistério das Séries Iniciais do Ensino
Fundamental e Pedagogia.
Desde a estadualização, no ano de 1998, ocorreram as primeiras eleições
para Reitor e Vice-Reitor da UNIMONTES. Foram nomeados os professores José
Geraldo de Freitas Drumond e o Paulo César Gonçalves de Almeida
respectivamente. Em 2000 cria-se o campus de Almenara/MG, oferecendo os cursos
32
de Letras Português e Normal Superior/ Magistério da Educação Infantil e
Pedagogia. Posteriormente, em 2001, é implantado o curso de Zootecnia em
Salinas/MG.
Segundo o Relatório de Gestão 2004-2005, os campi oferecem diversos
cursos a saber: em Brasília de Minas/MG – Normal Superior/ Magistério da
Educação Infantil e Pedagogia; Espinosa/MG – Normal Superior/ Magistério da
Educação Infantil, Normal Superior/Magistério das Séries Iniciais do Ensino
Fundamental e Pedagogia; Noroeste ( Unai/MG – Letras Português e Ciências
Biológicas; Paracatu/MG – Normal Superior/Magistério das Séries Iniciais do Ensino
Fundamental, Pedagogia e Matemática); São Francisco/MG – História e Matemática;
Joaíma/MG – Pedagogia.
O campus de Montes Claros/MG oferta os seguintes cursos: Artes,
Filosofia, Geografia, História, Letras/Espanhol, Letras/Inglês, Letras/Português,
Normal Superior/ Magistério da Educação Infantil, Normal Superior/Magistério das
Séries Iniciais do Ensino Fundamental, Normal Superior (MSIEF E MEI), Pedagogia,
Ciências Biológicas Bacharelado, Ciências Biológicas Licenciatura, Educação Física
Bacharelado, Educação Física Licenciatura, Enfermagem, Medicina, Odontologia,
Administração, Ciências Contábeis, Ciências Econômicas, Ciências Sociais, Direito,
Serviço Social, Matemática e Sistema de Informação.
Até agora foram lembrados apenas cursos regulares. Entretanto, a
Universidade fornece vários cursos Emergenciais, Modulares, Seqüenciais e Cursos
Técnicos, totalizando 91 cursos. Vale ressaltar, os cursos de Pós–Graduação lato
sensu, em várias áreas de conhecimento, além dos cursos de Pós-Graduação stricto
sensu. Em 2005 eram oferecidos 19 cursos de Pós–Graduação lato sensu e 3
cursos de Pós-Graduação stricto sensu a título de mestrado (Mestrado em
Desenvolvimento Social, Mestrado em Ciências Biológicas e em Produção Vegetal
no Semi-Árido).
1.3.2.1 O processo seletivo
Os processos seletivos considerados tradicionais, que acontecem
normalmente em julho e dezembro de cada ano, são divididos em dois grupos,
visando maior oportunidade de concorrência no que diz respeito aos candidatos,
33
além de possibilitá-los maiores oportunidades de escolha, já que podem se inscrever
em até 2 cursos. Além desses, há o Programa de Avaliação Seriada para o Acesso
ao Ensino Superior (PAES), processos Seletivos Emergenciais e Seqüenciais e o
Sistema de Reserva de Vagas (RELATÓRIO DE GESTÃO, 2004-2005).
1.3.2.2 Corpo docente de discente
No ano de 1997 havia na Universidade 50 mestres e nenhum professor
doutor. Em 2002, este número foi alterado de maneira que dispunha de 207 mestres
e 24 doutores titulados, excluídos os mestrandos e doutorandos. Em 2005 este
número chega a 305 mestres e 64 doutores. Em relação ao corpo discente, estavam
matriculados, neste último ano, em todos os campi um somatório de 31.908 alunos
(RELATÓRIO DE GESTÃO, 2004-2005).
1.3.2.3 Atividades de Pesquisa e Extensão
No que se refere à pesquisa, a Pró-Reitoria de Pesquisa é o setor
responsável pela coordenação e dinâmica de desenvolvimento de programas,
projetos de pesquisa e/ou serviços técnico-científicos executados pela Universidade.
Em 2005, os projetos de pesquisa em andamento totalizavam 129, distribuídos em
118 linhas e em seus respectivos 34 grupos de pesquisa. Na extensão a
Universidade desenvolve atividades, locais, regionais e nacionais7. Os programas de
extensão nesse mesmo ano eram Unimontes Solidária, Universidade e a Idade da
(7) GESTÃO dezembro de 2004 a dezembro de 2005 - Universidade Estadual de Montes Claros. Ação e Desenvolvimento. Montes Claros: Unimontes, 2005.
34
Prata, Uni-Cidade, Serviço de Assistência Jurídica SAJ/Unimontes, Unimontes
Virtual, Gol de Placa, Quatro Cantos, entre outros8.
Além disso, a área de abrangência da UNIMONTES, vai além das
fronteiras Norte-mineiras. Nesse sentido, atende mais de 300 municípios do Estado,
provenientes do norte, noroeste, vales do Jequitionha e Mucuri, ultrapassando as
fronteiras de Minas Gerais, destacado na tabela que se segue:
TABELA 1: Origem dos egressos da Unimontes – 1995 a 1998
Localização ESPECIFICAÇÕES f i% SUB TOTAIS
Regiões Mineiras
Norte de Minas Região Central Vale Jequitinhonha/Mucurí Vale do Rio Doce Zona da Mata Centro - Oeste de Minas Triângulo Mineiro
83,5 5,5 1,5 0,7 0,7 0,2 0,2
92,3%
Outros Estados do Brasil e Distrito Federal
Bahia São Paulo Rio de Janeiro Paraná Paraíba Distrito Federal Goiás Alagoas Espírito Santo
2,2 2,0 0,7 0,7 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2
6,6%
Outros Países Angola 0,2 0,2% Respostas em Branco - 0,9 0,9% Fonte: GONÇALVES, R.A. et al. Pesquisa Egressos da UNIMONTES. Julho/2000
GONÇALVES (2000), mostra a absorção dos egressos da UNIMONTES
no mercado de trabalho entre 1995 e 1998. A pesquisa aponta que a absorção é
rápida, já que 96,6% dos egressos de 1998, já se encontravam em plena atividade
de trabalho remunerado. Quanto ao trabalho não remunerado, entre os egressos
nessa posição, conforme a pesquisa estavam alguns estudantes – mestrandos;
candidatos a concursos públicos, como mostra o gráfico que se segue:
(8) GESTÃO dezembro de 2004 a dezembro de 2005 - Universidade Estadual de Montes Claros. Ação e Desenvolvimento. Montes Claros: Unimontes, 2005.
35
Fonte: GONÇALVES, R.A. et al. Pesquisa Egressos da UNIMONTES. Julho/2000.
GRÁFICO 1: Inserção dos egressos da UNIMONTES no me rcado de trabalho
entre 1995 e 1998
MARTINS (1972) apresentou um modelo hipotético de uma matriz que
dispunha das principais propriedades que evidenciam a importância de instituições
de ensino superior para o desenvolvimento regional. Ele infere esse modelo no
Projeto de Reformulação da FUNM, caracterizando-a como “ideal” para o
desenvolvimento regional.
As repercussões do estudo realizado por Martins (1972), segundo
GONÇALVES (2000), identificam a UNIMONTES como uma Instituição “ideal” para o
desenvolvimento regional, já que esta atende a demanda da própria região. Isso
pode ser verificado procedendo à multiplicação cartesiana dos elementos dispostos
em linhas e colunas, conforme que se segue:
94,5%
5,5%
Com Trabalho Rem unerado Sem Trabalho Rem unerado
36
TABELA 2: Modelo Estimado Por Roberto Martins
×××× Clientela da região - C R Clientela de outras regiões - C F
Demanda da região – DR (DR , CR) (DR , CF)
Demanda de outras
regiões - DF (DF , CR) ( DF , CF)
Fonte: GONÇALVES, R.A. et al. Pesquisa Egressos da UNIMONTES. Julho/2000.
Conforme a discussão apresentada, verifica-se que a importância das
universidades para as regiões onde estão inseridas, pode se constatada por da
seção relevância do ensino superior para o desenvolvimento regional. Entendida a
magnitude da UNIMONTES, e tendo em vista que o objeto de estudo deste trabalho
é o Campus de São Francisco/MG, a partir daqui, serão abordadas as
especificidades deste Campus.
37
2 O CAMPUS UNIMONTES NO MUNICÍPIO DE SÃO FRANCISCO/MG
Nesta seção será apresentado primeiramente um breve histórico sobre
o município de São Francisco/MG, destacando suas características físicas, bem
como econômicas. Em seguida, será focalizada a instalação do Campus da
UNIMONTES na referida cidade. Nesse tópico, abordar-se-á desde o acordo à
implantação definitiva do Campus UNIMONTES – São Francisco/MG, ressaltando as
peculiaridades do mesmo. A partir daí responder-se-á questões como: Por quê a
escolha da cidade de São Francisco/MG? Como foram estabelecidos os cursos a
serem oferecidos? E finalmente, serão traçadas as características do Campus,
ressaltando despesas, vinculações do Campus de São Francisco/MG com a
UNIMONTES e Prefeitura Municipal, movimentos de extensão, e as dimensões
tomadas pela Universidade no município.
2.1 O município de São Francisco/MG: característica s físicas e econômicas
Conforme a tradição a localidade onde se situa atualmente o município de
São Francisco/MG, foi escolhida como posto avançado para o ataque à tribo dos
guaíbas, existente na região (situada na ilha de São Romão). Com o nome de
Pedras de Cima, foi fundado por Domingos do Prado, ainda no século XVII. Em
1554, os integrantes da bandeira de Espinosa chegaram nas terras que hoje formam
o município. Mais tarde, a denominação passou a ser São José da Pedra dos
Angicos.
Segundo MELO (1999), os primeiros habitantes da região foram os índios
caipós. O distrito era parte da Vila de São Romão, cuja sede posteriormente passou
a ser São José das Pedras dos Angicos, sendo elevada a categoria de vila e logo
38
após de cidade pela Lei n° 2416 de novembro de 1887 . Pelo fato do município ser
banhado pelo rio São Francisco, foi então, nomeado São Francisco.
Em 1911, o município de São Francisco/MG segundo BRAZ (1977), era
composto de sete distritos, sendo estes, Morro, Conceição da Vargem, Brejo da
Passagem (Serra das Araras), Urucuia, São Romão e Capão Redondo. Contudo,
por intermédio do Decreto-lei n° 1059 de 31 de deze mbro de 1943, perdeu parte de
seu território.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE,
2000), São Francisco/MG, situa-se na Zona do Médio São Francisco do Estado de
Minas Gerais. Assim, é localizado na mesoregião Norte de Minas Gerais, e mais
precisamente na microregião de Januária, a 156 Km de Montes Claros/MG, logo a
536 Km da capital mineira. Localiza-se também a 498 Km da capital federal. De
território semi-montanhoso, possui uma área de 3.300 km2. Conforme o Instituto
Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais (INDI, 2004) de aspecto plano e
banhado pelo Rio São Francisco é considerado o quarto município em extensão
territorial em Minas Gerais (em 2002) e limita-se ao leste com Luislândia, ao sul com
Icaraí de Minas, ao sudoeste Pintópolis, ao oeste Chapada Gaúcha e ao norte com
Pedras de Maria da Cruz e Januária. Em 2005 a população estimada do município
pelo IBGE9 situava-se em torno de 54.898 habitantes.
De acordo com a Fundação João Pinheiro (FJP, 2003), o PIB pm (a
preços de mercado) do referido município estava em torno de R$ 118.987 mil no ano
de 2003, sendo o PIB pm por habitante equivalente a R$ 2.217, nesse mesmo ano.
Segundo COSTA (2000), a captação, tratamento e distribuição de água é
de responsabilidade da Companhia de Saneamento de Minas Gerais –
COPASA/MG, que atendia em 2000, 100% da zona urbana e aproximadamente 90%
da zona rural. Destaca-se aí a presença de postos artesianos mantidos por
associações conveniadas com a Prefeitura local. A rede de esgoto, encontra-se em
fase de implantação, visando atender a zona urbana. A energia elétrica é
proveniente do sistema de usinas interligadas da Companhia de Energia Elétrica de
Minas Gerais – CEMIG, por meio das Usinas de Pandeiros e Três Marias, que
contribui sobremaneira para o desenvolvimento econômico da região, principalmente
(9) IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em <http://www.ibge.com.br/cidadesat/default.php>. Acesso em 05/10/06.
39
no que diz respeito à agropecuária, já que, além das pastagens, a maioria das
lavouras são irrigadas por meio de pivôs.
O município encontra-se ligado ao sistema de telefonia fixa da rede
Telemar Norte e Leste S/A. Quanto à telefonia celular, possui cobertura das
operadoras: Tim, Oi, Telemig Celular e Claro. Além disso, há presença de 04
(quatro) emissoras FM de rádio. Com relação à internet, há os provedores São
Francisco Net, Via Sat Net, Uai, entre outros, cuja acessibilidade engloba grande
parte da rede comercial, havendo presença em algumas escolas e residências.
No que se refere aos sistemas de transporte, encontra-se integrado às
principais cidades Norte-mineiras, bem como a capital do Estado e do país. A
principal rodovia se trata da MG 402, que o liga a Montes Claros/MG e a partir desta
a Belo Horizonte. Através desta, é escoada a maior parte da produção agrícola do
município. Outra rodovia de grande importância é a rodovia que o liga ao Distrito
Federal e também a toda a região centro-oeste do país, por meio da qual, se dá o
escoamento de uma parte relevante da produção agrícola e do rebanho bovino.
O transporte fluvial através do Rio São Francisco, já foi muito significativo,
visto que do final do século XVII até a década de 1970, grande parte das
mercadorias que abasteciam a região provinham da região nordeste do país,
especialmente da Bahia, através de permutas entre produtos regionais. O transporte
era feito por embarcações como balsas, batelões, lanchas, etc. Hoje o rio é
praticamente inavegável, cujas embarcações tornaram-se estritamente um meio de
turismo. O modo de interligação de São Francisco/MG à margem esquerda do rio,
ainda é servido pelo transporte fluvial, através de balsas, exploradas tanto pela
Prefeitura, como por particulares. Além disso, o município conta com um aeroporto
asfaltado, com capacidade para receber aviões de médio porte. Contudo, a utilidade
do aeroporto é restrita, pois não conta com escalas regulares de vôos (COSTA,
2000).
A economia de São Francisco/MG está baseada no setor agropecuário,
distribuído em 1770 propriedades rurais (ano de 2000). A pecuária representa o
maior peso, seguida da agricultura, cujas principais culturas são o milho, arroz e a
mandioca. O rebanho bovino, um dos maiores de Minas Gerais, é comercializado
principalmente com Montes Claros/MG e cidades da Bahia. Destaca-se também a
produção de carvão vegetal e peixe. Quanto este primeiro, se constituiu no sustento
40
da economia entre as décadas de 1970 e 1980. Nos dias atuais, a matéria-prima
para a produção do mesmo se tornou escassa, limitando a produção. Segundo
MELO (1999) a economia sanfranciscana está sustentada particularmente na
atividade agropecuária, tendo o gado bovino ponto significativo.
Para COSTA (2000), em 2000 o município contava com 2800 produtores
rurais regularmente inscritos e 300 (trezentos) não inscritos, uma vez que, a
atividade econômica principal está ligada à criação de gado bovino, destacado pela
boa qualidade no Norte de Minas. Comumente, o setor industrial vem se
desenvolvendo, sendo relevante, a indústria de beneficiamento de madeira, fábrica
de lambris, forro, móveis, fabricação de tijolos furados cerâmicos, pré-moldados,
resfriamento de leite, fábricas de cachaça e farinha, torrefação e empacotamento de
café e beneficiamento de arroz, porém todas são de porte pequeno.
O comércio também contribui para a economia, mas, de forma parcial,
visto que, é formado por pequenas empresas, que geram poucos empregos diretos.
O comércio varejista engloba vários segmentos, como bares, lojas de confecções,
papelarias, móveis e eletrodomésticos, postos de combustíveis, supermercados,
mercearias, lanchonetes, farmácias e drogarias, padarias, materiais de construção,
peças e acessórios, entre outros. Já o comércio atacadista, se destaca apenas no
fornecimento de bebidas, com distribuidoras de cervejas e refrigerantes (COSTA,
2000).
Não obstante, o município possui um largo potencial turístico. Esse se dá
devido às praias e pores-do-sol proporcionados pelo rio São Francisco, por meio de
aprazíveis bares na orla do rio, pousadas ribeirinhas, clubes de pesca, etc. Do
mesmo modo, o número de turistas vem crescendo, principalmente na época de
promoções de eventos, tais como carnavais, aquecendo as vendas neste período,
principalmente, no que tange aos segmentos de bebidas e confecções (COSTA,
2000).
O setor educacional é marcado por uma rede de ensino distribuída entre
as redes municipal, estadual e privada. Segundo o IBGE, em 2004 a rede estava
distribuída da seguinte forma: 05 (cinco) escolas municipais, oferecendo ensino pré-
escolar e 19 proporcionando ensino fundamental; 36 escolas estaduais com ensino
fundamental e 03 (três) oferecendo ensino médio. Quanto ao ensino privado, em
2006, há 03 (três) escolas particulares, sendo que uma oferece educação infantil,
41
ensino fundamental e médio, outra oferece ensino fundamental e médio e a terceira
educação infantil e ensino fundamental. A quantidade de alunos matriculados em
2004, no ensino pré-escolar, na cidade, estava em torno de 1.044, no ensino
Fundamental esse número era 14.510 e no ensino médio, em torno de 2.943 alunos.
Existe, ainda na cidade, um cursinho pré-vestibular, com enfoque na área integral; e
03 (três) escolas de nível superior, sendo 01 (uma) estadual (UNIMONTES) e 02
(duas) privadas.
A cidade de São Francisco/MG possui uma infra-estrutura básica, mas
capaz de atender suas necessidades e das cidades vizinhas (COSTA, 2000), como
rede bancária com a presença do Banco do Brasil e Bradesco; Agência do Instituto
Nacional do Seguro Social (INSS); Comarca; Um Hospital mantido pelo município
através do Sistema Único de Saúde (SUS); Administração Fazendária; Empresa de
Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER); Instituto do Meio Ambiente (IMA);
Instituto Estadual de Florestas (IEF); Companhia de Polícia Militar; Cartórios;
Agência dos Correios; Entidades Filantrópicas; etc.
2.2 A implantação do Campus da UNIMONTES no município de São
Francisco/MG
As negociações para a implantação do Campus da UNIMONTES em São
Francisco/MG foram iniciadas quando o professor José Geraldo de Freitas Drumond
era Reitor da Instituição. Contudo, só foram concluídas no momento em que o
Professor Paulo César Gonçalves de Almeida – atual reitor – já havia assumido o
cargo. No desenrolar das negociações houve interesse tanto da Prefeitura Municipal
de São Francisco/MG como da UNIMONTES, mas a procura partiu da primeira. A
existência de um débito da Prefeitura com a referida Universidade na realização de
cursos anteriormente ministrados no município, desde a administração precedente a
do ex-prefeito Severino Gonçalves da Silva – administração em que se deu a
implantação do Campus – inviabilizou o rápido retorno da Universidade quanto a
procura para a instalação do núcleo. Enquanto a situação não foi regularizada, o
42
andamento permaneceu comprometido. Após a regularização, não houve
dificuldades, já que o atendimento tornou-se ágil.
Conforme o ex-prefeito do município, Severino Gonçalves da Silva, o
interesse da Prefeitura pela UNIMONTES, se deu pelos seguintes motivos:
“Em primeiro lugar, as pessoas como eu, que não tiveram a oportunidade de estudar, acreditam que o fornecimento do estudo é a solução para o município. Além disso, o mundo de hoje, nos cobra a necessidade de aprender mais. O que eu aprendi, (...) antigamente, era talvez o suficiente para se viver naquela época, mas hoje o curso que você está fazendo, por exemplo, se você não o tivesse feito, talvez não teria condições de chegar onde você pode chegar. Eu sempre percebi essa necessidade. (...) Sempre quis trazer a UNIMONTES. Sempre achei que a UNIMONTES era a nossa solução”.
O ex-prefeito ressalta, ainda, a importância da instalação do Campus
Universitário para a economia e para os negócios. A isto, acrescenta-se o fato de os
alunos cujos pais, muitas vezes, nem mesmo possuem condições financeiras de
modo a custear o filho em localidades externas, receberem uma estrutura de
qualidade sem ter de deixar o município. Ou seja, uma universidade no município é
responsável pela fixação da população. Outro fato relevante é a atração de pessoas
de outras naturalidades, que possibilitam uma maior circulação de capital,
dinamizando o comércio, o setor hoteleiro, etc. Ademais, o fato de ter um Campus
como o da UNIMONTES no município, subentende-se que a estrutura é suficiente
para ter outras faculdades, porque a UNIMONTES não se instala em cidades
desestruturadas. Conforme Severino:
“A UNIMONTES, não vai em qualquer lugar. (...) Então desperta o interesse das outras faculdades de entrar no município. Já que nós só temos dois cursos, chegam outras com letras, pedagogia. Vão chegando os outros cursos. A cada dia vai se formando um e mais um. E eu não tenho dúvida nenhuma que dentro de mais uns vinte anos nós teremos em São Francisco todos os jovens qualificados, em nível superior. Isso porque o número de faculdades hoje em nível de estado, de municípios é muito grande”.
E por quê a UNIMONTES? De acordo com o ex-prefeito a UNIMONTES
sem sombra de dúvidas, é o ensino mais técnico oferecido no Norte de Minas,
proporcionando um ensino de qualidade a custo zero, o que possibilita
acessibilidade às variadas classes sociais.
No desencadear das negociações, surgiu o interesse pela implantação de
diversos cursos, mas no decorrer do tempo, as dificuldades foram surgindo. Outras
cidades Norte-mineiras também demonstraram interesse e ao final, foram
implantados apenas dois cursos em São Francisco/MG.
43
Para a escolha dos cursos a serem oferecidos, foi feita uma pesquisa por
parte da UNIMONTES, estabelecendo-os conforme as potencialidades (oferta e
demanda) da região, mediante o interesse da Prefeitura. Os cursos de Matemática e
História foram escolhidos por serem os que possuíam maior abrangência na região,
já que a finalidade do Campus não era a de atender estritamente a São
Francisco/MG. Além disso, em nenhum outro Campus eram ofertados tais cursos.
Ao final, os mesmos foram implantados, constituindo o Campus da UNIMONTES no
município de São Francisco/MG, cujas aulas foram iniciadas em fevereiro de 2003,
com 60 (sessenta) alunos.
Estabeleceu-se um convênio entre a Prefeitura e a Unimontes, por meio
do qual a primeira arcou com o local de funcionamento, o transporte, o alojamento e
a alimentação dos professores, e à UNIMONTES coube a disponibilização e o
pagamento dos professores.
2.3 O Campus da UNIMONTES em São Francisco/MG
Visto o processo de implantação do Campus, cabe, neste momento,
traçar as peculiaridades do mesmo. Essa nova unidade da UNIMONTES se localiza
na Av. JK, s/n, centro, na cidade de São Francisco/MG, sendo coordenado pela
Professora Lenize Vilas Boas, do departamento de História. Como já ressaltado,
são oferecidos os cursos de História e Matemática. No Campus, as atividades são
iniciadas às sete da manhã e encerram-se às vinte e duas horas e trinta minutos,
havendo uma pausa de 2 horas, às 12 horas e trinta minutos – horário de almoço. O
turno em que são ofertados os cursos é o noturno. Além disso, o processo seletivo é
anual e único, mas para o atual primeiro período de Matemática houve dois
processos: um no final do ano de 2005, e outro no meio do ano de 2006. Isso porque
não se completou a primeira turma do início do ano. Os períodos em andamento
são: História, o oitavo, o sexto, o quarto e o segundo; e Matemática, o oitavo, o
sexto, o quarto e o primeiro.
O Campus iniciou suas aulas com 60 (sessenta) alunos, esse número foi
evoluindo à medida que se realizaram novos processos seletivos, e atualmente
possui 189 alunos, sendo 108 do curso de História e 81 do curso de Matemática. O
44
mesmo se verificou para o número de professores. Atualmente, o corpo docente
chega a 27 professores que, em sua maioria, são de Montes Claros/MG. No entanto,
já conta com professores do próprio município.
A responsabilidade de transporte desses professores de Montes
Claros/MG é da Prefeitura Municipal de São Francisco/MG. É ela quem faz as
licitações e o transporte é realizado por uma Vam terceirizada, cujos proprietários
são da cidade de São Francisco/MG. Normalmente o veículo apanha os professores
em Montes Claros/MG todos os dias úteis, chegando em São Francisco/MG às
dezenove horas, retornando as vinte e duas horas e trinta minutos. Quanto aos
funcionários técnico-administrativos, estes não possuem nenhum vínculo com a
UNIMONTES, pois foram cedidos pela Prefeitura. Eles totalizam um número de 10
(dez), exercendo as seguintes funções: 01 (um) assistente técnico em informática,
01 (um) auxiliar escolar, 04 (quatro) bibliotecárias, 01 (um) auxiliar de serviços gerais
e 02 (dois) secretários.
A evolução de alunos e funcionários técnico-administrativos do Campus
pode ser avaliada conforme o gráfico que se segue:
60
101
155
189
020406080
100120140160180200
Qua
ntid
ade
2003 2004 2005 2006
Ano
Alunos Funcionários Técnico-Administrativos
Fonte: Coordenação do Campus UNIMONTES – São Francisco/MG.
GRÁFICO 2: Evolução do número de alunos e professor es do
Campus UNIMONTES – São Francisco/MG
45
Através do gráfico 2 pode-se perceber que o número de alunos
matriculados no ano de 2004 aumentou em 60,6% ao se comparar com 2003, sendo
esta a maior variação percebida no período. Esse percentual pode ser atribuído ao
fato da chamada “empolgação do início do Campus”, que determinava um índice de
evasão muito pequeno, aliada ao segundo processo seletivo promovido na
instituição. Não obstante de 2004 para 2005 houve um aumento de 53,47%,
evidenciando que a tendência permaneceu. Por outro lado, em 2006 o número de
alunos matriculados passou de 155 para 189, representando uma elevação de
21,94%. É observável que, a expansão do número de alunos no decorrer do tempo,
foi acompanhada de uma redução no ritmo das matrículas. O número de funcionários
também expandiu. Em 2004, representou um aumento de 16,67%, contudo, a
elevação significativa se deu no ano de 2005, representando um percentual de
83,42%. A maior contratação de funcionários pode ser explicada para o melhor
atendimento ao Campus em virtude, por exemplo, da quantidade de alunos. No ano
de 2006, não ocorreu expansão, fato que pode ser acompanhado pelo baixo
crescimento do corpo discente. Acrescenta-se que o Campus não dispunha dos
dados capazes de demonstrar a evolução do corpo docente.
Não há no Campus uma tendência de cursos por gênero, por exemplo: o
segundo período de História, possui 70% dos alunos do sexo masculino; já no
quarto período de Matemática, há mais mulheres que homens. A coordenação ainda
não realizou registros percentuais das origens desses acadêmicos. Mas é
observável que existem mais acadêmicos de outras localidades do que de São
Francisco/MG. Porém, a maioria é da região. Cidades como Brasília de Minas/MG e
Montes Claros/MG têm uma representatividade muito grande, tanto em Matemática
como em História. Entretanto, muitos deles fazem vestibular para estudarem em São
Francisco/MG com a intenção de solicitar transferência para Montes Claros/MG. Por
outro lado, ao chegar em São Francisco/MG, se familiarizam com a região e não
querem retornar, mas de inicialmente a intenção é a contrária, já que procuram
imediatamente informações a respeito de transferências.
Um dos motivos para os acadêmicos agirem dessa maneira, em primeiro
lugar, pode ser a concorrência. Apesar de em São Francisco/MG a concorrência ser
acirrada, ela é menor que em Montes Claros/MG. A coordenadora do Campus alega
ser elevado o número de candidatos por vaga nos cursos oferecidos, dado ao porte
46
da cidade. Em segundo lugar, os alunos ressaltam a questão financeira. Conforme a
professora Lenize:
“A maioria dos acadêmicos acabam ficando e poucos voltam. Nós já tivemos aqui acadêmicos que foram pra Montes Claros e retornaram para cá. O motivo é maior participação em sala de aula. O professor tem maior ligação com o aluno. Aqui em São Francisco há incentivo ao aluno (...). Aqui tem menos alunos, então há um convívio maior. Os alunos sentem essa diferença quando chegam em Montes Claros.”
Sobre o convênio da UNIMONTES no município de São Francisco/MG, a
professora Lenize acrescenta que:
“Como as prefeituras hoje em dia possuem dificuldades financeiras, acabou a UNIMONTES assumindo muita coisa: a UNIMONTES enviou material de escritório, material de apoio, televisão, retro, som, dvd, geladeira, sem contar os livros que são o básico.”
Quanto aos demais materiais permanentes como computadores, coube à
Prefeitura o fornecimento, mas pelo fato de que no município houve a realização do
Projeto Veredas, entre os anos de 2001 e 2004 pela UNIMONTES, no término do
projeto, o material como livros, computadores, foram doados para o Campus. O
fornecimento de livros para a UNIMONTES – São Francisco/MG se dá por meio da
biblioteca central e da Pró-reitoria de Gestão e Finanças. As licitações são feitas no
almoxarifado da UNIMONTES. Através de memorandos, a coordenadora do Campus
faz solicitações tanto para a Prefeitura quanto para a própria UNIMONTES, que
devido às dificuldades da Prefeitura, também contribui.
No Campus não há registros dos pedidos ou mesmo dos materiais
recebidos. Material de limpeza, há sempre existência de pedidos em grande
quantidade, por isso os pedidos ocorrem uma vez ou outra, em um intervalo de
tempo de aproximadamente três meses. Não ocorrem gastos elevados com material
de escritório, por exemplo. Já cartuchos de tinta, possuem um peso relevante, dado
o fornecimento de declarações e históricos, sendo os mesmos fornecidos pela
UNIMONTES, bem como resmas de papel, etc. Entretanto, os materiais de escritório
são solicitados junto a Prefeitura. Os pedidos à Prefeitura são feitos no início de
cada ano, com programação prevista para praticamente o ano todo. Tal ocorrência
se dá devido à necessidade de licitações, que impossibilitam a agilização do
processo. Além disso, a Prefeitura fornece todo apoio nas despesas com pessoal,
no que diz respeito aos funcionários técnico-administrativos e servidores.
47
O Campus UNIMONTES – São Francisco/MG é uma extensão da
UNIMONTES. Dessa forma, antes da realização de projetos, devem ser
devidamente autorizados pela sede, sendo assim, tudo a que o campus de Montes
Claros/MG adere, automaticamente também se realiza em São Francisco/MG.
Quanto às provas de vestibular, estas são aplicadas no próprio Campus.
O funcionamento do núcleo nesse âmbito é semelhante ao de Montes Claros/MG.
Os alunos da região podem fazer inscrições e provas em São Francisco/MG. Ali é
realizado o PAES, o vestibular tradicional, e demais processos seletivos conforme a
regra vigente em Montes Claros/MG. Durante a realização dos exames seletivos, a
demanda é elevada, havendo a presença de diversas salas de aula completas.
Acrescenta-se a isso, o fato de que não se aplica provas apenas nas áreas de
humanas e exatas. Um candidato pode, por exemplo, se inscrever para o curso de
Medicina e fazer a prova na cidade de São Francisco/MG. O processo é o mesmo,
seguindo a mesma metodologia.
O espaço físico onde funciona o Campus, já existia antes da chegada da
UNIMONTES. Neste local funciona paralelamente a Universidade e a Escola
Municipal do Bom Menino. Contudo, como a área estava sobrecarregada, ela teve
de ser adaptada, com recursos e mão-de-obra da Prefeitura, para atender a
UNIMONTES. Foram construídos os laboratórios de Informática e de Física, houve,
ainda, a ampliação do número de banheiros. Porém quem fez o projeto foi a
UNIMONTES. O Campus hoje não possui uma estrutura adequada, pois já ficou
pequeno. No início eram 02 (duas) turmas. Atualmente, tem-se 08 (oito), assim o
Campus encontra-se lotado. Já existem projetos de expansão do espaço físico em
andamento. Recentemente, uma vereadora do município encaminhou um ofício para
o prefeito solicitando a doação de um terreno para a construção de novo Campus de
maneira a abrir espaço para a instalação de mais cursos. Só existem dois cursos em
andamento por falta de salas disponíveis, tanto de estudos, como para a construção
de novos laboratórios. Entretanto, para a implantação dos mesmos, a iniciativa tem
que ser da Prefeitura. Sobre isso, o atual prefeito José Antônio Rocha Lima afirma
que:
“Tem um projeto aqui na minha mesa dos vereadores pedindo a doação de um terreno para o futuro Campus da UNIMONTES, eu estou analisando esse projeto. Essa indicação do vereador e provavelmente nós vamos fazer isso, a doação de uma área maior, para que se for interesse a UNIMONTES venha a se instalar, ampliando aqui o Campus dela, as faculdades e os serviços que ela presta a comunidade.”
48
O Campus possui 17 salas, sendo 08 (oito) delas para a realização de
aulas; 02 (dois) laboratórios, 01 (um) de Informática e outro de Física; 04 (quatro)
banheiros; 01 (uma) secretaria e 01 (uma) biblioteca. O laboratório de informática
está equipado com 20 (vinte) computadores, e a biblioteca com 937 livros
catalogados.
De acordo com o Secretário Municipal de Finanças de São Francisco
Constantino Netto, no período de janeiro a agosto de 2006 a Prefeitura realizou os
seguintes gastos com o Campus:
TABELA 3: Gastos da Prefeitura Municipal de São Fra ncisco/MG com o Campus
da UNIMONTES no período de janeiro a agosto de 2006
GASTO VALOR EM R$
Alimentação dos Professores 1.124,50
Aquisição de Livros 11.041,95
Hospedagem dos Professores 5.152,00
Material expediente 304,40
Previdência* 1.856,04
Salários** 43.853,05
Transporte de Professores 41.517,00
Telefone 2.762,16
Total 107.611,10
Fonte: Secretaria Municipal de Finanças de São Francisco/MG. * Funcionários. ** Funcionários cedidos pela prefeitura.
A tabela 3 permite observar que a Prefeitura tem despendido mais
recursos para cobrir os salários dos funcionários, sendo esse valor correspondente
ao percentual de 40,75% do total dos gastos com o Campus. Em seguida tem-se o
transporte dos professores, constituindo-se um peso de 38,58%, dado ao fato de
que, o mesmo é feito todo dia útil. Não obstante, o dispêndio para a aquisição de
livros é de 10,26%, percentual que pode ser atribuído a fase de estruturação em que
se encontra. A hospedagem dos professores equivale a 4,79%. Os itens telefone
(2,57%), previdência (1,72%), alimentação (1,05%) e material de expediente (0,28%)
representam menor peso no orçamento. Vale ressaltar que o total de gastos com a
49
unidade equivale a 0,93% da receita do município no período analisado, o que pode
induzir um peso de pequenas dimensões, apesar das alegações de dificuldades
financeiras.
Os gastos em períodos anteriores não foram fornecidos. O mesmo se
observou para os orçamentos da UNIMONTES com o referido núcleo. A
Universidade alega que não há registros de orçamentos específicos por campus,
sendo estes válidos para a UNIMONTES englobando seus diversos núcleos.
2.4 Programas de extensão e eventos promovidos pelo Campus UNIMONTES –
São Francisco/MG
O Campus da UNIMONTES vem ocupando espaço no município, se
destacando pelos programas de extensão e eventos realizados. Conforme a
Coordenadora do Campus Lenize Vilas Boas:
“Nós temos aqui hoje, em termos de um grande movimento na cidade é um pré-vestibular gratuito, voluntário realizado pelos acadêmicos, também com parceria com a Secretaria de Educação. Os acadêmicos fizeram chamadas, foram nas escolas, havendo divulgação também pela Prefeitura. A partir daí foram realizadas as inscrições. Foram três dias de inscrições. Nesses três dias nós tivemos 600 inscrições. Como só havia condições para atender 70 pessoas, foi feito um critério de escolha entre os mais necessitados. A turma seria preparada para o vestibular do meio do ano, porque no início do ano não se completou a turma de Matemática. Então a preocupação era em fazer o vestibular. Os meninos fizeram um trabalho muito grande, tendo em vista os próprios alunos do cursinho tentarem o vestibular e dentro desse, nós saímos vitoriosos. Tivemos vários alunos do cursinho que passaram no vestibular. Foi aí que formou a turma e agora nós estamos aí com o primeiro período de Matemática, que na verdade era para ser o segundo”.
Outro trabalho de extensão de grande repercussão, foi o projeto junto a
um quilombola, na comunidade de Buriti do Meio – distrito de São Francisco/MG,
localizado a 40 Km da cidade. O objetivo do projeto é fazer um resgate da
comunidade. Este público alvo, trabalha com artesanato, produzindo peças de boa
qualidade, que valorizam a cultura local. Contudo, têm muita vontade de continuar
os estudos. Na maioria das vezes eles estudam até o segundo grau e não têm mais
condições de prosseguir. Destarte, a UNIMONTES – São Francisco/MG pretende
proporcionar, nos fins de semana um cursinho pré-vestibular (também voluntário),
tendo em vista a possibilidade deles se prepararem para o vestibular no Campus.
50
Mas, o projeto encontra-se “engavetado”, no momento, exatamente por causa da
distância, sendo necessário meios de transporte.
Há impedimentos, ainda, com relação aos gastos com água,
alimentação, etc. Nesse aspecto, o Campus, necessita de suporte da Prefeitura, que
por enquanto ainda não foi alcançado. Entretanto, os elaboradores do projeto, estão
providenciando uma emenda a ser enviada para a assembléia legislativa, a fim de
obter um microônibus para o Campus de São Francisco/MG, ficando a Prefeitura
responsável pelo combustível e pelo pagamento do motorista.
Além disso, o Campus possui outro projeto “arquivado”, no momento, com
vistas a ser retomado. Trata-se de uma pesquisa realizada com os pescadores da
região. Um dos objetivos é, além de fazer o resgate histórico, a construção de um
museu dos pescadores na cidade de São Francisco/MG. Essa pesquisa foi iniciada
com os alunos que, atualmente, se encontram no oitavo período de História, e dado
o tempo de duração previsto, o projeto será repassado para os alunos dos períodos
subseqüentes, que darão continuidade. Desse modo, cada período ficará
encarregado da realização de uma parte.
Além dos projetos em andamento, há registros de vários encontros
culturais no Campus, entre eles, destacam-se os seminários. Esses seminários são
voltados para o resgate histórico de São Francisco/MG, principalmente no que tange
à questão da conservação do patrimônio cultural do município. No ano de 2006, já
houve realização de quatro eventos, nos quais são estabelecidos contatos entre os
acadêmicos. Tais eventos, não têm um período determinado de freqüência: anual ou
semestral, na verdade são estabelecidos conforme as necessidades das disciplinas
do momento. Geralmente são realizados mediante o fechamento de notas das
disciplinas, com a ocorrência também de palestras, e são abertos para toda a
comunidade10.
(10) No início de 2006, por exemplo, o sétimo período de História, promoveu um seminário, no qual foi convidado um professor visitante da Universidade Federal de Uberlândia, juntamente com João Naves Melo, nascido em São Francisco/MG, e que é um dos representantes da questão folclórica em Minas Gerais, evidenciando que no município, existem pessoas que participam diretamente da conservação patrimonial. No final do mês de setembro de 2006, houve um seminário voltado para a política, dirigido pelo Juiz eleitoral do município, com a realização de palestra direcionada, tanto aos alunos da UNIMONTES, como para os de uma outra faculdade estabelecida na cidade, e ainda para todos os alunos do ensino médio. Vale ressaltar, que os departamentos de História e Matemática estimulam a realização desses eventos.
51
Ainda não foram promovidas feiras culturais, pelo Campus, porém,
quando ocorrem estes tipos de eventos na cidade a UNIMONTES é convidada. Em
agosto de 2006, os acadêmicos participaram do desfile “Raízes Sanfranciscanas”,
que já vem sendo realidade tradicionalmente em São Francisco/MG, cujo tema
desse ano foi o “Cerrado”. O notável com maior freqüência é a preocupação dos
alunos de naturalidades externas a São Francisco/MG. Quando eles se estabelecem
na cidade e se deparam com sua arquitetura histórica e vêem o abandono em que
se encontra, são despertados para a preservação. Observam aspectos simples que
poderiam ser mudados, no entanto, relatam que há resistência por parte da
população.
A cidade de São Francisco/MG, experimentou no ano de 2005 a
realização do programa “UNIMONTES Solidária”. Este programa de extensão se deu
por iniciativa através do campus de Montes Claros/MG, sendo assim, foi
acompanhado de muitos acadêmicos da referida cidade. No momento em que foram
abertas as inscrições para São Francisco/MG, proporcionou o despertar dos alunos
do Campus local, desse modo, foram muitos os inscritos, chegando a um número
superior a 70 (setenta). Só não houve maior participação porque o programa não
comportava, já que vieram aproximadamente 30 acadêmicos de Montes Claros/MG.
O “UNIMONTES Solidária” é um programa implantado na gestão do atual reitor,
Professor Paulo César Gonçalves de Almeida, e tem como objetivo levar o
conhecimento produzido na Universidade às comunidades onde é baixo o Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH). O programa conta com o apoio logístico das
prefeituras e é coordenado pela Pró-Reitoria de Extensão, com a participação dos
departamentos, cursos e centros da Universidade.
Segundo a professora Lenize, a realização do programa foi muito válida,
pois houve grande integração. O trabalho foi realizado em dois bairros da cidade,
que chegam a ser marginalizados pela sociedade local. Os resultados foram
satisfatórios, já que os acadêmicos fizeram um trabalho excelente.
Um grande projeto do Campus de São Francisco/MG é a implantação,
que já está sendo levada a efeito, de um grupo de pesquisa do curso de História,
cujas inscrições foram realizadas nos primeiros dias do mês de outubro. Objetiva-se
a implantação definitiva até o final do mês de outubro de 2006.
52
Ademais, estão sendo realizados muitos trabalhos de monografia
retratando a História de São Francisco/MG, principalmente no que se refere a cultura
local. Isso porque no município possui um largo perfil folclórico, marcado pelas
Festas de Reis, Folias de Reis, etc. Assim, há um grande enfoque por parte dos
alunos no resgate da cultura de São Francisco/MG. No oitavo período de História
serão defendidas pelo menos quatro monografias sobre cultura, as demais são
sobre assentamento, por exemplo, mas todas voltadas para a história da região.
Conforme o relatado nesta seção, foi possível perceber a inserção do
Campus da UNIMONTES no município de São Francisco/MG. O Campus se
constitui uma unidade de importância na região, ao considerar os alunos atendidos e
os trabalhos que vêm sendo desenvolvidos. Nota-se que em um curto período de
tempo vem conquistando o seu espaço, e há uma tendência de expansão,
principalmente, caso seja ampliado o seu espaço físico. Assim a UNIMONTES – São
Francisco/MG é um pequeno núcleo, mas significativo.
A partir desse ponto serão traçados os perfis dos corpos discente e
docente, bem como dos funcionários técnico-administrativos, focalizando a
contextualização da UNIMONTES no desenvolvimento local, principalmente no que
tange às transformações socioeconômicas verificadas.
53
3 TRANSFORMAÇÕES GERADAS PELA UNIMONTES NA COMUNIDA DE
SANFRANCISCANA
A partir de agora, serão analisadas algumas das transformações que o
Campus da UNIMONTES vem provocando no município de São Francisco/MG.
Primeiramente serão analisados os perfis do corpo discente, docente e funcionários
técnico-administrativos, avaliados por meio de pesquisa de campo. Algumas
questões serão levantadas no que tange ao envolvimento desses indivíduos com a
comunidade local. Logo após, serão retratadas modificações em algumas
instituições de ensino da rede privada existentes no município, bem como de alguns
estabelecimentos comerciais, que podem ser atribuídas ao núcleo implantado.
3.1 Metodologia de análise
3.1.1 Pesquisa descritiva
Para análise dos resultados, adotou-se como método de análise um
enfoque de natureza descritiva, fundamentando-se no uso de pesquisa do tipo
descritiva, cujo propósito é obter um instantâneo preciso de alguns aspectos do
ambiente pesquisado. Isso porque, serão apresentadas algumas das características
aplicáveis às transformações socioeconômicas que o Campus da UNIMONTES
provocou (vem provocando) na cidade de São Francisco/MG, que até então não
foram abordadas, estabelecendo relações entre as variáveis.
Segundo GIL (1989) a pesquisa descritiva tem como objetivo descrever
as características de uma determinada população ou fenômeno, ou mesmo, o
estabelecimento de relações entre variáveis. A pesquisa empírica foi realizada
54
através da coleta de dados, por meio de pesquisa de campo; ou seja, sob a forma
de levantamento, neste caso, por meio de entrevistas e pela aplicação de
questionários aos acadêmicos, professores e funcionários ténico-administrativos do
Campus e observação sistemática dos indivíduos sob estudo.
3.1.2 População e amostra
A aplicação dos questionários para professores e alunos foi realizada
em grupos nas salas de aula, os quais serão fornecidos a ambos. A população
docente constitui um universo de 27. Dessa forma, procurou-se aplicar
questionários para todos. Contudo, – em virtude de acontecimentos, como o fato
de muitos não serem encontrados, a impossibilidade de responderem no
momento em que foram procurados, etc – os mesmos foram aplicados apenas
para 15 indivíduos, inviabilizando, por questões metodológicas, o estudo mais
acurado dos mesmos. Por sua vez, a população de acadêmicos estudada
compõe um universo de 189. Portanto, para tal estudo, foi calculada uma amostra
para população conhecida (e finita) ou amostragem sem reposição por intermédio
da seguinte fórmula:
( ) q . p . e . 1
q . p . 22
2
ZN
ZNn
+−= .
Sendo:
N → tamanho da população;
Z → fator Z equivalente ao nível de confiança selecionado;
e → margem de erro (distância entre o valor ”verdadeiro” e a estimativa);
55
p → proporção ou probabilidade esperada de ocorrência da categoria a ser estimada;
q → chance de ocorrer a outra categoria. Complemento de p → (p + q) = 100%.
Foi utilizado um nível de confiança de 95%, ou seja, Z = 1,96 e uma
margem de erro de 5%. Como não havia o conhecimento dos valores dos
parâmetros p e q, em vez de utilizar o valor de 0,5 para cada parâmetro, realizou-se
uma pesquisa piloto. A pesquisa-piloto foi de 30 (trinta) elementos selecionados
aleatoriamente da população. Uma vez aplicados os questionários para estes 30
(trinta) elementos, calculou-se os respectivos valores de p e q para tal fórmula,
obtendo-se os valores de 0,96 e 0,04 respectivamente. Assim, foi calculada a
amostra de alunos a serem estudados, constituindo um número de 45 elementos.
Contudo, a amostra foi ampliada para 50 (cinqüenta) indivíduos reduzindo a margem
de erro para 4,7%.
A utilização da fórmula anterior tem o intuito de estimar o tamanho da
amostra para a proporção, já que se verificou, entre outras variáveis, se os alunos
estão ou não inseridos no mercado de trabalho (atuando na área de formação).
Assim, tem-se duas respostas possíveis para uma variável qualitativa, em que
uma proporção dos alunos está atuando no mercado de trabalho e a outra não. É
importante ressaltar que se trata de uma amostra aleatória simples.
Quanto aos funcionários técnico-administrativos, o Campus possui um
montante de 10 (dez). Assim, procurou-se aplicar questionários para a população
como um todo.
Ademais, as entrevistas foram realizadas com o ex-prefeito, com a
coordenadora do Campus, prefeito atual, representantes das escolas particulares
e do cursinho pré-vestibular.
3.2 Perfil do corpo docente, discente e funcionário s técnico-administrativos do
Campus da UNIMONTES em São Francisco/MG
Faz-se necessário traçar os perfis dos corpos docente, discente bem
como, dos funcionários técnico-administrativos do Campus. Estes podem ser
56
verificados por meio da pesquisa de campo realizada durante a efetivação deste
trabalho.
3.3.1 Corpo discente
Inicialmente, serão retratadas as características dos acadêmicos
entrevistados. O gráfico que se segue, salienta a classificação desses entrevistados
segundo o sexo:
44
56
0
10
20
30
40
50
60
Masculino Feminino
(%)
Masculino Feminino
Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.
GRÁFICO 3: Classificação dos acadêmicos entrevistad os segundo o sexo
O Gráfico acima mostra que a maioria dos pesquisados é do sexo
feminino constituindo um percentual de 56%. No entanto, as diferenças não são
discrepantes evidenciando que no Campus não há uma tendência específica por
sexo. Quanto ao estado civil, em grande parte não são casados, chegando a 74%. O
gráfico abaixo apresenta o estado civil desses acadêmicos:
57
26
74
01020304050607080
Casado Não Casado
(%)
Casado Não Casado
Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.
GRÁFICO 4: Classificação dos entrevistados segundo o estado civil
Como já ressaltado, o público aqui mencionado ainda é jovem. A idade
prevalecente entre eles é de 20 a 24 anos representando 40% do mesmo. Em
seguida, encontra-se a faixa etária entre 25 e 29 com um percentual de 36%. Isso
pode ser observado no gráfico a seguir:
14
4036
10
0
10
20
30
40
50
Entre 15 e 19 Entre 20 e 24 Entre 25 e 29 Entre 30 e 34
(%)
Entre 15 e 19 Entre 20 e 24 Entre 25 e 29 Entre 30 e 34
Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.
GRÁFICO 5: Classificação dos entrevistados segundo a idade
Outro fator de destaque entre essa amostra é que prevalece o sistema de
moradia em casas alugadas, o que pode ser justificado, pelas origens desses
alunos, já que, grande proporção não pertence ao município de São Francisco/MG.
Vale ressaltar que 36% dos mesmos dividem aluguel, com amigos, ou mesmo,
parentes. Isso evidencia a formação de repúblicas na cidade – fator que antes da
implantação do Campus da UNIMONTES era estranho à população. Outro fato
relevante, é a construção de casas e até mesmo quitinetes destinadas a aluguel,
tendo em vista o atendimento a essa nova população. O gráfico abaixo é capaz de
comprovar essa nova tendência:
58
28
70
20
1020304050607080
Própria Alugada Cedida
(%)
Própria Alugada Cedida
Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.
GRÁFICO 6: Classificação dos entrevistados segundo a moradia
Quanto à origem, a naturalidade que predominou entre os
entrevistados foi a sanfranciscana com um percentual de 30%. Entretanto, Montes
Claros/MG tem uma representatividade muito grande chegando a 26%. Logo após
encontra-se Brasília de Minas/MG com 20%. As demais cidades Norte Mineiras
somam 14%. Entre essas cidades encontram-se Bocaiúva/MG, Salinas/MG,
Januária/MG, Lontra/MG, Janaúba/MG entre outras. É notável entre a amostra que
90% do atendimento do Campus direciona-se à região Norte Mineira. Esse fato
encontra-se dentro do esperado tendo em vista a tendência vigente na
UNIMONTES, até mesmo por uma questão de proximidade. Contudo, há presença
de 10% que são de outras localidades, tais como São Paulo/SP, Cariri/MA,
Curvelo/MG, etc, demonstrando que o Campus já alcança proporções além das
fronteiras Norte-mineiras.
Nesse sentido, é válido que 46% dos entrevistados mudaram para São
Francisco/MG em função do Campus da UNIMONTES. Por meio deste dado é
possível reafirmar a propensão já citada (de que os acadêmicos em sua maioria não
são originários de São Francisco/MG). Não Obstante, 32% já residiam em São
Francisco/MG. Essa população trata-se da população local que está sendo atendida
pelo Campus. Ora se 30% dos entrevistados são de São Francisco e 32% já
residiam no município, mostra que 2% dessa população residente é originária de
alguma outra localidade, contudo não compromete o resultado da pesquisa por se
tratar de uma parcela muito pequena. Acrescenta-se ainda que 22% dos
entrevistados não residem no município. Essa parcela, utiliza transporte coletivo,
pelo qual freqüentam as aulas e retornam para a cidade de origem todos os dias
59
úteis. Esse percentual é 100% pertencente ao município de Brasília de Minas/MG,
apesar de haver acadêmicos dessa localidade, residentes em São Francisco/MG.
Não há suporte financeiro para esse transporte. São os próprios alunos que o
custeiam, no entanto, o ônibus contratado pertence a uma empresa da cidade de
Brasília de Minas/MG.
Dentre os acadêmicos que não são residentes em São Francisco/MG,
72% ficam hospedados na cidade ocasionalmente, 18,18% hospedam-se mais de
uma vez por semana e 9,82% ficam hospedados em São Francisco/MG pelo menos
uma vez por mês. Os locais de hospedagem procurados por essas pessoas são
hotéis, pensões e casas de familiares ou amigos, ou mesmo possuem casa própria
na cidade. Entre esses locais, os hotéis representam um peso maior, constituindo
um percentual de 31,81%. Em seguida encontram-se as casas de familiares ou
amigos representando 27,27%. Logo após estão as pensões com 22,72% e 18,2%
ficam em casas próprias. Os gráficos que se seguem apresentam a naturalidade e a
renda familiar mensal dos entrevistados respectivamente:
30
26
20
14
10
0
5
10
15
20
25
30
35
São Franscisco Montes Claros Brasília deMinas
Outra CidadeNorte Mineira
OutraLocalidade
(%)
São Franscisco Montes Claros Brasília de Minas
Outra Cidade Norte Mineira Outra Localidade
Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.
GRÁFICO 7: Classificação dos entrevistados segundo a naturalidade
60
8
24
46
10 12
0
10
20
30
40
50
Abaixo de 1 Entre 1,1 e 3 Entre 3,1 e 5 Entre 5,1 e 7 Acima de 7,1
(%)
Abaixo de 1 Entre 1,1 e 3 Entre 3,1 e 5 Entre 5,1 e 7 Acima de 7,1
Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.
GRÁFICO 8: Classificação dos entrevistados segundo a renda familiar mensal
(em salários mínimos)
A renda familiar predominante da referida amostra tende para a faixa de
renda entre 3,1 e 5 salários mínimos, representando 46% da mesma. Logo após,
está a faixa de renda entre 1,1 e 3 salários mínimos somando 24% e em seguida
uma faixa de renda superior a 7,1 salários mínimos. Os fatores que representam
maior em seus orçamentos são: alimentação, moradia, lazer, transporte, entre
outros.
Conforme a teoria da renda permanente11 a idade acadêmica é
acompanhada de poupança. Os acadêmicos, na idade jovem, costumam dividir
contas entre si em barzinhos. Isso pode ser observado também para outros itens,
como aluguéis. Destarte, os gastos dos acadêmicos tendem a não ser muito
elevados. Entre os acadêmicos entrevistados, observa-se que 46% possuem
estimativas de gastos na cidade de São Francisco/MG entre 1,1 e 3 salários
mínimos. 30% estimam injetar no município abaixo de 1 salário mínimo. Entre a
referida parcela, está grande parte das pessoas não residentes na cidade. Apenas
8% gastam acima de 7,1 salários mínimos, sendo que entre estes últimos, não há
nenhuma incidência de acadêmicos de localidades externas a São Francisco/MG.
Portanto, a própria população tem injetado essa quantidade, sendo significativo o
peso dos acadêmicos cujo estado civil é o de casado. O gráfico que se segue
mostra as estimativas de gastos desses acadêmicos:
(11) Na hipótese do “Ciclo de Vida”, Franco Modigliani sugere que a poupança varia ao longo da vida do indivíduo de forma previsiva. Nesse sentido, os jovens que trabalham poupam, enquanto os velhos que aposentam despoupam.
61
30
46
106 8
05
101520253035404550
Abaixo de 1 Entre 1,1 e 3 Entre 3,1 e 5 Entre 5,1 e 7 Acima de 7,1
(%)
Abaixo de 1 Entre 1,1 e 3 Entre 3,1 e 5 Entre 5,1 e 7 Acima de 7,1
Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.
GRÁFICO 9: Classificação dos entrevistados segundo as estimativas de gastos
mensais no município de São Francisco/MG (em salári os mínimos)
Além disso, observa-se que para 38,8% dos discentes a renda após a
inserção na faculdade permaneceu estável. Para 36,7% esta aumentou e 24,5%
afirmam que houve diminuição após a entrada. O fato de que para 75,5% dos
acadêmicos não houve diminuição na renda pode ser explicado em parte pela
inclusão no mercado de trabalho, tendo em vista que 68% já estão atuando no
mesmo e que 22% nunca exerceram a atividade. Outra parcela pode ser
compreendida pelo fato de 8% dos alunos já terem exercido a atividade há muito
tempo e devido à inclusão na instituição retornaram. A estabilidade, ou aumento da
renda pode ocorrer ainda porque 10% dos pesquisados já desempenharam
atividade na área e atualmente trabalham em outro local, havendo nessa mudança
de ambiente uma variação positiva da remuneração. Vale ressaltar que 2% dos
acadêmicos ocupam um cargo mais elevado atualmente. Por outro lado, 26% já
praticavam a atividade de trabalho atual antes do ingresso na faculdade. A seguir
tem-se a classificação dos entrevistados em relação à atuação no mercado de
trabalho:
62
Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.
GRÁFICO 10: Classificação dos entrevistados segundo a inserção no mercado
de trabalho
A maior parte da remuneração desses entrevistados está
compreendida entre 2,1 e 3 salários mínimos com um percentual de 22%. Em
seguida, representando 16% aparece à faixa salarial entre 1,1 e 2 salários mínimos.
Merecem destaque os 6% que cumprem atividade não remunerada, cujo objetivo é
adquirir experiência durante a academia, e os 4% que possuem remuneração
superior a 4,1 salários mínimos. Estes percentuais estão de acordo com os gastos
mensais estimados. Quanto à contribuição dos respectivos cursos para o fato de
estarem ou não atuando no mercado de trabalho, 66,3% concordam que têm
contribuído para tanto. No entanto 20,4% discordam dessa afirmação e 16,3%
permanecem indiferentes. O gráfico que se segue é capaz de retratar a variação
salarial dos entrevistados:
68
32
01020304050607080
Já Estão Atuando no Mercado deTrabalho
Não Estão Atuando no Mercado deTrabalho
(%)
Já Estão Atuando no Mercado de Trabalho Não Estão Atuando no Mercado de Trabalho
63
6
1416
22
64
32
0
5
10
15
20
25
30
35
Não éRemunerado
Abaixo de 1 Entre 1,1 e 2 Entre 2,1 e 3 Entre 3,1 e 4 Acima de 4,1 Não Trabalha
(%)
Não é Remunerado Abaixo de 1 Entre 1,1 e 2 Entre 2,1 e 3 Entre 3,1 e 4 Acima de 4,1 Não Trabalha
Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.
GRÁFICO 11: Classificação dos entrevistados remuner ação mensal obtida no
trabalho atual (em salários mínimos)
A maioria desses acadêmicos (38%) está no 6° perío do de ambos os
cursos, evidenciando a absorção de uma parcela pelo mercado de trabalho nesse
patamar. Em seguida, encontram-se os alunos do 4° período tanto de História
como de Matemática, com um percentual de 28%. Logo após, aparece a
percentagem de 22% para os que estão no 8° período. E finalmente, a de 12% para
os acadêmicos do primeiro de História e segundo período de Matemática juntos. O
gráfico que se segue será apresentado o percentual dos entrevistados conforme os
cursos:
60
40
0
10
20
30
40
50
60
70
História Matemática
(%)
História Matemática
Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.
GRÁFICO 12: Classificação dos entrevistados segundo o curso
64
No que se refere aos eventos de extensão promovidos pelo Campus, é
notável que muitos dos entrevistados já ouviram falar sobre algum. Esse número
chega a 86%, com contrapartida de 14%, que não sabem a respeito dessas
promoções. Dos 86%, 20% não participaram dos eventos fomentados, 30%
atuaram parcialmente e 26% tiveram boa participação. É relevante que 12% dizem
ter colaborado na elaboração destes. Há maior incidência de participação nos
eventos de natureza cultural com 32,6% de participação, seguidos dos de natureza
acadêmica com 25,5%. A introdução nos de cunho político e esportivo é de 17 % e
10,6% respectivamente.
Com relação aos acontecimentos externos à sede, tais como viagens,
nota-se que 72% já participaram de algum e 28% nunca participaram. Na sucessão
desses eventos, geralmente, não há apóio financeiro. Assim, os acadêmicos se
autocusteiam. Entre esses, sobressaem excursões para cidades históricas,
encontros, congressos, minicursos, palestras vinculadas aos cursos etc. Muitos
desses, ocorrem no campus de Montes Claros/MG, entretanto, há significativa
incidência de viagens para outras cidades. Neste caso, são contratados ônibus que
de modo geral são de agências de São Francisco/MG, Brasília de Minas/MG e
Montes Claros/MG. O gráfico a seguir apresenta o grau de conhecimento sobre
esses acontecimentos por parte dos alunos:
86
14
0102030405060708090
100
Já Ouviu Falar sobre Algum Evento deExtensão Realizado pelo Campus
Nunca Ouviu Falar sobre Algum Evento deExtensão Realizado pelo Campus
(%)
Já Ouviu Falar sobre Algum Evento de Extensão Realizado pelo Campus
Nunca Ouviu Falar sobre Algum Evento de Extensão Realizado pelo Campus
Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.
GRÁFICO 13: Classificação dos entrevistados segundo o conhecimento dos
eventos promovidos pelo Campus
65
Outro importante fator examinado é a interação desses estudantes com a
sociedade local. A maioria atenta para a elevada integração, ou seja, essa é a
opinião de 32% dos mesmos. 30% acreditam que há pouca interação e 24% dizem
haver média. Uma parcela de 8% julga-se em excepcional intercâmbio com a
comunidade local e 6% afirmam que a faculdade não tem contribuído para isso.
Esses números retratam que a cidade tem recebido bem esses acadêmicos, apesar
de haver rejeição por parte de alguns. De fato, esses indicadores foram progredindo
com o tempo, mas ainda há muito que se mudar na mentalidade de ambas as
partes, no sentido de haver maior influência mútua. E finalmente, 62% dos
graduandos concordam parcialmente com a afirmação de que o Campus tem sido
significativo para a economia local, 26% aderem totalmente a tal afirmação, 8%
discordam parcialmente e 6% não consideram o Campus importante para a
economia e para os negócios. Os gráficos que se seguem, mostram a interação do
acadêmico com comunidade local, e a opinião do mesmo, com relação à relevância
do Campus para a economia:
6
30
24
32
8
0
5
10
15
20
25
30
35
Não Tem Contato - AFaculdade Não
Contribui para Isso
Há Pouca Interação Há Média Interação Há Muita Interação Há ExcepcionalInteração
(%)
Não Tem Contato - A Faculdade Não Contribui para Isso
Há Pouca Interação
Há Média Interação
Há Muita Interação
Há Excepcional Interação
Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.
GRÁFICO 14: Classificação dos entrevistados segundo a interação com a
comunidade local
66
4 8
26
62
010203040506070
Discorda Totalmente DiscordaParcialmente
Concorda Totalmente ConcordaParcialmente
(%)
Discorda Totalmente Discorda Parcialmente Concorda Totalmente Concorda Parcialmente
Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.
GRÁFICO 15: Classificação dos entrevistados segundo a opinião sobre a
importância do Campus para a economia local
3.1.2 Corpo docente
Conhecido o perfil do corpo discente entrevistado, cabe neste momento
caracterizar o corpo docente que compõe o Campus UNIMONTES – São
Francisco/MG. Entre os professores entrevistados 40% são do sexo masculino e
60% do sexo feminino, conforme o gráfico abaixo:
40%
60%
Masculino Feminino
Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.
GRÁFICO 16: Classificação dos professores entrevist ados segundo o sexo
67
Ao analisar os concomitantes estados civis, verifica-se que 47% são
casados e 53% são solteiros. Uma parte mais significativa está na faixa etária entre
30 e 34 anos (47%), seguido da faixa de 25 a 29 anos, representando um percentual
de 40%. Os gráficos abaixo ilustram o estado civil e a idade dos professores,
respectivamente:
53%
47%
Casado Não Casado
Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.
GRÁFICO 17: Classificação dos professores entrevist ados segundo o estado
civil
40%
47%
13%
Entre 25 e 29 Entre 30 e 34 Acima de 35
Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.
GRÁFICO 18: Classificação dos professores entrevist ados segundo a idade
Nota-se um número elevado de professores entrevistados naturais
Montes Claros/MG. Esse montante chega a 73%, o que está dentro do esperado, já
que são fornecidos pelo núcleo principal da UNIMONTES, e dada à escassez de
docentes qualificados na região. Contudo, o Campus já emprega professores de São
Francisco/MG, representando 7% da amostra estudada. É significativo também o
percentual de educadores de origens externas a região Norte-mineira, entre elas
podem ser destacadas Taboão da Serra/SP e Santo Amaro/SP, mas apesar de
68
serem procedentes dessas localidades, observa-se que são residentes em São
Francisco/MG. O gráfico a seguir mostra a naturalidade desses professores:
7%
73%
7%13%
São Francisco Montes Claros Outra Localidade Norte Mineira Outra Localidade
Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.
GRÁFICO 19: Classificação dos professores entrevist ados segundo a
naturalidade
Mesmo considerando que grande parte dos professores não residem
no município, ou seja, vão todos os dias úteis para o Campus, conforme suas
respectivas aulas, verifica-se que 7% dos mesmos, mudaram para São
Francisco/MG em função do Campus da UNIMONTES e 20% residem no município.
No caso dos 73% que não residem, costumam hospedar-se na cidade
ocasionalmente, chegando esse número a 36%. Em seguida têm-se os que se
hospedam no município pelo menos uma vez por mês representando 28%. Logo
após encontram-se os que ficam hospedados com mais freqüência, sendo estes,
uma parcela de 9%. Vale lembrar que a hospedagem destes professores é custeada
pela Prefeitura. O gráfico a seguir apresenta a classificação dos entrevistados
conforme a incidência de hospedagens em São Francisco/MG:
9%
28%
36%
27%
Acima de Uma Vez Por Semana Pelo Menos Uma Vez Por Mês
Ocasionalmente Reside em São Francisco
Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.
GRÁFICO 20: Classificação dos professores entrevist ados segundo incidência
de hospedagens no município
69
Quanto à situação de moradia, 60% possuem casas próprias, 27%
moram em casas alugadas e 13% ocupam casas cedidas. Com relação à renda
familiar mensal, a maioria está em um intervalo entre 8,1 e 12 salários mínimos. A
parcela que está contida aí é de 53%. Não obstante, o nível de renda situado entre
4,1 e 8 salários mínimos, aparece logo em seguida, representando 40% dos
entrevistados. E apenas uma minoria de 7% está na faixa de 12,1 a 16 salários
mínimos. As situações relatadas podem ser observadas nos dois gráficos seguintes,
respectivamente:
60%27%
13%
Própria Alugada Cedida
Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo
GRÁFICO 21: Classificação dos professores entrevist ados segundo a moradia
40%
53%
7%
Entre 4,1 e 8 Entre 8,1 e 12 Entre 12,1 e 16
Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.
Gráfico 22: Classificação dos professores entrevist ados segundo a renda
familiar mensal (em salários mínimos)
Avaliada a renda familiar, é necessário conhecer as remunerações
obtidas por esses professores na UNIMONTES. Grande parte dos mesmos, dizem
ser remunerados entre 1,1 e 4 salários mínimos (47%), outra porção significante
(46%) está entre 4,1 e 8 salários mínimos e 7% é remunerada entre 12,1 e 16
70
salários mínimos. As salários estão convergentes à renda familiar verificada, dada a
quantidade de pessoas que contribuem para o orçamento familiar. Quanto às
diferenças entre as remunerações podem ser explicadas pela situação contratual, já
que 46,7% dos mesmos são designados e 53,3% são efetivos. Pode ser esclarecida
ainda pela quantidade de horas/aula trabalhadas, e também por fatores internos
peculiares a UNIMONTES que não cabe serem discutidos aqui.
O que representa maior peso na renda desses professores, é a
alimentação, seguido de moradia, gastos com educação, vestuário, transporte, entre
outros. Além disso, todos os entrevistados estimam gastos mensais em São
Francisco/MG. 43% dizem gastar entre 4,1 salários mínimos neste município. Nessa
parte estão embutidos quase todos os residentes. Outra parcela representativa em
percentual (43%) foi a que considera auferir gastos abaixo de 1 salário mínimo. Este
número está dentro do previsto, tendo em vista que, a maioria não possui residência
fixa no município. Sendo assim, hospedam-se, em grande parte, ocasionalmente.
Entretanto, muitos afirmam que ao se estabelecerem na cidade, sempre fazem
compras em farmácias, supermercados, lanchonetes, padarias, ou mesmo, que não
resistem “a uma roupa na vitrine de uma loja”. Os gráficos seguintes, exibem a
remuneração junto a UNIMONTES e as estimativas de gastos desses professores
no município:
46%
47%
7%
Entre 1,1 e 4 Entre 4,1 e 8 Entre 12,1 e 16
Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.
GRÁFICO 23: Classificação dos professores entrevist ados segundo a
remuneração junto a UNIMONTES (em salários mínimos)
71
43%
43%
14%
Abaixo de 1 Entre 1,1 e 4 Entre 4,1 e 8
Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.
GRÁFICO 24: Classificação dos professores entrevist ados segundo as
estimativas de gastos mensais na cidade de São Fran cisco/MG (em salários
mínimos)
Ademais, o nível de qualificação do referido corpo docente é: 53,3%
com pós-graduação latu sensu, e 46,7% com pós-graduação strito sensu
(mestrado). Agrega-se que, 33,3 % são professores do departamento de Matemática
e 66,7% de História. Além disso, 50,3% dos mesmos dizem trabalhar em outras
instituições além da UNIMONTES, entre elas algumas faculdades de Montes
Claros/MG, escolas de ensino médio, etc. Acrescenta-se a isso que a maioria dos
pesquisados (40%), dizem já possuir média experiência (geralmente entre 4 e 6
anos) na área em que atuam e 6,7% afirmam não desfrutarem de prática profissional
anterior no campo em questão.
87%
13%
Já Ouviu Falar Sobre Algum Evento de Extensão Nunca Ouviu Falar
Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.
GRÁFICO 25: Classificação dos professores entrevist ados segundo
conhecimentos sobre eventos de extensão promovidos pelo Campus
72
O gráfico 25, salienta que 87% dos professores pesquisados, têm
conhecimento sobre os eventos de extensão promovidos pelo Campus e 13% nunca
ouviram falar nos mesmos. Entre os que já ouviram falar, 26,7% dizem ter
participado ativamente, em contrapartida a 26,7% que julgam não terem nenhuma
ligação com estes. Porém, 20% ajudaram na elaboração do evento. É notória a
preponderância das participações. Isso pode ser atribuído ao fato de tratar-se de
uma pequena unidade, e em virtude disso há intercâmbio entre a comunidade
acadêmica.
Apesar da maioria dos professores não ser residente na cidade de São
Francisco/MG, grande parte, considera ser interada com a comunidade local. Para
40% há pouca interação, 40% diz haver média interação, 13% considera existir
muita e apenas 6,7% avalia que a faculdade não tem contribuído para a influência
mútua com a comunidade local. Diante disso, 64% concordam totalmente com a
afirmação de que o Campus tem sido relevante para a economia local e 36%
concordam somente parcialmente com essa afirmação, conforme o gráfico abaixo:
64%
36%
Concorda Totalmente Concorda Parcialmente
Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.
GRÁFICO 26: Classificação dos professores entrevist ados segundo a opinião
sobre a importância do Campus para a comunidade local
Vale ressaltar, que os dados esses dados apresentados são considerados
apenas como título de ilustração, pela impossibilidade de aplicação de questionários
para toda a população. Sendo a amostra muito pequena, não pode ser apresentada
como base neste trabalho.
73
3.1.3 Funcionários técnico-administrativos
A partir de agora, serão salientadas as peculiaridades dos funcionários
técnico-administrativos abrigados pelo Campus. Quanto ao gênero, 60% deles são
do sexo feminino e 40% do sexo masculino, conforme destacado no gráfico
seguinte:
40
60
0
10
20
30
40
50
60
(%)
Masculino Feminino
Masculino Feminino
Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.
GRÁFICO 27: Classificação dos funcionários segundo o sexo
Com relação ao estado civil, a maioria (60%) não é casada. Outro fato
relevante é a idade. Entre a população pesquisada, 40% possui idade superior a 35
anos, 30% entre 30 e 34 aos, 20% entre 25 e 29 e 10% entre 20 e 24 anos. Os dois
gráficos a seguir, ilustram essas afirmações:
40
60
0
20
40
60
(%)
Casado Não Casado
Casado Não Casado
Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.
GRÁFICO 28: Classificação dos funcionários segundo o estado civil
74
10
20
30
40
0
5
10
15
20
25
30
35
40
(%)
Entre 20 e 24 Entre 25 e 29 Entre 30 e 34 Acima de 35
Entre 20 e 24 Entre 25 e 29 Entre 30 e 34 Acima de 35
Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.
GRÁFICO 29: Classificação dos funcionários segundo a idade
A maior parte destes funcionários (80%) é natural de São
Francisco/MG. Além disso, 10% é de Brasília de Minas/MG e 10% de Montes
Claros/MG. Mesmo assim, todos são residentes em São Francisco/MG, o que pode
ser conferido à contratação junto à Prefeitura, pois, 100% destes, assim vinculados.
Não obstante, 10% mudou para o município em virtude do Campus da UNIMONTES
e os 90% restantes, já residiam na cidade, possuindo período de moradia superior a
5 anos. O gráfico abaixo apresenta a naturalidade dos funcionários:
80
10 10
0
20
40
60
80
(%)
São Francisco Montes Claros Brasília de Minas
São Francisco Montes Claros Brasília de Minas
Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.
GRÁFICO 30: Classificação dos funcionários segundo a naturalidade
Sobre a situação de moradia, 50% mora em casa própria, 40% em
casa alugada e 10% em casa cedida. Entre os 40% que moram em casa alugada
estão contidos os 10% que mudaram para o município em função do Campus. A
seguir tem-se a classificação dos funcionários conforme a situação de moradia:
75
50
40
10
0
10
20
30
40
50
(%)
Própria Alugada Cedida
Própria Alugada Cedida
Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.
GRÁFICO 31: Classificação dos funcionários segundo a situação de moradia
A renda familiar está concentrada (50%) no nível salarial entre 3,1 e 5
salários mínimos, mas, 30% possuem renda familiar entre 1,1 e 3 salários mínimos,
10% retêm renda entre 5,1 e 7 e somente 10% usufruem renda familiar acima de 7,1
salários mínimos. Isso é abordado por meio do gráfico a seguir:
30
50
10 10
0
10
20
30
40
50
(%)
Entre 1,1 e 3 Entre 3,1 e 5 Entre 5,1 e 7 Acima de 7,1
Entre 1,1 e 3 Entre 3,1 e 5 Entre 5,1 e 7 Acima de 7,1
Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.
GRÁFICO 32: Classificação dos funcionários segundo a renda familiar mensal
(em salários mínimos)
A renda familiar apresentada possui nexo ao considerar a quantidade
de pessoas que contribuem para a mesma. Além disso, o item de maior peso é
alimentação, seguido de moradia, lazer, e outros. Com relação à escolaridade, 40%
dos funcionários estão em pleno curso de nível superior e 40% são qualificados a
nível médio completo. Entre os primeiros, têm-se estudantes da Universidade
Presidente Antônio Carlos (UNIPAC) e da própria UNIMONTES comumente entre 3°
76
e 6° período dos respectivos cursos, tais como Hist ória e Pedagogia. O gráfico
abaixo ilustra a escolaridade dos funcionários:
10 10
40 40
05
10152025303540
(%)
EnsinoFundamental
Completo
Ensino MédioIncompleto
Ensino MédioCompleto
SuperiorIncompleto
Ensino Fundamental Completo Ensino Médio Incompleto
Ensino Médio Completo Superior Incompleto
Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.
GRÁFICO 33: Classificação dos funcionários segundo a escolaridade
Quanto à experiência na área de atuação, 60% deles dizem nunca ter
exercido essa função antes da implantação do Campus e 40% já possuía
experiência na área. Os anos de experiência apontados variam de 1 a 6 anos.
No que diz respeito à remuneração junto à Prefeitura pela atividade
desempenhada, nota-se que 80% recebem entre 1,1 e 4 salários mínimos e 20%
entre 4,1 e 8. Vale advertir que deste número, 20% são funcionários de outra
instituição, mas todas localizadas no município de São Francisco/MG. Para todos
eles, o trabalho atual é uma fonte de renda indispensável, sendo que 60%
concordam totalmente com essa afirmação e 40% parcialmente. Os gráficos que se
seguem apresentam a classificação dos funcionários conforme a experiência na
área de atuação e a remuneração pelo trabalho desempenhado:
77
40
60
0
10
20
30
40
50
60
(%)
Já Exercia Essa Função Antesda Implantação do Campus
Nunca Exerceu Essa Função
Já Exercia Essa Função Antes da Implantação do Campus Nunca Exerceu Essa Função
Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.
GRÁFICO 34: Classificação dos funcionários segundo experiência profissional
80
20
0
10
20
30
40
50
60
70
80
(%)
Entre 1,1 e 4 Entre 4,1 e 8
Entre 1,1 e 4 Entre 4,1 e 8
Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.
GRÁFICO 35: Classificação dos funcionários segundo a remuneração pela
atividade exercida no Campus (em salários mínimos)
A maioria dos funcionários gasta integralmente sua renda dentro do
município, tendo em vista, que todos são residentes. Todavia, 40% afirmam
despender entre 1,1 e 3 salários mínimos e 30% entre 3,1 e 5. O gráfico a seguir
salienta esse fato:
78
10
40
30
10 10
0
5101520
25303540
(%)
Abaixo de 1 Entre 1,1 e 3 Entre 3,1 e 5 Entre 5,1 e 7 Acima de 7,1
Abaixo de 1 Entre 1,1 e 3 Entre 3,1 e 5 Entre 5,1 e 7 Acima de 7,1
Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.
GRÁFICO 36: Classificação dos funcionários segundo a estimativa de gastos
mensais em São Francisco/MG (em salários mínimos)
Mesmo em se tratando de funcionários, a muitos (90%), conhecem e
participam dos eventos de extensão realizados pelo Campus. E apesar de 40%
nunca terem participado, 20% afirmam que vêm colaborando nas realizações de
eventos. Acrescenta-se que 20% identificam-se como participantes ativos, e 10%
participam parcialmente. Entre os eventos citados, têm-se os políticos, acadêmicos,
culturais, entre outros. O gráfico abaixo, reproduz o conhecimento desses
funcionários com relação aos eventos promovidos:
90
10
0
1020
30
40
5060
70
80
90
(%)
Já Ouviu Falar Nunca Ouviu Falar
Já Ouviu Falar Nunca Ouviu Falar
Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.
GRÁFICO 37: Classificação dos funcionários segundo o conhecimento sobre a
realização de eventos de extensão promovidos pelo Campus
E finalmente, 40% dos mesmos asseguram ter muita interação com a
comunidade local. 30% se consideram com pouca interação, 20% com média, e
79
para 10% há excepcional interação. Ora, esses números podem ser elucidados pelo
fato da maioria ser residente no município em um período de tempo relevante.
Confirma-se que 70% dos funcionários concordam totalmente com a afirmativa de
que o Campus é importante para a economia local e 10% discordam totalmente da
mesma. O gráfico que se segue caracteriza essa opinião dos funcionários:
10
20
70
0
10
20
30
40
50
60
70
Discorda Totalmente Concorda Parcialmente Concorda Totalmente
Discorda Totalmente Concorda Parcialmente Concorda Totalmente
Fonte: Elaboração própria por meio de pesquisa de campo.
GRÁFICO 38: Classificação dos funcionários segundo a opinião sobre a
importância do Campus para a economia local
No que diz respeito a essas últimas considerações, vale ressaltar que
acadêmicos, professores e alunos, convergem para o mesmo ponto, já que a
maioria conhece e participa dos eventos promovidos e tem reconhecido a
importância do Campus para a economia e cultura local.
3.3 Algumas das transformações no município de São Francisco/MG após a
implantação do Campus da UNIMONTES
Mesmo se tratando de uma pequena unidade, tendo em vista a
quantidade de cursos oferecidos e de alunos matriculados, e destacando o curto
período de tempo desde a implantação aos dias atuais, o Campus/UNIMONTES
São Francisco/MG, já tem impactado a sociedade e a economia local. De acordo
com o coordenador de arrecadação da Prefeitura Municipal de São Francisco/MG,
80
Armando de Oliveira, a implantação do Campus UNIMONTES – São Francisco/MG,
influenciou alguns ramos do comércio local, tais como a adequação de alguns
estabelecimentos, e a criação de outros para melhor atender os acadêmicos e
professores. Ainda não houve um impacto maior pois a Universidade iniciou suas
atividades com 60 (sessenta) alunos, uma turma de História e uma de Matemática, e
está crescendo gradativamente.
Conforme o senhor Armando:
“As melhorias que podem ser apontadas são a criação de estabelecimentos de prestação de serviços como copiadoras, fornecimento de alimentos e criação de repúblicas para a acomodação dos acadêmicos. Em contrapartida, surgiram escolas particulares, sendo o Centro Educacional Vicente Vieira de Aquino e Colégio Jardim Graziela podendo estes contar com a mão-de-obra qualificada fornecida pelo Campus, além do de aulas particulares para os alunos interessados. Após a implantação do Campus da UNIMONTES também surgiram duas faculdades, sendo a UNIPAC e a Universidade Norte do Paraná (UNOPAR), onde os acadêmicos de outros municípios podem compartilhar transporte e estada, ocasionando interação entre os acadêmicos e universidades”.
Contudo, não é possível afirmar que a implantação de todos estes
estabelecimentos se deu em função da constituição do Campus, exceto as
repúblicas de estudantes. Por outro lado, houve uma adequação dos mesmos,
objetivando o melhor atendimento à nova demanda.
Além disso, a UNIMONTES em São Francisco/MG, fez a cidade se tornar
um pólo atrativo. Isso porque são alunos não apenas originários do município,
como também de outras localidades. Conforme o atual prefeito:
“E sempre é bom para uma cidade poder oferecer, algum tipo de serviço, seja na área de saúde, de educação (...) E ela vai se tornando, um pólo e isso dá um impacto muito grande no desenvolvimento da cidade. São pessoas que chegam de fora. E essas pessoas vêm e aqui elas gastam, seja com aluguel ou com outras despesas. Então eu acredito, que a instalação do Campus aqui é importante para cidade, que vai se tornando a cidade pólo, vai atraindo, pessoas, vai aquecendo o comércio local, pensões, etc, além de ter também um ganho político, porque a cidade se projeta. A cidade que tem uma universidade como a UNIMONTES se torna mais conhecida, falada, projetada.”
Outro ganho, de acordo com o prefeito, é o fato de ser notável a mudança
de mentalidade das pessoas a partir do momento em que entram para a faculdade.
A universidade possibilita que o ser humano adquira novos conhecimentos e
reformule sua postura diante da sociedade. O prefeito afirma que tem notado essas
transformações nos acadêmicos, já que muitos deles têm repensado o compromisso
com a realidade social, estabelecendo um conjunto de mudanças de atitudes.
81
É relevante, também, o estabelecimento de outras faculdades no
município, após a implantação do Campus da UNIMONTES. Primeiramente foi
instituída a UNOPAR com os cursos de Administração, Ciências Contábeis, História,
Letras, Pedagogia, Serviço Social, Superior de Tecnologia em Processos Gerencias,
Superior de Tecnologia em Marketing, Superior de Tecnologia em Recursos
Humanos, Superior de Tecnologia em Gestão Comercial, Superior de Tecnologia em
Secretariado, Superior de Tecnologia em Gestão de Turismo e Teologia, e mais
tarde a UNIPAC, oferecendo os cursos de Pedagogia, de Letras, de Ciências
Sociais e de Ciências Biológicas. Assim, como a UNIMONTES, elas possibilitaram a
fixação do jovem, ou mesmo do adulto, dentro da região. Nesse sentido, se
estabeleceram no município a fim de atender a demanda, concedendo às pessoas
uma nova oportunidade em sua localidade. Vale ressaltar que há eventos em que os
acadêmicos dessas três instituições de ensino superior participam juntos, havendo
integração entre eles. Porém, o prefeito acrescenta o seu desejo de que houvesse
uma permuta maior entre esses estudantes, pois isso só tem a favorecer a região.
Um fato que pode ter motivado a inclusão dessas novas instituições de
ensino superior, foi a presença da UNIMONTES no município. O prefeito afirma que
quando uma cidade é sede de um núcleo como o da UNIMONTES, para qualquer
avaliador particular, é sinal de que ali vai haver demanda. Sendo assim, a
UNIMONTES pode ter influenciado a decisão da implantação dessas novas
faculdades.
Após a implantação da UNIMONTES surgiram duas escolas particulares
na cidade que são o Centro Educacional Vicente Vieira de Aquino e o Colégio
Jardim Graziela, porém, além dessas duas há registros de uma terceira escola
particular da Rede Pitágoras, o Colégio Pentágono, antes mesmo da vinda do
Campus para a cidade. Essas três instituições, bem como, um cursinho pré-
vestibular, também privado, que surgiu no mesmo ano da implantação do Campus,
tiveram seus representantes entrevistados neste trabalho monográfico, e por meio
dessas entrevistas, pôde-se verificar a influência da UNIMONTES dentro das
mesmas.
O Colégio Pentágono, foi instalado no ano de 1988, quando recebeu
autorização para a oferta da educação infantil e começou a funcionar, de fato, no
ano seguinte. Na época da constituição, as aulas foram iniciadas com poucos
alunos, em torno de 24, em algumas salas havia apenas 03 (três) alunos.
82
Atualmente, o colégio dispõe de educação infantil, ensino fundamental e médio,
havendo cerca de 195 alunos matriculados, distribuídos em todos os segmentos.
A instituição conta com 24 professores, sendo a maioria qualificada em
nível superior, e a outra parcela está cursando, dentre esses, 02 (dois) são alunos
da UNIMONTES – São Francisco/MG. Porém, a maioria é formada na UNIMONTES.
Os funcionários incluindo professores somam 31 pessoas, destacando a instituição
como importante para a geração de emprego e renda, porque a comunidade
sanfranciscana, carece de oferta de emprego.
A representante do Colégio Pentágono, professora Belarmina Soumar
Bitencourt afirma que:
“A implantação da UNIMONTES exerceu influência aqui. Primeiramente porque os pais se preocupam muito em tirar os filhos daqui para ter um ensino médio melhor e para depois ficarem num local onde eles já possam fazer uma faculdade. E agora a gente vê que os alunos que estão aqui no ensino médio, têm o sonho deles de cursar faculdade aqui mesmo em São Francisco. Então os pais estão mais tranqüilos, já segura inclusive a permanência dos alunos na escola, uma vez que os pais, não têm de mandar os filhos para fora. Até mesmo o ramo profissional foi influenciado, pois tem muitos profissionais de escolas da região que também trabalham na universidade. Além disso, antes da vinda da UNIMONTES para São Francisco, os profissionais tinham que ir e voltar todos os dias para Montes Claros. Precisavam trabalhar o dia inteiro e ainda ir estudar a noite em Montes Claros e voltar no mesmo dia pela madrugada e ainda ir trabalhar 7 horas da manhã. Pra mim foi uma tranqüilidade e o todos comentam isso.E já tem pais falando que não vão tirar os filhos daqui porque já tem faculdade aqui então não tem porquê sair. Só falta a comunidade reconhecer isso mais”.
Ademais a escola é conhecida na comunidade, mas a questão
financeira, pagar para estudar, não permite maior demanda, ou muitos acham que
não vale a pena, tornando-se uma questão cultural, atendo-se ao fato de que
qualquer ensino médio já está de bom tamanho, sendo depois apenas acrescido de
um bom cursinho. A representante do colégio acrescenta que:
“A UNIMONTES, não só possibilitou a permanência dos alunos na escola, como também trouxe maior quantidade. Nós começamos com o ensino médio no primeiro ano e aí foi gradativo. A turma que está hoje saindo do terceiro ano, todas as salas do primeiro ao terceiro ano, por exemplo tem alunos de fora, que dizer, não foram aqueles que começaram. Muitos vieram de fora. Então quer dizer que favoreceu a permanência deles na escola. E eles falam que vão fazer vestibular aqui mesmo. Prestar vestibular para cursar aqui. Além disso, o Campus é super importante para a sociedade local. Porque, qual a comunidade que não enriquece a sua cultura e que não ganha com a vinda de um sistema de ensino de terceiro nível? E que venham as pós-graduações, que venham mais e mais cursos, nós precisamos. Porque São Francisco aqui nesta região ela se torna pólo das cidadezinhas aqui. Flui todo mundo pra cá. Tanto cultural, como social, como econômica. É uma importância fundamental. Faculdade aqui é uma bênção.”
83
Outro colégio visitado, foi o Centro Educacional Vicente Vieira de Aquino.
Essa instituição não existia antes da implantação da UNIMONTES em São
Francisco/MG. A escola foi fundada no ano de 2005, apesar do processo de criação
ser remoto. São oferecidos ensino fundamental e médio, com aproximadamente 42
alunos, 15 professores e 17 funcionários incluindo professores, dos quais 60% são
acadêmicos UNIMONTES – São Francisco/MG. Sendo assim, o Campus tem um
peso significativo dentro dessa escola. De acordo com a representante do Colégio,
professora Elizene Vieira de Aquino, a escola é relevante para a geração de
emprego e renda em São Francisco/MG:
“Eu acredito que São Francisco precisa de instituições assim para a geração de emprego e renda. A partir do momento que você está dando oportunidade de emprego para uma pessoa que está estudando, você possibilita o contado desses profissionais com a sala de aula. A gente conta com 17 pessoas. Então eu acredito que se houvesse esses pequenos empresários por aí na cidade, haveria um desenvolvimento muito grande.”
A UNIMONTES – São Francisco/MG não foi determinante na implantação
da escola, já que o que prevaleceu naquele momento, foi a vontade dos fundadores,
mas influenciou no sentido de que haveria pessoas se formando e nas áreas mais
escassas da região. É observável atualmente a realização de vários projetos dos
acadêmicos da UNIMONTES dentro do colégio mencionado. Além disso, se
destacam os estágios e as parcerias junto a esses acadêmicos.
A professora Elizene ressalta que:
“A mentalidade do povo de São Francisco ainda está muito pobre, para a retirada dos alunos da rede publica rumo a particular tendo em vista o Campus instalado na cidade. Eles não tem noção do grau de importância que tem uma instituição como a UNIMONTES dentro de São Francisco. Infelizmente, aqueles que tiram alunos de uma escola pública e colocam numa escola particular, é geralmente quem tem condições de pagar. E esses que tem condições focalizam com certeza o fato de ter uma universidade na cidade, é uma chance, apesar de poucos desses irem para a área de educação. A oportunidade que desde o início eu pensei foi a quantidade de pessoas que saíam daqui para morar em cidade grande, e quebram a cabeça e a maioria volta pior do que foi.”
A professora acrescenta que a implantação do Campus da UNIMONTES
foi muito importante para a sociedade de São Francisco/MG, porque além de
fornecer suporte, nas escolas, especialmente nas públicas, possui grande respaldo
social. Antes da implantação, havia grande escassez de professores qualificados,
atualmente esse número vem aumentando a ponto de haver seleções, ou seja, “a
visão de mundo já é outra”.
84
A última escola particular visitada foi o Colégio Jardim Graziela. Essa
instituição foi fundada no ano de 2004, sendo oferecidos educação infantil e ensino
fundamental. Atualmente estão matriculados 210 alunos, conta com 24 professores,
sendo 22 com licenciatura plena e 02 (dois) acadêmicos do Campus UNIMONTES –
São Francisco/MG. O número de funcionários da instituição chega a um montante
de 30 (trinta) pessoas.
Nesse sentido, a representante do colégio, professora Marlete Arruda
Vieira, afirma que:
“O Cojag exerce grande importância na geração de emprego e renda porque, quase todos os funcionários são chefes de família, ou ajudam na renda familiar. Considero de grande valia o funcionamento do Cojag, pois são 30 cidadãos com emprego e que todo mês o comércio pode contar com essas rendas/salários”.
A professora Marlete aduz, que a UNIMONTES no município de São
Francisco/MG é importante porque contribui para a formação de profissionais nas
diferentes áreas, e com currículos inovadores. Esses profissionais são vistos como
competentes e dotados de plenas condições para atuar com técnicas didáticas e
estratégias de aulas atuais. É importante para a sociedade local, porque a
educação é um processo de formação integral do ser humano, que é chamado a ser,
a fazer, a participar. Através do conhecimento do indivíduo, da sociedade e da
cultura há na comunidade perspectivas favoráveis no que diz respeito à geração de
emprego e renda.
Além das três escolas particulares, um outro possível destaque para a
ajuda na formação do futuro acadêmico do Campus UNIMONTES – São
Francisco/MG, é um cursinho pré-vestibular. O cursinho nomeado Sigma, foi
implantado no município no ano de 2003 – mesmo ano de implantação da
UNIMONTES – porém não surgiu devido a formação do Campus, pois se tratava de
um projeto antigo. Na verdade ele surgiu de vários projetos de pré-vestibulares que
não deram certo. Diante disso, reuniu-se uma turma de professores, inicialmente
todos de São Francisco/MG, que fizeram uma sociedade e daí nasceu o cursinho.
O pré-vestibular sempre foi integral por uma questão de demanda, já que
existem alunos que tentam vestibulares em faculdades particulares e em outras
regiões. Caso fosse montadas áreas específicas haveria áreas em que teriam dois
ou três alunos, não justificando o funcionamento.
Conforme o representante do cursinho professor Antônio Marcos Ferreira:
85
“A vinda do Campus da UNIMONTES influenciou no Sigma e acho que motivou mais as pessoas a tentarem vestibular em São Francisco (...) Se a gente tem uma turma de 50 alunos, no máximo dez tentam vestibular para os cursos daqui. Agora no Sigma, a nossa base é a UNIMONTES, a gente pensa só na UNIMONTES. E além dos alunos que tentam aqui no Campus de São Francisco, a gente tem alunos que tentam no Campus de Januária, que tentam em Montes Claros, Janaúba. No primeiro vestibular da UNIMONTES que teve aqui, nós aprovamos entre 60 vagas se não me engano, 30 de História e 30 e Matemática, 21 alunos. Mas aí foi aquela empolgação da chegada do Campus, muitas pessoas do pré-vestibular, tentaram e foram aprovadas. Eu costumo dizer o seguinte, que a UNIMONTES veio para São Francisco, para os alunos de São Francisco, mas não funciona assim. Se você der uma olhadinha nos cursos que tem lá em média você vai ter 10 alunos de São Francisco em cada sala, o que é um índice pequeno, desses dez eu garanto a você que pelo menos 70% passou pelo Sigma”.
Atualmente o pré-vestibular possui 70 (setenta) alunos matriculados e
freqüentes. No início, com a vinda do pré-vestibular, do Campus da UNIMONTES,
esse número ultrapassava 120 alunos freqüentes, porém foi caindo no decorrer do
tempo, com uma média de 60 (sessenta) por semestre. O representante relata,
ainda, que com a implantação do Programa Universidade para Todos (PROUNI),
muitos alunos acham que é melhor ficar na escola pública. Além disso, outro fato
que pode ter motivado a queda na demanda é o surgimento de faculdades
particulares que facilitam a entrada dos alunos.
A instituição possui aproximadamente 08 (oito) professores, entre esses
há presença de 01 (um) aluno da UNIMONTES – São Francisco/MG, do curso de
Matemática. Além dos 08 (oito) professores, há mais 03 (três) funcionários, sendo 01
(uma) coordenadora pedagógica, 01 (uma) secretária e 01 (uma) auxiliar de serviços
gerais. Deste modo, gera-se pelo menos 11 empregos diretos, que apesar de não
serem providos de uma remuneração extraordinária, são significativos na vida
dessas pessoas.
Quanto à implantação da UNIMONTES, é importante para o Sigma, não
simplesmente pelo fato do aumento da demanda por parte dos alunos, tendo em
vista os cursos de História e Matemática, mas por ter motivado muitas pessoas que
estavam sem estudar a procurarem pelo pré-vestibular e tentarem o ingresso, seja
na UNIMONTES ou em qualquer outra instituição. Dessa forma, o professor afirma
que houve motivação das pessoas ao se sentirem mais próximas de um curso
superior:
86
“O Campus da UNIMONTES é muito importante para a sociedade de São Francisco. Essa motivação é uma delas. Os alunos de São Francisco – eu trabalhei na UNIMONTES daqui um ano – estão desenvolvendo muitas monografias, relacionadas com a História de São Francisco. Então muita coisa em São Francisco que existia, e que não tinha sido relatado ou registrado, está sendo registrado e isso é muito importante, pois guarda valores, culturais, históricos do município que estão sendo narrados e vão ficar registrados para as próximas gerações. Aí tem a questão da geração emprego e renda do município que também é importante. Eu acho que a vinda de estudantes de outros municípios, têm-se aluguéis, aumento do consumo em bares, aumento do consumo em supermercados. Então tudo isso é importante. Na questão econômica o mais importante seria isso: a geração de renda no município, a partir dos acadêmicos que vêm de fora”.
Com relação as demais mudanças verificadas no município a
coordenadora do Campus afirma que:
“Apesar de ficar só de segunda a sexta, eu vejo que houve uma certa mudança até mesmo para as pessoas aceitarem essa questão de repúblicas que até então aqui não tinha. Hoje já tem várias repúblicas, e de vez em quando eles promovem festas. Coisas da vida acadêmica. Quando tem algum show, barzinhos com música ao vivo, eles estão mais presentes. Quando há, por exemplo, convites de barraquinhas, eventos de homenagem, eu vejo que eles têm essa preocupação em participar e que as pessoas tem a preocupação de convidá-los. E hoje a sociedade aqui já os recebem bem melhor. Mas no início eles tiveram resistência. Hoje as pessoas fornecem marmitas pra eles. Tem também a questão do aluguel, que no início eles cobravam muito caro, hoje viram que não pode se assim porque se tratam de estudantes. Então foi passando uma cultura para a população. Também tem essa questão do incentivo ao acadêmico ser voluntário, trabalhar nas escolas. Tem vários acadêmicos que já têm nome aqui dentro de São Francisco, por causa justamente desse trabalho voluntário, porque quando eles chegam aqui eles vêem o quanto precisa ser trabalhado com a comunidade. Há momentos em que temos respaldo com algumas secretarias, mas às vezes coisas consideramos importantes ficam de lado. Sem dúvida a implantação do Campus foi importante para a sociedade local. Conversando com as pessoas daqui, eles falam a diferença que fez e que está sendo a UNIMONTES. Essa questão da conscientização da cultura daqui, o resgate. Quando se vai nesses eventos observa-se exatamente isso, que veio trazer um novo pensar para várias pessoas daqui em São Francisco. Hoje o aluno que está fazendo o segundo grau ele já pode pensar que ele vai tentar um vestibular.”
Além do enfatizado, a professora Lenize acrescenta que:
“A gente acaba sendo consumidor aqui, porque você passa numa loja, e acaba comprando. Você usa a farmácia, você usa alguma coisa da confecção, supermercado, e você acaba deixando dinheiro aqui. As lanchonetes, padarias, tudo hoje funciona em cima dos acadêmicos que vieram de fora e isso tem sido uma grande diferença.”
Conforme a visão do ex-prefeito Severino, após a instalação da
UNIMONTES, aumentou o movimento em hotéis, restaurantes, além da grande
demanda por aluguéis. Ele finaliza ressaltando que:
87
“A UNIMONTES pra nós aqui hoje, foi como o asfalto chegar em São Francisco. É uma nova época. Uma nova época em que nós estamos caminhando lado a lado com o progresso e o desenvolvimento. Com isso, nós vamos gerar mais emprego sem dúvida nenhuma, porque esse pessoal está preparado; renda, quando a pessoa está empregada logo, se se tem geração de renda o que melhora muito nossa economia. Além disso, contribui muito para fixar a população. E só não tem condições de fixar mais, porque os cursos são poucos.”
Assim, observa-se a importância do Campus para a população,
destacando-se os eventos promovidos e a contribuição do dinamismo da
comunidade acadêmica para a comunidade local. Não obstante, a Instituição
influencia direta ou indiretamente nas demais instituições de ensino privadas, e pode
estar atuando veementemente também nas escolas publicas localizadas no
município. A região carecia dessa nova oferta predominante, tanto no que se refere
ao fornecimento de capital humano, quanto ao fato de significar uma opção de
estudo alternativa (e em muitos casos única) aos indivíduos regionais.
Quanto à geração de emprego e renda, o Campus tem sido relevante
para tanto. É clara a nova parcela que está operando no mercado de trabalho. Além
disso, é visível, que a partir do momento da implantação da UNIMONTES, o
município vem abrigando uma população externa, que o obriga a gerar adaptações
estruturais. Sobre isso, observa-se a entrada de várias copiadoras em São
Francisco/MG, para atender a UNIMONTES, já que a Universidade foi a primeira a
se instalar no município. Há também, os postos de digitações; a construção de locais
destinados a aluguéis como casas e quitinetes; o aparecimento de restaurantes,
onde se nota (conforme a Prefeitura Municipal) um crescimento do fornecimento de
marmitas, originadas particularmente do setor informal, a essa população
acadêmica.
88
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A educação superior está intimamente ligada às transformações
regionais. Assim, a produtividade do capital e do trabalho se elevam para níveis
maiores de conhecimentos. Então, uma universidade é capaz de modificar
estruturalmente a região em que se encontra inserida. De fato, há controvérsias
quanto à representatividade do real papel das universidades, contudo, diversos
teóricos comprovam que as mesmas são capazes de promover aumento de produto,
emprego e renda.
Na região Norte de Minas Gerais, a UNIMONTES alcançou o seu espaço,
sendo por muitos anos a única universidade pública inserida nesta região. Esta
Universidade além de atender a demanda local, se encontra em um processo de
expansão, com a implantação de vários campi na área Norte-mineira.
Em 2003 o fato aqui destacado, foi a implantação de um Campus da
UNIMONTES na cidade de São Francisco/MG. Apesar de se tratar de um curto
período de tempo – desde a implantação aos dias atuais – e de uma pequena
unidade, por meio deste trabalho, pôde-se verificar que o Campus já provocou
transformações nesta localidade no que tange a economia e a sociedade local.
A implantação do Campus no município, ocorreu por meio de um
convênio firmado entre a Prefeitura Municipal e a Universidade. Deste modo, a
procura pela UNIMONTES partiu da Prefeitura, com vistas a atender a população
local e regional. Diante disso, foi realizada uma pesquisa por parte da UNIMONTES
a fim de identificar os cursos a serem oferecidos. Encerrada a pesquisa,
estabeleceu-se a unidade em São Francisco/MG com os cursos de Matemática e
História.
O Campus possui um montante de 189 alunos, 27 professores e 10 (dez)
funcionários técnico-administrativos. Alem disso, divide espaço físico com uma
escola municipal, que primeiramente foi adaptado para melhor atender as
necessidades da comunidade acadêmica. Acrescenta-se que além de abrigar um
corpo discente em sua maioria de localidades externas ao município –
89
particularmente as situadas na região, com predominância de Montes Claros/MG e
Brasília de Minas/MG – recebe diariamente alunos de Brasília de Minas/MG, além de
professores da cidade de Montes Claros/MG. Todavia, é significativa a parcela de
estudantes de São Francisco/MG, ao se comparar com as demais cidades
individualmente. Entre o corpo docente, também já é possível identificar os
professores originários da referida cidade. Quanto aos funcionários técnico-
administrativos são todos residentes no município.
Além disso, a UNIMONTES vem realizando trabalhos em prol da
sociedade local. Tais trabalhos são caracterizados em sua maioria pelo resgate à
cultura local e vinculações sociais. É um conjunto de relações em que todos se
beneficiam. A pesquisa e extensão vem se destacando no Campus em questão, o
que só tem a favorecer a região.
A significância desse Campus para o município é mais que um simples
meio de fixação da população, constituindo-se em um local de geração de
empregos, gerando 37 empregos diretos. Ademais, a maioria da comunidade
acadêmica já se encontra inserida no mercado de trabalho, evidenciando que já está
havendo uma absorção regional. E o mais relevante para a população local é o fato
de haver uma universidade pública dentro do município que oferece oportunidade de
estudos àqueles que não tem a mínima condição financeira de manter-se fora da
região.
Grande parte dos acadêmicos estimam gastos na cidade entre 1,1 e 3
salários mínimos. Observa-se entre os alunos residentes não naturais de São
Francisco/MG uma tendência em dividir aluguéis, principalmente com amigos.
Apesar das estimativas de gastos não serem muito elevadas, elas impactam
diretamente a economia local, principalmente as dos originários de localidades
externas ao município. Trata-se de novas unidades monetárias circulantes na
economia da cidade.
A Prefeitura Municipal de São Francisco/MG vem despendo gastos
significativos com os salários dos funcionários e transporte de professores, itens que
tem representado dos maiores pesos no orçamento atual. Além disso, estima-se que
essa “nova população” é que têm sido responsável pela maioria das mudanças
adaptativas, que de uma maneira ou de outra, tem movimentado o comércio,
dinamizando a economia.
90
Esta Universidade estabelecida tem influenciado, por exemplo, as
instituições de ensino da rede particular, e inclusive, pode ter propiciado a instalação
das demais instituições de ensino superior inseridas e paralelamente estar atuando
junto às escolas públicas. É visível a melhora verificada nestas primeiras instituições,
não somente por carecem de uma oferta, que atualmente tem sido suprida, mas,
pelo fato de representar uma nova opção para os pais de alunos que retiravam os
filhos do município ainda na idade escolar, para propiciarem educação superior em
outros locais. Vale ressaltar que a maioria dessas pessoas que saiam, raramente
retornavam ao município.
E finalmente a realização deste trabalho, permitiu concluir que a
UNIMONTES – São Francisco/MG, é de grande relevância para a economia e
sociedade local, cujas transformações já podem ser facilmente observadas. Assim
aceita-se a hipótese levantada inicialmente, de que a UNIMONTES tem provocado
modificações socioeconômicas no município ressaltado.
91
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Federalista. Brasília, IPEA. Revista Planejamento e Políticas Públicas. n. 14, 1996.
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92
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93
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UNESCO. Tendências da Educação Superior para o Século XXI. 1998.
95
ANEXO
96
1 TEMA
AS TRANFORMAÇÕES SOCIOECONÔMICAS DO MUNICÍPIO DE SÃO
FRANCISCO/MG APÓS A IMPLANTAÇÃO DO CAMPUS DA UNIVERSIDADE
ESTADUAL DE MONTES CLAROS – UNIMONTES.
97
2 OBJETIVOS
2.1 Geral
Analisar as transformações socioeconômicas ocorridas no Município de São
Francisco/MG em virtude da implantação do Campus da Universidade Estadual de
Montes Claros – UNIMONTES.
2.2 Específicos
• Averiguar como é feita a escolha das cidades para a implantação dos
campi da UNIMONTES, além de analisar o modo de escolha dos cursos instalados;
• Abordar as negociações para a instalação do Campus UNIMONTES
no município de São Francisco/MG;
• Identificar as peculiaridades deste Campus, incluindo características
físicas e estruturais;
• Promover um levantamento dos eventos realizados e sua ligação com
a comunidade local;
• Verificar a origem dos acadêmicos, bem como a atuação no mercado
de trabalho;
• Fazer um levantamento da renda média dos estudantes e das
estimativas de gastos mensais no município de São Francisco/MG;
• Analisar a origem e perfil do corpo docente e funcionários técnico-
administrativos que atuam no Campus;
• Identificar os gastos da Prefeitura Municipal de São Francisco/MG com
o núcleo da UNIMONTES, abordando os possíveis benefícios que tem trazido
conforme os dirigentes municipais;
• Analisar o aparecimento de cursinhos pré-vestibulares e escolas
particulares na cidade, em função do núcleo instalado.
98
3 INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA
Estudo realizado pela Organização das Nações Unidas para a Educação,
a Ciência e a Cultura (UNESCO) mostra que a educação superior tem provado sua
viabilidade no decorrer do tempo de tal forma que atualmente atua juntamente com a
pesquisa como essenciais integrantes do desenvolvimento. A educação superior
fundamenta-se em um dos pilares de grande relevância para os direitos humanos,
democracia e desenvolvimento sustentável.
Segundo a UNESCO, as universidades são importantes empregadoras de
pessoal em nível elevado, os quais possuem poder de compra em escala local. Da
mesma forma, os estudantes também exercem impacto direto sobre a economia
regional, dadas as compras que fazem onde estão inseridos, principalmente quando
são originários de localidades fora da região, sendo todas essas transformações
mensuráveis pelo efeito multiplicador. No entanto, enquanto o emprego assegurado
pela universidade aumenta, diminui em outros setores, tais como agricultura e
indústria de manufaturados.
Não obstante, a UNESCO ressalta ainda os efeitos dinâmicos mediante a
indústria. Esses efeitos são mais difíceis de se medir, porém bastante significativos.
Além disso, destacam-se os benefícios econômicos e sociais fundamentados na
pesquisa. Esta permite reunir e aprofundar conhecimentos elementares, desenvolver
novas técnicas, instrumentos e métodos que proporcionam vantagens econômicas
para os setores de produção.
Feitas estas considerações, serão abordadas algumas questões
relacionadas à UNIMONTES (objeto de estudo do presente projeto de pesquisa);
antes, porém, serão levantados alguns aspectos relacionados a região na qual está
inserida.
Segundo estudos de CARDOSO (2000), a ocupação econômica da região
norte mineira foi atrelada a outras atividades exploradas em outros espaços,
nacionais ou estrangeiras. Essas atividades coligadas a diversos fatores econômicos
e sociais foram responsáveis por requerer uma série de mudanças na organização
produtiva da região.
Por intermédio da criação da Superintendência de Desenvolvimento do
Nordeste (SUDENE), órgão voltado para ascensão do desenvolvimento regional, o
99
Norte de Minas passou a apresentar novas características em sua estrutura
produtiva. Assim, ao longo do tempo, pôde-se verificar a ampliação da importância
dos setores secundário e terciário de algumas localidades. Esse fato possibilitou a
alteração na relevância relativa de tais áreas. Contudo, outros fatores de origem
interna e externa à região, motivados por interesses de agentes públicos e privados
a atuarem no cenário regional, influenciaram na transformação da estrutura
produtiva da região.
Considerando esse cenário, o setor terciário se caracterizava por seu
significativo entrave. Sendo isso observado no segmento educacional, o que não se
indicava como exceção à regra vigente. CARDOSO (2000) aborda que na década
de 1960 a realidade era a seguinte:
(... ) no ensino médio, apenas os municípios de Montes Claros, Januária e Pirapora dispunham de uma rede com mais de cinco unidades escolares, enquanto 03 municípios dispunham de 02 unidades; 10 com apenas uma; e, 26 sem nenhuma unidade escolar. Quanto ao ensino superior, apenas Montes Claros o possuía. (CARDOSO, 2000, P.255)
Como relata o livro: “Unimontes 40 Anos de História”, a criação da
Fundação Universidade Norte Mineira (FUNM), hoje a UNIMONTES, está
relacionada a um “sentimento regionalista”, o qual coloca a cidade de Montes Claros
como o “eixo central” de uma grande e extensa região distante dos grandes centros
urbanos. É a única universidade pública do Norte de Minas, e conforme o Professor
Rosivaldo Antônio Gonçalves é uma universidade que atende a clientela da região
norte mineira sendo esta a maior coletora de seus frutos.
Além disso, a UNIMONTES se destaca pelos vários campi já implantados
que a evidenciam como instituição de fomento regional. Nesse sentido, em 2002 a
autarquia implantou uma nova unidade na cidade de São Francisco/MG. Este
Campus se localiza na Av. JK, s/n, centro, sendo coordenado pela professora Lenize
Vilas Boas. São oferecidos os cursos de história e matemática. Conforme dados
fornecidos pela referida instituição, o Campus conta atualmente com um montante
de 189 alunos assim distribuídos: 108 história e 81 matemática. Quanto ao corpo
docente e funcionários ténico-administrativos chegam a 30.
No que se refere à cidade de São Francisco, esta se localiza na região
Norte de Minas Gerais, a 160 Km de Montes Claros, logo a 578 Km da capital
mineira. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a
100
população deste município, em 2005, era estimada em 54.898 habitantes. De acordo
com a Fundação João Pinheiro (FJP), o PIB pm (a preços de mercado) do referido
município em 2003 situava-se em torno de R$ 118.987 mil, sendo o PIB pm por
habitante equivalente a R$ 2.217 mil.
MARTINS (1972) apresentou um modelo hipotético de uma matriz que
dispunha das principais propriedades que evidenciam a importância de instituições
de ensino superior para o desenvolvimento regional. Ele infere esse modelo no
Projeto de Reformulação da FUNM, caracterizando-a como “ideal” para o
desenvolvimento regional.
Assim, as repercussões do estudo realizado por MARTINS (1972),
segundo GONÇALVES (2000), identificam a UNIMONTES como uma Instituição
“ideal” para o desenvolvimento regional, já que esta atende a demanda da própria
região. Isso pode ser verificado procedendo à multiplicação cartesiana dos
elementos dispostos em linhas e colunas, conforme o modelo abaixo:
×××× Clientela da região - CR Clientela de outras regiões - CF
Demanda da região – DR (DR , CR) (DR , CF)
Demanda de outras regiões - DF
(DF , CR) ( DF , CF)
Diante dessas considerações, justifica-se a importância deste estudo, que
permitirá, entre outros aspectos, verificar a existência de transformações sócio-
econômicas decorrentes da instalação do Campus da UNIMONTES no município de
São Francisco/MG. Os resultados obtidos mostrarão se houve mudanças
significativas no que tange ao desenvolvimento da região em que o Campus está
inserido.
Vale ressaltar que as primeiras turmas do Campus de São Francisco
concluem os respectivos cursos no final do ano de 2006, não havendo, portanto,
egressos dos cursos instalados. Isso limita a abrangência de estudo desta pesquisa.
No entanto, essa limitação não impede o objetivo central: o de avaliar possíveis
transformações sócio-econômicas, ocorridas no município nesse curto espaço de
tempo; isto é, desde a implantação do Campus aos dias atuais.
101
4 PROBLEMA
Diante das exposições feitas, é interessante observar se:
• O Campus da UNIMONTES tem provocado transformações
socioeconômicas no município de São Francisco/MG?
102
5 HIPÓTESE
• Supõe-se que o Campus da UNIMONTES, implantado na cidade de
São Francisco/MG, tem induzido transformações socioeconômicas no município.
103
6 METODOLOGIA
6.1 Pesquisa Bibliográfica, Documental e de Campo
A realização deste trabalho basear-se-á em um estudo de natureza
descritiva, fundamentando-se no uso de pesquisa do tipo descritiva, cujo propósito é
obter um instantâneo preciso de alguns aspectos do ambiente pesquisado. Isso
porque, objetiva-se apresentar as características aplicáveis às transformações sócio-
econômicas que o Campus da UNMONTES provocou (vem provocando) na cidade
de São Francisco/MG, estabelecendo relações entre as variáveis. Segundo GIL
(1989) a pesquisa descritiva tem como objetivo descrever as características de uma
determinada população ou fenômeno, ou mesmo, o estabelecimento de relações
entre variáveis.
A pesquisa empírica será realizada através da coleta de dados, por meio
de pesquisa de campo; ou seja, sob a forma de levantamento: aplicação de
questionários, entrevistas e observação sistemática dos indivíduos sob estudo. Além
disso, serão feitos levantamentos de dados tendo como base a pesquisa
documental, ou seja, documentos que de maneira geral podem servir como fonte de
informação para a pesquisa a ser desenvolvida, tais como materiais coletados junto
aos campi da UNIMONTES. Não obstante, utilizar-se-á a pesquisa bibliográfica
visando o contato direto com a bibliografia já publicada, sobre o tema em estudo.
Por meio da pesquisa documental procurar-se-á levantar as seguintes
informações:
• despesas atuais da Prefeitura Municipal de São Francisco/MG com
referido Campus;
• características físicas e estruturais do Campus de São Francisco/MG;
entre outras.
Através da pesquisa de campo, procurar-se-á obter informações sobre:
• a origem dos acadêmicos;
• expectativas de gastos dos acadêmicos;
• a atuação/inserção dos acadêmicos no mercado de trabalho;
• aspectos das despesas dos professores e funcionários técnico-
administrativos do Campus da UNIMONTES em São Francisco/MG;
104
• eventos promovidos pelo Campus; entre outras.
População e Amostra
A aplicação dos questionários será feita em grupos nas salas de aula, os
quais serão fornecidos aos alunos e respectivos professores. A população docente
constitui um universo de 27. Dessa forma, serão aplicados questionários para todos.
Por sua vez, a população de acadêmicos estudada compõe um universo de 189.
Portanto, para tal estudo, será calculada uma amostra para população conhecida (e
finita) ou amostragem sem reposição por intermédio da seguinte fórmula:
( ) q . p . e . 1
q . p . 22
2
ZN
ZNn
+−=
Sendo:
N → tamanho da população;
Z → fator Z equivalente ao nível de confiança selecionado;
e → margem de erro (distância entre o valor ”verdadeiro” e a estimativa);
p → proporção ou probabilidade esperada de ocorrência da categoria a ser estimada;
q → chance de ocorrer a outra categoria. Complemento de p → (p + q) = 100%.
Utilizar-se-á um nível de confiança de 95%, ou seja, Z = 1,96 e uma
margem de erro de 5%. Como não há o conhecimento dos valores dos parâmetros p
e q, em vez de utilizar o valor de 0,5 para cada parâmetro, será realizada uma
pesquisa piloto. A pesquisa-piloto será de, no mínimo, 30 (trinta) elementos
selecionados aleatoriamente da população. Uma vez aplicado o questionário para
estes 30 (trinta) elementos, serão calculados os respectivos valores de p e q para tal
fórmula, obtendo-se o tamanho da amostra a ser estudada.
A utilização da fórmula acima tem o intuito de estimar o tamanho da
amostra para a proporção, já que se pretende verificar se os alunos estão ou não
inseridos no mercado de trabalho (atuando na área de formação). Assim, tem-se
duas respostas possíveis para uma variável qualitativa, em que uma proporção
dos alunos estará atuando no mercado de trabalho e a outra não. É importante
ressaltar que trata-se de uma amostra aleatória simples.
105
Quanto aos funcionários técnico-administrativos, o Campus possui um
montante de 10 (dez). Assim, procurar-se-á aplicar questionários para a
população como um todo.
106
7 EMBASAMENTO TEÓRICO
De acordo com FURTADO (1982):
(...) o verdadeiro desenvolvimento é, principalmente, um processo de ativação e canalização de forças sociais, de melhoria da capacidade associativa, de exercício da iniciativa e da criatividade. Portanto, trata-se de um processo social e cultural, e apenas secundariamente econômico. O desenvolvimento ocorre quando, na sociedade, se manifesta uma energia capaz de canalizar, de forma convergente, forças que estavam latentes ou dispersas. Uma verdadeira política de desenvolvimento terá que ser a expressão das preocupações e das aspirações dos grupos sociais que tomam consciência de seus problemas e se empenham em resolvê-los. (FURTADO, 1982, P. 142)
Conforme BOISIER (1996), no longo prazo o desenvolvimento de uma
região ou localidade se dá mediante a sua aptidão para a organização social e
política, além da capacidade para modelar o seu próprio futuro (processo de
desenvolvimento endógeno). Isso está relacionado com a disponibilidade de
diferentes maneiras de capitais intangíveis disponíveis na região ou localidade.
Contudo, ênfase será dada ao capital humano, mais especificamente, à sua
formação.
Ao destacar a formação de capital humano, é possível encontrar fatores
de extrema importância no que se refere à produção local e regional de bens e
serviços. Assim, destaca-se a função das instituições públicas, tais como as
universidades, no que tange ao desenvolvimento de uma região ou espaço.
Nesse sentido, SOLOW (1956) ao introduzir o progresso tecnológico em
seu modelo reconhece a importância da formação de conhecimento e da
qualificação da força de trabalho, como determinantes do desenvolvimento. Assim,
ele afirma que para uma dada taxa de crescimento demográfico faz-se necessário
acrescentar o progresso técnico, objetivando obter a taxa efetiva de crescimento do
produto real. Portanto, os níveis de produtividade do trabalho e do capital se elevam
com níveis mais elevados de conhecimento, melhor educação e saúde dos
trabalhadores, além do uso de máquinas mais eficientes, culminando na elevação do
ritmo do crescimento econômico. O ritmo de progresso técnico viabiliza a expansão
da renda per capita no equilíbrio estável de longo prazo.
SOLOW (1956) partiu da função de produção Y = Tf (K,L). Através dela ,
ele obtém a função de produção per capita, Y/ L = Tf (K/ L,L / L). Assim, y = Tf (k),
em que:
107
Y → produção per capita;
K → relação capital trabalho, ou capital per capita;
T → nível tecnológico.
É importante destacar que conforme ressalta SOUZA (1999), para
SACHS E LARRAIN (1995) o nível tecnológico causa impacto nas produtividades
marginais do capital e do trabalho. Nesse sentido, para SOLOW (1956) I = S = sY.
Entretanto, sendo d a depreciação, a parcela de investimento bruto I é destinada à
depreciação do capital fixo (dK), tal que ∆K = 1 – dK, ou seja:
∆K = sY – dK.
No entanto, como SOLOW (1956) trabalha em termos per capita, faz-se
necessário a divisão da equação por L:
∆K / L = sy – dk.
Além disso, SOLOW (1956) supõe que no equilíbrio estável, há uma
relação k=K/L constante, a qual mostra que ∆Y / Y = ∆K / K = ∆L/ L = n. A taxa
natural de crescimento demográfico, n, mostra-se como uma variável exógena, que
depende de fatores biológicos e não das variáveis do modelo.
Ao considerar o progresso técnico nulo, o equilíbrio estável possibilita que
uma variação positiva da relação k = K / L, seja acompanhada de uma variação
superior no estoque de capital, em relação ao crescimento demográfico n, ou seja,
∆k / k = ∆k / k – n. Dividindo-se por L tem-se ∆K / L= ∆k + nk, e ao substituir o
segundo membro desta equação em ∆K / L = sy – dk, chega-se a equação
fundamental de SOLOW (1956):
∆k = sy – (n + d) k.
Por meio da equação fundamental é possível perceber que o aumento do
capital por trabalhador (∆k), o aprofundamento do capital, precisa ser igual à
poupança per capita (sy), menos a ampliação do capital (n + d) k. Pode-se equipar a
proporção de novos trabalhadores que ingressam no mercado de trabalho através
de nk da poupança. A mesma proporção K / L possibilita equipar os que já estão
108
empregados. Além disso, a parcela dk deve ser utilizada a fim de depreciar o capital
per capita educacional.
Considerando um estado estável, a longo prazo, a poupança per capita
(sy), mostra-se igual a ampliação do capital (n + d) k, sendo a relação K/L constante
tem-se:
sy = (n + d) k.
Dessa forma, a poupança agregada é suficiente para fornecer capital a
população que cresce à taxa n, a mesma taxa de expansão do produto e também
para a depreciação do capital existente.
SOLOW (1956) afirma que há na economia uma tendência ao
aprofundamento do capital que pode ser explicada supondo que o capital per capita
de pleno emprego da economia seja k1 , inferior ao capital de pleno emprego ke .
Assim, para equipar os trabalhadores adicionais com a mesma relação K/L dos
trabalhadores existentes e substituir o capital gasto no processo produtivo tem-se
k1R, o que é inferior à poupança per capita disponível k1S.
O modelo salienta que a taxa de elevação da poupança, s, expande a
relação capital/trabalho, k, e a renda per capita y, até o ponto em que a economia
atinja o equilíbrio estável de longo prazo. Uma vez atingido o equilibro estável, o
aumento da poupança não influencia a taxa de crescimento do produto acima da taxa
de crescimento demográfico, n.
Ao introduzir o progresso tecnológico no modelo de SOLOW (1956) (∆T / T
> 0), implicou que o número de trabalhadores e idêntico estoque de capital exercem
um impacto maior sobre o nível de produção. Nesse sentido, afim de se obter a taxa
de crescimento do produto real, para cada taxa efetiva de crescimento demográfico,
n, deve-se acrescentar a taxa de progresso técnico ∆T / T = t de maneira que:
∆Y / Y = (n + t).
SOLOW (1956) agrega que as produtividades do trabalho e do capital
aumentam com maiores níveis de conhecimento. Assim, uma maior educação e
saúde dos trabalhadores paralelamente ao uso de máquinas mais eficientes, elevam
o ritmo de crescimento econômico. Sabe-se que ∆K / K = ∆Y / Y = (n + t) e ∆L / L = n.
109
Dessa forma, constata-se que o capital por trabalhador (K/L) e a produtividade do
trabalho(Y/L) crescem no mesmo âmbito que o progresso técnico t, e que a relação
K/Y permanece constante.
Uma importante conclusão do modelo é a de que o ritmo do progresso
técnico determina o crescimento da renda per capita no equilíbrio estável de longo
prazo. Isso pode ser visto quando se subtrai a taxa de crescimento demográfico da
taxa efetiva de crescimento da renda, de acordo com a equação anterior, de maneira
que:
∆y / y = t.
Após o modelo de SOLOW (1956), se seque a teoria do crescimento
endógeno, popularizada por ROMER (1986). Essa teoria, internaliza a geração de
tecnologia, colocando as pessoas numa posição de principais insumos para o
processo produtivo. Dessa forma, de acordo com SOUZA (1999), os efeitos do
progresso técnico no processo de crescimento, realiza efeitos expansionistas sobre
o produto ao aumentar a produtividade dos fatores e retransmitir tais efeitos entre as
unidades produtivas. A teoria do crescimento endógeno visa encontrar as fontes de
crescimento inseridas no sistema produtivo. Então, aborda que o crescimento do
produto não se dá apenas por capital e trabalho, sendo uma parte não explicada
atribuída à tecnologia, que varia lentamente no tempo. Assim, outras fontes de
crescimento econômico seriam derivadas de investimentos em capacitação
tecnológica e no capital intelectual.
Segundo ROMER (1986) o conhecimento se traduz em um fator de
produção capital físico, humano e mão-de-obra. Contudo, como aborda SOUZA
(1999), é necessário investir na obtenção de novos conhecimentos, já que há uma
disseminação do mesmo. Além disso: “(...) Os rendimentos crescentes da produção
de conhecimentos deverão neutralizar os rendimentos decrescentes em alguns
setores de atividade, principalmente na agricultura” (SOUZA, 1999, P 347).
Para ROMER (1986) rendimentos crescentes de escala ao nível agregado
se postulam ao nível constante de cada firma. Esta externalidade, não obstante,
originará contrapesos do competidor, no sentido que, uma economia centralizada
alcançará taxas de um crescimento e de uma utilidade maiores. De acordo com
110
ROMER (1986) a aquisição de conhecimentos se relaciona com a experiência,
sendo que esta gera aumento de produtividade. Uma medida boa do aumento na
experiência é o investimento. ROMER (1990) ressalta que: (...) “uma população
maior [de pesquisadores] gera mais idéias, e como as idéias são não rivais, todos na
economia se beneficiam”.
Deste modelo, tem-se uma conclusão interessante sobre os rendimentos
crescentes obtidos – crescimento endógeno. Essa conclusão é a de que os
rendimentos crescentes na escala não são suficientes (nem necessários) para se
gerar taxas persistentes de crescimento endógeno. Para isso, é necessário uma
externalidade de magnitude não somente positiva, mas suficientemente grande.
Caso a função da produção agregada for Y = KßL1-ßCn é necessário que n seja
suficientemente grande para que se cumpra ao menos ß + n = 1, porque se ß + n <
1 acaba por chegar no modelo de Ramsey-Cass-Koopmans.
Conforme LUCAS (1988) os efeitos do comércio internacional são discutidos
no crescimento no contexto de um modelo em que a acumulação de capital humana
através da aprendizagem no trabalho constitui o motor do crescimento. Em equilíbrio
os padrões de produção estão ditados pelas vantagens comparativas. Assim, cada
país produzirá o bem para qual tem dotação adequada de capital humano. Dada
uma tecnologia da aprendizagem sem rendimentos decrescentes, os países
acumularão as habilidades intensificando as vantagens comparativas iniciais.
LUCAS (1988) demonstra que produzir bens com elevado conteúdo de
aprendizagem conduzirá a taxas de crescimento reais maiores.
Dessa forma, o modelo permite dar conhecimento das disparidades nas taxas
de crescimento observadas entre países. Os países com uma menor dotação do
capital humano devem especializar-se nos bens com pouco índice da aprendizagem,
conseqüentemente registrarão uma taxa de crescimento menor do que a daqueles
países com vantagens comparativas na produção de bens de elevada taxa de
aprendizagem.
Este aspecto da teoria tende a manter padrões iniciais de produção de cada
país, com taxas de crescimento variável do produto estáveis entre países. Além
disso, LUCAS (1988) reconhece explicitamente que na realidade existem forças
opostas a esta estabilidade. Como uma das mais importantes combinações de
padrão de produção iniciais, enfatiza a introdução contínua de bens novos, que
determina a queda na taxa da aprendizagem dos bens velhos.
111
O ponto central do modelo é tal que o modo de produtividade no nível
adicionado não caia e requeira a introdução contínua dos bens novos, bem como de
processos que têm taxas mais elevadas de aprendizagem. Assim, uma economia
que logre concentrar mais sua força do trabalho na produção de bens mais
sofisticados, acumulando capital humano rapidamente através de taxas elevadas da
aprendizagem associadas com as atividades novas e com derrame dos efeitos desta
experiência, experimentará o rápido crescimento.
As teorias apresentadas mostram, de uma forma geral, a importância da
formação de capital humano, da acumulação de conhecimentos, como fatores
determinantes do desenvolvimento regional. A realização deste trabalho
monográfico leva em consideração estes fatores, visando analisar a sua importância
na região estudada.
112
8 CRONOGRAMA DE ATIVIDADES
Etapas/Atividades Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Horas Elaboração e Análise do Projeto Pesquisa Bibliográfica Entrega do Projeto ao Departamento Entrega do 1º Relatório da Avaliação Revisão da Literatura Sobre o Tema Leitura e Fichamento Elaboração do Instrumento de Pesquisa de Campo Levantamento de Dados Secundários Crítica, Análise e Interpretação dos Dados Redação da Monografia Construção Definitiva da Monografia Entrega da Versão Preliminar da Monografia Entrega do 2º Relatório da Avaliação Entrega da Monografia Banca Examinadora Carga Horária Total 240
9 ORÇAMENTO
DESPESAS
Especificação Unidade Quantidade Custo Unitário R$ 1,00 Total R$ 1,00
Papel Folhas 500 0,03 15,00 Cópias Folhas 400 0,07 28,00
Canetas Unidade 3 2,00 6,00 Lapiseira Unidade 1 3,00 3,00 Grafite Unidade 24 0,23 5,52 CDs Unidade 5 1,50 7,50
Cartucho de Tinta Unidade 6 25,00 250,00 Encadernação Unidade 6 3,00 18,00
Compra de livro Unidade 1 25,00 25,00 Despesas Eventuais
R$ - - 200,00
Total 558,02
Fonte: Copiadoras; PAPELARTE Papelaria e MASTEC Manutenção de Cartuchos. Maio, 2006.
RECEITA Recursos próprios 458,02
Total 458,02
10 INSTRUMENTOS DE PESQUISA
10.1 Questionário para acadêmicos
QUESTIONÁRIO
CÓDIGO 1
NÚMERO DO QUESTIONÁRIO________
Meu nome é Ana Márcia Rodrigues. Sou acadêmica do 8° período de Ciências
Econômicas da UNIMONTES e estou realizando uma pesquisa, cuja finalidade é
avaliar as transformações sócio-econômicas provocadas pelo Campus UNIMONTES
na Cidade de São Francisco/MG. Sua colaboração, enquanto participante do corpo
docente ou discente, é de extrema importância para a realização desta pesquisa.
Você não será identificado neste questionário e todas as informações fornecidas
serão confidenciais.
BLOCO I: CARACTERÍSTICAS INDIVIDUAIS
1 – Sexo
( )Feminino ( )Masculino
2 – Estado Civil
( )Solteiro ( )Casado ( )viúvo ( )Outro
3 – Qual a sua idade?
( )Entre 15 e 19 ( )Entre 20 e 24 ( )Entre 25 e 29 ( )Entre 30 e 34
( )Acima de 35
4 – Você se considera uma pessoa de cor:
( )Branca ( )Parda ( ) amarela ( )Negra
( )Outra
5 – Condição no domicílio (em São Francisco):
( )Chefe ( )Cônjuge ( )Filho
( )Divide aluguel (república)
( )Outros
6 – Você é natural de:
( )São Francisco
( )Montes Claros
( )Brasília de Minas
( )Outra cidade norte-mineira (especificar)__________________________________
( )Outra localidade (especificar)__________________________________________
7 – Há quanto tempo você reside em São Francisco (e m anos)?
( )não reside ( )abaixo de 1 ( )entre 1 e 3 ( )entre 3 e meio e 5
( )acima de 5 e meio
8 – Em São Francisco você mora em casa:
( )Própria ( )Alugada ( )Cedida
( ) vem e volta todos os dias para a cidade onde mora
( )Outros (especificar)______________________________
9 – Quantas pessoas residem em sua casa?
( )1 ( )entre 2 e 3 ( )entre 4 e 5
( )entre 5 e 6 ( )acima de 6
10 – Mudou para São Francisco em função da UNIMONTE S.
( )discorda totalmente ( )discorda parcialmente ( )indiferente
( )concorda parcialmente ( )concorda totalmente
BLOCO II: RENDA
10 – Qual a renda familiar mensal (em salários míni mos)?
( )Abaixo de 1 ( )entre 1 e 3 ( )entre 3,1 e 4 ( )entre 4,1 e 5 ( )acima de
5,1
11 – Quantas pessoas contribuem com o orçamento fam iliar?
( )1 ( )entre 2 e 3 ( )entre 4 e 5 ( )entre 5 e 6 ( )acima de 6
13 – Da sua renda mensal quanto você gasta com:
Alimentação____________________________
Lazer_________________________________
Saúde________________________________
Vestuário______________________________
Gás__________________________________
Educação (inclui xerox)___________________
Moradia_______________________________
Transporte_____________________________
Outros gastos (especificar)____________________________________________
Impostos (especificar)________________________________________________
14 – Quais as suas estimativas de gastos mensais na cidade de São Francisco
(em salários mínimos)?
( )Abaixo de 1 ( )entre 1 e 3 ( )entre 3,1 e 4 ( )entre 4,1 e 5 ( )acima de
5,1
BLOCO III – CAPACITAÇÃO
15 – Qual a sua escolaridade?
( )Superior incompleto
( )Superior completo
( )Superior completo com pós latu sensu
( )Mestrado
( )Doutorado
( )Pós-Doutorado
16 – Que curso você faz?
( )História ( )Matemática
17 – Em qual período você está?
( )entre 1° e 2° ( )entre 3° e 4° ( )entre 4° e 5°
( )entre 5° e 6° ( )entre 7° e 8°
18 – Quantos cursos (não se trata de curso superior ) você possui?
( )nenhum ( )entre 1 e 2 ( )entre 2 e 3
( )entre 3 e 4 ( )acima de 5
19 – Este(s) curso(s) tem possibilitado a sua atuaç ão no mercado de trabalho.
( )discorda totalmente ( )discorda parcialmente ( )indiferente
( )concorda parcialmente ( )concorda totalmente
20 – Você fez magistério, e isso auxilia a sua atua ção no mercado de trabalho.
( )discorda totalmente ( )discorda parcialmente
( )concorda parcialmente
( )concorda totalmente ( )não fez magistério
BLOCO IV – TRABALHO
21 – Você trabalha (ou faz algum estágio)?
( )Sim ( )Não
22 – Que atividade você executa no trabalho? ____________________________
23 – Caso esteja trabalhando (ou estagiando), você já exercia essa função
antes de entrar para a faculdade?
( )exercia e agora subiu de cargo
( )exercia e permanece no mesmo cargo
( )exercia atividade na área mas agora trabalha (faz estágio) em outro local
( )já exerceu esta atividade há muito tempo e agora retornou
( )nunca exerceu esta atividade
( )não trabalha (não faz estágio)
24 – O fato de ter entrado para a faculdade tem con tribuído para a sua atuação
no mercado de trabalho.
( )discorda totalmente ( )discorda parcialmente ( )indiferente
( )concorda parcialmente ( )concorda totalmente
25 – A faculdade contribuirá ou continuará contribu indo para a sua atuação no
mercado de trabalho.
( )discorda totalmente ( )discorda parcialmente ( )indiferente
( )concorda parcialmente ( )concorda totalmente
26 – Já trabalhou com carteira assinada?
( )Sim ( )Não
27 – Caso tenha trabalhado, qual a remuneração rece bida no último emprego
com carteira assinada (em salários mínimos)?
( )Abaixo de 1 ( )entre 1 e 3 ( )entre 3,1 e 4 ( )acima de 4,1
( )não trabalhou
28 – Qual a sua remuneração no seu trabalho (estági o) atual (em salários
mínimos)?
( )não é remunerado ( )Abaixo de 1
( )entre 1 e 2 ( )entre 2,1 e 3
( )entre 3,1 e 4 ( )acima de 4,1
( )não trabalha (não faz estágio)
29 – Em que local você trabalha (faz estágio)? ____________________________
30 – Você já tinha experiência anterior na área em que atua?
( )nenhuma ( )pouca ( )média ( )muita ( )excepcional
31 – Caso a resposta anterior tenha sido sim, de qu anto tempo foi a
experiência (em anos)?
( )1 ( )entre 2 e 3 ( )entre 4 e 5
( )entre 5 e 6 ( )acima de 6
32 – O seu trabalho (estágio) é uma fonte de renda indispensável.
( )discorda totalmente ( )discorda parcialmente ( )indiferente
( )concorda parcialmente ( )concorda totalmente
33 – Você trabalha (faz estágio) para:
( )complemento familiar ( )garantir sua sobrevivência
( )adquirir experiência durante a faculdade ( )se manter independente
BLOCO V: CAMPUS DA UNIMONTES
34 – Você já ouviu falar sobre algum evento comunit ário (voltado para a
sociedade local) realizado pelo Campus UNIMONTES/São Francisco.
( )discorda totalmente ( )discorda parcialmente ( )indiferente
( )concorda parcialmente ( )concorda totalmente
35 – Como você avalia sua participação nesse evento :
( )não participou ( )participou parcialmente
( )teve boa participação ( )ajudou na elaboração do evento
( )nunca ouviu falar
36 – Você já ouviu falar sobre algum evento Cultura l (voltado para a sociedade
local) realizado pelo Campus UNIMONTES/São Francisco.
( )discorda totalmente ( )discorda parcialmente ( )indiferente
( )concorda parcialmente ( )concorda totalmente
37 – Como você avalia sua participação nesse evento :
( )não participou ( )participou parcialmente
( )teve boa participação ( )ajudou na elaboração do evento
( )nunca ouviu falar
38 – E quanto aos demais eventos extra-classe promo vido pela faculdade?
( )não participou ( )participou parcialmente
( )teve boa participação ( )ajudou na elaboração do evento
( )não houveram eventos desse tipo
39 – Como você avalia sua interação com as camadas mais baixas da
população local?
( )não tem contato – a faculdade não contribui para isso ( )há pouca interação
( )há média interação ( )há muita interação
( )há excepcional interação
40 – Como você avalia sua interação com o restante da sociedade local?
( )não tem contato – a faculdade não contribui para isso ( )há pouca interação
( )há média interação ( )há muita interação
( )há excepcional interação
41 – O Campus UNIMONTES/São Francisco é importante para a socied ade e
economia local.
( )discorda totalmente ( )discorda parcialmente ( )indiferente
( )concorda parcialmente ( )concorda totalmente
42 – O Campus UNIMONTES/São Francisco possui uma estrutura físic a.
( )discorda totalmente ( )discorda parcialmente ( )indiferente
( )concorda parcialmente ( )concorda totalmente
43 – O Campus UNIMONTES/São Francisco possui uma boa qualidade d e
ensino.
( )discorda totalmente ( )discorda parcialmente ( )indiferente
( )concorda parcialmente ( )concorda totalmente
44 – Quais as suas perspectivas para o mercado de t rabalho quando formar?
( )não há perspectivas ( )perspectivas razoáveis
( )boas perspectivas ( )ótimas perpectivas
( )está certo de que conseguirá inserir(ou permanecer) no mercado de trabalho
45 – Qual a sua sugestão quanto ao Campus?____________________________
OBRIGADA PELA COLABORAÇÃO!
10.2 Questionário para professores
QUESTIONÁRIO
CÓDIGO 2
NÚMERO DO QUESTIONÁRIO________
Meu nome é Ana Márcia Rodrigues. Sou acadêmica do 8° período de Ciências
Econômicas da UNIMONTES e estou realizando uma pesquisa, cuja finalidade é
avaliar as transformações sócio-econômicas provocadas pelo Campus UNIMONTES
na Cidade de São Francisco/MG. Sua colaboração, enquanto participante do corpo
docente ou discente, é de extrema importância para a realização desta pesquisa.
Você não será identificado neste questionário e todas as informações fornecidas
serão confidenciais.
BLOCO I: CARACTERÍSTICAS INDIVIDUAIS
1 – Sexo
( )Feminino ( )Masculino
2 – Estado Civil
( )Solteiro ( )Casado ( )viúvo ( )Outro
3 – Qual a sua idade?
( )Entre 15 e 19 ( )Entre 20 e 24 ( )Entre 25 e 29 ( )Entre 30 e 34
( )Acima de 35
4 – Você se considera uma pessoa de cor:
( )Branca ( )Parda ( ) amarela ( )Negra
( )Outra
5 – Condição no domicílio:
( )Chefe ( )Cônjuge ( )Filho ( )Divide aluguel
( )Outros
6 – Você é natural de:
( )São Francisco
( )Montes Claros
( )Brasília de Minas
( )Outra cidade norte-mineira (especificar)__________________________________
( )Outra localidade (especificar)_________________________________________
7 – Há quanto tempo você reside em São Francisco (e m anos)?
( )não reside ( )abaixo de 1 ( )entre 1 e 3 ( )entre 3 e meio e 5
( )acima de 5 e meio
8 – Você mora em casa:
( )Própria ( )Alugada ( )Cedida
( )Outros (especificar)____________________________
9 – Quantas pessoas residem em sua casa?
( )1 ( )entre 2 e 3 ( )entre 4 e 5 ( )entre 5 e 6
( )acima de 6
BLOCO II: RENDA
10 – Qual a renda familiar mensal (em salários míni mos)?
( )entre 1 e 4 ( )entre 4,1 e 8 ( )entre 8,1 e 12 ( )entre 12,1 e 16
( )acima de 16,1
11 – Quantas pessoas contribuem com o orçamento fam iliar?
( )1 ( )entre 2 e 3 ( )entre 4 e 5 ( )entre 5 e 6
( )acima de 6
13 – Da sua renda mensal quanto você gasta com:
Alimentação____________________________
Lazer_________________________________
Saúde________________________________
Vestuário______________________________
Gás___________________________________
Educação______________________________
Moradia________________________________
Transporte______________________________
Outros gastos (especificar)__________________________________________
Impostos (especificar)______________________________________________
14 – Quais as suas estimativas de gastos mensais na cidade de São Francisco
(em salários mínimos)?
( )Abaixo de 1 ( )entre 1 e 4 ( )entre 4,1 e 8 ( )entre 8,1 e 12
( )acima de 12,1
BLOCO III – CAPACITAÇÃO
15 – Qual a sua escolaridade?
( )Superior incompleto
( )Superior completo
( )Superior completo com pós latu sensu
( )Mestrado
( )Doutorado
( )Pós-Doutorado
16 – Em que curso você atua?
( )História ( )Matemática ( )ambos
17 – Em qual(is) período(s) você atua? ___________________________________
18 – Quantos cursos (não se trata de curso superior ) você possui?
( )nenhum ( )entre 1 e 2 ( )entre 2 e 3
( )entre 3 e 4 ( )acima de 5
19 – Este(s) curso(s) tem possibilitado a sua atuaç ão no mercado de trabalho.
( )discorda totalmente ( )discorda parcialmente ( )indiferente
( )concorda parcialmente ( )concorda totalmente
BLOCO IV – TRABALHO
20 – Você trabalha no Campus UNIMONTES/São Francisco?
( )sim ( )não
21 – O Campus UNIMONTES/São Francisco contribui para a sua atuaç ão no
mercado de trabalho.
( )discorda totalmente ( )discorda parcialmente ( )indiferente
( )concorda parcialmente ( )concorda totalmente
22 – Já trabalhou com carteira assinada?
( )Sim ( )Não
23 – Caso tenha trabalhado, qual a remuneração rece bida no último emprego
com carteira assinada (em salários mínimos)?
( )entre 1 e 4 ( )entre 4,1 e 8 ( )entre 8,1 e 12 ( )entre 12,1 e 16
( )acima de 16,1
24 – Qual a sua remuneração recebida no Campus UNIMONTES/São Francisco
(em salários mínimos)?
( )entre 1 e 4 ( )entre 4,1 e 8 ( )entre 8,1 e 12 ( )entre 12,1 e 16
( )acima de 16,1
25 – Você já tinha experiência anterior na área em que atua?
( )nenhuma ( )pouca ( )média ( )muita ( )excepcional
26 – Caso a resposta anterior tenha sido sim, de qu anto tempo foi a
experiência (em anos)?
( )1 ( )entre 2 e 3 ( )entre 4 e 5 ( )entre 5 e 6
( )acima de 6
27 – O seu trabalho atual é uma fonte de renda indi spensável.
( )discorda totalmente ( )discorda parcialmente ( )indiferente
( )concorda parcialmente ( )concorda totalmente
28 – Você trabalha para:
( )complemento familiar ( )garantir sua sobrevivência ( )adquirir experiência
( )se manter independente
29 – Você trabalha em outros locais? Quais?________ _____________________
BLOCO V: CAMPUS DA UNIMONTES
30 – Você já ouviu falar sobre algum evento comunit ário (voltado para a
sociedade local) realizado pelo Campus UNIMONTES/São Francisco.
( )discorda totalmente ( )discorda parcialmente ( )indiferente
( )concorda parcialmente ( )concorda totalmente
31 – Como você avalia sua participação nesse evento :
( )não participou ( )participou parcialmente
( )teve boa participação ( )ajudou na elaboração do evento
( )nunca ouviu falar
32 – Você já ouviu falar sobre algum evento Cultura l (voltado para a sociedade
local) realizado pelo Campus UNIMONTES/São Francisco.
( )discorda totalmente ( )discorda parcialmente ( )indiferente
( )concorda parcialmente ( )concorda totalmente
33 – Como você avalia sua participação nesse evento :
( )não participou ( )participou parcialmente
( )teve boa participação ( )ajudou na elaboração do evento
( )nunca ouviu falar
34 – E quanto aos demais eventos extra-classe promo vido pela faculdade?
( )não participou ( )participou parcialmente
( )teve boa participação ( )ajudou na elaboração do evento
( )não houveram eventos desse tipo
35 – Como você avalia sua interação com as camadas mais baixas da
população local?
( )não tem contato – a faculdade não contribui para isso ( )há pouca interação
( )há média interação ( )há muita interação
( )há excepcional interação
36 – Como você avalia sua interação com o restante da sociedade local?
( )não tem contato – a faculdade não contribui para isso ( )há pouca interação
( )há média interação ( )há muita interação
( )há excepcional interação
37 – O Campus UNIMONTES/São Francisco é importante para a socied ade e
economia local.
( )discorda totalmente ( )discorda parcialmente ( )indiferente
( )concorda parcialmente ( )concorda totalmente
38 – O Campus UNIMONTES/São Francisco possui uma estrutura físic a.
( )discorda totalmente ( )discorda parcialmente ( )indiferente
( )concorda parcialmente ( )concorda totalmente
39 – O Campus UNIMONTES/São Francisco possui uma boa qualidade d e
ensino.
( )discorda totalmente ( )discorda parcialmente ( )indiferente
( )concorda parcialmente ( )concorda totalmente
OBRIGADA PELA COLABORAÇÃO!
10.3 Questionário para funcionários técnico-adminis trativos
QUESTIONÁRIO
CÓDIGO 3
NÚMERO DO QUESTIONÁRIO________
Meu nome é Ana Márcia Rodrigues. Sou acadêmica do 8° período de Ciências
Econômicas da UNIMONTES e estou realizando uma pesquisa, cuja finalidade é
avaliar as transformações sócio-econômicas provocadas pelo Campus UNIMONTES
na Cidade de São Francisco/MG. Sua colaboração, enquanto participante do corpo
docente ou discente, é de extrema importância para a realização desta pesquisa.
Você não será identificado neste questionário e todas as informações fornecidas
serão confidenciais.
BLOCO I: CARACTERÍSTICAS INDIVIDUAIS
1 – Sexo
( )Feminino ( )Masculino
2 – Estado Civil
( )Solteiro ( )Casado ( )viúvo ( )Outro
3 – Qual a sua idade?
( )Entre 15 e 19 ( )Entre 20 e 24 ( )Entre 25 e 29 ( )Entre 30 e 34
( )Acima de 35
4 – Você se considera uma pessoa de cor:
( )Branca ( )Parda ( ) amarela ( )Negra
( )Outra
5 – Condição no domicílio (em São Francisco):
( )Chefe ( )Cônjuge ( )Filho
( )Divide aluguel com amigos
( )Outros
6 – Você é natural de:
( )São Francisco
( )Montes Claros
( )Brasília de Minas
( )Outra cidade norte-mineira (especificar)_________________________________
( )Outra localidade (especificar)_________________________________________
7 – Há quanto tempo você reside em São Francisco (e m anos)?
( )não reside ( )abaixo de 1 ( )entre 1 e 3 ( )entre 3 e meio e 5
( )acima de 5 e meio
8 – Em São Francisco você mora em casa:
( )Própria ( )Alugada ( )Cedida
( ) vem e volta todos os dias para a cidade onde mora
( )Outros (especificar)______________________________
9 – Quantas pessoas residem em sua casa?
( )1 ( )entre 2 e 3 ( )entre 4 e 5 ( )entre 5 e 6
( )acima de 6
BLOCO II: RENDA
10 – Qual a renda familiar mensal (em salários míni mos)?
( )Abaixo de 1 ( )entre 1 e 4 ( )entre 3,1 e 4 ( )entre 4,1 e 5 ( )acima de
5,1
11 – Quantas pessoas contribuem com o orçamento fam iliar?
( )1 ( )entre 2 e 3 ( )entre 4 e 5 ( )entre 5 e 6
( )acima de 6
12 – Da sua renda mensal quanto você gasta com:
Alimentação____________________________
Lazer_________________________________
Saúde________________________________
Vestuário______________________________
Gás__________________________________
Educação (inclui xerox)___________________
Moradia_______________________________
Transporte_____________________________
Outros gastos (especificar)_____________________________________________
Impostos (especificar)_________________________________________________
13 – Quais as suas estimativas de gastos mensais na cidade de São Francisco
(em salários mínimos)?
( )Abaixo de 1 ( )entre 1 e 3 ( )entre 3,1 e 4 ( )entre 4,1 e 5 ( )acima de
5,1
BLOCO III – CAPACITAÇÃO
14 – Qual a sua escolaridade?
( )nenhuma
( )ensino fundamental incompleto
( )ensino fundamental completo
( )ensino médio incompleto
( )ensino médio completo
( )Superior incompleto
( )Superior completo
( )Superior completo com pós latu sensu
( )Mestrado
15 – Caso faça algum curso, que curso você faz? _________________________
16 – E em que período você está? ______________________________________
17 – Quantos cursos (não se trata de curso superior ) você possui?
( )nenhum ( )entre 1 e 2 ( )entre 2 e 3
( )entre 3 e 4 ( )acima de 5
18 – Este(s) curso(s) tem possibilitado a sua atuaç ão no mercado de trabalho.
( )discorda totalmente ( )discorda parcialmente ( )indiferente
( )concorda parcialmente ( )concorda totalmente
BLOCO IV – TRABALHO
19 – Você trabalha no Campus UNIMONTES/São Francisco?
( )Sim ( )Não
20 – Que atividade você executa no trabalho? ____________________________
21 – Caso esteja trabalhando, você já exercia essa função antes da
implantação do Campus?_____________________________________________
22 – A implantação do Campus UNIMONTES/São Francisco tem contribuído
para a sua atuação no mercado de trabalho.
( )discorda totalmente ( )discorda parcialmente ( )indiferente
( )concorda parcialmente ( )concorda totalmente
23 – Já trabalhou com carteira assinada?
( )Sim ( )Não
24 – Caso tenha trabalhado, qual a remuneração rece bida no último emprego
com carteira assinada (em salários mínimos)?
( )Abaixo de 1 ( )entre 1 e 3 ( )entre 3,1 e 4 ( )acima de 4,1
( )não trabalhou
25 – Qual a sua remuneração no seu trabalho atual ( em salários mínimos)?
( )Abaixo de 1 ( )entre 1 e 4 ( )entre 3,1 e 4 ( )entre 4,1 e 5 ( )acima de
5,1
26 – Em que local você trabalha (faz estágio)? ____________________________
27 – Você já tinha experiência anterior na área em que atua?
( )nenhuma ( )pouca ( )média ( )muita ( )excepcional
28 – Caso a resposta anterior tenha sido sim, de qu anto tempo foi a
experiência (em anos)?
( )1 ( )entre 2 e 3 ( )entre 4 e 5 ( )entre 5 e 6
( )acima de 6
29 – O seu trabalho é uma fonte de renda indispensá vel.
( )discorda totalmente ( )discorda parcialmente ( )indiferente
( )concorda parcialmente ( )concorda totalmente
30 – Você trabalha para:
( )complemento familiar ( )garantir sua sobrevivência
( )adquirir experiência durante a faculdade ( )se manter independente
BLOCO V: CAMPUS DA UNIMONTES
31 – Você já ouviu falar sobre algum evento comunit ário (voltado para a
sociedade local) realizado pelo Campus UNIMONTES/São Francisco.
( )discorda totalmente ( )discorda parcialmente ( )indiferente
( )concorda parcialmente ( )concorda totalmente
32 – Como você avalia sua participação nesse evento :
( )não participou ( )participou parcialmente
( )teve boa participação ( )ajudou na elaboração do evento
( )nunca ouviu falar
33 – Você já ouviu falar sobre algum evento Cultura l (voltado para a sociedade
local) realizado pelo Campus UNIMONTES/São Francisco.
( )discorda totalmente ( )discorda parcialmente ( )indiferente
( )concorda parcialmente ( )concorda totalmente
34 – Como você avalia sua participação nesse evento :
( )não participou ( )participou parcialmente
( )teve boa participação ( )ajudou na elaboração do evento
( )nunca ouviu falar
35 – E quanto aos demais eventos extra-classe promo vido pela faculdade?
( )não participou ( )participou parcialmente
( )teve boa participação ( )ajudou na elaboração do evento
( )não houveram eventos desse tipo
36 – Como você avalia sua interação com o restante da sociedade local?
( )não tem contato – a faculdade não contribui para isso ( )há pouca interação
( )há média interação ( )há muita interação
( )há excepcional interação
37 – O Campus UNIMONTES/São Francisco é importante para a socied ade e
economia local.
( )discorda totalmente ( )discorda parcialmente ( )indiferente
( )concorda parcialmente ( )concorda totalmente
38 – O Campus UNIMONTES/São Francisco possui uma estrutura físic a.
( )discorda totalmente ( )discorda parcialmente ( )indiferente
( )concorda parcialmente ( )concorda totalmente
OBRIGADA PELA COLABORAÇÃO!
10.4 Entrevista com a coordenação do Campus UNIMONTES – São
Francisco/MG
ENTREVISTA
CÓDIGO 4
Meu nome é Ana Márcia Rodrigues. Sou acadêmica do 8° período de Ciências
Econômicas da UNIMONTES e estou realizando uma pesquisa, cuja finalidade é
avaliar as transformações sócio-econômicas provocadas pelo Campus UNIMONTES
na Cidade de São Francisco/MG. Sua colaboração, enquanto participante do corpo
docente ou discente, é de extrema importância para a realização desta pesquisa.
1 – Como foi feita a escolha do local do Campus e dos cursos a serem
ofertados?
2 – Quem financia o Campus? Quais as parcerias com demais instituições
além da UNIMONTES?
3 – Possui os orçamentos planejado e executado desd e a instalação até os
dias atuais?
4 – Quais as despesas com pessoal, material permane nte, entre outras neste
período?
4 – Possui atividades de extensão desenvolvidas?
5 – Há grupos de pesquisa?
6 – Quantos alunos estão matriculados em 2006?
7 – Destes, quantos são do sexo feminino e quantos são do sexo masculino?
8 – Os alunos são de São Francisco? Os alunos são d a região?
9 – Quantos professores o Campus possui?
10 – De onde são esses professores?
11 – Como é feito o transporte dos professores para a cidade?
12 – Quantos funcionários técnico-administrativos o Campus possui?
13 – Qual o vínculo destes servidores com a UNIMONT ES?
14 – Quais os cursos e períodos existentes no Campus?
15 – Qual o horário de funcionamento do Campus? Quais os turnos dos
cursos?
16 – Quais os eventos de extensão já foram promovid os pelo Campus?
17 – A Universidade/os departamentos, estimulam a p romoção destes
eventos?
18 – Os eventos são promoção do próprio Campus?
19 – Que tipo de eventos são esses?
20 – Os alunos participam de eventos fora da sede, tais como viagens,
congressos, etc?
22 – Como você avalia sua interação dos acadêmicos com a comunidade
local?
23 – Você considera a instalação do Campus importante para a sociedade e
economia local? Por quê?
24 – Você considera que o Campus UNIMONTES/São Francisco possui uma
estrutura física adequada?
25 – O espaço físico do Campus já existia, ou foi criado especialmente para
atender a UNIMONTES?
OBRIGADA PELA COLABORAÇÃO!
10.5 Entrevista com o representante da Prefeitura M unicipal de São
Francisco/MG
ENTREVISTA
CÓDIGO 5
Meu nome é Ana Márcia Rodrigues. Sou acadêmica do 8° período de Ciências
Econômicas da UNIMONTES e estou realizando uma pesquisa, cuja finalidade é
avaliar as transformações sócio-econômicas provocadas pelo Campus UNIMONTES
na Cidade de São Francisco/MG. Sua colaboração é de extrema importância para a
realização desta pesquisa.
1 – Após a implantação do Campus da UNIMONTES, há r egistros de
empreendimentos abertos na cidade?
2 – Quantos são estes empreendimentos?
3 – Que empreendimentos são esses?
4 – Esses empreendimentos foram instalados em funçã o da implantação do
Campus?
OBRIGADA PELA COLABORAÇÃO!
10.6 Entrevista com o responsável pela instalação d a UNIMONTES em São
Francisco.
ENTREVISTA
CÓDIGO 6
Meu nome é Ana Márcia Rodrigues. Sou acadêmica do 8° período de Ciências
Econômicas da UNIMONTES e estou realizando uma pesquisa, cuja finalidade é
avaliar as transformações sócio-econômicas provocadas pelo Campus UNIMONTES
na Cidade de São Francisco/MG. Sua colaboração, enquanto participante do corpo
docente ou discente, é de extrema importância para a realização desta pesquisa.
1 – A prefeitura teve que influência na escolha do local do Campus e dos
cursos a serem ofertados?
2 – Em que sentido a prefeitura financia o Campus?
3 – Como foi estabelecido o espaço físico do Campus?
4 – Possui os orçamentos planejado e executado desd e a instalação até os
dias atuais?
5 – Quais as despesas com pessoal, material permane nte, entre outras neste
período? E quais as despesas com água, luz, telefon e, etc. ?
6 – Como é feito o transporte dos professores para a cidade?
7 – Quantos funcionários o Campus possui?
8 - Já houve ou ocorre com freqüência algum evento comunitário (voltado para
a sociedade local) realizado pelo Campus?
9 – Já houve algum evento Cultural (voltado para a sociedade local) realizado
pelo Campus?
10 – E quanto aos demais eventos de extensão promov idos pelo Campus?
11 – Como você avalia sua interação dos acadêmicos com a comunidade
local?
12 – Você considera o Campus UNIMONTES/São Francisco importante para a
sociedade e economia local? Por que?
13 – Você considera que o Campus UNIMONTES/São Francisco possui uma
estrutura física adequada?
OBRIGADA PELA COLABORAÇÃO!
10.7 Entrevista com o representante do cursinho pré -vestibular
ENTREVISTA
CÓDIGO 7
Meu nome é Ana Márcia Rodrigues. Sou acadêmica do 8° período de Ciências
Econômicas da UNIMONTES e estou realizando uma pesquisa, cuja finalidade é
avaliar as transformações sócio-econômicas provocadas pelo Campus UNIMONTES
na Cidade de São Francisco/MG. Sua colaboração, enquanto participante do corpo
docente ou discente, é de extrema importância para a realização desta pesquisa.
1 – Essa instituição já existia antes da instalação do Campus da UNIMOTES
nesta cidade?
2 – Quando foi o ano de implantação desta instituiç ão?
3 – Quais as áreas de estudo oferecidas?
4 – Quantos alunos estão matriculados?
5 – Quantos professores a instituição possui? Qual a qualificação desses
professores? São alunos da UNIMONTES/São Francisco?
6 – Quantos funcionários a instituição possui?
7 – Essa instituição exerce que importância na sua renda? Qual?
8 – Na sua opinião, qual a importância desta instit uição para a geração de
emprego e renda no município de São Francisco?
9 – Qual a importância implantação da UNIMONTES/São Francisco para esta
instituição?
10 – Após a implantação da UNIMONTES aumentaram as matrículas?
11 – Você considera o Campus UNIMONTES/São Francisco importante para a
sociedade e economia local? Por quê?
OBRIGADA PELA COLABORAÇÃO!
10.8 Entrevista com os representantes de escolas pa rticulares
ENTREVISTA
CÓDIGO 8
Meu nome é Ana Márcia Rodrigues. Sou acadêmica do 8° período de Ciências
Econômicas da UNIMONTES e estou realizando uma pesquisa, cuja finalidade é
avaliar as transformações sócio-econômicas provocadas pelo Campus UNIMONTES
na Cidade de São Francisco/MG. Sua colaboração, enquanto participante do corpo
docente ou discente, é de extrema importância para a realização desta pesquisa.
1 – Essa instituição já existia antes da instalação do Campus da UNIMOTES
nesta cidade?
2 – Quando foi o ano de implantação desta instituiç ão?
3 – São oferecidos ensino fundamental e médio?
4 – Quantos alunos estão matriculados?
5 – Quantos professores a instituição possui? Qual a qualificação desses
professores? São alunos da UNIMONTES/São Francisco?
6 – Quantos funcionários a instituição possui?
7 – Essa instituição exerce que importância na sua renda? Qual?
8 – Na sua opinião, qual a importância da instituiç ão para geração de emprego
e renda no município?
9 – Qual a importância da implantação da UNIMONTES, na constituição desta
instituição?
10 – Após a implantação da UNIMONTES aumentaram as matrículas?
11 – Você considera o Campus UNIMONTES/São Francisco importante para a
sociedade e economia local? Por quê?
OBRIGADA PELA COLABORAÇÃO!
11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOISIER, S. Em busca do Esquivo Desenvolvimento Regional. Brasília, Ipea,
Revista Planejamento e Políticas Públicas, n.13, 1996.
DUARTE, S.V.; FURTADO, M.S.V. Manual para Elaboração de Monografias e
Projetos de Pesquisas. 3 ª ed. Montes Claros: Unimontes, 2002.
FURTADO, C. A Nova Dependência. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982.
GONÇALVES, R.A. et al. Egressos da Unimontes – 1995 a 1998 uma análise de
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GIL, A. C. Como Elaborar Projeto de Pesquisa. São Paulo: Atlas S.A, 1989.
GUJARATI, D. N. Econometria Básica. 3.ed. São Paulo: Pearson Makron Books,
2000.
HADDAD, P. R. Contabilidade Social e Economia Regional: Análise de Insumo-
Produto. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1976.
HADDAD, P. R.; FERREIRA, C.M.C.; BOISIER, S; ANDRADE, T. A. Economia
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KEYNES, J. M. A Teoria Geral do Emprego dos Juros e da Moeda. São Paulo: Abril
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LIMA, R. C; PEREIRA, L. M. Unimontes 40 Anos de História. Montes Claros: Editora
Unimontes, 2002.
LOPES, L. M.; VASCONCELLOS, A. S. Manual de Macroeconomia: Nível Básico e
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LUCAS, R. E. Jr.: "On the Mechanics of Economics Development," en Journal of
Monetary Economics, Vol.22, pp 3-42, North Holland, 1988.
MARTINS, R. Projeto de Reformulação da Estrutura da Fundação Mineira de Ensino
Superior. Montes Claros: FUNM, 1972.
OLIVEIRA, M. F. M.; RODRIGUES, L; CARDOSO, J. M.; BOTELHO,T. R. Formação
Econômica e Social do Norte de Minas. Montes Claros, Editora Unimontes, 2000.
ROMER, P. Endogeneous Technological Change. Journal of Political Economic, 98 (outubro). P. 71-102, 1990.
SACHS, J.D.; LARRAIN, F. B. Macroeconomia. São Paulo: Makron, 1995.
SOLOW, R. M. A contribution to the theory of economic grouth. Quartely Journal of
economics 70 (fevereiro). P. 65-94, 1956.
SOUZA, N.J. Desenvolvimento Econômico. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
UNESCO. Tendências da Educação Superior para o Século XXI. 1998.
12 PLANO DE ESTUDO
INTRODUÇÃO
1 A IMPORTÂNCIA DO ENSINO SUPERIOR PARA O DESENVOLV IMENTO
REGIONAL
1.1 As abordagens de Keynes, Solow, Romer, Lucas e a Teoria do
Desenvolvimento Endógeno
1.2 Universidade como fator de desenvolvimento r egional
1.3 A Universidade Estadual de Montes Claros – U NIMONTES
1.3.2.1 O processo seletivo
1.3.2.2 Corpo docente de discente
1.3.2.3 Atividades de Pesquisa e Extensão
2 O CAMPUS DA UNIMONTES NO MUNICÍPIO DE SÃO FRANCISCO/MG
2.1 O município de São Francisco/MG: característ icas físicas e
econômicas
2.2 A implantação do Campus da UNIMONTES no município de São
Francisco/MG
2.3 O Campus da UNIMONTES em São Francisco/MG
2.4 Programas de extensão e eventos promovidos pe lo Campus da
UNIMONTES em São Francisco/MG
3 TRANSFORMAÇÕES GERADAS PELA UNIMONTES NA COMUNIDA DE
SANFRANCISCANA
3.1 Metodologia de análise
3.1.1 Pesquisa descritiva
3.1.2 População e amostra
3.2 Perfil do corpo docente, discente e funcionár ios técnico-
administrativos do Campus UNIMONTES – São Francisco/MG
3.3 Algumas transformações ocorridas no município de São Francisco/MG
após a implantação do Campus da UNIMONTES
3.2.1 Corpo discente
3.2.2 Corpo docente
Funcionários técnico-administrativos
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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