altamira e cametá: histórias semelhantes,...
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Uma análise dos indicadores de violência dos dois municípios a partir do marco do licenciamento da UHE de Belo Monte.
Altamira e Cametá:Histórias semelhantes, destinos diferentes.
Agosto / 2017
#violência
Um olhar sobre o
impacto de grandes
empreendimentos
no território.
RECORTES
3
#violência
Este relatório, o primeiro de uma
série do projeto Socioeconomia.
org, do Instituto Dialog, traz à tona
uma análise comparativa entre
dois municípios do mesmo estado
com histórias semelhantes e
destinos muito diferentes. O Atlas
da Violência - publicado pelo IPEA
em 2017- apresenta o município
paraense de Altamira como o mais
violento do Brasil enquanto Cametá
está entre os 30 mais pacíficos.
Os dados do município de Altamira
sugerem uma relação entre o
aumento do número de homicídios
e mortes violentas com causa
indeterminada (MVCI) e o processo de
implantação da UHE de Belo Monte,
empreendimento que vem impactando
decisivamente a região.
Os municípios têm populações
próximas e as curvas de dados de
violência seguem semelhantes
até que um evento disruptivo
provoca uma mudança imediata
de comportamento no gráfico de
Altamira. Outro indicador que sofre
uma variação atípica no mesmo ano
é o PIB. A partir deste momento, o
abismo entre os indicadores dos
dois municípios se acentua de
forma exponencial.
As alterações mais significativas
ocorrem a partir de 2009/2010,
exatamente no período de análise/
emissão da Licença Prévia (LP)
de Belo Monte, documento que
confirma, de modo público e oficial,
a viabilidade do empreendimento
dando início aos movimentos de
trabalhadores e fornecedores.
Apresentação
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#violência
No último dia 05/06 o IPEA e o
Fórum Brasileiro de Segurança
Pública divulgaram o Atlas da
Violência, estudo que apurou
a quantidade de homicídios
nos municípios brasileiros com
dados até 2015. Nele foram
apresentados dois rankings, o
das 30 cidades mais violentas e
o das 30 cidades mais pacífi cas
do Brasil com população
superior a 100 mil habitantes.
Para este ranqueamento
considerou-se não apenas
as mortes reportadas como
homicídios, mas também foram
somadas as Mortes Violentas
com Causa Indeterminada
(MVCI) com o objetivo de evitar
subnotifi cações. O exemplo
mais evidente do porquê da
adoção dessa metodologia é
dado pelo próprio estudo no caso
do município de Barreiras/BA,
que teve 1 homicídio reportado
em 2015, o que faria dela a
cidade do Brasil com índice mais
baixo de homicídios por 100 mil
habitantes (0,6 versus índice
nacional de 28,9). Por outro
lado, no mesmo período foram
reportadas 119 MVCI naquela
localidade, o que a posiciona
de fato como a 14ª cidade mais
violenta do país nos parâmetros
propostos pelo estudo.
Cidades Violentas
5
#violência
Segundo este ranking, o município mais violento do Brasil
é Altamira/PA, maior município do Brasil em área e que
tem população de 108.382 habitantes segundo estimativa
do IBGE. Somando-se as taxas de homicídios e MVCI o
município registrou índice 107, fazendo dele um fora da
curva mesmo dentro da lista dos 30 mais violentos.
Tabela 1: Os 30 municípios mais violentos em 2015, com população superior a 100 mil habitantes, segundo a soma das taxas de homicídio e de MVCI
# UF Município Populção Número de Homicídios
Número de MVCI
Taxa de Homicídios Taxa de MVCI
Taxa de Homicídio +
MVCI1 PA Altamira 108.382 114 2 105,2 1,8 1072 BA Lauro de Freitas 191.436 177 10 92,5 5,2 97,73 SE Nossa Senhora do Socorro 177.344 159 12 89,7 6,8 96,44 MA São José de Ribamar 174.267 159 9 91,2 5,2 96,45 BA Simões Filho 133.202 112 11 84,1 8,3 92,36 CE Maracanaú 221.504 172 26 77,7 11,7 89,47 BA Teixeira de Freitas 157.804 114 25 72,2 15,8 88,18 PR Piraquara 104.481 83 8 79,4 7,7 87,19 BA Porto Seguro 145.431 123 2 84,6 1,4 86
10 PE Cabo de Santo Agostinho 200.456 147 24 73,3 12 85,311 PA Marabá 262.085 201 15 76,7 5,7 82,412 RS Alvorada 206.561 162 4 78,4 1,9 80.413 CE Fortaleza 2.591.188 1729 295 66,7 11,4 78,114 BA Barreiras 153.918 1 119 0,6 77,3 7815 BA Camaçari 286.919 207 16 72,1 5,6 77,716 PA Marituba 122.916 94 0 76,5 0 76,517 PR Almirante Tamandaré 112.870 72 14 63,8 12,4 76,218 BA Alagoinhas 154.495 103 14 66,7 9,1 75,719 BA Eunápolis 113.191 66 19 58,3 16,8 75,120 GO Novo Gama 106.677 79 1 74,1 0,9 7521 GO Luziânia 194.039 143 2 73,7 1 74,722 PB Santa Rita 134.940 100 0 74,1 0 74,123 MA São Luis 1.073.893 758 36 70,6 3,4 73,924 GO Senador Canedo 100.367 74 0 73,7 0 73,725 PA Ananideua 505.404 352 3 69.6 0,6 70,226 GO Tindade 117.454 82 0 69,8 0 69,827 CE Caucaia 353.932 209 38 59,1 10,7 69,828 PE Igarassu 112.463 60 18 53,4 16 69,429 ES Serra 485.376 315 21 64,9 4,3 69,230 BA Feira de Santana 617.528 218 205 35,3 33,2 68,5
Fonte: MS/SVS/CGIAE - Sistema de informação sobre mortalidade - SIM. O número de homicídios no município de residência foi obtido pela soma das seguintes. CIDs 10: x85 - Y09 e Y35- Y36, ou seja: óbitos causados por agressão mais intervenção legal. taxa de homicídios por 100 mil habitantes. Elaboração Diest/Ipea.
Uma aparente contradição no Pará
Rodolfo Oliveira / Ag.Pará
Orla da cidade de Altamira (PA)
banhada pelo rio Xingú.
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#violência
Por outro lado, na 22ª colocação da lista dos 30 mais pacífi cos fi gura
o município paraense de Cametá, cidade histórica fundada em 1635
com população estimada pelo IBGE de 130.868 e famosa por ser um
dos principais focos da Cabanagem, principal revolta cívica do período
Regencial do Brasil. Ou seja, duas cidades de porte semelhante e no
mesmo estado estão em lados diametralmente opostos do ranking.
É preciso investigar as possíveis causas de uma divergência tão
grande entre “cidades irmãs”.
Tabela 2: Os 30 municípios mais pacífi cos em 2015, com população superior a 100 mil habitantes, segundo a soma das taxas de homicídio e de MVCI
# UF Município Populção Número de Homicídios
Número de MVCI
Taxa de Homicídios Taxa de MVCI
Taxa de Homicídio +
MVCI1 SC Jaraguá do Sul 163.735 5 1 3,1 0,6 3,72 SC Brusque 122.775 5 0 4,1 0 4,13 SP Americana 229.322 9 2 3,9 0,9 4,84 SP Jaú 143.283 7 2 4,9 1,4 6,35 MG Araxá 102.238 6 1 5,9 1 6,86 SP Botucatu 139.483 6 4 4,3 2,9 7,27 SP Bragança Paulista 160.665 11 1 6,8 0,6 7,58 SP Jundiaí 401.896 28 3 7 0,7 7,79 MG Conselheiro Lafaiete 125.421 8 2 6,4 1,6 8
10 RJ Teresópolis 173.060 11 3 6,4 1,7 8,111 SP Presidente Prudente 222.192 18 0 8,1 0 8,112 SP Mogi Guaçu 147.233 11 1 7,5 0,7 8,213 MG Barbacena 134.924 9 2 6,7 1,5 8,214 SP Marília 232.006 15 4 6,5 1,7 8,215 SP Valinhos 120.258 4 6 3,3 5 8,316 SP Araquara 226.508 17 2 7,5 0,9 8,417 RS Bagé 121.749 11 0 9 0 918 SP Limeira 296.440 24 3 8,1 1 9,119 SP Bauru 366.992 32 2 8,7 0,5 9,320 SP Itatiba 113.284 10 1 8,8 0,9 9,721 SC Blumenau 338.876 33 0 9,7 0 9,922 PA Cametá 130.868 13 0 9,9 0 9,923 MG Lavras 100.243 9 1 9 1 10,124 SP Araras 128.895 11 2 8,5 1,6 10,225 SP Votorantim 117.794 7 5 5,9 4,2 10,526 SP Saito 114.171 10 2 8,8 1,8 10,927 SP Catanduva 119.480 13 0 10,9 0 11,128 SP Santana de Parnaíba 126.574 8 6 6,3 4,7 11,129 SP Tatuí 116.682 11 2 9,4 1,7 11,130 PR Maringá 397.437 43 2 10,8 0,5 11,3
Fonte: MS/SVS/CGIAE - Sistema de informação sobre mortalidade - SIM. O número de homicídios no município de residência foi obtido pela soma das seguintes. CIDs 10: x85 - Y09 e Y35- Y36, ou seja: óbitos causados por agressão mais intervenção legal. taxa de homicídios por 100 mil habitantes. Elaboração Diest/Ipea.
Rodolfo Oliveira / Ag.Pará
Policiais militares patrulham as ruas de Cametá (PA).
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#violência
Ao observar a trajetória dos homicídios ao longo dos últimos 13 anos,
observa-se claramente uma explosão da taxa em Altamira nos últimos anos,
particularmente a partir do ano de 2009, conforme gráfi co a seguir:
Evolução da Taxa de Homicídios por 100.000 habitantes
2003
100
80
60
40
20
02005
Cametá
hom
icíd
ios/
100
k
Altamira
2007 2009 2011 2013 2015
Município 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015Cametá 4 3 3 3 8 14 10 13 7 11 15 7 17 10Altamira 36 27 31 47 37 48 43 48 65 74 76 88 96 105
Fonte: Dados de Morbidade: DATASUS – SIM Óbitos por Causas Externas – Brasil; Óbitos p/Residência; Grande Grupo CID10: X85-Y09 Agressões, Y35-Y36 Intervenções legais e operações de guerra. População: Estimativa IBGE 2002, 2003, 2004, 2005, 2006,2008, 2009, 2011, 2012, 2013, 2015, Contagem de População 2007, Censo Demográfi co 2010. Elaboração Instituto Dialog
A análise visual do gráfi co nos leva a crer que há algum tipo de choque em
2009 que faz com que a cidade de Altamira registre esse aumento consistente
a partir daquele ano. Em 2008 Altamira registrou 43 homicídios e viu crescer
este número consistentemente todos os anos até chegar no patamar de
105 no ano de 2015. Já Cametá, por outro lado, saiu de 10 homicídios em
2008 para retornar aos mesmos 10 em 2015 tendo variado neste período entre
7 e 17 homicídios por ano.
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#violência
Hidrelétrica de Belo Monte: possível causa da escalada dos homicídios em Altamira
Em 1º de fevereiro de 2010 foi concedida licença prévia
para a UHE Belo Monte, no município paraense de Vitória
do Xingu. Apesar da casa de força da usina estar situada
neste município, os principais impactos socioeconômicos
foram observados em Altamira, que é o município do
entorno do empreendimento com maior infraestrutura e
que, consequentemente, acaba atraindo o maior número
de imigrantes para trabalhar na obra e o maior número de
prestadores de serviço.
Rodolfo Oliveira / Ag.Pará
Segundo estimativa do IBGE, Altamira (PA) tinha popula-
ção de 110 mil habitantes em 2016.
Oswaldo de Lima / Divulgação
Hidrelétrica Belo Monte iniciou a geração comercial de energia em Fev/2016
Diogo Muraski / Youtube
Praia da Orla , Altamira (Pa)
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#violência
Distanciamento econômico Ainda colocando as cidades de Cametá e Altamira como “irmãs”, por terem
populações próximas e estarem no mesmo estado, é interessante observar que o PIB de
Altamira cresceu fortemente a partir de 2010, saindo de um patamar de pouco mais de
800 milhões de reais para quase 4 bilhões em 2014 – um aumento de 369% - claramente
em função do seu papel de prestadora de serviços para a obra de Belo Monte.
Evolução PIB
2003
4000M
3500M
3000M
2500M
2000M
1500M
1000M
500M
0M
2005
Cametá
PIB
a p
reço
s co
rren
tes
Altamira
2007 2009 2011 2013
em milhares
Município 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014Cametá 226.174 237.645 221.070 259.798 283.335 325.540 355.218 408.615 475.011 555.606 617.316 738.755 891.984Altamira 284.447 316.440 377.712 410.774 444.963 600.500 640.103 690.687 842.408 1.288.182 2.206.576 3.094.031 3.950.289
Fonte: IBGE, valores nominais.
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#violência
Segundo dados ofi ciais do IBGE as populações de Altamira e Cametá evoluíram
de acordo com o gráfi co a seguir:
População
2003
120K
100K
80K
60K
40K
20K
0K
2005
Cametá
Pop
ula
ção
(est
.)
Altamira
2007 2009 2011 2013 2015
Município 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015Altamira 79.776 80.861 83.322 84.398 85.649 92.105 96.842 98.750 99.075 100.736 102.343 105.106 106.768 108.382Cametá 100.241 101.455 104.210 104.210 105.416 106.816 110.323 115.377 117.099 120.896 122.683 124.401 129.161 130.868
Fonte: População: Estimativa IBGE 2002, 2003, 2004, 2005, 2006,2008, 2009, 2011, 2012, 2013, 2015, Contagem de População 2007, Censo
Ressalva
Ao se observar a trajetória das estimativas das populações feitas pelo IBGE não se
observa o mesmo comportamento disruptivo em Altamira a partir de 2009-2010.
Isto ocorre em função da metodologia usada pelo IBGE, que mede as populações a
cada 10 anos nos censos (sendo o último realizado em 2010) e utiliza premissas
de crescimento vegetativo para o decênio seguinte até que haja outra coleta. Isto
signifi ca que as populações somente serão aferidas novamente em 2020. Para se
ter uma idéia do tamanho do fenômeno de migração, a prefeitura de Altamira
estima que a população da cidade hoje seja em torno de 140 mil pessoas, quase
30% mais do que a estimativa de crescimento vegetativo do IBGE.
11
#violência
Essa divergência nas estimativas têm um implicação prática muito
importante. As transferências federais para as prefeituras são
proporcionais às populações estimadas pelo IBGE. Ou seja, há uma
defasagem na arrecadação dos municípios que recebem grandes
migrações nos períodos entre os censos, como Altamira, pois as
transferências federais somente serão proporcionais à população
real na próxima aferição. Municípios do porte de Cametá e Altamira
são, em geral, bastante dependentes de transferências e possuem
dificuldades crônicas em aumentar as receitas, o que torna este
hiato entre o fenômeno de migração e o consequente aumento nas
demandas por infraestrutura e serviços públicos, ainda mais danoso
a um território que recebe grande fluxo migratório.
Evolução das Transferências Federais: Cametá e Altamira
2011 t3
50M
40M
30M
20M
10M
0 2012 t3
Cametá
Val
or
Trimestre
Altamira
2013 t3 2014 t3 2015 t3 2016 t3
12
#violência
Realidades distantes
Uma análise comparativa entre indicadores socioeconômicos após
o início das obras da usina de Belo Monte apresenta um panorama
de distanciamento entre as realidades dos dois municípios:
Altamira
107
84,6%
368,9%
9,9
13,3%
77,3%
CametáX
Taxa de Homicídios
+ MVCI
por 100.000 habitantes
Crescimento dos Homicídios
2008/10-2013/15 *
Crescimento Nominal do
PIB entre 2010-2015
*Este indicador foi elaborado utilizando a média de homicídios por 100.000 habitantes do triênio anterior às obras de Belo Monte comparada à média do triênio mais recente. Esta abordagem foi utilizada para dar mais consistência à variação relativa do período uma vez que os números absolutos do município de Cametá são muito baixos e, portanto, mais sensíveis à variação
13
#violência
Análise Socioeconomia.org
A observação do fenômeno da violência nestes
municípios permite constatar um vácuo de
políticas públicas no contexto de implantação
de grandes empreendimentos no Brasil. E Belo
Monte não pode ser interpretado como um caso
isolado. A história da implantação de grandes
empreendimentos tem se repetido, em geral,
em diferentes escalas do mesmo enredo. Os
territórios ficam expostos a fluxos migratórios
que alteram suas dinâmicas sociais, trazendo
ou amplificando questões como ocupação
desordenada do solo, criminalidade, sobrecarga
de serviços públicos, entre muitas outras. A
magnitude dessas transformações pode ser
marginal, em casos de grandes cidades ou regiões
metropolitanas, ou pode ser disruptiva, em
casos de pequenos municípios cujas dinâmicas
socioprodutivas são baseadas em culturas não
urbanas e economias tradicionais. Entre esses
extremos há diversas gradações.
14
#violência
Por mais bem-intencionados e instrumentalizados
que estejam os governos e empreendedores, não
há garantia de que as ações preventivas, mitigatórias
e compensatórias darão conta de um processo de
implantação menos agressivo ao território. Isto
porque, no contexto atual, o sucesso da gestão
socioeconômica depende menos da boa vontade
e da capacidade dos proponentes do que das
condições estruturais e do arcabouço legal que rege a
implantação de grandes empreendimentos.
O caso de Altamira mostra com clareza o
desencontro no tempo entre a ocorrência do
fenômeno e a disponibilidade de ferramentas
para geri-lo. Cabe lembrar que os planos de gestão
de impactos apresentados pelo empreendedor no âmbito do licenciamento
ambiental são submetidos junto ao EIA/RIMA e os compromissos subsequentes
são estabelecidos na Licença Prévia, que foi emitida em fevereiro de 2010, quando
os homicídios já começavam a crescer.
Quando se trata da implantação de grandes projetos o simples anúncio do
empreendimento já deflagra uma sequência inicial de efeitos sobre alguns
elementos da dinâmica socioeconômica do território, tais como a atração de
migrantes, o preço da terra e dos imóveis, entre outros. E esses efeitos vão
sendo amplificados e multiplicados a cada passo visível da implantação do
empreendimento conforme ilustrado no gráfico conceitual ao lado.
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#violência
Anúncio doempreendimento
Início do Licenciamento
CARTACONSULTA
PROTOCOLOEIA
LP LI LO
Protocolo EIA Programas
ImpactosSocioeconômicos
ImpactosAmbientais
ArrecadaçãoPlanosProgramas PlanosPlanos
Fonte: MARCONDES et al. “Parâmetros de Socioeconomia para Implantação de Grandes
Empreendimentos”. Paper não publicado 2017
Estabelece-se portanto o dilema que tem tornado quase
impossível a existência de casos bem- sucedidos de gestão
de socioeconomia em territórios que recebem grandes
empreendimentos. As ações com potencial de prevenir, mitigar
e compensar as mudanças negativas e ampliar as mudanças
positivas só são criadas após a conclusão dos estudos e planos,
que, por sua vez, só são realizados após a solicitação de
licenciamento que torna pública a intenção de implantação do
empreendimento naquele território. O que se estabelece, em
vista disso, é uma corrida contra o tempo para criar e implantar
ações de gestão de impactos que já começaram a ocorrer. Isso
tensiona os ambientes de diálogo e reduz as possibilidades de
criação de bons acordos, o que acaba por engendrar planos,
arranjos e instrumentos frágeis e insuficientes.
Liane Freire | Presidente Instituto Dialog
Sergio Marcondes | Coordenador de Dados e PesquisaPaulo Romai | PesquisadorEstêvão Menegaz | PesquisadorGuilherme Andrade | Pesquisador
Tulio Brandão | Editor-chefe | Doze+Renan França | Editor | Doze+Pilar Magnavita | Jornalista | Doze+
Mauro Caldas | Coordenador de Tecnologia
Um site do
Projeto Gráfico: Sergio Bandeirawww.sergiobandeira.com
Referências bibliográficas:CERQUEIRA, D.; LIMA, R. S.; BUENOS, S.; VALENCIA, L.I.; HANASHIRO, O.; MACHADO, P.H.G.; LIMA, A.S. Atlas da Violência. 2º Ed. Rio de Janeiro: IPEA, 2017. Disponível em: http://www.ipea.gov.br/atlasviolencia/download/2/2017. Acesso em junho/2017.
MARCONDES, Sergio et al. “Parâmetros de Socioeconomia para Implantação de Grandes Empreendimentos”. Paper não publicado, 2017.
DATASUS - SIM: Dados de Morbidade. Óbitos por causas externas - Brasil; Óbitos p/ Residência; Grande Grupo CID10: X85-Y09. Agressões, Y35-Y36. Intervenções legais e operações de guerra.
IBGE. Censo Demográfico 2010. Disponível em: <http//:www.censo2010.ibge.gov.br>. Acesso em: junho/2017.
IBGE. Estimativas da população. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/apps/popula-cao/projecao/>. Acesso em: junho/2017.
PRODUTO Interno Bruto dos Municípios. 49º Ed. IBGE, 2015. Disponível em: <https://sidra.ibge.gov.br/pesquisa/pib-munic/tabelas>. Acesso em: junho/2017.