alimentos e agricultura - portal odm · projeto gráfico e design: akemi takenaka agosto de 2016...

82
OS PRINCíPIOS EMPRESARIAIS PARA ALIMENTOS E AGRICULTURA COMO ORIENTADORES PARA OS OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTáVEL

Upload: trinhhanh

Post on 30-Nov-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

os PrincíPios EmPrEsariais Para alimEntos E agricultura

como oriEntadorEs Para os objEtivos dE dEsEnvolvimEnto sustEntávEl

A REDE BRASIL DO PACTO GLOBAL agradece às organizações que patrocinaram esta edição dos Princípios Empresariais para

Alimentos e Agricultura como Orientadores para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, possibilitando que este conhecimento

seja compartilhado por meio de cópias impressas e digitais.

PATROCínIO

COORDEnAçãO EDITORIAL

03

NA VANGUARDA DO AGRONEGÓCIO MUNDIAL

A sistematização de uma produção agrícola sus-tentável é premente no Brasil. Trata-se de um dos principais setores de nossa economia, colocando o País entre os principais exportadores de com-modities do mundo. Tendo em vista a relevância do tema, após lançar os Princípios Empresariais de Alimentos e Agricultura (PEAA), em março de 2015, a Rede Brasil do Pacto Global sai mais uma vez na frente com o lançamento desta Cartilha.

Trata-se de um belo e inovador resultado do Grupo Temático de Alimentos e Agricultura, que soube escutar as demandas das organizações. Suas lide-ranças solicitavam um guia que pudesse, de forma prática, aplicar os PEAA em seus processos, já em consonância com os Objetivos de Desenvolvimen-to Sustentável (ODS) da OnU – com destaque para o ODS 2, “acabar com a fome, alcançar a seguran-ça alimentar, melhorar a nutrição e promover a agricultura sustentável”.

A publicação lança novos paradigmas aos negó-cios na área. Os PEAA guiarão a atuação das em-presas – bem como de todos os atores da cadeia produtiva – para a Agenda 2030 da OnU, pautada por práticas socioambientais responsáveis, que levam em conta a preservação dos ecossistemas naturais, sociais e culturais de cada região.

Ao lançar esta Cartilha, a Rede Brasil do Pacto Global demonstra protagonismo entre as Redes Locais do Un Global Compact, colocando-se na vanguarda da discussão sobre a sustentabilidade do agronegócio no mundo.

Vamos em frente!

andré olivEiraPresidente da Rede Brasil do Pacto Global e Diretor Jurídico, de Impostos e Seguros

da BASF na América do Sul

André Oliveira (BASF) Presidente

Denise Hills (Itaú Unibanco), Antonio Fares (FIEP), Meire Fidélis (Grupo Abril), Carlos Rossin (PwC)

vice-presidentes

Beatriz Martins Carneiro secretária executiva

Barbara Dunin assessora

Gabriela Almeida assistente de Projeto

Vanessa Tarantini oportunidades de Engajamento

Luiz Fernando Campos assessor de comunicação

PrincíPios EmPrEsariais Para alimEntos E agricultura como oriEntadorEs Para os

objEtivos dE dEsEnvolvimEnto sustEntávEl

gruPo tEmático dE alimEntos E agricultura

coordenação: Juliana Lopes (Amaggi)integrantes: ABAG, Agroicone, Amaggi, BASF, Bayer,

Bonsucro, BRF, Bunge, Câmara Brasil- Alemanha, CEBDS, DnV GL, Dow, GT Foods, GTPS, Hospital Albert Einstein, IFAD, MAPA, Monsanto, netafim, novozymes, Odebrecht

Agroindustrial, Proforest, Rever Consulting, SLC Agricola, Social Carbon, Syngenta, The nature Conservancy e TOTVS

coordenação editorial e edição: Rever Consulting

Projeto gráfico e design: Akemi Takenaka

AGOSTO DE 2016

ExPEDIEnTE

05

MENsAGEM DOs pAtROCINADOREs

rodrigo santosPresidente da Monsanto para

América do Sul

Garantir o sucesso continuado do agri-cultor é o que nos coloca em movimen-to. E por essa razão, inovamos no de-senvolvimento de soluções agrícolas, compartilhamos nosso conhecimento e aprendizados e atuamos colaborati-vamente em uma rede de organizações empenhada em promover a segurança alimentar.

Com esse objetivo, nasceu a cartilha para implementação dos Princípios Em-presariais para Alimentos e Agricultura, reunindo algumas das soluções desen-

volvidas pelas diversas organizações do setor, na busca constante de sistemas de produção cada vez mais eficientes.

Temos como setor privado o poder de influenciar e engajar nossos parceiros e públicos para atuarmos colaborativa-mente na promoção do desenvolvimento sustentável da agricultura e no direcio-namento de ações alinhadas e consis-tentes para gerar valor econômico em direção dos objetivos de desenvolvimen-to sustentável.

Boa Leitura!

WaldEmir ival lotoCEO da AMAGGI

nós, líderes empresariais, temos o dever de contribuir para a segurança alimentar de cada cidadão do planeta. Mas também temos a responsabilidade de fazer isto garantindo a preservação do ecossiste-ma e a perenidade dos nossos negócios.

Foi com a frase acima que iniciei meu discurso no Global Compact Leaders Summit, em 2013: convidando todos os líderes empresariais a contribuir para a criação de um modelo mais sustentável para o agronegócio em seus países.

A AMAGGI se orgulha de ter participado da construção dos Princípios Empresa-riais para Alimentos e Agricultura desde o seu início, durante a Rio+20. E tenho a convicção de que o Brasil pode contribuir para uma agricultura sustentável.

Precisamos de soluções inovadoras que tragam viabilidade econômica e respon-sabilidade ambiental. Que garantam o respeito aos Direitos Humanos, ao tra-balho decente e ao desenvolvimento das comunidades rurais.

A cartilha para implementação dos Prin-cípios Empresariais para Agricultura e Alimentos se constitui em um passo im-portante nessa direção e mostra o quan-to estes princípios estão alinhados com os Objetivos de Desenvolvimento Sus-tentável. Estamos prontos para debater e construir o futuro que queremos.

Muito obrigado!

08

1611

2640

50

626876

sumário ExEcutivo

comPromissos Para o sEtor dE alimEntos E agricultura

PromovEr sEguranÇa alimEntar, saúdE E nutriÇão

sEr ambiEntalmEntE rEsPonsávEl

garantir viabilidadE Econômica E comPartilhar valorEs

rEsPEitar os dirEitos humanos, criar trabalho digno E ajudar

as comunidadEs rurais a ProsPErarEm

incEntivar a boa govErnanÇa E a rEsPonsabilidadE

PromovEr o acEsso E a transfErência dE conhEcimEnto, habilidadEs E tEcnologia

como gErEnciar E comunicar os PEaa

íNDICE

07

JUNtE-sE A NÓs!

Somente construiremos soluções para as ques-tões sociais, ambientais e humanas mais comple-xas por meio de um processo conjunto, participa-tivo e estruturado.

O aumento da demanda por alimentos para uma população estimada em 9 bilhões de pessoas no ano de 2050 e a escassez da água nos mostram alguns dos desafios que temos.

Com o lançamento dos Princípios Empresarias para Alimentos e Agricultura (PEAA) no Brasil em março de 2015, trouxemos alguns dos bons exem-plos já existentes e iniciamos a construção desta cartilha. Todos os participantes deste processo nos mostram que os resultados podem ser mul-tiplicados se todos os atores socioeconômicos envolvidos tiverem uma atuação forte e contínua.

A cartilha tem como objetivo orientar a implemen-tação dos PEAA, em especial o setor privado, tra-zendo dicas para a construção de uma estratégia sólida e uso de ferramentas de gestão que fazem sentido na atuação diária das empresas, mas que também mostrem o quanto está vinculada a um processo global como os Objetivos do Desenvolvi-mento Sustentável (ODS).

Há muito tempo o Brasil é apresentado como ce-leiro do mundo, mas acredito que temos todas as condições de sermos muito mais e assumirmos a condição de berço de um novo modelo de desen-volvimento, em que toda a cadeia de alimentos e agricultura seja sustentável.

Obrigada!

juliana dE lavor loPEsDiretora de Sustentabilidade da AMAGGI

e Coordenadora do Grupo Temático de Alimentos e Agricultura

da Rede Brasil do Pacto Global

FOTO

: Fel

lipe

Ab

reu

s u m á r i o

E x E c u t i v o

09

Promover segurança alimentar, saúde e nutrição

ser ambientalmente responsável

Segurança do abastecimento alimentar

Segurança do alimento

Bem-estar animal

Desperdício de alimentos

Água

Mudanças Climáticas

Biodiversidade de fauna e flora

Conservação do solo

Resíduos e efluentes

Segurança ambiental de produtos

Desenvolvimento de tecnologias

Princípio 1

Princípio 2

Temas

Temas

A “Cartilha de Implementação: os Princípios Empresariais para ali-mentos e agricultura como orienta-dores para os objetivos de desen-volvimento sustentável” tem como objetivo orientar uma atuação mensu-rável para as empresas de alimentos e agricultura sobre os Princípios Empre-sarias para Alimentos e Agricultura – PEAA em busca de um sistema produ-tivo mais sustentável e resiliente.

Para facilitar a gestão e reporte, a Cartilha destaca os temas relevantes para cada Princípio. Os temas são en-tão divididos em frentes de atuação, com exemplos de práticas para o tra-balho de cada tema. Esta estrutura ajuda as empresas a compreenderem distinção entre uma sólida estratégia para um tema de uma prática ou pro-jeto específico.

Os temas e frentes de atuação des-tacados na Cartilha são baseados no atual contexto e experiência das em-presas no Brasil. A Cartilha representa um consenso dos membros doGrupo Temático Alimento e Agricultura do Pacto Global sobre o que as empresas do setor devem focar e coordenar es-forços neste momento. A definição de uma estrutura comum permite uma atuação em conjunto e alinhada, uti-lizando seus negócios como motores propulsores do desenvolvimento am-biental e social.

A Cartilha traz uma ferramenta – “Pai-nel de gestão PEAA” – para auxiliar o planejamento, gestão, monitora-mento e reporte do desempenho de cada Princípio. Esta ferramenta apoia a definição de uma estratégia robus-ta, tanto para o Princípio como para o tema (Capítulo ‘Como gerenciar e comunicar os PEAA’), baseada na própria estrutura da Cartilha. O Painel também apoia na definição de metas, resultados esperados tanto para o

garantir viabilidade econômica e compartilhar valores

Estabilidade dos agricultores

Consumo responsável

Gestão de fornecedores e terceiros

Princípio 3

Temas

resPeitar os direitos humanos, criar trabalho digno e ajudar as comunidades rurais a prosperarem

Direitos Humanos

Diversidade e Inclusão

Desenvolvimento profissional

Saúde e segurança

Desenvolvimento local

Princípio 4

Temas

10

Os Princípios Empresariais para Alimentos e Agricultura (PEAA), são uma adaptação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para o setor de

Alimentos e Agricultura, com foco na atuação específica do setor privado.

P E A A

incentivar a boa governança e a responsabilidade

Governança corporativa

Transparência e ética empresarial

Relações institucionais

Regulação & compliance

Princípio 5

Temas

Promover o acesso e a transferência de conhecimento, habilidades e tecnologia

Transferência de tecnologia e expertise

Acesso a recursos financeiros

Princípio 6

Temas

negócio como para o impacto sobre o tema, e indicadores de desempenho para estes resultados. O Painel con-solida em uma única ferramenta as informações necessárias para uma empresa avaliar se sua estratégia irá gerar valor em direção dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

Com a Cartilha de implementação dos PEAA as empresas de Alimentos e Agricultura signatárias ou não do Pac-to Global possuem um framework uni-ficado para orientação de práticas, mo-nitoramento e reporte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

O desafio de definir sistemas de pro-dução mais eficientes já abriu portas a novas soluções e oportunidades. A Cartilha tenta trazer de maneira prática algumas destas soluções. Para o su-cesso, é preciso definir um foco estra-tégico, que traga benefícios claros aos negócios e ao desenvolvimento sus-tentável – A Cartilha de implementação dos PEAA é o primeiro passo prático para um bom planejamento, gestão e execução de cada Princípio.

AlimEntOS E AgriculturA

SEtOr PrivADO

c o m P r o m i s s o s

P a r a o s E t o r

d E a l i m E n t o s

E a g r i c u lt u r a

12

conservar e promover o uso sustentável dos

oceanos.

tomar medidas urgentes para combater

a mudança do clima.

garantir educação inclusiva, equitativa e

de qualidade.

assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos.

acabar com a pobreza em todas as suas formas,

em todos os lugares

acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar,

melhorar a nutrição.

garantir acesso à energia barata, confiável,

sustentável.

garantir disponibilidade e manejo sustentável

da água

alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas

as mulheres e meninas

São 17 os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável reduzir a desigualdade

entre os países e dentro deles

promover sociedades pacíficas e inclusivas

para o desenvolvimento sustentável.

tornar as cidades e os assentamentos humanos

inclusivo, seguros, resilientes

proteger, recuperar e promover o uso

sustentável das florestas

assegurar padrões de consumo

e produção sustentável

promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável

fortalecer os mecanismos de implementação e

revitalizar a parceria global.

construir infraestrutura resiliente, promover a

industrialização inclusiva

objEtivos dE dEsEnvolvimEnto sustEntávElDurante a 70ª Assembleia Geral da OnU em 2015, líderes mundiais de 193 países acordaram a definição de uma nova agenda global para os próximos 15 anos. Ela busca atender necessidades universais em cinco áreas: Pessoas, Planeta, Prosperi-dade, Paz e Parcerias. Sua constru-ção se deu a partir de um processo de negociação com a sociedade civil organizada, governos e o setor pri-vado e consiste nos objetivos de desenvolvimento sustentável.

13

a imPortância dos PEaaO crescimento da população para 9,7 bilhões até 20502 irá aumentar signifi-cativamente a demanda por alimentos, que por sua vez, irá elevar a pressão e demanda sobre os recursos naturais.

As empresas do setor de Alimentos e Agricultura têm um papel central no desenvolvimento de sistemas de pro-dução mais eficientes – mais produti-vos e menos demandantes de recursos naturais – e escaláveis para garantia da segurança alimentar e sustentabilida-de da agricultura que todos nós depen-demos.

Os atores da cadeia de produção de alimentos - produtores, distribuido-res, traders, varejistas, investidores, mesas redondas, governos e consumi-dores – terão de trabalhar em conjunto em soluções reais e coletivas para uma cadeia mais sustentável, igualitária e menos impactante. As mesas redon-das, fóruns e coalizões são meios im-portantes na união destes atores, para discussões específicas na busca por soluções e troca de aprendizados que alavancam as práticas setoriais.

os PEaa como oriEntadorEs Para os ods Os Objetivos de Desenvolvimento Sus-tentável – ODS – estabelecem uma Agenda 2030 com 17 Objetivos e 169 metas, que orientam diversos agentes para ações em busca de um mundo mais sustentável e resiliente.

Os Princípios Empresariais para Ali-mentos e Agricultura - PEAA - foram elaborados para orientar empresas do setor sobre a sustentabilidade na ali-mentação e agricultura, para orientar práticas e facilitar o monitoramento e reporte de progresso do setor privado.

PrincíPios EmPrEsariais Para alimEntos E agricultura - PEaaOs PEAA têm como objetivo consoli-dar um conjunto de ações e resultados esperados que as empresas devem tomar para se alinharem aos objetivos da OnU. Os PEAA foram desenvolvi-dos pelo Pacto Global da OnU ao longo de dois anos, por meio de um processo amplo e inclusivo com diversos ato-res. Mais de 20 consultas online e pre-senciais foram realizadas no mundo, envolvendo mais de 1.000 empresas, agências da OnU e organizações da sociedade civil comprometidas com os temas da agricultura, nutrição e siste-mas alimentares.

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável estabelecem com clare-za o compromisso das 193 nações na direção do desenvolvimento iguali-tário, da sustentabilidade ambiental, e a urgência em tratar as mudanças climáticas e seus impactos. Cada ODS possui metas específicas, que podem ser consultadas no site do PnUD1.

O setor privado tem um papel es-sencial na aplicação dos ODS como grande detentor do poder econômico, propulsor de inovações e tecnologias, influenciador e engajador dos mais diversos públicos – desde governos, fornecedores e consumidores – para atuação colaborativa.

Os PEAA são uma adaptação para a realidade e peculiaridades do setor privado de Alimentos e Agricultura no cumprimento das metas determinadas para promoção do desenvolvimento sustentável. Desta forma, as empresas do setor, signatárias ou não do Pacto Global, possuem um framework unifi-cado para orientação de práticas, mo-nitoramento e reporte.

Os PEAA foram apresentados em Roma com o objetivo de contribuir ao desenvolvimento sustentável pre-visto no documento final da Rio+20, “O Futuro que Queremos”.

1 PnUD – Dos ODM aos ODS (http://www.pnud.org.br/ods.aspx) 2 OnU – novo estudo da OnU indica que mundo terá 11 bilhões de habitantes em 2100 (https://nacoesunidas.org/novo-estudo-da-onu-indica-que-mundo-tera-11-bilhoes-de-habitantes-em-2100/)

14

3 http://www.pnud.org.br/Docs/Portfolio%20ODS-PnUD_ArquivoCompleto.pdf.

Os PEAA se relacionam com os ODS e suas metas, conforme correlação abaixo:

Os ODS relacionados a cada Princípio e tema estão apontados graficamente ao longo da Cartilha.

PrincíPio objetivo do desenvolvimento sustentável3

Promover segurança alimentar, saúde e nutrição

ser ambientalmente responsável

garantir viabilidade econômica e compartilhar valores

resPeitar os direitos humanos, criar trabalho digno e ajudar as comunidades rurais a prosperarem

incentivar a boa governança e a responsabilidade

Promover o acesso e a transferência de conhecimento, habilidades e tecnologia

15

Os Princípios Empresarias para Alimentos e

Agricultura – PEAA - oferecem uma estrutura

voluntária para que as empresas possam, de maneira conjunta e direcionada, buscar o

impacto positivo no setor e coordenar esforços dos demais atores relevantes.

Esta Cartilha tem como objetivo prin-cipal alinhar sobre a atuação das em-presas pautadas nos PEAA, dando indicações de práticas a serem desen-volvidas para cada Princípio. Além do direcionamento de práticas, a Cartilha busca inspirar as empresas com casos de sucesso no contexto brasileiro.

O público alvo desta Cartilha são em-presas do setor de Alimentos e Agri-cultura, bem como seus parceiros comerciais – que estão diretamente envolvidos na cadeia produtiva destas empresas e influenciam seu desempe-nho. A adesão aos PEAA é voluntária, porém a sua utilização está desvin-culada da adesão e objetiva incentivar todas as empresas do setor a atuarem em conjunto e alinhadas, para tornar o setor um motor de desenvolvimento e melhoria ambiental e social.

recomendações gerais

Antes de partirmos para o direcio-namento focado nos Princípios, al-gumas recomendações iniciais são necessárias e gerais para todos os Princípios.

A aplicação dos PEAA deve ser orien-tada pelo entendimento das priorida-des específicas da organização tipi-camente definidas em um processo de materialidade. Prioridades organi-zacionais de sustentabilidade devem contemplar: a estratégia e fatores críticos de sucesso da organização capturados em metas e objetivos; os impactos econômicos, ambientais, e socais da organização; riscos signifi-cativos para a organização; desafios para o setor indicado por especia-listas, organizações orientadoras ou praticadas por empresas do setor; leis, regulamentos, acordos inter-nacionais e diretrizes voluntárias; competências da organização e como podem contribuir com o desenvolvi-mento sustentável; e aspectos que podem influenciar substancialmente a avaliação e decisões de partes in-teressadas. As empresas devem co-meçar a aplicação dos PEAA com os temas mais materiais para a organi-zação e gradualmente expandir para os outros princípios e temas corres-pondentes do setor.

A Cartilha traz uma ferramenta – “Pai-nel de gestão PEAA” – para auxiliar o planejamento, gestão, monitoramen-to do desempenho e reporte de cada Princípio, baseada na própria estrutu-ra da Cartilha. Esta ferramenta apoia a definição de uma estratégia robus-ta, tanto para o Princípio como para o tema (Capítulo ‘Como gerenciar e comunicar os PEAA’).

Outro fator de sucesso para a boa implantação dos PEAA, além da de-finição de uma estratégia, é o esta-belecimento de uma governança que possibilite definir prioridades, objeti-vos e metas e direcione esforços para atingir resultados esperados. Isto re-quer a definição de times e líderes que serão responsáveis e responsabiliza-dos pelo desempenho da empresa em cada tema ou Princípio. Os líderes têm papel fundamental no engajamen-to dos envolvidos e perenidade das ações ao longo do tempo.

O desafio de definir sistemas de pro-dução mais eficientes já abriu portas a novas soluções e oportunidades. A Cartilha tenta trazer de maneira prá-tica algumas destas soluções, mas principalmente, estruturar as práticas em busca de um objetivo claro, ala-vancando o desempenho do setor de Alimentos e Agricultura na direção do desenvolvimento sustentável.

Boa leitura.

16

P r o m o v E r

s E g u r a n Ç a

a l i m E n t a r ,

s a ú d E E n u t r i Ç ã o

17

As empresas devem desenvolver sistemas agrícolas e de alimentos que otimizam a produção e minimizam o desperdício, a fim de fornecer nutrição e promover a saúde para todas as pessoas no planeta.

18

4 FAO (http://www.fao.org/3/d-i3264o.pdf) | 5 OCDE - FAO Perspectivas Agrícolas 2015-2024 (https://www.fao.org.br/download/PA20142015CB.pdf) | 6 FAO - Key facts on food loss and waste you should know! (http://www.fao.org/save-food/resources/keyfindings/en/) | 7 FAO - Food wastage footprint (http://www.fao.org/docrep/018/i3347e/i3347e.pdf).

a Organização das nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) proje-ta um aumento de 77% da

demanda por alimentos nos países em desenvolvimento – seremos nove bi-lhões de habitantes por volta de 20304. Embora o Brasil tenha apresentado crescimento da produtividade agrícola nas últimas três décadas5 e tenha saí-do do mapa da fome da FAO no ano de 2014, parte da população brasileira não tem acesso a uma alimentação sufi-ciente, de qualidade e segura. Algumas regiões se tornam “desertos alimenta-res”, áreas em que o acesso ao alimen-to fresco e saudável é insuficiente.

O consumo excessivo e o desperdício dos alimentos agravam o cenário de disparidade - cerca de um terço dos alimentos produzidos para consumo humano no mundo - por volta de 1,3 bilhões de toneladas - é perdido ou desperdiçado todo ano6. De acordo com a FAO, 54% do desperdício mun-dial de alimentos no mundo se dá nas fases iniciais de produção (manipula-ção, pós-colheita e armazenagem), enquanto que os outros 46% ocorrem nas etapas de processamento, distri-buição e consumo7.

ods 2Fome zero e agricultura

sustentável no que tange as metas de acesso

ao alimento seguro e em quantidades suficientes

(2.1), e o aumento da produtividade (2.3);

ods 3 Saúde e bem-estar para as metas de

prevenção às doenças não transmissíveis via

prevenção – alimentação saudável (3.4), e

redução de mortes por contaminações e

substâncias nocivas (3.9);

ods 12 Consumo e produção

responsáveis para a meta de redução

do desperdício de alimentos (12.3).

considerações gerais Para a definição da estratégia de cada tema

A conformidade com a legislação vigente para cada tema é essencial como desempenho mínimo e seu não cumprimento é um fator de risco para as empresas.

A aderência às certificações é recomendada, pois é uma oportunidade de obter direcionamento, padronização e comparabilidade de práticas para cada tema. Empresas que buscam certificações, possuem maior controle de suas práticas e estão buscando melhorias constantes.

A cadeia de fornecedores deve ser considerada na estratégia de cada tema, sempre que possível, ampliando o impacto positivo das ações para além das próprias operações.

As empresas também têm papel ativo na promoção de mudanças da conjuntura nacional por meio de investimentos sociais estratégicos, via incentivos fiscais, e fomento de políticas públicas e parcerias público-privadas.

Para mudar este cenário, as empresas devem mostrar avanços nos temas Segurança do

abastecimento alimentar, Segurança do produto, Bem-estar animal e Desperdício de alimentos

que compreendem os ODS:

19

20

8 FAO - A contribuição dos insetos para a segurança alimentar, subsistência e meio ambiente (http://www.fao.org/3/d-i3264o.pdf) 9 Estudo conduzido pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em parceria com a OnG Aliança da Terra. (http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2015/08/1675241-maior-produtividade-da-pecuaria-brasileira-reduziria-emissao-de-gases-estufa.shtml) 10 Unicamp - Tabela Brasileira de Composição de Alimentos revisada e ampliada (http://www.unicamp.br/nepa/taco/contar/taco_4_edicao_ampliada_e_revisada) 11 Portal da Saúde - Saúde e Abia fecham acordo para reduzir sódio em carnes e laticínios (http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/profissional-e-gestor/vigilancia/noticias-vigilancia/7695-saude-e-abia-fecham-acordo-para-reduzir-sodio-em-carnes-e-laticinios).

Uma sólida gestão da Segurança de Abastecimento Alimentar inclui, não exaustivamente, as seguintes fren-tes de atuação:

➔ Estímulo do acEsso ao ali-mEnto investindo em produtores lo-cais de alimentos e apoiando o circuito curto de compra, além da criação de centros de compra da alimentos em locais mais próximos ao consumidor;

➔ aumEnto da ProdutividadE dos alimEntos, por meio do inves-timento em pesquisa e tecnologia para desenvolvimento de novos produtos, serviços e processos direcionado aos pequenos, médios e grandes produtores, focando na diversidade de alimentos;

➔ incEntivo a uma diEta ba-lancEada aos consumidores, co-laboradores, suas famílias e sociedade por meio do fornecimento de produtos

Aliança da terraAumentar a produtividade na pecuária de 3,5 para 5,8 arrobas por hectare9.

Seguir a Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TACO)10 e acordos como o de redução de sódio em carnes11 em até 68% até 2020.

unileverReduzir o volume de sal de 75% de seu portfólio até 2020.

SyngentaAumentar a produtividade média das principais culturas do mundo em 20% sem usar mais terra, água ou insumos, até 2020.

com composições mais saudáveis, como por exemplo menor teor de só-dio e gordura trans e maior quantida-de de nutrientes e vitaminas, além da promoção de educação nutricional no uso de seus produtos ou práticas sau-dáveis com orientação sobre o impacto dos alimentos na saúde;

➔ substituiÇõEs altErnativas à ProtEína animal, como a inges-tão de grãos, cereais, vegetais e inse-tos. O consumo de insetos é recomen-dado pela FAO, tanto para humanos quanto na nutrição animal, pois além da garantia da segurança do abasteci-mento alimentar confere muitos bene-fícios ao meio ambiente, à saúde, à so-ciedade e como meios de subsistência8.

EmprESaS E inStituiçõES líDErES nO SEtOr EStãO buScanDO rESultaDOS:

75%

68%

20%

sEguranÇa do abastEcimEnto alimEntar Segurança do abastecimento alimentar é o acesso físico e econômico a alimentos seguros, nutritivos e em quantidade suficiente para atender às necessidades e preferências de todos, garantindo uma vida ativa e saudável (FAO).

21

o arroz é a terceira maior cultura cerealífera do mundo, atrás apenas do milho e trigo, e que está pre-sente como base alimentar para mais da metade da população mundial. A área ocupada pelo cultivo de ar-roz em 2012/2013 foi de 2,39 milhões de hectares no Brasil*. O Rio Grande do Sul, maior produtor brasileiro, contribui, em média, com 65% da produção nacional. Plantas daninhas como o chamado ‘arroz vermelho’, disseminado em quase toda a área cultivada do estado, são responsáveis pela redução da produtividade (Kg/ha) e maior custo de produção. nesse contexto, a BASF, empenhada em contribuir com o aumento da produti-vidade dos alimentos lançou o sistema de Produção clearfield® arroz em 2003, tecnologia de controle do arroz vermelho baseada em três pilares: sementes de arroz certificadas e isentas de arroz vermelho, her-bicidas desenvolvidos especialmente para o solo e o clima brasileiros (reconhecidos mundialmente por sua baixa toxicidade ao homem e ao meio ambiente), e o Programa de monitoramento, treinamento que visa conscientizar os produtores sobre o uso ambiental-mente correto do sistema.

As sementes certificadas possuem maior pureza, ga-rantindo que os recursos e esforços aplicados no cul-tivo serão convertidos no produto final, aumentando a produtividade do cultivar. Para avaliar os resultados da utilização do sistema, a basf contou com a funda-ção Espaço Eco, que utilizou a metodologia AgBalan-ce (socioecoeficiência agrícola) para medir e comparar a sustentabilidade da produção da Fazenda Condessa (Mostardas- RS), usuária da tecnologia Clearfield des-de 2004, com a produção média do Rio Grande do Sul (tendo uma saca de arroz, 50kg, como base) em duas safras (2004/2005 e 2012/2013). A Fazenda Condessa, que além do Clearfield incorporou diversas boas práti-cas agrícolas, teve um custo de produção 15% me-nor e uma produtividade 6% maior que a média do estado na safra de 2012/2013. Quanto aos indicadores ambientais, houve diminuição de 13% nas emissões de gases de efeito estufa e de 21% nas emissões de gases prejudiciais à camada de ozônio. Após 8 sa-fras, o Sistema Clearfield proporcionou o aumento de mais de 2 toneladas/hectare na produtividade mé-dia do Rio Grande do Sul, contribuindo para a maior sus-tentabilidade da produção de arroz irrigado no estado.

Tecnologia desenvolvida pela BASF controla a disseminação de plantas daninhas

*Dad

os d

a CO

nAB

- Co

mpa

nhia

nac

iona

l do

Abas

teci

men

to.

12 Sistema Clearfield® Arroz (http://www.diadecampo.com.br/zpublisher/materias/newsletter.asp?data=17/05/2011&id=24273&secao=Gest%E3o)

12

22

Existem diversas frentes de atuação e práticas estabelecidas pelo setor de agricultura e alimentos que já se mos-tram essenciais para uma sólida estra-tégia de segurança alimentar, como:

➔ garantia da qualidadE E sa-nidadE dos Produtos, definindo procedimentos de higiene, segurança e monitoramento estruturados e auditá-veis tanto interna quanto externamen-te junto a seus fornecedores;

➔ PrEvEnÇão dE contaminaÇão do alimEnto, evitando contato com patógenos; respeitando aplicação e uso correto de produtos químicos e veteri-nários como antibióticos e hormônios (produtos originais e liberados pelas agências reguladoras nacionais) e tempo de carência entre aplicação e disponibi-lidade para consumo. A capacitação de agricultores, colaboradores e terceiros, e o uso de materiais educativos têm papel essencial neste processo;

➔ trEinamEnto dE colabora-dorEs E tErcEiros envolvidos em todas as etapas de produção;

➔ ProtEÇão do alimEnto durantE sua distribuiÇão, armazEnamEnto E manusEio;

➔ a rotulagEm adEquada dos produtos, para informar o processo de garantia sobre a segurança do alimento, bem como orientar a escolha do consu-midor. Ela deve informar o consumidor de modo claro e preciso as informações de composição real dos produtos (pre-sença de transgênicos, produtos aler-gênicos, ingredientes, quantidade de nutrientes, etc.), data de validade, certi-ficações, cuidados de armazenamento, entre outras informações. O treinamento da equipe de atendimento ao consumi-dor tem um papel relevante na orienta-ção dos mesmos.

sEguranÇa do alimEntoSegurança do alimento é a garantia de que os alimentos não ofereçam riscos à saúde humana no seu uso e consumo, tanto no curto quanto no longo prazo. Empresas devem garantir a segurança do alimento por meio de um conjunto de normas de produção, transporte e armazenamento dos alimentos para manutenção de determinadas características físico-químicas, microbiológicas e sensoriais - previamente padronizadas por atores competentes – assim como, informar seus consumidores sobre seus processos.

BrF100% das fazendas de suínos adaptadas para gestação coletiva até 2026.

EmprESaS líDErES nO SEtOr EStãO buScanDO rESultaDOS:

100%

bEm-Estar animalBem-estar animal possui crescente importância para o consumidor final e parceiros ao longo da cadeia. Implica na garantia de melhores condições de vida desde o nascimento até o momento do abate do animal e é outro tema que deve ser considerado como requisito para compras internacionais.

frentes de atuação e práticas relevan- tes para bem-estar animal incluem:

➔ garantir nEcEssidadEs bá- sicas, mantendo o animal livre de fome, sede, desconforto, dor, ferimen-tos, doenças ou angústia;

➔ rEsPEitar o comPortamEn-to natural do animal, como convivência em grupo/individual;

➔ monitorar EnfErmidadEs e notificar órgãos reguladores sobre suspeitas;

➔ rEalizar abatE humanitário para evitar sofrimento físico e mental;

➔ trEinar rEgularmEntE fun- cionários sobre trato de animais e uso de tecnologias;

➔ Evitar situaÇão dE EstrEssE E fErimEntos durante o transporte de carga viva oferecendo boas condições aos animais transportados e motoristas.

23

O bem-estar animal é uma das premissas da cul-tura da brf, respeitando o conceito das cinco li-berdades dos animais. Todos os animais recebem cuidados diários para terem suas necessidades garantidas e são assistidos por profissionais ha-bilitados, que recebem treinamento constante para assegurar aos animais uma vida digna e sadia.

Todos os novos projetos da BRF, desde 2012, são construídos de modo a aprimorar o bem-estar das matrizes produtoras de leitão, com melhorias nas instalações, equipamentos e ambiência, como, por exemplo, a estruturação do espaço cole-tivo, melhorias no sistema de alimentação e quali-dade do ar. as fêmeas não ficam confinadas, são criadas em sistema coletivo e podem externar seu comportamento natural.

A demanda mundial para as indústrias iniciou após a União Europeia definir, em 2008, o sistema cole-tivo como o melhor para o bem-estar dos suínos. A BRF assumiu então o compromisso, em parce-ria com reconhecida OnG de proteção animal, de adaptar todas as granjas próprias e terceiras já existentes até 2026, onde seus parceiros integra-dos estão envolvidos e engajados com as melho-rias do sistema.

Vida digna e sadia para os suínos

“O sistema coletivo é melhor, eu não voltaria

ao modelo anterior.”

13 Bem-estar suíno - (http://www.worldanimalprotection.org.br/not%C3%ADcia/bem-estar-em-pauta-na-producao-suina-brasileira) e (http://www.worldanimalprotection.org.br/not%C3%ADcia/world-animal-protection-e-brf-anunciam-parceria-global)

13

24

Desta forma, as empresas do setor agrícola devem trabalhar nas seguin-tes frentes de atuação:

➔ imPEdir o dEsPErdício no momEnto dE ProduÇão dE ali-mEntos, por exemplo, melhorando técnicas, equipamento e embalagens durante os processos de plantio, co-lheita, distribuição e armazenamento e aproximando a produção do mercado consumidor para, inclusive, fortalecer o consumo de produtos tradicionais das culturas locais;

dEsPErdício dE alimEntos Desperdício de alimentos são as perdas que ocorrem na cadeia produtiva dos alimentos, que vão desde a produção ao consumo. As perdas podem ter impacto significativo na produtividade e também na garantia da segurança do abastecimento alimentar.

rastreabilidadeA rastreabilidade da origem da matéria-prima até seu destino final tem se tornado um crescente foco das empresas líderes em gestão da qualidade e impacto dos seus produtos. Um sistema de rastreabilidade permite monitorar informações relevantes para a produção e consumo, como por exemplo o consumo de insumos, localidade da área produtiva, tipo de mão de obra utilizada, etc.

Esta ferramenta tem grande potencial na garantia da Segurança do produto, pois assegura o monitoramento do produto/alimento em todas as suas etapas de produção. Quando aplicada para o tema de Proteção do Bem-estar animal, pode, por exemplo, identificar cada animal para registro da idade, ganho de peso, reprodução, uso de medicamentos e vacinas, alimentação, garantindo a boa gestão da cadeia e um processo eficiente de rastreabilidade (Boas Práticas de Manejo: Identificação – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, MAPA).

➔ trEinar colaboradorEs E fornEcEdorEs para manuseio e transporte (refrigerado, quando neces-sário) dos alimentos, garantindo sua qualidade e segurança (importante para evitar contaminação e garantir qualida-de para não rejeição do produto);

➔ consciEntizar consumido- rEs E mobilizar a sociEdadE, por exemplo, realizando campanhas públicas para incentivar o consumo de alimentos considerados ‘imperfei-tos’, mas de boa qualidade nutricio-nal, vendas promocionais de produtos próximos da validade, campanhas de conscientização para compra cons-ciente e uso dos alimentos de maneira integral, como uso de folhas e cascas no seu preparo e armazenamento cor-reto no ambiente doméstico.

25

inDicaDOrES maiS utilizaDOS atualmEntE para rEpOrtar OS tEmaS

incluíDOS nEStE princípiO SãO:

g4-Ec8 • Impactos econômicos indiretos significativos e sua extensão - Indicador de produtividade.

g4-fP4 • Natureza, escopo e eficácia de programas e práticas (contribuições em espécie, iniciativas voluntárias, transferência de conhecimento, parcerias e desenvolvimento de produtos) que promovam estilos de vida saudáveis, prevenção de doenças crônicas, acesso a alimentos saudáveis e nutritivos e que melhorem o bem-estar para as comunidades carentes.

g4-fP6 • Percentual do volume total de vendas de produtos de consumo (por categoria de produto) que possuem baixo teor de gorduras saturadas, gorduras trans, sódio e açúcares.

g4-fP7 • Percentual do volume total de vendas de produtos de consumo (por categoria de produto) que contém ingredientes nutritivos como fibras, vitaminas, minerais, fitoquímicos ou aditivos alimentares funcionais.

g4-fP8 • Políticas e práticas relativas à comunicação aos consumidores sobre ingredientes e informações nutricionais (além das exigências legais).

• Quantidade de pessoas atingidas e melhorias de qualidade de vida após programas de incentivo à dieta balanceada.

g4-fP5 • Percentual do volume de produção fabricado em locais certificados por uma terceira parte independente como de acordo com sistemas padronizados de manejo de segurança alimentar reconhecidos internacionalmente.

g4-Pr2 • Número total de casos de não-conformidade com regulamentos e códigos voluntários relacionados aos impactos na saúde e segurança dos produtos e serviços durante o seu ciclo de vida, por tipo de resultado.

g4-fP12 • Políticas e práticas sobre antibióticos, anti-inflamatórios, hormônios, e/ou tratamentos de promoção de crescimento dos animais.

Wash-Wh4.4 • Número de empregados recebendo treinamentos e conscientização sobre higiene.

g4-Pr4 • Número total de casos de não conformidade com regulamentos e códigos voluntários relativos a informações e rotulagem de produtos e serviços, discriminados por tipo de resultados.

• Percentual das categorias de produtos e serviços significativas para as quais são avaliados impactos na saúde e segurança buscando melhorias.

SegurAnçA dO AbASTecimenTO AlimenTAr

SegurAnçA dO AlimenTO

Para maiores informações sobre indicadores, por favor consultar o site http://unstats.un.org/sdgs/indicators/database/.

26

s E r

a m b i E n t a l m E n t E

r E s P o n s á v E l

27

As empresas devem apoiar a intensificação sustentável dos sistemas de alimentação para atender às necessidades globais de gestão da agricultura, pecuária, pesca e silvicultura de forma responsável. Elas devem proteger e melhorar o meio ambiente e usar os recursos naturais de forma eficiente e otimizada.

28

o Brasil assumiu, em 2015, na COP 21 em Paris, o compro-misso de zerar as emissões de gases de efeito estufa

(GEE)14, para combater o avanço do aquecimento global. Como o setor da agropecuária é o responsável direto por aproximadamente 30%15 da emis-são total de GEE do país, é preciso que as empresas contribuam de modo ex-pressivo por meio de melhorias nos seus modelos produtivos e produtos, melhor conservação de áreas naturais

e uso do solo. Além disso, a agricultu-ra irrigada é responsável pelo consu-mo de 54%16 de toda a água retirada de corpos hídricos no Brasil, e, como é observada a expansão desse tipo de prática, o uso racional desse recurso também é considerado importante. Consumidores precisam ser mobiliza-dos e conscientizados para entender como suas escolhas impactam a for-ma que alimentos serão produzidos e o ambiente ao seu redor.

ods 2Fome zero e agricultura sustentável para meta de busca por sistemas

sustentáveis e resilientes (2.4);

ods 6Água potável e saneamento

para as metas de melhoria da qualidade da água (6.3), aumento

da eficiência no uso (6.4), realização de gestão integrada (6.5), e proteção e restauração

de fontes (6.6);

ods 13 Ação contra a mudança global do clima para as metas de resiliência e capacidade de adaptação (13.1),

integração da problemática na estratégia da empresa (13.2),

educação e conscientização sobre mudança do clima (13.3);

ods 7 Energia acessível e limpa para as metas

de aumento do uso de energias renováveis (7.2), melhoria da eficiência energética

(7.3), e facilitação do acesso a pesquisa e a tecnologias de energia limpa (7.a);

ods 14Vida na água para as

metas de conservação dos oceanos (14.1),

gestão responsável dos ecossistemas aquáticos,

marinhos e costeiros (14.2), e práticas

pesqueiras (14.4 e 14.6); e

ods 12Consumo Responsável para as metas de

alcance da gestão sustentável e uso eficiente dos recursos naturais (12.2), manejo

responsável de produtos químicos e resíduos (12.4), redução da geração de resíduos

(12.5), informação e conscientização para desenvolvimento sustentável (12.8);

ods 15Vida terrestre para as metas de conservação, recuperação

e uso sustentável de ecossistemas terrestres e

de água doce (15.1), gestão sustentável das florestas,

detenção do desmatamento e restauração de áreas

degradadas (15.2), e proteção à biodiversidade (15.5 e 15.7).

para mudar este cenário, as empresas devem mostrar avanços nos temas Água, Mudanças climáticas, Biodiversidade

de fauna e flora, Conservação do solo, Resíduos e efluentes, Segurança ambiental de produtos e

Desenvolvimento de tecnologias. os ods abordados são:

14 Portal Brasil – Com proposta mais ambiciosa, Brasil chega à COP21 como importante negociador do clima (http://www.brasil.gov.br/meio-ambiente/2015/11/com-proposta-mais-ambiciosa-Brasil-chega-a-COP21-como-importante-negociador-mundial-do-clima)15 Observatório do Clima –Evolução das emissões de gases de efeito estufa no Brasil (1970-2013). Setor da Agropecuária (https://s3-sa-east-1.amazonaws.com/seeg.tracersoft.com.br/wp-content/uploads/2015/08/agropecuaria_2015.pdf)16 GV Agro – Estudo sobre eficiência do uso da água no Brasil (http://gvagro.fgv.br/sites/gvagro.fgv.br/files/u5/Sumario_Irrigacao-Site-FInAL%20%282%29.pdf)

29

considerações gerais Para a definição da estratégia de cada tema

A conformidade com a legislação vigente para cada tema é essencial como desempenho mínimo e seu não cumprimento é um fator de risco para as empresas.

A aderência às certificações é recomendada, pois é uma oportunidade de obter direcionamento, padronização e comparabilidade de práticas para cada tema. Empresas que buscam certificações, possuem maior controle de suas práticas e estão buscando melhorias constantes.

A cadeia de fornecedores deve ser considerada na estratégia de cada tema, sempre que possível, ampliando o impacto positivo das ações para além das próprias operações.

As empresas também têm papel ativo na promoção de mudanças da conjuntura nacional por meio de investimentos sociais estratégicos, via incentivos fiscais, e fomento de políticas públicas e parcerias público-privadas.

30

águaÁgua é o recurso natural essencial a todas as formas de vida.

Uma estratégia empresarial sólida atua em diferentes frentes, como:

➔ gEstão dE rEcursos hídri-cos, que deve ser realizada com efi-ciência e qualidade, por meio do res-peito aos limites de captação de cada ator local; realização de licenciamento adequado; investimento no monito-ramento da qualidade de água usada e devolvida; identificação da depen-dência hídrica das operações e cadeia para se precaver de escassez (quando possível); mapeamento de áreas de estresse hídrico; estabelecimento do balanço hídrico e hidrológico; e pro-moção de gestão compartilhada de corpos d’água com participação ativa em comitês de bacias. A realização de estudos aprofundados da bacia em di-

versas escalas juntamente com os Co-mitês possibilita explorar a capacidade de retirada e de recarga da bacia, para que possa ser compartilhadaentre os diferentes atores locais.

➔acEsso igualitário E dE qua-lidadE à água, que deve garantir acesso a todos os atores locais de for-ma igualitária, humanitária e sustentá-vel e evitar competição desleal de uso de água. As empresas devem otimizar o acesso em áreas críticas por meio de gestão de uso através dos comitês de bacia, controle consultivo de uso, construção de cisternas, perfuração adequada de poços, e controle de qua-lidade da água para uso em atividades;

➔ uso racional E rEduÇão no consumo, que deve buscar minimi-zar o uso do recurso ao se respeitar os limites de captação de órgãos públi-cos reguladores. As empresas devem monitorar a quantidade de água usa-da; estabelecer meta de redução a ser atingida através de ações como identi-

17 Consórcio PCJ – (http://agua.org.br/hotsites/gestao-de- bacias/) e (http://agua.org.br/hotsites/gestao-de- bacias/politica-2/)

O Programa de gestão de bacias hidrográficas, elaborado e im-plantado pelo Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (Consórcio PCJ), visa construir um sistema descen-tralizado de gestão dos recursos hídricos da região ao incluir o po-der público, os usuários do serviço e as suas comunidades. O objetivo da descentralização é minimizar conflitos, contribuir para o desen-volvimento econômico da região e garantir que a arrecadação com a cobrança pelo uso da água permaneça na região de origem. A arti-culação entre agentes locais, capacitação técnica (seminários, pales-tras, reuniões e visitas técnicas), bem como o acompanhamento ativo das legislações federais e estaduais e parcerias com órgãos públicos e privados (nacionais ou internacionais) estão entre as práticas previs-tas pelo projeto, baseado na Polícia nacional de recursos hídricos.

Gestão descentralizada

17

considerações gerais Para a definição da estratégia de cada tema

A conformidade com a legislação vigente para cada tema é essencial como desempenho mínimo e seu não cumprimento é um fator de risco para as empresas.

A aderência às certificações é recomendada, pois é uma oportunidade de obter direcionamento, padronização e comparabilidade de práticas para cada tema. Empresas que buscam certificações, possuem maior controle de suas práticas e estão buscando melhorias constantes.

A cadeia de fornecedores deve ser considerada na estratégia de cada tema, sempre que possível, ampliando o impacto positivo das ações para além das próprias operações.

As empresas também têm papel ativo na promoção de mudanças da conjuntura nacional por meio de investimentos sociais estratégicos, via incentivos fiscais, e fomento de políticas públicas e parcerias público-privadas.

31

agricultores familiares possuem dificuldade de aumen-tar a produtividade e qualidade dos produtos a partir dos mé-todos tradicionais de irrigação. Além disso, enfrentam desa-fios como acesso limitado à água, fornecimento inadequado de eletricidade, recursos financeiros insuficientes, perda do recurso por desperdício ou evaporação e grande necessidade de mão-de-obra.

Por meio de um sistema de irrigação por gotejamento acessível e eficiente, a netafim levou aos pequenos agricultores a mesma tecno-logia de irrigação por gotejamento das grandes lavouras, aumentan-do o acesso à água e o consumo racional do recurso. O sistema realiza a aplicação precisa de água e nutrientes diretamente na raiz da planta, melhorando a qualidade do cultivo. Segundo Francisco Matildes, técnico em agropecuária da EMATER, parceira da netafim, os primeiros agricultores que adquiriram o sistema, em Oeiras, Piauí, estavam totalmente desestimulados, cogitando migração. Um deles teve R$1900 de lucro em 80 dias (desde a preparação do solo até a colheita), o que permitiu-lhe permanecer na cidade. De 2009 até 2014, estima-se que 500 famílias foram beneficiadas pelo sistema

Sistema de irrigação aumenta acesso à água

18

Brasil Kirin promove o reflorestamento de 300 hectares em oito anos

Em Itu (SP), a Brasil Kirin, uma das maiores empresas de bebidas do País, em parceria com a Fundação SOS Mata Atlântica, reflorestou mais de 300 hectares de mata ao redor de seus mananciais nos últimos oito anos. O plantio de mudas de quase 100 espécies nativas, produzidas no viveiro mantido na área pela SOS Mata Atlântica, gerou o afloramento de 19 nas-centes, com uma estimativa de aumento de 5% na oferta de água superficial e em 20% da subterrânea.

Com capacidade para produzir 750 mil mudas anual-mente, o Centro de Experimentos Florestais SOS Mata Atlântica – Brasil Kirin já cultivou aproxima-damente 4 milhões de mudas de mais de 100 es-

pécies de árvores nativas da Mata Atlântica, desde 2007, ano de início do projeto. Além disso, o cen-tro realiza um trabalho de restauração florestal e um programa de educação ambiental, que desde 2010, recebeu a visita de aproximadamente 33 mil pessoas, entre estudantes (do Ensino Infan-til ao Superior), professores, visitantes e eventos, como o Porteira Aberta e Férias na Mata Atlântica.

Em 2014, quando houve uma crise hídrica na cida-de, a empresa foi capaz de manter suas operações normalmente e ainda contribuir com o abasteci-mento da população local em colaboração com a Prefeitura de itu.

19

18 Kit de Irrigação – (http://pt.slideshare.net/reggisfilho/adapta-sertao-kifnet-5), (https://www.netafim.com.br/product/family-drip-system), (https://www.youtube.com/watch?v=E0VoxAjohLI) e (http://www.irrigacaodesucesso.com.br/) 19 Brasil Kirin – Relatório de Sustentabilidade (https://www.brasilkirin.com.br/pdf/relatorio-sustentabilidade-2014.pdf)

ficação rápida de vazamentos e investi-mento em maquinário mais moderno; captar água de chuva; e engajar e trei-nar colaboradores próprios e terceiros em atividades de eficiência hídrica e controle de consumo. Também devem monitorar impactos acumulados em sua região de abrangência; desenvol-ver produtos que utilizem menos água em sua produção e consumo; além de incentivar a otimização do uso de água pelo consumidor final;

➔ rEuso, que, por meio de um sis-tema fechado no processo produtivo, utiliza água residual em usos alterna-tivos, como limpeza de fábrica, res-friamento de maquinário e irrigação, garantindo que a água residual atenda ao requisito de qualidade exigido para as atividades escolhidas e capacitar colaboradores e sociedade para reuso em áreas domésticas; e

32

Amaggiredução de 50% da quantidade de água usada na aplicação de agroquímicos na produção até 2020.

coca-colaSer neutra no consumo de água até 2020, ao utilizar 1,47 litro de água captada por litro de bebida produzida.

unileverreduzir em 50% a quantidade de água usada no consumo de seus produtos até 2020.

BASFTer 100% de uso sustentável da água em áreas propensas à escassez hídrica, reduzir em 50% o consumo de água proveniente de fontes públicas no processo produtivo e diminuir em 80% as emissões de substâncias orgânicas na água residual, até 2020.

EmprESaS líDErES nO SEtOr EStãO buScanDO rESultaDOS:

50%

100%

➔ consErvaÇão E rEcuPEra-Ção dE fontEs que deve buscar a preservação e recuperação de bacias hi-drográficas, solo e ambientes naturais. Para este objetivo as empresas devem monitorar impactos de suas atividades próprias e da cadeia na qualidade de corpos hídricos; controlar e tratar (sem-pre que necessário) efluentes antes de devolvê-los à natureza; evitar a conta-minação do solo com resíduos tóxicos; e apoiar projetos de preservação e re-cuperação. As empresas também de-vem exigir de fornecedores e produto-res rurais o atendimento à legislações e licenças pertinentes, bem como apoiar a criação de políticas públicas de Paga-mento de Serviços Ambientais.

As empresas devem trabalhar três frentes de atuação no combate às mudanças climáticas:

➔ rEduÇão dE EmissõEs: devido à importância dessa frente, suas práticas foram divididas nos blocos de Energia, Manutenção e recuperação de áreas

mudanÇas climáticas Mudanças Climáticas são as variações no padrão estatístico do clima – temperatura, precipitação, nebulosidade e outros fenômenos climáticos – em escala global ou regional ao longo do tempo.

naturais, Eficiência na logística e Va-loração de custo da emissão:

• EnERGIA, ao realizar inventário de emissões, como GHG Protocolo Agrí-cola; aumentar eficiência energética e utilizar fontes de energia renováveis e limpas para geração de energia;

• MAnUTEnçãO E RECUPERAçãO DE ÁREAS nATURAIS, ao manter áreas de Preservação Permanente (APPs) e Reserva Legal (RL); apoiar projetos para manter e recuperar áreas naturais para manutenção/restauração de microclimas; implan-tar corredores ecológicos; prevenir a degradação de novas áreas; uti-lizar técnicas de manejo e conser-vação de solo e melhorar manejo para intensificar uso de pastagens;

• EFICIênCIA nA LOGíSTICA, por meio do investimento em modais de transporte mais eficientes; e trans-porte compartilhado com parceiros;

• VALORAçãO DE CUSTO DA EMIS-SãO, ao estimular o comércio de carbono através da participação e incentivo à precificação20 e estimular gestão de agricultura de baixo carbo-no. A valoração estimula um maior controle das emissões e, portanto, maior busca por eficiência e redução.

➔ mitigaÇão dE imPacto, com ações de planejamento de paisagem e ocupação do solo;

➔ adaPtaÇão às mudanÇas climáticas, através de investimento no uso racional de recursos hídricos e do solo; monitoramento da ocorrência de eventos extremos; identificar riscos e vulnerabilidades a possíveis cenários de mudanças; traçar estratégias de adaptação para o próprio negócio e ca-deia; e desenvolver produtos e tecnolo-gias voltadas às novas condições.

20 The Global Compact - Business Leadership On Carbon Pricing (http://caringforclimate.org/workstreams/carbon-pricing/)

33

21 Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - Plano ABC (http://www.agricultura.gov.br/arq_editor/download.pdf) 22 Projeto Carbono Araguaia – (http://www.portaldbo.com.br/Revista-DBO/noticias/Roncador-vai-monitorar-gases-da-pecuaria/14708)

O Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mu-danças Climáticas para a Consolidação de uma Eco-nomia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura (Plano ABC) foi elaborado para promover a redução das emissões dos gases de efeito estufa (GEE) en-tre 36,1% e 38,9% até 2020, conforme compromisso assumido pelo Brasil na COP 15 (15ª Conferência das Partes) em 2009.

O Plano organiza e planeja ações para adoção de tec-nologias sustentáveis de produção que visem reduzir a emissão de GEE no setor agropecuário. Coordena-do pela Casa Civil da Presidência da República junto ao Ministério da Agricultura, Abastecimento e Pe-cuária (MAPA) e ao Ministério do Desenvolvimento

Agrário (MDA), o texto foi elaborado por mais de 100 pessoas, de mais de 30 instituições governamentais, não governamentais e da iniciativa privada. A meta do plano é a redução das emissões GEE e nesta pro-jeção, o setor agropecuário, tem a responsabilidade de contribuir com a redução de 22,5% dessas emis-sões.

na ação de Integração Lavoura-Pecuária- Flores-ta além do compromisso de se ampliar a área em 4 milhões de hectares está também contemplada a implantação de Sistemas Agroflorestais (SAFs) em 2,76 milhões de hectares pela agricultura familiar.

Redução de emissão de carbono também na agricultura

21

O principal desafio da agropecuária brasileira é o au-mento da produtividade, para que se obtenha maior produção com o uso racional e sustentável da área. Em resposta a este desafio, o Projeto Carbono Ara-guaia recupera pastagens e monitora emissões de carbono, promovendo a pecuária responsável no Vale do Araguaia Mato-grossense, abrangendo 80 mil hectares de pastagem de fazendas parceiras. O total de pastagens na região atinge 3 milhões de hectares em 9 municípios, o que demonstra a rele-vância do tema localmente. A Dow oferece suporte tecnológico e assistência operacional ao pecua-rista, bem como assegura ferramentas para gerar os protocolos de gases estufa para cada proprieda-

Recuperação de pastagens e apoio ao pecuarista

22

de no projeto, através da ferramenta GHG Protocolo Agrícola, do world Resources Institute. Os benefícios climáticos apurados serão disponibilizados ao pro-grama de mitigação da pegada de carbono das Olim-píadas de 2016, liderado pela Dow.

o objetivo do projeto é monitorar os efeitos da recuperação de pastagens e melhor manejo do rebanho. A fazenda modelo tem 1800 hectares de propriedade da Agropecuária Água Viva, localizada no município de Cocalinho (MT). O programa conta ainda com apoio da Associação nacional dos Confi-nadores (Assocon) e do Grupo de Trabalho da Pecu-ária Sustentável (GTPS).

34

monsantoTer operações de sementes com zero emissão até 2020, com colaboração de produtores.

BASFreduzir em 40% as emissões de gases de efeito estufa e em 70% as emissões de poluentes e aumentar em 35% a eficiência energética até 2020.

WalmartObter 100% de consumo de energia a partir de fontes renováveis até 2020.

EmprESaS líDErES nO SEtOr EStãO buScanDO rESultaDOS:

15%

100%

100%

biodivErsidadE dE fauna E flora Biodiversidade de fauna e flora é a diversidade genética da fauna e flora natural (número e abundância) de determinado local.

11milhõEs

Desta forma, as empresas do setor agrícola devem trabalhar nas seguintes frentes de atuação:

➔ manutEnÇão E rEcuPEra-Ção dE ambiEntEs naturaispor meio do não financiamento, uso, distribuição, comercialização e con-sumo de produtos que tenham pro-cessos de desmatamento ilegal em sua cadeia; analisar impactos da ati-

SyngentaAumentar a biodiversidade de 5 milhões de hectares de terras cultiváveis, até 2020.

EmprESaS líDErES nO SEtOr EStãO buScanDO rESultaDOS:

AmbevTrabalhar em parceria com stakeholders locais para melhorar a gestão da água em regiões-chave de cultivo de cevada e reduzir em 15% as emissões de carbono nas operações logísticas até 2017.

raízenTer 100% de colheitas mecanizadas até 2021.

FibriaAcumular 11 milhões de toneladas de CO2 equivalente de saldo positivo, entre emissões e remoções anuais de gases de efeito estufa, em 2025.

vidade em áreas naturais; adequar propriedades rurais de acordo com legislações; mapear áreas prioritárias para preservação e recuperação de locais degradados; preparar um plano de monitoramento e conservação da biodiversidade; implantar corredores ecológicos; remunerar fornecedores por meio do Pagamento por Servi-ços Ambientais (PSA); e influenciar

colaboradores, cadeia e sociedade a seguirem conceitos de manutenção e recuperação de ambientes;

➔ ExPansão agrícola dE for-ma PlanEjada, com planejamen-to de expansão das atividades agrí-colas sobre áreas já convertidas e subutilizadas para reduzir abertura de novas áreas.

5milhõEs

35

23 Monitoramento da cadeira de pescado – (http://exame.abril.com.br/negocios/noticias/o-que-voce-nao-sabe-sobre-o-peixe-que-come-mas-deveria) e (http://www.walmartbrasil.com.br/noticias/walmart-implanta-programa-pioneiro-de-rastreamento-da-cadeia-de-pescado/)

O walmart, atento à proteção da biodiversidade e ma-nutenção dos ambientes naturais, está utilizando fer-ramentas de rastreabilidade para monitoramento da sua cadeia de pescados e conscientização do con-sumidor para compra. O projeto, para monitoramen-to de riscos ambientais e sociais da cadeia, acontece em parceria com a OnG Sustainable Fisheries Part-nership (SFP) e seus 10 maiores fornecedores de con-gelados, como Frescatto, DellMare, Pioneira da Costa e west noway. Primeiro são identificadas as espécies prioritárias a serem observadas e os desafios ofereci-dos por suas cadeias produtivas. As análises de sus-tentabilidade, os desafios identificados e as informa-ções sobre as espécies vão para um banco de dados que informa os varejistas sobre a adequação dos pes-

cados comercializados aos princípios de sustentabili-dade. Todos os mercados walmart do planeta podem incluir informações no banco de dados, e elas ficarão visíveis a todos os outros da rede. Com base nesses resultados, são construídas estratégias de melho-rias com os fornecedores (nacionais e internacio-nais) que são então refletidas em um plano de ação, de acordo com cada espécie averiguada. Atualmente, 80% do volume de pescados comercializados nos mercados Walmart já tem sua cadeia de produção rastreada e as 21 espécies de peixes congelados vendidas foram submetidas a um diagnóstico de risco ambiental e social. no futuro, o walmart dis-ponibilizará essas informações ao consumidor final no Brasil, como já é feito nos Estados Unidos.

Monitoramento da cadeia de pescados

23

rastreabilidadeA rastreabilidade da origem da matéria-prima até seu destino final tem se tornado um crescente foco das empresas líderes em gestão da qualidade e impacto dos seus produtos. Um sistema de rastreabilidade permite monitorar informações relevantes para a

produção e consumo, como por exemplo o consumo de insumos, localidade da área produtiva, tipo de mão de obra utilizada, etc.

Esta ferramenta tem grande potencial na garantia de uso racional de recursos naturais, pois assegura o monitoramento do produto/alimento em todas as suas etapas de produção. Quando

aplicada para o tema de Água e Mudanças Climáticas, por exemplo, pode identificar a quantidade de água utilizada em todo o processo produtivo, a quantidade de gases de efeito estufa emitida e auxiliar o evitamento de desmatamento, apoiando o monitoramento adequado das operações e cadeia de fornecedores.

36

frentes de atuação e práticas relevantes para conservação do solo incluem:

➔ gEstão rEsPonsávEl dE Pai-sagEns agrícolas, ao mapear e recuperar áreas prioritárias de preser-vação para reduzir a erosão e proteger corpos hídricos; remunerar fornecedo-res por meio de Pagamento por Ser-viços Ambientais (PSA); e prevenir a degradação de novas áreas de cultivo e pastagem;

➔ consErvaÇão E rEcuPEra-Ção dE solo, ao analisar e monito-rar impactos das atividades na qualida-de do solo; realizar técnicas adequadas de manejo como rotação de culturas e plantio direto; utilizar sistemas ino-vadores para manutenção de solos a longo prazo, como integração lavou-ra-pecuária-floresta e Sistemas Agro-florestais (SAFs); promover o uso ra-cional de adubos químicos através de receituário agronômico para minimizar desperdício; manter a matéria orgâni-ca e características estruturais do solo (com adubação verde, manutenção de palhada, curvas de nível, micro bacias e terraceamento, por exemplo); re-cuperar áreas de matas degradadas para reduzir carreamento de solo para recursos hídricos; identificar áreas frá-geis e vulneráveis à erosão e controlar focos de erosão assim que forem iden-tificados; planejar e gerenciar estradas rurais para minimizar lixiviação de so-los para rios; e capacitar colaboradores e agricultores em técnicas de recupe-ração, conservação e manejo através de eventos e materiais didáticos.

Para alcançar redução dos resíduos em suas operações as empresas devem: investir no tratamento dos efluentes antes de devolver a água residual em corpos hídricos; utilizar

consErvaÇão do soloConservação do solo busca o uso racional e manejo do solo que visam promover agricultura sustentável e aumentar a oferta de alimentos.

rEsíduos E EfluEntEs Resíduos e efluentes são materiais e substâncias sólidas, líquidas e gasosas que não foram convertidos em produto final no processo produtivo.

SyngentaMelhorar a fertilidade de 10 milhões de hectares de terras cultiváveis à beira da degradação, até 2020.

FibriaPromover a restauração ambiental de 40 mil hectares de áreas próprias e reduzir em 1/3 a quantidade de terras necessárias para a produção de celulose, até 2025.

Bungereduzir em 5% o envio de resíduos para destinação não sustentável até 2016.

unileverreduzir em 50% o desperdício associado ao descarte de seus produtos até 2020.

BASFzerar resíduos próprios destinados a aterros até 2025.

EmprESaS líDErES nO SEtOr EStãO buScanDO rESultaDOS:

EmprESaS líDErES nO SEtOr EStãO buScanDO rESultaDOS:

10milhões

mil40

efluentes em campos de cultivo para fertirrigação; diminuir a destinação de resíduos sólidos para aterros e incineradoras ao desenvolver tecno-logias que façam dos resíduos no-vas opções de matérias-primas para operação própria ou de fornecedores, aos moldes da economia circular; enviar resíduos orgânicos para com-postagem; utilizar embalagens com-postas por materiais reciclados; in-centivar a devolução de embalagens de seus produtos ao fornecer pontos de entrega voluntária e adotar a lo-gística reversa.

50%

37

frentes de atuação e práticas rele-vantes para segurança ambiental de produtos incluem:

➔ uso rEsPonsávEl dE agro-químicos, com promoção de treina-mentos para agricultores e publicação de materiais didáticos, incluindo ques-tões sobre: importância de seguir o receituário agronômico, segurança no armazenamento e transporte dos lí-quidos, qualidade da aplicação, revisão periódica de pulverizadores, risco de deriva, respeito ao tempo de carência e descarte correto de embalagens va-zias;

➔ ProduÇão orgânica E agroEcológica, ao respeitar os ciclos dos nutrientes do solo ao invés de aplicar fertilizantes e agroquími-cos; empregar de modo racional os recursos naturais; utilizar o mane-jo integrado de pragas e rotação de culturas; valorizar a biodiversidade de culturas; estimular a produção ba-seada nos princípios de agroecologia; e respeitar o conhecimento e cultura tradicional local.

O tema, para ser bem trabalhado pe-las empresas, deve incluir as seguintes frentes:

➔ sEmEntEs E agroquímicos, ao investir em pesquisa de produtos que utilizem menor quantidade de recur-sos naturais e emitam menos gases de efeito estufa em seu ciclo de vida; utili-zem resíduos em sua composição; es-

sEguranÇa ambiEntal dE ProdutosSegurança ambiental de produtos é o conjunto de normas de produção, transporte, armazenamento, uso e consumo dos alimentos de forma que não gere danos ao meio ambiente no curto e longo prazo.

dEsEnvolvimEnto dE tEcnologiasDesenvolvimento de tecnologias consiste no desenvolvimento de pesquisa e inovação para aplicação de melhores práticas ambientais no processo produtivo com o objetivo de produzir mais alimento com uso de menos recursos naturais.

DowAlcançar 6 vezes mais impacto positivo líquido do portfólio de inovação sobre o desenvolvimento sustentável até 2025.

EmprESaS líDErES nO SEtOr EStãO buScanDO rESultaDOS:

6x

tejam adaptados a situações extremas (como estresse hídrico ou enchentes); aumentem a produtividade do produ-tor; e utilizem embalagens que dimi-nuam o desperdício de produto.

➔ sErviÇos dE PrEcisão, ao de-senvolver tecnologias, produtos e ser-viços que auxiliem o produtor na me-lhoria de atividade de campo e gestão. Um exemplo seria o uso de um apli-cativo para identificar, por exemplo, melhores produtos e manejo para suas culturas e tipos de pragas com respec-tivos tratamentos.

➔ Práticas dE intEnsificaÇão sustEntávEl E modElos dE ProduÇão dE valor agrEgado, ao usar diferentes modos de produção de cultivos, como orgânicos e agricul-tura familiar que busca a agregar valor social e ambiental em sua produção.

38

inDicaDOrES maiS utilizaDOS atualmEntE para rEpOrtar OS tEmaS

incluíDOS nEStE princípiO SãO:

Wash-WWs2.9 • Número de instalações, em áreas de escassez hídrica, em que as tecnologias de economia de água e campanha de sensibilização são utilizadas.

• CEO Water Mandate’s Corporate water Disclosure Guidelines – Intensidade média de água extraída em áreas com escassez hídrica, número total e percentual de retiradas de água de áreas de escassez e performance da água ao longo da cadeia de valor.

Wash-WWs2.1 • Distância entre o local de trabalho e a fonte de abastecimento de água.

ungc-Pf16.14 • Envolvimento da companhia com a comunidade para garantir que as necessidades de água da última estão sendo atendidas e discutir possíveis estratégias para reduzir a pegada de água.

g4-En8 • Total de retirada de água por fonte.

g4-En9 • Fontes hídricas significativamente afetadas por retirada de água.

g4-En10 • Percentual e volume total de água reciclada e reutilizada.

ungc-Pf16.13 • Procedimentos ou sistemas locais para ajudar a reduzir sua pegada hídrica.

ÁguA mudAnçAS climÁTicAS

g4-Eu19 • Participação dos stakeholders no processo de decisão relacionado à planta de energia e ao desenvolvimento da infraestrutura.

cdP-cc11.2 • Quantidades de combustível, eletricidade, calor, vapor e refrigeração em Mwh adquiridas e consumidas durante o ano de referência.

cdP-cc11.3 • Discriminar a quantidade e o tipo de cada combustível usado.

cdP-cc11.4 • Detalhar as quantidades de eletricidade, calor, vapor ou resfriamento que foram consideradas como de baixa emissão de carbono.

g4-Ec2 • Implicações financeiras e outros riscos e oportunidades para as atividades da organização em decorrência de mudanças climáticas.

ungc-Pf17.9 • Práticas promovidas relacionadas à estabilidade do clima dentro de suas relações comerciais e se estas práticas se estendem aos pequenos produtores.

ungc-Pf17.13 • Iniciativas que promovem práticas resilientes e/ou atualizam os procedimentos da cadeia de valor para enfrentar a mudança climática e partes interessadas fora da cadeia de valor envolvidas (por exemplo, comunidades vizinhas e pequenos proprietários).

cdP-cc5.1 • Riscos identificados, relacionados a mudanças climáticas, capazes de

g4-En7 • Reduções nos requisitos energéticos de produtos e serviços.

g4-En15, En16 E En17 • Emissões de gases de efeito estufa, de escopos 1, 2 e 3.

g4-En18 • Intensidade das emissões de gases estufa.

g4-En19 • Redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE).

g4-En20 • Emissões de gases que afetam a camada de ozônio.

g4-En21 • Emissões de NOX, SOX e outros.

g4-Eu5 • Alocação de licenças de emissões de CO2 ou equivalentes, discriminadas por quadro de comércio de carbono.

cdP-cc3.3a • Número total de projetos de mitigação de emissões em cada fase do desenvolvimento. Para aqueles nas fases de implementação, de quanto se estimam as poupanças de CO2.

cdP-cc12.1 • Comparação entre emissão de gases estufa no ano corrente com o ano anterior.

g4-En3 • O consumo de energia dentro da organização.

g4-En6 • Redução do consumo de energia.

39

g4-En11 • Unidades operacionais próprias, arrendadas ou administradas dentro ou adjacentes a áreas protegidas e áreas de alto índice de biodiversidade.

g4-En12 • Descrição dos impactos significativos de atividades, produtos e serviços na biodiversidade de áreas protegidas e em áreas não-protegidas de alta biodiversidade.

g4-En13 • Hábitats protegidos ou restaurados.

g4-En14 • Número total de espécies na lista vermelha da IUCn e em listas nacionais de conservação cujos habitats estão em áreas afetadas por operações, por nível de risco de extinção.

g4-En26 • Identificação, tamanho, status de proteção e índice de biodiversidade de espécies marinhas (e de seus habitats) significativamente afetados por descartes de água e drenagens realizadas pela organização.

g4-Eu13 • Biodiversidade de habitats naturais em comparação com a biodiversidade das áreas afetadas.

g4-og4 • Número absoluto e porcentagem de sites onde foi identificado e monitorado risco para a biodiversidade.

g4-En27 • Extensão da mitigação dos impactos ambientais de produtos e serviços.

g4-En29 • Valor monetário de multas significativas e número total de sanções não monetárias aplicadas em decorrência da não conformidade com leis e regulamentos ambientais.

g4-En30 • Impactos ambientais significativos do transporte de produtos e outros bens e materiais para as operações da organização, bem como do transporte de trabalhadores.

g4-En34 • Número de queixas sobre os impactos ambientais das operações, registradas e resolvidas tratadas através de mecanismos formais de reclamação.

g4-crE5 • Solo recuperado ou necessitado de recuperação para o uso exigido ou planejado pela empresa, de acordo com as disposições legais.

g4-Eo13 • Número, tipo e impacto dos legados físicos e tecnológicos.

uncg-Pf14.1 • Impactos da empresa em relação ao meio ambiente e saúde local, avaliados por autoridades locais/especialistas/OnGs e respostas para mitigação de impactos negativos e aumento de impactos positivos.

ungc-Pf17.10 • Operações da empresa que ofereçam risco de desastres ambientais (por exemplo, a seca, a contaminação, etc.) sobre as comunidades locais, e se a empresa está se envolvendo com as comunidades para mitigar e gerenciar esses riscos ambientais e detalhes dos programas no lugar, como objetivos e metas.

• Retorno para negócio de investimento em projetos ambientais.

g4-En22 • Descarte total de água por qualidade e destinação.

g4-En23 • Peso total de resíduos, por tipo e método de disposição.

g4-En24 • Número e volume total de derramamentos significativos de produtos químicos e todos os resíduos em todo seu ciclo de vida, de lixo marinho e poluição por nutrientes.

g4-En25 • Peso de resíduos transportados, importados, exportados ou tratados considerados perigosos nos termos da Convenção de Basileia anexo I, II, III e VIII e percentagem de resíduos transportados internacionalmente.

biOddiverSidAde de FAunA e FlOrA

SegurAnçA AmbienTAl de prOduTOS

cOnServAçãO dO SOlO

deSenvOlvimenTO de TecnOlOgiAS

reSíduOS e eFluenTeS

cdP-f8.2 • Detalhamento dos compromissos de redução ou fim do desmatamento e degradação da floresta nas operações diretas da empresa e/ou na cadeia.

Wbcsd-1b • Porcentagem de todas as florestas (pertencentes, arrendadas e administradas) certificadas.

provocar mudanças substanciais no negócio, na receita ou nos gastos.

cdP-cc6.1 • Oportunidades identificadas, relacionadas a mudanças climáticas, capazes de provocar mudanças substanciais no negócio, na receita ou nos gastos.

Para maiores informações sobre indicadores, consultar o site http://unstats.un.org/sdgs/indicators/database/.

40

g a r a n t i r

v i a b i l i d a d E

E c o n ô m i c a E

c o m P a r t i l h a r

v a l o r E s

41

As empresas devem criar, entregar e compartilhar valores ao longo de toda a cadeia de alimentos e agricultura – dos agricultores aos consumidores.

42

u ma empresa tem o poten-cial de moldar sua cadeia de produção para a resolução de questões ambientais e

sociais, assegurando, por exemplo a viabilidade econômica dos seus par-ceiros por meio de uma remuneração adequada – proporcional ao seu papel na cadeia produtiva - garantindo ma-nutenção do seu negócio e compar- tilhando os valores gerados pelo pro-duto final. Há uma tendência observada de que consumidor está atento a este cenário, e a decisão de compra não fica apenas na comparação de preços,

mas no entendimento do valor agrega-do do produto, de sua origem e o meio de produção empregado. O consumi-dor está se tornando mais exigente na sua escolha - apenas 8% da população acredita na comunicação de ações de sustentabilidade feitas por empresas24 - e demanda informações precisas e claras sobre a produção.

Há ainda um grande trabalho a ser fei-to com consumidores e cadeia sobre compartilhamento e valorização de práticas socioambientais.

ods 8 Trabalho decente e

crescimento econômico para a meta de

promoção de políticas orientadas à inovação e

empreendedorismo (8.3);

ods 9 Indústria, inovação

e infraestrutura para a meta

de incentivo à pesquisa científica e inovação (9.4); e

ods 12 Consumo e produção responsáveis para as metas de alcance da

gestão sustentável e uso eficiente dos recursos

naturais (12.2), manejo responsável de produtos

químicos e resíduos (12.4), redução da geração de

resíduos (12.5), informação e conscientização

para desenvolvimento sustentável (12.8).

considerações gerais Para a definição da estratégia de cada tema

A conformidade com a legislação vigente para cada tema é essencial como desempenho mínimo e seu não cumprimento é um fator de risco para as empresas.

A aderência às certificações é recomendada, pois é uma oportunidade de obter direcionamento, padronização e comparabilidade de práticas para cada tema. Empresas que buscam certificações, possuem maior controle de suas práticas e estão buscando melhorias constantes.

A cadeia de fornecedores deve ser considerada na estratégia de cada tema, sempre que possível, ampliando o impacto positivo das ações para além das próprias operações.

As empresas também têm papel ativo na promoção de mudanças da conjuntura nacional por meio de investimentos sociais estratégicos, via incentivos fiscais, e fomento de políticas públicas e parcerias público-privadas.

Para avançar neste cenário, as empresas devem mostrar avanços nos temas

Estabilidade dos agricultores, Consumo responsável e Gestão de fornecedores e

terceiros. Os ODS abordados são:

24 Akatu – Pesquisa 2012: Rumo à sociedade do bem-estar (http://www.akatu.org.br/pesquisa/2012/SUMARIO_PESQUISAAKATU.pdf)

43

44

Esse desenvolvimento é fundamental para a manutenção de unidades produ-tivas no país. Desta forma, as empre-sas do setor agrícola devem trabalhar nas seguintes frentes de atuação:

➔ mElhora no dEsEmPEnho da ProPriEdadE E incEntivo ao EmPrEEndEdorismo, por meio do diagnóstico dos principais desafios, capacitação sobre gestão de negócio, técnicas e ferramentas de melhoria de desempenho financeiro, e promover linhas de crédito para aqui-sição de técnicas e/ou tecnologias para melhoria de cultivo;

➔ comPra dirEta de produtores rurais, para fortalecer o relaciona-mento com a empresa e incentivar a transparência sobre produtos e práti-cas de preço no mercado;

➔ aPoio à mElhoria da quali- dadE dE vida dos agriculto-rEs, ao garantir acesso às necessi-dades básicas de subsistência, como abastecimento de alimentos e água de qualidade, obtenção de energia, garantia de jornada de trabalho ade-quada e boas condições de trabalho;

➔ valorizaÇão do Produtor para melhoria da imagem dos agricul-tores perante a sociedade, através de comunicação sobre produtos e meios de produção.

EstabilidadE dos agricultorEs A estabilidade dos agricultores pode ser alcançada por meio de um conjunto de práticas essenciais para a preservação do sustento e estabilidade do agricultor e de sua família e desenvolvimento socioeconômico de comunidades agrícolas.

unileverImpactar a vida de 5,5 milhões de pessoas ao melhorar a subsistência de pequenos agricultores, os rendimentos dos varejistas de pequena escala e aumentar a participação dos na cadeia de valor da Unilever (meta global).

SyngentaCapacitar 20 milhões de pequenos agricultores e ajudar a aumentarem a sua produtividade em 50%.

cargillCertificar 200 fazendas produtoras de cacau até 2019.

EmprESaS líDErES nO SEtOr EStãO buScanDO rESultaDOS:

20

5,5milhõEs

milhõEs

45

A COOPERCUC (cooperativa agropecuária fami- liar de canudos, uauá e curaça) teve início nos anos 80 com um grupo pequeno de mulheres em Uauá - sertão da Bahia - produzindo incialmente ape-nas geleias, com o intuito incluir a mulher na gera-ção de renda familiar, incentivar o empreendedo-rismo e apoiar a melhoria da qualidade de vida de pequenos agricultores. Em 2004, a COOPERCUC foi oficializada e tinha quarenta e quatro cooperados. Buscando estabelecer novos negócios e mercados, os cooperados têm participado de capacitações e intercâmbios para ampliar seus conhecimentos por meio de novas tecnologias e estratégias.

Atualmente, os investimentos em capacitação e infraestrutura – 15 mini-fábricas – resultam na gra-veteiros, uma linha de produtos diversa de do-ces e geleias à base de frutas nativas do sertão,

como maracujá da caatinga, goiaba, manga, banana e umbu. Os produtos possuem o selo flo fair trade e certificação orgânica e são comercializados inter-nacionalmente – Itália, França e Áustria.

Ao todo, 450 famílias de 18 comunidades da re-gião são beneficiadas pelo trabalho da COOPER-CUC, que possui capacidade de produção de 200 toneladas de doces. Devido ao seu sucesso, a coo-perativa passou a receber apoio da terceira edição do Projeto Pró-Semiárido na Bahia do Fundo Interna-cional do Desenvolvimento Agrícola (FIDA) em coo-peração com o Governo da Bahia, que financiou um plano de negócio para uma nova planta de pro-cessamento da COOPERCUC num total de R$ 4 mi-lhões investidos a ser inaugurada em julho de 2016 aumentando e diversificando a produção para incluir também polpa de frutas.

Empreendedorismo e geração de renda familiar

25Coopercuc – (http://www.coopercuc.com.br/quem-somos/nossa-historia/), (http://www.coopercuc.com.br/quem-somos/crescimento-producao/) e (http://www.portalsemear.org.br/banco_de_saberes/cooperativismo-no-semiarido-brasileiro-a-experiencia-da-cooperativa-agropecuaria-familiar-de-canudos-uaua-e-curaca-coopercuc/)

25

46

Uma estratégia sólida de Consumo Responsável deve contemplar as frentes de:

➔ Eficiência no uso dE rEcur-sos (como água, energia e solo), ao utilizá-los de modo responsável; eli-minar insumos prejudiciais à saúde; reutilizar resíduos; promover a eco-nomia circular e produtos que utilizem menos insumo e/ou gerem menos resíduo; utilizar pensamento de ciclo de vida dos produtos para identificar melhorias; desenvolver produtos que utilizem menos recursos no seu uso e consumo; dar preferência a fornecedo-res que sigam padrões socioambien-

consumo rEsPonsávEl Consumo responsável é o “Uso de serviços e produtos, que respondem às necessidades básicas e trazem melhor qualidade de vida enquanto minimizam o uso de recursos naturais e materiais tóxicos, bem como a emissão de resíduos e poluentes ao longo do ciclo de vida do serviço ou produto, de maneira a não prejudicar as necessidades das gerações futuras” (Sustainable Consumption and Production – SCP – Oslo Symposium, 1994).

tais em atividades e apoiar indústria de reciclagem e logística reversa (quando indicado, como por exemplo para em-balagens vazias de agroquímicos ou embalagens recicláveis);

➔ PromovEr o consumo cons-ciEntE ao rastrear e monitorar sua produção; comunicar de maneira trans-parente as informações de produtos; mapear as demandas e tendências do mercado; disponibilizar ao consumidor meios de destinação adequada de resí-duos - logística reversa - e capacitar o consumidor a fazer escolha consciente, ensinando-o a levar em conta impacto ambiental e social do produto.

AmbevReduzir em 100 mil toneladas os materiais usados em embalagens até 2017.

nestlèEvitar o uso de pelo menos 100.000 toneladas de material de embalagem até 2017, através de análise e otimização contínua do portfólio de embalagem (meta global).

coca-colareciclar 100% da embalagem de seus produtos até 2020.

DOWDesenvolver 6 grandes projetos de economia circular até 2025.

EmprESaS líDErES nO SEtOr EStãO buScanDO rESultaDOS:

100

100

mil

mil

100%

rastreabilidadeA rastreabilidade da origem da matéria-prima até seu destino final tem se tornado um crescente foco das empresas líderes em gestão da qualidade e impacto dos seus produtos. Um sistema de rastreabilidade permite monitorar informações relevantes para a produção e consumo, como por exemplo o consumo de insumos, localidade da área produtiva, tipo de mão de obra utilizada, etc.

O consumo responsável requer um monitoramento preciso e constante da cadeia (fornecedores e terceiros), desta forma um sistema de rastreabilidade pode assegurar que a cadeia produtiva atende aos requisitos sociais, ambientais e econômicos definidos pela empresa.

47

A Unilever apresenta como visão entregar a seus consumidores produtos que promovam a melhoria dos padrões de vida, com a visão de gerar crescimento para o negócio, enquan-to reduzimos o impacto, através do Plano de sustentabilidade da unilever (USLP). Dentre as frentes do plano, está a meta de, até 2020, 100% de nossas matérias-primas agrícolas serem fornecidas de forma sustentável.

Com o desenvolvimento deste trabalho, a fruttare no brasil, alcançou a marca de 100% das suas frutas de origem sustentável. O pro-grama de sustentabilidade para frutas tem se mostrado benéfico para a cadeia de forne-cedores, trazendo melhorias na qualidade de trabalho para os colaboradores e nos pro-cessos. As fazendas que aderem ao programa tornam-se “fazendas referências” e mode-

los para as demais. Para o consumidor, o con-ceito ‘cultivo sustentável’, mesmo que ainda pouco conhecido, é interpretado positivamente pelo público-alvo da marca (jovens entre 18 e 25 anos), que ressalta ainda que as comunica-ções de marcas devem estar pautadas em histórias verdadeiras.

Através deste insight, a Fruttare relançou seus produtos com novas embalagens que trazem um selo que destaca a origem da fruta e seu cultivo sustentável. Além disso, desen-volveu a campanha ‘rota das frutas’, com o intuito de mostrar o contato e olhar de uma jovem e suas experiências nas fazendas das frutas sustentáveis da Fruttare, informando ao público-alvo sobre o trabalho feito, de maneira pouco técnica e engajadora.

Frutas de origem sustentável

26Rota da fruta – (http://www.kibon.com.br/Brand/Fruttare.aspx).

26

48

A gestão de fornecedores e terceiros bem estruturada pode contribuir subs-tancialmente para garantir a viabilida-de econômica e compartilhar valores da sustentabilidade ao longo da cadeia. Uma abordagem elaborada de Gestão de Fornecedores inclui:

gEstão dE fornEcEdorEs E tErcEiros Gestão de fornecedores e terceiros é a gestão do relacionamento com empresas e indivíduos fornecedores de produtos e serviços para a empresa.

➔ dEfinir um EscoPo dE atuaÇão com a cadeia mapean-do os ris-cos e oportunidades ao longo dos elos da cadeia e segmen-tando fornecedores críticos em re-lação às questões socioambientais nas quais a empresa quer alavancar seu desempenho, por exemplo, nos seus temas materiais (Ex.: Mudan-ças climáticas, Consumo responsá- vel, Água, Direitos humanos, etc.);

➔ Possuir um código dE conduta bem estruturado para fornecedores e terceiros, que inclua cláusulas am-bientais e sociais a serem respeitadas e que remetam aos valores da empre-sa e possibilitem condições de adapta-ção de novos fornecedores, com temas materiais e prioridades da empresa bem definidos onde o envolvimento de

raízenCadastrar 700 novos fornecedores em programa de produção sustentável até 2016.

unileverTer 100% de matéria-prima agrícola sustentável por meio de verificações e certificações até 2020.

coca-colaCertificar 100% dos fornecedores até 2020.

EmprESaS líDErES nO SEtOr EStãO buScanDO rESultaDOS:

700

100%

100%

fornecedores é importante para atingir resultados esperados;

➔ Engajar com fornEcE-dorEs E tErcEiros para capa- citação destes visando avanços nas práticas socioambientais, por meio de palestras, patrocínio de eventos, distri-buição de materiais didáticos, etc.;

➔ mEnsurar os rEsultados por meio de auditorias em fornecedo-res e terceiros, mapeando e monito-rando o cadastro de fornecedores para identificação rápida de irregularidades;

➔ formar ParcErias com for-nEcEdorEs, tErcEiros E dEmais atorEs rElEvantEs para tratar causas de impactos que não podem ser abordadas por uma única empresa;

49

inDicaDOrES maiS utilizaDOS atualmEntE para rEpOrtar OS tEmaS

incluíDOS nEStE princípiO SãO:

g4-En2 • Porcentagem de materiais usados proveniente de reciclagem.

g4-En7 • A redução na necessidade de uso de energia de produtos e serviços.

Wbcsd-1c • Porcentagem de madeira/fibra/produtos certificados do volume total de consumo.

g4-En27 • Extensão da mitigação dos impactos ambientais de produtos e serviços.

g4-En28 • Percentual de produtos e suas embalagens recuperados em relação ao total de produtos vendidos, discriminados por categoria de produtos.

• Porcentagem dos lançamentos de marcas próprias que são submetidos a uma análise de sustentabilidade, a fim de avaliar os impactos no ciclo de vida.

g4-12 • Descrição da cadeia de fornecedores da organização.

g4-la14 • Porcentagem de novos fornecedores que foram selecionados com base em critérios de boas práticas trabalhistas.

g4-la15 • Impactos negativos significativos reais e potenciais das práticas trabalhistas na cadeia de abastecimento e as medidas de prevenção ou correção tomadas.

g4-hr5 • Operações e fornecedores identificados como portadores de alto risco de ocorrência de trabalho infantil. Medidas para contribuir com a abolição do trabalho infanto-juvenil.

g4-hr6 • Operações e fornecedores identificados como tendo risco significativo de ocorrência de trabalho forçado ou escravo, e medidas para contribuir para a eliminação de todas as formas de trabalho forçado ou obrigatório.

g4-Ec9 • Proporção de gastos em fornecedores locais em regiões com operações significativas.

g4-dmab • Políticas e práticas utilizadas para promover a inclusão econômica ao selecionar fornecedores. Formas de inclusão econômica podem incluir: fornecedores pertencentes a mulheres; fornecedores de propriedade ou integrados por membros de grupos sociais vulneráveis, marginalizados ou

cOnSumO reSpOnSÁvel

geSTãO de FOrnecedOreS e TerceirOS

sub-representados; e pequenos e médios fornecedores.

ungc-Pf2.12 • Os investimentos previstos no país para próximos anos, em relação a porte de investimento, volume de comércio ou volume das trocas comerciais com fornecedores e distribuidores e modelo(s) de negócio(s) que a empresa pretende usar para investir.

ungc-Pf2.13 • Práticas de compra da empresa (o volume de compra, os preços negociados e pagos) que impactam a volatilidade dos preços das principais commodities, materiais, culturas, e/ou insumos dependentes de fornecedores locais ou nacionais.

ungc-Pf3.5 • Política/código que aborda direitos e normas de trabalho ao longo da cadeia de valor.

ungc-Pf3.6 • Mecanismos para monitorar o cumprimento de normas e padrões trabalhistas de seus maiores fornecedores, principais indicadores avaliados e mecanismo ou sistema para lidar com fornecedores que não são compatíveis.

ungc-Pf13.10 - Programas de saúde e segurança e/ou ações dentro da empresa que se estendem a trabalhadores ao longo da cadeia de valor, que estejam de acordo com leis internacionais, nacionais ou locais trabalhistas e padrões do setor, e como é feito o monitoramento.

Para maiores informações sobre indicadores, consultar o site http://unstats.un.org/sdgs/indicators/database/.

50

rEsPEitar os

dirEitos humanos,

criar trabalho

digno E ajudar as

comunidadEs rurais

a ProsPErarEm

51

As empresas devem respeitar os direitos dos agricultores, trabalhadores e consumidores. Elas devem contribuir para melhorar a vida dessas pessoas promover e fornecer oportunidades iguais para que as comunidades se tornem atrativas para viver, trabalhar e investir.

52

o Brasil é pioneiro no esta-belecimento de agendas estaduais de Trabalho De-cente – em 2006, lançou a

Agenda nacional de Trabalho Decente (AnTD)27, parceria do Governo Federal com a Organização Internacional do Trabalho (OIT). A Agenda tem como objetivos a geração de mais e melho-res empregos, a erradicação do tra-balho escravo e do trabalho infantil, o fortalecimento dos gestores munici-pais, estaduais e federais e do diálogo

social. A demanda pela implementa-ção desta agenda é urgente, uma vez que até 2010, 3,4 milhões28 de crian-ças e jovens brasileiros estavam tra-balhando para complementar a renda familiar, e, de 2003 a 2016, cerca de 45 mil trabalhadores29 foram resga-tados de situação de escravidão. As empresas empregadoras têm respon-sabilidade fundamental no desenvolvi-mento do respeito ao trabalhador e à comunidade em que possui operação, garantindo prosperidade à ambos.

ods 1 Erradicação da pobreza para a meta

de garantia de direitos iguais aos recursos econômicos, serviços básicos, propriedade e herança,

recursos naturais, novas tecnologias e serviços financeiros (1.4);

ods 2 Fome zero e agricultura sustentável

para a meta de proteção dos recursos genéticos e conhecimentos

tradicionais (2.5);

ods 9 Indústria, inovação e

infraestrutura para a meta de emprego pleno com remuneração

equivalente ao cargo;

ods 4 Educação de qualidade para a

meta de aumento das habilidades técnicas e profissionais de jovens

e adultos (4.4);

ods 10Redução das desigualdades

para a meta de empoderamento e promoção da inclusão social, econômica

e política de todos (10.2), igualdade de oportunidades (10.3), e adoção de política salarial para promoção da

igualdade (10.4); e

ods 5 Igualdade de gênero para as metas

de fim da discriminação contra mulheres e meninas (5.1), eliminação de qualquer forma de violência contra mulheres e meninas (5.2), e garantia da participação plena das mulheres e

igualdade de oportunidades (5.5);

ods 11Cidades e comunidades

sustentáveis no que tange a meta de melhoria

da capacidade para o planejamento e gestão de assentamentos humanos

participativos (11.3), e redução do impacto ambiental negativo per capita das cidades (11.6).

Para avançar neste cenário, as empresas devem mostrar avanços nos temas Direitos Humanos,

Diversidade e Inclusão, Desenvolvimento profissional, Saúde e segurança ocupacional e

Desenvolvimento local, que compreendem os ODS:

27 Organização Internacional do Trabalho – OIT (http://www.oitbrasil.org.br/content/oit-no-brasil) 28 Repórter Brasil – Brasil livre de trabalho infantil (http://reporterbrasil.org.br/wp-content/uploads/2015/02/Brasil-Livre-de-Trabalho-Infantil-Reporter-Brasil.pdf) 29Ministério do Trabalho e Previdência Social – notícia sobre campanha de combate ao trabalho escravo (http://www.mtps.gov.br/component/content/article?id=3356)

53

considerações gerais Para a definição da estratégia de cada tema

A conformidade com a legislação vigente para cada tema é essencial como desempenho mínimo e seu não cumprimento é um fator de risco para as empresas.

A aderência às certificações é recomendada, pois é uma oportunidade de obter direcionamento, padronização e comparabilidade de práticas para cada tema. Empresas que buscam certificações, possuem maior controle de suas práticas e estão buscando melhorias constantes.

A cadeia de fornecedores deve ser considerada na estratégia de cada tema, sempre que possível, ampliando o impacto positivo das ações para além das próprias operações.

As empresas também têm papel ativo na promoção de mudanças da conjuntura nacional por meio de investimentos sociais estratégicos, via incentivos fiscais, e fomento de políticas públicas e parcerias público-privadas.

54

Os direitos humanos incluem o direito à vida e à liberdade, à liberdade de opi-nião e de expressão, o direito ao traba-lho e à educação, entre muitos outros. Todos merecem estes direitos, sem discriminação (Declaração Universal dos Direitos Humanos)30.

Além do respeito à legislação vigente, como a nR3131, existem diversas fren-tes de atuação e práticas estabeleci-das que já se mostram essenciais para uma sólida estratégia para direitos hu-manos como:

➔ combatE ao trabalho Escra- vo, buscando entender a problemática do trabalho escravo contemporâneo; aderir quando oportuno e consultar o Instituto Pacto nacional pela Erradica-ção do Trabalho Escravo (InPACTO); res-peitar legislações adequadas; mapear parceiros comerciais com risco de tra-balho escravo evitando assim sua con-tratação ou compra dos seus produtos e serviços; prover ambiente saudável e seguro de trabalho; respeitar tempo má-ximo de jornadas e garantia da liberdade do trabalhador; não promover endivida-mento e isolamento; auditar operações próprias e em sua cadeia por conta própria ou por terceiros; apoiar ações de empregabilidade para trabalhadores resgatados e vulneráveis; conscientizar fornecedores, terceirizados e sociedade através de patrocínio de publicações e eventos, participação de projetos e mo-

unileverCompartilhar valores de direitos humanos em 100% das operações e cadeia até 2020 (meta global).

SyngentaPromover condições justas de trabalho em 100% da cadeia de fornecedores até 2020.

princípiOS OriEntaDOrES SObrE EmprESaS E DirEitOS HumanOS - Onu32

Os 31 Princípios Orientadores sobre Empresas e Direitos Humanos foram elaborados pelo Representante Especial do Secretário-Geral das nações Unidas, Professor John Ruggie, para orientar as empresas sobre suas responsabilidades sobre direitos humanos.

os Princípios são baseados em 3 grandes pilares:

• PROTEGER: a obrigação dos Estados de proteger os direitos

humanos; • RESPEITAR: a responsabilidade das empresas de respeitar os direitos humanos; • REPARAR: a necessidade de que existam recursos adequados e eficazes, em caso de descumprimento destes direitos pelas empresas.

Os Princípios são disseminados pelo Grupo de Trabalho das nações Unidas sobre Empresas e Direitos Humanos, que busca identificar os principais desafios de implementação e as boas práticas nos países.

vimentos do setor e incentivo ao uso de ferramentas de rastreabilidade.

➔ combatE ao trabalho infan-tojuvEnil, procurando mapear par-ceiros comerciais com risco de trabalho infantojuvenil evitando assim sua con-tratação ou compra dos seus produtos e serviços; auditar operações próprias e em sua cadeia por conta própria ou por terceiros; conscientizar fornecedo-res e sociedade através de patrocínio de publicações e eventos; participação de projetos e movimentos do setor; incentivo ao uso de ferramentas de

EmprESaS líDErES nO SEtOr EStãO buScanDO rESultaDOS:

100%

100%

rastreabilidade; e apoiar ações de de-senvolvimento em educação, cultura, saúde, lazer e liberdade de escolhas e expressão, além de recuperação e rein-serção de crianças e jovens resgatadas e vulneráveis para o convívio social.

➔ ProtEÇão às comunidadEs tradicionais E outras comu-nidadEs, ao preservar áreas perten-centes a essas comunidades, fomen-tar o desenvolvimento sustentável da comunidade e ações de empreendedo-rismo e respeitar a cultura e conheci-mentos tradicionais.

dirEitos humanos Direitos humanos são os direitos inerentes a todos os seres humanos, independentemente de raça, sexo, nacionalidade, etnia, idioma, religião ou qualquer outra condição.

30 Declaração Universal dos Direitos Humanos (http://www.dudh.org.br/definicao/) 31 norma Regulamentadora 31 (http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr31.htm) 32 Conectas – Empresas e Direitos Humanos (http://www.conectas.org/arquivos-site/Conectas_Princ%C3%ADpiosOrientadoresRuggie_mar2012(1).pdf) e (http://www.agricultura.gov.br/arq_editor/download.pdf)

55

A Syngenta acredita que um dos desafios do setor agrícola é oferecer condições justas e atrativas de trabalho para a população rural, evitando, assim, a sua migração para as cidades e o comprometimento dos esforços para aumentar a produção de alimentos.

Como as sementes da Syngenta são processadas em plantas próprias e multiplicadas por centenas de pro-dutores parceiros, a empresa assumiu o compromisso de que 100% da sua cadeia de fornecedores esteja em conformidade com os padrões internacional-mente aceitos, como parte de seu Plano de Agricultu-ra Sustentável (the good growth Plan).

Para isso, a Syngenta vem trabalhando com a FLA – Fair Labor Association (Associação para o Trabalho Justo) desde 2004 para tratar das normas traba-lhistas em fazendas de sementes, incluindo trabalho infantil, saúde e segurança, conscientização dos direitos dos trabalhadores, salários e benefícios, carga horária, assédio moral e físico, e discrimina-ção. A campanha teve início no Brasil em 2012 e rece-beu o nome de “trabalho rural tem que ser legal”.

A campanha possui materiais didáticos sobre os direi-

tos dos trabalhadores no campo (cartilhas, vídeos etc.), canal para denúncias e programa de auditoria. As auditorias internas e externas têm registrado melhoria continua das condições de trabalho no campo, es-pecificamente no atendimento aos requisitos da nr 31, normativa que contém mais de 210 itens de verificação.

O programa alcança 100% da produção de soja e mi-lho da empresa no brasil – atualmente 810 campos de produção que empregam 3.179 funcionários em mais de 13 estados brasileiros. O salário médio dos funcioná-rios é 40% maior que o salário mínimo nacional, já que também recebem bônus pelo desempenho no campo, e contam com café da manhã e almoço na empresa (ga-nhando, portanto, mais duas horas de sono), uniformes e equipamentos de proteção individual (EPIs).

o projeto tem sido referência entre trabalhadores, órgãos do governo e sindicatos, e tem como próximo passo construir um sistema de monitoramento e checagem de todos os cooperantes e produtores con-tratados, em todos os níveis da cadeia de valor, para identificar condições análogas ao trabalho escravo e, caso sejam detectadas infrações, a Syngenta estabe-lecerá restrições comerciais aos responsáveis.

'Trabalho rural tem que ser legal'

33 “Trabalho Rural Tem Que Ser Legal” – (https://www.syngenta.com/global/corporate/en/goodgrowthplan/Documents/pdf/The%20Good%20Growth%20Plan_16pp%20brochure%20BRA-POR.pdf)

33

56

Empresas têm trabalhado diversas frentes de atuação na promoção da diversidade e inclusão, como:

➔ ofErta dE oPortunidadEs igualitárias a todos os colabora-dores, independente de sexo, gênero, raça, condição física, orientação se-xual, cultura e classes sociais;

divErsidadE E inclusão Diversidade e inclusão é um tema muito presente nas discussões e iniciativas de gestão de pessoas e tem como objetivo fomentar a equidade de gênero, etnia, idade, classes sociais e necessidades sociais dentro do quadro de colaboradores das empresas.

dEsEnvolvimEnto Profissional Desenvolvimento profissional é o conjunto de ações educativas e profissionalizantes que tenham como objetivo fortalecer capacidades e habilidades já existentes nos colaboradores da empresa, além de proporcionar novas oportunidades de carreira a cada funcionário.

Há diversas práticas que podem ser usadas para incentivar o desenvolvi-mento profissional, como: estabelecer um programa criterioso para atração e retenção de profissionais, levando em conta suas qualidades e favore-cendo a contratação local; oferecer salários competitivos com o mercado; assegurar benefícios que aumentem a qualidade de vida do trabalhador, como plano de saúde; e disponibilizar programas e cursos de capacitação profissional, avaliação de desempenho periódica e plano de carreira personali-zado, com estabelecimento de metas e direcionamento com apoio profissional para evolução.

unilever

Capacitar 5 milhões de mulheres através de oportunidades de trabalho em operações, promoção da segurança, melhoria das qualificações e expansão das operações de varejo (meta global).

EmprESaS líDErES nO SEtOr EStãO buScanDO rESultaDOS:

5milhõEs

rastreabilidadeA rastreabilidade da origem da matéria-prima até seu destino final tem se tornado um crescente foco das empresas líderes em gestão da qualidade e impacto dos seus produtos. Um sistema de rastreabilidade permite monitorar informações relevantes para a produção e consumo, como por exemplo o consumo de insumos, localidade da área produtiva, tipo de mão de obra utilizada, etc.

Esta ferramenta pode ser utilizada para monitoramento e gerenciamento da compra de produtos e serviços oriundos de parceiros comercias, reforçando a adesão destes à legislação, normativas e ao Código de Conduta da empresa e combatendo o trabalho escravo e infantojuvenil na cadeia produtiva.

➔ trEinamEnto E caPacitaÇão para inclusão e integração dos novos co-laboradores à cultura da empresa, para assegurar o desenvolvimento de carreira de maneira igualitária;

➔ PromoÇão da EquidadE dE gênEro, ao apoiar projetos que in-centivem a inserção das mulheres no mercado de trabalho e sociedade; ade-são aos Princípios de Empoderamento das Mulheres (women Empowerment Principles – wEPs)34 do Pacto Global; valorização da mulher no ambiente corporativo; e capacitação para cargos de média e alta liderança e incentivar o empreendedorismo;

➔ avaliaÇão dE dEsEmPEnho de gestores e colaboradores sobre o trabalho com equipes diversas, apoio à criação de uma cultura que valorize a di-versidade, etc.

34 Pacto Global – Princípios do Empoderamento das Mulheres (http://weprinciples.org/)

57

saúdE E sEguranÇa ocuPacional Saúde e segurança ocupacional é um conjunto de ações realizadas para garantir condições de trabalho saudáveis e seguras aos colaboradores com a menor ocorrência possível de acidentes e afastamentos, ao mapear ocupações com maior exposição a riscos, instalar controles operacionais para minimização desses riscos, formar comitês responsáveis pela garantia de trabalho do tema na empresa, elaborar programas de saúde e segurança específicos para cada operação e oferecer aos funcionários atualização constante de conscientização através de cursos e palestras, além de equipe de socorro disponível no local e planos efetivos de salvamento. É importante trabalhar esse tema também na cadeia, ao tratar de colaboradores de fornecedores e terceirizados.

BASFReduzir em 80% a taxa de acidentes de trabalho com afastamento até 2020.

DOWzerar incidentes graves relacionados à segurança até 2025.

EmprESaS líDErES nO SEtOr EStãO buScanDO rESultaDOS:

Existem diversas frentes de atuação e práticas estabelecidas pelo setor pri-vado que já se mostram essenciais para uma sólida estratégia de desenvolvi-mento local como:

dEsEnvolvimEnto localDesenvolvimento local é a riqueza e o desenvolvimento gerados de modo direto, indireto e induzido, pelas operações da empresa e de sua cadeia de valor nas regiões e comunidades em que atuam.

➔ PriorizaÇão dE comPras lo-cais, ao utilizar como critério de se-leção de fornecedores a proximidade física, respeitando seus demais crité-rios de compra e reduzindo impactos ambientais e custos, e fortalecer estes fornecedores por meio de capacitação para melhoria na oferta de bens e ser-viços locais;

➔ EmPodEramEnto da gEstão Pública local, ao apoiar e forta- lecer a governança e auxiliar na criação e desenvolvimento de políticas que melhorem a administração e oferta de emprego, saúde, educação e lazer,

nestléBeneficiar 350 mil pessoas de comunidades locais em torno de instalações de fabricação ou fazendas, com acesso a água, saneamento ou projetos de higiene (meta global).

FibriaAtingir 80% de aprovação nas comunidades vizinhas e ajudar as comunidades a tornar autossustentáveis 70% dos projetos de geração de renda apoiados por empresas, até 2025.

EmprESaS líDErES nO SEtOr EStãO buScanDO rESultaDOS:

350mil

80%

80%

além de dar autoridade e capacitação à comunidade para cobrar o poder público sobre retorno dos impostos gerados localmente;

➔ contribuiÇão da oPEraÇão à Economia local, ao oferecer salários dignos, desenvolvimento pro-fissional e influenciar sua cadeia vi-sando impacto socioeconômico direto, indireto e induzido na economia local;

58

35 Combustível Social – (http://www.bunge.com.br/Imprensa/noticia.aspx?id=446) , (http://www.bunge.com.br/Imprensa/noticia.aspx?id=476) e (http://www.bunge.com.br/sustentabilidade/2013/port/ra/21.htm#.Vz4SfZErLI)

Em 2012, a Bunge desenvolveu processo para compra de matéria-prima para produção de biodiesel, junto a pequenos agricul-tores do Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso e Santa Catarina. Esse processo permanece nos estados do RS, SC e PR. Com esta prática a Bunge obteve o selo combustível social (SCS), certifi-cação concedida pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) para as empresas que promovem a inclusão da agricultura fami-liar na cadeia produtiva do biodiesel. O Selo Combustível Social faz parte de um conjunto de medidas específicas regidas pelo MDA que estimulam a inclusão social e a capacitação técnica destes pe-quenos agricultores, instituídas em 2005, junto com o Programa nacional de Produção e uso do biodiesel (PnPb). A unidade pro-dutora de biodiesel de nova Mutum (MT) foi inaugurada em março de 2013. Atualmente, são adquiridas 150 mil toneladas de soja para a manutenção do SCS, sendo que cerca de 6 mil agricultores fa-miliares, reunidos em 19 cooperativas, integram o programa. A fábrica de nova Mutum tem capacidade para produzir até 124 mil metros cúbicos de biodiesel por ano.

Esta certificação garante a participação na etapa exclusiva para usinas portadoras do scs, que movimenta, no mínimo, 80% do biodiesel comercializado no brasil. Além de assegurar a inclusão da Agricultura familiar, este modelo de operação da Bunge contribui para a redução de emissões, já que o biodiesel é um combustível alternativo ao fóssil, uma fonte renovável de energia.

Combustível social

35

➔ fomEnto ao invEstimEnto social, ao mapear as principais ne-cessidades das comunidades, apoiar projetos sociais que tragam benefícios tanto para a sociedade quanto para a empresa e que sejam, se possível, au-tossustentáveis ao longo do tempo;

➔ fortalEcimEnto da agri-cultura familiar, através de capacitação técnica e extensão rural para profissionalização e aumento da produtividade e priorização de compra de produtos de agricultura familiar.

➔ incEntivo à PErmanência do jovEm no camPo, ao apoiar a qua-lificação técnica rural de jovens em es-colas agrícolas (ampliando a educação para jovens meninas), fornecer exten-são rural de qualidade e cursos sobre práticas de agropecuária e de gestão de propriedades, fornecer linhas de crédito para acesso à terra, maquiná-rios, tecnologia e insumos, apoiar pro-gramas que melhorem a qualidade de vida do jovem no campo em questões de saúde, alimentação, educação e in-formatização, por exemplo, e explicar

aos pais a importância de formação educacional para os filhos;

➔ minimizaÇão dos imPactos da oPEraÇão, ao respeitar os co-nhecimentos e culturas locais e tradi-cionais, ao evitar a imposição cultural, mensurar as externalidades econô-micas, ambientais, sociais e culturais geradas e entender possíveis focos de investimento na sociedade local;

59

O Projeto Potencializa, desenvolvido pela Funda-ção André e Lucia Maggi (FALM) é responsável pela criação de uma rede de relacionamentos e tem como objetivo promover o desenvolvimento das comunidades em que a amaggi está inserida, através do fortalecimento da participação social para o empoderamento de questões voltadas à gestão pública local. O projeto é desenvolvido em três principais fases: a primeira, onde faz-se o mapeamento dos atores mais relevantes da co-munidade (pertencentes a grupos diversos, como poder público, setor privado e sociedade), identifica-se como é o relacionamento entre esses atores e entende-se o contexto local, incluindo conflitos e oportunidades de avanços em ações já realizadas; a segunda, quando esses atores são convidados a validar o contexto observado e, através da cons-trução de um plano de ação e divisão de res-ponsabilidades, desenvolver uma agenda única de trabalho na região em direção a melhorias; a terceira, onde a Fundação André e Lucia Maggi e AMAGGI passam a participar apenas como membros da rede, preparando esse projeto para ser autos-

sustentável. Em 2015, primeiro ano do projeto em Campo novo do Parecis (MT), houve participação de 500 atores locais em 5 oficinas temáticas, 7 re-uniões setoriais e 4 oficinas de discussão sobre o desenvolvimento da comunidade, focado em as-suntos como gestão estratégica para o ecoturismo em áreas indígenas, participação do município em convênios federais, investimento social privado, controle social e economia solidária. Tão impor-tante quanto a quantidade realizada de atividades, é a visível mobilização de lideranças locais e empo-deramento da comunidade em busca de melho-res condições de vida e desenvolvimento local.

O grande diferencial do Potencializa é o exercício de pensar a localidade junto com a comunidade, agindo estrategicamente visando o longo prazo, buscando a solução de problemas críticos do município atra-vés das potencialidades já existentes. Uma das poten-cialidades é a própria rede de atores sociais que podem agregar valor e conhecimento construindo juntos a comunidade que almejam.

Empoderamento e participação da comunidade

36 Potencializa – (http://amaggi.com.br/fundacao-andre- maggi/historia/), (http://idis.org.br/portfolio-item/fundacao- amaggi/~), (http://docplayer.com.br/12752547-Plano- de-acao- 2015-1.html) e (http://fundacaoandreeluciamaggi.org.br/quem-somos/apresentacao/#.VubEsPkrLIU).

36

60

inDicaDOrES maiS utilizaDOS atualmEntE para rEpOrtar OS tEmaS

incluíDOS nEStE princípiO SãO:

g4-la3 • Taxa de retorno ao trabalho após licença parental e taxa de retenção (por sexo).

g4-la10 • Programas para gestão de competências e aprendizagem contínua que apoiam a empregabilidade contínua dos funcionários e assistência a eles durante o fim da sua carreira.

g4-11 • Percentual do total de empregados abrangidos por acordos de negociação coletiva.

g4-hr4 • Operações e fornecedores nos quais o direito à liberdade de associação e negociação coletiva pode ser violado ou está correndo risco significativo e medidas tomadas para apoiar esse direito.

g4-hr5 • Operações e fornecedores identificados como portadores de alto risco de ocorrência de trabalho infantil. Medidas para contribuir com a abolição do trabalho infanto-juvenil.

g4-hr6 • Operações e fornecedores identificados como tendo risco significativo de ocorrência de trabalho forçado ou escravo, e medidas para contribuir para a eliminação de todas as formas de trabalho forçado ou obrigatório.

g4-hr8 • Número total de incidentes envolvendo violações de diretos de comunidades indígenas e ações realizadas como resposta.

g4-hr12 • Número de queixas sobre violação dos direitos humanos, registradas e resolvidas tratadas através de mecanismos formais de reclamação.

g4-la15 • Impactos negativos significativos reais e potenciais das práticas trabalhistas na cadeia de abastecimento e as medidas de prevenção ou correção tomadas.

g4-la13 • Proporção do salário-base e remuneração das mulheres em relação aos homens, por categoria

deSenvOlvimenTO prOFiSSiOnAl

direiTOS HumAnOS

diverSidAde e incluSãO

g4- mm5 • Número de operações que ocorrem em (ou ao lado de) territórios dos povos indígenas e número e percentual de operações ou locais onde existem acordos formais com comunidades indígenas.

g4- mm6 • Número e descrição das disputas significativas relacionadas ao uso da terra e aos direitos das comunidades locais e povos indígenas.

g4- mm7 • Quanto e como os mecanismos de reclamação foram usados para resolver disputas relacionadas ao uso da terra e aos direitos de comunidades locais e povos indígenas, quais foram os resultados.

ungc-Pf3.5 • Política/código que aborda direitos e normas de trabalho ao longo da cadeia de valor.

ungc-Pf3.6 • Mecanismos para monitorar o cumprimento de normas e padrões trabalhistas de seus maiores fornecedores, principais indicadores avaliados e mecanismo ou sistema para lidar com fornecedores que não são compatíveis.

uncg-Pf18.5 • Política/código de denúncia de assédio no local de trabalho.

funcional e por unidades operacionais.

ungc-Pf4.1 • Proporção aproximada de trabalhadores (por sexo) ao longo da cadeia de valor que recebem treinamento por ano, número médio de horas (ou dias de treinamento(s) fornecidos aos trabalhadores (por sexo), detalhes sobre os treinamentos oferecidos.

uncg-Pf20.1 • Representação das mulheres em posições de gestão, não- gestão, cargos qualificados e posições não qualificadas.

uncg-Pf20.11 • Políticas/programas que promovam a igualdade de oportunidades (independentemente do sexo e outras diversidades) que se estende a toda a cadeia de valor.

WEPs • Serviços de saúde, programas de conscientização e produtos que reflitam as diferenças entre homens e mulheres e se equipe de assistência de saúde foi treinada quanto às especificidades da saúde da mulher.

61

g4-la5 • Percentual dos empregados representados por gestores e trabalhadores em comitês formais de saúde e segurança, que ajudam no monitoramento e aconselhamento sobre programas de segurança e saúde ocupacional.

g4-la8 • Tópicos de saúde e segurança cobertos por acordos formais com sindicatos.

g4-crE8 • Tipo e número de certificações de sustentabilidade e de sistemas de classificação e rotulagem para construção, ocupação, gerenciamento e desenvolvimento.

g4-Eu18 • Percentual de empregados terceirizados e subcontratados que participaram de treinamentos de saúde e segurança no trabalho.

g4-Pf13.4 • Número e natureza das controvérsias, nos últimos três

g4-so2 • Identificar operações com atual ou potencial risco de impacto negativo nas comunidades locais.

g4-so11 • Número de queixas sobre impactos sociais, registradas e resolvidas tratadas através de mecanismos formais de reclamação.

g4-Ec1 • Valor econômico direto gerado e distribuído.

g4-Ec7 • Desenvolvimento e impacto dos investimentos em infraestrutura.

g4-Ec8 • Impactos econômicos indiretos significativos e sua extensão devido à criação de empregos.

un global comPact-oxfam PovErty footPrint Pf – 1.11 • A empresa tem um mecanismo / política / código que visa assegurar que os fornecedores de pequena escala, pequenos produtores e / ou distribuidores recebam um preço

deSenvOlvimenTO lOcAlSAúde e SegurAnçA

OcupAciOnAl

anos, relacionadas com a saúde e segurança dos trabalhadores (e pequenos agricultores, quando relevante) ao longo da cadeia de valor, detalhamento dos programas que estão em compliance com os padrões e leis descritos e como é feito esse monitoramento de compliance.

g4-Pf13.10 • A empresa tem programas de saúde e segurança e/ou ações dentro da empresa que se estendem a trabalhadores ao longo da cadeia de valor e estão de acordo com leis internacionais, nacionais ou locais trabalhistas e padrões do setor.

justo para bens, serviços e / ou culturas destinadas à Companhia, possibilitando o comércio sustentável? Se sim, forneça detalhes.

uncg-Pf14.1 • Impactos da empresa em relação ao meio ambiente e saúde local, avaliados por autoridades locais/especialistas/OnGs e respostas para mitigação de impactos negativos e aumento de impactos positivos.

uncg-Pf16.5 • Proporção aproximada de famílias de agricultores rurais contatados com acesso sustentável à terra, incluindo terra comum, quando relevante (desagregar os dados por famílias chefiadas por homens e mulheres), tendência geral nos últimos anos (aumento, queda, estável) e proporções aproximadas dos pequenos agricultores (por sexo) na cadeia de valor que têm garantido títulos legais à terra.

g4-Ec9 • Proporção de gastos em fornecedores locais em regiões com operações significativas.

g4-dmab • Políticas e práticas utilizadas para promover a inclusão econômica ao selecionar fornecedores. Formas de inclusão econômica podem incluir: fornecedores pertencentes a mulheres; fornecedores de propriedade ou integrados por membros de grupos sociais vulneráveis, marginalizados ou sub-representados; e pequenos e médios fornecedores.

ungc-Pf2.13 • Práticas de compra da empresa (o volume de compra, os preços negociados e pagos) que impactam a volatilidade dos preços das principais commodities, materiais, culturas, e/ou insumos dependentes de fornecedores locais ou nacionais.

g4-la11 • Percentual de empregados que recebem regularmente análises de desempenho e desenvolvimento de carreira, por sexo e por categoria funcional.

g4- Eu14 • Programas e processos para garantir a disponibilidade de mão-de-obra qualificada.

g4-fs4 • Processo(s) para melhorar a competência dos funcionários e para implementar as políticas e procedimentos ambientais e sociais aplicados nas linhas de negócios.

Para maiores informações sobre indicadores, consultar o site http://unstats.un.org/sdgs/indicators/database/.

62

i n c E n t i v a r

a b o a

g o v E r n a n Ç a E a

rEsPonsabilidadE

63

As empresas devem respeitar as leis e atuar de forma responsável, respeitando os direitos da terra e dos recursos naturais, evitando a corrupção, sendo transparentes sobre suas atividades e reconhecendo seus impactos.

64

P ara conseguir compartilhar valores e boas práticas, as empresas precisam ter uma estrutura organizada e políti-

cas internas eficientes. Questões como transparência na gestão, gerenciamen-to de conflito de interesses, precaução à corrupção e relacionamento regulado com governo devem estar bem delimi-tados e alinhados entre colaboradores da empresa, levando em considera-ção questões ambientais e sociais na discussão da estratégia da empresa. Assim, não são abertas margens para desorganização, crises e incapacidade de influenciar outros atores próximos.

ods 16 Paz, justiça e instituições eficazes

para as metas de redução da corrupção e suborno (16.5),

desenvolvimento de instituições eficazes, responsáveis e

transparentes (16.6), e tomada de decisão responsiva, inclusiva e

representativa (16.7).

Para trabalhar de modo responsivo, as empresas

devem mostrar avanços nos temas

Governança corporativa, Transparência e ética empresarial, Relações

institucionais e Regulação e Compliance.

O ODS abordado é:

neste tema é importante desenhar uma divisão de responsabilidades funcionais de forma clara e direta; de-senvolver um Código de Conduta bem estruturado para guiar relacionamen-to entre os colaboradores, levando em conta as especificidades da região em que a operação está inserida; criar Conselhos e Comitês, para acompa-nhar a aplicação de políticas internas; garantir a implementação de estraté-gias (para curto, médio e longo prazo); evitar o conflito de interesses; e rela-cionar-se bem com os diversos públi-cos de interesse.

govErnanÇa corPorativa Governança corporativa é o sistema pelo qual as empresas e demais organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle e demais partes interessadas (IBGC).

transParência E ética EmPrEsarial Transparência e ética empresarial se resumem em gestão e atuação empresarial que sejam pautadas na transparência e na ética, refletindo os valores da organização em todas as suas relações.

E, para um relacionamento saudável especificamente com o poder público, as empresas devem trabalhar o rela-cionamento e comunicação com enti-dades e agentes públicos, ao construir uma política interna bem estruturada sobre vínculo com membros governa-mentais; cooperar na identificação de questões a serem trabalhadas como prioridades e suas possíveis soluções ao advogar a favor para políticas pú-blicas que tragam avanços a práticas sustentáveis; e manter comunicação constante e transparente com órgãos do governo para cooperação e realiza-ção de parcerias público-privadas por meio de canais oficiais.

rElaÇõEs institucionais Relações institucionais se resumem no relacionamento com instituições, órgãos do governo e grupos da sociedade civil para apresentação e defesa dos seus interesses com ética e transparência.

O combate à corrupção é uma ação fundamental atualmente, através da criação, promoção e treinamento sobre políticas internas para guiar o comportamento de colaboradores em situações de risco; abertura de ca-nais de comunicação para denúncias; criação de um Comitê especializado formado por diversas áreas com o objetivo de guiar as ações e projetos anticorrupção, antitruste e concorren-cial; análise de regiões com riscos na atuação para monitoramento e pre-venção de riscos e fraudes; e enten-dimento, prática e, quando oportuno, adesão ao Pacto Empresarial pela In-tegridade e Contra a Corrupção.

65

considerações gerais Para a definição da estratégia de cada tema

A conformidade com a legislação vigente para cada tema é essencial como desempenho mínimo e seu não cumprimento é um fator de risco para as empresas.

A aderência às certificações é recomendada, pois é uma oportunidade de obter direcionamento, padronização e comparabilidade de práticas para cada tema. Empresas que buscam certificações, possuem maior controle de suas práticas e estão buscando melhorias constantes.

A cadeia de fornecedores deve ser considerada na estratégia de cada tema, sempre que possível, ampliando o impacto positivo das ações para além das próprias operações.

As empresas também têm papel ativo na promoção de mudanças da conjuntura nacional por meio de investimentos sociais estratégicos, via incentivos fiscais, e fomento de políticas públicas e parcerias público-privadas.

66

O Movimento Pró-Logística, presidido pela aprosoja, foi criado em 2009 através da união entre entidades agropecuárias, industriais, comerciais e civis, e é o maior fórum de mobilização pela melhoria na infraestrutura de logística no mato grosso. Par-ticipam produtores, empresários e técnicos dos governos federal e Estadual, fortalecendo as re-lações institucionais entre os atores.

Inicialmente, foram eleitos projetos de importância máxima para o Mato Grosso, como a construção de hidrovias, ferrovias e rodovias. O movimento também atua promovendo simpósios em universi-

dades, participa de câmaras setoriais e conselhos, e realiza ‘estradeiros’: caravanas que percorrem rodo-vias e verificam in loco a implantação ou conser-vação das vias. A intermodalidade das atividades do movimento acaba beneficiando outros estados. Entre as vitórias obtidas até agora, estão o edital lançado pelo DnIT permitindo o derrocamento do Pedral do lourenço, na hidrovia do tocantins (Pa), que permitirá navegação entre Marabá e Be-lém durante o ano todo, e a contratação dos estu-dos de viabilidade da hidrovia arinos/juruena/teles-Pires/tapajós e araguaia/tocantins, que ampliará a malha hidroviária do norte do estado.

Por uma melhor infraestrutura de logística

37 Movimento Pró-logística – (http://www.aprosoja.com.br/aprosoja/parceria/movimento-pro-logistica), (http://www.aprosoja.com.br/comunicacao/release/comissao-e-movimento-pro-logistica-definem-diretrizes-para-2016), (http://www.cgimoveis.com.br/logistica/movimento-pro-logistica-completa-cinco-anos-com-conquistas) e (http://www.expressomt.com.br/economia-agronegocio/movimento-pro-logistica-completa-cinco-anos-com-conquistas-114532.html) 38 InPEV – (http://www.inpev.org.br/sistema-campo-limpo/sobre-o-sistema), (http://www.inpev.org.br/sistema-campo-limpo/fluxo-do-sistema), (http://www.inpev.org.br/sistema-campo-limpo/estatisticas), (http://www.inpev.org.br/inpev/historico), (http://www.inpev.org.br/inpev/recursos-financeiros), (http://www.inpev.org.br/inpev/governanca-corporativa) e (http://www.inpev.org.br/sistema-campo-limpo/elos-do-sistema)

37

rEgulaÇão E comPliancE Regulação e Compliance é o conjunto de práticas para identificação e adequação às leis e regulamentações nas quais a empresa está sujeita. Neste tema, a criação de um sistema de identificação e avaliação de riscos, criação de Comitê especializado, cumprimento de políticas por parte dos colaboradores, estabelecimento de canais de denúncias para públicos interno e externos e fornecimento de treinamentos internos são práticas essenciais.

Devido ao uso em grande escala de agroquímicos no Brasil e falta de regula-mentação sobre deposição de embalagens nos anos 60, muitos agricultores acabavam por enterrar, queimar ou descartar em rios as embalagens vazias dos químicos que usavam, além de também utilizá-las para transportar água e alimentos. Os agricultores estavam tendo um grande problema de resíduo, se expondo a riscos de saúde e também causando desequilíbrios no meio ambiente.

Desse descontentamento geral, os elos da cadeia discutiram sobre uma solução para destinação adequada de embalagens vazias que fosse eficiente e funcio-nal. Foi então que, devido à pressão do setor, foi criada a lei federal 9.974/00, que obriga agricultores a retornarem as embalagens aos comerciantes e estes, por sua vez, aos fabricantes de agroquímicos – para destinação adequada. O inpEv (instituto nacional de Processamento de Embalagens vazias) foi cria-do em 2001, como uma organização destinada a favorecer o cumprimento desta lei, e gerencia o progra ma de logística reversa ‘sistema campo limpo’, que abrange todo o país e integra agricultores, indústria, canais de distribuição e poder público, atuando em rede e cada qual com suas responsabilidades definidas.

Hoje, segundo o próprio InpEV, cerca de 94% das embalagens plásticas pri-márias (ou seja, embalagens que têm contato direto com o produto) e 80% do total de embalagens vazias de defensivos agrícolas tem destino certo, índice que tornou o brasil líder e referência mundial no assunto.

Destinação adequada de embalagens

38

67

inDicaDOrES maiS utilizaDOS atualmEntE para rEpOrtar OS tEmaS

incluíDOS nEStE princípiO SãO:

g4-37 • Relatar os processos de consulta entre os stakeholders e os órgãos de governança da empresa quanto a temas ambientais, sociais e econômicos.

g4-39 • Informar se o presidente do mais alto órgão de governança também é um diretor executivo (se for, informar as razões para tal composição).

g4-41 • Processos do mais alto órgão de governança para assegurar que conflitos de interesse sejam geridos e evitados. Informar também se esses conflitos envolvem stakeholders ou chegam ao conhecimento destes.

g4-43 • Relatar as medidas utilizadas para desenvolver e engajar os mais altos círculos de governança em tópicos sociais, econômicos e ambientais.

g4-la12 • Composição dos órgãos de governança e classificação dos colaboradores por gênero, faixa etária, se pertencem a grupos minoritários ou não, e outros indicadores de diversidade;

g4-fs9 • Cobertura e frequência das auditorias para avaliar a implementação de políticas ambientais e sociais e procedimentos de avaliação de risco.

g4-56 • Descrever a organização em valores, princípios, padrões e normas de comportamento, tais como códigos de conduta e códigos de ética.

g4-57 • Relatar os mecanismos internos e externos para a procura de conselhos sobre o comportamento ético e legal e questões relacionadas com a integridade organizacional, tais como linhas telefônicas de apoio ou linhas de aconselhamento.

g4-58 • Mecanismos internos e externos adotados pela organização para comunicar preocupações em torno de comportamentos não éticos ou incompatíveis com a legislação e questões relacionadas à integridade organizacional, como encaminhamento de preocupações pelas vias hierárquicas, mecanismos para denúncias de irregularidades ou canais de denúncias.

g4-so3 • Número total e percentual de operações que envolvem riscos de corrupção e descrição destes riscos.

g4-so4 • Comunicação e treinamento sobre políticas e procedimentos de combate à corrupção.

gOvernAnçA cOrpOrATivA

TrAnSpArênciA e éTicA empreSAriAl

g4-so5 • Incidentes de corrupção confirmados e atitudes tomadas quando ocorreram.

g4-so7 • Número total de ações legais envolvendo comportamento anticompetitivo e monopólio, e quais os seus resultados.

g4-so8 • Valor monetário de multas e número total de sanções não-monetárias por não cumprir leis e regulamentos.

g4-Pr7 • Número total de incidentes de descumprimento de regulações e códigos voluntários referentes à comunicação de marketing, incluindo propaganda, promoção e patrocínio, discriminados por tipo de resultado.

g4-so8 • Número total de casos de não-conformidade com regulamentos e códigos voluntários relativos a comunicações de marketing, publicidade, promoção e patrocínio, discriminados por tipo de resultado.

ungc-Pf6.6 • Nível de percepção da corrupção na comunidade e percepção do nível de corrupção para assuntos relacionados à companhia.

ungc-Pf6.19 • Existência de declaração pública de trabalho ao combate à corrupção, incluindo ao suborno e à extorsão.

Para mais informações sobre indicadores, consultar o site http://unstats.un.org/sdgs/indicators/database/.

68

PromovEr

o acEsso E

a transfErência

dE conhEcimEnto,

habilidadEs

E tEcnologia

69

As empresas devem promover o acesso à informação, conhecimento e habilidades para sistemas agrícolas e de alimentos mais sustentáveis. Elas devem investir no desenvolvimento de capacidades dos pequenos agricultores e de pequenas e médias empresas (PmEs), bem como em práticas mais eficazes e novas tecnologias.

70

d e todos os estabelecimen-tos rurais no país, 84% deles são considerados pequenos e médios produtores e são

responsáveis pela produção de 70% dos alimentos consumidos no Brasil. O conhecimento e desenvolvimento tecnológico do setor está concentrado nas grandes empresas e propriedades, chegando de maneira escassa aos pe-quenos e médios empresários e produ-tores. Desse modo, o compartilhamen-to de conhecimento com pequenos e médios produtores é essencial para a superação de desafios agropecuários, como técnicas de manejo de gestão

das propriedades, adaptação necessá-ria às mudanças climáticas e acesso adequado ao crédito rural que possa alavancar seu desempenho. As boas práticas socioambientais são consi-deradas fundamentais pelo mercado financeiro e grandes empresas com-pradoras de produtos e serviços, e é uma tendência irreversível de utilização como critério de facilitação na captação do crédito rural (com juros mais baixos) e com prioridade no tempo de liberação do crédito. Produtores em desacordo com a legislação ambiental e/ou traba-lhistas tem seu financiamento vetado.

ods 1 Erradicação da pobreza para a

meta de garantia de direitos iguais

aos recursos econômicos,

serviços básicos, propriedade e

herança, recursos naturais, novas

tecnologias e serviços

financeiros (1.4);

ods 9Indústria, inovação

e infraestrutura para a meta de

aumento do acesso à serviços

financeiros, incluindo crédito acessível (9.3);

ods 2 Fome zero e agricultura

sustentável para a meta de aumento da produtividade

agrícola e acesso a insumos e serviços

financeiros (2.3);

ods 17 Parcerias e meio de

implementação para as metas de cooperação para acesso à ciência, tecnologia e inovação (17.6), e desenvolvimento, a

transferência, a disseminação e a difusão de tecnologias

ambientalmente corretas (17.7).

considerações gerais Para a definição da estratégia de cada tema

A conformidade com a legislação vigente para cada tema é essencial como desempenho mínimo e seu não cumprimento é um fator de risco para as empresas.

A aderência às certificações é recomendada, pois é uma oportunidade de obter direcionamento, padronização e comparabilidade de práticas para cada tema. Empresas que buscam certificações, possuem maior controle de suas práticas e estão buscando melhorias constantes.

A cadeia de fornecedores deve ser considerada na estratégia de cada tema, sempre que possível, ampliando o impacto positivo das ações para além das próprias operações.

As empresas também têm papel ativo na promoção de mudanças da conjuntura nacional por meio de investimentos sociais estratégicos, via incentivos fiscais, e fomento de políticas públicas e parcerias público-privadas.

Para avançar neste cenário, as empresas devem mostrar avanços nos temas transferência

de tecnologia e expertise e Acesso a recursos financeiros. Os ODS abordados são:

71

72

Para auxiliar os produtores rurais a avançarem, empresas devem pro-mover a disseminação de conheci-mento agrícola, tecnologias e boas práticas no campo de modo proativo ou devido a demandas específicas dos produtores, por meio de práticas como: mapear dificuldades vividas no cam-po e fornecer assistência técnica rural isenta e de qualidade para informar e capacitar sobre práticas de gestão e

Syngenta

Treinar 20 milhões de trabalhadores rurais em segurança do trabalho, principalmente em países em desenvolvimento, até 2020.

EmprESaS líDErES nO SEtOr EStãO buScanDO rESultaDOS:

20milhõEs

transfErência dE tEcnologia E ExPErtisE Transferência de tecnologia e expertise significam tornar disponíveis habilidades, técnicas, conhecimentos, tecnologias e métodos para outros indivíduos, organizações e governos.

39 Manual de Boas Práticas Socioambientais para o Agronegócio – (v), (http://www.monsanto.com/global/br/melhorar-a- agricultura/documents/manual-boas-praticas.pdf), (https://itunes.apple.com/br/app/manual-boas-praticas-monsanto/id967603796?mt=8), (http://www.canalrural.com.br/videos/bom-dia-campo/monsanto-lanca-aplicativo-para-ajudar-agricultor-54167), (http://www.monsanto.com/global/br/noticias/pages/monsanto-lanca-aplicativo-de-boas-praticas-socioambientais-para-o-agronegocio.aspx) e (http://www.monsanto.com/global/br/noticias/pages/dia-de-campo-em-luis-eduardo-magalhaes.aspx)

O ‘Manual de Boas Prática Socioambientais para o Agronegócio’ reúne informações sobre a sustenta-bilidade na cadeia de produção de alimentos, fi-bras e energia, normas trabalhistas e ambientais e é distribuído gratuitamente aos participantes dos Dias de Campo de Sustentabilidade, para transferência de conhecimento. nesse evento, a Monsanto promove o diálogo en-tre os produtores que tem a oportunidade de observar casos práticos para assuntos relacionados às questões socioambientais na propriedade. Esse modelo de interação é derivado de uma prática antiga da Mon-santo, onde a empresa leva conhecimentos específicos de tecnologias e treinamentos para os produtores e parceiros comerciais.

O Manual possui versão online e em aplicativo, dis-ponível para Android e IOS, de fácil utilização. O usuário seleciona temas de seu interesse, que incluem requisitos para operação rural, detalhes sobre os biomas brasilei-ros e sobre a legislação ambiental vigente, incluindo o

novo Código Florestal, e informações sobre os benefícios das melhores práticas, expos-tas em uma ‘fazenda virtual’ que transmite as informações ao ser percorrida pelo usuário.

Por fim, a possibilidade de uma auto ava-liação por parte do usuário, por meio de um questionário anexado ao manual, au-xilia os produtores a mensurarem o es-tado atual da adoção das boas práticas socioambientais em suas propriedades.

Manual de Boas Prática Socioambientais para o Agronegócio

socioambientais (como, por exemplo, controle dos custos da propriedade e geração de renda, uso correto de pro-dutos químicos, uso de EPIs, deposi-ção de resíduos, uso racional de água, conservação do solo, manejo de ani-mais, direitos humanos, uso de novas tecnologias e regularização de pro-priedades). Esta disseminação pode acontecer por meio da realização de eventos, distribuição de materiais di-dáticos, valorização do conhecimento popular local e apoio à tomada de de-

cisão, e incentivo à formação de redes para troca de experiências entre ato-res, como universidades, escolas agrí-colas, agências de fomento, etc. Outra frente a ser trabalhada é a captura de novas técnicas através de incentivo à experimentação prática por parte dos agricultores para avaliação de possível uso em larga escala em caso de bons resultados e desenvolvimento de estu-dos e tecnologias através de parcerias com universidades, institutos de ino-vações e pesquisa e startups.

39

73

40 Programa novo Campo – (http://www.icv.org.br/site/wp-content/uploads/2014/10/Apresentacao_Programa_novo_Campo.pdf) e (https://www.youtube.com/watch?v=nPMfnAlqdlo&feature=youtu.be)

O instituto centro de vida iniciou o Programa novo Campo em 2014, após um projeto piloto de dissemi-nação de boas práticas de pecuária bovina em 14 fazendas das cidades de alta floresta e cotrigua-çu (mt). nelas, foi testado um modelo produtivo de gestão integrada das propriedades, com práticas como a suplementação alimentar dos animais e a preservação permanente das áreas de pasto. Com o sucesso da tentativa, nasceu o novo Campo, cuja meta é engajar 200 a 400 produtores em 2 anos em compromissos como a redução do desmata-mento e da emissão de gases estufa de forma lu-crativa e com ganho de qualidade na produção.

Os princípios que orientam o programa são a disse-minação de boas práticas pecuárias na amazônia, o aumento de produtividade das fazendas, e a ca-pacitação de técnicos que façam a transferência de conhecimento tecnológico aos produtores e agricul-tores. Para sua implantação, os produtores recebem diversos benefícios: são orientados quanto a técnicas para maior produtividade e redução de custos; em-presas parceiras oferecem protocolos exclusivos

de bonificação por qualidade; recebem qualificação para obterem o atestado de boas práticas da Em-brapa, o que agrega confiança ao seu produto e maior facilidade de entrada em diferentes mercados, etc.

O ICV conta com parceiros como a JBS, que auxilia buscando novos parceiros para o programa e co-nectando-o ao consumidor final; o Imaflora, que implanta o protocolo de redução de gases estufa nas fazendas; a Embrapa, que realiza a supervisão técnica, e o Instituto Internacional para a Sustentabi-lidade, que monitora os indicadores econômicos do projeto, entre outros.

Em 2014, verificava-se que o custo médio (r$/@) operacional nas fazendas do projeto era metade do custo médio operacional verificado nas fazen-das convencionais. Além disso, enquanto a média da margem bruta de lucro na região de Alta Floresta es-tava em 100 R$/hectare no mesmo ano, nas fazendas participantes do novo Campo, chegou a 975 R$/ hec-tare. Estas registraram a metade das emissões de ga-ses estufa realizadas pelas fazendas convencionais.

Gestão integrada das propriedades

40

74

exaustivamente, para atingir uma boa estratégia de acesso a recursos finan-ceiros são:

➔ PromoÇão do crédito rural, ao estimular o entendimento sobre as opções de linhas de crédito rural dispo-níveis para tomada de decisão dos pro-dutores, por meio de ações próprias ou por meio de cooperativas e integrados, e apoiar o acesso ao crédito ao identifi-car as barreiras de acesso às linhas de financiamento por parte dos agriculto-res e auxiliar na dissolução, como, por exemplo, ajudando os produtores na regularização de documentação neces-sária, adequação ambiental da proprie-dade, entendimento sobre zoneamento agrícola de risco climático41, na cons-trução do projeto a ser submetido para

acEsso a rEcursos financEiros Acesso a recursos financeiros para alavancagem de somas destinadas para custeio, investimento ou comercialização da cadeia produtiva agrícola. Os recursos podem ser obtidos, por exemplo, através de títulos e fundos, além de crédito rural, visto atualmente como o maior desafio no contexto brasileiro.

As frentes de atuação e práticas es-tabelecidas a serem trabalhadas, não

análise de crédito e no planejamento de quitação do empréstimo;

➔ fomEnto a outros instru-mEntos dE mErcado, além do crédito, para alavancar recursos, ao apoiar comércio de títulos e investir em fundos sustentáveis, por exemplo. Independentemente do tipo de recurso, é importante que as empresas façam a avaliação de riscos dos investimentos;

➔ fortalEcimEnto do sEguro rural, ao trabalhar em conjunto com o setor financeiros para melhoria na ofer-ta de seguros rurais no país, fortalecen-do sua estrutura e encontrando meios para reduzir seu custo de manutenção.

Crédito com juros baixos e sem burocraciaA Fazenda Santa Brígida, em Ipameri (GO), com históri-co de sistema de integração lavoura-pecuária-floresta (iLPF), foi a primeira beneficiada pelo crédito do Plano ABC. A linha de financiamento do Plano é facilitada, com juros mais baixos e menos burocracia (por exemplo, em uma única operação é possível financiar máquinas e a compra de animais), e é exclusivo para produto-res se adequarem aos programas do Plano abc. nos 8 primeiros meses da safra 2014/2015, o estado de Goiás, onde está localizada a fazenda, foi o segundo maior beneficiado pelo crédito do programa, recebendo R$370 milhões de crédito, atrás apenas de Minas Gerais.

Com o financiamento, a área de implantação da ilPf foi ampliada para toda a extensão da proprieda-de, permitindo que a fazenda produza nos 12 me-ses do ano (diferente das fazendas da região, sujeitas à sazonalidade), além do gado ter pasto disponível durante o período de seca. A pastagem está toda re-cuperada após 10 anos de implantação e, o hectare

de pastagem, que antes da adoção de práticas sus-tentáveis, rendia no máximo r$100, agora rende em torno de r$500, segundo avaliação da EMBRAPA. A melhora do pasto reduziu o tempo de confinamen-to do gado, o que diminuiu os custos de produção e aumentou o lucro. Além dos ganhos financeiros, a propriedade deixa de emitir aproximadamente 2,6 mil toneladas de gás carbônico por ano através de práticas sustentáveis como o chamado Sistema Santa Brígida, criado pela Embrapa: um consórcio das cultu-ras de milho, braquiária e feijão guandu anão que ajuda na renovação constante do pasto e permite que o gado engorde apenas com capim.

Hoje, a fazenda santa brígida é visitada por pecua-ristas e agricultores do país inteiro devido aos seus bons resultados ambientais e financeiros e rece-beu inclusive, em abril de 2016, um dia de campo organizado por diversas entidades (incluindo Embrapa, John Deere e Syngenta).

41 Ministério da Agricultura – Zoneamento agrícola de risco climático (http://www.agricultura.gov.br/politica-agricola/zoneamento-agricola) 42 Fazenda Santa Brígida – (http://www.agricultura.gov.br/comunicacao/noticias/2012/10/primeira-propriedade-financiada-pelo-abc-e-exemplo-sustentavel), (http://www.observatorioabc.com.br/fazenda-em-goias-recupera-pastagens-degradadas-com-apoio-do-programa-abc?locale=pt-br) e (https://www.embrapa.br/tema-integracao-lavoura-pecuaria-floresta-ilpf/noticias/-/asset_publisher/c8A6zTdcYVTe/content/id/11292129)

42

75

inDicaDOrES maiS utilizaDOS atualmEntE para rEpOrtar OS tEmaS

incluíDOS nEStE princípiO SãO:

g4-Eo5 • Tipo e impactos de realização de eventos socialmente inclusivos.

g4-Eo12 • Natureza e extensão da transferência de conhecimento das melhores práticas e lições aprendidas.

ungc-Pf13.2 • Proporção aproximada de trabalhadores e pequenos agricultores expostos a riscos de saúde que tem acesso a EPI e treinamento sobre sua utilização, e, que de fato usam o EPI.

• Aumento de produtividade devido a eventos de transferência.

g4-fs14 • Iniciativas para melhorar o acesso aos serviços financeiros para as pessoas desfavorecidas.

g4-fs16 • Iniciativas para melhorar a educação financeira por tipo de beneficiário.

TrAnSFerênciA de TecnOlOgiA e experTiSe

AceSSO A recurSOS FinAnceirOS

Para maiores informações sobre indicadores, consultar o site http://unstats.un.org/sdgs/indicators/database/.

c o m o

g E r E n c i a r

E c o m u n i c a r

o s P E a a

77

A implementação dos Princípios Em-presarias de Alimentos e Agricultura requer a gestão de diversos temas, frentes de atuação, práticas e times. É recomendado que a empresa utilize uma ferramenta de acompanhamen-to periódico do desempenho em cada Princípio e tema na qual atua. A ferra-menta ‘Painel de gestão - PEAA’ conso-lida os elementos essenciais de gestão de cada Princípio e auxilia o reporte de avanços aos stakeholders da empresa.

O ‘Painel de gestão - PEAA’ conso-lida de maneira visual e prática para cada Princípio: descrição do Princí-

pio, relação com ODS, indicadores do Princípio, temas, visão por tema, ODS atendidos pelo tema, metas deseja-das e alcançadas para o tema, frentes de atuação, práticas relacionadas a cada frente de atuação e respectivos resultados esperados de negócio e de impacto e indicadores.

A utilização da ferramenta apoia as em-presas no monitoramento do desempe-nho de cada tema, bem como facilita a coleta de informações de reporte.

A recomendação é que as empresas utilizem o ‘Painel de gestão - PEAA’

preenchendo todas as frentes de atua-ção listadas dentro de cada tema nesta Cartilha, mesmo que ainda não possua práticas ou monitore um desempenho. O simples preenchimento leva a empre-sa à reflexão sobre futuras práticas que possam alavancar seu desempenho e estratégia sobre o tema. Por exemplo, se a empresa não possui atuação sobre determinada frente de atuação e não está atingindo sua meta estabelecida para o tema, pode ser o caso de revi-sitar a estratégia e definir práticas na frente de atuação que ainda não é traba-lhada. Veja a seguir a figura ilustrativa do Painel.

Princípio

DEScriçãO

viSãO ODS rElAciOnADOS

mEtAS PArA O tEmA

inDicADOr de desempenho

rESultADO esperado para o negócio

rESultADO esperado de impacto

DESEmPEnhO DO tEmA (perante a meta)

tEmA 1

EStrAtégiA

FrEntE DE AtuAçãO

a•••

•••

•••

•••

•••

•••

•••

•••

FrEntE DE AtuAçãO

b

cADEiA DE FOrnEcE- DOrES

POlíticAS PúBlicAS

FrEntE DE AtuAçãO

c

PráticA 1

PráticA 1

PráticA 1

PráticA 1

PráticA 2

PráticA 2

PráticA 2

PráticA 2

PráticA 3

PráticA 3

PráticA 3

PráticA 3

PráticA 4

PráticA 4

PráticA 4

PráticA 4

DEScriçãO

DEScriçãO

DEScriçãO

DEScriçãO

DEScriçãO

DEScriçãO

DEScriçãO

DEScriçãO

DEScriçãO

DEScriçãO

DEScriçãO

DEScriçãO

DEScriçãO

DEScriçãO

DEScriçãO

DEScriçãO

ODS rElAciOnADOS

inDicADOrES chAvE PArA O PrincíPiO

descrição oficial do peaa, designada pelo

pacto global

preencher o título do princípio relacionar todos os ods com potencial de serem atendidos pelo princípio

listar indicadores para

o princípio

nome do tema

visão clara de sucesso do

trabalho a ser realizado sobre

o tema

listar todas as frentes de atuação

desta cartilha (e frentes adicionais, caso haja),

para cada tema

Metas para o tema: resultado

esperado com as frentes

de atuação e práticas.

Desempenho do tema: resultado

obtido com as frentes de

atuação e prática após ciclo de

monitoramento.

relacionar os ods atendidos

especificamente pelo tema

listar todas as práticas desta

cartilha (e práticas adicionais, caso haja) para cada

frente de atuação, e descrição

mínima

listar os indicadores para monitoramento do desempenho em cada prática.

resultado da frente de atuação com

direta contribuição aos direcionadores

de negócio (business drivers)

resultado da frente de atuação para a sociedade/

meio ambiente

78

PrEEnchimEnto E utilizaÇãoPrincíPio EmPrEsarial dE alimEnto E agriculturaPreencher o título do Princípio que será gerenciado.

dEscriÇãoAdicionar a descrição oficial do PEAA citado, designada pelo Pacto Global e elencada no início da Cartilha.

ods rElacionadosRelacionar todos os ODS com poten-cial de serem atendidos pelo PEAA em questão, também encontrados no iní-cio da Cartilha.

indicadorEs do PrincíPioDefinir KPIs (Key Performance Indica-tors) para o Princípio, ou seja, indica-dores que possam refletir o desempe-nho da empresa para o Princípio como um todo, a somatória dos esforços nos temas relevantes ao Princípio. Os indicadores definidos neste item se-rão os mesmos indicadores utilizados pela empresa para medicação de pro-gresso nos ODS.

tEmaOs temas que irão compor a gestão de cada Princípio, devem estar de acordo com o exercício de materialidade - le-vando em consideração a natureza dos negócios da companhia, os aspectos, impactos, riscos e oportunidades asso-ciados às atividades, produtos e servi-ços da empresa e visões e expectativas internas e externas.

visão A visão é um item importante na composição da estratégia de um tema, ele traz uma visão clara do sucesso esperado pela empresa ao trabalhar o determinado tema. Deve

incluir uma referência de sucesso no tempo e dados relevantes de contex-tualização do problema.

ods rElacionados Relacionar os ODS diretamente liga-dos ao desempenho de implantação do tema.

mEtas Para o tEmaDefinir e comunicar uma meta a ser atingida com a realização das frentes de atuação e práticas para os negó-cios e sociedade e em relação ao al-cance dos PEAA e ODS. Deve ser es-tabelecido um prazo para alcançar a referida meta e buscar o alinhamento entre os objetivos de negócios da em-presa com impactos socioambientais. Pode-se utilizar como input os obje-tivos estabelecidos por empresas pa-res, analisados através da realização de benchmarking.

Utilizar o conceito “SMARTS” é funda-mental para definição de metas factíveis:

• Específica: meta suficientemente detalhada e clara de maneira que qualquer pessoa possa entendê-la.

• Mensurável: meta que possa ser avaliada/quantificável em termos de valores ou volumes.

• Alcançável: meta que pode ser atingida dado o momento e recursos disponíveis.

• Relevante: meta significativa em relação aos compromissos e estratégia da companhia.

• Tempo determinado: meta com tempo determinado para ser atingida, em consonância com os demais critérios.

• Desafiadora: meta motivadora

e ousada, que estimule melhores resultados.

dEsEmPEnho do tEma (PErantE a mEta)O resultado alcançado pelo tema deve ser medido com os mesmos parâme-tros do ‘Metas para o tema’ para fim de avaliação do desempenho da empresa no tema. A verificação de aderência à meta garante acompanhamento do progresso do desempenho e permite correção de rota, caso necessário.

As ‘Metas para o tema’ devem ser uma somatória do desempenho das práti-cas, ou seja, seu preenchimento deve ocorrer após o monitoramento dos in-dicadores de cada prática – ver abaixo o item ‘Indicadores de desempenho’.

frEntEs dE atuaÇãoAs frentes de trabalho definidas nes-ta cartilha apontam desdobramentos necessários para realizar a gestão e implementação adequada de deter-minado tema (a cartilha não abrange todas as frentes de trabalho existen-tes, mas as mais relevantes mapeadas para o contexto brasileiro). no preen-chimento do ‘Painel de gestão – PEAA’ recomenda-se o que todas as frentes de atuação sejam listas, como já dito anteriormente, lembrando de conside-rar a atuação em políticas públicas e envolvimento da cadeia.

PráticasAs práticas podem ser projetos, ini-ciativas ou ações que compõem uma frente de trabalho. As empresas ge-ralmente já possuem práticas em determinados temas que possuem caráter pontual. A estrutura proposta nesta Cartilha objetiva organizar tais práticas, para que sejam alinhadas à um objetivo em comum, somando os esforços da empresa.

79

indicadorEs dE dEsEmPEnhoOs indicadores devem ser estabeleci-dos para monitoramento de análise de desempenho de cada prática.

na metodologia de medição de de-sempenho recomendada pelo IFC43, os indicadores devem ser organiza-dos e mensurados hierarquicamente: Insumos (indicadores relacionados com os recursos investidos), Produ-tos (Bens e serviços gerados pelo uso dos insumos – curto prazo), Resulta-dos (Mudanças esperadas em relação ao acesso, utilização, comportamento ou desempenho dos usuários - médio prazo), Impactos (Efeito último – lon-go prazo – da intervenção sobre uma dimensão crucial do desenvolvimento. Ex. padrões de vida) e Indicadores de benefícios para o negócio (valor gera-do para o negócio direta ou indireta-mente pelas atividades). É importante ampliar o monitoramento (e definição de metas) de longo prazo para alcance de mudanças estruturais no cenário da empresa, sociedade e meio ambiente.

Os indicadores devem refletir tam-bém os outros compromissos as-sumidos pela empresa em âmbito nacional e internacional e as carac-terísticas das atividades, operações e serviços que representem riscos ou possam causar um impacto significa-tivo ambiental ou social.

Muitas empresas possuem sistemas próprios de monitoramento, reco-menda-se verificar sistemas internos de coleta de dados para assegurar capacidade monitoramento dos indi-cadores selecionados.

rEsultado EsPErado Para o nEgócioÉ comum estratégias de sustentabilida-de contribuírem de maneira superficial aos indicadores de negócio da empresa

(business drivers). A busca pelo alinha-mento do desempenho de sustentabili-dade com o negócio é fundamental para a demonstração de valor das práticas, engajamento da liderança e incentivo aos times responsáveis.

Para preenchimento destes resultados é preciso estabelecer junto às áreas de negócio, os principais indicadores de negócio que possuem correlação com os temas, frentes de atuação e práticas.

rEsultado EsPErado dE imPactoListar os resultados que a empresa es-pera alcançar com as frentes de atuação e práticas no âmbito social e ambiental.

O ‘Painel de gestão PEAA’ não con-templa em sua estrutura a definição de responsabilidade, porém é funda-mental a definição de uma equipe res-ponsável pela realização das práticas, envolvendo pessoas de diferentes áreas e cargos para garantir o cum-primento efetivo da prática e assegu-rar as chances de sucesso almejadas. Refletir sobre as necessidades da es-tratégia ao longo do tempo e mapear participantes com perfil e funções adequadas para atuarem como:

• Aprovadores das decisões do time, como por exemplo líderes e diretores.

• Recurso para o time, aquele cuja expertise, habilidades e influência podem ser necessárias em momentos específicos do projeto, por exemplo os gerentes.

• Membro do time, são as pessoas que efetivamente coordenarão as atividades práticas.

• Parte Interessada, que deve ser mantida informada sobre a direção e resultados, cujo suporte pode ser necessário futuramente.

Definir um líder para uma equipe promove o melhor desenvolvimento da estratégia, pois garante a respon-sabilidade e responsabilização sobre o desempenho do time na implemen-tação do tema.

O ‘Painel de gestão PEAA’ está preen-chido de acordo com a atuação suge-rida nesta Cartilha para o tema ‘Água’.

O espectro de práticas a serem desenvolvidas dentro de um Princípio e de um tema é amplo, e em contrapartida os recursos das empresas são limitados. É preciso definir um foco estratégico, que traga benefícios claros aos negócios e ao desenvolvimento sustentável – pautado no engajamento e nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. O sucesso na implantação dos PEAA depende do bom planejamento, gestão e execução de cada Princípio e tema. O ‘Painel de gestão – PEAA’ apoia de maneira simples neste planejamento e gestão, bem como na comunicação de desempenho.

43 Investimento Comunitário Estratégico – Guia rápido – Destaques do Manual de Boas Práticas do IFC

DEScriçãO: As empresas devem apoiar a intensificação sustentável dos sistemas de alimentação para atender às necessidades globais de gestão da agricultura, pecuária, pesca e silvicultura de forma responsável. Elas devem proteger e melhorar o meio ambiente e usar os recursos naturais de forma eficiente e otimizada.

vISão: Até 2030, retornar à natureza uma quantidade de água igual à extraída para uso em nossa produção, garantindo acesso à agua nas regiões onde operamos e bacias hidrográficas recuperadas.

METaS paRa o TEMa: • Devolução de XX% da água extraída para uso na produção até 20XX• Aumentar em XX% acesso da comunidade local à água potável e em quantidade

suficiente até 20XX• Melhorar a eficiência operacional em XX% até 20XX• Recuperar 100% da mata ciliar das bacias hidrográficas na região de operação.

TEMa: águA

inDicADOrES chAvE PArA O PrincíPiO: ...

GESTãO COMPARTILHADA DE RECURSOS HíDRICOS

Entendimento do limite de captação

Licenciamento / outorga

Monitoramento da qualidade na captação e devolução

Monitoramento do consumo

Sistema fechado para reuso

Educação do consumidor

% e volume total de água reciclada e reutilizada

% redução de consumo em campanhas de educação ao consumidor, opinião dos consumidores sobre desempenho da empresa sobre o tema água

Monitoramento dos impactos

Tratamento de efluentes

Evitar contaminação do solo

Recuperação de fontes

Impacto das operações próprias e de fornecedores nas respectivas bacias de captação

Qualidade do efluente descartado

Qualidade do solo e água subterrâneaAfloramento de novas fontes; % aumento de água superficial; % aumento água subterrânea; Aumento da biodiversidade local

Acesso ao recurso Total de retirada de água por fonte; % de comunidades beneficiadas por projetos/ações de acesso à água; número de dias de paralização das operações por escassez de recurso hídrico e custos associados (custos adicionais e perdas);

Intensidade média de água extraída em áreas com escassez hídrica, número total e percentual de retiradas de água de áreas de escassez hídrica

Qualidade da água captada; custo do tratamento da água captada para uso operacional

Capacidade máxima de captação de água da bacia que abastece a operação

Validade do licenciamento e outorga

Descarte total de água por qualidade e destinação; % de água devolvida ao meio ambiente equivalente ao volume dos produtos vendidos

% das operações, produtos e serviços dependentes de água; % de fornecedores localizados em regiões de estresse hídrico; % das operações dependentes de fornecedores localizados em região de estresse hídrico; % das operações em regiões de estresse hídrico; % de fornecedores em área de estresse hídrico

Participação em Comitês de Bacia onde operamos; envolvimento da companhia para garantir que as necessidades de água da comunidade estão sendo atendidas e discutir possíveis estratégias para reduzir sua pegada hídrica.

Total de retirada de água por fonte; Fontes hídricas significativamente afetadas por retirada de água; % das instalações em que as tecnologias de economia de água e campanha de sensibilização são utilizadas em áreas que enfrentam escassez hídricaProcedimentos ou sistemas locais para ajudar a reduzir sua pegada hídrica; Percentual e volume total de água reciclada e reutilizada% de colaboradores e fornecedores treinados% de redução do consumo de água no uso do produtoAbrangência das campanhas de educação ao consumidor

ACESSO IGUALITÁRIO E DE QUALIDADE à ÁGUA

USO RACIOnAL E REDUçãO nO COnSUMO

REUSO

COnSERVAçãO E RECUPERAçãO DE FOnTES

CADEIA DE FORnECEDORES

POLíTICAS PúBLICAS nível conformidade com Plano nacional de Recursos Hídricos

Desempenho da gestão de água na cadeia de valor

Prática de Gestão de Bacias Hidrográficas

Monitoramento e incentivo à eficiência

inDicADOr DE mOnitOrAmEntO PráticAS/PrOjEtOSEStrAtégiA

Competição desleal pelo recurso

Monitoramento da qualidade da água

Medidas de redução do consumoCaptação de água da chuvaTreinamentoRedução no pós consumoEducação do consumidor

Identificar dependência hídrica

Mapear área de estresse hídrico

Gestão compartilhada da bacia local

Princípio: Ser ambienTalmenTe reSPonSável

• Garantia de abastecimento hídrico para as operações próprias e para a cadeia de fornecimento (Mapa de riscos operacionais para recurso hídrico (incluindo a cadeia de fornecimento)• Plano de produção adequado à disponibilidade hídrica local• Reputação com atores locais chave da temática

• Garantia de abastecimento• Redução do custo operacional no tratamento da água captada

• Redução do custo operacional• Redução da pegada hídrica

• Redução do custo operacional• Redução da pegada hídrica• Melhoria da imagem (‘brand’) com consumidores

• Aumento da disponibilidade hídrica (superficial e subterrânea) • Melhoria de posicionamento em relação à Água com atores locais• Redução do risco de escassez hídrica

• Redução da pegada hídrica • Engajamento com fornecedores para garantir operações e reduzir risco

• Utilização sustentável e compartilhada de água na região

• Aumento da disponibilidade e acesso à água de qualidade

• Aumento da disponibilidade de agua per capita

• Redução de captação de água na bacia local

• Aumento da disponibilidade hídrica (superficial e subterrânea)• Afloramento de nascentes• Proteção da biodiversidade

• Redução de captação de água na bacia local• Desenvolvimento de fornecedores locais

• Melhoria de posicionamento em relação à Água com atores locais

• Controle e gestão da arrecadação de recursos financeiros da bacia

rESultADO ESPErADO DE imPActOrESultADO ESPErADO DE imPActO

DESEMpEnHo Do TEMa (perante a meta)• Devolução ao ambiente de 94% do volume de água utilizado na fabricação dos produtos vendidos• XX% de aumento do acesso à água

potável e em quantidade suficiente (atrasado em relação à meta final)• XX% de melhoria da eficiência operacional em 20XX (dentro do esperado para atingimento da meta

final)• XX% das matas ciliares recuperadas (dentro do esperado para atingimento da meta final)

oDS RElaCIonaDoS: ODS 6 Água potável e saneamentoMETaS RElaCIonaDaS: • Até 2030, alcançar o acesso universal e equitativo à água potável segura

• Até 2030, melhorar a qualidade da água, reduzindo a poluição, substancialmente aumentar a reciclagem e reutilização • Até 2030, aumentar substancialmente

a eficiência do uso da água • Até 2030, implementar a gestão integrada dos recursos hídricos • Até 2020, proteger e restaurar os ecossistemas relacionados com a água

ODS rElAciOnADOS: ODS 2; ODS 6; ODS 7; ODS 12; ODS 13; ODS 14 E ODS 15.

DEScriçãO: As empresas devem apoiar a intensificação sustentável dos sistemas de alimentação para atender às necessidades globais de gestão da agricultura, pecuária, pesca e silvicultura de forma responsável. Elas devem proteger e melhorar o meio ambiente e usar os recursos naturais de forma eficiente e otimizada.

% e volume total de água reciclada e reutilizada

% redução de consumo em campanhas de educação ao consumidor, opinião dos consumidores sobre desempenho da empresa sobre o tema água

Impacto das operações próprias e de fornecedores nas respectivas bacias de captação

Qualidade do efluente descartado

Qualidade do solo e água subterrâneaAfloramento de novas fontes; % aumento de água superficial; % aumento água subterrânea; Aumento da biodiversidade local

Total de retirada de água por fonte; % de comunidades beneficiadas por projetos/ações de acesso à água; número de dias de paralização das operações por escassez de recurso hídrico e custos associados (custos adicionais e perdas);

Intensidade média de água extraída em áreas com escassez hídrica, número total e percentual de retiradas de água de áreas de escassez hídrica

Qualidade da água captada; custo do tratamento da água captada para uso operacional

Capacidade máxima de captação de água da bacia que abastece a operação

Validade do licenciamento e outorga

Descarte total de água por qualidade e destinação; % de água devolvida ao meio ambiente equivalente ao volume dos produtos vendidos

% das operações, produtos e serviços dependentes de água; % de fornecedores localizados em regiões de estresse hídrico; % das operações dependentes de fornecedores localizados em região de estresse hídrico; % das operações em regiões de estresse hídrico; % de fornecedores em área de estresse hídrico

Participação em Comitês de Bacia onde operamos; envolvimento da companhia para garantir que as necessidades de água da comunidade estão sendo atendidas e discutir possíveis estratégias para reduzir sua pegada hídrica.

Total de retirada de água por fonte; Fontes hídricas significativamente afetadas por retirada de água; % das instalações em que as tecnologias de economia de água e campanha de sensibilização são utilizadas em áreas que enfrentam escassez hídricaProcedimentos ou sistemas locais para ajudar a reduzir sua pegada hídrica; Percentual e volume total de água reciclada e reutilizada% de colaboradores e fornecedores treinados% de redução do consumo de água no uso do produtoAbrangência das campanhas de educação ao consumidor

Empoderando vidas.Fortalecendo nações.

Esta publicação da Rede Brasil do Pacto Global contribui para o cumprimento do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 12

www.pactoglobal.org.brwww.unglobalcompact.org

/pactoglobalbr @pactoglobalbr