A SOMBRA DAS SOMBRASA HISTÓRIA REAL DO NINJUTSU

OS MAIORES MESTRES NINJAS DE TODOS OS TEMPOS

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BRUNO ANDRÉ VELASCO

A SOMBRA DAS SOMBRASA HISTÓRIA REAL DO NINJUTSU

2014

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INTRODUÇÃO

A arte dos ninjas é chamada de Ninjutsu. Por possuir vários ramos e técnicas específicas para determinadas situações, a arte Ninja é considerada uma das mais complexas de todas as artes marciais. São várias as escolas tradicionais do Ninjutsu remanescentes de um número muito maior delas no passado. Cada escola tem suas preferências por determinados tipos de técnicas e estudos. O Ninjutsu também chamado de Shinobi-jutsu não é uma luta, mas sim uma estratégia de guerra que engloba Sobrevivência, Camuflagem, Evasão, Química, Pirotecnia e uso de pólvora, lutas desarmada e armada, entre outras disciplinas. Normalmente as famílias ninjas dividiam seus ensinamentos entre 15 a 18 disciplinas chamadas “Ninja Juhakkei”.

Várias mentiras foram propagadas sobre os guerreiros Shinobi, entre elas, que eles não usavam armas de fogo. De fato o Bushidô impedia os samurais do uso de tal recurso, mas aí devemos lembrar que ninjas não seguiam o código de conduta Samurai. Quando as armas de fogo foram introduzidas no Japão em 1543 d.C. (Tanegashima), os ninjas adotaram a nova arma rapidamente. Inclusive alguns deles já tinham conhecimento delas através de piratas chineses e mercadores portugueses. Alguns clãs ninjas tinham entre as suas especialidades técnicas de Hojutsu (técnicas com armas de fogo).

A imagem do guerreiro Ninja foi exaustivamente explorada pelas culturas pop ocidentais e orientais, seja em animés, mangás e filmes. Muitas histórias (fictícias ou não) foram retratadas no teatro Kabuki. Nos anos de 1980, houve uma explosão de filmes retratando ninjas como mercenários sem honra. De fato, os ninjas não exitariam em utilizar técnicas pouco honrosas para vencer os inimigos como sabotagem, roubo, assassinato e espionagem (Choho), mas tudo isso era considerado necessário para eles numa época que não havia segurança, nem presença de um Estado propriamente dito, e sempre a mercê do autoritarismo e repressão das classes samuráicas (consideradas a Elite da época). Os ninjas tinham o próprio código de honra, e portanto não possuíam os mesmos impedimentos dos samurais.

A palavra Ninjutsu segundo o seu Kanji original pode ser dividido em dois caracteres distintos. O primeiro é o “Nin” que significa resistir, suportar, tolerar, ocultar ou esconder. O segundo caractere é o “Jutsu” que significa técnica, estudo ou arte. Por isso, o Ninjutsu é comumente conhecido como a “arte da resistência”, “técnica da persistência”, entre outros. As regiões de Iga e Koga foram o berço do Ninjutsu por uma série de circunstâncias, mas não foram os únicos locais de atividade Ninja. Os ninjas se organizavam em vários grupos, desde pequenos bandos comandados por um Chunin até enormes exércitos comandados por um Jonin. A hierarquia Ninja era composta por Genins (agentes), Chunins (líderes) e Jonin (comandante). As mulheres ninjas tinham uma nomenclatura própria chamadas de Kunoichi.

Os ninjas sempre consideraram a natureza o melhor Dojo para treinamento. Os ninjas antigos conviviam com a natureza ao ponto de depender dela e por isso consideravam o Ninjutsu uma forma de viver e não uma arte marcial. Esses incríveis mestres na arte da camuflagem desenvolveram técnicas e armas para se infiltrar em qualquer lugar. O Ninja quando capturado geralmente se suicidava, não porque não dava valor a sua vida, mas porque sabia que seria submetido a torturas das mais cruéis para delatar suas famílias (Clãs). Com o passar dos anos os ninjas passaram a trabalhar como mercenários (Watari Ninja) e depois o governo japonês passou a utilizá-los como espiões e assim foi até a Segunda Guerra Mundial. Mais adiante você saberá mais sobre os ninjas da forma mais abrangente possível. A primeira parte fala sobre a estrutura da Arte Ninja, Segunda parte é quebrada em várias sub-partes e fala apenas da História e a Terceira é formada por uma lista e um glossário.

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A ARTE DO NINJUTSU

Existem duas história que causaram grande influência sobre o modo de agir dos ninjas. A primeira delas era a lenda japonesa de Yamato Takeru no Mikoto é considerada por muitos como a primeira história Ninja. Yamato ludibriou 2 líderes bárbaros Kumaso vestindo-se de mulher com o intuito de atraí-los para uma armadilha. Quando os bárbaros foram atraídos pela falsa sensação de segurança, Yamato desembainhou a espada que trazia escondida e matou os dois. O uso do disfarce era a principal tática dos ninjas e por isso muitas vezes Yamato Takeru foi chamado de “O primeiro Ninja”. A sua história consta nas crônicas medievais Kojiki (712) e Nihon Shoki (720).

A outra história do folclore Ninja se refere a um garoto de 13 anos chamado Kurakawa. O garoto viajou para ver seu pai moribundo mas o monge que o mantinha prisioneiro não permitiu o encontro entre eles. O pai de Kurakawa morreu antes que ele pudesse vê-lo. Então o garoto jurou vingar-se do monge. Como o garoto não era forte o suficiente para lutar contra o monge, ele fingiu uma enfermidade para poder ser levado para a casa dele. O monge dormia com um lampião acesso, aí o garoto abriu a janela para assim entrar várias mariposas que cobriram o lampião deixando o ambiente todo escuro. Kurakawa pegou a espada do monge e o matou em sua própria cama. Ao fugir pela janela, o garoto foi perseguido por vários guardas até um rio. Na beira do rio, o garoto subiu sobre um bambu e com o peso sobre ele, flexivelmente se dobrou sobre a água e assim pôde saltar e fugir. O garoto não foi considerado um Ninja, mas sua história inspirou várias gerações de guerreiros das sombras.

O que mais encanta os ocidentais nesses guerreiros lendários é o mistério que os cerca. Dentre as lendas que os cercam temos a comparação com os Tengu. Os Tengu seriam seres alados de capacidade ímpar, os famosos “pássaros demônios” da mitologia japonesa. Diziam que eles eram pessoas ardilosas que viviam nas montanhas, sendo barulhentas, encrenqueiras e enganadoras. Tinham atividades noturnas em bosques, florestas e eram exímios mestres na arte da espada, da ocultação e do desaparecimento.

Em outras épocas os ninjas eram tidos como Tengu e também como Oni (Demônio) portadores da desgraça. Os ninjas sempre se aproveitaram da crença religiosa e superstições para amedrontar os curiosos e assim disfarçar as histórias de suas origens. A população acreditava que os ninjas tinham poderes sobrenaturais devido aos truques pirotécnicos com pólvora e fumaça, à capacidade de ocultação, e outros truques interessantes como a aplicação de um líquen que brilha no escura nas máscaras que usavam causando grande espanto.

Existiam relatos sobre os Tengu no período Heian (no Konjaku Monogatarishu), e a partir daí foi criada outra interpretação para eles. Neste período acreditava-se que os Tengu eram responsáveis por prender monges e padres budistas em árvores através de Magia Negra e obrigá-los a cometer atos predatórios e assim deixar o correto caminho do Dahrma. Posteriormente era dito que eles tinham a capacidade de assumir qualquer forma. Se acreditava que os Tengu ensinaram aos homens a arte da guerra para causar guerras, com isso se acreditava que eles traziam a guerra.

Existe hoje uma enorme confusão sobre o que é realmente o Ninjutsu. O Ninjutsu possui técnicas especializadas, algumas copiadas e outras modificadas de outras artes guerreiras japonesas. De modo genérico, as artes marciais japonesas (armadas e desarmadas) eram chamadas de Bujutsu também conhecido como Bugei. O Ninja muitas vezes misturou sua forma de guerra com a dos samurais e outros guerreiros, copiando e modificando técnicas. Um exemplo é o uso Ninja da Naginata (Alabarda). A Naginata não era uma arma exclusivamente Ninja e era usada por outros tipos de guerreiros. Como exemplo posso citar também o uso de armas de fogo (Hojutsu) e de

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pólvora e explosivos (Kayakujutsu) não eram exclusividade Ninja. Muitos dos ensinamentos ninjas são provenientes da Ásia continental, especialmente da China.

Da China para a Coréia foi transmitida uma arte com características semelhantes ao Ninjutsu chamada Shin-Bop. Esses guerreiros semelhantes aos ninjas receberam o nome de Sulsa. Na época da unificação do reino de Silla (século VI) foi o momento de criação de uma força especial, conhecidos como “Guerreiros da Noite” e que seriam os ancestrais dos Sulsa. Essa elite deu forma ao que viria a ser os Sulsa, e sua arte guerreira chamada também Hwarang-do.

Estes guerreiros eram frequentemente comparados aos ninjas japoneses, nasceram de uma disciplina equilibrada e harmoniosa. Onde se encontram técnicas de combate, medicina, filosofia e espiritualidade. Especificamente, dos Sulsa, surgiu uma subdivisão denominada Shin-Bop. Dentro desta existem muitos conceitos de ocultação, distração, camuflagem, sugestão e paciência. Uma das maiores habilidades do guerreiro Sulsa era a manipulação psicológica. Estavam habilitados para efetuar missões muito delicadas de infiltração em território controlado pelo inimigo.

As habilidades físicas dos Sulsa eram chamadas de Jhun-Do e Am-Ja. A primeira compreende o “caminho da espada verdadeira” e tem uma série de regras ao guerreiro Sulsa durante o combate. Tinha um rigoroso código de honra e cavalheirismo na guerra que ao qual os guerreiros da noite eram invariavelmente regidos. A segunda falava sobre astúcia e truques para obter sempre os melhores resultados em uma missão.

Am-Ja era conhecido como “o caminho da escuridão” e era dividido em 3 partes: Jham Bok Sul, Jham Ip Sul e Bop Bop. A terceira parte era uma das mais intensas do treinamento Sulsa, e compreendia disfarces para infiltração, métodos de engano e espionagem de alto nível. Embora fossem estratégias de guerra diferentes existia uma enorme quantidade de semelhanças entre a arte Ninja e arte Sulsa.

Monges tibetanos se espalharam por vários países da Ásia, entre eles a China. Posteriormente, no início da dinastia Chin (221 a.C.), devido a invasão Manchú, esses monges passaram a praticar resistência, terrorismo e espionagem contra os Manchú visando a recuperação de suas terras usurpadas. Templos foram destruídos, e esses monges provenientes da China se refugiaram em outros países, especialmente o Japão e a Coréia. No Japão, a maioria deles se refugiou nas regiões montanhosas de Iga e Koga no centro da ilha de Honshu. Passaram a ter contato com vários Ronin (samurais sem mestre) que habitavam a região e que constituíram família por lá. As artes marciais trazidas pelos monges refugiados deram origem a várias artes marciais japoneses (Ratti, 1991, p.324 a 331). Nos próximos séculos vários guerreiros e estrategistas chineses também se refugiaram no Japão sempre tendo como destinos preferidos as regiões de Iga e Koga devido ao difícil acesso causado pelas montanhas.

Os Yamabushi ou Shugenja eram monges e eremitas que habitavam as áreas montanhosas em Iga e Koga. A cultura dos Yamabushi era uma crença criada a partir da fusão dos primitivos cultos nipônicas à natureza (Xamanismo Japonês) com o esoterismo budista proveniente da China. Essa religião era chamada de Shugendô, e En No Ozunu (Eno Ozano) ou En no Gyoja, é considerado o primeiro Yamabushi. Os Yamabushi eram monges guerreiros que desenvolviam uma rígida disciplina físico-mental-espiritual chamada Shugyo. Eles não praticavam celibato e mantinham seus cabelos longos e possuíam, em alguns casos, mais de uma esposa. Não há uma data exata de quando os ninjas tiveram contato com os Yamabushi, ou membros das seitas Shingon e Tendai, entretanto, as

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influências desses monges são muito claras em várias escolas ninjas até os dias de hoje.

Muitos aspectos da cultura e religiosidade japonesa e alguns elementos da “arte da invisibilidade” têm provável origem na China. As formas de combate, já eram antes de chegar ao Japão uma estrutura sincretista com origem nos indianos e monges tibetanos que influenciaram outros grupos antes de chegar nas ilhas japonesas. Essas formas de combate refletiram na forma de agir de algumas sociedades secretas chinesas, entre elas, o Hung Moon (Sociedade do Lótus Branco). As referências chinesas influenciaram uma enorme quantidade de correntes técnicas japonesas. Um desses ensinamentos, é uma referência extremamente conhecida chamada de “A Arte da Guerra”, escrita por Sun Tzu no século VI a.C. E nos séculos posteriores a obra foi completada por Se-Ma e Ou Tzu.

Em “A Arte da Guerra” encontram-se dicas para afugentar o inimigo, distraí-lo e infiltrar-se em suas linhas, e assim criar informações falsas e caos. Esses conceitos fazem parte da tática Ninja e se encontram dentro do conceito de “Go Ton Po”. O livro traz como forte elemento o uso de espiões em conflitos militares. Muitos dos primeiros ninjas se baseavam nesse material e outros tratados militares para sobrepujar os inimigos, e conseguiam facilmente induzi-los ao erro. Sun Tzu disse em seu livro que “Não se pode utilizar os espiões sem sagacidade e conhecimento; não pode servir-se de espiões sem humanidade e justiça, não se pode obter a verdade dos espiões sem sutileza. Certamente, é um assunto muito delicado. Os espiões são úteis em todas as partes.” Essa e outras partes do texto de Sun Tzu influenciaram alguns guerreiros japoneses e contribuiu na formação do Ninjutsu. O sistema Ninja de luta desarmada é chamado de Taijutsu. O Kanji “Tai” significa “Corpo” e “Jutsu” significa “Técnica”, “Estudo” ou “Arte”, por isso o Taijutsu é chamado de “arte do corpo”, “perícia corporal”, entre outras. Atualmente o Taijutsu se divide em 3 partes: Jutaijutsu (estrangulamentos, chaves de articulações, derrubadas, projeções e desequilíbrios), Dakentaijutsu (golpes potentes aos nervos e pontos vitais) e Koppojutsu (fraturas e torções traumáticas através de golpes contundentes e alavancas). O Dakentaijutsu é uma mistura do Taijutsu com o Kenpo (boxe chinês).

A Shinden Fudo Ryu Jutaijutsu foi originada por Otomo Komaro em cima de estudos sobre um monge chinês chamado Ganjin, e essa Ryu (Escola) está ligada com a Shinden Fudo Ryu Dakentaijutsu . E ainda de Komaro veio a Tosui Ryu que viria a ser a base do Kukishin Tenshin hyoho e outro braço chamado Kukishinden Ryu Happo Hikenjutsu (Fundada por Izumo Kanja). A Kukishin Ryu original (fundada por Yakushimaro Kurando) tinha uma ligação com a Takagi Yoshin Ryu Taijutsu (Fundada por Takagi Oriuemon Shigenobu).

Como exemplo de técnicas usadas pelos ninjas podemos citar o Kihon Happo. O Kihon Happo é o conjunto de técnicas mais básicas utilizadas pela maioria dos ninjas atualmente. Essas técnicas de luta são provenientes da Gyokko Ryu Koshijutsu e o Kihon Happo é dividido em duas partes: Koshi Kihon Sanpo no Kata (técnicas de defesa usando Koshijutsu) e Hoshu Kihon Goho no Kata (técnicas de luxações e projeções usando Jutaijutsu). O estudo das técnicas faz o estudante adquirir noções de movimento adequado (Tai Sabaki), distância adequada (Maai) e tempo de execução (Hyoshi). A Gyokko Ryu usa "Ten Ryaku Uchu Gassho" (céu e oração do universo), Chi Ryaku Futen Goshin Gassho (círculo de oração do vento), Jin Ryaku Chi Ka Sui Fu Henka Ryaku (círculo de terra, água, fogo, oração do vento). Gassho Kuji Kiri é "Kongo" (nuvem), Suirin (anel de água), Kaku Gassho (fogo e ventos). Estes são também chamada de "Sanpo Gassho'' (três tesouros) e eles também aparecem no estilo Koto Ryu Koppojutsu (Fundada por Toda Sakyo). Também no Gyokko Ryu é Kurai Dori (avaliando a situação), Shin Shingan (Coração de Deus, aos Olhos de Deus),

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Tenmon Chimon (táticas do Céu e da Terra).

A Asayama Ichiden Fudo Ryu Taijutsu divide seus ensinamentos em 3 partes: Ten no Maki (pergaminho do Céu), Jin no Maki (pergaminho do Homem) e Chi no Maki (pergaminho da Terra). Baseado nesses pergaminhos, o sensei Masaaki Hatsumi criou há algumas décadas atrás um pergaminho chamado Ten Chi Jin Ryaku no Maki onde são abordados de forma simultânea os ensinamentos de vários estilos (Escolas), alguns dos já citados aqui como a Gyokko Ryu, Koto Ryu, Kukishin Ryu, Shinden Fudo Ryu, Takagi Yoshin Ryu e outros ainda não citados como a Gikan Ryu Koppojutsu (Fundada por Sasaki Orouemon Akiyari), Gyokushin Ryu Ninjutsu (Fundada por Sasaki Orouemon Akiyari ), Togakure Ryu Ninjutsu (Fundada por Daisuke Nishina) e Kumogakure Ryu Ninjutsu (Fundada por Iga Heinaizaemon). O Koshijutsu foi ao Japão através da China trazida por Yo Gyokko (organizada posteriormente em solo nipônico por Tozawa Hakuunsai) e possui as técnicas mais básicas utilizadas pelos ninjas sendo a espinha dorsal da luta desarmada Ninja. O estilo Gyokko Ryu Koshijutsu era formada pela luta desarmada, técnicas de Hicho Jutsu (Saltos) e Senban Nage (arremesso de lâminas). O Hicho Kakuregata era formada por técnicas de camuflagem baseadas no Hicho Jutsu. Os conhecimentos trazidos da China por Yo Gyokko e Ikai (que trouxe o Hicho Kakuregata) influenciariam também mais tarde na criação da Kumogakure Ryu Ninjutsu (organizada posteriormente por Iga Jo Ienaga). Na Kurokawa Ryu Ninjutsu o Hicho Kakuregata é chamado particularmente de Kakure no Jutsu. O Kakure no Jutsu se encontravam técnicas de Ocultação e dentro deste conjunto de técnicas estão o Yoton Jutsu (Evasão), Oshin Jutsu (camuflagem) e o Intonjutsu (infiltração em território inimigo). Presente dentro desses três grupos de técnicas temos o Hensojutsu (Disfarce) e dentro do Hensojutsu há o Shichi-hode (Os 7 caminhos de Ir). Na Tomo Ryu Ninjutsu, o Shichi-Hode é conhecido como Shinobi Nanabake.

Os primeiros ninjas utilizavam o Intonjutsu. O Intonjutsu compreende as técnicas de infiltração em território inimigo e outras. Dentro desta, encontramos os ensinamentos dos movimentos silenciosos, conceitos dos 5 elementos (Fogo, Terra, Ar, Água e Vazio), que dentro do Go Ton Po seriam a prática de técnicas baseadas nos elementos da natureza a fim de se encobrir uma fuga sem rastros e também chamada de Tompojutsu ou ainda Tongyo no Jutsu. O Go Ton Po (Tompojutsu) dentro da Togakure Ryu Ninjutsu é dividido em 12 partes e é chamado de Tonko no Jutsu (Tompojutsu ou Tongyo no Jutsu). O Tonko no Jutsu é dividido em Ura (interior) e Omote (fora). Após isso, há a Tenton Juppo no Jutsu (10 caminhos de fugas celestiais) - Sol, Lua, estrelas, nuvens, névoa, trovão, relâmpago, vento, chuva e neve. A lista é como se segue: Mukuton no jutsu, Katon no jutsu, Doton no jutsu, Kinton no Jutsu, Suiton no jutsu, Jinton no jutsu, Kinton no jutsu (2), Nitton no jutsu, Getton no jutsu, Seiton no jutsu, Unton no jutsu, Muton no jutsu. As técnicas de fuga são chamadas de Tompo (Ton Po). O Tompojutsu era conhecido também como Gotom no Jutsu. Em alguns casos os cinco elementos teriam algumas variações algumas vezes como Fogo, Terra, Ar, Água e Trovão, ou ainda, Madeira, Fogo, Terra, Ar e Água (Mokuton, Katon, Doton, Futon e Suiton). Ás vezes o Tompojutsu era chamado também de Chiton Jutsu.

O Ninjutsu prático (Tongyo no Jutsu) tem os Tom (evasão). Quando se usa o Tongyo (Tonkyo), há de ter um aguçado sentido de intuição. (Tonkyo significa alcançar o Nirvana sem treinamento básico). Uma pessoa que deseja isto deve cantar as conjurações mágicas de Kuji e do Juji (9 palavras ou 10 palavras).

Outro conjunto de métodos de infiltração diferente do Intonjutsu se chama Shinobi Iri, que se divide em Yonin e Inin. O Yonin é a infiltração por disfarce (Hensojutsu), para se vestir como camponês (ou outro disfarce) e se mover dentro e fora da multidão. No meio do povo é onde foi utilizado o

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Shinobi Nanabake (Shichi-hode) no passado. Muitos dizem que Yonin era feito apenas durante o dia e isso não é verdade. Se poderia usar esta tática de dia ou da noite. Yonin é o ato de infiltração enquanto disfarçado. Então isso significa que você provavelmente está em uma variedade de diferentes disfarces para se movimentar livremente durante toda a multidão. O Bansenshukai diz que esta habilidade de Yonin pode apenas ser feita por uma alta classificação shinobi. O Inin é a infiltração quando você não está à vista, muitos dizem que Inin só é feito à noite, o que também não é verdade, você também pode fazê-lo de dia ou de noite. Com Inin você fica nas sombras (nunca há pessoas em todos os lugares), subir em telhados, mantendo-se nas sombras, mantendo-se nas vigas da casa para recolher a informação, nesta situação, o seu objetivo é ficar fora da vista de todos, permanecer nas sombras e realizar a missão, esta tática de infiltração é chamado Inin. O Bansenshukai diz que esta habilidade pode ser feita por uma menor classificação shinobi. Impo é a arte da dissimulação, era praticada enquanto o Ninja estava disfarçado.

O Shinobi Roku Ningu era o conjunto de 6 ferramentas que ajudariam o Ninja na execução da missão de infiltração: Amigasa (Chapéu de palha), Naginawa (Corda com gancho), Sekibitsu (pedras de gravação), Kusuri (medicina), San Shaku Tenugi (pedaço de pano) e Tusketake (ferramenta para fazer fogo). O uso correto do tempo para entrar numa fortaleza inimiga era chamado de Nyukyo no Jutsu. O ato de descobrir o ponto fraco do inimigo era chamado Monomi no Jutsu. O Yogi Kakure (Yogi Gakure) é o método clássico de jogar um objeto numa direção para atrair a atenção de um guarda numa direção enquanto você foge para outra. Existe uma variação que no lugar de jogar um objeto seria um incêndio e isso é chamado Hitsuke. Chikairi no Jutsu era a infiltração em campo inimigo no momento da batalha. O Hotarubi no Jutsu é arte de induzir o inimigo ao erro através de uma mensagem confidencial falsa. Chitsumishi é a arte Ninja de aliciar ou induzir um inimigo ou morador de território inimigo a cooperar com o infiltrado.

O Seishin Teki Kyoyo tem por finalidade o refinamento interior através da serenidade e harmonia pelo combate pacífico. O refinamento interior tem como fim único o real conhecimento do ser humano. O Seishin Teki Kyoyo aborda temas como o aspecto interno das artes marciais, a beleza do ser, luta interior, consciência plena, o caminho do Bujutsu e as Leis imutáveis do Bujutsu. Dentro disso ainda temos as 3 etapas do aprimoramento marcial: Su (O principiante deve copiar corretamente todas as técnicas de seu mestre), Ha (Depois de vários anos de prática e treinamento, quando o aluno houver conseguido um alto grau de maestria, lhe é permitido executar e melhorar novas técnicas, com exceção das básicas), Ri (A máxima perfeição; depois de vários anos de treinamento para o "Ha", o aluno deve ser capaz de executar todas as formas automaticamente, sem se prender a pensar em cada movimento). Existem ainda as 3 Leis do Combate Real: Ki Ki o Ji, Fu Ran Ten e Mi Kuzu Re. O Ki ki o Ji diz que nunca se deve superestimar o oponente nem subestimar. Não ter medo antes nem durante o combate devida a reputação do oponente. O Fu Ran Ten diz que nunca se deve hesitar numa ação quando se tem chances de obter o êxito. Não temer uma má preparação de si mesmo. Por último temos o Mi Kuzu Re que diz para jamais temer o inimigo nem atuar com escassa confiança. Ainda dentro do Seishin temos os 5 preceitos do Ninjutsu que quando mentalizados e aprendidos, evitará o ataque de pessoas malignas. E por útimo temos o Jihi no Kokoro que são os 16 princípios do coração benevolente.

Seishin no Jutsu é baseado no conceito de kyojitsu no Kukan, ou para colocar em outras palavras, para entender o kyojitsu Konko. Isso é uma mistura de verdade e mentira, e ajuda a induzir o inimigo reagir de modo sempre prejudicial para a própria sobrevivência. Interagindo com Inyo, e tempo e no espaço, ao mesmo tempo, destrói a vontade de lutar do inimigo. Desenvolver essa capacidade de agir sem intenção (Seishin) e não dar qualquer força para o adversário. Isso é feito sem agarrar, mas aplicado com todo o corpo. A dificuldade é "mover" o atacante, sem realmente usar a força. O nível extra para o Seichin no Jutsu chamamos de Zero no chikara. O poder do zero é

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o que é a experiência quando tomamos o teste Sakki (O sentimento). O Sakki é capacidade premonitória do perigo.

O Genjutsu nasceu na China e chegou no Japão no período Nara. Os praticantes de Genjutsu (Genjutsushi) eram o que chamamos hoje de mágicos ou ilusionistas, incorporados às práticas religiosas como o Budismo ou Taoísmo, não demorou muito para esse estudo enveredasse pelo caminho do sobrenatural tendo seus dons (Truques) ligados a seres sobrenaturais de todas as espécies, como o Tengu (Espíritos das florestas). Entre um dos mais conhecidos ilusionistas do Genjutsu foi o Ninja Kato Danzou. Estudiosos dividem o Genjutsu em duas partes : Espiritual e Material. Fazem parte dos estudos do Genjutsu : Estudar personalidades, Dissimular, Mover-se com o vento, estratégia (Psicologia), Espiritual (Seishin Teki Kyoyo), ensinamentos dos sábios, Paralisar o alvo, Técnicas de reconhecimento, Hipnotizar (incluindo Auto-hipnose), Criar medo, etc. Em alguns momentos criando uma intersecção com o Ninjutsu. O Genjutsu era também praticado pelos monges Yamabushi (conhecidos por terem influenciado de forma profunda as práticas ninjas) em suas práticas ascéticas.

Para ser considerado um Ninja o indivíduo tinha que se familiarizar com as diferentes disciplinas estudadas pelos soldados japoneses conhecidos antes do termo “Samurai” como “Buke” ou (Soldados Aristocratas), estas disciplinas eram conhecidas como “Bugei Juhappan” (18 Disciplinas do Guerreiro Japonês), depois que o indivíduo dominava estas disciplinas começava então o estudo do “Ninja Juhakkei” ou (18 Métodos do Ninja). Somando estas duas formava-se então 36 disciplinas que eram denominadas “Ninja Sanjurokkei”. É certo de que isso, embora pareça muita matéria para se estudar, não era ainda tudo para um Ninja, porém uma pessoa que dominasse essas 36 disciplinas poderia ser considerada um Ninja.

O Bugei Juhappan (Bujutsu Juhappan) era dividido em: Jujutsu/Kenpo (Técnicas corporais), Kenjutsu/Gekkenjutsu(Luta com espada), Iaijutsu/Battojutsu (Saque de espada), Kusarifundo Jutsu (Técnicas de corrente), Kusarigama Jutsu (Técnicas de corrente com foice), Bojutsu (Técnicas com bastão longo), Sojutsu (Técnicas com lança), Naginatajutsu (Técnicas com alabarda), Suiren (Técnicas de natação), Bajutsu (Técnicas de equitação), Kisha Jutsu (Técnicas de arquearia montado a cavalo), Jojutsu (Técnicas de bastão médio), Kyujutsu (Técnicas de arquearia), Yoroi Kumiuchi (Combate com armadura), Hojojutsu/Hobajutsu (Técnicas de amarração de corda), Juttejutsu (técnicas de Bidente e Tridente), Hojutsu (Armas de fogo) e Nage Ken Jutsu/Shurikenjutsu (Técnicas de arremesso de lâminas).

O Ninja Juhakkei era dividido em: Taijutsu (Combate desarmado), Kenjutsu/Shinobi Ken (Luta Ninja com espada), Bojutsu (Arte do Bastão), Shurikenjutsu (Arremesso de lâminas), Kusarigama Jutsu (Foice com corrente), Yari (Lança), Naginatajutsu (Luta com alabarda), Bajutsu (Equitação), Suijutsu (Combate na água), Kayakujutsu (Uso de pólvora), Bo Ryaku (Estratégias), Choho (Espionagem), Shinobi Iri (Infiltração), Intonjutsu (Infiltração em território inimigo), Hensojutsu (Disfarce), Tenmon (Meteorologia), Chimon (Geografia) e Seishin Teki Kyoyo (Espiritualidade).

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OS PRIMÓRDIOS DO GUERREIRO SHINOBI

Várias pessoas ficaram conhecidas pelas suas importantes contribuições ao Ninjutsu durante a história, entre elas, Sinetshushiko, Otakashi, Tennim Nichimei, Okume Mei, Otomo Uji, Otomo no Hosoto, Otomo no Saijin, Otomo Komaro e Otomo Takemaro. Esses primeiros ninjas e seus contemporâneos agiram em diferentes épocas desde a antiguidade (final período do Jomon) até o começo da idade média (final do período Nara).

A história dos ninjas começa com as lendas da fundação da família imperial japonesa. O primeiro imperador do Japão chamado Jimmu Tenno (660 a.C. - 585 a.C.), estava combatendo as tropas do castelo de Iso. Não sendo bem sucedido durante as batalhas. O imperador Jimmu teve um sonho no qual haviam lhe dito que conseguisse barro do monte Amakaga para moldar um vaso sagrado. O monte Amakaga era um monte sagrado que ficava no meio do território mantido pelas forças de Iso. O barro cru virou o símbolo da intenção de Jimmu e a solução para obter a vitória sobre as forças inimigas.

As tropas de Jimmu estavam a ponto de serem derrotadas. Com toda essa série de inconvenientes, o imperador contratou 2 humildes camponeses provenientes da região de Koga. Eram eles Sinetshushiko e Otakashi que através de técnicas de Infiltração em território inimigo (Intonjutsu) enfrentaram muitos riscos até chegar em Amakaga. Chegaram ao monte e trouxeram o barro (na surdina sem levantar suspeitas dos guardas de Iso) com o qual o imperador fez as cerâmicas e ofereceu aos deuses da sorte. O imperador partiu para sua batalha decisiva e obteve sua vitória sobre Iso.

Como agradecimento ao feito histórico, o imperador outorgou aos 2 camponeses de Koga o título honorífico de Shinobi que significa “pessoas ocultas”, “invisíveis” ou “furtivos”. Daqui em diante partiram os primeiros passos da arte Ninja. Os conhecimentos Ninja dessa época tinham como base principal o Intonjutsu que é a primeira em grau de importância das 18 disciplinas fundamentais do Ninjutsu, sendo considerada a essência da arte. Dentro desta, encontramos os ensinamentos dos movimentos silenciosos, conceitos dos 5 elementos, e outros em geral, que mostram como utilizar a natureza para se ocultar e encobrir rastros, tudo seguindo o conceito de Go Ton Po. Tais conhecimentos foram passados para 3 guerreiros chamados Tennim Nichimei, Okume Mei e Otomo Uji, que posteriormente aperfeiçoaram-nas. Com o passar do tempo e das gerações, as práticas Ninja sofreram a influência de várias correntes técnicas e espirituais chinesas trazida por monges, pensadores e estrategistas que se refugiaram no Japão.

No final do século VI, a imperatriz Suiko e o príncipe Shotoku utilizaram ninjas contra um usurpador do trono do clã Morya. Otomo no Saijin (Otomo no Sahito) foi um dos guerreiros Ninja mais conhecidos entre os servos de Shotoku.

Shotoku Taishi (574 d.C. - 622 d.C.), que no final do século VI, incentivou fortemente a introdução do budismo chinês no Japão numa tentativa de “modernizar” a mentalidade do povo japonês naquela época. Ao perceber a resistência de alguns senhores feudais reacionários, especialmente da casa dos Morya, ele pediu ajuda aos detentores da técnica Shinobi para conhecer a movimentação contestatória até firmar seu reinado.

Otomo no Saijin, que pertencia ao corpo da guarda do príncipe Shotoku, era um dos poucos guerreiros da sua geração a praticar técnicas de Ninjutsu (conhecidas então como Intonjutsu e Tongyo no Jutsu). Diziam que Shotoku era capaz de ouvir 10 pessoas ao mesmo tempo e tinha uma memória incrível, e sua rede de espionagem era tão vasta que ele sabia todas as informações antes

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mesmo da própria inteligência. Registros históricos mostram que muitos ninjas da época foram treinados por Otomo no Hosoto, conhecido por ter usado agentes especiais para espionar os inimigos do príncipe Shotoku.

Desses antigos ninjas, o mais famoso foi Otomo Komaro (chamado também de Furumaro). Em 754 d.C., Komaro havia fundado a Ryu (Escola marcial) Shiden Fudo Ryu Jutaijutsu. Esta Ryu é um dos mais antigos estilos de Taijutsu em uso nos dias de hoje. Komaro foi o primeiro Soke desta escola. O Soke era herdeiro guardião dos pergaminhos com informações confidenciais da Ryu . Esses pergaminhos eram chamados de Tora no Maki (“Pergaminhos do Tigre” ou “Tigre Enrolado”) e também era o responsável pelo Denkei ou linhagem de transmissão de mestre para aluno. Enquanto o mestre podia dar Menkyo (permissão) para vários alunos avançados, o título de Soke só poderia ir para um único sucessor. Otomo Komaro criou também as fundações do Estilo Tosui Ryu através dos seus estudos sobre um monge budista chinês chamado Ganjin.

No livro “A Essência do Ninjutsu”, existe a seguinte citação de Takamatsu sensei que foi empregada nesse livro: “O monge Dokyo (?-772 d.C.) tinha sido condenado ao exílio por Okuma Wake no Kiyomaro, um servo muito leal à coroa. Dokyo despachou 15 assassinos para matar Kiyomaro e quem mais estivesse no caminho até ele. Como sempre, os guarda-costas de Kiyomaro – Os irmãos Otomo chamados Komaro e Takemaro – que eram mestres de Ninjutsu, Kenpo e Bojutsu, mataram todos os assassinos. O Bujutsu empregado então tinha sido gravado no pergaminho Ryusen no Maki, sobre o qual eu já tenho dito para você...”

Nawa Shinzaburo Motonaga, por volta do ano 1000 d.C., reviveu os ensinamentos de Komaro e da Tosui Ryu e tornou-se o primeiro Soke. O terceiro Soke da Tosui Ryu, Okuni Kihei Kiyosumi, mudou depois o nome para Kishin Tosui Ryu. O décimo primeiro Soke de Kishin Tosui Ryu adicionou Kenpo à linhagem e chamou isso de Daken-jutsu (Dakentaijutsu). Um estudante de Kishin Tosui Ryu chamado Yakushimaru Kurando Takamoto salvou a vida do Imperador Godaigo e foi dado a ele o sobrenome Kuki (significa “Nove demônios”) por sua habilidade de combate. Takamoto fez seu próprio estilo de Tosui Ryu e chamou de Tosui Kukishin Ryu. E essa é a mais antiga menção ao nome Kuki encontrada (afirmação de Manaka Fumio). Em 1038 d.C., foi fundada a escola Kurokawa Ryu por Kurokawa Yoshiro.

ORIGEM DA KOGA-RYU

Em Koga, no ano de 939 d.C., Mochizuki Saburo Kaneie lutou ao lado do imperador durante as primeiras revoltas da família Taira (Taira no Masakado). Por várias vitórias, Mochizuki foi feito governador de Shiga. Mudou seu nome para Koga Omi no Kami Kaneie. Mais tarde, seu filho, Omi no Kami Iechika, que morava numa área de Koga chamada Otaki no Cho Tatsumaki aprendeu com Tatsumaki Hossi a arte do Genjutsu (bruxaria e ilusionismo) e do Ninjutsu. Assim, ele foi considerado o fundador do Ninjutsu de Koga. A tradição da Ryu-Ha (sistema de artes marciais) de Koga se manteve por 7 gerações sob o comando de: Omi no Kami Ienari, Iesada, Ienaga, Iekiyo, Ietoo, Ieyoshi e Yoshiyasu antes de outras famílias com seus sistemas particulares de Shinobi-jutsu: Mochizuki, Ugai, Naiki e Akugawa (Akutagawa).

ORIGEM DA IGA-RYU

A região de Iga pertencia à província de Ise. Por volta do ano 680 d.C., elas foram separadas. A província de Iga veio a se tornar uma região relativamente isolada, cercada de montanhas por todos os lados exceto no norte onde fica Koga e no sul onde fica a província de Omi.

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Era dito que um general chinês chamado Ikai refugiou-se na região. Ele tinha um enorme conhecimento em artes marciais e estratégia. Assim o povo de Iga teve oportunidade de criar suas próprias Ryu-Ha (sistema de artes marciais). Na verdade diziam que Ikai fugiu da China entre 1040 d.C. e 1050 d.C. A razão de sua fuga era que ele estava lutando com o povo de Kitan e Xian contra o rei Jinso (da dinastia Song na China) e foi derrotado. De acordo com os livros de história, Kitan e Xian saíram vitoriosos e a derrota só aconteceu depois do imperador Hui Zong se aliar com Aguda, dos Rushen, entre 1123 d.C. e 1125 d.C. Assim eles ficaram fortes o suficiente para derrotar Kitan e Xian. Então foi notado que existia algo errado nas datas. A teoria mais aceita é que Yo Gyokko trouxe o Koshijutsu para o Japão e Ikai trouxe o Hicho Kakuregata e o conhecimento sobre estratégia (Bo Ryaku) e isso foi o que juntos formaram as bases das artes marciais de Iga (afirmação de Hatsumi Masaaki).

Os conhecimentos marciais de Ikai influenciaram 3 guerreiros da região: Gamon Doshi, Garyu Doshi e Iga Hattori Heinai Hyoe Yasukiyo. Foi Yasukiyo que ficou conhecido como o principal fundador do Ninjutsu de Iga, o que deve ter ocorrido entre os anos de 1096 d.C. e 1099 d.C. No livro “A Essência do Ninjutsu” é mencionado que Yasukiyo era outro estudante de Gamon Doshi. Foi dado um pedaço de terra na região de Iga, como um agradecimento pela ajuda dada por Minamoto Yoritomo (1147 d.C. - 1198 d.C.) na luta contra o clã Taira. E ele construiu um castelo que seria o local da Iga Ryu. O problema é que Iga Hattori Heinai Hyoe Yasukiyo viveu no fim do século XI e Minamoto no fim do século XII, por isso esta história é considerada duvidosa. Yasukiyo parece ser a fonte de conhecimento que Iga Heinai Saemon no Jo Ienaga, seu descendente de décima segunda geração usou para fundação de uma escola também nomeada Iga Ryu. E que mais tarde teve seu nome trocado para Kumogakure Ryu Ninjutsu.

Garyu Doshi deu início a Hakuun Ryu, que ficaria famosa nas mãos de Hakuun Doshi. Hachiryu Nyudo trouxe o conhecimento novo para Tozawa Hakuunsai, que foi mestre da Gyokko Ryu. A Gyokko Ryu é conhecida por ser uma escola de Koshijutsu mas também é reconhecida como uma escola de Ninjutsu. A Hakuun Ryu Ninjutsu tinha seu foco principal em Genjutsu (Bruxaria e ilusionismo). A Hakuun Ryu foi transferida para Kagakure Doshi, e Kagakure por sua vez transmitiu o sistema para Daisuke Nishina (1161 d.C. - ?). Daisuke fundou a Togakure Ryu Ninjutsu. A Gyokko Ryu e Togakure Ryu são as 2 tradições mais velhas e mais influentes de Iga. A Hakuun Ryu é pai da Togakure Ryu. Daisuke Nishina troca seu nome para Daisuke Togakure.

ANTIGOS RELATOS SOBRE OS SHINOBI

Fujiwara no Chikado levantou-se contra o imperador entre os anos de 1060 d.C. e 1069 d.C. Numa revolta que contou com a participação de 4 guerreiros especiais. Isolado numa fortaleza no monte Takao, na vila de Taneo, ele e seus exércitos realizaram ataques contra as forças imperiais. Com a ajuda dos ninjas Fuki (demônio do Vento), Suiki (demônio da água), Kinki (demônio dourado) e Ongyoki (demônio oculto) ele obteve vantagem sobre o inimigo. A tática Ninja foi vital para Fujiwara no Chikado, mas quando os 4 ninjas pararam de ajudá-lo o general Ki no Toomo o venceu, destruindo seus exércitos. Em 1062 d.C. o clã Kurokawa foi contratado por Yoshiie no Minamoto que estava em guerra com Abe no Sadatou, para lutarem na batalha de Koromogawa no Yakata. Entre 1083 d.C. a 1087 d.C. os Kurokawa lutaram na guerra de Yosannen para a família Minamoto, sob o comando do estrategista militar Ooe no Masafuza.

No final do período Heian (1185 d.C.) chega ao ápice o poder feudal dos samurais, que passaram a empregar elementos de certas famílias ninjas em seu favor. Nasce assim a “Era de Ouro” do Ninjutsu. Os ninjas foram muito ativos durante as guerras de Genpei (1180 d.C. a 1185 d.C.), entre

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os clãs Taira e Minamoto, os quais utilizavam espiões para evitar conflitos, encurtar batalhas e debilitar o inimigo sem desperdiçar recursos num ataque convencional. Os ninjas evitavam o desperdício de vidas e dinheiro. Daisuke Nishina participou de uma dura batalha em 1180 d.C., durante a qual foi ferido e testemunhou a morte do Xogum Yoshinaka. Anos antes, durante o Hugen (1156 d.C. - 1159 d.C.), Shima Kosanta Minamoto no Kanesada, aos 16 anos de idade, alistou-se nas tropas de Minamoto Yoshinaka, e lutou na batalha de Hogen no Ran. Shima ficou gravemente ferido e foi salvo por Kagakure Doshi, e fugiram para as montanhas de Iga. Aprendeu Ninjutsu e anos depois foi intitulado segundo Soke da Togakure Ryu.

Esse apogeu Ninja ocorreu porquê no final do período Heian, o governo central ficou enfraquecido e gerou vários conflitos internos. No início do período Kamakura os senhores feudais e líderes religiosos disputavam entre si o poder, o que fez aumentar drasticamente a procura pelos guerreiros ninjas que eram muito temidos e tinham a fama de espiões e assassinos. Minamoto Yoritomo, vencedor das guerras Genpei, foi proclamado Xogum, assim iniciou um governo militar que duraria mais de 700 anos. Logo no início do período Kamakura (1192 d.C.) surgiram 25 escolas marciais concentradas nas províncias de Koga e Iga.

Em 1330 d.C., o Xogum Ashikaga Takauji sequestrou o imperador Godaigo. Kusunogi Masahige, um samurai do imperador que exercia um alto posto tinha um aluno chamado Yakushimaru Kurando Takamoto. Kurando tinha apenas 16 anos de idade e ficou conhecido por ser tão jovem e talentoso em Ninjutsu e outras artes do Bujutsu. Ele recebeu a missão de libertar o imperador. Invadiu a residência onde o imperador era mantido, e o guarda responsável pelo precioso prisioneiro foi alarmado. Os samurais encurralaram o Ninja Kurando e o imperador durante a fuga. Durante um intenso combate, ele matou todos os samurais e o mestre deles com sua naginata (alabarda) mesmo depois de ter a parte de metal perdida por um golpe de espada. Depois deste acontecimento Kurando fundou a Kukishin Ryu.

Quando o imperador Godaigo tentou recuperar o poder perdido para o xogunato como governante supremo do Japão, surgiu um movimento dando início ao período Nambokucho (1336 d.C. - 1396 d.C.), durante o qual surgiram 2 cortes imperiais que alegaram legitimidade. No Taiheiki, em uma crônica foi documentado o desempenho de um Ninja como o responsável pelo castelo que pegou fogo em Hachimanyama: “...a queda do castelo beneficiou os inimigos da corte do sul […] Uma noite, ao abrigo da chuva e do vento, Hachimanyama foi alcançada por um Shinobi muito habilidoso que ateou fogo ao templo.” Mais tarde, no mesmo documento, é encontrada outra referência para atividades ninjas dentro das fortificações: “Em 1367 d.C. […], Tadaoka Rokugoro Saemon eliminou um Shinobi que havia se infiltrado no castelo de Ototsu.”.

Durante o Nambokucho, várias famílias ninjas se uniram, entre elas: Mochizuki, Ugai, Naiki e Akugawa(Akutagawa). Com ajuda da Koga-ryu, cresceram até formar 53 famílias. Entre as Ryu ninjas podemos citar: Koga Ryu, Shinpi Ryu, Taira Ryu, Isshu Ryu, Byaku Ryu, Taro Ryu, Kawachi Yon Tengu Ryu, Kuruya Ryu, Tomo Ryu, Tatara Ryu, Hiryu Ryu, Sugawara Ryu, Otomo Ryu, Fujiwara Ryu, Sasaki Ryu, Tachibana Hachi Tengo Ryu, entre outras. No período Hokuto (1441 d.C. - 1451 d.C), os líderes herdeiros das principais famílias ninjas de Koga eram: Koga Saburo, Mochizuki Goro, Ugai Ryuhoshi, Naiki Fujibe e Akugawa Kazuma. Durante o período Bunmei (1469 d.C. - 1487 d.C.) os herdeiros foram Koga Saburo II, Mochizuki Yajiro, Ugai Chiaki, Naiki Gohei e Akugawa Tenpei, este último contratado pela família Sasaki, Daimyo daquela área, para liderar as tropas contra Ashikaga Yoshizawa. É de se notar que por quase 100 anos depois a família Sasaki requisitou novamente os serviços dos ninjas de Koga.

CHEGADA DAS ARMAS DE FOGO AO JAPÃO

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Em 1543 d.C., os mercadores portugueses e espanhóis introduzem uma novidade na arte da guerra: A arma de fogo. No ano 12 da era Tembun (1543 d.C.), chegou ao porto de Tanegashima, uma nau estrangeira tendo a bordo 3 mercadores portugueses que traziam com eles um pequeno lote de mosquetes. O Daymio Tokitaka Tanegashima, senhor de Tanegashima, durante a vistoria de rotina deparou-se com as desconhecidas armas. Após os mercadores abaterem um pássaro com um disparo de mosquete, o lorde japonês se encantou com a arma. Adquiriu-a pela soma de 1.000 ryou (quantia muito grande de dinheiro para a época) e ordenou que seus artesãos cuteleiros a duplicassem. Entre esses artesãos estava o grande mestre espadeiro Kyosada Yaita. O mosquete foi então chamado de Tanegashima pelos japoneses. O mosquete era uma arma grande e pesada com 1,40m de comprimento e 5,5Kg de peso. Em calibre .70, sua ignição dava-se por uma faísca que detonava a carga de pólvora. Para carregar, era necessário socar com uma vareta a pólvora dentro do cano, colocando uma bala de chumbo e isolando-a com uma bucha de pano.

As táticas de guerra se modificaram. No princípio houve uma certa relutância por parte dos samurais quanto a sua utilização, por estarem vinculados ao Bushidô, que os impedia de usar esses equipamentos. Com o tempo, tropas inteiras foram armadas com mosquetes. Os ninjas adotaram as armas de fogo rapidamente, para em alguns casos matar inimigos à distância. Surgiram as técnicas de Hojutsu (armas de fogo) que eram utilizadas tanto por ninjas quanto por outros guerreiros. O Ninjutsu se adaptou a essa novidade desenvolvendo sua própria formada de fabricação de minas, bombas incendiárias, granadas (Nageteppo), morteiros (Ozutsu), canhões de mão (sodeteppo) e pistolas de bronze (Futokoroteppo).

No período Muromachi, durante o célebre conflito entre os senhores da guerra Takeda Shingen e Uesugi Kenshin, foi conhecida a atuação de clãs ninjas tendo seus próprios esquadrões de mosqueteiros (Shinobi Butai) e utilizando as novas técnicas de guerra, como o uso de bandeiras e fogo (Noroshi-jutsu) e que se converteria no Bugei e adaptado por toda a casta guerreira do Japão.

OUTRAS FAMÍLIAS NINJAS

As famílias de Iga, Koga, Kai e Negoro chegaram a somar em torno de 173 Ryu principais e as famílias que as compunham, foram contratadas pelos senhores feudais para praticar atos clandestinos que não poderiam ser feitos abertamente sem ferir o código Bushidô, e que poderiam ser realizadas pelos ninjas. Existia na região de Kanazawa uma escola ninja chamada Maeda Ryu. No templo Ninja de Dera chamado Myoryuji, foi erguido por Maeda Toshiie (um dos Han mais ricos do Japão) os ninjas eram conhecidos como Nusumigumi.

Uma escola ninja especialista em guerrilha chamada Fuma Ryu a qual pertenceu Fuma Kotaro na região de Kanazawa. Vale ressaltar que na verdade a Fuma Ryu é a única escola Ninja que surgiu de forma independente de Koga e Iga. Na região de Kinki, se encontravam entre outras a Shinden Fudo Ryu fundada por Izumo Kanja Yoshitero em 1113 d. C., a Makoto Ryu, a Tsushima (Nishi) Ryu, a Fujiwara Ryu, a Nagoro Ryu, fundada pelo mestre em armas de fogo Suginobo Myosan. Nesta mesma região também atuou a Saika Ryu sob o comando de Saiga Suzuki Hideshige Magoichi, pertencente ao clã Suzuki, célebre por contar entre seus pertencentes com os ninjas do grupo Kishu Saiga e Tsuda Ryu conhecidos também como Saika. A Natoru Ryu fundada por Natori Sanjuro Nasake se encontra nessa região. As escolas dessa região são as primeiras Ryu Ninja conhecidas por utilizar as técnicas de Kayakujutsu (pólvora e explosivos).

Alguns historiadores afirmam que em Iga existiam entre 38, 45 e 66 famílias de tradição Ninja. As 3 principais eram: Os Hattori (descendentes de Otomo no Hosoto e da família Otomo), que

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dominavam o centro da província, os Momochi (também descendentes da família Otomo), que dominavam o sul e os Fujibayashi que dominavam o norte. Todas se diziam descendentes de Otomo no Saijin. Os Hattori (que não eram Watari Ninja ou ninjas mercenários) sempre tiveram uma história próspera e sempre envolvidos em grandes batalhas. Um de seus patriarcas, Iga Hattori Saemon Ienaga, autorizou seus 3 filhos a fundarem seus próprios ramos da família Hattori. Os três ramos seriam: Kami Hattori, Naka Hattori e Shimo Hattori. A família Momochi obteve sua fama por suas vitórias durante a rebelião de Tensho (1578 d.C. - 1581 d.C.) . Um de seus mais famosos membros foi Momochi Sandayu. Sandayu era Soke em 3 estilos de Ninjutsu (entre eles a Koto Ryu Koppojutsu). Sua casa principal em 1570 d.C., ficava em Ryugu Sanbonmatsu. Para confundir seus inimigos, ele possuía 3 identidades diferentes, com 3 casas, 3 mulheres e 3 famílias, que não tinham o menor conhecimento sobre sua identidade verdadeira. Quando a situação não ia bem numa região, ele rapidamente se mudava e assumia outra identidade. O mais famoso membro da Família Fujibayashi foi Fujibayashi Nagato no Kami. Alguns pesquisadores acreditam que Nagato e Sandayu eram a mesma pessoa, pois as atividades de Nagato começaram a ganhar notoriedade após o desaparecimento de Sandayu.

NINJAS DURANTE O SENGOKU JIDAI

O período conhecido como Sengoku Jidai (1467 d.C. - 1573 d.C.) foi um espaço de tempo marcado por constantes guerras civis e intrigas políticas. Foi uma época repleta de sangue e catástrofes. A guerra de Onin (1467 d.C. - 1477 d.C.) conhecida como “Onin no Ran” deu início ao período Sengoku, em uma disputa entre os senhores feudais Hosokawa Katsumoto e Sozen Yamana envolvendo todo o Japão.

A primeira ocasião em que a presença Ninja foi largamente reportada aconteceu durante a batalha de Magari em 1487 d.C. Um conflito que durou 3 anos e ocorrido entre as forças do Xogum Ashikaga Yoshinao e Sasaki Rokkaku, terminou com a morte de Yoshinao. Nessa época, a família Sasaki tinha o suporte dos ninjas de Koga. O clã ninja Kurokawa participou juntamente com outras 52 famílias apoiando a família Rokkaku contra Akira Takeshi de 1487 d.C. A 1501 d.C., esta batalha ficou conhecida como a rebelião “Akira Masaru Entoku”. O Soke da época era o Soke Kurokawa Masanao Hisashi.

No ano 1558 d.C., ninjas foram usados por Rokaku Yoshikata contra o Daymio Dodo que havia se refugiado no castelo de Sawayama. Como o cerco ao castelo já durava muitos dias, sem possibilidade de vitória, Yoshikata resolveu empregar o Ninja de Iga Tateoka Doshun. Seu esquadrão era composto por 44 ninjas de Iga e 4 ninjas de Koga. Eles se propuseram a usar a técnica denominada Bakemono Jutsu (técnica fantasma), e furtando lanternas e bandeiras com o símbolo das tropas de Dodo, disfarçaram-se e postaram-se frente ao castelo, atravessando e adentrando como se pertencesse a estas tropas. Uma vez dentro do castelo, atearam-lhe fogo e abriram os portões, permitindo a entrada das tropas de Yoshikata.

Da mesma forma que utilizou ninjas em seu favor, Yoshikata também teve que lutar contra eles. Em 1561 d.C., Kizawa Nagamasa tentava retomar das mãos de Yoshikata o castelo de Maibara, que ficava ao leste do lago Biwa. Seus generais Imai Kenkoru e Isono Tamba no Kami receberam a assistência de 3 Genins de Iga para montar um ataque noturno, como prelúdio de um ataque convencional. Entretanto, as coisas não saíram como planejado. Os ninjas não conseguiram atear fogo ao castelo no tempo determinado. O exército de Kenkoru se pôs a caminho, mesmo o líder ninja insistindo para que ele não continuasse. No caminho o exército de Kenkoru deu de cara com o exército de seu camarada Isono Tamba no Kami, e ambos os exércitos acabaram se defrontando. Muitos foram mortos até que o engano fosse desfeito. Algum tempo depois os 2 exércitos se uniram

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e finalmente conseguiram capturar o castelo.

Durante o cerco de Kaminojo em 1562 d.C., Ieyasu Tokugawa empregou 80 ninjas de Koga liderados por Tomo Sukesada. Eles foram incumbidos de invadir um posto avançado do clã Imagawa. O relato deste ataque está presente no escrito Go Mikawa Fudoki, onde diz que ninjas de Koga se infiltraram no castelo, incendiaram suas torres, e mataram o castelão juntamente com 200 guardas. Ieyasu enviou uma carta de recomendação de Sukesada em louvor aos seus serviços em Kaminojo. Esta é a única carta de recomendação da história dirigida a um líder Ninja.

Mochizuki Chiyome, era esposa de Mochizuki Nobumasa (um Samurai guerreiro de Shinano e senhor do castelo de Mochizuki e que posteriormente morreria na batalha de Nagashino em 1575 d.C.). Enquanto Nobumasa estava fora de casa, a esposa foi deixada aos cuidados do Daymio Takeda Shingen, que também era tio do seu marido. Foi então que Shingen aproximou-se de Chiyome e lhe deu uma importante missão de recrutar mulheres e criar uma rede agentes Kunoichi (mulher Ninja). O plano de Takeda foi treinar guerreiras que poderiam atuar como agentes subversivas usadas para coletar informações e enviar mensagens codificadas aos seus aliados. Chiyome era a melhor candidata para isso, já que ela veio de uma longa linhagem Ninja de Koga. Ela aceitou a tarefa e montou seu plano na aldeia de Nazu na região de Shinshu, e começou a busca de potenciais candidatas para o treinamento. Chiyome recrutou várias órfãs, prostitutas ou vítimas das guerras civis do período Sengoku.

Muitas pessoas acreditavam que ela estava ajudando essas mulheres, e dando-lhes uma oportunidade de uma nova vida. Mas na realidade, elas foram treinadas para se tornarem eficientes coletoras de informações, verificadoras, sedutoras, mensageiras e em alguns casos, assassinas. As meninas eram ensinadas com todas as habilidades de uma Miko (sacerdotisa ou xamã feminina errante), o que lhes permitiu viajar virtualmente para qualquer lugar, sem suspeita, recebendo educação religiosa para completar seu disfarce. Com o tempo, Chiyome e suas Kunoichi aprenderam a usar eficazmente disfarces mais como atrizes, prostitutas ou gueixas. Isto permitiu-lhes moverem-se livremente nas aldeias, cidade, castelos e templos para assim chegarem mais perto de seus alvos. Eventualmente, Chiyome e suas Kunoichi formaram uma extensa rede entre 200 a 300 agentes que serviam ao clã de Takeda Shingen e fora sempre informado de todas as atividades, colocando-o sempre um passo a frente de seus adversários em todos os momentos até sua misteriosa morte em 1573 d.C. Daqui em diante não se sabe mais nada sobre o que aconteceu com Chiyome, sabe-se apenas que ela continuou lutando.

O Daymio Uesugi Kenshin (rival de Takeda Shingen) ouviu falar sobre a reputação de um Ninja chamado Kato Danzou (1503 d.C. - 1557 d.C.), um famoso mestre de Ninjutsu e Genjutsu. Kenshin convida Danzou para visitar seu maior castelo e decide testar as habilidades do Ninja desafiando-o para infiltrar-se em um certo castelo que lhe pertencia e recuperar uma valiosa naginata (alabarda e em outra versão da história seria uma espada). Na área de fora do castelo havia um cão de guarda treinado e vários guardas segurando lanternas patrulhando o perímetro. Tarde daquela noite, Danzou faz seu movimento. Silenciosamente se livra do cão com uma dose de veneno e trabalha seu caminho passando pelos guardas um por um até o santuário. Lá capturou um criada que servia ao castelo. Ele pegou a naginata e a mulher, e escorregou para fora, usando truques e desorientação para esconder a si mesmo e sua carga dos guardas. Kenshin aparentemente satisfeito com a tarefa do Ninja decide pegá-lo como aliado, mas na verdade havia ficado irado pela morte do amado cachorro (e caro) e o sequestro de sua criada, atos que viu com extremo horror. Em relação ao Ninja sorridente com tanta confiança diante dele, o senhor da guerra sabia que uma coisa era certa: ele estaria dormindo com um olho aberto para o resto de sua vida (Kenshin o considerava perigoso demais). Ele calmamente sinalizou para um de seus melhores homens para matar Danzou. Sentindo

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o perigo (Sakki), o Ninja astuto evitou o ataque e desapareceu do recinto do castelo. Segundo um relato da fuga, ele pulou um muro de vários metros de altura, na verdade, mudando de direção em plena queda correndo pela parede para evitar as lanças estendidas dos guardas do outro lado. Dado que o Ninja pode ser talentoso, mas são tão limitados pelas leis da física como o resto de nós. É altamente provável que esta foi mais uma ilusão. Danzou pode ter puxado isso com ajuda de um sósia - um boneco de palha em sua roupa, escondido em algum lugar no castelo de antemão em caso de problemas. Operado com uma ou mais cordas à maneira de uma marionete, ou mesmo simplesmente arremessado sobre uma muralha, na confusão de uma batalha mesmo um chamariz bruto como este iria desviar a atenção do verdadeiro alvo. Esta forma de desorientação, conhecido como Genjutsu, é um truque clássico Ninja.

Kato Danzou fez o seu caminho para o reino de Kai, onde ele conseguiu ser contratado como Espião (Suppa) nas forças Takeda Shingen. Em outra tentativa equivocada de impressionar um novo senhor, Danzou roubou uma parte de um volume de poesia antiga do tesouro secreto de Takeda. Mas sua arrogância o fez tropeçar mais uma vez. Quando a culpa caiu em cima de um outro espião de Takeda chamado Kumawaka, ele rastreou Danzou para limpar seu nome. Infelizmente, apenas uma única frase continua narrando o confronto entre esses dois ninjas altamente treinados, um solitário registro histórico oficial que "neste ano [1557 d.C.] na área Kofu, um Suppa chamado pelo nome de Danzou foi exterminado". Existiam rumores de que o Daymio Uesugi Kenshin tinha sido morto por um Ninja. Segundo estes rumores, havia um Ninja escondido num fosso que chegaria na latrina do banheiro de Kenshin e feriu o lorde gravemente enfiando uma lança no seu ânus (embora alguns acreditem que ele morreu simplesmente de problemas intestinais).

Um diário do século XVI escrito pelo abade Eishun (Tamon Em Ninkki) em um mosteiro no Kofuku-Ji descreve um ataque incendiário em um castelo perpetrado pelos ninjas de Iga: “Nesta manhã, do sexto dia do 11° mês do ano 10 Tembun (1541 d.C.), os Iga-Shu entraram no castelo de Kasagi em segredo e atearam fogo em alguns quartos dos sacerdotes. Eles atearam fogo em dependências dentro do San-no-Maru. Capturaram Ichi-no-Maru e Ni-no-Maru.”.

HATTORI HANZO MASAHIGE

Houve muitos ninjas que, com o tempo, foram famosos. Por exemplo, Kotaro Kazama, especialista em técnicas de Rappa. Foi conhecido por sua demasiada altura para os japoneses daquela época e era aparentemente uma pessoa muito feia. Kazama trabalhou para a família Hojo, por volta do ano 1580 d.C., na batalha contra Takeda Katsuyori. Entretanto, o Ninja mais famoso da história foi, sem sombra de dúvidas, Hattori Hanzo Masahige ou simplesmente Hattori Hanzo. Nascido em 1541 d.C., sua família era a responsável por reger a parte central de Iga. Devido à sua habilidade tremenda, aos 16 anos de idade já era conhecido como “Hanzo o fantasma”.

Hattori Hanzo era um espadachim extremamente qualificado e tático. Isto por que as regiões de Koga e Iga eram o local de nascimento do Ninjutsu, e havia mais de 70 organizações clandestinas que praticavam a arte na região. Todas as artes necessárias para o Ninjutsu poderiam ser adquiridas num raio de 45 milhas de Iga. Hattori Hanzo lutou a primeira batalha a idade de 16 (Cerco ao castelo de Udo), e recebeu outra alcunha de “Hanzo o demônio”. Posteriormente serviu nas batalhas de Anegawa (1570 d.C.) e Mikatagahara (1572 d.C.), só que somente em 1582 d.C., veio a sua maior contribuição, no ano da morte de Oda Nobunaga, ajudando Ieyasu Tokugawa a escapar das investidas de Akechi Mitsuhide e seus acólitos. Em 1584 d.C., Hattori Hanzo participou da batalha de Komaki ao lado das forças de Ieyasu Tokugawa, nessa luta, ele supostamente lutou contra o Ninja Tateoka Dushon (famoso Ninja que participou do cerco ao castelo de Sawayama) matando-o.

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Após sua morte (que será narrada mais para frente), muitos de seus descendentes adotaram o nome “Hattori Hanzo”. Por isso acredita-se que diversos feitos da lenda Hattori Hanzo tenham sido realizados na verdade pelos seus descendentes e erroneamente transmitidos como feitos do primeiro Hattori Hanzo.

TENTATIVAS DE ASSASSINATO CONTRA ODA NOBUNAGA A corte vivia dos impostos arrecadados em suas terras e com dinheiro fornecido pelo xogunato Muromachi. Mas, com o total desprestígio do Xogum, este deixou de contribuir com as despesas. Além disso, os samurais apossaram-se das terras pertencentes à família imperial. Assim, a corte passou por tremendas dificuldades financeiras, não podendo fazer a reparação do palácio imperial danificado pelas guerras e pelo tempo. Durante este longo período de decadência do Xogunato de Kyoto, o imperador veio a tomar conhecimento de um samurai que viria a transformar a vida de todos os ninjas. Seu nome era Oda Nobunaga, descendente da família Taira, que serviria o conselho do Xogum na província de Owari (Aichi Ken). Nobunaga era audacioso e o Xogum ordenou-lhe que restituísse as terras invadidas pertencentes à família imperial. Tendo agido com pulso firme e vencido a contenda, Nobunaga foi requisitado pelo irmão do Xogum chamado de Yoshiteru Ashikaga. Como o Xogum havia sido assassinado, Ashikaga pediu a Nobunaga que controlasse a situação de revolta e retomar o poder. O Samurai que agora havia se tornado general dirigiu-se a Kyoto e à frente de suas forças proclamou Ashikaga como Xogum. Apoiando o movimento popular para a fidelidade e dedicação à corte imperial, Nobunaga tinha o intuito de aos poucos conseguir cada vez mais apoio e consideração perante o povo e o imperador.

Agindo dessa forma, Nobunaga colecionava vários inimigos e foi alvo de inúmeras tentativas de assassinato. Em 1570 d.C., a família Sasaki pretendia destruir Nobunaga contratando vários clãs ninjas para auxiliar sua força principal. As forças de Sasaki foram separadas em 3 exércitos, um deles liderados pelos ninjas de Mikumo Ryu, Takanose Ryu, Mizuhara Ryu e Inui Ryu. A outra falange da força estava sendo liderada pelas outras 53 famílias de Koga e a terceira força era formada pelos samurais de Sasaki. Na batalha de Mikumo Iyo no Kami, ocorreu que repentinamente uma das divisões da armada de Sasaki mudou de lado e atacou o exército de Sasaki pela retaguarda, levando-o a uma derrota.

Em 1571 d.C., Rokaku Yoshisuke teve sua província de Omi invadida e contratou o ninja de Koga chamado Sugitani Zenjubo, que possuía uma habilidade incomum no uso do mosquete de cano longo. Zenjubo esperou que Nobunaga atravessasse o passo de Chigusa entre as províncias de Mino e Omi. Atirou 2 vezes. Pela distância e armamento da época, os projéteis não chegaram a ferir o general que naquele momento usava uma armadura. Nobunaga somente foi atirado ao chão. Zenjubo escapou para as montanhas. 4 anos mais tarde foi preso, torturado e morto.

O Xogum Ashikaga inicialmente confiante em Nobunaga, mas com o aumento do seu prestígio, também planejou uma forma de assassiná-lo. Assim, contratou um famoso Ninja na época, de nome Goemon Ishikawa, discípulo de Momochi Sandayu (um dos grandes jonins de Iga). Goemon era um dissidente de uma família de Iga e utilizava seus conhecimentos em proveito próprio. Ele passou 2 meses apenas estudando uma maneira de entrar sorrateiramente no castelo. Quando conseguiu seu intento, Goemon livrou-se de alguns guardas pessoais de Nobunaga e alcançou o forro do castelo. Perfurando tábuas que o compunham, ele vislumbrou a figura do general dormindo em sua cama. Atravessando por um buraco no teto com uma finíssima linha, ele despejou veneno que tinha como destino a boca do general. Por uma questão de sorte, no momento que o veneno pingava na ponta da linha o general virou-se e recebeu o líquido no rosto. Despertou rapidamente ainda em tempo de ver o sorrateiro Shinobi Goemon evadindo-se do local. Este episódio marcou a vida de Oda Nobunaga

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indelevelmente.

Com o fracasso da tentativa de assassinato de Oda Nobunaga, o Xogum Ashikaga foi expulso de Kyoto no primeiro ano da era Tensho (1573 d.C.). Assume assim, Oda Nobunaga, construindo para si uma fortaleza em Azuchi. Neste mesmo ano, Nobunaga sofre outra tentativa de assassinato por um tal Manabe Rokuro, vassalo do Daymio Hatano Hideharu. Oda havia destruído a família Hatano e esse vassalo havia sido instruído a obter vingança. Ele tentou entrar silenciosamente no castelo de Azuchi e apunhalar Nobunaga enquanto dormia, mas foi descoberto e capturado por 2 guardas. Ele cometeu Seppuku e seu corpo foi colocado no mercado da cidade para desencorajar outros que tivessem a mesma intenção.

Uma última tentativa foi realizada para tentar matar Oda Nobunaga. Os ninjas Kido (Kido Yazaemon), Harada e Jindai esperaram Nobunaga e seus guardas chegarem em um lugar chamado Ichinomya, e foi quando eles dispararam canhões de 3 direções diferentes. A explosão destruiu o local matando 7 guardas pessoais do Xogum Nobunaga. Ainda assim, ele sobreviveu. Após essa tentativa, Kido e seus companheiros ficariam marcados na história dos ninjas.

DIÁSPORA NINJA

Pela influência e amizade de Oda Nobunaga com os jesuítas e padres cristãos, o castelo de Shimabara viria a ser conhecido até no ocidente onde o papa teria recebido um relatório de obras. Essa união com os cristãos desencadearia uma perseguição às seitas budistas, e que culminaria com a invasão das províncias de Koga e Iga e a consequente diáspora dos ninjas. Oda Nobunaga antipatizava com a figura do guerreiro Shinobi muito antes do atentado realizado por Goemon. Após a subida de Nobunaga ao poder, a amizade com os cristãos chegaria a tal ponto que ele criou na capital um bairro exclusivo para os jesuítas. E com a perseguição às seitas budistas, Nobunaga comandou um massacre em Iga e destruição de aldeias em Koga. Numa tentativa de destruir o Budismo, Nobunaga ataca a fortaleza catedral de Ishiyama Hongan-Ji, sitiando-a de 1570 d.C. até 1580 d.C.

Em 1571 d.C., antes de sua subida ao xogunato, Nobunaga comandou uma invasão que dizimou 10.000 pessoas. Essa primeira matança ficou conhecida como “Massacre do Monte Hiei”. Nobunaga tinha naquela época o exército mais bem equipado do Japão, possuindo esquadrões de mosqueteiros com carabinas compradas dos portugueses.

Em 1577 d.C., o castelo pertencente ao clã Suzuki e também casa dos ninjas Saika Ikki foi sitiado por Nobunaga. O grupo de ninjas Saika (Kishu Saiga e Tsuda Ryu) liderados por Saiga Suzuki Hideshige Magoichi resistiram bravamente ao sítio. Eles contavam com ninjas especializados em Hojutsu (Armas de Fogo). Magoichi participou de vários combates contra o eterno inimigo dos ninjas, Oda Nobunaga. O mais conhecido episódio foi durante a batalha de Naniwa Gawa, quando Magoichi usou uma famosa tática Ninja chamada de “Shaki no Jutsu” (descartar bandeiras). Os Saika tiraram seus próprios estandartes no acampamento e substituíram por cópias das bandeiras adversárias. Nobunaga ao ver as bandeiras achou que se tratava de aliados e isso lhe custou uma derrota. Para intimidar os adversários, Magoichi se vestia de negro e usava uma máscara de corvo (Yataragasu).

Em 1578 d.C., Kitabatake Nobukatsu (segundo filho de Nobunaga) planejou atacar Iga utilizando o castelo de Maruyama como base, mas foi rapidamente atacado por tropas de Iga e foi obrigado a recuar. Em 1579 d.C., Kitabatake reagrupou suas forças e novamente foi atacado por Iga e derrotado no que ficou conhecido como a primeira batalha de Tensho Iga no Ran. Em 1581 d.C.,

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Oda Nobunaga, extremamente irritado, decide ele mesmo comandar o próximo ataque a Iga. Os ninjas foram alertados do perigo por Kasumi Danjo. O grosso das famílias se concentraram no castelo de Hakuho (repleto de passagens e saídas secretas). A resistência durou uma semana e custou a vida de 2000 ninjas no que viria a ser chamada de segunda batalha de Tensho Iga no Ran. Depois Nobunaga investiu contra aldeias em Koga cometendo atos de pilhagem e queima. Kasumi Danjo e Momochi Sandayu com alguns de seus ninjas conseguiram escapar das tropas de Nobunaga. Fugiram então para a vila Hyugu, onde eles permaneceram escondidos. Em outra versão Momochi Sandayu teria morrido durante essa batalha. Em 1582 d.C. (8 meses após Tensho Iga no Ran) ocorreu o incidente de Honnoji (Honnoji no Hen), no qual Oda Nobunaga mata a si mesmo para evitar ser pego com vida durante o ataque surpresa de um de seus generais subordinados chamado Akechi Mitsuhide. Em 10 de Junho de 1582 d.C., Oda Nobunaga estava morto, o que fez com que Momochi Sandayu saísse do seu esconderijo. Entretanto, a maior parte dos ninjas se espalharam pelo Japão sem lar e incógnitos.

Tsuda Nobusumi (1555 d.C. - 24 de junho de 1583 d.C.) foi um Ninja e membro do principal Clã Oda (Oda Ryu) da província de Owari durante os períodos Sengoku (século XVI) e Azuchi-Momoyama. Nobusumi era filho de Oda Nobuyuki, e Oda Nobunaga seu tio. Mesmo com a queda do Clã Oda após os atos traiçoeiros de Akechi Mitsuhide durante o incidente em Honnoji, Nobusumi foi autorizado a se casar com a filha de Mitsuhide. Esta tinha sido ordenada por Nobuyuki (Antes de Honnoji). Nobusumi seria morto em Osaka, no ano seguinte, em 1583 d.C. por Oda Nobutaka.

GOEMON ISHIKAWA

O Ninja Goemon Ishikawa era um tipo de Robin Hood japonês. Dizem as histórias que ele roubava ouro e dividia-o com os pobres. Pouco se sabe sobre a vida dele, e apesar de ser considerado um bandido, ele era tido como um herói para o povo pobre e submisso da época. Na biografia de Hideyoshi escrita em 1642 d.C., ele foi mencionado como um simples ladrão. Há quem diga que ele era um Nukenin (Ninja foragido).

Acredita-se que a imagem da lenda foi atribuída a inúmeras façanhas antiautoritárias. Muitas versões são encontradas sobre a história da vida de Goemon. Uma dessas versões relata que ele nasceu como Sanada Kuranoshin em 1558 d.C., em uma família Samurai a serviço do poderoso clã Miyoshi, na província de Iga. Em 1573 d.C., quando seu pai (possivelmente Ishikawa Akashi) foi morto pelos homens do xogunato Ashikaga (em algumas versões morta também sua mãe), Sanada com 15 anos de idade jurou vingança e começou a treinar a arte Shinobi sob a tutela de Momochi Sandayu. Algum tempo depois, ele foi forçado a fugir quando seu mestre descobriu o romance de Sanada com uma de suas amantes (mas não antes de roubar a espada estimada de seu professor). Para não ser perseguido e morto, aceitou com submissão em usar suas habilidades como um ladrão para ajudar no objetivo de matar Oda Nobunaga.

ENTRE A MORTE DE ODA NOBUNAGA E A BATALHA SEKIGAHARA

Hideyoshi Toyotomi era um dos generais de Oda Nobunaga até a morte de seu mestre em 1582 d.C. Com a traição de Akechi Mitsuhide, coube ao general Toyotomi a tarefa de unificar o país. Iniciou campanhas militares que colocaram as ilhas de Shikoku, Kyushu, Kanto e o norte de Honshu sob controle.

Akechi Mitsuhide iria caçar todos os Daymio que estivessem em condições de suceder Nobunaga.

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Foi quando Ieyasu Tokugawa estava visitando a província de Sakai indo ao encontro de Nobunaga que aconteceu o incidente de Honnoji. Para não cair nas mãos do inimigo, Ieyasu pediu auxílio ao lendário Hattori Hanzo, Jonin da Hattori Ryu de Iga para atravessar a região. Hanzo reuniu forças com Taro Shiro Mitsuhiro, Jonin da Koga Ryu, para alcançar seus objetivos, e que hospedou Tokugawa até que fosse possível a viagem. Outros dizem que os ninjas ajudaram Ieyasu utilizando técnicas de camuflagem para verificar o caminho, mudar de rota ou em outros casos “limpar o caminho”. Quando Hideyoshi continuou sua missão de vingar seu mestre Nobunaga e marchou para Kyoto, ele venceu Akechi Mitsuhide na batalha de Yamazaki.

Ocorreram duas tentativas de assassinato contra Hideyoshi Toyotomi. A primeira tentativa contra Hideyoshi foi realizada por um Ninja de Iga chamado Kirigakure Saizo (possivelmente Kirigakure Shikaemon) quando ele enfiou uma lança através do assoalho, mas não teve sucesso. Saizo foi “defumado” de seu esconderijo por outro Ninja trabalhando para Hideyoshi e se utilizou de um “primitivo lança-chamas” para incinerá-lo. Outras fontes afirmam outra versão que Saizo foi apenas um Ninja descuidado que estava apenas espionando Hideyoshi quando foi capturado. Como resultado de ser pego, ele acabou frustrando uma tentativa real de assassinato pelo agente duplo Yusuke Takiguchi, e sua vida foi poupada na condição de jurar lealdade a Hideyoshi.

A segunda tentativa de assassinato contra Hideyoshi foi realizada por Goemon Ishikawa, para vingar a morte de sua esposa Otaki e a captura de seu filho Gobei. Ele escalou a muralha do castelo de Fushimi e percorreu os cômodos até encontrar o quarto de Hideyoshi. No quarto, Goemon esbarrou em um objeto na mesa e o barulho alertou os guardas. Goemon foi capturado.

Condenado a morte numa execução pública, Goemon foi jogado em um caldeirão de óleo fervente juntamente com seu filho Gobei. Ele suspendeu seu filho com os braços e o jogou para fora do recipiente e assim o menino foi perdoado, tendo Goemon morrido queimado sozinho dentro do caldeirão. Em outra versão, os executores não deixam Goemon jogar o menino para fora e então ele mergulha o menino no fundo para que ele morra logo sem sofrer muito. Depois ele suspende o corpo do seu filho em um gesto de desafio e sucumbe aos ferimentos causados pelo óleo quente.

FUMA KOTARO

O nome Fuma Kotaro foi adotado pelo líder do clã Fuma durante o período Sengoku. Ele serviu sob ordens de Hojo Ujimasa e Hojo Ujinao. A Fuma Ryu estava a serviço do clã Hojo de Odawara. Eles eram afamados pela estratégia de cavalaria e conhecidos por atuar em portos (E conhecidos por serem o única clã Ninja que surgiu de forma independente de Koga e Iga). Uma das batalhas mais famosas dos ninjas Fuma aconteceu em 1581 d.C., quando Takeda Katsuyori tinha fixado acampamento na beira de um rio em Ukishimagahara. Os ninjas Fuma cruzaram o rio e atacaram o acampamento várias vezes causando caos em massa por lá. A confusão foi tão grande que os ninjas fizeram os inimigos matarem uns aos outros.

Em 1581 d.C., após a derrota de Takeda Katsuyori para o senhor do castelo de Hojo, o qual havia contratado o clã Fuma, que possuía mais de 200 ninjas, os ninjas da Kurokawa Ryu então sob a liderança do vigésimo Soke Kurokawa Matsuo, retornaram para as montanhas de Koga. Um ano depois, a Kurokawa Ryu se uniu à Hattori Hanzo (Iga) e Taro Shiro (Koga). Em 1590 d.C., Hideyoshi Toyotomi sitia o castelo de Odawara e força o clã Hojo a se render. Em 4 de dezembro de 1596 d.C., foi atribuída a responsabilidade da morte de Hattori Hanzo à Fuma Kotaro. Ele atraiu a frota de navios de Tokugawa para um canal repleto de óleo sendo rapidamente apanhados pela maré. Fuma Kotaro ateou fogo ao canal com óleo causando o incêndio dos navios,

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enquanto o navio de Kotaro estava a uma distância segura. Hanzo estava no comando dos navios e tropas que iriam aterrorizar os Ninjas da Fuma Ryu em Kanagawa. Hanzo e sua tropa tinham seguido os Ninjas da Fuma Ryu no mar em barcos, mas os Ninjas da Fuma Ryu utilizaram técnicas aquáticas para destruir o Leme em seus barcos. E quando Hanzo e seus homens pularam na água para nadar para a costa, os Ninjas de Fuma tinham enchido a água de óleo e botaram fogo nela. Hattori Hanzo e todos os outros tripulantes morreram queimados. Outra versão da história diz que Fuma Kotaro nunca matou Hattori Hanzo.

No xogunato Tokugawa após a destruição do clã Hojo, a Fuma Ryu foi reduzida à um bando de ladrões atuando nos arredores de Edo. Finalmente Kotaro foi capturado por uma força especial dirigida pelo Ninja Takeda Kosaka Jinnai e executado por decapitação em 1603 d.C. Em outra versão Kosaka Jinnai traiu Kotaro.

SEKIGAHARA

Com a morte de Hideyoshi Toyotomi em 1598 d.C. e tendo seu filho Hideyori apenas 5 anos de idade, iniciou-se um conflito político entre os Daymio para escolher aquele que seria o tutor do sucessor do Xogum. Ieyasu Tokugawa aumentou gradativamente sua influência perante os outros lordes feudais, mas obviamente teve opositores. A crise se agravou, e veio a resultar na batalha de Sekigahara em 1600 d.C., entre as tropas de Ishida Mitsunari e Ieyasu Tokugawa. Esta batalha foi a maior já ocorrida no Japão até aquela época.

Os ninjas de Koga auxiliaram Tokugawa na defesa do castelo de Fushimi. Longe de Fushimi, Li Naomasa (um partidário de Tokugawa) comandava os “demônios vermelhos” contra os mosqueteiros do exército de Shimazu. Li Naomasa foi atingido por um disparo de mosquete e socorrido por um vassalo chamado Miura Yoemon, um Jonin do estilo de Iga Ryu. Em 27 de agosto de 1600 d.C., Torii Mototada tenta defender o castelo de Fushimi juntamente com seus guardas e 100 ninjas de Koga Ryu. Os defensores resistiram ao cerco 40.000 soldados por 10 dias. Sabendo que tinha de reter o exército invasor pelo maior tempo possível para que Tokugawa pudesse varrer os castelos inimigos ao longo de Nakasendo, e a rendição não estava nos planos de Mototada. No final do prazo de 10 dias, um traidor ateou fogo em uma das torres para que o exército invasor pudesse entrar no castelo central. Com apenas 200 sobreviventes masculinos e o castelo em chamas, Mototada disparou 5 contra-ataques até ficar com apenas 10 guerreiros. Mototada e os sobreviventes decidiram cometer Seppuku para não serem capturados com vida. Em 6 de Setembro, Mitsunari finalmente conseguiu o controle sobre o castelo.

O castelo de Otsu era controlado por Kyogoku Takatsugu, suporte de Ieyasu Tokugawa, e era uma posição estratégica às margens do lago Biwa. Em 13 de Outubro, uma força de 13.000 soldados sob o comando de Mori Motoyasu, Tachibana e Tsukushi Hirakodo Muneshige cercaram o castelo, juntamente com as forças navais de Magamori Mashita. A batalha serviu de entretenimento para as pessoas de Kyoto que estavam estacionadas nas colinas circundantes trazendo comida para aproveitar o evento. Os defensores, registrados em 3000 elementos, resistiram aos ataques e ao sexto dia Takatsugu enviou um grupo de ninjas ao acampamento inimigo na calada da noite para roubar emblemas e bandeiras. Na manhã seguinte, com as bandeiras inimigas tremulando dentro castelo, fez Tachibana pensar que o castelo tinha “caído” mas logo ele descobriu o truque e ficou envergonhado pois pensou que realmente o castelo foi controlado e ele não tinha realizado mais nenhum ataque durante o dia. Os esforços foram redobrados e em 21 de Outubro o castelo de Otsu fica sob controle. Apesar de Takatsugu ter perdido a batalha, ele tinha conseguido manter longe da batalha principal 15.000 soldados de Mitsunari. Ieyasu Tokugawa vence Sekigahara e vira o novo Xogum até Hideyori chegar a idade adulta.

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CERCO AO CASTELO DE OSAKA

O cerco de Osaka (Osaka no Jin, 1614 d.C. - 1615 d.C.) foi uma série de batalhas feitas pelo Xogunato Tokugawa contra o clã Toyotomi. Hideyori, agora adulto, queria vingar seu pai retomando para si o título de Xogum e refugiou-se com seu exército no castelo de Osaka. Ieyasu Tokugawa foi obrigado a cercá-lo. No inverno de 1614 d.C., o castelo foi cercado por ninjas de Koga e Iga sob o comando dos jonins Yamaoka Kagetsuge e Hattori Masanari. O exército samurai era liderado por Li Naotaka (sucessor de Li Naomasa) e mantinha o Jonin de Iga Miura Yoemon como seu conselheiro. O exército de Tokugawa atacou vários pontos estratégicos entre eles: Uma fortificação perto do rio Kizu, a aldeia de Imakufu, entre outros. Durante o cerco de Sanada-Maru as forças de Hideyori lideradas por Sanada Yukimura obtiveram uma vitória sobre as forças de Tokugawa e isso finalizou a campanha de inverno de 1614 d.C. A trégua foi utilizada pelos defensores de Osaka para reabastecer o castelo.

No verão de 1615 d.C., Tokugawa regressou com suas forças para concluir a batalha. Os ninjas de Iga que haviam participado da primeira campanha retornaram tempos antes para as suas terras insatisfeitos com as recompensas que receberam. O Jonin Miura Yoemon ordenou-os que retornassem para a guerra e estes obedeceram a contragosto. Quando os relutantes ninjas de Iga e os ninjas de Koga passaram a integrar as tropas regulares de Ieyasu Tokugawa (isso não aconteceu durante a campanha de inverno), após diversas vitórias, o castelo de Osaka finalmente cai. Sanada Yukimura morre e Hideyori comete Seppuku enquanto o castelo pega fogo. Nessa batalha, o famoso Miyamoto Musashi foi ferido lutando ao lado das forças de Hideyori.

KOZUKI SASUKE

Sarutobi Sasuke teria sido baseado em um famoso Ninja que existiu na vida real chamado Kozuki Sasuke. Sasuke é comumente listado como um dos “10 bravos de Sanada” (história totalmente fictícia) que supostamente ajudaram Sanada Yukimura durante o cerco de Osaka. Uma história famosa de Kozuki aconteceu quando ele foi enviado para espionar o Xogum, que havia declarado seu mestre um rebelde. Sasuke fez uma entrada bem sucedida no castelo do Xogum e ouviu sobre discussões de um ataque ao seu mestre. Infelizmente, como ele tentou escapar do castelo, foi flagrado por guardas. Sasuke era um mestre da evasão e já tinha experimentado situações semelhantes antes. Ele usou um trampolim para saltar de um muro bem alto. Uma vez no topo da parede, ele corria pelo seu comprimento e saltou para fora do castelo... em cima de uma armadilha de urso. Para escapar ele amputou o próprio pé e mancou para fora da armadilha. Ele percebeu que neste estado a fuga era impossível, então tirou a própria vida atravessando uma espada no seu próprio pescoço momentos antes de ser capturado. Os guardas ficaram tão enfurecidos por não conseguirem pegar Sasuke vivo que jogaram seu corpo no fundo do fosso do castelo.

Alguns acreditam que Sarutobi Sasuke foi uma invenção de Shinryuken Masamitsu Toda. Também existe a teoria de que Sasuke foi aluno de Tozawa Hakuunsai. Acredita-se que ele tenha feito o Sakki teste com Hakuunsai e que o mesmo tenha dito que Sasuke tinha “olhos na nuca”.

BATALHA DENTRO DO CLÃ KUROKAWA

Em 1618 d.C., uma parte dos ninjas (Onmitsu) da família Kurokawa, das famílias Sugitani e Nakai, liderados pelo vigésimo segundo Soke Kurokawa Kenji, saíram do serviço de Tokugawa porquê não estavam gostando da forma como seus serviços eram utilizados. Por isso, os ninjas liderados por Kurokawa Kenji foram perseguidos e tiveram que voltar para a clandestinidade. Nessa época, por

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causa do abandono aos serviços do Xogum, houve uma grande batalha interna pela liderança da família Kurokawa. O Soke Kurokawa Kenji teve que matar seu próprio irmão Kurokawa Yoshiteru para manter a integridade do clã.

O Soke Kurokawa Kenji, contou com o apoio de vários membros do clã, incluindo de seu primo Kurokawa Matsutaro que liderava o grupo dos Kurokawa que haviam se unido aos Omi Ryu, Koyo Ryu, Koga Ha Sugitani Ryu e Koga Ha Mochizuki Ryu (Miko Ryu) Kunoichi e muitos membros dessas escola foram ao auxilio de Kurokawa Kenji.

Kurokawa Matsutaro, além de pertencer a Koga Ha Kurokawa Ryu, era praticante da escola Omi Ryu. Nesta época, poucos momentos antes da grande batalha Ninja entre os Kurokawa, todos os pergaminhos da escola foram destruídos para evitar que caíssem nas mãos do grupo de traidores.

Após esse dia negro na história da família Kurokawa o Soke Kurokawa Kenji estruturou, desenvolveu e organizou os princípios que a escola Kurokawa é ensinada hoje em dia, ele também criou o código dos Guerreiros Kurokawa, o Daishizen e o Juramento da Ryu-ha Koga Ha Kurokawa Ryu, e principalmente criou o conceito de expansão das técnicas. O Soke Kurokawa kenji também era líder da Kagegakure Kai, da qual faziam parte ninjas do clã Kurokawa, alguns do clã Hadashi, clã Nakai, clã Sugitani e alguns membros da escola Miko Ryu. Os Kurokawa e a Kagegakure Kai lutaram na rebelião de Shimabara. O Soke Kurokawa Kenji foi morto durante essa rebelião.

BATALHA EM SHIMABARA

O Japão permaneceu em paz até 1638 d.C. quando se iniciou a revolta de Shimabara. Um grupo de 10 ninjas de Koga foi mandado para a ajudar os atacantes do castelo de Hara, onde diversos camponeses e cristãos iniciaram uma revolta. O Ninja mais velho do grupo chamado Mochizuki Heidayu tinha 63 anos de idade e seu parceiro Akutagawa Kiyouemon de 60 anos, eram veteranos de batalhas anteriores, entre elas Sekigahara. O Xogum tentou controlar a rebelião várias vezes sem sucesso e tendo perdido partes do seu exército. Logo após mesmo com seus exércitos principais as perdas eram grandes e a rebelião não tinha sido destruída. Neste momento, Iemitsu Tokugawa, o Xogum, decidiu usar os ninjas para impulsionar a força de ataque e enfraquecer o inimigo. Os ninjas (Onmitsu) que participaram do cerco ao castelo de Hara eram em sua maioria de Koga. Antes do ataque convencional, vieram muitas invasões ninjas. O comandante do exército do Xogum, Matsudaira Nobutsuna, emitiu ordens para perpetrarem diversos roubos nas provisões inimigas. As provisões do castelo estavam perto do fim,então os rebeldes foram obrigados a comer algas da costa e cevada. Isto foi provado quando Nobutsuna requisitou que alguns dos rebeldes mortos passassem por autópsia.

Isto ocorria em 4 de Janeiro de 1638 d.C. Depois de 15 dias enviaram ao Xogum um mapa minucioso do castelo e suas forças militares. Num escrito chamado “Ninjutsu no Goku”, escrito por Gingetsu, que estudou as técnicas e a história diretamente de Tanemura Ihachiro, quem fora Jonin de Koga, pode-se perceber mais informações sobre a Koga Ninpo. Vários ninjas de Koga que serviram ao cerco do castelo de Shimabara aparentemente eram descendentes de outros que envolveram no assalto ao castelo do clã Imagawa em 1562 d.C. O diário Ukai, escrito por um descendente de Ukai Kanemon, tem várias entradas descrevendo as ações de reconhecimento: “Eles [os ninjas de Koga] receberam ordens de reconhecimento sobre o castelo Hara, e observaram a distância defensiva do fosso para o Ni-no-Maru, a profundidade do fosso, as condições das estradas, a altura das muralhas, e as formas das lacunas – Entrada: 6° dia do mês 1.”.

Diz-se que os ninjas de Koga ou Ongyo no Mono (como também eram chamados), se infiltraram no

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castelo a cada noite sem problemas. Dia 21 de Janeiro, fizeram o rotineiro roubo de provisões e ainda conseguiram algumas senhas secretas. Em 27 de Janeiro, 5 ninjas de Koga conseguiram entrar no castelo disfarçados como soldados. Eram eles: Mochizuki Yoemon, Arakawa Shichirobei, Natsume Kakano-Suke, Yamanaka Jutayu e Tomo Gohei. As tropas fora do castelo dispararam seus rifles e os defensores imediatamente apagaram suas tochas para não chamar mais fogo para eles. Mais tarde naquela noite, quando os guardas começaram a relaxar, os ninjas subiram facilmente o paredão do castelo na proteção da escuridão. Entretanto, Arakawa foi descuidado e caiu num buraco. Ele teve a ajuda de Mochizuki, mas por causa do barulho os guardas acenderam as tochas novamente, e foram flagrados. Mochizuki e Arakawa correram entre as tropas, pegaram uma das bandeiras cristãs no caminho e foram baleados. Todos os 5 escaparam, mas ambos Mochizuki e Arakawa ficaram feridos. Como parênteses, pode-se mencionar que o lendário Miyamoto Musashi foi um dos criadores do plano ao lado do Xogum. Musashi foi atingido por uma pedra atirada por uma mulher da muralha do castelo, e teve que se retirar da batalha. Mais ataques ocorreram, parte dos ninjas de Koga sob comando direto de Nobutsuna capturaram Ni-no-Maru e San-no-Maru (regiões do castelo). Com a queda do castelo de Hara, a rebelião de Shimabara chegou ao fim e o líder da rebelião chamado Amakusa Shiro foi decapitado.

TRATADOS DE NINJUTSU DO SÉCULO XVII

No XVII (já no período Edo) foram escritos os mais importantes Denshos (pergaminhos) do Ninjutsu considerados os textos mais clássicos. Nesses Denshos constam informações históricas, discussões sobre a essência do Ninjutsu, armas específicas, técnicas de espionagem, entre outros assuntos. O primeiro deles foi escrito em 1653 d.C. por um dos descendentes de Hattori Hanzo, conhecido como Ninpiden ou “Ensinamentos secretos do Ninjutsu”. Ele é composto por 4 volumes que especificam alguns ensinamentos dando ênfase à construção de armas e equipamentos. O segundo Densho foi escrito em 1676 d.C. chamado de Bansenshukai cuja tradução literal é “10.000 rios que chegam ao mar”, é um escrito de 10 volumes. O material foi compilado por Yasutake Fujibayashi (o mais famoso Jonin da tradicional família Ninja de Iga de nome Fujibayashi) e discorre sobre filosofia, táticas, estratégias, armas e astrologia, tudo relacionado com o Ninjutsu. O texto pode atualmente ser tanto considerado de Iga como de Koga, pois embora a família Fujibayashi fosse tradicionalmente de Iga o Ninjutsu desse clã era diferente do praticado pelos Momochi ou Hattori, devido principalmente à sua proximidade com Koga. Contudo, a leitura é tida como cansativa e pouco atraente por quem não tem interesse pelo Ninjutsu. O último dos Denshos foi escrito em 1682 d.C. por Natori Sanjuro Nasake e é formado por 3 volumes chamados de Shoninki. O Shoninki é o texto clássico do Kishu Ryu Ninjutsu cujo significado é “Narrativa sobre a realidade do Ninjutsu”. Apesar dos fatos históricos mostrarem que a Kishu Ryu era uma ramificação da Iga Ryu, existem diferenças fundamentais entre elas. O texto relata somente técnicas de espionagem (Choho) e reflete certos pensamentos do Ninjutsu.

ONIWABANSHU

No governo de Ieyasu Tokugawa, quase todos os ninjas do Japão se juntaram numa organização conhecida como Kogi Onmitsu ou Onmitsu. O Onmitsu foi uma grande organização de espionagem . Eles trabalhavam investigando todos os daymios procurando vestígios de deslealdade e rebeliões. Alguns senhores feudais mantinham seus próprios ninjas mesmo naquela época fossem ilegais pois todo Ninja deveria pertencer somente à Onmitsu. Muitos daymios tentavam esconder suas atividades secretas do Xogunato. Como resultado, ocorreram silenciosas mas intensas lutas entre vários grupos ninjas. Os agentes Onmitsu às vezes trabalhavam com ajuda de Kobushikata (pequenos grupos de classe inferior que trabalhavam sob a supervisão de ninjas da Iga Ryu).

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Durante o comando de Iemitsu Tokugawa muitos ninjas não gostavam do jeito que eles eram desonrados e tratados. Então eles escolheram preparar uma revolta contra os descendentes de Hattori Hanzo, que continuavam a serviço do Xogum. A revolta foi conhecida como "o incidente no templo Sasa", a revolta foi vencida pelas tropas do Xogum e os líderes foram capturados e executados. A revolta foi o fim da grande era da família Hattori, eles perderam todo o seu status por causa de suas faltas em lidar com a situação.

Yoshimune Tokugawa (1684 d.C. - 1751 d.C.) estabeleceu um grupo de elite especial de cerca de 20 Onmitsus (escolhidos a dedo) conhecidos como Oniwabanshu ou Oniwaban (chamados de “Jardineiros”, “Guardas do Jardim” ou ainda “aqueles que cuidam do Jardim”). Eles investigavam senhores feudais e funcionários do Xogunato, protegiam funcionários de alto escalão do governo e agiam como guardas de segurança do castelo Edo. Foram responsáveis por vários incêndios e envenenamentos contra conspiradores, trabalharam infiltrados no meio de camponeses analisando o humor e temperamento de todos que considerassem suspeitos procurando indícios de revolta. Os Oniwabanshu foram provavelmente esquartejados no jardim do castelo de Edo mas não se sabe a veracidade e nem os motivos para tal acontecimento.

SAIKA E SUA DESCENDÊNCIA

Os conhecimentos originários de Saiga Suzuki Hideshige Magoichi e da Saika continuaram durante muito tempo conservados pelos Ikko-Ikki de Kumano e por um de seus descendentes chamado Suzuki Fujite e foram pouco a pouco se misturando entre os conhecimentos de outras Ryu-ha especialistas em Kayakujutsu.

A descendência de Magoichi tinha uma forma particular de combate passando a aumentar os conhecimentos de Kishu que seria liderada por Sakagami Minamoto, quem foi mestre de Sogyokkan Ritsuchi (antigo Soke da Koto Ryu Koppojutsu). Sakagami pertencia a Tenchi Ryu Jodo de Natori Tokimasa. Mas também foi aprendiz de Natori Kiso e de Natori Sanjuro Nasake (autor do Shoninki), conservando alguns dos conhecimentos das antigas Saika Ryu / Kishu Ryu agregando conhecimentos aprendidos e recompilados por Natori, e então, transmitidos a Nashida Kimanta Taro, este por sua vez, a Nishima Taro Narimaza.

Nishima Taro Narimaza passou estes conhecimentos a Nitta Yoshishida, e este a Nitta Kato Usami. Nitta Usami teria uma relação com a família Tsushima de Yamanashi Ken onde transmitiu seus conhecimentos a Tsushima Shigaru, e deste para Tsushima Michihito. Mishihito transmitiu os ensinamentos para Tsushima Sadahei. Sadahei transmitia e adestrava pessoalmente nas tradições marciais adquiridas de seus antepassados ao seu neto Tsushima Nishi Isao (Sasori), que futuramente teria a responsabilidade de resgatar as técnicas ancestrais dos antigos guerreiros Saika, sem se descuidar da tradição mais pura de sua família. A Shinden Fudo Ryu Tsushima Ha e Tenshi Ryu Jodo Ha (Nishi Kai).

NINJAS DURANTE O SÉCULO XIX

Devido à alta tributação os agricultores levavam uma vida penosa e miserável. A lavoura passou a decair em produção e a fome assolava o Japão. As rebeliões de camponeses começaram a surgir devido a má administração dos funcionários e daymios feudais. Foi quando no ano de 1853 d.C. chegou ao Japão a comitiva do comodoro americano Matthern Calbaith Perry, com a proposta de restabelecer o comércio com o Japão na tentativa de reabrir os portos. O Xogum usando seus espiões comandados por Sawamura Jinsaburo Yasusuke (Ninja de Iga do clã Sawamura), ordenou que fossem sigilosamente à bordo dos navios e descobrissem a real intenção dos estrangeiros.

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Vários documentos foram roubados e nenhum deles acabou tendo alguma importância pelo desconhecimento da língua. Ainda hoje esses documentos se encontram expostos no museu de Tóquio. Na época da chegada do comodoro Perry, segundo registros coletados durante o primeiro ano da era Meiji, listavam grandes números de ninjas agrupados por suas vilas. Nenhum registro semelhante havia sobre os ninjas de Koga.

Em 1863 d.C., o décimo Soke da Gikan Ryu chamado Gikan Uryu participou da batalha de Tenchigumi no Ran e lutou ao lado do imperador. Foi atingido por um disparo de arma de fogo no braço. Ele continuou lutando somente com o braço que não estava atingido e para se proteger fugiu para um mosteiro, aonde encontrou Ishitani Takeoi Masatsugu. Ele o relatou que a batalha estava terminada e acreditou no seu relato. Depois do ferimento recuperado fugiu para a província de Iga. E entre os dois nasceu uma forte amizade e com isso virou Soke da Gikan Ryu somando-se as outras duas escolas das quais já era Soke (Kukishinden Ryu e Hontai Takagi Yoshin Ryu).

O trigésimo segundo Soke da Togakure Ryu chamado Shinryuken Masamitsu Toda também foi mestre da Bikenshin Ryu em meados do século XIX. Soke Masamitsu desistiu de praticar a arte da espada depois que alguns de seus alunos foram obrigados a assassinar outros japoneses porque isso era contra os princípios da Togakure Ryu. O título de Soke da Togakure Ryu e outras escolas como Kukishinden Ryu e Hontai Takagi Yoshin Ryu foram posteriormente passadas para Takamatsu Toshitsugu no século XX.

Com o fim do Xogunato Tokugawa e restauração da autoridade da família imperial em 1867 d.C., a necessidade de samurais e ninjas chegou ao fim (teoricamente). A prática Ninja passou a ser fora da lei e proibida. Alguns ronins e ninjas se tornaram guarda-costas, investigadores ou detetives particulares. Muitos samurais entraram na política reclamando um governo militar. Muitos ninjas se tornaram delinquentes profissionais e aplicaram seus conhecimentos para espionagem e roubo. Depois samurais e ninjas se uniram em várias sociedades secretas utilizando seus conhecimentos militares para serviços do Japão. Em 1868 d.C., ninjas participaram de missões na Guerra do Boshin. Já em 1877 d.C., os ninjas de certas escolas também se infiltraram no grupo dos revoltosos de Satsuma e fizeram as suas contribuições ao fim da rebelião.

No ano de 1885 d.C., o trigésimo segundo Soke da Kurokawa Ryu chamado Nakamura Toshiro lutou contra o mestre Ninja Kuriyama Yoroku (o qual era um Ninja de Iga e pertencia a uma tradicional família Ninja). Juntos com Kuriyama Yoroku estavam também Kuriyama Terunobu e Sakoshi Yasumitsu. Os três ninjas foram contratados para matar um importante político da região (Wakayama), mas não contavam que Nakamura Toshiro e seu então mestre Nishinoto Yukimura os estavam esperando, e que lhes haviam preparado uma emboscada. Nakamura e seu mestre derrotaram os três ninjas adversários facilmente.

No mesmo ano em que Nakamura Toshiro e seu mestre lutaram contra os ninjas Kuriyama Yoroku, Kuriyama Terunobu e Sakoshi Yasumitsu, ele sofreu uma emboscada de dois ninjas do mesmo Clã que Kuriyama, eles eram Kuriyama Togoro e Yozaemon Ohkuni. Mas o Soke Nakamura sentiu a presença dos inimigos (através do sentimento Sakki) e se embrenhou para dentro do mato e utilizando uma fukiya matou Yozaemon Ohkuni com um dardo envenenado e com uma Shirasaya (espécie de espada) lutou e matou Kuriyama Togoro. Por volta de 1920 d.C., o Soke Nakamura encerrou as atividades da Kurokawa como Watari Ninja (ninjas mercenários).

Em 1881 d.C., foi fundada uma sociedade secreta ultranacionalista chamada de Genyosha (Sociedade do Oceano Escuro) por um Ronin chamado Kotaro Hiraoka. A Genyosha era uma agência secreta de espionagem e também praticavam atos de terrorismo. Um dos líderes da

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Genyosha foi um Ninja de nome Mitsuri Toyama, conhecido como “O Ninja Místico”. Toyama sempre teve acesso às mais altas figuras políticas e militares do seu tempo. Em 1892 d.C., enviou 100 de seus agentes a Shangai. Nesse lugar, com a doutrina Ninja de “Operação no coração do território inimigo”, seus agentes genins fundaram a escola Tang Wen onde treinaram espionagem avançada e a língua chinesa. Tang Wen era uma escola de espiões japoneses. No início do século XX tinha cerca de 300 agentes entre samurais, ninjas e kunoichis que reconheciam e enviavam informações desde a China. Cada espião Chunin tinha no mínimo 3 mensageiros genins para enviar a informação. Isto permitiu que cada mensagem fosse verificada várias vezes. Com este sistema se descobriu os planos russos de plantar minas na rota de avanço das tropas e em portos da costa de Port Arthur. Os agentes Genyosha se infiltraram nos navios de trabalho que colocavam as minas de tal forma que ao anoitecer pudessem desativá-las. Outro método empregado pelos Genyosha para obter informações foi a instalação de bordéis que forneciam acompanhantes para autoridades chinesas e russas. Assim agentes kunoichis coletavam informações para a rede de espionagem disfarçadas como prostitutas e trabalhavam em conjunto com outros ninjas. Em 1895 d.C., um esquadrão de agentes Genyosha treinados como espiões assassinos na arte Ninja, se infiltraram no palácio imperial coreano e assassinaram a rainha. Este ato, em parte, precipitou a invasão japonesa no país.

KURO YAMA RYU

Em Fevereiro de 1901 d.C., foi fundada a Sociedade do Dragão Negro (Kokuryukai) por Ryohei Uchida com o apoio de Mitsuri Toyama. O Ninja Toyama de ambas as organizações, Kuro Yama Ryu e Genyosha, operava desde a Hombu da Kuro Yama Ryu. Obviamente fazia isso de forma secreta, não oficialmente. Toyama treinava dentro das instalações de seu Dojo os agentes genins. Muitas diferentes atividades de informação e espionagem aconteciam dentro das sociedades secretas japonesas. A kokuryukai era uma das filiadas da Genyosha assim como muitas outras sociedades secretas imitadoras que surgiram posteriormente como a Daiagi Kai, fundada em 1908 d.C., dedicada a conquistar a China.

A atividade da Kuro Ryu era centrada exclusivamente na Rússia. Os russos ao construírem a ferrovia transiberiana tinham interesse em colonizar partes da Ásia Oriental. Informantes ninjas alertaram o Japão sobre os desígnios russos em contraposição com os interesses Japoneses. O espião Ninja Motojiro Akashi foi estabelecido como adido militar na Rússia. Akashi era um mestre na arte Ninja do Chitsumishi (colaborados nativos em campo inimigo). Os Dragões Negros instruíram Akashi para proporcionar ajuda econômica por informação facilitada sobre as forças e inteligência russas. Conseguiu que o “Ás dos espiões” conhecido pelo codinome Rosenblum (Sidney Reilly) trabalhasse para o Japão. Quando a guerra russo-japonesa começou em 8 de Fevereiro de 1904 d.C., o Japão contava com um sistema de informação integrado por agentes da inteligência, ninjas e mensageiros. Através da clandestinidade o Japão fez circular várias informações falsas em território russo. Enquanto os japoneses já tinham um amplo conhecimento das atividades inimigas eles ao mesmo tempo mantinham os russos ignorantes dos propósitos nipônicos. Akashi se converteu no oficial supremo da inteligência japonesa na campanha contra a Rússia em 1904 – 1905 d.C.

Em meados de 1905 d.C., Akashi tinha 7 ninjas jonins e 5 chunins trabalhando na sua base principal. A sua rede espionagem se estendia a Paris, Zurique, Gênova, Copenhague, Roma, Lisboa e Varsóvia. O êxito de seus agentes da Kuro Ryu é que nenhum deles foi descoberto. Quando a frota japonesa realizou um ataque à frota russa, os japoneses já sabiam detalhes dos navios inimigos. Em uma ação tipicamente Ninja, todas as luzes foram apagadas. Em 25 horas, todos os navios russos foram afundados dando vitória total ao Japão sem a mínima chance para as forças navais inimigas.

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Após a espionagem japonesa se concentrar na indústria o Japão torna-se o número um do mundo na eletrônica.

Não havia qualquer prova documental mostrando que Ryohei Uchida e o coronel Motojiro Akashi eram ninjas. Mas é fato que eles utilizaram táticas ninjas para alcançar seus objetivos. Akashi não era membro direto da Kokuryukai e muitos dos agentes da Kuro Yama Ryu assim como os agentes Genyosha tenham sido treinados, na verdade, por Mitsuri Toyama. Existem até hoje rumores pouco prováveis de que Ryohei Uchida era 16° Soke de uma escola Ninja desconhecida.

Motojiro Akashi era um membro do Serviço Secreto Japonês de Inteligência. Akashi estava envolvido na criação de uma rede de espionagem intrincada em todas as grandes cidades europeias, utilizando agentes especialmente treinados com táticas de Ninjutsu e espionagem sob vários disfarces, comerciantes e trabalhadores localmente baseados, populações locais ou simpatizantes do Japão, ou dispostos a cooperar por um preço. Akashi sempre se utilizou da tática ninja do Chitsumishi, e assim, conseguiu facilmente colaboradores não japoneses. É muito acreditado no Japão que Akashi estava por trás do assassinato do ministro do interior russo chamado Vyacheslav von Plehve.

RIKUGUN NAKANO GAKKO

Um conjunto de documentos recém-descobertos da segunda guerra mundial revela uma escola secreta de espionagem japonesa que ensinava Ninjutsu como parte da sua grade. A escola de espionagem de Nakano ou Rikugun Nakano Gakko foi administrada pelo exército imperial japonês, e era usada para treinar agentes em segredo. Acredita-se que quase todos os documentos relacionados à escola foram destruídos antes do fim da guerra. Os relatórios descobertos haviam sido enviados ao Ministério da Guerra na época da graduação da primeira turma da escola. Os estudantes não só aprendiam a se esgueirar com seus quimonos pretos, usando Katana e jogando estrelas, mas também métodos mais práticos de descobrir informações e sabotagem, incluindo confecção de bombas e fotografia. As estratégias adotadas por esses guerreiros eram extraídas do Bansenshukai. Acredita-se que a escola tenha treinado soldados ninjas para atuação atrás das linhas inimigas. Cerca de 2300 agentes se graduaram antes da escola fechar em 1945 d.C.

Em 1931 d.C., forças ninjas pertencentes ao exército japonês mandaram pelos ares a ferrovia Sul-Manchúria, na China. Foi o início do incidente que culminou com a invasão da Manchúria pelos japoneses imperialistas. Muitos guerreiros Shinobi participaram de campanhas de guerra na China, como espiões ou guarda-costas de autoridades. As informações obtidas pelos ninjas espiões versavam sobre o material bélico inimigo, movimentação de tropas, entre outros.

Existia um centro de pesquisa de armas secretas chamado de Rikugun Noborito Kenkyujo Shinjutsu. Era localizada em Kanagawa e foi fundada em 1925 d.C. sob o comando de Shinoda Ryo. Grande parte dos equipamentos desenvolvidos lá foram utilizados pela escola de Nakano. Entre eles podemos citar: tintas especiais e secretas para escrita invisível (visível sob a luz negra), desenvolvimento e uso de novos venenos, explosivos, miniaturização e mascaramento de câmeras fotográficas.

A escola de espionagem de Nakano teve 2 dos mais brilhantes espiões e ninjas japoneses. O primeiro era Shigeo Shigetomi, e o segundo era Hiro Onoda (o penúltimo soldado japonês a se entregar após a rendição nipônica e descendente dos antigos Saika). Onoda foi enviado à ilha de Lubang nas Filipinas em 1944 d.C. para especificamente conduzir uma guerrilha e conseguir informações de inteligência. Treinado em operações clandestinas, sua missão era infiltrar-se por trás

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das linhas inimigas, realizar vigilância e sobreviver até receber novas ordens.

SEIKO FUJITA

Muitas pessoas consideram que a Koga Ryu sobreviveu no meio do século XX graças à Seiko Fujita (1899 d.C. - 1966 d.C.), embora ele fosse enfático ao afirmar que seus conhecimentos de Ninjutsu morreriam com ele. Ele se dizia décimo quarto Soke da Koga Ryu e que teria herdado o título do seu avô Shintazaemon Fujita, mas não existe prova alguma de que isso seja verdade. Seiko teve vários instrutores, entre eles, o Sensei Ueno Takashi (décimo sexto Soke da Asayama Ichiden Fudo Ryu Taijutsu). Além disso, instruiu várias unidades especiais durante a Segunda Guerra Mundial. Seiko treinou seu filho bastardo com inúmeras técnicas, entre elas, Ninjutsu, Tantojutsu e Jujutsu (jiu-jitsu). Não se sabe o destino deste filho de Seiko, por causa do seu envolvimento com a Yakuza. Sabe-se que ele se escondeu mas não há confirmação dessa história com a máfia japonesa.

Quando Seiko era criança seu irmão mais velho tomou uma surra de vários adolescentes, foi então que Seiko pegou a espada de seu pai e foi atrás dos agressores. Ao verem o menino com um sabre na mão e seus olhos injetados de sangue, os adolescentes saíram correndo, muitos adultos foram alertados pelos gritos. Tentaram conter Seiko, que por uma raiva incontrolável acreditou naquele momento que todos eram seus inimigos. Onze pessoas foram seriamente feridas pelo sabre. Após este acontecimento, Seiko foi levado para um templo budista onde permaneceu quase um ano vivendo como monge. Certa vez, o filho de um benfeitor do templo foi chutado e jogado contra a cerca que estava sendo pintada ao (segundo o próprio Seiko) ter-lhe faltado com o devido respeito, pois ao ouvir o tom desrespeitoso do garoto, Seiko não teve dúvidas, partiu para agressão. Por causa deste outro acontecimento, Seiko teve que ir embora do templo. Anos depois, em uma ocasião um Yakuza ouviu falar de um homem invencível chamado Fujita e foi ao seu encontro. Seiko marcou o encontro num restaurante e chamou um amigo jornalista (quem relatou a história). No restaurante havia pouca carne, então Seiko pediu ao garçom apenas Saquê, uma tigela de água fervente e um pano. O membro da Yakuza que queria intimidá-lo ficou com os olhos arregalados quando viu Seiko pegar uma faca e tirar um bife da própria perna sem manifestar o mínimo esboço de dor, mergulhou o pedaço de carne na água fervente, estancou o sangue com o pano encharcado com o Saquê e ofereceu a carne ao Yakuza e ao jornalista que estava sentado com ele. O Yakuza saiu do restaurante completamente assombrado.

No ocidente muitas pessoas clamam ser mestres de Koga Ryu para que tenham os holofotes sobre eles sem muito esforço de sua parte. Seiko Fujita também amava a atenção do público, mas era bastante solícito ao depositar seu tempo e esforço para ser merecedor disso. Antes de ser conhecido como um mestre de Ninjutsu, ele usou seus conhecimentos aprendidos com os Yamabushi para o bem naquela época. Depois ele viria a admitir que seus trajes e comportamentos eram bizarros na época. Ele deu vários shows rotulados de Ninjutsu, mas que consistia mais em proezas de resistência que habilidades furtivas pelas quais os ninjas eram conhecidos. Ele fazia coisas com bater em si mesmo com vergalhões de ferro, comer coisas como copos e espetar o corpo com agulhas. Tobe Shinjuro, um pesquisador de Ninjutsu e autor de muitos livros sobre o assunto, viu uma de suas performances e saiu balançando a cabeça: “Isso é Ninjutsu?” Muitas coisas que ele fazia eram similares ao que os Yamabushi faziam durante os sermões. Nawa Yumio, um notável pesquisador e autor de livros sobre Ninjutsu, realmente conheceu Fujita. Ele disse que nunca soube de Fujita fazendo algo que pudesse ser classificado como Ninjutsu. No seu livro, Ninjutsu no Kenkyu, Nawa nunca se refere a Seiko como um líder do Koga Ryu, mas apenas como um pesquisador. No mesmo livro se refere a Masaaki Hatsumi como o líder da Togakure Ryu Ninpo.

Fujita realmente reuniu muitos livros e pergaminhos sobre o assunto. O seu nível de pesquisa era

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incrível. Ele estava escrevendo vários grandes livros que descreviam e explicavam várias seções de trabalhos como o Bansenshukai. De fato, esse trabalho era a base de tudo que ele ensinava. Ele ensinou coisas como estimativa de distância, previsão do tempo e estratégia, mas nada físico. Quando alguém olha os trabalhos de Kenjutsu antes da era moderna, não acha-se quase nenhuma referência de como se segurar uma espada. Isso porque era uma coisa ensinada no Dojo, antes dos livros serem disponibilizados aos alunos. São esses pequenos tipos de coisas que faltam no trabalho de Seiko. Nakashima Atsumi é um autor sobre livros de Ninjutsu e membro do grupo de pesquisa sobre Budô iniciado pelo próprio Fujita e em seu trabalho, “Ninjutsu Hiden no Sho”, ele declarou que não há nenhum exemplo de técnicas de luta Ninja de Fujita. Se alguém deveria saber, esses seriam Nawa e Nakashima.

O registro de Fujita durante a guerra foi deturpado no ocidente. Alguns dizem coisas como que ele seria um assassino do Japão e teria matado 200 pessoas. Isto é mentira. Assassinato é contra a convenção de Genebra e os aliados foram especialmente persistentes na perseguição a criminosos de guerra. O esquadrão assassino dos alemães, enviado para matar o major Aachen acabou indo a julgamento, porém, Fujita nunca foi preso ou investigado. Sua maior contribuição no esforço de guerra foi ensinar seções de estratégia extraídas do Bansenshukai em algumas academias militares, entre elas, a escola de espionagem de Nakano. No dia em que a guerra terminou ele continuava a salvo no Japão. Seiko Fujita além de ter sido instrutor da Rikugun Nakano Gakko, também foi membro da temível unidade 731.

Depois da guerra, Fujita continuou fiel em seu coração, aos velhos ideais que levaram o Japão à guerra. Quando os aliados, em primeira instância, baniram a prática das artes marciais que ele ensinava, como forma de destruir a cultura do Japão. Ele resistiu reunindo o máximo de informação que ele pode sobre artes marciais japonesas e encorajando aas outros a praticá-las. Mais tarde ele viria a ser muito influente na formação e administração de muitas organizações de artes marcias. Ele mesmo havia aprendido uma forma de Kempo antes da guerra. Ele aprendeu outras artes e ajudou a ensinar algumas delas, mas não há registro no Japão dele ensinando o estilo Koga de ninjutsu. Ele até escreveu vários livros sobre diferentes artes marciais como Shinden Muso ryu jojutsu, diferentes estilos de hojojutsu (a arte de amarrar um prisioneiro) e mesmo um livro sobre shurikenjutsu. Neste último ele dá vários exemplos de empunhaduras para lançamento de diferentes escolas, mas falha ao demostrar alguma proveniente do Koga ryu ninjutsu. Na comunidade das artes marciais do Japão, Fujita ainda é lembrado com reverência. Ele foi muito influente no salvamento de muitas artes e foi de grande ajuda na formação de muitas organizações que existem até hoje. É estranho que poucos pesquisadores do ninjutsu sérios peguem ele como fonte segura da área, mas suas glórias são cantadas no mundo das artes marciais. Para muitos artistas marciais no Japão que nunca olharam mais de perto para a história dos ninjas, não há razão para não acreditar que ele tenha sido o último mestre do Koga ryu. Ele tinha habilidades e não tinha nenhuma necessidade de contar com aclamações acerca do ninjutsu, então há pouca razão para se duvidar deles, mas há problemas quando se olha com mais cuidado. Em 1931 d.C., quando ele lançou o livro “Ninjutsu Hiroku” que juntamente com outros livros sobre o tema foram bem recebidos e fizeram renascer o interesse pelo Ninjutsu. Fujita morreu tragicamente em 1966 d.C.

GUERRA NA SELVA DAS FILIPINAS

Em 2 de Setembro de 1945 d.C., o general Douglas MacArthur recebeu (à bordo do Missouri) a rendição japonesa e oficializando o fim da Segunda Guerra Mundial. Centenas de soldados simplesmente recusaram a rendição e foram estes chamados de Holdouts pelos americanos. Vários desses soldados ainda continuaram lutando vários anos após o término oficial da Segunda Guerra.

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Entre os chamados Holdouts, havia um grupo especial treinado na escola de Nakano em inteligência e espionagem do qual sobrou apenas quatro soldados (Entre eles Hiro Onoda). Em 1948 d.C., um deles chamado Akatsu se rendeu. Em 1954 d.C., em um assalto a um posto militar filipino, outro foi morto. Em 1972 d.C., em operação similar, o exército filipino teve alguns soldados mortos ao tentar expulsar os dois remanescentes do grupo original e foi morto o penúltimo membro restando apenas Onoda. Em 1973 d.C., o governo japonês decidiu enviar uma delegação composta por parentes próximos para procurá-lo e tirá-lo da selva, além de panfletos jogados por um avião. O impasse só terminou em 1974 d.C., quando fora chamado o oficial que comandava o esquadrão na época. E levava com ele a ordem imperial de cessação de todas as operações militares. Hiro Onoda entregou sua espada e seu rifle a um comandante filipino. Após receber perdão oficial por ter matado cerca de trinta nativos da ilha com os quais entrou em confronto, Onoda foi recebido pelo então presidente das Filipinas Ferdinando Marcos e teve sua espada devolvida pelas mãos do próprio.

Hiro Onoda agradeceu à formação de sobrevivência e sabotagem (na escola de Nakano) se mantendo escondido por mais de 28 anos nas selvas do Pacífico numa guerra assimétrica, outro agente oriundo nestas escolas foi Hiseo Kimura um dos melhores “Espiões Japoneses” qualificados na arte de passar despercebido. Com o fim da Segunda Guerra Mundial, as atividades ninjas novamente diluíram-se nas sombras.

TAKAMATSU TOSHITSUGU

Takamatsu Toshitsugu (Takamatsu Hitsasugu), nasceu no Japão em 10 de março de 1887 d.C., na cidade de Akashi, de uma família acomodada, proprietários de uma fábrica. Chamado Hitsasugu por seus pais, ele mudou seu nome mais tarde para Toshitsugu. Assistia aulas na escola inglesa de Kobe, cursando depois literatura numa escola chinesa. Amante da arte e da poesia. Ele ficou conhecido durante sua vida por vários apelidos como Nakimushi (bebê chorão), Neko no Yamamoto (gatinho de Yamamoto), Kikaku (chifres do demônio), Moko no Tora (Tigre da Mongólia), Jutaro, entre outros. Foi iniciado no Ninjutsu aos 9 anos de idade por seu tio, o qual foi samurai e por seu avô Shinryuken Masamitsu Toda, que foi supervisor dos mestres da espada nas escolas do governo Tokugawa, e tinha um Dojo e uma clínica de ossos em Kobe. Tendo instruído seu neto nos estilos Koto Ryu Koppojutsu e Togakure Ryu Ninjutsu, toda dia ele ia ao Dojo do Sensei Toda. Inicialmente não foi ensinado nada para Takamatsu, simplesmente foi arremessado em volta do Dojo até o sangue escorrer de seus joelhos e cotovelos. Takamatsu dizia que todo dia no caminho para o Dojo se sentia um cordeiro no abatedouro. Depois de um ano sofrendo os terríveis arremessos começou a aprender as verdadeiras técnicas.

Do Sensei Toda, Takamatsu herdou os seguintes estilos: Shinden Fudô Ryu Jujutsu, Gyokko Ryu Koshijutsu, Shinken Koto Ryu Karatejutsu, Koto Ryu Koppojutsu, Gyokushin Ryu Ninjutsu, Kumogakure Ryu Ninjutsu e Togakure Ryu Ninjutsu. Seu pai Yosoburo educou-o para a carreira no exército mas num desafio contra discípulos da Musashi Ryu ficou surdo de um dos seus ouvidos como sequela da luta, assim ficando isento das obrigações militares.

Quando muito jovem, seu nome era Jutaro. Aos 13 anos de idade praticava diariamente a arte do Koto Ryu Koppojutsu para adquirir sua licença. Nessa idade venceu um lutador profissional de sumô que tinha 143Kg de peso. Ainda nesse ano, o jovem Jutaro venceu outra luta derrotando seu oponente com um Gyaku Ganseki Otoshi (lançar o adversário ao chão de cabeça) e já era conhecido por outro apelido: Kotora (pequeno tigre). Ele entrou então para o Dojo do Sensei Misuta Yoshitero Tadafusa, onde treinava dia sim dia não para aprender o estilo Takagi Yoshin Ryu. Aos 17 anos, na fábrica de seu pai, conheceu Takakage Matsutaro Ishitani (cujos antepassados tinham sido ninjas Chunin nas tropas de Hattori Hanzo) que prestava serviços de segurança na fábrica de Kobe.

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Ishitani soube que havia encontrado um herdeiro para sua arte Kukishinden Ryu. Depois de anos de intenso treinamento concederam para Takamatsu os pergaminhos secretos e o título de vigésimo sétimo Soke da Kukishinden Ryu Happo Hiken Jutsu, além dos estilos Hontai Takagi Yoshin Ryu e Gikan Ryu Koppojutsu.

Aos 21 anos partiu para China, regressando depois, já falecida sua noiva Kokane, Jutaro adoeceu de beriberi (solitária) e tinha afetado os pulmões. A sua avó tratava dele mas seu pai mandou-o regressar para não ir contra a lei dos ninjas mesmo que a vida lhe custasse. Para evitar um confronto entre sua avó e seu pai, Jutaro abandonou a casa de sua avó na ausência dela. Dirigiu-se à montanha Mayasan (Maya era mãe de Buda), instalando-se nas cataratas das tartarugas. Durante a sua doença recordava os ensinamentos de seus mestres Toda, Ishitani e Misuta. Um ancião eremita curou-o e ensinou-lhe os segredos da natureza. Quando se sentiu curado das suas doenças praticava ao amanhecer na cascata exercícios de Koto Ryu e Togakure Ryu. Quando estava em perfeito estado tomou para si o nome de Kikaku (Chifres do Demônio).

MOKO NO TORA (O TIGRE DA MONGÓLIA)

Takamatsu Toshitsugu saiu das montanhas depois de vários meses, viajou através da China estudando com os melhores mestres do Boxe Chinês. Lutou em vários desafios e nunca foi derrotado. Neste tempo ganhou o apelido de Moko no Tora (Tigre da Mongólia). Jutaro esteve na China por 10 anos após a morte de sua noiva, e lá foi empregado por muitos mestres da guerra na Manchúria e na China setentrional. Durante esse tempo a reputação de Jutaro era a de um guerreiro completamente formado.

Aos 26 anos de idade, foi desafiado por um mestre de Kung-fu Shaolin de 113Kg chamado Cho Shiryu. A terceira vez que desafiou, Jutaro aceitou. Concebeu num sonho a técnica do “Baile da Borboleta”. No sonho viu um demônio vermelho, que com uma pesada barra de ferro, tentava apanhar uma pequena borboleta, mas esta sem esforço esquivava dos golpes. O combate ocorreu na praça da colônia inglesa e o árbitro foi o nobre senhor Ren, tio do imperador da China. Depois de duas horas de combate, os movimentos de Cho Shiryu tinham se tornado lentos (ponto fraco dos lutadores pesados), a sua visão estava nublada pelo constante suor. Jutaro limitara-se a se esquivar. No fim o senhor Ren parou a luta porque Cho Shiryu não tinha oportunidade de ganhar. Deste confronto nasceu uma irmandade entre ambos os oponentes.

Em outra ocasião, em um de seus combates mortais durante a guerra da Manchúria, um soldado a cavalo o perseguia. Takamatsu estava desarmado, mas havia uma espada no chão. Quando o soldado tentou sacar a arma de fogo, Takamatsu correu, rolou, pegou a espada e a lançou cortando a cabeça do tal soldado. Outra história faz referência a uma ocasião na qual foi atacado nas montanhas da China por vários bandidos. Lutou contra todos eles até que pensou que esses fugiram. Mas um dos bandidos agarrou Takamatsu pela cintura. De repente o bandido caiu para trás, diretamente ao solo, cobrindo o rosto. Mais tarde Takamatsu disse que não sabia o que havia feito ao bandido, pois somente sentiu algo úmido e quente na mão. Quando abriu a mão, encontrou um olho, logo em seguida ele prestou os primeiros socorros ao bandido.

Enquanto esteve na China, a família Kuki, detentores da Kukishinden Ryu, perderam o contato com Takamatsu, duvidando que ele retornaria ao Japão, foi então que concederam a Iuani Nangaku o título de Soke dos ensinamentos desta escola, assim quando Takamatsu eventualmente voltasse, sua posição tinha sido preenchida. Em seguida, as escrituras e documentos da família Kuki foram destruídas num incêndio. Mas Takamatsu foi hábil para reconstruí-los, de suas notas e memórias e presenteando-os para a família Kuki.

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Takamatsu estava uma vez em uma loja quando vários gangsteres da Yakuza entraram e exigiram dinheiro de proteção do dono assustado. Takamatsu agarrou um deles, e o prendeu na loja. Os outros ele mandou de volta ao chefe deles e lhes disse que digam que o Jutaro estava na cidade. O chefe enviou uma mensagem dizendo que a loja permaneceria em paz. Não se sabe se esse chefe da Yakuza fosse algum amigo de Takamatsu, ou se ele tivesse sido derrotado por Takamatsu em uma briga quando jovem. Aproximadamente aos 65 anos de idade, enquanto estava caminhando, ele se deparou com vários homens que batiam em um velho e na filha dele. Os assassinos tinham hostilizado o homem por dinheiro de proteção que era algo que ele não pôde dispor. Takamatsu foi até eles, e lhes disse que deixassem o homem em paz. A quadrilha não se intimidou com a ameaça, e o líder deles foi chamado de “Bozô” (menino de cabeça raspada). “Bozô” era um insulto que poucos ousariam dizer. Takamatsu disse para eles voltarem ao seu chefe e dizer que Moko no Tora estava na cidade e deixassem essas pessoas em paz. “Bozô” enviou um dos homens para dar o recado, o tal chefe apressou-se à cena para ver Takamatsu. Ele disse que pensou que Moko no Tora estava morto. Então concordaram em deixar o velho e sua filha em paz, com medo de Takamatsu. O líder enviou pacotes de flores à família como pedido de desculpas.

Na década de 1960 d.C., Takamatsu Toshitsugu escreveu uma série de artigos para o “Japão Times” (importante meio de comunicação do Japão). Todos estes artigos falaram de Ninjutsu, Budô e Bujutsu. Em um dos artigos, Takamatsu escreveu que nas Artes Marciais, quando se tratava de combate real, era necessário estar preparado para matar seu atacante. Após ler o artigo, um mestre de Karatê apareceu na televisão e disse que o que Takamatsu havia escrito era errôneo, velho e não mais necessário nos dias de hoje. Ele chamou Takamatsu de “passado”. Após conseguir uma entrevista na televisão, Takamatsu disse que ele era o passado vivo e que entendera os comentários como um desafio, o qual ele aceitava. Takamatsu deu três dias para que o mestre de Karatê se retratasse publicamente dos seus dizeres. Se isso não ocorresse, Takamatsu iria lutar com ele com uma mão amarrada nas costas e “certamente o mataria”. Antes do término dos três dias, o mestre de Karatê se retratara. Takamatsu Toshitsugu enfrentou aproximadamente 19 lutas, das quais apenas 7 foram em competições e 12 até a morte. Combates eram consequência da sua fama, que incomodava outros artistas marciais. Para que pudesse sobreviver, ele ensinava artes marciais por toda a China.

DISCÍPULOS DE TAKAMATSU TOSHITSUGU

Depois da Segunda Guerra Mundial Takamatsu Toshitsugu investiu seu tempo em treinar seus sucessores de suas tradições marciais. Por volta dos seus 70 anos conheceu seu melhor estudante e amigo, Masaaki Hatsumi em 1957 d.C., com qual treinou durante mais quinze anos na cidade de Nara e teve como seu principal sucessor, herdeiro de nove escolas, o mestre Masaaki Hatsumi o qual mantinha com ele uma forte amizade. Ao fim de seus dias nomeou a Masaaki Hatsumi, Soke das 9 ryus.

Um dia Takamatsu e Hatsumi estavam sentados em casa conversando. Takamatsu em certa hora pediu que Hatsumi fechasse seus olhos. Takamatsu saiu do quarto sem fazer barulho. Voltou, então com uma espada atacou Hatsumi usando Jumonji Kiri que são dois cortes: um vertical e um horizontal. Hatsumi contou que sentiu algo errado e se moveu lateralmente, então ele sentiu que devia pular para a frente. Após isso, Takamatsu disse a Hatsumi que ele tinha o sentimento (Sakki) e presenteou Hatsumi com a espada que usou para atacá-lo. Após isso, Hatsumi recebeu o Menkyo Kaiden. Posteriormente, Masaaki Hatsumi fundou a Bujinkan, em homenagem a seu mestre -

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Toshitsugu Takamatsu, onde passou a ensinar as tradições que recebeu (uma vez que o mais antigo aluno de Takamatsu chamado Akimoto Fumio havia morrido em 1962 d.C.).

Takamatsu Toshitsugu morreu em 2 de abril de 1972 d.C., com 85 anos de idade, e foi sepultado no cemitério de Kumedra, na cidade de Kashihara, perto da cidade de Nara, que foi o último local onde viveu. Ele foi um grande homem e exemplo de verdadeiro artista marcial, sendo considerado o "Último Grande Guerreiro Ninja", que esteve envolvido em combates reais.

Dr. Masaaki Hatsumi é o atual Soke das nove antigas escolas (Ryu-ha) passadas por Takamatsu Toshitsugu e que compõem o sistema Bujinkan Budô Taijutsu. Como já foi dito, a palavra Soke é um título utilizado para designar um legítimo herdeiro de uma tradição passada de geração em geração para apenas uma pessoa, à qual se torna o chefe ou líder de uma família ou Clã. Nascido em 2 de dezembro de 1931 d.C. em Nodashi, Chibaken, recebeu o nome de Yoshiaki Hatsumi, posteriormente mudou seu nome para Masaaki Hatsumi. Graduou-se na Universidade de Medicina Meiji em Tokyo como Honetsugi (Ortopedista), respeitado adepto de Seikotsu (métodos naturais de cura), dirigindo a própria clínica em sua cidade natal. Além disto, é escritor, pintor e ator. Recebeu diversos Títulos Honoríficos, de diversos países, inclusive a Benção Apostólica do então Papa João Paulo II.

Durante três anos estudou Kobujutsu Juhappan (as 18 categorias do Kobujutsu) com um professor particular de Kobudo. Além de estudar Shinden Ryu Jujutsu com Yashiro Sensei, Shindo Tenshin Ryu e Asayama Ichiden Fudo Ryu Taijutsu com o Soke Ueno Takashi. Posteriormente um de seus mestres recomendou que conhecesse o Soke Takamatsu Toshitsugu. Um desses professores de Hatsumi chamado Ueno Takashi acabou virando um estudante de Takamatsu Toshitsugu.

Dentre os atuais e ex discípulos mais conhecidos de Hatsumi sensei podemos citar Yukio Noguchi, Toshiro Nagato, Koichi Oguri, Hideo Seno, Someya Kenichi (Ninryu), Manaka Unsui, Stephen K. Hayes, Doron Navon, Robert Bussey, Dale Seago, Michael Simien, Jack Hoban, Bud Malmstron, Nestor Iscovi e Kacem Zoughari (tido como o maior especialista em Ninjutsu no ocidente). Como parênteses, podemos citar que o norte-americano Stephen K. Hayes e o israelense Doron Navon foram os primeiros estrangeiros a praticar Ninjutsu.

O grande mestre Sato Kinbei nasceu em 5 de janeiro de 1925 d.C. na província de Fukushima e se formou na Universidade de Nacional Tohoku como um doutor / professor. Ele tinha o seu próprio hospital em Tokyo e trabalhou como médico. Seu nome de artes marciais foi Jushinsai (homem do coração Lilás). Ele começou a treinar aos onze anos e teve muitos títulos de Menkyo Kaiden em: Daiwa Ryu (a arte da família), Takeda Ryu, Araki Shin Ryu, Yagyu Shingan Ryu, Tenjin Shinyo Ryu, Asayama Ichiden Fudo Ryu, Daito Ryu, Hakko Ryu e Isshin Ryu . Pouco depois da Segunda Guerra Mundial, Sato tornou-se aluno de Takamatsu Toshitsugu. Em 1957 d.C., Takamatsu galardoou-o com o título de Soke da Hon Tai Kukishin Ryu e Menkyo Kaiden em Hon Tai Takagi Yoshin Ryu (linhagem de Ishitani). Com a morte do seu mais antigo aluno, Akimoto Fumio, em 1962 d.C., Takamatsu teve que encontrar um novo sucessor para o Gikan Ryu do qual Akimoto era Soke. Takamatsu escolheu Sato Sensei para continuar com o Gikan Ryu e atribuiu-lhe o título e os pergaminhos de novo Soke dessa arte em 1963 d.C. Sato Kinbei era também um artista marcial completo nas tradições chinesas. Como aluno pessoal do notável Zu Li Ming, praticante do estilo Ba Gua, Sato tornou-se Grande Mestre de 5ª geração de Kakesho. Foi aluno também de Ueno Takashi do qual recebeu o título de décimo sétimo Soke do estilo Asayama Ichiden Fudô Ryu Taijutsu (1954 d.C.). Em 1989 d.C., Sato passou o estatuto de Soke de Hon Tai Takagi Yoshin Ryu, Hon Tai Kukishin Ryu e Gikan Ryu ao seu aluno: Shoto Tanemura.

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Kinbei era um professor prolífico que ensinou para muitas pessoas na arte de Asayama Ichiden Fudo Ryu. Durante o tempo de sua sucessão, Ueno Takashi compilou com escrita e ilustrações os Denshô da Ryu para permitir uma coerente transmissão das técnicas dessa escola. Ueno Sensei entregou Menkyo Kaiden a vários estudantes além de Kinbei, entre eles: Shoto Tanemura , Kobayashi Masao (Chôsui), Oki Jiro, Masaaki Hatsumi, Onoue Masami, Takeuchi Nobuyoshi, Seiko Fujita, entre outros. Sato Kinbei faleceu em 21 de Janeiro de 1999 d.C. no hospital devido a uma pneumonia com a idade de 73.

O segundo aluno mais antigo de Takamatsu Sensei foi Masaharu Kimura. Nascido no ano 34 Meiji, Kimura viveu até aos 99 anos. Aos 17, ingressou no Dojo de Takamatsu que, na altura ensinava Jujutsu da linhagem Takagi Yoshin e o famoso Kukishin Ryu Bojutsu. Takamatsu impunha, então, apenas 3 regras aos seus alunos: nada de álcool, nada de fumar e nada de brigas. Vivendo perto, Kimura conseguia treinar quase todos os dias com Takamatsu. É possível que nenhum outro aluno de Takamatsu tenha tido mais treino com o Grande Mestre. Durante esses primeiros anos, Kimura combatia frequentemente com Takamatsu. Aos 36 anos, Kimura recebeu de Takamatsu o Menkyo Kaiden de Jujutsu e Bojutsu. Em 1991 d.C., Shoto Tanemura conheceu Kimura e tornou-se seu estudante.

OUTROS MESTRES NINJAS NO SÉCULO XX E XXI Na era Meiji (1868 d.C. - 1912 d.C.) o 12º Soke da Escola Asayama Ichiden Ryu Taijutsu, Tanaka Tamotsu, transmitiu Menkyo Kaiden para Ôkura Kyujiro Naoyuki se tornando o 13º Soke do estilo. Ele era um “expert”, com um Dojo em Koishikawa, Tokyo. Ôkura foi também amigo de Jigoro Kano (criador do Judô), e teve muitos discípulos vindo da Kodokan (primeira organização de Judô). Ele teve dois alunos avançados, Adachi Yuishô e Naganuma Tsuneyuki. Ôkura casou sua única filha com Naganuma e o apontou como o 14º sucessor da Ryu. Naganuma Tsuneyuki então transmitiu o Menkyo Kaiden a seu segundo filho Naganuma Yoshiyuki e o título de 15° Soke, mas, por razões pessoais, Ueno Takashi, que era um estudante avançado foi dotado com a genealogia de 16º Soke. Após Tsuneyuki morrer Yoshiyuki retornou a ensinar alguns alunos.

Manaka Unsui (Manaka Fumio) é um Tenente-Coronel reformado com várias décadas de experiência nas artes marciais. Ele começou seu treinamento com 14 anos de idade e foi o primeiro aluno do Soke Masaaki Hatsumi. Unsui possui Menkyo Kaiden em Togakure Ryu, Kukishin Ryu, Takagi Yoshin Ryu, Gyokko Ryu, Koto Ryu, Shinden Fudo Ryu. Unsui fundou um novo estilo chamado Jinen Ryu Jissen Kobudo e tornou-se primeiro Soke nessa arte.

O Soke Nachimo Ishikito estudou Ninjutsu com Seiko Fujita antes e durante a segunda guerra mundial e era ex-aluno da escola de Nakano. Mestre Nachimo morreu de infarte sem passar seu título de Soke a ninguém em 1992 d.C. É tradicional na prática de Koga mudar o nome da escola para o nome do novo Soke à receber o título, o que torna rastrear a sua descendência difícil, e o fato é que a escola tradicional treina menos que 9 alunos de uma vez, reduz drasticamente o número de pessoas que são praticantes.

Isao Nishi, o Sasori, nasceu em 11 de Março de 1964 d.C., aprendendo precocemente as antigas técnicas de combate do Sensei Tsushima Sadahei, nascido em 30 de Julho de 1899 d.C., em Yamanashi Ken, prefeitura de Yamanashi. Foi sob a forma férrea de treinamento do Sensei Tsushima Sadahei, que o jovem Sasori, forjou seu corpo e espírito nas antigas técnicas de combate japonês.

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Esta prática espartana continuou até o lamentável falecimento do Sensei Tsushima Sadahei, em 20 de Março de 1994 d.C., muito distante de sua cidade natal Yamanashi Ken, nas terras do sul da República da Argentina, para onde foi após a Segunda Guerra Mundial. Isao Nishi também foi membro hierárquico de um grupo de elite formado por mestre ninjas chamado Kuro no Mura Dantai, tinham como membros vários mestres dos ramos da arte de Saiga Magoichi (entre eles Saiga Shuu e Magoichi Ryu). Nestas terras também ocorreu o falecimento do Sensei Isao Nishi, em 17 de novembro de 2009 d.C. O legado do Sensei Tsushima Sadahei continua muito bem representado sob o comando do Sensei Tsushima Yoshihiro.

Jinichi Kawakami é líder do Banke Shinobi no Den. Ele diz ser o vigésimo primeiro Soke da Koga Ban e é o honorável diretor do museu Ninja de Iga. Kawakami é um engenheiro aposentado e começou a praticar Ninjutsu com 6 anos de idade. Seu mestre se chamava Masazo Ishida, um homem vestido como um monge budista. Ele foi obrigado a suportar condições extremas de calor, frio, dor e fome. Para melhorar sua concentração, ele foi obrigado a olhar para um pavio de vela, até ter a sensação de que estava dentro dela, e a prática de ouvir uma agulha caindo no chão de madeira. Subiu paredes, pulou grandes alturas, aprendeu a fazer produtos químicos, explosivos e psicologia. Pouco antes de fazer 19 anos de idade, herdou o título de Soke juntamente com os velhos pergaminhos e ferramentas. Historicamente falando, Jinichi Kawakami é considerado por muitos estudiosos como “O último Ninja”. Ele nunca clamou para si esse título para evitar polêmicas com outros pretendentes. O seu maior discípulo é Yasushi Kiyomoto. Ele treinou alunos estrangeiros também, entre eles, Juan Hombre (Que também treinou com Shoto Tanemura).

Frank Dux é o lendário lutador cuja história inspirou o filme "O Grande Dragão Branco" (BloodSport), tendo ele participado em diversos torneios em mais de 329 lutas legais e ilegais, em muitas como suposto espião do governo americano no combate a organizações mafiosas. Dux sempre fora um exímio lutador tendo treinado o estilo de Koga Yamabushi Ryu Ninjutsu e fundando seu próprio estilo de Ninjutsu chamado Dux Ryu Ninjutsu outorgando a si mesmo o Menkyo Kaiden e tornando-se Soke e trazendo para dentro dele técnicas de outras artes marciais, entre elas, o Dim Mak (O lendário Toque da Morte). Dux afirma que entre seus vários instrutores estava Senzo Tanaka com quem treinou o estilo Koga Yamabushi Ryu Ninjutsu (embora não possa provar), com Jack Seki treinou Jujutsu (Jack não é o nome real do japonês). Jack Seki treinou também Judô com Jigoro Kano (fundador do Judô). Dux treinou, entre outros, o estilo Yagyu Ryu que é um dos estilos tradicionais do Bujutsu também conhecida como Yagyu Shigan Ryu Kacchu Yawara que no seu currículo encontra-se os seguintes ensinamentos: Jujutsu (Jiu-Jitsu), Taijutsu (o mesmo sistema de luta desarmada dos Ninjas), Bukijutsu, Kenjutsu e Iaijutsu (Arte da Espada), Shurikenjutsu (shurikens), Hojojutsu (cordas de amarração), Bojutsu (bastão), e mais outros. Treinou artes marciais com coronel americano Rex Applegate.

Dux foi considerado pela revista Black Belt em 1980 d.C. como o homem mais perigoso do mundo a curta distância. Após envolver-se em vários torneios e supostamente ter atuado como agente do serviço secreto americano, trabalhou desde então como instrutor de grupos de Elite americanos. Nos anos 90, descobriu que tinha câncer no cérebro, passou por um longo período de tratamento até ficar completamente curado e ainda hoje continua a ensinar sua Ryu. Nos últimos anos ele tem se envolvido com negócios sustentáveis trabalhando soluções que não poluam o meio ambiente. Ele possui séria rivalidade contra Stephen K. Hayes que supostamente o acusou de ser um charlatão e mentiroso. E como um parênteses podemos afirmar que Dux faz parte da mesma organização internacional (Black Dragon) de Stoffel Van Duren, Arie Van Den Akker e Ashida Kim (tido como um louco de pedra).

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Shoto Tanemura (Tsunehisa Tanemura), veio ao mundo em 28 de Agosto de 1947 d.C. na cidade de Matsubushi, situada na prefeitura de Saitama, Japão. O seu pai, Sadatsune Tanemura, era o 17º chefe de uma família de linhagem Samurai, ao ponto das suas raízes familiares se estenderem ao tempo dos imperadores Uda e Seiwa. A acrescentar o fato de ter laços de sangue com as famosas famílias Sasaki e Takeda. Sadatsune introduziu o seu filho nas artes marciais em tenra idade. Com apenas 9 anos, Shoto Tanemura, já era instruído pelo seu pai e pelo seu tio Kakunosuke Yamazi. O treino era sempre severo. Ele era conduzido para áreas externas e os estudantes andavam descalços, independentemente do tempo. Ele era constantemente levado à exaustão e nocauteado. Quando ele caia inconsciente, um balde de água quase congelada era usado para reanimá-lo. Uma vez acordado, esperava-se que ele continuasse seu treino imediatamente. Com quinze anos de idade, ele começou a estudar Shindo Muso Ryu Kenpo com o renomado mestre Seishiro Saito. Foi durante esse período do ensino médio que sua jornada por verdadeiras artes marciais começou a tomar forma e desabrochar. Aos 15 anos de idade, Tanemura Sensei também foi iniciado na famosa Asayama Ichiden Ryu Taijutsu, juntamente com Takagi Yoshin Ryu Jujutsu, Gikan Ryu Koppojutsu, assim como outras escolas antigas de Bujutsu (artes marciais japonesas). Seu treinamento foi tão intenso e concentrado que ele recebeu seu Menkyo Kaiden em Shinden Fudo Ryu e Kukishin Ryu com vinte anos de idade.

Durante seus dias de universidade, o Grande Mestre Tanemura foi apresentado ao Dr. Sato Kinbei. Embora Sensei Sato tenha ensinado artes marciais a muitas pessoas, pouquíssimas sabiam do treinamento do Doutor Sato com Sensei Takamatsu. Mais de uma década mais tarde, Tanemura Sensei (após encerrar seu relacionamento com outro professor (Hatsumi) e começar a Genbukan) redescobriu Sensei Sato. A ele foi passado o Kuden (ensinamentos orais secretos) especial, e no inverno de 1989 d.C., Dr. Kinbei o nomeou como o próximo Soke (Grão-Mestre) de Takagi Yoshin Ryu, Bokuden Ryu, Gikan Ryu e Kukishin Ryu.

Além de suas aulas no Dojo, o Grande Mestre treinava sempre que tinha tempo, para aperfeiçoar suas habilidades e técnicas. Todos seus mestres de Bujutsu foram muito estritos e guardaram os segredos escondidos dentro do Kata (técnica padrão). Os movimentos eram mostrados somente algumas vezes. Então, se esperava que o aluno descobrisse, pela experiência, a dinâmica especial do corpo que permitiria o Waza (técnica) funcionar em uma situação real.

Para dominar verdadeiramente essas técnicas, Soke Tanemura treinou cada uma delas milhares e milhares de vezes. Dessa forma, ele descobriu muitos segredos das técnicas, e as tornou parte natural do seu movimento. Vivendo perto de bosques, campos de arroz e ribanceiras, eles usou todos os lugares como seu Dojo. Tendo objetos naturais como árvores, pedras e animais disponíveis, ele usou a todos como parceiros de treinamento. Árvores e pedras eram usadas para desenvolver o poder de socos e chutes, e serviam para fortalecer mão e pés. Ele golpeava uma árvore até que suas articulações sangrassem e seus dedos ficassem entorpecidos. Porém, Sensei Takamatsu o ensinou uma forma muito melhor de desenvolver uma defesa eficiente. Takamatsu falou que um verdadeiro artista marcial passa por uma multidão sem ser notado. Se suas mão fossem calejadas de certa forma, as pessoas poderiam dizer que se tratava de algum tipo de artista marcial. Até mesmo o jeito que um Budoka (praticantes de artes marciais contemporâneas) fica de pé ou anda pode revelar muito sobre seus hábitos de treino. Em uma luta, quanto menos um oponente sabe sobre suas forças e fraquezas, mais chances você tem de sobreviver. Em noites claras, o Grande Mestre também praticaria com Yari (lança) e Rokushaku Bo (bastão de 1,83m). Em um campo de arroz, com o canto dos grilos e gafanhotos, ele estocava o centro da lua para aumentar sua precisão, e perfurava folhas pouco visíveis, a medida que elas oscilavam no vento. Com animais (geralmente, caninos), era fácil incitá-los ao ataque. À medida que eles saltavam para mordê-lo, ele usava Tai Sabaki (movimentos naturais do corpo, no caso, evasivos) repetidamente, até que o animal simplesmente desistisse do ataque. Tanemura Sensei adotou o nome “Shoto”, que significa “A Lei do Sabre” (a

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espada como símbolo do marcial), ao dedicar a sua vida inteira, como Kancho, ao Budô. A missão que sente é a de transmitir a toda a gente do mundo o verdadeiro significado de autoproteção através do Ninpo Bugei.

O Soke Kawamura Saiko (34° Soke) foi líder da Kurokawa Ryu. O Soke Kawamura teve três discípulos, o Soke Minoru Tanaka, Dai Hanshi Itto Araki e a Kunoichi Akemi Tanaka. O Soke Kawamura escolheu o Soke Minoru Tanaka como seu sucessor, e foi em 1957 d.C., com a morte do Soke Kawamura, que o Soke Minoru Tanaka assumiu a escola como trigésimo quinto Soke. Minoru Tanaka, temendo que a escola desaparecesse, abriu as portas de seu Dojo para pessoas não descendentes. O Soke Minoru teve muitos alunos, mas somente cinco discípulos, Ébio Borges (36° Soke), Osmar, Ittor Katsuhiro, Ituko Akemi (Kunoichi) e Haruo.

Vários mestres ninjas foram responsáveis pelo renascimento dos ninjas no mundo entre eles podemos citar: Seiko Fujita, Takamatsu Toshitsugu, Nachimo Ishikito, Heishichiro Okuse, Tatsuata Yashuichi, Kimura Masaharu, Ukita Kazuki, Norihiro Hakuyusai, Sato Kimbei, Ikubo Motomu, Nawa Yumio, Akimoto Fumio,Ueno Takashi, Saito Kazuo, Kaminaga Shigemi, Harunaka Hoshino, Maeda Isashi, Shinji Shibusawa, Shimazu Kenji, Masaaki Hatsumi, Yoshiaki Yamato, Chikaoka Shinshu, Yoinuki Suihichiro, Neguishi Yuichi, Isao Nishi, Shoto Tanemura, Kuroi Hiromitsu, Takeda Ryosuke, Tsushima Sadahei, Manaka Yumio e Jinichi Kawakami.

ORGANIZAÇÕES NINJAS DO SÉCULO XXI

Atualmente existem várias organizações que ensinam o Ninjutsu ao redor do mundo. Primeiramente falarei das menores enumerando-as no mesmo parágrafo e depois passarei para as duas grandes em parágrafos separados. A primeira: A Jinenkan Jissen Kobudo foi fundada por um ex-aluno de Masaaki Hatsumi chamado Manaka Unsui (Manaka Fumio) por volta do ano de 1996 d.C. A segunda: A Koga Ha Okuse Ha conhecida também como Shibukan era a antiga Koga Ha Wada Ha que foi originalmente ensinada por Seiko Fujita (14° Soke da Koga Ha Wada Ha) que passou o estatuto para Heishichiro Okuse (15° Soke) e o nome aí foi modificado para Koga Ha Okuse Ha e que depois liderado por Kazuo Saito. A terceira: A Koga Ha Kurokawa Ryu é uma das mais antigas e tradicionais escolas ninjas da atualidade. Devido a eventos históricos ela possui duas vertentes. A primeira é liderada por Kurokawa Ienomoto e a segunda vertente é liderada pelo brasileiro Ébio Borges (36° Soke do clã Kurokawa). A quarta: Quest Centers é uma organização fundada por Stephen K. Hayes após aposentar a Shadows of Iga Society. Hayes (que foi convidado a se retirar da Bujinkan) fundou o próprio estilo chamado de To-shin Do, que é um sistema de Ninjutsu semelhante mas independente da Bujinkan. A quinta: A AKBAN foi fundada por Yossif Sheriff em Israel no ano de 1986 d.C. O currículo da escola é baseado nos ensinamentos de Doron Navon (O primeiro estrangeiro a virar Shihan) e estudou Ninjutsu com Shoto Tanemura e depois com Masaaki Hatsumi. A sexta: A Budo Ryu Ninjutsu é uma escola dirigida por uma modelo profissional e membra do Hall da Fama das artes marciais chamada Anshu Christa Jacobson. (A primeira Soke ocidental da Tomo Ryu). Ele ensina 7 tradições entre elas duas criadas por ela: Koga Ryu Kenpo e Tenjin Ryu. A sétima: A Banke Shinobi no Den foi fundada por engenheiro aposentado e diretor do museu Ninja de Iga chamado Jinichi Kawakami (21° Soke do clã Ban). Essa organização é fechada para novos estudantes e ensina o Ninjutsu de Koga e Iga. Kawakami opera um Dojo em Sagamihara-shi, Kanagawa. A oitava: A Hontai Saiga Ryu é a escola que procura manter a integração entre as linhagens Tsushima e Nishi. Essa escola ensina os estilos Shinden Fudo Ryu Dakentaijutsu Tsushima Ha, Tenshin Jodo Ryu Tsushima Ha e Nishi Kai Ninjutsu (Nishi Kai Ninpo). Entre seus mestres se encontrava o falecido Isao Nishi conhecido como Sasori. A nona: é a

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Dux Ryu Ninjutsu liderada por Frank Dux e possui adeptos no mundo todo. A décima: É a Sho Kumo Ryu Ninjutsu liderada por Toshiro Yamato (sucessor do irmão Yoshiaki Yamato que fora aluno da escola de Nakano). A décima primeira: A sociedade internacional Fuma Ryu Ninjutsu liderada por Harunaka Hoshino (19° Soke da Fuma Ryu). O que é percebido existe uma grande tensão entre essas organizações. Frequentemente elas chamam umas às outras de falsas. Exemplos: Stephen K. Hayes que é líder da Quest Centers é um ex-aluno de Masaaki Hatsumi que foi convidado a se retirar da Bujinkan no passado. Hayes por sua vez, supostamente acusa Dux de ser um charlatão. Jinichi Kawakami diz que sua escola é a única verdadeira, e a Bujinkan diz a mesma coisa. Membros da Bujinkan têm uma certa antipatia por Harunaka Hoshino e o chamam de falso. A Fuma Ryu chama a Bujinkan, Genbukan, Jinenkan e Banke Shinobi no Den de falsas. A Tomo Ryu costuma ser chamada de falsa por membros de outras organizações. Uma briga sem fim que nem o próprio Masaaki Hatsumi nunca desejou.

A Genbukan Ninpo Bugei foi fundada em 1984 d.C. por Shoto Tanemura e é a segunda maior organização Ninja do mundo depois da Bujinkan. No nome Genbukan o “Gen” significa “sombrio, misterioso”. Desde os tempos antigos esse caractere foi usado para nomes de monges budistas (Por exemplo, Genshin, Genbo, etc.). Portanto ele também carrega uma boa conotação religiosa, sugerindo buscar a iluminação mesmo estando nas sombras. “Bu” é um caractere comum que litaralmente significa “marcial”, “guerreiro”. E o último kanji, “Kan”, significa “salão”, “fundação”. A combinação desses caracteres significa “O Lugar de Misteriosas Tradições e Técnicas Marciais”. Outra interpretação é “O lugar nas sombras onde a iluminação será alcançada através do desenvolvimento da técnica marcial”. Finalmente, é possível interpretar o nome como “O Lugar da Iluminada Tradição Marcial”. Na Genbukan são ensinadas 36 disciplinas chamadas “Ninja Sanjurokkei”.

A mais conhecida e maior das associações ninjas do século XXI é a Bujinkan Budo Taijutsu. A Bujinkan foi criada em 1972 d.C. pelo Dr. Masaaki Hatsumi para promover a arte Ninja e as antigas tradições marciais japonesas. O nome Bujinkan significa Casa do Guerreiro Divino e foi criado em homenagem a Takamatsu Toshitsugu. O Soke Hatsumi viajava todos os anos para fora do Japão para promover o Taikai (grande encontro) com seus discípulos (que chegam às centenas) em várias partes do mundo. Masaaki Hatsumi é Soke em 9 tradições guerreiras: Gikan Ryu Koppojutsu (15º Soke), Togakure Ryu Ninjutsu (34° Soke), Gyokko Ryu Koshijutsu (28° Soke), Kukishinden Ryu Happo Hikenjutsu (28° Soke), Shinden Fudo Ryu Dakentaijutsu (26° Soke), Koto Ryu Koppojutsu (18° Soke), Takagi Yoshin Jutaijutsu (17° Soke), Kumogakure Ryu Ninjutsu (14° Soke) e Gyokushin Ryu Ninjutsu (21° Soke). Ele ainda possui Menkyo Kaiden em Asayama Ichiden Fudo Ryu Taijutsu. Uma das histórias de Masaaki Hatsumi ocorreu que em um certo dia pensou que iria morrer por causa de uma doença. Com este pensamento, ele passou os nove pergaminhos a nove de seus alunos. Muito tempo depois, Hatsumi nao faleceu como achara e pediu os pergaminhos de volta, mas apenas oito de seus alunos entregaram seus pergaminhos, enquanto um deles não o entregou, tendo o mestre, então, que tomá-lo a força. Hoje o Soke Masaaki Hatsumi é mundialmente conhecido e seus ensinamentos foram considerados um tesouro pelo próprio imperador do Japão.

ORGANIZAÇÕES SECRETAS NO SÉCULO XXI QUE AINDA TREINAM NINJAS PARA ATIVIDADES SECRETAS

Como bônus falarei sobre as organizações que ainda mantém e treinam ninjas com propósitos bélicos e de espionagem. A partir das antigas organizações secretas como a Genyosha, Kokuryukai, Daiagi Kai, Kurokawa Ryu (que atuaram em atividades escusas até 1920 d.C.) e Rikugun Nakano Gakko surgiram organizações derivadas que mantém até hoje atividades secretas no setor privado

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ou governamental como a Tokubetsu Koto Kaisatsu conhecida como Tokko. A Tokubetsu é o serviço secreto japonês que treinam espiões convencionais e de forma especial alguns deles recebem treinamento Ninja. Unidades ninjas fazem até hoje a segurança do imperador do Japão e da família imperial. A Tokubetsu é supostamente quebrada em 3 núcleos e eles atuam como espiões na Coréia do Norte e provavelmente na China.

Outras organizações entre elas a Jikininkikan e a Turim (Turan) manteriam relações com grupos mafiosos da Yakuza como a Kagotoro, Nakano Kai, Yakko Nachi, entre outras. E alguns grupos ainda mantém a velha estrutura supostamente atuantes como Watari Ninja sendo as conhecidas Kuroi Taiyo, Kuro Yama e Kuro Tatsu. Quando se trata desse tipo de informação ela vem de forma imprecisa e escassa. É provável que ainda existam por aí dezenas de grupos secretos com estrutura Ninja. Existe ainda um boato que Masaaki Hatsumi vendo que algumas famílias ninjas estavam se envolvendo com grupos da Yakuza , resolveu abrir e tornar público a maior parte do conhecimento Ninja. Nos dias de hoje, oficialmente, não há qualquer grupo Ninja atuando em atividades obscuras... ou talvez.

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LISTA DE TRADIÇÕES MARCIAIS E SEUS HERDEIROS GUARDIÕES (SOKE)

Obs: Ás vezes a mesma escola pode ter mais de um Soke por se tratar de uma vertente diferente.

SHINDEN FUDO RYU DAKENTAIJUTSU: Soke Hatsumi Masaaki.KUKISHINDEN RYU HAPPO HIKENJUTSU: Soke Hatsumi Masaaki.TAKAGI YOSHIN RYU JUTAIJUTSU: Soke Hatsumi Masaaki.GYOKKO RYU KOSHIJUTSU: Soke Hatsumi Masaaki.KOTO RYU KOPPOJUTSU: Soke Hatsumi Masaaki.GIKAN RYU KOPPOJUTSU: Soke Hatsumi Masaaki.TOGAKURE RYU NINJUTSU: Soke Hatsumi Masaaki.KUMOGAKURE RYU NINJUTSU: Soke Hatsumi Masaaki.GYOKUSHIN RYU NINJUTSU: Soke Hatsumi Masaaki.HONTAI YOSHIN TAKAGI RYU: Soke Shoto Tanemura.HONTAI KUKISHIN RYU: Soke Shoto Tanemura.GIKAN RYU KOPPOJUTSU: Soke Shoto Tanemura.ASAYAMA ICHIDEN RYU: Soke Shoto Tanemura.TENSHIN HYOHO KUKISHIN RYU: Soke Shoto Tanemura.AMATSU TATARA BUMON: Soke Shoto Tanemura.SHINDEN TATARA RYU TAIJUTSU: Soke Shoto Tanemura.SHINDEN KITO RYU BOJUTSU: Soke Shoto Tanemura.ITTEN RYUSHIN CHUKAI RYU:Soke Shoto Tanemura.HAKKESHO: Soke Shoto Tanemura.ARAKI SHIN RYU: Soke Shoto Tanemura.TENSHIN KORYU: Soke Shoto Tanemura.SHINDO TENSHIN RYU KENPO: Soke Shoto Tanemura.KIJIN CHOSUI RYU DAKENTAIJUTSU: Soke Shoto Tanemura.DAITO RYU AIKI JUJUTSU YAMAMOTO HA: Soke Shoto Tanemura.MUGEN SHINTO RYU IAI: Soke Shoto Tanemura.SHINDEN FUDO RYU DAKENTAIJUTSU TANEMURA HA: Soke Shoto Tanemura.SHINDEN FUDO RYU TAIJUTSU TANEMURA HA: Soke Shoto Tanemura.KUKISHINDEN HAPPO HIKENJUTSU TANEMURA HA: Soke Shoto Tanemura.TOGAKURE RYU NINPO TANEMURA HA: Soke Shoto Tanemura.GYOKKO RYU KOSHIJUTSU TANEMURA HA: Soke Shoto Tanemura.KOTO RYU KOPPOJUTSU TANEMURA HA: Soke Shoto Tanemura.KOKA WADA YUKIBUSHI HA NINJUTSU: Soke Mabuni Kenei.KURONDO RYU NINJUTSU: Soke Kuroi Hiromitsu. KOKA RYU WADA OKUSE HA: Soke Kazuo Saito. KUROKAWA HA NINPO BUJUTSU: Soke Ienomoto Kurokawa.KOGA HA KUROKAWA RYU NINJUTSU: Soke Ébio Borges. SHINDEN FUDO RYU KIHO: Soke Jinichi Kawakami.ICHIJYO HO KOPPOJUTSU: Soke Jinichi Kawakami.JYOSUI RYU SHINTOGUNDEN: Soke Jinichi Kawakami.SANKATO RYU YOROIDOSHI KUMIUCHI DEN (Takeda Ryu): Soke Jinichi Kawakami.IZUMO SHIN RYU HEIHO: Soke Jinichi Kawakami.SHINKEN MUSO RYU GUN JUTSU: Soke Jinichi Kawakami.AWAKA CHIDEN RYU KAMA JUTSU: Soke Jinichi Kawakami.KOTO RYU MANAKA HA: Soke Manaka Unsui.GYOKKO RYU MANAKA HA: Soke Manaka Unsui.TAKAGI YOSHIN RYU MANAKA HA: Soke Manaka Unsui.

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KUKISHIN RYU MANAKA HA: Soke Manaka Unsui.SHINDEN FUDO RYU MANAKA HA: Soke Manaka Unsui.TOGAKURE RYU MANAKA HA: Soke Manaka Unsui.JINEN RYU JISSEN KOBUDO: Soke Manaka Unsui.SHINDEN FUDO RYU DAKENTAIJUTSU TSUSHIMA HA: Soke Tsushima Yoshihiro.HONTAI SAIGA RYU NISHI KAI: Soke Tsushima Yoshihiro.TENSHIN RYU JODO TSUSHIMA HA: Soke Tsushima Yoshihiro.NISHI KAI NINJUTSU: Soke Tsushima Yoshihiro.MASAKI RYU KUSARIJUTSU (Que será quebrada em 4 linhagens): Soke Nawa Yumio.SHO KUMO RYU NINJUTSU: Soke Toshiro Yamato.FUMA RYU NINJUTSU: Soke Harunaka Hoshino.KUKISHIN TENSHIN HYOHO: Soke Eichoku Takatsuka. KOGA HA YAMASHIRO HA (Sato Ryu): Soke Yamashiro Toshitora.MUGAI RYU (Derivada da Jigyo Ryu Dakentaijutsu, Hontai Yoshin Ryu e Mugai Ryu Iaido): Soke Kimimaro Sato.RYUHA HYOU RYU NINJUTSU: Soke Hereda Kuroyama.KURODA RYU NINJUTSU: Soke Takada Gakudo.OUHEN RYU NINJUTSU: Soke Aoyama Hikoichi.KOGA HA TOMO RYU NINJUTSU: Soke Anshu Christa Jacobson.KOGA HA TEN RYU NINPO: Soke Sunichiro Yunoki.SHINDEN FUDO RYU JUTAIJUTSU: Soke Sakagami Takejiro.

ESCOLAS OCIDENTAIS DO NINJUTSU

NINDO RYU BUJUTSU KAI (Baseada nos ensinamentos da Bujinkan, Genbukan e Jinenkan): Soke Carlos Febres.KAGE NO MICHI NINJUTSU: Soke Tafan Hong.DUX RYU NINJUTSU (Derivada da Koga Yamabushi Ryu Ninjutsu): Soke Frank Dux. TO SHIN DO (Derivada da Bujinkan): Soke Stephen K. Hayes.HOSHO RYU NINPO (Derivada da Kyoto Ryu): Soke Cícero Melo. KIYOJUTE RYU KENPO BUGEI (Derivada da Koga Karamitsu Ryu Ninpo): Soke William Durbin.TAKEGAWA RYU NINJUTSU (Derivada da Kyoto Ryu Ninjutsu): Soke Márcio Tigre.KUROI RYU NINJUTSU: Soke Arie Van Den Akker.KOGA HA KOSHO SHOREI RYU KEMPO: Soke James Masayoshi Mitose.KOGA HA SEI RYU NINPO (Derivada da Banke Shinobi no Den e Genbukan): Soke Juan Hombre.TOUSHINKAI RYU (Derivada da Ten Ryu): Soke Rodolfo Turolla.BUFUKAN NINPO BUJUTSU (Derivada da Koga Ha Wada Ha): Soke David D'Antonio.AKBAN NINJUTSU (Derivada da Bujinkan, Genbukan e Jinenkan): Soke Yossif Sheriff.NINDO HAKU GUN NO DANKETSU (Derivada da Bujinkan e outras): Soke Cives.

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GLOSSÁRIO NINJA

Ashiko: Preso ao calçado, ele permitia escalar ou golpear o adversário. Amigasa: Chapéu de palha.Bisento: Grande alabarda usada contra cavalaria.Bujutsu: Arte guerreira japonesa.Budo: Bujutsu moderno.Bugei: Bujutsu.Bo: Bastão longo.Bo Ryaku: Estratégia (Estratégia Ninja).Boken: Espada de madeira para treino.Bugei Juhappan: As 18 disciplinas do guerreiro japonês.Choho: Espionagem.Chi no Maki: Pergaminho da terra.Chitsumishi: Arte de aliciar ou induzir um inimigo ou morador de território inimigo a cooperar.Chunin: Líder Ninja.Denkei: Transmissão.Kama: Foice.Katana: Espada longa.Kayakujutsu: Uso de pólvora e explosivos.Kenjutsu: Luta com espada.Kerimudama: Bomba com de pólvora, serragem e areia, fechados em cera de abelha que, quando arremessada ao chão, forma uma cortina de fumaça.Kodachi: Espada média.Koshijutsu: Arte marcial trazida da China por Yo Gyokko.Kaginawa: Corda com gancho usado em escaladas.Kihon Happo: Técnicas básicas da Gyokko Ryu Koshijutsu.Kinton no Jutsu: Técnicas de cegar usando a luz através de pratos de metal.Kyoketsu Shoge: Arma em forma de ponta de lança outra ponta espichada e utilizada com corrente. Kusuri: Medicina.Kakure no Jutsu: Hicho Kakuregata.Kunoichi: Mulher Ninja.Kunai: lâmina de arremesso com um ou mais furos destinada para ferir ou matar..Kusarifundo: Corrente com pesos.Kusarigama: Foice com corrente.Kuroi: Escuridão.Kuro: Escuro.Kuki: Nove demônios.Kusari Katabira: Camisão de Ferro.En no Ozunu: Primeiro Yamabushi.Futokoroteppo: Pistola de bronze.Fukiya: Cano usado para arremessar dardos através do sopro.Genin: Agente Ninja.Go Ton Po: Arte de se esconder e fugir utilizando elementos da natureza.Gotom no Jutsu: Go Ton Po.Genjutsu: Arte do ilusionismo e geralmente associado com rituais religiosos e bruxaria.Hanbo: Meio bastão.Hensojutsu: Disfarce.Hicho Jutsu: Saltos.Hicho Kakuregata: Técnicas de camuflagem que usam o Hicho Jutsu e trazida por Ikai.

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Hojutsu: Técnicas com armas de fogo.Hojojutsu: Técnicas de amarração e corda.Intonjutsu: Técnicas de infiltração em território inimigo.Impo: Arte da dissimulação.Yari: Lança.Yamabushi: Monge asceta das montanhas.Jin no Maki: Pergaminho do homem.Jihi no Kokoro: Os 16 princípios do coração benevolente.Jimmu Tenno: Primeiro imperador do Japão.Jittle/Jutte: Arma usada para a pratica do Jittejutsu. Bastão com uma ponta espichada semelhante a um Bidente. Jonin: Comandante Ninja.Jo: Bastão médio.Mikko: Sacerdotisa Xamã japonesa.Metsubishi: Pó cegante feito de areia, cinzas e pimenta.Menkyo: Permissão.Nageteppo: Granada.Naginata: Alabarda.Ninja To: Espada NinjaNinja Juhakkei: As 18 disciplinas ninjas.Ninja Sanjurokkei: As 36 disciplinas ninjas. É a união do Bugei Juhappan com o Ninja Juhakkei.Ninja no Kokoro: O coração Benevolente.Ninpo: Ninjutsu.Neko Te: Garras de gato. Garras de metal usadas pelas kunoichis.Nukenin: Ninja foragido.Nusumigumi: Ninja.Obi: Faixa.Oni: Demônio.Ozutsu: Morteiro.Rappa: Técnicas de espionagem.Reikishi: História.Ryu: Escola ou tradição.Sai: Adagas ninjas de 3 pontas derivadas dos tridentes.Senban Nage: Arremesso de lâminas.Suppa: Espião japonês no período do Sengoku Jidai.Sengoku Jidai: Período das guerras civis japonesas.Sakki: O sentimento premonitório do perigo.San Shaku Tenugi: Pedaço de pano.Sekibitsu: Pedra de gravação.Seishin Teki Kyoyo: Refinamento espiritual.Shuko: Garras de tigre. Garras de metal usadas pelos ninjas.Shugyo: Disciplina físico-mental-espiritual desenvolvida pelos yamabushis.Shuriken: lâminas de arremesso.Shinobi: Ninja.Shinobi-jutsu: Ninjutsu.Shichi-hode: Sete tipos de disfarce usados pelos ninjas.Shinobi Nanabake: Sichi-hode.Shinobi Iri: Infiltração.Shinobi Butai: Mosqueteiro Ninja.Shinobi Ken: Luta Ninja com espada.

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Shinobi Zue: Bastão com corrente camuflada.Shinobi Shozoku: É um vestuário de cor escura e usada por praticantes da arte Ninja.Shugendo: Religião dos yamabushis.Suijutsu: Combate na água.Sodeteppo: Canhão de mão.Sodegarami: Arma usada para deter uma espada e apanhar as mangas de um espadachim.Taijutsu: Sistema de luta desarmada Ninja e significa "Arte do corpo".Tanto: Faca japonesa.Tanegashima: Rifle.Tabi: Calçado Ninja com uma abertura entre o dedão e os outros dedos pra facilitar escaladas.Ten no Maki: Pergaminho do céu.Ten Chi Jin Ryaku no Maki: Pergaminho do Céu e da Terra e do Homem.Tengu: Pássaro demônio da mitologia japonesa.Tessen: Leque-de-ferro.Tetsubishi: São objetos pontiagudos que conforme caem sempre ficam com uma ponta pra cima.Tokko: Serviço secreto japonês.Tonfa: Ferramenta agrícola em forma de bastão que passou a ser usado como arma.Tusketake: Ferramenta de fazer fogo.Tompojutsu: Go Ton Po.Tom: Evasão.Tonko no Jutsu: Gotom no Jutsu.Tora no Maki: Pergaminho do tigre.Uwagi: Casaco especial com costuras reforçadas.Watari Ninja: Ninja mercenário.Wakizashi: Espada curta.Zarabatana: Dardo usado com a Fukiya.Zukin: Capuz.

1° Edição

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

RATTI, Oscar; WESTBROOK, Adele; “Secrets of the Samurai: The Martial Arts of Feudal Japan”. 1991, Tuttle Publishing.YOSHIMASA, Okada; "Chukoku shihei gizo jiken no zensho" ("The forgery of Chinese paper currency"). 1980, páginas 42-51, Osprey Publications.GORDON, Andrew. “A Modern History of Japan: From Tokugawa Times to the Present”. 2003, Oxford University Press.FUJIBAYASHI, Yasutake; “Bansenshukai”. 1676. Densho.KAPLAN, David; DUBRO, Alec; “Yakuza: Japan's Criminal Underworld”. 2012, University of California Press.GUINTARD, Sylvain; “Togakure Ninjutsu”. 1988, Editions SEM. HATSUMI, Masaaki; “Ninjutsu: History and Tradition”. 1981, Unique Publications.YOSHIMASA, Okada; “Japanese Intelligence in World War II”. 2009, Osprey Publications. HATSUMI, Masaaki; “l'essence du ninjutsu”. 2010, Budo Editions.TOSHITORA, Yamashiro; “Secret Guide to Making Ninja Weapons”. 1986, Butokukai inc.FLEITAS, Pedro; “Ninpo Taijutsu”. 1991, Editorial Alas.GORDON, David M; “The China-Japan War 1931-1945”. 2006, The Journal Military History.IWAKI, Hideo; “Asayama Ichiden Fudo Ryu Taijutsu”. 1996, Densho. SANSOM, George; “A History of Japan: 1334-1615”. 1961, Stanford University Press. GREEN, Robert; “Characteristics of Small Japanese Villages”. 2009, Mcgraw Hill Publications.TZU, Sun; “A Arte da Guerra”. 2012, Leya. DRAEGER, Dohn F; “Ninjutsu: The Art of Invisibility”. 2008, Tuttle Publishing.HAYES, Stephen K; “Ninjutsu: The Art of the Invisible Warrior”. 1984, Mcgraw Hill Companies.YEO, Simon. “Ninjutsu: The Secret Art of the Ninja”. 2007, Crowood Press. NISHI, Isao; CORDERO, Orlando; “Las Sombras de Wakayama: Tomo I”. 2011, Novo Ser Ediciones.HAYES, Stephen K; LEE, Mike; “Legacy of Night Warrior”. 1984, Mcgraw Hill Companies.YODA, Hiroko; “Ninja Attack! : True Tales of Assassins, Samurai and Outlaws”. 2010, Tuttle Publishing.JANSEN, Marius; “Warrior Rule of Japan”. 1995, Cambridge University Press. HIROMITSU, Kuroi; “More Secrets of the Ninja: Their Training, Tools and Techniques”. 2008, DH Publishing Inc.LEVY, Joel; “Ninja: The Shadow Warrior”. 2008, Sterling Publishing Company.DILLAMAN, Jon; “The Ninja”. 1988, Miller Research Learning Center. ONODA, Hiro; “No Surrender: My Thirty-Years War”. 2013, Naval Institute Press. KAPLAN, Samuel; “Going Ninja: The Eight New Rules for Today's Silent Assassins”. 2011, Ulysses Press.DUX, Frank; “The Secret Man”. 1999, HarperCollins Canada.JACOB, Rob; “Martial Arts Biographies: An Another Biography”. 2005, iUniverse.MOL, Serge; “Classical Weaponry of Japan: Special Weapons and Tactics of the Martial Artists”. 2003, Kodansha, Japan. HAYES, Stephen K; “Warrior Ways of Enlightenment”. 1981, Black Belt Comunications.ANKERBERG, John; WELDON, John; “Knowing the facts about the martial arts”. 2012, ATRI Publishing. OKUSE, Hichiro; “Ninjutsu, Sono Rekishi to Ninja”. 1995, Shinjibutsu Juraisha. TOBE, Shinjuro; “Ninja, Sengoku Kage no Gundan”. 1995, PHP Business library.

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Versão 2 (1° correção)

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