a simbologia dos icones medievais

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A SIMBOLOGIA DOS ÍCONES MEDIEVAIS. Elaine Cristina Fagundes Frias Aluna Udesc Bacharelada em Artes Visuais.

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APRESENTA OS SIMBOLOS CONTIDOS EM TAIS IMAGENS E A RELAÇÃO DAS CARACTERISTICAS PICTÓRICAS COM CULTURAS ANTIGAS.

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Page 1: A SIMBOLOGIA DOS ICONES MEDIEVAIS

A SIMBOLOGIA DOS ÍCONES

MEDIEVAIS.

Elaine Cristina Fagundes Frias

Aluna – Udesc – Bacharelada em Artes Visuais.

Page 2: A SIMBOLOGIA DOS ICONES MEDIEVAIS

UDESC - UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA

CEART – CENTRO DE ARTES

Curso – Bacharelado em Artes Visuais – 2 ª fase

Artigo sobre A simbologia dos ícones medievais

Com exigências da disciplina: Teoria e História da Arte II

Professora: Anita Koneski

Aluna: Elaine Cristina Fagundes Frias

Florianópolis, 2011

Page 3: A SIMBOLOGIA DOS ICONES MEDIEVAIS

Introdução:

A arte Medieval é essencialmente espiritual, sendo assim, é sobrecarregada de

simbologias que nos mostram uma linguagem mística e transcendental.

E os ícones Bizantinos e do Período pós Bizâncio, serão os objetos de

observação desse artigo, pois neles ficam evidentes algumas das simbologias

da época, assim como o forte paradigma religioso que se destacava.

Tendo em vista esses conceitos, apresentarei aqui alguns desses símbolos e

sua influencia na religiosidade que a igreja exercia na época, os rituais que

eram realizados em torno de sua produção que tinha como objetivo

inicialmente ensinar a doutrina cristã aos desfortunados da sociedade, mas

acabaram por tornar-se relíquias sagradas. E as relações com as simbologias

apresentadas em Deuses pagãs de culturas antigas.

Os ícones foram produzidos sem nenhuma objeção até a iconoclastia, período

em que o rei LeãoIII proibiu o uso de imagens nas igrejas devido irem contra

os conceitos bíblicos que dizem respeito a adoração das mesmas e a influencia

politica que exerciam. Muitas imagens foram destruídas.

Após um século de perseguição e depois da posse de Constantino os ícones

puderam novamente ser produzidos e expostos livremente nas igrejas e foram

muito além da função didática, eram consideradas verdadeiras revelações de

um mundo sagrado.

Espera-se assim conseguir compreender os conceitos religiosos que norteiam

essas imagens fazendo com que ainda hoje elas sejam produzidas seguindo os

mesmo padrões medievais e admira-las com maior entendimento.

Page 4: A SIMBOLOGIA DOS ICONES MEDIEVAIS

Os símbolos contidos nessas imagens.

A palavra ícone deriva do grego eikon que significa imagem. São retratos

portáteis originados das pinturas de cavaletes gregas e seus motivos eram a

Virgem Maria com o Menino Jesus e o retrato do Cristo. A Rússia foi local onde

assumiram um significado particular tendo grande importância na vida e culto

das igrejas orientais do período medieval.

Com isso apresentavam três conceitos: Religioso- dedicadas ao serviço da

igreja; Teológico- dedicadas a tradução do pensamento dos teólogos e as

decisões dos concílios. E imperial - o imperador é o representante de Deus na

terra.

Para produzir um ícone o artista tinha de ser um monge pertencente à igreja e

o mesmo deveria passar dias em jejum antes de iniciá-lo para manter o corpo e

a alma puros durante sua execução. O material usado era de origem animal,

mineral e vegetal e todos eram purificados e empregados em seu estado

natural.

Tendo como objetivo transportar o observador para um mundo divino essas

imagens não apresentavam cenários e as cavas nas tabuas dos ícones

simbolizavam as janelas por onde os fieis entrariam nesse plano celestial.

As cores também eram simbólicas e a ausência de luz projetada era para

demostrar que o mundo divino era repleto de luz plena, sem sombras.

As únicas cores usadas na pintura dos ícones são: azul, verde, dourado,

vermelho, marrom, purpura, branco e preto.

Deus e seus discípulos ou santos são representados

de azul. Essa cor foi usada desde culturas antigas

para santificar seus deuses e apresenta-los como

seres supremos. Isso, percebemos nessa imagem de

Osiris, faraó e deus do antigo Egito e na máscara

funerária de Tutankhamon que está decorada com

franjas de lápis azul, para que assim fosse

Page 5: A SIMBOLOGIA DOS ICONES MEDIEVAIS

identificado como um dos deuses.

A luz de Deus que ilumina o mundo espiritual é representada pelo dourado

(ouro) que dá imponência a iluminação desse mundo sobrenatural.

Marrom representa a terra e a humildade, por esse motivo as vestes dos

monges e de alguns dos discípulos eram dessa cor. Na imagem abaixo, parte

das vestes do menino Jesus também aparece pintada em marrom que

simboliza a matéria da qual o homem foi feito e os raios dourado indicam

“sobre esse barro o divino se encarnou”.

Da união de todas as cores se tem o branco, essa era a cor da nova vida. A

ressureição.

O negro inverso a isso é o caos e a

morte. Sem luz não há vida. Os

demônios dessas representações

são pintados com essa cor.

O sangue do sacrifício e dos mártires

é representado de vermelho que

também é a cor do amor, ou seja,

amor do sacrificado. Purpura (roxo)

simboliza o

sacerdócio

e o poder

imperial.

O verde a

renovação espiritual, aparece muitas vezes nas faces

e na roupa do Menino Jesus e da Virgem Maria.

Diferente dos conceitos Ocidentais com relação às

formas dos corpos, as pinturas desse icones

apresentam corpos sem nenhuma denotação de

Ícone de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. (Igreja de Santo Afonso- Roma)

Virgem kyriotissa.

Page 6: A SIMBOLOGIA DOS ICONES MEDIEVAIS

carnalidade, são rígidos e quase sempre apresentados pela lei da frontalidade,

tão usada pelos antigos egípcios.

Não demostram nenhum sinal de suas linhas para não apresentarem traços de

sensualidade e a magreza do mesmo indica a superioridade do espirito sobre a

carne. A rigidez da qual falei inicialmente era proposital, pois os corpos

parados simbolizam a “Santa Paz” o que qualquer gesto brusco poderia

demonstrar de maneira contraria.

As cabeças tem tamanho bem maior que o corpo e essa falta de proporção

também eram mantidas para acentuá-las, já que é local do corpo onde se esta

a sabedoria, sendo a feminina sempre coberta pelo manto ou cúfia,

escondendo completamente os cabelos.

Por isso notamos o menino Jesus tem uma cabeça maior e adulta para seu

corpo de bebê, o que significa que ele é o detentor de uma inteligência superior

e possui a maturidade de Deus.

Na cabeça também se tem o centro espiritual do ícone que é o rosto

representado frontalmente, o que ajuda a estarem em contato direto com quem

contempla a imagem.

Mesmo quando essa cabeça é mostrada em três quartos ou voltada para o

Menino Jesus, como é o caso da virgem de Vladimir, observamos que os olhos

direcionam-se para o espectador e não são apenas olhos que veem, mas que

vigiam olhos imóveis que procuram penetrar a alma do contemplador.

Podemos observar também que essas imagens possuem narizes finos e bocas

quase que imperceptíveis. Os narizes finos são assim para indicar o bloqueio

das fragrâncias do mundo material e as bocas bem pequenas e fechadas

dizem respeito à oração silenciosa e de certa forma inibem a sensualidade do

órgão, uma vez que, é considerado cheio dessas virtudes carnais.

As mãos apresentadas terão significados relativos à sua posição ou a forma

como apontam seus dedos.

Page 7: A SIMBOLOGIA DOS ICONES MEDIEVAIS

Nas figuras do Cristo e da Virgem os dedos da mão colocados como o da

figura abaixo, pode-se ler da seguinte maneira: IC XC que é o anagrama do

nome de Cristo. Esta mão tem ainda uma segunda interpretação: os três dedos

juntos simbolizam a Trindade; os dois outros expressam que Ele é a segunda

Pessoa da Santíssima Trindade. (1:Pai, 2: Filho, 3:Espírito-Santo).

Na Virgem do Perpetuo Socorro mostrada acima, observamos que sua mão

direita acolhe as mãos do Menino Jesus, em sinal de ser ela sua protetora ou

geradora. Já na Virgem abaixo notamos que sua mão direita aponta para o

Menino Jesus, sinalizando ser ele o caminho da vida.

«I» «C» «X» IC XC = «JESUS CRISTO»

Virgem Odighitria “Aquela que mostra o caminho”

Page 8: A SIMBOLOGIA DOS ICONES MEDIEVAIS

As Virgens possuem significados diferentes nos ícones, dependendo de como

são representadas. Isso acabou por dar uma nomeação especifica a cada uma.

Esta apresentada a cima chama-se Virgem Odighitria ou “Aquela que mostra o

caminho”.

A virgem Eleousa ou Glicofusa “Virgem da

Ternura”. Tem o Menino Jesus em seus braços

e seu rosto esta encostado ao dele. Representa

o afeto entre mãe e filho e o amor de Deus pela

humanidade em dar seu filho à redenção do

mundo. Diz respeito também a conexão do

mundo terrestre com o celestial.

Na representação onde o Menino Jesus aponta

para a Santa indicando sua santidade chama-se

Virgem Panaghia “Toda Santa”.

Em algumas dessas pinturas a Virgem e o

menino aparecem ostentado coroas ou mesmo

pode ser apresentada a Virgem com os braços estendidos e o menino Jesus

em seu peito dentro de uma amêndoa.

Na antiga iconografia Russa eram

conhecidas como “Virgem do Sinal”.

Essa palavra significava “Milagre” em

eslavo e sendo assim, falava do

milagre do Cristo encarnado.

Outro simbolismo desse icone são as

mãos de Maria que dizem respeito a

oração e suplica e o menino Jesus no

circulo simbolo da Eucaristia.

Virgem de Vladimir

Page 9: A SIMBOLOGIA DOS ICONES MEDIEVAIS

A imagem a direita remete-se muito a Eucaristia

devido aos três circulos que também denotam á

Trindade.

Hodigitria onde a Virgem aparece sozinha de pé.

É a condutora de

almas, função que é

atribuída na mitologia

a Hermes.

Quando essa esta

assentada sobre um

trono com o Menino Jesus sentado em suas pernas

chama-se Kiriorissa “Virgem da Sabedoria”.

Tem nesse ícone algumas referencias da

representação grega de Isis. Pois ela também é

apresentada como um trono simbólico com o filho

sentado sobre o colo.

Mas eu particularmente acho que a representação da

Virgem que mais se parece com a de Isis é a Virgem

Galactophilousa ou “A que

amamenta”. Imagem mostrada à

direita.

Em geral em quase todos os ícones

notamos que o Menino Jesus tem

em mãos o pergaminho e sobre suas

cabeças está o Halo circulo de Luz

que indica santidade, as três estrelas

que também há em alguns refere-se a trindade.

Algumas escritas também aparecem nos ícones da

Virgem e do Cristo que são: ΜΡ ΘΥ é abreviação das palavras Mãe de Deus,

assim como IC XC é o nome abreviado do Salvador.

Page 10: A SIMBOLOGIA DOS ICONES MEDIEVAIS

Outra imagem muito apresentada inicialmente na cultura de Bizâncio é o Cristo

Pantocrator (Jesus). Esse Cristo é visto frontalmente significando sempre

presente em atitude de oração e como forma de penetrar a alma do observador

incumbindo assim sua mensagem de salvação.

Uma de suas mãos abençoa e a outra segura

um pergaminho ou livro que diz: “Eu sou a luz

do mundo.”

E as letras que aparecem em torno de sua

aureolo são letras gregas que dizem: “Eu sou

quem sou”

Essa imagem à esquerda mostra

bem essas iniciais. É claro que

pelo pouco conhecimento que

tenho acredito ser um ícone mais

moderno que os produzidos em

Bizâncio devido ao fundo não ser em dourado característica forte da época,

mas fica ai uma boa comparação e a certeza do seguimento das tradições de

representação desses ícones.

As cores usadas são as mesmas dos ícones da Virgem e com as mesmas

simbologias. Apenas quando as imagens de Cristo foram associadas o do

Imperador, e essas colocadas em lugares públicos para indicar a presença

Imperial, sua túnica aparece na cor purpura, cor usada apenas pelos

imperadores. Não se sabe exatamente a partir de quando houve essa

associação, mas muitas oferendas de incensos eram feitas a essas imagens

como prova de fidelidade a Roma.

CRISTO, A DIVINA SABEDORIA» (Tessalônica, séc. XIV)

Page 11: A SIMBOLOGIA DOS ICONES MEDIEVAIS

Tradicionalmente a imagem do Cristo é apresentada em três tipos básicos:

Arqueropita ou “Imagem não feita por mãos humanas”, que é baseada na

marca deixada no santo sudário quando Maria

limpa o suor e sangue do rosto do Cristo que

está indo para o sacrifício. Mas há outra versão

Oriental que diz respeito a um rei que doente de

lepra e ouvindo falar dos poderes de cura de

Jesus manda um mensageiro levar até ele uma

carta com pedido de salvação e pede que o

mesmo faça um retrato do Cristo. Ao chegar o

mensageiro em seu destino entrega a carta e

enquanto aguarda resposta tenta desenhar o

Cristo que vendo seu embaraço pede água para

lavar o rosto e uma toalha, o que ao fazer acaba

imprimindo miraculosamente sua imagem no tecido

que fora depois cedido ao mensageiro. Sendo assim,

o primeiro ícone foi o rosto de Cristo sobre um pano, uma imagem arqueropita

(não feita pelas mãos do homem).

Na imagem abaixo vemos um ícone que apresenta bem essa versão da

historia: O ícone do rei Abdgar com o Santo mandylion (sudário) e a esquerda

Tadeu, discípulo de Jesus responsável pelo batismo de Abdgar.

Em 944 o imperador de Bizâncio recebeu o

mandylion do Emir de Edessa, e colocou-o na

Igreja de Santa Sofia. Em 1204, com a

tomada de Constantinopla pelos cruzados, o

mandylion desapareceu.

Atualmente os estudos realizados do santo

sudário vem o colocado como um retrato

funerário de Cristo, o que acaba com toda a

tradição do mandylion.

Mandylion (lenço ou pano) “O santo Sudário”

Page 12: A SIMBOLOGIA DOS ICONES MEDIEVAIS

A segunda representação seria do Cristo Emanuel “Deus Conosco”, esse é

mais jovem e sem barba esta sempre ao lado da Virgem.

Nas primeiras iconografias Maria era apresentada somente como Christotokos

“Mãe de Jesus” já que consideravam que Jesus nascerá homem e só após o

batismo tornara-se Deus. Mas havia outra hipótese de que Jesus já havia

nascido Santo e sendo assim já era um Deus antes de se tornar homem, o que

fazia de Maria não apenas mãe de Cristo, mas mãe de Deus, Theotokos.

E prevalecendo a segunda hipótese, essa

reflete-se na iconografia que passa a representar

o Cristo não mais como um bebê, mas como um

adolescente ou homem, pois se considerava que

possuía a maturidade e sabedoria de Deus.

Esse Cristo Emanuel é muito represetado em

icones festivos.

E por fim o Pantocrator “Onipotente”, que como

citado inicialmente foi o mais usado na

iconografia Oriental.

Jesus se apresenta como o criador do

mundo, o juiz dos destinos, o portador

da verdade, aquele para quem a fé e

a esperança da humanidade estão

direcionadas. Assim, a imagem de

Cristo como Pantocrator tem um

importante lugar na igreja, não

apenas nos ícones portáteis, como

também nas paredes e cúpulas,

sendo frequentemente encontrada

como afresco ou mosaico.

O rosto usado nesse cristo é o

mesmo do mandylion, com traços

Virgem com o Emanuel

Page 13: A SIMBOLOGIA DOS ICONES MEDIEVAIS

alongados, olhos grandes, nariz fino e barba espessa. Em geral são figuras

apresentadas em meio busto, mas é comum encontrar figuras de corpo inteiro.

Os textos que aparecem no livro que o Cristo segura quando aberto são de

uma variedade infinita já que dependiam muito da escolha do iconógrafo ou

daquele que encomendava a pintura. A mais comum é “Eu sou a luz do mundo”

Para que fique mais clara a apresentação dos elementos básicos da

iconografia de Cristo colocarei apontadas na imagem abaixo:

Page 14: A SIMBOLOGIA DOS ICONES MEDIEVAIS

Há um cristo entronado surgido do Pantocrator que é pintado com a imagem

dos quatro profetas, a águia e o leão, símbolo de Cristo na Idade Média.É o

chamado Cristo apocalíptico ou do

juízo final.

Muitos anjos e Santos também são

representados nos icones. Um bastante

conhecido e repleto de simbologias é o

de Andrey Rublev “A Trindade”. Toda a

cena é inspirada em um capitulo do

velho testamento onde o Pai, o Filho, e

o Espirito Santo aparecem a Abraão

em forma de três anjos.

Conta a historia que eles se sentaram

sobre a mesa e Sarah e Abraão

oferecem-lhes uma refeição.

A primeira simbologias esta na composição da

pintura que é octogonal, o numero oito para os

medievais

remetia a vida

eterna.

A mesa ao

redor da qual

estão

sentados os anjos simboliza o altar, o

cálice a eucaristia ou o sangue do

sacrificado, os pés nus dos anjos, sua

natureza divina, os bastões de Pelegrino,

o caminho terrestre de um deles.

A Igreja a cima do primeiro anjo que representa o Pai é o símbolo da igreja

terrestre da sabedoria, a árvore sobre o segundo anjo que representa o Cristo

Page 15: A SIMBOLOGIA DOS ICONES MEDIEVAIS

simboliza a árvore da vida e o rochedo sobre o terceiro anjo o Espirito Santo,

representa o cosmos, ao mesmo tempo em que, a força e a firmeza.

Voltando somente para a composição das três figuras temos também um

círculo, símbolo do céu e do sol. O espaço entre o cálice e os dois anjos da

esquerda e direita desenham a mesma forma do cálice.

Conclusão:

Ao observar essas imagens e as simbologias de suas representações podemos

fazer uma relação muito forte com a forma como os antigos representavam

seus deuses, considerados pelos cristãos como pagãos. Desde suas formas

até suas cores. Sendo assim não acredito ter ai uma arte de pura inspiração

divina, mas traços muitos fortes de um período e de uma cultura que já estava

integrada a outras e rodeada por conceitos teológicos.

Mas claro que se pode fazer outra conclusão de que isso vai mais além, como

uma busca de criar um mundo menos cruel ou responder as “punições”, que

recebiam de uma forma surreal e amenizá-las.

Page 16: A SIMBOLOGIA DOS ICONES MEDIEVAIS

Humberto Eco diz que a tendência mítica desse mundo medieval era uma

forma de fuga do real. E que usavam essa expressão do divino e dos símbolos

como uma forma de elaborar um pensamento cristão que conduzisse aquele

mundo a um plano celestial.

“Na visão simbólica, a natureza, até em seus aspectos mais temíveis, torna-se

o alfabeto com o qual o criador nos fala da ordem do mundo, dos bens

sobrenaturais, dos passos a serem dados para nos orientar ordenadamente no

mundo, afim de adquirir os prêmios celestes.” (Humberto eco p.72)

Tendo em vista que esse homem não possuía ainda conhecimentos científicos,

buscavam nesse paralelo fabular explicações e formas de resolver problemas

da época e se abastecer de uma esperança ainda que fantasiosa.

Isso é tão forte que ainda hoje o homem se apega a essas simbologias em

busca desse mundo, desses prêmios. Muitas culturas ainda que de diferentes

maneiras representam seu deus cercado de símbolos que expressam doutrinas

e conotam um mundo cheio de espiritualidades.

Bibliografia:

Gombrich E. H., A História da Arte, Rio de Janeiro : LTC, 2008

Eco, Umberto, Arte e Beleza na estética Medieval – Rio de Janeiro:

Globo,1989.

http://www.usp.br/revistausp/67/09-loiacono.pdf

http://www.ecclesia.com.br/iconostase/santos1.html

http://www.ecclesia.com.br/biblioteca/iconografia/simbologia_del_icono_bizanti

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http://www.iconografiabrasil.com/Icone.htm

http://carloslopesshalom.wordpress.com/2010/10/14/cones-bizantinos-cones-

de-maria-santssima/

http://historiaartebrasileira.blogspot.com/2009/08/sobre-o-metodo-de-

panofsky.html