À roda do chiado com eça

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1. À roda do Chiado com Eça Com o curso acabado em Coimbra, Eça instala-se na casa dos pais no Rossio, em Lisboa, onde fica durante 6 anos, os mais felizes da sua vida. Era jovem, talentoso e o seu círculo de amigos constituiu a célebre geração literária de 70. Neste período iniciou a sua vida literária e fixou para sempre a imagem da capital e das suas gentes. As ruas, os largos, os teatros, os clubes, os ambientes e as figuras alfacinhas renascem na extensa obra que escreveu, quase sempre no estrangeiro. 2. Largo do Rato ( Largo das Amoreiras) Local de encontro entre a Condessa de Gouvarinho e Carlos, pois é aqui que ela se apeia, depois de um passeio com o amante: «A condessa tinha descido no Largo das Amoreiras. E Carlos aproveitara a solidão da Patriarcal para se desembaraçar do calhambeque de assento duro, onde durante a última hora sufocara, sem ousar descer as vidraças, com as pernas adormecidas enfastiado de tantas sedas amarrotadas e de beijos intermináveis que ela lhe dava na barba…» (Cap. X)

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Percurso pedestre no Chiado, percorrendo os lugares emblemáticos d'Os Maias e da vida do escritor em Lisboa.

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Page 1: À roda do Chiado com Eça

1. À roda do Chiado com Eça

Com o curso acabado em Coimbra, Eça instala-se na casa dos pais

no Rossio, em Lisboa, onde fica durante 6 anos, os mais felizes da

sua vida. Era jovem, talentoso e o seu círculo de amigos constituiu a

célebre geração literária de 70.

Neste período iniciou a sua vida literária e fixou para sempre a

imagem da capital e das suas gentes.

As ruas, os largos, os teatros, os clubes, os ambientes e as figuras

alfacinhas renascem na extensa obra que escreveu, quase sempre

no estrangeiro.

2. Largo do Rato ( Largo das Amoreiras) Local de encontro entre a Condessa de Gouvarinho e Carlos, pois é

aqui que ela se apeia, depois de um passeio com o amante:

«A condessa tinha descido no Largo das Amoreiras. E Carlos

aproveitara a solidão da Patriarcal para se desembaraçar do

calhambeque de assento duro, onde durante a última hora sufocara,

sem ousar descer as vidraças, com as pernas adormecidas

enfastiado de tantas sedas amarrotadas e de beijos intermináveis

que ela lhe dava na barba…» (Cap. X)

Page 2: À roda do Chiado com Eça

3. Rua da Escola Politécnica Aqui ficava a antiga Pastelaria Serafina, hoje Pastelaria Cister,

fundada em 1838.

Podemos ver ao fundo um retrato do mais famoso dos seus clientes

– Eça de Queirós.

Em frente a escola que deu o nome à rua e onde estudava Jorge,

personagem de outro romance O Primo Basílio.

4. Rua de S. Marçal É referida no romance Os Maias, pois, possivelmente aqui no nº 79

morava a nobre família do Conde de Gouvarinho.

Page 3: À roda do Chiado com Eça

5. Praça do Príncipe Real O nome foi posto em homenagem ao filho mais velho de D. Maria

II. Era geralmente chamada de Patriarcal ou Patriarcal Queimada

devido ao incêndio da Basílica em 1769 por um sacristão.

«Carlos apeava-se de um coupé de praça, que viera parar,

devagar, à esquina da Patriarcal, com estores verdes

misteriosamente ocorridos. A velha traquitana de rodas

amarelas acabara de ser uma alcova de amor, durante as

duas horas que Carlos rolara dentro dela, pela estrada de

Queluz com a senhora Condessa de Gouvarinho (…). (Cap.

X)

6. Rua D. Pedro V (antiga Rua do Moinho de Vento) Muito referida em O Primo Basílio pois Luísa e D. Felicidade

costumavam passear por aí.

Page 4: À roda do Chiado com Eça

7. Jardim de S. Pedro de Alcântara (atribuído ao D. Pedro V) O nome vem do Convento em frente mandado construir n0 s. XVII

pelo Marquês de Marialva.

É um dos mais belos miradouros da cidade. Eça costumava vir para

aqui conversar com Batalha Reis e A. Quental que moravam perto.

Próximo ficava o Cenáculo, nº 19, que era, no fundo, a casa de B.

Reis na ( Travessa do Guarda-Mor), hoje Rua do Grémio

Lusitano.

8. Rua de S. Pedro de Alcântara

Mais tarde, Baralha Reis e Antero de Quental mudaram-se para

um sobreloja nesta rua e Eça, após a sua viagem à Terra Santa, passa

a frequentar esta casa e até a pernoitar.

Page 5: À roda do Chiado com Eça

9. Igreja de S. Roque (Propriedade dos Jesuítas desde o s.XVI)

A ela se deslocava em devoção Teodorico de A Relíquia. De austera fachada e precioso recheio, foi propriedade dos

Jesuítas desde o s.XVI.

Largo de S. Roque (Largo da Misericórdia)

10. Rua da Misericórdia (antiga Rua Larga de S. Roque)

Eça costumava comprar aqui papel almaço em que gostava de

escrever.

Page 6: À roda do Chiado com Eça

11. Teatro da Trindade

Abriu as suas portas em 1867, pelo que era novidade no tempo de

Eça. Este estava desde estudante ligado ao teatro.

Nesta época ia-se ao teatro para encontrar pessoas ilustres nas

antecâmaras, conversar com amigos, namorar na escuridão dos

camarotes e à porta ajustavam-se contas às vezes à bengalada.

«Pararam à porta do teatro da Trindade no momento em que, de uma tipóia de praça, se apeava um sujeito de barbas de apóstolo, todo de luto, com um chapéu de abas largas recurvas à moda de 1830.» Os Maias, 1888 (cap. XVI)

12. Restaurante Tavares Rico (Café Tavares)

Este conhecido café, fundado em 1779, mudou-se em 1784

para esta morada, nº 35-37, ocupando apenas o rés-do-chão.

Era um café com bilhares, frequentado por liberais no tempo de D.

Miguel.

Lá jantaram regularmente, entre 1887 e 1893 os auto-

denominados “Vencidos da Vida”.

O grupo integrava cerca de uma dúzia de quarentões do mais alto

relevo político e intelectual, entre os quais a história literária destaca

Eça de Queirós, Ramalho Ortigão, Oliveira Martins e Guerra Junqueiro.

Page 7: À roda do Chiado com Eça

13. Largo Rafael Bordalo Pinheiro (Largo da Abegoaria)

No nº 10 ficava o célebre Casino Lisbonense onde decorreram

as Conferências Democráticas cujo objectivo era, entre outros, “abrir

uma tribuna onde tenham voz as ideias e os trabalhos que

caracterizam este momento do século, preocupando-nos sobretudo

com a transformação social, moral e política dos povos.”

É neste largo que Carlos espanca Eusebiozinho por altura do

Sarau do Teatro da Trindade, por ele andar metido na «maroteira da

Corneta» (Cap. XVI)

No nº 4 instalou-se o Círculo Eça de Queirós com uma ideia de António Ferro.

Tem 202 sócios inspirado no nº 202 da Avenida dos Campos Elíseos de A Cidade e as

Serras.

14. Praça Luís de Camões

Foi remodelada em 1860 e em 1867 foi erguida a estátua de

Camões. É o ponto de encontro de várias personagens de Eça.

Após dez anos de exílio, aqui constata Carlos da Maia o

imobilismo do país, vendo «a mesma sentinela sonolenta rondando em

torno da estátua triste de Camões».

Também aqui morava inicialmente o maestro Cruges com a mãe

e a irmã.

Page 8: À roda do Chiado com Eça

15. Casa Havaneza Era a tradicional importadora de cigarros e charutos, tabacos

estrangeiros, em especial charutos de Havana.

Aqui se reuniam os “elegantes do Romantismo”, personalidades da

burguesia, da literatura e da política para amena cavaqueira.

Depois de revisitarem os locais conhecidos, Ega pergunta a Carlos,

já no Ramalhete, se não sentira saudades. Carlos respondeu:

«Para quê? Para arrastar os passos tristes desde o Grémio até à Casa Havaneza?»;

«E a pequena Lisboa que vive entre o Grémio e a Casa Havaneza…»

«A uma esquina, vadios em farrapos fumavam: e na esquina defronte, na Havaneza, fumavam outros vadios, de sobrecasaca, politicando.» (Cap. XVIII)

16. Rua do Alecrim (Rua Conde de Vimioso e depois Calçada do Alecrim)

Percurso fundamental das personagens de Eça entre o Chiado e o

Aterro, hoje Av. 24 de Julho, à beira-mar onde se situava o Hotel

Central. É também referida em O Primo Basílio.

Aqui morou Almeida Garrett e aqui escreveu as suas Viagens na

Minha Terra.

Page 9: À roda do Chiado com Eça

17. Largo Barão de Quintela / Estátua de Eça de Queirós

18. Praça Duque da Terceira (antiga Praça dos Remolares)

Do lado nascente do Cais do Sodré, no nº 27, fica o hotel mais referenciado do mundo queiroziano – o Hotel Central.

Neste hotel se hospedou Maria Eduarda; no seu vestíbulo de entrada Carlos da Maia vê-a pela primeira vez; é aqui que Carlos conhece Dâmaso Salcede; passa-se no hotel a discussão entre Ega, partidário do Naturalismo, e Alencar, partidário do Romantismo.

«Dâmaso, muito pálido, quase sem voz, ia de um ao outro: - Oh! Meninos, oh! Meninos, aqui, no Hotel Central! Jesus!... Aqui

no Hotel Central!... - Esse pulha, esse cobarde… Deixe-me Cohen! Não, isso hei-de

esbofeteá-lo!... (Cap. VI)

Foi o palácio dos Condes de Vimioso e mais tarde Marqueses de Valença, mas foi destruído num incêndio em 1726.

Palácio do Barão de Quintela e 1º Conde de Farrobo, depois pertença do capitalista Fernando Carvalho Monteiro, conhecido pelo “milhões”. Hoje é propriedade da Câmara Municipal. A estátua de Teixeira Lopes foi descerrada em 1903.

Page 10: À roda do Chiado com Eça

18a. Descrição do Hotel Central

«Fora um dia de Inverno suava e luminoso, as duas janelas

estavam ainda abertas. Sobre o rio, no céu largo, a tarde morria, sem

uma aragem, uma paz elísea, com nuvenzinhas muito altas, paradas,

tocadas de cor-de-rosa; as terras, os longes da outra banda já se iam

afogando num vapor aveludado, de tom de violeta; a água jazia lisa e

luzidia como uma bela chapa de aço novo; e aqui e além, pelo vasto

ancoradouro, grossos navios de carga, longos paquetes estrangeiros,

dois couraçados ingleses, dormiam, com as masteações imóveis, como

tomados de preguiça, cedendo ao afago de um clima doce…» (Cap. VI)

A estátua foi inaugurada em 1877.

19. Av. 24 de Julho (antigo Aterro) Designação corrente na época, relativa ao arruamento marginal

que em 1867 foi construído em terreno conquistado ao rio Tejo. Parte

do Cais do Sodré, passando ao Lado do Largo de Santos.

Para Carlos da Maia era o caminho mais curto entre a Baixa e o

Ramalhete: «…ao longo do Aterro, Carlos retardando os passos,

resumia, retocava esse plano, ensaiando mesmo consigo, baixo,

palavras que lhe diria.» (Cap.XVII).

Por aqui passeava Mª Eduarda a sua cadelinha. Era o local ideal

para exercitaras pernas, para conversar e namorar. A partir de 1870

era percorrido pelos americanos, carros de passageiros sobre carris e

puxados por mulas.

Page 11: À roda do Chiado com Eça

20. Rua Victor Cordon ( Rua do Ferragial de Cima) Nesta rua, no nº 45 ficava o Hotel Bragança. O edifício era de

traça neogótica, todo azulejado, com belas vistas sobre o rio Tejo. Eça

almoçava aqui com o grupo dos “Vencidos da Vida”.

O banqueiro Cohen morava nesta rua: «E o Alencar, perante esta

intimação do Cohen, o respeitado director do Banco Nacional, o marido

da divina Raquel, o dono dessa hospitaleira casa da Rua do Ferragial

onde se jantava tão bem, recalcou o despeito – admitiu que não

deixava de haver talento e saber.»(Cap. VI)

«E numa luminosa e macia manhã de Janeiro de 1887, os dois

amigos, enfim juntos, almoçavam num salão do Hotel Bragança com as

duas janelas abertas para o rio.»(Cap. XVIII)

21. Largo do Chiado (Largo do Loreto)

Na igreja do Loreto a missa da uma ao Domingo era a mais

chique, mas tal como a Igreja da Encarnação, são ambas do s. XVI.

Eram separadas pelas Portas de Santa Catarina da antiga muralha

Fernandina (1373), destruídas por D. João V (1707) para dar entrada

triunfal a sua mulher Maria Ana de Áutria.

Já falámos da casa Havaneza. Na época esta praça tinha ao centro a Fonte de Neptuno que

depois foi levada para o Largo D. Estefânia.

Page 12: À roda do Chiado com Eça

22. Rua Garrett (Rua do Chiado)

Nesta rua decorrem muitas cenas dos romances de Eça.

O dever de um cidadão era «subir e descer duas ou três vezes o

Chiado). A pequena Lisboa vivia «entre o Grémio e a casa Havaneza.»

E a Lisboa influente também: «o que um pequeno número de

Jornalistas, de políticos, de burgueses, de mundanos decide no Chiado

que Portugal seja – é o que Portugal é.»

Fotos da Igreja dos Mártires onde esteve sepultado D. Afonso

Henriques, que era local de refúgio de ondesejáveis como a conselheiro

Acácio, e das lojas chiques “Paris em Lisboa” e “Ramiro Leão”.

23. Livraria Bertrand e Livraria Sá da Costa (Café Central)

A Livraria Bertrand encontra-se na actual morada desde 1773,

mas teve anteriormente outras instalações. É a mais antiga livraria

portuguesa e uma das mais antigas da Europa.

O Café Central que existiu até 1875, ocupava o espaço da

Livraria Sá da Costa. Aqui se reuniram Eça, Antero de Quental e

Salomão Saragga para escreverem um protesto aquando da proibição

das Conferências do Casino.

Page 13: À roda do Chiado com Eça

24. Café Marrare (Império Seguros) É incontestável e incontestado, que o café «MARRARE» do

Polimento, 1820, nº 54-64, foi considerado o primeiro café de Lisboa de Oitocentos, e como tal designado, porque a armação era de madeira polida e as paredes também forradas do mesmo material.

Diz uma tese que toda a casa estava forrada de madeira polida,

daí vir o nome de "Polimento". Defendem outros que o "polimento" vinha da gente "polida" que a frequentava - políticos, literatos, artistas...

Com o enaltecer dos seus serviços aliados à simpatia do seu

ambiente, servia o magnifico café genuíno «MOKA», e bebidas das melhores marcas.

25. Rua Serpa Pinto/ Largo de S. Carlos O teatro foi criado em 1793 e era a sala de espectáculos mais

prestigiada da capital. Actuavam principalmente companhias de ópera italianas. Era frequentado pelos reis, pela nobreza e pela burguesia endinheirada. Dois espectáculos paralelos aí decorriam: o que se passava no palco e o que era protagonizado pelos espectadores, exibindo atitudes, toiletes, relações.

«… Aí tem você S. Carlos: chique, hem? Levou-o logo à bilheteira a comprar duas cadeiras do lado

do Rei (…) Cantava-se a Africana e o pano erguera-se para o segundo acto…

Quando o pano desceu, respirou com alívio. - Vamos ver o gado! » (A Capital)

Obs. Perto, no Largo do Carmo, morava João da Ega.

Page 14: À roda do Chiado com Eça

26. Rua Ivens (Rua de S. Francisco)/ Grémio Literário Nesta rua decorre grande parte da acção do romance. No 1º

andar do nº 31 morou Maria Eduarda e aí teve vários encontros com Carlos da Maia. No prédio morou o maestro Cruges, a cuja mãe o imóvel pertencia.

Um pouco adiante, nº 37, fica o Grémio Literário, fundado em 1846 e mudado para este palácio Loures em 1875.

Ao longo dos tempos, foi local de convívio de literatos, diplomatas, fidalgos e burgueses endinheirados apreciadores de cultura, requinte, tagarelice, jogos de cartas e bebidas.

Eça foi seu sócio e a mesa em que costumava sentar-se ainda lá está.

27. Rossio Aqui descobrimos pela sua obra escritórios, modistas, lojas,

hospedarias, casas particulares e cafés. A casa dos seus pais ficava no 4ª andar do nº 26. Está lá uma

lápide alusiva. O seu quarto pequeno com uma mesa ao centro e poucos livros,

tinha janela para as traseiras, para a Rua do Príncipe (Rua 1º de Dezembro). No fim da vida, ao observar da janela o cortejo do 4º centenário do descobrimento da Índia por Vasco da Gama, foi alvo de reconhecimento e aplauso que relata em carta à mulher: «Aqui no Rossio o Cortejo passou em silêncio glacial, quase sombrio, um silêncio de 30 000 pessoas. Eu, todavia, se me faz favor, tive a minha pequena ovação, que agradeci do quarto andar, com modéstia. Os pequenos teriam apreciado consideravelmente esses vivas!»

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27a. Rossio As duas fontes já existiam desde 1837, mas os lagos com

esculturas francesas em ferro bronzeado só em 1889 ali foram

colocados.

O monumento ao centro foi inaugurado em 1870, no 44

aniversário da carta constitucional, em memória de D. Pedro IV.

No Rossio tinha consultório Carlos da Maia.

A casa de Verdemilho)

A ilustre casa dos Queirós, onde Eça passou a infância, arruína-se em Verdemilho, à vista da Universidade de Aveiro, próxima de interesses imobiliários e longe das "cortes" da Cultura com acesso a fundos comunitários. A quinta da Torre, assim se designa a propriedade que pertenceu ao conselheiro Joaquim Queirós, avô de Eça (em "Os Maias" o velho

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liberal Afonso da Maia, segundo alguns autores como Ramos de Almeida e Vianna Moog), confina hoje com a EN109, a pouca distância da Universidade, numa zona cada vez mais urbana. Jorge Campos Henriques, ao escrever sobre as raízes de Eça, conclui que o solar é a "Ilustre Casa de Ramires", observando que o escritor, "curiosamente, deu ao solar de Gonçalo Ramires o nome de A Torre, precisamente o da quinta do solar de seus avós, em Verdemilho".