a observ como ponto de partida para uma análise das equipas adv
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I
A observao como ponto de partida
para uma anlise pormenorizada dascaractersticas das equipas adversrias.
Relatrio de Estgio Profissionalizante no Departamento de Scouting
do Futebol Clube do Porto Futebol SAD
Pedro Ribeiro
Porto, 2009
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A observao como ponto de partida para
uma anlise pormenorizada das
caractersticas das equipas adversrias.
Relatrio de Estgio Profissionalizante no Departamento de Scouting
do Futebol Clube do Porto Futebol SAD
Relatrio de Estgio Profissionalizante para a obteno do grau de mestre em
Treino de Alto Rendimento, apresentado Faculdade de Desporto da
Universidade do Porto
Trabalho realizado por: Pedro Ricardo Torres Ribeiro
Trabalho orientado por: Professor Doutor Jlio Manuel Garganta Silva
Trabalho supervisionado por: Professor Joo Lus Afonso
Porto, 2009
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Mestrado:
Ribeiro, P. (2009). A observao como ponto de partida para uma anlise
pormenorizada das caractersticas das equipas adversrias. Relatrio de
Estgio Profissionalizante para a obteno do grau de mestre em Treino deAlto Rendimento, apresentado Faculdade de Desporto da Universidade do
Porto.
Palavras-chave: ANLISE DO JOGO, SCOUTING, TREINO, EQUIPA,
OBSERVAO
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Dedicatria
A todos que me permitiram visualizar tudo aquilo
que nunca me tinha permitido ver
Aqueles que pela simples presena, no
necessitam de provar nada
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Agradecimentos
Este o espao no qual fao uma simples homenagem e agradeo a todos
aqueles que me ajudaram nesta longa viagem.
Ao Professor Doutor Jlio Garganta, pela disponibilidade e oportunidade, pela
sabedoria e por ter sido uma pessoa fundamental nos conselhos e
ensinamentos que permitiram tornar este trabalho uma realidade.
Ao Professor Joo Lus Afonso, que mais do que um supervisor ou
coordenador, se tornou um amigo. Joo, sem o seu apoio no teria sido
possvel Um muito obrigado!
Um agradecimento Instituio Futebol Clube do Porto Futebol SAD, mas em
especial aos entrevistados e colegas de batalha, Miguel Pinho, Rui Pedro
Silva, Antnio Andr, Fernando Bandeirinha e Lima Pereira.
Aos meus Pais e Raquel, por tudo o que significam para mim pelo apoio
constante e incondicional por me aturarem o meu profundo agradecimento!
Ao Andr, Joo Pedro, Joo Pedro Coelho, Hlder Baptista, Rui Machado,
Fernando Festa, Rui Valente e Quim Machado, pela presena, apoio e
amizade
Carina e Sofia, pela disponibilidade e ajuda prestada.
A TODOS, um muito OBRIGADO!
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ndice
D ....................................................................................................................................
A .......................................................................................................................... II
............................................................................................................................................ I
: ........................................................................................................................ III
: ......................................................................................................................
...................................................................................................................................... II
A ...................................................................................................................................... I
....................................................................................................................................... I
1. I ............................................................................................................................. 1
1.1. A ................................................................................................................. 7
1.2. O ........................................................................................................................... 7
1.3. F.......................................................................................................................... 8
1.4. E ................................................................. 9
2. E .............................................................................. 11
2.1. C I ........................................................................................... 13
2.2. C ....................................................................................... 14
2.3. M F.............................................................................. 14
2.3.1. E F: .......................................... 14
2.3.2. F ...................................................................................................... 19
C
.............................................................................................. 19
2.3.3. O F ................................................................................. 22
,
? ........................................................................................................................ 22
3. ....................................................................................... 33
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3.1.D FC F AD....................................................... 35
3.1.1., ........................................................................... 37
3.2. C ................................................................................... 45
3.3. A O
O ......................................................................................................................... 48
3.3.1. D, ...................................................................... 48
3.3.2. ( ) ........................................... 57
3.3.3. O ........................................................................................... 62
3.3.4. DD/ ................................................................................................. 68
3.4. ......................................................................................................... 69
3.5. ...................................................................................................... 75
3.6. D ........................................................................................................ 76
3.7. ............................................ 78
4.C ....................................................................................... 83
5. F ............................................................................................................................. 91
6. B ........................................................................................................ 99
A ...................................................................................................................................... III
G E C D (FC F
AD) .......................................................................................................................................
G E O
D (FC F AD) ............................................................ I
G E C D A J O (FC F AD)............................................................. I
G E O/I D
(FC F AD) ........................................................................................................
A 1 .............................................................................................................................. II
A 2 ......................................................................................................................................LI
A 3 .................................................................................................................................. LII
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A 4 ................................................................................................................................. LI
A 5 .............................................................................................................................. LII
A 6 .............................................................................................................................. L
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ndice de figuras:
F. 1 D FC F AD E A F36
F. 2 O D FC ............................ 37
F. 3 / D FC .................... 39
F. 4 E D FC ................................................................................... 43
F. 5 E O ................................................. 64
F. 6 E
..................................................................................................................................................... 64
F. 7 O ..................................................................... 65
F. 8 O , ,
...................................... 65
F. 9 E G; ........................................................... 66
F. 10 E ; ..................... 66
F. 11 / ....................................................... 67
F. 12 E ............................................................................ 67
F. 13 E ................................................................... 67
F. 14 ........................ 68
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ndice de Quadros:
1 A O C D ... 55
2 O .............. 59
3 G E ................................................................................ 80
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Resumo
A estruturao do processo de treino e de tudo que o envolve assume-se comofactor determinante na preparao de uma equipa de Futebol. Particularmente
no contexto do Futebol profissional, a Metodologia de Treino e a Anlise do
Jogo destacam-se como factores capitais na procura da eficcia e da
consistncia do rendimento desportivo.
O objectivo do trabalho desenvolvido consiste em, compreender a implicao
que as observaes do jogo das equipas adversrias tm na preparao do
jogo de confronto directo com essas equipas. Para o efeito, realizou-se umestgio profissionalizante no Departamento de Scouting do FC Porto Futebol
SAD, no qual para alm do trabalho de terreno colaborao activa em todo o
processo de anlise/observao/elaborao do Relatrio de Observao das
equipas adversrias do clube realizaram-se entrevistas aos principais
intervenientes.
Do cruzamento da informao proveniente da literatura, da reflexo pessoal, da
experincia prtica adquirida e do contedo das entrevistas, foi possvel
concluir que: (1) a Anlise do Jogo se assume como preponderante para a
preparao da Equipa A do FC Porto; (2) so realizadas observaes a todas
as equipas defrontadas pelo FC Porto nas vrias competies anuais Liga
Sagres, Taa de Portugal, Liga dos Campees, Supertaa de Portugal, Liga
Intercalar e Carlsberg Cup; (3) as informaes analisadas pretendem dar
respostas a necessidades definidas, antecipadamente, pela equipa tcnica; (4)
as informaes contidas no Relatrio de Observao so definidas como um
importante complemento acerca do conhecimento das caractersticas das
equipas adversrias, no apenas para os treinadores, mas tambm para os
jogadores; (5) o impacto que estas informaes podem assumir no treino
centraliza-se no plano do pormenor, ou seja, na possibilidade de actuar ao
nvel estratgico-tctico, numa determinada situao de jogo.
Palavras-chave: ANLISE DO JOGO, SCOUTING, TREINO, EQUIPA, OBSERVAO
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I
Abstract
The structure of the training process and of everything it involves is taken as an
extremely important feature when the preparation of a football team is
concerned. Particularly in the context of Professional Football, the Training
Methodology and the Match Analysis are major factors when looking for
efficiency and consistency of the athletic profit.
The goal of the developed research is to understand how the observation of a
certain team, and the later use of those observations on a teams training, can
be used on a better preparation of a match against the observed team.
This way, and with this aim in mind, a professionalizing internship has takenplace on the Scouting Department of FC Porto Futebol SAD. On this
department not only the cooperation on the analysis/observation/creation of the
Observation Report process took place observation of the opponent teams
but also some interviews were made to the main participants on that process.
As a result of all the reading process, of the personaljudgment, of all the
acquired experience throughout this process and of the interviews content it
was possible to conclude: (1) the match analysis is a must for the preparation ofthe Equipa A of F.C.Porto; (2) observations are made to all the opponents
F.C.Porto will face during the year in various competitions such as: Liga Sagres,
Taa de Portugal, Liga dos Campees, Supertaa de Portugal, Liga Intercalar e
Carlsberg Cup, (3) the analyzed information is meant to help the managers
solve all the needs that were previously traced, (4) all the information on the
Observation Report about the opponent teams FC Porto will have to face are a
very important tool about the knowledge on the characteristics of theopponents, not only for their coaches but also for players; (5) the impact this
information can cause in training focuses on detail, on the possibility of working
at a strategic-tactic level at a specific moment/time of the game.
Keywords: MATCH ANALYSIS, SCOUTING, TRAINING, TEAM, OBSERVATION
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I
Resum
La structuration du processus d'entranement et de tout se qui limplique
sassume comme un facteur dterminant dans la prparation d'une quipe de
Football. Particulirement dans le contexte du Football professionnel, la
Mthodologie d'Entranement et Analyse du Jeu se dtachent comme des
facteurs capitaux dans la recherche de l'efficacit et de la consistance de la
performance sportive.
L'objectif du travail dvelopp consiste comprendre l'implication que les
observations du jeu des quipes adversaires ont dans la prparation du jeu de
confrontation directe avec ces quipes. cet effet, un stage professionnalisant
cest ralis dans le Dpartement de Scoutingde FC Porto Football SAD, dans
lequel outre le travail de terrain - collaboration active dans tout le processus
d'analyse/commentaire/laboration du Rapport d Observation des quipes
adversaires du club - des interviews ont t ralises aux principaux
intervenants. Du croisement de linformations provenant de la littrature, de la
rflexion personnelle, de l'exprience pratique acquise et du contenu des
interviews, Il a t possible de conclure que: (1) l'Analyse du Jeu sassumecomme prpondrant pour la prparation de l'quipe A du FC Porto; (2) des
observations sont ralises toutes les quipes affrontes par FC Porto dans
les plusieurs diffrentes annuelles - Ligue Sagres, Taa du Portugal, Ligue des
Champions, Supertaa du Portugal, Ligue Intercalar et Carlsberg Cup; (3) les
informations analyses prtendent donner des rponses des ncessits
dfinies, d'avance, par l'quipe technique; (4) les informations contenues dans
le Rapport d Observation sont dfinies comme un important complmentconcernant la connaissance des caractristiques des quipes adversaires, que
non seulement de l'(s) entraneur (es) doivent connatre , mais aussi comme
une information qui doit arriver jusqu'aux joueurs; (5) l'impact que ces
informations peuvent supposer dans l'entranement se centralise dans le plan
du dtail, c'est--dire, dans la possibilit d'agir au niveau stratgique-tactique,
dans une certaine situation de jeu.
Mots-cls: ANALYSE DU JEU, SCOUTING, ENTRANEMENT, QUIPE, OBSERVATION
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1. Introduo
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1.Introduo
O Futebol pertence a um conjunto de modalidades designadas como jogosdesportivos colectivos, sendo considerada por vrios autores, entre os quais
Reilly & Williams (2005), como a forma de desporto mais popular do mundo.
De facto, o Futebol como hoje o conhecemos, um fenmeno de tal
maneira complexo que acarreta um conjunto de pressupostos que podem ser
alvo de vrias reflexes. Um desses pressupostos a Anlise do Jogo em
Futebol, que cada vez mais se assume como um aspecto de enorme
importncia no dia-a-dia de uma equipa de futebol.
Parafraseando Castellano Paulis & Hrnandez Mendo (2002) o Futebol,
pese embora tenha deixado de se considerar ser apenas um jogo, cultiva em si
um poder de fascnio. Futebol fascnio, Futebol conhecimento e, de facto, o
conhecimento jamais atingiu um nvel to alto de elaborao e de subtileza
(Gaiteiro, 2006). Estamos de acordo, assim como nos parece claro que tudo o
que se passa no jogo analisado ao pormenor (Joyce, 2002). Portanto, e
utilizando uma ideia de Cruyff (1993), no Futebol importante conhecer no
apenas os jogadores da prpria equipa, mas tambm os da equipa adversria,
porque se assim no existem razes para receios.
O conhecimento dos jogadores da prpria e da equipa adversria est em
perfeita sintonia com o conhecimento acerca do jogo de Futebol, da que para
Mombaerts (1991) o treinador de futebol ou um outro qualquer investigador na
rea do Futebol tem o dever de ir aprofundando constantemente o seu
conhecimento acerca do jogo. Acrescentaramos do jogo e de tudo o que o
envolve.
Assim, no de estranhar que seja cada vez mais frequente assistirmos a
artigos de reflexo, conversas e palestras, conferncias nas quais os temas
derivam acerca da necessidade de se realizar uma preparao cuidada e
multifacetada, quando o objectivo competir contra um qualquer adversrio,
seja ele individual ou colectivo.
Considerando a optimizao do rendimento desportivo como o grande
objectivo dos estudos realizados actualmente na esfera do Desporto, mas
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particularmente do Futebol, identificamos aquela que pode ser considerada a
grande esfera deste estgio a importncia da Anlise do Jogo para o Futebol
de rendimento superior.
Segundo Oliveira Silva (2006), o futebol profissional, ao exigir nveis de
performance elevados, leva a que uma das formas de monitorizar e entender a
performance desportiva seja utilizar a anlise do jogo.
Garganta (1996) acrescenta que o estudo dos jogadores e das equipas tem
vindo a constituir-se como um argumento de crescente importncia nos
processos de preparao desportiva. Neste caso, refere-se ao estudo dos
jogadores e das equipas como dizendo respeito Anlise do Jogo.
Para Castelo (1996), a Anlise do Jogo revela-se muito importante para apreparao do jogo contra uma determinada equipa, considerando Oliveira
Silva (2006) que o grau de informao que um treinador pode retirar desta
enorme.
Franks, Goodman & Miller (1983), a este respeito, acrescentam que a
Anlise do Jogo tem grande importncia na forma como d ao treino
informao relevante para o alcanar da forma de jogar que se pretende.
Desta forma, vivel considerar que a Anlise do Jogo se assume comoum factor importante a ter em conta quando se pretende optimizar a prestao
desportiva de uma equipa, sobretudo ao mais alto nvel competitivo. Alis, de
acordo com Moutinho (1991) a Anlise do Jogo em Futebol referida,
unanimemente pela literatura especializada, como decisiva no processo de
preparao desportiva nos jogos desportivos colectivos.
Compreendendo isso, parece-nos adequada a preocupao que deu lugar
inteno de se realizar este Estgio Profissionalizante no Departamento deScoutingdo Futebol Clube do Porto Futebol SAD, uma vez que consideramos
tratar-se de um dos assuntos mais prementes e actuais da esfera do Futebol.
O Treino, o seu planeamento e estruturao, a sua aplicao, a relao
entre treinador - restante equipa tcnica, a relao entre equipa tcnica treino
- jogadores, a importncia do scoutingpara o processo de treino, o papel dos
observadores/analistas de jogo, assumem-se como um conjunto de
consideraes que nos tm levantado dvidas e inquietaes ao longo da
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nossa formao. Nesse prisma, parece-nos importante analisar estes aspectos,
considerando que o treino de alto rendimento desportivo se constitui como algo
globalizante, no qual aspectos mais micro assumem elevada importncia,
podendo estes comprometer a dicotomia sucesso/insucesso quando as
diferenas em termos de valncias competitivas se encontram to esbatidas e
equilibradas, como o caso do contexto competitivo considerado.
A Anlise do Jogo um dos aspectos com influncia decisiva na dicotomia
sucesso/insucesso no Futebol.
Segundo Carling, Williams & Reilly (2005), actualmente, se um treinador
no utiliza a Anlise do Jogo como ferramenta para seu auxlio, considerado
como negligente pela comunidade futebolstica. Porm, apenas na ltimadcada, ela tem sido alvo de ateno generalizada, pela maioria dos
treinadores de futebol.
Assim, se nos parece plausvel afirmar que a Anlise do Jogo sempre
existiu nenhum treinador o pode ser na sua essncia se no for uma pessoa
com capacidade de analisar o jogo actualmente assiste-se emergncia de
uma nova profisso dentro do contexto desportivo, particularmente do Futebol
os analistas/observadores do jogo. Trata-se de uma prtica profissional emclara expanso que, cada vez mais, compreende vrios domnios e funes.
Assim como por necessidades especficas das modalidades desportivas
surgiram os preparadores fsicos ou os treinadores de guarda-redes,
actualmente regista-se o aparecimento/afirmao dos analistas/observadores
do jogo de Futebol. Especialistas com funes prprias, pertencentes ou no
equipa tcnica, mas com implicao directa na chegada de informao til ao
treinador e aos jogadores. Tal informao tem impacto directo no modo depreparao das equipas (Carling, Williams & Reilly, 2005).
Tal como os preparadores-fsicos ou os treinadores de guarda-redes, os
analistas de jogo vieram cobrir necessidades inerentes , cada vez maior,
complexidade do processo de treino e da competio no Futebol.
A especificidade associada funo analista/observador exigente,
tornando-se quase que imprescindvel a necessidade da criao de tcnicos
especficos para essas funes. a rea da Anlise do Jogo.
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No passado, para se alcanarem vitrias seria suficiente, por ventura, ter os
melhores jogadores. Entretanto, aspectos como a metodologia de treino
comearam a assumir preponderncia e cota parte de responsabilidade nos
sucessos ou insucessos de uma equipa. Da que, actualmente, ter bons
jogadores e treinar bem so dois aspectos importantes, mas no suficientes,
para garantirem por si s o sucesso da equipa. Esta, se pretende estar bem
preparada para o contexto competitivo de alto nvel, como o caso da equipa
do FC Porto, para alm desses dois aspectos ter ainda que ter um nvel de
preparao e de adaptao extremos. Queremos com isto dizer que, por
exemplo, a estrutura directiva ter um papel importante, assim como a
estrutura mdica, pedaggica, entre todo um conjunto de estruturas associadasaos clubes.
O Scouting, assume-se como uma dessas necessidades e, de acordo com
Garganta (1996), os treinadores procuram, atravs da anlise do jogo,
benefcios para assim aumentarem os seus conhecimentos e
consequentemente procurarem melhorar a qualidade da prestao da sua
equipa.
Da que, actualmente, no deva existir um s clube profissional que notenha algum responsvel, pelo menos, pelas anlises das equipas contra
quem iro jogar. Isto porque, esta apenas uma das reas que o Scouting
comporta. Outras sero, por exemplo, as observaes e anlises prpria
equipa, as anlises individuais a jogadores (vulgarmente denominada de
prospeco), o acompanhamento a jogadores cedidos pelo clube, entre outras
aces.
Por conseguinte, a aco de observao das equipas adversrias, muitasvezes entendida de modo errado como sendo a nica aco do scouting,
comum a todos os clubes deste contexto competitivo.
O Scouting uma rea multifacetada e tendo isso presente no de
admirar que tenham surgido os departamentos de scouting(departamentos de
observao de jogo) que so criados pelos clubes para dar resposta a estas
consideraes, tal como, por exemplo, os departamentos de formao juvenil
ou os departamentos mdicos, mas em reas distintas. o caso do FC Porto
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Futebol SAD que comporta, dentro de um espectro muito vasto, o
Departamento de Scouting onde tivemos a possibilidade de estar, actuar e
aprender.
1.1. Aces e tarefas
Este Estgio compreendeu diferentes aces e tarefas. Especificando:
Incluso de um estagirio, Pedro Ricardo Torres Ribeiro, no Departamento
de Scoutingdo FC Porto Futebol SAD, durante um perodo que decorreu entre
Janeiro e Julho de 2009;
Funo principal: apoio/acompanhamento activo aos observadores/scouts
internos do departamento no processo de observao/anlise das equipas
adversrias do clube;
Funes/tarefas adjacentes: apoio activo na elaborao do Relatrio de
Observao da equipa alvo desta aco de anlise, nas vrias competies
nas quais o clube esteve inserido; apoio e execuo de observaes/anlises
colectivas a equipas de escales competitivos referentes Formao, com os
mesmos objectivos referidos para a equipa snior; apoio a todas as aces que
os responsveis do departamento entenderam serem necessrias, com
principal destaque para as observaes individuais a jogadores nacionais, de
vrios escales competitivos, e a equipas da Liga Vitalis;
Elaborao de um Relatrio de Estgio com a finalidade de caracterizar todo
o processo, a entregar na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.
1.2. Objectivos
Considerando este conjunto de necessidades, o objectivo geral, a que nos
propomos dar resposta, consiste em compreender a implicao que as
observaes do jogo das equipas adversrias tm na preparao do jogo de
confronto directo com essas equipas.
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Assim, tendo como base esse mesmo objectivo geral, consideramos como
objectivos especficos:
Entender de que forma se pode estruturar um clube de modo a estar
adaptado s exigncias do Futebol de rendimento superior no que concerne
aos aspectos relacionados com a Anlise do Jogo;
Conhecer o funcionamento do Departamento de Scouting do FC Porto
Futebol SAD;
Perceber a forma de funcionamento de todo o processo de observao das
equipas adversrias do FC Porto;
Identificar as caractersticas fundamentais para se ser um
analista/observador competente;
Perceber de que forma decorre todo o processo de
observao/anlise/elaborao do relatrio respeitante ao Departamento de
Scoutinge que tipo de informaes dever conter;
Apurar se uma primeira observao equipa-alvo de anlise suficiente
para uma caracterizao da mesma;
Compreender se o scouting, entendido na vertente da anlise e observao
da equipa adversria, se constitui como um aspecto indispensvel para a
preparao do jogo contra essa equipa;
Averiguar qual a implicao que o Relatrio de Observao tem na forma
como o treinador estrutura as ideias referentes equipa adversria sujeita a
observao e o impacto que tal poder ter no treino.
1.3. Finalidades
Trata-se de um Relatrio que comporta a descrio e anlise crtica de todo
o processo de estgio, assim como os ensinamentos e as competncias
profissionais que nos permitir considerar, para a nossa actividade, tendo este
atingido o seu trmino.
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Compreende: a descrio das aces a este associadas desde o seu incio;
o que o fundamentou; as condies iniciais propostas e necessrias para a sua
realizao; todo o processo de acompanhamento, apoio e realizao das
funes e tarefas referidas; todo um processo de reflexo pessoal acerca
destas temticas; concluses e ensinamentos que retiramos do estgio;
perspectivas de futuro associadas a esta profisso.
1.4. Processo de realizao do Relatrio de Estgio
Tendo como inteno cumprir com os objectivos definidos, o presente
Relatrio de Estgio est estruturado de acordo com os seguintes pontos:
A Introduo, que tem como finalidade sistematizar o espectro onde se
sustentar o cerne do presente Estgio, descrevendo o estado actual de
conhecimentos e de boas prticas para que se entenda o quadro de
problematizao do exerccio profissional considerado. Nesta tambm
apresentada a caracterizao geral do Estgio e os objectivos do mesmo;
O Enquadramento da prtica profissional, no qual tivemos inteno de
caracterizar o contexto a este associado de uma forma aprofundada,
considerando quer o macro-contexto Futebol profissional, Treino e Scouting
quer os contextos legais, institucionais e de natureza funcional;
Realizao da prtica profissional onde definimos e caracterizamos a
concepo a esta associada, questes essenciais que se levantam, problemas
em estudo nas reas do Treino e do Scouting, actividades desenvolvidas e
dificuldades sentidas, sistema de avaliao e controlo do trabalho
desenvolvido;
Concluses e perspectivas para o futuro no qual pretendemos reflectir
acerca dos ensinamentos retirados assim como das intenes que se seguiro
a este estgio;
Sntese Final que comporta um resumo geral de tudo o que foi abordado no
Relatrio, que poder posteriormente ser publicada;
Referncias bibliogrficas utilizadas;
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Anexos onde temos inteno de reunir todo um conjunto de documentos que
ajudem a explicitar mais detalhadamente os assuntos abordados, como por
exemplo, as entrevistas realizadas.
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2. Enquadramento daprtica profissional
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2. Enquadramento da prtica profissional
Para comear, iremos abordar os contextos onde este estgio se inseriu,
no seu mbito legal, institucional e natureza funcional, para de seguida, nos
reportarmos ao enquadramento de onde surgiu a prtica profissional
analistas/observadores de Futebol. Seguiremos para as noes associadas
funo especfica do observador, considerando que associado noo de
Equipa de Futebol surgir um carcter de organizao complexa, assim como
para as necessidades inerentes ao processo de Treino e forma como a
Anlise do Jogo/Scoutingo poder influenciar.
Posteriormente, descreveremos a forma como o clube se estrutura,
especificamente o Departamento de Scouting, para na parte final
considerarmos a descrio e reflexo respeitante realizao da prtica
profissional, no processo de observao/anlise/elaborao do Relatrio de
Observao das equipas adversrias do FC Porto.
2.1. Contexto legal e Institucional
O Estgio realizou-se no Departamento de Scoutingdo FC Porto Futebol
SAD. No de uma forma contratual, mas como funo de Estgio
Profissionalizante, inserido na esfera do Mestrado de Treino de Alto
Rendimento Desportivo da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto
(FADEUP).
Surgiu na sequncia de contactos informais e formais entre duas entidades
FC Porto Futebol SAD e FADEUP atravs de um protocolo de colaborao
especfico solicitado pelo estagirio em questo Pedro Ricardo Torres Ribeiro
apoiado na orientao do Professor Doutor Jlio Manuel Garganta Silva e na
co-orientao do Professor Joo Lus Afonso.
Teve como durao o espao temporal definido entre Janeiro e Julho de
2009, e comportou um horrio de trabalho dirio de 8 horas, ao longo dos 5
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dias teis da semana, e ainda a observao do jogo, geralmente, realizada ao
fim-de-semana.
2.2. Contexto de natureza funcional
Reportando-nos ao contexto de natureza funcional, as funes
comportadas neste estgio prenderam-se com o apoio/acompanhamento
directo e activo aos observadores/scouts internos do Departamento, no
processo de observao/anlise das equipas adversrias do clube. Teve
tambm como funes/tarefas adjacentes: apoio activo na elaborao do
Relatrio de Observao da equipa alvo desta aco de anlise, nas vrias
competies nas quais o clube est envolvido (Liga Sagres, Taa de Portugal,
Liga dos Campees, Supertaa de Portugal, Liga Intercalar e Carlsberg Cup);
apoio e execuo de observaes/anlises colectivas a equipas de escales
competitivos da Formao, com os mesmos objectivos referidos para a equipa
snior; apoio a todas as aces que os responsveis do departamento
entendam serem necessrias, com principal destaque para as observaes
individuais a jogadores portugueses, de vrios escales competitivos e a
equipas da Liga Vitalis. Estas funes enquadram-se no mbito das tarefas
inerentes ao cumprimento dos objectivos do Departamento de Scouting do
clube.
2.3. Macro-contexto FuteboleScouting
2.3.1. Equipa de Futebol: Sistema com organizao complexa
Uma equipa de Futebol um grupo no qual, desde logo pela sua
especificidade multifuncional, as relaes sero necessariamente complexas.
Complexas pelo nmero de pessoas envolvidas, complexas pela forma como
estas, hierarquicamente, se tm de relacionar, complexas porque nas relaes
humanas cada um tem a sua forma de ser e de actuar, complexas porque no
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contexto desportivo e competitivo onde as equipas do FC Porto se inserem,
todo este conjunto de relaes tm de acontecer ganhando-se, isto ,
constituindo-se sempre com a vitria como objectivo central.
Vitrias so algo com o qual os grandes clubes tm de lidar diariamente.
No FC Porto, tal facto uma constante. Joo Lus Afonso (Anexo 1) reafirma
isso mesmo O FC Porto SAD tem orientaes gerais, claras e precisas. Tem
princpios vivamente delineados () formar a ganhar. Este esprito de
conquista, de vitria, esta linguagem muito prpria, est diariamente presente..
Considerando este aspecto como a base onde tudo acontece, importa referir
que para a obteno deste sucesso competitivo necessrio o clube
considerar esta noo funcionar sempre como equipa. sobre esta noo que nos debruaremos de seguida, de forma a
compreender o que est na base do que norteia o sucesso do clube.
Ficou bem patente na literatura consultada que uma equipa de Futebol
considerada um sistema e que a abordagem sistmica a forma mais indicada
para a compreender. Tm sido vrios os autores a reportarem-se a esse
aspecto.
Segundo Guilherme Oliveira (2004), o Futebol um fenmeno complexo noqual necessrio analisar o fenmeno na sua globalidade, procurando
perceber as interaces que evidencia, os conhecimentos que promove, como
organiz-los, direccion-los e desenvolv-los, percebendo a sua dinmica e
complexidade. O autor remete-nos para a necessidade de considerarmos a
abordagem sistmica se quisermos entender este fenmeno.
Nesta ordem de ideias, Capra (1996) refere que a palavra sistmico,
remete para a palavra sistema, que deriva do grego synhistanai (colocarjunto).
De acordo com von Bertalanffy (1956, citado por Bertrand & Guillemet,
1994, p. 46), podemos definir sistema como um conjunto de elementos em
interaco, enquanto para Hall & Fagen (1956, citado por Bertrand &
Guillemet, 1994, p. 46) classificam-no como um conjunto de objectos que tm
relaes entre si e os seus atributos.
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Partindo de ideias de Bertrand & Guillement (1994), um sistema
caracteriza-se pela abertura que tem na relao com o envolvimento e tem
como finalidade o atingir de um estado final que o caracterize por inteiro.
Querem os autores evidenciar que, neste caso, o estado final comporte que o
sistema equipa atinja o sistema jogar do modo que o treinador o
perspectivou.
Segundo Garganta (1996), as equipas de Futebol podem ser consideradas
sistemas complexos, hierarquizados e especializados, nas quais se tem
tentado encontrar um mtodo que permita reunir e organizar conhecimentos,
procurando a interaco dinmica entre os elementos de um conjunto,
conferindo a este um carcter de totalidade. O mesmo autor, refere que estecarcter de totalidade se tem constitudo a partir da conceptualizao do termo
sistema.
Grhaigne & Godbout (1995) afirmam que tanto um jogo de futebol, como
uma equipa ou um jogador se podem considerar sistemas.
Guilherme Oliveira (2004) concorda e acrescenta que o ser humano, uma
sociedade, mas tambm uma equipa, um jogador ou at mesmo um jogo de
futebol podem ser considerados sistemas.Morin (1982), citado por Garganta (1996), comprova isso mesmo afirmando
que, no Futebol, coexistem vrios sistemas em interaco uns com os outros
equipas, jogadores dentro da equipa, adeptos, equipa de arbitragem sendo
que condio imprescindvel para cada um ter esta denominao ser padecer
de organizao.
Tamarit (2007) classifica uma equipa de futebol como um sistema aberto,
adaptativo e homeoesttico, na medida em que se auto-ajusta de forma internaem funo do contexto existente.
Davids, Arajo & Shuttleworth (2005) entendem que esta pode ser
considerada um sistema dinmico, no qual interagem vrios aspectos, desde
jogadores de ambas as equipas, bola, rbitros, adeptos.
Assim, faz sentido considerar a abordagem sistmica como a melhor forma
de compreender o funcionamento e a orgnica de uma equipa, no seu todo
globalizante.
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Moriello (2003) considera que um sistema algo mais que a soma dos
elementos que o constituem, considerando que cada equipa ser,
obrigatoriamente, distinta de todas as outras. Podem existir algumas
semelhanas mas, com certeza que no seu todo globalizante, todas tero
caractersticas que as distingues das demais, at porque, segundo Garganta
(1996), cada equipa tem a sua lgica de funcionamento.
Reparemos na opinio dos entrevistados acerca desta temtica.
() tem que haver forosamente uma grande interligao, um esprito
cooperativista com os demais colegas e com os demais departamentos, todos
temos uma meta e todos queremos que o Porto atinja esses patamares de
rendimento superior que pretendemos. E s com uma grande interligao, uma
grande cumplicidade o conseguimos. () Isto como numa Equipa de Futebol,
um jogador por si s no consegue ganhar um jogo. Ns compreendemos que
para existir uma forte dinmica, nveis de desempenho elevados, ter que haver
necessariamente por uma forte ligao inter-departamental. () os
departamentos vo sendo criados para responder a determinadas necessidades.
O global s funciona com a contribuio de cada departamento. uma
engrenagem complexa () compreendemos que somos uma parte da
engrenagem. Joo Lus Afonso (Anexo 1)
() dentro de todos os departamentos, desde o departamento mdico ao
departamento de comunicao, tambm o departamento de scouting deve ter
essa realidade prxima com o departamento tcnico ()Miguel Pinho (Anexo
2)
() o sucesso depende no somente do treinador, portanto de uma s pessoa
entendendo sempre que o treinador o lder e quem toma as opes mais
difceis, mas da inter-ligao que existe entre os vrios departamentos. Rui
Pedro Silva (Anexo 3)
Na anlise das consideraes levantadas pelos entrevistados, podemos
inferir a importncia de todos os departamentos do clube trabalharem no
mesmo sentido. Todas fazem parte de uma equipa, o FC Porto, que s
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atingir o sucesso competitivo a que se prope se todos cumprirem com as
funes a si destinadas. Joo Lus Afonso utiliza a palavra engrenagem, e de
facto, na engrenagem e na capacidade de cooperao entre todos que reside
o sucesso do clube.
Reparemos no exemplo dado por Joo Lus Afonso (Anexo 1) a este
respeito: O lder da equipa tcnica o Professor Jesualdo Ferreira que delega
determinadas competncias nos seus adjuntos. O Rui Pedro Silva, o adjunto
que contacta com o departamento de scouting ao nvel da observao e
anlise de jogo, sempre com a coordenao e o aval do lder da equipa
tcnica.. Nesta afirmao, evidente a noo de cooperao
interdepartamental e de trabalho de equipa existente no clube. Rui Pedro Silva,por exemplo, assume-se como um elemento individual inserido num contexto
colectivo. O mesmo se passa com o Departamento de Scouting, no seu apoio
equipa tcnica.
Especificando, o Departamento de Scouting, por si s, uma equipa. Uma
equipa composta por profissionais do Futebol, por pessoas com formao no
ensino superior, por elementos com inmeros anos de futebol, por ex-
jogadores de futebol profissional, por ex-treinadores, portanto por um conjuntoalargado de pessoas com um denominador comum Futebol.
uma equipa pequena que trabalha para uma globalizante, o FC Porto
Futebol SAD.
Uma outra equipa a Equipa A do clube. Se pensarmos de uma forma
especfica e nos centrarmos apenas nos jogadores e na equipa tcnica, o tipo
de relaes entre estes intervenientes desde logo complexo. Referimo-nos a
um treinador com muitos anos de ligao ao Futebol, uma equipa tcnicaconstituda por profissionais tambm eles com muita experincia, quer como
ex-jogadores quer em outros clubes, um treinador de guarda-redes holands,
jogadores com diverso espectro de idades, nacionalidades, experincias, em
suma, muitos intervenientes que em conjunto conferem elevada complexidade
s relaes humanas e estruturais existentes. Acrescentando a estes
condicionalismos, o facto de se ter de gerir esta equipa tendo a vitria como
meta a alcanar, maior complexidade existir.
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Tenso ou presso despoletam sempre sentimentos intensos, que podem
depois ser transformados em condicionalismos positivos ou negativos para a
equipa, sendo estes constantes nas relaes dentro das equipas do FC Porto.
Considerando este aspecto, na forma como estas equipas se
relacionam entre si, dentro da equipa FC Porto, que reside o sucesso do clube.
Portanto, na Equipa A assim como no Departamento de Scouting, os sucessos
sero tanto maiores e mais provveis de alcanar consoante o grau de
empenhamento e de solidariedade com que as pessoas que as compem
trabalharem em equipa.
2.3.2. Treino de Futebol
Reunidas as condies imprescindveis para que a Equipa de Futebol
possa trabalhar de forma a atingir os objectivos estipulados, esta estar em
condies de poder usufruir de um outro aspecto importante na preparao da
competio o Treino.
Como perspectivar o treino de forma a dele se poder retirar o mximorendimento para os jogadores e para a equipa
A forma como perspectivamos o Treino em Futebol assume-se como
fundamental para o sucesso competitivo de uma equipa.
Vrios autores se tm debruado sobre este aspecto. Segundo Meinberg
(2002), o treino um fenmeno complexo que conotado como uma forma
especial de ensino, que pressupe instruo e didctica.
Na mesma ordem de ideias, Garganta (1997) afirma que os
comportamentos que os jogadores exteriorizam durante o jogo resultam das
adaptaes provocadas anteriormente pelo processo de treino, sendo que para
o mesmo autor, mas em 2004, para se ser um jogador de alto nvel, no basta
nascer-se com talento, necessrio muito treino.
De acordo com Lucas & Garganta (2002), o processo de treino dever ter
sustentao no Modelo de Jogo.
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Ambos os entrevistados evocam a extrema importncia do treino para a
optimizao da excelncia desportiva. Consideram que este deve ser
perspectivado e balizado em funo da forma como o treinador quer jogar e
quem entender este processo de outra forma, possivelmente estar
descontextualizado. Assumem, portanto, que este processo ter de estar
perfeitamente sistematizado, com objectivos claros e que ser um processo
directamente influenciado pelas informaes que se retiram do jogo.
Rui Pedro Silva (Anexo 3) considera o Treino como o meio mais relevante
para a optimizao da excelncia desportiva, referindo-se a este como
devendo ser () definido em funo do nosso modelo de jogo, nunca em
funo do adversrio..Na nossa opinio, e concordando com o referido acima, treino a aplicao
prtica de todo um conjunto de princpios balizados num modelo de jogo
definido pelo clube/treinador, tendo em vista a optimizao do rendimento
desportivo e competitivo de uma equipa.
Treino fundamental. S considerando este aspecto, uma equipa poder-
se- preparar, adequadamente, para os requisitos que a alta competio
requer. Assim, a forma como se perspectiva, visiona e aplica o treino,condicionar tudo o que respeita evoluo e sucesso da equipa.
Considerando a experincia que fomos adquirindo ao longo deste perodo
de estgio, entendemos que de pouco adiantar estarmos perante um clube
bem estruturado, com organizao bem definida, se em contexto de treino, este
no funcionar de forma adequada. Se tal acontecer, o sucesso poder ser na
mesma uma realidade, mas apenas de forma pontual. Poder-se-o atingir os
objectivos pretendidos em partes da poca, ou em alguns jogos, mas no deuma forma regular, como exigido ao FC Porto.
Esta a nossa viso acerca deste fenmeno contudo, certamente, existiro
opinies diversas. No mesmo mbito, a forma como se operacionaliza o treino,
poder ser distinta. Cada treinador tem a sua forma de o perspectivar e
operacionalizar e cada clube escolher o seu treinador, em funo de um
conjunto de critrios, sendo possvel que um desses seja a sua metodologia de
treino.
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2.3.3. O Scoutingaplicado ao Futebol
Considerando o Scouting como uma rea de interveno do Futebol,
necessrio definir como este se deve articular com o processo de treino, como
pode interferir com a regulao da performance desportiva, quais os pontos de
aplicao/convergncia e que necessidades ter um em relao ao outro.
Para qu e como integrar o Scoutingno processo de treino, na regulaoda performance competitiva?
Consideramos que, no apenas no Futebol, mas tambm noutras
modalidades de ndole fundamentalmente colectiva, Scoutingentendido como
a Anlise do Jogo, se conota como um instrumento importante a explorar e a
trazer para junto dos clubes.
De acordo com Sousa, Garganta & Fonseca (2002) a anlise do jogo a
partir do comportamento dos jogadores, tem-se assumido como um aporte
significativo de informao para a evoluo do treino e da competio.
Segundo Oliveira Silva (2006) dentro da Anlise do Jogo podemos
considerar dados qualitativos ou quantitativos. Os quantitativos dirigem-se para
a anlise estatstica, medindo a performance atravs de nmeros (Bolt, 2000;
Jnior, Gaspar & Siniscalchi, 2002).
Existem, no entanto, opinies contrrias. Hughes & Bartlett (2002) referem
que o Futebol demasiado complexo para ser descrito atravs de simples
representaes de dados.
Garganta, Marques & Maia (2002) referem que esta s se constitui como
vantajosa se for rigorosa e se fundamentar a sua aco na lgica interna do
jogo. Concordamos, assim como no nos parece descabido considerar que na
juno das duas reside a soluo ideal, como refere Morrison (2000).
A observao de jogadores em movimento constitui-se como uma tarefa
difcil para o observador (Pino Ortega, 2000). No entanto, algo inerente
profisso treinador e acarreta em si vrias especificidades.
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Segundo Garganta (1997), permite interpretar a organizao das equipas,
interpretar as aces que concorrem para a qualidade do jogo, planificar e
organizar o treino, estabelecer planos tcticos adequados em funo do
adversrio, regular o treino, tendo sempre como intuito caminhar no sentido de
melhor preparar a equipa para os confrontos com os demais adversrios.
Para Moutinho (1991), a principal caracterstica da anlise do jogo tornar-
se imprescindvel para a optimizao da prestao competitiva. A este
propsito, Garganta (2008) acrescenta que a anlise do jogo, na sua vertente
tctica, pode ser extremamente til para os treinadores de modo a identificarem
regularidades e padres de jogo, procurando depois que esta informao
possa ser utilizada para a melhoria da performance.Worthington (1974, cit. por Garganta, 1997) refere-se anlise do jogo
tendo como principal objectivo contribuir para diferenciar opinies de factos.
Pino Ortega & Ibanez Godoy (2002) referem, a este propsito, que a
anlise do jogo tem uma finalidade muito especfica permitir a um treinador
confirmar uma determinada ideia em relao a algum aspecto do jogo, quer da
sua equipa quer da equipa adversria.
Os autores remetem-nos para a ideia de que associada anlise do jogoest a noo de preocupao. Preocupao com uma, cada vez mais, cuidada
preparao para a competio, preocupao com o controlo do treino,
preocupao com a anlise individual dos jogadores.
A regulao da performance competitiva mais no que a preocupao
com a preparao para a competio. S com performances competitivas
elevadas e seguras estaro reunidas condies para se alcanarem vitrias de
uma forma regular.Nesse sentido, directamente relacionada com a regulao da performance
competitiva est a preocupao com o controlo do treino, assumindo e o
scoutingassume um papel de destaque nestes dois mbitos.
Treinar significa preparar, exercitar, adquirir e consolidar padres e sempre
que se pretende avaliar a forma como o processo decorre a anlise do jogo
assume um papel de relevo.
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O objectivo primrio de um treinador que a sua equipa adquira a sua
forma de jogar e, nesse sentido, nos treinos ir procurar levar os seus
jogadores a alcanar esse tipo de competncias. Dessa forma, atravs dessa
preocupao, j estar a analisar o jogo da sua equipa. Portanto, a anlise da
prpria equipa, dentro do espectro do scouting,estar presente em todas as
sesses de treino.
Acontecer algo semelhante, ainda que com particularidades e objectivos
distintos e contextualizados ao que o treinador definir, no contexto de
jogo/competio. Ou seja, com meios mais ou menos sofisticados desde
fichas de anlise, bloco de notas, adjuntos a analisar dados, estatsticas,
sistemas computorizados e de interveno em tempo real ou mesmo comanlise de ndole visual por parte do treinador durante o jogo todos os
treinadores revelam preocupaes com a anlise do comportamento da sua
equipa, em situao competitiva de carcter formal.
Desta forma, quer em treino quer em jogo/competio, a anlise da prpria
equipa estar presente.
Relativamente anlise das equipas adversrias, passar-se- algo
idntico. Estas acontecem quase sempre em contexto de competio, contudodepois a interveno dever acontecer em contexto de treino.
De acordo com Oliveira (1993) e Oliveira Silva (2006), aspectos como a
anlise da prpria equipa e a anlise da equipa adversria parecem constituir-
se fundamentais para a regulao do processo de treino. Lopes (2005)
corrobora da mesma opinio.
Os entrevistados concordam. Vejamos:
A palavra Scouting muito abrangente Provavelmente deveramos substituir
Scouting por Anlise do Jogo. Neste caso eu diria anlise do jogo da nossa
equipa e da equipa adversria, no ? E portanto, se tivermos tcnicos que
saibam efectuar anlises correctas e consigam transmitir toda a informao de
uma forma fidedigna, em funo das solicitaes do treinador, diria que claro que
se justifica, nos dois contextos. No nosso jogo e no jogo da equipa adversria.
Joo Lus Afonso (Anexo 1)
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Esta observao poder ser realizada prpria equipa como meio de avaliar
qualitativamente e quantitativamente todo o processo. Permite tambm balizar o
processo evolutivo dentro no contexto de jogo e orientar o processo de treino,
com o intuito da optimizao desportiva. A observao da equipa adversria
permite a possibilidade de criao de situaes no treino semelhantes s que
iro ser encontradas num contexto de jogo, permitindo ao jogador vivenciar a
experincia e a criao de respostas a esses mesmos estmulos. Miguel Pinho
(Anexo 2)
Na opinio dos entrevistados, quer a anlise da prpria equipa quer as
anlises das equipas adversrias so essenciais para o sucesso de uma
equipa e, no que respeita primeira, referem que todos os treinadores a
realizam, adoptando para isso procedimentos com maior ou menor pormenor.
J em relao anlise das equipas adversrias existe, no clube, uma
preocupao muito sustentada no estudo das caractersticas das mesmas,
procurando-se uma correcta definio dos pontos que as caracterizam, quer
em termos de mais-valias quer em termos de pontos a explorar, considerando,
contudo, o modelo de jogo e a forma de jogar da prpria equipa como os
aspectos centrais na realizao destas observaes. Como nos salienta Rui
Pedro Silva (Anexo 3) Neste tipo de observaes, dos adversrios, definimo-
las sempre em funo do nosso modelo de jogo. No observamos meramente
o adversrio No tentamos fazer apenas um discriminativo do que o
adversrio, como este funciona. Tentamos fazer esse discriminativo em funo
da nossa maneira de jogar. Ns sabemos quais so os nossos pontos fortes
nos vrios momentos de jogo e tentamos encontrar dentro do adversrio forma
de o anular e de o contrariar, atravs dos nossos pontos fortes..
Observar as equipas adversrias um procedimento comum. Todos os
clubes profissionais o fazem. Alguns com departamentos estruturados, como
o caso do FC Porto, outros com menos meios mas mantendo objectivos
idnticos.
Um treinador que conhea bem a prpria equipa, que a trabalhe
convenientemente durante a semana e que a estes factos ainda acrescente um
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conhecimento aprofundado da equipa contra quem vai jogar, provavelmente
estar em melhores condies de poder vencer esse confronto.
Como nos refere Miguel Pinho (Anexo 2), o scouting() permite identificar
problemas na nossa equipa mas tambm no adversrio, ajudando a interpretar
a organizao das equipas e das aces que levam qualidade de jogo. Por
outro lado, ajuda a regular a aprendizagem e a evoluo no treino..
Especificando, de acordo com van Lingen (1999) e Carling (2005), os
treinadores concedem mais importncia anlise de jogo da sua equipa que
anlise da equipa adversria. Este aspecto buscar lgica no facto de qualquer
treinador ter como inteno que seja a equipa adversria a submeter-se sua
e no o contrrio. Assim, os treinadores, em primeira instncia, tm comoobjectivo impor a sua forma de jogar, balizada pelo seu modelo de jogo,
utilizando a anlise do jogo como meio para perceberem se este est a ser
implementado da forma correcta ou se, pelo contrrio, tero de reformular
determinados aspectos.
Este facto parece constituir-se como pertinente uma vez que vrios autores
se referem ao mesmo. Por exemplo, Garganta (2001: 57), entende que O
conhecimento acerca da proficincia com que os diferentes jogadores eequipas realizam diferentes tarefas tem-se revelado fundamental para aferir a
coerncia das suas prestaes aos modelos de jogo e de treino preconizados..
Portanto, relaciona a anlise do jogo com o modelo do jogo.
Guilherme Oliveira (1991) tece consideraes idnticas, referindo que o
Modelo de Jogo que determina e dirige a forma como se devem organizar as
vrias componentes de jogo e que, quer a anlise da competio/jogo quer a
anlise dos treinos, so dados importantes para se construir um processo detreino condizente com o que se pretende implementar na equipa. Por isso, no
nos surpreende que Lopes (2005) refira que o treino deve corresponder ao que
se fica a saber depois se analisar o jogo real. No entendemos isto desta forma
to radical, mas compreendemos que o autor pretende evidenciar que as
informaes retiradas do contexto competitivo formal jogo/competio
devem ser informaes importantes a considerar na estruturao e definio
dos objectivos do processo de treino que se seguir. Franks, Hodges &
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McGarry (1988), Garganta (1998) e Oliveira Silva (2006) concordam com este
ltimo.
Generalizando, a anlise do jogo da prpria equipa assume papel
preponderante para a regulao da performance desportiva de uma equipa,
actuando quer no treino quer no jogo/competio. J em relao anlise das
equipas adversrias, esta tambm considerada pela literatura como
preponderante para a preparao de uma equipa de Futebol. Relativamente a
esta ltima, para Carling (2005), o scoutingpermite traar um perfil da equipa
adversria, de forma a os conhecer melhor.
Garganta (1998) afirma que a anlise das equipas adversrias tem dois
objectivos centrais, explorar os pontos fracos do adversrio assim como tentarcontrariar os seus pontos mais fortes. Concordamos com o autor, assim como
concordamos com Lopes (2005), quando refere que as informaes recolhidas
pelo scoutingacarretam vantagens para o treinador, uma vez que o capacita
para o desenvolvimento estratgico-tctico de um jogo.
Conhecer o adversrio na sua essncia fundamental e qualquer treinador
o quer fazer, uma vez que, dessa forma, controlar melhor as possveis
surpresas que, por vezes, definem a vitria ou a derrota na competio. DaGarganta (1998) afirmar que o estudo da estrutura bsica, do estilo de jogo e
das caractersticas do adversrio, so hoje em dia fundamentais no futebol, de
forma a prever a performance dos mesmos.
Concordamos com Oliveira Silva (2006) quando refere ser injustificvel que
se altere o Modelo de Jogo em funo de se jogar contra um qualquer
adversrio. Contudo, tambm nos parece evidente que a Anlise do Jogo
poder acarretar inmeras vantagens, se utilizada de forma correcta.Vejamos a opinio dos intervenientes neste processo, acerca desta
temtica.
Hoje em dia os pequenos pormenores so os que fazem a diferena ()
importante porque quanto mais informao e conhecimento possuirmos sobre o
adversrio menor a probabilidade de sermos surpreendidos. Joo Lus Afonso
(Anexo 1)
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() o scouting, da forma equilibrada e fechada que o futebol apresenta na
actualidade, uma ferramenta crucial para criar vantagens para uma equipa,
pois permite-nos identificar comportamentos no adversrio que nos ajuda a
tornar o treino mais especifico e direccionado, ao nvel dos contedos, para que
possamos explorar os pontos fracos do adversrio e, eventualmente, controlar os
seus pontos fortes. Miguel Pinho (Anexo 2)
() uma informao importante at porque a ltima informao. Antnio
Andr (Anexo 4)
Numa equipa como o FC Porto, que uma das equipas de top, de nvel
mundial, a importncia atribuda ao Scouting grande e funciona como uma
base de apoio equipa tcnica, funciona como uma ajuda () para que a equipatcnica saiba todos os pormenores e pontos importantes da equipa adversria.
Antnio Lima Pereira (Anexo 5)
() as observaes das equipas contra as quais o Porto joga tm grande
importncia () quando se joga a um nvel como joga o Porto () necessidade
de realizarmos observaes com todo o rigor. Assume grande importncia.
Fernando Bandeirinha (Anexo 6)
Tal como nos refere Garganta (2000), depois de consolidada e assegurada
a coerncia do processo de treino, tendo em vista o desenvolvimento de uma
determinada forma de jogar, alicerada no modelo e concepo de jogo do
treinador, informaes relativas equipa adversria podero ser oportunas na
elaborao e reajuste de exerccios especficos ao nvel da padronizao
semanal.
Este tipo de preocupao faz com que a anlise das equipas adversrias
se constitua como um factor ao qual os treinadores querem aceder. No fundo,
complementam a preparao da equipa, sendo que estes dados no se devem
sobrepor, nunca, ao modo de jogar da prpria equipa, mas antes servir para o
complementar ou adequar de uma ou outra nuance estratgica especfica.
Segundo Pacheco (2005), permitem e provocam na equipa uma sensao
de maior segurana e confiana nas suas capacidades.
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Considerando que o treino o local onde tudo poder ser exercitado,
tanto o controlo deste, a preocupao com os jogadores de uma forma
individual outra das preocupaes s quais o scoutingpode ajudar a analisar
e avaliar como o implemento de questes de ndole estratgica fornecidas
pela anlise das equipas adversrias, devero acontecer neste contexto.
Assim, na nossa opinio, Treino Futebol Scouting esto intimamente
interligados entre si.
Pontos de aplicao/convergncia
Scouting intervm, ao nvel micro (jogador de forma individual) mas
tambm ao nvel macro, como por exemplo na anlise de grupos ou sectores
de uma equipa (ou aspectos ainda mais complexos como a anlise global da
prpria equipa ou das equipas adversrias). Fornece informao que depois
pode ser convertida ou aplicada em contexto de treino.
Reparemos na opinio dos entrevistados, no que respeita aos pontos de
aplicao/convergncia entre Treino e Scouting:
No fundo h sempre linhas que se cruzam, pontos de interseco. Por exemplo:
eu trabalho um determinado posicionamento defensivo nas bolas paradas; essa
a nossa forma de defender mas, no entanto, no prximo jogo vou encontrar
uma determinada forma de organizao, determinados movimentos especficos
que essa equipa realiza, por exemplo num canto; h sempre linhas de
interseco que nos permitem, depois, melhorar o desempenho, prever as
aces; logo, um treinador atento consegue efectuar determinados
ajustamentos, em funo da informao que lhe chega, sem nunca fugir daquilo
que a sua linha orientadora, filosofia, modelo. Por isso a convergncia essa.
H determinados pormenores que so fundamentais que vo provocar pequenas
ou grandes alteraes, nomeadamente ao nvel da estratgia, que vo ser
operacionalizadas durante a semana, no diversos treinos e no na palestra de
Domingo de manh, do gnero - ateno que este tipo perigoso. Tem de
ser tudo treinado, sistematizado. Esta convergncia que existe promove a beleza
tctica do Futebol. Quando se consegue perceber uma matriz de jogo colectivo,
determinadas rotinas, determinados movimentos, no alterando o nosso modelo
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de jogo, a nossa dinmica e forma de jogar, conseguimos promover pequenos
acertos, pequenos ajustamentos, pequenas alteraes, que vo melhorar o
nosso desempenho, a nossa eficcia. Da a convergncia entre o processo de
anlise do adversrio e o processo de treino. Joo Lus Afonso (Anexo 1)
() uma inter-ligao muito forte entre o scouting e o treino. Isto porque, para
ns, o scouting no funciona apenas direccionado para a anlise da equipa
adversria. Funciona cerca de 70/80 por cento para a nossa equipa. Assim, se
defendemos isto tambm o teremos de defender no treino. E se o treino
perspectiva uma forma de jogar, como ns queremos jogar, existe portanto uma
grande convergncia entre scouting e treino..Rui Pedro Silva (Anexo 3)
Concordamos que, sem nunca alterar o padro, sem nunca alterar os
princpios que norteiam a forma de jogar da equipa, possvel, atravs da
anlise do jogo, observar determinados aspectos na equipa adversria que
podem ser utilizados como pontos a explorar pela prpria equipa. Isso
acontece no treino, como refere Rui Pedro Silva (Anexo 3).
Ao nvel estratgico poder-se-, por exemplo, tornar vantajoso para uma
equipa alterar, para um determinado jogo, o posicionamento de um jogadornum lance de bola parada, de modo a constituir vantagem perante a outra
equipa, sem que para isso haja a necessidade de alterar com que se
perspectiva a organizao funcional defensiva desse lance. Portanto, alterar
um pequeno princpio, sem nunca perder a identidade, poder tornar-se
vantajoso e isso s ser possvel com apoio da Anlise do Jogo.
Na nossa opinio, a anlise do jogo, entendida como a anlise da equipa
adversria, assenta o seu raio de aco nesse aspecto.A convergncia entre Treino e Scouting, reside nesse facto, uma vez que
no faz sentido aplicar uma questo destas se a mesma no for contemplada,
anteriormente, no treino. Isto assim como deixou de fazer sentido a aplicao
destas estratgias apenas, como nos refere Joo Lus Afonso, ao Sbado ou
ao Domingo na palestra antes do jogo.
Portanto, entre Treino e Scoutingexistem sempre linhas onde estes se se
cruzam. Esto intimamente inter-ligados.
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Necessidades
Relativamente s necessidades existentes o treino que as vai definir, queas diagnostica e s quais o scouting vai tentar dar resposta. Se no treino o
treinador verifica ser necessrio corrigir determinado aspecto relacionado com
o momento de organizao ofensiva da equipa, atravs da anlise da sua
equipa, ser tambm atravs desta que vai tentar, posteriormente, avaliar se tal
facto estar a suceder.
Desta forma, o scouting necessita dos treinos e dos jogos para
fundamentar a sua existncia e o treino necessita do scouting para se
submeter a uma anlise intrnseca. Esto interligados de modo funcional,
dependendo um do outro de uma forma estreita.
O scouting surge como uma necessidade para o treinador se preparar a ele
prprio e sua equipa, utilizando as suas duas vertentes aspectos
intrnsecos e aspectos extrnsecos. Intrnsecos com a anlise da prpria equipa
e extrnsecos com a anlise das equipas adversrias.
Na nossa opinio, a necessidade de se recorrer ao scouting tende a
crescer, na medida em que a procura da excelncia o caminho para o qual
um clube como o FC Porto se procura dirigir e assim deparamo-nos,
claramente, com uma situao onde o Departamento de Scoutingdo clube se
procura dotar, cada vez mais e melhor, de meios e estratgias para dar
resposta a esta necessidade, nos mais diversos domnios.
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3. Realizao daprtica profissional
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3.Realizao da prtica profissional
Neste ponto do Relatrio procura-se descrever, caracterizar e reflectir
acerca da prtica profissional deste estgio profissionalizante
analista/observador do jogo de Futebol.
Pretendemos abordar aspectos como a concepo desta prtica
profissional, questes fundamentais a esta associada, problemas na rea de
estudo, actividades, dificuldades sentidas e sistema de avaliao e controlo do
trabalho desenvolvido.
Ser analista/observador de Futebol, apesar de ser algo que j existe h
alguns anos, pode ser considerada uma nova profisso. Quando nos
referimos a nova profisso queremos com isso dizer que esta tem vindo a
evidenciar-se na actualidade, de tal forma que, hoje em dia, comum existirem
profissionais nesta rea, nos diversos clubes, mas essencialmente, nos
melhores e mais organizados (naqueles que disputam por objectivos
competitivos elevados a nvel profissional).
De modo a contextualizar, especificamente, a profisso referida
analisaremos, numa primara instncia, as caractersticas especficas do
Departamento onde a mesma esta est inserida.
3.1.Departamento de Scoutingdo FC Porto Futebol SAD
A vitria constitui-se como o objectivo a atingir em qualquer clube, e mesmo
um clube com expectativas menos elevadas, pretende ganhar. Num clube
como o FC Porto ainda mais e, nesse sentido, tudo o que permite dotar a
equipa de melhor preparao para a obteno dessas intenes algo que se
procura trazer para as rotinas associadas ao clube.
Scouting, claramente, uma das reas que se inserem neste contexto da
a existncia de um departamento especfico no clube Departamento de
Scouting.
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Fig. 1 Departamentos Transversais FC Porto Futebol SAD no apoio Equipa A e Formao
De acordo com o exposto na Figura 1, no clube existe um total de dez
Departamentos Transversais, tendo todos eles uma funo essencial apoio
directo e activo quer Equipa A quer s equipas da Formao. Sodepartamentos que apresentam caractersticas e funcionalidades bem
definidas.
Departamento de Scouting
Departamento Pedaggico
Departamento Mdico
Departamento deCapacidades Individuais
Departamento de GR
Departamento de Apoio sFamlias
Departamento deComunicao e Vdeo
Departamento dePlaneamento
Departamento Psicolgico
Departamento de Anlise do
Jogo
Equipa A
Formao
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3.1.1.mbitos, intenes e fundamentos
A rea de interveno do Departamento de Scouting do FC Porto
multifuncional e extremamente abrangente. Abarca vrias reas, meios e
mtodos de interveno, capta inmeras influncias e compreende as vrias
equipas, desde o escalo de Escolas Equipa A do clube.
A estruturao do Departamento fundamenta toda a sua
multifuncionalidade.
Fig. 2 Organograma estrutural do Departamento de Scoutingdo FC Porto
Zona 1 Zona 2 Zona 3 Zona 4
Zona 1 Zona 2 Zona 3 Zona 4
Assistente
(Manuela Cunha)
ObservaoIndividualSectorial
Informao
udio Visual
ObservaoColectiva
PesquisaInternacional
Escolas deEnsino
ScoutsInternos
Antnio Andr
FernandoBandeirinha
Lima Pereira
Francisco Craveiro
Jos Rolando
Costa Soares
Nuno Fernandes
Rui Lowden
AccountsEuropa de Leste
Balcs
Argentina
Brasil
frica
Europa do Norte
Guarda-redes
Escolas Futebol
Responsvel Departamento
(Joo Lus Afonso)
Coordenao Externa
(Miguel Pinho)Divises
Transversais
Supervisores Zona
Coordenadores
Dentro de cada uma das zonas vrios coordenadores
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A partir da anlise desta estruturao, possvel verificar que existe um
responsvel mximo, Joo Lus Afonso, que coordena tudo o que diz respeito
ao departamento. Como responsvel pela coordenao externa relacionada
essencialmente com as observaes individuais, temos Miguel Pinho, tendo a
ele associados um conjunto alargado de observadores scouts e accounts
espalhados por todas as zonas geogrficas de Portugal, assim como outras
zonas fora do domnio nacional (destaque para a Europa de Leste, Balcs,
Argentina, Brasil e Europa do Norte). Neste caso scouts observadores
ligados ao clube (internos e externos) e accounts(indivduos com ligao ao
clube que dominam as informaes relativas ao futebol em determinadas zonas
geogrficas).
Importam tambm destacar como recursos humanos do Departamento os
ex-jogadores do clube Antnio Andr, Lima Pereira, Fernando Bandeirinha e
Jos Rolando e ainda o Engenheiro Lus Gonalves, Francisco Craveiro,
Costa Soares, Nuno Fernandes e Rui Lowden, indivduos com muitos anos de
ligao ao futebol e ao clube.
Trata-se de uma estrutura simples, onde todos conhecem bem os seus
domnios e funes a desempenhar e onde a competncia especfica de cadaum enriquece, de forma inequvoca, o Departamento e o clube. Esta estrutura
permite responder a um conjunto de intenes que fundamentam a existncia
do departamento.
O apoio directo e activo Formao e Equipa A assumem-se como os
seus fundamentos gerais. Assim, se quisermos generalizar, todas as aces do
Departamento de Scoutingvo de encontro ao que as equipas necessitarem,
como comprova Joo Lus Afonso que refere que a misso do Departamentoconsiste na () recolha e tratamento de informao individual e colectiva
procurando ir de encontro das necessidades das nossas equipas. Trata-se,
portanto, de um Departamento multifuncional que abarca vrias reas ou
frentes de interveno.
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Fig. 3 reas/frentes de interveno do Departamento de Scoutingdo FC Porto
Analisando cada uma destas reas/frentes de interveno, em separado,
mas considerando que todas elas se inter-relacionam, podemos constatar que:
Scoutingnacional
O Scouting nacional consiste na aco de acompanhamento,
visionamento/observao e anlise de jogadores a nvel nacional, tendo como
espectro atingir quer a realidade das etapas de formao quer a realidade
snior, cujo objectivo fundamental consiste na seleco de jogadores
portugueses. realizado pelos diversos scouts (internos e externos), accounts e pelos
prprios treinadores das equipas tcnicas do clube (quando no papel de scouts
no processo de scouting).
Como refere Joo Lus Afonso (Anexo 1) No mbito das observaes
individuais, ser perceber onde que h jogadores com determinadas
caractersticas que se enquadrem na nossa forma de jogar e que podem
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evoluir atravs do nosso processo de treino, como j referi, sempre em funo
das necessidades das nossas equipas..
Observaes Colectivas
As observaes colectivas consistem na aco de observao/anlise das
equipas adversrias do clube, realizadas quer para a Equipa A quer para as
equipas da formao.
Jogadores cedidos
O acompanhamento dos jogadores cedidos consiste no processo de
avaliao sistemtica e anlise do desempenho dos jogadores, nas mais
variadas vertentes (futebolstica, humana e social). Este processo resulta na
fundamentao para que, superiormente, sejam tomadas decises acerca do
futuro desse jogador no clube (se regressa, se emprestado a outro clube, se
no tem interesse continuar no clube, etc.).
Dragon Dreams
O Departamento desenvolve iniciativas como os Dragon Dreams, que so
momentos (jornadas de observao) que tm como pblico alvo os jogadores
referenciados, de forma a analisar se os mesmos possuem as caractersticas
entendidas como fundamentais para poderem jogar a um nvel de exigncia
superior, isto , nas equipas do clube.
SIPO
SIPO uma sigla que significa Sistema de Informao Porto. Trata-se de
um sistema informtico que permite uma gesto mais eficaz e eficiente da
informao departamental e interdepartamental. Foi desenvolvido em
colaborao com a PT Comunicaes.
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Account
A rea denominada de Account reporta-se a todos os intervenientes,
ligados ao clube, que dominam informao relativa a jogadores, equipas,
treinadores e outros agentes desportivos. um dos grandes pilares de
informao do clube. Abarcam pessoas que em determinadas zonas
geogrficas dominam a informao relativa ao Futebol, em geral.
Programa DIV
Inteno do clube em participar activamente em congressos, seminrios,encontros e palestras, no sentido de dinamizar e dar visibilidade marca FC
Porto.
Scoutinginternacional
semelhana do Scouting nacional, o Scouting internacional assume
objectivos idnticos, no entanto a rea de interveno reporta-se ao exterior dopas direccionado sobretudo para Europa e Amrica do Sul.
Shadow Teams
As Shadow Teamsso denominadas equipas sombra. Equipas que esto
directamente relacionadas com o Scoutingnacional e internacional, de forma a
permitir que exista uma rede de jogadores passveis de integrar as equipa FCPorto. Dizem respeito capacidade de se estar preparado, por antecipao,
para dar respostas s necessidades das equipas do clube.
Formao de agentes
rea de interveno que consiste na inteno do clube em proporcionar, de
forma continua, aces de formao que tm como pblico-alvo os seus
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Fig. 4 Estrutura Desportiva do FC Porto
Da anlise da Figura 4 importa destacar que no clube existem quatro nveis
de observao: nvel 1 scoutsexternos; nvel 2 scouts internos; nvel 3
treinadores das equipas; nvel 4 scout master (Eng. Lus Gonalves).
Especificando, num nvel inicial os jogadores so observados pelos scouts
externos, seguindo essa informao para o Departamento de Scouting. Esta
informao destinada a um dos scouts internos e, posteriormente, aos
treinadores do clube. Aps as trs fases, a informao chega ao scout master.Por fim, de acordo com os resultados dos quatro relatrios, toma-se uma
deciso acerca desse jogador contratar, continuar a acompanhar/observar,
ou outra. Contudo, importa realar que para que acontea a passagem entre
os diferentes nveis necessrio acontecer um processo de
classificao/validao por parte d